toxoplasmose - nupad.medicina.ufmg.br · lopes-mori fm et al. programs for control of congenital...

21
TOXOPLASMOSE Controle da toxoplasmose congênita em Minas Gerais Gláucia Manzan Queiroz Andrade Departamento de Pediatria, NUPAD, Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais Ericka Viana Machado Carellos Departamento de Pediatria, NUPAD, Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais

Upload: lamanh

Post on 21-Oct-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

TOXOPLASMOSE

Controle da toxoplasmose congênita em Minas Gerais

Gláucia Manzan Queiroz Andrade

Departamento de Pediatria, NUPAD, Faculdade de Medicina

Universidade Federal de Minas Gerais

Ericka Viana Machado Carellos

Departamento de Pediatria, NUPAD, Faculdade de Medicina

Universidade Federal de Minas Gerais

Toxoplasma gondii

• Parasito não visível a olho nu

• Não transmitido pelo contato interpessoal

Formas de aquisição da infecção

Toxoplasmose aguda na gestação e infecção do feto

Toxoplasmose aguda

na gestação

Transmissão da infecção para o

feto

Toxoplasmose congênita

FREQUENTE EM MINAS GERAIS?

CONSEQUÊNCIAS DA INFECÇÃO PARA AS CRIANÇAS

ESTRATÉGIAS PARA SEU CONTROLE

PROPOSTA PARA MINAS GERAIS

TOXOPLASMOSE CONGÊNITA

0,8

3

5,5

0,73

3,3

6

6,5

13,0

3,3

Massachusetts e New Hampshire (EUA), 1994

Dinamarca, 1999

Póznan (Polônia), 2000

Estocolmo e Skane (Suécia), 2001

Ribeirão Preto (SP), 2005

Porto Alegre (RS), 2007

Belo Horizonte (MG), 2008

Minas Gerais, 2009

França, 2010

PREVALÊNCIA DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA

6

Estudos baseados em triagem neonatal em sangue seco (para cada 10.000 nascidos vivos)

FREQUENTE EM MINAS GERAIS – diferenças regionais

Triagem neonatal no

período de novembro de

2006 a maio de 2007,

de acordo com a divisão

por macrorregião de

UBS, em Minas Gerais

(1:770 nascidos vivos)

• 190 crianças infectadas

• 95% assintomáticas ao

nascimento

NORTE DE MINAS

NORDESTE

JEQUITINHONHA

TRIÂNGULO DO SUL

COMPROMETIMENTO DAS CRIANÇAS

COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO LEVE A GRAVE

COMPROMETIMENTO VISUAL LEVE A GRAVE

COMPROMETIMENTO DAS CRIANÇAS

Baixo crescimento ponderoestatural

Convulsões

Hidrocefalia

Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor

Reativação da retinocoroidite ou aparecimento de lesões tardias

Déficit auditivo

Triagem Neonatal em Minas Gerais – 2006/2007

Entre as 190 crianças infectadas, observou-se:

Assintomáticas ao nascimento 95%

Alterações neurológicas

(calcificações, dilatação ventricular): 21%

Retinocoroidite

Primeiro exame oftalmológico: 80%

Lesão exsudativa:

OD – 37,8% e OE – 42,0%

Tratamento reduz o risco de lesão ocular após o nascimento

• a densidade de cistos diminui com o tempo após a infecção;

• a ruptura dos cistos ocorre mais freqüentemente quando a imunidade está

imatura.

Por que tratar a criança com Toxoplasmose congênita?

Independente da presença de sinais/sintomas

Deve ser precoce

Prolongado, nos 12 primeiros meses de vida

Não impede completamente a ocorrência de lesões oculares – necessidade

de controle.

Prognóstico melhor com o tratamento

Wilson et al., 1980; Koppe, 1986; McLeod et al., 2006

Tratamento da toxoplasmose congênita

Lopes-Mori FM et al. Programs for control

of congenital toxoplasmosis. Rev Assoc

Med Bras. 2011

Educação

Políticas públicas Orientações

Monitoramento

Diagnóstico

Tratamento

Prevenção

primária

Triagem

pré-natal

Triagem

neonatal

Estratégias para controle da Toxoplasmose congênita

ESTRATÉGIAS PARA O CONTROLE DA TOXOPLASMOSE CONGENITA

TRIAGEM PRÉ-NATAL – recomendado em regiões com alta prevalência.

• iniciar no primeiro trimestre

• aumenta oferta de medidas educativas para as mulheres suscetíveis

• identifica o recém-nascido infectado precocemente

Educação preventiva no pré-natal

• Importante conhecer a epidemiologia da região (fatores de risco regionais)

• Orientação verbal melhor que impressa – profissionais capacitados

TRIAGEM NEONATAL

• Recomendada em regiões com baixa prevalência.

• Detecta 85% das crianças infectadas.

• Detecta infecções nas últimas semanas de gestação (transmissão elevada)

Vantajosa como medida complementar à triagem pré-natal.

ESTRATÉGIAS PARA O CONTROLE DA TOXOPLASMOSE CONGENITA

Infecção

An

tico

rpo

s

Tempo1 Mês 3 Meses 18 Meses

IgM

IFI

IgA

ELISA

IgM

ELISA

IgG

ELISA

Cinética dos Anticorpos durante a infecção pelo Toxoplasma gondii

Como identificar a gestante com infecção aguda?

Sorologia pré-nupcial

Sorologia antes

da concepção

Nenhum risco significativo

de toxoplasmose congênita.

positiva

negativa

Sorologia mensal

durante o pré-natal

negativa

Sorologia após o parto

negativa

negativa

Excluído toxoplasmose

na gestação

positiva

Soroconversão maternapositiva

•Tratamento da gestante

• Pesquisa da infecção fetal

(amniocentese)

• US obstétrico mensal

•Triagem neonatal

•Tratamento da criança infectada

positiva

nascimento

Programa preventivo para toxoplasmose congênita realizado na França

• Minas Gerais

REALIZAÇÃO

EM

PARCERIA

Controle da toxoplasmose congênita em Minas Gerais

PROPOSTA PARA MINAS GERAIS

1º trimestre de gravidez

1º TESTE

Infecção anterior à

gestação (apenas IgG +)

Suscetível

Sorologia negativa

Infecção aguda gestação

(IgM e IgG positivas)

Não repetir exames

Pré-natal na UBS

60% 40% 1%

Repetir exame no 2º trimestre

2º TESTEConfirmar em soro

(IgM, IgG, Avidez IgG)

Repetir exame no 3º trimestre

3º TESTE

Examinar o RN (IgM)

4º TESTE

1%

Infecção confirmada

Tratamento da gestante

Punção líquido amniótico

PCRTratamento do neonato Criança infectada

RESULTADOS ESPERADOS DA TRIAGEM PRÉ-NATAL PARA

TOXOPLASMOSE

Início precoce do pré-natal

Medidas educativas para a gestante durante todo o pré-natal

Capacitação dos profissionais responsáveis pelo pré-natal

Busca ativa da gestante em risco de adquirir toxoplasmose

Identificação precoce da gestante agudamente infectada e tratamento

Identificação precoce do neonato infectado e tratamento

Redução da gravidade dos casos de toxoplasmose congênita

Redução da ocorrência de crianças com toxoplasmose congênita

Orientação para reabilitação precoce das crianças infectadas