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TÓPICA É UMA PALAVRA DERIVADA

DO VOCÁBULO GREGO “TOPOV”, O

QUAL SIGNIFICA LUGAR, MAS PODE

TAMBÉM SIGNIFICAR A MATÉRIA

DE UM DISCURSO. . . . , NA RIQUEZA

DE SUA SIGNIFICAÇÃO SEMÂNTICA,

LEMBRA, POIS, QUE A NOVA

REVISTA É O LUGAR DA PESQUISA

PSICANALÍTICA”.

TRECHO DA APRESENTAÇÃO DA TÓPICA 1,

POR ZEFERINO ROCHA

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PRESIDENTEFernando Barbosa de Almeida

VICE-PRESIDENTENádima Carvalho Olimpio da Silva

TESOUREIRA Maria Edna Melo Silva

SECRETÁRIOElpídio Estanislau da Silva Jr.

COORDENADORA DA COMISSÃO DE FORMAÇÃO PSICANALÍTICAAna Lucila Barreiros B.de Araújo

COORDENADORA DA COMISSÃO CIENTÍFICALenilda Estanislau Soares de Almeida

COMISSÃO CIENTÍFICA E EDITORIALAna Lucila Barreiros B. de AraújoFrancisco José Passos SoaresHeliane de Almeida Lins LeitãoMaria Edna de Melo SilvaNádima Carvalho Olimpio da SilvaStella Maris Souza da Mota

PROJETO GRÁFICO/DIAGRAMAÇÃOMichel Rios

CAPAMichel Rios e Luísa Estanislau

TÓPICA é uma publicação bienal do Grupo

Psicanalítico de Alagoas (GPAL).

Parque Gonçalves Ledo, 47, Farol -

CEP: 57021-340 - Maceió-AL

82 3221.1404

[email protected] 1980-8992

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REFLEXÕES SOBRE UMA NOVA CONFIGU-RAÇÃO DE SUJEITO1

ESPERIDIÃO BARBOSA NETO

RESUMO

Há quase cem anos Freud encon-trava-se em pleno exercício na construção de sua teoria. Para ele, os sintomas psíquicos se tornariam objeto de grande preocupação para a humanidade, no futuro. Com a globalização, surgiram novos sin-tomas, envolvendo considerável número de pessoas. Atualmente, a psicanálise é convocada a repen-sar a ideia de sujeito, tanto quanto de meios para lidar com a demanda

de sofrimento. O obje-tivo deste artigo é refle-tir a respeito da ideia de sujeito, considerando as novas formas de identi-ficação no mundo globa-lizado. Apresentaremos, na sequência, o sujeito da psicanálise, uma nova configuração de sujeito, o papel da clínica na atua-lidade.

1

Texto original

apresentado na

Jornada do GPAL,

em novembro de

2014.

Professor da Universidade Federal de Alagoas; psicólogo; especialista em Filosofia

Política, Psicologia Social e em Psicopedagogia; mestre em Psicologia Clínica;

doutor em Psicologia clínica, com pesquisa em Psicopatologia Fundamental e

psicanálise, pela Universidade Católica de Pernambuco.

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Na atualidade, somos convocados à reflexão sobre a ideia de sujeito. O mundo globaliza-do distanciou-se, em muito, daquele do tem-po de Freud; o trauma, assim como o sintoma, têm outros modelos e repercussões. O sujeito, hoje, é feito de quê, e para quê? Há quase cem anos, Freud já havia previsto alguma mudança de paradigma no campo da psicanálise. Neste trabalho, objetivamos fazer refle-tir sobre o sujeito. Vamos pensá-lo segundo a concepção psicanalítica; refletir sobre o con-texto social do nosso século, com uma nova configuração de sujeito e o papel da clínica diante dos novos sintomas.

O SUJEITO PENSADO PELA PSICANÁLISE

O termo sujeito significa, dentre outras acep-ções, aquele que se sujeitou a uma referência, tendo se deixado guiar por ela. Na psicanáli-se, sujeito serve para designar aquele deter-minado pelo inconsciente, sem domínio de si mesmo. Seu desejo é constituído a partir do desejo do Outro. O recém-nascido, em esta-do de desamparo, torna-se demanda do de-sejo da mãe, que lhe assiste, marcando-o com seu desejo, para sempre; como escreveu Freud (1895/1977, p. 422): “o desamparo inicial dos seres humanos é a fonte primordial de todos os motivos morais”. Lacan acrescenta: o Outro materno, como função, eleva-se à condição de onipotên-

cia, instituidor da falta. Na medida em que o sujeito é efeito da lingua-gem, esta o afasta da ordem biológi-ca, instalando-o na do desejo, sinal inequívoco da condição humana de vulnerabilidade e dependência. Por isto, a pessoa diz mais do que o que pensa dizer, desconhece seu corpo e não pode prever suas ações, não tem pleno controle sobre seu destino.Lacan ensina que a articulação sig-nificante só é possível porque há um lugar vazio, que origina a cadeia. A mãe transmite a estrutura signifi-cante, enquanto o novo ser precisa criar seu espaço. Isto exige dele um trabalho. Neste ponto, dizemos que o sujeito se faz pela via da palavra, modo de endereçamento ao Outro, lugar possível de descoberta e re-criação de si mesmo, pelo qual ele se constitui e se reconstitui. Por isto que Freud optou pelo uso da livre associação, único meio de acesso ao inconsciente.

UMA NOVA CONFIGURAÇÃO DE SUJEITO

Freud pensou o sujeito a partir de um modelo de referência vertical do desenvolvimento psíquico, típico da sua época. Os filhos adotavam o

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modelo dos pais, e dos pais dos pais. O pai, como referência, constituía a representação de uma entidade maior. As gerações preservavam os valores dos seus antepassados.Mas Freud admitiu mudanças de paradigma e suas conseqüências. No Congresso de Budapeste3, iniciou seu pronunciamento dizendo que sempre esteve pronto “a aprender novas coisas” e a alterar seus mé-todos, de forma a poder melhorá--los (Freud, 1918/1976, p. 201). Se-guindo-se, falou da complexidade dos sintomas e das suas manifesta-ções no paciente. Ele disse: “é pos-sível prever” que haverá um tempo no qual a sociedade despertará para a gravidade da neurose e o direito a assistência psicológica. E concluiu: “mais cedo ou mais tarde, chega-remos a isso” (Freud, 1918/1976, p. 210). Nos termos de hoje, diríamos que Freud antecipou a ideia de “epide-mia”. Isto é, a neurose acentuada, afetando todas as classes sociais e espaços geográficos. É o que po-demos ver, nos dias de hoje, com a globalização e o surgimento de no-vos sintomas. O mundo globalizado institui uma nova ordem. Nesta, o sujeito preci-

sa ser repensado. Há uma profusão de objetos se-dutores, esvaziadora da autoridade paterna como referência, ocupando lu-gares e assumindo funções de “pai”. Para o sujeito, as representações do mundo se tornam fragmentadas, assim como os ideais; ele busca, na sua constitui-ção, referências a partir do outro como semelhan-te, no nível da horizonta-lidade.Sofisticados meios de co-municação impulsionam o consumo, o sujeito é afe-tado por grandes mudan-ças em pouco espaço de tempo. A vida se carac-teriza pela velocidade das coisas, há obsessão pelo imediato: o saber, as es-colhas, o luto, o consumo. Tudo tem que ser rápi-do, sobretudo os contatos entre as pessoas, inclusi-ve a felicidade, prometi-da como plena. Por outro lado, o sujeito se queixa mas não sabe de que. Ele desconhece a si mesmo

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Congresso inter-

nacional de Bu-

dapeste, 28 e 29

de setembro de

1918, pouco antes

do fim da primeira

guerra mundial.

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e não se questiona. Torna-se dependente de máquinas computadorizadas, orgulhoso pelo domínio da técnica e sob a ilusão de absoluta satisfação dos seus desejos. Segundo Siqueira (2007, p. 120), ele vive “em busca de prêmios e de reconhecimento pela sua habilidade no domínio e controle de técnicas profissionais”.Para Melman (2004), os sintomas da nossa época são efeitos da desconfiguração do in-consciente. Tudo é permitido, parece não ha-ver recalque. O sujeito não sabe o que quer; não reage, reflexivamente, à profusão de ob-jetos disponíveis, tornando-se vulnerável à sugestão, e limita-se ao aqui-agora. Mui-tas vezes, identifica-se com o diagnóstico e/ou medicamento prescrito. Nesse contexto, a indústria de fármacos não deixa espaço à re-flexão, pela qual o sujeito possa interrogar seu desejo. É o que mostra Silva Júnior e Lírio (2006, p. 5): “a tristeza e as frustrações reais do homem comum devem ser primeiramen-te isoladas de seu contexto social e renomea-das como depressão de origem orgânica [...]. O medicamento eficaz para sua supressão [é] apresentado como acesso imediato à felicida-de”.Desse modo, a ação mercadológica mobili-za o indivíduo no sentido perverso, imobili-zando-o como sujeito. Ao sugerir que tudo é possível, impede-se qualquer acontecimento subjetivo: temos o café descafeinado, a cer-veja sem álcool, o leite “magro”, ou o corpo “modelado” sem esforço. Neste caso, é como

se o sujeito pudesse dizer: “como não sou capaz de me gerir por conta própria, defendam-me, de qualquer modo, contra os perigos externos”. Ainda no rol da pragmaticidade glo-balizante, impera a ideia de trata-mento psicológico rápido e livre de sofrimento, ou a substância química que cura o mal-estar - uma econo-mia do trabalho psíquico.No curso dos acontecimentos, as novas gerações distanciam-se do passado e da reflexão. Seus pais, tão ocupados, perdem o contato com os filhos. Eles não se escutam. A função do limite é rechaçada, sob a justifi-cativa de “não frustrar” a criança, “não fazê-la passar pelos ‘horrores’ vivenciados pelos pais”. O adulto de hoje separa-se do jovem, um e outro se isola.Distanciadas as gerações, os jovens espelham-se nos heróis da atua-lidade, desde os jogos eletrônicos aos milionários jogadores de fute-bol. Esses heróis aparecem linkados ao consumo. A condição do sujeito é submeter-se a esse objeto, e so-mente a ele, abdicando de qualquer responsabilidade sobre seu desejo, ao invés de voltar-se para si mesmo, interrogando sobre seu mal estar.A ideia de sujeito encontra-se, desse

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modo, desvirtuada. Na falta da Lei, a capaci-dade de simbolizar é comprometida. Buscam--se respostas aos questionamentos no outro como semelhante, não havendo espaço para o grande Outro.

O PAPEL DA CLÍNICA DIANTE DOS NOVOS SINTOMAS

Há um mal-estar por parte da geração mais velha, outra da mais nova. O horror sentido pelos adultos de hoje acontece pelo fato de ter testemunhado a mudança. Alguém diz: “não faz tempo, e a vida era assim, agora tudo mu-dou, e para pior”. Os jovens, por outro lado, não se desesperam, em parte porque não co-nheceram o outro modo de vida (estabilida-de no emprego, durabilidade dos objetos de consumo e dos valores, não violência etc.), em parte porque lhes faltam tempo e meios para refletir a respeito de sua história. Eles vivem o mundo que se apresenta para eles, no mo-mento, do modo como se apresenta, sob um estado de passividade (ou falsa atividade) - se há desespero, este não é nomeado. O sujeito padece de sintomas quase sempre silenciados, muitas vezes expressados na clí-nica. Há dificuldades somáticas, submissão do corpo manifestada pelos transtornos alimen-tares, compulsão para o trabalho, supervalo-rização de exercícios físicos, frequentes inter-venções cirúrgicas de modelagem do corpo, sexualidade compulsiva, horror ao envelhe-

cimento, busca neurótica da saúde; enfim, esquecimento patológico do corpo (Barbosa Neto & Rocha, 2014; Siqueira, 2007). As redes sociais tes-temunham o disfarce do sintoma e a aparente felicidade, na dinâmica das relações. Partimos do princípio de que tudo tem uma dimensão negativa e ou-tra positiva; é necessário, e possível, destacar esta última. Acreditamos que, apesar da força do mercado, uma nova ordem é possível. Ao in-vés de nos mantermos num lamen-to sem fim, estamos no espaço da humanidade, e a história continua a ser construída, como afirma Fran-cisco (2012, p. 19): “(...) não somos humanos por natureza. A humani-dade vai se construindo e o humano é inconcluso”.É necessário se pensar, por um lado, o desespero dos mais velhos, por outro, o contexto da nova geração. Tem que se encorajar o sujeito, por meio de um discurso que lhe pro-ponha dignidade, mas não sem so-frimento, nem com a promessa de felicidade plena. Diante da sua inér-cia e da profusão de objetos dispo-níveis, como se pode fazer surgir a subjetividade? O que dará mobili-dade ao seu desejo? O que pode sen-

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sibilizá-lo? A clínica psicanalítica o convida à palavra, pela qual ele pode questionar a si mesmo, resgatando sua condição. Assim, o sujeito há de investir na construção do sen-tido da vida, ao invés de se manter preso aos objetos de consumo. Ele será capaz de ressig-nificar as experiências de perdas, ao invés da busca do consumo como fuga do mal-estar.Freud, em 1918, lamentou sobre as impos-sibilidades da sua época. Ele disse: “presen-temente nada podemos fazer pelas camadas sociais mais amplas, que sofrem de neuro-ses de maneira extremamente grave” (Freud, 1918/1976, p. 210). No entanto, sua visão de futuro foi positiva, ele pensou, por um lado, o agravamento das neuroses – algo inevitá-vel -, mas, por outro, a responsabilidade do Estado: “quando isto acontecer – pensou ele - haverá instituições ou clinicas de pacientes externos” (Idem, p. 210), patrocinadas pelo Estado, em condições de lidar com a nova re-alidade.Atualmente, diante dos novos sintomas, o psicanalista precisa repensar sua função, se-gundo as dificuldades da simbolização por parte do sujeito. Isto é, deve haver uma cer-ta mobilização dos psicanalistas, que hão de criar novos meios de atender à demanda. Sem perder de vista a clínica do simbólico – segundo uma orientação vertical das identi-ficações - deve ser considerada a primazia do Real, de modo que o sujeito não se exima de responsabilidade diante do seu ato.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nem tudo está perdido. Do ponto de vista do gozo (Lacan, 1973/1982), é preciso elaborar a excitação que se produziu pelas circunstâncias da herança e dos primeiros contatos com a vida, para se fazer uso dela. O ganho secundário na doença, se-gundo Freud (1905/1972), é inde-vido do ponto de vista da economia psíquica. Deve-se exercer um tra-balho para se ter direito a esse ga-nho, torná-lo legítimo. Do ponto de vista filosófico, segundo o filóso-fo Kierkegaard (Citado por Barbosa Neto & Rocha, 2014), o objeto per-dido é inalcançável, o acontecimen-to passado é impossível de ser repe-tido, ele só pode ser retomado em outra condição, isto é, ressignifica-do.Para Lacan, o sujeito se encontra in-tegrado no circuito do Outro, ele é um dos seus elos. Por isto, ele está condenado a reproduzir o discurso do pai, as faltas dele: “estou conde-nado a reproduzi-las porque é pre-ciso que eu retome o discurso que ele me legou, [...] porque não se pára a cadeia do discurso, e porque estou justamente encarregado de transmiti-lo em sua forma aberran-

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te a outrem” (Lacan, 1957/1985, p. 118; grifo nosso). Não sendo possível se fazer herdeiro pela via do simbólico, que se faça pelo reconhecimen-to daquilo no qual se está implicado. Somos responsáveis pelo nosso desejo. A tarefa do sujeito é se esforçar, o tempo todo, no senti-do de se posicionar no campo da linguagem, nele podendo construir sua morada, apesar do Real. É fazer do destino um pertencimento.Sob essa condição, o sujeito é capaz de fazer escolhas e responsabilizar-se por elas, ao in-vés de submeter-se à ordem do consumismo, por exemplo. Como sujeito de falta, seu tra-balho será, sempre, no sentido de se superar diante de uma realidade que tende a fragmen-tá-lo, sob a promessa de plenitude.

REFERÊNCIAS

Barbosa Neto, E; & Rocha, Z. (2014). A repeti-ção na psicanálise e suas repercussões clíni-cas com aporte do conceito de repetição em Kierkegaard. Tese de doutorado, Universida-de Católica de Pernambuco, Recife, Brasil.

Francisco, A. L. (2012). Psicologia clínica: prática em construção e desafios para a for-mação. Curitiba: CRV.

Freud, S. (1977). Projeto para uma psicolo-gia científica. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund

Freud, vol. 1. Rio de Janeiro: Imago. (originalmente publicado em 1895).pp. 381-530.

Freud, S. (1972). Fragmentos da análise de um caso de histeria. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v 7. Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1905). pp. 1-119.

Freud, (1976). Linhas de progres-so na terapia psicanalítica. Edição Standard Brasileira das Obras Psi-cológicas Completas de Sigmund Freud, v 17. Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1918). pp. 199-211.

Lacan, J. (1985). O seminário: Li-vro 2 – O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Rio de Ja-neiro: Zahar. (Originalmente publi-cado em 1957).

Lacan, J. (1982). O seminário: Li-vro 20 – Mais, ainda. Rio de Janei-ro: Zahar. (Originalmente publicado em 1973).

Melman, C. (2004). Formas clínicas da nova patologia mental. Reci-

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fe: Centro de Estudos Freudianos de Recife.

Silva Júnior, N.; & Lírio, D. R. (2006). A recodificação pós-moder-na da perversão: sobre a produção do comportamento de consumo e sua gramática libidinal. Ágora, nº 9, pp. 65-78.

Siqueira, A. J. (2007). Palavra, si-lêncio e escuta. Recife: Editora Uni-versitária da UFPE.

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Fontes : Família Gotham e Leitura News

Maceió, novembro de 2015

Publicado originalmente em novembro

de 2015 em www.gpal.com.br

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