tolerÂncia como princÍpio da democracia e seus limites

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TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES.

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Page 1: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

TOLERÂNCIACOMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA

E SEUS LIMITES.

Page 2: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

TOLERÂNCIA; SEPARAÇÃO DOS PODERES; JUSTIÇA. Aqui veremos o primeiro princípio.

3 PRINCÍPIOS DA DEMOCRACIA

Page 3: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

A Liberdade de expressão. Na democracia, todos têm o direito de dizer

e pensar o que quiser, desde que não infrinjam as Leis.

Esse direito se divide em muitas “liberdades”, que devem ser regulamentadas.

O que está em jogo?

Page 4: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

A Liberdade de expressão. É a Liberdade das liberdades. Não é uma

liberdade como as outras.

Problema específico de regulamentação

Page 5: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

• Como garantir liberdade de expressão igual para todos?

• Como fazer para que a livre expressão de opiniões hostis – como o Imperialismo (imposição do modelo ocidental) o Nacionalismo (extrema direita: questão étnica) e o fundamentalismo (questão religiosa) – à democracia não acabe prejudicando a própria democracia?

Questões

Page 6: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

O que deve fazer a democracia? Deve deixá-los expressar-se, sem reagir? Ou deve tratar de defender-se?

Diante do fundamentalismo e do nacionalismo

Page 7: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Como o religioso, na sua ambição de constituir o laço social por excelência, e fundado na suposição de forças invisíveis, pode coexistir com o político, cuja ambição é análoga?

Como lidar com a concorrência entre os poderes?

POLÍTICA E RELIGIÃO

Page 8: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Teocracia: Tibet (quando separado da China) e o Vaticano;

Ateísmo: URSS.

Casos históricos

Page 9: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Opor-se aos partidos religiosos? Opor-se à religião em geral? Parece evidente que convém-lhe ao menos,

se quiser sobreviver como democrático, livrar da tutela do religioso.

O que convém ao poder político?

Page 10: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

O poder político usou dupla estratégia: Subtraiu-se à influência de uma Igreja

particular, concedendo igual status a todas elas (Tolerância);

Negou a todas as igrejas o direito de ingerir-se nos assuntos “civis”, “públicos” ou “políticos” (Laicidade ou Secularização).

O que foi feito no Ocidente?

Page 11: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Dante: De monarchia (1311); defende o rei; Marsílio de Pádua: Defensor pacis (1324);

defende o rei; John Locke: Primeira Carta sobre a tolerância

(1689). Este autor recusa a tolerância aos inimigos da tolerância (católicos e ateus).

Obras fundamentais sobre o tema

Page 12: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Thomas Jeferson, um dos líderes da declaração de independência e 3º presidente dos EUA, dizia:

“Se meu vizinho disser que há 20 deuses ou que não há nenhum, ele não me prejudica em nada; não rouba meu dinheiro nem quebra minha perna”.

Uma máxima sobre o tema

Page 13: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

A política pode ser dissociada totalmente das crenças religiosas;

A virtude cívica é de ordem puramente racional e pode ser possuída tanto pelo ateu quanto pelo religioso.

O que T. Jeferson ensina?

Page 14: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

A democracia está garantida desde que o Estado continue sendo a única instância capaz de determinar aquilo que é ou não é legítimo no espaço público.

Tentativa de conclusão

Page 15: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Os Estados modernos se autodefinem como “Estado-nação”.

1ª consequência: a ideia de entidade pré-existente (povo, etnia, raça...).

Consequências secundárias: Etnocentrismo: sentimento de superioridade que pode levar ao “patriotismo” mesquinho e até ao “ódio ao outro”.

ÓDIO AO OUTRO E CENSURA

Page 16: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Anti-semitismo; Escravização dos negros; “Anticagots” (sudoeste da França e norte da

Espanha; Pirineus): os chamados Cagots recorreram à justiça e Luis XIV promulgou a 1ª lei anti-racismo do mundo, em 1683, definindo multa para quem chamasse alguém de Cagot (descendente de leproso, judeu ou herege).

Consequência do ódio ao outro

Page 17: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

A lei de Luís XIV ficou no esquecimento, foi uma exceção;

Só no início do séc. XX surgiu, na opinião pública, a consciência de que a injúria ou difamação racial devia ser objeto de sanção judiciária.

Aliou-se a isso muitas leis para impedir a incitação ao ódio (religioso ou racial).

Ódio ao outro é crime?

Page 18: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Nacionalismo étnico, nos países não democráticos (exemplo: ex-Iugoslávia);

Grupos de extrema direita, apoiados no Fundamentalismo, nos países democráticos (exemplo: questão dos imigrantes).

Reações à nova onda jurídica

Page 19: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Os CONTRÁRIOS à censura dizem: a censura legal é tão odiosa quanto perigosa; é ridículo pedir aos juízes que decidam sobre o que deve ser a verdade histórica; condenar os que “negam” a igualdade do outro e dar popularidade aos adversários.

Os 2 últimos argumentos parecem frágeis, mas o que dizer do 1º?

Como censurar tais reações?

Page 20: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Os FAVORÁVEIS à censura legal da incitação ao ódio vão na seguinte linha: os “negacionistas” (os que negam a censura legal) usam de argumentos logicamente corretos, mas politicamente insustentáveis.

É lógico que na Democracia a censura é problema teórico. Mas é política correta impedir os riscos dos “inimigos” da liberdade.

Como censurar tais reações?

Page 21: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

Censurar ou não censurar a liberdade de expressão? Eis a questão.

Como posicionar diante da questão

Page 22: TOLERÂNCIA COMO PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA E SEUS LIMITES

DELACAMPANHE, Christian. A filosofia política hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, p.29-48.

Referência