todo estudante, ao chegar na universidade, precisa se conscientizar que o aprendizado depende dele...

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COMBINAÇÕES DE DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO PARA O CAPIM-MOMBAÇA JOSÉ LAVRES JUNIOR Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Agronomia, Área de Concentração: Solos e Nutrição de Plantas. PIRACICABA Estado de São Paulo - Brasil Novembro - 2001

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Todo estudante, ao chegar na universidade, precisa se conscientizar que o aprendizado depende dele mesmo. Nesta obra, você vai encontrar uma série de instrumentos para que o estudante organize sua vida de estudo para aproveitá-la ao máximo.

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  • COMBINAES DE DOSES DE NITROGNIO E POTSSIO

    PARA O CAPIM-MOMBAA

    JOS LAVRES JUNIOR

    Dissertao apresentada Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de So Paulo, para obteno do ttulo de Mestre em Agronomia, rea de Concentrao: Solos e Nutrio de Plantas.

    PIRACICABA

    Estado de So Paulo - Brasil

    Novembro - 2001

  • COMBINAES DE DOSES DE NITROGNIO E POTSSIO

    PARA O CAPIM-MOMBAA

    JOS LAVRES JUNIOR

    Engenheiro Agrnomo

    Orientador: Prof. Dr. FRANCISCO ANTONIO MONTEIRO

    Dissertao apresentada Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de So Paulo, para obteno do ttulo de Mestre em Agronomia, rea de Concentrao: Solos e Nutrio de Plantas.

    PIRACICABA

    Estado de So Paulo - Brasil

    Novembro - 2001

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)DIVISO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAO - ESALQ/USP

    Lavres Junior, JosCombinaes de doses de nitrognio e potssio para o capim-mombaa / Jos Lavres Junior. - - Piracicaba,

    2001.103 p.

    Dissertao (mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2001.Bibliografia.

    1. Capim mombaa 2. Fertilizantes nitrogenados 3. Fertilizantes Potssicos 4. Nutrio vegetal I . Ttulo

    CDD 633.2

    Permitida a cpia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte O autor

  • A Deus pelas graas concedidas na minha vida.

    Aos meus queridos pais Lavres e dria, por todo o apoio e incentivo ilimitado

    em todas as etapas e fases de minha vida,

    AGRADEO

    Aos meus irmos Hayanna, Iago e Hannah e

    Maria Teresa pelo apoio e carinho em todos os momentos.

    E a toda minha famlia em especial ao meu tio Omar, por sempre

    acreditar no meu ideal,

    DEDICO

  • AGRADECIMENTOS

    Meu reconhecimento ao Professor Dr. Francisco Antonio Monteiro, pela sua

    extremada orientao, amizade e confiana, desde a minha graduao.

    Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico - CNPq, pelo

    apoio financeiro e institucional prestado para a realizao deste trabalho.

    Aos Professores Antonio Roque Dechen e Quirino Augusto de Camargo Carmello

    pelos conhecimentos transmitidos, ateno e colaborao no trabalho de

    pesquisa.

    Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" e Coordenao do Programa de

    Ps-Graduao em Solos e Nutrio de Plantas pela realizao do curso.

    Aos amigos Joo de Deus Gomes dos Santos Junior, Roberto Wagner Cavalcanti

    Raposo, Waldssimiler Teixeira de Mattos e Walcylene Lacerda Matos Pereira,

    pela ajuda e grande amizade desenvolvida.

    A todos os professores do Curso de Solos e Nutrio de Plantas pelos conhecimentos

    transmitidos.

    s funcionrias do Laboratrio de Solos e Nutrio de Plantas - ESALQ/USP, Lcia

    Forti, Lurdes Gonzlez , Nivanda Moura, Ednia Mondoni, Sueli Bovi e Nancy

    Amaral pela amizade e auxlio na execuo das anlises.

    Aos estagirios da Nutrio Mineral de Plantas, Jussiara Vendemiatti, Tiago Maique,

    Cristiane Prezzoto, Dylnei Consolmagno Neto, Jos Dias Corra, Humberto

    Ayres Neto e Simeire Manarin pela amizade e apoio na conduo do

    experimento.

    Aos amigos Daniel Medeiros, Gildemberg Amorim Leal Jnior e aos amigos da

    Repblica Lesma Lerda pela unio fraterna.

  • SUMRIO

    Pgina

    RESUMO ..........................................................................................

    SUMMARY ....................................................................................... x

    1 INTRODUO .............................................................................. 1

    2 REVISO DE LITERATURA ......................................................... 3

    2.1 Panicum maximum Jacq. ............................................................ 3

    2.2 Nitrognio e a produo de massa de gramneas forrageiras .... 6

    2.3 Potssio e a produo de massa de gramneas forrageiras ....... 10

    2.4 Relao nitrognio : potssio ..................................................... 13

    2.5 Perfilhamento e taxa de aparecimento de folha ......................... 16

    2.6 rea foliar ................................................................................... 20

    2.7 Estimativa do teor de clorofila atravs do valor SPAD ............... 22

    2.8 Atividade da redutase do nitrato ................................................. 23

    2.9 Comprimento total e superfcie total de razes ............................ 25

    3 MATERIAL E MTODOS .............................................................. 29

    3.1 Local, perodo e espcie forrageira ............................................ 29

    3.2 Instalao e conduo do experimento ...................................... 29

    3.3 Doses de nitrognio e potssio, solues nutritivas e delineamento experimental .........................................................

    30

    3.4 Produo de massa seca ........................................................... 32

    3.5 Determinao da rea foliar ....................................................... 32

    viii

  • vi

    3.6 Determinao da superfcie total e comprimento total do

    sistema radicular do capim-Mombaa ........................................

    32

    3.7 Composio mineral ................................................................... 33

    3.8 Atividade da redutase do nitrato ................................................. 33

    3.9 Estimativa de teor de clorofila atravs do valor SPAD................. 34

    3.10 Anlises estatsticas ................................................................. 34

    4 RESULTADOS E DISCUSSO ..................................................... 35

    4.1 Produo de massa seca da planta forrageira............................ 35

    4.2 Nmero de perfilhos e de folhas ................................................. 40

    4.3 rea foliar ................................................................................... 47

    4.4 Estimativa do teor de clorofila atravs do valor SPAD ............... 50

    4.5 Atividade da redutase do nitrato ................................................. 53

    4.6 Superfcie total e comprimento total do sistema

    radicular....................................................................................... 57

    4.7 Concentrao de nitrognio no tecido vegetal ........................... 60

    4.7.1 Folhas emergentes .................................................................. 60

    4.7.2 Lminas de folhas recm-expandidas ..................................... 63

    4.7.3 Lminas de folhas maduras ..................................................... 66

    4.7.4 Colmos mais bainhas .............................................................. 68

    4.7.5 Razes ...................................................................................... 71

    4.8 Concentrao de potssio no tecido vegetal .............................. 73

    4.8.1 Folhas emergentes .................................................................. 73

    4.8.2 Lminas de folhas recm-expandidas ..................................... 75

    4.8.3 Lminas de folhas maduras ..................................................... 77

    4.8.4 Colmos mais bainhas .............................................................. 80

    4.8.5 Razes ...................................................................................... 83

    4.9 Concentrao de clcio nas lminas de folhas recm-

    expandidas ................................................................................. 84

  • vii

    4.10 Concentrao de magnsio nas lminas de folhas recm-

    expandidas................................................................................

    87

    4.11 Concentrao de enxofre nas lminas de folhas recm-

    expandidas ............................................................................... 89

    5 CONCLUSES .............................................................................. 92

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................. 93

  • COMBINAES DE DOSES DE NITROGNIO E POTSSIO

    PARA O CAPIM-MOMBAA

    Autor : Jos Lavres Junior

    Orientador : Prof. Dr. Francisco Antonio Monteiro RESUMO

    Com o objetivo de avaliar os efeitos de combinaes de doses de

    nitrognio e potssio nos atributos bioqumicos, fisiolgicos, produtivos e

    nutricionais do Panicum maximum Jacq. cv. Mombaa cultivado em soluo

    nutritiva e utilizando slica moda como substrato, conduziu-se um experimento

    em casa-de-vegetao no perodo de novembro de 2000 a fevereiro de 2001.

    Foi empregado o desenho experimental composto central modificado de um

    esquema fatorial 52 incompleto, perfazendo um total de 13 combinaes das

    doses de nitrognio e potssio (28N-19,5K; 28N-234K; 28N-429K; 112N-117K;

    112N-312K; 210N-19,5K; 210N-234K; 210N-429K; 336N-117K; 336N-312K;

    462N-19,5K; 462N-234K e 462N-429K), as quais foram distribudas segundo o

    delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repeties. Aos 36

    dias aps o transplante das plntulas procedeu-se o primeiro corte das plantas

    e o material da parte area foi separado em folhas emergentes, lminas das

  • ix

    duas folhas recm-expandidas, lminas das folhas maduras e colmos mais

    bainhas. Aos 29 dias aps o primeiro corte realizou-se a segunda colheita ,

    procedendo-se a separao da parte area como no primeiro corte e sendo as

    razes separadas da slica e lavadas. Os resultados evidenciaram interao

    significativa (P

  • NITROGEN AND POTASSIUM COMBINATIONS TO MOMBAA GRASS

    Author : Jos Lavres Junior

    Adviser: Prof. Dr. Francisco Antonio Monteiro SUMMARY

    With the objective of evaluating the effects of nitrogen and potassium on

    biochemical and physiological parameters on mineral nutrition and yield of

    Panicum maximum Jacq. cv. Mombaa. An experiment was carried out in a

    greenhouse from November 2000 to February 2001. The forage was grown in

    nutrient solution using ground quartz as substrate . The experimental arrange

    used was an incomplete 52 factorial of nitrogen and potassium and the 13

    combinations between nitrogen and potassium (28N-19.5K; 28N-234K; 28N-

    429K; 112N-117K; 112N-312K; 210N-19.5K; 210N-234K; 210N-429K; 336N-

    117K; 336N-312K; 462N-19.5K; 462N-234K and 462N-429K) were obtained

    according to design points of the modified central composite nonrotatable design

    that was set in a randomized block design, with four replications. Plants were

    first harvested 36 days after transplanting and the plant tops was separated in

    emergent leaves (EL), lamina of recently expanded leaves (RL), lamina of

    mature leaves (ML) and stems plus sheaths (SS). Twenty nine days after the

    first harvest the plants were harvested again and the plant tops were separated

  • xi

    as in the first harvest and roots were also collected and washed. Results

    showed nitrogen X potassium interaction was significant (P

  • 1 INTRODUO

    O suprimento de nutrientes constitui-se em um importante fator na

    produo de forragem, visto que as pastagens so a principal fonte de alimento

    nos sistemas de produo animal nas condies brasileiras. Assim, a fertilidade

    do solo exerce grande influncia na produo dessas gramneas e

    consequentemente na explorao animal onde as diversas modalidades de uso

    do solo obrigam a atividade pecuria ser mais eficiente e competitiva.

    Vrias espcies forrageiras so utilizadas na formao de pastagem no

    Brasil e dentre elas o Panicum maximum Jacq. vem sendo utilizado h dcadas

    na engorda de bovinos, em virtude do seu alto potencial de produo de massa

    seca, que tem atingido em condies tropicais um nvel de produo de massa

    seca em torno de 25 Mg ha-1 ano-1, alm da sua boa qualidade como alimento

    animal.

    O lanamento de novos cultivares dessa espcie, como o Tanznia-1 e o

    Mombaa, respectivamente em 1991 e 1993, pela Empresa Brasileira de

    Pesquisa Agropecuria - CNPGC, fez com que fosse incrementada a utilizao

    desses novos gentipos no Pas. O capim-Mombaa tem sido cada vez mais

    utilizado em reas com a modalidade do pastejo rotacionado. Porm,

    atualmente existe uma carncia de informaes relativas s exigncias

    nutricionais dessas plantas forrageiras recm-lanadas no comrcio, o que

    torna necessria a realizao de estudos com a finalidade de obter dados

    referentes ao comportamento fisiolgico e produtivo desse capim.

    O manejo da fertilidade do solo, a prtica da adubao e o conhecimento

    das exigncias nutricionais dessas plantas forrageiras so fatores de grande

  • 2

    importncia para a prtica do manejo de pastagens, que se reflete na maior

    produo de forragem e disponibilidade de alimento para os animais.

    Dentre os fatores nutricionais envolvidos, o nitrognio e o potssio

    desempenham importante papel na produo de forragem e na qualidade da

    forragem. O nitrognio por ser componente essencial de aminocidos e

    protenas, cidos nuclicos, hormnios e clorofila, dentre outros compostos

    orgnicos essenciais vida das plantas e o potssio por estar envolvido em

    diversas reaes bioqumicas necessrias ao metabolismo vegetal, alm de

    serem os nutrientes mais extrados pelas plantas.

    Desta forma, partindo-se da hiptese de que o nitrognio e o potssio

    interagem no incremento da produo e na melhoria da nutrio do capim

    objetivou-se avaliar os efeitos de combinaes de doses de nitrognio e de

    potssio em soluo nutritiva nos atributos bioqumicos, fisiolgicos, nutricionais

    e produtivos do capim-Mombaa.

  • 2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 Panicum maximum Jacq.

    A introduo de capins originrios das regies tropicais do Continente

    Africano em regies de pecuria no Brasil sempre se revestiu de grande

    importncia e cada vez mais assume destaque pelo fato deles apresentarem

    boa adaptao s condies edficas dos solos brasileiros e climticas

    semelhantes ao seu centro de origem, como tambm por serem a base

    principal do fornecimento de alimento para o rebanho.

    Dentro da espcie Panicum maximum Jacq. ocorrem muitos cultivares,

    sendo o capim-Colonio o mais difundido e utilizado nos sistemas de

    explorao de pastagens e produo pecuria no Brasil. As informaes sobre

    a rea ocupada e cultivada pelos capins do gnero Panicum no pas no so

    precisas, porm j so utilizados h dcadas principalmente em reas de

    desmatamento destinadas implantao de pastagens. Quanto ao cultivar

    Mombaa as informaes atuais so poucas, porm sabe-se que a utilizao

    desse capim vem crescendo principalmente em reas de explorao

    intensificada de pastagens, como na modalidade de pastejo rotacionado.

    De acordo com Aronovich (1995) a espcie Panicum maximum chegou a

    ocupar rea superior a seis milhes de hectares no Brasil e, provavelmente pela

    crescente degradao dessas pastagens, principalmente pela falta do manejo

    aliada baixa reposio de nutrientes ao solo, essa rea pode ter sofrido

    reduo. Essa diminuio de rea tem sido verificada aps alguns ciclos de

    pastejo, evidenciando o decrscimo na produo de massa seca e persistncia

  • 4

    das plantas no sistema, com decrscimo na produo de carne e leite. Portanto,

    a questo fundamental para uma nova expanso de rea do Panicum maximum

    est fundamentada no conhecimento da exigncia da planta forrageira quanto

    aos atributos fsicos e qumicos do solo, os quais tm restringido a sua

    persistncia em reas de explorao mais tecnificadas.

    Neste sentido, pesquisas tm sido desenvolvidas com a finalidade de

    selecionar materiais mais adaptados s condies de solos de baixa fertilidade

    e cidos, de grande ocorrncia no Brasil Central, onde a atividade pecuria

    bastante explorada. De acordo com Jank (1995) a busca por materiais

    genticos superiores para gramneas forrageiras tropicais foi incrementada nos

    anos 80 e resultou no lanamento de vrios cultivares no Brasil. Jank (1995)

    tambm destacou que, atualmente no pas, existem programas de

    melhoramento gentico com diversas espcies forrageiras como Brachiaria

    spp., Pennisetum purpureum, Paspalum sp. e Panicum maximum , entre outros.

    Esses programas foram responsveis pelo lanamento de cultivares como os

    capins Centenrio e Centauro, respectivamente em 1986 e 1988 pelo Instituto

    Agronmico de Campinas; o cultivar Aruana lanado em 1989 pelo Instituto de

    Zootecnia; o cultivar Vencedor em 1990 pelo Centro de Pesquisa Agropecuria

    dos Cerrados - Embrapa e mais recentemente os cultivares Tanznia-1 e

    Mombaa, respectivamente em 1990 e 1993 pelo Centro Nacional de Pesquisa

    de Gado de Corte - Embrapa, juntamente com outras instituies, sendo estes

    ltimos resultado da seleo direta do germoplasma, procedente da ORSTOM -

    Frana e coletado no Qunia e Tanznia.

    A espcie Panicum maximum amplamente explorada no mundo como

    planta forrageira, e de acordo com Hacker & Jank (1998) os cultivares

    Natsukaze e Natsuyutaka so utilizados no Japo principalmente para a

    produo de feno; os cultivares Gaton, Petrie e Hamil so bastante utilizados na

    Austrlia e o cultivar Likoni introduzido em Cuba e Porto Rico em sistemas de

    produo de leite. No Brasil os principais cultivares so o Colonio, Sempre

    Verde, Tobiat, Aruana, Colonio IZ-1, Centenrio, Centauro, Vencedor,

  • 5

    Tanznia-1 e Mombaa, sendo o capim-Colonio o mais difundido e um dos

    principais capins que ocupam grande rea no pas.

    Conforme informaes da Embrapa - CNPGC (1993) e Jank (1995) o

    capim-Mombaa uma planta de crescimento cespitoso chegando a atingir

    cerca de 1,70 m de altura e tem folhas com porte ereto com largura de at trs

    centmetros. Possui poucas manchas roxas nas espiguetas e pouca pilosidade

    nos colmos.

    Jank et al. (1994) e Jank (1995), comparando as diferenas agronmicas

    entre os cultivares Tanznia-1 e Mombaa e as testemunhas Colonio e

    Tobiat, em avaliao no CNPGC, observaram que os cultivares Tanznia-1 e

    Mombaa foram respectivamente 86 e 136% mais produtivos que o cultivar

    Colonio, apresentaram, respectivamente, 29 e 32% maior percentagem de

    folhas, sendo que a distribuio durante o ano da produo, dos capins

    Mombaa e Tanznia-1, tambm foi melhor em relao ao Colonio e o

    Tobiat. A produo de massa seca de folhas do capim-Mombaa foi de 33

    Mg ha-1 ano-1, para o capim-Tanznia-1 26 Mg ha-1 ano-1, enquanto que no

    capim-Colonio essa produo foi de 14 Mg ha-1 ano-1. Com relao produo

    entre dois anos consecutivos, quando no foram adicionados os nutrientes ao

    solo durante a fase de crescimento das plantas, o cultivar Tanznia-1 e o

    Mombaa reduziram a sua produo em 48 e 45% respectivamente, enquanto

    que o Colonio reduziu em 65%.

    Machado et al. (1997), em experimento de avaliao de oito gentipos de

    Panicum maximum (Aruana, Centenrio, Colonio, K249, KK8, Mombaa,

    Tanznia-1 e Tobiat) quanto produo de massa seca verde total, de folhas

    e a relao folha:colmo, submetidos a duas alturas de corte em dois perodos

    experimentais (perodo chuvoso e seco), constataram que o capim-Mombaa foi

    um dos mais produtivos em ambas alturas de corte durante o ano.

    Com o objetivo de avaliar a produo de massa seca de trs gramneas

    forrageiras (Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha e Panicum maximum

    cv. Mombaa) influenciados pela aplicao de nitrognio e fsforo, Pacheco et

  • 6

    al. (1996) verificaram maior produo de massa seca pela Brachiaria

    decumbens seguida pelo capim-Mombaa e pela Brachiaria brizantha.

    Concluram que as braquirias tiveram o mesmo comportamento, enquanto que

    o capim-Mombaa foi menos exigente em fsforo.

    Corra & Freitas (1997) constataram que entre os quatro cultivares de

    Panicum maximum (Tanznia-1, Mombaa, Vencedor e T21) submetidos a

    doses de fsforo aplicadas no plantio, o cultivar Mombaa foi o mais produtivo,

    seguido pelo T21 e do Tanznia-1, enquanto o cultivar Vencedor foi o menos

    produtivo.

    2.2 Nitrognio e a produo de massa de gramneas forrageiras

    O nitrognio, apesar de abundante na atmosfera na forma de N2

    compondo 78% do ar atmosfrico, est presente em baixas concentraes na

    maioria dos solos. Este elemento mineral no componente da rocha matriz, a

    qual a grande fonte da maioria dos nutrientes minerais aos solos.

    O nitrognio considerado um dos principais nutrientes que causam

    maior impacto no desenvolvimento e produo de plantas forrageiras e

    consequentemente aumento nos ndices zootcnicos como produo de carne

    e leite, sendo portanto, uma das ferramentas essenciais ao manejo da

    pastagem em sistemas de produo de bovinos.

    Segundo Monteiro (1995) e Jarvis (1998) em condies edficas e

    climticas normais e mediante a no ocorrncia de outra limitao, ou seja, o

    equilbrio entre nutrientes no substrato, o suprimento de gua e as variveis

    climticas sendo controladas e no se tornando limitantes, as plantas

    forrageiras respondem acentuadamente ao suprimento de nitrognio.

    O nitrognio o elemento essencial exigido pelas plantas em maior

    quantidade (Taiz & Zeiger, 1998), geralmente representa de 20 a 40 g kg-1 da

    massa seca dos tecidos vegetais (Mengel & Kirkby, 1987), sendo componente

    integral de muitos compostos essenciais aos processos de crescimento vegetal

  • 7

    como aminocidos e protenas, participa com quatro tomos na molcula de

    clorofila, componente dos cidos nuclicos que so indispensveis no s

    como material de construo de tecidos vegetais, mas tambm nos ncleos

    celulares e protoplasma em que se acham calcados os controles hereditrios.

    essencial para utilizao de carboidratos no interior da planta, alm de estimular

    o crescimento e o desenvolvimento de folhas, caules e razes, promovendo uma

    maior absoro de outros nutrientes. (Brady, 1989; Hopkins, 1995; Marschner,

    1995; Nabinger, 1997; Taiz & Zeiger, 1998).

    Werner (1986) destacou a importncia do nitrognio para plantas

    forrageiras por ser um elemento mineral essencial para a manuteno da

    produtividade das plantas e por ser o principal constituinte de protenas que

    participam ativamente na sntese de compostos orgnicos necessrios ao

    metabolismo vegetal e so constituintes da estrutura das plantas, sendo

    portanto, responsvel por caractersticas ligadas ao porte da planta tais como o

    tamanho das folhas, tamanho do colmo e aparecimento e desenvolvimento de

    perfilhos.

    Segundo Corsi (1984) o nitrognio promove diversas alteraes

    fisiolgicas em gramneas forrageiras, como no nmero, tamanho, peso e taxa

    de aparecimento de perfilhos e folhas, e alongamento do colmo, que so fatores

    intrnsecos na produo de massa seca e valor nutritivo da planta forrageira,

    resultando na elevao de ndices zootcnicos.

    De acordo com Colozza (1998) diversos estudos tm demonstrado

    aumentos significativos na produo de massa seca e valor nutricional de

    Panicum maximum com o suprimento de nitrognio e, apesar de na maioria

    desses experimentos ter havido respostas lineares ao nitrognio nessas

    variveis, a magnitude dessas respostas tm sido variadas, concluindo deste

    modo, a necessidade de estudar as doses de nitrognio aplicadas como

    tambm a freqncia do seu suprimento para melhor entender o

    comportamento produtivo dessas plantas.

  • 8

    Mattos & Werner (1979), em experimento de campo com durao de trs

    anos, estudaram a aplicao de nitrognio nas doses de 75, 150, 225 kg ha-1 e

    testemunha no capim-Colonio e verificaram que a produo de massa seca e

    a concentrao de protena bruta aumentaram linearmente com a elevao das

    doses de nitrognio.

    Singh & Rai (1984), com o objetivo de avaliar as respostas dos cultivares

    Guinea e Eyles de Panicum maximum e Panicum coloratum ao suprimento de

    nitrognio (0; 40; 80; 120 kg ha-1) cultivados em rea com teor mdio de

    potssio no solo, observaram que as trs gramneas responderam

    significativamente s adies de nitrognio nas doses de 80 e 120 kg ha-1, para

    a produo de massa seca e contedo de protena bruta, respectivamente.

    Carvalho et al. (1991), cultivando Brachiaria decumbens em um

    Latossolo Vermelho - Amarelo lico, observaram que a concentrao de

    nitrognio na parte area do capim aumentou linearmente com a aplicao

    desse nutriente at a dose de 400 kg ha-1.

    Com relao ao gnero Panicum, Santos et al. (1995) constataram que

    com o fornecimento de nitrognio para o capim-Vencedor, a mxima produo

    de massa seca foi alcanada com a dose de nitrognio de 362 mg L-1 de

    soluo nutritiva. Observaram ainda que a concentrao de nitrognio

    aumentou linearmente nas partes da planta com o incremento das doses de

    nitrognio e que as mais altas concentraes ocorreram nas lminas de folhas

    recm-expandidas. Houve aumento significativo no nmero de perfilhos com o

    suprimento de nitrognio na soluo.

    Corra et al. (1996) avaliaram a produo de massa seca, a

    concentrao de nitrognio e o perfilhamento do capim-Vencedor submetido ao

    suprimento de nitrognio e verificaram que o nmero de perfilhos e a produo

    de massa seca da parte area foram influenciados significativamente pelo

    fornecimento das doses do nutriente. Constataram tambm que a concentrao

    de nitrognio nas lminas de folhas recm-expandidas aumentou linearmente

    com o incremento de nitrognio na soluo nutritiva.

  • 9

    Colozza (1998), trabalhando com dois capins de gnero Panicum

    (cultivares Aruana e Mombaa) cultivados em Latossolo Vermelho-Amarelo

    distrfico em condio de casa-de-vegetao e mediante o fornecimento de

    nitrognio, obteve pontos de mxima produo de massa seca da parte area

    para o capim-Aruana com o emprego de nitrognio de 171 e 332 mg kg-1 de

    solo, respectivamente para o primeiro e segundo perodo de crescimentos da

    gramnea, enquanto que para o capim-Mombaa os pontos de mxima

    produo de massa seca da parte area ocorreram com o fornecimento de

    nitrognio de 147 e 294 mg kg-1 de solo. A produo mxima de massa seca de

    razes do capim-Aruana foi obtida com o emprego de nitrognio em 262 mg kg-1

    de solo e para o capim-Mombaa com a dose de nitrognio de 224 mg kg-1 de

    solo. Observou tambm que a concentrao de nitrognio nas folhas dos capins

    e o perfilhamento aumentaram medida que o nitrognio foi incrementado e

    que a lmina de folhas recm-expandidas foi a parte da planta mais adequada

    para avaliar o estado nutricional em relao ao nitrognio.

    Santos (1997), em experimento com Brachiaria decumbens, estudou oito

    doses de nitrognio (0; 14; 42; 126; 210; 294; 378; 462 mg L-1 de soluo) e

    verificou aumentos significativos na produo de massa seca da parte area e

    razes e no nmero de perfilhos. Verificou tambm que as lminas de folhas

    recm-expandidas mostraram-se as mais indicadas para a avaliao da

    nutrio da gramnea forrageira quanto ao nitrognio.

    Manarin (2000), testando a influncia do nitrognio no capim-Mombaa,

    obteve pontos de mxima produo de massa seca da parte area com o

    suprimento de nitrognio de 447 e 433 mg L-1 de soluo nutritiva,

    respectivamente para o primeiro e segundo crescimentos da planta. Constatou

    que o valor mximo de produo de massa seca das razes seria obtido com a

    dose de nitrognio de 484 mg L-1, sendo esta superior ao limite estudado no

    experimento.

    De acordo com Monteiro (1995) a utilizao de nitrognio para a

    aplicao em pastagens de Panicum maximum, tem variado de 50 a 300

  • 10

    kg ha-1 ano-1, sendo que a dose mais baixa tem sido considerada como mnima

    para evitar a degradao do pasto e as doses mais elevadas recomendadas

    para incrementos na produo da pastagem, necessitando portanto do

    parcelamento dessas doses para reduzir ou evitar a perda do adubo

    nitrogenado principalmente pela lixiviao.

    2.3 Potssio e a produo de massa de gramneas forrageiras

    O teor mdio de potssio na crosta terrestre est em torno de 23 g kg-1,

    sendo a maior parte deste elemento constituinte de argilominerais. Em solos

    orgnicos freqentemente os teores de argila e potssio so baixos e portanto a

    principal fonte deste elemento para o crescimento dos vegetais, em condies

    normais, a intemperizao de minerais como feldspato e mica (Mengel &

    Kirkby, 1987).

    O potssio um elemento essencial para todos os organismos vivos,

    sendo o ction mais importante nos processos fisiolgicos das plantas no

    somente pela sua concentrao nos tecidos vegetais, mas tambm pelas suas

    funes bioqumicas (Mengel & Kirkby, 1987).

    Prximo ao nitrognio, o potssio o nutriente mineral retirado em

    grande quantidade pelas plantas (Marschner, 1995), ocupando o segundo lugar

    (Epstein, 1975; Taiz & Zeiger, 1998). A exigncia de potssio para o timo

    crescimento das plantas, varia entre 20 a 50 g kg-1 de massa seca do vegetal

    (Marschner, 1995). Est presente nas plantas na forma de K+ e altamente

    mvel. Desempenha vrias funes na vida do vegetal, como no processo de

    regulao do potencial osmtico das clulas, ativador de muitas enzimas

    envolvidas na respirao e fotossntese, participa na translocao de

    carboidratos, aumenta a resistncia salinidade, geada, seca, doenas e ao

    acamamento e confere qualidade aos produtos (Epstein, 1975; Malavolta, 1980;

    Marschner, 1995; Taiz & Zeiger, 1998).

  • 11

    Segundo Werner (1986) as plantas forrageiras deficientes em potssio

    apresentam colmos finos, raquticos e pouco resistentes ao acamamento, as

    folhas so pouco desenvolvidas e em fases mais avanadas de deficincia

    ocorre a clorose e posterior necrose nas pontas e nas margens, afetando assim

    a produtividade da planta forrageira. Raij (1991) tambm enfatizou que as

    plantas em condies de carncia deste nutriente apresentam turgidez

    reduzida, e sob deficincia de gua tornam-se flcidas, sendo pouco resistentes

    seca e mais susceptveis ao ataque de fungos.

    Nas reas dedicadas a pastagens no generalizada a ocorrncia de

    baixos teores de potssio trocvel (Monteiro, 1995), porm a sua exportao

    em reas com plantas forrageiras submetidas a cortes com remoo da

    forragem (reas de capineira, produo de mudas e fenao) deve merecer

    uma ateno especial (Monteiro, 1998). Portanto, o regime de fertilizao

    potssica dever ser manejado de acordo com a capacidade do solo em suprir

    este elemento para as plantas, pelo total de potssio removido nos ciclos de

    pastejo. Tambm deve-se atentar para a reciclagem deste nutriente atravs das

    fezes e urina dos animais, que mesmo no tendo uniforme distribuio na rea

    de pastagem, contribui com a entrada deste elemento nas reas de pastagens

    como discutido por Monteiro & Werner (1994 e 1997).

    Vicente-Chandler et al. (1962) cultivaram Panicum maximum cv. Guinea

    em um solo Podzlico Vermelho-Amarelo, nas condies de trpico mido em

    Porto Rico, e forneceram uma elevada dose de nitrognio (660 kg ha-1) e cinco

    doses de potssio de 0; 220; 440; 880 e 1760 kg ha-1 na forma de cloreto de

    potssio, sendo o adubo potssico aplicado aps cada corte da planta.

    Verificaram efeito positivo na produo de massa seca pelo fornecimento de

    potssio at a dose de 440 kg ha-1 ano-1. Constataram tambm que, no local

    onde no foi realizada essa fertilizao, as plantas mostraram sinais de

    deficincia de potssio, caracterizadas pelos pontos marrons e necrose na

    ponta das folhas mais velhas.

  • 12

    Frana & Haag (1985), cultivando o Panicum maximum cv. Tobiat em

    solues nutritivas completa e com a omisso de nutrientes, observaram que na

    omisso de potssio houve reduo acentuada na produo de massa seca e

    no nmero de perfilhos em relao soluo completa.

    Mattos (1997) conduziu dois experimentos em casa-de-vegetao com

    Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha em soluo nutritiva, com a

    finalidade de estudar a diagnose nutricional de potssio nessas duas espcies

    forrageiras. Constatou que o suprimento de potssio na soluo promoveu

    aumentos na produo de massa seca da parte area e das razes, no nmero

    de perfilhos e na concentrao de potssio nos componentes da parte area e

    das razes em ambas espcies.

    Silva et al. (1995), em experimento com o capim-Tanznia-1 submetido a

    doses de potssio (0; 9,75; 39; 78; 156; 234 e 312 mg L-1) em soluo nutritiva,

    verificaram efeitos significativos no perfilhamento e na produo de massa seca

    da parte area pelo suprimento de potssio. Concluram que as mximas

    produes ocorreriam em doses superiores s utilizadas no experimento.

    Benetti & Monteiro (1999) estudaram o efeito do suprimento de doses de

    potssio (0; 9,75; 39; 78; 156; 234; 312 e 468 mg L-1) em soluo nutritiva na

    produo de massa seca da parte area e das razes, no perfilhamento e na

    composio qumica do capim-Vencedor. Observaram que ocorreram efeitos

    significativos das doses de potssio na produo de massa seca da parte area

    e das razes, no nmero de perfilhos, na concentrao de potssio e magnsio

    nos componentes da parte area e nas razes, como tambm no acmulo do

    potssio nas plantas. Constataram que houve efeito antagnico entre as doses

    de potssio e a concentrao de magnsio nos tecidos, e que a maior

    concentrao de potssio foi encontrada nas bainhas das folhas, nos dois

    crescimentos do capim.

    Pereira (2001) avaliou o efeito do fornecimento de potssio para o capim-

    Mombaa, utilizando doses de potssio na soluo similares s de Benetti &

    Monteiro (1999) e verificou que o perfilhamento, a produo de massa seca da

  • 13

    parte area e das razes e a concentrao de potssio nos componentes da

    parte area (folhas em expanso, lminas de folhas recm-expandidas, laminas

    de folhas maduras, colmos mais bainhas) e razes aumentaram

    significativamente com a adio de potssio. No primeiro corte, os resultados

    da produo de massa seca ajustaram-se a uma equao de segundo grau e o

    ponto de mxima produo ocorreria acima do limite estudado. Para o segundo

    corte, a produo da parte area tambm se ajustou a um modelo quadrtico

    em funo das doses de potssio e o ponto de mxima produo foi obtido com

    o potssio na soluo em 460 mg L-1.

    Com relao ao suprimento de potssio para as plantas deve-se salientar

    porm, que para situaes onde a aplicao de potssio no solo elevada e

    contnua, poder muitas vezes ocorrer o "consumo de luxo", interferindo assim

    na absoro e disponibilidade fisiolgica do clcio e magnsio para esses

    vegetais.

    Segundo Monteiro (1995) a recomendao de adubao com potssio

    para pastagens com plantas forrageiras do gnero Panicum tem sido feita com

    base na anlise de terra. Na formao do pasto, na situao de teor muito baixo

    ou baixo de potssio trocvel (abaixo de 1,5 mmolc dm-3) aconselhvel a

    aplicao de K2O base de 60 kg ha-1 e para pastagens formadas tal dosagem

    tem sido de 60 ou 30 kg ha-1, para os casos de teores muito baixo/baixo ou

    mdio, respectivamente.

    2.4 Relao nitrognio : potssio

    A adubao nitrogenada tem, por muitas vezes, apresentado respostas

    produtivas abaixo das esperadas em virtude de inadequados nveis de potssio,

    o que sugere uma relao entre a absoro e o aproveitamento destes dois

    macronutrientes (Monteiro et al., 1980). Diante deste fato, Monteiro et al. (1980)

    conduziram um experimento com capim-Colonio j estabelecido, o qual tinha

    recebido doses de nitrognio nos trs anos anteriores e potssio no ano

  • 14

    anterior. Realizaram novo suprimento de nitrognio em ausncia de adubao

    potssica ou com a adio de cloreto de potssio na dose de 167 kg ha-1.

    Constataram que a adio do adubo potssico proporcionou aumentos

    significativos na produo de massa seca do capim e que a adubao potssica

    na ausncia da fertilizao com nitrognio resultou em produo de massa seca

    relativamente maior do que a adio de nitrognio de 75 ou 150 kg ha-1 na

    ausncia do suprimento de potssio.

    Carvalho et al. (1991), estudando o efeito da aplicao de nitrognio (0;

    100; 200 e 400 kg ha-1 ano-1) e potssio (0; 75 e 150 kg ha-1 ano-1) em capim-

    braquiria cultivada em um Latossolo Vermelho-Amarelo lico, verificaram que

    com o baixo fornecimento de potssio a resposta adubao nitrogenada foi

    limitada. Porm, constataram efeito positivo da fertilizao com nitrognio na

    produo de massa seca e que esse efeito dependeu da aplicao de potssio,

    concluindo que, com o baixo suprimento de potssio, no havia resposta da

    planta adubao nitrogenada, mas com o aumento da fertilizao potssica

    ocorria marcante resposta adubao com nitrognio.

    Martim (1997), estudando os efeitos das doses de nitrognio de 20; 100

    e 180 kg ha-1 e doses de potssio de 15; 75 e 135 kg ha-1 para os capins

    Coastcross-1 e Tifton 85, verificou que ocorreram efeitos significativos da

    interao entre nitrognio e potssio, quanto a produo de massa seca.

    Concluiu que os maiores incrementos dessa produo, em funo da aplicao

    de nitrognio, ocorreram nas doses mais elevadas de potssio, enquanto as

    mais elevadas concentraes de nitrognio foram obtidas nas mais baixas

    doses de potssio. A concentrao de potssio aumentou enquanto as

    concentrao de nitrognio diminuiu com as doses de potssio.

    Andrade (1997) avaliou os efeitos das adubaes nitrogenada e

    potssica na espcie Pennisetum purpureum cv. Napier, nas doses de

    nitrognio de 20; 50; 100; 200; 300; 350 e 380 kg ha-1 e potssio nas doses de

    16; 40; 80; 160; 240; 280 e 304 kg ha-1, em experimento constitudo de um

    esquema fatorial incompleto perfazendo 14 combinaes. Verificou que apenas

  • 15

    no segundo crescimento das plantas a produo de massa seca foi influenciada

    significativamente pelas doses de nitrognio e de potssio. Observou tambm

    incremento de produo de 76%, quando os nutrientes foram fornecidos na

    combinao das mais baixas doses (20 e 16 kg ha-1) para a das mais altas (300

    e 304 kg ha-1).

    Ferragine (1998), trabalhando com o capim-braquiria, estudou cinco

    doses de nitrognio (42; 140; 238; 336 e 434 mg L-1) em combinao com trs

    doses de potssio (78; 234 e 390 mg L-1) em soluo nutritiva e verificou

    interao significativa entre o nitrognio e potssio na produo de massa seca

    da parte area no primeiro crescimento. No estudo das doses de nitrognio

    dentro de cada dose de potssio constatou que a produo de massa seca do

    capim foi influenciada significativamente pelas doses de nitrognio em cada

    dose de potssio e em qualquer dos casos analisados a resposta ao nitrognio

    se ajustou a modelo linear. A maior produo de massa seca da parte area, no

    primeiro corte, foi alcanada mediante o suprimento de nitrognio na soluo

    em 434 mg L-1 e em presena da dose de potssio de 234 mg L-1, numa relao

    de concentrao de nitrognio e potssio na soluo nutritiva de 1,85 : 1.

    Coutinho et al. (2001) estudaram os efeitos das doses de nitrognio de

    30; 60; 120; 180 e 240 kg ha-1 e doses de potssio de 30; 60; 120 e 180 kg ha-1

    no capim Coastcross, e constataram que as adubaes nitrogenada e potssica

    aumentaram significativamente a produo de massa seca do capim em todos

    os cortes efetuados no experimento e as concentraes desses nutrientes na

    parte area do capim. Verificaram tambm sintomas tpicos de deficincia

    desses nutrientes nas plantas correspondentes aos tratamentos que receberam

    as mais baixas doses de nitrognio e potssio.

    Com o objetivo de avaliar os efeitos da combinao de doses de

    nitrognio (100; 200 e 400 kg ha-1 ano-1) e de potssio (50; 100 e 200

    kg ha-1 ano-1) na produo de massa seca e composio qumica da forragem

    produzida, Fonseca et al. (2001) conduziram um experimento com capim-

    Napier submetido a nove tratamentos resultantes da combinao das trs

  • 16

    doses de nitrognio e trs doses de potssio. Constataram que a produo de

    massa seca das lminas foliares da gramnea forrageira aumentou

    expressivamente com as doses de nitrognio e potssio com incrementos de

    aproximadamente 300% relativos s menores doses aplicadas, e que a

    composio qumica das plantas foi influenciada pela combinao das doses

    dos nutrientes.

    Vrios autores tm destacado que a necessidade da fertilizao

    potssica para plantas forrageiras muitas vezes calculada em relao ao

    regime da adubao nitrogenada. Isto tem sido apontado em diversos estudos,

    os quais chegam a estabelecer uma relao entre 1,5 a 3,0 kg de K2O para

    cada 4,0 kg de N aplicado, ou ainda, numa proporo de nitrognio de 160

    kg ha-1 ano-1 para potssio de 110 kg ha-1 ano-1. Contudo, vale uma ressalva

    quanto a generalizao dessas relaes preestabelecidas, pois primeiramente

    deve-se conhecer melhor as exigncias nutricionais para cada espcie, ou

    ainda, para cada cultivar, aliada ao manejo das plantas, alm das condies

    edficas e climticas locais como tambm pelo fato de estes dois nutrientes

    possurem dinmicas distintas no solo.

    2.5 Perfilhamento e taxa de aparecimento de folha

    A produtividade e a perenidade das pastagens decorrem de sua

    capacidade de reconstituio de nova rea foliar aps desfolha intensa, sob

    pastejo rotacionado, ou da manuteno de sua rea foliar sob pastejo contnuo.

    Tal capacidade, alm de depender de fatores ambientais como luz,

    temperatura, fertilidade e umidade do solo, decorre de caractersticas

    genotpicas da vegetao, onde o desenvolvimento, crescimento e senescncia

    de folhas e perfilhos constituem processos fisiolgicos que caracterizam a

    dinmica do desenvolvimento de uma pastagem (Gomide, 1997).

  • 17

    De acordo com Silsbury (1970) o desenvolvimento vegetativo de uma

    gramnea caracterizado pelo aparecimento e desenvolvimento de folhas e

    perfilhos, alongamento do colmo e desenvolvimento do sistema radicular.

    Nabinger (1997) relatou que gentipos com alta taxa de surgimento de

    folhas apresentam alto potencial de perfilhamento e determinam uma pastagem

    com uma densidade de perfilhos mais elevada do que aquelas com baixa taxa

    de surgimento de folhas.

    O aparecimento e o desenvolvimento de perfilhos esto associados

    atividade meristemtica. Nas gramneas tropicais, levando-se em considerao

    s diferenas entre gentipos, o perfilhamento relaciona-se positivamente com

    altas temperaturas, alta intensidade luminosa e elevadas disponibilidades de

    gua e de nutrientes minerais (Langer, 1963). Tambm, Favoretto (1993)

    apontou para o efeito da remoo do material vegetal, ressaltando que

    dependendo da severidade do corte, estdio de crescimento e gentipo da

    planta, a remoo do pice ou de todo o caule pode promover ou causar

    inibio no perfilhamento.

    Segundo Nabinger (1997) o potencial de perfilhamento determinado

    pela velocidade de emisso de folhas, pois na formao de cada folha h

    correspondncia com a gerao de uma ou mais gemas axilares.

    A densidade de perfilhos tem sua importncia associada a outras

    caractersticas estruturais da pastagem, como o nmero de folhas por perfilho e

    o tamanho da folha, os quais so componentes determinantes do ndice de rea

    foliar (IAF). Este ndice o principal fator que influencia a interceptao da luz e

    consequentemente a dinmica de rebrota do pasto (Chapman & Lamaire,

    1993).

    Dentre vrios fatores, como temperatura, luz, umidade do solo e

    caractersticas genotpicas da espcie vegetal, a disponibilidade de nutrientes

    exerce grande influncia na taxa de aparecimento de folhas, no perfilhamento e

    consequentemente na rea foliar do dossel.

  • 18

    Werner (1986) realou o efeito do nitrognio no crescimento de

    gramneas, por exercer influncia no tamanho das folhas, no colmo e no

    desenvolvimento dos perfilhos. Nabinger (1997) tambm destacou a

    importncia do nitrognio na taxa de aparecimento de perfilhos, mas salientou

    que elevadas doses desse nutriente podem determinar uma menor densidade

    de perfilhos no pasto devido ao mais rpido desenvolvimento do ndice de rea

    foliar e ao aumento na mortalidade dos mesmos.

    Vrios estudos tm mostrado a influncia do estado nutricional da planta

    forrageira no seu perfilhamento. Santos et al. (1995), cultivando o capim-

    Vencedor submetido a doses de nitrognio, constataram que o perfilhamento

    das plantas diferiu acentuadamente entre as condies de baixo e alto

    fornecimento de nitrognio na soluo nutritiva.

    Corra (1996) estudou doses de nitrognio e de magnsio no

    perfilhamento dos capins Colonio, Tanznia-1 e Vencedor, e constatou efeitos

    significativos das doses de nitrognio no perfilhamento dos trs capins.

    Colozza (1998) observou que o nmero de perfilhos variou

    significativamente com as doses de nitrognio, nos dois cortes efetuados nos

    capins Aruana e Mombaa. Para o capim-Aruana obteve o maior nmero de

    perfilhos com as doses de nitrognio de 150 e 233 mg kg-1 de solo, no primeiro

    e segundo crescimento das plantas, respectivamente, enquanto que, no capim-

    Mombaa esse aumento no perfilhamento correspondeu s doses de nitrognio

    de 149 e 268 mg kg-1 de solo, no primeiro e segundo crescimento,

    respectivamente.

    Manarin (2000), trabalhando com o capim-Mombaa submetido a doses

    de nitrognio na soluo nutritiva, concluiu que o nmero de perfilhos nos dois

    perodos de crescimento foi significativamente influenciado pelo suprimento do

    nitrognio.

    Pereira (2001) avaliou o efeito do fornecimento de potssio na soluo

    nutritiva para o perfilhamento do capim-Mombaa e constatou que as doses de

    potssio tiveram efeito significativo no nmero de perfilhos nos dois perodos de

  • 19

    crescimentos do capim. Verificou tambm que o maior nmero de perfilhos foi

    obtido com dose de potssio igual ou superior a 234 mg L-1 no final do primeiro

    crescimento e igual a 468 mg L-1 no final do segundo crescimento.

    Quanto taxa de aparecimento de folhas, muitos trabalhos empregaram

    o ndice plastocrnico, ou simplesmente, plastocrono que representa o perodo

    em dias, entre o aparecimento de primrdios foliares sucessivos. Porm,

    atualmente tem-se utilizado outra varivel, o filocromo, que definido como o

    perodo entre o aparecimento de duas folhas sucessivas.

    Segundo Gomide (1997), quatro tipos de folhas podem ser observados

    durante o desenvolvimento dos perfilhos, classificados em folhas senescentes,

    folhas completamente expandidas, folhas emergentes e folhas em expanso

    envolvidas pelo pseudo-colmo. Destacou tambm que o intervalo de tempo

    para o aparecimento de duas folhas sucessivas, expresso em graus-dias ou

    dias-graus, geneticamente determinado e condicionado pelos fatores do meio,

    e o inverso do intervalo de tempo para o crescimento de duas folhas sucessivas

    estima a taxa de aparecimento de folhas, expresso em folhas-dia, que

    influenciado por fatores abiticos e biticos.

    Skinner & Nelson (1992 e 1994) descreveram que a taxa de

    aparecimento de folhas obtida atravs do inverso do filocromo e que

    representa o nmero de folhas por perfilho-dia.

    Ferragine et al. (2001) estudaram o capim-braquiria submetido a doses

    de nitrognio e potssio na soluo e avaliaram o nmero de folhas verdes nos

    dois crescimentos das plantas. Concluram que a mdia de folhas verdes por

    perfilho foi significativamente influenciada pelo suprimento de nitrognio nos

    dois perodos de crescimento, e que no houve efeito significativo tanto da

    interao NxK, como do suprimento de potssio. Descreveram que a taxa de

    aparecimento de folhas foi maior quando o nitrognio foi suprido nas doses de

    336 e 434 mg L-1.

  • 20

    2.6 rea foliar

    As plantas forrageiras so extremamente bem adaptadas s condies

    de desfolha, pois possuem mecanismos de formao contnua de tecido aps a

    remoo das folhas, sendo este mecanismo verificado at antes do estgio de

    florescimento ser alcanado. Durante a fase vegetativa as regies de

    crescimento (zonas meristemticas) esto localizadas na base das plantas,

    alm do alcance da boca de animais e do corte por mquinas. Caso alguns

    meristemas sejam removidos pela desfolha, eles so prontamente substitudos

    por novos perfilhos. Poucas plantas possuem um mecanismo eficiente de

    recuperao do crescimento e por isso no de se admirar que as gramneas

    tenham assumido a posio de importantes plantas forrageiras (Langer, 1979).

    Para o incremento da produo vegetal necessrio que ocorra um

    aumento na utilizao de energia solar e de outros fatores ambientais

    favorveis. A fotossntese de folhas individuais mxima quando as suas

    superfcies esto perpendiculares radiao solar. Quando a exposio aos

    raios solares reduzida abaixo do nvel de saturao pelo efeito do

    sombreamento ou pela reduo do ngulo de inclinao, a fotossntese por

    unidade de superfcie de folha torna-se reduzida. Para uma utilizao eficiente

    da radiao solar torna-se necessrio que as folhas possuam alta capacidade

    fotossinttica, mximo aproveitamento de captao da energia luminosa e

    distribuio favorvel da energia luminosa por todas as folhas na cultura (Brown

    & Blaser, 1968).

    Segundo Nabinger (1997) entre os fatores limitantes ao ndice de rea

    foliar (IAF) a deficincia de gua e de nitrognio so os mais comuns e, tanto a

    deficincia de gua como a de nitrognio diminuem progressivamente a taxa

    fotossinttica das folhas, a eficincia de converso, a interceptao de luz, a

    produo da energia luminosa e consequentemente a rea foliar do vegetal.

    O estado nutricional das plantas, como tambm as condies do

    ambiente como temperatura, luminosidade, umidade do solo aliados s

  • 21

    caractersticas genticas da planta e manejo, so ferramentas fundamentais

    para o processo de formao e manuteno dos tecidos vegetais e

    consequentemente de sua rea foliar.

    Pinto et al. (1994), com o objetivo de avaliar a taxa de expanso foliar do

    Panicum maximum cv. Guin e Setaria anceps cv. Kazungula cultivadas com

    nitrognio, concluram que o capim-Guin apresentou mais lenta emisso de

    folhas e menor nmero de folhas em crescimento simultneo em cada colmo.

    Para o capim-Setria, a emisso de folhas foi mais intensa com maior nmero

    de folhas crescendo simultaneamente em cada colmo, porm sendo a durao

    do crescimento e as taxa de expanso foliar menores, resultando em folhas

    menores em relao ao capim-Guin. Manarin (2000) tambm observou efeitos

    significativos do fornecimento de nitrognio na rea foliar dos componentes

    avaliados na parte area do capim-Mombaa.

    Pereira (2001), em estudo com capim-Mombaa avaliando os efeitos do

    fornecimento do potssio para a rea foliar, verificou que houve incrementos

    significativos com a adio das doses de potssio na soluo nutritiva, nos dois

    perodos de crescimento da planta forrageira. Constatou tambm que os

    resultados ajustaram-se a modelo linear, tanto no primeiro como no segundo

    corte e que esses valores demonstraram que as medidas da rea foliar

    poderiam ser mais elevadas, caso as doses excedessem s empregadas. Na

    dose mais elevada (468 mg L-1) foram encontrados valores para rea foliar de

    3.072 e 4.082 cm2/vaso para o primeiro e segundo corte, respectivamente.

    Mattos (2001) observou que a rea foliar da Brachiaria decumbens

    cultivada em solo retirado de rea no recentemente adubada na ocasio do

    segundo corte, foi incrementada com o suprimento do nitrognio e que esse

    efeito foi representado por modelo linear. Na dose mais elevada de nitrognio

    (200 mg dm-3 de solo), constatou que a mxima rea foliar obtida foi de 1.124

    cm2/vaso. Para o segundo corte da gramnea cultivada em solo retirado de rea

    recentemente adubada no encontrou efeitos significativos do suprimento de

    nitrognio na rea foliar.

  • 22

    2.7 Estimativa do teor de clorofila atravs do valor SPAD

    O medidor de clorofila SPAD-502 desenvolvido pela Minolta no Japo

    fornece leituras em unidades SPAD que correspondem ao teor do pigmento

    presente na folha. O instrumento tem sido usado para estimar a concentrao

    de nitrognio na folha, visto que a clorofila e o nitrognio se correlacionam

    positivamente. H, ainda, algumas vantagens no uso deste medidor, como por

    ser porttil e de fcil manuseio, possibilitar economia de tempo e dinheiro, j

    que no h necessidade de mandar as amostras ao laboratrio, viabiliza o

    diagnstico prvio de uma possvel deficincia de nitrognio podendo prevenir

    um estado de carncia severa, alm de ser uma tcnica no destrutiva e que

    permite a amostragem tantas vezes quanto necessrias, sem a destruio do

    limbo foliar (Minolta Camera Co., 1989).

    De acordo com Santos (1997) as informaes de pesquisa

    correlacionando os resultados das leituras do clorofilmetro com a

    concentrao de nutrientes e o rendimento de diversas culturas, ainda so

    escassas, com plantas forrageiras. Manarin (2000) ressaltou a escassez de

    trabalhos de pesquisa correlacionando os valores de leitura SPAD com

    resposta fisiolgicas e produtivas para as espcies forrageiras tropicais,

    atentando para a necessidade de se realizarem estudos, disponibilizando maior

    nmero de informaes a respeito dessas plantas.

    Por outro lado diversos estudos foram realizados com a finalidade de

    avaliar o estado nutricional das culturas com uso do clorofilmetro, como o

    caso do arroz (Turner & Jund, 1991; Mayol, 1996) e do milho (Piekielek & Fox,

    1992; Feil et al., 1997; Scharf, 2001).

    Santos (1997), utilizando o clorofilmetro SPAD-502, para determinao

    indireta de clorofila nas lminas foliares do capim-braquiria, obteve alto

    coeficiente de correlao entre as leituras do aparelho e as doses de nitrognio

    nos dois crescimentos da planta (r2=0,90 e r2=0,99 no primeiro e segundo

    crescimento, respectivamente). Constatou que a estimativa do teor de clorofila

  • 23

    pelas unidades SPAD no primeiro e segundo crescimento do capim variou entre

    17,0 e 50,2 e 23,9 e 52,0 para a condio de omisso e a dose de nitrognio

    para o mximo valor SPAD, que foram de 330 e 442 mg L-1, respectivamente.

    Colozza (1998) verificou que os valores SPAD nas lminas de folhas

    recm-expandidas do capim-Mombaa, no primeiro e segundo cortes das

    plantas, variaram significativamente com as doses de nitrognio e que essas

    variaes seguiram modelos quadrticos. Encontrou que com a aplicao de

    nitrognio nas doses de 242 e 307 mg kg-1 de solo seriam obtidos os mximos

    valores SPAD para ambos crescimentos correspondendo leitura de 45,0 e

    40,6 unidades, respectivamente.

    Manarin (2000) observou efeito significativo do suprimento de nitrognio

    nos valores SPAD obtidos em lminas de folhas recm-expandidas do capim-

    Mombaa, nos dois perodos de crescimento da forrageira. Verificou que o valor

    SPAD no primeiro crescimento variou entre 22,1 e 46,9 nas condies de

    omisso de nitrognio na soluo e a dose do nutriente que proporcionou

    mximo valor SPAD. Observou tambm que os valores SPAD para o nvel

    crtico de concentrao de nitrognio nas lminas de folhas recm-expandidas

    variaram entre 41 e 45 unidades.

    2.8 Atividade da redutase do nitrato

    Os vegetais podem absorver nitrognio na forma de nitrato (NO3-) ou

    amnio (NH4+), assimilando-o na forma de amnia (NH3). As plantas podem

    absorver e acumular grandes quantidades de nitrato nos seus tecidos sem

    assimil-lo e consequentemente no sendo incorporados na forma de

    aminocidos e protenas. Esse nitrato acumulado nos vacolos (reservatrios)

    enquanto que o citoplasma o local indutor para a reao de reduo. No

    citoplasma o nitrato reduzido amnia atravs da interveno de duas

    enzimas, a redutase do nitrato e a redutase do nitrito. A concentrao de nitrato

    no tecido vegetal pode compor em torno de 10 g kg-1 da massa seca do vegetal,

  • 24

    porm na mdia, compe cerca de 0 a 2 g kg-1 da massa seca de tecido vegetal

    (Fernandes & Rossiello, 1995).

    A enzima redutase do nitrato (RNO3-) catalisa a reduo do nitrato a

    nitrito. Essa enzima atua nas plantas, algas e fungos como um ponto central

    para a integrao do metabolismo, governando o fluxo de reduo do nitrognio

    atravs de muitos mecanismos. Ela definida como uma flavoprotena

    composta por um complexo heme-Fe e molibdnio (Campbell, 1999).

    Embora as plantas possam reduzir o nitrato nas razes e folhas, algumas

    tm a tendncia reduzi-lo nas folhas, enquanto outras fazem preferencialmente

    nas razes. Plantas de milho, algodo e soja, reduzem o NO3- principalmente

    nas folhas, enquanto que em plantas de fumo a reduo pode acontecer tanto

    nas folhas, como nas razes; sendo portanto caractersticas controladas

    geneticamente e que podem sofrer ao do ambiente (Fernandes & Rossiello,

    1995).

    A atividade enzimtica da redutase do nitrato nas plantas torna-se uma

    importante ferramenta no auxlio da diagnose nutricional por ser indicadora do

    "status" de nitrognio na planta, correlacionando-se com a produo de massa

    seca da planta e a concentrao de nitrognio no tecido foliar.

    Trabalhando com o capim-Colonio e propores de amnio e nitrato,

    Andrade (1994) constatou que a atividade "in vitro" da redutase do nitrato

    aumentou significativamente quando foram fornecidas ambas as fontes de

    nitrognio, indicando certa ao estimuladora do on amnio na atividade da

    enzima.

    Abreu (1994), estudando os capins Tanznia-1, Marandu e gordura

    (Melinis minutiflora), constatou que a elevao das doses de nitrato na soluo

    nutritiva resultou em aumentos significativos na atividade da enzima nas folhas

    dos capins e proporcionou diferenas significativas entre as trs doses de

    nitrato empregadas.

    Em estudo com os capins Colonio, Tanznia-1 e Vencedor submetidos

    a doses de nitrognio e magnsio, Corra (1996) verificou que a atividade da

  • 25

    enzima redutase do nitrato nas folhas das gramneas aumentou com as doses

    de nitrognio, independentemente da dose de magnsio utilizada na soluo

    nutritiva.

    Manarin (2000) encontrou efeitos marcantes do suprimento de nitrognio

    na atividade enzimtica da redutase do nitrato no primeiro e segundo

    crescimento do capim-Mombaa.

    2.9 Comprimento total e superfcie total de razes

    O uso cada vez mais intenso de terras agrcolas, aliado ao

    desenvolvimento de tecnologias modernas de cultivo e s presses econmicas

    para reduzir custos de produo, tem ocasionado mudana de mentalidade

    quanto s prticas de cultivo do solo. Assim, a correlao entre parmetros

    fsicos do solo em funo dos sistemas de manejo e do desenvolvimento de

    razes na litosfera adquire importncia cada vez maior. Alm dos aspectos

    fisiolgicos, o sistema radicular das plantas cultivadas vem assumindo

    importante papel nos estudos de interaes que ocorrem entre o solo, as

    plantas e outros organismos vivos. Com isso, destacam-se os aspectos fsicos,

    qumicos e biolgicos inerentes ao solo, favorveis distribuio de razes

    (Crestana et al., 1994).

    O desenvolvimento do sistema radicular das plantas sofre grande

    influncia das condies ambientais como tambm de fatores edficos ou do

    substrato onde as razes esto presentes, refletindo assim no desenvolvimento

    da parte area da planta. Nessa gama de influncias, a disponibilidade de

    nutrientes exerce papel fundamental no estabelecimento e desenvolvimento do

    sistema radicular.

    Mengel & Kirkby (1987) descreveram que as razes desempenham as

    principais funes de promover a fixao do vegetal no solo ou substrato, da

    absoro e translocao de gua e nutrientes e da sntese de fitormnios e

    outros compostos orgnicos. Neste contexto a gua e nutrientes desempenham

  • 26

    importantes funes, pois a capacidade das plantas em explorar o solo

    depende muito da morfologia das razes. O termo morfologia das razes envolve

    a profundidade das razes, ramificaes das razes, nmero de radicelas e

    pelos absorventes e as extremidades das razes, os quais tambm so

    controlados geneticamente, ou seja so caractersticas governadas pelo

    gentipo da espcie e pelos fatores ambientais (Mengel & Kirkby, 1987).

    Segundo Fitter (1996) as propriedades da arquitetura das razes podem

    ser divididas em propriedades geomtricas, como comprimento, peso e ngulos

    e em propriedades topolgicas, que so descritas como nmero e distribuio

    espacial das ligaes entre razes, sendo que a ligao de razes definida

    como o segmento radicular entre duas ramificaes consecutivas.

    De acordo com Voorhees et al. (1980) o conhecimento das respostas dos

    vegetais ao seu ambiente tem sido restringido a estudos somente da parte

    area das plantas, devido s dificuldades existentes para investigaes do

    sistema radicular. Destacaram que a massa seca de razes um atributo fcil

    de ser obtido, em relao a resultados de comprimento do sistema radicular e

    que somente a massa seca dessas razes no expressa a extenso que um

    dado volume de solo explorado pelo sistema radicular e consequentemente

    no pode avaliar to bem os processos de absoro de gua e nutrientes.

    Neste sentido, o comprimento das razes pode ser um parmetro significativo

    para o estudo de crescimento da planta, contribuindo imensamente para gerar

    informaes relacionadas fisiologia e ao estado nutricional do vegetal.

    Mengel & Kirkby (1987) relataram que somente o peso seco do sistema

    radicular no contribui essencialmente para a avaliao do crescimento e da

    nutrio da planta, exemplificando que as razes velhas e espessas contribuem

    muito para o peso, mas pouco participam na absoro de gua e de nutrientes.

    Acrescentaram que a densidade das razes um dos mais importantes

    parmetros, por apresentar uma considervel influncia na extenso pela qual o

    solo vai sendo exaurido em nutrientes e gua.

  • 27

    O dimetro das razes determina o comprimento radicular que a planta

    pode produzir. Em condies de baixo fornecimento de nutrientes as plantas

    produzem razes muito finas, podendo ser demonstradas pela mensurao

    direta do dimetro radicular, ou pela determinao do comprimento especfico

    das razes, o qual definido como o comprimento das razes por unidade de

    massa seca do sistema radicular (Fitter, 1996).

    Segundo Marschner (1995) o suprimento de nutrientes pode afetar

    fortemente o crescimento, a morfologia e a distribuio do sistema radicular no

    substrato, sendo que este efeito particularmente marcado pelo nitrognio,

    mais distinto com o fsforo e geralmente ausente com outros nutrientes, exceto

    para o magnsio. O suprimento de nitrognio promove o crescimento das folhas

    e razes das plantas, mas comumente o crescimento da parte area mais

    pronunciado que o crescimento das razes, conduzindo a uma tpica queda na

    relao de massa seca das razes : parte area.

    Vrios estudos tm destacado que o fornecimento de nitrognio promove

    efeitos significativos no comprimento, no nmero de razes e na frequncia de

    ramificao do sistema radicular.

    Maizlish et al. (1980), em estudo com plantas de milho cultivadas em

    soluo nutritiva, determinaram o efeito do fornecimento de doses de nitrognio

    (0; 21; 42; 105 e 210 mg L-1) na soluo nutritiva para o comprimento das

    razes. Concluram que aps trs dias da emergncia, as diferenas entre os

    comprimentos totais foram pequenas, porm significativas estatisticamente. Aos

    10 dias aps a emergncia das plantas, o comprimento total das razes na dose

    de 21 e 210 mg L-1 aumentou em 80 e 200%, respectivamente, e que aos 17

    dias aps a emergncia a diferena entre as plantas que receberam a mais

    baixa dose para as que receberam a mais alta dose foi 127 m de razes.

    Ferrari Neto et al. (1994) realizaram um experimento com a finalidade de

    avaliar as limitaes nutricionais do capim-Colonio e do capim-braquiria,

    cultivados em um Latossolo Vermelho-Escuro distrfico e observaram que, na

    omisso de nitrognio e potssio, a produo de massa seca da parte area foi

  • 28

    afetada significativamente nos dois crescimentos das plantas, bem como a

    produo de massa seca de razes. Observaram que no capim-Colonio o

    efeito foi mais drstico por no haver rebrota e que para o crescimento das

    razes o potssio mostrou-se mais limitante, salientando-se que na condio de

    omisso do potssio as razes eram muito finas e frgeis, rompendo facilmente

    durante a retirada dos vasos e nas sucessivas lavagens. Concluram que o

    pequeno crescimento das razes, ocorrido no tratamento menos potssio, foi

    devido ao fato de o potssio trocvel do solo ser absorvido e translocado para

    a parte area em intenso crescimento, porm em quantidade insuficiente para

    exercer a funo de translocador de fotoassimilados da parte area at o

    sistema radicular.

    Santos Junior et al. (2001), em estudo com os capins Panicum maximum

    cv. Tanznia-1, Brachiaria decumbens cv. Basilisk e Brachiaria brizantha cv.

    Marandu cultivados em Latossolo Vermelho-Escuro, submetidos a doses de

    nitrognio (25; 150 e 300 kg ha-1) e fsforo (testemunha; 25 e 50 kg ha-1),

    verificaram que a Brachiaria decumbens apresentou menor produo de massa

    seca de razes e comprimento total de razes, porm foi eficiente na absoro

    de nitrognio e fsforo. Por outro lado constataram que o capim-Tanznia-1

    apresentou menor eficincia de absoro, porm maior eficincia de uso dos

    dois nutrientes, e que o capim-Marandu foi o mais eficiente na absoro de

    nitrognio e fsforo. Verificaram que o comprimento especfico e o peso das

    razes do capim-Tanznia-1 foram significativamente maiores que os do capim-

    Marandu e do capim-braquiria, respectivamente. Atriburam a menor eficincia

    de absoro de nitrognio e fsforo do Panicum maximum ao fato desse capim

    possuir razes mais espessas em relao s braquirias.

  • 3 MATERIAL E MTODOS

    3.1 Local, perodo e espcie forrageira

    O experimento foi realizado em casa-de-vegetao localizada no

    Departamento de Solos e Nutrio de Plantas, da Escola Superior de Agricultura

    "Luiz de Queiroz" - USP, em Piracicaba, So Paulo. Cultivou-se a espcie

    forrageira Panicum maximum Jacq. cultivar Mombaa, no perodo de novembro de

    2000 a fevereiro de 2001.

    3.2 Instalao e conduo do experimento

    As sementes da gramnea forrageira foram semeadas no incio de

    novembro em bandejas plsticas contendo areia lavada com gua de torneira e

    gua deionizada, e foram periodicamente regadas com gua deionizada. Aos 12

    dias aps a semeadura, quando as plntulas tinham em torno de quatro

    centmetros de altura, procedeu-se o transplante de quinze mudas para cada vaso

    plstico com volume de 3,6 litros contendo slica lavada como substrato. Um dia

    aps o transplante das mudas foi fornecido um litro de soluo diluda a 25% da

    dose correspondente a cada combinao de dose de nitrognio e potssio. Essa

    soluo nutritiva foi preparada a partir da soluo de Sarruge (1975) modificada

    para as doses dos dois nutrientes estudados.

    Inicialmente as solues permaneceram nos vasos durante o dia e noite,

    sendo circuladas atravs da slica quatro vezes ao dia num perodo de uma

    semana, sendo posteriormente drenadas noite e fornecidas pela manh. Foram

    realizados desbastes peridicos at permanecerem cinco plantas por vaso. Aps

  • 30

    quatro dias do transplante, as solues com concentrao definitiva foram

    adicionadas nos vasos e foram trocadas a cada 14 dias.

    Aos 19 dias aps o transplante e ao terceiro dia aps o primeiro corte das

    plantas, iniciaram-se as contagens de folhas e perfilhos, as quais eram repetidas a

    cada dois dias. Cada perfilho foi marcado com um anel preparado a partir de fios

    com capas coloridas e as folhas que apresentavam lgula visvel eram marcadas

    com tinta de caneta.

    Aos 36 dias aps o transplante procedeu-se o primeiro corte, a uma altura

    em torno de dois centmetros do colo das plantas, e o material da parte area foi

    separado em folhas emergentes (FE = folhas do pice da planta, ainda enroladas

    e sem lgula visvel); lminas das duas folhas recm-expandidas (LR = lminas

    das duas folhas mais novas totalmente expandidas, com lgula visvel); lminas

    das folhas maduras (LM = lminas das demais folhas totalmente expandidas) e em

    colmos mais bainhas (CB = colmos e as bainhas que foram mantidas presas a

    eles).

    Aos 29 dias aps o primeiro corte realizou-se o segundo corte, no colo das

    plantas procedendo-se a separao da parte area da planta com mesmo critrio

    do primeiro corte, sendo que as razes tambm foram separadas da slica e

    lavadas com gua corrente e gua deionizada, utilizando-se um conjunto de

    peneiras com dimetro de malha de 0,25 e 1,00 mm. O material vegetal separado

    e colhido foi colocado para secar em estufa com circulao forada de ar,

    temperatura de 70 oC, at atingir massa constante. Todo o material vegetal foi

    pesado em balana de preciso e em seguida modo em moinho do tipo Wiley e

    acondicionado em sacos plsticos.

    3.3 Doses de nitrognio e potssio, solues nutritivas e delineamento

    experimental

    Foram utilizadas cinco doses de nitrognio de 28; 112; 210; 336 e 462

    mg L-1 e cinco doses de potssio de 19,5; 117; 234; 332 e 429 mg L-1 na soluo

    nutritiva. As solues foram preparadas a partir da soluo de Sarruge (1975),

    devidamente modificada para atender as doses de nitrognio e potssio. As

  • 31

    solues nutritivas foram preparadas como demonstrado na Tabela 1, mantendo-

    se uma relao constante nitrato : amnio de 1,8 (64,4% NO3- e 35,6% NH4+).

    Tabela 1. Volumes das solues estoque empregados no preparo das solues

    nutritivas para as doses de nitrognio e potssio estudadas.

    Combinaes de doses de nitrognio e potssio (mg L-1)

    28N

    19,5K

    28N

    234K

    28N

    462K

    112N

    117K

    112N

    312K

    210N

    19,5K

    210N

    234K

    210N

    429K

    336N

    117K

    336N

    312K

    462N

    19,5K

    462N

    234K

    462N

    429K

    Solues

    estoques Volume (mL L-1)

    NH4NO3

    1mol L-1

    0,22

    0,72 0,72

    2,86 2,86

    4,84 5,34

    5,34 8,54

    8,54 11,25

    11,75 11,75

    Ca(NO3)2

    1mol L-1

    0,54

    0,29 0,29

    1,14 1,14

    2,41 2,16

    2,16 3,46

    3,46 5

    4,75 4,75

    KH2PO4

    1mol L-1

    0,5

    1 1

    1 1

    0,5 1

    1 1

    1 0,5

    1 1

    NH4H2PO4

    0,5 mol L-1

    1

    - -

    - -

    1 -

    - -

    - 1

    - -

    CaCl2

    1mol L-1

    4,46

    4,71 4,71

    3,86 3,86

    2,60 2,84

    2,84 1,54

    1,54 -

    0,25 0,25

    KCl

    1mol L-1

    -

    5 10

    2 7

    - 5

    10 2

    7 -

    5 10

    MgSO4

    1mol L-1

    2

    2 2

    2 2

    2 2

    2 2

    2 2

    2 2

    Micro-Fe* 1

    1 1

    1 1

    1 1

    1 1

    1 1

    1 1

    Fe-EDTA** 1

    1 1

    1 1

    1 1

    1 1

    1 1

    1 1

    * A soluo de micronutrientes teve a seguinte composio (g L-1): H3BO3 = 2,86; MnCl2 . 4H2O = 1,81;

    ZnCl2 = 0,10; CuCl2 = 0,04 e H2MoO4 . H2O = 0,02.

    ** Dissolveram-se 26,1g de EDTA dissdico em 286 mL de NaOH 1mol L-1, misturando-se com 24,0 g

    de FeSO4 . 7H2O, arejando-se por uma noite e completando-se a 1 L de gua deionizada.

  • 32

    Foi empregado o desenho experimental composto central modificado de um

    esquema fatorial 52 incompleto (Littell & Mott, 1975) com cinco doses de nitrognio

    e cinco doses de potssio, perfazendo um total de 13 combinaes (28N e 19,5K;

    28N e 234K; 28N e 429K; 112N e 117K; 112N e 312K; 210N e 19,5K; 210N e

    234K; 210N e 429K; 336N e117K; 336N e 312K; 462N e 19,5K; 462N e 234K;

    462N e 429K), as quais foram distribudas segundo o delineamento experimental

    de blocos ao acaso, com quatro repeties.

    3.4 Produo de massa seca

    A produo de massa seca foi determinada para a parte area atravs da

    soma da massa seca dos seus componentes (folhas emergentes, lminas das

    duas folhas recm-expandidas, lminas das folhas maduras e colmos mais

    bainhas) em ambos os cortes da planta forrageira e para as razes imediatamente

    aps o segundo corte.

    3.5 Determinao da rea foliar

    A rea foliar foi determinada utilizando-se integrador de rea foliar na

    ocasio dos dois cortes das plantas. As folhas emergentes, as lminas das duas

    folhas recm-expandidas e as lminas das folhas maduras foram mensuradas

    separadamente e em seguida esses valores foram somados, obtendo-se a rea

    foliar total de cada vaso.

    3.6 Determinao da superfcie total e comprimento total do sistema

    radicular do capim-Mombaa

    Na ocasio do segundo corte da planta forrageira, aps separao das

    razes da slica e lavagem das mesmas, foi retirada uma sub-amostra do sistema

    radicular, cortando-se vertical e horizontalmente um volume de razes com cerca

    de 20% de massa fresca total, de acordo com Rossiello et al. (1995). Em seguida

    essas sub-amostras foram colocadas em copos plsticos contendo gua

  • 33

    deionizada e corante para que as partes mais novas e claras fossem tingidas. Em

    seguida foram escaneadas obtendo-se assim as imagens necessrias para a

    utilizao do aplicativo SIARCS (Sistema Integrado para Anlise de Razes e

    Cobertura do Solo) verso 3,0. Posteriormente determinou-se o peso seco destas

    sub-amostras fazendo-se ento a correo do comprimento especfico e superfcie

    especfica do sistema radicular de cada parcela experimental em funo da

    produo total de massa seca das razes atravs de uma simples regra de trs, de

    acordo com a metodologia elaborada por Crestana et al. (1994).

    3.7 Composio mineral

    As determinaes de nitrognio e potssio, clcio, magnsio e enxofre do

    tecido vegetal, em cada componente da parte area e nas razes, foram efetuadas

    conforme metodologia proposta por Sarruge & Haag (1974). Para a determinao

    do nitrognio a digesto foi a sulfrica e o mtodo analtico foi o micro-Kjeldahl.

    Para o potssio, clcio, magnsio e enxofre a digesto empregada foi a ntrico-

    perclrica enquanto o mtodo analtico foi o de espectrofotometria de absoro

    atmica, com exceo do potssio e enxofre, determinados pelo mtodo analtico

    de fotometria de chama e turbidimetria do cloreto de brio, respectivamente.

    3.8 Atividade da redutase do nitrato

    A atividade da redutase do nitrato foi determinada de acordo com a

    metodologia descrita por Mulder et al. (1959). Aos 32 e 16 dias do primeiro e

    segundo crescimento da planta forrageira, respectivamente, foram coletadas

    amostras do tero mdio da lmina foliar das duas folhas recm-expandidas.

    Antes da coleta das folhas as plantas foram colocadas em cmara-de-crescimento

    e deixadas expostas luz por duas horas, com temperatura constante em torno de

    27 oC, evitando assim interferncias externas na atividade da enzima e

    homogeneizando todas as parcelas experimentais.

    A incubao durou duas horas com 200 mg de material verde cortado,

    ocorreu em meio de KNO3 (4 mL) em tampo fosfato. Aps a incubao, 1 mL do

  • 34

    meio de incubao foi retirado e o NO2- presente foi determinado por adio de 1

    mL de cido sulfanlico e HCl a 20% para paralisar a reao, seguido da adio de

    1 mL de alfa-naftilamina para desenvolver a cor ao reagir com o NO2-. A leitura foi

    realizada em colormetro a 560 nm, utilizando-se a reta padro de nitrito para

    clculo da concentrao de NO2- no meio.

    3.9 Estimativa do teor de clorofila atravs do valor SPAD

    Foi utilizado o Chlorophyll Meter SPAD-502, (Soil-Plant Analysis

    Development Section, Minolta Camera Co., Osaka, Japan) para a determinao

    indireta da concentrao de clorofila em valor SPAD em folhas intactas. As leituras

    do clorofilmetro foram realizadas um dia antes do corte, aos 35 e 28 dias do

    primeiro e segundo crescimento da planta forrageira, no tero mdio das lminas

    das duas folhas recm-expandidas, tomando-se o cuidado de evitar as nervuras,

    de acordo com as avaliaes de Santos (1997), o qual verificou que a parte

    mediana das folhas apresentava melhor estabilidade dos valores quando

    comparados com a poro basal da folha (que apresentava valores

    subestimados). Computou-se a mdia de dez leituras executadas por vaso, nas

    respectivas combinaes de nitrognio e potssio.

    3.10 Anlises estatsticas

    Os resultados foram submetidos s anlises estatsticas utili zando-se o

    programa estatstico SAS - System for Windows 6,11 (SAS Inst. Inc., 1996).

    Tratou-se de realizar a anlise de varincia, e em funo do nvel de significncia

    no teste F para as doses de nitrognio e potssio, procedeu-se ao estudo de

    regresso polinomial (superfcie de resposta) atravs do comando RSREG. A

    anlise de regresso foi realizada para a quantidade de massa seca,

    concentraes dos macronutrientes no tecido vegetal, rea foliar total, medio

    indireta da quantidade de clorofila em unidades de valor SPAD nas LR,

    comprimento total e superfcie total das razes, atividade enzimtica da redutase

    do nitrato e para o nmero total de folhas verdes expandidas e perfilhos.

  • 4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 Produo de massa seca da planta forrageira

    A anlise de varincia da produo de massa seca tanto da parte area,

    no primeiro e segundo crescimentos, como das razes, revelou significncia

    (P

  • 36

    Manarin (2000) constatou que a produo de massa seca da parte area

    no primeiro crescimento do capim-Mombaa foi significativamente (P

  • 37

    nitrognio e potssio, respectivamente, no houve efeito marcante do

    suprimento de nitrognio na produo da parte area. Isto confirma a

    observao feita por Monteiro et al. (1980) que na utilizao do adubo

    nitrogenado necessrio o suprimento de potssio, para que no haja limitao

    do efeito do nitrognio.

    Para a produo de massa seca da parte area do capim-Mombaa no

    segundo corte, houve significncia (P

  • 38

    fornecimento de nitrognio de 433 mg L-1 e por Pereira (2001) com potssio em

    460 mg L-1 na soluo nutritiva para essa forrageira.

    Y= - 2,01819 + 0,17495N + 0,11254K - 0,000329N2 + 0,000235NK - 0,000255K2 (R2 = 0,93)

    Figura 2 - Produo de massa seca da parte area do capim-Mombaa, no

    segundo corte, em funo das combinaes de doses de nitrognio

    e de potssio na soluo nutritiva.

    A interao entre as doses de nitrognio e potssio foi significativa

    (P

  • 39

    Constatou-se tambm que na mais baixa combinao a produo de massa

    seca de razes foi 4,56% da produo mxima obtida com a mais elevada

    combinao.

    Ferragine (1998) no encontrou significncia (P>0,05) para a interao

    entre nitrognio e potssio na produo de massa seca do sistema radicular do

    capim-braquiria, porm verificou que houve significncia para as doses de

    nitrognio (P

  • 40

    Santos (1997) observou a mxima produo de massa seca das razes

    do capim-braquiria com a dose de nitrognio de 453 mg L-1 na soluo,

    concluindo que o nitrognio assume destaque no aumento do volume do

    sistema radicular.

    4.2 Nmero de perfilhos e de folhas

    Na anlise de varincia para o nmero total de perfilhos e de folhas

    verdes expandidas por vaso por ocasio do primeiro corte, verificou-se que no

    houve significncia (P>0,05) para a interao entre doses de nitrognio e de

    potssio, enquanto que no segundo crescimento das plantas, observou-se

    significncia (P

  • 41

    concluiu que o nmero de perfilhos foi influenciado pelas doses de nitrognio,

    no sofrendo efeito significativo das doses de magnsio. Tanto no primeiro

    como no segundo perodo de crescimento das plantas, o nmero de perfilhos

    aumentou da dose de nitrognio de 42 para a de 210 mg L-1, mas no variou

    entre as doses de 210 e 378 mg L-1.

    Figura 4 - Nmero de perfilhos por vaso do capim-Mombaa, no primeiro corte,

    em funo das doses de nitrognio na soluo nutritiva.

    O efeito das doses de potssio no perfilhamento da gramnea, no

    primeiro crescimento, apresentado na Figura 5 e pode-se verificar atravs da

    equao de regresso de segundo grau que o maior nmero de perfilhos foi

    obtido com o emprego do potssio na dose de 291mg L-1.

    Pereira (2001) evidenciou o efeito significativo (P

  • 42

    significativamente maior nmero de perfilhos em relao s demais doses

    avaliadas.

    Figura 5 - Nmero de perfilhos por vaso do capim-Mombaa, no primeiro corte,

    em funo das doses de potssio na soluo nutritiva.

    No segundo perodo de crescimento das plantas (Figura 6) o nmero de

    perfilhos foi superior ao encontrado no primeiro. Isto provavelmente ocorreu

    pelo fato de no crescimento inicial a planta concentrar grande parte da energia

    para o seu estabelecimento com a formao do sistema radicular e da parte

    area, enquanto que no segundo perodo de crescimento, a planta j

    estabelecida e com maior volume radicular tem a capacidade de absorver maior

    quantidade de nutrientes, como tambm pelo fato de ter sofrido a ao do corte

    que acaba promovendo a induo das gemas basais, originando os perfilhos.

    De acordo com a equao polinomial de regresso pode-se constatar que o

    perfilhamento mximo foi alcanado com o suprimento de nitrognio e potssio

    nas doses de 342 e 396 mg L-1, respectivamente.

    Y = 9 , 3 9 6 8 6 + 0 , 0 4 9 8 2 X - 0 , 0 0 0 0 8 X2

    ( R2

    = 0 , 9 9 )

    5

    1 0

    1 5

    2 0

    P o t s s i o ( m g L- 1

    )

    1 9 , 5 1 1 7 2 3 4 3 1 2 4 2 9

  • 43

    Y= 10,7386 + 0,11311N + 0,036144K - 0,000234N2 + 0,000120NK - 0,000097482K2 (R2 = 0,78)

    Figura 6 - Nmero de perfilhos por vaso do capim-Mombaa, no segundo corte,

    em funo das combinaes de doses de nitrognio e de potssio

    na soluo nutritiva.

    Atravs da Figura 6 novamente evidencia-se a importncia do

    suprimento de potssio s plantas forrageiras, em situaes em que o

    fornecimento de nitrognio elevado. Pode-se verificar que o nmero de

    perfilhos nas doses mais baixas de nitrognio e de potssio no difere do

    nmero de perfilhos na dose mais elevada de nitrognio combinada com a mais

    baixa dose de potssio. Detalhando a variao no nmero de perfilhos em

    funo das doses de nitrognio associadas mais baixa dose de potssio foi

    constatado que o perfilhamento sofreu incremento mais acentuado quando

    comparado com o nmero de perfilhos obtido com o aumento das doses de

    potssio associadas mais baixa dose de nitrognio. A regio da superfcie de

    resposta onde a combinao do nitrognio com o potssio correspondeu ao

    maior perfilhamento das plantas verificada a partir da dose de nitrognio de

    1 0

    1 5

    2 0

    2 5

    3 0

    3 5

    4 0

    P o t s s i o ( m g L - 1 )N i t r o g n i o ( m g L - 1 )

    3 5 - 4 0

    3 0 - 3 5

    2 5 - 3 0

    2 0 - 2 5

    1 5 - 2 0

    1 0 - 1 5

  • 44

    336 mg L-1 e de potssio de 234 mg L-1, sendo esta ltima correspondente a

    concentrao de potssio na soluo de Sarruge (1975).

    Quanto produo total de folhas verdes expandidas na ocasio do

    primeiro corte, no foi significativa (P>0,05) a interao entre as doses de

    nitrognio e potssio na soluo nutritiva. Atravs da anlise de varincia foi

    observado que a produo de folhas variou significativamente (P

  • 45

    regresso. Assim, evidencia-se que a concentrao de 234 mg L-1 na soluo

    nutritiva completa de Sarruge (1975) no suficiente para atender s

    exigncias do capim, para o seu mximo potencial de produo de folhas.

    Figura 8 - Nmero total de folhas verdes expandidas por vaso do capim-

    Mombaa, no primeiro corte, em funo das doses de potssio na

    soluo nutritiva.

    Na avaliao da produo de folhas da gramnea, por ocasio do

    segundo perodo de crescimento (Figura 9), pode-se constatar que a interao

    entre as doses de nitrognio e potssio na soluo foi significativa (P

  • 46

    rea para a mxima produo corresponde aos pontos a partir das doses de

    nitrognio de 336 mg L-1 e de potssio de 312 mg L-1.

    Y= 20,5337 + 0,3994N + 0,1354K - 0,000733N2 + 0,000554NK - 0,000427K2 (R2 = 0,84)

    Figura 9 - Nmero total de folhas verdes expandidas por vaso do capim-

    Mombaa, no segundo corte, em funo das combinaes de

    doses de nitrognio e de potssio na soluo nutritiva.

    Schiavuzzo et al. (1999), avaliando o efeito do suprimento de nitrognio

    na Brachiaria brizantha cv. Marandu, constataram que a