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SECA, PROTEINA E FIBRA DE Trifolium vesicu- losum Savi cv. Yuchi EM TRtS ESTADIOS DE CRESCIMEN- TO E A TRtS ALTURAS DE CORTE. l/ Autor: Helio Fernando Saraiva Orientador: Aino Victor Avila Jacques SINOPSE Efeitos de alturas de corte (3,6 e 9 cm acima do solo) e estadios de crescimento (vegetativo, pre-florescimento e flo rescimento) sobre a de materia seca da parte base do caule e raiz, teor e de proteina bruta e teor de fibra bruta de Trifolium vesiculosum Savi cv. Yuchi, foram estudados em cas a de Houve maior re n dimento de materia seca e proteina bruta nos estadios mais de crescimento. Maioresteores de proteina bruta foram obtidos nos estadios de crescimento ve- getativo e florescimento. 0 estadio vegetativo resultou no menor teor de fibra bruta, enquanto 0 pre-florescimento e florescimento foram semelhantes. A altura de corte nao in- fluiu no teor de proteina bruta. Maiores rendimentos de mate ria sec a e proteina bruta foram obtidos com altura de corte de 9 cm em aos cortes a 3 e 6 cm que foram semelhan- tes. inversa ocorreu com a fibra bruta. 0 efeito da altura de corte foi maior nos estadios de crescimento mais a van9ados para os tres parametros estudados. Foi observado rna ior numero de afilhos por vaso, maior peso de raiz e base do caule e menor numero de plantas mortas com altura de corte de 9 cm. Cortes feitos a 9 cm no estadio de florescimento re sultaram nos maiores rendimentos de materia seca e proteina bruta. l/ de Mestrado em Agronomia (Fitotecnia) Faculda de de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande Porto Alegre (83 p.) - Agosto, 1977. IV

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Page 1: TO E A TRtS ALTURAS DE CORTE. l/ - ufrgs.br000149736] 83f.0001.pdfEfeitos de alturas de corte (3,6 e 9 cm acima do solo) e estadios de crescimento (vegetativo ... conduziram trabalho

MAT~RIA SECA, PROTEINA E FIBRA DE Trifolium vesicu­

losum Savi cv. Yuchi EM TRtS ESTADIOS DE CRESCIMEN­

TO E A TRtS ALTURAS DE CORTE. l/

Autor: Helio Fernando Saraiva Orientador: Aino Victor Avila Jacques

SINOPSE

Efeitos de alturas de corte (3,6 e 9 cm acima do solo) e estadios de crescimento (vegetativo, pre-florescimento e flo rescimento) sobre a produ~ao de materia seca da parte aerea~ base do caule e raiz, teor e produ~ao de proteina bruta e teor de fibra bruta de Trifolium vesiculosum Savi cv. Yuchi, foram estudados em cas a de vegeta~ao.

Houve maior rendimento de materia seca e proteina bruta nos estadios mais avan~ados de crescimento. Maioresteores de proteina bruta foram obtidos nos estadios de crescimento ve­getativo e florescimento. 0 estadio vegetativo resultou no menor teor de fibra bruta, enquanto 0 pre-florescimento e florescimento foram semelhantes. A altura de corte nao in­fluiu no teor de proteina bruta. Maiores rendimentos de mate ria sec a e proteina bruta foram obtidos com altura de corte de 9 cm em rela~ao aos cortes a 3 e 6 cm que foram semelhan­tes. Situa~ao inversa ocorreu com a fibra bruta. 0 efeito da altura de corte foi maior nos estadios de crescimento mais a van9ados para os tres parametros estudados. Foi observado rna ior numero de afilhos por vaso, maior peso de raiz e base do caule e menor numero de plantas mortas com altura de corte de 9 cm. Cortes feitos a 9 cm no estadio de florescimento re sultaram nos maiores rendimentos de materia seca e proteina bruta.

l/ Disserta~ao de Mestrado em Agronomia (Fitotecnia) Faculda de de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande doSu~ Porto Alegre (83 p.) - Agosto, 1977.

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1. INTRODUGAO

o Rio Grande do Sul se caracteriza por apresentar, no

que respeita a clima, esta~oes bern definidas. Assim, sucede­

-se aos meses quentes, caracterizados por uma relativa abun­

dancia na produ9ao de forragens, urn periodo de baixa produt~

vidade dos campos, devido a ocorrencia de temperaturas desfa

voraveis. Tal fato, referido em termos amplos, retrata a si­

tua~ao do Estado, evidenciando-se, naturalmente, diferen~as

regionais, decorrentes das varia~oes fisiograficas, climati­

cas, de latitude, de solo e outras.

Todavia, tendo em vista as condi~oes naturais referidas,

e possivel suprir a lacuna determinada pelos efeitos do frio

na produ~ao das plantas forrageiras, considerando seu aspec­

to qualitativo e quantitativo, com a utiliza~ao de especies

temperadas. Assim, varias forrageiras introduzidas no Rio

Grande do Sul tem-se apresentado efetivamente _como boas su­

pridoras de alimento aos rebanhos, face a semelhan~a de con- -'

di90es ambientais encontradas, em compara~ao com aquelas de

suas regioes de origem.

Dentre as leguminosas de desenvolvimento hibernal utili­

zadas, tanto nativas como, principalmente, exoticas, as esp~

cies do genero Trifolium vern merecendo especial aten~ao, nao

so pela quanti dade e qualidade do pasto produzido, bern como

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por sua capacidade de adapta9ao as mais diversas condi90es

de solo e clima. Nao obstante algumas delas ja terem alcan9~

do uma etapa de ad09ao consagrada, ultrapassada a fase expe­

rimental e atingido 0 nivel de utiliza9ao em propriedade ru­

ral, buscam-se, ainda, especies mais produtivas, paralelame~

te ao aprimoramento de suas praticas de manejo. Mesmo que

sua maior utiliza9ao no Rio Grande do SuI ocorra nas regioes

de invernos mais rigorosos, tambem nas condi90es da Depres~

sao Central, caracterizada pela ocorrencia de temperaturas

mais amenas, tern side possivel a obten9ao de urn sistema con­

tinuo de fornecimento de forragem a explora9ao pecuaria, ev!

tando-se, assim, oscila90es sazonais. Testes de introdu9ao e

competi9ao entre especies sao realizados em esta90es experi­

mentais. Dentre as especies anuais do genero Trifolium, em

experimentos realizados na Esta9ao Experimental Agronomica

da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Gran

de do SuI, situada no municipio de Guaiba (pepressao Centra],

destacou-se, como uma das que tern proporcionado maiores pro­

dU90es, Trifolium vesiculosum Savi, conforme registra KAPPEL

(1967) .

Posteriormente, num trabalho de reintrodu9ao desta espe­

cie, SCHOLL (1973), na referida Esta9ao Experimental Agrono­

mica da UFRGS, realizou urn estudo comparativo, em parcelas,

entre duas cultivares de Trifolium vesiculosum, cinco de

Trifolium incarnatum L. e uma de Trifolium resupinatum L.,

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objetivando determina! produ9ao e capacidade de ressemeadura

natural. Trifolium vesiculosum roostrou ser 0 mais produtivo

dos trevos em teste (cv. Meechee- 6.120 kg/ha e cv. Yuchi -

5.930 kg/ha), bern como 0 de maior periodo de crescimento. S~

mentes viaveis foram produzidas em abundancia e a ressemeadu

ra mostrou-se satisfatoria. Este trevo, tambem, apresentou

born comportamento em ensaios de introdu9ao em campo nativo.~

Assim, SCHOLL et alii (1974), na mesma Esta9aO Experimental,

conduziram trabalho em solo da unidade Sao Jeronimo, utili -

zando uma renovadora de pastagem, em linha. Observando 0 co~

portamento de Avena byzantina Koch cv. Coronado, sob efeito

de nitrogenio, e a mesma cultivar de aveia em mistura com

Trifolium vesiculosum Savi, comparativamente ao da pastagem

natural, obteve, respectivamente, os seguintes ganhos de pe­

so vivo em terneiras desmamadas: 498, 516 e 67 kg/ha, num p~

riodo de 284 dias.

Os resultados obtidos nesses trabalhos pioneiros realiza

dos no Rio Grande do SuI, associados a outras

mais genericas, constituem-se em excelente subsidio informa­

tivo, indicativo da possibilidade desta especie de trevo vir

a ser cultivada mais intensamente em nosso meio. Suas eviden

ciadas potencialidades de planta forrageira confirmam resul­

tados registrados na bibliografia especializada e obtidos por

pesquisadores do suI dos Estados Unidos, principalmente nos

estados de Alabama, Georgia e Mississipi. (HOVELAND et alii,

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1969; KNIGHT, 1970; ANTHONY et alii, 1971; BALL et alii, 1974;

STANLEY et alii, 1968; WADE et alii, 1972a e 1972b). Tais au

tores, corn base nos resultados observados ern seus trabalhos

experimentais, enfatizam seu longo periodo produtivo, boa

ressemeadura natural, quantidade de massa verde produzida

bern como a elevada qualidade da mesma e a manuten9ao desta

ern estadios mais avan9ados, resistencia a rnolestias, adapta-

9ao a diferentes solos e exigencias ern fertilidade, excelen­

tes ganhos de peso proporcionados a bovinos em pastejo, en-

tre outros aspectos.

Desta forma, apresentando Trifolium vesiculosum caracte­

risticas que recomendarn sua utiliza9ao ern nosso Estado, jus­

tifica-se, amplamente, a realiza9ao de estudo de freqllencias

e intensidades de corte, corn 0 proposito de reunir subsidios

que possibilitem a determina9ao de praticas de rnanejo mais a

dequadas a essa especie.

Assim sendo, constituiu-se objetivo deste trabalho estu­

dar, ern casa de vegeta9ao, 0 efeito de cortes efetuados ern

diferentes estadios de crescimento (vegetativo, pre-floresc~

mento e florescimento) e a tres alturas (3,6 e 9 cm). Foi a-

valiado 0 comportamento da especie e as possiveis influencias

da idade da planta (estadio de crescimento) e da area foliar

residual (altura de corte) sobre a acumula9ao de materia se­

ca, teor e produ9ao de proteina bruta, peso de raizes e ba­

ses dos caules e, ainda, teor de fibra bruta de Trifolium ve­

siculosum Savi cv. Yuchi.