to do tesauro

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PLANEJAMENTO DO TESAURO Um tesauro consistente deve ser elaborado a partir de cuidadoso planejamento, o qual inclui os seguintes passos: delimitao da rea pblico alvo classificao levantamento das fontes forma de apresentao perodo de atualizao divulgao seleo do software manuteno Levantamento das fontes Delimitao da rea O Tesauro , por definio, especializado. Deve se ocupar de um assunto bem delimitado, em primeiro lugar porque um nmero muito grande de conceitos de difcil sistematizao. Se, no entanto, o assunto de uma biblioteca ou de um servio de recuperao de informao for amplo, necessrio recort-lo em assuntos mais especficos, estruturados como micro-tesauros (def.). Outro inconveniente de se trabalhar com reas abrangentes, a possibilidade de ocorrncia de homonmia. A delimitao da rea deve resultar de uma discusso em equipe do que se entende por aquele assunto, sua rea de abrangncia, e quaisquer outros aspectos julgados passveis de considerao. Antes, no entanto, preciso definir o pblico-alvo. Pblico-alvo No se pode ter a iluso de que um tesauro possa ser til a todos igualmente. Em primeiro lugar porque, dependendo do ngulo de abordagem, as relaes entre os conceitos se alteram, pelo fato de se alterar a importncia das caractersticas (def). Por exemplo, numa instituio de pesquisa em medicina experimental, Aids seria caracterizada como 'Doena virtica...', enquanto numa instituio de sade pblica, seria 'Doena sexualmente transmissvel ...'. Embora as duas caractersticas estejam presentes no conceito Aids, em cada uma das situaes uma considerada mais relevante do que a outra, dando origem a diferentes classes. Em segundo lugar porque, dependendo do pblico-alvo a que o Tesauro se destina, o universo de conceitos abrangidos vai variar no grau de especificidade. Como exemplo, pode-se citar a rea de Agricultura: um tesauro para cientistas seria diferente do tesauro para extensionistas, tanto no conjunto de termos, como no nvel de especificidade. Da a importncia de se identificar muito bem o pblico a quem o Tesauro vai servir, a fim de selecionar e nele incluir preferencialmente termos que representem a necessidade de informao do usurio; e, consequentemente, a seleo do material a ser includo. Classificao Um exerccio prvio de classificao fundamental para estabelecer os limites do tema do tesauro. Utiliza-se, para isso, a Categorizao, que um mtodo que requer pensar o domnio do tesauro de forma dedutiva, ou seja, determinar as classes de maior abrangncia (facetas) dentro da temtica escolhida. Ao analisar o domnio segundo a categorizao fica mais fcil e seguro determinar os termos que devem ou no integrar o tesauro. Por este motivo, esta anlise deve ser feita ainda na faze do planejamento. Sua importncia, contudo, no se restringe a isto: o mtodo essencial para conceber a macor=estrutura do tesauro. (Ver Metodologia) O perfil do usurio determinante para a seleo das fontes: a literatura de divulgao cientfica, ou seja, aquela que aborda temas cientficos redigidos para outro pblico, costuma ter nvel de generalidade maior do que a de revistas tcnicas e/ou cientficas. Os relatrios tcnicos de projetos podem ser uma fonte interessante, mas so de difcil conhecimento e acesso, por seu carter de divulgao restrita. Dicionrios especializados podem ser consultados, mas, como geralmente se apresentam em ordem alfabtica, no h garantia de que as definies guardem consistncia entre elas; outras fontes que podem ser teis so ndices de publicaes peridicas, ndices de peridicos de resumos, ou ainda, ndices de tabelas de classificao; catlogos de peas e equipamentos, catlogos de servios e produtos tecnolgicos e obras assemelhadas costumam fornecer informaes atualizadas; revistas tcnicas editadas por rgos de classe contm matrias importantes e de interesse atual. Seguem-se dois exemplos concretos: a) a revista Proteo, dirigida segurana e sade do trabalhador divulga em seu n. 31, de julho de 1994 uma matria sobre Trabalho com plsticos, que contm termos e definies de processos de produo, aditivos e tipos de plsticos, bastante sistematizados; b) a revista Qumica industrial, editada pela Associao Brasileira de Qumica, traz, em seu n. 693, de jul./set. de 1993, uma matria sobre Aditivos para alimentos em que apresenta os aditivos e uma classificao quanto funo e, em muitos casos, definies e/ou explicaes. As teses e dissertaes so especialmente interessantes, pois incluem, em grande parte, termos novos e/ou de contedo conflitante, ainda no dicionarizados. Estas fontes so muito teis porque fornecem informaes relevantes para a organizao dos termos. Quando se trata de elaborao de tesauro em reas em que muitas escolas de pensamento esto presentes (por exemplo as Cincias sociais, as Humanidades), a seleo das fontes tem especial relevncia. Por exemplo, na rea de Agroecologia - que pressupe princpios e fundamentos filosficos que contrariam polticas governamentais e interesses internacionais - pode no ser adequado levantar os conceitos registrados em publicaes oficiais. Por outro lado, s vezes por motivos polticos, termos deixam de ser includos por ferirem interesses internacionais. Na rea de energia nuclear, por exemplo, o termo 'desastre ecolgico' poderia no ser includo por revelar debilidade de pases em

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frente de pesquisa (exemplo, Chernobyl). Vale concluir que todo tesauro espelha uma ideologia. muito comum haver necessidade de se estruturar um tesauro numa rea que, por seu dinamismo, novos conceitos apaream com freqncia superior quela com que eles so absorvidos pelas revistas tcnicas e/ou outras fontes j consolidadas. Como exemplo, pode-se citar a rea de Economia, onde, no raras vezes, conceitos tm que ser extrados de fontes de divulgao mais freqentes (por exemplo, jornais), para fazer frente s necessidades de recuperao da informao para clientes daquela rea. Porm, h que se ter precauo com a incluso, num tesauro, de um conceito ainda no referendado pelo princpio da 'garantia literria' e da 'garantia do usurio'. s vezes, um conceito emergente torna-se rapidamente obsoleto em sua forma (significante) ou no seu contedo (significado). Uma soluo seria incluir estes termos como 'termos candidatos', devidamente assinalados, sinalizao essa que seria eliminada proporo que os termos fossem sendo includos no tesauro em sua forma definitiva. Se o levantamento de termos for uma iniciativa nova, convm identificar uma data a partir da qual determinadas fontes de informao - peridicos principalmente - sero analisadas. Se a atividade terminolgica for uma rotina, ento, cada novo documento incorporado ao acervo deve ser examinado para dele se retirar definies ou explicaes que auxiliam a compreenso do termo. Forma de apresentao A forma de apresentao deve ser decidida ainda na fase de planejamento porque vai fornecer requisitos para a seleo do software. Recomenda-se que os tesauros tenham uma apresentao sistemtica , alm da tradicional forma de apresentao alfabtica, quando houver interesse em ter uma verso impressa. Se a consulta for feita apenas em computador, a forma alfabtica no tem sentido. Basta um ndice alfabtico, remetendo para o termo com suas relaes, para iniciar a navegao. Ou ento, uma caixa de busca onde se digita o termo desejado, que remete para o termo com suas relaes. Perodo de Atualizao Cada rea de assunto tem suas caractersticas prprias, sua dinmica prpria de crescimento. Na realidade, a atualizao de um tesauro deve ser uma atividade permanente. A prtica de registro permanente de ocorrncia de novos termos e definies, com discusso permanente entre os responsveis pelo tesauro, torna a atividade terminolgica mais eficaz e menos penosa. Quando um sistema descentralizado em sua operacionalizao, necessrio um grupo coordenador para avaliar as propostas de incluso de novos termos. Este grupo no precisa se reunir amide, mas pode ser planejado para ele um calendrio de reunies. Divulgao Este tpico cabe quando se pensa em fazer uma edio impressa. A atualizao pode ser feita por uma nova edio - se o nmero de termos no exigir uma nova reestruturao da obra -, ou por suplementos, se houver necessidade de rpida divulgao por causa da incluso de grande nmero de termos novos em pouco espao de tempo. A publicao de suplementos no muito cmoda para o usurio: a ausncia de um nico ndice leva o usurio a ter que recorrer a mais de um volume para encontrar o que deseja. Com o emprego da informtica, da telemtica e de outras tecnologias poderosas de informao que propiciam meios de comunicao mais geis, a atualizao permanente pode ficar imediatamente disponvel para os usurios atravs de um sistema on-line ou em CD-ROM.

Seleo do software O software para tesauro requer algumas caractersticas para que seja possvel no apenas sua elaborao, mas sua consulta on-line. Minimamente, deve atender pelo menos aos seguintes requisitos: impedir a entrada de um termo mais de uma vez possibilitar a criao de diversos tipos de relacionamento criar automaticamente as relaes recprocas produzir relatrios hierrquicos produzir relatrios alfabticos, com as relaes possuir dispositivo para correo/alterao em cascata Manuteno Assim como o conhecimento dinmico, tambm o tesauro. Periodicamente necessrio atualizar o vocabulrio e, de forma permanente, acompanhar o desenvolvimento do software. Um grupo deve ser constitudo especificamente para esse fim. A atualizao, ou seja, a incluso de novos termos, deve ser proposta numa planilha especfica, como um subconjunto da planilha de entrada de dados, contendo as seguintes categorias de dados: termo categoria definio termo equivalente (se for o caso) termo genrico (se for o caso) termo(s) especfico(s) (se for o caso) termo(s) associado(s) (se for o caso) LEVANTAMENTO DO VOCABULRIO O levantamento do vocabulrio a ser organizado/estruturado a primeira atividade na elaborao de um tesauro. O vocabulrio pode ser levantado: nas fontes identificadas na fase do planejamento, ou no vocabulrio resultante da indexao em um servio de informao. Nesta segunda opo, nem todo o vocabulrio levantado pode ser aproveitado por no interessar clientela, ou seja, embora empregados na indexao as palavras podem estar representando aspectos estranhos ao perfil da clientela alvo. Por outro lado, como decorrncia da organizao do vocabulrio, quando ento se transformaro em termos, outros podem vir a ser incorporados. O critrio de seleo tem por base a delimitao prvia da rea a ser coberta pelo tesauro. Levantado o vocabulrio, faz-se o registro preliminar. Se possvel, o registro deve ser feito no software utilizado para o tesauro. ORGANIZAO DOS TERMOS/CONCEITOS Uma vez selecionado o vocabulrio inicial, tem incio o processo de sua organizao. O vocabulrio rene, provavelmente, palavras e grupos de palavras. O que vamos organizar so os conceitos (def) que so designados por termos (def). Organize uma folha de entrada de dados para incluir os termos e ir completando o registro medida que organiza os conceitos. A organizao consiste em estabelecer os conceitos e as relaes entre os conceitos

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Estas atividades so intelectuais. O sistema de conceitos deve ser realizado em folhas de papel, onde os grficos so feitos e refeitos at que se chegue soluo definitiva (at onde isto possvel).

O tesauro concebido de modo sistemtico. Assim, os conceitos devem ser reunidos em classes gerais ou facetas, segundo o Mtodo da Categorizao.

METODOLOGIAO mtodo de Categorizao ou Facetao foi desenvolvido por Ranganathan na dcada de 1920 para a construo de Tabela de Classificao Bibliogrfica. Na elaborao de tesauros, esta metodologia fornece os princpios para agrupar conceitos de mesma natureza em Classes Gerais ou Facetas para construir cadeias e renques. Inicialmente Ranganathan concebeu 5 Categorias Fundamentais: Personalidade, Matria, Energia, Espao e Tempo. Posteriormente, o Classification Research Group (CRG) na Inglaterra, desdobrou estas categorias, como se ver adiante. Ranganathan no define Personalidade. Podemos identificar as classes de conceitos que pertencem a esta Categoria usando um princpio do hindusmo, afirmando "no isto, no isto", ou seja, no nenhuma das outras Categorias. Matria se refere a Materiais constitutivos de um objeto; Energia se refere a Aes, Operaes, Processos, Tcnicas, Fenmenos. Agentos dos processos. Espao se refere a lugares e Tempo se refere a perodos. Na verdade, aplicar a categorizao analisar o domnio a partir de recortes conceituais que permitem determinar a identidade dos conceitos (categorias) que fazem parte deste domnio. Por exemplo: na Engenharia Mecnica: Mquinas operatrizes (personalidade), seus Componentes (partes); Esmerilhamento, Polimento, Frezamento (processos), os Profissionais envolvidos (agentes), e assim por diante. na Economia: Teorias, Poltica econmica (instrumentos/agentes), Planejamento (operaes), e assim por diante. na Construo Civil: Edificaes, como casas, edifcios, teatros, praas (personalidade), Tcnicas de edificao (tcnicas), Cimento, pedra, cermica, vidro (materiais), os profissionais envolvidos (agentes), e assim por diante na Biblioteconomia: Instituies e organizaes, Bibliotecas, Documentos, Usurios, Suporte documental (personalidade), Tratamento documentrio, Recuperao de Informao, Aquisio (processos), Linguagens documentrias (agentes dos processos), profissionais envolvidos (agentes dos processos) e assim por diante. A etapa de categorizao auxilia no processo de pensar o domnio, no gerando qualquer registro e serve para orientar os profissionais no levantamento dos termos. Ela consiste em identificar as possveis classes gerais (categorias) de conceitos que a rea do conhecimento, objeto do tesauro, comporta. O exerccio de categorizao torna claro o domnio temtico do tesauro e, como conseqncia, estabelece as bases para seleo dos termos, nas fontes de onde eles sero retirados No processo de facetao de um domnio, voc pode seguir a lista de categorias a seguir, desenvolvida pelo CRG e verificar se so aplicveis temtica de seu tesauro. Ateno: nem todos os domnios possuem manifestaes (facetas) para todas as categorias. Coisas, substncias, entidades que ocorrem naturalmente produtos instrumentos constructos mentais Suas partes constituintes orgos Sistemas de coisas Atributos de coisas qualidades, propriedades, incluindo estrutura medidas processo, comportamento Objeto da ao (paciente) Relaes entre coisas, interaes efeitos reaes Operaes sobre coisas experimentos, ensaios operaes mentais Propriedades de atributos, relaes e operaes Lugar, condio Tempo Tal lista facilita a anlise de qualquer rea de assunto ou de qualquer documento. Como exemplo, citamos algumas facetas - e suas manifestaes - que integrariam o sistema de conceitos relativos a Proteo sanitria: Faceta Coisas Operaes sobre coisas Manifestaes Resduos, efluentes, lodo, substncias perigosas, substncias txicas Tratamento de guas residuais, tratamento de resduos, tratamento de lodo,

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disposio final, processos de decomposio da matria orgnica, processos de estabilizao da matria orgnica Agentes do processo Equipamento/Instalaes Agentes de biodegradao/decomposio, poluentes, instrumentos utilizados no tratamento de resduos Unidades de tratamento de resduos

O exemplo acima permite perceber, em extenso, a realidade emprica que est sendo objeto de representao conceitual. Esse um dos aspectos mais interessantes do Mtodo de Faceta. Quando se consegue fazer este exerccio, compreende-se melhor quais as facetas relevantes para uma rea. Como se pode verificar, o Mtodo dedutivo: ele fornece as bases para estabelecer as grandes classes, no interior das quais so includas as classes de conceitos, com suas cadeias e renques. RELAO ENTRE CONCEITOS E TERMOS Relaes entre conceitos A anlise dos termos e, por conseguinte, dos conceitos constitui a base para se estabelecer as relaes nos tesauros. Um dos postulados do tesauro que os conceitos de uma rea de assunto se inter-relacionam formando um sistema. No existe conceito isolado: ele est sempre relacionado com, pelo menos, um outro conceito. A relao entre conceitos pode ser: lgica esta relao vai produzir a relao hierrquica incluindo termos genricos e termos especficos. ontolgica , que inclui as relaes partitivas e associativas. Por que esta classificao? Procuramos manter a classificao das relaes entre conceitos em lgica e ontolgica por acreditarmos que elas fornecem princpios mais slidos para a sistematizao dos conceitos. Tal classificao facilita, inclusive, o entendimento da realidade emprica que est sendo representada no sistema de conceitos, e auxilia a pensar corretamente. Relao entre termos Esta relao se d no plano da lngua. Aqui temos a relao de equivalncia (sinonmia), e a relao de denominao. Observao: As relaes lgicas (de super-ordenao e de subordinao) e as relaes partitivas (ontolgicas) so consideradas por alguns autores relaes hierrquicas. No nos parece apropriado considerar hierrquica a relao partitiva porque, em alguns casos, as partes de um objeto tm cada um sua prpria classe. Por exemplo, biela, pisto, eixo de manivela, como partes de um motor. Em outros casos, o objeto pode ser visto como parte e tambm como objeto independente. Por exemplo, a Terra parte do Sistema solar, mas pode ser estudada independentemente do sistema, ou seja, a Terra tem caractersticas prprias (colorao, dimenso ...) no guardando hierarquia direta com o sistema solar. Em outros casos, o todo no se configura como maior, mais importante ou determinante da existncia da parte. Por exemplo, o carro (o todo) necessita do motor (parte/componente) para funcionar. RELAO HIERRQUICA A relao hierrquica uma relao lgica (def.); rene conceitos que tm caractersticas (def.) comuns entre si. So de dois tipos: subordinao, formando cadeia coordenao, formando renque Cadeia Existe uma relao de subordinao lgica quando a intenso def. do conceito subordinado inclui a intenso do conceito superordenado e, pelo menos, mais uma caracterstica especificadora. No sistema de conceitos, o conceito subordinado chamado, tambm, de conceito especfico e o conceito superordenado, de conceito genrico. No tesauro, so designados, respectivamente, como termo especfico (indicado pelo cdigo TE) e termo genrico (indicado pelo cdigo TG) antecedendo o termo. A cadeia , portanto, uma srie vertical de conceitos. Exemplo: bebida bebida hdrica bebida hdrica natural gua potvel A cadeia pode ser visualizada de maneira diversa, ou seja, a cadeia pode ter incio no termo mais genrico (descendente) ou no mais especfico (ascendente). Se os conceitos que esto sendo estruturados no forem capazes de representar a cadeia completa, ento devemos introduzir os conceitos intermedirios necessrios. Estaremos, assim, acatando o princpio da modulao, que estabelece que nenhum membro da cadeia pode faltar. Se apenas os termos 'solvente' e 'aguarrs' estiverem presentes, deve-se incluir 'solvente orgnico', como termo intermedirio, para que a cadeia fique completa,

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Exemplo: solvente solvente orgnico aguarrs Renque O renque constitudo de conceitos subordinados a um mesmo conceito, ou seja, conceitos coordenados; so conceitos 'irmos'. O renque , portanto, uma srie horizontal de conceitos. Por exemplo, 'gua mineral' e 'gua potvel' tm o termo superordenado, 'bebida hdrica natural'; logo, so de mesmo nvel de coordenao, constituindo-se num renque. A formao do renque determinada pelas caractersticas, e pode ser explicitada na parte sistemtica dos tesauros pela caracterstica de diviso. Na parte alfabtica dos tesauros no h codificao para os termos coordenados. No exemplo a seguir, formam um renque todos os termos subordinados a 'corpo celeste'. corpo celeste asteride cometa estrela meteorito nebulosa planeta pulsar quasar satlite De um modo geral, os nomes prprios no integram os tesauros e so controlados em listas parte. Por uma circunstncia qualquer pode-se desejar inclu-los. Assim, 'Sol' estaria subordinado a 'estrela' . Mas os nomes prprios (nomes de objetos nicos, relativos a conceitos individuais), s devem ser includos quando podem ser citados em sua totalidade. Por exemplo, podem-se listar todos os planetas do sistema solar. No caso das estrelas, se algumas delas forem importantes, devem figurar numa lista parte (lista de nomes autorizados), para se controlar a forma verbal. A relao hierrquica pode ser representada por meio de grficos que auxiliam a visualizao das cadeias e renques. RELAO ASSOCIATIVA A relao associativa se d por contigidade no tempo, como, por exemplo, quando um objeto d origem a outro, ou quando um processo ou fenmeno desencadeia outro processo ou fenmeno: lagarta / borboleta Urnio / Urnio 235 pele de cabra / camura Plano Nacional de Desenvolvimento I / Plano Nacional de Desenvolvimento II no espao, como por exemplo, as relaes existentes entre objetos em um escritrio: lpis e borracha nada tm em comum conceitualmente, mas esto prximos na mesa do escritrio. O mesmo ocorre com esquadria e porta ou esquadria e janela. Em alguns casos, este tipo de relao d-se entre facetas, podendo, at, ser designada por relao 'interfaceta'. Os exemplos abaixo demonstram os tipos de ocorrncia mais freqentes. Material/Produto couro / calado Processo ou operao/Agente ou instrumento fiao / tear curtimento / tanante processamento de dados / computador Ao/ Resultado da ao indexao / ndice tecelagem / tecido distribuio de renda / desenvolvimento econmico Causa/Efeito Chuva / acidente de trnsito Processo/Etapas de um processo Ciclo de vida Infncia Adolescncia Juventude Maturidade Velhice PLANILHA DE REGISTRO DOS DADOS A planilha deve conter, no mnimo, as seguintes categorias de dados: assunto/nome do tesauro categoria

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termo definio ou explicao nota explicativa termo(s) no-preferido(s) termo(s) genrico(s) termo(s) especfico(s) termo(s) partitivo(s) termo(s) associado(s) observaes indicao da(s) fonte(s) assunto/nome do tesauro Se, no futuro, houver incluso de outras reas ou de outros tesauros, este elemento fornece o contexto em que o termo foi considerado, ou seja, no caso de homnimos, fica fcil identificar a que conceito o termo se refere; esta observao til particularmente para as bibliotecas universitrias, que trabalham com vrias reas de assunto e, eventualmente, pode ocorrer a presena de diferentes conceitos com a mesma forma verbal (homnimos); a indicao da rea de assunto que vai mostrar que, de fato, so conceitos diferentes e no duplicao de entrada. Exemplos de assuntos de tesauros: energia nuclear, economia agrcola, administrao de empresas, mulher, aids. categoria (def) Indica o termo mais geral, identificado pelo processo de categorizao, reunindo, assim, os termos pertencentes a ela. termo (def) De incio, todos os termos levantados devem ser registrados neste campo. No processo de anlise dos conceitos, alguns so descartados, por no serem de interesse do pblico alvo, outros sero includos. Quando se identificar sinnimos necessrio escolher o termo preferido, o qual deve ser registrado neste campo. Exemplos: AIDS (preferido forma por extenso); Comrcio internacional (preferido a Comrcio mundial). O no-preferido deve ser preenchido no campo "termo(s) no-preferido(s)" definio ou explicao Pode haver dificuldade em obter uma definio para um conceito; neste caso, uma explicao talvez seja suficiente para enquadra-lo numa categoria. Exemplo para uma definio de 'moeda': dinheiro em forma fsica, incluindo moedas metlicas e papel-moeda. nota explicativa A nota pode se referir ao emprego particular do termo no tesauro; assim, o sentido do termo pode ser alargado ou restringido ( uma arbitrariedade caracterstica dos tesauros); pode indicar outro termo a ser usado concomitantemente na indexao; pode ser qualquer outra observao para auxiliar indexador/usurio no melhor uso do tesauro, como, por exemplo, indicar que se deve preferir, sempre os termos especficos do termo, ou seja, o termo figura no tesauro para compor uma classe, mas no deve ser usado na indexao, por ser genrico demais. Neste ltimo caso, mais prudente colocar, no campo do termo, um sinal aps o termo para chamar a ateno. Exemplo de nota para o termo Comrcio exterior: Usar para comrcio entre duas naes. Para o comrcio entre vrias naes do mundo, usar Comrcio internacional. termo(s) no-preferido(s) Este campo preenchido quando da anlise dos termos, durante a qual um sinnimo ou equivalente (por exemplo, siglas), no seja a forma preferida para entrada. Exemplo: Sndrome de imunodeficincia adquirida (para o termo de entrada AIDS) termo(s) genrico(s) Este campo preenchido quando da anlise dos termos, identificando-se o termos imediatamente superior na classe do termo de entrada no tesauro. Exemplo:Fruta (para o termo de entrada Fruta ctrica) termo(s) especfico(s) Este campo preenchido quando da anlise dos termos, identificando-se termo(s) imediatamente inferior(es) ao termo de entrada. Exemplo: Fruta ctrica (para o termo de entrada Fruta) termo(s) partitivo(s) Este campo preenchido com termos que se referem a partes que integram o conceito no todo, j registrado no campo "termo" acima. Por exemplo, seja o termo objeto de estudo "meios de pagamento". Registram-se neste campo, como partitivos, os termos "moeda" e "depsitos vista", identificados pela definio de "meios de pagamento": moeda e depsitos vista em poder do pblico. termo associado Existem vrias possibilidades para associao entre termos.

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observaes Este um campo de interesse interno, para uso dos gestores do tesauro. Aqui so registradas notas diversas como, por exemplo, discrepncias nas fontes e justificativa para a preferncia por uma delas, data de incluso do termo, data de excluso (se for o caso), data da atualizao dos dados. Indicao das fontes Indicao das fontes pesquisadas, de modo abreviado. nome do responsvel Os trs ltimos itens tm interesse administrativo e no devem ser colocados para o pblico. Registro inicial De incio, apenas os termos selecionados so registrados. Antes de proceder anlise e estruturao dos termos fica difcil, por vezes, identificar at mesmo um sinnimo. Registre, neste caso, todos os termos no campo "termo". E inicie a organizao dos termos. Completando os dados Aps a organizao, facilitada pelos grficos, os demais dados da planilha podem ser preenchidos, exceto, talvez, o campo "nota explicativa'; a nota sobre o uso do termo pode se mostrar necessria durante o processo de indexao. Quanto maior o nmero de dados preenchidos para cada termo, melhor os relatrios produzidos pelo software que voc selecionou para esse fim, conforme estabelecido na fase de planejamento. REPRESENTAO GRFICA Os grficos devem auxiliar a visualizao do sistema de conceitos, o qual deve evidenciar todas as relaes presentes. Para visualizar melhor o sistema de conceitos utilizam-se meios grficos. Apenas os mais comuns so apresentados a seguir, podendo-se consultar a norma DIN 2331 para outros tipos. relao hierrquica em lista estruturada em rvore relao partitiva em lista estruturada em chave relao associativa combinao de grficos Para representar a relao lgica/hierrquica os grficos mais adequados so: Lista estruturada: esta forma a mais comum. Nela, os termos mais especficos so indicados pela endentao Exemplo 1: Bebida Bebida hdrica Bebida hdrica natural gua potvel gua mineral Bebida hdrica artificial Bebida estimulante Bebida lctea Exemplo 2: com caracterstica de diviso verniz (segundo o brilho) verniz de alto brilho verniz de brilho sedoso verniz fosco (segundo a composio) verniz a lcool verniz base de resina verniz betuminoso Exemplo 3: com poliierarquia Elemento de alvenaria tijolo tijolo cermico tijolo de vidro tijolo refratrio bloco bloco de concreto bloco vazado de concreto bloco cermico bloco slico-calcreo elementos vazados bloco vazado de concreto

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Grfico em rvore : neste esquema, as linhas oblquas ligam os conceitos superordenados ao subordinados, ficando aqueles no plano superior e estes no plano inferior. H vrios modelos como nos exemplos citados adiante Modelo 1: simples

Modelo 2: com poliierarquia

Modelo 3: com caracterstica de diviso

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Modelo 4: com caracterstica de diviso

Modelo 5: com caracterstica de diviso

Observao: A poliierarquia fica evidente no modelo 2 ('bloco vazado de concreto'); nos outros diagramas isto no facilmente percebido Observao: Na parte alfabtica dos tesauros a hierarquia indicada pelos cdigos TG e TE antecedendo, respectivamente, os termos genricos e os especficos Para representar a relao partitiva empregam-se: Lista estruturada, evidenciando as partes pela endentao e indicando-se entre parnteses que se trata de relao partitiva Exmplo: verniz (elementos constituintes) veculo resina aditivo A caracterstica de diviso, indicada entre parnteses, deixa evidente que se trata de relao partitiva pelo tipo de vocabulrio utilizado: elemento, componente, e assemelhados.

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Grfico em chave. As ligaes se do em linhas verticais para ligar o todo a suas partes e estas so ligadas por linha horizontal Exemplo:

bservao: Na parte alfabtica dos tesauros a relao partitiva indic pelos cdigos TGP e TEP antecedendo, respectivamente, os termos que indicam o todo e as partes A relao associativa indicada por uma seta bidirecionada. Exempio:

Observao: Na parte alfabtica dos tesauros esta relao indicada pelo cdigo TA antecedendo o termo. Combinao de grficos Um conceito pode ser analisado tanto no plano lgico como no plano ontolgico, ou seja, pode estar numa relao genricoespecfica e tambm numa relao partitiva. Exemplo:

O conjunto esquerda mostra os componentes (relao partitiva) do 'verniz'. 'Resina', no entanto, apresenta dois conceitos subordinados logicamente. O conjunto direita mostra os conceitos subordinados logicamente a 'verniz'. Se os conjuntos assim interligados forem muito grandes pode ser mais prtico apresent-los em separado Observao geral:Cada Faceta pode se constituir num grfico, desde que a quantidade de termos possa ser disposta numa nica folha. Caso contrrio, pode-se adotar as classes imediatamente inferiores como critrio para apresentao dos grficos. Por exemplo, seja a Faceta Couros e Peles. Ela contm tantos termos que o mais prtico seria apresentar em separado o grfico para Peles e o grfico para Couros. Os termos que guardam uma relao associativa - em geral, ligando termos de diferentes facetas, devem ser acompanhados da indicao da Faceta em que se encontram. Por exemplo, na rea de Alimentos, sejam as Facetas: Alimentos in natura (Faceta 1) e Alimentos processados (Faceta 2), a relao poderia ser estabelecida da seguinte forma: Alimentos in natura (Faceta 1) Cereal Aveia Trigo .....

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Raiz Mandioca Farinha de Mandioca (Faceta 2) APRESENTAO FINAL DO TESAURO Se voc j analisou os termos e estabeleceu as relaes por meio da anlise dos conceitos. Ento pode preencher o restante dos campos da planilha de registro de dados e providenciar as formas de apresentao final do tesauro. Recomenda-se que os tesauros tenham, alm da tradicional forma de apresentao em ordem alfabtica, uma apresentao sistemtica, havendo vrias alternativas grficas para esta ltima. Toda apresentao sistemtica requer um ndice alfabtico. Neste caso, a localizao do termo no sistema requer uma notao, especialmente quando se divulga o tesauro em forma impressa ou na tela do computador. O ndice alfabtico remete, ento, notao - no primeiro caso -, ou apresentao sistemtica, quando o tesauro est disponvel em meio eletrnico. Se a utilizao do tesauro for on-line, os modernos software, com recursos de hipertexto, permitem que se v de uma parte a outra, sem necessidade da apresentao alfabtica ou de notao. O ndice alfabtico, no entanto, um instrumento prtico, que remete o usurio para a parte sistemtica. Se voc optou por um software especfico para tesauro, s seguir suas instrues. Se ainda vai adquirir um, verifique, pelo menos, dois aspectos: as questes relativas seleo do software e as questes relativas ao contedo, observando os critrios sugeridos. Em geral, a ordem dos elementos a seguinte, indicada pelos cdigos: Termo Termo(s) equivalente(s) (cdigo: up) Nota de uso ou definio (cdigo: Nota) Categoria (cdigo: TC) Termo imediatamente superior (cdigo: TG) Termo relativo ao todo (cdigo: TGP) Termo(s) imediatamente inferior(es) (cdigo TE) Termo(s) relativos s partes/componentes/constituintes (cdigo: TEP) Termo(s) associado(s) (cdigo TA) H diferentes formas de apresentao alfabtica que, no entanto, dependem do software. http://conexaorio.com/biti/tesauro/registro.htm#cat

CRITRIOS PARA AVALIAO DE TESAURO DOCUMENTRIO Prof. Maria Luiza de Almeida Campos, coord. Os critrios a seguir so recomendados para fundamentar decises de um servio de informao quanto adoo ou no um tesauro existente. Os itens a seguir podem ser ponderados para melhor fundamentar a deciso. 1. Domnio de Conhecimento coberto pelo Tesauro 2. Apresenta Introduo? Qual o contedo? est redigida de forma clara a possibilitar o uso do instrumento? 3. Forma de apresentao a) Apresenta parte alfabtica b) Apresenta parte sistemtica 4. Idioma: monolingue ou multilingue? 5. Unidade lingstica utilizada: a) Conceito b) Palavra c) Assunto 6. Quais os tipos de relao encontrados? 7. Aspectos ligados consistncia: a) Consistncia das relaes entre os termos? b) Consistncia no uso do plural e do singular? c) Consistncia no nvel de especificidade? 8. Nota de aplicao/Escopo: apresenta a definio do termo e/ou a poltica de indexao? Se o tesauro tiver um nmero muito grande de termos (acima de 200, por exemplo) pode-se proceder anlise de uma amostra.

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METODOLOGIA PARA CONSTRUO DE TESAUROS ANLISE E VALIDAO Na determinao do termo preferido e seus sinnimos, assim como, a sua conceituao prevaleceu a Garantia Literria por meio da pesquisa na literatura especfica (impressa e eletrnica). A Garantia do Usurio foi possvel pela participao de indexadores de diferentes instituies nacionais e estrangeiras. MAPA CONCEITUAL

METODOLOGIA DO TESAURO CADEIA ALIMENTCIA A metodologia para a elaborao do Tesauro Cadeia Alimentcia parte do sistema de conceito, o qual baseia-se em conceitos relacionados com conceitos, assim a caracterstica deste tesauro a estrutura lgica entre os conceitos. Esta estrutura lgica contempla as relaes hierrquicas (do conceito geral para o especfico), de equivalncia (do conceito para seus sinnimos e quase sinnimos) e associativas (relacionamentos transversais). Modelo Conceitual Para delimitao da Cadeia Alimentcia foi considerado o conceito de cadeia produtiva conjunto de atividades econmicas que se articulam progressivamente, incluindo matrias-primas, mquinas e equipamentos, dos produtos intermedirios at o produto final, a distribuio e a comercializao. Desta forma, o Tesauro Cadeia Alimentcia tem como conhecimento especfico, Alimentos e Bebidas e o seu inter-relacionamento com todas as atividades de uma cadeia produtiva, como mostra a figura Mapa Conceitual. Diretrizes do Tesauro Cadeia Alimentcia Normas nacionais e internacionais orientaram os itens da Diretriz deste Tesauro, a seguir: Coleta de termos pesquisa para novos termos foram efetuadas na literatura tcnica e nas indicaes de indexadores de diferentes instituies nacionais e estrangeiras. Estruturao dos termos Normas nacionais e internacionais orientaram na estruturao dos termos e dos indicadores de relacionamento traduzidos para o portugus. Relacionamento Hierrquico - relao de superordenao ou subordinao, do todo e suas partes e seus tipos. Com os indicativos de relacionamentos: TG - Termo Genrico e TE - Termo Especfico. Obs: Desconsideramos a polihierarquia. Quando um termo apresentou dois ou mais termo genrico um foi escolhido e os demais considerados como termos relacionados. Relacionamentos de Equivalncia - entre sinnimos ou sinnimos parciais (quase sinnimo). Um dos termos foi determinado como preferencial e os demais como no preferenciais. Com os indicativos de relacionamentos: UP - Usado Para e USE USE. Relaes Associativas - um relacionamento simtrico, diferente dos demais, de tal forma que um termo indica outro (veja tambm). Com os indicativos de relacionamentos: TR - Termo Relacionado. NOTAS - utilizadas para conceituar e dar outras informaes que complementam ou ilustram o termo. Com os indicativos: NE Nota de Escopo; NC Nome Cientfico; NI Informaes Complementares; NO Nota de Orientao. Categorias O Tesauro Cadeia Alimentcia classifica em categorias e sub-categorias os termos considerando as suas caractersticas formando uma nova base lgica alm da hierarquia.

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