to do plantio de milho

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Planejamento do Plantio Carlos Hentschke Gerente de Tecnologia - Pioneer Sementes LTDA. [email protected] Quando se analisam fatores de produção de milho para altas tecnologias, um dos principais componentes chama-se "população de plantas" por ocasião da colheita. Isso porque, dos três componentes do rendimento: número de espigas por planta, número de grãos por espiga e peso de grãos, o número de plantas por hectare é sem dúvida o principal responsável pela produtividade final da lavoura. Então, se isto é verdadeiro, qual seria o principal momento para assegurar a adequada população de plantas? - Obviamente que é durante o plantio. Entretanto, apesar de ser um dos momentos mais importantes para se garantir a máxima expressão do potencial produtivo de um híbrido, muitas vezes não é dada a devida atenção por parte dos produtores, colocando em risco os bons resultados da lavoura logo no início da vida da cultura. O objetivo dessa matéria é chamar a atenção de técnicos e produtores para a importância do plantio no resultado final da lavoura de milho. Para isso, serão discutidos alguns itens importantes que, obrigatoriamente, devem ser observados durante o planejamento de plantio da lavoura. Planejamento da Operação Plantio Primeiramente, o produtor ou técnico da assistência técnica deverá fazer um bom planejamento, levando em consideração: -Tamanho da área a ser plantada; -Período de plantio em que vai resultar no melhor desempenho de seus materiais e produtividade final; -Rendimento de seus equipamentos de plantio (plantadeiras e tratores); -Equipe de trabalho disponível; -Manejo da cobertura ou preparo do solo, etc.

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Planejamento do Plantio Carlos HentschkeGerente de Tecnologia - Pioneer Sementes [email protected]

Quando se analisam fatores de produção de milho para altas tecnologias, um dos principais componentes chama-se "população de plantas" por ocasião da colheita.

Isso porque, dos três componentes do rendimento: número de espigas por planta, número de grãos por espiga e peso de grãos, o número de plantas por hectare é sem dúvida o principal responsável pela produtividade final da lavoura.

Então, se isto é verdadeiro, qual seria o principal momento para assegurar a adequada população de plantas? - Obviamente que é durante o plantio.

Entretanto, apesar de ser um dos momentos mais importantes para se garantir a máxima expressão do potencial produtivo de um híbrido, muitas vezes não é dada a devida atenção por parte dos produtores, colocando em risco os bons resultados da lavoura logo no início da vida da cultura.

O objetivo dessa matéria é chamar a atenção de técnicos e produtores para a importância do plantio no resultado final da lavoura de milho.

Para isso, serão discutidos alguns itens importantes que, obrigatoriamente, devem ser observados durante o planejamento de plantio da lavoura.

Planejamento da Operação PlantioPrimeiramente, o produtor ou técnico da assistência técnica deverá fazer um bom planejamento, levando em consideração:

-Tamanho da área a ser plantada; -Período de plantio em que vai resultar no melhor desempenho de seus materiais e produtividade final;-Rendimento de seus equipamentos de plantio (plantadeiras e tratores);-Equipe de trabalho disponível;-Manejo da cobertura ou preparo do solo, etc.

Somente com estes dados em mãos é que se pode determinar a "capacidade de plantio em ha/dia".

Este item é de suma importância para que se plante na melhor época da região em questão.

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Plantio direto de milho

ManutençãoEsta tarefa geralmente deve ser realizada nos períodos de entressafra e deve contemplar uma checagem geral, nos elementos de corte e de deposição de adubo, engrenagens, correntes de transmissão, discos duplos de corte do carrinho da semente, limitadores de profundidade, compactadores, condutores de adubo e semente, e principalmente os componentes de distribuição de semente e adubo.

É geralmente aqui que os pequenos erros se transformam em grandes defeitos.

É importantíssimo verificar os elementos que são responsáveis por fazer a distribuição da semente no solo. Raspador, roseta e martelete, que compõem o sistema de distribuição a disco, devem estar em perfeito estado de conservação.

Regulagem da plantadeiraÉ realizada de diversas maneiras pelos produtores, cada um tem seu próprio método.

Abaixo, vamos destacar as regulagens mais importantes:

-Discos e Anéis - Estes elementos podem ser escolhidos, seguindo o exclusivo sistema de nomenclaturas Pioneer.

Um rápido teste prático deve ser realizado para confirmar a sugestão da companhia.

De posse do disco indicado e de uma pequena amostra de sementes:

-escolhe-se o anel com friso ou liso (se for semente redonda ou chata);-escolhe-se duas sementes menores;-ver as duas cabem no mesmo furo (checagem de prováveis duplas);-escolhe-se as maiores sementes;-ver se as sementes passam com alguma folga pelos furos (checagem de prováveis falhas).

EngrenagensA combinação de engrenagens é a responsável pela distribuição do número de sementes na linha de plantio.

Escolhe-se então a relação de engrenagens mais apropriada, ou seja, aquela que mais se aproxima da recomendação do número de sementes por metro linear.

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O manual de instrução das plantadeiras traz uma boa noção destas combinações.

Regulagem no CampoÉ no campo que devemos testar ou fazer a regulagem final, observando principalmente a quantidade de sementes por metro, a distribuição entre elas, a profundidade e principalmente a uniformidade desta profundidade, a fim de garantir a emergência das plantas ao mesmo tempo.

Além da semente, é preciso uma atenção especial para a profundidade e local de deposição do adubo.

Obrigatoriamente, temos que tentar colocar os fertilizantes abaixo e ao lado da semente, evitando assim efeito de salinização e prováveis reduções do poder germinativo e emergência destas sementes.

Velocidade de PlantioA velocidade é variável de acordo com o sistema de distribuição de sementes.

Para plantadeiras a disco, recomenda-se velocidade não superior a 5 km/h. Já nas plantadeiras a dedo ou a vácuo, pode-se realizar uma boa operação de plantio com velocidades até 10 km/h, desde que as condições da topografia do terreno, umidade e textura do solo permitam essa velocidade, mas é importante que o fabricante seja consultado.

Estudos apontam perdas de até 12% ao aumentarmos a velocidade de 5 para 10 km/h em plantadeiras a disco.

Ressaltamos mais uma vez a importância da uniformidade de profundidade das sementes, para emergência uniforme.

Só assim a lavoura começará com o "pé direito".

Estande inicial de milho em plantio direto

Tratamento de SementesA grande maioria dos agricultores faz uso do tratamento adicional de semente com inseticida, uma espécie de "seguro", evitando assim prejuízos com o ataque de pragas iniciais de solo e algumas da parte aérea, principalmente da fase de germinação até a emergência com 2 folhas.

Este tratamento, por si só, acarreta uma alteração na plantabilidade, anteriormente avaliada, pelo fato dos principais produtos do mercado conferirem uma certa aderência às sementes, dificultando a queda e distribuição das sementes no sulco de plantio, aumentando

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principalmente o número de falhas na hora do plantio.

Este fato pode ser facilmente solucionado adicionando-se à semente já tratada quantidade ao redor de 5 gramas de grafite por kg de semente.

É importante lembrar que esta adição de grafite deverá ser feita momentos após o tratamento.

Espera-se um pouco a secagem da semente no "tambor" de tratamento e adiciona-se a quantidade de grafite necessária, girando-se este "tambor" por mais alguns instantes, até que se obtenha uma uniformidade do grafite ao redor da semente.

Agora a semente está pronta para ser plantada.

As figuras ao lado ilustram os aspectos das sementes após os diversos tratamentos.

ConclusõesPara finalizar, gostaríamos de observar alguns pontos importantes:

* A semente é um ser vivo e responde pelo mau manejo de outras fases. Muito cuidado nas fases que antecedem e que sucedem o plantio!

* Conservar máquinas, plantar na velocidade adequada, efetuar as regulagens necessárias e manter a equipe de plantio treinada é uma tecnologia custo ZERO e que pode garantir o sucesso da sua lavoura.

* Máquina nova não é garantia de bom plantio, bem como máquina velha não é sinônimo de mau plantio. Portanto, atenção para detalhes nem sempre visíveis, que podem levar boa parte do lucro de sua lavoura.

* Uma lavoura bem implantada, com semente de alta qualidade fisiológica e alto potencial genético, com plantas bem distribuídas, uniformes e na população correta, é um grande passo para o sucesso da lavoura.

Lembre-se que o início do seu sucesso é no plantio.

01/08/2005

Silagem: o ponto ideal de corte do milho

O corte da planta de milho no momento errado para produção de silagem tem sido um dos erros mais freqüentes cometidos pelos produtores. Para que a planta de milho seja cortada no ponto ideal é importante o produtor ajustar adequadamente a sua

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estrutura de maquinários com o tamanho da área de milho que será ensilada e plantar escalonadamente híbridos, combinando diferentes ciclos. Tanto a antecipação como o atraso do período de corte trazem prejuízos quanto a qualidade nutricional da silagem.

A antecipação, muitas vezes, é recomendada para facilitar o corte, quando a planta do milho tem baixa qualidade, isto é, está muito fibrosa ou na expectativa de se obter mais produção de matéria verde. Com isso, transportam mais água para o silo, menos nutrientes (energia), aumentam os custos de ensilagem e perdem parte da qualidade da silagem na forma de efluente ou mais conhecido como choro da silagem.

Em alguns casos, os produtores são orientados, incorretamente, em antecipar o corte da silagem para diminuir a presença de grãos nas fezes dos animais, dando a falsa sensação de que a silagem estaria com mais digestibilidade e, supostamente, melhor aproveitada pelos animais.

O corte atrasado do milho ocorre na maioria dos casos quando não há um bom planejamento entre a capacidade de colheita versus o tamanho da área a ser colhida. Isso traz como principal problema a dificuldade de compactação da silagem, comprometendo o processo de fermentação pela presença de ar que poderá reduzir a qualidade da silagem.

A textura do grão é importante na qualidade da silagem?Recentemente foi aberta, no Brasil, ampla discussão com relação a importância da textura do grão na qualidade da silagem. A idéia central defendida por alguns nutricionistas é que os híbridos de textura de grão mole seriam mais adequados para produção de silagem sob a alegação de que teriam maior digestibilidade do grão, o que diminuiria sua presença nas fezes dos animais.

Como pode ser verificado na tabela abaixo, na fase de linha do leite (L. leite), ponto de corte ideal da silagem, a degradabilidade da matéria seca (MS) do grão de milho, após 24 horas, no grão duro foi de 65,0% contra 61,4% no grão mole. Esses dados mostram que não há diferença entre a degradabilidade da MS do grão de milho entre grãos de textura dura e mole no ponto ideal de silagem. Além disso, os híbridos de milho de textura mole são de baixa capacidade de adaptação e estabilidade agronômica por serem oriundos de material genético temperado, portanto menos defensivos, principalmente com relação às condições climáticas e de doenças.

Ponto ideal de corte para silagemO ponto ideal de corte para silagem é quando a planta acumula a maior quantidade de matéria seca de melhor qualidade nutricional. Em geral, este ponto se dá quando os grãos atingem o estádio de farináceo-duro, ou 50% da linha do leite, e a planta com teores de MS variando entre 32% e 38%, dependendo do ciclo do híbrido.

No ponto de grão leitoso, o potencial de produção de grãos é de apenas 50%, ou seja, somente metade dos grãos que seriam produzidos na lavoura de milho serão colhidos na ensilagem. "O produtor fez investimentos em uma lavoura de milho e estará colhendo mais forragem do que grãos", resultando numa silagem de menor qualidade e de baixa energia.

Se o pecuarista colher no ponto de grão farináceo-duro, o que equivale a 50% da linha do leite, ele colherá 95% dos grãos e 100% da forragem que o milho pode produzir. Dessa

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maneira, todo o investimento feito será colhido na forma de silagem composta por forragem e grãos de alta qualidade.

A relação entre o percentual de grão e a qualidade da silagemA qualidade da silagem pode ser medida por meio do percentual dos Nutrientes Digestíveis Totais - NDT. O NDT, em termos práticos, mede o teor de energia da silagem. O NDT aumenta à medida que se tem maior participação de grãos na silagem, conforme pode-se observar na tabela abaixo.

A alta qualidade da silagem é que determina o maior consumo pelos animais. Se há alta participação de grãos na silagem e se a planta do milho, no caso a forragem, tiver maior digestibilidade, com menores teores de fibra, maior será o consumo pelos animais, o que é fundamental para maiores ganhos de peso ou produção de leite.

Se a silagem tiver maior concentração de energia (NDT), maior será seu potencial para produção de leite ou carne. E a energia produzida na propriedade terá um custo muito menor do que se o produtor tiver que adquirir alimentos concentrados para a complementação da ração dos animais. Além disso, a maior participação de grãos na silagem proporciona maior digestibilidade e, conseqüentemente, os animais apresentarão maior consumo e produção.

O alto custo de uma silagem de baixa qualidadeAinda é comum no mercado de silagem a antecipação de corte, criando-se a falsa ilusão de colher volume com qualidade. Porém, o produtor deve estar atento ao fato de que os animais que consomem silagens colhidas mais cedo - silagens verdes - podem apresentar um maior consumo de silagem. Mas, isso acontece pelo fato de que a maior quantidade de água presente na silagem faz com que o animal precise ingerir mais silagem - matéria seca - para atender suas necessidades para a produção.

A quantidade de concentrado necessário para manter a mesma produção de leite numa silagem com 62% de NDT é três vezes maior quando se tem uma silagem de 70% de NDT.

Como realizar o corte dentro do período idealO primeiro passo para a colheita da silagem dentro do período ideal de corte é possuir uma estrutura em termos de máquinas e implementos compatível com o tamanho da área. Isso inclui as regulagens que permitam o corte das partículas dentro do tamanho ideal, além dos demais processos da ensilagem como compactação, vedação, etc.

O segundo passo é a seleção correta dos híbridos que devem apresentar ciclos diferentes e o plantio escalonado dos mesmos para que se possa aumentar a janela de corte da silagem permitindo a colheita no ponto certo.

A Pioneer possui pelo menos dois híbridos para cada região, que reúnem alto volume de massa verde e seca, elevada qualidade nutricional com estabilidade agronômica e permitem aumentar a janela de corte.

Características dos híbridos Pioneer recomendados para silagemAlém do elevado volume de matéria verde, matéria seca e do NDT, os híbridos Pioneer possuem características nutricionais especiais e estabilidade agronômica para as zonas ambientais e para as épocas de plantio em que são recomendados. Esse conjunto reflete em

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alta produtividade de grãos (alta energia), baixos teores de fibra (maior digestibilidade), aumentando o consumo pelos animais, o que representa maior rendimento em carne ou leite.

 

Chamamos de Silagem ao produto resultante de um processo de anaerobiose, isto é, na ausência de oxigênio, por acidificação do material verde vegetal.

A Ensilagem é o processo que dá origem a silagem e consiste no corte da planta na época ideal, o enchimento do silo ( local destinado  ao armazenamento da silagem ) compactação da massa verde picada e vedação do silo.

Entre os seus benefícios poderíamos destacar os seguintes:

Permite a manutenção de um maior número de animais ou unidades animais (450 kg) por unidade de terra.

Permite a manutenção ou maximização da produção (carne ou leite) principalmente durante os períodos de escassez de alimentos .

Permite , através do confinamento, ofertar animais bem nutridos em épocas de melhor preço.

Permite armazenar grande quantidade de alimento (mat. seca) em pouco espaço.

TIPOS DE SILAGEM

SILAGEM DE PLANTA INTEIRA - É a silagem de milho mais conhecida e comumente utilizada.Consiste em cortar toda a planta de milho através de ensiladeiras adequadas, para posterior compactação e vedação no silo. 

SILAGEM DE PARTE SUPERIOR - É a silagem de milho semelhante a anterior, com uma única diferença: a a planta é cortada da espiga para cima. O restante do processo como compactação e vedação é idêntico ao de uma silagem comum. Um dos aspectos importantes nesta silagem  é o menor percentual de fibra e conseqüentemente, maior digestibilidade.

SILAGEM DE GRÃO ÚMIDO - É a silagem feita apenas com os grãos do milho.Consiste na colheita do milho quando os grãos apresentarem entre 35% a 40% graus de umidade, através de colheitadeiras convencionais, posterior trituração em moinhos adaptados, compactação e vedação em silos construídos em locais cobertos.

TIPOS DE SILOS 

            Existem vários tipos de silos, que adaptam-se às mais diferentes condições das propriedades, principalmente terreno. Na prática, são divididos em Silos Verticais Aéreos e Silos Horizontais.Atualmente a grande maioria dos produtores tem construído os Silos Horizontais, em especial o Tipo Trincheira, pelo seu custo, funcionalidade e durabilidade.                       

TAMANHO DOS SILOS

         A determinação do tamanho do silo, requer a consideração de alguns pontos:

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O número de animais que será alimentado, levando-se em consideração o peso inicial dos animais e a produtividade que se deseja  alcançar (carne, leite ).

O número de dias ou período em que os animais  receberão a silagem.

Quantidade de silagem fornecida aos animais por dia, que é determinada em função do peso do animal, produtividade que se deseja alcançar e potencial produtivo dos animais.

A espessura de corte diário da silagem, devido ao contato com o ar atmosférico.

A estrutura da fazenda ou propriedade versus o período para o corte, enchimento, compactação e vedação do silo.

O tamanho do local para construção do silo e posicionamento com relação às instalações

O peso médio da silagem por metro cúbico.

O percentual de perdas, consideradas normais devido a processos fermentativos e perdas diárias comuns.

CÁLCULO DO CONSUMO  TOTAL DE SILAGEM ( Q )

Q = Nº cabeças X Nº dias confinados X Consumo/cabeça/dia.

CÁLCULO DA SILAGEM TOTAL CONSIDERANDO PERDAS ( QT )

QT = Q + 10% A 20%

CÁLCULO DO VOLUME DO SILO ( VS )

Considerando que em média 650 kg de silagem ocupa um metro cúbico, temos que o volume do silo é  igual a :

VS = QT/650   CÁLCULO DO VOLUME DIÁRIO DE SILAGEM VD = Nº animais X cons./cab./dia + 10% ( perdas )                           650

 

ÉPOCA DE CORTE

A determinação do ponto de corte, é um dos aspectos mais importantes para alcançar a tão procurada qualidade . Teoricamente a época ideal é quando a planta oferece alto rendimento de matéria seca, alto nível de proteína  e baixo teor de fibra,porém neste estágio a planta apresenta muita umidade, facilitando o desenvolvimento de bactérias indesejáveis ( clostridium) Na prática, a melhor época para o corte, é aquela em que o teor de matéria seca está ao redor de 28% a 35% o que corresponde ao milho na fase de grão farináceo .É também na fase de grão farináceo que a planta apresenta nível adequado de açúcares ( glicose, frutose, sacarose, etc ), principais fatores para uma boa atuação das bactérias produtoras de Ácido Láctico. O teor destes glicídios está diretamente ligado à espécie e principalmente a época de corte, onde quanto mais jovens as plantas, menor a quantidade de glicídios. Um fator a ser considerado por ocasião do corte, é o

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tamanho dos pedaços  que a forragem recebe pela ensiladeira. Recomenda-se que a regulagem permita picagem em pedaços de 0,5 a 1,5 centímetros, o que facilita a expulsão do ar quando da compactação , favorecendo o processo de fermentação.

 

ENCHIMENTO DO SILO - COMPACTAÇÃO - VEDAÇÃO

 

O enchimento do silo deve ser feito o mais rápido possível. Não é recomendado proceder o Enchimento e vedação em único dia, pois ocorre assentamento natural da massa. Entretanto, não deve-se interromper o enchimento do silo por um período superior a 24 horas. É  importante que toda vez que o  processo de enchimento for reiniciado, proceda-se a compactação.O processo de Enchimento e Compactação deve ser feito de forma a distribuir por todo silo, camadas uniformes de espessura média ao redor de 30 a 40 centímetros, estas camadas devem ser espalhadas de forma a ficarem inclinadas em direção a entrada do silo ou porta.  Na medida em que as camadas comecem a atingir a entrada do silo, esta deverá ser fechada por meio de tábuas encaixadas em locais próprios existentes nas paredes laterais do silo. Já nesta fase deverá ser colocada a lona para futura vedação.

A Compactação deverá ser feita através de passagens consecutivas com o trator sobre  a massa distribuida.O objetivo da compactação é a expulsão do ar, controlando a respiração, a elevação da temperatura, favorecendo a ação das bactérias produtoras de Ácido Láctico.Por ocasião do Enchimento e Compactação do silo, quando atingir a borda da última tábua, o enchimento deverá ser orientado de forma a se acumular ao longo da linha central, a fim de que proceda-se o abaulamento do silo.

A Vedação consiste em não permitir a entrada de ar. É feita através da cobertura do silo por uma lona, e posterior colocação de uma camada de terra.

 

MANEJO DA SILAGEM   

 

Após todos os cuidados mencionados, o processo de fermentação se estabiliza a  partir dos 21 a 27 dias. A estabilidade ocorre quando o ph fica ao redor de 4,2 e a concentração do ácido láctico em torno de 1% a 2% de concentração. Assim., quando a silagem atinge este ponto, podemos afirmar que está pronta para ser consumida. Normalmente apresenta cheiro característico e temperatura normal ( sem aquecimento ). Uma vez aberto o silo deve-se sempre tomar o cuidado de eliminar possíveis bolores ( fungos ), partes com cheiro semelhante ao álcool (fermentação butírica ) e partes escuras.Após estes cuidados, deve-se proceder o corte em toda camada de maneira uniforme, na quantidade necessária.Após a abertura do silo,independente da utilização da silagem,torna-se obrigatório o corte uniforme de uma camada de pelo menos 15 centímetros, devido a exposição com o ar.

Para Vacas de Leite recomenda-se fornecer a silagem após a ordenha, evitando assim que o gosto da silagem seja transmitido ao leite. Caso o fornecimento tenha que ser feito antes, é aconselhado esperar por um período de aproximadamente 3 horas para o início da ordenha.

A determinação correta do Consumo Diário é de fundamental importância. No caso de Vaca Leiteira o consumo é determinado pelo potencial produtivo de cada animal individualmente. No Gado de Corte Confinado, a determinação é feita com base no peso médio do lote e estimativa de ganho de peso diário. Poucos levam em consideração a Determinação do Consumo Diário de Silagem, porém ela implica no Rendimento, quando há falta no fornecimento, e no Custo, quando há sobra no cocho. As observações de Falta ou Sobra pelo tratador, farão com que em poucos dias se determine o consumo real, que no Gado de Corte Confinado, não se mantém constante durante o período confinado, devido as fases de Adaptação, Engorda Plena e Estabilização É recomendado que a cada novo fornecimento  de silagem sejam retiradas eventuais sobras.

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Recentemente com a maior preocupação em termos de Qualidade da Silagem e Rendimento Dos Animais, tem-se procurado quantificar a qualidade desta silagem em termos numéricos e assim fornecer a diferentes silagens em qualidade, conforme os animais ou grupo de animais de diferentes faixas de potencial produtivo.

 

fonte - informe técnico pioneer

É chamada silagem a forragem verde, suculenta, conservada por meio de um processo de fermentação anaeróbica. As silagens são guardadas em silos. Chama-se ensilagem o process de cortar a forragem, colocá-la no silo, compactá-la e protegê-la com a vedação do silo para que haja a fermentação. 

Quando bem feita, o valor nutritivo da silagem é semelhante ao da forragem verde. A ensilagem não melhora a qualidade das forragens, apenas conserva a qualidade original. Portanto, uma silagem feita a partir de uma lavoura ou capineira bem manejada vai ser bem melhor que uma silagem feita com uma cultura ou capineira "passada" ou mal cuidada. 

A silagem é um alimento volumoso, usado principalmente para bovinos. Na época seca ela pode substituir o pasto. Na engorda em confinamento ela é usada junto com os grãos e farelos. A silagem não é indicada para cavalos ou bezerros pequenos.  

FORRAGEIRAS PARA ENSILAGEM 

No processo de ensilagem o princípio de conservação da forragem é a redução do pH (aumento da acidez) pela fermentação dos açúcares solúveis da planta. Assim sendo, as melhores forrageiras para ensilagem são aquelas com elevado teor de açúcares solúveis. Este é o caso do milho e do sorgo, as melhores culturas para ensilagem. Os capins geralmente têm baixo teor de açúcares e não são indicados, mas há uma exceção: o capim-elefante (Napier, Cameroon, Taiwan, Mineiro e outros), que por ter bom teor de carboidratos solúveis pode dar silagem de boa qualidade. As leguminosas, por resistirem ao aumento da acidez (têm alto poder tampão) não são apropriadas para serem ensiladas sozinhas. A cana-de-açúcar, apesar do alto teor de carboidratos solúveis, geralmente não dá uma boa silagem, pois tende a possibilitar a fermentação alcoólica e, com isto, há muita perda de material. Entretanto, em silagens de milho, sorgo ou capim-elefante pode-se adicionar até 20% de leguminosas para melhorar seu valor protéico ou, pode-se adicionar 20% de cana picada em silagem de capim-elefante maduro, com menos umidade, para melhorar as condições de fermentação. 

Milho: 

Usam-se as mesmas variedades produtoras de grãos e adaptadas à região. Corta-se a planta toda quando os grãos estiverem no ponto farináceo. 

Produção: cerca de 20-30 t de massa verde por hectare. 

Sorgo:  Existem variedades mais indicadas (variedades de duplo propósito para produção de forragem e grão).

Corta-se a planta toda quando os grãos estiverem no ponto farináceo. 

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Produção: cerca de 20-40 t/ha. 

Capim-elefante: 

Corte aos 60-70 dias de idade, quando o capim estiver com 1,8 m altura. 

é preciso pré-murchar o capim, antes de colocá-lo no silo, pois ele tem água demais.

Produção: 20 a 30 t/ha/corte, e 3 a 4 cortes/ano. 

SILOS 

Os silos mais freqüentemente utilizados são os horizontais, do tipo trincheira ou de superfície. Há também silos cilíndricos verticais, do tipo cisterna ou aéreo, mas são menos usados porque são de lida mais difícil. 

Os silos devem ser construídos próximos do local onde serão alimentados os bovinos, evitando-se assim trabalho e custo com o transporte diário de silagem. 

O silo-trincheira tem forma trapezoidal, correspondendo a base menor (b) ao fundo do silo. Para cada metro de altura do silo, a base maior (B), ou seja, a largura do topo deve ter, no mínimo, 0,5 m a mais do que a largura do fundo, para que a inclinação da parede lateral seja de pelo menos 25%. A altura (A) ou profundidade do silo pode variar de acordo com as condições do terreno e poderá ser de, no mínimo, 1,5 até 3,0 m. 

O silo de superfície é feito em cima do solo, sem qualquer escavação ou construção, e também tem formato trapezoidal, só que, neste caso, a base maior (B) é o fundo do silo, próximo ao solo e a base menor o topo. A altura (A) pode variar de 1,2 a 1,5 m. 

O fundo do silo deve ter uma leve declividade para o lado da "boca de descarregamento" para que a umidade escorrida da silagem (o "chorume") escorra para fora. Deve ainda haver valetas ao redor do silo para evitar que a água da chuva entre no silo e apodreça a silagem.     

Tamanho dos silos 

Para se planejar o tamanho de um silo a ser construído é preciso saber quantas cabeças de gado vão ser alimentadas, qual a quantidade de silagem a ser fornecida por cabeça por dia e por quantos dias. A esta quantidade acrescenta-se, por segurança, mais 15% para compensar as perdas que ocorrem na ensilagem. Para o silo-trincheira estima-se que uma tonelada (1.000 kg) de silagem ocupe 2 m3 de silo, e com este dado será possível calcular o volume total da trincheira. 

O comprimento mínimo (C) de um silo-trincheira ou de superfície é determinado multiplicando-se o número de dias de utilização do silo (ou o número de dias de alimentação dos bovinos) por 0,15 m, pois 15 centímetros é a espessura mínima da fatia de silagem a ser retirada diariamente do silo depois de aberto. É aconselhável ainda ter silos de tamanho tal que se possa enchê-lo em três dias. Isto depende do maquinário disponível para o trabalho. Encher todo o silo em um dia apenas não é vantagem porque a forragem tende a "abaixar" demais e

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o topo da massa ensilada perde sua forma abaulada. Um silo que demore mais de três dias para ser enchido também não é vantajoso, porque a fermentação começa a acontecer e, como há presença de ar (porque o silo ainda não foi vedado), esta não será uma fermentação de boa qualidade. 

A partir destas informações e usando-se as fórmulas a seguir é possível calcular as outras dimensões do silo: 

V = S x C   

S = B + b 2

x A

onde 

V = volume de silagem (m3) 

S = superfície ou área da seção trapezoidal (m2) 

C = comprimento do silo (m) 

B = base maior (m), ou seja, a largura do topo do silo-trincheira ou a largura da base do silo de superfície. 

b = base menor (m), ou seja, a largura do fundo do silo-trincheira ou a largura do topo do silo de superfície.

A = altura do silo (m)     

Um exemplo de cálculo do tamanho de um silo-trincheira: 

Suponhamos que: 

- são 50 garrotes para serem alimentados com silagem, durante 120 dias.

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- a cada garrote serão fornecidos 16 kg de silagem por dia.  - a declividade do terreno (o "barranco") permite uma altura (A) de 1,9 m para a escavação do silo.

Calculando a quantidade de silagem necessária: 

50 x 120 x 16 = 96 toneladas, e mais 15% de margem de segurança dão uma necessidade total de 110 t de silagem. 

Como 1 t de silagem ocupa 2 m3 de silo, então 110 t de silagem ocupam 220 m3 de silo (V). 

O comprimento mínimo que teria que ter este silo é de 0,15 m x 120 = 18 m, mas vamos supor que haja espaço para fazê-lo com 22 m (C). 

- a seção trapezoidal será então: 

S = V + 22 = 220 + 22 = 10 m2   

como S = B + b 2

A então pode-se

   

escrever que 10 m2 = B + b 2

1,9 m e portanto

   

que B + b = 10 m 2 x 2  1,9 m

= 10,52 m.

 

Como a largura do topo (B) deve ter 0,5 m a mais que a largura do fundo (b) para cada metro de altura (A) do silo, então é possível escrever que B = b + 0,5 A e, usando-se esta expressão, pode-se continuar o cálculo assim: 

B + b = 10,52 m 

b + 0,5 A + b = 10,52 m 

2b + 0,5 x 1,9 = 10,52 m 

2b + 0,95 = 10,52 m 

2b = 10,52 - 0,95 = 9,57   

Page 14: to Do Plantio de Milho

e portanto b = 9,57 2

= 4,8 m.

Retornando à expressão anterior B + b = 10,52 e substituindo-se o valor de b, tem-se que B + 4,8 = 10,52 e, 

B = 10,52 - 4,8 = 5,7 m 

Assim, o silo deverá ser de 4,8 m de largura do fundo, 5,7 m de largura no topo, 1,9 m de altura e 22 m de comprimento. 

Se considerado muito largo para o terreno, então para diminuir este tamanho basta aumentar o comprimento (C), por exemplo, ou então a altura (A) ou então fazer dois silos em vez de um. 

No cálculo das dimensões do silo de superfície as mesmas fórmulas se aplicariam, entretanto, na prática, a largura da base (B) e a altura (A) vão depender da largura da lona disponível. Para obter-se a quantidade de silagem necessária varia-se o comprimento do silo (C). Por exemplo, se a lona preta disponível tiver 8 m de largura, o silo de superfície deverá ter no máximo 5 m de base (B), 1,5 m de altura (A) e 4 m de topo (b), para que a lona possa cobri-lo e haja sobra lateral para prendê-la ao solo. 

Para calcular a quantidade de silagem de um silo de superfície pode-se estimar que em 1 m3 há 400 kg de silagem. Assim, um silo de superfície com as dimensões ditas anteriormente e 10 metros de comprimento poderá armazenar 27 toneladas de silagem.     

ENSILAGEM 

O processo de ensilagem consiste em cortar a forragem no campo, picá-la em pedaços de 2 a 3 cm e ir colocando a forragem picada no fundo do silo. A cada camada colocada o material deve ser compactado, ou com "pesos de socar", ou com animais pisoteando a forragem ou com trator (cuidado! o pneu do trator deve estar limpo, pois se ele levar terra ou barro para dentro do silo, a fermentação não vai ser boa e haverá perda de silagem). A compactação bem feita é um dos segredos da boa ensilagem. Ela serve para expulsar o ar de dentro da massa de forragem. A presença de ar prejudica a fermentação, e é por isso também que é importante vedar    

bem o silo depois de cheio. A última camada deve ter forma abaulada e, no caso do silo-trincheira, ela deve ser acima da superfície para que a água da chuva não fique parada em cima do silo e possa escorrer para fora deste. 

No silo de superfície a forragem picada é colocada sobre uma camada de palha (que serve para drenar a umidade da silagem e impedir o contato do solo com a forragem). A cada camada colocada deve-se compactar o  

material. Vão se sobrepondo as camadas até atingir uma altura média de 1,5 m na parte central. As bordas são mais baixas, dando então o formato abaulado ao silo. 

Page 15: to Do Plantio de Milho

Nos dois tipos de silo, após a última camada de forragem, coloca-se uma lona preta cujas beiradas são presas em valetas ao lado do silo. Sobre a lona coloca-se uma camada fina de terra, para ajudar na compactação e expulsão do ar da superfície. É aconselhável que, ao final de cada dia de trabalho, a massa já colocada no silo seja coberta com lona, de maneira a não molhar com uma chuva ocasional. Ao final, o importante é que tenha havido uma boa compactação da silagem e boa vedação do silo. 

Aproximadamente 40 dias após o fechamento do silo, a silagem poderá ser fornecida aos bovinos. Se tiver sido bem feita e o silo não for aberto, a silagem pode conservar-se por mais de 1 ano. Uma vez aberto o silo, a cada dia deve ser retirada uma fatia de no mínimo 15 cm.     

Aditivos 

Para melhorar as condições de fermentação ou para melhorar o valor nutritivo das silagens, alguns aditivos podem ser usados, como é o caso de fenos, palhas, fubá, uréia, melaço etc. Estes aditivos são empregados principalmente na ensilagem do capim-elefante, mas a uréia pode ser empregada também na ensilagem do milho. O aditivo escolhido é espalhado após cada camada do material colocado no silo, de maneira que fique bem distribuído dentro da massa ensilada. São empregados nas seguintes proporções: 

- uréia: 0,5% (na ensilagem de milho ou capim-elefante), 

- melaço: 3 a 5% (na ensilagem de capim-elefante) ou 

- fubá: 3 a 5% (na ensilagem de capim-elefante) 

Para facilitar a distribuição da uréia ou do melaço, estes podem ser divididos em água (1 kg: 1 l). 

O principal problema para a ensilagem de capim-elefante é o elevado teor de água da planta. Para minimizar este problema usa-se, ou fazer o pré-murchamento, ou adicionar materiais mais secos junto com o capim no silo. Uma opção é usar o feno da parte aérea da mandioca (rama + folhas secas) na proporção de 5%, ou mesmo a parte aérea fresca da mandioca, picada, na proporção de 25%. Milho desintegrado com palha e sabugo ou cama de aviário também podem ser usados na base de 5%.

Esther Guimarães Cardoso José Marques da Silva EMBRAPA Gado de Corte

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O rendimento da cultura do feijão no consórcio representou apenas 20-30% do rendimento da cultura exclusiva;

O número de vagens por planta foi o principal componente do rendimento na definição da produtividade da cultura do feijão;

A produtividade do milho (grão e silagem) em consórcio foi afetada pela distribuição espacial das plantas da gramínea na área e não pela presença do feijoeiro.

FEIJÃO

A profundidade de semeadura pode variar conforme o tipo de solo. Em geral recomendam-se de 3-4 cm para solos argilosos ou úmidos e de 5-6 cm para solos arenosos.

A densidade, ou o número de plantas por unidade de área, é resultado da combinação de espaçamento entre

Page 17: to Do Plantio de Milho

fileiras de plantas e número de plantas por metro de fileira. Espaçamentos de 0,40 a 0,60 m entre fileiras e com 10 a 15 plantas por metro, em geral proporcionam os melhores rendimentos.

MILHO

 Walter Holtz Merege

1 - INTRODUÇÃONa safra de 94/95, foram plantadas no Estado de São Paulo 1.274.100 ha de milho, com produção de

4.542.600 ton, o que equivale a uma produtividade média de 2.875kg/ha.Essa produtividade em relação à de outros países e ao potencial dos híbridos existentes hoje no

mercado é muito baixa. Essa produtividade poderia ser duplicada ou triplicada em pouco tempo, bastando para isso que o agricultor fizesse uso da tecnologia disponível. É preciso que se ressalte que, nem sempre, o uso da tecnologia representa uma medida que implica em aumento substancial do capital aplicado; ao contrário, as vezes representa economia de custo ao agricultor.

Com o custo de produção, não só do milho, mas de todas as culturas hoje em dia é muito alto, é preciso que o agricultor seja orientado tecnicamente, para investir bem o seu capital.

O milho é uma cultura que tem mais de cem utilidades no mercado interno e externo e na propriedade pode ser considerado como um fator de equilíbrio da mesma; já que pode ser usado tanto para a alimentação do homem e dos animais, como massa verde, ensilagem, milho verde, fubá, farinha, farelos, grão puro ou como componente de rações. Portanto, desde que o agricultor consiga uma boa produtividade, o milho será sempre um bom negócio.

2 - CULTIVARESQuanto aos ciclos, os cultivares existentes no mercado são chamados de ciclo normal, precoce e

superprecoces.De acordo com a espécie são classificados em milho híbrido, milho variedade, milho doce e milho de

pipoca.3 - ESCOLHA DO LOCAL E PREPARO DO TERRENO3.1- Escolha da áreaPara a instalação da cultura do milho, deve-se fazer uma seleção da área, tendo em vista a fertilidade

do solo, sua boa permeabilidade, solos profundos e rotação com leguminosas. Os solos mal drenados não se prestam à cultura do milho.

3.2- Controle da erosãoO milho, pelo seu processo de cultivo, é uma cultura que favorece o fenômeno da erosão é um

processo de desagregação, transporte e depósito de materiais do solo, a partir de sua superfície. O principal agente causador é a água da chuva.

Na cultura do milho, temos duas principais práticas de controle da erosão: plantio em nível e terraço.3.2.1- Plantio em nívelÉ uma das práticas mais simples de controle da erosão. Dados experimentais têm demonstrado que a

simples disposição das ruas das plantas, seguindo as curvas em nível do terreno, contribui com bastante eficiência, facilitando a infiltração das águas, diminuindo a enxurrada e controlando a erosão.

Segundo os dados experimentais, o plantio de milho em contorno aumentou a produção em 21,2% em relação ao plantio morro abaixo; as perdas por erosão no primeiro caso foram 29,3 toneladas de terra por hectare, contra 76,7 toneladas por hectare no plantio morro abaixo.

3.2.2- TerraçoÉ uma prática eficiente de controle da erosão nas terras ocupadas com o milho. Mas para a instalação

de um sistema de terraços é preciso observar as condições do terreno e da terra.

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Determinadas condições não permitem a recomendação do terraço, como:- solos rasos (onde logo abaixo da camada superficial está a rocha);- declives superiores a 12%;- solos de difícil drenagem;- solos em que a erosão tenha destruído mais de 75% do horizonte A;- terrenos que recebem água de estradas ou de áreas vizinhas não protegidas.Se as condições favoráveis ao terraceamento, procede-se a marcação e construção dos terraço. O

agricultor precisa ser alertado de que não basta construir os terraços, eles precisam devidamente limpos e, nessa manutenção, muito influem os trabalhos de preparo do solo, que no caso precisam ser feitos entre as faixas dos terraços.

3.3- Preparo do SoloO preparo do solo varia de acordo com a cobertura vegetal remanescente e o tipo de solo, O que se

tem notado nos últimos anos é que o uso da grade aradora tem causado compactação do solo, porque essa aração é feita na mesma profundidade, causando o que chamamos de "pé de grade", que nada mais é do que uma camada compactada que impede a penetração da água no solo, provocando erosão.

O que se tem recomendado é o uso do arado escarificador que vai quebrar essa camada compactada, permitindo a infiltração da água no solo.

Caso o agricultor não disponha de arado escarificador, para evitar esse problema, deve fazer as arações a diferentes profundidades a cada ano.

A aração deverá ser feita em profundidade entre 20 e 30cm.3.4. Época de Plantio:3.4.1- Para a safra normal:A época recomendada, conforme experiências realizadas pelo IAC, é outubro/novembro, como se

observa nos dados abaixo:

Mês Média (%)

setembro 93

outubro 100

novembro 81

dezembro 60

Os plantios mais tardios estão sujeitos aos veranicos (períodos de mais de 10 dias sem chuva), que ocorrem com mais freqüência em janeiro e fevereiro e quando ocorre na fase do florescimento é fatal para a cultura.

Os cultivares precoces e superprecoces devem ser plantados na época normal.Na região sul do estado onde o inverno é chuvoso o plantio pode ser antecipado para agosto-

setembro.3.4.2- Para o milho safrinha:As principais limitações para o desenvolvimento do milho "safrinha" são a deficiência hídrica

particularmente nas regiões norte e nordeste, e as baixas temperaturas, no sul e sudoeste do Estado.O risco de perda na "safrinha" é relativamente elevado, mesmo nas épocas recomendadas, pois

podem ocorrer estiagens e/ou geadas em fases fenológicas críticas da cultura.Para a semeadura do milho "safrinha", foram considerados quatro períodos básicos:- semeadura em janeiro e fevereiro, com tolerância até 15 de março para as seguintes DIRAs: São

José do Rio Preto, Barretos, Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e Franca, além da Delegacia Agrícola de Mococa (DIRA de Campinas);

- semeadura desde janeiro até 15 de março, com tolerância até 30 de março para as seguintes DIRAs: Vale do Paranapanema, Maríia, Campinas (com exceção da Delegacia Agrícola de Mococa), São José dos Campos e São Carlos;

- semeadura desde janeiro até 28 de fevereiro para a DIRA de Sorocaba, com exceção das DAs de Capão Bonito e Itararé, que é até 31 de janeiro;

- em qualquer período para a DIRA de Registro.3.5- SementeA utilização de semente de boa qualidade é fundamental para o obtenção de alta produtividade. Um

dos aspectos que costuma gerar controvérsia é o efeito do tamanho da semente influindo no vigor, germinação e produtividade. Trabalhos realizados permitiram concluir que o tamanho da semente não influenciou no vigor, na germinação e na produtividade, em igualdade de condições com os diversos tamanhos de peneira.

Gasto de semente por alqueire de acordo com a peneira:Peneira 24 - 73kg por alqueire

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Peneira 22 - 60kg por alqueirePeneira 20 - 40kg por alqueire3.6- SemeaduraA primeira operação a ser executada para o plantio é o sulcamento, que deve ser de 15cm para solos

argilosos e 10cm para solos arenosos, de profundidade; e de 30cm de largura.A segunda operação é a semeadura propriamente dita, que envolva o espaçamento e a regulagem, da

semeadeira (densidade de sementes por metro linear) no sentido de se obter uma população final ao redor de 50.000 plantas por hectare ou 120.000 plantas por alqueire na colheita.

Como a percentagem de germinação das sementes existentes no comércio é hoje em dia sempre superior a 90% recomenda-se uma densidade de semeadura de 7 a 8 sementes por metro linear.

Pode-se alterar o espaçamento mas nunca o número de plantas por metro linear poderá ser maior do que 5 plantas. Esta tabela pode orientá-los nesse caso:

Espaçamento entre linhas

Quantidade por metro

1,00m 7 a 8 sementes

0,90m 6 a 7 sementes

0,80m 5 a 6 sementes

3.7- EstandeO estande vem a ser o número de plantas existentes por metro quadrado.Em São Paulo é uma das principais causas da baixa produtividade do milho, já que ao invés de 5

plantas por metro linear, temos em média apenas 3 plantas por metro linear. Isso que dizer que em uma lavoura de 20 alqueires temos 8 alqueires vazios.

Depois de emergência das plantas, caso o plantio não foi bem feito podem ocorrer duas situações:1º) Excesso de plantas na linha: nesse caso o desbaste é economicamente inviável. Deve ser feita a

gradagem e novo plantio.2º) Falta de plantas na linha: nesse caso pode ser feito o replante com plantadeira manual até o 7º dia

da emergência das plantas.Alguns cultivares aceitam, hoje, populações de mais de 50.000 plantas por ha, para ter o número ideal

de plantas na colheita é preciso considerar que as perdas normais de plantas variam de acordo com o número existente desde a emergência. Assim temos que considerar que haverá uma perda de 10% até 50.000 plantas, de 12% de 50 a 60.000 plantas e de 15% em população acima de 60.000 plantas por hectare.

É preciso considerar também que em populações acima de 50.000 plantas por hectare, haverá aumento da necessidade de água e de nutrientes, principalmente de N e P.

4 - CALAGEM E ADUBAÇÃOO milho é uma das culturas que mais responde à calagem e adubação. essas duas práticas culturais

são portanto importantes quando se deseja alcançar boa produtividade.4.1- CalagemAplicar calcário para elevar a saturação por bases a 70% e o magnésio a um teor mínimo de

5mmolc/dm³. Em solos com teores de matéria orgânica acima de 100g/dm³, basta elevar a saturação por bases a 50%.

É muito importante a escolha de um bom corretivo e nessa escolha devem ser observados os seguintes aspectos:

- poder relativo de neutralização total (PRNT)- preço da tonelada- relação cálcio/magnésio.É necessário que na compra do calcário se calcule o preço real do corretivo em função do PRNT.Exemplo:Calcário A: Preço na fazenda - R$ 80,00 a ton(PRNT=80%)Calcário B: Preço na fazenda - R$ 70,00 a ton(PRNT=60%)Preço efetivo por ton = Preço na fazenda x 100PRNT %Peço efetivo por ton = R$ 80,00 x 100 = R$100,00do calcário A. 80Preço efetivo por ton = R$ 70,00 x 100 = R$ 117,00do calcário B. 60Neste exemplo o calcário A é mais econômico que o calcário B.Quanto mais fino for o calcário, mais rápida será sua reação no solo, pois a superfície de contato do

solo com o calcário é bastante aumentada.

Page 20: to Do Plantio de Milho

A calagem, de uma maneira geral, tem um efeito residual que varia de 3 a 5 anos.4.2- Adubação mineral do milho - Os dados fornecidos pela Seção de Fertilidade do solo do IAC são as

seguintes:4.2.1- Adubação mineral para o plantio de milho grão:Aplicar de acordo com a análise de solo e a meta de produtividade, conforme a seguinte tabela:

ProdutividadeEsperada (t/ha)

NitrogênioN, kg/ha

P resina, mg/dm³_______________

0-6  7-15  16-40  >40

K trocável, mmolc/dm³_________________________

0-0,7  0,8-1,5  1,6-3,0  >30

P2O5, kg/ha K2=kg/ha(2).............

2 - 4 10 60 40 30 20 50 40 30 0

4 - 6 2080 60 40 30 50 50 40 20

6 - 8 2090 70 50 30 50 50 50 30

8 - 10 30(1) 90 60 40 50 50 50 40

10 - 12 30(1) 100 70 50 50 50 50 50

 (1) É improvável a obtenção de altas produtividades de milho em solos com teores muito baixos de P,

independentemente da dose de adubo empregada.(2) Para evitar excesso de sais no sulco de plantio, a adubação potássica para doses maiores que

50kg/ha de K2O está parcelada, prevendo-se a aplicação em cobertura.Aplicar 20 kg/ha de S para metas de produtividade até 6t/ha de grãos e 40kg/ha de S para

produtividade maiores.Aplicar 4 kg/ha de Zn em solos com teores de Zn (DTPA) no solo inferiores a 0,7 mg/dm3 de Zn

quando os teores estiverem de 0,7 a 1,5 mg/dm³.Os adubos devem ser aplicados no sulco de plantio, 5cm ao lado e abaixo das sementes.4.2.2- Adubação de cobertura para a produção de milho grãoA adubação de cobertura deve ser aplicada levando em conta a classe de resposta esperada a

nitrogênio, o teor de potássio no solo e a meta de produtividade, de acordo com a seguinte tabela:

Meta de Produtividade (t/ha)

Classe de resposta a nitrogênio-------------------------------------------

1-alta  2-média  3-baixa

K trocável, mmolc/dm³---------------------------------

0-0,7  0,8-1,5  1,6-3,0

N, kg/ha K2=,kg/ha(2)............

2 - 4 40  20  10 - - -

4 - 6 60  40 20 20 - -

6 - 8 100  70  40 60 - -

8 - 10 120  90  50 90 (1) 60 20

10 - 12 140  110  70 110 (1) 80 (1) 40

 (1) Em solos argilosos, o K aplicado em cobertura pode não ser eficiente. Assim, principalmente

nesses solos, quando os teores de K forem muito baixos ou baixos (<1,5 mmolc/dm³) e as doses recomendadas em cobertura, iguais ou superiores a 80kg/ha de K2O, é aconselhável transferir a adubação potássica de cobertura para a fase de pré-plantio, aplicando o fertilizante a lanço e incorporando-o ao solo. Nesse caso, acrescentar mais 20kg/ha de K2O à dose recomendada.

As classes de resposta esperada a nitrogênio têm o seguinte significado:1. - Alta resposta esperada: solos corrigidos, com muitos anos de plantio contínuo de milho ou outras

culturas não-leguminosas; primeiros anos de plantio direto; solos arenosos sujeitos a altas perdas por lixiviação.

2. -Média resposta esperada: solos muito ácidos, que serão corrigidos; ou com plantio anterior esporádico de leguminosas; solo em repouso por um ano; ou uso de quantidades moderadas de adubos orgânicos.

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3. - Baixa resposta esperada: solo em repouso por dois ou mais anos, ou cultivo de milho após pastagem (exceto em solos arenosos); cultivo intenso de leguminosas ou plantio de adubos verdes antes do milho; uso constante de quantidades elevadas de adubos orgânicos.

Aplicar o nitrogênio ao lado das plantas, 30 dias após a germinação, em quantidades até 80kg/ha. Aplicar o restante 20 a 30 dias depois. Aplicar o potássio juntamente com a primeira cobertura de nitrogênio.

Em áreas irrigadas o N pode ser parcelado em 3 ou mais vezes, até o florescimento, e aplicado com a água de irrigação.

As doses de N podem ser reduzidas em condições climáticas desfavoráveis, baixo estand ou em lavouras com grande crescimento vegetativo.

Milho safrinha: cultivado sem irrigação e com produtividade esperada até 4t/ha, pode não responder à adubação em cobertura devido à insuficiência de chuva. Assim, recomenda-se aumentar a adubação nitrogenada de plantio para 30kg/ha de N, subtraindo-se o que foi colocado a mais no plantio, da adubação de cobertura.

4.2.3- Adubação mineral para a produção de milho silagem:As recomendações para milho silagem são as mesmas adotadas para a produção de grãos.As metas de produtividade correspondentes à produção de grãos são:_______________________________

Grãos Matéria seca Matéria frescada parte aérea da parte aérea_______________________________(t/ha)

2-4 4-8 20-604-6 8-12 40-606-8 12-16 60-808-10 16-20 80-100_______________________________

Devido à colheita de toda a parte aérea da planta, o milho para silagem remove grandes quantidades de nutrientes do terreno, principalmente de potássio. Assim, cuidados especiais devem ser tomados para garantir um adequado suprimento desse nutriente para a cultura que o seguir. Recomenda-se uma nova análise do solo após a colheita do milho, a fim de melhor dimensionar a adubação para a cultura subseqüente

4.2.4- Adubação mineral de plantio para a produção de milho verde e milho doce:Aplicar de acordo com a análise de solo e a meta de produtividade, conforme a seguinte tabela:

Meta de Produtividade(t/ha)

NitrogênioN, kg/ha

P resina, mg/dm³---------------------------0-6  7-15  16-20  >40

K trocável, mmol1c/dm³

P2=5, kg/ha K2=, kg/ha(2).......

4 - 8 10 80 60 40 20 50 50 40 0

8 - 12 20 100 80 40 30 50 50 50 20

12 - 16 20 110 90 50 30 50 50 50 40

16 - 20 30 (1) 100 60 40 50 50 50 50

20 - 24 30 (1) 110 70 50 50 50 50 50

 (1) É improvável a obtenção de altas produtividades de milho em solos com teores muito baixos de P,

independentemente da dose de adubo empregada.(2) Para evitar excesso de sais no sulco de plantio, a adubação potássica para doses maiores que

50kg/ha de K2O está parcelada, prevendo-se a aplicação em cobertura.Aplicar 20kg/ha de S para metas de produtividade até 12t/ha de grãos e 40kg/ha de S para

produtividade maiores.Aplicar 4kg/ha de Zn em solos com teores de Zn (DPTA) no solo inferiores a 0,7mg/dm³ e 2kg/ha de Zn

quando os teores estiverem de 0,7 a 1,5mg/dm³.Os adubos devem ser aplicados no sulco de plantio, 5cm ao lado e abaixo das sementes.4.2.5- Adubação mineral de cobertura para a produção de milho verde e milho doceAdubação de cobertura deve ser aplicada levando em conta a classe de resposta esperada a

nitrogênio, o teor de potássio no solo e a meta de produtividade, de acordo com a seguinte tabela:

Meta de Produtividade (t/ha) Classe de resposta a nitrogênio K trocável, mmol c/dm³

Page 22: to Do Plantio de Milho

-----------------------------------------1-alta  2-média  3-baixa

-------------------------------0-0,7  0,8-1,5  1,6-3,0

N, kg/haK2= ,kg/ha (2)

4-8 50  30  20 20 - -

8-12 70  50  20 40 20 -

12-16 120  90  40 60 30 -

16-20 140  100 50 100 (1) 80 40

20-24 160  120  70 120 (1) 100 (1) 60

 (1) Em solos argilosos, o K aplicado em cobertura pode não ser eficiente. Assim, principalmente

nesses solos, quando os teores de K forem muito baixos ou baixos (<1,5mmolc/dm³) e as doses recomendadas em cobertura, iguais ou superiores a 80kg/ha de K2=, é aconselhável transferir a adubação potássica de cobertura para a fase de pré-plantio, aplicando o fertilizante a lanço e incorporando-o ao solo. Nesse caso, acrescentar mais 20kg/ha de K2O à dose recomendada.

As classes de resposta esperada a nitrogênio têm o seguinte significado:1. - Alta resposta esperada: solos corrigidos, com muitos anos de plantio contínuo de milho ou outras

culturas não-leguminosas; primeiros anos de plantio direto; solos arenosos sujeitos a altas perdas por lixiviação.

2. -Média resposta esperada: solos muito ácidos, que serão corrigidos; ou com plantio anterior esporádico de leguminosas; solo em pousio por um ano; ou uso de quantidades moderadas de adubos orgânicos.

3. - Baixa resposta esperada: solo em pousio por dois ou mais anos, ou cultivo de milho após pastagem (exceto em solos arenosos); cultivo intenso de leguminosas ou plantio de adubos verdes antes do milho; uso constante de quantidades elevadas de adubos orgânicos.

Aplicar o nitrogênio ao lado das plantas, 25 a 30 dias após a germinação, em quantidades até 80kg/ha. Aplicar o restante 20 a 30 dias depois. Aplicar o potássio juntamente com a primeira cobertura de nitrogênio.

Em áreas irrigadas o N pode ser parcelado em 3 ou mais vezes, até o florescimento, e aplicado com a água de irrigação.

As doses de N podem ser reduzidas em condições climáticas desfavoráveis, baixo estande ou em lavouras com grande crescimento vegetativo.

5 - ROTAÇÃO DE CULTURA E ADUBAÇÃO VERDEA rotação de cultura com uma leguminosa (soja, amendoim) e uma gramínea (no caso, o milho) é uma

das práticas mais efetivas para se obter altas produções, tanto de milho quanto de leguminosa.A rotação reduz o nível de pragas e doenças e melhora as condições físicas do solo para a cultura

seguinte. No caso do milho a rotação com soja permite economia de nitrogênio.Outras culturas, que não leguminosas, apresentam também bons resultados de rotação, como o

algodão, a mamona etc.Recentemente, tem-se observado, em algumas regiões, o aparecimento de nematóides trazendo

prejuízos consideráveis. Nesse caso a rotação de cultura é obrigatória para reduzir os níveis de infestação. Além disso, tem-se tornado comum nessas regiões, a utilização de adubação verde, como a mucuna preta, para se reduzir os níveis de infestação.

Esses adubos verdes são plantados logo após a colheita do milho (março) crescem durante o inverno, e são incorporados em Agosto/setembro, no momento do preparo do solo para plantio.

6 - ESCOLHA DO CULTIVARA escolha do cultivar a ser plantado é uma tarefa difícil para o agricultor já que existem cerca de 130

cultivares recomendados para o Estado de São Paulo.Existem hoje no mercado cultivares recomendados para baixa, média e alta tecnologia, cultivares

específicos para silagem, cultivares para milho verde e de ciclos diferentes.A recomendação nesse caso é que os agricultores procurem as Casas da Agricultura, já que a CATI,

com o IAC, com as firmas produtoras de sementes e com os próprios agricultores vem fazendo um trabalho, chamado teste regional, que nada mais é do que o estudo do comportamento dos principais cultivares nas diversas regiões do estado.

7 - TRATOS CULTURAIS

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Havendo condições favoráveis de umidade e temperatura no solo, as sementes germinarão, em média, cinco dias após a semeadura. Depois da germinação, há necessidade de controlar o desenvolvimento de ervas daninhas que aparecem junto a cultura.

Ao contrário do que muita gente pensa, o mato prejudica muito o milho, isso porque o milho é uma planta adaptada e o mato está em seu habitat natural.

O quadro, a seguir, mostra o que aconteceu com a produção do milho, na mesma lavoura, quando atrasou-se, de propósito, a capina para mostrar as perdas ocasionadas pelo mato.

Demonstrativo das perdas ocasionadas pelo mato__________________________________________

Produção PrejuízoTratamento realizado (sacos/alqueire)__________________________________________

Milho com herbicida pré-emergente com poderresidual de 50 a 60 dias 260 zeroFazendo o cultivo mecânico após 30 dias 182 30%Fazendo o cultivo mecânico após 50 dias 73 72%Sem fazer cultivo nenhum 39 85%__________________________________________FONTE: CNPMS-Embrapa - Sete Lagoas-MG

Caso o terreno tenha sido bem preparado e o sulco de semeadura feito de acordo com a recomendação já descrita, os cultivos, visando principalmente ao controle de ervas más, poderão ser executados, empregando-se o planet de cinco enxadinhas ou gradinha de dentes, que são equipamentos simples e baratos e altamente eficientes, quando corretamente usados.

Em culturas mais extensas e altamente tecnificadas, cultivadores de tração motora são usados com muito bom resultado, mas exigem operador muito prático e habilidoso.

Os cultivadores de tração motora devem ser muito bem regulados e exigem que a semeadura tenha sido executada com muita exatidão, visando ao emprego desse tipo de equipamento no controle de ervas daninhas.

Os cultivos devem ser iniciados logo que as ervas daninhas nasçam, tendo o cuidado de não deixá-las desenvolver. Elas concorrerão com as plantinhas de milho em água e nutrientes e se crescerem demais o seu controle torna-se difícil, sem causar danos à cultura de milho. Normalmente, depende da infestação de ervas daninhas no terreno, dois ou três cultivos são suficientes, para manter a cultura no limpo até os 35-40 dias (época da adubação nitrogenada aplicada em cobertura).

Nesse primeiro período de desenvolvimento das plantas, a cultura não pode sofrer concorrência do "mato", o que é muito prejudicial á produção. Passada essa fase, quase sempre, o mato não tem mais condições de concorrer com as plantas de milho, devido ao seu rápido desenvolvimento e conseqüente sombreamento do solo, criando condições desfavoráveis para as ervas daninhas.

A importância da semeadura feita em sulco largo e profundo ressalta agora, principalmente, no primeiro cultivo, pois os cultivares recomendados, além de destruírem as ervas daninhas nas entrelinhas, provocam o retorno de uma certa quantidade de terra ao sulco original, "abafando" a sementeira que vem desenvolvendo junto da planta de milho. Essa operação evita o uso da enxada para capinas junto às plantas, o que é altamente vantajoso.

Atualmente começa a se difundir a prática do cultivo químico. Vários produtos têm eficiência comprovada na eliminação dos tratos mecânicos, durante cerca de 40 a 50 dias após a emergência das plantas. Esse é justamente o período crítico de concorrência das ervas daninhas com o milho. Nos herbicidas pré-emergência é importante que o solo apresente boas condições de umidade.

O custo de aplicação de herbicidas representa aproximadamente 400kg de milho por hectare tratado. O controle químico das plantas daninhas na cultura do milho, só deve ser adotado se a produtividade for igual ou superior a 3.000kg/ha. Abaixo desse nível, a aplicação é anti-econômica, e só é justificada pelo tamanho da lavoura; 100ha ou mais.

8 - PRAGAS DO MILHO8.1- Principais pragas do milho no campo e seu controle8.1.1- Lagarta-elasmo - Elasmopalpus lignosellus ( Zeller, 1848) - Lepidoptera - PyralidaeA lagarta-elasmo vem tornando-se, juntamente com a lagarta-do-cartucho, uma das principais pragas

da cultura do milho em condições de campo. Tem sido observado que esta praga ocorre com maior freqüência em solos arenosos e em períodos secos após as primeiras chuvas. Também tem sido problemática para as culturas em solos sob vegetação de cerrado, sobretudo no primeiro ano de cultivo.

A forma adulta da lagarta-elasmo é uma pequena mariposa, medindo cerca de 20mm de envergadura, apresentando coloração cinza-amarelada. A postura é feita nas folhas, bainhas ou hastes das plantas hospedeiras, onde ocorre a eclosão das larvas, num período variável, de acordo com as condições

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climáticas. A larva, inicialmente, alimenta-se das folhas, descendo em seguida para o solo e penetrando na planta à altura do colo, no qual faz uma galeria ascendente que termina destruindo o ponto de crescimento da planta.

As lagartas completamente desenvolvidas medem cerca de 15mm de comprimento e têm coloração verde-azulada com estrias transversais marrons, purpúreas e pardo-escuras. Findo o período larval, em média de 21 dias, as larvas transformam-se em crisálidas, próximo à haste da planta ou nas proximidades desta no solo e, após 8 dias, aproximadamente, emergem os adultos.

a. Identificação no campoOs maiores prejuízos para a cultura do milho são causados nos primeiros 30 dias após a germinação.

Portanto, para as identificar a presença da lagarta-elasmo no campo, deve-se proceder um levantamento, considerando aquele período de tempo.

Devido ao ataque, ocorre primeiramente a morte das folhas centrais, cujo sintoma é denominado "coração morto". Sendo puxadas com a mão, as folhas secas do centro destacam-se com facilidade. Posteriormente ocorre o perfilhamento ou a morte da planta. uma folha enrolada, atacada por elasmo, quando chega a abrir-se apresenta, orifícios bem redondos dispostos em linha reta.

Junto ao orifício de entrada encontra-se um tubo construído pela lagarta, com teia, terra e detritos vegetais, dentro do qual ela se abriga. Uma característica marcante desta praga é que as larvas são bastante ativas e saltam quando tocadas.

b. ControleOs melhores resultados para o controle da lagarta elasmo são obtidos com a utilização de inseticidas

sistêmicos aplicados preventivamente no solo, por ocasião do plantio. este tipo de controle é recomendado porém, somente em regiões onde tradicionalmente ocorre praga. Em locais onde a ocorrência é esporádica, recomenda-se uma pulverização, dirigindo-se o jato da calda inseticida para a região do colo da planta. Para esta aplicação, podem-se utilizar produtos à base de Carbaryl (1,7kg p.a./ha, Malathion (0,75 litros p.a./ha) ou Trichlorphon (1kg p.a./ha ou Cloropirifos (0,3 litros p.a/ha).

8.1.2- Lagarta-rosca - Agrotis app. Lepidoptera-NoctuidaeVárias espécies de lagarta-rosca atacam a cultura de milho, porém a espécie A. ipsilon tem sido a mais

comum. As plantas atacadas por lagarta-rosca são totalmente improdutivas. Tem sido observado que a cada ano agrícola aumenta a infestação de lagarta-rosca em áreas cultivadas com milho. Como são várias as espécies envolvidas, sendo o controle químico difícil, pode-se considerar este grupo de pragas como séria ameaça ao bom "estande" na cultura do milho.

O adulto é uma mariposa, geralmente de coloração marrom-escura, com áreas claras no primeiro par de asas e coloração clara com os bordos escuros, no segundo par. Mede cerca de 35mm de envergadura. As posturas são feitas na parte aérea da planta e cada fêmea tem um potencial para colocar, em média, 750 ovos, durante a sua vida. Após a eclosão, as lagartas dirigem-se para o solo, onde permanecem protegidas durante o dia, só saindo ao anoitecer para se alimentarem. A larva deste inseto alimenta-se da haste da planta, provocando o seccionamento da mesma - que pode ser total quando as plantas estão com uma altura de até 20cm, pois ainda são muito tenras e finas.

As larvas, quando completamente desenvolvidas, medem cerca de 40mm, são robustas, cilíndricas, lisas e apresentam coloração varíável, predominando a cor cinza-escura. A fase larval dura cerca de 25 a 30 dias, transformando-se na fase pupal no próprio solo, onde permanece pupa por cerca de 2 a 3 semanas, quando então emergem os adultos.

a. Identificação no campoO milho, geralmente, só é atacado pela lagarta-rosca até 50cm de altura. Pode-se identificar o ataque

em plantas que apresentam o colmo seccionado na região do coleto. O ataque de lagarta-rosca provoca três sintomas diferentes: inicialmente as lagartas provocam seccionamento parcial do colo e, quando a lesão é grande, surge o chamado "coração morto", com a conseqüente morte da planta; quando a lesão é pequena surgem manchas semelhantes às causadas por "deficiências minerais"; a lagarta-rosca pode também provocar um "perfilhamento", que é indesejável, pois surgirá uma touceira totalmente improdutiva. Uma larva é capaz de destruir de 4 a 6 plantas. As lagartas abrigam-se no solo em volta das plantas recém-atacadas, numa faixa lateral de 10cm e numa profundidade de 7cm. Quando tocadas, as lagartas enrolam-se tomando o aspecto de uma rosca.

Muitas vezes o ataque de A.ipsilon é confundido com o de E. lignosellus; porém pode ser facilmente distinguido uma vez que a lagarta-elasmo faz orifício e penetra no colmo, enquanto que a lagarta-rosca alimenta-se externamente sem penetrar na planta.

b. ControleOs mesmos produtos recomendados para o controle da lagarta-elasmo são também eficientes no

controle da lagarta-rosca.8.1.3- Lagarta-do cartucho - Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) - Lepidoptera - Noctuidae

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A lagarta-do-cartucho é considerada uma das principais pragas do milho nas Américas. A larva desse inseto pode atacar em todos os estádios de crescimento da cultura, assumindo grande importância no México, América Central e América do Sul.

No México, foi verificada uma redução de 37,7% na produção de milho devido ao ataque de S. frugiperda.

No Brasil, esta redução variou de 15 a 34%, dependendo do estádio de crescimento da cultura.O inseto adulto é uma mariposa medindo cerca de 35mm de envergadura, e apresentando uma

coloração pardo-escura nas asas anteriores, e branco-acinzentada nas asas posteriores. As posturas são feitas em massa, com um número médio de 150 ovos. O período de incubação dos ovos é de aproximadamente 3 dias.

As larvas recém-eclodidas alimentam-se da própria casca do ovo. Após esta primeira alimentação, permanecem em repouso por um tempo variável de 2 a 10 horas. Quando encontram hospedeiro adequado, elas começam a alimentar-se dos tecidos verdes, geralmente começando pelas áreas mais suculentas, deixando apenas a epiderme membranosa, provocando o sintoma conhecido como "folhas raspadas". à medida que as larvas crescem, começam a fazer orifícios nas folhas, podendo destruir completamente as plantas mais novas; o ataque pode ocorrer desde o estádio de "seedling" até o da formação das espigas.

A lagarta, completamente desenvolvida, mede cerca de 40mm, e com coloração variável de pardo-escura, verde até quase preta e com um característico Y invertido na parte frontal da cabeça. O período larval depende das condições de temperatura, sendo que, nas nossas condições, dura em torno de 15 dias. Findo este período, a larva geralmente vai para o solo onde se torna pupa. O período pupal varia de 10 a 12 dias nas épocas mais quentes do ano.

a. Identificação no campoLarvas de primeiro instar geralmente consomem o tecido verde de um lado da folha, deixando intacta a

epiderme membranosa do outro lado. Isto é uma boa indicação da presença de larvas mais jovens na cultura do milho, uma vez que são poucos os insetos que apresentam hábitos semelhantes e na área atacada pela lagarta-do-cartucho. A presença da larva no interior do cartucho da planta pode ser indicada pela quantidade de excrementos ainda frescos existentes na planta, ou abrindo-se as folhas e observando lagartas com cabeça escura e um característico Y invertido na parte frontal da cabeça.

b. ControleA CATI vem fazendo um trabalho de MIP Milho, cuja praga alvo é a lagarta do cartucho. O controle é

feito através de monitoramento da cultura e a aplicação do produto é feita quando a cultura apresenta 20% de plantas com o sintoma de "folhas raspadas", que é o nível de dano econômico da praga. Nessa fase as lagartas estão com 7 a 8mm. As pulverizações são feitas com jato dirigido utilizando-se principalmente, os bicos leque 8004 ou 6504.

Foram utilizados os seguintes produtos e dosagens em excelente resultados:- Alsystin - 100g/ha - i.a: triflumuron - produto fisiológico- Dimilin - 100g/ha - i.a: diflubenzuron - produto fisiológico- Fury - 180EW . 50ml/ha - i.a: zetacipermetrina-produto piretróide- Karate 50CE-150ml/ha - i.a: Lambdacyhathrin - produto piretróide- Decis 25CE-200ml/ha-i.a: deltametrina - produto piretróide- Arrivo - 80ml/ha - i.a: cipermetrina - produto piretróide8.1.4- Lagarta-da-espiga - Heliothis zea (Bodie, 1850) - Lepidoptera NoctuidaeA lagarta-da-espiga é considerada uma das mais importantes pragas de milho nos Estados Unidos,

causando mais danos que qualquer outro inseto. Naquele país, os prejuízos causados por H. zea chegam até 14% em milho doce. No Brasil, já se verificou um redução de 8,38% na produção do milho IAC Hmd 7974, sendo que 2,09% foram devidos à alimentação nos grãos; 1,99% devidos ao apodrecimento dos grãos, e 4,3% devido à alimentação dos estilos-estigmas, impedindo a formação dos grãos.

Além do prejuízo direto causado pela lagarta-da-espiga, seu ataque favorece a infestação de outras pragas importantes, tais como, o caruncho, Sitophilus zeamais e a traça, Sitotroga cerealella.

O inseto adulto é uma mariposa com cerca de 40mm de envergadura; as asas anteriores são de coloração amarelo-pardo, com uma faixa transversal mais escura, apresentando também manchas escuras dispersas sobre as asas. As asas posteriores são mais claras, com uma faixa nas bordas externas.

A fêmea fecundada põe os ovos em qualquer parte da planta, mas de preferência nos "cabelos" (estigmas) da flor feminina, ou "boneca". Cada fêmea deposita em média 1.000 ovos durante sua vida. Os ovos são geralmente depositados individualmente, e somente um ou dois por planta. Após 3-4 dias dá-se a eclosão das larvas que começam a alimentar-se imediatamente. À medida que elas se desenvolvem, penetram no interior da espiga e iniciam a destruição dos grãos em formação. A larva completamente desenvolvida mede cerca de 3,5cm e com coloração variável de um verde-claro ou rosa para marrom ou

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quase preta, com partes mais claras. O período larval varia de 13 a 25 dias, findos os quais as larvas saem da espiga e vão para o solo para se tornarem pupa. O período pupal requer de 10 a 15 dias.

a. Identificação no campoO ovo da lagarta-da-espiga mede cerca de 1,0mm de diâmetro, com a forma hemisférica,

apresentando saliências laterais, e podendo ser visualizado através de um exame minuciosos de "tufo de cabelos", com uma lupa ou mesmo a olho nu. Após a eclosão, as lagartas penetram nas espigas deixando um orifício bem visível. Na fase de milho verde, pelo despalhamento, geralmente se encontra uma lagarta no interior da espiga infestada.

b. ControleOs dados de pesquisa têm mostrado que a lagarta-da-espiga não é tão problemática para a cultura do

milho, quando este se destina à produção de grãos. A importância desta praga seria maior no caso da exploração de milho verde. neste caso, a importância do inseto está mais relacionada ao aspecto visual da espiga do que propriamente ao aspecto direto da perda em peso. Esta perda, segundo dados da literatura, foi da ordem de 8,4% , em experimentos realizados em Jaboticabal - SP.

Além deste aspecto, deve-se considerar ainda a dificuldade de se fazer um tratamento químico em uma lavoura de milho já formada, e o problema da carência (período decorrido da aplicação do inseticida até o consumo do produto) que se deve respeitar. Portanto não se tem recomendado o controle desta praga com inseticidas. Entretanto, caso seja necessário o controle, pode-se usar inseticida à base de Carbaryl, Tricholorphon e Metoxicloro, todos à base de 1,0kg do princípio ativo por hectare.

8.1.5- Broca-da-cana - Diatraeae saccharalisO adulto é uma mariposa com as asas anteriores de coloração amarelo-palha e as posteriores

esbranquiçadas, com 25mm de envergadura.A fêmea coloca os ovos, que têm forma de escamas de peixe, nas folhas do milho. Os ovos eclodem

em poucos dias após a postura.As lagartinhas alimenta-se das folhas do milho e depois penetram no colmo onde se alimentam,

formando galerias.Um dos prejuízos causados pela broca é que através das galerias que fazem no interior do colmo enfraquecem a planta e a torna bastante suscetível ao tombamento pelo vento.

8.1.6- Curuquerê-dos-capinzais - Mocis latipesO adulto tem asas de coloração pardo-acinzentado e mede 40mm de envergadura. os ovos são

colocados nas folhas e, ao eclodirem, as lagartinhas começam a se alimentar da epiderme da folha, geralmente na página inferior. Quando adultas medem 40mm e são do tipo mede-palmo. Essa lagarta, ao contrário da Spodoptera, não se localiza no cartucho, mas comem as folhas da periferia para o centro.

8.1.7- Pulgão - Ropalosiphum maidisO ,pulgão apresenta coloração verde-azulada e apresenta-se tanto sob a forma alada quanto áptera e

sua reprodução se processa por partenogênese. Sobre suas dejeções forma-se um fundo negro (fumagina) que prejudica a fotossíntese. Também são vetores de virose, principalmente o mosaico. Tanto as formas aladas como as ápteras são constituídas de fêmeas, sendo que a forma alada dissemina a espécie.

8.1.8- Cigarrinha-das-pastagens - Deois flavopicta (Stal, 1854) homoptera - CercopidaeA cigarrinha-das-pastagens, D.flavopicta, se constitui, hoje, num dos mais importantes problemas

fitossanitários para a agropecuária brasileira. Isto porque, este inseto é uma importante praga das pastagens, principalmente da braquiária, e, a partir de 1979, esta praga começou a atacar também lavouras de milho e arroz em Goiás (GO), Mato Grosso do Sul (MS) e Minas Gerais (MG).

Normalmente ocorrem três picos populacionais de cigarrinhas, que se sobrepõem de outubro a abril. O primeiro e maior pico ocorre, geralmente, em novembro; o segundo, em fins de janeiro e início de fevereiro e o terceiro, em março/abril. São os ovos ovipositados em março/abril que atravessam o inverno e dão origem ao pico de novembro, que é o mais severo. O dano nas pastagens é causado pela forma jovem (ninfa) e pelo adulto; porém, no milho, somente os adultos atacam. Tanto nas pastagens quanto no milho, a cigarrinha prejudica por sugá-las e injetar uma toxina que bloqueia e impede a circulação da seiva.

Em novembro de 1981, o problema causado pela cigarrinha-das-pastagens agravou-se nos Estados de GO, MS e no Triângulo Mineiro. Isto porque as condições climáticas, umidade e temperatura, favorecem a antecipação da eclosão das ninfas. O primeiro pico populacional foi um verdadeiro surto e ocorreu em fins de outubro e se estendeu até novembro. O ataque foi tão intenso que, após destruir milhares de hectares de pastagens, elas migraram para culturas de milho e arroz, localizadas próximo às pastagens e que se encontravam ainda nas primeiras semanas após o plantio.

Segundo levantamentos feitos em novembro/dezembro de 1981, por extensionistas da EMATER-GO, as cigarrinhas atacaram 57% da área plantada com arroz no Estado de Goiás, o que corresponde a aproximadamente 200 mil ha. Este ataque foi severo suficiente para destruir cerca de 52 mil ha de lavoura de arroz e reduzir drasticamente a produção do restante atacado.

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Em lavouras de milho a situação foi também alarmante. Calculou-se que 521 mil ha de milho foram atacados pela cigarrinha, e destes, aproximadamente 70 mil ha foram intensamente atacados e possivelmente destruídos. O restante atacado teve sua produção reduzida.

Constatou-se que em algumas regiões do Estado do Mato grosso do Sul o ataque foi intenso, embora não se tenha obtidos dados sobe o número de hectares atacados. No Triângulo Mineiro e Norte de Minas o ataque foi menos intenso, porém, grandes lavouras de arroz foram prejudicadas.

As pesquisas com este inseto na cultura do milho estão agora iniciando-se. Com os dados já disponíveis, embora não se possa determinar exatamente o nível de controle da praga, deve-se considerar o fato de que plantas jovens, ou seja, com idades de cerca de 10 dias, são muito sensíveis ao ataque da cigarrinha, sendo que 2 insetos por planta ocasionam severos danos. Infestações com 3 cigarrinhas por planta provocam sintomas de ataque dois dias após a ocorrência. A morte da planta pode ocorrer dois dias após a manifestação dos sintomas. Plantas mais desenvolvidas (acima de 17 dias) já toleram bem até níveis altos de infestação.

8.2- Pragas que atacam os grãos armazenados8.2.1- TraçaÉ uma mariposa de 5-7mm de comprimento e coloração amarelo-palha. A fêmea pode pôr cerca de

400 ovos durante a vida, que varia de 5-10 dias. Dos ovos emergem pequenas larvas que penetram nos grãos destruindo o embrião e o endospoerma. Seu ciclo dura cerca de 30-35 dias.

É uma praga que ataca os grãos da superfície dos depósitos a granel, mas em paióis ela pode aprofundar-se. Devido à maior quantidade de espaços vazios existentes na massa armazenada, o milho em espigas é mais danificado que o milho a granel.

8.2.2- Caruncho - Sitophilus zeamaisSão pequenos besouros negros, medindo 3-4mm e com o bico projetando-se da cabeça. A fêmea

consegue viver de 4-5 meses, colocando em média 180 ovos nesse período.Os danos no milho são causados pelo adulto e pelas larvas, que se desenvolvem no interior dos grãos.

O orifício de emergência do adulto apresenta as bordas irregulares ou quebradas, o que diferencia do adulto de S. cerealella, que é arredondado.

8.2.3- RoedoresOs roedores que atacam o milho são as ratazanas, o rato comum e o camundongo. essa praga pode

destruir dez vezes mais alimento do que necessita. Além desses prejuízos, esses roedores podem transmitir ao homem cerca de 35 doenças. A leptospirose, doença que provoca o aborto, comumente diagnosticada em suínos, encontra na urina dos ratos seu mais freqüente transmissor.

8.3- Controle de pragas dos grãos armazenadosAs pragas dos grãos armazenados causam os seguintes prejuízos:Redução de peso e valor Comercial: Os insetos ao se alimentarem do grão consomem e destroem

grandes quantidades de material, concorrendo grandemente para redução no peso. Os danos causados nos grãos também influenciam o valor comercial do produto.

Redução da Qualidade: Além das perdas anteriormente mencionadas, as pragas provocam perdas significativas na qualidade dos grãos. A qualidade é depreciada devido à poluição da massa de grãos pela presença de ovos, larvas, pupas, adultos e excrementos. Deve-se considerar que esta poluição persiste nas farinhas.

Perdas no Poder Germinativo: O caruncho e a traça começam a destruição da semente pela região do embrião. Uma semente carunchada geralmente não germina, Se germinar, irá dar origem a uma planta deficiente, incapaz de produzir satisfatoriamente.

No Brasil há duas espécies de carunchos que atacam o milho, o Sitophilus zeamais e Sitophilus oryzae, sendo esta última menos comum. Estes carunchos são pequenos besouros castanhos, medindo 3-5mm e com um bico projetando-se da cabeça. os danos no milho são causados pelos adultos e pelas formas jovens que se desenvolvem no interior dos grãos, emergindo quando se transformam em adultos.

8.4- Controle de insetosNo Estado de São Paulo, 70% da produção é armazenada em palha, na propriedade. Como esse

milho é armazenado em péssimas condições o prejuízo anual é da ordem de 20% em peso. Como a grande parte do milho é armazenada em palha, a recomendação que segue é para o milho armazenado nessa condição.

Para que se tenha um bom controle dos insetos é necessário que se faça:a) Limpeza e desinfecção dos locais de armazenamento com os seguintes produtos:- Quantidade de inseticida e água a serem aplicados, para a desinfestação dos locais de

armazenamento________________________________________

Aplicação Dosagem ÁreaProdutos químicos em ___________________ a

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Inseticida Água cobrir________________________________________

deltrametrina-CE 5g/l alvenaria 15ml 1 litro 10m²(pulverização madeira 5ml 1 litro 5m²Pirimifos metil-CE alvenaria 10ml 1 litro 10m²500g/l (pulverização) tábuas 5ml 1 litro 5m²________________________________________

b) Aplicar 500g do produto deltametrina pó (K'Obiol 2p) por tonelada de milho, o que corresponde a 40 a 50g do produto comercial por m² em camadas de 25cm de milho em palha. Após 7 dias da aplicação o milho pode ser consumido por homens ou animais.

8.5- O controle dos roedoresOs melhores métodos de controle desses pequenos animais nas propriedades é evitar a entrada com a

construção ou reforma dos armazéns com proteção anti-ratos. Outras medidas de controle, tais como a utilização de gatos, armadilhas, eliminação de lixos e refúgios, ajudam a diminuir o problema. Porém, é bom saber que a simples presença dos gatos não significa que já se tem o controle dos ratos.

Aos agricultores que já possuem armazéns em suas propriedades, a melhor solução é o uso de raticidas. Os raticidas mais eficientes são os anticoagulantes, de ação lenta, e entre eles o que dão melhores resultados são aqueles de dose única.

O raticida deve ser aplicado à base de 10 a 25g por ponto de iscagem, em numerosos pontos, permitindo, assim, que todos os roedores da colônia tenham acesso a pelo menos 3g da isca. Não há necessidade de reposição das iscas, e o rato morre no quarto ou quinto dia após ter ingerido o produto.

Recomendamos colocar as iscas diretamente nas tocas, nas trilhas ou no local onde os ratos procuram os alimentos.

Deve-se repetir a operação após sete dias para apanhar os ratos que, por algum motivo, não comeram o raticida.

9 - NEMATÓIDESJá foram detectados diversos gêneros de nematóides em milho, que em regiões infestadas e

principalmente em plantios tardios tem causado grandes prejuízos.A recomendação para o controle dos nematóides seria a rotação de cultura e o uso de cultivares

tolerantes.10 - DOENÇAS NA CULTURA DO MILHOCom o advento do milho safrinha aumentou bastante a importância das doenças na cultura do milho,

principalmente das ferrugens que só sobrevivem em material vivo.o controle das doenças se faz através da escolha de cultivares resistentes. Atualmente existem, no

mercado, cultivares com resistência a todas as principais doenças.10.1- Principais doenças do milho10.1.1- Ferrugem causada por polysora - Puccinia polysora.As pústulas são menores, de cor mais clara e mais arredondadas do que as produzidas por P. sorghi.

Encontram-se, também, em ambas as faces das folhas, mas a epiderme fica intacta por mais tempo do que nas folhas atacadas por P. sorghi. As pústulas adquirem uma coloração marrom-escura á medida que as plantas se aproximam da maturação. Não se conhece hospedeiro intermediário desse fungo. Essa ferrugem é muito comum em regiões quentes e úmidas.

10.1.2- Ferrugem comum - Puccinia sorghiEsta moléstia acha-se amplamente distribuída por todo o mundo.A ferrugem comum do milho torna-se mais visível quando as plantas se aproximam da fase do

florescimento. Pode ser reconhecida pelas pequenas pústulas que aparecem na bainha e na lâmina foliar. As pústulas têm cor marrom-escuro nos primeiros estágios de infecção; mais tarde, rompe-se a epiderme e, à medida que a planta amadurece, as lesões adquirem uma coloração preta. As plantas do hospedeiro intermediário (Oxalis spp) com frequência são infectadas e apresentam pústulas de cor laranja-clara. Este é outro estágio do ciclo do fungo (sexual).

10.1.3- Ferrugem tropical - Physopella zeaeOs prejuízos causados por esta ferrugem são esporádicos e limitados às regiões tropicais quentes e

úmidas do continente americano.As pústulas variam quanto a sua forma, de circulares a ovais. São pequenas e se encontram debaixo

da epiderme. No centro da pústula lesão é branca a amarela-pálida e logo fica perfurada.Algumas vezes aparece uma coloração preta ao redor da pústula, mas seu centro fica com a cor clara

característica. Não se conhece hospedeiro intermediário do fungo.10.1.4- Mancha da folha causada por Phaeosphaeria - Phaeosphaeria maydis

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Esta moléstia, de reduzida importância, encontra-se restrita a algumas regiões do Brasil e do Norte da Índia, onde também existe Exerohilium turcicum. Seu desenvolvimento é favorecido por condições de alta precipitação pluvial e temperaturas noturnas relativamente baixas.

As lesões aparecem como pequenas áreas de cor verde-clara, que, mais tarde, ficam cloróticas e morrem, circundadas por margens de cor marrom-escuro. As manchas nas folhas são circulares ou um pouco ovais.

10.1.5- Enfezamento do milho - Corn Stunt Disease, CSDEssa enfermidade foi observada inicialmente na Califórnia, EUA, em 1942. Desde esta época tem sido

observada em terras baixas, quentes e úmidas no México, sul dos EUA e em países da América Central e América do Sul. Embora originariamente tenha-se informado que essa moléstia era causada pela "raça Rio Grande" do vírus que causa o enfezamento do milho, hoje o patógeno foi reidentificação como um micoplasma helicoidal ou Espiroplasma. As plantas infestadas mostram bandas amplas de cor amarela na base das folhas mais jovens que pode tornar-se de coloração púrpura-avermelhada na direção à ponta. Normalmente as plantas sofrem de ananismo ou enfezamento, devido a redução dos entrenós. As gemas axilares desenvolvem espigas estéreis e também apresentam uma ramificação excessiva das raízes. em casos severos, as plantas não produzem espigas ou produzem poucas sementes, e também morrem prematuramente. A moléstia é transmitida por várias espécies de cigarrinhas que variam em sua eficiência de transmissão; o vetor mais comum é Dalbulus maidis (De L. & Wolc.). O patógeno não se transmite mecanicamente.

10.1.6- Mancha da folha causada por Turcicum - Excerohilium turcicumOs primeiros sintomas podem ser facilmente identificados, como pequenas lesões de forma quase oval

e aquosas que aparecem nas folhas do milho. Elas desenvolvem-se em extensas lesões necróticas, fusiformes. Aparecem, de início, nas folhas inferiores e continuam aumentando de tamanho e de número à medida que a planta se desenvolve, até que ela se apresenta completamente queimada, numa forma muito característica.

A moléstia aparece em todo o mundo, mas observa-se principalmente, nas zonas onde ocorrem alta umidade e temperaturas relativamente baixas, durante o desenvolvimento da planta. Quando a infecção aparece por ocasião do florescimento da flor feminina e as condições são favoráveis, ela pode causar vultosos prejuízos econômicos.

11 - COLHEITAO atraso na colheita provoca prejuízos, quais sejam: tombamento, o apodrecimento da espiga e o

ataque de pragas.Para minimizar esses prejuízos é importante que o milho seja colhido em seu ponto ideal, que é o

ponto quando ele está com 18 a 22% de umidade para colheita mecânica e de 15 a 18% para a colheita manual. o milho colhido manualmente entre 15 a 18% pode ser armazenado, em espigas, em paióis, sem problemas desde que estes sejam bem arejados.

 MANUAL DE CULTURAS  CATI