tjro - gabarito_discursiva

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  • 7/29/2019 TJRO - gabarito_discursiva

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    Tribunal de Justia do Estado de Rondnia Edital 001/2012Servios Notariais e Registrais Prova Discursiva

    Planejamento e Execuo IESES Pgina 1 de 3

    QUESTO PRTICA 01:Explique o aceite de honra (ou aceite por honra) e redijacertido resumida de registro de protesto (de qualquer tipo,por falta de pagamento, de devoluo ou por falta deaceite) contendo-o (o citado aceite).

    GABARITO(1) Exige o conhecimento bsico do tabelionato de

    protesto. (2) O aceite de honra ( ou aceite por honra) oaceite de terceiro interveniente que se obriga em lugar dosacado (devedor principal) ou terceiro endossantecoobrigado, honrando-lhes as firmas. (2.1) O ato essencialmente uma assuno de dvida (CC/2002, Arts.299-303) e portanto exige anuncia do credor. (3) O TEORDA CERTIDO deve conter o descrito no ART. 22 da Lein 9.492 de 1997, a saber: I data e nmero do protocolo;II nome do credor e seu CNPJ ou CPF ou, na sua falta,nmero de documento de identidade; III nome doapresentante e seu endereo; IV reproduo outranscrio do documento ou das indicaes feitas peloapresentante e das declaraes nele inseridas; V - certido

    das intimaes procedidas e das respostas eventualmenteoferecidas, ou sua reproduo; VI indicao dosintervenientes voluntrios e das firmas por eles honradas;VII aquiescncia do portador ao aceite por honra; VIII nome do devedor e seu CNPJ ou CPF ou, na sua falta,nmero de documento vlido de identidade; IX data eassinatura do tabelio, de seu substituto ou de escreventeautorizado; X cota dos emolumentos e demais despesas.Segue-se o teor da certido.

    QUESTO PRTICA 02:

    Recusada injustificadamente, pelo regitrador imobilirio, a

    averbao de mudana de regime em bens matrimonial(LRP 170 II 1 c/c CC/2002 1639 2), na comarca devida(da circunscrio competente), cidado interessadoapresenta o respectivo mandado judicial ao registrador dettulos e documentos da mesma comarca (dacirscunscrio imobiliria competente), requerendo oregistro conservatrio do mandado para fins de seguranajurdica. J ustifique o acolhimento ou no do pedido e redijaa respectiva certido resumida.

    GABARITO(1) A questo exige o conhecimento bsico do sistema

    registral. (2) O pedido deve ser acolhido. (2.1) A ressalva,do Pargrafo nico do art. 127 da LRP, referente a reservade atribuio originria (primria, i.e., que indicaoriginalmente o servio com atribuio legal recepo decerto ato documentado) do registrador, NO probe nemprejudica a facultatividade de hospedagem, no RTD,prevista no 127 VII, de quaisquer documentos, para suaconservao; especialmente porque esta materializa oprincpio da segurana jurdica previsto nos arts. 1 da LRPe lei n 8.935 de 1994, e a recusa foi injustificada(contrariando o comando da LRP 198). Segue-se o teor dacertido.

    QUESTO TERICA 01:J oo da Silva casado pelo regime da comunhouniversal de bens com Maria da Silva, e possuem 03 filhosmenores de idade, sendo um deles lactente.

    J oo e Maria adquiriram por meio de um contrato particularde compra e venda uma casa de alvenaria, com 102m2,localizada na rua das Flores,nmero 58, neste municpio.O imvel est avaliado em R$ 120.000,00.Os vendedores, Mario Correa e Lucia Antnia (casadospelo regime de comunho parcial de bens) mantinham umfinanciamento com a Construtora J oo de Barro Ltda,sendo que o valor total do imvel foi financiado em 240

    meses, resultando em uma prestao mensal de R$960,00.Mario e Lucia pagaram Construtora J oo de Barro Ltda20 prestaes, todas dentro do prazo de vencimento.J oo e Maria no ato da compra pagaram para Mario eLucia o valor de R$ 20.000,00 e assumiram perante aconstrutora J oo de Barro Ltda o cumprimento das demaisparcelas mensais; nos mesmos termos em que havia sidonegociado com Mario e Lucia, sendo que o imvel foragravado pelo instituto da hipoteca em favor da construtora.J oo e Maria realizaram assim o sonho da primeira casaprpria. A construtora J oo de Barro Ltda tambm firmouo contrato particular de compra e venda como anuente e

    terceira interessada. O contrato foi devidamente registradoem cartrio e a este foi dado publicidade, lanando-se ahipoteca sobre a matrcula do imvel.Passados cerca de 08 meses, J oo e Maria deixaram depagar as prestaes mensais, e encontram-se atualmenteinadimplentes com a Construtora Joo de Barro Ltda.A Construtora J oo de Barro Ltda ajuizou ao deexecuo em face de J oo e Maria. Nesta ao judicial aconstrutora requereu a penhora do imvel em questo e aimediata adjudicao do bem em seu favor.J oo e Maria, por meio de seu advogado, argumentaramem Embargos Execuo que o imvel em questo setrata de um bem de famlia e por tal motivo o imvel seria

    impenhorvel.Neste sentido:

    a) Defina bem de famlia e sua forma de constituio,apresentado a base legal.

    b) A tese de J oo e Maria deve prosperarjudicialmente? Fundamente sua resposta.

    GABARITO

    a) Bem de famlia o nome dado ao imvel de umcasal, ou de uma entidade familiar, que, por

    proteo legal, no pode ser penhorado. Talgarantia pode ser instituda voluntariamente peloscnjuges ou entidade familiar, por meio deescritura pblica devidamente registrada noRegistro de Imveis, observadas as formalidadeslegais.

    Base Legal arts. 1.711 1.722 do Cdigo CivilBrasileiro. A lei 8009/90 estabeleceu aimpenhorabilidade geral de todas as moradiasfamiliares prprias, uma para cada famlia,independente de ato do interessado, para isso, se

    a famlia tiver mais de um imvel, o bem de famliaser aquele de menor valor.

    b) A tese de J oo e Maria NO deve prosperarjudicialmente pois o artigo 3, inciso V, da Lei

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    8.009/90 ressalva a inoponibilidade da penhora, seo bem tiver sido oferecido em garantia real,

    verbis:Art. 3 A impenhorabilidade oponvel em qualquer processode execuo civil,fiscal, previdenciria, trabalhistaou de outra natureza, salvo se

    movido:[...]V - para execuo de hipotecasobre o imvel oferecido comogarantia real pelo casal ou pelaentidade familiar

    No caso em tela o bem foi ofertado, por J oo e Maria,como garantia real, ao firmar o contrato com aConstrutora J oo de Barro Ltda, importando rennciaao direito de impenhorabilidade do bem.

    QUESTO TERICA 02:Carmen Almeida proprietria de um terreno localizado amenos de 50 metros do mar continental. Ele detentora deescritura pblica a qual foi levada a registro na matrculado imvel junto ao Cartrio de Registro Imobilirio de suaCidade, porm sem a outorga formal da Unio, quanto aodomnio sobre o imvel. Neste ano Carmen Almeidarecebeu do Servio do Patrimnio da Unio (SPU) umanotificao na qual constava sua obrigao de pagamentoanual da taxa de ocupao.

    a) Qual o fundamento jurdico para a cobrana de taltaxa pela Unio? Apresente a base legal.

    b) Quais so os critrios legais de cobrana da taxade ocupao pela Unio?

    GABARITOa) Os terrenos de marinha so bens da Unio e

    encontram regramento, sobretudo, no Decreto-Lein. 9.760, de 05 de dezembro de 1946, quedispe:

    Art. 1 Incluem-se entre os bensimveis da Unio:a) os terrenos de marinha e seusacrscidos ;Art. 2 So terrenos de marinha,

    em uma profundidade de 33(trinta e trs) metros, medidoshorizontalmente, para a parte daterra, da posio da linha dopreamar-mdio de 1831:a) os situados no continente, nacosta martima e nas margensdos rios e lagoas, at onde sefaa sentir a influncia dasmars;b) os que contornam as ilhassituadas em zona onde se faasentir a influncia das mars.

    Pargrafo nico. Para os efeitosdste artigo a influncia dasmars caracterizada pelaoscilao peridica de 5 (cinco)centmetros pelo menos, do nvel

    das guas, que ocorra emqualquer poca do ano.

    Estabeleceu a aludida norma, ainda, que os atuaisocupantes de terrenos da Unio, sem ttulooutorgado por esta, ficam obrigados ao pagamentoanual da taxa de ocupao (art. 127).

    b) Os critrios de cobrana da taxa de ocupao, porsua vez, esto previstos no Decreto-Lei n. 2.398,de 21-12-1987, que expressa:

    Art. 1 A taxa de ocupao deterrenos da Unio, calculadasobre o valor do domnio plenodo terreno, anualmenteatualizado pelo Servio doPatrimnio da Unio (SPU), ser,a partir do exerccio de 1988, de:I - 2% (dois por cento) para asocupaes j inscritas e paraaquelas cuja inscrio seja

    requerida, ao SPU, at 30 desetembro de 1988; eII - 5% (cinco por cento) para asocupaes cuja inscrio sejarequerida ou promovida ex officio, a partir de 1 de outubro de1988.

    QUESTO TERICA 03:J oo Alves Morais um reconhecido poeta e renomadopintor de tela a leo em estilo renascentista. Seus quadrosbuscam inspirao em Leonardo Da Vince e j lhe

    renderam algumas centenas de milhares de reais. J oosempre trabalha sozinho, no aceita a ajuda ou parceria deningum. A solido tambm sua fonte de inspirao.Pensando em sua profissionalizao e na regularizao desua ocupao, J oo resolveu intitular-se empresrio dastelas. No intuito de registrar-se com empresrio J ooprocurou o Registro Pblico de Empresas Mercantis, masteve seu pedido negado.

    Pergunta-se:

    a) Legalmente, quem pode ser consideradoempresrio em nosso Pas?

    b) Apresente o fundamento legal pelo qual J oo nopode ser considerado empresrio.

    GABARITO

    a) O Cdigo Civil Brasileiro, em seu Artigo. 966define o conceito de empresrio:

    Artigo. 966: Considera-se empresrio quem exerceprofissionalmente atividade econmica organizada para aproduo ou a circulao de bens ou de servios.

    b) O Pargrafo nico do Artigo. 966 do Cdigo CivilBrasileiro aponta que NO se consideraempresrio quem exerce profisso intelectual, denatureza cientfica, literria ou artstica, ainda como concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo

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    se o exerccio da profisso constituir elemento deempresa.

    QUESTO TERICA 04:Voc, ciente que obrigatria, e integrar a forma dos atosnotariais, a aplicao do Selo de Fiscalizao, proceder

    de que maneira nas seguintes situaes: quando umdocumento possuir mais de um ato; quando um documentopossuir mais de uma folha e constituir um s ato; quando odocumento possuir mais de uma folha e vrios atos; naautenticao de cpias de documentos nicos deidentidade, CPF ou titulo de eleitor.

    GABARITOA resposta poderia vir embasada no artigo 4 da LeiEstadual 918 de 20 de setembro de 2000 e/ou no artigo57 e seguintes das Diretrizes Extrajudiciais daCorregedoria Geral da J ustia do Estado de Rondnia, nosseguintes termos:

    a) Quando um documento possuir mais de um atosero apostos tantos Selos quantos forem osatos, para sua validade e autenticidade;

    b) Quando um documento possuir mais de uma folhae constituir um s ato, o Selo ser colocado ondehouver assinatura do funcionrio responsvelpelo ato;

    c) Quando o documento possuir mais de uma folha evrios atos, os Selos correspondentes aos atossero distribudos pelo documento;

    d) Pela autenticao de cpias de documentosnicos de identidade, CPF ou Ttulo de Eleitor,

    ser aposto um Selo de Fiscalizao.