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DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Tatiana Marcello Transcrição | Aula 01 TJ-RS

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DIREITO ADMINISTRATIVOProfª Tatiana Marcello

Transcrição | Aula 01

TJ-RS

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Direito Administrativo

AULA 01

Hoje é nossa primeira aula, sejam bem vindos ao curso. Sou a professora Tatiana Marcelo e vou lecionar a parte de Direito Administrativo do edital, que é uma parte pequena, pode ser que quando venha o edital alguma coisa mude, mas se mudar será para acrescentar. O que temos no nosso edital? Claro que por enquanto estamos trabalhando com o anterior, então quando sair o novo a gente atualiza para vocês, não se preocupem. Então o que temos do nosso edital anterior: Estatuto e Direito Administrativo, mas não são todos os assuntos. Para vocês cai somente o Estatuto do Servidor Público aqui do estado, já que vocês serão servidores do estado do RS. Também temos aquela parte da Constituição Federal, art. 37 que vocês vão ver comigo. E nós também temos essa parte correlata lá na nossa Constituição Estadual, arts. 29 a 45. O nosso Estatuto, que é a matéria que a gente vai começar hoje, é mais longo. Os artigos foram delimitados, alguns foram cortados, isso nos ajuda, então sabemos que não vai cair e não precisamos estudar. O Estatuto é grande, para estudar todo ele a gente teria que ficar muito tempo estudando. Não tem PAD (Processo Administrativo Disciplinar), nem a parte de Previdência, então já elimina e vai no foco do que o Estatuto cobrou. Vemos que a Lei Complementar 10.098 começa no art. 10, mas eu vou ter que começar com os primeiros artigos, senão vocês não vão entender nada indo direto para o art. 10. Na apostila tem desde os primeiros artigos. Algumas coisas a mais eu tenho que explicar para vocês entenderem o restante que cai. Então como é a minha aula? Ela é sempre com Power Point e questões, a gente não lê artigos. Vocês podem ler em casa de graça. Aqui na aula o que trago nos Power Points são os esquemas, é tudo para vocês entenderem o que está escrito nos artigos (...). Sugiro que vocês leiam depois das aulas, assim verão que farão uma grande revisão de tudo aquilo que eu falei e vão lembrando. Estou aqui para fazer vocês entenderem os artigos, pois sozinhos acabamos não entendendo nada. Primeiro devem entender o que eles são para depois fazerem a leitura. O conteúdo do Power Point segue o que coloquei na apostila, para quem já fez o curso comigo verá que desta vez está diferente, eu reformulei e agora ela é assim: eu trago um capítulo de artigos e abaixo eu já trago o resumo relativo a ele, assim vocês podem visualizar o resumo e o artigo. Em azul estão os artigos, os esquemas ficaram em colorido, sugiro que quem está acompanhando pela apostila acompanhe pelo resumo que é o mais parecido com o Power Point. Não veremos na aula artigo por artigo e sim o que é mais importante, que tem maior probabilidade de ser cobrado na prova, sempre faremos questões. Na parte da lei complementar prefiro trazer todas as aulas e no final fazer só uma aula de questões, revisão com questões para exercitar. Na parte de Constituição a gente vai vendo o assunto e fazendo questões pois são mais curtas. Outra coisa, para ficar bem claro para quem não me conhece, eu pressuponho que vocês não tenham a formação em Direito, então a minha aula mesmo sendo de Direito Administrativo, eu vou tentar trazer uma linguagem mais acessível. Não se preocupem, eu não vim aqui para falar bonito e sim para fazer vocês entenderem. Tem termos que terei que explicar como a banca cobra, vocês terão que decorar o termo, o “juridiquês”. Mas na medida do possível trarei exemplos, casos concretos, a vida real. Vamos iniciar pela Lei Complementar nº 10.098/94, que é o Estatuto do Servidor Público Estadual. Mas antes de ver essa lei eu quero trazer para vocês alguns conceitos introdutórios para que vocês consigam entender todo o conteúdo, situando vocês dentro da lei.

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CONCEITOS INTRODUTÓRIOS:

ADMINISTRAÇÃO DIRETA: A nossa Administração Pública é composta por Administração Direta e Indireta. Nós temos a Administração Pública Federal, uma Administração Pública aqui no estado e também nos municípios. Seja qual for o ente, será formada por Administração Direta e Indireta. A Direta é composta por órgãos públicos. Então vamos pegar a Administração Direta aqui do RS, são os órgãos públicos aqui do estado: a Secretaria de Segurança, o Tribunal de Justiça. No Federal, a gente tem os órgãos públicos federais, os Ministérios, a Presidência, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal. Isso é a Administração Direta, que a gente vai ter em todos esses entes: União, Estados, Municípios e Distrito Federal.

Nós temos também a chamada Administração Indireta, que é formada por 4 entidades, não são órgãos. Quais são essas entidades? São as Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista. Só que vocês não precisam decorar, é só para vocês irem entendendo para depois ir conseguindo “pegar” o restante da matéria. Exemplo de Autarquia: o INSS. Quantas vezes a gente achou que o INSS era um órgão público federal, mas ele não é pois é uma autarquia que faz parte da Administração Pública Federal Indireta. Outros exemplos: o Banco Central, o IBGE, a Funai. Exemplo de Empresa pública: Caixa Econômica Federal, Correios. Exemplo de sociedade de economia Mista: Banco do Brasil, Petrobrás. A nossa Constituição Federal veio dizer o seguinte: que toda Administração Direta, as Autarquias e as Fundações Públicas deveriam escolher um regime jurídico único para quem neles trabalham. Mas o que é um Regime Jurídico? É um conjunto de normas que vai disciplinar a vida daquele trabalhador. Temos dentro da nossa Administração pública dois regimes jurídicos basicamente, um deles é o Estatutário, o estatuto que vai disciplinar a vida de vocês que vão trabalhar lá nos órgãos públicos. Outro regime que é aplicável na nossa Administração Pública é o Celetista, a CLT, que vai disciplinar as leis trabalhistas. Basicamente são esses os dois regimes aplicáveis às pessoas que trabalham dentro da Administração Pública. A Constituição diz que toda Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas, seja da União, dos estados, dos municípios ou do Distrito Federal tem que escolher um regime jurídico desses, único, para quem trabalha ali. E então foi escolhido o Regime Estatutário. Vocês que vão trabalhar em um órgão público do estado do RS, o que vai disciplinar a vida de vocês desde vocês entrarem no cargo até a aposentadoria vai ser o Estatutário. Mas também temos as Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista que a regra é que elas tenham Regime Celestista (CLT). Vamos pensar o pessoal da Caixa, do Banco do Brasil, Banrisul: o Banrisul é uma Sociedade de Economia Mista da Administração aqui do estado do RS, o Banco do Brasil é da Administração pública Federal. Quem por exemplo faz um concurso para o Banrisul, farão todo processo, concurso, nomeação,

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só que quando eles entram no banco eles terão carteira assinada, eles vão ter o Regime Celestista, vão ter todos os direitos trabalhistas. Vocês serão Estatutários, já se considerem Oficiais de Justiça, já estudem assim. O pessoal que é Servidor Público Estatutário a gente chama de Servidor Público, já o pessoal que é Celetista, que trabalha nas Empresas Públicas e nas Sociedades de Economia Mista, a gente vai chamar de Empregado Público. Também temos os Agentes Públicos, que é toda pessoa que trabalha dentro da Administração Direta e Indireta. Então quem são os Agentes Públicos? É toda pessoa que desempenha alguma atividade administrativa, seja temporária, seja permanente, com ou sem remuneração. Agente Público é a denominação mais genérica que a gente tem para designar todo mundo que trabalha na Administração. Então eu trago esse quadrinho para a gente poder entender:

Há diversas espécies de Agente Público, era o que antigamente a gente chamava de Funcionário Público. Não existe mais essa figura, existe lá no Direito Penal, lá no Código Penal ele ainda chama de Funcionário Público, para nós do Direito Administrativo a gente chama de Agente Público. Um exemplo: no Jornal do Almoço, quando eles vão entrevistar alguém na rua, embaixo na tela, eles colocam Funcionário Público, mas eles nem sabem o que a pessoa é, se é Empregado Público, Servidor Público, na verdade eles deveriam colocar Agente Público. Então Agente Público é essa denominação mais genérica que nós temos.O Estatuto que a gente está vendo agora fala só desses, mas quando a gente entrar na parte Constitucional, art. 37, a gente vai ver Agentes Públicos como um todo. Dos Agentes Públicos nós temos os Agentes Políticos, os Agentes Militares, os Particulares em colaboração e os Agentes Administrativos. Quem são os Agentes Políticos? São aqueles, em regra, detentores de mandato eletivo, o Deputado, o Senador, o Governador, o Presidente da República. Temos aqui os “poderosos” dentro de cada poder, membros de poder, então aqui às vezes eles colocam Juíz de Direito, os Promotores, o pessoal do MP, os Ministros. Nós temos também, os Agentes Militares que são o pessoal das Forças Armadas e das Polícias Militares, a Brigada Militar (que a gente tem aqui no estado), os Bombeiros Militares. Antigamente Polícia Militar e Brigada Militar estavam na mesma categoria que vocês serão, mas a Constituição tirou esse status de Servidor Público deles e deu um status especial a eles: Agentes Militares. São Agentes Públicos mas são Agentes Militares. Tem um Estatuto próprio para eles. Os Particulares em colaboração são os chamados Agentes Honoríficos, são aqueles que não tem vínculo com a Administração mas em

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determinado momento estão desempenhando alguma função para a Administração, uma função pública. O principal exemplo é o Mesário, que é Agente Público enquanto está desempenhando a função, depois que termina a eleição ela deixa de ser. Os Agentes Administrativos são os que trabalham na Administração Pública e se dividem em 3 categorias: Servidor Público Estatutário, Empregado Público e o Servidor Temporário. Esses vocês tem que diferenciar bem. O Servidor Público é o Estatutário, que é regido por um estatuto, quem trabalha na Administração Direta, Autarquia ou Fundação Pública vai ser considerado Servidor Público. Mas nós temos também como Agente Administrativo os Empregados Públicos, aqueles que trabalham nas Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista, por exemplo aquele que trabalha na Caixa, no Banco do Brasil, no Banrisul, esses são os Empregados Públicos. E temos também o chamado Servidor Temporário. A Constituição permite que em determinada situação, de algum excepcional interesse público, a Administração ao invés de fazer um concurso público, nomear um monte de gente, dar estabilidade para essas pessoas, pagar essas pessoas para o resto da vida, que em algumas situações possa contratar temporariamente alguns servidores. O típico exemplo é o recenseador do IBGE. O IBGE tem os seus quadros permanentes de servidores, aquelas pessoas que trabalham todos os dias lá, porém, naquela época que é preciso fazer o Censo, precisa mandar aquele monte de pessoas nas casas, fazer aquelas pesquisas, precisa de milhares de pessoas para fazer isso. E vocês pensem: essas pessoas vão fazer isso, por exemplo de 10 em 10 anos. Então vai ser necessário esses milhares de pessoas uma vez em cada 10 anos durante 3 meses. Vocês acham que seria conveniente o estado fazer um concurso, nomear essas pessoas, dar estabilidade, pagar uma fortuna por mês para elas trabalharem somente de 10 em 10 anos, durante 3 anos? Então a Constituição permite que nessas situações se contrate servidores temporários. O Recenseador do IBGE acho que é contratado de 3 a 6 meses, depois ele é dispensado, é um contrato temporário para ele. Então esse pessoal não faz concurso público e sim um processo seletivo. Geralmente fazem um processo seletivo simplificado. Sabe quando também que contratam servidores públicos temporários? Vamos pensar que estamos no meio do ano letivo e faltou professor de matemática. Então se eles contratarem uma banca, abrirem um edital, fazer um concurso para selecionar professor, quando veem terminou o ano e as crianças ficaram sem professor de matemática. Então o que eles fazem? Contratam temporariamente, por prazo determinado, um professor de matemática. É uma situação de excepcional interesse público então é contratado um temporário. Servidor Público Estatutário, que são vocês, ocupa cargo público, vocês vão ocupar o cargo de Oficial de Justiça. Empregado público, que é aquele Celetista, CLT, da Caixa, do Banco do Brasil, esse ocupa um emprego público. Parece bobagem, pois no dia a dia a gente fala em cargo para tudo, mas na prova se a gente fizer isso erra, tem que ter em mente: servidor público ocupa cargo público e empregado público, celetista, ocupa um emprego público e servidor temporário não vai ter um cargo ou emprego público só vai desempenhar uma função durante um período. Outra coisa, o servidor público, a regra é que ele seja estatutário, o empregado público a regra é que ele seja CLT, o servidor temporário não tem um estatuto e nem é CLT. O que ele tem? Cada ente tem uma lei disciplinando como acontece as contratações temporárias, como seleciona, e baseado nessa lei, quando contratam um servidor, vão fazer um contrato que vai ter todas as disposições, tudo que será aplicado naquela “curta vida” de servidor, como se fosse um contrato de trabalho. Os Agentes Administrativos também são chamados de servidores estatais, que trabalham para o estado, ou para confundir nossa vida de concurseiro, eles também são chamados de servidores públicos em sentido amplo. Isso é “coisa do Direito”, “a tal coisa em sentido amplo e a mesma coisa em sentido estrito. Em sentido estrito propriamente dito servidor público é somente vocês, agora, em sentido amplo todos os outros são servidores públicos. Na prova geralmente ela vai dizer se ela está se referindo a servidor público em sentido amplo, daí vocês vão ter que abrir a visão, estará tratando de todos, ou se ela está tratando do servidor público estatutário, que é ocupante de cargo.

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Para fechar essa parte: Servidor Público é aquele que ocupa cargo público, pode ser efetivo ou em comissão. O Regime Jurídico dele é o Estatutário. No caso do servidor público aqui do RS é o Estatuto do Servidor Público do estado do RS, que é a lei 10098.Mas e se for um Servidor Público Federal, que vai trabalhar lá no INSS, no MPU, na PRF? Nesse caso o Estatuto vai ser a lei 8112, que é o Estatuto do Servidor Público Federal. E quem for servidor aqui de Porto Alegre, da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações? Também vai ter um Estatuto do Servidor Público Municipal. Cada ente, seja estado, município, Distrito Federal ou a União terá o seu Estatuto. O Estatuto de Porto Alegre tem que respeitar o Estatuto do Estado? O Estatuto do Estado tem que obedecer ao Estatuto Federal? Não, tanto que um é diferente do outro. Cada um tem autonomia para fazer seus Estatutos, dentro dos limites trazidos pela nossa Constituição Federal. Aqui eu já quero trazer um dado bem importante, para quem já estudou o Estatuto Federal, lei 8112, por que estava se preparando para o INSS, para o MPU, cuidem por que agora a gente vai dividir o cérebro de vocês, já que o nosso Estatuto aqui do estado tem muita coisa em comum mas tem muita coisa diferente, tem coisas que é o contrário inclusive. Quando vem essas coisas que são bem diferentes eu vou frisar para vocês que isso é bem diferente do que vocês viram na lei 10098. A banca gosta de cobrar o que é diferente. Então vamos lá, Servidor Público é aquele que ocupa cargo público, que o regime dele é o Estatutário e ele trabalha na Administração Direta, nas Autarquias e nas Fundações Públicas. Mas nós temos também o Empregado Público, ele trabalha em Emprego Público, o Regime dele é o Celetista, das normas trabalhistas que a gente tem e eles estão nas Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista. Nós temos também o Servidor Temporário que não tem cargo e nem emprego para ele, só exerce uma função específica durante o período de contrato dele. Ele não é Celetista e nem Estatutário, tem um contrato que tem todas as regras aplicáveis para aquele tempo de trabalho. Estão dentro de toda Administração Pública. Quando a gente começar o primeiro inciso do art. 37 da Constituição já diz assim: os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis a todos. Agora a gente vai para a nossa lei:

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LEI Nº 10098/1994

É o Estatuto do servidor aqui do estado. Na prova ou edital pode aparecer, lei 10098 que é o estatuto, ou pode aparecer Estatuto do Servidor Público do estado do RS ou eles podem chamar de Regime Jurídico Único, por que na Constituição diz que tem que ter um Regime Jurídico Único para o pessoal que trabalha na Administração Direta, Autárquica e Fundacional, esse regime Jurídico Único é o Estatuto. Então essa lei trata do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do estado do RS. Os Militares, a Brigada Militar, Juízes têm um Estatuto próprio para eles. Então eu falei para vocês que nosso edital começa pelo art. 10, mas para vocês entenderem a gente precisa trazer esse início.

O art.2º e 3º da nossa lei trazem dois dados bem importantes para nós: ele vai dizer o que é Servidor Público e o que é cargo público. Servidor Público é a pessoa legalmente investida em um cargo público. Mas o que é um cargo público? É um conjunto de atribuições, de responsabilidades cometidas a um servidor, mediante uma retribuição pecuniária ($) paga pelos cofres públicos. Sobre o cargo público a gente precisa dar uma olhada para vocês entenderem isso.

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Os cargos públicos são sempre, sempre criados por lei, sem exceção. Não pode o Presidente do Tribunal ou o Governador criar o cargo de Oficial de Justiça. Aqui no RS quem pode criar um cargo é a Assembleia Legislativa, é ela que cria as leis aqui no estado. O cargo público tem um número certo, para ter mais tem que ter uma lei criando mais, tem denominação própria. Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos, por exemplo ter mais de 18 anos, estar quite com as obrigações militares e também é acessível a estrangeiros na forma da lei. Esse artigo não está no edital, mas é a mesma redação que há na Constituição, então pode cair na prova. O cargo público é para cargo efetivo ou em comissão. A gente vai ficar estudando um tempinho o seguinte quadro:

O cargo público é ocupado por servidor público, pode ser um cargo efetivo ou em comissão. Em comissão é o nosso famoso CC (cargo em comissão). Quando a gente viu todo o esquema de Agentes Públicos muita gente ficou se perguntando aonde ficava o CC. O CC fica junto com o servidor público estatutário. Nós temos o cargo público efetivo, que é o cargo de vocês. Para terem acesso a esse cargo, só tem uma maneira, necessariamente passar por concurso público, com o tempo vai adquirir estabilidade. Já o cargo em comissão é de livre nomeação e de livre exoneração. Livremente nomeia e livremente exonera. É até mais fácil de me nomearem, basta ter um conhecido que me nomeie mas a qualquer momento pode me exonerar, não precisa ter motivo, não tem estabilidade. Mas e um CC que está há 20 anos trabalhando? Ele não tem estabilidade, pode ser exonerado e não precisa ter motivo. Os cargos em comissão são apenas

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para atribuição de direção, chefia e assessoramento, só para esses. Não vai ter um Oficial de Justiça que tenha entrado como CC. A chefia de vocês lá no Tribunal é um cargo em comissão, não tem concurso para ser chefe de Tribunal. O Diretor, os Assessores do Juíz, são cargo em comissão. Outra coisa que a gente tem que cuidar: o cargo em comissão pode ser ocupado por alguém de fora ou pelos funcionários públicos. Nós temos diversos órgãos aqui do estado, em que a maioria dos cargos em comissão, as chefias, direções, assessoramentos é ocupado por servidor de carreira, servidor efetivo. A Constituição vai dizer que tem um número mínimo e condições onde tem que ser chamado o servidor efetivo. A gente chama de CC, mas esse é a abreviação do nome do cargo que a pessoa ocupa, mas ela é ocupante de cargo público então é Servidor Público. E mais: ele é servidor público Estatutário, assim como vocês serão: Servidores Públicos Estatutários, está no nosso Estatuto. A lei 10098, trata do servidor público efetivo e em comissão. O CC ocupa um cargo, mesmo em comissão é um cargo, então é Servidor. Mas aí vocês vão dizer que não é justo, a gente ver a aula, se esforçar e o CC ter o mesmo Regime, ter os mesmos direitos. Mas o CC não tem todos os direitos que vocês vão ter, por que o próprio estatuto que trata de vocês e trata deles, trás diversos direitos, que são direitos do servidor público efetivo, que tem estabilidade. O CC não é efetivo, não tem estabilidade nem todos os direitos que tem no Estatuto. Um exemplo de direito que consta no Estatuto, que vocês têm direito e ele não tem: direito a um Regime Próprio de Previdência, vocês como servidores não vão contribuir e depender do INSS e sim para um Regime próprio, vão ter IPÊ. O CC, que é exclusivamente ocupante de cargo em comissão, ele não tem direito a um Regime próprio, se quiser vai para o INSS.O Regime Jurídico do CC é Estatutário, não é a CLT mas o Regime Previdenciário é o Geral e não do Estatuto que é o de vocês. Ele é Estatutário, porém se perguntarem sobre o Regime Previdenciário vocês terão que dizer que é o Geral, da Previdência, o INSS e não do Estatuto. Outra coisa que eu queria dizer para vocês é que o Cargo em Comissão é sempre de livre nomeação e livre exoneração. Mas aí vocês devem estar pensando: Tati, quando eu tiver em meu cargo de Oficial de Justiça, capaz que eu vou querer um CC. Mas com certeza vai querer para ganhar mais. Mas aí a gente pensa: é de livre nomeação e livre exoneração. Mas o CC é livremente exonerado, mas vocês que ganharam um cargo em comissão, podem ser exonerados mas só do cargo em comissão, vocês voltam para o cargo efetivo de vocês. Mas além de tudo isso a gente tem também a Função de Confiança, aqui no estado a gente chama de Função Gratificada, o FG, mas a Constituição Federal chama de Função de Confiança, ao invés de Função Gratificada, que é a mesma coisa. Mas o que é a Função de Confiança? Ela também é de livre designação, livremente dispensa, ela também é apenas para atribuição de direção, chefia e assessoramento, ela também não dá estabilidade para a pessoa que está naquela função, tudo muito parecido com o Cargo em Comissão. Porém a Função de Confiança é exclusivamente para servidor efetivo. Então a Função de Confiança é muito parecida com Cargo em Comissão. Digamos que eu tenha uma chefia, eu posso ocupar essa chefia como cargo em comissão ou função de confiança, isso vai depender da organização de cada órgão. Geralmente acontece assim: se eles chamarem alguém de fora para ocupar uma chefia, será para cargo em comissão, mas se for servidor de dentro do órgão será para função de confiança, mas não impede que o de dentro seja colocado em cargo em comissão. Eu nunca posso dar uma função de confiança para alguém de fora do órgão. Cargo em Comissão pode ser para servidor efetivo ou de fora. Requisitos para eu entrar no serviço público. O que eu preciso para ser Oficial de Justiça, o que preciso para conseguir meu cargo público?

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É preciso: ter a nacionalidade brasileira, mas cuidado, o estrangeiro também pode, a gente viu antes, os cargos são acessíveis aos brasileiros e aos estrangeiros na forma da lei. Então se aparecer na prova: é requisito para o ingresso no serviço público a nacionalidade brasileira, correto. Mas se disser, apenas, somente, exclusivamente o brasileiro, aí vocês têm que lembrar que não é bem assim. Estar quite com as obrigações militares, para os meninos e todos com as obrigações eleitorais: se votou, se justificou. Idade mínima de 18 anos para ter acesso ao cargo público. Tem que ter aptidão física e mental. Quando vocês entrarem terão que fazer os exames antes de tomar posse, para verificar se estão aptos, física e mentalmente para as atribuições daquele cargo. Mas aí vem a dúvida: e as pessoas portadoras de deficiência, é assim que a lei chama, eu sei que é um termo politicamente incorreto mas é assim que a lei chama, elas também tem que estar aptas física e mentalmente? Sim, elas também tem que estar aptas físicas e mentalmente para as atribuições daquele cargo. Eu não posso colocar uma pessoa, que tenha deficiência, que tenha entrado pelas cotas a fazer uma atividade, uma função que ela não seja apta, seria até desumano colocar uma pessoa em uma função que ela não pode fazer. Mesmo quem tem deficiência e vai entrar pelas cotas, ela só vai conseguir tomar posse se aquela deficiência for compatível com as atividades e atribuições daquele cargo. Eu sempre trago o exemplo, digamos que a pessoa é cadeirante, ela poderia talvez trabalhar de Técnico no TJ, ela teria aptidão física para trabalhar lá? Teria, ela vai chegar lá, sentar na mesa dela, fazer seu trabalho intelectual, tranquilamente. Mas se ela é cadeirante e quer ser policial federal? Essa pessoa certamente não será considerada apta para as atribuições do cargo. Mesmo ela tendo direito de se inscrever e fazer o concurso só tomará posse se a deficiência dela for compatível com as atribuições daquele cargo. Estar no gozo dos direitos políticos, direito de votar e ser votado. Exemplo, quem pratica ato de improbidade administrativa, uma das consequência é a suspensão dos direitos políticos, vai ficar com os direitos políticos suspensos. Ela não poderia tomar posse em um cargo público por não estar em gozo dos seus direitos políticos. Ter atendido às condições prescritas para o cargo. A lei vai dizer o que o cargo precisa ter. Cada cargo terá suas condições específicas. Exemplo: exigir CNH, nível médio. Cada cargo tem os requisitos próprios definidos em lei. Sobre os requisitos, quando que eles são exigidos? No momento da posse. Vocês vão fazer concurso, depois vão ser nomeados, depois da nomeação é que vem o ato de posse. Esses requisitos, segundo a nossa jurisprudência, que jurisprudência pode sim cair para vocês e sempre que tiver uma jurisprudência que importa para o nosso conteúdo, eu vou trazer para vocês. Esses requisitos são exigidos no momento da posse. Muitos me perguntam: Tati, eu tenho 17 anos, posso fazer um concurso de Oficial de Justiça? Pode, desde que no dia da posse já tenha completado 18 anos. Sobre a escolaridade, um cargo que exija nível superior e a pessoa ainda não se formou? Pode se inscrever, tem o

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direito de ser nomeada, desde que no momento da posse ela tenha o Diploma que atenda aos requisitos. O que é a posse? É quando a pessoa se torna servidor. É quando se dá a investidura no cargo público. Quando a gente pensa em investidura, não parece que é uma roupa bem linda, então quando vocês vão vestir? No momento da posse. Então a banca gosta de perguntar se a investidura se dá no momento da nomeação, se no momento que a pessoa entrou em exercício, se no momento que adquiriu estabilidade, se foi quando passou no concurso. Vocês tem que lembrar que a investidura se dá no momento da posse. Aí pensa assim, pensa na investidura como uma roupa bem linda, um vestido lindérrimo. Quando que vocês, gurias, vão colocar um vestido bem lindo? É no dia do concurso? Não. É no dia da nomeação, que vocês vão acordar e ver o nome de vocês no Diário Oficial? Não. Quando então que vocês vão colocar a investidura? No dia da posse. Então lembra sempre que a investidura se dá no momento da posse. É nesse momento que vocês viram servidores e não no momento da nomeação.

PROVIMENTO

É o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública ou novo cargo para prestação de serviços, em outras palavras, como que um cargo é ocupado. O art. 10 vai nos trazer quais são as formas de provimento, de como um cargo público pode ser ocupado.

NAR4

Nomeação

Aproveitamento

Readaptação

Reversão

Reintegração

Recondução

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Tem que memorizar quais são as formas de provimento. Mas para minha tristeza eles não pedem as outras formas de provimento, só pedem a nomeação, que é a mais detalhada. As outras formas de provimento não está no edital de vocês, mas pode ser que esteja no edital novo. Importante lembrar, para quem estudou a lei federal, porque lá tem mais uma forma de provimento que é a promoção, mas aqui é diferenteas formas de provimento. Então lembrem do NAR4. Então vamos olhar essa parte da nomeação, só aqui já teremos muitos detalhes que podem ser cobrados. Na prova eles não querem saber detalhes sobre a nomeação e das demais formas de provimento só querem que vocês diferenciem uma da outra.

NOMEAÇÃO

O nosso estatuto trata do servidor efetivo, que serão vocês e do ocupante do cargo em comissão. O que é a nomeação em comissão? Quando se trata de cargo de confiança, de livre nomeação e livre exoneração, livremente nomeia e livremente exonera. A que vai interessar para nós e aí vamos ter toda uma linha do tempo, vai ser a nomeação em caráter efetivo, que será a nomeação de vocês, quando se trata de candidato aprovado em concurso público para provimento de cargo efetivo, pode ser de carreira ou cargo isolado. Eu não tratei isso com vocês porque não cai. Mas a regra agora é que os cargos sejam organizados em carreira, vocês entram no cargo e vão crescendo dentro da carreira. Mas excepcionalmente temos cargos isolados que não comportam uma organização em carreira. A nomeação em caráter efetivo segue essa linha do tempo, que é a linha do tempo de vocês. Agora estão aonde? Fazendo concurso, se preparando para fazer o concurso público, depois vem a nomeação, sai o nome no diário Oficial, depois tomam posse, se dá a investidura, darão tchau para a banca, “nunca mais preciso de ti”, depois vem o exercício. Entrando em exercício, que é o efetivo desempenho das atribuições do cargo, que é quando começam a trabalhar, começa o período de estágio probatório, vocês serão analisados para ver se servem ou não para o serviço público. Depois do estágio probatório vocês atingem a tão sonhada estabilidade no serviço público e depois é que podem ser promovidos na carreira. A nomeação, que é uma das formas de ocupar um cargo público, obedece toda a linha do tempo. Claro que vou me fixar mais naqueles dos artigos que foram cobrados no edital, mas não vou pular a linha do tempo, no edital eles não falaram de estágio probatório, mas vou ter que dizer para vocês só para “pegarem” a sequência lógica das coisas. Bom, vamos iniciar com concurso público, só para entenderem o básico, não está o artigo do concurso público no edital de vocês mas está na Constituição, então posso falar, que vocês vão aproveitar.

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CONCURSO PÚBLICO

Pode ser de provas ou de provas e títulos. Como assim? O concurso público, ou ele é só de provas, que pode ter objetiva, oral, física. Ou ele é só provas ou então pode ser provas e títulos. Um tanto da nota eu vou analisar conforme as provas que a pessoa fez e o restante pode ser analisada a titulação que a pessoa apresentou.Ou é só de provas ou de provas e títulos, não posso ter um concurso público exclusivamente de títulos, porque título fica uma coisa muito subjetiva. Só de saber que a pessoa tem determinada titulação, tem Pós-graduação, tem Mestrado, Doutorado, isso não significa nada. Eu digo que até, às vezes, com um professor mesmo, quantas vezes vocês que são estudantes, quantas vezes foram apresentados a um professor que tem até PHD e não consegue transmitir o conteúdo. Só título, mesmo sendo importante, acaba sendo uma análise meio subjetiva que não diz se realmente a pessoa está preparada. O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos podendo ser prorrogado uma vez por igual período. Se eu fiz o concurso de Oficial de Justiça agora, passei, homologaram o concurso. A partir dali, quanto tempo tem de validade esse concurso? Em quanto tempo posso ser chamada? Então, tanto o nosso Estatuto quanto a Constituição dizem que o prazo pode ser de até 2 anos, não mais que dois. Ele é de até 2 anos prorrogável por mais 2. Menos de 2 anos pode ser? Pode. Tivemos agora os concursos da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal, o prazo de validade foi de 30 dias. Não precisa ser 2 anos e sim até 2 anos, pode ser menos. A prorrogação pode ser dada se for conveniente e oportuna para a Administração. O Estatuto e a Constituição preveem que o prazo será de até 2 anos, cuidem as pegadinhas, pois se disser que o prazo é de 2 anos não está certo, é até 2 anos. O até faz toda diferença aqui.

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POSSE

Essa parte cai para nós. E o que é a posse? É a aceitação expressa daquele cargo. A pessoa que é aprovada no concurso público e é nomeada vai ter o que a gente chama de direito subjetivo à posse. Eu fui aprovada no concurso público. Será que serei nomeada? Depois veremos quem tem direito à nomeação, ou mera expectativa, veremos no Constitucional. Se me nomearam será que podem desistir de mim? A pessoa que foi nomeada tem direito a tomar posse, eles terão que me dar a posse. Claro que terei que comprovar os requisitos, feito isso tenho direito de tomar posse. A posse se dá com a assinatura do termo de posse. É o dia que vou dizer que aceito. Cuidado com esse prazo. A posse deve ocorrer com o prazo de 15 dias a contar da nomeação. Fui nomeada, a posse deve acontecer 15 dias após isso. Esse prazo pode ser prorrogável por mais 15 dias pelo interessado. Pode ser que a Administração peça ou a própria pessoa peça para ter tempo de juntar os documentos, por exemplo. Se fui nomeada e não apareço para tomar posse no prazo, a minha nomeação se tornará sem efeito. Então posse deve ocorrer em 15 dias da nomeação prorrogável por mais 15. Quem viu o Estatuto Federal muito cuidado porque lá o prazo é outro.

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Quando se tratar de um servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do término do afastamento. Digamos que sou servidora do MP. E lá eu estava legalmente afastada por licença gestante, só que passei e fui nomeada para o TJ, então meu prazo para tomar posse no TJ vai ser depois do meu afastamento. Quando terminar minha licença é que começara a contar o prazo para a minha posse. A posse poderá dar-se mediante procuração específica. Teve uma questão de uma prova da CESPE que dizia que a pessoa teve que acompanhar a mãe em uma cirurgia no dia que foi marcado a posse dela. Nesse caso, eu não preciso pessoalmente para assinar o termo, eu posso dar uma procuração para alguém que vá lá e assine para mim, me representando. Então a posse não precisa ser um ato pessoal, pode ser mediante uma procuração. Tem que ser uma procuração específica para esse fim. No ato da posse, o servidor deverá apresentar uma declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. Temos a regra Constitucional de que não se pode acumular cargos se já sou servidora do MP e quero entrar no de Oficial de Justiça, não posso acumular, tenho que apresentar essa declaração.

EXERCÍCIO

Depois da posse a pessoa entra em exercício, que é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. É quando eu começo a trabalhar, por exemplo, como Oficial de Justiça. Esse é o segundo prazo que temos que memorizar. O servidor deverá entrar em exercício em até 30 dias contados da posse. Então, fui nomeada, eu tenho 15 dias para tomar posse, prorrogável por mais 15, depois tenho até 30 dias para entrar em exercício. Se eu tomar posse e não entrar em exercício, segundo o Estatuto aqui do estado, porque no Federal é diferente, tornará sem efeito também a nomeação. A consequência de ser nomeada e não ir tomar posse ou tomar posse e não entrar em exercício, a consequência é a mesma, torna sem efeito a nomeação da pessoa. Então muito cuidado com esses prazos. Compete a quem dar exercício? A chefia imediata é que dará exercício, dizer o que tenho que fazer, não precisa ser o Governador. Sobre o exercício a gente tem algumas regras, que geralmente não dá muita atenção, mas para vocês como eles cobraram o artigo, é bom a gente dar uma olhada.

Art. 23. O servidor removido ou redistribuído “ex-officio”, que deva ter exercício em outra localidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo necessário ao deslocamento para a nova sede. Nós temos que, a pessoa é nomeada e entra em exercício, mas entrar em exercício pode ser quando você já está há 5 anos trabalhando e são removidos/

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redistribuídos para outra localidade e terá que entrar em exercício nesta outra localidade. Então tem um prazo diferente, esse prazo será de 15 dias, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento, para achar uma casa, fazer essa mudança. Mas veja, ela também entra em exercício lá, mesmo que ela já seja servidora há bastante tempo. Não confundam com os 15 dias que é o prazo da posse. Na hipótese do servidor estar afastado do exercício do cargo, exemplo licença gestante, o prazo que se refere esse artigo vai contar a partir do término do afastamento.Depois que a pessoa terminar a licença é que começa a contar os 15 dias para ela se apresentar na outra localidade. Ainda sobre o exercício eu tenho mais alguns artigos que interessam a vocês:

Art. 26. Salvo nos casos previstos nesta lei, o servidor que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos será demitido por abandono de cargo, com base em resultado apurado em inquérito administrativo.

Ou seja, a pessoa que por mais de 30 dias consecutivos não aparece para trabalhar é porque aconteceu alguma coisa. A Administração vai fazer um inquérito administrativo para investigar o que aconteceu e essa pessoa será demitida por abandono de cargo. Depois a gente vai ver todas as hipóteses de demissão, mas essa é uma demissão por abandono de cargo. O que configura um abandono de cargo? A pessoa não se apresentar ao trabalho por mais de 30 dias consecutivos, então ela é demitida.

Art. 27. O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime comum ou funcional será considerado afastado do exercício do cargo, observado o disposto no inciso IV do artigo 80 (perde 1/3 da sua remuneração durante o afastamento).Ele não foi condenado ainda, então não posso tirar tudo que a pessoa ganha.

§ 1º Absolvido, terá considerado este tempo como de efetivo exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fizer jus.

§ 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza que determine a demissão, continuará afastado até o cumprimento total da pena.

Tem algumas condenações que dependendo, se for algum crime funcional, a pessoa é condenada no penal e pode ser demitida. Digamos que ela seja condenada e seja um crime comum, que não determina a demissão, continuará afastado até o cumprimento total da pena. Continua afastado e não recebe remuneração.

ESTÁGIO PROBATÓRIO

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Não está no edital de vocês, mas a gente só vai dar uma olhada para entenderem como se dá toda essa linha do tempo, para não ficar capenga. Segundo expresso no Estatuto aqui do estado (art. 28), estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos: (Vide art. 6.º da Emenda Constitucional Federal nº 19/98). É um prazo para ver se ela serve para o serviço público. No entanto, ATENÇÃO, esse prazo é inconstitucional, já que após a EC 19/98, o prazo de estágio probatório seria equivalente aos 3 anos de estabilidade (CF art.41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público). Na prova, se for perguntado, de acordo com a lei 10098, qual o prazo do estágio probatório, é difícil de dizer se a banca for Faurgs. Se fosse por exemplo CESPE eu te diria para não colocar 2 nunca. Já teve várias questões sobre isso e ela considera que é 3. O prazo 2 está escrito mas é inconstitucional, não tem validade, apesar de estar ainda escrito, porque para mudar a lei tem que ter outra lei mudando, se o legislador não mudar vai ficando. Então temos coisas revogadas nas leis, que está lá, está escrito mas já foi revogado. Nesse caso não foi revogado mas é considerada inconstituicional pelo nosso tribunal. Então eu “bateria o pé” nos 3 anos, mesmo que dissesse de acordo com o Estatuto, pois eu tenho que interpretar o Estatuto conforme a legislação vigente. Eu só marcaria 2 se a questão perguntasse assim (nunca aconteceu): literalmente no art. 28, ou está expressamente previsto que é de... Se a gente pegar o exemplo de questões CESPE, de acordo com a lei 8112, que é o federal, que diz que é de 24 meses, o prazo do estágio probatório é... e as pessoas marcaram 3 e a resposta era 3, não posso considerar só o que está escrito mas é uma coisa que não tem validade, então eu iria sempre no 3. Esse tipo de questão dá muito recurso.

ESTABILIDADE

Entrou em exercício começou aquele período de estágio probatório, terminado o estágio probatório vocês adquirem a estabilidade. Muito cuidado, o estatuto também diz que a estabilidade é de 2 anos. Esta sim está totalmente revogada, pois a nossa Constituição diz que para adquirir estabilidade é 3 anos de exercício e o nosso Estatuto diz que é 2, mas isso não vale, o correto é 3-3. Estabilidade, aquilo que a gente tanto procura no serviço público, mas cuidado estabilidade é diferente de efetividade. Estabilidade quem adquiri é a pessoa, o servidor, ele é que adquire. Efetividade é uma característica do cargo. Estabilidade é uma

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característica que eu adquiro como servidora. São coisas diferentes. Quando você entra para o serviço público, tomou posse, já é servidor, você tomou posse para um cargo de provimento efetivo, mas ainda não tem estabilidade. Para ter somente depois dos 3 anos. Estabilidade é diferente de efetividade. No dia a dia a gente confunde, acha que é tudo a mesma coisa mas não é. Efetivo, a partir do momento que tomou posse para cargo de provimento efetivo, você já é servidor efetivo . A estabilidade vem depois do período de 3 anos. Mas quando a pessoa vira estável ela não pode mais perder o cargo? Pode, o nosso Estatuto e a nossa Constituição trazem as hipóteses em que um servidor mesmo depois de estável pode perder o cargo. Claro que ele não vai perder o cargo por qualquer coisa. Ninguém chega e diz: está demitido, como pode acontecer com um CC, que pode ser exonerado sem motivo. Mas se o servidor fizer alguma besteira, alguma bobagem pode sim perder o cargo. Depois nós vamos ver o que gera a demissão do servidor, lá nas penalidades. O nosso Estatuto e a Constituição dizem que o servidor depois de estável só pode perder o cargo em virtude de:

a) sentença judicial transitada em julgado ou

b) processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

O que é uma sentença judicial transitada em julgado? Digamos que a pessoa sofreu alguma decisão, um processo judicial, nessa sentença, por exemplo uma ação de improbidade administrativa, se determinou que a pessoa deveria perder o cargo, deveria ser demitida. Então em uma sentença judicial transitada em julgado, aquela que não tem mais recurso, determinou que ela perdeu o cargo, pode ser demitida, ela pode perder o cargo. Ou então não precisa ser uma sentença judicial, pode ser um PAD, processo administrativo disciplinar, pode ser na área administrativa que ele vai perder o cargo. A Administração faz um processo administrativo disciplinar, neste processo resta apurado que determinada falta, que essa falta seja a demissão do funcionário. Nesse PAD é tudo administrativo, mas mesmo assim tem que assegurar que a pessoa tenha ampla defesa nesse tipo processo. A administração não pode fazer um processo escondido e demitir o funcionário. No processo a pessoa tem ampla defesa. Mas no judicial não tem ampla defesa? Tem, todo processo judicial já é do processo ter ampla defesa. Quando a gente pensa em um processo administrativo a gente tem medo achando que vão fazer tudo escondido,que não vamos poder nos defender e que vão me demitir. Vocês podem decorar essa parte, porque sempre pedem dessa forma. Depois, quando a gente for olhar a parte constitucional, aí nós vamos ver que lá na Constituição Federal trás mais 2 hipóteses de um servidor estável perder o cargo. Que hipóteses são essas? O servidor vai passar por avaliação periódica de desempenho. Mesmo depois que eu me torno servidor estável, depois de 3 anos adquiri estabilidade, vou ser avaliada periodicamente para ver se tenho um desempenho satisfatório. Isso é uma coisa nova, inclusive vocês já viram no Facebook da vida, aquelas notícias de que agora o servidor não vai mais ter estabilidade, que pode ir embora por qualquer coisa, que o Congresso está fazendo uma lei que vai tirar a estabilidade. Não, o Congresso só está regulamentando essa previsão da Constituição, de que o servidor mesmo depois de estável tem que ser avaliado para ver se ele tem um bom desempenho. Como servidor a gente acha ruim, mas como cidadão vocês acham que tem que ter uma avaliação de desempenho do servidor? Tem que ter, senão a pessoa vai lá, eu não vou dizer que todo servidor faz isso, mas seria antes de ter essa possibilidade de avaliação, a pessoa vai lá, simplesmente bate o ponto e fica ali, não produz. Cada vez a administração fica mais parecida com a administração de uma grande empresa. Aqui na nossa empresa, se eu for uma pessoa muito ruim, ficar só fazendo horário com vocês, não trazer conteúdo, não tiver um bom desempenho, vão me mandar embora porque ela vai controlar a qualidade do trabalho que estou prestando aqui para ela.

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Por que que no serviço público a gente também não vai controlar a qualidade, o desempenho das pessoas que estão lá trabalhando. Então a pessoa que não tiver um desempenho satisfatório nessa avaliação, poderá perder o cargo mesmo tendo um desempenho mesmo ela sendo servidor estável. O pessoal que já é servidor está preocupado, por que gente? Tem que saber quais os critérios que vão ser utilizados para fazer isso. Pessoal está com medo sobre quem vai fazer essa avaliação? São as chefias, que geralmente são cargo em comissão. Aí a pessoa pensa assim: eu sou servidor, concursado e daqui a pouco vou ser avaliado por um CC. Então é claro que tem que ver quem vai fazer a sua avaliação, como vai ser feita e quais os critérios objetivos dessa avaliação para não virar perseguição política, para não virar uma forma de pressionar o servidor. Mas que tem que ter um controle, uma avaliação, isso é saudável, só tem que ver como vai ser feita essa avaliação. A Constituição também trás uma previsão de que um servidor, depois de estável, pode perder o cargo por razão de despesas de pessoal acima dos limites legais. Nessa época de crise do estado o pessoal começa a dizer que vão demitir, mandar embora os servidores. É possível isso? Sim, legalmente é possível e na prova podem perguntar. Cada ente, União, os estados, os municípios, a Constituição estabelece um percentual que ela pode gastar com despesas de pessoal, pagamento de gente, folha de pagamento. Eu não posso, como estado do RS, pegar toda minha receita e gastar só pagando gente, por que eu não tenho dinheiro para comprar remédio do hospital, fazer a obra de construção da estrada, eu não tenho dinheiro para outras coisas, não posso gastar tudo pagando gente. Folha de pagamento é uma das maiores despesas que o ente público tem. A Constituição estabelece limites para gastar com folha de pagamento, vocês não precisam decorar isso, só para saberem, a União pode gastar até 50% da sua receita líquida com folha de pagamento, o restante tem que sobrar. Os estados e municípios podem gastar no máximo 60% da sua folha líquida, mais do que isso não pode. Mas o que acontece principalmente nessa época de crise que a gente está? A crise não é só na nossa casa, mas também nos cofres públicos. Tem empresas fechando, menos gente pagando impostos, menos dinheiro girando e menos dinheiro entrando nos cofres públicos em época de crise. Então vamos lá, o estado está bem certinho, balança equilibrada pagando 60% da sua receita líquida, ele está pagando de folha de pagamento, aí na crise a receita começa a cair, a balança fica disparitária, está gastando mais do que 60% por que é a receita que caiu. E quando isso acontece, seja o estado, o município, a União, ele tem que fazer cortes para equilibrar essa balança, e ele vai cortar aonde? Na despesa de pessoal, é ali que está desequilibrando. Então o que ele começa a fazer? Começa a cortar CC e função de confiança. Começa cortando ali. Só que ele não pode cortar todos esses cargos, pois esses são os chefes, os assessores, os diretores. Não pode tirar todos, quem vai comandar se tirar todos? Se não equilibrar a balança, o próximo passo é mandar embora o servidor que não tem estabilidade ainda, quem está no estágio probatório, está nos 3 anos. Mesmo assim, se a balança não equilibrar aí há a possibilidade de um servidor estável ser mandado embora para equilibrar a balança de despesa de pessoal. Notícia boa, nunca chegou a esse ponto, já mandaram embora CC, com funções, agora nunca aconteceu, não tenho notícias de que tenha chegado ao ponto de mandar servidor estável embora por causa disso. O estado renegocia dívida, pede empréstimo, atrasa os salários, mas segue, nunca aconteceu. É possível? É possível e podem perguntar isso na prova pois está previsto na nossa Constituição Federal. Então terminamos, praticamente, nossa linha do tempo.

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O que nós temos: começa a fazer o concurso público, que pode ser de provas ou de provas e títulos, que terá validade de até 2 anos, prorrogável uma vez por igual período. Depois vem a nomeção, que em caráter efetivo, que é a que interessa para nós, que leva a toda essa linha do tempo. Depois da nomeação temos um prazo para tomarmos posse, que ó prazo é de 15 dias, prorrogável por mais 15. O que acontece se a pessoa é nomeada e não tomar posse? Torna sem efeito a sua nomeação, então ela tem que tomar posse. A pessoa foi lá, tomou posse, que é o dia que se deu a investidura em um cargo público, o dia de dar tchau para a banca, não precisa mais dela por que se tornou servidor. Tomei posse, a partir disso tenho um prazo de até 30 dias para entrar em exercício. E se eu não entrar em exercício no prazo de 30 dias? Torna sem efeito a minha nomeação. Cuidado o pessoal que estudou a lei 8112, é bem assim o nosso estatuto. Depois entra em exercício começa o seu estágio probatório, que é aquele período que nosso estatuto diz que é de 2, mas na verdade é de 3 anos, que é aquele período que coincide como prazo necessário para a pessoa garantir a sua estabilidade, que é a garantia que não será mandada embora por qualquer coisa. Aqui no estado depois de adquirida a estabilidade é que a pessoa começa a ser promovida. A gente não olhou promoção por que não está na nossa lista de artigos. Depois de estável poderá ser promovida e ir subindo na carreira. Pegaram isso gente? Esses prazos é o que mais é pedido em prova para vocês, ainda mais a nossa banca, ela ama pedir esses prazinhos. Esses prazos são diferentes do nosso estatuto federal, são inclusive o contrário. Aí vocês precisam memorizar esses prazos: 15 dias para tomar posse, 30 dias para entrar em exercício, entrou em exercício 3 anos para adquirir a estabilidade. Aí o que eu trouxe para vocês memorizarem esses prazos? Ah, acharam que não tinham funk, tem funk. Claro que isso não é funk, chamam de vrau o negócio, mas isso não é funk, é uma música muito erudita, muito linda! Lembram da musiquinha da Casa do Concurseiro? Eu trouxe essa musiquinha para vocês, eu só quero o seguinte: ela era da lei 8112 e eu adaptei para vocês, cuidem para não confundir as músicas, quando chegarem a ver essa imagem, olharem o quadro, essa pessoa aqui cantando essa música, cuidado com os prazos por que ela era uma música lá da 8112 que eu adaptei para vocês, trocando os prazos, então cuida com isso, é só essa que vocês precisam ver, se vocês fizerem a outra aí sim, aí ferrou, será totalmente inútil.

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O que é essa musiquinha para vocês?

Em 15 dias, eu tomo posse

E vou dizer FAURGS tchau

FAURGS tchau, tchau, tchau

Em 30 dias, é o exercício

E em 3 anos sou o tal

O tal é o que adquiriu estabilidade. Cuidem o seguinte, se estiver escrito FAURGS é por que é do concurso de vocês por que tem de outras bancas.Vamos cantar comigo? Pensa aqui, começa com 15, depois 30 e depois 3 anos, vai em uma ordem crescente. Vamos todo mundo cantar e bater palmas, bem alto para o pessoal do EAD poder ouvir:

Em 15 dias, eu tomo posse

E vou dizer FAURGS tchau

FAURGS tchau, tchau, tchau

Em 30 dias, é o exercício

E em 3 anos sou o tal

Beleeeza, maravilha, coisa boa, primeira aulinha e a gente já começa nesse clima. Amanhã daremos sequência nesse curso. Pessoal do ead, até nossa próxima aula!