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TÍTULO: TRATAMENTO DA ÚLCERA DE CÓRNEA EM CÃES UTILIZANDO PLASMA DE EQUINO COMO ADJUVANTE TÍTULO: CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA: ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA: SUBÁREA: MEDICINA VETERINÁRIA SUBÁREA: INSTITUIÇÃO: FACULDADE DOUTOR FRANCISCO MAEDA INSTITUIÇÃO: AUTOR(ES): CAMILA VITORIANO FERREIRA AUTOR(ES): ORIENTADOR(ES): ALINE GOMES DE CAMPOS ORIENTADOR(ES):

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Page 1: TÍTULO: TRATAMENTO DA ÚLCERA DE CÓRNEA EM …conic-semesp.org.br/anais/files/2015/trabalho-1000020861.pdf · tem como objetivo avaliar a eficácia do tratamento de úlcera de córnea

TÍTULO: TRATAMENTO DA ÚLCERA DE CÓRNEA EM CÃES UTILIZANDO PLASMA DE EQUINOCOMO ADJUVANTETÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDEÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA VETERINÁRIASUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DOUTOR FRANCISCO MAEDAINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): CAMILA VITORIANO FERREIRAAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ALINE GOMES DE CAMPOSORIENTADOR(ES):

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1. RESUMO

A úlcera de córnea pode apresentar como patogenia infecções, traumas

diversos, diminuição na lubrificação do olho ou ser secundária a outras enfermidades.

O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico. Como tratamento, a injeção

subconjuntival de globulinas causa retardo na cicatrização da córnea além fornecer

suprimentos para sua reconstituição. Desta forma, o uso de plasma como tratamento,

vem sendo bastante utilizado, auxiliando na melhora desta alteração. Este trabalho

tem como objetivo avaliar a eficácia do tratamento de úlcera de córnea em um cão,

através da utilização de plasma eqüino como tratamento alternativo.

1. INTRODUÇÃO

O olho é o órgão responsável pela visão e consiste no bulbo ocular e em vários

anexos. O bulbo ocular possui três túnicas. A túnica fibrosa externa, a túnica vascular

média e a túnica nervosa interna. O olho focaliza imagens pela mudança de formato do

cristalino (TURNER, 2009; DYCE, 2004; SLATTER, 2005; CUNNINGHAM, 2014).

A córnea é uma estrutura localizada na túnica fibrosa externa e é disposta de

forma lamelar e tecido conjuntivo denso, não possui vasos sanguíneos, portanto sua

nutrição ocorre a partir de vasos do limbo ou pelo líquido lacrimal e humor aquoso

(DYCE, 2004)

A catarata, o glaucoma, a protusão de terceira pálpebra e a úlcera de córnea são

as principais afecções oftálmicas em cães (LAUS, 2009).

A úlcera de córnea ocorre quando o epitélio e uma quantidade de estroma são

perdidos e se tornam lesões crônicas. As úlceras têm progressão potencial para

endoftalmite se não tratadas. O método de diagnóstico mais utilizado é através do

colírio de fluoresceína, podendo ser utilizados outros métodos complementares

(SLATTER, 2005; SALGADO, et al., 2008).

A injeção subconjuntival de globulinas tem sido indicada em ulcerações

corneanas, pois o soro contém uma alfa-macroglobulina capaz de inibir proteases, o

que talvez seja o responsável por essa eficácia. A coleta do plasma, utilizando EDTA

como anticoagulante, adiciona outro inibidor de protease a essa medicação. Na forma

de colírio ou de tampão sólido atua na diminuição dos sinais inflamatórios e da dor

ocular, além de auxiliar na cicatrização (SLATTER, 2005; MERLINI, 2013).

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2. OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma cadela S.R.D com

perda da visão causada por úlcera de córnea e avaliar a eficácia do tratamento

utilizando plasma de equino como colírio.

3. METODOLOGIA

Uma cadela, SRD, com histórico de maus tratos, após sua comprovação,

denúncia e retirada do antigo proprietário, foi encaminhado à uma clínica veterinária

pela nova responsável. No exame clínico, a paciente apresentou FC 102 bpm, FR

19mov/min, TR 38,3°C, mucosas normalmente coradas, TPC 2 segundos, áreas

edemaciadas e escoriações na face e na cabeça e uma lesão ocular em olho direito.

A médica veterinária diagnosticou úlcera de córnea no olho direito através da

técnica de fluorosceína e prescreveu pomada oftálmica contendo acetato de retinol

(10.000 UI/g), aminoácidos (25 mg/g), metionina (5 mg/g), cloranfenicol (5 mg/g), sendo

1 cm de pomada 4 vezes ao dia e tobramicina colírio 1 gota a cada 12 horas durante 14

dias.

No retorno, o animal não havia apresentado melhora nas alterações oculares,

sendo encaminhado para uma Médica Veterinária especialista em oftalmologia. Na

anamnese a proprietária nega que o animal coce, nega secreção e fotofobia. Relata

que o animal bate nos objetos quando vira para o lado direito. Ao exame ocular do olho

direito não apresentou reflexo de ameaça.

Pela extensa ulceração e edema de córnea não foi possível visualizar fundo de

olho. Realizou-se Teste de Shirmer com resultados de 25mm/min para olho direito e e

20 mm/min para o olho esquerdo. O teste de fluoresceína foi positivo para úlcera de

córnea central com presença de tecido de granulação em olho direito. O olho esquerdo

apresentava-se normal.

Foi prescrito gatifloxacino 0,5% colírio 1 gota seis vezes ao dia. Hialuronato de

sódio 1mg/ml 1 gota quatro vezes ao dia e plasma rico em plaquetas de equino sob a

forma de colírio 1 gotas 8 vezes ao dia durante 8 dias.

Ao retorno o teste de fluoresceína foi negativo, observando tecido de granulação

e reparação da lesão. O animal ainda está em tratamento, sem apresentar alteração do

quadro desde o último retorno.

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4. DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento realizou-se através do acompanhamento da evolução do caso,

avaliando a eficácia dos tratamentos para úlcera de córnea em cães.

5. RESULTADOS PRELIMINARES

O animal possivelmente teve como causa da úlcera de córnea, o traumatismo

ocasionado pelos maus tratos, já que também apresentava lesões em região de

cabeça. Utilizou-se para o diagnóstico de úlcera de córnea o teste com fluorosceína,

que é a técnica mais utilizada e uma das mais eficazes para o diagnóstico de

alterações na córnea, auxiliando na visualização da lesão, além da interpretação da

sua profundidade e extensão (SLATTER, 2005)

Prescreveu-se dois tratamentos, sendo o primeiro apenas com medicamentos, o

que não obteve resultados satisfatórios. O segundo tratamento associado ao plasma

eqüino, teve até o prezado momento, resultados satisfatórios, pois ao realizar

novamente o teste para avaliação de profundidade e extensão da lesão, o mesmo

apresentou-se negativo. Segundo Merlini, et. Al. (2013), a inclusão do plasma eqüino

auxilia na chegada de células e imunocoplexos do sistema imune e na reparação do

tecido, ocasionando a melhora mais rápida que os tratamentos farmacológicos

podendo auxiliar no tratamento e cura de úlceras de córnea

6. FONTES CONSULTADAS

CUNNINGHAM, James G. Klein, Bradley G.. Tratado de fisiologia veterinária. 4.

ed.. Rio de Janeiro, Elsevier, 2014.

DYCE, K.M.; SACK, W.O.; WENSING, C.J.G. Tratado de anatomia veterinária. 3.ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

LAUS, Jose Luiz. Oftalmologia clínica e cirúrgica em cães e em gatos – São Paulo :

Roca,2007.

MERLINI, et. al. Uso de plasma rico em plaquetas em úlceras de córnea em cães.

2013.Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia,. Botucatu, São Paulo.

SLATTER, Douglas. Fundamentos de oftalmologia veterinária; (Tradução Carla de

Freitas Campos) – São Paulo: Roca, 2005.

TURNER, Sally M. Oftalmologia em pequenos animais; (Tradução Carla Freitas de

Campos et. al.). Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.