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Instituto de Educação TecnológicaPós-graduação
Nome do curso - Turma nº ETEG1601 T0309 de setembro de 2016
Título: Método de Análise de Falha
Jefferson Rodrigues IlídioEngenheiro Mecânico
Isabela AlmeidaEngenheira Mecânica
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo demonstrar uma forma de aplicação de Análise de Falhas
através da aplicação do Diagrama de Ishikawa (também conhecido como Diagrama de
Causa e Efeito ou Diagrama Espinha de Peixe) e a técnica dos “5 Porquês”.
Palavras-chave: Análise de Falha. Diagrama de Ishikawa. Brainstorming. 5 Porquês. Plano
de Ação.
1 INTRODUÇÃO
Neste artigo será demonstrado a utilização de ferramentas para a execução de Análise de
Falhas no processo de manutenção. Para melhor entendimento será apresentado um
estudo de caso onde aplicou-se a técnica e obteve-se efetividade.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ANÁLISE DE FALHAA análise de falha ou defeito, é um método utilizado na eliminação das perdas através do
bloqueio sistemático da causa raiz para cada falha ou defeito. Uma falha ou defeito é a
consequência de uma não funcionalidade (parcial ou permanente), de máquinas,
equipamentos, componentes, ou ainda correlacionada a pessoas, que geram perdas para a
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empresa. Podem ser quantificadas como perda de tempo, de dinheiro ou de produto. Além
disso, a análise de falha ou defeito é um excelente mecanismo de desenvolvimento técnico.
A condução de uma análise possibilita o envolvimento pleno dos profissionais participantes,
procurando entender os problemas, suas causas e medidas para solucioná-los, além de
promover um maior conhecimento a respeito do processo, equipamento, subconjuntos e
componentes.
2.2 DIAGRAMA DE ISHIKAWAO Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica que ajuda a gerenciar e fazer o Controle
da Qualidade (CQ) em diferentes processos cujo principal objetivo é identificar quais são as
causas para um efeito ou problema. A técnica também é conhecida pelos nomes Diagrama
de Causa e Efeito, Diagrama Espinha de Peixe ou Diagrama 6M.
Para tanto, existe a divisão 6 M´s, que enumera onde os problemas de um processo podem
estar:
Mão de obra: quando um colaborador realiza um procedimento inadequado, faz o
seu trabalho com pressa, é imprudente, etc.
Material: quando o material não está em conformidade com as exigências para a
realização do trabalho.
Meio ambiente: quando o problema está relacionado ao meio externo, como
poluição, calor, poeira, etc., ou mesmo, ao ambiente interno, como falta de espaço,
dimensionamento inadequado dos equipamentos, etc.
Método: quando o efeito indesejado é consequência da metodologia de trabalho
escolhido.
Máquina: quando o defeito está na máquina usado no processo.
Medida: quando o efeito é causado por uma medida tomada anteriormente para
modificar processo.
A partir de então, é preciso que os envolvidos comecem a avaliar quais as causas do
problema, levando em consideração os 6 M’s. Para tanto, se usa o desenho de uma espinha
de peixe, onde o problema deve ser escrito dentro da cabeça do peixe e suas causas ao
longo da espinha.
2.3 BRAINSTORMINGO brainstorming (literalmente: "tempestade cerebral" em inglês) ou tempestade de ideias,
mais que uma técnica de dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a
potencialidade criativa de um grupo colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados.
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A técnica propõe que o grupo se reúna e utilize a diversidade de pensamentos e
experiências para gerar idéias, sugerindo qualquer pensamento ou idéia que vier à mente a
respeito do tema tratado. Com isso, espera-se reunir o maior número possível de ideias,
visões, propostas e possibilidades que levem a um denominador comum e eficaz para
solucionar problemas e entraves que impedem um projeto de seguir adiante.
As quatro principais regras do brainstorming são:
Não fazer críticas as idéias dos colegas do grupo: Esta é provavelmente a regra mais
importante.
Criatividade é bem-vinda: Esta regra é utilizada para encorajar os participantes a
sugerir qualquer ideia que lhe venha à mente.
Quantidade é necessária: Quanto mais ideias forem geradas, mais aprofundamento
terá a análise. Quantidade gera qualidade.
Combinação e aperfeiçoamento são necessários: O objetivo desta regra é encorajara geração de ideias adicionais para a construção e reconstrução sobre as idéias dosoutros.
2.4 TÉCNICA DOS “5 PORQUÊS”Os “5 Porquês” é uma técnica para encontrar a causa raíz de um defeito ou problema.
É uma técnica de análise que parte da premissa que após perguntar 5 vezes o porquê um
problema está acontecendo, sempre relacionado a causa anterior, será determinada a
causa raiz do problema ao invés da fonte de problemas.
É uma ferramenta simples de resolução de problemas que foi desenvolvida por Taiichi Ono,
pai do Sistema de Produção Toyota e consiste em formular a pergunta “Por quê” cinco
vezes para compreender o que aconteceu (a causa-raiz). Nada impede, porém, que mais
(ou menos) do que 5 perguntas sejam feitas.
3 MATERIAL E MÉTODOS (OU DESENVOLVIMENTO)
Para demonstrar a aplicabilidade da técnica da Análise de Falhas utilizando-se o Diagrama
de Ishikawa e a Técnica dos “5 Porquês” iremos utilizar uma falha ocorrida em uma estação
de tratamento de água.
3.1 DESCRIÇÃO DOS EVENTOSNo dia 19/02/2016 por volta das 20:40hs os mecânicos do turno estavam realizando uma
verificação na válvula de retenção da bomba de envio de água industrial para o reservatório,
tal atividade foi solicitada pelo inspetor de mecânica devido ao possível travamento da
válvula de retenção impossibilitando o recalque de água. Após as devidas consignações
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(bloqueio elétrico da bomba, bloqueio mecânico das válvulas de sucção e recalque) foi dado
início ao processo de retirada dos parafusos da janela de inspeção da retenção. Durante a
retirada dos parafusos, iniciou-se um vazamento de água pressurizada entre o flange e a
tampa de visita da válvula de retenção. Como o vazamento não parou e nem reduziu a
pressão após um período de tempo, os mecânicos perceberam que a válvula borboleta do
recalque (que estava fechada e bloqueada) apresentava passagem interna. Os mecânicos
do turno reapertaram o parafuso, porém o vazamento continuou. Foi observado existência
de uma derivação para alimentação de água industrial na Usina entre as bombas da ETE e
o Reservatório, sendo assim o abastecimento de água da Usina deverá ser paralisado para
intervenção no vazamento na válvula de retenção.
3.2 DIAGRAMA DE ISHIKAWAAtravés de Brainstorming foram levantadas as possíveis causas no Diagrama de Ishikawa a
seguir:
As possíveis causas levantadas no Diagrama de Ishikawa foram avaliadas conforme tabela
a seguir:
Possível causa levantada nodiagrama de Ishikawa
Avaliação e/ou evidências
Método Falta de manutenção preventiva naválvula borboleta
Não está previsto no plano demanutenção
Método Falta de manutenção preventiva naválvula retenção
Não está previsto no plano demanutenção
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Método Inexistência de válvula antes daderivação para a Usina
Foi verificado em área e nãoexiste válvula antes daderivação
Método Falta de gestão de mudança antes darealização da derivação para a Usina
Não foi previsto a instalaçãode válvula entre a derivação e
a Usina
Máquinas Válvula borboleta apresentandopassagem
Como o vazamento não paroue nem reduziu a pressão foiconfirmado a passagem deágua na válvula borboleta
Travamento da válvula de retenção O serviço de verificação najanela de visita da válvula deretenção foi realizado para
corrigir um possíveltravamento da mesma
Máquinas Picagem para abastecimento da Usinaantes da válvula borboleta de entre ETE
e Reservatório
Foi verificado em área econfirmado que a picagem
para abastecimento da Usinafoi realizada antes da válvula
borboleta entre ETE eReservatório
Mão de Obra Falha na verificação da existência depressão na linha antes da realização da
atividade
Não foram identificadospontos que possibilitem averificação da pressão nocarretel entre válvulas de
retenção e borboleta
Medida Pressão de água na linha entre a ETE eReservatório
A pressão na linha é deaproximadamente 10 Kgf/cm2
Medida Falta de instrumento para verificação dapressão na linha entre válvula de
retenção e borboleta
Não foram identificadospontos que possibilitem averificação da pressão nocarretel entre válvulas de
retenção e borboleta
Material Oxidação nos componentes da válvulaborboleta
Em avaliação
Material Oxidação nos componentes da válvulaborboleta
Em avaliação
Material Rompimento na junta da válvula deretenção
Em avaliação
3.3 TÉCNICA DOS “5 PORQUÊS”
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Para se buscar a causa fundamental, foi realizado a técnica dos “5 porquês” conforme a
seguir:
FATO(problema)1° Porque?
2°Porque?
3°Porque?
TÉCNICA DOS 5 PORQUÊS
Vazamento na válvula de retenção da bomba de envio para o reservatório
Existência de pressão na linha no momento de abertura da janela de inspeção da válvula de retenção
Válvula borboleta após a válvula de retenção apresentando passagem de água
Defeito na seda da válvulaborboleta
Incrustação impedindo ofechamento da válvula borboleta
Agarramento da válvula borboleta
Com isso chegou-se a três causas fundamentais no 3° Porquê.
3.3 PLANO DE AÇÃOPara correção da falha e tratamento das causas fundamentais encontradas foi elaborado um
plano de ação conforme quadro a seguir:
ITEM 0 QUE OBSERVAÇÕES QUEM QUANDO STATUS
1
Efetuar o reapertodos parafusos daválvula deretenção
Para a tentativa desanar o vazamento Mecânica
Turno Imediato Concluído
2Informar o fato aoresponsável doplantão
Para conhecimentoe ações
EncarregadoTurno Imediato Concluído
3
Tentativa decorreção dapassagem de águana parte internada válvulaborboleta dorecalque
Realização demanobras de
abertura efechamento para
tentativa devedação
DavidSeveriano 20/02/16 Concluído
4
Providenciarsobressalente paraa válvula borboletae válvula deretenção
Verificar se existemsobressalentes edisponibilizar na
ETE01
David Severino 24/02/16 Emandamento
5
Realizarprogramação paraparalização doenvio de águaindustrial para aUsina por umperíodo de 04horas para
Verificar com oCliente a data a serrealizada o serviço
Jefferson Ilídio 04/03/16 Emandamento
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substituição dasválvulas borboletae retenção.
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Realizar asubstituição dasválvulas borboletae retenção.
O serviço serárealizado no dia
programado paraparada do envio deágua industrial para
a Usina
Onésio A confirmar Aguardandoprogramação
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Estudar montagemde uma válvulaentre a ETE e aderivação dealimentação daUsina oumodificação noponto dederivação
Fazer análise dotempo de paradanecessário para
realização doserviço e mão deobra (em comum
acordo com oCliente)
Francisco 31/03/16 Emandamento
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Estudar montagemde dreno entreválvulas deretenção eborboleta
Para verificação daexistência de
pressão entre asválvulas deretenção eborboleta
Jefferson Ilídio 31/03/16 Emandamento
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Estudarabrangência paraexistência deponto deverificação deexistência depressão entreválvulas borboletae retenção emoutras ETE’s
Verificando na árease existe um pontode verificação ou
não
David 31/03/16 Emandamento
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base na Análise de Falha e execução do Plano de Ação, pode-se garantir a correta
correção da falha e adoção de medidas para evitar que a mesma torne a ocorrer.
5 CONCLUSÕES
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A metodologia de análise de falha deve ser aplicada e entendida como sendo uma das
principais técnicas que contribuem com a base de toda gestão do conhecimento, quando
estamos tratando das práticas de manutenção dos ativos dentro das organizações. Portanto,
quando utilizada sempre que for necessário, com determinação, seriedade, profundidade e
disciplina, os resultados estarão sendo refletidos diretamente no desempenho dos
processos produtivos, contribuindo para o atingimento de uma produção com qualidade, na
quantidade programada, no atendimento às necessidades e exigências dos clientes, com
economia, controle e uma operação eficiente, no alinhamento com os requisitos ambientais,
na garantia da integridade estrutural das instalações e na ótima aparência física dos ativos.
Este processo de análise de falha é um ótimo caminho para que possamos registrar todos
os principais eventos relacionados com os ativos, gerando um banco de dados histórico rico
em informações para uma tomada de ação futura com mais confiabilidade, reduzindo os
custos envolvidos com as intervenções, tornando as práticas de manutenção cada vez mais
produtivas para a empresa. Concluindo, esta técnica contribui para que possamos entender
o real significado quando tentamos traduzir e representar as práticas de manutenção,
relacionadas com o lucro da empresa.
REFERÊNCIAS
http://www.abraman.org.br/
http://www.industriahoje.com.br/
http://www.apostilasdaqualidade.com.br/
http://www.engefaz.com.br/
https://pt.wikipedia.org
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