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Título del documento: Políticas Públicas Culturais: análise das principais Leis do livro, Leitura e Biblioteca no Brasil Documento para su presentación en el VIII Congreso Internacional en Gobierno, Administración y Políticas Públicas GIGAPP. (Madrid, España) del 25 al 28 de septiembre de 2017. Autor(es): Castro Filho, Claudio Marcondes de / Universidade de São Paulo / UNESP- Marília; Sala, Fabiana / UNESP-Presidente Prudente; Santos, Izabele Dias dos / UNESP-Presidente Prudente; Ottonicar, Selma Leticia Capinzaiki / UNESP-Marília; Costa, Sirlaine Galhardo Gomes / UNESP-Marília. Email: [email protected]; Resumo: O artigo objetiva refletir sobre a maneira pela qual a literatura brasileira científica discute as principais leis nacionais (Lei n. 10.753/2003 Institui a política Nacional do Livro; Decreto n. 7.559/2011 Dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura e; Lei n. 12.244 Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País) que abordam a questão do livro, leitura e biblioteca no Brasil, no período de 2003 a 2017 na BRAPCI, principal Base de Dados em Ciência da Informação do país. A metodologia é de natureza qualitativa com base em uma revisão bibliográfica e análise documental sobre a legislação em estudo. A discussão aponta para o avanço na busca pela delimitação operacional e crítica das políticas públicas culturais do contexto brasileiro. Palavras-chave: Políticas Culturais; Livro; Leitura; Biblioteca. Nota biográfica: Claudio Marcondes de Castro Filho, Professor Doutor da Universidade de São Paulo / UNESP- Marília; Sala, Fabiana, Mestranda / UNESP-Presidente Prudente; Santos, Izabele Dias dos, Mestranda / UNESP-Presidente Prudente; Ottonicar, Selma Leticia Capinzaiki, Doutoranda/ UNESP-Marília; Costa, Sirlaine Galhardo Gomes, Doutoranda / UNESP-Marília. 1 Introdução O Brasil precisa enfrentar vários desafios para estimular a leitura no país, pois ainda poucas pessoas são consideradas leitores. Os livros são tomados como fonte de conhecimento e de aprendizagem que envolvem diferentes saberes e culturas. A fim de melhorar a situação do país, criou-se a Lei de nº 10.753/2003 que instituiu a Política Nacional do Livro, cujo principal objetivo era o de disseminar e aumentar a produção de livros a um preço mais acessível para os cidadãos.

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Título del documento: Políticas Públicas Culturais: análise das principais Leis do livro,

Leitura e Biblioteca no Brasil

Documento para su presentación en el VIII Congreso Internacional en Gobierno,

Administración y Políticas Públicas GIGAPP. (Madrid, España) del 25 al 28 de septiembre

de 2017.

Autor(es): Castro Filho, Claudio Marcondes de / Universidade de São Paulo / UNESP-

Marília; Sala, Fabiana / UNESP-Presidente Prudente; Santos, Izabele Dias dos /

UNESP-Presidente Prudente; Ottonicar, Selma Leticia Capinzaiki / UNESP-Marília;

Costa, Sirlaine Galhardo Gomes / UNESP-Marília.

Email: [email protected];

Resumo:

O artigo objetiva refletir sobre a maneira pela qual a literatura brasileira científica discute as

principais leis nacionais (Lei n. 10.753/2003 – Institui a política Nacional do Livro; Decreto n.

7.559/2011 – Dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura e; Lei n. 12.244 – Dispõe sobre

a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País) que abordam a questão do

livro, leitura e biblioteca no Brasil, no período de 2003 a 2017 na BRAPCI, principal Base de

Dados em Ciência da Informação do país. A metodologia é de natureza qualitativa com base

em uma revisão bibliográfica e análise documental sobre a legislação em estudo. A discussão

aponta para o avanço na busca pela delimitação operacional e crítica das políticas públicas

culturais do contexto brasileiro.

Palavras-chave: Políticas Culturais; Livro; Leitura; Biblioteca.

Nota biográfica: Claudio Marcondes de Castro Filho, Professor Doutor da Universidade de

São Paulo / UNESP- Marília; Sala, Fabiana, Mestranda / UNESP-Presidente Prudente; Santos,

Izabele Dias dos, Mestranda / UNESP-Presidente Prudente; Ottonicar, Selma Leticia

Capinzaiki, Doutoranda/ UNESP-Marília; Costa, Sirlaine Galhardo Gomes, Doutoranda /

UNESP-Marília.

1 Introdução

O Brasil precisa enfrentar vários desafios para estimular a leitura no país, pois ainda

poucas pessoas são consideradas leitores. Os livros são tomados como fonte de conhecimento

e de aprendizagem que envolvem diferentes saberes e culturas. A fim de melhorar a situação

do país, criou-se a Lei de nº 10.753/2003 que instituiu a Política Nacional do Livro, cujo

principal objetivo era o de disseminar e aumentar a produção de livros a um preço mais

acessível para os cidadãos.

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Entretanto, o poder público percebeu que o acesso aos livros não era suficiente para

aumentar o número de leitores no Brasil. Era necessário valorizar o ato de ler e assim foi criado

o Decreto de nº 7.559/2011, que dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura. Com esse

decreto, percebeu-se que a leitura passou a ser vista como fundamental para a evolução humana,

tanto social como culturalmente. Para disponibilizar e estimular a leitura e a disseminação dos

livros, era fundamental possuir um canal que dialogasse diretamente com a população, por isso

as políticas públicas passaram a considerar a biblioteca como elemento crucial no processo.

Como consequência, criou-se a Lei nº 12.244/2010, que dispõe sobre a universalização

das bibliotecas nas instituições de ensino do país. Essa lei demonstrou que o desenvolvimento

intelectual, social e cultural brasileiro é baseado no tripé: livro, leitura e bibliotecas. Além disso,

tal lei possibilitou a valorização do bibliotecário, abrindo novas possibilidades para exercer sua

profissão no país. O problema de pesquisa é tratado por meio da seguinte questão: de que

maneira a literatura brasileira e a teoria de políticas públicas discutem as principais leis

nacionais da biblioteca escolar?

A pesquisa objetiva refletir sobre a maneira pela qual a literatura brasileira discute as

principais leis nacionais (Lei nº 10.753/2003 – Institui a Política Nacional do Livro; Decreto nº

7.559/2011 – Dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura; Lei nº 12.244 – Dispõe sobre

a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do país) que abordam a questão do

livro, leitura e biblioteca no Brasil, no período de 2003 a 2017, dentro da Base de Dados

Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) , principal base de

dados em Ciência da Informação do país. Além disso, o artigo apresenta breve discussão entre

as questões de teorias sobre políticas públicas, de leis que envolvem a biblioteca escolar e de

artigos que abordam as leis e as políticas públicas recuperados da BRAPCI.

2 Políticas Públicas Culturais

A produção cultural brasileira se complementa como atividade por meio das leis de

incentivo federais, estaduais e municipais, com recursos orçamentários públicos tão poucos

significativos, que procuramos por financiamento privado. Nesse sentido, Botelho (2016: 29)

elucida que “o financiamento é um dos mais poderosos mecanismos para a consecução de uma

política pública, já que é através dele que se pode intervir de forma direta na solução de

problemas detectados ou no estímulo de determinadas atividades, com impactos relativamente

previsíveis”. Nesse aspecto, é imprescindível que as políticas públicas culturais ou educacionais

estabeleçam formas e fontes de subsídios em seus planejamentos para que as metas e as ações

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sejam alcançadas, e assim não se tornem isoladas. Para as ações não se tornarem isoladas,

Botelho (2016: 29) julga que é necessário pensar as políticas públicas no “contexto dos elos da

cadeia de criação: formação, difusão e consumo”. Nesse aspecto, uma política pública deve ter

gestores com iniciativas arrojadas e a visão de empreendedor, que não dependa apenas dos

órgãos públicos com instrumento de captação de recursos. Na Holanda, o maior subsídio que o

teatro recebe vem do seguro-desemprego e não de atividades teatrais propriamente ditas; em

Nova York, o teatro comercial tem o patrocínio indireto do governo (Botelho, 2016).

Durand (2013: 28) revela que, entre as tendências de financiamento nos últimos vinte

anos, “cresce o número de países que adotam um padrão “misto” de financiamento, associando

recursos públicos a “fundo perdido” a receitas geradas in loco”.

Quando tratamos de políticas públicas culturais, sociais e educacionais, torna-se

importante determinar o que são políticas públicas. Portanto, a literatura científica nos apresenta

alguns autores como Cunha e Cunha (2002: 12), que definem tais políticas como sendo uma

“linha de ação coletiva que concretiza direitos sociais declarados e garantidos em Lei”. Secchi

(2010: 2) descreve que política pública “é uma diretriz elaborada para enfrentar um problema

público”. Bergue (2011: 508) a entende como um “conjunto coerente de decisões, de opções e

de ações que a administração pública leva a efeito, orientada por uma coletividade e balizada

pelo interesse público”. Rodrigues (2011: 13) apresenta as políticas públicas como um

“processo pelo qual os diversos grupos que compõem a sociedade – cujos interesses, valores e

objetivos são divergentes – tomam decisões coletivas, que condicionam o conjunto dessa

sociedade”. Höfling (2011: 31) as compreende como “o Estado implantando um projeto de

governo, através de programas, de ações voltadas para setores específicos da sociedade”.

Chrispino (2016: 15) conceitua as políticas públicas como o “resultado de inúmeras variáveis e

que seu significado será tão distinto quanto os valores, ideologias, contextos, ética, etc. de seu

formulador”. Rubim (2011: 67) destaca que toda política pública cultural é “composta por um

conjunto de formulações e de ações desenvolvidas ou a serem implantadas. [...] também as

ações, pensadas e realizadas, são momentos analíticos densos para a compreensão das políticas

culturais”.

Botelho (2016: 43) esclarece que a política pública é formulada

a partir do diagnóstico de uma realidade, o que permite a identificação de seus problemas e

necessidades. Estabelecendo-se como meta a solução desses problemas e o desenvolvimento do setor

que se deseja atuar. [...] Assim, é fundamental que se levantem os recursos materiais e humanos de

que se dispõe e aqueles que se necessita obter.

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Durand (2103: 39) aponta: “quatro princípios parecem resumir o que se pode esperar de

uma política pública cultural democrática e eficiente: qualidade, diversidade, preservação de

identidade e disseminação de valores”.

Desafiando e inserindo as diferenças entre as necessidades culturais e educacionais em

políticas públicas, Sempere (2011: 117) destaca que as necessidades culturais “são baseadas na

diferenciação e, acima de tudo, na procura da diversidade e no incentivo à diversidade e à

excepcionalidade. [...] não podem ser medidas nem planificadas do mesmo modo que outro tipo

de política”. Com relação as políticas públicas educacionais, Sempere (2011: 117) ressalta que

essas políticas “se desenvolveram a partir da interpretação e tipificação de uma necessidade

generalizadora para toda a população”.

Baseando-se nos autores anteriormente citados, podemos configurar as políticas

públicas culturais, sociais e educacionais como um conjunto articulado e variado de diretrizes,

metas e ações a serem propostas, formuladas e implantadas pela sociedade civil e/ou pela

administração pública. Trata-se de um campo complexo onde o ponto de partida é a análise de

uma realidade pela qual se identificam os problemas de interesse público em função de seus

diversos contextos em busca da satisfação de uma necessidade coletiva.

Assim, as políticas públicas respondem as demandas sociais e de direito coletivo, não

apenas individual. Devem ser direcionadas e compactuadas com a sociedade, de forma que

possam atender às exigências sociais, culturais e educacionais. As políticas públicas surgem de

necessidades da sociedade, por meio do Estado (governo), de qualquer instância, no sentido de

resolver um problema público que seja do interesse da sociedade enquanto organismo coletivo,

tanto local como nacional. Outro processo de políticas públicas pode vir da própria sociedade

como um todo, mesmo com valores e crenças divergentes, mas que tomam atitudes

convergentes com problemas comuns.

Nesse aspecto, pretendemos, mediante esse quadro de tipologia de políticas públicas,

buscar a interface com as políticas públicas para o livro, leitura e biblioteca, no sentido de

valorizar os equipamentos culturais que tratam dessas políticas. Rosa e Oddone (2006: 192),

declaram que existe uma “falta de vontade política para avançar nas questões das políticas

públicas culturais, e que desde 2003, com a Lei do Livro, apenas se tem referenciado, discutido

e avaliado a cadeia produtiva do livro, mas que precisa ser mais objetiva com ações concretas”.

Portanto, esta pesquisa tem como desígnio aprimorar o esclarecimento das nuances das

políticas públicas do livro, da leitura e da biblioteca no Brasil, buscando por meio da literatura

científica discutir as principais leis nacionais brasileiras que tratam da leitura, do livro e

principalmente da biblioteca escolar.

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2.1 Leis do livro, leitura e bibliotecas no Brasil

Estudos importantes sobre políticas públicas foram realizados por Theodore J. Lowi,

que se iniciam em 1964 por meio de um artigo, com aperfeiçoamento em diversos trabalhos,

baseando-se no critério “impacto esperado na sociedade” (Lowi, 1964: 689). Lowi se

fundamenta em quatro tipos de políticas públicas: a) “Regulatórias”; b) “Distributivas”; c)

“Redistributivas”; d) “Constitutivas” (Secchi, 2010: 25). Particularizando o primeiro tipo de

política, podemos caracterizar como sendo um produto direcionado para atores públicos e

privados e que se apresentam por meio de normas, leis, códigos, etc., e que dependem das forças

“dos atores e interesse da sociedade”. As Distributivas são produtos direcionados para alguns

grupos específicos e com custos para a coletividade, ou seja, se aplica como troca de apoios, e,

exemplificado por Secchi, como utilização nas emendas parlamentares. As Redistributivas

ocorrem por meio de benefícios direcionados apenas para alguns grupos da sociedade, e quem

financia outros custos são outros grupos. Como exemplo, Secchi cita as cotas raciais na

universidade e políticas sócias para o trabalhador, considerando que o predominante nas

Redistributivas é o “elitismo”, tendo duas correntes: uma corrente contra e outra a favor (Secchi,

2010). As constitutivas são aquelas que definem as “competências, condições e as elaborações

das políticas” (Secchi, 2010: 31). Normalmente, por esse tipo de política a sociedade não tem

interesse, pois envolve o governo no desenvolvimento de suas ações.

Duas Décadas atrás foram realizadas algumas pesquisas sobre políticas públicas do

livro, leitura e biblioteca como a de Amorim (2009), que abordou a cidadania cultural na

formulação do Plano Nacional do Livro e Leitura; a de Souza (2006), que apresentou uma

revisão de literatura sobre políticas públicas, relatando como e por quê surgiu essa área do

conhecimento, até os modelos de formulação e análise de políticas públicas; a de Ferraz (2015),

que descreveu e analisou as políticas para bibliotecas públicas de Minas Gerais, visando

compreender os possíveis avanços e retrocessos destas políticas no período de 1983 a 2012; a

de Pinheiro (2016), que destacou o processo de construção do Plano Municipal do Livro,

Leitura e Biblioteca.

Nas décadas de 1960 a 1970 surgiram algumas políticas públicas culturais, sociais e

educacionais como a Lei nº 4.084/1962, que dispõe sobre a profissão de bibliotecário e regula

seu exercício, como também apresenta as atribuições desses profissionais, do Conselho Federal

e dos Conselhos Regionais. A Lei nº 5.191/1966 institui o Dia Nacional do Livro, a ser

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comemorado em 29 de outubro de cada ano, e a Lei nº 5.805/1972, que estabelece normas

destinadas a preservar a autenticidade das obras literárias caídas em domínio público.

Nas décadas de 1980 a 2017 surgiram outras políticas, no sentido de propiciar um

reconhecimento da biblioteca escolar e um incentivo à leitura como o Decreto nº 84.631/1980,

que institui a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, a ocorrer no período de 23 a 29 de

outubro, e o dia do bibliotecário, a ser comemorado no dia 12 de março. A Lei n° 5.301/1986

do Estado de São Paulo “dispõe sobre a obrigatoriedade da existência de local adequado para

biblioteca nos prédios escolares estaduais” (São Paulo, 1986: 1). O Decreto nº 519/1992 institui

o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) e fornece outras providências. No mesmo

ano, o Decreto nº 520/1992 institui o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e indica outras

providências, que permanecem até as duas primeiras décadas do século XXI. O Programa

Nacional de Biblioteca, criado em 1997, por meio da Portaria Ministerial nº 584, de 28 de abril

de 1997, tem como características básicas o “apoio e a difusão de programas destinados a

incentivar o hábito de leitura” e a “produção e difusão de materiais destinados a apoiar projetos

de capacitação e atualização do professor que atua no ensino fundamental” (Brasil, 1997: 8519).

A Lei nº 9.610/1998 altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e

aponta outras providências. A Lei nº 10.402/2002 institui o Dia Nacional do Livro Infantil. A

Lei nº 10.994/2004 dispõe sobre o depósito legal de publicações na Biblioteca Nacional, e

aponta outras providências. A Lei nº 11.899/2009 institui o Dia Nacional da Leitura e a Semana

Nacional da Leitura e da Literatura, sendo 12 de outubro a comemoração do Dia Nacional da

Leitura. A Lei nº 12.244/2010 dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de

ensino no país; esta lei trata da obrigatoriedade do profissional bibliotecário nas bibliotecas de

instituição de ensino.

O Decreto nº 7.559/2011 dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e dá

outras providências.

A Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, aprova o Plano Nacional de Educação - PNE

– 2014-2024 e determina outras providências no item 7.20, que devem

prover equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no

ambiente escolar a todas as escolas públicas da educação básica, criando, inclusive, mecanismos

para implementação das condições necessárias para a universalização das bibliotecas nas

instituições educacionais, com acesso a redes digitais de computadores, inclusive a internet. (Brasil,

2014: 1).

No século XXI, exatamente em 2017 é aprovado o Projeto de Lei do Senado nº

212/2016, instituindo a Política Nacional de Leitura e Escrita como “estratégia permanente para

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promover o livro, a leitura, a escrita, a literatura e as bibliotecas de acesso público no Brasil”,

apresentando algumas diretrizes desta política, no sentido de ser um dos mecanismos

condutores para a inclusão social da leitura e da biblioteca, se for corretamente aplicada.

Ao mesmo tempo, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou o

Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 28/2015, que cria a Política Nacional de Bibliotecas. A

proposta seguiu para análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Para esta pesquisa buscamos as principais leis brasileiras que são discutidas na literatura

científica: Lei nº 10.753/2003 – Institui a Política Nacional do Livro; Decreto nº 7.559/2011 – Dispõe

sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura; Lei nº 12.244 – Dispõe sobre a universalização das

bibliotecas nas instituições de ensino do País.

A Lei nº 10.753/2003, que trata da Política Nacional do Livro, contribui no sentido de:

“assegurar ao cidadão o pleno exercício do direito de acesso e uso do livro”; que o livro seja “o

meio principal e insubstituível da difusão da cultura e transmissão do conhecimento, do fomento

à pesquisa social e científica, da conservação do patrimônio nacional”; “transformação e

aperfeiçoamento social e da melhoria da qualidade de vida”; “estimular a produção intelectual

dos escritores e autores brasileiros, tanto de obras científicas como culturais”; “promover e

incentivar o hábito da leitura”; “capacitar a população para o uso do livro”; “capacitar a

população para o uso do livro como fator fundamental para seu progresso econômico, político,

social e promover a justa distribuição do saber e da renda”; “apoiar a livre circulação do livro

no País”; “assegurar às pessoas com deficiência visual o acesso à leitura”; “instalar e ampliar

no país livrarias e bibliotecas” (Brasil, 2003: 1). Desse modo, a Lei reconhece que a biblioteca

é um espaço de acesso e uso da informação e de incentivo à leitura, de forma que o profissional

bibliotecário estimule a criação de projetos em consonância com o currículo escolar (Castro

Filho, 2016).

A Lei destaca a difusão do livro no sentido de se criar e executar projetos de acesso ao

livro e incentivo à leitura. Nesse aspecto, a existência da biblioteca na escola é fundamental

para a ampliação do processo de alfabetização, da leitura de textos, da consolidação do estímulo

à leitura, que por meio dela podem ser elaboradas ações culturais e educacionais com a

participação de estudantes, professores, bibliotecários, pedagogos e profissionais que atuam na

área cultural e educacional.

A Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010, estabelece que as instituições de ensino terão

até dez anos para se adaptarem à esta Lei.

Portanto, de acordo com a Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010, Art. 2º, Parágrafo

único, “será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada

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aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste

acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação,

organização e funcionamento das bibliotecas escolares”. Nesse sentido, Coppola Junior e

Castro Filho (2012) abordam, por meio de uma pesquisa, os aspectos básicos da biblioteca

escolar e da sua importância, bem como o papel do bibliotecário neste contexto. Apresenta

também a importância da biblioteca escolar no ensino fundamental através de uma análise

qualitativa e quantitativa, e propõe um modelo às instituições de ensino, destacando os padrões

mínimos para existência da biblioteca, bem como aproximar a comunidade escolar deste novo

espaço, integrando-se à escola como parte dinâmica de ações educacionais e culturais. Podemos

consagrar como uma política de desenvolvimento de coleções em bibliotecas escolares um

título para cada aluno matriculado? Devemos considerar uma escola com mil alunos uma

biblioteca com mil livros? Questões essas que não devem determinar uma biblioteca escolar,

pois estamos muito além de uma simples contagem de números de livros, e isso não esclarece

sobre os meios necessários à implantação das bibliotecas escolares nem sobre os recursos

mínimos (infraestrutura, financeiros, etc.) envolvidos para a sua concretização.

Deriva daí a superfície de um imaginário de prestígio, importância e distinção desta

tarefa de guardar e preservar pensamentos, vestígios e pistas; importância essa que deve ser

devidamente atribuída à biblioteca escolar – a biblioteca desenhada com dizeres de liberdade e

prazer, com a abertura para a escuta daquele “verde murmúrio” de que fala Drummond no

poema “Biblioteca verde”.

Segundo Chagas (2010: 8), as bibliotecas escolares são organizações que fazem parte

de um sistema de informações, capazes de atender as necessidades informacionais de seus

usuários, sendo compostas por documentos que passam por todo o ciclo documental. Para que

esse ciclo aconteça, é necessário o gerenciamento dessas unidades de forma eficiente, sendo

consideradas então as quatro funções administrativas, a saber: o Planejamento, a Organização,

a Direção e o Controle.

Conforme a Declaração de Maceió sobre Competência em Informação no “Seminário

sobre Competência em Informação”, do XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia,

Documentação e Ciência da Informação (CBBD), realizado em Maceió em 2011 e organizado

pela FEBAB

[...] as bibliotecas e outras instituições relacionadas com a informação devem estabelecer

parcerias para ações estratégicas e políticas públicas envolvendo o sistema de educação obrigatória.

Destaca-se a base inicial para a capacitação no uso da informação, o papel social da biblioteca escolar

como centro de recursos para a aprendizagem e o desenvolvimento de Competência em Informação

(Febab, 2011).

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Com a Lei nº 12.244/10, é possível conquistar mais este direito e ainda estruturar nossas

bibliotecas, tornando-as atraentes aos nossos alunos e quebrando aquela imagem construída:

que uma biblioteca escolar serve simplesmente para empréstimos de livros, lugares de castigos

ou meramente depósitos de livros. A partir da aprovação desta lei, acentuaram-se as reflexões

na Ciência da Informação e Biblioteconomia com relação à biblioteca escolar.

O Decreto nº 7.559, de 1º de setembro de 2011, dispõe “sobre o Plano Nacional do Livro

e Leitura - PNLL e dá outras providências”, e se constitui de quatro eixos, sendo: 1)

“democratização do acesso”; 2) “fomento à leitura e à formação de mediadores”; 3)

“valorização da leitura e comunicação”; 4) “desenvolvimento da economia do livro” (Brasil,

2006: 26).

O primeiro eixo realça a implantação de novas bibliotecas municipais e escolares que

devem incluir os acervos mínimos recomendados pela Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), funcionando como “centros de ampla produção e

irradiação cultural”. Nele recomenda-se também o “fortalecimento da rede atual de

bibliotecas”, com enfoque maior nas bibliotecas públicas, pois as redes escolares constituem-

se de pontos isolados em diversos estados do país. Ainda nesse eixo aponta-se para a “conversão

das bibliotecas em centros geradores de cultura”; “transformação das bibliotecas em unidades

orçamentárias” e “incorporação e uso de tecnologias de informação e comunicação” (Brasil,

2006:26), no sentido de fortalecer o uso e a disseminação da informação.

O segundo eixo, por sua vez, aponta para a necessidade de “programas de capacitação

de educadores, bibliotecários e outros mediadores da leitura”. (Brasil, 2006: 27). Nesse sentido,

é necessário que as bibliotecas tenham uma estrutura adequada, com recursos humanos

qualificados para que exista a mediação, a busca e o uso da informação por todos os leitores da

biblioteca escolar. Há ainda a necessidade de criação de projetos para o fomento da leitura, com

a participação de profissionais capacitados, no intuito de ser um espaço educativo de ensino e

aprendizagem. Nos programas de capacitação, é importante que o bibliotecário passe a ter

competências específicas para direcionar os leitores no sentido da utilização de tecnologias de

informação e comunicação.

Em relação ao terceiro eixo, são apontadas algumas ações como a de “criar consciência

sobre o valor social do livro e da leitura” e de “converter o fomento às práticas sociais de leitura

em política de Estado” (Brasil, 2006: 29). Esse eixo explicita a necessidade de valorizar as

ações direcionadas ao incentivo à leitura e a atividades culturais que predominam nas

bibliotecas escolares, como, por exemplo, a mediação da informação.

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Por fim, no quarto eixo, são assinaladas questões que se relacionam ao

“desenvolvimento da cadeia produtiva do livro”, ao “fomento à distribuição, circulação e

consumo de bens de leitura” e ao “apoio à cadeia criativa do livro” (Brasil, 2006: 29). A

biblioteca escolar, nessa acepção, pode estar envolvida no recebimento de publicações de

interesse de práticas sociais de leitura, de conversa de escritores com os leitores, bem como na

difusão de livros infantis e juvenis.

3 Metodologia

Este artigo trata de uma pesquisa bibliográfica e exploratória.

As pesquisas bibliográficas são desenvolvidas “com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos

seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente

a partir de fontes bibliográficas” (Gil, 1999: 43). No caso de nossa pesquisa, utilizou-se apenas

artigos científicos.

As pesquisas exploratórias têm como “finalidade desenvolver, esclarecer e modificar

conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses

pesquisáveis para estudos posteriores, com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo

aproximativo, acerca de determinado fato” (Gil, 1999: 43). No caso de nossa pesquisa, o objeto

de estudo foi abranger os conceitos apresentados nos artigos recolhidos da BRAPCI. Esta base

de dados dispõe de 57 revistas científicas indexadas contendo 17.275 artigos.

Escolheu-se como início da pesquisa o ano de 2003, devido ao surgimento da Política

Nacional do Livro; assim investigou-se sobre os artigos que tratam dessa lei no âmbito das

políticas públicas. Os artigos foram resgatados da BRAPCI com base nas palavras-chave:

“Políticas Públicas” e “Política Pública”, que contêm 113 e 287 artigos respectivamente. A

partir da leitura dos artigos, realizou-se uma discussão sobre as leis brasileiras que abordam a

biblioteca escolar no país: Lei nº 10.753/2003 – Institui a Política Nacional do Livro; Decreto

nº 7.559/2011 – Dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura; Lei nº 12.244 – Dispõe

sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do país.

Dentro do universo da discussão sobre as leis, a pesquisa bibliográfica na BRAPCI,

abarcando o período de 2003 a 2017, apontou 22 artigos que tratam do tema das duas leis e do

decreto. Ressalta-se que o período a partir de 2003 foi determinado justamente por conta da

data de promulgação da primeira lei. Esses 22 artigos foram escolhidos por apresentarem

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discussões sobre as políticas públicas do livro, biblioteca e leitura e por fazerem uma crítica

sobre o atual contexto brasileiro; serão objeto de estudo na próxima seção deste texto.

4 Resultados e Discussões

Os resultados da presente pesquisa foram conseguidos com base em uma pesquisa na

base de dados BRAPCI. Esta base de dados disponibiliza textos da área da Ciência da

Informação e abrange 57 títulos de periódicos, dois eventos, três editoras de livros e uma tese.

Os eventos são: o Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cientometria e o Encontro Nacional de

Pesquisa em Ciência da Informação. As editoras de livros são: a Briquet Lemos, a Editora

Cultura Acadêmica e a Editora Lud.

Percebe-se a abrangência da BRAPCI em relação ao arcabouço teórico que apresenta

para o meio acadêmico e científico da área; por isto, esta base de dados foi escolhida para

compor o referencial deste artigo. Assim, do total de 400 artigos recuperados com as palavras-

chave “Políticas Públicas” e “Política Pública”, foram selecionados 22 artigos. Os artigos foram

escolhidos porque possuem relação com o tema do trabalho proposto, pois envolvem temas

como as políticas públicas e tratam da universalização das bibliotecas nas instituições de ensino

brasileiras que abordam a questão do livro, leitura e biblioteca, e com o objetivo de refletir

sobre a maneira pela qual a literatura brasileira discute as principais leis nacionais: Lei nº

10.753/2003, que institui a Política Nacional do Livro; o Decreto nº 7.559/2011, que dispõe

sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura; e a Lei nº 12.244, que dispõe sobre a universalização

das bibliotecas nas instituições de ensino do País.

Apresentam-se os artigos selecionados no Quadro 1 a fim de discorrer sobre as ideias

dos autores e a relação dos trabalhos com a temática do presente trabalho.

Quadro 1: Relação de artigos pesquisados por título, revista e autor

Artigo TÍTULO DO ARTIGO REVISTA AUTOR

1 Competência informacional e midiática: uma revisão dos

principais marcos políticos expressos por declarações e

documentos.

Revista Brasileira de

Biblioteconomia e Documentação

DUDZIAK, E. A.;

FERREIRA, S. M. S. P.;

FERRARI, A. C.

2 A valorização simbólica da leitura no plano nacional do

livro e leitura: uma análise. Em Questão FARIAS, F. O. R.

3 Rede sociotécnica na governança de políticas públicas: o

contexto da comunicação extensiva. Revista ACB: Biblioteconomia em

Santa Catarina

JESUS, M. S.; SIMEÃO,

E. L. M. S.; MARTINS,

W. J.

4 Políticas públicas e ações de incentivo à leitura promovidas

por organizações empresariais sob a ótica da

responsabilidade social.

Biblioteca Escolar em Revista FERREIRA, A. F.;

SARDELARI, I. M. T.;

CASTRO FILHO, C. M.

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5 Considerações de implantação de bibliotecas públicas

municipais no estado da Bahia. Revista Brasileira de

Biblioteconomia e Documentação

SANTOS, J. F.

6 Biblioteca pública brasileira na visão de atores políticos e

pesquisadores. Tendências da Pesquisa Brasileira

em Ciência da Informação

MEDEIROS, A. L. G. S.;

OLINTO, G. A

7 Portal de periódicos da capes: uma política pública de

acesso à informação científica e tecnológica. Biblionline MIRANDA, A. C. U. C.;

CARVALHO, A. A. V.;

RAMOS, A. L. S. M.

8 A contribuição da biblioteca escolar na formação de leitores

enfocando o desenvolvimento individual e organizacional. Biblioteca Escolar em Revista SILVA, E.

9 Temas para uma agenda política para as bibliotecas

universitárias: a ética de discentes de pós-graduações

mineiras.

Revista Digital de

Biblioteconomia & Ciência da

Informação

CAETANO, A. C. S.;

FERNANDES, G. C.

10 Muito além de um bom negócio: políticas públicas culturais

para sermos bons ancestrais. Em Questão GOUVEIA JÚNIOR, M.

R.; GALINDO, M.

11 Nos meandros das políticas públicas: a biblioteca escolar

em (dis)curso. Biblioteca Escolar em Revista FERRAREZI, L.;

SOUSA, L. L. M. A. O. E.

12 Biblioteca municipal de Blumenau: experiências no

incentivo à leitura e na captação de recursos. Revista ACB: Biblioteconomia em

Santa Catarina

SILVA, S. C.

13 Bibliotecas universitárias federais e a noção de bens

públicos. AtoZ: Novas Práticas em

Informação e Conhecimento

CAETANO, A. C. S.

14 Políticas públicas para a leitura no Brasil: implicações

sobre a leitura infantil. Ponto de Acesso SILVA, M. B.;

BERNARDINO, M. C.

R.; NOGUEIRA, C. R.

15 Capital social e bibliotecas públicas: estudos empíricos. Perspectivas em Ciência da

Informação

MACIEL FILHO, A. R.

16 Análise de políticas públicas para bibliotecas no Brasil. InCID: Revista de Ciência da

Informação e Documentação

MACHADO, E. C. M.

17 Análise de políticas públicas: uma abordagem em direção

às políticas públicas de informação. Perspectivas em Ciência da

Informação

JARDIM, J. M.; SILVA,

S. R. C. A.;

NHARRELUGA, R. S.

18 Incentivo à leitura nas bibliotecas escolares da rede pública

municipal de pelotas e a inexistência de políticas públicas

sistematizadas (1987-2003).

BIBLOS - Revista do Instituto de

Ciências Humanas e da

Informação

GONÇALVES, R. B.

19 Bibliotecas na agenda: uma questão importante para a

sociedade contemporânea. Revista Brasileira de

Biblioteconomia e Documentação

LUX, C.

20 Políticas públicas para o livro, leitura e biblioteca. Ciência da Informação ROSA, F. G. M. G.;

ODDONE, N. E.

21 Projeto “mais bibliotecas públicas”: uma estratégia de

mobilização local. Revista Brasileira de

Biblioteconomia e Documentação

FERNANDEZ, M. A. A.;

MACHADO, E. C. M.

22 Política pública de informação na perspectiva do controle

social na ciência da informação: o caso do programa é pra

ler da prefeitura municipal de João Pessoa.

Biblionline LIRA, A. S. X.;

OLIVEIRA, J. M.

Fonte: elaborado pelos autores

Dos 22 artigos selecionados, os que abordam a questão das Leis 10.753/2003 e

12.244/2010 e do Decreto 7.559/2011 serão comentados a seguir.

Page 13: Título del documento: Políticas Públicas Culturais ... · Título del documento: ... preservação de identidade e disseminação de valores”. ... formulação do Plano Nacional

O Artigo (1) discute sobre a competência em informação e midiática nos documentos e

declarações disseminados internacionalmente para que haja a conscientização sobre ambas

competências e, a partir de então, desenvolver políticas públicas. O desenvolvimento de

manifestos e declarações são importantes para a sociedade, pois têm capacidade de influenciar

os governos. Além disso, esses documentos também podem ser produzidos por governos,

especialistas e a sociedade civil.

Dudziak, Ferreira e Ferrari (2017) acrescentam que a Organização das Nações Unidas

(UNESCO) vem realizando uma série de ações voltadas para a promoção de políticas

estratégicas sobre a competência em informação e a midiática em âmbito internacional. Esses

esforços são importantes porque vários países ainda apresentam dificuldades para alfabetizar a

população e, assim, a educação midiática tornou-se fundamental nesse cenário.

Além da UNESCO, a International Federations for Research Libraries (IFLA) é uma

organização mundial que tem como objetivo representar os bibliotecários e usuários das

bibliotecas. Suas preocupações estão voltadas para a qualidade e o desenvolvimento de

produtos de informação (Dudziak, Ferreira, Ferrari, 2017).

Atualmente, a IFLA tem estimulado a competência em informação e a competência

midiática, tendo em vista que colaborou com a UNESCO no sentido de desenvolver os seus

conceitos e disseminá-los internacionalmente (Dudziak, Ferreira, Ferrari, 2017). Ambas

organizações valorizam a alfabetização, a leitura, a aprendizagem e o pensamento crítico da

população mundial como um dado fundamental para a evolução da sociedade.

A discussão sobre a competência em informação e midiática é fundamental no contexto

das escolas e das bibliotecas escolares. Existem problemas socioeconômicos que afetam os

estudantes e também há a cultura educacional voltada ao conteúdo, ou seja, ainda atrelada ao

modelo tradicional.

As proposições discutidas pela autora demonstram a necessidade de investimento em

políticas públicas, a fim de implementar ações em todos os estados brasileiros para a promoção

do livro, da leitura e da biblioteca escolar. Existem algumas políticas estabelecidas

recentemente, o que representa um avanço para o país. Pesquisadores como Farias (2017) tem

discutido o Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) criado em 2006 pelo Ministério da

Cultura e da Educação do Brasil.

O Artigo (2) apresenta e discute as proposições do PNLL para a valorização da leitura

como um bem cultural em seu eixo de ação:

Page 14: Título del documento: Políticas Públicas Culturais ... · Título del documento: ... preservação de identidade e disseminação de valores”. ... formulação do Plano Nacional

Valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico”, que está organizado

em três itens: 1- “ações para converter o fomento às práticas sociais da leitura em Política de

Estado”, 2- “ações para criar consciência sobre o valor social do livro e da leitura” e 3- “publicações

impressas e outras mídias dedicadas à valorização do livro e da leitura. (Farias, 2017: 3)

Para isso, discute a construção do valor simbólico “a partir do entendimento de Antonio

Gramsci sobre a formação do senso-comum (Coutinho, 2011) e do conceito de poder simbólico

de Pierre Bourdieu (Bourdieu, 2010)” (Farias, 2017: 2).

De acordo com a autora, o primeiro item, apesar de ter a intenção de valorizar

institucionalmente a leitura, se refere mais à criação e implementação de um lugar institucional

do que de uma valorização: “Entendemos que a abertura desses espaços e articulações passa

pela valoração simbólica da leitura e do livro e pelo reconhecimento de sua importância”

(Farias, 2017: 14). Sobre esse ponto, a autora destaca ainda ser “necessário que a leitura se torne

um bem, algo importante, compreendido como necessário à formação das pessoas, para que ela

se torne tema de pesquisas, seminários e congressos ou objeto de planos e políticas públicas”

(Farias, 2017: 14).

O segundo ainda trata do eixo n. 3 do PNLL, que tem como finalidade a realização de

campanhas institucionais, sobre experiências com livro e leitura em diversas mídias e

conscientização sobre o papel da biblioteca pública. Dessa maneira, a autora aponta que a leitura

é transformada em mercadoria, e as campanhas têm a missão de preencher a lacuna de um

sistema de ensino ineficiente e convencer as pessoas de que ler é muito importante“.

No Artigo (3), os autores demonstram como as Redes Sociotécnicas contribuem com a

questão da Governança de Políticas Públicas, discutindo ainda o papel da governança no

contexto das redes sociais e o impacto da participação na elaboração de políticas públicas.

O Artigo (4) aborda as principais políticas públicas na área do livro, leitura e biblioteca

escolar e as ações de incentivo à leitura realizadas pelas maiores organizações empresariais

brasileiras. No artigo, os autores argumentam que tanto as políticas públicas desenvolvidas e

implementadas no país como as ações de incentivo à leitura desenvolvidas pela iniciativa

privada ainda são muito tímidas, comparadas às condições gerais da situação e às necessidades

da sociedade brasileira.

Essas questões precisam ser levadas em consideração de forma mais contundente, uma vez

que as políticas públicas devem ser pensadas como um conjunto de ações que modificam de fato a

realidade social, transformando as pessoas em agentes sociais, pois o pensar coletivo pautado na

ética e na legalidade é elementar para o mundo contemporâneo. O governo em todos os seus níveis

de atuação (municipal, estadual e federal) tem o dever de promover ações e políticas para o

desenvolvimento da leitura e do aprendizado, nesse sentido, ressalta-se a importância do papel das

organizações empresariais, pois para haver progresso e crescimento é necessário convergência entre

metas econômicas e sociais (Ferreira, Sardelari, Castro Filho, 2016: 79).

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O Artigo (5) relata como se deu o processo de implantação das bibliotecas públicas no

Estado da Bahia, buscando atender a meta estipulada pelo governo federal de zerar o número

de municípios brasileiros sem biblioteca até o ano de 2010. Ressalta o papel das bibliotecas

públicas e a necessidade de políticas específicas para democratizar a cultura e a leitura para

diminuir as desigualdades. Destaca que, entre os anos de 2007 a 2010, foram implantadas 143

bibliotecas públicas municipais e capacitadas 533 pessoas. Santos (2016) explica que:

Conclui que as políticas existentes para as bibliotecas públicas municipais são contraditórias,

quando na verdade estão basicamente subordinadas à política de livros, cumprindo apenas papel de

coadjuvante, resultando, por vezes, para o desconhecimento de suas primordiais funções (Santos,

2016: 72).

Além disso, o autor aponta parâmetros para a construção de uma política efetiva em

favor das bibliotecas públicas baianas, formuladas com apoio das autoridades governamentais

e da sociedade, na busca por soluções e propostas que combatam os “desafios históricos,

moldados por uma cultura que não vê a biblioteca enquanto instrumento para o

desenvolvimento humano, social e econômico” (Santos, 2016: 73).

Dada a crise por que passa a biblioteca pública brasileira, o Artigo (6) analisou os

caminhos e as soluções encontrados na literatura especializada nacional e internacional e, ainda,

as boas práticas encontradas nessas bibliotecas que têm como finalidade a superação do

desprestígio da instituição no país. Além disso, os autores buscaram capturar a visão e

“conhecer o pensamento de alguns atores políticos, pensadores e profissionais que tiveram

atuação destacada na produção sobre o tema ou que atuaram posição de destaque em instituições

que têm influência na política da biblioteca pública brasileira” (Medeiros; Olinto, 2016: 3).

Os depoimentos dos atores destacam a precária situação em que se encontram as

bibliotecas públicas no Brasil e oferecem “diversos ângulos para o entendimento da

invisibilidade institucional na perspectiva das suas comunidades e do prestígio político da

biblioteca pública brasileira” (Medeiros; Olinto, 2016: 1), fornecendo novas e originais

perspectivas para a área.

O Artigo (7) aborda as políticas públicas de acesso à informação científica. Aponta o

papel desempenhado pelo Portal de Periódicos da Coordenação Nacional de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior (CAPES) como:

redutor das desigualdades regionais relacionadas ao acesso à Informação em Ciência e

Tecnologia, disponibilizando periódicos científicos veiculados aos avanços e discussões constituídas

no contexto acadêmico nos diversos campos do conhecimento. Conclui que o Portal atua como

importante instrumento no avanço da comunicação científica, subsidiando e promovendo o acesso à

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Informação em Ciência e Tecnologia em tempo real, disponibilizando aos pesquisadores grande fatia

da produção científica internacional e nacional atualizada, propiciando o avanço da pós-graduação

brasileira em nível stricto sensu. Contudo, por outro lado, deve existir um contínuo trabalho da CAPES

de modernização da plataforma, mediante a aquisição de materiais informacionais atualizados com

novos conteúdos e melhoria da interface” (Miranda, Carvalho, Ramos, 2015: 185).

O Artigo (8) problematiza a importância da leitura e da formação de leitores, trazendo

a leitura como principal na formação de cidadãos competentes em informação. A autora propõe

analisar também a função das bibliotecas escolares, considerando que essa é a primeira

instituição (ou deveria ser) voltada à leitura que a grande maioria tem acesso em sua formação

escolar. As bibliotecas escolares deveriam ser parceiras na formação do leitor, no entanto,

afirma Silva (2015: 28)

(...) no Brasil a existência de bibliotecas nos ambientes escolares ainda não é uma realidade para

a maioria das escolas e, quando presentes, nem sempre as bibliotecas escolares são efetivamente

integradas aos processos de aprendizagem ou atuam enfocando a formação de leitores e, por

consequência, muitas vezes não são vistas como espaço de construção do conhecimento.

A autora conclui que é necessário uma grande mudança em relação as bibliotecas,

envolvendo “condições, preparo e apoio para assumir seu real papel no que tange a formação

de leitores na atual sociedade da informação e do conhecimento” (Silva, 2015: 29).

No Artigo (9), as autoras abordam a questão da extinção do Programa Nacional de

Bibliotecas Universitárias (PNBU) e a necessidade urgente de estabelecer políticas públicas

para as bibliotecas universitárias do país. No âmbito das Universidade Federais, apresenta-se

os resultados da pesquisa realizada junto aos alunos dos programas de pós-graduação das

universidades mineiras a respeito do atendimento e necessidades informacionais. Os resultados

demonstram um distanciamento da rede de bibliotecas em relação à pós-graduação e apontam

a atualização do acervo e o auxílio na busca e seleção de informações como maior demanda por

parte dos pesquisadores. “A necessidade de uma Biblioteconomia para pesquisa nestas

instituições aparece, portanto, como temática relevante para uma agenda de discussões, assim

como os meios para sua viabilização” (Caetano, Fernandes, 2014: 150).

O Artigo (10), é um recorte da dissertação defendida pelo autor que aborda questões no

âmbito das políticas públicas de incentivo à leitura e o papel do Estado e da sociedade na

elaboração de ações que promovam a maior consciência em torno das responsabilidades

socioculturais. Os autores discorrem sobre a atuação do governo no financiamento de ações

referentes às instituições culturais e destacam que, “O financiamento da cultura, contudo, não

deve ser dissociado das análises de políticas culturais e da responsabilidade dos governos

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federal, estadual e municipal, ainda que haja parcerias com instituições privadas. Indicam-se,

ainda, noções dicotômicas de meritocracia” (Gouveia Júnior, Galindo, 2014: 189).

Investigar como as bibliotecas escolares aparecem nas políticas públicas brasileiras é o

objetivo do Artigo (11), o qual, através da análise do discurso busca analisar a lei nº

12.244/2010 tentando encontrar nas suas linhas uma memória discursiva que retoma sentidos

já-ditos e construídos através da relação de força, além de buscar uma mudança em como as

bibliotecas são enunciadas nessas políticas, trazendo assim, novas possibilidades para esses

espaços.

Na análise do discurso, as autoras apontam que as políticas mantêm seu foco na

distribuição de livros, deixando de lado outras questões tanto quanto importantes, como “às

condições necessárias para que o acervo seja posto em movimento e não fique abandonado em

bibliotecas que funcionam como depósitos de livros e outros materiais não utilizados”

(Ferrarezi, Souza, 2014: 77).

Sobre a Lei nº 12.244, as autoras afirmam que não pode negar a importância da

aprovação de uma lei referente a biblioteca escolar, mas ainda há um caráter contraditório

embutido nas palavras, podendo assim concluir que “a biblioteca escolar ainda se encontra em

um longo estado de provisoriedade que, sustentado pela inércia do poder público, dificulta a

superação dos problemas que a afetam” (Ferrarezi, Souza, 2014: 82).

No Artigo (12), a autora ressalta o papel da biblioteca pública e a importância da atuação

do profissional na garantia da informação pública e direito ao conhecimento. O trabalho destaca

as atividades de leitura e promoção cultural realizadas na “Biblioteca Municipal Dr. Fritz

Müller” da cidade de Blumenau/SC e demonstra de que maneira os recursos captados por meio

da Lei Rouanet podem contribuir para a construção de políticas públicas informacionais a longo

prazo.

No Artigo (13), é aborda a noção de esfera pública e do acesso ao conhecimento no

âmbito das bibliotecas universitárias federais do Brasil e reflete sobre os desafios de tais

instituições sob a perspectiva de Habermas (2003) e Bobbio (2007). Os resultados consideram

que:

As bibliotecas universitárias federais brasileiras operam como contribuintes na construção

do conhecimento científico e na formação humana e, ainda que não se reconheça a biblioteca

universitária como “bem público” no âmbito da esfera pública, os documentos analisados reforçam

a necessidade de articular distintas políticas públicas e investir na recomposição de quadros de

bibliotecários (Caetano, 2013: 106).

Page 18: Título del documento: Políticas Públicas Culturais ... · Título del documento: ... preservação de identidade e disseminação de valores”. ... formulação do Plano Nacional

A autora destaca ainda, a importância das bibliotecas universitárias federais como bens

públicos “devido a sua condição de agente contribuinte no acesso aos registros do

conhecimento, promotora social da informação e partícipe na formação humana e como espaço

a ser apropriado efetivamente por distintos atores sociais” (Caetano, 2013: 106).

No Artigo (14) as autoras pesquisam a leitura infantil buscando refletir a importância

das políticas públicas que visam o incentivo à leitura. Ainda problematizam a importância da

leitura no processo educativo e as principais pesquisas sobre leitura no Brasil. As autoras

compreendem “que a leitura infantil é fundamental para o desenvolvimento da criança como

futuro leitor e sabemos ainda que o processo de leitura se inicia na família e se aperfeiçoa na

escola, e que consequentemente prevalece pela vida inteira” (Silva, Bernardino y Nogueira,

2012: 25).

Dentre as políticas que incentivam a leitura as autoras citam o PNLD, PROLER,

Programa Pró-leitura e PNBE, e entre as campanhas de leitura encontradas estão a “Tempo de

leitura”, “Viva leitura” e outras. Após análises minuciosas aos programas de leitura

encontrados, as autoras concluem que “A aprendizagem da leitura está intimamente relacionada

ao processo de formação geral de um indivíduo e à sua capacitação para as práticas sociais, tais

como: a atuação política, econômica e cultural, além do convívio em sociedade, seja na família,

nas relações de trabalho ou em outros espaços ligados à vida do cidadão” (Silva, Bernardino y

Nogueira, 2012: 44). Ainda afirmam que existem órgãos preocupados com o desenvolvimento

de ações que visem a difusão do ato de ler.

No Artigo (15) o autor se propõem e analisar pesquisas empíricas que abordam a relação

entre capital social e biblioteca pública. Os resultados reforçam o papel das ações desenvolvidas

pelas bibliotecas públicas no processo de concepção do capital social e sugerem a elaboração e

implementação de políticas públicas que incluam a biblioteca pública no protagonismo de

projetos de desenvolvimento comunitário.

O autor do Artigo (16), destaca a necessidade de analisar as políticas públicas de

bibliotecas no país, com a finalidade de modificar a realidade destacada no Censo Nacional de

Bibliotecas Públicas Municipais. O estudo aponta que, apesar dos avanços positivos em âmbito

federal, essas mudanças não se constituem garantias efetivas, uma vez que, nas esferas estaduais

e municipais a situação é mais complexa, pois, faltam conscientização dos governantes locais

da importância de se constituir políticas públicas efetivas para a área. Contudo, o autor ressalta

a necessidade de realizar estudos que contribuam para o esclarecimento dos fatores que

determinam tais ações governamentais.

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O Artigo (17), por sua vez, pretende “compreender o papel do Estado como produtor e

acumulador de informações e suas implicações na sociedade contemporânea” e sugerem

“aspectos teóricos e metodológicos a serem considerados na pesquisa sobre o tema” (Jardim,

Silva y Nharreluga, 2009: 2), na perspectiva de que o campo de análise das políticas públicas

possa contribuir para o estudo da Ciência da Informação sobre o tema. Os autores concluem

que:

As agendas sobre as políticas públicas de informação no Brasil requisitarão um esforço ainda

maior da Ciência da informação de irrigar a discussão, especialmente no Brasil. O tema merece estar

presente no ensino e na pesquisa da área. A Análise de Políticas Públicas poderá favorecer em muito

esse processo (Jardim, Silva y Nharreluga, 2009: 20).

O Artigo (18) parte de uma investigação na rede municipal de Pelotas/RS, buscando

encontrar uma política sistematizada de incentivo à leitura entre os anos de 1987 e 2003. Foram

encontrados e analisados 98 documentos entre projetos, relatórios, atas, etc. que, de alguma

maneira, tratavam sobre leitura. O resultado da pesquisa aponta, segundo a autora que

não houve uma política sistematizada de incentivo à leitura por parte da Secretaria Municipal

de Educação de Pelotas, no período estudado. Além disso, não foi possível identificar a concepção

de leitura adotada por essa instituição, pois, nos documentos analisados, não se descartou a

possibilidade de que, pela limitação da amostra, ainda houvesse outros documentos que fizessem

alguma referência ao incentivo à leitura, os quais poderiam ter sido armazenados em outro local, ou

mesmo eliminados. Contudo, ressalta-se que, mesmo em documentos de maior abrangência, como

os planejamentos e relatórios anuais da SME, não se encontrou citação alguma em relação à leitura

e sua promoção. (Gonçalves, 2007: 252)

Apesar da falta de ações por parte da Secretaria Municipal de Educação, os professores

se movimentaram na busca de criar soluções para esse “abandono”. No entanto, não fica claro

quais as concepções de leitura por parte dos professores, pois em seus projetos a leitura aparece

como um instrumento para desenvolver habilidades e não o ato de ler por si só. Por fim, a autora

relata, mais uma vez, o abandono das bibliotecas das escolas e a ausência de recursos materiais,

físicos e humanos para o seu funcionamento.

No que diz respeito ao Artigo (19), o autor busca refletir sobre a necessidade de

introduzir a questão das bibliotecas nas agendas governamentais de diferentes frentes, tendo em

vista o papel das bibliotecas de influenciar decisões em âmbitos regionais e nacional. Os

resultados demonstram que, em nível nacional, existe maior possibilidade de inserção, desde

que estejam vinculadas a tópicos relacionados à Sociedade da Informação. Já em nível local,

sua representação acaba sendo mais complexa, no entanto é necessário buscar apoio das

diversas diretorias e órgãos de Universidades. “Um excelente caminho para a introdução da

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biblioteca na agenda pode ser o de enfatizar o papel que a mesma pode ter para uma avaliação

institucional positiva” (Lux, 2007: 14).

O bibliotecário também é destacado como importante elemento para a introdução da

biblioteca na sociedade, “quanto maior for o nível profissional do bibliotecário, melhor pode

ser o seu trabalho representativo. Também é importante criar imagens positivas nos corações

dos políticos e administradores para que eles possam aportar e destinar recursos públicos para

as bibliotecas” (Lux, 2007: 14).

O Artigo (20) traz uma análise das políticas públicas nacionais para o livro, leitura e

biblioteca até o ano de 2006, ano da publicação do artigo. As autoras fazem um apanhado

histórico das políticas públicas trazendo desde a criação do Instituto Nacional do Livro (INL)

em 1937 até o Plano Nacional do Livro e da Leitura em 2006 e, contextualizam com a atualidade

da época. Pontuam ainda os programas governamentais criados para a distribuição de livro

didático e para a leitura que movimentam o mercado editorial no Brasil, como o Programa

Nacional do Livro Didático (PNLD) e o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).

Concluem seu texto afirmando que, muitas ações vêm sendo realizadas para a promoção do

livro e leitura no país, mas ainda falta ações mais concretas que mude, de fato, a realidade pouco

leitora dos nossos estudantes, principalmente os universitários, que são leitores de fragmentos

de textos e com baixa frequência nas bibliotecas.

O Artigo (21) discorre sobre o processo de elaboração do Projeto Mais Bibliotecas

Públicas e a relação com as políticas culturais direcionadas à biblioteca pública no Brasil, e

apresentam os primeiros resultados. Com base nesses resultados, os autores afirmam que o

governo federal deve atuar de maneira sistemática no em frentes como: o fortalecimento dos

Sistemas Estaduais de Bibliotecas Públicas, para que estes participem mais ativamente da

construção dos Planos Municipais e Estaduais do Livro e da Leitura; a promoção de campanhas

de valorização da biblioteca pública com envolvimento da de governo e comunidades locais,

além de criar mecanismos que permitam aos municípios que ainda não possuem biblioteca

pública receber outros recursos do Ministério da Cultura.

O Artigo (22) reflete sobre a responsabilidade social da área da Ciência da Informação

com o controle e monitoramento das políticas públicas informacionais. Apontam os programas

PNLD e PNBE como programas que fomentam a leitura e a criação de bibliotecas escolares e

avaliam a possibilidade de monitoramento autônomo do É PRA LER, programa social de leitura

das escolas municipais de João Pessoa desenvolvido pela Secretária de Educação da Prefeitura

Municipal durante o período de 2002 a 2004.

Page 21: Título del documento: Políticas Públicas Culturais ... · Título del documento: ... preservação de identidade e disseminação de valores”. ... formulação do Plano Nacional

Os autores têm por objetivo avaliar o processo de planejamento, implantação e a

disponibilidade de informações “ex-post” que possibilitam o seu monitoramento. No entanto, a

falta de informações disponível inviabiliza o plano de análise e demonstra que avaliar e

monitorar torna-se impossível, pois “as informações não estão disponibilizadas, ou até mesmo

inexistem, o que impossibilita a avaliação das ações governamentais, seja através do

monitoramento legal, seja através do monitoramento autônomo” (Lira y Oliveira, 2005: 10).

De acordo com os autores, isso demonstra o descaso dos gestores municipais com a utilização

de métodos rigorosos e a divulgação dos resultados como garantia de que qualquer cidadão

possa ter acesso à execução de programas que envolvam recursos públicos. Por fim, os autores

concluem que existe a necessidade de atitudes de transparência e ética por parte do poder

público em relação ao cidadão, “disponibilizando informações e promovendo a participação, e

da Ciência da Informação em monitorar e possibilitar o acesso a essas informações” (Lira y

Oliveira, 2005: 1).

Assim, de maneira geral, os autores apontaram que as políticas públicas do livro, leitura

e biblioteca escolar existem; entretanto, o país enfrenta dificuldades para inserir as políticas na

prática, principalmente no atual contexto político. Há insegurança por parte da população e

muitas políticas públicas foram canceladas ou revogadas de maneira abrupta.

Não obstante, a desigualdade social dificulta a implementação porque há pessoas que

vivem em situação precária e de extrema pobreza. Pessoas que têm acesso a uma quantidade

muito limitada de alimentos e de condições de saneamento básico. Outras vivem em áreas

remotas de pequenas comunidades, o que dificulta a criação de bibliotecas e distribuição de

livros.

Outro problema é a questão da cultura educacional brasileira. Esta ainda se pauta nos

moldes tradicionais, onde o mais importante é o conteúdo. Como consequência, o aluno

desenvolve sua capacidade de memorização, porém apresenta dificuldades com a interpretação,

o raciocínio e a leitura crítica.

Entretanto, apesar de tais problemas, não se pode ignorar os avanços realizados pelas

políticas, uma vez que diminuíram o preço dos livros, incentivaram as pessoas à leitura por

meio de propagandas nas mídias, realizaram concursos, valorizaram as bibliotecas nas escolas

e os bibliotecários. Por isso, faz-se necessária a participação política desses profissionais no

desenvolvimento de políticas públicas.

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5 Conclusões

O artigo pretendeu atingir o objetivo de refletir sobre como a literatura brasileira discute

as principais leis nacionais: Lei nº 10.753/2003, que institui a Política Nacional do Livro; o

Decreto nº 7.559/2011, que dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura; e da Lei nº

12.244, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do Brasil.

Estas leis abordam a questão do livro, leitura e biblioteca no Brasil e contribuíram para

o desenvolvimento das bibliotecas e a distribuição de livros a preços acessíveis aos cidadãos.

Além disso, apoiaram a criação de concursos de escritores, poetas e livros, assim estimulando

a população a produzir informação.

Este artigo procura contribuir com informações e reflexões sobre as políticas públicas

do livro, biblioteca e leitura, dirigindo-se à sociedade em geral e aos pesquisadores acadêmicos,

uma vez que as políticas públicas culturais do Brasil ainda são embrionárias e, algumas vezes,

vagas. É fundamental que as entidades realizem as políticas públicas em parceria com

bibliotecários e demais profissionais envolvidos com a leitura. Além disso, as análises das

principais leis do livro, leitura e biblioteca demonstraram que ainda existe falta de planejamento

no processo de implementação; entretanto, há que se valorizar os esforços políticos por

demonstrarem preocupação com o problema que a leitura e as bibliotecas enfrentam.

Como sugestão a pesquisas futuras, tem-se a investigação prática dos órgãos públicos e

entidades sociais a fim de compreender se as políticas públicas culturais brasileiras estão sendo

desenvolvidas de maneira democrática, por meio da consulta pública por exemplo. Ressalta-se

a necessidade de relacionar a política do livro, leituras e bibliotecas com o exercício da

cidadania, tendo em vista o objetivo de capacitar a sociedade. Assim, os cidadãos brasileiros

poderão a desenvolver suas responsabilidades e terão melhor conhecimento de seus direitos

constitucionais.

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