tÍtulo: a importÂncia da reduÇÃo e uniformizaÇÃo...

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TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA REDUÇÃO E UNIFORMIZAÇÃO DO ICMS SOBRE O QUEROSENE DE AVIAÇÃO E SEU BENEFÍCIO AO MEIO AMBIENTE. TÍTULO: CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA: ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ÁREA: SUBÁREA: CIÊNCIAS CONTÁBEIS SUBÁREA: INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE TECNOLOGIA DE GUARULHOS INSTITUIÇÃO: AUTOR(ES): JOSÉ CARLOS RIBEIRO AUTOR(ES): ORIENTADOR(ES): CÉLIA DE LIMA PIZOLATO ORIENTADOR(ES): COLABORADOR(ES): WANNY ARANTES BONGIOVANNI DI GIORGI COLABORADOR(ES):

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TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA REDUÇÃO E UNIFORMIZAÇÃO DO ICMS SOBRE O QUEROSENE DEAVIAÇÃO E SEU BENEFÍCIO AO MEIO AMBIENTE.TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADASÁREA:

SUBÁREA: CIÊNCIAS CONTÁBEISSUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE TECNOLOGIA DE GUARULHOSINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): JOSÉ CARLOS RIBEIROAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): CÉLIA DE LIMA PIZOLATOORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): WANNY ARANTES BONGIOVANNI DI GIORGICOLABORADOR(ES):

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Resumo

O Protocolo de Kyoto, que é um acordo internacional adotado em Kyoto, no Japão,

em 11 de dezembro de 1997, que teve como primeiro compromisso o manifesto

celebrado por 37 países em reduzir as emissões de CO2 ao menos em 5% em média

com relação aos níveis observados em 1990, ou a redução de 22,6% em relação ao

ano de referência, 1990, introduzindo conceitos pioneiros, opções flexíveis, soluções

viáveis e procedimentos para a contabilidade de emissões dadas hodiernamente

dadas como lavradas. A Conferência das Partes – COP-21, foi realizada em Paris –

França, de novembro a dezembro de 2015, com vistas a lutar contra a mudança

climática. Esta convenção buscou alcançar um novo consenso internacional sobre a

situação climático em todo o Globo, aplicável e extensivo a todos os países, com o

objetivo de manter abaixo dos 2 °C o aquecimento global. Em consonância, o

propósito desta pesquisa é apresentar uma investigação preliminar sobre os

impactos da precificação do querosene de aviação – QAV sobre o meio ambiente e

apresentar proposta alternativa futura para a redução de emissão de CO2

(Greenhouse Gases – GHG) pelos motores das aeronaves comerciais. A aviação

comercial contribui com benefícios econômicos para mover de modo rápido e seguro

pessoas e produtos no Brasil e no mundo, contudo contribui para o aumento dos

GHG. A redução e a unificação das alíquotas do ICMS no Brasil é um fator gerador

que soma ao diferido ambiental nos esforços de redução da emissão de CO2,

fundamental na gestão estratégica e na política de proteção ambiental. Pelo

exposto, este projeto apresenta alternativa para corroborar aos demais 7.800

projetos dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL, desenvolvidos em

105 países, como o recebimento de créditos na redução de cada tonelada de CO2,

em adição a supressão de emissão de 1,5 bilhões de toneladas de gases de efeito

estufa na atmosfera.

Palavras-chave: Precificação, querosene jatos, emissão CO2.

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1 INTRODUÇÃO

O Protocolo de Kyoto abrange todos os setores de energia, nas fontes de

emissões de CO2 decorrentes da queima de combustíveis, inclusive no transporte

aéreo. O propósito desta investigação é apresentar e destacar os panoramas,

conseqüências e correlações devido às variações na precificação e do Imposto

sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) elevados e diferenciados sobre

o querosene de aviação (QAV) em cada Estado do Brasil. A finalidade é dar ênfase

às relações entre gases de efeito estufa (GEE) e o consumo de combustível do

transporte aéreo comercial, além de ressaltar as alternativas com vistas às melhorias

climáticas futuras. Este estudo tem como base científica as intenções do Protocolo

de Kyoto, convenção realizada no Japão em dezembro de 1997 e adotadas durante

a 21ª Conferência das Partes – COP-21, 11ª Reunião das Partes no Protocolo de

Kyoto – MOP-11, realizada em Paris – França, ratificado por 196 Estados

constituintes da Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima -

UNFCCC. As aeronaves são de vital importância como elo de integração e fontes de

recursos nos âmbitos regional, nacional e internacional, servindo como um suporte

no transporte de mercadorias e integração social. O transporte aéreo comercial traz

reflexos na demanda das viagens de turismo e negócios. O aumento da demanda

pelo transporte de passageiros e cargas tem forte correlação com o aumento da

renda per capita. Porém a alíquota do ICMS sobre o QAV varia em cada estado de

3% a 25%. Esta variação influencia no alcance, no peso total da aeronave e no meio

ambiente. Causa reflexos negativos no desenvolvimento econômico estadual,

regional e nacional. Isto restringe as companhias aéreas quanto à sua capacidade

geradora de riquezas e no desenvolvimento de setores sócio-econômicos, inclusive

nos preços de passagens aéreas e tarifas de transporte de cargas, desequilibrando

o modal aéreo e as receitas das companhias aéreas. A precificação do QAV está

fortemente vinculada às políticas nacionais e internacionais do preço do barril de

petróleo, preço final do processamento do petróleo, aos custos de distribuição

(supply chain) e a comercialização do QAV e ao ICMS praticado em cada Estado.

Ressaltam-se os mecanismos de emissões de CO2 com a eficiência energética

propulsiva, em contrapartida às alíquotas elevadas e diferenciadas do ICMS. No

contexto da contabilidade ambiental, a precificação e as alíquotas do ICMS são

diretamente proporcionais ao consumo de QAV e a emissão de poluentes.

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2 OBJETIVOS

Este estudo tem como objetivo apresentar os reflexos das variações da

precificação e políticas da diferenciação do ICMS sobre o QAV nas questões de

emissões de CO2 e propostas alternativas para a redução da emissão de CO2.

Correlacionar os quantitativos das emissões sobre a biosfera resultantes do

consumo de QAV com as métricas de consumo extra de combustível no transporte

aéreo comercial, devido às operações de tankering em contrapartida às alíquotas

elevadas e diferenciadas do QAV em cada estado brasileiro.

3 METODOLOGIA

Este estudo foi elaborado com base nas fundamentações propostas por Gil

(2002) quanto às pesquisas exploratórias envolvendo levantamentos bibliográficos,

análise de artigos nacionais e internacionais, documentos e relatórios oficiais e a

políticas de reabastecimento de aeronaves comerciais. Fazem-se as correlações

entre as métricas dos volumes de vendas de QAV em cada região brasileira, por

conta do ICMS elevado e diferenciado com o volume de CO2 emitidos nos céus

brasileiros e as equações que regem o consumo de QAV. Os custos dos

combustíveis participam em até 40% das despesas totais. Para compensar suas

receitas e equilibrar suas despesas operacionais, as companhias aéreas planejam

suas malhas aéreas para que o reabastecimento de suas aeronaves onde a alíquota

do ICMS é mais atrativa. Debates no Senado Federal discutem sobre o teto máximo

de 12% na alíquota do ICMS sobre o QAV para os vôos domésticos, pois

Atualmente, há uma guerra fiscal nos estados, com taxas que oscilam entre 3% a 25%. Uma das consequências práticas é que as empresas aéreas acabam praticando o chamado tankering, que é o abastecimento de combustível em quantidade superior ao necessário nos aeroportos com menor incidência de ICMS. O peso adicional e desnecessário do combustível faz com que o avião tenha sua eficiência reduzida e se torne mais poluente. (FREITAS. 2016).

Neste sentido os estudos de Ryerson et al. (2011), as companhias aéreas

buscam formas para reduzir custos com combustível e aumentar o desempenho

operacional de suas aeronaves. A meta futura relativas às mudanças climáticas

consiste também no tratamento das políticas de estabilização dos preços do QAV

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relacionados com a redução dos gases de efeito estufa, o qual é diretamente

relacionado ao consumo de combustível. Acrescenta que

“As linhas aéreas desejam reduzir os custos, enquanto as organizações aéreas em âmbito nacional e internacional procuram apoiar as companhias aéreas no gerenciamento de custos e na redução dos impactos ambientais da aviação”. (RYERSON et al. 2011, p. 1)

Tramita no Senado o projeto de resolução para a redução e unificação do

ICMS sobre o QAV, todavia

A guerra fiscal e política imperam na esfera Estadual e Federal em detrimento aos auspícios da sustentabilidade e redução dos impactos negativos sobre a biosfera. (RIBEIRO et al. 2017, p. 8)

“Todos estamos preocupados com problemas de insustentabilidade em

termos sociais, ambientais e econômicos. Unimo-nos no esforço de identificar

soluções para os problemas experimentados ou percebidos e para construir uma

sociedade sustentável”. SHENG (1995) apud CAVALCANTI (2002, p. 166).

4 DESENVOLVIMENTO

Ainda que 75% do volume produzido no Brasil, o QAV é precificado pela

paridade de importação do petróleo. Os preços e as tributações sobre o QAV geram

entraves operacionais ao transporte aéreo. Os índices do ICMS sobre o QAV em

cada estado e os preços médios são mostrados nas Figuras 1 e 2, respectivamente.

Figura 1 – Valores de ICMS para o QAV. Figura 2 – Preços médios QAV/região.

Fonte: O autor (2017)/Anuário Estatístico 2017. Fonte: ABEAR (2015).

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O grupo de pesquisa formado pela BOEING, EMBRAER et al. (2013, p. 21), o

bioquerosene está sendo desenvolvido com vistas a reduzir em 50% a emissão de

CO2 até 2050. A previsão de demanda de QAV no Brasil até o ano de 2020 é de 12

milhões m3, conforme Figura 3.

Figura 3 – Projeção de consumo e produção de QAV no Brasil.

Fonte: Boeing - Embraer – FAPESP – UNICAMP/ANP (2013).

Os vôos internacionais operados no Aeroporto do Galeão e de Guarulhos são

isentos da alíquota do ICMS. O Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo publicado

pela ANP (2015, p. 139-150), aponta que as vendas de QAV aumentaram 3,4% com

relação a 2013, totalizadas em 7,5 milhões de metros cúbicos. Na Região Sudeste, o

aumento do volume e o percentual foram, respectivamente, de 24,2 milhões de

metros cúbicos (+4,6%). O consumo total foi de 133,9 milhões de metros cúbicos

(+3%), 62,7% do total de consumo de QAV. De acordo com o Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio – Secretária de Exportação (MDIC-SECEX)

apud ANP (2015), o Estado de São Paulo foi o maior consumidor (três milhões de

metros cúbicos), respondendo por 40,6% do total consumido.

Apresentam-se as métricas do consumo de QAV e emissões de CO2 e o

peso. Define-se consumo de combustível como o recíproco da eficiência energética

do combustível, ou seja, a quantidade de combustível requerido para uma dada

distância, ou seja, kg/km. Consoante a Secretaria de Aviação Civil/Agência Nacional

de Aviação Civil (SAC/ANAC. 2015, p. 20) “A proporção entre o consumo de

combustível nas operações domésticas e internacionais se manteve, nos últimos

três anos, em aproximadamente 60% do consumo de QAV para domésticas e 40%

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para internacionais.” Para a SAC/ANAC (2015) de 1990 até 2015 as emissões

anuais de GEE tem sido estável em 3,85% e 3,23% no transporte aéreo doméstico e

internacional, respectivamente. O consumo de QAV previsto para o transporte aéreo

doméstico entre 2016 e 2050 está apresentado na Figura 4 (SAC/ANAC, 2015). A

Figura 5 apresenta a relação consumo e eficiência energética. O RTK (Revenue

tonne kilometers), produto carga útil transportada pela distância voada e representa

a receita no transporte de carga útil em cada perna de voo.

Figura 4 – Previsão de consumo de QAV. Figura 5 – Consumo de QAV/eficiência.

Fonte: SAC/ANAC (2015). Fonte: SAC/ANAC (2015).

Segundo a ANP (2016), em 2014, dos 7,4 milhões de m3 de QAV

comercializados, São Paulo foi o maior consumidor, com 3 milhões de m3 (40,8% do

total), seguido pelo Rio de Janeiro com 1,2 milhão de m3 (16,7%) e Distrito Federal

com 569,7 mil m3 (7,7%). Os volumes vendidos estão incluídos os volumes

aplicados aos vôos domésticos e exportados (voos internacionais). A ECTA (2011)

estabelece o CO2 produzido pela combustão do QAV é dado por:

𝐶𝑂2 𝑘𝑔 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑄𝐴𝑉𝐿 ∗ 3,15 (𝐿 ∗ 𝑘𝑔 𝐶𝑂2 𝐿 𝑄𝐴𝑉

). Para a conversão do volume em

litros para unidade de massa (kg) a massa específica do QAV será considerada

como de 0,8 kg/L (ICAO. 2016). Conforme Mckinnon (2007, p. 1) a aproximação

baseada na atividade aérea possibilita realizar uma estimativa da quantidade de

carbono em uma operação de transporte de carga aérea é:

𝐶𝑂2 = 𝑡𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 ∗ 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 ∗ 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠ã𝑜 𝐶𝑂2 𝑡𝑜𝑛 − 𝑘𝑚 (1)

Um grama de QAV produz 3,1 gramas de CO2, ou cada litro de QAV emitirá

2,53 kg de CO2. As emissões de poluentes relacionam diretamente a três fatores

básicos: conteúdo de CO2 do combustível, eficiência do combustível na aeronave e

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fatores operacionais. O CO2 é o produto da combustão do QAV. A meta é reduzir em

17% até 2020 a emissão de CO2 na aviação civil, com a melhoria da eficiência do

combustível em 2% ao ano, segundo a Organização Internacional de Aviação Civil –

OACI (YUTKO. 2011). A conversão das distâncias voadas em emissão de CO2

muda em função do tipo de aeronave, diferenciando-se as fases de vôo, o tipo de

vôo – doméstico ou internacional. Para o cálculo do alcance específico simplificado,

SAR, da etapa de vôo é definido na Equação (2):

𝑆𝐴𝑅 = 𝑑𝑅

−𝑑𝑊𝑓=

𝑣

𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡 í𝑣𝑒𝑙 (2)

Onde, SAR é o alcance específico; dR é a variação da distância voada; dW f é a

variação do peso de combustível; V a velocidade da aeronave. O alcance da

aeronave, R, é o produto da velocidade pelo tempo de vôo decorrido. O tempo de

vôo é igual ao combustível transportado dividido pela taxa de consumo de

combustível, que equivale ao empuxo requerido para o vôo (Treq), que é a força de

impulsão resultante dos motores das aeronaves multiplicada pelo consumo

específico de combustível pelo empuxo (TSFC). O empuxo T é igual em módulo ao

arrasto aerodinâmico, que é igual à razão entre o peso da aeronave W e o quociente

entre a sustentação L e o arrasto D. O peso da aeronave muda com o combustível

consumido, alterando o empuxo requerido (Treq), o tempo de vôo e o alcance (R). O

exposto pode ser definido matematicamente pela Equação (3):

𝑑𝑅

𝑑𝑊=

𝑣

−𝑇 ∗ (𝑇𝑆𝐹𝐶)=

𝑣

𝐷 ∗ (𝑇𝑆𝐹𝐶)=

𝑣∗ (𝐿 𝐷 )

− 𝑊 ∗ (𝑇𝑆𝐹𝐶) (3)

O SAR pode ser calculado dividindo-se a velocidade em km/s pelo fluxo de

combustível dado em kg/s. O TSFC depende da altitude, da temperatura, da massa

específica do ar e do modo de operação da aeronave. A Equação de Alcance de

Breguet define o alcance específico, em milhas náuticas por libras, ou km por kg,

como a distância voada por unidade de peso de combustível consumido. Quando a

variação de altitude é tal que a sustentação, L e o arrasto, D; a velocidade, V ou o

empuxo pelo consumo específico de combustível, c são constantes, a integral

relacionando o peso da aeronave pode ser estimada numericamente por:

𝑅 = 𝑣

𝑐∗

𝐿

𝐷∗

𝑑𝑊

𝑊

𝑊𝑓

𝑊𝑖 =

𝑣

𝑐∗

𝐿

𝐷∗ ln

𝑊𝑖

𝑊𝑓 (4)

O empuxo T é igual em módulo ao arrasto aerodinâmico, que é igual à razão

entre o peso da aeronave W e o quociente entre a sustentação L e o arrasto D.

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4 RESULTADOS

Esta análise mostra os resultados da indução que levam as companhias

aéreas a aumentar a autonomia das aeronaves, a fim de compensar suas receitas

em detrimento à precificação do QAV diferenciado em cada estado brasileiro, no

transporte de passageiros e cargas, refletindo nas questões ambientais. A previsão

é que nas próximas duas décadas o aumento anual seja de 2,3% na demanda pelo

transporte aéreo. Conforme Jardine (2009) considera os fatores de 0,180 kgCO2/km,

0,126 kgCO2/km e 0,11 kgCO2/km, do Greenhouse Gas Protocol, para os vôos

curtos, médios e longos, respectivamente, devem ser considerados nas estimativas

de emissão de CO2. Segundo Mckinnon (2007, p. 1) “A quantidade de combustível

consumida e a quantidade de CO2 emitida, é muito sensível a taxa de ocupação de

uma aeronave”. O volume de combustível vendido (Figura 6), multiplicados pelos

fatores de conversão de volume para unidades de massa já descritas e pelo fator de

emissão 3,157 ton.CO2/ton.fuel infere-se os volumes de CO2 emitidos por cada

região brasileira nos anos vindouros. O gráfico da Figura 7 apresenta as

contribuições de GEE por região, entre os anos 2007 e 2016.

Figura 6 – Vendas de QAV por regiões. Figura 7 – Emissões GEE por Região.

Fonte: ANP (2017)/ICAO (2016), adaptado.

Fonte: ANP (2017)/Sustainable Carbon (2016), adaptado.

Daí, então, pode-se estimar as emissões com base na demanda projetada de

QAV nos vindouros. Acrescenta que a variação entre as metodologias de cálculo de

emissão de CO2 é não linear e sensível à distância voada por uma dada aeronave.

Voos curtos produzem maior emissão por quilômetro voado e as emissões são muito

maiores quanto maior for o número de decolagens.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Do exposto, conclui-se que tal ação leva a um maior consumo de

combustível, o que resulta em maior quantidade de emissões de CO2 na atmosfera.

A precificação unificada e redução do ICMS sobre o QAV resultará na precificação

mais atrativa deste combustível, tornará desnecessária a prática do tankering,

desonerando os custos operacionais das companhias aéreas. O aumento do RPK

aumentará também a receita das companhias aéreas, melhorará a empregabilidade

direta e indireta, compensará as receitas estaduais, sobretudo a do Município de

Guarulhos. Reduzir todas as formas de poluição constitui-se uma obrigatoriedade

por parte dos stakeholders. A precificação do QAV é um dos principais desafios na

aviação comercial, o que reflete na ordem econômica, ambiental e no

desenvolvimento sustentável. Como alternativas mitigadoras para a redução da

emissão de CO2 concorda-se que são imperativas a redução e a unificação dos

valores das alíquotas do ICMS para o QAV.

REFERÊNCIAS

ABEAR – Associação Brasileira de Empresas Aéreas. Aviação Brasileira – Agenda 2020. 2013. Disponível em: <http://www.abear.com.br/ uploads/arquivos/ dadosefatosarquivos/Agenda2020_PORT_15012014.pdf>. Acesso em: 09 mai. 2016 Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP. Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis: 2015. Ministério de Minas e Energia. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Rio de Janeiro. 2016. Acesso: Mai. 2016. BOEING-EMBRAER-FAPESP-UNICAMP. Flight path to Aviation Biofuels in Brazil: Action Plan. Jun. 2013. Disponível em: <http://www.fapesp.br/publicacoes/ Flightpath-to-aviation-biofuels-in-brazil-action-plan.pdf>. Acesso: Mai. 2016. CAVALCANTI, Clóvis (Org.). Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Políticas. Públicas. 4ª Ed. Cortez Editora. São Paulo – SP. 2002. FREITAS, Elisângela. Audiência pública discute alíquota de 12% para ICMS do querosene de aviação. Confederação Nacional de Transportes – CNT. Ed. 07 jul. 2016. Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Imprensa/noticia/audiencia-publica-discute-aliquota-de-12-para-icms-do-querosene-de-aviacao>. Acesso: 20 ago. 2017. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Ed. São Paulo. Editora Atlas. 2002.

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ICAO – International Civil Aviation Organization. ICAO Environmental Report 2010: Aviation Outlook Overview. 2010. Disponível em: <http://www.icao.int/environmental-protection/Documents/EnvironmentReport-2010/ICAO_EnvReport10-Outlook_en.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2016. JARDINE, Christian N, Dr. Calculating The Carbon Dioxide Emissions Of Flights. Environmental Change Institute Oxford University. Centre for the Environment. Oxford/UK. 2009. Disponível em: <http://www.eci.ox.ac.uk/research/energy/ downloads/jardine09-carboninflights.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2017. McKINNON, Alan. Measuring and Managing CO2 Emissions from the Transport of Chemicals in Europe. European Chemical Transport. Logistics Research Centre. Heriot-Watt Univity. Edinburgh/UK. 2007. Disponível: <http://www.ccr-zkr.org/temp/ Wrshp120411/Presentations/1_02_JVerlinden_en.pdf>. Acesso em: 25 Mai. 2016. RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade ambiental. São Paulo - SP. Editora Saraiva. 2006. RIBEIRO, José Carlos; Di GIORGI, Wanny Arantes Bongiovanni e PIZOLATO, Célia de Lima. Diferenças Tributárias e Regionais e Regionais do Querosene de Aviação e suas Influências na Biosfera Brasileira. 8ª FATECLOG – Logística, Inovação e Empreenderismo. Últma alteração: 18 mai. 2017. FATEC ZONA LESTE. Cidade A. E. Carvalho/SP. 2017. Disponível em: <http://fateclog.emartim.com.br/ conference/index.php/fateclog/2017/paper/view/1070>. Acesso em: 17 ago. 2017. RYERSON, Megan S.; HANSEN, Mark e BONN, James. Fuel Consumption and Operational Performance. Department of Civil and Environmental Engineering. University of California, Berkeley. Berkeley, CA, USA // Office of Systems Analysis. Federal Aviation Administration. Washington D.C./USA. 2011. Disponível em: <http://atmseminar.org/seminarContent/seminar9/papers/72-Ryerson- Final-Paper- 4-14-11.pdf>. Acesso em: 17 ago 2017. Secretaria de Aviação Civil – SAC/PR//Agência Nacional de Aviação Civil ANAC/SRI/GNAS/GTAC. Presidência da República do Brasil. Plano de Ação para Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa da Aviação Civil Brasileira – ano base 2015. 2ª Ed. Imprensa Nacional. Brasília/DF – Brasil. 2015. Disponível em: <http://www.anac.gov.br/assuntos/paginas-tematicas/meio-ambiente/arquivos/ PlanodeAo2015_final.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2017. YUTKO, Brian M. e HANSMAN, R. John. Approaches to Representing Aircraft Fuel Efficiency Performance for the Purpose of a Commercial Aircraft Certification Standard. Dep. of Aeronautics and Astronautics. Massachusetts Inst. of Tech. Report No ICAT-2011-05. MIT Int. Center for Air Transportation. Dep. of Aeronautics & Astronautics Massachusetts Institute of Technology Cambridge, MA/USA. May 2011. Disponível:<http://web.mit.edu/aeroastro/partner/reports/proj30/ proj30-interim.pdf>. Acesso: 17 ago. 2017.