tics na educação. o uso de tecnologias nas práticas pedagógicas empresariais
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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA
EDUCAÇÃO: o uso de tecnologias nas práticas pedagógicas
empresariais
1MACHADO, Silvia Cota 2PICONE, Eugenia Vianna
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nas práticas educacionais empresariais e a importância do papel da pedagogia no desenvolvimento de metodologias para os aplicativos e recursos utilizados na Educação Corporativa. O uso eficiente da tecnologia possibilita o desenvolvimento de ferramentas educacionais modernas, proporciona a transformação da informação em conhecimento e favorece o processo de aprendizagem e assimilação. Utilizando-se de técnicas pedagógicas adequadas, o investimento em educação corporativa gera vantagem competitiva e cria novas oportunidades de aperfeiçoamento profissional. O uso de práticas pedagógicas na educação corporativa aliada à inovação tecnológica está sendo utilizada por diversas empresas que exercem papel ativo na construção do conhecimento. Um campo vasto de oportunidades para profissionais da educação e tema de pesquisa no campo acadêmico. O uso de tecnologia na aprendizagem empresarial apresenta inúmeras vantagens que serão expostas neste estudo. Palavras chave: Tecnologia da Informação. Pedagogia Empresarial. Educação Corporativa. 1. INTRODUÇÃO
A Educação Empresarial é uma realidade no cenário educacional rompendo com
paradigmas da educação tradicional, entendida como aquela praticada no âmbito
escolar e acadêmico. Cada vez mais as empresas têm utilizado esta modalidade de
1 Pós-graduação em Pedagogia Empresarial e Educação Corporativa - Centro Universitário Internacional
Uninter.
2 Pedagoga (Universidade Tuiuti do Paraná), Especialista em Psicopedagogia, clínica e institucional (Faculdades
Bagozzi), Especialista em Pedagogia Empresarial (IBEPEX), Mestre em Educação - Política Públicas Educacionais
(FAE)), orientadora de TCC do Centro Universitário Internacional Uninter.
ensino para manter seus funcionários atualizados e viabilizar oportunidades de
educação e trabalho.
As empresas têm investido na Educação Corporativa utilizando-se de
metodologias educacionais para ambientes virtuais nos treinamentos empresariais.
Neste contexto a pedagogia pode colaborar ativamente no aperfeiçoamento de
ferramentas educacionais para a construção do conhecimento e o uso de Tecnologia
da Informação e Comunicação (TICs) amplia as possibilidades de aprendizagem.
As práticas educacionais empresariais surgiram a partir da necessidade de
desenvolver competências dos colaboradores através de treinamentos com foco
específico no trabalho. O crescimento da demanda por cursos de fácil acesso
através de um ambiente colaborativo e interativo levou as empresas a buscar
ferramentas de ensino virtuais no ambiente de trabalho. A tecnologia foi ao encontro
desta necessidade e algumas soluções já utilizadas em salas de aula virtuais estão
sendo adaptadas para o ambiente empresarial.
Seguindo esta tendência, o ensino tradicional se move para além das fronteiras
da sala de aula e vai em direção ao mundo do trabalho. Nesta perspectiva, a
pedagogia passa a ter papel importante no desenvolvimento de metodologias
pedagógicas para a educação empresarial.
A relação entre trabalho e educação tem sido objeto de estudo por
pesquisadores da área de ensino, sobretudo daqueles que se dedicam à Pedagogia
Empresarial, ou seja, aos processos de formação e desenvolvimento dos
colaboradores nas organizações.
A informação por si só não significa muito, é preciso transformá-la em
conhecimento. Inserir seus colaboradores na sociedade do conhecimento através
da troca de experiências e principalmente gerir todo este conhecimento de forma a
mantê-lo disponível no ambiente de trabalho gera vantagem competitiva para as
empresas que investem na formação profissional de seus colaboradores.
O investimento em conhecimento por parte das empresas como recurso
estratégico gera crescimento e aumenta os níveis de produtividade de seus
colaboradores. Cursos e treinamentos no ambiente de trabalho ou fora dele através
do Ensino à Distância (EaD) tem algumas vantagens, dentre elas, redução de tempo
com deslocamento e consequentemente a redução de custos.
Facilitar o acesso ao ensino faz com que o colaborador se sinta motivado a
estudar e aperfeiçoar cada vez mais devido à comodidade, fácil acesso e horário
flexível, uma vez que o conhecimento vai até ele.
A empresa que reconhece a importância de investir no seu capital intelectual
através da multiplicação do conhecimento ganha colaboradores mais preparados e
satisfeitos. O indivíduo só se desenvolve socialmente e culturalmente através da
Educação.
Neste contexto, o objetivo deste estudo foi analisar a importância do uso de
práticas pedagógicas no ambiente empresarial e o papel ativo do pedagogo
empresarial na construção do conhecimento utilizando-se das TICs.
2. METODOLOGIAS EDUCACIONAIS NO AMBIENTE EMPRESARIAL
De acordo com Senge (1990), há alguns anos, o processo de aprendizagem
deixou de ser uma preocupação exclusiva do meio acadêmico e passou a ser uma
prática nas empresas.
A responsabilidade pela educação passou a ser prioridade em várias empresas.
As empresas que pretendem se sobressair no mercado competitivo e globalizado
não podem mais deixar a educação a cargo do governo. As deficiências do ensino
público precisam ser supridas em tempo hábil ou as empresas perdem a
concorrência para a mão de obra externa. A Accor Académie é um exemplo de
empresa que investe na formação profissional de seus colaboradores e tem como
princípio o investimento em aprendizado contínuo. Através da Academia a empresa
incentiva os colaboradores a buscar aprendizagem contínua, aperfeiçoar a sua
formação e enriquecer seu currículo. Segundo o site Accor Académie, hoje, o ensino
acadêmico tradicional das escolas e universidades cumpre apenas o papel de
formação inicial e básica das pessoas, estabelecendo os fundamentos da
aprendizagem, mas, não consegue mais acompanhar a evolução do conhecimento,
sobretudo aquele gerado pelo mundo empresarial e dos negócios. A educação
voltada para o labor, aqui considerada como formação profissional, não implica
abandono da formação cultural e científica proposta pelas escolas tradicionais, mas
sim, o desenvolvimento de capacidades e competências individuais chamado capital
humano. Uma formação que comtemple os aspectos cultural, profissional e científico
do ser humano.
O investimento em educação por parte do setor privado através de sua própria
Universidade Corporativa ou de parcerias com instituições de ensino incentiva o
aperfeiçoamento profissional do colaborador e atende as necessidades de
alinhamento profissional.
As instituições de ensino também perceberam esta necessidade e passaram a
investir em recursos de tecnologia da informação e ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA) nos processos de desenvolvimento educacional.
Com o objetivo de atender ao público trabalhador as instituições educacionais
buscam novas soluções para que o colaborador possa ter acesso ao ensino no seu
próprio local de trabalho, sem precisar se deslocar a um centro de treinamento ou
escola, aproveitando melhor o seu tempo. Esta é a nova tendência nos setores
empresariais e educacionais.
2.1. EDUCAÇÃO CORPORATIVA
Segundo Quartiero e Cerny (2005), a Educação Corporativa consiste em um
projeto de formação desenvolvido pelas empresas, que tem como objetivo
institucionalizar uma cultura de aprendizagem contínua, proporcionando a aquisição
de novas competências vinculadas às estratégias empresariais.
Para Meister (1999), a Educação Corporativa é um guarda-chuva estratégico
para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim
de cumprir as estratégias da organização.
Seguindo as tendências e demandas desta sociedade, as empresas passaram a
investir em programas específicos de capacitação profissional de seus
colaboradores bem como pesquisa e infraestrutura. Trazer o ensino para dentro da
empresa vinculado à estratégia do negócio é uma forma de agregar valor à
empresa, ao indivíduo e à sociedade.
Meister (1999) afirma que as empresas [...] ao invés de esperarem que as
escolas tornem seus currículos mais relevantes para a realidade empresarial,
resolveram percorrer o caminho inverso e trouxeram a escola para dentro da
empresa. Esta prática educativa pode ser vista em diversos segmentos
empresariais.
As empresas perceberam que a baixa produtividade no trabalho é proporcional
às deficiências educacionais do trabalhador. As iniciativas de treinamento,
desenvolvimento e educação dentro das empresas vêm ganhando espaço nos
planejamentos estratégicos empresariais. Para que estas possam acompanhar as
tendências e a velocidade imposta pelo mercado de trabalho o treinamento
empresarial torna-se uma solução educativa mais eficiente.
Em contrapartida, as tecnologias mudam rapidamente se tornando obsoletas.
Somente a aprendizagem contínua é capaz de suprir este déficit. Por isso, a gestão
do conhecimento tem sido uma estratégia utilizada pelas organizações para
disponibilizar e disseminar o patrimônio de conhecimento organizacional bem como
incentivar os colaboradores a gerar novos conhecimentos. Como explica Delors
(2001), o processo de educação continuada contribui para:
uma sociedade educativa, permeada por redes de conhecimento e
informação, onde qualquer evento e qualquer lugar podem ser oportunidade
para aprender e desenvolver-se. A educação ao longo da vida parte da
premissa de que o progresso científico e tecnológico e a transformação dos
processos de produção resultante da busca de maior competitividade fazem
com que os saberes e as competências adquiridos, na formação inicial,
tornem-se rapidamente obsoletos e exijam o desenvolvimento de formação
profissional permanente. (DELORS, 2001, p. 104)
A verdadeira aprendizagem ocorre quando os indivíduos aprimoram a sua
capacidade de criar e compartilhar, desta forma, as organizações que aprendem são
formadas por pessoas que continuamente desenvolvem novas habilidades e
contribuem ativamente no campo da inovação.
Na sociedade moderna, faz-se necessário que o indivíduo tenha capacidade
de aprender contínua e rapidamente. A tecnologia digital é a ferramenta capaz de
enquadrar-se a esta nova realidade.
2.2. GESTÃO DO CONHECIMENTO
A Gestão do Conhecimento pode ser considerada como um conjunto de
atividades desenvolvidas por uma organização, relacionadas à aprendizagem
organizacional, através dos indivíduos que nelas trabalham e disponibilizadas para
utilizar, compartilhar e desenvolver novos aprendizados. Visando gerar vantagem
competitiva.
Além de produzir o conhecimento, faz-se necessário gerenciá-lo e mantê-lo
disponível para consultas e construção de novos saberes. Com o auxilio da ciência
da informação e da pedagogia, a organização que aprende pode compilar todo
conhecimento em uma base de dados e disponibilizá-lo de forma eficiente. O
profissional da pedagogia é capaz de desenvolver metodologias e materiais
pedagógicos adequados à utilização das Tecnologias da Informação e da
Comunicação (TICs) na prática educativa.
Através da Ciência da Informação foi possível o desenvolvimento de
aplicativos como biblioteca digital, portal educacional, ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA), jogos digitais, dentre outros; desenvolvidos com metodologia
educacional para a construção e gestão do aprendizado. Estas ferramentas têm
como objetivo principal a transformação do conhecimento tácito em explícito e
garantir a perpetuidade e disponibilidade do mesmo.
Barroso e Gomes (2000), destacam a Ciência da Informação como um dos
principais pilares teóricos da Gestão do Conhecimento, como se constata abaixo:
As ciências cognitivas, da informação, organizacionais e da administração são as que mais contribuem para o tema. A informação é o veículo do conhecimento e, como tal, a Ciência da Informação supre o referencial teórico para lidar com a mídia da Gestão do Conhecimento. (BARROSO; GOMES, 2000, p.6)
3. METODOLOGIAS INOVADORAS COM TECNOLOGIAS
Conforme Delors (2000), os profissionais do futuro precisam estar preparados
para lidar com as competências exigidas no mercado de trabalho. Para isso, o
processo de ensino-aprendizado não pode ser limitado à transmissão do
conhecimento, mas deve ser incrementado levando à construção de competências
que os capacitem a tarefas intelectuais de concepção, estudo e organização
necessárias ao futuro profissional.
Inovação em tecnologias educacionais utilizando práticas pedagógicas é uma
tendência nas escolas modernas, seja para atender aos alunos de instituições de
ensino tradicionais ou através de parcerias público privadas de formação profissional
como os “sistemas S”: SEBRAE, SENAC, SESC, SENAI. Estas escolas veem
utilizando técnicas de educação em ambientes virtuais na preparação de futuros
profissionais. Aliando assim estudo e prática profissional.
A tecnologia mudou a forma de aprender e ensinar. Antes, o aprendizado só era
possível indo até a escola, agora a escola vai ao encontro do aprendiz, em casa, no
trabalho ou em qualquer lugar onde se tenha uma TV ou um dispositivo móvel ligado
à rede mundial, a internet.
A sala de aula ganha um novo significado e uma nova dimensão através dos
livros digitais, fóruns de discussão, redes sociais, vídeo conferência e portais de
Ensino à Distância (EaD) ou utilizando Ambientes de Aprendizagem Virtual (AVA)
para treinamentos on-line. A tecnologia nos libertou do tempo e espaço, podemos
aprender de muitas formas, como explica Levy (1999):
“... a EaD explora certas técnicas de ensino a distância, incluindo as
hipermídias, as redes de comunicação interativas e todas as
tecnologias intelectuais da cibercultura. Mas o essencial se encontra em
um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as
aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede.”
(LEVY, 1999, p. 158)
Softwares como TelEduc, Moodle, Amadeus e Blackboard ganham espaço no
cotidiano dos educadores virtuais pelo fato de possibilitarem fácil manuseio e
controle de atividades educacionais no formato virtual.
3.1. A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS PROCESSOS EDUCACIONAIS EMPRESARIAIS
A educação formal não desenvolve aptidões e qualificações consideradas
importantes para o mercado profissional atual. O trabalhador da sociedade do
conhecimento precisa de métodos e ferramentas que o auxiliem no processo de
atualização e renovação constante, pois novas tecnologias, técnicas e metodologias
alteram continuamente seu ambiente de trabalho. Disciplinas como responsabilidade
social e ambiental, ética, alfabetização digital, visão sistêmica, são alguns exemplos
de competências necessárias no mundo do trabalho. Novas disciplinas surgem ou
se remodelam constantemente.
Para atender a esta demanda, as Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs) em parceria com a Pedagogia desenvolve metodologias inovadoras utilizadas
tanto nas escolas como no ambiente organizacional para manter o indivíduo sempre
atualizado. A aprendizagem compartilhada, de fácil acesso e interativa mudou a
forma de aprender e ensinar.
A necessidade de combinar o aprender em rede, através da troca e interação,
difusão e gestão do conhecimento, levou as organizações a investir em seus
próprios programas educativos. As metodologias utilizadas em salas de aula
convencionais foram adaptadas ao ensino corporativo, a pedagogia empresarial vem
ganhando cada vez mais espaço na educação corporativa.
Vejamos o exemplo de uma empresa que decide trocar todos os equipamentos
de fabricação de peças do seu parque industrial por máquinas mais modernas que
demandam conhecimentos específicos de seus funcionários. Para manipular estas
novas tecnologias e atender a este novo cenário será necessário criar cursos
personalizados com horários flexíveis de forma que o processo produtivo não seja
afetado. A empresa precisa investir em infraestrutura para treinar seus funcionários
adequando-os à nova realidade.
Segundo Robbins (2002), a valorização do treinamento nas organizações foi
motivada pela competição intensificada, as mudanças tecnológicas e a busca de
aumento da produtividade que estão exigindo as demandas de qualificação dos
funcionários. As empresas investem em qualificação profissional para se tornarem
mais competitivas e acompanhar as exigências de qualidade do mercado. Através
do treinamento os colaboradores tornam-se mais produtivos e atualizados.
Neste sentido a pedagogia é de extrema importância, pois um profissional da
pedagogia está habilitado para a produção e difusão do conhecimento, em diferentes
áreas da educação. Este profissional vai definir qual metodologia de ensino será
aplicada neste projeto específico, promover ações multidisciplinares nas diversas
áreas da empresa e estimular a aprendizagem.
Senge (1990), destaca que não há dúvidas que o aprendizado colaborativo
motiva o funcionário a se capacitar cada vez mais, e que desse modo, incentiva a
busca por novos conhecimentos, favorece seu crescimento pessoal, profissional e
gera resultados para as organizações. Há que se reconhecer que o objetivo só se
transforma em força viva quando as pessoas acreditam que podem construir seu
futuro.
Conforme os projetos educacionais foram tomando proporções maiores nos
ambientes empresariais, a necessidade de vincular a educação aos objetivos
estratégicos das empresas e a busca por soluções educacionais profissionalizantes
voltadas para as demandas corporativas, muitas empresas investiram em
Universidades Corporativas.
4. UNIVERSIDADE CORPORATIVA
A Universidade Corporativa (UC) é um dos campos de atuação da Pedagogia
Empresarial. Seu foco principal é oferecer cursos específicos para funcionários e
parceiros da corporação, de acordo com as políticas e estratégias da empresa
utilizando-se das práticas educativas do ensino superior.
Um dos objetivos da Universidade Corporativa é oferecer cursos especializados
e acessíveis a seus colaboradores. Para isso, faz-se necessário o desenvolvimento
de plataformas virtuais de aprendizado. Os cursos normalmente são oferecidos “via
WEB” através da intranet corporativa ou presencial.
Através do ambiente virtual são disponibilizadas ferramentas educacionais de
fácil acesso, intensificando a comunicação e a colaboração, estimulando a
aprendizagem através de recursos áudio visuais e motivando as pessoas a produzir
e compartilhar suas experiências.
Programas de Formação Superior, Educação Empresarial, Aprimoramento
Profissional são algumas modalidades de ensino utilizadas em empresas como
Banco do Brasil, Correios, Petrobrás e a rede de hotéis Accor. Suas experiências ao
longo dos anos em sistema de educação corporativa têm dado certo e servem de
modelo como melhores práticas (benchmarking3) empresariais.
3 O benchmarking consiste em aprender com outras empresas. É um processo de comparação de
produtos, serviços e práticas empresariais.
5. AUTODESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM CONTÍNUA
Segundo Eboli (2004), exige-se cada vez mais das pessoas, em todos os níveis
hierárquicos, uma postura voltada para o autodesenvolvimento e a aprendizagem
contínua.
Atualizar e capacitar o trabalhador é tarefa permanente nas organizações que
aprendem. Seja através de um treinamento ou de uma formação universitária. O
colaborador preparado para o mercado competitivo agrega valor à empresa, cria,
transforma, e produz ideias inovadoras.
Atualizar-se significa estar envolvido com a troca de conhecimento constante
e ser um agente transformador. Adaptar-se à cultura empresarial, envolver-se nos
valores e atender às demandas dos clientes, esta é a razão maior do trabalho.
A empresa não é responsável pelo autodesenvolvimento do trabalhador, mas
sim, colabora e cria oportunidades para fazê-lo. O único responsável pela gestão do
autoconhecimento é o próprio indivíduo, sendo, única e exclusivamente sua a
responsabilidade de geri-lo e busca-lo onde for preciso, tendo consciência de sua
finitude e obsolescência.
Para Freire (1997):
a educação é permanente não por que certa linha ideológica ou certa posição política ou certo interesse econômico o exijam. A educação é permanente na razão, de um lado, da finitude do ser humano, de outro, da consciência que ele tem de finitude. Mas ainda, pelo fato de, ao longo da história, ter incorporado à sua natureza não apenas saber que vivia, mas saber que sabia e, assim, saber que podia saber mais. A educação e a formação permanente se fundam aí. (FREIRE, 1997, p. 20).
6. METODOLOGIA
Este estudo tem como base pesquisa bibliográfica através de literatura
especializada no tema. Consulta a livros de autores consagrados e artigos de
revistas especializadas nas áreas de Educação, Educação Corporativa,
Universidade Corporativa, Pedagogia, Gestão da Educação e uso da Tecnologia no
ensino. Também foram utilizadas pesquisas em sites de empresas que implantaram
a Educação Corporativa na formação profissional de seus colaboradores. Este
estudo possibilitou maior compreensão do tema e conhecimento sobre as melhores
práticas pedagógicas adotadas nas empresariais através do ensino à distância
utilizando recursos tecnológicos.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O indivíduo que aprende constantemente expande sua visão de mundo, amplia
horizontes e se torna mais curioso. A compreensão daquilo que antes ele não
conhecia passa a ser o motivador para novos conhecimentos e naturalmente, a
caminhada se torna prazerosa. Na sociedade do conhecimento a palavra de ordem
é cooperar, compartilhar e construir. Participar continuamente no desenvolvimento
de novas ferramentas de aprendizagem colaborativa proporciona oportunidades de
desenvolvimento social.
O processo educacional nas organizações abrange o desenvolvimento pessoal e
profissional, por isso, a empresa tem grande parcela e responsabilidade ao oferecer
aprendizagem contínua. Novas tecnologias substituem a antiga forma de fazer e o
trabalhador precisa se aperfeiçoar ou tornar-se-á obsoleto em pouco tempo.
Pode-se concluir que as políticas de desenvolvimento no âmbito das
organizações passaram a ser pedagógico-formadora colaborando ativamente para a
construção do conhecimento e a combinação de educação com trabalho.
Este estudo mostrou como a empresa pode se beneficiar das metodologias
pedagógicas aliadas à tecnologia para manter alinhados desenvolvimento
profissional e educação com um custo baixo e de fácil acesso pelos colaboradores.
A dinâmica da sociedade do conhecimento colocou a educação permanente
como uma necessidade urgente no mundo das organizações. Uma proposta
educacional empresarial pedagógica tem a finalidade de orientar a formação e o
desenvolvimento dos colaboradores baseada nas políticas e estratégias
empresariais e com vistas à formação e ao desenvolvimento profissional.
O mercado de trabalho exige cada vez mais pessoas preparadas e não há
mais tempo para esperar que somente o governo ou as instituições educacionais
cumpram este papel. As empresas investem cada vez mais na formação de seus
colaboradores com o objetivo de tornarem-se competitivas.
Aplicar práticas pedagógicas na educação corporativa aliada à inovação
tecnológica promove um aprendizado estimulante e criativo. O investimento em
educação e qualificação do colaborador no local de trabalho utilizando recursos
tecnológicos aumenta a produtividade e favorece a colaboração através do ambiente
interativo proporcionado pela tecnologia digital. O funcionário mais preparado e
satisfeito responde com maior eficiência às demandas da organização na qual atua.
O uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na educação
empresarial proporciona inúmeras vantagens, dentre estas, a flexibilidade de local e
horário para estudar. A democratização no acesso à educação e rompimento de
barreiras geográficas. Este panorama levou muitas empresas a investir em seus
próprios projetos educacionais contribuindo ativamente para a educação e nos
processos de aprendizagem.
Entretanto, a construção de diretrizes pedagógicas no campo da educação,
treinamento e desenvolvimento é inacabável. A cada dia, situações novas implicam
em novas revisões estratégicas seja por parte das empresas ou no campo
acadêmico.
Diante do exposto, fica evidente que a crescente demanda por
capacitação e a velocidade exigida pelos tempos modernos colocam a educação
corporativa como uma necessidade urgente e o uso de tecnologia como um recurso
eficaz para o desenvolvimento de ferramentas educacionais pedagógicas no
ambiente empresarial.
8. REFERÊNCIAS
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Brasília: MEC/ UNESCO 2001. 288p. (Relatório para UNESCO da Comissão
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FREIRE, P. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1997. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. (Coleção Leitura). São Paulo: Paz e Terra, 1996. LÉVY, Pierre. Tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. ___ Cibercultura. São Paulo, Editora 34, 1999. MEISTER, J. C. Educação corporativa. São Paulo: Makron Books, 1999.
QUARTIERO, E. M. & CERNY, R. Z. Universidade Corporativa: uma nova face da
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ROBBINS, S. P. Administração: Mudanças e Perspectivas. 3ª tiragem. São Paulo:
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Universidade Correios. Disponível em: http://unicorreiosvirtual.correios.com.br/.
Acesso em 13 ago. 2014
Universidade Petrobrás. Carreiras. Disponível em:
http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/carreiras/. Acesso em 13 ago. 2014
PLANILHA DE AVALIAÇÃO DO ARTIGO:
ITEM CRITÉRIOS A SEREM AVALIADOS AVALIAÇÃO
NOTA ATRIBUÍDA
ESTRUTURA O texto apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão com as devidas referências (bibliográficas, periódicos de internet consultados), bem como o número de páginas obrigatório (entre mínimo e máximo). (1,0)
9
CLAREZA As ideias são apresentadas de forma clara, com coesão e coerência. (1,0) 9
INTRODUÇÃO O texto aponta os objetivos, o problema e as justificativas do trabalho (1,0) 9
PROBLEMA DE PESQUISA O problema de pesquisa é relevante e o estudo apresenta uma solução de forma clara contribuindo aos estudos da área.(1,0)
9
DESENVOLVIMENTO
O estudo apresenta um desenvolvimento adequado com a proposta de pesquisa. Sua fundamentação teórica é importante e responde teoricamente aos pressupostos da pesquisa, contemplando os principais autores da área (1,0)
10
EMBASAMENTO DE CONTEÚDO
A argumentação é sustentada por ideias, seguindo uma linha de raciocínio lógico-argumentativo correto que pode ampliar os conceitos. (1,0)
9
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresenta uma retrospectiva dos principais elementos da pesquisa, desde a problematização (apresentação do problema) até a escolha dos procedimentos metodológicos. (1,0)
9
COERÊNCIA COM AS ORIENTAÇÕES
O trabalho atende às orientações do professor orientador. (1,0)
10
DOMÍNIO DA NORMA CULTA DA LÍNGUA ESCRITA
Verificação de erros ortográficos ou gramaticais segundo a norma culta.(1,0 9
RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA
O texto apresenta exemplos, dados ou experiências pessoais, aproximando teoria e prática. (1,0)
9
92
Textos ou trechos não referenciados descontar 40 pontos
Para textos totalmente copiados, atribuir nota zero ao trabalho.
NOTA FINAL
PARECER FINAL: