the royal book

EDITORA

Ivan “RoyalSalute” Santana

2 PREVIEW

Sumário 11 Prefácio

12 Introdução

14 Capítulo 1 – Pré-Flop

1. Abrindo um pote ........................................................15

1.1 Definindo um range ..........................................15

1.2 Definindo o tamanho da aposta ........................16

2. Jogar contra um open raiser em posição .....................18

2.1 Definindo um range de flat call .........................18

2.2 Definindo um range de 3-bet ............................19

2.3 Situações boas para 3-bet/cold call ..................19

3. Jogar contra open raiser fora de posição ....................21

4. Blind war ...................................................................24

5. Enfrentando uma 3-bet ..............................................24

5.1 Fora de posição ................................................24

5.2 Em posição .......................................................25

5.3 4-bet bluff em dois jogadores ...........................27

28 Capítulo 2 – Flop

1. Sendo agressor pré-flop .............................................29

1.1 Tamanho da aposta ...........................................29

1.2 Possíveis melhorias para a mão ........................31

1.3 Linhas alternativas/metagame/momentum ........32

1.4 Continuation bet contra os blinds .................... 33

3

Os sEgREdOs dO HIgH stakEs

1.5 Enfrentando uma donkbet .................................34

2. Não sendo o agressor pré-flop ....................................35

2.1 Dando donkbets ...............................................35

2.2 Enfrentando uma continuation bet ....................36

2.3 Enfrentando um oponente que não deu c-bet ....39

3. Multiway pots ............................................................41

3.1 Posição relativa e jogando mãos fortes .............41

3.2 Fazendo moves ................................................ 43

4. Jogando draws ...........................................................46

5. Enfrentando raises/3-bets .........................................47

6. 3-bet pots ................................................................. 50

6.1 Continuation bets .............................................51

6.2 Check/raise .................................................... 53

6.3 3-bet pots em posição, não sendo o agressor ..... 55

6.4 3-bet pots fora de posição, não sendo agressor ...56

58 Capítulo 3 – Turn

1. Turn sendo agressor fora de posição ..........................59

2. Turn sendo agressor em posição ................................ 62

3. Turn com flop passivo ................................................ 64

3.1 Oponente agressor ........................................... 64

3.2 Você é o agressor ............................................ 64

4. Delayed semi-bluff .....................................................66

5. Delayed floats ............................................................67

6. Se d efendendo de delayed floats .............................. 68

7. Turn donkbets ........................................................... 69

8. Scare card bluff .........................................................71

4 PREVIEW

9. Double floats .............................................................72

10. 3-bet pots ................................................................74

76 Capítulo 4 – River

1. Definindo sua mão .....................................................77

2. 3rd barrel ................................................................. 80

3. A linha bet/check/bet .............................................. 83

4. River Check/raise ..................................................... 85

4.1. Check/raise por blefe ......................................86

4.2. Check/raise por valor ......................................89

5. Overbets ....................................................................90

5.1. Overbets por valor ............................................90

5.2 Overbets por blefe ............................................93

5.3 Enfrentando overbets ........................................94

6. Transformar mãos com valor em blefe .........................94

7. Scare card .................................................................96

100 Capítulo 5 – Extras

1. Jogar fora de posição (call nos blinds) ..................... 101

2. Balanceamento e exploitability ................................105

3. Perceived range e metagame ...................................106

4. Game selection ........................................................111

4.1.Seleção da mesa ............................................111

4.2 Seleção do stack ............................................112

114 Capítulo 6 – Oponente

1. Fazendo notes .........................................................115

1.1 Dicas gerais ...................................................115

5


1.2 Notes específicos ...........................................115

2. Análise de oponentes com HM .................................117

2.1. Introdução .....................................................117

2.2 Ranges pré-flop ..............................................118

2.3 Tendências no flop ..........................................121

2.4 Tendências no turn .........................................124

2.5 River play .......................................................126

130 Capítulo 7 – Psicologia

1. Níveis do seu jogo ....................................................131

2. Downswings, tilts e variância ...................................132

3. Quit .........................................................................135

4. Metas, estudos e outros aspectos ............................136

5. Tells online ..............................................................138

5.1 Tells ...............................................................138

5.2 Timing tells .....................................................138

5.3 Bet sizing tells ................................................138

5.4 Chat tells .......................................................139

6. Procurando ação vs. evitando ação ..........................139

143 Conclusão

144 Glossário

147 Abreviações

6 PREVIEW

E ste livro contém conceitos, ideias e estratégias que aprendi e desenvolvi ao longo da minha carreira como jogador profissional de cash game, onde alcancei as mesas high stakes do poker online (NL1K-NL5K). Ele

contém conceitos e estratégias avançadas para ser vencedor em jogos difíceis, enfrentando frequentemente regulares (outros profissionais online) muito bons e poucos fishes nas mesas. Assim, não vou discutir o que são pot odds, implied odds, semiblefes ou o que é um squeeze play. Saber isso é um pré-requisito. Eu posso até citar algum conceito mais básico, mas me aprofundo nos conceitos avançados. Então, este livro não é voltado para iniciantes. Para aproveitá-lo ao máximo, você precisa já possuir um certo conhecimento e experiência no jogo.

Este livro é voltado para jogadores que pretendem dominar o cash game online, seja heads-up, 6-handed ou full ring. No geral, abordarei mãos 6-handed, mas os conceitos são aplicáveis em heads-up e full ring também. Muitos desses conceitos também podem ser aproveitados por jogadores de torneio, principalmente para aprimorar o jogo pós-flop.

Como você pode ver, já na introdução, a linguagem utilizada neste livro é bem casual, e usarei abreviaturas e termos em inglês que são utilizados por jogadores de cash game online em fóruns, chats e em livros e artigos internacionais. Quem já participou dessas discussões estará totalmente acostumado com os termos e a linguagem utilizada aqui. Para quem ainda não estiver acostumado, no final do livro tem um glossário com os termos e as abreviaturas utilizadas e também estarei à disposição para esclarecer qualquer dúvida sobre o assunto.

Sobre softwares e HUDs para cash game onlineHoje, a imensa maioria dos regulares de cash game utiliza um HUD (um display

para aparecer estatísticas de outros players enquanto jogam) com um software que armazena as mãos já jogadas com esses jogadores.

Os três programas mais utilizados são o Poker Tracker, o Hold’em Manager e o Poker Office.

Muitos me perguntam da necessidade de usar softwares de estatística para jogar cash game online. Minha resposta é a seguinte: Se você está jogando muitas mesas ou em limites onde tem muitos jogadores (no geral abaixo de NL1K), os softwares são fundamentais. Isso porque as estatísticas ajudam dando algumas leituras básicas dos oponentes, como, por exemplo, se ele joga muito passivo e qual a porcentagem de

Introdução

7


mãos que costuma jogar pré-flop. São coisas que às vezes ficam difíceis de perceber quando se está grindando em oito mesas ao mesmo tempo, ou de lembrar para um jogador de NL100, já que em alguns sites enfrentamos centenas de jogadores diferentes, em cada mês, nesses limites.

Jogando high stakes e poucas mesas, os softwares podem ser úteis, mas não essen-ciais. O mais importante nesse caso é estar focado nas mesas, fazer anotações e pres-tar atenção em como cada oponente está jogando a sessão no momento. Resumindo, eu aconselho os jogadores de cash game a usar estatísticas, mas, para entender os conceitos deste livro, não é obrigatório.

Durante a leitura, algumas vezes vou usar abreviaturas do tipo 25/18, 15/12, 50/1 para definir um jogador. Esses dois números indicam o VPIP (voluntary put money in pot %) e o PFR (pré-flop raise %) do adversário, que significa a porcentagem de mãos em que o oponente voluntariamente colocou dinheiro pré-flop para jogar, e qual a porcentagem de mãos que ele jogou de forma agressiva. Então, é óbvio que o PFR nunca será maior que o VPIP. Essas duas estatísticas dão uma boa ideia do estilo do oponente pré-flop e são as duas estatísticas mais básicas e principais quando for analisar um oponente. Um jogador loose bom pode ser 28/22; um oponente tight, 20/16; um nit (jogador muito tight), 16/14; e um fish calling station, 50/4.

Nos exemplos, quando não coloco nenhuma leitura específica do adversário, considere este um jogador “padrão” dos limites altos dos jogos de hoje, como um jogador 24/20, que sabe roubar muitas mãos no button e mantém uma agressivi-dade balanceada. Quase todos os exemplos vão ser sobre Texas Hold’em No Limit (NL)1K, em que boa parte das mãos ocorreram e algumas foram editadas para tornar-se exemplos teóricos.

PRé-FlOPCapítulo 1

9


4. Blind warContra um jogador desconhecido, abra muitas mãos no small blind. Enquanto você

não sofrer resistência e não conhecer o estilo do adversário, martele ele. Quando ele começar a se ajustar, você começa a adotar uma estratégia mais tight.

Contra regulares bons, jogue bem tight no small blind. Um dos erros mais comuns é os players jogarem mais loose no SB, quando a mão vem em fold, do que no dealer. No small, respeite os jogadores bons que costumam dar muito raise/call... contra eles, jogue tight, jogando 15-20% das mãos, mesmo. Abra o range contra jogadores mais fracos – que pagam e desistem no flop e que não dão muitos raises. E contra nits que foldam muito, dê sempre raise. No final, se você tem um range balanceado, vai ter cerca de 25-35% de raise no small contra o big (dependendo do limite, também).

Estando no big blind, faça da vida do small um inferno. Dê muito call, e muita 3-bet (veja bem, antes, se ele abre muito do SB ou não).

Saber como o oponente joga o SB vs. o BB é essencial. O Hold’em Manager pode ajudar isso mostrando a porcentagem de steal no small. Se o oponente dá raise em mais de 40% das mãos, ele está com um range muito fraco e você deve dar mais 3-bet (e shove contra oponentes que dão muita 4-bet) e call também.

O importante aqui é saber que quando você aumenta seu range de blefe, é bom aumentar também o de valor. Por exemplo, você pode até ir de 3-bet/shove com qualquer par contra esses jogadores que dão muito raise/4-bet, e aumentar também um pouco a porcentagem de 3-bet por blefe.

Mãos que jogam bem dando cold call contra um jogador muito loose no SB são connectors no geral. Já 98, 76, T8, QT, Q9 – independente se são suited ou não – são mãos boas porque em muitos flops você terá uma situação boa para float ou raise, seja porque acertou um par, um gut shot ou um outro draw.

Mãos que são boas para dar 3-bet por blefe são KXs (K9,K2), QXs (Q9-Q2) e outros lixos que, eventualmente, possam flopar algo, mas, no geral, você vai errar o flop se der apenas call. KX e QX também têm um blocker que já ajuda um pouco a tomar menos 4-bets. Com AXo, acho tanto o call quanto a 3-bet uma opção boa.

Por fim, cuidado para não se empolgar e fazer muitos moves em blind war, princi-palmente contra os jogadores mais tight. Isso porque os regulares simplesmente dão muito pouco crédito para mãos que são SB x BB, então não espere que eles foldem top pair, e espere mais hero calls, também.

Capítulo 2FlOP

11


5. Enfrentando raises/3-betsJogadores bons e agressivos vão dar raises com uma frequência alta nas suas con-

tinuation bets, pois sabem que, na maioria das vezes, você não terá uma mão forte.Normalmente, um oponente que aposta alto tem draw, e apostas fracas são mãos

fortes ou blefes baratos.Exemplo:

Esse raise alto é quase sempre draw – alguns regulares de high stakes eventualmen-te entram no level war de dar raise alto por valor para tentar representar um draw, mas no geral um raise alto representa mesmo um draw.

Como temos uma mão com valor, que depende de proteção (por causa do board), temos algumas opções: se o oponente tende a dar check behind no turn com draws, e não 2nd barrel, a pior opção é dar call no flop e check turn. No geral, com 100BBs, prefiro ir de all in no flop (um AQ seria tranquilo ir de all in, pois o A bloqueia 3 outs de um possível AXs), principalmente se for um oponente que não é muito tricky para dar slowplays com AA/KK ou dar raise alto com mão forte, tentando representar algum draw. Outra opção, nesse caso, é dar call no flop e sair apostando os turns seguros (non-spades e sem o A – o 9 não é um turn muito bom, mas dá para apostar nele). Alguns regulares ainda vão de all in com draw no turn, quando enfrentam essa linha, principalmente se for um combodraw ou AsXs.

Contra um oponente mais agressivo, que dará outros barrels, e com uma mão que não precisa de tanta proteção (AQ/KQ em board Q84, ou Q72ss), você pode ir de check/call nas outras streets. Interessante notar que, no board Q72ss, se o raise não foi muito alto, você pode até diminuir a chance de flush e pagar um river que complete o flush, caso o oponente blefe muito, mas é bom ter um read de que ele não dá raises baixos com flush draw. Melhor ainda, nessa situação, seria ter AsQ, porque mesmo que não bata duas cartas de flush e só uma, tendo o As diminui muito a chance de o oponente ter um flush no range, aumentando a chance de air/blefe.

tuRnCapítulo 3

13


4. Delayed semi-bluffO delayed semi-bluff ocorre quando um jogador opta por não dar raise em uma

aposta no flop, deixando para fazer isso no turn. Usualmente, os jogadores aplicam o semiblefe no flop, pois nele um semiblefe

tem maior equidade quando o oponente resolve pagar. Um flush draw, por exemplo, geralmente tem 35% de equidade no flop, enquanto que no turn tem 19%.

Em algumas situações, é preferível dar apenas o call no flop e aplicar o semiblefe no turn. Os dois principais fatores nos quais você deve pensar quando for optar por fazer o semiblefe no turn é o stack size no flop e a agressividade do oponente.

O delayed semi-bluff é ideal quando um raise no flop te deixa em posição delica-da caso o oponente responda com um re-raise, mas te deixa em posição tranquila quando você dá o raise no turn (normalmente isso ocorre quando você não tem um stack bom para dar push no flop, mas o stack fica ideal para dar push em cima de uma aposta no turn). E também é ideal contra jogadores que dão muito 2nd barrel, já que a fold equity no turn é boa contra esses jogadores.

O exemplo a seguir mostra uma situação ideal para delayed semi-bluff. Na mão, o vilão dá bastante 3-bet fora de posição nos blinds (10%+), e costuma dar 2nd barrels em 3-bet pot com apostas pequenas/médias.

Essa situação é ótima, já que esperamos esse 2nd barrel dele nesse turn quase 100% das vezes. Ele já dá muito 2nd barrel e o K é uma carta boa para ele fazer isso. Portanto, nossa FE continua alta. Se ele tem AK/AA/KX ou até QQ/AJ e resolveu pagar o push, ainda temos quase 20% de chance de levar a mão.

O call no flop é bem melhor que o raise, pois dando raise ficamos em situação delicada e jogaremos por stack no flop em um pote que ainda não está tão grande, temos US$900 para trás e o pote começa com 210. E temos diversos planos para a mão; qualquer club, por exemplo, é bom para dar raise no turn com uma equidade ótima, temos oito outs para acertar o nuts no turn e ainda temos a opção de float caso ele abra de check no turn.

OPOnEntEsCapítulo 6

15


2. Análise de oponentes com HMNesta parte, vou comentar como fazer análise off-line dos regulares que você en-

frenta com maior frequência. Acho muito importante esse tipo de análise em limites altos, já que nesses limites não tem tantos regulares e você acaba enfrentando os mesmo jogadores muitas vezes. Em todo caso, essa seção também é útil para limites médios e baixos quando enfrentamos um mesmo regular quase todos os dias.

Aqui, vou explicar o que é importante analisar, como fazer a análise utilizando o Hold’em Manager e como explorar os regulares quando encontrar essas característi-cas. É possível também utilizar outros softwares para fazer a análise (o Poker Office e o Poker Tracker, por exemplo), já que têm funções similares às do Hold’em Manager.

Assim como os primeiros capítulos, dividi essa seção em pré-flop/flop/turn/river, colocando apenas uma introdução geral antes. Vou comentar algumas estatísticas úteis a serem usadas em cada street (e você pode ou não configurá-las no HUD para aparecer enquanto joga), e como fazer análises mais detalhas de oponentes específicos quando não estiver jogando.

2.1. IntroduçãoPrimeiro você vai procurar os jogadores que você mais enfrenta. Uma maneira de

fazer isso é ir à parte “VS Players” e ordenar por quantidade de vitórias ou derrotas (tanto faz, elas sempre vão ficar próximas).

Achados os jogadores, você começa a ver a database dos que você mais enfrenta. Eu acho útil fazer essa análise a cada 1-2 meses, pegando os 5-10 regulares que você mais enfrenta ou os regulares com os quais está tendo mais problemas quando está envolvido em uma mão com ele. Você perde uma ou duas horas fazendo essa análise, mas isso pode ser muito útil em futuras mãos....

2.3 Tendências no flopNo flop, temos várias tendências que podemos analisar nos regulares. Uma bem

importante é o que ele costuma fazer quando abre de check em vez de dar uma continuation bet, principalmente em 3-bet pots.

Quando um regular dá uma 3-bet e abrem de check, alguns têm tendência a desistir quase sempre enquanto outros estão preparando traps.

Aqui vou focar em mãos que estamos HU no flop, pois a dinâmica de multiway pots é diferente.

Filtros:

16 PREVIEWPrimeiro vou dar um exemplo de um jogador que desiste muito. O único check

call foi em um board em que claramente ele teria uma mão com valor; em todos os outros boards baixos, ele foi de check/fold:

O segundo jogador, pelo contrário, vai mais de check/call para o pot control ou check/raise, desistindo pouco:

Colocando face 3bet = false e did 3bet = false, podemos ver como ele se comporta em raised pots. Também é possível achar falhas de jogadores que partem muito para check/call apenas para pot control e desistem do pote depois.

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