the portuguese tribune, may 1st 2012

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Antonio Furtado e Deolinda Adão agraciados com Medalha da SE das Comunidades Mulheres dominaram a Conferência da Educação Lira Açoriana de Livinsgton 30 anos António Furtado e Deolida Adão foram agraciados com a Medalha de Mérito da Secretaria de Estado das Comu- nidades, nos graus prata e ouro, respectivamente. Pág 2,10,18 e 35 QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 1 a Quinzena de Maio de 2012 Ano XXXII - No. 1131 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Pág.19

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The Portuguese Tribune, May 1st 2012

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Page 1: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

Antonio Furtado eDeolinda Adãoagraciados com Medalha da SE das Comunidades

Mulheres dominaram a Conferência da Educação

Lira Açoriana de Livinsgton 30 anos

António Furtado e Deolida Adão foram agraciados com a Medalha de Mérito da Secretaria de Estado das Comu-nidades, nos graus prata e ouro, respectivamente.

Pág 2,10,18 e 35

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1a Quinzena de Maio de 2012Ano XXXII - No. 1131 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Pág.19

Page 2: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

Year XXXII, Number 1131, May 1st, 2012

2 1 de Maio de 2012SEGUNDA PÁGINA

EDITORIAL

O programa espacial dos Estados Unidos teve muitos inconvenien-tes no seu princípo, até que se descobriu a fórmula certa de se

ir ao espaço, com sucesso. Também aqui, dentro de portas, tivemos o Dia de Portu-gal, dia esse que nada dizia ao povo açoria-no, porque nunca tinha sido comemorado nos Açores. Essas primeiras tentativas an-daram de Pôncio para Pilatos, de Saturno para Júpiter, até que um grupo de pessoas da nossa comunidade se sentaram todos e decidiram aterrar no Kelley Park, em San José, onde o Dia de Portugal, das Comuni-dade e de Camões tem sido um sucesso sem precedentes.O mesmo se passa com a Conferência so-bre Educação e não só, da Luso-American Education Foundation. Há muitos ingre-dientes certos, mas falta o produto quími-co que catapulte para o espaço uma con-ferência que merece ser super atendida, pela nossa juventude e por muita gente da nossa comunidade que se interesse em sa-ber mais, em compreender melhor o mundo em que vivemos, em partilhar e ouvir de muita gente boa, novas ideias. Acabámos a 36ª Conferência, e há um amargo de boca muito grande. De muitos de nós e dos or-ganizadores.Temos que descobrir uma nova realidade para o sucesso destes encontros. Já não é bastante aqueles que a dirigem e que a sonham. É urgente trazerem mais sonha-dores, mais ideias, mais juventude, cortar amarras do passado, esquecer amizades do

costume e saltar para novos paradigmas que nos possam levar a outros níveis de participação. Espero que esteja a fazer-me comprender.Esqueçam tudo o que fizeram até hoje, o bom, o menos bom e outros. Comecem com um papel novo, com lápis novos, com gente nova. Virem o prego da realidade passada, que não deu os frutos esperados e tem sido injusto para quem tanto trabalha nestas coisas. Tentem encontrar a verdadeira isca para um peixe novo.Já escrevemos no passado àcerca da ingra-tidão daqueles que receberam bolsas de es-tudo através da LAEF. Este encontro é uma vez por ano, e não me venham dizer que 30 por cento daqueles jovens que beneficiaram do esforço de tanta gente, não possam com-parecer numa sala para ouvir colegas seus, professores, escritores, poetas, músicos, a falarem das novas realidades deste comple-xo mundo em que vivemos. Mal vai quem se esquece do passado, mal vai de quem se esquece das suas raízes, e quem se es-quece de quem os ajudou, mesmo que as bolsas de estudo não fossem tão grandes como seria desejável.Amen.

Como sempre nestas conferências há aspectos da mesma que, mui-tas das vezes, não foram friamen-te bem pensados. Este ano e no

ultimo dia da Conferência, o tema forte foi A Mulher Migrante, aproveitando-se para homenagear 4 mulheres da nossa comuni-dade. A teoria que vou tentar expor não tem

nada a haver com as homenageadas, que são Mulheres de muito valor.Se era a primeira vez que se homenagea-vam mulheres da California, seria muito justo, muito inteligente, muito nobre, mui-to bem pensado, recolher uma amostra da verdadeira California e não como se fez, de uma única região geográfica. Não fez sentido, não faz sentido e excusam de justicar-se porque não se pode justificar o injustificável. Foi erro crasso que atentou contra a inteligência da nossa comunidade e das nossas Mulheres, quando na mesma sala estavam mais duas Mulheres que têm sido líderes por tantos anos e que mereciam também terem sido reconhecidas. A injus-tiça passou mesmo em frente aos nossos olhos. Porque não homenagearam oito em vez de quatro, dando assim oportunidades a tantas outras mulheres que deveriam ter estado presentes em San José nesta primei-ra versão das homenagens?Até nisto é urgente uma sacudidela mental. Quem não conhece a California, investiga, fala com amigos, mas não produz resulta-dos sómente da sua cabeça.Como teria sido bonito as quatro homenage-adas poderem partilhar com outras quatro ou cinco a alegria do momento. Esta visão curta da nossa comunidade já não se pode aceitar em 2012, quer venha donde vier.O que é que dirão os filhos e netos de tan-tas outras mulheres, para não falar nas pró-prias, ao lerem as notícias da Conferência? Pensarão que esta Conferência era restric-tiva a uma unica região geográfica de um Estado que é 5 vezes maior que Portugal.

Foi triste, é triste.

É ou não verdade que o Consula-do de San Francisco não tem um UNICO, repito, UM UNICO ad-mirador nesta grande California?

É ou não verdade que o Consulado de San Francisco não tem condições para receber pessoas, nem condições de trabalho para os seus trabalhadores? É ou não verdade que o Consulado não tem parque para viaturas?Esta triste história do Consulado, recorda-me a primavera árabe - um ditador contra um País. Assim caíram Mubarack, Kadafi e qualquer dia irá cair Al-Assad. Também o Consulado em San Francisco terá os seus dias contados, porque se vai mudar um dia...Quando as coisas começam mal só podem acabar bem com uma revolução de mentali-dades. Que cabecinha maluca é que decidiu comprar um edificio na zona residencial mais cara de San Francisco? Que cabecinha maluca é que decidiu fazer o consulado nos baixos dessa casa?O Tribuna, muito recentemente, apresentou um estudo em detalhe de como o Consula-do poderia poupar milhões de dólares com a sua transferência para San José. Alguém a leu? Num País em bancarrota, deveriam ter agarrado com unhas e dentes esse estudo. E era grátis. jose avila

Da ingratidão à ausência

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3PATROCINADORES

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4 1 de Maio de 2012COLABORAÇÃO

O melhor queijo tipo São Jorge fabricado na California

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Açorianidade Global

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Embora a política tout court já não faça parte das minhas urgências psicológicas (este não

é o momento para descortinar o enigma da supracitada frase), não quero resistir à benigna tentação de comentar o facto de que as novas gerações insulares estão a celebrar as ‘pazes’ com o Atlân-tico: afinal, o mar continua a ser a estrada larga da libertação dos ilhéus... Por uma questão de temperamen-to, não costumo evitar a coexis-tência com a turbulência provoca-da pelo confronto das ideias, uma aventura quase sempre gratifican-te, sobretudo para quem gosta de aprender... Aliás nunca esqueci o que aprendi com o génio chama-do Gabriel Garcia Marquez, que sonhava colocar o ódio humano sobre um deserto gelado e espe-rar a chegada do sol escaldante. Considero-me herdeiro modesto do cintilante humanismo desta sua frase:“... aprendi que um ho-mem só tem o direito de olhar o outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se”. Falo apenas por mim: à maneira que as ambições vão fenecendo, os entusiasmos vão resistindo, embora colados à pele da ausên-cia... Vejamos: independentemente do grau individual de impetuo-sidade participativa na alvora-da democrática, fazemos parte da geração que aceitou o desa-fio proposto pelas sinuosidades jurídico-constitucionais que fi-zeram parte da consolidação da autonomia política dos Açores. Pela minha parte, até meados de 1976, andei mais (pre)ocupado na aprendizagem (e no reforço) dos alicerces constitucionais da jovem democracia portuguesa, do que inspirado pela urgência da autonomia regional. Naquele tempo, ainda não disponha de

“autonomia pensante” para me defender do vendaval multifloro soprado pelo improviso latini-zante da mentalidade lusíada... O Partido Comunista, pela sua tra-dição totalitária, foi porventura o primeiro a usar e a compreender a vantagem em “leninizar” até ao rubro a nossa virginal revolução! Creio que esse radicalismo con-tribuiu para a consequente in-viabialização duma perspectiva favorável à criação de um Estado Regional. Por outro lado, como se viu, o fervor “esquerdizante” da-queles militares mais vulneráveis à manipulação ideológica, veio oferecer um pretexto valioso para “reactivar” o apetite reaccionário dos patriotas portugueses “ofen-didos” pelo rumo e pelo ritmo da emotividade revolucionária. Considero oportuno lembrar que, nos Açores, houve muitos ilhéus de boa cepa que aderiram (ou foram aliciados) à missão de ‘recolocar’ a carruagem do gol-pe militar nos carris do projecto original: democratizar, desco-lonizar, desenvolver. (Não vale a pena revisitar a má memória daqueles que aceitaram o ma-fioso convite do “conservadoris-mo” internacional que pretendia “transaccionar” o arquipélago). O que interessa agora - creio eu - é salientar o facto que o MAPA tinha nas suas fileiras gente de inspiração ‘cristã-socialista’ – al-guns que, no passado, já tinham tentado “aliviar” a sua terra da tutela salazarena, mas que na al-tura (1975) não podiam ficar pa-rados e atoleimados a assistir ao trajecto imprevisível do ‘cortejo-de-ramos’ duma açorianidade as-sustada... É bem sabido que antes do ‘25 de Abril’ já existiam nas ilhas várias capelinhas “reaccionárias” ergui-das pela ANP (Acção Nacional Popular), integrada pela irman-dade lacaiada hostil à mudança.

A meu ver, não existia ‘frescura’ psico-política para separar o do-ente do anormal: imperava a ilu-são de que só as boas instituições (leia-se pide, legiões religiosas) produziam bons carácteres para garantir a civilidade ameaçada...

Ora, uma comunidade existe para o benefício dos seus membros, e não o reverso. Simpa-

tizo com o princípio de que vida comunitária deve ser explicada (dissecada) não por conceitos ro-mânticos em “circuito-fechado”, mas pela análise das causas que escapam ao imediatismo emo-cional do momento que passa. Sabemos que as autonomias aconteceram, porque o Estado português estava na altura (1976) muito fragilizado. A seguir, vie-ram os rituais da desfloração da verdade regional, cultivada pelo ‘motamaralismo’ seráfico (1976-1996); depois, veio o anti-ciclone sociológico da fresquidão do eretismo democrático ‘cesarista’ (não interessa agora menorizar a “engenharia-politica” prota-gonizada pelos que trouxeram o asfalto e o cimento para instalar o progresso no dorso do vulcanis-mo açórico)...A propósito, falta referir que foi pena não terem sido rasgadas estradas e construídas pontes no “crâneo” cívico da maioria dos ilhéus... Agora compete às futuras gerações reinventar a Autonomia e gerir a singularidade insular, sem o recurso às drogas ilícitas ou aos subsídios oficiais à lazei-ra. Enfim, b e m -a v e n t u -rado seja o repoiso devido ao esforço... E n t r e -tanto, os

açorianos continuam a fingir que podem resistir aos meigos empur-rões da globalização; as nossas ilhas oceânicas continuam mei-gamente cobiçadas por ambas as margens continentais. Sabido que a autonomia não foi inventada como mandamento divino (mas tão somente como ferramenta renovável que o tempo torna ob-soleta) a Diáspora açoriana de-veria começar a ensaiar algumas tácticas solidárias para fortalecer a ‘açorianidade global’, sobretu-do através do sector privado da economia. Será que Altruismo e Cooperativismo irão resistir aos desfios do futuro? ... Lembraria aquilo que muitos sa-bem, mas preferem esquecer: as vulnerabilidades geo-humanas do inventário insular não são de pendor meramente institucional ou territorial. Mas... afinal o que são?Seja-me outra vez permitido pen-sar em voz alta: as vulnerabilida-des mais salientes da sociedade açoriana são de cariz educacio-nal; a maioria das referências po-lítico-partidárias, empresariais, cívico-educacionais, apresentam-se minguadas de credibilidade institucional. Esperamos desta feita que o elei-torado açoriano deixe uma greta da ‘port’aberta’ para que o suces-so da Autonomia açoriana seja obra do pluralismo democráti-co. Contamos, sobretudo, com a benignidade política do jovem ‘cordeiro-de-Deus’ para ajudar a credibilizar aquilo que vimos sugerindo, desde 1978: os limites

politicos da Autonomia serão os consentidos pela maturidade de-mocrática do eleitorado açoria-no...Durante o período revolucioná-rio (1974-76), nos episódios de ressaca verbal do militantismo emocional, era corriqueiro ouvir o seguinte comentário: “eh pá! em política, não há juras de amor ou de ódio”! Pois é: está na hora de lembrar que o ideal seria esta-belecer “arcos-de-ponte” entre os membros da “minoria” pensante da diaspora açoriana – ou seja: açorianidade global. Já temos idade cívica para saber que, em democracia, a cidadania só é vilipendiada quando uma comunidade se deixa alienar pela atonia do presente, ignorando o diagnóstico das vulnerabilidades adquiridas pelo delírio do cha-mado ‘desenvolvimentismo’ des-cuidadamente consentido...

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5COLABORAÇÃO

Recordando

Fragmentos de uma vida é o título evocativo do livro de poesias que Maria de Lourdes Dias, faialense radicada no Canadá, publicou em

fevereiro de 2003. Ao longo duma centena de páginas somos inteiramente cativados na leitura de poemas fascinantes, descre-vendo o itinerário emocional percorrido pela autora, desde o momento que deixou atrás a sua mui amada ilha azul e seguiu caminho p’rà longínqua terra de emigra-ção.Foi em março de 1969 que Maria de Lour-des partiu p’ró Canadá, levando consigo a esperança de rever, um dia, o local que lhe servira de berço acolhedor, e que agora à distância, em terra estranha, fazia-lhe bor-bulhar na alma um rol de saudades bem sentidas:“Faial, cantinho querido onde eu nasci! Aqui bem longe eu revivo a minha infân-cia. Revivo quando corria livremente nos teus campos. Quando ouvia murmúrios das águas ribeirinhas. Quando olhava em redor, deslumbrava-me o azul do mar e das hortênsias, o verde das faias e das pasta-gens. Tenho saudades das casinhas bran-cas, do doce repicar dos sinos, das calmas tardes de Verão, do teu céu estrelado nas noites claras, das praias de areia preta, do meigo chilrear dos pássaros, e dos amigos com quem cresci”.Maria de Lourdes reviveu todo esse cená-rio de nostalgia, anos mais tarde, ao visitar a terra natal:

Quando volto à minha terraVejo a casa onde nasci,

Nela habitam meus sonhosQue deixei quando parti.

As pedras da minha calçadaSão as mesmas por onde andei,E ainda me vejo a correrP’los campos onde brinquei.

Vejo as casas tão branquinhasE o mesmo sol a brilhar.Ao longe ainda ouço as vagasQue me faziam sonhar.

Depois, junto ao mar, Maria de Lourdes acenou o seu adeus com a promessa de voltar:

Pedras onde me sento,Onde meu corpo vem descansar,Pedras negras e vulcânicas,Em breve vou-vos deixar.Rochas pretas,

Como montes à beira-mar,Águas, vagas e espuma,Vou partir, mas hei-de cá voltar.Meus desgostos e tristezasEu deixo nestas águas do mar,Enchendo-me de novas forçasP’rà vida continuar.Águas cristalinas, salgadas,Como é triste ter de partir,Não mais ouvir teus murmúrios,Que me fazem a vida sorrir.

E num relance de carinho, Maria de Lour-des ainda teve alento p’ra balbuciar, em tom de prece, este desabafo inundando-lhe a alma:Ficai assim sempre juntinhos,Mar e rocha, rocha e mar,Pois é no teu rochedo negroQue o mar se vem espairecer.

Mar, ó mar profundo!Hoje de ti me quero despedir,Venho dizer-te adeus,Pois em breve vou partir.

Novamente terras canadianas, Maria de Lourdes continuou recordando as terras açorianas. As impressões que trouxe en-cadeadas na fantasia, reverteram sempre em cânticos forjados nos cadinhos do co-ração: “Ilhas de Sol, de mar e de flores / Ilhas de belezas sem fim / Verdadeiros tesouros semeados no Atlântico / Que brotaram como as flores dum jardim”.Salpicos do mar refrescam, de onde em onde, a poesia de Maria de Lourdes:

Não há mar como o teu,Ó mar das ilhas.

És tu que as rodeias.Que as proteges,Que as acaricias.

Eras tu que me sussuravas,Melodias de adormecer,Quantas histórias eu inventava,Quando criança, à noitinha,Eu te ouvia ao longe.

Evidentemente que os poemas de Maria de Lourdes, alguns deles redigidos em fran-cês, não se concentram unicamente nas parcelas açóricas, pois englobam temas diversificados e de encantadora intimida-de. Assim se justifica o título “Fragmen-tos de uma vida”, que a autora atribuiu ao seu livro de poesias repletas de inspiração e cuja leitura, como acima deixei dito, prende-nos a atenção sem rodeios ou de-vaneios.No entanto, inclinei-me em apontar, ain-da que ligeiramente, imagens associadas com as ilhas, encravadas e p’ra sempre acrisoladas no baú de memórias de todos nós que, um dia, tal qual como a Maria de Lourdes, partimos p’ra terras estranhas, longe e a perder de vista das nossas ilhas de origem.Como amostra a demonstrar o sofrimento que a saudade causa, a poetisa emigrante recorreu a um papagaio de papel gritando: “Leva-me nas asas do vento / E não voltes mais p’ra trás / Deixa-me so-bre a minha ilha / E feliz serei, tu verás”.

Servindo de fecho ao apontamento desta semana, resta-me apresentar os seguintes versos:

Ai minha terra, minha ilha,Como em ti me sinto feliz,Pois, se me dessem a escolher,Serias a terra eleita,Onde eu voltaria a nascer!

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

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Fragmentos

Page 6: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

6 1 de Maio de 2012COLABORAÇÃO

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Adoro abril. Faz-me sorrir. Traz-me coisas boas. A paz, a pás-coa e a primavera primam pelo positivo. Junto as três ao bom

tempo que se começa a fazer sentir e vejo que a frase me cai muitíssimo bem. A paz preciosa da manhã de páscoa no despertar da primavera inspira-me.Apetecia-me escrever um livro.Aproximam-se as sete da manhã. O café fumega-me na chávena. Tenho lápis e pa-pel à mão. Tomo nota. É a árvore mais bo-nita que tenho no meu quintal. Ainda não completou dez anos de idade o meu robus-to damasqueiro. Espreito-o pelo vidro da janela. Deleita-me ver a sua folhagem vi-çosa a desafiar-me as ideias. Quando pos-so, vou lá fora e namoro os frutos a cres-cerem. Sei que em maio amarelecem. Em junho, tornam-se doces. E em julho ainda sabem melhor.Gostaria de saber, no entanto, como é que, sem tampouco ter atingido a força da sua juventude, esta linda árvore já exibe tan-ta maturidade. O seu comportamento, ao longo do ano, é simplesmente impecável. Mas, daqui para a frente, ainda dá mais gosto vê-la. A sua generosidade não tem limites. Como-lhe a fruta há alguns anos e a única coisa que me pede em troca é que lhe recolha as folhas caídas em fins de ou-tubro e, depois, lhe pode discretamente os galhos lá para meados de janeiro. Não cus-ta nada. Mês a mês, havemos de lá chegar. Agora quero desfrutar abril.Depois da chuva tardia que nos visitou oportunamente a compensar-nos alguma secura do inverno, nada como um olhinho de sol a brindar-nos em céu azul com ma-nhãs apetecíveis e tardes tranquilizantes. A primavera tem estas vantagens. Amor-na-nos as temperaturas e convida-nos a arregaçar as mangas. Apetece mesmo ir

ao quintal.Ao lado do damasqueiro, com metade da altura e menos de metade do tamanho, o limoeiro nunca deixa de me impressionar. O seu dinamismo é diferente. Prolonga-se frutífero pelo ano inteiro. Com menos três anos de idade, carrega limões que dá gosto ver. Uma vez mais, fico espantado a olhar para a atitude madura e consistente desta generosa árvore anã que me oferece o sa-bor indispensável do limão em muito da-quilo que como. Apraz-me acolher lá atrás estes dois sabores opostos a conviverem lado a lado. Há quem deteste o amargo dos limões. Francamente, não percebo. Custa-me ainda mais a perceber, no en-tanto, o comportamento imaturo da malta que me desilude. Compará-lo ao arvoredo que me inspira, sei que não é justo. Mas intriga-me.Nós temos um cérebro. Podemos progra-má-lo, geri-lo e comandá-lo até certo pon-to, de forma que não nos desaponte. É-nos dado tempo mais do que suficiente para nutri-lo e apetrechá-lo com o melhor que a natureza humana dispõe. O pior são as escolhas. Cada um e cada uma faz as suas. Depois, é só uma questão de enfrentar as consequências e não fugir com o cu à se-ringa das responsabilidades. Não é fácil. Muita boa gente teme a picada e faz um papel triste. Entristece-me constatar que as árvores, sem qualquer benefício da in-teligência, consigam fazer melhor.Aceito que nem todas elas sejam bem com-portadas como as minhas. Como tambem não tenho qualquer problema em admitir que não há amigos como os meus.Apeteceu-me escrever um livro.É uma experiência gratificante. Apraz-me ter os meus amigos agora a lê-lo. Daqueles que me ajudaram a publicá-lo e dos que ativamente se empenham em divulgá-lo,

todos inexcidíveis na sua amabilidade, prefiro nao arriscar palavras. Sei que não diriam tudo. O melhor é mesmo ficar por aqui.Adoro abril. Tem sido bom para mim. Apetece estar cá fora. A brisa beija ao de leve as folhas do damasqueiro. Puxo a ca-deira para a sombra e expremo o limão na água do copo. Adiciono-lhe duas pedras de gelo e uma folha de hortelã. Bebo um gole. Cai-me bem. Lambo os lábios. Esfre-go os olhos. Ajeito as lentes. Estico os pés. Preparo as mãos. Folheio as páginas. O livreco agrada-me. A ideia de partilhá-lo com uma vasta multidão de amigos agra-da-me ainda mais. Há vivências que nos

irmanam. Comungá-las por escrito dá-me um prazer imenso.O que me vale é que os prazeres de abril se estendem por maio adiante. Parecem quase gémeos estes dois meses de encanto primaveril com que a natureza nos aduba os quintais e adorna os jardins. Bafeja-nos esta sensação genuína de que a primavera nunca deveria acabar dentro de nós. Nem a páscoa se devia limitar a uma exclusiva manhã de aleluia que se esvai num simples lamiré. A paz – essa é que não a dispenso por nada durante o ano inteiro. Cai-me bem com o café.

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Luciano [email protected]

Page 7: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

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Page 8: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

8 1 de Maio de 2012

Quando se começa a vida numa ilha no meio do Oceano, numa area rural, onde o pouco

parece muito, onde a pequenez é do tamanho do mundo, uma casa humilde é o nosso palácio, uma boneca de trapos é o brinquedo mais lindo do universo, uma fatia de pão com açúcar tem sabores de sobremesa, uma canja de gali-nha é manjar de dia de festa, um vestido de chita é trajo de prince-sa, que mais precisa uma criança para ser feliz? É claro...quando essa criança sou eu na década dos quarenta... Depois a escola, as amigas, os li-vros emprestados, a ardósia e o la-pis de pedra, o papel almaço pago com o dinheiro da caixa escolar, a tabuada, que se não estivesse na ponta da língua logo se estendia a mão à palmatória e...não era abu-so, enfim quando tudo era o que era, sem perguntas, sem queixas, os dias desenrolam-se vagarosos no encantamento das pequenas coisas que vão colorindo a vida com lápis de cores que eram luxo nas nossas malas de pano.Os anos passaram-se, veio o li-

ceu, o magistério, o ensino, o casamento, os filhos, a emigra-ção. A miuda do vestido de chita ficou esquecida, mas finalmente confrontou-me, quando se viu num corpo já marcado pelos anos, duplicada noutra criança a tentar perceber e ser parte desta nova maneira de ser e estar na vida cha-mada internet. Aos poucos ela foi aprendendo as primeiras letras, rabiscando as primeiras ideias, folheando as primeiras páginas, mas sempre cheia de incertezas, como se estivesse sentada na ve-lha “carteira”da escola primária, mas desta vez os professores... eram os netos. Aos poucos come-çou a correspondência rápida que em vez de carta se chama “email”, até parecia milagre, em escassos minutos, uma resposta, sem enve-lope para abrir, selo para comprar ou extraviu dos correios. Depois veio o “hábito que enfraquece a sensação”e a miuda recolheu-se do seu encantamento. Já sem pen-sar, voltei ao dia a dia, de visitar a computadora ler e por a escrita em dia. Alem disso, a impagável possibilidade de pesquizar, des-cobrir e aprender. Quando pensei

que sabia tudo, dentro dos meus limites, vem o desafio duma nova experiência, o Face Book. Resisti por algum tempo, mas a insistên-cia com que me desafiavam foi superior às minhas incertezas e novamente a criança adormecida desperta curiosa e dá-me alento. Quase sem dar por isso, encon-trou-se no pátio do recreio da es-cola, rodeada de amigos e amigas. Os caminhos da freguesia torna-ram-se do tamanho do mundo, a cada passo um encontro, uma amiga que havia mudado de sítio, outra que estava na diáspora, não importava o lugar, mas podia vê-la, mandar e receber recados. Aos poucos foi-se retirando e deixou-me com os meus cabelos brancos, sentada nesta cadeira, no Silvera-do Trail, agora construindo novas amizades, alimentando as velhas ternuras, e bendizendo esta reali-dade confortante de estar perto de gente de quem se gosta. E Até à volta

COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena [email protected]

Desde sempre, em qualquer tertúlia, o assunto, come-ça e acaba com a

palavra “Mulher”... De modo sério, divertido, anedótico, amoroso, jocoso, crédulo, in-crédulo ou de qualquer outra situação, por mais pirosa ou graciosa que seja! Fácil ou difícil de ter ou conservar, impossível de passar sem... Onde fica? Onde procurar? – Deve ter sido por isso que foi criado um dia por ano, dedi-cado à Mulher... Já alguém criou um dia de-dicado ao Homem? – Nunca ouvi dizer que sim. E para quê? Eles têm os dias todos por sua conta!!!Bem, deixo-me de ironias. Mulher Migrante, é a que viaja de um país a outro, como sangue nas veias do Mundo e deixa marcas que nem a todos agradam, mas existem e incomodam.Que bom, que de vez en-quando alguém se lembre, de fazer realçar o papel da mulher no mundo! Solteira, casada, divorciada, amiga, amante... que tem lugar nos mais diversos desempenhos da vida, mais hoje do que ontem! À frente do homem, e não atràs, escondida, hu-milde, encolhida, com medo que ele lhe diga: “senta-te! Eu sou o que manda, eu sou o que constrói, o que traz o dinheiro e enche o armário de pão que mata a fome a ti e aos filhos que tiveste, por-que não te acautelaste”. Isto ainda acontece! É tempo de mudar! Há quanto tempo?Gostei do Congresso que se fez no PAC, da Arte e dos artistas, dos assuntos trazi-dos à mesa da conversa e das pessoas que em poucas pala-vras nos contaram um pouco das suas histórias de vida. Comunicar, é nem sempre, uma arte para todos! E neste congresso, a pintura de Hélia Sousa e Goretti Carvalho, a música e a voz de Júlia Bor-

ba, os poemas de Maria das Dores Beirão, falaram da mulher sempre em viagem! Histórias, que queremos ou-vir de outras mulheres desta Comunidade que ainda vi-vem encolhidas e aparente-mente sem graça para conta-rem das suas des(graças)! Mesmo quando a situação de Portugal não é a melhor e os Secretários e Deputados do Governo nos visitem uma vez que outra, com as suas histórias dentro e fora da política, sentimo-nos mais li-gadas a este conceito de que também somos capazes, por-que apesar de vivermos num país muito grande, onde até as oportunidades têm mais possibilidade de vencer... ainda trazemos o estigma do passado na alma da mulher amordaçada.Gostei, especialmente de ouvir, Maria João Ávila, deputada na Assembleia da República; Maria Manuela Aguiar, presidente da As-sociação Mulher Migrante; Cláudia Cardoso, Secretária Regional da Educação e For-mação, em histórias de luta e oportunidades que tomaram para enveredar na Política. À volta da criatividade e do incentivo, esteve Deolinda Adão, Professora na Uni-versidade de San Jose State e UC Berkeley, que como Mestra de Cerimónias, aten-ta a todos os detalhes, mos-trou a vontade de continuar este congresso, que ficou marcado no calendário do próximo ano 2013, no fim do mês de Março, na cidade de Turlock. Até lá, que nenhuma Mulher deixe de o ser, de forma clara e objectiva e sobretudo com muita dignidade!

Assine o Tribuna Portuguesa e fique a par do que se passa na nossa Comunidade

Mulher Migrante Uma criança feliz

Coisas da Vida

Maria das Dores Beirã[email protected]

Page 9: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

9 COLABORAÇÃO

Nem querer nem abu-sar. Era um dos ditados muito usa-dos, principalmente

quando se falava sobre assuntos religiosos. Embora não acredite nem concorde com muitas coisas, lembro-me, perfeitamente, das que se diziam e faziam no tempo da Quaresma. Recordo-me que antigamente (e digo antigamente porque já me considero que estou a entrar no rol dos velhos), que na quinta-feira Santa não se traba-lhava da parte da tarde, nem na sexta-feira Santa até ao meio dia.

Então vinham as histórias que o tio Francisco dos Anzóis estava a cortar madeira na quinta-feira Santa e cortara um pé com a foi-ce. O outro estava a sachar milho e o sacho havia-lhe ido às canelas e cortando-lhe bota e tudo. Ainda outro tio Manel qualquer estava a lavrar terra para semear milho e os bois deram-lhe sangue pela ca-beça e começaram a correr levan-do o arado pelo caminho abaixo e acabaram por cair numa grota e tiveram que ser mortos porque haviam partido as pernas. Outro tio “Antóino” qualquer estava a assar linguiça na sexta-feira San-ta e a linguiça explodiu.

São tantas histórias dessa natu-reza, que passavam de avós para pais e de pais para filhos que por mais que uma pessoa não acredi-te ou não queira fazer caso, ficam para sempre marcadas na nossa mente. Claro que algumas vezes havia cenas um tanto ou quanto cómicas, que alguns padres se esqueciam de contar com a inteli-gência dos seus paroquianos e foi o caso de uma senhora que ao ir comprar a bula para poder comer carne o padre lhe disse que as bu-las ainda não haviam chegado de Roma, mas que ela poderia pagar os 10 escudos e usava a bula que tinha em casa, do ano passado.

A mulher não era tanto instruída como o padre, mas não era ne-nhuma idiota, e respondeu logo a ele que se podia usar a bula do ano passado não precisava pagar os 10 escudos. Esse padre pode-ria muito bem ser um bom padre, bom católico, mas era realmente um fraco homem de negócio. Não só perdeu os 10 escudos, como perdeu um cliente para o resto da vida, pois que a senhora nunca mais comprou bula alguma.

A minha avó contava que os fo-lares tinham que ser amassados antes da hora que Jesus tinha sido preso, pois que se fossem depois, a massa não levedava. A minha sogra este ano amassou os fola-res toda contente e a massa não levedou. A minha mulher usou a mesma receita para fazer um pão qualquer e o fermento não leve-dou. E eu disse na brincadeira

que elas tinham amassado a mas-sa depois da hora de Cristo ter sido preso. A minha mulher que não acreditou na história que eu contei vai à loja, compra fermen-to novo e a massa levedou.

Lembra-me outra história que um dos tios de mi-nha mulher contava que um tal fulano ao passar

pela casa de um vizinho que era protestante lhe deu cheiro a um guisado de carne que ele estava a fazer foi para casa e comeu um pão de trigo inteiro ao cheiro da carne. O pobre do homem pensou que tinha pecado e foi-se confes-sar. O padre perguntou-lhe se ele tivesse carne se teria comido ao que ele respondeu que sim. Diz o padre: - Então, pecaste. Vai por 20 escudos na caixa das esmolas como penitência. O homem lá ficou todo chateado pois que 20 escudos era muito dinheiro. Le-vantou-se depois do padre lhe ter dado a absolvição, pegou nos 20 escudos e começa a passar sobre a ranhura da caixa das esmolas e lá ia dizendo: - Cheira que eu também cheirei, cheira que eu também cheirei. Arrumou o di-nheiro na algibeira e foi embora nas pazes de Deus.

Na semana passada, quinta-feira Santa, estava a cortar uma árvo-re no quintal e nunca pensei que era esse dia. Na manhã seguinte, quando ia para cortar o tronco e guardar para a lareira, o raio da serra pegou nuns galhos e qua-se que me veio às pernas. Nessa altura vieram-me à mente essas histórias todas dos acidentes no trabalho nas quintas e sextas-feiras Santas. Atirei a serra para o lado e pensei: - Não vá o diabo tecê-las. Nesse momento ao en-trar em casa o computador estava a chamar por mim. Era uma ami-ga desejar-me uma Feliz Páscoa. Quando lhe contei o que estava a fazer, ela respondeu-me:- Nem querer, nem abusar.

Nem querer nem abusar

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui [email protected]

Dois faialenses talvez heróis, talves loucos

A necessidade de uma pesqui-sa no âmbito da antropologia cultural fez-me (re)ler, recente-mente, o livro Breviário Aço-reano, de Gervásio Lima (1), e nele topei com duas histórias incríveis, ocorridas nos séculos XVII e XVIII, envolvendo dois faialenses absolutamente desco-nhecidos, e que, de forma muito sucinta, passo a relatar.O primeiro episódio teve como protagonista Diogo Pereira de Lacerda, que, aquando da ocu-pação filipina, tomou, em An-gra, parte no cerco do Castelo, tendo depois partido para Lis-boa para continuar a sua acção. Encarregado pelo governo, em-barcou este faialense na nau “Rosário” em demanda da Baía. Tudo aconteceu no dia 6 de Ju-nho de 1643 quando, na linha do horizonte, é avistado um navio de alto bordo que de imediato inicia uma perseguição feroz à nau portuguesa. Tratava-se de um corsário holandês. Os portu-gueses puseram-se em guarda: pólvora, balas, espadas, facas, machados, tudo foi trazido para o tombadilho. Seguiu-se tiroteio impiedoso e dura peleja, mas desigual, já que os holandeses levavam vantagem em número de homens e munições. A “Ro-sário” fora gravemente atingida, correndo perigo. Ocorreu então a Diogo Pereira de Lacerda uma ideia alucinante que logo foi posta em prática: o faialen-se desceu ao paiol, destampou as barricas e, numa delas, co-locou um rastilho a que largou fogo, subindo depois à coberta, impávido, com um sorriso enig-mático no rosto. Os holandeses

aproximam-se da “Rosário”, e, sem grande resistência, tomam de assalto a nau quando, de re-pente, uma pavorosa e tremenda explosão se fez sentir e o barco voou em estilhaços…Seguiu-se o silêncio e o pasmo. Diogo Pereira de Lacerda com a nau e como a nau, desapare-ceu... A segunda história dá conta de um outro faialense, de nome Francisco Correia Garcia. Com apenas 18 anos de idade, era já mestre de uma das embarca-ções que faziam a ligação Faial - Pico. Após ter cumprido ser-viço militar na ilha Terceira, in-gressou na Escola Naval de Lis-boa. Desconhece-se se concluiu ou não o curso. O que é certo é que, aos 28 anos de idade, era comandante do brigue “Maria Júlia” e, nesta condição, partici-pou nas lutas napoleónicas.No dia 4 de Novembro de 1779, navegava ele na rota das Anti-lhas quando o seu brigue, de pe-quenas dimensões e com pouco mais de trinta marinheiros, foi perseguido e atacado por um poderoso navio de guerra fran-cês, com mais de 400 homens a bordo.Iniciou-se uma luta medonha mas desigual. Os franceses fi-zeram a abordagem e houve luta corpo a corpo. Francisco Correia Garcia sabia que aquele era um combate perdido. Porém empunhou a espada e, perante o espanto de todos, lutou estoica-mente contra os franceses. Na refrega uma arma inimiga de-cepou-lhe a mão esquerda que ficou apenas presa por débil ten-dão… E foi então que, apesar de

muito ferido, o faialense, num assomo inaudito de coragem e valentia, arrancou de um golpe de espada a sua própria mão inerte e, numa atitude de mani-festo desprezo, atirou-a brutal-mente à cara do inimigo.Os franceses ficaram de tal ma-neira atónitos e chocados com este tresloucado acto de bravura que ordenaram tréguas: abando-naram, espavoridos, o “Marga-rida Júlia” e partiram, poupan-do, assim, as vidas de Francisco Correia e dos seus homens.Apesar da mão decepada, este herói desconhecido continua-ria ligado ao mar. Viveu alguns anos no Brasil, tendo sido nome-ado pelo Regente como segundo tenente da Armada, em atenção aos heróicos feitos. Como co-mandante da escuna “Duque de Glocester” combateu pela causa de D. Pedro IV. Acabou os seus dias na ilha do Faial, onde foi nomeado capitão do porto da Horta.Como considerar, caros leitores, estes dois faialenses? Loucos ou heróis?

Victor Rui Dores

(1) Tipografia Editora Andrade, Angra do Heroísmo, 1934

Page 10: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

10 1 de Maio de 2012COLABORAÇÃO

Numa comunidade como a nossa, tão dependente da ação voluntária, nin-

guém tem o direito de se retrair perante as suas obrigações coletivas

Vamberto Freitas in Jornal da Emigração

Há anos que tento refletir as nossas comunidades. Há anos que sigo, passo a passo, a vida comunitária, não como mero

e distanciado observador, mas também como ativista que acredita na evolução da nossa comunidade. Daí que volto ao ano de 2004, a uma crónica que escrevi, e dela retirar elementos para estes reflexos.

Quem porventura pretenda viajar pela Califórnia durante os meses de Maio a Outubro encontrará uma amalgama de festividades que celebram a nossa heran-ça cultural mais popular: as festividades do Divino Espírito Santo, que os açoria-nos souberam trazer das suas ilhas. São, como se sabe, mais de 150 festas em todo o estado, que englobam os festejos dos denominados Santos Populares: São João, Santo António e São Pedro, para além das festividades de Nossa Senhora, nas quais predominam as cidades de Gustine, Turlo-ck, Hilamr e Thronton. Com programas análogos, onde se desta-cam as tradicionais rainhas e os seus sé-quitos, a passagem pela igreja para a res-pectiva coroação, as “Grand Marchs” com os responsáveis pela festividade, as bandas de música, os carros alegóricos, e em algu-mas zonas, os bodos de leite, a cantoria ao desafio e a tourada, as “festas”, como são popularmente conhecidas—até mesmo nos meios da sociedade americana—são episódios marcantes das nossas vivências entre, mas em alguns casos já com: duas

culturas e duas línguas. Esta dualidade de portugueses salpicados com america-nismos, ou de luso-americanos respinga-dos com portuguesismos, está claramente patente nestes acontecimentos que juntam milhares de pessoas em franca confrater-nização.Mas estes são, essencialmente, eventos de cor e celebração popular. Embora ainda continue a acreditar que possamos enxer-tar pequenas doses da cultura erudita, i.e., feiras de livros, exposições, entre outras promoções, também creio que estes es-paços devem crescer pelos seus próprios pés e nunca com um ou outro elemento da cultura a sobrepor-se. As festividades populares das nossas comunidades são um incitamento importantíssimo para a divul-gação do nosso legado cultural. E acima de tudo, há que respeitar as suas particu-laridades e o dinamismo com que ainda conseguem aglomerar milhares de pesso-as nas nossas comunidades e o espaço que conseguem captar nas páginas dos jornais americanos no seio das suas localidades, particularmente nas pequenas e médias cidades.Daí que e antes de sairmos para a rua com o colorir e a alegria destas nossas festivi-dades, antes do começo de cada verão, é importantíssimo que tenhamos sítios onde reflitamos a nossa identidade cultural, em todos os seus múltiplos aspetos. Onde te-nhamos oportunidade para ouvirmos al-guns dos mais conhecidos estudiosos da língua e cultura portuguesas, alguns dos nossos escritores, poetas, músicos e com-positores em ambos os lados do atlântico. É imperativo que continuemos com acon-tecimentos como o Congresso da Luso-America Education Foundation. É que neste momento, e depois outros congres-sos e colóquios terem ficado para a histó-

ria, incluindo o simpósio Filamentos da Herança Atlântica que organizei em Tula-re durante 12 anos, o Congresso da LAEF é o fórum onde possamos fortalecer os in-tercâmbios, aprofundar o diálogo entre os criadores e os críticos do mundo lusófono, dentro e fora das fronteiras dos países que compõem o mundo de língua portuguesa e culturas lusófonas. É que apesar de algumas festividades po-pulares terem crescido, nomeadamente em algumas cidades do Vale de São Joaquim, os congressos, simpósios e colóquios têm decrescido, em número de eventos e de participantes. Mas há que regozijarmo-nos com o trabalho da Luso-American Education Foundation, dos seus diretores e das pessoas nas diversas comunidades que têm apoiado este congresso. A Luso-American Education Foundation promove, há quase 30 anos, um dos poucos eventos culturais das nossas comunidades na América do Norte. O trabalho desta or-ganização, e dos seus colaboradores mais próximos, em aviventar um espaço onde se possa apresentar, estudar e refletir, sem complexos e preconceitos, a nossa realida-de de povo partido e repartido pelo mun-do, tem sido edificativo. Com congressos mais marcantes do que outros, como é de se esperar , a LAEF criou uma tradição na nossa comunidade. É que todos os anos, entre meados de Março e meados de Abril, há um fim de semana, numa universida-de, num Community College, numa escola secundária, ou num centro comunitário, onde se ouve e com quem se reflete a nossa realidade de emigrantes e luso-descenden-tes, onde se debatem assuntos pertinentes à comunidade, ao seu passado e ao seu futuro, onde se aprende com convidados ligados ao universo da criatividade e do estudo, vindos de várias partes das comu-

nidades e do mundo de lín-gua portuguesa. Têm sido, na generalidade, momentos de aprendizagem e de ca-maradagem. Sai-se destes congressos mais ricos e com ímpeto para se trabalhar em prol dum amanhã que inter-ligue todas as nossas vivên-cias culturais não importa onde vivamos.Se é certo que por vezes la-mentamos a diminuta par-ticipação nestes espaços, não é menos importante rememorarmos que sem es-tes eventos ficaríamos uma comunidade muito mais fa-minta. É pois essencial que unamos esforços para con-tinuarmos a produzir acon-tecimentos como o Con-gresso da Luso-American Education Foundation. Não podemos deixar que estes eventos fiquem no rol do esquecimento. Há que tra-balhar para que estes burgos de estudo e de reflexão não só perdurem, mas, e porque não (penso que não é pura utopia, será?) floresçam. Poder-se-á dizer que é ex-tremamente mais fácil falar-se—e neste caso, escrever-se—do que fazer-se. Sem dúvida que continuar com estes acontecimentos, numa comunidade mais ameri-cana do que portuguesa, é um trabalho que requererá

uma imaginação monumental. Daí que o trabalho da Luso-American Education Foundation, tem que ser reconhecido, acompanhado, e alimentado para que não fiquemos sem estes espaços de intercâm-bio intelectual. Dentro das nossas comu-nidades temos hoje mais professores, em todos os níveis do ensino, e mais homens e mulheres com formação do que tínhamos há três décadas. Daí que seja imperativo estimulá-los a pertencerem e a organiza-rem eventos desta natureza. Há que labo-rar no sentido de não só perseverar estes fóruns culturais, mas também de os robus-tecer. E em Portugal, as entidades têm que consciencializar-se que a execução destes acontecimentos nas diversas unidades de ensino são, e continuarão a ser, por muitos anos, um dos melhores instrumentos de disseminar a língua e cultura portuguesas .Em género de desfecho, entendo que há uma palavra de gratidão para com a Luso-American Education Foundation, os seus diretores (atuais e antecessores) e colabo-radores, que ao longo de três décadas têm contribuído imenso para a concretização destes fóruns culturais onde se aprende, e se cultiva, a especificidade de ser-se aço-riano, português e lusófono dentro e fora das fronteiras dessas regiões e países de língua portuguesa. Há também que apelar à LAEF e tantas outras organizações, supostamente cultu-rais, que reflitam o mérito destes aconteci-mentos que podem não influir toneladas de gente, que não são geradores de grandes receitas económicas (pelo contrário), mas são absolutamente necessários para o cres-cimento de comunidades que não querem ficar estáticas, nem eternamente encrava-das entre dois mundos e duas línguas, mas querem, conglomerar elementos desses dois mundos, dessas duas línguas, criando a sua própria mitologia dentro do cosmos norte-americano . E que permanecem com fortes ligações culturais, intelectu-ais e afetivas à terra de onde vieram ou de onde vieram os seus antepassados. Concluo com as palavras que o saudoso Manuel Reis disse na abertura do déci-mo primeiro congresso em Oakland e que Vamberto Freitas registou numa das suas crónicas para o Diário de Notícias: “estes encontros continuam a ser extremamen-te importantes. Os nossos convidados de longe descobrirão sempre o interesse e o valor do nosso mundo. A nossa cultura será sempre uma presença cá, mas temos de lutar por isso.”

*escrita ao abrigo do novo acordo ortográ-fico

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

Há que reconhecer, há que agradecer e há que construir

Page 11: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

11COLABORAÇÃO

Que futuro?

Os peritos mais enten-didos nesta matéria olham o futuro popu-lacional do globo com

certa apreensão.Já em outros trabalhos no passa-do, fizemos referência a este fe-nómeno que se vai desenrolando a olhos vistos, e com as contínuas presentes secas em muitas regi-ões e excessos de chuva em ou-tras, achamos oportuno divulgar um recente trabalho apresentado no “Illinois Agricultural Com-munication Symposium”.Começa com uma sondagem a longo termo, por Johanna Nes-seth Tuttle, Vice Presidente para o planeamento estratégico para o “Center for Strategic and Interna-tional Studies” (CSIS). Johanna falou sobre alguns tópicos, fora e dentro da agricultura, e deixou sete linhas horizontais para vi-giar.

População: de acordo com a CSIS, o mundo terá 7.7 biliões de pessoas em 2020, 8.9 biliões em 2040 e 9.3 biliões em 2050, e claro que quanto maior for a população, mais empobrecidos e esticados ficarão os nossos re-cursos. Os números projectam também que 2050 representará o fim do crescimento e haverá um período equilibrado. Em 1950 as expectativas de vida de cada ci-dadão era de 46.6 anos, para 2050 será 76.3.O ano 2008 também representou uma radical mudança no globo; foi a data em que mais pessoas viveram em áreas urbanas de que no mundo rural - 51% contra 49% - espera-se que até 2050 continu-ará a tendência e será 70% urba-no e apenas 30% rural.

Recursos: Hoje produz-se 5.3 vezes mais alimentos, só com 1.3 vezes do impacto de que em 1910. Nós temos presentemente 925 milhões de seres humanos com fome, 65 % desses em sete Países em deselvolvimento. Há também uma enorme diferença na quantidade do uso da água por pessoa. Algumas comparações em litros por dia: Estados Unidos 575, India 135, China 68, e assim

por diante. O Planeta terá que apurar mais 30% de água potável em 2050.

Technologia: Uma das maiores mudanças vai ser a tecnologia. Sabe o prezado leitor, que um iPhone tem mais “technological firepower” de que tinha a inteira defesa aérea dos Estados Unidos em 1955?

Económicos: Hoje, grandes ne-gócios revolvem em volta da economia dos Estados Unidos, e além disso, com a recente re-cessão mundial e os contínuos problemas económicos da União Europeia, há cada vez mais medo do Elefante de 800 libras que é a China, mas Johanna relembrou à sua audiência, que a Ásia não está a nascer agora, mas sim regres-sando ao poder, explicando que a Ásia foi tipicamente num passado distante, um maior poder mun-dial do que aquele que tem sido nos ultimos 100 anos.

Informação, segurança e gover-nação: São as outras três linhas horizontais. A agricultura tem que manter-se atenta e acompanhar o progresso. Está em debate quais serão os mais progressivos, mas este provará ser um dos maiores desafios da Humanidade.

Temas de Agropecuária

Egídio Almeida

[email protected]

Page 12: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

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Page 13: The Portuguese Tribune, May 1st 2012

13 COMUNIDADE

MVPA (Most Valuable Portuguese-Americans) A associação estudantil SOPAS (Society of Portuguese-American Students) das três es-colas secundárias de Tulare, apresenta no domingo, 6 de Maio a partir das 15h00 (3 horas da tarde) o sétimo anual evento dedi-cado a distinguir membros da comunidade que se tenham di-ferenciado nos mais variados campos. Daí que neste ano de 2012, o evento terá lugar no auditório Tulare Community, adjacente à escola secundária Tulare Union, seguindo-se um beberete oferecido pela asso-ciação estudantil a todos os presentes. Toda a comunidade está cordialmente convidada a assistir a este evento em que são galardoadas pessoas que têm servido a língua e a cul-tura portuguesas nas mais va-riadas vertentes. A entrada é livre. Venham todos! Este ano vamos celebrar A mú-sica do Fado, como património mundial.Para além de vários alunos das três escolas secundárias, que serão homenageados, serão distinguidos os seguintes ele-mentos da nossa comunidade:

Professora do Ano —Marga-rida do Canto.

Organização do Ano --Luso-American Education Foun-dation

Negócio do Ano — Camara's Service Center

Leitaria do Ano — Brasil Dairies de Vi-salia

Luso-Americana Honorária do ano — Ellen Warren

Voluntários do Ano — Tom e Danielle Karr

Pessoa Inspiradora do Ano -- Sãozinha Ma-cedo

Artista do Ano - Chico Ávila

SOPAS Portuguese-American Hall of Fame — Miguel do Canto e Castro, (na foto) per-

sonalidade importante da rádio portuguesa no estado da Califórnia com 51 anos de ser-viço em prol da rádio em língua portuguesa neste estado. Também neste ano de 2011 será entregue o

segundo "Remembrance Award" homenagem póstuma a alguém da nossa comunidade que tenha contribuído para a mesma. O segundo "Remembrance Award" será em memória do Padre Ezequiel Pascoal.Venham todos celebrar connosco este acon-tecimento único numa associação juvenil. A entrada é grátis. Venha apoiar a nossa juven-tude, a nossa comunidade de amanhã e felici-tar todos quantos serão homenageados.

Frank Silva Santos and his wife Maria Isabel would like to thank the VA Hos-pital in Palo Alto, Ca, for his succes-sefull brain surgery performed by one of the best team of Neuro-Surgeons, in the World, presided by Professor Dr. Stephen Skirboll from Stanford Hospital and director of neuro-surgery in Palo Alto Hospital. Also to his assistant Dr. Therry Burns responsible for the VA Palo Alto Neuro-Surgery

Department. To all the other eigth members of professio-nals responsible in different fields that performed in this kind of surgery.Also to the SW Polytrau-ma at VA Palo Alto Health Care System directed by Dr Ted Scott, CRC/PRC Attending Physicion and Dr. Nikhrag Brar, Dr. Tiffani Sim(neuropsychology), Dawn Shotsberger(Occupational Therapy), Rhandi Naku (Physical Therapy) Stacey Warner (Speech & Lan-guage Phatology) Silvester Williams (Clinical Social Worker).All the Nurses and Staff of both facilities in the Main

Hospital and 7D-TBI Unit.To all Family and Friends, around the World,f or their support and chain of prayers.It was given another chance to live our lives together! Let's do it with LOVE, Passion and Dignity!God bless you all and thank you very much!

Frank and Isabel

I was born on No-vember 29, 2011. I weighted 6 lbs, 12 oz. My parents are Luis and Susan Pimentel of Galt. I have a big brother, Luis Manuel, Grandparents are Manuel and Maria Miranda of Escalon and Jose and Fran-cisca Pimentel of Elk Grove. This photo is from my baptism which was on March 3, 2012. Please enjoy seeing me. Thank You, Vasco José Miranda Pimentel

Hi, I am Vasco José Miranda Pimentel

Agradecimento

A história de uma empresa é um valioso património de identificação e de sustentação que importa acarinhar. Por esse motivo, foi com enorme prazer que o Banif inaugu-rou ontem a exposição Banco Michaelense – 100 Anos de Memória, comissariada por Margarida Teves Oliveira.A exposição vai estar patente ao público no átrio do edi-fício Banif, em Ponta Delgada, até 27 de Maio, todos os dias das 9h às 20h, e pretende devolver a quem a visi-te a memória deste Banco – que sempre acompanhou as dinâmicas sociais, políticas, económicas e culturais dos Açores, num percurso histórico profundamente ligado à Região e aos açorianos –, assim como homenagear cola-boradores, clientes, amigos e todos aqueles que, de uma forma ou de outra, tornaram possível a perenidade e o su-cesso desta Instituição.Fundado, em 1912, sob a designação de Banco Micha-elense, actualizou a sua denominação, em 1937, para Banco Micaelense, mantendo-a até 1979, data em que se

transformou em Banco Comercial dos Açores, EP, mais compatível com a dimensão entretanto alcançada. A gra-dual convergência de identificação com o Banif – Grupo Financeiro, do qual faz parte desde 1996, culminou com

a transformação, em 2008, em Banco Banif e Comercial dos Açores e, a partir de Janeiro de 2009, na total inte-gração no Banif SA, sem nunca esquecer, porém, a sua herança e as suas raízes.

Banif inaugura exposição Banco Michaelense 100 Anos de Memória

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14 1 de Maio de 2012 PATROCINADORES

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15 PATROCINADORES

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16 1 de Maio de 2012PATROCINADORES

Participar nas nossas festas tradicionais é um acto cultural

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17

WHEREAS, LaVerne Cabral has been a resident of San Leandro for 65 years, and with is wife, Maria, at his side has been an honorable, upstanding mem-ber of San Leandro community and a steadfast re-presentative of the Portuguese community in Cali-fornia, helping our community respect and member the roots of our city; andWHEREAS, LaVerne Cabral at the 7-Up bottling plant in Oakland for 30 years until his retirement, serving as a Shop Steward to help bring fair and safe working conditions to his coworkers; andWHEREAS, LaVerne and Maria Cabral have tire-lessly worked hand in hand to celebrate the Portu-guese community in San Leandro, helping Portu-guese immigrants achieve American citizenship, helping Portuguese businesses in San Leandro be successful, and much more to help preserve the Por-tuguese culture in our region; andWHEREAS, the San Leandro community is richer in its diversity and heritage thanks to LaVerne and Maria Cabral.NOW, THEREFORE, I, Stephen H. Cassidy, Mayor of the City of San Leandro, on behalf of the City Council, on the occasion of LaVerne Cabral's 90th birthday, do hereby proclaim April 23, 2012 as "LAVERNE CABRAL DAY" in San Leandro, wish him a very Happy Birthday and wish him and Maria good health and much happiness.IN WITNESS WHEREOF, I have hereunto set my my hand and caused the seal of the City of San Le-andro to be affixed this 21st day of April 2012.

Mayor of the City of San LeandroMaria e LaVerne Cabral

Stephen H. Cassidy, Mayor da Cidade de San Leandro, depois de ler a Proclamação acima descrita entrega-a ao aniversariante Diversos aspectos do jantar de festa dos 90 anos de LaVerne Cabral

Zélia Freitas e os 7 Colinas animaram a festa de aniversárioOs três maiores barmen da área de San Leandro

COMUNIDADE

LaVerne Cabral 90 anos de vida

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18 1 de Maio de 2012COMUNIDADE

Conferência sobre Educação da LAEF

José Luis da Silva e Manuel Bettencourt, co-responsáveis da Conferência da LAEF além de Deolinda Adão

Aspecto do Salão do Portuguese Athletic Club durante o almoço no ultimo dia da Conferencia sobre as Mu-lheres Migrantes

No Salão do PAC realizou-se no Domingo, dia 22 de Abril várias sessões do Congresso da Mu-lher Migrante, onde intervieram maioritária-mente mulheres. Aproveitou-se a ocasião para homenagear quatro Mulheres da California: Ma-ria das Dores Beirão. Connie B. Goulart, Maria Helena Oliveira e Maria Fernanda Ricardo.Foi muito interessante o painel das Mulheres na Politica, com Manuela Aguiar a dar show da sua vasta experiência governamental. No fim, três jovens apresentaram projectos que estão a de-senvolver em tecnologia e ciências.

Uma conferência sem a presença da arte dos nossos artistas da diápora teria sempre menos valor

Estes jovens universitários também ajudaram na Conferência do DomingoBela-Ferreira-Gonçalves e José Luis da Silva anunciando os vencedores da rifa

No Sábado realizou-se o Banquete da Con-ferência, tendo sido mestre de cerimónias Manuel Bettencourt, co-chair da mesma.Falaram Maria de Fátima Borges da Fon-seca (Directora da Fundação Luso-Ame-rican FLAD); Fernanda Costa (Coordena-dora do Ensino da Língua Portuguesa nos EUA; Claudia Cardoso (Secretária Regio-nal da Educação e Formação dos Açores e José Cesário (Secretário de Estado das Comunidades).Nessa noite foram reconhecidas as seguin-tes professoras da Universidade Estadual de San José: Ruth Kifer, Dominique van Hoof, Virgina Tarver e Anne Fountain (por ordem na foto ao lado).Na nossa próxima edição falaremos da sessão da Sexta-feira no Museu Histórico Português de San José onde esteve exposto um Presépio Tradicional, de Roberto Me-deiros, da Lagoa, Ilha de São Miguel.

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19 COMUNIDADE

Realizou-se a 14 e 15 de Abril a Festa do 30º Aniversário da Filarmónica Lira Açoriana de Livingston, funda-da em 1982. Os festejos decorreram na Igreja e Salão de Nossa Senhora da Assunção em Turlock.No Sábado houve baile e no Domingo Missa celebrada pelo Pároco da Assunção, Manuel Sousa, tendo a Lira tocado antes da missa e no Ofertório. Depois da missa seguiu-se almoço para todos os presentes e concertos pela banda aniversariante e pelas convidadas de Escalon, Artesia e Tulare.

Manuel Eduardo Vieira, um dos fundadores da Lira Açoriana foi o mestre de cerimónias. A Lira tem ac-tualmente 55 músicos.

Aspecto parcial da bonita Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Turlock durante a missa de aniversário da Lira

A Direcção da Lira é constituída pelos seguintes elementos: Presi-dente, Joe e Mary Bertão, Secretário, Francisco Rebelo; Tesoureiro, Maria Mendonça, Marshall, John Mendonça, Guarda Externo, Roger Dinis; Guarda Interno, Domingos Correia além de 12 Directores, sen-do 5 directores musicais.

Aspecto do concerto musical pela banda aniversariante

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20 1 de Maio de 2012PATROCINADORES

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21 DESPORTO

LIGA ZON SAGRES Porto cada vez mais perto de ser Campeão

Barcelona e Real Madrid eliminados da Champions

Surpresa das surpresas. O Chelsea eliminou o Barcelona e o Bayern de Munique fez o mesmo ao Real Ma-drid.

Barcelon 2 Chelsea 2Real Madrid 2 Bayern 1

(em penáltis 1-3)

O Real Madrid foi eliminado da Liga dos Campeões mas, ainda as-sim, José Mourinho não se coibiu de elogiar a atitude dos seus jogadores e de...lançar mais uma farpa ao seu

estilo.«Isto é futebol. Os rapazes foram fantásticos, com uma mentalidade incrível. Jogámos contra uma gran-de equipa, que no último fim de se-mana esteve de férias enquanto nós jogámos o jogo mais importante do campeonato. Foi uma partida enor-me e no final nós estamos tristes e eles felizes. Há dois anos eu esta-va a festejar e quem chorava era o Bayern».Mourinho admitiu que a derrota lhe

doi: «Estou mais triste pelos joga-dores que por mim. Doi-me mas é altura de sermos fortes. O ano pas-sado ganhámos a Taça, troféu que não conquistávamos há muito. Ago-ra podemos ganhar o campeonato, conquista para a qual nos faltam seis pontos. Estou orgulhoso dos jogado-res. Não tenho nada a criticar, sinto-me orgulhoso de trabalhar com este grupo. O futebol é assim».

in abola.pt

LIGA ZON

J V E D P1FCPorto 27 20 6 1 662Benfica 27 19 5 3 623SC Braga 27 18 5 4 594Sporting 27 16 5 6 535Marítimo 27 14 6 7 486V. Guimarães 27 13 3 11 427Nacional 27 10 5 12 358Olhanense 27 7 11 9 329V. Setúbal 27 8 6 13 3010P. Ferreira 27 8 5 14 2911Gil Vicente 27 6 10 11 2812Rio Ave 27 7 5 15 2613Beira-Mar 27 7 5 15 2614Académica 27 5 8 14 2315Feirense 27 4 9 14 2116UD Leiria 27 5 4 18 19 Liga Orangina

J V E D P1Estoril 27 15 7 5 522Moreirense 27 14 5 8 473Desp. Aves 27 11 13 3 464Naval 27 10 10 7 405Leixões 27 11 7 9 406Oliveirense 27 9 8 10 357Penafiel 27 9 8 10 358Atlético 27 9 8 10 359Belenenses 27 8 10 9 3410Trofense 27 10 4 13 3411Arouca 27 7 12 8 3312Santa Clara 27 8 8 11 3213Portimonense 27 8 6 13 3014U. Madeira 27 7 9 11 3015Freamunde 27 6 11 10 2916Sp. Covilhã 27 7 8 12 29

II - Zona Norte J V E D P1Varzim 29 19 8 2 652Desp. Chaves 29 15 9 5 543AD Fafe 29 15 6 8 514Mirandela 29 13 10 6 495Tirsense 29 11 11 7 446Ribeirão 29 10 13 6 437Ribeira Brava 29 12 6 11 428Limianos 29 10 11 8 419Mac. Cavaleiros 29 10 9 10 3910Marítimo B 29 10 8 11 3811Famalicão 29 9 9 11 3612Vizela 29 8 11 10 3513Lousada 29 8 8 13 3214Camacha 29 7 10 12 3115Merelinense 29 3 6 20 1516AD Oliveirense29 1 7 21 10

II - Zona Sul J V E D P1Fátima 29 17 6 6 572Oriental 29 16 7 6 553Torreense 29 14 11 4 534Pinhalnovense 29 16 5 8 535Carregado 29 14 8 7 506Louletano 29 13 7 9 467Mafra 29 10 15 4 458Sertanense 29 11 10 8 439Est. Vendas Novas29 11 4 14 3710Juv. Évora 29 9 5 15 3211Tourizense 29 7 11 11 32121º Dezembro 29 7 10 12 3113At. Reguengos 29 5 11 13 2614Monsanto 29 5 11 13 2615Moura 29 6 6 17 2416Caldas 29 3 9 17 18

Série Açores (Apuramento de Campeão):

Lusitânia - Prainha, 1-0Santiago - Praiense, 1-2

O Sport Clube Lusitania sagrou-se CAMPEÃO

O Porto prepara as faixas

Com o Benfica a quatro pontos de distância, só faltam duas vitórias para que o Porto definitivamente se consa-gre uma vez mais Campeão de Portugal. O Benfica, que esteve com 5 pontos de avanço do Porto, não conseguiu, em jogos chaves segurar a vantagem. O Braga que tam-bém já esteve em primeito lugar não se aguentou neste

final de campeonato. O Sporting, que teve uma época muito abixo do seu valor, está a redimir-se disso com a excelente prestação na Liga Europa.Quando receberem este jornal, o Sporting pode estar eli-minado ou pode estar na final da Liga Europa.Votemos pela ultima hipótese.

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22 1 de Maio de 2012TAUROMAQUIA

Festival em Stevinson 14 de Abril de 2012

Cavaleiros - Joe Correia, Paulo Ferreira e Sário CabralForcados de Turlock, Aposento de Turlock e de MercedNovilhos de Antonio Cabral (1), Artur Cabral (2) e Ganadaria Ramo Grande, de João Duarte (3)

Corrida da Festa de Santo AntãoPraça de Stevinson, 23 de Abril de 2012

Cavaleiros - Paulo Ferreira e Sário CabralForcados de Turlock e de MercedToiros de Joe Souza (1), Açoriana (2) e Santo Antão de Germano Soares (3) - estreia da ganadaria.

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Donaldo Mota - um Ronaldo artista da forcadagem

Vou tirar o meu chapéu a todos os nossos forca-dos que neste prin-cipio da temporada têm sido massacra-dos por toiros sem qualidade.Por muita técnica e valor que possamos ter, há toiros que não querem ser pegados e isso misturado com o brio dos forcados, torna-se numa batalha que pode ser perigosa.Ser jovem implica muitas vezes irmos além do objecti-vo, na esperança de conquistarmos o mundo, mas o pe-rigo tem de ser manuseado com muito cuidado, muito em especial no principio da temporada quando ainda os grupos não estão bem afinados. Cuidado...

Durante vinte anos vi as corridas de toiros, sentadinho, quase empre no mesmo lugar, com bastante tecnologia à minha

volta, para que pudesse além de tirar fotos das corridas, tambem tirar notas do que se ia passando. Na passada Feira de Outubro de Thornton, decidi mudar de vida. Conti-nuarei a ir aos toiros, escrever sobre eles, mas não farei crítica detalhada do que se passou na arena.Já por duas vezes assisti a corridas andan-do à volta da praça, ouvindo comentários, dando opiniões àcerca de vários mitos existentes na nossa festa brava - o mito do primeiro toiro ser da ganadaria mais an-tiga. Só existe esta regra em concurso de ganadarias. Outro mito - o ferro de palmo ser o mais dificil. É precismente ao con-trário - o mais dificil é o mais comprido. Enfim, tenho visto os toiros de uma nova perspectiva, de uma nova maneira, que me tem dado muito gozo.Na primeira corrida, um Festival para aju-da do Stevinson Pentecost Association, tivemos um caso interessante - os toiros decidiram deixar a bravura e a nobreza

nos campos verdes da California. Quer os cavaleiros quer os forcados inquietaram-se para fazer o seu trabalho. Os forcados estiveram por cima de todos.Na primeira corrida formal e de uma festa que nos deve merecer todo o nosso carinho e reconhecimento - Santo Antão de Ste-vinson - tivemos dois toiros interessantes, tivemos toiros malandros, tivemos lides bonitas e novamente os forcados estiveram em dia sim, muito embora houvessem dois toiros que lhes deram muita pancadaria. No principio da temporada, tal como nas equipas de futebol, os artistas que estive-ram parados desde Outubro, precisam de tempo para se organizarem, por isso é na-tural que os triunfos sejam menores nestas primeiras corridas. Na forcadagem, nesta altura, brilham mais os forcados da cara do que o conjunto, o que é natural.Na ultima corrida vimos pegas bonitas, mas a mais vistosa, a mais completa em muitos aspectos foi a de Donaldo Mota que encheu o ar com a arte do seu bem pegar.E o que me aborreceu foi que ele nem deu duas voltas à praça, como bem me-recia.

É urgente compreender-se que as voltas à praça estão tão banalizadas - quer se toureie bem quer se toureie mal dá-se volta à praça. Isto não deve acontecer e os primeiros responsá-veis são os artistas que deveriam ensinar o povo a compreender que volta à praça quer dizer triunfo. Pode-se e deve-se reconhe-cer o trabalho dos artistas saindo estes ao médios para agradecer. Mas por favor não dêem voltas às praças sem triunfarem.

É contra a lei expor simbolos na-cionais, como a bandeira na-cional portuguesa e americana, em bandarilhas. Toda a gente

deveria saber isso e mesmo os que sabem muitas vezes se esquecem. Fica muito feio andar-se a brincar com toiros com as nossas bandeiras nacionais. Qualquer dia, uma autoridade americana pode actuar e as coisas a partir daí se complicarem. Seja-mos discretos e evitemos fazer coisas mal feitas. Não interessa se em Portugal se faz

isso. De Portugal só se deve copiar as coi-sas boas.Antes que me esqueça, convém dar as bo-as-vindas ao cavaleiro Joe Correia, a quem já chamei de Manuel numa outra edição.Será que podemos ver regressar às arenas o Eduardo Costa?Para acabar estas notas soltas fiquei con-tente em ver duas novas ganadarias nas nossas arenas, a do Ramo Grande, de João Duarte (São Brás, Terceira) a de Santo An-tão, de Germano Soares (São Jorge).Espero que as futuras corridas possam apresentar melhores toiros do que aqueles 10 que já vimos, tendo em consideração que houve dois na segunda corrida que se portaram bem.E já agora um pedido, que muitas vezes faço. Por favor não façam carteis com dois cavaleiros ou mesmo com dois matadores.É tão boring vê-los três vezes e mesmo os artistas detestam esse sistema. Aceitam-no para ganhar a vida.

Festival do dia 14 de Abril em favor do Stevinson Pentecost Association

Uma airosa e bonita maneira dos forcados entrarem na praça

A Praça de Toiros de Stevinson fez algumas melhorias na sua funcionalidade, como se pode ver neste espaço dedicado ao Director da Corrida e assessores Donaldo Mota na pega da noite, na primeira corrida formal da temporada

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23TAUROMAQUIA

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26 1 de Maio de 2012ARTES & LETRAS

A família Santos não é a minha família -- pelo menos creio que não. É uma família, a família de alguém, talvez a tua família.

Carlo Matos, A School For Fishermen

Nada haverá nada de mais sin-cero na reacção a um poema do que o primeiro impulso e “intuição” nossa após chegar-

mos à sua última página. Estamos aqui, diga-se sem qualquer demora, com alguns dos melhores poemas alguma vez escritos sobre o passado profundamente açoriano seguido da vivência no outro lado do mar e da vida – na visão do seu narrador ou nar-radores do fingimento, como neste caso. A School For Fishermen do açor-americano Carlo Matos torna-se uma viagem de ca-tarse por geografias vividas e imaginadas, uma narrativa a várias vozes, todas inter-relacionadas numa só “família”, que ten-tam esconjurar a ansiedade das sombras de um passado que nos persegue tanto em dias luminosos como sombrios, esses fan-tasmas que não nos deixam nunca em paz interior, a condição primordial e estado de alma procurados até ao infinito. A clareza da sua linguagem, em versos estrutura-dos ou livres, leva-nos linha a linha para lugares e cenários sempre inesperados, o “óbvio” quase tendo o mesmo poder que a ironia e o humor que formam e enfor-mam estes poemas: Conheci o filho de Al-berto Caeiro/um verdadeiro guardador de rebanhos./ Bebi a sua cerveja e consertei as suas paredes; ou, no outro lado da re-tórica poética, Praias não têm árvores./E se as têm, orlam as dunas de areia. Vai daí? Nada, apeteceu-lhe dizê-lo e disse-o. O centro está vazio e a vida fica nas mar-gens? A voz que inventa um filho do mais rural heterónimo pessoano não é nem poderia deixar de ser a mesma que mais tarde fala também de certos caprichos da Natureza -- juntam-se na sua capacidade de reinventar a própria ficção das suas vidas e dos espaços que ocupam, como que reafirmando que uma “verdade” não terá mais significado algum do que uma “imaginação” febril, tentando ambos, em

qualquer dos casos, perceber os mistérios do seu destino.

Agora, o inevitável parêntese. Carlo Ma-tos é filho de imigrantes açorianos mica-elenses, nascido em Fall River, mas hoje doutorado em literatura com uma tese a ser publicada em breve intitulada Ibsen’s Foreign Contagion, actualmente professor da City Colleges em Chicago, animador ainda de noites poéticas num café daquela mesma cidade, deliciosamente chamado Chicago Poetry Brothel, que suponho não necessitar de tradução nenhuma para os nossos leitores. Tem publicado em várias revistas, como Houston Literary Review, Radiant Turnstile e Mad Hatters Review. Perece estranho, mas a verdade é que mui-tos destes escritores e poetas só recente-mente se descobriram mutuamente como parte de uma já substancial comunidade literária luso-americana, conhecida mais por outros do que por nós, e que a cada dia nos revela um outro nome, quase todos assumindo, mesmo num mid-west que de portugueses pouco saberá, as suas raízes ancestrais. No mês de março vão reunir-se muitos deles num encontro especial deno-minado Kale Soup For The Soul/Sopa de Couve Para a Alma, no Chicago Cultural Center, e no qual estarão presentes, entre alguns outros, Oona Patrick, Lara Gular-te, Carlos Queirós e Millicent Borges Ac-cardi, já recenseada neste espaço. Matos faz questão de dizer que ainda tem um numeroso clã de sangue nesta ilha, que

ele visitava com certa frequência na sua infância. Muito mais tarde, disse-me num correio electrónico, levaria a sua esposa, que não é portuguesa, a Lisboa e a esta terra de seus pais e antepassados muito mais longínquos para que ela conhecesse a restante família. A última vez que veio cá foi em 2001, e falou-me das mudanças radicais que viu nuns Açores que ele ainda conheceu sem televisão, com um só tele-fone na “sua” freguesia dos Mosteiros, e o leite matinal entregue de porta em porta por carroça. Lamentou-se de que já nessa altura quase já não reconhecia nada, nem sequer as Furnas, com turistas a mais, ou

Ponta Delgada. Poupar-lhe-ei ao resto da história, até que ele regresse para rever tudo em pessoa, e abane uma vez mais a cabeça.A School For Fishermen, para além da nota do autor parcialmente reproduzida aqui em epígrafe, abre com a mais cómica tábua genealógica que alguma vez li em qualquer peça literária. Dividido em cin-co secções que se interligam pela temática da busca de um nicho de vida, cada um dos seus “narradores” fala do seu passa-do e presente, ora com ironia e humor, ora com saber clássico ou na maior confusão e perdidos ante o mistério que é sobrevi-ver no nosso tempo: “João Filipe Santos, St Michael, Azores” até a “The Girl Who Was Also a Jellyfish, Voice of Melinda, Unknown” (“cujo verdadeiro nome com-pleto é desconhecido…e não sabe nada de seu pai”), todos numa viagem íntima que vai desde a vida recordada num perdido e raramente lembrado recanto ilhéu a um Doutor cientista em busca de carreira na América dos nossos dias, a terra prome-tida em que estes personagens parecem já não acreditar. É claro que em volta de todos há quase sempre mar, mesmo num país-continente imenso de território só-lido sem cerco; só que a memória gené-tica de todos parece incapaz de esquecer outras origens e futuro sonhado, mesmo que do início da caminhada totalmente esquecidos pela passagem do tempo ou na ânsia da mera sobrevivência. Como na melhor poesia norte-americana, não há queixume nem sentimentalismo por parte de nenhum deles, mas sim a constatação dos desvios vividos e do destino, a exte-riorização do saber sem livro, o impulso instintivo de como continuar existindo ro-deado de seres tão estranhos e alienados como eles próprios. “…E a minha família já sentia a vergonha da minha existência sem rumo/porque a minha freguesia era tão pequena como eles próprios./Nunca pretendi, como ainda hoje não pretendo, humilhá-los ainda mais”. Não há condes-cendência, nem poderia haver, na melhor literatura luso-americana desta geração que, não tendo muitas referências nossas na língua inglesa, vira-se com insistência para Fernando Pessoa, a voz sem par em qualquer tradição literária da esquizofre-nia criativa do ser, das “multidões” que em nós habitam, como Walt Whitman, também pai poético de todos eles primeiro do que ninguém, anunciou alegremente, e pouco depois levaria o poeta do Martinho da Arcada a reivindicá-lo como anteces-sor angustiante.Cada verso de Carlo Matos surpreende-nos com o inesperado, dizendo simples-mente e sem aviso o contrário do que esperávamos, como quem já lê pensando que nada mais de novo nos espera. Isso é a literatura no seu melhor: o espelho que tudo distorce sem nunca “mentir” sobre a essência do que nele se reflecte. Cada um aqui – como nós todos, mesmo que in-conscientemente – está demasiadamente repartido para se perceber inteiro. O po-ema de abertura, “Stonemasonry/Traba-lho de Pedreiro”, é o intróito “açoriano”

A criatividade continua a florescer nas nossas comunidades da América do Nor-te. O nosso colaborador e amigo, o criti-co literário, Vamberto Freitas, tem acom-panhado, como ninguém, este processo. Daí que nos trás mais uma excelente recensão de mais um poeta luso-descen-dente. Leiam o excelente texto do Vam-berto e comprem o livro do Carlo Matos. Mais, o Vamberto está na fase final da preparação de mais uma livro que reúne alguns dos textos publicados nesta pági-na de artes e letras, e outros, publicados em revistas literárias. Trata-se de mais um contributo importante para o debate sobre as comunidades e os Açores, ou melhor, sobre os Açores dentro e fora do arquipélago. Aqui fica uma pequena mostra, com a excelente capa do Border Crossings e a promessa de quando sair voltarmos a falar com pormenor da nova obra de Vamberto Freitas.

abraçosdiniz Vamberto Freitas

A Poesia Açor-Americana De Uma Tal Família Santos

em todo o seu esplendoroso primitivismo sem inocência mas com erudição histórica nas certezas asfixiantes da pequenez, o seu aviso às gerações seguintes, esses já longe da terra escondida e tremida dos seus pri-mogénitos, os que terão de se orientar sem bússola em cidades-outras sem memória nem instruções da tradição ao mesmo tem-po de certezas reconfortantes e sufocan-tes. A sua liberdade na Terra Nova é o seu próprio aprisionamento. A sua lucidez é a sua insanidade, e insanos são alguns destes narradores. Desde Katherine Vaz e Frank X. Gaspar que esta convivência entre “vo-zes” do saber institucional ou livresco e da sabedoria sem letras não tinha expressão. Na literatura norte-americana não são as ideias ou opiniões de personagens que de-finem um país, ou sequer uma cultura. São os indivíduos que, cada um a seu modo e no eventual relato da sua aventura à procura do seu lugar, acabam por dar corpo a uma outra maneira de estar vivo – ou derrotado -- na vida. Esta narrativa poética encerra em si todas as angústias, todos os sonhos e desgostos inerentes ao que pensamos en-tender como sendo um novo mundo. Ame-ricanos e americanos – estes são os nossos, dando conta de si, lembrando o que não pode ser esquecido.A School For Fisherman/ Uma Escola Para Pescadores foi seguido por Counting Sheep Till Doomsday. O riso e o choro, sempre, de todos nós, de todas as famílias.

Carlo Matos, A School For Fishermen, Baltimore, BrickHouse Books, Inc., 2009.

Todas as traduções são da minha responsabilidade.

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

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27 COMUNIDADE

Excursão a Portugal 2012Fátima e Lisboa

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Featuring: Grupo Folclorico Tempos de Outrora (San Jose) & A Outra Banda (Santa Clara)

IDES of Alvarado StSan Leandro

PROGRAMA

6 de Maio a 11 de Maio de 2012Reza do Terço às 19:30 horas

Sábado, 12 de Maio de 2012

14:00 horas Abertura oficial da Festa com Missa no Salão, seguida com a Benção da Carne, Pão e Vinho16:00 horas Içar das Bandeiras e Troca de CoroasToque dos Hinos Português, Americano e do Divino Espírito Santo pela "Sociedade Filarmónica Recreio do Emigrante Português", de Newark.17:00 horas Actuação do Grupo Folclórico Alma Ri-batejana, de Fremont18:00 horas Concerto pela banda de música "Socieda-de Filarmónica Recreio do Emigrante Português"19:00 horas Jantar de caçoila, seguido de baile abri-lhantado por Laurénio Bettencourt

Jantar e baile - $10.00 por pessoa21:00 horas Apresentação das Rainhas e Aias

Domingo, 13 de Maio de 2012

9:30 horas Início da formação da Procissão10:00 horas Partida da Parada para a Igreja de St. Leander, acompanhada pela Banda da Sociedade Filar-mónica Recreio do Emigrante Português, de Newark11:00 horas Celebração da Santa Missa em Português12:00 horas Saída da Igreja e regresso ao Salão13:00 horas Sopas e Carne servidas a todos os presen-tes. Leilão e Concerto musical durante a tarde.

Os programas de Sábado e Domingo incluem Bazar, Rifa, Leilão, Serviço de Bar e Cozinha

PEDIDO ESPECIAL

Agradecemos reconhecido por qualquer ofertaque façam para o leilão de Domingo

707-338-5977

Fale connosco para compra e ven-da de Propriedades nos Açores, Heran-

ças, etc.

Tour PORTUGAL with Carlos Medeiros

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28 1 de Maio de 2012ENGLISH SECTION

Millis-Colwell Exchange Program for Early Career Scientists - 2012 Grant Recipients Announced

Filipa Godoy-Vitorino, a National Scien-ce Foundation Postdoctoral Fellow at the U.S. Department of Energy Joint Genome Institute, Walnut Creek, CA, was named as the 2012 Millis-Colwell U.S. Grant recipient by the American Society for Microbiology. Godoy-Vitorino’s current

research interests includes community profiling and metagenomics using NGS to characterize the microbiome of the Hoatzin, a folivorous bird, foregut and mine for enzymes that deconstruct plant biomass and thus are relevant to the deve-lopment of cellulosic biofuels. Godoy-Vi-

torino will travel to the Australian Centre for Ecogenomics at the University of Que-ensland in Brisbane Australia from July 6-12. Godoy-Vitorino and host Dr. Philip Hugenholtz will finalize the analytical approach of an ongoing single-cell geno-mics project which aims to understand the self-contained ecosystem of the Hoatzin ciliate (Holotrich) and compare it with ru-men ciliate data. Prior to her visit to the University of Queensland, Godoy-Vitori-no will attend the Australian Society for Microbiology’s Annual Scientific Mee-ting & Exhibition in Brisbane, Australia on July 1-4. While at the meeting she will present her abstract titled Revealing The Microbiome Associated with A Ciliate Protozoan Cell in the Crop of the Herbi-vorous South American Hoatzin. in American Society of Microbiology

NOTA do EDITOR: Filipa Godoy Vito-rino, é natural do Cartaxo e residente em Porto Rico há alguns anos.

Agradecemos ao nosso amigo José Duarte da Silveira, Cônsul de Portugal em Porto Rico, o envio de tão importante notícia.

Funded jointly by ASM and the Australian Society for Microbiology (ASM Australia), the Grant enables one member from each society to present an abstract at the annual General Meeting of the other society and to spend a week at nearby research laboratory.

California Chronicles

Ferreira Moreno

The Portuguese and the Spaniards both use the word flores for flowers. Flores is the name of

one of the nine Azores Islands. It is so called for its abundance of flowers, mostly hydrangeas, that find shelter in the island's deep ravines and border all its pastures and fields. The island's 55 square mile area is densely planted with greenery and drenched with many waterfalls.The word flores has been applied to various spots in California. The first site can be traced back to 1769, at the time of Gaspar de Portola's expedition. The land appeared mellow and also fra-grant. Quite frequently the explo-rers mentioned their encounters with flowers. For instance, Padre Junipero Serra wrote: "Flowers there are many, and beautiful as I have noted previously. Today on arriving at the camping place we have met the Queen of them all, which is the Rose of Castlle.

When I write this I have before me a branch of rose bush, with three roses opened, others in bud, and more than six unpetaled."It must be clarified that the type of rose referred here is not really the true Rose of Castile, a little wild pink rose later imported from Eu-rope. Actually, it is rather the Rosa Californica, which is sma11, pale-pink and sweet smelling, but good enough to remind the weary and home-sick explorers of their nati-ve Spain.Padre Juan Crespi, the expedition's chaplain, spoke of lush grapevines and countless Rose of Castile pa-tches among the vines, and wrote further: "For such a delightful dis-covery, and having reached here on the feast day of St. Praxedis, we christened it Los Rosales de Santa Praxedis." Ensign Miguel Costanso, the expediton's engine-er, added:"We gave the place the name of Canada de los Rosales, on account of the great number of rose bushes

we saw. Although the charming 1ittle Canada de los Rosales (glen of rose-bushes) has faded away, the shorter moniker Las Flores has remained to this day in San Diego County, Aubrey Drury (Ca-lifornia, An Intimate Guide, 1947) noted that "north of Oceanside, on the route between San Diego and Los Angeles, after crossing the San Luis Rey Bridse, at the mou-th of the river, the scenic coast is followed through Las Flores, whe-re the great Santa Margarita ranch reaches away in broad acres."In the vicinity of U.S. Marines Camp Pendleton stand Las Flores Adobe and Las Flores Site, near the mouth of Las Flores Creek. Originally, Las Flores was the name of a rancheria (Indian villa-ge), which later became an asis-tencia or outpost of San Luis ReyMission, which was founded in 1798. In fact, it was there that from 1823 to the late 1840's a tile-roofed chapel and hostel, built by Padre Antonio Peyri, served as an

extension of the Mission and pro-vided hospitality to travelers on El Camino Real.According to W. W. Robinson, (Land in California, 1979), "a few Indian pueblos had a feeble flowe-ring after the secularization of the missions in 1833. The ruins of the quadrangle of adobe buildings of the Pueblita de las Flores can still be seen in a plowed field on the north side of Las flares Creek near the coast highway in San Diego County.Originating in an estacion establi-shed by Mission San Luis Rey on El Camino Real, it was converted into an Indian pueblo, but year by year it disintegrated, and in 1843 the Indians consented to the trans-fer of Las Flores to Pio Pico and Andres Pico, owners of the ad-joining Rancho Santa Margarita. Although the pueblo was then oc-cupied by 32 Indian families, only a few of them still remained at Las Flores as late as 1873. It had long since been a part of Rancho Santa

Margarita y Las Flores."In closing, the primitive Canada de los Rosales (the valley of the rose gardens), located in the nar-ratives of the Spaniards at about 17 leagues from San Diego, and 2 leagues from Santa Margarita, will always be remembered as that nostalgic spot which brought tothe explorers sweet memories of their distant homeland, and elici-ted frequent expressions of delight from the padres.Today, however, instead of the soft fragrance of the Roses of Castile, we have to settle for the enchan-ting beauty and alluring charm of Las Flores, truly a tale of roses!

Editos's note: we are repeating this article because of technical problems in the last edition.

Las FloresA Tale of Roses

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Las FloresA Tale of Roses

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33FESTAS 2012

NOTA: um agradecimento muito especial à PFSA pela gentileza em nos fornecer esta lista das nossas festas e ao Furtado Imports por patrociná-las nestas páginas.

Foto

de

Jackson

Nichols

1 de Fevereiro de 2012

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36th Conference on Education at SJSU

This year’s conference on Por-tuguese-American education or-ganized by the Luso-American Education Foundation took place in San José with venues at San José State University’s Dr. Mar-tin Luther King Jr. Library and College of Engineering, the Por-tuguese Historical Museum and at the Portuguese Athletic Club. Entitled “Building Community through Education and Tech-nology,” the 36th edition of this conference kicked off with book presentations at the Dr. Mar-tin Luther King Jr. Library on Thursday, April 19. “Alfred Lew-

is and the American Dream - in the Azores” by Frank Sousa, pro-fessor at the University of Mas-sachusetts Dartmouth, Citizen of the World, a scientific biography of Abbé Correia da Serra au-thored by Ana Simões, Maria Paula Diogo, and Ana Carneiro and presented by Deolinda Adão, professor of Portuguese at SJSU, Cem Anos Sem Ti - Century Old Wish, written and presented by The Portuguese Tribune col-umnist Luciano Cardoso, and Darkening Stars - Memória das Estrelas sem Brilho, authored by José Leon Machado.On Friday, April 20, about 150

students from California high schools -- from San José to Tu-lare -- enjoyed a full day of ac-tivities on the campus of San José State University. The Portuguese Youth Day was co-sponsored by Clube Lusitânia, the Portuguese Student Association at SJSU, that has celebrated a quarter century of existence. In the evening, a traditional nativity scene by Ro-berto Medeiros from Lagoa, São Miguel, Azores, was on display at the Portuguese Historical Mu-seum.Saturday, April 21, was dedicated to educators and the community in general. Hosted at the SJSU College of Engineering, the gen-eral session included introduc-tions by Deolinda Adão, welcome by Manuel Bettencourt, president of Luso-American Education Foundation, conference overview by José Luis da Silva, chair of the LAEF. The keynote speaker was Maria de Fátima Borges da Fon-seca, director of the Fundação Luso-Americana (FLAD) who spoke on new and innovative pro-grams such as “Study in Portu-

gal” program and LerPortuguese.net reading competition where cross-atlantic teams compete together. While over 20,000 US students study abroad in Spain, only 150 to 200 do so in Portugal. With competitive universities and affordable cost of living, the “Study in Portugal” program will incentivize more US students to study at Portuguese universities.Cláudia Cardoso, secretary of education and training of the Re-gional Government of the Azores representing President Carlos César, spoke as an educator in the need to encourage more students to learn Portuguese, the sixth

most spoken language in the world and the 13th most taught in the US.José Cesário, secretary of state for the Portuguese communities of the Government of Portugal, shared the need to take concrete steps to balance the right in-vestments in education abroad. “Spend better what we already spend.” guaranteed Cesário. “Not only speeches, it’s necessary to achieve” and be committed to changes, he concluded.The workshops included: an all-day genealogy session with João Ventura on how to trace one’s roots in the Azores, Madeira, and mainland Portugal; a high-tech panel with Portuguese-Ameri-cans in technology; Portuguese in the US by Fernanda da Costa and António Oliveira, coordina-tors of Portuguese teaching in the US; college academic situation in US and Canada by Victor Pereira da Rosa, professor of anthropolo-gy at the University of Ottawa in Canada; the new written standard of the Portuguese language by Deolinda Adão; Fado as UNES-CO World Heritage by Deolinda Adão; young researchers panel; and vocabulary and grammar in Portuguese as foreign language classes by António Oliveira.During the luncheon, Fernanda Costa, coordinator of Portuguese teaching in the US, and Cláudia Cardoso also spoke.The events on Saturday ended with a banquet at the Portu-guese Athletic Club with keynote speaker José Cesário. Resolutions were presented to Anne Fountain, acting chair of the SJSU World Languages Department, Domin-ique Van Woof, chair of the SJSU World Languages Department, and Dean Ruth Kifer of the Dr. Martin Luther King Jr. Library. The LAEF Language and Culture Award was presented to Virginia da Luz Tarver, former professor of Portuguese and director of the Portuguese Studies Program at SJSU. An art exhibit was on display by local painters Goretti Carvalho, Lucina Ellis, and Hélia Sousa.Sunday, April 22, was dedi-cated to the Migrant Women’s Congress. Manuela Aguiar, for-mer member of the Portuguese Parlianment, was the keynote speaker. Several workshops were presented on such topics on the female participation in the arts and culture, women in politics, women in science and technol-ogy, and The Return, a documen-tary António Saraiva filmed in San José.

Below from left: professor of Portuguese and conference co-chair Deolinda Adão, acting SJSU World Languages department chair Anne Fountain, secretary of state for the Portuguese communities José Cesário, Azorean secretary of education and training Cláudia Cardoso, and coordinator for Portuguese teaching in the US Fernanda Costa

Clockwise from top left: Lúcia Soares, CIO/VP at Johnson & Johnson, Michael Sousa, legal analyst at Google, Elói Pereira, Portuguese Air Force officer and PhD candidate at UC Berkeley, and Nelson Ponta-Garça, president of NPG Productions.

Above from left: coordinator for Portuguese teaching in US Fernanda Costa, conference co-chair José Luis da Silva, Member of Portuguese Parliament Maria João Ávila, secretary of state for the Portuguese com-munities José Cesário, Azorean secretary of education Cláudia Cardoso, conference co-chairs Deolinda Adão and Manuel Bettencourt, FLAD director Maria de Fátima Fonseca, and former Member of Portuguese Parliament and former secretary of state for the Portuguese communi-ties, Manuela Aguiar. Below: Portuguese-Americans in high-tech.

Above: Opening session. Below: Teachers’ workshop

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