the portuguese tribune, may 15th 2013

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2ª Quinzena de Maio de 2013 Ano XXXIII - No. 1155 Modesto, California $2.00 / $45.00 Anual www.portuguesetribune.com [email protected] QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA Próxima Edição Festa de Elk Grove Festa de Modesto Alaska Noticias da RDP-Hanford E tantas outras coisas José Avila no SOPAS Hall of Fame Brian Martins 2013 School Bell Award Clemente Fagundes, Diniz Borges e José Avila - Galardão Hall of Fame, Certificate of Recognition da California State Assembly e do Board of Supervisors, County of Tulare Maria de Lourdes Nova Gerente da KLBS em Los Banos Pág. 2, 10, 29 a 31 Maria de Lourdes tomou posse Segunda-feira, dia 6 de Maio de 2013 como Gerente da Estação Rádio KLBS em Los Banos, pertencente à Portuguese Radio Network, de Batista Vieira. O livro Power of the Spirit, foi selecionado pelo juri da XV edição da International Latino Book Awards como finalista, na categoria de Non Fiction, Multi-Author. A seleção final do juri será revelada na cerimónia que decorrerá no Instituto Cer - vantes, Nova York, no dia 30 de Maio, sob o patrocínio da University of Arizona Press, Libros Publishing, Scholas- tic and Arte Public Press. Para além da habilitação a este prestigioso prémio, Po- wer of the Spirit, fará parte da exposição de livros du- rante Book Expo América, o maior congresso de editoras nos Estados Unidos, que se realizará na mesma semana em Nova York. Portuguese Heritage Publi- cations, uma editora comu- nitária, sem fins lucrativos, gerida por voluntários, que se dedica á pesquisa e disse- minação da experiência dos portugueses no Estado da Califórnia, para fins educati- vos, está sobejamente orgu- lhosa pelo mérito que Power of the Spirit mereceu do juri de tão respeitada instituição cultural. Pág. 9 Power of the Spirit Novo livro de Fernando M. Soares Silva Com a chancela da Coleção Lex et Veritas, acaba de ser publicado o novo livro de Fernando M. Soares Silva, doutorado em Ciências de Educacão, Filosofia, História e Es- tudos Portugueses, na Universida- de da California em Berkeley. Esta é a 18º obra deste autor, que é um apreciado colaborador do Tribuna Portuguesa. O autor continua como sempre a dedicar-se a pesquisas académicas, ao jornalismo e à elaboração de tra- balhos históricos e de novas produ- ções em prosa e poesia.

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The Portuguese Tribune, May 15th 2013

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Page 1: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

2ª Quinzena de Maio de 2013Ano XXXIII - No. 1155 Modesto, California • $2.00 / $45.00 Anual

www.portuguesetribune.com [email protected]

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

Próxima EdiçãoFesta de Elk Grove•Festa de Modesto•Alaska•Noticias da RDP-Hanford•E tantas outras coisas•

José Avila no SOPAS Hall of Fame

Brian Martins2013 School Bell Award

Clemente Fagundes, Diniz Borges e José Avila - Galardão Hall of Fame, Certificate of Recognition da California State Assembly e do Board of Supervisors, County of Tulare

Maria de LourdesNova Gerente da KLBS em Los Banos

Pág. 2, 10, 29 a 31

Maria de Lourdes tomou posse Segunda-feira, dia 6 de Maio de 2013 como Gerente da Estação Rádio KLBS em Los Banos, pertencente à Portuguese Radio Network, de Batista Vieira.

O livro Power of the Spirit, foi selecionado pelo juri da XV edição da International Latino Book Awards como finalista, na categoria deNon Fiction, Multi-Author. A seleção final do juri serárevelada na cerimónia que decorrerá no Instituto Cer-vantes, Nova York, no dia 30 de Maio, sob o patrocínio da University of Arizona Press, Libros Publishing, Scholas-tic and Arte Public Press. Para além da habilitação a este prestigioso prémio, Po-wer of the Spirit,faráparteda exposição de livros du-

rante Book Expo América, o maior congresso de editoras nos Estados Unidos, que se realizará namesma semanaem Nova York.Portuguese Heritage Publi-cations, uma editora comu-nitária, sem fins lucrativos,gerida por voluntários, quesededicaápesquisaedisse-minação da experiência dos portugueses no Estado da Califórnia,parafinseducati-vos, está sobejamente orgu-lhosa pelo mérito que Power of the Spirit mereceu do juri de tão respeitada instituição cultural. Pág. 9

Power of the Spirit

Novo livro de Fernando M. Soares Silva

ComachanceladaColeçãoLexetVeritas, acaba de ser publicado o novo livro de Fernando M. Soares Silva, doutorado em Ciências deEducacão,Filosofia,HistóriaeEs-tudos Portugueses, na Universida-dedaCaliforniaemBerkeley.Estaé a 18º obra deste autor, que é um

apreciado colaborador do Tribuna Portuguesa.O autor continua como sempre a dedicar-se a pesquisas académicas, ao jornalismo e à elaboração de tra-balhos históricos e de novas produ-ções em prosa e poesia.

Page 2: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

Year XXXIII, Number 1155, May 15, 201333

2 15 de Maio de 2013SEGUNDA PÁGINA

EDITORIAL

EstaediçãodoTribunaestácheiade José Avila, desde a primeira página até à penultima,mas jávos digo que não é culpa nossa.

De repente e sem ninguém esperar, caí-ram-nos em cima com elogios, com tan-tas palavras bonitas que quase nos faziam desfalecer.Derepente,ficámosnamoda.Estacomu-nidadequeservimoshátantosanosquizagradecer e fê-lo com muito nível.E nós agradecemos do fundo do coração.

125 anosdeactividadecomunitáriaéalgoque se tem de comemorar e recordar.Quandoolhamos125anosparatrásoqueé que vemos? Que comunidade é que tí-nhamos?Comoéqueaspessoassemovi-mentavam neste Estado tão grande? Que Homens e Mulheres foram capazes deste e de tantos outros empreendimentos, tais como as nossas fraternais?E são estas coisas que nos dão um eterno e profundo orgulho de sermos quem so-mos e donde viemos.

Outro dia começámos a matutar sobreaquilo que Portugal fez (ou nunca fez) para

reconhecer a maior industria que houve na California,geridaporHomenseMulheresde sangue português, de fortes crenças e deforteshábitosdetrabalho.E a pergunta é muito simples.Quantas vezes Portugal reconheceu os nossos industriais de lacticínos?Quantas vezes? Zero, nove fora nada.Porquê? Encheríamos as 32 páginas dojornal para vos explicar o porquê desta fal-ta de atenção, desta falta de nobreza, des-ta falta de homens de carácter que estãocada vez mais a rarear no nosso País de origem.Felizmente os nossos industriais são e bem reconhecidos quer a nível local quer em feiras internacionais.

Quem não se lembra de Mário Machado?Além de grande locutor desportivo, tam-bém fez televisão entre os anos 60's e 80's. Foi produtor e TV show host. Participou emdiversosfilmestaiscomo"RockyIII","Robocop","OhGod"e"Scarface".Traba-lhounaKCBS-TV.Faleceu em Los Angels com a idade de 78 anos.Era de descendência chinesa-portuguesa e

foi o primeiro locutor dessa etnia nos Es-tados Unidos.Paz à sua alma.

Quantas SOPAS poderíamos ter em toda aCalifornia?Quantas Society of Portuguese Ameri-can Studentes poderiam proliferar em todo este enorme Estado de 38 milhões de habitantes e quase cinco vezes a superfície de Portugal?Járepararam,sehouvessemmaisSOPAS,mais estudantes haveriam envolvidos em assuntos relacionados com a nossa Língua, com a nossaCultura e aomesmo tempopremiariam estudantes, homenageavam pessoasboasdasnossasComunidades.Seráissoassimtãodifícil?Queméquedáopontapédesaída?Ospro-fessores ou os alunos?Mão à obra que ainda hámuito trabalhopara fazer.

jose avila

Mais um Tributo ao Tribuna

$45.00

Page 3: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

3PATROCINADORES

Page 4: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

4 15 de Maio de 2013COLABORAÇÃO

AoCaboeaoRestoVictor Rui [email protected]

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Segurar as rédeas do Destino

Uma praça de toiros na cratera de um vulcão

A Terceira é, sem dú-vida, a ilha que me-lhor preserva e aca-rinha a festa brava.

Mas a cultura do toiro é também intrínseca à cultura graciosense eindissociáveldaalmadopovojorgense.Afinaldecontas,estaé uma consequência natural de termos pertencido ao ex-distri-to de Angra do Heroísmo.Graciosense com muito orgulho e saudade, aprendi desde muito cedo a admirar e a respeitar o toiro. Ah, com que ânsia eu aguardava o mês de Agosto. Nas vésperas dos festejos do SenhorSantoCristo, era certoe sabido que o “Espírito Santo”, o “Santo Amaro” ou o “Terra Alta”, procedentes da ilha Ter-ceira, haveriam de transportar os toiros, “escolhidos a capri-cho” para o festival taurino da Graciosa.Enós,osmiúdos, láíamos a correr, esbaforidos de entusiasmo, em direção ao cais deSantaCruzparaassistirmosao desembarque dos magnífi-cos animais. Comgrandeexpectativaeemo-çãobispávamostudo:ostoirosvinham dentro das “gaiolas” (as pessoas mais idosas diziam “caixões”) pintadas com as cores das ganadarias e as ini-ciais das mesmas gravadas no madeirame. Nós tocávamos,a medo, naqueles caixotes em forma de paralelipípedo e, pelos postigosdosmesmos,espreitá-vamos os bichos e a exiguidade do espaço. Às vezes um ou ou-tro toiro, esparrinhando baba, dava violentas cornadas con-tra as tábuas que o oprimiam,soltando mugidos lancinantes, e,assustados,desatávamosemcorrerias cais acima...Depois chegava a camioneta para carregar as “gaiolas”, nós aplaudíamos as manobras do

pequenoguindaste, rejubiláva-mos com o “carro dos toiros”, e, sentados em cima das jaulas, láíamosàboleiaparaocentroda vila.

Naquele tempo os toiros eram guar-dados num terreno que fazia parte das

antigas ruínas da igreja de S. Francisco. E, naqueles curros improvisados, permaneciam um dia ou dois, expostos aos olhares dos circunstantes, pro-tegidos por paredes de pedra e uns “taipais” inestéticos. Horas antes da tourada, os pastores procediam à embolação e ao “enjaulamento” e nós assistía-mos a todos aqueles rituais com grande reverência. Depois era a

viagem Monte da Ajuda acima, pelo caminho novo. Lá íamos(a “canalha miúda”) dependu-rados nas “gaiolas” sentido o resfolegar dos toiros, desejosos deverumbomespetáculo.Assisti, assim, às primeiras tentas e às primeiras toura-das no redondel do Monte de Ajuda, redondel que consistia num tosco muro de pedra sobre

pedra... Os cabeças de cartaz eram todos terceirenses: o ca-valeiro Raul Pamplona (pai de João Carlos Pamplona, entãocriançacomoeue jádedicadoà arte equestre), o praticante Bertinho Pacheco (que nunca haveria de envergar traje de lu-ces) e o pegador de caras, João Hermínio (mais tarde o incon-tornável cabo dos forcados daTertúlia Tauromáquica Tercei-rense). Não poucas vezes o toi-ro investia contra o muro e as pedras “esborralhavam-se”… As condições de segurança eram nenhumas e os momentos hilariantes sobrepunham-se à arte taurina.Foi neste ambiente que me tor-nei aficionado, aprendendo seo toiro tinha ou não nobreza e bravura, e codícia na investi-da. Invariavelmente os toiroseram mansos e, como todos os toiros mansos, imprevisíveis… Lembro-me de uma tourada em que o toiro fugiu da arena… Instalou-se o pânico, os gritosecoaram por toda a praça e foi um pandemónio…Durante muitos anos, o redon-del do Monte de Ajuda haveria de servir de “escola” e de labo-ratório de experiências para ga-nadeiros, cavaleiros e toureiros da ilha Terceira. Foi esta cir-

cunstânciaquecimentouaafi-ción graciosense. Entretanto as infraestruturas da praça foram melhorandoecrescendo:aspe-dras do redondel deram lugar ao cimento, foram construídas a trincheira e três bancadas, sendo hoje um espaço que não desmerece e que tem esta par-ticularidade:éaúnicapraçadetoiros do mundo construída na

base da cratera de um antigo vulcão…Tenho hoje 55 anos de ida-de, já assisti a inúmerasfaenas dentro e fora de Portugal, mas com quem verdadeiramente aprendi a gostar da festa brava foi com a destreza do cava-leiro Raul Pamplona, as “verónicas” do Bertinho Pacheco e as destemidas pegas do João Hermínio.

Na qualidade circunstan-cial de ‘missionário’açoriano da distância, atrevo-me a dizer que

não precisamos da licença dos evangelistas da globalização para afirmar que a diversidade étnicadeve ser firmemente exercida, enão apenas (cinicamente) tolerada. Em relação ao mistério da religiosi-dade dos povos, esbarrar na tenta-çãodetecercomentáriosoriginaisseria como cumprir o atrevimento de “endireitar a sombra duma ár-vore torta”.

Seja-me permitida a insistência:pouco de novo haveria a dizer – “para os não crentes, nenhuma explicação é suficiente; para oscrentes, nenhuma explicação é ne-cessária”.Simplificandoaindamaisaconversa:ofenómenoreligiosoésemelhante ao cristal que divide e subdivide a claridade solar…

Hádias,atravésdahesitantejanelada televisão lisboeta, procurámosdecifrar a vontade divina através dos sinais do tempo que se fazia sentir no passado Domingo da procissão magnânima do Senhor:perante a suave ameaça do tempo chuvoso, não seria agradável ou-vir alguém a insinuar que, nestes tempos de crise, as promessas não foramsuficientesparaenxugar‘aslágrimasdeNossoSenhor’.

Comosoldado-rasodoideáriocris-tão (quase sempre avesso à explo-ração emocional da religiosidade popular) sinto o dever de ser pru-dente ao comentar as preferências religiosas dos meus conterrâneos. Contudo, não é pecado notar queasensibilidadecatólicadoCristia-nismo nem sempre resiste às su-perficialidades das manifestaçõesdo infatilismo religioso. À medida que vamos penetrando na última etapa do nosso percurso existen-cial, somos visitados pela suspei-ta de que as actuais religiões não são miradouros de superioridade espiritual;asreligiões(todaselas,emprincípio,respeitáveis)sãopor-ventura ferramentas pragmáticas,concebidas para estreitar distân-cias entre o Criador supremo e afinidadehumana…

Seria ingenuidade gratuita o exer-cício de polir o mural da indiferen-çafaceaocalendárioturistíco-reli-gioso da açorianidade em trânsito. Aliás, alguns dos empresários dasaudade são exímios em tirar par-tido do tradicionalismo religioso, sobretudo na mercadorização das sacolas psico-religiosas para ar-mazenar as suas (legítimas) pata-cas… E porque não? Sabemos que a generalidade da classe imigrante épresa fácilda tentaçãodeaferiro progresso comunitário atravésda (enganadora) bitola do aces-so ao reinodo supérfluo…Desdelogo,háosubstancialaumentodaschamadas necessidades escusadas, contudo, necessidades criadoras de ‘dependências’porvezesdolorosas

e susceptíveis de beliscar a digni-dade cívica …

Ó céus! Embora não conheça pes-soalmenteomeu‘últimodia’,diriaque a existência humana é seme-lhante a uma ‘experiência univer-sitária’ prenhe de saberes, mas odiploma-finalista é um privilégiofúnebre… ou seja: na vida, esta-mos em permanente NDE (Near-Death Experience).

E assim vai a humanidade rolan-do e rindo nesta terceira ilha do sistema solar (sem ainda saber se uma árvore de frutos é capaz deapreciar o açúcar dos seus frutos). Nos dias em que a alegria se demo-ra mais na divertida habilidade de nos‘piscar’oseuolhar,sentimosoapetitedeimitarohumorfilosó-fico:“…ócéus!setivesseopoderdoCriador,fariacomqueasaúdefosse doença contagiosa…”

Avante! Enquanto alguns procu-ram contrariar a tendência ilhoa para (socialmente falando) conti-nuar ilhados, outros preferem en-simesmar-se na exiguidade do res-pectivo orçamento doméstico, que (quase sempre) aconselha amargu-radas transigências. Ora, antes de interromper esta breve conversa, creio não ser difícil imaginar quan-tosjádisseramsemelhantes‘falas’,porventura com mais eloquência e oportunidade. Foram muitos, espe-robem.Contudo,oxaláanossavoznãodesafineocorodosquedese-jam aproximar os imigrantes uns dos outros e, consequentemente, fortalecer a união açoriana.Entrementes, vamos (democratica-mente) cooperar na segurança das rédeas do destino da Autonomia política dos Açores – inacabada experiência em trânsito…

RanchoMirage,CaliforniaMaio, 2013

(* texto redigido à revelia do re-centeacordoortográfico)

Page 5: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

5COLABORAÇÃO

Recordando

Duarte Bettencourt Santos nasceu a 22 d’abril 1942 na ilhaGraciosa dos Aço-

res, e faleceu na Califórnia a 3de janeiro1994.DeuentradanoSemináriod’Angraem1954, re-cebendo a ordenação sacerdotal em1966,apósoquefoinomeadoprofessor no Seminário ColégiodoSantoCristoemPontaDelga-da, onde permaneceu até 1978.Notabilizou-se como um dos pro-motores do programa televisivo “Eucaristia Dominical”, exercen-do ainda as funções de assisten-te junto das Equipas de Nossa Senhora destinadas ao apoio de casais.Em1978pediuàSantaSéaredu-ção ao estado laical, embarcando p’rósEstadosUnidoseestabele-cendo-se na Califórnia. Matri-culou-se na State University de Hayward, adquirindo as creden-ciaisdeprofessorprimárioese-cundário em 1981. A 12 d’abrildesseanoconsorciou-secomCa-tarinadaLuznaIgrejaNacionaldasCincoChagas emSan Jose.O casal foi abençoado com um filho,JoshuadaLuzSantos.De1981a1985cursouaEscolade Educação na Universidade de San Jose, alcançando o seu Mes-trado em Tecnologia Educativa, que em muito concorreu p’ra

valorizar os trabalhos audio vi-suais, que produziu, sobre temas deCulturaAçorianaeoutrasini-ciativas associadas com o ensino educativo.Durante a sua estadia como pro-fessor na Escola Anne Darling em San Jose, foi galardoado com a distinção de Professor do Ano em dois anos consecutivos, acu-mulandoaindadiversoscertifica-dos e diplomas de louvor pelo seu contributo em prol do magistério, incluindo o Prémio de Educador doAno(1992)pelaCâmaraPor-tuguesadeComércio.Em 1991, ao tempo da exposi-ção do pintor Domingos Rebe-lo e a convite do Governo dos Açores, Duarte Santos proferiu uma conferência audio-visual no Museu Carlos Machado emPonta Delgada. Em abril 1993,numapromoçãodoCasalBeirãoe agrupamento musical Harpejo da Califórnia, realizou-se umaexposição intitulada “Primavera, Arte e Vida” com a apresentação de desenhos e gravuras, pinturas e fotografias de Duarte Santos.Em agosto desse ano era-lhe atri-buída a Medalha de Mérito das ComunidadesPortuguesas.NoquedizrespeitoàsArtesGrá-ficas, convém recordar que Du-arteSantoserajálargamenteco-nhecido nos Açores como artista

de invulgar talento através da sua colaboração na imprensa regional e boletins diocesanos, bem como com os seus desenhos e pinturas de cenários p’ra representaçõesteatrais.Em julho 1979, quando JoãoBrum (1938-2011) fundou na ci-dade de San Jose o semanário“The Portuguese Tribune”, foi Duarte Santos quem desenhou o artístico cabeçalho do jornal. Tive o privilégio de ali conviver com ele, observando atenciosamente o gracioso e habilidoso estilo que ele imprimia às ilustrações dis-tribuídas nas páginas do jornal.Faziatudoissocomadmirávelfacilidade, imaginação e arte. Considerofabulosasassuaspro-duções em video, e ainda hoje confesso-me enriquecido com o CDintitulado“TradiçãoAçoria-nanaCalifórnia”,poreleprodu-zidoemmaio1989,ecujacópiaele tão gentilmente me ofereceu. Vitimado por doença incurável,Duarte Santos viria a falecer a 3 de janeiro 1994.As exéquias ti-veramlugarnaIgrejaNacionalPortuguesadasCincoChagas.Amissa, presidida pelo padre Leo-nel Noia, foi concelebrada pelos padres CarlosMacedo, Joe Fer-reira e Manuel Sousa. Momentos de sentida emoção avolumaram-se com a execução de cânticos

apropriados, destacando-se a Avé Maria de Gounod na voz de Filo-mena Rocha, e bem assim “Mel-roCantor”(daautoriadeDuarteSantos) que Aurélio Oliveira fez vibrar em moldes cativantes, com o acompanhamento do grupo co-ral “Harpejo” dirigido por Hélio Beirão.

A fechar, este enterne-cedor poema do padre Dinis da Luz (1915-1987).

“Senhor, não me deixeis mor-rer num dia lindo, num dia azul de sol. Não deixes que os meus olhos, ao despedirem-se, vejam penas sanguíneas do poente, por-que a Saudade duraria por toda a eternidade.Inspiraamãobondo-sa, que feche o postigo do meu lar p’raeunãoverentãoaminhater-ra natal, os outeiros e as colinas da minha meninice. Dá-me unsolhosdemãep’rachoraremaopé do leito amargo, p’ra eu nãoouvirjáobalidodoscordeiros,ocântico da tarde, as bucólicas das aves, as éclogas da vida simples.Por misericórdia, envia-me, num beijo, uma chama de graça, e fulmina a vaidade, e extingue o amor e o seu perfume enganador. Mostra-me a dolência da vida, e leva-me, Senhor, de noite, por

caminhos frios, sem estrelas nem luar. E que eu não veja, ao voltar-me, na curva derradeira da existien-cia, quando ao assomar a noite, a candeia do meu lar, a lâmpada da igreja ao longe a iluminar vitrais. É um capricho com plumas de heresia. Perdoa-me, Senhor, pois fizestetãobelaaexistência.”

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno Professor e Artista

Um dos melhores conjuntos da Costa Leste.Uma surpresa total para os Californianos

Obrigatóriamente a não perder

Page 6: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

6 15 de Maio de 2013COLABORAÇÃO

Viver na California éum previlégio que en-globa múltiplos pra-zeres. O bom tempo

de que normalmente disfrutamos, por exemplo, faz inveja a muitos outros lugares por essa América adentro, para não dizer por esse mundo fora, sobretudo aqueles quepenamparaveremoInvernopelas costas.Este ano, mal tivemos tempo de saborearaPrimavera.Jánãoéaprimeira vez. O Verão antecipa-se e toca a roubar-lhe dias seguidos sempedirlicençaalguma.Atécá,naaprazíveláreadabaíadeSanFrancisco, onde os termómetros não costumam levantar fervura, as temperaturas já rondaram osnoventa e tal, obrigando-nos a abrir as janelas ao ar refrescante que, oportunamente, nos visita dacostadoPacífico.O calor tem apertado por estes lados. Não é habitual Maio abrir assim tão tórrido em San Lean-dro, ondehabitohá largos anos.Quem mora mais para o interior do estado, no entanto, ainda sabe melhor o que estou a dizer. O edi-tor deste jornal, o nosso amigo José Ávila, que agora reside no vale de São Joaquim mas viveu muito tempo cá no vale do sili-cone, talvez melhor do que nin-guém, pode atestá-lo. Habituou-

se lá aoquentinho e já estranhaquando por cá passa.A não serque lhe preguem uma boa partida ou façam alguma mimosa sur-presa, daquelas aquentadas pelo sadio calor humano.Surpreendeu-o agradavelmente, há dias, a amabilidade extremadocasalCabral.MariaeLaverne,tão maduros na idade que os su-blimaquãogenerososnacaráterque os decora, em boa hora de-cidiram homenagear José Ávila. Não para inglês ver ou português criticar, mas, pura e simplesmen-te, porque este nosso humilde timoneiro cá do Tribuna bem omerece. Sei que não posso exa-gerar nos elogios porque sujeito-me a que ele me corte a graxa das frases e o artigo perca o sentido que lhe pretendo dar. Seria tem-poperdido.Nãoestamoscáparaisso. Somos ambos maiores, va-cinados, bem ensinados e, até por acaso, penteamo-nos para o mes-mo lado. Além do mais, estamos perfeitamente de acordo que hátempo a perder, mas com coisas sérias.Asério,cáparaasbandasdeSanLeandro, todos sabemos que nin-guém acolhe, reaproxima e con-celebra melhor a nossa condição lusoamericanadoqueos simpá-ticos Laverne e Maria Cabral.O calor humano que emprestam

aos seus apoteóticos convívios, de facto, faz ferver a escala e rebenta com os termómetros. A ambiência seduz quem a desfru-ta.Umavezmais,láestavaopre-sente corpo político da cidade, mayor e vereadores, em conjun-to com o nosso máximo repre-sentante, o Dr. Nuno Mathias e respetiva família – associados a um numeroso grupo de amigos do Tribuna e do José, manifes-tamente comovido com tão cari-nhosa manifestação de merecido reconhecimento pela sua entrega total a este jornal.

Quem conhece José Ávila, sabe que não é indivíduoparaflorea-dos discursos, muito

menos baseados na gabarolice. Não perde tempo com bajula-ções baratas. É mais um homem deaçãofirmeesenhordumavi-são ampla. Não me custa nada dizê-lo, sobretudo contra as mas línguas – o Tribuna tem vindo a melhorar a sua qualidade porque José Ávila, com as condições de que dispõe, sabe bem o que quer e pretende fazer com este presti-mosoquinzenárioqueserveaco-munidadehájátrintaetrêsanos.Um dos segredos da boa aparên-cia e ótima saúde que o Portugue-seTribuneagora respiraestáno

facto de se alicercar num projeto dinamizado em família. Ao José e Ilda Ávila bafejam-nos a feli-cidade de poderem contar com o Miguel e com o Roberto, filhosdinâmicos e empreendedores, cada qual dotado de habilidades natas e talentos distintos no pre-cioso contributo dedicado à edi-ção que nos bate à porta de quin-ze em quinze dias.Talvez seja por isso que o jornal é cada vez mais bem aceite e o José não pára de ser elogiado. Claroque gosta de partilhar os méritos com os seus colaboradores mas isso faz parte da sua solidáriamaneira de ser e desenvolver jor-nalismo comunitário. O homemnão pára no seu empenhado es-forço de fazer deste o meio de co-municação social que melhor nos espelhadenorteasuldaCalifor-niaemuitomelhornosprojetalápor fora.Cádentro,umavezmais,Laver-neeMariaCabralanteciparam-secomumlouvávelgestoquemui-to nos apraz registar e que vale apenaserimitado.Penaé,ládefora,dondeamãe-pátriasedeviaregozijar com os filhos e feitosque a prolongam na diáspora, oregisto deixe muito a desejar. O meu desejo, como não podia deixar de ser, é do melhor para estededicadofilhoqueaTercei-

ra viu nascer e a Graciosa adorou vercrescer.Porcá,nesteslongín-quosconfinsdadiáspora,adora-mos também tê-lo a fomentar o nosso fogoso brio comunitário,ilustrando-o com genuínas pá-ginasquemuitonosdignificam.São elas que, semana sim/sema-na não, vão recortando imagens e arquivando a nossa história por estas paragens. O Portuguese Tribune retrata-a com o destaque que merece. Conta também jácomnotávelhistorialestelustro-soquinzenário.Aoseuleme,tempassado nomes de alto relevo. Nenhum, com certeza, mais rele-vante do que José B. Ávila. Não se trata apenas do meu pare-cer.Éosentircomunitário.

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Page 7: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

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Page 8: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

8 15 de Maio de 2013

Nem sempre foi as-sim, porém!Talvez quando nasceu, com o en-

tusiasmo da novidade, o de-sejo de ler as notícias muito nossas,danossagentedeláedecá.Todospassaramafalarno único jornal de São José, nascido de boas vontades e alguns apoios que apostaram grandemente num Órgão de Comunicação que finalmentefalasse, retratasse e registasse para o futuro, os acontecimen-tos de então.Como todas as empresas quesão criadas com entusiasmo, enquanto é novidade, dura o instante que lhe atribuem, pela qualidade do tempo, da amizade, do amor às causas, do desprendimento, ou então vai morrendo aos poucos, com as pessoas que vão partindo também.Nem com o poder da Rádio,instrumento imediato de fazer chegar a notícia, nem os lon-gos kilómetros de papel saídos dos telex e fax da altura, nos saciava o desejo de vermos imprimidos os momentos mais importantesdaComunidade.Foram diversas as etapas que o Tribuna passou, de mão em mão, com alegrias, ansieda-des, encantos e desencantos por quem fez dele um modo, nem sempre de vivência, mas sobretudo de evidência, de um contar o conto, de escrever a história,detirarafotografiaearquivá-la.Palavras,leva-asovento. E sei-o por experiência deprofissão.Eununcaasdisseporacaso.Contudo,muitaste-rãoficadogravadasnamemó-ria e no coração dos ouvintes, e quantas se terão perdido no tempo e no ar poluído da in-certeza, da incompreensão, do diz-que-disse...Nada como deixar gravadas as palavras, mesmo as que

dóiem, as que ferem, as que nos contentam, as que nos previnem, mas que deixam o sabor do eterno, do presente e do futuro. No meu tempo de Editora de Tribuna, não foi umaépocaáurea.Cadapáginatinha o condão de ter deixado gravados a ferro e fogo todos os acontecimentos de uma Comunidadealegre, trabalha-dora, mas também insegura. Cada edição semanal teve osabor e o sentir de um parto difícil, mas triunfante.

Hoje, dá-me gostoque ainda, entre as pessoas daquele tempo, que cola-

boraram comigo, com os seus escritos, tenha sido precisa-mente José Ávila, quem, com seusfilhosMigueleRoberto,que algumas vezes me ajuda-ram pela noite dentro, tenham depoisficadoàfrentedosdes-tinos de Tribuna Portuguesa e juntos, com a nova tecnologia, tenham podido fazer do nos-so jornal, o que é hoje: o ex-líbris, o retrato vivo, o espelho onde todos os Portugueses da Califórnia se vêem cada vezque sai.

Obrigada, amigos! Parabéns, José Ávila, pelos recentes e merecidos reconhecimentos!

Tribuna Portuguesa... Momentos de Glória

COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena [email protected]

San Jose High School:Uma Escola Pública que Ensina Português no CoraçãodoSiliconValley

Há exatamente 150anos, em 1863, em plena Guerra CivilAmericana, iniciou-se

aquela que viria a ser a segunda escola secundária pública mais

antigadaCalifórnia,San Jose High Scho-ol. No século se-guinte, na década de 70, devido à grande onda de emigração açoriana associada ao vulcão dos Ca-pelinhos, a comuni-dade portuguesa de São José, em grande parte residindo nas vizinhanças da esco-la, pressionou o Dis-trito Escolar de São José para que se in-ciasse um programa de Português naque-la instituição acadé-mica. Cerca de 40anos mais tarde, San Jose High é a única escola secundáriada Área da Baía que oferece um progra-ma de Português. San Jose High School é também das poucas escolas secundárias na re-gião que oferecem o Bacharelato Inter-nacional, um pro-grama reconhecido mundialmente por mais de 150 países, incluindo Portugal, e que recebe crédito académico da maior parte das universida-

des no planeta. Nesse programa os alunos podem candi-datar-seaoDiplomadoBI,depoisde se submeterem a seis rigoro-sos exames escritos e orais pro-porcionados pela organização e

de completarem certos requisitos académicos como a aula de Teoria doConhecimento,pesquisaremeescreverem um ensaio alongado e completarem150horasnasáreasdeCreatividade,AçãoeServiço.Se não querem ser candidatos a esse diploma internacional po-dem também optar por completar certificadosemqualquerdasma-tériasdoBIoquelhesdarátam-bém crédito universitário.Desde1987queoPortuguêséumadasmatériasdoBIàescolhadosalu-nos de San Jose High.Presentemente, San Jose High School tem seis aulas de Portu-guês:duasdeprimeiroano,duasdesegundo,umadePré-BIeumadeBI, comum totalde cercade150 alunos. Desde 2010 que essas aulas são lecionadas pelo profes-sor Luís Nunes (na foto) que, com o seu esforço e creatividade, tem dado continuidade aos excelentes resultados que os alunos de Por-tuguêsBI têm tido ao longodosanos.Além das aulas de Português, San Jose High School tem também um ClubePortuguêsmuitoativoqueserve para apresentar a língua e cultura portuguesas na escola e atrair jovens de outras etnias para o programa. Presentemente o clu-betemcercade50membros.Hávários anos que o Clube Portu-guês organiza o seu próprio grupo folclórico que tem atuado em ati-vidades escolares, comunitáriase até universitárias como o DiadaJuventudePortuguesaemUCBerkeley e oCongresso deEdu-cação da LAEF em São José. No passado dia 26 de abril o clube re-alizou o seu Décimo Sexto Jantar Anual dos Finalistas, continuan-do uma tradição que, ao longo dos anos, vem angariando dezenas de milhares de dólares para bolsas deestudoparaosseusfinalistas.O clube tem como conselheiros o professor Luís Nunes e a profes-sora Nancy Pereira, docente de História e coordenadora do pro-gramadeBInaescola.Adireçãodo clube está a cargo deBreanaVargas (presidente), Francelia Brazil (vice-presidente), Kelsey Sousa (secretária), Kyle Alves(tesoureiro) e Inês Lourenço Pe-queno (historiadora), que lideram um grupo muito empreendedor e dedicado.

O programa de Português de San Jose High School é forte, varia-do, rico em atividades, o que faz com os jovens luso-americanos e um grande leque de alunos de outras etnias se queiram envolver na aprendizagem da língua portu-guesa e das culturas lusófonas. O que existe nesse programa é algo raro que deu muito trabalho a co-meçar e a manter mas que tem dado frutos de que a nossa comu-nidade se deve orgulhar.

Para mais informação sobre o programa, podem contactar por telefone (408-535-6320) os pro-fessores mencionados.

José Luís da SilvaProfessor de Apoio ao Ensino do

PortuguêsnaCalifórniaProtocoloIC/APPEUC

Breana Vargas (presidente do Clube Português), Kelsey Sousa (secretária) e Inês Lourenço Peque-no (historiadora do clube)

Page 9: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

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(conclusão da pág.1)

Power of the Sprit, numa edição de luxo, a cores, com capa rígida, narra nassuas320páginasahistóriade40comunidades de fé e igrejas, muitas delas construídas pelos portugueses, comoa Igrejada ImaculadaConcei-çãoemHawkinsville,nonortedaCa-lifórnia,SantaIsabelemSacramento,St.JosephemOakland,CincoChagasem San José, Nossa Senhora da As-sunção dos Portugueses em Turlock, Santa Agnes em San Diego, entre outras. Capta também a história dedezenas de igrejas em que os portu-gueses, dada a sua forte presença de-mográficaemdeterminadosperíodos,da sua religiosidade profunda e da sua força de vontade, desempenharam um papel fundamental na sua construção, expansão, e na disponibilização da liderançanecessáriaparatransformar

a igreja edifício, em Igreja Apostó-lica. Por fim, esta publicação incluiuma secção com mais de uma cen-tenaderesenhasbiográficasdocleroportuguês e luso-americano que aca-rinhou a vivência religiosa dos portu-guesesnaCalifórnia.Apoiadospordezenasdevoluntários,Joe Machado, Ferreira Moreno e José doCoutoRodriguesdedicarammaisde dois anos à pesquisa cuidadosa deste importante aspecto da história da presença portuguesa na Califor-nia. A presença das igrejas portuguesas portodooestadodaCalifórniaéummarco indelével da obra e capacidade empreendedora dos portugueses e do seu espírito de abnegação e boa von-tade.

Power of Spirit

Page 10: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

10 15 de Maio de 2013COLABORAÇÃO

ReflexosdoDia–a–Dia

Diniz [email protected]

Todos os anos, com começo da primavera, normalmente no mês de Maio, os alunos e os professores ligados à associa-

ção estudantil SOPAS (Society of Por-tuguese-American Students) escolhem uma tarde para selecionar os prémios MVPA (Most-Valuable Portuguese-Americans). Durante uma tarde, lê-se os critérios, apresentam-se candida-turas, discute-se os méritos de cada candidatura e vota-se, secretamente (quando há várias candidaturas) paraos premiados. Tudo isto é feito como atividade extracurricular, depois das aulas. Ao longo de uma tarde os jovens ficamaconhecermelhoranossacomu-nidade, os seus valores, os contributos de cada um dos candidatos. Os MVPA (Most Valuable Portuguese-Americans) são feitos para que os jo-vens façam a ligação necessária entreas escola e a comunidade, entre a sua

geração e as outras gerações de luso-descendentes que tanto têm contribuí-do para o mundo português em terras daCalifórnia, para que assim possamconhecer, reconhecer, e seguir, à sua maneira, entenda-se, as pegadas traça-das. Os MVPA não são mais do que uma ferramenta pedagógica para passar o nosso legado cultural aos mais jovens e dá-lo a conhecer aos membros deoutros grupos étnicos que compõem o mosaico humano que é a sociedade es-tadunidense. Daí que, para além dos alunos distin-guidos,escolhe-seumnegóciodoano;umvoluntáriodoano;uma leitariadoano (segmento económico predomi-nante nas comunidades do Vale de San Joaquim);umartistadoano;umapes-soa ou ideia inspiradora para os nossos jovens;umeducadordoano;umaorga-nizaçãodoanoeumcidadãohonoráriodoano,ouseja:alguémquenãosendode origem portuguesa tenha contribuído para a presença da cultura portuguesa. Depois há duas partes distintas: umaintitulada "Remembrance Moment"emqueédestacadaumapessoa já fa-lecida da nossa comunidade que tenha contribuído para a mesa, e porquê. É mais do que sabido que uma comuni-dade sem memória não é uma comuni-dade em progresso. Daí a importância de se relembrar aos jovens homens e

mulheres, produtos do seu tempo, cla-ro,quefizeramadiferençaeajudarama construir a comunidade que somos hoje. São nomes desconhecidos para os alunos e sobre os quais eles aprendem e ficamconscientesdequesãoherdeirosde uma passado comunitário cheio devalores.

A última homenagem é o Hall of Fame. Uma pessoa da comunidade é escolhida para este prestigioso pré-

mio. Mas o que é o Hall of Fame e para que serve? Não é, de qualquer formaumdesfiledevaidades.Éassimmais um instrumento de aprendizagem para os alunos e uma forma pedagógica de reconhecer o trabalho de alguém que tenha marcado o nosso percurso comu-nitário,oqual,comosesabe,éfeitodeformas diferentes. Os homenageados para o Hall of Fame, estarão, a partir

do próximo ano letivo nas salas de aula de língua e cultura portuguesas e farão partedocânonecomunitário,nocurrí-culo do portugu6es mais avançado nas escolas secundárias de Tulare, Portu-guêsIV,quandoseestudaaexperiên-cialuso-americana.Assuasbiografiasfarãoparte,jánoanoletivode2013-14,(umavezquejátemos8)dapartecurri-cular dos estudos sobre a nossa presen-ça em terras californianas. Mais, o momento ainda é marcado pela celebração de um personagem ou um segmento marcante da cultura portu-guesa. Este ano, celebrou-se os 125 anos de Fernando Pessoa. Daí que estes prémios dados sem janta-res, sem chatear ninguém com vendas de bilhetes, sem impingir-se longos discursosefalsaáurea,sãodadoscoma pompa e a circunstância que o mo-mento requer, são dados com critérios ereflexãodosjovens,esãodadoscomoinstrumento de aprendizagem para os alunos dos cursos de português e mais particularmente para os alunos liga-dos ao movimento estudantil SOPAS (Society of Portuguese-American Stu-dents). É que utilizando a célebre, mas infelizmente tão abusada frase de Pes-soa:tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

E porque é que se faz o

SOPAS/MVPA?

Senhoras&CavalheirosApreciados Estudantes da Língua Portuguesa da Tu-lare Union High School

Embora a minha ausência seja merecedora de jus-tificação circunstancial,gostaria de vos confirmara minha sincera adesão ao entusiasmo cívico e cul-tural que se respira nesse auditório da Tulare Union High School, mercê do reconhecido esforço peda-gógico do Professor Diniz Borges, e da valiosa equipa dos seus colaboradores.Gostaria de agradecer esta oportunidade para salien-

tar, publicamente, o ele-gante gesto assumido pelos briosos alunos de Portu-guês, do Union High Scho-ol, que resolveram distin-guir o cavalheiro-director José Ávila. Para além de reconhecido empresárioautónomo, sabemos que José Ávila é destacado mi-litante da açorianidade, em terrasdaCalifórnia.Como afanoso directorda Tribuna Portuguesa (até agora o único jornal de Língua Portuguesa, em terras da Califórnia),o empresário José Ávilaapresenta-se no seio da co-munidade açor-americana

como ‘mirante’multicolordoquotidianocomunitário,e ainda defensor do patri-mónio colectivo de nature-za étnico-cultural. Parabéns ao cavalheiro José Ávila (que certamente estarásatisfeitocomofac-to da jovem comunidade estudantil da Union High School ter justamente re-conhecido o mérito alheio. Afinal, estamos todos deparabéns!

João-Luís de Medeiros

Mensagem por ocasião 8ª Gala de Prémios da Socie-ty of Portuguese-American Studentes (SOPAS)

Most Valuable Portuguese-Americans (MVPA)4demaiode2013

Por ocasião do 8.º Gala de Prémios da Society of Portuguese-American Stu-dentes (SOPAS) – Most Valuable Portuguese-Americans (MVPA) quero saudar todos os professo-res e estudantes das esco-las secundárias de Tularepela forma dedicada como têmcontribuído, ao longo de muitos anos, para disse-minar a cultura e a língua

portuguesanaCalifórnia.Apraz-me também expres-sar o meu reconhecimento ao Professor Diniz Borges e enaltecer a sua liderança à frente desta iniciativa as-sim como a capacidade de envolvimento e participa-ção activa da juventude de Tulare neste projecto que visa distinguir e valorizar os membros da comunida-de portuguesa.Quero ainda deixar uma mensagem de especial apreço ao senhor José Ávila, director e editor do Tribuna Portuguesa, que soube pela sua dedicação e ânimovencerodesafiodostempos e manter viva uma chama de portugalidade

por terras californianas. Bem-haja, pois!Finalmente, a Gala deste ano coincide com as co-memorações dos 125 do nascimento de Fernando Pessoa, pelo que em jeito de inspiração para anossa juventude, deixo aqui esta frase célebre do nosso poe-ta:“O homem é do tama-nho do seu sonho”.

O Cônsul-Geral,Nuno Mathias

Mensagens lidas durante o SOPAS - MVPA Awards:

Page 11: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

11 COLABORAÇÃO

TemasdeAgropecuária

Egídio [email protected]

“Quadruplets” normalmente aconte-cem uma vez em cada 700.000 nas-cimentos

Esta vaca Holstein-Freiser, mais fami-liarmente chamada Holstein, gado que se identificapeloseupelopretoebranco,ouquase pretas, ou brancas, e algumas são vermelhas e brancas. Holsteins, são a raça mais popular nos Estados Unidos devido à sua capacidade produtiva e à sua beleza

como animal.HámaisvacasHolsteinnosEstadosUni-dos, de que qualquer uma outra raça pro-dutora de leite, é essa uma das razões da sua popularidade, no entanto o seu leite contém menos proteína e composição sóli-da de que algumas de outras raças.Estavacade4 anosde idade foimãede4novilhasedoisnovilhosemapenasumano. Multiplos nascimentos é qualquer coisa que muitos produtores de leite ten-tam evitar. “Twins” é comum, acontecem emmédia,umavezemcada96nascimen-tos. ”Triplets” são muito mais raros, ocor-rendo uma vez em cada 7.500 nascimen-tos. “Quadruplets” raramente acontecem,

ou tanto como uma vez em cada 700.000 nascimentos.ODr.MikeKarle,umveterinárioda“Mid-Valley Veterinarian” em Orland, Calif.,tem assistido a muitos “sets of Twins”, mas apenas dois “sets of Triplets” durante a sua carreira. No dia 6 de Dezembro viu o seu primeiro “set of Quadruplets".Estavacadeuàluzas4vitelassemassis-tência, na “Zuppan Dairy” em Orland, e todasasvitelasnasceramvivasesaudá-

veis.Istosótemacontecidoumavezemcada179.2milhõesdenascimentos,disseo Dr. Karl, acrescentando ainda, que a boa nutrição deste animal foi o ponto chave deste positivo resultado.John Zuppan, um dos sócios na “Zuppan Dairy” com os seus filhos Mark e J.J.,chama aos “Quadruplets” um milagre da natureza, porque nem a primeira ou segunda gravidez desta vaca foram assis-tidas comnenhumamedicação artificial,(hormonas).Quando faltavam apenas duas semanas para o primeiro aniversário das quatrovitelas, a nossa heroína deu à luz dois toiritos. Estes são quase práticamente

idênticos, têm estrelas idênticas na ca-beca, e na baixa das patas da frente. As “Quadruplets” tem mais possibilidade de produzir multiplos nascimentos de que outras vacas, mas estas poderão ter dificuldadesemcompetircomasuamãeque produziu 6 vitelos dentro do prazo de um ano. Este pode ser um recorde para a história.Estafamíliaqueestáemnegociohámais

de80anos,estáconvencidadeque a razão do excelente resul-tadodestaproezaestáligadaaoseu excelente programa de nu-trição, caso contrário poderianãochegar aofimcom tal su-cesso. Normalmente um vitelo pesa em média, de 80 para 85 libras ao nascer, os “Quadru-plets” pesaram entre 60 e 65 libras, cada um, o que quer di-zer que esta vaca estava trans-portandoealimentandode240a 260 libras de vitelos e ainda mais o seu proprio peso de cer-cade1500libras. Istoéoquese pode categóricamente quali-ficardeexcessodepeso.Avaca

recuperourápidamentedepoisdospartos,e isso também pode ser atribuído ao seu programa nutritivo.

Boasorteparamãe,filhosefilhas.

Quatro Gémeos - caso raro

Page 12: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

12 15 de Maio de 2013PATROCINADORES

Page 13: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

13 PATROCINADORES

Diga-se o que se disser...As melhores panorâmicas dos Açores são de José Enes Tel. 562-802-0011

Page 14: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

14 15 de Maio de 2013 COMUNIDADE

Casa dos Açores em festa

Flores

Matança e musica para recordar a tradição

Cantadores do Pézinho: José Ribeiro, Vital Marcelino, Dimas Toledo e António Isidro

Os nossos lindos bois acompanham sempre o Bodos de Leite - uma tradição antiga

Manuel e Laurinda Vieira, com a bisneta Genedy; Joe e Lucy Lemos; Paulo e Madalena Vitorino

EstaFestadaCasadosAçoreséamaistra-dicional de todas as nossas festas. Porquê?Simplesmente porque mostra cada Ilhacom os seus costumes, não tem rainhas, como não as tínhamos nas Ilhas. É umafesta de tão simples que se torna tão boni-

ta. É um reviver de imagens do nosso pas-sado, como não se vê em qualquer outra festa na California. Se nunca participounão a perca para o ano que vem. Vale mes-moapena.OespectáculodoDomingofoifeito com a prata da casa - folclore, grupo de violas, fadistas e grupo da matança.

A Benção do Pão Fotos de Jorge Avila "Yaúca"

O "64", o toiro das mulheres

Beato João Baptista Machado, padroeiro da Casa dos Açores

Page 15: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

15 COMUNIDADE

São Jorge

Pico

Laurinda e Manuel Eduardo Vieira (Vice-Presidente), Ivo Rocha, pregador da Festa, (Presidente) Joe e Lucy Lemos

Coroação do Presidente da Festa Joe e Lucy Lemos

Page 16: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

16 15 de Maio de 2013COMUNIDADE

Sausalito125Anosdeactividadecomunitária

Manuel Azevedo - Presidente da I.D.E.S.S.T.

Depois do Banquete comemorativo dos 125 anos da Irmandade, houve Noite de Fados.Nuno Mathias, Cônsul de Portugal; Zélia Freitas, Fadista; Maria João Avila, Deputada na Assembleia da Republica; Marylou Lawrence, Fadista; Manuel Azevedo, Presidente da Ir-mandade de Sausalito e David Garcia Silveira, Fadista.

Henrique Velez, José Raposo, Maria João Avila e Alexandre Faria

Maria João Avila, Henrique Velez, Nuno Mathias, Vasco Morais, Alexandre Faria e Herb Weiner e Linda Pfeifer

Page 17: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

17 COMUNIDADE

Sausalito125Anosdeactividadecomunitária

Henrique Velez, José Raposo, Maria João Avila e Alexandre Faria

Assinatura do Protocolo de Geminação de Sausalito com CascaisA Festa deste ano teve características interessantes. Não só se comemorava os 125 anosdaIrmandadedoDivinoEspiritoSantoeSantíssimaTrindadedeSausalitocomoseaproveitouparaaassinaturadoprotocolodageminaçãoentreSausalitoeCascais,durante a procissão. O protocolo foi assinado pelo Mayor de Sausalito Herb Weiner e AlexandreFaria,representandooPresidentedaCâmaraMunicipaldeCascais,CarlosCarreiras.Estas geminações são o fruto de muito trabalho e servem para estreitar amizades, quer no campo pessoal quer no campo de negócios que podem servir a ambas as cidades.

Page 18: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

18 15 de Maio de 2013PATROCINADORES

Uma organização fraternal fundada por Portuguêses, para o benefício da

comunidade Portuguêsa.

For More Information Call:

877.525.5876 Luso-American Home Office:

7080 Donlon Way, Suite 200 Dublin, CA 94568

www.luso-american.org

LUSO is a world in itself – a world where Family Values prevail, where we stand by and believe in our young people and ultimately a world where our

Portuguese language and culture are kept alive for future generations.All this, while providing the life insurance protection we know we need –

Luso-American.

Page 19: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

19 COMUNIDADE

ParticiparnasnossasfestastradicionaiséCULTURA

Page 20: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

20 15 de Maio de 2013PATROCINADORES

Sr. Queen

Kortnie Ann Dias Daughter of:

Joe Dias & Kim Costa Attendant:

Alexandria Dias Daughter of:

Joe Dias & Kim Costa Attendant:

Carlee Branco Daughter of:

Brent & Michelle Branco Jr. Queen Caryngten Tigner Daughter of: Mark & Dina Tigner Attendant: Tyler Ribeiro Daughter of: Philip & Dana Ribeiro Attendant: Karsyn Faria Daughter of: Ricci & Tricia Faria

2013 Officers

President Vice-President Manuel & Alda Lawrence Darren, Bethany & Emily

Rebelo

Secretary Treasurer Robert & Orlanda Meneses Joaquim & Ana Mattos

T.D.E.S. Holy Ghost Festa

May 27-June 3, 2013 P.O. BOX 1573 - 515 NO. I ST.

Tulare, CA 93275

St. Aloysius Church

125 E. Pleasant

Tulare, CA 93274

Sr. Queen

Kortnie Ann Dias Daughter of:

Joe Dias & Kim Costa Attendant:

Alexandria Dias Daughter of:

Joe Dias & Kim Costa Attendant:

Carlee Branco Daughter of:

Brent & Michelle Branco Jr. Queen Caryngten Tigner Daughter of: Mark & Dina Tigner Attendant: Tyler Ribeiro Daughter of: Philip & Dana Ribeiro Attendant: Karsyn Faria Daughter of: Ricci & Tricia Faria

2013 Officers

President Vice-President Manuel & Alda Lawrence Darren, Bethany & Emily

Rebelo

Secretary Treasurer Robert & Orlanda Meneses Joaquim & Ana Mattos

T.D.E.S. Holy Ghost Festa

May 27-June 3, 2013 P.O. BOX 1573 - 515 NO. I ST.

Tulare, CA 93275

St. Aloysius Church

125 E. Pleasant

Tulare, CA 93274

Segunda-feira, 27 de Maio de 2013 10h00 Venda de gado oferecido para a festa do

Espírito Santo na praça Tulare Sales yard, seguida de almoço para todos os criadores

7h da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo Seguindo-se uma exibição de folclore açoriano com o grupo

Saudade do bravo do CPEC de Tulare

Terça-feira, 28 de Maio de 2013 7h da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo

Seguindo-se uma exibição de folclore pelos alunos de Portugês IV e da Associação Estudantil SOPAS das escolas secundárias

de Tulare

Quarta-feira, 29 de Maio de 2013 6h30 da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo

Seguindo-se a bênção da massa sovada e saudação pela Filarmónica Portuguesa de Tulare e a

distribuição das rosquilhas à moda da ilha do Pico

Quinta-feira, 30 de Maio de 2013 5h da tarde Tradicional Briança com o gado

enfeitado e o tradicional Pezinho com os cantadores: João Rodrigues, Adriano Mendes, António Carvalho, Daniel Luz e

Mateus Rocha. 7h30 da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo

9h da noite Marcha coreografada por Sãozinha Toste, letra de José Rocha e Música de Mário Capote

Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

6h da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo 8h da tarde Tourada à Corda (entrada livre).

Haverá música ligeira a cargo de Dennis Rebelo. Haverá serviço de bar e as tradicionais tascas com uma

amalgama de pratos da culinária açoriana

Sábado, 1 de Junho de 2013

10h às 11h30 Distribuição das esmolas, compostas por carne, pão e vinho (às pessoas que receberam o bilhete para o efeito)

12h (meio-dia) Almoço dos benfeitores 6h da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo

Seguindo-se a coroação das rainhas para 2013; bodo de vinho e massa sovada (Com leite para os menores e para quem não

toma vinho) e quermesse aberta ao público com muitos prémios

9h da noite Cantoria dentro do Salão com Manuel dos Santos de Artesia, António Azevedo de Hilmar, António Isidro de S.

Jorge, João Rodrigues de Tulare, Tiago Clara de S. Miguel e os tocadores: João Gravito, Hélder Toste, Rafael Ormonde e

Michael Vieira. No Coreto haverá música para bailar com Dennis Rebelo com

o tema: dançando sobre as estrelas

Domingo, 2 de Junho de 2013 10h30 Formação de desfile junto ao salão TDES

11h15 Missa solene da coroação celebrada pelo Monsenhor Rick Urizalqui, coadjuvado pelo Padre Raul Marta e com a

presença do grupo coral do CPEC 11h30 Começam a ser servidas as sopas do Espírito Santo.

Durante a tarde haverá arrematações e quermesse 7h da tarde Jantar de sopas do Espírito Santo

8h da tarde A tradicional “Grand March” com a apresentação das rainhas e os seus respetivos séquitos, assim como a

comissão da festa para 2013, sob a direção de Betty Mendonça, seguindo-se baile com o artista Chico Ávila.

Sejunda-feira, 3 de Junho de 2013

6h da tarde Vacada com entrada livre e serviço de restaurante e bar

Segunda-feira, 27 de Maio de 2013 10h00 Venda de gado oferecido para a festa do

Espírito Santo na praça Tulare Sales yard, seguida de almoço para todos os criadores

7h da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo Seguindo-se uma exibição de folclore açoriano com o grupo

Saudade do bravo do CPEC de Tulare

Terça-feira, 28 de Maio de 2013 7h da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo

Seguindo-se uma exibição de folclore pelos alunos de Portugês IV e da Associação Estudantil SOPAS das escolas secundárias

de Tulare

Quarta-feira, 29 de Maio de 2013 6h30 da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo

Seguindo-se a bênção da massa sovada e saudação pela Filarmónica Portuguesa de Tulare e a

distribuição das rosquilhas à moda da ilha do Pico

Quinta-feira, 30 de Maio de 2013 5h da tarde Tradicional Briança com o gado

enfeitado e o tradicional Pezinho com os cantadores: João Rodrigues, Adriano Mendes, António Carvalho, Daniel Luz e

Mateus Rocha. 7h30 da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo

9h da noite Marcha coreografada por Sãozinha Toste, letra de José Rocha e Música de Mário Capote

Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

6h da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo 8h da tarde Tourada à Corda (entrada livre).

Haverá música ligeira a cargo de Dennis Rebelo. Haverá serviço de bar e as tradicionais tascas com uma

amalgama de pratos da culinária açoriana

Sábado, 1 de Junho de 2013

10h às 11h30 Distribuição das esmolas, compostas por carne, pão e vinho (às pessoas que receberam o bilhete para o efeito)

12h (meio-dia) Almoço dos benfeitores 6h da tarde Reza do terço no império do Espírito Santo

Seguindo-se a coroação das rainhas para 2013; bodo de vinho e massa sovada (Com leite para os menores e para quem não

toma vinho) e quermesse aberta ao público com muitos prémios

9h da noite Cantoria dentro do Salão com Manuel dos Santos de Artesia, António Azevedo de Hilmar, António Isidro de S.

Jorge, João Rodrigues de Tulare, Tiago Clara de S. Miguel e os tocadores: João Gravito, Hélder Toste, Rafael Ormonde e

Michael Vieira. No Coreto haverá música para bailar com Dennis Rebelo com

o tema: dançando sobre as estrelas

Domingo, 2 de Junho de 2013 10h30 Formação de desfile junto ao salão TDES

11h15 Missa solene da coroação celebrada pelo Monsenhor Rick Urizalqui, coadjuvado pelo Padre Raul Marta e com a

presença do grupo coral do CPEC 11h30 Começam a ser servidas as sopas do Espírito Santo.

Durante a tarde haverá arrematações e quermesse 7h da tarde Jantar de sopas do Espírito Santo

8h da tarde A tradicional “Grand March” com a apresentação das rainhas e os seus respetivos séquitos, assim como a

comissão da festa para 2013, sob a direção de Betty Mendonça, seguindo-se baile com o artista Chico Ávila.

Sejunda-feira, 3 de Junho de 2013

6h da tarde Vacada com entrada livre e serviço de restaurante e bar

Page 21: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

21 TAUROMAQUIA

ReflexõesTaurinas

Joaquim [email protected]

Prata da Casa

Aoreflectirsobreoquepoderiaescreverparaestapáginatauri-na pensei em falar sobre a prata da casa. Muitas vezes digo com

pesar que a maioria das nossas corridas são muito monótonas por falta de varieda-denoscartéis.Pensoqueistoéumaafir-

mação correcta, mas não digo isto contra os artistas que actuam repetidamente nes-tascorridas,atépelocontrário,tenhobas-tanteconsideraçãoporeles.Jápensarambemoqueseriaanossafestatauromáqui-casemoPauloFerreira,oSárioCabral,oMárioTeireiraeosnossos trêsgruposde forcados, especialmente durante esta crise económica que tanto mal tem feito a muitas pessoas e à nossa própria festa dos touros?TantooPaulocomooSáriotêm-nos oferecido momentos muito bons de toureio.Nósesquecemo-nosfácilmenteogrande contributo que eles têm oferecido à nossa festa. Dizem que os santos da casa não fazem milagres, mas estes dois cava-leiros tem os feito muitas vezes ao encon-trarem condições bastante difíceis, peran-te touros com idade avançada, cheios de maldade e sentido e sem os poder castigar. Os pisos das praças também muitas vezes dificultammuito,pondo-osemperigo,talcomo aos Peões de Brega e Forcados.Paulo Ferreira tem dado um grande con-tributo à nossa tauromaquia como cavalei-ro,sabendotemperarbemotoureioclássi-co, com o toureio alegre, além do grande trabalhoquetemfeitopelaCoudelariados

IrmãosMartins.Sário Cabral também tem conseguido aperfeiçoar-se na arte do toureio eques-tre. Se formos a ver, o que este jovem cavaleiro tem conseguido é mesmo de se louvar, porque tudo o que sabe, tem sido pelo seu grande esforço e amor aos cavalos e aos touros. Tudo isto com a ajuda infalível dos seus pais e irmãos. Mário Teixeira ao longo destes anos todos também temsidoindispensávelnasnossas arenas. As dificul-dades têm sido muitas, devido àmáqualidade demuitos touros e praças com pisos paupérrimos pondo a sua vida em perigo muitas vezes. Mário tem conse-guido superar tudo isto com valentia, sabedoria e perseverança, até ao ponto de tirar a sua alternativa de bandarilheiro na boni-ta praça de Acho, Peru. O nomedeMárioTeixeirafi-cará gravado para semprena história da tauromaquia daCalifórnia.Falando na prata da casa não poderia deixar de fa-lar nos nossos grupos de forcados, os Amadores de Turlock, Aposento de Turlock e Amadores de Merced. Temos visto um grande numero de corridas nestas últimas épocas taurinas em que foram os forcados comassuasmagníficapegasquesalvaramoespectáculo.Sãoumamédiade80pegaspor época a touros quase no seu primeiro estado, por não se poder castigar o touro por estas terras. Estes rapazes da forcada-gem têm sido uns heróis nas nossas pra-ças. Realmente pensando bem, temos que sen-tir orgulho de termos gente como estas que

eu mencionei inteirados na nossa festa dos touros. Sem eles, tal como aos ganadeiros, às coudelarias, pastores, directores de cor-ridas e filarmónicas não tínhamos festa.Vamos todos apoiar esta gente e dar-lhes o nosso sincero agradecimento por tudo o que fazem de positivo pela festa brava da Califórnia.A todos eles um grande OLÉ.

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Saíu na Terceira a revista “Quin-to Toiro” conten-do crónicas sobre eventos, artigos de opinião, reportagens e entrevistas, fotogra-fiasdeeventos,desdeasCorridasdeToiros,até aos eventos de ca-riz popular.

Teráumaediçãomensalecom um custo de 3.00€.

Page 22: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

22 15 de Maio de 2013COMUNIDADE

As melhores panorâmicas dos Aço-

Realizou-seemTularenodia4deMaioaentregadePrémios/reconhecimentosaestu-dantes, organizações, promovido pela Society of Portuguese American Students.Aquificaalistadetodosospremiados:

All graduating seniorswhofinishedPortuguese-IV-Honorswillreceivetheirhonor medals.

Students to be honored:

Justine Costa-TulareUnionPortugueseIStudentoftheYearBritany Câmara-TulareWesternPortugueseIStudentoftheYearMaria Ortiz-MissionOakPortugueseIStudentoftheYearAustin Arruda-TulareUnionPortugueseIIStudentoftheYearNicole Cota-TulareWesternPortugueseIIStudentoftheYearCydne Andersen-MissionOakPortugueseIIStudentoftheYearHailey Feijó-TulareUnionPortugueseIIIstudentoftheYearPhilip Feijó-TulareWesternPortugueseIIIstudentoftheYearJonathan Porter-MissionOakPortugueseIIIStudentoftheYearStephanie Simões-TulareUnionPortugueseIV-HonorsStudentoftheYearAllison Serpa-MissionOakPortugueseIV-HonorsStudentoftheYearJonathan Avila-MissionOakPortugueseIV-HonorsStudentoftheYearPaula Freitas - Portuguese V Student of the YearAnaly Romero - Honorary Portuguese-American Student of the YearJustine Avila-PortugueseLanguageandCultureStudentoftheYearRaquel Rebelo-TulareUnionS.O.P.A.S.officeroftheyearJonathan Silveira-TulareWesternS.O.P.A.S.officeroftheyearAdriano Lourenço-MissionOakS.O.P.A.S.officeoftheyearMichael Vieira - Tulare Union S.O.P.A.S. alumnus of the yearJonathan Parreira - Student Leadership Award.

Community Members to be honored:

Ávila Brothers Construction - Portuguese-American Business of the YearAdam Fernandes Dairy - Portuguese-American Dairy of the YearMario Capote - Portuguese-American Teacher of the YearPPAV Visalia Festa - Portuguese-American Organization of the YearIsabel Soares - Portuguese-American Volunteers of the YearBill Ingram - Honorary Portuguese-American of the YearLucy VanScyoc-Portuguese-AmericanInspirationoftheYearLusoTones - Portuguese-American Musical Group of the YearAdeline Mello (in memoriam) Remembrance Award

S.O.P.A.S. - Hall of Fame

José Ávila, editor and publisher of the Portuguese Tribune, eighth person inducted into our Hall of Fame, for maintaining the only Portuguese-American newspaper in the state ofCalifornia.

Prior inductees:

CongressmanDevinNunes, JudgeWilliam Silveira Jr., LúciaNoia, DeolindaAdão,PhD,JasonOliveira,HelterMartins,andMiguelCantoeCastro.

Reception:areceptionwithtraditionalPortuguesesweetswasgivenhonoringtherecipients and their families at Tulare Union High School, immediately following the Gala Awards.

This year's Cultural Icon:ThegreatestPortuguesePoetofthetwentiethcentury,Fernando Pessoa, in celebration of his 125th birth date.

Veja reportagem nas páginas 29, 30 e 31

SOPAS - MVPA Awards

Page 23: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

23 PATROCINADORES

AssineoTribunaPortuguesaefiqueapardoquesepassananossaComunidade

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24 15 de Maio de 2013PATROCINADORES

(conclusão da página 26

De ordenhador, Cota Fagundes passoua lavador de pratos num restaurante nas barbas de Los Angeles. Empurrado pela Margareth, matriculou-se no Los An-geles Valley College. Começam aqui osseus sucessos como estudante. Depres-sa foi frequentar aUCLA,umadasmaisprestigiadas universidades americanas. Lá, teve,comoorientadores,dois ilustresprofessores:oaçorianoMachadodaRosae o continental Mayone Dias. Prosseguiu os estudos sempre com grande aproveita-mento, mesmo quando teve que afrontar a memória de Steinbeck pela forma como este se aproveitou de referências mal as-similadas sobre o carácter do emigranteportuguês. Simultaneamente foi expulso, por pouco tempo embora, da casa de Jea-nette, por não ter dado melhor atenção ao gato do senhor Leal, apesar do desagravo antecipado com a aquisição, no México, de um papagaio e de umas garrafas de kalua. Nem o papagaio nem a kalua puderam en-trar na América.Mas, pior do que este entrave, foi o regres-so de Alex, vindo do Vietname. Alex era sómaridodeJeanette,que,emfimdeco-missão, foi requerer o divórcio para poder casarcomoumavietnamitadequemjáti-nhaumafilha.Jimmy–umsapateiroque,paraalémdeseptuagenário,erarico–foia Las Vegas casar com Jeanette, deixando-lhe todos os seus bens. Nada disto teria importância seCota Fagundes não tives-se sido o último a saber. (Por favor, desta situação não tirem conclusões. O velho Jimmyfaleceuatempoehoras).Comojáfoi dito, dali a poucos meses, Maria Deo-lindaencontrar-se-iacomCotaFagundes,numcursodeverãoemCoimbra.Dito assim, até parece leve e breve a den-sidade dramática da vida deste professorcatedrático,naturaldaAgualva,emigradopara os Estados Unidos da América, com o propósito de reunir a família e de, quando juntos, colherem a felicidade. Não foi bem assim. A reunião de família, verdadeira-mente, nunca foi possível. As condições de trabalho não o permitiram e o sonho ame-ricano da família depressa foi enformado por doenças, por separações, por mudança de objetivos, por desejos de retorno. Por diversas vezes, é sentida a falta de um ata-lho que conduzisse à Terceira.Todos sabemos que emigrar para a Amé-rica era mais do que um ato de coragem, com o seu quê de insensatez, mais uns pós de espírito de aventura e um naco de capa-cidade para uma acomodação a um estilo de vida que, social e culturalmente, nada tinha a ver com o da origem. Esta autobio-grafiaconfirma,àsaciedade,oqueNemé-siodisseatravésdasuaGenuínaBaganha:«Olhe a madrinha que a terra da mérica hé muito dôce é no falar e a mim tem me amargado bastante.» Mas, neste livro, também se aprende que é importante saber

passar ao lado das contrariedades e apro-veitar as oportunidades que vão surgindo.Alguns conhecerão vivências similares e, porventura, mais surpreendentes das queCotaFagundesviveu.Maseste livroenriquece-nos usando uma narrativa que situaos factosnos temposenos lugares;mostra que as diferenças só geram incom-patibilidades quando não são toleradas;que é possível partilhar ensinamentos que anulam barreiras sociais e promovem os que sabem retirar dividendos de tais ensi-namentos.NoFiodaVidaéumabiografiaquenãoseficapeladescriçãocronológicapuraesim-ples dos dias vividos. Neste livro, também são reveladas as circunstâncias em que as pessoasseencontramedesencontram,fi-cando percebido que os acasos nem sem-pre se diluem na fragilidade da sua natu-rezadeacaso.Aoescreverestelivro,CotaFagundes deixa o retrato de um tempo da Terceira de denso cinzentismo político e social, económico e cultural, com Portu-gal a afundar-se na guerra colonial. Deixa ainda um retrato da América que não foge às cores perturbadoras de uma liberdade democráticaamarradaaocapitalselvagemque não se importa de crescer à custa de guerras na casa dos outros. Mas, neste re-trato, onde as contradições se amontoam como lixo nos aterros sanitários, vê-se afloraçãodegentesedeacontecimentosquenos provam que a paz e o amor são possí-veis. Tudo isto singulariza este livro.

FranciscoCotaFagundeshonra-nosehon-raascomunidadesaçorianasnadiáspora,não só pela excelência da sua personali-dade como intelectual, mas também pela forma justa e enobrecida como logrou al-cançar a notoriedade.Comopoderão ler,conseguiu tudoapul-so, resistindo e persistindo, tocando obje-tivos de forma segura, até porque depressa aprendeu que, na América, uma oportuni-dadeperdidanemsempreérecuperável.Neste ato de apresentação da versão portu-guesadaautobiografiadeCotaFagundese nesta homenagem que, muito justifica-damente, a Câmara Municipal da Praiada Vitória lhe presta, deixo registada a minha profunda gratidão pelo privilégio que tenho de aceder à sua Obra, revelada através de inúmeros ensaios sempre tão assertivos, de narrativas e contos que as-sentam numa escrita criativa e apelativa. E registo, emocionadamente, o privilégio de nos correspondermos com uma amizade de largos anos e de nos relacionarmos com tantos amigos comuns – amigos esses que, com certeza, gostariam de estar aqui para um abraço de felicitações ao nosso home-nageado.Finalmente, devo dizer que, pela inutilida-de da referência me escuso de recomendar aleituradestelivro.Masficaoaviso:Nãoo percam.

Raminho, Janeiro/2013

FranciscoCotaFagundes

Page 25: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

25PATROCINADORES

Vende-se Restaurante situado na Ribeira Seca Ilha de São Jorge, Açores

Com espaço para cerca de 100 pessoas, estacionamento privado, com vista para o mar e para a ilha do Pico. Inclui 2 apartamentos: um T1 e um T2 e terreno para construção.Preço 199,000,00 euros (cento e noventa e nove mil euros) Aceitam-se propostas.Contatos: Fernando Dias ou Alice Dias, telefone: 295416624 telemovel: 966780070 ou 913967697 • email: [email protected]

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26 15 de Maio de 2013CULTURA

Álamo Oliveira

No Fio da Vidade Francisco Cota Fagundes Diniz Borges

[email protected]

Apenas Duas Palavras

«Na noite em que terminei a minha lei-tura, fiz o que só muito raramente faço: telefonei ao autor para lhe dizer das «emoções» que me «assaltavam», os ra-ciocínios que me abalavam naquele pre-ciso momento, e creio ter-lhe dito que sentia muito profundamente que cada uma das suas palavras me dizem pessoal-mente respeito, ou seja: a sua tornara-se também a minha autobiografia (mesmo que as nossas experiências concretas tenham sido radicalmente diferentes), ou, possivelmente, a nossa autobiogra-fia coletiva nos Estados Unidos. Tudo o que lhe dizia tentava transmitir-lhe a grandeza da obra, a sua incontornável e indelével relevância para nós todos, tan-to na Diáspora como na terra de origem. Nunca ninguém antes de Cota Fagundes havia escrito tão apaixonadamente e, ao mesmo tempo, com tanta honestidade in-telectual, num exercício de implacável desobstrução socio-histórica dos nossos mundos dispersos.»

CiteiVambertoFreitas,emtextopublica-doem2004,sobreaediçãoeminglêsdolivrodeCotaFagundes,HardKnocks.

O meu não-inglês fez com que a publicação deste livro se me tivesse ficado pelo que outrosforam dizendo. A minha ig-

norância não me permitiu fruir da leitura de um livro capaz de incendiar coragens e heroísmos e, sobretudo, capaz de subli-maragestadeumpovoquemuitosfize-ram por desimportar, mas que o tempo foi revelando e relevando e colocando no devido lugar. De forma acentuada, a emi-gração açoriana foi, durante muitos anos, uma espécie de vertigem provocada pela urgência de encontrar outro meio de vida, mesmo que isso correspondesse a «comer

o pão que o diabo amassou». A fome tem as suas manifestações discretas e tem o entendimento da miséria como processo para subverter o comportamento das so-ciedades, que, de forma crescente, respon-sabiliza o Poder pelos pecados de omissão e de roubo.Por estas ilhas, que quase todos admiram como lugares enfeitados por colorações

paradisíacas, a emigração continua a ser a paisagem velada que se aprecia, que se de-testa, que se ama, que se odeia. Sob estas forças sentimentais, que alternam e se su-cedem como estações do ano, os magos e os economistas têm visto sucumbir as suas previsões,ficandogarantidoqueofuturosó a Deus pertence. As tais previsões não passamdissomesmo.Curiosamente,pro-fetizar o futuro também não cabe aos po-etas, apesar da sua capacidade de delirar edefingir.Restamospolíticoscomasuaforma espectacular de venderem a mentira como verdade soberana.O que isto tem a ver com o livro de Fran-cisco Cota Fagundes não é mera coinci-dência. Neste livro, está registada partede uma vida, não tanto incomum quanto possa parecer, que percorreu caminhos es-

tranhos à vulgaridade de todos aqueles que, sendo também naturais destas ilhas, mais facilmente se acomodaram aos inciden-tes da emigração num país tão absorvente como os Estados Unidos da Amé-rica. Para a maioria desses emigrados, a resignação menorizou-lhe os hori-zontes, deu-lhe algumas satisfações de barriga, sentindo-se protegida da ganância do Poder. Suces-sos e insucessos, ditados por objectivos alcançados ou não e por preferências sempre legítimas, mas

nem sempre mensuráveis pelos mesmosparâmetros, deram, aos atores da aventu-ra emigratória, uma forma de vida que se entendia por satisfatória. Os sucessos per-seguiram e perseguem quase sempre o au-mentodacontabancária,emboranocasodeCotaFagundesossucessostenhamso-mente a ver com o prestígio de uma car-reira académica sempre superlativamente adjectivada. O que é muito, claro.

Para alcançar este desiderato, Fran-ciscoCotaFagundescumpriu,sobreo«fiodavida»,umaodisseiaapeli-dada, muito apro- priadamente, de açor-americana.Éumaautobiografiaescritasobreumpropósitoclaro:«ofiodavidasemeencurtaeeuquero,através da minha história, regressar ao lar». A narrativa termina quando o autor começa a leccionar na Universi-dade de Massachusetts Amherst, ou melhor, quando num curso de verão, proporcionado pela Universidade de Coimbra,conheceuMariaDeolinda.É esta mulher que acabou com a er-rânciaafetivadeCotaFagundeseé,com certeza, esta mulher que o espe-rou e espera no regresso ao lar. Des-de adolescenteque ele évulnerávelao universo feminino que cabe no raio do seu olhar, embora sem conse-quências que possam ser tidas como graves:umououtrocoraçãopartidofoi curado com supercola.Apesar da efemeridade dos seus amores de juventude (ele não era propriamente um pinga-amor inver-

tebrado), esses amores deixaram-lhe cica-trizes indesviáveis. A primaBetty, ame-ricana perfeita em visita à Terceira com romance encomendado, desfez-se dele sem proferir palavra. A madrinha, de quem CotaFagundeserapessoanamente,meni-no, encarregou-se de envenenar cartas que tornaram a sua namorada, de nome Graça, numa rampa de desgraça. E logo se chega amaisdoisnomesdemulher:MargaretheJeanette.Comesta,elevaiviverumare-lação só aparentemente libertina (não hárelações libertinas nem aparentes. Retiro o que disse). Nos momentos de maior fra-gilidade emocional, eles sempre souberam compensar-se e recompensar-se.Nestaautobiografia,acomponenteafetivatemumpesoeumadinâmicasignificati-vos. O autor utiliza uma linguagem que peca por excesso de sinceridade.Não hálugarparacamuflagensnemparadescul-pas. Encontram-se momentos com sabor a uma ironia e a um humor velados e outros tão pungentes que se tornam azedos.Háfactosesituaçõesqueficariammuitobemnaáreadaficção,sóque,aqui,nãoépossí-velfingiroquedeverassepassou.Nesta rede de amores e de desamores, a situação financeira de Cota Fagundesobrigou-o a opções de vida nem sempre da sua preferência. Mas, como se sabe, o sis-tema americano não sustenta a quem não tem uns trocos no bolso. Isso de «quemama não come» não tem qualquer corres-pondência na América e, menos ainda, na Califórnia.Ler este livro é ler um quase livro de aven-turas, muitas delas revestidas duma reali-dadeimpossível.Noentanto,CotaFagun-des é preclaro na carga informativa sobre a Terra do Tio Sam. Ele deixa, como dados preponderantes,oacessofácilaosbensdeconsumo, ao enriquecimento do tipo ins-tantâneo, ao brilho das luzes das grandes cidadeseàcertezainquestionáveldeque,na América, não havia moscas. Porém, o seu sonho americano foi descendo de qua-

lidade, como se tivesse sido posto no cimo de um precipício, de onde derrapou até a

um curral de vacas. Então, veio a sorte de umcoice que levouCotaFagundes até àcidadedeLosAngeles.Paratrás,ficouoamargo da exploração sofrida no trabalho e o cheiro, no corpo e na alma, a bosta de vaca.Por isso,CotaFagundes levouparaLosAngelesmuitosconhecimentospráti-cos e de aplicação plural, nomeadamente os que diziam respeito à arte da ordenha e métodos de conduzir e dominar as vacas paraessemomemto:«Nós,ordenhadores,é que tínhamos de descobrir, como quem descobre aos poucos o temperamento de uma nova namorada.» Qualquer leitor en-tendeperfeitamenteacargacientíficades-te saber, só ultrapassada quando a Jeanette se responsabilizou pela cura da dor que ele sentia no dedo grande do pé.

(conclui na página 24)

AMaréCheia traz-nosumbelo textodopoeta Álamo Oliveira, sobre a edição portuguesadaautobiografiadeFranciscoCota Fagundes, professor universitário,queviveetrabalhonaCostaLestedosEs-tadosUnidos. Háanos,queaediçãoeminglês Hard-Knocks, havia sido publicada pela editoraGávea-Brown. Aliás, foi nosimpósio literárioFilamentosdaHerançaAtlânticaqueFranciscoCotaFagundesleuparaumgrupodealunosdeportuguêsIVum excerto do seu livro. Recordo-me da primeira vez que o meu amigo, o Professor DoutorFranciscoCotaFagundes veio aosimpósio de Tulare. Foi um momento de grandeemoção,jáquefoiemTulare,etalcomoelecontanaautobiografia,graçasaocoice de uma vaca, que fez com que depois da lesão, se virasse para o ensino, frequen-tando um community college e mais tarde aprestigiosaUCLAondeconcluiu,licen-ciatura, mestrado e doutoramento. Fran-ciscoCotaFagundesé,indubitavelmente,um dos nossos mais conceituados intelec-tuais portugueses em terras americanas. Foi um dos intelectuais que sempre con-tribuiu com trabalhos originais e interes-santes para o simpósio de Tulare. Agora temos a sua autobiografia em português,e ainda bem. Leiam o poético texto de Álamo Olivei-ra, escrito como apenas o Álamo sabe fa-zer. Não fosse ele um dos grandes poetas contemporâneos dos Açores e da língua portuguesa. E quer em português ou in-glês,leiamepassemparaosvossosfilhosenetos,aautobiografiadeFranciscoCotaFagundes.

abraçosdiniz

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27 PATROCINADORES

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28 15 de Maio de 2013 ENGLISH SECTION

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29 ENGLISH SECTION

SOPAS - VIIIAnnualMVPAAwards

Honorary Portuguese-American of the Year - Bill Ingram, Maestro

Musical Group of the Year - LusoTones Embaixo: Stephanie Simões, Nicole Cota, Austin Arruda & Cydne Anderson

Graduating seniors who finished Portuguese-IV-Honors received their honor medals.

A short concert was performed by Tu-lare Cummunity Band

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30 15 de Maio de 2013COMUNIDADE

SOPAS - MVPA Awards em Tulare

José Ávila agradecendo à Society of Portuguese American Students

Em cima: Savanah Lourenço, Raquel Rebelo e Jonathan Silveira

Esquerda: Diniz Borges, Raquel Rebelo, José Avila e Jonathan Silveira

Annika da Silva & Justine Avila (Portuguese Language and Culture Award)

Paula Feitas, Phillip Feijó, Joanathan Porter & Hailey Feijó. (Portuguese III Students of the year)

Justina Ávila, Maria Ortiz, Justine Costa, Brittany Câmara (Portuguese I Students of the year)

Stephanie Simões, Paula Freitas & Allison Serpa - Portuguese 4 Students of the year...

Page 31: The Portuguese Tribune, May 15th 2013

31 COMUNIDADE

José Avila recebendo das mãos de Clemente Fagundes o galardão do HALL of FAME

Teacher of the Year - Mário Capote

Volunteer of the Year - Isabel Soares

Inspiration of the Year - Lucy VanScyoc

Organization of the Year - PPAV Visalia

Business of the Year - Avila Brothers Construction

Dairyman of the Year - Adam Fernandes

Alumnus of the Year - Michael Vieira

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32 15 de Maio de 2013ULTIMA PÁGINA