the portuguese tribune january 11th 2011 edition

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Julia Rose 109 anos www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Julia Rose nasceu na freguesia da Candelária, Ilha do Pico. Faz 109 anos no dia 27 de Janeiro Pág. 31 COMUNICADO O Consulado-Geral de Portugal em San Francisco apresenta os seus melhores cumprimentos e tem a hon- ra de comunicar que, na área deste distrito Consular funcionarão as seguintes Assembleias de VOTO, para a Eleição do Presidente da República, entre as 8h00 e as 19h00, no dia 22 de Janeiro de 2011 e as 8h00 e as 19h00, no dia 23 de Janeiro de 2011, nos seguintes lo- cais: Secção de voto nº 1: 3298 Washington Street, San Francisco, California (eleitores com os nºs de inscrição no recenseamento compreendidos entre 4 e 372) Secção de voto Suplementar A: 1801 Avenue of the Stars, #400, Los Angeles, California (eleitores com os nºs de inscrição no recenseamento compreendidos entre A3 e A48) San Francisco, aos 6 de Janeiro de 2011. O Cônsul-Geral António Costa Moura QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 2 a Quinzena de Janeiro de 2011 Ano XXXI - No. 1101 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual A campanha eleitoral para Presidente da República tem sido das mais fracas de toda a nossa história contemporâ- nea desde o 25 de Abril de 1974. Os candidatos falam mais uns dos outros do que de si próprio, chamam nomes (feios e malcriados) uns aos outros, mas nada dizem das razões que os levam a concorrer a este cargo político, que muito embora esvaziado de poder, ainda assim tem a sua impor- tante função arbitral. Fica-se com a ideia que estes candidatos com mais de se- tenta anos, já não têm capacidade de liderança, num mundo agitado como o nosso, com crises económicas, financeiras, sociais, políticas, que é preciso compreender, vencer e dar- lhes a volta. Necessita-se novas energias. No dia 23 de Janeiro, Portugal e os portugueses ausentes no estrangeiro, vão poder manifestar o seu direito demo- crático de voto. Mesmo assim é importante votar!

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The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

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Page 1: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Julia Rose 109 anos

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Supreme Council Officers of PFSA 2010-2012 - Julia Rose nasceu na freguesia da Candelária, Ilha do Pico. Faz 109 anos no dia 27 de Janeiro Pág. 31

COMUNICADOO Consulado-Geral de Portugal em San Francisco apresenta os seus melhores cumprimentos e tem a hon-ra de comunicar que, na área deste distrito Consular funcionarão as seguintes Assembleias de VOTO, para a Eleição do Presidente da República, entre as 8h00 e as 19h00, no dia 22 de Janeiro de 2011 e as 8h00 e as 19h00, no dia 23 de Janeiro de 2011, nos seguintes lo-cais:

Secção de voto nº 1: 3298 Washington Street, San Francisco, California (eleitores com os nºs de inscrição no recenseamento compreendidos entre 4 e 372)

Secção de voto Suplementar A: 1801 Avenue of the Stars, #400, Los Angeles, California(eleitores com os nºs de inscrição no recenseamentocompreendidos entre A3 e A48)

San Francisco, aos 6 de Janeiro de 2011.

O Cônsul-GeralAntónio Costa Moura

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2a Quinzena de Janeiro de 2011Ano XXXI - No. 1101 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

A campanha eleitoral para Presidente da República tem sido das mais fracas de toda a nossa história contemporâ-nea desde o 25 de Abril de 1974. Os candidatos falam mais uns dos outros do que de si próprio, chamam nomes (feios e malcriados) uns aos outros, mas nada dizem das razões que os levam a concorrer a este cargo político, que muito embora esvaziado de poder, ainda assim tem a sua impor-tante função arbitral.Fica-se com a ideia que estes candidatos com mais de se-tenta anos, já não têm capacidade de liderança, num mundo agitado como o nosso, com crises económicas, financeiras, sociais, políticas, que é preciso compreender, vencer e dar-lhes a volta. Necessita-se novas energias.No dia 23 de Janeiro, Portugal e os portugueses ausentes no estrangeiro, vão poder manifestar o seu direito demo-crático de voto.Mesmo assim é importante votar!

Page 2: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Year XXXI, Number 1101, Jan 15th, 2011

EDITORIAL

Ranchinho do Grupo Tempos de Outrora na Igreja das Cinco Chagas

Se o ano de 2010 nos trouxe desgraças de todo o género - terramotos, cheias, países na bancarrota, desemprego, fome, pessoas que perderam as suas casas, políticos que não con-seguem fazer um orçamento estatal a tempo e horas, cortes de benefícios aos mais carenciados, cortes em professores, polícias e bombeiros, enfim, uma mais que mão cheia de problemas que os homens não conseguem controlar. Mes-mo com esta desgraça toda, há sempre quem se aproveite, tal como alguns gestores de universidades públicas que aumentaram o seu pecúlio em percentagens de bradar aos céus. Mas, em tempo de crise também se descobre a careca a muito oportunista. Refiro-me às pensões de vários agen-tes comunitários, que às escondidas foram criando fundos próprios para quando fossem para a reforma ainda pudes-sem ganhar mais do que quando estavam a trabalhar.Estas crises tem muitas das vezes o seu lado bom - criação de novas oportunidades, de novos empregos, de novas rela-ções entre Estados, comarcas. Também é nestas crises que se deve pensar em racionalizar. Por exemplo - faz algum sentido uma Ilha, como o Pico, ter 3 Câmaras Municipais e com 11 mil habitantes? São Jorge tem 2 (9 mil habitantes), Flores duas com 5 mil habitantes, Terceira 2. Não é isto um disparate total?E mesmo aqui ao nosso lado de Modesto é preciso acabar-se com estas cidadezinhas de meia tigela que gostam de ser Cidades. O bem estar das populações deve prevalecer e os políticos e os agentes económicos têm muito a aprender nestas crises. Segundo as últimas notícias, a economia ame-ricana pode crescer mais em 2011 do que o esperado. Bons sinais. jose avila

Mais um ano de dificuldades?

2 15 de Janeiro de 2011SEGUNDA PÁGINA

Page 3: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

fotos de Diliana Pereira

3PATROCINADORES

Page 4: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Os bordados da minha irmã

Passou-se o Natal e a febre de dar e receber presentes. No meus tem-pos de infância o meu presente era sempre o mesmo. Um “esco-

late” dentro do sapato que ficava no can-to da chaminé durante a noite. Era essa a oferta de meus pais. A minha avó que era lavadeira dos senhores ricos, lá na cidade, sempre trazia algo differente. Lembro-me até que alguns anos cheguei a ir à câmara municipal com ela, onde davam brinque-dos à crianças e como o Sr. Aníbal da Ta-bacaria, que era um freguez de minha avó e era o presidente da Junta eu sempre lá tinha um avião ou um carro de bombei-ros e ficava todo contente. Trazia aquele brinquedo comigo e o que é certo dias depois acabava por o dar a outro rapazi-nho qualquer que chorava por nunca ter tido um avião ou um carro de bombeiros. Hoje em dia francamente que me chego a aborrecer com esta hitória dos presentes. Faz mais sentido para mim por exemplo dar um presente a minha mulher no dia 16 de Dezembro que foi quando eu a co-nheci. Ela, este ano, pensou que eu me via esquecido da data mas quando chegou a casa tinha o jantar na mesa e uma linda or-quídea. Eu não preciso esperar pelo Natal para dar uma coisa a uma pessoa. Quan-do menos esperam eu apareço com algo. Penso que já escrevi uma vez que no caso dos presentes por exemplo entre marido e mulher. O marido deveria comprar aquilo que gostaria receber, dar à mulher para ela lhe oferecer no dia do Natal, de aniversário natalício ou outro dia que queiram celebrar

e ela fazer o mesmo. Dessa forma cada um receberia o que gostaria e a pessoa que es-tava a oferecer não tinha ideia nenhuma.

Ok! Alguém vai dizer:- Esse José Raposo tem cada uma que pa-recem três.Mas eu até acho graça e quem sabe se al-guém vai aproveitar a minha ideia. Outra febre é a de mandar cartões de Natal. Es-tava eu mais minha mulher a preparar os cartões e ela dizia. -Ah! Fulano, ou fulana está muito doente e não pode escrever talvez não deveríamos mandar cartão este ano porque ele ou ela pode-se achar obrigado a ter que mandar. Eu discordei logo e pensei que se a pessoa estava doente deveria gostar de receber um cartão do Natal mesmo que não pu-desse por qualquer razão retribuir. Esta-vamos acabando com a lista dos cartões para os E.U. e Canadá e ela pergunta:- Vamos mandar para as ilhas? E, eu res-pondi:- Talvez seria melhor telefonar a todos, falamos com eles, ouvimos a sua voz e talvez apreciem melhor. Assim fizemos. E para tua irmã, não mandas nada?Eu respondi que havia escrito o meu artigo para o jornal sobre ela e que isso seria a minha oferta.

Quando recebi o jornal, vi que a fotografia que eu havia manda-do não havia sido publicada. Telefonei logo ao José Ávila e

perguntei se ele tinha alguma coisa contra o Obama ou contra minha irmã. Ele respondeu que não e que se havia es-

quecido de colocar a foto que até havia andado a procurar algo para preencher o espaço. Enfim, essas coisa acontecem. Graças ao Tribuna e por eu ter colocado no meu artigo o site da internet onde mi-nha irmã tem os seus bordados ela recebeu uma quantidade enorme de emails. Como eu sei que alguns leitores do jornal não têm internet resolvi mandar de novo o link, http://conceicaosilveira.blogspot.com/

e a foto de um dos bordados da minha irmã.

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Os deslocamentos de abomásio á esquerda (LDA) é uma das condições cirurgicas mais co-muns em vacas de leite. Com a

chegada das primeiras chuvas, mudança de ervas e silhos, e o tempo frio os pro-blemas de saude dos vossos animais irão aumentar. A percentagem de LDAs na sua leitaria deverá ser entre 3 a 5%, e não deve exceder estas percentagens.Os LDAs não são uma doença mas sim uma anomalia de antomia que acontece quando o abomásio (estômago) se des-loca da zona ventral do abdómen para a zona esquerda lateral. Isto acontece nas primeiras semanas pós parto devido ao espaço deixado pelo bezerro e pelo facto do rumen não se encontrar cheio. Qual-quer doença (metrite, ketosis, febre do leite, etc) poderá fazer com que a vaca não coma e assim o abomásio desloca-se para a esquerda. Os sinais de desloamento incluem: baixa repentiva na produção de leite, falta de apetite, emagrecimento, etc. Para prevenir esta anomalia á que manter a vaca nas condições adequadas para a ingestão normal de alimentos e prevenir que esta adoeça. Isto é particularmen-te importante nas vacas frescas. Abaixo deixo alguma dicas especificas de como prevenir LDAs.• Identifique as vacas com ketosis e trate de forma adequada.• Mantenha bons niveis de cálcio, nem só as vacas com febre de leite tem niveis bai-xos de cálcio.• Previna as doenças das vacas frescas, como metrites (infecção do útero), penu-

monia ou manqueiras.• Preste atenção á matéria seca que os vos-sos animais ingerem aquando no curral das vacas chegadas ( close-up), uma vaca holsteina deve ingerir 27 libras por dia e uma Jersey deve ingerir 19 libras. • Tenha atenção a qualquer factor que pos-sa inibir o apetite dos vossos animais. • Evite ingredientes e forragens de quali-dade baixa.• Vacas gordas devido a problemas de re-produção serão mais susceptiveis a perdas repentinas de peso que podem resultar em ketosis, gordura no fígado e posterior-mente LDAs.Escolha quais a vacas que devem ser operadas, e trate estes animais com me-dicamentos sem grandes intervalos de se-gurança para a carne e leite. Deve tratar agressivamente as vacas frescas com ni-veis de apetite baixos. Aprenda a diagnos-ticar LDAs. Com um bom maneio LDAs podem ser prevenidos e as perdas econó-micas evitadas.

Dica # 2 – Na orientação do meu ultimo artigo passarei a deixar algumas dicas/in-formações sobre as leitarias. Sabiam que cada leitaria tem um hospital? É nesta zona que se encontram os ani-mais doentes para assim serem tratados adequadamente e monotorizadas as suas melhorias

Do Vale à Montanha

Sergio [email protected]

Prevenir deslocamento do Abomásio (DAs)

4 15 de Janeiro de 2011COLABORAÇÃO

Page 5: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

COLABORAÇÃO

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

Nos anos 1950, quando acenei adeus aos Aço-res e embarquei com destino fixo na Cail-

fórnia, a Rua Direita na Ribeira Grande (S. Miguel) revestia-se de notável importância, embora de feição tripartida e torcida. A sua configuração, desde o Largo dos Frades até ao Largo do Teatro, não era exactamente uma recta e o seu total prolongamento era compos-to pelas ruas de S. Francisco, da Conceição e D. Carlos. Ainda que resumidamente, tenciono incluir, aqui e agora, algumas recordações gravadas na minha memória e as-sociadas com a típica Rua Direita de antigamente.Imagens, episódios, nomes e figu-ras desses tempos antigos aviva-ram-se extraordinariamente na mi-nha fantasia ao ler a longa série de artigos publicados semanalmente no jornal “Correio dos Açores”, entre Janeiro e Março de 2009, da autoria do meu distinto conter-râneo e amigo, Ezequiel Moreira da Silva.O Largo dos Frades, evidentemen-te, derivou o nome do convento dos Franciscanos anexo à igreja de S. Francisco inaugurada em 1613. A igreja, ainda hoje aberta ao culto, continua a ser conhecida por Igreja dos Frades, enquanto o convento e suas dependências constituem o local onde está instalado o Hospital desde os anos 1840 (salvo erro).

Leombro-me que o Largo dos Frades servia de palco p’ràs re-cepções oficiais de boas-vindas aos dignitários de alto calibre político e entidades governa-tivas, de passagem na Ilha em missão de serviço ou visita pro-tocolar. Desnecessário acentuar que, presentemente, ao longo da Rua Direita o cenário (testemunhado nos anos 1950) há mudado com o desaparecimento de estabele-cimentos comerciais e constru-ção de novos edifícios.Por exemplo, no Largo dos Fra-des ainda hoje existe a Farmácia do Hospital, mas já desapareceu a Padaria do Alfredo Favinha, bem como desapareceram as várias oficinas de serralheiros e ferreiros, localizadas um pouco adiante do Largo, aonde tam-bém ficava a conceituada alfaia-taria do José Silvestre.Mais adiante encontrava-se a Pensão e Café-Restaurante, pro-priedade do Firmo Moniz de Vasconcelos, e quase em frente (do outro lado da rua) funcio-nava o Talho do Firmo. Fica-vam-lhe adjacentes a Garagem Couvinha e a oficina do Mestre Araújo. Januário Couvinha era então o proprietário dos carros de praça (táxis estacionados no Largo do Teatro), e bem assim dispunha dum “café” anexo à garagem e duma “bomba de ga-

Recordações da Rua Direita (1)

solina” instalada junto ao portão de garagem.O Mestre Araújo Lima, mais conhecido por “Araújo dos Cai-xões” por ser quem se encarre-gava de preparar os caixões, era um autêntico artista no trabalho de torno e marcenaria. Recordo, com saudade, os maravilhosos “piões” que ele fabricava. Eram incontestavelmente um verdadei-ro encanto, despertando grande alacridade entre a gente miúda, que acorria à tenda do Araújo em busca desses lindos brinquedos.Numa nota pessoal, devo apontar que os filhos do Mestre Araú-jo emigraram p’rà Califórnia. O Gilberto, que exercia a profissão de barbeiro, faleceu aqui há anos, enquanto o Filomeno e o Manuel (que trabalharam juntamente com o pai) fazem parte dos “Amigos da Ribeira Grande”, um grupo que se reúne na primeira sexta feira de cada mês p’ra um almo-ço-convívio no Centro Leonino na cidade de San Jose.A seguir à oficina do Mestre Araú-jo encon-t r a v a m - s e a Farmácia Central do dr. Artur Almei-da Lima e o Consultór io

do dr. Jorge Gamboa de Vascon-celos, à frente do qual estava a Loja do Povo pertencente a Ma-nuel António de Frias Coutinho, destacando-se Manuel Augusto Faria como gerente da mesma. Curiosamente, esta loja era tam-bém conhecida por Loja do Se-nhor Faria. Ali vendia-se de tudo, desde fazendas e mercearias a tintas e ferragens.Frente à Igreja da Conceição erguia-se a Mercearia (pintada em azul) de Duarte Rodrigues Pereira, seguindo-se-lhe a sede da filarmónica “Voz do Progres-so”, a loja de fazendas e miude-zas de Mariano Jacinto Pacheco (o Marianinho do Chiado), a Loja do Tijolo (mercearia com frontaria azulejada) de Manuel Bernardo Pacheco (alcunhado Face-Rosada), e a Loja Ecolásti-ca do Amaral, administrada por António Raposo Menezes, for-necendo vestuário, ourivesaria e relojoaria.

Do outro lado da rua alinhava-se a Loja de Ferragens de Alberto Ferreira Moniz, sob a gerência de Alfredo Gamboa e filhos (Fer-nando e Luís). A Biblioteca Mu-nicipal estava localizada “logo ao pé”, quase em justaposição com o famoso restaurante “O Balão”, do Jaime Borges, servindo “cana-rinhos” de parceria com produtos da culinária regional e apetecida.Seguiam-se dois estabelecimen-tos de fazendas, a loja do Diniz de Sousa Furtado e a Loja Mariposa de Oliveira Lopes, ostentando no exterior uma borboleta-maripo-sa, pelo que ficou popularmente conhecida por Loja da Borbole-ta. No lado oposto situava-se a atractiva Mercearia de Luís da Motta Faria, e adjacente à Ma-riposa abria-se a elegante Sapa-taria do José de Almeida Maia, ladeada pela fábrica de pirolitos de Manuel da Silva Afonso.

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IV International Conference on the Holy Spirit FestasMiguel Valle Ávila

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Page 6: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

A pergunta da Quinzena... feita por Osvaldo Simões no seu artigo

da página 18 deste jornal

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Em memória de Carlos Peixoto

Há pessoas que às ve-zes são consideradas malucas por fazerem aquilo que outros

não são capazes. E ainda sobre esta questão, sempre ouvi dizer que esses tais apelidados de ma-lucos, são os mais inteligentes. E não duvido. De tantos casos paradigmáticos, lembro-me des-te: chamaram maluco ao nosso saudoso amigo Carlos Peixoto pelo facto de, como faialense e açoriano de gema, ter tentado dar uma surra no árbitro lisboeta Hermínio Soares que espoliou a olhos vistos o Angústias Atlético Clube, num jogo disputado no Campo da Doca e a contar para a então famigerada eliminatória Açores-Madeira de qualificação à Taça de Portugal. Daí que Car-los Peixoto tenha seguido até São Miguel no Carvalho Araújo para ajustar contas com esse dito juiz. E Carlos Peixoto que sempre foi do Fayal Sport Club. Mas lá che-garemos.Desde que me iniciei nas lides jornalísticas, sempre tive o maior carinho e estima por este perso-nagem de que hoje aqui faço re-cordar. Quando o Lusitânia ia ao Faial, em anos anteriores a essa minha iniciação, Carlos Peixoto e o irmão estavam sempre presen-tes para levar os amigos e os co-nhecidos até à sua adega do Pico (penso que ainda hoje existe para

reunião dos familiares nas férias de verão), o que era uma grande festa. Lembro-me que, no último Torneio dos Açores em que estive na Horta, em 1968-69 (Lusitânia, União Micaelense e Angústias Atlético Clube), no sábado antes do jogo decisivo entre o Lusitânia e o AAC (3-0 para o Lusitânia e a consequente conquista do título),

lá fui, com outros amigos, até ao Pico com o irmão (Alberto) do “tio” Carlos, com eu sempre lhe chamava, inclusive até à derra-deira vez que o encontrei.E, caso curioso, a minha simpa-tia por Carlos Peixoto começou quando eu era ainda muito jo-vem. E tudo teve a ver com um jogo Lusitânia-Fayal Sport, dis-putado no Campo de Jogos da Cidade (hoje é Municipal de An-gra). Carlos Peixoto era, então, guarda-redes do Fayal Sport (que

tinha grandes jogadores, como Pirolito, por exemplo) e entrou em campo bem ao seu estilo pe-culiar, de camisa amarela, calção branco (não daqueles almofada-dos) e sem joalheiras. De muitos deve ter saído este bruá: como é possível? Num campo com aquelas condições, meio-ervado, meio-pelado, ver um guarda-

redes sem calções acolchoados e sem joalheiras (fica a dúvida se tinha levado cotoveleiras), era mesmo de ficar perplexo. Mas Carlos Peixoto era assim, igual a si próprio, um homem bondoso, que queria o melhor para a sua terra.Quando eu estava em São Miguel, na Impraçor, e ele se deslocava

aquela ilha procurava-me no AO para me dar um abraço. Cheguei a comentar este facto com o Gus-tavo Moura, que também tinha grande admiração e considera-ção por Carlos Peixoto.Fiquei pesaroso quando soube da sua morte. Tive pena, por outro lado, quando entrei para o pro-jecto do Diário Insular de não o ver junto dos familiares. Pelo que conheci de Carlos Peixoto, creio que esse projecto passava pelas suas cogitações.Mas aqui fica o apreço que sempre tive pelo amigo Carlos Peixoto e nunca mais me esqueço daqueles 7-0 que levou do Lusitânia, equi-pado da forma que já relatei. Para mim, pela pessoa em si, uma for-ma “sui generis”. Talvez tenha mesmo seguido aquela máxima de que para se ser guarda-redes era necessária alguma maluqui-ce. Hoje, para os guarda-redes, as coisas são um pouco diferentes. Melhores campos, melhores equi-pamentos, com luvas a preceito. E como são bonitas as indumen-tárias do actuais guarda-redes, numa comparação, quiçá, e com a devida interpretação, aos “traje de luzes” dos toureiros. E ainda do tempo mais recuado, era por isso que, com as suas respeitá-

veis maluquices, o Jorge Teixeira (vulgo “patachon”), entrava em campo todo perfumado.Mas, hoje, com um perfume de saudade, foi tema para recordar Carlos Peixoto, na sua adega com bom vinho e no campo equipado à “sua maneira”.

Nota do editor:

Carlos Alberto Alves reside pre-sentemente no Rio de Janeiro. Nasceu na Terceira, foi jornalis-ta, treinador e até árbitro de fu-tebol.

... Agora pergunto - durante esses 45 anos de vida da Tertúlia Tauromáquica Terceirense "Tomé Bello de Castro", nunca houve uma Di-recção que procurasse saber quem foi a pessoa ou as pessoas que fundaram uma tertúlia que hoje é conhecida em todo o mundo taurino, com grandes feitos prestados a bem da tauro-maquia nacional e internacional?

Carlos Peixoto era, então, guarda-redes do Fayal Sport (que tinha grandes jogado-res, como Pirolito, por exemplo) e entrou em campo bem ao seu estilo peculiar, de camisa amarela, calção branco (não da-queles almofadados) e sem joalheiras

6 15 de Janeiro de 2011COMUNIDADE

Page 7: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Faltava mais ou menos um quarto para a meia noite do último dia do ano prestes a expirar,

quando eu expirrei sem me po-der aguentar. O vírus entrara-me pelo nariz no dia antes com inten-ções claras de me estragar a festa, mas não o conseguiu. Assoei-me e deitei cautelosamente a mão à garrafa de champagne refres-cada no frigorífico. Espreitei a contagem, preparei a rolha que foi escorregando pouco a pouco e – cinco, quatro, três ,dois, um – estoiro de contente: Feliz Ano Novo para todos – o desejo per-manece intacto. Para trás ficou o derradeiro ano da primeira década deste segun-do milénio que, apesar de ainda tenrinho na idade, teima em asso-lar-nos os nervos com incertezas e ansiedades cada vez mais pal-pitantes. Terá porventura deixado alguma saudade o defunto “twenty ten”?Desconfio. No ano passado, infe-lizmente, vi gente demais bater com os queixos dormentos no fundo falido da realidade nua e crua que os “friza” em pesadelo angustiante. Sem emprego nem abrigo, mendigando à míngua as míseras migalhas da mágoa que lhes doi – acreditem – lá isso doi. São dores congeladas em chaga viva sem cura à vista. Doem até a quem escreve. Por isso, escrever nem sempre é facil. Às vezes, torna-se mesmo num sério bico d’obra. Sobretu-do, quando o malvado vírus nos sai das narinas para se atracar às teclas do computador. Aí, o caso complica-se. Uma coisa é a gente constipar-se, tomar o remédio ou engolir o xarope antes de recorrer à cachaça até ver se a coisa passa (e mais cedo ou mais tarde aca-ba por passar). Outra é vermos o nosso mimado “mechim” ataca-do pela gripe ou outro qualquer vírus desconhecido. Sofremos muito. Porque, quer queiramos quer não, cada vez mais deles de-pendemos. Regra geral, hoje em dia, quem

escreve não dispensa o seu atu-alizado “laptop”. É um compa-nheiro inseparável. Com o meu infetado à última da hora por um demoníaco desses indesejados vírus que tanto odiamos, ener-vei-me. Não conseguia escrever nem processar o meu correio ele-trónico. O elevado respeito que me merece o “nosso” José Ávila na competente condução deste formidável Tribuna fez-me redo-brar esforços. Não que este meu despretensioso “rasgo” reclame qualquer relevância no processo. Longe disso! Queria apenas en-trar em dois mil e onze com o pé direito, antes de atirar com o meu velho calendário para o lixo.

E foi o lixo que me inspi-rou. Isto devido à casti-ça conversa partilhada com um comparsa da

velha guarda que anteontem me fez rir e pensar: “…quando me criei não havia lixo. Havia por-caria e exterqueira quanta queira. Lixo era uma palavra mais fina e quase só usada pela gente do es-tudo lá para as bandas da cidade. Imigrei e continuo a não gostar da palavra. Prefiro dizer “garbi-cho”. Soa-me muito melhor.”O meu velho amigo não tem pa-pas na língua nem faz cerimó-nia para expressar o que pensa. Ainda tentei contrariá-lo: “Eh homem, “garbicho” não é pala-vra da nossa língua. Não achas que fica feio falar dessa maneira. Ainda vão fazer pouco de ti.” Ele foi expedito na resposta: “Que se lixem os que fazem pouco. Tam-bém não lhes ligo muito.”Com mais anos d’America do que os passados lá no torrão natal, carcome-lhe há tempos no miolo esse reles bichinho bilingue de quem imigra para longe e, às tan-tas, deixa de falar como mandam a velha gramática ou sugerem os novos prontuários. “Não é por mal”, confessa em tom pragmá-tico, “a gente ausenta-se e, com o passar dos anos, acostuma-se a palrar doutra maneira. Às vezes até inventamos palavras novas e

Ao gosto do freguês

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esquisitas mas não é por deixar-mos de gostar da nossa terra ou desprezarmos a nossa língua. São os anos que passam e a linguagem vai mudando. Muda cá e muda lá. Porque, também agora quando ouvimos discursar na televisão os senhores doutores politicos desta nova geração, cada vez percebe-mos menos do que eles dizem. Talvez porque nunca aprendemos bem aquelas palavras caras nem aquele conversar tao instruído. Faz-nos muita confusão.”Acho que tem razão. E, para fa-lar verdade, nem creio que ele saiba do novo acordo ortográfico prestes a vigorar. Se ele soubesse que a confusão ainda mal come-çou, então nunca mais se calava. O que vale é que esse badalado Acordo só entrará oficialmente em vigor a partir de 2012. Por mais estranho que pareça, no de-correr do corrente ano, caligrafar

duma maneira ou doutra, vai ba-ter sempre certo. À acostumada moda antiga ou no retocado jeito moderno, o nosso estimado idio-ma encontra-se, “à escolha do freguês”, em regime experimen-tal.“Pode ser que calhe!”, alembra-me na risota o meu prezado com-padre, apegado à remota espe-rança da nossa mimosa língua de berço poder um dia vir a adotar alguns dos vocábulos “portin-gleses” que por cá fabricamos e a que já estamos tão habituados. “Não fazia mal nenhum e facili-tava a vida a todos. Se por lá le-varam estes anos todos a adotar estrangeirismos escusados e di-fíceis de se pronunciar, também agora nos podiam dar um jeiti-nho. A nossa “inglesada” lin-guagem cá na diáspora, mesmo que saloia, até é bem mais fácil de se perceber. É que eu quando

me ponho a “raivar” o meu “tró-que” p’ra ir à “estôa” fazer as minhas “groçarias” ou o entulho de “garbicho” para “dampar” se-mana sim semana não, não estou cá para andar com dicionários na mão. Daqui para lá, quer gostem ou deixem de gostar, com acordo ou sem acordo, vou passar a falar e a escrever conforme bem me apetecer. Entenda-o quem quiser. Tanto se me faz.”Fez-me impressão aquele singe-lo desabafo a anteceder mais um expirro. “God bless you”, ouvi-o dizer. “Thank you”, nao quiz des-toar.Com o resvalar do tempo, e sem desrespeito pela nacionalidade, torna-se engraçado ouvirmos a língua a (des)dobrar-se ao idioma que mais lhe convém.

7COLABORAÇÃO

Page 8: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

COLABORAÇÃO

1600 Colorado AvenueTurlock, CA

"Um Brinde pelas melhores Causas"

Agua Viva

Filomena [email protected]

Assim o Novo Ano começou: depressa! Como quem quer chegar a lugar determinado, não se sabe porquê nem por quem. Só espero que pe-las melhores causas!

A minha querida Amiga Maria das Dores, entre outros amigos e amigas do FaceBook, gostou da frase e fez-me lembrar algumas causas pessoais, como sejam os talentos para os quais raramente me tenho votado e empenhado. Talvez por falta de acreditar já, que sim é possível. Na verdade, mais fàcilmente sou capaz de crer nas causas dos outros. Mas prometi-lhe fazer um esforço e agradeço sempre as suas palavras de estímulo. Na realidade, no mundo em que vivemos, são tantas as coisas que vemos através das notícias que deveras até me esqueço que as minhas causas existem ou têm real valor.

Por exemplo, de que serve ser locutora-realizadora, jor-nalista de profissão, se a Rádio daqui não tem horas dis-poníveis para apresentar e realizar programas vivos? De que serve gravar canções, cujas gravações e produções custam uma pequena fortuna, se depois nunca são toca-das na Rádio local e o povo nunca terá a oportunidade de saber ou de escutar que determinado artista existe? De que serve ouvir na Igreja, antes e depois das homilias que devemos ser generosos nas colectas, que devemos ser uni-dos, se os integrantes dos grupos corais pertencentes à mesma comunidade, comungam do mesmo banquete da Missa dominical, participam na colecta, cantam nas mes-mas festas em louvor a Deus e aos Santos nos altares da nossa Igreja, mas não são todos dignos de ensaiar os cân-ticos no mesmo local de ensaio? E isto para não falar nas leituras, que nem todos têm “licensa” de fazer? Quantos são, os casais ou não, que serão dignos de serem convi-dados a levar até ao altar as oferendas que cada um com sacrifício e com ternura conseguiu colher da própria seara e videira, para ter um lugar na mesa do Senhor e em casa, quiçá comeu do pão que o diabo amassou? Quantos são os que ajudamos, mesmo visinhos do lado, a quem deitamos a mão quando nos pedem ajuda e depois de servidos nos cortam, não só a mão que lhes estendemos, mas ferindo a nossa alma já magoada com a traição e a calúnia?

Que nos faltará para que sejamos tão bons como os que o são? Ou tão maus como os que nos fazem sê-lo?

O Ano começou depressa! Mesmo assim, penso que esse tempo para muita gente, terá tido o valor da Eternidade, não só dos que partiram deste mundo feridos pela doença, como dos que por desilusões contínuas terão desejos que

tal aconteça.

São tantas as causas que me desencantam... Como a de ver a nos-sa língua maltratada dentro e fora do País, e que nada mudou nem mudará depois do novo Acordo Or-tográfico Portugal-Brasil, que para mim não passa de uma fan-tochada política como tantas que se fazem ao longo da História para galgar posição e cami-nho para outros púlpi-tos de glória. Pese a quem pesar, serei sempre amiga dos meus amigos bra-sileiros, por quem tenho elevada estima, mas um “facto” será sempre um “facto” e não um “fato” que para nós é vestuário e para os brasileiros é “terno”. E tantas mais que não têm razão para mudança. Se é por Brasil ter mais po-pulação, porque não se torna capital de Portugal? Eu disse algum disparate? A minha Ilustre Ilha Terceira já foi ca-pital de Portugal duas vezes... E era muito mais pequena! Devia ser ainda, ou até os nossos irmãos portugueses do continente aprenderem um pouco mais das nossas ilhas, ou pelo menos saberem quantas são e os seus nomes; que nem todas têm o mesmo sotaque e que nenhuma delas fala com o sotaque da Madeira, como alguns engraçadinhos tentam imitar em programas da RTP.

Minha querida Amiga Maria das Dores, quanto não será melhor viver no seu Vale de Napa, fazer poemas à sua paisagem bucólica e bela, provar do nectar do Deus Baco e tentar esquecer tantas causas perdidas...

Espere lá! Encontrei duas boas causas: A nossa Tribuna e José Mourinho! É lindo! Não tem vergonha de ser Portu-guês e é o melhor treinador do Mundo!.

ANO FELIZ!!!

POESIA CONTEMPORÂNEA

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8 15 de Janeiro de 2011

CANTIGAS AO DESAFIONovidades de 2010, em DVD e CD

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. Cantoria da Filarmónica de S. João, 2010

. Cantoria p. o Pequeno Jonathan, 2009

. IV Encontro de Veteranos, 2010Cantorias editadas anteriormente:. Guerra de Cantigas ao Desafio, 2005. Grande Tarde do Improviso, 2005. Cantigas ao Desafio no S. Maria, 2006. Nova Guerra de Cantigas, 2007. Só Desgarradas, 2008. Cantadores de Guerra Cantam Paz, 2009

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Page 9: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Sandwich FilosofanteO Filósofo de Água de

Pau, está cada vez mais ansioso por sair fora da casca, e desta

vez, foi ele a convidar para um encontro sabem onde? No McDo-nald. Ouviram bem, Precisa-mente no “Macs” da sua área. A razão, alegou, a sua Maria estar com uma valente constipação. A principio julguei que ele estava a gozar comigo, mas quando ouvi a simpática Maria a tossir no background, acabei por crer na palavra do meu amigo. ---Bem, uma vez que assim é—disse eu, ainda um pouco des-confiado—vamos lá para o sitio combinado. Já agora, lembro os nossos primeiros tempos de América, em que as sands ma-gríssimas desta cadeia mundial custavam apenas 15 cêntimos cada, recordas-te? E foi este o preço oficial por vários anos. Mas, com o engordar dos ame-ricanos, as sands acompanha-ram o medrar enxúndico das massas,e hoje são uma refeição com milhares de calorias, consu-midas aos milhões no mundo em redor. Quando cheguei, lá estava o nosso homem, ao fundo do res-taurante quase vazio, num canto assoalhado, propício ao falatório. __Ora então, chega-te pra cá. Como já não te via desde o ano passado, e como o reportório com a cara-metade, está ficando esgotado, lembrei-me deste en-controzinho, para cortar o ram-ram do dia a dia. Que eu não des-gósto de todo da solidão. Estou a reler agora, alguns dos livros que li hà 50 anos.E com uma outra perspectiva. Acompanho tam-bem o que se passa, e digo-te com franqueza que me sinto bastante apreensivo quanto ao futuro. Fu-turo que ja não verei, mas mesmo assim, sinto-me preocupado. ---Meu caro, esse estado de espi-rito é próprio da natureza huma-na. Eu tenho procurado resistir ao péssimismo, e há dias, quan-do me perguntaram em público o que pensava sobre o ano agora iniciado, disse sem hesitar, que seria melhor do que o ano que passou. Foi uma expressão talvez um pouco arrojada, concordo. O grande capital mete-me medo. A concentração fenomenal de bens nas mãos de uma minoria, pode levar a uma explosão catastrófica.

Por outro lado, ainda não deixei de confiar nas virtualidades da democracia. Mas tambem admi-to a hipótese de estar errado, em face da possibilidade de um cho-que tremendo entre três ou qua-tro forças fundamentais, como o capitalismo absolutista, o nacio-nalismo da extrema direita, a luta entre as religiões, e o “complexo militar-industrial”--como avisou o presidente Eisenhower. Neste preciso momento o homem pos-sui o poder necessário para des-truir o mundo e as civilizações. E mesmo assim, com todos estes perigos, há uma voz que me diz, que as gentes do mundo já passa-ram por periodos mais graves, de sangrentas lutas politicas e reli-giosas, em que grandes impérios e civilizações foram extintos, e o mundo continuou a evoluir. A lenda da Fénix, não tem sido em vão. Entretanto vieram as sands. Eu, uma de galinha com bacon, sa-borosa e bem calórica, e ele, uma de carne de vaca, com os respec-tivos acompanhamentos de café e batatas fritas. O usual actual, sem qualquer aparência com as sands de 15 cêntimos de há 50 anos a esta parte, em que apenas uma nâo chegava para encher a cova de um dente. E enquanto comíamos, fomos falazando de coisas mais terra-a-terra, até que o filósofo de Água de Pau, resol-veu voltar às suas preocupações, mencionando o caso de Portugal e da Europa, na actual conjuntu-ra. Disse ele ter visto uma mesa redonda através de Rádio Por-tugal, com o ex-presidente Má-rio Soares, o professore Adriano Moreira e outros falando preci-samente sobre o tema de Portugal e a integração europeia. Fiquei com a impresâo, disse o meu amigo, que a Europa so-lidária ainda não está firme. A integração ou exclusão dos na-cionalismos em nome de um mul-ticulturalismo nascente, ainda não existe. A Alemanha, graças ao seu poder económico, acima do resto dos países europeus,está fazendo sobressair esse poder em face do mau estado financeiro de paises como a Grécia, a Irlanda,Portugal, Espanha e outros. Os paises da zora Euro, nâo sâo ain-da um bloco. A Inglaterra, embo-ra europeia, está com um pé na Europa e outro na América e fora

da zona-euro. E neste ambiente de incerteza, em vários países estão a surgir movimentos nacionalis-tas opostos à integração cultural e politica e económica, e dispos-tos a preservar a sua integrida-de nacionalística em todos esses domínios. Adriano Moreira citou até que, a própria integração dos Estados Unidos da America, não foi possivel sem uma monstru-osa guerra civil. E nessa ordem de ideias, diria eu que, a Europa das nações é uma construção em processo, e tenho dúvidas de que possa vencer sem convulções, o repto da presente crise económi-ca, e as potentes fogueiras nacio-nalísticas que parece estarem em processo de desenvolvimento em alguns paìses. E a conversa prolongou-se por cerca de duas horas, com reno-vação periódica dos caféses e o desfiar de recordações dos tem-pos em que nos conhecemos na velha Escola Devales, para entrar no ”linguajar dos camones”, e onde conhecemos o João “Cava-lo”, que era assim que o bossa o tratava, e assim ele desejava ser conhecido. Porque Carvalho é pau, e cavalo é um animal de es-timação. Conversa de velhos, na América dos “sonhos america-nos”. Sonhos que no actual mo-mento estão sendo pesadelos para muitos. E seriam decerto também para nós, se não tivesse existido um homem chamado Roosevelt, criador do Seguro Social, que os republicanos desejam extinguir a todo o custo, e não desistem en-quanto o não conseguirem. E eu não sei porque são tão mausinhos os nossos caríssimos amigos do Partido do Elefante. Talvez que umas canecas de chá verde, lhes fizessem bem. E estava concluido o encontro entre duas pessoas em vésperas de embarcar para uma viagem em que se tira apenas bilhete de ida. E dada a nossa afinidade ide-ológica, escusado será dizer que os nossos encontros, cada vez mais frequentes, não deixam de corresponder a uma necessidade psiquica, que ambos apreciamos. ”Ora basta que sim”.

Do Tempo e dos Homens

Manuel Calado

[email protected]

10 milhões para promover Destino AçoresO Governo Regional atribuiu 10 milhões de euros à Associação de Turismo dos Açores (ATA) para a realização do “Plano de Promoção do Destino Açores” para o ano de 2011.O Plano irá incidir nos mercados de Portugal continental, Alema-nha, Áustria, Espanha, França, Holanda, Reino Unido, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia, Canadá e Estados Unidos da América.Pretende-se, deste modo, reforçar a articulação da actividade pro-mocional da Região com os parceiros do sector, por forma a superar um dos grandes desafios com que o Turismo dos Açores está con-frontado: a necessidade de aumentar a notoriedade do arquipélago como destino turístico.

Pedro Lagartoin AO

RSI "veio mudar a vida" mas cortes nas prestações "pioraram tudo"

|O Rendimento Social de Inserção (RSI) mudou a vida a muitas pessoas em Rabo de Peixe mas os cortes provocados pela alteração da fórmula de cálculo estão a preocupar os beneficiários deste apoio social.“A minha vida mudou muito, em muitos aspectos, tanto na alimen-tação como no vestuário. Tornei-me mais independente. Mas a crise está a passar para nós, que somos pobres,", afirmou uma das benefi-ciárias do RSI em declarações, frisando que este apoio social "tem sido menos”.Mãe de seis filhos e esposa de pescador, esta mulher de 34 anos inte-gra o grupo de cerca de 190 pessoas do concelho da Ribeira Grande, em S. Miguel, inseridas no projecto 'Agir', criado no âmbito do RSI para promover a aprendizagem de hábitos de trabalho na comunida-de e reforçar a auto-estima.Nesse sentido, esta beneficiária do RSI há 12 anos trabalha "três horas, de segunda a sexta-feira", como ajudante de limpeza numa escola da vila de Rabo de Peixe.“Sinto-me como uma senhora que vai para o emprego, é pena que se-jam só três horas”, afirmou, acrescentando que recebe 370 euros de RSI, mas recordando que este apoio "já chegou a ser de 500 euros".

Lusa/AO online

Notícias dos Açores9 COLABORAÇÃO

Page 10: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Eduardo e Fernanda Lacerda - 50 anos

1 – breves considerações ao ‘pontapé-de-saída’ de 2011

O manuseamento do almanaque da existência continua a ser um ritual mais ou menos rotineiro, todavia desejável. Até mais ver, somos viajantes imaginários da frágil caravela euro-atlântica. A ideia de fraccionar o tempo em lapsos existenciais susceptíveis de serem vigiados pelos impulsos ciumentos do relógio, faz parte da nossa herança de retalhistas da história. O nosso destino foi retalhado ... mas nós continua-mos inteiros...

Desde que a nação portuguesa foi republicanizada (já lá vai um século), há a tendência para dis-farçar o dilema dinástico do pre-sidencialismo português. Dentro duma vintena de dias, o resultado da sabedoria popular estará à vis-ta de todos: não se vislumbram vestígios de rumo seguro para ar-riscar na campanha ‘alegre’; nem vale a pena dar ‘cavaco’ pela pre-visível manutenção do inquilina-to presidencial ao economista de Boliqueime. A asquerosa equipa de simpatizantes do keynesianis-mo esquizofrénico (desde 1985 inspirada pelo actual recandidato presidencial) transformou a de-mocracia portuguesa num satéli-te corporativo do capital europeu. Perante tão fastidiosa suposição, a crise portuguesa não precisa de um estadista político; precisa, tão

somente, dum ‘fiel de armazém’ de formação tecnocrata...

Nas recentes passagens telegrá-ficas pela minha ilha natal ( S. Miguel), tenho observado alguns sintomas curiosos de sensibilida-de monárquica, na fala de gente de raiz social-democrata (e não só). Trata-se de gente que gosta de an-dar de bem com o Estado e com os homens. Desde há várias décadas, consi-dero-me discípulo-aprendiz das lições resultantes dos erros co-metidos pelo radicalismo profes-sado por alguns dos pioneiros da República (1910), designadamen-te, a contraproducente feroci-dade anti-clerical, e a defensiva relutância em não consentir a le-galização da oposição monárqui-ca, de modo a impedir o recurso à glorificação conspirativa... A história recente continua a forta-lecer a opinião da cidadania para encerrar a experiência do Estado Unitário, e substituí-lo pela nova aposta constitucional no Estado Regional (como etapa gradual rumo ao sistema Federal). Quase me esquecia de recordar que, naquele tempo, um obser-vador britânico observou (quiçá com apropriada ironia) que, até à adesão ao regime republicano en-cetado em 1910, Portugal já “era uma república governada por monárquicos”...

"Separatismo" Constitucional...(Ideias ao Desafio)

2 – ‘alea iacta est’ – leia-se: ressaca cesariana na “grande-área” autonómica, com baliza aberta...

Na abordagem das questões po-líticas, não me parece louvável enveredar pela virilidade mate-rialista, na antiga teimosia de que o estudo dos homens, como o de todos os restantes seres vivos, pertence ao domínio exclusivo da biologia (peço vénia para lembrar que a biologia, ciência objectiva, não nos ensina senão a luta e a se-lecção derivante da luta... ou seja “o direito de cada um correspon-de à sua capacidade de prejudicar o seu semelhante”. Felizmente,há sempre um clarão intelectual à nossa espera. Sem me servir de maleabilidades te-ológicas susceptíveis de insultar a inteligência alheia, diria ape-nas que a moral é capaz de ser a soma de conquistas obtidas pelo homem sobre a tirania dos seus instintos. Se a força constituísse para o homem um imperativo ca-tegórico, seria difícil gerar e ge-rir as necessárias apetências para confrontar a força... E vai daí a vontade de lembrar que o regime republicano dispen-sa funções de capatazia. Aliás numa república democrática, o presidente eleito deve ser o pri-meiro servidor da aventura repu-blicana... Como ilhéu atlanta-português, não devo esquecer que o meu

país, antes de ser culto e letrado, foi camponês, viajante e mari-nheiro. A vitrina da sua histó-ria apresenta mais mártires que santos: Vasco da Gama partiu do Restelo no mesmo ano em que os judeus eram arrastados pelos cabelos até à pia da água-benta! Por volta de 1550, os escravos constituiam 10% da população lisboeta (no âmbito nacional, na-quela recuada era, a escravidão não ia além dos 2,5% ... hoje em dia, francamente, seria caso para estudo ...).

3 – A roda não inventou a dis-tância, nem a ausência é filha da emigração...

Falta ainda dizer o seguinte: a Au-tonomia política-administrativa das regiões atlânticas continua a ser um instrumento institucional valioso ao serviço da população que vive e trabalha nos Açores e na Madeira. Compete à matu-ridade democrática da liderança regional cultivar a clarividência política de reconhecer a validade duma eventual participacão da Diaspora nas questões macro-políticas alusivas ao desafio au-tónomo... Em resumo: a administração dos Açores deve ser da exclusiva res-ponsabilidade daqueles que são (democraticamente) eleitos pela comunidade residente.

E... quanto à Diaspora Açoriana?

Vejamos: como ilhéu açoriano com mais de 30 anos de ausên-cia, costumo expressar apenas opiniões pessoais. Defendo que os imigrantes interessados têm obviamente de se preparar para assumir os direitos (responsabili-dades) que lhe sejam conferidos pelo Estado de direito. Mais: aDiaspora Açoriana teria certa-mente interesse em participar (criticamente ou não) nas tais macro-questões do quotidiano politico da sua terra natal, numa metodologia baseada na recipro-cidade democrática, que dispen-saria reivindicações unilaterais inspiradas pelo oportunismo par-tidocrático.

Estou convencido de que a maio-ria dos emigrantes não pediu li-cença aos donos das ilhas para sair, pelo que não consente ser usada, paternalmente, como saldo eleitoral. Estou confiante em que, no mês de Abril do ano em curso, os ilhéus açorianos irão celebrar os trinta e sete anos de Esperança Autonómica, independentemente da vontade centralista do recan-didato presidencial ora em dispu-ta. Aqui, na diaspora lusófona, atrevo-me a sugerir que conti-nuemos firmes a enfrentar com reconhecida galhardia étnica “o luto da mudança duma luta de cansar”, se possível indiferentes à glorificação emocional da au-sência mais ou menos subsidiada ou medalhada...

Agostinho e Guida 50 anos de amor

António e Maria Vargas - 63 anos

Eduardo e Fernanda de Lacerda celebraram no dia 12 de Novem-bro de 2010, os 50 anos de união entre duas pessoas que se amam, na presença de seu filho Edward e sobrinha Esther e família, sobri-nho Alberto e família e também com a presença dos seus anigos Rogério e Maria Fernanda Silva, que se deslocaram de Ontário, Canadá.A festa de comemoração das Bodas de Ouro teve lugar num res-taurante local, em Wilmington, Estado de Delaware.

Agostinho e Guida Costa, residentes em San Le-andro, California, celebraram no dia 2 de Janeiro de 2011 as suas Bodas de Ouro juntamente com toda a sua família e amigos, no Portuguese Ath-letic Club em San José.

Tribuna Portuguesa sauda estes três casais ani-versariantes.

No dia de Natal, António e Maria da Glória Vargas cele-braram 63 anos de casamento.Casaram-se no dia 25 de Dezembro de 1947 na freguesia da Ribeirinha, Ilha do Faial, onde residiam nos Espalha-fatos e eram conhecidos por António Côco e Maria Sará.São pais de duas filhas, Maria Fátima, casada com Ga-briel Freitas e Maria José, casada com Manuel Amaral.Avós de James, Tony Gabriel, Frank Freitas, Derek e Me-lanie Amaral. Bisavós de Sidney, Tyler e Amelia Freitas.

Residem na Cidade de Corte Madera, ao norte de San Francisco.António fez este ano 91 anos e Maria Glória tem 84 anos de idade. Ainda se ajudam um ao outro nas lides do dia-a-dia.

As filhas sentem-se muito orgulhosas por poderem cele-brar esta linda data com os seus pais.

10 15 de Janeiro de 2011COLABORAÇÃO

Page 11: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Temas de Agropecuária

Egídio Almeida

[email protected]

"Clonar" animais

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Dias virão em que a terra lavradia pode não ser o suficiente para atender às exigências e carências populacionais.

11COLABORAÇÃO

Continua a controvérsia a cruzar o Atlântico no cientí-fico e problemático “cloning” de animais

As forças científicas e políticas do lado Oes-te do Atlântico Norte, não parecem muito de

acordo com a política da Comis-são Europeia, dentro da Europa, no que respeita à sua posição em referência à proposta da comple-ta suspensão por cinco anos de “cloning” animais que são usados para a produção de alimentos.Esta Comissão é o corpo execu-tivo da União Europeia, que pre-para as novas propostas de Lei e gere os negócios do dia-a-dia guiando os destinos dos 27 Paí-ses membros. No caso desta pro-

posta do passado dia 19 de Ou-tubro, segundo os seus críticos, podem também ser classificados “Board” da ignorância perpétua, senão vejamos. Esta proposta ignora os resultados científicos dos próprios grupos da União e até do “European Union Health Commisioner” que anunciou não existir qualquer evidência de que, produtos de carne ou leite, desses animais sejam impróprios para consumo humano.Nos Estados Unidos os produtos dos filhos ou filhas dos “clonin-gs” não estão proibidos de entrar no mercado, mas o Departamen-to da Agricultura (USDA), acon-selha os produtores para que se abstenham de comercializar es-ses produtos.A controvérsia aqui, é que mesmo

propondo a suspensão de “clo-ning” por cinco anos a mesma Comissão Europeia garante que continuará a importar alimentos produzidos de “clones” em outros países, admitindo que tais produ-tos são impossíveis de identificar de qualquer forma. Em 2008, 2009 e 2010 o ”European Food Safety Autority” determinou que não há qualquer indicação de que carne ou leite de “clones”, ou seus primogénitos tenha qualquer di-ferença dos mesmos produtos dos animais nascidos por meios gené-ricos convencionais.Grupos de cientistas alimentares nos Estados Unidos, Nova Zelân-dia e Japão, também chegaram à mesma conclusão.Entidades comerciais de “clo-ning”, existem já em 8 países di-

ferentes em volta do globo - Esta-dos Unidos, Argentina, Australia, Brasil, Canada, China, Africa do Sul e Coreia do Sul.

A prática de “cloning” comercialmente nos Estados Unidos foi iniciada em 1998.

Nós não temos nenhuma posição financeira ou ideologista sobre esta ou outra qalquer ciência, mas segundo este grupo aqui no Oeste, a União Europeia está per-petuando ignorância ao consumi-dor, quando se trata dos avanços da ciência em geral, e particular-mente neste caso “cloning”, des-turpando a realidade da ciência e tecnologia na moderna produção de alimentos.Ignorando estas realidades, se-gundo este grupo, poderá levar

os consumidores europeus a pre-ços mais altos pelos alimentos produzidos a nível doméstico, ou forçar os seus produtores locais a ruína financeira, devido a com-petição externa.O isolamento forçado pelos gover-nantes não parece ser a solução. Infelizmente em muitos casos a ideologia é mais forte que o bem estar das populações, num mun-do onde os números aumentam a passos largos. Abraçar e respeitar as novas tecnologias para futura produção, parece ser o caminho a seguir. Dias virão em que a terra lavradia pode não ser o suficiente para atender às exigências e ca-rências populacionais.

Page 12: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

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Bem haja, coração!

Os últimos meses de 2010 foram bem movimentados. Em frente à TV!

Primeiro, as eleições. Para quem gosta de humor cáustico, o horário da propaganda eleitoral foi ótimo: garantiu momentos para além de irritantes, fantasticamente engraçados. Alguns políticos, com a cara dura de sempre, apresentavam seus pro-jetos, repetindo antigas promessas que não serão cumpridas, como tantas outras. Acreditem: muitos foram reeleitos ou vi-ram seus candidatos se elegerem. Até o de-putado mais votado do Brasil, um palha-ço por profissão, cujo mote de campanha ”vote no tiririca, porque pior que está não fica”, prendeu-nos à telinha, para acompa-nhar a novela que se seguiu à sua eleição, quando teve que provar - ao pé da letra - para a Justiça, que sabia ler, fazer ditado e assinar o próprio nome, enfim, mostrar que não era analfabeto. Passou raspando! Foi diplomado como deputado federal e vai representar um milhão e trezentos mil paulistanos.

Depois, como nos filmes americanos de ação, passamos a assistir a guerra entre marginais e a polícia do Rio de Janeiro. Bandidos incendiavam carros e ônibus, simultaneamente, em diferentes pontos da cidade, revoltados com a transferência dos chefões do tráfico, para presídios federais de segurança máxima e por perderem seus pontos de venda de drogas nas favelas, onde as UPPs (unidades de Polícia Paci-ficadora) se instalavam. Desalojados, se viam obrigados a fugir e migravam para locais que logo em seguida eram, também,

ocupados pela polícia. Acossados, partiram para o enfrentamen-to e retaliação: arrancavam os motoristas da direção e incendiavam seus carros. Fa-ziam o mesmo com os ônibus. Também promoviam “arrastões” pela cidade: in-terditavam o trânsito e roubavam os per-tences de quem ocupava os veículos. A polícia tentava controlar a situação, mas, seu contingente não era bastante para con-ter a violência que se instalou em diversos pontos da cidade. Nas ruas, repórteres de várias emissoras, nacionais e estrangeiras, cobriam os acontecimentos. E nós ali, em frente à TV, assistíamos a cada lance, en-tre nervosos e revoltados, torcendo sempre para o “mocinho”, claro, e esperando o próximo passo da polícia, dos bandidos e dos repórteres que se arriscavam por um furo de reportagem. Nesse entretempo foi lançado nos cine-mas o “Tropa de elite 2”, filme que conta a história do capitão Nascimento e seus ho-mens, um batalhão de elite da polícia do Rio de Janeiro, no combate ao tráfico. A história fictícia do filme levou multidões ao cinema e bateu todos os recordes de bi-lheteria dos filmes nacionais. O filme teve o sucesso que fez, por ser implacável com os bandidos! Estamos cansados de ver, no nosso dia a dia, quase sempre, os marginais levarem a melhor, embora o bom trabalho que fazem os policiais que não se ven-dem. Por outro lado, o BOPE (Batalhão de Operações Especiais), o Batalhão da vida real, plantou telespectadores aos milhões em frente à TV, a acompanharem suas in-cursões pelas favelas, à caça de traficantes perigosos, que assustavam e subjugavam a população com seu armamento pesado.

Quando a s i t u a ç ã o mostrava-se incontorná-vel, sem sa-ída, eis que na manhã do dia 21 de no-vembro nos d e p a r a m o s com tanques de guerra da Marinha dando apoio logístico - como informaram - aos homens do BOPE e aos policiais militares e civis, para que pudessem entrar na Vila Cruzei-ro, uma das grandes favelas da zona norte do Rio. Dai em diante o que se passou pa-recia surreal: os blindados passavam por cima das barricadas, dos carros incendia-dos no meio das ruas e conseguiram colo-car centenas de homens dentro da favela e dominá-la em pouco tempo. Dos helicóp-teros, cinegrafistas mostravam dezenas de bandidos fugindo pelos morros, para a favela vizinha, o Complexo do Alemão, a pé, de carro, de moto e arrastados pelos comparsas (os feridos). Foi dado um tempo, então, para que, es-pontaneamente, os bandidos se entregas-sem. Poucos o fizeram. Vencido o prazo, helicópteros e veículos blindados da polí-cia e das Forças Armadas abriram caminho para a ocupação do conjunto de favelas do Alemão. A operação contou com 800 sol-dados da Brigada de Infantaria Paraque-dista do Exército, 300 agentes da Polícia Federal e 1,3 mil homens das polícias Mi-litar e Civil, além de blindados do Exército

e da Marinha e veículos do BOPE.

A polícia civil divulgou balanço do que foi apreendido no Complexo do Alemão (foto) e na Vila Cruzeiro: 36,6 toneladas de drogas (maconha, cocaína e crack), 496 armas (sendo fuzis, pistolas, revolveres, carabinas, espingardas, metralhadoras e submetralhadoras) e 58 explosivos. Re-cuperou 440 carros roubados e prendeu 133 suspeitos. A droga foi incinerada nos altos-fornos da Companhia Siderúrgica de volta Redonda. Com tantos lances emocionantes, o cine-ma não teria feito um filme melhor do que o que vimos pela TV! Desculpem, mas eu gosto de aplaudir o bem contra o mal. Essa operação lavou a alma do brasileiro que há muito tempo vem sendo vilipendiado não só pelos traficantes de drogas, mas tam-bém pelos que traficam influência e poder no nosso País. As nossas Forças Armadas e os bons policiais civis e militares nos fizeram acreditar, de novo, que o Brasil pode dar certo para todos e não só para um punhado de mal servidores da Pátria.

Sabor Tropical

Elen de [email protected]

12 15 de Janeiro de 2011COLABORAÇÃO

Page 13: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui Dores

Muito Bons Somos Nós

Joel [email protected]

A ilha, graciosa, cresce nos meus olhos emocionados e volta a ser um regresso ao passado e ao mundo primordial, bucólico

e pacífico. O tempo dir-se-ia ter ali para-do há séculos. Mais uma vez percorro os lugares da minha geografia afectiva e sen-timental. Aviva-se-me na memória breves fragmentos vividos e sentidos na lonjura da minha infância insular…… os desvelos carinhosos da minha mãe e as histórias evocativas do meu pai…… o mar encapelado e eu, menino, com franja espessa sob um boné de marinhei-ro……o verde maciço da vegetação e as mon-tanhas emergindo do mar…… o sussurro do vento, o calor pesado e húmido da ilha e o céu pesado de brumas oceânicas……os poentes vermelhos e púrpuros…… a casa arejada, alegre e solarenga, o ve-lho relógio e os ponteiros do tempo……os muros altos do quintal forrados de lí-quenes e heras……o maciço de buxos, os contornos das hortênsias e das azáleas……o canteiro, a trepadeira de flores amare-las, as avencas, a estufa das begónias e o tanque de nenúfares…... as pedras negras da costa, a música das marés, as viagens inter-ilhas……o leite de vaca bebido ainda quentinho do mojo……o nascimento dos irmãos, o constante vaivém da parteira Palmira……as manhãs de apanhar borboletas, as tardes de atirar pedras na praia e as noites a ouvir o canto dos grilos……a leitura de Robinson Crusuoe, o sonho, a aventura e a vontade de viver em perma-nente estado de ficção……o porco dependurado na trave mestra

da cozinha, de cabeça para baixo, todo aber-to…… a missa dominical e o cheiro a incenso e a cera queimada……a escola primária, a rudeza do professor, a caligrafia esmerada……a Primeira Comu-nhão, a Hóstia Consa-grada e os paramentos do senhor padre……as galinhas poedei-ras, o pombal, o gra-nel……o Presépio, o Menino Jesus, a Missa do Galo, as prendas do Natal……o Dia de Reis, as fo-lias, as danças e os folguedos do Entru-do……a desobriga pascal……o tempo das vindimas……os paquetes na linha do horizonte e a si-lhueta dos barcos no cais de pedra……os navios que levantavam ferro e as mãos que acenavam lenços brancos……as intrigas e as coscuvilhices das vizi-nhas……as noites de céu estrelado……os magníficos e geniais filmes de Char-lie Chaplin……as escutas de relatos de futebol no café……as viagens da velha camioneta à volta da ilha……as fotos dos familiares antigos, gente grave e austera……a pele macia e lisa da minha avó Zulmi-ra, as suas mãos ágeis e o crochet lento de fio gordo……os lapsos de memórias e os dois enfartes

de miocárdio do meu avô José Maria……os gestos elegantes, os requebros subtis e a frescura da primeira namorada……os primeiros beijos trocados no moinho abandonado e os primeiros desvanecimen-tos vividos na sineira da igreja……os acordes triunfais das filarmónica……a luz puríssima das manhãs……as brincadeiras com gafanhotos……o gato preguiçoso e gordo lá de casa……o Verão e os banhos magníficos na re-bentação das ondas……as conchas húmidas ao sol……a estranha e monstruosa deformação fí-sica do Manelzinho……os vestidos das meninas da catequese que cheiravam a rosas frescas……o mormaço dos dias abafados……as promessas e as surpresas das primei-ras ejaculações (que tinham a violênncia de um sismo)……a salinha acolhedora, as flores nas jar-ras……o monco dos meninos esmoleres e des-

calços……o suor das têmporas dos trabalhadores agrícolas……os vulcões adormecidos da ilha……o Juvenal que ficara sepultado nos abis-mos fundos do mar……os salgueiros solitários……a bela e trigueira empregada que me desflorou em dia de debulha……o tempo das marés vivas, as topadas nos calhaus e nas poças musgosas……os primeiros estremecimentos perante a foto de uma revista que mostrava os horro-res de Auschwitz……a candura de uma prima entrevadi-nha……o tom galhofeiro e brincalhão dos tios…

Um dia, caros leitores, eu hei-de escrever sobre tudo isto.

Lonjura da infância insular

De todos os grandes dons humanos, o que mais invejo é o da avareza. Ainda no

outro dia me perguntaram, em jeito de brincadeira: “E tu, Joe? Resoluções para o Ano Novo?” E eu: “Aprender a avareza.” Todos os anos dou a mesma resposta e todos os anos chego ao fim com a necessidade de dá-la novamente. Ao longo da vida, aprendi uma série de coisas: a juntar palavras e a falar inglês, a distinguir Bach de Albinoni e a fazer ovos mexi-dos. A avareza, nunca a aprendi. E o mais que desejo para 2011 é aprendê-la.Conheço pessoas que sabem sempre onde os Longa Vida de Morango estão mais baratos, que são capazes de palmilhar dez quarteirões para comprar um pa-cote de sal por menos três cênti-mos e que de bom grado cobram aos amigos uma tarifa por cada dois quilómetros de boleia. Não falo dessa avareza, até porque isso não é avareza. Isso é quase sempre necessidade – e, quando há necessidade, a coisa mais fá-cil deste mundo é ser avarento. De maneira que não vale a pena virem já com coisas como: “Ah, tu queres ser avarento? Que luxo. Eu cá não tenho outro remédio senão sê-lo…”A avareza que me interessa, pelo

menos enquanto por ela puder es-tar interessado, é a avareza pra-ticada por opção. Conheço tipos com vidas confortabilíssimas e que, no entanto, não cometem um excesso que seja. Tipos que entram numa loja, gostam de uma camisola, desejam mesmo comprar a camisola, podiam sem dificuldade comprar uma dúzia de camisolas iguais àquela e, mesmo assim, não a compram. Dizem-se parcimoniosos, econó-micos, parcos, modestos, frugais, módicos. Eufemismos apenas: o que eles são é avarentos, forretas, agarrados, unhas-de-fome, forra-gaitas, Tios Patinhas. E é isso mesmo que eu quero aprender a ser também.A avareza é a suprema liberdade. É experimentar o último modelo de ténis da Merrell, conferir que nos ficavam a matar com aquelas calças de ganga meio rasgadas que temos lá em casa, saber que cento e cinquenta euros não fa-riam grande diferença no nosso orçamento mensal e, mesmo as-sim, não os comprar. É ir jogar golfe, estar perfeitamente cons-ciente de que umas bolas de cin-co euros nos aumentam em vinte por cento as possibilidades de fa-zermos um bom resultado, a su-prema obsessão, e, apesar disso, continuar a jogar bolas de quatro euros e meio. É andar num Seat

Ibiza, sentir inveja dos Mercedes rápidos e seguros e confortáveis e bem climatizados que nos ul-trapassam, saber muito bem que um Mercedes dos mais modestos não era loucura nenhuma para o nosso rendimento e, porém, de-terminar sem reservas que um Mercedes jamais.

Ser avarento, em podendo ser outra coisa, é vencer a economia, é vencer a moda, é vencer a inveja.

É vencer o desejo. E eu, apesar da inveja, quero ser avarento. Quero aprender a avareza, a que aliás em nenhum lado a Bíblia chama pecado mortal. Quero descobrir o dom da avareza e multiplicá-lo por dois, como manda o Evange-lho de Mateus fazer com os dons importantes. Porque ser avarento também é vencer o tempo. É es-tar neste tempo, posto perante a possibilidade de um prazer, e no entanto saber que depois deste tempo outros tempos haverá, em que a possibilidade desse prazer terá de repetir-se – e, então, sim, em sendo adulto usufruir dele, re-conhecer ser chegada a hora. Ser avarento é ser adulto. E é também a melhor forma, em anos como este que vivemos, de evitar ter de ser avarento por necessidade, que pelo exposto não é avareza que se

apresente.Dizem-me os amigos, sobretudo aqueles a quem nunca o dom da avareza beijou: “Toma cuidado, ó Joel. Aqueles que são avaren-tos com o dinheiro acabam por tornar-se avarentos com os senti-mentos também.” Pois, por mim, perfeito. Se querem que vos diga, o que mais há neste mundo, por esta altura, é sentimentos. Hou-vesse um pouquinho menos de sentimentos e um pouquinho mais de avareza e, provavelmen-te, não tínhamos chegado ao que chegámos. Peço desculpa, pois, se vos destruo os resquícios da bem-aventurança natalícia, prin-

cipalmente depois de todas aque-las reportagens com os pobrezi-nhos e os sem-abrigo e as sopas comunitários. Tenho quase 40 anos e tornei-me um avarento. Quem me disse que ia tarde para aprender bem se enganou.

Roteiro para a recessão

13 COLABORAÇÃO

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Ilha de São JorgeHISTÓRIA

O descobrimento e povoamento da ilha estão envoltos em mistério. A primeira re-ferência a São Jorge data de 1439 e sabe-se que, cerca de 1470, quando já existiam nú-cleos de colonos nas costas oeste e sul e a povoação de Velas fora fundada, veio para a ilha o nobre flamengo Wilhelm Van der Haegen, que, no Topo, criou uma povoa-ção onde veio a morrer, com fama de gran-des virtudes, já com o seu nome traduzido para Guilherme da Silveira. Rápido deve ter sido o povoamento da ilha, com gentes vindas do Norte do continente, bem como a sua prosperidade, pois a sua capitania era doada, em 1483, a João Vaz Corte Real, donatário de Angra, na Tercei-ra, e Velas recebia foral de vila antes do fi-nal do séc. XV. Topo era sede de concelho em 1510 e Calheta em 1534, demonstrando a vitalidade de uma economia que, além da vinha e do trigo, tinha no cultivo do pastel e na colheita da urzela, exportados para a Flandres e outros países da Europa, e usados na tinturaria, as suas principais produções . A crise dinástica provocada pela subida ao trono de Portugal do rei Filipe II de Es-panha teve os seus reflexos em São Jorge, que, como a ilha Terceira, tomou o partido do pretendente D. António, Prior do Crato, só vindo a capitular frente aos espanhóis após a queda da Terceira, em 1583. Segue-se um período de séculos em que a ilha se mantém quase isolada, o que se deve atri-buir ao abrigo precário que os seus por-tos ofereciam aos navios, à sua limitada importância económica Mesmo assim é sujeita a ataques de corsários ingleses e franceses durante os séc. XVI e XVII e às devastadoras razias dos piratas turcos e ar-gelinos. No final do séc. XVI, uma secção da esquadra sob o comando do conde Es-sex desembarca na enseada da Calheta. Para a repelir os habitantes arremessam pesadas pedras - únicas armas de que dis-punham - e um soldado chamado Simão Gato acomete o oficial da força inimiga, derruba-o e arranca-lhe a bandeira. No séc. XVIII, o corsário francês Du-Gnay-Trouin pilha São Jorge e, no ano de 1816, um corsário argelino que procurava apode-rar-se de um navio mercante, é rechaçado pelos tiros da fortaleza da Calheta. Outras calamidades afligem Sáo Jorge. São as pri-vações e crises de alimentos em maus anos de colheita, desde o séc. XVI ao séc. XIX, os sismos e erupções vulcânicas de 1580, 1757 e 1808 . O isolamento do passado tem vindo a ser quebrado com as obras realizadas nos dois principais portos - Velas e Calheta - e o aeroporto, abrindo a São Jorge novos ho-rizontes de prosperidade e progresso, para o que conta com a integral utilização dos seus recursos naturais, a expansão da pe-

cuária e dos lacticínios, da pes-ca e da indústria de conservas.

GEOGRAFIA

Ilha alongada que com 56 Km de comprimento (34.7 milhas) e apenas 8 Km de largura má-xima (4.9 milhas). São Jorge tem uma área de 246 Km2 (95 milhas quadradas). Criada por sucessivas erupções vulcâni-cas em linha recta, de que res-tam crateras, a sua plataforma ventral tem a altitude média de 700 m, com o ponto mais ele-vado a 1067m. A costa, escar-pada e quase vertical, sobretu-do a norte, é interrompida por pequenas superfícies planas costeiras – as fajãs. Está situa-da a 28º 33’ de longitude oeste e a 38º 24’ de latitude norte.

GASTRONOMIA

QueijoEspéciesTorresmos de porcoMolha de carneCaldeirada de congroInhames com linguiçaBolo de vésperaRosquilhas Aguardente de nêspera e angelica

FESTIVIDADESFESTA DO ESPÍRITO SANTO

São festas comuns a todas as ilhas, em-bora divergindo em alguns pormenores de ilha para ilha e até dentro da própria ilha. Á volta de cada ilha todas as freguesias têm uma capela, chamada "Império", com a respectiva irmandade. São consideradas as festas religiosas mais características de toda a etnologia insular.

Localização: Todo o arquipélagoDatas: De Maio a Setembro, com especial ênfase no 7º domingo depois da PáscoaEntidade responsável: Irmandades dos Es-pírito Santo

FESTIVAL DE JULHO

Durante quatro dias a Calheta anima-se com desfiles etnográficos, concertos de música popular, provas desportivas, expo-sições, entre outras actividades.Localização: CalhetaDatas: Segunda quinzena de JulhoEntidade Responsável: Comissão de Fes-tas

SEMANA CULTURAL

Festa de carácter popular que anima na 1º semana de Julho os dias da população do

concelho, com múltiplas actividades, tais como: música popular, desportos, regatas, gastronomia regional e muito mais.

Localização: VelasDatas: 2 a 8 de JulhoEntidade responsável: Comissão de festas

LOCAIS A VISITARFAJÃS

Locais de rara beleza, estendem-se pelos dois lados da ilha que em virtude do seu microclima se tornaram em locais ferteis. De salientar a Fajã da Caldeira de San-to Cristo na Ribeira Seca com uma gru-ta submarina e uma lagoa onde se criam ameijoas.

Roteiro das Ilhas

Fajã da Penedia, Norte Pequeno

Esq: Fajã das Almas. Direita: Fajã de Santo Cristo

14 15 de Janeiro de 2011 COMUNIDADE

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Portuguese in Silicon Valley: 2010 in Photos

IV International Conference on the Holy Spirit Festas Aristides de Sousa Mendes exhibit at Portuguese Museum Our Lady of Fátima in Santa Clara

San José High School’s Portuguese ClubLuso-American Youth Festival at San Mateo Performing ArtsFashion show at PAC

Dia de Portugal Festival at History San José at Kelley Park Young talented singers at POSSO’s anniversary 96th annual IES parade

Photos by Miguel Valle Ávila

15 COMUNIDADE

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16 15 de Janeiro de 2011THE BEST OF 2010

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THE BEST OF 2010

A Irmandade de Nossa Senhora de Fátima de Santa Clara celebrou a sua festa nos passados dias 9 e 10 de Outubro de 2010. A 56ª festa anual foi presidida por Elizabeth Gaspar e vice-presidente Henrietta e Manuel Silveira. A rainha foi Sydney Esco-bar acompanhada por Vanessa and Brianna Laranjo. A procissão encer-rou a Lafayette Street em direção à Igreja de St. Clare onde foi celebrada a missa cantada. O almoço de sopas e carne foi servido no salão da SES.

POLITICAL EVENT OF THE YEAR

Candidates’ Night in Santa Clara, pro-moted by the Portuguese-American Forum shows that an active Portuguese-American community can have a positive influence on local issues and elections.Honorary mentions go to the re-election of Jim Costa (D), Dennis Cardoza (D), and Devin Nunes (R) to the US Congress and the election of David Valadão (R) for California State Assembly.

RELIGIOUS OF THE YEAR

The Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição celebrated their 50 years of serving the local community. This unselfish dedication to their fellow human beings is remarkable. They started their presence at the Five Wounds Convent and School in San José in 1960 and subse-quently at New Bethany in Los Banos.Honorary mentions go to Rev. Manuel Sousa, of Our Lady of Assumption Church in Turlock, for his 30 years of ordination, Rev. Donald Morgan, of Five Wounds Portuguese National Church, for surviv-

ing a parochial “coup” and maintaining the peace while looking towards the future centennial celebrations, and Rev. Isaque Meneses, who was ordained in 2010 in the Diocese of Fresno, and any time a new priest is ordained, it is a time for celebra-tion.

ARTIST OF THE YEAR

Photographer Jackson Nichols published a book on the Holy Spirit Festas, had an exhbit in Hayward, and participated in the IV International Conference on the Holy Spirit Festas exhbit. A very talented art-ist who sees our Festas from a slighly dif-ferent perspective. His photo of 64 queens and one king of the Holy Spirit Festas made the cover of The Portuguese Tribune (pictured above).Honorary mentions go to Berkeley Sym-phony music director and maestro Joana Carneiro, the Azores Band of Escalon on its 30th anniversary, pianist and show-man Carlos Avalon, singer Leslie Pavão, miniature whaling boat craftsman Eu-génio Vargas, singer Jessica Mendes of “Forever Broadway,” and a new wave of young talented singers discovered by Hé-lio Beirão.

BEST IMAGE OF THE COMMUNITY IN PORTUGALDonya Oliveira, of Turlock, joined the Portuguese National Team. A young tal-

ented soccer player, Donya promises to excite Portuguese fans (above left). Michael Lopes, the “Messi” of the Forca-dos Amadores de Turlock showed his fi-nesse and technical skill in the group’s performances in Portugal (above right).Honorary mentions go to “Música em Vi-agem” classical music ensemble of young talented musicians from the Azores and Azorean communities and NPG Produc-tions’ “Tradições Taurinas,” a pilot pro-gram filmed for RTP-Açores.

REVELATIONS OF THE YEAR

The community is proud to have two new lawyers -- Christopher Davide Vieira (below left) and Christopher Sousa (be-low center). Lisa Vaz (below right) is a young entrepreneur in Merced, propri-etor of the Holistic XChange, Alternative Health Center.

Honorary mentions go to Junior Shark player Gabriel Silva, entrepreneur and MuitoFina.com founder Anne Medeiros, Vanessa Sofia Goulart who completed her Master’s in Education and Paul Mello,a regular columnist for The Portuguese Tri-bune, who obtained his Bachelor’s in Nu-trition Science.

THOUGHT OF THE YEAR

“Tribuna Portuguesa, o Registo perfeito da nossa ‘Voz’ e Pensamento... O Arquivo da vivência da nossa Comunidade.” (The Portuguese Tribune, the perfect register of our ‘voice’ and thoughts... the archive of our community’s life”) by Filomena Rocha on Facebook.

“CALLS TO ACTION” OF THE YEAR

Throughout 2010, The Portuguese Tribune called the readers’ attention to several key topics; among them: the need for a change in leadership -- in “Por favor, deixe o seu orgulho em casa” (Please leave your pride at home), the Consulate Advisory Coun-cil, “Changes in leadership” --, a change in rural and parochial mentality -- in “Cin-co Chagas (novamente) em crise” (Five Wounds Church (again) in crisis), “-ismos não obrigado” (-isms, no thanks), “Contas são contas” (Numbers are numbers), and “Programas Contacto.” In addition, specific calls were made for action in honoring the 70th anniversary of Aristides de Sousa Mendes’ Act of Con-science remembering the over 30,000 who were saved by this courageous diplomat and for restoring the aging Consulate of Portugal in San Francisco (in “Euros não obrigado”).Many more calls to action will be made throughout 2011.

THE BEST OF 2010

IN MEMORIAMJosé Coelho Dias Jr., 1923-2010, Biscoitos, TerceiraJohn A. Teixeira, 1923-2010, Modesto, CAMaria Rodrigues Medina, 1922-2009, San Diego, CAMaria Jesualda Brasil Nunes, 1945-2009, San José, CAJohn M. Vieira, 1917-2010, Escalon, CABelmira Duarte Couto, 1927-2010, Tulare, CAFrank Rosa (Vigário), 1912-2009, San JoséRaul A. de Medeiros, Ponta Delgada, AzoresManuel Duarte Silveira, 1943-2010, Turlock, CAMargaret Helen Soares, 1951-2010, Stanford, CAJoão Espínola Bettencourt, 1924-2010, Hilmar, CAJosé Manuel Machado, 1947-2010, Gilroy, CATony Nelson Baptista, 1974-2009Albert Soares, 1924-2010, Mountain ViewKelly Marie Freitas, 1979-2010, Hollister, CAPaulo Rocha Goulart, 1928-2010, Modesto, CAManuel S. Goulart, 1939-2010, San José, CANathan Oliveira, 1928-2010, Stanford, CABishop John Steinbock, 1937-2010, Fresno, CANivéria Barros, 1934-2010José Jorge, 1917-2010, San Diego, CAJesuina de Melo Soares, 1913-2010, Los Banos, CA

And many other friends and relatives...May their souls rest in peace!

WELCOME TO NEWBORNSOlivia Marie Cota, Artesia, CANatalie Rose Silveira, Modesto, CA

1. Who is David Valadão? Where were you born and raised? What is your background?I’m the son of Portuguese emigrants. I was born in Hanford, California. I live, went to school, and built my business in the 30th District. My family and I are partners in two dairies in the San Joaquin Valley. I am married to my High School sweetheart and have three children.

2. Why did you want to run for political office?After getting involved with a few Dairy advocacy groups, I had the oppor-tunity to spend some time in Sacramento and Washington DC. I quickly realized the need for real business experience in government. My experi-ence running a business and dealing with the regulatory burden of state government led me to run for the California Assembly.

3. How did it feel to win the November 2 election for the State Assem-bly?

It felt great. I worked hard and stuck to my principals. To have so many voters check the box next to my name is an honor and a privilege that I take very seriously. I have worked alongside the people of the 30th District and I share their values.

4. What will be the first thing you’ll do in Sacramento?I will work to educate my colleagues from northern and southern California about my district. I will also make every effort to learn about where they come from. I feel that the more questions I ask, the more com-mon ground I can find. Californians want jobs and they expect their legislators to work together to fix our state.

5. What are your top priorities in Sacramento?I will work to bring desperately needed water back to our farmers and communities in the 30th Assembly District. I will also bring a common sense perspective to the regulatory process. If we want to attract jobs to our state we need to create a more friendly business environment. Finally, I look forward to working with my fellow legislators to find solutions to California’s huge budget deficit.

The Portuguese Tribune will continue to follow Assemblyman Valadão’s steps in Sacramento.

5 Questions - A short interview with newly elected California State Assemblyman David Valadão

Photo courtesy of valadaoforassembly.com

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A história que nunca foi contadaTertúlia Tauromáquica Terceireirense "Tomé Bello de Castro"

18 15 de Janeiro de 2011HISTORIA

Antigamente vinham todos os anos, pelo Outono a Angra do Heroísmo, organiza-ções tauromáquicas, umas contratadas por empresários locais e outras por conta pró-pria. Só assim era possível a vinda desses artistas, uma vez acabada a época taurina no Continente (era mais económico).Geralmente eram constituídas por um ca-valeiro, um matador, um novilheiro, três bandarilheiros e pelos forcados locais. Por vezes traziam um forcado e alguns toiros para reforçar o cartaz. Normalmente reali-zavam-se duas corridas e um festival.No Outono do ano de 1965, a tournée que nos visitou trazia um bandarilheiro de nome Abel Cascão, já conhecido dos afi-cionados terceircnses desde 1960. Cascão era valente com os toiros corridos.Nesse tempo, os toiros que vinham para cavalo na centenáia Praça de S. João, eram já corridos de praça e com várias cordas e, os que se destacavam na corda, eram lidados pelos cavaleiros e pegados pelos forcadas.Nesse tempo não havia muitos moços-de-forcados e, práticamente, actuavam quase sempre os mesmos pegadores, porque os touros corridos não ofereciam muitas faci-lidades e eram perigosos.Na tournée de 1965, Abel Cascão, depois das corridas programadas, ficou atrás para realizar um festival taurino (1) por sua conta e com amadores locais.Como já era habitual eu e o Abel Cascão dávamos um passeio pela cidade ou íamos ao cinema.

Num desses passeios, ao subirmos a rua da Sé, encontrámos na esquina da antiga Pas-telaria Athanásio os aficionados senhores José Albino Fernandes e Guilherme Cota. Depois de os cumprimentarmos, o senbor Jose Albino convidou-nos a tomar um café no antigo Cafe Royal, que existia ao lado do Teatro Angrense.Sentados os quatro numa banca, Abel Cascão (sentado de costas para a porta), na direita o senhor Guilherme Cota (3), em frente o senhor José Albino Fernandes (4) e eu, Osvaldo Simões (5) à esquerda. Como é de calcular, eram quatro homens

dos toiros ou da festa brava (um bandari-lheiro profissional, um cavaleiro amador, um amador tauromáquico e um forcado amador), a conversa erasobre toiros ou sobre coisas relacionadas com a tauromaquia.Já com os cafés tomados e os "whiskies"

a meio, de repente sai esta frase do senhor Guilherme Cota, que ficou na história da tauromaquia terceirense : "Porque não formarnos uma tertúlia?"Já há muito tempo que se falava numa ter-túlia e nunca ninguém tinha ainda conse-guido levar ávante a ideia.Todos apoiámos a ideia do senhor Guilher-me Cota de formar uma tertúlia para reu-nir os aficionados taurinos terceirenses.Agora, como se deveria concretizar aquela ideia do Sr. Guilherme? Todos davam os seus pareceres, mas as coisas não estavam fáceis, por nao haver o capital necessário.Primeiro tinha que se conseguir reunir gente dos toiros para se poder contar com algurna ajuda monetária e foi aqui que o

senhor José Albino se ofereceu para fazer uma ceia na sua adega nos Biscoitos, para se reunirem aficionados, comprometendo-se a caçar codornizes para a ementa.Todos dissemos "mãos a obra! ". Deste modo se deram os primeiros passos para concretizar a ideia do senhor Guilherme.

Estava lançado o embrião numa das ban-cas do antigo "Café Royal", na rua da Es-perança, já com a data marcada (6) para a ceia aonde se iria gerar a tertúlia.

A adega dos Biscoitos

Foi de grande importância para o desen-volvimento do embrião. Começou-se logo a trabalhar para que tudo corresse bem (não fosse a vaca adoecer e não haver cria) e para não arrefecer o entusiasmo, o se-nhor Guilherme começou por convidar aficionados de diferentes classes sociais e de diversas localidades, o senhor José Al-bino ia ultimando os preparativos na ade-ga, para a dita ceia.

Um excelente manjar de codornizes, ca-brito e coelho, confeccionado pela senhora D. Maria Alvarina, esposa do senhor José Albino, e bem regado com bom vinho de cheiro dos Biscoitos, servido às 50 ou 60 pessoas ali reunidas.Foram usados diversos meios de transpor-

te. Até o senhor João Maia que transporta-va os toiros da Casa José Dinis Fernandes, ofereceu a camioneta adaptada com um toldo (era o mês de Dezembro e à noite). Lá se encheu a camioneta de aficionados na paragem indicada, no Alto das Covas.Os convidados ao chegarem aos Biscoitos ficaram surpreendidos como tudo estava a rigor... uma adega tinha mesmo que estar cheia de pipas e de bom vinho da época, decorada com motivos taurinos e com uma ampla mesa onde se iria servir a ceia e dar início à festa.Depois dos amigos dos toiros terem ceado, com muita alegria e conversas a rever as-suntos tauromáquicos, vieram os discur-sos sobre o que interessava, que era dar a conhecer a finalidade da ceia.Começando pelo senhor Jose Albino, seguindo-se-lhe o crítico tauromáquico, senhor Ricardo Jorge e o senhor Pedro Al-berto Leal, que na altura era estudante e chefiava o grupo de moços-deforcados do antigo Liceu de Angra do Heroísmo. To-dos os três oradores fizeram elogios á festa que estavam vivendo e contribuiram para que a ideia do senhor Guilherme Cota não ficasse abortada.Assim, despedi-mo-nos daa Adega da Casa José Albino Fernandes e regressá-mos com as melhores recordacões dessa noite cheia de luar. E o senhor Guilherme Cota motivado a continuar com a sua ideia invicta para os aficionados terem uma ter-túlia própria.

O local para o nascimento da tertúlia

Dias depois da excelente festa que tiveram os aficionados taurinos nos Biscoitos, o senhor Guilherme Cota começou logo a trabalhar, no seu tempo livre, à procura de um espaço que servisse para principiar a formação da tertúlia. Viu diversos lugares mas, o que mais estava ao alcance das pos-sibilidades, foi a casa da rua da Miragaia número 17- r/c, que iria servir para instalar a primeira sede.Assim, o senhor Guilherme deu a conhe-cer o lugar e o preço do arrendamento ao senhor José Albino, que assumiu a respon-sabilidade do pagamemo da renda mensal, no valor de 350$00, tendo sido a chave entregue de imediato, ficando ao cuidado do senhor Guilherme. Assim foram-se le-vando umas coisas para compor as salas,

Os que se reuniram no antigo Café Royal - Osvaldo Simões, José Eduardo Silva. José Albino Fernandes e Guilherme Cota.O José Edurado Silva substituíu o Abel Cascão que nåo pôde estra presente na ceia.

Momento em que o distinto aficionado João Luís Pamplona abriu a Assembleia da Tertúlia. Pode-se ainda ver o microfone do Rádio Clube de Angra, sempre presente nos grandes acontecimentos da Terceira e noutras ilhas

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HISTORIA 19

destinando os lugares onde seriam coloca-dos os móveis, e fazendo alguns trabalhos de remodelação. Eu também levei algo que serviu para ornamentação das paredes. Construíu-se um "burladero", pintado pelo

senhor Guilheme Cota, para dar a ideia de um bar. A noite lá estava eu com ele, ani-mando-o e ajudando em tudo aquilo que ele precisasse.Entretanto, estavam os estatutos a serem elaborados pelos senhores Manuel Macha-do Cota, Henrique Barcelos e pela senhora D. Maria João Avila, tendo sido passados a papel selado e com oito assinaturas de pessoas idóneas, para entregar no Governo Civil, para a aprovação dos mesmos.Foram elas: José Albino Fernandes, Gui-lherme Manuel Areia Borges Cota, Ma-nuel Machado Cota, Marcelo Borges Pamplona, João Luis Pamplona dos Reis, Henrique de Sousa Barcelos, Maria Al-varina Soares Fernandes e Maria João de Azevedo de Avila.O nome inicialmente escolhido para esta nova associação foi "Tertúlia Tauromá-quica Terceirense". À ultima hora, foi pro-posto pelo senhor Guilherme Cota que se acrescentasse de Tomé Bello de Castro, já falecido, porque o "Memé", como era co-nhecido, era filho de uma familia de ex-celentes recursos financeiros, aficionado e amador tauromáquico (cavaleiro), tendo a sugestão sido aceite.

O senhor Guilherme foi a casa da irmã, senhora que fora casada com o grande afi-cionado, senhor Alvaro Franco, pedir a ne-cessária autorização para incluir no nome da tertúlia, o nome de Tomé Bello de Cas-

tro e pedir algo que pudesse ser colocado na sede como recordação. Foi-lhe ofereci-do um pequeno objecto de secretária com uma fotografia de "Memé".

Depois de elaborados os estatutos, foi o senhor Guilherme Cota quem as levou ao Governo Civil, e assinou no acto de entrega.A aprovação demorou alguns dias, para a PIDE (Policia Intema de Defesa do Esta-do) poder avaliar se real mente era para um clube taurino ou outra coisa que servisse para reuniões políticas.Já com o nome decidido e os estatutos aprovados, o senhor Guilherme Cota fa-zia os preparativos para a inauguração da Tertúlia Tauromáquica Terceirense "Tomé Bello de Castro", convidando aficionados de diversas classes sociais.No dia da inauguração o distinto aficio-nado e Director de Corridas, senhor João Luís Pamplona dos Reis abriu a Assembleia com a presença dos senhores José Albino Fernandes, José Dinis Fernandes, Gaspar Baldaya do Rego Botelho: Luis Gaspar de Lima, Alberto Ornelas Ourique, Eng. Fer-nando Ferreira de Avila, Manuel Macha-do Cota, Ricardo Jorge da Rosa, Antonio Machado Bendito (Bailão), Eng. Serigado Maia e a menina Maria de Fátima Soares Fernandes (7). Além das pessoas já men-cionadas, houve outro grupo de aficiona-dos a assistir ao acontecimento. Foram elas, Carlos Carvalhal, Guilherme Cota, RRaul Pamplona, António Silva, Luís Sil-va, Eldevino Lucas, Joaquim Simões e Os-valdo Simões.

Depois de vários oradores falarem sabre os beneficios que a Tertúdia Tauromáqui-ca Terceirense iria trazer à nossa tauroma-quia, foi terminada a sessão com muitos aplausos… cheios de calor taurino (8).Para que tudo fosse perfeito, foi servi-do um excelente e abundante copo-água, confeccionado e oferecido pela senhora D. Maria Alvarina Soares Fernandes.A seguir à inauguração fomos, o senhor Guilherme Cota e eu, os primeiros a entrar na sede da T.T.T. "Tomé Bello de Castro".Agora pergunto - durante esses 45 anos de vida da T.T.T. "Tomé Bello de Cas-tro", nunca houve uma Direcção que procurasse saber quem foi a pessoa ou as pessoas que fundaram uma tertúlia que hoje é conhecida em todo o mundo taurino, com grandes feitos prestados a bem da tauromaquia nacional e interna-

cional?Não haverá um lugar na sede para o nome ou foto do Homem que foi o grande impul-sionador (10) duma instituiçãoo que mui-tos desejavam ter?Assim, termino a minha história com um olé a todos os aficionados da Festa Brava.

Notas:

1) Realizou-se no dia 12 de Dezembro de 1965,2) Na véspera da ceia regressou ao conti-nente, por motivos da sua vida particular.3) Filho de Manuel Machado Cota, pessoa de grande estima, 1o. oficial da extima Junta Geral,explicador de ciências e matemática, anti-go oficial miliciano do extinto B.l. 17, de Angra doHerolsmo, Comandante do Corpo de Bom-beiros Voluntários de Angra do Heroísmo, oficial daantiga Legião Portuguesa, moço-de-forca-dos na sua juventude, crítico tauromáqui-co nos jornaislocais e com um programa taurino nos mi-crofones do Rádio Clube de Angra. Tam-bém pai do Eng.João Carlos Cota, antigo Director dos Ser-viços Florestais de Angra do Heroísmo, que foi guem ofereceu a madeira para a

cobertura da actual sede da T.T.T. Tome Bello de Castro. 4) Filho do ganadero Jose Dinis Fernan-des.5) Filho de Amadeu Simões, bandarilheiro de altemativa, dada por Tomás da Rocha e usava traje de luzes. Pai de 3 filhos: Ama-deu, Joaquim e Osvaldo Simões. Todos eles foram forcados amadores nas décadas de 50 e 60 do século passado.6) Em 19 de Dezembro de 1965.7) Com 12 anos de idade, foi quem des-cerrou a fotografia do seu Pai, José Albino Fernandes.8) O Radio Clube de Angra esteve presen-te.9) A 22 de Janeiro de 1966.10) O pai da Tertúlia

Osvaldo Simões

Aspecto da ceia na Adega de José Albino Fernandes. Na outra foto podem-se ver os moços-de-forcados do antigo Liceu Nacional de Angra do Heroísmo. Pedro Leal é o quinto a contar da esquerda.

Grandes aficionados, vendo-se ao centro Antonio Machado Bendito (Tio Bailhão)

Fátima Soares Fernandes descerrando a foto de seu pai José Albino Fernandes, na presença do pai e avô José Dinis Fernandes

Guilherme Cota e Osvaldo Simões no primeiro dia que a Tertúlia foi aberta ao público

Page 20: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

COLABORAÇÃO

Quem inventou o automóvel?

Como o termo especifi-ca, na sua acepção con-temporânea “automó-vel” indica um veículo

com capacidade de locomoção, geralmente com quatro rodas, impulsionado por motor próprio accionado por um combustível tal como gasolina, gasóleo, ou gás; a energia eléctrica já entrou no mercado e promete tornar-se favorita num mundo cansado da medonha e destruidora poluição causada pelos combustíveis tra-dicionais. Mais distante, mas muito promissória é a energia so-lar, já em fase experimental. O automóvel tronou-se indispen-sável no transporte de passagei-ros e de mercadorias.Como em todas as inovações tec-nológicas e em todas as ciências e muitas outras esferas do pensa-mento e do relevante progresso humano, a invenção do automó-vel, e da sua contínua evolução através dos tempos, foi e tem sido o resultado da sistemática acu-mulação dos esforços de muitos sonhadores, e de muitos empre-endedores génios que anteviam e se esforçavam por um mundo mais progressivo, eficiente e prá-tico. Este estudo focará não só fun-damentais e principais eventos da História do Automóvel, como também os mais proeminentes e relevantes obreiros e represen-tantes da invenção e do evolucio-nário progresso automobilístico.

OS PRIMEIROS VEÍCULOS MOTORIZADOS ERAM PROPULSIONADOS A VAPOR

Saliente-se desde já que a His-tória aponta que os primeiros veículos com propulsão própria, ou autónoma, moviam-se, isto é, eram impulsionados por enge-nhos accionados a vapor. Embora historiadores antigos e modernos disputem o mereci-mento desta atribuição, dizendo que o engenho de CUGNOT nun-ca demonstrou ter sido funcional, o British Royal Automobile Club e o Automibile Club de France re-conheceram o francês NICOLAS JOSEPH CUGNOT, (1725-1804), como inventor, no ano de 1760, do primeiro destes veículos que, por serem muito pesados, lentos e pouco práticos, nunca atingi-ram popularidade naquelas épo-cas, mas, no entanto, serviram de estímulo para subsequente e expandida criatividade e para a eventual invenção do “automó-vel” propulsionado por engenhos de “combustão interna” que, ultimamente resultaram no de-senvolvimento dos multiformes tipos de automóveis usados em todo o mundo.

(Desenho da “trolley” inventa-da por Cugnot em 1769)

A título de curiosidade, refira-se aqui que o invento de Nicolas CUGNOT foi precedido, em 1752, pela carruagem quadricicla (de 4 rodas) do russo LEONTY SHA-MSHURENKOV, (1687-1758), construtor da primeira auto-carruagem) a qual era pedalada, e equipada com um rústico odó-metro. Não era propulsionada por motor próprio. Em 1780, outro russo inventor, IVAN PETROVI-CH KULIBIN (1735-1818), cons-truiu uma carruagem tricicla (de 3 rodas), com pedais e equipada de acessórios tais como travões, caixa de mudanças e volante.

(Reconstrução da auto-carrua-gem de Shamshurenkov).

A LONGA EVOLUÇÃO DA INVENÇÃO DO MODERNO “AUTOMÓVEL” CONJUGAÇÃO INTERNA-CIONAL E ASCENDÊNCIA ALEMÃ

O primeiro veículo automóvel com motor de combustão inter-na apareceu em 1806. O suíço FRANÇOIS ISAAC DE RIVAZ (1752-1828) desenhou e construiu o primeiro motor de combustão interna usando como combustí-vel uma mistura rudimentar de hidrogénio e oxigénio para pro-pulsionar o seu invento. Embora a sua experiência não tivesse sido inteiramente satisfa-tória, ela suscitou o interesse de vários outros distintos engenhei-ros, inventores e industriais da mesma era, tais como SAMUEL BROWN (inventor inglês) SA-MUEL MOREY (norte-ameri-cano, 1762-1843), e ETIENNE LENOIR (belga, 1722-1900) (in-ventor do “hippomobile”). Estes engenheiros, como outros do mesmo período cronológico, desenharam e construíram enge-nhos de combustão interna, que, no entanto, não tiveram o êxito e o reconhecimento acordados aos produzidos por subsequentes in-ventores alemães. Engenheiros alemães, nomeada-mente GOTTLIEB DAIMLER (1834-1929), (engenheiro e em-presário alemão, inventor dum motor de altas velocidades e do veículo automóvel de 4 rodas,; WILHELM MAYBACH (inven-tor alemão, 1846-1929., construtor do primeiro motor de combustão interna apropriado para terra, ar

e água); e SIEGFRIED MAR-CUS (austríaco-alemão) 1831-1898), prosseguiram nos seus esforços de descoberta de mo-tores com mais aperfeiçoada combustão interna. A História aponta que o mais proemi-

nente e feliz foi o famoso KARL BENZ, (1844-1929) considerado por muitos o inventor do automó-

vel moderno.

Karl Benz

Embora seja inexacto e um pouco hiperbólico dizer-se que BENZ e DAIMLER inventaram “o automóvel”, também é incon-troverso que KARL BENZ e a sua Companhia Bens, Co., fun-

dada em 1883, e eventualmente aliada a GOTTLIEB DAIMLER (1834-1900), (empresário indus-trial e engenheiro inventor do primeiro motor a petróleo a altas velocidades), engenharam o pri-meiro e altamente bem sucedido e prático motor propulsionado a gasolina que deu início à aurora do automóvel moderno. O desenho do seu motor integrava componentes já exis-tentes, mas adaptava-os a novos e originais elementos tecnológi-cos que, conjuntamente criavam novos conceitos, e se tornaram merecedores da patente que foi outorgada a Karl Benz em 1886. A distribuição e venda destes primeiros modelos começou em 1888.

Foto do original Benz Patente Motorwagen, 1885.

O seu primeiro Motorwagen, construído em 1885, mereceu-lhe mais uma patente em Janeiro de 1886. Imediatamente após, em Julho do mesmo ano, Karl Benz iniciou a promoção e venda do seu novo veículo na Europa, apresen-tando-o já quadriciclo, com um motor de quatro “strokes”, eco-nómico e de custo relativamente acessível. Naturalmente, o uso e a popularidade do Motorwagen cresceram rapidamente. Nessa altura, o francês ÉMILE ROFER, que, sob licença espe-cial, já fabricava os motores de Karl Benz em França, adicionou os automóveis Benz à sua própria agência de marketing. Aponta a História que os automóveis Benz tiveram maior venda em França do que na Alemanha. Em 1896, Benz desenhou e patenteou novo

engenho de combustão inter-na denominado “boxermotor” e continuou a expansão dos seus produtos pelo mundo industrial de então.

Durante os derradeiros anos do século XIX a Companhia Benz era a maior companhia automo-bilística do mundo.

Foto do primeiro autocarro do mundo. Foi uma adaptação, efectuada em 1895, dum “truck” Benz.

O empresário industrial e inven-tor GOTTLIEB DAIMLER, já anteriormente mencionado neste artigo, foi de enorme importância no marketing e na expansão da emergente indústria automobi-lística. Além da sua aliança com KARL BENZ, DAIMLER e o já citado WILHELM MAYBACH fundaram, em 1890, uma Com-panhia, DAIMLER MOTOREN GESELLSCHAFT, que, dedica-da à promoção, marketing e ven-da de produtos automobilísticos, ficou conhecida simplesmente como DAIMLER. O seu primeiro automóvel, ven-dido em 1882, era originalmente uma carruagem (stagecoach) pu-xada por cavalos. A modificada carruagem, que continha um mo-tor concebido e manufacturado por Daimler e Maybach, tornou-se popular, e, em 1885 a Compa-nhia já havia vendido mais de 30 exemplares. Aponta a História que GOT-TLIEB DAIMLER faleceu em 1900, e que, ao findar o mesmo ano, o seu sócio MAYBACH conseguiu fabricar um revolucio-nário motor para novo automó-vel. Mas havia que arquitectar a sua promoção e venda através da

Europa. Convencidos da sagaci-dade do proeminente membro da sua Direcção, ÉMILE JELLINK, (1853-1918) austrohúngaro, em-presário internacional e distinto diplomata, a Companhia aceitou a sua sugestão e proposta, e de-nominou o novo motor e automó-vel DAIMLER-MERCEDES. MERCEDES era o nome (de origem espanhola) da muito jovem (apenas 11 anos de ida-de), mas já muito linda filha de Jellink que propunha um nome atraente e “sexy” que denotasse elegância, graça, e “status”, tal como ele advogava que o novo automóvel, mais baixo e menos em forma de alto caixote como todos os modelos então existen-tes, menos pesado e mais veloz, deveria ser. O novo automóvel, modelo 35PSD, construído em 1901, foi um grande êxito instan-tâneo no mundo automobilístico daquele período, granjeando para

a Companhia grande reputação que ainda perdura.

Em 1903, o dinâmico engenhei-ro e inventor MAYBACH, com o intuito de fundar a sua própria firma, auto-demitiu-se como di-rector e sócio fundador da DMG, ocasionando assim a venda dos direitos da Companhia a outros interessados industriais. Muitos anos mais tarde, ou, mais pre-cisamente, logo após os danos e a medonha crise económica causados na vencida Alemanha pela horrível Primeira Guerra Mundial, KARL BENZ tentou organizar uma coligação da sua companhia Benz & Co. com a DMG. Nessa ocasião, as suas propostas foram recusadas pelos dirigentes da DMG. Porém mais

tarde, em 1924, a coligação foi aprovada condicionalmente por ambas as companhias. A consoli-dação formal e final foi efectuada no dia 28 de Junho de 1926. com a denominação MERCEDES BENZ que passou a ser designa-da em todos os produtos da nova Corporação. A indústria automotiva alemã continua sólida e próspera. im-pulsionada, sobretudo, pelas companhias MERCEDES BENZ, VOLKSWAGEN E BMW.

EXPANSÃO INTERNACIP-NAL DAS INDÚSTRIAS AUTOMOBILÍSTICAS

O retumbante sucesso da indús-tria do automóvel fabricado na Alemanha incrementou a cobiça e acelerou os esforços dos empre-sários engenheiros e inventores interessados na produção e pro-moção de motores de combustão interna e de automóveis que pu-dessem competir com os produ-tos alemães.

Assim, na FRANÇA, em 1890, ÉMILE LEVASSOR (1843-1897) (francês, engenheiro e pioneiro da indústria automóvel) e AR-MDND PEUGEOT (1849-1915) (francês, empresário e pioneiro da indústria automotiva), inicia-ram o fabrico de automóveis com motores da marca alemã DAIM-LER, lançando assim os alicerces da indústria automobilística na vizinha nação francesa. Essa in-dústria cresceu, multiplicou-se e desenvolveu-se rapidamente com a emergência de diversas compa-nhias, tais como a PSA PEUGO-ET CITROEN e a RENAULT, que mantêm vastas forças labo-rais e técnicas, e são produtoras de modelos variados e práticos, característicos da índole gálica, populares e muito em demanda em países europeus.

(continua na próxima edição)

20 15 de Janeiro de 2011

Perspectivas

Fernando M. Soares Silva

[email protected]

Page 21: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

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Portuguese Fraternal Society of America21 COLABORAÇÃO

Page 22: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

A nova Direcção da Casa dos Açores de Hilmar, California, é constituida pelos seguintes elementos:

Presidente: Frank FurtadoVice-Presidente: José AguiarSecretario: Vital MarcelinoTesoureiro: Cipriano MeloDirector Cultural: André SantoDirector Associativo: Jorge GoisDirector Disciplinar: José AzevedoDirector do Bar: Clímaco Borba

Conselheiros:Manuel Eduardo VieiraAngelo Cardoso Jose Rosa

Casa dos Açores de Hilmar tem nova Direcção:

22 15 de Janeiro de 2011PATROCINADORES / COMUNIDADE

Page 23: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

LIGA ZON SAGRES O Porto continua a dar cartas em Portugal

"Encarnados" cumprem em Leiria

in açorianooriental

O Benfica repôs os oito pontos de diferença relativamente ao FC Por-to, líder da Liga portuguesa, ao der-rotar fora a União de Leiria por 3-0, na 15ª jornada e última da primeira volta, enquanto a Naval voltou a ganhar ao fim de quase quatro me-ses e meio na estreia de José Carlos Mozer como treinador.

Javier Saviola inaugurou o marca-dor em Leiria aos 27 minutos, num remate no coração da área após assistência de cabeça de Eduardo Salvio e, depois de este jogador ter acertado no poste da baliza de Eduardo Gottardi, Nicólas Gaitán desfez qualquer dúvida quanto ao desfecho a dez minutos do fim, após assistência de cabeça de Ós-car Cardozo.O ponta-de-lança do Paraguai fez depois o terceiro tento dos “encar-nados” nos descontos da segunda parte, num forte pontapé dentro da área, na sequência de um cru-zamento do recém-entrado Franco Jara. A quinta vitória seguida no campeonato deixou o conjunto de Jorge Jesus com 33 pontos, ao pas-so que os “dragões” somam 41.A Naval averbou a segunda vitória no campeonato desde 22 de Agosto (2ª jornada) ao ganhar em Guima-rães por 2-1. Apesar de reduzida a dez elementos por expulsão de Carlitos em cima da hora de jogo, a formação da Figueira da Foz deu a volta ao resultado em Guimarães durante a segunda parte mercê de um penalty de Fábio Júnior (73) e um tento de Marinho a quatro mi-nutos do fim, após João Alves ter aberto o activo na etapa inicial.Tratou-se do primeiro desaire dos vimaranenses na cidade-berço e também por isso um triunfo moti-vador para a Naval, que vinha de quatro derrotas consecutivas e, não obstante se manter ainda na cauda do pelotão, dista agora seis pontos da zona de manutenção.

De resto, um golo de Maurício aos 23 minutos fez o Olhanense sair do terreno do Rio Ave com uma vitó-ria por 1-0 que lhe permitiu subir ao nono lugar, uma posição abaixo do Beira-Mar, que empatou a zero no reduto do Nacional, sexto da tabela. Sem golos terminou igual-mente a recepção da Académica ao Paços de Ferreira, num encontro que assinalou a estreia do treinador José Guilherme à frente dos "estu-dantes".

Brilho de Guarín ilumina FC PortoFredy Guarín bisou na vitória (4-1) do FC Porto sobre o Marítimo e ajudou a deixar o líder com 11 pontos de vantagem sobre o Ben-fica, enquanto o Sporting derro-tou o Braga por 2-1.

Dois excelentes golos de Fredy Guarín ajudaram o FC Porto a der-rotar o Marítimo por 4-1 e a aumen-tar provisoriamente para 11 pontos a vantagem sobre o Benfica no topo da Liga portuguesa, em partida da 15ª jornada, a derradeira da primei-ra volta, enquanto o Sporting der-rotou o Sp. Braga por 2-1.O médio da Colômbia inaugurou o marcador no Estádio do Dragão aos 38 minutos, num pontapé ful-minante a 37 metros da baliza de-fendida por Marcelo e, ainda antes do intervalo, João Moutinho acer-tou no poste direito. Hulk, melhor goleador do campeonato, cimentou o estatuto ao fazer o seu 14º tento na prova, à passagem da hora de jogo, num remate de longe com o pé esquerdo.O Marítimo reduziu a diferença aos 71 minutos, por Baba, a desviar a bola de cabeça na sequência de um livre, mas Guarín tratou de desfazer quaisquer dúvidas relativamente à vitória dos "dragões" ao bisar ape-

nas quatro minutos depois, antes de Hulk oferecer o quarto da noite a James Rodríguez, a dez do final. Houve tempo ainda para o regresso de Mariano González aos relvados, perto do fim, após lesão grave num joelho que impediu o argentino de jogar durante dez meses.O triunfo fez a equipa de André Villas-Boas retomar o caminho das vitórias após averbar a primeira derrota da época no fim-de-sema-na passado, frente ao Nacional, na Taça da Liga e deixou-a com 41 pontos, enquanto o Benfica soma 30 antes da deslocação ao terreno da União de Leiria, quarta classifi-cada, no domingo.No Estádio José Alvalade, o Spor-ting viu-se obrigado a substituir Hélder Postiga logo na fase inicial do encontro, mas coube ao jogador que entrou para o seu lugar, Diogo Salomão, inaugurar a contenda aos 11 minutos, apenas três depois de estar em campo, num espectacular toque de calcanhar perto do limite da pequena área, todo no ar e de costas para a baliza.A equipa de Paulo Sérgio aumentou o resultado instantes depois, quan-do Liedson abriu caminho para o remate cruzado de Jaime Valdés, antes de Paulo César estabelecer o desfecho final aos 17, ao dar a me-lhor sequência a um cruzamento de Alan. O triunfo deixou o Sporting, terceiro classificado, a dois pontos do rival Benfica, enquanto a turma de Domingos Paciência continua no sétimo posto.Na sexta-feira, o Vitória de Setú-bal venceu fora o Portimonense, por 4-3, na estreia do treinador Carlos Azenha à frente do conjun-to do Algarve e numa partida em que Cláudio Pitbull bisou para os forasteiros. O conjunto de Manuel Fernandes saltou para o 12º lugar, enquanto os homens de Portimão seguem na penúltima posição.

in uefa.com

Mourinho, Messi e MartaOs melhores do mundo

«Trabalhei muito para chegar aqui, mas não chego sozinho» - afirmou José Mourinho ao receber o prémio de melhor treinador do mundo.

José Mourinho dedicou o prémio de melhor treinador de futebol masculino aos seus jogadores, co-laboradores e família. Na hora de celebrar, o «especial» falou em português, por ser um «orgulhoso português». Ao começar o discurso de aceitação do pré-mio, Mourinho deu os parabéns «a dois fan-tásticos treinadores», os seus rivais para este prémio: Vicente del Bosque, seleccio-nador de Espanha, e Pep Guardiola, trei-nador do Barcelona.Satisfeito pela vitória, Mourinho não esque-ceu quem o ajudou a conseguir o prémio:

«Trabalhei muito para chegar aqui, mas não chegou sozinho. Cheguei com os meus jogadores, com os meus colaborado-res, e cheguei, principal-mente, com a força dos que me amam e me es-peram para celebrar este momento fantástico».

Liga Zon Sagres 2010/2011 J V E D P

FC Porto 15 13 2 0 41Benfica 15 11 0 4 33Sporting 15 8 4 3 28U. Leiria 15 7 3 5 24Guimarães 15 6 4 5 22Nacional 15 6 4 5 22Sp. Braga 15 6 2 7 20Beira-Mar 15 4 8 3 20Olhanense 15 4 7 4 19Académica 15 5 4 6 19Marítimo 15 3 7 5 16Paços Ferreira 15 3 7 5 16Setúbal 15 4 4 7 16Rio Ave 15 3 5 7 14Portimonense 15 2 3 10 9Naval 15 2 2 11 8

Liga Orangina 2010/2011 J V E D P

Feirense 13 7 3 3 24Oliveirense 13 5 6 2 21Arouca 13 5 5 3 20Trofense 13 5 5 3 20Leixões 13 4 6 3 18Gil Vicente 13 4 6 3 18Varzim 13 3 8 2 17Penafiel 13 4 5 4 17Estoril 13 4 4 5 16Desp. Aves 13 4 4 5 16Santa Clara 13 4 4 5 16Moreirense 13 4 4 5 16Sp. Covilhã 13 4 3 6 15Freamunde 13 2 8 3 14Belenenses 13 3 5 5 14Fátima 13 2 4 7 10

II Divisão Zona Sul 2010/2011 J V E D P

Atlético CP 14 8 6 0 30Torreense 14 8 3 3 27Pinhalnovense 14 7 5 2 26Mafra 14 6 6 2 24Operário 14 6 6 2 24Madalena 14 7 2 5 23Louletano 14 5 6 3 21Juventude 14 5 5 4 20Atlético SC 14 6 1 7 19Oriental 14 4 6 4 18Carregado 14 4 4 6 16Casa Pia 14 3 4 7 13Farense 14 1 8 5 11Real 14 3 2 9 11Lagoa 14 2 3 9 9Praiense 14 1 5 8 8

III Divisão - Série Açores 2010/2011 J V E D P

Angrense 12 7 3 2 24Lusitânia 12 6 5 1 23Santiago 12 5 6 1 21Prainha 11 4 4 3 16Vilanovense 12 4 3 5 15Boavista 11 3 5 3 14U. Micaelense 12 3 5 4 14Capelense 12 3 4 5 13Sp. Ideal 12 3 3 6 12Vitória 12 0 4 8 4

23DESPORTO

Page 24: The Portuguese Tribune January 11th 2011 Edition

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Atiro-me para o chão de contente, dou d

Tiro o meu cha-péu a todas as nossas organi-zações taurinas da California que pensam em investir em Corridas Mistas - cavaleiros, matador e forcados. Nem só de cavalos vive o mundo taurino. Sempre na nossa historia houve corridas mistas. A moda das corridas de cavaleiros só apareceu nos anos oitenta. Vamos mudar isso e Viva a Festa Brava.

Tiro todos os meus chapéus e de alguns ami-gos à Comissão que teve a coragem de projectar o Monumento ao Toiro na rotunda mesmo ao lado da Mo-numental de Angra do Heroísmo, que vai ser inaugurado no dia 22 de Janeiro. Bem merecia a Terceira ter um mo-numento destes em homenagem ao Toiro, matéria prima imprescendível da nossa festa brava. Aqui ficam os nomes da Comissão e do autor da obra, a quem tiro também o meu chapéu de aficionado: João Paes , Rui Silva (Picão), Ildebrando Ortins, Paulo Raimundo, Arlindo Teles, José Porto, José Valadão, João Hermínio Ferreira, José Brasil, Firmino Valdemar, Martinho e Renato Costa Silva - Ar-tista executor do Monumento ao Toiro na Ilha Terceira.

Mais uma vez lembramos às nossas organiza-ções taurinas para convidarem ganaderos que pouco toureiam e dar-lhes uma oportunidade de mostrarem os seus toiros. Devemos repartir a festa por todos, pois só assim podemos crescer mais equitativamente e com mais justiça.

Sanjoaninas 2011Grupo de Forcados do Aposento de Turlock estará presente

Muito embora não se saiba ainda o cartel completo da Fei-ra Taurina deste ano, podemos no entanto adiantar que o Grupo de Forcados do Aposento de Turlock estará pre-sente na Corrida de Concurso de Ganadarias a realizar no dia 25 de Junho.Mais uma vez a forcadagem da California estará presente nesta importante Feira, o que deve ser motivo de orgulho de toda a aficion californiana.

Alternativa do Cavaleiro Sário CabralA alternativa do cava-leiro praticante Sário Cabral, de Madera, po-derá ocorrer na Corrida Comemorativa dos 35 Anos do Grupo de For-cados de Turlock, que se realizará no fim de se-mana do Memorial Day, na Praça de Stevinson.Os pormenores da cor-rida saber-se-ão mais tarde.

Monumento Ao Toiro

Ganadarias Toiros Corridos em 2010

Toiros prontos para correr em 2011

Vacas de ventre

Sementais Corridas con-tratadas + faladas para 2011

Açoriana 27 47 120 4 0 + 7António Cabral 1 6 30 3 1/2António Nunes 0 6 32 1 0Candido Costa 3 DesistiuCasa Agrícola Manuel Machado

0 0 25 1 0

Frank Borba & Filhos

15 35 80 2 2

Joe Pacheco N/A N/A N/A N/A N/A=not available

Joe Parreira 0 12 53 2 0Joe Rocha 0 17 30 3 0Joe Souza 14 20 72 3 0Manuel Carmo 4 30 115 2 0Manuel Correia 0 0 26 1 0Manuel Costa Jr. N/A N/A N/A N/A N/AManuel Sousa Jr. 25 22 130 12 0Mario Teixeira 0 3 18 2 0

Coudelarias Cavalos prontos para tourear

A desbastar TOTAL Éguas Poldros + pol-dras

Agualva 9 4 13 10 3+2António Cabral 8 2 10 7 2+2Irmãos Martins 10 3 13 6 5+4Joe Souza 6 4 10 16 3+5Manuel Correia 1 3 4 7 1+2Artistas Locais Actuações 2010 Contratos 2011David Vaz N/A N/AMário Teixeira 12 0Paulo Ferreira 9 2Sário Cabral 6 3Grupos de Forcados

Corridas em 2010

Toiros pegados em 2010

Corridas con-tratadas + fala-das

Forcados Ama-dores de Merced

2+6* 20 3+2 *Corridas mexi-canas

Forcados Ama-dores de Turlock

12 40 (6 pegados nos Açores)

5

Forcados Apo-sento Turlock

10 25 0+6

Forcados Sul da California

N/A N/A N/A

24 15 de Janeiro de 2011TAUROMAQUIA

Será no dia 22 de Janeiro a inauguração do Monumento ao Toiro, uma cerimónia integrada no programa de come-morações do 45.º aniversário da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (TTT).Este evento foi apresentado em conferência de impren-sa, onde foi ainda anunciado que para além da inaugura-ção do monumento, o aniversário vai contemplar ainda a emissão de um selo e subscrito alusivos à nova infra-estrutura, implantada numa rotunda na freguesia de São Bento, em Angra do Heroísmo.Segundo foi divulgado, a cerimónia está marcada para as

15h junto ao local e, além da presença das autoridades ofi-ciais envolvidas no surgimento do monumento (que será revestido a bronze), pelas 16H00 decorrerá uma homena-gem aos sócios fundadores da TTT.O programa comemorativo encerra às 19H00, nos Paços do Concelho, com uma cerimónia de doação do monu-mento à autarquia, seguida da apresentação da exposição fotográfica sobre o monumento ao toiro por Hermano No-ronha.

Fonte: Jornal "A União"

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Tourada à Corda em Buhach

Atiro-me para o chão de contente, dou d

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Fotos de Jorge Avila "Yaúca"

25TAUROMAQUIA

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Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

26 15 de Janeiro de 2011ARTES & LETRAS

A República Portuguesa celebrou o seu Centenário. Ao longo de 2010, ocorre-ram inúmeras celebrações, colóquios, simpósios, exposições e outros certa-mes que celebraram a efeméride. Nós aqui na Maré Cheia, também o fizemos. E porque esta é a primeira edição de 2011, aqui vai um trabalho magnífico do nosso amigo, o Professor Doutor Onési-mo Teotónio Almeida. Vai sem mais comentários, porque queremos que todo o espaço seja dedicado a este brilhante texto.Queremos porém, roubar mais duas li-nhas, para agradecer, sinceramente, a todos quantos têm colaborado com esta página de artes e letras. A única num jornal de língua portuguesa nos EUA. Os meus agradecimentos a todos os co-laboradores e a todos os leitores.

Abraços, com votos de Bom Ano!diniz

A República, da Esperança ao Fracasso, de João Medina *

Onésimo Almeida 1. O republicanismo português, desde a eclosão partidária da sua doutrina até ao termo do sua realização como regime, du-rou meio século e suscitou, como reacção à sua vigência trepidante e caótica, como herança maior e mais calamitosa, um re-gime de contra-revolução que vingaria por meio século e se havia de alicerçar na sistemática coesão de todas as forças ide-ológicas, sociais e políticas opostas aos princípios fundamentais que tinham sido o alicerce mesmo da sua mundivisão repu-blicana, liberal nas ideias, modernizadora nos intuitos sociais e progressista na sua edificação prática. Dito de outro modo, a República falhou na sua tentativa de mo-dernização do país e o seu enorme fracas-so de reforma de Portugal foi responsável pela tão longa duração (1926-1974) e resis-tência duma forma autoritária de poder, de regime retrógrado e sociedade arcaizante contra as quais o ideário da Propaganda Republicana, radicalizando a deformada e tíbia forma monárquico-constitucional do liberalismo (grosso modo, de 1820-1910) - a tão troçada “liberdade outorgada” - in-tentara deitar por terra, após o fracasso dos dois anteriores tentames de construção duma ordem social inovadora, ou seja, o pombalismo e, sem seguida, o liberalismo. retomando muito dos intuitos laicizantes e economico-sociais modernizadores dia-mantinamente aplicados pelo “despotismo esclarecido” de Pomba1 (1756-1777) e do vintismo, em seguida reconfigurado como Regeneração (1851-1910) - em suma, o re-publicanismo foi, no seu âmbito de meio século de vigência como esperança na dé-cada e meia de regime estabelecido desde a revolução do 5 de Outubro de 1910, um sonho visceralmente burguês de moder-nizar Portugal, de nele enraizar o sistema demoliberal vindo das Luzes e da Revo-lução francesa, uma tentativa com laivos messiânicos (ou até mariânicos, pela con-fusão da República com a Virgem Maria) e sebastianistas “vermelhos”, um fracasso que se pagou caro com a longa e nauseada desafeição dos portugueses pelo sistema de liberdades e representação pelo sufrá-gio. 2. Os curtos anos de duração desse confu-so, caótico e sanguinolento regime seriam marcados por bernardas, inacreditável efemeridade de governos ( 47 ministérios em 180 meses de regime, numa média de quatro meses por cada governo), motins, desordens, intentonas falhadas, inúmeros crimes e violências - v.g., prisioneiros po-líticos abatidos durante a “leva da morte”, em 1918, centenas de mortes durante a revolução de 14-V-1915, linchagens (p.e., João José de Freitas, depois de disparar sobre João Chagas, no comboio, em 1915, morto pela multidão), assassinatos duran-te a “noite sangrenta” do 19-X-1921, etc.), que, ao todo, constituíam um carrossel alucinado de desacatos e desordens nas ruas e impossibilidade prática de actuação dos políticos que tinham de cavalgar esse tropel de bestas. Compreende-se que A. Ribeiro Lopes (1889-1965) tivesse sinte-tizado o drama dos políticos republicanos

desses anos alucinados como um poder que não lhes trazia proveito nem glória mas tão só expiação (Histoire de la Répu-blique portugaise, Paris, 1939).3. Esse período de caos e poder fragilizado foi marcado por uma série de erros e insu-ficiências graves que comprometeram de modo irreparável o défice político-social e prático da República. Destaquemos, antes de mais, a lei da Separação da Igreja e do Estado (20-IV-1911), instrumento acintoso de perseguição aos sacerdotes católicos e aos fiéis da Igreja Romana, além de impla-cável máquina burocrática montada con-tra o exercício da religião católica, com o intuito confesso do seu autor, o “irmão Platão“ maçónico Afonso Costa, de elimi-nar o catolicismo em duas gerações. Esta afronta e este abrasivo empecilho legal incompatibilizariam com o regime re-publicano um sector que, no Portugal de então, disponha de larga maioria no meio da população, lançando na natural oposi-ção hostes difíceis de anular ou vencer. O exército, saneado com rude falta de tacto e com o recurso a “revolucionários civis” que fragilizavam a armadura nacional e legal das forças armadas, seria outro seg-mento da sociedade que o novo regime julgara poder moldar como barro mole. As espadas tão acintosamente desprezadas pelo novo regime sentir-se-iam tentadas a intervir no jogo político, com uma insis-tência que conduziria a sucessivos tenta-mes de ditadura castrense, desde Pimenta de Castro a Sidónio Pais, assim como, após o regresso da “”República Velha”, à guerra civil de 1919, nela se incluindo a gorada tentativa de revolução de Monsanto, a re-volta militar em Santarém e a Traulitânia monárquica do Porto, e um infindável ro-sário de outras incursões no jogo político, com durindanas que seriam empunhadas por diversos homens e grupos de proveni-ências partidárias variadas, culminando com o golpe de Braga de 1926, aquele que decapitaria o regime demoliberal que jul-gara poder domar os militares e metamor-fosear o país.4. Coube ainda ao forças armadas sofre-rem um das pragas mais nefastas que as-solaram a I República, ou seja, a interven-ção militar na guerra da Flandres e, desde 1914, na nossa colónias de Angola (a ba-talha de Naulila travou-se em Outubro de 1914), estendendo-se, já depois de declara-do o conflito (16-III-1916), a Moçambique. Ao todo, esta guerra europeia e africana custaria a Portugal mais de dois mil baixas no exército a combater na França e de 20 a 30 mil em África, contando ainda com cer-ca de sete mil prisioneiros devolvidos pela vencida Alemanha imperial a Portugal. O guerrismo dos governos da “União Sagra-da” – entre os quais salientava-se a acção belicista dos partidários de Afonso Costa e a diplomacia que João Chagas desenvolvia junto da França, onde era embaixador luso - ligaram à intervenção nesse conflito, de modo estreito e entranhadamente belicista à sorte da isolada República portuguesa no concerto europeu e, sobretudo, à sobrevi-vência do nosso império colonial africano – um cartoon na imprensa da época torna-va visualmente evidente essa opção dada como inquestionável, mostrando uma ga-

linha chamada Portugal a defender o seu ninho de “Colónias” diante duma invasora águia germânica (Século Cómico de 15-I-1917), ainda que, na sua réplica declaração formal de conflito, o embaixador alemão em Lisboa, Franz von Rosen, sublinhas-se que Portugal se mostrava como “vas-salo da Inglaterra”, subordinando “todas as outras considerações aos interesses e desejos ingleses”. A verdade é, que, na Flandres, a participação do nosso Corpo Expedicionário ficaria subordinada ao XI Corpo do Exército britânico, e, partir da esmagadora derrota de La Lys (9-IV-18), seria reduzido a patéticos destroços sem autonomia estratégica. A revolta sidonista, em Dezembro de 1917, feita por tropas que estavam então escaladas para a Flandres, e que dessa interessada participação na re-volução dezembrista ganharam o não irem para a grande “leva da morte” europeia, iria prejudicar de modo evidente o esfor-ço bélico português, até porque deixou de haver rendição de tropas lusas na frente francesa, vigorando entre nós uma disfar-çada neutralidade que alguns interpreta-riam, aliás erradamente, como sentimen-to prógermânico de Sidónio: os tiros que o prostraram em 14 de Dezembro saíam duma pistola empunhada por alguém que associava o “presidente-rei” às alegadas simpatias pelo país onde fora, por alguns anos, embaixador português. O facto de alguns dos conspiradores do 28 de Maio terem sido soldados de destaque na Flan-dres – como Gomes da Costa e Sinel de Cordes – não deixa de articular a queda da República com a sua funesta intervenção voluntarista na guerra...5. Quanto às mulheres, essas nunca viram as suas aspirações feministas ou sufragis-tas atendidas pela intransigência do mesmo legislador dogmático e fanático que criara o monstro da lei da Separação - e do res-tritivo código eleitoral de 1913, negando o sufrágio às mulheres, aos padres e aos mi-litares -, depressa compreenderam que o demoliberalismo da República se submetia ao populismo anticlerical e de modo soez empenhado em captar velhas estruturas caciqueiras do regime deposto em 1910, em vez de se abrir com coragem e ousadia aos ditames liberais, o que traria aos ci-dadãos o escândalo da “Adesivagem”, uma das máculas mais confrangedoras e insu-portáveis de toda a vigência da I Repúbli-ca, contrastando de modo gritante com os seus tão apregoados visos de moralização e barrela ideológicas.6. O operariado, metralhado na greve das mulheres e dos jovens da indústria conser-veira, em Setúbal, logo em Março de 1911, perceberia que iria encontrar no novo re-gime uma hostilidade mais feroz do que aquela que a monarquia constitucional votara aos trabalhadores. A alcunha de “Racha-Sindicalistas” dada a Afonso Cos-ta, por via da sua actuação no seu primeiro governo, com suspensão da Casa Sindical e prisões em massa de sindicalistas – mui-tos dos quais só sairiam dos cárceres, onde apodreciam sem culpa formada, quando triunfasse a revolução sidonista em 1917 -, mostrava às forças operárias e aos sindi-catos por elas organizados, que a Repúbli-ca tinha uma enorme carência de ideário

social, o que se demonstrada, desde logo, com a lei de Brito Camacho regulando os conflitos de trabalho pouco semanas depois de proclamado o novel regime. As greves e o estado de sítio durante o governo de Augusto de Vasconcelos (Janeiro de 1912) e a maneira violenta como os manifestan-tes operários foram então reprimidos pelas forças policiais e militares - a Casa Sindi-cal foi então ocupada pela tropa e muitos manifestantes presos nos porões de navios surtos no Tejo -, tanto na capital como nou-tros pontos do país, já tinham mostrado o que é que o operariado podia esperar dos tão apregoados intuitos sociais do novo re-gime. 7. A esta escassez de conteúdo social ino-vador e modernizador haveria que somar ainda a emigração que não parava de cres-cer em busca de países onde trabalhar e escapar à maldição duma terra sáfara e de ordenados miseráveis - indo de preferência, e como sempre, para o Brasil, pois ninguém parecia interessado em povoar a África co-lonial lusa -, desde que a bandeira se torna-ra verde-rubra e, dum modo igualmente re-velador, que a diminuição do analfabetismo ao longo da década e meia de instrução re-publicana comprovava que não havia aqui uma qualquer revolução nos costumes e nas práticas com vista a qualquer melhoria sensível com um regime que, até 1910, fora sobretudo agrário, iletrado, tutelado pelos grandes proprietários rurais e pelas forças do capital. Um país rural, com o predomí-nio e esmagador do sector primário das ac-tividades, continuaria a ser rústico na sua pirâmide social – daí a pertinência do Zé Povinho como seu estereótipo nacional -, emigando, entre 1911 e 1913, para o Brasil, 3,7 % da população (fluxo migratório que tornaria a subir no período após o final da guerra). Do lado do lentíssimo progresso da alfabetização, constatava-se que, no com-bate às trevas do espírito, no período de 1911-20, a taxa de analfabetismo só descia de 69,1 % para 66,2 %, e, em 1930, ainda

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27 PATROCINADORES

Enviam-se encomendas através do USPS ou UPS

se cifrava nos 61,8 %, pois só em 1940 Portugal podia registar uma percentagem de analfabetos abaixo de metade da população, com uma taxa de analfabetismo então situada nos 48,8 % da po-pulação.8. Em suma, a República não mo-dernizara de modo significativo ou notável o país, fosse em que sector que fosse, não o fazendo evoluir em termos materiais e culturais, não sendo de estranhar que a deusa Ceres – deusa da agricultura (a Cibele dos gregos) - figurasse como figura totémica essencial nos selos postais por-tugueses a partir da proclamação da República, como se não hou-vesse, nesta escolha simbólica, naquela camada nova de políti-cos, qualquer desejo de indus-trializar a sério Portugal ou fazer progredir realmente o país: se ha-via 57 % da população activa em 1911, em 1930 ela ainda andava pelos 46 % no sector primário. O novo regime não dera aos Portu-gueses alfabetização, escolarida-de, progresso de vida material e cultural, estruturas significativa-mente modernas na sociedade em geral – pois até nas artes o único grande movimento estético ino-vador e dissidente registado du-rante a sua atribulada e ofegante duração, foi o Modernismo, cujo estridente pregão retórico, o Ma-nifesto anti-Dantas (1915) de Al-mada Negreiros, era sobretudo um impiedoso manifesto contra o novo regime, os seus ridículos e acacianos gurus e os seus estó-lidos e grotescos manipansos ar-tistas literários e plásticos como esse autor d’A Ccia dos Cardeais , um “adesivo” que remataria a sua

carreira de vira-casacas aderindo à ditadura do Estado Novo.9. A revolta militar do 28-V-1926, realizada por um misto de forças partidárias republicanas e inte-gralistas, com o mudo benepláci-to da Igreja católica, saldar-se-ia, após um acidentado galope de fardas por angustiados trancos e barrancos e agudas vicissitu-des financeiras que pareciam perpetuar o permanente caos da I República, pela progressiva deslocação da “ ditadura acadé-mico-castrense ou, se se prefe-rir, bélico-escolástica. Ditadura de generais – ou coronéis – e de catedráticos, com uma ou outra gota eclesiástica” (como se expri-mia Unamuno, em 1935, sobre a natureza da nossa experiência de militares de mistura com cate-dráticos) para um glacial ditador das contas, o tal “ditador das fi-nanças” que ascenderia a Ditador tout court do novo regime, dis-pondo duma constituição (1933) aprovada por referendo em vez de ser uma nova Carta outorgada, e procedendo mesmo esse misto de modelos político-idológicos a si-mulacros eleitorais desde 1934. Representou esse regime híbri-do e camaleónico instaurado por Salazar na sequela da ditadura militar, espécie de “integralismo republicano”, uma permanência dos moldes republicanos? Estarí-amos, a partir da ditadura pessoal de Salazar, ainda em República? Haveria algo de genuinamente republicano nas instituições e nos símbolos, na liturgia políti-ca do Estado ou das fórmulas de funcionamento burocrático, de II República autoritário-orgânica e corporativa após o período de

década e meia de demolibera-lismno? Cremos que Salazar e o seu Es-tado Novo estabelecido de for-ma permanente e estável desde 1932-33 optaram antes por uma mumificação da velha República decapitada em Braga em 1926, conservando um mínimo de sím-bolos, os menos evidentes e me-nos arreigados, como a bandeira, expurgando, por exemplo, a fór-mula do “Saúde e Fraternidade” com que se encerravam os ofícios estatais, remetendo para o museu postal o velho e teimoso símbolo totémico da Ceres. a deusa rural da agricultura. Ficou mais algu-ma coisa do republicanismo for-mal anterior? Digamos que não, pois, por um processo de típica lentidão evolutiva salazarista, as expressões residuais do formulá-rio e da atmosfera ou índole ínti-ma do modelo republicano demo-liberal se foi evaporando de modo progressivo, bem “devagarinho”, como gostava de se exprimir Sa-lazar, pois até o termo “cidadão”, usado no oficial Diário do Gover-no, havia de desaparecer para se substituir pelo neutro “senhor” ou “doutor” ou “licenciado”. 10. Em suma, a República, au-sente no pessoal, nos ideais, na ideologia vigente na escola e na administração pública, reduzia-se agora a um véu tão leve que já nada ocultava da natureza verda-deiramente autoritarista e anti-liberal que a Ditadura assumia, usava como linguagem e se ser-via como disciplina burocrática. Até no campo estético esta mu-dança se notava, bastando ver a enorme República viril e maciça que está por detrás da estátua de

António José de Almeida, monu-mento esculpido por Leopoldo de Almeida, um dos mais represen-tativos artistas do Estado Novo ditatorial, inaugurado em finais de 1937, num altura em que a Ditadura salazarista se dotara já de instituições de claro fascí-nio fascizante como a Mocidade Portuguesa e a Legião Portugue-sa, ambas criadas em 1936. Esta mudança estaria sujeita, é certo, à evolução do regime de Salazar nos muitos anos que ainda dura-ria. Mas o mais interessante seria vermos até que ponto a própria mutação substancial operada pelo 25-IV-1974 – até no aspecto fulcral de ela ter sido determina-da pelo fracasso do nosso colo-nialismo e pela impossibilidade de ganharmos as guerras afri-canas que mantínhamos desde 1961 para perpetuar um Império condenado ao malogro e irreme-diável derrocada (esse mesmo Império cuja obsidiante presen-ça na nossa alma nacional unira, para além dos pontos divergentes dos três regimes, o essencial das nossas fainas como país desde a monarquia constitucional à Di-tadura salazarista-marcelista, passando pela I República) não constituiu uma reposição da I República nos seus símbolos, na-tureza político-social ou estética intrínsecos do demoliberalismo morto meio século atrás, mas an-tes foi a instauração dum modelo novo de Estado, de ideologia po-litica e de regime de instituições públicas. 11.Porque há algo que substancialmente une a monar-quia constitucional, o demolibe-ralismo republicano e o naciona-

lismo ditatorial do Estado Novo, e que é um idêntico empenho em manter a nossa presença colonial africana, o afã ultramarinista co-lonizador, o mito do “novo Brasil em África”. Já o período histórico e anímico colectivo que se seguiu à “revolução dos cravos” destoa dessa trilogia anterior de regimes comungando numa semelhante preocupação africanista. Pelo que se poderia dizer que essa revolu-ção não se traduziu na reposição dum Estado morto mas antes na instauração dum Democracia de tipo muito diferente daquela que entre nós vigorara entre 1910 e 1926, um portentosa rotação hia-tórico-geográfica essencial, que começava pela renúncia ao sonho colonial imperial de séculos e ao regresso à Europa, essa Europa de que tínhamos fugido desde que tomámos Ceuta e, dobrado o Cabo Tormentório, encetámos a nossa saga de expansão e des-cobrimentos, com a construção desse “novo reino” que consti-tuiria a alma mesma do poema trans-europeu (ou anti-europeu) de Camões.

Monte Estoril, 4-XI-2010.

* João Medina é Professor cate-drático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa

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California Chronicles

Ferreira Moreno

As Mark Williams wrote, "everyone has heard of the gre-at California Gold Rush, that great stampede for riches that

hurled a sleepy territory onto a dazzling path of fame and fortune. Seemingly for-gotten is the great Coal Rush of the 1860’s, which lead to decades of mining “black diamonds” in Contra Costa County. II (Northern California, Off the Beaten Path, Fourth Edition). This mining legacy, which I had the op-portunity of touring recently, is located at Black Diamond Mines Regional Preserve south of Antioch, where about 4,000 acres have been carved out of the grassland and smoothly contoured foothills, Although most of the mines were long ago abando-ned and sealed over, there is still plenty of evidence of the backbreaking life led by the miners and their families.A few years after gold was discovered in the Sierra foothills, California largest known coal deposit was opened for mi-ning on the northern slope of Mount Dia-blo. A cluster of mines disgorged twenty million worth of coal from those foothills, about four mi1lion tons in all. Miners from around the world joined Americans for a 1ife of hard work and long hours. Adjacent to the mines, sma1l, dust-choked settle-ments spruted, thrived, then wilted when mining ceased after the turn of the 20th century.Black Diamond Preserve now offers a chance to explore 65 miles of trails. Es-pecially noteworthy is historic Rose Hill Cemetery. Its chipped and broken graves-tones tell sad tales of the harsh lives of mi-ners and their families, who died from epi-demics, childbirth and mining accidents. Miles of trails crisscrossing the Preserve

go past a number of abandoned mines, one of which has been converted into an un-derground museum.To reach this historic site, drive east on Highway 4 to Antioch. Exit at Somersville Road and go three miles south. Stop mo-mentarily at the first parking area and pick up maps at the Information Center. Conti-nue on a hilly road for about a mile to the second and larger parking lot, exibiting Historical Landmark Number 932, which reads: “From 1860 to 1906, this area was the largest coal mining district in Califor-nia. Five towns (Nortonville, Somersville, Stewartville, Judsonville and West Har-tley) grew up around 12 major mines. To-day the towns are gone, the buildings fla-ving moved to nearby communities after the mines were closed. Nine openings, tai-lings, railroad beds and pioneer cemetery are being preserved by East Bay Regional Park District.Quoting from "An Outdoor Guide to the San Francisco Bay Area", by Dorothy Whitnah, "the towns that once contained several hundred people have now vanished so completely that it is almost impossible to visualize them as one hikes the windy hills. One reason these communities did not simply molder away into ghost towns, as elsewhere in the West, is that when the coal boom ended many of the residents dismantled their homes and moved them elsewhere. The park office is currently located in a house that was moved here from Stewartville. A few other houses representative of this region during the mining period are being moved here. Al-though simple-appearing today, they are problaly fancier than most of the miners’ actual houses, for these at least have foun-dations.”

Historically speaking, it all started in 1859 when James Cruikshank and Frank Se-mers discovered the Black Diamond vein, although, it was wealthier Noah Norton who expanded the enterprise, when he took over the mine and built roads to carry the coal to wharves on nearby river landin-gs. During the next two decades, miners and their families (mostly Welsh) poured in and constructed houses, churches, scho-ols, bars and lodges in half a dozen settle-ments. However, the coal proved to be low grade, the capital investment grewhigh, and a mine explosion in 1876, cou-pled with a devastating fire two years later, marked the beginning of a decade-long decline in the mining activities, until everything stopped in 1906.

Another flurry of mining began in 1922, that time for silica sands, used in glass making. That activity ceased in 1949, and again the land lay deserted, until the park district began buying acreage in 1973.At the Rose Hill Cemetery, named after Emma Rose, who donated the property to Contra Costa County, the notable midwi-fe Sarah Norton is buried. It is said, that she is the mysterious "G1owing Lady" or "White Witch” that has been seen in the cemetery at night.Some people believe that she and other spi-rits have been disturbed by the occasional wanton vandalism and that they are trying to protect their final resting place. (Rev. Ricardo Chavez, A History of Pittsburg, California, 2005).

Black Diamond Mines

By JULIANA BARBASSA - Associated Press TERESOPOLIS, Brazil -- The power was out, but lightning flashes illuminated the horror as villagers watched neighbors' ho-mes vanish under a wall of mud and water, turning neighborhoods into graveyards. Survivors dug at the earth barehanded Thursday, but all they found were bodies.It was a scene of muddy destruc-tion in mountain towns north of Rio, where at least 464 people were killed when torrential rains unleashed mudslides in the pre-dawn hours Wednesday, burying people alive as they slept. Offi-cials would not venture guesses on how many people were mis-sing - but fears were high that the death toll could sharply rise.In the remote Campo Grande neighborhood of Teresopolis, now accessible only by a peri-lous five-mile (eight-kilometer) hike through mud-slicked jungle, family members pulled the life-less bodies of loved ones from the muck. They carefully laid the corpses on dry ground, covering them with blankets.A young boy cried out as his father's body was found: "I want to see my dad! I want to see my dad!"Flooding and mudslides are com-mon in Brazil when the summer rains come, but this week's slides

were among the worst in recent memory. The disasters unduly punish the poor, who often live in rickety shacks perched perilou-sly on steep hillsides with little or no foundations. But even the rich did not escape the damage in Teresopolis, where large homes were washed away."I have friends still lost in all of this mud," said Carols Euri-co, a resident of the city's Cam-po Grande neighborhood, as he motioned to a sea of destruction behind him. "It's all gone. It's all over now. We're putting ourselves in the hands of God."In the same area, Nilson Martins, 35, carefully held the only thing pulled out alive since dawn: a pet rabbit that had somehow remai-ned pristinely white despite the mud."We're just digging around, there is no way of knowing where to look," he said. "There are three more bodies under the rubble over there. One seems to be a girl, no more than 16, dead, buried under that mud."The hundreds of homes washed away in the neighborhood were turned inside out, their plumbing and electrical wires exposed. Children's clothes littered the ear-th, cars were tossed upside down into thickets. An eerie quiet pre-vailed as people searched for life. The sounds of digging, with sti-cks and hands, were occasionally punctuated by shouts as another

corpse was located.Conceicao Salomao, a doctor coordinating relief efforts at a makeshift refuge inside a gymna-sium in central Teresopolis, said about 750 people were staying there Thursday and about 1,000 people had sought treatment in the past day. One danger she worried about was leptospirosis, a waterborne bacterial disease."The hospitals around here are overflowing. The army and navy are setting up field hospitals to help," she said.

"The worst is the feeling of im-potence. We do what we can, but there are so many people."Rio state's Civil Defense depart-ment said on its website that 210 people were killed in Teresopo-lis, 214 in nearby Nova Friburgo and 40 in neighboring Petropolis. It said about 14,000 people had been driven from their homes.Another 37 people have died in floods and mudslides since Christmas in other parts of sou-theastern Brazil - 16 in Minas Gerais state north of Rio and 21

in Sao Paulo state.Nineteen-year-old Geisa Carva-lho and her mother were awake-ned at 3 a.m. Wednesday by a tremendous rumble as tons of muck slid down a sheer granite rock face onto their Teresopolis neighborhood of Caleme.Associated Press writers Bradley Brooks and Tales Azzoni in Sao Paulo contributed to this report.

464 die in Brazil, survivers relate horrors

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COMUNIDADE

Comunidade em Festa

O "Bacalhau Grill" de San José festejou o Natal com muita música e muita gente.

Em cima: Passagem do Ano no Salão de Festas da Igreja de Nossa Senhora da Assunção em Turlock. Embaixo/direita: Festa de Natal em Watsonville na I S T W Fotos de Mike Silva

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Passagem de Ano no Portuguese Athletic Club de San José

Matança na Casa dos Açores de Hilmar - Esq/dir: Maria Leonardo, Luciana Vitorino, Madalena Gomes, Maria Sidónia, Maria Valadão, Noémia Vieira, Conceição Silveira, António Ca-bral, Maria Mota, Maria Brasil, Maria Almada, Maria Marcelino, Margarida Cabral, Anália Furtado, Maria Pires, Fátima Monteiro, Maria de Lourdes Lourenço, Herlen Sousa, Natália Sousa, Leonilde Parreira.

Matança da Casa dos Açores de Hilmar. Embaixo: Rancho de Matança da mesma casa

NUSA DUA IMPORTSPortos de Faro - Sines - Lisboa - Figueira da Foz - Leixões

Com contentores de 20 a 40 pés

Mudanças ExclusivasPaulo R. Bacil & Erica C. Chiara

[email protected]

415-200-4606

30 15 de Janeiro de 2011COMUNIDADE

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COMUNIDADE

Júlia Machado Rose nasceu no Cam-po Raso, freguesia da Candelária do Pico e veio para a América com 20 anos em 1922 com o seu tio que tinha ido de visita aos Açores.Seus pais eram Manuel Machado e Felici-dade do Espírito Santo.Lembra-se de ter ido do Pico para o Faial apanhar o barco para a América, mas já não se recorda do nome do vapor, como ela diz.Em Nova York levaram-na para um lugar, onde lhe lavaram a cabeça, pentearam-na e "puseram-me a modos de eu caminhar" (risos). Viu "a lot of things in New York".Depois da paragem em Nova York, veio de comboio para Turlock. Não se lembra quantos dias levou de com-boio para a California, mas diz que não fo-ram muitos. O seu namorado Joe Rose (a) era carpinteiro, natural das Lajes do Pico e já estava na California à espera dela.Casaram pouco tempo depois numa boni-ta festa em casa do seu tio, e foram viver para Santa Clara numa casa arrendada ao pé do Salão de Santa Clara. Joe Rose "was a nice carpenter" diz ela referindo-se a seu marido. Trabalhou na construção do I.E.S. e de alguns edifícios em frente à Igreja Na-cional das Cinco Chagas.Em Santa Clara nasceram os seus dois fi-lhos - Margareth e Lester."Trabalhei todos os anos que pude na 'ca-naria', diz Júlia com um sorriso, mas já não se lembra do nome da companhia. Ela diz que não sabia nada de Inglês mas havia muitas portuguesas a trabalhar lá e ficava ao pé delas para aprender. Uma amiga dela tomava conta dos seus fi-lhos pequenos. Passados anos mudaram-se para Alameda onde o Joe construíu uma casa para eles e onde ficaram algum tempo. Depois vie-ram residir para Shortridge Avenue em San José. Joe construíu quatro casas que depois alugava. Frequentava a nossa Igreja Nacional sem-pre que podia."I went to a lot of places", diz ela sempre com um sorriso enternecedor.Quando não se lembra de alguma coisa diz a rir: "My brains are not working anymo-re".Perguntado como era o Pico nos anos que lá viveu, Rosa respondeu: "Eu sofri bas-tante no Pico. Acartava tudo à cabeça, "oh, gosh!" (perdeu-se em risos). Tudo era acar-tado à cabeça - madeiras, inhames, fetos. "Everything era na cabeça" (mais risos).Ainda no Pico ia sempre às festas do Es-

pírito Santo. Lembra-se da mãe fazer ros-quilhas para as festas e levava-as num ces-to à cabeça. As festas eram sempre uma alegria para ela. Sempre que se refere "à cabeça", ri-se per-didamente. E nós com ela.Só conheceu o Faial. Nunca foi às outras ilhas. Perguntámos se tinha alguma vez subido o pico do Pico e ela respondeu logo: "Oh não, não, não". Não se lembra de nada relacionado com a caça à baleia. "I don't remember".O casal Rose foi de férias às Ilhas só uma vez. "Custava muito dinheiro", disse ela.A morte do seu marido em 1972 com 78 anos, foi muita estranha. Joe Rose ao tomar uma "shower" caíu e magoou-se. Foram ao médico e este disse que ele não tinha nada partido. Ela pediu então que ele receitasse

qualquer coisa para aliviar as dores, mas ele nunca tomou os medicamentos. Passa-do pouco mais de uma semana o seu ma-rido morreu.Hoje, Júlia com os seus 108 anos, dedica-se a fazer mantas (afghans) para oferecer à caridade. No sofá ao lado onde conver-sámos estavam 42 mantas à espera que o senhor padre as viesse buscar. Antes des-tas tinha feito 37 que foram enviadas para o México. Júlia foi muita simpática e ofereceu-nos duas mantas à nossa escolha. Enquanto trabalha nas suas coloridas man-tas vai vendo televisão. e tem as suas no-velas favoritas - "General Hospital", entre outras. Perguntámos quais eram os seus planos para este ano e ela riu-se muito e disse: "You know how old I am? I will be 106, 107, 108 or 109 in two weeks (27 de Janei-ro) , I don't know." (mais risos).Do you sleep well? "Oh yes".Deita-se às cinco horas, acorda às cinco da manhã, mas só vem para a sala às nove horas.

Do you like to dance? "Not anymore, I cannot move well."Qual é o seu segredo para viver estes anos todos? "Café (descafeinado) com Kalua", diz ela, sempre a rir. "Eu nunca estou sem fazer nada".De vez em quando diz "Ai Jesus", e "Oh meu Deus, paciência".Quando nos mostrou a fotografia do Bom Jesus do Pico, contou-nos a história como é que tinha sido encontrada essa imagem na costa do Pico por pescadores."O Bom Jesus é a minha companhia" diz ela. Júlia teve 6 irmãos e duas irmãs, já todos falecidos. Não se lembra dos nomes deles todos. Um deles morreu com mais de cem anos.Júlia Rose continua rija como uma boa pi-carota e enquanto fizer mantas e beber café com Kalua, não há mal que lhe venha.Esta nossa conversa foi feita quer em por-tuguês quer em Inglês. Rimo-nos muito.Júlia vive em Santa Cruz com a neta Jane.

Julia Rosa trabalha diáriamente nas suas mantas O segredo da longevidade - trabalhar sempre e beber café com Kalua

Julia Rose aos 108 anos com sua neta Jane

Julia Rose - 109 anos a 27 de Janeiro31

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