thayrine - diagnÓstico energÉtico de um terminal portuÁrio localizado em itajaÍ-sc com base na...
TRANSCRIPT
U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental
DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO DE UM TERMINAL PORTUÁRIO
LOCALIZADO EM ITAJAÍ-SC COM BASE NA NBR ISO 50001:2011
Ac: Thayrine Andressa Pereira Leite
Orientador: Camila Burigo Marin, MSc.
Co-orientador: Marcus Polette, Dr.
Itajaí, novembro/2013
U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental
DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO DE UM TERMINAL PORTUÁRIO
LOCALIZADO EM ITAJAÍ-SC COM BASE NA NBR ISO 50001:2011
Thayrine Andressa Pereira Leite
Monografia apresentada à banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Ambiental.
Itajaí, novembro/2013
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu pai Osmar (in memorian) e à minha avó Maria Isabel (in
memorian) que não estiveram fisicamente presente ao meu lado durante esta caminhada,
mas que sempre foram minha força para a concretização deste sonho.
Ao meu avô Nilton Pereira (in memorian) que me acompanhou em grande parte desta
trajetória e que sonhou tanto com este momento, assim como eu, mas que partiu cedo
demais.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente pela vida, por ser meu refúgio durante esta caminhada e por me dar
a inteligência e a paciência necessárias para concluir com êxito este desafio.
Aos meus pais Valéria e Valdecir, por tudo o que sou, pelo amor e apoio incondicional que
sempre me deram, pelas palavras de conforto principalmente nos momentos mais difíceis e
por sempre terem acreditado no meu potencial.
A minha avó Edi, que é meu bem tão precioso neste mundo, por ter sido sempre este anjo
de Deus em meu caminho, por ter sempre me colocado em suas orações e por tudo o que
até hoje fez por mim.
A todos os meus familiares: avós, tios e primos, que me acompanharam nesta trajetória, e
que foram meu auxílio e companhia em tantos momentos de minha vida.
Ao meu companheiro, meu namorado Marcos, que sempre me encorajou nos momentos
difíceis desta caminhada e esteve sempre ao meu lado quando precisei.
Aos amigos que fiz ao longo destes cinco anos, por terem dividido comigo momentos que
jamais esquecerei.
À professora e orientadora Camila Burigo Marin, pelo grande ensinamento, incentivo e por
despertar em mim o interesse pelas questões energéticas.
Ao professor e co-orientador Marcus Polette pelo apoio e pelos ensinamentos ao longo
deste trabalho.
A Engenheira Ambiental Michele Machado Yokoyama e aos funcionários do terminal em que
realizei este trabalho, pela oportunidade que me foi dada, pelo auxílio e amizade ao longo
do estágio realizado.
5
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”
Charles Chaplin
6
RESUMO
A energia é um dos principais constituintes da sociedade moderna, e ao longo da história as fontes energéticas têm sido à base do desenvolvimento da humanidade. Porém, a utilização de recursos não renováveis vem gerando inúmeros impactos ambientais, de modo que nas últimas décadas levou o governo, a sociedade e especialmente as empresas a adotarem uma nova postura diante das questões energéticas. A busca por fontes renováveis e alternativas de energia e o gerenciamento do consumo energético tem sido estratégias eficazes para minimizar estes impactos e reduzir custos nas empresas. Neste sentido, o presente trabalho realizou o diagnóstico energético de um terminal portuário localizado em Itajaí-SC, com base na metodologia de planejamento definida pela NBR ISO 50001:2011, a partir da avaliação do consumo de energia e caracterização da matriz energética em uma abordagem global, por área e detalhada, tomando como linha de base os dados do ano de 2012. O diagnóstico energético realizado permitiu identificar na abordagem global que 67,96% da energia consumida é elétrica, 27,46% proveniente de óleo diesel e 4,58% de GLP, o que caracterizou a matriz energética do terminal como sendo 67,96% de fonte renovável e 32,04% como não renovável. Com relação às emissões de gases de efeito estufa, verificou-se que as empilhadeiras movidas a óleo diesel são responsáveis por 59,9% das emissões. Como medida de melhoria, se propôs a substituição de óleo diesel comum por biodiesel, o que reduziria 8% das emissões e custos. Na abordagem energética por área, foram obtidos os dados de consumo de energia registrados por medidores conectados a um software de gerenciamento de energia, em cada área do terminal. De acordo com os dados, foi verificado que os valores de consumo registrados pelo software não são medidos em sua totalidade, o que demonstra a necessidade de adequação do sistema. Já na abordagem energética detalhada, foram obtidos os dados de instalações, equipamentos, sistemas, processos e pessoal trabalhando pela organização que significativamente afetem o uso e o consumo de energia desta área. O levantamento de dados detalhados possibilitou verificar oportunidades de melhoria nas instalações do Prédio Administrativo, como adequações nos acabamentos internos da edificação e aquisição de equipamentos mais eficientes para a redução do consumo de energia. Além das adequações propostas, verificou-se a necessidade de conscientização dos funcionários, para que utilizem racionalmente a energia elétrica, já que foram identificados desperdícios de energia em contribuição da má utilização de equipamentos.
Palavras-chaves: Gestão energética, planejamento, economia de energia.
7
ABSTRACT
Energy is a major constituent of modern society, and throughout history the energy sources have been the basis for development of humanity. However, the use of non-renewable resources has generated numerous environmental impacts, so that in recent decades has become a growing global concern with these, leading the government, society and especially companies to adopt a new stance on energy issues. The search for renewable and alternative energy and energy management has been effective strategies to minimize these impacts and reduce costs in business. In this sense, this work constitutes the diagnostic performance of a port terminal located in Itajaí-SC, based planning methodology defined by ISO 50001:2011, based on the evaluation of energy consumption and characterization of the energy of the whole terminal in a global, detailed and per area verification, taking as baseline data for the year 2012. The energy diagnosis has allowed to identify that 67.96% of the energy consumed is electric, 27.46% from diesel oil and 4.58% from LPG which characterized the energy matrix of the terminal as 67.96% of renewable and non-renewable as 32.04%. About the emissions of greenhouse gases, it was found that the diesel powered forklift trucks are responsible for 59.9% of emissions. As a way of improving proposed the replacement of diesel oil for biodiesel, which reduce emissions 8% and also reduce costs. In verification of energy area, was obtained energy consumption registered by meter connected to a software power management in each area of the terminal. According to the informations, it was found that consumption values recorded by the software are not measured at all, which demonstrates the needs to adequate the system. On energetic approach detailed informations were obtained from facilities, equipment, systems, processes and personnel working for the organization that significantly affect the use and consumption of energy in this area. It was possible to verify improvement opportunities in the Administration Building, like adjustments to the interior finishes of the building and the purchase of more efficient equipment. In addition to the proposed adjustments, which aim at improving the energy performance of the building and therefore allow reducing energy consumption, there is a need for awareness of employees, so that they use electricity rationally since been identified waste energy resulting from improper use of equipment.
Keywords: Energy management, planning, energy saving.
8
SUMÁRIO
1 Introdução ..................................................................................................................... 18
1.1 Objetivos ............................................................................................................... 19
1.1.1 Geral ........................................................................................................... 20
1.1.2 Específicos.................................................................................................. 20
2 Fundamentação Teórica ............................................................................................... 21
2.1 Energia e recursos energéticos ............................................................................. 21
2.1.1 Recursos Energéticos Não Renováveis ...................................................... 21
2.1.2 Recursos Energéticos Renováveis .............................................................. 24
2.2 Matriz energética mundial ...................................................................................... 25
2.3 Matriz energética brasileira .................................................................................... 27
2.4 Energia e emissões de GEE .................................................................................. 30
2.4.1 GHG Protocol .............................................................................................. 31
2.5 Políticas de eficiência energética ........................................................................... 32
2.5.1 Política Brasileira de Eficiência Energética.................................................. 32
2.6 Gestão de energia nas organizações..................................................................... 33
2.6.1 Sistema de Gestão da Energia: NBR ISO 50001 ........................................ 34
3 Metodologia .................................................................................................................. 42
3.1 Coleta de dados .................................................................................................... 44
3.1.1 Uso e consumo de energia ......................................................................... 44
9
3.2 Linha de base energética....................................................................................... 57
3.3 Definição de indicadores de desempenho energético ............................................ 58
3.4 Planos de ação ...................................................................................................... 58
4 Resultados e discussão ................................................................................................ 59
4.1 Requisitos gerais da NBR ISO 50001:2011 ........................................................... 59
4.2 Identificação de requisitos legais ........................................................................... 60
4.3 Revisão energética ................................................................................................ 62
4.3.1 Análise do Uso e Consumo de Energia ....................................................... 62
4.3.1.1 Energia Elétrica ........................................................................................... 62
4.3.1.2 Óleo diesel .................................................................................................. 68
4.3.1.3 GLP............................................................................................................. 70
4.3.1.4 Caracterização da Matriz Energética........................................................... 73
4.3.1.5 Identificação dos usos e consumos significativos de energia ...................... 76
4.3.1.6 Quantificação de emissões de GEE ............................................................ 77
4.3.1.7 Abordagem Energética por Área ................................................................. 81
4.3.1.8 Abordagem Energética Detalhada do Prédio Administrativo ....................... 91
4.3.1.8.1 Diagnóstico dos equipamentos elétricos utilizados ...................................... 91
4.3.1.8.2 Diagnóstico das características do ambiente .............................................. 92
4.3.1.8.3 Diagnóstico da percepção dos funcionários .............................................. 103
4.3.2 Identificação e priorização de oportunidades de melhoria ......................... 120
4.4 Linha de base energética..................................................................................... 121
4.5 Indicadores de desempenho energético .............................................................. 121
4.6 Objetivos energéticos .......................................................................................... 125
10
4.7 Planos de ação .................................................................................................... 127
5 Considerações finais .................................................................................................. 139
5.1 Recomendações para trabalhos futuros .............................................................. 141
6 Referências ................................................................................................................ 143
Apêndices .......................................................................................................................... 149
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Matriz Energética Mundial nos anos de 1980 e 2008.......................................................... 26
Figura 2 - Matriz Energética Mundial em 2008. .................................................................................27
Figura 3 - Caracterização da matriz energética brasileira nos anos de 1980 e 2011. ..........................28
Figura 4 - Participação de renováveis na Matriz Elétrica Brasileira e Mundial. .....................................29
Figura 5 - Esquema da Gestão de Energia. .......................................................................................34
Figura 6 - Modelo do Sistema de Gestão de Energia para a ABNT NBR ISO 50001:2011. .................35
Figura 7 - Diagrama conceitual do processo de planejamento. ......................................................36
Figura 8 - Etapas do diagnóstico energético. ...................................................................................38
Figura 9 - Exemplo de histórico de consumo de Energia em uma linha de base. ................................39
Figura 10 - Sequência metodológica de desenvolvimento do trabalho. ................................................43
Figura 11 - Ferramenta do Programa Brasileiro GHG Protocolo para cálculo de emissões de GEE.
.......................................................................................................................................................47
Figura 12 – Exemplo de Relatório Diário de demanda/consumo de energia elétrica emitido pelo
software Smart 32. .......................................................................................................................49
Figura 13 - Luxímetro da marca Minipa modelo MLM-1011 utilizado para medição de iluminância nos
setores do Prédio Administrativo. ..................................................................................................51
Figura 14 – Política Energética do SGE proposta para o terminal portuário. ........................................60
Figura 15 - Painéis elétricos para distribuição de energia elétrica nos setores TECON, Armazéns I e II
e Prédio Administrativo. .................................................................................................................63
Figura 16 - Empilhadeira elétrica de pequeno porte, utilizada para movimentação de carga soltas nos
Armazéns (I e II). ...........................................................................................................................64
Figura 17 - Consumo de energia elétrica do terminal portuário nos anos de 2005 a 2012, em MWh,
registrado pela CELESC................................................................................................................64
Figura 18 - Consumo de energia elétrica no terminal portuário (MWh) junto à CELESC no ano de
2009 - ano de desativação das câmaras frias. ..............................................................................65
Figura 19 - Consumo de energia elétrica no terminal portuário no ano de 2012 (MWh) registrado pela
CELESC. .......................................................................................................................................66
Figura 20 - Custo com energia elétrica no terminal portuário registrado pela CELESC no ano de 2012,
em reais. ........................................................................................................................................66
Figura 21 – Valores de fator de potência registrados no ano de 2012 pela CELESC...........................67
Figura 22 – Valores de fator de carga registrados no ano de 2012 pela CELESC. ..............................68
Figura 23 - Empilhadeira de grande porte, Reach Staker, movida a óleo diesel, utilizada para
movimentação de containers. ........................................................................................................68
Figura 24 - Empilhadeira modelo Maclift, movida a óleo diesel, utilizada para movimentação de cargas
soltas dentro e fora dos containers................................................................................................69
Figura 25 – Porcentagem de óleo diesel consumido no terminal portuário no ano de 2012. ...............70
Figura 26 – Centrais de GLP do TECON e da cozinha. ........................................................................71
12
Figura 27 - Empilhadeiras utilizadas do terminal portuário para a movimentação de cargas soltas.
......................................................................................................................................................71
Figura 28 – Fogão industrial a GLP utilizado na cozinha para produção de refeições diárias........... ...72
Figura 29 – Perfil do consumo de GLP no terminal portuário, com base na quantidade consumida no
ano de 2012. ..................................................................................................................................73
Figura 30 - Distribuição da matriz energética do terminal portuário com base na energia consumida,
em tep, no ano de 2012. ................................................................................................................74
Figura 31 – Distribuição da matriz energética do terminal portuário como renovável e não renovável.
......................................................................................................................................................75
Figura 32 - Custo total do terminal portuário com energia elétrica, óleo diesel e GLP no ano de 2012.
.......................................................................................................................................................76
Figura 33 – Estimativa de CO2e emitido no terminal portuário a partir dos dados de consumo de
energia identificados na Abordagem Energética Global................................................................80
Figura 34 - Percentual de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e) no terminal portuário,
no ano de 2012. ............................................................................................................................81
Figura 35 - Bloco de tomadas para conexão dos containers reefer e painel de conexão elétrica dos
mesmos. .......................................................................................................................................82
Figura 36 – Consumo (MWh) e Custo (R$) total de energia elétrica no TECON entre os meses de abril
e novembro de 2012. ....................................................................................................................83
Figura 37 - Consumo de energia elétrica (MWh) em horários de ponta e fora de ponta no TECON,
entre os meses de abril e novembro de 2012. ..............................................................................84
Figura 38 - Custo com energia elétrica (R$) em horários de ponta e fora de ponta no TECON, entre os
meses de abril e novembro de 2012. ............................................................................................85
Figura 39 - Local para carregamento de baterias utilizadas nas empilhadeiras elétricas. ....................86
Figura 40 - Consumo de energia elétrica em (MWh) nos Armazéns I e II entre os meses de abril e
novembro de 2012, de acordo com o software Smart 32. .............................................................86
Figura 41 - Consumo de energia elétrica (MWh) dos Armazéns I e II entre os meses de abril e
novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.............................................................87
Figura 42 - Custo (R$) com energia elétrica com os Armazéns I e II entre os meses de abril e
novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.............................................................87
Figura 43 - Consumo de energia elétrica, em MWh, registrado pelo software Smart 32 entre abril e
novembro de 2012. ...........................................................................................................88
Figura 44 - Consumo de energia elétrica do prédio administrativo registrado pelo software Smart 32,
entre os meses de abril a novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.......................
.......................................................................................................................................................88
Figura 45 – Custo com energia elétrica do prédio administrativo registrado pelo software Smart 32,
entre os meses de abril e novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta. ..................89
Figura 46 - Distribuição da iluminância média medida em comparação com a NBR 5413 - Setores no
pavimento térreo do Prédio Administrativo. ..................................................................................94
13
Figura 47 - Distribuição da iluminância média medida em comparação com a NBR 5413 - Setores do
1º piso do Prédio Administrativo. ...................................................................................................96
Figura 48 - Distribuição da iluminância medida em comparação com a NBR 5413 - Setores no 2º piso
do Prédio Administrativo. ..............................................................................................................98
Figura 49 - Índice de eficiência energética dos ambientes do Prédio Administrativo, com base nas
características do ambiente de cada um.
......................................................................................100
Figura 50 - Perfil dos funcionários entrevistados do prédio administrativo. ........................................103
Figura 51 - Perfil dos funcionários entrevistados do prédio administrativo. ........................................104
Figura 52 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham. ...........105
Figura 53 – Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham. ...........106
Figura 54 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.............107
Figura 55 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham........... ..108
Figura 56 - Opinião dos entrevistados quanto ao conforto visual no ambiente. ..................................109
Figura 57 - Opinião dos entrevistados quanto às condições de ventilação no ambiente. ...................110
Figura 58 - Opinião dos entrevistados sobre condições de ventilação mecânica no ambiente.
.....................................................................................................................................................111
Figura 59 - Opinião dos entrevistados sobre as condições de ventilação mecânica no ambiente.
....................................................................................................................................................111
Figura 60 - Opinião dos entrevistados quanto à setorização elétrica no ambiente em que trabalham.
.....................................................................................................................................................112
Figura 61 - Opinião dos entrevistados quanto à setorização elétrica no ambiente em que trabalham.
....................................................................................................................................................113
Figura 62 - Opinião dos entrevistados sobre a importância do gerenciamento de energia na empresa.
....................................................................................................................................114
Figura 63 – Opinião dos entrevistados quanto à realização formação referente ao tema Energia.
.....................................................................................................................................................115
Figura 64 - Interesse dos entrevistados em participar de formação referente ao tema Energia.
.....................................................................................................................................................115
Figura 65 - Avaliação dos entrevistados sobre seus aspectos comportamentais relacionados ao
consumo de energia. ..................................................................................................................116
Figura 66 - Avaliação dos entrevistados sobre seus aspectos comportamentais relacionados ao
consumo de energia. ...................................................................................................................116
Figura 67 - Características de fogões classificados pelo CONPET como “A”, propostas para o terminal
portuário em caso de aquisição de novos equipamentos............................................................129
Figura 68 - Modelo de lâmpada Philips do tipo LED – MASTER LEDtube proposto para instalação.
.....................................................................................................................................................131
Figura 69 – Brises nos telhados para melhor aproveitamento da iluminação natural com redução de
ofuscamento. ..............................................................................................................................136
14
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Recursos energéticos não renováveis – Parte 1................................................................ 22
Quadro 2. Recursos Energéticos não renováveis. – Parte 2................................................................
Erro! Indicador não definido.
Quadro 3 - Recursos Energéticos Renováveis – Parte 1......................................................................
Erro! Indicador não definido.
Quadro 4 - Recursos Energéticos Renováveis – Parte 2......................................................................
Erro! Indicador não definido.
Quadro 5 – Critérios de determinação de significância.........................................................................
Erro! Indicador não definido.
Quadro 6 – Índice de significância........................................................................................................ 46
Quadro 7 – Critérios e pontuação atribuída aos setores analisados no Prédio Administrativo............. 52
Quadro 8 – Resposta de alguns funcionários sobre o motivo pelo qual acreditam que o gerenciamento
de energia é algo importante para a empresa............................................................................. 114
Quadro 9 - Consumo diário e mensal calculados a partir do número de computadores ligados sem
utilização no horário de almoço................................................................................................... 118
Quadro 10 - Consumo diário e mensal calculados a partir do número de computadores ligados sem
utilização no horário pós expediente........................................................................................... 119
Quadro 11 - Objetivos propostos para a melhoria do desempenho energético do terminal portuário em
questão........................................................................................................................................ 126
Quadro 12 - Características técnicas da lâmpada fluorescente tubular atualmente existente no
terminal portuário e lâmpada LED tubular proposta.................................................................... 132
Quadro 13 - Valores de potência instalada em iluminação atuais e proposta.................................... 132
15
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados quantitativos coletados para a Revisão Energética Nível 1 - Abordagem Global. ... 45
Tabela 2 – Dados quantitativos coletados para a Revisão Energética Nível 2 - Abordagem por Área.48
Tabela 3 - Dados coletados para a Revisão Energética Nível 3 - Abordagem Detalhada. .................. 50
Tabela 4 – Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à orientação geográfica
das janelas. ................................................................................................................................... 53
Tabela 5 – Pontuação atribuída por janela, conforme sua área (a) em relação à parede. .................. 54
Tabela 6 - Índices de reflexão média das cores (refletância). .............................................................. 54
Tabela 7 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à cor das paredes, do teto
e do piso. ....................................................................................................................................... 55
Tabela 8 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto ao atendimento à NBR
5413. .............................................................................................................................................. 55
Tabela 9 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à existência ou não de
persianas nas janelas. ................................................................................................................... 56
Tabela 10 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à existência ou não de
ventilação cruzada......................................................................................................................... 56
Tabela 11 – Requisitos legais aplicáveis ao terminal portuário para a implantação do SGE. ............. 61
Tabela 12 - Usos de energia no terminal portuário. .............................................................................. 62
Tabela 13 - Consumo total de Óleo diesel no ano de 2012 no terminal portuário. .............................. 69
Tabela 14 - Consumo total de GLP no ano de 2012 no terminal portuário. ......................................... 72
Tabela 15 – Dados para conversão do consumo de energia em toneladas equivalentes de petróleo
(tep). .............................................................................................................................................. 74
Tabela 16 – Identificação dos usos e consumos de energia significativos – Abordagem Global. ....... 77
Tabela 17 – Fontes de emissão de GEE segundo as categorias de emissão definidas pelo Programa
Brasileiro GHG Protocol. ............................................................................................................... 78
Tabela 18 – Relação das empilhadeiras do terminal portuário, utilizadas no setor TECON. ............... 78
Tabela 19. Emissões de GEE pelo uso de empilhadeiras no ano de 2012. ......................................... 79
Tabela 20 - Emissões de GEE pelo uso de fontes estacionárias, no ano de 2012, tendo como base o
GHG Protocol. ............................................................................................................................... 79
Tabela 21 - Emissões indiretas de CO2 pelo consumo de eletricidade adquirida, de 2006 a 2012. .... 80
Tabela 22 - Consumo registrado pelo software Smart 32 em comparação com o consumo registrado
pela CELESC. ............................................................................................................................... 90
Tabela 23 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413
para cada tipo de ambiente. .......................................................................................................... 93
Tabela 24 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413
para cada tipo de ambiente. .......................................................................................................... 95
Tabela 25 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413
para cada tipo de ambiente. .......................................................................................................... 97
Tabela 26 - Sigla fornecida aos setores do PA para melhor verificação do IEE. ................................. 99
16
Tabela 27 - Número de computadores ligados e em uso contabilizados nos horários das 10h, 12:30h,
15h e 19:30h no Prédio Administrativo. ...................................................................................... 117
Tabela 28 - Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do pavimento térreo do
Prédio Administrativo. ................................................................................................................. 124
Tabela 29 - Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do 1º piso do Prédio
Administrativo. ............................................................................................................................. 124
Tabela 30 – Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do 2º piso do Prédio
Administrativo. ............................................................................................................................. 125
Tabela 31 - Comparação de custos para óleo diesel comum e biodiesel, tomando como base os
dados de consumo de óleo diesel no ano de 2012..................................................................... 128
Tabela 32 – Proposta de melhorias nos acabamentos internos da edificação – Prédio Administrativo.
..................................................................................................................................................... 134
Tabela 33 – Melhorias propostas para o melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural
nos ambientes do Prédio Administrativo. .................................................................................... 135
17
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AEE – Ações de Eficiência Energética
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
BEN – Balanço Energético Nacional
FIESC – Federação das Indústrias de Santa Catarina
GEE – Gases do Efeito Estufa
GHG – Greenhouse Gases
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
IDE – Indicador de Desempenho Energético
IEEA – Índice de Eficiência Energética
ISO – International Organization for Standardization
NBR – Norma Brasileira
OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
PA – Prédio Administrativo
PIMVP – Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance
PCS – Planejamento e Controle de Serviço
PVA – Posto de Vigilância Agropecuária
SGE – Sistema de Gestão de Energia
PIMVP – Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance
TECON – Terminal de Contêineres
18
1 INTRODUÇÃO
As fontes energéticas tem sido ao longo da história, a base do desenvolvimento da
sociedade. Nos primórdios da civilização a energia tinha seu custo zero e era obtida a partir
de lenha, basicamente para o aquecimento humano e para as atividades domésticas, como
cozinhar, por exemplo (GOLDEMBERG, 2010). De acordo com Burattini (2008), à medida
que o homem evoluía, o modo com qual o se relacionava com a energia foi transformando-
se, sempre em direção a um maior conforto e eficiência, seja da pedra lascada à máquina a
vapor. A partir daí, embora as necessidades fossem as mesmas, as transformações
energéticas passaram a ser mais complexas e consequentemente as fontes de energia se
modificaram.
O desenvolvimento da humanidade implicou no crescimento da demanda por
geração de energia e consequentemente no aumento das emissões de gases poluentes
através de atividades industriais, meios de transportes e demais atividades (GUADAGNINI,
2006). Tais características decorrem do padrão de produção e consumo iniciado nos últimos
dois séculos, em que a prosperidade do mundo industrializado foi sustentada pelos
combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás (WALISIEWICZ, 2008).
O sistema de produção e consumo atual, fundamentado em fontes fósseis, acaba por
colocar em risco os recursos naturais do planeta. O crescente consumo energético
observado a partir da intensificação da atividade industrial e o impacto ambiental em
consequência da utilização de energias não renováveis no mundo levaram o governo, a
sociedade e especialmente as empresas a adotarem uma nova postura diante das questões
energéticas (TACHIZAWA, 2006). Donaire (1999) afirma que as empresas que eram vistas
apenas como instituições com responsabilidades econômicas, ou seja, se preocupavam
estritamente com o que produzir, como produzir e para quem produzir, têm assumido novos
papeis como resposta aos impactos que no ambiente operam.
No âmbito geral, sob o ponto de vista econômico, a gestão ambiental tem se tornado
cada vez mais um importante instrumento gerencial para a capacitação e criação de
competitividade para as organizações, qualquer que seja seu segmento. Estudos realizados
pelo SEBRAE, CNI e BNDE revelam que metade das empresas pesquisadas realizou
investimentos ambientais nos últimos anos, variando cerca de 90% nas grandes a 35% nas
microempresas (TACHIZAWA, 2006).
Dados de uma pesquisa realizada pela FIESC (2011) indicam que parte significativa
das indústrias está desenvolvendo ações internas visando a conservação e o uso racional
de energia, com metas definidas para otimizar a utilização dos insumos energéticos. Esta
realidade sinaliza a preocupação e o interesse das empresas em incorporar programas de
19
eficiência energética em suas atividades, o que consequentemente estimula o meio
acadêmico a desenvolver pesquisas mais detalhadas sobre a gestão de energia e
consequentemente da avaliação das atuais matrizes energéticas adotadas pelas empresas.
De acordo com a SGS (2013), a maior parte da eficiência energética de grandes
empresas é alcançado através de “mudanças na forma como a energia é gerenciada”. A
partir do planejamento de um Sistema de Gestão de Energia, é possível compreender a
forma com a qual a energia é utilizada em determinada organização, e a partir deste
conhecimento, pode-se se estabelecer medidas de melhoria para um gerenciamento
energético (SGS, 2013). Além disto, a gestão dos sistemas de energia nas organizações
pode contribuir substancialmente no atendimento às expectativas de sua gestão ambiental,
além de gerar reduções significativas nos custos do setor (EVO, 2007).
A partir da contextualização do tema é possível identificar o problema de pesquisa
deste trabalho, o qual consiste na necessidade inicial de se planejar o gerenciamento
energético de uma empresa a partir de uma metodologia que viabilize a diagnosticar
métodos de redução de consumo de energia e elaboração de planos de ação com medidas
de melhoria que visem, além da redução do consumo e de custos, a inserção de fontes de
energia alternativas e renováveis na matriz energética organizacional. A partir deste
panorama, forma-se a seguinte pergunta de pesquisa deste trabalho: porque e como
planejar a gestão de energia em uma organização?
Os benefícios de se planejar a gestão energética em uma organização estão
intimamente ligados a melhorias gerais na qualidade e/ou na produtividade das suas
operações, e a NBR ISO 50001:2011 auxilia na identificação destas potenciais melhorias.
Além disto, a gestão dos sistemas de energia nas organizações pode contribuir
substancialmente no atendimento às expectativas de sua gestão ambiental, além de gerar
reduções significativas nos custos do setor (EVO, 2007).
No âmbito geral, o presente trabalho visa tornar evidente a importância de se buscar
a constante melhoria do nível de desempenho energético de uma organização, a fim de
contribuir para a disseminação do conhecimento sobre o tema de energia e a
conscientização da importância de se trabalhar a favor da sustentabilidade, tomando como
base os preceitos da NBR ISO 50001:2011. A avaliação da matriz energética possibilitará
então discutir a necessidade de introdução de recursos mais eficientes e o uso de fontes
renováveis de energia, o que atualmente configura-se como tendência no mundo e
especialmente no Brasil.
1.1 OBJETIVOS
20
1.1.1 Geral
Realizar o diagnóstico energético em um terminal portuário localizado em Itajaí-SC
através da aplicação da NBR ISO 50001:2011.
1.1.2 Específicos
Caracterizar a matriz energética e avaliar o uso e consumo de energia do terminal
portuário;
Identificar as áreas de uso significativo de energia do terminal portuário;
Analisar a percepção dos funcionários da empresa quanto ao uso e consumo de
energia;
Propor ações que possibilitem a melhoria do desempenho energético do terminal
portuário;
Verificar possibilidades de alterações ou melhorias na matriz energética da empresa
no sentido de reduzir as emissões de CO2.
21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ENERGIA E RECURSOS ENERGÉTICOS
O conceito de Energia (do grego enérgeia, atividade) pode ser amplamente definido
como “a capacidade de produzir transformações num sistema”. Essa capacidade pode
envolver transformações mecânicas,físicas, químicas e biológicas, podendo se manifestar
de diversas formas, como por exemplo: energia de radiação, energia química, energia
nuclear, energia térmica, energia mecânica, energia elétrica, energia magnética e energia
elástica (GOLDEMBERG, 2010).
Segundo Burattini (2008), todos os processos que observamos na natureza nos
mostram que a energia está sempre em transformação: o crescimento de uma planta
demonstra a energia de radiação do Sol sendo transformada em energia química por meio
da formação de células vegetais; o vento é a transformação da energia térmica em cinética;
e até mesmo uma árvore queimando é a transformação da energia química em térmica.
De modo geral, as fontes de energia podem ser classificadas como fontes primárias
ou secundárias, ou como fontes renováveis ou não renováveis (JANUZZI & SWICHER,
1997). De acordo com Abreu, Oliveira & Guerra (2010), as fontes de energia primárias são
aquelas que provêm da natureza na sua forma direta, em processos naturais (como o
petróleo bruto e o carvão, por exemplo) e as secundárias aquelas que passam por algum
tipo de transformação até serem utilizadas na forma de energia final, ou seja, quando
recebidas pelo usuário final nos diferentes setores.
Pode-se dizer que são consideradas fontes de energia renováveis aquelas na qual
seu uso pela humanidade não causa uma variação significativa nos seus potenciais e se
suas reposições a curto prazo são relativamente certas. Já as fontes de energias não
renováveis são aquelas as quais suas reposições naturais levam muitos séculos ou milênios
para ocorrer, tais como para o petróleo; e sua reposição artificial é absolutamente
inexequível (JANUZZI & SWICHER, 1997).
2.1.1 Recursos Energéticos Não Renováveis
Segundo Galdino et. al (2012), dentre todas os recursos energéticos, são
consideradas como fontes não renováveis a energia nuclear e a dos combustíveis fósseis, já
que sua utilização implica em processos irreversíveis e produz resíduos prejudiciais ao meio
ambiente.
22
De modo geral, a energia proveniente de fontes não renováveis foi amplamente
utilizada a partir da era industrial, principalmente com o uso de combustíveis fósseis, como:
petróleo e derivados, carvão e gás natural (HINRICHS & KLEINBACH, 2003). De acordo
com Silva et. al. (2003), a enorme dependência destas fontes no mundo tem ocasionado,
além da preocupação permanente com seu esgotamento, a emissão de grandes
quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
O aumento do teor de dióxido de carbono atmosférico tem levado muitos
especialistas a acreditarem que o aumento da temperatura média terrestre esteja
relacionado a este acréscimo de CO2 e de outros gases na atmosfera. Estes gases foram
denominados genericamente como “gases de efeito estufa” e passaram a ser conhecidos
mundialmente pela sigla GHG ou “Greenhouse Gases” (SILVA et. al., 2003).
A energia nuclear por sua vez, surgiu como uma importante opção energética frente
à utilização de combustíveis fósseis, graças ao seu reduzido fator de emissão de gases do
efeito estufa. Esta modalidade energética teve sua expansão a partir da década de 1970
como uma resposta dos países mais desenvolvidos ao choque do petróleo (CASTRO,
DANTAS & BRANDÃO, 2011).
Nos quadros 1 e 2 será apresentada uma descrição resumida dos principais recursos
energéticos não renováveis, bem como suas vantagens e desvantagens.
Fonte: Autora.
Recurso energético não renovável Vantagens Desvantagens
Petróleo e seus derivados: Formado a
partir da decomposição da matéria
orgânica ao longo do tempo, sendo
encontrado nos poros das camadas
sedimentares. Possui uma enorme
importância geopolítica, já que constitui
a base da economia produtiva mundial
(BRASIL, 2013).
Possui um rendimento calorífico
energético superior aos demais
combustíveis fósseis; dá origem a
inúmeros produtos a partir de seu
refino, como: a gasolina, o GLP, o
óleo diesel bem como vários tipos
de plástico (SALVADOR &
MARQUES, 2003).
Esgotamento de suas reservas;
risco de acidentes durante sua
exploração - associado à
vazamentos; emissão de Gases
do Efeito Estufa, como CO2
(SIQUEIRA, BATISTA &
OLIVEIRA, 2012).
Quadro 1 - Recursos energéticos não renováveis – Parte 1.
23
Fonte: Autora.
Recurso energético não renovável
Vantagens Desvantagens
Carvão mineral: Formado a partir da
decomposição da matéria orgânica
vegetal que se acumulou no fundo de
pântanos durante o carbonífero
(HINRICHS et al., 2010). Segundo o IEA
(2008) apud ANEEL (2010), o carvão
mineral é fonte para geração de energia
elétrica mais utilizada no mundo (41%
da produção total).
Custo relativamente baixo; alto
poder calorífico (HINRICHS et al.,
2010).
Sua extração provoca a
degradação das áreas de
mineração; emissão de Gases do
Efeito Estufa (GEE) a partir de
sua queima; emissão de material
particulado (ANEEL, 2010;
BURATTINI, 2008).
Gás natural: É uma mistura de
hidrocarbonetos leves que permanecem
no estado gasoso à temperatura
ambiente e sob pressão atmosférica.
Combustão mais limpa, com
menor contribuição de emissões
de CO2; pode substituir o diesel, o
óleo combustível ou o carvão em
utilizações comerciais, industriais
ou na geração de eletricidade;
pode ser utilizado na geração de
eletricidade em usinas
termelétricas (MMA, 2013).
Emissão de GEE como CO2,
Óxidos de Nitrogênio, entre
outros; necessita de um sistema
de resfriamento, cujo fluido
refrigerante é geralmente a água,
o que implica no grande uso
deste recurso natural (MMA,
2013).
Urânio: A fissão do átomo de urânio é a
principal técnica empregada para a
geração de eletricidade em usinas
nucleares. É usada em mais de 400
centrais nucleares em todo o mundo
(ELETROBRAS, 2013).
Ocupam áreas relativamente
pequenas, podem ser instaladas
próximas aos centros
consumidores e não dependem
de fatores climáticos (chuva,
vento, etc.) para o seu
funcionamento; não oferecem
risco de escassez a médio prazo
(ELETROBRAS, 2013).
Risco de acidentes durante a
operação da usina nuclear;
incertezas no gerenciamento de
resíduos; alto custo associado
aos investimentos em segurança
(CASTRO, DANTAS &
BRANDÃO, 2011).
Xisto: Denominado como folhelho
oleígeno, o xisto possui um material
orgânico denominado querogênio ou
betume, que se decompõe,
termicamente, produzindo óleo e gás.
Configura-se como uma fonte não
convencional, diversificando a
matriz energética; sua exploração
possui menor custo que a a
exploração de petróleo; possui
viabilidade técnica para a
utilização de seus rejeitos como
finos de xisto, xisto retortado e os
efluentes líquidos (águas de
xisto).
Impactos ambientais causados
pela mineração; alto potencial de
contaminação de águas
subterrâneas; altos custos para
a mitigação dos impactos
ambientais de mineração; usa
grandes quantidades de água
para sua exploração. (SANTOS &
MATAI, 2010).
Quadro 2 - Recursos energéticos não renováveis – Parte 2.
24
2.1.2 Recursos Energéticos Renováveis
Nos próximos anos, os recursos energéticos renováveis irão complementar cada vez
mais os combustíveis fósseis e a energia nuclear, os quais são considerados fontes não
renováveis de energia e causam maior impacto ambiental. Em longo prazo as fontes
renováveis, poderão – teoricamente – suplantar as fontes convencionais de energia, embora
seu crescimento esteja ocorrendo aos poucos no âmbito mundial (WALISIEWICZ, 2008).
De modo geral, segundo Walisiewicz (2008) pode-se citar alguns recursos naturais
utilizados na obtenção de energia renovável: o Sol (energia solar), o vento (energia eólica),
os rios e correntes de água doce (energia hidráulica), as marés e oceanos (energia
maremotriz e energia das ondas), a matéria orgânica (biomassa). Os quadros 3 e 4
apresentam uma breve explicação sobre estes recursos, citando as principais vantagens e
desvantagens associadas à utilização de cada um.
Fonte: Autora.
Quadro 3 - Recursos Energéticos Renováveis – Parte 1.
Recurso energético renovável Vantagens Desvantagens
Água (energia hidráulica): Aproveitam
a Energia potencial dos recursos
hídricos para geração de Energia, no
Brasil é a principal fonte de geração de
energia elétrica (GOLDEMBERG, 2010).
Baixo custo de geração de
energia; disponibilidade de
recursos, principalmente no
Brasil; facilidade de
aproveitamento (MAGALHÃES,
1978).
Alagamento para construção de
barragens; alteração nos
Regimes dos rios a jusante;
assoreamento a montante da
barragem; barreiras à migração
dos peixes; remoção de
populações locais
(GOLDEMBERG & LUCON
(2007) apud CASTRO,
DANTAS & BRANDÃO, 2011).
Vento (energia eólica): seu
aproveitamento ocorre por meio da
conversão da energia do vento, com o
emprego de turbinas eólicas, para a
geração de eletricidade, ou para
trabalhos mecânicos como
bombeamento d’água (ANEEL, 2013).
É um dos segmentos do mercado
de energias renováveis com
maior crescimento na economia
mundial (SILVA et. al, 2003);
substitui despesas com
combustíveis fósseis
(GOLDEMBERG, 2010).
requer trabalhos sistemáticos
de coleta e análise de dados
sobre a velocidade e o regime
de ventos; poluição sonora e
poluição estética; morte de
pássaros (GOLDEMBERG,
2010; HINRICHS et. al., 2010).
25
Fonte: Autora.
Quadro 4 - Recursos Energéticos Renováveis – Parte 2.
Recurso energético renovável Vantagens Desvantagens
Sol (energia solar): dentre os vários
processos de aproveitamento da
energia solar, os mais usados
atualmente são o aquecimento de água
e a geração fotovoltaica de energia
elétrica (ANEEL, 2013).
Energia inesgotável; fonte direta
de obtenção de energia
(BURATTINI, 2008; PEREIRA,
2010).
Alto gasto de energia na
confecção dos painéis
fotovoltaicos (BURATTINI,
2008).
Biomassa: pode ser utilizada como
bioenergia (para aquecimento ou para
produção de energia elétrica) ou na
produção de biocombustíveis
(GOLDEMBERG, 2010).
Baixo custo; melhor da terra;
redução nos níveis de CO2;
controle de resíduos
(BURATTINI, 2008;
GOLDEMBERG, 2010).
Utilização de grandes áreas
para a plantação (HINRICHS et.
al., 2010).
Energia das ondas: a energia cinética
das ondas, correntes e marés podem
ser utilizadas para mover turbinas, este
tipo de energia vem ganhando destaque
devido a vasta área ocupada pelos
oceanos (TRUJILLO & THURMAN,
2011).
Energia relativamente limpa;
grandes áreas litorâneas podem
ser utilizadas (BURATTINI, 2008;
TRUJILLO & THURMAN, 2011).
Condições climáticas podem
interferir; conversores
energéticos de baixa eficiência
(TRUJILLO & THURMAN,
2011).
26
2.2 MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
Desde a revolução industrial, o mundo vem utilizando intensamente os combustíveis
fósseis para suprir suas demandas de energia. De acordo com Filho (2009), no século XIX,
a prioridade foi para o carvão mineral, no século XX para o petróleo e derivados e no século
atual ainda se utilizam como suprimento energético principal o petróleo e derivados,
seguidos do carvão mineral e do gás natural.
Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA, 2010 apud PESSOA,
2011) a matriz de energia mundial, em um comparativo entre os anos de 1980 e 2008, por
exemplo, não apresentou modificações estruturais significativas quanto à utilização das
fontes energéticas, de modo que a oferta de energia mundial continua, majoritariamente,
baseada nos combustíveis fósseis, embora venha crescendo nos últimos anos, mesmo que
em passos lentos, a participação das energias renováveis (figura 1).
Figura 1 - Matriz Energética Mundial nos anos de 1980 e 2008.
Fonte: (IEA, 2010 apud PESSOA, 2011).
Dados da IEA (IEA, 2010 apud PESSOA, 2011) ainda mostram que, em 2008 as
fontes não renováveis de energia representaram 87% do cenário energético mundial contra
apenas 13% das fontes renováveis. De modo geral, também é possível verificar que dentre
as fontes renováveis os combustíveis renováveis são os que têm maior representatividade
(10%), seguido das fontes de energia hidráulica (2%), eólica, solar e geotérmica (1%) (figura
2).
27
Figura 2 - Matriz Energética Mundial em 2008.
Fonte: IEA (2010) apud PESSOA (2011).
Segundo Abreu, Oliveira & Guerra (2010) há uma tendência de aumento no consumo
total de energia nos países em desenvolvimento, pois, à medida que a economia cresce e o
poder aquisitivo melhora, aumenta a parcela da população com acesso à energia e a outros
bens, que antes não lhes eram acessíveis por falta de poder aquisitivo e infraestrutura. Este
cenário leva ao crescimento da produção de bens e consequentemente, a um maior
consumo de energia também.
Já nos países desenvolvidos, segundo Goldemberg (1997) apud Abreu, Oliveira &
Guerra (2010), a tendência é que com o desenvolvimento de novas tecnologias, ocorra
também o aumento da eficiência energética. De modo geral, as novas tecnologias lançadas
no mercado mundial, no que se diz respeito a fontes renováveis de energia, aos poucos
começam a ganhar boa representatividade. Segundo Silva et. al. (2003) a capacidade eólica
mundial cresceu nos últimos anos, a um ritmo anual de 27,75%. Quanto a perspectivas
futuras, a European Wind Association prevê que a energia eólica possa produzir 10% da
eletricidade mundial até 2020, considerando que geradores eólicos já vêm apresentando
custos competitivos com as formas tradicionais de geração de energia elétrica.
2.3 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
A matriz de energia nacional, em um período de 30 anos (1980 a 2010), ao contrário
do cenário mundial, sofreu modificações importantes quanto à utilização de diferentes fontes
28
energéticas. Neste período, o Brasil apresentou uma matriz energética distinta da
correspondente mundial, já que contou com uma grande utilização de fontes energéticas
renováveis. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, isto ocorreu em função das
políticas estratégicas de incentivo à agroenergia e hidroeletricidade adotadas na década de
1970, as quais tiveram o objetivo de reduzir a dependência do país pelo petróleo importado,
que nesta época representava cerca de 80% das necessidades nacionais, conforme
observado na figura 3 (MME, 2011).
Figura 3 - Caracterização da matriz energética brasileira nos anos de 1980 e 2011.
Fonte: MME, 2011.
É possível notar que os investimentos realizados pelo governo brasileiro em
programas de incentivo à agroenergia apresentaram bons resultados, já que a participação
dos derivados da cana-de-açúcar cresceu significativamente entre 1980 e 2010, passando
de 8% para 18%. O aumento da produção de energia através de hidroelétricas também foi
notável neste período, considerando que em 2010 se atingiu uma participação de 14% desta
matriz energética.
Entre os anos de 1980 e 2011, além de manter uma participação elevada das fontes
renováveis, o Brasil também apresentou uma redução significativa na oferta de energia
proveniente da lenha e do carvão vegetal, assim como de petróleo e derivados. A produção
de energia a partir da lenha e carvão vegetal passou de 27% para 9,7%, e de petróleo e
derivados de 48% para 38,6%. Pode-se também identificar claramente, um aumento da
utilização do gás natural, um combustível bem menos poluente que o carvão e o petróleo,
mas que também possui elevada eficiência energética, de acordo com as observações
realizadas por Silva et al. (2003).
29
De modo geral, em 2011, na matriz energética brasileira, a oferta interna de energia
foi caracterizada como 44,2% renovável e 55,8% não renovável. A atual participação dos
combustíveis fósseis na matriz energética brasileira é de 54,3%, sendo 38,6% do petróleo e
derivados, 10,1% do gás natural e 5,6% do carvão mineral. Quando comparado com o valor
mundial de 82% de participação dos combustíveis fósseis no mesmo ano, percebe-se a
grande vantagem do Brasil, que se posiciona com uma menor dependência destes
energéticos não renováveis e emissores de gases de efeito estufa (MME, 2012).
De acordo com o Balanço Energético Nacional (MME, 2012), o setor que mais
consome energia no Brasil atualmente é o setor industrial, sendo em 2011 o responsável
pelo consumo de 35,9% da energia no país. Considerando que os terminais portuários –
objeto de interesse no presente trabalho - enquadram-se como setor de transportes e
serviços, observou-se nos dados do BEN (2012) que o consumo do setor de transportes em
2011 foi o segundo maior dentre os setores observados (30,1%) e o setor de serviços
representou 4,4% da energia consumida no país.
Quanto à Matriz Elétrica Brasileira, pode-se considerar que o país está relativamente
mais avançado se analisarmos o comparativo com a Matriz Elétrica Mundial. A maior parte
da energia elétrica produzida no país é proveniente de recursos renováveis. Segundo o
Balanço Energético Nacional 2012 (MME, 2012), entre 2010 e 2011 a participação de
renováveis na Matriz Elétrica Brasileira chegou a até 88,8% (figura 4).
Figura 4 - Participação de renováveis na Matriz Elétrica Brasileira e Mundial.
Fonte: EPE (2012) apud BEN (2012).
30
2.4 ENERGIA E EMISSÕES DE GEE
De acordo com WALTER (2007), cerca de 60-65% das emissões de gases de efeito
estufa no mundo são associadas à produção, conversão e consumo de energia. De acordo
com o autor, cenários tendenciais de curto e médio prazo indicam que esta parcela deve
continuar significativa, principalmente pelo fato de que uma importante fração da população
mundial ainda não tem acesso aos chamados serviços energéticos. Outro fator que leva ao
maior consumo de energia elétrica e consequentemente ao aumento das emissões de GEE
é o crescimento populacional e o aumento da atividade econômica em todo o mundo.
De acordo com dados do BEN (2012), a matriz energética brasileira é de até 55,8%
não renovável, sendo 36% pela utilização de combustíveis fósseis derivados do petróleo,
combustíveis estes que contribuem significativamente com as emissões de GEE. Visando
melhorar este cenário, o governo brasileiro, durante a realização da Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Copenhague no ano de 2009,
apresentou metas voluntárias ambiciosas de redução de emissões de GEE: reduzir entre
36,1% a 38,9% das emissões de CO2eq até 2020, com relação às suas emissões de 1990
(CELUPI, 2012).
Para o cumprimento das metas estabelecidas em Copenhague, foi instituída no
Brasil a Política Nacional sobre Mudança no Clima (PNMC), através da Lei Federal nº
12.187 de 29 de dezembro de 2009, e que posteriormente foi regulamentada pelo Decreto
nº 7.390/2010. O referido Decreto estimou a linha de base de emissões de gases de efeito
estufa (1990) e estabeleceu como meta para 2020 uma redução entre 1,168 GtCO2eq e
1,259 GtCO2eq, o correspondente aos 36,1% e 38,9% de redução de emissões,
respectivamente (CELUPI, 2012).
De acordo com Celupi (2012), “é necessário o desenvolvimento e a implementação
de tecnologias para as novas fontes energéticas e fontes de energia renováveis, entretanto
isto pode levar tempo”. As organizações não têm controle sobre os preços de energia ou
sobre as políticas governamentais, porém elas podem melhorar o modo como gerenciam a
energia que utilizam, já que a melhoria do desempenho energético pode fornecer benefícios
imediatos como a redução de consumo e de custos, contribuindo consequentemente para a
redução do esgotamento de recursos energéticos e emissão de GEE.
Diversas empresas vêm realizando seus inventários de emissões de GEE, a fim de
que possam estabelecer medidas para a redução de emissões (GHG Protocol, 2013).
Segundo Hall & Lee (2008), dentre as diversas metodologias que visam padronizar o modo
como as empresas devem contabilizar suas emissões, as mais utilizadas no setor industrial
a nível mundial são a GHG Protocol e a ISO 14.064-1.
31
2.4.1 GHG Protocol
O GHG Protocol foi lançado em 1998 e desenvolvido através de uma parceria entre o
World Resources Institute (WRI) com o World Business Council for Sustainable
Development (WBCSD), juntamente com outras instituições interessadas como empresas,
organizações não governamentais (ONGs), governo e outras conveniadas ao WRI e ao
WBCSD. O GHG Protocol apresenta uma estrutura para contabilização de GEE, com
caráter modular e flexível, neutralidade política e é baseado em um vasto processo de
consulta pública (GHG PROTOCOL, 2013).
É a metodologia mais utilizada no mundo por empresas e governos hoje em dia, para
identificar, quantificar e gerenciar suas emissões de GEE. Está em conformidade com as
normas da ISO (International Organization for Standardization) e com as metodologias de
quantificação determinadas pelo IPCC (GHG PROTOCOL, 2013).
A aplicação de um modo adaptado ao contexto nacional do GHG Protocol no Brasil
teve inicio em 2008, através do Programa Brasileiro GHG Protocol, o qual possui
metodologias para cálculo de emissão para fontes comuns a vários setores, as quais estão
divididas em escopos, tanto para emissões diretas quanto para emissões indiretas (GHG
PROTOCOL, 2013).
Para que se possa facilitar a organização do inventário e compreender as fontes de
emissão, estas são classificadas em diretas e indiretas, divididas em escopos (Brasil et. al.,
2008). De acordo com o Manual Corporativo do GHG Protocol (2013), os escopos para
cálculo das emissões de GEE são divididos em:
Escopo 1 – Emissões diretas de GEE: Emissões provenientes de fontes que são
controladas ou pertencem à empresa, por exemplo, combustão de caldeiras, veículos da
empresa ou por ela controlados, etc.
Escopo 2 – Emissões Indiretas: contabiliza as emissões de GEE provenientes da
aquisição de energia elétrica e térmica que é consumida pela empresa.
Escopo 3 - Emissões Indiretas: calcula emissões conseqüentes das atividades da
empresa, porém ocorrem em fontes que não pertencem ou são controladas pela empresa.
As etapas para a realização da quantificação das emissões de GEE são
basicamente: (a) coleta dos dados de atividade segundo cada escopo e seleção dos fatores
de emissão e (b) aplicação das metodologias de cálculo do Programa Brasileiro GHG
Protocol para contabilização das emissões por fontes comuns a quaisquer setores (GHG
PROTOCOL, 2013). As organizações podem utilizar seus próprios métodos de cálculo de
GEE, desde que sejam mais precisos, e que pelo menos que estejam em conformidade com
as abordagens do GHG Protocol (BRASIL et al., 2008).
32
2.5 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Segundo Ribeiro (2002), o conceito de uso eficiente de energia está associado à
busca de estratégias ou políticas que minimizem o uso da energia sem conter a produção de
bens e serviços, o desenvolvimento da tecnologia e da informação, o conforto e o bem estar
da sociedade. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2013) eficiência
energética pode ser definida pela relação entre a quantidade de energia utilizada em uma
atividade e aquela disponibilizada para sua realização, ou seja, a promoção da eficiência
energética se dá a partir da otimização das transformações, do transporte e do uso dos
recursos energéticos, desde suas fontes primárias até seu aproveitamento.
Nos últimos anos, a melhoria da eficiência energética tem sido incluída nas agendas
políticas de vários países, tanto dos desenvolvidos quanto dos que estão em vias de
desenvolvimento, o que demonstra o reconhecimento da essencialidade do tema sob o
ponto de vista mundial, como por exemplo, a relação às emissões de gases de efeito estufa,
decorrentes da utilização de recursos não renováveis. No contexto da “melhoria do
desenvolvimento econômico e da inovação”, a melhoria da eficiência energética foi também
um tema muito abordado em diversas reuniões do “G8” e “G20” (APCER BRASIL, 2011).
Novos requisitos legais e soluções tecnológicas relacionados com energia e
eficiência energética estão sendo introduzidos no mercado global por diferentes partes
interessadas, tais como governos, indústria, produtores e fornecedores de energia,
prestadores de serviços, estudiosos, organismos de normalização e organizações
ambientais (APCER BRASIL, 2011).
2.5.1 Política Brasileira de Eficiência Energética
No Brasil, o tema conservação de energia e eficiência energética começou a ser
discutido com maior seriedade na década de 1970, após a primeira crise do petróleo.
(ALSSSOP, 2011 apud FROZZA et. al., 2012). Desde então, foram desenvolvidas algumas
estratégias para eficiência energética no Brasil por parte do governo, como a criação de
Órgãos, Programas, Leis, Decretos, Resoluções e incentivos de modo geral, os quais
regulamentam e orientam as organizações para uma gestão sustentável dos recursos
energéticos, seja no aspecto de produção ou uso final da energia.
Podem-se citar alguns programas importantes criados no Brasil nos últimos anos,
que estão ligados ao tema de eficiência energética e utilização de energias renováveis:
Programa Nacional do Álcool (Próalcool), que incentiva a produção e utilização de etanol e
33
da biomassa na forma de bagaço da cana de açúcar; o PROCEL (Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica); Programas de Eficiência Energética (PEE), conduzidos
pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e CONPET, Programa PROESCO
(Apoio a Projetos de Eficiência Energética) com linha de financiamento do BNDES e
Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e Gás Natural,
conduzido pela Petrobrás (MME, 2011).
Outro programa de grande relevância no Brasil é o PBE (Programa Brasileiro de
Etiquetagem), que foi criado para contribuir para a comercialização e utilização de aparelhos
com menor consumo de energia. Através da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
(ENCE) afixada nos produtos, é informado ao consumidor no momento da compra, sobre a
eficiência energética de cada modelo em uma escala de “A” (mais eficiente) até “E” (menos
eficiente) (CONPET, 2012).
O CONPET (Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados e Petróleo
e do Gás Natural) instituiu também o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV),
lançado no ano de 2013 e que é aplicado de forma voluntária aos veículos leves movidos a
gasolina, etanol ou GNV. Os fabricantes que optam por participar do programa têm seus
veículos classificados de "A" a "E", de acordo com a eficiência quanto ao consumo de
combustível de cada um, estando os resultados da classificação disponíveis nas páginas
eletrônicas do CONPET bem como nas etiquetas afixadas opcionalmente nos veículos
(CONPET, 2013).
Em 2011, foi aprovado pela Portaria nº 594 o Plano Nacional de Eficiência Energética
– PNEf (MME, 2011), que apresenta as premissas e diretrizes básicas do tema no contexto
nacional. O Plano propõe aos empreendedores de diversos setores da economia a
realizarem a gestão energética empresarial nos moldes da NBR ISO 50001, orientando até
mesmo a realização de bancos de dados relativos à eficiência energética, com vistas ao
acompanhamento de atividades e apoio à tomada de decisões.
2.6 GESTÃO DE ENERGIA NAS ORGANIZAÇÕES
Silva et. al (2003) mencionam que a minimização dos impactos ambientais
decorrentes da utilização dos recursos não renováveis de energia pode ser obtida pela
gestão da energia. De um lado, pelo gerenciamento da demanda de energia, com o uso
mais eficiente e o consumo racional da mesma, e de outro, pela oferta, por meio da gestão
dos recursos energéticos, com um aumento percentual da participação das fontes
renováveis de energia. Contudo, é evidente que a gestão simultânea destas duas
abordagens proporcionará resultados ainda melhores ao gerenciamento de energia como
34
um todo, tanto em aspectos locais como no âmbito global. A figura 5 apresenta um esquema
da gestão da energia, demonstrando a gestão simultânea das duas abordagens: gestão dos
recursos energéticos e gestão do consumo de energia.
Figura 5 - Esquema da Gestão de Energia.
Fonte: Ferreira, 1994.
Sob o ponto de vista organizacional, a gestão energética também deve ser vista
como um meio de alcançar objetivos de produtividade e de competitividade nas empresas, a
partir da busca constante pela eficiência energética. Para a gestão de energia em uma
empresa, é necessário conhecer seu consumo energético (por que, como e onde se
consome energia, bem como o quanto se consome dela); contabilizar e seguir a evolução do
consumo de energia; dispor de dados para tomar decisões e agir para otimizar e controlar o
resultado das ações e investimentos realizados (FERREIRA, 1994).
De acordo com Ferreira (1994) a gestão de energia pode ser realizada em uma
organização por diferentes métodos, e independente do sistema de gestão de energia que
venha a ser utilizado, a sua aplicação deverá sempre passar por uma fase prévia de
planejamento, que corresponde a uma análise energética geral da instalação consumidora,
também conhecida como diagnóstico energético.
2.6.1 Sistema de Gestão da Energia: NBR ISO 50001
Visando tornar-se um referencial de normalização na eficiência energética, foi
lançada em 2011 pela International Organization for Standardisation - ISO a norma de
Sistema de Gestão de Energia - SGE ISO 50001, a qual possui como base o modelo de
sistemas de gestão de melhoria contínua proposto por Deming (1990) e Juran (1992) -
35
Planejar, Fazer, Verificar e Agir. Este modelo, popularmente chamado de ciclo PDCA (Plan,
Do, Check, Act) também é utilizado em normas muito utilizadas na atualidade, como a ISO
9001 (Sistema de Gestão da Qualidade) e ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental), por
exemplo.
A Norma ISO 50001:2011 tem como principal objetivo permitir que as organizações
definam os sistemas e processos necessários para melhorar o desempenho de energia,
incluindo o uso, o consumo, a intensidade e a eficiência energética (ABNT, 2011). De
acordo com Frozza et. al. (2012), a metodologia proposta por este sistema de gestão norteia
os agentes responsáveis nas empresas a administrarem a energia como um recurso
controlável, permitindo que a organizações tomem ações para melhorar seu desempenho
energético.
Como se pode observar na figura 6, a NBR ISO 50001 é basicamente estruturada
em: política energética, planejamento energético, implementação e operação, verificação e
análise crítica pela direção.
Figura 6 - Modelo do Sistema de Gestão de Energia para a ABNT NBR ISO 50001:2011.
Fonte: ABNT, 2011.
36
A partir do modelo de gestão proposto, a NBR ISO 50001 sistematiza e reforça as
estratégias de gestão energética nas organizações, sejam elas públicas ou privadas, de
modo que especifica os requisitos para que uma organização possa desenvolver e
implementar uma política de energia, estabelecendo objetivos, metas e planos de ação que
considerem os requisitos legais e as informações relativas ao uso significativo de energia
(ABNT, 2011).
Para que se possa implantar a norma e realizar a adequada gestão de energia em
uma empresa, é necessário que se faça inicialmente uma análise crítica da situação
energética existente a partir de um planejamento de energia (primeira etapa do ciclo PDCA),
que de acordo com a NBR ISO 50001 (item 4.4) deve conter uma revisão energética, a
elaboração de indicadores, a definição de objetivos e metas, bem como de planos de ação
(ABNT, 2011).
2.6.1.1 Planejamento Energético
De modo geral, a estrutura da fase de planejamento de energia pode ser dividida em
Entrada de Planejamento, Revisão Energética e Saídas de Planejamento, conforme
esquema observado na figura 7.
Figura 7 - Diagrama conceitual do processo de planejamento.
Fonte: Adaptado de ABNT, 2011.
37
2.6.1.1.1 Revisão Energética
Segundo a NBR ABNT ISO 50001, a revisão de energia ou revisão energética é
definida como a “determinação do status do desempenho de energia da organização com
base em dados e em outras informações que levam à identificação de oportunidades de
aprimoramento”.
De acordo com a referida norma, a revisão energética a ser realizada pela
organização na etapa de planejamento deve conter uma análise crítica de dados de
energia. Para isso, a organização deve (ABNT, 2011):
a) Analisar o uso de energia com base em medições em outros dados
o Identificar as atuais fontes de energia;
o Analisar o uso e consumo de energia atual e passada.
b) Com base na análise do uso de energia, deve-se identificar as áreas de uso e
consumo significativos de energia:
o Identificar instalações, equipamentos, sistemas, processos e pessoal
trabalhando pela organização ou em nome dela que afetem significativamente
o uso e o consumo de energia;
o Identificar outras variáveis relevantes que afetem o uso e o consumo de
energia;
o Determinar o desempenho atual de instalações, equipamentos, sistemas e
processos que estejam relacionados aos usos significativos de energia.
c) Identificar, priorizar e registrar oportunidades de melhoria, incluindo, se aplicável,
potenciais fontes de energia, uso de renováveis ou fontes de energia alternativas.
De modo geral, na revisão energética é que são obtidas as informações a respeito da
utilização de energia e das instalações de maior consumo, para que posteriormente possam
ser identificadas oportunidades de melhoria. De acordo com Frozza et. al. (2012), o nome
dado pela norma a esta etapa é equivalente, de certa forma, a um diagnóstico energético.
Segundo Krause (2002) apud Frozza et. al. (2012) diagnóstico energético pode ser
definido como a avaliação de todos os sistemas consumidores de energia. De acordo com
Ribeiro (2002), o diagnóstico energético refere-se a um estudo menos detalhado que uma
auditoria energética, já que se baseia na análise de macro dados. Assim, de uma forma bem
sucinta, o diagnóstico energético refere-se a um estudo mais superficial quando comparado
38
a uma auditoria energética, já que esta se caracteriza por um estudo ainda mais rigoroso e
minucioso do sistema.
Para atender aos requisitos da ISO 50001 é necessário assegurar na revisão
energética que as etapas de análise do uso e consumo de energia, identificação de áreas
com uso significativo de energia e identificação de oportunidades de melhoria sejam
satisfeitos (figura 8), ou seja, deve-se realizar a análise do uso e o consumo de energia de
modo a qualificar os tipos de energia utilizados na organização, bem como quantificar o que
está sendo gasto (FROZZA et al., 2012).
Figura 8 - Etapas do diagnóstico energético.
Fonte: FROZZA et. al., 2012.
Considerando o diagnóstico energético sob o ponto de vista do consumo de energia
elétrica, Alvarez (1998) apud Ribeiro (2002) elenca como elementos significativos para
avaliação de consumo: sistemas de iluminação, sistemas de ar condicionado,
microcomputadores e outros equipamentos, mas é possível dizer ainda que a
conscientização dos consumidores de energia também é parte importante no processo de
gestão energética.
De acordo com Costa, Paiva & Santos (2010), o uso de tecnologias energeticamente
eficientes possui grande importância no gerenciamento de energia, porém pode-se dizer que
é apenas uma parte da solução para a problemática energética, já que a outra parte desta
solução constitui-se do uso eficiente de energia por parte dos consumidores conscientes.
Neste sentido, pode-se dizer que uma pessoa bem informada e consciente da importância
do uso eficiente de energia tende a evitar ao máximo o desperdício.
39
De modo geral, a análise realizada na etapa de diagnóstico energético possibilitará a
criação de uma linha de base para monitoração dos setores consumidores de energia. A
linha de base configura-se como uma referência para que se possa verificar o antes e
depois da implementação de ações de melhoria de desempenho energético (FROZZA et.
al., 2012).
2.6.1.1.2 Linha de Base Energética
Com base na NBR ISO 50001 (ABNT, 2011) a linha de base energética pode ser
vista como uma referência quantitativa para que se possa verificar o “antes” e o “depois” da
implementação de melhorias de eficiência energética, já que fornece uma base de dados
para um período de tempo especificado.
De acordo com Frozza et. al. (2012), a linha de base energética pode depender de
cada processo e de cada instituição que adere à NBR ISO 50001. A linha de base é utilizada
como referência para comparação do antes e depois de melhorias realizadas, de modo que
as alterações no desempenho energético da organização que vierem a ocorrer após a
execução de planos de ação devam ser sempre comparadas à linha de base. A figura 9
apresenta um exemplo de histórico de consumo de energia em uma linha de base.
Figura 9 - Exemplo de histórico de consumo de Energia em uma linha de base.
Fonte: EVO, 2007.
40
2.6.1.1.3 Indicadores de Desempenho Energético
O indicador de desempenho de energia é definido como “o valor ou a medida
quantitativa do desempenho de energia conforme definido pela organização” (ABNT, 2011).
Ainda de acordo com a norma, na fase de Planejamento da mesma, a organização deve
identificar os indicadores apropriados para monitoramento e medição de seu desempenho
energético.
A NBR ISO 50001 não estipula a metodologia para determinação dos IDE’s, porém
estabelece que os indicadores utilizados pela organização devam ser registrados, mantidos,
regularmente atualizados e comparados à linha de base energética estabelecida.
De acordo com Ferreira (1994) os indicadores energéticos podem ser divididos em
macroindicadores e microindicadores. Segundo o autor, os macroindicadores são utilizados
quando destinados a medir a eficiência energética de uma região ou país, enquanto os
microindicadores são utilizados para medir a eficiência de uma empresa, edifício ou
habitação, por exemplo.
Segundo Saidel, Favato e Morales (2005) apud Frozza et. al. (2012), os indicadores
energéticos são pouco explorados como ferramenta para gestão energética no Brasil. Por
este motivo, Frozza et. al. (2012) propuseram o estabelecimento de indicadores, como por
exemplo:
CMF (Índice de Consumo médio Mensal por Funcionário): permite
caracterizar o perfil de consumo por número de colaboradores.
De acordo com Gestal (2000) apud Ribeiro (2002), outro item que constitui um
indicador de desempenho energético é o fator de carga, que mede a eficácia e eficiência de
aproveitamento da energia elétrica em uma instalação. Segundo a CELESC (2012), o fator
de carga pode ser definido como um índice que demonstra se a energia consumida está
sendo utilizada de maneira racional e econômica, sendo um indicador que varia de zero a
um e que exprime a “relação entre a energia ativa consumida num determinado período de
tempo e a energia ativa total que poderia ser consumida, caso a demanda medida do
período (demanda máxima) fosse utilizada durante todo o tempo”.
Pode-se citar também o fator de potência como um indicador de desempenho
energético, já que, de acordo com a CELESC (2012) o fator de potência mostra como a
energia é utilizada pelos equipamentos, sendo um índice que demonstra que quanto mais
41
próximo de 1, melhor a energia está sendo aproveitada pelos equipamentos. Segundo
CELESC (2012) um baixo fator de potência pode oferecer riscos às instalações, como:
variações de tensão que, podem ocasionar a queima de equipamentos; perdas de energia
dentro de sua instalação; redução do aproveitamento da capacidade dos transformadores;
condutores aquecidos; e diminuição da vida útil da instalação.
De acordo com Ferreira (1994), no setor de transportes, também podem ser
utilizados indicadores de desempenho de energia que permitam avaliar o consumo de
combustível, como por exemplo, um indicador que avalie o consumo médio de gasolina por
veículo, a ser determinado pelo quociente entre o consumo total de gasolina e o número de
veículos movidos à gasolina.
Com relação aos indicadores de desempenho energético, o sistema de Medição e
Verificação do Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance (PIMVP)
desenvolvido pela Organização para Avaliação de Eficiência (EVO), internacionalmente
reconhecido por sua metodologia para monitoramento de um SGE, não realiza nenhuma
determinação sobre quais devem ser utilizados, deixando sob responsabilidade do
engenheiro que faz o gerenciamento energético da organização a determinação destes
indicadores, assim como a NBR ISO 50001:2011, que não define os indicadores a serem
utilizados (LEITE, 2010 apud FROZZA et al., 2012).
Para a elaboração de indicadores de desempenho energético, deve-se levar em
conta o conceito de eficiência energética aplicado às edificações, visto que, conforme
Lamberts (1997) apud Caldeira (2011) “um edifício é mais eficiente energeticamente que
outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de
energia”. Segundo Caldeira (2011), tais condições ambientais são alcançadas através de
medidas de projeto que visam reduzir o consumo de energia voltado para os sistemas
consumidores de energia e a envoltória da edificação1.
Projetos que visem maior eficiência energética têm como consequência, melhorias
no desempenho energético, conforto térmico e lumínico da edificação (CALDEIRA, 2011).
Ainda de acordo com Pereira & Souza (2005), o uso de cores com altos índices de reflexão
em edificações é capaz de melhorar significativamente o rendimento de um sistema de
iluminação, podendo-se até mesmo aumentar o nível de iluminamento geral do ambiente
sem a necessidade de aumentar o fluxo luminoso das fontes de luz.
Para Carvalho (2009), a melhoria do desempenho de edificações com a utilização de
técnicas passivas e com baixo consumo de energia, torna-se imprescindível. Com base
nesta afirmativa, entende-se que o estabelecimento de indicadores que demonstrem a
1 Envoltória da edificação: são planos externos da edificação, compostos por fachadas empenas,
cobertura, brises, marquises, aberturas, assim como quaisquer elementos que os compõem (BRASIL, 2009 apud Caldeira, 2011).
42
eficiência de uma edificação pode também ser a base a proposta de melhorias que
viabilizem a redução do consumo de energia.
3 METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em um terminal portuário localizado em Itajaí-SC, que não
teve seu nome divulgado neste trabalho para atender suas normas de privacidade e
preservar sua identidade perante o mercado. Dentro dos limites da organização, o
diagnóstico energético com base na NBR ISO 50001:2011 foi realizado considerando os
usos de energia nas seguintes áreas: Terminal de Contêineres (TECON), Armazéns e
Prédio Administrativo, este último no qual se desenvolveu um diagnóstico energético
detalhado, com a avaliação mais abrangente de suas instalações, conforme interesse
apresentado pela organização e visando obter subsídios para a proposta de ações de
melhoria.
A empresa possui certificação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) ISO 14001,
que visa atender à Portaria nº 104/2009 da Secretaria Especial dos Portos, a qual instituiu a
obrigatoriedade da adoção de um SGA em portos e terminais. O SGA implantado no
terminal portuário desde 2009 visa o atendimento à legislação aplicável, o monitoramento e
o controle de suas operações, sempre buscando a melhoria contínua de suas atividades e a
minimização dos impactos ambientais a elas relacionados.
Deve-se destacar que dentre os aspectos ambientais significativos identificados pela
empresa em seu SGA, listou-se o consumo de energia. A partir destas considerações, a
empresa identificou em seus últimos Relatórios de Auditoria Interna da ISO 14001 a
necessidade de se gerenciar o uso de energia em seus processos e setores e propôs então
a elaboração do presente trabalho.
A execução deste trabalho contou com a utilização dos conceitos e das metodologias
definidas pela norma ABNT NBR ISO 50001:2011. É importante destacar que não foram
aplicados todos os requisitos da norma, já que se trata de um diagnóstico inicial do SGE de
uma organização, visando identificar possibilidades de melhorias no desempenho energético
que poderão contribuir com a redução de custos na empresa bem como com a redução das
emissões de GEE, já que este é um dos principais impactos do consumo de energia.
A figura 10 a seguir apresenta o roteiro metodológico deste trabalho.
43
Figura 10 - Sequência metodológica de desenvolvimento do trabalho.
Fonte: Autora.
Inicialmente se realizou a caracterização do terminal portuário, com a definição do
escopo e das fronteiras do sistema de gestão energética, para que assim se pudesse
realizar o planejamento energético através do diagnóstico energético de suas instalações. O
escopo e as fronteiras do SGE foram definidos juntamente com os responsáveis do terminal
devido à necessidade de fornecerem informações, considerando o interesse técnico
envolvido.
Após a definição do escopo, foi estabelecida uma política energética para a
organização com o apoio da alta direção, que declara o comprometimento da organização
para atingir a melhoria de seu desempenho energético e que direciona a organização à
futura implementação de um SGE.
Visando identificar o atual desempenho energético da organização foi definido um
processo de planejamento energético atendendo a NBR ISO 50001:2011. Dentro deste
processo, foram definidas as seguintes etapas: identificação de requisitos legais e outros,
desenvolvimento da revisão energética, estabelecimento da linha de base, identificação de
44
indicadores de desempenho energético e o estabelecimento de objetivos e planos de ação
para a gestão de energia.
Na etapa de revisão energética realizou-se a identificação e avaliação do uso e
consumo de energia do terminal portuário (atual e passado), com base na coleta de dados
técnicos das instalações, equipamentos, sistemas e processos. Foram objetos de estudo as
faturas de energia elétrica, manuais de equipamentos, observação das pessoas trabalhando
e condições físicas das instalações, equipamentos e máquinas. Parte destas informações foi
fornecida pelos responsáveis pelo setor de meio ambiente, manutenção e TECON da
organização em estudo, e parte foi coletada em visitas de campo e através de pesquisas na
literatura existente.
3.1 COLETA DE DADOS
3.1.1 Uso e consumo de energia
O diagnóstico do uso de energia no terminal portuário em estudo foi realizado a partir
da identificação das fontes de energia utilizadas em todos os setores da empresa,
verificando para quais fins são utilizadas. Para tal identificação, foi realizada uma visita a
todas as instalações da empresa, entrevista com os funcionários e registro fotográfico das
áreas de uso de energia. Com a identificação das atuais fontes energéticas, verificou-se se
estas provêm de recursos renováveis ou não renováveis de energia, através de pesquisa.
A partir da identificação das fontes de energia utilizadas na empresa e como estas
são utilizadas na organização, foram coletados os dados relacionados ao consumo das
mesmas. A avaliação do consumo de energia nas instalações do terminal portuário foi
realizada a partir dos três níveis de abordagem energética propostos por Ferreira (1994):
Nível 1 (Abordagem energética global): neste nível foram coletados e
avaliados dados relacionados ao consumo de energia total da organização
(macrodados);
Nível 2 (Abordagem energética por área ou setor produtivo): foram
coletados e avaliados os dados de consumo energético dos grandes setores
da empresa – TECON, Armazéns e Administrativo;
Nível 3 (Abordagem energética detalhada): em uma abordagem mais
aprofundada, foram coletados e avaliados os dados do setor que apresentou
maior potencial para execução de melhorias.
45
3.1.1.1 Abordagem Energética Global – Nível 1
Nesta etapa, os dados foram coletados e analisados de forma macro, ou seja dados
relacionados ao consumo total da organização, sendo realizada a partir de documentos e
registros internos do terminal portuário, para que posteriormente fossem elaborados os
indicadores de desempenho energético (IDE’s) em uma abordagem global.
A tabela 1 apresenta quais informações foram coletadas, o período a qual se
referem e através de quais fontes as mesmas foram obtidas.
Tabela 1 - Dados quantitativos coletados para a Revisão Energética Nível 1 - Abordagem Global.
Dados para Abordagem Energética Global – Nível 1
Período de dados
Fonte de dados
TERMINAL PORTUÁRIO
Consumo de energia elétrica (kWh) total, em horário de ponta (p) e fora de
ponta (fp)
Jan/2005 a Dez/2012
Faturas de energia elétrica
Demanda de energia elétrica (kW) em horário de ponta e fora de ponta
Jan/2012 a Dez/2012
Faturas de energia elétrica
Custo com energia elétrica (R$)
Jan/2005 a Dez/2012
Faturas de energia elétrica
Consumo (ton) e Custo (R$) de GLP
Jan/2012 a Dez/2012
Planilhas de controle de abastecimento de GLP
Consumo (m³) e Custo (R$) de Óleo diesel
Jan/2012 a Dez/2012
Planilhas de controle de abastecimento de Óleo Diesel
Número médio de funcionários
Jan/2012 a Dez/2012
Setor de RH
Área útil da empresa (m²) -
Licença Ambiental de Operação
Fonte: Autora.
3.1.1.1.1 Identificação das áreas de uso significativo de energia
Para atender à NBR ISO 50001:2011 que solicita a identificação das áreas de uso
significativo de energia, realizou-se a classificação das fontes energéticas utilizadas em todo
o terminal portuário a partir dos seguintes critérios: Econômico, Impacto na produção,
Requisitos Legais e Outros, de acordo com a metodologia proposta por Celupi (2012) que
utilizou critérios de determinação de significância (quadro 5).
46
Quadro 5 - Critérios de determinação de significância.
Estabeleceu-se que os índices maiores ou iguais a cinco representam as áreas de
uso significativo e a organização deve proceder conforme apresentado no quadro 6.
Quadro 6 – Índice de significância.
Índice Análise
< 5
Uso não significativo: a organização deve manter controles operacionais relacionados ao uso e consumo de energia.
≥ 5
Uso significativo: a organização deve adotar ações de melhoria relacionadas ao uso e consumo de energia de forma a diminuir sua significância.
Fonte: CELUPI, 2012.
2 Qualidade de energia pode ser entendida como o grau no qual tanto a utilização quanto a
distribuição de energia elétrica afetam o desempenho dos equipamentos elétricos (MARTINS,
BONAN & FLORES, 2013).
Econômico
Pontuação Critério
1 Baixo: O custo com energia representa menos de 5% do lucro bruto da organização.
2 Médio: O custo com energia representa de 5% a 10% do lucro bruto da organização.
3 Alto: O custo com energia representa mais de 10% do lucro bruto da organização.
Impacto na produção
1 Baixo: A qualidade da energia empregada não pode causar impactos na produção.
2
Médio: A qualidade da energia2 empregada pode causar efeitos na produção como perda de energia, perda de tempo ou queima de equipamento sem ocorrer parada significativa da produção.
3 Alto: A qualidade da energia empregada pode causar parada significativa da produção.
Requisitos Legais e Outros
1 Baixo: Não existem requisitos legais ou outros relacionados ao uso ou consumo de energia.
2 Médio: Existem outros requisitos relacionados ao uso ou consumo de energia.
3 Alto: Existem requisitos legais relacionados ao uso ou consumo de energia.
Fonte: CELUPI, 2012.
47
3.1.1.1.2 Quantificação das Emissões de GEE associadas ao consumo de energia
Com base nos dados obtidos na Abordagem Energética Global, sobre as
quantidades de energia elétrica e combustíveis consumidas pelo terminal portuário, realizou-
se o cálculo das emissões de GEE decorrentes deste consumo através da aplicação da
metodologia de quantificação do GHG Protocol. Optou-se por esta ferramenta, pois a
mesma permite compreender e quantificar os GEE gerando resultados consistentes e
precisos, sendo internacionalmente reconhecida e muito utilizada por empresas e governos
de todo o mundo (GHG PROTOCOL, 2013).
Para quantificar as emissões de GEE de acordo com o GHG Protocol, realizou-se a
identificação das fontes de emissão de GEE relacionadas ao consumo de energia da
organização, dentro dos limites utilizados para o diagnóstico energético. A contabilização
das emissões foi realizada pela própria ferramenta GHG Protocol a partir da inserção dos
dados, de acordo com cada modalidade de emissão identificada:
Escopo 1: emissões diretas móveis e estacionárias
Escopo 2: emissões indiretas, nas quais foram consideradas as emissões
decorrentes do consumo de energia elétrica.
Para auxiliar no entendimento do desenvolvimento das estimativas de emissões, é
apresentada a seguir uma imagem ilustrativa da ferramenta utilizada.
Figura 11 - Ferramenta do Programa Brasileiro GHG Protocolo para cálculo de emissões de GEE.
Fonte: GHG Protocol, 2013.
48
Com base nos dados de emissões calculados pela ferramenta GHG Protocol, os
mesmos foram comparados graficamente de acordo com cada fonte de emissão.
3.1.1.2 Abordagem Energética por área – Nível 2
A caracterização do consumo de energia por área foi realizada a partir da coleta de
dados que retratam o uso desta energia nas grandes áreas existentes no terminal portuário:
TECON, Armazém (I e II) e Administrativo. Os dados foram coletados para a posterior
elaboração de indicadores que permitam analisar o consumo de energia em cada tipo de
área. Foram então obtidos os seguintes dados (tabela 2):
Tabela 2 – Dados quantitativos coletados para a Revisão Energética Nível 2 - Abordagem por Área.
Dados para Abordagem Energética por Área – Nível 2 Período de
dados Fonte de dados
TECON
Consumo (kWh) e Custo (R$) de energia elétrica
Abr/2012 a Nov/2012
Software SMART 32
Número de containers reefer
3 armazenados
Abr/2012 a Dez/2012
Gerência TECON
ARMAZÉNS I e II
Consumo (kWh) e Custo (R$) de energia elétrica
Abr/2012 a Nov/2012
Software SMART 32
Número médio de funcionários
Abr/2012 a Nov/2012
Setor de RH
PRÉDIO ADMINISTRATIVO
Consumo (kWh) e Custo (R$) de energia elétrica
Abr/2012 a Nov/2012
Software SMART 32
Número médio de funcionários
Abr/2012 a Nov/2012
Setor de RH
Área útil do PA (m²)
-
Projeto Arquitetônico
Fonte: Autora.
Conforme apresentado na tabela 2, os dados de consumo de energia elétrica foram
obtidos a partir da consulta ao Software Smart 32, um software de supervisão e
3 Container reefer: equipamento refrigerado para o armazenamento de cargas perecíveis
(DEPOTRANS, 2013).
49
gerenciamento de energia elétrica instalado nos painéis elétricos do terminal portuário e que
desde abril de 2012 realiza o monitoramento constante do consumo de energia elétrica nas
três grandes áreas do terminal. É importante destacar que os dados de energia elétrica das
três áreas avaliadas referentes a dezembro de 2012 não foram obtidos considerando que
neste período ocorreram problemas técnicos no próprio sistema e que impossibilitaram a
confiabilidade dos dados. Os dados de demanda de energia por área (kW) para cálculo do
fator de carga também não foram obtidos devido a problemas técnicos do software Smart
32.
Com base nos dados registrados pelo Software Smart 32 entre abril e novembro de
2012, foram estabelecidos os indicadores de desempenho energético (IDE’s) para a
avaliação do consumo de energia elétrica no nível 2 - Abordagem por Área. A figura 12 a
seguir apresenta o modelo de relatório diário de demanda/consumo de energia emitido pelo
software de gerenciamento de energia elétrica.
Figura 12 – Exemplo de Relatório Diário de demanda/consumo de energia elétrica emitido pelo software Smart 32.
Fonte: Gestal, 2012.
50
Os dados relativos ao consumo de outras formas de energia nas áreas abordadas
(Diesel e GLP) foram obtidos através de planilhas de controle de abastecimento mensal de
equipamentos e máquinas. Após a obtenção dos dados, que foram repassados pelo setor
de Meio Ambiente e TECON, os mesmos foram registrados em planilhas mediante o uso do
Sofware Excel.
3.1.1.3 Abordagem Energética detalhada – Nível 3
Para a realização da Abordagem Energética detalhada, o terminal portuário
identificou a área de sua preferência dentre as áreas abordadas no Nível 2, por possuir
maior potencial para execução de melhorias, e como uma opção estratégica da empresa. O
setor de interesse identificado pela alta direção foi o Prédio Administrativo, que por sua vez
recebeu então uma abordagem mais detalhada sobre as variáveis que afetam o uso e o
consumo de energia.
O Prédio Administrativo possui três pavimentos (Térreo, 1º e 2º piso), e seu
diagnóstico energético ocorreu considerando todos os ambientes existentes. A abordagem
energética detalhada foi inicialmente realizada a partir da coleta de dados quantitativos,
conforme apresentado na tabela 3:
Tabela 3 - Dados coletados para a Revisão Energética Nível 3 - Abordagem Detalhada.
Dados para Abordagem Energética Detalhada – Nível 3
Período de dados
Fonte de dados
PRÉDIO ADMINISTRATIVO
Consumo (kWh) e Custo (R$) de energia elétrica
Abr/2012 a
Nov/2012
SMART 32
Potência total instalada (W) por setor
-
Equipamentos elétricos
Iluminância média (lux) por setor
-
Medições/Luxímetro
Número médio de funcionários por setor
Abr/2012 a
Nov/2012
Setor de RH
Área útil (m²)
-
Projeto Arquitetônico
Fonte: Autora.
Os dados de consumo e custo de energia do Prédio Administrativo se referem
aqueles apresentados na Abordagem Energética por Área. Quanto aos dados de potência
51
total instalada por setor foram obtidos através de visita técnica e consulta para registro dos
equipamentos elétricos existentes e posterior verificação dos dados de potência de cada
um, através dos manuais dos equipamentos e pesquisa bibliográfica.
Medições de Iluminância por setor: Para melhor analisar as condições de
iluminação dos ambientes do Prédio Administrativo, foram realizadas medições de
iluminância nos setores existentes, com base nas orientações da NBR ABNT 5413/92
(ABNT, 1992), a fim de verificar se os resultados obtidos para cada ambiente atendem aos
níveis mínimos exigidos pela referida Norma.
As medições de iluminância foram realizadas com o auxílio de um luxímetro digital
da Marca Minipa calibrado (figura 13), em um plano horizontal a 75 cm do piso, atendendo
as orientações da NBR utilizada.
Figura 13 - Luxímetro da marca Minipa modelo MLM-1011 utilizado para medição de iluminância nos setores do Prédio Administrativo.
Fonte: Autora.
Com base nos dados obtidos (tabela 3), foram realizados diagnósticos mais
detalhados que permitissem avaliar o desempenho energético dos setores existentes no
Prédio Administrativo: (a) diagnóstico de equipamentos elétricos utilizados, (b) diagnóstico
da percepção dos funcionários quanto ao uso e consumo de energia e (c) diagnóstico das
características do ambiente.
52
Diagnóstico de equipamentos elétricos utilizados: A partir do levantamento dos
equipamentos instalados no Prédio Administrativo, com a identificação da potência de cada
um, bem como dados de marca e modelo, foi verificado se os mesmos possuem a Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia (ENCE) ou estão inclusos na lista de equipamentos
certificados pelo PROCEL. De acordo com o INMETRO (2013), a ENCE é a etiqueta criada
pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem para classificar de "A" a "E" os equipamentos
elétricos. Já o Selo PROCEL é fornecido aos equipamentos mais eficientes de cada
categoria, ou seja, aqueles classificados com etiqueta “A”.
Diagnóstico das características do ambiente: Observações sobre as
características de cada ambiente de trabalho do Prédio Administrativo foram realizadas,
para que posteriormente se pudesse definir um Índice de Eficiência Energética para cada
ambiente (IEEA) quanto aos aspectos de iluminação e ventilação dos mesmos. O Índice de
Eficiência Energética proposto visou classificar os ambientes conforme suas características
construtivas, como: cor do piso, cor do teto, cor da parede e existência de janelas, por
exemplo, para que posteriormente sejam identificadas possibilidades de melhoria. Tais
aspectos interferem diretamente na iluminação ou na ventilação do ambiente, e
consequentemente são variáveis que afetam o consumo de energia, conforme mencionado
por Pereira & Souza (2005).
Sendo assim, para obtenção do Índice de Eficiência Energética de cada ambiente do
Prédio Administrativo (IEEA), atribuiu-se uma pontuação para cada ambiente analisado,
conforme apresentado no quadro 7 a seguir.
Quadro 7 – Critérios e pontuação atribuída aos setores analisados no Prédio Administrativo.
Critério
Pontuação
1.Orientação geográfica da janela (Sul) (Oeste) (Leste) (Norte)
1 2 3 4
2. Área da janela com relação à parede (a≤30%) (30>a≤50%) (50%<a<70%)
3 1 2
3. Cor das paredes (Escura) (Média) (Clara)
3 1 2
4. Cor do teto (Escura) (Média) (Clara)
3 1 2
5. Cor do piso (Escura) (Média) (Clara)
3 1 2
6. Iluminância média medida (Não atende à NBR 5413) (Atende à NBR 5413)
0 1
7. Ventilação cruzada (Não) (Sim)
0 1
8. Existência de persianas (Não) 0
(Sim) 1
Fonte: Autora.
53
Orientação geográfica das janelas
De acordo com Clau (2010), quando as janelas estão voltadas para as regiões do
céu onde o sol faz sua trajetória, tendem a receber intensidades luminosas maiores e por
períodos mais longos do dia, mesmo quando na ocorrência de céu encoberto. Segundo
Mascaró (1986), a orientação norte apresenta as melhores condições de iluminação para
regiões do hemisfério sul.
Mascaró (1986) afirma que as orientações leste e oeste têm características similares
em termos e insolação, embora em momentos diferentes do dia. Enquanto as fachadas
voltadas para o leste recebem sol pela manhã (do nascente ao meio-dia), as fachadas
voltadas para o oeste recebem sol pela tarde. De acordo com a mesma autora, ambientes
voltados para o oeste tendem a ser mais quentes do que os voltados para leste, apesar de
receberem o mesmo número de horas de sol, “porque recebem sol no período do dia em
que a inércia térmica proveniente da noite anterior (frescor noturno) já foi vencida”. Partindo
deste princípio, atribuiu-se uma pontuação para cada ambiente que leva em consideração a
orientação geográfica das janelas (tabela 4), sendo norte a orientação geográfica que
apresenta as melhores condições, seguida de leste, oeste e sul.
Tabela 4 – Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à orientação geográfica das janelas.
Orientação geográfica das janelas Norte Leste Oeste Sul
Pontuação atribuída 4 3 2 1
Fonte: Autora.
Área da janela com relação à parede
De acordo com Ghisi et al. (2005), “janelas amplas podem proporcionar níveis mais
altos de iluminação natural e melhor vista para o exterior”, e com maior índice de iluminação
natural, tende-se a reduzir a necessidade de iluminação artificial de um ambiente. A
pontuação atribuída aos ambientes do PA quanto à área da janela (tabela 5) levaram em
consideração a importância do aproveitamento da iluminação natural em um ambiente,
partindo do pressuposto que quanto maior o tamanho das janelas, maior a incidência de luz
natural e menor a necessidade de iluminação artificial para a execução das tarefas.
Foram obtidos os dados de área das janelas e estes foram comparados com a área
da parede onde cada janela está localizada, gerando assim as proporções de áreas
54
menores ou igual a 30%, entre 30 e 50% e entre 50 e 70% em comparação com área da
janela.
Tabela 5 – Pontuação atribuída por janela, conforme sua área (a) em relação à parede.
Área da janela (a) com relação à parede a≤30% 30>a≤50% 50%<a<70%
Pontuação atribuída para cada janela 1 2 3
Fonte: Autora.
Cor das paredes/teto/piso
De acordo com Pereira & Souza (2005), o uso de cores com altos índices de reflexão
em edificações é capaz de melhorar significativamente o rendimento de um sistema de
iluminação, podendo-se até mesmo aumentar o nível de iluminamento geral do ambiente
sem a necessidade de aumentar o fluxo luminoso das fontes de luz. Visando estabelecer
uma pontuação adequada para cada ambiente do PA, foram observados os índices de
reflexão média das cores para categorizá-las como clara, média ou escura, visando
identificar possibilidades de melhoria (tabela 6).
Tabela 6 - Índices de reflexão média das cores (refletância).
Cor Refletância média [%] Classificação
Branco teórico 100
Clara
Branco de cal 80 Amarelo 70 Amarelo limão 65 Verde limão 60 Amarelo ouro 60 Rosa 60 Laranja 50 Azul claro 50
Azul celeste 30 Média Cinza neutro 30
Verde oliva 25 Vermelho 20
Azul turquesa 15
Escura Púrpura 10 Violeta 05 Preto 03 Preto teórico 00
Fonte: Adaptado de Rodrigues, 2002.
55
Tomando como referência os dados de refletância definidos por Rodrigues (2002),
foram atribuídas as pontuações pertinentes, conforme as cores de paredes, teto e piso dos
ambientes analisados (tabela 7).
Tabela 7 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à cor das paredes, do teto e do piso.
Cor das paredes/teto/piso Clara Média Escura
Pontuação atribuída 3 2 1
Fonte: Autora.
Iluminância média em comparação com a NBR 5413
A partir da verificação da iluminância dos ambientes com base nas medições
realizadas e comparação com os níveis mínimos estabelecidos pela NBR 5413, os mesmos
foram avaliados foram pontuados em caso de atendimento à NBR, conforme apresentado
na tabela 8.
Tabela 8 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto ao atendimento à NBR 5413.
Cor das paredes/teto/piso Não atende à NBR 5413 Atende à NBR 5413
Pontuação atribuída 0 1
Fonte: Autora.
Existência de persianas
Para compor o Índice de Eficiência Energético do Ambiente (IEEA) considerou-se
também a existência ou não de persianas no ambiente, já que este utensílio auxilia, de
acordo com Garrocho (2005), a minimizar os efeitos do ofuscamento produzido pela
iluminação natural. Para Garrocho (2005), as persianas configuram-se como uma estratégia
eficiente para a redução da iluminância excessiva proveniente da abóbada celeste e do Sol,
bem como do calor. A pontuação atribuída para a existência de persianas consta na tabela
9.
56
Tabela 9 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à existência ou não de persianas nas janelas.
Persianas Sim Não
Pontuação atribuída 1 0
Fonte: Autora.
Ventilação cruzada
A ventilação natural possibilita a renovação do ar de um ambiente, e a velocidade do
ar sobre as pessoas é fundamental para o alcance do conforto térmico, conforme
mencionado por Andreasi & Versage (2012). Ao mesmo tempo, o aproveitamento da
ventilação natural é também considerado por Jones (2001) como uma forma de se reduzir o
consumo de energia, já que se reduz diretamente o uso de sistemas de ventilação mecânica
e ar condicionado.
Sendo assim, para uma prévia caracterização dos ambientes do PA quanto à
ventilação natural considerou-se o critério de existência ou não de ventilação cruzada para
elaboração dos indicadores de eficiência energética do ambiente (IEEA). A pontuação
atribuída de acordo com a existência ou não de ventilação cruzada está apresentada na
tabela 10.
Tabela 10 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à existência ou não de ventilação cruzada.
Ventilação cruzada Sim Não
Pontuação atribuída 1 0
Fonte: Autora.
A partir do registro das características de cada ambiente do PA, os dados foram
tabulados em planilha Excel, de modo que o Índice de Eficiência Energética de cada
ambiente foi obtido pela razão entre somatório dos pontos obtidos e o número de
parâmetros analisados.
Para melhor discutir os dados de IEE obtidos, os mesmos foram classificados em
três Níveis: A (com pontuação maior que 2,0), B (com pontuação maior que 1,0 e menor ou
igual a 2,0) e C, com pontuação menor ou igual a 1,0. Os níveis C, por serem os setores
com menores condições de aproveitamento de iluminação e ventilação natural, são
teoricamente aqueles com maior prioridade para melhorias.
57
Diagnóstico da percepção dos funcionários quanto ao uso e consumo de
energia: Foi elaborado e aplicado um questionário aos funcionários do setor Administrativo
(Apêndice VI), para a verificação da percepção dos mesmos quanto às características do
ambiente em que trabalham (iluminação, ventilação e setorização de energia), quanto aos
seus hábitos de consumo de energia no dia-a-dia bem como quanto à importância da gestão
de energia dentro da organização. Foram entrevistadas 195 pessoas de um total de 306 que
trabalham no Prédio Administrativo, ou seja, 63% dos colaboradores foram entrevistados,
sendo considerada como uma amostra significativa para um erro amostral menor que 5%. O
questionário aplicado levou em consideração os seguintes itens:
- Perfil do entrevistado: idade, sexo, escolaridade, e tempo em que trabalha na
empresa.
- Avaliação do entrevistado quanto à:
- Iluminação do ambiente;
- ventilação do ambiente;
- setorização elétrica do ambiente;
- aspectos comportamentais;
- importância do gerenciamento de energia.
Posteriormente foi realizado um comparativo das respostas obtidas nos questionários
com o real comportamento dos funcionários, através de uma verificação in loco dos seus
hábitos de consumo de energia, a partir de uma visita técnica que permitiu observar o uso
de energia nos setores em diferentes horários. A visita técnica foi realizada para a
contabilização dos seguintes dados: número de computadores ligados e número de
computadores em uso e número de lâmpadas ligadas e em uso.
A observação ocorreu nos setores existentes no três pavimentos do Prédio
Administrativo, em quatro horários distintos: 10h, 12:30h, 15h e 19:30h, a fim de verificar se
em horários de almoço os computadores e lâmpadas são desligados ou se permanecem
ligados mesmo que ninguém os utilize.
3.2 LINHA DE BASE ENERGÉTICA
Com base nas informações obtidas na etapa de revisão energética, consideraram-se
os dados de 2012 para estabelecer a linha de base energética. O estabelecimento do ano-
base levou em consideração o ano de 2012, pois é o período no qual a organização possui
58
informações históricas completas, sobre todas as fontes de energia. Os dados do referido
ano serão o ponto de partida para a realização de melhorias no terminal portuário.
3.3 DEFINIÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO ENERGÉTICO
Nesta etapa foram elaborados e avaliados os conjuntos de indicadores a partir das
abordagens realizadas no Diagnóstico Energético, para posterior análise crítica sobre a
utilização de todas as fontes de energia do terminal portuário. Os indicadores servem como
base para a implantação de melhorias na própria empresa, já que são parâmetros para
comparação contínua do desempenho energético da empresa durante a fase de operação
da NBR ISO 50001, caso a mesma seja implantada pelo terminal em questão.
Basicamente, estes indicadores foram constituídos pelos dados obtidos na etapa de
Revisão Energética. A partir das fontes de energia identificadas no Diagnóstico da Matriz
Energética e dos dados de consumo de energia obtidos no Diagnóstico do Consumo de
Energia foram elaborados os indicadores de desempenho energético.
Os indicadores foram definidos para avaliação dos três níveis da Revisão Energética:
Nível 1 – Abrangência Global, Nível 2 – Abrangência por área, e Nível 3 – Abrangência
Detalhada.
3.4 PLANOS DE AÇÃO
Com base nos dados obtidos na Revisão Energética a partir das abordagens: global
(Nível 1), por área (Nível 2) e detalhada (Nível 3), bem como a avaliação dos indicadores de
desempenho energético, foram então identificadas e descritas as oportunidades de
melhorias nos aspectos energéticos considerados mais críticos no terminal portuário. Foram
especificamente consideradas as oportunidades de melhorias no Prédio Administrativo, já
que esta área foi considerada pela empresa como aquela que possui maior potencial para
melhorias.
59
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 REQUISITOS GERAIS DA NBR ISO 50001:2011
O escopo do sistema de gestão de energia em estudo compreende as atividades de
armazenagem e operação portuária de exportação e importação, com as seguintes
atividades:
- Movimentação de containers e de cargas soltas (“break bulk”): atividade de
descarregamento de cargas gerais como: veículos, pneus, madeira, brinquedos, aço, entre
outros.
- Armazéns para carga geral: local destinado ao armazenamento de produtos
secos e a inspeções de produtos refrigerados ou congelados;
- Terminal de contêineres frigorificados e secos;
- Serviços portuários na importação e/ou exportação.
As fronteiras compreendem os limites físicos e organizacionais do terminal portuário
e se caracterizam pelo local de movimentação e armazenamento de cargas, bem como dos
setores administrativos envolvidos na importação e exportação destes produtos.
Considerando que de acordo com a NBR 50001:2011 a organização deve definir
uma política energética para o planejamento de um sistema de Gestão de Energia, foi
estabelecida em conjunto com a direção do terminal portuário a seguinte Politica Energética
para seu SGE (figura 14):
60
Figura 14 – Política Energética do SGE proposta para o terminal portuário.
Fonte: Autora.
4.2 IDENTIFICAÇÃO DE REQUISITOS LEGAIS
Foram identificados os requisitos legais no âmbito nacional que podem ser
considerados como aplicáveis ao escopo do sistema de gestão de energia do terminal
portuário:
61
Tabela 11 – Requisitos legais aplicáveis ao terminal portuário para a implantação do SGE.
Requisito Legal
Descrição
Decreto nº 87079/82 Programa de Mobilização Energética
Portaria Interministerial nº 1877/85 PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica
Decreto nº 99.656/90 Administração Federal e CICE
Decreto de 18/07/91 CONPET
Decreto de 08/12/93 Prêmio Nacional da Conservação de Energia
Lei nº 9427/96 ANEEL
Lei nº 9478/97 Lei do Petróleo e ANP
Lei nº 9991/00
Investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência
energética
Resolução nº 456/00 Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica
Lei nº 9991/00 Fundo Setorial de Energia
Decreto nº3867/01 Regulamenta a Lei nº 9991/00
Lei nº 10295/01 Lei da Eficiência Energética
Decreto nº 4059/01 Regulamenta a Lei nº 10295/01
Decreto nº 4131/02 Medidas emergenciais de redução do consumo de energia
elétrica
Lei nº 10438/02 Proinfa e CDE
Decreto nº 5267/04 MME
Lei nº 10848/04 Comercialização de energia elétrica
Resolução Normativa nº 300/08 Aplicação de recursos em programas de eficiência energética;
Lei nº 12212/10 Tarifa Social de Energia Elétrica
Instrução Normativa nº 01/10
Critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens,
contratação de serviços ou obras
Fonte: Adaptado de Celupi, 2012.
É importante destacar que não foram identificados outros requisitos como, por
exemplo, acordos com clientes ou princípios ou códigos de boas práticas voluntários
relacionados à gestão de energia, embora o terminal portuário tenha Sistema de Gestão
Ambiental ISO 14001 implantado em toda a organização.
62
4.3 REVISÃO ENERGÉTICA
4.3.1 Análise do Uso e Consumo de Energia
Visando compreender onde e de que forma a energia é utilizada no terminal
portuário, foram coletados os dados necessários ao diagnóstico de sua matriz energética. A
partir da tabela 12 podem ser observados os tipos e os usos das energias na organização.
Tabela 12 - Usos de energia no terminal portuário.
Uso de Energia
Área correspondente
Fonte de energia
TECON
Armazéns
PA*
Elétrica Combustível
Óleo diesel GLP
Iluminação X
Ventilação/Refrigeração X
Tecnologia da Informação (TI)
Transporte de cargas por empilhadeiras
X X X
Preparação de Refeições X X
Operação da ETE X
Operação da Casa de Bombas X
Outros equipamentos elétricos** X
Nota: *Prédio Administrativo. **Mais bem detalhados no Apêndice IV.
Fonte: Autora.
É importante dizer que para a execução deste trabalho, considerou-se como
tecnologia da informação o conjunto de equipamentos que utilizam recursos de computação
e que visam permitir a produção, armazenamento, transmissão, acesso e o uso
das informações, como computadores, impressoras e modems, por exemplo.
4.3.1.1 Energia Elétrica
A energia elétrica consumida pelo terminal portuário é adquirida junto à Companhia
Elétrica de Santa Catarina – CELESC, sendo o terminal um consumidor do grupo A4, ou
seja, seu contrato com a CELESC define uma tarifa formada por duas componentes: tarifa
de consumo (kW) e tarifa de demanda (kW). De acordo com a CELESC (2012), a tarifa de
63
consumo é o valor em reais cobrado pelo consumo de energia, definida pela ANEEL em
R$/MWh. Já a tarifa de demanda é o valor em reais cobrado pela potência disponibilizada
(kW), sendo definida pela ANEEL em R$/MW.
Os valores cobrados pelo consumo de energia elétrica são diferenciados de acordo
com os horários de utilização. De acordo com as faturas de energia elétrica do terminal, em
horários fora de ponta (06h às 18h), o valor cobrado por kWh é de cerca de R$ 0,27
enquanto em horários de ponta (18h às 06h), a tarifa cobrada por kWh é de cerca de R$
1,47, quase seis vezes maior.
Conforme apresentado na tabela 1, o terminal portuário utiliza energia elétrica para
os seguintes fins: iluminação, ventilação, TI, transporte de cargas soltas, preparação de
refeições, operação da ETE, operação da casa de bombas e para uso em demais
equipamentos elétricos. Os equipamentos elétricos existentes no Prédio Administrativo
serão melhor especificados na Abordagem detalhada - levantamento de equipamentos.
De modo geral, a energia elétrica é transmitida aos painéis elétricos existentes na
organização (figura 15) e distribuída às seguintes áreas:
TECON;
Armazéns (I e II);
Prédio Administrativo.
Cada painel elétrico possui instalado um medidor que transmite em tempo real as
informações sobre o consumo de energia em cada área (figura 15). Tais informações são
repassadas ao Software Smart 32, que emite relatórios horários, diários e mensais sobre a
demanda e o consumo de energia nas áreas especificadas.
Figura 15 - Painéis elétricos para distribuição de energia elétrica nos setores TECON, Armazéns I e II e Prédio Administrativo.
Fonte: Autora.
64
Figura 16 - Empilhadeira elétrica de pequeno porte, utilizada para movimentação de carga soltas nos Armazéns (I e II).
Fonte: Autora.
Com base nas faturas de energia elétrica da CELESC disponibilizadas pela
responsável do setor de meio ambiente do terminal portuário em questão, foram tabelados
os valores dos consumos de energia elétrica mensais de toda organização, conforme dados
disponibilizados no Apêndice I. Para que se possa realizar uma análise temporal do
consumo de energia na organização, a figura 17 apresenta os dados de consumo anuais, no
período de 2005 a 2012, com base nas faturas mensais.
Figura 17 - Consumo de energia elétrica do terminal portuário nos anos de 2005 a 2012, em MWh, registrado pela CELESC.
Fonte: Autora.
65
Com base no gráfico de consumo apresentado (figura 17), é possível perceber que
entre os anos de 2005 a 2009 o consumo de energia elétrica no terminal portuário foi maior
que os anos de 2010 a 2012. A média de consumo entre 2005 e 2009 foi de 9.298 MWh
enquanto a média entre 2010 e 2012 foi de 4.070 MWh, cerca de 44% a menos. Este
resultado pode ser explicado pelo fato de que o terminal portuário utilizava seus Armazéns I
e II para acondicionamento de cargas congeladas, o que implicava em um consumo muito
maior de energia elétrica, devido à operação dos mesmos como câmaras frias.
De acordo com as informações repassadas pelo setor de manutenção do terminal
portuário, as câmaras frias foram desativadas em junho de 2009. A figura 18 demonstra a
considerável redução no consumo de energia a partir do mês de desativação das câmaras
frias.
Figura 18 - Consumo de energia elétrica no terminal portuário (MWh) junto à CELESC no ano de 2009 - ano de desativação das câmaras frias.
Fonte: Autora.
A fim de analisar o consumo de energia elétrica do ano que será considerado como
linha de base para o Sistema de Gestão de Energia no terminal portuário e que
consequentemente servirá de referência para as propostas de melhorias, a figura 19
apresenta os dados de consumo ao longo de 2012 nos horários de ponta e fora de ponta. O
consumo médio em 2012 foi de 296,83 MWh/mês nos horários fora de ponta e de 13,75
MWh/mês nos horários de ponta.
66
Figura 19 - Consumo de energia elétrica no terminal portuário no ano de 2012 (MWh) registrado pela CELESC.
Fonte: Autora.
É possível verificar que o mês de outubro apresentou uma grande redução no
consumo de energia elétrica, cerca de 90% em comparação com o mês de setembro. Para
tentar compreender estas informações, serão posteriormente discutidos os dados
registrados pelo software Smart 32, abordagem por área.
A figura 20 apresenta os dados de custo com energia elétrica no terminal portuário
no ano de 2012.
Figura 20 - Custo com energia elétrica no terminal portuário registrado pela CELESC no ano de 2012, em reais.
Fonte: Autora.
67
Com base nos dados de custo com energia elétrica no terminal portuário obtidos
através da fatura da CELESC (figura 20), verificou que o custo médio com energia elétrica
no ano de 2012 foi de 92.131,96 R$/mês.
Fator de Potência
Foram obtidos os fatores de potência registrados para o terminal portuário nos
meses de janeiro a dezembro de 2012 (figura 21), sendo possível notar que o mês que
apresentou o valor mais próximo de 1,00 foi o mês de julho, com 0,99. A média do índice de
fator de potência no ano de 2012 foi de 0,98.
Figura 21 – Valores de fator de potência registrados no ano de 2012 pela CELESC.
Fonte: Autora.
Fator de Carga
A partir das faturas de energia elétrica disponibilizadas, foram registrados os fatores
de carga obtidos nos meses de janeiro a dezembro de 2012, no terminal portuário, tanto em
horários de ponta quanto em horários fora de ponta (figura 22). O fator de carga médio no
horários fora de ponta foi de 0,27, enquanto nos horários de ponta foi de 0,001, no ano de
2012.
68
Figura 22 – Valores de fator de carga registrados no ano de 2012 pela CELESC.
Fonte: Autora.
4.3.1.2 Óleo diesel
O óleo diesel é utilizado no terminal portuário como combustível para a operação de
duas empilhadeiras de grande porte do modelo Reach Staker (figura 23), utilizadas para
movimentação de contêineres no setor TECON (Terminal de Contêineres) bem como de
uma empilhadeira do modelo Maclift (figura 24), utilizada para movimentação de cargas
soltas dentro e fora dos contêineres. O óleo diesel utilizado por elas é adquirido
semanalmente junto à empresa Dumaszak, distribuidora de derivados de petróleo, também
localizada no município de Itajaí.
Figura 23 - Empilhadeira de grande porte, Reach Staker, movida a óleo diesel, utilizada para movimentação de containers.
Fonte: Autora.
69
Figura 24 - Empilhadeira modelo Maclift, movida a óleo diesel, utilizada para movimentação de cargas soltas dentro e fora dos containers.
Fonte: Autora.
Foram disponibilizados pelo terminal portuário os dados sobre o total de óleo diesel
consumido na organização no ano de 2012, que se referem à quantidade consumida pelas
empilhadeiras de grande porte, para transporte de cargas soltas pela MacLift e transporte de
Contêineres pela Reach Staker, bem como para a operação de máquinas na casa de
bombas. O óleo diesel é adquirido mensalmente para o uso em empilhadeiras, porém para a
operação da casa de bombas é adquirido eventualmente, já que o consumo para este tipo
de uso é consideravelmente menor.
De acordo com os dados obtidos, o terminal portuário consumiu ao longo de 2012
um total de 152,75 m³ de óleo diesel para a operação destas atividades. A tabela 13
apresenta os dados mensais de consumo, em m³, a partir dos dados repassados pela
pessoa responsável pelo setor de meio ambiente.
Tabela 13 - Consumo total de Óleo diesel no ano de 2012 no terminal portuário.
Fonte: Autora.
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL (M³) – 2012
USO JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
Empilhadeiras 16,59 15,31 16,85 12,19 12,70 11,75 8,90 11,98 10,38 13,24 11,78 10,97 152,34
Casa de Bombas
- - 0,16 - - - - 0,06 0,19 - - - 0,41
TOTAL 152,75
70
É possível verificar que as empilhadeiras são responsáveis por maior parte do
consumo do óleo diesel no terminal portuário, considerando que utilizam diariamente este
combustível para a movimentação de cargas. O consumo de óleo diesel pelas empilhadeiras
de grande porte representou 99% do consumo total no ano de 2012, enquanto o consumo
para a operação de máquinas na casa de bombas foi de apenas 0,1% (figura 25).
Figura 25 – Porcentagem de óleo diesel consumido no terminal portuário no ano de 2012.
Fonte: Autora.
4.3.1.3 GLP
Foram identificados os equipamentos movidos a GLP - bem como os setores nos
quais estes equipamentos são utilizados. Verificou-se que os setores que utilizam GLP são
a Cozinha (Prédio Administrativo) e o TECON, de modo que a cozinha utiliza para produção
das refeições diárias e o TECON utiliza o GLP como combustível para as empilhadeiras de
pequeno porte.
O GLP consumido pelo terminal portuário é adquirido junto à empresa Liquigás, de
modo que mensalmente é realizado o abastecimento dos cilindros utilizados pela empresa
(figura 26). Quanto ao armazenamento deste combustível, este é realizado em duas
Centrais de Gás, uma próxima ao TECON e outra próximo ao Prédio Administrativo.
71
Figura 26 – Centrais de GLP do TECON e da cozinha.
Fonte: Autora.
Uso do GLP em empilhadeiras: O GLP é utilizado no terminal portuário como
combustível de 4 empilhadeiras de modelo CLX-30, com capacidade de carga de 3000kg,
para fins de movimentação de cargas soltas “break bulk” exclusivamente em áreas externas
(figura 27). Este padrão de utilização em áreas externas é adotado considerando que de
acordo com as exigências da Norma Regulamentadora nº 11 - NR 11 (BRASIL, 2004), que
dispõe sobre o transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, em
locais fechados e sem ventilação, é proibido a utilização de máquinas transportadoras,
movidas a motores de combustão interna, salvo se providas de dispositivos neutralizadores
adequados.
Figura 27 - Empilhadeiras utilizadas do terminal portuário para a movimentação de cargas soltas.
Fonte: Autora.
72
Uso do GLP na cozinha: O GLP utilizado na cozinha do prédio administrativo é
empregado nos fogões para a produção de refeições diárias, as quais são realizadas por
uma empresa terceirizada. Os fogões que utilizam GLP são do modelo industrial da marca
Tedesco (figura 28).
Figura 28 – Fogão industrial a GLP utilizado na cozinha para produção de refeições diárias.
Fonte: Autora.
Através da consulta à Tabela de Eficiência Energética de Fogões disponibilizada por
CONPET (2012), verificou-se que o modelo de fogão industrial utilizado pela empresa não
possui Selo CONPET de Eficiência Energética, ou seja, não é classificado pelo Programa
Brasileiro de Etiquetagem.
Assim como para o óleo diesel, foram disponibilizados os dados de GLP consumidos
para a operação de empilhadeiras no TECON e para a realização de refeições no fogão
industrial, no ano de 2012. O total de óleo diesel consumido, considerando estes dois usos,
foi de 19,43 toneladas, sendo as empilhadeiras as responsáveis pela maior quantidade
consumida. A tabela 14 apresenta os dados mensais de consumo, em toneladas, a partir
dos dados repassados pela pessoa responsável pelo setor de meio ambiente.
Tabela 14 - Consumo total de GLP no ano de 2012 no terminal portuário.
Fonte: Autora.
CONSUMO DE GLP (TON) – 2012
USO JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
Empilhadeiras 0,95 0,28 0,75 1,18 1,106 1,61 0,75 1,12 1,15 1,08 1,93 1,23 13,14
Fogão Industrial 0,44 0,26 0,29 0,66 0,834 0,28 0,74 0,75 0,47 0,54 0,52 0,51 6,29
TOTAL 19,43
73
Com base nos dados apresentados, pode-se observar que as empilhadeiras também
são as responsáveis por maior parte do consumo de GLP no terminal portuário,
considerando que utilizam diariamente este combustível para a movimentação de cargas
soltas. O consumo de GLP pelas empilhadeiras (modelo CLX-30) representou 67% do
consumo total no ano de 2012, enquanto o consumo para a operação de máquinas na casa
de bombas foi de apenas 0,1%, conforme apresentado na figura 29 a seguir.
Figura 29 – Perfil do consumo de GLP no terminal portuário, com base na quantidade consumida no ano de 2012.
Fonte: Autora.
4.3.1.4 Caracterização da Matriz Energética
Para caracterizar a matriz energética do terminal portuário com base nos dados de
uso e consumo de energia apresentados na Abordagem Global, realizou-se a conversão de
unidades de energia, a partir de bibliografia existente, para que assim se pudessem
padronizar as unidades e realizar um comparativo entre as mesmas, em toneladas
equivalentes de petróleo (tep).
Para converter a quantidade de GLP consumida, em toneladas, para toneladas
equivalentes de petróleo (tep) converteu-se primeiramente para m³, considerando que a
densidade do referido combustível é de 550 kg/m³ a uma temperatura de 20ºC. Sabendo-se
que no ano de 2012 o terminal portuário consumiu 19,43 toneladas de GLP para realização
de suas atividades, calculou-se um consumo de 35,33 m³ de óleo diesel.
Com base nos coeficientes de equivalência médios apresentados pelo MME (2012),
realizou-se a conversão de unidades de energia dos combustíveis, transformando os dados
74
de óleo diesel e GLP de m³ para toneladas equivalentes de petróleo (tep). Para os dados de
energia elétrica, realizou-se a conversão de kWh para tep, também de acordo com os
fatores de conversão determinados pelo Ministério de Minas e Energia (tabela 15).
Tabela 15 – Dados para conversão do consumo de energia em toneladas equivalentes de petróleo (tep).
Fonte de Energia
Consumo de Energia
toneladas m³ kWh tep
Óleo diesel
- 152,75 - 129,53
Gás Liquefeito de Petróleo
19,43 35,33 - 21,59
Energia Elétrica
- - 3.726.965 320,52
Total 471,64
Fonte: Autora.
Com base nos dados de consumo de energia apresentados na tabela 15 realizou-se
a caracterização da matriz energética do terminal portuário (figura 30).
Figura 30 - Distribuição da matriz energética do terminal portuário com base na energia consumida, em tep, no ano de 2012.
Fonte: Autora.
75
Verifica-se que a energia mais consumida no terminal portuário é a elétrica, já que
representa 67,96% da energia total utilizada, tomando como base os dados de consumo
2012. O óleo diesel utilizado nas empilhadeiras e na casa de bombas equivalem a um total
de 27,48% do consumo de energia, enquanto o consumo de GLP representa apenas 4,58%.
Estes dados permitem classificar a matriz energética como 32,04% não renovável e
67,96% renovável, considerando que o óleo diesel e o GLP são provenientes do petróleo,
um combustível fóssil, e a energia elétrica adquirida é de fonte renovável, já que, de acordo
com a Celesc (2012) a mesma é proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas do estado
de Santa Catarina.
Figura 31 – Distribuição da matriz energética do terminal portuário como renovável e não renovável.
Fonte: Autora.
Com relação aos custos associados ao consumo de energia, se verifica que a
energia elétrica é a que demanda mais recursos financeiros da empresa, considerando
como base o ano de 2012. Foram gastos ao longo do ano de 2012 um total de
R$1.375.067,77 com energia elétrica, R$319.540,81 com óleo diesel e R$50.605,74 com
GLP, conforme apresentado na figura 32.
76
Figura 32 - Custo total do terminal portuário com energia elétrica, óleo diesel e GLP no ano de 2012.
Fonte: Autora.
4.3.1.5 Identificação dos usos e consumos significativos de energia
Com base nos dados de uso e consumo de energia apresentados anteriormente,
foram estabelecidos os índices de significância para cada fonte de energia utilizada no
terminal portuário.
Os índices de significância para cada uso de energia foram obtidos somando-se a
pontuação de cada critério de classificação: economia da organização, impacto na produção
e requisitos legais e outros. A tabela 16 a seguir apresenta a classificação das fontes de
energia.
77
Tabela 16 – Identificação dos usos e consumos de energia significativos – Abordagem Global.
Uso de Energia
Energia
Elétrica
Combustível
Óleo diesel GLP
Iluminação X
Ventilação X
Tecnologia da Informação (TI)
Transporte de cargas por empilhadeiras X X X
Preparação de Refeições X X
Operação da ETE X
Operação da Casa de Bombas X
Utilização de outros equipamentos do PA* X
Consumo de Energia**
310.580 kWh/mês
114.588,98 R$/mês
12,73 m³/mês
26.556,18 R$/mês
1,62 ton/mês
4.217,14 R$/mês
Econômico 3 1 1
Impacto na Produção 3 3 3
Requisitos Legais e Outros 3 3 3
Índice de Significância 9 7 7
**Consumo médio no ano de 2012.
Fonte: Autora.
Considerando que pela metodologia proposta por Celupi (2012) os índices de
significância acima de 5 caracterizam como uso significativo, verificou-se que os usos
relacionados às três fontes de energia identificadas são significativos para a organização,
sendo a energia elétrica a fonte energética com maior significância (9), principalmente sob o
ponto de vista econômico, quando comparada com as demais fontes utilizadas. Por tal
motivo, para fins de realização deste trabalho, realizou-se a abordagem por área
considerando apenas os dados de energia elétrica, por ser esta a fonte de energia com o
uso mais significativo.
4.3.1.6 Quantificação de emissões de GEE
Inicialmente identificou-se que o terminal portuário em estudo possui os seguintes
tipos de emissões de acordo com o GHG Protocol:
78
Tabela 17 – Fontes de emissão de GEE segundo as categorias de emissão definidas pelo Programa Brasileiro GHG Protocol.
Escopo GHG Protocol Categoria de emissão Fontes de emissão
1 - Emissões diretas
Combustão móvel
Empilhadeiras a GLP e Óleo diesel
Combustão estacionária
Fogão industrial e Casa de bombas
2- Emissões indiretas
Combustão estacionária
Consumo de eletricidade adquirida pelo terminal portuário junto à CELESC
(TECON, Armazéns e PA)
Fonte: Autora.
4.3.1.6.1 Escopo 1 – Quantificação de emissões diretas
Combustão móvel
Neste item foram contempladas as emissões resultantes da utilização das
empilhadeiras do terminal portuário (tabela 18).
Tabela 18 – Relação das empilhadeiras do terminal portuário, utilizadas no setor TECON.
Empilhadeira Combustível utilizado
CLX-30 GLP
Maclift Óleo diesel comum
Reach Staker Óleo diesel comum
Fonte: Autora.
Com base nos valores de consumo de combustível das empilhadeiras no ano de
2012 descritos na Abordagem Energética Global e através da aplicação da ferramenta GHG
Protocol, foram obtidos os seguintes dados de emissões diretas por combustão móvel
(tabela 19):
79
Tabela 19. Emissões de GEE pelo uso de empilhadeiras no ano de 2012.
Fonte de emissões
Combustível
Unidade de consumo
Consumo
Emissões de GEE
CO2 (kg)
CH4 (kg) N2O (kg)
CO2e (ton)
Empilhadeiras
Óleo diesel
Litros
152.343 406.908,15 15,23 21,33 413,84
GLP
Kg
13.670
40.087,28
39,64
0,14 40,96
Total 454,80
Fonte: Autora.
Combustão estacionária
A partir do software do website GHG Protocol, também foram calculadas as
emissões de GEE para combustão estacionária, a partir dos dados de consumo GLP em kg,
combustível utilizado para uso no fogão industrial e do óleo diesel, em litros, para uso na
casa de bombas (tabela 20).
Tabela 20 - Emissões de GEE pelo uso de fontes estacionárias, no ano de 2012, tendo como base o GHG Protocol.
Fonte: Autora.
4.3.1.6.2 Escopo 2 – emissões indiretas
As emissões de GEE contabilizadas no escopo 2 referem-se aquelas relacionadas
ao consumo de eletricidade adquirida no terminal portuário, junto à CELESC. Foram
contabilizadas as emissões de 2006 a 2012 (tabela 21), considerando a disponibilidade
destes dados, porém para fins de comparação e para utilização na linha de base utilizaram-
se apenas os dados do ano de 2012 (janeiro a dezembro). É importante destacar que não
foram contabilizadas as emissões do ano de 2005 já que para este ano o GHG Protocol não
apresenta dados referente aos fatores de emissão, o que impede a realização dos cálculos
pela ferramenta.
Fonte de emissões
Combustível
Unidade de consumo
Consumo Emissões de GEE
CO2 (kg)
CO2e (ton)
Casa de bombas
Óleo diesel
Litros
410
1.079,9
1,08
Fogão industrial
GLP
Kg
6.078
17.823,6
17,82
Total 18,90
80
Tabela 21 - Emissões indiretas de CO2 pelo consumo de eletricidade adquirida, de 2006 a 2012.
Ano
Consumo de Eletricidade adquirida (kWh)
Emissões de GEE
CO2 (kg)
CO2e (ton)
2006 11.801.749 381.620 381,62
2007 9.439.016 280.290 280,30
2008 10.628.460 515.540 515,54
2009 6.161.722 164.820 164,82
2010 4.422.380 229.140 229,14
2011 4.349.411 126.900 126,90
2012 3.726.965 207.040 207,04
Total 1.905.350,00
Fonte: Autora.
4.3.1.6.3 Comparando as emissões contabilizadas
Através da contabilização das emissões de GEE provenientes das fontes de emissão
identificadas no diagnóstico energético – ano base 2012, identificou-se que as principais
emissões de GEE das atividades desenvolvidas provêm das fontes de combustão móvel,
principalmente da utilização de óleo diesel pelas empilhadeiras de grande porte. A figura 33
a seguir apresenta graficamente os resultados obtidos a partir da utilização da ferramenta do
Programa GHG Protocol.
Figura 33 – Estimativa de CO2e emitido no terminal portuário a partir dos dados de consumo de energia identificados na Abordagem Energética Global.
Fonte: Autora.
81
As empilhadeiras a Óleo Diesel e a Energia elétrica adquirida são as fontes de
emissão com maior significância, uma vez que suas emissões juntas contabilizaram cerca
de toneladas de CO2e emitidos no ano de 2012.
Figura 34 - Percentual de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e) no terminal portuário, no ano de 2012.
Fonte: Autora.
Por fim, pode-se dizer que o terminal portuário, em decorrência do uso e consumo de
energia, emitiu um total de 680,74 toneladas de CO2e. no ano de 2012.
4.3.1.7 Abordagem Energética por Área
Neste item foi abordado detalhadamente o consumo de energia elétrica do terminal
portuário, a partir dos registros de consumo de energia fornecidos pelo software Smart 32.
4.3.1.7.1 Área 1 – TECON
O consumo de energia elétrica do Terminal de Contêiner está estritamente ligado à
quantidade de containers refrigerados (reefer) que permanecem no pátio. Os containers que
necessitam de refrigeração em decorrência da natureza de sua carga ficam conectados às
tomadas reefer dos painéis elétricos existentes no pátio, conforme apresentado na figura 35.
82
Figura 35 - Bloco de tomadas para conexão dos containers reefer e painel de conexão elétrica dos mesmos.
Fonte: Autora.
Para melhor compreender a relação entre o consumo de energia elétrica no terminal
de contêineres e a quantidade de contêineres reefer ligados às tomadas, a figura 36 a seguir
apresenta os dados de consumo de energia elétrica no TECON obtidos pelo software Smart
32 de abril a novembro de 2012, bem como o número de containeres reefer que estiveram
armazenados e conectados à eletricidade no mesmo período.
Considerando que os containers reefer armazenados pelo terminal portuário não
seguem um padrão de eficiência energética, já que cada um possui características de
fabricação diferentes, consequentemente o consumo de energia pode variar em função
disso. No entanto, de modo geral, segundo Reefertec (2013), o consumo médio de energia
elétrica por container reefer é de cerca de 5kW/h.
83
Figura 36 – Consumo (MWh) e Custo (R$) total de energia elétrica no TECON entre os meses de abril e novembro de 2012.
Fonte: Autora.
É possível verificar que no mês de abril de 2012 (início das medições pelo Smart 32)
foi registrado o maior consumo de energia elétrica no setor TECON: cerca de 3,5 vezes
maior que o consumo registrado no mês de novembro. Quando estes dados de consumo
são comparados com o número de containers reefer que permaneceram no pátio,
conectados à energia elétrica, é possível verificar que este comparativo não é proporcional,
já que abril teve somente 1,7 vezes mais contêineres que novembro. O fato é explicado
pelos horários no qual os contêineres permaneceram ligados à eletricidade: em abril, os
84
contêineres permaneciam ligados sem interrupção, ou seja, passavam todas as noites
consumindo energia (horário de ponta).
No mês de abril de 2012 foi então registrado o maior consumo de energia elétrica em
horários de ponta (das 18h às 6h), enquanto que a partir de maio foi adotada a prática de se
desligar os contêineres nos horários de ponta com vistas à redução do custo com energia,
que neste horário é muito maior (5,88 vezes mais), conforme já observado na figura 36. O
procedimento de desligamento dos containers influenciou significativamente no consumo,
porém torna-se necessário avaliar por profissional competente se esta prática prejudica a
qualidade do produto armazenado, já que o mesmo deve ser mantido em condições de
refrigeração constante.
Para melhor compreensão dos motivos desta prática, as figuras 37 e 38 apresentam
os dados de consumo e custo em horários de ponta e fora de ponta no TECON, entre abril e
novembro de 2012. É importante destacar que tais dados estão mais bem detalhados no
Apêndice III, com valores em kWh.
Figura 37 - Consumo de energia elétrica (MWh) em horários de ponta e fora de ponta no TECON, entre os meses de abril e novembro de 2012.
Fonte: Software SMART 32, 2012.
85
Figura 38 - Custo com energia elétrica (R$) em horários de ponta e fora de ponta no TECON, entre os meses de abril e novembro de 2012.
Fonte: Autora.
4.3.1.7.2 Área 2 – Armazéns I e II
Através de dados obtidos com o setor de Recursos Humanos, se verificou que nos
Armazéns I e II existem um total de 54 funcionários trabalhando, os quais utilizam a energia
elétrica da referida área.
O consumo de energia elétrica registrado pelo software Smart 32 na área dos
Armazéns está estritamente ligado à iluminação utilizada neste ambiente, operação da
Estação de Tratamento de Efluentes bem como para o carregamento de baterias das
empilhadeiras elétricas, este último conforme apresentado na figura 39.
86
Figura 39 - Local para carregamento de baterias utilizadas nas empilhadeiras elétricas.
Fonte: Autora.
Figura 40 - Consumo de energia elétrica em (MWh) nos Armazéns I e II entre os meses de abril e novembro de 2012, de acordo com o software Smart 32.
Fonte: Autora.
As figuras 41 e 42 a seguir demonstram os dados de consumo e custo de energia
elétrica em horários de ponta e fora de ponta nos Armazéns. É possível perceber que o
consumo nos horários de ponta manteve uma média de 5,85 MWh, variando pouco entre os
meses contabilizados. Comparando os gráficos de Consumo e Custo, verifica-se claramente
o quanto o custo nos horários de ponta é elevado, de modo que mesmo com um consumo
bem mais baixo do que aquele registrado nos horários fora de ponta, o custo se aproxima
bastante do custo de fora de ponta. Isto possibilita concluir que pequenas ações para
87
redução do consumo em horário de ponta podem reduzir significativamente o custo por sua
utilização.
Figura 41 - Consumo de energia elétrica (MWh) dos Armazéns I e II entre os meses de abril e novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.
Fonte: Autora.
Figura 42 - Custo (R$) com energia elétrica com os Armazéns I e II entre os meses de abril e
novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.
Fonte: Autora.
88
4.3.1.7.3 Área 3 – Prédio Administrativo
Neste item serão apresentados os dados de consumo de energia elétrica registrados
no Prédio Administrativo pelo software Smart 32, em MWh. Os dados de consumo estão
também apresentados no Apêndice III, em kWh.
Figura 43 - Consumo de energia elétrica, em MWh, registrado pelo software Smart 32 entre abril e
novembro de 2012.
Fonte: Autora.
Figura 44 - Consumo de energia elétrica do prédio administrativo registrado pelo software Smart 32, entre os meses de abril a novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.
Fonte: Autora.
89
Figura 45 – Custo com energia elétrica do prédio administrativo registrado pelo software Smart
32, entre os meses de abril e novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.
Fonte: Autora.
Verifica-se através da figura 45 que o consumo de energia elétrica registrado no
horário de ponta foi bem menor que o registrado em horário fora de ponta, considerando que
os funcionários trabalham das 7:45h às 17:45h. Porém, é importante dizer que a quantidade
de energia utilizada na ponta representa um custo alto para a empresa, e qualquer
minimização de desperdícios pelo uso de equipamentos elétricos nesta área pode significar
uma boa redução de custo para a organização. O item 4.3.2.6.4 deste trabalho abordará
com maior detalhamento as observações realizadas quanto à má utilização de energia pelos
funcionários, no Prédio Administrativo.
4.3.1.7.4 Comparando o consumo entre as áreas analisadas
Com base nos dados de consumo de energia registrados pelo software Smart 32
para as áreas de consumo de energia elétrica no terminal portuário, é possível realizar um
comparativo do total contabilizado pelo software com o valor registrado pelas faturas da
CELESC. Este comparativo é extremamente válido para discutir a eficácia do equipamento,
já que este foi instalado para o monitoramento do consumo, visando a realização de
comparações futuras após a realização de melhorias de desempenho energético. Ou seja, o
equipamento é uma base de dados para a comparação da linha de base com o período pós
retrofit.
90
Conforme apresentado na tabela 22, o total contabilizado entre abril e novembro de
2012 pelo software Smart 32 nas áreas que utilizam a energia não equivale ao total
contabilizado pela CELESC no mesmo período. O software instalado não contabilizou boa
parte da energia consumida no terminal portuário, porém nos meses de outubro e novembro
de 2012 o software registrou um consumo maior que aquele contabilizado pela CELESC.
O consumo de energia contabilizado pela CELESC no mês de outubro foi muito
menor do que o consumo dos demais meses do ano (cerca de 90% a menos), conforme já
discutido no item Abordagem Global. Para tentar entender estes dados, pode-se comparar o
consumo com o número de contêineres reefer armazenados, já que são eles os maiores
consumidores de energia no terminal portuário. Verificando estes dados (figura 36), sabe-se
que o número de containers reefer foi muito menor que os demais meses, porém não
explica o baixo consumo do mês. Considerando um consumo médio de 5kW por contêiner
reefer de acordo com dados da Reefertec (2013), teoricamente deveria ter sido
contabilizado somente no TECON, um consumo de pelo menos 101.520 kWh pela CELESC,
em um total de 12 horas por dia em 22 dias do mês de novembro (segunda a sexta).
Tabela 22 - Consumo registrado pelo software Smart 32 em comparação com o consumo registrado pela CELESC.
Fonte: Autora.
De modo geral, não se pode concluir o motivo pelo qual a energia não foi
contabilizada, já que se faz necessário uma investigação detalhada por profissionais da
área, para identificar falhas no sistema elétrico conectado aos medidores do Smart 32.
Embora assim, pode-se destacar que os dados do período analisado não conferem
confiabilidade como linha de base para posteriores análises em um SGE, já que apresentam
erros de medida e devem ser avaliados com maior detalhamento pela empresa.
Mês Consumo
TECON (MWh)
Consumo Armazéns I e
II (MWh)
Consumo PA (MWh)
Consumo total (MWh) - Software
Smart 32
Consumo total (MWh) - CELESC
Energia não contabilizada
(MWh)
abr/12 327,19 57,21 11,97 396,36 427,30 30,93
mai/12 173,23 53,13 8,76 235,12 303,00 67,88
jun/12 167,23 52,14 9,73 229,10 248,51 19,41
jul/12 157,81 49,20 8,75 215,76 226,01 10,25
ago/12 176,02 47,96 10,60 234,57 256,84 22,27
set/12 165,37 47,28 9,51 222,16 377,00 154,85
out/12 104,51 48,79 11,02 164,31 38,68 -125,64
nov/12 178,78 92,00 11,67 282,45 178,78 -103,67
91
4.3.1.8 Abordagem Energética Detalhada do Prédio Administrativo
4.3.1.8.1 Diagnóstico dos equipamentos elétricos utilizados
Dados de Potência instalada
Foram listados todos os equipamentos existentes no Prédio Administrativo que
contribuem diretamente com o consumo de energia elétrica de seus setores. A partir do
levantamento de equipamentos e de seus dados de potência, foram verificados quais
setores possuem maior potência instalada no prédio administrativo. Foram contabilizados os
seguintes dados de potência instalada: (a) potência total instalada (kW); (b) potência
instalada em iluminação (kW), que considera a potência total das lâmpadas existentes bem
como a potência do reator destas lâmpadas, considerando que são todas do modelo
fluorescente tubular; (c) potência total instalada de ar condicionado (kW); e (d) potência
total instalada de computadores (kW).
Os resultados, melhor detalhados no Apêndice IV, permitiram verificar que os setores
que possuem maior potência instalada de equipamentos elétricos é o Setor Comercial do 1º
piso, seguido pelo Kit Festa, do 2º piso. O setor comercial possui uma potência total
instalada de 135,37 kW, enquanto o setor Kit Festa possui 77,33 kW. De fato, são os
setores com maior número de computadores, ar condicionados e com maior número de
funcionários.
O setor comercial possui uma potência instalada de ar condicionado de 112,54 kW
(83% de toda sua potência instalada) e potência total instalada de computadores de 9.72kW.
O setor Kit Festa, por sua vez, possui potência instalada de ar condicionado de 70,34kW e
potência total de computadores de 2,45kW.
Com relação à potência em iluminação, o setor que possui maior potência instalada é
também o setor comercial do 2º piso (9,38kW), seguido pelo Refeitório (3,04kW). Embora
com grande potência em iluminação, é preciso verificar se os níveis de iluminância estão
adequados ao ambiente, e, para propor melhorias, é necessário conhecer as potências
atualmente existentes e assim pesquisar lâmpadas que apresentem maior eficiência
luminosa, ou seja, o mesmo nível de iluminação com um menor consumo de energia.
Equipamentos classificados pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem
Nesta etapa do trabalho também foram verificados se os equipamentos elétricos
existentes em cada ambiente são equipamentos classificados pelo pelo PBE com a Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia (ENCE) ou se possuem o Selo PROCEL. Tais dados
92
foram verificados a partir da listagem de equipamentos dos referidos Programas, disponíveis
no website da Eletrobrás (ELETROBRAS, 2012) e do CONPET (CONPET, 2012).
Dentre todos os equipamentos existentes, apenas 6 ar condicionados do total de 32,
possuem a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia, os quais são classificados como
“B”. Também se verificou que os chuveiros existentes no setor Vestiário (Térreo) possuem a
ENCE, estando por ela identificados como classe “D”.
4.3.1.8.2 Diagnóstico das características do ambiente
Para melhor compreender a situação quanto aos aspectos de iluminação, ventilação
e setorização elétrica dos setores do Prédio Administrativo, foram então realizadas
medições de iluminância e observações in loco dos ambientes.
Medições de iluminância
De acordo os procedimentos descritos pela NBR 5413 foram realizadas as medições
nas áreas existentes do Prédio Administrativo, em quatro horários distintos (10h, 12:30h,
15h e 19:30h), de modo que o valor médio das medições realizadas foram comparados com
os valores mínimos determinados pela referida NBR, para cada tipo de ambiente. Os
resultados das medições realizadas estão descritos nas tabelas 23, 24 e 25 e ilustrados nas
figuras 46, 47 e 48.
Térreo: A tabela 23 apresenta os valores médios de iluminância obtidos com base
nas medições realizadas nos setores do pavimento térreo do Prédio Administrativo.
93
Tabela 23 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413 para cada tipo de ambiente.
SETOR Iluminância média medida Iluminância NBR
Almoxarifado 624 500
Sala Treinamento 397 500
Hall PA 1 1088 100
Cozinha* 542 500
Refeitório* 733 300
PCS 276 500
Vigilância 408 500
Vestiário 368 200
Fonte: Autora.
Verificou-se que dentre os setores existentes no pavimento térreo do Prédio
Administrativo os setores: Sala de Treinamento, PCS e Vigilância encontram-se em
desacordo com os valores mínimos exigidos pela NBR 5413 para iluminação do ambiente
(figura 48), sendo necessária a adequação da iluminação destes locais para que se possa
assegurar o conforto lumínico aos trabalhadores do local.
94
Figura 46 - Distribuição da iluminância média medida em comparação com a NBR 5413, de modo que em vermelho são aqueles em desacordo com a norma e em verde os que estão de acordo com a mesma - Setores no pavimento térreo do Prédio Administrativo.
Fonte: Autora.
95
1º piso: A tabela 24 apresenta os valores médios de iluminância obtidos com base
nas medições realizadas nos setores do 1º piso do Prédio Administrativo.
Tabela 24 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413 para cada tipo de ambiente.
SETOR Iluminância média medida Iluminância NBR 5413
Arquivo 1 322 300
Sala Reunião 1 236 200
Copa 2018 200
WC Fem 1 770 200
WC Masc 1 758 200
CPD/CFTV 656 500
Hall PA 1 406 100
Comercial 523 500
WC Fem 2 672 200
WC Masc 2 671 200
Sala Reunião 2 399 300
Sala Reunião 3 390 200
Hall PA 2 421 100
Fonte: Autora.
Verificou-se que todos os setores do 1º piso do Prédio Administrativo estão com
níveis de iluminação de acordo com os valores mínimos exigidos pela NBR 5413 para
iluminação do ambiente (figura 47), não sendo necessária a adequação da iluminação
destes locais tomando como critério o conforto lumínico dos trabalhadores.
96
Figura 47 - Distribuição da iluminância média medida em comparação com a NBR 5413 - Setores do 1º piso do Prédio Administrativo.
Fonte: Autora.
97
2º piso: A tabela 25 apresenta os valores médios de iluminância obtidos com base
nas medições realizadas nos setores do 2º piso do Prédio Administrativo.
Tabela 25 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413 para cada tipo de ambiente.
Fonte: Autora.
Verificou-se que dentre os setores existentes no 2º piso do Prédio Administrativo os
setores: PVA, Arquivo RH, Kit Festa, Meio Ambiente e Sala Gerência encontram-se em
desacordo com os valores mínimos exigidos pela NBR 5413 para iluminação do ambiente
(figura 48), sendo necessária a adequação da iluminação destes locais para que se possa
assegurar o conforto lumínico aos trabalhadores do local.
SETOR Iluminância média medida Iluminância NBR 5413
PVA 393 500
Hall PA 1 445 100
WC Masc 1 784 200
Vestiário PVA 1787 200
WC Fem 1 785 200
Arquivo RH 255 300
Telefonia 355 200*
Hall PA 2 427 100
Kit Festa 431 500
RH 582 500
Meio Ambiente 482 500
Estoque 561 500
Comercial 628 500
Sala Café 747 200
Sala Reunião 2 435 200
Sala Gerência 493 500
Circulação Gerência 561 500
WC Fem 2 959 200
WC Masc 2 968 200
Hall PA 331 100
Sala Reunião 1 411 200
98
Figura 48 - Distribuição da iluminância medida em comparação com a NBR 5413, de modo que em vermelho são aqueles em desacordo com a norma e em verde os que estão de acordo com a mesma - Setores no 2º piso do Prédio Administrativo.
Fonte: Autora.
99
Determinação do Índice de Eficiência Energética do Ambiente - IEEA
A partir da verificação das características de cada ambiente do PA quanto ao
tamanho das janelas, orientação geográfica das janelas, existência de persianas, ventilação
cruzada, atendimento à NBR 5413, e cor das janelas/piso/teto, foram obtidos os IEE para
cada ambiente analisado, conforme apresentado pela figura 49 e Apêndice V. A tabela 26
identifica os setores analisados por siglas, para facilitar a apresentação dos dados.
Tabela 26 - Sigla fornecida aos setores do PA para melhor verificação do IEE.
Pavimento
Setor
Sigla
Térreo
Almoxarifado TA
Sala Treinamento TB
Hall PA 1 TC
Cozinha TD
Refeitório TE
PCS TF
Vigilância TG
Vestiário TH
1º piso
Arquivo 1ª
Sala Reunião 1 1B
Copa 1C
WC Fem 1 1D
WC Masc 1 1E
CPD/CFTV 1F
Hall PA 1 1G
Comercial 1H
WC Fem 2 1I
WC Masc 2 1J
Sala Reunião 2 1K
Sala Reunião 3 1L
Hall PA 2 1M
2º piso
PVA 2ª
Hall PA 1 2B
WC Masc 1 2C
Vestiário PVA 2D
WC Fem 1 2E
Arquivo RH 2F
Telefonia 2G
Hall PA 2 2H
Kit Festa 2I
RH 2J
Meio Ambiente 2K
Estoque 2L
Comercial 2M
Sala Café 2N
Sala Reunião 2O
Sala Gerência 2P
Circulação Gerência 2Q
WC Fem 2 2R
WC Masc 2 2S
Sala Reunião 1 2T
100
Fonte: Autora.
Figura 49 - Índice de eficiência energética dos ambientes do Prédio Administrativo, com base
nas características do ambiente de cada um.
Fonte: Autora.
Os índices de eficiência energética obtidos possibilitam verificar que os setores com
melhores condições para o aproveitamento de iluminação e ventilação natural são os
setores Comercial (1H), Cozinha (TD), Vestiário (TH), Copa (1C) e Vestiário PVA (2D), já
que apresentaram os melhores índices de eficiência energética de ambiente, com valores
acima de 2,0. Os setores com melhores IEEAs apresentaram melhores condições de
iluminação e ventilação, porém isto não significa que não seja importante discutir quais as
possibilidades de melhoria que eles apresentam.
Nível “A”
Referente aos setores que apresentaram IEEA com valores, classificados com IEEA
nível “A”, verificou-se que:
101
Tamanho das janelas:
- Dos 4 setores classificados como nível A, apenas o setor Copa (1C) possui janela
com área igual ou maior que 70% da área da parede;
- O setor que possui janelas com tamanho entre 30% e 50% é a Cozinha (TD);
- Os setores que possuem janelas com tamanho de área igual ou menor que 30% da
área da janela são: Vestiário (TH), Comercial (1H) e Vestiário PVA (2D).
Orientação geográfica das janelas:
- Norte: Copa (1C) e o Vestiário PVA (2D).
- Leste e Oeste: Cozinha (TD), Vestiário (TH) e Comercial (1H).
Persianas nas janelas: dos setores classificados como “A” somente a cozinha não
possui persianas nas janelas.
Ventilação cruzada: Apenas 2 dos 4 setores possuem ventilação cruzada: Vestiário
(TH) e Comercial (1H), sendo que a Copa (1C) e o Vestiário PVA (2D) não possuem
ventilação cruzada em seu ambiente.
Atendimento à NBR 5413: todos os setores classificados como “A” atendem os
valores mínimos de iluminância definidos pela NBR 5413.
Cor das paredes: 100% dos setores classificados como “A” possuem paredes com
cor clara;
Cor do piso: 2 dos 4 setores classificados como “A” possuem piso com cor média:
Vestiário (TH) e Comercial (1H).
Cor do teto: apenas o setor Comercial (1H) possui teto pintado com cor média
(cinza e branco).
Nível “B”
Referente aos setores que apresentaram IEEA com valores , classificados com IEEA
nível “B”, verificou-se que:
Tamanho das janelas:
- Dos 24 setores classificados como nível C, apenas o setor Meio Ambiente possui
janela com área igual ou maior que 70% da área da parede;
- Apenas 5 setores possuem janelas com tamanho entre 30% e 50%: Almoxarifado
(TA), Sala Treinamento (TB), Cozinha (TD), PCS (TF) e PVA (2A);
- 18 setores possuem janelas com tamanho de área igual ou menor que 30% da área
da janela: Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B), WC Fem 1 (1D), WC Masc 1 (1E), WC Fem
(2C), WC Fem 1 (2E), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Estoque (2L),
Comercial (2M), Sala Café (2N), Sala Reunião 2 (2º), Sala Gerência (2P), WC Fem 2 (2R),
WC Masc 2 (2S).
102
Orientação geográfica das janelas:
- Norte: apenas os banheiros WC Fem 1 (1D), WC Masc 1 (1E), WC Fem 2 (1I), WC
Masc 2 (1J), WC Masc 1 (2C), WC Fem 1 (2E).
- Leste: Almoxarifado (TA), Refeitório (TE), PVA (2A), Sala Café (2N), , Sala Reunião
2 (2O), WC Fem 2 (2R) e WC Masc 2 (2S).
- Oeste: Sala Treinamento (TB), PCS (TF), Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B),
Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), RH (2J), Estoque (2L), Comercial (2M), Sala
Gerência (2P).
Ventilação cruzada: Apenas 2 dos 24 setores possuem ventilação cruzada, embora
ela não seja utilizada no setor.
Atendimento à NBR 5413: 7 dos 24 setores classificados como “B” não atendem
aos níveis de iluminância mínimos definido pela NBR 5413: Sala Treinamento (TB), PCS
(TF), PVA (2A), Arquivo RH, Kit Festa (2I), Meio Ambiente (2K) e Sala Gerência (2P).
Cor das paredes: 100% dos setores classificados como “B” possuem paredes com
cor clara;
Cor do piso: 14 dos 24 setores classificados como “B” possuem piso com cor
média: Almoxarifado (TA), Sala Treinamento (TB), PCS (TF), Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1
(1B), PVA (2A), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Meio Ambiente (2K), Estoque
(2L), Comercial (2M), Sala Café (2N) e Sala Reunião 2 (2O).
Cor do teto: 11 dos 24 setores possuem teto com cor média: Almoxarifado (TA),
PCS (TF), Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa
(2I), Meio Ambiente (2K), Estoque (2L), Comercial (2M), Sala Café (2N).
Nível “C”
Referente aos setores que apresentaram IEEA com valores mais baixos,
classificados com IEEA “C”, verificou-se que:
Existência de janelas/ventilação cruzada: 100% deles não possui janelas nem
ventilação cruzada, o que consequentemente os impede de aproveitar a iluminação e
ventilação natural;
Atendimento à NBR 5413: 11 dos 12 setores classificados como “C” atendem aos
níveis de iluminância pela NBR 5413, estando apenas o setor Vigilância com valores abaixo
dos mínimos exigidos pela Norma;
Cor das paredes: 9 dos 12 setores classificados como “C” possuem paredes com
cor clara, enquanto os setores Sala Reunião 1 (1B), Sala Reunião 2 (1L) e Circulação
Gerência (2Q) possuem paredes pintadas com cores médias;
103
Cor do piso: apenas 2 setores possuem piso com cor clara, enquanto os setores
Hall PA 1 (TC), Vigilância (TG), CPD/CFTV (1F), Hall PA 1 (1G), Sala Reunião 2 (1K), Sala
Reunião 3 (1L), Hall PA 2 (1M), Hall PA 1 (2B), Hall PA 2 (2H) e RH (2J) possuem piso com
cores médias, o que representa uma possibilidade de melhoria.
Cor do teto: 8 dos 12 setores possuem cor clara, porém os setores Sala Reunião 1
(1B), Sala Reunião 2 (1L), RH (2J) e Sala Reunião 1 (2T) possuem cor média para o teto, o
que implica em uma menor refletância e consequentemente menor iluminância do ambiente.
Para melhor compreender e discutir sobre as características de cada ambiente, os
dados do índice de eficiência energética foram confrontados com os dados obtidos com a
aplicação do questionário com os funcionários, na qual os mesmos avaliam as
características do ambiente em que trabalham, quanto à iluminação e ventilação, entre
outros fatores. A partir da realização de um comparativo com a opinião dos funcionários, foi
possível priorizar melhorias nos ambientes avaliados.
4.3.1.8.3 Diagnóstico da percepção dos funcionários
Conforme já mencionado, foram entrevistados 195 funcionários de um total de 306
que trabalham no Prédio Administrativo de acordo com questionário apresentado no
Apêndice VI. Os resultados da pesquisa realizada encontram-se nas figuras 50 a 65.
Perfil dos entrevistados
Figura 50 - Perfil dos funcionários entrevistados do prédio administrativo.
Idade Sexo
Fonte: Autora.
104
Figura 51 - Perfil dos funcionários entrevistados do prédio administrativo.
Escolaridade:
Tempo em que trabalha na empresa:
Fonte: Autora.
Os dados obtidos com a aplicação do questionário permitiram verificar que, quanto
ao perfil dos funcionários, a maior parte dos entrevistados possui entre 21 e 30 anos (52%),
é do sexo feminino (68%) e possui como escolaridade ao menos o ensino superior
incompleto (55%), sendo 4% com superior completo e 14% dos entrevistados com pós
graduação, o que confere que os funcionários possuem, em sua maioria, um bom grau de
instrução.
Com relação ao tempo em que trabalham na empresa, a maior parte dos
entrevistados trabalha a menos de 5 anos na empresa (62%), sendo que destes, 33%
trabalha a menos de 1 ano e 29% trabalham entre 2 a 5 anos. Apenas uma pequena parcela
dos entrevistados trabalha a mais de 10 anos no terminal portuário.
Avaliação dos entrevistados quanto à iluminação artificial
105
Figura 52 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.
Na sua opinião quanto a iluminação artificial do setor, esta é:
No que se refere à localização das lâmpadas, esta é:
Fonte: Autora.
A maior parte dos entrevistados considera a iluminação artificial de seu ambiente de
trabalho satisfatória (87%), enquanto 8% consideram excessiva e 5% disseram que a
iluminação artificial é insatisfatória. Realizando um comparativo entre a percepção dos
funcionários e os valores obtidos com a medição da iluminância dos ambientes do PA,
verifica-se que:
- Da parcela dos entrevistados que consideraram a iluminação artificial como
excessiva, 70% trabalham na cozinha e refeitório. Nestes ambientes, observou-se que os
valores de iluminância estão, de fato, acima dos valores mínimos exigidos pela NBR 5413.
O refeitório apresentou valores de iluminância bem maiores que o especificado pela norma,
conforme é possível verificar na tabela 23. Isto pode explicar o fato dos funcionários
considerarem a iluminação deste ambiente como excessiva.
- Da parcela de entrevistados que consideraram a iluminação artificial como
insatisfatória (5%), 60% são do setor PCS, 20% do setor Kit Festa e 20% do setor comercial
(1º piso). Em comparação com os valores de iluminância obtidos com as medições, verifica-
106
se que os setores PCS e Kit Festa não atendem os limites mínimos exigidos pela NBR 5413,
o que explica a opinião dos funcionários quanto a este questionamento. Apenas o setor
comercial atende ao valor mínimo exigido pela norma.
Sobre a localização das lâmpadas, 72% considera como adequada, 25% como
regular e apenas 3% considera a localização ruim. Dentre os entrevistados que consideram
a localização das lâmpadas como ruim, 33,3% trabalham no setor PCS, 33% no Comercial
(1º piso) e 33% no setor de Meio Ambiente.
Avaliação dos entrevistados quanto à iluminação natural
Figura 53 – Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.
A iluminação natural produz ofuscamento aos olhos dos funcionários?
Em caso afirmativo, o ofuscamento ocorre aproximadamente em qual horário?
Fonte: Autora.
É possível analisar que, na opinião da maior parte dos funcionários entrevistados
(58%), a iluminação natural do ambiente não produz ofuscamento, enquanto 44%
responderam que sim. Com base nos dados do questionário, verifica-se que os funcionários
que responderam que sim são dos setores: comercial (1H), Kit Festa (2I), PCS TF), Estoque
(2L), Meio Ambiente (2K) e Comercial (2M). Quanto questionados sobre o horário
aproximado do ofuscamento, percebe-se que 67% afirma ocorrer no período da manhã,
107
enquanto 33% afirma ocorrer no período da manhã. O ofuscamento no período da tarde se
dá nos setores com orientação geográfica das janelas para oeste - Meio Ambiente (2K),
Comercial (1H) e Estoque (2L), enquanto naqueles com orientação geográfica para leste
ocorre ofuscamento no período da manhã - Kit Festa (2I) e Comercial (1H).
Para melhor compreender estes dados e identificar possibilidades de melhoria, é
possível relacionar os mesmos com a existência ou não de persianas. A partir dos dados de
característica do ambiente obtidos, verifica-se que os setores na qual os funcionários
apontaram ter ofuscamento pela iluminação possuem persianas, o que os dá condições
para controlar melhor a incidência da iluminação natural no ambiente. Verificou-se ainda
que, além de persianas, tais setores possuem película nas janelas, o que possibilita menor
incidência de iluminação natural no ambiente.
Figura 54 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.
Na sua opinião as janelas possuem tamanho adequado à área da sala?
Seu local de trabalho (mesas e computadores) está posicionado perpendicular às janelas?
Fonte: Autora.
Quando questionados se consideram o tamanho das janelas adequado ao tamanho
da sala em que trabalham, 69% responderam que sim, enquanto 31% fizeram observações
de que o tamanho das janelas poderia ser maior. Os funcionários que consideraram o
108
tamanho das janelas inadequado ao tamanho da sala são dos setores Almoxarifado (TA),
Cozinha (TD), PCS (TF), Vestiário (TH), PVA (2A) e Comercial (1H).
Realizando um comparativo com as observações realizadas in loco, verifica-se que
dentre os setores considerados pelos entrevistados como tendo tamanho de janelas
inadequado á área da parede, o setor Vestiário, possui janelas com área menor ou igual a
30% com relação à área da parede que ocupam, e os demais setores considerados pelos
entrevistados possuem janelas com área maior que 30% e menor que 50% com relação à
área da parede que ocupam.
Figura 55 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.
Você considera que seu equipamento de trabalho está localizado em local adequado da sala?
Fonte: Autora
De acordo com os resultados do questionário aplicado, a maior parte dos
entrevistados 99% acreditam que seu equipamento de trabalho está localizado em local
adequado da sala, porém 23% dos entrevistados responderam que seu equipamento de
trabalho não está posicionado perpendicular às janelas, que, de acordo com Gozlan (2012)
não é o ideal. Para evitar o ofuscamento pela iluminação natural, e assim ter condições para
o melhor aproveitamento da mesma, o posicionamento dos equipamentos de trabalho deve
estar perpendicular a uma janela ou lâmpada, para evitar que os olhos se ajustem a
diferentes intensidades luminosas e evitar reflexos na tela (GOZLAN, 2012).
109
Figura 56 - Opinião dos entrevistados quanto ao conforto visual no ambiente.
Alguma vez houve a discussão sobre a disposição do mobiliário no local de trabalho?
Em caso afirmativo, foi devido à insuficiência de conforto visual?
Fonte: Autora.
A partir dos dados obtidos, percebe-se que 89% dos entrevistados disse nunca ter
ocorrido uma discussão sobre a disposição do mobiliário no local de trabalho, sendo que
apenas 11% afirma já ter ocorrido. Os que afirmaram já ter ocorrido discussão sobre a
disposição do mobiliário, quando questionados se foi devido à insuficiência de conforto
visual, responderam que não (100%).
Avaliação dos entrevistados quanto à ventilação natural do ambiente
110
Figura 57 - Opinião dos entrevistados quanto às condições de ventilação no ambiente.
Fonte: Autora.
Os resultados obtidos com o questionário referente à ventilação natural permitiram
verificar que a maior parte dos ambientes do prédio administrativo (69%) não possui acesso
para ambientes externos, enquanto apenas (31%) possuem, de acordo com a resposta dos
entrevistados. Realizando um comparativo com a sensação de ventilação natural dentro da
sala, verifica-se a maior parte dos entrevistados a classificam como satisfatória (80%),
mesmo em ambientes que não possuem acesso para ambientes externos.
Verificou-se que dos funcionários que responderam que a ventilação natural dentro
da sala é insatisfatória trabalham em setores que possuem janela com tamanho menor que
30% com relação à área da parede (Kit Festa e Estoque), em setores que não possuem
janelas: como CPD/CFTV e RH, o que explica a insatisfação com a ventilação natural, já
que tais ambientes não proporcionam as melhores condições para tal aproveitamento.
O corredor que dá acesso às salas é aberto para ambientes externos?
A ventilação natural dentro da sala, com as portas e janelas abertas, é:
111
Avaliação dos entrevistados quanto à ventilação mecânica do ambiente
Figura 58 - Opinião dos entrevistados sobre condições de ventilação mecânica no ambiente.
No setor onde você trabalha há ventilação mecânica?
A quantidade de ventiladores ou ar condicionados é:
Fonte: Autora.
Figura 59 - Opinião dos entrevistados sobre as condições de ventilação mecânica no ambiente.
A localização do ventilador ou ar condicionado é:
Fonte: Autora.
112
De acordo com a avaliação dos entrevistados quanto à ventilação mecânica no
ambiente em que trabalham, se percebe que 96% dos setores existentes no Prédio
Administrativo possuem ventilação mecânica, que no caso, caracteriza-se por aparelhos de
ar condicionado, conforme resultados obtidos a partir do levantamento de equipamentos
elétricos.
Dentre os entrevistados, 43% acredita que a quantidade de equipamentos existentes
para ventilação mecânica é adequada, 25% acredita que é insatisfatória e 5% considera
como excessiva. Quando questionados sobre a localização dos ventiladores ou ar
condicionados, 43% dos entrevistados afirmaram que é adequada, porém 37% acreditam
ser regular e 20% considera como ruim. Isto possibilita verificar que seria interessante que o
terminal portuário revisse a localização destes equipamentos, a fim de que todos os
funcionários se beneficiem da ventilação artificial existente quando houver necessidade de
utilização da mesma.
Avaliação dos entrevistados quanto à setorização elétrica
Figura 60 - Opinião dos entrevistados quanto à setorização elétrica no ambiente em que trabalham.
Existem interruptores para ligar-desligar lâmpadas, ventiladores e aparelhos de ar condicionado de forma setorizada no ambiente?
A localização de interruptores para ligar-desligar lâmpadas, ventiladores e aparelhos de ar condicionado é:
Fonte: Autora.
113
Figura 61 - Opinião dos entrevistados quanto à setorização elétrica no ambiente em que trabalham.
Você acredita que a instalação de sistemas de controles no ambiente em que trabalha pode ajudar no uso racional e eficiente de energia, economizando energia elétrica?
Fonte: Autora.
Os resultados do questionário quanto à avaliação dos funcionários sobre a
setorização elétrica do ambiente permitem verificar que 33% dos entrevistados responderam
não existir interruptores para desligar e desligar equipamentos de forma setorizada no
ambiente em que trabalham, sendo que a maior parcela dos entrevistados não acredita que
a setorização seja adequada.
Uma parcela de 43% dos entrevistados acredita que a setorização é adequada,
enquanto 41% considera regular e 16% considera inadequada. Isto possibilita identificar a
necessidade de revisão da setorização elétrica nos setores do Prédio Administrativo, já que
a setorização elétrica adequada possibilita melhor controle sobre a utilização de
equipamentos, como lâmpadas, por exemplo. Segundo PRUEN (2013), deve-se procurar
sempre a melhor divisão dos circuitos elétricos, de maneira que haja maior flexibilidade de
acionamento do sistema de acordo com as áreas ocupadas de cada ambiente, bem como
de acordo com a disponibilidade de luz natural.
Avaliação dos entrevistados quanto à importância do gerenciamento de energia
114
Figura 62 - Opinião dos entrevistados sobre a importância do gerenciamento de energia na empresa.
Na sua opinião, o gerenciamento de energia é importante para a empresa? Por quê?
Fonte: Autora.
Os resultados apresentados na figura 62 possibilitam verificar que o gerenciamento
de energia é visto por 99% dos entrevistados como algo importante para a empresa. É
importante destacar alguns comentários registrados pelos funcionários no questionário,
sobre o motivo pelo qual acreditam ser o gerenciamento de energia algo importante para a
empresa (quadro 8):
Quadro 8 – Resposta de alguns funcionários sobre o motivo pelo qual acreditam que o gerenciamento de energia é algo importante para a empresa.
A: “Ajuda no baixo consumo”.
B: "Vejo muitas lâmpadas acesas por falta de iluminação externa".
C: "Por que a energia tem alto custo e é um recurso limitado, por isso deve ser economizado para
garantir a continuidade dos processos que utilizar energia".
D: "Para redução de custos e a possibilidade de inclusão de novas formas de energia no dia-a-dia".
E: "Sim é muito importante termos esta conscientização, hoje as pessoas não colocam em prática,
saem e deixam o ambiente com a energia ligada".
F: "Porque gerenciando a energia consequentemente há economia para a empresa".
G: "A energia é um recurso escasso e caro, além de demandar muito do meio ambiente. Evitar
desperdício, reduzir seu consumo é fundamental".
H: "Para evitar custos, aproveitar a luz solar".
I: “Pois permite uma redução considerável dos custos para com isso haver investimento em outras
áreas".
J: "Há necessidade de conscientização dos funcionários, pois atualmente não há".
115
K: "Economia e produtividade dos funcionários".
L: "Pela economia em termos financeiros, preservação dos recursos naturais e pelo consumo
consciente de cada indivíduo".
M: "É importante pois além de reduzir custos para a empresa, contribui para a preservação dos
recursos naturais e melhor aproveitamento destes".
N: "Devido ao custo e benefício".
O: "Gostaríamos de receber palestra para entender melhor sobre este assunto".
Fonte: Autora.
Figura 63 – Opinião dos entrevistados quanto à realização formação referente ao tema Energia.
Você já participou de alguma formação (curso/palestra/seminário) voltada ao tema "Energia/Consumo de Energia" na empresa?
Fonte: Autora.
Figura 64 - Interesse dos entrevistados em participar de formação referente ao tema Energia.
Com relação à questão anterior, você gostaria de participar de alguma formação referente ao tema Energia?
Fonte: Autora.
116
É possível verificar que a maior parte dos funcionários entrevistados (88%) nunca
participou de alguma formação (curso/palestra/seminário) voltada ao tema Energia ou
Consumo de Energia na empresa. Foi verificado que aqueles que responderam já ter
participado de alguma formação trabalham há mais de 5 anos na empresa, sendo possível
identificar a necessidade de realização de novas palestras sobre o tema na empresa. Cerca
de 87% dos entrevistados afirmam ter interesse em participar de alguma formação referente
ao tema Energia, o que confere uma oportunidade de melhoria para a empresa a realização
de palestras, cursos ou seminários que abordem o tema.
Aspectos comportamentais dos entrevistados
Figura 65 - Avaliação dos entrevistados sobre seus aspectos comportamentais relacionados ao consumo de energia.
Quando sai para o almoço, você Quando a iluminação natural supre as desliga o computador? necessidades visuais, as lâmpadas
são desligadas?
Fonte: Autora.
Figura 66 - Avaliação dos entrevistados sobre seus aspectos comportamentais relacionados ao consumo de energia.
Quando a ventilação natural é satisfatória, o ventilador e o ar condicionado são desligados?
Fonte: Autora.
117
Para que se pudesse discutir os dados referente aos aspectos comportamentais dos
funcionários, realizou-se a observação in loco em diferentes horários, para verificação do
uso da iluminação e de computadores. Apenas os dados do questionário referente a
utilização de ar condicionado não serão confrontados com dados de observação in loco, já
que implicam em análises mais complexas sobre o conforto térmico do ambiente, para
verificar se o uso de ar condicionado ocorre sem a real necessidade.
4.3.1.8.4 Observação dos aspectos comportamentais dos colaboradores
Para verificar a veracidade das respostas dos funcionários quanto aos seus aspectos
comportamentais relacionados ao uso de computadores e iluminação, foram realizadas as
observações in loco nos setores nos diferentes horários.
Uso de computadores
Os resultados das observações realizadas quanto ao uso de computadores seguem
na tabela 27 a seguir.
Tabela 27 - Número de computadores ligados e em uso contabilizados nos horários das 10h, 12:30h, 15h e 19:30h no Prédio Administrativo.
Horário da Observação
Computadores Ligados
Computadores em uso
Desperdício
Computadores %
10h 258 212 46 18
12:30h 243 76 167 69
15h 258 231 27 10
19:30h 23 3 87 54
TOTAL 260
Fonte: Autora.
A partir das observações realizadas nos setores do prédio administrativo em
diferentes horários, foi possível contabilizar um total de 260 computadores que, durante
determinado período do dia permaneceram ligados sem utilização. Comparando este
resultado com os resultados do questionário elaborado com os funcionários, em que 59%
dos entrevistados responderam que não desligam seu computador no horário de almoço,
percebeu-se 69% dos computadores observados estavam ligados sem utilização enquanto
almoçavam.
118
Dos 167 computadores ligados sem utilização no horário de almoço, 20 possuem
modelo com potência de 0,3kW (Infoway/LG) e 147 possuem modelo com potência de
0,024kW (ThinClient), sem considerar a potência do monitor. Para que se possa traduzir em
valores de consumo de energia o que este dados representam, o quadro 9 apresenta os
dados de consumo pelo uso destes equipamentos em um dia, considerando o tempo de
almoço como 1 hora, e posteriormente o consumo ao longo de um mês, considerando uma
jornada mensal de 22 dias de trabalho.
Quadro 9 - Consumo diário e mensal calculados a partir do número de computadores ligados
sem utilização no horário de almoço.
Equipamento
Quantidade em uso
Potência por equipamento (kW)
Consumo diário (kWh)
Consumo mensal (kWh)
ThinClient
127
0,024
3,05
67,10
Desktop Infoway/LG
40
0,3
12,00
264,00
Total
167
-
15,05
331,10
Fonte: Autora.
De acordo com os cálculos realizados, o consumo de energia referente ao tempo em
que os computadores permaneceram ligados no horário de almoço em apenas um dia, foi
de 15,05 kWh. Ao longo de um mês, tomando como base o mesmo número de
computadores em desuso, este valor passa para 331,10 kWh. Calculando o custo que o
terminal portuário possui com este desperdício, considerando que entre 12:30h e 13:30h a
tarifa cobrada é referente ao horário fora de ponta, tem-se um custo de R$0,25 por kWh, o
que significa o desperdício de R$ 3,76 ao dia e R$ 82,77 ao longo de um mês.
Para verificar o consumo dos computadores que permaneceram ligados mesmo após
o término do expediente dos funcionários, também foram realizadas observações, no horário
das 19:30h, e as considerações sobre o modelo e a potência dos equipamento estão
apresentadas no quadro 10. É importante destacar que para cálculo do consumo,
considerou-se que os computadores permaneceram ligados das 19:30h às 7:30h, apenas
com o monitor em stand by, totalizando 12 horas do momento da observação ao horário de
início do expediente no dia seguinte. Para cálculo em escala mensal, também foram
considerados 22 dias de trabalho no mês, com 12 horas por dia.
119
Quadro 10 - Consumo diário e mensal calculados a partir do número de computadores ligados sem utilização no horário pós expediente.
Equipamento
Quantidade em
uso
Potência unitária (kW)
Consumo total diário (kWh) – 12
horas
Consumo total mensal (kWh)
ThinClient
13
0,024
3,74
82,28
Desktop Infoway
7
0,03
2,52
55,44
Total
167
-
6,26
137,72
Nota: O consumo em standby (modo de espera dos computadores) foi desconsiderado nos cálculos realizados, já que a potência nestas condições é bastante reduzida.
Fonte: Autora.
De acordo com os cálculos realizados, o consumo de energia referente ao tempo em
que os computadores permaneceram ligados entre o as 19:30h e o horário de início do
próximo expediente (total de 12 horas) em apenas um dia, foi de 6,26 kWh. Ao longo de um
mês, tomando como base os mesmo número de computadores em desuso, este valor passa
para 137,72 kWh.
Calculando o custo que o terminal portuário possui com este desperdício pós
expediente, considerando que entre 19:30h às 07:30h a tarifa é cobrada das 19:30h às 6h
como horário de ponta e das 6h às 7:30h como horário fora de ponta, tem-se tarifa cobrada
a R$1,47 por kWh durante 10,5 horas e tarifa a R$0,25 por kWh durante 1,5 horas. o que
significa um custo total de R$ 1,71 ao dia e R$ 37,62 ao longo de um mês.
Em comparação com o consumo e o custo mensal do terminal portuário, estes
valores podem parecer em um primeiro momento parecer insignificantes, porém, somando-
se o custo com computadores ligados sem utilização em horários de meio dia e pós
expediente, tem-se um total de R$ 120,39, o que significa um custo mensal desnecessário à
empresa, e que poderia ser aplicado, por exemplo, em projetos de eficiência energética.
Com a redução do desperdício, o valor que antes era custo pode ser convertido em
investimento, com melhorias na eficiência energética do setor. O investimento em eficiência
energética no Prédio Administrativo pode então, contribuir com uma redução ainda maior do
consumo de energia elétrica.
Além do custo associado ao consumo, há de se considerar que com a redução do
desperdício observado nos horários de almoço e pós expediente, ao longo de um mês, tem-
se uma economia de 468,82 kWh, o que significa que a organização deixaria de emitir,
indiretamente, 0,05 toneladas de CO2e por mês e ao longo de um ano, um total de 0,66
toneladas de CO2e.
120
Uso da iluminação artificial
Ao realizar a observação sobre o uso da iluminação artificial no Prédio
Administrativo, verificou-se que em alguns ambientes ocorre o desperdício de energia por
consequência dá má setorização de circuitos elétricos. A falta de setorização adequada
possibilita que alguns ambientes permaneçam com as lâmpadas acesas mesmo em
momentos em que elas poderiam estar apagadas.
A observação dos ambientes no horário de almoço permitiu verificar que locais como
Estoque, Comercial e Sala de Café permaneceram com as lâmpadas acesas mesmo que
funcionários não estivessem utilizando o ambiente, pois seus circuitos não estão bem
setorizados, ou seja, ambos estão conectados à iluminação de outros setores que naquele
momento utilizavam a iluminação.
Em comparação com os dados do questionário, verificou-se que dos entrevistados
que consideram a setorização inadequada, 29% são dos setores Estoque, 22% do setor Kit
Festa e 14% do setor Comercial, o que confere a percepção dos funcionários destes setores
para o problema de setorização observado. Também foi verificado que os 16% de
entrevistados que consideram a localização dos interruptores como ruim também são dos
setores Estoque, Kit Festa e Comercial.
4.3.2 Identificação e priorização de oportunidades de melhoria
Considerando todos os aspectos analisados na Revisão Energética, foi possível
identificar possibilidades de melhoria quanto ao uso e consumo de energia do terminal
portuário nos seguintes itens:
a) Sistema Smart 32 – Adequação do sistema para que se possa obter dados
confiáveis de consumo de energia nas áreas do terminal portuário;
b) Prédio Administrativo - Melhoria nos acabamentos internos da edificação visando
o melhor aproveitamento da iluminação natural;
c) Melhorias quanto à setorização de circuitos no Prédio Administrativo, visando
melhor utilização da energia elétrica para iluminação artificial e redução de desperdícios;
d) Melhoria quanto aos equipamentos existentes no prédio administrativo, visando
utilizar equipamentos com maior eficiência energética, considerando que a maioria dos
equipamentos não são classificados pelo PBE nem possuem Selo Procel;
e) Redução do consumo de energia não renovável visando reduzir as emissões de
GEE;
121
f) Redução de consumo de energia elétrica em horários de ponta no Prédio
Administrativo, a partir da conscientização dos funcionários.
4.4 LINHA DE BASE ENERGÉTICA
Com base nas informações da revisão energética, foram considerados os dados do
do ano de 2012 como linha de base energética, já que este é o período na qual a empresa
possui dados sobre todas as fontes de energia consumidas em suas atividades. Sendo
assim, através do cálculo da média do consumo de energia no período considerado, obteve-
se a seguinte linha de base para todo o terminal portuário:
- Energia elétrica: 310.580 kWh/mês;
- Óleo diesel: 12,73 m³/mês;
- GLP: 1,62 t/mês.
4.5 INDICADORES DE DESEMPENHO ENERGÉTICO
Para que se possa compreender o desempenho energético do terminal portuário em
estudo e para que a empresa realize futuramente a comparação de dados entre o período
da linha de base e o período após a implantação de melhorias, caso sejam executadas,
desenvolveram-se os indicadores de desempenho energético, que neste item apresentam
os valores com base nos dados obtidos neste trabalho. Estes valores não serão
comparados com outra organização, haja vista que não se obtiveram dados de uma
empresa com características similares às do terminal portuário.
Os indicadores foram definidos de modo que possam ser atualizados pela
organização ao longo de sua operação, a fim de que a mesma possa comparar seu
desempenho ao longo do tempo, antes e depois da implantação de melhorias.
Nível 1 – Abrangência global
Os indicadores levaram em consideração a média de dados entre os meses de
janeiro a dezembro de 2012:
o Consumo de energia elétrica mensal por funcionário: Considerando que o
consumo médio de energia elétrica no período da linha de base foi de 310.580 kWh/mês e
122
que a média de funcionários em todo terminal portuário neste mesmo período foi de 411,
obteve-se como atual indicador 755,67kWh/funcionário.
o Custo de energia elétrica mensal por funcionário: 280,23 R$/funcionário.
o Consumo de energia mensal por área útil total: De acordo com a Licença
Ambiental de Operação da empresa a área útil de todo o terminal portuário é de 36.000m².
Sendo assim, obteve-se um indicador de 8,63kWh/m².
o Índice de fator de carga médio (fora de ponta): 0,27
o Índice de fator de carga médio (ponta): 0,1
o Índice de fator de potência: 0,98.
o Custo unitário da energia elétrica adquirida da concessionária: - Custo unitário
do Consumo Fora de Ponta: 0,27 R$/kWh e Custo unitário do Consumo em Horário de
Ponta: 1,41 R$/kWh.
o Quantidade de emissões totais de GEE4: 680,74 tCO2e
o Emissões diretas totais: 473,70 tCO2e
o Emissões indiretas (aquisição de energia elétrica): 207,04 tCO2e
o Índice de consumo de energia renovável: 67,96%
o Índice de consumo de energia não renovável: 32,04%
Nível 2 – Abrangência por área
Embora se tenha verificado que os dados registrados pelo software Smart 32 não
contempla todos os consumos de energia do terminal portuário, estando subestimados os
dados de cada área, foram identificados os valores de indicadores para posteriores
comparações da organização. É importante destacar que a razão entre o consumo anual
médio registrado pela CELESC e o consumo anual médio registrado pelo Smart 32 é um
indicador importante para a verificação da adequação dos medidores do referido software.
TECON:
o Consumo de energia elétrica médio (mensal) no período de abril a novembro/2012:
181.267 kWh
o Consumo de energia elétrica médio (mensal) por contêiner refrigerado: 77
kWh/unidade
o Custo de energia consumida média (mensal) por contêiner refrigerado: 21,35
R$/unidade;
4 Emissões de CO2e em 2012.
123
o Emissão média mensal de CO2e pelo consumo de energia elétrica registrado pelo
Smart 32: 11,84 tCO2e/mês
ARMAZÉNS (I e II):
o Consumo de energia médio (mensal) na área entre abril e novembro de 2012: 51.620
kWh
o Custo de energia médio (mensal) na área no ano de 2012: R$ 20.603,75
o Emissão média de CO2e pelo consumo de energia elétrica registrado pelo Smart 32:
3,37 tCO2e/mês
PRÉDIO ADMINISTRATIVO:
o Consumo de energia médio (mensal) na área entre abril e novembro de 2012: 10.250
kWh
o Consumo de energia elétrica médio (mensal) de todo o PA por funcionário: 30,23
kWh/funcionário;
o Custo de energia médio (mensal) de cada setor por funcionário trabalhando na
respectiva área: 21,68 R$/funcionário
o Consumo de energia elétrica médio (mensal) por área útil: 4,96 kWh/m²
o Emissão média de CO2e pelo consumo de energia elétrica registrado pelo Smart 32:
0,67 tCO2e/mês
Nível 3 – Abrangência detalhada – Prédio Administrativo
o Potência total instalada no PA: 466,45 kW
o Potência total em iluminação no PA: 40,34 kW
o Potência total em condicionamento do ar no PA: 325,91 kW
o Potência total de computadores no PA: 18,31 kW
o Indicadores de Desempenho Energético por setor do PA:
As tabelas 28, 29 e 30 a seguir apresentam os indicadores de desempenho
energético para cada setor do Prédio Administrativo, que foram obtidos a partir do
diagnóstico de equipamentos e diagnóstico das características do ambiente a partir do IEEA.
124
Tabela 28 - Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do pavimento térreo do Prédio Administrativo.
TÉRREO
SETOR Potência total instalada (kW)
Potência instalada em iluminação
(kW)
Potência instalada de ar condicionado
(kW)
Potência instalada de computadores
(kW)
Índice de Eficiência Energética do
Ambiente (IEEA)
Ambulatório 11,12 1,29 9,08
0,14 Não foi atribuído
(em reforma)
Almoxarifado 10,65 1,10 8,79
0,10 1,75
Sala Treinamento
9,24 0,55 7,03
0,02 1,56
Hall PA 1 0,09 0,09 -
- 1,00
Cozinha 37,73 2,39 2,64
- 2,22
Refeitório 17,48 3,04 12,31
- 1,89
PCS 7,92 0,55 5,28
0,76 1,56
Vigilância 2,31 0,18 - - 0,89
Vestiário 24,78 2,67 -
- 2,11
Fonte: Autora.
Tabela 29 - Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do 1º piso do Prédio Administrativo.
1º PISO
SETOR Potência total instalada (kW)
Potência instalada em iluminação
(kW)
Potência instalada de ar condicionado
(kW)
Potência instalada de computadores
(kW)
Índice de Eficiência Energética do
Ambiente (IEEA)
Arquivo 1 0,28 0,28 -
-
1,22
Sala Reunião 1 5,51 0,18 5,28
-
1,33
Copa 2,56 0,18 -
-
2,11
WC Fem 1 0,28 0,03 - -
1,67
WC Masc 1 0,28 0,03 - -
1,67
CPD/CFTV 30,79 1,20 22,86
1,85
1,00
Hall PA 1 0,09 0,09 - -
1,00
Comercial 135,37 9,38 112,54
9,72
2,33
WC Fem 2 0,37 0,37 - -
1,56
WC Masc 2 0,37 0,37 - -
1,56
Sala Reunião 2 5,65 0,37 5,28 -
0,78
Sala Reunião 3 5,65 0,37 5,28 -
0,78
Hall PA 2 0,46 0,46 - -
1,00
Fonte: Autora.
125
Tabela 30 – Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do 2º piso do Prédio Administrativo.
2º PISO
SETOR Potência total instalada (kW)
Potência instalada em iluminação
(kW)
Potência instalada de ar condicionado
(kW)
Potência instalada de computadores
(kW)
Índice de Eficiência Energética do
Ambiente (IEEA)
PVA 11,51 1,10 9,96
0,14
1,56
Hall PA 1 0,28 0,28 - - 1,00
WC Masc 1 0,18 0,19 - - 1,78
Vestiário PVA 0,18 0,19 - - 2,11
WC Fem 1 0,28 0,28 - - 1,78
Arquivo RH 0,09 0,09 - - 1,33
Telefonia 5,37 0,09 5,28 - 1,44
Hall PA 2 0,92 0,92 - -
1,00
Kit Festa 77,33 2,94 70,34
2,45 1,44
RH 2,50 1,01 -
0,38 0,89
Meio Ambiente 2,04 0,46 -
1,08 1,44
Estoque 20,40 1,66 17,58
0,66 1,33
Comercial 19,94 1,47 17,58
0,38
1,44
Sala Café 1,62 0,55 - -
1,56
Sala Reunião 2 5,64 0,37 5,28 -
1,56
Sala Gerência 4,29 0,37 3,52
0,34
1,44
Circulação Gerência
1,20 0,92 -
0,28
1,00
WC Fem 2 0,37 0,37 - -
1,56
WC Masc 2 0,37 0,37 - -
1,56
Sala Reunião 1 1,16 0,74 -
0,01
1,00
Fonte: Autora.
4.6 OBJETIVOS ENERGÉTICOS
A partir do modelo de política energética elaborado para a implementação de um
SGE e com base nos dados obtidos a partir da Revisão Energética, puderam ser
estabelecidos os objetivos quanto oportunidades de melhorias de desempenho energético
definidas como prioridade para a organização, para que através de propostas de ação.
Foram estabelecidos os objetivos apresentados no quadro 11, tomando-se como base os
resultados obtidos na revisão energética. Ao lado de cada objetivo estão relacionados os
indicadores que servirão para informar à organização o seu desempenho energético.
126
Quadro 11 - Objetivos propostos para a melhoria do desempenho energético do terminal portuário em questão.
Fonte: Autora.
Energia
Objetivos
Área/Equipamento
IDE
Unidade
Elétrica
(1) Monitorar o consumo de energia com
base em dados confiáveis dos medidores
TECON/Armazéns/Prédio Administrativo/
Software Smart 32
Razão entre o consumo mensal de energia registrado pela CELESC e o consumo mensal total registrado pelo Smart 32
-
Óleo diesel
(2) Reduzir o consumo de energia
Empilhadeiras Maclift e Reach Staker
Quantidade de Óleo diesel comum consumido por hora trabalhada
l/h
GLP
Fogão industrial
Quantidade de GLP consumido por mês
t/mês
Elétrica
TECON/Armazéns/Prédio Administrativo
- Quantidade de energia total consumida por hora trabalhada
- Quantidade de energia consumida por hora trabalhada em horário de ponta
- Quantidade de energia consumida por hora trabalhada em horário fora de ponta
kWh/mês
Óleo Diesel
(3) Reduzir as emissões de GEE
Empilhadeiras
Quantidade de emissões de GEE
tCO2e GLP
Fogão industrial
Elétrica
Terminal Portuário
Elétrica
(4) Aumentar a eficiência energética dos ambientes do Prédio Administrativo
Térreo/1º Piso/2º Piso
Índice de Eficiência Energética do
Ambiente (IEAA)
-
Óleo diesel/GLP/Elétrica
(5) Formar uma equipe responsável pelo
SGE
Terminal Portuário
- -
Elétrica
(6) Utilizar energia elétrica de forma racional
Terminal Portuário
Índice de fator de carga
-
127
4.7 PLANOS DE AÇÃO
A seguir estão propostas as ações que contribuirão para que a organização atinja os
objetivos energéticos anteriormente descritos.
4.7.1 Objetivo 1: Monitorar o consumo de energia das áreas
TECON/Armazéns/Prédio Administrativo com base em dados confiáveis
Para que se possa realizar o monitoramento do consumo de energia elétrica a partir
verificação dos dados ao longo da operação do SGE, é necessário inicialmente adequar o
sistema de medição do consumo de energia por área, já que parte da energia consumida
não vem sendo contabilizada pelo software instalado. Considerando a necessidade de
monitoramento dos dados em um SGE baseado na ISO 50001:2011, se propõe inicialmente
a adequação das instalações do medidor Smart 32, a partir de uma verificação por parte de
empresa especializada, de todos os circuitos elétricos do terminal.
A partir da adequação do sistema medidor, as áreas consumidoras de energia
elétrica (TECON, Armazéns II e II e Prédio Administrativo) poderão ser monitoradas ao
longo do tempo, para que se verifique se houve ou não redução do consumo de energia, e
para que se possa compreender os dados medidos. Caso contrário, não se terá
confiabilidade nos dados apresentados pelo software Smart 32 e não será possível saber
como as medidas de melhoria implementadas pelo terminal contribuíram para a redução do
consumo de energia elétrica.
4.7.2 Objetivos 2 e 3: Reduzir o consumo de Óleo Diesel e emissões de GEE pelas
empilhadeiras
Visando reduzir a utilização de combustíveis fósseis no terminal portuário, verificou-
se como possibilidades de melhoria para a redução de emissões de GEE a inclusão de
biodiesel como combustível complementar para as empilhadeiras Maclift e Reach Staker,
com a utilização a partir da mistura com o óleo diesel comum atualmente utilizado para a
operação das mesmas, reduzindo assim o consumo de óleo diesel comum, de origem fóssil
e aumentando o índice de utilização de energias renováveis, já que o biodiesel é produzido
a partir de biomassa como bagaço de cana, milho, entre outros.
128
Porém não se pode dizer com total certeza sobre a viabilidade da utilização deste
combustível para uso específico em empilhadeiras. De acordo com Logweb (2011), é
necessário verificar se esta utilização é capaz de provocar problemas em motores que não
são adaptados para receber estes combustíveis. De modo geral, identificou-se essa
oportunidade de melhoria, porém é necessário a realização de estudos mais detalhados
para uma conclusão mais precisa acerca da proposta.
Caso seja possível substituir o uso do diesel comum pelo biodiesel, verificou-se com
base nos dados de consumo de óleo diesel em 2012 que, a alteração desta matriz
energética para biodiesel reduziria os custos em aproximadamente R$1.800,73 por ano,
conforme pode-se observar na tabela 31.
Tabela 31 - Comparação de custos para óleo diesel comum e biodiesel, tomando como base os dados de consumo de óleo diesel no ano de 2012.
Combustível
Consumo (litros)
Custo (R$)
Emissões de GEE (tCO2e)
Óleo diesel comum
152.343
318.674,17
413,84
Biodiesel
152.343
316.873,44
380,72
Fonte: Autora.
Além de ter um menor custo, o biodiesel proporcionaria menor emissão de GEE
(cerca de 8% menos tCO2e), de modo que com a substituição de óleo diesel por biodiesel
deixariam de ser emitidos 33,12 toneladas de CO2e por ano, considerando os dados de
consumo do ano de 2012 (linha de base).
4.7.3 Objetivos 2 e 3: Reduzir o consumo de GLP e emissões de GEE pelo fogão
industrial
Este é um indicador difícil de se avaliar, já que não se sabe ao certo o tempo de
utilização do fogão industrial, sendo assim, não se pode dimensionar o consumo de GLP do
mesmo por horas trabalhadas para comparar sua eficiência em kg/h com outros modelos
etiquetados pelo CONPET. Embora assim, caso o terminal portuário venha optar por adquirir
um novo fogão industrial, com maior eficiência, sugere-se que sejam adquiridos
equipamentos certificados pelo CONPET, que apresentem os níveis de eficiência “A” e que
tenham características conforme apresentadas na figura 67.
129
Figura 67 - Características de fogões classificados pelo CONPET como “A”, propostas para o terminal portuário em caso de aquisição de novos equipamentos.
Fogão industrial Classe “A”
Rendimento médio dos queimadores (%)
≥61
Índice de consumo de GLP
≤53
Fonte: Adaptado de INMETRO, 2013.
Considerando que o terminal portuário não venha a substituir seu fogão industrial
pela falta de dados reais para um comparativo de eficiência, acredita-se então que uma
maneira de se reduzir o consumo de GLP sem substituir o equipamento é a partir da
conscientização dos funcionários quanto ao desperdício de alimentos. Sabendo-se que
quanto maior a demanda de refeições diárias, maior a quantidade de GLP consumido para
sua produção, sugere-se uma campanha para redução dos desperdícios de alimentos nas
refeições diárias dos funcionários. Com a redução dos desperdícios de alimento se reduz a
demanda de refeições a serem realizadas, e consequentemente o consumo deste
combustível fóssil.
Observações realizadas in loco durante horários de almoço permitiram verificar que o
desperdício de alimento é bastante comum entre os funcionários, o que possibilita identificar
130
que a realização de uma campanha contra o desperdício de alimentos é uma oportunidade
de melhoria que pode levar ao atendimento dos objetivos de redução de consumo e de
emissões de GEE pelo uso de GLP. Contudo, deve-se destacar que a proposta de
campanha para redução do desperdício não permite estabelecer metas concretas de
redução do consumo pelo fogão industrial, já que não se sabe a quantidade de GLP
utilizada para realização de cada tipo de refeição.
4.7.4 Objetivos 2 e 3: Reduzir o consumo de energia elétrica e emissões de GEE no
Prédio Administrativo
4.7.4.1 Setorização de Circuitos para melhor integração entre a iluminação artificial e natural
Para que se possa realizar um melhor controle sobre uso e consumo de energia, é
necessário que a iluminação do terminal portuário, especialmente a do Prédio
Administrativo, esteja corretamente dimensionada e a setorização esteja adequada, assim
como a distribuição das luminárias. Verificou-se que em muitos ambientes as lâmpadas não
possuem setorização adequada, já que interruptores das lâmpadas de um setor ficam
muitas vezes localizados em outro setor, o que se torna um empecilho para que os
funcionários desliguem as lâmpadas nas quais precisam, e com isso, ocorre desperdício de
energia.
Propõe para os setores do prédio administrativo a implementação de comandos por
pequenos blocos de luminárias, procurando-se a melhor divisão dos circuitos de maneira
que possibilite maior flexibilidade de acionamento do sistema de acordo com a área
ocupada de cada ambiente e de acordo com a disponibilidade de luz natural. Desta forma,
os funcionários terão a possibilidade de realizar o acionamento apenas da parcela de
lâmpadas que for necessário naquele momento, evitando o desperdício de energia elétrica.
Em salas com duas ou mais fileiras de luminárias paralelas a janelas devem ser
instalados no mínimo interruptores de duas teclas, pois desta forma há possibilidade que o
acionamento das fileiras pelos funcionários ocorra na medida do necessário. O acionamento
das lâmpadas deve então ocorrer à medida que a iluminação natural não for suficiente para
atender os níveis mínimos de iluminação requeridos para cada tarefa (PRUEN, 2013).
4.7.4.2 Instalação de dispositivos economizadores para iluminação
131
Propõe-se a instalação de dispositivos economizadores nos corredores do prédio
administrativo, como os existentes no Hall PA 2 do1º piso bem como no Hall PA e Hall PA 2
do 2º piso, já que foi identificado que tais ambientes possuem acionamento manual das
lâmpadas, por interruptores. O acionamento manual pode provocar em muitos momentos o
desperdício de energia nestes ambientes, por permanecerem ligados sem necessidade.
4.7.4.3 Aquisição de equipamentos mais eficientes
Lâmpadas modelo LED
Após a realização de pesquisas em catálogos de iluminação, verificou-se que a
lâmpada do modelo LED possui notáveis vantagens quando comparadas às lâmpadas
atualmente existentes, e a utilização das mesmas pode contribuir para o aumento da
eficiência energética em iluminação, no Prédio Administrativo.
É importante dizer que as lâmpadas LED, sigla em inglês para Light Emitting Diode
(Diodos Emissores de Luz), são energeticamente mais eficientes e que podem manter o
mesmo nível de iluminação necessário para um determinado ambiente com um consumo
muito reduzido de energia (PHILIPS, 2013). modelo escolhido para o cálculo é a lâmpada
Master LEDtube fabricada pela Philips, com potência de 19W e que possui maior eficiência
luminosa quando comparado ao modelo fluorescente tubular atualmente instalado nos
setores do Prédio Administrativo, conforme apresentado no quadro 12.
A figura 68 a seguir apresenta uma imagem ilustrativa da lâmpada LED proposta
para o terminal portuário.
Figura 68 - Modelo de lâmpada Philips do tipo LED – MASTER LEDtube proposto para instalação.
Fonte: DW Material Elétrico Industrial, 2013.
132
Quadro 122 - Características técnicas da lâmpada fluorescente tubular atualmente existente no terminal portuário e lâmpada LED tubular proposta.
Características ténicas
Lâmpada atual Fluorescente tubular Philips Modelo TLTRS40W-ELD-25
Lâmpada proposta LED Tubular Philips
Modelo Master LEDtube
Potência (W) 40 19
Temperatura de cor (K) 5000 6500
Fluxo luminoso (lm) 2600 1650
Eficiência luminosa (lm/W) 65 87
Índice de reprodução de cor (IRC) 70 83
Vida mediana (h) 7.500 40.000
Potência do reator (W) 6 -
Etiqueta de Eficiência Energética - A+
Fonte: Adaptado de PHILIPS, 2013.
.
De acordo com os dados apresentados no quadro 13, que demonstram as
características do modelo de lâmpada atualmente utilizado no Prédio Administrativo e as
características de um modelo de lâmpada LED, é possível verificar que a eficiência luminosa
do modelo LED é cerca de 34 vezes maior que o modelo fluorescente tubular, ou seja, o
modelo LED possui menor potência e consequentemente possibilita um menor consumo de
energia para um mesmo fluxo luminoso. Outra vantagem das lâmpadas LED é que as
mesmas não necessitam de reator, enquanto a fluorescente tubular atualmente instalada no
Prédio Administrativo funciona a partir de um reator de 6W.
O quadro 13 a seguir apresenta um comparativo entre os modelos, tomando como
referência a utilização de 132 lâmpadas, que corresponde à quantidade de lâmpadas
existentes nos setores que não atenderam aos níveis de iluminância determinados pela
NBR 5413, a fim de verificar qual a potência instalada para cada modelo e qual o custo para
aquisição das mesmas.
Quadro 13 - Valores de potência instalada em iluminação atuais e proposta.
Lâmpadas propostas
Lâmpada atual (40W)
Fluorescente tubular Philips (40W) + Reator (6W)
Modelo TLTRS40W-ELD-25
Lâmpada proposta
LED Tubular Philips (19W)
Modelo Master LEDtube
Potência instalada (kW)
(40W+6W)*132 Peças = 6072 W = 6,07kW
19W*132 Peças = 2508 W
= 2,51 kW
Custo (R$)
-
R$145*132 Peças =
R$19.140,00
Fonte: Autora.
133
Ao substituir as lâmpadas fluorescentes por lâmpadas LED, o consumo de energia
elétrica voltada à iluminação reduz cerca de 41%, o que resulta em uma economia
aproximada de 2,7 kW/h e consequentemente a não emissão de 0,032 toneladas de CO2
para cada 1000 horas de consumo. Segundo DW Material Elétrico Industrial (2013), o tempo
do retorno do investimento pela aquisição das 132 lâmpadas LED é de aproximadamente 5
anos e 11 meses.
A utilização de lâmpadas LED também acaba por reduzir os custos com o descarte
das lâmpadas, considerando que não possuem metais pesados em sua composição e por
tal motivo não necessitam de um descarte especial (PHILIPS, 2013). Isso reduz o custo
atual com a destinação destes resíduos, já que as lâmpadas fluorescentes necessitam de
descarte específico.
As lâmpadas LED possuem tempo de vida 40.000 horas, o que significa a utilização
das lâmpadas por aproximadamente 15 anos, considerando um tempo de uso de 10 horas
diárias, 22 dias mensais. Desta forma, o custo do terminal portuário com manutenção das
mesmas acaba reduzindo.
Ar condicionados
Para melhoria da eficiência energética do terminal portuário, os equipamentos
condicionadores de ar adquiridos devem passar a respeitar os índices de eficiência mínima
dos equipamentos enquadrados na faixa "A" de classificação do Programa Brasileiro de
Etiquetagem (PBE), desenvolvido pelo INMETRO, já que por possuírem maior eficiência
consequentemente implicam em um menor consumo de energia elétrica.
4.7.5 Objetivo 4: Aumentar a eficiência energética dos ambientes do Prédio
Administrativo
4.7.5.1 Melhoria nos acabamentos internos da edificação
Visando melhor distribuição da luz e maior rendimento dos sistemas de iluminação
interna, tanto artificial quanto natural, recomenda-se que as superfícies internas dos tetos e
paredes sejam pintadas de cores claras. Segundo Rodrigues (2002), a refletância do teto,
parede e piso dos ambientes deve ser a mais alta possível, não inferior a 50%.
134
Sendo assim, para os ambientes apresentados na tabela 31 a seguir recomenda-se
a pintura das paredes, teto ou piso na cor marfim ou branca, já que são cores que
apresentam maior refletância, proporcionando assim uma maior iluminância do ambiente.
Tabela 32 – Proposta de melhorias nos acabamentos internos da edificação – Prédio Administrativo.
Melhoria proposta Setor Nível do IEEA
Pintura das paredes
Sala Reunião 1 (1B), Sala Reunião 2 (1L), RH (2J)
e Sala Reunião 1 (2T)
C
Pintura do teto
Sala Reunião 1 (1B), Sala Reunião 2 (1L), RH (2J) e Sala Reunião 1 (2T)
C
Almoxarifado (TA), PCS (TF), Arquivo 1 (1A), Sala
Reunião 1 (1B), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Meio Ambiente (2K), Estoque (2L),
Comercial (2M), Sala Café (2N).
B
Comercial (1H)
A
Pintura do piso
Hall PA 1 (TC), Vigilância (TG), CPD/CFTV (1F), Hall PA 1 (1G), Sala Reunião 2 (1K), Sala Reunião 3 (1L), Hall PA 2 (1M), Hall PA 1 (2B), Hall PA 2 (2H)
e RH (2J)
C
Almoxarifado (TA), Sala Treinamento (TB), PCS
(TF), Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B), PVA (2A), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Meio Ambiente (2K), Estoque (2L), Comercial (2M), Sala
Café (2N) e Sala Reunião 2 (2O).
B
Vestiário (TH) e Comercial (1H).
A
Fonte: Autora.
135
4.7.5.2 Instalação de janelas para maior ventilação/iluminação natural
Para que se possa reduzir o consumo de energia elétrica a partir do uso da
iluminação artificial, propõe uma maior integração da luz natural nos ambientes do Prédio
Administrativo. Para tanto, propõe-se que os ambientes situados nas áreas perimetrais da
edificação apresentem condições para aproveitamento da luz natural por meio da inclusão
de janelas maiores, o que por consequência minimiza o uso do sistema de iluminação
artificial.
Considerando os dados obtidos para a elaboração do IEEA, verificou-se que os
setores com IEE nível “B” possuem maior potencial para ampliação das janelas já que
possuem janelas consideravelmente pequenas (≤30%) em comparação com a área da
parede em que ocupam.
Tabela 33 – Melhorias propostas para o melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural nos ambientes do Prédio Administrativo.
Melhoria proposta Setor Nível do IEEA
Instalação de janelas mais amplas
Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B), WC Fem 1
(1D), WC Masc 1 (1E), WC Fem (2C), WC Fem 1 (2E), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Estoque (2L), Comercial (2M), Sala Café (2N), Sala Reunião 2 (2º), Sala Gerência (2P), WC Fem 2 (2R),
WC Masc 2 (2S)
B
Vestiário (TH), Comercial (1H) e Vestiário PVA (2D)
Cozinha (TD).
A
Fonte: Autora.
4.7.5.3 Instalação de proteções solares (brises)
Para melhor aproveitamento da iluminação natural, propõe a instalação de proteções
solares externas, chamadas de brises, as quais devem ser adequadas à orientação da
fachada, sem comprometer o aproveitamento satisfatório da ventilação natural e da luz
natural, sem bloquear a visibilidade para o exterior (figura 69). De acordo com USP (2013), o
uso de películas nos vidros deverá ser evitado a partir do dimensionamento correto das
proteções solares.
136
Figura 69 – Brises nos telhados para melhor aproveitamento da iluminação natural com redução de ofuscamento.
Fonte: Adaptado de USP, 2013.
A instalação dos brises nas janelas do Prédio Administrativo visa a redução do
ofuscamento sem prejudicar a iluminação natural e visando também o aumento da eficiência
térmica dos ambientes, já que de acordo com Verna (2013) apud Abril (2013) os brises
possuem eficiência térmica, ao contrário das persianas.
Segundo Gelbcke et al. (2012) o custo do brise-soleil depende de vários fatores, não
sendo possível definir um preço fixo por m², pois são temporais e variam conforme o projeto
do brise, método construtivo, instalação e tipo de material. Embora assim seus preços
normalmente variam de R$200,00 a R$ 800,00. (GELBCKE et al., 2012).
A implementação do brise no prédio administrativo necessita de um estudo
aprofundado, com um dimensionamento detalhado, uma vez que para cada modelo de brise
é necessário a coleta de diferentes dados para seu dimensionamento
4.7.5.4 Implantação de telhado verde
Os telhados verdes possuem um potencial de melhoramento do desempenho térmico
de edificações, proporcionando uma redução do consumo de energia principalmente
relacionado à refrigeração nos horários mais quentes do dia (Liu, 2002 apud Lamberts et. al,
2010). Segundo Lamberts et. al (2010) após a implantação de telhado verde foi encontrada
uma variação de até 7ºC entre a temperatura interna e externa, em períodos de alta
insolação.
137
Além disso, de acordo com Savi (2012), os telhados verdes podem ser de grande
auxílio para edificações localizadas em centros urbanos, já que em geral são áreas com
pouca vegetação e com microclima muito alterado. Mink (2004) apud Savi (2012) afirma que
a aplicação de telhados verdes em 10 a 20% das coberturas nos centros urbanos seria
capaz de garantir um clima urbano saudável através da purificação do ar, redução de pó e
variação das temperaturas.
Desta forma, propõe-se a implantação de telhado verde no Prédio Administrativo do
terminal portuário como forma de reduzir a temperatura do ambiente interno e
consequentemente o consumo de energia para a ventilação artificial do ambiente.
Considerando que de acordo com Savi (2012) a implantação do telhado verde custa em
média R$ 200,00. Sendo assim, considerando que área total do telhado do Prédio
Administrativo é de 667m² a implantação custaria cerca de R$133.400,00.
4.7.6 Objetivo 5: Formar uma equipe responsável pelo SGE
Visando um melhor gerenciamento da energia, propõe-se a criação de uma
Comissão Interna de Energia no terminal portuário em questão, a fim de atender às
exigências da NBR ISO 50001:2011, a qual define em seu requisito 4.2.2 que a alta direção
deve designar representantes da direção com habilidades e competências apropriadas para
garantir que o SGE seja estabelecido, implementado, mantido e continuamente melhorado.
Propõe-se, então, a criação da Comissão Interna de Energia, que poderá então ser
composta pelos representantes da direção. Estes representantes deverão ter as seguintes
responsabilidades, de acordo com a NBR ISO 50001:
Relatar à alta direção o desempenho energético;
relatar à alta direção o desempenho do SGE;
garantir que o planejamento das atividades de gestão de energia seja
destinado a apoiar a política energética da organização;
definir e comunicar responsabilidades e autoridades para facilitar a efetiva
gestão de energia;
determinar critérios e métodos necessários para garantir que tanto a
operação e o controle do SGE sejam efetivos;
promover a conscientização da política e objetivos energéticos em todos os
níveis da organização.
A Comissão Interna deverá, ainda: identificar, nas áreas, as oportunidades de
ganhos; planejar e atuar na matriz energética do terminal portuário; buscar soluções que
138
aumentem a eficiência dos processos e redução do consumo de energia; manter os
indicadores de energia atuais e propor novos indicadores; subsidiar a área comercial para
negociação de contrato dos energéticos; e elaborar relatórios para órgãos externos e
internos.
De modo geral, a equipe que formará a Comissão Interna de Energia deverá buscar
sempre a melhoria contínua do SGE, através do menor custo, utilizando as mais avançadas
técnicas de conservação de energia e em consonância com o planejamento energético
estratégico da empresa, para atender aos objetivos energéticos propostos.
4.7.7 Objetivo 6: Utilizar a energia elétrica de forma racional
Com base nos resultados obtidos com a aplicação do questionário na etapa de
Abordagem Energética Detalhada, verificou-se que uma grande parte dos funcionários não
utiliza racionalmente a energia elétrica no seu dia-a-dia, embora 99% dos entrevistados
considere a gestão de energia algo importante para a empresa. Também se deve destacar
que apenas uma pequena parcela dos entrevistados disse já ter participado de alguma
palestra voltada ao tema Energia na empresa (14%). E o que mais chama atenção é que
87% dos entrevistados diz ter interesse em participar de uma formação voltada ao tema, o
que confere a oportunidade ao terminal portuário de melhor orientar seus colaboradores
visando a utilização racional de energia elétrica.
A realização de práticas de educação ambiental voltadas ao uso racional de energia
pode ser considerada uma medida capaz de refletir diretamente na redução do consumo de
energia no terminal portuário, já que por meio da conscientização dos funcionários torna-se
possível a redução de desperdícios no consumo, e consequentemente de emissões de GEE
e custos para a organização.
Propõe-se a realização de palestras voltadas ao tema, a serem realizadas pela
Comissão Interna de Energia, bem como a divulgação de cartilhas informativas sobre a
gestão de energia, conforme cartilha apresentada no Apêndice VII.
139
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da realização deste trabalho verificou-se que o planejamento de um sistema
de gestão de energia com base na NBR ISO 50001:2011 requer que se tenham
instrumentos adequados para o levantamento de dados sobre os usos e consumos de
energia de suas instalações. A etapa de revisão energética nas três abordagens possibilitou
identificar os usos e consumos significativos de energia em todo o terminal portuário, os
quais são aqueles associados às fontes energéticas GLP, Óleo Diesel e Energia Elétrica,
sendo a energia elétrica a fonte de energia mais significativa para a organização.
Além da identificação dos usos e consumos de energia, o diagnóstico energético
possibilitou a realização dos cálculos de emissões diretas e indiretas de GEE, através da
ferramenta disponibilizada pelo Programa GHG Protocol. A contabilização de emissões
permitiu identificar que as empilhadeiras movidas a diesel são as maiores responsáveis
pelas emissões de CO2e no terminal portuário, seguida pela energia elétrica e pelas
empilhadeiras a GLP.
Com base nos dados obtidos, foram identificadas as oportunidades de melhorias,
principalmente quanto ao uso de energia elétrica, já que esta fonte de energia foi
identificada pelo diagnóstico energético global como a que possui o uso mais significativo no
terminal portuário. Através do diagnóstico por área, verificou-se que o equipamento utilizado
pelo terminal portuário para o gerenciamento de energia, o software Smart 32, não está
contabilizando todos os consumos de energia da organização, o que pode ser considerado
uma grande fraqueza para o controle de melhorias no caso implantação de Sistema de
Gestão de Energia ISO 50001:2011, já que seus dados não são confiáveis para futuras
comparações.
Ao longo do trabalho foi possível verificar a gestão de energia da organização em
estudo apresenta diversas fraquezas, como por exemplo, a baixa eficiência energética de
diversos ambientes do Prédio Administrativo, a qual foi verificada a partir dos Índices de
Eficiência Energética de Ambiente, que considera suas características quanto à iluminação
e ventilação. Os baixos IEEA encontrados indicam que as características do ambiente
podem estar ocasionando perdas de energia e gastos com consumo desnecessários. Por
outro lado, o mau uso de energia pela falta de conscientização de funcionários associado ao
uso de equipamentos de baixa eficiência energética acaba por contribuir ainda mais as
emissões de gases de efeito estufa e com o esgotamento de recursos naturais. Sendo
assim, a redução do desperdício de energia elétrica no Prédio Administrativo pode causar
além da redução de custos, a redução de emissões de GEE.
140
A implantação da NBR ISO 50001:2011 no terminal portuário em questão, caso
venha a ser realizada futuramente, vai implicar em mudanças no gerenciamento de energia
da organização, exigindo o comprometimento da alta direção no que refere à adequação de
controles e procedimentos operacionais associados ao uso de energia, já que estes deverão
buscar sempre a melhoria contínua do SGE, implantando as melhorias que forem
necessárias para atendimento aos objetivos propostos.
As propostas de melhorias realizadas neste trabalho podem contribuir para o
atendimento aos objetivos propostos para o SGE do terminal portuário, seja através da
proposta de uso de equipamentos mais eficientes, redução do desperdício a partir da
conscientização de funcionários, e até mesmo através do uso de energia alternativa como o
biodiesel nas empilhadeiras. O uso de biodiesel nas empilhadeiras requer estudos mais
detalhados, porém caso seja possível sua utilização, esta possibilitaria reduzir cerca de 8%
as emissões de CO2e, considerando os dados de consumo de óleo diesel identificado na
linha de base.
De modo geral, conclui-se que os objetivos propostos pra este trabalho foram
atendidos, já que através do diagnóstico energético realizado foi possível caracterizar a
matriz energética do terminal portuário como 67,96% renovável e 32,04% não renovável,
avaliar o consumo de energia, identificar as áreas de uso significativo de energia, analisar a
percepção dos funcionários da empresa, propor ações de melhoria para o desempenho
energético da organização e também verificar as possibilidades de melhorias na matriz
energética no sentido de reduzir as emissões de CO2, com a proposta de utilização de
biodiesel.
A partir do diagnóstico energético para atendimento à NBR ISO 50001:2011 o
terminal portuário possui uma base de dados que possibilitem implantar uma gestão
energética abrangente baseada na melhoria contínua do uso e do consumo de energia;
permitindo criar transparência para a tomada de decisões, facilitando a comunicação sobre
a gestão dos recursos energéticos e impulsionando a organização à realização de práticas
de melhor gerenciamento de energia, que tenham consequências positivas com relação à
redução das emissões dos gases de efeito estufa e que também impliquem na redução de
custos para a empresa.
141
5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Oportunidades de novas pesquisas foram verificadas neste trabalho, que podem ser
desenvolvidas no âmbito de gestão energética e que também visem à redução de emissões
de GEE oriundas das atividades desenvolvidas no terminal portuário, objeto de estudo.
5.1.1 Quantificação de emissões de GEE de todo o terminal portuário
Recomenda-se, além das atividades que tiveram suas emissões contabilizadas neste
trabalho por estarem relacionadas com o uso e consumo de energia, quantificar também as
emissões de GEE oriundas de demais atividades do terminal portuário, como emissões
provenientes da Estação de Tratamento de Efluentes, bem como dos caminhões e navios
de terceiros, que movimentam as cargas quais são armazenadas no terminal portuário.
Considerando que o terminal portuário em questão não realiza o inventário de
emissão de GEE, quantificar todas suas emissões pode ser considerada como uma ótima
oportunidade para o desenvolvimento de um trabalho futuro. Além da utilização da
ferramenta GHG Protocol, pode ser também estudada a possibilidade de aplicação da NBR
ISO 14064:2007 na organização, que por sua vez pode ainda propor uma Gestão integrada
com a NBR ISO 50001:2011 utilizada no presente trabalho.
5.1.2 Realização de Abordagem Energética Detalhada nos Armazéns e TECON
Assim como foi realizada a abordagem energética detalhada referente ao uso e
consumo de energia elétrica no Prédio Administrativo, recomenda-se a avaliação detalhada
das demais áreas de consumo de energia elétrica do terminal portuário em questão:
Armazéns e TECON. Propõe-se o levantamento dos equipamentos elétricos do setor,
realização de diagnóstico sobre as características do ambiente bem como de demais
variáveis que afetem significativamente o consumo de energia de tais áreas.
A partir de uma abordagem mais detalhada do consumo de energia elétrica, também
poderão ser propostas ações para a melhoria do desempenho energético de tais ambientes,
e que consequentemente levarão a uma redução do consumo e de emissões de GEE.
142
5.1.3 Realização de Estudo sobre a Viabilidade de utilização de Biodiesel em
empilhadeiras
Para que se possa atestar a viabilidade técnica da utilização de biodiesel como
combustível alternativo para empilhadeiras, visando reduzir o consumo de óleo diesel e
consequentemente das emissões de GEE associadas ao seu uso, se propõe a elaboração
de estudos que verifiquem a possibilidade de utilização do biodiesel em empilhadeiras, para
verificar se seu uso pode ou não causar problemas ao motor destes equipamentos.
143
6 REFERÊNCIAS
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 50001:2011: Sistemas de
Gestão de Energia: Requisitos com orientações de uso. Rio de Janeiro: ABNT,
2011.
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5413:1992: Iluminância de
interiores. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
ABREU, Yolanda Vieira de; OLIVEIRA, Marco Aurélio Gonçalves de; GUERRA, Sinclair
Mallet-Guy. Energia, Sociedade e Meio Ambiente. Palmas: Eumed, 2010.
ABRIL. Brise, solução modernista e contemporânea. 2013. Disponível em:
<http://www.abril.com.br/noticias/geral/brise-solucao-modernista-contemporanea-
414562.shtml> Acesso em: 06 nov. 2013.
ANDREASI, Wagner Augusto; VERSAGE, Rogério de Souza. A ventilação natural como
estratégia visando proporcionar conforto térmico e eficiência energética no
ambiente interno. 20 p. Campo Grande: UFMS, 2012.
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Energia Eólica. Disponível em:
<http://energiarenovavel.org/index.php?option=com_content&task=view&id=52&Itemi
d=136> Acesso em: 12 maio 2013.
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Energia Solar. Disponível em:
<http://energiarenovavel.org/index.php?option=com_content&task=view&id=48&Itemi
d=144> Acesso em: 12 maio 2013.
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Energias não renováveis: Parte 3. São
Paulo, 2010. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par3_cap9.pdf> Acesso em: 05 jun.
2013.
APCER BRASIL. ISO 50001: A nova norma de Sistemas de Gestão de Energia. 2011.
Disponível em:
<http://www.apcer.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=355%3Aiso-
50001-a-nova-norma-de-sistemas-de-gestao-de-energia&Itemid=491&lang=pt>
Acesso em: 18 abr. 2013.
BRASIL. NR 11: Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.
2004. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1FA6256B00/nr_11.p
df> Acesso em: 11 set. 2013.
144
BRASIL. Petróleo e derivados. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/energia/petroleo-gas-natural-e-derivados>
Acesso em: 01 jun. 2013.
BRASIL, Gutemberg Hespanha; JUNIOR, Paulo Antônio de Souza; JUNIOR, João Andrade
de Carvalho. Inventários Corporativos de Gases de Efeito Estufa: métodos e
usos. 2008. Disponível em:
<http://www.uff.br/sg/index.php/sg/article/viewFile/SGV3N1A2/48>. Acesso em: 31
out. 2013.
BURATTINI, Maria Paula C. de Castro. Energia: uma abordagem multidisciplinar. 120 p.
São Paulo: Livraria da Física, 2008.
CALDEIRA, Norma do Nascimento Batista. A concepção arquitetônica para a eficiência
energética de edificações: o caso da etiquetagem no Brasil. 2011. 234 p. Tese
(Doutorado em Planejamento Energético) – Rio de Janeiro: Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2011.
CARVALHO, Márcia Marques de Queiroz. Alternativas arquitetônicas para o aumento da
eficiência no uso de energia por edifícios comerciais. 2011. 310 p. Tese
(Doutorado em Planejamento Energético) - Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro.
CASTRO, Nivalde José de; DANTAS, Guilherme de A.; BRANDÃO, Roberto. Perspectivas
da Matriz Elétrica Mundial Pós-Fukushima. Rio de Janeiro: Universidade Federal
do Rio de Janeiro, 2011.
CELESC. A Celesc em 2011: Relatório Anual. Florianópolis, 2011. Disponível em:
<http://celesc.com.br/portal/images/arquivos/relatorios/relatorio-anual-celesc-
2011.pdf> Acesso em: 04 jun. 2013.
CELESC. Fator de potência e fator de carga. 2012. Disponível em:
<http://www.celesc.com.br/portal/grandesclientes/index.php?option=com_content&tas
k=view&id=128&Itemid=220> Acesso em: 10 nov. 2013.
CELUPI, Nicole. Gestão sistêmica de energia e sua contribuição para a redução dos
gases de efeito estufa: abordagem integrada das Normas ISO 50001:2011 e ISO
14064:2007. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2012.
CLAU. Iluminação natural: Aula 3. 2010. Disponível em:
<http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3206/material/CLILUM%2
0NATURAL%20aula%204-2011-2.pdf> Acesso em: 20 out. 2013.
CONPET. Consulta de Equipamentos com Selo CONPET. 2012. Disponível em:
<http://www.conpet.gov.br/portal/conpet/pt_br/conteudo-gerais/consulta-
equipamentos-com-selo-conpet.shtml> Acesso em: 20 out. 2012.
145
CONPET. Marcos Legais. 2012. Disponível:
<http://www.conpet.gov.br/portal/conpet/pt_br/conteudo-gerais/marcos-legais.shtml>
Acesso em: 02 jun. 2013.
COSTA, Rita; PAIVA, Caio; SANTOS, Gean. Avaliação da influência dos hábitos de
consumo no uso eficiente da energia elétrica: estudo de caso com alunos e
servidores do IF-AL. 2010. Disponível em:
<http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:qGtPLcYHo6kJ:connepi.if
al.edu.br/ocs/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/view/1760/997+&cd=9&hl=pt-
PT&ct=clnk&gl=br> Acesso em: 02 abr. 2013.
DEMING, W. E. Qualidade: a Revolução da Administração. Rio de Janeiro: Marquês
Saraiva, 1990.
DEPOTRANS. Containers Reefer. Disponível em:<
http://www.depotrans.com.br/containers_reefers.html> Acesso em: 02 nov. 2013.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
DW MATERIAIS ELÉTRICOS. Projeto de Iluminação. 12 p. Blumenau: DW Materiais
Elétricos, 2013.
ELETROBRAS. Energia Nuclear. Disponível em:
<http://www.eletronuclear.gov.br/Saibamais/Espa%C3%A7odoConhecimento/Pesqui
saescolar/EnergiaNuclear.aspx> Acesso em: 05 jun. 2013.
ELETROBRAS. Selo PROCEL. 2012. Disponível em:
<http://www.eletrobras.com/elb/procel/main.asp?TeamID={1BF886AB-6A71-4B3C-
B6DD-AC66D57A9B72}> Acesso em: 21 out. 2013.
EVO - Efficiency Valuation Organization. Protocolo Internacional de Medição e
Verificação de Performance. San Francisco: EVO World, 2007.
FERREIRA, João de Jesus. Economia e gestão da energia. Lisboa: Jesus Ferreira
Consultores, 1994.
FIESC. Pesquisa: eficiência energética nas indústrias de Santa Catarina. Florianópolis,
2011.
FILHO, Altino Ventura. O Brasil no contexto energético mundial. São Paulo:
NAIPPE/USP, 2009.
FROZZA, Janquiel Fernando; LAFAY, Jean-Marc Stephane; BALDIN, Vitor; MARANGONI,
Filipe. Metodologia de implantação de um Sistema de Gestão de Energia
utilizando ABNT NBR ISO 50001. In: Congresso Nacional de Excelência em
Gestão. Rio de Janeiro: ISSN, 8-9, jun, 2012.
GALDINO, Marco A. E.; LIMA, Jorge, H. G.; RIBEIRO, Cláudio M.; SERRA, Eduardo T. O
Contexto das Energias Renováveis no Brasil. Rio de Janeiro: Cepel, 2012.
146
GARROCHO, Juliana Saiter. Luz natural e projeto de arquitetura. 129 p. Brasília: UnB,
2005.
GELBCKE, B. L.; SANTOS, C. F. C.; COVATTI, L. A.; PECANTET, N. C.; WAGNER, Y. R.
M. Brises-soleil: história, aplicação e materiais. 26 p. Florianópolis: UFSC, 2012.
GESTAL. Software de supervisão e gerenciamento de energia elétrica e utilitários:
Manual do usuário. 132 p. São Paulo: Gestal, 2012.
GHG PROTOCOL. Programa Brasileiro GHG Protocol. 2013. Disponível em:
http://www.ghgprotocolbrasil.com.br> Acesso em: 20 out. 2013.
GOLDEMBERG, José. Energia e desenvolvimento sustentável. São Paulo: Blucher,
2010.
GOSLAN, Eric. Conselhos para o usuário de computador. 2012. Disponível em:
<http://www.ericgozlan.com.br/web/artigos/usuario_de_computador.pdf> Acesso em:
04 nov. 2013.
GUADAGNINI, Marco A., Fontes Alternativas de Energia – Uma visão geral. Rio de
Janeiro: MBE, 2006.
GUISI, Enedir; TINKER, John A.; IBRAHIM, Siti Halipah. Área de janela e dimensões de
ambientes para iluminação natural e eficiência energética: literatura versus
simulação computacional. Florianópolis: UFSC, 2005.
HALL, G.; LEE, J. Making Advances in Carbon Management: Best practice from the
Carbon Information Leaders. 2008. Disponível em:
<http://www.cdproject.net/CDPResults/Joint_CPD_IBM_study_June08.pdf>. Acesso
em: 01 nov. 2013.
HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin. Energia e meio ambiente. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003.
HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin; REIS, Lineu Belico dos. Energia e Meio
Ambiente. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
INMETRO. Regulamento específico para uso da Etiqueta Nacional de Conservação de
Energia – ENCE. 2013. Disponível
em:<http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/resp003.pdf> Acesso em: 30 out.
2013.
INMETRO. Sobre os selos PROCEL e CONPET. 2013. Disponível em:
<http://www2.inmetro.gov.br/pbe/novidades_detalhe.php?i=MQ==> Acesso em: 17
out. 2013.
INMETRO. Tabela de Eficiência Energética para Fogões: Programa Brasileiro de
Etiquetagem. 2013. Disponível em:
<http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/fogoes.pdf>. Acesso em: 20 out. 2013.
147
JANUZZI, Gilberto de Martino; SWICHER, Joel N. P. Planejamento Integrado de Recursos
Energéticos: Meio Ambiente, Conservação de Energia e Fontes Renováveis.
Campinas: Autores Associados, 1997.
JURAN, J. M. A Qualidade desde o Projeto: novos passos para o planejamento da
qualidade em produtos e serviços. São Paulo: Pioneira, 1992.
LAMBERTS, Roberto; GHISI, Enedir; PEREIRA, Cláudia Donald. BATISTA, Juliana Oliveira.
Casa eficiente: consumo e geração de energia. Florianópolis: UFSC, 2010.
LOGWEB. Combustíveis para empilhadeiras: GLP, GNV ou diesel. 2011. Disponível em:
<http://www.logweb.com.br/novo/conteudo/noticia/28090/especial-combustiveis-para-
empilhadeiras-glp-gnv-ou-diesel/> Acesso em: 04 nov. 2013.
LUZ, Jeanine Marchiori da. Luminotécnica. Campinas: UNICAMP, 2013.
MAGALHÃES, Luiz Cláudio de Almeida. Energia hidrelétrica. Rio de Janeiro, 1978.
MANZIONE, Sergio. Modernização e Eficientização dos sistemas de iluminação pública
municipais: o caso da Bahia. 2004. 85 p. Dissertação (Mestrado em Ciências em
Engenharia da Energia) – Universidade Federal de Itajubá, Itajubá.
MASCARÓ, Lúcia R. de. Energia na Edificação. São Paulo: Editores Associados, 1986.
MMA – Ministério do Meio Ambiente. Eficiência Energética e Conservação da Energia.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/clima/energia/eficiencia-energetica> Acesso
em: 18 abr. 2013
MMA - Ministério do Meio Ambiente. Gás natural. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/clima/energia/eficiencia-energetica> Acesso em: 12 mai.
2013
MME - Ministério de Minas e Energia. Plano Nacional de Eficiência Energética:
Premissas e diretrizes básicas. Brasília: MME, 2011.
MME – Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional: Ano base 2011. Rio
de Janeiro: EPE, 2012.
PEREIRA, Mário Jorge. Meio Ambiente e Tecnologia. Rio de Janeiro: Ciência Moderna
Ltda., 2010.
PEREIRA, Fernando Oscar Ruttkay; SOUZA, Marcos Barros de. Iluminação. Florianópolis:
UFSC, 2005.
PESSOA, Isac Quintão. Avaliação da Matriz e Eficiência Energética de uma empresa
siderúrgica. 2011. 266 p. Tese (Doutorado em Engenharia Química) - Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
PHILIPS. Guia Prático Philips Iluminação. 2013. Disponível em:
<http://www.lighting.philips.com.br/pwc_li/br_pt/connect/Assets/pdf/GuiaBolso_Sistem
a_09_final.pdf> Acesso em: 20 out. 2013.
148
PRUEN. Definição de níveis de iluminamento. 2013. Disponível em:
<http://www.pruen.ufsc.br/diretrizes/diretriz_anexo_d.htm> Acesso em: 05 nov. 2013.
REEFERTEC. Containers reefers. Disponível em:
<http://www.reefertech.com.br/site/index.asp?area=containers_reef> Acesso em: 22
set. 2013.
RIBEIRO, Alan Emanuel Duailibe. Uma metodologia alternativa de avaliação preliminar
de consumo de energia elétrica direcionada a instituições de ensino superior.
2002. 97 p. Dissertação (Mestrado em Ciências em Planejamento Energético) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
RODRIGUES, Pierre. Manual de iluminação eficiente. 1 ed. Brasília: PROCEL, 2002.
SALVADOR, Regina; MARQUES, Bruno Pereira. Geopolítica do Petróleo: de Estrabão
à(s) guerra(s) do Iraque. Lisboa: Edições Colibri, 2003.
SANTOS, Marilin Mariano dos; MATAI, Patrícia Helena Lara dos Santos. A importância da
industrialização do xisto brasileiro frente ao cenário energético mundial. Ouro
Preto: USP, 2010.
SAVI, Adriani Cordoni. Telhados verdes: análise comparativa de custo com sistemas
tradicionais de cobertura. Curitiba: UTFPR, 2012.
SGS. Apostila: Curso de Formação de Auditor Interno ISO 50001:2011. São Paulo: SGS
Academy, 2013.
SILVA, Ennio Peres da; CAMARGO, João Carlos; SORDI, Alexandre; SANTOS, Ana Maria
Resende. Revista Multiciência. O Futuro dos Recursos. UNICAMP, v. I, 2003.
SIQUEIRA, Lívia; BATISTA, Renata; OLIVEIRA, Tatiane. A descoberta do Pré Sal e suas
vantagens e desvantagens. Campos dos Goytacazes: Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, 2012.
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa:
estratégias de negócios focadas na realidade brasileira. 4 ed. São Paulo: Atlas,
2006.
TRUJILLO, Alan P.; THURMAN, Harold V. Essentials of Oceanography. 576 p. California:
ISBN, 2011.
USP. A luz do dia na arquitetura: recomendações para projetos. Disponível em:
<http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0213/Material
_de_Apoio/A_Luz_do_Dia_na_Arquitetura._Recomendacoes_para_Projeto.pdf>
Acesso em: 02 nov. 2013.
WALISIEWICZ, Marek. Energia alternativa: solar, eólica, hidrelétrica e de
biocombustíveis. São Paulo: Publifolha, 2008.
149
WALTER, Arnaldo. As mudanças climáticas e a questão energética. Campinas:
Unicamp, 2007.
KAWASAKI, Juliana Iwashita. Métodos de cálculo luminotécnico. Revista O Setor Elétrico,
Santa Cecília, v. 74, p. 36-42, março, 2012.
APÊNDICES
150
APÊNDICE I - CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA DO TERMINAL
PORTUÁRIO NOS ANOS DE 2005 A 2012.
151
Nota: *Início da operação com câmaras frias.
**Desativação das câmaras frias.
Consumo de Energia Elétrica - CELESC (kWh)
Ano Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
2005 574.854* 589.541 785.123 654.158 669.251 600.025 559.689 721.458 678.456 726.584 802.121 1.098.584 8.459.844
2006 1.025.184 956.128 968.514 986.541 824.158 856.251 998.510 951.025 1.125.235 986.584 1.100.253 1.023.366 11.801.749
2007 867.125 867.000 700.581 699.874 735.266 790.791 679.195 638.098 829.934 853.136 839.358 938.658 9.439.016
2008 822.339 928.585 1.040.732 994.768 854.933 800.510 805.489 892.554 899.252 852.770 919.216 817.312 10.628.460
2009 662.193 660.232 736.722 800.251 856.086 556.237 488.206 385.341** 288.260 232.008 246.041 250.145 6.161.722
2010 221.823 261.855 289.902 420.247 501.945 454.303 454.303 409.693 335.587 318.339 353.846 400.537 4.422.380
2011 486.989 346.081 385.158 332.654 323.967 297.035 224.284 389.511 373.365 389.558 413.235 387.574 4.349.411
2012 475.897 483.593 539.171 427.296 303.001 248.507 226.010 256.841 377.003 38.677 178.784 172.185 3.726.965
TOTAL 58.989.547
152
APÊNDICE II – FATORES DE EMISSÃO DE GEE (ESCOPOS 1 E 2)
153
Fatores de emissão por utilização de combustíveis fósseis em fontes móveis – Escopo 1 / emissões diretas
Combustível Unidade Fonte Fatores de Emissão (kgGEE/un.)
CO2 CH4 N2O
Óleo Diesel Litros BEN 2012 2,6710 0,0001 0,00014
Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) Kg BEN 2012 2,9325 0,0029 0,00001
Fatores de Emissão (FE) do Sistema Interligado Nacional (SIN) – Escopo 2 / emissões indiretas
Ano Unidades Mês
Média Anual Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2006 tCO2/MWh 0,0322 0,0346 0,0337 0,0275 0,0317 0,0306 0,0351 0,0336 0,0383 0,036 0,0265 0,028 0,0323
2007 tCO2/MWh 0,0229 0,0195 0,0195 0,0197 0,0161 0,0256 0,031 0,0324 0,0355 0,0377 0,0406 0,0496 0,0293
2008 tCO2/MWh 0,0584 0,0668 0,0599 0,0453 0,0459 0,0521 0,0437 0,0425 0,0411 0,0438 0,0334 0,0477 0,0484
2009 tCO2/MWh 0,0281 0,0237 0,0247 0,0245 0,0405 0,0369 0,0241 0,0199 0,0162 0,0179 0,0181 0,0194 0,0246
2010 tCO2/MWh 0,0211 0,028 0,0243 0,0238 0,0341 0,0506 0,0435 0,0774 0,0907 0,0817 0,0869 0,0532 0,051275
2011 tCO2/MWh 0,0262 0,0288 0,0208 0,0198 0,027 0,0341 0,0308 0,0301 0,0273 0,035 0,0356 0,0349 0,0292
2012 tCO2/MWh 0,0294 0,0322 0,0405 0,0642 0,062 0,0522 0,0394 0,046 0,0783 0,0984 0,1247 0,1168 0,065342
154
APÊNDICE III – CONSUMO E CUSTO MENSAL DE ENERGIA
OBTIDO PELO SMART 32
155
CUSTO (R$) - ENERGIA ELÉTRICA TECON 2012
Mês Período de leitura Contêineres Reefer Custo Ponta (R$) Custo FPonta (R$) Custo total (R$)
abr/12 13/03 a 11/04 2.746 17.610 78.620 96.229,22
mai/12 12/04 a 14/05 2.467 3.413 42.583 45.996,05
jun/12 15/05 a 12/06 2.387 1.061 41.468 42.529,33
jul/12 13/06 a 12/07 2.098 2.733 38.363 41.095,96
ago/12 13/07 a 13/08 2.443 2.606 43.762 46.367,46
set/12 14/08 a 11/09 2.250 3.693 44.625 48.318,51
out/12 12/09 a 11/10 1.337 1.650 28.613 30.262,69
nov/12 12/10 a 12/11 1.621 2.191 25.042 27.233,43
TOTAL 13/03 a 12/11 17.349 34.957 343.076 378.032,65
CONSUMO (kWh) - ENERGIA ELÉTRICA TECON 2012
Mês
Período de leitura
Contêineres Reefer
Consumo Ponta (kWh)
Consumo FPonta (kWh)
Consumo Total (kWh)
abr/12 13/03 a 11/04 2746 11448 315738 327186 mai/12 12/04 a 14/05 2467 2219 171013 173232 jun/12 15/05 a 12/06 2387 690 166536 167226 jul/12 13/06 a 12/07 2098 1799 156012 157811
ago/12 13/07 a 13/08 2443 1750 174266 176016 set/12 14/08 a 11/09 2250 2626 162742 165368 out/12 12/09 a 11/10 1337 1162 103351 104513 nov/12 12/10 a 12/11 1621 1543 90455 91998
TOTAL
13/03 a 12/11
17.349
23.237
1.340.113
1.363.350
156
CUSTO (R$) - ENERGIA ELÉTRICA ARMAZÉNS 2012
Mês
Período de leitura
Consumo Ponta (R$)
Consumo FPonta (R$)
Consumo Total (R$)
abr/12 13/03 a 11/04 8063 12941 21.004,27
maio/12 12/04 a 14/05 9326 11719 21.045,54
jun/12 15/05 a 12/06 9229 11488 20.717,55
jul/12 13/06 a 12/07 9283 10595 19.878,19
ago/12 13/07 a 13/08 9015 10522 19.537,86
set/12 14/08 a 11/09 7929 11418 19.347,58
out/12 12/09 a 11/10 8549 12116 20.665,79
nov/12 12/10 a 12/11 8470 14207 22.677,05
TOTAL
13/03 a 12/11
69.866
95.008
164.873,83
CONSUMO (kWh) - ENERGIA ELÉTRICA ARMAZÉNS 2012
Mês
Período de leitura
Consumo Ponta (kWh)
Consumo FPonta (kWh)
Consumo Total (kWh)
abr/12 13/03 a 11/04 5242 51971 57213
maio/12 12/04 a 14/05 6063 47065 53128
jun/12 15/05 a 12/06 6000 46137 52137
jul/12 13/06 a 12/07 6111 43088 49199
ago/12 13/07 a 13/08 6055 41902 47957
set/12 14/08 a 11/09 5638 41641 47279
out/12 12/09 a 11/10 6021 43765 49786
nov/12 12/10 a 12/11 5965 51317 57282
TOTAL
13/03 a 12/11
47.905
366.886
413.981
157
CONSUMO (kWh) - ENERGIA ELÉTRICA PRÉDIO ADMINISTRATIVO 2012
Mês
Período de leitura
Consumo Ponta (kWh)
Consumo FPonta (kWh)
Consumo Total (kWh)
abr/12 13/03 a 11/04 1.014 10.951 11965
maio/12 12/04 a 14/05 798 7.965 8763
jun/12 15/05 a 12/06 811 8.922 9733
jul/12 13/06 a 12/07 817 7.937 8754
ago/12 13/07 a 13/08 984 9.611 10595
set/12 14/08 a 11/09 815 8.694 9509
out/12 12/09 a 11/10 910 10.105 11015
nov/12 12/10 a 12/11 846 10.822 11668
TOTAL
13/03 a 12/11
6.995
75.007
82.002
CUSTO (R$) - ENERGIA ELÉTRICA PRÉDIO ADMINISTRATIVO 2012
Mês
Período de leitura
Consumo Ponta (R$)
Consumo FPonta (R$)
Consumo Total (R$)
abr/12 13/03 a 11/04 1.559,75 2.726,83 4.286,58
maio/12 12/04 a 14/05 1.227,50 1.983,31 3.210,81
jun/12 15/05 a 12/06 1.247,49 2.221,60 3.469,10
jul/12 13/06 a 12/07 1.241,06 1.951,70 3.192,76
ago/12 13/07 a 13/08 1.465,09 2.413,52 3.878,62
set/12 14/08 a 11/09 1.146,21 2.383,97 3.530,18
out/12 12/09 a 11/10 1.292,14 2.797,57 4.089,71
nov/12 12/10 a 12/11 1.201,27 2.996,07 4.197,34
TOTAL
13/03 a 12/11
10.381
19.475
29.855,10
158
APÊNDICE IV – DADOS DE POTÊNCIA E VERIFICAÇÃO DE
ETIQUETAGEM DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS DO PRÉDIO
ADMINISTRATIVO.
159
TÉRREO
Setor Potência total instalada (kW)
Potência instalada em iluminação (kW)
(potência das lâmpadas +potência
dos reatores)
Potência instalada em ar condicionado
(kW)
Potência instalada em computadores
(kW)
Outros equipamentos
Algum equipamento é etiquetado pelo
Programa Brasileiro de Etiquetagem?
Equipamento com Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE
Equipamento
Classificação
Ambulatório 11,12 1,29 9,08
0,14 Impressora, rádio.
bebedouro, bloco autônomo.
Não -
-
Almoxarifado 10,65 1,10 8,79
0,10 Impressora, rádio, bloco
autônomo.
Não -
-
Sala Treinamento
9,24 0,55 7,03
0,02 Datashow, bebedouro,
amplificador, bloco autônomo.
Não -
-
Hall PA 1 0,09 0,09 - - -
Não - -
Cozinha 37,73 2,39 2,64
-
Balança de precisão, refrigerador simples,
refrigerador industrial, liquidificador, descascador de
batata, triturador, cafeteira, fritadeira, forno elétrico.
Sim
1 ar condicionado 2,64 kW
B
Refeitório 17,48 3,04 12,31 -
Bebedouro, máquina de suco, refrigerador industrial, painel
de satisfação, bloco autônomo.
Não
-
-
PCS 7,92 0,55 5,28
0,76 Impressoras, carregador de
bateria de rádio.
Não
-
-
Vigilância 2,31 0,18 - - Não - -
Vestiário 24,78 2,67 - -
Balança, chuveiro, bloco autônomo.
Sim
4 chuveiros
D
160
1º PISO
Setor Potência total instalada (kW)
Potência instalada em iluminação (kW)
(potência das lâmpadas +potência dos reatores)
Potência instalada em ar condicionado
(kW)
Potência instalada em computadores
(kW)
Outros equipamentos
Algum equipamento é etiquetado pelo
Programa Brasileiro de Etiquetagem?
Equipamento com Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE
Equipamento
Classificação
Arquivo 0,28 0,28 - -
-
Não
-
-
Sala Reunião 1 5,51 0,18 5,28
-
1 telefone para audioconferência
Sim
1 ar condicionado
5,28kW
B
Copa 2,56 0,18 - -
1 bebedouro, 1 microondas, 1 cafeteira,
1 bloco autônomo.
Não
-
-
WC Fem 1 0,28 0,03 - - - Não - -
WC Masc 1 0,28 0,03 - - - Não - -
CPD/CFTV 30,79 1,20 22,86
1,85
2 impressoras, 3 modems, 5 switchs, 8
media converter, 2 modem óptico,
1 servidor, 2 swich core, 1 branch repeter, 1
transponder.
Não
-
-
Hall PA 1 0,09 0,09 - - - Não - -
Comercial 135,37 9,38 112,54 9,72 11 impressoras Não - -
WC Fem 2 0,37 0,37 - - - Não - -
WC Masc 2 0,37 0,37 - - - Não - -
Sala Reunião 2 5,65 0,37 5,28 - - Sim 1 ar condicionado
5,28 Kw
B
Sala Reunião 3 5,65 0,37 5,28 - - Sim 1 ar condicionado
5,28 kW
B
Hall PA 2 0,46 0,46 - - - Não - -
161
2º PISO
Setor Potência total instalada (kW)
Potência instalada em iluminação (kW)
(potência das lâmpadas +potência
dos reatores)
Potência instalada em ar condicionado
(kW)
Potência instalada em computadores
(kW)
Outros equipamentos
Algum equipamento é etiquetado pelo Programa
Brasileiro de Etiquetagem?
Equipamento com Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE
Equipamento
Classificação
PVA 11,51 1,10 9,96
0,14
1 impressora
Sim 1 ar condicionado
3,52 kW
B
Hall PA 1 0,28 0,28 - - - Não - -
WC Masc 1 0,18 0,19 - - - Não - -
Vestiário PVA 0,18 0,19 - - - Não - -
WC Fem 1 0,28 0,28 - - - Não - -
Arquivo RH 0,09 0,09 - - - Não - -
Telefonia 5,37 0,09 5,28 - - Não - -
Kit Festa 77,33 2,94 70,34
2,45 1 impressora, 1
bebedouro, 1 frigobar, 1 torradeira.
Não
-
-
RH 2,50 1,01 - 0,38 2 impressoras Não - -
Meio Ambiente 2,04 0,46 - 1,08 1 impressora Não - -
Estoque 20,40 1,66 17,58 0,66 1 impressora Não - -
Comercial 19,94 1,47 17,58 0,38 1 impressora Não - -
Sala Café 1,62 0,55 - -
1 bebedouro, 1 frigobar, 1 cafeteira
Não - -
Sala Reunião 2 5,64 0,37 5,28 - -
Sim 1 ar condicionado
5,38 kW
B
Sala Gerência 4,29 0,37 3,52 0,34 1 frigobar
Sim 1 ar condicionado
3,52 kW
B
Circulação Gerência 1,20 0,92 - 0,28 - Não - -
WC Fem 2 0,37 0,37 - - - Não - -
WC Masc 2 0,37 0,37 - - - Não -
Hall PA 2 0,92 0,92 - - - Não - -
Sala Reunião 1 1,16 0,74 -
0,01 1 datashow, 2
televisores, 1 telefone para audioconferência
Não
-
-
162
APÊNDICE V – TABELA DE PONTUAÇÃO PARA O ÍNDICE DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO AMBIENTE
163
APÊNDICE VI – QUESTIONÁRIO SOBRE A PERCEPÇÃO DOS
FUNCIONÁRIOS DO PRÉDIO ADMINISTRATIVO
164
Universidade do Vale do Itajaí
CTTMar – Engenharia Ambiental
Prezado(a) Colaborador,
Estamos realizando uma pesquisa sobre o uso energético deste Terminal Portuário, visando identificar os usos da energia e formas de melhorar o desempenho energético. A análise cuidadosa das características quantitativas e qualitativas pode melhor definir o perfil do ambiente que trabalhamos. Portanto, sua contribuição é muito importante.
PERFIL DO COLABORADOR
A) Idade: ( ) Até 20 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos
( ) Mais de 41 anos
B) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
C) Escolaridade: ( ) Fundamental ( ) Médio Incompleto
165
( ) Médio ( ) Superior Incompleto ( ) Superior
( ) Pós Graduação
D) Tempo em que trabalha na empresa:
( ) Menos de 1 ano ( ) 1 a 2 anos ( ) 2 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos
( ) Mais de 10 anos
E) Setor/Área em que trabalha:
*Térreo
( ) Ambulatório ( ) Almoxarifado ( ) Cozinha/Refeitório ( ) PCS
( ) Vigilância ( ) Vestiário
*1º piso
( ) CPD/CFTV ( ) Comercial ( )
*2º piso
( ) PVA ( ) Kit Festa ( ) Estoque ( ) Gerência
( ) RH ( ) Meio Ambiente ( ) Comercial
AVALIAÇÃO DO USO E CONSUMO DE ENERGIA
1) Na sua opinião, quanto a iluminação Artificial (lâmpadas) do setor:
Esta é:
( ) excessiva ( ) regular ( ) insatisfatória
No que se refere a localização de lâmpadas, esta é:
( ) adequada ( ) regular ( ) ruim
2) Quanto à iluminação natural do setor
A iluminação natural produz ofuscamento (raios solares atingem o ambiente interno
refletindo nos olhos dos funcionários)?
( ) sim ( ) não
Em caso afirmativo, o ofuscamento ocorre aproximadamente em qual horário?
( ) 8 às 10h ( ) 10 às 13h ( ) 13 às 16h ( )16 às 18h
166
3) Quanto à integração luz natural e artificial no setor
Na sua opinião, as janelas possuem tamanho adequado em relação a área da sala?
( ) sim ( ) não
O local de trabalho (mesas e computadores) está posicionado perpendicular às janelas?
( ) sim ( ) não
Você considera que o seu equipamento de trabalho está localizado no local adequado da
sala?
( ) sim ( ) não
Alguma vez houve a discussão sobre a disposição do mobiliário no local de trabalho?
( ) sim ( ) não
Caso positivo, este foi devido à insuficiência de conforto visual?
( ) sim ( ) não
4) Quanto à ventilação natural do setor
O corredor que dá acesso à sala é aberto para ambientes externos?
( ) sim ( ) não
A ventilação natural dentro da sala, com as portas e janelas abertas é:
( ) excessiva ( ) satisfatória ( ) insatisfatória
5) Quanto à ventilação mecânica do setor (ar condicionado, ventilador)
Há ventilação mecânica?
( ) sim ( ) não
A quantidade de ventiladores ou ar condicionados é:
( ) excessiva ( ) satisfatória ( ) insatisfatória
A localização de ventilador ou ar condicionado é:
( ) adequada ( ) regular ( ) ruim
167
6) Quanto à setorização do setor (divisão e localização de interruptores para ligar-desligar
lâmpadas,ventiladores, ar condicionado)
Existem interruptores para ligar-desligar lâmpadas, ventiladores e aparelhos de ar
condicionado de forma setorizada no ambiente?
( ) sim ( ) não
A localização de interruptores para ligar-desligar lâmpadas, ventiladores e
aparelhos de ar condicionado é:
( ) adequada ( ) regular ( ) ruim
Você acredita que a instalação de sistemas de controles pode ajudar no uso racional e
eficiente de energia, economizando energia elétrica?
( ) sim ( ) não
7) Aspectos comportamentais dos colaboradores
Quando saem para o almoço, desliga o computador?
( ) sim ( ) não
Você deixa a luz acesa quando sai de um ambiente?
( ) sim ( ) não
Quando a ventilação natural é satisfatória, o ventilador e ar condicionado são desligados?
( ) sim ( ) não
8) Importância do gerenciamento de energia
Na sua opinião o gerenciamento da energia é algo importante para a empresa?
( ) sim ( ) não
Caso sua respondeu sim na questão anterior: Por quê?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_____________________________________________________
Você já participou de alguma formação (curso/palestra/seminário) voltada ao tema
“Energia/Consumo de Energia” na empresa em que trabalha?
168
( ) sim ( ) não
Com relação à questão anterior, você gostaria de participar de alguma formação referente
ao tema Energia?
( ) sim ( ) não
APÊNDICE VII – CARTILHA DO SGE PARA CONSCIENTIZAÇÃO
DOS FUNCIONÁRIOS