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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO DE UM TERMINAL PORTUÁRIO LOCALIZADO EM ITAJAÍ-SC COM BASE NA NBR ISO 50001:2011 Ac: Thayrine Andressa Pereira Leite Orientador: Camila Burigo Marin, MSc. Co-orientador: Marcus Polette, Dr. Itajaí, novembro/2013

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U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental

DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO DE UM TERMINAL PORTUÁRIO

LOCALIZADO EM ITAJAÍ-SC COM BASE NA NBR ISO 50001:2011

Ac: Thayrine Andressa Pereira Leite

Orientador: Camila Burigo Marin, MSc.

Co-orientador: Marcus Polette, Dr.

Itajaí, novembro/2013

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U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental

DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO DE UM TERMINAL PORTUÁRIO

LOCALIZADO EM ITAJAÍ-SC COM BASE NA NBR ISO 50001:2011

Thayrine Andressa Pereira Leite

Monografia apresentada à banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Ambiental.

Itajaí, novembro/2013

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu pai Osmar (in memorian) e à minha avó Maria Isabel (in

memorian) que não estiveram fisicamente presente ao meu lado durante esta caminhada,

mas que sempre foram minha força para a concretização deste sonho.

Ao meu avô Nilton Pereira (in memorian) que me acompanhou em grande parte desta

trajetória e que sonhou tanto com este momento, assim como eu, mas que partiu cedo

demais.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente pela vida, por ser meu refúgio durante esta caminhada e por me dar

a inteligência e a paciência necessárias para concluir com êxito este desafio.

Aos meus pais Valéria e Valdecir, por tudo o que sou, pelo amor e apoio incondicional que

sempre me deram, pelas palavras de conforto principalmente nos momentos mais difíceis e

por sempre terem acreditado no meu potencial.

A minha avó Edi, que é meu bem tão precioso neste mundo, por ter sido sempre este anjo

de Deus em meu caminho, por ter sempre me colocado em suas orações e por tudo o que

até hoje fez por mim.

A todos os meus familiares: avós, tios e primos, que me acompanharam nesta trajetória, e

que foram meu auxílio e companhia em tantos momentos de minha vida.

Ao meu companheiro, meu namorado Marcos, que sempre me encorajou nos momentos

difíceis desta caminhada e esteve sempre ao meu lado quando precisei.

Aos amigos que fiz ao longo destes cinco anos, por terem dividido comigo momentos que

jamais esquecerei.

À professora e orientadora Camila Burigo Marin, pelo grande ensinamento, incentivo e por

despertar em mim o interesse pelas questões energéticas.

Ao professor e co-orientador Marcus Polette pelo apoio e pelos ensinamentos ao longo

deste trabalho.

A Engenheira Ambiental Michele Machado Yokoyama e aos funcionários do terminal em que

realizei este trabalho, pela oportunidade que me foi dada, pelo auxílio e amizade ao longo

do estágio realizado.

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“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”

Charles Chaplin

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RESUMO

A energia é um dos principais constituintes da sociedade moderna, e ao longo da história as fontes energéticas têm sido à base do desenvolvimento da humanidade. Porém, a utilização de recursos não renováveis vem gerando inúmeros impactos ambientais, de modo que nas últimas décadas levou o governo, a sociedade e especialmente as empresas a adotarem uma nova postura diante das questões energéticas. A busca por fontes renováveis e alternativas de energia e o gerenciamento do consumo energético tem sido estratégias eficazes para minimizar estes impactos e reduzir custos nas empresas. Neste sentido, o presente trabalho realizou o diagnóstico energético de um terminal portuário localizado em Itajaí-SC, com base na metodologia de planejamento definida pela NBR ISO 50001:2011, a partir da avaliação do consumo de energia e caracterização da matriz energética em uma abordagem global, por área e detalhada, tomando como linha de base os dados do ano de 2012. O diagnóstico energético realizado permitiu identificar na abordagem global que 67,96% da energia consumida é elétrica, 27,46% proveniente de óleo diesel e 4,58% de GLP, o que caracterizou a matriz energética do terminal como sendo 67,96% de fonte renovável e 32,04% como não renovável. Com relação às emissões de gases de efeito estufa, verificou-se que as empilhadeiras movidas a óleo diesel são responsáveis por 59,9% das emissões. Como medida de melhoria, se propôs a substituição de óleo diesel comum por biodiesel, o que reduziria 8% das emissões e custos. Na abordagem energética por área, foram obtidos os dados de consumo de energia registrados por medidores conectados a um software de gerenciamento de energia, em cada área do terminal. De acordo com os dados, foi verificado que os valores de consumo registrados pelo software não são medidos em sua totalidade, o que demonstra a necessidade de adequação do sistema. Já na abordagem energética detalhada, foram obtidos os dados de instalações, equipamentos, sistemas, processos e pessoal trabalhando pela organização que significativamente afetem o uso e o consumo de energia desta área. O levantamento de dados detalhados possibilitou verificar oportunidades de melhoria nas instalações do Prédio Administrativo, como adequações nos acabamentos internos da edificação e aquisição de equipamentos mais eficientes para a redução do consumo de energia. Além das adequações propostas, verificou-se a necessidade de conscientização dos funcionários, para que utilizem racionalmente a energia elétrica, já que foram identificados desperdícios de energia em contribuição da má utilização de equipamentos.

Palavras-chaves: Gestão energética, planejamento, economia de energia.

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ABSTRACT

Energy is a major constituent of modern society, and throughout history the energy sources have been the basis for development of humanity. However, the use of non-renewable resources has generated numerous environmental impacts, so that in recent decades has become a growing global concern with these, leading the government, society and especially companies to adopt a new stance on energy issues. The search for renewable and alternative energy and energy management has been effective strategies to minimize these impacts and reduce costs in business. In this sense, this work constitutes the diagnostic performance of a port terminal located in Itajaí-SC, based planning methodology defined by ISO 50001:2011, based on the evaluation of energy consumption and characterization of the energy of the whole terminal in a global, detailed and per area verification, taking as baseline data for the year 2012. The energy diagnosis has allowed to identify that 67.96% of the energy consumed is electric, 27.46% from diesel oil and 4.58% from LPG which characterized the energy matrix of the terminal as 67.96% of renewable and non-renewable as 32.04%. About the emissions of greenhouse gases, it was found that the diesel powered forklift trucks are responsible for 59.9% of emissions. As a way of improving proposed the replacement of diesel oil for biodiesel, which reduce emissions 8% and also reduce costs. In verification of energy area, was obtained energy consumption registered by meter connected to a software power management in each area of the terminal. According to the informations, it was found that consumption values recorded by the software are not measured at all, which demonstrates the needs to adequate the system. On energetic approach detailed informations were obtained from facilities, equipment, systems, processes and personnel working for the organization that significantly affect the use and consumption of energy in this area. It was possible to verify improvement opportunities in the Administration Building, like adjustments to the interior finishes of the building and the purchase of more efficient equipment. In addition to the proposed adjustments, which aim at improving the energy performance of the building and therefore allow reducing energy consumption, there is a need for awareness of employees, so that they use electricity rationally since been identified waste energy resulting from improper use of equipment.

Keywords: Energy management, planning, energy saving.

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SUMÁRIO

1 Introdução ..................................................................................................................... 18

1.1 Objetivos ............................................................................................................... 19

1.1.1 Geral ........................................................................................................... 20

1.1.2 Específicos.................................................................................................. 20

2 Fundamentação Teórica ............................................................................................... 21

2.1 Energia e recursos energéticos ............................................................................. 21

2.1.1 Recursos Energéticos Não Renováveis ...................................................... 21

2.1.2 Recursos Energéticos Renováveis .............................................................. 24

2.2 Matriz energética mundial ...................................................................................... 25

2.3 Matriz energética brasileira .................................................................................... 27

2.4 Energia e emissões de GEE .................................................................................. 30

2.4.1 GHG Protocol .............................................................................................. 31

2.5 Políticas de eficiência energética ........................................................................... 32

2.5.1 Política Brasileira de Eficiência Energética.................................................. 32

2.6 Gestão de energia nas organizações..................................................................... 33

2.6.1 Sistema de Gestão da Energia: NBR ISO 50001 ........................................ 34

3 Metodologia .................................................................................................................. 42

3.1 Coleta de dados .................................................................................................... 44

3.1.1 Uso e consumo de energia ......................................................................... 44

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3.2 Linha de base energética....................................................................................... 57

3.3 Definição de indicadores de desempenho energético ............................................ 58

3.4 Planos de ação ...................................................................................................... 58

4 Resultados e discussão ................................................................................................ 59

4.1 Requisitos gerais da NBR ISO 50001:2011 ........................................................... 59

4.2 Identificação de requisitos legais ........................................................................... 60

4.3 Revisão energética ................................................................................................ 62

4.3.1 Análise do Uso e Consumo de Energia ....................................................... 62

4.3.1.1 Energia Elétrica ........................................................................................... 62

4.3.1.2 Óleo diesel .................................................................................................. 68

4.3.1.3 GLP............................................................................................................. 70

4.3.1.4 Caracterização da Matriz Energética........................................................... 73

4.3.1.5 Identificação dos usos e consumos significativos de energia ...................... 76

4.3.1.6 Quantificação de emissões de GEE ............................................................ 77

4.3.1.7 Abordagem Energética por Área ................................................................. 81

4.3.1.8 Abordagem Energética Detalhada do Prédio Administrativo ....................... 91

4.3.1.8.1 Diagnóstico dos equipamentos elétricos utilizados ...................................... 91

4.3.1.8.2 Diagnóstico das características do ambiente .............................................. 92

4.3.1.8.3 Diagnóstico da percepção dos funcionários .............................................. 103

4.3.2 Identificação e priorização de oportunidades de melhoria ......................... 120

4.4 Linha de base energética..................................................................................... 121

4.5 Indicadores de desempenho energético .............................................................. 121

4.6 Objetivos energéticos .......................................................................................... 125

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4.7 Planos de ação .................................................................................................... 127

5 Considerações finais .................................................................................................. 139

5.1 Recomendações para trabalhos futuros .............................................................. 141

6 Referências ................................................................................................................ 143

Apêndices .......................................................................................................................... 149

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Matriz Energética Mundial nos anos de 1980 e 2008.......................................................... 26

Figura 2 - Matriz Energética Mundial em 2008. .................................................................................27

Figura 3 - Caracterização da matriz energética brasileira nos anos de 1980 e 2011. ..........................28

Figura 4 - Participação de renováveis na Matriz Elétrica Brasileira e Mundial. .....................................29

Figura 5 - Esquema da Gestão de Energia. .......................................................................................34

Figura 6 - Modelo do Sistema de Gestão de Energia para a ABNT NBR ISO 50001:2011. .................35

Figura 7 - Diagrama conceitual do processo de planejamento. ......................................................36

Figura 8 - Etapas do diagnóstico energético. ...................................................................................38

Figura 9 - Exemplo de histórico de consumo de Energia em uma linha de base. ................................39

Figura 10 - Sequência metodológica de desenvolvimento do trabalho. ................................................43

Figura 11 - Ferramenta do Programa Brasileiro GHG Protocolo para cálculo de emissões de GEE.

.......................................................................................................................................................47

Figura 12 – Exemplo de Relatório Diário de demanda/consumo de energia elétrica emitido pelo

software Smart 32. .......................................................................................................................49

Figura 13 - Luxímetro da marca Minipa modelo MLM-1011 utilizado para medição de iluminância nos

setores do Prédio Administrativo. ..................................................................................................51

Figura 14 – Política Energética do SGE proposta para o terminal portuário. ........................................60

Figura 15 - Painéis elétricos para distribuição de energia elétrica nos setores TECON, Armazéns I e II

e Prédio Administrativo. .................................................................................................................63

Figura 16 - Empilhadeira elétrica de pequeno porte, utilizada para movimentação de carga soltas nos

Armazéns (I e II). ...........................................................................................................................64

Figura 17 - Consumo de energia elétrica do terminal portuário nos anos de 2005 a 2012, em MWh,

registrado pela CELESC................................................................................................................64

Figura 18 - Consumo de energia elétrica no terminal portuário (MWh) junto à CELESC no ano de

2009 - ano de desativação das câmaras frias. ..............................................................................65

Figura 19 - Consumo de energia elétrica no terminal portuário no ano de 2012 (MWh) registrado pela

CELESC. .......................................................................................................................................66

Figura 20 - Custo com energia elétrica no terminal portuário registrado pela CELESC no ano de 2012,

em reais. ........................................................................................................................................66

Figura 21 – Valores de fator de potência registrados no ano de 2012 pela CELESC...........................67

Figura 22 – Valores de fator de carga registrados no ano de 2012 pela CELESC. ..............................68

Figura 23 - Empilhadeira de grande porte, Reach Staker, movida a óleo diesel, utilizada para

movimentação de containers. ........................................................................................................68

Figura 24 - Empilhadeira modelo Maclift, movida a óleo diesel, utilizada para movimentação de cargas

soltas dentro e fora dos containers................................................................................................69

Figura 25 – Porcentagem de óleo diesel consumido no terminal portuário no ano de 2012. ...............70

Figura 26 – Centrais de GLP do TECON e da cozinha. ........................................................................71

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Figura 27 - Empilhadeiras utilizadas do terminal portuário para a movimentação de cargas soltas.

......................................................................................................................................................71

Figura 28 – Fogão industrial a GLP utilizado na cozinha para produção de refeições diárias........... ...72

Figura 29 – Perfil do consumo de GLP no terminal portuário, com base na quantidade consumida no

ano de 2012. ..................................................................................................................................73

Figura 30 - Distribuição da matriz energética do terminal portuário com base na energia consumida,

em tep, no ano de 2012. ................................................................................................................74

Figura 31 – Distribuição da matriz energética do terminal portuário como renovável e não renovável.

......................................................................................................................................................75

Figura 32 - Custo total do terminal portuário com energia elétrica, óleo diesel e GLP no ano de 2012.

.......................................................................................................................................................76

Figura 33 – Estimativa de CO2e emitido no terminal portuário a partir dos dados de consumo de

energia identificados na Abordagem Energética Global................................................................80

Figura 34 - Percentual de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e) no terminal portuário,

no ano de 2012. ............................................................................................................................81

Figura 35 - Bloco de tomadas para conexão dos containers reefer e painel de conexão elétrica dos

mesmos. .......................................................................................................................................82

Figura 36 – Consumo (MWh) e Custo (R$) total de energia elétrica no TECON entre os meses de abril

e novembro de 2012. ....................................................................................................................83

Figura 37 - Consumo de energia elétrica (MWh) em horários de ponta e fora de ponta no TECON,

entre os meses de abril e novembro de 2012. ..............................................................................84

Figura 38 - Custo com energia elétrica (R$) em horários de ponta e fora de ponta no TECON, entre os

meses de abril e novembro de 2012. ............................................................................................85

Figura 39 - Local para carregamento de baterias utilizadas nas empilhadeiras elétricas. ....................86

Figura 40 - Consumo de energia elétrica em (MWh) nos Armazéns I e II entre os meses de abril e

novembro de 2012, de acordo com o software Smart 32. .............................................................86

Figura 41 - Consumo de energia elétrica (MWh) dos Armazéns I e II entre os meses de abril e

novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.............................................................87

Figura 42 - Custo (R$) com energia elétrica com os Armazéns I e II entre os meses de abril e

novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.............................................................87

Figura 43 - Consumo de energia elétrica, em MWh, registrado pelo software Smart 32 entre abril e

novembro de 2012. ...........................................................................................................88

Figura 44 - Consumo de energia elétrica do prédio administrativo registrado pelo software Smart 32,

entre os meses de abril a novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.......................

.......................................................................................................................................................88

Figura 45 – Custo com energia elétrica do prédio administrativo registrado pelo software Smart 32,

entre os meses de abril e novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta. ..................89

Figura 46 - Distribuição da iluminância média medida em comparação com a NBR 5413 - Setores no

pavimento térreo do Prédio Administrativo. ..................................................................................94

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Figura 47 - Distribuição da iluminância média medida em comparação com a NBR 5413 - Setores do

1º piso do Prédio Administrativo. ...................................................................................................96

Figura 48 - Distribuição da iluminância medida em comparação com a NBR 5413 - Setores no 2º piso

do Prédio Administrativo. ..............................................................................................................98

Figura 49 - Índice de eficiência energética dos ambientes do Prédio Administrativo, com base nas

características do ambiente de cada um.

......................................................................................100

Figura 50 - Perfil dos funcionários entrevistados do prédio administrativo. ........................................103

Figura 51 - Perfil dos funcionários entrevistados do prédio administrativo. ........................................104

Figura 52 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham. ...........105

Figura 53 – Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham. ...........106

Figura 54 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.............107

Figura 55 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham........... ..108

Figura 56 - Opinião dos entrevistados quanto ao conforto visual no ambiente. ..................................109

Figura 57 - Opinião dos entrevistados quanto às condições de ventilação no ambiente. ...................110

Figura 58 - Opinião dos entrevistados sobre condições de ventilação mecânica no ambiente.

.....................................................................................................................................................111

Figura 59 - Opinião dos entrevistados sobre as condições de ventilação mecânica no ambiente.

....................................................................................................................................................111

Figura 60 - Opinião dos entrevistados quanto à setorização elétrica no ambiente em que trabalham.

.....................................................................................................................................................112

Figura 61 - Opinião dos entrevistados quanto à setorização elétrica no ambiente em que trabalham.

....................................................................................................................................................113

Figura 62 - Opinião dos entrevistados sobre a importância do gerenciamento de energia na empresa.

....................................................................................................................................114

Figura 63 – Opinião dos entrevistados quanto à realização formação referente ao tema Energia.

.....................................................................................................................................................115

Figura 64 - Interesse dos entrevistados em participar de formação referente ao tema Energia.

.....................................................................................................................................................115

Figura 65 - Avaliação dos entrevistados sobre seus aspectos comportamentais relacionados ao

consumo de energia. ..................................................................................................................116

Figura 66 - Avaliação dos entrevistados sobre seus aspectos comportamentais relacionados ao

consumo de energia. ...................................................................................................................116

Figura 67 - Características de fogões classificados pelo CONPET como “A”, propostas para o terminal

portuário em caso de aquisição de novos equipamentos............................................................129

Figura 68 - Modelo de lâmpada Philips do tipo LED – MASTER LEDtube proposto para instalação.

.....................................................................................................................................................131

Figura 69 – Brises nos telhados para melhor aproveitamento da iluminação natural com redução de

ofuscamento. ..............................................................................................................................136

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Recursos energéticos não renováveis – Parte 1................................................................ 22

Quadro 2. Recursos Energéticos não renováveis. – Parte 2................................................................

Erro! Indicador não definido.

Quadro 3 - Recursos Energéticos Renováveis – Parte 1......................................................................

Erro! Indicador não definido.

Quadro 4 - Recursos Energéticos Renováveis – Parte 2......................................................................

Erro! Indicador não definido.

Quadro 5 – Critérios de determinação de significância.........................................................................

Erro! Indicador não definido.

Quadro 6 – Índice de significância........................................................................................................ 46

Quadro 7 – Critérios e pontuação atribuída aos setores analisados no Prédio Administrativo............. 52

Quadro 8 – Resposta de alguns funcionários sobre o motivo pelo qual acreditam que o gerenciamento

de energia é algo importante para a empresa............................................................................. 114

Quadro 9 - Consumo diário e mensal calculados a partir do número de computadores ligados sem

utilização no horário de almoço................................................................................................... 118

Quadro 10 - Consumo diário e mensal calculados a partir do número de computadores ligados sem

utilização no horário pós expediente........................................................................................... 119

Quadro 11 - Objetivos propostos para a melhoria do desempenho energético do terminal portuário em

questão........................................................................................................................................ 126

Quadro 12 - Características técnicas da lâmpada fluorescente tubular atualmente existente no

terminal portuário e lâmpada LED tubular proposta.................................................................... 132

Quadro 13 - Valores de potência instalada em iluminação atuais e proposta.................................... 132

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados quantitativos coletados para a Revisão Energética Nível 1 - Abordagem Global. ... 45

Tabela 2 – Dados quantitativos coletados para a Revisão Energética Nível 2 - Abordagem por Área.48

Tabela 3 - Dados coletados para a Revisão Energética Nível 3 - Abordagem Detalhada. .................. 50

Tabela 4 – Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à orientação geográfica

das janelas. ................................................................................................................................... 53

Tabela 5 – Pontuação atribuída por janela, conforme sua área (a) em relação à parede. .................. 54

Tabela 6 - Índices de reflexão média das cores (refletância). .............................................................. 54

Tabela 7 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à cor das paredes, do teto

e do piso. ....................................................................................................................................... 55

Tabela 8 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto ao atendimento à NBR

5413. .............................................................................................................................................. 55

Tabela 9 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à existência ou não de

persianas nas janelas. ................................................................................................................... 56

Tabela 10 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à existência ou não de

ventilação cruzada......................................................................................................................... 56

Tabela 11 – Requisitos legais aplicáveis ao terminal portuário para a implantação do SGE. ............. 61

Tabela 12 - Usos de energia no terminal portuário. .............................................................................. 62

Tabela 13 - Consumo total de Óleo diesel no ano de 2012 no terminal portuário. .............................. 69

Tabela 14 - Consumo total de GLP no ano de 2012 no terminal portuário. ......................................... 72

Tabela 15 – Dados para conversão do consumo de energia em toneladas equivalentes de petróleo

(tep). .............................................................................................................................................. 74

Tabela 16 – Identificação dos usos e consumos de energia significativos – Abordagem Global. ....... 77

Tabela 17 – Fontes de emissão de GEE segundo as categorias de emissão definidas pelo Programa

Brasileiro GHG Protocol. ............................................................................................................... 78

Tabela 18 – Relação das empilhadeiras do terminal portuário, utilizadas no setor TECON. ............... 78

Tabela 19. Emissões de GEE pelo uso de empilhadeiras no ano de 2012. ......................................... 79

Tabela 20 - Emissões de GEE pelo uso de fontes estacionárias, no ano de 2012, tendo como base o

GHG Protocol. ............................................................................................................................... 79

Tabela 21 - Emissões indiretas de CO2 pelo consumo de eletricidade adquirida, de 2006 a 2012. .... 80

Tabela 22 - Consumo registrado pelo software Smart 32 em comparação com o consumo registrado

pela CELESC. ............................................................................................................................... 90

Tabela 23 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413

para cada tipo de ambiente. .......................................................................................................... 93

Tabela 24 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413

para cada tipo de ambiente. .......................................................................................................... 95

Tabela 25 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413

para cada tipo de ambiente. .......................................................................................................... 97

Tabela 26 - Sigla fornecida aos setores do PA para melhor verificação do IEE. ................................. 99

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Tabela 27 - Número de computadores ligados e em uso contabilizados nos horários das 10h, 12:30h,

15h e 19:30h no Prédio Administrativo. ...................................................................................... 117

Tabela 28 - Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do pavimento térreo do

Prédio Administrativo. ................................................................................................................. 124

Tabela 29 - Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do 1º piso do Prédio

Administrativo. ............................................................................................................................. 124

Tabela 30 – Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do 2º piso do Prédio

Administrativo. ............................................................................................................................. 125

Tabela 31 - Comparação de custos para óleo diesel comum e biodiesel, tomando como base os

dados de consumo de óleo diesel no ano de 2012..................................................................... 128

Tabela 32 – Proposta de melhorias nos acabamentos internos da edificação – Prédio Administrativo.

..................................................................................................................................................... 134

Tabela 33 – Melhorias propostas para o melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural

nos ambientes do Prédio Administrativo. .................................................................................... 135

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17

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AEE – Ações de Eficiência Energética

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

BEN – Balanço Energético Nacional

FIESC – Federação das Indústrias de Santa Catarina

GEE – Gases do Efeito Estufa

GHG – Greenhouse Gases

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

IDE – Indicador de Desempenho Energético

IEEA – Índice de Eficiência Energética

ISO – International Organization for Standardization

NBR – Norma Brasileira

OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

PA – Prédio Administrativo

PIMVP – Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance

PCS – Planejamento e Controle de Serviço

PVA – Posto de Vigilância Agropecuária

SGE – Sistema de Gestão de Energia

PIMVP – Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance

TECON – Terminal de Contêineres

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1 INTRODUÇÃO

As fontes energéticas tem sido ao longo da história, a base do desenvolvimento da

sociedade. Nos primórdios da civilização a energia tinha seu custo zero e era obtida a partir

de lenha, basicamente para o aquecimento humano e para as atividades domésticas, como

cozinhar, por exemplo (GOLDEMBERG, 2010). De acordo com Burattini (2008), à medida

que o homem evoluía, o modo com qual o se relacionava com a energia foi transformando-

se, sempre em direção a um maior conforto e eficiência, seja da pedra lascada à máquina a

vapor. A partir daí, embora as necessidades fossem as mesmas, as transformações

energéticas passaram a ser mais complexas e consequentemente as fontes de energia se

modificaram.

O desenvolvimento da humanidade implicou no crescimento da demanda por

geração de energia e consequentemente no aumento das emissões de gases poluentes

através de atividades industriais, meios de transportes e demais atividades (GUADAGNINI,

2006). Tais características decorrem do padrão de produção e consumo iniciado nos últimos

dois séculos, em que a prosperidade do mundo industrializado foi sustentada pelos

combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás (WALISIEWICZ, 2008).

O sistema de produção e consumo atual, fundamentado em fontes fósseis, acaba por

colocar em risco os recursos naturais do planeta. O crescente consumo energético

observado a partir da intensificação da atividade industrial e o impacto ambiental em

consequência da utilização de energias não renováveis no mundo levaram o governo, a

sociedade e especialmente as empresas a adotarem uma nova postura diante das questões

energéticas (TACHIZAWA, 2006). Donaire (1999) afirma que as empresas que eram vistas

apenas como instituições com responsabilidades econômicas, ou seja, se preocupavam

estritamente com o que produzir, como produzir e para quem produzir, têm assumido novos

papeis como resposta aos impactos que no ambiente operam.

No âmbito geral, sob o ponto de vista econômico, a gestão ambiental tem se tornado

cada vez mais um importante instrumento gerencial para a capacitação e criação de

competitividade para as organizações, qualquer que seja seu segmento. Estudos realizados

pelo SEBRAE, CNI e BNDE revelam que metade das empresas pesquisadas realizou

investimentos ambientais nos últimos anos, variando cerca de 90% nas grandes a 35% nas

microempresas (TACHIZAWA, 2006).

Dados de uma pesquisa realizada pela FIESC (2011) indicam que parte significativa

das indústrias está desenvolvendo ações internas visando a conservação e o uso racional

de energia, com metas definidas para otimizar a utilização dos insumos energéticos. Esta

realidade sinaliza a preocupação e o interesse das empresas em incorporar programas de

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19

eficiência energética em suas atividades, o que consequentemente estimula o meio

acadêmico a desenvolver pesquisas mais detalhadas sobre a gestão de energia e

consequentemente da avaliação das atuais matrizes energéticas adotadas pelas empresas.

De acordo com a SGS (2013), a maior parte da eficiência energética de grandes

empresas é alcançado através de “mudanças na forma como a energia é gerenciada”. A

partir do planejamento de um Sistema de Gestão de Energia, é possível compreender a

forma com a qual a energia é utilizada em determinada organização, e a partir deste

conhecimento, pode-se se estabelecer medidas de melhoria para um gerenciamento

energético (SGS, 2013). Além disto, a gestão dos sistemas de energia nas organizações

pode contribuir substancialmente no atendimento às expectativas de sua gestão ambiental,

além de gerar reduções significativas nos custos do setor (EVO, 2007).

A partir da contextualização do tema é possível identificar o problema de pesquisa

deste trabalho, o qual consiste na necessidade inicial de se planejar o gerenciamento

energético de uma empresa a partir de uma metodologia que viabilize a diagnosticar

métodos de redução de consumo de energia e elaboração de planos de ação com medidas

de melhoria que visem, além da redução do consumo e de custos, a inserção de fontes de

energia alternativas e renováveis na matriz energética organizacional. A partir deste

panorama, forma-se a seguinte pergunta de pesquisa deste trabalho: porque e como

planejar a gestão de energia em uma organização?

Os benefícios de se planejar a gestão energética em uma organização estão

intimamente ligados a melhorias gerais na qualidade e/ou na produtividade das suas

operações, e a NBR ISO 50001:2011 auxilia na identificação destas potenciais melhorias.

Além disto, a gestão dos sistemas de energia nas organizações pode contribuir

substancialmente no atendimento às expectativas de sua gestão ambiental, além de gerar

reduções significativas nos custos do setor (EVO, 2007).

No âmbito geral, o presente trabalho visa tornar evidente a importância de se buscar

a constante melhoria do nível de desempenho energético de uma organização, a fim de

contribuir para a disseminação do conhecimento sobre o tema de energia e a

conscientização da importância de se trabalhar a favor da sustentabilidade, tomando como

base os preceitos da NBR ISO 50001:2011. A avaliação da matriz energética possibilitará

então discutir a necessidade de introdução de recursos mais eficientes e o uso de fontes

renováveis de energia, o que atualmente configura-se como tendência no mundo e

especialmente no Brasil.

1.1 OBJETIVOS

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20

1.1.1 Geral

Realizar o diagnóstico energético em um terminal portuário localizado em Itajaí-SC

através da aplicação da NBR ISO 50001:2011.

1.1.2 Específicos

Caracterizar a matriz energética e avaliar o uso e consumo de energia do terminal

portuário;

Identificar as áreas de uso significativo de energia do terminal portuário;

Analisar a percepção dos funcionários da empresa quanto ao uso e consumo de

energia;

Propor ações que possibilitem a melhoria do desempenho energético do terminal

portuário;

Verificar possibilidades de alterações ou melhorias na matriz energética da empresa

no sentido de reduzir as emissões de CO2.

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21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ENERGIA E RECURSOS ENERGÉTICOS

O conceito de Energia (do grego enérgeia, atividade) pode ser amplamente definido

como “a capacidade de produzir transformações num sistema”. Essa capacidade pode

envolver transformações mecânicas,físicas, químicas e biológicas, podendo se manifestar

de diversas formas, como por exemplo: energia de radiação, energia química, energia

nuclear, energia térmica, energia mecânica, energia elétrica, energia magnética e energia

elástica (GOLDEMBERG, 2010).

Segundo Burattini (2008), todos os processos que observamos na natureza nos

mostram que a energia está sempre em transformação: o crescimento de uma planta

demonstra a energia de radiação do Sol sendo transformada em energia química por meio

da formação de células vegetais; o vento é a transformação da energia térmica em cinética;

e até mesmo uma árvore queimando é a transformação da energia química em térmica.

De modo geral, as fontes de energia podem ser classificadas como fontes primárias

ou secundárias, ou como fontes renováveis ou não renováveis (JANUZZI & SWICHER,

1997). De acordo com Abreu, Oliveira & Guerra (2010), as fontes de energia primárias são

aquelas que provêm da natureza na sua forma direta, em processos naturais (como o

petróleo bruto e o carvão, por exemplo) e as secundárias aquelas que passam por algum

tipo de transformação até serem utilizadas na forma de energia final, ou seja, quando

recebidas pelo usuário final nos diferentes setores.

Pode-se dizer que são consideradas fontes de energia renováveis aquelas na qual

seu uso pela humanidade não causa uma variação significativa nos seus potenciais e se

suas reposições a curto prazo são relativamente certas. Já as fontes de energias não

renováveis são aquelas as quais suas reposições naturais levam muitos séculos ou milênios

para ocorrer, tais como para o petróleo; e sua reposição artificial é absolutamente

inexequível (JANUZZI & SWICHER, 1997).

2.1.1 Recursos Energéticos Não Renováveis

Segundo Galdino et. al (2012), dentre todas os recursos energéticos, são

consideradas como fontes não renováveis a energia nuclear e a dos combustíveis fósseis, já

que sua utilização implica em processos irreversíveis e produz resíduos prejudiciais ao meio

ambiente.

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22

De modo geral, a energia proveniente de fontes não renováveis foi amplamente

utilizada a partir da era industrial, principalmente com o uso de combustíveis fósseis, como:

petróleo e derivados, carvão e gás natural (HINRICHS & KLEINBACH, 2003). De acordo

com Silva et. al. (2003), a enorme dependência destas fontes no mundo tem ocasionado,

além da preocupação permanente com seu esgotamento, a emissão de grandes

quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

O aumento do teor de dióxido de carbono atmosférico tem levado muitos

especialistas a acreditarem que o aumento da temperatura média terrestre esteja

relacionado a este acréscimo de CO2 e de outros gases na atmosfera. Estes gases foram

denominados genericamente como “gases de efeito estufa” e passaram a ser conhecidos

mundialmente pela sigla GHG ou “Greenhouse Gases” (SILVA et. al., 2003).

A energia nuclear por sua vez, surgiu como uma importante opção energética frente

à utilização de combustíveis fósseis, graças ao seu reduzido fator de emissão de gases do

efeito estufa. Esta modalidade energética teve sua expansão a partir da década de 1970

como uma resposta dos países mais desenvolvidos ao choque do petróleo (CASTRO,

DANTAS & BRANDÃO, 2011).

Nos quadros 1 e 2 será apresentada uma descrição resumida dos principais recursos

energéticos não renováveis, bem como suas vantagens e desvantagens.

Fonte: Autora.

Recurso energético não renovável Vantagens Desvantagens

Petróleo e seus derivados: Formado a

partir da decomposição da matéria

orgânica ao longo do tempo, sendo

encontrado nos poros das camadas

sedimentares. Possui uma enorme

importância geopolítica, já que constitui

a base da economia produtiva mundial

(BRASIL, 2013).

Possui um rendimento calorífico

energético superior aos demais

combustíveis fósseis; dá origem a

inúmeros produtos a partir de seu

refino, como: a gasolina, o GLP, o

óleo diesel bem como vários tipos

de plástico (SALVADOR &

MARQUES, 2003).

Esgotamento de suas reservas;

risco de acidentes durante sua

exploração - associado à

vazamentos; emissão de Gases

do Efeito Estufa, como CO2

(SIQUEIRA, BATISTA &

OLIVEIRA, 2012).

Quadro 1 - Recursos energéticos não renováveis – Parte 1.

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23

Fonte: Autora.

Recurso energético não renovável

Vantagens Desvantagens

Carvão mineral: Formado a partir da

decomposição da matéria orgânica

vegetal que se acumulou no fundo de

pântanos durante o carbonífero

(HINRICHS et al., 2010). Segundo o IEA

(2008) apud ANEEL (2010), o carvão

mineral é fonte para geração de energia

elétrica mais utilizada no mundo (41%

da produção total).

Custo relativamente baixo; alto

poder calorífico (HINRICHS et al.,

2010).

Sua extração provoca a

degradação das áreas de

mineração; emissão de Gases do

Efeito Estufa (GEE) a partir de

sua queima; emissão de material

particulado (ANEEL, 2010;

BURATTINI, 2008).

Gás natural: É uma mistura de

hidrocarbonetos leves que permanecem

no estado gasoso à temperatura

ambiente e sob pressão atmosférica.

Combustão mais limpa, com

menor contribuição de emissões

de CO2; pode substituir o diesel, o

óleo combustível ou o carvão em

utilizações comerciais, industriais

ou na geração de eletricidade;

pode ser utilizado na geração de

eletricidade em usinas

termelétricas (MMA, 2013).

Emissão de GEE como CO2,

Óxidos de Nitrogênio, entre

outros; necessita de um sistema

de resfriamento, cujo fluido

refrigerante é geralmente a água,

o que implica no grande uso

deste recurso natural (MMA,

2013).

Urânio: A fissão do átomo de urânio é a

principal técnica empregada para a

geração de eletricidade em usinas

nucleares. É usada em mais de 400

centrais nucleares em todo o mundo

(ELETROBRAS, 2013).

Ocupam áreas relativamente

pequenas, podem ser instaladas

próximas aos centros

consumidores e não dependem

de fatores climáticos (chuva,

vento, etc.) para o seu

funcionamento; não oferecem

risco de escassez a médio prazo

(ELETROBRAS, 2013).

Risco de acidentes durante a

operação da usina nuclear;

incertezas no gerenciamento de

resíduos; alto custo associado

aos investimentos em segurança

(CASTRO, DANTAS &

BRANDÃO, 2011).

Xisto: Denominado como folhelho

oleígeno, o xisto possui um material

orgânico denominado querogênio ou

betume, que se decompõe,

termicamente, produzindo óleo e gás.

Configura-se como uma fonte não

convencional, diversificando a

matriz energética; sua exploração

possui menor custo que a a

exploração de petróleo; possui

viabilidade técnica para a

utilização de seus rejeitos como

finos de xisto, xisto retortado e os

efluentes líquidos (águas de

xisto).

Impactos ambientais causados

pela mineração; alto potencial de

contaminação de águas

subterrâneas; altos custos para

a mitigação dos impactos

ambientais de mineração; usa

grandes quantidades de água

para sua exploração. (SANTOS &

MATAI, 2010).

Quadro 2 - Recursos energéticos não renováveis – Parte 2.

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24

2.1.2 Recursos Energéticos Renováveis

Nos próximos anos, os recursos energéticos renováveis irão complementar cada vez

mais os combustíveis fósseis e a energia nuclear, os quais são considerados fontes não

renováveis de energia e causam maior impacto ambiental. Em longo prazo as fontes

renováveis, poderão – teoricamente – suplantar as fontes convencionais de energia, embora

seu crescimento esteja ocorrendo aos poucos no âmbito mundial (WALISIEWICZ, 2008).

De modo geral, segundo Walisiewicz (2008) pode-se citar alguns recursos naturais

utilizados na obtenção de energia renovável: o Sol (energia solar), o vento (energia eólica),

os rios e correntes de água doce (energia hidráulica), as marés e oceanos (energia

maremotriz e energia das ondas), a matéria orgânica (biomassa). Os quadros 3 e 4

apresentam uma breve explicação sobre estes recursos, citando as principais vantagens e

desvantagens associadas à utilização de cada um.

Fonte: Autora.

Quadro 3 - Recursos Energéticos Renováveis – Parte 1.

Recurso energético renovável Vantagens Desvantagens

Água (energia hidráulica): Aproveitam

a Energia potencial dos recursos

hídricos para geração de Energia, no

Brasil é a principal fonte de geração de

energia elétrica (GOLDEMBERG, 2010).

Baixo custo de geração de

energia; disponibilidade de

recursos, principalmente no

Brasil; facilidade de

aproveitamento (MAGALHÃES,

1978).

Alagamento para construção de

barragens; alteração nos

Regimes dos rios a jusante;

assoreamento a montante da

barragem; barreiras à migração

dos peixes; remoção de

populações locais

(GOLDEMBERG & LUCON

(2007) apud CASTRO,

DANTAS & BRANDÃO, 2011).

Vento (energia eólica): seu

aproveitamento ocorre por meio da

conversão da energia do vento, com o

emprego de turbinas eólicas, para a

geração de eletricidade, ou para

trabalhos mecânicos como

bombeamento d’água (ANEEL, 2013).

É um dos segmentos do mercado

de energias renováveis com

maior crescimento na economia

mundial (SILVA et. al, 2003);

substitui despesas com

combustíveis fósseis

(GOLDEMBERG, 2010).

requer trabalhos sistemáticos

de coleta e análise de dados

sobre a velocidade e o regime

de ventos; poluição sonora e

poluição estética; morte de

pássaros (GOLDEMBERG,

2010; HINRICHS et. al., 2010).

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25

Fonte: Autora.

Quadro 4 - Recursos Energéticos Renováveis – Parte 2.

Recurso energético renovável Vantagens Desvantagens

Sol (energia solar): dentre os vários

processos de aproveitamento da

energia solar, os mais usados

atualmente são o aquecimento de água

e a geração fotovoltaica de energia

elétrica (ANEEL, 2013).

Energia inesgotável; fonte direta

de obtenção de energia

(BURATTINI, 2008; PEREIRA,

2010).

Alto gasto de energia na

confecção dos painéis

fotovoltaicos (BURATTINI,

2008).

Biomassa: pode ser utilizada como

bioenergia (para aquecimento ou para

produção de energia elétrica) ou na

produção de biocombustíveis

(GOLDEMBERG, 2010).

Baixo custo; melhor da terra;

redução nos níveis de CO2;

controle de resíduos

(BURATTINI, 2008;

GOLDEMBERG, 2010).

Utilização de grandes áreas

para a plantação (HINRICHS et.

al., 2010).

Energia das ondas: a energia cinética

das ondas, correntes e marés podem

ser utilizadas para mover turbinas, este

tipo de energia vem ganhando destaque

devido a vasta área ocupada pelos

oceanos (TRUJILLO & THURMAN,

2011).

Energia relativamente limpa;

grandes áreas litorâneas podem

ser utilizadas (BURATTINI, 2008;

TRUJILLO & THURMAN, 2011).

Condições climáticas podem

interferir; conversores

energéticos de baixa eficiência

(TRUJILLO & THURMAN,

2011).

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26

2.2 MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL

Desde a revolução industrial, o mundo vem utilizando intensamente os combustíveis

fósseis para suprir suas demandas de energia. De acordo com Filho (2009), no século XIX,

a prioridade foi para o carvão mineral, no século XX para o petróleo e derivados e no século

atual ainda se utilizam como suprimento energético principal o petróleo e derivados,

seguidos do carvão mineral e do gás natural.

Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA, 2010 apud PESSOA,

2011) a matriz de energia mundial, em um comparativo entre os anos de 1980 e 2008, por

exemplo, não apresentou modificações estruturais significativas quanto à utilização das

fontes energéticas, de modo que a oferta de energia mundial continua, majoritariamente,

baseada nos combustíveis fósseis, embora venha crescendo nos últimos anos, mesmo que

em passos lentos, a participação das energias renováveis (figura 1).

Figura 1 - Matriz Energética Mundial nos anos de 1980 e 2008.

Fonte: (IEA, 2010 apud PESSOA, 2011).

Dados da IEA (IEA, 2010 apud PESSOA, 2011) ainda mostram que, em 2008 as

fontes não renováveis de energia representaram 87% do cenário energético mundial contra

apenas 13% das fontes renováveis. De modo geral, também é possível verificar que dentre

as fontes renováveis os combustíveis renováveis são os que têm maior representatividade

(10%), seguido das fontes de energia hidráulica (2%), eólica, solar e geotérmica (1%) (figura

2).

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27

Figura 2 - Matriz Energética Mundial em 2008.

Fonte: IEA (2010) apud PESSOA (2011).

Segundo Abreu, Oliveira & Guerra (2010) há uma tendência de aumento no consumo

total de energia nos países em desenvolvimento, pois, à medida que a economia cresce e o

poder aquisitivo melhora, aumenta a parcela da população com acesso à energia e a outros

bens, que antes não lhes eram acessíveis por falta de poder aquisitivo e infraestrutura. Este

cenário leva ao crescimento da produção de bens e consequentemente, a um maior

consumo de energia também.

Já nos países desenvolvidos, segundo Goldemberg (1997) apud Abreu, Oliveira &

Guerra (2010), a tendência é que com o desenvolvimento de novas tecnologias, ocorra

também o aumento da eficiência energética. De modo geral, as novas tecnologias lançadas

no mercado mundial, no que se diz respeito a fontes renováveis de energia, aos poucos

começam a ganhar boa representatividade. Segundo Silva et. al. (2003) a capacidade eólica

mundial cresceu nos últimos anos, a um ritmo anual de 27,75%. Quanto a perspectivas

futuras, a European Wind Association prevê que a energia eólica possa produzir 10% da

eletricidade mundial até 2020, considerando que geradores eólicos já vêm apresentando

custos competitivos com as formas tradicionais de geração de energia elétrica.

2.3 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA

A matriz de energia nacional, em um período de 30 anos (1980 a 2010), ao contrário

do cenário mundial, sofreu modificações importantes quanto à utilização de diferentes fontes

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energéticas. Neste período, o Brasil apresentou uma matriz energética distinta da

correspondente mundial, já que contou com uma grande utilização de fontes energéticas

renováveis. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, isto ocorreu em função das

políticas estratégicas de incentivo à agroenergia e hidroeletricidade adotadas na década de

1970, as quais tiveram o objetivo de reduzir a dependência do país pelo petróleo importado,

que nesta época representava cerca de 80% das necessidades nacionais, conforme

observado na figura 3 (MME, 2011).

Figura 3 - Caracterização da matriz energética brasileira nos anos de 1980 e 2011.

Fonte: MME, 2011.

É possível notar que os investimentos realizados pelo governo brasileiro em

programas de incentivo à agroenergia apresentaram bons resultados, já que a participação

dos derivados da cana-de-açúcar cresceu significativamente entre 1980 e 2010, passando

de 8% para 18%. O aumento da produção de energia através de hidroelétricas também foi

notável neste período, considerando que em 2010 se atingiu uma participação de 14% desta

matriz energética.

Entre os anos de 1980 e 2011, além de manter uma participação elevada das fontes

renováveis, o Brasil também apresentou uma redução significativa na oferta de energia

proveniente da lenha e do carvão vegetal, assim como de petróleo e derivados. A produção

de energia a partir da lenha e carvão vegetal passou de 27% para 9,7%, e de petróleo e

derivados de 48% para 38,6%. Pode-se também identificar claramente, um aumento da

utilização do gás natural, um combustível bem menos poluente que o carvão e o petróleo,

mas que também possui elevada eficiência energética, de acordo com as observações

realizadas por Silva et al. (2003).

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29

De modo geral, em 2011, na matriz energética brasileira, a oferta interna de energia

foi caracterizada como 44,2% renovável e 55,8% não renovável. A atual participação dos

combustíveis fósseis na matriz energética brasileira é de 54,3%, sendo 38,6% do petróleo e

derivados, 10,1% do gás natural e 5,6% do carvão mineral. Quando comparado com o valor

mundial de 82% de participação dos combustíveis fósseis no mesmo ano, percebe-se a

grande vantagem do Brasil, que se posiciona com uma menor dependência destes

energéticos não renováveis e emissores de gases de efeito estufa (MME, 2012).

De acordo com o Balanço Energético Nacional (MME, 2012), o setor que mais

consome energia no Brasil atualmente é o setor industrial, sendo em 2011 o responsável

pelo consumo de 35,9% da energia no país. Considerando que os terminais portuários –

objeto de interesse no presente trabalho - enquadram-se como setor de transportes e

serviços, observou-se nos dados do BEN (2012) que o consumo do setor de transportes em

2011 foi o segundo maior dentre os setores observados (30,1%) e o setor de serviços

representou 4,4% da energia consumida no país.

Quanto à Matriz Elétrica Brasileira, pode-se considerar que o país está relativamente

mais avançado se analisarmos o comparativo com a Matriz Elétrica Mundial. A maior parte

da energia elétrica produzida no país é proveniente de recursos renováveis. Segundo o

Balanço Energético Nacional 2012 (MME, 2012), entre 2010 e 2011 a participação de

renováveis na Matriz Elétrica Brasileira chegou a até 88,8% (figura 4).

Figura 4 - Participação de renováveis na Matriz Elétrica Brasileira e Mundial.

Fonte: EPE (2012) apud BEN (2012).

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30

2.4 ENERGIA E EMISSÕES DE GEE

De acordo com WALTER (2007), cerca de 60-65% das emissões de gases de efeito

estufa no mundo são associadas à produção, conversão e consumo de energia. De acordo

com o autor, cenários tendenciais de curto e médio prazo indicam que esta parcela deve

continuar significativa, principalmente pelo fato de que uma importante fração da população

mundial ainda não tem acesso aos chamados serviços energéticos. Outro fator que leva ao

maior consumo de energia elétrica e consequentemente ao aumento das emissões de GEE

é o crescimento populacional e o aumento da atividade econômica em todo o mundo.

De acordo com dados do BEN (2012), a matriz energética brasileira é de até 55,8%

não renovável, sendo 36% pela utilização de combustíveis fósseis derivados do petróleo,

combustíveis estes que contribuem significativamente com as emissões de GEE. Visando

melhorar este cenário, o governo brasileiro, durante a realização da Conferência das

Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Copenhague no ano de 2009,

apresentou metas voluntárias ambiciosas de redução de emissões de GEE: reduzir entre

36,1% a 38,9% das emissões de CO2eq até 2020, com relação às suas emissões de 1990

(CELUPI, 2012).

Para o cumprimento das metas estabelecidas em Copenhague, foi instituída no

Brasil a Política Nacional sobre Mudança no Clima (PNMC), através da Lei Federal nº

12.187 de 29 de dezembro de 2009, e que posteriormente foi regulamentada pelo Decreto

nº 7.390/2010. O referido Decreto estimou a linha de base de emissões de gases de efeito

estufa (1990) e estabeleceu como meta para 2020 uma redução entre 1,168 GtCO2eq e

1,259 GtCO2eq, o correspondente aos 36,1% e 38,9% de redução de emissões,

respectivamente (CELUPI, 2012).

De acordo com Celupi (2012), “é necessário o desenvolvimento e a implementação

de tecnologias para as novas fontes energéticas e fontes de energia renováveis, entretanto

isto pode levar tempo”. As organizações não têm controle sobre os preços de energia ou

sobre as políticas governamentais, porém elas podem melhorar o modo como gerenciam a

energia que utilizam, já que a melhoria do desempenho energético pode fornecer benefícios

imediatos como a redução de consumo e de custos, contribuindo consequentemente para a

redução do esgotamento de recursos energéticos e emissão de GEE.

Diversas empresas vêm realizando seus inventários de emissões de GEE, a fim de

que possam estabelecer medidas para a redução de emissões (GHG Protocol, 2013).

Segundo Hall & Lee (2008), dentre as diversas metodologias que visam padronizar o modo

como as empresas devem contabilizar suas emissões, as mais utilizadas no setor industrial

a nível mundial são a GHG Protocol e a ISO 14.064-1.

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31

2.4.1 GHG Protocol

O GHG Protocol foi lançado em 1998 e desenvolvido através de uma parceria entre o

World Resources Institute (WRI) com o World Business Council for Sustainable

Development (WBCSD), juntamente com outras instituições interessadas como empresas,

organizações não governamentais (ONGs), governo e outras conveniadas ao WRI e ao

WBCSD. O GHG Protocol apresenta uma estrutura para contabilização de GEE, com

caráter modular e flexível, neutralidade política e é baseado em um vasto processo de

consulta pública (GHG PROTOCOL, 2013).

É a metodologia mais utilizada no mundo por empresas e governos hoje em dia, para

identificar, quantificar e gerenciar suas emissões de GEE. Está em conformidade com as

normas da ISO (International Organization for Standardization) e com as metodologias de

quantificação determinadas pelo IPCC (GHG PROTOCOL, 2013).

A aplicação de um modo adaptado ao contexto nacional do GHG Protocol no Brasil

teve inicio em 2008, através do Programa Brasileiro GHG Protocol, o qual possui

metodologias para cálculo de emissão para fontes comuns a vários setores, as quais estão

divididas em escopos, tanto para emissões diretas quanto para emissões indiretas (GHG

PROTOCOL, 2013).

Para que se possa facilitar a organização do inventário e compreender as fontes de

emissão, estas são classificadas em diretas e indiretas, divididas em escopos (Brasil et. al.,

2008). De acordo com o Manual Corporativo do GHG Protocol (2013), os escopos para

cálculo das emissões de GEE são divididos em:

Escopo 1 – Emissões diretas de GEE: Emissões provenientes de fontes que são

controladas ou pertencem à empresa, por exemplo, combustão de caldeiras, veículos da

empresa ou por ela controlados, etc.

Escopo 2 – Emissões Indiretas: contabiliza as emissões de GEE provenientes da

aquisição de energia elétrica e térmica que é consumida pela empresa.

Escopo 3 - Emissões Indiretas: calcula emissões conseqüentes das atividades da

empresa, porém ocorrem em fontes que não pertencem ou são controladas pela empresa.

As etapas para a realização da quantificação das emissões de GEE são

basicamente: (a) coleta dos dados de atividade segundo cada escopo e seleção dos fatores

de emissão e (b) aplicação das metodologias de cálculo do Programa Brasileiro GHG

Protocol para contabilização das emissões por fontes comuns a quaisquer setores (GHG

PROTOCOL, 2013). As organizações podem utilizar seus próprios métodos de cálculo de

GEE, desde que sejam mais precisos, e que pelo menos que estejam em conformidade com

as abordagens do GHG Protocol (BRASIL et al., 2008).

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32

2.5 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Segundo Ribeiro (2002), o conceito de uso eficiente de energia está associado à

busca de estratégias ou políticas que minimizem o uso da energia sem conter a produção de

bens e serviços, o desenvolvimento da tecnologia e da informação, o conforto e o bem estar

da sociedade. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2013) eficiência

energética pode ser definida pela relação entre a quantidade de energia utilizada em uma

atividade e aquela disponibilizada para sua realização, ou seja, a promoção da eficiência

energética se dá a partir da otimização das transformações, do transporte e do uso dos

recursos energéticos, desde suas fontes primárias até seu aproveitamento.

Nos últimos anos, a melhoria da eficiência energética tem sido incluída nas agendas

políticas de vários países, tanto dos desenvolvidos quanto dos que estão em vias de

desenvolvimento, o que demonstra o reconhecimento da essencialidade do tema sob o

ponto de vista mundial, como por exemplo, a relação às emissões de gases de efeito estufa,

decorrentes da utilização de recursos não renováveis. No contexto da “melhoria do

desenvolvimento econômico e da inovação”, a melhoria da eficiência energética foi também

um tema muito abordado em diversas reuniões do “G8” e “G20” (APCER BRASIL, 2011).

Novos requisitos legais e soluções tecnológicas relacionados com energia e

eficiência energética estão sendo introduzidos no mercado global por diferentes partes

interessadas, tais como governos, indústria, produtores e fornecedores de energia,

prestadores de serviços, estudiosos, organismos de normalização e organizações

ambientais (APCER BRASIL, 2011).

2.5.1 Política Brasileira de Eficiência Energética

No Brasil, o tema conservação de energia e eficiência energética começou a ser

discutido com maior seriedade na década de 1970, após a primeira crise do petróleo.

(ALSSSOP, 2011 apud FROZZA et. al., 2012). Desde então, foram desenvolvidas algumas

estratégias para eficiência energética no Brasil por parte do governo, como a criação de

Órgãos, Programas, Leis, Decretos, Resoluções e incentivos de modo geral, os quais

regulamentam e orientam as organizações para uma gestão sustentável dos recursos

energéticos, seja no aspecto de produção ou uso final da energia.

Podem-se citar alguns programas importantes criados no Brasil nos últimos anos,

que estão ligados ao tema de eficiência energética e utilização de energias renováveis:

Programa Nacional do Álcool (Próalcool), que incentiva a produção e utilização de etanol e

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da biomassa na forma de bagaço da cana de açúcar; o PROCEL (Programa Nacional de

Conservação de Energia Elétrica); Programas de Eficiência Energética (PEE), conduzidos

pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e CONPET, Programa PROESCO

(Apoio a Projetos de Eficiência Energética) com linha de financiamento do BNDES e

Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e Gás Natural,

conduzido pela Petrobrás (MME, 2011).

Outro programa de grande relevância no Brasil é o PBE (Programa Brasileiro de

Etiquetagem), que foi criado para contribuir para a comercialização e utilização de aparelhos

com menor consumo de energia. Através da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia

(ENCE) afixada nos produtos, é informado ao consumidor no momento da compra, sobre a

eficiência energética de cada modelo em uma escala de “A” (mais eficiente) até “E” (menos

eficiente) (CONPET, 2012).

O CONPET (Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados e Petróleo

e do Gás Natural) instituiu também o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV),

lançado no ano de 2013 e que é aplicado de forma voluntária aos veículos leves movidos a

gasolina, etanol ou GNV. Os fabricantes que optam por participar do programa têm seus

veículos classificados de "A" a "E", de acordo com a eficiência quanto ao consumo de

combustível de cada um, estando os resultados da classificação disponíveis nas páginas

eletrônicas do CONPET bem como nas etiquetas afixadas opcionalmente nos veículos

(CONPET, 2013).

Em 2011, foi aprovado pela Portaria nº 594 o Plano Nacional de Eficiência Energética

– PNEf (MME, 2011), que apresenta as premissas e diretrizes básicas do tema no contexto

nacional. O Plano propõe aos empreendedores de diversos setores da economia a

realizarem a gestão energética empresarial nos moldes da NBR ISO 50001, orientando até

mesmo a realização de bancos de dados relativos à eficiência energética, com vistas ao

acompanhamento de atividades e apoio à tomada de decisões.

2.6 GESTÃO DE ENERGIA NAS ORGANIZAÇÕES

Silva et. al (2003) mencionam que a minimização dos impactos ambientais

decorrentes da utilização dos recursos não renováveis de energia pode ser obtida pela

gestão da energia. De um lado, pelo gerenciamento da demanda de energia, com o uso

mais eficiente e o consumo racional da mesma, e de outro, pela oferta, por meio da gestão

dos recursos energéticos, com um aumento percentual da participação das fontes

renováveis de energia. Contudo, é evidente que a gestão simultânea destas duas

abordagens proporcionará resultados ainda melhores ao gerenciamento de energia como

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um todo, tanto em aspectos locais como no âmbito global. A figura 5 apresenta um esquema

da gestão da energia, demonstrando a gestão simultânea das duas abordagens: gestão dos

recursos energéticos e gestão do consumo de energia.

Figura 5 - Esquema da Gestão de Energia.

Fonte: Ferreira, 1994.

Sob o ponto de vista organizacional, a gestão energética também deve ser vista

como um meio de alcançar objetivos de produtividade e de competitividade nas empresas, a

partir da busca constante pela eficiência energética. Para a gestão de energia em uma

empresa, é necessário conhecer seu consumo energético (por que, como e onde se

consome energia, bem como o quanto se consome dela); contabilizar e seguir a evolução do

consumo de energia; dispor de dados para tomar decisões e agir para otimizar e controlar o

resultado das ações e investimentos realizados (FERREIRA, 1994).

De acordo com Ferreira (1994) a gestão de energia pode ser realizada em uma

organização por diferentes métodos, e independente do sistema de gestão de energia que

venha a ser utilizado, a sua aplicação deverá sempre passar por uma fase prévia de

planejamento, que corresponde a uma análise energética geral da instalação consumidora,

também conhecida como diagnóstico energético.

2.6.1 Sistema de Gestão da Energia: NBR ISO 50001

Visando tornar-se um referencial de normalização na eficiência energética, foi

lançada em 2011 pela International Organization for Standardisation - ISO a norma de

Sistema de Gestão de Energia - SGE ISO 50001, a qual possui como base o modelo de

sistemas de gestão de melhoria contínua proposto por Deming (1990) e Juran (1992) -

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Planejar, Fazer, Verificar e Agir. Este modelo, popularmente chamado de ciclo PDCA (Plan,

Do, Check, Act) também é utilizado em normas muito utilizadas na atualidade, como a ISO

9001 (Sistema de Gestão da Qualidade) e ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental), por

exemplo.

A Norma ISO 50001:2011 tem como principal objetivo permitir que as organizações

definam os sistemas e processos necessários para melhorar o desempenho de energia,

incluindo o uso, o consumo, a intensidade e a eficiência energética (ABNT, 2011). De

acordo com Frozza et. al. (2012), a metodologia proposta por este sistema de gestão norteia

os agentes responsáveis nas empresas a administrarem a energia como um recurso

controlável, permitindo que a organizações tomem ações para melhorar seu desempenho

energético.

Como se pode observar na figura 6, a NBR ISO 50001 é basicamente estruturada

em: política energética, planejamento energético, implementação e operação, verificação e

análise crítica pela direção.

Figura 6 - Modelo do Sistema de Gestão de Energia para a ABNT NBR ISO 50001:2011.

Fonte: ABNT, 2011.

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36

A partir do modelo de gestão proposto, a NBR ISO 50001 sistematiza e reforça as

estratégias de gestão energética nas organizações, sejam elas públicas ou privadas, de

modo que especifica os requisitos para que uma organização possa desenvolver e

implementar uma política de energia, estabelecendo objetivos, metas e planos de ação que

considerem os requisitos legais e as informações relativas ao uso significativo de energia

(ABNT, 2011).

Para que se possa implantar a norma e realizar a adequada gestão de energia em

uma empresa, é necessário que se faça inicialmente uma análise crítica da situação

energética existente a partir de um planejamento de energia (primeira etapa do ciclo PDCA),

que de acordo com a NBR ISO 50001 (item 4.4) deve conter uma revisão energética, a

elaboração de indicadores, a definição de objetivos e metas, bem como de planos de ação

(ABNT, 2011).

2.6.1.1 Planejamento Energético

De modo geral, a estrutura da fase de planejamento de energia pode ser dividida em

Entrada de Planejamento, Revisão Energética e Saídas de Planejamento, conforme

esquema observado na figura 7.

Figura 7 - Diagrama conceitual do processo de planejamento.

Fonte: Adaptado de ABNT, 2011.

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37

2.6.1.1.1 Revisão Energética

Segundo a NBR ABNT ISO 50001, a revisão de energia ou revisão energética é

definida como a “determinação do status do desempenho de energia da organização com

base em dados e em outras informações que levam à identificação de oportunidades de

aprimoramento”.

De acordo com a referida norma, a revisão energética a ser realizada pela

organização na etapa de planejamento deve conter uma análise crítica de dados de

energia. Para isso, a organização deve (ABNT, 2011):

a) Analisar o uso de energia com base em medições em outros dados

o Identificar as atuais fontes de energia;

o Analisar o uso e consumo de energia atual e passada.

b) Com base na análise do uso de energia, deve-se identificar as áreas de uso e

consumo significativos de energia:

o Identificar instalações, equipamentos, sistemas, processos e pessoal

trabalhando pela organização ou em nome dela que afetem significativamente

o uso e o consumo de energia;

o Identificar outras variáveis relevantes que afetem o uso e o consumo de

energia;

o Determinar o desempenho atual de instalações, equipamentos, sistemas e

processos que estejam relacionados aos usos significativos de energia.

c) Identificar, priorizar e registrar oportunidades de melhoria, incluindo, se aplicável,

potenciais fontes de energia, uso de renováveis ou fontes de energia alternativas.

De modo geral, na revisão energética é que são obtidas as informações a respeito da

utilização de energia e das instalações de maior consumo, para que posteriormente possam

ser identificadas oportunidades de melhoria. De acordo com Frozza et. al. (2012), o nome

dado pela norma a esta etapa é equivalente, de certa forma, a um diagnóstico energético.

Segundo Krause (2002) apud Frozza et. al. (2012) diagnóstico energético pode ser

definido como a avaliação de todos os sistemas consumidores de energia. De acordo com

Ribeiro (2002), o diagnóstico energético refere-se a um estudo menos detalhado que uma

auditoria energética, já que se baseia na análise de macro dados. Assim, de uma forma bem

sucinta, o diagnóstico energético refere-se a um estudo mais superficial quando comparado

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a uma auditoria energética, já que esta se caracteriza por um estudo ainda mais rigoroso e

minucioso do sistema.

Para atender aos requisitos da ISO 50001 é necessário assegurar na revisão

energética que as etapas de análise do uso e consumo de energia, identificação de áreas

com uso significativo de energia e identificação de oportunidades de melhoria sejam

satisfeitos (figura 8), ou seja, deve-se realizar a análise do uso e o consumo de energia de

modo a qualificar os tipos de energia utilizados na organização, bem como quantificar o que

está sendo gasto (FROZZA et al., 2012).

Figura 8 - Etapas do diagnóstico energético.

Fonte: FROZZA et. al., 2012.

Considerando o diagnóstico energético sob o ponto de vista do consumo de energia

elétrica, Alvarez (1998) apud Ribeiro (2002) elenca como elementos significativos para

avaliação de consumo: sistemas de iluminação, sistemas de ar condicionado,

microcomputadores e outros equipamentos, mas é possível dizer ainda que a

conscientização dos consumidores de energia também é parte importante no processo de

gestão energética.

De acordo com Costa, Paiva & Santos (2010), o uso de tecnologias energeticamente

eficientes possui grande importância no gerenciamento de energia, porém pode-se dizer que

é apenas uma parte da solução para a problemática energética, já que a outra parte desta

solução constitui-se do uso eficiente de energia por parte dos consumidores conscientes.

Neste sentido, pode-se dizer que uma pessoa bem informada e consciente da importância

do uso eficiente de energia tende a evitar ao máximo o desperdício.

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De modo geral, a análise realizada na etapa de diagnóstico energético possibilitará a

criação de uma linha de base para monitoração dos setores consumidores de energia. A

linha de base configura-se como uma referência para que se possa verificar o antes e

depois da implementação de ações de melhoria de desempenho energético (FROZZA et.

al., 2012).

2.6.1.1.2 Linha de Base Energética

Com base na NBR ISO 50001 (ABNT, 2011) a linha de base energética pode ser

vista como uma referência quantitativa para que se possa verificar o “antes” e o “depois” da

implementação de melhorias de eficiência energética, já que fornece uma base de dados

para um período de tempo especificado.

De acordo com Frozza et. al. (2012), a linha de base energética pode depender de

cada processo e de cada instituição que adere à NBR ISO 50001. A linha de base é utilizada

como referência para comparação do antes e depois de melhorias realizadas, de modo que

as alterações no desempenho energético da organização que vierem a ocorrer após a

execução de planos de ação devam ser sempre comparadas à linha de base. A figura 9

apresenta um exemplo de histórico de consumo de energia em uma linha de base.

Figura 9 - Exemplo de histórico de consumo de Energia em uma linha de base.

Fonte: EVO, 2007.

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40

2.6.1.1.3 Indicadores de Desempenho Energético

O indicador de desempenho de energia é definido como “o valor ou a medida

quantitativa do desempenho de energia conforme definido pela organização” (ABNT, 2011).

Ainda de acordo com a norma, na fase de Planejamento da mesma, a organização deve

identificar os indicadores apropriados para monitoramento e medição de seu desempenho

energético.

A NBR ISO 50001 não estipula a metodologia para determinação dos IDE’s, porém

estabelece que os indicadores utilizados pela organização devam ser registrados, mantidos,

regularmente atualizados e comparados à linha de base energética estabelecida.

De acordo com Ferreira (1994) os indicadores energéticos podem ser divididos em

macroindicadores e microindicadores. Segundo o autor, os macroindicadores são utilizados

quando destinados a medir a eficiência energética de uma região ou país, enquanto os

microindicadores são utilizados para medir a eficiência de uma empresa, edifício ou

habitação, por exemplo.

Segundo Saidel, Favato e Morales (2005) apud Frozza et. al. (2012), os indicadores

energéticos são pouco explorados como ferramenta para gestão energética no Brasil. Por

este motivo, Frozza et. al. (2012) propuseram o estabelecimento de indicadores, como por

exemplo:

CMF (Índice de Consumo médio Mensal por Funcionário): permite

caracterizar o perfil de consumo por número de colaboradores.

De acordo com Gestal (2000) apud Ribeiro (2002), outro item que constitui um

indicador de desempenho energético é o fator de carga, que mede a eficácia e eficiência de

aproveitamento da energia elétrica em uma instalação. Segundo a CELESC (2012), o fator

de carga pode ser definido como um índice que demonstra se a energia consumida está

sendo utilizada de maneira racional e econômica, sendo um indicador que varia de zero a

um e que exprime a “relação entre a energia ativa consumida num determinado período de

tempo e a energia ativa total que poderia ser consumida, caso a demanda medida do

período (demanda máxima) fosse utilizada durante todo o tempo”.

Pode-se citar também o fator de potência como um indicador de desempenho

energético, já que, de acordo com a CELESC (2012) o fator de potência mostra como a

energia é utilizada pelos equipamentos, sendo um índice que demonstra que quanto mais

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próximo de 1, melhor a energia está sendo aproveitada pelos equipamentos. Segundo

CELESC (2012) um baixo fator de potência pode oferecer riscos às instalações, como:

variações de tensão que, podem ocasionar a queima de equipamentos; perdas de energia

dentro de sua instalação; redução do aproveitamento da capacidade dos transformadores;

condutores aquecidos; e diminuição da vida útil da instalação.

De acordo com Ferreira (1994), no setor de transportes, também podem ser

utilizados indicadores de desempenho de energia que permitam avaliar o consumo de

combustível, como por exemplo, um indicador que avalie o consumo médio de gasolina por

veículo, a ser determinado pelo quociente entre o consumo total de gasolina e o número de

veículos movidos à gasolina.

Com relação aos indicadores de desempenho energético, o sistema de Medição e

Verificação do Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance (PIMVP)

desenvolvido pela Organização para Avaliação de Eficiência (EVO), internacionalmente

reconhecido por sua metodologia para monitoramento de um SGE, não realiza nenhuma

determinação sobre quais devem ser utilizados, deixando sob responsabilidade do

engenheiro que faz o gerenciamento energético da organização a determinação destes

indicadores, assim como a NBR ISO 50001:2011, que não define os indicadores a serem

utilizados (LEITE, 2010 apud FROZZA et al., 2012).

Para a elaboração de indicadores de desempenho energético, deve-se levar em

conta o conceito de eficiência energética aplicado às edificações, visto que, conforme

Lamberts (1997) apud Caldeira (2011) “um edifício é mais eficiente energeticamente que

outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de

energia”. Segundo Caldeira (2011), tais condições ambientais são alcançadas através de

medidas de projeto que visam reduzir o consumo de energia voltado para os sistemas

consumidores de energia e a envoltória da edificação1.

Projetos que visem maior eficiência energética têm como consequência, melhorias

no desempenho energético, conforto térmico e lumínico da edificação (CALDEIRA, 2011).

Ainda de acordo com Pereira & Souza (2005), o uso de cores com altos índices de reflexão

em edificações é capaz de melhorar significativamente o rendimento de um sistema de

iluminação, podendo-se até mesmo aumentar o nível de iluminamento geral do ambiente

sem a necessidade de aumentar o fluxo luminoso das fontes de luz.

Para Carvalho (2009), a melhoria do desempenho de edificações com a utilização de

técnicas passivas e com baixo consumo de energia, torna-se imprescindível. Com base

nesta afirmativa, entende-se que o estabelecimento de indicadores que demonstrem a

1 Envoltória da edificação: são planos externos da edificação, compostos por fachadas empenas,

cobertura, brises, marquises, aberturas, assim como quaisquer elementos que os compõem (BRASIL, 2009 apud Caldeira, 2011).

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eficiência de uma edificação pode também ser a base a proposta de melhorias que

viabilizem a redução do consumo de energia.

3 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada em um terminal portuário localizado em Itajaí-SC, que não

teve seu nome divulgado neste trabalho para atender suas normas de privacidade e

preservar sua identidade perante o mercado. Dentro dos limites da organização, o

diagnóstico energético com base na NBR ISO 50001:2011 foi realizado considerando os

usos de energia nas seguintes áreas: Terminal de Contêineres (TECON), Armazéns e

Prédio Administrativo, este último no qual se desenvolveu um diagnóstico energético

detalhado, com a avaliação mais abrangente de suas instalações, conforme interesse

apresentado pela organização e visando obter subsídios para a proposta de ações de

melhoria.

A empresa possui certificação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) ISO 14001,

que visa atender à Portaria nº 104/2009 da Secretaria Especial dos Portos, a qual instituiu a

obrigatoriedade da adoção de um SGA em portos e terminais. O SGA implantado no

terminal portuário desde 2009 visa o atendimento à legislação aplicável, o monitoramento e

o controle de suas operações, sempre buscando a melhoria contínua de suas atividades e a

minimização dos impactos ambientais a elas relacionados.

Deve-se destacar que dentre os aspectos ambientais significativos identificados pela

empresa em seu SGA, listou-se o consumo de energia. A partir destas considerações, a

empresa identificou em seus últimos Relatórios de Auditoria Interna da ISO 14001 a

necessidade de se gerenciar o uso de energia em seus processos e setores e propôs então

a elaboração do presente trabalho.

A execução deste trabalho contou com a utilização dos conceitos e das metodologias

definidas pela norma ABNT NBR ISO 50001:2011. É importante destacar que não foram

aplicados todos os requisitos da norma, já que se trata de um diagnóstico inicial do SGE de

uma organização, visando identificar possibilidades de melhorias no desempenho energético

que poderão contribuir com a redução de custos na empresa bem como com a redução das

emissões de GEE, já que este é um dos principais impactos do consumo de energia.

A figura 10 a seguir apresenta o roteiro metodológico deste trabalho.

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Figura 10 - Sequência metodológica de desenvolvimento do trabalho.

Fonte: Autora.

Inicialmente se realizou a caracterização do terminal portuário, com a definição do

escopo e das fronteiras do sistema de gestão energética, para que assim se pudesse

realizar o planejamento energético através do diagnóstico energético de suas instalações. O

escopo e as fronteiras do SGE foram definidos juntamente com os responsáveis do terminal

devido à necessidade de fornecerem informações, considerando o interesse técnico

envolvido.

Após a definição do escopo, foi estabelecida uma política energética para a

organização com o apoio da alta direção, que declara o comprometimento da organização

para atingir a melhoria de seu desempenho energético e que direciona a organização à

futura implementação de um SGE.

Visando identificar o atual desempenho energético da organização foi definido um

processo de planejamento energético atendendo a NBR ISO 50001:2011. Dentro deste

processo, foram definidas as seguintes etapas: identificação de requisitos legais e outros,

desenvolvimento da revisão energética, estabelecimento da linha de base, identificação de

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indicadores de desempenho energético e o estabelecimento de objetivos e planos de ação

para a gestão de energia.

Na etapa de revisão energética realizou-se a identificação e avaliação do uso e

consumo de energia do terminal portuário (atual e passado), com base na coleta de dados

técnicos das instalações, equipamentos, sistemas e processos. Foram objetos de estudo as

faturas de energia elétrica, manuais de equipamentos, observação das pessoas trabalhando

e condições físicas das instalações, equipamentos e máquinas. Parte destas informações foi

fornecida pelos responsáveis pelo setor de meio ambiente, manutenção e TECON da

organização em estudo, e parte foi coletada em visitas de campo e através de pesquisas na

literatura existente.

3.1 COLETA DE DADOS

3.1.1 Uso e consumo de energia

O diagnóstico do uso de energia no terminal portuário em estudo foi realizado a partir

da identificação das fontes de energia utilizadas em todos os setores da empresa,

verificando para quais fins são utilizadas. Para tal identificação, foi realizada uma visita a

todas as instalações da empresa, entrevista com os funcionários e registro fotográfico das

áreas de uso de energia. Com a identificação das atuais fontes energéticas, verificou-se se

estas provêm de recursos renováveis ou não renováveis de energia, através de pesquisa.

A partir da identificação das fontes de energia utilizadas na empresa e como estas

são utilizadas na organização, foram coletados os dados relacionados ao consumo das

mesmas. A avaliação do consumo de energia nas instalações do terminal portuário foi

realizada a partir dos três níveis de abordagem energética propostos por Ferreira (1994):

Nível 1 (Abordagem energética global): neste nível foram coletados e

avaliados dados relacionados ao consumo de energia total da organização

(macrodados);

Nível 2 (Abordagem energética por área ou setor produtivo): foram

coletados e avaliados os dados de consumo energético dos grandes setores

da empresa – TECON, Armazéns e Administrativo;

Nível 3 (Abordagem energética detalhada): em uma abordagem mais

aprofundada, foram coletados e avaliados os dados do setor que apresentou

maior potencial para execução de melhorias.

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45

3.1.1.1 Abordagem Energética Global – Nível 1

Nesta etapa, os dados foram coletados e analisados de forma macro, ou seja dados

relacionados ao consumo total da organização, sendo realizada a partir de documentos e

registros internos do terminal portuário, para que posteriormente fossem elaborados os

indicadores de desempenho energético (IDE’s) em uma abordagem global.

A tabela 1 apresenta quais informações foram coletadas, o período a qual se

referem e através de quais fontes as mesmas foram obtidas.

Tabela 1 - Dados quantitativos coletados para a Revisão Energética Nível 1 - Abordagem Global.

Dados para Abordagem Energética Global – Nível 1

Período de dados

Fonte de dados

TERMINAL PORTUÁRIO

Consumo de energia elétrica (kWh) total, em horário de ponta (p) e fora de

ponta (fp)

Jan/2005 a Dez/2012

Faturas de energia elétrica

Demanda de energia elétrica (kW) em horário de ponta e fora de ponta

Jan/2012 a Dez/2012

Faturas de energia elétrica

Custo com energia elétrica (R$)

Jan/2005 a Dez/2012

Faturas de energia elétrica

Consumo (ton) e Custo (R$) de GLP

Jan/2012 a Dez/2012

Planilhas de controle de abastecimento de GLP

Consumo (m³) e Custo (R$) de Óleo diesel

Jan/2012 a Dez/2012

Planilhas de controle de abastecimento de Óleo Diesel

Número médio de funcionários

Jan/2012 a Dez/2012

Setor de RH

Área útil da empresa (m²) -

Licença Ambiental de Operação

Fonte: Autora.

3.1.1.1.1 Identificação das áreas de uso significativo de energia

Para atender à NBR ISO 50001:2011 que solicita a identificação das áreas de uso

significativo de energia, realizou-se a classificação das fontes energéticas utilizadas em todo

o terminal portuário a partir dos seguintes critérios: Econômico, Impacto na produção,

Requisitos Legais e Outros, de acordo com a metodologia proposta por Celupi (2012) que

utilizou critérios de determinação de significância (quadro 5).

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46

Quadro 5 - Critérios de determinação de significância.

Estabeleceu-se que os índices maiores ou iguais a cinco representam as áreas de

uso significativo e a organização deve proceder conforme apresentado no quadro 6.

Quadro 6 – Índice de significância.

Índice Análise

< 5

Uso não significativo: a organização deve manter controles operacionais relacionados ao uso e consumo de energia.

≥ 5

Uso significativo: a organização deve adotar ações de melhoria relacionadas ao uso e consumo de energia de forma a diminuir sua significância.

Fonte: CELUPI, 2012.

2 Qualidade de energia pode ser entendida como o grau no qual tanto a utilização quanto a

distribuição de energia elétrica afetam o desempenho dos equipamentos elétricos (MARTINS,

BONAN & FLORES, 2013).

Econômico

Pontuação Critério

1 Baixo: O custo com energia representa menos de 5% do lucro bruto da organização.

2 Médio: O custo com energia representa de 5% a 10% do lucro bruto da organização.

3 Alto: O custo com energia representa mais de 10% do lucro bruto da organização.

Impacto na produção

1 Baixo: A qualidade da energia empregada não pode causar impactos na produção.

2

Médio: A qualidade da energia2 empregada pode causar efeitos na produção como perda de energia, perda de tempo ou queima de equipamento sem ocorrer parada significativa da produção.

3 Alto: A qualidade da energia empregada pode causar parada significativa da produção.

Requisitos Legais e Outros

1 Baixo: Não existem requisitos legais ou outros relacionados ao uso ou consumo de energia.

2 Médio: Existem outros requisitos relacionados ao uso ou consumo de energia.

3 Alto: Existem requisitos legais relacionados ao uso ou consumo de energia.

Fonte: CELUPI, 2012.

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47

3.1.1.1.2 Quantificação das Emissões de GEE associadas ao consumo de energia

Com base nos dados obtidos na Abordagem Energética Global, sobre as

quantidades de energia elétrica e combustíveis consumidas pelo terminal portuário, realizou-

se o cálculo das emissões de GEE decorrentes deste consumo através da aplicação da

metodologia de quantificação do GHG Protocol. Optou-se por esta ferramenta, pois a

mesma permite compreender e quantificar os GEE gerando resultados consistentes e

precisos, sendo internacionalmente reconhecida e muito utilizada por empresas e governos

de todo o mundo (GHG PROTOCOL, 2013).

Para quantificar as emissões de GEE de acordo com o GHG Protocol, realizou-se a

identificação das fontes de emissão de GEE relacionadas ao consumo de energia da

organização, dentro dos limites utilizados para o diagnóstico energético. A contabilização

das emissões foi realizada pela própria ferramenta GHG Protocol a partir da inserção dos

dados, de acordo com cada modalidade de emissão identificada:

Escopo 1: emissões diretas móveis e estacionárias

Escopo 2: emissões indiretas, nas quais foram consideradas as emissões

decorrentes do consumo de energia elétrica.

Para auxiliar no entendimento do desenvolvimento das estimativas de emissões, é

apresentada a seguir uma imagem ilustrativa da ferramenta utilizada.

Figura 11 - Ferramenta do Programa Brasileiro GHG Protocolo para cálculo de emissões de GEE.

Fonte: GHG Protocol, 2013.

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Com base nos dados de emissões calculados pela ferramenta GHG Protocol, os

mesmos foram comparados graficamente de acordo com cada fonte de emissão.

3.1.1.2 Abordagem Energética por área – Nível 2

A caracterização do consumo de energia por área foi realizada a partir da coleta de

dados que retratam o uso desta energia nas grandes áreas existentes no terminal portuário:

TECON, Armazém (I e II) e Administrativo. Os dados foram coletados para a posterior

elaboração de indicadores que permitam analisar o consumo de energia em cada tipo de

área. Foram então obtidos os seguintes dados (tabela 2):

Tabela 2 – Dados quantitativos coletados para a Revisão Energética Nível 2 - Abordagem por Área.

Dados para Abordagem Energética por Área – Nível 2 Período de

dados Fonte de dados

TECON

Consumo (kWh) e Custo (R$) de energia elétrica

Abr/2012 a Nov/2012

Software SMART 32

Número de containers reefer

3 armazenados

Abr/2012 a Dez/2012

Gerência TECON

ARMAZÉNS I e II

Consumo (kWh) e Custo (R$) de energia elétrica

Abr/2012 a Nov/2012

Software SMART 32

Número médio de funcionários

Abr/2012 a Nov/2012

Setor de RH

PRÉDIO ADMINISTRATIVO

Consumo (kWh) e Custo (R$) de energia elétrica

Abr/2012 a Nov/2012

Software SMART 32

Número médio de funcionários

Abr/2012 a Nov/2012

Setor de RH

Área útil do PA (m²)

-

Projeto Arquitetônico

Fonte: Autora.

Conforme apresentado na tabela 2, os dados de consumo de energia elétrica foram

obtidos a partir da consulta ao Software Smart 32, um software de supervisão e

3 Container reefer: equipamento refrigerado para o armazenamento de cargas perecíveis

(DEPOTRANS, 2013).

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gerenciamento de energia elétrica instalado nos painéis elétricos do terminal portuário e que

desde abril de 2012 realiza o monitoramento constante do consumo de energia elétrica nas

três grandes áreas do terminal. É importante destacar que os dados de energia elétrica das

três áreas avaliadas referentes a dezembro de 2012 não foram obtidos considerando que

neste período ocorreram problemas técnicos no próprio sistema e que impossibilitaram a

confiabilidade dos dados. Os dados de demanda de energia por área (kW) para cálculo do

fator de carga também não foram obtidos devido a problemas técnicos do software Smart

32.

Com base nos dados registrados pelo Software Smart 32 entre abril e novembro de

2012, foram estabelecidos os indicadores de desempenho energético (IDE’s) para a

avaliação do consumo de energia elétrica no nível 2 - Abordagem por Área. A figura 12 a

seguir apresenta o modelo de relatório diário de demanda/consumo de energia emitido pelo

software de gerenciamento de energia elétrica.

Figura 12 – Exemplo de Relatório Diário de demanda/consumo de energia elétrica emitido pelo software Smart 32.

Fonte: Gestal, 2012.

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Os dados relativos ao consumo de outras formas de energia nas áreas abordadas

(Diesel e GLP) foram obtidos através de planilhas de controle de abastecimento mensal de

equipamentos e máquinas. Após a obtenção dos dados, que foram repassados pelo setor

de Meio Ambiente e TECON, os mesmos foram registrados em planilhas mediante o uso do

Sofware Excel.

3.1.1.3 Abordagem Energética detalhada – Nível 3

Para a realização da Abordagem Energética detalhada, o terminal portuário

identificou a área de sua preferência dentre as áreas abordadas no Nível 2, por possuir

maior potencial para execução de melhorias, e como uma opção estratégica da empresa. O

setor de interesse identificado pela alta direção foi o Prédio Administrativo, que por sua vez

recebeu então uma abordagem mais detalhada sobre as variáveis que afetam o uso e o

consumo de energia.

O Prédio Administrativo possui três pavimentos (Térreo, 1º e 2º piso), e seu

diagnóstico energético ocorreu considerando todos os ambientes existentes. A abordagem

energética detalhada foi inicialmente realizada a partir da coleta de dados quantitativos,

conforme apresentado na tabela 3:

Tabela 3 - Dados coletados para a Revisão Energética Nível 3 - Abordagem Detalhada.

Dados para Abordagem Energética Detalhada – Nível 3

Período de dados

Fonte de dados

PRÉDIO ADMINISTRATIVO

Consumo (kWh) e Custo (R$) de energia elétrica

Abr/2012 a

Nov/2012

SMART 32

Potência total instalada (W) por setor

-

Equipamentos elétricos

Iluminância média (lux) por setor

-

Medições/Luxímetro

Número médio de funcionários por setor

Abr/2012 a

Nov/2012

Setor de RH

Área útil (m²)

-

Projeto Arquitetônico

Fonte: Autora.

Os dados de consumo e custo de energia do Prédio Administrativo se referem

aqueles apresentados na Abordagem Energética por Área. Quanto aos dados de potência

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total instalada por setor foram obtidos através de visita técnica e consulta para registro dos

equipamentos elétricos existentes e posterior verificação dos dados de potência de cada

um, através dos manuais dos equipamentos e pesquisa bibliográfica.

Medições de Iluminância por setor: Para melhor analisar as condições de

iluminação dos ambientes do Prédio Administrativo, foram realizadas medições de

iluminância nos setores existentes, com base nas orientações da NBR ABNT 5413/92

(ABNT, 1992), a fim de verificar se os resultados obtidos para cada ambiente atendem aos

níveis mínimos exigidos pela referida Norma.

As medições de iluminância foram realizadas com o auxílio de um luxímetro digital

da Marca Minipa calibrado (figura 13), em um plano horizontal a 75 cm do piso, atendendo

as orientações da NBR utilizada.

Figura 13 - Luxímetro da marca Minipa modelo MLM-1011 utilizado para medição de iluminância nos setores do Prédio Administrativo.

Fonte: Autora.

Com base nos dados obtidos (tabela 3), foram realizados diagnósticos mais

detalhados que permitissem avaliar o desempenho energético dos setores existentes no

Prédio Administrativo: (a) diagnóstico de equipamentos elétricos utilizados, (b) diagnóstico

da percepção dos funcionários quanto ao uso e consumo de energia e (c) diagnóstico das

características do ambiente.

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Diagnóstico de equipamentos elétricos utilizados: A partir do levantamento dos

equipamentos instalados no Prédio Administrativo, com a identificação da potência de cada

um, bem como dados de marca e modelo, foi verificado se os mesmos possuem a Etiqueta

Nacional de Conservação de Energia (ENCE) ou estão inclusos na lista de equipamentos

certificados pelo PROCEL. De acordo com o INMETRO (2013), a ENCE é a etiqueta criada

pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem para classificar de "A" a "E" os equipamentos

elétricos. Já o Selo PROCEL é fornecido aos equipamentos mais eficientes de cada

categoria, ou seja, aqueles classificados com etiqueta “A”.

Diagnóstico das características do ambiente: Observações sobre as

características de cada ambiente de trabalho do Prédio Administrativo foram realizadas,

para que posteriormente se pudesse definir um Índice de Eficiência Energética para cada

ambiente (IEEA) quanto aos aspectos de iluminação e ventilação dos mesmos. O Índice de

Eficiência Energética proposto visou classificar os ambientes conforme suas características

construtivas, como: cor do piso, cor do teto, cor da parede e existência de janelas, por

exemplo, para que posteriormente sejam identificadas possibilidades de melhoria. Tais

aspectos interferem diretamente na iluminação ou na ventilação do ambiente, e

consequentemente são variáveis que afetam o consumo de energia, conforme mencionado

por Pereira & Souza (2005).

Sendo assim, para obtenção do Índice de Eficiência Energética de cada ambiente do

Prédio Administrativo (IEEA), atribuiu-se uma pontuação para cada ambiente analisado,

conforme apresentado no quadro 7 a seguir.

Quadro 7 – Critérios e pontuação atribuída aos setores analisados no Prédio Administrativo.

Critério

Pontuação

1.Orientação geográfica da janela (Sul) (Oeste) (Leste) (Norte)

1 2 3 4

2. Área da janela com relação à parede (a≤30%) (30>a≤50%) (50%<a<70%)

3 1 2

3. Cor das paredes (Escura) (Média) (Clara)

3 1 2

4. Cor do teto (Escura) (Média) (Clara)

3 1 2

5. Cor do piso (Escura) (Média) (Clara)

3 1 2

6. Iluminância média medida (Não atende à NBR 5413) (Atende à NBR 5413)

0 1

7. Ventilação cruzada (Não) (Sim)

0 1

8. Existência de persianas (Não) 0

(Sim) 1

Fonte: Autora.

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53

Orientação geográfica das janelas

De acordo com Clau (2010), quando as janelas estão voltadas para as regiões do

céu onde o sol faz sua trajetória, tendem a receber intensidades luminosas maiores e por

períodos mais longos do dia, mesmo quando na ocorrência de céu encoberto. Segundo

Mascaró (1986), a orientação norte apresenta as melhores condições de iluminação para

regiões do hemisfério sul.

Mascaró (1986) afirma que as orientações leste e oeste têm características similares

em termos e insolação, embora em momentos diferentes do dia. Enquanto as fachadas

voltadas para o leste recebem sol pela manhã (do nascente ao meio-dia), as fachadas

voltadas para o oeste recebem sol pela tarde. De acordo com a mesma autora, ambientes

voltados para o oeste tendem a ser mais quentes do que os voltados para leste, apesar de

receberem o mesmo número de horas de sol, “porque recebem sol no período do dia em

que a inércia térmica proveniente da noite anterior (frescor noturno) já foi vencida”. Partindo

deste princípio, atribuiu-se uma pontuação para cada ambiente que leva em consideração a

orientação geográfica das janelas (tabela 4), sendo norte a orientação geográfica que

apresenta as melhores condições, seguida de leste, oeste e sul.

Tabela 4 – Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à orientação geográfica das janelas.

Orientação geográfica das janelas Norte Leste Oeste Sul

Pontuação atribuída 4 3 2 1

Fonte: Autora.

Área da janela com relação à parede

De acordo com Ghisi et al. (2005), “janelas amplas podem proporcionar níveis mais

altos de iluminação natural e melhor vista para o exterior”, e com maior índice de iluminação

natural, tende-se a reduzir a necessidade de iluminação artificial de um ambiente. A

pontuação atribuída aos ambientes do PA quanto à área da janela (tabela 5) levaram em

consideração a importância do aproveitamento da iluminação natural em um ambiente,

partindo do pressuposto que quanto maior o tamanho das janelas, maior a incidência de luz

natural e menor a necessidade de iluminação artificial para a execução das tarefas.

Foram obtidos os dados de área das janelas e estes foram comparados com a área

da parede onde cada janela está localizada, gerando assim as proporções de áreas

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menores ou igual a 30%, entre 30 e 50% e entre 50 e 70% em comparação com área da

janela.

Tabela 5 – Pontuação atribuída por janela, conforme sua área (a) em relação à parede.

Área da janela (a) com relação à parede a≤30% 30>a≤50% 50%<a<70%

Pontuação atribuída para cada janela 1 2 3

Fonte: Autora.

Cor das paredes/teto/piso

De acordo com Pereira & Souza (2005), o uso de cores com altos índices de reflexão

em edificações é capaz de melhorar significativamente o rendimento de um sistema de

iluminação, podendo-se até mesmo aumentar o nível de iluminamento geral do ambiente

sem a necessidade de aumentar o fluxo luminoso das fontes de luz. Visando estabelecer

uma pontuação adequada para cada ambiente do PA, foram observados os índices de

reflexão média das cores para categorizá-las como clara, média ou escura, visando

identificar possibilidades de melhoria (tabela 6).

Tabela 6 - Índices de reflexão média das cores (refletância).

Cor Refletância média [%] Classificação

Branco teórico 100

Clara

Branco de cal 80 Amarelo 70 Amarelo limão 65 Verde limão 60 Amarelo ouro 60 Rosa 60 Laranja 50 Azul claro 50

Azul celeste 30 Média Cinza neutro 30

Verde oliva 25 Vermelho 20

Azul turquesa 15

Escura Púrpura 10 Violeta 05 Preto 03 Preto teórico 00

Fonte: Adaptado de Rodrigues, 2002.

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55

Tomando como referência os dados de refletância definidos por Rodrigues (2002),

foram atribuídas as pontuações pertinentes, conforme as cores de paredes, teto e piso dos

ambientes analisados (tabela 7).

Tabela 7 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à cor das paredes, do teto e do piso.

Cor das paredes/teto/piso Clara Média Escura

Pontuação atribuída 3 2 1

Fonte: Autora.

Iluminância média em comparação com a NBR 5413

A partir da verificação da iluminância dos ambientes com base nas medições

realizadas e comparação com os níveis mínimos estabelecidos pela NBR 5413, os mesmos

foram avaliados foram pontuados em caso de atendimento à NBR, conforme apresentado

na tabela 8.

Tabela 8 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto ao atendimento à NBR 5413.

Cor das paredes/teto/piso Não atende à NBR 5413 Atende à NBR 5413

Pontuação atribuída 0 1

Fonte: Autora.

Existência de persianas

Para compor o Índice de Eficiência Energético do Ambiente (IEEA) considerou-se

também a existência ou não de persianas no ambiente, já que este utensílio auxilia, de

acordo com Garrocho (2005), a minimizar os efeitos do ofuscamento produzido pela

iluminação natural. Para Garrocho (2005), as persianas configuram-se como uma estratégia

eficiente para a redução da iluminância excessiva proveniente da abóbada celeste e do Sol,

bem como do calor. A pontuação atribuída para a existência de persianas consta na tabela

9.

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56

Tabela 9 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à existência ou não de persianas nas janelas.

Persianas Sim Não

Pontuação atribuída 1 0

Fonte: Autora.

Ventilação cruzada

A ventilação natural possibilita a renovação do ar de um ambiente, e a velocidade do

ar sobre as pessoas é fundamental para o alcance do conforto térmico, conforme

mencionado por Andreasi & Versage (2012). Ao mesmo tempo, o aproveitamento da

ventilação natural é também considerado por Jones (2001) como uma forma de se reduzir o

consumo de energia, já que se reduz diretamente o uso de sistemas de ventilação mecânica

e ar condicionado.

Sendo assim, para uma prévia caracterização dos ambientes do PA quanto à

ventilação natural considerou-se o critério de existência ou não de ventilação cruzada para

elaboração dos indicadores de eficiência energética do ambiente (IEEA). A pontuação

atribuída de acordo com a existência ou não de ventilação cruzada está apresentada na

tabela 10.

Tabela 10 - Pontuação atribuída aos setores do prédio administrativo quanto à existência ou não de ventilação cruzada.

Ventilação cruzada Sim Não

Pontuação atribuída 1 0

Fonte: Autora.

A partir do registro das características de cada ambiente do PA, os dados foram

tabulados em planilha Excel, de modo que o Índice de Eficiência Energética de cada

ambiente foi obtido pela razão entre somatório dos pontos obtidos e o número de

parâmetros analisados.

Para melhor discutir os dados de IEE obtidos, os mesmos foram classificados em

três Níveis: A (com pontuação maior que 2,0), B (com pontuação maior que 1,0 e menor ou

igual a 2,0) e C, com pontuação menor ou igual a 1,0. Os níveis C, por serem os setores

com menores condições de aproveitamento de iluminação e ventilação natural, são

teoricamente aqueles com maior prioridade para melhorias.

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57

Diagnóstico da percepção dos funcionários quanto ao uso e consumo de

energia: Foi elaborado e aplicado um questionário aos funcionários do setor Administrativo

(Apêndice VI), para a verificação da percepção dos mesmos quanto às características do

ambiente em que trabalham (iluminação, ventilação e setorização de energia), quanto aos

seus hábitos de consumo de energia no dia-a-dia bem como quanto à importância da gestão

de energia dentro da organização. Foram entrevistadas 195 pessoas de um total de 306 que

trabalham no Prédio Administrativo, ou seja, 63% dos colaboradores foram entrevistados,

sendo considerada como uma amostra significativa para um erro amostral menor que 5%. O

questionário aplicado levou em consideração os seguintes itens:

- Perfil do entrevistado: idade, sexo, escolaridade, e tempo em que trabalha na

empresa.

- Avaliação do entrevistado quanto à:

- Iluminação do ambiente;

- ventilação do ambiente;

- setorização elétrica do ambiente;

- aspectos comportamentais;

- importância do gerenciamento de energia.

Posteriormente foi realizado um comparativo das respostas obtidas nos questionários

com o real comportamento dos funcionários, através de uma verificação in loco dos seus

hábitos de consumo de energia, a partir de uma visita técnica que permitiu observar o uso

de energia nos setores em diferentes horários. A visita técnica foi realizada para a

contabilização dos seguintes dados: número de computadores ligados e número de

computadores em uso e número de lâmpadas ligadas e em uso.

A observação ocorreu nos setores existentes no três pavimentos do Prédio

Administrativo, em quatro horários distintos: 10h, 12:30h, 15h e 19:30h, a fim de verificar se

em horários de almoço os computadores e lâmpadas são desligados ou se permanecem

ligados mesmo que ninguém os utilize.

3.2 LINHA DE BASE ENERGÉTICA

Com base nas informações obtidas na etapa de revisão energética, consideraram-se

os dados de 2012 para estabelecer a linha de base energética. O estabelecimento do ano-

base levou em consideração o ano de 2012, pois é o período no qual a organização possui

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58

informações históricas completas, sobre todas as fontes de energia. Os dados do referido

ano serão o ponto de partida para a realização de melhorias no terminal portuário.

3.3 DEFINIÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO ENERGÉTICO

Nesta etapa foram elaborados e avaliados os conjuntos de indicadores a partir das

abordagens realizadas no Diagnóstico Energético, para posterior análise crítica sobre a

utilização de todas as fontes de energia do terminal portuário. Os indicadores servem como

base para a implantação de melhorias na própria empresa, já que são parâmetros para

comparação contínua do desempenho energético da empresa durante a fase de operação

da NBR ISO 50001, caso a mesma seja implantada pelo terminal em questão.

Basicamente, estes indicadores foram constituídos pelos dados obtidos na etapa de

Revisão Energética. A partir das fontes de energia identificadas no Diagnóstico da Matriz

Energética e dos dados de consumo de energia obtidos no Diagnóstico do Consumo de

Energia foram elaborados os indicadores de desempenho energético.

Os indicadores foram definidos para avaliação dos três níveis da Revisão Energética:

Nível 1 – Abrangência Global, Nível 2 – Abrangência por área, e Nível 3 – Abrangência

Detalhada.

3.4 PLANOS DE AÇÃO

Com base nos dados obtidos na Revisão Energética a partir das abordagens: global

(Nível 1), por área (Nível 2) e detalhada (Nível 3), bem como a avaliação dos indicadores de

desempenho energético, foram então identificadas e descritas as oportunidades de

melhorias nos aspectos energéticos considerados mais críticos no terminal portuário. Foram

especificamente consideradas as oportunidades de melhorias no Prédio Administrativo, já

que esta área foi considerada pela empresa como aquela que possui maior potencial para

melhorias.

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59

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 REQUISITOS GERAIS DA NBR ISO 50001:2011

O escopo do sistema de gestão de energia em estudo compreende as atividades de

armazenagem e operação portuária de exportação e importação, com as seguintes

atividades:

- Movimentação de containers e de cargas soltas (“break bulk”): atividade de

descarregamento de cargas gerais como: veículos, pneus, madeira, brinquedos, aço, entre

outros.

- Armazéns para carga geral: local destinado ao armazenamento de produtos

secos e a inspeções de produtos refrigerados ou congelados;

- Terminal de contêineres frigorificados e secos;

- Serviços portuários na importação e/ou exportação.

As fronteiras compreendem os limites físicos e organizacionais do terminal portuário

e se caracterizam pelo local de movimentação e armazenamento de cargas, bem como dos

setores administrativos envolvidos na importação e exportação destes produtos.

Considerando que de acordo com a NBR 50001:2011 a organização deve definir

uma política energética para o planejamento de um sistema de Gestão de Energia, foi

estabelecida em conjunto com a direção do terminal portuário a seguinte Politica Energética

para seu SGE (figura 14):

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60

Figura 14 – Política Energética do SGE proposta para o terminal portuário.

Fonte: Autora.

4.2 IDENTIFICAÇÃO DE REQUISITOS LEGAIS

Foram identificados os requisitos legais no âmbito nacional que podem ser

considerados como aplicáveis ao escopo do sistema de gestão de energia do terminal

portuário:

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61

Tabela 11 – Requisitos legais aplicáveis ao terminal portuário para a implantação do SGE.

Requisito Legal

Descrição

Decreto nº 87079/82 Programa de Mobilização Energética

Portaria Interministerial nº 1877/85 PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia

Elétrica

Decreto nº 99.656/90 Administração Federal e CICE

Decreto de 18/07/91 CONPET

Decreto de 08/12/93 Prêmio Nacional da Conservação de Energia

Lei nº 9427/96 ANEEL

Lei nº 9478/97 Lei do Petróleo e ANP

Lei nº 9991/00

Investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência

energética

Resolução nº 456/00 Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica

Lei nº 9991/00 Fundo Setorial de Energia

Decreto nº3867/01 Regulamenta a Lei nº 9991/00

Lei nº 10295/01 Lei da Eficiência Energética

Decreto nº 4059/01 Regulamenta a Lei nº 10295/01

Decreto nº 4131/02 Medidas emergenciais de redução do consumo de energia

elétrica

Lei nº 10438/02 Proinfa e CDE

Decreto nº 5267/04 MME

Lei nº 10848/04 Comercialização de energia elétrica

Resolução Normativa nº 300/08 Aplicação de recursos em programas de eficiência energética;

Lei nº 12212/10 Tarifa Social de Energia Elétrica

Instrução Normativa nº 01/10

Critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens,

contratação de serviços ou obras

Fonte: Adaptado de Celupi, 2012.

É importante destacar que não foram identificados outros requisitos como, por

exemplo, acordos com clientes ou princípios ou códigos de boas práticas voluntários

relacionados à gestão de energia, embora o terminal portuário tenha Sistema de Gestão

Ambiental ISO 14001 implantado em toda a organização.

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62

4.3 REVISÃO ENERGÉTICA

4.3.1 Análise do Uso e Consumo de Energia

Visando compreender onde e de que forma a energia é utilizada no terminal

portuário, foram coletados os dados necessários ao diagnóstico de sua matriz energética. A

partir da tabela 12 podem ser observados os tipos e os usos das energias na organização.

Tabela 12 - Usos de energia no terminal portuário.

Uso de Energia

Área correspondente

Fonte de energia

TECON

Armazéns

PA*

Elétrica Combustível

Óleo diesel GLP

Iluminação X

Ventilação/Refrigeração X

Tecnologia da Informação (TI)

Transporte de cargas por empilhadeiras

X X X

Preparação de Refeições X X

Operação da ETE X

Operação da Casa de Bombas X

Outros equipamentos elétricos** X

Nota: *Prédio Administrativo. **Mais bem detalhados no Apêndice IV.

Fonte: Autora.

É importante dizer que para a execução deste trabalho, considerou-se como

tecnologia da informação o conjunto de equipamentos que utilizam recursos de computação

e que visam permitir a produção, armazenamento, transmissão, acesso e o uso

das informações, como computadores, impressoras e modems, por exemplo.

4.3.1.1 Energia Elétrica

A energia elétrica consumida pelo terminal portuário é adquirida junto à Companhia

Elétrica de Santa Catarina – CELESC, sendo o terminal um consumidor do grupo A4, ou

seja, seu contrato com a CELESC define uma tarifa formada por duas componentes: tarifa

de consumo (kW) e tarifa de demanda (kW). De acordo com a CELESC (2012), a tarifa de

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consumo é o valor em reais cobrado pelo consumo de energia, definida pela ANEEL em

R$/MWh. Já a tarifa de demanda é o valor em reais cobrado pela potência disponibilizada

(kW), sendo definida pela ANEEL em R$/MW.

Os valores cobrados pelo consumo de energia elétrica são diferenciados de acordo

com os horários de utilização. De acordo com as faturas de energia elétrica do terminal, em

horários fora de ponta (06h às 18h), o valor cobrado por kWh é de cerca de R$ 0,27

enquanto em horários de ponta (18h às 06h), a tarifa cobrada por kWh é de cerca de R$

1,47, quase seis vezes maior.

Conforme apresentado na tabela 1, o terminal portuário utiliza energia elétrica para

os seguintes fins: iluminação, ventilação, TI, transporte de cargas soltas, preparação de

refeições, operação da ETE, operação da casa de bombas e para uso em demais

equipamentos elétricos. Os equipamentos elétricos existentes no Prédio Administrativo

serão melhor especificados na Abordagem detalhada - levantamento de equipamentos.

De modo geral, a energia elétrica é transmitida aos painéis elétricos existentes na

organização (figura 15) e distribuída às seguintes áreas:

TECON;

Armazéns (I e II);

Prédio Administrativo.

Cada painel elétrico possui instalado um medidor que transmite em tempo real as

informações sobre o consumo de energia em cada área (figura 15). Tais informações são

repassadas ao Software Smart 32, que emite relatórios horários, diários e mensais sobre a

demanda e o consumo de energia nas áreas especificadas.

Figura 15 - Painéis elétricos para distribuição de energia elétrica nos setores TECON, Armazéns I e II e Prédio Administrativo.

Fonte: Autora.

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Figura 16 - Empilhadeira elétrica de pequeno porte, utilizada para movimentação de carga soltas nos Armazéns (I e II).

Fonte: Autora.

Com base nas faturas de energia elétrica da CELESC disponibilizadas pela

responsável do setor de meio ambiente do terminal portuário em questão, foram tabelados

os valores dos consumos de energia elétrica mensais de toda organização, conforme dados

disponibilizados no Apêndice I. Para que se possa realizar uma análise temporal do

consumo de energia na organização, a figura 17 apresenta os dados de consumo anuais, no

período de 2005 a 2012, com base nas faturas mensais.

Figura 17 - Consumo de energia elétrica do terminal portuário nos anos de 2005 a 2012, em MWh, registrado pela CELESC.

Fonte: Autora.

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65

Com base no gráfico de consumo apresentado (figura 17), é possível perceber que

entre os anos de 2005 a 2009 o consumo de energia elétrica no terminal portuário foi maior

que os anos de 2010 a 2012. A média de consumo entre 2005 e 2009 foi de 9.298 MWh

enquanto a média entre 2010 e 2012 foi de 4.070 MWh, cerca de 44% a menos. Este

resultado pode ser explicado pelo fato de que o terminal portuário utilizava seus Armazéns I

e II para acondicionamento de cargas congeladas, o que implicava em um consumo muito

maior de energia elétrica, devido à operação dos mesmos como câmaras frias.

De acordo com as informações repassadas pelo setor de manutenção do terminal

portuário, as câmaras frias foram desativadas em junho de 2009. A figura 18 demonstra a

considerável redução no consumo de energia a partir do mês de desativação das câmaras

frias.

Figura 18 - Consumo de energia elétrica no terminal portuário (MWh) junto à CELESC no ano de 2009 - ano de desativação das câmaras frias.

Fonte: Autora.

A fim de analisar o consumo de energia elétrica do ano que será considerado como

linha de base para o Sistema de Gestão de Energia no terminal portuário e que

consequentemente servirá de referência para as propostas de melhorias, a figura 19

apresenta os dados de consumo ao longo de 2012 nos horários de ponta e fora de ponta. O

consumo médio em 2012 foi de 296,83 MWh/mês nos horários fora de ponta e de 13,75

MWh/mês nos horários de ponta.

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Figura 19 - Consumo de energia elétrica no terminal portuário no ano de 2012 (MWh) registrado pela CELESC.

Fonte: Autora.

É possível verificar que o mês de outubro apresentou uma grande redução no

consumo de energia elétrica, cerca de 90% em comparação com o mês de setembro. Para

tentar compreender estas informações, serão posteriormente discutidos os dados

registrados pelo software Smart 32, abordagem por área.

A figura 20 apresenta os dados de custo com energia elétrica no terminal portuário

no ano de 2012.

Figura 20 - Custo com energia elétrica no terminal portuário registrado pela CELESC no ano de 2012, em reais.

Fonte: Autora.

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Com base nos dados de custo com energia elétrica no terminal portuário obtidos

através da fatura da CELESC (figura 20), verificou que o custo médio com energia elétrica

no ano de 2012 foi de 92.131,96 R$/mês.

Fator de Potência

Foram obtidos os fatores de potência registrados para o terminal portuário nos

meses de janeiro a dezembro de 2012 (figura 21), sendo possível notar que o mês que

apresentou o valor mais próximo de 1,00 foi o mês de julho, com 0,99. A média do índice de

fator de potência no ano de 2012 foi de 0,98.

Figura 21 – Valores de fator de potência registrados no ano de 2012 pela CELESC.

Fonte: Autora.

Fator de Carga

A partir das faturas de energia elétrica disponibilizadas, foram registrados os fatores

de carga obtidos nos meses de janeiro a dezembro de 2012, no terminal portuário, tanto em

horários de ponta quanto em horários fora de ponta (figura 22). O fator de carga médio no

horários fora de ponta foi de 0,27, enquanto nos horários de ponta foi de 0,001, no ano de

2012.

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Figura 22 – Valores de fator de carga registrados no ano de 2012 pela CELESC.

Fonte: Autora.

4.3.1.2 Óleo diesel

O óleo diesel é utilizado no terminal portuário como combustível para a operação de

duas empilhadeiras de grande porte do modelo Reach Staker (figura 23), utilizadas para

movimentação de contêineres no setor TECON (Terminal de Contêineres) bem como de

uma empilhadeira do modelo Maclift (figura 24), utilizada para movimentação de cargas

soltas dentro e fora dos contêineres. O óleo diesel utilizado por elas é adquirido

semanalmente junto à empresa Dumaszak, distribuidora de derivados de petróleo, também

localizada no município de Itajaí.

Figura 23 - Empilhadeira de grande porte, Reach Staker, movida a óleo diesel, utilizada para movimentação de containers.

Fonte: Autora.

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69

Figura 24 - Empilhadeira modelo Maclift, movida a óleo diesel, utilizada para movimentação de cargas soltas dentro e fora dos containers.

Fonte: Autora.

Foram disponibilizados pelo terminal portuário os dados sobre o total de óleo diesel

consumido na organização no ano de 2012, que se referem à quantidade consumida pelas

empilhadeiras de grande porte, para transporte de cargas soltas pela MacLift e transporte de

Contêineres pela Reach Staker, bem como para a operação de máquinas na casa de

bombas. O óleo diesel é adquirido mensalmente para o uso em empilhadeiras, porém para a

operação da casa de bombas é adquirido eventualmente, já que o consumo para este tipo

de uso é consideravelmente menor.

De acordo com os dados obtidos, o terminal portuário consumiu ao longo de 2012

um total de 152,75 m³ de óleo diesel para a operação destas atividades. A tabela 13

apresenta os dados mensais de consumo, em m³, a partir dos dados repassados pela

pessoa responsável pelo setor de meio ambiente.

Tabela 13 - Consumo total de Óleo diesel no ano de 2012 no terminal portuário.

Fonte: Autora.

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL (M³) – 2012

USO JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

Empilhadeiras 16,59 15,31 16,85 12,19 12,70 11,75 8,90 11,98 10,38 13,24 11,78 10,97 152,34

Casa de Bombas

- - 0,16 - - - - 0,06 0,19 - - - 0,41

TOTAL 152,75

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É possível verificar que as empilhadeiras são responsáveis por maior parte do

consumo do óleo diesel no terminal portuário, considerando que utilizam diariamente este

combustível para a movimentação de cargas. O consumo de óleo diesel pelas empilhadeiras

de grande porte representou 99% do consumo total no ano de 2012, enquanto o consumo

para a operação de máquinas na casa de bombas foi de apenas 0,1% (figura 25).

Figura 25 – Porcentagem de óleo diesel consumido no terminal portuário no ano de 2012.

Fonte: Autora.

4.3.1.3 GLP

Foram identificados os equipamentos movidos a GLP - bem como os setores nos

quais estes equipamentos são utilizados. Verificou-se que os setores que utilizam GLP são

a Cozinha (Prédio Administrativo) e o TECON, de modo que a cozinha utiliza para produção

das refeições diárias e o TECON utiliza o GLP como combustível para as empilhadeiras de

pequeno porte.

O GLP consumido pelo terminal portuário é adquirido junto à empresa Liquigás, de

modo que mensalmente é realizado o abastecimento dos cilindros utilizados pela empresa

(figura 26). Quanto ao armazenamento deste combustível, este é realizado em duas

Centrais de Gás, uma próxima ao TECON e outra próximo ao Prédio Administrativo.

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Figura 26 – Centrais de GLP do TECON e da cozinha.

Fonte: Autora.

Uso do GLP em empilhadeiras: O GLP é utilizado no terminal portuário como

combustível de 4 empilhadeiras de modelo CLX-30, com capacidade de carga de 3000kg,

para fins de movimentação de cargas soltas “break bulk” exclusivamente em áreas externas

(figura 27). Este padrão de utilização em áreas externas é adotado considerando que de

acordo com as exigências da Norma Regulamentadora nº 11 - NR 11 (BRASIL, 2004), que

dispõe sobre o transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, em

locais fechados e sem ventilação, é proibido a utilização de máquinas transportadoras,

movidas a motores de combustão interna, salvo se providas de dispositivos neutralizadores

adequados.

Figura 27 - Empilhadeiras utilizadas do terminal portuário para a movimentação de cargas soltas.

Fonte: Autora.

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72

Uso do GLP na cozinha: O GLP utilizado na cozinha do prédio administrativo é

empregado nos fogões para a produção de refeições diárias, as quais são realizadas por

uma empresa terceirizada. Os fogões que utilizam GLP são do modelo industrial da marca

Tedesco (figura 28).

Figura 28 – Fogão industrial a GLP utilizado na cozinha para produção de refeições diárias.

Fonte: Autora.

Através da consulta à Tabela de Eficiência Energética de Fogões disponibilizada por

CONPET (2012), verificou-se que o modelo de fogão industrial utilizado pela empresa não

possui Selo CONPET de Eficiência Energética, ou seja, não é classificado pelo Programa

Brasileiro de Etiquetagem.

Assim como para o óleo diesel, foram disponibilizados os dados de GLP consumidos

para a operação de empilhadeiras no TECON e para a realização de refeições no fogão

industrial, no ano de 2012. O total de óleo diesel consumido, considerando estes dois usos,

foi de 19,43 toneladas, sendo as empilhadeiras as responsáveis pela maior quantidade

consumida. A tabela 14 apresenta os dados mensais de consumo, em toneladas, a partir

dos dados repassados pela pessoa responsável pelo setor de meio ambiente.

Tabela 14 - Consumo total de GLP no ano de 2012 no terminal portuário.

Fonte: Autora.

CONSUMO DE GLP (TON) – 2012

USO JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

Empilhadeiras 0,95 0,28 0,75 1,18 1,106 1,61 0,75 1,12 1,15 1,08 1,93 1,23 13,14

Fogão Industrial 0,44 0,26 0,29 0,66 0,834 0,28 0,74 0,75 0,47 0,54 0,52 0,51 6,29

TOTAL 19,43

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Com base nos dados apresentados, pode-se observar que as empilhadeiras também

são as responsáveis por maior parte do consumo de GLP no terminal portuário,

considerando que utilizam diariamente este combustível para a movimentação de cargas

soltas. O consumo de GLP pelas empilhadeiras (modelo CLX-30) representou 67% do

consumo total no ano de 2012, enquanto o consumo para a operação de máquinas na casa

de bombas foi de apenas 0,1%, conforme apresentado na figura 29 a seguir.

Figura 29 – Perfil do consumo de GLP no terminal portuário, com base na quantidade consumida no ano de 2012.

Fonte: Autora.

4.3.1.4 Caracterização da Matriz Energética

Para caracterizar a matriz energética do terminal portuário com base nos dados de

uso e consumo de energia apresentados na Abordagem Global, realizou-se a conversão de

unidades de energia, a partir de bibliografia existente, para que assim se pudessem

padronizar as unidades e realizar um comparativo entre as mesmas, em toneladas

equivalentes de petróleo (tep).

Para converter a quantidade de GLP consumida, em toneladas, para toneladas

equivalentes de petróleo (tep) converteu-se primeiramente para m³, considerando que a

densidade do referido combustível é de 550 kg/m³ a uma temperatura de 20ºC. Sabendo-se

que no ano de 2012 o terminal portuário consumiu 19,43 toneladas de GLP para realização

de suas atividades, calculou-se um consumo de 35,33 m³ de óleo diesel.

Com base nos coeficientes de equivalência médios apresentados pelo MME (2012),

realizou-se a conversão de unidades de energia dos combustíveis, transformando os dados

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de óleo diesel e GLP de m³ para toneladas equivalentes de petróleo (tep). Para os dados de

energia elétrica, realizou-se a conversão de kWh para tep, também de acordo com os

fatores de conversão determinados pelo Ministério de Minas e Energia (tabela 15).

Tabela 15 – Dados para conversão do consumo de energia em toneladas equivalentes de petróleo (tep).

Fonte de Energia

Consumo de Energia

toneladas m³ kWh tep

Óleo diesel

- 152,75 - 129,53

Gás Liquefeito de Petróleo

19,43 35,33 - 21,59

Energia Elétrica

- - 3.726.965 320,52

Total 471,64

Fonte: Autora.

Com base nos dados de consumo de energia apresentados na tabela 15 realizou-se

a caracterização da matriz energética do terminal portuário (figura 30).

Figura 30 - Distribuição da matriz energética do terminal portuário com base na energia consumida, em tep, no ano de 2012.

Fonte: Autora.

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75

Verifica-se que a energia mais consumida no terminal portuário é a elétrica, já que

representa 67,96% da energia total utilizada, tomando como base os dados de consumo

2012. O óleo diesel utilizado nas empilhadeiras e na casa de bombas equivalem a um total

de 27,48% do consumo de energia, enquanto o consumo de GLP representa apenas 4,58%.

Estes dados permitem classificar a matriz energética como 32,04% não renovável e

67,96% renovável, considerando que o óleo diesel e o GLP são provenientes do petróleo,

um combustível fóssil, e a energia elétrica adquirida é de fonte renovável, já que, de acordo

com a Celesc (2012) a mesma é proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas do estado

de Santa Catarina.

Figura 31 – Distribuição da matriz energética do terminal portuário como renovável e não renovável.

Fonte: Autora.

Com relação aos custos associados ao consumo de energia, se verifica que a

energia elétrica é a que demanda mais recursos financeiros da empresa, considerando

como base o ano de 2012. Foram gastos ao longo do ano de 2012 um total de

R$1.375.067,77 com energia elétrica, R$319.540,81 com óleo diesel e R$50.605,74 com

GLP, conforme apresentado na figura 32.

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76

Figura 32 - Custo total do terminal portuário com energia elétrica, óleo diesel e GLP no ano de 2012.

Fonte: Autora.

4.3.1.5 Identificação dos usos e consumos significativos de energia

Com base nos dados de uso e consumo de energia apresentados anteriormente,

foram estabelecidos os índices de significância para cada fonte de energia utilizada no

terminal portuário.

Os índices de significância para cada uso de energia foram obtidos somando-se a

pontuação de cada critério de classificação: economia da organização, impacto na produção

e requisitos legais e outros. A tabela 16 a seguir apresenta a classificação das fontes de

energia.

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Tabela 16 – Identificação dos usos e consumos de energia significativos – Abordagem Global.

Uso de Energia

Energia

Elétrica

Combustível

Óleo diesel GLP

Iluminação X

Ventilação X

Tecnologia da Informação (TI)

Transporte de cargas por empilhadeiras X X X

Preparação de Refeições X X

Operação da ETE X

Operação da Casa de Bombas X

Utilização de outros equipamentos do PA* X

Consumo de Energia**

310.580 kWh/mês

114.588,98 R$/mês

12,73 m³/mês

26.556,18 R$/mês

1,62 ton/mês

4.217,14 R$/mês

Econômico 3 1 1

Impacto na Produção 3 3 3

Requisitos Legais e Outros 3 3 3

Índice de Significância 9 7 7

**Consumo médio no ano de 2012.

Fonte: Autora.

Considerando que pela metodologia proposta por Celupi (2012) os índices de

significância acima de 5 caracterizam como uso significativo, verificou-se que os usos

relacionados às três fontes de energia identificadas são significativos para a organização,

sendo a energia elétrica a fonte energética com maior significância (9), principalmente sob o

ponto de vista econômico, quando comparada com as demais fontes utilizadas. Por tal

motivo, para fins de realização deste trabalho, realizou-se a abordagem por área

considerando apenas os dados de energia elétrica, por ser esta a fonte de energia com o

uso mais significativo.

4.3.1.6 Quantificação de emissões de GEE

Inicialmente identificou-se que o terminal portuário em estudo possui os seguintes

tipos de emissões de acordo com o GHG Protocol:

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Tabela 17 – Fontes de emissão de GEE segundo as categorias de emissão definidas pelo Programa Brasileiro GHG Protocol.

Escopo GHG Protocol Categoria de emissão Fontes de emissão

1 - Emissões diretas

Combustão móvel

Empilhadeiras a GLP e Óleo diesel

Combustão estacionária

Fogão industrial e Casa de bombas

2- Emissões indiretas

Combustão estacionária

Consumo de eletricidade adquirida pelo terminal portuário junto à CELESC

(TECON, Armazéns e PA)

Fonte: Autora.

4.3.1.6.1 Escopo 1 – Quantificação de emissões diretas

Combustão móvel

Neste item foram contempladas as emissões resultantes da utilização das

empilhadeiras do terminal portuário (tabela 18).

Tabela 18 – Relação das empilhadeiras do terminal portuário, utilizadas no setor TECON.

Empilhadeira Combustível utilizado

CLX-30 GLP

Maclift Óleo diesel comum

Reach Staker Óleo diesel comum

Fonte: Autora.

Com base nos valores de consumo de combustível das empilhadeiras no ano de

2012 descritos na Abordagem Energética Global e através da aplicação da ferramenta GHG

Protocol, foram obtidos os seguintes dados de emissões diretas por combustão móvel

(tabela 19):

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Tabela 19. Emissões de GEE pelo uso de empilhadeiras no ano de 2012.

Fonte de emissões

Combustível

Unidade de consumo

Consumo

Emissões de GEE

CO2 (kg)

CH4 (kg) N2O (kg)

CO2e (ton)

Empilhadeiras

Óleo diesel

Litros

152.343 406.908,15 15,23 21,33 413,84

GLP

Kg

13.670

40.087,28

39,64

0,14 40,96

Total 454,80

Fonte: Autora.

Combustão estacionária

A partir do software do website GHG Protocol, também foram calculadas as

emissões de GEE para combustão estacionária, a partir dos dados de consumo GLP em kg,

combustível utilizado para uso no fogão industrial e do óleo diesel, em litros, para uso na

casa de bombas (tabela 20).

Tabela 20 - Emissões de GEE pelo uso de fontes estacionárias, no ano de 2012, tendo como base o GHG Protocol.

Fonte: Autora.

4.3.1.6.2 Escopo 2 – emissões indiretas

As emissões de GEE contabilizadas no escopo 2 referem-se aquelas relacionadas

ao consumo de eletricidade adquirida no terminal portuário, junto à CELESC. Foram

contabilizadas as emissões de 2006 a 2012 (tabela 21), considerando a disponibilidade

destes dados, porém para fins de comparação e para utilização na linha de base utilizaram-

se apenas os dados do ano de 2012 (janeiro a dezembro). É importante destacar que não

foram contabilizadas as emissões do ano de 2005 já que para este ano o GHG Protocol não

apresenta dados referente aos fatores de emissão, o que impede a realização dos cálculos

pela ferramenta.

Fonte de emissões

Combustível

Unidade de consumo

Consumo Emissões de GEE

CO2 (kg)

CO2e (ton)

Casa de bombas

Óleo diesel

Litros

410

1.079,9

1,08

Fogão industrial

GLP

Kg

6.078

17.823,6

17,82

Total 18,90

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80

Tabela 21 - Emissões indiretas de CO2 pelo consumo de eletricidade adquirida, de 2006 a 2012.

Ano

Consumo de Eletricidade adquirida (kWh)

Emissões de GEE

CO2 (kg)

CO2e (ton)

2006 11.801.749 381.620 381,62

2007 9.439.016 280.290 280,30

2008 10.628.460 515.540 515,54

2009 6.161.722 164.820 164,82

2010 4.422.380 229.140 229,14

2011 4.349.411 126.900 126,90

2012 3.726.965 207.040 207,04

Total 1.905.350,00

Fonte: Autora.

4.3.1.6.3 Comparando as emissões contabilizadas

Através da contabilização das emissões de GEE provenientes das fontes de emissão

identificadas no diagnóstico energético – ano base 2012, identificou-se que as principais

emissões de GEE das atividades desenvolvidas provêm das fontes de combustão móvel,

principalmente da utilização de óleo diesel pelas empilhadeiras de grande porte. A figura 33

a seguir apresenta graficamente os resultados obtidos a partir da utilização da ferramenta do

Programa GHG Protocol.

Figura 33 – Estimativa de CO2e emitido no terminal portuário a partir dos dados de consumo de energia identificados na Abordagem Energética Global.

Fonte: Autora.

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81

As empilhadeiras a Óleo Diesel e a Energia elétrica adquirida são as fontes de

emissão com maior significância, uma vez que suas emissões juntas contabilizaram cerca

de toneladas de CO2e emitidos no ano de 2012.

Figura 34 - Percentual de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e) no terminal portuário, no ano de 2012.

Fonte: Autora.

Por fim, pode-se dizer que o terminal portuário, em decorrência do uso e consumo de

energia, emitiu um total de 680,74 toneladas de CO2e. no ano de 2012.

4.3.1.7 Abordagem Energética por Área

Neste item foi abordado detalhadamente o consumo de energia elétrica do terminal

portuário, a partir dos registros de consumo de energia fornecidos pelo software Smart 32.

4.3.1.7.1 Área 1 – TECON

O consumo de energia elétrica do Terminal de Contêiner está estritamente ligado à

quantidade de containers refrigerados (reefer) que permanecem no pátio. Os containers que

necessitam de refrigeração em decorrência da natureza de sua carga ficam conectados às

tomadas reefer dos painéis elétricos existentes no pátio, conforme apresentado na figura 35.

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82

Figura 35 - Bloco de tomadas para conexão dos containers reefer e painel de conexão elétrica dos mesmos.

Fonte: Autora.

Para melhor compreender a relação entre o consumo de energia elétrica no terminal

de contêineres e a quantidade de contêineres reefer ligados às tomadas, a figura 36 a seguir

apresenta os dados de consumo de energia elétrica no TECON obtidos pelo software Smart

32 de abril a novembro de 2012, bem como o número de containeres reefer que estiveram

armazenados e conectados à eletricidade no mesmo período.

Considerando que os containers reefer armazenados pelo terminal portuário não

seguem um padrão de eficiência energética, já que cada um possui características de

fabricação diferentes, consequentemente o consumo de energia pode variar em função

disso. No entanto, de modo geral, segundo Reefertec (2013), o consumo médio de energia

elétrica por container reefer é de cerca de 5kW/h.

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83

Figura 36 – Consumo (MWh) e Custo (R$) total de energia elétrica no TECON entre os meses de abril e novembro de 2012.

Fonte: Autora.

É possível verificar que no mês de abril de 2012 (início das medições pelo Smart 32)

foi registrado o maior consumo de energia elétrica no setor TECON: cerca de 3,5 vezes

maior que o consumo registrado no mês de novembro. Quando estes dados de consumo

são comparados com o número de containers reefer que permaneceram no pátio,

conectados à energia elétrica, é possível verificar que este comparativo não é proporcional,

já que abril teve somente 1,7 vezes mais contêineres que novembro. O fato é explicado

pelos horários no qual os contêineres permaneceram ligados à eletricidade: em abril, os

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contêineres permaneciam ligados sem interrupção, ou seja, passavam todas as noites

consumindo energia (horário de ponta).

No mês de abril de 2012 foi então registrado o maior consumo de energia elétrica em

horários de ponta (das 18h às 6h), enquanto que a partir de maio foi adotada a prática de se

desligar os contêineres nos horários de ponta com vistas à redução do custo com energia,

que neste horário é muito maior (5,88 vezes mais), conforme já observado na figura 36. O

procedimento de desligamento dos containers influenciou significativamente no consumo,

porém torna-se necessário avaliar por profissional competente se esta prática prejudica a

qualidade do produto armazenado, já que o mesmo deve ser mantido em condições de

refrigeração constante.

Para melhor compreensão dos motivos desta prática, as figuras 37 e 38 apresentam

os dados de consumo e custo em horários de ponta e fora de ponta no TECON, entre abril e

novembro de 2012. É importante destacar que tais dados estão mais bem detalhados no

Apêndice III, com valores em kWh.

Figura 37 - Consumo de energia elétrica (MWh) em horários de ponta e fora de ponta no TECON, entre os meses de abril e novembro de 2012.

Fonte: Software SMART 32, 2012.

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85

Figura 38 - Custo com energia elétrica (R$) em horários de ponta e fora de ponta no TECON, entre os meses de abril e novembro de 2012.

Fonte: Autora.

4.3.1.7.2 Área 2 – Armazéns I e II

Através de dados obtidos com o setor de Recursos Humanos, se verificou que nos

Armazéns I e II existem um total de 54 funcionários trabalhando, os quais utilizam a energia

elétrica da referida área.

O consumo de energia elétrica registrado pelo software Smart 32 na área dos

Armazéns está estritamente ligado à iluminação utilizada neste ambiente, operação da

Estação de Tratamento de Efluentes bem como para o carregamento de baterias das

empilhadeiras elétricas, este último conforme apresentado na figura 39.

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86

Figura 39 - Local para carregamento de baterias utilizadas nas empilhadeiras elétricas.

Fonte: Autora.

Figura 40 - Consumo de energia elétrica em (MWh) nos Armazéns I e II entre os meses de abril e novembro de 2012, de acordo com o software Smart 32.

Fonte: Autora.

As figuras 41 e 42 a seguir demonstram os dados de consumo e custo de energia

elétrica em horários de ponta e fora de ponta nos Armazéns. É possível perceber que o

consumo nos horários de ponta manteve uma média de 5,85 MWh, variando pouco entre os

meses contabilizados. Comparando os gráficos de Consumo e Custo, verifica-se claramente

o quanto o custo nos horários de ponta é elevado, de modo que mesmo com um consumo

bem mais baixo do que aquele registrado nos horários fora de ponta, o custo se aproxima

bastante do custo de fora de ponta. Isto possibilita concluir que pequenas ações para

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redução do consumo em horário de ponta podem reduzir significativamente o custo por sua

utilização.

Figura 41 - Consumo de energia elétrica (MWh) dos Armazéns I e II entre os meses de abril e novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.

Fonte: Autora.

Figura 42 - Custo (R$) com energia elétrica com os Armazéns I e II entre os meses de abril e

novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.

Fonte: Autora.

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88

4.3.1.7.3 Área 3 – Prédio Administrativo

Neste item serão apresentados os dados de consumo de energia elétrica registrados

no Prédio Administrativo pelo software Smart 32, em MWh. Os dados de consumo estão

também apresentados no Apêndice III, em kWh.

Figura 43 - Consumo de energia elétrica, em MWh, registrado pelo software Smart 32 entre abril e

novembro de 2012.

Fonte: Autora.

Figura 44 - Consumo de energia elétrica do prédio administrativo registrado pelo software Smart 32, entre os meses de abril a novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.

Fonte: Autora.

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89

Figura 45 – Custo com energia elétrica do prédio administrativo registrado pelo software Smart

32, entre os meses de abril e novembro de 2012 em horários de ponta e fora de ponta.

Fonte: Autora.

Verifica-se através da figura 45 que o consumo de energia elétrica registrado no

horário de ponta foi bem menor que o registrado em horário fora de ponta, considerando que

os funcionários trabalham das 7:45h às 17:45h. Porém, é importante dizer que a quantidade

de energia utilizada na ponta representa um custo alto para a empresa, e qualquer

minimização de desperdícios pelo uso de equipamentos elétricos nesta área pode significar

uma boa redução de custo para a organização. O item 4.3.2.6.4 deste trabalho abordará

com maior detalhamento as observações realizadas quanto à má utilização de energia pelos

funcionários, no Prédio Administrativo.

4.3.1.7.4 Comparando o consumo entre as áreas analisadas

Com base nos dados de consumo de energia registrados pelo software Smart 32

para as áreas de consumo de energia elétrica no terminal portuário, é possível realizar um

comparativo do total contabilizado pelo software com o valor registrado pelas faturas da

CELESC. Este comparativo é extremamente válido para discutir a eficácia do equipamento,

já que este foi instalado para o monitoramento do consumo, visando a realização de

comparações futuras após a realização de melhorias de desempenho energético. Ou seja, o

equipamento é uma base de dados para a comparação da linha de base com o período pós

retrofit.

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90

Conforme apresentado na tabela 22, o total contabilizado entre abril e novembro de

2012 pelo software Smart 32 nas áreas que utilizam a energia não equivale ao total

contabilizado pela CELESC no mesmo período. O software instalado não contabilizou boa

parte da energia consumida no terminal portuário, porém nos meses de outubro e novembro

de 2012 o software registrou um consumo maior que aquele contabilizado pela CELESC.

O consumo de energia contabilizado pela CELESC no mês de outubro foi muito

menor do que o consumo dos demais meses do ano (cerca de 90% a menos), conforme já

discutido no item Abordagem Global. Para tentar entender estes dados, pode-se comparar o

consumo com o número de contêineres reefer armazenados, já que são eles os maiores

consumidores de energia no terminal portuário. Verificando estes dados (figura 36), sabe-se

que o número de containers reefer foi muito menor que os demais meses, porém não

explica o baixo consumo do mês. Considerando um consumo médio de 5kW por contêiner

reefer de acordo com dados da Reefertec (2013), teoricamente deveria ter sido

contabilizado somente no TECON, um consumo de pelo menos 101.520 kWh pela CELESC,

em um total de 12 horas por dia em 22 dias do mês de novembro (segunda a sexta).

Tabela 22 - Consumo registrado pelo software Smart 32 em comparação com o consumo registrado pela CELESC.

Fonte: Autora.

De modo geral, não se pode concluir o motivo pelo qual a energia não foi

contabilizada, já que se faz necessário uma investigação detalhada por profissionais da

área, para identificar falhas no sistema elétrico conectado aos medidores do Smart 32.

Embora assim, pode-se destacar que os dados do período analisado não conferem

confiabilidade como linha de base para posteriores análises em um SGE, já que apresentam

erros de medida e devem ser avaliados com maior detalhamento pela empresa.

Mês Consumo

TECON (MWh)

Consumo Armazéns I e

II (MWh)

Consumo PA (MWh)

Consumo total (MWh) - Software

Smart 32

Consumo total (MWh) - CELESC

Energia não contabilizada

(MWh)

abr/12 327,19 57,21 11,97 396,36 427,30 30,93

mai/12 173,23 53,13 8,76 235,12 303,00 67,88

jun/12 167,23 52,14 9,73 229,10 248,51 19,41

jul/12 157,81 49,20 8,75 215,76 226,01 10,25

ago/12 176,02 47,96 10,60 234,57 256,84 22,27

set/12 165,37 47,28 9,51 222,16 377,00 154,85

out/12 104,51 48,79 11,02 164,31 38,68 -125,64

nov/12 178,78 92,00 11,67 282,45 178,78 -103,67

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91

4.3.1.8 Abordagem Energética Detalhada do Prédio Administrativo

4.3.1.8.1 Diagnóstico dos equipamentos elétricos utilizados

Dados de Potência instalada

Foram listados todos os equipamentos existentes no Prédio Administrativo que

contribuem diretamente com o consumo de energia elétrica de seus setores. A partir do

levantamento de equipamentos e de seus dados de potência, foram verificados quais

setores possuem maior potência instalada no prédio administrativo. Foram contabilizados os

seguintes dados de potência instalada: (a) potência total instalada (kW); (b) potência

instalada em iluminação (kW), que considera a potência total das lâmpadas existentes bem

como a potência do reator destas lâmpadas, considerando que são todas do modelo

fluorescente tubular; (c) potência total instalada de ar condicionado (kW); e (d) potência

total instalada de computadores (kW).

Os resultados, melhor detalhados no Apêndice IV, permitiram verificar que os setores

que possuem maior potência instalada de equipamentos elétricos é o Setor Comercial do 1º

piso, seguido pelo Kit Festa, do 2º piso. O setor comercial possui uma potência total

instalada de 135,37 kW, enquanto o setor Kit Festa possui 77,33 kW. De fato, são os

setores com maior número de computadores, ar condicionados e com maior número de

funcionários.

O setor comercial possui uma potência instalada de ar condicionado de 112,54 kW

(83% de toda sua potência instalada) e potência total instalada de computadores de 9.72kW.

O setor Kit Festa, por sua vez, possui potência instalada de ar condicionado de 70,34kW e

potência total de computadores de 2,45kW.

Com relação à potência em iluminação, o setor que possui maior potência instalada é

também o setor comercial do 2º piso (9,38kW), seguido pelo Refeitório (3,04kW). Embora

com grande potência em iluminação, é preciso verificar se os níveis de iluminância estão

adequados ao ambiente, e, para propor melhorias, é necessário conhecer as potências

atualmente existentes e assim pesquisar lâmpadas que apresentem maior eficiência

luminosa, ou seja, o mesmo nível de iluminação com um menor consumo de energia.

Equipamentos classificados pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem

Nesta etapa do trabalho também foram verificados se os equipamentos elétricos

existentes em cada ambiente são equipamentos classificados pelo pelo PBE com a Etiqueta

Nacional de Conservação de Energia (ENCE) ou se possuem o Selo PROCEL. Tais dados

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foram verificados a partir da listagem de equipamentos dos referidos Programas, disponíveis

no website da Eletrobrás (ELETROBRAS, 2012) e do CONPET (CONPET, 2012).

Dentre todos os equipamentos existentes, apenas 6 ar condicionados do total de 32,

possuem a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia, os quais são classificados como

“B”. Também se verificou que os chuveiros existentes no setor Vestiário (Térreo) possuem a

ENCE, estando por ela identificados como classe “D”.

4.3.1.8.2 Diagnóstico das características do ambiente

Para melhor compreender a situação quanto aos aspectos de iluminação, ventilação

e setorização elétrica dos setores do Prédio Administrativo, foram então realizadas

medições de iluminância e observações in loco dos ambientes.

Medições de iluminância

De acordo os procedimentos descritos pela NBR 5413 foram realizadas as medições

nas áreas existentes do Prédio Administrativo, em quatro horários distintos (10h, 12:30h,

15h e 19:30h), de modo que o valor médio das medições realizadas foram comparados com

os valores mínimos determinados pela referida NBR, para cada tipo de ambiente. Os

resultados das medições realizadas estão descritos nas tabelas 23, 24 e 25 e ilustrados nas

figuras 46, 47 e 48.

Térreo: A tabela 23 apresenta os valores médios de iluminância obtidos com base

nas medições realizadas nos setores do pavimento térreo do Prédio Administrativo.

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93

Tabela 23 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413 para cada tipo de ambiente.

SETOR Iluminância média medida Iluminância NBR

Almoxarifado 624 500

Sala Treinamento 397 500

Hall PA 1 1088 100

Cozinha* 542 500

Refeitório* 733 300

PCS 276 500

Vigilância 408 500

Vestiário 368 200

Fonte: Autora.

Verificou-se que dentre os setores existentes no pavimento térreo do Prédio

Administrativo os setores: Sala de Treinamento, PCS e Vigilância encontram-se em

desacordo com os valores mínimos exigidos pela NBR 5413 para iluminação do ambiente

(figura 48), sendo necessária a adequação da iluminação destes locais para que se possa

assegurar o conforto lumínico aos trabalhadores do local.

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94

Figura 46 - Distribuição da iluminância média medida em comparação com a NBR 5413, de modo que em vermelho são aqueles em desacordo com a norma e em verde os que estão de acordo com a mesma - Setores no pavimento térreo do Prédio Administrativo.

Fonte: Autora.

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95

1º piso: A tabela 24 apresenta os valores médios de iluminância obtidos com base

nas medições realizadas nos setores do 1º piso do Prédio Administrativo.

Tabela 24 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413 para cada tipo de ambiente.

SETOR Iluminância média medida Iluminância NBR 5413

Arquivo 1 322 300

Sala Reunião 1 236 200

Copa 2018 200

WC Fem 1 770 200

WC Masc 1 758 200

CPD/CFTV 656 500

Hall PA 1 406 100

Comercial 523 500

WC Fem 2 672 200

WC Masc 2 671 200

Sala Reunião 2 399 300

Sala Reunião 3 390 200

Hall PA 2 421 100

Fonte: Autora.

Verificou-se que todos os setores do 1º piso do Prédio Administrativo estão com

níveis de iluminação de acordo com os valores mínimos exigidos pela NBR 5413 para

iluminação do ambiente (figura 47), não sendo necessária a adequação da iluminação

destes locais tomando como critério o conforto lumínico dos trabalhadores.

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Figura 47 - Distribuição da iluminância média medida em comparação com a NBR 5413 - Setores do 1º piso do Prédio Administrativo.

Fonte: Autora.

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97

2º piso: A tabela 25 apresenta os valores médios de iluminância obtidos com base

nas medições realizadas nos setores do 2º piso do Prédio Administrativo.

Tabela 25 - Valores de iluminância médios obtidos e valores de iluminância definidos pela NBR 5413 para cada tipo de ambiente.

Fonte: Autora.

Verificou-se que dentre os setores existentes no 2º piso do Prédio Administrativo os

setores: PVA, Arquivo RH, Kit Festa, Meio Ambiente e Sala Gerência encontram-se em

desacordo com os valores mínimos exigidos pela NBR 5413 para iluminação do ambiente

(figura 48), sendo necessária a adequação da iluminação destes locais para que se possa

assegurar o conforto lumínico aos trabalhadores do local.

SETOR Iluminância média medida Iluminância NBR 5413

PVA 393 500

Hall PA 1 445 100

WC Masc 1 784 200

Vestiário PVA 1787 200

WC Fem 1 785 200

Arquivo RH 255 300

Telefonia 355 200*

Hall PA 2 427 100

Kit Festa 431 500

RH 582 500

Meio Ambiente 482 500

Estoque 561 500

Comercial 628 500

Sala Café 747 200

Sala Reunião 2 435 200

Sala Gerência 493 500

Circulação Gerência 561 500

WC Fem 2 959 200

WC Masc 2 968 200

Hall PA 331 100

Sala Reunião 1 411 200

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Figura 48 - Distribuição da iluminância medida em comparação com a NBR 5413, de modo que em vermelho são aqueles em desacordo com a norma e em verde os que estão de acordo com a mesma - Setores no 2º piso do Prédio Administrativo.

Fonte: Autora.

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99

Determinação do Índice de Eficiência Energética do Ambiente - IEEA

A partir da verificação das características de cada ambiente do PA quanto ao

tamanho das janelas, orientação geográfica das janelas, existência de persianas, ventilação

cruzada, atendimento à NBR 5413, e cor das janelas/piso/teto, foram obtidos os IEE para

cada ambiente analisado, conforme apresentado pela figura 49 e Apêndice V. A tabela 26

identifica os setores analisados por siglas, para facilitar a apresentação dos dados.

Tabela 26 - Sigla fornecida aos setores do PA para melhor verificação do IEE.

Pavimento

Setor

Sigla

Térreo

Almoxarifado TA

Sala Treinamento TB

Hall PA 1 TC

Cozinha TD

Refeitório TE

PCS TF

Vigilância TG

Vestiário TH

1º piso

Arquivo 1ª

Sala Reunião 1 1B

Copa 1C

WC Fem 1 1D

WC Masc 1 1E

CPD/CFTV 1F

Hall PA 1 1G

Comercial 1H

WC Fem 2 1I

WC Masc 2 1J

Sala Reunião 2 1K

Sala Reunião 3 1L

Hall PA 2 1M

2º piso

PVA 2ª

Hall PA 1 2B

WC Masc 1 2C

Vestiário PVA 2D

WC Fem 1 2E

Arquivo RH 2F

Telefonia 2G

Hall PA 2 2H

Kit Festa 2I

RH 2J

Meio Ambiente 2K

Estoque 2L

Comercial 2M

Sala Café 2N

Sala Reunião 2O

Sala Gerência 2P

Circulação Gerência 2Q

WC Fem 2 2R

WC Masc 2 2S

Sala Reunião 1 2T

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100

Fonte: Autora.

Figura 49 - Índice de eficiência energética dos ambientes do Prédio Administrativo, com base

nas características do ambiente de cada um.

Fonte: Autora.

Os índices de eficiência energética obtidos possibilitam verificar que os setores com

melhores condições para o aproveitamento de iluminação e ventilação natural são os

setores Comercial (1H), Cozinha (TD), Vestiário (TH), Copa (1C) e Vestiário PVA (2D), já

que apresentaram os melhores índices de eficiência energética de ambiente, com valores

acima de 2,0. Os setores com melhores IEEAs apresentaram melhores condições de

iluminação e ventilação, porém isto não significa que não seja importante discutir quais as

possibilidades de melhoria que eles apresentam.

Nível “A”

Referente aos setores que apresentaram IEEA com valores, classificados com IEEA

nível “A”, verificou-se que:

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101

Tamanho das janelas:

- Dos 4 setores classificados como nível A, apenas o setor Copa (1C) possui janela

com área igual ou maior que 70% da área da parede;

- O setor que possui janelas com tamanho entre 30% e 50% é a Cozinha (TD);

- Os setores que possuem janelas com tamanho de área igual ou menor que 30% da

área da janela são: Vestiário (TH), Comercial (1H) e Vestiário PVA (2D).

Orientação geográfica das janelas:

- Norte: Copa (1C) e o Vestiário PVA (2D).

- Leste e Oeste: Cozinha (TD), Vestiário (TH) e Comercial (1H).

Persianas nas janelas: dos setores classificados como “A” somente a cozinha não

possui persianas nas janelas.

Ventilação cruzada: Apenas 2 dos 4 setores possuem ventilação cruzada: Vestiário

(TH) e Comercial (1H), sendo que a Copa (1C) e o Vestiário PVA (2D) não possuem

ventilação cruzada em seu ambiente.

Atendimento à NBR 5413: todos os setores classificados como “A” atendem os

valores mínimos de iluminância definidos pela NBR 5413.

Cor das paredes: 100% dos setores classificados como “A” possuem paredes com

cor clara;

Cor do piso: 2 dos 4 setores classificados como “A” possuem piso com cor média:

Vestiário (TH) e Comercial (1H).

Cor do teto: apenas o setor Comercial (1H) possui teto pintado com cor média

(cinza e branco).

Nível “B”

Referente aos setores que apresentaram IEEA com valores , classificados com IEEA

nível “B”, verificou-se que:

Tamanho das janelas:

- Dos 24 setores classificados como nível C, apenas o setor Meio Ambiente possui

janela com área igual ou maior que 70% da área da parede;

- Apenas 5 setores possuem janelas com tamanho entre 30% e 50%: Almoxarifado

(TA), Sala Treinamento (TB), Cozinha (TD), PCS (TF) e PVA (2A);

- 18 setores possuem janelas com tamanho de área igual ou menor que 30% da área

da janela: Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B), WC Fem 1 (1D), WC Masc 1 (1E), WC Fem

(2C), WC Fem 1 (2E), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Estoque (2L),

Comercial (2M), Sala Café (2N), Sala Reunião 2 (2º), Sala Gerência (2P), WC Fem 2 (2R),

WC Masc 2 (2S).

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102

Orientação geográfica das janelas:

- Norte: apenas os banheiros WC Fem 1 (1D), WC Masc 1 (1E), WC Fem 2 (1I), WC

Masc 2 (1J), WC Masc 1 (2C), WC Fem 1 (2E).

- Leste: Almoxarifado (TA), Refeitório (TE), PVA (2A), Sala Café (2N), , Sala Reunião

2 (2O), WC Fem 2 (2R) e WC Masc 2 (2S).

- Oeste: Sala Treinamento (TB), PCS (TF), Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B),

Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), RH (2J), Estoque (2L), Comercial (2M), Sala

Gerência (2P).

Ventilação cruzada: Apenas 2 dos 24 setores possuem ventilação cruzada, embora

ela não seja utilizada no setor.

Atendimento à NBR 5413: 7 dos 24 setores classificados como “B” não atendem

aos níveis de iluminância mínimos definido pela NBR 5413: Sala Treinamento (TB), PCS

(TF), PVA (2A), Arquivo RH, Kit Festa (2I), Meio Ambiente (2K) e Sala Gerência (2P).

Cor das paredes: 100% dos setores classificados como “B” possuem paredes com

cor clara;

Cor do piso: 14 dos 24 setores classificados como “B” possuem piso com cor

média: Almoxarifado (TA), Sala Treinamento (TB), PCS (TF), Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1

(1B), PVA (2A), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Meio Ambiente (2K), Estoque

(2L), Comercial (2M), Sala Café (2N) e Sala Reunião 2 (2O).

Cor do teto: 11 dos 24 setores possuem teto com cor média: Almoxarifado (TA),

PCS (TF), Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa

(2I), Meio Ambiente (2K), Estoque (2L), Comercial (2M), Sala Café (2N).

Nível “C”

Referente aos setores que apresentaram IEEA com valores mais baixos,

classificados com IEEA “C”, verificou-se que:

Existência de janelas/ventilação cruzada: 100% deles não possui janelas nem

ventilação cruzada, o que consequentemente os impede de aproveitar a iluminação e

ventilação natural;

Atendimento à NBR 5413: 11 dos 12 setores classificados como “C” atendem aos

níveis de iluminância pela NBR 5413, estando apenas o setor Vigilância com valores abaixo

dos mínimos exigidos pela Norma;

Cor das paredes: 9 dos 12 setores classificados como “C” possuem paredes com

cor clara, enquanto os setores Sala Reunião 1 (1B), Sala Reunião 2 (1L) e Circulação

Gerência (2Q) possuem paredes pintadas com cores médias;

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Cor do piso: apenas 2 setores possuem piso com cor clara, enquanto os setores

Hall PA 1 (TC), Vigilância (TG), CPD/CFTV (1F), Hall PA 1 (1G), Sala Reunião 2 (1K), Sala

Reunião 3 (1L), Hall PA 2 (1M), Hall PA 1 (2B), Hall PA 2 (2H) e RH (2J) possuem piso com

cores médias, o que representa uma possibilidade de melhoria.

Cor do teto: 8 dos 12 setores possuem cor clara, porém os setores Sala Reunião 1

(1B), Sala Reunião 2 (1L), RH (2J) e Sala Reunião 1 (2T) possuem cor média para o teto, o

que implica em uma menor refletância e consequentemente menor iluminância do ambiente.

Para melhor compreender e discutir sobre as características de cada ambiente, os

dados do índice de eficiência energética foram confrontados com os dados obtidos com a

aplicação do questionário com os funcionários, na qual os mesmos avaliam as

características do ambiente em que trabalham, quanto à iluminação e ventilação, entre

outros fatores. A partir da realização de um comparativo com a opinião dos funcionários, foi

possível priorizar melhorias nos ambientes avaliados.

4.3.1.8.3 Diagnóstico da percepção dos funcionários

Conforme já mencionado, foram entrevistados 195 funcionários de um total de 306

que trabalham no Prédio Administrativo de acordo com questionário apresentado no

Apêndice VI. Os resultados da pesquisa realizada encontram-se nas figuras 50 a 65.

Perfil dos entrevistados

Figura 50 - Perfil dos funcionários entrevistados do prédio administrativo.

Idade Sexo

Fonte: Autora.

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104

Figura 51 - Perfil dos funcionários entrevistados do prédio administrativo.

Escolaridade:

Tempo em que trabalha na empresa:

Fonte: Autora.

Os dados obtidos com a aplicação do questionário permitiram verificar que, quanto

ao perfil dos funcionários, a maior parte dos entrevistados possui entre 21 e 30 anos (52%),

é do sexo feminino (68%) e possui como escolaridade ao menos o ensino superior

incompleto (55%), sendo 4% com superior completo e 14% dos entrevistados com pós

graduação, o que confere que os funcionários possuem, em sua maioria, um bom grau de

instrução.

Com relação ao tempo em que trabalham na empresa, a maior parte dos

entrevistados trabalha a menos de 5 anos na empresa (62%), sendo que destes, 33%

trabalha a menos de 1 ano e 29% trabalham entre 2 a 5 anos. Apenas uma pequena parcela

dos entrevistados trabalha a mais de 10 anos no terminal portuário.

Avaliação dos entrevistados quanto à iluminação artificial

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Figura 52 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.

Na sua opinião quanto a iluminação artificial do setor, esta é:

No que se refere à localização das lâmpadas, esta é:

Fonte: Autora.

A maior parte dos entrevistados considera a iluminação artificial de seu ambiente de

trabalho satisfatória (87%), enquanto 8% consideram excessiva e 5% disseram que a

iluminação artificial é insatisfatória. Realizando um comparativo entre a percepção dos

funcionários e os valores obtidos com a medição da iluminância dos ambientes do PA,

verifica-se que:

- Da parcela dos entrevistados que consideraram a iluminação artificial como

excessiva, 70% trabalham na cozinha e refeitório. Nestes ambientes, observou-se que os

valores de iluminância estão, de fato, acima dos valores mínimos exigidos pela NBR 5413.

O refeitório apresentou valores de iluminância bem maiores que o especificado pela norma,

conforme é possível verificar na tabela 23. Isto pode explicar o fato dos funcionários

considerarem a iluminação deste ambiente como excessiva.

- Da parcela de entrevistados que consideraram a iluminação artificial como

insatisfatória (5%), 60% são do setor PCS, 20% do setor Kit Festa e 20% do setor comercial

(1º piso). Em comparação com os valores de iluminância obtidos com as medições, verifica-

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se que os setores PCS e Kit Festa não atendem os limites mínimos exigidos pela NBR 5413,

o que explica a opinião dos funcionários quanto a este questionamento. Apenas o setor

comercial atende ao valor mínimo exigido pela norma.

Sobre a localização das lâmpadas, 72% considera como adequada, 25% como

regular e apenas 3% considera a localização ruim. Dentre os entrevistados que consideram

a localização das lâmpadas como ruim, 33,3% trabalham no setor PCS, 33% no Comercial

(1º piso) e 33% no setor de Meio Ambiente.

Avaliação dos entrevistados quanto à iluminação natural

Figura 53 – Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.

A iluminação natural produz ofuscamento aos olhos dos funcionários?

Em caso afirmativo, o ofuscamento ocorre aproximadamente em qual horário?

Fonte: Autora.

É possível analisar que, na opinião da maior parte dos funcionários entrevistados

(58%), a iluminação natural do ambiente não produz ofuscamento, enquanto 44%

responderam que sim. Com base nos dados do questionário, verifica-se que os funcionários

que responderam que sim são dos setores: comercial (1H), Kit Festa (2I), PCS TF), Estoque

(2L), Meio Ambiente (2K) e Comercial (2M). Quanto questionados sobre o horário

aproximado do ofuscamento, percebe-se que 67% afirma ocorrer no período da manhã,

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enquanto 33% afirma ocorrer no período da manhã. O ofuscamento no período da tarde se

dá nos setores com orientação geográfica das janelas para oeste - Meio Ambiente (2K),

Comercial (1H) e Estoque (2L), enquanto naqueles com orientação geográfica para leste

ocorre ofuscamento no período da manhã - Kit Festa (2I) e Comercial (1H).

Para melhor compreender estes dados e identificar possibilidades de melhoria, é

possível relacionar os mesmos com a existência ou não de persianas. A partir dos dados de

característica do ambiente obtidos, verifica-se que os setores na qual os funcionários

apontaram ter ofuscamento pela iluminação possuem persianas, o que os dá condições

para controlar melhor a incidência da iluminação natural no ambiente. Verificou-se ainda

que, além de persianas, tais setores possuem película nas janelas, o que possibilita menor

incidência de iluminação natural no ambiente.

Figura 54 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.

Na sua opinião as janelas possuem tamanho adequado à área da sala?

Seu local de trabalho (mesas e computadores) está posicionado perpendicular às janelas?

Fonte: Autora.

Quando questionados se consideram o tamanho das janelas adequado ao tamanho

da sala em que trabalham, 69% responderam que sim, enquanto 31% fizeram observações

de que o tamanho das janelas poderia ser maior. Os funcionários que consideraram o

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tamanho das janelas inadequado ao tamanho da sala são dos setores Almoxarifado (TA),

Cozinha (TD), PCS (TF), Vestiário (TH), PVA (2A) e Comercial (1H).

Realizando um comparativo com as observações realizadas in loco, verifica-se que

dentre os setores considerados pelos entrevistados como tendo tamanho de janelas

inadequado á área da parede, o setor Vestiário, possui janelas com área menor ou igual a

30% com relação à área da parede que ocupam, e os demais setores considerados pelos

entrevistados possuem janelas com área maior que 30% e menor que 50% com relação à

área da parede que ocupam.

Figura 55 - Opinião dos entrevistados quanto à iluminação no ambiente em que trabalham.

Você considera que seu equipamento de trabalho está localizado em local adequado da sala?

Fonte: Autora

De acordo com os resultados do questionário aplicado, a maior parte dos

entrevistados 99% acreditam que seu equipamento de trabalho está localizado em local

adequado da sala, porém 23% dos entrevistados responderam que seu equipamento de

trabalho não está posicionado perpendicular às janelas, que, de acordo com Gozlan (2012)

não é o ideal. Para evitar o ofuscamento pela iluminação natural, e assim ter condições para

o melhor aproveitamento da mesma, o posicionamento dos equipamentos de trabalho deve

estar perpendicular a uma janela ou lâmpada, para evitar que os olhos se ajustem a

diferentes intensidades luminosas e evitar reflexos na tela (GOZLAN, 2012).

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Figura 56 - Opinião dos entrevistados quanto ao conforto visual no ambiente.

Alguma vez houve a discussão sobre a disposição do mobiliário no local de trabalho?

Em caso afirmativo, foi devido à insuficiência de conforto visual?

Fonte: Autora.

A partir dos dados obtidos, percebe-se que 89% dos entrevistados disse nunca ter

ocorrido uma discussão sobre a disposição do mobiliário no local de trabalho, sendo que

apenas 11% afirma já ter ocorrido. Os que afirmaram já ter ocorrido discussão sobre a

disposição do mobiliário, quando questionados se foi devido à insuficiência de conforto

visual, responderam que não (100%).

Avaliação dos entrevistados quanto à ventilação natural do ambiente

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Figura 57 - Opinião dos entrevistados quanto às condições de ventilação no ambiente.

Fonte: Autora.

Os resultados obtidos com o questionário referente à ventilação natural permitiram

verificar que a maior parte dos ambientes do prédio administrativo (69%) não possui acesso

para ambientes externos, enquanto apenas (31%) possuem, de acordo com a resposta dos

entrevistados. Realizando um comparativo com a sensação de ventilação natural dentro da

sala, verifica-se a maior parte dos entrevistados a classificam como satisfatória (80%),

mesmo em ambientes que não possuem acesso para ambientes externos.

Verificou-se que dos funcionários que responderam que a ventilação natural dentro

da sala é insatisfatória trabalham em setores que possuem janela com tamanho menor que

30% com relação à área da parede (Kit Festa e Estoque), em setores que não possuem

janelas: como CPD/CFTV e RH, o que explica a insatisfação com a ventilação natural, já

que tais ambientes não proporcionam as melhores condições para tal aproveitamento.

O corredor que dá acesso às salas é aberto para ambientes externos?

A ventilação natural dentro da sala, com as portas e janelas abertas, é:

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Avaliação dos entrevistados quanto à ventilação mecânica do ambiente

Figura 58 - Opinião dos entrevistados sobre condições de ventilação mecânica no ambiente.

No setor onde você trabalha há ventilação mecânica?

A quantidade de ventiladores ou ar condicionados é:

Fonte: Autora.

Figura 59 - Opinião dos entrevistados sobre as condições de ventilação mecânica no ambiente.

A localização do ventilador ou ar condicionado é:

Fonte: Autora.

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De acordo com a avaliação dos entrevistados quanto à ventilação mecânica no

ambiente em que trabalham, se percebe que 96% dos setores existentes no Prédio

Administrativo possuem ventilação mecânica, que no caso, caracteriza-se por aparelhos de

ar condicionado, conforme resultados obtidos a partir do levantamento de equipamentos

elétricos.

Dentre os entrevistados, 43% acredita que a quantidade de equipamentos existentes

para ventilação mecânica é adequada, 25% acredita que é insatisfatória e 5% considera

como excessiva. Quando questionados sobre a localização dos ventiladores ou ar

condicionados, 43% dos entrevistados afirmaram que é adequada, porém 37% acreditam

ser regular e 20% considera como ruim. Isto possibilita verificar que seria interessante que o

terminal portuário revisse a localização destes equipamentos, a fim de que todos os

funcionários se beneficiem da ventilação artificial existente quando houver necessidade de

utilização da mesma.

Avaliação dos entrevistados quanto à setorização elétrica

Figura 60 - Opinião dos entrevistados quanto à setorização elétrica no ambiente em que trabalham.

Existem interruptores para ligar-desligar lâmpadas, ventiladores e aparelhos de ar condicionado de forma setorizada no ambiente?

A localização de interruptores para ligar-desligar lâmpadas, ventiladores e aparelhos de ar condicionado é:

Fonte: Autora.

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113

Figura 61 - Opinião dos entrevistados quanto à setorização elétrica no ambiente em que trabalham.

Você acredita que a instalação de sistemas de controles no ambiente em que trabalha pode ajudar no uso racional e eficiente de energia, economizando energia elétrica?

Fonte: Autora.

Os resultados do questionário quanto à avaliação dos funcionários sobre a

setorização elétrica do ambiente permitem verificar que 33% dos entrevistados responderam

não existir interruptores para desligar e desligar equipamentos de forma setorizada no

ambiente em que trabalham, sendo que a maior parcela dos entrevistados não acredita que

a setorização seja adequada.

Uma parcela de 43% dos entrevistados acredita que a setorização é adequada,

enquanto 41% considera regular e 16% considera inadequada. Isto possibilita identificar a

necessidade de revisão da setorização elétrica nos setores do Prédio Administrativo, já que

a setorização elétrica adequada possibilita melhor controle sobre a utilização de

equipamentos, como lâmpadas, por exemplo. Segundo PRUEN (2013), deve-se procurar

sempre a melhor divisão dos circuitos elétricos, de maneira que haja maior flexibilidade de

acionamento do sistema de acordo com as áreas ocupadas de cada ambiente, bem como

de acordo com a disponibilidade de luz natural.

Avaliação dos entrevistados quanto à importância do gerenciamento de energia

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Figura 62 - Opinião dos entrevistados sobre a importância do gerenciamento de energia na empresa.

Na sua opinião, o gerenciamento de energia é importante para a empresa? Por quê?

Fonte: Autora.

Os resultados apresentados na figura 62 possibilitam verificar que o gerenciamento

de energia é visto por 99% dos entrevistados como algo importante para a empresa. É

importante destacar alguns comentários registrados pelos funcionários no questionário,

sobre o motivo pelo qual acreditam ser o gerenciamento de energia algo importante para a

empresa (quadro 8):

Quadro 8 – Resposta de alguns funcionários sobre o motivo pelo qual acreditam que o gerenciamento de energia é algo importante para a empresa.

A: “Ajuda no baixo consumo”.

B: "Vejo muitas lâmpadas acesas por falta de iluminação externa".

C: "Por que a energia tem alto custo e é um recurso limitado, por isso deve ser economizado para

garantir a continuidade dos processos que utilizar energia".

D: "Para redução de custos e a possibilidade de inclusão de novas formas de energia no dia-a-dia".

E: "Sim é muito importante termos esta conscientização, hoje as pessoas não colocam em prática,

saem e deixam o ambiente com a energia ligada".

F: "Porque gerenciando a energia consequentemente há economia para a empresa".

G: "A energia é um recurso escasso e caro, além de demandar muito do meio ambiente. Evitar

desperdício, reduzir seu consumo é fundamental".

H: "Para evitar custos, aproveitar a luz solar".

I: “Pois permite uma redução considerável dos custos para com isso haver investimento em outras

áreas".

J: "Há necessidade de conscientização dos funcionários, pois atualmente não há".

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K: "Economia e produtividade dos funcionários".

L: "Pela economia em termos financeiros, preservação dos recursos naturais e pelo consumo

consciente de cada indivíduo".

M: "É importante pois além de reduzir custos para a empresa, contribui para a preservação dos

recursos naturais e melhor aproveitamento destes".

N: "Devido ao custo e benefício".

O: "Gostaríamos de receber palestra para entender melhor sobre este assunto".

Fonte: Autora.

Figura 63 – Opinião dos entrevistados quanto à realização formação referente ao tema Energia.

Você já participou de alguma formação (curso/palestra/seminário) voltada ao tema "Energia/Consumo de Energia" na empresa?

Fonte: Autora.

Figura 64 - Interesse dos entrevistados em participar de formação referente ao tema Energia.

Com relação à questão anterior, você gostaria de participar de alguma formação referente ao tema Energia?

Fonte: Autora.

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116

É possível verificar que a maior parte dos funcionários entrevistados (88%) nunca

participou de alguma formação (curso/palestra/seminário) voltada ao tema Energia ou

Consumo de Energia na empresa. Foi verificado que aqueles que responderam já ter

participado de alguma formação trabalham há mais de 5 anos na empresa, sendo possível

identificar a necessidade de realização de novas palestras sobre o tema na empresa. Cerca

de 87% dos entrevistados afirmam ter interesse em participar de alguma formação referente

ao tema Energia, o que confere uma oportunidade de melhoria para a empresa a realização

de palestras, cursos ou seminários que abordem o tema.

Aspectos comportamentais dos entrevistados

Figura 65 - Avaliação dos entrevistados sobre seus aspectos comportamentais relacionados ao consumo de energia.

Quando sai para o almoço, você Quando a iluminação natural supre as desliga o computador? necessidades visuais, as lâmpadas

são desligadas?

Fonte: Autora.

Figura 66 - Avaliação dos entrevistados sobre seus aspectos comportamentais relacionados ao consumo de energia.

Quando a ventilação natural é satisfatória, o ventilador e o ar condicionado são desligados?

Fonte: Autora.

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117

Para que se pudesse discutir os dados referente aos aspectos comportamentais dos

funcionários, realizou-se a observação in loco em diferentes horários, para verificação do

uso da iluminação e de computadores. Apenas os dados do questionário referente a

utilização de ar condicionado não serão confrontados com dados de observação in loco, já

que implicam em análises mais complexas sobre o conforto térmico do ambiente, para

verificar se o uso de ar condicionado ocorre sem a real necessidade.

4.3.1.8.4 Observação dos aspectos comportamentais dos colaboradores

Para verificar a veracidade das respostas dos funcionários quanto aos seus aspectos

comportamentais relacionados ao uso de computadores e iluminação, foram realizadas as

observações in loco nos setores nos diferentes horários.

Uso de computadores

Os resultados das observações realizadas quanto ao uso de computadores seguem

na tabela 27 a seguir.

Tabela 27 - Número de computadores ligados e em uso contabilizados nos horários das 10h, 12:30h, 15h e 19:30h no Prédio Administrativo.

Horário da Observação

Computadores Ligados

Computadores em uso

Desperdício

Computadores %

10h 258 212 46 18

12:30h 243 76 167 69

15h 258 231 27 10

19:30h 23 3 87 54

TOTAL 260

Fonte: Autora.

A partir das observações realizadas nos setores do prédio administrativo em

diferentes horários, foi possível contabilizar um total de 260 computadores que, durante

determinado período do dia permaneceram ligados sem utilização. Comparando este

resultado com os resultados do questionário elaborado com os funcionários, em que 59%

dos entrevistados responderam que não desligam seu computador no horário de almoço,

percebeu-se 69% dos computadores observados estavam ligados sem utilização enquanto

almoçavam.

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Dos 167 computadores ligados sem utilização no horário de almoço, 20 possuem

modelo com potência de 0,3kW (Infoway/LG) e 147 possuem modelo com potência de

0,024kW (ThinClient), sem considerar a potência do monitor. Para que se possa traduzir em

valores de consumo de energia o que este dados representam, o quadro 9 apresenta os

dados de consumo pelo uso destes equipamentos em um dia, considerando o tempo de

almoço como 1 hora, e posteriormente o consumo ao longo de um mês, considerando uma

jornada mensal de 22 dias de trabalho.

Quadro 9 - Consumo diário e mensal calculados a partir do número de computadores ligados

sem utilização no horário de almoço.

Equipamento

Quantidade em uso

Potência por equipamento (kW)

Consumo diário (kWh)

Consumo mensal (kWh)

ThinClient

127

0,024

3,05

67,10

Desktop Infoway/LG

40

0,3

12,00

264,00

Total

167

-

15,05

331,10

Fonte: Autora.

De acordo com os cálculos realizados, o consumo de energia referente ao tempo em

que os computadores permaneceram ligados no horário de almoço em apenas um dia, foi

de 15,05 kWh. Ao longo de um mês, tomando como base o mesmo número de

computadores em desuso, este valor passa para 331,10 kWh. Calculando o custo que o

terminal portuário possui com este desperdício, considerando que entre 12:30h e 13:30h a

tarifa cobrada é referente ao horário fora de ponta, tem-se um custo de R$0,25 por kWh, o

que significa o desperdício de R$ 3,76 ao dia e R$ 82,77 ao longo de um mês.

Para verificar o consumo dos computadores que permaneceram ligados mesmo após

o término do expediente dos funcionários, também foram realizadas observações, no horário

das 19:30h, e as considerações sobre o modelo e a potência dos equipamento estão

apresentadas no quadro 10. É importante destacar que para cálculo do consumo,

considerou-se que os computadores permaneceram ligados das 19:30h às 7:30h, apenas

com o monitor em stand by, totalizando 12 horas do momento da observação ao horário de

início do expediente no dia seguinte. Para cálculo em escala mensal, também foram

considerados 22 dias de trabalho no mês, com 12 horas por dia.

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119

Quadro 10 - Consumo diário e mensal calculados a partir do número de computadores ligados sem utilização no horário pós expediente.

Equipamento

Quantidade em

uso

Potência unitária (kW)

Consumo total diário (kWh) – 12

horas

Consumo total mensal (kWh)

ThinClient

13

0,024

3,74

82,28

Desktop Infoway

7

0,03

2,52

55,44

Total

167

-

6,26

137,72

Nota: O consumo em standby (modo de espera dos computadores) foi desconsiderado nos cálculos realizados, já que a potência nestas condições é bastante reduzida.

Fonte: Autora.

De acordo com os cálculos realizados, o consumo de energia referente ao tempo em

que os computadores permaneceram ligados entre o as 19:30h e o horário de início do

próximo expediente (total de 12 horas) em apenas um dia, foi de 6,26 kWh. Ao longo de um

mês, tomando como base os mesmo número de computadores em desuso, este valor passa

para 137,72 kWh.

Calculando o custo que o terminal portuário possui com este desperdício pós

expediente, considerando que entre 19:30h às 07:30h a tarifa é cobrada das 19:30h às 6h

como horário de ponta e das 6h às 7:30h como horário fora de ponta, tem-se tarifa cobrada

a R$1,47 por kWh durante 10,5 horas e tarifa a R$0,25 por kWh durante 1,5 horas. o que

significa um custo total de R$ 1,71 ao dia e R$ 37,62 ao longo de um mês.

Em comparação com o consumo e o custo mensal do terminal portuário, estes

valores podem parecer em um primeiro momento parecer insignificantes, porém, somando-

se o custo com computadores ligados sem utilização em horários de meio dia e pós

expediente, tem-se um total de R$ 120,39, o que significa um custo mensal desnecessário à

empresa, e que poderia ser aplicado, por exemplo, em projetos de eficiência energética.

Com a redução do desperdício, o valor que antes era custo pode ser convertido em

investimento, com melhorias na eficiência energética do setor. O investimento em eficiência

energética no Prédio Administrativo pode então, contribuir com uma redução ainda maior do

consumo de energia elétrica.

Além do custo associado ao consumo, há de se considerar que com a redução do

desperdício observado nos horários de almoço e pós expediente, ao longo de um mês, tem-

se uma economia de 468,82 kWh, o que significa que a organização deixaria de emitir,

indiretamente, 0,05 toneladas de CO2e por mês e ao longo de um ano, um total de 0,66

toneladas de CO2e.

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120

Uso da iluminação artificial

Ao realizar a observação sobre o uso da iluminação artificial no Prédio

Administrativo, verificou-se que em alguns ambientes ocorre o desperdício de energia por

consequência dá má setorização de circuitos elétricos. A falta de setorização adequada

possibilita que alguns ambientes permaneçam com as lâmpadas acesas mesmo em

momentos em que elas poderiam estar apagadas.

A observação dos ambientes no horário de almoço permitiu verificar que locais como

Estoque, Comercial e Sala de Café permaneceram com as lâmpadas acesas mesmo que

funcionários não estivessem utilizando o ambiente, pois seus circuitos não estão bem

setorizados, ou seja, ambos estão conectados à iluminação de outros setores que naquele

momento utilizavam a iluminação.

Em comparação com os dados do questionário, verificou-se que dos entrevistados

que consideram a setorização inadequada, 29% são dos setores Estoque, 22% do setor Kit

Festa e 14% do setor Comercial, o que confere a percepção dos funcionários destes setores

para o problema de setorização observado. Também foi verificado que os 16% de

entrevistados que consideram a localização dos interruptores como ruim também são dos

setores Estoque, Kit Festa e Comercial.

4.3.2 Identificação e priorização de oportunidades de melhoria

Considerando todos os aspectos analisados na Revisão Energética, foi possível

identificar possibilidades de melhoria quanto ao uso e consumo de energia do terminal

portuário nos seguintes itens:

a) Sistema Smart 32 – Adequação do sistema para que se possa obter dados

confiáveis de consumo de energia nas áreas do terminal portuário;

b) Prédio Administrativo - Melhoria nos acabamentos internos da edificação visando

o melhor aproveitamento da iluminação natural;

c) Melhorias quanto à setorização de circuitos no Prédio Administrativo, visando

melhor utilização da energia elétrica para iluminação artificial e redução de desperdícios;

d) Melhoria quanto aos equipamentos existentes no prédio administrativo, visando

utilizar equipamentos com maior eficiência energética, considerando que a maioria dos

equipamentos não são classificados pelo PBE nem possuem Selo Procel;

e) Redução do consumo de energia não renovável visando reduzir as emissões de

GEE;

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121

f) Redução de consumo de energia elétrica em horários de ponta no Prédio

Administrativo, a partir da conscientização dos funcionários.

4.4 LINHA DE BASE ENERGÉTICA

Com base nas informações da revisão energética, foram considerados os dados do

do ano de 2012 como linha de base energética, já que este é o período na qual a empresa

possui dados sobre todas as fontes de energia consumidas em suas atividades. Sendo

assim, através do cálculo da média do consumo de energia no período considerado, obteve-

se a seguinte linha de base para todo o terminal portuário:

- Energia elétrica: 310.580 kWh/mês;

- Óleo diesel: 12,73 m³/mês;

- GLP: 1,62 t/mês.

4.5 INDICADORES DE DESEMPENHO ENERGÉTICO

Para que se possa compreender o desempenho energético do terminal portuário em

estudo e para que a empresa realize futuramente a comparação de dados entre o período

da linha de base e o período após a implantação de melhorias, caso sejam executadas,

desenvolveram-se os indicadores de desempenho energético, que neste item apresentam

os valores com base nos dados obtidos neste trabalho. Estes valores não serão

comparados com outra organização, haja vista que não se obtiveram dados de uma

empresa com características similares às do terminal portuário.

Os indicadores foram definidos de modo que possam ser atualizados pela

organização ao longo de sua operação, a fim de que a mesma possa comparar seu

desempenho ao longo do tempo, antes e depois da implantação de melhorias.

Nível 1 – Abrangência global

Os indicadores levaram em consideração a média de dados entre os meses de

janeiro a dezembro de 2012:

o Consumo de energia elétrica mensal por funcionário: Considerando que o

consumo médio de energia elétrica no período da linha de base foi de 310.580 kWh/mês e

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122

que a média de funcionários em todo terminal portuário neste mesmo período foi de 411,

obteve-se como atual indicador 755,67kWh/funcionário.

o Custo de energia elétrica mensal por funcionário: 280,23 R$/funcionário.

o Consumo de energia mensal por área útil total: De acordo com a Licença

Ambiental de Operação da empresa a área útil de todo o terminal portuário é de 36.000m².

Sendo assim, obteve-se um indicador de 8,63kWh/m².

o Índice de fator de carga médio (fora de ponta): 0,27

o Índice de fator de carga médio (ponta): 0,1

o Índice de fator de potência: 0,98.

o Custo unitário da energia elétrica adquirida da concessionária: - Custo unitário

do Consumo Fora de Ponta: 0,27 R$/kWh e Custo unitário do Consumo em Horário de

Ponta: 1,41 R$/kWh.

o Quantidade de emissões totais de GEE4: 680,74 tCO2e

o Emissões diretas totais: 473,70 tCO2e

o Emissões indiretas (aquisição de energia elétrica): 207,04 tCO2e

o Índice de consumo de energia renovável: 67,96%

o Índice de consumo de energia não renovável: 32,04%

Nível 2 – Abrangência por área

Embora se tenha verificado que os dados registrados pelo software Smart 32 não

contempla todos os consumos de energia do terminal portuário, estando subestimados os

dados de cada área, foram identificados os valores de indicadores para posteriores

comparações da organização. É importante destacar que a razão entre o consumo anual

médio registrado pela CELESC e o consumo anual médio registrado pelo Smart 32 é um

indicador importante para a verificação da adequação dos medidores do referido software.

TECON:

o Consumo de energia elétrica médio (mensal) no período de abril a novembro/2012:

181.267 kWh

o Consumo de energia elétrica médio (mensal) por contêiner refrigerado: 77

kWh/unidade

o Custo de energia consumida média (mensal) por contêiner refrigerado: 21,35

R$/unidade;

4 Emissões de CO2e em 2012.

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123

o Emissão média mensal de CO2e pelo consumo de energia elétrica registrado pelo

Smart 32: 11,84 tCO2e/mês

ARMAZÉNS (I e II):

o Consumo de energia médio (mensal) na área entre abril e novembro de 2012: 51.620

kWh

o Custo de energia médio (mensal) na área no ano de 2012: R$ 20.603,75

o Emissão média de CO2e pelo consumo de energia elétrica registrado pelo Smart 32:

3,37 tCO2e/mês

PRÉDIO ADMINISTRATIVO:

o Consumo de energia médio (mensal) na área entre abril e novembro de 2012: 10.250

kWh

o Consumo de energia elétrica médio (mensal) de todo o PA por funcionário: 30,23

kWh/funcionário;

o Custo de energia médio (mensal) de cada setor por funcionário trabalhando na

respectiva área: 21,68 R$/funcionário

o Consumo de energia elétrica médio (mensal) por área útil: 4,96 kWh/m²

o Emissão média de CO2e pelo consumo de energia elétrica registrado pelo Smart 32:

0,67 tCO2e/mês

Nível 3 – Abrangência detalhada – Prédio Administrativo

o Potência total instalada no PA: 466,45 kW

o Potência total em iluminação no PA: 40,34 kW

o Potência total em condicionamento do ar no PA: 325,91 kW

o Potência total de computadores no PA: 18,31 kW

o Indicadores de Desempenho Energético por setor do PA:

As tabelas 28, 29 e 30 a seguir apresentam os indicadores de desempenho

energético para cada setor do Prédio Administrativo, que foram obtidos a partir do

diagnóstico de equipamentos e diagnóstico das características do ambiente a partir do IEEA.

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124

Tabela 28 - Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do pavimento térreo do Prédio Administrativo.

TÉRREO

SETOR Potência total instalada (kW)

Potência instalada em iluminação

(kW)

Potência instalada de ar condicionado

(kW)

Potência instalada de computadores

(kW)

Índice de Eficiência Energética do

Ambiente (IEEA)

Ambulatório 11,12 1,29 9,08

0,14 Não foi atribuído

(em reforma)

Almoxarifado 10,65 1,10 8,79

0,10 1,75

Sala Treinamento

9,24 0,55 7,03

0,02 1,56

Hall PA 1 0,09 0,09 -

- 1,00

Cozinha 37,73 2,39 2,64

- 2,22

Refeitório 17,48 3,04 12,31

- 1,89

PCS 7,92 0,55 5,28

0,76 1,56

Vigilância 2,31 0,18 - - 0,89

Vestiário 24,78 2,67 -

- 2,11

Fonte: Autora.

Tabela 29 - Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do 1º piso do Prédio Administrativo.

1º PISO

SETOR Potência total instalada (kW)

Potência instalada em iluminação

(kW)

Potência instalada de ar condicionado

(kW)

Potência instalada de computadores

(kW)

Índice de Eficiência Energética do

Ambiente (IEEA)

Arquivo 1 0,28 0,28 -

-

1,22

Sala Reunião 1 5,51 0,18 5,28

-

1,33

Copa 2,56 0,18 -

-

2,11

WC Fem 1 0,28 0,03 - -

1,67

WC Masc 1 0,28 0,03 - -

1,67

CPD/CFTV 30,79 1,20 22,86

1,85

1,00

Hall PA 1 0,09 0,09 - -

1,00

Comercial 135,37 9,38 112,54

9,72

2,33

WC Fem 2 0,37 0,37 - -

1,56

WC Masc 2 0,37 0,37 - -

1,56

Sala Reunião 2 5,65 0,37 5,28 -

0,78

Sala Reunião 3 5,65 0,37 5,28 -

0,78

Hall PA 2 0,46 0,46 - -

1,00

Fonte: Autora.

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125

Tabela 30 – Indicadores de desempenho energético aplicado aos setores do 2º piso do Prédio Administrativo.

2º PISO

SETOR Potência total instalada (kW)

Potência instalada em iluminação

(kW)

Potência instalada de ar condicionado

(kW)

Potência instalada de computadores

(kW)

Índice de Eficiência Energética do

Ambiente (IEEA)

PVA 11,51 1,10 9,96

0,14

1,56

Hall PA 1 0,28 0,28 - - 1,00

WC Masc 1 0,18 0,19 - - 1,78

Vestiário PVA 0,18 0,19 - - 2,11

WC Fem 1 0,28 0,28 - - 1,78

Arquivo RH 0,09 0,09 - - 1,33

Telefonia 5,37 0,09 5,28 - 1,44

Hall PA 2 0,92 0,92 - -

1,00

Kit Festa 77,33 2,94 70,34

2,45 1,44

RH 2,50 1,01 -

0,38 0,89

Meio Ambiente 2,04 0,46 -

1,08 1,44

Estoque 20,40 1,66 17,58

0,66 1,33

Comercial 19,94 1,47 17,58

0,38

1,44

Sala Café 1,62 0,55 - -

1,56

Sala Reunião 2 5,64 0,37 5,28 -

1,56

Sala Gerência 4,29 0,37 3,52

0,34

1,44

Circulação Gerência

1,20 0,92 -

0,28

1,00

WC Fem 2 0,37 0,37 - -

1,56

WC Masc 2 0,37 0,37 - -

1,56

Sala Reunião 1 1,16 0,74 -

0,01

1,00

Fonte: Autora.

4.6 OBJETIVOS ENERGÉTICOS

A partir do modelo de política energética elaborado para a implementação de um

SGE e com base nos dados obtidos a partir da Revisão Energética, puderam ser

estabelecidos os objetivos quanto oportunidades de melhorias de desempenho energético

definidas como prioridade para a organização, para que através de propostas de ação.

Foram estabelecidos os objetivos apresentados no quadro 11, tomando-se como base os

resultados obtidos na revisão energética. Ao lado de cada objetivo estão relacionados os

indicadores que servirão para informar à organização o seu desempenho energético.

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126

Quadro 11 - Objetivos propostos para a melhoria do desempenho energético do terminal portuário em questão.

Fonte: Autora.

Energia

Objetivos

Área/Equipamento

IDE

Unidade

Elétrica

(1) Monitorar o consumo de energia com

base em dados confiáveis dos medidores

TECON/Armazéns/Prédio Administrativo/

Software Smart 32

Razão entre o consumo mensal de energia registrado pela CELESC e o consumo mensal total registrado pelo Smart 32

-

Óleo diesel

(2) Reduzir o consumo de energia

Empilhadeiras Maclift e Reach Staker

Quantidade de Óleo diesel comum consumido por hora trabalhada

l/h

GLP

Fogão industrial

Quantidade de GLP consumido por mês

t/mês

Elétrica

TECON/Armazéns/Prédio Administrativo

- Quantidade de energia total consumida por hora trabalhada

- Quantidade de energia consumida por hora trabalhada em horário de ponta

- Quantidade de energia consumida por hora trabalhada em horário fora de ponta

kWh/mês

Óleo Diesel

(3) Reduzir as emissões de GEE

Empilhadeiras

Quantidade de emissões de GEE

tCO2e GLP

Fogão industrial

Elétrica

Terminal Portuário

Elétrica

(4) Aumentar a eficiência energética dos ambientes do Prédio Administrativo

Térreo/1º Piso/2º Piso

Índice de Eficiência Energética do

Ambiente (IEAA)

-

Óleo diesel/GLP/Elétrica

(5) Formar uma equipe responsável pelo

SGE

Terminal Portuário

- -

Elétrica

(6) Utilizar energia elétrica de forma racional

Terminal Portuário

Índice de fator de carga

-

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127

4.7 PLANOS DE AÇÃO

A seguir estão propostas as ações que contribuirão para que a organização atinja os

objetivos energéticos anteriormente descritos.

4.7.1 Objetivo 1: Monitorar o consumo de energia das áreas

TECON/Armazéns/Prédio Administrativo com base em dados confiáveis

Para que se possa realizar o monitoramento do consumo de energia elétrica a partir

verificação dos dados ao longo da operação do SGE, é necessário inicialmente adequar o

sistema de medição do consumo de energia por área, já que parte da energia consumida

não vem sendo contabilizada pelo software instalado. Considerando a necessidade de

monitoramento dos dados em um SGE baseado na ISO 50001:2011, se propõe inicialmente

a adequação das instalações do medidor Smart 32, a partir de uma verificação por parte de

empresa especializada, de todos os circuitos elétricos do terminal.

A partir da adequação do sistema medidor, as áreas consumidoras de energia

elétrica (TECON, Armazéns II e II e Prédio Administrativo) poderão ser monitoradas ao

longo do tempo, para que se verifique se houve ou não redução do consumo de energia, e

para que se possa compreender os dados medidos. Caso contrário, não se terá

confiabilidade nos dados apresentados pelo software Smart 32 e não será possível saber

como as medidas de melhoria implementadas pelo terminal contribuíram para a redução do

consumo de energia elétrica.

4.7.2 Objetivos 2 e 3: Reduzir o consumo de Óleo Diesel e emissões de GEE pelas

empilhadeiras

Visando reduzir a utilização de combustíveis fósseis no terminal portuário, verificou-

se como possibilidades de melhoria para a redução de emissões de GEE a inclusão de

biodiesel como combustível complementar para as empilhadeiras Maclift e Reach Staker,

com a utilização a partir da mistura com o óleo diesel comum atualmente utilizado para a

operação das mesmas, reduzindo assim o consumo de óleo diesel comum, de origem fóssil

e aumentando o índice de utilização de energias renováveis, já que o biodiesel é produzido

a partir de biomassa como bagaço de cana, milho, entre outros.

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128

Porém não se pode dizer com total certeza sobre a viabilidade da utilização deste

combustível para uso específico em empilhadeiras. De acordo com Logweb (2011), é

necessário verificar se esta utilização é capaz de provocar problemas em motores que não

são adaptados para receber estes combustíveis. De modo geral, identificou-se essa

oportunidade de melhoria, porém é necessário a realização de estudos mais detalhados

para uma conclusão mais precisa acerca da proposta.

Caso seja possível substituir o uso do diesel comum pelo biodiesel, verificou-se com

base nos dados de consumo de óleo diesel em 2012 que, a alteração desta matriz

energética para biodiesel reduziria os custos em aproximadamente R$1.800,73 por ano,

conforme pode-se observar na tabela 31.

Tabela 31 - Comparação de custos para óleo diesel comum e biodiesel, tomando como base os dados de consumo de óleo diesel no ano de 2012.

Combustível

Consumo (litros)

Custo (R$)

Emissões de GEE (tCO2e)

Óleo diesel comum

152.343

318.674,17

413,84

Biodiesel

152.343

316.873,44

380,72

Fonte: Autora.

Além de ter um menor custo, o biodiesel proporcionaria menor emissão de GEE

(cerca de 8% menos tCO2e), de modo que com a substituição de óleo diesel por biodiesel

deixariam de ser emitidos 33,12 toneladas de CO2e por ano, considerando os dados de

consumo do ano de 2012 (linha de base).

4.7.3 Objetivos 2 e 3: Reduzir o consumo de GLP e emissões de GEE pelo fogão

industrial

Este é um indicador difícil de se avaliar, já que não se sabe ao certo o tempo de

utilização do fogão industrial, sendo assim, não se pode dimensionar o consumo de GLP do

mesmo por horas trabalhadas para comparar sua eficiência em kg/h com outros modelos

etiquetados pelo CONPET. Embora assim, caso o terminal portuário venha optar por adquirir

um novo fogão industrial, com maior eficiência, sugere-se que sejam adquiridos

equipamentos certificados pelo CONPET, que apresentem os níveis de eficiência “A” e que

tenham características conforme apresentadas na figura 67.

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129

Figura 67 - Características de fogões classificados pelo CONPET como “A”, propostas para o terminal portuário em caso de aquisição de novos equipamentos.

Fogão industrial Classe “A”

Rendimento médio dos queimadores (%)

≥61

Índice de consumo de GLP

≤53

Fonte: Adaptado de INMETRO, 2013.

Considerando que o terminal portuário não venha a substituir seu fogão industrial

pela falta de dados reais para um comparativo de eficiência, acredita-se então que uma

maneira de se reduzir o consumo de GLP sem substituir o equipamento é a partir da

conscientização dos funcionários quanto ao desperdício de alimentos. Sabendo-se que

quanto maior a demanda de refeições diárias, maior a quantidade de GLP consumido para

sua produção, sugere-se uma campanha para redução dos desperdícios de alimentos nas

refeições diárias dos funcionários. Com a redução dos desperdícios de alimento se reduz a

demanda de refeições a serem realizadas, e consequentemente o consumo deste

combustível fóssil.

Observações realizadas in loco durante horários de almoço permitiram verificar que o

desperdício de alimento é bastante comum entre os funcionários, o que possibilita identificar

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130

que a realização de uma campanha contra o desperdício de alimentos é uma oportunidade

de melhoria que pode levar ao atendimento dos objetivos de redução de consumo e de

emissões de GEE pelo uso de GLP. Contudo, deve-se destacar que a proposta de

campanha para redução do desperdício não permite estabelecer metas concretas de

redução do consumo pelo fogão industrial, já que não se sabe a quantidade de GLP

utilizada para realização de cada tipo de refeição.

4.7.4 Objetivos 2 e 3: Reduzir o consumo de energia elétrica e emissões de GEE no

Prédio Administrativo

4.7.4.1 Setorização de Circuitos para melhor integração entre a iluminação artificial e natural

Para que se possa realizar um melhor controle sobre uso e consumo de energia, é

necessário que a iluminação do terminal portuário, especialmente a do Prédio

Administrativo, esteja corretamente dimensionada e a setorização esteja adequada, assim

como a distribuição das luminárias. Verificou-se que em muitos ambientes as lâmpadas não

possuem setorização adequada, já que interruptores das lâmpadas de um setor ficam

muitas vezes localizados em outro setor, o que se torna um empecilho para que os

funcionários desliguem as lâmpadas nas quais precisam, e com isso, ocorre desperdício de

energia.

Propõe para os setores do prédio administrativo a implementação de comandos por

pequenos blocos de luminárias, procurando-se a melhor divisão dos circuitos de maneira

que possibilite maior flexibilidade de acionamento do sistema de acordo com a área

ocupada de cada ambiente e de acordo com a disponibilidade de luz natural. Desta forma,

os funcionários terão a possibilidade de realizar o acionamento apenas da parcela de

lâmpadas que for necessário naquele momento, evitando o desperdício de energia elétrica.

Em salas com duas ou mais fileiras de luminárias paralelas a janelas devem ser

instalados no mínimo interruptores de duas teclas, pois desta forma há possibilidade que o

acionamento das fileiras pelos funcionários ocorra na medida do necessário. O acionamento

das lâmpadas deve então ocorrer à medida que a iluminação natural não for suficiente para

atender os níveis mínimos de iluminação requeridos para cada tarefa (PRUEN, 2013).

4.7.4.2 Instalação de dispositivos economizadores para iluminação

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131

Propõe-se a instalação de dispositivos economizadores nos corredores do prédio

administrativo, como os existentes no Hall PA 2 do1º piso bem como no Hall PA e Hall PA 2

do 2º piso, já que foi identificado que tais ambientes possuem acionamento manual das

lâmpadas, por interruptores. O acionamento manual pode provocar em muitos momentos o

desperdício de energia nestes ambientes, por permanecerem ligados sem necessidade.

4.7.4.3 Aquisição de equipamentos mais eficientes

Lâmpadas modelo LED

Após a realização de pesquisas em catálogos de iluminação, verificou-se que a

lâmpada do modelo LED possui notáveis vantagens quando comparadas às lâmpadas

atualmente existentes, e a utilização das mesmas pode contribuir para o aumento da

eficiência energética em iluminação, no Prédio Administrativo.

É importante dizer que as lâmpadas LED, sigla em inglês para Light Emitting Diode

(Diodos Emissores de Luz), são energeticamente mais eficientes e que podem manter o

mesmo nível de iluminação necessário para um determinado ambiente com um consumo

muito reduzido de energia (PHILIPS, 2013). modelo escolhido para o cálculo é a lâmpada

Master LEDtube fabricada pela Philips, com potência de 19W e que possui maior eficiência

luminosa quando comparado ao modelo fluorescente tubular atualmente instalado nos

setores do Prédio Administrativo, conforme apresentado no quadro 12.

A figura 68 a seguir apresenta uma imagem ilustrativa da lâmpada LED proposta

para o terminal portuário.

Figura 68 - Modelo de lâmpada Philips do tipo LED – MASTER LEDtube proposto para instalação.

Fonte: DW Material Elétrico Industrial, 2013.

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132

Quadro 122 - Características técnicas da lâmpada fluorescente tubular atualmente existente no terminal portuário e lâmpada LED tubular proposta.

Características ténicas

Lâmpada atual Fluorescente tubular Philips Modelo TLTRS40W-ELD-25

Lâmpada proposta LED Tubular Philips

Modelo Master LEDtube

Potência (W) 40 19

Temperatura de cor (K) 5000 6500

Fluxo luminoso (lm) 2600 1650

Eficiência luminosa (lm/W) 65 87

Índice de reprodução de cor (IRC) 70 83

Vida mediana (h) 7.500 40.000

Potência do reator (W) 6 -

Etiqueta de Eficiência Energética - A+

Fonte: Adaptado de PHILIPS, 2013.

.

De acordo com os dados apresentados no quadro 13, que demonstram as

características do modelo de lâmpada atualmente utilizado no Prédio Administrativo e as

características de um modelo de lâmpada LED, é possível verificar que a eficiência luminosa

do modelo LED é cerca de 34 vezes maior que o modelo fluorescente tubular, ou seja, o

modelo LED possui menor potência e consequentemente possibilita um menor consumo de

energia para um mesmo fluxo luminoso. Outra vantagem das lâmpadas LED é que as

mesmas não necessitam de reator, enquanto a fluorescente tubular atualmente instalada no

Prédio Administrativo funciona a partir de um reator de 6W.

O quadro 13 a seguir apresenta um comparativo entre os modelos, tomando como

referência a utilização de 132 lâmpadas, que corresponde à quantidade de lâmpadas

existentes nos setores que não atenderam aos níveis de iluminância determinados pela

NBR 5413, a fim de verificar qual a potência instalada para cada modelo e qual o custo para

aquisição das mesmas.

Quadro 13 - Valores de potência instalada em iluminação atuais e proposta.

Lâmpadas propostas

Lâmpada atual (40W)

Fluorescente tubular Philips (40W) + Reator (6W)

Modelo TLTRS40W-ELD-25

Lâmpada proposta

LED Tubular Philips (19W)

Modelo Master LEDtube

Potência instalada (kW)

(40W+6W)*132 Peças = 6072 W = 6,07kW

19W*132 Peças = 2508 W

= 2,51 kW

Custo (R$)

-

R$145*132 Peças =

R$19.140,00

Fonte: Autora.

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133

Ao substituir as lâmpadas fluorescentes por lâmpadas LED, o consumo de energia

elétrica voltada à iluminação reduz cerca de 41%, o que resulta em uma economia

aproximada de 2,7 kW/h e consequentemente a não emissão de 0,032 toneladas de CO2

para cada 1000 horas de consumo. Segundo DW Material Elétrico Industrial (2013), o tempo

do retorno do investimento pela aquisição das 132 lâmpadas LED é de aproximadamente 5

anos e 11 meses.

A utilização de lâmpadas LED também acaba por reduzir os custos com o descarte

das lâmpadas, considerando que não possuem metais pesados em sua composição e por

tal motivo não necessitam de um descarte especial (PHILIPS, 2013). Isso reduz o custo

atual com a destinação destes resíduos, já que as lâmpadas fluorescentes necessitam de

descarte específico.

As lâmpadas LED possuem tempo de vida 40.000 horas, o que significa a utilização

das lâmpadas por aproximadamente 15 anos, considerando um tempo de uso de 10 horas

diárias, 22 dias mensais. Desta forma, o custo do terminal portuário com manutenção das

mesmas acaba reduzindo.

Ar condicionados

Para melhoria da eficiência energética do terminal portuário, os equipamentos

condicionadores de ar adquiridos devem passar a respeitar os índices de eficiência mínima

dos equipamentos enquadrados na faixa "A" de classificação do Programa Brasileiro de

Etiquetagem (PBE), desenvolvido pelo INMETRO, já que por possuírem maior eficiência

consequentemente implicam em um menor consumo de energia elétrica.

4.7.5 Objetivo 4: Aumentar a eficiência energética dos ambientes do Prédio

Administrativo

4.7.5.1 Melhoria nos acabamentos internos da edificação

Visando melhor distribuição da luz e maior rendimento dos sistemas de iluminação

interna, tanto artificial quanto natural, recomenda-se que as superfícies internas dos tetos e

paredes sejam pintadas de cores claras. Segundo Rodrigues (2002), a refletância do teto,

parede e piso dos ambientes deve ser a mais alta possível, não inferior a 50%.

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134

Sendo assim, para os ambientes apresentados na tabela 31 a seguir recomenda-se

a pintura das paredes, teto ou piso na cor marfim ou branca, já que são cores que

apresentam maior refletância, proporcionando assim uma maior iluminância do ambiente.

Tabela 32 – Proposta de melhorias nos acabamentos internos da edificação – Prédio Administrativo.

Melhoria proposta Setor Nível do IEEA

Pintura das paredes

Sala Reunião 1 (1B), Sala Reunião 2 (1L), RH (2J)

e Sala Reunião 1 (2T)

C

Pintura do teto

Sala Reunião 1 (1B), Sala Reunião 2 (1L), RH (2J) e Sala Reunião 1 (2T)

C

Almoxarifado (TA), PCS (TF), Arquivo 1 (1A), Sala

Reunião 1 (1B), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Meio Ambiente (2K), Estoque (2L),

Comercial (2M), Sala Café (2N).

B

Comercial (1H)

A

Pintura do piso

Hall PA 1 (TC), Vigilância (TG), CPD/CFTV (1F), Hall PA 1 (1G), Sala Reunião 2 (1K), Sala Reunião 3 (1L), Hall PA 2 (1M), Hall PA 1 (2B), Hall PA 2 (2H)

e RH (2J)

C

Almoxarifado (TA), Sala Treinamento (TB), PCS

(TF), Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B), PVA (2A), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Meio Ambiente (2K), Estoque (2L), Comercial (2M), Sala

Café (2N) e Sala Reunião 2 (2O).

B

Vestiário (TH) e Comercial (1H).

A

Fonte: Autora.

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135

4.7.5.2 Instalação de janelas para maior ventilação/iluminação natural

Para que se possa reduzir o consumo de energia elétrica a partir do uso da

iluminação artificial, propõe uma maior integração da luz natural nos ambientes do Prédio

Administrativo. Para tanto, propõe-se que os ambientes situados nas áreas perimetrais da

edificação apresentem condições para aproveitamento da luz natural por meio da inclusão

de janelas maiores, o que por consequência minimiza o uso do sistema de iluminação

artificial.

Considerando os dados obtidos para a elaboração do IEEA, verificou-se que os

setores com IEE nível “B” possuem maior potencial para ampliação das janelas já que

possuem janelas consideravelmente pequenas (≤30%) em comparação com a área da

parede em que ocupam.

Tabela 33 – Melhorias propostas para o melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural nos ambientes do Prédio Administrativo.

Melhoria proposta Setor Nível do IEEA

Instalação de janelas mais amplas

Arquivo 1 (1A), Sala Reunião 1 (1B), WC Fem 1

(1D), WC Masc 1 (1E), WC Fem (2C), WC Fem 1 (2E), Arquivo RH (2F), Telefonia (2G), Kit Festa (2I), Estoque (2L), Comercial (2M), Sala Café (2N), Sala Reunião 2 (2º), Sala Gerência (2P), WC Fem 2 (2R),

WC Masc 2 (2S)

B

Vestiário (TH), Comercial (1H) e Vestiário PVA (2D)

Cozinha (TD).

A

Fonte: Autora.

4.7.5.3 Instalação de proteções solares (brises)

Para melhor aproveitamento da iluminação natural, propõe a instalação de proteções

solares externas, chamadas de brises, as quais devem ser adequadas à orientação da

fachada, sem comprometer o aproveitamento satisfatório da ventilação natural e da luz

natural, sem bloquear a visibilidade para o exterior (figura 69). De acordo com USP (2013), o

uso de películas nos vidros deverá ser evitado a partir do dimensionamento correto das

proteções solares.

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136

Figura 69 – Brises nos telhados para melhor aproveitamento da iluminação natural com redução de ofuscamento.

Fonte: Adaptado de USP, 2013.

A instalação dos brises nas janelas do Prédio Administrativo visa a redução do

ofuscamento sem prejudicar a iluminação natural e visando também o aumento da eficiência

térmica dos ambientes, já que de acordo com Verna (2013) apud Abril (2013) os brises

possuem eficiência térmica, ao contrário das persianas.

Segundo Gelbcke et al. (2012) o custo do brise-soleil depende de vários fatores, não

sendo possível definir um preço fixo por m², pois são temporais e variam conforme o projeto

do brise, método construtivo, instalação e tipo de material. Embora assim seus preços

normalmente variam de R$200,00 a R$ 800,00. (GELBCKE et al., 2012).

A implementação do brise no prédio administrativo necessita de um estudo

aprofundado, com um dimensionamento detalhado, uma vez que para cada modelo de brise

é necessário a coleta de diferentes dados para seu dimensionamento

4.7.5.4 Implantação de telhado verde

Os telhados verdes possuem um potencial de melhoramento do desempenho térmico

de edificações, proporcionando uma redução do consumo de energia principalmente

relacionado à refrigeração nos horários mais quentes do dia (Liu, 2002 apud Lamberts et. al,

2010). Segundo Lamberts et. al (2010) após a implantação de telhado verde foi encontrada

uma variação de até 7ºC entre a temperatura interna e externa, em períodos de alta

insolação.

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137

Além disso, de acordo com Savi (2012), os telhados verdes podem ser de grande

auxílio para edificações localizadas em centros urbanos, já que em geral são áreas com

pouca vegetação e com microclima muito alterado. Mink (2004) apud Savi (2012) afirma que

a aplicação de telhados verdes em 10 a 20% das coberturas nos centros urbanos seria

capaz de garantir um clima urbano saudável através da purificação do ar, redução de pó e

variação das temperaturas.

Desta forma, propõe-se a implantação de telhado verde no Prédio Administrativo do

terminal portuário como forma de reduzir a temperatura do ambiente interno e

consequentemente o consumo de energia para a ventilação artificial do ambiente.

Considerando que de acordo com Savi (2012) a implantação do telhado verde custa em

média R$ 200,00. Sendo assim, considerando que área total do telhado do Prédio

Administrativo é de 667m² a implantação custaria cerca de R$133.400,00.

4.7.6 Objetivo 5: Formar uma equipe responsável pelo SGE

Visando um melhor gerenciamento da energia, propõe-se a criação de uma

Comissão Interna de Energia no terminal portuário em questão, a fim de atender às

exigências da NBR ISO 50001:2011, a qual define em seu requisito 4.2.2 que a alta direção

deve designar representantes da direção com habilidades e competências apropriadas para

garantir que o SGE seja estabelecido, implementado, mantido e continuamente melhorado.

Propõe-se, então, a criação da Comissão Interna de Energia, que poderá então ser

composta pelos representantes da direção. Estes representantes deverão ter as seguintes

responsabilidades, de acordo com a NBR ISO 50001:

Relatar à alta direção o desempenho energético;

relatar à alta direção o desempenho do SGE;

garantir que o planejamento das atividades de gestão de energia seja

destinado a apoiar a política energética da organização;

definir e comunicar responsabilidades e autoridades para facilitar a efetiva

gestão de energia;

determinar critérios e métodos necessários para garantir que tanto a

operação e o controle do SGE sejam efetivos;

promover a conscientização da política e objetivos energéticos em todos os

níveis da organização.

A Comissão Interna deverá, ainda: identificar, nas áreas, as oportunidades de

ganhos; planejar e atuar na matriz energética do terminal portuário; buscar soluções que

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aumentem a eficiência dos processos e redução do consumo de energia; manter os

indicadores de energia atuais e propor novos indicadores; subsidiar a área comercial para

negociação de contrato dos energéticos; e elaborar relatórios para órgãos externos e

internos.

De modo geral, a equipe que formará a Comissão Interna de Energia deverá buscar

sempre a melhoria contínua do SGE, através do menor custo, utilizando as mais avançadas

técnicas de conservação de energia e em consonância com o planejamento energético

estratégico da empresa, para atender aos objetivos energéticos propostos.

4.7.7 Objetivo 6: Utilizar a energia elétrica de forma racional

Com base nos resultados obtidos com a aplicação do questionário na etapa de

Abordagem Energética Detalhada, verificou-se que uma grande parte dos funcionários não

utiliza racionalmente a energia elétrica no seu dia-a-dia, embora 99% dos entrevistados

considere a gestão de energia algo importante para a empresa. Também se deve destacar

que apenas uma pequena parcela dos entrevistados disse já ter participado de alguma

palestra voltada ao tema Energia na empresa (14%). E o que mais chama atenção é que

87% dos entrevistados diz ter interesse em participar de uma formação voltada ao tema, o

que confere a oportunidade ao terminal portuário de melhor orientar seus colaboradores

visando a utilização racional de energia elétrica.

A realização de práticas de educação ambiental voltadas ao uso racional de energia

pode ser considerada uma medida capaz de refletir diretamente na redução do consumo de

energia no terminal portuário, já que por meio da conscientização dos funcionários torna-se

possível a redução de desperdícios no consumo, e consequentemente de emissões de GEE

e custos para a organização.

Propõe-se a realização de palestras voltadas ao tema, a serem realizadas pela

Comissão Interna de Energia, bem como a divulgação de cartilhas informativas sobre a

gestão de energia, conforme cartilha apresentada no Apêndice VII.

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139

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da realização deste trabalho verificou-se que o planejamento de um sistema

de gestão de energia com base na NBR ISO 50001:2011 requer que se tenham

instrumentos adequados para o levantamento de dados sobre os usos e consumos de

energia de suas instalações. A etapa de revisão energética nas três abordagens possibilitou

identificar os usos e consumos significativos de energia em todo o terminal portuário, os

quais são aqueles associados às fontes energéticas GLP, Óleo Diesel e Energia Elétrica,

sendo a energia elétrica a fonte de energia mais significativa para a organização.

Além da identificação dos usos e consumos de energia, o diagnóstico energético

possibilitou a realização dos cálculos de emissões diretas e indiretas de GEE, através da

ferramenta disponibilizada pelo Programa GHG Protocol. A contabilização de emissões

permitiu identificar que as empilhadeiras movidas a diesel são as maiores responsáveis

pelas emissões de CO2e no terminal portuário, seguida pela energia elétrica e pelas

empilhadeiras a GLP.

Com base nos dados obtidos, foram identificadas as oportunidades de melhorias,

principalmente quanto ao uso de energia elétrica, já que esta fonte de energia foi

identificada pelo diagnóstico energético global como a que possui o uso mais significativo no

terminal portuário. Através do diagnóstico por área, verificou-se que o equipamento utilizado

pelo terminal portuário para o gerenciamento de energia, o software Smart 32, não está

contabilizando todos os consumos de energia da organização, o que pode ser considerado

uma grande fraqueza para o controle de melhorias no caso implantação de Sistema de

Gestão de Energia ISO 50001:2011, já que seus dados não são confiáveis para futuras

comparações.

Ao longo do trabalho foi possível verificar a gestão de energia da organização em

estudo apresenta diversas fraquezas, como por exemplo, a baixa eficiência energética de

diversos ambientes do Prédio Administrativo, a qual foi verificada a partir dos Índices de

Eficiência Energética de Ambiente, que considera suas características quanto à iluminação

e ventilação. Os baixos IEEA encontrados indicam que as características do ambiente

podem estar ocasionando perdas de energia e gastos com consumo desnecessários. Por

outro lado, o mau uso de energia pela falta de conscientização de funcionários associado ao

uso de equipamentos de baixa eficiência energética acaba por contribuir ainda mais as

emissões de gases de efeito estufa e com o esgotamento de recursos naturais. Sendo

assim, a redução do desperdício de energia elétrica no Prédio Administrativo pode causar

além da redução de custos, a redução de emissões de GEE.

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140

A implantação da NBR ISO 50001:2011 no terminal portuário em questão, caso

venha a ser realizada futuramente, vai implicar em mudanças no gerenciamento de energia

da organização, exigindo o comprometimento da alta direção no que refere à adequação de

controles e procedimentos operacionais associados ao uso de energia, já que estes deverão

buscar sempre a melhoria contínua do SGE, implantando as melhorias que forem

necessárias para atendimento aos objetivos propostos.

As propostas de melhorias realizadas neste trabalho podem contribuir para o

atendimento aos objetivos propostos para o SGE do terminal portuário, seja através da

proposta de uso de equipamentos mais eficientes, redução do desperdício a partir da

conscientização de funcionários, e até mesmo através do uso de energia alternativa como o

biodiesel nas empilhadeiras. O uso de biodiesel nas empilhadeiras requer estudos mais

detalhados, porém caso seja possível sua utilização, esta possibilitaria reduzir cerca de 8%

as emissões de CO2e, considerando os dados de consumo de óleo diesel identificado na

linha de base.

De modo geral, conclui-se que os objetivos propostos pra este trabalho foram

atendidos, já que através do diagnóstico energético realizado foi possível caracterizar a

matriz energética do terminal portuário como 67,96% renovável e 32,04% não renovável,

avaliar o consumo de energia, identificar as áreas de uso significativo de energia, analisar a

percepção dos funcionários da empresa, propor ações de melhoria para o desempenho

energético da organização e também verificar as possibilidades de melhorias na matriz

energética no sentido de reduzir as emissões de CO2, com a proposta de utilização de

biodiesel.

A partir do diagnóstico energético para atendimento à NBR ISO 50001:2011 o

terminal portuário possui uma base de dados que possibilitem implantar uma gestão

energética abrangente baseada na melhoria contínua do uso e do consumo de energia;

permitindo criar transparência para a tomada de decisões, facilitando a comunicação sobre

a gestão dos recursos energéticos e impulsionando a organização à realização de práticas

de melhor gerenciamento de energia, que tenham consequências positivas com relação à

redução das emissões dos gases de efeito estufa e que também impliquem na redução de

custos para a empresa.

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5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Oportunidades de novas pesquisas foram verificadas neste trabalho, que podem ser

desenvolvidas no âmbito de gestão energética e que também visem à redução de emissões

de GEE oriundas das atividades desenvolvidas no terminal portuário, objeto de estudo.

5.1.1 Quantificação de emissões de GEE de todo o terminal portuário

Recomenda-se, além das atividades que tiveram suas emissões contabilizadas neste

trabalho por estarem relacionadas com o uso e consumo de energia, quantificar também as

emissões de GEE oriundas de demais atividades do terminal portuário, como emissões

provenientes da Estação de Tratamento de Efluentes, bem como dos caminhões e navios

de terceiros, que movimentam as cargas quais são armazenadas no terminal portuário.

Considerando que o terminal portuário em questão não realiza o inventário de

emissão de GEE, quantificar todas suas emissões pode ser considerada como uma ótima

oportunidade para o desenvolvimento de um trabalho futuro. Além da utilização da

ferramenta GHG Protocol, pode ser também estudada a possibilidade de aplicação da NBR

ISO 14064:2007 na organização, que por sua vez pode ainda propor uma Gestão integrada

com a NBR ISO 50001:2011 utilizada no presente trabalho.

5.1.2 Realização de Abordagem Energética Detalhada nos Armazéns e TECON

Assim como foi realizada a abordagem energética detalhada referente ao uso e

consumo de energia elétrica no Prédio Administrativo, recomenda-se a avaliação detalhada

das demais áreas de consumo de energia elétrica do terminal portuário em questão:

Armazéns e TECON. Propõe-se o levantamento dos equipamentos elétricos do setor,

realização de diagnóstico sobre as características do ambiente bem como de demais

variáveis que afetem significativamente o consumo de energia de tais áreas.

A partir de uma abordagem mais detalhada do consumo de energia elétrica, também

poderão ser propostas ações para a melhoria do desempenho energético de tais ambientes,

e que consequentemente levarão a uma redução do consumo e de emissões de GEE.

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5.1.3 Realização de Estudo sobre a Viabilidade de utilização de Biodiesel em

empilhadeiras

Para que se possa atestar a viabilidade técnica da utilização de biodiesel como

combustível alternativo para empilhadeiras, visando reduzir o consumo de óleo diesel e

consequentemente das emissões de GEE associadas ao seu uso, se propõe a elaboração

de estudos que verifiquem a possibilidade de utilização do biodiesel em empilhadeiras, para

verificar se seu uso pode ou não causar problemas ao motor destes equipamentos.

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APÊNDICES

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150

APÊNDICE I - CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA DO TERMINAL

PORTUÁRIO NOS ANOS DE 2005 A 2012.

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151

Nota: *Início da operação com câmaras frias.

**Desativação das câmaras frias.

Consumo de Energia Elétrica - CELESC (kWh)

Ano Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

2005 574.854* 589.541 785.123 654.158 669.251 600.025 559.689 721.458 678.456 726.584 802.121 1.098.584 8.459.844

2006 1.025.184 956.128 968.514 986.541 824.158 856.251 998.510 951.025 1.125.235 986.584 1.100.253 1.023.366 11.801.749

2007 867.125 867.000 700.581 699.874 735.266 790.791 679.195 638.098 829.934 853.136 839.358 938.658 9.439.016

2008 822.339 928.585 1.040.732 994.768 854.933 800.510 805.489 892.554 899.252 852.770 919.216 817.312 10.628.460

2009 662.193 660.232 736.722 800.251 856.086 556.237 488.206 385.341** 288.260 232.008 246.041 250.145 6.161.722

2010 221.823 261.855 289.902 420.247 501.945 454.303 454.303 409.693 335.587 318.339 353.846 400.537 4.422.380

2011 486.989 346.081 385.158 332.654 323.967 297.035 224.284 389.511 373.365 389.558 413.235 387.574 4.349.411

2012 475.897 483.593 539.171 427.296 303.001 248.507 226.010 256.841 377.003 38.677 178.784 172.185 3.726.965

TOTAL 58.989.547

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152

APÊNDICE II – FATORES DE EMISSÃO DE GEE (ESCOPOS 1 E 2)

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153

Fatores de emissão por utilização de combustíveis fósseis em fontes móveis – Escopo 1 / emissões diretas

Combustível Unidade Fonte Fatores de Emissão (kgGEE/un.)

CO2 CH4 N2O

Óleo Diesel Litros BEN 2012 2,6710 0,0001 0,00014

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) Kg BEN 2012 2,9325 0,0029 0,00001

Fatores de Emissão (FE) do Sistema Interligado Nacional (SIN) – Escopo 2 / emissões indiretas

Ano Unidades Mês

Média Anual Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 tCO2/MWh 0,0322 0,0346 0,0337 0,0275 0,0317 0,0306 0,0351 0,0336 0,0383 0,036 0,0265 0,028 0,0323

2007 tCO2/MWh 0,0229 0,0195 0,0195 0,0197 0,0161 0,0256 0,031 0,0324 0,0355 0,0377 0,0406 0,0496 0,0293

2008 tCO2/MWh 0,0584 0,0668 0,0599 0,0453 0,0459 0,0521 0,0437 0,0425 0,0411 0,0438 0,0334 0,0477 0,0484

2009 tCO2/MWh 0,0281 0,0237 0,0247 0,0245 0,0405 0,0369 0,0241 0,0199 0,0162 0,0179 0,0181 0,0194 0,0246

2010 tCO2/MWh 0,0211 0,028 0,0243 0,0238 0,0341 0,0506 0,0435 0,0774 0,0907 0,0817 0,0869 0,0532 0,051275

2011 tCO2/MWh 0,0262 0,0288 0,0208 0,0198 0,027 0,0341 0,0308 0,0301 0,0273 0,035 0,0356 0,0349 0,0292

2012 tCO2/MWh 0,0294 0,0322 0,0405 0,0642 0,062 0,0522 0,0394 0,046 0,0783 0,0984 0,1247 0,1168 0,065342

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154

APÊNDICE III – CONSUMO E CUSTO MENSAL DE ENERGIA

OBTIDO PELO SMART 32

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155

CUSTO (R$) - ENERGIA ELÉTRICA TECON 2012

Mês Período de leitura Contêineres Reefer Custo Ponta (R$) Custo FPonta (R$) Custo total (R$)

abr/12 13/03 a 11/04 2.746 17.610 78.620 96.229,22

mai/12 12/04 a 14/05 2.467 3.413 42.583 45.996,05

jun/12 15/05 a 12/06 2.387 1.061 41.468 42.529,33

jul/12 13/06 a 12/07 2.098 2.733 38.363 41.095,96

ago/12 13/07 a 13/08 2.443 2.606 43.762 46.367,46

set/12 14/08 a 11/09 2.250 3.693 44.625 48.318,51

out/12 12/09 a 11/10 1.337 1.650 28.613 30.262,69

nov/12 12/10 a 12/11 1.621 2.191 25.042 27.233,43

TOTAL 13/03 a 12/11 17.349 34.957 343.076 378.032,65

CONSUMO (kWh) - ENERGIA ELÉTRICA TECON 2012

Mês

Período de leitura

Contêineres Reefer

Consumo Ponta (kWh)

Consumo FPonta (kWh)

Consumo Total (kWh)

abr/12 13/03 a 11/04 2746 11448 315738 327186 mai/12 12/04 a 14/05 2467 2219 171013 173232 jun/12 15/05 a 12/06 2387 690 166536 167226 jul/12 13/06 a 12/07 2098 1799 156012 157811

ago/12 13/07 a 13/08 2443 1750 174266 176016 set/12 14/08 a 11/09 2250 2626 162742 165368 out/12 12/09 a 11/10 1337 1162 103351 104513 nov/12 12/10 a 12/11 1621 1543 90455 91998

TOTAL

13/03 a 12/11

17.349

23.237

1.340.113

1.363.350

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156

CUSTO (R$) - ENERGIA ELÉTRICA ARMAZÉNS 2012

Mês

Período de leitura

Consumo Ponta (R$)

Consumo FPonta (R$)

Consumo Total (R$)

abr/12 13/03 a 11/04 8063 12941 21.004,27

maio/12 12/04 a 14/05 9326 11719 21.045,54

jun/12 15/05 a 12/06 9229 11488 20.717,55

jul/12 13/06 a 12/07 9283 10595 19.878,19

ago/12 13/07 a 13/08 9015 10522 19.537,86

set/12 14/08 a 11/09 7929 11418 19.347,58

out/12 12/09 a 11/10 8549 12116 20.665,79

nov/12 12/10 a 12/11 8470 14207 22.677,05

TOTAL

13/03 a 12/11

69.866

95.008

164.873,83

CONSUMO (kWh) - ENERGIA ELÉTRICA ARMAZÉNS 2012

Mês

Período de leitura

Consumo Ponta (kWh)

Consumo FPonta (kWh)

Consumo Total (kWh)

abr/12 13/03 a 11/04 5242 51971 57213

maio/12 12/04 a 14/05 6063 47065 53128

jun/12 15/05 a 12/06 6000 46137 52137

jul/12 13/06 a 12/07 6111 43088 49199

ago/12 13/07 a 13/08 6055 41902 47957

set/12 14/08 a 11/09 5638 41641 47279

out/12 12/09 a 11/10 6021 43765 49786

nov/12 12/10 a 12/11 5965 51317 57282

TOTAL

13/03 a 12/11

47.905

366.886

413.981

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157

CONSUMO (kWh) - ENERGIA ELÉTRICA PRÉDIO ADMINISTRATIVO 2012

Mês

Período de leitura

Consumo Ponta (kWh)

Consumo FPonta (kWh)

Consumo Total (kWh)

abr/12 13/03 a 11/04 1.014 10.951 11965

maio/12 12/04 a 14/05 798 7.965 8763

jun/12 15/05 a 12/06 811 8.922 9733

jul/12 13/06 a 12/07 817 7.937 8754

ago/12 13/07 a 13/08 984 9.611 10595

set/12 14/08 a 11/09 815 8.694 9509

out/12 12/09 a 11/10 910 10.105 11015

nov/12 12/10 a 12/11 846 10.822 11668

TOTAL

13/03 a 12/11

6.995

75.007

82.002

CUSTO (R$) - ENERGIA ELÉTRICA PRÉDIO ADMINISTRATIVO 2012

Mês

Período de leitura

Consumo Ponta (R$)

Consumo FPonta (R$)

Consumo Total (R$)

abr/12 13/03 a 11/04 1.559,75 2.726,83 4.286,58

maio/12 12/04 a 14/05 1.227,50 1.983,31 3.210,81

jun/12 15/05 a 12/06 1.247,49 2.221,60 3.469,10

jul/12 13/06 a 12/07 1.241,06 1.951,70 3.192,76

ago/12 13/07 a 13/08 1.465,09 2.413,52 3.878,62

set/12 14/08 a 11/09 1.146,21 2.383,97 3.530,18

out/12 12/09 a 11/10 1.292,14 2.797,57 4.089,71

nov/12 12/10 a 12/11 1.201,27 2.996,07 4.197,34

TOTAL

13/03 a 12/11

10.381

19.475

29.855,10

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158

APÊNDICE IV – DADOS DE POTÊNCIA E VERIFICAÇÃO DE

ETIQUETAGEM DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS DO PRÉDIO

ADMINISTRATIVO.

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159

TÉRREO

Setor Potência total instalada (kW)

Potência instalada em iluminação (kW)

(potência das lâmpadas +potência

dos reatores)

Potência instalada em ar condicionado

(kW)

Potência instalada em computadores

(kW)

Outros equipamentos

Algum equipamento é etiquetado pelo

Programa Brasileiro de Etiquetagem?

Equipamento com Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE

Equipamento

Classificação

Ambulatório 11,12 1,29 9,08

0,14 Impressora, rádio.

bebedouro, bloco autônomo.

Não -

-

Almoxarifado 10,65 1,10 8,79

0,10 Impressora, rádio, bloco

autônomo.

Não -

-

Sala Treinamento

9,24 0,55 7,03

0,02 Datashow, bebedouro,

amplificador, bloco autônomo.

Não -

-

Hall PA 1 0,09 0,09 - - -

Não - -

Cozinha 37,73 2,39 2,64

-

Balança de precisão, refrigerador simples,

refrigerador industrial, liquidificador, descascador de

batata, triturador, cafeteira, fritadeira, forno elétrico.

Sim

1 ar condicionado 2,64 kW

B

Refeitório 17,48 3,04 12,31 -

Bebedouro, máquina de suco, refrigerador industrial, painel

de satisfação, bloco autônomo.

Não

-

-

PCS 7,92 0,55 5,28

0,76 Impressoras, carregador de

bateria de rádio.

Não

-

-

Vigilância 2,31 0,18 - - Não - -

Vestiário 24,78 2,67 - -

Balança, chuveiro, bloco autônomo.

Sim

4 chuveiros

D

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160

1º PISO

Setor Potência total instalada (kW)

Potência instalada em iluminação (kW)

(potência das lâmpadas +potência dos reatores)

Potência instalada em ar condicionado

(kW)

Potência instalada em computadores

(kW)

Outros equipamentos

Algum equipamento é etiquetado pelo

Programa Brasileiro de Etiquetagem?

Equipamento com Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE

Equipamento

Classificação

Arquivo 0,28 0,28 - -

-

Não

-

-

Sala Reunião 1 5,51 0,18 5,28

-

1 telefone para audioconferência

Sim

1 ar condicionado

5,28kW

B

Copa 2,56 0,18 - -

1 bebedouro, 1 microondas, 1 cafeteira,

1 bloco autônomo.

Não

-

-

WC Fem 1 0,28 0,03 - - - Não - -

WC Masc 1 0,28 0,03 - - - Não - -

CPD/CFTV 30,79 1,20 22,86

1,85

2 impressoras, 3 modems, 5 switchs, 8

media converter, 2 modem óptico,

1 servidor, 2 swich core, 1 branch repeter, 1

transponder.

Não

-

-

Hall PA 1 0,09 0,09 - - - Não - -

Comercial 135,37 9,38 112,54 9,72 11 impressoras Não - -

WC Fem 2 0,37 0,37 - - - Não - -

WC Masc 2 0,37 0,37 - - - Não - -

Sala Reunião 2 5,65 0,37 5,28 - - Sim 1 ar condicionado

5,28 Kw

B

Sala Reunião 3 5,65 0,37 5,28 - - Sim 1 ar condicionado

5,28 kW

B

Hall PA 2 0,46 0,46 - - - Não - -

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161

2º PISO

Setor Potência total instalada (kW)

Potência instalada em iluminação (kW)

(potência das lâmpadas +potência

dos reatores)

Potência instalada em ar condicionado

(kW)

Potência instalada em computadores

(kW)

Outros equipamentos

Algum equipamento é etiquetado pelo Programa

Brasileiro de Etiquetagem?

Equipamento com Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE

Equipamento

Classificação

PVA 11,51 1,10 9,96

0,14

1 impressora

Sim 1 ar condicionado

3,52 kW

B

Hall PA 1 0,28 0,28 - - - Não - -

WC Masc 1 0,18 0,19 - - - Não - -

Vestiário PVA 0,18 0,19 - - - Não - -

WC Fem 1 0,28 0,28 - - - Não - -

Arquivo RH 0,09 0,09 - - - Não - -

Telefonia 5,37 0,09 5,28 - - Não - -

Kit Festa 77,33 2,94 70,34

2,45 1 impressora, 1

bebedouro, 1 frigobar, 1 torradeira.

Não

-

-

RH 2,50 1,01 - 0,38 2 impressoras Não - -

Meio Ambiente 2,04 0,46 - 1,08 1 impressora Não - -

Estoque 20,40 1,66 17,58 0,66 1 impressora Não - -

Comercial 19,94 1,47 17,58 0,38 1 impressora Não - -

Sala Café 1,62 0,55 - -

1 bebedouro, 1 frigobar, 1 cafeteira

Não - -

Sala Reunião 2 5,64 0,37 5,28 - -

Sim 1 ar condicionado

5,38 kW

B

Sala Gerência 4,29 0,37 3,52 0,34 1 frigobar

Sim 1 ar condicionado

3,52 kW

B

Circulação Gerência 1,20 0,92 - 0,28 - Não - -

WC Fem 2 0,37 0,37 - - - Não - -

WC Masc 2 0,37 0,37 - - - Não -

Hall PA 2 0,92 0,92 - - - Não - -

Sala Reunião 1 1,16 0,74 -

0,01 1 datashow, 2

televisores, 1 telefone para audioconferência

Não

-

-

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162

APÊNDICE V – TABELA DE PONTUAÇÃO PARA O ÍNDICE DE

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO AMBIENTE

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163

APÊNDICE VI – QUESTIONÁRIO SOBRE A PERCEPÇÃO DOS

FUNCIONÁRIOS DO PRÉDIO ADMINISTRATIVO

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164

Universidade do Vale do Itajaí

CTTMar – Engenharia Ambiental

Prezado(a) Colaborador,

Estamos realizando uma pesquisa sobre o uso energético deste Terminal Portuário, visando identificar os usos da energia e formas de melhorar o desempenho energético. A análise cuidadosa das características quantitativas e qualitativas pode melhor definir o perfil do ambiente que trabalhamos. Portanto, sua contribuição é muito importante.

PERFIL DO COLABORADOR

A) Idade: ( ) Até 20 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos

( ) Mais de 41 anos

B) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

C) Escolaridade: ( ) Fundamental ( ) Médio Incompleto

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165

( ) Médio ( ) Superior Incompleto ( ) Superior

( ) Pós Graduação

D) Tempo em que trabalha na empresa:

( ) Menos de 1 ano ( ) 1 a 2 anos ( ) 2 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos

( ) Mais de 10 anos

E) Setor/Área em que trabalha:

*Térreo

( ) Ambulatório ( ) Almoxarifado ( ) Cozinha/Refeitório ( ) PCS

( ) Vigilância ( ) Vestiário

*1º piso

( ) CPD/CFTV ( ) Comercial ( )

*2º piso

( ) PVA ( ) Kit Festa ( ) Estoque ( ) Gerência

( ) RH ( ) Meio Ambiente ( ) Comercial

AVALIAÇÃO DO USO E CONSUMO DE ENERGIA

1) Na sua opinião, quanto a iluminação Artificial (lâmpadas) do setor:

Esta é:

( ) excessiva ( ) regular ( ) insatisfatória

No que se refere a localização de lâmpadas, esta é:

( ) adequada ( ) regular ( ) ruim

2) Quanto à iluminação natural do setor

A iluminação natural produz ofuscamento (raios solares atingem o ambiente interno

refletindo nos olhos dos funcionários)?

( ) sim ( ) não

Em caso afirmativo, o ofuscamento ocorre aproximadamente em qual horário?

( ) 8 às 10h ( ) 10 às 13h ( ) 13 às 16h ( )16 às 18h

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166

3) Quanto à integração luz natural e artificial no setor

Na sua opinião, as janelas possuem tamanho adequado em relação a área da sala?

( ) sim ( ) não

O local de trabalho (mesas e computadores) está posicionado perpendicular às janelas?

( ) sim ( ) não

Você considera que o seu equipamento de trabalho está localizado no local adequado da

sala?

( ) sim ( ) não

Alguma vez houve a discussão sobre a disposição do mobiliário no local de trabalho?

( ) sim ( ) não

Caso positivo, este foi devido à insuficiência de conforto visual?

( ) sim ( ) não

4) Quanto à ventilação natural do setor

O corredor que dá acesso à sala é aberto para ambientes externos?

( ) sim ( ) não

A ventilação natural dentro da sala, com as portas e janelas abertas é:

( ) excessiva ( ) satisfatória ( ) insatisfatória

5) Quanto à ventilação mecânica do setor (ar condicionado, ventilador)

Há ventilação mecânica?

( ) sim ( ) não

A quantidade de ventiladores ou ar condicionados é:

( ) excessiva ( ) satisfatória ( ) insatisfatória

A localização de ventilador ou ar condicionado é:

( ) adequada ( ) regular ( ) ruim

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6) Quanto à setorização do setor (divisão e localização de interruptores para ligar-desligar

lâmpadas,ventiladores, ar condicionado)

Existem interruptores para ligar-desligar lâmpadas, ventiladores e aparelhos de ar

condicionado de forma setorizada no ambiente?

( ) sim ( ) não

A localização de interruptores para ligar-desligar lâmpadas, ventiladores e

aparelhos de ar condicionado é:

( ) adequada ( ) regular ( ) ruim

Você acredita que a instalação de sistemas de controles pode ajudar no uso racional e

eficiente de energia, economizando energia elétrica?

( ) sim ( ) não

7) Aspectos comportamentais dos colaboradores

Quando saem para o almoço, desliga o computador?

( ) sim ( ) não

Você deixa a luz acesa quando sai de um ambiente?

( ) sim ( ) não

Quando a ventilação natural é satisfatória, o ventilador e ar condicionado são desligados?

( ) sim ( ) não

8) Importância do gerenciamento de energia

Na sua opinião o gerenciamento da energia é algo importante para a empresa?

( ) sim ( ) não

Caso sua respondeu sim na questão anterior: Por quê?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

_____________________________________________________

Você já participou de alguma formação (curso/palestra/seminário) voltada ao tema

“Energia/Consumo de Energia” na empresa em que trabalha?

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168

( ) sim ( ) não

Com relação à questão anterior, você gostaria de participar de alguma formação referente

ao tema Energia?

( ) sim ( ) não

APÊNDICE VII – CARTILHA DO SGE PARA CONSCIENTIZAÇÃO

DOS FUNCIONÁRIOS

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