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Universidade Paulista Brasília Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia Núcleo de Arquitetura e Urbanismo Curso de Arquitetura e Urbanismo: Trabalho Final de Graduação (Anteprojeto) BIOARQUITETURA COMO MATERIALIZAÇÃO ESTÉTICA DA ECOLOGIA HUMANA Autor : Talhira Almeida Macedo Orientador: Nilo Serpa Brasília - DF 2013

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Page 1: Tfg Np1 Novo

Universidade Paulista – Brasília

Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia

Núcleo de Arquitetura e Urbanismo

Curso de Arquitetura e Urbanismo:

Trabalho Final de Graduação (Anteprojeto)

BIOARQUITETURA COMO MATERIALIZAÇÃO ESTÉTICA DA ECOLOGIA

HUMANA

Autor : Talhira Almeida Macedo

Orientador: Nilo Serpa

Brasília - DF

2013

Page 2: Tfg Np1 Novo

2

TALHIRA ALMEIDA MACEDO

BIOARQUITETURA COMO MATERIALIZAÇÃO ESTÉTICA DA ECOLOGIA

HUMANA

Monografia apresentada ao curso de

graduação em Arquitetura e Urbanismo

da Universidade Paulista de Brasília, como

requisito parcial para obtenção do título

de Arquiteto e Urbanista.

Orientador: Nilo Serpa

Co-Orientador: Leonardo Inojosa

Brasília

2013

Page 3: Tfg Np1 Novo

3

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente à minha família, que desde sempre acompanham,

incentivam e colaboram para meu crescimento pessoal, principalmente ao meu filho

Matheus Kainê, que ao longo destes cinco anos, se manteve paciente, atencioso e

amoroso, me fazendo crer no amor incondicional e me incentivando cada vez mais a

correr atrás dos meus ideais de vida, mostrando que o amor realmente move

montanhas. Ao meu namorado Arnaldo que se manteve presente e colaborativo

durante as noites mal dormidas. A todos os docentes que de uma forma ou de outra,

deixaram marcas eternas na minha vida através do conhecimento transferido. As

amigas, Natália Maria e Nayara Cerqueira, cujo apoio e cumplicidade foram

fundamentais nesta longa caminhada. Gratidão hoje e para todo o sempre

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4

"Na natureza nada se cria, nada se perde,

tudo se transforma."

(Antoine Lavoisier)

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta projetual e conceitual de um de condomínio eco urbano, que visa à integração das habitações humanas ao meio ambiente local, buscando técnicas alternativas que possibilitam minimizar o impacto tanto ambiental quanto econômico e social, decorrente da urbanização nas cidades, através principalmente do uso passivo dos recursos disponíveis na natureza.

Palavras-chave: arquitetura ecológica, sustentabilidade, recursos naturais.

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6

ABSTRACT

The present study aims to present a proposal and conceptual design of an urban eco

condominium, which aims at integrating the human habitations to the local environment,

seeking alternative techniques that make it possible to minimize the impact as much

economic and social as well as environmental, due to urbanization in the cities, mainly

through passive use of the resources available in nature.

Key words: ecological architecture, sustainability, natural resources.

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7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Mapa Conceitual da dependência da sociedade sobre o ambiente

natural (Fonte: SITE Energia e Habitabilidade) ..................................................... 14

Figura 2. Isométrico com curvas de nível a cada 5 metros de altura (Fonte:

Desenho de RC Brogna e J Francisco, 2007) ....................................................... 16

Figura 3. Implantação da Ecovila Clareando (Fonte: SITE CLAREANDO) ......... 17

Figura 4. Casa terracota. (Fonte: SITE CLAREANDO) .......................................... 19

Figura 5. Toras de eucalipto usadas como estrutura. (Fonte: SITE

CLAREANDO) .......................................................................................................... 19

Figura 6. Paredes feitas de tijolos de adobe. (Fonte: SITE CLAREANDO) ......... 20

Figura 7. Parede externa, com tinta de terracal. (Fonte: SITE CLAREANDO) .... 20

Figura 8. Estrutura do telhado e forro. (Fonte: SITE CLAREANDO) ................... 21

Figura 9. Piso feito com madeira de demolição. (Fonte: SITE CLAREANDO) ... 22

Figura 10. Lago artificial para captação das águas das chuvas. (Fonte: SITE

CLAREANDO) .......................................................................................................... 22

Figura 11. Sistema de Captação de água de chuva. (Fonte: SITE CLAREANDO)

.................................................................................................................................. 23

Figura 12. Casa "Toca do Tatu" construída na Ecovila Clareando (Fonte: SITE

CASA CLAUDIA) ...................................................................................................... 23

Figura 13. Fundação da casa "Toca do Tatu". (Fonte: SITE CASA CLAUDIA) .. 24

Figura 14. Paredes erguidas com técnicas de superadobe. (Fonte: SITE CASA

CLAUDIA) ................................................................................................................. 24

Figura 15. Paredes erguidas com técnicas de superadobe. (Fonte: SITE CASA

CLAUDIA) ................................................................................................................. 25

Figura 16. Corte “genérico” das vias da Ecovila indicando os materiais usados.

(Fonte: R.C. BROGNA e J. FRANCISCO, 2007) ..................................................... 26

Figura 17 e 18. Piso intertravado e piso com cascalho (Fonte: R.C. BROGNA e

J. FRANCISCO, 2007). ............................................................................................. 26

Figura 19 e 20. Canaleta de concreto e valeta gramada (Fonte: R.C. BROGNA e

J. FRANCISCO, 2007). ............................................................................................. 27

Figura 21. Casa Pouso Alto, Gesto Arquitetura. (Fonte: Revista AU ed. 162

Set/2007)................................................................................................................... 28

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Figura 22. Referências de habitação indígena. Novaes, Sylvia C. - Habitações

Indígenas. Nobel/EDUSP - 1983. Corte Longitudinal (Fonte: Revista AU ed. 162

Set/2007)................................................................................................................... 28

Figura 23. Implantação com planta baixa da casa Pouso Alto. (Fonte: Revista

AU ed. 162 Set/2007) ............................................................................................... 29

Figura 24. Corte no terreno. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007) ..................... 29

Figura 25. Elevação (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007) .................................. 30

Figura 26. Jardim interno de mata nativa. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

.................................................................................................................................. 30

Figura 27 e 28. Estruturas da casa. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007) ........ 31

Figura 29. Passarela. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007) ................................ 31

Figura 30. Área de Lazer. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007) ......................... 32

Figura 31. Casa Entre Muros. (Fonte: REVISTA AU, ed.210, Set/2011)............... 33

Figura 32. Implantação da casa entre muros (Fonte: SITE PLATAFORMA

ARQUITECTURA) .................................................................................................... 34

Figura 33. Planta baixa, fachada frontal e posterior. (Fonte: SITE AL BORDE

ARQUITETURA). ...................................................................................................... 35

Figura 34. Planta baixa e cortes. (Fonte: REVISTA AU, ed. 210, Set/2011) ........ 36

Figura 35. Esquemático da estrutura (Fonte: REVISTA AU, ed. 210, Set/2011) . 37

Figura 36. Foto construção por David Barrágan. (Fonte: SITE PLATAFORMA

ARQUITECTURA) .................................................................................................... 37

Figura 37 e 38. Materiais rústicos utilizados. (Fonte: SITE AL BORDE

ARQUITETURA) ....................................................................................................... 38

Figura 39 e 40. Fachada frontal e estudo de incidência solar. (Fonte: SITE

ENERGIA e HABITABILIDADE) .............................................................................. 38

Figura 41. Orientação da ventilação. (Fonte: SITE ENERGIA e

HABITABILIDADE) ................................................................................................... 39

Figura 42. Representação do conforto térmico. (Fonte: SITE ENERGIA e

HABITABILIDADE) ................................................................................................... 39

Figura 43 e 44. Fotos que representam a entrada de luz e aberturas para

ventilação. (Fonte: SITE ENERGIA e HABITABILIDADE) ..................................... 39

Figura 45. Desenho explicativo do uso da terra. (Fonte: SITE ENERGIA e

HABITABILIDADE) ................................................................................................... 40

Figura 46. Localização do terreno no Distrito Federal. (Fonte: Google Earth) .. 41

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9

Figura 47. Entorno Imediato do Terreno. (Fonte: Google Earth) ......................... 41

Figura 48. Jardim Botânico de Brasília (Fonte:SITE LOBO GUARÁ MTB .......... 42

Figura 49. ESAF (Fonte: SITE Leonardo Finotti)................................................... 42

Figura 50. Ponte JK Brasília (Fonte: SITE Giodeoni Maran) ................................ 42

Figura 51. Parque Ermida Dom Bosco Brasília (Fonte: SITE Cidade Brasília) .. 42

Figura 52. Mapa zoneamento PDOT inicial. (Fonte: SITE SEDHAB) ................... 43

Figura 53. Mapa zoneamento PDOT, segundo projeto de Lei Complementar

803/2009. (Fonte: SITE SEDHAB) ........................................................................... 45

Figura 54. Relações funcionais do projeto ........................................................... 48

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTO .................................................................................................... 3

RESUMO ..................................................................................................................... 5

ABSTRACT ................................................................................................................. 6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ......................................................................................... 7

SUMÁRIO ................................................................................................................. 10

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

1.1. Justificativa e problemática ...................................................................... 12

1.2. Objetivo ....................................................................................................... 12

1.2.1. Objetivo geral ....................................................................................... 12

1.2.2. Objetivo específico .............................................................................. 12

2. CONCEITUAÇÃO .............................................................................................. 12

2.1. Ecologia Humana ....................................................................................... 13

2.2. Arquitetura Ecológica ................................................................................ 13

2.3. Arquitetura Sustentável ............................................................................. 13

3. CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................... 14

4. ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 14

4.1 Ecovila Clareando .......................................................................................... 15

4.2 Casa Pouso Alto ............................................................................................ 27

4.3 Casa Entre Muros .......................................................................................... 33

5. LOCAL DE INTERVENÇÃO .............................................................................. 40

5.1. Localização: ................................................................................................ 40

5.1. Entorno Imediato: ....................................................................................... 41

5.2. Legislação:.................................................................................................. 43

6. PROPOSTA ....................................................................................................... 46

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11

6.1. Descrição do programa de necessidade .................................................. 46

6.1.1. Áreas de uso comunitário ................................................................... 46

6.1.2. Áreas de moradia: ............................................................................... 47

6.1.3. Áreas de preservação do ambiente natural: ..................................... 47

6.2. Diagrama Funcional: .................................................................................. 48

6.3. Áreas Distribuídas no terreno: .................................................................. 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 49

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12

1. INTRODUÇÃO

1.1. Justificativa e problemática

1.2. Objetivo

1.2.1. Objetivo geral

Analisar a dialética que relaciona o crescimento urbano com a qualidade de

vida nas cidades, buscando alternativas de habitações que se integrem ao meio

ambiente de maneira orgânica, isto é, edificações que se adaptem ao meio pela

consideração de aspectos biológicos no próprio processo construtivo (biologia dos

materiais, biologia da adequação ambiental, etc.). Essa análise mostrará que a

bioarquitetura pode se fazer presente de diversas maneiras na concepção de um

projeto, incorporando os elementos presentes na natureza de forma harmoniosa

com o homem.

1.2.2. Objetivo específico

1. Analisar as abordagens da ecologia humana que englobam questões de

crescimento populacional, fatores de estresse ambiental e formas utilizadas para

contornar tais problemas.

2. Contextualizar as tipologias construtivas ecológicas e sustentáveis.

3. Apresentar uma proposta para um projeto arquitetônico de cunho residencial, que

visa agregar valores ambientais e de menor impacto, resgatando a ideia de convívio

social harmonioso entre o homem e a natureza.

2. CONCEITUAÇÃO

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13

2.1. Ecologia Humana

É um estudo de abordagem ampla dos aspectos da variabilidade humana

sobre a terra, com bases antropológicas, culturais e ambientais.

2.2. Arquitetura Ecológica

A expressão “arquitetura ecológica” significa integração à paisagem,

buscando de certo modo referenciar uma camuflagem visual que provoque menor

impacto a partir da concepção de harmonia entre homem e natureza, fazendo uso,

sempre que possível, de materiais que estejam ao alcance no próprio local da

construção.

2.3. Arquitetura Sustentável

Um sistema construtivo que garante permanência e praticidade de

manutenção, promovendo alterações controladas no entorno, de forma a atender as

necessidades de habitação do homem moderno e a preservar o meio ambiente e os

recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras

[IDHEA].

Existem premissas específicas para os conceitos de uma arquitetura sustentável,

que visam manter ou reproduzir as características do meio ambiente no qual o

projeto será inserido, que são:

Planejamento e gerenciamento da obra segundo as melhores práticas;

Aproveitamento passivo dos recursos naturais;

Eficiência energética (aproveitamento da luz, natural ou artificial);

Gestão e economia da água;

Gestão dos resíduos na edificação (no ambiente em construção ou

construído);

Qualidade do ar e do ambiente interior;

Conforto termoacústico;

Uso racional de materiais

Uso de produtos e tecnologias ambientalmente “amigáveis” (que procuram

reutilizar, reciclar ou impactar da menor forma possível).

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3. CONTEXTUALIZAÇÃO

No estudo sobre a ecologia humana, é importante salientar que existem duas

abordagens que visam explicar comportamentos dos seres ao meio, a psicologia

ecológica e psicologia ambiental. Sendo que a psicologia ecológica busca

compreender as relações entre os tipos de unidades ambientais e comportamentos

comuns, com a relação de que pelo menos algumas dessas unidades ambientais

têm “grande poder de coerção sobre os comportamentos que ocorrem dentro dela”

(Baker, 1968)

Figura 1. Mapa Conceitual da dependência da sociedade sobre o ambiente natural (Fonte: SITE Energia e Habitabilidade)

4. ESTUDO DE CASO

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Até onde foi pesquisado, não se encontrou um exemplo específico que

ilustrasse a presente proposta. A maior parte das referências recai sobre aspectos

isolados dos princípios gerais aqui considerados.

4.1 Ecovila Clareando

Ficha técnica:

- Localização: Piracaia /SP

- Endereço: Estrada Municipal Querência, Km 3 – Bairro do Dandão;

- Número de Lotes: 97 unidades;

- Área do terreno: 242.000,00m² (10 alqueires);

- Área Verde total: 81.506,20m², cerca de 50.717,53m² de mata preservada e

30.788,67m² de reflorestamento

- Área do sistema de vias; 27.303,04m²

- Áreas de Vielas: 918,39m²;

- Área institucional: 12.100,00m²;

- Área de Lotes: 120.303,04m²;

- Nascentes no Local: 5;

A localização da Ecovila na cidade de Piracaia encontra-se em Área de

Preservação Ambiental (APA) e em zona rural de expansão urbana, com distância

aproximada de 14 km do centro da cidade.

A Ecovila Clareando foi idealizada pelo engenheiro agrônomo Edson Hiroshi

Seó, que buscou fundamentar seu sonho como uma forma de expansão do

acampamento de educação ecológica chamado de Acampamento Franciscando,

cujos nomes buscam homenagear Santa Clara e São Francisco de Assis, este

último considerado o Padroeiro dos ecologistas.

Os lotes possuem cerca de 1.000m² a 1.400m², com infraestrutura

necessária, como ruas, sarjetas, captação de águas pluviais, energia elétrica e água.

No caso do sistema de coleta de esgoto, cada morador deve ser responsável pelo

tratamento e disposição final deste resíduo, buscando formas alternativas tais como

o sistema de filtro ecológico. O terreno possui uma topografia com declividades

suaves em algumas partes, dois vales de córregos e um mirante natural.

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16

Figura 2. Isométrico com curvas de nível a cada 5 metros de altura (Fonte: Desenho de RC Brogna e J Francisco, 2007)

O fundador escolheu criar áreas distintas entre o uso privado e uso comum,

mas busca integrar o convívio social através de encontros festivos, cursos,

piqueniques, além da associação de moradores que frequentemente se encontram,

para tanto será construído um centro comunitário visando agregar ainda mais este

valor tão esquecido na sociedade atual.

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17

Figura 3. Implantação da Ecovila Clareando (Fonte: SITE CLAREANDO)

A Ecovila possui diversas normas construtivas elaboradas pelo Departamento

de Urbanização e Fiscalização da Clareando – DUFIC e consta no contrato ou

escritura de compra e venda aos interessados. Essas normas devem ser seguidas e

envolvem principalmente as questões ecológicas de baixo impacto ambiental,

conforme demonstrado a seguir, compondo algumas das principais exigências e

recomendações.

· Edificações: Construção de somente uma residência familiar por lote,

constituída de até dois prédios, sendo um de residência com área superior a

80 m² e outro destinado à edícula;

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· Recuos: Para lotes de meio de quadra: Frontal=6,00m; Fundos=3,00m e

Laterais=2,00m; Para lotes de esquina: Para ambas as ruas =6,00m e

Fundos=2,00m;

· Índices Urbanísticos: Taxa de Ocupação máxima de 30%; Coeficiente de

Aproveitamento máximo de 60%; Taxa de Impermeabilização máxima de

35%; Taxa de área permeável mínima de 30%;

· Gabarito: Edifícios não poderão ultrapassar 2 pavimentos; Será permita a

construção de garagem no recuo frontal, desde que a cobertura vegetal

ornamental (“cerca viva”);

· Taludes e aterros: Não poderão exceder 3m e deverão ser protegidos por

grama;

· Remembramento e desmembramento: É permitida a anexação de mais de um

lote pelo comprador, e em caso de desdobro posterior os lotes devem voltar a

sua configuração original;

· Árvores: Para cada árvore que for suprimida o proprietário deve plantar duas

árvores como compensação; Em cada lote deve ser plantada no mínimo três

árvores de essências nobres;

· Restrições: é vedada à utilização nas construções de: madeiras nobres,

madeiras tratadas com produtos tóxicos, madeiras de origem não certificadas,

tubulações de PVC, condutores de PVC, fiação elétrica com isolante a base

de PVC, e produtos que contenham amianto;

· Recursos matérias e energéticos: é exigida a captação das águas pluviais e

reutilização em fins não potáveis e a recomendado o uso de fontes de energia

renováveis (DUFIC, [S.I.]).

As casas atualmente construídas utilizaram recursos naturais e materiais

reciclados como forma de amenizar o impacto ambiental. São basicamente

constituídas com tijolos de adobe ou solocimento, pau-a-pique, estrutura de toras de

eucalipto, acabamento em terra esterco, pintura de terracal, forros térmicos de lona

e bambu, vidros reaproveitados, entre outros. Possuem sistemas de captação de

água de chuva e tratamento de esgoto e visam ter aquecimento solar de água,

conforme modelos já vistos em duas casas da ecovila.

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19

A casa Terracota feita pela Arquiteta Monika Grond e idealizada por Edson

Hiroshi serve de modelo para muitas técnicas de construções alternativas utilizadas

na ecovila.

Figura 4. Casa terracota. (Fonte: SITE CLAREANDO)

A seguir estão algumas destas técnicas:

a) Estrutura: Toras de Eucalipto são utilizadas como base estrutural e cerca de

100% desta madeira vem de áreas de reflorestamento, com o corte bem feito

e que seja bem tratado, possui grande resistência e durabilidade. Seu

acabamento é feito com óleo velho de carro queimado, que conforme Edson

relata, este produto tem grande impacto ambiental se descartado de forma

inadequada, e assim encontrou um meio para seu reuso, que visa conservar

a madeira e também evitar cupins, além de possuir outras qualidades.

Figura 5. Toras de eucalipto usadas como estrutura. (Fonte: SITE CLAREANDO)

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b) Paredes: Tijolos de Adobe, material que possui baixo impacto ambiental por

ser constituído de terra, subsolo esterco e areia, muitas das vezes

encontrados no próprio terreno ou na região, além de possuir baixo custo.

Após a mistura dos materiais, os tijolos secam naturalmente dentro de moldes

de madeira retangular. O reboco por sua vez é constituído de Terraesterco,

tendo o esterco à função de impedir que o acabamento trinque.

Figura 6. Paredes feitas de tijolos de adobe. (Fonte: SITE CLAREANDO)

c) Pintura: Tinta de terracal, feita de terra e cal podendo ter cores diversificada

pela ecovila possuir cinco tonalidades de terra diferentes, como amarelo,

salmão, vermelho, bege e branco. Possui uma característica hidrofugante,

isto é, ao mesmo tempo em que “respira”, não deixa penetrar água. Para

impermeabilização externa da parede é utilizado baba de cacto.

Figura 7. Parede externa, com tinta de terracal. (Fonte: SITE CLAREANDO)

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21

d) Telhado: Telhas de papelão reciclado e resina asfáltica são industrializadas e

ecológicas sendo menos agressivas que o amianto, são montadas em

camadas, vindo primeiramente as telhas, em seguida finas ripas de madeiras

transversais e depois uma manta aluminizada que possui a função de

proteger contra vazamentos e refletir o calor, dispostos sobre uma armação

de ferro que dão o formato curvo no sentido da telha, ficando ainda sobre

pequenas toras transversais que cobrem a casa. O forro é feito de bambu,

que também auxilia na função térmica.

Figura 8. Estrutura do telhado e forro. (Fonte: SITE CLAREANDO)

e) Piso: Madeiras de demolição em partes da casa, como os tacos nas salas e

nos quartos, causando assim menor impacto ambiental, já que reutiliza a

madeira ao invés de adquirir novas.

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22

Figura 9. Piso feito com madeira de demolição. (Fonte: SITE CLAREANDO)

f) Captação de águas das chuvas: Pequeno lago artificial à frente da varanda,

além de um reservatório subterrâneo com sistema que filtra a água captada,

podendo esta ser utilizada para descargas, lavagem de carros, irrigação de

pequenas horas , entre outras finalidades. O telhado da casa recebe mais de

180 mil litros de água limpa por ano, a captação desta água ajuda para que

não haja erosões nos terrenos abaixo da ecovila.

Figura 10. Lago artificial para captação das águas das chuvas. (Fonte: SITE CLAREANDO)

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23

Figura 11. Sistema de Captação de água de chuva. (Fonte: SITE CLAREANDO)

Outro exemplo de casa na ecovila é a chamada “Toca do Tatu”, idealizada

pelo bioconstrutor Angelo Negri e sua esposa Débora Leite, com auxílio da arquiteta

Bianca Joaquim esta edificação recebeu o prêmio planeta casa em 2012, na

categoria projeto arquitetônico.

Figura 12. Casa "Toca do Tatu" construída na Ecovila Clareando (Fonte: SITE CASA CLAUDIA)

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24

O projeto foi construído em 10 meses e possui uma área de 120m², dispondo

de poucos recursos, Angelo buscou integrar alternativas das técnicas de

biocontrução, tais como superadobe , ou terra ensacada, onde se emprega terra

encontrada no próprio terreno dentro de sacos, no caso sacolas de ráfia, para

compor a estrutura. Utilizando esta técnica pôde erguê-las sozinho, com poucos

ajudantes na obra.

Figura 13. Fundação da casa "Toca do Tatu". (Fonte: SITE CASA CLAUDIA)

Figura 14. Paredes erguidas com técnicas de superadobe. (Fonte: SITE CASA CLAUDIA)

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25

As paredes constituídas por esse tipo de material possui um excelente custo

benefício, podendo ser acessível a todas as classes sociais. Geram assim poucos

resíduos, o que mantém o canteiro de obras limpo, causando menor impacto

ambiental.

Figura 15. Paredes erguidas com técnicas de superadobe. (Fonte: SITE CASA CLAUDIA)

Entre outras características, a orientação foi pensada para o aproveitamento

máximo da luz natural, com aberturas de vidro na parte superior da sala,

proporcionando um menor gasto na energia elétrica, contando também com um

sistema de tratamento de esgoto doméstico, captação de águas das chuvas e

aquecedores solar.

A urbanização da ecovila possui um traçado de vias com malha fechada, que

é altamente econômico, além de aumentar a segurança dos pedestres nas

proximidades das terminações, aproveita melhor a topografia do local (MASCARÓ,

1994).

Com vias de 12 metros juntamente com as calçadas, pavimentadas com piso

intertravado, que permite permeabilidade das águas, em áreas com maior

declividade e com cascalhos em áreas com menor declividade. (Ver figuras 15, 16 e

17)

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26

Figura 16. Corte “genérico” das vias da Ecovila indicando os materiais usados. (Fonte: R.C. BROGNA e J. FRANCISCO, 2007)

Figura 17 e 18. Piso intertravado e piso com cascalho (Fonte: R.C. BROGNA e J. FRANCISCO, 2007).

O sistema de drenagem é feito por canaletas “V” de concreto pré-moldado

que levam até as bocas de lobo que distribui as águas para os vales. Em algumas

áreas foram feitas valetas gramadas ao longo de algumas divisas entre calçadas e

lotes, interrompendo o fluxo da drenagem natural (R.C. BROGNA e J. FRANCISCO,

2007).

Page 27: Tfg Np1 Novo

27

Figura 19 e 20. Canaleta de concreto e valeta gramada (Fonte: R.C. BROGNA e J. FRANCISCO, 2007).

4.2 Casa Pouso Alto

Ficha técnica:

- Autores: Newton Massafumi Yamato e Tânia Regina Parma

- Colaborador: Wilson Pombeiro

- Equipe: Marcio Tanaka, Paula A. Frasca, Paulo Rogério Silva

- Cálculo estrutural: Yopanan C. Rebello

- Construção: Construtora Porfírio e Plaza

- Execução da estrutura metálica: Perlex

- Proteção da estrutura metálica: Alfredo Nogueira - Pint Tecnologia de Pintura

- Execução das passarelas: José Pilon e Eduardo Albuquerque

- Execução das peças metálicas das passarelas: Carlos Augusto - Staferro

- Paisagismo: Gil Fialho

Dados da obra:

- Localização: São Sebastião/SP

- Área construída da casa principal: 237,16 m²

- Área construída da casa do caseiro e serviços: 181,60 m²

- Área de lazer: 184,45 m²

- Piscina: 176,38 m²

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- Passarelas, rampas e escadas: 242,45 m².

Figura 21. Casa Pouso Alto, Gesto Arquitetura. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

Seus idealizadores os arquitetos Newton Massafumi e Tânia Regina Parma

são empenhados na produção de edifícios ecológicos e inseriram os princípios da

arquitetura sustentável no projeto, integrando assim a natureza, buscando inspiração

na arquitetura indígena. Assim a edificação acaba por incorporar- se na paisagem

natural, feita de estrutura metálica, madeira e concreto, é elevada do solo adaptada

à topografia do terreno e as paredes, tetos e partes do piso são de vidros, o que

permite total visualização da mata que a cerca.

Figura 22. Referências de habitação indígena. Novaes, Sylvia C. - Habitações Indígenas. Nobel/EDUSP - 1983. Corte Longitudinal (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

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29

A princípio a estrutura da casa seria projetada em madeira, mas por falta de

material certificado na época essa opção foi descartada e substituda pelo aço

corten.

A casa é formada por volumes arquitetônicos envidraçados suspensos do

solo e interligados por passarelas. É em partes envolvido por uma cobertura de

piaçava curva, inspirada nas ocas indígenas que permite a circulação de ar

auxiliando no conforto térmico. Possui uma abertura no topo que admite a entrada

de luz direta para o jardim de vegetação nativa.

Figura 23. Implantação com planta baixa da casa Pouso Alto. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

Figura 24. Corte no terreno. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

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Figura 25. Elevação (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

Figura 26. Jardim interno de mata nativa. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

A construção é sustentada por apenas quatro pilares de aço centrais,

apoiados em sapatas isoladas de concreto. Grosso modo, a estrutura é composta

por duas grelhas metálicas em balanço, suspensas por tirantes ancorados nos

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pilares metálicos. As grelhas, por sua vez, são formadas por vigas-vagão e

preenchidas por placas de concreto celular, configurando as lajes (REBELLO Y,

2007).

Figura 27 e 28. Estruturas da casa. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

Buscou-se ornamentar a passarela de forma ôrganica, feita de madeira e

sustentada por colunas de piquiá, buscando métodos criativos que remetem aos

arquiteto catalão Antoni Gaudí e pelo alemão Frei Otto. Esta passarela também

possui a função de interligar a casa à área de lazer, construída em concreto armado

na outra margem do terreno.

Figura 29. Passarela. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

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Esta área de lazer é constituída de sauna, sala de ginástica, salão de jogos e

piscina com borda infinita cheia com água do rio Pouso Alto, o qual dá origem ao

nome da casa, sendo esta água constantemente renovada, dispensando tratamento

químico, o que permite que a mesma possa voltar para o rio.

Figura 30. Área de Lazer. (Fonte: Revista AU ed. 162 Set/2007)

A estrutura da área de lazer é composta por quatro pilares que sustentam

uma laje “bandeja”, na qual existe um teto verde. No interior da "bandeja", em vez do

sistema caixão-perdido, optou-se pela construção de duas vigas menores que

percorrem toda a extensão da laje, configurando um miolo oco. "Além de sustentar o

teto verde, essas vigas serviram como recursos para reduzir a altura da laje, que

vence 20 m de vão, tem 8 m de largura e 0,8 m de altura" (Y. Rebello, 2007)

No caso do sistema de esgoto, optou-se por ser doméstico no qual este

resíduo líquido é tratado por um filtro biológico septo difusor, onde as bactérias

anaeróbias e biológicas decompõem a matéria orgânica por completo, deixando-o

livre de impurezas podendo ser depositado no solo por valas drenantes

subterrâneas, compostas de areia e brita.

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33

4.3 Casa Entre Muros

Ficha técnica:

- Localização: Tumbaco, Quito - Equador

- Arquitetura: Al Borde – David Barragán e Pascual Gangotena

- Cliente: Carla Flor

- Assessoria Técnica: Arquiteto Bolívar Romero, especialista em construções com

terra.

- Construção: Miguel Ramos

- Colaboração: Estefanía Jácome e José Antonio Vivanco

Dados da obra:

- Superfície terreno: 5000 m²

- Superfície construída: 180 m²

- Projeto: 2007

- Construção: 2007 – 2008

A elaboração do projeto cresceu aliada principalmente ao desejo de

integrar um espaço que pudesse estar em harmonia com a natureza, buscando bons

exemplos que agregam a sustentabilidade com arquitetura de qualidade. Como

resultado, os autores trouxeram a concepção de utilizar técnicas de arquitetura

vernacular aliadas a técnicas contemporâneas.

Figura 31. Casa Entre Muros. (Fonte: REVISTA AU, ed.210, Set/2011)

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O projeto é implantado em um terreno íngreme e acidentado, ao lado do

vulcão Ilaló, delimitado por dois riachos, com vista aberta para o vale. Para que a

implantação da casa pudesse ser possível, foi feito um corte no terreno em declive,

gerando um platô de 35 metros de comprimento por 6 metros de largura, tendo

assim matéria prima suficiente para gerar as paredes, como a construção dos muros

portantes da residência, levantados através da técnica da taipa de pilão, uma

mistura de terra e palha, apiloada com estacas de madeira. Esta tipologia

construtiva, além de ter baixo impacto energético, também auxilia na regulação da

umidade e temperatura, trazendo conforto térmico para seu interior.

Figura 32. Implantação da casa entre muros (Fonte: SITE PLATAFORMA ARQUITECTURA)

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Ao compreender que a intenção do partido era construir uma moradia de 180

m² para uma família composta por indivíduos independentes, com a criação de

espaços individuais em todos os lugares da casa, através de diferentes alturas das

paredes, estas não sendo paralelas e com circulação separada na parte posterior da

construção. A implantação linear criou umas espécies de refúgios autônomos, com

aberturas voltadas para a vista em direção ao vale, isolada dos vizinhos imediatos.

Figura 33. Planta baixa, fachada frontal e posterior. (Fonte: SITE AL BORDE ARQUITETURA).

Na entrada da residência se concentra as áreas de convívio social, como

lavanderia, cozinha, sala, entre outros e ao longo do corredor de circulação, as

áreas vão se tornando mais privadas até chegar aos quartos e banheiros. Parte da

parede externa deste corredor é o próprio muro de arrimo que contém o terreno,

tendo também essa circulação à função de afastar os cômodos do contato direto

com o solo úmido.

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36

O orçamento era baixo e a impermeabilização de todo o muro de arrimo,

muito cara. Nossa solução foi separar o muro do piso por um canal, no qual

a água é livremente filtrada do muro, e flui pelo canal. Decidimos que a

água da chuva vinda da cobertura também passaria ali. (BARRÁGAN, 2011,

p.63).

Figura 34. Planta baixa e cortes. (Fonte: REVISTA AU, ed. 210, Set/2011)

Os muros que podem ter alturas de até 3,5 metros e possuem 60cm de espessura feitos de

taipa de pilão, são estruturados com partes maciças de terra de até 1 metro de altura, corroborado

por camadas de 10cm de concreto com malha eletrosoldada, além de vergas com intervalos

constantes que criam amarrações nas lajes.

A laje inferior que recebe a construção tem 10 cm de espessura, também utiliza a malha

eletrosoldada e fica apoiada numa fundação de concreto ciclópico, feito com grandes pedaços de

pedra e solo compactado. Essa variação na estrutura, que também faz o uso de madeira, bambus e

peças de eucaliptos , é o que traz identidade à obra. (Ver figura 33)

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Figura 35. Esquemático da estrutura (Fonte: REVISTA AU, ed. 210, Set/2011)

Figura 36. Foto construção por David Barrágan. (Fonte: SITE PLATAFORMA ARQUITECTURA)

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Grande parte dos materiais, como a terra, o concreto, a madeira e a pedra,

são utilizados sem alterar suas formas naturais, isto é, não recebem nenhum tipo de

acabamento, como o exemplo do forro que foi feito de gravetos de madeira dando

ainda mais rusticidade aos ambientes e deixando-os com aspectos acolhedores.

Figura 37 e 38. Materiais rústicos utilizados. (Fonte: SITE AL BORDE ARQUITETURA)

Entre os aspectos favoráveis presentes nesta edificação citam-se:

Iluminação natural;

Figura 39 e 40. Fachada frontal e estudo de incidência solar. (Fonte: SITE ENERGIA e HABITABILIDADE)

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Ventilação natural passiva;

Figura 41. Orientação da ventilação. (Fonte: SITE ENERGIA e HABITABILIDADE)

Conforto térmico, resultado da regulação de umidade e temperatura por meio dos

muros de taipa;

Figura 42. Representação do conforto térmico. (Fonte: SITE ENERGIA e HABITABILIDADE)

Figura 43 e 44. Fotos que representam a entrada de luz e aberturas para ventilação. (Fonte: SITE ENERGIA e HABITABILIDADE)

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Uso de materiais encontrados na região, para compor muro, paredes entre outros,

com pouca intervenção local;

Figura 45. Desenho explicativo do uso da terra. (Fonte: SITE ENERGIA e HABITABILIDADE)

Tratamento das águas cinzas, das pias e chuveiros para utilização posterior na rega

de plantas. No caso o sistema sanitário foi construído de forma ecológica, não

utilizando água, nem descarga, ou seja, banheiro seco que gera material para

compostagem, produzindo adubo que pode ser utilizado em árvores frutíferas.

5. LOCAL DE INTERVENÇÃO

5.1. Localização:

O local escolhido para implantação do projeto fica no bairro Jardim Botânico, que

se tornou região administrativa (RA XXVIII) do Distrito Federal, em 31 de Agosto de

2004, pela Lei 3.435. Esta região pertencia às fazendas Taboquinha e Papuda, e

recebeu este nome pela proximidade do parque Jardim Botânico de Brasília

localizado no Lago Sul.

A região é caracterizada por concentrar diversos condomínios fechados, em

média 53, divididos entre legalizados e em fase de legalização, segundo a

administração apenas 23 são oficiais.

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Figura 46. Localização do terreno no Distrito Federal. (Fonte: Google Earth)

5.1. Entorno Imediato:

Figura 47. Entorno Imediato do Terreno. (Fonte: Google Earth)

1

2

3

4

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1 – Jardim Botânico de Brasília

Figura 48. Jardim Botânico de Brasília (Fonte:SITE LOBO GUARÁ MTB

2 – Escola Superior de Administração Fazendária (ESAF)

Figura 49. ESAF (Fonte: SITE Leonardo Finotti)

3 – Ponte JK

Figura 50. Ponte JK Brasília (Fonte: SITE Giodeoni Maran)

4 – Parque Ermida Dom Bosco

Figura 51. Parque Ermida Dom Bosco Brasília (Fonte: SITE Cidade Brasília)

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43

5.2. Legislação:

Tomou-se como referência o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do

Distrito Federal (PDOT-DF), que define as diretrizes relacionadas às formas de

ocupação do solo em áreas urbanas, rurais e de aspectos ambientais. Este

instrumento foi aprovado pela Lei Complementar nº 803/2009, que autoriza a revisão

do PDOT e em Agosto de 2012, foi aprovado pela Câmara Legislativa, o projeto de

Lei Complementar nº17/2011, que atualiza o PDOT.

Com isto, o governo poderá concluir o projeto da Lei de Uso e Ocupação do

Solo (LUOS) no Distrito Federal, sendo que a proposta do bairro Jardim Botânico –

RA XXVII, só será elaborada após a regularização desta lei.

Segundo os primórdios do PDOT, a zona na qual se localiza o terreno, era

caracterizada como zona rural de uso controlado. (Ver figura 46)

Figura 52. Mapa zoneamento PDOT inicial. (Fonte: SITE SEDHAB)

TERRENO

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Zona Rural de Uso Controlado:

Estas áreas reunem agro-ecossistemas distintos, relacionados a unidades

territoriais que correspondem às bacias hidrográficas do rio São Bartolomeu, rio

Maranhão, rio Descoberto, rios Alagado e Santa Maria e lago Paranoá, onde

ocorrem declividades acentuadas, bordas de chapada, solos rasos, presença de

mananciais destinados ao abastecimento público, e outras situações de fragilidade

ambiental.

As diferentes áreas rurais situadas nesta zona possuem aspectos de

necessidade em comum, tais como um maior controle do uso e ocupação do solo,

devido às restrições decorrentes de sua sensibilidade ambiental e da necessidade

de proteção dos mananciais destinados ao abastecimento de água da população.

As atividadades desta área englobam:

culturas e criação de subsistência;

atividades de pesquisa avançada ;

turismo rural.

Entretanto para que o uso rural produtivo possa ser realizado, aconselha-se

seguir os aspectos da sustentabilidade ambiental, assegurando assim, a

manutenção da diversidade dos agro-ecossistemas, com valorização de atividades

agro-ecológicas, orgânicas e agroflorestais.

A ausência destas atividades rurais produtivas nas propriedades, com

proximidade aos núcleos urbanos e com acessibilidade ao sistema de transporte, faz

com que estas se tornem suscetíveis às pressões de ocupação urbana.

E foi exatamente o que aconteceu na área onde o terreno está inserido, após

aprovação do projeto de Lei Complementar nº 803/2009, que revisa o PDOT, esta foi

alterada de uso, deixando de ser rural e passando a ser considerada urbana,

conforme pode ser observado no mapa atualizado destas áreas encaminhado a

Câmara Legislativa, sendo assim por não ter sido vetado no projeto de Lei

Complementar nº17/2011, que atualiza o PDOT, a alteração foi autorgada.

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Figura 53. Mapa zoneamento PDOT, segundo projeto de Lei Complementar 803/2009. (Fonte: SITE SEDHAB)

Zona Urbana de Uso Controlado II:

Essa zona reúne áreas de significativa sensibilidade ambiental, que exigem

ocupação e uso urbano disciplinado no sentido de proteger os atributos naturais,

especialmente os solos e os recursos hídricos, superficiais e subterrâneos.

No entanto, apesar da alteração de zoneamento pelo PDOT, os princípios que

permeiam a concepção da proposta, continuam agregando os valores e referências

de proteção do ambiente natural.

TERRENO

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46

6. PROPOSTA

O partido projetual adotado para elaboração da proposta a seguir, levou em

consideração principalmente os fatores relacionados ao meio ambiente e arquitetura,

buscando integrá-los em um condomínio residencial ecológico.

6.1. Descrição do programa de necessidade

A proposta para o condomínio ecológico é idealizada a partir de três áreas

fundamentais: área de uso comunitário, área de moradias e área de preservação do

ambiente natural.

6.1.1. Áreas de uso comunitário

Nestas áreas serão localizados os serviços de uso comum, que visam auxiliar

na organização e convívio social dos moradores e colaboladores. Sendo esta

subdividade em duas outras áreas:

6.1.1.1. Áreas fechadas de vivências que contemplam:

Hall/Recepção: espaço social para controle de acesso de

moradores e visitantes ao condomínio.

Administração: espaço funcional para atividades administrativas,

que se referem à gestão do condomínio.

Apoio: com espaços para almoxarifado, vestiários, banheiros, área

de serviço, lavanderia, sala de descanso, entre outros.

Salão comunitário: espaço destinado para reuniões, festas,

palestras, oficinas, atividades físicas (meditação, yoga, entre outros)

e demais atividades.

Cozinha Comunitária: espaço para uso dos moradores, que visa à

integração social através de almoços, lanches ou jantas, podendo

também receber estes receber visitantes.

Depósitos: espaço destinado para armazenagem de insumos,

materiais e fertilizantes orgânicos;

6.1.1.2. Áreas abertas de vivências que contemplam:

Estacionamentos: espaço para visitantes, trabalhadores e

moradores;

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Praça de lazer: espaço com mobiliário urbano que atenda as

necessidades de seus moradores, tais como parque infantil,

academia ao livre, entre outros;

Composteiras e minhocário: espaços destinados para os resíduos

orgânicos, para obtenção de adubos para vegetação;

Central de resíduos: espaço destinado para coleta seletiva dos

resíduos produzidos no condomínio e residências;

Paisagismo produtivo: Baseados nos princípios da permaculura,

como a agrofloresta;

6.1.2. Áreas de moradia:

As concepções de projetos arquitetônicos desta área serão obrigatoriamente

baseadas no código de obras local do condomínio, dentre os quais serão definidos

os recuos, alturas, posicionamento da edificação em cada lote, áreas livres, acesso

aos lotes, materiais autorizados, sistema de tratamento de efluentes, captação de

água das chuvas, drenagem do terreno, entre outros. Sendo que a proposta

contemplará duas tipologias de projetos residenciais, um de dois e outro de três

quartos.

6.1.3. Áreas de preservação do ambiente natural:

Área restrita, criada para proteger o ambiente natural, preservando as

espécies de vegetação nativa, podendo ser contemplada pelos moradores e

visitantes através de trilhas, desde que não altere suas características ou interfira no

meio.

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6.2. Diagrama Funcional:

Figura 54. Relações funcionais do projeto

6.3. Áreas Distribuídas no terreno:

- Área Moradias

- Estacionamentos

LEGENDA

- Áreas Fechadas

de Vivência

- Áreas Abertas de

Vivência

- Áreas Preservação do Ambiente Natural

- Ruas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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http://www.admjardimbotanico.df.gov.br/ acesso em Abril e Junho de 2013;

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http://www.albordearq.com/cgi/wd/?pg=49, acesso em Abril e Junho de 2013;

ANUÁRIO DO DF: Jardim Botânico. Disponível em:

http://www.anuariododf.com.br/regioes-administrativas/ra-xxvii-jardim-botanico/, acesso em

Maio e Junho de 2013;

BROGNA, Rodrigo C.; FRANCISCO, J. Avaliação Prévia de Um Paradigma Urbano

Emergente: Ecovila Clareando, Piracaia-SP.. Disponível em:

http://www.arquitetura.ufc.br/, acesso em 01 de Junho de 2013;

CASA CLAUDIA. Prêmio Planeta Casa: Ganhadores de 2012. Disponível em:

http://casa.abril.com.br/materia/premio-planeta-casa-vencedores-2012, acesso em 01 de Junho

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Março, Abril e Junho de 2013;

ENERGIA E HABITABILIDADE. Casa Entre Muros. Disponível em:

http://energiayhabitabilidad2013.files.wordpress.com/2013/04/lamina-analisis-casa-entre-

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LUOS. Lei de Uso e Ocupação do SOlo. Disponível em: http://www.luos.df.gov.br/, acesso

em Maio e Junho de 2013;

Page 50: Tfg Np1 Novo

50

REVISTA AU: Ed 162, 2007. Casa Pouso Alto: Gesto arquitetura São Sebastião, SP.

Disponível em: http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/162/artigo60700-1.asp,

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PLATAFORMA ARQUITECTURA: Agosto, 2009. Casa Entre Muros: Al Borde.

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VENÂNCIO, Edward J. , Heliomar. Minha Casa Sustentável: guia para uma construção

responsável . 2. ed. - Vila Velha, ES: Edição do Autor, 2010. 227 p.

KORMONDY, Edward J. Ecologia Humana/Edward J. Kormondy, Daniel E. Brown,

tradução de Max Blum; coordenação editorial da edição brasileira Walter Alves Neves – São

Paulo: Atheneu Editora, 2002.