texto psicologos areas

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Dados Intcrnacionais de Càtâlogação (CIP) (Cânrara Iìrasileira clo Livro, Sì),llrasil) Ín<Ìice para catálogo sistenrático: L BrasiÌ :Psicólogo : FortnaçaÌo Prolissional 150.2398 r 2. Brasil: Psicólogo : Profissão 150.23981 Editol: Anna Elisa de Villenìor Amâ.âl GünteÍt Capa: Scrgio Ponto \ Revisão: Sandra RodÍigues Carcia I Compostção Grá{icâ: MCT - Produções C.álicâs Psicólogo Blasileiro :príticiÌs emergentes e deslfios plla I formaçilo - / coordenação geral Rosetnary Acltcar São Paulo : Crsr clo Psicólogo, 1994. 2" ediçãto Vátios auLores B ibÌ iog la Íì a. IBSN 85-85 l4 r-39-5 [. Psicologia como profìssão Brasil : Psicologia Formação Plol'issional - Brasil I. Achcar, Rosernary 94-2783 cDD,150.23981 Psicólogo Brasileiro: Itr"(ttícas emergentes e clesafíos po.rd a formação ( ìrordenação geral: Ârrtores-Pesquisadores: Rosemary Achcar Presidente da CâmaÍa cÌe Educaçáo e Formação ProÍjssjonal ÁÌvaro Pacheco Duran Anna Carolina Lo Bianco Antonio VirgíÌio B. Bastos (Coordenodor Técnico do Pesquisa) Elizabeth de Melo Bomfim Josó Carlos ZaneÌli Maria Lúcia Tiellet Nunes Maria Regina Maluf Rosalina Carualho Da Silva Rosemary Achcar Casa do Psicólogo@

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Page 1: Texto Psicologos Areas

Dados Intcrnacionais de Càtâlogação (CIP)(Cânrara Iìrasileira clo Livro, Sì),llrasil)

Ín<Ìice para catálogo sistenrático:

L BrasiÌ :Psicólogo : FortnaçaÌo Prolissional150.2398 r

2. Brasil: Psicólogo : Profissão 150.23981

Editol: Anna Elisa de Villenìor Amâ.âl GünteÍt

Capa: Scrgio Ponto\

Revisão: Sandra RodÍigues Carcia I

Compostção Grá{icâ: MCT - Produções C.álicâs

Psicólogo Blasileiro :príticiÌs emergentes e deslfios plla Iformaçilo - / coordenação geral Rosetnary AcltcarSão Paulo : Crsr clo Psicólogo, 1994. 2" ediçãto

Vátios auLores

B ibÌ iog la Íì a.

IBSN 85-85 l4 r-39-5

[. Psicologia como profìssão Brasil : PsicologiaFormação Plol'issional - Brasil I. Achcar, Rosernary

94-2783 cDD,150.23981

Psicólogo Brasileiro:Itr"(ttícas emergentes eclesafíos po.rd a formação

( ìrordenação geral:

Ârrtores-Pesquisadores:

Rosemary AchcarPresidente da CâmaÍa cÌe

Educaçáo e Formação ProÍjssjonal

ÁÌvaro Pacheco DuranAnna Carolina Lo BiancoAntonio VirgíÌio B. Bastos(Coordenodor Técnico do Pesquisa)

Elizabeth de Melo BomfimJosó Carlos ZaneÌli

Maria Lúcia Tiellet NunesMaria Regina MalufRosalina Carualho Da SilvaRosemary Achcar

Casa do Psicólogo@

Page 2: Texto Psicologos Areas

, Nl mrriolilr d"s ,.ltso., t\ enlre\ i,t:Ì{ Íì,mllr !riì\.;ì,ljrj c j(us conLcudos.loriìm rriÌnscriÍos. A :rnrilisc rlos rlrrrlos a,,r",",r.., ,"*',,...,'i^.'.geml comun iì todos os triÌbarfios " '''|rL r\,;lcâ

crìr tunç:ìo Jc cnrrrcrcrrsric.i indi :'::o':'..t" r'bscrve lil'cir'rs v:rri.rc.es

.*=T: -.r": -r.:;ii;;*';;ï,,:;.r":1'.;:;::,ii: ffiïïlï::j:i. :::proprros pesquisadorcs.Os resultados da prirneìra ve

llll,Ì lllol .,ol. ., ..;,:,;ì;. ; ; :;ï:,.1fiì:i:ï:,ï.ljlïllï.i,1ï"1

especrirlrstiì\. A tentrtivr de intecrar os resultaclos apres;""l;;;;;s::,!,:, ::"::l: f *"^11n 1u1.r,"ìe, 1r

.in,,,,oui,n.ni,ì lì;;;, ;ï ì;.(ì{,rì uc(ìrrenLto no ciìnrlìo de aruaçìo tJo psi.ril,rgo an,nn Uln to,JJ."apresenta{la no capítulo 5. Finalmerrre, o ."p,,,,f o-fi."f "i"';, ,;rrffi,,.relativos à segunda vertente clo estudo.

1ìssìonaÌ,do conselho Fecleral ie psicotogia ..^ airpãìi*ie"";ïffiï"cle psicólogos, educaciorcs e alunos urr conjunr, aclicion"l ,j;;;;;Ë;ï:espera, possiÌ contribuir.para a continuiclLide,l,,.. ,t"h,,;" . ;::"-..::^::.avanços na quaìidacre da fbrmação pr.oÍìsri"r,r Jr_rì.0r"ì.. " rurrsEqtrenles

Psictihgo brasíIeìro: 1tráÍìtas cntergentes e desttfìos

Rosenar): AclrcarPrcsiLJentc d. Cirìr"r:r Jt. Educaçitre FormiLçiìo proiiss joniìlConselho Feder.al cle psicologia

Concepções e atividadeseÍnergentes na psicologiaclínica: implicações paraa formação

Aruru Carolina Lo Bianco I

,'lrttonio Virgílio Bittencourt Bastos 2

Muriu Lúcia Tiellet Nunes 3

liosrtlüm Cnna.llto da Silvn a

l. Consideraçõespreliminares

A caracterização e denorninação das atividacles na área,,clínica', érrrurt tarel'a de dilícil emprcendirnento. A colneçar pela própria defini_çiio do que seja_"psicologia clúrica". A descrição das a{iviclades apresen_rrrrla pelo CFP5 engloba I9 itens tão variados quanto o .,atendinÌento

lrs ico(crapêutico inclividual ou em grupo" e a .l.ealizaçiro cle pescluisas

ri\ândo a construção e antpliação do conhecirÌcnto teórico e apÌicaclo a.,rrticlc menÍal"

I Univclsidrde Fcdcrâl do Rio de Jrneiro' tJrìivcrsidâde Fcdcral dâ BtlhiâI ì)ont;fíciâ Univel.si(ìadc Citólica do Rìo CrÍnde clo Stll Lhive$idtde Fe(lcratÌì do

Iìio Grrrde do SulI LJnivcÍsidtìdc dc São P.ìuloi CFP ( I 993). A tÍibu içõcs pro tissi onâis do psicótogo ro B ftìsi I. I)oc u n)eDLo sncaìrl trìlìiìdu

ro lvl;n. do Trabilbo para rctbrDìLrhção do Cx(áìogo BÍnsiteiro de Ocrìp:ìçõos (CBO).

Page 3: Texto Psicologos Areas

Ps ictilogo brasi leiro.. p rtiÍìcas emergentes e tlesofios Concepcões e ttlivìdades entergenles ntL psico[og'íct

De forma sintética, assim é deiìniclo o psicólogo çlínico: .Atua nttdrco (.\fecíJicn tla saúJc. tol,úoronJt) p(rra a cotnprtcnrão dosltroct.r_sos intra e interpassoatis, utílízanclo enfoque pretentilo ou curativc,;. iso,larlomcnte ou en equipe multìproJissional en insrütições fornais e itì

- fonnaís. Reclì1g pesquì,sa, diagn<istictt, ctconponhanrcnto psicotógic[.-eatençtío psicoterlLpicct íwlíviductl ou en g tpLt, t ravés tle diferctúe,raltonldgens teot i(n.\ '.

. lssa concepção tão.abrangente netÌ-semple edls-tru. Atuação tãoampla nÍo é o quadro que caracteriza a grande maioria dos psicciJogosqus atuaÌn na ár.ea clínica, conlorme [eveÌaln pescluisas clc âmbito nacio_nal (CFP, Ig88). Assim, iìntes de procedermos à apÍesentação de relle_xõgs acerca da emergência de novos Íazercs e novos contextos de inserção do "psicólogo clínioo,', tomamos como ponto de partìcla, umacancterização rápida do padrão clássico/tradicionaÌ cle atuação clo psicri_Jogo neste dornínio do seu campo de trabalho.

O Íazer "clássico"

A tÌínica 'tradicil-rral" ÌnostriÌ\,a-se conlo um sistemâ de atençÌovoltrda ao inditíduo (Cran<1a e Br.eilh, l9g9). Ou se.ja, inàependentenente da área disciplinar de atuação proÍìssiolal, o nÉtrxìo cìí,nico clepara-se com um indivíduo cuja probletnítjca cleve ser.resolviila del'orma mais ou menos imediatr. A daS!ç4, o.distúrbio, o transtorno são lexpressão da situação concleta, particuliÌr. n" qull se rlesenvolve tal irrcÌi_víduo.

A expressão "psicologia clínica', remonta ao firn do século passa_do, introduzicla por Lighter Witmer, ern 1g96, por falta de melhor aÌter_nativa já que não lhe agradava tão estreita associação com o modelomédico (Cunha, 1993). Esse conceito passou a fazet part.^ cie clois mundos, o acadêmico e o profissional. para a autora, na tracìição acadêrnica oterffo ficou inlìuenciado pelo cznnpb.mais âmplo cla psic;logja. Na trâdi_ção cJínica, todavia, solÌeu mais influência clo rnoilelo mócJico. tenclencloa centrar o seu Í-oco na compreensão e tratiÌmento da doença

Como ainda assinaÌa Cunha ( 1993), a trâdição clínica, estreitanrcn_te associada ao modelo médico, teve'efèitos Ìnarcantes na formacão dâidentidatle proÍìssional do psicólogo clínico, por scr um mocjelà coursÍqlís social. A prirneira base para essa identificação clá_se, sobretudo, na

rlécada de tlinta, pela evolução do psicodiagnóstico e a sua preocupaçao

..nt " "f^ttifi."iio nosológiorì e o diagnóstico diÍerencial Só numa

t"*""4" e,"p" é qr,e se bus.,r a dilèrenciação e dc{inição tle papéis na

lLrrr nor llirmlçlo no camlo prolissional" ,q.."."nçio .le psicologir clínica corno o campo de aplicação dos

princípios psicoiógicos que se preocufiìm torr o aiustrmenl" O::t)l-"^*Ï,t,, ináiui.tuo apresentada por Rotter (lt)64) bcm e\nress'ì o,que úenornl-

niÌlDos de "concepção clássica". Plra o lutol o clrnlpo rìl Pslcologlâ

.lí,,i.o .nuolu" o, ^tiuido,l",

de1úodi'rgnóstico e psicotempiir' ten(lo

"'n rr;.r^ n rup"t'nçuo de probletnas lelrtivos ir felicit]ldc' sentlrrcntos cle

ricsconforto, ansieclacle' tensão, tanto no íntilno do indivídtto conro na sua

ì"J,rçiu "ottt

os outros, envoÌventlo, ainda, o aiustanento às solicitações'

nretlìs e costulncs cla sociedade.

Alguns critérios são freqüenternenLe utilizaclos para cleíinir o "trir-

tìicionaì" ou o "clássico" em termos de Psicologia Clínica:

. utiviclades de psicodiLrgnóstico e/ou terapia inclividual ou grupaÌ,

atividade exercida en consulÍtirios pafticullres, res ita a uma cliente-

Ìir ptoveniente tle segmcntos sociais mâis iLbastados;

atividacle excrcìclt de Íortrlil iÌutônolna, colìro prolìssional liberal' não

insericla no contexto dos serviços cle saúcle;

triÌbalho que se ap(iia ettr utn cntbclue intra-incìiviclual' com ênÍìse nos

;;,;;r;"J psicológicos e psicopatológicos e ccntrÌdo etn unr incliví

duo abshato e ahistí)rico;

lregemonia do modelo móc1ico, aqui traduzlclo na aceitação cllr autoti-

ciaãe do protissional na relação com o paciente' não se questionanclo o

srber e a príúica a partir de reações do paçientc'

O peso cleste padl ão linitado i1e atuaçiro na categoria é significati-

vo, cotrro atestam os largamente clivulgnclos resultados das^pesquisas

rcaìizadas pelo Conselho Fecleral tlc Psicologia (CFP' I988: Bastos'

tUOOl. a.s ativiAaOcs cle psicocliagntistico e psicotelapia indivìclual' espe

.irí""," "ont c.ìunçur, exerciclas etn consultórios p!Ìlticulâres e sob

lulguma orientaçãlo <le "base analíticâ"' s'Ìo anlplamente don]inflntes entre

ìrr"nt;"ói"*.t.i,'" "*"r."t'tt

it ptolìssão Por outro l'Ìdo' fechrndo o ciclo

que rep,,rdì, taÌ moclelo de atuaçÍo' as instituiç')es {orÌnador!ìs' eÌn gran-

i" p*",:tt vezes exclusivarnente' olerecem oportunidldes de estrigitls

conl as mesmíts características'

Page 4: Texto Psicologos Areas

l0 psìuilogo brttsíleiro; prúÍìca.s crner,qettÍt:s e tlesafios

Múltiplas Íbrças externas iìtLtiÌrirnÌ e continuarn atuando no senti(locie âÌteriìr esse pacl-ão clássico clc atuação ciínica. Talvez, n,, .,rr"nio, jepossamos Íitlar de unra psìcolo-qia clínica,,traclicional,,

"n] nporiçru,,

novls forrrls Lle inscrçìo e concepções cla pnítica clfuica. fr,ou",lirin e nrnregriÌç.ro úo rì\Ícrlro3.' iunto irs rLções de saúc1e enr geriir, dlLí decolrcndoa cmcrgôncia cle uma nova iílea de con lrccinren rolinòr v"nçiu,

",,,r,u o, u-

Põc.Spink (1992). E in.ìpoÍlante srlrentiÌr. iìlinì .fir.,r, .f'". . 5""."',1"prÍticas .enerye

n tes não se apciia na ilusão da ,"i,fd" ,f"'f InSì".q""ì, a"un.ivocidi,lc d.. rnr.roJ,rs. Je ciìrcitor ir.. rnc\rnt) Je l"fi.iç0"l. i,, 1"" ìq"a "psicologia clínica".

,. É inrpor.trntc tleixar expìícito clue loge ao escopo do pÍesente textoolcrecer uÌna perspectiv.Ì avaliariva cjo qu".l"u" r.. à r:,^i .1i"i"".'i.brrlh:rremrx. In,jr) o Ietnpo. nUrniì lerspL,(ti\ I n;io pre\. ritiviì, tjescrc|eircìo cxpcrercríls. rnuitus crcras, certamente, inconrprtíveis entre si. n()sseus pres\upustos rcolic,rs e delìniçòes nrctôJol(;!iL.i,s. Â,, lfonr rrrrrtendências, por exenrplo, clentro de caila clonrírrio,

-nao .r,",";j,; ;;;;

do no mérito diìs Ìnudanças propriiÌrnente di(iìs, u ,un annrirtenaìn. -n-r"u

respaldo cientíl'ico, a sua elicícia corrro priitica. Nossa tcntativa seri.r a JecoJocar, num amplo painel, not,os ntos.icos que estÌo senLlo a.r,,rrru,.fã.,pela prritica e que inclicarn ÌÌÌudanças no íirzer cìínico. N""".."rinnr"nt"esses rnosaicos poclern nÍo se enclixlr. mu rerclain, .a,r,u,r"nì",-,,n,novo e sernprc inacabacìo edilÌcjo.

| ,'tt' t l't ii(s c (tlir)i.[a(les e]tlerge lcs tÌtt Psìcobgi'tll

incorpotlclos lo seu ÌlÍocesso dc(l(ì psic(ilogo r: que devsm ser

lr)Ì rììilçÍo itcadêmiclt.

il. Objetivos e características do estudo

Dois objetivos encontram-se 0a base do presel)te estuClo:

(a) identilicar, no carrlpo tla psicologrr clrnieo c partindo cle cslirrcoscle prolìssionais, g.upos e entirludcs. murlirnçrN q,,.;;;;,:,,r-lnovos Íiizercs e apontiìrn o constrïçrio cle um pertìiditèrencì'adlr ernais abriingente de atuação clo psictilogo clínìcl;

ft) analisar as irnpìicaçires desses nrovirnertos dc ini.rvaçlo no que screlcre aos requisitos (cornpeténcias e hlbi I icirtlcsl Uu. .f ",",-,Jd'il,"

A pcscluisa envolveu a relllizitçilil cle entrcvistas corn 23 psicólogos'

' ','rr,i,li,s intcncionalmente por dcsenvolvelem trrbalhos ieórìcos e/ou

|,r,rl r.r)s lclcvanles.

As elÌlrevistas lbriìm selni-estÍuturaclas e subdivitlidas enì quiÌtro

,,.,, ', ,n,",..ra, ,rrhirtori:t'1"!'iìrnpoJctrrbllh":/')detlllrllÌlenlo{li\,r, r'ì.r.1(. ( respeclivÔs Üolìle\lo\: 'r ciìliìrlcÌl/llçlirr tle lentlenttlts cttrer

,', 'r,ì /i*t*oá.t, e r/) r'equisitos necessários para a Íornaçío

As iÌ'Ìforlnações prcstiìdiÌs pelos entrevistados' unla vez ttilnscrltas'

t,,r,rrr subrlletidls ì aniilise tle conteúc1o Além das cntrevistas oom pro-

t,,,,,i,rnlis escolhiclos, procecleu se a um levantamento bibliográfico' ccn-

,,.,,i,, ì*itr.t','"-""te no relilto cle plitic s e expetièncias nr rirer' os

,11.,,,"nt,r, colhidos nestô etapa clo trlb.rlho cLìnìpl.:ÌrrlÌìÌì o con.lunto.de

r, srrlturlos clÚlt aprssentiÌção, I seguir' obedece I ttês grancles calegollas

t\'Ìììlilicas.

t. Concepções e tencìênoias enÌ desenvolvilnento - concepções ge-^'

l"i. "'ir'qr" sío apresentadas as cliversas atuaçóes no calnpo cla

.ìíni.a. Aqui são aincla eigrupitclas as tenclências às quais vêm-se

tlirigindo estas prírticas a partir de nudanças eln seus rgl€renclals

feóÍicos;

2. Atividades e contextos - caracterizaçÍo das atividadcs mantidas

n"ior-Jiu...ot plof issionais, sua pertinônciiì a determinrdrts áreas

li" ,"b"r' b"nr cotìÌo seu afNtamento eìn [e]'Ìção a outras Ìlm cer-

tos casos, etn rcìação il cstlÌs crtes('riils ptrtìerltn se esllbelecer,as

nìudiìnças dg contexto ontÌ" tt Jtt"'nltt"hlm ls vlittlts lÌtlvl(liì(lcs

estudacl.Ìs. Procuta se' asslm' cxaminar lltcrações nito nas ativida-

des em si rlesn'ìâs, Ìnas possíveis atualizaçõcs soíìitlils por estas

plit:it se conlbnnaretn iÌ novos contexk)s;

3. IntplicaÇires para a fullüaçio - :rtravés cta Iormação / espccirlizt

,," ,f..-.",'"tit,"'fos i'lcnttliirtçrro 'l( Lltrc.cornlì.:tônci f t:

lì]U'ram inlportulte clesenvolver' qulis ls que Ihe\.sio,tìteì\' quils iìs

quc ìh(]s são incìispensávcis' e rì que rrs entrevìst Llos cinsrderltìì

Jomo irnpottante na lonnaçittl cLlficLÌliÌr clo psicirlogo' de utn pon-

t,,,t" uiri^,rl"i, gelal e clo porto clc vista de surì atividldc' cspccifi

canlcnle

Page 5: Texto Psicologos Areas

12 psicólogo brtnileiro.. próticqs enrcrgetúes e cle.çtíios

III. Concepções e tendências emdesenvolvimento

,. . Pode-se afìrmar que dentÍc as concepçOes qlìe ernelgem e se con-solidarn na área da psicol'gia clínica, e d'dírgrancle êniasJi "";";;;,,:.:]ll'".Ìr,

(re,ru(ro (rue ttiz respeiro,,, ..;;,;;;",;.;;,:: ""ï,í"ìtl..pr:ìrlriì\ dc alendinrerìLo e Jc pesquisiÌ çe dcsenvolvern.

1. A.expansão ou a afirmação do campo dacltnrcâ

. Â abertura plrl a consitleraçio clo ,.contexto socjal,, vern senrlo

ï::,ii:',1,]::' '_. incr,1p61;1,1,, nr psieot.gi;r .,',"i..,. nj ",ï,.. ,I.,"'l ì:;;:,lenÌ ate certo ponto uo plciprio esgoliÌrnento <la detnalrda a" un] nr"r""a,)lÌ'Í terirfìi:rs inrlivi.lu.ti\, relliztrl.r.

",,,, ^".,,,,,,,,... -,.,-: ; ":" 'ï''I la

s I n. r ",,, "

i,,;;, ; ì ;;;;ilil"ffiì ï:' i:;ïiïï'fJ,",ïïiJ:iJffl:olosio

soeill esreve preseDte a questaio do tÌnbiente, ou colno secoiocrvr. x "itüI (itcìo tlns v,riìveis socio"rora^ii,."- ììr)tìil.;;;":ì,.*bre o comportarnento cÌos incJjvídu<ts. Iìá urna cliÍèr.ença destiÌ noção deconrexro para iìquetr usacfu petr maioria dos entrevis,"ji,ì.ïììì,iïï0"31 l,:n.,llli. "1"1r,".

por erernpto. rítÍr..u tn rrtúì\ij,, t,ch,Ni, )ri.\.to ,tuL.\Cllìl'lr'ltuutC. tut tlt!C tot.a lt.tl\tlltúvrt u aôut(^.tu, ,,,,,,,r r,r,r rr,,, rlr),n'!.,,,_tlo do sentitkt clos sítnbolos e cla.ç nurr,r'n o ,.,1,,"r,o" ì,;,:;;:;;í";';ï:::':;:,i,:,,:,:,:,i,i::,:;;":;;,";,";r::ri;.t::rï.como moslra o entrevistado E20, rL :rbtuduge,rl *S"iíi",, ;r';;;.;ra.cotÌlpoltamentais veio modillcar urp.osruttt uma ,*or,ro"'ir","|ìni)u'ilii,,ïi',i""ï'ì,,íì!i ,:t,'::::::::diret.tüente; .rtua ttq constt.uç.ão dc.unn rtrgtrnettçãocognitira que, por.\tta v(? otuat sr j,t.Snhrc ot ol(t!,.\ tcjtr r<tltrc u rn tlturru,r, ,,,n.,.

, 'riìtil a n)arol.lir dos entÍevistados, cluiindo se Íala cle,,contexto so

1"1; iìlÌÌi:.],:li::" rrgo que é "on,,iu,,iuo'.ro f.l;;";;;;::,ì":f;;ì,;:lï;::ìj;i::r)srcos e rìÌo rrgo que Íaz senrir sua p,",,io ou ,u"

Urna razão, scrr dúvicla. lbnttcxb sociar,' surge,;; o;j; ;,';;;:;"..,fil1 :J],ïll,-;:ï'ïlJ:ii,J; rìïl_

( tüt( apcõcs e ati)id.I(les enwlentes na pticologia 13

,;ocs de baixa rencla que se impõe de lbrma gritantc. Ìsto Qcone, princì

lìirlrncnte entre os ploÍÌssìonais voltados pala as resoluções das questões

po lít ico-sociais levantadirs por tais condiçõcs que continuaram vátios tipos clc ação militante ao se tornarem psicólogos. São plovavellÌÌl:nte eles

os rcsponsávcis por encabeçarcm os tríÌballìos tle clírrica tlue cclm o ten

lÌ) llrÌssam a se constìtuir nos chamados trabalhos clínicos-sociais, conuÍìitiirios, dirigidos às coletividades.

A ênÍase no contexlo social liìz com que se possa iàlar de uma

nruclança no entenclimento do sqjeito que passa a ser tomado em reìação a

tll contexto. Como veremos postcriormente, de ÍÌÌiÌneira sinlultânea ocor

rc tanÌbém uma tnocliÏicação ras interpfetações dos leÍêrenciais teóricos

rll psicologia. Abol daremos, de início, esta primeira nruclança.

Aincla no início da décnda de 70 surgetn rJguns trabalhos dc psico-

logia cornurritária errr vários pontos do país. No Rio e em Porto AJegre,

corno mostram as entrevistadas EI2 e E3, colneçam a existil denlancÌas

dilèrentes das que inicialntente eram feitas à psicoìogia clínicâ. A entrc-

vistacla El2 conÌcnta que o seu "trob.llho era.feito por un grupo de 10

pessoas recéüt-forntttd4s, totlas uniclcts pela nesntt preocultttl:ão conL o

pol íÍico-socicr I" . Surge, então, â possibìlidacle de se cotlsiderar' segundo o

entrevistaclo El, o qul] chamou de "práticas coletivas", que apontam pâra

o desen volvinren to tle "po[íLicas socittis, políticcts púltlíccts, tlue denan'

clam tnr plcmejanrcnlo de tdíor 4[ccttÌce", como interpreta a entrcvistada

E3. São tambóm nencionadas as açires que ainda clue "\'oltatlas Para rt

clúrica, ltenhanr] ruito llt'cocupação an ver o Jenônteuo conteÌtLtllizado" ,

aomo diz El 1, ot que "ulí[ízen-se tle ütstruntenlos vtitìos, e reittsìrant a

quesÍão.lo cotúuíto seilprc", cotno fala 86.

De acorcjo coln a gntrevistada E7, aparecetìÌ glLlpos qLlg se preocu-

pí.n1 e111"eníeDdcr ct prálìca p.ticoló!,ica noquilo tlue hlí de urìvcr'çal e,

qo masttlo lenlpo, cLlturú1". Os entrevistados fleqijenten'ìente comentam,

con-ìo iÌ mesmâ entrevistíìda, a passlgenl cìe uma "l'iJio íntrupessoal,

paro tt cortsitleração da e,upeiência vivìtlo em.ÍunçAo tÌo tiPo de ittserção

soclal" clo snjcito, o "r1rc leva o psicólogtt a campos cle attmção diferettÍc.r" clos previamente ocupaclos. Há utna busca, e este é o caso cle EI l, de

inserção em áreas cotÍìo a Saúde Pública que se tornaln intelessantes

exatamente por pernlitireln que se ".114 e socidltlrctlte".

É também a entrevistada EII que reveÌa ter senlpre procurado

"Llsar o nútodo cLínico, isto é, Íer mantido senpre o eu.forltre trct' lrq.Ìetó

rítt do índivíduo, mds em utt14 lraieÍóúo cotÍcÍÍualizad(1" TriÌtiì-se' por-

Page 6: Texto Psicologos Areas

14 psicólogo bftÌsìleíro: p,.Liticas etrrcrgente., e desaÍio,\

tanto, acLescenta, tle,,unt notlo de cttuur clítico qtrc exige Luna Lokilisedo conteÍo."

Uma laceta clesta ên1ìrse nas',pníticas coletiyas,,, corno Íirla E3. éque se deixir rnna " preoc Ltpoçtio cotn unt referencü tcririut elttborutlo ee coisa se Íoflta neir- una questão de compronússo 111c.7,,. Este, quemuitns vezes Íbi deixado de laclo, apar.ece enr nuitas eolrevistas corìloaquele que cleve marc{u, soble o qual sg devem assentar, aìj novlìs peÍs_pectiviÌs enì psicologir cìínica. A entrcvistada Ell se queixanclo cle clueestas modiiìcações dernoram a ser totalmente r.econheoiclas, faÌa que .,otltte se Jà7 Ìo Bftsil uloslra alue ats pessoqs às vea.es não têrn rtenhunrconpromi.sso socíal. Isto reÍlete a culÍur.t em gett tlas c1lre"r.,, Sejzrfazendo este comentírio, sejajá apont:rnrlo parl uml novu posiçio, cornoquando esta nlesma entrevistada cita os trablÌlhos cle Freire Costa osquaÌis tratarn, por exemplo, ',d qucstiío tltt sa.rutrlitltrcle clentro tle tmrctbase psicqnalíticq, mos peusttntlo no co teÌÍo ltrasilaird,, é inequívocaesta tendênciiì revelada por gmnde parte dos entrevistados ao clesenvolvi_nrento d9 ttaÌbaìlìos ()Lte "se dato n4 ínterseçã.o tlo clhtico cctm o socíctl,,,. otno [.rla r,rndl a et)trcvi\tíìLjll Ë I I

Passa a haver, portanto, como comentâ El2, uma preocltpoção noscntido de se transnitiI a visão de tltre,'clínica uão é urra prìcotogia qu"se fdz dent ro tle .ous Litório,, . e :ìcrescenta: ,,clhúccL

é utnti ps icotoiir, )rnse fo7 tlentro tle Íoeku as iüsÍituições que tenhctn yínculos con, o'ron potla.s.tLú.dc,.quer dizer,

"^cjam Lutspìtais, sejam postos de saúcle, sejânr

urtìdades húsìctts, aquilo que a genle chatnq tle unidade de ctritlq.lo.sprintúrios de atentlinento, ou atfé nesno ent associctções conLuÌitáriqsqLte, de rcpeote, ccessiÍem de um tt.al>alho cle scLúcle.',

A visão cla entrcvist.Ìda El4 expancle um pouco rnais a de ElZquando ela considera o hospitiÌl como o lugar que o psicciJogo clínico tenpara alcançar a comunidade: "cu vejo corno í tporÍ.uìte, ì psícólogo trttclítict, e besicumente no lnspltol, estdr pat.tìcilr(ut(lo ttuttbén.t, tltt

-comtr_

nkkde." D, acÌesccnta: "eu v(.jo cono ntuito dì.Íere te essq otuuçiío deltsictibgos en scuitle, ta to o lrcspítül coDlo n.rs oL!trt!., ìnstitL.riç.ões tctiscomo postos de saLide... esse modelo tle oten.lìnrcnlo tt..klicìon , tlítico.conleç.t ct scr antplìado." Este cotDentiirio ó cornplcmentatlo pelo claentrevistada El3 clue corneçou em I977 uÌn traballxr cle ..clesbravantcn

to", nutn lÌospital etÌr que lìavia todos os 1tr.otìssionais. ,,ntcno.s

o 1tsü.rilogo

.que nato enlrc\).t n4 esÍrutur.r organíTttcional dtt ìu.rtìtuiç.ão,,. Dia. ckt,

sobre este trabolho: "é dìlerente tltrcluele trutbttllto rtu ,.1íuirr,, n,,:, q,,"l)ocê estú con. a pcrspectiy(j do tli.çttirbìo pcsÍoa!, iuÍerpcÍsortl, ,r,rro o

t ,,ttr r'ltr'õcs e atividacles enrcrgenres na 1)sicoLo1id i5

!,tt ,l .rtt,ttt!' fintìt(ífit) No ttotso toso n ì \lìltiçòo trtn trna f'tnç'1o

,"',,',r ,t,,, ,' rìtn' iu't''rttr ìt Snútte tÍiÍ;;;:ì, r". ! pre, ,Ç, tìiìçiir ) ronì eiríì

Nlr\tc Donto' é irnPortante e

, ',.1;ì':J':;;;ì"

ni*'i"'" clinica ferníìçsrì rls tììiìiç \rÌìiirLhs (or

,lli,,i.."i,,ìrr.,,., Jï nticrnrilise ii rnilise tlo corììPo iìrnenÌo tlri terrpt:'s

,1,' t otDlr à gestaÌt ou à terapia cogniLivlsliì Llo comportiìnÌento No entrn

ìl'. :"liìi; il ;;^." tod"''^' en;evistíìs' ir ccrtezr que ::"ll'^oÏ..ìì'*,'. ' ,.ì; :. que o rtenJirne.to 1ï:,.t:ï:""il;ì:ï,..ï,ljì,'ïil"

*,,, x. .{) iÌlcndinìento diá'.lico pstcrr''"' ì.ìì;:;-;ìì"tin"n"o' a opiniio cle ducs entÍevistrdri íEl2 e

,., ,) :;;;;:;ri;;'ì'ogJìnstitucional" de inspilaçìo do ps.icanalista ar-

: : ìl "ï,".,, 'ü:.ïï::ìlìïïïï:l n:ìï:ì,ï"';lì i::ï i:Ji ::;l,,,rirr ltosllitrlar e fstcoruS'J ud 'ì

1,,,,1r,",],"i".r *ir deJ ica<ra I,ïï :ïljï JJ:ïì:l:llll il,ïll;,ï; JJl"', nr ,lc utnl formlçi-ro cujx lnrrca

),: llJ;'ìì: il i" p'i.,"n. tis" "

conto rliris iìconrecÈu (orn rodiì slril

l::lÏi:'";"';::;';ìr.-ulda'lc ctì 'o"'i't"' tlue tenh:t rprendido rí a

:;:;:ï;; "";;;";;;''" : ",:1i::.0::Ìïi^:ffi ï ,:ïi,i:: ;:::ï^:"::rclèrida à primeira' niro preclsa

. u ì r'ì n,' n, . ^,

*u "' P .9 " :.,l' ïi:,ilillï i ïïr, "i",?Ï

"ï"';::'.'J'iìll;, orno I Dritneira' triìbaÌha eln lt

,,rì{rs. rniÌs lenì sur "lrÍÌjelóriiÌ pt"l"f int"'itft nt trrjetúr'i'r rJr rnilise

cxDerimentÉll do conrportalìÌento';' ï*U"t ao se referirem à menciorracia

::;ï;ï;il;i;:io'n"r", p^'tirr'o- cla mestna opinião ainda.que a ex-

ii,i ,l,lllii"i,i,l,lÏlÏ,1,",i|'ii '","ï'i'"ììi"it'n '*'r" a nk ltnÌ'" rsro c'ìrnentír

"ï;, i:0",* a pâúe.do 1 i vro qu'm::ì:^',ïï::::i:ilï:;ïJ":ïïlïÏ:':

a Pilrle rrììlic.Ll. "

tl: tt l:-fo: t..1.

n,,n h"uiu sido eferrrrrrcnte ttnple-nue. colno veio

'ì saber dePoìs'

ntentlJr. A seguntll ent'euistltl-lt ì'-tnt:Ì' "o qu( ltttt *ido fr'orluzido

'lli"i.i, ,rìoriíì'r" psicorogia ít$titLrcìonoL, ten ofereci.k) simPÌesnlette

base ltara convers,, nlas "òo

b;;"';';;t" trabttlho:' porquc é urn pessotLL

ìr"r rlrì, an unn rrrvliçito psicotnliticn "t'' "*-

n áiitl" vislutnbtrrr nos tlois diseursos a concepçÍo de-(lÌrc ír

"-i.";Í;;-;; olìrece tneios n^rr oue se 3 ulilize niÌ insriìrrrçiìo ou

,nat,no qu" plrl se desenvolv"rï'n trlrf"fno nestr é intpossívcl se releril

ìouell. Ni'r fui exiìlíìlnen{e esta I irlt!irt que depreenrlelttos Lle Llmfl elltre-

ïì!Ï:Ï.;.;;;;'ì';; rnrtr quc olup n'tunçi'o Je "dircrurir 'i(nic."

Llc

Page 7: Texto Psicologos Areas

16 psícólogo brdsileiro: práticas etl.tergetttes e des(í,ior

um dos hospitais psiquiátricos mris irnportrntes de seu estado. sobfetudoporque o_que a quaìilica, seguntlo ela, a trabalhaÍ na instituição é exata_mente o fato de ser psicanalista.

Ë importantc notar que profissionais corn Íbrnração psicanalírrca,

::, .ï:..1l.llrt,l: corn ctinicr priva<Ja sempre trabathararn !",-i"ìpi"i.

psrqutrtÍtcos. No entirnÌo, nìo Ìevavarn para lí o saber psicanalítico, jríque ao transpor os nruros clo asiÌo ../c,go, logo viravctn psìquiarras,,.

,O hospital psicluiritrico. seguntlo ela, neo po,l" ,",i,,ris lo,no

"roquiÌnOo eStes prr)ltssionriS laztttne, a uma réc nica e só pocr i a .". ;"* ;j,ï::, ff [l]ïl"X,l:,: jil:lÌi,ï;Lmto qtítude hLLrocrálicq-adni istrativa é umLüo psic(rnalílico.,,

.- Dcscrevcn,Jo o que sc pirssJ no h,rspitnl. c entfevistiìLlr djz uue:a t Io(to ntuudo aquì c lrsiaot!olìrto, nas h,i rrtna rtift.rtttçrt rrrtrr.nética do clireção atÌterior e o étíca ekr tlireção atual.:,... i aii"."".,btísica, afinna ela, estí na discussiio entre o ,.sácial,,e a,,c)ìri;r,:...-;';:,';no,t norteia é o clírtica das psicoses ... enttío, .tté efltão o quc not teqra oJproceelinentos da iuternrrçíít era a questiío sociar ... A btuureirc trtt rut.qntinn ico.uial, o efitcutto, .lLta é contt..t ,t internttção, p;r;;";;'r,r.,potÌto de yisío lil)ert(irb que é tlirigido nntis ìt ncurosa do iu" ;;,r;;ror"O que nrc trctz pcu-a c.i e o qtrc nÌe ntuúént .rqui é esÍa yìsato' c tnrirn.l,-

Esta posição chatnr tÍo mais rtençìo, quuro mais ," ,"ol*. .f"discurso que vienros .companhan.lo "m

áutros "nr,.uir;o, ";r-r';;; ""trata. senlpre de anrpÌiar para o .,socirLl.. clgo que era .."0"n., .fàì"o,,.Aqui, paracloxalrnente, não é cle social qri ," ,."", .1" l^^r"Á""ì",apenas cle clínica.

2. As mudanças nos referenciais teóricos e suaadequação à nossa realidade.

. A passagern parà a consideraçìo clo contexto sr)aial é acontpanhailacertiunente por rnoclifìcações nos retèrencilis teoricos que infu.n,"a

".'prríticas clínicas. Ao deixar cJe consiclerar apenas ",tfirnJ".i,, i".fi"ìjr.,"r,intrapessoal" 9 tomar conÌo valor importarrl-e a..inserçiio sociaÌ,, se deixa

tanrbóm unra visão soljpsisra de uma consciência inclividual qu".;l;;i"em relação ao mundo externo.

. Neste ponto, parecem nítichs as distintas visões de constituição tlapsicologia enquanto uma ciência natural 1Naturruf s,un,ctto|ll ou' ìÁrìo

r irt, rlx õt's e ativìd.ltles energentes a psicologiT l7

l,r/( rì(lo parte das ciências do espírito e tla cultura IGeisteswíssenscluçf

/,,/rì, ron) suas conseqüentes inplicações episternoÌógicas e rìletodológi-

, rr., liris rlilerenças elÌÌelgem, por exelnplo, quando gntÍevistldos distin

t,rri ( Ììlirlizam cliÍerentes campos do saber como priorit'irios' tendo eln

\r.,lir urnir miÌior aproximação clo psicóìogo. Ao laclo da sociologia, da

,rrrtrolrrlogia, aÌparcce, tanbém, â necessidade de cornpreensão dos fenô-

rrr, rrrrs biológicos, biocluítnicos e neurofisiológicos

l)o ponto de vista da filosolìa dr ciência' a persPectiva das ciências

rlir rìrìlureziÌ é afim ao racionaÌismo clissico que plocura descobrir a

rrrirlrrttc por triis da multipliciclade 1ènomênica' ou dá um lugaÍ de desta-

rlrc ro Llue serilm verclacles universâis que se inrporiam à verdacles loca-

l,zrrrlas. As ciências tla cultura são vistas, por sua vez' como substifuinclo

tslr lirzio única por "razões" culturais clue passam a ser colnpreendidas e

ììr.set'vadas justalnente enquanto portadoras da difelcnça Dti-se, então'

rrììl oìudança de um padrão único de racionalidade o cluaì lecusa outros

prrrccctimentos e outras modalidades para um "pÌuraìisnro que justiÍìca o

,tisscnso e a diÍerença", que possibilita a ruptura e a tensão entrc'1lr-

zrlcs", "opiniões", "argumentos" (Pessanha, 1987). Não seria exageraclo

rsrr ncsle caso o comentítio deste mesnlo irutor sobrc o "novo espítito

( icntílico" em relação à "ciência anterior". Ele fala de uma ruptura que se

rli graças "à física quântica, à teoria da relÍÌtividade, à química não-lavoi-

sicriana, às geometrias não-euclidianas", todâs elas pernlitinclo a instau-

rrrçrio iJe "racionalismos setoriais" que vieratn se opor ao mito da razão

riniclt.Do ponto de vista da'lnultiplicidade [que] está cliÌranÌente presen-

rc c ó pert'eitamente reconhecida" (Figueiredo, 1993' p.89) nas íreas de

:ìluírção que viernos examinando, o reÍerencial das ciências da cultula

possibilitou o rparecimento de novas concepções sobre o sLrjeito ao mes

rìro tetnpo que veio ajuclar a conlpor o novo quadro teólico em que se

rntluaclram as atividades que incidenr sobre ele.

ÌlstiÌÌia, assiÌn, eol curso, uma maior rliÍlsÍo cie uma concapção que

iÌproxima â Psicologia das ciências da cultura ern oposição às ciêncìas

r)rìturais, movimento que parcce torniìr-se hegerlônico no momento atual,

rrpesar tle niro encontrar-se issnto de questionamentos, mesmo no plano

cpisternólogico. Em clecorrência, se teln uma mudança da busca de ulna

runiclacle para a valorização da multiplicidacle, da adoção de uma razão

Prrrl I possibiìidlde de se ter vilirs r:ruões.

É neste senticlo, que viítios entÍevistados Íalant clos novos reÍè-

|enciais utilizacÌos ao lidarem com tmbalhos que, segundo E7, às vezes

Page 8: Texto Psicologos Areas

lÍl Psicólogo bt.tsileírc: prdticas etnerge tes e des(rfios

io são neo] necessariaÌ-Ìlentc tão novos. De qualquer ntaneira, na ntaio-ria clas vezes, é por se encontrarem em sìtuações de trabalho etn que as

Iclcrôncias clisponíveis não são mais úteis, é que rnuitos profissionaiscorìÌcçiÌnÌ a se voltar pala carnpos cle saber os mais diferencilclos. Poroxcurplo, a entlevistiìda E2 comenta que Íbi contmtada pelo Estado paratftrblrlhar num internato nasculino, e encontrou li'lrohlenas inerenÍestr rrnttt clttsse bem pouco íttformadd' e cotlt "coisas" clue ela, aincla jo-vcrD, rccém-saída "da coisa fomiliar, da coisct ctcqdêmica, nutca Íínlú se

tltttlo conta tle que potlcríarn dcontecer, conxo por exenplo, problenasront hontosseruali.çno". Como eÌa diz, "acho que alilbi o meu despertar"c conÌcçou a perceber que "os métodos tradicionais que estarq aprenluulo ntt Fctculdade de Psicologia... não estavan ac rescentcutdo...". Éirintlr neste ponto que ela comenta que "não poderia fazer nada declírLìtrr 1t:;iccLnalítíca ou psicoÍerepia de hase arúlítìco con equelas cria-/ti /zr.r" po[que estcs trabirlhos seriam a muito longo prazo.

O rlue aparece, portanto, são, sem dúvida, situações cada vez maisrliÍc|cncildas, que teÍío conÌo resposta a busca de novas concepções,rìoviìs lÌn nìâs teóÍicas que sr: dirìjam talvez mais especiÍìcamente a elas.

 própria icléia de "crise" ou de "indivíduo" passa zr ser questiona-rlir. c o <1ue ernerge é a tendência, muito forte em alguns entrevistados, dgcorÌsidcrlr a subjetividade num referenciâl "construtivista" (Ell e E7)rrssinr como a concepção de "natureza", que passa a ser vista como uma"constfução social" (Êll). Cotro Íbi mencionado anteriormente, é nanrurlrnça tìe nrodelo do que seja ciência que surge a possibilidade de se

pcnsrr enì umx "solidificação da subjetiví-clade conn constrLtçato socio-hítórícu" (87). Scgundo a entrevistada E3 modiÍìca-se, portanto, a "cor-ftp(io de sujeíto que se tinlla. A yisão de que era deterninatlo peLctydcdatle hisÍoticenente ão ap(rrecid. Só se chegova até o problenqlimilí(t que de qualquer ntarrcira era eírÌbuído a um co4flìb intemo,((rüo sc o conflìto interno ão tivesse nctda a ver com cL retLlidcttle stícío-hi:lórico culturaf'.

Tratá-se, portanto, neste referencial, da adoção da icléia tle signosprocluziclos pelo conhecìmento hunrano, que vão surgir de uma encruzi-llìrdiÌ cntre os Iugares sociais, histórìcos, políticos, econôrnicos e cultnliris cle onde são proferidos, e não da consideração de conceitos univer-sris com o estatuto de revelações, de certezas tornadas "naturais" pelalrì(lição. Como diz o entrevistado E I , desta perspectiv ir "a vertlucle lutjettlto precìsa ser verdade arnanltã, que a coerência que se deye ter é muitotttttis cotn a aplicação cle crítérios L(igicos à análise tle ume sítua1ão tlo

( t)nccpcõ(s e tÍi\)idatlas emergentes Q PsicoloSit 19

tltft) unrl (arttctet ística .la silu(Ição eal si" É pois da ausênciit deste "em

,i ' qu" ," triltiÌ quando se pensa no retèÍencial clue é nlodilìcado cluando

sr: liila ch psicologin clíniciì atualnìerìte

Quase qu€;oroÌíria a esta posiçilo tomada em telaçiLo à teorirque

:r.,tìlDlnhil iì plllllciì cìllelic llm:l lnlcn\iì lìreocllPilçiirr ("rlì J erpc\'lllcl_

,,.,," iì, ".tt""" brasileir.i A pcltir iJaí se dá um'Ì crítica à iniportação

',,ì.'iç" ,f" reÍerenciais teírricos estrrngeito\' iì bu\cr :t " i:lli'l]",'l^"

t,r,,r'luzir lllo que .( dilijil clitclrrtttcnle ils (lue\lòc: (lo 'ollrlìiìlì'r

o'\s

l';ì'ìì;';,;; " .obret,,.to i',,lorizrçio 'Jaquilo

que consrirtri c e\rìerìén-

,,ie .l,r c.'nr bfrsileirl E importlnte afirmar, no entanto' que nao e sem

urìÌil c9úa contr.Ìdição que ocoIIe esta ênfìse no çenírio naçional'

A contladiçito, certatnente, se instala desde selnpÍe na p[óplia locr-

Ilzaçao da cultura brasìleira, como uma cultura de periÍèria cuja produção

cstíÌ voltada piìra os centros europeus e aÍÌlerìcanos' tradicionalmente

"r,,,tu,or". de cultura (Schw rtz, 1989) Chegando ao Brasil' a ditus'Ìo

,f". u""t itp,'n"fos LIe\las cullurlrs fazcttt crmittltos Inuito Ji{linlus'

frnuou"tnt"ni" tignaos iÌ intercsses regionais tambéln dileÌ'entes (ìloltans

ki, 1978).'' Ní" chega a se constituir ìJrÌa novidâcle que griincle parte dos.en-

trevistados hajã r'ecouiclo à forrnação clada por ptofissionais €strangelros

,ru uin,tos rec'entemente do exterior' Apenas nrencionlndo alguns exem-

Dlos cue DuJcm estlr ctn qultrluer írerl vemo\ (lllc eln leríìPliì corpulSl e

ii",lo " no'". de Drrid Br-rr'.lcllr rlue rlctt fotmrção intensivr lo' que

corneçavaln a se interessar pelo trabalho AÌguns terapeutiìs Ìlzerlrm lor-

."arà-"",t Alexmder Lowen, o funclador da bioenergética e continuam

,, nìsit"r os centlos (ìc tornìrçÌo foriÌ do Brasil Da mesna lnlnelra' os

norn", a" Teresa Meltel e João Claudio Toclotov' vindos de dorúoraclos

lèitos nos Estldos Uniclos, são mençionados como fundallìentais na Íbr-

mação de terapeutas colnportarnentais, seja no Rio' sejt ern Siro Paulo'

NÍì áÌ'ea de psi"o.l.nma saÌo lììencionados os nomes dg Roja Berltludez'

DalnriroBustoseZercaMoreno,alénrcleoutlosptolìssionaisvindosda;;;,il p"." iniciarem ou darenì formíìçio Nr iireiì dr l:lt-"1:ï::*múitíria a entrevistada E12 trouxe um grantle ì nce ntivo píÌru suiÌr:r{ rca

,r" na, a" unìa estada no Centro de Saúcle Mental de Lanús em Buenos

Aires. Outra entrevistada, que miÌntém uln curso de Saúde Mental Coleti-

;;,;;"ì. ;;. u,', urr"r.o, n'g"n'ino permanente' R,ben Ferro' alórn de

contar ÍÌeqtientemente coln a pÌesença de consultrrtes estrlngcrros como

Victor Gaúi I Mario Testa. Nâ árel tìrr clínica psic.rteriiprca psìcilnalltlc.Ì'

lbi enorme o núttlero cle cursos nlantidos também por argentlros colnÔ

Page 9: Texto Psicologos Areas

20 Psicólogo brasileiro: prótictts etnergerttes e desaJios

Arrninda Aberastury, Eduardo Kalìna, Mauricio Knobeì e outros, cornoainda hoje se procura a formação com anaìistas vindos da França e daInglaterra.

Por seu turno, a política de pós-graduação do país que durante asdécadas de 70 e 80 incentivava a formação de pessoal atríÌvés de cursosde doutorado no exterior, contribuiu em grancle pade piìra a constantevolla para os relèrcnciiìi\ ciÍrrnËciros. (llter no rtrÌìf!, dirs prlrlicrrs clis_crrrsivas. r;uer no d;rs insritrrci.rnris.

Duas entrevistadas estâvam de partidâ par.a a Califórnia, na semanirmesnìa em que foram ouvidas. É irnportante que se examine neste ponto,um pouco tnais extensalnente, os trechos zrbaixo para poderntos refletirsobre o relevo que se começa a dar à produçio nacionaì sem perdermosde vista o lugar que ocupa o saber que vem do extedor.

As duas se Çonsideraln "psicólogas clínicas,, . Uma delas, trabâÌhacom uma "aboldagem corporal/energética', e afirrna ser .,consideriida

amãe das terapeutas corporais" (El7). Ao Íãlar de sua viasen.r ela dìz:'-cstou ìtìdo I'oto () Centru l lnrtang Iulku otttlc se r.lr.çetrvolí,.trnrct ],rriti.ca corporal de abertura dos sentitlos; or- grendeÍ Íertlpeutas corporctìseu contecei a rer que tìnÌtanL conhecinento sobre isso aí, era o pulo elogato." Lá se ensina a técnica do ..Kum-nyê,' e estir é considerada ,,o

ponÍo .le paúida paro se entefider oÍ pì-incípios tlo Reích, do Lotvcn, etc.E, acrescenta, "é cLlgo que vai alén da formaçcio fornal ... umtL coist tlecerpo .lue rúo é nuis corpo lísìco mas corpo energético,'. Frisâ entÍot1rle "este é o vertladeiro e rcrgenÍe... ptlt.q o de estou itl.lo,'.

A outra, entrevistada mencionada anteriormente, tl.aballÌa na .,lri_

Íerseção e tre clhico e social" com instituições de saúde e no consuÌtó_rio privado, tnas "procurou nunca seguir aquele no.lelo resÍrito ao qtet!_diuento índividual de classe média,,. Hoje coorclena ,,oJicittcts

cle sexosegttro con adolesccnte,t paro preve ircn se das DS.|/AIDS e a gravideTtwo plqnejada" o que considera "um. trabalho basiccul.tente clínìco',. Sçt_bre sua viagem diz: "o que eu aclo clue precísa ser Jbíto e o que estouqucrendo ne nrcÍer, ja! que te ln .lgu as pistas, é o trabalho (le ques_lões da cofistrL!ção st)cial da sexut iclqde, especìJiccunente tla constìuçãobrqsileìre da sexualiclctde e o relaçõo com a cL)nsttrqLìo tla ícttnti,irteì tlividuaL e q da vivêncitt dos vtírios none tos tla vítla... esttts cttistts.estes Íipoit de estudo Dão tê 1 quase na.lo senLlo pensatlo e isto é unuclennnda urgerúe, estou itrdo parq San Francisco pctro e apro.futttlttrnísÍo. Os Ífttbqlhos qLre existe l por ai por co consíclerant tt dinensão clegênero, por exempkt".

(:(rrcepcões e t!Íívitl.tcles ernergentes ncL psicologitt 2l

F.nt ambas as entrevistas se tem ulÌl exenlplo que é bastante colnunì

rto lugar centraÌ que ocuPa o saber estrangeiro' que é considerado como

i,lou^i,lor. "

oo qu"l se atribui â função de tonte de conhecinento' de ser o

Iugal ontte se oìigina o pensamento' que nìiÌis tlrde.serír difunditlo para o

Illasil. Esta..lação com a produçiÌo teórica e prática dos países estrÂn-

g"i,o" e.",n dúuiaa d" gtun,J" imporrância quando se pensa que é de um

:sujeito ociclentaÌ" que se trata! sujeito este que é objeto da-pesquisa e

chs pr'íticas clas ciências humanls e sociais há muitas décadtÌs e taÌvez

ilntc;iorÌnente ao desenvolvimento destas no Brasil O que chama âten-

ção, no eltanto, é que aincla que se queiriÌ saber rnais sobre como as

.oi.,,s re pattant esf\eciliccmenle aqtli' e çomo se r'ln3Ì.ri7" de petlsa-

rÌrento lbs;e dacla por referência a estr fontc E ela que Jii como que a

"gârantia" para que se inaugure uma dada linha de pesquisa e rnesmo

para que eÌn vários pontos ela se desenvolvâ ou tome unÌ novo rulììo' 'Portttnto,

não se escapa da impoÍtação e da menção aos "clássicos"

como o faz a entrevistadzÌ E6 que cliz q\e " ão se traÍo de largqr os

cllíssicos autores na iirecL, tnas conhecer " que est(i sendo íeiÍo no llra'

7i.... po- *rprrAur (ío qLte e stal oí ttÕ ttossd vlílo' No entanto' é cutioso

ouvir aÌgumíts vezes os llìestnos elrtrevistâdos criticarem a jnÌpol1ação c

lìrlarçmiobre a crescente e necessária produção de trâbalhos teóricos e

prr'úicos que são diretamente voltaclos para as especificidades do caso

irasileiro e nÍo só voÌtâdos à maneira de uma " q)LiclçïIo d(lleo 4sobre

a próticq", mas que "tíl8efi inteìrame'úe insetidos nas questões que nos

são pel Íìnentes", eorno diz a entrevistada E 12'

A idéia cle que algo está sendo lèito no Blasil' que é bern feito e

que cliz respeito ao coricliano do trabalho profissional é pnticamente

,inâni,t.t" "nì."

os entrevistiìdos. Assim, a entrevistada E12 é também

(luem pergunt.ì: "ltorqLte você Íent que J'icor aptendetdo' lendo ntun lì-

,ro, o' coíhecírneut.) que íoi construído etlt outros países' e não poth:

p"rrro,,1r" você Pode co slrLtir o co hecìt e to oqui?" E tr enttevistadit

Ell "otrl"nr^t

"Basicamente é preciso ter unTq concepção tle Saúde Men'

Í(tl no contcxto da Saútle Pública e Parq o contefio ltrasileiro' merttts

inryortada... o que achct .lue ÍAltt muito llos cursos de grctcltnção é usar

nrárcrial procluzklo no Brasil. . não se vô, nãa se íliscute quose o que esÍá

sentto pràduzído tto llrqsil. EntíLo não se acostLÚ1a a pe'6'1r ìtq realidade

brasileìrcL e ttem tt se colocttr qtrestões' tlue na verdade vão trccLbttr sendo

t:oktcutlas pela vìdct, rttL prliÍica".A irnportância da proclução brasileira é enÍìtiz-ada tatnbém por

El6. Diz ele: ^"Teropia

CorporaL brasiteira é umo clas nais avurrçadas

Page 10: Texto Psicologos Areas

22 Psicólogo brasilairo: práticas entergerúes e das.íìos

do mundo". E acrescenta: "tliganos que haja tt Culiforniu., o \lrasil e u

Inglaterra" e "no BrasiL tlesenyolvcnos uma pcrspcctba ec[ética, e[cttonla con.te pc,rque ela.te eflcorúra bem com a cdracÍerístìc( brasìleìnt,esÍc! íIe nüsturur, niscìgetutr coísas qua .ftt| conr que façttntos sírÍesesnovtts ... O Brasil é o epíce tro, às yezes nõo t?mos o te(:otÌhecinrcüoínterno, apesar de retn.írrnos en7 nossos congrcs,sos cerca de ntìl passocr,s

e tle hoja em dìa lúver mais gente envoLvìda con Íerapia corporaL tloque cortr ltsicandlise, estqmos ntesnto ctssurnindo un lugar proentínenÍe.O próprio Lowen nwn con.gresso recetúe ent I'ortu,qal clopütu ntuíto ot rqb.1l ho do s b ras ìleiros".

A participação de trabalhos brasileiros em congressos internacio-nais é tanrbérn nrencionada por E7 que diz. "você ten teóicos l)ons noBrasì1. A gente faz sucesso ent Íutlo que é congresso ìnÍernacionLll. porexentplo, os jlutguíanos fqzenx cougressos i temacionqis, os brasìleírosfa1en o ntaior sucesso con os seus lrabalhos. Os psícotlranatístcts ídent.NesÍa áree em que trabulho, dc prevenção dtt AIDS, .ft17 sucesso o quc ct

ge te aprcse ta lli íora. Em vtirkr órcas q gente .i(í ten uma tradiçãoimportante, n.t área dd pesquíso da questão tle gênero, de população edi re i to r ep rod utív o, por exent pkt."

É, pois, assim, indicacla unra preocupação básica dos entrcvistados.Denlro da extensão da cÌínica, na consideração do contexto social suÍge aquestão até então mal-considerada do desenvolvimento de um pensamen-to que se origine aqui, que se relìra ao que é encontrado e realizirdo nopaís. Como vimos, ela surge no bojo de urna mudlnça de ntodeÌo cleciêncìr clue provê um novo solo para a problematização de pr,Ìticas queaté então tnal podiam ser pensadas.

3. O conhecimentomultidisciplinar

As modificações nas concepções, a pÍeocupaçao corn o contextosocial, a adoção de referenciais teóricos novos cono os apresentadosacima, levam a unra delimitaçiro do conhecimento que se requeÍ empsicoÌogia bastante (lit'erente do que anteriormente era desenvoÌviclo.

E bern verdade que Âlgunìas zireas de sâber se colocarn de tbrrnirinteiratnente diÍèrcnciadas. É o caso, por exernplo, da psiclnálise. Segun-do EZI, "a psicontilise ten um corpo donÍrintirio e um objeto que não seconfuntlent com os de nen.ltuma psicologìa: ela tem como objeto os cort-

t ottt:t'pcões e atividcttles energe|ttes na psico[ogio 23

,tilo"^ de incot$cìettle e Pulsão tltrc stít) Putes de una.coucepçíto do.

'

,',",,,,,,'n 1'r',11,,i, o' . Llue PuJe .e di'/cl \otnentc elit esturh t*t,ì :ì::].1,ì'..i,,'l: i, nllu ìot a

'Tu qutr Ieoitt P\ic('ló\iút

,, ,t ,tt*1 l,sicÔluSitt ,lo cott.crtnúa' sc l'reo(ttPL! ',tt' t-n':i:i:':,",::::

,t,,,,,," a" 'ì".poi*11ento' clLrc é utlxa qucslào tolaÌmrtttc t!u"'! l,'.ii!:",,,,r'i,:r,,iuoLiirr't': . Neste sentido, portanto' n'o hi ein Íelcçio Ì rìsrciìn lrse a

'"'.qihilidetle de se pensar nun't conhecimento'lnultidiscipÌinaC" apesar

l;:''ì:ï'u,.i;;J;enio "em constante diáloso corn várias disciplinas

, ' rrr l lìlosolil. il lingülslicfl' elc "À parte e^e-plos como este' no gntanto' há uma constlnte relação

crrtrc as disciplinas erì que estiìs vlsâm compartilhar áreâs de problen,tatl-

;,,;;J;";";;' qt" "ontribuen

para novos enfoques e "soluções"'

F,sta Derspectiv'r cle inlegÍação encontra utnit expressão lì1ais acâba-

,,., , ;;l;.' :"Lo,a.gtt liolisticr" apre'entrrta por [4 No caso r

'Ì.r\nrÌcti\íìdeirldeser!nterepíìSsiìJsertrl1nsdisciplinllÍ.cxlriìpoIiÌoì'' t--"- ' tas e atinge todas as formas de prod lÌ-, :rÌììfo Lliìs ciênciiÌ\ f\roPtriìmente ortirs (

"'."'Ë" '*'l :'--:^ .;: -,"'";., ,

,.,ìn a" "onft""i^"nio

desenvoìvidas pelo homem ao longo da sua histó

,:i". v"1"^or,

"Ncla se porle falur tle lnlìsutt stn f'lar 'L :'*2"i"'it..'::: .'.:i-'-'-í:,rorí"ì,urr, ,to íin"o1ia' das Arter t tlttsTr'diçurs E neclssirio t-ur9^ctúe^

o início rltt diálo|o coüt nov\s íon (ts de conlu:cintcttto l,(}nï:-entre ciência e rnística dcve ser dcsconsìder:ìdi quÂndo se lldir' com o

i"nàa"no ttua"no' "o ser htontuto ltc(ìsa lc at bas Lt Prrctst).tttt'n',

\:is);; ie sítrtese, Ì,oís 4 calacidatL usual Jc tttàlisc tlo pticoloEo tutaoÔ'

';:Ï::'.;;;:,;'',;;;";;;. É 1,u"*n o cotl\'ersôncitt de |isõet' 'ta.caPdcí(ktde

de análise e tle síntese P(trd qLrc Poss,rÚl1os ser ülsü.1ntnlo dc uü1a cons'

cìôncia tla it1Íeirezcl e se possa benefrcìar tlo Po'let ctictlivo que er6le

n<4a" (E4).

A perspectiva holística é destacada tÂmbém por um terapeuta coì:-

'rnral íEl6ì: "ouÍrc:cctactertstica no\Ì(t é o Psìcólogo usanrlo técnícas tle

',

",,iì,i nrlrnnro, outros dominiL)\ do conltacincno Esra scparaçno' se2-

,túnÍrca; d; ser hutnancì è utna coisa ocide tal que fazconx clue se Pe.r(:a

":,"

,i;;:;;1;i;;,";' ct)tlt') Itm todo o psicotogo tanbim t:'':-''^:,::^::',:^"',1,

pirriAitianan de ver o homeu toJo' intlusìve cottt turts patotoSlas

rtrgôuicas".Da mesma maneira' o entrevistado El5 que sendo teÍapeuta corpo-

,"f ,""of.o^i-ou de outro prolìssionaÌ da árca de grupos' úiz ' "propus'ì,r,ào

ìrïgo ,t* \otte pernrc'atlo pelo traballn de Reicl1 nttLs tiresse unxtl

Page 11: Texto Psicologos Areas

24 Psìcólogo brasileíro: prtitíuts entergertes e tlesofìos

alíscussão cont outra.s dìscí1tlifi(ls lrsi a con as tlìscì1tlírcrs conto a socío-Iogia, a antropol.ogiq, d polítìca, o cco ornür, u poesia e a fiktsoJkr. Aíconleçou-se a nlontor una íustítuiç(io en novcntltro tle 1992, cujo mode-lo i stìÍuciottal Íoí reíerendqtb pelo Ntíclctt tle Antí|.íse I stitucìonal tloOsvaldo Saiddott, e cujo one é Projeb Coía. Tnta-se (le um NLícleo deProclução e Prest.tção tle Sertiços cm ltsìcologüt c o que ct tl(arenciadqs outras y' n?n ser utne instìtuìçiío (íe JonnÇão clíDicd, mus de protlu-ção tle even.tos, couo o que rculiTontos hti poLrt;o tenpo Corpo l stitLrcio-nal e Corpo Social".

Nesta mesma dimensão pode se observtr a jdéia ile.'interação', daentrevistada El3 que trabalhâ na área dc Assistência à criançir numaìinha comportamenti.l "unut .irea, por eremplo que é exlrenanrcnte irúc-ressa te de ínteragir é a tíreo do pessoal quc trabalha con abortlagertt.sistêmic.t. l teragít corn esses grupos, da psicologia conunit(tritt, clap,ticologìa instiÍLlcìottetl, e tlas abortlagens sìjtôn.icas, pri cipqlnente, qsela ftntília, tem sído interessante conto una fornta tle trocttr ìcléias, veri-ficar prol)letnas conuns. Ent un certo seflÍido, te tor apft)\)eitqr unlpouco tla persltectivct que ele.r oferecem... Mas, üaro dos cktdos, de moclogerol, nía das lxtses cie tíicas, nato do.t fotos tcóticos,,.

São portanto forrnas cle cornpartilhar pr.oblemltizações cotnuns, deprocurar tematizar detelminaclas c}testões que Ievem-nas a seren consi,deladas por diversos ângulos que as enr.iclucçlLm sem que perctnÌ o seuperfìì característico.

IV. Atividades e contextos

Para nos aproxìmarmos das prÍticas cotjdianas que aplesentam al_gum caríter inovaclor nesta iíreiÌ, utilizamos o recurso estriÌtégico cle aniÌ_lisal os relatos produzidos pelos entrevistados acerca das suas atividades,assim como o relato cle experiências disponíveis na literatura consultacla.em rJurs grlnrJcs dirnensòes ou eiros.

O prirneiro envolveu a descrição das ativiclades propr.iarnente clitas,a clientela atendida e os locais em que tais atividades oconenr. Emborasejam aspectos distintos, niÌs experiências analisachs, tais âspectos estão

Concepcões e atividades entergentes na psicolctgírL 25

intirnrmente associados. Mudanças eln utn deles, qu.Ìse sempre' vôlrl

ilL orìrpirnhcdiÌs Je rnrrdirnças nos rlctnuis.

O segundo eixo consìstiu na análise de elementos intrínsecos ìprópria priitica clínica, destacando-se os seus aspectos teóricos e técnicos

(procedirnentos e instrumentos, quando esse tipo de intbrmação foi tor-

rraclo clisponível).

Esses dois eixos, de alguma forma, procuranr baìizar l própria

!)oçÍo de "inovação" subjlcente ao presenle tlabalho. Trata se de uma

'roção iÌbnngente: a sÍìída do consultótio, não necessariamente, pode

signifìcal que o trabalho clesenvolvido em outros contextos é efetivamen

to inova.lor (o que veretnos Inais adiante). Por outro lÂdo, pfofissionâis(luc continuam trabalhando enì consultórios (não inovado|es sob o pris-

rra do prirneiro eixo de anáÌise) podem estar contribuindo pâra o desen-

volvinìento de aspectos teórioos e/ou técnicos importantes, o que talnbéln

cstá sendo considerada uma mudança .Ìue merece ser rcgistrada.

1. A saída da clínica privada

Dentro da saída do psicólogo da clínica privada para o que vimos

conìo um maior pleocupitção conr sua aluação no "contexto sociâI", o

rrovimento mais destacado foi o que se voltava para a "área de saúde".

Analisando o contexto nacional em que teÌn se processado o in-

l]r'esso do psicólogo nas instituições de saúde no Brasil, um dos psicólo-

81)s entÍevistados (E22) traçou um quadro bastantc abrangente das políti

L:irs públicas que ensejaram tal movimento, os desdobrâIrrentos

irssociados a esse ingresso e as inrplicações para a prática do psicólogo.

llssc pano de fundo ou cenírio é impoÍÂnte; ele permitilá entender as

r:xperiências relataclas pelos demais profissionais entrevistados.

A inserção do psicólogo na saúde contextualiza-se en um intricailorìovimento de forças sociais, envolvendo interesses contrâditórios -cnrprcsários da saúrde, profissionais engajados na translbrmação da situa-

çio de saúde dl população, lutas da população por saúde e outros movi-rììcntos cÌuestionando as políticas públicas dominantes durlnte as décaclas

rtc regime autÕritírio. Passa peìas glancles Conferências Nacionais de

Suúr1e e específicas de Saúde Mental.

Page 12: Texto Psicologos Areas

26 Psicóbgo brosìleíro: prciticas emergetúes e desofios

É neste contexto que se situam, por um laclo as demandas sociais, a

ação de segmentos organizados da população e dos proÍìssionlis e, poroutro Ìado. rs inicirtivas do Estado neste terreno.

Numa trajetória que viszrva ir racionalização dos custos da saúde, o

Estado brasileiro, a partir de Íìns dos anos setenta injcia um conjunto deprogrâmas de saúcle bísjca que pouco impacto teve na área de saúde

mentaf. "Só co x o surgimento das AIS (Ações Integrarlas de Saúde)epqrece um progtama de Jinanciame to que buscava ültegrar os lrêsníveis de atenção òL sctúcle. É aí que os psicólogos começant o ìngressarem contíDgentes nlqis uípressirtos (sohretutlo em alguns Eslatlos, comoSão I'rurlo, lìio, Mituls e Rio Grande tlo Sul) no sisterna de saúde públi-ca." (822)

Com mínima tradição nos serviços de saúde pública e não tendo,historicamente, a sua prática âssociâda à inteÍvenções fora do níveÌ se-

cundário, remediativo, o psicólogo, enquanto categoria, pouco poder de

barganha detinha na luta por um espaço Ìnais amplo. A tradição da Psico-Ìogia, âté então, estava sempre associada aos modelos de atendimento de

níveJ secundário, que envolvia o seguimento contínuo e especializado; e

de nível terciário, mas sonìente no que dizia respeito aos programas de

saúde mental. Ou seja, essa tradição centrava se nos tratamentos ambula-toriiìis e em hospitais psiqujátricos. Como afirma E23, esse ingresso -significativo, apesar de bastante distlnte da demancla real <1e serviços -"não foì por causa de mn saber, unta cotnpetê cid reveladd e sim unaconpetëncì.t entendü1a como poleficìa\". A busca, peÌo Estado, de diminuir os custos hospitalares, ampliando a atenção secund.íria e primhria,abre espaços para as equipes multiprofissionais onde está presente opsicólogo.

Inseridos no sistema, aponta E22, três grandes caminhos foramtrilhados pelos psicólogos, em grande parte detenninados por intercsses epossibiliclades pessoais. "Á/aar na saúde menÍal - pona de enlradrprevisla - Ievou psìcólogos e trabelherenx fio otenT[mento ambuhttorial, ent clínicas especìctliz.q.([as, policlíuícas en perte como oposição aoqten(limenÍo hospitalar. Utn segundo grupo pctssa a .ttuar em hor'pítaistrão psiquiãtricos, Iidando com outras qLlestões relativas à saúde. Fìnalmente 11(í um grupo que recentemente ínsere-se no gerencianlenlo de

unidades de saLitle, assurníndo um papel de sanitarlslrl', responszível porações de recursos humanos e de planejamento central no sisterna.

O eixo que conduz a inserção do psicólogo nas ações de saúde é,

talvez, o mais importante dentre outros que estão imprimindo mudanças

t ottcepcões e atìr'iclades emergentes na PsícoloSiú 2'/

rìir rÌtuação clo psicólogo clínico. É devido à itnportância clesse eixo que'

1,,,,a idËntificaitnos as plz'rtioas emergentes na área clínica' ltilizaÌnos o

,".ut.ro d" mapetr todâ; as experiências que envcllvi:rln cluaisquer saídas

,kr moclelo ttailicional de consultório, aqui tonraclo como expressão de

úrìÌit iÌtuação no nível de indivírluos com base em uma relação cliádica

I,^,.,*" p.o""sso envoÌve, numa primeira instância, a sua inserçÍo 9m insti-

rrriçõcs que podem ser rnúltipias: a) hospitais (geraìs e psiquiítricos); Ó)

,,rrrÌ,ul"târios (gerais e psiquiritricos); c) unidaclcs básicas de saúde e d)

{)ülrus instituìç;gs, como "scolas,

creclÌes e n]esnlo organizações onde

srio cmpreendidls ações tle saúde.

Vejamos, a seguir, que caminhos principais podenl ser observados

rrr movimento clo psìcólogo clínico ern direção às "ações cle saúde"'

l.l. O ingresso e a busca de alternalivas ao manicômio

A inserção do psicólogo em hospitris psiqttiritricos ë mris anúga'

cruboLa em núrnero reduziclo e ocupanclo um lugar bastante secundáIio'

N(n.rndmente, neste tipo de instituição, ele tinha um papel muito restrito'

( ondizente com  primazia do triÌtanìento médico: pertencia a um S€rviço

ttc I'sicologia, prioritarianente voÌtaclo para avalinção psicodiagnóstica

{) ingresso"tÌe maior número cle psicólogos "ajuda a nudar a correlaçio

rtc fìrrças na hegemonia da priittica psicluiátÌica", inclusive potque eJÌtlam

,,,,.undiçi,o deìeren que demonstráìr a sua capacidatle ou a sua utilidacle

tlcntro cla instituição (822)' vaìendo-se rJe umiì crítica âo ìnstituído

,{ crítica ao manicôrnio, diga-se de píÌssagem, é aìgo antigo no

lÌrasil. Ac1ui, "a estraíégia.le ifilPlaflÍação e crcscinento da psíquiot.rìn

.:c ttttseou tra crítictt aL) seL! instrunento tóc íco pt ittci)o[' que é o asilo"

(1122)- Apontar as condições precírias dos manicômios' erx uma açÍo

ciclioame.nte clesencadeacla por setorcs nédiccls cono ulna estrlìtégia de

()btcnção de Ìecursos, arnpliação cla rede e do número de profissionais'

No âtnbito infernacional' a pattir de 1945 desenvolve-se um ntovi-

rììcnto de crítica aos hospícios que assutne, em dìÍèrentes países' aspectos

pcculizrres. Castells (19i8) divicle em clois gtupos esse conjunto de crítì

crÌs; (â) /rsico.Í.toclo logiu tlo estabelaci lenlo Psiquìáttico - envolvendo

uma 'interpretaçaÌo

clo funcionamento lìospitalar enqulnto uln ploblema

inter-no (gerenciamento, organização) - busca adequar o seu Íunciona-

u,"nto oo., seus objetivos sociais previstos Nesta categoria encontram-se

o movimento inglês e a proposta de comunidldes tetapêuticas; o mQvi-

Page 13: Texto Psicologos Areas

28 Psícólogo bresileito: prtiticas encrgettes e desaJios

mento Íìrncês clue tornâ a psicanílisr: cono discurso teórico ordenlclorcla prática e do gerenciamento d clínica: e o movimento aÌmerìcano. corÌsuas teorias comunicacionais e de anílise de papóis. O segundo gr upo decríticas (b1 sctciologia cla ins tuição ncniconìal destaca aspectosexternos do vínculo ou do papel clue a instituição psiquiátrica cicsetnpe-nha na sociedade. Aclui encontratr-se as propostas de ruptuta do movi-mento itaìiano (conr Íbrte influência marxista) e o nìovimento da antipsi,quiatria que iìpresentâ um "ìnagíntirio radical tle lìberíeçílo nuntco te,rto do dcl)ate conlr.rcultural, tentlo por base Lutl tcotiq nnis feno-ntenológìctl' (.F'22).

Em rchção a esse conjunto de críticas, sem dúvida se destaca oestudo de Coffman sobre as "instituições totais", cnr Ìivro de 1961, querÌìostla coln muita crueza os eÍèitos de despersonalização, de mortificação, de renúnica a certos níveis de socialização, lìgacìos à institr.riçiropsiquiátÍica e que! em nruitos casos, provocou grandes questioniÌmentosnrqueles cnr olvitlos corn estrs in.;tituiç,,er.

Esse quadro pennìte comprcendcr melhor o que acontece no Brasil.SeguncÌo o entrevìstaclo E22 "totlas essas ínJ[uôncias clrcganr aquì.]udseoo ntc.vilo tenqlo, cono utn geléìa gerol, fornecentlo uovos elefienÍos etntta.t qrgutiletttações paro o not'intento de crítica à Ìnstituìçato nlaricotttícLl... A esse conjunto tle ídéias agrega-se, cerÍa Ìent(, u ct.ííic.t à privo_/ìzação.lo pttrque ntanicontìcLL tlgo extrenwntenÍe acentLLd.lo q lr(r,.Íitdo s a no s :; e t e nt a" (822).

Os hospitais psiquiiitricos, ern decon.ência, têm sido alvo de inú-tneras experiências. Nelas o psicólogo vem ganhanclo cacla vez maislugar. Na entrevistÍÌ com a psicóloga diretorâ técnica de um hospitalpsiquiítrico no Estado do Rio de Janeiro (El8), poclemos obseÌvar, para-lelamente a unÌâ ação que não descaÍa a necessidade de uma internação("não se i tertru porclue o indìvícluo é estranho, esq!.!ísito, perígoso ouvi se matqt I nns ] ent monentos tle surÍo o paciente necessiÍa de Llntcontinente pora resolver un impasse"), iniciativas no sentido de ampliare diversificar a assistência aos p:rcientes e ex-pacientes. Inclui-se entle asações da direção deste hospital a implantaçaio de albergues; o NApS(Núcleo iJe Assistêncìa Psicossocial) conta com oficina cultural. de tea-tro, o1ìcina culinária, bailes às sextas, oficina de vídeo. ../)o NAqS sctíuunra associação de pacientes e a ígos Associqção Cttbeça Firne _qLte Íetn eintla 1uiío ct coorclerutção do pessoal tlo núcleo,'. Esta associa-

ção tem uma barraca na Íèira, programa visitas a ntuseus e exposições.No nível ambulatorial existem grupos de recepção, grupos cle renréclios.

(incepcões e ulividaales etìterNetÌtcs rcI ltsicologitL 29

Dentro do manìcômio, com ullìa persPecliviì crítica "contr.Ì a ge-

ronlocracia orglnicista, e até psicanalistiì" encontrâ-se o traballro rclatado

ln)r Liìncetti (1992). Alguns exceúos d(- sua lala carâcterizando a expe

riarìcia (le Santos, no único hospital psicluiítlico da regìÍo, saÌo clignos de

t( !islro:

'' l;oì muìb únporxnte tle,rcobrirtttos, por e-tcntpkt, qut' os psicrjlogos t!o'qu?ld insliluí\:Ao tlcsnonlrLvanr quantlo descobrkun que não lilltauìl LLIlIa

sdla t)(u'a ttLtballtui , 4ut o lugor tlclc.:; era jLutlo íl? utìt pctcü:11!c, corÍtuttk)ru t l ns, po r crcntplo " ( p. 1 55 );

''Ijnr Santos os scntrÌÌlos no apogeu do chão, metìdos nr rcxlidâde até as

rillinâs conseqüôncìas não paral ler as fantasiiÌs ou intcrpÍctxr o cíìmpoliìnliìsrÌlilico. miìs para produzir um novo lerritóÍio, losse cìc a rcgiÍo{c(ìllrí1-ìcrÌ, ou r invcnção cle um espaço: o Ìugar dc afecção c pÌodução dc

rrovus r-clacõcs gcrâdiìs coÌn â noviì sociabiÌidadc c com iì novíì sâúdc

rrrcrtal"(p.157).1...1 "PÍccisimos tomar csta cxpcriôncia com muito ca|i-rrho. polcluc ó uma espécie de criança nova quc cst/r nascenclo..." (p.156).

llnr Crrrnpinas, no Siìnatólio Cândido Ferreila "o acLinrulo t]e itotrt\t\'.\ (tü !rês uititlqale.t len seF/itlo Lle suporte eo esÍIbeleci rctúo de

t,rl tlr'tt,t.tttnciu. crìetba; qs eÍperìëtÌcids tle supervisão, de reúsão,lt,t\tttti( u c teropêutíco do lrtpítctl tlia; tt da crìação tle um lar abri

",t,1,' , ottt .ttrtr.ç rcpcrcussões trcr aLo de crônicos: e a análìse de projúos

t, rrtlritttìt t)s ìntlìvìtlucris rta ala tle pacientes d8ríílo.l' (Câmpos,l,r,).,,lì. íì l)

I:rrrlxta rnúltiplas experiências estejam sendo desenvolviclas no

.rrrrlrrlo rlrrs nÌiìnicômios -

tendo psicólogos um papel rnais proenlinente, lr{}Í tiurl(). ir)ov ìdor

- o malco importanle desse canrinho inovlclor na

r..r,,rcrrt irr uos charnados "pacientes psiquiítricos" reÍère-sc à buscit clc

rlt, rrrrrÍivrrs ì inter-nação, cuja expressão mais in]portante é o ÌnovinÌento,r,',rrr,rrrr,,'rrrirrl. Envolverìrlo inürneros trupos c scgnìerlos sociiìis -Lrrrrrlrrrrcs, lriì[lìll)adores, sindiÇ.rtos, universidades, consell'ìos - esse

|||',\|||Ì( |ì|(ì l)uscir "através cle iniciativas assistenciais, teóricas. cultulais, l, I'r',lirtrvrìs 1...] ab|ir perspectivas de uÌna nova éticâ niÌ convivência

', r.rl , orrr rr loucLrr-lf'.

À lrrrrtìr rlc 198'Ì -

"coti| o fracasso cla estroté!,ia clue l)LtscLvd

,t,tr,l,trt1ttt tl( utto .los própri.os manicô tìos" -,

diz 822, surge esse

r.,\ rrÌ( rt(ì rlrrc incorpora t crítica radical de "unra sociedade sem mani,,rrrr,, lrssl rìio ó unra banclcira isentl cle polêmica, dìga-se de passa-

Page 14: Texto Psicologos Areas

30 Psicólogo brasìleiro: prãticus e lergetúes e desafios

gem, ìnclusive no interio[ dr categoria dos psicólogos. Unta das psicólo,gas entrevistadas (E 1 8) assirn se retèrc.. ,,A

b(lndeit a dq htta cLntilncuúcomial, deJentlidct pelo;:- profissiontLí.s tle saú.\e, que são Qté.le taugnartltt eco trLl at itúcrno.ção, parte de um ponÍo de vistq liberttirio que é tlìrígítlottrtrís à neurose do que à psìcosa,,.

Reslrições à palte, deve-se legistrlr o foÍtalecirÌento cÌuer do movi,mento social, quer clas experiências técnicas proprìamente clitas pararomper o moclelo hospitalocêntrico clomjnirnte no atendinlcnlo etn stúcÌemental. Esta superução clo hospícìo é buscacla atravós de três estmtégias,destacâ E22:

(a) reposicionar socialtnenÍe (! loucur.t, etNolvendo o trabttLlto tle tutt_dar cortcepções socí.tis, os sigjtos, tt ideologia;

(b) tlotar a sociedatle tÌe.fornas insÍìtucioltris de tt(urcjo socì01 e tera_pêutico da loucurq que prescìutltnt da ínternqçíío;

(c) et ideologia nruLtipro.,tissional, ìnteftlìscü)línar e desespecittlízada.

Rosa (1992) denonrina cle..psicossocial" o nroclelo que se colocacoino .Ìlternativ.Ì .Ìo "ltsilar". Tais tnodelos são radicalmentg distintos nasconcepçõcs do objeto e nreios de trabalho, nas formas de organizaçãoìnstitucional e Íbrrnas de rellcionamenlo aoln a clientell, como desoráveo autor, "Os díspo.ritivos institucionai,, tQicos do modelo psicossocialsão Cetltros de Ate ção Sociat (CApS), Núcleo r)e Atençãtt psico.çsocial(NAPS), Ìnspìtal-día, anbulaÍórios de satítle mental, ecyuipes multipro_.fìssionaìs tle soúde nentql insarit[cts en cenÍros cle,utúì" ì s"tore, parnít(úctn|e Ío enr sLTride nenteL inserülos e t ttospitctis gerai!;,, (p.251.1.

Corn o objetivo de buscar dcltar a societlacle <je formas outr:ìs qucnão a internação ao Ìidar cont a ..loucura', _ na etapa atuaÌì, todos osmeios tôn sido tentados encontlamos o trabâlho desenvolvido porE-6. A psictíloga encontra-se envolvida em toclo un movinrento nas ciiu_des de CalÌtpinas e Santos, onde Íìxanr crilclas estruturas para o atenclinrento a esses pacientes. T.Ìis estruturas, por excntplo os NApS de San_tos, constituem-se num projeto onde todos os níveis cle atenção à saúdeprevistos são reaÌizados no nrcsmo local. Ou seja, há estrutuia 24 horaspara hospital-noite, para hospital-cìia, tratamenk)s arnbulatoriais e atépronto-soÇotro. Junto aos NApS Íuncionan núcleos de trabalho nosquais os pacientes são inselidos e clue envolvem o trabaìho ren.ìuneradojunto àr conunidade (fhbriclção de tijolo, organização de lixo, etc.) assinr

( ottccpcões e dtividq(les energeníes tm psícología 3l

, orlo a proclução cultur.ú e artísticâ- Como exsmplo desse segundo tipo,

lri o trabalho inovador do núcleo "TAM-TAM". Esse núcleo desenvolve

uÍìr conjunto extremamente rico de iìtividades junto à conlunidade, possui

lrrÌrÌ hora numa rádio ìocrl comandada por pacientes do núcìeo que anti-

Irìrììcnte ertÌm internados, produz uma sórie de itens artesanais e artísti-(1)s lìltanrente aceitos niì comunidade e dos cluais retila os subsídios

lirìunceiros piÌriÌ zÌs suas atividades. A grandc inovação desses núcleos, na

rcrrlicladc brasileira, é o tratamento dos chamados pacientes psiquiátricos

crrr a preocupaçÍo concomitante de integração através do trabalho pro-

rlrrtivo. São projetos terâpêuticos "vohados er^sencít 1e te Para a co s-

tnt\'ão dq autotontio dos 'pqcie tes'[...e que, Portanto,... ] têtlt tlue conui-

,lrnr u siluoção tle margínalídade en que se encottr\m os PdcieÌÚes"t( rrrnpos, 1992).

A multiplicidade de experiênciâs alternativas à hospitÍÌÌizaç,Ìo reve-

lrr sc, por exernplo, nas soluções encontradas em Porto Alegre, com a

lrcrrsÍo "Nova Vicla" e em São Lourenço do Sul com a "Nossa Casa".

Fisher ( 1993) coordena unìiì pensão que surgiu colno alterniÌtiva ao

(l( scrcdenciamento de um hospital que deixou 5l pessoas seÌn atendi-

rt(tt<t. "Orgqnizadd em gntpos Íerapêuticos cle ;famílìa, .tssenlbléias,

,,1ìt ìn .le ules e pedcrgóBicct, hortq, artes, passcio.t, JbsÍds, víagens, q

I'Ln.tão propícia um espaço onde os pensiotti.stcts vão estqbelecetlt]o trorti\ .\otiaì.t e, tla írulifercntes, ptssam a sentir a necessidade do outro"(t, Ì2).

No projeto "Nossa Casa", "a equipe Íenlou rccti.tr Llm lugu' que

l,tlu.\s( de sqúde ao ínvës de doença, onde a interdiscìplirnridade fosse o

I't)ttt(r de partída pare todas as íntervenções.[... ] A Nossa Cqsa é una,,tttt Je ltortas abertqs, onde paci.e .tes, técttícos e Íúncìon(írios (equiPe)

lrt. ! nt .jtottos as reÍeíções.[...] A citladtuúa se desenvolve por un direìtotlttttlitãrìo. To.los opínonr sobre o íuncionanento da c(tsa. No grupo,'l'. i(rtìvo, r.'.s pacientes decident qual vaí ser sua 11qúiciPaçaio n& mal1u-

tl tt(ít) .ld mesn(1" (Betkov/,1993, p. 80). Os Íesultados são tidos con'lo

,rrrirÌ]lrlores, efiì arnbas as expefiências. Entre 25 e 30 pacientes fre-,lrrcrrlanr a Nossa Casa, sendo que 150 já retornaram às suas c.Ìsas, rea bi

lrl;rr l()s.'Iìabalhos corì1o os apresentaclos expressarn bem os prìncípìos que

rì(ìrl(i:un o movimento pela superação do tnanicôrnio. Rotelli (1992),

,rnrrlisrrrrdo a situação itiìliana, reÍère-se àÌ el'ì'Ìergênaia de utrra nova cultu-rr da responsabilìdade - entre os técnicos qae "tr(lbalham pelo que

,ltttttttttttos í vençdo institucional, isto é, parq cri.tr espaços, Iugares,

Page 15: Texto Psicologos Areas

32 Psicó[ogo hrosileìro: prtitit.u"- en.rargettes e dasofios

situações concreta.s, (e.ntraìs, pontos (lc o!!rul(uncnto. lugares teropêuÍi_cos, espaços que estaìdnt derúro da cotlluttidu(l(, tlos bain.os, tlos tcrritó_t íos - que não seja.nt espaço,r separatlos, de oa(.lusaío, u)as ale racotÌsttu_çiio tle una relcLcíonatitlade" (p.10).

Assirn, a desospitalização só faz senti(lo, seguniJo Rotelli (1992),se aconprnhada de unì conjunto amplo de nedidas clue interÍiram nlscondições de vida do paciente e permitant crìar alianças e vínculos fbrtescom a cornunidacÌe. "É intportante o L6o atenÍo (b nedic.tnento, Íantoquanto é iutportanta Írctballnr para ìfise r o pacie te detttro cld. sìttLoçtiode trabalho, .luatúo é iutpot ÍLlttte cri(lr cooperqli\)as, qwto é inporìartxc tlafentler os pctcíctÌÍer- a.t rLkTs e nl.s re[ações cotn ($ oLú].t!,t instituìço_es dtt cìdede. Pensunos que o trcltalho terctpêLtÍico fen (lLte .tíuar efi7Íodos esses nh'eìs [...] É ridícu!o corúinuat a uslt..rs prLítìcus psicoterú_pìcas de Ltnla ntaneíra sìnplesne\tc ttedicìondl, setn Íer d coftryefl dacnÍj'etÌtor a cotllplexìducle tlos níveis tle ì tervençtío pu.tr corr"gui,

"rrru,con digni(la.[c qs pesstns" (p.72-3).

Todas as experiências que busc.Ìm ,,resgatiìr a autonomia dos sujei_

tos .Ìdoecidos" coÌocam inúmeras questões, coÌÌìo assinala Campos(1992): "Qual alternativít qdotqr, hospital tle agudos, hospítat ttia, oílci.nqs, ce tros de opoìo psícossoci1l, equipes .!e etcnção à sLlúde üentqL?Quais desÍqs opções contrihLtem para a luta a tinuicontial? eLlctl arnais adequoda para a recuperação dos patcientes? eudis (je.rtcts propos_tas devem perdurqr, unta vez qua consigqn Íornqr disPensável o confìna_menío?" (p. 63). Mâis clo que debrte, cliscussão, todas essas questõescolocrÌm â necessidade de estudo, de investjgação, cle avaìiação ciiteriosadas experiências.

1.2. Da saúde mental para a psicologia na saúde

Como aÍirma Zannon (1991), .,a.o longo dos últìmos tritÍa.t oJ,movimentos sucessi.vos de mudança na tirea tla saúcle consolídttrant ttperspectiva socìatl d.t metlicitlo, quesÍionqrom e tlecreÍaram a falêncìa daorientaçtio nedical.izeda tkt assistênciq, trouycroul conccitrts g[ofutis eprocessuais de saúde, revctLuciotl.atra x q institLtiçato e a organizaÇita) .losistenn de sctútle".

Esses movinìentos passam por tt€s momentos, ou idéias, definiclo_res, segundo a mesrna autorâ:

Concepcões e ativitlcttles entergentes ta psicologia 33

. o reconhecirÌÌento do ca[íter globa] cla saútle de inclivíduos e o chamíF

nìento à nlultidisciplinaridade;

. a projeção da saútle coletiva como condiçÍo de desenvolviÌncnto e

corno responsabilìdàde diÌs níÌça)e( e dâs comunidacìes:

. o reconhecimento cla qualiclacle de vida na infância e da educaçÍo dos

inilivírluos, glupos e comunidl(tes curlo Íbntes essenciais da sobrevi

vêrÌc ia da hurlìanidrde. (Zannon, 199 I '

p. 2)

Essas icléias de[inern dirctrizes corÍespondentes parzÌ a 'Ìção:

. "a atuação interdisciplinar;

. rÌ orient.ìção das açõcs ptoÍìssionais na direção da saúde coletiva e o

ciìÍÍter educativo da assistênciâi

. u inserção dos inclivíduos, grupos e conrunidades na ptonloção drsaúde:

. iì postura constante cle projeçÍo do lxturo da hulÌìanidade, de ptojeção

iìo descnvolvinlento dos indivíduos ao longo do ciclo vital, de ptomo-

çrro da qualiclacle rJe vicla clas vhrias gerações." (Zannon' l99l ' P 2)

Esse movimento relativo às questões da saúde, se por um lado

rrrrrplil as possibilìdacles de inselção do psicólogo no campo' por outro'

r[rnrnda modelos de atuação bastante diÍêrentes e' em grande parte'

irirì(liì cltrentes cle formulação. Tudo isso ocotre no contexto bllsileiro,

rìrìlì coniuntura de problemas gspecíficos que têm funcionado cotnQ

lì)rìlcs aclicionais de pressão por mudanças niÌ atuaçíio do psicólogo cli-

rr it o.

" Psicologia Hospitalar e Ambulatorial

O ingresso e o trabalho de psicólogos enì hosPitais gelais ou elÌÌ

,línicns especializ-a<.las, lìclando com pacientes cìuc não se enquadranr

L{)rììo "piÌcientes psicluiítricos" revelam-se tão intensos que já se pode

lrrÌrrr rh emergência e consoliclação de una nova átea denominada cle

lt.titologìa hospìtaltu'que jí consegue reiìlizar congressos ou encontros

,l, irnbito nacional, leunindo um número exptessivo de novecentos pro-

lrssionais. @19)

Page 16: Texto Psicologos Areas

34 Psicólogo bro,sileiro: prtíticu"^ emcrgentes e destú.ios

O quadro mais comurn, como assinala Spink (Ì992), envolve ainserção do psicólogo na eqLtipc ,,rt.e.1iìe tententc, crnro facílitaclor tloprocesso de tratqhlento, ltttventlo - con ft1fth- exceç.ões _ pou.cT\ opor_Íunidades paro tontribuìr nes.te procesr-o cortto prolìssìout at,rtòttàttut.Nesta percpecti.ya, coberiu cros p,ricòlogos ltclorLtr ír l1(t(icntc ltqra ocirurgia e outras iníenejryões c, de motlo geral, segurar tr b.tra quan.loo pacìenÍe exprcssdva suas emoçò1,[, rL.stituinrlo o .to lafLl ,l( L+cntepassiwl' (.p. 131.

Apesar djsso, as entrevistas realiznclas ilpontam algLlns novimentosimportnntes de psìcólogos que iìtuam neste nível de atenclinÌento tercrá_rio. Mais do que zelar peJos aspectos enocionais dos p.Ìcientes interna_dos - todos submetidos a situações (le rit/".ç.r tÍo Í.ortãs que poclem serdcterminantes cr.íticos do desenvolvimento do seu quadro _ observa_seque o psicólogo tem assunido um papcÌ mais anrpÌo, atuancìo em váriosplanos da organização hospitalar, não se linritando à lidar corn o clienteisoladanÌente.

"O psìcóLogo ten de parcu. dc ficar Írancado na suo s.rljl e tetÌr qucau.dar por tleuÍro da enftnnaria,,, fala_nos EI3, psicóloga cujo objetivoprìncipnl da sua inserção ern um lrospital geÍal consiste nurn trabalhojunto ao pessoal clue trabalha nas enfermarias (no caso, pecliítr.ìcas) e àprópria clienteÌa. Seu tr.abalho é caracteriza{jo co,no .1r,, process'o clesocìtrlí7,ação en Lnt senlido anplo, ent,olverttlo a assistêttcìo t) clierúela eao tilestno tetnpo (r rcloção inte rlt rof.ssional, . Álém de jbcaljzar os as_pec(os da socialização chs crianças ìnternaclas por pÍoblemas crônicos,busca se a preparução de unta jnfì-a estrulura para a recepção e atendi_mento dessa clienteìa, através da eÌaboração cle manuais eáucativos en_voìvendo ecluipe e usuários, por exemplo.

Tra{a-se de Íbcalizar,.as oportunidades tJc aprcnclizagern e as rela_ções cornportamentais cle ìnclivíduos e grupos (crianças hìspitalizaclas,seus Íamiliares, profissionais que os acendem, tìpificaclos por características organísmicas, situacionais-anbientais e socioculturais). Enì razão deespeciÍìcidacles históricts (profissioniÌis e jnstjlucionais) encontracìas naassistência hospitalrr e, em particular, na assistência pecliítrica, são loca_Iizadas as reìaça)es comportaÌììentais no conlexto de rotiniÌs e Íegras so-ciais (prítìcas hospitalares e rituais culturais,' Iigaclos a saúdJ) (Zannon, s/d, p.3).

'Essas mudanças requer-em novos papéis, conr denranclas cornpor_tiìmentais avançadiÌs e inovaclorzrs, novas rnotlaliclades cle ação, erl áife_rentes locais de atuação. A insoção clos indivíduos e grupos usnários no

I t)trcepcões e atí\)Ìdtldes emergentes na psícolrtg'ía 35

l)r'occsso é conclição sltle qu(t tt(n. O carÍter revoÌucionírio dessas mu-

,lrrnças estilt exatiÌmente nÍì alteração das lelações compoúamentals en]

lrxlo o sistemzf' (Zannon, 1991).

A mesnra autora refere-se, coÌno expiÌnsão da atuação do psicóÌogo

( rìì slÌúde, a perspectiva de viâbilizar a "inserção do usui''lt io e dl comuni-

,l:rìc nl assistência... colno agentes do seu processo de slúde e não

;rl\'ÌllÌs conlo paçientgs". Atguns exenìplos siÌo citados;

. crìÌ programls cle iliálise perìtonia!, conì decisões tomadas e procedi-

rìÌcntosìe cuidados Íeitos pelo próprio doente e poÍ sua família' em

casit, com orientação e supervisão periódica por profissionais' a domi

eílio e en unidades de hemodiálise;

. ( rìì programas paÌra ÇriiÌnças com enÍermidades Çrônic'Ìs cotÌlo o dia-

L.tcs, Ãltados para o desenvolvimento de habilidades de coping' óe

r epcltrilio cle vigilância e autocuidado;

. crÌr proglanìas de inserçiro da família no atendilnento a crianças hospi-

trrlizaclir-s, conr a integrlção dos papéis sociais e institttcionlis nos

r rritlados de crianças.

Niì Iitcratura iclentilìcanos' por exeÌnplo, o relato de implantaçiro'

rìrrÌìrì crnl-enniÌÍia de pediatria, um projeto de "mãe-partiçipante" (Morâ( :rl,rrlrianco et alii, 1992). Sob a coordenação cle uma psic!ìnalista' umiÌ

,,1,,i1,,, ntultipt ofì ssional atua no sentido de mininizar a privação afetiva

,lrc riìrirclcliza r internação, concluindo c1ue "a presença clir mãe e do seu

,l',., ,,,r,, p"r,r,ile,1ue o sintomiÌ da criiìnça poss'Ì ser ouvido à luz tle urna

I'r,.t,ìr'il llnrililr" (p. 242).

Ncstrì nlesma instituição, há, ain<Ja, o relato de uÌn progÌ'Ìma de

,r',,,rrti'ncir psicológìca no alojajnento conjunto e berçiirio (lìrunsizian'

Nl,,rrr (lapobianco, 1992). O trabalho envoìve' especialmente, a e(ÌLLipe

,lrrr rrlcnilc às puérperas, buscando unifìcar as suas recotnendações e

.,rrrl,lirrt'a compteensão dos aspectos emocionais vivitìos pela mãe e re-

,,.rrr rlrscido.

^ ir(urção clo psicólogo nl íreâ l)ospitalar ganhiì vírios contornos

,..1r'r ilicos consideranclo-se a especilìcidacle do atendinlento prestado

1,, lr irìsl.ituiçaÌ(). Diferentcmente dl xtuiìçattì em htlspttlis Ëerlis ncsses

,,,rrt, rl,rs o psicólogo se cÌepara cotn problenras cle saúde particulares

';rr, , rtt rrlguma Íbrnìa, condicioníìlÌÌ o seu trabalho

Page 17: Texto Psicologos Areas

36 l,sicólogo bro.sileiro. prtítictt"^ cntcrgentc.r e tlesc(.io.s

Adnìinistrando o sctor cle psicologil clo maior hospital IaljDo-an)e_ricano especializaclo etìì correção (le defeit()s cle lace, E5 destaca a roúnado psicólogo estar presente eln vários monìentos do atenclimento à crian_ça "o psícólogo aconpanha o pocìeuÍe oti(la cle estìt)er, cn qLr tlueruna tlas etaptts do seu aíendimento. Se uma critnça est(i tcntlo ;uiktdiliculdatle pcu'a se subrnefer 0 unt procedimento e a equìpe tÌão cotÌ,ee-gue lidar com Ìsso, o psicrilogo intenén para fucilìtctr e;tossìhìlitar xíntenençato". O trabaÌho não se restringe, todavia, a esse papel Í.acilita-dor para as intervenções rnéclicas. Alóm clisso, ele estí junto cor11 todas asecluipes de tÍabaÌlìo, atua na integraçio clas equipes locais e cc;uipesestrangeiras que vêrÌì executar e ensinar procedimentos cirú€icos ai;danão utilizados aqui. EntÍe outras atividades existem o atendjÌnento (lepais e nìães de pacientcs infantis, em lermos dc alívio tÍe ansìeclacle e cleorientação e o traballÌo de grupo c0n aclultos e aclolescentes, localizantlirquestões rclativas às expectativas diante diìs cirurgìas e problenas deauto-imlgent.

Inserida em um hospital de canliologia considera<jo exenrplar nopaís, a psictiloga (EI9) reforça a inuclançiì apontadâ no (rabalho clo psicr!logo. "EtÌt ge ral o que .tcotúecia é que o pr-ícólogo rccebìe em sua sttla opacie te; agoftr. ão, o psicólogo yai tfttbulhqr, vtri nunt antlctr, vai con-yers(It cot71 os n.tétlicos, con o clíente, vctí JaTer a.nolttções o protÌtl.tl_rkl'. A1óm do tíabaìho espccífico, as pesquisls e estuilos condnziclos noâmbito da instituição livcrarn importante inrpacto na constituiÇão .lo psi_cologia Hospitalar enquank) catÌpo de e\tuLl,) no BriÌsil e, no oìonlento,contribuì para consolidar â.íÍea de estuclo cla psicologia aplica<ìa à car,diologia. AtuaÌnrentc E lg padicipa clc urn ..consrjrcio irulticêntr.ico,, clueenvolve onze países, visando estuclar a qurlicllcle de vida cle pacienìespós-cirúryicos durante urn ano. AcorllpanlÌa, aincìa, 150 pacientás pós-ci_rúrgicos que fizerarn angioplâstia, pesquisa inóclita no Brasil.

Vejanros, aìncla, o caso da psico-oncologia, ítel cle conhecimentoque oÍerece suporte na assistência ao paciente oncológico, entendicla porBispo (1993) como " uma áreâ de trabalho qu".on.i,l.rn a interl,ace cleaspectos nédicos e psicoiógicos no diagnóstico e tratamcnto clo câncer,,(Bìspo, 1993).

En unr trrbalho ntultiprolissional, coIno descreve Kovacs (I993;,são lèitos "ttltatnentos combìnados, coÌìlo: cluimiotetapia, r.aclioterapia,cilulgia, r'elaxamento, visLraliziÌção, grupos de au(o_âjudiì, psicoterairìa,enlrc oUtr,'S .

^s lc\qui:iìi qltú Iel:tciuIiUlì il:pc.los p\icolo-ficos (csLi .

los de pclronlliJuJe. esr;rrlo: ,Jeprc,.ivoi. por excrrplo; no .Èrana,,.la,,_

( (ürcepcões e atil)idades emergentes n'l Psicologitl 3'1

rìcnto e desenvolvimento da doença, fortalecem a inser'ção do psicólogo

ur equipe cle atenclimento Bispo (1993)' descrevendo progliìnas de auto-

,riuda, aponta técnicas e atividldes "que 1ìvoreçam o-cuiclado clo Ìrâciente

,.:,rn.igo' própt io", tais colno o rglaxanìento e a visualizâçÍo' assim colno

,, cnv"olvìrnento de ex-pacientes Parâ discutir estratégias de enlrentiìlnen-

r(Ì c ganhos secunclíri;s, além de atividades físicas' massagem e dança'

tt,rrriberg (1993), cliscute, particularmente' a atenção à 1anília do pa-

.icnte qu-e envolve "clesde a glande necessidade de flexibiliclacle no esta-

l,clccinrcnto do settütg terapêutico, até a necessidade de pteparação do

tcftìpeuta, não apenas tecnicamente, mas tambén] pessoiÌlmente' para o

L rlìcntamento cla situlção de nrorte" (p. 871)

Para a SociecÌacle Intet nlcional de OncoJogia Peclir'rlrica não é mais

lxrssívcl existir tratamento do câncer sem acompanhamento psicológico'

,,lilnou-nos E14. Junto a pacientes cotn doenças crônicas' o psioólogo

iìssuìììe o plpel cle "ajuclar a compreensão clo pr'óplio paÇiente' do seLr

,,',,,1u d" vìuàr, da tloença". Neste seu trabalho com crianças com câncer

( iìrl(Ía(1.Ì ulÌìiÌ postura humanista-existenciÂl pÍìra o atendinlento globali-

rrrtlrr de apoio à Íarnília, à equipe cle atendimento e à pr'ópria crirnça'

A[:nr clisso, o grupo encontra se envolvido com o desenvolvimenlo de

urììr pesquisa iirteinacional sobrc o seguimento de crianças após,a aÌta

t,,,rpiialai. Os objetivos centrais clesse trabalho são a aveÍiguâção das

,,,,'l.liçi,", emoai;nais e intelectuais das crianças subrnetidas âos trala-

rìì( nl(;s nìuitlÌs vezes invasivos, tais como a quitnioterapia'

A psicóloga E14, retère-se ao traballìo de urna colega de outro

lrsli(to voltâdo especificanrcnte pariÌ a questão da lnorte Com grupos de

l,r,,lissionlis tlue lidam conì pacigntes terminais, ela desenvolve encon

t,,,s,lcnonrinados "acolhendo a morte" que inclui elementos teól icos e

l rvittciits.Iì claro que em viitios momentos sulge  qüestão colocada pol E l9

,lut tlrrbaltra ctn um hospital com nìuitos recumos; "setú que a psicologia

,,,1,,i nÍo é a psicologi; de Viena?" Esta pergunta é feita quando ela

,,rrrslirlir clilemas que cerca!Ìì o atenLlimento a unla popul'ìção que n:Lo

r, rÌì cLridrÌdos bÍsicos, a Ììrlência rj() sistenra de saúde no país e as clificrrl-

,Lr,lt s uinch grandes pan a absolção do psicólogo ern hospitais' nruitas

", r,. rrrn lrrÈaìho inácuo, realizaclo como voluntário' conl lìorário restri-

t,,, . cru cìeconência, desvalorizaclo pela instituição

Mcsmo assinr, nos tr.Ìllalhos teìatados pocletnos observar que o

qr,rr rìlogo, dentro de unicllcles hospitalares' constrói' Sradativanlente' íòr-

,,,,,r ,1"'inserç:ro que o afastam de uma plrticipaçiÌo incipìente e subordi-

Page 18: Texto Psicologos Areas

38 psicólogo brcsìleiro. pftiticas emerge,tes e tlesaJi.os

::Ì^d:i:io ryler módico. A práticr clínica associa_se a inrervenções psicos_

soctals e mesmo orgarnizacionais no contexto de trabalho. Envolve aincla,ern alguns casos, a possibilidacie concreta cie gemr conhecimentos cientificos rnais diretamente vincuÌaclos a contextos de aplicoçio,fo pri"ologrn.

* O Psicólogo na Rede bósica de sqúde

Jí no final dos anos setenta, a societlade retomiÌ de forma mais

ll *.ri*. o: movirnentos que pressionarn p"to ,l"n.,n.rrtir"fa" ã"'i*,1"DrJsrterro. As loliticlls socjris voltanr a sel questioniÌdas e discutidas.Ncssc clrninho. no cil\o Lliì siÌúJe. envolrem_se os n,ri. d;i.1.,n1ç5 pin1,.sionris dr rire;r rll saúdc e \e tern:ì 7,e R, Conlêrcn.i"" |\r.iãri"il'aìl:i1:."t1 rniìÍr,ì\ n,r rr,rjeriJrirr que \isiì impllrntrr ,,", Or,r,r""ïìr.i.nrr

_oe servrços r)iìsrcos dc srútÍe, s.b a responsabilidade diieta c10 setorpúblico. O objetivo brisico era o de estencler

" ."U".u"" a"'ì,""ç- i,saúde da popuração, de rcorcio corn cornpromisso político internacìonaì

assinado pelo Brasil em AIma Ata, em l97g na I.-Conferência Ìnterna_cional sobre Atenção primíria

àt Saúcle.

, _ Slb a discussão cla atenção ìntegral à saúde _ meta que embasa asAções Inregradrs de Saúde (AIS), llr,gi,tr. ",n

f Oa: _"pJã" "

gì^ï0"pofta de cntrada para a psicologia e outras profissa)es cla saúcÌe"nessecâmpo.onde, até então, a.Ìtenção ela pÌ.estacla por mécìicos,.nf"rr"iro,

"f'cssorrl ruxilirr. Nrrrnl trrricr,ìi.r quc prssa pelo SUDS lSisÍerrtrs Unilr_clo(ìs e LrescentritltziÌdos de Saude) e chega it inplantação, no ÍÌronìentoatual, do SUS (Sistenra Uniiìcaclo de Saúcie), o que se observa €i que olìi:rl:t:...,,' sen.tu iÌbson iLt,, pcn snúrte p,,bti.; _

";1" ",; ;,:;,çoes úrsliÌrlc\ da descjivel - seln urnjÌ revijìo Inlis:rrrrpl,r LIo seu oru_cesso de Íbrmação, ainda direcionaclo pl.a I sul aturçÌo t1!;r;;;;;;lo "cÌíssico". Na realjclade, não serìa errôneo oÍì.,n";; ;,;,od;"aequipe de saúde iììnd.Ì não se encontra devjdlnente p*p".,rar'p"1", ì"",:::::t 9.

graduação, para atuar nesra nova concepção de prástação cleservrços.

, A or.ganizaÇão dos serviços de saúcÌe preconizacia pelo sisterna únicorÍe srrúrle rSUS r prcsrrrlóc trrrrl rede cle re|viços inteiratll a,a"i.",,,,zrtlr corr1po.,1;1 por urrid:ìJcs blsicls rle srucle ,r._n*.lii"ì.; n.,".ì,Ë"rimento prirnír.ios), redc de anìbulrtori.s lvLrliados n",; " ";;;;;,,\(cllnilirriili e rerlc dc lrospit.ris. Esle si:tetna (le,.,U,f. anu"Lua u,n,,-or;*ì_nização cu.jos níveis vão desde as ações preventìvas ou renre,liativa.ï"

t t,tt (llões e aíivid.rtles etnergerLtes tta psicctktgicL 39

l,lrrrlr complexidirde (na âtençiÌo prirntir.ia), às ações especializo.tT,.l.u"

r(rrcrclìì seguimento (atsnçtlo secunclária) até as açõas especializadas

' ì,.,,i.,. li.i,,'ri'csltosnitrlrrcsrlrenoÇ:",1::ìï::l a.srúJccìcbrirrrA disscrninrçà,' ,Jo ciro prercnltvo e orr\ irçr'( 5 ": ''":ì;,,:l-

,,,,,,,rr"^lo.f" "p^àcem ''lesde

a 1r Contèrôncia sobre Atenção Primárra

., ".,ì,,ì.,

r".rìr"i" cm Almr Alíì Es'c Irno Lle rrtençio dere consliluir se

r.' l',rlir de cl)lraLlil Lle utìÌ sislemir unilicrlr'lr'r e hicrrrquizlJ., rle sariJe e

i,,'ì,ì-Ï ;; õ;ni* necessirlacle rle atendinentos ambulatoriais e

lr.,sf itrrlrtes. :,.^ ..- --^",.n,ênrô ,lilA iÌlençiÌo prirníria requer' por c'rnseguinie .um

t"S"'jì]nl:,:,t^:- 11.1"

,, lì,. ,,,, o'ia'nto*o. alë enlio form:rJo pltrrr' priotitltriatnenle ll(ilf c"tìì

ili,,ìf;ìJ. ;';.;i;';ii,ì-: il int'..t"oo' em uttrrr clienrclr dirtitrtr tlrquL'l:r

,' . ï'":il"ï ;; ;tviços pr;bticos de saúcle no nosso país o momento

',,rrrrhéotieclefinrrqu saslunçi)es'ouoquepodefazeropsioólogoÌrL sslj novo contexto'"' "'"

õit"U"tn" cle Silva (1988) lbtreceu o rcíerencial e a base para o

t"uun,"n "n,o

realizaclo pelo Consellto Regionrl tle Psic'rloeir d^n,6q Re

. ',',ì , i,,',r."" e Crrrrllrri lgo lt Ernhorr settt ubrrrngincir niÌcr'ìnil o

lï."; ïr.;' " :"ì;o' lu"u..u.' rrÌiìis rìeqücnrcs ""' ::ll']::ì.,1',:':n"'

lr.t.,'reriìpiir,lc ldult". lrìlÌg(m oricnliì(lio I mies psicotcrrpil de l'lo-

ì....ni.r. p, i.oa i.gníistico' ludoleriÌPiiì orienl"ì^çr'r" ' i":llf'::,: ï11''lcÌ)sos. Aparecem, contudo, cotn menor lieqüénciiì,::il1ì..']:::U;::ì'

,ì"ì'iit""J,"-^ ,t"t"utridos, orientxç'o n puirperrs plsne1anìent(ì mÌÌÌr-

ïuìr,ïri",liìir. ","tceila idacle' gluios de alcodlíìtrrs' toxrcónrnos' lidé

lr\',r\. lubclrul('soi. ltanseniaie r'lolcscentes {sexttllidrttlel orientaçio lr

;;;,;1;; trabalhos de psicopecìtgogiLr (avaliação para classe espe-

, irrl, cstimutlçio Precoce)' ' -,1, ori"ntuçã"s teó[icas que elì'ìbcsln] esses trirbâllÌos sÍoa pstcirna-

ìí ic^ ílarsamente citada,), apatecenclo com Ïrec1úências nrais reduzidas' as

: :;'",'r ;;;: :;;;a';"t"nt"l p.'ito'l'"'n'ì cxi\rencirtì' 1'u'nxni't:r'

Quandcl se examinam os rr:cursos téctlicos enpregacltls peÌos psicó-

logos, apiÌreceln: a entrevlsta' a psi(oterJPi0 intìivirlLral testes' Psìc1te1a

;ì;;ï;ï; il;.""ção lúrlicr, piicoterrpia grup.l' observrçio' LJ t nanrtcrr

tlc gruPos, gruPos opeÍatlvos'.*'--õ t.,iu"tit,, dËsenvolvido pelo cRP 06 r'ììostra que aìnda existerD

utu iror' ori.óìogo, realiz-an'lo aLivitlacles que são considelad":,.::ï:'tt

;;;";;;;;,,t aos níveis LIe atenção secundÍrirÌ lsto' nìurtas vezes'

inrpe<Je que se clend a necessichde de contlctrção de psicólogos lunto

i,rìs pr,'ÊrJlnrs Llc irl(nçio prillìiìrlr'

Page 19: Texto Psicologos Areas

40 psictilogo brcr,rìleiro: prátìcas etnergenÍes e desqÍios

Por outro iado, existem nruitos traballÌos no contexto dâ Íede biísiciì de saúde que íìponram iìviìnços na definição do p"p"i a" pr"Oüg".Entre esle\ potlernos cit;rr: o :rcom pu nha rne nlo a,, ,i"r. n uofui',n.ììl ,n_Íantil, visando a detecção precoce e intervençi" 1*r" " fr"Ul","ìrï""atrisos: itcotÌprnhiìmento a grupos rJe gestant;s: oaoÍnponf,oln""i. n(ri(nretiìs oc program:ls e subproglrnrrs rle..rúLle do rdullo; etn nroble_mas especíÍìcos de saúde tais como: hiperrensos, r,rnr"ni"n*, Jinü!tì"u",entre tzlntos outros.

O que tenr marcado este tipo de função é a preocupação com o{11"j1,"ento

c cxecuçÌo das açrìes com birse ",n

á"rnn"j"r-."1.ii""r.lJesru Ìorma. sto tnútncros os relatos existeÍìtcs sobre trabalhos reerliza-clos para camcterização cie dernanclas aos serviços d";;;;ì;;i; ;;ïr"nétodos e técnicas de intervenções br.eves e Íbcáis.

_. A-entrevistâ dada por uma psicóloga que âtua em uo] centro desaúde (EI2) retrara a cliversidacte cle proãl"mas "

r" o*Jii,,oïdï, o"lt]lilh9 ""." unirtade desre tipo. Eh ctestacr como i,"nã""l,"i" r.rì_;"uo:ervl90 com iìs dcmrndas dr população local, o quegera tal cliversilì_

:i:O: N: caso espccílico, após romperern com um modelo que privile_

Ì:l::::1,::T:1,,; a..ri1ng1s cor), (rirìcur(trrtes .r.or,r"",. u gr-,jo po,l.ucsenvorver mutrrptos tr b:Ìllìos. entre os quais: grupos "o,i oidétì.or,corn prostirutas, com pacientes c1e hanseníase, pr",i"l"r*i" t

"ììri"ï, rrlpertensos, diabéticos. São os assjm charnaclos:t*p", a"

"i"J,,,"ììr",,De Íbrma geral, o tnbalho envolve, num pritn"ì,n-,nor"nto, "

fár"".;tnento de inlortnnç,ìes. trirbrlhilnd,use- ern \eo.i,,. ^ ^,,-..-"^: ,::-"prio grupo e ou paciente. -se' em seguick' o que surge do prÓ-

-. O'.:,: de ral.quadro. o tlue hi. eletivrmenle de novo nessr inrer.

çllo na rede Orsrca de soúde? Sem sernos conclrrsivos, alguns orp"",Or r"colocam corno inìportantes, além desta Ílexibilidatle p,,ã "r"",1ã.

e, i"mandas da população:

lj,:'::I"^t]lOl_* " dur énÍiÌse nu ptiÌncjrmenro e e\ecuç:ìo de lrçóescotn DiÌse em denìiìndls coletiv:rs:

r +rlveri,/rçio rle.problerrrrs especílìüos de srüde trazidos pelr poprr_taçro. coloci o psicólogo ern eontrto com qucstócs que a*irapol,,, o

::fj:.1_ ìl:0. rììcnÍ!t...proJÌ.i.rnenre ,Jiro. Cen nmenre. ,"i:' n;;;;."rniìs octermrniÌtn especil'icidlrJes nt sua rfreensiro dos lrslreclos rrsico.lúgicos concornit:rnres'os problcmiìs d.,",i0. a," g"rai,"' v.Iro Pìrr w

('ottcepcões e aÍivklades emergentes n(L psícologi'r 4l

. a necessidacle de Ìiclar com contingentes maiores cle ind ivíduos'.Ievan-

;;;;;i;;. "t,ratégias

grupais e Íbcais parr lidar com os problernas

ir^riio, p"r" popuhlio. observe-se como a Íbrmação de grupos ó

bastante citadâ;

. o contato mais direto cotn as conclições concretas de vida do segmento

nilo privitegiado econonricamente n^ sociedade' fìzendo chegar a este'

r"ììitìt a"ï l,'^ir .rt,,uo excluíclo Além disso' este contiÌto permite

"" ptì.ãr"g".h"*. seus conceitos universalizantes de psicluismo;

. a concepção cle "clínica psicológica"' compreendendo tambén as

iìcoes Lle biìixiì complexidlLle. nmpliirndo-se' lssim plra umrr percef-

çio.la clrnica nio conto sinónitno dc íìç'Jes P'icoleriiplcirs especllllzc-

ànr, tn, aottto manejos que previnem as necessichdes das mesmas ou

clue visam a Promoção da saúde'

Apesar dessas consiclerações' o estudo do CRP-06 assinala alguns

problemas na inserçío clo psicólogo na saúcle pública que mostrÂm â

ixistência, ainda, de um longo canrinho a percorrer' AÌguns dcsses plo

ii".n, fo.our iìpontados por Cavallrri ( l992 t E linrh tbÌte. utn trrbiìlho

q"" r" la"",iti"á a"ur o atenditnento de consultório Pledolnina â atenção

l;'ecundftria, sob a lidelança dos zÌtendimentos psicoterápicos' emboru.jí

.-ìri" t",.,""" atividade no nível prirnítio de atençiro ìr saúde "A-maior

,r"n" ,los protisrioniìi\ niì slúdc pública cclba exetcenLlo sult -fu-nçio

iicnico espccílìca. o que acuba dilìcullíìndo unÌiÌ açio intetdt\crÍ'lrnar'

i::Ì;;;J;;J", nãn hí, u"' atendimento conjunto I e ] toda â oferta.do

it"'U"lfr" ,"tnftg- está preparada prra um trrbiììho individurrlizallo"

rn t98r. Conclui fl 0ulorir qrtc "na tàrdltle' tor.lo trrbllho de srúLle públi'

"ï J". iJ"rrt" que naro esli pronto, que ainda precisa ::: ":::1^d" "

,"qr"ì q". "

p-fittional também possa criar e translbttnar" (p 199)'

* Para além das fronteiras das instituições de saúde

Num trabalho d€ extensão universitdlia encontrJln-se muitos ciìsos

d" psi"Jtogo, desenvolvendo ações de saúcle junto a outrm irìstituiç.õe\

oue nâo dç saúde. Esse é o cirso, por exemplo da psicóloga (E11) que lida

lo,rl " qu.r,un de pÍevençìo da AIDS' dÂs doenças sexuáìlmente trans-

.t"af""ft pt""""ç0" cle gravidez indesejadajunto a adolescentes' através

Jnr l'ol"ino, cle sexo seguro", em instituiçõcs escolares estaduais e mu-

ni"ipíì" prl,n"i- groul Até o 'orn"nto'

o trabalho envolve alunos dos

Page 20: Texto Psicologos Areas

42 psictilogo brasileíro; prdÍica,, eftterge tes e desaJios

cursos diuno e noturno, num universo estimatlo Je 4.000, dos qu is 3()O

l.i.T,:: ""i0,,*f 'o m.is.rprorunrJ;rJo. Asor,,. .o,n ì,i ;;",,iï"'r,"1runoaçìo estrangcrÍu, o tÍabalh(

pesquisa.r.diagnós-tico o, " fã;,"ìo"n"on;:;ï:Jï::,iïll ff :ïliLi:serão trabalhados Tarnbórn aqui, o tr.abalho

"0"l;" i"r,i."

" iìi"rìrAa",onentação e mesmo aconselhamento: ,.É

basicamente o "p;;;;;;'r,rruescuta porque diante da questão sexual não se tem aconselhu."nã p*rf-veÌ. Você até pode Íazer aconselharnento quando se trata de saúcle repro_dutiva e eln sexo ntais segur.o vocô vai alórn,,.

,-^.,. 9:lar, exemplos de experiências que exrrapolam os nìuros dasrnstrturçrres de srúLle. dls quris paniciparn psicrilogos forr, ."r_dl, d"lrteratut iÌ.

. .. Teixeirc e pinho {loq2)rellrtarn o proicro..crrsl_resitjôncir nrorda", que atende a .louens ,,iue

-,'p",ïirrr"," ,,;":";;Ìffnio"Jr1;::::severo e grande difìculdade de ine n a" quJ,,", p,i.ot".;;;;; il;;ì:ï;ï,ï:ff:ïJill'";:; i, ;ïi:ïïlïlmudança estrutural nas pessoa$ com essas perturbaçòcs..1p. 236). Nessascasas' conr o acompanhanìento terrpêutico qu" rtu" como.to an,." u.momclores e a conrunidade, os indivrLJuos ,...0". ::"0"ì"

n"a u*"ïï",verem projeros dc rrprcnrlizrdo e trcbíìlho: Í ..1 ,i. i"";,,,n;J;; ;:.ìr,.n,ren compromissos cada vez mais compl"*n, no, grupn, A" i,,r"içìl:i'Telles. yrlorlnvsky e BiìJìÍisrr rlqO2t reliìrirn , .ro"iijnj" o.constiruiçiio do CEAF - Cenrm Jc E.,,rd"_ . l,:ì_;;;,;#.:il1: _

uma associação civil, sem Í.jns lucrativos, onde urna *"*',.",U*"rr,sionai atua "corn a finalidarje ciecf iança através d" ";;;; ;jfi?il?iïJj:""':"ïï"ï",i,.""ïil,ou:xa renda, o trabalho com grupos ,,auxilia

os irtegrantes ";;;;;;;;;r",,,seus conhecimentos sobre si e sobre o munclo,."u"nAo,uforar,-,nlroa.

padrões de comportamentos,,.Hj. reln düvidl. um rompirncnto mris rrLJir.rÍ. eerrrlor rle polêrni

cas: _o

deslocamento da psicol.gia clrnicl plrl ., .rn"* ;;;fi;;;;menre diro. no, rrrbrlho corn pl.,srjtutas e meninos,i" *". groia" (iíòilüescreve o^rÍìb:ìlho rlcsenvolvido pelo Cenrr. L",i""

^,;.;";;; ;;';,ludos ern Srúde Mcnliìl que leur I lsicotcr:rpil I,.r,,f ,,,.,,,.'i",." ï r-i,,,âtendendo, em um.Ì praça de Osasco Sp. grupos ,r; ;";;;;;;;;

tes, alcoóÌatras, pÍostitutas e meninos ctc rua. l.rata_se de um trabalho depcstluisr. onde se prelenJe. prcsrrndo_re o rcrviçrr Js Or;.;i;;;:';;;;sar se a praça se conÍìgura corno um. insrituiçìo. tr"Urlf,"-r" i"r"riá.en una tbrmulação reórica denonrinaau ,f "

..pri""nef ir" Ç*,"" :.'ì),

{ ottccpcões e atìvidatles entergenÍcs rut psìcttlogia 43

rrccpçiro cle Bleger, recorendo-se à técnica de grupos operativos cle Pi-

elrin Riviere. "Os emergentes grupais têm sido o traballìo (subsistência),

rr scxualida<le, o alcoolismo, a violência, a relação de cíÌsâmento, filhos,

os conflitos e as relações entre eÌes, a vida do Largo, suiÌ histórias de

vidr, a questão da saúde, da AÌDS e demais doenças venéreas, da morte'

rla religião, etc.l...l Estes emergentes surgern através de relatos, de so

rrhos e da concluta concreta do grupo." (p. 32)

2. Novos aspectos metodológicos e t'ócnicos

Nos aspectos relacionatlos com I próplia ativi.llde clrnica - seus

cleorentos intrínsecos tais como modelos, procedimentos e técnicas utili-

ztrìos - algumers reflexões dos entrevistados e outras constantes da lite-

r tuliÌ consultada nos pelmitiram extriìir as seguintes tendências impor-

lirntes:

2.1 A atuação multiprofissional e multidisciplinar

As modifìcações nas concepções e nas práticas clínicas trazem uma

rnudança radical no exercício destas últimas Logo de início' ao começa-

rem a sair dos "consultótios particulares" os psicólogos sc deparam com

a possibilidade/necessiclade de se unirem para trabalhar juntos A partir

rÌisso corneçaram os trabaÌhos de "ecluipe" e, a partir daí' com a comple-

xificação do trabaìho surge também a possibilidade/necessidade de esta

equipe se tornar uma equipe multiprolìssional quase iì ponto de, em

vários momentos, se borraretn os limites das profissões tradicionâis'

Por outro lado, conì a Âberturâ para novas áreas de atuação muitos

psicólogos busclur constutetlìente novos enfoques teóricos e clínicos

rìarJ suíìs utividades. E assim que se percebe o rr:curso a abordagens

muito variadas Íèito por um mesmo ptoÍìssional. Apesar de não havel-

rnos feito utn levant.Ìmento exaustivo de quantas "Çombinações" podería-

mos encontrar, alguns exetnpÌos nos fornecerão ulna icléia blstante ÇliÌra

des(e uso que chlmanros multidrrciplinrr enlre o\ proll\'ioniìisO trabalho em equipe nlultiprofissional - e os desafios que ele

coloca parir a integração cle múltiplos olhares sobre urn mesmo fenômeno

- é assinalado como urna imposição dr) trabalho em instituições hospita-

lares, por todos os psicólogos entrevistados.

Page 21: Texto Psicologos Areas

44 Psicólogo brasíleiro: prótìcas emergctìtes e desoÍios

A entrevistada El2 comenta como "é inÌpofiante que o psicóÌogopossa quebrar essa coisr do modelo de consultório 'eu sou o clono dopsicológico'

- e atuar de uma rnaneira jntcgrrda à equipe". Ela, nesteponto, dá urn exenplo cla cornplenrentaridade das funções que vale a

pena seguir', porclue considera clug às vezes o nìédico, por exetrrplo nuntlenÍèrmaÌia cifúrgica, trabalha o tenìpo todo sob uma Íìrrte pressão. EIeentão pode se esqueccr do "lado psicológico da coisa. Mas não porqueele não saiba, nern possr, nem deva slber nada de psicologia. Ele não écruel, eÌe não é nral, ele é subrnetido a unla pressão cotiditna, constante.O psicólogo vai entrar com o saber psicológico não porque elc seja donodeste saber, mas polque livre dessa pressão ele pode prest -atenção a

este lado."Ainda no que diz respeito à psicologia hospitaìar' é importante

relatrr a experiôncia da entrevistada El9 cÌtre trabalha no DepartiÌrÌÌgntode Cardiologia do maior complexo hospitaÌar do país. Ao início da suaexperiência, eÌa integrou urna equipe de treze profissionais que começiì-ram a fazer o planejarnento do relericlo depiÌrtalÌìenlo. Havia entre elesmédicos, enÍ'erDreilos, assistentes sociiÌis e ouúos proÍìssionais ligaclos ìr

ár'ea, que conrcçariinÌ .Ì traballìar cerca de três anos antcs das instalaçõesdo dcpiÌrtanìento licaren] prontiÌs: "Íbram três anos", cliz ela, "de entrosa-nÌento, de planejalÌrento, etÇ., para depois cornsEatnìos a atendcr o cliente. Fiz um Mlnual de Organização corn â descrição do pcúiÌ do profis-sional, dos requisitos para precnchimcnto dos cargos, tbrrnas como iriamscr preenchidos, nornlas, rotinas, plocedinentos do cargo, os irnpressosque irìam ser usados (como atestado, lblhas cle acompanltainento, stc.)tudo sem ulna inlbrnrlção anteriol." Ent dado rnornento precisou inclusi-ve lazer um curso de adntinistfttção hospitaiar, "saber coisits como tanìa-nho do elcvaclot, se a maca ctbe ou não. etc."

Depois,.já com o hospìtal funcionanclo ela diz que rìdotrrarn uolal-olha de "evolução multiprolìssional" que é a mesma pa!'.Ì todos os pr.o-

I'issionais. ConÍbrrìte têrn algo a âcrcscentar carimbiÌnl-na corn o nome desua sessão e inclueln,nt no prontuírio. Comenta iÌ entrevistiìda: "trloisto íoí di.^cutido com antccedêncía sen nenhut prurülo, de.forma nuitoconfurtável".

Tanlbórn trrbalhan(lo na írea cle psicologia hospitâlâr a entrevista-da El4 considerrl urna "prática crncrgente, nesta áreíì, o tlabalho da eclui-pe multiprofissional ou interprofissional", e define o clue seria trabalhrrmulticliscipìinarrlente: "ter unÌ grupo coeso, que tenr o tnesmo objetivo.Entirr. nesl( senli(1,'. l n eìetìÌento enri(lueae o oUtIo cotn iì\ s lts espe

t ,,ncepcões e oiÌvítlades erlkrge tes L1L1 Psicologiq 45

, irrlidacles, nìas, todos concolrenLlo por unl nìesmo obietiv(ì' uln meslÌ)o

ìi,,, ì, ""rr^ nteclicl.r, eles gstão Ìlrocurrndo selÌìpre se entrosJr. buscNr

.ì'i,.r,ir"tì"t 4"s outros, para fazer esta troca " Diz ainda: "é interessan-

ì::iì;;;;;l;' quanrlo ela t'abrlha hí ^lgun

temPo com esse objeti'

ï,; :ì;;';;,-"';l;;i'a s,3 entende. ela sabe o que pode ser trâtado' o que é

", rnìiriJo. o uue nato é, o tlue é possívcÌ ser tèito Mas ela tem sempre

i,'l..*. "1ur,"r.

buscrr eise iìjuslrmento ^

eLluipe lem que e\liìr 5e iìJus-

lrìrìdo, tg!l'Ì qu9 estÂr enì contato contínuo' avaliando suas ações e corri-

,"'r,ì,r:rs lnlhrs."'"' *;';;;;* t"úde' t.la-nos E I 3' em algumas circunstânciâs o traba-

rr-,..f. pJ"Jfogo é o ejxo cla assistência: eln outras' ela é suporte ou

,,,','1,, a^ orrirtJ,t"i" Na etluipe' totlos os profissionais têm mornento em

,'1,ì ',.r,

iìì.t"."i* É " eiìo ls'inr cotno e \uPorte nôs derniìi\ tnornen-

,1,, ,l uni,_t:rd" Je obieli\t)s. Lliz EI4. é (lue pí,Je 3.ìíìntìr Uln lrirDíìrno

,,,,,tripr,riirrionot eÍ.etivo. Assirl, cornentr E6 que 'piìriì trubiÌlhcl nr area

:' ì',;:;r" ,"t menos onipotente ao pensar * o..l*:otÌ l:,:.t^t]',0:'::.i.:",rl, e, neo é só o clivã . entiÌo tem hoje gente se juntudo' Iitzendo corsas

,,. "u,.,ip",

Ji";* O" ecluipe de diferentes linhas que sejuntarn" --- ^^

TÍata-se, portanto, como coìocou de forma um tanto prosalca tÌ

i ntlcvistacll E2 cle "botar a mão na massa"' tle procurar ao sc integrar na

i,rìrDe nìantet uur tthbalho que tenhâ sua especiliciilacÌe íÌo llleslno tem-

1,.1 ,1,,. te "1,ói,,nns

trltbltltros prurinr.'s ao Jclc

PoÌlanto, o que cârlctellza a atuação multiprofiss ional - em seu

lrrrrilc nrais extrcnlo - é que um protissioniìl podc octlpiìÌ-teoì iclmenle

,',',,1,'ucr ltrl,,r niì c(lÌlipe E ilar(ì qlre cslil siltlcçliLr litltite ttJocltcp it 'e.'.'l'.r"tir',r."Por",,t'ellrp'r'sibilitr(luescíìlì:ìÊuelnclnslrrnJeP:rlle(ì\L í)Ìltornos cle uma ptofissão especílìca cm lavor de ulna atuaçáo con-Ìum

' ,,ìì". át pt,rrittránlis. Esta configurrçio colocrt o psieólogo rurmì.trgar

,lilcrcnte clo que vinha até entiÌo ocuPrndo Pt'r exempÌo' "1"i':::lt-,,r,, psiquiátrica ou num órgão estilduiìl de slúde o medìco nIo e o unlco

I'r, iir.ionll quc pnde ercrceÌ ls cheli:rq ou quc p'rde coor'ìcn:rr irs e'1ui-

,,"r. .nn,o acontàcia anteljorrnente lsto cont|ibui piìrx rltle o pslcologo

|,,,ra",,,ra,,p"a lugares, a entrar cm contato cotr llreas do sabel e a

rxcrce[ lunça)es qus ultri]passilln uÌnll "téanica" ou tlln saber específico'' '- -ì

;r;", qu" u",'to' pro[ìssionais da clínjca ocupiìreln Postos-clìâ-

".. u,o ".rotat"n^çOes

de saúde tlo Estado A entrevista E3 {oi cootdenl-

,t,,LrL Ja poÌítica ãe saúcle mentrl de seu Estiìdo Ela reÌrh que "essa

ì;;';;i';;iì pur" u'n 1ug"' tlt getencirmento -tle

t""t:',']'':::ì':',:l

1';r r! e,rtrar etn outfo circuito como J da pr.lPria politicr socirl. politica de

Page 22: Texto Psicologos Areas

46 psicólogo brasíleiro: pr.íticas energentes e des(.dios

saúde, da administraçÍo, de gerenciamento, cle planejurento,, clue incìuem, certaÍÌlente, uln outro âmbito de saber que nio é especílrco cJaspsicologias.

Seu trabaiho é clescrito en Oliveira e Salclanha (1993): .,A equrpe

que assumiu a coordenação tinha composição interclisciplinar e vinha cÌeexperiêncìas alternativas nos Serviços ou nr Universitlarle. O clesafio erirenfrentar a máquina administrativa e a questÍo organizacional no contex_to da democratização e na necessidacle de mudanças

"upur., d"."rfon_

der.às demandas da população no sentido de resgate ào "iOoAoni",

anparticipação e da inserção sociais, rlo respeito aos cli.eitos humanos fun_damentais...".

Múltìplas e signiÍìcatìvas transformações no atenclimento à saúclemental no Rio Grande do Suì (algumas jrí citaclas quanclo falamos clomovimento de desospitalização) tônl iugaÍ

"u,r., u.,.,,,,.ro, imprimiclos

pela_equipe coordenada pela psicóloga. Ìrnpossível a"r"r"uê In, "nr

runamplitricle no ârnbito do presente trabalho.

. As muclanças no serviço _ com a ilnplantação e interiorização dosserviços de atenção integral

-.,vão tecendo unra iecle flexíu"ì e "àli,líriade cuidaclos, de proteção, de emancipação, a" ot"nçeu o,liu.rrnrì"."ìrl_

datles: eclucação, saúde, trabaiho, Iazer, afcto. Onáe circularn tlifereruestr-lbalhadores; aÌlistas, professores de educação física, re"rea.ionisto.,pedagogos, jornaÌistas, jardineiros, marceneiros, agricultores além rlaecluipe de saúcle" (Fagundes, 1993, p.55).

Podemos observar viírios outros profissionais ìançancJo mão cle umrecurso multifocaj, se assint podernos cljzer, em suas atuações. A entre_vistada EI l, por exempìo, afinna que: ,'A g",tt" uoto q,r" p"rroor, oìig,nalnente rle yária.s tíreas, linhos diferentes etre si, cìe dlfurcn.tes entia_Sameutos teórìcos, vêm buscttndu i ü(.orpurar n.rvt,s cottlrccittLenlos,méíodos e técnicqs p.tftj dar un. objetivo psicossocial cto seu trubath;...O tipo de problena ou fenômeno con o qu.rl estqs pessotrs pcrssan a terque lidar é tlue ocabam levantlo-as a tttttar ele umcL nrtneira senlellrctnte,,(Elt).

A mesma psicóloga afirrla: ,,Eu uso tudo... lraballp nttLíto correpklenìologi_a e com tudo qtte aprewlì na Saútle pLiblìca, po,

"*"ur1llo;interpretur tlatlo de saúde, ktcalí1ar inci.lê cio... para ""ráh", on4L

"uvo.u traltallrur. Qututdo vou fa.7er as entfevistas (ru tlTontat o aluesïìo_nário, eu estoLt traholhe tlo conÌ bctses da psicologia Social. ,l partir ìtté só clínicct... LIna enÍrevìsta qLte coneçQ (r Íer troìsJorn.(ula etn una

(:oncepcões e alividttdes eneì genlcs tn psicologi't 1''

t,üÍrevista clíuíca, etn Lmr(t escul't qLnlìfica'lú que é muito especi\li-

O trabalho é caracterizÂdo pela entrevistada que tem uma tbrnìação

iungui"nn, çotno "cle crconselhamento' conr n7(neio clhtìco ulolvendo

tìüc1!)rtlo(tio, nstinolntnettlo L nt(1D4o de Srul'o qttondo Ltttòo t!so Icc-

,,ì, at dtt li.ticoJrc,ttr,t ron bortuntc frcqür'n' in" t E I lì'Aliás, é irrportante mencionar, a Presença tlo psicodrama como

ulìa técnica muito usada pelos profissionais que sl- lançam 19s.vá1io;.,,u',oor inouaaor"t nestl psicotogia cltnica que se iltilsls diì -cli-ssicr

" Ì-'

.ì,,ur ,a ".o tlicl)icíì qLle poderix estar entÍe as "tradicionais" fosse um

r.'l'sjtilinstrutllentorletr;rbllltotr-rtngrttposedentrodlsllçòesdeSaúJe.Trabalhanclo há muitos anos com "psicoclramír" unÌ enÌÍevlstildo

(ltl) revela estuÌr tazendo " unta releilura lct psìcoJronn' lttttto no (lI:..ttue epistemológico como tto polí\ico" O psícodtama' dlo nleu

-ver' nlo,e

,i,i,l,,iìïìrri.o piirrntút:)ico; a t)altvra psicodranú é ìnadeqLradr o títuk)

tnaís acLequado deveritt ser teatro esPontdneo' Quondo referente o ana

1,,r'ohkmlt'tica stcitrl, ó chamatlo de sociodrama; qLtafldo referetúe a umu

l) t oblenótìÇ.l psí4uica, ele í chtutndo de psìcodrama"'

Alérn clisso, como técnicl, o psicoclranla tem extriìpolado o contex-

t,, erpecífico da clínjca. Embora oom atividade clíniça e de fotmação de

.,,rnJl,s ncste ab,rrdiÌ!ern. EI re[erc-se ao seu t11ìb3llìo.Je eonsullolir

ìl;;;ìi;.i.";l ;".1. utili'zr'r o psicotìrrma não só para lidar corn situações de

conllito intra e intergrup.ìis, mas talnbém com uln carúter preventivo:

1òìrrì,)o ìrg*tir"çõí, pr"tnn,1n" imPla t(t nudonças nuìto si1niÍicaíì-

yi, "

qrn "io,

s(ben ;ue podem ter repercussão nos grul:tos'.de accitct-

,rn -ai

orru*o, (Le estúlos entocìonais, charna-se para trabalhar a pró-

)trìa tliretorìa que estd implcmefltan(lo" ' Mais adiante ele f^k! "muiÍos',,i,tìro,,

,1o prroçíro de psÌcodrcut trlbalham mais lígatlos às atividades

;ittttstitucioríak e comunitúrícts. o número dos que pretend.en ser ltsicote-

nrpeutas é nuittt Pequeno"Discutinclo a áxperiência no Sanatório Cândido Ferreira' ern Cam-

1,in", -SP, Co,npo, i1992; ufitt"' "É curioso' mas as difetentes forma-

,,i.:' or;Sin"ir,l,,s proirssi,,nri' - psicodrrttta psicrnLilist J'stqttirrtlirr

lrlr"Lnatiíu em comunidacle terapéutica, elc - rÌo invés de crirretn o

.,-rr,,e.rt a""uif,r.icìo plrir o desenvolvimento e cliação dc novos mode-

irrcL u,"nçio "

a" novas práticas " (p 6l I O uso 'ìe

múlÌiplrs técïi:]sÍ

rtribuítlo pãr E23 ìr pouca amplitude dr abordrgens te(ir Ic( F Inetod ologl

ciis. "Elzrs não tlõn contct dos problemas Esse ntovimenlo eclétìco clue

trcho hon, não é aqtrele eclelismo ontíg'o que juntqvd alhos cont buga-

Page 23: Texto Psicologos Areas

48 Psicólogo brasileiro: pr(iÍicls e lergentes e clesafíos

lhos. Mas é unrt tentaÍive (le conpreender maì.r antplqmetúe, cle encon_trar climensões mais nplas pafttenÍen(leto comportanenÍo humarto".

2.2 Mudanças nas abordagens díádicas

Como afirnramos na introdução, a psicologia clínica se caracteri_zou prìncipalrnente pelo atendirnento em consLÌltó.io privado, a grupossociais das classes médias e altas - foi sempre um atendimento diáJicoo oLÌal se manfeve, portanto, limitado eJn seu pocler de alcance a umnúmero rraior de pessoas e populações de classe baixa.

Sem dúvicla esse quadro vem lnudiÌndo progressivamente, comoprocuramos rnostral. Por outro Iado, a dirnensão de atendinrento iliridiconão parece hayer sido abandonacja até meslno por muitos dos prolìssio_nais que estão ligados aos vários tipos de atendinlentos hospitalares einstitucionais. Griìnde pirfte cleles diz manter seus consultórios em qLte, oque quer que se desenvolva, é quase ceftamente no âmbjto ila .'clínicaindividurì".

Neste c:Ìmpo, alguntas tendências poclen ser mapeadas:

O crescimento das intervenções focais

Num estudo entre prolìssionais atuando no sctor público, clos quaisunr grupo de vinte psicólogos, ToloÌo (1992), corn base na análise deconteúdo das suas Íalas (nurÌì pl.ocadimento clenominado ..análise

claenunciação") observou que os psicólogos apresentam um paclúo cliferente dos denÌais colegas. Enquanto os outros, apesar cle urna postu.a crítica,demonstram saber dos planos e clo que ó possível flzer, os psicólogosrecoÍÌem a Íalas "vacilantes e negativas,' (por exernplo, .'bon.ì, não sepode nÌesmo pensar em psiclnrilise ac1ui, não"; ,.bom, não cJí nuito pnrase trâbalhar com o pessoal. Estamos tentando, rnas não clá',) qu".*pr.r_sanì a sensâção cle serern subproÍìssionais,.diânte de urna assornbraçãoque é o enquadre psicanaìítico cÌássico" (p. 214).

Há, contudo, profissionais que rompem esse sentinìento e buscamçonstruir estratégias criativâs de intefvenção nesse novo contexto deatuação. Sob o tótvlo .le "ps icoÍerapios breves" ttá muita expelirnentaçãobuscando desenvolver procedimentos e técnicas psicoterrípicas que per-miíam atender contingentes mais expressjvos cje clientes, numa realiJademarcada por eìevad a demmcla e déficit do sisterna tle saúde.

l ontepcões e cLÍìvitÌades ettrcrgentes napsicologia 49

a. n*icotet,lnilt breves (' lì'cili' sio objet''J clc eslrld'r jri hii íìlgllm

r, rrroo. úí prirneiio núcìco de iìtenLlirnenlo enr l(riìpiíì brc\e lor rrìrcrcÚo

ì:,1 ilïa"tiï;;;-tir1, ..on'o l"*b'n E12 Recentemente' conheceÍam

,,ìì",,ït"tìr"r", corn a realizaç'Ìo cìe um Congresso Internrcjonal de

|,sicoterapiasBLeves,cotnapÍesgnçÂdenomesexpressivognalÌrea,(Ìue; ì;;ì;;-; i;ì.t"tt" acentuaLlo de muitos ptofissionris brasileiros por este

"""nï",r" et aìii (1992) apresentan algurnrs rnodaliclacles d€ Psicotera

,,' rr; ,rir""ì"ì"i,1* no Núçleo de Estucìos e Pesquisas ern P'sicoteraPra

iï;:ì, ìffi;;.; p"'to, "n'

1e87 "o enÍbque é psicodinâmico' e as

".u"iioì". ì""n,.". estào fundamentadas no princípio da ÍìexibiÌidade

ì ì:il.ï;;,;i";;"ui, :'::T1l,liï: S:',ïlìi'ffì:"",: :::Jïn:cldiÌ momento do pÌocesso teriìpcu

'l.lniìcienleedosobietivostlotr.at.rrlrcnt.,.ìp'2t,7t'Lstr'atégiasclinr..lsLle,',,.tìì, J. .t.f"*.it.rtto e interPretrtirrs (Lle iìcíìrJo 'om

iì clrrs\tlÌclçao

,i'"'o'"ì"', lniu, tao utilizadas nrs intervenções que buscam atingir obje-

ì'ï;;;r;;;ü;":, o ibco cleÌimitaclo ou área de conflito que serí

lrabalhada.Alguns exenrplos são encontrados nas gntrevistls realizaclas Tra-

balhanc]oçomadolescentesnaprevençiodeAIDSedegrlvidezindese-irr,.llr. rssitu como t1c questões outrrs rle sexurlidldc El I considera que é

Ut]ìtÍâball'Ìoquesebasetanoaconselhamento,sainclotloquadrocltissico;;'-iïì;."'ô tab. ho tlesen\)olvitlo nas oficínas é conduzido por wn',:)r))i-

t ariro qu" aiscute alSumas temas' mas o coordenítdor é prep.ara'

to lttLra lidar cont o emerse nte, '"ii.lr'i,#iÏi,,tllí,.'ï,!,,i,i; i:::l::,'l:"",'" ,1" nhrìr csDctcos Para as escL',i:r',,i'i'ír;n;;,;':

o"n.n.ln ttin'to no caso' suborJinr ", t

,"--i".l.llt"

"."iu""ptilãt-"i"1. Trata''se cle um trrrbalho que'?nr "r

['tdo c ttlttca-

mettte clínico' nws ntuìto 'liJerente

clo enfoque puratnente psícoterqpêuli'

co ìntlivìdual".'" ""'N^ "ìl"ia^a"

iunto iì pâcientes hospit:rlrres e a seus frmiÌiares' E14

utifir" t?"ni"os rle apoio e de esclarecirnento " o psicl'logo Jaz unt'

iììiAn" n* é tle escktrecìmento' o que é indispettsável no trqtanTento

tle pacientes oncológìcos" '

Page 24: Texto Psicologos Areas

50 Psicólogo brasileíro: prátictts entergentes e clesafkts t ,'tt' r'ln õas c ctliviriacles e'nergenles tÚ psicologìcl 51

t',ttr',,r, ìu:tntt;ntc cotttn estn rli[tsìt't 't]'tutd't tla psitnu'tlisc" Diz

'',,',i','r.," ,',";,,,';,,;,r, olacttltistnntItütoJountlalt'n'rit.Pttvctso iã.q'tr

"',""",,"'',",,,'r,,',,,n'"'n'ln(ào

tla l'tictttt'ilisc' r( (tio't

'oLtto^q!i,'."'ili)',..t,t htttttt crtrr

jrit I dr' gttt tos cnL qur (ts P( S\o.t1s

ì ,,,, ,, ,', ,ir,,,o c "j t;to t ttt'tdiJos !'ot nqttt lcs ltttt t(t(1or

( ììr -LirÌ. il psiclnllisc piìíece niíì ter se Jcirr'lo ell pr'iprirt aprcen

,1, r ru l.r constriçòo 'le ulnl pìallcx 'iiidicl indiviJull e Llcscontextullizrt

,ì. ïì,",ìï"'..ì-t'"r corno ten..1". 'eu oggiolnn'cttt't e rcurnpirnhiÌndo

,,1.,r,',,,.'l. to"it."tus da Psicologic clinicc

A emergência de novas aboÍdagens na terapia

r omportamental

Os entrevistaclos que trabalhaÌn com â aboÌ'dagem comportaÌnental'

,,"t"; ;"; "t";ôncia clo enfoque cognitivista cotno algo o"-"-T::t^

'' ïil;^:';;ìiie,n1"" no "{ï::ï,,ï:ï:;,:,1ï:31i.ï:':lï:Xï;trrl rto Brasil esteja saindo de uma I:rìroldagem cognittva que 't" ""n"-ioìt""

the dír foLça- Esse tipo tle

,;;;;; " ;" avanço e urna forma cle contestação à-terapia compoúa-

ìììcntal- As duas se Inesclln no que hoje se chama a abordâgem cognlÍr-

lo-conrportamental" (820)'

A aborrìagem cognitivista emerge na ''lécrch de 70 coìn umiì enfase

na anílise do disculso' alterantlo fo-rtemente o modcìo dominente de

l l,ì, J;,."ì'"ï.;; po r ì nìe n, o :: #ì:*ï:" :à"ilïï: i: :::"1,ï:

cognitivas entre o aÌnbìente..e..:ïï]''ï;;;;;r"çã., cognitina que atua

Lliretamente - atua na construçao

;;jïtouï;';t ^f"to"'.]" sobre o c''rrportcmc ii9:l^9it"ç"o

dr inrerven-

ç,,u r",t'i. an,io' 'oble

o\ procec\os cogniti\(rs it20ì't _-Outr,,

lerillìctllll enlrcvistir''l'r rE2Sr tle'lllcl c'_rrtto ììonlo' cÍillcos

.r"rr" i'ìà".'ç,t' -p'ivìlegìar

o reÌato à" "'tudot

inteÌ nos' o que dininrri n

inìDortânciâ tla obserração drreta; x busca de congruôncia :l:::j:-'"*.i:'ï,i: ü;ì;riotìlnuntu'ant pelo inclivícluo' seu comportamento e

o ambìente.

A psicciìoga E8 exerce utivitlede cle consultór'io e se'cleline "cotÌÌo

*"o ,"rìJ*,o .ì"ooftamÈntxt da Íbrrna nais ampla' trabalhando a pâìte

da emocão' da cogniçeo" r"'^ "'t" p'itulog" o que c"t rctc

'';,^ i:::,t'n*:::iï#';;;;ililo ""' '"t"'"o'^o

trrúaÌho clrnieo tr.dicionrl é o

ïoràiï"ã-à" ãt""ar a situaçao tob contlole do prciente; é ensinar o

A "vaga lacaniana" na psicanálise:

Do ponto de vista da psicanílise, apontada quase sempre na Ìitera_tura e nâs entrevistas como o paradigma limitador de quantiìs tentativassejarn feitas de se sair do atendimento cliridico, a questão da dimensâosocial não parece ter sido deixada de lado. AtestiÌ esse movimento agrande aceitação da teoria lacaniana a qual introduz esta djmensão atra,vés do conceito de Outro. Este conceito modiÍica o próprio conceito desujeito que passa a ser entendido como se constituindo por referência àCultura. Pode-se dizer que ele só é sujeito se for sujeito em cultura.

Vale a pena nos determos um pouco mais nas questões em que estáenvoÌvida a psicanálise, até porque ela conheceu senrpre uma Iregemoniamuito grande sobre a psicologia clínica, na vasta maioria dos cursos detbrmação por todo o país. Como diz o entrevistado E2l ,,são poucos oscursos em que você não encontra proÍèssores que ao fazerem os progrâ_mas de suas disciplinas, de algurna maneira, distorcenclo mesrno a emen-ta, acabam dando psicanálise". Cita, então, uma série de exemplos conoa psicologia da personalidade, psicologia do desenvolvimento e tantiNoutras cujo conteúdo, em rnuitas faculdades, foi senclo sujeito a umaespécie de "psicanaÌização, onde na verdade o que se faz é uma psicaníli_se selvagem (cono já chamava a atenção Freud),'. E acrescenta, ,,4o

fínal, o que se foz ó umo mistura do^t mais varìadas psicologíqs piaRetia_trqs, gestahistas con algumas coísds tiradas dc rextos de psicnìuilisedfundida clue teoricamenÍe não tên nefil.tum rigor, porque são tl,tuítorle sconÍ exÍualizadcts teoriceme te".

A "vaga lacaniana" marca, segundo Figueiredo (1993), ,.uma vira_

da no movimento psicanalítico". A psicanzílise passa a ser consicleracla"um campo especíÍìco clue deve funcionar segundo leis exclusivas dateoria psicanalítica e nÍo deve conÍundir-se corlr as demais práticas psi_cológicas" (p. 57). Concluindo, aÍìrma a mesÌna autora, ,.a partir de Lâ_can, a psicanálìse deve romper com a medicina retonando o espaçoperclido para a psiquiatria biológica, e romper coÌn a psicologia manten_do-se lbra do eclefismo banalizado das psicologias psicanalíticas que seoferecem como alternativas, muitas vezes dotadas de urn otinismo sim_pÌista, à complexidade teórica que se incorpora ao pessimismo freuclia_no" (p.58).

Para o entrevistado (E2l) "o retomo a Freud proposto por Lacan,en que ele procura da.r una formulação conceitual moìs precisa e cotr_tdtualizado à p.síctuttilìse, r-aríq um antídoto, por parutktxal que possa

Page 25: Texto Psicologos Areas

52 Psicólogo brosileiro: prtitìcus cnergerrtes e destíios (:oncepcõcs e atì.vìd.ltles entergetÚes tnltsicoktgia 53

icléia tle um cotpo natuliìÌ corn característiciÌs naturais que se opõe à idéia

rlo social e têrr1 como uma das suas concenções OiÌitt" " :l-"1,*^'ì::ì:ï

ìi'.ìï', .-n...," urtrr popuìrritlarJe ntuito rcentuadr r [ìrírr (lo lr nrl oir

,ì,.1nïì* ìt. i"",,' d:r 't.'icrdr Je 80 e' rtin''lrr

'clc tì:-o.lo çui:::::1:^:e

ìiurï. po,l.," ser silurLlrs trìntr) no qtre rr rutotr denominrr o,::.:i:Il:1"

,ì'.t"",iJ: n"""t(r n'' compo 1'si' cìo quiìl fflleìn piìrle indubtl;ìvellnenle'

; .;;;; t"t'; deqle crmPo /'s/' no qrrrì *io trtmbém c.'nhccidrs cotno rs

u.r,,ni,o l'pu' psitltnltlistic:ti tcl CiÌslel' lq87ì

''"" ï"i;"t#; corrente, El6 vê a área se estabelecendo a partir de

","^ i;;;;;i;;;;Jà*ia X e"letismo' em que os primeiros "farianr a

uoiiì I oun,to^i" r"ichiirna - a vegetoterit|il ou orgononti:t-' " ":,:i:::,tiïtt\irì'r*rïiìt d'! biosshúe se' c[(stu tit]tcsr Ìu t tuballtu Ittctis espt

"rir'r.i,^ir-rìrlt, orietrtais' técttictts chìnestts' ltintlLr's' inclLrintlo os chttcrcts

'"";i;;;;;;;;";' r""pcctivcrs" Esta'JÌ'r'ç/rd{riv'r tctttìco tottto cotìta Por

. ,,., .tn .o t nt ntìtta bt ltt t ont tt iorü.l(rtttit tt l'r'tsiltir't l l fttt Pottrt

'!l)',.'iirìì,,ï,ìì' ir:,''t""1''" .rnsinu tnLtito o tfttb(tlho dos brqsiteir')s' unú

,'i'i,,ï àìi ï iì,,1 tc,r, ,lc n'i''tu'ar' üliscisenlr coísos qLLe faz cttru que

'ÏLcaü,s tú e\cs nou:i" ,,^..-- uma tendência de passagem cle umr

C)s elìtrcv ist'ldos Ìndlculn I

'^U"ral^g"" "o.po,ol"

p"'o unra "abordagem energética" que assume o

n;;'.;il''"deque"/Ì4o'rl{ri'utt:ra:otlt:Lto1",',!'o,l')'.'..',',,'i.1,",.,,1"!."0'r"lL,"'í,,,,,,lcsc11trìlíltìu tltitNitito l lO rntl"rllt" '1,',1 :':1::'

t:tt:,t: (

'i,,,,,'nr,,,,,,r' t)Ìtts t t) trltl'olltt' tt':lï:'i,:r:il:J:'ïJ1ïiït..f l,ïii:JJì:;

iblrnaçto do corpo e o crtlérlo lìi

u.o ã^, "nn""ir,^das

(E17) estava se dirigindo palr u crlilúrnir parr

;;;r";--;"r"t" cour a prática do Kurn-nyê' unr prritLc:r oriental de

relaxamento e abertura dos sentidos'

Relatando sua experiência na Argentittl ern unr hospitll ,0":i'l*"El6 ";;,;;r;*"*plo,

o uso de aDaratos corÌìo os hiìrmonizrdorL's cere-

brais (instrumento qu" '"tu"

p^"t h"'tt'nizar ondlrs cerebrlisl' o l'iofeed-

ffi,'ilil; caixa orgânica e o bastão t1e SENF Esses âparatos sÍo

ilil ;" ront", 't" ':energia <re

-"'u":.:."111:11":j.lÏÏi,lïlïJì:lletn tlo cincer -

lflritc lliperten'ào' AIDS' rtnlle enlleourrirs rr'

Ìha-se, tambétn, a atitude' a lnâneiIa clo inclivícluo se colocar no nundo

pâciente a lidar com o djstúrbio que ele tem, com âquiio que ele sente... éinstruìmentalizá ld'

Outr.a reÍèrência à rnudança reÍ'ere_se a trabalho conjunto cle tera_peutas con]portalÌentais psiquiatras, no tratanìento, por excntplo dl .,sín_

drome de pânico" (coniunto de pertulbações enocionais que têm unrrbase bìoquínrica), ondg são combinados o triìtalncnto medicamentoso e aterapia, o que rolì-lpe com a concepçdo excÍusivttnente lmbientllista claorigent dos distúr.bios de comportamento. A possibiÌidatie cle ação Çon_junta com tratanlento mediÇamentoso não se restringe ao citaclã quach.ocle "sínclrome de pânico',. 823 reÍcrc se a casos le ãepressio, clisìúrO;oobsessivo-compuJsivo e cluaisquer outros ÇLrjas invesìigaçires indicamurna base biocluímica.

OutÍas inovações siio apontadas por E23 no ânìbito da terapia compol'liÌmental. Una prìmcira seria o modelo de Stevens Hays qu".1í upa"_senta Ìrna alternativa à abordagern cognìtivista, senclo_Ìhe posteiior,'as_sentada nas pesquisas sobre o conlrole do conportarnento por regras.Esse moclelo plopõe uma tcrapiiÌ centriìcla no ,.bioqueio,la

e.quìua: _clesmanchar quaisquer escluenras racionais, numa Iinguagem aá,rrur, _motivo peÌo qual é denominada de,.terrpia cla clesesperan-ç;r,,. Nesta per.s_pectiviì, a antigl rÌìoclificaçÍo tìe compoúan1911to é vislíì colno o tbrtalecr_mento de escluivas clo probÌerra e a pÍóprifl teftìpia co-qnitivista comotrma "strbstitttìçiío de regras que ti.) saro funcìonttis jo, ortrrl, qun,enúoftt ct.laptativa.s, difícuhcun o conÍrole .lo conporttu)rcno pela.s iotttirtgêncías".

Outra inovação, segundo E23, é clenominadâ..terapia analítico_fun_cionaì" que tarrbérn ..é

centracla no bloqueio da esquiva, só que p.ivil"-gia como foco básico clo trabalho do tempeuta a p.í1r.;a."luçâ,, tà.npãu_tica". Como aÍjrna a entrevistacla, o terapeuta utiiiza a relaçã,0 no seìtingterapêutico cotno um instrumento cle aprendizagem de tbrntas altelnatr_vas de relações inteÍpessoais, assinalanclo para o cÌiente o impacto decomportamentos e atitucles suas sobÍe ele.

O crescimento das terapias corporais

. As denominaclas ,,lerapias c1o cor.pri'aquelas c1ue, segunclo estudo

de Russo (1993), são baseaclas na abor.dagem .eici,iana, ïo"alizam nucorpo a chave dos males psíquicos, reconhecem uma necessiclade cÌeIibefação (do corpo e através clele da pessoa ccmo um toc]o;, aclotarn a

Page 26: Texto Psicologos Areas

5554 Psicólogo bras ilcìro: pr.iÍì c(Ls emergentes e descrJios t lrrt epcões e ativitlades emergentes ncL psicologíct

V. Implicações para o processo deformação

Parte importante do presente estuclo, o levantaÌnento cÌe recìuisitos esugestões de como operacionalizar a formação clo psicóÌogo clínico, forneceu uma vasta gama de elementos que são, a seguir, apresent!Ìdos.

Os conteúdos das entrevistas e as reÍìexões àa ljte;âtum nos penÌÌi_tiram estrutumr este segrnento em duiÌs pades principais. N" p;;;;ì.",reunimos os requisitos (competêncirrs, hrbiljLlacles, conir".iIrl"n,or l oouu_tados como necessários ao trabalho clinico. Na segundr, sl., apresentllassugsstões de como deve se estruhrrar a Íbrrnação, quer a nívei cle graclua_ção ou de especialização.

l. Requisitos e competências necessários

,. Na medida do possível, procurrrcmos neste segnlento, vincular asindicações de requisitos aos movimentos dcscritos rãs po,r", nni..iá.",deste trabalho. Evidentenìente, um mesnìo nìovimento pocle demandarvár'ios requisitos, assim corno umpara caminhos inovacrores clistintosrnesmo

requisìto pode ser importante

Um primeiro asllecto refere sc a um corúunto de habilidacles econhecimento bísicos, impodantes para tipos rlistintos A";n."rç,io inãun_dora do psicólogo clínico, onde se destlcant os seguintes aspectos:

1.1. Um conhecimento do fenômeno clínicocontextualizado

O ato clínico tem que ser contextuaÌizado. Esta é urna opiniãocomum nas entrevistas. NÍo há mais lugu para as atuaçires profissionaisque desconsiderenr o conlexto on(lc se inseie a çÌientela_ aaria, o npr"ndìzagem da prítica cÌínica precisa ser efetivada.iunto oo, ajf"r"nt"r'"on_texl05 nos quíìis vcrn senrlo c\erüidr.

Isto significa a necessidatle de ulna contínua reÍÌexão, por pafte cloaluno, Íutulo prolìssional, rcerca ilo ato clínìco oncle quer qué A" o.onãça. Como assinala Silva (1992) rorna_se inclispensrívj

^o pr;.Ofog,r':t"_

llcti[ sobre a necessiclacle rle mucìanças conceitultis que alterem o quadro

,r,1,u- ." ,"duriu a psicologia' que muitas vezes prioriza partes abstratas e

rrlrslraídas do ser hulnano' ou a concebê-Ìo etn sua totaliclade' rnas abs-

rrirí(lo do contexto sociaÌ no quaÌ ele vive" (p 36)

Em tleconência, como aponta E6' é necessário que se abram espa-

(r,\ rì\)s culso\ plr ll reflexrio e integriìçio Lie colrleú'los e prdliclì\' Ell,' r.,,1t,, qu" utna lorma dc se ctingir tal objetivo é coloccr o esludanle em

,,,rr,,,," Ë". o que é produzido seriamente em nossÍt realidade: ". 1á

I t rtul, tè Lacan, lê lung, Iê Piaget, lê niio seí maìs quem e nuítqs vezes

,,1,,, vê, rtdo lê e nõo díscute quase, o que estd serulo p.roduido.,tto

lit (\ì1... então o ctluno n1o se acostufiltl a pensor n4 realidade .brasíleii,,i... íorr"ço a, unres propontlo coìsas que tirou de leiturls sobre reali-

tLt(l(t norÍe-(unerÌcanas, por exemplo, e tem coisas muito bods e crìatì'

,i'r,rl ,ordo krto, ctqui' ,rìs a maíorìa continuq utilizando só bibliografia

ìtttlrtrtadu, que ìts vezes não tem nodq a vet conx o modo de fazer clínico

tttctsstirio para o nosso contexto ""Problematizar o uso exçessivo de bibliografia estrangeirr e reco-

rrrcnchr um equilíbrio entre o que é procluzido dentro e fora do.país'

,lcvc se à preocupação com a transposìção simPlista de uma. realidade

'lrr^ out.a.'Assim sá exptessa El l : "às vezes essa líteraturo ìnportad'l

utklLt lenl o v(r cottl Ú noJo cle faZer clíttìco necessdrio para o nosso

(otrlexto... e tem nxutta coisa boT, criatìva' sendo produzicla aquí" '

As argunentações apresentadas nesse sentido não caminham em

rrrla clireção xenofóbica ern relação à produção do exterior' Pelo contrrí-

ìr,t n,i "àf^t

uma clara defesa ào contato com os autores clíssicos da

,i'",r- iutn". contato com o que é ÍÌuto do trabalho cÌínico em dilerentes

contextos facilita a reflexão sobre o que seriam os conteúdos universais e

culturais do desenvolvimento humano'

As entrevistas se referem a vários trabalhos brasileiros que buscam

,,""*, Jìir"u.rão os processos de socialização' de construção dâ subjeti-

vidacle e de formas de representações peculiares a diferentes classes so-

ciaìs. Entre os citacìos, destaca-se o trabalho de Costa ( 1989) que aponta

u. ,ir.o, d" se ter uma prática apoiada em generaÌizações extríÌídas de

1r'abalhos alheios ao nosso rneio Os distúrbios psicológicos passam a ser

iir".onh""ido, ^trnués

da nosografia consagrrda I e ] podem ser entendi-

dos ou explicados a pattir da mesma noção de aparelho psíquico" (p..17)'

É o mestno outo., ainda, que nos chama a atenção para o fìto de que "nÍo

J a" rrni" que alguns etnàlogos den.Ìonstraram a inexistência ds formas

Page 27: Texto Psicologos Areas

56 Psicólctgo brasìlciro: prátìcL1s energefites e desafios

a-históricas do ldoecer mental. A universalidade do clistúr.bio psíquico,não significa invariância dm expressões psicopatológicas" (p. I8).

Ao disculir os extrentos contrastantes entrc as IòrmÍN de perceberas demandas aos serviços cle saúde mental, Bezerra (1987) ressalta aneccssidade de se olhlr o ìnclivítluo en seu couÍc.tto.Isso não ocorre aose considerol o funcionlnrenkr psíquico como universiil (urn extlemo,que tonla as dentanclas cotÌìo naluriÌis e cujl origcrtr cnconttiÌ se enì con-flitos intrapsíquicos), oU, por outrc ìado, por consider'á-lo meramente utnsubproduto da inserção do inclivíduo em urna classe social.

A questão da contextualização da Çlínica não é mais entendidameranlgnte como a ciìptação dos aspectos intediatos que circundam a

clienteÌa. Ela nÍo serií atingida através (le eslbrços isolaclos caso se limiresó à divelsifìcação de locris e clientelas atenclidas. Ela envolve. cefta-mente, um conhecimento rnais anplo do ser hutnano em suirs thses dedesenvolvimento l'rente à sua realidade social e umir crpacidade reflexivacontinuarnente exercitada en reÌaçÍo ì própria prÍtica.

1.2. Uma leitura das demandas especificas postas pelocontexto institucional

Ao ìnserir-se çm instituições de saúcle, especialmente nas públicas,novos requisitos são exigirlos da formação do psicrílogo. Como at'innaSilva (1992), além da compÍeensão do conrexto geral da saúde públìca, épreciso conhecer a instituição em que se presta o serviço, no que se refereaos seus objetivos, a que instâncias se encorìtra ligada, ern que medidaencontm-se voÌtada pâra ttender às necessidacles da populaçÍo. "Conhe-cendo amplamente o contexto onde trabalha é possível tambétn conì-preender e propor mudanças na estrutura institucional, na maioria dasvezes artificiâl e aÌienada de suas próplias pautas" (p. 36).

O trabalho de Silva (1992) aponta clâranìente o conjunto de de-mandas transÍbrmadoras para o prooesso de Íbrrnação clo psicólogo de-sencadeadas pela sua inserção nas ações de saúde. Dentre outros, ossgguintes pontos podem ser destacados:

. conceber como objeto de trabaiho, não a individualização do normal edo patológico, o que significa desconhecer as conexões sociais dohornen, rnas ÍeconheceÍ o processo saútìe,doença como fenômenosocial; dessa perspectiva, os casos clínicos individuais não seriam

( o (:epcõas e ati't)i.lules eme ryctÚe s na psìcologitt 51

vistos como representando um processo tlinânrico de explessão da

."iJ"d"*ç", mas envolveriiÌ o entendimento de cotìlo esse conjunto

i )arece enl relirçào à populuçlìo Assitn' se evitltilt iì fsicrrPllologi/rr-

lln .r" ."r".,.tit,i. s apresentiìdâs pcla popuÌrçio econornicamente

rnenos ftvorecidt:

. "âpreender o objeto de tnbÍrlho como coÌetivo e planejar coletival)Ìen

te em equipes as práticas de atuÍrçào " {p'38) coìno "f1tll:,"if:*ì'isro significa ir alérr da simples soma de rpreensires rndrvrdusrs' o

,,,,. lrnï" ,"rult", na integrüçJo de várias írreas' mesno qulndo a ação

,i."r''ãì^o*J""trrl.nt". i"it, o aonlìecimento das condições gerais

.f"-r^JO" O^ pnpuf"ção é necessáÌio piìra o plsnejiÌmerìto de fotrrasde

ltendimento a serem oferecidas; nqui' irnpõe sc íÌ ìecusx I nlooelos

iì",n"i, f.ti""""te definiclos sem uma anhlise des necessirlrdes de

trabalho:

. cm deçorrência, clemancla-se o aplentlizrdo tJl hrbiliLhde de trrbrlhar

ctn equipes nrultiprofissionais "com objetìvos socilrlnìente rpìeenol-

do, "

or.tì"ulo.lo:; ",n

direção à melhoria coletiva " (p 38) Um trâbalho

.unlunro qu" Uurque a integração clos vírios saberes e práticas profis-

tiorilrit'd;.,1os re,luitiros mnit imponlnles do modelo de íìlençio ì

saúcle que se buscâ implementaÍ Aí resiJe' certlmente' unÌ dos millo-

r.", a"*fio, colocatlos às instituiçòes fortnadoras' que-nio possibili-

târn. durante a graduação' nâ medidr necessitil' il vlvencliì de expe-

riências clue permitarn tal aprendizagem.

Uma làln da entrevistadl E3 sintetiza bem os Pontos assinalaclos

@nlÌecüne tu p;lítico e hislórico c[d s'uide colefivd e a organì7crção do'-

;;,.,;;;;-. " oi,rrk, o saber clínico articLi'Ldo oo Pensttmento críativt)

autônomo".

1.3. Um conjunto de habilidades interpessoais' atitudes e

caPacidades

Um importante requisito para o faz-er çlínico' apontado pela maio-

lia tlos entrevistaclos' é a capacitìacle cle observação Observâção' aqui'

"rrua" o acepç:Ìo bastante abrangente cle um olhar atento a todas as

t"iàrtrl"çO*, ""t""erísticÂs'

elementos que cercam o Íenôlneno clínico e

o contexto en] que o meslno ocorre Conquanto tal olhar n'Ìo possâ vir

Page 28: Texto Psicologos Areas

58 Psirtilogo brasìleiro: prLiÍicas enlergentes e destfios

desvinculado de noções teóricas prévias (crenças e viilores clo sujeito), érecomendado o esforço de que esse "olhar" pennita, inclusive, o questio-namento e a rellexão sobre os próprios pressupostos teóricos em que seassenta.

Quando se dí cÌe Íbnna acelerada um imcnso coniunto de transfor-mações no mundo - em piìÌte, decorrentes do avanço da çiência e datecnologia - torna-qe impo(antg p[ep.Ìttr o profissional para acornpanhar tais muclanças, manter ss inforrnado sobre os seus rumos, observaras suas implicaçõcs sobre os problcmas com os cluais lida, o que requeressa capacidacle dc não se isolÍlr enÌ sisÍemas de pensamento fechados,imperrneíveis a taìs alterações.

Especificamente para o ato clínico, a observação foi enÍatizada porentrevistados que não se reportan'Ì a um referencial analítico. E8 afìrma:"é precìso seber obsertcu" pdr.r [unlìsar tlualquer fenôneno" ou aindâpor E6 que diz: "é precìso ensínqr a observqr a realidatle, mapear o clueestó ocorrendo e levar o alunQ a pensar sobra o que estti ocorrerulo".

A observação I a reflexão sobre o observado poden ser ensinadasatravés de uma sólidâ lbrmação em pescluisa, A esse respeito lembra-seE.8. "nunca vou nrc esquecer tlo que aprendí em mìuha formaçtío entpesquiscL... a díferertçcr e tre inlerência e observaçõo é fundantental..." _

Complementa El0: "... o clíttíco, o bom clínico é antes cle tudo tolr bornitú,estigador".

Outros tantos requisitos lbram apontados como necessírios à Íbr-mação do clínico. Alguns são cJaramente caÍacterísticas pessoais, com asquâis as instituições fonnacloras diÍìcilmente traballlam, quer pell complexidade, quer pela falta de clareza sobre quais ou como desenvoÌvê-lasdentro de um projeto pedlgógico. Neste caso estão, por exemplo, a/exl-bìlídade e qdqptobilidade, cttadas por E l, corno um requisito inrportantepara o traballìo enÌ equipe ou para Ìidar com demandas grupais e popuìa-cionais. Ìncl ui-se, ta :mbélm a empatía, citada por E I e E5, e que certan.Ìen-t9 não se reduz a tleiniìr unl ceío tipo de olhar, uma certa expressãoÍacial, urn sorriso. Neste particular, E4 enfatiza, a necessidade de o terâ-pel]ta ser "ínstrrutrcnÍo de una c7nscíêncía de üttaíreza". Para tanto. ..rai

quc se deíxdr dc ser nreranrcnte uìi1 técnìco, hd que se concilìar q 1)asÍìdão lunwna, no senti.k) tle que eu nõo posso íacilitar que o outro sctonpreentla, se reirtegre, se betteJìcie, porÍarúo,.lo potler curativo quehá nessa consciênciq de inteirezq, se eu próprio não sou uü1a pessocL contum mínine .le i teireza".

( t,n((lr(ões e {LlíviL{üdes enlergctttcs fia Psicologi( 59

Conro o prtiprio entlevistac]o E4 assinala' esse é o grande desalìo

'ì :,,;;;' p,i," "

pr,;,i.. clíni(:r e reripiuli' rl ^

sc,idn riunl:::lr; n''{\ï

lu, i.,",f",nente, a marca da Pelspgctiviì llssulni J pelr) elÌ1rc!'lstiìdL' L\a

.,ì,,'r,ir*l"t n"i,tii* "carninhos vivenciais" ou a holopríxis buscatn de-

.,,;,"ì;ì;;; "

capaciclade intuitiva, hrnnonizar as capacicl^des anllíticas

t (ìrìì rìs sìntéticas através de unÌ exercício contínuo cle pesquisa experien

, rrrl. Lìsses caÌninhos, onYolvsm, naturalnìente' rÌ aProximação conÌ as

ì, t,'-t,tti**it <ìe trlnslbrmação e que são consideradas p|dticm tera-

pr rtlicrs.

Mesmo tbrir desta PerspecÍiva lÌolísticiÌ' existeÍn falas que retnetem

., 1,r",ouf"çio "o. esta iormação rnaìs global clo luturo.clínico Como a

,t,l ,".g"rtn., no âmbito do processo cle fortnaçío clo clínico' espaços para

,' r'.ul,ropri,, desenvolvimcnto pcssorl prtr urnfl Iorìnirçio::':..i'ltl:-"0

',l,,rn cÌo çonhecimento das normas de urn cddigo c esPiÌço píìrr o oesen

\ ' ,l\ irÌlcnlo (ll c.Iìseiúnei r tlc c iJlrtlrnia

Outros tecluisitos situaln-se no litnirr entte iìspectos lnais pes-

rolis/ltituclinais e asPectos proprlamente cognitivos oü inÍelectuais' se

'uulcrnosclizerastiln.soborótulocle"re.flexõocrítica"apaÍecelnreco-l'ì.;'i;til ;; q;" é funJarnent'tt ro clínico ter a capacidacle tle avaliar e

rcllctir criticamente sobre o seu trzLbalho' questionar as bâses súre as

,u,,ria"l"r"orr"nto,colocarsobexanleosseuspfesstìpostoseconfrontlÌ-,1,'':;;t. t"";-n.tiència Esta idcir aprrece' rlgutttrs rezes' rtss'rcia'la ì,lc *

c u riosklade' itrtelecÍLnl" e inlpìicr unll postrrrl de rbeì1uriì trente a

,,,ru,rr "onlt"a

int"ntos, cle DiÌo "cnclausuramenfo" numa forma cle pensar

e ver os Ienômenos Psicológicos

Conquanto sejam requisittls plenatnente prssíveis de trülxtneJlto

rlcntro cta príltica etlucttiva durante I graduaçÌo (rpesiìl diÌ suJ cc'mÍìlexl-

,i",i" "

or'"-i*-"i" cle ações peclagogicits inovrdorirs'.inclusire ru tela

.1,'', nìoìirror-ra*"Jizr' iris hrbrlú:rJes/rtiruLlcs envolverìr unr nivcl rlc

ì,,,u,1iì. ",' o'tl" indivi,lurl sobtc o qurl corno irlirìltirtnl'\ irs aËlneirs

lìrr-ntodor". nío o,ur,,tt ou o 1ìzeln de fornllr nssisterniiticlt Como desen

",,r"ã ì^r'""qt""r" a atitude dominrnte entre docentes 1bt a de compcti-

,,,un"lasuo,ernaci"da"suaaborLlagem"viadesqualitìcaçãodasdenais?;:;;""';;;a; ':cuÍiosidrde irrtelecrual" se' toclo o tenpo' existe alguém

"ìta^"a",, sua Ì"itn.l colìÌo a "verclírde" o quc' no geraÌ exlui "outlas

vcrclacles"? Como podemos supor' tlabalhar requisitos como os cjtarlos

crÌvolve iìltsrações no pÍocesso tle folrnação que vito muito aÌénl da

;;;;;l;; ';;;";;" ""r'ricular' alcançanclo o nível tlas pr'íticns pedagógicas'

Page 29: Texto Psicologos Areas

60 Psicólogo hrasiLeiro: príttita"- emergetÍes e desqJio,ç

das relações prolèssor-aluno, das próprias posturas clos prolessores en_quiìnto detentores de um conhecinento.

Uma contradição obsetvada e qUL' nos conte\tos etn que esses as_pectos pessoiÌis são trabalhados em geral nas ibrrnações terapêuticasextra-aciìdêlnicas

- isso ecoÍle concolÌit.ìnlerì]cnte a umr perspectivade 1'echamento do profissional a unÌa olientação teórica e a ulnzÌ estraté_gia de intervcnção espeÇíficiÌ. Envolve um pnrcesso cJe investimento quecria ìaços cle comprontisso com o idciirio e a pÍítica claqucla orientaçãoque dificultarn o colocar-se de "1'ora" par.a poder analisí-los.

Ouho conjunto de requisitos é mais pnrprialrrente acitclômico. Aliarìr capacidade cle análise a capacidade de síntese é aìgo que assume cono_tações ligeiranìente diferentes entre os entrevistaÌdos. Fora cla perspeclivaholístico em que foi superenfatizacla (o cerne dâ proposta é a de nãoIÌagmentiìçaÌo do saber e do indivíduo alvo dr ação terapêutjca), a habili-dade de síntese é apontada como importante lace à multiplicidade deáreas clo conhecimento neçessírias para o trabalho na saúcle públìca.

Alguns cntrevistados lev.Ìntanl a necessidade cle que se pense agraduação cono local para a formação de uÍta postuKt pt.ofission.l gerulque, junto ìrs habilicìades intelpessoais e âos conhecilnentos, possa ibr_mal clínicos mlis críticos e alertas às caraclerísticas clls clientelas e doscontextos nos quais ir'ão atuar. Entr.e o clue charnirm de,,postura geraÌ,,osEs salientam: a) é necessrír-io que o estudante não tcnha unÌa posturaonipotente ao donrìnar conhecinlentos, rnérodos e técnicm. Isto depenclemuito diÌ postura dos proÍèssores e supervisoles. É necessiilio../azi_1osperceber que ncrthu m tcoria ou conjtutto de nélctdos explica Íudo e é tLúrica vertíatle..." (El0). "A teoria é onipotente, lnuitas vezes, a praxrsnão" (E8). "Unt sìstenta oipliccttivo tlue elínina o., outt-os é frepoÍentc,elínino cL necessidade .le outtos conhecime tos." (E2O)

O clínico tem que ser sensibilizado du!?nte sua Íbrrnação para apercapçlio cìe sut posturiì geral nos mais difèrentes aspectos, que podenrenvolver, inclusive, orientações quanto aÌ Íbrmt cle se comunicar e mes_ÌÌro se vestir para atendcr a clienteìa (E8, E9, El0).

1.4. Uma base sólida de conhecimentos em psicologia edisciplinas associadas ao fazer clínico

Há um consenso que o conlrecirnento bísico cla psicologia deve ser.prioritár'io e visto de forma integracla, não fragn.ìentada, como ocorle

( otlccpcões e (tlit'i(lcttlas energentes nct psìcttlogio 6l

rìtuiìlrìente. Muitos entrevistldos recorrelam a lelnbranças acelca do seu

I rrr'.o LJc grlJulçiro plÌtíÌ illlonliìrcoì suiÌ\ \usesli'cs:

"--. ttrt ntìrtlra épocu tr gntluaçõttt proporcíonatttt una rìs'P 'tü1Pla

lds

nrroltnr rt" ttrir.rLogir,, ltojc ent lkt totltt nurtttlo r'ô ntis cttìstLs' nns lruli,nr",rl" ,i ,,nruto ,oì,a [ ] tínhtttìlos n'I

'Lltlcim Psicologia get Lrttta

t,liao,los difcrentes:iste 1t1s dc r)cnsan?nto na ltrea clínìctt" (E16)818

laz refcrôncìa similar: ".. tínfuunos tn catlcìÌ-d Psicologkr gerul Lotla IisãÔ

tlos diíercntës sislcnl|s de ltenstntertlo na ítrcd e 'j14 collslílLtìÇ'to tla hislò'

rìa tkr psicologìtt, quc .lorLlnt ullrd iull'ortonles " Essas laÌas iìpolÌâm

e*atrntente a neccssidacle cle provinÌenlo dc urn conhccimento an]Plo c

sólido dâs váriils lcoriiÌs e sistcmls psicoÌógìcos' o que instrunlcnlarìâ o

grnduon,lu ",t't

sLla busca crítica e Ícl-lcxivlÌ por un'l'ì espcciaÌizâção poslc-

rior na área clínica

Em lellìlos dl. conteúdos e treinarlentos que Llg\'enì ser contcnìPìa

rIrs na glacìuação são sugericlos pelos entrevistaclos:

. embasrnrento filosóí'ico da psicologia (El4);

. conhecimentos de rìntropologil prììl pertnttir uma visìo histoÌ.icamen-

te constituída do holncm' e que dcveriiì estlr perpíÌssiìndo Llcsoe os

.ont",i,to. cìa psicologia iìnjnìal conÌpiìrada' etologia'.desenvolvimen-

lo, até todos os demais progliÌmas do curso Constituição histórica da

subjetividade (87);

. conhecimentos das ciências sociais e várias outüs disciplinas que

pelnritatn analisar os colìtextos e a clientela' cotÌÌ a (lual se vai 'ÌtuiÌr

clinicotnente (l nrniolia dos entrevistaclos); Íbruação para trabalhar

corn diÍèrentes clitsses sociais (El l);

. o pensamento psicológico através cils épociÌs e o strÌgimelìto das difè

reites escolas psicolãgicas, o 'Ìue

Ìev'Ìria o aluno a sel rcflexivo'

p"t""U""a" que a conJituição do pensaÌnento está sempre 9[Ì1 lÌ]ovi-

rncnto (E7);

. basçs biológicas do comportamento humano e de scus distúrbios (E7'

ns, gq, eLõ, El2, El3' El6, E17 e 820) e n.Ìaior conhecirrìento do

SOl4e (gfS), Tal conhecimento parece nais indispensível ainda nos

contextos de trallallìo multiptotìssional onde se lida cotn pessoas com

;;;bi;tt"t especílìcos cle saúcle Conhecitnento de Farmacologia Ioi

iLpontado Por E 19,

Page 30: Texto Psicologos Areas

62 Psícólogo br(i.,çí[ciro: pr.iticas e]nergenles e t|esaftos

. desenvolvimento da escuta qualitìcadâ (a grânde muìiori.ì dos ErtÍevis_tados); lal requìsito aproxima-se da recomendação acerca cla irnportância de dominar as várias técnìcas cle entrcvista, suas finaliciades e comolidar com os cìaclos, relatos olltidos atliÌvés deste procedimento;

. a atuação enr saúcle coloca vílios conhecirncntos específìcos cornorequisitos importantes, sobretuclo quando se pensa em saúrJe púbiica;Concepções de Saúde e Saúdc Mental (EIl, E6, El2) e niro só cÌedoença nÌental (E7); polatjcas de saútle: funcjonrmento dos seÍviços;rnodelos de trabalho en Saúde pública (E6, E I l, E l2); visão institu_cional do trabalho clfuico (E3, E6. E t l, E Í2); iÌ consrrLrçio rlt sislilì_cação e res-sign ifìcação clas problerríticas enr saúcle cotn a inco,ioro,ção das veltentes sociais (E7); diferenciação cle nrodelos e níveis cleatendimento Psicológicos Clínicos. Deixlr tle corrsiderí_los sonrenrecomo sinônimos de atendimentos psicotcrápicos e perceber as suascliÍêrenciações e integrações entre si, necesstírios ao trabalho ìnstitu_cionaÌ (vírios entrevistados).

Muito do que apareceu nas entrevista é congÍucnte com os resuÌtiLdos da análìse realizada por pardo et aÌii (1993) nos aÍrigos pubÌicâdosque tratam da questão da Íbr.nração do psicólogo. Algumas reconendzr_ções qu9 emiÌnam desse material tnerecenl sef retomâcìas: a) a necessitla-de de integração de métodos e tócnicls is reuli<jiules .u,n l, quai. opsictilogo irzi atuar; b) o ensino da ética não ser restr.ito a urna rJisciplila,rnas ser tarefìì de todo o cur.so; c) fbrnecer os fundamenlos cientilicospara iìs técnicíÌs que estão sendo ensìnadas; d) â ìntegração cle técnicasespecíÍìcas; e) desenvolvirnento de postura íÌLttoÇrítica em reÌação às funções da protissão; Í) preocupação corn a ÍbrnraçiÍo clo supervisor e com acapacitâção do col.po docente.

2. Sobre caracteristicas e estrutura da formação

É imponante lenrbrar clue muitos dos recluisitos citados existenr,peÌo menos nontinalmente, nas grades curriculares ou cono itens daspautas de estÍgios pr of issjonalizantes. É, lois. ilÌtpo ilnte resglt r rJisentrevistas as vírias consicleriìções teci(liÌs acercl de

"o,nn se d.uelju

estruturar a Íomação do psicóÌogo cìínico cle founa rt contenpllr, mais

t t)t| t'Pcões e ati\ridacles enrcrgqttes ualtsìcctlogia 63

IlcliviÌlnente' as triÌnslbnnações que estão ocolrendo na sua plátiÇa pro-

ll rr'lì ll ìle drs enlre\isliÌ\ tniìslriÌ qu€ exisliu

^ lnilise do miìteriíìl rcsullsnle ols eìrrrcrrrr--"' .""

".i,',."t"n,",,,,.,'ir",lï. ì.n*,,,ì iu' p"nu t"*"':,ï,1:,ï'lìï""rtï:ilJrìrlr(iÌnìcnr.rlt, rrìillivirs llo proces\o dç lornllçlì

^ ^-,- ..^,,, ^ ohierivo rle lornecer umu míì f rimei riì con\r''".n ::::'o.., :;:li]," ïì,"",'."0""," .''*

,,'nlÌecilnento clínico contextualìz

,,;,ii lr.oïì;.;i";;i;e a' uniuers''l"des e a comunidudc

A clínica descontextualizada reÍlete a lbrma como ela vem sendo

, ,trin,nr". 'ôia"'u"tos

o conjunto r1e falas <ios €ntrevistados a esse res-

pcilo:

,,.'. ì1r1o se pocle cnsinttr c!h1icd entastcla.l,I, s|)]t1.ct]1.' lìL)s n:u.!::)'.,|:

,,i,r,"ïiiri" t,,t at'! Pode ocòrttt ctuonLl(' rt: ct$i.l(r Ptátictts ltadtcto'

nais de cotBultótio' P'at|,n' ptìni',oii'u'-t:i:,':':::;:,i:;:,1::";:r'i:::,

setts to stncro . ",,': n"::"":,:i,:,,1,

,l,ii',í,,1ì','"ì,',1,i,,,1 !ì,,ì,.. t,o,t,ìtai:.Lttt q . as c.ìsíri cslã) ocÔrret

cnút atórìos" (E1 l)'

"-.. às lezes tTossos uLlnos socnr LIa unir'etsklatlc sct conlalas cottt a

realidade da populaçn " aoiì'''ni)ìi.a','" tnJc t'tio cttneçttr a rraballnr

'i"'i'""ài'i* ) "1"i""''' na' clítttc't' cstolns c n i'lL'it dc trttLn clítttctt cneros-

la.Lt .'rn si rrltsrra' 1E6)l

,,''.lenttlueellsinafclí]lictlnaosaat4tcktponiculati:,ul'ano.intliitlLto,

,r,,,,i'n qi' o'untu ^ qth stò'5 Jc Prttl'os c ì'rr'ilrti\ô'r" ítlJìi

A esse Íespeito diz a "u"' ,!,:':i:rti!^':,Ï:;:::;iïi:,'r::r::';i"

nidatle é cinda mttilo pequena '"'.' :'" ''",'.:'..-.-.-. "-" )r- )."o;,irnt ert

r'à,, it contunitltdc' lttor eçloìttt)ç aìtt'ln' nttrì!o Lt(lutttt ú' dLseiivet

ternlos de con:o tieveríamos n'*ì "u',.lìu^

tns instituiçocs Em geral'

são clois otr três proJ,nuon, n^ joan" rr,r:so c|rc, por mobilizctçàl rcssoal'

)ï.)i'rrr" ti'"'tLLnïs clhticos Pata,jun':::,::;r;:'ï:,:,:;::#:i::;:::,,'nnunidude., Ent geraL é Por P

. trtt,, Ja escoln ou Jo curso

Narealiclacle,ocursoconÌoumtododevereflelirum:otptot-1t't:

".* " ì""rìà"J" u'"sileira Com fala El2' "todas cs di \cìPlinas' prcclsq

"'ï';"":i;;;;;;*p'o)n' "^ '"IL"ti'sobte

Li rL(ttitodc brosìtcíto con (1

realidat[e do ntwttlo ran tën" 'n'as

não é para fazer irto en unt úníco

'iirl,ïi'iZ,ìï'""i""ìn"s cspetíficot' Nesta linha ainda' insere-se o pensa-

rnento de Eô: ". à't vezes notsos c unos scrcnx sem contqlo conr as

Page 31: Texto Psicologos Areas

64 psictilogo brasileiro: prótica, entergentcs e desaJíos

realídqdes rle populqção c d.$ í stítuiÇões, otule vaft) co41eçat e Írab._lhor.. X4c l)LtreLe (tue tltuitnr n/. r -,\.çO./J qut . \ìrktnì clúti,n, n,in qu,,,1nutrttt ntqo atÌqlttlc totlo d, fazcr e alc .\úl,cr d(l(6. E utun r.oi.rat .ultt!_ra!... por ísso, .t clíuicq contü1ua ctquela coisct unrro.rr*tn nìì "'ili""rnr.

::".1::,: r,. estã scntlo exposxt piittcípaln*,," r.r'-i,"',1,ir,,çì"i"i,lt,t,

Mris espeeil icl nrente- a qraduação precisa ser revista, sob núlti_pÍos rspecros e cm (liirinr.)\ nii"i,. ,qi rcr.un,ruhçües jeu'c;;; ;ï,ì; ,,,r,,se pen\iìndo erclu.iritrucnle ent co,nr,r.,i,..",,r',,.,^..-. ; ;. :"1.Esta opinião ri""

"r"." ",,, ãììr*;,"ï.J,ï:'::i:j:ï::: njiï;ï[:ïlzadas.

2.1, Emerge a sugestão de uma formação básica sólida egeneralista

,^ _ -1.,:1"::Ot- 9.. gmdurçìo como uma base, que deve ser consisten_rc s sur.ir pirriL íÌ tofm.ìçio posterior, é a'prarngnte companirha,r,, eexplicitlJn nr grunr-le rlaioria dr

rcpresentativ.Ìs: ls entrevistas vejanlos algurnas fâlas

"... a gratluaçõo está ca.la t)c,,a, p,,,7,,iì, ,),ià ;:;; ;,,::":;:'",::;;::',i"ïï,iilïf,i'ir;",,,,ft,i',:,';procetso coloc<uttlo nlais utnn lischlina, ,"rU ,r,

""rnn.,"r*r'irìr" "r"metÌto, e... isb, stj lcnt auncrtatlo a confusão na ,r1,";;;;";.;,;';: ."rr,

ft-ancãìnertc aloraria ver cstn con,i$ãa, tr.klu.i(ltt tr,r;;;;;,;r;;;,';,;'r,,r,crrrsu b,ì:icu... que,úttutgrrv nq4,l.Í rcqrttìtor,,,,,,,,r.,r r,,, ,,,,ì..',,.,r,."-logorltr,ia*tLtr,.rrtlontui,,lnra,ltr,it,r,r,,,,r.,'..\Orr',','',',',',,',,

. ,Ol,r" E iÌponríì pcra ....-.t probletn,t csttí ntt pró1,rìa f6yrn,rcòo tlcpsicologia porquc "la,'oo."r,,,o,",,,1,n t,arì"an'ì-,',1,ti,';;;t;',;:r::;i,ii,

{j:::.,-!.:..:,."*,rr,o:...; ttc f'rnn q," 1i,r, ailir}ì p,,,:;;;;;;i;;í;:::,.,:"-:.::",:t"rr. especq.fìco. Eto t(.n ,tue da, oi, ruqluisüo, n irì,rr.ri" rït,i,r"pota o que rent dep,,it. LJnn e.çneciolização ulterìor seró ,"i"ì,i,iiiì,tanre. ' (E2O)

AJSu,n:.Fr apontinn pâra o Íato de clue prLrl supr.ìr deficiências queernm pcrcebi,l;rs nl Iornrrç;ìo do clinico e d,r psiccih_,go..,n g.,,,1, rn,,iJ,elelnentos tbrnm sendo iLcr cscentacJrrormaro's p,;;;;;';;ì ;;.Ìì;ïlï,ii,".l ffi ï,iïi: :ï:::ï;é. sinrplesmente r qurrrtiLlrtJe de conteúdos

" "_p"riê,,;iil;Ë;ür';;

t t,ttt ('|)ú)cs e alfuidac[es enterllenres ttct psicolttgitt 65

'''''.lrr.rItllo.e:'iIníìconsi\linCliì..rqu.rliJlrleelìpo.sibiliJldedeintegriì.I ',,,1.'.ta

a""it'*" Par:ì iluslrirr csliì opittiio letn se:

' " . ,nu" Lan época quc para ctula .toro cuttlc\la Lttt qrtc Ú :1trct;lolo

I'LlsiatIt (t 'ttttttr' n rlnlittci't (t't rL)lt)cttt

"t\tt ttl'tú':tttìa

"1tt

[ottua 'tlt

\'õ(s tolotDtuúe :L'J.:**^ :!:',_:.',.',,:,:" ,,,1",,''ì" iri, i,,, cstà s(t,.tc, ftitLr (r

t"tthüçio 'lú 1'rìculoÊo !rttc.nrrt"",',.,r., ì,,rl,o ìr,r,",'"rntntt,lo etnrralì:'

,.,,,,urrao :rut t'ti' lr'ts Jc ìtrtrl , ' r - ,Í.-r,., aôntrnlrrr.rr' Lsi'i r' [a:'ttJ" 't l"tunç'i" t tn tt ]t?tutt(4t( ) t ' -

,ì,,.r" " '*t"ì" t' '''" * '"'" 't:,,:;',':,,::,: 'r:,'!':: l::i:: ,l:': : 'rl),iÏ

irl../ç rÌ ,l 1trtt t'ti s' r o lottLr (t(1."" " ". ì "-.1" ",

; ,, ttt\lilutiÚ'

n'l. Ttnn':' tn ntt tt lü 'ttlo ttt:

s.t,' 'lt r"tttctulot 't rt r' 1tt tìl)ar'l'1t!"t (tn v'tt iot futìlns | :obrrltklo 'l

tttslìtt üIntti\!'ttttloitnlitíhrot'ut v l''tt '1" tnÚ\rttr '

uttr' ri' /u' ' íEí'ì

Ou seja, a icléia clç unra íorrnaçlo bJsicrr' oncle:t t:1"'::-:::':'

,,,, ".,',,",r,.''"

u, conhe. irrrenrr.s ïï"'ïlil:ìÏlliiil :llí,ìlï J[:ì'ìï

r,ìn:'iLleÌll(lr utnu exigèncir puta t

ìì,l,"ãìtn.^ "tt

"iu co"tì'r"" uclrLrt o qrc (t J'tttttdÇio 'lo psrt,,togrt

,,;,: ;,,"';;;r;;,.,, ttì\t,('' A1'. ,'"1".',",,oì ,',il'i,I'ri',:,:,'ii::i,,:"::;:, "':

,,!::',l' tt,t, Possìbilit1Ì qut elc r'nlta unt

,1 lidl,ollìttl ittttlìl'rLrrrtslttta'c\tct'ltlf'(lc)\l O\'tttttiittlos-b'ttttorNd''

,ì,ilirìnl,,r, poa,'i''' est(tr tttottruütlolr.tìPtlst'1;,:!:';,:,'!,'r!r' i:|,i',:':,,:,:: i,i:'t líttica. Nãrt ecessatid reirlc co

ttttls conL co tetídos que Poss(tm cttu'uln da (ttuulizLtção' O"|:::O"

u1'licttr uns tcslcs.Úu.ottlras IlLttt

Lt Ptotluzir' ìr atr4\"'

2.2. Graduação: rnais Jormotioo ão qlue informotío<t

Embora apareçam corn destiLque nos discufsos (Ì"t:']::ìi:::Ï::

".,*,í", l"ìril"'"r".. ".r..1"'n

colsrgrr.los not ntrnttris f'c(liìÊogr(os'

:ì "ïffi t il;;t rupolrtn o pl rno purrmenre cogÏi l':,ïï:Jll;i::ooOrtuni,_jlCle de lrsSirrllur ì()lÌrenlOs lìnlc:' Lìu rr\ "'- "'-

Ïl'lì"ì.'"'ìì- tt !:r.duitçio A ènlrse nr trrnsmisshn Lle cL'nluu'lÔs -:ii:iìi'"Ëü;;J nì..'' i'o'r'n"n'' .lcrnçivel - Inuirir' vc/'cs desirrlr'

Page 32: Texto Psicologos Areas

66 Psicóktgo brosileiro; ptãtÌ(.qs c .rcrgertes e desafio.t ( t)ut:cpcõcs e Qlivi.l(ldes emcrgemes na psicolttgicr 6''

ttut de uuta Jòrmaç(to .liferenÍe tía nossa é d Seração r/o vícleo clip

I't('(isatnos tl1tKkÍ ttossas experiências dkltíticas' nõut se lrcÚd de dispetl-

tttì ds.uias exPosi!ittas, mtts fuzer a[F,ttns oultot li)os de e\ercícìos porQ

,lt('par nois nos altttos.. pode se observoí que üuíÍtts vezes eles IúÍo

,,ttìscguent.fìcctr nttito temPo denÍro d(l s(11d. A genle Podc' por etetnplo'

,,,, i,rìós ,1" co^"çnr a fa[ar de cullurlt, Ìntro'ltQir o leno con urtr.filtttc'

, tur utncr crônìca... Íem que se d(!r lol1 icìto dc dinqnìzqr ntctis " '(Js cursos. através cle utna revisão níìs suiìs plÍticíÌs pedagógicas

rrrLìs consagradas, cleveriam se pleocupâr eln incentivar unla prática clí

nicu criativu. A parrir de sur própria experiência corno aÌuno, E 16, clesta-

cl a irnportância cle ter plolessores "lbertos" e "pÌurtlistas" clue permi-

t;rnr uma visão mais alnpll, generalista de fato. E4 consideru impoúante

lruscar junto ìì graduação, cxelcei a clínica enquiìnto " uma prítica

.ontemporânea e isso, claro, exigiria urna !Ìbertura pariÌ o novo, exlglrla

rrDra atitude séria de pesc1uisa...".

P;ttuteìrtnente lr c:lil\ (onsi,lcliìçÜcs. olltro\ E\ levrntlttn lr necessi_

rllclc cle que as avaliaçõres dos alunos sejam mais rigorosrs, tanto n parte

lc(irica.Ìuiìnto nl prítica. Diz El9: " . a graduttç'tío teri(1 que ser nMìs

lìtlttL-tlura n4 avdli(lÇiio..." Isso tatnbólu fica claro na ÍÌrla de tlutros

t:rrtrcvistados que ressaÌtatn que nÍo se pode sinplesmente aProviÌl o

gracluanclo e tleixar depois a responsabilidacle de fiscaliznçito aos conse-

lltrs regionais.

2.4. A necessidade de uma especialização

Paraìellmente ì opinião da manutençÍo tlo curso que conduza it

Iì)rnlação genenlista, que cleve seL mais compactct' biisico e mais fortna-

tiva tlo que infonnativrÌ, a tnajoril clos Es se relerem ì necessidade de

cursos de especialização pata o clínico.

E7 afirrnl: "... é nccesstírio Lutr curso l.tiisìcct,.fitrte depoìs viriant

os cLtrsos de especiatização .. ísÍo parct não ocotúecer o que ocotÚeceu

t:ont tt nretlícíntt tlue Jiti ittcorporatttlo lLtdo qua to é coì\'! e estti Lt r

(.urso c(ldq vez. tntlis fraco e mais lorLg<t..." .

Vátios Es ressattam que as Universidacles dsveriam estlÌr olelecen-

rlo cursos cle especiâlização e não só de pós gracluação stricto sensu PrrrEll. "a Ufliversídade tleveria oíerccer rnris oPortutidudes de pós-grtt

tlLnçtio l'ato seÍlstt, Porque nuìíd ge te (lue vai para a ;tós, prircipalmen-

tc ctn clínica, não estti tLlmejcutclo ser prof?ssor unìversil(irio ou pesqui-

culados, revelir que estaÌmos distanles de oferecetnos uma verclacieìra"fornìÍìção', ao Íìrturo profissional.Essa reflexão eÌÌÌbiÌsa a sugestão, 1èita pera rnaioria dos enÍrcvista_dos, cle que a graduação cteva ser rrais r.""r"ii"" o

"-q "" ì""r*":;;;;^, ...

tt utriversiJade cltvcrìo scr-vìr tnrtt ctbrir tt.rá"r",,;;.,;;;;;,;:,;,,r,, "cnlrcristiìJr. nlro sç po.1a tet. urnl ,,.,io irnclli;tli5ta: cll\., êrìr ô,,ê .-,

estaremos fazenclo cur.sinhos de

:l:::i: .t; ; ;1 ;;;;ffiï:J i:ï'ï::;:::n :l ::iy,:,;;,ï",::;ï:ctonar uma vìsão global, depris é tnuis tti1ici abrir ;;,";:;;;,;;; ,r"pe rs pc ctìve i nte rd i s c ìpl inar,,.

. As entt.evistas apontam tatnbém para a necessiclacle dos cursos degraduação, cÌentro dessa visÍo mcuparem-se con o desenvorvin":i:.l::':il'"" ,o:

que iniormeliva' pteo-

ao psicrir.go.,""i. ;;p;;ì;-^:;; ;ïï:ïi:"ìïi: Jff ìfiì.ï:ï:;ll:das iÌnterionnente e rnestno iì\ne..r

""s",r " ;;";;; ;; ;;;;;;:iïlï-T:soais req uerem urìÌ tft*amenro ao

l. ìonr.u.ro,. .'f.i;';;;;::: ;i' nr" se conrunde corrì r dis'crniniÌçio

uma Íorn.ração n,,*onrr,,"ott"t tnore como agir ou proceder'

Ír('JerrLros Íreros rururos profi,*io.i"'"l calcarl. etn principi.s iticos in

nicisrr e rragnrentadì q,;,;; ;; h;ïïffi;ì: :JJïï]:j1"ff[i::Srrduaçio. cm lodrs as ireas dq f91m1ç;1s do psicólolrô Nê<rp ^.di-,,ró i m po rra nte q u

" o,

"u,,o,, a

"

-roffifi ;,ïï:,:;

"'JËÍrï: ..,;lïl

priados par.a reÍÌexões sobrc a conrdevem marcá-la no o1,,n1 n,o,n"n1,1'Ï::.1']'i:.Ï1i'''"o''p'oti"o,'q,"po<lem ficar r.,,ri,^r;;; ;;;;;iou "t tlut vtvemo' Tris reflexòes niìo

se rorna urn J(,\iìrio ror)pcr con, ,lï:::n:].:-,:'" lìnrl do curso. quanJo

do pafel prolissionrl- Piroroes restrllos de pensllnenlo acerca

2.3. Mudanças nos modos de ensinar

A cliscussão acerca da Íbrmdiverséncias q;; "-;;;^ "1"!i101"^^1:-t:"tÌoso,

à parte rodas âs

probrlmrs "r;;; ;";;;.;' ""iil:::"'flHi,::":ï:ï:::,,::,Jïï:mo em prrticullr. NesÌe sentido. m

nível do que "r;,;,;;;"";,i;;'rrurtas

mudanças deveriam ocorrer no

entrcvista<Jos "llìodos de ensinai" segundo aìguns

A_ mesrna E l2 reJÈre_se tambérn ao Íato de que novos recursos clcensino têm clue ser buscaclos: ,,... ett ctcho ,lu" nrto' g";)rí) );;";;i;;r,

Page 33: Texto Psicologos Areas

68 Psicólogo brasileiro: prãticas cnet.getúes e clcsafk)s I tút(elrcões e otfuidodes entergenles na psitologin 69

rr) que o ensino dr .'lll:1.'"ll,l"ji: j:ï;ïïi[ï::::ï:'íJjïri::e. que se busque en''"" *"':i';:';ì;"-;

;ìJ"ì. de aruncio rJe-r)ercx de visllr os difctenclaço

qulJir':rs cltenttlls e ìrs instituiçôe';

b) qllL' iìo:\ sibere\ e flzeres clínicrrs '"i"'n int'ul"t"Jo' os ionllecr-

lncnlo\ de oulriìs {ììer\ (1" ilber que Pitmilltn,,tolrtcxlunlìzlt str'

.li"ltanra. lìrncionlltncnte e elicirmcnle os lriìDiìlllos {rJ 'ììL r'

c) {rue i, .1 n.çx'eir'"'' "''.l., :,1::ìïJ,ul :ii ìïì:.tll""ïJ':*,lli;':rliìdes e nalo sotnentc scnLl(ì lis

sìnônimocÌeatendimeltospsicoteÌi|iUos'EiLinJl.tluc.l.eltntr:aniÌn sejiì sorììente tn*in"tr" tnìtu' "

gestio LJrs indiviJurliLlar.l-es e,'h

u'"-ìï"n"i,"prlticul.lt'izlJl.lstosigniticl(Itlciìcìinl.cnln(le.rren,lentcmenle ,t" tt' "n'Utt"ttn'o

tccilico tlcvc 'çç

qn5in;1Jlì 'le

ilrï ;'J;; .;"ì; or. dìtercntc' lun(óe\ (lue ltre scjrrrn rcqtrcri'lrs'

,.iì ni^ t""t diferencirçire' drs Jetn;rndr' populrrciunrts ou 1'c-

l.,s,li terenre' objeri\'.'s inçlitllclÔììiìl(:

d) que seja alvo tla Íbrttìlçito clo cltnico l llostuì'c !rúlcJ e reflexlv'N,da

buscatloconhecilnento'pressuponLlo-SeL]ueeslesclnPrcestll'íìemconstr uçi't:

e) que estr busco-'"tr"*l 1,1.: ï'ï:ï[::"li:ï:'::i::::,:::ïïxïï:

constante e não somente a

afresenlclìl colno vt lr eit:

í) que seja incorporarla-à.:ï:iil,::"ïll:ï ï:Jïï::"t:Jïïï::;dor, uma vez que o atuar Pl

utn bon investigadol que busca a observação' a interptetaçoo e

ação retìexiva e contextuìlizacla:

Ê) que scjr trrbrlhr'h durrnle iì lorìniìçio clo 'linico rr percefçiio de

,lilèrent<s Ionnirs e nr\cr\ d( iìlurìcio prolissinnul :"" p':L:"1 "

à"u"* s", "*",.iAns

.iunto o Llitìrentes crrrËos e ftrnçtìe\ 'rnstrtucro-

nais lsto equiviÌle a dizer qtìe o cÌinico nio t"j: ]':l]]"i-1."- :Ï:

t"'

um tepetiJor tle urrl rrro''lclt' Ìillico de illluçio niì ilri:ì tlue llcnl de

Ïji',ì.],ï"ì.j. .le rr:.hlIIr., intptçl r' ercrcic.io .Ic stt:rs iun..õc.

sociais.

saclo\ est.i quercndo se especialjztrr... Não se especializcr e aindcr fic.a c)svel.e.s..enpcrtctndo u 1(t v(rgl... é um alireito legítaíno tluerer se ,rpor:irrtizalr..."

",,^ ,lï.:,1::]:ro. erisre .r r,Ílinirìo rle que os cursos tte cspc..irÍizrçir,

niro lÍquerÌì íÌfenrs r cirf(, rr,r Unire.iith,re.  e,sc reçreito FS Liiz: .....os Conselltos lÌegion(ris. o Consr:lho Fetje ral, o UnC,' rui ti",nit'il qr,"órgão.s podcrian er-tor pensotdo etn ctüso.ç tle espet.ìalizaÇão ou decttuql i?ação, yol. Íes... eq uipcs vctl on te.s,tr" p,, J. rr,;,;- ;-;;;,. :'i;",;'; *"tÍjct tr rot.i tttt, ìt.t tütìvt rri,l.tJt.t o!t tu , nì(ln,lt,,t, 1rri, ,;to"ìr- Ai,Ama:tttttt.s rrt,: u llìa CrruJe 1,, 5r,1... ,,nr,, ,.,1,," ,,r t,:i: ,:t,",1,,:r'",:1,:;,: ì:;:tercü lnssib.ilid(des de anclizttçiio...,'. E6 coo.lplementa ". ";,,;;r,;;;"

"os nticleos tle cstudo.s sérios, lctcilitttrìan ct qucr)ificaçao "

ro,,i,.ií,ri,ìir,,,,pora o pes.roal rtíto.[íc.ar perdi.tlo, ittÍrotluzírulo ,rrità ,rrirn qu" ,,ao ì"n,nttda a ver con p,ricologia junto cìs sua., ptãtìcas dhticas...,,OutÍos cntrevistados ressiúta

ll::i",,,r,,1:,r1",,". longa rur açiìo, ;ïJ;:":H:ì:'"*ï,:::"xïfir,i:"1:

unIvcÌstJiìLje.. Estcs [rnr.]crjlrn est:rI Ii;arJo. ìs Asso..iações r-lcrsl.ol'ìg'1\. r( urìr,1,,\ lor si ìilirridarlL.s rle ,rbjctivo:. Iinlt:r* t,.,,riclì, cfe ..Ëstes cursos teriarr que rnostrar sua scriecìrcle c el.iciôncia. Irì;,ì;;r",1"E7 Po,Jcril Lrcrìt.ter l{,r' obrervirçì,, ,-1,, rluc c.l,.s ,",,,,.,,,,.-o qu"',ìu,i,,possibilirlade .Je controle. er,elcr,lrb;,,,;i;;; ;, ;';il:;,:ïï:ï:iï, x:ï,iiï:i fiï:Jï:ï".ffi::Ìhos terianÌ o piÌpel cJe cobrrr habilitação e exercer fiscalização.

, ,. , A i,Jiil tlc cur.sô\ (lc e:pcriitli/íçìr,. rr,rs suls n11is tlilèr.entes rn,,Lllruitoes. cptfece coìno tuniì conSÌiLnte enl vátias entrevjstas, nras E I cha_ma a uÌtenção pam o cuiclaclo que se devc ter para .Ìuc e""ij

"," .Ãì,

"",armadilhas e reprodtrzam os.,... mesnros vícios rìa graduação...,,.De uma tnaneira sjntética, observatnos que zÌs entrcvistiÌs aDontam

f;lnr iÌ\ \el'uinte\ Ícllrlúrìci;ts rlc rrrorJilìclçìo dl Í.orrn,,ç,i" n,, ,i,.".]fini.ì.'A gftrducção k rn clue sa (oLstitui

',',: .: ::::':,''' '.' " t "''

n t"'' "'t" ' l"; ,:),'::::,: ,',':::,'::','':':;' '::: ,:, ; ,:;,':';: ,.t.'rt'to\ tt. Itt, \t,\,ì,,,. ttll, )iì,, t,,br,. ,,.t crvtr,.tì,lot. /rtn,,, ,h.n -.t, ,tu.,-!rtrttlr n t, tt,liut ì,t,1,, ìu.u rir,lì:cil,tint" t. ììt,.[,,t.u]tt tlt. sri,,ì, "r',r,|,ii,,tt,ot tlr ìttt, Xrnt,t,, c ìtt,,trtutt,.ttt,tlt.tt(,io tr,r, ,, ,,,tr., n,un, i,,,,,.' ,,",ttt,r'?I1ICS a:An!?.xtos.

Neste sentido, deve_se buscar no ensino cla psicologia clínica:

Page 34: Texto Psicologos Areas

70 Ps i cólogo bras ilei ro: pr.iti c.1,, enÌe rgentes a desaíios ( o cepcões e otiviLla'les enrcr|etúes tn P:ìicologídl 1 |

/,1,,. (' açs.:Ì.t f(s.tnnç /r't 8(rttl íuntioNtn cI'nto oltlvotÌcn tto\ iltyilui-

'..'. .- n ,r nrooòr nt o t!\)a'Kot It lnl'olho"1"r " ! ' /

1. o lríìbiììho rJe pr.lnrl. segunrJo El.À pcrspecriv,r 'l"i' i""'io:l:l;,,;;'

)ïì,,,i,i,ì*,',,ì,,,^,,,,,, socinrr iirr-riiirri corn ' qtt ú c.ttircr "'trt'* njl,ur'r1,,,i,"''

,i,'.1,i,,i,i,i, j,"" ì,,r rrrr,,ro. un,,,

rtttttlttlcs /, tteslc scntido, lettr nrurt',1,tü,mLlo

ouc oclto supctitttl'ortonte ì a qu'stào J't dtoga: o scgutdu

',',,;'::::';ï'; ';;; ;i''',:*' sìal"'l" 'l"'a"da

é o sexuatkt'tdc' os práticas sexuaLs'

',1,,1i" ïri"r",,)"ì)""ncpanto libido abstrttta [" ]' o dcotllPunhqmento de

'tiiìoiì,iu, tnn"i,"x e as psicopcltias rociaìs" '

Visões distintas sobre o própÍio processo dc rrlitt*t1 :l:^T.:-,""","';;;ìr-;",i; qtoo'o 0""'iìo até o momento Apesrr da rprrente

::::l;il#; t;;gà do trabalho nos {oi pertnitido perceber ulgumas

'

il:ï##il í; "l:":::::, :1, ï :ì l*.il' ;lï jïlï*,"1 "l

:t:I DrocurÍì repÍesentcÍ os prlnctpllt:'l:,::--..'^:' ." ., or:essando. buscando ofêrecer' neste momento' umÍr

^niìm ilpte\cnliÌJos gr:r''llt ivattren te itovisio global dos elernentos que tc

il;"ï;ì; te diÍbrentçs naturezas - intrínsecxs ou extlirÌsecirs ^o

lazer clínico - as tbrças que lmpulsionam as tlânsÍormações observâ

Ï"r,'""'."i"r1" a"t "asós,

atuam de íorma conjunta'

VI. Considerações finais

As reÍìexões apresentiìdas rÌos segmentos anteriores reveìam 0ue asexpcriêncirs rcl;rn.hs pelrnirem n,Ut, iprn" pl,,n,,.lì *,ì*' 0,,r.i",",nhos inovadores que estão u"ndo "unrtruí,jï,, ""r*-"ì,roï-.,uïÌ,i" *atuação do psicólogo e que defìne a sua imagen social ."il Ai-f"Ji,i"

Mestno sen(lo escollrirlos p,)r estltretÌì desem oenh lrt rl, r ;rlor,,.pet previan.renre consicrer.arro inovrcrorì";;;;;;'ôilr;ïlJj';ill.iï_mos que nruiros cleles possuern visões particulares -_;i;,,rr^ì;;il;u,CaS, OuttAS menos

- aCerCl clOproblemas. pr.cess. de mudança' seu ritmo' seus

A pe$pectiva de levar referências cla psicoìogirL clíniciì piÌra popu_

lï::r t:. não rinhârnjìcesso a ela, e o prirrcìpat eixo em que surgemcoìsa novas, segundo E7. ,'E ncsse asfpyçl a, ,"rro, prrr)i"i), qu"realuerúe se dti, é que estão ,\urgiÌt.lo ,o:irn., inor.,ìonlr' 1l,f,"'urrr,, ,,outtes noções tle subjetivitlacle, outros indìvíduo,r, ",

poro,irì, ì ìr,ro,for mas tl e t rob a lha l'._.. Para El3, o trabalho no contexto hospitalar está indo alén clacínica enquanro metoclologia de trabalho. ,,o'r"rr" ,àiriìirr)ìì,r,,,i_' ,*não é trqttekr clinica pofticulqriza.la no iraiviirn, ,r^"A ï,rï'r,là,ï"'rr"envobe a q.uestão .lo grLrpo e a .luestdo .!a it$tituiçíio. E env lve aqL::tõl to ütstituiçì.) torqÌk cn,ottc ct qucstãct cto, ,:;;;,r.';,:r;,";;. us ric i o- i nt t i t ut io n a 1...

As mudanças são vistas, na ótica de 86, como ainda lirnitadas ecomo dete.ninadas exteÍntìÌì.,nte ,,A clitricn r.,r,i,,;";r,,,;; r;'^:"';;:ì,r,da, encrostada en.çi nrcsmo. n" ".rtri

,"uìì ì*lr,r,l",",r'"',j,i'ì,1,)ï' jÍr')r"a socitJadc cornL,çd a percebcr z,r,,,i,,, ,1,,,ì ,'"")1"ì),.',:,,;:;,,':;:,:,' oX';,;,i,""'i i,"iriíiïí; ,lr,:;:r:,,:[...],jt't,exhte t instituições (lue túo Íe a"irr,,n ,nnnçor'i ìr';;,;r;*',:' ,"você só teu essa visão de aÍendiueflto,,

Numa visão ligeimInenle diferente, a entrevistacla El3 atìnna orreeste tipo de enfbque, a que ela mesrna .h",n" ,1" .ìì;;;oì": , "rï,novirlatlc lpcsnr de icr lc\irllo a ctho pur ,,n.,,*

",rr,"",,r'nlrl."llï,,c)a: 'Nn vctle,lc vntì It t,t uttta u.,trrcursn eh iì

"x,iiì"" i)'),rï,ir' ,l't"

que não é novitlatle' porrlue no

PoLtc.ts pesso(ts. Não é rtovit[,tle "

i!,i ̂ "-"]! 7 experíência.:!e algunas

ltLgLtlaü1etúo nunl trul)qlho meis qn_

s-;,;-L.;. zl

\,..,;",",",,,),,, o/'Fòtìa thdttüodúo -/ \

Fixttta | - Recle tle t'cktrcs que itn\ulsiotram o ton\túnenlo tlo ntr tlt'

clássicrt de aurcrçtlo tlo psìcólogo clhtico

Page 35: Texto Psicologos Areas

1372 psicólogo brasileiro: prótica.\,e rcrgetúes e dcsaíìos

Em uln contexto _ socill, político, cultural e científico _ cmconskÌnte aÌteração, a prática clÍnica é plessionrct. . .our,roi iJrpo*"r,ceÍâmente em movimentos dialóticos, que a levunr "

p"raoara, ",,ririnhollinovadores como os descritos anterior.ìnente. o .""i"r""iã- i"'ï^ú,r",com o conceito de saúde integral, x perspectivl int.r.fir";piinnr, uììr"r_

ção no serviço público, em instituiçoes, * ,r.r." ""i",."",àr' ,ì""riricos / teóricos, a necessidarJe de trabaiho em

"q"ip" p."rirrìï"J,

" eïr"*nas necessiclacles coletjvas, a busca, pelr univeisiáacle, a"

"," ìi"""1"maìs direto corn a comunidade, são ás prìncipais *,.*, ia."iifi.^Oor,embora inúmeros outros possam estar atuando conìo deterninantes dasmudanças.

A Íbrrla pela qual esses vet(n.es atuanì na reconstrução dl práticaclínìca propliamente cjita encontra uma reprcsentaçào escluenrática nzrFi6rrrrr I ììis.prinL.ipris rrrrd;rnç;rs ror,,,,, p.r."uiJì,'',,',, "ìì"ii,,'rri,."ctn \r ít I(rìl,ilìzolio Llo cLlu.).to Jt trtlttl/t,t. t,\ ttjtt.çtcr _-

' , ,' , ,i , , 1 , , , , ,íleihilizações - os procetlütrcntos e té.Lticats e utl)L\ posÍura ,,ecléÍic.r,,

visurlizrdl no uso de ntúltiplos recursos. Tais aJteraçáes te,r.ornì'Uur"dadns chr rerlitlrde em que passl a atuar o psìcólogo, produto das f.orçasque o alastaram do trabaÌho clínico restrito án cons"ultário.AIóm de refcrências explícitas sobre a necessidade de..contextuali_zar o 1ènômeno clínico',, as entrevistrs rerlizacJrs, ,,r"

-,;.,; ;i";;'""refìexão sobre o que rnucla, efetiviwente, no Íèntlmeno_alvo ,ia ,oi" a.

ïi::l"i-" qttrnci,' clc.t.rz es\e fìcrcurso v;"i,"i,,", .^ptì"i;ì ,;ì;;"1:qurc'rs rncur'lrôrrn(ltl rlimcniòes Dsicô\(ô.;,,;c ^.,"-^- , :" .. -1..,

' '

,',g."i n.",i""' ;;;il;ï j:":ìjiìi::':::L :,:,:ï:";:ï,:lì:ïiïj1.ïprática clínic. propriamcnte ditiÌ. No universo d. O;rt,.i.: .to;;ï;_târÌìos uma pequena anÌostra. se veritÌeiì qr"

" t. n.ìen. i,, ì.pri."i;ì.ì;;,,

isolada esriì perden(lo espaço, sentJo "ubriitLrla p". ;;"Jn;;;;;;';;"

curam explicar a experìência humana prru "te,n

..tnr .rp".ri,, puìlinrinr"psicológicos.

Alpuns otrrros sinlis rle rnur:hnça sio Derúenriv.;ç.cepçio tJe tlirì'reneiaçio Jas rçòes ' I -- ' rvre!r"r Y! rJ úPrrç(c ir per-

u,rá,. .r.i,"noo "ì,,ij;; ;J, ;;:iliï::ï,ïï.ì,ïfj:llffiï:: ;:::ï1, ï"jj:i: f:' ^ r

promoçào de suúcte, m ui ras, "r.; ;

::r;;;;;;"r; ;,; ;;-c o rrpo de iìçiro mars rcqueri.lo.E irnPorlrrnre rcspltlr. lqui. outrn erigcncia nporrtl,.ll pOr rlgunserìlrevistiìLlor: I de.que I clinic;r. rlucr lnstrructontl. quer tUtúnum;r, de\(sL'cxrìor. olt seJl. rle, llrlr serrs obir

i ",'"r"i""t" "^'pìi"ì; ;ffi ïïl*ïï;ii:ïl:ll"::ì,: l,ïl ï;,ï:li:

('o cellcões e ativiclades emergentes fla psicologiq

VETORES QUE IMPULSIONANI AS MUDANÇAS

Ji-*ont . otocA DAS Ao Ps 'cóLo

G-o

. Construção alc nrodclos âlternâtivos de âtcnção na pÍomoção da sâúde

. Àtenatinìento â stgnÌcntos dâ poPul:lçÍo ântcriormelìtc excÌuídos

. Rcvisão dc corìccpçõcs 'le

construção da subictivida'lc c itc'lapârolho psíqÌtico"

. CompÌcÌÌssão dc 'lilcrentcs

proccssos ilc socializ:Ìqão

. Necessialâde de Ìcvântâr (dcm rndâs" que cxtrâpolflÌ o plâno indiYkhal

. Axcrcício al|j f nçõcs gcrcnciâis orÌ de coordcnÍção (dc gÍupos' dc setorcs e de

instituições)

. liuttnalinìonto ilo proccsso biopsicosso.ial envolvi'lo no t)inôIììio slìírdc_'loclìçâ

.Ncccssidâ.lcdctrâl)dhaÍnspc(toskleológicoscsocinisqucgcÌanìcstignlns

. Ntc(\!idxtl( ílc rlortdiltrcnlo irìlcgr:rdo' irìr'orDorrrxlo t'trlrt's sxl)cÍcs p:ìrÍÌ x

cr'nrprccnsiro do ttrxirrcno clírito

. Ncctssitladc rlc vinculâr scu trâbâlho â objctivos institutioüãis

. tn,pusiçao rlc po"turâ crítica cm rclâção â conhcci ÌerÌtos gcrâdos cnì outros

contcxtos cnltur!Ìis

. Ncccssidrdc.le rcflcxão c sistcÚâtizâção d" 11".:',1::::.::il:ïïï';'"Ncccssidrdc de rcrlcxn )s contcxtos c conÌ novã clientclâ

gcrrdo aprrtir dc no\"ns Príticâs' nos rìovt .

rÃlrú"t ."-- ftRÁrICA cr-ÍNrc^- :iÁ::t*PlrÌrlidâalcilcÍecursos' tcmìetbilidâtlccntrc

""n"n'rit\ lcoÍtcrrspflrccdinìcntos c t(cnrct't _

>

'sÍ N D RoM E D A íosn sr rc r't nz't çÃo "

FigrÍa 2 - Coraclet íslicas entetgetúes ntL tturaçiio tlo psìcólogo clíttìco

Page 36: Texto Psicologos Areas

74

lÏlli:líJ"|JJ,]"] :li::i;- o" responsabir icracre per o i nsucesso de rnui-Uln dos entrevistados

;r:n:Ì:l.'iïïïriiïÌiijï,i;,;::::ïïrJí1ïlïì;"il"i"açoc\ srnrlrres is ,le ouÍros o,'111":

t'':"il o Psicolôgo dcsenvolvencl,rgirs ,Je rid,rr.",; .;ì,;ï.,;: ili:ï)jl"jll"l:.:ï:: ,o,n*. rs esrra,i_recttrsos etpl'erriv,rs e :rttistìc, LurPoriìls' de se vrler de(luc illu:Ì elll

",'rio" ,ar",ior'u".tl ( onlerc ulÌìlì ll'lnogcnet(lirLlc à r

que rid.m üom p"";"n,., prrqriìlll,or.o,n" i,,orrioi.ï'ì:ï#:: 3:

Insrstir nr indagiìçJo sobesrr'nros prcsoì

" ",ï ìì.n.ï"'l-lLrl o,lugrr Jo psiccilogo. signific;irir

prarrciÌ proirssionàlr lrcltco de fhgllrcntirçiô do su-ber e .llSeria possível falarrnos cl

enÌ reração à prárica, n"r," unnr,.'j^tl':'itêncir de un nov. "paradìgnra"

'falvez seja prematu.o un,Jll

on t"ntoo de rLtucçrìo do psicrilogo?

presenre trabalho, c","o o"r",n"ïli'.ÏllÏ11Ì " 1".-tò:: .o,nn .rr"r, otos piìriì ousar ranro. o prdrii-f-.^'-''u

(\Yuo nro nos lôt nece elemen.nnl c o gr.nJe o"r';,Ë';;:;jl:".menre,I

lorniniÌnte cinJa é o lraLiicio.ainJ. e :i ryeiçio cr. ,";;.;;';ï,::Ï

tudci rs expcricncirs anrtisrdrsto. p'i"ir"güìã;,jì 0";;ì;;:J"'"t""'e

re,uediativo e restrito a segrnen-

,",0,7;I:i:,i::'iiiiï,!),::j:::-r:::i'"q9*,(testaca,T,.,aexpti-ela ë patth<Ja nur,,n,i,,,.,..')-.,i,!l':'-:"

t"'.''hattte rtitttla oo ttue (ru;

l:ì:olofo ,o,i,ì,o.' ta ,i".,',,1 ,:'i::"'.r:; ::::::::.ic.ar rutrerìorc:s.t .. t oveio a incorr,uroçtto ,n, ijìri|í"..'."' t( rot' Pst'i Jo:ot(lo reprotluçòo.entanro, a .;,,",ì,;;;,;;i,:..':::!::r: *,tt, coisas isottndas... Norrnta ttrutlonça oì rì)àìri)r", ,Í

cvd(.tttt tluc nót esrnntos vivetnlocottsolidrLroríoorto2000?.'-''$'b coìsor 'ç'io lcntoç c niìn vtio se

Como nio é dificil percebererpandem o tnzer clinico irìïì,;-ï

veÍore-s alresenliJos nr Figurr I

rarmos rìiìrir ..ìs t.ìl:ìs .rô. :.^,;:^:'llp'^ drrcçòes Enr Íod:ìs eics. sc iìren-

relrros de errreriénci..;; ;;;:r;;;:":':,enÍrcvrsrrrLlos ou rneirno nrrir o\cirnrPo ern .i"ru....n.i"". ;; ;,ï,;Tot'"^

tonslalrr iÌ reiìlidade de unreslir pronri) e se ",".r-.ì*'"]ïJ,l.l

processo de consÍruçio. oncJe n:rtlrrcrrlnlro porte. t\ I'iocs (luc elrlclerizlm rs rnucl:[rças tle

. ...HJ insegumnçrs, tÍúviclasc"isas dif"'ent"s'e'; ili'* J^il.':ï':-"t-

u" o.,,: se deve tentar ousarrnctas, especialntente entre os que se

P s icri I og o b ras i le iro.. p rtítì c as cnrc rge nIe s e d esa fios Cottcepcões e alivida(les emergetÍes n't psìcolQ1ir 15

..aventuranl',noclomínioclossetviçospúblicosclesaticìcedaspriiticits

cÌínicas junto a comunidades, no nosso país;

...H,i ìnter.oguçõ"s que levatn ir rnrpìilt os contltos' busclr novos

interlocutores, rever velhas crenças' lproxitllr-se de árerls e.domlnros

antes desprezados, clisposição para rprenrJer c usrt no-vlìS te:ll:lsl lllz:r

"rnisturasl', siìir do confinamento imposto por orientrçúes teorlcirs e olnrr

,' qlle iÌCOnleCe elll Oulfo\ ttrrilirriO\:

...Há empolgrção e utna relação atètiv'Ì Íbrte corÌl os novos fazetes

or" "r;;;-t;;í; ";nst'uíclos Ern aì gu n s crsos'ì:'':t"

1-: -.o :ili:: ;t"Lrnra'ltrissão", um dever parii conì 3 sul conscir-ìncil socl l e polttlcS'

algo que despetta do "arclor" da tnilitâncìr política;

..Há. sem clúvicla, tnuitr experiôncia que adqtrilitt "ntaturidade" e

da qual os entrsvistados fatam colr bastante segurança- Segurança que se

tracluz ern "cedgzas" quanto ao papeì que o psicólogo deve vir a desem-

penhar na írea.

...Há, em alguns, a certeza, noutr.os' o desçonlbrto pela falência tlo

nroclclo clínico tãclicionol, pelo menos quanto íÌ sua inadequação aos

ttovos contcrlos e detnltn''hs tneinis'

...Há a certez-a de que a fortnaçito acaclêrnica estú' aindn' distante de

contribuir para ulna inserção inovaiìora clo psicóìogo clínico no contexkl

ã",t^i"rn,i " que ernbasaa convicção cle clue é imenso o dcsatìo coloca

do às instituições formadoras;

Plurtrliárde.. tlispersÍo .. talvez, mais do cÌue nunca' aincla sejam os

termos apropriados pua descrever o monìenlo atuâ1 dn psicologia cÌínica'

Quem deseja se aventur!Ìl a apontar os desdobriìlneDtos clesse pro-

cesso?

Quem, cnquanttl psicólogo clínico' pode deixar de contribuir pala

,t"" "rï* J*ã"üt^-"n,o, '"

tÃdu'n'n .-,rr uma atuação mais efetiva e de

maiot alcance social?

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Paulo: Obor'é

Lo Bi:tnco. ^

C { lgt{8' P\icolosi'rno e irnportlçio tle lçotir: a

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SiÍva. R. C.r logït. O trab,tllttt clo 11\it.oloNo cttÌ c(tu.o.\ tlc snúrlc..olÊum4s [eJler,je, sohrc tt futrcttn.ti,rr., o""e,i.nìoii",' ;;1.""t ""

d't 1'r1' o1n' u Tese de Doutor:r''lo'

tPtll! Y J, p.

.(tgg2). psìcologia da SrúLJe: iì esrrururuçìo cle unr novocampo cle saber. Ent, F. C. B. C

rcpr nsnúo pr,ìricaL. Sâo piruto: ;ïffJ.:"'! ' Ptìtologio e SaiJ' -

SclrwirÌZ. R. 989) Ao vc c4lor.CÌclades ts batqtas. São paulo, Livrrria Duas

'feixeira, C. C P. e Pinto, J C S (1992) Projeto Casa-Resìtlência'"nr","ttu". o-rt ã u cotlpstc São Paulo: CIìP-06' pp 236 237'

fclles.M.C L P.: Yrloslav'L1' S l eBrptisrr'T T it9c)2r'CEAF -'"'"#

",rro" a" atenclimenio à Ìrmrlra tle brixr rendr' C9lt"llo

ï"ïì*iì'ol" *t'""togia - 6! Região' Ánnis tto II CoNPSIC Sío

Paulo: Oboré.

'lofolo. T. M. J. A. (1992) O psiccilogo na saúJe pública - tnesa

'"r"àï"á". C"*afto Regional de Psicologir ôq Regilo' Anais do II

CONPSIC. São Paulo: Oboré

Zrnnon, C M L. C { Ioql) /.tl{ ologi'í prtvttt\\io c sqúdc Conlcríttcìn'-"

ie (rberturct tlo IV Enconlro Nacioual t)t Psicolctgos da Arect

. ÍlospitaLar. Cut itibq-PR' (míneo)

Page 39: Texto Psicologos Areas

Movimentos emergentesna prática dos Psicólogosbrasileiros nasãiõá"it"ções de trabalho:imf,ficaçoãs Para a formação

José Carlos Zanelli I

1. Introdução

I .1 . JustiÍicativa

Uma das características da sociedade e do momento histórico que

r,..,"i,'**t "rr".ìnJr â capaciLlnJe que di\pomos O.t lrrl'."1:."t1:t'llÏ'

if."ì " t".r*t,,, gtrntle quantidar.le de inforìniìçio A indúslrrr diì lnlor'-

,"Ïa" "

à"ïìr,,""f caçto, .h cièncìa e da tecnologia emergiu fortcmente

Ï:1Ë";;ï";;. o "à'pt"*id"tl"

e as contradições à nossa volta insti'

"^Ín,""iJt", O^t" compreender transformcçòes tío rípidas e pro{untlas

iï Ëffii,ilì;;ì:, ;^ un cotidirno onde a crise hi muito rleixou

de ser exceção, é necessário ousar prevtsoes* *';õ;;tf" e guisa de introduçào' .pretendt 1""Ï:'*ï.::t::l*

qu. "aara"*-"

lare[a que nos Propomos lerrr a cabo os movlmenlos

1",lìrr.",., paÍiì um segmento prolissional sio mrrcrdos por liìlores ncm

I

lir

lii

rti

I UniveÍsidadc Federâl de Sxnl'Ì cìtârinr

Page 40: Texto Psicologos Areas

aaPs icólogo b raile iro; pratticei- eme rge utcs e tlesafi().ç ll1ovülletrtos enrctgetttes nct PrútìcL ,jlos psicó[olos 83

,u,ssibilirir rellclir sobre iìs e\fcciiiccçôes necessliril\ no fìroce\so formc

lìì:ì:.ïl:ì"::'ü';,J.',,1ì"t"'"" ì' altern:ttivi'' trrdicionris ''le intrr-

Ï;Ë";ï*;;;;;car o psicólogo criticamcnte De um outÌo ângulo'

clerìvarnente contribuir plra a geração tìe proÍìssionds que cti"l"^:ï:l:

"ìii a"r

-J"

"À"f"f o ch participação na montagem cliÌS regras e cenaÌros

rlo mercado de trabalho'

Intenciona-se, tambénì no presente estudo' tìvorecel a consolida-

.ã",1;';rp"ç;;" n,it'idutl"' tlos psicólogos nas organizações' através de

urna educação comprometidt e conseqüente

Preferc-sc um psicóìogo quc rcsponda i inserção que Ìhe estiì rcseÍvada'

0"."*""n*Oà as atìviclades' no nível técnico' siìbcndo iâzer-c'.no nível

poiiii"o-io"olOgito' alcrla quânto à utilizâçio do pÍóprio -triÌb.âlho

c âo

iocvit/Ìvcljogo dos vctores quc I tJisputr clo fìoJcÍ irÌpüe t:"il'.7:Ìl:^"-:t

nrotission,'ì quc iìÌue lullo Jos rccur'os hu n'rnot iiente J l ìnlrÍÚcÍìcn-

Iu;:;;;"ìt'' ;"; nnrÌes c nrvcis cliì estrulLrra orgânizacionaÌ e da ncccs

sáÍia intcnção com olìlros prolissionris que flrnd'Ìmcntc ::Ï l::""1ì-""ià"ì ". .,ì,e.io. cìcntílico nÌctoLlôligicos consis{cntcs. e q': :"1t:1"*iriticamente â inserção cle sua prática c o desempenlro da orgnntzaçao no

contexlo sociâl (Zanclli, 1992' p 24-25)

O trecho acima suscita Freire (1979t. qurndo dìz que "o corÌpro-

misso seria uma paÌavta oca, uma iìbstrcçio' se nJo envolvcssc I declsâ{)

lúcida e profunda de quem o assume se não se clesse no Plano concreto"

(p. 1s)

O ambienfe organizacional' inúmeras vezes poslo à parte da obser-

""çã";;r;.;i;;;' Ïndustr.iul do início do século' está estritanrente vin-

culacloaotrabalhoeaocolrPonamentoclotraballrador.Aorganizaçío.

"ã,t" "",i,,"|:f" ".""reta, depende visceralnrente cìo desempenho chs pes-

.n... n"r. ",innir

r.us lins O objelo tlc estrrrlo dr Psicologi:r Orgrnizlci.l

;;;;;;;;; na interse çio dcs ações da pessoa e da organização' corno

r. ,ài" ".t"ol*", rlinâmico e inserido errl urna ampla conjìrntura

A opção peto rermo psicologia orgrnizrcional ""Tl:: Tjl':'d",", o no-" tnni, tlifundido no país para de"ignrr tìs conteudos dr lÌ'eiÌ.

iã"*ii"". t" rluas tendências àe denominrç'ro A prirneira .n)!Lrs

e\1en-

l;*ü,.nl "U",""ao as contribuições da Psicologia' Sociologìa' AntÍopo-

locic.Ciêncil.Pt,lÍticlseoutrls.sobordtulolrnplorlcLctuLlosotÊ:rni-,ìiì"^"lt A segtrnLlr. incipienre no Brasil' re-significa e remete-se para a

lì,rJ" ú"","r io Trabalho contuclo' nos limites estabeleciclos ern nossa

11

I

ìil

serlpre discerníveis etn suas ìnterligações dentro de utna conjuntura in_trinciìdíì. A responslbrlirlitcle nr..,,"'""u" " ì.iì., àï i:ïï.,!ï'l::j:,:ïïH lll;;,i ff:ì:ïl;::extSènctts deteì.tn iniìdiìs oof m(

,.* ìt,, ro.i"J")ì'qu;:;';J;,..,jl"" "ttçôes n;ì PorÍr icr' cconotttirt e t alo-

Em quc pesetÌr as clificulrjrtJes da trretà, e inadiiivel que se tenre,no espiìço reconlecido como d: ir.nbil,ì.t" ori.Jr"*, ìriïì..r"",,rdenliílciÌr liìcunas e reÍìensíÌr corrpetencrrs e conlrecinrentosA pesquisa ora apresenrada_nã" oJ.; o",J;")lÌ" "^"rr,iuo.A^ntes, tr.ìtiÌ se de urn esl.orço cle reflexão e síntese, é claro, com base emnossa experiência e na de arguns profissionris ,""""i*ìi", ìïï.ïjÌ 0",corrro ern informrrçòes dr Iitcrltura tJisponivel

Prrrdo ( loq.ì) ch:rmr r :uen -t.nu,rr,o,"o'"o,;o;; j;ï"ï;,r"ïï:ïilï. ji:f,: j"";,1""ï:"""1,,,ïsar a sua inÍluência na forinacão r

lll,. :,l.,i,*.ì u;' ilì.1'ïil.l""i."ï:l::";ïï_,1:lïïiïiï,i1.como poJernos observrr em muiros esrudos -".",.r. Ë",.ì"u,,il'ül r,por sua vez, já havia denunciatlo trrrenro e de rruíçio pode ,.,

" ::^i-ï::t'1tde: "o (lue lrltr de conheci

.., "do. "

;.;;;; J; #ï,::J ;#:i:;:,.: lïi ;,;. cresen vo I vir,a n os

o'"' J::ï'[;":"il?Ï:"::ïï:'* movimentos sob roco' no Brasir'rno dâ administração de recursos nllll'

u ntt"'t" do psicólogo, ou mes-

çòes cx pliciÍrdr5 ;;, ;;;;;"ìi':'1nos ìo quc is propostas nu illren-

de rrrorer .",,,; ;";';;;,J',..;"1ì,0" "t'" Mudrnçrs assim rieocnderi:rm

ou dr inserci,,,rê ,,""^^,-^.^- - :lernllizrdl de conhecimenrns nr iirer.,t qììuL,,r\u(s proÍt\slonat\ e cientíllcls. tlue corroboIlr-rrlm parl lirmar I identidacje clo serprerende.se o.; ;;; ;.;;;ttento profisrionrr (hncri. tee) t

pfdricc do p,i.ór"s; ;,;';.;;;;;:,.::f!,T',i o re'no,,rsíÌni,.iÌçâo ou

b.n" d. .onru,nol d; ;;;;;j'ï'tt rncruindo empres:rs protlurorrs rle

J**fl:11ï.:ï"ï; Ëï:ïtïï.l ï:llï,ï, "JilÏiti ïïÌ,i:ï: l,;l:

"_..,,..Y:lr.."n"nr-:e claros rlguns pressupostos que vôm norteancìo iÌiÌnalrse em torno diì fot.tììiìcìo e r

Eirc esruJo u"*t. "'

ìJal.'ìioï,.'uLt- do psicólogo organ iz;icionrl.

t'brlho Lleve o;;,.;";;; -;'t"r o "ajuste prorìssionrl

- tnct'.rrio 'iccrriclr. de enrender

".ri,,,"niio hi.,.l Educiìçio qurnto à cipicidiì(h' de

ro clo lìrrrrrn ,r^. rì,.,- ^ r .- .'rtca e ellborlr prosfecçôes iì respci-u,,ì urijrnrzíìçoes. Se r aniÍise,lrrs ltiviJade,rresponrrbitidr rttci e conJiçòes de rrrbrlho ao nri.oi,,..à;r;,;fiïi

L

Page 41: Texto Psicologos Areas

85

84 I'sicólogobrasileiro:prúÍìcasernergerúcse.les(üos

realidade, o uso de Psicologiiì Organizacional e do Trabalho ainda nospzrrece completo e lpropriado.

A.denominação psicologia Organizâciontl e do Trabâlho, mrìis Iargamcntcutilizadâ cm alguns países europcus, parece apropriacla porque trai a idóiatanto dos fatorcs contcxtuâis imeclialos clo trabalho conlo diÌs caracleristi_cas orgânizaciontis que excrcem jnfluôncia sobrc o comDortamento dotr.lbiìlh.tdor. A denomin:tçiìn mti: (.orrenrc nos EslirLlos Uni.ln. ;",n.;,1nPsicologia Indusrriat c Organizacional (!/O psychology). psicologia Ìndustdâ1, como lbi chantada logo após o advento da psicotécnica, rcÈ.e_se aul;contcúdos mais irâdicionais dâ aplicação. O acróscilìo clo tcrnto OÍganizacioniÌl prelende ampliar o conceito pâra o entcndimento que se tcm_ atualmente. Além das dcnorrinlçõcs relèridas, pode_se cncontÍaÍ psicoÌogi:Ì dePessoal, Psicologia do T.abalho, psicoÌogia do Trabalhaclor, psicoìoiia cloComportamcnto no TÍabaìho, psicologia Aplica<1a ao Tr.abalho, psicãlogiaAplicada iì AdÍniris(ração, psicologia ApÌicadiL aos Negócios, entrc ou_trâs. Verifica-se tambóm que nÌuitos dos conleúdos âloca;os sob os títulosrJe Psicologia Ocupacional, psicoÌogiâ Socjaì das Organizações, Compor_ttmcnto OrgânizaciolìlÌ, ConlpoÍlamento Humiìno em Or.ganizaçõcs, Dcscnvolvimcnto OÍgiìnizacìonal, Tcor.ia dâs OrganizaçOes, Administraçaodc Iìccursos Humanos ou Sot:iologil e1g16i7nçional sobrepõcm_se aos[cmas comumentc t.ârados pcÌa psicoÌogia OrganiztcjonâÌ (Ztne1li, 1992,p. lì).

Fundamentllmente conhecida cono Írea aplicacla, é pr.eciso lem-blar que a Psicologia Orglnizacional tem contribuições teóricas notáveìs,apreendiclas peìos administradores nas Teorias Oryanizacionais ou, enrpafticular, no Comportamento Organizacional. Ìsto iraz à tona o evidentedesconhecimento do psicóÌogo brasileiro _ em sua grancle,rruio.in, p"lodevoção à clínica

- das influôncils e irrtersecçrìà que a psicologiamanteve e mantém con o campo da Administraçío, descie suas orjge;s.E ÍÌeqüente pessoas cle outras profissões vinculadas às ativjclacles irni_nistrativas estarem mais Íàmiliarizaclas com aqueles conteúclos do que ospróprios psicólogos. O Íhto reveste se de gravl importância tace h cons_tataçã! de pelo menos un terço clos prolìssionais ativos dâ psicologia,em nível nacional, encontrarenì-se ou jÍ terern passado pelas atividaiesda área e um quado dos que se inserem na vicìa profissionrì dirigirern_separa o trabalho em organizações (Basros, l9gg, p.169).

Movinrctltos enÌergelÚes fia Ptútic(I dos psic(iloSos

1.2. Objetivos

A pre\en, e pesqu i siì'| e'| n ::rHï;i: illiïi[ì:.li::';lïiïìL mer gentes no crttnJ'o dr

'-.''' "gli;::;i;; nr tormrçio do p.icólogo.o' reÃrririto* frcnunciitdos colno" ne .-^ n^" ,n^virnenros erncrgenrLiL"ndn s. .' vistr rrs

.novns *ll:ïlïiiJï*"',;,;';;;ui;';.' pr,itic,, ,Jo

cnÌcn(liìnr'se iìs xri\iJrì'l(s, e tl":-:lt;ìì.1ï,.;"1,,, irt,li.,,.n.. n,' p"

l,sicólogo o'grni^cronc,l bra'rlerr(ì :;":, ;..ï; ; lsc*sez relliva,l"

r rotlo lploxirnrdo dos últimos ctncc

literltutl 'h írc:t no lrris " 'onsolitl'rLlls

ou ttlttlicionlts e o'Consider:ìndo-se rluc rs priti'

;Á l^rrrì le\irn-rnutirrtento' crneÍgcnÌe-ç '"''"'lilì,1'iill.",i.'ïllliÏ,.'."0'."ì"'" t. ,rrdos ror Brsros ,'l?ri, "ì lli:'1'"tì J,ì,ì j. i.r.ni,ri."i ri cnpnci,t:r

iluriticaçrìo dns tenLlèncirs tllll: ;";;,; ;;.,.osrir prìr,r r lbrìÌriì\iiô,lo

dcs e , onltecimcnlos nece\slìÍlos € ,.^,.,;-.;. "^ n|oieto diÌ LamilriÌn,icóloqo no ntrel de grrdunçno'

ïllì ;ì;r;ì;;"ná.,"t d. r.i.ntogi"rle E.tuirção e Formcçio Profissìol

(1993). ìcl. vìsiro' utiÌizirremos un trecho da

Para dar ao Ìeitol uml rlìpro(t vròdw' ''"" ;..:^:,.'.nrêÍiôrmenle

,a*rJïll*"p""ïtã*o ã'oto., itss:")' clo levitntrtnent. anterrormer

rerrliu rJo tDastus la')24):

Trôs movimentos inovâcloÍes fo'rm i'lcntiflciìdos e iÌniìl isiìdo\'' O l]fl Ìnelro

nas priìlicas consolidÂdiis "" t;;:ìtt;;'tit - como 'r'Ì'ilr'rr

Lto rtabalho

rcctutonlcttÍo e seleção' ''n"n''"'n" ^"'":li::':^::'i'""':,'iï;iiilliit*itth rII 1tçõt I ttÚ'ottìltt1ì totttLtttÔ mtcfttofÊ(tt1t/ttt IU"tt

i,ll'.roì,,u""'"''J1'r' " .ioci;.di."iìll];:':::"tffi1ï;:ìïilì :Ïmoiclo\ ino\íìLlorcs de se'tl'o . , .^^,^- ^"i.^t.iai.n\ como llìillumcnÌìvr\: Í.ri ir ncrdt dc Ìmfoíiìncril ol.'*",*'.1ìr:,*ïìi."

com crilcr pÌos-

los clc \clcçïol {bi mclodolog --^^--.,* ,1. rrrhrlho .'om r ÌnÌolmiìlÌ7íìçxo

Í'c(rivo Iiìcc :rs rtlrcrJç*: *t.l ,ïìtlìnli" '".'",*.ìr. ì0"" " "

*.""-i t"cnolopi,,s mict oclclròniciì. ' ,r , ,",,Íi ,.:to Jc dc\crnfJ-,anai"mcnln do\ fnìPrum'ìs Jc lleln'ìÌÌìenìo'

ìn, ",n"",'.,.

, por ob,eri,o "lïll:Íl,r.:_ïi,ïl:lìïlì:],ï5: :lï:;ï'c. í. ) 3 crciccnlc .inllYè*]": ^^,.-.,^ _ôvimcnro conri:,lc n.r cmcÍgôÌìci-rponiìmcnto orÈirrrr/íìc'l'lll

i"ìiï" *t"t'mr' e scgrrir Jisc'itninrJr's por

dc r'ííri..s ,riÌc qu ris o n:':':::;;: ;;;;,,;;,.;tnt,t,ttìttt|'rt,q,1,,,tc r.:'o.1:

:ïiÍ:H;':t: J' :[:'' ï"1'''" "'"i'" " o"rì giìmcrìro

-rcmuncriìçio c

hcnc çíc i()5' Lonl ío|L's d" R n. ;i';;:j";ì;"'" c.lriìl;fi('o Jc Rll'. ' Il l . Nalilì

Page 42: Texto Psicologos Areas

86 psicólogo brasilcìro; Prlttictts enÌergetÍes e desalios

caçAo/les.nvolvin? to: descts jo dcsc n vo r v j mcnru.,J ; j^ì i;; j'"ï,;l:;:ï; r:ïï,i;j:;:;,on.rÍtse c muditnçiì diì (Ulturit t, o/ hi g i e n c :.;;;;;;;;

"";;#"i:ï':Í',,'.',ïl|:]]';,"ïi,lit.ll ".1;,;,:lcÍts. pÍogrâmas dc saúde. bcm_,lt ìornltto: I., "r."r"ì o"

',",1^u.'j c :ì'si'Íinciiì rìsicn\\oct:,1: rvtí, 1'ro.,nos pÂdrões a" g".,eo

" o.gonilffi':;ïïlï:i"r:":ïf,i111L ."0,"e^.

:r^:_l:!, .rro.= o,"?"

.dc. qualid.rdc *

",u" " q,,ìuo"u"";:;i,r; i::":r':;mov ncrìlo - mris irrcipicnrc quc oi rn,.ri^"^..cnri,;uccimcnro Jo rrjrh;rho 0", "";"i;;;'i.ì;;a

onqrsrc num crèrirorcilliÍiì ao fliìIo ,l:rs técnicíìs L

- ' '! 'ui\rr\iru (lc unliì irlris' irìcsrrrlc!irs c Jr toÍnrul.rçj,o,,,,.. l':::ttot pt'rrnrJo a

"ru"t no n'i"t i,,.p.93-5). ; polrlrciìs nrlinizruiLtniris (Br\tos, 1993iì,

Tcnt-5e. poniìnto. il revi\iô ti .

rei.erênci a r;i ;;;j ;ì; f ";;: lïi,:, "'"1ïï. fl?lJu r .o',, non to a.

Íecônhe( i(los no ctDìpL) dr pr;tticlr - - ' PrvI'r\IUrr;l's nsrculr)r.ns.

apro[rrnJrrrrenro,"-',;,;.,:;; ; etn,otÊrrniz;rÇôcs..lc trrbrllto. e-urn

quanro ao exercíci o no,t."0. a on, i r'.olÍrïì,lil:l"i::^le rr I i rerrru raram resgatar experiências críticas i

'" --" ''rrrLvr\tas DcrmrÍl-

l:.:i,,1".," ; ;;ì;;;;;ì;',i:ï5:; iï::Jï:i;":li,l"l,.lilLilliï!'nrrÌn. Iornecer subsírlio; prrr u,n" ornn.,",. ",,--";:-::: I rçLsIr(Icu-51.

quc busque rÍu,riz,, ;. ;";ì;;;.;J;"j1,ï1,r"ïi;llllil ll:ï,j"Jïlïivlscô quc integ|c os crìnhcritncnÍos dJ p\i.^l^.i., ^^.-- ,

apJicação, seja qual fbr, ures,no quu.l colno bitse piÌriÌ a(m conlextos orglnit acion;ri,i.

oo níÌo dlrelíìmenle vincullJiì ì ireiÌ

lvlovinle tos emer|e tes na pr(íííca tlos ltsit:óIogos 87

pesrluisa e pârticipantes leconlreçidos no meio profissional corno execu-

t ntes de ativiclacles gmeìgentes. Conforme anteriorlnente rnencionadas,

lbrarn compreentlidas como atividades emergentes acluelas que surgiram

nr aplicação da Psicoìogia no Brasil, nos últimos anos

Consideraram-se como participantes reconhecidos no meio profis

sional aclueles que possuem publìcações, prrticipações enì congressos e

outros indicadores ou, cle algum modo, denotâm "vìsibilidade" na região

onde atuan'ì.

Observe-se que, se urn número beln naior rJe profìssionais poderia

ser incluído na âmostra, as limitações de tempo e recursos não perlnitì-

rarn uma maior extensão. De qualquer lorlnl, a naturcza da pesquisa e

nossa intenção oriSinal de captar elementos que permitissem una explo-

lação inicial do tema, complenentacla pela bibliogratia' Íevelou' ao final,

que a coleta pode ser avaliada satisfatoriamente.

2.2. Procedimento

Foram realizadas entrevistas individuais com seis participrÌntes, se

guinclo um roteiro que indicava tópicos amplos para verbalizaEão Os

demais foram entÍevistÍìdos em um grupo com ttês e dois grupos com

duas pessoas-

As entrevistas foram precedidas por um contato telefônico com

cada pafticipante, seguido de umo carta oncle confirtnava-se a data e o

horário da entrevista e uma síntese das solicitações que Íaziam parte do

roteiro a ser exploraclo. A cÂrta petn'ìitiu aos particiPantes antecipar e

reJìetir sobre os conteúdo\ da enlrevistiì.

Cada sessão de enfevista foi iniciada com uma exposição dos

objetivos da pesquisa e esclarecimentos de questões levantadas pelos

participÂntes. O desenvoÌvimento dâ entrevista percorreu quatro tópicos

básicos; (,1,) trajetória do partií-ipante no calnpo d€ trabalho ou perculso

que o levou às ativìdades atuais: (2) detalhamento das atividades e con

textos pala a área ou descrição das atividadcs e especìficação drs condi-

ções; í-j) justiÍicativas e critérios na distinção de práticas emergentes ou

cleterminação das rupturas e mudanças da prática; e (4) conhecimentos e

habiliclacles necessárias para o exercício ou colnpetências prtl.a a atuação

na área como um toclo.

2. Método

2.1. Participantes

-^,-^ t:i1",esçnlhiiins rleze prni,.iprnres corn brsc ern unr criririo rrrrircornposr{iìo de iÌlnoslriìs llìlencioniris. cortro é cr,nrr,,.(Íil. pes(luiics allliÌlitili\ rs tMonon. V.. ProceqrrnerìÍo\

i*r*ã" d" ;;;;;;;;Ì ï;ï,',',:'#::]'arns rs8s ) o critério per miriu ato\ cÀl)arts ern t.cl;rçio lto ternl úir

Page 43: Texto Psicologos Areas

88 Psic<ilogo brasíÌeiro: prátìcas en.tergeuÍcs e desafios ll!^,itìrcntos energentes na pútíco dos Psicólo8os 89

... Tl'"". t* se5sòe\ torunì trrvrdiì\ er)ì íita\ cass(rc c [)usreriornenrctrínsctit.\. As tr;ìnscriçoes dus rehtô\ \erbiìi5 ,n";;;";,;ï';i; O"_quisaclor, para eÈtuar correcões

ri,", ""

pJ,,1rì"à"ï;"ì;::;:ïì: "'-''r !5 prÌtrs!\' Â eltecrpem p's'ibi-

. i,, ". pl ",' f

" ì,ï";ffi :: : il: i:'::ì:ï :; i iï.,;:" ïï, :::, :,:ï:,:"Jl;qurlitarivlt.

O procedimento de anílise. subcliviciìu_se enr ciuas fases: /) descri_çã-o dos conteúdos verbais e 2) drscussão dos conteúdos sìsternatizados einÍbrnìaÇões da literarrrrr

2.2.1. Fase l: Descrição dos conteúdos verbais

" 9oro mostrn a Figura Í, os relatos verbais transcrìtos foran con_Ilontldos com iÌs c:ìtetorias rle anílise, cje nroclo a gerar a retirada delrcclroi rignifrc.tivo. Jo,.r,o. O\ trechos .r.,,; .;;;o;ì,; ;:'ï;i*,sentenças ou parágraÍbs em torro Je um núcleo t"Inirii"ì"'i,it.*r"". a:1i^Oa!e

Ae,anzilise de conteúdo escolhida Íbj a categorirl temáticír. ouseya, considerararn-se as assercões ,nUr" o, t",.r'n, 'ã.flïd;ï';jïl:

a"intercsse da pesquisa.

As categorias arnplas de aniÍlise consjsriram .le: (l)atfutdades; (2)conccpções: rJ) comperênci;rs/reqri,iros, r+t .ug.arJJ. ;;;;ì;;,;:::O\ Íre(hos doi r.1",.,. ,r.no ri,n.' p;r;;,;;:;';:';;;i,lïiï:l;r,,rar sínteses, perseguindo fidelidarprrticip.nres. Sinre.;; ;,;;;;;ï"""

no senlrdo .ri8inrl erpresso pelos

reconstruidiÌs. ssld;rs larrrbém sio tjenorninadas lìtlrs

Conteúdos destaclclos nos relatos transcritos favoreceranr umaaproximcçìo (ent tlguns clsos orrçio a",

"i-nt.r"" Joì ",';;:'óì,'i:Ì*"ara,n contraposições) na constru-

L.u"r''"çá"ïã". ïï;i;;:ì;, il;i,JJ, ::j ï,.;'a:::ï:'ff:l1""ï", u*As sínteses dos trechos Íbra

o,iginar dos 0",i.,p"",", ì,. r"l',ïlJ:ïïï,ìiï J:iJ,""".ïïj,,:: Jil:os conreütlos que servirurn curnn nonro de píìrridr ;;;, ;ìì;;;#:iï"pescluisrdor. con forme Mor.lon_wi]tir;. ; i;;;": ";'l: ']',','lï*":,::^u^p. 90). |ams ( 1985. p 4t ) e HerJges 11985,

As sínteses e os recortes, elÌì\entíìr u descriçio dos conreúdos ,.::lì

to"."^'ltt' possibilitrrrrtn apre-

u".bnis,.ap.","Jã,r" l;;"ï;;, ìJ:iïlfi 3"ï:ï;::,"Xï ;ïfiï:::um produro direto das verbalizações reglru.u,ln, n", "ni."rir;;..

. *-,* ,

/--;;ì[ ïïJ CâlcgoÍias dc

aDálise

'fÍcchos dos rclâtos

Síntcse dos Intcrligâções dos

contcúdos

ÌÌrcorlcs dos

trechos

Aprcsentâção dâ

dcscrição

Figva 1 - Etapas rlo procetlinento tle tlascÌ ição dos contéülos |erbais

2.2.2. Fase 2: Discussão dos conteúdos sislematizados €informações da literatura

Os conteúdos sistematizados na descrição lbram conÍ'rontados com

infornlções da literatula relativas aos tetÌÌas sob Íìrco, confbrnre esque-

rnatizado na FiguÍa 2.

Procurou-se, mais uma vez, fotmlr sínteses da descriçtÌo, tendo-se

em nlente os objetivos da pesquisa como pontos definidores da linhLr de

chegada.

As interligações clos confeúclos permitiranl um rearanjo, atingin

do se, assim, um extrrto fìnal dos conteúdos verbalizados peÌos partici-

pantes. As sínteses finais l'oranl destacadÂs em negrito na subdivisdo 4 do

pr"r"nt" trob^Ìho. Nesta etapa foranÌ acrescentadas intelpretaçõ9s do pes-

quisaclor, cotn o intuito cle articular os contetidos. Citações da literatura

auxiliaram para cornpletlr, nos liIr-tites possíveis' o quadro da discussiro'

Page 44: Texto Psicologos Areas

9(Ì Psicólogo brasileiro: prtiticus emergerÍes e dascdios

In{brmâçõcs ílâlitcratllm

Infcrligâçõcs

dos conteúÍÌos

Aprcsentâção da

dircrssão

ll4 ot'ì rcntos efilergentes na prcíticu tlos 17sicólogos 91

sa, onde eLl fazia planejamenlo' negociâção dc RH para concoÍrênciasjntcmrcionàis" (88).

Algurnas trajetórias tolnaram-se difeÍenciâdas ao longo do tenìpo:

"Desde 7? até agoÍâ. eu não mais tÍabalho em unl caìnpo espocílrico como

sclcç5o. cumo lrcin:rmclÌlo Eu la\sci a lr.lìirr (lu quc'Íôcs orgrnizrcion;ris

ligacìas ao cìcscnvolvimcnto de pcssoâs; quer dizcr, é umâ maneiÌ a dilèren-

te dc você olhar a rcalidade c âtuâr sobre ela' (89).

Uma atuação antecipatória dos movimentos atuais é denotada eml

rrlguns reÌatos. Eln un caso, â entrevìstada implemeÌÌtou um modo dife-

rcnte de lidar com a seìeção, na época: "a empresa eriÌ a requisitante I o

rirndidâto era visto como cliente do processo" (El2). Uma atuaçtÌo pfede-

ccssola tlos progrÍìmas de qualidade, presenles nas rotinas atuais, eln

tlócadas passaclas já procurava "ver de que modo transfblmar aquelzl

rrtividacle que estava sendo 1èita como um meio para o crescimento do

outro." (89).

Revelaram-se tentativas impoftantes de ronrpimento dos limites do

nível técttico de aluação e "falar a lítgua da gnìplesa." Observou-se utn

csforço r1e clecodificação das finalidades do trabalho e de busca da pro-

nroção da qualidade de vida no trabalho, passando, necessarialnente, por

cstratégias de desenvolvimento individual e grupaì.

A linguagem foi situada como uma barreira entre o psicólogo e os

demais profissionais da organização: "Não era falando 'psicologuês' que

cu poderia interagir bem com o diretor. Eu precisei aprender a linguagem

da enrptesa, cìo núcleo, do negócio, para poder, então, traduzir as minhas

idóias nunra linguagem comurn" (E6).

Atividades mais complexas Íbrarr agregadas ao exercício de quem

lcln procurado um desempenho inovador, gelalmente resultando na ocu-

prçiro de posições de Jiderança. A Íbrnla de encarar a rel!Ìção entre o

conhecimento cla Psicologia, o órgão de RH, a erlpresa como ulr todo'

para vários entrevistados, também transfoLtttou-se:

"Eu, poí exemplo, hoje, conro psicóloga, lenho na empresa posição de

consultora da direção. (...) ltnho como contribuição, seja dc iìnálise, scja

de instrumentos e muitas vezcs de interação mesmo, ó urna complementa-

ção rle uma visão de negócios, de uma visão administrâtivâ" (El2).

"Atualmcntc o meu trabalho, é um ttabalho muìto mais ligado à estrâtógia

cle dcscnvolvimento de pessoas - islo Iigado ì estratégia dt emprcsa. A

Síntcscs da

dcscrição

Figuta2 - ljtopas clo procedüüenío .le íliscLtssíut tlos contetitlos

s isternat izatlos e ìnío rnnção dtt lite rat urtt

3. Descrição dos conteúdos verbais

3.1. Atividades, contextos e mudancas

^^., -,O op!r- peh írea org nizacional repete_se como decorrência dosesrrrgros rerlizacJos nrs rriviJatjes rmd,cionais. geralme"ì. ììï r.âJl"ï,,tecntca que envolve tecrutaìmento ç

desenvolvimento gerencicl. eleçlo' avalirçâo rJe desempenho e o

,.4 partir dc um ccÍlo momclÌtocaminno tipico ao ps,;;,;;;;il:".;ï",iïïï.ïi:lJi"jï;

ïïL jjLjmcnro dü Rccursos llrrrnrnosr. L.uiLlrnLlo (lcsiiìs,,*'''".,;,;;;";:"':.:_nticndo urn pouquinho i

",". d" b.";;l;;. ;;,::';:;"il;:ï:;;;"l:;ircr Jc scgurançir. Dcnois Jci um nulo e ,-ui ,r"0.,n",. n"r" rìn."ïro,"."dc consrruçjo ci\ il. lÍirhiìthirnLlo com ge\rjo. o",.r"ra.l

"rn"r"."ì"#"),ì.iinler no. ,

Dcpoi{. Lrm no\o posro. rriÌbclhJnLlo ; :;.;. f;;:,;;::ydentro dc organiziìÇiìot quer diTc

"1h,,",r". ri""";

' 'p,;;;ï'JJ" ;i;' depcnrlcndo dir óricir dc qucm e\ri

rhalhilr niì iírer internrcionrl àí cnlpre_

Page 45: Texto Psicologos Areas

92 psic.cilogo bru,sìleiro; ytrlttica.s entergerÌÍes e deseJios

tunção dc IìFr, hoje. é Lrma rulì\iìl) incrcrìtcmente rigndir a csLraligir ci.or!.rrrjz:rç.ìu. l. tL. dir irjJis\ocj:,h;l;,t, r. r::. ^' :.11.""

::';r:::t"ï i,ï:Ì:::: i;;ìlii'lilii;ï-lïì;.Ïïì ìï,'il." ; iï:l:

r!.s\n:,\ E,,: u., "o...,,u""linj","ïìì,ïìì JI ï::ï:ì ;:,l,:ïïïï;J,:1cirn.,,o, çr,11,11r7;.1,, por n\icôtn,,ir\ ", ,..,,,._,on.i. .ì" .;;";],ì ,ìï

" , "trlrbxÌhr' no scniiilo rlc dcscn,de unra csrrarógia, ,1"""nuo1ul'lll"l""ln

dc,unriÌ cultuÌJ desenvnlvimento

orqucslrada no quc sc ,"r"r" "'fÏljo clc políLicas quc oÍicntclÌì Ìlm:Ì âção

gcstao das pessorìs numt o.ganizâção,,(82).

. _ Ern ltirjd.rJcr prìu.o cornlln\ nl pÍíticrr Llo\ psicólogr)s org:lnza_cronars! Lrnl dos entrevistztdos rc

.'i,ai""i.. upo,'t.Ji.uffi ;d:,,#:il[ lïii;i::;::]:,,," a entidades

"euiìn.lo cu (.ornc(.ci lì lrluiìríìrcâ de Rll, p".n ull.in,li.oliaJunto

aos sindicatos' como cra oriundo da

lacJo clclcs c "o

,n"rro ,",nnj"Ì^'l rrrn achaclo

- algLtóm quc cslava do

"" "",,',," "u,i," i"r;;:lï:.ìlï :ìlì: ;:H lï,:ïj;:,ï:lì,$;:;i-qos, stÌiirios. Aquilo era uma cacâba\,Âm cedcnclo. âsr,nonuo,o"tt't'o

Elcs cram cmbrulhiìdos uÌÌ,. rnr ercordos dcsastrosos paaa a câtegoria,, (E7).

^-^-.-,O lTJ",U.,o de viírios paÍtjcjplLnres, nr aplicaçào da psicologia nasorgarìrzações' recupera erapas cJa p^ip.ir r,ir,l.i",i,,',irà'

"" ;;"'J, o"pslcotócnica e do uso intensivo dn,enro do desempenn" ;;ì;;;;;*:":i1ì,"ïiïllïïïïÍïr:iïi:';lï..drzagenl. lìusslÌnLlo pcll drsseminlclos DirrticinrrirôL -

-io ti:ts ''linrimiclrs rle Êr'Lrpo. tl.Jr mnrlc

._., .. ...- \ !r,,(,r13r(.(ì\ e. IlrírS reccnl(.rÌtcnle. enr trtivirll.rcs.lulro iì ,ìrotìos rle rep|escnrlçio sinr-iicrrl.

A opinião dos enÍrevistaclos r

psrcórogos organizacionais .""r,,.'-::1." i: "'Y"lacles da maior parre dos

r ozo, j. ".,,

j j, n;lì I ï ;ì,:,ï :i : ",""ïrï:.'';l ::ì :Jlìliï ì;,J l[:í::le( nlcl\ ÍrilLlicionitiì e, tnuililS v!:/,:\ nì^ ".-,." -.^. : .

riu","nç" n* ii,"i,.r,;-'i;;':ì;ï"ì :ll"r;ìi l: ;ì:Jli; i:;ïïJ:noviìs cti! iLliÌdes ígelrdl peìl fornlae.,re.,,pric"ç,:,o dí;;;:;,ã;,; ;:ilï:lïli,.,;1.-inreres'e

pcr;,. rrividr.

Ìnstrumentos traclicionais corr.,". .,,-" ì ",',""i ;; ï;., J'r;'ïÌ,:; :l-::'.ï :iJ::ï:1.,,,ïil.ïïl J.Fej'srsterÌì. Qrnndo nlìo recebent cxrl.,

",ro,,,,,,n,, p,ìi.; ; J:'ì."::.;,):ï j,i'l*,ïi;: lï jl ïlïi: "1 il:ìïsob outriìs tlir.cci,e:: ..Umrr ,llri cojsls ,,,ri,n ,nuit. ,""a, Oìr,, ,",,". ï,,côeran( ir enrre rqueLr rìrn(,ìô. rrqrrch ncu|xçirr .,". n.

"í,,"'i, .,.'.*_

klo|iorcntos etüergeúes nct prútictt dos ltsicó[ogos

rôncia daqtrilo corno nìonrento clc vida (.. ) vocô r'ê se a função tem

cocrôncia e se integra no que é utn pro-ieto clele de futuro" (E2). Foranr

rcÍrtaclrts buscas cle aclequaçito dos tecursos às carlcterísticils tlo Iocll de

trrbnlho: "Nós não trabalhatnos nacla impottado. Não tel]l prcote Não

(cn nada clisso. A gente vai ctianclo exercícios, situlções. cltrestionár'ios

(lue tenharn a maioÍ proxirniclade possível con o cotirJiano" (E6).

As conseqüências do ttso excessivo e pouco críticil de técnicas e

proceclirnentos, clo ponto cle vista nretodológico, tênt siclo negaíivas:

"Po[que ele mitificou os instrumentos (...), o cÌue acontece, o que é triste'

ó clue o Íèitiço viIa contr.ì o feiticeilo" (E4). Ou, pata outro participante:

''lisse psicrllogo que lìrz a seÌeção sozinho, eu temo pelo Íìrturo dele,

l)orque aos poucos o próplio grupo tenì lìnnm de selecionar' acleqult'

lnrbicntar o colrbotadoa'(EI I).

A âtuação técnicr loi descrita como "absolutamente lilÌÌitadom."

Não pertììite articular em uur sentickr amplo, para perceber possibi)idades

dc penetração, cle estar insericlo no nível clo planeianlenlo estrrtégico.

Um dos entrevistados, refletinclo;r respeito de lntigos colegrs, clue não

pucJeram avançar a Íblmação, concluiu: "Se eu fizer uma retrospectiviL

sobre oncle estão aqueles profissionais, eles esíão nr ltuaçÍo técnica, com

ceúeza. Não srúarn do nível da atuaçiro técnica, não tiveram nenhum

trcino de articulação" (88).

As ativiclldes limitaclas ao nível técnico, em qualquer situação,

colocarn o psicólogo cotÌÌo intern'ìediíirio, um instrlnncnk) para gelâr

resultâdos restritos:

"A paÍtiÍ dc Lìm cc.to momento eu percebi quc cssc gcrâr Íesultâdos tinha

umr limitação - quc cm a lìmitação da ciÌixinha dc pulgas (rctìrôncia ao

'condicionamenlo do circo dc pulgls') - c o podcr dc rtuar, de inllucn-

ciaÍ, era absolutamenle pequcno" (E8).

Foi percebicla uma acomodação no panorama geral cla prítica na

írea, "urnl certr mudaìÍìça em antigos iìpetrechos (...) un pouco nlais cle

uso de grupos e entrevistas" (El0). Isto é colocado conro uma "retóriçit

dr área de RH (...) tão Íbrte que o psicóÌogo pelde a sun pr'ópria identida-

de" (El0).

A divenitlacle tle proïìssionais no campo cie RH foi relericla cotrlo

un lìtor clue contribui para difìcuìtar a clefiniçío da iiJentidatÌe do psicír-

logo organìzacional:

93

Page 46: Texto Psicologos Areas

94 psicólogo brasileü.o: próticd.t eurcrgentes e dest{ios

''Como que você pode enlriÌr no crmlo cje R jl? Vocò pode ser advogaclo.você podc se. psicólo-qo. voce pode scr um ,".lor"gá. ìì.ó ";."," "rcL ortc. ir L ontr ibUiÇio cspccriic:r Jn psicLilogu.. r E l0)i

. A atuação do psìcólogo é visrl conìo I de urn prrrfissionlì quc estáp.e.denclo espaço porcÌue ,.esrií aconre..nou u,n" ,J,iJ,r";;;;r'" :ï: *,.ltli espertndo que nlguern ciigu o que ele teìn rtue jìzer...rFì, n _iniciil no sertiJo de rmpljlr."ou tqJ' v Passrì

d. d.p;,, ";;;; ; ;; ::iftï'.,ï ï::jjï J ",

J :,

lË, ;' ï:,;il,_,iïl ; : :ocoÌrem na inserção do psicrílogo. nas organizações, quantlo ocorren,pcÍecem ptôvoccdas .nio por urnr inici;rrirr do prol-issi"""f -,"."'i.,,1r"

ele esríi se sentindô rrnerçrd,r dr p.rdr .l. .*prço::, E;r. " -' " ' " t ",

"O que eu acho que ó tÌarmanlc piìÍjì o psicíjlogo é que elc cstii Der.dcndocspaço (...) enrão é '.gcnre

que o p,.olissional ,J"-RH ;q;;,;;;; , :

ËÌ t)'Ele tenr clue ir li. ver orrrl é a.carência que tem lí, ele tem clue

Ti_Oil "^t"r:"* prru que o gerente o taça (...) Você não vai rnais fàzer,rnas você vai preparar o gerente para fazcC,(El3).

,. As mudanÇls das orgiÌnizíìções tênÌ atingiclo, rie algum motio, osdrversos ripos Lle ernpl.esa e rs fìriiliccs:Ìdminisrr ivrs:

"Hojc o que vocô scnte é que o âdministriÌdor, ele estii se .reparanìeL[ando,em todos os scntidos; entâo, os líÌ.iirÌrcLros O"

"".a, ",

-n.,n,n.inìr.0"tudo, enfim, são difcrcntes, e, mesmo a líbrica de tamancos lí da .Av.Zavurus clcs sohcm que terÌ quc mudar,

"rtor" "rì.ìiu..,",, irJ'relcs cstìo procuriLnrlo o.nminl(El). ro para muclar, o caminho dc mudança"

A possibilidade tie contribuirprica en buscar

"i,",,*,,",'ï. ïï"ll:::ï::,:"r;ïlj""l llJ.i;lïï.ïïquem dí apÌicação aos recursos, crecursos" @tì).

,om queÌn gera e dá destinação aos

"Então eu coÌnecei a trabalhar c(pcÍceber que eu linha

" ;;,*,;:iïïi,.i"1;"i"ïliTJ:r:ì":ïï:"itos, cventos da geração de recLlrümâ popuração que nro,,nnn or.,lf,1

húalhiìndo corn nc\\oíìs LluL' erlm

lt:: Ì: :.1!*JJl liilli,ïjìiilì j l.iiïilï it,i,iï,ïìi, ï,1,, i,,,2 I.ur (jc. Éu qucjlir lr,lbirÌh,rÍ.(otn. clc..([ií).

Nlàvittrentos eurcrgenres rw prlilicct t[os psicóktgos 95

Na esfirtura hierárquica Íbrrnal' orgios de lìH térn .e

totl't'lo o]gjï

,lc rrç.essnril diteta LJI prcsidèncii com uln acréscitno Lle poder que sur-

ì,r"""ã"ri",t, tnan"r, aincìa surpreende "os profissionais acomodados "

"F.u falo. sou ouvida, tcnho meios Jc divulgiìr o quc pcnso fÏ : dj::

tantr credibiliclade c uma cxpectrtiviì lào sltx que " S"":"" :".1.]:^ '^1'^,Tl]'

O"tO* "'^" a"0"' *'que não adqLliriu âindiÌ essiì colnpctônrin Lie csculncr

mclhor os caminhos A genle continua tenliìndo Nós t:"tt'"llT::.::t:

"i^"ã"í"0,*decomofuncioncrcomRHquesioxhsolutrmcnteniroconvencionais. Tcnlando estÍuturiìÍ fornlas de àtu:tçio' dc lgÍegxr vxlor"

(812).

Um dos entrevistaclos resumiu suas atividades' alocadas em unrl

inr"rçao-.o1l; ott.tpto de planejamento e mudança organizacional:

''O (nomc dil orgrni/iìçìot le/ um reposicioníÌmetno €slÍi cgìco',dccidirr

núìãã"u, t. "-"'to giupo <le clientcs"lcsenvolver novos prodLrtos' dâÍ

iJ* ì. otgun. mcrcados-alvo Então eu me sento com cadc umâ. dâs

diÍcroÍiiÌs pírr vcr como e quc vanìos implcmcntsÍ is\o "*: ll:::Ol':]1

.ii""ìi, aJ"" *,r*'4, vai iocar ncstcs produtos vocó re'n uT P::llo,lìole

;;;';;;."". com este peÍfil' com estrs âsÍìiÍações' coÌn cstiì hrslorÌiì.no

ino."'ão otgoni'oçao), àomo é qLre vocè rciÍrânji^o-rìesson o* ::t:-:17ìì úçr" a-. t"'á reposicionamento estratégico? [lí pcssoas que precr-

sam scr rccictaoast Há pessoas que piecisrm seÍ tÍansferidrs? f1: ÏY*

qì" pt""ia"rn ser trocadas? Precisamos trazer ouÌros profis\ioniìls no mcr-

cado?" (E2).

A cultura da empresâ ou o conjunto de vllores que.estxbelecem a

ética e a prática determina o 'ut""o ou não do empreendimento Lidar

.o.ì n otgu"ir"çio implica' portÍÌnto' lidar com vaÌores' com processos

de mudança de valores'

"Se nós identitìcaÍmos a óticâ' I Práticc é Possível tÍansfoÍmiìr âs cmpíe-

sàs cm cficicntcs Lógico quc eu posço vcr um hisL(ì' cle (dìrigente).tem

"." àìi",t p"*"^t <tiitrenLe aa ética ncccssíÌria Eu acho que eü posso

taabalhaÍ com isso e é nisso qlÌe eu cslotl tÍabiÌlhândo Alguns chegnm e

falâm âssim: 'Eu cstou saindo Você cuidn tla emprcsa paÍâ mim' dcpois

"ï.J'.ì'i"*t"" iÈ

'ma prova mì'rito crì'ra' viva' de que eu posso inlluen-

ciar" (E8).

Está muclando o conceito clássiÇo de organização' ou-de gestão das

organizrções' o que abre novas perspectivas de atuação Visualizou-se'

Page 47: Texto Psicologos Areas

9796 psicólogo brosilciro; pr(iticqs energentes e dasafio,

pâra um Íuturo pra)xiÌno, a introdução, enÌ nosso meio, das ativiclades quevênr sendo feitas Íìrra clo Brasil.

"llojc csse peÍljl dc empresa somc. Uìna cmprcsa qLìe prccisa de execLìti_vos com perlìl novo - csta lransição do perfil Ânligo com o pcrlìl novo,nos Estados Uniclos, jii cstá senclo lcita ent terrnos prcparatóÍios. Antcs dcvocô dcmitir alguónÌ, vocô vai trabâlhar cont elc a possibiliclaclc dcJc [icar.,ficar e 'sacaÍ'onde clc estí hojc e onde clc tem que chcgar. Estc tjpo cletnbnlho vcm sendo feilo com insttumenlos. (...) Eu acholue o psìcãlrrg.,organizacional vai ter uÍn trabalho l-undamenlaì ncsse p.ocesso ã" trans,_ção se cle estiver prepamdo para isso, se eÌc estjvcr prcpamdo pâra enlcndcr estmtégiiÌs e trâbâlhar crrrciras" (89).

A produção de material escrito tambérn faz pafte das ativiclades tlernuitos dos entrevistados, coln o objetivo n",rr ran,pra cìaro de interfcrlrna cuÌtura-da empresa. A suposição, reiteracìa, vincula a idéia tle emprcsabem-sucedida com acìuela que tem um alto grau de pâÍicipação cle todos.O ato de participar destjniÌ-se à melhoria cla en,presa, ná sentido depronrover o ambiente de trabalho, o prcduto, e assitn por diiìnte.

"Você tcm quc nudÂr a cultura, dar .Ì sua opjnião. lsto não eslií dâncloceíto'Ì O quc é que vocô sugere? Como é que você soluciona esse Ìlrobìe_ma? Lcvar o luncionírio tâmhénl a entendcr a tcsponsabiÌìdaclc quc e]etem no ambjcnte onde trabalha. E aí criar condiçõcs para quc, quan,lo cleIâle, seja realmentc ouvido', (82).

As estratégias de busca de quaÌidade envolvell] o órgão de RH e,por extensão, o trabalho do psicóÌogo. Em várias organizaçõcs, difeta_rrrente vìnculadas à rírea de marketing, a quaìidade requei ,.o que euchamo de Íeciprocidade de RH: atnbiente de trabalho, treinarnento. infor_nÌiìção, diílogo e debate amplo sobre x situiçìu cJe enrpresr quc possamelhorar a qualidade" (E2).

O conceito de qualidade decor.re cla visão que se tern cle ser humano. Sufjõe-se que são as pessoas o que a organização tent cìe mais inpctr-tante. Não é possível desenvolver uml orglnizlçìo ran, u, parru"r, i.A,pessoas sÍo pe|cebidas conÌo gente que tei)Ì expectativas, que tern tlese_jos, que tem sonhos, que ten energils criativas, que tertr crpacicladeenorme de ev()luir" (E4).

A participâção Íbi ideaÌizacla atravós cin possibilirJacle de cliscutir.amissão mais geral, depois as especílìcas e as de cada urn;as responsabilì_dacles, as metas e as prior.iclatles. No plano individual, .,rlérn

tle eu poder

l\4 t\1it11et1tos emergettes ncl prólico dos psìcólo8os

,li\cutir o metÌ rcompanhatnento d preciso ter conclições do pÌrnejamento

ìi,l ,,ìo,,inl *t ..tciarnentc de lini'lo ' t E I 3)'

,.A gcnre sÂi de,uma s*uâç.Ìo.q!e, ï"ilïï ï"llil ïïiÌiiï.:ïïï:ï:Jconc\oci qrc nijo c\isrcrn. n""'t.',1;;;: ,i; ,.", .t",r,i. un,,, quc\rio dcerislcm Enlio isso tudo frl(clsrr

;:;il;'; .t" nrìrrìLlo scnio , lcÌrrc (orno I'i{ Lìloso li' rr irìsÌruìncrìÍiìr

(L l.ì\.

A idei, de u*lui!:. L:^l::ï ; i::ïï,ïïÏ: ;::ï:ì'",:ïï,ïï:.IrÍes de ttlLlo pressupire cotìsclencli

ìï :lì. ;il r","n i'ot' i "ntn't" il:e''i ï ïf .:" ï.'": ::ilff ,lì:,ìcve rrssutnit umir illilu(Ìe PiìlerníìlrsIr' I '"' "::^,;,-:, .,. ^"*-",,. .lÌtitlldgcoresponsáveletì]plonÌoverâçógsquefacilitenrru^pessoas:,;";;;r.,;

" ,.J,o""s:rbilidrde que eh' tetn per:rnte eh' rn:snÌirs

l"' "ì".,; ;,; nívcl indivi,-lLrrl lle o conjunlo toclo da otslttrtzrçrro

.,,,,,," ï:ì-'.,;.:";:u',.,1'ìu.rno ou rl;:o scmclhrnlc "o.psictiìogo prtrccc

ì'"" ,a. ,, t"çUt' at ljtt'lrr it otr:rniz:rçi(ì lÌ pcn\ar" I ['l ìì'

Âtiritìl'lcs jrr exccut:rJrts t".'tiiu'n t"'npn eln oulro\ pllises'lin'Ì r

,l,t ";;r"";;"';"nr"' " '"'uiço.. no-vos dentro da rotina cÌe RH sito' vta

rìc telt:r. ptoposto' pcl'l orgiìnrzlrçio (olÌlrr e o cilso JrN lroslillnils (lC

',ì.,.ì,',,o.," nl,'"''0"* ll i'':l: :-,9:i:::ï J.Ï:ì :lï:lìl Ï ïàl iìll;il:rc(.enrc. di, p,i(ólogo ern or[' iÌn lt'rìçot 5

.'ìu '':' -::^".. .w,cênr:ìÍlôr:L.los. os rÌttltis con(llllirlln p'o'''"'ìtltt cte prcplrlrçio nlìlir lP

'se ntirdoriíì'

ilïilì"'i;ì;;;,'p"t" ui'n"'r"teo com'.tividailes de treinanìento' íb'

rarn solicitaclos pela organizaçito a intb'marenì se sobÍe progra'Ììas semc-

"'"-"ïïSÏï::ÏllJiìli,, u...'.'., "lrl ll":I: ::L::Í:'::ì,i,'"ï1,'":

(liì atu!ìÇào de alguns dos entrevlstaclos: ativicÌlcles voltadas pua a carret-

," e s"úie lnentiìl nÔ trlbiìÌho'

As ativiclacles voltzÌdtìs piÌllÌ x ciÌrleirl Podem ser visllls' Lle' Çefto

nìodo, no contexto moi' o'l.'pÌo tl" *'údt --"ÏLl.:: l:l:'::tt":'.ïï:t:'"ï

A li,nit,,çu., llos Lloi\ ilssulìtos'

:,"1;";ììì".;;m as,rrivi,tr,ìer ctescrilrrs pcl,'s enrretisl'i,.los.,lecor

lentes ch lrríticl clue realiz-avrtn'' "'ilil"ì;';* aconsellìarnento cle carreira' da iìrma como vêlrÌ

ocorrendo, 1oÍam relataclas colÌÌo recentes: "tlabâlhaf coln nìQlÌ]entos elÌl

"ì"'" i"lt"io"" terÌr umÍì descontinuiclacle na carreira: demiss'Ìo' íÌposen-

;:il;:ìì;;il"sta de rttnr p'omoç'o e vocé nio srbe sc.ccilrt tttnr

;i;ï""a" Ji;J"t- -" (E9) A-intervençio trrtr fu nd rnre ntr lrÌrente cle

Page 48: Texto Psicologos Areas

9998 Ps icól ogo b ran ileiro: p rdticcts eme rge ntes e d cs(tfio.\. Il o\:iürc los e lergetttes o pftitica tlos Psìcóbqos

"nìomentos-de crise, senprc que uma pessoa teÌn uma crise no papelprofÌssional" (E5).

O aconselhamento visa preparar tanto o inclivíduo para uü novoemprego, conto para montar unt negócio próprio ou ser utn consultor.

,Inclui, por exenplo, ,.preparar um indivícluo que estí num pro""rro .1"' pré aposentadoriiì. Ele porJe não querer nrais tiabalhar enr pl.,oan-tn,"_gral. Ele poclc querer trabiÌlhar com pr.ojetos. Conro é qu"

"t" r" n,grnlro,por exemplo, depois dc trinta anos dentro de un,n c,,tp."sa pilu não

trabalhar ntais corno elerÌìento tìxo, mas com prqetos?,, (Ë9).Atividacles ern aconselhamento de ca..eì.u incluern a ireparação da

pessoa que tem a tarefiÌ de clar.feedback de desempenho, àe "omunicardesìigamentos

- "respeitanclo o indivíduo que estí dn o"it.o l*fn, .","n_

dendo o conjunto de emoções que ele pocÌe ter,,_ "

u ,irAn ef"rr* q""estái sendo demitida, promovida, transferida nu, cle algu,n ìnocfo, ".tmnsição na careira: .,ajuda no senticlo de apoiar

" lnJtru,n"nirtiro. orecornpor esse papel. Além de entender e recompor, criar um projeto emcimrr rlessr nuva percepçio e pers.,grrir essc trto,,,anto..,E4;. ' '

A prítica no iÌconselhamenio de caueira inclui a utiiização de tes-tes psicológicos, estratégjas de autope cepção, iclentificação de situacõese motivações, desernpen'os pussados consi.l"rado, , otiriutO.;or,-

"ì"] O,resultados dos testes e o Ìnateriaì de auropercepção é dir;";i,i;;;;, ,,psicólogo.

.As. sessões são gravadas p"," por.ibìlìt". ; ;;;;Ì;;"d"

uma teconêncil.

' O plocesso é desenvolviclo senìpre perspectivancio o futuro. Ostestes são instrumentos que auxilian a tomada cle decjsão:

_ "A desnistificação do uso testes que nós estanlos fazendo aqui éalgo inacreditível, você pode perguntar.para qualquer cliente qu" pussoupela (none da organizaçrìo cle consultoria). Ho.1.

"ì. t",n ,"," iìrrã'ãircrente do que é teste, porque a gente cìesrnistificiì mesmo. É u, inri."Ìnento para ser usado positivanrente pira o llturo,,(E9).

Em uma segunda Íiìse, busca_se estabeleçer ou f.ortaleccr os com_

,p.:.']li:5la: p ra que se rrrnjrnr os objetivos formulados no p.in,eir.uÍasc; E tretniìnìento ntesrno. porque às vezes ele fiçou 25 anos clentro deuma t:mpresa e nem sabe cotno ct

nrerlo d:r.s pessoas 0"" ú;ì ;;;;J'::ïJ,#:ï:: ïï:',",-,,ïrïï:.jltomâr decjsão, que pocle fazer pergunlas, quc lem o direito cÍe escolher.Então, vai ganhando autonornia no pÍojeto 0"f". lf" a.r.,rfl"

-tunle,rl

junto..com o consultol quais são as açõcs que vai fazer no nì","",1o ,1"trabalho" (E9). Tais sessões dc treinarrlenlo são gravadas enr viileoteipe.

Nâ tercaira fuse. espera-se que o aconselhando tenha acumulado

irrlìlmações, clefiniilo um projeto e restabelecido a segulança para come-

f,o " f^r", contatos no mercaclo cle trabalho O rcomP'ìnlìâmento contl

ur.,,, t^n,o n,, suPorte às leações encontrildiìs cono na tliscussão de pro-

l)(ìstas I exPect.Ìtivas.

"B^siciìmcnle o tÍabâlho da gcnle rquì d lriìbxlhiìr xs cmnçõc\ quc vÍo

np^,"""u0u, p",n,lu" c1âs não sciam o imlcditivo dclc chcgar no objetivo

Por outro lado' cletivamentc inslmmcntalizlÌ-Ìo conpÍometô lo com um

projeto dc luturo; quer rlizcr, ao invós cle cle ficâr sentiÌdo' se lilmcnliìndo

ou fiÌzcndo iÌçõcs contra quem o pôs nessa siloação' gastando encÍgia

nisso... ó trâbalhiìÍ cssas emoçõcs e gaslâr a encrgia na constÍução dc um

1ìtLrro" (E4).

A participação tìo psìcólogo em progr'Ìmas dc preparação para a

npor"noaori^ pemìite ir aléln cle urn cartÌter apenls inÍbrmativo Pales-

trlas sobre aspe"tos legais e financeiros da aposentadoria' sobte ctticia<Jos

com a nutriçÍo e a saúcle, e outras, ÍÔrârn consicleradas tlentro do refericlo

"carÍter inforrnativo " O psicólogo pocle explorar a complexa relaçío do

,J"ifro.o'.,' a globalidaie cìa vitla do trabalhador e as irnplicaçires desse

monìenlo de transição eln seus aspectos psìcológicos A tônica d-o pto

cesso recai na re1'lexão de novos projetos para a vida futura A ênfase da

intervenção é colocada no pÍocesso como um momento de transição' de

f"rd", " no, sentilnçntos que lhe são associltlos. A perda nÍo se limita ao

irnpr"go. Signifi"a também "a percla de contato com as pessoas' a petcìit

a"qu"Ë "otplo

icleal que ele tinha cluando entrou na empresa' a perda dos

filhos - a .síndrorne do ninho vttzio A questão é stber licÌar çom todrrs

".rr", p*aot, co,Ì a moúe' inclusive A essa altutâ cla vida morte pri'

rnorre colega..." (E4).

- Os progratnas cle ptepa|ação P.Lrx íìFoscntlìdoriir forlrn insetidos no

horiz,onte cla"qualiclade àe vicla ou 'Jir

qurli'hde totll' cotìì(' etirfíì Ïinal (la

crrreira. O indivícluo em sua calteira devç receber atenções eln asPeclos

cliversos e clesde rs etlpas iniciais'

"Parl você obteÍ resultâdos tem v1Ìriâs coisas Esse ó um cspaço que o

psicólogo lcÌÌ quc lcr. Aqui a gcntc tcÌn convcÍsado muito sobrc isso Nos

noa.na "p.ogr"ao.

a gente jii estii, poÍ cxcnÌto' num programa dc forma-

feu puo gãr"nar' uimos coloca' um trabiìlho lísico lrabâLho corpoÍâ1"

(Es).

Page 49: Texto Psicologos Areas

I00 P"ticólogo brosíleiro: prtíÍìcos encrgertes e dcsafkts

"Qucnr cluiscr tocaÍ a qualidadc total dent.o da en.lprest, não vni podcrabÍir mão do psicólogo. Não tcm jcito, oor.quc eìc ó o prolissional que cstiihnbilitiìclo. pcÌo mcnos dcveria, pâriÌ coisas tuuitâs vczcs sutis (Ej).

Para unt rlos entrevistados, as atjvidades ligadas à qualiclade clcvida no trabalho, nos anos 70, anteciparanl o movimcnto atual de saúdcmental no trabalho, associaclo aos plogranìts de qualiclacle totíÌl: "nessÍÌépoca eu trabalhava na (nome cla orgrnização) e eu cra o responsíveì porpráticas institucionris clue não se chalnavam qualìclatle de vicla no tr.aba-llro, mas eram destinadas a nÌellÌorar as relaçõres no alnbientc" (El l).Hojc, o progrunus cle clualicìacle de vi(1.Ì no traballìo seriam "a base paraunr selviço cle cluaìidlcìe".

Os programas de qualiclacle de vicla no trabalho cnvolvetr o trâbalho conr a cstllrtula organiziìc ional, com os resultiìdos e colìì Íìs pessoats.

Requerern revisar o conhecinlento t: iÌ priiticiÌ psicoltígica, enì urnlÌ novapsrcpectiva. "O que estí puxando a Psìcoìogia na iírca de qutlidade dcvida é o consuotidor exigente. Quando ele exigc unr trabalho de qurlicÌa-de, ele íorça I orgrnização a meìholrÌr o clinra. as relrções, a est.Ìbiìidade, o salárìo... - esse tipo cÌc coisa" (El l). Requerern troìbérìÌ o trabalhointegriìdo com ortros plofìssionlis e constituem urn refercnciaÌ para oprofissional de lìH: "Ao invés cle perguntar.se você icz unta boiÌ seleçiroou urn bonl treinânlenlo, pcrgunte quc conttibuiçuo você dcu para melho'rar a cluaÌidacle cle vida no trabalhd' (E I l).

Considcrou-se que os pÍoglarniÌs tle qualiclacle cle vida no trabalhonão slio inovações: "Não inventantos ncnhuma rnetodolo-qia. Não tenrnadc de novo. Nós sirnpicsnrente direcionanros, redirecionarnos aos no-vos clientes e a unì novo tipo dc trabalhador" (El0). Mudaran ns r.ela

ções clo psic(rlogo na cmprgsa. Agola existe um contato maior com aorganização: "Nós entrarnos mais na ernpresa." lsto inplica na mudançapata o prpcl dc consultor, onde o psiciilogo "passa a rnuniciar a organiza-ção cle conccitos e relercnqiais" (El l). De seu lado, a organização exigeclo psic(l1ogo que contprove os resuìtaclos de suas colltribu iça)es.

As rnucìrnças são âtribuídrÌs à "onda clc clualidrde". Implican naldoção de recursos e proceclimentos tecentes: "Hoje você [en] que usarum reÍèrencill rá1tido. NorntaÌrlente você nlisturiÌ vídco olt lranuais parachegar ao Brasil todo nunì período nruito curto" (El l). A ênfìrse clesloca-se cla lbrrrtção de gerentes ou lídeles p:rra o enÍbque no grupo. Gerat aautonomiâ do grllDo tenl conto derivaçiio UÌÌìa lncnor dependôncìa cleseus lnelìlbros qutnto ao líd(]r.

^ltlìnetúos enrarge'ttcs (Lptálíc(t Llos psicólolot l0l

For reliÌlrtll' (lue errrborr crtstr "trtrrila pottcir c'risr :'l ]" P l']i t-"

,, ,',,: . ;:ï'ìi: ' ìliii" ..t" p'iturnl't Ll'-r

'lÌ rbirllr' c S:rti'lc lrlcntrl "tettt

,",,.ì.rzi.lo iìtgô no IÌriÌ'il {E tur' rerìrrscnliì'liì pc'r grupos tle ncnlursrìúo'

i . ".',litclctrres Ìì'rtcs LIL' Pirís n' rcun'o"" tl" Àgn'\PsO e 'la SBP

:'ì,,::il'.';: ilt;i' un'1" 1"i"'1"..t'*'"ìÌì'i'lo iÌr'ìresenrr\lL's

3.2. A busca de um novo Paradigma

Ar guns p,ì.fricipantc' iÌl::lï :ï:,:;llïlÏ'Ï..ï :lÏlili:",i,l'::rrruJrrn(r J.'fiìri(ìlgrÌìir' (ltlc c'lirrliÌ íìlciìIìçirrruu ì .-'-.;: .,. 1,,, rIn:r rnul:ïì:,'ï'ì;ì i" t;J'"' hutn"n"': "ocortlc :rturltnerttc (luc Irrr trìnr rnrr

,,,ì',. "'.* ì,',.ì"r""t nrr P'iculo!i;r o.l::rniz rcionrl' rL l ì

-. .ri^ r.' ' ' ììJì".iì.:,ïu.rcs du l'u..r,.le urn novo lìrrrir'Iìigrníì erìlre o\ lr'ìlrssro-

rìxisderecursoshumanos:osrecentessignilicadosemtoìnoUt::liì:Ï',,rrruitc niì aníli'c clos lenotnenot ororrni/ilcioniìis ulnil milior 'ìulonuìnlíì

^- ^^ i ' 'l' rcnli rs rìe iunlro nitidlrrtentc subiL'trvi\lirs íeìn

:l:,,ì:::,: :."ì:ì;:ìçiì..'..L'i"''u1""', e faoionalistas' ató pouco ternpo

:;lÏi'" ""..,".t',ì";ì'i'n'*t"niu do ser qus trasaÌhr' coÌlro iìgenre c niÌo

conlo mero rccurso'"""" ï;ï;; ;; tenìlo' â explicrìçio Llos evL'rìtos -qu" ":'lt'Ï':n'

.-" 1ìï,"ìuiìi ìr^r.,)u'" ,", unalisfula ern sLrrs rel.çòcç ììrrÌs 'inìlrrìs'

ÏlÏ^il t;ie "',ì visão reducionista e 'eclcscobtincÌo

signil'icaclos:

"llavil uml tlilercnça muì1o gr'ìnclc de unìJ elÌ0rc\'l ÍìirÌa olllr'r Dcvìr ler

umacoisaassim,qrrcdav.Ìcssas!llrlctcli\tici]sJìiìì'iì.lolgJnizJç;ìo'lJlÌ'lìa;ìffi;;;; roi 'se torm'rncro IIgr nr Iinh'r * !'*"oll''!::^Lll'ì:'-:'"f",or"si , 1,','p'i., .r.' : :l :ì-,'"1,:ì;.1'lï1,ï'i"ïi".1ìrÌ1,,]il,ìiilì Inrrc aquilt trmbóìn dclcrlnÌniì'

,lornrrni.l:rJc dc tr.rh:'1ho..." í E7 ì

"^ cnlprcs^' nâ minhâ visão pr ssn $ìr ì,ïliìì.,"ìi,l;;.].tll i:lÏ!ì:ï:l;

vcúdo iÌs pcssoâs Dcpois' I parltr uo ''1"'"1::-.1:^" :l ';:;;: ""' Lontr clc

;;;;: ;,,,," ^ p," J.:"n.

f ol,L

llil f ,,ll'ï:ï :l jil';:ìll :'i:ï",,"protÌrctcì clìÌsos :t" o:f:l:

:ì.1;:J.ì ;ì"r" c â,. únr:,o. dcscnu'rdci.nrrl utn sistcma tlc rtttclças'

l;:#J, ;;;i;; ;;' 'o'"

J"n"'n 'tn L rrh:rrrìo riÌìiìl'|n'rìr' ( ìÌc!ir rrnì f'\ìro

";; ;,;;,, ;,'',- "'"'..'"1' " :"i:ì)il"Ìl'l,Jïï,ì.ií..1]1,'l;, Ï'Ï Ï]:l

lotiìl cs! llzillmclllo onllc ncm

c muito mcltos o pesso'rl '" (87)

Page 50: Texto Psicologos Areas

102 Psitólogo hrasìLeiro: pftiticqs energentes e deuyfios

Embora se assevere unla nrudança paladigmítica, os entrevistadosjuigararn que a grande maioria clos psicólogos ainda trabalha conro exe_cutor oÌl collÌo técnico. Disto decorre,.muita frustração no psicólogo.,,AtÌustração é justitìcada porque ',ele executa ulna tzìrefa senì lìm e loje apalavra clas empresas é agregar valor" (E8). A acirraila lutr peÌa sobràvi_vência e pela produtividade conduz as emplesas a retribuir por serviçosque agrcguem valor ao seu procluto Íinal. Isto parece ser iÌpresentadopelos participantes como algo que propulsiona a mudança. O psicólogoque persistir no papel técnico, sem encaminhar_se paru novos reÍèrenciaise sem dernonstrar aquele valor agregado, estará fadado a desapalecer:

"...scndo rcduzido e sendo relegado a cscalõcs cada vcz mÂis baixos naemiresa. Então, quando na sua pergunta anterjoÍ _ O quc t-oÍça a muclançiì na Psicoìogia O.ganizacjonal l _ é isso: a sobrevivência das cmprcsastornÂ-as cadâ vcz mais cxigcntcs na contribujção que cada prolissionalpossa dar. E ela cstÍ cobÍândo contribuiça)cs à altura de cstÍzÌtógia c não deexccução" (E6).

"Eu continLro âchando que â grandc maioria clos psicólogos âinda tem umapcrspectiva lócnic pârr o seu caìrgo e não pcrccbeu a m0dançâ, o proccssode mudançt que às etnprcsas estão enl-rcntando" (E-5).

O psicriìogo que interpretou os sinais e antecìpou as m!!d4nçrs,alça posições de inÍluêncìa e decisão; enquanto aqueles ,,que parararn e

:P:tem o que 4plenderam nr escol.Ì. nÌo esrio se drnclo bern.. (EJ).Alérn clisso, em muitas empresâs, o psicólogo está perdendo a espaçopara outros profissionais. Ocone uma nudança na conl,iguração clo terri_tdrio profissionrl.

Os entrevistados destacariìm a importância dc acontpanhar as rede_lìnições dos espaços ocupacionais c clas experiências de organização dotrabaÌho que estão surgindo. O psicólogo deyeria estar preocupado co,n oenvolvimento do trabalhador nas novas lbnrras cle gestão do trabalho e seisto tem resultado, cono clìzem, em utna rclação nais saudiivel com oambiente de trabalho.

"O cspnço a conquistar é o de consultori à Administração. Ult.rpassanclolambém Ìsto, já não me sâtislaz mais quando cu digo que quero começarunÌa thse nova. Eu pÍcciso dcscobrir diìqur Íìiìri frentc qurl c o noìocíìrìrinh" d.l lsi. olo3i,r Orr-,rr .zrr i,,nll. E u,n cijtninho q e p,rj\r por Íìilr .

ceria, aìém da participiìção. Urn caminho dc como trazcr oli p"aaor., nacomponcntes do qÍupo ernpr.csariaì a uma parccria construtiva,, aDl l ).

ilovinetüos eìnergentes tto Prólíc(t dos Psicólogos 103

A asce nsio dos ór gios .'lre

* ll ^lï -" ] ìì'':,1: i':ï:;::ìïil li"

rruL.nci,Ì dcpende da culturr ,i-:ïi'.ïff: j"lìnï,rl]ï. ..n'ur,o'i',1.)\ viirio\ nívcis LJiligentcs lmpltcn cttt rrt''' ll':,;-:',' ,. ellli\arncn-',i,,ì

ìï":ì" o'ìit'llu!Í nurTì nìvel cslrirlcgiço signilica iìlurrr elÈlt\arncr

lc conìo consultor" (E?) - ^-1.,^À^È .. rlecad^ de 50, tle dgunr

c)s estudos de inotivaçiìo' "ï:ïïïï1,,;;;:i;o qì" o' '=t"'ì,.ro'

rrr,rdo dcsnerrrrrnt r ntuJonça t'liil.J;;;;ii;;,riiric,,. ì'rs urÌìiì novrÌ

,.tucios tenhrrrr pruvocr''lo " :'"ïi';ì."";i;;;"ç,in qu. ^

rirer comcçr

I)reocupaçio que prÍecc tlesenrboc

;ì te[.

..Eu âcho quc a psicorogia ",,r,,:l'';ï"ilï:.:ïïilÍi;"lll,ì,ï,ï,"ti"ïï

paradigma romotétìco, ató os il'ru: ^u" ,^i"""a-,rrio"m ". "nrn

L".í.Li-concepção dos proces:", ptl::"'.ï'tï"*;taï"gr.lÃ

vocè pcrccbe um

cas, traços, como sc diz' para uma tnta3"i" ::;;: ";""" .'," a qcntc viìr

IiDo dc conccfìçio iclcolrillcil lloie'clìlio um Ì J3\ coisíìs quc iÌ gcnlc

mcnos etrás é do Ìriìço' do '"i"ï i"-t"rr""rrtliclì - c mais clìlcndiLlo

ï."."Ë;,;;":,.*:_ïj jlll j;.i^ï1ï:,;"i:,""jï::li,ïi"'você lida Eu vcjo isso' dìgâac

Autores como Gouldncr e Hlbet ttrls - llrit'ives dls obras T/lc Co-

,,,un ;;,;;;r ;;.,.,, :-i1,r';Ã 1.|ïíïrirï;1,-:ïjil'.ïi,ÍiÍlXïJ;i:: :: I i :,,:; ï "-iï.iilï: J:i"-'i: i.rì ì::::n: l: iï1l',ïrnc cta psicologir oris,nrT:to-1rr- üïr.,urt,.

"rì"àr-uó tcrir levltlo. na

ciLo. unta crise dr AdrninrstÍ3çro ourirrrrç ]l-lì'-ï "-^ ^1.."'nruitn.nr"ì,i'io a. u,n do\ piìnìciprnrcs ti l':::::::::::.ï"nli:ïJï:'il,-".iï;::ffiï;";xi:i"'xïi:ïil";ffi ì;Ï:' "' ; ;i;; , ";ï' "-T :'1 "

0 "

^à,"ì",.,i"i,I'. incorpo.rnrro "ï"i::::ì,[:'lïLl': ï';:,,nÏï,;:;

lìïïJ,ïÍ'lï;il'ïïlï'lllÏ;l':' ;;'ì'ï ""r'r"" a p'rir da própria

Psicologrr" tEl) ^--..,,r, çcrcrn Llescri-Abordrge ns que enlÍìlrzitrn u 'ubjetivirlude' "*tt:

Uj^tïï:'j

., p";;ü;;; ; ;";ì'.'1t".',::ïï"";* i',.'.ï1.ïÏ".:,",i.i,:ï:ïi ì:"ïnas orglniz-rções' sio Íecebìdiì

"ïì,. rï',a* ì"i"t..tos p,lÍimerros ,-le controle e qurntilicrçio rtrrts rtgr-

dos. o uso d9 técnicas d. rrlìia|;'; relaxa,l.entn par'a retJução de

estresse 9tÍì Pilotos' um "*"ntplo

to'ntnt"tlo nirs el)llevistss' ci \ìsto com

reservâs 9lÌÌ cartos contextos'

Page 51: Texto Psicologos Areas

104 psicólogo brosileìro: prdticas enrcrgenÍes e desalios

''As pessoas cstão muito curiiexperiôncia, num scminírio,ìïl:

lt:t'olÌ,çõcs rtovrs Em 1986 eu 1iz uìna

nrtò, """"urun, ao ffi;,,; *,i,i,il"".ll ïïïJiffil ff ï:li1ïì,1;:no Guaruj:i, e cÌes fizcrÍÌm sc

sol" (83). tssões de íli'clti cllnl', na praia' oo pô.-oo-

_ Conturlo. o rel:rto exnlicitir que. lro linll. l introrluçiì,r Llc tÈcniclsnrenos convencionilis sÌo Derceb

cu r,r, de p,'" ;:. r;. ;; ;;, ì;. r ;':#::::ï :^xï.l,11;:'ì; ïil ;:,,ïL jl]De ourro tiìdo. inrerDrera_se que r Âdrninisrraç"ì;,;;;;... ",:,,0

jetividr,Jc no rmbrlho, corno rloose a icleia d" ;;;".," ;;; ;tEU-marcado

a parlir dos anos T0 vincula-ct,rar.r. e,n ri.rï, corn ; ;ï:ilr: [ ;:::l',ï:1'lìï ;i ï:,fi."...' o,t

A utjliziìçào de técnicas ch:sxriarnente em uma visã. id"urrin:,tllti"t

rlte'nltivlts nio intplicr neces-

u.,., oi n,r" . .,,i,,..u;;.,;;;;:;.i;: :: il;liì:J: en, revis,ado rnu i*rs

,,Ëk)je mcsmo cu vi LlnÌ Ìaudo (

"ru no .",, nu,, ",, ï ;.:ì;j ìï ;:';:, ",*,,:]', iì:, ;:',:i:1,ï::.1;: :;ì.ïïlrviÌ. s(,ci:rhrli(l.rJc irnl,rcücr.. s:,hc., Urn,r scric rlu r.,,;r..Ë.;;.;r;::","

Lil].-. ,,,'*)..:^,1' frirsc um I., jifrirJo: .,,,, in,"figt,,J;,,

"ì_ì;;.ìì1,r,ir\\In c sl,.r iniui.rrivrr c cssim.. 1l t ;.

-O modelo trariicionai de atui

ililll,l -o-"':r'ç;ì' ;;;;;, ;,"' ;:: iiï,i""'ï'.:""f ï *iïH:Ïff:ïípropnaçÌo de tdcnicas e Drocedirn

alnnnrica, a" ;;;;;:';;,' ";;ru

I Irrenros' como os testes' as entrcvistas e

:,t:lflriT, ;J,;; ;;;;;,:ïï:ïïï.ï:iffix,".ï,. iiïiï:,1comu ntcaçio inlt.essível. O rellto,esp€, i,.se. co,no conseqücnciiì. ;";" i.,ìii,ïï;,-1,'il::.ï:ï:::;,Í.":ï:;tle Rll e r contunitl,rrlc orglnizucir,nll:

"lÍuje 5c lcm Icito o Jrroccrso dc sclcçio muito Jitìrcrrrc. nìuito.lilctcnlcmcnte do que se lìzia no passdd(nr. por c>.crnpro. n".. ",.o,n., ui;,,ïïllrrïL::ï:,i:;;l:;:1":::":l:\,i.

",no. ji vírins crpcriônci;,, ,Ë ""ï';:.jl;;:l';;Jt],' ;;ïïï::d'gr" l.c*-.o,r., ì\.rire.r\. quc no\ rurqucm pcssoas quc csr,.ro crn condi_çocs. quc siìo rcconhccidas pcÌns

umr Jr"siçr. -"," "r,ì. iìi',ïìtqurpcç como em con(liçòe\ dc dispurìr

o rlcri66 q'1.- n ""..ì ;;:ir;;; :'"tos

g.rpos de avrliuçio E\rcrÌJemos

rìirrricip:ìçiìo diÌs ,."rr..;.,;i;r'",,"t I tntcsdc urn nroccsso csrÍururrdo dc

neiso, \ cr..\ "; n",.,,,,^ ;";.;;,::'ì:iïr;"ì^ï:ï.::ì :r,:,iïjïfi:

Movímenlos entergentes na prtiÍica tlos psicólogos 105

escolhem quaÌ a pessol quc ó mais bem preparada' Em todÍìs Âs situações

que cü fiz cxperiôncia, cm nenhuma delas foi preciso fazcí umt interven-

ção qualqüer, poÍquc o quc íìs pcssoas escolhcíâm, o ''''r'1fu48

quc elôs

lìzeram. loi exatamcnle o nÌcsnìo quc os obsct-viìdorcs lìzcrtm Então' em

ncnhum momcnto lìri prcciso üsar de podcÍ, o podcr discricionáÍio qLle sl]

lem nr hierarquiit piÌÍa dizcÍ quc o escoìlÌiclo ó o João" (E13)'

Alegou-se que, ao utilizar o procedimento acinra descrito' não se

estí medindo ou rr:cluzinclo a pessoa a um tipo de um atributo' alénr de

compartiÌhar a lesponsúiliciacle e não cleixá-la nas mãos do chcfe ou'

pior, cle um técnico em avaliação de <lesempenho, distante O p[ocesso'

como um toclo, dissemint o compadilhamento de responsabilidades'

"Se eu aplicaÍ um testc de intcligénciiì, eu pr('viìvclmentc tcrei umx visio

distorcidiì da realidiÌdc, porque nem semprc as pessoas que tôm mcÌhorcs

rcsultados nos tcstcs dc intcligônciâ são lqueltÌs que mclhor consegucm lcÍ

um rcsulhdo intcligentc num trabiìlho Éxisle â intcrvenção de outtos

oulros lìtores, lipo bom senso, maluÍidade' dcdicâção, percepção e consi-

deração pelo outro. Eu prefìro mil vczes alguóm com toda essa basc de

valorcs c prcocupação com os outros do que alguóm que é brilhrnte na

avaliiìção c póssitÌro na açío" (El3).

A utilìzação dos tennos "recursos hurnanos" tetn sido oontes(ada

dentro cla visão organizacional recente, no sentido da Yalorização dos

seLes humanos como agentes e não como recursos passíveis de "comprl,

venda e disponibiìização". Do mesmo modo, preÍere-se a palavra lícler ao

invés cle chefe. "nuIrr conceito tradicional de alguém que manda' que

comancla e que pressupa)e na outr!Ì ponta o subordinado que esttÌ sob

orclern" (El3).

"LIojc estamos procutando uma mudança na próprìa nonlenclatuÍâ, porquc

quândo você falô em suboÍdinado' o quc signilìci'r' basicamcntc' concei-

tualmenle e cmocionalÌnente scr chamaclo de subordinrdo ou dc supervi-

sor... as empÍesils estÍo comcçando até a mudar o nomc'(813)

Como vê um dos entrevistados, "o resultadil de uma empresa não e!

apenas o lucro". O lucro seria uma resultante de algunas condiçiies que

são fìndamentais prra a enìpresa. Além do lucro, é inrpofiante perseguir

o resultaclo da satist\ão clo cliente, cutuprir a função social, servit à

cornunidade. O resultado Íìndamental é o desenvolvimento das pessoas:

"S9 ela tiver lucro e as pessoas não crescerem, esse lucro é elêmero"

Page 52: Texto Psicologos Areas

106 psicólogo bra.ríleiro: prúticas enlerge .tes e desafìos

(E6) É considerado como função social da entplesa contratar pessous,treinar e desenvolver

"A gente sabc que Âs cmpresÂs invcstem pcstdlmcnte cm saúde, educa_\'iìo

,cm iìlimcntiçio. crn tunçòc\ quc cm outros fJtses sj() dc re\nonslbr

'ruüu(..uo tovcrno. A: cmpres:ì\ iÌqui no Br.ltsil çio ohrisidis il c\crccressa mjssão,, (Ei3).

. _A evolução cl;r rnudança cle paracligma vincula_se ao debrte cla

li:iti" l" nivcl esrrrrégicu d:r errrprcsr. i irnplerÌìentiìçìí) das rçóes crn:::::l t esrralegiiÌ\; se a empresiì vri e.rpanrlir. .. uui ,"duri,, ." u,,,rruoirr oe rlÌno. e rssim por dirnte. Sendo que agora, nas palaums cle uu,dos entrevisrados, ..frzemos parte ,1" urn _i"ru o,r,*ï"ì"'ìì.*ua(El2).

3-3. Re-quisitos para o desempenho dasatividades

, _r.._,11,-r:u-.. quc íÌs pes\oa\ sio, nas universiclacles,..ntais ou tnenosiuUZruils íì ilssu r os plpeis trrrliciOniris: iìplic;1r testes. lazcr seleçio,etÇ." Acusou-se, em ourros casos, a circul,,r.ija.r" i ìì"ì1"."ïr,*ï,n"crítica "rníope, limitante", que não pr()move uma contribuição efetivapara tlansf'ormar as organizações. Mante,n_r" u,n"

"onrìnì;;ï;;;"paro para pensâr, pala refletir, ..enrboru, no ciiscurso, se Aig" qu"ì ir"oque..o curso pretende Íãzer,' (E13t. Nr opinião clo

"ntre;is;;;,- r;,r,:l^r]':.^:-ï.tïr tta concepçâo. rlo currícuto, ,lo, prngru_o;;;;; ;gros. revela JUStiltnente o oposto.

, No desen volvinrento proÍìssionrl do psjcdlogo e impoÍtante .,man_

:::^",11'::i,i'..: olhrrerperiôncirsr'orr.terbr*rrnËrs,ì,;ilji;;r.;;i.,,

uu:. ìcr rtosotlì... íE l). A caprrcidlrJe tje reiìetir é apontlJr conro exi_tcncrir piìrì o psiccjlogo que buscrr urniì novr inscrçl-Lo nrs or*"nir",àa".Reflexão no sentido filosóÍìco, t1e coercn.i", d. ..fi;;;ì;;ü;ï;de analítica e Iógica,

Exjge, também, unÌ exercício interproiÌssional. Conturío, os prolìs-sionlis psicülogos. rrJeìirr de pÍegiìrern rnregriÌçiio. iìberruÍJ. rcceDrivi,rruc. slo utn grupo c\trerniìmente Icchr(1o..(EJ).

, .Tll corno foi jnterpretirdo, o novo paradigma requer uma visãoplurllistit- com diinôsiçio plll repcnirr rrlrcrn,,,;r,'", "

uUor.tug*i .:Crì.

- r07

^lt,\ ìn( ü!or üncrlìtúcs nd PtLtlic't doç J'srcotoqos

; c Ja pessoa Lr míì ce rr íì'llïl':0": o*"Ï: lÏ"t;.ï

j:Ì::i:' ::ii""ilìn.ìiuí,luo .lu. e crírico de st tnestnt

'rrrrl ele se lirrrirrr (84) rrietórie de ttm enrtevislrdLr inuluiu it

F.m determiníìdo nìolnento iì I

,,".,"ï.r"",':ì;;;; i'op'lo ntg'lti.' t'n iúiviJides Je consulloÍirì Nest:

ì,i:;.il; i;i ,"io"r'ttii" rt frltr de prepr'o lara ÌiÌl decisâo o reìiìro e

(i'mPlelíìJo coln oulÍrrs requisitÔs:

..Você é sempre um grande vcntlcdor tle idéiiìs; qucr dizcr' a su:r mrtor

hitira"a";';;;'i;,;^' Yf ï::jÏ1ï*1""ï ;:ï:"ïJ::iì:::i:lïï;mâ coisa quc é tnnsív, u*utï:ïïiÏJ'oÏioi*o, ÍÌ", 0." "'*

'0""

rs oessoos resultlclos qLre :rs vr

,"a P",t"t'"' t Potsrm lociì' lE4ì

Os trechos âbaixo indicam algumas cnpncitações que a cscola de-

veria Prornover:

"Hojc vocô píccisr crc gente- quc"':'l;":".fi:':ïï;: :"J.:::iliiïfcÍccbeí o oulÍo leÍ cnr.ì1Úìl{Jr;;,:;.";"t

pcÌìsiÌrr sÍìher' forlsnro'ofiniio irìheir. \:rhcr cunlrr r"s' ì,^ ,^.^.";r i,rrìro Nõo,lc rcÍ umaonlrilfor c silbcí convcnctr

r..nhiìdor c um pcídcJor' Qucí Llizer' isso i eois'r h:iricr p"l't'ui.ll"-lì

:$;;;;;;i, ;"rcn\ol\cÍ '|n rnnon d' !iLlr' mJ\ t cscolr ÍìrirniÌnr niìo

l:;;;;";;"; t '"t""4"'i" "

n"t '"i'pnuto

o cnsino supeÌ io' (Eì3ì

,.EunãoenconlÍonoscllrfículosdÍì5lnculLìcdcscoitlÌsquede\cnVolvam

lïtiri'ir.ur", aìte""it " quc vão seí lunLlnmcntris I',"'1 tt' "i"l']lï:^ttll:

ï;;ï;;"];"'""' sc o indìvíduo ".t" t'""",:::'^1: -i:1Ï'lïìï,i.ï

li\cÍ Jomilìio tlo scu proprio 'nínn d3 suil ìs\lÌ'r\í'!i \ v '

entendcr iÌ sua própíia "toçtLo"oï'" "nttna"r 'r "'noçìn

clo oLllr(ì sc clc

não dcsenvolveÍ "ttnt f'totiria""Jr"i ou sc ele n:io l(ìÍ corìscrcnliTiìLlo^ìa

lÏ"*,ì.,".'"rr.. hrrhiìiJ:rdes elc víìi scr irlgrìim com \isio'scrn iì(Jo

Enìlr'. I r is:io i muitn ''*"ìï'... 1""f "1,11"'::::ï i:l:ïi",1',ïÏ:J:ïiH.":ï',':Ïi:: H"i;'lïiilïli 1"il:.,ï "'ï""'* comlanir hacrn"

(El3).

"Aquelc quc cresccu nâ profissão ó aqucic quc partiu pata a busca dc

corìhccirncnln rnìPlo voce '; ; ;;t;t f'r'n"jo r"ptod"'in'lo c rcpctinJo

nlodelos' Elc sclÌÌpre tem urn modelo' aclequrrJo ou i ldcqu'rdo O q!'le se

colocâ ó â nccessiclac]c o^ f,;|'1" t,outa".r" comcçiìl um clÌh'Jsl|mento.

o,rrotrc toJo fsicóloi:o ""*" 't'i"ì"'t""tr" iì ro'liì e ;io ìri uÌnfl poslrlr:ì dc

l,mpìirçi"'t':' olhccirncntor" t El()ì

Page 53: Texto Psicologos Areas

t08 Irs icó[ogo b rasìleìro; prtíticas enerple ntes e descçfi os

O avanço tecnológico das errpresas er,ìdcncia mais e nais a cleià-sagell] entre a formação universitlir.ia e as exigêncius clo rner.cado detrab.ìlho. Da parte dos recóm graduaclos, "eles não sabem netn o que queé empresa, nem onde conteçar" (E6). por outro lacìo, o acúrnulo cle expe_rìências daqueìes que se aposentam não se repõe corn lacilic.ìaclc. úrnadas entrevistadas vê a "aproxirnação desses exhcn.los', colno um segtnento prornissor de atividacles:

"Eu acho quc o Brâsil scsuc o mcsmo cxen.lplo clos EIJA. Então, o psicó_ìogo organizacionaÌ 1íÌmbóm tcm um nicho (le mercndo quc ó cnsinar esscsindivíduos que estão stindo a oÈreccr cssâ maluridâdc. essa cxpcriôncia,no ntcrcado. Nossa htbilidade nis organizaçõcs mais umt vez ó scr trâdu_tor de compoÍhmcntos. No íìrndo é isso ' (E9).

AtuiÌção antecipadora dos pr.ogramas de tluaìiihcle, plescntes nasrotinas atuais, sln tempos passados jí procuravam ',veÌ. cle que rììodot|unsíbrnltr aquela ttividade que estava sendo feita cotrro urn nteio prìl,iÌ ocrescitnento do outto" (E5). Dernandarrrn autopercepção rJo psicóìogoquiÌnto aÌs próplias potencialidades e preferênciíÌs. Nas atividÂdes deíìconseìhanento cle carreira, o conteúdo lessurge: .,Essa era a nrinharnaior habilidacle, eriÌ sel estrategista na iir.ea cle carreim. Eu gostavt... éisso que eu gosto cle fazer" (Eg).

Os culrículos dos cursos de psicologìa f{)riìm analisíìdos jnsul,icien_tes pala concluzir as ativiclades de aconselharnenlo tle curreir.a, ,,por.c1ue

não serve a experiência clínica. Ela poile ajuclar, cla pode aprimorar, rnasse você não tiver a experiência ern organìzaçao, você nío consegue fazergsse âconselhanìento. Você tglÌì que ter urna experiência cle orglnizaçitoe uma experiência cle tnercado cle trabíllho" (Ë,1).

Flabilidacies e conhecimentos necesszírios ao papel prolis-sìoml f.t>rarn iclenlificados cotDo "stbet licÌar cont pessoas que têlÌì uma situaçãode perda, saber tiÌaÌ pessoas cle unra situação cle crise e saber identificar.tendências; quel dizer, o inclivíduo qurndo estr no rnei,) do pr()ressopode ter grancìes crises cle deprcssão. Saber .sacar' e rììexer com issoiÌntes dele afundar na deprcssão" (E9). Tais atìvicludes podcm passar urnillalsa aparência de vinculação ì clínica tradicionaì: .,Não

clá Ìlârr pegaíuoÌa pessoa cle clínica e pôr aqui dcntlo (do serviço de atendirÌrenb).Tenr qlre ter viviclo enrpresa" (89).

As atividadçs cle prepar.ação pu.a aposentadoria rcquerenr .,bonr

senso. sensibilidade e estìldâÍ ÌnÌìit.ì sobre zÌs características clessa popuìação, uma populaçÍo de nrcia iclude para Íiente, e o processo clo tr.abalho

109

Nlo\rütrettns enrcrgelltcs tn llrdticd dos psicób8os

..,,, -r'LlDo. dc conJtrci" clo grupo" r' ri ^ irrì ':r-ie nc':cssiilirì "lel

ì "ì,,,,,,,ir.,..,

n rrc v *rr. u m,r tS.'X :lHlU;n:..Ïl lXÏ":'t:l.,rrir..r.ú rr'sutnir liris iìlrritlrr(Ks,tu;u ì""ìii ,r"iu.,n.n'n. No treinirrncnlollì, ,rrr",..n'" clc roiê con'luztr liil'i,.;;;'n;;;;." .'rs. voci l:,/ rrrìÌ3 ,.err'ì

t,,.. .,,f'" t1u" iìs c.i\lls sí{\ 1'\Úits ltivo'fE4).

,,ì.1..i''t". p"ntt" \o'ê lern!m (ìoJerr'"nr"Lit. .ontn.n. rp'cen'li''los nit

Existctrt noucrrs lrltblìn(Ìs'. i]l í.ìrn.,,"n,. ditr' os mor itnenlns

t''rcnlogi,, Soc;iìl ou OÍsiÌni/r''ïl'ì:Ji",t;;. ; i'.''o rrttibui sc o notne.'lc

",',.,i"'ì' ."n,t"tir"a"' t'l '*l:,:"" ';;',ì,"ï .",i"..1" no quiìrro e quinro

l.^l^.-.";.r de RH'' tnuit. cotnutr

.,il:'."'J::Ï,ì;-';; t':*..:*':'".1ìl:Ìlïiìt,,.,,ni,,,.ion"t e mrtito teitri

^ nÍôdÌrçiro rc:r.lirnrc:t "" 'ì;ì,..il úr." "

nr"" "",1i::" ì:,ï::,.. - h.i,\ (e conriì c,ìrn nìc\rriÌLl05 ;:a;,; ,i;;, f,,,,._"or,t.,:,:ljllì;,,,,o

,ì:,; ;;ì,, "',-'

cu'so Je.re'rt':r''lo' )J:" ,,.:;",; íÌssume e.rc prncl J,

,,an*",,,",,'"-' ( E l0 L conse'lrlcnI" Je ÀJ,ni,,i.rL,,ç,i,,.

,,., ,ncin ",npte..,,i,,l srìtr as e'cr-tr'" ',' .,^ --;,.,ìln,,o or!a,ri/ircionll 'lcl)cn-

o tolrrJc.irtrcrìlo J'ì idcnlr(riì(Ì( 'r'l]^^,- .:. rr'ì cenrr',r Jc cxcclôn-

,lc de "urrr cenrr'),le relcrincra.: ï1"ïì,;,ì-e rcterilci,,'.lEl.0l urrt

ciu. nrrs I'cl.r Incnôç lcn.Ì quc \çr ir""ìr,,.'"""' f,'i ercrnplilit:r'lotonrtt

eurro de rncstrr.lo e'l t.:.::::]'1"":i;; neto mcno, ,i|r r Je lug prrr

rurn possivel ccnrn' 'Ìe re Icre:t.ln,*"'..','l

..,ru.",,cloÍiì niìluliìl 'lr c\crr'

outriì:\ PessoiÌs mlnduetn scus i

tor,,"i" to'no for" tE l0)'

4. Discussão o:::*i;*ições dasistematizados e

literatura

-'ï'Ïi:lÏ;i iË".";''"q$ii:{ìi"Ï*jl

p,,,,ros co,".'us u,l. "t'*:Ïì:'l'*;iiàì." u" nrurçio c buscN

ras import'rrrtcs dc.:"TltïïÏ;:;: ^;iiia"a"t "'ni''o'"pt"-de tlnra visio ÍìlrrPliflda d

Page 54: Texto Psicologos Areas

I l0 psicólogo brasiLeiro; ptatticas emergetúes e LlesqÍ.ios

xas são agregadas na trqictória cle quern busca um desenrpc_nho renovado. A permanência no nível técnico, oo, oooln.r".siluaçio. dilìcrrlh ao psicrilogo percclrcr possibilid",f". Ji irr_serção, dc estar intcgrado no nível do planejamento estraiégi_co e o faz mantenedoÍ ao invés de agcltc dc nrudanças. Aslimitaçõcs são adyinrÌas da ffllta de p."po.o p".u p.ooor'no-vas atiyidades (geradas pela formação)

" pìlo aì"i,rt".""r"

pelas atividades de aplicação rta psicoiogio no. o.goni"olàà..

. Tupinambri ( l9g7). corn brse em Weil ( iq72). diviJe r evoluçrioda Psicologia OrganizacionaÌ no Brasil em qun,- irã,

" i"r"ì."fi.i

nar, coÌn fbrte ênÍase psiconétrica; a fase psicotécnica e n f"r. ",iu*"iu_naÌ do_keinamento_nas organizaçòes. caracerizr.las p"l; ;.:;i;,

expansão dos tnétoclos utilizados na fase anterior; "

u fir" pri"orro.iltO_gica, onde se destiìcam a a<1oção de procedimenros .rr".';;ã;;r;.,posteriormente, as estratégiâs de tlesen volvirre nro *g_ir""iurtal 1dO),com a busca de comprornet jr.ìento efeti vu .ro, .lirig"nrl,,1" ;.g;,ìiroâ.

..4 história da psicologia no Brasjj tern ,iao' r."ru,ni.t,, .ïn cllìãrru,trabalhos, principalmente en dissertaçÒes e teses (Cjl, fSSZ; Crochik, üiS;e outros). O desenvolvimento da psieologra, em nívcÌ ,nun,lint, *^oJìuu:t rapidl intJust_r illizrç.ìo LJesencrrJea,la nã inicio ..lcsre s.,cuto.

No Brasil, a crise cafeeira dos anos 20 ptenunciou nrudanças estru_turais desdobr.adas

.oolÌì o rompimento da rnonocuitur.a. A, nn'u", or""_sõc' ,-io mcrctdo irrrpuscrlrn rr cliversilicrçio.h....rri"i.l:;,1c, l;;Jr:;r.Deçte ntodo. ls murìançls na inl-rr estrutur:r econònricl plsslfirrn rr eriqirrnrior-1-urJiIic.çrìo e r.Ìivcrsitìcrrçio cla torça oe rrrurnro ifl;";,,;. ,;;;f- ,No

inriio dar rririt|r,.les tle rplicrçio clir psicolopirr ",,,rïb"liro,

nurJ'iìirr. íì qlrrrrÍrcrçio de prorìsrionlris corno espccirristrrs dr irel corne_çou com a Íbrrnação de psicotécnicos. psicotécnico era o

"",rr" "i, iUr,ia,,

ao proÍìssional que aplicava os conhecimentos da psicoÌogia;t'rJ;lh;, ^-^.

A E_scola de SocioÌogia e política cle Sio paulo, emï9j; ô;;;;,,,l?f0]l ",

t*,,,rj" de Orsrnizrçìo Racionat do r_Urr," _lOõnr,""rnòir(r r-luro. e o tnstrturo de Seìeçìo e Orientação prolìssionaÌ, da Funrla-ção Cetúlio Vargas - FGV, no Rio cle Janeiro (C jl,l9g2), i;;;;;i;;1:: :L" l"'.r^';" a prcpiì.çiìo cios protìssionìis ,,"", ;,, ;;;",,; ;;;;cnllÌìrìLlos p5ì{otccni(.os

- errr gr;rn.le plrte. enpenlreiro. quc se deJict_vam aos problemas do ajustamento hum:ìno ao traballìo

A década de 50 marcou efetivamente.,o srrrgimento da psjcologiaJnclustrial ou clo Tr.abalho, por obra cle nuU"rto Vr"rg", n. Mì;;;;,oiË;,

lvlorinentos enxergentes na prótíca (los ltsicólogos 11 1

rìcuy Katzenstein " o.,*^'9: d:,.u.ji"ï,"::ïï:'ftìÌ,ï:::"lï iÏï:ï

','.trruiçòc. e rutores

.

cle.. tc xt 31 J']l.nti. fqtS. f.:f Zxf.

,ì ,\ esiruturxs universitrrrrxs tt'"'ïïi"r","t'"" Oo Trabalho acentuou-

A r'o solirìlçio rlr PricolnÈin l"!i::'"' :ï:.ï',,'ï,, j',,n,.urro 't'

\rr ir Jécida de 50 c"nlorlnc Pts\oli ( loSb) ni LSP cL'ttt "tlnt ctttso '

ìì.i1""-ì.ìi"'rr'"l nào obrigrtór'io etn lq50 (n 2R)'

móíJios dc Psicologi0 OÍgânizrcionrl no

É ìntcrcsronlc noÌrr quc os l'l':^:;: ",,".." .ro cìrcriro rc.rdômico As

Bríì'il rcm ocoíõncir *"llll],t"Ï:lì:''"ìï;*.r",i o i".'.'n"n,o olì 'l'"''Díessoes do dcscnvolvimcnlo tn'"'"'' 1,,_ . ^-r^ ^,";",,trrmcnrc

rerJu-

p.rrr con'umo próprio :'lÏ::'""":i^"i:"Ïìïi rìrì " i" . r,i i.*," .. "'

e*dciri. dissoci:ìndo o lriìD;llrrtì 'rr'ru'""'"\",rãa.

no ta.to,1 cmnrcsiÌ. lôrnizrçõcs. Es.r disiociiìcio, fod( sc'

ïïrì'" *" otrr'* c noÍqur freÍìiìÍxqu" ."nto,n" xquilo quc eliì.lìíoF ri,ï.,

ì" i-" U '

urriueisidoJc porqrrc

"n'log"n"'ntnl" o'.t":,' q"11:ì;;,

;"ì,;.s .,rìviJ:ìcles ccJJêmicr\ c irs

saìo Íiìrrs iìs vinculilç'ìcs veÍdiì

âtividades coticlianas das orglnizações (Zanclli' Ì992' p 7)'

Tem sido corÌìurn' entre aqueles que "'::ïl':::::":,:ïi;1"1";prol issionats díì Psicolosirì lÌ",",:t"'l:Ïrïïì,'i,,. i""'" I"i.',"t o. **pr.ernêucia de urnx xtuiìçio qY*'irl,

ï..ri,ìl oe Mrlvczzi ( IqTB r conìo

üe\so LlÈ mud:ìnça D'."'"Ì"'''"lil::;.;';":;.i;. pelo psicúlogo prorrs

um marco das denúncias do PaPe

sional de recursos humanos .as""""'Ë," o"ïu.^n,:'""lllï: yïr'",""Í:Jt"tïïf'::'l ;j:uïlJilïl"^'.orgrnizaçòes 'delinirm n* t 1l:";;;SìJof i".,,g"nir".ion,'l ou ,.úJ.ni"o" tp. lfrt t...; rti cheglnnos ' ^,^,.,"^.. i^ ?f I Acresccnliì que. no

rnçntrl no trrbrlho' n ""'t" t:"j';;ï';Ï:r.

". ,"n'i,lo ,,lc I Psicologirrnornenlo. os prpeis t"*"ç,""1,'ir,;.;ì;,'.'1ioiç ui*er''o, utn rnonÌento

li,1l,ï11ïlï: ;il:ï:ì, i': JJI',.:ì;.:.'i;"'r' "n'.. n' i p..çi'o

:l'1 1;f it "e i

"

do r.rbrlho'lrs teo'ias..1",''T srnì':ïì:t: l:"X,::':;.1::",ï]ïrìï;isro. Eslattt,rç emarìcìpiÌuu\ ''i,"ìiìï"ì,.,: U vrrnos enconrríÌr psi( olo-

::ï:::ï"ï:ï:"i5';""*ï:1"],:il;Ï'"pì in..rp"r'*n'' iì(rucr.sìoje (rc'

ìirna.hs pclo rítulo de srúde n'tnt"i nn r'"uttt'o ::.1::ìl:;;:*""'t tt

t"ã, i,,s .Je or';"nizrçrio t ltnbétn fìiì\siìm n(ìI

A Ìriìnsiçio no cnloquc ol Pslcol'''gi't ln'lurtrirl' colto err conhcei-

u" "",ilil:'"ì;ï;'""'" n'i.o'oto orgrnizrrcional jri tndicrra I preocu'

plção clos psicólogos "o'" o'-t'pttin' ln crocstluturlis detenÌìlnantes

Page 55: Texto Psicologos Areas

das ações hunttnas no ambiente cle trabalho. Agora, lmbiciona_se untpsicólogo aruando no nível do estabrlecim.",n ,f.'"ri,l",isi, .f" "oìr"rtoria para os vários escalões, clirigindo_se prro oU.;.tiuor-J" iu.r", __,"e longo alcance e na busca de unr tr.abalhador e uía

""f,"r" ".g_ir*i,naÌ em novOs padÍões.

,.,^-.^9 O"r"n u:lu, rnen to Orglnizaciorral (DO), destacaclo ern nosso am_orenÌe ernf resÍ rirr -xté pouçq 19'rta, sinaÌizava a irnportân"ia ,re inter.u"n_

çoes no navel do plrrnejrrrrento orplniz:rcir.,nrl. O L',ço 11s "",i]ir.,.

q,," ,"encaminha dos processos indivicluars ou mrcrossociajs (conìo nos estudosde percepção interpessoâl) pan os Íàtores,f" Ainr"nro", ,,,oir'.i.n.cil"rr,que tên responsabilicÌacle nos processcrs sociais clue vão se "onrr*indo,aparecem etn pubÌicações col.ro French, BcÌl & Zawacki (1989i;ì.;;,r"

tcnt ilo pliÌno eslrutu|fl1 d;r orgrniz;tçl.ro.Do planejanrento cìe recursos humanos ao planejanìcnto estfatégicomais abrangente, o psicólogo _ entu.e os protìssionais cle RH _ tbicompelido a dar contribuicõcs e incluir essas

"1"i","ì0"ì ""ì,ì* ,,fvidadcs. Passaram-s. " "onri,l"ru,

proJeçòcs relativas à tbrça de tr.abrlho

:l;llï" ci,nr As nrel:rs ,les"irj".l,"l,r "rg.";r,,ç,

à ;;;;ì,;;;;Jl:(,ç. j urn()u_se fìtolre\st!rrnenlc nc.erslirirr f,enr:rI o nurnL,ro e nos liloscle pessoas' nos ru-uares e conÍìguraçues tuturas do anrbiente de triìba_lho, serr que se perca cle vista "

i.,u,."" O"ì-r"f "ç;;;;;;il;,ïi: "a organização. Estreitn*se o elo entrc o plane.lamento d"r;;;;;;;; ,plancjanento de recursos humanos. Lnpôs_se"" *."r"ia",i" ?Ë rrïr"_modelos prra o cnrendinìcnto de cornô ôc "^-.^;-::::-::: :;: ,"") _

crr os inrìuencian e ;;ffi;;;.::ïil:":ï:ï:ï[ïj1::: 1,."j"ÍïÍamplo.

. As atìvidacles de RH rec;uerem, mais e mais, uua visào clo coniurr-to- que repÌesentarn as trocas internrs ,to urg"ulr"çin . .o;; ,r;,,ì;lJ,i;Mattos (1991) fala no rnodelo relacional .",;" r,;;;p;;;;';;r;.";:.prrr enÍbque clo Íènónreno emnresariai: .."n-é: ,1" ;;;i;".d;;; ,renlidrde corrrn um r,,Jo dinirrr'ie.,. etìt conlinuiì interrçìo ç desen\olvl_nrento" (p.3). euanto aos valores.

sestào reviLrìì o 1ì",,upo. n r"ì;,;;;ï:J;Jiil:i::ï:,ïj',jï:ï,.ji:prrrrvni. No enmnro. noç cur.so\ cÍe pricolrrgir.i",Í,, n;J",;;;,';;;,,,ï;.à,,utiÌitaristiì e i nstrulnentiÌI.

- os.psicórogos que encontmn aiÍicurclades para anrpriar suas co.cri-

ções lìrolission.i\ no iìrnbrto jÌcl,j;rnos n,o.eros,r" ur""ç:i" d; ;;;;;';:ï,"::ïï:ï:li,ïiffi;::H].ïltos ou insrrunìcnros. Isto pa,"cJ Ieuar a a.r",np"ni.,nr',1u".ìi"i;,*"".'il:,

112 . Psitólogo brasileit.o: próÌiccrs emergentes e tlcsafiot l (,\)imentos etnergetttes na prtilica tlos psicólogos 113

rtLriÌção consistente depentle, alérn clc' preparo lnris lprolundcd e segulo

,t,, pìicotogo. rJe ulnl rcesltuturuç5o forrrtll 'l:t çlnlìrc\iÌ c tlo estirbele(l'

,u"nto d" unt" cultura que pennita tnis mudanças Nao basta copiar ou

queler atendsr a uln nlodismo.

Ao observar os padrões cle clesempenlro cJos profissionais' .ainrla

pocle-se perceber qu" olgrn, se sentem ou se identificam conro psicólo-

gos por atributos inuito limitaclos Assinr se dá na utilização dos testes

i,.i,ológicos ou instrumento' qLte. no passldo' sobtcssrírtn nas rtribui-

ç,'es,Jos proli.sionlis rJ:t Psicologirr' cunlunJindo-se colno trilço Prìno-

ial cle sua iclentidade. A situação perdura em muitos contextos e' ao luglr

Ito "r"npo

clássico, çolocrm àrn clúvida a própria identidade do psicólo-

go. Calvão ( 1987) consiclera que, na lealidade brasileila' "a inragem clue

i, próprio psicólogo ten cie sua iclentidade profissional é produto de un'ì

pri..i* O" rur-,ição recontreciclamente distorcido' segnÌentado e insuÍi-

ciente" (p. 308).

Pensar sobre o exelcício cìe uma ptolìssão implica en consiclerar'

no plano inclividual, o processo cle socialização profissionnl que estabele-

ce as capacitações, atitudes I crenças dos seus integlantes e o ttrodo como

o co-unidade profissioniìl estrutura-se e fìnciona O processo conÍ1ui no

cstabelecimento de uma identidade, por defìnìção' cotÌìum ao segmento'

lespaldada nas instituições que a representam No Brasil' a identidade do

pri"ólogo qu" trabalha nas organizações de trabalho é frígil' a ponto de

os integ"rantes do segmento muitas vezes autodenomiram-se profìssionais

.1" r""ti.so, hurnanos, sem Íhzer questão ou cìesprezando suas especifici-

dades. Langenbach & Negreilos (1988) ressaltarn tambéln outras ocasii)

", "t qu" ã profissionaì ãa Psicologia diz que "niro se sente psicólogo"

(p.96).

4.2. Permanccem incipientes as intervenções condnzidas por psi-

cólogos cm aspcctos tla írrca que reccbem muita atcnção em

ouìros países; corno exemplos' os acidcntes no trabalho c as

atividaâcs vinculadas à Ilrgonomia' AtiYidades corriqueiras

cnr outras culturas são linda vistas corno crnergentcs e servi'

ços noYos dcntro da rotina de RH são, Ìia dc regra' propostos

pela organização. Um exenplo foi encontrado nos prograrnas

ãe prcporação para aposentadoria' Ao longo da história da

área cm nosso país cstamos sujeitos aos modismos e às impor-

tâções inrpostas ou absorvidas sem maior crílica'

Page 56: Texto Psicologos Areas

I 14 Psícólctgo bra,sileìro: prtíticas enxeryentes e desaficts

Carvalho (1988, p. 228) mostrir que a iírea Organizacionirl é carac-terizada, prioritarian-Ìente, por atividades relacionadas ao Recrutanlento eSe)eção, Acompanharnento de PessoaÌ, Treinamento e Análise de Fun-ção. Contudo, sabemos, espera-se do psicólogo, como dos outros profis-sionáìis, dentro das organizações de trabalho, idéias criativas e úteis. Re-tribui-se à criatividacle e às inovações conforme as leis cle mercado.

Criatividade e inovação dependem de embasalnento rnetodoÌógico,senso crítico e interesse pelo trabalho realizado. Ainda mais, as propostasde mudança que pretendemos dependem, em prÌncípio, da crítica e doquestionamento da tìnaÌidade da atuação. Acredita-se em atividades cria-doras que possâm gerar algo novo e de valor dentro da cultura em que éproduzido. Cultura em unr sentido ampliaclo. Criatividíìde e inovação,pofianto, que possam colocar a ciência e a tecnologia a serviço da solu-ção dos problemas enfi'entados por um imenso contingente de pessoas,que talvez possamos resuntir em temÌos de melhoria da qualidade clevida.

A fomação, como se encontÍiÌ! coloca um problema que nos pare-ce grave. O psicólogo, enquanto pessoa que sofre a ação de um conjuntode fatores, de um lado Íbrçando seu ingresso, de outro mal preparanclo epredispondo negativamente para o exercício nâs organizações, acabacomo unr dos grandes prejudicados na cadeia de eventos. Como imagi-nar, en média, Ievando em conta as dificuldades e a precária formaçãoque se tem nos cursos, um psicólogo organizacional crítico, capaz deinteragir competentemente com outros proÍìssionais e ser jnovador?

Retornamos aos argumentos apfesentados em ZanelÌi ( 1992):

"Agir criativâmente, no nosso caso, dcpende dc atjngir certa maturidacleintelectual para anâlìsar os fenômenos sob múltiplas óticas e de nìoclocútico. Dependc dc confrontaìa conslantemente iìs teorias e a realidaate deaplicação, do domínio dc procedimcntos e métodos pâía âboÍdar essarealidadc e de desenvolver novas formas de investigdção. É preciso estaÍatualizado com um fluxo dinâmico de idéias quc.coìoca em rápida obso-lescôncia inlormaçõcs anteriores. Pensar inovadora e criativamente nãodepende âpcnas de queÍc. fazêlo" (p. I93).

Quanto à Ergonomia, tcm estreita proximidade e apresenta-secomo antecessorâ dos movimentos de Saúde MentaÌ no Trabalho. NadeÍinição de Fisher & Paraguay (1989) "cabe à Ergonomia analisar asinter-relâções existentes entfe as condições de trabalho e o confofto,segurança e eficácia no trabalho" (p. 20). Também conhecida como estu-

Movinlenlos entergentes tn prritica dos psicólogos 115

rn .ros f:rrorcs r, unr,,l":.:l_ ill"ll;juï: i.:ll;iì;: j ;"ïil:ii:";:miu lbrrnge "tanto il prevenqru '5

ì;J"il;, ;;;" " pt'quì" t suiÌs nplicirci'ec' I P 4ì

""*'';";";""j" ir l\rescnqiì de profissionris oriunLlo\ Jiì rstc'-tt111r

.",* ï;lì,".;,ïï' u"l'iì r' i"'-'.i*'t''"'ìlf .tï:,ï:ì':.j"trïìì,"'J'i'ïi:;

drder tle Ergonomir rn8Ìo-srxont"', às.;. rr, N. Br.:rsil. ir piÌrÌi(ipiÌ

iìpresenrirdo por Fisher & l"liCYll.1;';;,11.n. .rgunO,,,i.o e biÌsriìrìle

çìio clos psicdlolos ern iÌlividiÌ(les. uu rìïr'i,ìì,,',oïo".i. conru nr rpli-

retluzir.ll, tanto etn pesquislts ltcrdc

cação direta;

"Poucos psicórogos' p"""'o"li:,i'"-:Ï:,:::l:':iliÏ: Ï:ïï'"",'J"Ï::csç:r ;ircr t Ergonomirì lo'lt:t ],'-ï:""."ï;

",,"" ì"- *"n" prccnchìJo

,ni. o quc d:i rrm csprço 'l)il;,iii]'::":ï uì. iniu,,,i,i" " "|lg.-blsic.rrncnrc fìcl'ìs rniLlico\ (io tfrÌrino ::"']^ ì- ' ;";'." mcntrl. mc

nhciros \'l vcr'Ll ldc vcmos engcnhcirÔi iììiìnLlo Llc tl'rbiìllÌo mcnl_rì r

liiì1."ì.,*" o" n,ì""^,":lÍ",,: i,'"':.ï;,liiiJ :ï : ji""ïïiì"1'iïl-

lhrndo com pÍocessos cognÌrrvos: l'l*:-"'ll: :^-:,,"- '."in,tisr dn

ilÏ:""u*'il"'";'Ìmenã dr psicorosir' :Ï:,,1ï:::ii'ï:i'::"-fsì!drogo No en .,n,o

, "l:l tlìïïlì1i,,,ìi,jrl o

',;, "" '

lcil.r por ouìr'u* prollssronrrls I

AsDecros Íeliìlivos i Srúde Mcntrl no Trrbrllro - -r últitna no-

,""".,;ììÏ:,:;;ì;''n" t' ptl"u"' rle Mrlrerzi 11002 p 77ì - de\ern

"' tìfiot"oot tt mrior profun'JrdlJeuo

. n"...r0, i,rr.nrc interdisciPli-Trata-se tle um camPo aln(

nar. Silva (1986) elucida que as denominrçòes segtrintes retèfenl-se o'ìsr-

câmente aos efeìtos psíquicos e psicossotnáticos do'trabllho: esttesse

ïil:li: #;";',," I'i'l'it;'^ ïlil,ïï l:ïïÌll,ìl"il,ï.llli;l::fJ":";;t.rt e frtligr pato)rlgiclt' lensco líìoorirr' E *'ll

^:-:,...".rnrenientcs Jcvitla laboral. Os conceitos que emergiram rc campo são provenlent(

n.'a"i*; .5"r11,,,,,,,,,,,,,,,,i1i'

Ì."- ï:::l: :;jJ::ïli,ï:. ".,,." ".

n".sr.res Je siìúrre

Snink ( Io'J2ì rlrrrìr:ì que ,-,,1,,",,.,t,.) rr"brlltott-t"nt"i'',,r'"*'"u"çoe' p'ic"t'om'irìc"s e celliìs ciìruclelt'llçlÌs (lô Iríìl

:Ht'a; Ë;il" e tem sido rl"'nonstratla nrs tnris diversN c:ìlegorras

ocuDccionlis. orgrnizrçoe' p"'tã' t '"gitt'"' políticos'r.p a.l.L O envol

vimento colÌl (lucstòe\ que rtntì''t tì'titit"t os elos entle cerl's conlli'

cões de trabalho e clesorclens ttï-noiu'"'n psicológìca e psicossomática'

Lno irnbito da psicoÌogia ""

gr*iiì."tti.l. recenie retrrdrrlo rrrnlo pelr

1""ïroï" ï" '"ttrçuo dã d"b^t" sobre conJiçòes de trabxlho e slúde ocu

Page 57: Texto Psicologos Areas

I16 Psicólo,go bra,rìlciro: prútic.ts e lergetúes e desortos 14or,ìnenÍos emerge lcs tÌa PríÍica dos PSìcólogos 1t7

pode geraÍ clenlro clo signi|ìcado da culltlÍÂ orgânizacional intplícita Fi-

nalmcntc implicl busciÌ1 junto com trabâlhadores, engcnhciros e dcmâis

proljssionâis caminhos cxpcrimentais ditcrentes e soluções próprils que

rìuncâ tcrão â caÍÂctcrística dc um livro dc recc;tâs" (Spink,1992' p 98)

"Ao questioniìr â rclaìção triìbalho, sâÍldc mcntal e organizlção cstamos dc

lato qucstionanclo ir socicdadc, stliÌ dircção, scus vâìorcs, sua estrutllíâ dc

podcr e a sua dclìnição dc cidadaniiì com base no cngíìjrmento na suâ

pÍiitic.ì cotidiiìnâ. Scm dúvidâ, o t.einamcnto paÍa ÌidaÍ com essas queslões

de manciriÌ irÌtivrì na sitLìiìção dc mudança niÌo liìz paÍtc diÌ lbÍlnaçio prolis-

siooal do psicólogo ou de clualqucr outro prolissioÌÌaìl ncssc oarnpo"

(Spink,1992, p. 99- 100).

A.iocosa alusão de Spink (1992), serve conÌo sério aletta prrd

todos a.Ìueles que de algutn rnodo têÌn resPonsabilidiÌdes no preP!ìro de

psicólogos, que legalmente tornam-se habilitados ao exercícìo dr prolìs-

são, incÌusive el)r ernprests: "trabllhar com o fenônìeno organizacional

sem uma Íèrlamenta analítica adecluada e sem unla prática enl lidar colÌÌ

nuclança em situações bastante conllitiìntes, é entrar ntjâula do leão colÌì

urn pires cle leite na mão" (p. 913).

A Psicologia do Trânsito é utÌÌ segmento da ár'ea Ocupacional'julgado de inclusão pertinente nos limites aclui estabelecidos, enlbota

nenhum psicólogo diretamente vinculaclo ao segmento tenha sido enhe-

vistado niì presente pesquisa.

Os anos de 86 a 89 tbrarn marcados pelo envolvimento de conse-

lheiÍos e c4)erts em Psicologia do Trânsito, clesìgnados pelo CFP para

estudar e propor soluções Íelativas ao lssunto junto aos órgãos estâduais

e nacjonais de trânsito, betn como reÍletir sobrc o papel do psicólogo nas

referidas atividacles. Assim, questionou-se a aplicaçao dos psìcotécnicos

como prítica predonìinante para minorar os graves problernas do trânsi-

to. Considcrou-se que "a atuação do psìcólogo na questão do trânsito

deve estar voltada para a redução dos altos índices de acidentes" (Hrnto-

wer, 198ó, p. l9). Tarnbérn nessas atividades são necessírias a integrrçiro

corn diversos profissionais e a produção de pescluisas que orientetn os

ór'gãos públicos. Hantower (1986) aPonta "uma ÍÌÌlta de informação mui-

to gmnde" sobre as atividades entle os próprios psicólogos, no nível

teórico e no nível prítico. "Poderia ser ltita a proposh de criar a cadeira

de PsicoÌogia do Trânsito nos cursos de graduação, mas nilo haveriitprolessores jí prcplretdos que viessem a Íbrmar os alunos par trabalha-

rem nessa írea" (p. 20).

piìcioniìÌ qurnto peh rencléncp.rcologi:r gercnci;rl. oro., u,,]l

j,J.9'icoloi;r' I sc vollrrr' oriÌ ,. urníÌM, i,

";"" ".. ;;;'i;;nï: :::Ït pr'rrciì t linrcr (le corrsultúrio' /^. c)3).

srrtto rcconhet cr o dibi,o ,J" ,,.*l:tl:ì .prcciç;ìm conlirìuír' po"'n t'ntt.t-

j1o^:,ui o,l, r., p,Jì"::'"0"' "ç'uÌ;lï: lj;:i:ì,J:,,:il,1j:,;::1,:,: ,,,.'.

mroloÊrco) qrriìnto no nÍvel Ìnr,.rô tà^ t,^,^..- .-1'.itJc-pesqursir, c\oJucÍtì iìle uIt Don

" irírrirrrrcrrlo lnútvr(lu:rlr. s

'n.,t. To.n"-'" ,.tiÍ,;;i;:1,i.ï:::l' (rrre "urrr vicrro 'un,"ç,, " ," ,oìì

zi,er çìc n11ur.ç7x ".i"0",àì,ì".",1''"t

trrttrhnçrs cor(rcÍiìi. iE" po, ,..-volr irnenrrr ,i" ,,;;"";';;;,;.,Ltc

cunlr.' polúico ici.,:1,;gi.o. án Jcs,.rrr r nprer ncn liìçiìo. rn dc cone\io ou tl;ìs .'5lrulëgirs Je

Face ao aumonto cÌa biblir

'n"nt"l " t'ol'olr'n"J;;;';'::l::':i:i :specielizr.h etn rorno cie saútre

miricns crru 'i,r"ç,-"; ,Ë;;;"i;ì 'ï--li":T':: p'icoróFic.s e psicosso-

eferivamenrc ..";,;;;" ;;ï ",ì.

5prnk fl992. p. 0jr pergunrn ,e esrjnar cunriçòcs ,r. ,;.;;;;;

" ,;::i:ï1,ï::,::,: d5 m,rrd,rnÇa1u merhorir

quc o ap:rreeitnento dc dç.hitlcs e ^l'rrcil ír(lrilnÍe /n q.ì,.Lc. tento e rcqtlito- nn tìr,,.iì ^-

rnÌere\es peliì rcrniiÍiciì tell) si,lo,e.an-r;,1 csr;ìdo.

" ."ìi""ii ,ìJi.ilïl'i '"'l: hÍorcs que . onrrib'crn l)Iriìciuuncln voÍrrr1,r,,,,,,,,^

"j,,"-i]']:.1 na ptrit.ic;t elirri,:t dc .,,n,ulr,iri'

",gin scrcne i;rl ';"1;;;,ì ;'il;í::.olÌ 1"1 n''".,'n""'nenr(' ri,r;' ,r psic;t(,

a."rrlrr dc u,n. "r,ì,.r.lì .j".",,1 llt:'lt'' l':l

ern. Rllr' Â1'or't.. trnrbenr.trivcl nì:rcrô,.nia",ni"ìlr;.",

"ï'lrlt tle tne'lio.:rlern,c" Íl) o7) (.nrrc o

qu" l"citirrr;r'a pì,';;ilï;1": l:r-rnr(Ìo rJo r|irrrrlìcnríì inrlir itlurrir.

persunta e, "r **rtJì, -"ï"Ïï,":.|"^*Ït:f tj",ot. trubaiho. Resumincro,

essns questóes ,'o j;"-"-,tiì"""- ",como_se

lrirbìlllriì prttir^,rttt,tttc, comde porerr que

" p,.i.,;r"s" .ì ;rii:,:::Ï::::

Iirnitir-tlos tcspeci;rlmenre osnortncis? o' .trurot pr"ï".,, ïoìl-::" 't'n nos serrs plpéis dc trrbulhoo débjto de

"oa" ,r"'" oì"iïr.r" ,llit':l' o"tut é necess:iri. reconhecer

rìr'1e"Íênr,rsc r;icl;;ffi; ;ì;i.,':i,ïï:,,,0ï1. i ïii.,0,,,,. dr q.:ìr iaz

Do,s recortes do te\to de .Srítenrenìo{ pn.ir neces,;idrr1es,,,".;tj::-l 1:t'ip:rrccern ürúis nirriÌ (l.eforrnlçrio: 'i-' rL lornlln

'iì(lil ve,' rr.ri( pr"n,"u,a,,'n"

"presÍirr cnçio ir orgíniziìçào (,c( rn qrre riucrirs ,;o .p,"g,,,t..

". .,11ìl1i'f" "t -' imllic r '.lr.rli\:ìr ir formr

l,nfricâ riìmbc,n qui,,,:;:; ,ì';.::l]: tüc'' c e*rls cm f;rl,iis dc rrih.r,o

( oordcnados. , ,."'.ììnìi,J.ï".,1Ï'lcrrrì como o\ n''fci. dc tr'r,rltr,, ,r,o

mcnrc com iì\ ".'r, t.u,i ,r"r ì.ïll-ïlrsrc f'rla :ls nr\roir\ Ii.li,Ícrn cítrivjlìtes no trilhiìlho c il\ lìlsiecl.rrics qLrc isso

Page 58: Texto Psicologos Areas

1 18 psicólogo brasileiro: prríÍiccts emergcntes e desctfios

Rozesrraten (191ì6) deixou cltem rnte'co'éneias cle ;;;";:;11" o" os problernas do trânsito relle-.r. . r,,r.,r*

";;;;; ;. ;:;:ïl ; j;:'iïf :ï :i; :lïüïï1,' iïllill;atguern iìpto ou inapto para a acuiçào Por ourro

'"0;.ïioï;;ilÏtstç;ro tiir crncirr nacionrl rlc huiilìr-

ourr com riìrs quesròes: lo polenciirl da Psicologir parr conlÍi-

"O psicólogo dispòc dc competélIodo tm coniunro o" .,i",j"*]tÏlll,li( o-prolis\ionjìl fa'r Jercnvolverhojc cm vinu.le o" ,,,n" i"rï,ì-ì ^']i.'lls,ao

lrinrilo nouco vrloriziÌdas.

'iedrdc lcgrt o";;;ì:ï;::,iue rcndc íÌ rimir'rr \uJ a(io: iì obrigj,ro-

"rt,"oo , .n,'*ia"rìç,i;;:';;;: :" prrjr sclcçìo de mnrori't '' tem"dili

Nelo. Í086. p. zq:ì. '' " "' -"" 's nos<ibilidJLlc5 Llc inrcrvenç;io í sollcro

4.3. Instrumentos tradicionaisprcúados como unr ,tn", o""lÏl

os. testes psicoló8icos' inler-aÍrás. ainda n';;;;;;;,"ï,L:dcr

dos psicóloeos cm <lócarlas

aos ou aaquiJenr iï'.ï"ï ill'-lllto:' esíão sendo altandona-

dimentos ; ;;;il.,O ïr"rgnrt icado no conjunro dos proce_

cólogo roi ";;l'r'"ìï"";J#': lradicional dc atuaçâo io psi-

, "*;Ì, ;;;; ;;; il# l_ iïf; l,,ii.:,11,ï:ï ïlïïl:poe unra participação e tranriuot. I i.o"u.ïìï" ' " dxsparcncia nas rotinas adminislra-,i",1"

" ;,i;;;s;;oïll.ill"'0"'"' inovador acaba conrrrr'órgÍos ie Rr{.;-;;;;;ï:,d".ílc

lidcrarrça' na coordenação dc

Ìi^ì11 1:'"*.". ;;;;;;,ì"ï:Xlïï,ï:ïffiïil,ïil:%:orgaos de RIi têm se torn{ìdprcsitlência. .";';";;;;Ï:-1i::'o',do asscssoric diretâ daque passam a lcr inscrçâo

",:::"lt.' 'd* podcr' na metlida cm

rnudança ".;";';;ilÏ.";l;ats

a.mola no plancinnrcnto e nad""ç" ;;;"ï;;;;'rïilï;"iï" esrariâ impri(ando unra mtr-sumc o papcr dc consurror..;:Ï1,:"t"'

agora o psicólogo as-

'"çru ao "à,,"JLì;ïil:;:lÏ":."f"sa a.municiar a organi'

"^ig" ao p,i.oiogï;,;:;;;;i'Ï ' L'c scu lado' a orgatrizaçâo

buicôcs- . Oye os r.,sullados tle suas conlri_

ll.,lovinentos energenles na Prdlic1 dos psicólog'os 9

lécnica existe como suporte para o desenvolvimento das pessoas e da

organização" (p.41). Instrumentos tradicionais como os testes psicológi

.o! e as entrevistns passaln a ser utilizados para atendeÍ aos inteÍesses do

clientg, no sentido de promover o autoconllecimento' e não mais como

um recurso restrito às mãos do psicólogo, coIno era comum na seleção cle

pessoaÌ.

Procedimentos em uso há tlécadas, como a pescluisa/açÍo, conti-

nuam agora praticaclos de diferentes maneiras, em projetos inovadores e

ajustaclãs aoi problemas que surgem, em Âtendimento às expectativas

alora ambicionadas para as organizações (Elden & Chisholm' 1993) No

ciso da pesquisa-açito, por incluir a idéia de participação em sua essência

e descle as suas origens, torna natural a emergência de novas variedades

deste tipo de pesquisâ.

Se o psicólogo, no exercício das atividades nas organizações de

trabalho, pretende deslocar parcela do poder, ainda que pequen4 aos

níveis menos favorecidos na hierarquia organizacional, dependerá de sua

própria competência e habilidade em ascender para posições de influên--ia-

Ou se;a, a possibiliclade de se tornar um agente de transfonnação

clepende di ocupar posições de liderança e não ficar limitado, nas pala-

u.as cle u- dos participantes da presente pesquisa, "ao cluadradinho da

Seleção".As atividades do psicólogo que extrapolam o nível técnico quase

geralmente são âcompanhâclas de uma pressão para tlansitar para níveis

administrativos, em postos de liderança. Carvalho (1988) demonstra o

ìncremento das atividades administrativas na medida em que o papel do

psicólogo adquire legitimidade e rcconhecimento. Existe clara concor-

àância entre os enttevistados quanto ao aumento nas possibilidades de

ação que decorrem da ocupação de postos de liderança. Outro Ponto de

"ãn"or,lân"io cliz respeito à necessidatle de clarificação de seu papel

como um agente de mudanças dentro das organizações, da busca conli-

nuada de relações interprofissionais, da análise gÌobalizada, em interven-

ções inteÌdependentes e participativas.

As premissas dos proÇedimentos ou Íbrma de atuação defendidos

pelos psicólogos profissionais nas organizações fundamentam-se, via cle

reg.u, no conceito de clemocracia organizacional, em protnover concli-

ções para cada participante da comunidade de trabalho apreender sua

inserção nas relações com o grupo e as relações do grupo com a estrutura

organizativa e com a sociedade. Contudo, é preciso lernbrar os obstáçulos

que muitas vezes surgem na consecução de um trabalho de maior profun-

-.,.^,91',nr''o t 1992t. relèrintl,,-se,ì rigiJez dor reiulÍirJ.,s rros resrespsrcotogrcos, (onstiìtiÌ que a visJo I

persiste lroje. or..n]"," "r..r

rr"""ï,ot .1ut..t 'étnit" exisle pela tecnicrI que "ó necessífio ter claro que a

Page 59: Texto Psicologos Areas

120 p.rìcólogo ltrasìleiro: prtiíicas energentes e desaÍios

dìdacle e impacto no desenvolvinento cla organização. Tais obstáculosestão liga(los.aos sistemas cle poder distribuíclos ao longo da pirânrideorganizacional.

. O pressuposto.da participação é clelèntljclo por muitos profissio_nats, se não por sua ética, ao menos pelo arcabouço conceituaÌ qr.re reÍè_rencia suas ações. Tarnbérn no cliscurso de RH, iencl,., .rn uirt,r as p.s_\oas. os grupos e I cornunid dlLle cotno urn Io(jr,. Íepcte_jc (lue..mtisautononria e denocracia nas relações cle poiJcr fazem parle cle práticaspsicossociais onde os pressupostos éticoi a serern afiimados visan aconstrução de urna sociedade mais panicipativa,, (Bonlirn, 1993, p. 4).Na arena organizacional

-..o locus onde se geranì as relações enlre ,riÍìei\oas. enlfe ;r\ clíìsses rCorju. 1q84. n. l95) _ r irlplementlçâ,, !ee5lriÌliFiiìs plrriciprtivls tlesponrl rr,vellnrlo lÌilnrilrnenle;l\ contr.rii;óc5e canuÍìagens, nem sernpre percebidas pelos ploli.sionlis que o.r"./l't.r,na ocorrência sjetiva de nudanças. Isto, certamente, não á"ore apenasnas empresas, ntas tanrbóm, tnuitns vezes, nls ativitludes em que se Dro_Ììõe urna pÍdt iciì psicoìcigica comrrnitiril.

. A busça de dissenrinação cle atitudes paúicipativas nos integlantes

1:,::ïi'9"0: oryanizncionrl é generrtizach nr gr;rnrJe ,,,"iu.i" lï, iricorogos en(revìstaLlos na presenÌe pesquirl e dos textos prrblicrrlos. En_tretanto, supõe-se que tâl objetivo é algo cle tlifícìl consecução _ muitonais verbalizado do que efetivamente atingido _ embora pou"or.oni"r_sem colno o Íâz Moura (1993): ',ern que pese a .intenção explícita, danraioria das pessoas de assumircm um compromisso de ,orientação,

ou'estilo' paft icipativo, observaoì-se, contudo, conrportarnento, qu"ï"ìun_ciam urna postura flagrantemente oposta,,(p. l7). fr,o p".n,irJp"n",. noÍìúta de conhecimentos de esrratégias que pudessen.Ì nu^ifio, uo pri"Jioguconseguil aproximar-se diLquela nreta, seÌn clLivicja, de ctiÍícil càncretá_ção, consideraclas as variáveis estruturais e as contracliçõe, qr" p;i;i;,na tarefa.

. E1iÌj" uma reperid afirmrçIo cle que estaria eÌn curso nas ativida_des etn RH uml "quebrr de prrrdigma,'. parcce exageracla a afinnação setomarÌnos o conceito de paradignta estxbelecido ern Kuhn 119g91: oara_digma é aquilo que é compartilhado pelos nÌembros de

"." ."rn""iA"i"Contudo, a "quebr.a', é atribuída à mudcnça no triìnsrro

"ntr. u pri.ntãniu

e as teorias organizacionais, a uma adoçio,h psicrniilise.,l. ïo;;";ï"interpretaçíìo do inìiìginírio prríÌ explicar o comporram.","

" ; ;;;;;;""",

orgiìnrzrcronrt - corìlo interpreta Malvezz.ì (1992) _ ou é atribuída à

libertação dos grilhões do mecanicjsrno, da ìógica quÍrnlitati"o, r.,;;";ì .

Morìnrcntos eürcrgentes ra prdtica tlos psící)Logos 121

brocrática,emfavordainnrição'daemoção'doespiritualedomísticoiMorcovici. 1993ì L-^"irêir^c ha,' -""; ;"; existe tle novo na aturção u* *::ul:t-::.:.,Ïltl:ï:Jïorganizaçães de trabalho é o que existe r'le novo nl l.ltn t n tsÌrrçlo oc t..''

;,rï; ã;; tem ocorrido E o que existe de novo na adnÌinistração de

ïti'i ï""'"rtc""l^ do estabelecimento cle novas formas de gestão do

trabalho.".*"" ouirn"nto, internos originados na própriu irer' t: !':.l:*o: tol:-

.r, d"st" maneira. dependem lundlmenlíIlmente drs iìllvldldes de pes

.,1'i.l-,rin"ut".l". i, universidrdes Atiridldes' sabemos incipientes'''' "-'Cl*p"ranOo

as produções' iìpenas tomando dois diÍerentes assun-

los, observa-se que temas como procrastinaçio sio apÌesent Llo-s niÌ üle-

;il;; ;"; de ouros países (veja-se' por exemplo' DuBrin' ì990)'

,.n,IrrnLo no Br'asil sio ratiìlnenle esludrdos (um eremltttt recente c\rir

:iiï;;;, ;;;;.'-B"l"o"o & Bombardi' lee3' sern que se observe'

"""i"ã", "ií*l^ã1" explícita com a írea organizacional)'

"" * õ'"rìuao aìs otiuid"d"t 'Je

ittrrapreneuring e L tre|rctrcurshir' in-

cÌuído na prática e nas pesquisas do psicótogo t"."),tt"t pllllÌ;^i-11'"

ou,ror a*a,nptor.'at ,a.ibitlo ttt"tt" tttnçìo dos psicólogo\ brlslleìros'

Voltando nossa atenção para o estabelecimento de novas fornas rle

g"r,A" io tr'"toltt"' So"o' (tSgZ".) alurle: "As condições .tec

nológicas'

3"o"O,rti"n, e socioculturais que geraram a firléncir do modelo taylorista

a. n.sanizução do trabalho atuarn no sentido de multiplicar âs tentatrvas

J. i"ã*çio dos paLlròes de gestÍo dos recursos humanos organtzacro-

ì"i.1:ì0.'i'or. A erpecrrriva de melhor qualiJadc -dot

q1'duloì t-lllli.". a"n,ro .ta peÍspecliviÌs de ulníì produçio quc não r\ ille iÌlndc mirls o

Xi".J;"ì;,ï. ;"il"";" ..r" qu'iid"Jt dt virh e tnaior rentabilidrde

econônica,estáÇalcadaelnnovospadrõesdeorganìzaçãodotrabalhoeJa concepção gerencirl de produção'

Os nouo-, critérios da comunidade organizacional levam a preocu-

p"çõ";;",r;;i"t '' qut'tão da tecnologia' da organização' da produ-

càoedlsctividldesdelrabxlho.daprodutivirJadcequalidrJe.dr.eslioIìurrin*aio dos recursos hum!nos coìn as tendèncics do srnclrccltsrn(ì

"J;;;;;."'; sentrdo de fortalecer a representação dos trabalhado-

ì", ""

[."f do rrabalho. Os conflìtos nas relações capitaÌ-trabalho pas-

,"- " "f"a*

a "tp"ço

interno da empresa como apropriado aos debatss I

resoluções.Soares (1992) escreve que as elnpresxs n(ì rumo dr modernizrção e

Oo, a"Jo, ìa cá,npttiuidatle tleverào decidir sobre um conjunlo de

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122 psicólogo brasileiro; ptáÍìc.ts emerge tes e.lesalíos

funç_ões técnico-organizacionais a partir das mudanças que vêm aconte_

:Tdo "T esca.lr mundial. Aponta rnudiÌnçâs: íl) nor; toril^ O"',."tìffr*e .,e produzrr (rotrção de postos, arargamento e enriquecìmento dâs tare_fas, equipes semi-autônomar,, círculos de .ontror" oJ q"oiioì l","iiìru"r,jrrtt-irt rìnc, conrÌole rorrl de qurlidrde. erc.1: ru r ""r.à"..i.ìï. ï.0,tividrde e cìe qu:rtidrde - ,.*""rurnoì'o p;;":::;;r";;ìïr,:ï:ï,.,menos dependenre das operações diretiìs d; trabathxd"i i"iiJàrìi"

"oo"l:: ::]: a^l rela_çâo homcm/míquina: íJr no. r"qui.i,o, ,rì q"u"ììr""r-uo\ recursos huÌnanos: í4J no modelo de empresa. Algumls caracteristi-cas! comuns em novo padrão, dizem respeito à postura em reJação ao

ï:r:-:. ao clienre- ro curnprimenro dos pmzos. ,lu qu"tiO"O. àïorouuro e or manutençio de baixos esroques. à flexibilidade da produçio,

::: l'-"-tÍit:t'":.Íe reest ru rtrraçio. as inrertigrçr,es enr;*"ir.";;"rurençiìo/servtços/lornecedores e aos relrcionlmen,o, an,ia or rindj.r_tos/patrões/sistemns pafl icipât j vos.

As mudanças repercutem no deslocamento do esforço formâtivo oufreprratdrio drs.nref:rs esf,eciÍìlizodas e isol:rdas p"r, "'r-i",a,"aãar"

r"conJunto de ariviJcdes ârriculid;ìs. Ganhrm relevo o u.o ão oã,.ïi"fcriativo e inteligente clo trabalhadratenção, responlabil,d"d",

"-;;;;Jr"':Ï:""r:ï:'"ïï;:ff ,i:::ffi:ï::nl-se necessdrio o desenvolvjmento dlr visio de .o"ju",o a" proãra_,Lirs representlções e exercÍcio de funções mais abstrttls.

As novas tecnoÌogias e a busca de qualidade e competividade re_queÍem um rr:rbalhfldor disrinto rlo perfil tayiorisÍi _ ,.rn ;rrir",i",cumpridor passivo de tarefas e resistente à repetição. O "*";iJ;o"opo"lqf."

intetectiya e inovadora, da participâção J;;"p;r"nro ;;;,ponsabilidade, antecipação de eventos crÍticos e comprom"tirn;;;;;"sam a ser essenciais: ,,...se

não forem rspsn5xdx5 ",

q _ f in."f ã.r,'n'iã'."poderão renrabilizar as novas tecnolçgiq5, t;;;;;;';';^ilìü;Ij",obter qualidade,' (Soares, 1992, p. l5).

^-.r,,^].1T:: ao psicc!logo incluir. em seus estuclos e procedimentus

;:ilï: ;: ;:ï:::,ï"'.1,,',ï "*ïi.ì,'.',ï"Jli:ï:ï,i: nXÍ:;assegurar.q.ue ele próprio, enquanto trabalhado., .";" f"rÀ"a"-a""Ë'A.novo modelo.

4.4. ts práticas clesenvolvidas pelos entreyistados, em anos ant€_rior€s, antecipavâm os progrâmas de qualidade, O;;r;;;;

Nlovínetttos ernergentes ttcL PríItíca dos PsicóIogos 123

nas rotinas atuais dos moYimentos emcrgcntes' As estratégias

cle busca de qualidâde foram descritas como de envolvirncnto

necessário do órgão de RH e, por conseqüência' do psicírlogo'

As ativiclacles ligactas à qualirlade de vida no trabalho antcci'

fo."- u.nn"tituem a base do movitnento atual dc saírde

mental no trabalho, associado aos prograrnas de qualidade

total. ^s

mudanças foram atribuítlns à "onda de qualitlade'"

A ônfâse dcsloca-s€ da formação de gerentcs ou líderes para o

enfoque no grupo. A ascensão dos órgãos de RH aos níYcis dc

maior deciúo e inlìuência foi descrita como dependente da

culturâ da empresa e do grau de des€nYolvimento dos vários

níYeis dirig€ntes. Considerar a cultura da emprcsa ou o con-

junto de valores que estabeleccnì a ética e a prática firma'se

intlispensável ao psicólogo' A falta de atenção para os proces-

sos dã mudanças' internas e externâs à organização' e de ten'

tativas de rcajustar e influenciar os processos acabam colo'

canrlo a atuação clo psicólogo como a de um profissional que

- está Perdendo esPaço.

BaÇcaro (1992) descreve sua experiência profissional onde' há cer-

ca de uma rlécada ou pouco mais, entre as atividades prescritas ao psicó-

logo na empresa, constavaÌn: entrevistar candidatos' aplicar e apurar tes-

teí psicolágicos, projetar, montar e atualizar a bateria de testes

pri"àtOgi"or1 a" ouoliaçao de potencial, elaborar programas de avaliação

ã" "rnpï"g"Oo,

e particìpar de pesquisas e projetos relativos à área de

,""urrá, hlutnonor. Enquanto hoje as preocupações clo psicólogo voÌtam

se para excelência pessoal, premissas de coerência entre o discurso e a

ação, resgate ao diálogo, pensamento sistêmico, compartilhaÌnento da

uisão, abãrdage,n educacionaÌ global' valorr:s e supçração de barreìras'

Nas palavras -,1o

autor, "o psiaólogo da companhia tem ações diretzrs na

ár"u i" ,""urro, humanos, administração, manutenção' tr'einalÌÌçnto' de-

"enuolvimento, junto à cúpula e à empresa como um todo" (p 39) o

exemplo evidencia as transformâções rápidas e acentuadas que eslio

ocorrendo.Os participantes aqui considerados em movimentos emergentesìn-

teciparam procedirnentos pouco conuns ou rotineiros no passado E o

casÁ de um dos participantes que, no início da década de 80' modificou o

sistema de seleção na emplesa em que tÍabalhava' dandolhe forma de

consultoria interna "para dois públicos: a emplesa que era a requisitante e

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Psicólogct brasileiro: prcíticas entergenÍes e desafios Movífi7etrtos emergentes üa pr(itica dos psìcóLo8os125124

l',

os candidatos que eram vistos como clientes do processo,,. Em outrosclsos, o rrlblllro pnssou drs atiridades trarlicionais p,,r" praoarp"çOa"com o estresse ocupacional, com r quaÌichcle de vida no trabalho e ocontexto mais amplo da qualjdade total.

Para Neri (1993), o conceito cÌe quaÌidacle cle vicla no trabalho(QVT) adquiriu na década de 70 uma abrangência "^"g".";n. ï o,rorretomada do conceito e suas apÌicações lnorì.n_." ,nniJ,r,oìur", nfg,rl

1]:::: l*"1*- rerÌidade. os pÌogressos asseguraclos na tuea potítico-srndrcar rerorçarn as pressòes por merhoria na quaritÌade de viáa e dasrelações no ambiente de trabaìho" (p. l)., A questão da qualidacle de vida perpassa vários segmentos da atua_

ção.e tem sido tema presente enr múltiplas discussõc.lco,r, Jifr."or",matizes e perspectivas teóricas, o tema tem sido associado a diversos

::1,"^,1,. Bunell. & Morgrn (1979) apresenram

"rqu",noti.u,r,"nr" oue\envolvrmenlo dns teorirç dos sislernas socilris. locllizlndo iì DÍoemi-nêxcia do movimento de qualidrde ,1" ",d;;;'r;;;;;;; .J*:ï",

,r.1,r'lï1nt,nu..o

rnorinrenro de qurlidarle rJe uictr nn rrubrtt,o oriiirìnu,seor toeriÌ de pos_rndusrrirlismo. ljgrrntl,r ..rrs preocupiìções trcdicjãn:ri, domovimento de relações humanas e da teoria dos ,irà,r", ,"i-i",,t"r*com as muJançiìs ocorridas denrro clo contexto da sociediì,l" aonì",noorunea coÌno um todo', (p. 126). A idéia que persiste e c d. lìurn*ir"aio Uotrabalho e dc democr:rcir inJustrirl. r.r r"ir..onrudo. J" ;;;;.:l;ì;".,"::::ï,:.r1.ïl: ï*,tari

vrì.. ( p. t 82-tB4). Diniz (1s%)'"r.;;;'q;;::õvr1l-.u"1" "

rnoJrtrcrçiìo Jos iÌ5peclos do loc;rl de rrab;rllro a fim rje ànaròirurLçJo nova m.Ìrs Írvorível r satisfnção clos empregados, tendo ernvisra rnaiorproduriviclade organizacìonai tp. ZSz.i. ú" lit"."rr"-Orïi,"1_

::.":,"": ^1:,::":eit<.r. de q urt idade de vi<ta no

"ouorno ""Ã ì",ïp."uin(rrt o quadro descrjto lor Bur.reil & Morgan: revela, às vezes sernsrlrezl oe pressupostos, rs intenções do paracligma de rnudança raclical.l.1nlo (luanto o desenrolvimento organizl..iornl ,DO), itnponado

no início da décadâ de 70, as estrarégirs o"irrlioJ. ìonoin-:"';'Ïoï"mo desses anos. Se o DO veio no períoclo clo,,lrril"g,"

""oÀrnl"oiì o"estrâtégias de qualidade surgem como solução para uà p"rioan à"ËUu_lência e cornpetitividade.

Sem deixarem_se contaminâr pela euforia con os movimentosatuais vottados para a quaridade, Íace ao baixo g*" ã" ár."i".ìJ"à" ,r"população brasileira (em particular dos operírioi, í; ;;;;;ì;;, àmarginalização e às dificulciacles cle entendimentã d" ;; ;;";;;;"qualificada quanto aos avanços tecnológico,

" Anr; p.o."rro.-frraï,fì.r,

RritQ.Moìinâ&SantanaFilho(1992)questionamabuscathqualidadetotal em nossiÌs enpres'ìs Argumentaln:

"submctidos às condições lesívcis e i brix'ì remuncriìçi'ì' l::1"'lti:tcoloc:Ìm sc cm ofosiçìo il cmnre'iì N4esmo quc dc m rncir;r O'ttlT':ìll

nr\srrn iì c\eÍüer o mintmo cs'orco nccc\sllrio i cxccuç'lo Jc'çuiìs lJr(liìs'

';ili";;;;;ì ;"""t oucsrio diÌ qurlidirde Lln produrr-r" tp 243)

A tuÍbulência que caractçr'iza o atual ambiente clas 9:g1ni1çõ:t: u

comoetit ir' idcJc lcirrldl provoclm mlis e mais a necessid:rtle rie rntevet

::;ï;';;;;;.'fo' t"n..lo rrir udes enr rc os adrni nisr rirdores e'esrabelc

:#;:fiil;'";nìn' "t'o-"ao' ?ï;ï:ïï".ïïti'l iï:::ïil:nível micro, em sintonia com os

!ïì",'"ïlï'*" o"** t,bóÌo.ïL' ifi-rlïï"ltï JJiï,ïïl'1"Ïiïï;sionais cle áreas variaclas' entretat

-í..;"-incÌusiveonívelatilutlnalecompofiâmental-àsvezesatra-r "r'd'"

a"riaa,ur"t. como em Belncco t lQo2)"-'ïiili;; ãas inadequações exclusivrmente ro irrdividuo' Ìre-

q'*t" ""i," o., p,i.r:i::-:':lïïï1ï *"*ll;ïil"1'iïJ;l,ï,::Íïi

divcrslts ocltsiões TsÌo lot iìs\ocì3{- . íì rnôvlmenlornllnÌer iìs eslruluras de poder e dotntnrcrU níì\ el'rprç\'tì'

;:i::iìï: ;;;;;";,,; "".*iï1,,ïïiï::lï::"^:Tli:ï:",ï:ffi J:andlise do comPortamenlo' do lnc

ilnedicto) e surL hislorl!' t'p""tt tot t1""" t'n iìl!uns \egmenlo' de

Ï;.*- 'ilt;'ços

prrr ':rir doç limites Jr rndlisc profissiogì3lrci e

.ìï il;ï"";"'.",no'"nhà in'liuidual acomprnham esta -tendência

de atn-

"ni"al.

" ,.O.rin"'n o papel do psicólogo nas orgiìnr/rrqucs'

t' -'"u';ì;ì;;;;t,,çto'pn.I" "t' "n"ii'"d"

tle dii'crerttes modos com'ì

"r"t";";'ü;?;;;( iss6)' ot'oue. a" metíforrs jnJo rrlém das pctspectt-

vs mrtrclrthrnentc tunci"n"li'tns que itnpregnltn ls ciórtcils dl'ltltrunis-

tÍacão: as organiT-cções torl'to "ti1uin"''

cJ'no o'g"n ismos' :"'"':^:u*ilJ,, ;"."ïïi;; "oto 'i""t"i

politicos' corno prisões pstcoìogrcas'

corno lluro e lriìnsformflç'o e colno instrutnentos de domin:rçi.''""-;;;;; ìii"ia"o* aplicada, rtrrgern nitidas preocttprções com os

f^t".J "rir"t"r"ir, relatos de ct'nho teiirico trmbem indicam I mesmt

; ; ì ï:; il ; ; ; . -" 1.i iï I Ì;ïïï",'lï:ï #:fl ï:"ff :Ï :l :,ï1

repÍesenrrr " l"'" "q:'lT:,:ïï "ü;;ïï::"";:;;i; ;,,. " psicórogo

bientlis e socilis mrts lmPtos

.o,',p,."n.r" iìs Íeliìçó€s,que :":ìi*: :::ï"ï ';:rïï:t:Ï ::::i,:ï:orqanizlcionrl e lL íìção hunlana

Page 62: Texto Psicologos Areas

126 Ps ictllogo bras ileiro_. p rtítìcas emerge rrte,t e desafio.tMoyime,ltos e lcrgetttes na prírtica t)os psìcólogos l2'l

NiÌ impliìnlcçlro Lle progrotttus tle qu liLh'Je i irnprescindivel' mrts

".," b.".ì,,:

']ï ï;;ït" t p"'À"ntn'" p'ticip"qi'o d' ÌoJos oq gercnles

ij,ìï"*.ìr", ", e*pn,.. ì Arrnei,r". rì:J.,ïJjiJïïi#",1ïï J,ï:ï

hm se estreilr e direlanrcnle corn iì cu r''' i:"::':,-ï;;lií1,ìde é Dane

çenrido cìue \c fodeÍiíì fllribuìr a iìsserçio de que "qualidJde 'é-far

ì:Ïrïïïï" ::F,*lI :".:mi:*::,nl:: :l,lui::I:1lï;:ï.':' rì;il.'ï:oì,í"1', n"''o''" d":,"11i"11'lïì;,.ÏÏ::'-';J"::::necessi.la,le piÌrc a eslÉltifir errÌPresarrar' ''lì".ì-^;, ì'';;;;"r"n," o"r,oue eslio ocoffendo no ceniÌrlo munrJirrl tp Ot Ëboli tl9q2ì'rtenla pi

:Ëill ,i";;,; ,."llilï- lÌ*,ïllil*l; ,'Ì;ïì:^ï H ;ïlïï: ::novls foflnls de organlz çiÌo oo triruJrrn '1"1.^-1"

",,,-r,;ri:rs oue no

relacionanìenloentÍ(pllrócseemprc5Lad.,snlenoçlttttorildriasquelbrtlisrno" tp.9) -,ihli.r ÍessiLl-"'"'";;n.;t' (lq92t' preocupirdo com I rLltn irtist'r'çrio públicr' res:'

,", o' oì0.í ì" o'""'inn"r o" "'u^oJl ïìï,;Jì ::ïlÏïiì::ïiJ::.ca cleve ser principltltlÌclÌte o dc

serviços públicos e t"*"'l'.ll i:Ïj:'jilìï1," ,J"0,'u,,,,'eip,u,r de pro-Os Psicólogos nas orgiìnLZal

cess,.rs de mutJlnçl Tlis procesLr)i lnclucr"

.:ilì ;. : il;ïl' :' .' I :11ït jl:o"l :llH,j'üï;ì lj"'Jl:,.'''Ìegico. orçiÌmentirio lecrloìogl(oe outrui u 'rr!iiv \ '

"Podcm scr os plancjamcntos lÌÌais brilhântes possívcis' porém se a rln-

pr.,nì"ç iul""" p'oï " T' ï':,ii;:::"f :'l;:iì, ;ì,Ììiï;ïì: ::iì:ì:

ncssors th orgíìni7ilçio n ro se oìsl'us(rLrrr ' ---.^,.:" ."ì".1ô nícsidcntc

ËììÌ"'.; Ï; ;;;r. ì : ïf Jil;lü::ï. ; 1" i:',;i Ïï o"

""ôrì o cÂix3 diìs emPÍcs'ls oc c(

4.5. consittcror'-ï t"' L,i;:ì::'ïï"^iil:ïïlJ,li:'iliil:I""H;com tnlior indcPendet

ilffi;;t rcóricos até entio pouco conru-ns' Abotdiï:: n*cnf:rtizam o subjclivo' "p""'

dt scrcm descÌitíìs l"l''1]ïil:conìooruflroreccnte.luàt.-,maaPsicologianìsorgânlzaçoes'sito recebidas tunt t"'i'e"tit enr conttxtos t"t1:i"lt Ï*jiìài'.i",t"rua*parâmctrosdecontrolecquantificâçãomâlsrígitlos' O parldigma cmergcntc eslrris Yirrculado à-perspec-

tivtr ideográlica t'" tioìïi"' ïp"t"t tle.que a rrtilização de ldc-

licas chamadls ott"t"otiv"s nno i'nplica ncccssarianlentc em

oblenção dos resultados ciesejacìos, m.Ìs uma esú.ututra inadequada com-promete a ação.

^_ __,Hoje ó Iargalnente aceik) qxe o estudo do cotnportamento humano,em uma perspecriva inclusiva. niìq p1s5çina. 0",

"irá"ì Jl pri."i"ìi", o"Soçiologia. rJr Histórir, drr Economrr e ÍJ. .;Án^;- rj^,j.j--Pages, B onerri, C aurejac & Descen ctrie, ìôr, ; ;',;;.ï;;$",r:l"r:;ï;c-onhecida, buscam integrar particrprçoes daclueras tíreas do conrrecinren-to piìra reconhecer o objeto de estuJo proposto: ,'n";rr*;;;;;; *grande porte apelidada de TLTX. As ciimensòes que foram trazidas cc,_otentes de anátise percorem contradiçõ",

""""u,r-i""r,ï"ìriËr1,ïil;r,cas e psicotógicas (p. I4). Se, de u,n lado, p"a"''ãrïãã, ï"ï:: ffi::um estudo ambicioso e, de certom os reti u z i r

" p*, i bi r i ; ;-;;;J;flï j:,"# :ï riffi ï; ï1ï,i"1 ji-cionai a um recorre resrrìto. rn' ""u"rnìi""rìr,;;;;_:";ï"."i;::r"de as rrivirtrdes do psicótoro in,.or","j-.ì ..ï, i;::: ì-:' l:*..:1"

a "a",

r "pi,,

*. iüã ;. #";,: ;, r"Jl ïi ff :l [,"." : ïï ;ji,,'..,::, ï:ï,que compõrm o qurrJro dr orgrnizlçio.

.A adminislriÌçio de recursos humanos é umr dlrs funçòes maiscomplexrs,.renr ro de umr orc.n i /açìo. co,npr..na". .ï"ui; ;ï.".ì ji;r",ru.suposiçòes e concepçóe: uig.nl", n. organizaçâo I respcito J.t prdnrirnarureza.humrnr. prn Schein { tqag j. ..qu;r -';;;;;il';_í:i".

,1^-".ïí i" Qs organizaçòes no plane;amento cie suas estratégias ÍuDda_mentars, particularntente n área rie recursos hr,n*"r, ,";i;:;;;;,;r"rerd nos rorrrarmoç c:rprrzcs de rju.rcr rs orgrn;ft;;; ;;".:ï,i;,,r:",próprirs cultums" (p. I l7t. Invesri,

entender o ";;;#.;;; ilij,:ïlï:"1:'" Í urn passo pri')ritírio para

organização. N;, p;i;;;;;;;#Ji ï,ïJj;' iï.::ï::ïjJ:ï,fl:ïc^ompoÍanenro das pessors, grupos e organizaçõ* o"r,q"rjr rrr#o*te. nos precisamos primeiro ser crn

"ttt". t "lt"'n,:'tí' ;;:i ,;."'

(rpazes tanto de examinar como descre-

Schejn {I990) tìestrca a jrrrnrtância de estudar/conhecer cultula nofuturo da.aruaçìo.do psicdtogo orgontr""ionni. ì-ì;;;;;;i"":ï::lJ:,que o próplio Schein sugere o us-

::*:;ji:",.:",_;:i,:ïì::;":"ïïiïlf ï:,J::,Jï,ïïjïïï;; j;il;* rJ:Xü'""ÏiXï'"::-"

uma Íbrma de trubarhar "o'n u'q,,iut

Estudos fradicionais corno o <Je clirna organizacional tornant_seagora ct.Ìmmente associados .Ìo conceiro de cuttuã tü"."ï Ë ;;üï:lï1992). - -- --'!qrq \rvrurdrr ô' vorKweln'

Page 63: Texto Psicologos Areas

128 psìcólogo ltrasìleirct: pr.iticos enrcrgetúes e desoJios

uma visão ideográíica, _muitas

vezes ainda colocadas nos reÍ.-crenciais nomotóricos. t,or ouÍro ,*,", ,*""..ìïï"i,1ï " ,._serções suscitarn a busca de noyos refc;;il.

-".,..".""

"Orl. direis. oLlvir estrelíìltinao "' p"r""rr.,r.,".ì1,

^i:"t:ii:

qcrdestes o senso "^ssim.repe

'clonllidat]e corn inruiçio. rr'^oït''' (lqq3) inici' um r'li8o sobre

o. g.",io qu. i,ur;;;;:;;;;::t': o totnpitnenro com

'i)s esneciiìlisrrs

;:*"".''JÏÏrilï"ï ;:ï:ì;l;'n:"lnl::ï;'lÏ'::cra percepçiìo ; ;;;;;;.;ì,;J,ïtifll;"'c"" rdormecido'

- r'err virpn.,iuilii"i. ,t" ;;;Ë:ff;

rncrriì I urnir rbertura que ncrmitr a

prrrruatirjarJe. rnisricismo e plenirïj:ïlï" avrnçrdr com rnruiçro. cs-

para Moscovici (1993), trpara a drnirmic;i orgirnizacionrl jrzef senlirnento\' ernoçôes iìleliviJr,Jedimensìo emocionr'l-;';;;,ì: .tt

lorrtra rberlr' rp.ender a liLhr cnlp xreligiosidrde.

',';,;;''ï;;";;l lli":l'" 9'crençrs' Íé e'pirituriiJ;r,Je.

::gì" i ^!". . ;; ;;.;; ;ï:' ;ï:ìill,ï# ïï;:;?:",::."ilff i:conscrentiziìçiio e res ponsa bilidrde eti.:o_mn..rrets pelo presente e pel' luturo. É

' - "' ìurrrus ro(los resni)nsl-sar o paradigma riìcionoÌ-bu,o"rátl Po rcredirl' de question"r

" t""en-

zar conbecitnentos técni"os aija,lJ"c: l:'Ìl-tliú1": iir ernpresr' de utili-allênciah,'""".dì;ì;;;;;":_;ï1,ïï:l_::ïJ jii.l.:;:.",rïiJser humiìno em ccJr urn tje nüs, letnDo rle Í.iêLn-amor e razão, Çom sentinentos e te 'r cuMçao e íÌllr com

Arguns r'brlhos rn....n,"n tno'ol'l (Moscovici lqq3 p 26r'

çio Nacionrl u". tr"t,r,l'""'uïïl:s ir I6'Reuniio Anurl dr Associa-

PAD)' em 'nt ' ióõi.ìÏ,Ï'"'oilì':i:0"""" em Administraçìo (AN-

srriamenre inv;rrrindo l. ;;;;"J:':':i" corno rssunto que \em neces-

Adr n inis triìçào. u"rr*" t iõó, iïììlos ^niì .rnrerlcce. Ja Psicologir corn a

sões orgrnizrcionri; .;r',r";;;.::"e que I convicçìo de que "rs deci-

lorm a I i ir,.ros " ".,-."ï"'."ïï iiï',i1t"1:.1*"

t: em t nét o<Jos r.rc i u na is.

*.o', p r n,r,. iou);,, ;,;j;:',* ":;=':1"

ïì. 1.-ì"-tï'i' """ t e. u rn equ i-

ll:T. T-:1" t". o .on,",,,oì"'i.ìiì;;.H:ïì::"ïï;:ìïlïi::uirs organtzações r direçÌo de pensamenre urientaJo peli tósic-; ã; ;i::t

t concepçâo do homem brsic:r-insurjeienre. .o,no,r,nuciì^ii".ì,':'1"" I :,i

cons.iêncic é nio apenas

o'g'n;,"çu.*,r.s.r. ;;;;;;;;#:,ï:: ;oi;;;." *'' dos ntos pr,rpri.s q5

Motirlrctúo.\ emergetltes na Pútica {bs psícólogos 129

Extrapolanclo a ótica da inclusão da subietividade e da intuição'

muitos encaran com ceticislno (e, nesnro' coln questìonamentos éticos)

',,,i,ia", "l,arn",itat que lssocilln concençòes tntsticlts ou pouco ortotlo-

'",rs as ltiuidrrdes de RH. como tltòs u odircos e assetnclltlJos'

O estudo dâ subjetividacle, contexto orgÍÌnizíÌcional e suas relações

corn o trabalho (ou ão trabalho Çotno produtoÍ da subjeliridrdel terr

,x uprtrlo lreqüentes esprços na literilurl e no discutso coltdiino do psl

cólógo voltatlo para as organizações ou para a situação do. trabaÌhadot'

Os tiabalhos exáminados no segmento da saúde mental e trabalììo lnuitas

;;r;t'l;;;"; não da análise sob a ótica das representações sociais

nii"it", ae",i & Rechulski ( 1993) procuranclo entender o modo subjeti-

uo do i.abãÌhador relacionar-se com o seu trabalho' concÌuíram que a

organização do trabalho é muito mnis nociva ao trabaìhador do que pecu-

liaridacles impostas pela tecnologia'

A alternaLiva icleogrrifica supõe características tlistintivas do rnun-

clo social clue irnpõem uma aptoxilnação clo objeio sob estudo que não se

satisfaz cclm a cónstÌuçaÌo de testes científicos e o uso cle tócnicas quanti

i",i"ot p"t" a análise dos cjaclos Na PsìcoÌogia tem sido anplamente

aoaurn'o uso de questionírios e testes, enl gerzìl dentlo cle uma visão

"oIno,e,i"". Enquanto na perspectiva icleogrílica o ìnteresse do pesquisa-

clor volta-se para a sub-letividade e as peculiaridades de cacla situação'

"Deste modo. díÌ-se ôniase em chegrÍ ncrto do Jssulìto dc irlgucm c cxpÌo

râr dctaÌhadâmentc seu passaclo c histórir Je vidr' O clminho idcotrílìco

enÍatiza â aníìlisc diìs somas subjetiviìs que o indivlduo gcíx Ììor sc envol-

u". "t ,ituoç0", c no lìuxo dâ vidJ - iì iìnÍlisc dchrìhiìdrr do i/rri8'l

g"rnao po, tnì. encontros. O mótodo idcogÍífìco dh ênlìtsc à importâncin

ãe dcixar um âssunto dcsdobÍar sua niÌtul-czâ c cancteÍísticâs durantc o

processo de inlestigação" (BÜrrcll & Ì\4orgân' 1979' p 6 7)

Embora reconheça-se o avanço tlo rnétoclo itleográfico' para muitos

ainda o desempenho cìe uma ciência cla Psicologia Organizacional cleve-

,in .". "opn,

Oà a"-onstlar que é efetiv'Ìmente melhor que as generaliza-

iã"t-i"*i,"t. Diz-se que a rirea é Íìaca em previsões e clue seus resulta-

àà, nro uao muito aléin das descobeías clo senso comum De clualquer

maneira, contudo, parece-nos quei mesmo em estudos dentro cle moldes

clássicos de pesquisa' existe utn tendência tle colocar em relevo a cogni-

iio. ern tu"t "un.fusõcs,

Lwsteclt ( 1993) argurrrenta^que.os resultarlos da

i"rquiro qu" a"r"nvolveu "clão suporte à hipótese' fÍeqüentelÌìente colo-

i"ao a" t".to pelos teór'icos clas orgtnizações, de que as estruturas cogni-

Page 64: Texto Psicologos Areas

130 Ps ic óLo go b ran i leíro : p rti ti c as e ne rge ní e s e .j esafiosltlorimentos emerSentes rta prltlictL clos psicóIogos 131

tÍâbalhadoÍcs - as quais, por seu turno' ÍÌbÍcm um extcnso campo de

O.rrb"t O"J*f, i.. I a Psicologir lbrncce instrümental tcórico e metodo-

iOgi." q* possibilita trabalhar com âs questócs que delas emergem

(p. 109).

Biscaro (1992), conentanclo as possibil idades.de atuação do psicó-

t.,nn -r rindi"oto, e extrapolando as atividades tradicionais em recursos

ff;;;,;"i;. r estrutuìr de um sindicato não foge dos aspectos foÍ-

;;;;;;. ã" quolqu", otganizaçào' faÌr de sua intervenção "numzr

linha de assessoramento às negociaçòes para o plano de-cargos' salrÍlo e

."""ir"'' "

de urn estudo' tâmbém para negociação' "sobre turnos'. como

;;;;."t organizados, levando em conta os aspectos motivacionais'

fadiga e todos os demais" (P 85)'

As atividades de Sato (1991; 1992) apresentam una possibilidade

de utilizÂção dos conhecimentos da Psicologia por uma outra-vla' que

iã" "

ã" it,", no circuito direto de quem detén o poder - os dirigentes

ã", ãt*^"t^u", - mas enÌ um órgão técnico sindical A preocupação

^""n,oïao "rn seus estudos é cot't o trabaÌho penoso' "partindo do,conhe-

"i."nto pratl* do motorista de ônibus urbano sobre o seu trabalho"'

"1." J"'"f"i^0" em Sato (1993, p 7) Fíìto meritório em suas ativida-

des, tlada a escassez de pubÌicações setnelhlntes no Plís' é o tnteÍclmDlo

das atividades de aplicação com a pesquisa de cunho acadêmico' tendo

produzido uma disiertação de mestrado e a divulgação em enconttos e

congrcssos.

Sato (1991) lança mão dos recursos acumulados em estudos d'Ì

lnt",+""" ro"iof-pticolágica, ou individual'coletiva' através do conceito

J" r"pt"r"n,oçin ,ocial, para compreender a Ìógica do conhecimento pr'á-

f".ï", ,t"u"ìn"a"res em tarefas penosas' Busca' assín' fugir dos node-

i;;,;"di;i;;;it oferecidos pcla Psicologia organizacional e do TrabaÌho'

Ao mesmo tempo em que, sustentada em Moscovici' consegue encanri-

"ì'"t-t", p"f" lágica púpria clas representações sociais' no sentido de

proPor teorizações.

A crítica que Sato (1992) propòe ìs perspectivrs hegemónicrs cal

""-r" no, presstrpostos de que "o trcbalho é retluzido lo ambiente de

ir"i"lrt", "ão

*"à" contextualizado nas relações de produção"' que "essa

visão hegemônica adota urn conceito cle saúde reduziclo à ausência de

à"-*ç"t ãì. ""ia""tes

do tÍaball'ìo' ou seja' as demais formas de prejuízo

e a",:à" nlo tao oUjetos da atuaçiÌo dessa írea" e' 1ìnalmente' "por utilizar

"omo."toaotngio de estuclo cla relação entre saúde e trabaÌho a nÌono-

tivas humanas afetam o rnodo corno as organizações são estruturadas,,(p. s20).

Mdvezzi (1992) relêre-se a âutores que consideram clue vivenrosem uma sociedade da teleinÍbrmação e dentro de uma cultuà no."isirt",cujas tendencirs p;rssrnr pelr ..crescenre valorjziÌçiìo dc rrllii

",i",la "r"pria vida, não importando os mejos corro ir," e .*fir"l"-, i"r.i""valorização do prazer e liberação de impulsos

"o,"o fo,.r,", a" ofi.,n-fao

de vida (vide Domingão clo Faustão); "."r""nr" "oro","lirú;;';;r"ideoiogia que prega o cuidado de si nesmo, colocando a responsab;lida_

cie social e civil colno domínios distintos, em que não;á-.d;;;;;;"te relação de un com outro; crescente econonÌização das relações hunra_nas sob a pressão de uma étjca utilitarista,, 1p. A0l. tsto ,"rra'."." ,ãr,"conseqüência o aunento das ditìculclarÌes da ìnteração

""rrr""iitiì. õ"r_siderando que o trabalho é urna atividade _.""ìrrí;" "" ,.ri"ìi"*ì^vezes, a cultura narcisista atuai contmdiz lÌS tendências ou o,i"nr,,çO"r',t"

compartilhanento e parricipação. Na órica Je rrl.".r", trsgij, lììir"_ção se rproxi'a LJe urna siturçìo Je pânico, onde prevaì"";;ì;i"i;;,,rsmo. onde descpíìrecem rllores como a solidrriedade, iì cooperacìo. Ejustamente estes val ores são clesespeladl me "r. br".";": ;;;;;;;;;",hoje" (p.45).

Malvezzi (1992) tâmbém alude a uma nova ideologia emergente,

ï::"Yi1,:" nas empresíìs por .concenrraç.Ìo rte decisões ï p;;ç'ã;';"

IÍìlormlçoes eslrrtéErcas nos niveis mcis altos ría ernpresa; interdeoen_tlèneir tecnológicr: disper\io e espccializtçio 0". .rpr"rrr;,ì;;,;ìfi"oc: ntenor,contato lïsico entre ls pessoas: depenilencir econômict e orsa_nrracroniìt. L onclur quc J concenlnrçio LJe rlecjròes e inÍorrnrçãcs

:::::l*:.,:19.":ir de.mrior prrricip;rçlo ou rransprrénci". o q;;oj"\er.tnterpretado. admitidrr a lese. cotÌlo um rniÌ\cafiìmenlo jdeolrifico dL_rcapital, revesrido agora da terrninoiogi" p".ti.ip.ç"o, f"r.J;"rrïìil"e outros termos.

_.,- 1:"0:Jl.: O".r^.1votv1!os para órgãos sindicais têrr aparecitto comrn ror Ìrequencra (Silva. I993: Scto, 1993; Augusto, 1993; e outros).Sato (1991), baseada em experiênciir como assessora em um órgão técni_co sindical, o Dcpartanento IntersindicaÌ de Estudo,

" ""r;;1.;ï";;;de e dos Ambjenres rJe Trnbrlho (DIESAT), caracteriza ,"ir;;;";il;,segutnte nì ner ra:

"A atuação do psicólogo em sâúde do tÍabalhÂdor na írca sinclicirl dá_secm duas gÍândcs Iinhas _ a subjctividade " "

.",rfr""i,"*r"-n,l,iiì"" ì"ì

Page 65: Texto Psicologos Areas

132 Psicóktgo brasileiro: prdticas enrcrgentes e desaJìos

causalidade, definindo um gÍupo restrito de condìções que oÍèrecem ris,co para o tparecimento de doenças

- as doenças profissionais _ e de

acidentes * os aaidentes do trabalho" (p. 105). Vê, como possibilidadescle práticas possíveis,;Ì atuação na linha da subjetiviclade e na linha doconhecimento prítico dos trabalhadores, ressaÌtando a importância doinstrumental teórico e metodológico oferecido pela psicologia.

Destacamos, ainda, dois tfechos que sinteíizam necessidacles e pos_sibilidades de atuação do psicólogo:

"A atuação do psicólogo em saúde do trâbalhador na íre sindical, no quediz íespcito à subjetividade, leva à nccessidâdc de dcscnvolver práticasque demonstLcm a sua natureza, suas formas de exprcssão, iÌs conseqiìên_cias das condiçõcs de tÍabalho cxistentcs para a sâúde, bem como â propo_sição, a curto c médio prazo, de cstratégias preventivas aplicívcis clucpasscm a contcmplí-las" (Sato, 1992, p. I l2).

"...a atuação do psicólogo esta.ia voltâda para â idcntilìcação e explicita_ção do não dito, mas jí existente, com base no qud se propõenì cstratégiâsdc ação viáveis (...) tâl aluação atÍâvós de pesquisas, estudos, alividades delormação, perícias, dentrc outras, consjste em auxiiiiìÍ os trabalhadores âencontrÂrcm seus próprios caminhos par a ação e não em propor modelospreexistcntcs e repÍodutíveis" (Sato, 1992, p. 119).

4.6. Ualitiaaacs ou conhccimentos das pessoâs na relação do pa-pel profissional c dâs características da população atingitlapelas interyenções forarn consideradlrs necessárias, Do mes-mo modo, contcmplaram-se a falta de preparo de grând€ par.tc dos psicólogos organizacionais para assumir posições d€autononria e, mesmo, pâra assumir o próprio negócio em ati.vidades de consultoria extcrna. Como conseqüôncia, são ne-cessários o trcino na práticâ da consultoria e a busca de inde-pendência na formulação de propostas, sern que se percanì devisla as trocas iDterprofi ssionais.

A adrninistração de recursos humanos nos dias atuais yem adqui-rindo novos significados e inrportôncia. Tornou-se uma atividade estraté-gica dentro clas empresm.

"A pesquisa indica que Íccursos hümtnos deverÍ dcscrnpenhirr um novopapel e que deveriir scr câpaz dc respondcr a uÌn mercado altamcntc com-

.. lllMovittrcnlos cnterEcttl(s ttfl Prdli(o do\ pticoloSos

pcrir i\ o c c cs, ru, urr dc *'i: ::ì iiïÏl' l;Lïïil:ïïl;il#:"ìï"'il;ì::

e\rratiricos do ncgócio: cLlnìu lr. -. ^^^^" Àì lh.lrlilxrsur rlcnliro

eKccì.Ìtivos de linhiì e de rccuÍsos numrlìus"!l]ï".,i,.""ofti.""t" tt" tt-nn quxlidiìdc. scrviço r" I""'T'Lï,ì,'0"","Jì ìiìç, .r" ,rru"rrro. ,.. '

erp"-preÈxdo e quìpc de Úxt]n" " ""ìi.ïi';ï;";;ìi;;"'" de Rrr. 'hvcnLto'r"-r" por,"n,o ut" tuJÏl

.11n,,r essencicis Íìiìrir a úbrcnçiìo u. \ ',,"J-csrcs. Íìorriìnlo. seíem consrocr]oa

;ìì ; ",; ;- rccursos Íinrnccìros e

sem competitivil dx mesmn lor

,""ì""i*J"i tc"ut a oliveìrc ìss2ì

Em u m pe rf i r''! id^: :" I : :i, ;ï:ï',".ï ;i,":lï:i:,*i.*x1l

em Sào Paulo. Tavíìres { lc)92ì €nc,ilr',," ì.ffi * e\e.uÌiv(, brrsileilo.

ordem ,le pliolidrJe . .t*l"ll']11,ii.,^"nl"l' ser tle,,ru"t e adrprivel às

confortne outrrts pesquisrs: " :-:c'',ï:"u::;;;i"i,"""," " rnoti\:ìçio d:rs

rnudlnçcs. deve ser preoüup:ìdo tt ^ ..^^,.^. " "rn--r.iência,

deve oecr-

pessors. rJeve ler bons. conhecrmc';ï. ì"'.ìil;;l acenturJr. visão tle

rlir com rlpidez e a nrlisrr, rt'cos--u'.n,' 'ì"

'Or*"Or e informrr. clere,ser

futuro e ser generalistr' d"t" t"l -:ì:': - ^*^",'.,",ln corn us rcsultiìdos

criativo, compromett9" ""' :..:ïlï;:: :1,";;;'ï;;o'"'., como cíÌrac-

Aindr forarn rpontrths *l ï-::Ïil- d."'';r.: neritìtil"a.. arJrrptúili-rerísticas necessrrirt' p:ll I' l'"i:lï.'rlìì.Jioni,"*.n,r. pessoas. lidc-

dade. prrticipnçio e hú]lid:'[le ïl;l e;"rì,,U.,r,, ,1. ralcntos. disporiçiorançiì pÍd-iìr i vn'o':' "tt:i::::ì:ï" ìoì.ì rìio. . o' p.,i çio e prer isiìo tìe

nrr! iìbandonar aoligos concettu:' .'"iï"rJ *"UU"',.r iconc"it.,' . p"s-

.irurco., nou"' Deveri liÌrnbern lct'lì: ::; ;;;"nrer-ie íìl uiìli/iì':ïïr"ï;;;';"' info'mítica e inglés rpclo menos) e mcnrer-ie íìruir

;; t;'" o q" cconlece no mundo imr descritl' a priliciì 'liÌ cottsultutilr'

Considelan'lo I rerÌidrde scrmiÌ oc:.errr''! r- 1." ^ "."n.,iun"t

d'i

"'.."ì ;;".'.ì;ì ;; "9oÌ

t :"'''.T;;l' i:ïïl#:#Ï'ï:::'l;ì;il ., ""recursos hurncnos *.'l*'*,',',ïlï;;ì" ,;;i";r. - o. rcrnem rìsurn"qurndo as Pessorrs desejíìrn rlsï;;:;,;,,

;; urnrì tb.nr ou de .oulrri'rioo de rnudlnçl - procurollÌ ' " ".-1 - ^-^"-i,..ãô rìe conçeitos ou

tp XXr t Prra u^:'"1'll1ÏÌ- ïïl:ïhil.i;; ;.iccilogo rprenda

niudrr r orgrnrzrçi" " ï.}ij"il;';*"r*ì". a"r" o.'" rcssalta wit-clmìnhos que lhe petmtlltn ltt; .n<nrrir:rdor) pt,rr( pÌes-

rer { Ìqeo I nenhum ptolìsstonr[: i'J;;l"ffi ';,'iiüiog,.,iri.o,.'"ui';"'cindir de sistemíticos e ïrequenLcò '' "

*'"1:".Ín"ç-. o psicLitogo que satr

da titeratura, busca ou recuperaç;il".'il;;i:; .onquista xuronomia e

encontral suPorte i nfbmactona

comPetência'

Page 66: Texto Psicologos Areas

135

Movìmetrtos emergetúes ntt Prótica dos psicólo80s

134 Psícólogobrosilairo..próÍícasemergentesedesaÍios

Cook e Armstrong (1990) opinam que a estratégia de recursoshumanos deve ser: "imaginativa, inovativa, clara e factíveÌ. Deve serseÌetiva, direcionada para prioridades e flexibilidade, rapidamente ajustá-vel às mudanças" (p. 33). É funclamental analisiÌr continuamente o,,pro,cesso do negócio", o que estí acontecendo e para onde está indo. Alémdisso, é dever ético do psicólogo que atua enì organiz.Ìções preocupar-see tentar saídas para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador,colocada acima da melhoria da produtividade.

"A psicologia tem a tarelà de (...) lcvar à conscicntjzação da sociedâdc deque é necessário haver condições de trabalho ondo o sujeito se sinta sujei_to-autor de suâ rclação, pârô que o sújeito seja sâudíveÌ. Tal é a funçãosocial do psicóÌogojunto ao trabalho" (Liebesny, 1992, p. 56).

De um lado existe a esperança de compartilhar o poder (Mendon_

ça, 1987; Krausz, l99l), enquanto de outro, concretamente analisâdo noquadro de controle e exploração da sociedade brasilejra, desveÌam_serituais de dorrinação, sob a ideologia do trabalho e da discipÌina (Faria,1985; Segnini, I988). Os sistemas de qualidade, como CCe, por exem-plo, podem ser analisados conìo estratégias de acomodação de conflitosde incorporação dos valores de interesse dos dirigentes pelos funcio-nírios; enquanto a participação é apresentada pela empresa como umâdádiva.

É idéia propalada a da organização como um ponto de convergên-cia de variados fatores de produção. Os recursos produtivos

- tambémincluídos na terminologia, â contragosto de muitos, os recrlrsos humanos

- desafiam esforços administratiyos paÍa o alcançe dos objetivos propostos (eficácia). A Psicologia, vista sob este ânguÌo, contribui principalmente para a eficiência na gestão das pessoas ou dos agentes humanos.Vista de um outro ângulo:

"... à medida que os indivícluos se loÍnarem conscienles das forças tlucinfluenciam scu comportâmento, terão condições objetivas de sc contralpo-Íem a inÍluônciâs c manipülaçõcs, tornando-se mais livrcs e responsíveispclas suas próprias açõcs. O conhecimcnto científico da psicnÌogia podc,em síltesc, ser usado para Iibertar ou escrâvizar, para tomâr os indivíduosscres ahrantes ou seguidores passivos" (Aguiar, 1992, p. 88).

Parece ocorrer, pelo menos em alguns segmentos da atuação, umamudança ou maior atenção no senticÌo clo compromisso polítìco-ideológico da prática nas organizações. Se antes era acentuado o papel técnico do

pÍot issionar psicóroso "": "'n':Ï;ï::lïlï;i:: I]:ii:ïl'l ïïjï:.' ezzi r lq79t. hoje constclr-se

,umc ,ïï;";;;': ;;,,"'"s. Si & Coelho.

ìnos de con(Íole exerciJos pcla iï'11ì,"

'.ì'*"r. O.finir urnc orienlrçio

rqq3. p. 864). iÌo rnesmo ''""::.:;;;Ï;; cQnìo ern zíìnelli í 1992). rc

erico-Poliricc no rriìbÂllìo t,T ::ï1.;ltï;":ie, que reconl'ecem rs dil'i,lenriiicrr. enrre Posiçôes drcot:T::là.,"ï;;;;'

no seio do embiÌte de

culdrdes do enrrentcmento ti: ^1ï:'ïJ.ì;;;lo do uabrlhrdor e me-

classes e buscam. in loco' modos t

lhoria da qualidrdedt ui'lu 'p:'1']ao r. atinge qurlidrJe toral sem qurli-

Biscaro (1993) escr*" o":,i:: :ì;ii;a"'p"rroot sem a qurlidade

dade pessoal e dificiìmente'e. :liïïï:ï:ì;ì"i."J.,i" togi."n'"n'' a"

menrrl. Nessa seqüència : ll"iï;;;;" vez Jepende dr qurlidrdequrlidade do prupo

-de trabrlho'

^9

u'.,ïï""i. "r.""t.

Ern oulros lermos'

p.r*o"|. qu. t vinculrda ò ï"ll':i: ;"r* ;;,odcs as outrrr quclidrJes'

n qualìdcrJe de virlr no 'l*:]l:;;:;rïr.ììos .l:ì5 on'erçcs e d"s repres'

Biicsro ( lgql t clìiìmr a xlençiìo pxlr "ì '-ì-"-:;; i",";reri. um çfeiloïJ::";;, ;"t;;;ìtrballristrs.que produzem como interpreti' um çr(

que chcml de "PsiconÌl'tlo -ctos humanos e, em conseqüência' com-

Ao falar de qualidcde' lspectos trurrurrvJ r' " - i" '-.1",". ".,udot.."..ï;:ï'ï tì*1"ì'*'*"' n necessirio lembrar os Íecentes esIL

lr' n'T ros t 1992b' 1993b)' onoe a questão dos vinculos indivíduo-orgrnr-

)ì.ã. i .^"*,""0t .m múltiflos d€ti heìodo o n.undo {quose lirerahnen-

Fxiste umc crescenle procurl eÌrr '*: " 'l -- -^"-. I ^. Trrhrlhrr rr

,., '.il;ì-'

;i;;i" 9 " :

Jl" oï0il|;"eJ:|j:ï:"' p,ïï::; i ïili",,","g"nr.

hurn"no tem sido. é cìar..r' ' -"ïìrì'ì," -"r,r""mente

abordrdrrs

dã n"tur.r" pessoal psicoìógtca'"irï"," i .-',*to em livros {entrenrì\ Drosrrnrcs de qualidatle u "ïill" ' :l:::';;:,"" ô,ìrros: Sous,.

::ì'JJ, "il;;;";:''"?',' :l' ï;i ï'r'" ;, Jliï'ï:: ï';;,:"'iïii, ì*,,l98qr cec.hir. 1992: Blito Mor tt'"J.-"iìì..,u*

por um:r .'culrrrrr do

No Br'sil, faliì-se drs dlllculo ,.^ ^ ri_;t..Âô rlo rnúrvíduojeitinho". rssociada :"":,Ï:'.",iï:iï';ï':";;ì;;;::Cont,do. no'relrtivos ao penscr irs coisu\ ::"ï"n"r;"a", inconsi\tenciiì e fatlr dc

ÍeÌâtos muitas vezes tÍanspârece ;"""ïr;;;i";i;; n Sociologia teriam

nrofundidade ao lidrr com tçm

muito Para contribuir' I estiì' '""" iì' i'"ol'ir*s de untr "novr çrri na eçonomia inlernrcroftì

belecetn uma busca incessante por proúutos e serviços que garântâm

oualidaJe pelo menor p"ç" ':

âit;;;;; dos proc"Jin'entot 'Je qu"li-

i"d.. 'r"m pretender alçi '"

t"ìïp"""tci" "

tolocrm nr rté co'n" "ins-

Page 67: Texto Psicologos Areas

136 137Psicólogo brasileiro: prtitÌcas emergentes e des.tÍios Movimetúos emerge tes a prática dos psicóloqos

trumento cultural necessário para o desenvolyimento econômìco, social ehu^mano", chegando a apontzí.la como capaz de ajuclar na rrp"roçao-àn.dificuldades de desenvolvimento rlo país (Marques * Mi.rhn*tu, iSó:,p. Xry). Diagnósricos em consultorias orientadas pa" q*iiArl" g"áfÌnente procuram mapear probÌemas rotineiros conro o n,irn"ro ,t"

-oaauI;

delèituosas, racionâìização do arranjn físico, c,,nrr.,le rle e.i"Or",-.ã"i,itos entre setores internos, atenclilnento ao cliente, ent.e oú.os, u;sonao aboa qualidade do pfoduto, a reclução cle custos, o bom atendimento e,conseqiientemente, â satisÍação do cliente.

Contudo, apesar da euforia de tiÌntos, existem fatores ctue clara_mente dìficuJtam o processo cle qualidade nas orgunizações. ;;Jir";;;,,quaìidade em serviço no setor de transportes urb;no, Dini" ffSS:l ponà"_ra; "Não obstante a ênfase no trcinrÌnìento, nenhuma referêncja ó feita àmotivação, ìrs condições tÌe trabaìho, nem ao bem-estar do t,"bolhodor.

lt:l:1,:: rêm,demonsrrcdo que n.cta se consegue com

";;;";;;;,üesmotrviÌdos. rrabrlh;rnrlo ern conJiçóes des lìvoriivei,.. 1p. fa0i.

5. Considerações finais

_ Nesta últin]a paÍe, tentou-se distingüil os requisitos relativos aodesernpenho competente na árca, tanto quanto a in;estjgaçao p..rnitiudiscernir. Novamente destacanr_se rs clìficuldades a. uniu, u_ ou"A.ui!..,Ìlq"l,. dos requisitos para a drer. procurou_se

"","r^lrr" .ï"ì*fidelidade aos relatos dos profissionais entrevistados e às t;;";;;ç;';"Lteratura que nos foi pennititJo acesso.

As reflexões aqui colocaclas estão em consonância com os princí_p:os e sugeÍòes de operrcionaliz:rção tr.Ìduzidos nu Cuno a" 1.,*ï"nì,u{!onselho bederrl de psicologia,/Câmara de EcÌucação e Fornação pio_Íissional, I 992, p. 225 -226).

. , ,,R"r,t",,.:r:: aindl. que o principal eixo na transição observacla no

ï:::i:i^.:--o.l::]"ro dirigido nara,novimenros .rn.rg.n,.r. .nrnpor"Jo

l:jlll':.i1:t j.l':tonris, e o que marca com ctareza â amptìação áe umalunçíÌo reconhectdiì como técnica para uma função estraiégica, onde as

atividades são vistas insericlas no Çontexto e entlereçatlas na busca dl

t^t'iït"ït " a;tu"lidotl"

'1" "itl" no ambiente extensivo,o" "iylli-"""' "-

i""i""0" "rn^ síntese dâs competências par:r o psiccllogo orgmtza-

"ionof, "*iroiOot da Íalas dos entrevistiìdos' apontou-se' como piìrte oo

;#;"ì;i;;;;;; frofissional do psicólogo' manter-se inrbrmado sobre

ffi;;ï ;;;;J;. i""t"'ont"':àolì ril;óricos aos avanços tocnológi-

cos. mânteÍ a autocÍítica e estar atento pxÍiÌ iìs constantes . "l:l'tlït^

n

;.J ;;i;^. Torna-se imprescindível rcomprnhrr as redefinrçÓes dos.es-

il;"t ;;";,ilt " .'1"' nou"' fortnrs de teslào.do lr:Ìbiììho A prirtciì

noi org"nir"ç0", exige trmr interprofissionalidade e requer urna vrsao

oluralista, com disposrçtÌo para repensar alternativas e abordagens' Con-

i"i", "-."^," .""tinulrm ientrrlizndos no indivÍJuo'

No nível do desenvolvimento pessoal indicou-se a busca necessárie

d. "";,;; ãa anriedade, clomínio clo próprio-corpo : dl 1::l]:1:i: "

ïlr.*i..ì,ìt tìat,-irs porenc;'rtlor.tes e prelèrèncias As hlbilidrtles de

,elrcionrmento inlerpessoal. empclir e resl'eito pelo outro. ltelììo de iìF

;ï;.;i:ì;;;;; t;nu"sào rrmbe m roram incluÍdrs A habilid:rdc pri'

norclial do psicóÌogo nas orgrnrzações foi algumas vezes apoii9^T:l:,j" ìt"o"i"''0" "oãpo't"t"ntot

(no sentido de articular as percepçoes

ï*"ï^", 'J

"tt^.'^çiol O psicOtogo' contbrme os t":tt"'ttll::

]:l-".t:,ìÍn,'"a"1" i",r"náo o ser visto corno trm profissionaÌ que lode contrl

;ï;;;;i;il;r "ssenciais.

A imcsenì utilizxdrì e Jo profissionaÌ que

pocle "ajuclar a organizaçiro a pensar"'

A turbrúência clue carlcteriza o ambiente das organìzações e a

"oap",i,iuia"a" acinada provocarn a necessiclatle de antever aconteci-

mentos, formando atitudes e estabelecenclo colnportamentos chanados

;;o-;ì;"t entre os profissionais nas organizações' Lidar com n.rudanças

:l,'n,;;ì;;;: ; ",inioni" to't' os fatores contextuais' continua sendo'

no g"rot, u*o solicitaçiro que poucos psicólogos estão preparados pâra

atendgr."" '"?o-p"tên"ios para comunicar' resolver problemas'. trabalhar em

aflìnos. e oulro\. Ílrzem plrle trrnto di) piìpel inerente ito psicólogo' como

i.ï"ã.'" o rol de hrbìli'lr'les que ete enqttrnto prolisston:l ï**.;;JJ;;;t ""t

prniciprntes da iomunidrtlc organiuacionrtl Eìementos

ìï'tï.ì'"t'^ Sdci:rt Psicologia Cognir ivr'. Psicolog"' u.l :"^T:]l::i'-"

oti.^t ai"ipf i*t, contribuem substancirlntente prra ÍoÍrnar unìx oâse

daquelas comPetências'---' Ou,ro, habilidades cieven ser observaclas' como requisitos a serem

desenvolvitlosnopsicólogoqueirátrabalharemorganizações:com-

Page 68: Texto Psicologos Areas

138 PsicóLogo brasìleiro: prcíticar emergentes e desafiosMoví rcntos enrcrgetttes rw prálica clos psicólogos 139

inlìuenctrr nos rumos e tesullrrlos drs empresiìs: engailr 1s

p:t:ii:^L:'

pi".ì. ì" ì'u'rr,". d. ","d"

q::.-':ïïi::ïi,ï i ï;li:f l';:'.ïi"ìï:Ï;

das ou PreParar as Pessoas como

interna).O tecnicismo, visão segmenmda da realidade de trabalho' falta de

,into"á "orn

os oul"tiuos e planos ctr orgenizaçìo. alirdos. ì.iÌtenção

excessivl ltos in\trumentos c procedimentos focalizados em ìndivíduos'

^iìi". i."u"** çm descrédito e ineficácia do traballìo do psicólogo'

ôïrì.ifl*ã a.Ji.". alem disto. reduzidr preocupeçio corn.cuslos..corn j'ì

;#;;;-:; trcbclho e uso crìterioso de recuÍso\: di insullcrenre

atençÍo às estratégias de açio e acomoda'se rapidamente U" 1tl::l*:*;;;";*;ì"t, enqianto desdenhr os problernas' expectativas e sentrmen-

tos do pessoal das atividades-Íìm'

É nreciso estar atento para os sentimentos e as rcações' o.nível de

*,i.f;rï;;;;;"' "t "i'";"aitauts' os problemrs e as,:"1,-o',1:',t:,*

;;lilì" modo a desençadear ações preventivas Estrbeleccr cÍrterros

sistetníticos de longo prazo para €stabelecer' imPlementar e avJliaÍ mu-

ãon.^, ntituainoi, e cornportamentais e promover o potencial dos mem-

bros dl organiu lção como um todo'

Não basta competência técnica É necessírio obter a âcertaçao para

r.a*'"ìifir,i-ú e obter resultados Ainda maìs necessário' é dirigir o

ffiiu,,io'il;il.,"d:' qt'" '""tit" norteado pelo horizonte maior de seu

compromisso Político'Como irofissionat cla saúcle' o psicólogo.deverd,ttt:1111 n"

acomolnltlrerespontleràsJemiìnc|:tssocicisepulíticaspellmelhoria.laffitfi;ì" ;il ;o trabxlho As estratégias atuais exigem comporta-

lr"nrorlnou"Oo"t, melhoria dr qualidade' redução de custos e assrm por

;t;;ì;. At comunidades de lrabaìho orecisam de profissionris que sai-

ü"rn'"O-i"f*r"t-"- contìngências turbulentas e lidrr com a mudança'

Ë t;til d"r"nuolut' talentos e construir equipes fortes -Em

síntese'

1.,,"r" ," Oo, tlsicdlogos comPetência no trabalho com os diversos.gru-

::itï;;-#;;;' oiloiuio"tl" nos proceclimentos e obtenção rápida de

r.esuh".lni. Nr percepçio de AlmeiLla t 1987ì:

"Tcremos papéis mLlito mais nobÍes dentÍo da emprcsa' o qu^c dtmtìndaÌá

denósumaeducaç.Ìodosgestorcsenquantogestor'esdcpessodscnão^d€rccursos DesapareccÍemos como área tradìcionâl' não enquânto nec::,sl-

at" ào no,,o itnfoli'o- Pelo contÍiìÍio' cada vcz mais scÍemos rmprcscrn-

díveic'(P 31).

preensão oral, habilidades de redação, habiliclades de exposição e ar_gunenração oral, habilidades numéricas e habilirJadcs so"i"i, e inr"r_pessoais.

_., .Os psicólogos^nas enpresâs muitrs vezes sìo vistos como profis,

slonars que se Ìnantêrn isolados, muito teóricos e pouco vincuìados aosobjetivos concretos que norteiam os planos g"r"i, a" n.gunirnção. anecessida.Íe de ,,entender o negócio'. p"r" q,Ã_

"ru" no ï."" ij*u

""evidente, de maneira que requer conhecinentos ampìos ", ";;;i;"rr,como a compreensão do metcado de trabaÌho.

, Os psicólogos devem ser xgentes de mudanças. Ser agente de mu_diÌnçrs pressupúe rehcionrmenlo. prnicip:rçìo. comunic:rbijjdade, rcei_tação e poder de influência. As mu<lanças devem começar no p.ópriopsicólogo.

Existe uma tendência marcada, entre os psìcólogos, no sentido deestereotip.ìr procedirnentos e copiar modelos " "*"rrrilor,

e, u"ro-",rÌevrdente conlraste com suas realidades de triÌbllllto. Os moclelos que usa_mos, na maior pafie, foram elaborados em outtos

"on,a^tor artturnir. equestão não é abandonálos ou ,,reinventâr a ro<ia,,, rnas tê_Ìos corno

compíúação. As pcsquisas deverirrm gernr inoviìçóes e mudlnçls conris_tentes com nossa cultura.

que se esqueça um contínuo questionamento sobre as finalida_des dr prdtica. a formiìçio deve acenturr ü cornpetência prra r rellizacuoe a geração de resultados, com clarezl e abeirura para a avaliaçio'dacomunidade organizacional.

O rompimento com as fronteiras tradicionais da atuação em psico_logia.e.a busca de intcgração intercliscipìinar,1"".,.

";';;;;;;';.atividades renovadas. A busca de soluções próprias " p"rr;J;;;;;

";,,texto organizacional particular, oncle estão inseiidas as atlviaaOes, aefen_de en grande parte_de uma formação que habilite o psicóÌog"

" "ìro"ï_izar o estígio atual, detectar alternativas de intervenção -e

"rt;;ì;;".estraté€ias de.avaliação compartilhadas para a seqüência cle "ir;;;;r.-O estágio dc desenvolvimento e a cultura aa organizaçao siq fltuitas vezes, minimamente considerados _ o qu.

"1."it" o pri"otoco d"prublemrs- Íundame nrris da ernpre,r. E neces,irio o *.o"r,!. itn. ni.- lì,,

ureas oe eÌrciìcrl e a procula de urn efetivo esforço de integração, desen-volvimento da competência ija comunidacle n" -lur"o

O"""on"r"tiro. uparticipação.

.ts rmporÍiìnle estur rÌerliÌ pcra ts oÍìortun;dtdes Lle legililntÇio Jupropno trabiÌlho. o reconhecimcnto da imporrincir O. ir." -. o poã., J.

Page 69: Texto Psicologos Areas

140 p.ticólogo brasìleiro: pratticls eneryentes e clesafios

O rol de conhecimentos e capacicla<.les que poiJeraí ser depreendidodo presente estudo ccÌtamente serí úLil tarnbéir no prepâro do psicríl,ogoque não pretende permanecer nas atjvidacles caracteiístlcas cla psìcologiaOrganizacional. Outro aspecto a observar é que não sc cuiclou em dimen_slonar a extensão daquele rol pam unì ourso tle cinco anos cle duraçâo,mas sinì tÍazer para anílise tantos ítens quiìnlos foraln iclentificacÌos. Ernoutros termos, para o estabelecimento daqueles requisitos pode ser neces_\iIio cstender-s( c ut)tit po:.grirdui]çio

. A pútica dos psicólogos brasileiros nas organizações, no geral,talvez possa ser rcpresentada pelos tr.abalhos aprtsJnuclos uo'Zr gi"or-tro de Psicologia e Trabaiho do CRp_06 (199j), que p"..orr"r, eln-ruumaioria, aspectos b{stante ttÌdicionais cla prrítica ào, pri.Otugo. no, or_ganizações. Mesno técnicas e procedirnenros pou"o.o*unr"iiì, no pìr_sado recente, soanl corÌlo um fliì-qrante contraste conÌ as aníìises e pers_pectivrs a.nuncìedrs nl primeirr pafte da pubÌicação, nr"it; d.nr", 'un.l"lor!ìrÌl regtshadiÌs lLs cc,ntèr.éncras e os debates. Sugere_nos um paralelocom a respostâ de M alvezzi (1992), conlÍontando o caríter retrógÌ.ado doempresariaclo brasileiro e as nu<1ançs inrposras pelo iufu.,nu.ioialir,,r,r,"ntuitos empresiírios vão dar cotn a cara no chiio e prccisarão uudai,.Ressaltl: "deverernos contribuir parl estl mudançi1,. 1p. g41. Crande uarte ckrs psicólogos, ao invés de contribuir p.r"

" ,nuj"nç" ,""".io"].1,,corre o, risco de "quebrar a ciÌra', tambéln.

_ E necessírio, rnais uma vez, voltar para a eclucação _ tanb daque_les .Ìue estão ou entralão nos cursos de p;icoìogja, .oro.riun,to opo'.i"-nidacles de infbrmlr quern jí está no exercício profissional. A p,ofO.l,o,obseÍvem-se as falas cle dois panicìpantes clo Enconrro

".i;"j'r;'Í*;;,enÌ k)rno_das tendências e pcl.spcctivas cla psicologil Or.ganizacionaì eRecunos Hunanos:

"BczineÌìi: ..O que posso djzcÍ pâra vocôs ó quc a psicologia Or_ganizacio_n.ì1, praricada hojc nas or-qanizrçõcs não scÍve ,n"i. p"rã

"l.oìuÀr"ìì"r.lJ.r. Di..n eu L.\Ìou !nn\cn\tJo. \c.r unir..r.si,l.rJc ", ".,,f.","rn" ","",,rirr o n'ìvo lroit.\ion,ll. c urn fruhlcmr r \cr e.tuJi Jo. L .irro: n,,, gr,,n.t",'

oÍganizâções este trabaÌho não é mais ncccssírio, corro também ião sljonr:ÌÌ{ ncces\.iriJ: pcsqui.,rs.Jc .íìliÌio. por e\cmÍìln. p,,.qr"

"r,io.t"..,","_ditadÂs. Os pâcotcs dc trcinamentsenrido, não são mais úrcis , "._;ï:?ïïìï:';1ïï:Íi,i::i:ïË:quc nú\ leIlro. que c\lüd,lr Jcntrô d,, nuuo rn.,,1..1o a;I'"r"n,a.f,,. 1,," ,.|nubóm precisa dc modilìcaçõcs j não é vcrdacle

"u."t"" f...1 siú;; ã" ì,iitenho  mcsma lciturd radiciìl clo Bczincllì. t"^o qu" uin,l^ t"_o, f,,"

Movintetrtos enrcrgertles tw 1trálìca tltts 1:tsìcólogcts l4l

comeÍmuitoarrozcoml.cijão'ctazcroâÍfozcomfeijãomuitobcmlcitoauront".uitn t"nrpo" (CRP-06' 1992' p 87)

Ttanscorreu-se neio século descle o início da gestaçdo do currículo

'"í"i';;;;;;;r", cl': Psicologia no Btasil -

nos anos 50 - período

.''.coincìcleconìagxpans.ÌoilÌclustriâleconscqiientedemandadosser-

ï[:ï:ïïï.:;"ìì 0"" -'ì'"..'"*"em

um contingente numeroso de

;::H il;;;;;;;" i^l :::ï:i.::,ïïï,:":"[:,':".ì:] l'"ï::ïïcão do Psicíllogo

(lue atua enì em

lìcou como urrl estigm'Ì, enquanto j'ì "" Utt:!1..1"-t'.ï:'"::J:lf:.Í:,"u,

"o1.go, em príses .ï:1":]"ll:ì

ï:::J;'i:i]"rïï:ii:::. ;:,;.,,-li[icrçio dcnrrrcrdJS - \cJiÌ-5c urÍìiì rl"^ç\r"o\!

-:".,-.^i^",. o,.""'-r lgob). propondo e ju'rilicrrndo lt utilizrçio du notne Psiiologtr Otgrrt

,1ç16111 úq inlii Llc P"icologil lrrJrrstrirl

o curr'ículo mínimo naÌo mudou (alguns perguntam'" "-i:li:n"Í"ri" ;;;;;';i;;'ta diÍèrença) Suspeitr-se' rliÍs' lue pottca tl]:j-ll'"

dou na formação. exceto a expÌosão desenlrcrda tle flrcuìdrrdes prrticula-

i.. "

p",,i, ,ros cnos 70. :- ""^: ïiïiì:,i','sÏi':l iül:;:Ë:lt;ÏÏ:^,,-,1êl.c c:,èrìì .orn0 "de segun!

:::fi ;";";;;''""ú'''t'r arirmavam: "constatarn-se de1ìsrgcns

;-",'"*" " 1,","+' -" .11i;;il : :J": ;,Ì:ì]tïy:ri:ì,:ï:t::centtos inteÌecluaìs, bent cotno e

Jesalio\ (lue iìllonla colitllrrnJmenle nl sul plrrliiiì profi'"ionll' t1' 5t'

contrapostasàsdeficiênciasclatbr.tnação'aspesquisasinclicarnlolonso clo tempo que peÌo menos um quiÌfto da categ-oria O"t !:::::ï::;;ì;;;;'; ";;u'iuia"a"

oo exercício da prorissão nas organrzaçoes

;;"*ú;;,.;o"t^t da aaenturdiì ênÍase nos conteúdos clirigiclos para as

ativiclacles clínicas, geraÌtuente em consultório' durante os :1t:o: -tJ" gt*

:Ë;ìïffi;ito a" utu co''tti"ão cle TrrbaÌho do cRP-06' reali-

zac]oen.rlggl,asseveriìl]]gslìÌoque..asempr.esas.têmabsorvido,acatla;;:".;;J";t"ior cle psictilogos" (CRP 06' 1992' p l6)'

Nr oPinião de Maciel ( 1992):

,... cspccilicâmente no que sc rclìre ao lÍlÌbalho do psicólogo na Írea

organizacional' pcrccbo uma dclrsirgcrn muito !rrrrKle cítrc-o'Ï:,,'": ""t'na n|ì universidàdc c âquiìo cìLlc s" Ìuz

'e',l,ne,'le lÌiÌ prJtifiì, no dia-,ì-dii!.

No meu modo tl" u"t' i"cj.'"t*t"tt poíquc eristc 'Tl- lll"-:lï'u*t^basnnlc grande entÍe aquilo que sc lâ7- c iìs pcsquisrr5 ÍeiÌliz'drs l 1 19)

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Page 70: Texto Psicologos Areas

r4lMovhrctÌns enlcrgetltcs t1(t Pr(itic(t

(los psicólo80s

142 Pt-icólogo brosìleiro: prtíticas energentes e desaÍi.as

Zanelli ( 1992) ressaltou a necessidade cle ensinrr e difundir pesqui-sas na Íbrnação do psìcólogo e, mais particulannente, do psicólogo orga-nizacional. Atentc-se qlÌe nÍo está se proponclo o predontínio cle aÌgummodelo de pcsqr.risa. É impoltante que o aluno em formação

"p."não o

trilhar os passos metódicos de pelo menos um modelo de investigação,seja qual for, corÌlo etapiÌ de seu treinamenlo não apenas potenciaì paratornii-lo um pesquisador acadêrnico, mas um profissional consistente.

Os cursos de Psicologia poderiam melhorar a qualilìcação dos alu-nos voltados para a írea Organizacional se, alérn dos conteúdos acatlêmi,cos, promovessem prograÌnzÌs para aclicionar o desenvolvirnento de habilidades cliretanrente relacionadas ao fenômeno organizaciona) e dcrtrabalho. Pâra tanto, seria necessiilio acentuar os conteúdos que vincularra Psicologia, as orguizações e o trabalho, através de experiências práti_cas calcadas em métodos de pesquisas peculiares ao can.lpo. Outro aspecto a ser desenvolvido pelos cursos deve ser o estabelecimento efetivo decanais entte os estudantes e proÍessores e as comunidades organizacio-nais. Neste sentido, os serviços de atendimento psicológico não tÌeverirmIimitar se às atividacles clínicas e cumprir sua vertladeira extensão, ouseja, prestando os serviços que a Psicologia teÌn para olcrecer enì todasas áreas (observe-se a prerrogativa legal que habilita o psicólogo para oexercício ent quaìquer ativìdatle cla profìssão).

A atenção para as atividades clínjcas é tanta (lue os serviços tleatenciimento psicológico tlas laculdades ou departamentos cle psicoìogiaficam reduzidos às "clhticas escolas". "Temos nos perguntado por quenão podernos diversificar as atividades das clínicas escolas. criando cen-tros de estuclo na área que prestassen serviços às organizações, garantin-do, ao mesmo tempo, estzígio part os alunos" (pinheiÌo, 1992, p.24).

A forrnação do psicólogo requer proÍessores clue sejam seleciona-dos coÌn iÌtenção ao Íìto cle rnanterem dedicação e intelesse pelas rtiviclades da árer. É cu,r,,r,n acìmitir professores que não tênì exper.iência na;ilea ou deslocar proÍèssores selecionados para outÍas clisciplinas, na ten_tativr de suprir a necessidatÌe imediata cle viabiìização clas clisciplinas c1o

scmestrg. Tais pr-ofessores, cluase na totalidade, tivcraÌÌÌ esparsas expe-riências (ou nenhuma) na aplicação cla Psìcologia nas organizações. Oque torna muito difícil viabilizar o ideal de incluir, ern toclas as cliscipli-nas: aspectos éticos da aturção, rspeÇtos metodológicos e príticos daárca e as vincuÌações com as íreas tradicionaìs cle aplicação (ou as inler-reìações clos conteúclos nos diversos contextos de âpÌìcação).

Ao l,'n!,' Lto lcrn lìo :r prccl rredJJe J r l "rmirçic do f \i( "'"i-: ll;::i-l.i -, ;; ii;'; d;'

"nci nJr e rec'uJesce utt"

J ;ï:':]:ì::, l:::' ;:::ï:cur\o:.'l'urnfl *e prn i'' ul'trtnenle ri],".'ïì

f","r.. rìriìis aponrrJo\ líìrlì íì

,rns usicclogor orp:inizrcinncts. "" !|,ï' JIJ; ';'.iïçro',,.."n"".1. ,r.

desÍrìdrçio u" :lì1": .lÌ",'l'iìlll.n" .'. ,0. No rn,ornerrro. \r\crn sc 'r\ctrrsos uÌlivcÍsiri or-::i:.'lì"';";ï;;,iia,ì.1.

''" iìrui'|cio tìq lìrcjur/o\conscqucnclil\

Llenle no tunJo do trrbt'llro c p:ttl Ipfl rr o prr;prio i rìJi \ rLluo enquJrìl_o.ï,"à.*"",

."",", c,.m inrer\ ençir\rociedaJe, tta tneJiLlu cm que niì( L^i- ^hcpr\r-\e um.,'ecessítias. Em um movimento tï,:: IJ'Ïï:ì'ì;lii"ì7,,".rri. sir"^buscaÌ não menos desenÍÌeadl Por c

& Lu/ Filho. lqglì.ÂeviclcncilttlctttnltrcoprcPrropirrrrilrr:ìçúoernt!'"t1'::,:'"t

"'",;ì,";;ì;;d*,nan"i.as'Ate"t" :::Y "lll]ïil,,LlJ: :ì:::lï:;des quc 'io deçcnvÔl'irr: ï.1.:ìiï."t""#i;ff; no.e,..'. "'n,1*DJrsc\ e rlue nào enconlrJm I tncsìlrir LU"\rPv'^ï^-."

"1.,r" niLrü i, ciÌrc-'o"lì," ì,,"*. "".'"económrco.

dercsrrçli;")ïï,ïì: lìïiì.i:ïjì;ï .1", ".in.nr...n'.

tecnic,' dr irluiìçrìo vrirrvrz/Ì."^ :."-:ì';"-;,t"""-r. ,,

rìio lemo. inrlícios de m"'1"nçn""t" hoje que o llipil *llti"i:')

o;ï,,,ìi" o" *,',,ôs, ec n ico. ",i".jllil I -i*lllJJ;:":ï,:l; iiïï'.::p{icdlogús não rêrn c'|rnro bíì\e

ï:Ï:;.ï.'i;ï;;;;"ro do proprio r[,brorsiìnizrçóes. ndo possuem píìriìlÌ

;;:ï';,;;;;"r"'" ruriì que se tornetÌÌ rgent"s de ttrnsfortn"Ç'no " '

Por outro laclo, o tÍ balho ;i;;;ï p*" I prrrtnoçio rle ^qu'rliJade

d"'td:ïl"",ú;;;'!;,":l*:ï::"xï,ï,J;;;1:ÏïÏ,:ff :;Jïlï:ïo desenvolviÌnento o" ïg*lt'i?.,e""iìr-i', ì'.*'ru'*uç"o preLe'JitJa "Ado oo,Jcr, que getrtn clrtrs rcsrslcncriì\ " ":::-ì;:';':'1,; rrr e scntichll^i j"'u.i.,tris" org:rnizrtcionr'ì 'erri incn'porrdr c e\rrulutíì e scn

no jislelnn rrr!:íìnizlti"n"t """tnì't *'t'int"li'"J" no nivcl d" lllzcr pnlili

ca'. no estabeleci m"nto d"(]on't J'ì -nrs"i

:"']:::];,:l:ï:ïltl,.Ïï;o. t0J) Considcllndo rrs [rtcssttnoslos clil or:J'r'/ú5'{r" .' -

- -- ^^'""'li o"' ntr'n'ott"o pcJlgógieo quc clrr cttcertl'dorninrçiio c ls ü"rìrr.,u'|\w" :1",i,,ïr".ni)".io"tri ,.orn,,

.-rrs[r,.n.rivel.

i:l :ì I ::::',,:il :11ï":,,Ï :ì:l:ï;'ì:Ì;:"1.ì' .' ïi" 0""'.."' l: j n o'

vlrios pro':editrlcntot t'u" t"n"ìo"tl" prrrrl ;r .rglrrrizlçio e rrrcion:rllzl-

çio do lrirbrllìr' niÌrir 'ì ollrÌll/ili'ro '1.ì p''ren' i:rl ltrtlnlno Jl orSlntzrt

tt'' "f,*1ïì"r0"' que dedicr escassa atençzÌo aos conteúclos'cla átea'^tetr

,"r0",;;ï;ïã:;;ïo estabclçci'rento do padtiro de atividades pÍorrsslo-

lI

I

1

II

I

I

il

Page 71: Texto Psicologos Areas

144 psicólogo brasileiro: prúticas enlerge,úes e desa!.ios

nais,e da identidade. Os estígios, chamaclos profissionalizantes, sãoigualmente precários.

A legitimação do trabalho do psicólogo tem vínculos diretos Çonìas idéias de dinamicidade, amplitude e globalidacte ao, ."tuç0", inì"rno.que ocorrem nas organizações. Entender o lènômeno organizacional emuma fierspectiva incÌusiva Obriga a rever o mo<1elo que perdura na fbrma_ção, apesar do disculso entrg os professores, às vezes upn,"nr"a"n,"colocado em outra direção. Tornou_se freqüente faÌar nas muttiaetçìmi-nações do comportamento ou da ação. Contudo, uma anáJise mais púxi_mÍÌ revela_padrões entre os proÍèssores que seccionam o inclivíiluo docontexto. Reduzida a fatores isolados, algumas vezes a explicação apa_renta simplicidacle primária. No pÌano apiicaclo,

"rutiuunr"nt", nlgo_s" n

necessidade da atuação em equipes^profìssionais, nl rnedidn er,, "que

osplojetos pretendem uma auto-suÍlctcncla que nelÌì ao menos..faz conta_to" com outros plofissionais que atuam no local.

Via de regra, a pnitica só ocorïe no quinto ano do curso _ urncurso malcado pela tran,vníssã.o de tÌlgmentos teóricos e tdcnic.Ìs dispcr_sas. O distanciamento dos crité[ios cienrifico metodológi.,rs e freq,ie'nte,ainda que consideremos as características peculiares ,lãs proj.t;;;;-i,,tervençío... A aprendizagem prática cleveria começar em fa"ses iniciars.com aumentos progressivos na carga horália e no grau de compÌexicìac1e,atreÌada íì teoriâ e aos critérios cientíiÌco-metocloìó!icos de npticaçeo.''-

. É cornum os estágios clc psicologia Organizacional serem realizirdos em depaúamentos cle Seleção cìe pãssoal,-nuitas *r", .ir..u"rilia"às atìvidades de aplicação e mensurzÌção de testes. As atividades de está_gio cumprem as solicitações (cleterminações) Oor rofi"it"nt", 1",rrpr=roou setor da empresa). Ao aÌuno não são ÍbÍnecidas conclições, qì" à"u"riam ser asseguradas, de caracterizar a necessidacle da intervenção. Ébastante incomun] encontrarem-se intervenções embasaclas ern diagnósti_cos preliminares, realizadas pelos alunos ou por estagiálios qr" o! on,"-cederam dentro cla organização (Zanel1i, iDà4, propã" ,,n,

"r""aoi"gi"de condução de estígios coÌn tal direcionamento). Não é surpreenclenie,portanto, que se tenha como resultado'.um exercício coticliano repeticlocomo dependente".

. - ,. A. configuração é antiga e diversas vezes toj rlenuncircla, descleMello t la75 t: "os estiçios. obrig:rtcir ios e corrr \upct.\ isrìo. .of.",

",iri."trpos de restnções: de esprço. de temÌro, de d isponibiJirlade dos professo,res para supervisão, do tipo de clientela que procura os serviços glatuitos

ll4ovímentos emergentes na prótÌca dos psícólolos 145

cle Psicologia, do fato de os estágios serem apêndices d€ cursos teóricos'

il;Ë;;;;-.;conhecimento'eassï:i::iï:: ji lï'" " ^'"""

u

Estabelgce-se' muitas vezes'

nouco exigido e o prolêssor pouco oferece (enr grande núlero porqtte

Hõ;";i;, il ; q*rin":ç": :n',ï:'.":ìï ;ïïïï,ï::":f t::::ïï;

nizacional t o mdximo :"" ':, :ï:':; ì;:"ìi", i" ìo'i."- do conhe-"onde o interesse único é a rqutstç

: *"; :;il'i:"::, r',' "'o'' i ot s'ur'lli

: ..?.::ï riï:r:ï:l;ï,'ïÏtécnico, e o proÍèssor-supervlsor' q

::ï;; ;,il;il "o' i nt"'"""t ie quem p'ecisa de ié' itï::y-1::tt"

ïïïr"ì"*""to oroÍundo entre r competênciiì técnicr e o compron'rs

ïo ;ìïi;;, ;;"i#e enten<lemos os dois conceitos:

A competôn(ia ricnicx csLí cssociadii ;ï;ìì:lï;:ïiJi[:"ïï:iïiï

sicc e o comPíolnìsso Polilìco:;; ;;on'; l;"';""" scnJo dc quc um conhecimenÌo a'leoltl' l:ï:'Y' "Ï;; ;Ë;ì;;; ,ï:r:.cirir' Alomposição de conhccimcnros e hnbìlidr-

.les elìcc/mente dcscnvolvltlo\ de\c implicrÍ em comferôncia.prolÌsslo

ï"ì ï ""ïn"iu""l" nrofission'l é resultcnte do desenvolvìrnento dos co-

nhccimentos e hâbilidacies "*t''ãot

-n"'" o desemfìcnho 1"':lT:l:.o'

O*

ïii"ìàïoìì o" "^o"t* o trabaiho desenvol vido nessrs o"':'

l:1:' ::" "

uma maior confiança e autonomia por prrte tlo executrntc Conhecìmentos

esúo sendo coúpÍecndidos em senliio amplo' incluindo conhecim-enlos

cííticos do contexto im"oloto " t"li"à" rtobiliclíìdcs dc endìisc dxs-finâli-

oÏàì,ã"ì'ìn"ì*"rn um sistcmnde loJcr(zanelli' lss2 f l74'Ì /5ì

A insrabilidlde econòmica' cs Irrn(lormíìções e ctises nos'mais

variados níveis e segmentos' as incertezls e oportunidrdes' que iÌttaves-

;- ;;j";;;; -;*'i! T;::ïïï ::il:,i; H:i: iïlÍ:#iïÏcio díÌs mudançfls de pÍoceÚt rnenÍo\ t '-'" ":"

' '-':^l:-.1.

n, ".r.":ï:ilì". ;:ïil l'*' nt""ia"at' humanrs enborrdo por Míìslow' tio

conhecido e dituniiiJo n", pr",,.ìji"'nu. nio pode !niÌis ser rnt.:19,]::

;::Ïì;;; ;i"t'"r original rrntos ourro\ iÌspecÌo\ redricos elrcrrcos'

.",-"".'at' t"t*U" '"tàntt dttt'n ser repensudos na inserção cm um

;:;::l;"' ;;I';i;'.: l:t:ïl;'ì:,'Jlï "iiïï?;,iff".i]ï"1Ï::.ïlimites do interior da orEtantzrçro c r(!ç '"1 :"lll:.^'^;: ",'^"'"".,".,_r^iãìi","*, o^s coifigurações que rapidamente são superyostas.

Aremeter as ativitlades do psicdlogo ro nlvel d; ï:::::':l'^"'pl"""j;;";;;' maiores da.organizrÇão' e conseqüéncir dirs novcs tormas

de gestão, onde a partlcÌpaçao é paìrvra de ordem As orgrntzaçoes

Page 72: Texto Psicologos Areas

Mo\)ünentos enet'8eDíes rc pr.iticT dot psìcólo8os 11'/146 psi.cólogo brctsileiro; pr.itic.ts ektergentes e tle.safìos

passam a se colnproneter mais e ntais cont o clesenvoìvimento de cadaintegranre da comunicìade organizaciorìaÌ (ou aré.on,r o f_rniìOo, in,"_grantes). Não se trata de benel.ícios ou dídivas cla nova empresa. Sãodeconências das novas conÍìguraçòes, como o avrnço ,..noLg.ì u""exìge um ser humano nìajs capacitado na interação f.,o,rr",rl-r,iqì'in" frtoreÍbrmula o papel clo antigo órgão de recu.sos human"r,

"",""ijì" o"preparâr as pessoas, detìnitivarnente, a se tornarem agentes diagnosticadores das necessidades de seu contexto iÌne{iiato de trabalho. ïds ctoque isso, torna-se necessário ,,cstabelecer

uma pleparação "

aina,niao a"'consultoril interna, ,', onde os participantes possan ..*.""ri;;;;;-blerna e pnrpor alternativas de intervenção,,(ZaneÌÌi, Silva & Luz Fjltro,1993, p. 157). Descentralizarn se! portanto, as responsabilidacles clo ór_gÍo de RI{.e demistiÍjca-se o papeì do.,técnico todo poa.r,r_ .-Seomuito nais impoltantes a visão ârticuÌada, a capacidacle de prepnr".

"ilobOtedOrcs tìO pr(,Ces\O e mtnter r\5c\\oriA.Parece existir uma tendência para os estuclos de base cognitiva e da

construção da subjetividade nas organizações. As ativiclades pãssam maisploximamente para a identifioação e expìicitação clo nau aitoe nuxftãnureflexão conjunta de modo a encontrar caminhos definiclos p"_

" ";;.A.participação do psicólogo nas organizações ,u"ioi, qu" o futuroprenuncia é de crucial importância. A rapitÌez Oá,rnuaonç", p.o_"".a uneçessidade de conhibujções tlecisivai ao niu"t .n,rrpàrt*.ntnt-ìu,rgrupamentos humanos. Toffler (1970) estava.orr"tn oà aiìrnar a cres_cente exjgência de adaptabilidade tlo indivícluo n".r", nouo, t.,r,ior.Uma exigência que não perpassa rpents no nrvel das habilitações oaralidar corn novÂs tecnologias, mas rnevitrvelment. ._ig. .j.q'r"ìo!, :,convulsão dos valores e das próprias instituições. O nurn.nto a" in.iããn_cia cle eslresse ocupacional comprova o fato.

. OfÍerman & Gowìng (1990), explorando as muclanças e os desafiosdas organizações norte-americanas do futuro, antecipam ,_"rn",". l"ì,preeDsão do colÌpol1amento humano no trabalho,

"nquanto os psi"ólogos

poderão contribuir para tornaL o ambicnte org.ìnizacinnot ,n"i.'r"rìrii.f,seguro e proclutivo. A diversidacle exigirí maiores investimentos eÌn edu_cação e treiniÌmento dos trabaìhadorarirudes em rorno cro rrabar rro ;,::" J ï:Ïï:ï::ï::Ï ïiJ:ïï:maior clualidacle dos produtos e serviços e <Ìa quali,loO" ae uiaa no t.aJ,IlÌo trarí mudanças no local de trabalho e nas próprias t"r"t"r, ,o O"r"nvoÌvimento e na nriìnutenção da cornpetitivitlacÌe, no a"r.nuolui_.nio,l.líderes, no bonÌ iìjustamento ao local tie trabalho, e,,rrirlr p;;i;;;.

Iìcsurlidamente,asitnplicaçõespalaopreparodepsicólogosotgantza-.ì,r*it gt""i,^ti. en totno tla necessiclacle de os psicólogos coÌnunrca-

,"rn-* """t

ìì.-ptrcólogos' cle frlar a Ìinguagem dos neg(rcios' clo enten-

;;;-;; aiuerslo"a"- organizacional e inclividual' da abertura para

rïì"C i"iJi;'tlinares e-cla descobcúa cle nroclos para administrar a

própria obsoÌcscência'O elenco a seguir Ìesume as tendêncìas cla empresa nos próximos

"""r, ;;i;;;'"

^ uir"s"nt"ção de BezinelÌi (1992' p 69 70): rnelhoria

ïttnt*""ì" O""ttà"d", tu'to e clistribuiçìo: ustr efetivo O; ret.notlqla;

ino\.rçio c crrrtrviJadc: ment)r Ie'npo de pn'drrçìr': ":"9: ':l]1:]::'::l:t',n"no, tti"r",.1ui^ (ttttvnsìzìng); menot esprço frsicotit"'* ll.ll't]:tl:"-iloiautomaçao; tìex ibilìclade/sinplrc idrde ' lerccirizrçio; politrcr ìnovâ'

dorl ,le rccursus ltutttlno''""'""Ãt;;, ;" dentro das organizrçòes vinculrrdo is rtir'iJrdcs rnars

tracìicionaiscleRH,tentancloalçarmliorlÔLlerpiìrlÌtomfulx-dedeclsues,ru

"ln otiuia"aat junto aos sindicatos e frentes Je tepresent'ìçiio dr) triìoa-

ìr.roããr, Àr*-r" ;.preteríveÌ repens!ìr o background ^cumu.lado

pela Psi-

ffi;;;;;il ;aralelas, exploranrJo suas potenciaiid^des para nari-

uriro't. porrlbifia"Oes de pronoção clo ser humano no çontexto (le

trabalho.'--"'--S; ^

orgrnização antepõe resistências para que o psicólogo extra-

""r" Jtìuirã J", ^Livi.la'lei

tdcnicas' é necessírtio lernbtrr clue laz paÍle

5. ..t,".t" 0". "i't i,hJe' do psicólos(, provtrcilr.trìuJirnçiìs "lt:l

fi i"ãção cle dcsernpcnhos alheios e do seu prLilìtto 'ltt: "o:ln: :^:,1::!:^rnin,o

",t.t .uj^nç", PressuÌlõe clpacirJlde prra efctuii-lrs' rÌÌotìvlçiÌo

.loa o qu","^tiro,-exeicício cle coot.denaçio e iìçòeS integrüLlrs,.llnpllciÌ,

i*Ue-, ^tt.r^,

procedinentos en direção às mudanças pretendldas:1tn

pìi". o.on."iro i" "tuação

psicológica e paÌticiFiìÌ iìtivciììeÌìl:-:t^t:::" "to de forças que compa)em ologo social' estudlt os concejhls e ïunda-

,r"*"t-A:ìt áreas cle conhecimentt) p raÌelils e de sur inte,grrçio Requer

fr"fo.o p"ro compreens'Ìo netodoldgicn PcrceruìoÌolrtrliì : :::Ï"1n,..nto.ln,ativicladespotenciâiselÌìseuclìnÍìlìpÌotlssi(ìniìleconnecl-*"ì,à

"pì"tu"O"a" clo local ile trabalho' da trrma das relações cle podet'

Joì-à"-nrln"n,". "conômicos

e sociais' etc F'equer' final mente'.preparo

nela liclor cotn as murlanças tecnológicas e sociais do proçcsso de traba-

ìltn a.o,', iì: muJilnçils nl:li\ iìtÌìpìiç nu s"cic''llJe'" ' -

ã ia.ot traçaclo acirna está clistante do ploduto de nossos clÌÍsos de

eri.orugi". ln.tpoL se Çontinu'u os estuclos logo após. a l:tt*" ll'::,qfe,Ìì a-o, cursos co,npler"entares, lbnÌlaÌmente instituídos' a paltlclpa-

Page 73: Texto Psicologos Areas

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148 psicólogo brasíleiro: prírticqs enlergetúes e desafios

ção em -simpósios

e congressos, a leitura individual e os debates emgrupos são saídas na tentatiya de superar o problema. O"rnunautn. "ãniu-do, uma capacidacle que raramente a graduaçao preocupa-se

"_-,r"^Ìn,tir: ruronomia prra busclr comperèncir por,.rio.ro ,i..ninï; J;r;. "A situírçiìo:rpresenrada no qurtlro gertl dr iìlurcâo,f" "c"ni^.nas organizações de tÍabalho, no brnrlt, :.;;;;;t;;üí:l:ïï:fatores diversificados. Enrre etes esrâo

"qr.;.;;;;i";", â';;ï.r_ :"desinteresse dos alunos e dos gradurdus peh irel. is crruclerístjcrs orevoluçìo da dÍea no par!, r firlta de pesquisas, a f rnprrf ç_ììr'-p".ïì"r,,pelas multinacionais e muitos outros.

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Formacão e atuação dopsicólogo na educação:dinâmica detransformação

Maria Regina Maluf t

1. Considerações Preliminares

Um bÍeve olhar retrospectivo sobrs a hìstória da constituição tla

eri"ofà-gi^ "nn'ro

ciência nos ajudará 'ì

rnelhor entendeÍ os clilemas Âtuais

ão pri""ofogio em suas relações conr fl Educação' e I lançar . um

.

ol.har

.,rur*"iiuJ ,orr,. o futuro Jii atuoç'to do psicólogo na educação btasileira'

' ' A t"raf".l" ecìuclrr nio tcrn idacle Todas as civilizaçiles educarilnl'

e continuanl a eclucat aqueles que niìscem e que serio íìdtlltos no.seio do

grupo que os acolheu, dandolhes contliçôes *t'"'t u:::o'-:]',:,"-i:]11

ËÍo essas conclições sociais que se complerificarltn lo Iorrgo.Lla lìÌstorrâ

;ì;t;;; " se en.ontrat,t nu à'igem clos sistetnas educacìonais Por suzt

,1"r, o pri"ofogi" *mo írea de conhecilnento cientíÍìco teln idade' sendo

consiclerada uina ciência jovem, conl pouco mais cle um século de exis-

Lì"io. ,t lri.otogia foi àatacla pol Wuntlt cotno'1tn novo domínio tla

I Univcrsi(lülc dc São Pxtìlo o Ponlificir lJniveÍs;tlâdc Calólic (ìc Sio Paulo

Page 78: Texto Psicologos Areas

158 psicólogo brasileiro: prtiticas emergenÍes e tlesafios

ciêrrcn" clesde I874, qurndo publicou a obra Elenentos de psicologiaFkiokígictt. Contudo, no preÍìicio à segunda ecliçío, prUli""O" J", unu,Ìnais tarde, ele já reconhecia a diÍìculclacle cJe conferir_lhe o estatuto Aeciêncìa:

','PensanDs qLlc esfu aspeftorya se rettliZarti no ftüuro, cot.tlb;santlo cluehoje nõo é assün. Na AIen Dlha los reprnse,.rtn,rtns rto irirotogín1 ,nencontron t1ln1 pensalnctúo cotnun: eles deleslrutt a psicologíaixperrnlentãl ouJísioligictÌ e incli\am-se ít consì.lerar os t.(,s ultattlos' e o ensitLorlo.r prirr'í1,ìa5 /71,511 J,si.,,lugì,t ralto ulnít t

"t,,ri",1,,bt(LrIl;t;...

^ . .É lr":tto não esquecer que, tlesde o início, Wundt reconheceu naPsicologia duas yertentes: de unt lrcio ele considerava a pr;.otosi;"*o"-rimental ou fisiológica, que rinha por objero o estudo d;" ,.1u;;;;;r"as representações menlais e os mecanismos fisiológicos. De outro lado,eÌe se prcndia tanìbérn a essíì Vôlker psychologie,r iolr" u q"of putii"o"dez volumes entre I900 e 1920. Segunclo ele,-a psicoìogia l,"pJ.,r"""inão-era capaz de estudar os processos rnenrais coinpìexoi,

",4o, rnnnìi",

tações e leis investigava através das procÌuções .utt,,roi, áo, t ã,rr*,(Mueìler, 1979).

.-Esse dupìo aspecto da psicologil, reconhecido por Wundt, iii se

manifestava no pensamento ocidenrrl antes d"1., "

p",rn"n.." "rn'nálru"dias. Corn efeito, a psicologia científica, cada vez m"i" .rp""Liirla" .ìudesignações as mais diversas (como por exemplo: percepião. prl"otiri_

ca, Genética do Comportanìenro, Relações Humanas, 'pri""ii"giiiú,Neuropsicologia e muitas outrâs), conujve com u." pri.ofngin i'niï,"iioque desde Plíìtìo e Aristúreles. prssanclo por Shakespcare ;J;;;;;;;,(re nossos dras. moshÍì um conhecimento não desprezível cìa ação ìrurna_na complexa atmvés cla proclução ìitcúria e clo rÌjscurso íÌlosOÍlco.

, O ilturo dl psieotogir nio pode ser pensado senr abarcar essasouns griÌndcs verrenres. e o derenir dcÍas pl.ece ocorre. r.re rbrrrra dilè_renciada. A Psicoìogia Ìmplícita nrodifica ao longo do temp",;;;à;;;,

2 A exprcssio vòtLer pstthÒb'íe é dc difôil rraduçiio. o vocáburo yrl* crn âre'rio s€rcportâ a povo. Refcre,se ao (iDo.Ìc pci.nlogia que-p*,t CrìIl"tIrr;"; iô4r;;,;;"rali,/ar,.,:q'eFrir,THcr(tcr.hirnou,tc,,c,'r,,,,,ou,t,,,//,,,,,,,,_,:.t,.c.,;;;,;.,,;;i'.;, er, .ìrc se,ce,(. ìì.,i.,".",,,",,,.n,.. rì,r ,.i"rr,.,r:,ai,.,,.':;:i,j,:ll;;ïï:.:I.l.::t':^:,:,1'1'ï l:" porc Jci\i.r ,r..rj,J.,. i,11(,*u,",",r",

"''"ì,"ì"i,i1;,ll,"â,,,r ú,r,rËr.LU. q psjcorogrÍ tern nìujro trn con Ìn corn a bioloÈin. co,rro tnu,ié,n "ou,

ubìogrâfi,:r' Isto qLrer dizer quc .L psicorogia lc,n rnui." coisir crD cornuÍÌì com a ciência eDìurrâcoisâenr coìnuìn coìn a histórìa(p. l),,.

I:onnaçtio e atuctçalo do psicólogo na educação 159

de expressão, nìas sua subst^nciÍr não parcce transtbrmar-se' de.Platão a

oostoievskì e aos escritores cle nossos cìias A Psicologia Científica' con-

tudo, senclo de criação recente, comportâ etapas' pois evolui buscando

;;;;;" q"" p.rmitar,.t a formação cle leis' mesmo Yistas conìo leis prob-

luitir,^r. Oro, essa evolução é depenclente de outras ciências e técnicâs'

;;;;;t" clos postulatloi que orientam a âtividade científica' isto é' ela

nn,, g n"utr^. É ìesse s"ntido que se impõe a postura crítica do pesquisa-

ão, ",n

lri"otoglo, e que Íalamos hoje tle uma Psicologia- crítict Ne

n.naucao de noia disciplina, nós Íecortamos aspectos da realidade e pot

i."" o trorn.nt de Freud é tìo diferente clo homen de Skinner ou do

homem de Pirget. A partir desses recoúes, nossas resPostas repercutem

,ãUt" "

t"ofla,if" social, que será modificada em função das hipóteses

explìcativas que formulamos.A Psicàlogia Eclucacional, cQnstituída a partir de 1903 cotn a pu-

UlìcaçAo por E.i. Thorndike òe Edtrcationctl PsychoLogy e a edição cla

r.visit I àurnat of Etluc.ltionaL PslclnloS-v, vê-se sujeita às mesmas peri-

pe.lo, p"to, quoi, p^rro a Psicologia Geral Consoliclando-se principal-

,n"nt" n po*ii d" ttès núcleos componenles' as teorias da aprendìzagenr'

* rcoriì, do (leseflvolvinrcnto da críança, a nedída das clfere ças indí-

viduais, cl'rega aos anos 50 como portadorâ cle enonnes expectativas de

sotuçO"s poã o, problemas da eclucação Entre 1950 e 1970' expandiu-se

"^."nt.o, universitírios e assocìações profissionais; as pesquisas e pu-

blicações se multiPlicaram.Able-se entào, em meados cle 70, um período de crítica aos resulta-

dos fragmentados até então obtjdos e às dificulclades de sua utilização em

situaçõãs reais. Começa-se a reconhecer, nas relações entre Psicologia e

Educàção, o intluxo unidirecionaÌ da primeira sobre a segunda: a Psico-

logia úo está conhecendo suficientemente â ação educacional lmpõe-se

"a reJletão, a anlilise ePistemolóTica e a busca tle allern'tlivas. Proc ra-

,n ,"d"trri, o obieto de estu'lo dd Psícolo!í't Educacional' klenliJìcat a

ativírtarle profissioral que nela se apóia, e melhor conpreentlet sutt loti'çtto, Iitttites i possibìlitlatles, no quatlto ntuLticlisciplinar tkrs outras tíreas

tlo conhecünento" (Miìluf, 1992, p l72)'

Neste ponto de nossas reUexões, cabe perguntar: o que há de.co-

lnum entre os psicólogos educacionais, os psicólogos clínìcos' os psicó-

logos sociais, os psicólogos oÍganizacionÂis, os psicofisiologistas' os

neìrropsicólogos e assim por tliante? Face à questão é a nosso ver o

problárnn cla unidacle cla ciência psicológica que se coloca

Page 79: Texto Psicologos Areas

Psicólogo brasileíro.. priiÍìcas energet es e desaíìos

Apresentamos aos leitores a posição de pauì Fraisse (19g2), essegrande estudìoso da constituição da psicologia corno ciôncia, por.acrecli-târ que seu ponto cle vistiÌ sobre tr Unitlade da psicologia pode alirrrentarpÌodutivaúìente o debate:

"A Psicología tct11 lìtt[o cottto tliscQtlina que apr(!i(|tt.! una unìal(klc?Dìssentos que scu aleseü\,olt,ínurllo rto sóctr[o t1Lrc ten]tirkt tenleu (L toìtotlit,ersiJìcaçíío e a una especializ.ação qu( tonl(ütl os ditilogos entre o,s

ltsicólogos catld yez nais dilíceis. A psicologìa tcn1, na entanto, Llmautútlatle, que é a dc seu abjeto: o honen, esse anínutl ereío, .lot(klo de unrt:nornte cérebro, tlotatlo de una língurgen con ütJirtitas po.rsìbitLltules. íjccrto que rnuitns ciêttcias se ocupunt tlo hotnen, nlas sob líercnlas tlslrcctos. O hontent üttercssa a Íodas as cìôÌtcì4s tla vitla, la bioquítnìca àzool()gia. Adenaìs, tle ó porte tles,tes conjrultor^ esh(lal()s pebs socijlo,gos. Mas san?r1te a Psícologia ten por taÌ.e|a csÍutlar o lìonÌet)1conÌa uuutorgania.tç.lo vìttt origütrtl que agc (.folantas de aíos, dc contlutas ou lccontry)ríatnetllo-t, louco itnporto) cnt relaç:ão con í1sr.olicitrl(ões e (Btjtoto.nçi\'t da uh io1i.rirursnrlnl rFriissc. lo82,1

Paul Fraisse não prctende com jsso aÍìrmar a possibiliclatJe _ naclual ele não crê

- de edifìcar Ltme teoria da psicologiÍÌ. O que ele

pletende é defender seu ponto de vista segundo o qual nenhuma;iênciatenì o direito de se Íechar sobre si mesrna. A psjcologia, confìontada coma perplexidacle do homem diante de sua própria complexicladc, tenÌ cornocondiçÍo de seu futuro a ctpacidade de adquirir uma visão tnajs claradessa conrplexidacle humana, abrangendo tanto processos fisìológi-cos/biológicos quanto processos psíquicos/mentais, em tocla sua abr;Ìgêncir. Tal tareliÌ não se conlpletalí sem fonnação pluriclisciplinar cleespecialistas czÌpazes de se colnpreenderem e se completuem. Aintla naexpfessão de Fraisse, o ob.ieto dâ psicologir

- e c1a psicologia eclucacio_

nal, acrescentanìos -

é o hontem.le netureza e o honrem de cultura a<.tmesnìo tenlpo. Utn homem de natureza que desde seu naNcimento estdimcrso num universo social, e estí capâcitado a assimilar o que lhe dproposto pela educação espontânea ou organizada, constituinclo_se nohomem de cultura. Cabe ao psicólogo ocupar se das intelaçales ejtre osrjlúos dr nirturezl e iìs conttjbuiçòcs diÌ cultura. in,-lis.ociivei. an,r*.i.

Pensarnos que, até a clécada de 70, a psicologia Educacional dese_quiliblou-se na busca dos diÌdos da natureza. Acreclitou excessivaÌnenÍenos detenninisnÌos hereditririos e no car,Ìter decisór.io clas cargls genéticas. Pesquisas de laboratcjrio com tarefas unívocas e 1èchadas originaranr

Fornxoção e dl uação do psicóLo1o ncl e'lLtc(qão l6l

r.i^'.'pLê. .rrirì cnreter rerlttciontstlt veio i ìtll quiÌn(lo conlionlil'liÌ\ coln

;lilì.ì;iì.'t;;*ì'n" ""'

conrliçúc\ (liÌ viLIiì tluoriLlin'riì À trtiliz:tçi''

Ï;"1;;;;" ; o.;." discritninrJrt doì rcsrcs psi'ologicos grruu poslrrrirs

::il;:;ì;;;t: {u-J,n,",,' '-lesmcnti''lrr' peliìs aniili:'es Tl" tbtili:"1ï-1:t

,l"t.Lminlnret do culnÌìollilncntrì Ao lonio desles úllimos iìn('i.lmn"s

se ir compreensro de Llttc or lc'tct \no ulei\ ci'ìÌìo in\lrtllnenlos dc cí'ÍJ-

"et v:tlor nreditivtt epreciirio e sua racionaÌitllde cicntíficai (rtr!!'u' rriú"

biliclacle cla inÍluôncia cultttrll em suae fo\riì em (llresli(' Jiiìnlc !ìiì In:vrlr'bìlr,Y:::^(111."]]:..:l::;: ;i; :.;,;;,;,lonlttlltçiio e tLl lÌnPÔrtirnÇlil tlíì\ Ìno(lil-lciÌçòci lìorsí\ci-\ tlo (otìlfì"rli

,ìr"","ìì""r. ","u,rtrr

rts inlcrrcòes corìì o lncio \obìeluJt) sociíìl" - '

o*"int. a Psicologill EducxcionaÌ evolui na clireção cle umr ctescen-

," u.ro,i,"ç,in cr... pcsiuisrs :' :lit:::fillïiï;.llìl:rlï"1ìïiÏirrcfiÌs abertlrs enl oposiçio l trrels

,ï,""ìtt ï|.*"^a"s - particularmente erÌì situações dç ensino e de

rrprcnJiz:tgetn - tcnJcrn fl ser erlìltc:r{liÌ' pelrrs inrcriiúes ì"i:"."]:]"t'iant". a nin so por tlileretlç:ri rntlivi'lurris Os detertninlntes d(ì çÔlnltoÍ-

ì"n,"n,",r. iÌprenJi/. liii, inrrìur.rirnles prrrr I psic,,lolin t.l.ll:::"l l,,l;t"

são busÇados somente na vertente (h biologin ou nresnto dr ll:it:llliÏ",f"-,f,l it"f,"i f""' nÌas tiÌ!ìÌbóm em sua história e ellì seu lÌlelo socÌal e

ie"ri" ì""," ," evitar a recluçÍo clo incÌivícluo a unì iìspccto .dc sua

conclicão. corno por exemplo' seu quociente intelecturl' utn,conlltleno-de

;ïÏ;#ilïJ; ;ì;"ç";" persorraÌi..h''lc' ou um rrnit'lrco7r ctrltural'

R.aonl't"".-r".1,t" no comportamento clo indivíduo interfele sua natuteT-a'

,"ì "rfirr^,

a ìede de rehções socinis na clual ele estí inserido e rs

""ï,iiàì'ìl*r""' de sua ativiclacle A rroçìo tJe .-:*.'lìl^".ì

:^:l: ;::tït".".iììl t" i,"pu" como contliçÍo plra trtn triÌtiÌrÌerìl(ì rdequxdo clos lro-

ui.t"*l"ii",a*it no qurdro da rtuação profissionrl Para cllr utn.exem-

-l^ . "r,,f,f.-, cÌe um aluno que não aprenile na escoìa - quel' o

li.*t'í.t* i",..''o t"ol"' ou ..lilicrrl,.l'rde dc rprenJizrgcnr - . nJo

.nde ser enfrentaclo sem um eììtcndinlento inicial do signiÏicado desse

l;ï;;;,il'::.:ì;;eç1f 11111 5r'rcrnr\ìeinrcriìçi'cs troclurl cotttirtnrrlitrt

,f"'"f"1", os cleterminantes do prolèssor' bem conro cla própria escola

coln seus curríctllos e Programas'A fsi.otogia, em suas relações con a Eclucaçito' parece estiìr ilvân-

c;rnrlo na busca de nrator cotnprcensão clo signilìcado do coln-poúanìento

;ï,;;;;;;;;-,os (le irìter: çio em que eÌe se insere o psicólogo.que

;;;;"t""J., às necessiclacles educacionais dos indivícluos e grupos.Pre-

cisa it alénl clo colnportanìento rnanilesto e clns contingências iurediatas

ã" ìpìt,tairng"nt' cabeJhe preocupar-se com a conprcensão clos tnicro-

I60

Page 80: Texto Psicologos Areas

Psicólogo brasileìro: prtiti.cas energettes e desafios

3 A difcrcnçtÌ n.Ì nonìcncì:ìluÍi uritizâ(tr no tsÍâsiljí Íoi fìor nós discuridr (VtâÌuf. t9921lÌl:r e (onn q iincrl rj,Ìrb(rìÌ.tú t,r., (tc,tcn(n, k Írn;. .r. ,,,".'',r,.:.i""",, q;;;;,.] ;;",irrr irvcs

'Íc rrrLirçoc\ tlov( icnr.s ,l,r linÊu:ì, cclrjrn^c,r,s. r,,"r rn"nrc o i,rrirç c o tj tr|rãc,cornn.( \é erÌì pjrlrc no trìto Ltr t,.:ìn clnrrte UuilËrìì;rì,lL tqo))

Fornrtção e 4tL@çtio do psicólo8o na educaçíío

2. A Pesquisa

Ao tiar início à pesqtrisa, fizelnos um percorrido pelas fotltes bibli-

oqrálicas referentes a fortnaçìo e atuação do psicóÌogo escolat' com o

oíjetivo cle estrbelecer o estJLlo drt qrtestão Consultamos o levantanìerto

iiüiiãgtei." feito por witter, G P e outros (1992)' referente ao período

t980 1992. e acrescentamos outras referências' clue se encontran no ane-

xo deste texto.As conclusões a que chegatnos podem ser assim resumidls:

1. Unr grande número de publicações se âtem aos.aspr:ctos.cLíníco e

psirínético da atividacle do psicólogo, sobretudo junto às escolas

de lq grau e em consultórios Tal 'Ìtuação,

em geral descontextuali

zach e não-crítica, se repete tâmbéln nas chamadas classes espe-

ciais; em pté-escolas; em instituições que atendem crianças com

deficiências e em instituições dç reabilitação de modo geral'

Corn liec1üência os estagiírios de cursos de Psicologia se ocupâm

dessas ta.efas, reprodurind<,-sã assim uma prtitica limitadora' já criticadâ

em nível teórico na literatura internacional e nacional'

2. Há uma insatisÍhção mirniÍesta, a respeito do tipo de formâção qlle

nossos cursos <1e Psicologia estão oferecendo ao futul-o prollsslo

nal, e do tipo de atuaçito ainda preclominante'

Reconhece-se que, cle modo geral' essa formação está voÌtâda pzìra

a intervenção clínica remediativa e para avaliações psicon]étrjcas EJÌÌbo

ra vários autores introduzam t noção de cúuttção Prevenliro camo loÍma

cìe superar â atuaçio puramente remediativa, titl noção nío pltrece ser

,"irii"" p"r" .tlt."potr", a acloçiro cìo motlelo clínico na pliítica do

psicólogo escolar, com todiÌ iÌ caÌga de patologização dos fenômenos

iàu"n"ãnoi. que tâl modelo açarreta O ônus nrlior de tal condiçlo

continua a recair soble os alunos provenientes das classes populares'

oncle se observa a reproclução pcrversr' do fracasso escolar e a exclusão

do sistema educacional.

Os cursos de formação cìo psicólogo não estiÌo oferecendo ao iìtll-lo profissional unrt iornaçiro e inlbrmaçiro adequaclas a respeito clo tènô-

nreno educacional.

163162

sistemas enr que a criança se insere e suas mútuas reiações, e reconhecero outro coulo sujeìto, ou seja, couro uma pessoa a ser escu(ada.

Aci editanros que os quadros de relerêncitr do psicólogo que atua naeducação estão se transÍbrmanclo. No nível internacionul, o l]irtóri" ,1"Psicologia Educlcional,Escoìar3 Íbi clonrinada pelos quadros cle referên_ctado ntodelo médico, Çaracteriz.Ìdo pela prcclorninância de atividades dediagnóstico e tfiÌtamento centradas na criança, e çlo rotlclo dqs cíôttciasnaturais, caracteÍizado por uma metodologia hipotético-dedutiva baseaciana quantificação e na reprodutividade dos daclos experinlentais. A exa_cerbação e o abuso da psicometria por parte cios psicàlogos educacionaisé um.bom exemplo da dominação clesses rnorlelos, qrie pressupõent aneutrrlidade experimental dos sujeitos e o não envolvimento do experinentador no contexto experimentai. Conìo já se constâtou,

"rr" a"poao_

ção conduz a conclusões de causalidade Iinear, com explicações parcirisque não resistem ao confronto do objeto etn estudo com a realidadesociosultural na qual ele se insere. Tal aborclagem estítica clos fenôme_nos evoluiu para um quadro de reÍèÉncias que ultrapassa os limitestradicionais entre árcas de conhecimento cientíl.ico e impÌica na utiliza_ção não só de conceitos psicológicos, Ìnas também de conceitos prove_nientes de outras ciônciÂs

- paÍicularnìente das ciências socjais _ na

análise das dificuldaclcs enfrentâdas durante o processo educacional. Atrajetória da PsicoJogia Eclucaçional/Escolrr no Brasil foi muito benranalisada por Maria Helena SouziÌ patto, par(iculauÌÌente em seu livroPsícología e ltl.eologìa; una lntro(lLtção Ctítice rì psicologia Escoler(r984).

Os pressupostos básicos do psicólogo eclucacionaÌ têm implicaçõesem sua visão de rnundo, no papel que clesempenha, em sua prÍtica. Napesquisa relatada a seguir nos propusenìos a iclentificar fbrmls atuais cleatuação do psicólogo na educação, buscando compreencJer seu significa_do, e a contribuição que elas oferecem para a solução cÌe probleÃas e aconstrução de unta sociedade sent excluídos, ou s"ja, u,na socieclaclemelhoI pc riÌ todo\.

Page 81: Texto Psicologos Areas

164 I'sicólogo brasíleiro: prtiticcts emergentes c des(úìos

3. Uma certa inoviìçiÌo palece estar ocorrcndo, na clireção cie atuaçõesjunto ao colpo docente diÌs escolas; de consultorias ou assessoriasexercidas dentro cla unidade escolar; de anÍlises institucionris; cleÍoflração de grupos operÍrtivos para atuação irrterdisciplinar no en_flentalnento dos problemas; de renovaçiro dos conteúclos das clisci-plinas de Psicoìogia Escolar e da qualidade dos estÍgios cluc oscl.[sos rl1èlecem.

Publicações clos últimos anos da década cle 80 e pr.ioteir.os cla déca-dl de 90 apontan novos caminhos para a Psìcologia no senticlo de reconhecer seu parentesco com a Antropologia e a Socìologia, coffetivosimportantes ao provìncianismo étnico; afirrnar a necessidade da ìntenlis_cipìinlridade, colTlo recu[so pam a eÍètiva cotnpll:ensão i1o cotnporta_mento humano; questionar a LÌniversalidtde clo conhecimento psioológicoe a possibiliclade de utilizar, eÌn outras realiclades, rrrodelos teóricos deuma cleterminada realidade sócio histórica; perguntar pela relevância closconhecimcntos cla Psicologìa tacc aos probÌemas canclentes viviclos nasocieda.le; busclr critérios epistemológicos que incorporenì o cin.íter his_tórico dc conhecimentos psicológicos situados e claíaclos (Congresso Interarncricano de Psicologia, 24r, 1993a CRp-6a regìão, I993; N4oreira,1992; Yassle, 1990; Urt, 1989; Ììranco, 1989; Ferreira, I9g6; patro, l9g4;Libâneo, 1984).

 paúil dessa revisão bibliogriifica, delineanros a pesquìsa dç cant_po, para conhecer os tipos de atuação do psicrilogo na educação, tJoponto de vista de alguns profissionais da áfea que desenvolvem estutlossobre o assunto e/ou atuam eoì seu canpo de tmbaìho de moclo reconhe_ciclo por seus pares como inovador.

Nossos principais objetivos for.anr:

a) Captar tipos tle aturção prolìssional indicativos de movilnentos detransibrntaçio que perpassan a Psicolo-ria Escolrr no Brasil.

b) IdentiÍìcrr os novos requisitos que se apÍesentam plra essa atuaç:j(),conr vistas a subsidia[ propostas de ibflìtação dessc profissional.

c) Reconhecer, através das trajetórias pessoais dos entrcvistados, apossível evolução dos quadros teóricos de relerência da psicologiaescolrr.

Fonnoção e 4tLúção do l,sicólo|o no educcryão

Procedimento

165

Utilizamos como Procedirnento a eÍìtrevista senìidirigida com ro-

teiro, gravacì1. Quando a clistância geoglátìca inrpediu â entreYrsta.' recor-

,"rnor'no "nuin

por correio das mgslÌlas questões' aPós snte[dimclÌto

t;;"t ;" teÌefone, com o entrevishtlo O toteito cla entrevist'Ì foi o

mesmo utilizado na pesquisa das dernais áreâs estudadls'

Sujeitos

A escolha intçncional dos sujeitos ocorr(:u com a pârtiÇipação dos

demais pesquisadores que conpõem a equipe responsírvel pelos subpro-

i1"t ãJ, o""lt o Presente relatório faz Pado Todos os entrevistâdos

il"."nuotu",tl tr"Unlìlos teóricos e/ou práticos ligados à educação escolat'

Nio foi otl"tiuo <Jos pesquisarlotes - nem poderia ter siclo' dados os

iirl.rìt"" a" i"rquiru -, escolher os mris representativtls nessl íteir de

atuação.'----' Fornt feitas nove coletâs de claclos assim dist[ibuídas: entrevista

com ttês prolissionlis da cidacle de Siro Paulo' uln do Rio de Jatreito' unr

Jo int"rió, de São Paulo, um cle Belo Horizonte' víìÍias entrevis{as com

ã, pnni.ip"n,", a" uma equipe em Porto Alegre Responderam por escli

io.

""guinOo

n mesmo rot;ir; das entrevistas: urn prolissionnl de Fortalc-

za, e ãs membros cìe utrla equipe de profissionais de Recilè'

Análise

Foi 1'eita uma análise do conteúdo clas entrevistas' clue Ìevou ìr

const[ução das ciìtegolias teniiticas e srÌbcâtsgori s qus apal-ecenì nlì

apresentaçío dos resultaclos

Page 82: Texto Psicologos Areas

Psicólogo hrasileiro: prdtieos energentes e clesafíos

Os Resultados

3.1. As trajetórias pessoais são elucidativas docontexto social e apontam caminhos

Todos os entrevistados são brasileiros e graduaram_se em cursos dePsicologia no país, embora alguns deles tenha'm tido p"r;;r;";,;;;;;;^periências n: T"l ,lo psicoÌogia educlcional no

"^t".io.. s;;;;;,;;", "estudiosos da psicologia Escolar. Ao tentarmos ,".up"r*,' oìuuà'-au,

entrevistas, sua trajetória pessoai, duas característico, "ornrn.; i;;;"ram de imediato;

a) Todos eles procederam a uma profunda revisão e reformulação dosesquemas conceituais que sustentaram sua formação em psiàologiadurante o curso de graduação.

b) As origens cle sua atuação prenclem_se a experiências de trabalho- lnteriores. concomitlntes ou postcrioreq ao curso cje psicologrl

.- ern escol:rs. eomuni,.lldes. instituiçòcs fle s:rúJe. qrre the. neái_tiranr o contaro direto com um.r clienteh ,ipi.", iri"'e, p.ouJnj.ìt"de chsses populal.es. que representam

" ^"iorio ao poput"çao ir"_

s iÌeir; r

Entendetnos ser esse unl dado importante a ser considemdo napresente pesquisa, lssinalando cÌue tais clirecionaÌn"nto, ou ,"dir"Jo*_rnentos da trajetóúa pessoal ocorrcranl a paÌ.tir da segunda meta(le cladécada de 70. Se houve inÍluência do contaro clirero do'psicOtog;;arealidade social brasileira, taÌnbém forrm a.,.rri""","r'. oorìi,"ìïrf"_xiva.e de estudo desse profissional, benr como ,"" ;;;;",f;;il;;;;sos de pós-graduação no país.4

A entrevistada E2 era ecluorclora cle saLicle pública cnì ..parquesìnlantií'de bairros operírios, e enr escojrs tíe l! gr.au

" O*".;Jr_l"tpsicóloga. Face ao aumenro cìa ciemanda p".o ,i.nO", 'p.oUt"ÁoJ a"aplentJizlgem. plrssou ir ob\ervíìr m

tinham nuitos pr.obr"mus nout,as árjï e a pcrceber que as crianças não

l.'ormação e atuaçtio do psìcólogo na educação 161

"Fìzenos Llnla Petquisa tlos cctsos que chega'tun à clíllìcd ( ) otgatú'tL

tì1ot o trab.llto aproxinantlo'rtos da c.tcakt' Pois parccía'ttos tlue os

crianç(6 nã() linlrün tttuitos probl<ntas, ntts qtte algo ocorrìtt Iá ttrr csco

l.at. Isso Neio dtt rcílerão, tla tír'êncìa do colidiatla, ülesnto Porclue essLl

coisa ntais crítictt sobre Q allnçalo do l,sicólo80 üão e:císlia nessa 'Poc'l''

Por outro lado, o curso anterior ao cle Psicologia, que fez na Saúde

Pública.

'ïoi ntttilo ìn1l1otlanle, porque nrc tleu tnta t)ìs'lo dat questões 'le

Preven-

çìio, quc basicanente I un conceito sociuL Pre|enção yocô ntia [da tt nnpessoa só. É un lrubalho que se faz para grruttlcs grultos, tlllt'tt1do sobrc

cartsL7s,,, Isso Ine ttlttt'cou. Mcu í,albttlho sc tpre tcte un cuttho sociaf"

A entrevistâda E4 era excelente allabetizaclola' e lo üabalhâr conr

as crianças que apresentavam maiores dificuldatÌes, qr.ris comprecndê-las'

Buscou o curso de Pedagogia, rnas suas questões não Íbram respondidas'

As técniças que âprendeu não funcionavâm Com base na própria intui-

ção, empreendeu uÌn trabaÌho coletivo na escola, inovando com os pro-

fessores os métocìos e evitando encaminhar alunos a serviços psicológit

cos. Buscou o curso de Psicologia, mls nsle encontrou generalizações

muito grancles e explicações teóricas sobre uma criança ou un adoìescen-

te, que nada tinham a ver com aqueles que ela conhecia:

"Comeceí a escret,er sobte lutlo que eu vkr rÌos escolús. Ë a estLkl$ ntuìto,

1L!ita). (...). Dtr e"^crtt,ict, tlawr retofl1o, disculítL con as escolas, Tenrtuttloque chegarirt o nonenlo de Poaler lrabaLllor à ììtinlta nlatkirtl, t!ü exnrctr

Íe cotn as escolas".

E5 começou por reproduzir e divuìgar teorias dorninantes no início

dos anos 70, em que teorias sobre carência cultural Íepresentavam uln

avanço pelo abandono das explicações de carátçr genétìco e llereditário.

O posterior contato com crianças pobres e suas famílias, através de traba-

ll'ro corn a Secretaria do Bern-Estar Sociai, levou-a ì reformulação de

suas posturas teóriÇas:

"A crítica à teoúa dct carência cullural veitt a paríir tle urn cortltúo ktngo

que lìve com essa! crianç(s e suas fa|lílkts en su1s cosas' tnl scLtt boit-ros. Eu r'ia (Ìrrc essos critutÇos ennt difarcnÍes da critutça tlcscrita pcla

teoria tla ctuêncía cullural. Ell.t se alrcsüllavu,t.fora la t:scola conta

nutìto mais calrazes do que seria esperutlo a 1)art| tla teorío llssa crílica

Ìrassa par unla Nìsão ,taterialist!-histórìca tla "^ociedatle

e por lewr ent

166

3.

4 NlLs ÌÍínscriçõcs qoe sc segLrem, os grìfos sao (ÌÍ auroÍì dcstc rcÍxtóÍjo.

Page 83: Texto Psicologos Areas

168 p,rícólogo l:trusileiro: Jtráti.cas ernergettÍes e tíesafios

conta as qucsíões tla itleobgitt e tlas raÌações de poder nunla socieladetujto a nosstt. A pertir taDrbént tl. uutu vit,ìntio j,rulunEarla . pt,tfundrr,letttro Jo corilinrto ,l,ts cscol,t.t 1,ubli.rtt. .

''().ottt, o c,,tt,t tt,!a tl,t,.srol,t nt,, .lüttìì.)!t tt trtt,nç,jo l,nr,t _rìt.tartlcterninante' da tnú qualitlala Jtt c.rct,la qt,, ,,. qf"r"rrL ,ri.r,i ì1, Aï'rlr,,E Jcz cam ttue o Joco tle ninha tutÍlis" ,e' aerbr)nrs) d^;,,.;;;;'::;;,,,,

Jbn.tcs tlos probletnas cle opr(,Dtlizage,l, nr,," r, "rr.lrr,

'r-,.,;;;i;i";: ;';rr,-neíra conto cltt ensinct, e r:onrc eht :tc rtlatt.,,r, ,.,,, ,,, ,i",rlirìoïíi,'n,r"

.tLio tts cri.uÌças nnis pobres c .rtrttr Jutuílìar. ,l,V,i .rt*r"i ,uì q,,ì,,.riao rtnprc(o,ceito, tacial c socíal, qLle .Ìi.\lt inclusittc e,rr," n.tr,r",toi".l,- ìi,ìrr-,t\'t ti n,, \nthh.nttli,t,l,,r,l,ts rtln1.òc: etttre a ttcoht ,.o.ç.,,;,,,::,,,_rbs. Esse preconceito é causrulu tle "rn ,lri" d" pìriì'irrri ,;;';r";;;,,tlìJìcultantlo a ttprentlizagen las crüttças. Entao ekts ,A,r, aArirìt.rí"rt"

aprender níío potque nAo est(io cttLtila(Ltr lr(Ìt.u apretklL,r,,;r,",ro:r;;,; r,,

,,1:,:,: ,!:t,:,,,,,,, ,, ,,".ct.t.,ti. ascttt e ct to ,i,,,,ç,;, , ,t,,, ,";,,rr,,,,,,, ;,,' ,i,;,;,,,,.,04 cn(nÇa lela es{ú|,i .

Tantbém a gntrevistitda Eg reviu suas prilicas e seus conceitosadquiridos no crrrso cle psjcologia a piì rtir diì *ì""- ,"0r" ,r". ìrrri.i,cu uma realidade social concrerc. por rolr. (le l9?5, f:,.'..;,ì;ìJ, ;;;ìì,psicriloga, cta equipe cìue trabalhava com eclucação "il"; ;;;-;d;;-bÌicl educacional;

"Eu jti sant^ cpte argo esítntt (.rftkro. r,sí(^,a iurgitl.ro nìui{a den,tl(krntnt e,lu,uç,irt I tt\\il. i c,ttuec, i ,t ,1,.:t LtttJì,tr. ,", ,ir,,r,,,r,,, ,,t,,, ,, ,ì,.sefitt erlucação especìal natprckt realìJ,tJe. Eí nii,., g:o;,:;:;,' ;,r' ;,:"" ,::;,ali, nào tt, ralitrtrn, c Jr,li p.r,t r,,ir 1,n,,, n,,t,,.,,çain'r,,,;,,,,,;,,: ',""" "'

Nr educação comum:

'-4, ',1t'irt c*m Jetttra rlu pt61,651a ,1, ,linqnistìr.o. Jr ruttt,l, r ,tlrttto.I't|tr(nÌ4. Ì.tr t^., qlk (ntntr ..Írtt. [\ìs!ìú tt atttt,ski,].Lr t.,s!t,, I aitt ì,,stcsres lard .leternìinar quun c-traj). ntrtluro para npr"rrt", ,r"iì"o'i,escrc,ve^r, A eílucuçõo espcciolíataitr un retestc pnra saber qtrent lei-rou tlaser drficilue nental e potle aprentktr. e

"1,,i.ça. ,.ì,,rr,ìr' 1á;;ì;;;;;';;tttrttttrúLt,l,. Lr.t ,tttq .tli!ntr. Rrrtl,t,ttnrtç ., ,,lr,r, " ,ta*,i,,^ i,,ì,rr,l,',

I'atn or .'ti. uln,ltt!ts ..ltn\t.iornis !laç .list,it,..r ,,,t,,rnrio,,,,ir: ,,.r,ìu t'r),,i-Iat)atÌt.ts ofìctta.kr..t[ educaci Ình tt$ urirt"rtr" urotrrnr, qr,:" i,p1)r,t'(un os Íestcs. A pnfersora Jìcava conto observtulora. O" ,"",i, ,oi,rrrrì,,,

::r;:. !',,r?l:ti.ttu, ot rot.tìriLt.. Dr(1n,Ltrt o, r,.ttrtr.t,t,ts t,,,,,,,,",.,i,.,,tenoftlr tttrtttlat\, tlttt, l\tç\r7:|.t u l,ard n ori.ntr ora Ju a"c,,lo q,,,.7,,rr,,_va para a professora. E o rcsuhatlo era sin\rte"rr",,te rrinuçnr'ru,tr,ìr,"'u

r69For rqão e uludçiio do PsicóLogo rct educaÇão

(tiatìçustt,t(ltur,6l'nrttoalt(lttlì:ttF'ttt'htl(tlttn('!'t(:criktOfto't:'',ì',."ì,,"nun rn nL,rit/ttt,ti,t. t o rtst ral,, tìnlta ot rtqotro .l,i cnt scgun

)r'r,r,"ììt,, ,,,,,,.'t v(:(:\ titlRt luni'lu nu'!'ttt1't Ji l'ro|tssunt: lttot tts

';;";.;;; "r*;"

renltuÌci(ulos etn crial',çcts üatlo ds e i"1dtuftts' lelas testes

apl.icados,ìrc ses curtcs"

''Pcttt to\,.t!| utrtr'r l''ìtolot:n oskst,ltl'1(1 (s'oLt'e lultto\ vetìtrt\tì

,::,ì:"',':;;:,;,',;"",-":":,1......,u",. '' N';\ '|rtt!'.t'i'\dnìut "ttttld "ç r' \r( r AL

u,iì,ira., cnü st'lì'titlkt(]' Ctlt:'tnoi as ttst': ' ^lt:trolÚliL'!ttL)\

(onì "t

,lì,,ì,ì't,,,, ,t, ,i,l,, sul'r' çt' Acotú(t !'tt qttr la' r,tintçat '"'l'.t

',::"'.tlttttunts, lUaì rct n\'ttlc Ì'r?fl'clti' tt '1\

cu!ì'lì\'õcr 'l' tttnIura cnl lo(tl6 It:'rìiir')i),"r,"

oi,rt,"nsitleratLts imoturas' netlos de l1al' eftuÌt totaltlk'r'

ttüìt"ttttr,lt.Cot,turloçc4t'tlrtttotttl'tn1"1va111't'ulrs:ornurlv:lt't',h1,,)r .iÍr,tr. F. u rsi,tt.r'ç I |r' /'rCr r r t ì an lt/Jtt,lEut ln

' , tt;i",

^:::':' ,,:,"::!,' .':,i:::::'IttI 'lhrtr Ilttt ]t(c'1çit'tta t t'ntt r(l'r"\'úldr' '

ttb' t'lÔtt4ttttn o rscut(t'

''Eu trnlt,t tlt tttna t ìt.io tttttil'' iltltvilthtlttht tlt ollt't o ' ìiatìçn '

rì1tt(ct l

ì'tì)rr, ,,' ,rr,ti, , ,to ,'srctn't clt'enciotnl' mos sLtu c'tlrtr cer qtte ttclc o qrrt

. í,.r1,,,,,i' l'" t''rnt'q t s ì t t t ft t ì la e t o u t t t r un t t t'rl' "'

O depoirncnto de E9 é semelhante cluando tliz:

"O tì1a18íslírio scntl)rc nte fascütou Aìnla utú'etsilcirìd' cutsatttlo psicoltt-

",,.i ,i,,7 ,t,unun, ì,,,,,t','t', a" tn.rtn' tt" t: ' 2 tr'rrr'r ( ' tt ot'çio ]\lt.t

':,:i,' ,',:''.t: ,',,-;' ,;', , , ";"u,i1'n

,, "n 't't ."ic"!aqin L:rat't

, ' 'tttr' ' 't ì,tìtar'

',,iu,r,tn i,,,,," i t,lrt' 'tçio ìcllilLlo "t "sf' t t"5 sn'it'foli ' Ús- tttttÒ (tt,' ttt

Jo rr,ú,tllu , ::ttu ioln, 'tt' iu'lìti'l*tl r rrn'yìttìto llttttttlo 't 1üult tJt't'',uu,,ra,t

acn,!,1,tic,r, foi c::uttì'tltttcttrc tlt tttft' lt tttìn tisi" btlttviorittrt

"'

;':' ",,',;" ì,u,,t,riuin,,,',r'i" J't"';!' n r rottt tttr['ttc ]^ti !ti ltit tts !LtL,çr',,i1,i,,,',,i,i,,,,,,,,,'), ,,i. , . ,') ''íi"" i' 7'i.'tuRì't 't'

ntto J' tutt'|t ' iç;t" t(c'tì'

'r',i,'.,,"",',','1,"'i," t1i*iu"nt ' 'n t"n'to

''''1'lcstttettrc rt ror.ulnr" ' tt'ntt

''r,rì,r',,,r r,ltü t'1t'rt ltttt'l'utrcrtt'tçúo l'ortt tttuior' l:Li'lttttt tntnr' 'ttte

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"',ni,i,i,," i,',,"r',.' tu' 7'i,"t"a;'r' ru ttir tr"l"rit h1'tt 'r'1 tttLtlttl

,"rlir'i"oi Uoirot nitro nos prineiros (ütoÍ cono prolissk)t1dl,,foi foÌteì]&,t.t-.',,

),i,i',i,,,,,i,,,to ^+' rrt,iu,te t':ì'alutt't 1'er1"t:xth tnt 4r'r'lrto('1o: ctrr' t

ì"i,,ti,",' ,,',." " Prir'ot'tgin L:catnt 'ttttrn J' tutu littlt't ctttttt tttttth ltt'

belutt'iorisltr toltatla Pata o conlrolc lrt cotì''orlÍtnx\1lo (tlìttgttóstìco e

",iì,rì.*A,t Cotn o n1'n'futt'ktttntttt) tt uri(o \'otttttk' t t4Ìt nttlor't (ottt

'.iiìiì ,ii,riì ,rì,'.,-tu):ia r,tett'no' t'ut!o M It s ' t trittiltttnrtut tt't

",,,)r-r,ì,1,,"ça,, ,,,',"'ni,trn ricn c ittrc'tço cottì ktttklç Puri'l: t l txlolnrtltn'

'r"oiì. ì,,ìi )'"iìì,,,,,'r" ' et'thnrtur'!a ttntt t ìstio 'tiah rica 'tt I'ttc"'totid ( út

lrJucacì,trt,Jclìttttt'1"'rt:'')ttstttutt'lÚoJorn'ç'ioeaTr')tìatpsìcalng'en Foi un vtlto tltnliltttit' cttt'r k:

Page 84: Texto Psicologos Areas

170 Psictilogo brasileiro: prdticas entergentes e desaJios

E3 corneçou sua trajetória pela escoìa normal, foi profèssora alla-betizadora, interrompeu os estudos quando nascerânr os filhos, e buscoudepois o curso de Psicologia, rì'Ìantendo seu intercsse peìa educação.Avaliou o curso como 'inuito clínico e terapêutico" e clesistiu dele. Estu-dou Pedagogia, mas queril mais conhecintento psicológico para Ievá-lo ìreducação. Mais tarde Íez o curso de Psicologia.

"Eu sou eductulora. Ncio queria ser tetaleuttt. Estwlei I'ìaget,. e tlepoisDienès. Qucria entetttler o raciochtio da c ança. Vohei uora rcnte aestuíltlt Pieget. Acretlitáyanos que as ,netotlologiis tle ensúto tinhan rluepastar pela fiLndanrcntação 1tsìcológictt e elcEientos como prbritlatle oesludo tltt Psícologicr, para propor nktoclologìas a partìr do conhecinentode como a intelìgôncÌa le constrói. Islo porque ltayíamos nos desilLttlitlocon a tecnologia itútucioial (...) [tne]lcìotv Bloon, Gagné, Skinner,G uilfonl, Torrettce.., l.

"Massacrei as proJbssort$ de 5e série Ídzendo-as tleJinütnt pLanejanrcntopor obje!ircs, dcfinir os objetit,os operacionalnetTte, avuliar os objetìvosco|t!)ot tattne,Ìlais. Sentia que o grarule vazio tto ensino crat a Psicologiageral que era trabdllldda uln os eluctnlores: anpla e geral. A rtüláticanão era baseada numa Psìcologìa que clissesse colto tuna! crìança nLun

detcrninado contexto e nível tle tlesenyolyünento pensa aque[a área tloconhecimento."

"Quando lecionei Psicologiu Escolar (ftnal tla tlécada tle 70) conecei atrab1lhar teorias da altrendìqagetn: ütstrucionìsno, comportanenti.tmo.Depois entrcva em Piaget. Ia para a escola, acon4tanlnntlo turnas tleahnos. Faxíantos pesquisas replicttntlo as lrror.$ pklgetì.rnas e introdu-zíndo nutlança tle esctle. Qucr t[i7.er, (1 gctrlt não fhava no laboratório.lunos pau'a o conteÍIo: a escola, praças, parques, ltara rer co lo d cì.ítu1-

ça racìocinet'a, ntas no anhie te da vida lela" .

E6, recém-Íbnnada em curso cle Psicologia ern 1978, iniciou iazendo psicodiagnósticos na linha mais tradicional. No entanto, tinha umahistória passada de partiÇipação em comunidades eclesiais de base, ondese encontrava çom a popultção pobre. Durante o curso de Psicologia, adìsciplina de escolar oferecau uma perspectiva crítica e estágios nessalinha. Quando em 1985 teve a oportunidade de trabalhar com psicologiaEscolar a partir da Universidade, passou a refletir mais, com um grupo depessoas, sobrc a atuação do psicólogo na educação numx perspectivacrítica:

Fomlação e atu.lção tlo Psicóloyo tvt edLrcação 111

,,Cotno psicóloga eLt clrcgLrci a íaacr Jìtlttloíico dc crktnça' l'ant ':l".ssa

erperinì Na épo,,r "'t

ainda hão linha a clurcza qtt ltasstr o t€r quonlo

il.,inir"i o srrpo an pticologLt escolar n4 IJSP' do que seriant tts altendtì-'r'nr"d"

*rìnçào. Por Lun l4'lo eLI litlh4 a ctílìca' rnas nõo sabia betn conto

lìtlar cont tts sìtrt(ções concretas lsso só a<lquiri t11L1is tar'le' 'lltutt.clo')."".,rì.,,

" ar**,ì oúr.Ls ( teüntivas de tftúatlb' Iloie' quando traba''lho^o, ,o,, o, nlunos' discutì)noi as lltertlúliyas de lrcballú e nôío só a

crítica."

Para a entÍevistâcla 87, a revisão dos referenciais da Psicologia

Escolar foi feita a partir do mestrado em Filosofia:

"Tcr leìto o nrçLnr,lo ent Filotolkt 'ht Flucnçao [oi ,Jcri:iv? fo:: ltok

pensár a Psico[ogia na sua rekqao cotn a Elucaçao dc ncrneira dtJerente

'J'n ,1uo "r

,iv ni t'tintn grmlu'çtio L'ì n Psicologìn.Eteoktr era,tis,ra.:')

co ;o Lnn(l úrett tlo Psicologìa qut ü ìrt a1licar os cotthtcìntcrtlos tl't I'srco'

logia à Etlucação. Quer dizer, tutt motitttento alilaleral' que descaracleri''zivo

o obieto"rto "iu'lo que é cI Etlltcuçao e a Escola Vit'i isso na nitthtr

grarluoçí- e orho que foi eúrenanenle ína'lequado (" )" '

"Consegtti pensar essas quesÍões 'tiío

PeLl tninlnfortnação c,ottto.psicólo-

ga, n aí pih ,nìnlra |ofllttrçao cfl FilosoJio tla Etlucação Não é possível

itrio, err' nsirologi(t n'colar setn falctr ern Etlucação' sen conprecndcr a

fLurção tla escola em seu coní(tÍo socictl (" ) A Porlb dessa comPteens'-n"o

!'etrlc enlende qLte nresno aquílo que se consìd?ra conlo interno,à esco-

Lti é na vertlatle unta ex1'ressão de detemin(ções que estãoíora da escola

,riurirnr r"z"r' Enlão eu acho que esse silLtur a escoll denlro desse conf?ìlo

ntais geral, contltrcent[er a esu:tla de un notlo mais abrangente - ttcio só

. pììt"r-,, ^t (1 nelodoloyì'r, ntas tt escola ntt suã relaçao' cono ela ó

consiruítla hoje - é nccessllrio par't se Peftsar 4 PsicologitÌ Escol'!t"

"Foi pela ttporunilat[e de teflexíut que Íh)e no meslratlo que' ^quatttlo

,,tr"gr)"i n ,", 1,rr,1n,,orct de Psicologil Escolar' eu jti tìnha unt teferettcìtl

que dücilnente se consegue le tLun curso de Psícolo|kl" '

Para EI, a trajetória clo campo de trlbalho do psicólogo escolar no

Brasil foi marcacla por três formas de atuação que caracterlzam um- mo-

J"it "ff"i* cle açãà: cliagnóstico, terapia' prevenção No entanto' desde

Íins clos anos 70, os entrevistados

"Tênt prot:uratlo r.alirecion(Ú seu cottlpo tle açíto' t1a lentalìva d.e aletÌ.der

às solicitaçõcs ale u 1a Parlìci)ação lttai! alit'd tro processo de ensìno-

crltrendìzaiett. Nesle cctrttetlo, é Possí\'el siíLM 4s !)esquisas c:oorclenatlas

Page 85: Texto Psicologos Areas

1'Ì2 Psicólogo brasileirct: prátìcas energentes e desaJìos

por proJessores tlo Mestralo en Psicología Cognitira tla llFpE, sobrc os

Ir,rntlanettos cognüi|os da apreulizagen.le cont?údos currìculares, queconstítuít-aì o rekretlcial Íeórico le úna prolosla tlc íntervençcio psktt-perlagógica .bntro da própria e-çcola, yistuttlo.L nÌelhorìa tlo ensino tleprineú-o grtut"

A partir de todos esses depoimentos, sonìos levados a concluir qucos cursos de Íormaç-'ão ern Psicologia produziram profissionais que, aparlir dc outros cutsos, lgitulas e rellexões sobre a realiclade social, triÌns-lbrmlrarrr os esqucmas concr:ituais de seus reÍer.enciais te(lr.icos aclquir.i-dos nesses cursos, no que se reíère às relações entrs a psicologia e aEducação, na dir-eçio cle uma pcrspectiva rnultitlisciplinar, não reducionista, crítica, socialmente con]pronretidl, lec0nhecendo o contexto púti-co como espaço para a produção de conhecimentos.

Em nosso cntender, tal perspectiva é inovadora e vem se desenvol-vendo nos últinros l5 anos. Cabe então perguotar: em que meclida elaestá presente /rrs .?/aal.ç cursos de tbrmação de psicólogos?

Segundo se pode concluir pelâ lite[atuÌa rnais ì.eçente (Weber eCarraher, l9tì2; Botomé, 1988; Matos, 1988; Francisco e Bastos, 1992;CRP-6! região, 1993), tal pcrspectiva está iÌindâ pouco presente nos cur-sos, porém se pcrcebe utn DlovirleDto crescente de prcocupação e debusca de soluções para a ÍbnÌlação de un prolissional de psicologiamelhol ltrepalado para âtuar conr caríter social e histór.ico no atentlinten-to às necessiclades da sociedade brasileira concretâ.

3.2. O Íazer do psicólogo no campo educacional

Das falas dos entrevistados, entetgilam conleú(los que nos p€mÌi_tiÍan .ìpontar tipos de âtuação do psìctilogo na educação que piìrecelÌÌresponder às tendências mais atuais no desenvolvimento do conheci_nrento psicológico. Taìs príticas potlenr scr vistas conto indicativas cletenlativiÌs de respostas a algumas demanclas cla sociecjacle brasiÍcila denossos diâs

For xcíÇtío e (ttuctÇdo tlo psicólogo na educaçtío

3.2.1. Superando a noção unilateral de adaptação da

cÍiança ao sistema escolaÍ

1'73

CoexislerÌr víriiìs lcnliìliviìs de superrtçio rJo ntp:1. t':'i ii iilll'l:ltc rlcsernpcnhlJo peìo lì'icrilogo escíìhr' a slber: :ì llllvldiÌoe oc Iì\ì(t'r'rL

l:':ì;"i:,ìi';; prr'-'togizc -problerrr:ìs

escoìxrr( rrtribuind'r os exclusi'

ï.'."].i;"il;;;lìì"ïi"i'" (que trata o bâixo ÍendìÍnento escoÌar

ior,' i" r.u.o",.*,o. rcdttzindo-o I pretenso resullrdo.'lc lrl:illï,:-j)-i;;;t-; "ri""ç"

ou em sua famíial Nessa persPectiviÌ' na meLlrdiì enì

;ï"ï-';';;;:.ú a xdxptrçio à escola' a criançr vê-se excluída' eoì

ìnIrr"ì" utnn "inàpacida.ìe", "cientificamente comprovadâ" Como con-

;;;t#;t r"uio,-p'i"otogito' que as apontam como poÍadoras de

disnrrbios, tnuitas dessls crtlnças

"inlro.ìeta,n ess(t |isAo 'le

si '|nesütts

cotno tlesttparelhadas para a llr?n'

tlizagenr escolar e passan o restu 'lã

\'ida dcrcdillndo que não vcncerattÌ'pìllr,"

rao tnnn" *ndições pcssoais pata isso" (F5)'

Na opiniiro de E3' cabe ao psicólo9o que terìì urniì visrÌo tríticr da

I-siçololir, oblcr lrìnrr complecnr'tt tnais l'ntfll 'lr n.t itlotl( c5colcr''F'n

sul exp-eriôn, il trsou os tnlis diversos lcculso5 fìlri ls\o:

''tisitttt tlottticittt[6 conl o: cslaBkiri"\' o/'t'nd\']'r '/n c/'r'ç\' 1t.tttì.i 'r\

Jc 7t',J, ':orts rtertnçito iLtn ns ctiatì\'(ls cnlt t Ii\!nt ilttht httnttt t t '

"Assìnr lentrnrtos ettÍeruler conro se tlut'am as rekqõas na escoLtt' os pre'

cotrccitos, a tliscrinürtção das crianças' tlos pais"'

"l)epois sisle lÍllia.Inlos uttt trubclho de irttcrve!ção' co 1unld relação 'lè

,u.r'tìnç:'ln 'u'ì' Ttoxitu't Jnqr'elus ttìottç.'ts r 'l't'tnlrt':.'J':i':t *'

tl1oüo's gtLlr/os tle crianças e gru1t"< tlc profttsorcs " ''''.n!",t,t..:..'^:*'attì\':\\t Lttttttniltlìar crimçr\ no I':ìiiloto 'lLt(tiaín:Lr ltoll( 'l(tt'' Nttt

;,-,", ;'r,i, "' qtlti\nt 'hult JìçcurìJts Ln ttlqttüt t atttttttÚs r'tvÚtttt ttÒ\

os Pdis".

,,Nos e contro! cont ns cricutç,rs e4tlicuanos pato clas y,t'rquc 'tt stns

,rroi"r"o,n, as encctninhattut Ouvuttos sua ''l'ittitio c dis(Lttttllos conl

"Assütr as prolessortts lanúln rcflelent sobre no prltlica ctn relação às

crkutças".

Page 86: Texto Psicologos Areas

t'7 4 Psicólogo brasíleiro: próticas entergentes e desafíos

Segr.rndo E3, os professores são sensibilizados, pelo próprio psicó-

logo, sobre os Ìimites cla atuação do psicólogo e sobÍe as possibilidades

de atuação do proÍèssorjunto aos alunos. Tenta-se entender o que Ìeva osprolessores a atribuírem a probJernas psicológìcos as dificuldacles de

aprendizagem.Assim chega-se a um rnelhor entendimento das relações entre a

Psicologia e a Pedagogia, reconhecendo o papel do proÍèssor e a respon-sabilidarle da escola nas dificuldades que o aluno enfrenta.

Na mesma linha de trabalho, E4 relata sua experiência no atendi-mento à queixa das professoras de uma escola, sobre sua dificuldacle de

lidar com a violência das crianças e dos pais. Foi feito grupo de estudos,

busçon-se conhecer melhor as crianças e as famílias, novos dados surgi-ram, e a questão foi encaminhada pelos próprios participantes, que desen-volveram formas rnais produtivas de relação.

As práticas em vigor na escola se tmnsformam, e os problemas deaprendizagem das crianças se resolvem, não porque elas "se adaptam" aosistema, mas sim porque novas mediações são criadas.

Para essa mudança, inÍìuem o conteúdo clos cursos de PsicologiaEscolar e a qualidade dos estágios que são otèrecidos ao futuro prolÌs-sional.

Na experiência cla entrevistrda E7:

"O prímeiro notnerto cla dischlina ë w a refle:úio sobrc a cdltc.tção. (...)Mostranos a necessidade cle uma concepção crítico tle etlucação. Busca-mos enÍão na Psicologk! os elementos que dlofitant novas .]ltenntiyas de

atuctçlio para o Psìcologìa Escolal'.

Na expressão cle E9:

"Na área especílica tla Psicologitt Escolar, é itnpofllnte t]ue os estágiossupervisionculos possibilitenr a itnersão tlo alwto rtunta prãtíca tellexiv.rcortl vistas à prodLtção de utn saber totalil.ante e da práxís, a parlir docontexto escolLTr - esco[a cotnprecntlitla aqui nas sltas relações cotn asocietlatle e no cotltraí[ìçtío que llrc é úterente:.liutçt1o reprodutora e

t ra nsfo r nt atl o r a tl a s o c ì c t I atl e."

Para E2, a mudança de enÍoque da "criança-problernl" pariì a esco-la, veio da relÌexão sobre a experiência cotidi.ìn.ì. Começou então a atuarem algunas escolas com ajucla dos estagiários de Psicologia Escolar

- Ievantando os ploblemas através de observações e entrevistas. Forma-raÌn-se grupos cle discussão com os professoles e com os pais. Conro

Itornoção e (úuação tkt ltsicólogo na educação

lesult:rrlo, I dinÍltttic;t escolrr se Ìrlnslbrtnut' os

il;;t ^" psictilogo diminurram drrslicíìmenle e

115

encatninhamentos de

melhorcs resultados

niÌssiìtiìm iì ser obÌidos .r^ ,e:,li.r,le'"

"''ï,,iì'rì i" "*** erige ttrn profis'ionrl conltecedor dr re.lidaJ'

escollÍ, crlìlÌl de oper:rr cotno lg*te socill e culturul' que^particr|r nl

:ì,ï'; il froute'ndrita' e des diferentes vius rcesiireis pcra suíì soru-

, ì". ì,"i.,J o' de a r ar i rçio "'' i:iiï;ï.:".""'i::"ïïÏ:: ;:::ì:ï:;í"nr". n"rra contexto nìaior no quc

il't;;;à;;;'" 'Ío objeto ch atençiro do psicólogo'

3.2.2. O psicólogo como profissional independente do

corPo administrativo da escola

o psicólogo .escora, r::-,iïï::Ï::*:,i:tï.11iïïË:. ì::fonna de consultoria oü assessorta.

conlriìloentre o psicólogo' sulerluipe' se lbr o cllso- e t tttolt. - - ,.^1

A entrevistírda E5 não consldefÍr oue as escolas devaÍì [er pslcojo-

gos ligaJos diretr e pcrnrnentcttn" t tl"' miìs de[ende o tÍabrllÌo do

^.i^Ál^oô com a instituiÇão, ut'ng'náo o totto'os implicados com a vida

:ï::."t;;'""';iì':i;ì" ..i* ì"i.,**' " rePÍe)enriÌçòes de todos' Por essr

;ã;;"; ele não pode pertencer a eqtripe escoliìr' nem estiìÍ subor-

dinado ao diretor:

''O r,.i(òlogo JPv lrrltttì froJìstioml tlì't tnJof'ld'srcla Tara tc'1|i:o'

,íi'ì:ìí,")'i'^ ;"vi'"io'ut pi' lsrn pr'ci"n rct in'ltpenJtttr' I:l('lo: tt'tt

cottrrnt<t tl, ,rul',,tnn n "'

d""ìJot''i'to u*' ('rto tLtttl'o' N't lì11ì'a itttti'";;;;;;;;I'-ì", unr tliagtrristìco Jo qtrc cstà ucontcccnrl" e tftlbdltto co"r

lodos ()s enr)ol\'iclos fio processo" '

,.Alualjnente' aclto que tt traballto it{urtnalo 11,Í utnn |,ìs.lo'ì1'l,tüü'ciot1íll

,ltÌ\ dtt(tl;n s 't ,l.'is rlìc'l' fl'i""io'n 'ou'o

aültJ"tu ao trubn'lh" ttcnìtrt

";:",i":;,;:,;,,,,:1" ì""i ti"t'^'nìiì ""'nti""rr 'r{ i/rr/rrlrrç'ì' r 'to 1"'trr" tte

titta,lc stta itr't' tltio :"cinl' l'i"J'''n l'ol"i'n'otithI'tIta'(ht'cr:ì .t'

'r;: ;;hi,;,':; 'i;,,,':' ,, ti, i,r''l'. ì"':'Ìu" o t"t'ót.,l: t:::,,',::,',',:,:i::,i,:,:;:t:t^t"'

c rLs r,lnçòes rnlr' strl)jdiviLl't'l-s Sio n' fv'nlo8r'Ì\ Iltstttttt 'ut ttl

"O Dsìcólogo quc arcndcÍra a essa demâncla de fabalho instilucionrìl'

;a"ì';;";:;;;;t';ionet tiúral' contrrtado ptra isso com suâ cquipc"

Algunas experiências na Ìinha de resposta a tlenrandas - ":::liparecen-nos interessântes par serem lembradas Embora a expectâtlva

Page 87: Texto Psicologos Areas

t76 Psicólogo brttsileìro. prdtíctrs enletgentes e desr(ìos

iniciaÌ seja muitas vezes de que o psicrllogo Íìrri o diasnóstico e oÍ'efeceÌ-.i trâtânÌento para "problentas psicológicos dos alunos", lì piÌÍir do trabalho conjunto surgc iÌ sensibilização pariÌ outros iÌspcctos cla questão e irescola se dispõe a rever suas próprias prátic:ts.

Na experiôncia relatacla poI E4, o psìcril.ogo ctÍcncle ò. sol.icitttção tleuni.Ì escok\ prru a.judar a resolver problernas decorrel)tes cÍa lceitaçÍo decrianças cla faveÌa, e egressas da FEBEM. A cornunicllclc as cliscrinrina-va, niro aceitanclo que convivessem na escola cotrt seus fiìhos. O psicólo-go conìeça por lazer o reconhçcimenlo da escola e do bairro; ouve asprolessoras e as criiìnças. Nurn determinaclo nÌomento, as prolessorasrììostraralÌÌ o desejo de entencler colno penslìvlnl. vivia l e o que querirrÌÌda escola as cÌiançâs corn as cluais tlabalhavarn:

"Ac?tÍd a l)rcposta dc ouvìr e cortlu:ccr as criunças, .lbnut.lcixLs entrct'istús, ca t a crjuda das c.çtaglátbs ie Psicologia: 250 c|ianças cnr.c E e I2dno.í,le uin unit,cÌ-so tl? 500'-

Una conrprecnsão nova sobrc a rcrliclacìe escollr conreça a surgìr.:

"Crìattcos cont l2 atos nãa tÌonìcuvnn c:rtrts btitìcas. A tnaíoria íl(la.t(iJ0a,1:) tinlta l)oltcluissi tos lurlot l( rt:fcrôncìtt pcssoal. Não :Lth nt lokttlc nust:únu o, tlkt Llt tutivrsãrio. Quc,ttãt) tlo Ìtotne. urts tlcntun o ttotncdc batìsnto t o de escolln; trocut,tntt le notìÌe Òu,t(i tlavant o apclkkt.Nígutaiü ou ítlealiatu'tutt suds cotk!ì\:ões tlc noralkt. Sohrc d prcJis.tãotkt.t ltais .lirlitun tlinnçõas do !ìlo "nk,u ltoi I nélico, tìtìtrln n1ãe clavatleìtrL". Nt'io sabiatn ent tlue tlitt e ni,r e.rta r'dtÌt, ou as hot.us."

Surgem novas perguntas e noviìs hip(rtescs:

''0 qüe e(ontue con?,tsu,\ (t-iolÇds, enÌ quct a estrutLu.atõo do knpo,rtJà1 rle unt nrxto ttÍo tlif?rctú(Ì llltts vi,ctn ntuito soaítÌlta.t, t:ui[untlo ltin1ão.ç n1.is ttoyos c4quanto t ntãt trahalln. A tli tensin do fLrtLìro óÌÌnìito limil:ìdr"

''Os rlalo.ç l?vüntelos d resltih .[c cores, Íct]1ÌnrulLlolr,, lealíaat:aío ?ntrgttçtfut, itlentilatle, c tt:nclônckt a rc:prnrler "não.tt,i" nLc[]na ìtsr;lut:s-tões tndis sitnlll(s,.foran tlcwtlvilo.s às prol,::ssoru: .

"Nós nos lcntos conta l( qu( JAkiyantos na escol.a tlc realÌtlad(s c.\c(ssiyatt1ettI dìsla Íes las crüu1çds'.

"A lttutir lrí. cotil(ç(u1un a,tair, (lcrs pt(il)rids ltïofe!softts, as p]-apasx6tle trubalho. Ahriu-sc tanthiu o ttpagn tltt.litltt às crkutç.os. As professo-

Fotnldção e (ttLttqaio tlo 1tsìcólctg'o tn etlucnção l'7'l

r,iç n,r,Ll'tt,tltt t.ttttbtnt n th"t\ìJ'l'lt l' t' 'altt tt rrr oç/" tç Ár r'rt

,',;,",' ' 1; r',,i, , '1", "t"1rt1'Iç rtnt!r\ 'l' ttrt.tt'ltt""tt '' r't tltlL i' "1t

4""'

,^iacões ttt: baìrro Fürtlntcnltt o tcalrc '[ai uliLi'dlo' resullantla eüt Ltce'

Ienle rccurso na rcali'alãa tlds reuüiõt's" '

A entrevistacla E3 retète-se às propostiìs rle usn dr inforrritic'r na

educação corrro /br tfias Lle assessorid presftrd'Ì pcli] UnivelsrdiìdL' iì Kecle

Pública de esçolas de l! e 2! graus:

..5ãa as cstrtkts ìntcres-tad.ts Í1o lrÍ'j,lo |ut l'tú(Ltrtutt 't etltittL QtkulLlo

issa ocot-ft, / ícilo o fi'cinank'nla Jirs p|o'ü sr'rcs t: rt ttratttlnnltLuìctúo

'l' ltt un ':cnln ltil'lì''r r"y' '" "nçi'ii"'

PoÌ outro liÌdo, Ll6 relata que l Prrtir (le ì985' dcsenv')lveu con a

enrrioc ll nriiri. iì dc ol, riicr 't ritviÇo tlr P:ìc"loti't I \ t'lttt tir t tc"l'ts'

"ì1.ïet a. cilrl:r' AÍÈ;miìs c\colx\ se intercssam e solicitiÌln â Assessor.rrÌ'

ì o"*, ã.r tcrn ltr"gar ulÌÌ trabiìlho corìjunto ertre psicólogos e equrPs

escolar.Os clados levantrclos nos pennitcm concluir que a práticx do prol'is-

,.""rìf"ìrì""r.ì;" sob a Íbrtna.de consultoria e assessoria prestada is

c\coliì\ enìcr!:e Lorno ltìn nìelo lìoporllnle 'le contlibrrir't:"t'"lli::-l,n.nt,r, pr;"JOgi.us parrÌ a realizâçitì dos objetivos'l: tf:ll'l f::tl:*.ì"r""^

-"1a" es-"colar.'A anirìise institucional é uoÌu xtividrde que está

"frri*,ú gr^",r* possibiÌidrÌdes para a nelhoria cla qutlirlade dos sctviços

rr".,"r;f"i ^t,-litclentes

insrirLrrçòes A assessoria prestada noutlas linhas

;;;;;;t.;, ìr;;ÉrÌr olèrece..lontribuições importrntes' 1a

rledtda,;nt

nrr" nrontou" a piÌrticipaç o' a tontada tle consciêncìa' a rcllexão coniun

ì:,'"';;;;;;;;'ï;;,r"'J. to''l"' !'s inìplicâdos no processo educacionrl.

;;;;;;;;" bibliogralia brasilei|a sobre o tnúalho do psicólogo ent"*'ìiiçã"r,

" *r"o cl-e Severo ( l9o3 ) é interessirnÌt' "" :'l:'lll':-:.Ï^l*

ir"rir" i",,"^. possíveis de desenvoiver novos instlumentos de trrbrllìo'

nrre sci podem :\er.o,tseguid'" nc c\peÍièlìciir virr Lll tlrcllr' ,

A iìul.,riì (n. l7) cilJ J Bleger" que nLj\ relomalnrrs ilqul fìirr3- Ilrls-

trzrr o que nos parecs,""t"t tt'tpon"nte fundamentiÌl da iÌtuâção ck)

psicólogo:

"Lln(t itlstiluição não I só un ltrgar otttle o ltsicólogo potle trahalltar' é

an ìÌ^\4 (lLL .tutt l'tftfLi''

i

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1

ir

Page 88: Texto Psicologos Areas

178 Psicólogo brasiLeìro: prd.Íiccts emergentes e destdios

3.2.3. Promovendo o desenvolvimento de práticaspedagógicas de melhor qualidade

A Psicologia Educacional constituiu-se no início clo século comoárea de conhecinento, reunindo o que se sabia e se buscava saber sobreaprendizagern, desenvolvimento infantil, rJiÍèrenças indivicluais: tucloisso interessava à educação esçolar! É somente mais trrrde, na tléciLda cle40, que ela se impôs como prática profissional. Começou a exjstir opsicólogo escolar, ou o psicólogo da etlucação, como profissional de unraírea específica, ou seja, cabia,lhe enfrentar siíuações_problernas que sur_giam na escola. Desde então, as disçussões sobre,,forrnação do ciàntista,,e "formação do proÍìssional',, ou sobre as relações entre a ciência e aprofissão, não deixaram de ocorïer e permanecem até hoje (Congr-essoInteranericano de PsicoÌogia, 1993).

Ëormaclo principalrÌÌente corno profissional técnico, o psicóÌogoescolar/educaçional teve uma atuação de tipo ,.curativa,',

buscando,.re_\olver" problemc\ de lprendizagem e de renJitnento escollr. lançrndomão de testes de inteligência, de prontidão, e encaminhanclo aluno. paradiferentes tipos de tratamento. Mesmo quanclo passou a ter um certocaríter preventivo, essa atuação não se aÍastou clo rnoclelo clínico. econtinuou a trzÌtar de modo centrado no inJivíduo problernrs cuja origenré muÌtideterminada, e que são socialnente inlÌuenciados -"r.-o nor-"u-\os em que suJ birse é de naÍureza orginica.

Só o questionamento mais recent€ das bases epistemológicas daPsicoÌogia, da relação teoria./prática e da relação ciência/profisúo, estálevando a um redirecionamento I mesmo a uma reconceitualizacão rìrrpsìcólogo corno profissional que atua em meios escolares/eclucacionais(v. sobre isso as coÌocações de Cuillem ard, lgg2, p. lj7).

'!b esse ttpo de protissioniì|, que leva em consideração os contextosmais amplos nos quais os fenômenos eclucacionais ocoffem, que integrapostura cientílÌca e atividade prática, e para quem relevância sociai éconciliável cont interesse teórico, que está equipado paru proÌnover odesenvolvimento das práticas pedagógicas a pârtir dos ionhecimentos daciência psicológica.

A entrevistada El relata um programa cle ação elaborado a paúir daconstâtação dos limites da âtuação do psicólogo escolar, considerandoque essa âtuação deveria articular-se com a de outros profissionais claeducação, para que mudanças efetivas pudessem oconer na realidade

Fomlação e.Ltu(tção (lo psicóloÊo tw eclucação 17')

escolat. Pensava-se talnbém em "imprimir unla novlr irnagem ao prolìs-

sional de Psicologia no espâço escolar"'

Segundo ela:

"Nesse ttabalho.le Pesquisct e ação en Psícologitt Escolar' têtn-se verift

,ortï -o

f,rflulur;in tlo profissíonal tla tirca sobre o tlesent'oltúttcrtto de

iiìr., nrai,ir", ,"a"tágic'as Attavés de uttra ação i leSftdtt' Psicóloços'

nrolilsúres e pecla1ogtts loratn conscienlìzaclos tÌa neces'çìtlatlc tle acotn-

',ri,iri", ",-içot 'li" 'ì"'nl'"o''

en rcktção ao deseìÚol,itllet1'to con-

'ceitual referettte aos tliversos canfetidos' através tle avaliações sucessit'as

;í";;;, ;;;"t,"ttt Ess.,s ot)(tlictçõcs s'r,Ln tat.tthcn ltttr(t o L'ro1ts:ot

,onrproya, os "!"itos

tkt seu trabalh'" rcJlLtir sabrc tt ltlcllno ( redtrcclo'

nii-lo Ao nrcsntrt lentpo, tto cttso clos ttltutos conl baLxo rctldinrcnto esco''ilu,-'ullìì

,too Ou avalioçtio, iclenrìIicanLlo a LlìfrculJatle,es7,tcÚìco 'lo-.a[,u'

tto.7o'le [,trtr.cer srl'iídios "]ii 'ftcn7(t lora o lrnh'tlltu 'lo lrulcrtor'

Pârece-nos de interesse aprescntar ao leitor os tipos de ações do

nsicóloso que forlm empreendi'ìos {pelo grupo entrevistrdo: E.lì com o

lbletiuã ,le conrribuir para a melhor quclidrde dr educcção escotrt:

Il Capacitlção e âcoÌnpanhamento em serviço de professores e técni-

cos, realizados diretanente nas gscoÌas

2, AtuaÌização cle profèssores e técnicos' âtravés da ofeúa de cursos

cle extensão " especialização, bem como da patticipação em cursos'

"n"ontro, a,",t-,inítios oferecitlos por outras entidades'

3, Apoio psicopedagógico a crianças com difiÇuldâdes específicrs de

aprendizagem

4. Assessotia técnico/cientíÍ'ica a outms instituições educacionais'

5, Pesquisas cujos temas investigados versam sobre:

â) desenvoÌvimento e aprendizagem de conceitos matemáticos;

b) desenvolvimento e aprendizagem de conceitos sociais;

c) dcsenvol\ ilnenl') e rprendizagem dr língua escritr:

tl) prhtica pedagógica de professores

6. Acompanhanento e orientaçào de rlunos cle gru''lulçìo enl P,sìcolo-

gia e ìe psicólogos, que aiuarn no serviço' proporcionrndo Ìhes

íma retle*ao e ampliâção teórico/prática sobre o papeÌ do psicólo-

go escolar' no nível de sua formação' bem como dos ptofissionais "

ï

Page 89: Texto Psicologos Areas

180 psicrilogn brasileiro; prdtícos entergerúes e desafi.os

^^,^,.,1^.:1:.-:,","U,r Éì sernpre sc inreres\ou pelos subsi-lros quc I psi-cfro8la Potlertq o6racer ì eLlucação. Nos últimos anos, estuclou a intera

çao u;l crlançíì ca\ìn o cornputrJor. l,crgrrnllnrio:"Ln 4üe o ct:trtLputar[or lole scr\,ir à itloNação nct ed cação?,,

Para ela,

"Com^o,s_l.rohlc,tt,,., de tútcaç,)o ent nosso 1t(Ìís, só se justíÍìca uüt equilTa-n.nttl ttto.aro,.rt ajuJttr a rcsolt,er os ltroblenns ,noiì. Un tln ioi"u"

llruDl(tItItt t ,tt co,\,t Lt u,troJn,io rl,t trirtttçt nrr lctttrr,t. ,.,ih.ttlr,-,.

,, Et,ud_"ldo por si mesmr e corn várias assessorias, E3 <Jominou a

::lïj:::T.::"o e dispós-se introdLìzi-lâ em escolirs, começando comLj iirnçils que iìfìre\entnv:rrn problernls tJc rrprentJizrgern:

"Fi< a propn"rn n r.ttna escoltt. Cokt 22 sessões, as crirnçcts prograt!íratn"^!,!.^"ij]!"r". Isto tcnL n vcr cotn a tn,,tivaç,-io e ,r auro_u)ng",,r.'À i,,,"-rr,-

:.'.::.,:::tt^k/!' rotcs vr ,, r, tus ,e2.", obrtnrutirn ,, n1r,.",rrtirìg,",,, 1,ì,, q,," n

',,1,',')'"1.j'-1,-, ,^,. e. u.t burra , cono ,.clesprívilegiatltt,,. A crìançi que'i,'"l, jil,*, .:.-, n trattuilt,t, ,,tiit. Lta cornryr, a t,ui,t,,,,t t,t,ì4r,itt,ì.,1t,t,,'.j_!t",., ,,"t', ,u,u li,,t,,ag.n rÍgLkt, que ekt tetn tlue vutcer. Ntio é ntais eta':i:"",,r::"" tna\ a tnri.luìna. A crituìça deìÍ.t sur produção no contpuía,

i,"'" ) ',1.i,::,,tr.".1," ,,.ttc ,nu ti.çtí- la, fazer coreções; concça a conl,recn-t'(,'.,u._ttLc(s.\idLrclc Jas conrt,ttl.ões granÌatícais "

ortrrgrr.,lirnr, pnrn quojttatPro,tLtç,jtss.ìt n, ,tuf rct.tt,liht.ç l lo rn,i,lnìn,t, l,i.tns nt,r,nr..

":"ï:.* ". Llirnç:r chcg.r ì srl.r dc rutl corn essr crJìcriôncir. (.nnlÍ il

::.^^";::", " quc Ìe7, tirz pcrgunlas, aDrendc que pocle pcrgunrar e obrertrìl,uò'rs lsto dese(tìbiliziÌ os tnélodos tracìicionais passivos J rcpetitivos.,,

'"^"^ 1,::ljï.l,iza pesquisas sobre o uso do nrétodo clínico (cte inspi-Ìilçllo ^pliìgetliÌniì

) pelos froiêssores. Estes aprendem a escut,u- rnujs u

::l:lÌ:,: fftentler surs tripórcses. n obscrviìr. e tiìrnbénì a runriìr.con\_!,!,,\rr uL' \r ÍÍìesnros e docìuc r:rbern.

,,"^ ^.1ï.1"1 : psicótogo renÌ urn papeì específico a desenrpenhar nouso cil lnlortniiljcu nJ cduciÌç:ìo. pois o psicólogo

"tenr conheçi,rrr,n7r,, das técnicas tle entreúst(t e observaçíLo. É ek: que',u::.t:r-,., : P",-,*ti,tn,t" ( ,t ttirì,itti.,t ,to routt,ofluutrnt, ,. Ltt. J(vt. trtt)u-'i,lri,',,i)1";n-t"1"t-s. no sLntdo de fa.ô-[os perter o ,tc.to e aceitar a.,-,_-.:_

" - t) l)srcotútu rTrc cn.rün ao proJessor o desenvolvüne\to tlLt'rtLutç'l. 't proLcssn dc ttprcntli4agen, e a Ltsar o coDtpulctlor coDt o

l:onlroção e atL@ção do psìcólogo na etlucação I 8l

nxótodo clbticô Poì(t cotnptecntlet tt criança: saber cottro ekt estci apren-

tlendo, tluc conceitos PossLti, tlue netkts c ansietlatlcts ten\ l)orque cslti

bloqLrcudal, ct. Ele aiuda a criãnça tL tlescobrb conto ftutciotta a ntáquina

e o que ela potle JLrer cou cssa lerranrctta"

Os Iuturos profissionais de Psicologia tênì assim a opoltunidade de

estuclar corro os recursos da infonnática possibilitar.n ao psicólogo corn-

preender a questão clo aluno na sala de aula e como os conteúdos estão

senclo assimilados por ele. Por outro lado' são desenvolvidas no estágio

atividades vinculadas ao laboratót'io de informítica de alguma escolÌ'

O uso da infbrmítica tem-se revelado nuito produtivo no atendi-

rnento de crianças portadoriìs cÌe deficiências.

O projeto desenvolvido çorn alunos deÍicientes auditivos que es-tão

cu$ando o ensino regular revelou se enonnelnente prodtttivo' e as crian_

ças conseguem avanços c;ue não foralÌÌ obtidos com outÌos proce- dimen-

tos.

Sobre estas questões, palece-nos interessante lernbrar a opiniiro cle

Jerome Bruner a rcspeito cla Psicologia do Íuturo' Íhce às revoluções

tecnológicas que estamos vivendo. Para ele, viven'ìos ul'ì'ìa "revolução da

intbl mática". Mas, çuriosamente, a utilização dos computadores não estíÌ

levando a uma centralização da infonnação e da inteÌigôncia no interior

da socieclade, como se havia previsto. Além das grandes redes e bancos

de dados, â tecnologia tornou possível o uso de pequenos sistemzìs muito

sofisticados, que permitem a açiro individual de longo alcance Tais pro-

cessos, de descentralização da inforlnática' estão mudândo nossas con

cepções sobre a natureza cla ìnteligênciiÌ. Estamos tentando descobrir se e

cono habilidacles cognitivas gelais, "pensanìento" e "conlpreensito" po-

dem ser melhor ensinaclos diíetamente. Muitos psicóÌogos que estudam

clesenvolvimento cognitivo e processauento de infofmação, cientistas da

informáíica, e práticos do sistema educacional estão operando sobre a

hipótese de que o pensamento é uma questão de atividade planejacla e

não só cle intuição; e que grande parte dessa ativjdade planejadl é da

nresna ordent dos plogrirmas que escrevelnos piìrl tornrr as tnútluinas

inteligentes. Não tudo, mas gmnde parte dessas iclóias é de nosso intercs-

se. Os tecursos da informítica podern atnplificar nossa cognição Nessa

ótica a inteligência não é mais vistiì como uma "capacidade" encerrada

nos genes, mâs como unr ctlnjunto de proccssos píÌra desenvolver a men-

te (Bruner, 1982, pp. '7 6-17 ).

Page 90: Texto Psicologos Areas

182 Psicólogo brasiLeiro: pr(iticas emergetttes e de"-afios

Pensan'Ìos que uma clas grandes tarefas para o psicólogo da educa-ção, nos tempos atuais, consiste em promover a melhor qualiclacle daspráticas pedagógicas através do conhecimento tlo ser humano que elepode pro<Juzir, numa perspectiva de intertlisciplinaridade, aprofundandoa compreensão do desenvolvimento, da aprendizagern e do ensino, vjs,tos enÌ suas relações recíprocas, e por isso mesrno ent parceria com oeducador.

3.2.4. Possibilidades do trabalho individual e grupal apartir de novos referenciais

Nos últimos vìnte anos a evolução da psicologia viu_se marcadapela busca de novos referenciais teórico-metodológicos, no marco darelevância e da responsabilidade social. Este é ainda um caminho _talvez longo? - a ser perconido. porém muitos passos têm sido dados.

Como escreveram Dembo e Guevara, 1992, citados por.Blanco,Domenico e Pineda (1993, p. 49.5

"No exercício de sua proíissão o psicólogo tenta dloiar sLm prá)iìs nosprittcQios tla Psicologia cienúrtca, ,ncts nem setnpre encotrtra neskr b.tlesque llte pernìtarn solLtcktnar os problemas urgenLes que a realülatle lheímpõe. Sua ação ltroJitisional estó íundanrcntada, eu pttríe, nas conclu-sões cíentíJiccts, mas tonrbén wts etpecía v.ts íla socieclade a res!1eito.lopapel que deve desempenhar e clos problemas críticos cottt que esta seconíronta."

Pensamos que os noyos referenciais da psicologia estão se consti_tuindo sobre um maÍco de reconhecimento da historicidâde do conheci_mento e da relatividade das tcorias psicológicas. Urna psicologia científi_ca que não deixr de apresentar urna ceÍa regulariclade en seus conteúdose etÌì seus métodos, mas que se distância de uma universaliclacle ilusória,polque aceita seus determjnantes sociais e históricos. pareca_nos ilustrar_tiva

- e por isso a reproduzirnos aqui - a citação cle Martín _ Bor.ó,

1990, Íèita por Blanco, Domenico e pinetÌa ( 1993, p. I7):6

"Etn síntese, a Ìrcrgunta episíenokigíco nos obríga a pettsar quttìs deventser os critétìos que nos pernitan detennüúr a r)eftlade histórìca íle nos-

Tridu,,ido nor nos do origin.l ern lrrguâ e.t1ínhulr.Trrdllziú rlor nJ\ do originrl errr lingua c,prnhola

Fontnção e atukção.!o psicólolo nd educação 183

stts cotthecimetttos ltsicológicos sobrc as rectlidades que Niw'Ìtos na Ané

ìi"o Loti,rr' A pnrgu,tn canceitu:tl ttos obrig(t a rever se a eslectrtcilatle

histórica tlo holne t l'ttino'anericano é atleEratlamente captada lelas

,lonro,ituoLirnçAn, dìsponít'eís. Mttiíos dos cotxceitos' Íeoì itts e nodelos

nraisutiliza,losenlPsicolosìasurgìraelcotìdiçõesnuilotliferentes'aPartir de iìÚcresscs sociaìs muito 'oncretos

e na bLtsca de resPo'tlas 'nulto

esPecíicas, ntrrs costuttuttnos aceitá-los co' o se se Íratasse de lc!1tes Ltnì'

vefitis e ítsséplicds que nos lertnilissen Ler qL!\lquer realil1de"'

É dentro desses novos referenciais que entendemos estar se deli-

neand; a prática do psìcólogo educacional que enfrenta o grande proble-

rnï'ã" ,iit"." eduiacionai brasileiro' que através da rede pública de

lnrino tunO^-"nt"l atende as cdanças provenientes das classes PopuÌa-

."r-,-Ou" a" constituen na grande maioria do alunado de l! grâu Esse

DroblemiÌ é sem clúvicla a baixa produtividade do sistema' exprcssa em

i.tt"." O. repetênciiÌ. evcsão. [raL asso' exctu(ito Esse problema' tlue nõo

;;;;;iln^ ou das conclições familiares' mas é sobretudo das condi-

çO.t à" "nrino "r"olar,

pode sef trâtâdo também - embora não só - no

nível do atendimento individuaÌ ou grupal dos alunos

E6 refere-se ao trâbaÌho com pequenos grupos de crianças' e com

grupos ãe professores, a partir das "queixas escolares" encaminhadas por

estes últimos:

"Os professores qLrc et1caninfuu1l 1lun()s lanbó 1 tênx 'le

patlicipar lc

g;;ior;on o, pii.'ól,r go' são Srtt7os oPeratí\'os' conr tliscussiÍo tLa ttt'

ï"i ìu nunoi " aspe-ctos relaciotttt'los As crianças senPre sao escÌa'

rec las sobte as ruzões pelas tluais participarn tlo grupo Não atuanos íle

forna clínica. Se ocotre tie uma criança apresentar mIior comPtotne-"tínento

- são cttsos raros de 'leflciôncia

tnental ou problentas elrocì')'

nais proJuntlos - ekL é enctninhadct paru o seniço esPecütli'ado no

posto tJi safule. Tenla los na nedítkr do possí'el envolver os pais nesse

ntentlhnento."

E5 mostra preferência pelo trabaÌho com grupos quando compara-

do ao individual:

"Costo luito ale trubc llos com Srul'os: de educatlores' tle crianças' de

,"it.'ii rt"X üüeressanÍes do que o tt'tbalho ìntlit'klual e artìficial 'lo

consultório".

Ainda para Ê5.

Page 91: Texto Psicologos Areas

r85r84

"As criturçtrs tlue tle Jàto ptecìsam cle atcndítnento especializaclo, íortoaLelülrigíco, psicctterapêutico, terüoìx que íer ísso Íotct (lat escola, na rcde tlesaútle 1tública. A função do Ficólogo educational cleve ser ajutlar a.[esatar os nós que estaio im]reditldo 4 ercokÌ de otíngír seus objetfuos ale

erlsinar da nlelltor Jtlaneìtq Ilos!^'e['.

E7 relata que erÌl sua atuâção, orienta os estagii.Ìrios para atendilnento individurl de crianças que apresentam problemas de aprcndiza-genÌ na escoliÌ, sobre uor prrssuposto teórico básico:

"Tais prob!etnas tle altrernliz.agcn são produ4ülos so<:itrlnrcnte e a reqton-sctbìlildde não cstá [ó tut escolrt, só no criarlçq ou só ha.fanílìa; c.rtl ndconstruÇão que éfeildentre totlos esscs e[etnetÍos",

"Unt aspecb itnporktnte trab.Illatlo cont qs críanças é faxcr cont que clasj)olteü o ocrcílilar qrrc são capaaes de aprentler (isso i algo qtrc a esculttnuitas veaes já desttuiu)".

A entrevistada E4 atua coÌno psicóloga escoÌar nurn posto de saúdeque recebe cdânças encaminl'Ìadas pela escola por seleln considerzÌdas'fortadoras de problenas de aprentli2ct gem" . E4 desenvolveu ulna práti-ca inovadora no sentido clo reconhecinento cla diversiclade cultur.al dascriançâs e cle torní las parceìras eÍètivas de seu próprio processo detlescnvolvimento:

"Tonos gratttle preocupctçato ?Dt ìtato tt'úbulhar o inditítluo cleslocatb.L)eve-se trabaUwr cotn o sütgular, mas tentendo drticulcí lo na pluraLitltrde rlc referôncia tlele; e corn as sohredeternúnçõcs tlo sujcito, relackna-tlas às contliçrlcs materkis ale seu contexío de vi.l.i'.

"Acluntos que o contlt utirì:; to é ütcressítnte, ìnas não ó sttlìciente. Epreciso ttabolh4t d questato ufclhal le "enclrcr a boltt tlo nenìno", tle tlounl sulr()ì-Íc paro reconstrul sLrtt auto astülrú, alc trclbalhar d identì(la(letle[e se ílcfÌ-onlar con o Íe o, con a polt|ra, quatttlo ele não lenr untt1or11?.! - a questão íla tcDipordlidade. lia nuìkts ldttu.as, ?studcí Dtt.ti

to (... 1' .

"A criança clkgcr. Fctaenns a erúrcvista com d tìtã?. ln.for o ndo que

losso. A nãe faz peryú c$. O cotÌceib íle nornalitltttlc é dìfícì\. Às vezeso ntãe peÍgLutta: você ttcha que tneu.filho é nornal? Aos 4 anot ele nãocott4trava piío na pat!1tia!. Mas, para conqirar lãa na paduria, t(!n qüeatravcssar a JLNcla e Lu a rua lerìgoscÌ. EtúAo yeja que parlìntctros nóstenlos e tluais vigoraDÌ lli."

Formaçõo e atuqÌio do psicóLogo a educ.lÇão

"Eu escuto muito. Tudo que vier eu escuto. Qucstõcs dcÌa como muÌher,qucstõcs no trabalho... Às vezes dizem algo como: Psicólogo ó tão engra,

çado, nól A gcntc fala, iala, ele não respondc. E nallda embora Logo! FuidescobÍindo essa qucstão dc jnscrção, dc que se fâlâ tanto. Por exemplo aochcgar, clcs sc cumprìmcntam uÌn a um. Não bastiì essc bom dia geralencaminhado a todos. E é importantc scr chamado pelo nome: Fmncisca.Mas eu prcfiro Angela - Então vâmos pôr tân]bém essc segundo nomeaqui na ficha."

"Observo a criança brìncando. Vejo o que ela laz. E faço uma proposta emque tenho quase gaÍnntid dc quc eìa vai aceÍtaÍ. - QLle belezâ. qlre inteli-gente, você aceíou! A criança Íìca estupefata. E assim elâ vÍìi Íazendoexperiôncias dc scr capaz, de ter sucesso. Através do brincar, ÍecupcÍa oprazeÍ de âpíendcr".

E4 Íaz ainda uma observação que nos parece importante registriìÍ:

"No início eu querid cttender an gnqìo. Mds a1í ententlì que eLes jlt vítentenbolaclos. EIes precisan reconlrccer-se, saber que têüt um none, e issose Jàz mellnr ürlit,itlLtaltnctlle. No caso dessas criarlç.6 lentei o trabal.ltoatx grülo, Dtds optei p?lo inlbiítual por crcredilar Llue é o que elas nnisnecessítcttn".

Concluírnos reafirmando a importâncìa de que os psicólogos setornem cada vez mais capazes de atuareÌn com sensibilidrde para aceitare valorizar as difercnças culturais existentes entre oS diversos gruposhumanos; de analisÍìren as difelenças e semelhanças nos processos psi-cológicos indivìduais e grupais reconhecendo sua relação com a diversi-dade cultural. A reflexão e a análise da própria prática estão levando cadavez mais os psicólogos a se questionarem sobre â vaÌidade universiÌl deprincípios e de conhecimentos que não tenhatn Ìevado em consideração aheterogeneidade dos sistemâs de símboìos e significados que constituema cultura. Mesmo quando se trata de optâr por âtendimentos individuaisou grupais, as rcspostas deven ser pretèrenciais, ìevando elÌl conta as

situações, nìas nunca absolutas. Conco|damos com BruneÍ ( 1982, p. 78)quando afirma que as explicações em psicologia estão se afastando cadavez mÂis do caráter disposicional e de "capacidade", para se tornarenrexplicações contextuais do comportamento. A origern das dìÍbrenças decomportamento entre crianças de baixo e de médio nír,el socioeconômi-co, também esth sendo encontrada na constatação de que ajudadas porum Ìnesnro professor, as primeiras têm pior desempenho que as segun-

Psìcólogo brasileiro: prúticas enrcrgentes e dest(ios

Page 92: Texto Psicologos Areas

186 Psicóbgo hrasileiro: prótìcas emetgerúes e desaÍios

das. Uma andlise mais minuciosa mostra contudo que as cdanças pobres

inr"rpr",nt o feeclback do professor como dizendo o que elas Í'izeram

"r:roao "nquoÃro que as de nível rnédio o interpretam como dìzendo o

oue ela. tizeram ìcrrc' Or:r' bastr simular essls condiçòes num experi

Ín.n,o, o"r" verificrr qtte. quatquer que seja o nível de inteligência dos

sujeitos, o "feetlback punitivo" para respostas effadas produzirá piores

soiuções de problema do clue o "feedback informativo" Reconhece-se

nrri,r.r u ,ntr-çao extruordinariamente alta da "sensitividade contextuâj"

no comportanento que os indivíduos produzem'

3.2.5. Uma Psicologia para todos os envolvidos noprocesso educacional? Derrubando muros'

É reconhecicla a áurea penetrada de temor, respgito e um ceÍto

misticismo de que por vezes o senso colnutÌì reveste a figura do psicólo-

go e mesmo da Psicologia. Acredita-se que a Psicologia domina os segre-

ãos da mente, e o psicólogo seria esse indivíduo misterioso que "sabe" o

que se pass no interior de cada um.

Num interessante texto intitulâdo Demaín, une psl'chologíe pour

toas?, Oléron(1982) discute as possibiliclades e çonveniências do âcesso

do homem conìum aos conhecìmentos psicológicos Não há dúvida de

que seria do interesse cìe totlos compreender mellìoÍ os Íìtos relatiYos'

io, "^"rnplo, à imaginação, às emoções, às ìnterações entre pessoas' à

sedução, intimidação, sugestão...

É "erto

qu" uma certa difusão dos conhecimentos psicológicos vri

tendo lugar e ienetra nossa cultura. Contudo ela se dá de maneira ainda

bastantelnformal. Por que não ensinar mais psicologia na escola' como se

ensina biologia, física, botânica, abrindo seu acesso mesmo às crianças?

Pensamos que devemos caminhar na direção de uma psicologia

pâÍa todos. Certamente os níveis de competência serão diferentes' mas é

importante que o profissionais - como é o caso dos eduÇ'ìdores - que

lidam com iessoa.s, disponham dç conhecimentos psicológicos que lhes

possibilitem melhor realizar suas tarefas'

Nessa perspectiva se inserem, a nosso ver, as atuações de psicóìo-

gos educacionais que ao invés de se acomodarem - ou mesmo de se

iefugiarem - em Íepresentações deles mesmos mistilìcadas e sustenta-

clora-s de privilégios, ousam partilhar seu saber aliâdo a valores éticos e

no nível cle compreensão do não-especialista

Ilornrtção e atutrçtio clo psicólogo na educaçãtt 187

Muitos psicólogos educacionais empenham-se enl inÍbrmar os cle-

rni, futri"ip-t"t do-pro."l;'o educacionaÌ' tornando-os assim mais res

o"ìr"*it "'rn"it -nirometitlos com os objetivos a serem alcançados

Vaì aumentantlo a prática de inÍòr'mar as Íartílias e neslno as

"rionç"r aJ" o,1ue faz o psicólogo na educação Conl mais razío ainda'

iníormar e sobÍetudo formar os professores soble os fltos psicológicos

que se refercm ao clesenvolvimento e à aprendizagem'

A entrevistada E7 diz:

"Os est.rgiútios de Psicologìa e nhitas |ezcs o sLqrt'\'ìsores rcútlcn-se

,iì, o, froprro,", 1'o"' "ì "1"'"u' a forna cono a críança ó cí:lPaz de

'o-purì*. n"ururoi os faDtílias Pat't trocr's de cxpeúâncids' I'dra et$inar

os país a contpreentlerem a criança e o Processo tle apretttlizagen' que

ocorre en rilrnos ,lderenlcs Cofi Srul'os tle atlolescenlcs dìscul.itn.os n't')

só a sexuttlklarle' mas a qtrestão tla atlolescêncìa' escola e socìetlade" '

Na atuação de E6:

"Traballnntos conr grupos de proJbssottts' tlebaíetnos sobre as possibìlì-

alades e os lilniles da Psicologìa Procurdnlos rcver as concePçoes Pstco-

Iógict$ que enbasanl ns ptliticas pet[agógictrs"

E4 relata alSumas cle suas experiêncitls no atendimento de mães e

crianças moracloraì de uma lavela, que são usuhrizrs da escola:

"CostLlttto PerglrlTtar à Ìãe o que el't e\lende clue é uttt psìcólo-go .Ar

repìusennça"i sao as nlais 'liÍercntes

Algunns dìzem assirtr: - Psicólo'

go é qu" nn,n nódico Então eu quería que a senhora oLhasse a perna'rl"ln. íorln ,'", ,"

"lu "stá coú febre ? - Naro essa lat te eu não olho Sòa

cabeça; os probletnas tJe quem não aprende Entrlo a setthota lDere

con doi.lo? - Não. DoitLo não Doitlo é [á no hospitaL Aqui é com gettte

que eslat sofrenrlo, Sente que ten nvtlo' leníe que não eski aprenclent[o'

iìu" nrtí, rtin,oorh ìo" n uidn"' - Ah' isso ctí ó o psi' psì' como é que é?

- PsicóLogo.

ConveÍsas âssim' tenho lâmbém com as crianças"'

Continua E4:

"As cortersas con as proJessoras lôt't si(lo nuilo inÍeressantes Elíts

,rrìrolon qr" o trabalho coú Psícologia era nna coistL ìnacessírel' De

,rrrrn tnr,rologìo at'ançatlíssina! Eu comecei a astLklírr co t elas a razão

peLa qual as'crianças apresenttün ProbLenas tle aprentlìzagan e as ações

Page 93: Texto Psicologos Areas

188 Psicólogo brasíleirrt: prátic(ls emergentes e desaJios

qtrc Podet ser fcìtas ntt escoltL, nntcs tlo encüiìtllta lento A ttossa pers-

)"rrìro ngorn 2 L"rc,, a nçí'o tlos estl1i(irios lais a línhn tlo trabalho

cotn os etluc(ílores. Reíon1ar esse SruPo cle estLltlos'

Quercmos vcr em cada escola sc trabalhâmos com agentes locais parâ

lidâr com âs criânças".

"As professoras na escoltt são coLsld'te'tlalte infonlal'ts a respeito tlo

que estii sentlo feito ltclo psìcólogo no Ceitro dc Satitle E solicikrlIs tr

opìtrtren. sobre a evolução tlas critnças" '

É preciso clenubar os muros dos privilégios ciumentanlente manti-

clos, em benefício de uma sociedade melhor parl todos Os especialistas

se encarregan de asssgurar o proglesso de sua írea' no plano teórico e diì

pesquisa. úas, os conhecimentos disponíveis devem ser difuntlidos' para

o maior benelíçio de todos. No que concerne à Psicologia' e particular

nrente à Psicologia Etlucacional, seus conhecimentos são ainda muito

pouco ensinados no quadro cla lorrnação escolar, etnbora não se duvide

àa relevância deles para todas Âs pessoas, tanto no nível individual quan-

to de exercício profissional

3.3. Requisitos e sugestões para a formação

O final do século clue vivemos mostra uma çomplexidade crescante

das organizações sociâi; atingidas pelo crescante poder tecnológico É

cefto que a participação nas novas tecnologias é desigual Estas surgem

habitualÍÌ'Ìgnte através clos países ricos, e em seguida dos segmentos rlcos

dos países mais pobres, como é o caso dos lâtino-áÌmeÌicanos entre os

quai; se inclui o Blasil. Em geral eslão identiltcadas com QS interesses

áo, grupor econômicos tloninantes. Apesar disso, para nós' interessados

"- Ãrgut", a cidacìa.nia cla massa de marginalizados' essa revolução tec-

nológiá não pode ser sem interesse. Ela atinge a informação' a comuni-

caçiã, a eclucaçao. O psicólogo da eclucação deve receber uma formaçio

que o habilite a atuar na sociedacle em transformação, com arnpliação rle

àu, "nfoqu"r,

com capacirlacle de íÌníÌise das inovações na perspectivtt

de uma eiucação cle qualidade para todos' buscando soluções' inclusive

institucionâis, que exigem um arnplo leque de cooperação'

I t)t ntação e .ltuttção do psicólogo nct educação 189

Necessitamos una formação para os tempos cle hoje' qu€ se por um

l,'d" ;;;;;;;;"; à' d"t''"ntl"s Ja sociedade' por outro.deverá estar

,,,"ìr,')ìi" "" ot" * lefère ì evolução dos conhecimentos psicológicos'"'-"' ó;;t,;";ais entrevistâdos tbram unânimes em manifestar in-

\rúisfacão com a folmação que está sendo oferecicla nos cutsos tle Psi

ì...,.l.oift"paí". "úun''totìnnot

foram apontados e fe itas algumas su-

gcstães.

Para a entrevistada E4:

"{Jnt Potúo Ïutldanenlal é qLtc d larìt1oçtio "n''': t'-,,"::::.'.,i:::.:

':,:-::tiorin,,inrr"u, ao Li,rlbo Cono Í n'7o tossctn lroLluçõL' Itistti'|Icús cnr'tb

zudas nLütr delertjTìtta'ln /jn''t"ttn Dc r'7ct'tt o aluno ut':'!:::.:.:.'.:^'i.:,:U

;t;; ;;i;t" Lü1. ilul11Ìnt'lo' ort utttcr eslttlciL tl" Púeto acitltt'. tto.Dct.ìt c

:;;;;;' i;ti"', cono se a PsìcoÌ"sia pass.o:se lar'Llelo tr

'r'1,'"'.'i.,.i1,'i "'íri.ìlorìt

1o'^t" u'tl(t cliíLtÌ4 a Portir d' tnotcl'rincialtr,llurd'-qLte

a n rto ìf,,,'n utai"' t)s rilos quc tt"' l'a'cct n naiç ohvios tão 'u''t':'t :::'1

;r;s" ;;r,,., pot erenplo' colocttr un li'à ttú cLaÌlru Llt sotidc L t'Dvto

I)Ltto nìitn rlrqttr tta atntlilta c t!'itttì no Jìtti' M't: "u

ç1a17 , '11

latitlc el'

'rui ,,llin, u,,t í''*'n\: '' llttt' t' qtt? Nin J'ì'rt contigol

"Não se pode m:lis tazer gcncÍalizaçõcs onde todas âs clâsses e todas as

cultuÍâs cabcm e são Íccluzidls a uma rlimensão psiunivcrsalista -Existem

ì"r'"'tJo"ì", ã" """'tituição

do humrno' mâs essâ consLjtuição não se frz

dcsganada tle um conlexto social' econômico' político' cultural lsrz falut

,rr"t"ìri*çfu. .t" r''ó!ogo Penso auc se devo' sutt' lr(ìbalhot cLtnt talús

(6 teorìos Ì'ossí1)eis que estão foLlu:tLlus ,t as lcrEunloìkh: -qüatd'.t

íò'

rant ptotluzit[as, "'n '1un

''o'"à'o' o que clas ne njLttkun 4 conqlreetÚl(r'

lrrc é' ,"1n,, conte-xlual unle' 'ts

lrtttlLrções t[a Psicologia'

"E ocho impossível sc praticâr PsicoÌogia no Brasil hojc desglnâda dâ

aUcsljodcciLli]Jiìnix'ousclll.comoëe_sscsujeitoPsiqUico}ccon\lilUin-:ï Jil:;;'.;j"n"".,i'1'''1"' rom pÍojero- provis'ìrio'-o'3Lrc i<'o

iÌllcrJ' no nlvel dc senlimcnlo5 de conccÍìções dc ldenìloiìclc ct(

Segundo E5:

''a) n\ì.tjtopo cçralnr r tiçto ltr'ie rnnto tun i Jt''kluo quc tt(io trm tttna.

,"ulì'ii,i,,,ii. ï i",ì 'l'"",.ìì " 'n sariclnJc "nJc ?t' '\'

rrr st lt l1t.t"l

profis:ìotnÌ.

De maneira geÍal, essâ loÍmação não eslá Lbrneccndo instÍumentos conccl-

iuìir'ìu" p.r..i,"rrt iìo ri:icriloEo umíì nocrrrÍr miìis cr;liciì como 5e lriìtir

dc (icnli\ríìs (luc ìidiìm coln '"re' h'imrno' Jcvcm lcr IormíÌçìo mflis

Page 94: Texto Psicologos Areas

190 Psicólogo brasìleìro: próíìcas emergentes e desafios

sólida em Filosqfia; cottllccímenÍos de EPìstemologil, Ionnoção ent Cíên'

cìas Socìctìs: paru o lrsìcólo7o escolar, conlrccer tr Hìstótìa clct Etltrcação

Brcsileira."

Segundo a entrevistada E9:

"Os problemas referenÍes ìt fornaÇão tl() p.ticólo8o no Ilrasìl Passdm Pe[a

queslão (la ìnlortaçAo do motlelo tecnicista de ensüxo, ocorretldo cott-

seqüenlencnïe 4 lrLulsposiçiÌo tlo referencíal. teórico lrcilico senl úncula-

Çõo com a rellitlínle social brasíleìra. Os cursos, de wtt nrotlo gerul tàn

se datlo à nargem tlos problenat socioeconôttticos e Ì,olí!Ìcos niío cott

Íribuhtlo a[essa foünd, para al elevação do ní'el tle cortsciôtrcìtt t]os Ptrt'

Jìs s ionttis ."

Os profissionais entrevistâdos indicaram sua preÍèrência no sentido

de que os cursos lormen o profissiowl de Pticologia, e não o especiaÌis-

ta por áreas.

Pâra E5:

"O objetivo tlo curso tle Psìaologid não al(ve ser fontltlr lécnìcos, Itttts sint

prortssionctis que tlominen ntétotlos tle trabdlh(;, aliretamente ìnfaÌt11a.[os

POr Luna teori1."

No entender da entrevistada E1:

"O psìcólogo escolar, anles tle tutlo, é un proftssional da PsícologiL e

cono tal ó ütportante que lenha unú íonnação básic1 consistente no que

se refere ao conlrccünento dos prttcesso-r ltsicológicos fwttlanentais, benr

cotno dos métoclos e técnicas envo\,itlos na itlvestiSctçtío desta ciôncì4 No

que se rcfure ao conhecinrento dos lrrocessos Psicoló7icos fturtlamentaís,vale salienlar qLte esle não lotle se restringit a seus aspecíos üúralsíquì-

cos, iwlepentlente t[a sua tlitnensão Jìlo.róftca e cle Ispectos bíológìcos e

sociacultLoaìs que inleraSem em su/1 conslrLçAo. Alént disso, it1lPõe'se o

rcconhecitÌEttto da Psìc()lpgia cano ciêncíd en coìtsl' Lção, o que ü1111\ìca

na inexístêncid tle notlel.os üÌtlisculíveis, acabados e prontos. Assün s;ett

tlo, é necessalirÌo levar e:1t coìtl(7 os altJcrentes nodelos teórico-netotlo[ltgi'

cos que coexìslen tt catla mrtntento. Nessa ntesnm Pcrs\cctìva 8el4l da

Ptricología, é itnPortante, íambém, que se considercn os cotikcü1rcìLtos

especí|ìcos tlas tLferentes iireas, en nheL tle forn1çAo e aturlliaaça1o aln

proJissíonat'.

Na opinião de E7:

lit)rütqçãI) e aÍu(tção do Psicólo|o nq educqção 191

"O.! crrso,r detten garanlit' (rc ProÍissiotl'tl LunL fotmaÇõo b/tsica para

lo.las 4s árcos tl| PsicoloSi'l'

Para E3:

"É lutrdanentctl que o altuto pcttlicilte de pesquisa des'le o ìnício 'lo

curso

e iur nyranlt a rrabalttnr ìttttftli$ifliltnrt ?1t1("

Também Para E2:

"O cutso lete tlesent'olver no aluto a capacidade tle trclballwr cm equì'

p e s mul t ítlis c ìP Linarc s "

A entrevistada E8 assinala que os cursos devem preparar o proÍìs-

sio"oi poro o,"t,l"r necessidade; específicas' presentes na sociedade

atuaÌl:

"o l,:ìritoto Ja elucaçà.t 'lcvc scr Treportt'lo p:': "''" "':::i::"-':!'

*

coìno ír alos nÌeninas 'le "'o'

co'n n'colos 'o"unitát

ict:' com problcnts de

Proslituição i|lf'tÌItiL, etc " '

Uma grande importância foi atÍibuída aos estágios' pol todos os

entlevistadoi, conside;ando que o curso rleveria garantir estágios nas

DrinciDais íireas de atuação, para que o aluno possa ter um conhecimento

iil;il;t;;;;t.'roi p"uitut"',n"nte enfatizada a imponância de está-

gio. lu" p"r-ito," aos alunos o conhecimento da realidade das escoÌzrs

ifúiJor, "orno condição para uma futura atuaçiÌo mais adequada a essâ

realidade.,-- - O"poi, cle ouvir e analisar as falas dos profissionais entrevistados'

e consicdrando ta[rbém os dados presentes na revisão bibliográfica ante-

,iàr*.n," recliTrJa. concluimos que a problemitica da torm:tção do Íìsi

"0"ü" ì" Sr"rtl se apresenta de modo iemellÌante Ìr descrita por psicólo-

sos latino-anrericanos colÌÌ referência a seus pâíses (Congresso

inte.americrno d" Psicologir' 24 ' lc)91)'

Podemos resumiìa nos seguintes pontos:

a) Uma formação bísica do profissional de Psicologit deve ser garan-

tida, antes da esPecialização'

A especialização prematura que predominou nos cursos d€Ìsicolo-

oi" o"r... ler preiudicado o 'entido unitririo dessa ciéncil Existe

iIJìrn "tt"ti" no sentido de garantir uma formação generalistâ

-1,,o t"no, nesse prineiro nível' que é a graduação - que clê a

Page 95: Texto Psicologos Areas

192

b)

PsicóLogo brasileiro: próticas emergentes e desaJios

possibilidade de familiarizar-se corn diferentes canrpos de apìica-

ção. A especialização deve ser reservada para as Íases mais avança-

das da Íbrrnação.

É pleciso suprir as lirnitações de urna fornìação de tipo tecnicista.

O psicólogo deve ser um cientista do comportalnento com umaformação teórica e metodológica que the pernita alcançar níveissatisfatórios de compreensão de seu objeto de estudo. Não deve ser

urn profissional de técnicas a serem aplicadas, por muito sofistìca-das que elas possam sgt. Os cursos devem necessariamente intro-duziJo na pesquisa.

Os cursos devem formar psicólogos capazes de responsabilidadesocial no exercício da profissão.

As cirçunstâncizrs históricas en que se constituiu a Psicologia cien-tíÍica, ÌeváÌranr a uma concepção muito peculiar clos condiciona-mentos ambientais do compoftamento. Questões então considera-das marginais. corno relevâncir compromisso. respon-sabilidade, mudança sociaÌ -, passaram a fazer parte de nosso acer-vo como cientistas do comportamento, sem detrimento do carátercientífico de nossa área de atuação. Hoje é possível falar de umaPsicologia que se coloca âo serviço da promoção do ben'Ì-estar dos

seres humanos.

A formação deve acompanhar a evolução da Psicologia no sentidoclo reconhecirnento crescente dos determinantes sociohistóricos docomportamento humano.

O ensino da PsicoÌogia enfrenta a dificuldade da multiplicidade deenfoques teóricos, que se expÌicam em parte peÌa complexidade deseu objeto de estudo, que se situa na confluência do biológico e dosocial. Ìmpõe-se que a formação do psicólogo inclua além dosconhecimentos de bioìogìa, neurologia e fisiologir, um aprofundamento em questões episíemológicas, em filosoÍìa, e em ciênciassociâis.

lit'nu(Crlo e atutlção do psìcólogo na educação 193

r:) Durante sua formâção, o fìturo psicólogo deverìa 1àmiliarizar-se-' ",ut.t

a noção cle interdisciplinaridade e desenvolver habilidades de

trabalho em equiPe

É certo que os fenômenos do conÌportJmento se constituem no

objeto central estudado pelo psicólogo, porém tais fenômenos não

são de domínio exclusivo da Psicologia Como acontece con.r ou-

tros objetos de estudo, sua compreensão é partiìhada com vÍrrias

outras tìisciplinas, daí a conveniência e diríamos mesmo a neces-

siclaile, do trabâlho em complementaridade cotrr outras especlâ-

lidades.

Í) No que concerne à formação do psicólogo que atua em meios

educacionais, cabetn al gumas observações'

As indicaçõres Íèitas pelos entrevistados só se tornaran específicas

no que cliz respeito;os conhecimentos relativos à Educação' vista

",n tocla sua ampÌitucle de Íènômeno social, político' econômico e

mesno ideológico Não está claro se esse conhecimento teórico

deve ser garantido durante a graduação ou se ele pode ser protelado

po.o níu"ìs ulteriores cle formação Contudo, um conhecimento ini-

cial da educação e das escolas em seu contexto sociaì pode ser

assegurÂdo du;ante a graduação, sobretudo atrÂvés dos estágios'

4- Considerações finais

Ao longo da presente pesquisa, impôs-se a evidênçia de que a

trajetória histórica da Psicologia Edrrcacional / Escolar' enrbora se apre-

s"nt" "o. especificiclacles próprias cle seu conteúdo relacionado ao pro-

cesso eclucacional, acompanhou e vem acompanhando aincla o pelcutso

da ciência psicológica na construção e reconstlução de lìipóteses quo

buscam não resposãs deíinitivas e irretorquíveis, mls formuÌações provì-

sórias e processuitis, como ocorre nos demais campos do conhecimento

cientí1ìco iluminados por sua história

c)

d)

Page 96: Texto Psicologos Areas

194 Psicólogo branileíro: prdticas emergentes e tlesafios

As trajetórias pessoais dos entrcvistados mostraram que sua atua-ção prolìssional esteve sempre ligada às construções teóricas e metodoló_gicas por eles assumidas. Na busca cìas mellìoÍes respostas, serviranr_sedo conhecimento adquirido ern seus cursos cle fonnação, reformularamseus esquemas conceituais a paltir de novos es1udos, e da acçitaçaÌo dosdesafios com que se deÍìontrram ao enfrentar situâções novas para eles.

Na atuação do psicólogo cscolar preclominam, quantitativamente,as práticas inspimdas num reÍèrencial teórico tradicional, não crítico.Segundo E2 e E7, um percorrido peÌos trabalhos apÌ.esentaclos e publica_dos nos ANAIS do Ì Congresso Nacional de psicologia Escolar, realiza_do em 1992, lnostm o predomínio de trabalhos cle caráter convencional.que não estão voltados pafa a transÍbrmação da escoÌa. Segundo E5, épossível dizer que o psicólogo escolar ainda atua preclominàntemente aserviço clos inleresses tjlr chsses Jomjnrntes.

No entanto, corno pôde seÍ constatado no decoffer desta il]vestiga_ção, tânto no nível de textos publjçados, quanto no nível da fÌrla ljeprofissionais entreyistados, tal situação está se transfoflnanclo. As mu_danças que verificamos nas elabomções teóricas sobÍetuclo nos últimosdez anos, no sentido de unra psicologia educacional mais crítica, contex_tualizada e comprometida corn a constlução tJe uma sociedarle mais justa,estão aparecendo também na prática dos psicólogos e mesn,o nuÍì t"ntot,_vas de reformulações de alguns cursos de psicologia.

A atenção do psicólogo não se centra mais na criança individual_mente consideradt como portadora dos problemas cle aprcnàizagent, rnasse desloca também para a escola e as condições cle ensino. Estã-o surgin_do novas Íbrmas de atuação, em que o psicólogo ajuda a escola Josdocentes a melhor atingiretn seus objetivos, na nredija ern que Ìhes oÍè_rece unr conhecimento psicológico útil, que Ìevâ em conta a heterogenei_dade das significações culturais.

E preciso oferecer aos Íuturos psìcólogos uma Íbrrnação que oshabilite a reconhecer a inter.Ìção entre os dados cJa natureza

" ás Aaàos do

culturr, que é constitutiva de seu objeto cle estucìo; que Ìhes possibìlitecompreender que as clìfercnças de comportamento rão s€ explican sópeias diferenças individuais, mas pelo par meio social/sujeito.

Para o psicólogo que atua em mr:ios educacionais, é fundtmentaÌcornpreender que os problemas individuais não poiJem ser tftìtÍrdos selnsereÍn antes colocados eÌn seu contexto social. As referências que, aoìongo das entrevistas, Íbram ièitos à diminuição do número de'alunosencaminhados ao serviço de psicologia escolar, ou à dintinuição de aglo_

I t tt noção e atuação do pslcólogo nq educclçtío 195

rÌìcÌrìdos de classes especiais em escolas, não signiÍìcam que o psicólogo

rriio é mais impoftante, ou que o atendimento psicológico se tornou des-

rìccess.írio. Muito pelo contrário, significam que estão se deÌineando no-

vrìs práticas na atuação do psicólogo na educ.rção, fundamentadas em

cs(luenìas conceituais mais abrangentes, social e historicamente. E a

iclcnticlade tJo psicólogo como proÍissional, que contribui p.Ìra a realiza-

çrio tlos fins da educação, que está em questÍo. E acreditamos que umâ

nova identidade está surgindo. Urn psicólogo da educação mais lúcido a

rcspeito das possibilidades e limites de sua ciência, que não ignora que

ncnhuma ciência humana aplicada pode desconsider o contexto filosó-

lìco-político no qual está inscritâ.

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Psicologia Social,Psicologia do EsPorte ePsicologia Jurídica

ELizaheth de Melo Bomfirttl

Psicologia Social: atividades e requisitospara a formação Profissional

Introdução

O presente trabalho clí prosseguinento ao estudo realizado ante-

riormente (BomÍìm, eÍ.o1., 1gg2), no qual foi apreseutatlo um quadro da

produção teórico-metodológica e vátios reìakrs dc prÍticas desenvolvidas

peÌos psicólogos sociais no Brasjì Tem por ob-ictivo analisar as ativicia-

cles rculizacJai peìos profìssionais cla átea em suas práticas, considetando-

,ìs no contexto social blasileiro. Visa a Íbrnecer subsídios para a melhoria

da formaçÍo ptofissionaÌ tlo psicólogo.

I Univcrsidrde Fcder l dc Minâs Ccraìs

Page 100: Texto Psicologos Areas

202 Psìcólogo brasilairo; prritìcas etnergettes c dasaflos

Metodologia

Os dados ora apresentados são fruto da anílise de dez entrevisteÌse quinze questionírios com psicólogos sociais. Os sujeitos ftrrarn esco-lhidos a paltir cle uma lista elabor.ada peia ecluipe de pesquisa e mcmbros da Câmara cle Fornação Plofissional do Conselho Federal cÌe psi-cologin, utììizando-se como critério a visibilidade dl proclução e/ou aexistência de atividacles eÌnergentes dos profissionais na área. Foi Íacul_tildo à autora o acréscimo de nomes, objetivanclo lbrnecer unrl visãonais ampla dessas atividades. Os dados coletados tbrant submetidos irurna análise cle conteúdo por ÇategorizÌs temátjcas, dc acordo colu osQbjetÌvos da pesquisa.

Concepções que informam o campo

Do livro Petluenos esÍudos tle ps1.choktgìa .roc.inl, de OliveiraVianna, public.rdo eln 1921, Dìiìrca da introdução brasilcira nos chanta_dos manuaìs de Psicologia Social, até a atuaÌ l0n ecliçío do psìcologícL

Social: o ltonem eo1 movimento, de Silvia Tatiana Lane eÍ.d|., um sinuo_so trajelo foi percorrirlo pela Psicoìogia Socirl no Brasil. São mais dr:setenta anos de ploduções espccializadas publicadas, versando sobre tli_Íerentes temáticas e descrições variaclas de príticas. Tocla csto produçãoé, sem dúvida, atravessada por questões teóficas, metodológicas, políticase ideológicas, acrescidas das inlluôncias e das trocâs corn o desenvoÌr,j_ntenl,r rl;r iilel com os tlcrrrris pltiscs.

Dependendo do nlomento histórico, configurações cliversas seapresentalatn no carnpo cla Psicologia Social no país. Dentro clessa diversidade de configuração não é possível negar que a área avança e a reali-dade testa tais âvanços a cada momento.

Mais reÇenternente. da imensa insatislação quanto âos res ltadospríticos cla propostl teórica dominante até meados da década cle setenta.acrescida cla crítica lÌanccsa e clos cluestionlmenlos iLoç prcssuspostosicleológicos cla Psicologia SociaÌ, resultararn novas aborcìagens teóricas,metodológicas e príticas que lÌ)rânÌ senckt introrluzjdas na lirea, no rlucÍbi conhecìdo como uma "Psicologia Social Cr.ítica". Dentrc os pr.iureirossinuis pr'liticos destr proposla é possíveì assinalar alguns tr.abulhos reali-

l'!ìc(iogi(t soci.tl, tlo esporle e jurí(lìt(t 201

raclos no início da tlécacla cle 70, tais conro zrs análises institucionais em

ï"iì,-rruriro"", com a presença cle Ceorge Lapassatle' e as experiências

crn comunidadcs, desenvoÌviclas quer enÌ Britsília' coordenadas pol Ma-

,i" f"*i" O'l"if^ Neto, quer em São Paulo' sob a coordcnação de Silvia_t'^tirìniÌ MâuÍer LiÌne.

Inúmeras outr.Ìs experiências, realizadas por todo o paG na décaúÌ

c.le 70, inclLrinclo os trabalhos dos PSicólogos sociais em co n-lu n illades'

nos postos <te srúde pública, nas militiìnci3s sociiìis (gruPos lemrnÌstls'

,Jir, ,inai"ntor, eic.) e políticas (partidos' associaç')es' movimentos

r""i"it "".1.

foram responsíveis pela etnergência de novas prdtìcas na

árer. Tais práticas criÂram, aos poucQs, novos referenciris mek)dológicos

i""ì*-". q"^it a pesquisa participante e os estudos de casos captando o

movimento lìistórico) e novos c mpos dÈ atuação'

A clécada de 80 foi marcada pela intensificaçiÌo do intercâmbio

entre os profissionais e pela rliscussão teórica clas práticas e metodolQgias

"tìììrãti. N"t." momànto, papéis fundamentais tiver.m os cursos de

pã.+r^a"^ç- stticlo sensu e a Associação BrasiÌeita cle Psicologia So

i*f i,cgnÁpsol. A circulação nacional cla revista "Psicologia e Socie

;;"ì' ;;t vários eventos científìcos pronrovidos pela ABRAPSO' a

constante reedição cle alguns manuais' as public'rções de dissertações e

i"ri.t pt".r.ri,r^ nn, .ui.o, cÌe pós-graclulção' movinìenlaram a árcâ

Paraleìamente, novas príticas emergiram no campo através dos trabalhos

d"r"nìorui.,oS "o|n

o meio ambionte, com os problernas sociais gritantes

iii,uìt"r, rn.ninn, e Ineninas cle rua, os sem tera' a questão da lnulher e

da terceirl idade, etc.) e corn os movimentos socittis As práticas psicos-

;;:;;; grupos, organizações' instituições e comunidades mesclararn-

se, desde entÍo, coln as priilicas emetgentes'

A décacla <le 90 amanheceu com a populaçÍo brasileira aumentan-

cJo, ernpobrecenclo e envelhecencio, avânçando denlocraticanìentc e Çrlan-

ã"'i"ti'i,"içott cle clefêsa dos clireitos cla cidadania' clas crianças e aiJoles

a",ìtar, ,fo'i,lnto, clas minorias e de nnìteç'Ìo r nleiu rrtllbiente Se' por

urn l.Ìdo, as priiticas políticls dos lnovilììcnl('s socì'Ìi\ ecrlrirnl ttíln\1ol--

;;;n;;r';;t in.titr.,iç0". brasiìeiras' exigintlo a consoliclaçiio cle príticas

psicossoc iais .iunto ìs populaçiles (ltre nio linhxm.rte cl)tÌo r(esso a-este

tipo cÌe s"rvìçL e denranclanclo novls lonltar de ttobulh''r' nr)l oulÌo Ildo' a

fifrlo "tuoiin dos Psicólogos sociais clentro clas cotnuniclades e dos

,nouim"nto.sociaiscontribuiunabuscacletlansÍbrtnaçÍodtìSinStituìçò-

"r. fol u^n.to.tnoção, consoliclanclo ls práticas iniciarÌas nrs décadas de

Page 101: Texto Psicologos Areas

204 Psicrjlogo brasileiro: pt'áticas etlxargetttes e clescfìos

70 e 80, passa hoje a derrandar urna atuação mais elaborada dos profis-sionais da área.

Para dar uma visão das transformâções que os ntovinrentos sociaistêm gelado nas institüições nacionais re]acionam-se aqui aìguns exent-plos desses movimentos.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, lei no 8069, de l3 de

.iulho de 1990, foi elaborado por vírias entidades enì Íìr,or cla criança e

do âdolescente que se constituíram num Fórum NâcionaÌ. Tendo entladoern vigor em 13 de outubro cle I 990, o Estatuto legisla sobrc os direitoslundamentais e de1ìne as diretrizes e bases da política de atendimento às

crianças e aciolescentes ern situação cle risco social e pessoal. Dentreoutras, uma das conseqüências do Estatub da Criança e do Adolescentefbi a instituição do atendimento psicológico como um direito da criança e

do adolescente. Isso, sem dúvida, passa a exìgir do psicólogo fonnasaltemiÌtivas de atendinìento, como aqueles que se dão nas ruas, nas fave-las e nos cortiços. Algumas propostas de ações e de organização clos

meninos e meninas de lua jí forarn Íeitas. O Movimento Nacionrl deMeninos e Meninas de Rua, entidade não-governamental que atua nadeÍèsa e promoção dos direitos das crianças e aclolescenles de rua doBrasil, lembra que as ações junto a esta população devem levar em conta:

. O conhecimento da realidade, inclusive das fonnas espontâneas deorganização que desenvolvem na sua luta pela soblevivência.

o Nocessidade de garantia dos espaços de trabalho comunitário jri exis-tentes, priorizando esta forn]a de atuação.

. As especificidiìdes das crtegorirs quc compócm iJ \('grnento rneninos/as cle rua (pequenos vendedores, meninos/as que vivem nas ruas,meninos de morro e fivelas, etc.) para realizar unra abordageln dife-renciada, sem contudo perder de vista a necessidade de organizaçãocoletiva como segmeÍìto explor?do, para não se reprocluziren esque-

mas cor?orativistas.

. Que a condição de ser rnulher da nrenina cle rua, cle negro da maioriadas crianças, de inclígena e trabalhacloÍa rural deYe ter ÍÌronìentos es-pecílÌcos para sua expressão dentro do Movimento.

. O rcspeito às necessidades, anseios, caraÇterísticas aletivas, cognitivaspróprias de cada faixa etária, por considerar que o trabalho de forma-

ção, orgânização e poJitização de crianças, seres em desenvolvimento,não deve reproduzir esquemas de militâncias de outros movirnentos.

l'sicolog,ía social, do esPorte e jurídíca 205

. As diferenças culturais no nível locaÌ e regional

. O lúclico. brincadeiras, jogos' manifestaç')es culturais' espoúe' lazer'

J"u". ,"t consitlerailos ações fundltnentais no ptocesso de forrnação

c organização para vivência do ser criança e da cidadLrnia plena

. A ÍorD]a, o corpo, a esttututa, enfir-, o clesenho cle sua organização

deve ser dacla pelas própl ias clianças e adolescentes'

Da fonnação de educadores:

o As concepções lÌistórico-político-sociais e os documentos do Movi-

nl"nio "ont,it** o ponã d" fìnclo dos processos de lbrrnação de

educadores do Movimento.

. A Íbrmação deve ter como princípio básico: considerar. crìlnças e

adoles"entes corno sujeitos ( e não objetos) da história' do processo

p"à"gOgi- de si própiio e tlos outros segmentos' do pÍ(ieto de socie-

dade da classe trâballìadora.

r A metodologia de Íbrmâção clos educadores deverh considerar o eclu-

cador corno sqieito do processo cle aprendizagenr cujos conteúclos

,]"u"ln "tt"tgii Íìndanenfalrnente cla anílise de ptrÍtica (Vanuzzi'

1992, p. I0s)

Outro exemplo possível relaciona-se aos movintentos de apoìo e

leivindiÇâções do, "i,loro,"' clue iniciaram suas príticas na luta pelâ

t""ift"ìi" i* p*tOes. Embora mais recentes' tais movimentos estão rela

fion"Oo, "nni

a extensão cla vida humana, graçâs aos avanços científicos

"tn"fft"ri^ da clualidade de vida e o envelhecirnento acelerado e irre-

u".r,*f a^ popufnção nc país. Tem também relação cotn o fato de que a

velhice deixa, aos pcucos, de ser atrelacla à ordem Íìrrniliar' passanclo à

ordeln pública e estatal.

Internacionalmente, as políticas da velhice hotnogeneizararn a cate-

gorlu ^ìroue,

do estabelecimento de políticas de proteção para a gârantiÍr

ãc subsistência e de programm de atendimento'

Assirn, novos desafios teór'icos, metodológicos e institucionaìs se

apresentam ao psicólogo social Acresce ainda o fitto de que é cada vez

mais freqüente'oo pri"ólogo social ocupar cargos nrais elevados que

exigem maiores responsabilidades A essas responsabilidades são soma

ã,,r-o, p.oporr", psicossociais contidas nas políticas partidárias que se

i;;;;'"";. no país. Para enfi'entar os novos clesalìos e' sem dúvida'

Page 102: Texto Psicologos Areas

206 Psìcólogo brasileiro: prtilìcas energerÍes e clesaJios

pressionando por novos nìercâdos, os psicólogos sociais buscam, na dé-

cada de 90, responcler às dernandas sociais envolvendo-se nas equìpes

multidiscìpìinares e aproÍundando-se nas especificidades da área. Assim,

procuram reìacionar emoção e afetividade aom as pÍíticas políticas e

reivindicatórias, procuran'ì r]etodologins para analisar as identidades co-

letiyas a pafiir dos interesses pessolis, buscatn formas de trabalho para a

superação da opressão e dominação e de rnelhor convivência com o meio

ambiente. Tais concepções estão contidas nos depoilnentos abaixo de

psicólogos sociais entrcvistados, nos exemplos seguintes:

. Entram no campo da emoção, cla afetividade e do inconsciente. É

necessiirio o avanço da pesquisa, assinl como a ampliação da perspec-

tiva histórica pala toclâ a Psicologia, que deverá caminhar no sentido

de contribuir para a ética e â estética (Entrevistado E l).

r A partir das reivindicações que vão aglutinar as pessoas em função da

compreensão de seus interesses e preocupações, buscÂm teoricalnentl3

transfonnar as consciências que são individuais em identidade coleti-

va em torno de metas, descobrindo formas teóÍicas e netodológicas

de estudos de identiclades coletivas atravessadas por aspectos sociais e

afetivos (Entrevistado E2).

r Nos lrabalhos conl grupos oprimidos, ressalta-se a necessidacle de

"Íâzçr com que acreclitetn nelcs, e que superem as donlinações exter-

nas, mas principaÌmente intel nas na consciôncia que os estiSlnatiza

e os jnÍèr'ioriza" (a introjeção da imagem do opressor e a irnagetn que

o opressor faz cleles como seres inferiores) (Entrevistacìo E3).

o Busça relacionar os p|oblemas do ambiente brasileiro corn os proble-

mas do ambiente inteiro - bioeneryética, imPactos ambientais, cli-

mas, etc. (Entrcvistado E4).

. Admite que o objeto da produção de conhecìmento científico é gerado

em Íìnção de um trabalho colÌÌprometiclo com a translormação, quer

social, quer da pl(4rlia subjetiviclacle (Entrcvislado E5)

Atividades

Para se conpreencler o caÌnpo de ação dos psìcólogos sociais é

preciso partir de uma concepção do homem dentro de unì visão histórica

I'icologia social, tlo esltorte e jurítlica 20't

c s oc i aì. E necessair i o "l -"'l " .:,:llï:::, i :,Ïi.:'ïil:"ï:'Í:ìïi'":

,n,.ir) \ociocullural em cìue o suJerlo esrr "'':""" ', " '- -: -,^..,.^..ìi;.:'ì.':;;;;;;"i 'ni'u" '"ii''n'"'

nesra inre. reìrçio L pÍe(t\o cs

;,';ìì.."; ;;';ì,;t"s que se est abelece n' "i..lïl' l"^*^1ì:': ï..' :::Ï,:" :ï' 'elos PSicólogos \oclaìs E uq:LJ'"rs próprirs relrçor\ eslirbelecroiì"|;;;.

: ,',r i-su.,riririas. {lc riìl loì'rn.(r,,e as rctcçôe\ nio seì'rn ':l']:i::::ìì,ì;,r;;ì;;;,. o enrrcris*ro,i.re se estlbeÌeçam lincul(ì\ proPlcl.Jï;ì#;;:;

"s reraçoes..forem ribeïï1ï"i"'iï:llriïï l;:ilf;":

lrhertlcão; se foretn dotninldorls

l:;:"ìiï ì u.iì"'"* oPresr'o c rJorninaçio' Assirn o t'ab.lho do

ìr'àiJr" -.'Ï tì'no qu'rlqu"r rr"h"llrador socirl é con'tituiJo por Ltm

l.i'i. Í,'"'o"u"t perprssrtlrs poÍ qÌresrócs ideolti;icas c politic.s quc'

ll"'t* o"'t."t.*Ltnottt..I"'' d"utnt ser esclcÍecidr\ e lf:rbrlltalrs ' -

""'"' ilil;'-;;;" ui"o ao sujeito hìstcirico que estrbelece reliìçoes

r.f *l*,'.'ì0.ïf Jgi*s cÌrirvesqa lodo o lrabrlho do J'srcólogo.social*' "';.;,;"";;"'"

^ind' 'nti' no t"'npu 'lt rç:io rJo psicúìogo socirl'

u n",J;;il;;;; ;i-;:*f :ïïiJJ:,,ïlll' ::ì ï:l;::,':: i :',ï:"i;cle ensino' Pesquisa e extensâo ul

orulnizltçocs. institr-riçòes " ton"'nitl"'lt't clos lÍiìbiìlho\ junto ì s:ttide

:uïi,:;;ì;.;':;';"rirs e consulrotirrs aos rnovinìenro. sociíìi' c/ou piÌrÍr-

1,"-,^" ^,,"' o.ruernatncnlais' qucr não-governlmenllis: e- Ja: lrndliscs e

(rqr'us' Yu!i b " rle descnvolr imento cullurrÌ.

aturções em queslões amblentJìs e

1. Ensino, pesquisa e extensão universitáÍia

A ciliÌçio ne\le trubalho Llas atividctles de ensino pesqr'ri:: ::llt"

srìo universitíril \e tiìz necesscrlc liìce p(ìÍ uln lldo' ao grlnde nutneto

,Je psicólogos sociais qrte tt'in.'"uttt'"it'lu nas universiJirdcs ou lacrrl-

dacles britsileirrs e. for oulro trtlo "o llto tle que lr rrrividlde prolìssionrl

Ï,ïË;;';;;;";;' vincur acra ï:ïï1;ì rï:*:'ìïiì"o^,1,.ï'Ï.u;,i::-xistêncir,-lc um lerrnlíìmento s('

"-à't"ïìiìã u*til, creditiÌ se' contudo' que não é possível' no presen-

,.'*"ì"",", reiacionat as xtividades profissionais setrr menclonaf as

;"Jrïì#:;;i;; ao estreito vínculo existente entre aÌnbas .'^'..

Asnrdticltsrctacionl.lls"o.n.'ino.PcsquiSreexlensiounivcr'il:irill

"0r,.;ìJi';ìì';''rtìJ" Jt "ri'ia".r"

poJendo srlient:r.sc Llentre cm':

e as atividrtles de ensino' pesquisa e orientação de pesquisas' emníveis

tle graduação e Pós-gracluação;

Page 103: Texto Psicologos Areas

208 Psicólogo brasileiro: prótic.ts enxerge tes e tie.stLJios

o as ativiclades administrativas (abíangendo chefias, cm órgãos coÌegìa_dos, contissões, etc.);

. as atividades de elaboração e divulgação da produção cientíÍìca (in_cluindo relatór'ios, aftigos, Iivros. participaçòes ern eventos cientiticos,bancas examinadoras e conselhos editoriais);

. as atividades de extensão comunitziria, envolyendo levântamento denecessidades da população, técnicas de registro e de interyenção psi-cossocioÌógica;

. orientação de estágios curriculares.

2. Atividades junto aos gÍupos, organizações,instituições, comunidades e movimentos sociais

As atividades psicossociais que, en maior escâÌa, passaram a seraplicadas a uma clienteÌa que não dispunha destes atendiÌnentos, a partirda década de 80, caminhanr hoje na direção de se desenvoÌverenì abordâ_gens nais específicas enr Íunção das características dos grupos, institui_ções, comunidades e movimentos sociais. Assim, as práticâs de dinâmicacle grupo, grupos operativos, intervenção psicossociológica e anrílise ins-titucioníÌl, aliaclas às nretodologias de pesquisa clo tipo cJa pesquisa parti,cipânte. história de vida, estuclo de caso com pe[spcctiva histórica eoutras, passaran a dar suporte aos trabalhos conr:

a) grupos de mulheres e discussão das relacões degênero e raciais

Constituindo unra atividade nova em psicologia, os traballros den-tro de LÌma perspectiva de gênero buscanr acrescantar às prílicas sobre aquestão da rnulher categorias tais colno o masculino, a raça e a classesocial. As aÍirmações abaixo esclarecem:

trâbÂìho "dcntro de um pcrspcctiva de gêncro, islo é, umâ cÌariì nocão dcquc hir rclrçôcj de Í\udcr soci:rltìrcnlc consrruíd.rç et)lrc os \cxos. quc cnecessi\Íjo I e snat uft tlaar" (Entrcvistado E7).

o edoqtrc de neu trabalho é ünvatlor, na neditla en qLe busco cont-preender conceìtos cotno "itlenitlade", "cortsc!êttcin', c ,'e.xDerií)n ìn,,

t'.ti(:oLogia socìal, clo esporte e iurídìca 209

clentro tle untt perspecti)a que leve em conla relações dc qêturo' raça e

classe. ...irrickrínente eu acretliíava que se podian estutlar as relações tle

gAxero scm levar en conÍa ouírtts fonna'r tle opressão Hoje' Procuro

entendâ-las tlenlto de un conlexto on(le autras fonnas de opressíto' conn

o racismo. iúeft&en con gênero e o reclefineÌtt" (EntrevislLtlo E8)'

Contudo, alguns psicólogos sociais, ao invés de trabaÌharen con

rìs relações de gênero, continuam preferindo o trabaÌho com a questÍo da

rnulher-por çonsiderarem que ainda se trata mais de um movimento so'

ciaÌ reivinclicatório clo que objeto psicológiÇo e socjológico de pesquisa'

As controvérsias, conluào, siÌo Inais teóricas, já que as atividôdes priiticas

cnvolvem tliscussões e trabalhos s9n'ìeÌhantes É çomutn incorporar pro-

cessos de mobiÌização, organização e reivindicâção por melhores condi-

ções de vida, reÍlexões e disçussão sobre desconstruçõl:s de lugares' con-

iitos e relações de poder, aliados às técnicas corporiÌis, às drau'ìatizações

e às dinâmicas de grupos.

Os tlabalhos coln â questão das relações raciais envoÌvenr ativida-

cles que vão descle trabalhás corn ctìanças e adolescentes, no sentido de

cons;ientização e valorizaçito da raça e cultura (negra, indígena e outras)'

passanclo peío atendimento individual, reâlizando diagnóstico e encami-

nhÂmento, até as discussões com equipes multidisciplinares sobre aspec

tos psíquicos e emocionÂis-afetivos envolvidos nas diítrentes relações

raci;is. Além clisto, são comuns as atividades de assessoria e consultorir

los movirnenlos negros e indigencs

b) gruposmaÍginalizadossocioeconomicamente

As atividacles psicossociais desenvolvidas con mendigos' nrorado-

res de favelas e cortiços, prostitutas, assentados' meninos e menìnas de

rua e crianças e adolãscentes institucionalizados, desempregados e sub-

empregâdo;, incluem processos de mobilizaçiro, constituição de identidâ-

de, luú contra a opressão, acesso aos meios de sobrevivência' cle intor

mação, de saúde e tle educação. Alem tlessrs, sìo comuns as entrcr istits'

o, "nnu"rr^,

inlbnnais, a dinâmica de grupo, dranìatizações' as ações

como etìucaclores de rua, ativiclacles artísticas e, por fitri, o encaminha-

mento para exame de saúcle quando necessário ColÌìo trâta-se de unì

campo àe ação r"cente, as atividades são, rnuitas vezes' criatlas na inlera-

ção tlos psicólogos socìais com esses grupos, a paÍtir de demandas e

possibilid'acles cãrnuns. A prática com esses grupos influençia e sofre

Page 104: Texto Psicologos Areas

:i0 Psicólogo brasileiro: pnjticqs energente,s e clesafìos I'sicokryia social, do esPofte e iLtrídìco LLl

hoje no sentido de se construir um ciÌn'Ìpo de ação peculiar: a Psicologia

Conunitária.As atividades são, em sua grande maioria, constituídas pol atuâ-

ções em equipes muJticìisciplinares que estabelecenl procedimentos príti-

cos de acordo com a demanda social e possibilidades cle ação.

Existem trabalhos, por exenplo, de diâgnóstìco, planejamento,

sxecução e avaliação de progrânìas conunitáios, envolventlo ls ques

tões sobre trabâlho, sggurança e lazel para comunidades lulais lncluenl-

se neste tipo de trabalho, conforme o depoimento clo sujeito E9, os cursos

cle treinamento prrra técnioos e púbìico beneÏìciário, utilizando tócnicÂs

de vivência de probÌenrt, dinâmica de grupo, atividades conr materiais

1údicos. etc.

Existem atividades cle organização e mobilização (lnutirões, reivin-

dicações, etc.) conunitáriâs para melhoria da qualìdade de vida (Bornfin

et.al, 1986).

Hí práticas comunitáÌias que, conforme sÂlientou o sujeìto El0'enfatizan a análise da problemática indivitlual na perspectivâ do grupo

sociocuÌtural, e em proglamas de saúde pública.

Para exempliiìcar, visando detalhar as atividades desenvolvidas por

psicólogos sociais, tloìs casos de tlabalhos em comunidades siro apresen-

tados a seguir.

O prirneiro Íbi clesenvolvitlo por Lessa, entre os iìnos de 1985 e

1989, objetivando plomover o desenvolvimento socioÇultural de unìâ

"ciclade nineradora". Confbrme detalha a autora, as princìpais estralégias

iJe ação desenvolvidas I'oram:

1. realização de reuniões com os moradores, com o objetivo de:

r analisar a situação social do lugar, suas carências' dificuldades e

soluções;

r incentivar a formação de grupos de autogestão;

. lbrmar recursos humanos na comunidacle;

. criar conjuntinnente gventos populares;

2. otimização dos equipamentos de lazet;

3. reaiiznção de clmpanltls educalivas:

4. cdação de um jornal da comunidade (Lessa, 1992,p.175)'

influôncia dos movirnentos sociais por eìes organizados. Consultoria eassessoria aos movjmentos sociais e organizativos são ativiclades desen_volvidas Íìeqüentemente pelos psicólogos sociais em constante interíçãocon outros trabalhadores sociais.

c) grupos de terceira idade

As ativjdades psicossociais com as pessoas da terceira iclade envoi_vem procedimentos de assistência, de lazer e recreação, de reflexão sobreas problemáticas da terceira idade e de assessoria âos moviÌnentos deaposentados e pensionistas.

No Brasil, o estabelecimento da uniÍìcação do sisterna previdenciá-rio, Â partir de 1966, possibilitou o surgimenio de movimentos reivindi-catórios da categoria. 0 movimento se concretizou com a criação daCorÍèderação Brasileira de Aposentarlos e pensionisÍâs (COBAir), ernt281, qT possibilitou a politização da categoriâ .,opor"ntndor,,

" ; p"n_

sionistas". Atualmente, conforme Simões( I 992):

pode,se colocar tt possìbil.idatte tle acomorlar a$ tcjlsões (Ìütla exìstentesetúre o ovhlrcnto ale aposeníatlos, t[e wn ludo, e os proRranas le asto-cìoções vohadas às qücstões nais gctais tlo envellrcciìnento, ctnto osprograrnas parq Llosas do SESC e .la LI]A, o Fórun Nttcional tlct Terceirahlatle e o Grantle Conselln Munícipal do ldoso tle Sírc pttulo. Lìtlertrnçasaposentadas costu|x1n tlizer que esses progrcnas e entilctales estato vohu-dosparco "kqer" e não para a ,,lLúa,' (Simões, 1992,p. 173).

Vaìe ainda ressaltar a necessidade de se estar atento às mudançasnas representações coletivas sobre o envelhecimento e sobre a responsa_bilidade social para com a velhice, assim como às inúrreras práticaspsicossociais surgidas que não têm um caráter de diagnóstico ou untcaráter cÌínico e, sim, de busca de mobilizações, participãções e reiyincli_cações sociais.

d) comunidades

As atividades psicossociais em comuniclades urbanas e rurais têrlcrescido muito no País nos últimos anos. Dos trabalhos iniciais merirnente descritivos e atuando em pequenos grupos, as práticas caminham

Page 105: Texto Psicologos Areas

212 Ps íc ti lo go b ras i l e i ro ; p r tit ìcas e n e r.qe tú es c tl e s c(ios

Um segundo exemplo é o n.abalho clesenvoiviclo pelo slüeito Ell ,hrí maìs cle dez anos, em comunicladcs urbanas e ruraìs. Detalhanilo u.,Itivi.llJr. rlcrenr olr irl.rs. o f,sr. óloro s,,cill ,le.erevc:

. Estudamos os processos psíquicos cll vitla cornunitiiria.

o Ajudarnos a corluniclade a clescobrir sua potençialjdacle huDìaniÌ 9 suariqueza acumuìada na forrna tle experiência clc virla; malerjal capaz dedeflagrar ntudançiis posìtivas nas pessolis enquanto nrenbros cle urnacoìetividacle (cornunitìacle).

. Métocb: anáìise da vivência tlas atividacles comunitírias e cle outraspr'íticas clo ìugar, buscando a compreensão da consciêncìa, itlentidacic.representiìções sociais, etc. Iìnrpregauos: ação pal ticipante, observaçio p;r icif ilnìc e le'lütjlì l.rrti(tnjìnle.

o A convivência e a idcntilìcação são bísicas em nossa ação.

o As ativiclacles e príticas dos rnoraclores, cìescle urr tirne de futebol.grupo dc oração ou uma reunjão do conselho cooìunjtírio, são nìciospa[a se cornprcen(ler c/ou intelvir nl clinârnica psícluica dos mora_dores

. ColìÌo lécnicas, tenlos: dramiÌtiztclo (textro pq)uìaÍ), cír.culo de crrcontro. sessão dc biodança, grupos de ação c rnobilìzaçao, arte (pintu_rl. rrgih. etcr. gnlpo\ (le Ììro(l{tçil(,.

Para o sujcito El l, este trabalho triÌz como inovação o eslbrço enrsistelÌatizar a especillcidâcle da psicologia Corrunitriritem seus concei_tos, métodos de trabalho e a concepção cle tlesen volvincn to do inclivíduo, dentro de [e]açõcs internas peculiares cle um coticliano com anlnjopr<iprio, dilèr'enciaclo da socieclacle ern ger.a1 e ftrzenclo parte cleìa.

Aléln da sistclnatizlção cla Ììsicologia Corrruniliiria, ulÌì outror:lesir-Iio pnra os psicólogos sr;ciais que lrabíìlhlìnì coor conrunidlclcs. cluerurbanas, queÍ lurais, é o de conslituírem pniÍicas clue ltrelenr os invcstj_nlentos aÍctivos e cnlocionais in<lividuais e/ou ooletivos às organizlçõcse constituiçõcs dc Íbr.nras iìssocjativas. Isto por ser .u,ja u"z ì,rais

"ìar,,que as triìnsfol.ln.Ìções sÍo ger.ì(liìs e mantidls corn Ììaior forca cluanclohá, de lato, erÌ\,olvimento afeíivo. Esses são aÌguns ilos clcsal.ios corn osquais o psicrílogo socìaÌ tem se deparado ent seu trabalho cç)lnunitiírio.

Psicologia social, tlo espctrtc e jurítlicct

el trabalhos em PÍogramas de saúde

2t3

Nos inúmeros progtamas de saúde coletivlì, desenvoìvidos a ìlartir

cÍo aunento da lecie de serviços cle saúde pública, lbram se atnpìiando c

cliversilìcanclo os a(endìnìentos' quer por força mclcildológica, quer pelo

reconhecimento cla relcvânci|t clo papel clo psicólogo soaial nas questões

de saúdc. Altclnativamente, mas elìl constiÌnte inter relação com a clínica

nos se[viços cìe saúde, as prí{icas psìcossociltis dc atenclinìento foralÌì

clcsenvolviclas e adquitìrâm especiíiciclade próPria São trabâlhos rclacio-

nados ora à rnobilizaçilo para a pâfticipaçÍo popular no plaoe.ialnenb e

fiscalização de açires enl si,Lúde' ora ao iÌconselhanento psicoss<lcill rela-

cionado à iÌssistôncia genética, às cloenças infecto-contagiosas' etc'

Acrescen a este ttcndinlcnto âs ativìdadcs de assesscllia a lutas Pela

saúclc, envolvendo reivìniliclções antimtìlìicôlnios' combate aos agrotó

xicos, poluição, etc.

Exernplos clessas ativirhcles que gmergem no caÌnpo de âção psict)

1ógica poderÌ ser vislos nos trabalhos desenvolvidos pelos sÚcitos El2.

ìll3 e E 14. relacionrdos abrixo.

Conlblnre o sujeito El2, nrì sua instituição estí senclo desenvolvicl<r

ur'ìÌ trabalÌìo psicossociâl de rtendimento junto ao setoÍ de saúde pública

relacionlclo ao aconselhiÌmento genótico Tratl-se de urna prítica que' a

paftir da aniilise da estrutura, do cotidiano, do iÌutoconceito e dos senli-

mentos rclitcioniidos àÌ reprcsentâçiÌo da matcrnjdade e cla paternitlade'

busca dar atendimento sociopsicoÌógico its pessoas que rcceberatn infor

mações trauÌÌÌÍticas sobre pÍoblemls genéticos.

Um segunclo exenplo est,Ì no triÌballÌo desenvoÌvido por D l3 que'

em scu depoimento, esclârece:

Aítrtrlnenla rtcontyutho () SÚt.:lìct t) tlos TtabullLrulores de Barbaccna'

ttssessorattlo (t\ [Ltt(ts c orti(uÌiact\:alo dos catesotius tlc assalaritttlos ru'

ütis dct Jlat iculu[a e tlos ltequtttcts protlutorcs tle .fruti c horlìcultura A

luut princilxtl é ptla saLitlc conptonaifut 1rclo uso ütensh'o tle agtotóti'

cos.(...)'t'rahrtIho colttborantlo ntt r?lletão e en':anúìl1an]etllos lolíticos'cont;o rcuttia)!.t l)t.r.t dìscussão tlt: probletnas (ÍctkL' IÌLhalhìsfttt' ccaló!:ì

cos, atc), contt'cçõer tle bolerüts ltopularcs. r:tutìlll.t'r tlc tuhsídios tlt: Jõr

n4ça1o e itlfor utçõcs

P.ìra l'inalizar. um telcciro exemplo pode ser visto nas atividrÌdes

psicossociais nos postos cle saúde pública, sendo possível rellcionirl o

planejanrento tlc ações tnultidiscipìinrres ctrl saúcle (por exelnplo: clm

Page 106: Texto Psicologos Areas

214 psicólogo brasileiro; pftiticas enxerge les e tlesafios

panha de mobilização contn o cólera); lções em saúcle mental (in)Dlanta_ção de sewiços em unidades bísicns); acompanharnento do a"s'"nuot_vimento de projetos; cliscussões e inpiantação rie políticas p,:Ufi"* a"saúde; reuniões para assessoramento de ações

"orn"" ite.ijr;

-i"uìntu_

nìento de demandas das comuniclacÌes_alvo; catalização do, p.o".rro, d":.Sj."l:ução

que levem à tbrmação de comissões Ioã"i, a" ,",i0" il"j"i_to EI4).

f) atividades sobre o meio ambiente e ecologia humanaíìs iìtividjÌdes psicossociuis sobre iÌs quesloes rle p,iicoloria

Ambiental. mais volrrcla prra rmbientes inrelnos 1casa..r.of", ...riiOrios, etc.) e de ecologia humana (nais dirigicla para pátios, á;";r;;;;;",parques, pÍaças, etc.), é possível destacar:

r consultoria em educação e desenvolvimento ambiental;. entrevistas para avaÌiação da percepção do grupo sobre o meio am_

b ien te;

. Jesenvolrllnento tle ertratilgiit psicopetlagogicr pflra irìtroduzir modr_Ircaçoes comportiÌmentiìis míìis ecolctFicas no Iocll rle trlblllro;

. planejamento e desenvolvimento iÌmbiental;r psicossocioÍogilr do ecodesen volviment o;

atividades de desenvolvimento cultural, de sociologia do ìazer relacio_nadas às questões ambientais;

aníÌise sobre impactos aÌnbientais.

I'tr,,,logítr socíal, do esporte e jurídicq 215

:t. Assessorias e consultorias

Pclo núrnero crescente de psicólogos socjais envolvidos ern ativi-

,lrrrlcs ctc assessoria e consultoria, vale a pena rnencionáìas err destaque'

Srro lrabalhos desenvolYidos junto a:

. rnovirnentos comunitários;

. instituições de ensino e pesquisa nacionais governamentais e não-go-

vcrnamentais;

. instiluições internacionais:

. DÌovimentos sociais e populares (sindicatos, CEBs, pastorais, etc');

. irgentes de pastorais, trabalhadores rurais, dirigentes sindiçais' etc'

Conhecimentos necessários

São tantos os requisitos necessários à formação do psicólogo social

c estão todos cle tal forrna inter-relacionados clue é impossível citáJos

separadamente. Optou se, então, levando-se em consicleraçÍo a diversida

de cle sugestões àadas pelos entrcvistados, por relacioná-los em eixos

intercruz;dos, de tal forma que possam dar a dimensão necessária à

fonnação. Sobre cada eixo existem categorias complementâres que se

intercruzam com lodas as demais categoÍiiÌs.

No primeiro eixo, encontra-se a compÌementaridade necessária en-

tre a especificidade e a multidisciplinâridade da área' Se, por um lado' é

preciso uma sólidâ formação em teorias e técnicas em Psicologia Social'

por outro lado é indispensível um conhecimento das iíreas afins' Tem-se'

entiro, a necessiclade de se dominar simultaneamente conhecimentos es-

pecíficos tais como grupos; identidade; consciência; representação social:

iinguog"*, atividadã; cultura popular; mitos, sínbolos, ideologia e alie-

naçlãolelações de gêneto e de raças; políticas governamentais;.de comu-

niiade/povãs; for.as de opressão (políticas, ideológicas, sexuais' etc ) E

também preciso conhecer a respeito de Filosofia' Serviço Social' Educa-

çeo lincluindo a pedagogia de Paulo Freire, a educação popuÌar e de

àdultos), Ciências Sociais e Polítiças, Urbanismo e Planejamento Hâbita-

cional, Ecologia, Arquitetura e Geografia (meio ambiente)' Ciências.Hu-

manas (História, SocioÌogia, Antropologia), Literatura e Ciências Biolri-

gicas, e das Íelações entre Psicologia e Arte. A Psicologia Social requer

_ Um exemplo de inovação nestes trabalhos, já por si bastante recen

tes, é, confornle depoimento cle Et5, a,,utiiização je estucjos A" p"r".fção am,bientrl.como base pcrr o processo peclagógico a ser utilizado naeoucrçao amtlental. Acho inovadordo uni verso conceiruar do púbrico, rl;ü:"ï:;Jïïï*i:l;'J.'iï,ïlJ::ïretrçiìo ao meio ambiente"

Page 107: Texto Psicologos Areas

2t6 Psicólogo bra,silcír'o: pr.itices emerge tes e desafkts

urn olhar rnultidjsciplinar, cujos conheciÌnentos não estÍo disponíveis s,ina Psicologia. E preciso transitar pelas diversas áreas e "se iìpropriâÌ"desses conhecin]entos.

No segundo eixo, tem-se a complementaridacle nccessiíria entre os

procediInentos de pesquisa e de intervcnção prítica. Trata-se de conhecimcntos sobrc plancjamcnto c cxecução de pesquisas, incluindo os proce-diÌnentos metodológicos que devem estar aliados aos conhecimenLos das

técnicas e métodos de intervenção prática enl grupos, organizações, coÌnunidades e instituições.

No terceiro eixo, encontraÌrì-se iìs categorias de cornpreensão dointercruzamento clas forças sociais e das 1brças inrlividuais. Trata-se cle

entendcr a estrutura e o funcionamgnto da sociedade e as rglações que aÇonstituem (classes e estratiÍicação social, poder, etc.), nun]a visiìo histó-rìca, econômica e política, atravessada por subjetividades. Entender tiÌm-bém a inter-relação dos processos psicossociais nas relações sociiìis e apossibilidade d:r expressão do potencial humano. E aqui cabe o entendi-n'ìento do suieito como produto e produtor tla realiclade social.

No quafto eixo, verifica-se a complernentaridade dos conhecìmentos da cultura brasileira e dos conhecimentos sobre cornunidades e movi-mentos socìais. Busca-se compreender o sujeito, os rììovimentos e as

comunidades numa perspectiva históÍica e contextualizada. Aqui tarnbérrr

se apresentâ a necessidade do conhecimento da hjstória social e sua

relação com a história da profissão.

No quinto eixo, enconlra se a complen]enta[idade entre o conheci-mento teórico e a prílica psicossocial. Consiclera-se a mútua rehçãoentre teoria e prítica e a necessidiÌcle de que urna oriente e questione a

outrzÌ, nuÌna relação de reciplocidade. Vale ressaltar aqui a relação dialétìca entre a atividade sinb(rlica e a prríxis nutn constante processo dequestionaÌnento üÌútu('.

No sexto eixo, a cornplementaridade iìca por conta da necessíriaÌelação entre produção do conhecinrento e sul socillizrçÌo. À irnensa

nccessidadc dc sc prosscguir com pcsquisas c plodução cicntíÍìca emPsicologia Sociaì, acresce a urgência de divulgação e socialização desses

conhecimentos.Finalmente, o sétiDìo eixo diz respeito à conrplementaridade entre a

ótica e o compromisso social no fazer epjstemológico e no exercícioprofissional. Trata-se da necassidads de se compreender que tanto o fazercientíÍico quanto sua aplicação no exercício profissional são atravessadospelas questões éticas e de conlpromisso social.

1",r, rlt4ìu socíttl' do esporte ejuúdiÚ 2t'7

À Figura 1 apresenta os plincipais Íequisitos neccssi'Ìlios à fbrma

,,,,,to nstucjlogo socinl' ;,"''ì:';:;,;i:r.at,'i'laJcsLlcsenvolviJrrsf(losP5iccjìôs('s.ço'iiìi:'

' 'i ,' ".";i;'. urlc a'1ui rrcnciorur (luc o\ cr\nìÌecrtììcnt"s 'los fro

r'. .',r,,i. qt," e\lao Lr.Ìbirtlì:rn(lô nlrq rlilcrcnlis:rli\i(ì:rrlej lrìlcìn irÚqulll-

;; ,. ì;,,:;.il";tt;. pronìovidos por sindicâlos' quer nos grupos altetnati-

*ir rrìcf niì nìilitância ctrÌ movrlnentos Ícministas' rlìcìais c/ou sociiìis'

, ì'.ì 'Jì]l'";;;t, ;;ti,t'il'io' vou confcrênciiÌs' qucr âtriìvés de estudos

l],;'"";'";;il;i"nì^l' "

tonuot" da poluição' ou cru leituras literí'

',,,t" t";,u,ua "rp""fficâs sobre determinado carnpo de ação'

Sugestões

ostlatlosco]etadosapontamnadireçitodasseguintessttggst.)cs

n"r." "ì*ffãi" ao

"nsino cÌePsicologia Social' lbrnecìdas pelos entrevrs-

lnclos:

. uma Íbrmação (Ìue contcÌnple, ao nÌesnìo tempo' a tnuìtid isciplinari-

dade e a especifìcitlade da ár'eaì - la

. ntle seir gcner:ìli'lll (!'Ôtìlpreens'Ô Snbrc lÚrlll'lcilo c cstrutllríìçilo '' l""'"ìioi'" """.ì'ìi'i" 1t'"t"t os fçnôtnenos Psicossociais

(le caíia

Iaceta que se vai estuclar);

. clue se incentive lnais a pesquisa nos cuÍsos dg graduação;

. lu" ," ìncentive o trabalho clo estudrnte em proJetos de extens:Ìo

rÌniversìúria:

. que se orientem mais os estítgios curriculales nars cliversas prálicas dl

;;", ;';p.', il"iu,içuiÌ,-il.ll,ïi'1fiïii1ïll'"ïìul,;ï::::'ïi,ï:"ï::nullreres, tneninos e mentnas

ui"i",.r. iàr""i. io"de, etc seriam estígios enr equipes interrJiscipÌina-

,.t'"ìã" ft"j" interseção cle várias íreas cla Psicologia Como exenr-

oìo, J"rr", "r,egiu' curriculares já é possível citar os trabalhos desen-

r olr iJos peln. tujcrlo\ F lo Ellc El):

l. Os sujeitos E16 e El7 citiìÍrÌlì um estígio de Psicologia Social e do

Trabalho. oncle o atuno' na plimeira etapa' realiza unra proposta de

"rtágio d"tollt"ntlo n tipo cle conhecimento que quer construlr e' na

segunda etap'Ì, concrerza n propostzr' que não é obrigatolianìenle

Page 108: Texto Psicologos Areas

218

intervenÉo

Psicólogo brasileiro: práÍicas emergenÍes e tlesafios l't rlogh social, do espoúe e iurídica

dentro de organizações ou de uma área de conhecimento (podendo

sel ern Psicãlogia Social, do TrabaÌho ou Escolar)' devendo' ao

final, produzir uma reÍlexão sobre sua experiência'

2. O entrevistado El2 relacionou uma experiência' ainda não avalia-

cla, onde os estágios não têm sido dentro cle áreas O aluno se

ÌniÌtricula em projetos e sua naturezâ é dada pela orientação tlo

proÍessor e pela problemática apresentada'

clue busque a formação do ser humano em suas dimensões éticas'

iolíticas, afetivas, etc., visanclo o desenvolvimettto da solidarierlade

concreta com as pessoas;

que se procue fornecer uma fonnação profissional onde o aluno não

entre no metcado de tlaballìo procurando problemas que se encatxe]n

nas soluções que ele domina, mas que se desenvolva no aluno o saber

pensa. e'analisar a problemítica para poder depois escolher que tipo

cle modelo teórico ievc ser aplicado. O profissional deve saber anali-

sar e depois traçar as melhores soluções, utiìizando as teodas que

deverianr dar respostas aos campos de açiro da Psicologia Social Caso

as teorias não respondam às necessidades da prática, é necessário que

sejam revistas.

2t9

.9g

Considerações finais

A Psicologia Social no Brasil tem apresentado, nos últimos anos'

mutlanças no qú a" refere ao exercício profissional Não há dúvida de

que a Lmergência cle transfonnações gela possibilidades de entbques

variados que demandam tempo para maior compreensÍo e solidilicação

Este trabalho, como não poderia deixar de ser, aplesenta um recoÌ1e do

momento atual. Neste recortg, as atividades mais traclicionais nresclatn-se

com as emergentes, Íbrnecendo una perspectiva mais abrangente da

área. Dentro J"ssa perspectiua, a formação profissional demanda como

requisitos a complemeniaridacle cle conhecirnentos que, de tal forma in-

tercruzados, possam gerar um exercício profissionaÌ atento ì especitici-

dade e à multìdisciplinarìdade, à teoria e à prítica, à ética e ao compro-

misso social, à peiquisa e à intervenção, ao individual e ao social' ìFigura I Principaìs tuquisitos necestárìos àformação do psìcóloqo sociol.

Page 109: Texto Psicologos Areas

221220 Psìcólogo brasíleiro: pr.iticas energentes e descfios

produção e ir socialização do conhecimento, à cultura e aos movimentossociais.

Enfatiza-se aincla, aqui, que a incrementação dos estígios supelvi-sionados na área poderá possibilitar a melhoria no exercício profissionalassim como ampJiação do campo de trabalho.

Referências

BOMFIM, E. er.al. (1986) "Acaba-mundo": da proposta de urbanizaçãoa uÌn projeto de ecoÌogia humana em ïavela. Annis tlo II EncontroNacìonaL e II EnconÍro Mineiro de Psicologia Social. Belo Horizonte,ABRAPSO:57-80.

BOMFIM, E. et.al.(1992). Fazeres em PsicoÌogia Social. In: Francisco,A. et.ú. Psicólogo brasíleìro: construção de novos espaços.Campinas, Editora Átomo: I 25- I 60.

LESSA, Elvina M.C. ( 1992) A participâção comunitária no processo cle

desenvolvimento sociocultural de "cidade minerldora". Anais do l"Congresso Brasileìro de Psícologia da Conunidade e TraballrcSocial. Belo Ho ri zo nte:17 4-17 6

OLMIRA VIANNA, F.J. (1921). Pequenos estudos de psychologiasoclal. São Paulo, Reyista do Brasil-Monteiro Lobato e C. Editores.

SIMÕES, Júlio A. (1992). O idoso como ator político: algumâs questões

em torno do atual movimento de aposentados e pensionÌstas. AnqÌs dol! Congresso Brasíleìro de Psícologia da Comunidade e TrabalhoSoclal. Belo Horizonte: l70-173.

VANUZZÌ, Dineva. (1992). A experiência do movirnento naçional de

meninos e meninas de rua e a luta pelo direito de ser criança. Anais tloIp Congresso Brqsileiro de Psicología cla Conunidade e TrabalhoSocial Belo Horizonte; 103-105.

Agradeço a Márcia Midôri Watanabe e a Rute Maria VelasquezSantos pelo auxíìio na coleta de dados.

l'tit (,logi(t soci(tl, do esporle e jurídk:rt

Psicologia do Esporte: atividades e

;;.1"ü*;; p;ra á formação profissional2

Introdução

A Psìcologia do Espofie é uma área de conhecimento recente em

,,,,1" ;;;;;.-ü;a à" suas puuticaçoes mris iÌntigrs u-"'i"':-t':^1:1"

t..,r*tÁ.r, erirotngio do Esporte, datado de 195I A crirçío diì socìedroe

ì;';;;;;J;" Ë.icologia dos Esportes ocorreu durante a realizaçtÌo.do

i'àï"sË;ì;;"ionãr o" r'i.otogi" g:: ET"u:'' :T 1:'i1,:l;']':]'r"-iS?S. N" Brasil, vale ressaltar as publicaçòes dos I jv ros Tsrc''losrd',ì.,,,,

trrnr,", de HaJdock Lobo em 1913' e lsìcolctgia do Espottc' oe

";ì.1,ìL'"'" s.u""t, e,n rss+ bem como iì criaçio Ja Socie'lade Brrsi-

i"ì:""ãã ìrt-ilt'" clo Esporte. cla Atividade Física e Recreação' em.iqgO.

foi "rtu

Sã.iedacle que organizou' no País' o III Simpósio Interna-

cional de Psicologia do Bsporte' oconiclo ern Belo Horizonte' Minas

Cerais, em 1990."" - ï;i;; evento brasileiro oçonicio na área foi a realizaçiro' no

nrtnaJdo nlo A" loneiro, do I Simpósio Prático de Psicologia & Esporte'

Metodologia

C) Dresenle trabrlho plne dr anilise dos te\to\ apresentldos e tìis-

.",td; i"'t';l;;;;i" p"iii"" de Psicologie & Esporte' itcimiÌ circdo dc

"].,,iu."o.ro..i"tiradx publiccda e do Ã,uha.lo dn realizaçlo de durs

#;ïË.;'"; ;.;ilionais cì" /rrea Foi facultatlo à autora a escollÌâ

ão;;;i;;t.ì"á" o material foi submetido à anrílise de conteúdo por

;;;;;;-;;"^s, objetivando precipuamente fornecer subsídios para

o mãhoria da forrnação profissional do psicólogo'

2 Msu olhÍÌré um olhar cle uma pcssoa qtte visitx  íÍeâ coÌn o único objctivo de vê-lâ aqur

apresenhdx e d;scütjda'

Page 110: Texto Psicologos Areas

Psicólogo brasíleiro: p rrítica,s ente rgentes e desctfios

Concepções de mudanças que informamo campo

Embon a u|è!ìrì etrlìrotl)3ii_lt,-l:r oalavlil espome seja ptovenientede dìspotÍ (dis e poftare), r"meÈnJo ao iÌlitsrar_se do trabalho, o eue seobserva hojc. no espone de rlru nível.. ,rn ,r,,U"ff,o,i,ãro. i",ìiïrr,quase que exclusiva dos atÌeras e tr.:inâdoÌ.es. Um trabalho;;i;;;"

",por vezes, massacrante, é ;recessrrio plrr se potíer pcrticipar de urracompetição internacional. Desde o inicio diÌs Of irpf"lir, q"J""*re" ""ano de'776 l. C., quando se realizou a primeira Of i.pi,AJ"rn f,"rn.*_gem a Zeus, conÍbrme ailrma Silva (1970),

". f*,i"i;,,,1", ,;-;;;;r;ì""_r-anl e passaram a versar sobre diferentes modaìidades cle esportes.

Aumenta a cada diâ o grau de exigência nas comietições e umnovo recorde jnternacional, registrado pelos canais o" .J"r",ìi""ça. o"massa, é tão freqüente que não nos surpreende mais. Mas uÍnn unál;r"dos bastidores desse novo recorcle revela, sem dúvida, "

o"b;ll;;;';,r,"equipe da qual é cada vez Ìnais freqüenre n p"ni",p"ie"ì" prio:fog".lll:r *r ns sonhos e rs lígrimns dos

",r.;r. .;;'J;;t.l;;; .cooÍNnçcs dos piìis. inÍormflr os treiníìdores sobre ls poterrcirliclaLles edificuldades dos atletas, lidar com as diferentes p"rrnn"li,i"a". ào, i."i_nadores e suas influências sobre o renclimento Aà "o,"p"ti,lrt-raà oig"-

ï::,,1-.^:l:l:io* corn rs quais urrr número .,.r...;; J; ;;;oi;;",urrsìreÌros começou a lidcr nos últimos anos. Como bem advertiu Caiva_Iho (1986):

"A cada olinpírÌda gLte passa, a saurct Je n.,vos rccortres estti ntt daoen-dêncìa de Íatorcs psicológicos, ltois os grttnJ,,s ",rl"r^ iU'r" ",r'rì^i*2,,,prntit,tncnrc dos seus lin,iaÌes lì\i.us. org,i,tico., ,. t,,,ttìios ,ì" ,i",i,,rl,',t,,nrcnÍo" (t1.89).

_ ..De maneira geral, pode_se dizer que o caÌnpo de atuação é novo noBrasil, mas as atividades desenvolviclas não são nov"r. ail;; ;";;

r-ia, atividades comuns às cliversas iíreas da psìcoìogia, ;;;';il;;'"urn novo públicoeauma nova probÌelnáLica: o atleta"e o espon" "-'"

A atividade esportiva, deixando de ser espontânea e amaclora, tor_

:li,ì:: ::1t " mris. orienrada por Jirèrcrìres p-ri*i,,r"i.,,"iJi.ãr,IsroÌerilpeutctj, psrcólogos. etc.). paraleìanrente, oco e o processo cleprofissionalização do esportista, exigindo atenção

"rp;"i ";;;-;"ìviÌììento de seu trabalho. Unra nova demanda é ""1ã"

;""r;ì;ã';;

222 223I'tt, ,l,tqìd social, do esporte e jurídica

'.,,rrtirkr rle se ter uma boa orientação psicológicâ para a melhoria da

lr'rl(ìúnilnce.

^ssim, o trabalho do psicólogo do espone orienta-se para o alcance

,l( rrr melhor desempenho, sendo, em vários aspectos' semelhante às

rlrrrrris atividades de psicólogos que lidâm com a questão do trabalho'

lrirliì se de um protìsiional que busca valorizar ao máximo o potencial

(l( scu cliente, ao mesmo tel]Ìpo que tenta mininizar ou neutralizar suas

,k liciôncias. Atua no sentido de melhorar o desempenho e otimizar as

r( lrÌça)es entre esportistas, técnicos e dirigentes'

O que se colocl de novo, pofianto, é o tipo de atividade trabalhada

,, "rpó.t" - "

os requisitos que são necessários ao bom desempenho

rkr prolissional da área Após o avanço do treinamento físico e técnico'

l)usoa-se um melhor rendimento através da melhoria do desempenho

t:rrocional. Neste campo atua o psicólogo do esporte'

Para melhor entenrler as concepções que orientam a prática profis-

sional, vale citar algumas definições de Psicologia do Esporte'

"A psicoLogil desporli'a é untL ltrea que Procuta aplicar os fatos e prin-

cí1iios ao ìprentliz.arlo, destmpenln e conrporkunenlo llLol1ano trssocíalos

a lotlo o seÍor desPorliro" (Lâwlher' 1973, p l)

"Qltahto à llsícolo1ìa desltotlìva' poeleríanos d(rtnì'la tl1uio sìttlllesmen'

Íi cono o estulo clo cotttporíamenlo llúnano en siÍutlção desJtortìra""'

(Brito, 1976, P l0)

"A Psicología do Esporle' como tirea tle estu'lo, envoLve nuilos itdh'ít!uos

lc antecedenÍes di\)ersos, cont um interesse comum: conlrccet mais sobre

o \tleta e o esPorte" (Sìngcr, 1977' p 4)

"A Psicologirt do Espotte se ocuPa com a lnálise e nadirtcaçtÌo tle Pro-

cessos psíquicos e de aÇões esPorÍivas" (S^mulski, 1992'p l2)

As definiçóes acima informam sobre a existência de, pelo nenos'

duas atividades mais significativas da área: a pesquisa e a aplicação

prática. As atividacles de ensino são menos significativas e mais recentes

nâ área.

Page 111: Texto Psicologos Areas

224 p,tìcólogo brasileiro.. prtiticas entergentes e desoÍìos

Atividades em Psicologia do Esporte

a) Atividade de pesquisa:

Revendo a_bibliografìa, é possível conslatar que, enquanto írea depesquisa, a Psicologja do Esporte tem descnvoÌviilo estuclos sobrc:a) característiciìs biopsicológicasdosdìferentesatletas:

b) influência clo esporte sobre a personalitlade do inclivícluo;c) o diagnóstico, avaljação e previsão de renclimento clos atletas;d) Ìnotivação, percepção e atenção e suas relações com o clesempenho

dos atìetas;

e) Íìtores que afetam o nível rle desentpenho no esporte (iclacle, sexo,ambiente familiar, etc.);

f) a rehcio ent|e esporte e enìoçjlo:

C) aspectos psicossociaìs clo esporte;

h) adaptação de bateÍia de testes:

i) a personllid:rde Jo treini(jor,j) a influência clo,stre.çs sobre o rendimenkr, principalrnente efi situiF

ções de,cornpetìções e das que envolvem ìongo, p"rfoan. A.'.on_centração;

k) os fenôrnenos cle violência nos estádjos esportivos e durante osjogos;

l) o comportamento do atj€ta e cìo público durante atividades despor-tivas:

. No Brasil, vale ressaltar, ainda, na írea cla pesquisa ern psicologiado Esporte, a existência de um laboratórjo a" e..ofági" a" erpoì" ã,"Rrlo Horizonre e as discipìinas nos Curco a" e,;, C.uãu"çao

",i Êàuão_ção Física, que têm gerado as primeiras dissertações de ,"r,.Jn ,-oUlJ utema.

b) Atividades práticas

No.campo de atuação prática, o tr;rbalho do psiÇólogo do esDorte éperpassrrlo pôr !irios Ìipos dç 31snljmqn1or. r.oi pu-.,i.i.o^r"il,,nì_

. . ,. .Ll 225t'tr,,,1tt.\iu snt'inI, Llo (sPotft t Jurt!It

,l;rrçrrs nas iúividades clesenvolviclas através da comparaçao dâ afirmação

t, rt.r rìclo nsicololo Atlìlyde SllviÌ que rrcolnpirlìhiìviì I seleçào brlçileirl

,',^ 1,'1'.,."o1ímpicos de lg6R Conforme 511vx 11068ì na epocir' íì I sìco-

i,,,,,,, ln rroor," no Brasil era limitada só ao futebol ou ao pentâtlo

:;;;rì;,i';; ;;i"o;ì,o i"p.r ao psicóloso du esporte der-erir ser o de

,,.,,r,."tt ",r*to repetidã em Íbrma assistencirú' â orientação e o convr-

ì',r. p,tt .i", "

tt"uaÌho clo psicólogo' no preparo olímpico compreende:

rt) cslbrço para que dirigentes, trein:Ìdores' Ìnódicos' atletas' imprcnsa

e público aceitem a Psicologia Esportiva;

b) colaboração estreita com o treinador;

c) trlbalho e convívio com o treinadorl

d) os instrumentos devem ser, de preferência:

. entrevistaPsicossocial;

. Rxven;

O PMK:. Hoch:

. Três colunas de aÌgarismo;

. Outros, como o Rorschach e o TAT' se for o caso;

e) counsellìng,

0 conduzir a tratanento, quando o caso o exija (Silva' 1968' p 196)'

Não se restringindo ao at€ndimento teÍapêutico' o psicóÌogo clo

csporte ììua noje "ã uários níveis dc intervenção para a melholia do

rlesempenho dos atletas. Confbrne BIâga Neto ( 1993):

Expliqueì virias wzcs que ttenLlia atlct'ts con problttn'tt taottuttctis.ou

n,ìr,,,, o,'" uritt ttnn Itttn ttns cr'tt'l'r'tìnttt n'tl p''.ntttt' ' "' , "':: '':li!.' "'ìo prnlrnurçao psic<tlógicu dc (ttlLtas 'lttr. n1".rit:lnn .ft

obl' t-a...d,tSutn'

uro" rlun poilìa,, n'"ll'orar seus '!tçcnlcnltr't alnLlo tndis' 'tfuç

tn1 ltao(r

Ilro ltsicológico especialízatlo (p 4)'

A1ém clisso. busca-se clar um lÌtendimentu SÌobxl ao rtletc E neste

sentido que Franco (1993) afinna:

...os lrsicólolos que tr':úalhlun t[ìrcküenle cotn os eslorlislos muilo nrtit.

rltt que ctplicatlores tle lestcs ou 'lioglloslicadorcs'

dcyen ter u calacìtbl":

Page 112: Texto Psicologos Areas

226 psicólogo brasileiro: prítÍicas emetgentes e desaJios

de trabalhor profuntlanente com os datJos obtidos, cont o enockn.tl eJZti-ijatìrct1te, enrrìn, com o olleta por iúeiro. ( p.6).

Este atendimento. visrndo i rnsl1161i1 clo rlesempenho, é estendidotarnbéÌn à tàmíia, aos técniços e aos cJirìgentes. Atençeo especial Jdadaao público e sua influência sobre o atleta

Um detalharnento rnais aprofunclaclo das principais ativjdacles clesempenhadas pelos prolissionais da área aponta para a existência cle tra_balhos individuais, enì grupo, orientação de p"i, ou ,"rpnnrer"ìr, O"acornpânhamento e treinanÌeÌ,to, de assessorja, rliuulgaçeo àa p.ofis.ão

"emissão de pareceres, ensi,,c em cursos cle níveì ,uparior, Oubott o, "aescolas e programas de reabilitação tísica.

Atendimentos individuaís

Incluem-se, aqui, ativirlacles clesenvolvidas indivitiualmenre, queratravés de entrevista, quer atr:avés de arendimento psicoterípico. CJn,onão lÌá consenso sobre a necessidatje do dìagnóstico, algunri p'rofirrãnuoo empregarn utilizando oÍa a aplicação cle testes psicolójicos, ora asmedidas de percepção, vigilância, nível de ansiedacJe, cl"

"rr;;,. ---

_ Contudo, há senrpre atividades de orienração indivjduâí de;envol_

ll1::.ï ciìdí rttera. O rrrb.rtho psicoteripico in,.tividurl ""rn

,.ì"p* ereallzcdo. E comum. quando necessílio, o encaminhamento do atletapara profissionais da área clínica.

E consensual a necessidade de intensificar o atendimento indivi_

9:ll .T nl*" de competiçio. quancto o niu"l a" unri"JnJ"'ã.ìtu.,ccìnandando o aumento dr utilização de técnicas de relaxamento nessasocastoes.

Atendimentos em grupos

... Os trabalhos em grupos são aÌtanrente utilizados. Contudo, suautilização. é ainda rnaior quanclo a nroclaìitlade esportiva .^ig"ì'bo_desempenho de uma equipe. Nestes casos, as técnicas de diúmica degtupos, sociomerrir e cornunicação adquirem uma irnportnn";a ,,itnt.(-ooPeríìçiro e compctìçuu. irn|ortíncil e tro( iÌi de piÌpeis. pressrio grupll.são alguns dos tenÌas Í'rcqüentemente trabalhaclos nos grupos.

Além desses, são tambén usadas as técnicas sÃr" o "onÍìito

gru_pal, sobre Íbrmas de licìar corn a pressão da i,npr"n.o, ,or"lAn

" Aì.ii"n_

I'sìcologi(t socia[ do espoúe e jurítlíca 227

tes. Nos grupos são tâmbéDì trabalhados temas tais como as adversjdades(perda dojogo, brigas, etc.) " os s,,ces,,t". A partir de tíìis questòes. é

realizada uma anáìise das situações oconirJas e busca-se discutir lbrmasdr: utilizar a experiência de tais dados eln outras oçasiões futuÍas.

Dentre as terapias de grupo, a mai: c\tâdl é, sem dúvida, o psico-dlama. Utilizado com muita Íìeqüência, o psicodrama tem possibilitado a

discussão e avaìiaçiro dos papéis cle cada um na equipe. É comum a sua

utilizaçio com iì participiìçio dos lécnicos.SaÌo tâmbém realizados trabalhos enr grupos com as equipes de

profissionais relacionadas ao espoúe (técnico, fisioterapeuta, pfepa.radortÌsico, médico, etc.). Os trÍrbalhos, geralmente, partem de uma demandasobre a qual se nÌonta um projeto, visando a coesão do grupo e o meÌhorrendimento do atleta.

Embora escassas, oconem tarnbém práticas grupais incluindo não

só os atletas como também os treinadores e dirigentes espoÍtivos, objeti-vando um trabalho mais amplo com toda a equjpe.

Orientação de pais ou r€sponsáveis

Os estreìtos yínculos Íamiliares geranì, por vezes, confìitos, oraafetando a performance do atleta, ora provocando angústia nos pais ouresponsáveis. A orientação dos pais ou responsáveis, embora não sejaunra atividade desenvolvida com muita fr:qüência, começa a ocorreÍentre os psicólogos do espoÌte. Os trabÂlhcs são reâlizados quer comgrupos cle lamiliares de atletas, quer com firmílias isoladas. São ÍÌtivid.-des que envolvem olientações sobre o atleta, a modalidade esportiva, oenvolvimento demancÌado e o investimentc psicológico tanto do atletaquanto da tamília.

Treinamento e acompanhamento das competições

Programas de treinamento psicológi..r! são também utilizados pelospsicólogos do espofte.

AcompanhiÌnento dos treinos e çompetições são vitais para umaurelhor orientação do trabaÌho a ser desenvcivido com os atletas.

Page 113: Texto Psicologos Areas

229228 Psícólogo brasileíro: prótícos emergentes c desdfios

Assessoria, divulgação da profissão e emissão deparec€res

Como clualquer outro profissional de Psicologia, o psicóìogo doesporte está tambérr envolvido com as rtividades de divulgação da pro-fissão e dos trabalhos realizados, quer via conferências, palestfas, etc.,quer via cliscussões coIn outros profissionais, quer ainda viajornais, fo-lhetos, etc.

São tarnbém Íìeqüentes os trabalhos de assessorias ora a escolas eclubes, ora a atletas e aos tíeinadores.

A necessidade de entitir pareceres sobre psicoÌogia no esporte oualgunr problema ocorrido e corrclato ao assunto, é uIna atividade exercida tambérn pelo psicólogo do esporte.

Trabalhos em pÍogÍamas de reabilitação fisica

Hí tambérn a possibilidacìe de utilização das atividades rle Psicolo-gia do Esporte em programâs de terapia âtriÌvós do movintento e nosprogramas de reabilitação Íísica.

c) Atividades de ensino

Embora ainda em número escasso, existem âlguns profissionais daírea envolvidos nas atividades de ensino nos çursos de nível superior,principalmente nos de Educação Física. Não é freqüente a existêncìa decÌisciplina específica sobre Psicologia do Espot1e nos cursos de Psicolo-gìa do país.

Atividâdes qu(] tôm surgido maìs recenternente são os trabalhos dospsicólogos do esporte nas escoÌas de la e 2! gríìus, .ìuer orientando osprofessores de educaçÍo física, quer analjsando o comportatÌÌgnto doaluno nos esportes, ou ainda trabalhando corn a agressividade nos jogos.

Uma visão geral das principais atividades do psicólogo do espoúeencontm-se no quadlo l.

I'sicologia social, cLo esporte e jurídica

Atividâdes Práticas

Ìlstuclos de telrátiÇas da átea

Atendimerltos indivicluais

Atendimentos etrl gruPos

Orientação cle PrisTreinâmento e

acotnpiÌnhamento nas

competiçõcsAssessoria./Di vuì gação

Reabilitação física

Quadro 1- Princìpais atividades clo psicólogo do espolte

Um exemplo iÌustrâtivo clas ativiclades clesenvolvidas pelos psicó-

f"s* ã; "rp"nJ

é rttnecido nr descriciLo Ìèitr por Philippi' Matrríìsso e

Maltins (1993), sobre a atuaçao no Esporte CIube Pinheiros de Sio Piìu-

i;. ;;il;;;;","ras, são ráalizadas as seguirtes atividades:

1. Atenílimetúos intlivítluais e/ou "m

gnrTo Para-atlem:.c, ttcnì:.?::--

Após um psícodia! óstico são realízadas sessòes lcriòdtcLts' utIü-'ioraouu'a"

aina'iicas de grupo' técnícas de .re.la:cat'nenlo

e outras'

ïi* ì, anr"rrot ur e aperfeìÇoar as ltabìlidades psíquicas'

2. Exparulir e divulgar os aspectos psicoLógicos- envolvidos na prtitìca

ïÇ,ltii"., atrcLvà rla elaboração cle jonwL folhetos' filnes'

3. Avaliação .le utletas, nãct Pilúleircnses' pora o inSresso tto setor

comPetítivo-

4. Orientação a PaÌs e/ou resl:tottsáveis'

5. Assessoria aos dirigentes'

6. ReunÌões com equìpe nuLticliscíplinat (prepat.ador físico'-nódìco'

lirior"*1**n nuÍ;ìcìottista' etc"l para tro'a de infurruações e pla-

neiafixetúos.

7. Prontoção de eventos, buscantlo reconhecer e ntotivar os despor-

Íistas (P 8).

Page 114: Texto Psicologos Areas

230 psicólogo brasileiro: práticas emergentcs e cles.tÍios

. Constituem ainda possibilidac.les de inovações na área a aplicaçãode progranas de controle de stizss clesenvolviaás .,rl psi.otosil j; gs-

f"l. lot l"o d-esporÌistr\ e r rplicrçìo de rëcnicrs.le rehxainenro nr.uurrs oe eouciÌçto tjstciÌ ou mesmo nils aulas de outrls disciplinas.

. Apesar do pouco tempo de existência da psicologia jo Esport" nopaís, aìguns profissionais considatuação inovador, j"rg^"a"

"i"0" ïïlï;ïï;,,ïï* .i,j.ïjli ;:Til,i:

no Brasil como pioneiros na tírea.

Requisitos para a formacão

. Os prÌncipais requisitos necessirios para a formação e o desemuc,nho do psicóÌogo do esporte passa pelo cruzamenro de d;i; ;i;"r;;,p1,"diculares. De um lado do eixo, encontra_se a relação entre ot;

"ãnü""imentos gerais e os especíÍicos da área. Do outro lado, obr"ruu_r" nreÌação entre o contexto em que a atividade esportiva ocorre ";;;;;"rísticas dessa nìodalidade esportiva, conÍbnne mostra a figuro i.-

-----

De um lado do eixo vertical, verifìca_se a necessidaãe de o psicólo-go do esporte dominar conhecimentos gerais, quer de teorias e métJc,sda ciência psicológica, quer de outru cjências afinr, r"i.

";;; ili"I._gia, Sociologia, ctc. Do outro lado deste mesmo eixo, observ;;; ; ;;;,:d:d..dl ctomÍnio de rëcni(ls e priricrs espeeíficrs ,t" i.." aï ì,rr.ì"tar\ tecntcas e prjticiì\ rel'erem se. sobreturlo, íÌos iltendinrcnto\ indìvi.duais e em grupos. Entre as nìajs usadas estão a entre"irt", ;;ì;;;;;.,as técnicas de relaxamento indivi.Íìal e grupaì, clinâmica cl; g.";ï,;r;drama, prograrnas de treiniìÌnento, tócniçiis de rnotivação

-e f;;;;;"

lidar com o s/rcss.

No eixo horizonttl encontm_se, rÌe urn laclo, a necessidade de co_nhecimentos para 1ìdar con o contexto social onrle ocorre a atividadeesportiva. Trata-se de habiliclacies para lidar e/ou tr"b"lho,

"o. o, J"ni_cos, os dirigentes, os ourros profissionais do esporte 1"redl"o, fisi"i"."_peutas, etc.), corn o público e com r imprensa. Oo outro tuao Ao eixohorizontlj. encontram-se os conlre,modaridacre(s) esporriva(s) -," o*':J:iÏ:,ff:;,ìï::L:":ï:ï:ì*fltos sobre as habilidades que são necessírias no, ,noantia-oa""

"rporìiun,ífureboi.,voleibol. basquete. er.'-.). quer as psicológicar, qu"r. o. rnnto.,ì,quer iìtnca as soctalts.

t'sicologia socíctl, do esporte e jurítlica 231

Até a presente data, os psicólogos do esporte existentes no País

dcsenvolveram suas habiÌidades de duas tbnnas:

. no exterior, através de cursos de pós-graduação;

. no país, conìo autodidatas ou par-ticipando de simpósios e conÍêrên-

cias. tenclo ou não realìzado algum curso cle atualização'

Conhecimentogelal

Conhecimento do

contexto esportivo

Conhecirtento da

modalidade esportiva

Conhecimentoespecífico

Figura 2 Conlrccitnenlos necessáríos tro ltsicólogo tlo esporta

Sugestões para a formação

Levantlo-se em consitleração as atividades e as competências ne-

cessárias ao exercício profissional na área de Psicologia do EsPofte, su

gere-se aqui que a fornação Ìeve em conta as necessidades de se conhe-

cerem as várias teorias e metodologias em Psicologia e áreas afins'

Intbrmações sobre clilerentes práticas e técnicas (técnicÂs de notivação'

técnicas de redução do streJJ, técnicâs de desenvoÌvimento motor, técni-

ças de concentmção, dinâmica de grupo, psicodrama, etc.) que' geral-

mente, fazem parte do elenco de cornpetências e habiÌiclades lbrnecidas

nos cursos <1e graduação em Psìcologia, são passíveis de ser reforçadas

Page 115: Texto Psicologos Areas

232 psicólogctbrasìlciro;prúÍìcttsenrcrgenÍese.lesa|ios

Como não hí consenso entrrtiaoa" nu nio a" iì;il*'ì;:i;;:ì lroÍissi"nris

dí rirer sobre 'ì

neccs-

ro Esporte.',r;,; ì;;;;;:ji'JJ'1'"'nl'n" especiricr sobre P'icoro;i,rsion:rl scjr in,.ì,,i r;."r1 .,n,rì,",;ll'*'

nccess;irio iìt"ie\crnpcrrho nrot is'

.".i". oin,''i'.,,r.'à;;;'.ï;ì].ïl':ÌcorÌro P5icolo!iir Soeirr' ( ornrrni

"^.^-,.*,-"ï :",,",,,bé;; ;;;;;'ì'*fi:;:ï'ï,lï,j::ïiï,ï,ïlu"u.,,,,"0r""i'ïlr?^1i,.:rros dc Er.iucr(rìU Frsicr e de psicolosii.

urjrr rormaçíô mais esoecili

5-.'11;i"r i'*'ì'.)",,'l" ;iïj],rï"i1"':::,:,y::; ;* j:l:,: ï.:';:ì;:Dem. reforçtr os mestriÌJ(ìs ji exist

c divulF,rr as o'..l,i"roì, i,'üì';:1'": "1' Escofus tle [rlucrçro r't'icrrliÌdas.

,:tioÌogiir do EsporÍe nelcs tpre\crì_

Vale ainch resslltlr I necessitognr. is xnìx 0"" i.rììr.'.. oì;.ì''drde'

que é crìrììurn r lo(los o. iìsicd-prr:r concrrrir. ,,;;;";,,,;'.';"',; " urn botn exercriio pr,)fi\sion"l.

rl, poirnerrro cre o.,;*;,,. ïir";';:i' !":tf pelo hunlq1 nclc conli(io. ocr olrrnpicrr

".. orii pi".r"rï trcntc:r rh Seleç:ìo B.rrileir, dt cin;i'ri

campeì brrsileirrr J. ginisri..ir ,,1,,n, le dc lJ:trctÍonl e licni,'íÌ J;r Iìcprl-

ç,io ào r s, mp,,.,i., "eì,;;;ï;

;,;:"ii;ìl *t ïìljËl"'",ru rrnre r re, rizr_

Nctltun csfoìtt tl. ,tln.t,çun,t níy,.r''s;',,. u'ì n,t, ,.ì ,,,',,: ,-;:;,:':,',,:,:,',:'.

t :8" ' ntt t tçtttr'r/'t * t't

'tìt"ta ^i,',trcty,tt,to,i,tt,",,,:,'.ì;;,0:;:ï',',,;,,i:i"t,tu',;,tnItuuti,nti,n,,,tq,t, trr,r.,p

E Çontinua a técnica:

csportc ó uqta coisa, e,Vìorte (:onnnttu ,^,"t t pnrn ìrrrtr"""'

'' ' -"qtctìtìt'o é outra, e esporte c()Dryetiti\) le

Considerações finais

_ Comn cirmpo Lle iìturçìo etnI.-ipo11q 1ç1rì ruiin

",t...nr'ìì.ì,."I*uln;io nn Br;riil n PsicoluPi.r rln

mostran suiì eficiência nas ,n,",.u"-llllll'oo' ns prJliciLs profissioÃis jÍ

poterrcirl crrlrrrv,, a;^ ,:i,:^ 'rnçr,re5 c irlrxìliìrn u'na "'el com ri.,-,u er,.n Ícs iìbor(l,rè,ens tcJriilrs noexercicro prnlìssionrl ern {errrl, escc

usrr,trrs drvcr,rs ,*";... ,;ì .r";;ìa'llrÍrl"s lìel.s pri, dlog,rs. s;ì,, 1;11n1.6,,,

cÌe rerluçÌo.r" n"rl"j"ìr. ",i'ìr),'"ll

ptí'i:9'^'""ao corììum as lécnicasr e as dinántictrs cle gtupns (pan as

t'.ticotogia socicL|, tlo espctrte e juríclíctt 233

rlodaliclacles espol'tiv.Ìs grupais). Conforme atirmou o entrevistado El'''a Psicologia,lo Espo.te não pocJe iìcar presa dentro cle urn caminho ou

(le uma técnicif '.

Alguns progratnas de trein.Ìmento tênl sido clescnvolvidos no Bra-

sil, como, por exemplo, o de treinamento mental'

Hí perspectiv.Ìs clc aplicação c1e alguns programas (como o de

controle clo stre.çs, cle atjvidacles físicas) para pesso'Ìs não-desportistas'

ampliando assinr o campo de aplicação cios conhecìrnentos desenvolvi-

dos na iírea.

FinalÌnente. vale ressaltâr que, segundo o dcpoimento de E2"'o

mercaclo é uma realidaile (...) e hí dernanda dos interessados (no caso dos

próprios atletas)".

ReÍerências

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Psicologia & Esporte. Anais do I Sinpósio Ptótico de I'sicologia <r

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Page 116: Texto Psicologos Areas

I'sícologict sociaL, do esporte e iurídícd 235234 Psìcólogo brasileiro: prriticas emergenÍes e clesaJíos

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Psicologia Jurídica: atividades erequisitos para a formação profissional3

Introdução

O livro ManucLl de Psicología Juridíca, de Mira e Lopez, publica-do em Barcelona, Espanha, em 1937, foi reeditado, de tbnna ampliacla,em Buenos Aires, AÍgenÍina, em 1945. A tradução brasileira dessa reedi_ção, em 1955, foi um importante marco para a formação de um campo deatuÍrção proÍìssional: a Psicologia Jurídica. Tendo por laços históricos aPsicoÌogia do TestenÌunho e a intensa demanda dos juristas, a psicologiaJurídica no Brasil, em seus primórdios, favoreceu o clesenvolvimento ãaspesquisas experimentâis, principalmente sobre ntemória e percepção, nabusca de dados que pudessem ser considemdos cientificamente cárnpro_vados e servissem corno subsídios às decisões jucliciris.

Metodologia

Para o presente trabalho' que tem por objetivo fornecer .subsídios

para a melhorìa da formação profissional, foi feita uma análise de conteú

ão, po, "o,"gorio,

temáticas, do material proveniente de uma €ntrevista

realizada coir profissional cuja produção é de visibilidade n área' com-

plementâda por dois questionários aplicados a psicólogos jurídicos em

àxercício. Foi facultado à autora a escolha dos sujeitos'

Concepções que inÍormam o câmpo

A Psicologia Jurídica surgiu como áÍea de atuação psicológica a

serviço das deciiões da Justiça, principalmente através da elaboração de

laudoì periciais. Fortemente impregnada pelos ideários positivistas' .sua

prítica foi, por muito tempo, marcada pela realização de. diagnósticos

solicitados porjuízes, com ampla utilização dos testes psicológicos'

Hoje, no momento em que a Psicologiâ avança no sentido de tor-

nar se uáa profissão a serviço da saúde mental e da maior expressão da

singularidade, a prática em Psico)ogia Jurídica continua âinda muito atre-

ladã aos processos jurídiços, atuando os psicólogos jurídicos principal-

mentejunto aos Juãados de Menores, às Varas Cíveis e Criminais e às

Penitenciírias.Contudo, alguns desses psiçólogos estão preocupados em deixar de

tcr somente uma prítica profissional a serviço das instituições jurídicas'

passando a busca. uma Âtuaçâo também a serviço da cidadania Tais

profissionais acreditam na possibilidade de um exercício profissionaÌ

onde a informação deva ser repassada não só aos juristas' mas também ìÌs

pessoas que caiecem de intervenção' de forma que o trzúalho não seja

cstigmatizante e de controle sociaÌ. Tal perspectiva é também aceita por

aÌgJns juristas, confotme mostra o relato de Brito (1993), a respeito do

Sárinerio "Psicologia e Instituições de Direito - a prática em questão"'

ocorriclo no Rio cle Janeiro, nos dias 26 e 2'7 de 1992'

.lurislL| que frticilarculÌ como exPositotes das ì?tei'ts 'le 'lcbales'

e lttíì',nrn, qrr" Percebenl coltÌo ütttdeqtndo o rtso tla prálicas psicológìcas

conto ligititincloras do coìttúle socìal RessctlÍarattt uinda cprc percebent

curro de "uno

ünPottítncia, a possìbìlittatle de 1t'Licaçiio da Psìcologia3 Visitei â á.ea dâ Psicologia Jurídica com o objc{ivo de vôla âqoi ctiscuridâ.

Page 117: Texto Psicologos Areas

236 Psìcrjlogo brasíleíro: práticas eflrcrgenÍes e.lesqÍíos

en ânbito jurítlico, vìstutdo à scíttle mentul e à busca da c krkuia.Deve-sc procurar gctfttnlìr os liteitos ItltulaDlenlIit tlos in livíduos, co11'

fornrc estahelece tt Constiluição, caço contrílrio a aturtçito tlo 1tsìcólogo

toÍn L-.te nrcra ftpressão (Brito, 1993).

A atuação do psicólogo jurídico é, em grande parte, deterninadapor legislações específicas da área.

A Lei ne?.2l0de lTdejulhode 1984, prevêparao sistema penal

brasileiro, no seu aíigo 6!, a existência de uma Comissão Técnica de

ClassiÍìcação que deverá elaborar o programa individualizador e acom-

panhará a execução das penas privativas de liberdade e restritivas de

direitos, devendo propor, à autoridâde competente, as ptogressi)es e re-

gressões dos regimes, bem como as conversões. Tal Comissão Técnica

de Classificação, conforme o artigo 7! da Lei, deve ser presidìda pelo

diretor do estabelecimento e constituída, no mínimo, por dois chefes de

serviço, um psiquiatra, um psicólogo e uln assistente social, quando se

tratar de condenados à pena privativa da liberdade. A Lei ainda prevê:

Adigo 8o - O condenado ao cumprimento de pena privâtiva ds

liberdade, em regime fechado, serd submetido a exarne criminoìógicopara obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e

corn visrrs à intJividurlizoçio rla execuç5o.

Artigo 9! - A comissÍo, no exame para obtenção de daclos revela-

dores da personalidade, observando a ética plofissional e tendo sempre

presentes peças ou informações do processo, poderá:

f. entrevistarpessoas;

II. requisitar, de repaltições ou estabelecimentos ptivaclos, dados e

informações a respeito do condenado;

III. realizar outras diligências e exames neçessários.

Como a presença de psicólogos é, quase sempr'e, jnsuÍìciente nas

penitenciírias brasileiras, sua atuâção fica notnìáÌlnlente restl ita ao cum-primento da legislação.

Além da legislação geraÌ, existem as legisllçires específicas. Por

exemplo, o decreto nq 8897, de 3l de março de 1986, que aprova o

Regulamento do Sistema Penal do Estrdo do Rio de Janeiro, prevê, em

seu artigo 4!, que cabe ìs Cornissões Técnicas de Classilicaçiio:

I. elabonr o programa individualizador das penas privativas de libertlade e restritivas de direitos:

Psicologia socicrl, do espotte e iurítlico 231

U. opinar sobre o ínclice de aproveitanento;

tlt. apuLar e emitir parecer sobre infÌações disciplìnares oconidas nos

estabelecimentos;

rv. propor aos di re t ore s d os .e^st:.Ï1,""",'ff Ïï: rï":H'l'*ï:ïii.::diretor geral dos Pedtdos de c

regimes;

V. opinar sobre os pedidos cle conversão' progressão e regressáo dos

regimes;

VI. estudâÍ e propor medidas que aprimorem a execução penal;

'VII. opinar quanto ao tmbalho extelno para os ptcsos sob regime semi

aberto;

\rIrI. dar parecer sobre as condições pess^Ti: d: ]i:eiT-pcra

rrtender ao

disposto no prrigrafo único do ad SJ do L odrgo renür'

De tal Íbrma especiÍicadas pelas legistrçòes próprirs ì. irea' as

otiuioies ão psicólogo jurídico nas penilenciilirÌs sio ciìrucLerlziìdas'

"r'ìiì0"ìrn*'.l *'a r-ealì'açlo d" e^a'ne* prrr chssilicrçio e lrLrr-los

i;;; ;;;;;il.ento dos àetentos Tais atividades servenì parr onen

ì;;;;*;;;il ; t;gressões clo regime ou as punições por laltas disci-

nlinares.u"""''o u^u"tno iunto às v *s de Farnília é fortemente marcado pela

"foUoraao'ã" fouáos periciais que servem às decisões judiciais Contudo'

","ïã oïO"rl" *t t"ito em relação à orientação psicológica dos casats em

i;iioio. oo. filhos enrolviJos nos processos de sepiìrcç'u

Fmbora o lriìbalho tlos psicúlogos iunto lrs crtlnças-e iìos :ruu'( ì-

""n,"r anho hoje alcançado as rurs (com orientaçòes " :l: T-*Il:-t:*

pirs). r tnrtoria clo que se lern leiro junro aoi Juizrdos t: Y^:l:Ï:i".'.ì'"." .."0" a ellrborrçio de lrudos que dio subsídiot às decrsoes

l;ïi:il::bil;;;' i"'"ìï q*"0* de ndoçries e alôccçóes trn.i.res

'Jïï;ì"J;ì;;;"ir'o ao psicoiogo 1urídico junto aos Juizados deÀ4eno-

t"t g^ttn" t"^f"t *p'""ão N"'s"i ativìdades são utilizadas as enftevrstas

e as orientações com os Pals'

Page 118: Texto Psicologos Areas

238 psìcóbgo brasileiro: práÍicas energen.Íes e descfìos

Atividades

As principais atìvidades exercicÌas pelos psicríÌogos jurírlicos quezÌtuam nas instituições govemamentais ou não_governaÃentoir, a" a.ti_to do Direito, refèrem-se às pesquisas sobre questões pertinenies j Area,as âtuações junto às varâs cíveis, criminais, justiça dà trabaÌho, dâ fa_rrilil . dr criançl e Jo iÌdolescente e o exercrcio prolissional nas oenitencizirias e, ainda, as assessorias ao planejamento e."".uçio a. pol,il"ot;de cidadania, à elaboração cle ìegislação

" uo, prngrnr",

"rp".ii.iÀ anareâ.

I. Pesquisas na área

As temíticas pesquisadas na área Íazem reÍèrêrcias à aplicação daPsicologia ro crmpo do Direito. às

ção à viorência e às p"rqurro, ".i-iliiïlursas

e aos programas de preven-

Il. As atividades no exercício profissional

As principais atividades exercidas pelos psicólogos jurítlicos refe_lent-se às:

a) Atividades junto às varas cíveis, criminais. Justicado trabalho, da família, da criança

" a" "á"t"r"ã.,t".

São, na maioria, atividacìes cle rerlizrçio de laudos, perrcias e oare_ceres para subsidiar decisões judiciais. Sào arivithdes Je avrliaçlo psico_lógica de pessoas envolvidas em processos jurídi""r, p"r" ;"#;;;,;;.:1,..,p1"

,lïl:": reÍèrenres à:rdoçÍo, posse e guarcla de crianças, insa-

f]oloe ou deÍÍcrCncrx mentcl. responsabilidade por atos criminosos ou,

r-ìrndt. conte((iÌcio de te\liÌmentos. Hd tlrrnbém ll pcnicipíìçjo em tudidjn-cias, quando necessíirio, para eventuais esclarecimentos.

_ Pelo reÌato do sujeito EI, é possível exemplificar as atividadesdesenvolvidas numa instituição ligada ao JuizacJo de Menores:

Nq varct dct criança e tlo atjolesceníe, ttltós ertctunìnhamento do.juiz de nenores, as seguìutes ativitlacles stto desen,olvkLts..

t'sícologia soci(tl, do esporte e jLtídicq 239

. entrevista com o menor;

. entrevista conr pais e/ou responsáveis;

r avaliação intelectuÂI, psicomotora, psicopeclagógica e

emocional;

. eÌaboração de laudo diagnóstico;

e conclusões e encaminhamentos.

Finalmente, o processo subsidia as autoridades judiciais parâ a re-

solução do caso.

Também nas Varas cle Família as atividades são basicamente cons-

tituídas por elâboração de laudos e perícias a pedido dos juízes A restri-

ção do irabalho a essas atividacles tem sido questionada pelos próprios

psicólogos jurídicos. Segundo o relato da entrevistada E2:

a elaboroçtio de perícias laz senlitÌo quant[o ltá sttspeita tle tloença nrcn'

lal. Ptttén, quatulo erle não é o caso, a lerícid i Nistct Pelas pctì tes conlo

alSo extrenlatnenle ílesllastantc e ruim. Nomalngnle, o jr'rìz petle a perí-

cìá, qtrc é realizatla alratós tle tesles ou entrevistas (tlct hrLlìoril das rezes

por entrcl)istcts), que é paga por uma tlas l'Lfies e feitu con o.cdsal' cottl

rtlhos e, quanrLo necessárío, conr outros membtos dafanílìa E comum a'ç-p""roo"

nrrondernruttuitas coìsas. "A maiorìa dos peritos que enlreúslci

não faz tlet,olução tlas ìnÍornações.. o que obsclei é que, na vertlacle' os

psicóIogos fazen unt julgantento ... não hlí nenhum inslrlnrcnto que [hes

penúrà avalìar o que é una melhor mãe ou um nellor Pai' t1ão eriste ísk)

na Psicok)gkl... naTo acho que julgar é un problena tlos psicólogos

b) As atividades junto às penitenciárias

As atividacles junto a penitenciárias são normalmente regidas por

legislações específicas e consistem basicanente em:

. eÌaboração de lauclos criminológicos em penitenciírili

. avaliação da personalidade, clo nível inteÌectual' desenvolvimento no-

tor e potencial eclucacional, elaborando o diagnóstico do sentenciado e

o prognóstico crirninológico. Segundo o sujeito 83, "são usados al-

guns testes psicológicos, entre eles, o Rolschach, PMK, TAT, TPC de

Pfister e Wârtteg";

Page 119: Texto Psicologos Areas

240 psicóktgo brasileiro: práticus e lergentes e eles(úios

r recomendação cle linhas de tratamento mais adequaclas à evoluçaopositiva clo caso, quando houver continuação ,lo au,npai^"nto ,t"pcna;

o reaÌização de entrevista de devoìução ao sentenciado quando este asoÌicitar;

r eJaboração de síntese dos dados coìhidos e participação em reuniõesde síntese criminológica;

. orientação a detentos e seus familiares.

Vale registrar que o tÍabalho nas penitenciárias é, na maioria das

]:r.:. .:t tmbalho inrerdjscinlinar com psiquiâtra, assistente socjaì ecrr mlnólo!'o

c) Assessoria:

. Os psicológos jurídicos exercem atividades de assessoria, quer naIormuicçdo. revisão e execuçìu chs Ieis. quer nrs oãir,l."rï. .ìì"uan," .olrertos humlnos, quer nos progrlmas destinados a crianças de rua, aban_donadas e infratoras, assim corno às autoridades judiciri; ""."";;i;"::ï:_il:_r:fli: psicotógicrs. clurndo necessário, ou nn. oa.iniriroçà".

oas orgrnrzlçoes penais.

Requisitos necessários à formação

A Psicologia Jurídica existe, hoje, como disciplina eletiva ern aÌ,Buns.cursos de Psicologia no BrasiÌ. Não há um

"onr"nrn,olr" u n"."r_sidade da existência desta disciplina nos cursos de graduaqào. Setuncloos entrevistados, o que se julga necessírio é a introãuçào ;;-",;;";;.geral da área.

Segundo a entrevistiLdíÌ E2, poder,se-ia Íbrnecer tal visão da áreartraves de:

conhecütrerúos sobrc a qLesíiío do aprisíomÌü1etllo, sobre cÌs lcgísl.tçõesconl as quais se podetui ttaballtL

!:',:' l*-* "i: o'*.' t "',, ",,,,,,r ;: ::;:;::" ;:' ::,:r!:': ;::;i,:: "' :lficaçt). fròtt.a tlo ptìcôlogt,t.l rilìcnt: n! prìucì1,oìt çna11;y,,1r5r, r1o.,

I'tì, ,,lo.titr socìal, cltt esporte e jurítlica 241

ttnLnìdt k:ücot Jt1 Psìroln8ìn nu 'aullÚ '!o Ditt^ito tl-otit fti'nnalltìcn

',','"',',ir"l*rl ,.r,,,,"

" 'rorìí:s tifolò8tctt\t: ( ttoçòpr lr viti'1Ìol''8ht

Ao prolissionel em exercício na irea serilm necessilios segund'r

,,r.rrrrcrislldos. quer ril cursos de gÍrducçio quel vilt cutsos üe espe'

, irrlìzaçiro, conhecimentos Ìetèrentes a;

u) dr,rnínio drs plincipois noçóe\ de Direitos Hutnrntrs e lnstitucio-

nais,incluiniloosdireltoso""'lnnçoteadolescantes'enlespecialis lri^nçn,

" oaot"'centes em situação de rìsco;

b) conrrec i menr os súr.' ":il:lïiì.iiilï:l lï'J::tË,Iff :Ìï:: "il âlurçio do Psicrilogo nls ui

c) conhec i me n oì ::i"'^ì:':ül:ll,iï"ïJi;1,ÌiÏi".ll.ïnil' l:e rla Famllie. csslm como u I

Psicólogo;

d) conhecimentos sobre violência' com especial atenção a:

. violênoia contra a muìher e ações junto às delegacias especiali-

zadas;

. violência contra crianças e adolescentes e ações junto às delega-

cias esPecializadns;

o crimes sexuais;

e) conhecimentos sobre eliìboraçio de lrtrdo' e perícirs Ot'i:l::tt"*

no assessorlmento i Justlçíì- envolvenLlo o psicodilgnosttco' :ls

técnicas de exiìme e as entrelislas:

n,crescen a se'"lllT:i.lïïïì::i1.::,ï.:iil;i::-":"ìïï"1aconselhemenlo psìcologìco c irs rLL'rr\ir-

;,ïu;uï ;;-oúti"^' p"ii"i"l' que seÍvem somente de subsrJios às

Provas judiciais'

Sugestões

Senclo a Psicologia Jurídica urna áreir carente de bibliografia' pes-

q"t,","."ì';;;;;;ì" oiJt':::l"""ï'll lï.',i.lli:. ï :Jiill'r:: il'J::lìtividades como forma de ProÌn

;Ï'ïlJ;"iJ,;,ini Álnau "'ulto

atrelada à utilização dos testes e entre-

Page 120: Texto Psicologos Areas

243242 Psicólogo brasileiro: pr.iticqs enxergentes e desafios l'ti, r logitt social, clo esporle e jurídìca

vistas para elaboração de lauclos, a psicologia Juríclica poderia Ìançarnrais mão de práticas de orientação e aconselhrmento que provoclssemmudanças na área, transcendencìo a plática perìcial e caminhando nosentido de questionar o papel que lhe é atribuído pelo sisterna .judiciírio.Neste sentido, o púprio Conseìho Federal de psicologia tem um papelimportante a desempenhar, uÌna vez que a lei que rege as instituiçâespenitenciárias começa a ser revista e, nela, o papel do psìcólogo.

Muito precisa também ser Íeito para garantir o clireitã ao atencÌi-mento psicológico contido no Estatuto da Criança e do Adolescante.Sugere-se o incentivo às discussões sobre a questão nos órgãos compe_tentes (CRP, Sindicato, MEC, Federação e outros). Tais discussões deve-riam.envolver também a questão da ética prolìssionaì, principalmenterelacionada aos julgamentos que são rcalizados em determlnadas períciase 1âudos.

Sugestões são feitas tanÌbém no sentido de c;ue, na fbrmação pro_fissionaì, se dêem informações sobre as possibiliclades de não se restrin_gir o trabaÌho à elaboração de diagnóstico ou perícias. qu" s" p.o"u."rncrementar as práticas de orientação e acompanhamento. Como exenrplo, é possível sugerir o atendimento aos casais nas Varas de Fami-Ìia, atémesÌno antes de que eles iniciem o proÇesso, buscando o diálogo nodecorrer cle todo o processo, visanclo uma decisão judicial só apãs umacordo entre o casal. Sugerc-se também orientação aàs fìlhos sobre o queestá ocorrendo, clando-ihes opoÍunidade de expiessão rnais ampla.

Sugerem-se, ainda, na formação do profissional que ir; trabaÌharna fuea jurídica, cliscussões sobre as questões de direito e de justiça, detal forma que suas atividades não fiquern só limitadas ao cu.p.i_"n,á ã"leis específicas.

Considerações finais

. Trata-se de uma área em que a atuação do psicólogo necessita demudanças de tal forma que não firlue atrelada só às demandas institucio_nais. m15 qus busque prornover a slLirle dl clientela.

Dada a raridade de existência de disciplinas referentes à psicologiaJurídica nos cursos de graduação, é urna maniÍêstação comurn oo, p.oÍïr_sronals que atuam na área o teconhecimento da desinfonnação sobre aspráticas profissionais e sobre as possibiliclades de desenvolvimento da

'''..'.laisprofissionaistêmconsciênciiÌdequesetratade.utnmercadode

'i ì'',' i':;;;;;; ;;"i,,.'ult",.lo" qu' q9n":'' :*::' 1'..iï1llç:ì., ""

Ìi,lr,tniohidúvirladequeotrlbrllrodop'icólogoJurtotcoeu'ti'-

',..,',t.,oorlorçrssocioeconirmiclseconjunturaisquen[Ìmiìloncoasr.r.'.

'niU". a rehçio prolissioncl cliente dlda iÌ exi\tèncic de queslocs

,",,',"n,f"- a fauo.ec"i mais o encobrimento de ìnformações do que a

':;'ì ,',.iï;;;. tì";.;iJ'r'l" po'siuitir'rn'to ü expÍe\\io de sinÊulrridades'

lÌeferências

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