texto 4 - apostila iluminacao

48
MANUAL HIGIENE DO TRABALHO EDIÇÃO: 0 REVISÃO: 0 DATA: 02/04/2003 Pág.: 1 de 29 ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO Índice 1. Introdução ao tema............................2 2. Conceitos..................................... 3 2.1 Luz........................................3 2.2 Fotometria.................................3 2.3 Tipos de Iluminação........................6 2.3.1............................Quanto à Fonte 6 2.3.2........................Quanto ao Receptor 7 2.4 Visão Humana...............................8 3. Riscos....................................... 12 4. Teoria....................................... 14 5. Enquadramento legal;.........................15 6. Medidas de Prevenção;........................18 6.1 Luz Natural...............................18 6.2 Níveis de iluminância.....................20 6.3 Efeito da Cor.............................22 6.4 Distribuição Uniforme.....................23 6.5 Efeito Estroboscópico.....................26 7. Medidas de Protecção;........................27 Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Upload: luiz-henrique-carvalho

Post on 15-Dec-2015

237 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 1 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Índice

1. Introdução ao tema.................................................................................2

2. Conceitos...............................................................................................3

2.1 Luz..................................................................................................3

2.2 Fotometria......................................................................................3

2.3 Tipos de Iluminação.......................................................................6

2.3.1 Quanto à Fonte............................................................................6

2.3.2 Quanto ao Receptor....................................................................7

2.4 Visão Humana................................................................................8

3. Riscos...................................................................................................12

4. Teoria...................................................................................................14

5. Enquadramento legal;..........................................................................15

6. Medidas de Prevenção;........................................................................18

6.1 Luz Natural...................................................................................18

6.2 Níveis de iluminância...................................................................20

6.3 Efeito da Cor................................................................................22

6.4 Distribuição Uniforme..................................................................23

6.5 Efeito Estroboscópico...................................................................26

7. Medidas de Protecção;.........................................................................27

8. Casos práticos, exemplos, imagens, etc...............................................28

9. Bibliografia..........................................................................................29

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 2: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 2 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

1. Introdução ao tema

A Iluminação no Local de Trabalho é tratada, do ponto de vista da Higiene do Trabalho,

como um risco físico passível de afectar o trabalhador em todos os factores que um

Técnico de HST pretende controlar.

Uma iluminação deficiente ou desadequada ao local de trabalho, pode degradar a saúde

física ou psicológica de um trabalhador, afectar o seu rendimento, ou provocar um

acidente de trabalho. Como tal, a Iluminação no Local de Trabalho deve ser considerada

como um risco, que, consoante as características dos locais e as circunstâncias, pode ser

tão ou mais perigosos que o risco das substâncias explosivas, por exemplo.

Para abordar o risco da Iluminação no Local de Trabalho, o Técnico de HST, deve ter,

além dos conhecimentos gerais de Higiene e Segurança, conhecimentos técnicos gerais,

específicos do tema, tais como:

Grandezas relacionadas com iluminação (Luminância, Iluminância, Tc).

Fenómenos de propagação, reflexão, absorção, difusão da luz.

Tipos de aparelhos de iluminação e suas características.

Desta forma o objectivo do Técnico de HST será o seguinte:

Controlar determinadas variáveis para obter uma iluminação adequada, que

proporcione um bom ambiente físico-laboral, e que não coloque em risco a

saúde, segurança e produtividade do trabalhador.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 3: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 3 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

2. Conceitos

2.1 Luz

A zona visível do espectro é ínfima quando comparada com a sua amplitude. No

entanto, esta pequena área é fundamental para a vida humana e para a sua sobrevivência

num universo cheio de diferentes formas de energia radiante às quais o ser humano é

radicalmente cego.

No espectro de radiações electromagnéticas, as radiações visíveis ao olho humano (luz),

é uma pequena parte, tal como está demonstrado na figura seguinte.

2.2 Fotometria

Fluxo Luminoso ou Potência Luminosa -

Quantidade de luz emitida (energia luminosa - Wrad) por uma fonte

luminosa em todas as direcções por unidade de tempo (t), medida

logo à saída da fonte .A unidade é o lúmen – lm.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 4: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 4 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Intensidade luminosa - I

É o fluxo luminoso (fornecido pelo fabricante do aparelho)

emitido numa determinada direcção (ângulo sólido medido em

esterradianos – sr), dada pela relação entre uma superfície cortada

numa esfera e o quadrado do raio dessa esfera. A unidade é a candela

– cd.

Iluminância - E

É a medida do fluxo luminoso incidente por unidade de superfície S. A unidade de

medida é o lux – lx.

Os Técnicos de HST servem-se desta grandeza para adequarem o nível de iluminação

com a actividade num determinado espaço. Trata-se de um conceito muito importante

para o cálculo luminotécnico.

Luminância - L

É a medida do fluxo luminoso emitido, transferido ou reflectido numa determinada

direcção por unidade de superfície perpendicular ao fluxo. A unidade é o apostilbs – asb

ou a candela por centímetro quadrado – cd/cm2, onde 1 asb = 1/ cd/cm2.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 5: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 5 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Contraste - C

É a relação entre a luminância do objecto e a luminância do plano de fundo. Pode ser

calculado com a fórmula apresentada de seguida.

Reflexão

É um parâmetro que traduz a medida da porção de luz reflectida por uma dada

superfície. A reflexão é uma propriedade intrínseca dos materiais, e é tratada como um

coeficiente, que relaciona o valor do fluxo luminoso incidente sobre uma determinada

superfície, com a percentagem desse fluxo que é reflectida. Por exemplo, se todo o

fluxo incidente for reflectido, o coeficiente de reflexão dessa superfície é igual a 1 (um

espelho).

A reflexão pode ser:

Directa – Os ângulos de incidência e de reflexão dos raios de luz são iguais

(superfície muito lisa e polida).

Difusa – As superfícies reflectoras só brilham sob certos ângulos quando

iluminadas (reflexos nítidos na superfície de um material baço).

Mista – Mistura de reflexão directa com reflexão difusa.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 6: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 6 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

2.3 Tipos de Iluminação

2.3.1 Quanto à Fonte

Do ponto de vista da fonte existem dois tipos distintos de iluminação, a iluminação

natural e a iluminação artificial.

A iluminação natural é aquela que provém do sol, de forma directa ou indirecta, e é

composta por todos os comprimentos de onda do espectro da radiação visível.

A iluminação artificial provém de uma fonte de energia que não o sol, e a gama de

comprimento de onda do espectro da radiação visível abrangida varia consoante a fonte.

As fontes de iluminação artificial que interessam ao estudo da iluminação no local de

trabalho são as lâmpadas.

Existem vários tipos de lâmpadas, de acordo com a tecnologia utilizada para

transformar energia eléctrica em radiação luminosa, variando no comprimento de onda

abrangido, no fluxo luminoso emitido, e principalmente no rendimento eléctrico.

Os tipos de lâmpadas utilizadas na iluminação de locais de trabalho são:

Incandescentes.

Fluorescentes.

Vapor de Sódio.

Vapor de Mercúrio.

Iodetos Metálicos.

Nesta análise não são incluídas lâmpadas especiais como lâmpadas infra-vermelhos, ou

ultra-violeta, que são utilizadas em locais de trabalho como, zonas de detecção de falhas

em linhas de produção, ou câmaras de revelação fotográfica, porque o objectivo dessas

lâmpadas não é o de iluminar o local de trabalho.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 7: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 7 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

As lâmpadas incandescentes são as que emitem uma luz mais próxima das

características da luz solar. No entanto o seu fraco rendimento torna a sua utilização

inviável na iluminação de espaços amplos. Devem ser utilizadas em iluminação de

espaços específicos de trabalho, como candeeiros de mesa, bancada de trabalho de

precisão.

As lâmpadas fluorescentes, devido ao seu bom rendimento, e boa restituição de cores,

são as lâmpadas mais adequadas para iluminação geral dos espaços de trabalho

fechados, como escritórios, salas de reunião, corredores, sanitários, oficinas, pequenos

armazéns.

As lâmpadas de vapor sódio, ou vapor de mercúrio, devido ao seu elevado rendimento,

são utilizadas na iluminação de espaços amplos, como grandes armazéns, hangares, e na

iluminação exterior. O nível de restituição de cores é baixo.

As lâmpadas de iodetos metálicos, devido ao elevado nível de fluxo luminoso que

conseguem produzir, são utilizadas também na iluminação de espaços amplos, e

exteriores, mas apenas em situações temporárias, devido ao seu rendimento não ser tão

bom como o das lâmpadas de vapor sódio ou mercúrio. São utilizadas em projectores de

obras, cais de carga e descarga, áreas exteriores de movimentação de máquinas.

2.3.2 Quanto ao Receptor

Do ponto de vista do receptor, existem quatro tipos de iluminação, que dependem da

forma e direcção com que a luz incide sobre o receptor

Iluminação Directa: O fluxo luminoso incide directamente sobre o receptor.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 8: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 8 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Iluminação Indirecta: A luz incide sobre o receptor por meio de reflexão em outras

superfícies ou corpos.

Iluminação Semi-Directa: A luz incide sobre o receptor de forma directa e indirecta,

sendo a percentagem de luz directa superior à percentagem de luz indirecta.

Iluminação Semi-Indirecta: A luz incide sobre o receptor de forma directa e indirecta,

sendo a percentagem de luz indirecta superior à percentagem de luz directa.

A implementação dos diferentes tipos de iluminação é conseguida com a manipulação

de alguns factores, como por exemplo: tipo de armadura, cores de paredes e tectos,

disposição das entradas de luz, utilização de materiais reflectores ou difusores.

2.4 Visão Humana

Para realizar uma correcta avaliação da iluminação de um local de trabalho, é necessário

ter a noção da forma como funciona a visão humana.

A visão humana é um sistema complexo assegurado por três operações principais, que

realizadas em conjunto, permite ao olho transformar luz em impulsos electroquímicos

enviados ao cérebro através do nervo óptico. A operação óptica recepciona a energia

luminosa e encaminha-a para a retina. A operação sensorial transforma a imagem

luminosa projectada na retina em impulsos electroquímicos. A operação motora permite

dirigir e fixar o olhar sobre um ponto específico.

O olho é recoberto por uma membrana espessa e opaca denominada esclera, onde são

ligados os músculo responsáveis pelos movimentos do olho. Na parte frontal existe uma

zona transparente denominada córnea. Atrás da córnea fica a íris, que funciona como

um diafragma, que regula a entrada de luz, no olho.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 9: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 9 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

A abertura por onde a luz entra chama-se pupila. A pupila é comandada por um músculo

que regula o seu diâmetro, permitindo-o variar de um a oito milímetros, conforme a

intensidade da luz incidente. O espaço entre a córnea e a íris é denominado câmara

anterior.

Em contacto com a parte posterior da íris encontra-se o cristalino, um corpo

transparente com a forma de lente, circundado pelo músculo ciliar. Todo o espaço

situado atrás do cristalino, circundado pela parede interior do olho é cheio de uma

substância gelatinosa transparente, denominada humor vítreo.

A parede interior do olho chama-se retina, sendo a sua zona mais sensível, perto da

ligação com o nervo óptico, a fóvea.

Quando olhamos para um objecto luminoso ou iluminado, alguns dos infinitos raios de

luz dele provenientes, entram no olho através da pupila. Depois de serem refractados

nos diversos meios transparentes, esses raios formam sobre a retina uma imagem real do

objecto.

Na retina existem dois tipos de células fotosensíveis, os cones e os bastonetes. Os cones

são mais sensíveis às cores e os bastonetes recebem melhor tonalidades de cinza e preto.

Essas células transformam a energia luminosa incidente em impulsos electroquímicos.

De cada célula parte uma ramificação, formando todas o nervo óptico, que dirige os

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 10: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 10 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

impulsos até ao cérebro, onde são retirados os elementos necessários para construção de

imagens compreensíveis do objecto para o qual estamos a olhar.

Um dos factores importantes da visão humana é a capacidade de acomodação, que

consiste na capacidade de focar os objectos. Esta capacidade é controlada pelo músculo

ciliar, que altera a curvatura do cristalino consoante a distância a que se encontra o

objecto a focar.

Quando o olho está em repouso, o músculo ciliar fica relaxado e o cristalino adopta a

curvatura mínima dizendo-se nesse caso que o olho está acomodado para o infinito.

Quando o músculo ciliar se contrai, a curvatura do cristalino fica mais pronunciada,

permitindo formar sobre a retina imagens nítidas de objectos até uma distância mínima

ao olho (acomodação para o ponto próximo). Para conseguir ver nitidamente a essa

distância é necessário algum esforço.

A distância do ponto próximo vai aumentando progressivamente com a idade,

devido ao enrijecer do cristalino.

IDADE PONTO PRÒXIMO

10 – 16 Anos 8 cm

30 Anos 12 cm

45 Anos 25 cm

50 Anos 50 cm

60 Anos 100 cm

Existem vários erros de óptica que podem ser genéticos, ou causados por uma utilização

deficiente do aparelho visual. Essa utilização deficiente pode passar por estar exposto a

condições de iluminação inadequadas.

Os erros de óptica mais comuns são:

PRESBIOPIA – Perda de capacidade de acomodação por endurecimento do

cristalino com a idade.

ASTIGMATISMO – Alterações dos contornos da córnea ou do cristalino, com

pontos de focagem diferentes consoante o ângulo de incidência.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 11: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 11 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

HIPERMETROPIA – Focagem atrás da retina, que origina falha na visão

proximal, podendo deve ser corrigida com lente convexa.

MIOPIA – Focagem antes da retina, que origina falha na visão à distância,

podendo ser corrigida com lente côncava.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 12: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 12 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

3. Riscos

Uma iluminação má ou desadequada do local de trabalho é um risco que pode originar

acidentes de trabalho, ou degradação da saúde dos trabalhadores, podendo degenerar

numa doença profissional.

O risco de iluminação mais provável de originar um acidente de trabalho é o simples

facto de uma iluminação deficiente potenciar a exposição de uma pessoa a outros riscos.

Numa sala com máquinas em movimento, mesmo que existam sinais de perigo, ou

protecções, se a iluminação não for adequada, existe sempre o risco de um trabalhador

ser vítima de um acidente devido ao facto de não conseguir ver nem os sinais, nem o

perigo do movimento das máquinas

Como tal, dentro da filosofia de que todos os riscos existentes devem ser bem

identificados, a iluminação toma uma importância fundamental nessa identificação, pois

aquilo que não se consegue ver desconhece-se ou esquece-se.

Relacionado ainda com acidentes de trabalho existe o risco do efeito estroboscópico. O

efeito estroboscópico consiste num fenómeno que ocorre quando a frequência da

radiação luminosa num determinado espaço iguala em valor ou valores múltiplos a

frequência de uma qualquer máquina rotativa desse local. Quando essas condições são

satisfeitas a visão humana não consegue detectar o movimento da máquina em questão,

dando a falsa sensação de que esta se encontra parada. Este fenómeno é muito frequente

quando se iluminam máquinas rotativas, que funcionam a uma frequência de 50Hz, com

lâmpadas fluorescentes, que acendem e apagam a uma frequência de 100Hz.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 13: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 13 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

A saúde de um trabalhador é influenciada pelos seguintes factores:

Níveis de iluminação desadequados do local de trabalho (muito baixos ou muito

altos).

Encadeamentos sucessivos e contínuos.

Cor da luz existente desadequada ao trabalho a executar.

Funcionamento deficiente da iluminação (lâmpadas que não mantêm um fluxo

luminoso constante, reflector ou difusores sujos, janelas sujas, Tc)

Os factores apresentados podem provocar as consequências seguintes.

Fadiga Visual

È um fenómeno psicofisiológico muscular (fadiga dos músculos da visão) e nervoso

(esgotamento dos neurotransmissores), que é potenciado por solicitações repetitivas e

monótonas a níveis deficientes de iluminação, encadeamentos, e cores berrantes.

Os sintomas são olhos vermelhos, lacrimejo, contraturas, dor e ardor dos olhos.

A fadiga visual repetitiva pode causar:

Stress

Depressão

Alterações do Sistema Nervoso

Angústia

Origem ou agravamento de doenças como estigmatismo, miopia, etc.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 14: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 14 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

4. Teoria

No âmbito da Higiene e Segurança no Trabalho, um técnico, depois de analisar os riscos

inerentes a uma determinada situação, deve actuar aplicando medidas de prevenção,

e/ou medidas de protecção, intervindo desta forma nas duas variáveis mais importantes

na avaliação de riscos, probabilidade e gravidade.

Medidas de prevenção são aquelas que se tomam para eliminar, ou minimizar o risco,

alterando desta forma a probabilidade de o acidente acontecer.

Medidas de protecção são aquelas que se tomam para proteger as pessoas ou

equipamento em caso de acidente, alterando assim a gravidade do acidente, caso este

aconteça.

De acordo com as definições apresentadas, dentro do tema iluminação no local de

trabalho, o técnico de HST deve sempre optar por:

APLICAR MEDIDAS DE PREVENÇÃO, EM DETRIMENTO DE MEDIDAS DE PROTECÇÃO

pois todos os riscos inerentes à iluminação podem ser eliminados.

Por exemplo, no caso de uma sala mal iluminada, com o risco de queda de pessoas

devido á má iluminação, o técnico deve iluminar melhor a sala (medida de prevenção), e

não equipar os trabalhadores com protecções contra quedas (medida de protecção).

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 15: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 15 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

5. Enquadramento legal;

Com base nos normativos em vigor, a legislação aplicável às questões de iluminação em

termos de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho resumem-se aos seguintes:

Portaria nº 53/71, de 3 de Fevereiro, alterada pela portaria nº 702/80, de 22 de

Setembro – Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho nos

Estabelecimentos Industriais.

Decreto-Lei nº 243/86, de 20 de Agosto – Regulamento Geral de Segurança e

Higiene no Trabalho nos Estabelecimentos Comerciais, Escritórios e Serviços.

Decreto-Lei nº 162/90, de 22 de Maio – Regulamento Geral de Segurança e

Higiene no Trabalho nas Minas e Pedreiras.

Decreto-Lei nº 740/74, de 26 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 303/76,

de 26 de Abril, e pelo Decreto-Regulamentar nº 90/84, de 26 de Dezembro –

Regulamento de Segurança de Instalações Colectivas de Edifícios e Entradas.

Todas as menções a iluminação nesta Legislação, do ponto de vista da Higiene, são

pouco específicas, limitando-se a dizer que as condições devem ser tais que não ponham

em risco a saúde dos utilizadores destes locais, mas não definem valores limite, ou

medidas concretas que devem ser tomadas.

Existem no entanto tabelas com níveis de iluminação definidos em lux, para diferentes

tipos de actividades. Estas tabelas foram essencialmente desenvolvidas por fabricantes

de lâmpadas, sendo já reconhecidas em alguns países como normas. De seguida são

apresentados diversos quadros com os níveis de iluminância adequados a locais de

trabalho, ou tarefas a executar.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 16: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 16 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Norma DIN 5035

Nível Luminância (lx) Atividade

1 15

2 30Orientação, só estadias temporárias

3 60

4 120Tarefas visuais ligeiras com contrastes elevados

Trabalhos em armazéns, estaleiros, minas

5 250 Salas de espera, trabalhos de pintura e polimento

6 500Tarefas visuais normais com detalhes médios

Trabalhos em escritórios, processamento de dados, leitura

7 750 Tingimento de couro, rebarbagem de vidro

8 1000Tarefas visuais exigentes com pequenos detalhes

Desenho técnico, comparação de cores

9 1500 Montagem de pequenos elementos em electrónica

10 2000Tarefas visuais muito exigentes com detalhes muito pequenos

Montagem de componentes miniaturizados, trabalhos de relojoaria, gravação

11 3000 Montagem fina, com tolerâncias muito apertadas

12 ≥ 5000 Casos especiais Salas de operações

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 17: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 17 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Norma DIN 5035

Finalidade do espaço ou tipo de atividadeNível médio de iluminação (lx)

Armazéns Passagem de pessoas e veículos em edifícios Vestíbulos, sanitários e balneários Terminais de carga e descarga Áreas de produção com intervenções humanas ocasionais Casa de caldeiras

100

Espaços de armazenamento onde são necessárias funções de leitura, expedição Áreas de produção constantemente ocupadas na indústria Montagem de pouca precisão, fundições Construções em aço Áreas de escritório com acesso ao público

200

Escritórios com secretárias próximas de janelas, salas de reuniões e de conferências Sopragem de vidro, tornear, furar, frezar, montagem de menor precisão Stands de feiras, secretárias de comando, salas de comando Locais de venda

300

Escritórios, tratamento de dados, secretárias Lixar, polir vidro, montagens de precisão Montagem de sistemas de comunicação, motores de pequenas dimensões Escolha de madeiras Trabalho com máquinas de carpintaria/marcenaria

500

Escritórios de grandes dimensões, reflexão elevada Desenho técnico (estirador) Gravação e inspecção em metais Áreas de inspecção (fundição) Controlo de falhas (madeira, cabedal, etc.)

750

Escritórios de grandes dimensões, reflexão média Análise e controlo de cores, inspecção de materiais Montagem de aparelhos de precisão (eléctrica) Produção de peças de joalharia, retoques, etc.

1000

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 18: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 18 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

6. Medidas de Prevenção;

6.1 Luz Natural

Na decisão sobre medidas de prevenção a adoptar, o técnico deve ter em conta se deve

optar por iluminação natural, ou iluminação artificial, ou ainda ambas em simultâneo.

ILUMINAÇÃO NATURAL VS ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

Factores a ter em conta na utilização de iluminação natural:

A luz do sol é a radiação mais completa que existe em termos de comprimentos

de onda de radiação visível, como tal a mais saudável para os olhos humanos.

Para pessoas que trabalham em espaços fechados permite o contacto com o

exterior.

Ajusta os ritmos cronobiológicos do ser humano.

Não implica o gasto de outro tipo de energia (eléctrica, mecânica, Tc).

Durante o período da noite não se encontra disponível.

Existem determinados locais de trabalho que não podem ter entradas de luz

natural (arcas congeladoras).

Não se consegue ter um controlo eficaz do nível de iluminação natural num

determinado espaço.

Não se consegue ter níveis de iluminância muito elevados, no caso de trabalhos

de precisão

Factores a ter em conta na utilização de iluminação artificial.

Permite um controlo eficaz dos níveis de iluminação, e do direccionamento do

fluxo luminoso.

A sua utilização implica o consumo de uma fonte de energia alternativa.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 19: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 19 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Está disponível 24 horas por dia.

O espectro da radiação emitida não consegue abranger todos os comprimentos

de onda.

É de fácil manipulação no sentido de se obter diferentes cores.

Necessita da utilização de mais equipamentos, e consequentemente de mais

manutenção.

Está mais sujeita a falhas, ou funcionamentos deficientes.

Baseado nestes factores pode-se concluir que a iluminação natural deve ser, sempre que

possível utilizada nos postos de trabalho, utilizando a iluminação artificial como um

complemento nos casos em que a luz do sol não é adequada ou suficiente.

Para uma correcta utilização de iluminação natural deve-se ter em conta o seguinte:

Entradas de luz altas são mais eficazes que entradas de luz baixas.

Evitar a incidência directa do sol, utilizando palas ou estores.

Área de janela/Área de pavimento = 1/5

Distância entre edifícios = Dobro da sua altura.

Definir entradas de luz de acordo com o movimento do sol. No caso de Portugal,

as entradas de luz devem estar preferencialmente voltadas para Norte, pois dessa

forma estão sempre voltadas para o sol.

Desta forma é preferível actuar ainda na fase de projecto do espaço a intervir, pois é

possível definir aspectos de arquitectura tais como:

Localização, tamanho e tipo de entradas de luz.

Estrutura e localização dos edifícios.

Tamanho das divisões

Nos casos em que não é possível actuar na arquitectura dos edifícios, podem ser

tomadas medidas correctivas:

Utilização de estores, se necessário.

Alteração dos postos de trabalho para um melhor aproveitamento da luz.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 20: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 20 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Utilização de materiais reflectores nos tectos e paredes.

Em qualquer caso é sempre necessário realizar manutenção, que geralmente passa por:

Manter as entradas de luz limpas e desobstruídas.

Manter estores e outros equipamentos que se utilizem para controlar a luz

natural limpos e em bom estado de funcionamento.

6.2 Níveis de iluminância

Tal como já foi referenciado, o nível de iluminância é um factor importante na avaliação

da Iluminação do Local de Trabalho.

De acordo com a tarefa a realizar, e a sua exigência ao nível da visão humana, assim

também varia o nível de iluminância adequado.

Neste caso, o método de actuação do técnico de HST num local de trabalho deverá ser o

seguinte:

1. Determinar qual o nível de iluminância adequado a esse local.

2. Calcular qual o nível de iluminância existente nesse local.

3. Em caso do nível não ser adequado, aplicar medidas de correcção

Para determinar o nível de iluminação adequado a um local de trabalho, pode-se

consultar uma das tabelas mencionadas no capítulo 5 – Enquadramento Legal, ou

utilizar-se métodos mais completos de cálculo, como o método de correcção do nível de

iluminação em função das condições de trabalho.

O método de correcção do nível de iluminação em função das condições de trabalho,

baseia-se na norma NF X35, e consiste em, a partir de um nível de iluminação

requerido, obter um nível de iluminação corrigido, de acordo com as condições de

trabalho detectadas. Para utilizar este método utiliza-se a tabela da página seguinte.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 21: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 21 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 22: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 22 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

O cálculo do nível de iluminância do local pode ser feito manualmente, através da

recolha de valores utilizando um luxímetro, ou pode ser feito realizando uma simulação

em programas de computador que existem para esse efeito.

Em caso de ser necessário realizar uma correcção, o técnico pode intervir nas seguintes

variáveis:

Redistribuição dos pontos de luz existentes.

Aumento do número de pontos de luz existentes.

Aumento da potência das lâmpadas dos pontos de luz existentes.

Substituição dos pontos de luz existentes por outros.

Os programas de simulação para cálculo de iluminação, também poderão ser úteis

nestas ocasiões, para a criação de cenários, no sentido de encontrar a solução ideal.

Também importante é o conhecimento das curvas fotométricas dos diferentes aparelhos

luminotécnicos.

6.3 Efeito da Cor

Devido ao facto de as cores terem um efeito psicodinâmico importante sobre o ser

humano, a escolha da cor do local de trabalho é um factor de risco importante.

Na escolha das cores o técnico de HST deve ter em conta a cor da luz, mas também a

cor das paredes, chão e tecto.

De seguida apresentam-se tabelas com os efeitos psicodinâmicos que as várias cores

têm sobre o ser humano.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 23: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 23 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Cores Escuras

Opressivas Cansativas Absorvem luz Difíceis de manter limpas

Cores Claras

Frescas Acolhedoras Difundem mais luz Motivam maior limpeza

Cores Frias Aumentam as dimensões do recinto

Cores Quentes Diminuem as dimensões do recinto

COR Efeito de Distância Efeito de Temperatura Efeito Psíquico

azul afastamento frio calmante

verde afastamento frio e neutro muito calmante

vermelho aproximação quentemuito estimulante,

cansativo

laranja muita aproximação muito quente excitante

amarelo aproximação muito quente excitante

castanhomuita aproximação,

claustrofobianeutro excitante

violeta muita aproximação frioagressivo, cansativo,

deprimente

6.4 Distribuição Uniforme

Se, por exemplo num escritório o nível de iluminância for de 500 lux, ao consultar-se

uma tabela concluí-se que o nível de iluminação desse local é adequado. No entanto, a

distribuição de luz pode não ser uniforme, pois 500 lux é um valor médio. Se metade

desse escritório tiver um valor de iluminância de 50 lux, e outra metade 950 lux, o

escritório no seu todo continua com 500 lux de nível médio de iluminação, mas a

distribuição do fluxo luminoso não é harmoniosa.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 24: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 24 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Uma distribuição do fluxo luminoso não uniforme aumenta o risco de:

Encadeamento por reflexões.

Contrastes excessivos

Sombras muito carregadas.

Os factores que influenciam a distribuição do fluxo luminoso são:

A forma de disposição dos pontos de luz.

Os coeficientes de reflexão das paredes, tectos, pavimentos e mobiliário.

O posicionamento dos pontos de luz relativamente aos postos de trabalho.

Desta forma um técnico de HST deve agir no sentido de obter os seguintes resultados.

CONTRASTE

Em termos de contraste, partindo do posto de trabalho (secretária, bancada), o brilho

deve estar sempre no centro, e ir escurecendo para a periferia

Contraste no centro – inferior a 3:1

Contraste com a vizinhança – inferior a 10:1

Contraste com o fundo – inferior a 20:1

Brilho máximo admissível – 40:1

REFLEXÃO

Devem ser respeitados os seguintes coeficientes de reflexão:

Tecto – 80% a 90%

Paredes – 40% a 60%

Mobiliário – 25% a 45%

Equipamentos – 30% a 50%

Pavimento – 20% a 40%

COLOCAÇÃO DOS PONTOS DE LUZ

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 25: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 25 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Devem ser colocados preferencialmente no tecto.

Num determinado espaço ou divisão devem ser todos iguais.

Devem ser dispostos com distâncias iguais entre eles, e metade dessa distância

ás paredes, tal como está demonstrado na figura seguinte.

RELAÇÃO POSTO DE TRABALHO - LOCALIZAÇÃO DE PONTOS DE LUZ

Os pontos de luz não devem estar no campo de visão do trabalhador, que em

média é 30º acima do eixo de visão (situação 1 da figura seguinte).

Os pontos de luz não devem ser colocados de forma que o seu reflexo no plano

de trabalho encandeie o trabalhador (situação 2 da figura seguinte).

Os pontos de luz devem ser colocados lateralmente, de forma a não estarem no

campo de visão do trabalhador, e não o encadearem por reflexo (situação 3 da

figura seguinte).

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 26: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 26 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

6.5 Efeito Estroboscópico

Também como já foi referido, o efeito estroboscópico é mais frequente nas máquinas

rotativas iluminadas com armaduras fluorescentes.

Esse efeito pode ser eliminado de duas formas:

Substituir as armaduras fluorescentes por pontos de luz com lâmpada

incandescente.

Manter as armaduras fluorescente, mas ligar duas lâmpadas fluorescentes que

estejam a iluminar a mesma máquina, a duas fases diferentes do sistema trifásico

de tensão eléctrica. Desta forma, a cintilação das lâmpadas passa a ocorrer

desfasada, e o efeito estroboscópico anula-se.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 27: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 27 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

7. Medidas de Proteção;

Não aplicável aos riscos de iluminação.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 28: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 28 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

8. Casos práticos, exemplos, imagens, etc.

Neste capítulo apresentam-se algumas recomendações gerais relativas à iluminação no

local de trabalho.

Sempre que possível aproveitar a iluminação natural.

As superfícies de iluminação natural devem ser mantidas limpas e desobstruídas.

Verificar regularmente o estado de funcionamento das fontes de iluminação

artificial.

Proceder à pronta substituição das lâmpadas que se encontram em mau estado.

Utilizar cores claras nas paredes, tectos ou outras superfícies, para reduzir a

absorção da luz.

Verificar regularmente os balastros das lâmpadas fluorescentes (uma vez por

ano).

Junto a peças móveis rotativas não utilizar apenas uma lâmpada fluorescente,

para evitar o efeito estroboscópico.

Evitar grandes diferenças de iluminação entre espaços contíguos.

Para reduzir o encadeamento:

– Utilizar vários focos de luz em detrimento de apenas um.

– Proteger as fontes de iluminação com anteparos adequados.

– Posicionar as fontes de iluminação longe da linha de visão.

– Evitar superfícies reflectoras.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 29: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 29 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

9. Bibliografia

VEIGA, Rui e outro; Junho 2000; -Higiene, Segurança, Saúde e Prevenção de

Acidentes de Trabalho; Verlag Dashöfer Edições Profissionais, Lda.

ROXO, Manuel M. e outro; Fevereiro 2000; -Segurança e Saúde no Trabalho –

Legislação Anotada; Almedina.

MIGUEL, Alberto Sérgio; -Manual de Higiene e Segurança do Trabalho; Porto

Editora.

VEIGA, Rui; - Apontamentos de HSST – Iluminação.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho

Page 30: TEXTO 4 - Apostila Iluminacao

MANUALHIGIENE DO TRABALHO

EDIÇÃO: 0

REVISÃO: 0

DATA: 02/04/2003

Pág.: 30 de 29ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

INSTITUTO SUPERIOR DE LÍNGUAS E ADMINISTRAÇÃO

ISLA – SANTARÉM

PÓS GRADUAÇÃO EM HIGIENE E SEGURANÇA NO TRBALHO

MÓDULO VII – HIGIENE DO TRABALHO

ILUMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO

Autor:Manuel Mariano Figueiredo Bartolomeu

SANTARÉM

ABRIL 2003

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho