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Texto 01 Ser Educador _ Pode-se sair de qualquer lugar - replicou o rapaz- quando se consegue mudar o sonho. Como isso funciona?- perguntou a menina de olhos amendoados. E o rapaz de asas acrescentou: O que significa mudar o sonho? - Tudo isso é besteira!- gritou o funcionário. - Mudar o sonho- disse o rapaz com roupa de equilibrista – Afinal de contas, o que é que vocês aprendem aqui nesta escola, se nem ao menos sabem disso? - Onde foi que você aprendeu isso? – a mulher gorda quis saber. - Com um mudador de sonhos que eu mesmo inventei – respondeu o rapaz. - E você consegue mesmo mudar sonho? Perguntou a menina ofegante- e você pode ensinar isso para nós? _ Claro! Replicou o rapaz – Aliás sozinho é a maneira mais difícil. De dois fica bem mais fácil. E quando muitas pessoas fazem a coisa juntas, então aí sempre se consegue. Todos os verdadeiros mudadores de sonho sabem disso. Referência: História de Michael End em texto de Mirian Celeste Martins. P.09 no livro: GRUPO, Indivíduo, saber e parceria: malhas do conhecimento. Série Seminários, Espaço Pedagógico, 2003. Texto 2 Aprendizagem, construção do conhecimento e processo grupal É no grupo, sob a coordenação de um educador e na interação com o igual, que se aprende a pensar e a construir conhecimento. Aprender a pensar e a construir conhecimento envolve exercício permanente, disciplinado de falar, escutar, observar, ler escrever, estudar e agir (tanto individualmente quanto em grupo). Pensamos sempre com o outro (em acordo ou desacordo) e para o outro. Todo pensamento demanda comunicação. Pensamos para nos comunicarmos. Porque nos comunicamos (interagimos), pensamos. Pensamos para comunicarmos ao outro, ao grupo, algo. A espiral não tem fim... É no grupo que aprendemos a conviver com o outro e, com esse difícil aprendizado a lidar com as diferenças, diferentes idéias, concepções, opções de relacionar o próprio pensamento com o do outro, e a construir o conhecimento do grupo (generalizável), a partir do pensamento (socializado) de cada um. Referência: (trecho de texto de Madalena Freire, no livro Grupo: Indivíduo, saber e parceria: malhas do conhecimento. Serie Seminários. Espaço Pedagógico, , São Paulo, 2003.

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Texto 01

Ser Educador

_ Pode-se sair de qualquer lugar - replicou o rapaz- quando se consegue

mudar o sonho.

Como isso funciona?- perguntou a menina de olhos amendoados. E o rapaz

de asas acrescentou: O que significa mudar o sonho?

- Tudo isso é besteira!- gritou o funcionário.

- Mudar o sonho- disse o rapaz com roupa de equilibrista – Afinal de

contas, o que é que vocês aprendem aqui nesta escola, se nem ao menos

sabem disso?

- Onde foi que você aprendeu isso? – a mulher gorda quis saber.

- Com um mudador de sonhos que eu mesmo inventei – respondeu o

rapaz.

- E você consegue mesmo mudar sonho? Perguntou a menina ofegante- e

você pode ensinar isso para nós?

_ Claro! Replicou o rapaz – Aliás sozinho é a maneira mais difícil. De dois

fica bem mais fácil. E quando muitas pessoas fazem a coisa juntas, então aí

sempre se consegue. Todos os verdadeiros mudadores de sonho sabem

disso. Referência: História de Michael End em texto de Mirian Celeste

Martins. P.09 no livro: GRUPO, Indivíduo, saber e parceria: malhas do

conhecimento. Série Seminários, Espaço Pedagógico, 2003.

Texto 2

Aprendizagem, construção do conhecimento e processo grupal

É no grupo, sob a coordenação de um educador e na interação com o igual,

que se aprende a pensar e a construir conhecimento. Aprender a pensar e

a construir conhecimento envolve exercício permanente, disciplinado de

falar, escutar, observar, ler escrever, estudar e agir (tanto individualmente

quanto em grupo).

Pensamos sempre com o outro (em acordo ou desacordo) e para o outro.

Todo pensamento demanda comunicação. Pensamos para nos

comunicarmos. Porque nos comunicamos (interagimos), pensamos.

Pensamos para comunicarmos ao outro, ao grupo, algo. A espiral não tem

fim...

É no grupo que aprendemos a conviver com o outro e, com esse difícil

aprendizado a lidar com as diferenças, diferentes idéias, concepções,

opções de relacionar o próprio pensamento com o do outro, e a construir

o conhecimento do grupo (generalizável), a partir do pensamento

(socializado) de cada um.

Referência: (trecho de texto de Madalena Freire, no livro Grupo:

Indivíduo, saber e parceria: malhas do conhecimento. Serie Seminários.

Espaço Pedagógico, , São Paulo, 2003.

Texto 03

SOBRE TAREFA e construção do conhecimento

Instrumento valioso na aprendizagem da construção do conhecimento e

do grupo, é a Tarefa.

É na execução das tarefas que os conflitos, as diferenças e o que ainda não

se conhece são operacionalizados, elaborados, apropriados.

A tarefa é constituída por dois conteúdos básicos:

- Os conteúdos do sujeito (seu saber e seus significados);

- Os conteúdos da matéria (objeto do conhecimento a ser estudado).

Na concepção autoritária, a preocupação do educador está na fixação dos

conteúdos da matéria, desprezando os conteúdos do sujeito. Na concepção

espontaneísta, o peso maior está nos conteúdos da matéria. Na concepção

democrática, os dois conteúdos são ferramentas básicas, vitais, para a

construção do conhecimento.

A tarefa possibilita a apropriação do que já se sabe ( e pensava-se que não

se sabia...) e a construção do que ainda não se conhece.

Referência: Madalena. Freire, p. 33. Livro Tarefa e a construção do

conhecimento , Série Cadernos de Reflexão. Espaço Pedagógico, 1992.

Texto 04

Relação entre a Rotina e Pauta

Rotina é algo que se repete no tempo e no espaço. É a maneira de

organizar esse tempo e esse espaço. É preciso que o(a) educador(a) se

debruce em sua prática e em seu grupo, pensando como distribuir as

atividades no seu dia, na semana e na sua turma.

A rotina não precisa ser rotineira. Posso usar da criatividade, tornando-a

agradável para a turma e para mim, educador(a).

Minha rotina é feita em cooperação com meu, minha coordenador(a) e ou

diretor(a), pois meu parceiro (a) enxerga o todo, vê as outras rotinas e a

organização do espaço da creche ou da escola.

Mas para democratizar minha rotina, preciso criar a Pauta. A Pauta é a

oportunidade de comunicar a rotina ao grupo e a democratizá-la.

Quando comunico a rotina com o grupo, diminuo a ansiedade do grupo

quando muito alta, proporcionando conhecimento com o que irá

acontecer, tornando a criança mais calma ao saber o que virá e possibilito

que seja co- autora da aula, pois poderá fazer sugestões e mudanças no

que se fará.

Texto de Leila F. Arruda

Texto 05

Resolvemos partir de um trabalho grupal com a expectativa de que este

potencializasse os processos individuais.

Petro Sandor ...relata que a energia psíquica não resulta apenas da

somatória das energias individuais, mas que aumenta de acordo com um

cálculo do tipo fatorial (Farah,1995). O calculo para um grupo de 07

pessoas é: 1x2x3x4x5x6x7= ou pode-se dizer que o cálculo de sete

pessoas equivale a energia psíquica gerada por 5.040 encontros

individuais.

Referência: "Oficina criativa comportadores de deficiência mental", Júlia

Regina de Miranda Kleiner in Tramas criadoras na construção do 'ser si-

mesmo', Cristina Dias Allessandrini (org), Casa do Psicólogo, 1999

Texto 06

Rubem Alves no livro Variações sobre o prazer defende que

“Cozinhar é uma operação alquímica cujo objetivo é transformar a fantasia em realidade […] para isso transformações profundas têm de acontecer”.

(Aproveito para recomendar fortemente a leitura desse livro – daqueles que merecem estar na nossa lista de livros imprescindíveis!)

A alquimia presente na cozinha revela a magia inerente ao ato de cozinhar. A cozinha é lugar de prazer: “A culinária tem, dentre outros poderes, o de colocar sabor nos olhos e de colocar cores na boca. A culinária liga a boca aos olhos, o sabor ao olhar”.

Cozinhamos e comemos em busca do prazer, em busca do sabor.

E precisamos lembrar que Saber e Sabor se confundem e se aproximam. Sapio vem do latim: eu saboreio. “Sapientia é conhecer a vida pela boca”.

Saborear é uma experiência corporal, não há palavras que possam descrever um sabor. “Para o sabor não há palavra”. Este saber pertence ao corpo e não pode ser dominado pelo reino do pensamento.

Também a Sapientia, a sabedoria habita essa esfera além das palavras. Assim a culinária é uma experiência de sabor e de saber!

Há muitas lições que a entrega à essa experiência pode nos ensinar.

Dentre elas destaco mais uma doce comparação de Rubem Alves que nos sensibiliza a percepção da criança e de suas potências:

A imaginação trabalha sempre. Ela é uma cozinha que não para nunca. Ali, sob o fogo do desejo, as imagens se transformam em comida . http://nascenteeducacao.com/criancas-na-cozinha- Bruna Hamer