tessituras: apresentação de rosane castro

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Apresentação Contar minha experiência como leitora é relembrar os mediadores de leitura que encontrei durante minha trajetória. Começando pela família, depois na escola, na universidade, nos trabalhos e projetos realizados, pude compreender o papel social dos agentes mediadores de leitura. Falar em contação de histórias nos permite permear por dois universos, o atual e o passado. Resgatar memórias e tradições através da narração de histórias é uma prática milenar. Minha monografia foi sobre o “Contador de histórias como mantenedor da cultura dos povos”. Portanto, falar em contação de histórias, literatura, incentivo à leitura, mediação de leitura, é falar sobre identidade. Apresentei a vocês a minha IDENTIDADE. [email protected] A importância da oralidade na formação do leitor O escritor Elias José avalia a questão da narrativa oral no âmbito escolar, de como seriam mais eficazes os programas de incentivo à leitura na sala de aula a partir do entendimento do processo que se desencadeia com a experiência narrativa: Penso que a educação seria mais interessante, envolvente, eficiente e divertida, se as escolas abrissem seus programas para deixar entrar neles muitas, muitas histórias, lidas ou contadas. Pela palavra falada e pelo poder da narrativa, estimulamos uma educação dialógica, lírica, poética e lúdica. As histórias deixam de ser patrimônio pessoal de quem lê ou conta e de quem ouve; passam a ser patrimônio cultural da humanidade. Essas experiências as quais se referem o autor estão intrinsecamente ligadas ao poder que a palavra exerce sobre as pessoas. A narrativa oral é uma arte possível de libertar emoções, desencadear processos criativos, sanar conflitos e superar dificuldades. Segundo José: “A narração é uma arte que diverte, educa, ensina, desperta a criança para o espírito ético, para a verdadeira cidadania e, sobretudo, estimula a leitura literária”. O professor como mediador de leitura deve atentar para o seu papel enquanto grande incentivador ao hábito de ler, tornando esse momento prazeroso. Assim sendo, a leitura não é somente a decodificação das palavras, é acima de tudo uma forma de enxergar o mundo e as leituras acerca do que veem enquanto sujeitos críticos.

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Page 1: Tessituras: apresentação de Rosane Castro

Apresentação

Contar minha experiência como leitora é relembrar os mediadores de leitura que encontrei

durante minha trajetória. Começando pela família, depois na escola, na universidade, nos

trabalhos e projetos realizados, pude compreender o papel social dos agentes mediadores de

leitura.

Falar em contação de histórias nos permite permear por dois universos, o atual e o passado.

Resgatar memórias e tradições através da narração de histórias é uma prática milenar. Minha

monografia foi sobre o “Contador de histórias como mantenedor da cultura dos povos”.

Portanto, falar em contação de histórias, literatura, incentivo à leitura, mediação de leitura, é

falar sobre identidade. Apresentei a vocês a minha IDENTIDADE.

[email protected]

A importância da oralidade na formação do leitor

O escritor Elias José avalia a questão da narrativa oral no âmbito escolar, de como

seriam mais eficazes os programas de incentivo à leitura na sala de aula a partir do

entendimento do processo que se desencadeia com a experiência narrativa:

Penso que a educação seria mais interessante, envolvente, eficiente e divertida, se as

escolas abrissem seus programas para deixar entrar neles muitas, muitas histórias,

lidas ou contadas. Pela palavra falada e pelo poder da narrativa, estimulamos uma

educação dialógica, lírica, poética e lúdica. As histórias deixam de ser patrimônio

pessoal de quem lê ou conta e de quem ouve; passam a ser patrimônio cultural da

humanidade.

Essas experiências as quais se referem o autor estão intrinsecamente ligadas ao poder

que a palavra exerce sobre as pessoas. A narrativa oral é uma arte possível de libertar emoções,

desencadear processos criativos, sanar conflitos e superar dificuldades. Segundo José: “A

narração é uma arte que diverte, educa, ensina, desperta a criança para o espírito ético, para a

verdadeira cidadania e, sobretudo, estimula a leitura literária”. O professor como mediador de

leitura deve atentar para o seu papel enquanto grande incentivador ao hábito de ler, tornando

esse momento prazeroso.

Assim sendo, a leitura não é somente a decodificação das palavras, é acima de tudo uma

forma de enxergar o mundo e as leituras acerca do que veem enquanto sujeitos críticos.

Page 2: Tessituras: apresentação de Rosane Castro

PIQUENIQUE DA LEITURA

Ação voluntária de incentivo à leitura.

O Piquenique da leitura iniciou em 11 de março

de 2012. Seu objetivo é fomentar o habito à

leitura através de troca-troca de livros, leituras

no local e doações. Todos os domingos um

grupo de voluntários e amigos se reúne na

praça central da cidade para promover o

encontro entre os livros e a comunidade. A

mediação entre os livros e os leitores se dá de

forma muito simples e acolhedora. As pessoas

são convidadas a se aproximarem do tapete

colorido e conhecer a proposta.

http://piqueniquedaleitura.wordpress.com/

SARAUS TEMÁTICOS

Os Saraus temáticos acontecem desde 2006 e não

há uma regularidade quanto às datas. O objetivo é

promover o encontro das múltiplas artes. Cultura

africana, árabe, nordestina, foram algumas das

temáticas dos nossos encontros. Música, teatro de

bonecos, exposições visuais, contação de histórias,

livros de literatura sobre a cultura do país em

destaque e culinária, são algumas das atividades

oferecidas no Sarau.

http://cenamultiarte.wordpress.com/

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

Ouvir uma história, contá-la e recontá-la durante muitos anos, foi uma maneira

Page 3: Tessituras: apresentação de Rosane Castro

de preservar os acontecimentos e manter viva a história dos povos. Portanto, contar histórias é uma necessidade inerente ao homem. Sendo uma necessidade, o ato de contar histórias não se limita apenas ao público infantil, é para todas as idades.

Bebês podem e devem ouvir histórias

Contar é um ato de amor

Repertório de histórias para os jovens

Adultos se divertem ouvindo histórias

“A história tem o poder mágico de ligar as pessoas pelo fio da narrativa” – Elias José.

Portanto, crianças e adultos estão ligados intrinsecamente pela história que constroem

juntas, ensinamentos que só podem ser revelados a partir de narrativas memoráveis.

BISBILHOTECA

Com uma mala estilizada, cheia de livros, eu contava histórias na praça da cidade. Levava um toldo e alguns tapetes para que os ouvintes tivessem

Page 4: Tessituras: apresentação de Rosane Castro

um pouco de conforto. Também distribuíamos poemas:

“Poentando no parque”.

http://rosanecastro.com/

AO PÉ DO OUVIDO - Encontro de Contadores de Histórias

Em 2009, ocorreu o primeiro Ao pé do Ouvido.

Quatro anos consecutivos na cidade de Cachoeirinha – 2009/2012.

Dois anos consecutivos na cidade de Gravataí – 2012/2013.

Primeiro ano em Porto Alegre – Espaço Ler. Abril/2014.

http://encontroaopedoouvido.blogspot.com.br/

http://historiasaopedoouvido.blogspot.com.br/

O projeto intitulado: Criatividade e prevenção: O lúdico a serviço do real.

O envolvimento deu-se através da literatura, contação de histórias e técnicas de teatro, canalizando de forma lúdica todo o potencial para o aprendizado das crianças. O projeto contou ainda com uma visita à Feira do Livro de Porto Alegre. Os alunos puderam conhecer o escritor e ilustrador André Neves. A prerrogativa do projeto era exatamente proporcionar um contato positivo com a literatura através da oralidade e da identidade que se formula através

dela.

Page 5: Tessituras: apresentação de Rosane Castro

Oficina Criatividade e prevenção: O lúdico a serviço do real

“Curumim: literatura e arte” foi o título de outro projeto. O objetivo era apresentar a cultura indígena, suas lendas e mitos através na narração oral. O projeto atendeu aproximadamente 200 crianças de várias escolas municipais da cidade de Cachoeirinha. O projeto realizado em parceria com a Câmara Rio-Grandense do Livro e a Secretaria Municipal de Cultura, distribuiu para cada criança um exemplar do livro “Ana e Júlio nos sete povos das missões”. As crianças, acompanhadas de seus professores, iam ao Espaço Cultural Casa do Leite e participavam de uma sessão de contação de histórias indígenas, ouviam músicas da cultura e também assistiam uma apresentação de teatro de sombras que ilustrava a narração. Após a sessão as crianças aprendiam as técnicas utilizadas no teatro de sombras e muitas professoras adotaram essa dinâmica em sala de aula para contribuir no aprendizado de seus alunos.

O projeto também circulou por algumas escolas municipais e atingiu um público diversificado de alunos. Histórias como a lenda da Obirici, Sepé Tiaraju tornaram-se conhecidas e alunos de ensino médio identificaram o monumento à Obirici no passo da areia em Porto Alegre.

Para conhecerem meu trabalho como escritora acesse o site: http://rosanecastro.com/