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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL ARQUITETURA E URBANISMO VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS HÍDRICOS DA BACIA DO RIO JAGUARI NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA LUCIANA CARLA FERREIRA DE SOUZA CAMPINAS FEVEREIRO DE 2005

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL ARQUITETURA E

URBANISMO

VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS HÍDRICOS DA BACIA

DO RIO JAGUARI NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA

LUCIANA CARLA FERREIRA DE SOUZA

CAMPINAS

FEVEREIRO DE 2005

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ii

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL ARQUITETURA E

URBANISMO

VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS HÍDRICOS DA BACIA

DO RIO JAGUARI NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA

LUCIANA CARLA FERREIRA DE SOUZA

ORIENTADOR: Prof. Dr. DIRCEU BRASIL VIEIRA

Dissertação de Mestrado apresentada à Comissão de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, na área de concentração de Recursos Hídricos

CAMPINAS FEVEREIRO DE 2005

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iii

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP

So89v

Souza, Luciana Carla Ferreira de Verificação de parâmetros hídricos da Bacia do Rio Jaguari no município de Jaguariúna / Luciana Carla Ferreira de Souza.--Campinas, SP: [s.n.], 2005. Orientador: Dirceu Brasil Vieira. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. 1. Bacias hidrográficas. 2. Estações hidrográficas. 3. Recursos hídricos - Desenvolvimento. 4. Água-Qualidade. I. Vieira, Dirceu Brasil. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. III. Título.

Título em Inglês: The verification of hydric parameters in the Jaguari

river’s Basin in Jaguariuna county. Palavras-chave em Inglês: Hydrographic basin, Watershed, Hidrology

regionalization, Water resources development e Water quality

Área de concentração: Recursos Hídricos. Titulação: Mestre em Engenharia Civil Banca examinadora: Ronaldo Stefanutti e Silvana Moreira Data da defesa: 28/02/2005

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v

Dedicatória:

Aos meus pais Luciano e Carlota

Com carinho e gratidão

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vi

Agradecimentos

A Santíssima Trindade e a Nossa Senhora Desatadora dos Nós.

Ao Prof. Dr. Dirceu Brasil Vieira, pela confiança depositada, incentivo e orientação.

Ao meu irmão Dr. Rodrigo Augusto Ferreira de Souza pela grande ajuda e orientação.

Aos membros da banca de qualificação, Prof. Dr. Edson J. A. Nour e ao Prof. Dr. Ronaldo

Stefanutti, pelas suas grandes orientações.

Ao amigo Marcelo Balbino do Laboratório de Hidrologia do departamento de Recursos

Hídricos, FEC-UNICAMP

A amiga Paula Mendes, da secretaria de pós-graduação da faculdade de Engenharia Civil-

Universidade Estadual de Campinas, pela carinho e orientação.

Aos meus pais Luciano e Carlota pelo carinho e compreensão.

As tias Leda, Zélia e Eliana, por todas as orações.

MUITO OBRIGADO !

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vii

SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................... ix LISTA DE TABELAS.............................................................................................. xi RESUMO................................................................................................................... xiii ABSTRACT............................................................................................................... xiv 1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 1 2 OBJETIVO............................................................................................... 3 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................ 4 3.1 Os recursos hídricos no Brasil.................................................................... 4 3.2 O gerenciamento dos recursos hídricos no Estado de São Paulo............... 6 3.3 Desenvolvimento sustentável e recursos hídricos...................................... 9 3.4 Planejamento e gestão dos recursos hídricos............................................. 11 3.5 Demanda de recursos hídricos.................................................................... 14 3.6 Sistema Cantareira...................................................................................... 17 3.7 Vazão de estiagem...................................................................................... 19 3.8 Vazão de enchente...................................................................................... 21 3.9 Regionalização Hidrológica....................................................................... 22 3.10 Indicadores de sustentabilidade do uso dos recursos hídricos................... 22 3.11 Bacia do Jaguari......................................................................................... 23 3.11.1 Ocupação da Bacia do Jaguari................................................................... 26 3.12 Uso da água................................................................................................ 29 3.12.1 Abastecimento público............................................................................... 29 3.12.2 Abastecimento industrial........................................................................... 33 3.12.3 Irrigação..................................................................................................... 35 3.13 Municípios de Jaguariúna, Cosmópolis e Morungaba............................... 37 3.13.1 Município de Jaguariúna............................................................................ 37 3.13.2 Município de Cosmópolis.......................................................................... 39 3.13.3 Município de Morungaba........................................................................... 41 4 METODOLOGIA.................................................................................... 43 4.1 Caracterização da bacia hidrográfica......................................................... 43 4.1.1 Isolamento da bacia hidrográfica............................................................... 43 4.2 Características Morfológicas..................................................................... 43 4.2.1 Forma da bacia........................................................................................... 43 4.2.1.1 Coeficiente de compacidade....................................................................... 44 4.2.1.2 Fator de forma............................................................................................ 44 4.2.3 Sistema de drenagem................................................................................. 45 4.2.4 Densidade de drenagem............................................................................. 45 4.2.3.2 Extensão Média do escoamento superficial............................................... 46 4.2.3.3 Sinuosidade do curso d’água...................................................................... 46 4.3 Estudo qualitativo de água......................................................................... 47 4.4 Vazão......................................................................................................... 48 4.4.1 Medição da vazão pelo método do molinete.............................................. 50 4.4.2 Método de transferência espacial de informação....................................... 51 4.4.3 Vazão mínima............................................................................................ 51

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viii

4.4.4 Vazão de enchente...................................................................................... 54 4.5 Aplicação da metodologia dos indicadores de sustentabilidade dos

recursos hídricos.........................................................................................

56 4.5.1 Densidade Demográfica............................................................................. 56 4.5.2 Índice de urbanização................................................................................. 57 4.5.3 Índice de cobertura vegetal natural............................................................ 57 4.5.4 Índice de reflorestamento........................................................................... 57 4.5.5 Índice de consumo efetivo de água per capita............................................ 57 4.5.6 Índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas

naturais Q7,10 e Q95%...................................................................................

58 4.5.7 Índice de atendimento por coleta de esgotos.............................................. 58 4.5.8 Índice de atendimento por tratamento de esgotos...................................... 58 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................... 59 5.1 Localização da Bacia do Jaguari................................................................ 59 5.2 Caracterização da bacia hidrográfica......................................................... 64 5.2.1 Isolamento da bacia hidrográfica............................................................... 64 5.3 Características morfológica........................................................................ 65 5.4 Estudo qualitativo da água......................................................................... 67 5.5 Vazões........................................................................................................ 70 5.6 Vazão mínima............................................................................................ 73 5.7 Vazão de enchente..................................................................................... 74 5.8 Vazões e parâmetros.................................................................................. 76 5.8.1 pH............................................................................................................... 76 5.8.2 Temperatura............................................................................................... 77 5.8.3 Condutividade............................................................................................. 78 5.8.4 Oxigênio Dissolvido................................................................................... 79 5.8.5 Demanda Química de Oxigênio................................................................. 80 5.8.6 Demanda Bioquímica de Oxigênio............................................................ 82 5.8.7 Coliforme Total.......................................................................................... 84 5.8.8 Coliforme Fecal.......................................................................................... 86 5.9 Aplicação da metodologia dos indicadores de sustentabilidade dos

recursos hídricos.........................................................................................

88 5.9.1 Densidade demográfica.............................................................................. 88 5.9.2 Índice de urbanização................................................................................. 89 5.9.3 Índice de cobertura vegetal natural............................................................. 91 5.9.4 Índice de reflorestamento........................................................................... 92 5.9.5 Índice de consumo efetivo de água per capita............................................ 93 5.9.6 Índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas

naturais Q7,10 e Q95%...................................................................................

95 5.9.7 Índice de atendimento por coleta de esgotos.............................................. 96 5.9.8 Índice de atendimento por tratamento de esgotos...................................... 97 6 CONCLUSÕES......................................................................................... 98 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 100 ANEXO I.................................................................................................................... 110 ANEXO II.................................................................................................................. 123 ANEXO III................................................................................................................. 134

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ix

LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 - Esquema do Sistema Cantareira (Departamento de Água e Energia

Elétrica).....................................................................................................

17

Figura 3.2 - Perfil do Sistema Cantareira (Departamento de Água e Energia Elétrica 18

Figura 3.3 Delimitação da Bacia do Jaguari e seus Municípios (Consórcio

Intermunicipal das Bacias do Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí).........

24

Figura 4.1 Ponto de coleta para análise da qualidade da água................................... 48

Figura 4.2 Vista aérea do ponto de medição de vazão (Ponte Maria Fumaça).......... 49

Figura 4.3 Ponte de medição de vazão (Ponte Maria Fumaça).................................. 49

Figura 5.1 Imagem do satélite TM Landsat da bacia do rio Jaguari.......................... 59

Figura 5.2 Bacia do Jaguari com seus principais corpos d’água e seus tributários... 60

Figura 5.3 Representação do uso e ocupação do solo................................................ 61

Figura 5.4 Representação da utilização das áreas, na Bacia do Jaguari..................... 62

Figura 5.5 Classificação das cotas altimétricas......................................................... 63

Figura 5.6 Comparativos das vazões e o parâmetro de pH medidos em Jaguariúna

no ano 2003 e 2004 ..................................................................................

76

Figura 5.7 Comparativos das vazões e o parâmetro de temperatura medidos em

Jaguariúna no ano 2003 e 2004................................................................

77

Figura 5.8 Comparativos das vazões e o parâmetro de condutividade medidos em

Jaguariúna no ano de 2003 e 2004...........................................................

78

Figura 5.9 Comparativos das vazões e o parâmetro de oxigênio dissolvido

medidos em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004.......................................

79

Figura 5.10 Comparativos das vazões e o parâmetro de demanda química de

oxigênio medidos em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004........................

80

Figura 5.11 Comparativos das vazões e o parâmetro de demanda bioquímica de

oxigênio medidos em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004........................

82

Figura 5.12 Comparativos das vazões e o parâmetro de coliformes totais medidos

em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004.....................................................

84

Figura 5.13 Comparativos das vazões e o parâmetro de coliformes fecais medidos

em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004......................................................

86

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x

Figura 5.14 Densidade demográfica............................................................................ 89

Figura 5.15 Índice de urbanização............................................................................... 90

Figura 5.16 Índice de cobertura vegetal natural........................................................... 92

Figura 5.17 Índice de reflorestamento......................................................................... 93

Figura 5.18 Índice de consumo efetivo de água per capita.......................................... 94

Figura 5.19 Índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas.......... 95

Figura 5.20 Índice de atendimento por coleta de esgotos............................................ 96

Figura 5.21 Índice de atendimento por tratamento de esgotos.................................... 97

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xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 População residente nos municípios da bacia do Jaguari........................ 28

Tabela 3.2 Taxa de crescimento anual da população (em %)................................... 30

Tabela 3.3 Taxa de Urbanização (em %).................................................................. 31

Tabela 3.4 Índice de Atendimento de Abastecimento de Água................................ 32

Tabela 3.5 Números de industrias na bacia do Jaguari............................................. 33

Tabela 3.6 Maiores consumidores industriais de água na bacia do Jaguari.............. 34

Tabela 3.7 Demandas para o abastecimento industrial (m3/s).................................. 34

Tabela 3.8 Número de irrigantes na bacia do rio Jaguari.......................................... 36

Tabela 5.1 Área de drenagem da bacia 1, bacia 2 e bacia 3...................................... 64

Tabela 5.2 Características morfológicas da bacia 1.................................................. 65

Tabela 5.3 Características morfológicas da bacia 2.................................................. 66

Tabela 5.4 Características morfológicas da bacia 3.................................................. 66

Tabela 5.5 Parâmetros qualitativos do rio Jaguari no município de Jaguariúna no

ano de 2003.............................................................................................

67

Tabela 5.6 Parâmetros qualitativos do rio Jaguari no município de Jaguariúna no

ano de 2004.............................................................................................

68

Tabela 5.7 Vazões medidas e vazões calculadas no município de Jaguariúna......... 70

Tabela 5.8 Comparativo das vazões específicas dos municípios de Morungaba,

Jaguariúna e Cosmópolis........................................................................

71

Tabela 5.9 Vazão mínima dos municípios de Morungaba, Jaguariúna e

Cosmópolis.............................................................................................

73

Tabela 5.10 Vazão específica em relação a Q 7,10 e Q95%........................................... 73

Tabela 5.11 Vazão máxima pelo método de Log de Pearson Tipo III........................ 74

Tabela 5.12 Vazão máxima pelo método de Gumbel................................................. 75

Tabela 5.13 Densidade demográfica........................................................................... 88

Tabela 5.14 Índice de urbanização.............................................................................. 90

Tabela 5.15 índice de cobertura vegetal natural.......................................................... 91

Tabela 5.16 Índice de Reflorestamento....................................................................... 92

Tabela 5.17 :índice de consumo efetivo de água per capita........................................ 94

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xii

Tabela 5.18 Captação urbana (m3/s), disponibilidade hídricas Q7,10 e Q95% (m3/s) e

respectivos índices..................................................................................

95

Tabela 5.19 Índice de atendimento por coleta de esgotos........................................... 96

Tabela 5.20 Índice de atendimento por tratamento de esgotos 97

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xiii

RESUMO

VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO JAGUARI NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA

A demanda crescente dos recursos hídricos, requer o desenvolvimento de

mecanismos eficazes para o gerenciamento desses recursos. A implantação de diretrizes de

gestão de recursos hídricos necessita de instrumentos práticos e eficazes, para auxiliar a

tomada de decisões. Neste trabalho, se propõe como instrumento de auxílio em gestão de

recursos hídricos, o estudo através de escalas de bacias hidrográficas, possibilitando a

integração dos fatores que condicionam a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos,

com seus respectivos condicionamentos físicos e antrópicos. Dessa forma, o principal

objetivo desse trabalho, é a regionalização hidrológica obtida através do processo da

transferência de informações de estações fluviométricas, para locais intermediários

desprovidos de informação. O processo requer informações fluviométricas de estações

situadas à montante e à jusante, do local objeto de estudo. Paralelamente à transferência das

informações obtidas das estações fluviométricas localizadas à montante e à jusante do local

de estudo, foram feitas em campo, medidas de vazões pelo método do molinete e realizadas

análises qualitativas da água do local de medição, com o objetivo de levantar dados que

permitissem a comparação dos resultados. Comparados os resultados, verificou-se que

embora obtidos por diferentes processos, eles apresentavam uma boa proximidade. Essa

proximidade de resultados comprova a adequabilidade da proposta de estudo das bacias

hidrográficas, com base na transferência de informações, para fins de diagnóstico da área

da bacia.

Palavras Chaves: Bacia hidrográfica, gestão de recursos hídricos, regionalização

hidrológica e qualidade de água.

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xiv

ABSTRACT

The verification of the hydric parameters in the Jaguari River´s Basin in

Jaguariuna County

The increasing demand of the hydric resources requires the development of efficient

mechanisms to the management of those resources. The implantation of hydric resources

management guidelines needs practical and efficient instruments to help when taking

decisions. In this research it is proposed, as an auxiliary instrument in the hydric resources

management, the study through the scales of the hydrographic basins which makes possible

the integration of the factors that condition the quality and quantity of the hydric resources

with their respective physical and antropic conditioning . Thus , the main objective of this

research is the hydrologic regionalization, obtained by the transference information process

from streamflow stations to intermediate sites with no information. The process requires

information streamflow of stations set at the downstream and at the upstream of the place

object of the study . Besides the transference of information obtained from the streamflow

stations set at the downstream and at the upstream of the researched place, it was also done,

in field, the measurement of the flows by the windlass method and a qualitative analysis of

the water from the place where the measurement took place, with the objective of gathering

data that allowed the comparison of the results. When comparing the results it was possible

to find out that, although, the results have been obtained by different processes, they were

very close. The similar results prove the suitableness of the hydrographic basin´s study

proposal based on the information transference , focusing the diagnosis of the basin´s area .

Key Words: hydrographic basin, water resources management, hydrology regionalization,

water quality

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1

1 - INTRODUÇÃO

Os estudos dos recursos naturais são determinados pela escala de bacias

hidrográficas. Essa escala é uma unidade de paisagem capaz de integrar todos os

componentes que estão relacionados com a qualidade e quantidade de água, tais como,

atmosfera, cobertura vegetal, solos, geologia e paisagem circundante (Rocha , 1989).

A bacia hidrográfica é uma área definida e fechada topograficamente, drenada por

um curso d´água ou um sistema conectado de cursos d’água, de forma que a vazão afluente

possa ser medida ou descarregada através de uma simples saída..

Este estudo, em escala de bacia hidrográfica, possibilita a integração dos fatores que

condicionam a qualidade e quantidade dos recursos hídricos com seus condicionamentos

físicos e antrópicos, além de demonstrar perfeita compatibilidade com as políticas

relacionadas à conservação do solo e à gestão dos recursos hídricos (Prochnow, 1985).

Os tipos de cobertura e de uso da bacia hidrográfica, constituem partes importantes

do estudo e uma referência para avaliação do comportamento hidrológico da bacia. A

tendência, cada vez mais acentuada, de ocupação de todas as partes do globo pelo homem

para aproveitar os materiais disponíveis, faz com que o tipo de cobertura do terreno de uma

bacia se modifique, em alguns casos substancialmente, alterando as características da bacia

no tempo (Garcez & Alvarez 1988).

Quando áreas geográficas estão ameaçadas de escassez de água, o homem é

obrigado a desenvolver esforços para conhecer esse recurso natural, visando um melhor

aproveitamento desse recurso vital à sobrevivência - a água (Silva Junior, 1990).

Numa bacia hidrográfica, qualquer ação exercida em um determinado ponto, por

menor que seja, pode repercutir a quilômetros de distância. Todos os componentes das

bacias hidrográficas encontram-se interligados e os rios são os veículos dessa integração.

Devido a essa interligação natural, as bacias hidrográficas são excelentes unidades de

planejamento e gerenciamento. A menor unidade de administração para propósito de

planejamento e gerenciamento é o município. Um município pode conter várias bacias

hidrográficas pequenas e por outro lado, uma bacia de drenagem maior, poderá abranger

vários municípios. As bacias hidrográficas são como unidades físico-territoriais para fins de

planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. De modo que, realizando-se um

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2

diagnóstico da região, levantando suas características e seus principais problemas,

constitui-se todo tipo de informação sobre a bacia.

A proteção dos recursos hídricos depende fundamentalmente de medidas

disciplinadoras do uso do solo na bacia. Há necessidade de uma concepção do

planejamento dos recursos hídricos, definindo os objetivos, as medidas de eficiência,

identificação de planos alternativos, hierarquização das alternativas e a seleção da melhor

alternativa (Herman, 1983).

A qualidade final da água no rio ou lago, reflete necessariamente as atividades que

são desenvolvidas em toda a bacia, cada um dos usos do seu espaço físico, produzindo

assim um efeito específico e característico (Porto,1991).

As intensas transformações ambientais decorrentes do grande desenvolvimento

econômico da bacia do rio Jaguari, aliado à reversão de água da bacia do Piracicaba pelo

sistema Cantareira, constituem novos desafios para gestores dos escassos recursos hídricos.

Nesse contexto, conhecer o quadro sócio-ambiental e as condições hídricas, são passos

imprescindíveis para o estabelecimento das prioridades de uso da água e das metas, que têm

como objetivo manter o equilíbrio ecológico dos corpos d`água.

Neste contexto, procurou-se direcionar o trabalho para análise de ferramentas de

auxílio à tomada de decisão para o planejamento e a gestão dos recursos hídricos. Para isso

utilizou-se um estudo quantitativo e qualitativo, visando auxiliar as ações de proteção,

recuperação e conservação de recursos hídricos. Para tanto, definiu-se como objeto do

estudo as vazões do rio Jaguari medidas no município de Jaguariúna, comparadas com as

vazões obtidas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), resultantes de

medições nos municípios de Morungaba e Cosmópolis, que pertencem à mesma bacia

hidrográfica bacia do Rio Jaguari.

Portanto, dentro da bacia do Jaguari foram isoladas 3 seções: uma seção em

Jaguariúna, uma seção à montante em Morungaba e uma seção à jusante em Cosmópolis.

Através de dados fluviométricos conhecidos, obtidos nos municípios de Morungaba e

Cosmópolis, foram calculados os dados fluviométricos através da transferência de

informação, para a seção de Jaguariúna.

A partir de 1970, ocorreu um grande desenvolvimento econômico e demográfico da

região em estudo, que passou a ter um papel marcante em termos de concentração da

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3

atividade industrial e de concentração populacional. O processo de ocupação dessa região é

marcado pela sua localização estratégica e também por suas características ambientais, que

favorecem o desenvolvimento agrícola e industrial e a conseqüente centralização destas

atividades econômicas.

A grande concentração populacional e o crescimento econômico acentuado,

provocaram fortes alterações físicas, biológicas e químicas da água disponível, devido à

utilização diversificada e a contaminação por despejos. Por outro lado, a reversão de cerca

de 31 m3/s de água pelo Sistema Cantareira na década de setenta, destinados ao

abastecimento da região metropolitana de São Paulo, gerou uma escassez da água na bacia

do rio Jaguari, que aliada à degradação ambiental, ao crescimento econômico desordenado

e aos desperdícios generalizados, evidenciam a importância de estudos voltados para a

preservação e gestão de recursos hídricos.

2 – OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo estudar quantitativamente e qualitativamente

o rio Jaguari em uma seção localizada na cidade de Jaguariúna e, paralelamente, verificar

de que forma esses resultados poderão estar afetando o desenvolvimento da região,

especialmente, na interferência da degradação hídrica da bacia.

Os dados coletados no campo, foram comparados com os obtidos nas Estações

Fluviométricas operadas pelo DAEE, localizadas à montante de Jaguariúna (Estação 3D-

009 Buenópolis, em Morungaba) e à jusante (Estação 4D-001 Usina Ester, em

Cosmópolis), que dispõem de ampla série de dados e, dessa forma, estabelecer correlações

desses parâmetros com o uso e ocupação do solo, visando levantar subsídios que

fundamentem o planejamento e a racionalização do uso da água.

Portanto, através de duas seções conhecidas, uma à montante e uma à jusante que

dispunham de ampla série de dados, foi feita uma regionalização hidrológica que é o

processo de transferência de informações para uma seção que não contenha dados. Os

resultados de transferência de informação foram comparados com os dados resultantes das

medições em campo, na seção de Jaguariúna e também com os resultados das análises de

qualidade de água efetuadas.

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4

3-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 - Os Recursos Hídricos no Brasil

A água é essencial à vida tanto animal como vegetal. Indispensável para o ser

humano, quer para consumo próprio, quer para o desenvolvimento de atividades industriais

e agrícolas. Embora a maior parte do planeta seja coberta com água, nas últimas décadas, a

humanidade vem se defrontando com uma série de problemas ambientais, quase todos

direta ou indiretamente ligados com o tema água. As preocupações com o ambiente e, em

particular com a água, adquirem especial importância, pois as demandas estão se tornando

cada vez maiores, sob o impacto do crescimento acelerado da população e do maior uso da

água, imposto pelos padrões de conforto e bem estar da vida moderna. A qualidade das

águas da terra (nos rios, lagos naturais e represas), vem sendo degradada de uma maneira

alarmante e esse processo pode ser irreversível, principalmente, nas áreas mais densamente

povoadas dos países emergentes como o Brasil (Rebouças, Braga e Tundisi 1999).

As conseqüências do processo inadequado de crescimento são as alterações nas

características do meio natural, pois a ocupação do ambiente natural ocorre geralmente,

com a remoção da cobertura vegetal. O desmatamento, quando feito de forma inadequada,

resulta em vários impactos ambientais, tais como: modificações climáticas, danos à flora e

à fauna, descobrimento do solo e remoção da camada fértil, assoreamento dos recursos

hídricos, aumento do escoamento superficial da água, redução das infiltrações e erosão

(Mota, 1999).

Conforme citam Rebouças, Braga e Tundisi (1999), o critério mundial de

classificação ambiental das águas da terra designa como água doce, aquela que pode ser

utilizada mais facilmente para abastecimento público, apresentando salinidade inferior a

1000 mg/l, ou mais propriamente, teor de Sólidos Totais Dissolvidos (STD), pois as

substâncias em solução não são, necessariamente, sais. Estas águas ocorrem nas porções de

terras emersas (os continentes, as ilhas e similares) fluindo pelos rios, riachos, córregos,

formando geleiras, depósitos subterrâneos, enchendo lagoas, lagos, represas ou açudes,

formando pantanais ou encharcados, sendo por isso também chamados de água interiores.

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A partir da Revolução Industrial, o crescimento desordenado e localizado das

demandas, associado aos processos de degradação da qualidade da água, vem acarretando

sérios problemas de escassez, com características quantitativas e/ou qualitativas e, portanto,

conflitos de uso, até mesmo nas regiões naturais com excedente hídrico. A intensificação

das atividades humanas e o adensamento populacional também são responsáveis pela

poluição. O disciplinamento do uso e ocupação da terra deve ser observado para que se

tenha a preservação do meio ambiente, ou seja, uma medida preventiva contra a poluição

(Rebouças, Braga e Tundisi 1999).

Em seqüência ao período industrial, os fenômenos sociais, políticos e econômicos

foram demasiadamente intensificados e, em decorrência desses fenômenos, houve uma

grande reflexão sobre os meios físicos, sociais e biológicos. Esses fenômenos interagem

conjuntamente, causando impactos ambientais significativos e gerando graves mudanças no

equilíbrio do ecossistema (Negri,1988).

A qualidade final da água no rio, no lago, na represa ou aqüífero subterrâneo,

depende necessariamente das atividades que são desenvolvidos em todo a bacia

hidrográfica, cada atividade produzindo um efeito específico e característico (Porto, 1991).

No Brasil, a gestão de recursos hídricos está em fase de reformulação de seus

instrumentos para atender as exigências impostas pela lei n° 9.433, de 7 de Janeiro de 1997.

Entre outros aspectos, essa lei instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do

artigo 21 da Constituição Federal, impondo uma nova abordagem à questão água. Dessa

forma, esse líquido passa a ser focalizado como um recurso natural limitado e dotado de

valor econômico. Esse novo “modelo de gestão” dos recursos hídricos, fundamentado na

gestão descentralizada e participativa, requer novos instrumentos operacionais, além do

amadurecimento cultural e político da sociedade (Pompermayer, 2003).

Essa Lei estabelece que a Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos

seguintes fundamentos: a água é um bem de domínio público; a água é um recurso natural

limitado e dotado de valor econômico; em situações de escassez, o uso prioritário dos

recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; a gestão dos recursos

hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; a bacia hidrográfica é a

unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação

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do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; a gestão dos recursos

hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos

usuários e das comunidades. Esta Lei também estabelece as diretrizes de gestão sistemática

dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade; a adequação

da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas,

sociais e culturais das diversas regiões do País; a integração da gestão de recursos hídricos

com a gestão ambiental; a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos

setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional; a articulação da

gestão de recursos hídricos com a do uso do solo; a integração da gestão das bacias

hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.

3.2 – O Gerenciamento dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo

No estado de São Paulo os primeiros detalhes sobre gestão de recursos hídricos

ocorreram a partir de 1983, quando se realizou o I Encontro Nacional de Órgãos Gestores

de descentralização do DAEE, que proporcionou a criação de diretorias de Bacias

Hidrográficas (DAEE, 2001). Outro marco importante no gerenciamento, foi à instituição

do Conselho Estadual de Recursos hídricos (CRH) em 1987, constituído por titulares de

Secretarias do Estado, encarregado de propor a estruturação de um Sistema Integrado de

Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SIGRH) e a elaboração do Plano Estadual de

Recursos Hídricos (PERH). Posteriormente sua constituição foi modificada e adaptada às

disposições da Lei 7663/91, incluindo a participação de prefeitos municipais e

representantes da sociedade civil (DAEE, 2001).

A Lei nº 7.663 de 30 de Dezembro de 1991 estabeleceu os objetivos, princípios,

diretrizes e instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos, que fundamentou o

gerenciamento descentralizado, integrado e participativo, adotando a bacia hidrográfica

como unidade físico-territorial de planejamento e gerenciamento e reconheceu a água como

um bem público de valor econômico, defendendo o princípio “usuário-pagador” (CBH-

PCJ, 1996 ).

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No Plano Estadual de Recursos Hídricos 2000-2003 do Estado de São Paulo, a

gestão de recursos hídricos é o conjunto de ações que visam o aproveitamento múltiplo e

racional dos recursos hídricos com o atendimento satisfatório de todos os usos e usuários,

em quantidade e padrões de qualidade. Essas ações visam o controle, a conservação, a

proteção e recuperação desses recursos com distribuição eqüitativa dos custos entre

usuários e beneficiários (DAEE 2001).

Os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) no Estado de São Paulo vêm

ganhando, nos últimos anos, ampliadas dimensões com a implantação progressiva da Lei

7.663/91, que prevê a criação descentralizada de CBHs em todo o estado. De composição

tripartite (Estado, Município e Sociedade Civil), os CBHs tem por função a elaboração dos

Planos de Bacia e Relatórios de Situação, e, em regiões onde os conflitos da água são mais

presentes, poderá ocorrer à implantação das chamadas Agências de Bacias, que terão o

encargo de gerenciar a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, bem como a administração

e aplicação desses recursos nas próprias bacias onde serão arrecadados (Morandi e Gil,

2000).

Paralelamente à criação dos Comitês, o governo Federal tem incentivado iniciativas

locais, tais como a formação de Consórcios Intermunicipais de Bacias Hidrográficas. Estas

são iniciativas, onde os governos locais e os usuários estabelecem prioridades para o

desenvolvimento da bacia, com base nos princípios do desenvolvimento sustentável. Como

exemplo de experiência de gestão internacional de recursos hídricos, é importante

mencionar a criação do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba e

Capivari, no Estado de São Paulo. Em 1989, 12 prefeitos reuniram-se e criaram o referido

Consórcio Intermunicipal, com o objetivo de promover a recuperação e proteção de

mananciais. Essa organização reúne atualmente 38 municípios e 20 empresas privadas,

sendo considerada a associação de usuários de recursos hídricos mais bem estruturado do

país (Pompermayer, 2003).

O Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH –

PCJ) foi criado pela Lei nº 7663, de 30 de Dezembro de 1991, é um órgão colegiado

consultivo e deliberativo, de nível regional e estratégico do Sistema Integrado de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIGRH), com sua atuação nas Bacias Hidrográficas

dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e essas bacias formam a Unidade de Gerenciamento

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de Recursos Hídricos nº 5 (UGRH 5) que foi criado pela Lei Estadual nº 9.034, de 27 de

Dezembro de 1994. Esse Comitê foi o primeiro comitê de bacia do Estado de São Paulo e

sua criação constituiu um marco histórico de novos rumos à gestão descentralizada e

participativa de recursos hídricos, do estado de São Paulo (Pompermayer, 2003).

A CETESB - Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo - é a

agência do Governo do estado de São Paulo responsável pelo controle, fiscalização,

monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, com a preocupação

fundamental de preservar e recuperar a qualidade das águas, do ar e do solo. Criada em 24

de Julho de 1968 pelo Decreto Nº 50.079, com a denominação inicial de Centro

Tecnológico de Saneamento Básico, incorporou a Superintendência de Saneamento

Ambiental – SUSAM , vinculado a Secretaria de Saúde, que, por sua vez, absorvera a

Comissão Intermunicipal de Controle da Poluição da Águas e do Ar – CICPAA que, desde

Agosto de 1960, atuava nos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São

Caetano do Sul e Mauá, na região do ABC da Grande São Paulo (CETESB, 2003).

A CETESB tornou-se um dos 16 centros de referência da Organização das Nações

Unidas - ONU para questões ambientais, atuando em estreita colaboração com os 184

países que integram esse organismo internacional. Tornou-se, também, uma das cinco

instituições mundiais da Organização Mundial de Saúde - OMS para questões de

abastecimento de água e saneamento, além de órgão de referência e consultoria do

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, para questões ligadas a

resíduos perigosos na América Latina (CETESB, 2003).

A Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), opera

sua rede de monitoramento de qualidade de água desde 1974, possuindo 99 pontos de

amostragem distribuídos em 29 bacias hidrográficas.

A rede mostra em todos os 99 pontos, com freqüência bimestral, 33 indicadores da

qualidade da água que são: Temperatura, pH, resíduo total, resíduo filtrável e não filtrável,

turbidez, oxigênio dissolvido, condutividade, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes

fecais, coliformes totais, nitrogênio total, nitrato, nitrito, amoniacal, Kjeldahl, fósforo total,

ortofosfato solúvel, ferro total, manganês, cloreto, surfactante, demanda química de

oxigênio, bário, cádmio, chumbo, cobre, cromo total, níquel, mercúrio, zinco e fenol.

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Os estudos da qualidade da água devem fornecer subsídios para avaliar as alterações

ambientais decorrentes das atividades humanas. Os sistemas de avaliação da quantidade de

água de um rio baseiam-se predominantemente em parâmetros físicos – químicos –

biológicos, através de definição de limites permissíveis baseados em medidas pontuais e

momentâneas.

O enquadramento dos corpos de água das sub-bacias da UGRH 5 é estabelecido

pelo Decreto Estadual no 10.755/77 e as classes de usos pelo Decreto Estadual n° 8.468/76.

Definem-se para as classes os seguintes usos:

• Classe 1 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico, sem tratamento prévio ou com

simples desinfecção.

• Classe 2 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional; à

irrigação de hortaliças e frutíferas; à recreação de contrato primário (natação e mergulho).

• Classe 3 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional; à

preservação de peixes em geral e de outros elementos da fauna e flora; a dessedentação de

animais.

• Classe 4 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento avançado; à

recreação; à harmonia paisagística; ao abastecimento industrial; à irrigação; e a usos menos

exigentes.

3.3 – Desenvolvimento Sustentável e Recursos Hídricos

O desenvolvimento é sustentável quando se prever as necessidades da geração atual

sem comprometer a habilidade de que as futuras gerações possam prover as suas. Entende-

se que a espécie humana deve utilizar os recursos naturais de forma a não alterar as atuais

condições de equilíbrio planetário, o qual depende do equilíbrio climático atual e da

biodiversidade existente, ou seja, evitando ou diminuindo mudanças climáticas de origem

antrópica e manter a preservação das espécies existentes (Rebouças, Braga e Tundisi 1999).

Nesse contexto, a demanda de água é um fator fundamental tanto para a manutenção

dos ecossistemas naturais como também para os ecossistemas produtivos identificados

como produtores de alimentos e fibras através de atividades humanas. Então, qualquer

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modificação na oferta natural de água, pela decorrência de mudanças climáticas, pode

trazer oscilações tanto no equilíbrio dinâmico dos ecossistemas naturais como na

produtividade agrícolas, causando sérias conseqüências econômicas e sociais. A água é um

fator limitante para o desenvolvimento sustentável, já que a vida animal e vegetal não se

desenvolvem na sua ausência e também é fundamental para as atividades industriais e para

produção de energia (Rebouças, Braga e Tundisi 1999).

O crescimento populacional acentuado e a decorrente intensificação das atividades

humanas, provocam alterações significativas nas características do meio natural. A

ocupação do ambiente natural ocorre geralmente com a remoção da cobertura vegetal, o

que pode acarretar sérios impactos ambientais, tais como: danos à fauna e à flora;

modificações climáticas; descobrimento do solo e remoção da camada fértil; aumento do

escoamento superficial da água, redução das infiltrações; erosão e assoreamento. O uso e

ocupação desordenados da terra, geralmente, geram poluição. Portanto, a utilização da

terra deve sempre ser feita, visando à conservação do meio ambiente e prevenindo a

poluição.

Para se assegurar desenvolvimento sustentável é indispensável que sejam

preservados os recursos hídricos, tanto em quantidade como em qualidade. Portanto, para

alcançá-lo, é imprescindível minimizar os efeitos de escassez da água e da poluição. Pois,

como sabemos, os desenvolvimentos da agricultura e da urbanização, estão estreitamente

ligados à oferta dos recursos hídricos (Rebouças, Braga e Tundisi 1999).

Segundo a Agenda 21, os problemas mais graves que afetam a qualidade dos corpos

d’água decorrem, em variados graus de importância, segundo as diferentes situações, de

tratamento inadequado de esgotos domésticos, de controle inadequado de efluentes

industriais, de perdas e destruição das bacias de captação, de localização inadequada de

indústrias, de desmatamento e de práticas agrícolas deficientes.

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3.4 – Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

De acordo com a Agenda 21, capítulo 18, “a escassez generalizada, a destruição

gradual e o agravamento da poluição dos recursos hídricos em muitas regiões do mundo, ao

lado da implantação progressiva de atividades incompatíveis, exigem o planejamento e

gestão integrada dos recursos hídricos”.

O controle da qualidade da água está associado a um planejamento global, ao nível

de toda a bacia hidrográfica. O uso crescente da água e a poluição gerada, contribuem para

agravar sua escassez e resulta na necessidade crescente do acompanhamento das alterações

da qualidade da água. Faz parte do gerenciamento dos recursos hídricos, o controle

ambiental, de forma a impedir que problemas decorrentes da poluição da água venham a

comprometer seu aproveitamento múltiplo e integrado, e de forma a colaborar para a

minimização dos impactos negativos ao meio ambiente.

A gestão de recursos hídricos é o conjunto de ações que visam o aproveitamento

múltiplo e racional dos recursos, com atendimento satisfatório de todos os usos e usuários,

em quantidade e padrões de qualidade. Essas ações visam, ainda, controle, conservação,

proteção e recuperação desses recursos, com distribuição eqüitativa dos custos entre

usuários e beneficiários (DAEE, 2001).

A disponibilidade quantitativa e qualitativa da água está em risco, tanto por ações da

própria natureza como principalmente pelo incremento da demanda em suas várias formas

e, em particular, pelo aumento da poluição hídrica que vem prejudicando o abastecimento

para fins de consumo humano (Juchem, 1999).

A expansão das redes de coleta de esgotos na maioria dos municípios da região das

bacias elevou consideravelmente a carga poluidora orgânica de origem doméstica e como

os índices de tratamento de esgoto são muito baixos, isto implicou num grande aumento da

carga poluidora despejada diretamente nos rios. Novamente verifica-se o paradoxo de que

quanto maiores os indicadores de qualidade de vida urbana, como a extensão do serviço de

coleta de esgotos, mais rapidamente se atinge o limite dos recursos naturais, como é o caso

dos recursos hídricos (Alves, 1997).

O monitoramento da qualidade e quantidade da água deve atender à necessidade de

se responder o que está sendo alterado e por que estas modificações estão ocorrendo. O

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gerenciamento da água precisa dessas respostas para que as ações tomadas sejam eficientes

na redução dos danos ao meio ambiente, atuais e futuros. É indispensável o estabelecimento

de formas de utilizar os dados coletados, para que o gestor dos recursos hídricos e a

sociedade possam, conhecer cada vez melhor, os processos da natureza.

Segundo Von Sperling (1996) a qualidade da água é resultado de fenômenos

naturais e da atuação do homem, ou seja, a qualidade de uma determinada água é função do

uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica e resulta da combinação de dois fatores:

1 – Condições naturais: mesmo com a bacia hidrográfica preservada nas suas

condições naturais, a qualidade das águas subterrâneas é afetada pelo escoamento

superficial e pela infiltração no solo, resultantes da precipitação atmosférica. O impacto nas

mesmas é dependente do contato da água em escoamento ou infiltração com as partículas,

substâncias e impurezas no solo. Assim, a incorporação de sólidos em suspensão ou

dissolvidos ocorre, mesmo na condição em que a bacia hidrográfica esteja totalmente

preservada em suas condições naturais. Neste caso, tem grande influência à cobertura

vegetal e a composição do solo.

2 – Interferência do homem: a interferência do homem, quer de uma forma

concentrada, como na geração de despejos domésticos ou industriais, quer de uma forma

dispersa, como na aplicação de defensivos agrícolas no solo, contribui para incorporação de

compostos a água, afetando sua qualidade. Portanto, a forma como o homem usa e ocupa o

solo, implica diretamente na qualidade da água.

Segundo Von Sperling (1996), o controle da qualidade da água está associado a um

planejamento global, ao nível de toda a bacia hidrográfica. A qualidade desejável para uma

determinada água é função do uso previsto, como:

1- A qualidade de uma água existente: função do uso e da ocupação do solo

na bacia hidrográfica;

2- Qualidade desejável para uma água: função do uso previsto para a água.

Os padrões de qualidade da água são utilizados para regulamentar e controlar os

níveis de qualidade a serem mantidos num corpo d’água, dependendo do uso a que ele está

destinado. A utilização de padrões de qualidade atendem a dois propósitos :

1- manter a qualidade do curso d’água ou definir uma meta a ser atingida e

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2- ser a base para definir os níveis de tratamento a serem adotados na bacia, de

modo que os efluentes lançados não alterem as características do curso d’água estabelecido

pelo padrão (Porto,1991).

No Brasil, o gerenciamento de recursos hídricos tem passado por um processo lento

de regulamentação. Mesmo assim, vários projetos de gestão integrada de bacias

hidrográficas foram implementados, contribuindo para um processo de gestão mais

estruturado e formalizado. Dentre esses, destacam-se dois projetos para o gerenciamento

integrado de bacia hidrográfica que são os das bacias do rio Paraíba do Sul e do rio Doce

(Pompermayer 2003).

A agenda 21 propõe ainda um programa de atividades, recomendado a todos os

países que, de acordo com seu potencial e disponibilidade de recursos, possam implementá-

lo quando for apropriado, devendo sua implementação contar com a cooperação das

organizações pertinentes. Ainda com relação à área de recursos hídricos, o Capítulo 18 da

Agenda 21, prevê áreas de programas para o setor de água doce. Entre essas áreas, a gestão

integrada dos usos de recursos hídricos, tem como princípio à “ percepção da água como

parte integrante do ecossistema e como um bem público de valor econômico, cuja

utilização deve ser cobrada, observados os aspectos de quantidade e qualidade e as

peculiaridades da bacia hidrográfica”.

A gestão integrada de recursos hídricos deve ser feita no âmbito da bacia ou sub-

bacia hidrográfica, visando as seguintes metas: elaborar planos de proteção, conservação e

uso racional dos recursos hídricos, com base nas necessidades e prioridades da

comunidade; implementar projetos ou programas adequados e eficientes, tanto socialmente

quanto economicamente, contemplando a participação do público e das comunidades

locais, no estabelecimento de políticas e tomadas de decisões; fortalecer ou implementar,

particularmente nos países em desenvolvimento, mecanismos institucionais, legais e

financeiros, assegurando que a política hídrica e sua implementação seja um propulsor para

o bem-estar social e o desenvolvimento econômico sustentável; e fortalecer as instituições

locais na implementação e manutenção de programas de saneamento e abastecimento de

água (Rebouças, Braga e Tundisi, 1999).

A condição fundamental para que a gestão dos recursos hídricos seja efetivamente

implantada é a motivação política, que faz prevalecer os interesses públicos sobre os

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interesses particulares e corporativistas. Havendo decisão política, motivada pela escassez

relativa de tais recursos, é possível planejar o seu aproveitamento e controle mediante a

implantação de obras e medidas recomendadas. (Barth e Pompeu,1987).

Há programas concebidos para a bacia que tem preocupação voltada ao controle do

uso dos recursos hídricos e divulgação de informação (monitoramento hidrológico), os

quais trazem como benefício o conhecimento em tempo real da situação de qualidade e

quantidade das águas na Bacia, permitindo extrapolações e tomadas de decisão. Isto poderá

se efetivar por meio de modelos, com interfaces que aproximem ainda mais o usuário, na

medida em que facilidades na manipulação e compreensão dos resultados sejam

desenvolvidas, objetivando maior rapidez na tomada de decisão. Esta medida é muito

necessária na implantação a nível operacional para o gerenciamento e projetos de

engenharia de sistemas de recursos hídricos (Barp, 1995).

Segundo Rodrigues 1995, o saneamento básico indica qualidade de vida no período

moderno e é condição indispensável à urbanização e/ou modernidade. Contudo, o que é

pouco analisado são as formas pelas quais o próprio processo de urbanização cria a

escassez, provoca a destruição e empobrece a qualidade de alguns recursos essenciais,

como a água e o ar atmosférico. A poluição das águas é um indicador do índice de

atividades produtivas/destrutivas mas que tem sido considerado apenas como “ desvio ” de

modelos de planejamento e desenvolvimento que esperam atingir o “desenvolvimento

idealizado”.

3.5 - Demanda de Recursos Hídricos

A água é fundamental para a manutenção da vida, razão pela qual é importante

saber como ela se distribui no nosso planeta, e como ela circula de um meio para o outro.

Da água disponível, apenas 0,8% pode ser utilizada mais facilmente para abastecimento

público. Desta pequena fração 0,8%, apenas 3% apresenta-se na forma de água superficial,

de extração mais fácil. Esses valores mostram a grande importância de se preservar os

recursos hídricos na terra, e de se evitar a contaminação da pequena fração mais facilmente

disponível (Von Sperling, 1996).

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A determinação das disponibilidades dos recursos hídricos em uma bacia

hidrográfica apresenta uma grande complexidade, em função das interações existentes entre

os diferentes fatores condicionantes do ciclo hidrológico, notadamente, os fatores físicos. A

compreensão dos mecanismos hidrológicos envolvidos entre os diferentes fatores, pode

possibilitar condições suficientes para a avaliação da dinâmica desses recursos.

Infelizmente, de forma geral a ocupação das terras no país se faz de maneira inadequada

que conduz invariavelmente as condições de instabilidade ambiental, como a erosão

acelerada do solo (Pinto, 1991).

A ocupação das terras no país de maneira inadequada, conduzindo a instabilidade

ambiental, tem promovido extensivamente o assoreamento, a poluição e a eutrofização das

águas superficiais, com prejuízo da quantidade e da qualidade dos recursos hídricos

(Weill,1999).

A qualidade da água é resultante de fenômenos naturais e da atuação do homem. De

maneira geral, pode-se dizer que a qualidade de uma determinada água é função do uso e da

ocupação do solo na bacia hidrográfica, ou seja, resultante da combinação dos fatores

condições naturais e interferência humana (Von Sperling, 1996).

Segundo Garcez & Alvarez (1988), as características topográficas, geológicas,

geomorfológicas, pedológicas e térmicas, bem como o tipo de cobertura da bacia,

desempenham papel essencial no seu comportamento hidrológico, sendo importante medir

numericamente algumas dessas influências.

Poluição das águas é a adição de substâncias ou de formas de energia que, direta ou

indiretamente, alterem a natureza do corpo d’ água de uma maneira tal que prejudique os

legítimos usos que dele são feitos (Von Sperling, 1996).

A água é um recurso natural renovável, mas a sua disponibilidade qualitativa e

quantitativa vem sofrendo grandes riscos, devido às ações da própria natureza, como

principalmente pelo aumento da poluição hídrica, a qual está prejudicando o abastecimento

para fins de consumo humano.

Os recursos hídricos no Estado de São Paulo com seu grande desenvolvimento

urbano e industrial, possui problemas típicos dos países desenvolvidos, sem contar com

mecanismos jurídicos e institucionais para enfrentá-lo (DAEE, 1990).

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A deteriorização da qualidade das águas superficiais na bacia, deve-se aos

lançamentos de esgotos “ in natura ” gerados pelas populações dos centros urbanos e os

efluentes industriais que, apesar de serem tratados, equivalem a uma carga poluidora

praticamente igual à de origem doméstica. Essa poluição, por sua vez, coloca em risco o

abastecimento de água da população.

O acesso à água potável, portanto, a um recurso natural transformado pelo uso, é um

indicador de “saneamento básico” ou de qualidade de vida. A extensão da rede de

abastecimento é, assim, ao mesmo tempo medida da possibilidade da urbanização e um

indicador de que o recurso “água” se torna cada vez mais escasso. As propostas de

intervenção não podem centrar-se apenas no problema – na sua aparência – ou seja, no

consumo final – mas nas causas que o criam, na sua essência. O cidadão ou citadino se vê

obrigado a consumir menos água ou então a pagar os custos de captar água em áreas cada

vez mais distantes dos grandes centros urbanos. Há que se analisar como uma medida de

progresso – por exemplo, as formas de abastecimento de água potável – contém em si sua

própria negação, pois quanto mais casas e indústrias, etc., necessitarem de abastecimento e,

dependendo da área de captação e de “retorno” das águas servidas, o “recurso natural-água”

torna cada vez mais escasso, raro e caro. O planejamento ambiental – para o meio ambiente

urbano – torna-se cada vez mais necessário para compreender as formas de captação e

distribuição de água e as formas pelas quais, cada vez mais, um recurso considerado

abundante e renovável acaba por ser mais raro e talvez até não renovável” (Rodrigues,

1995).

Segundo Barp (1995), a demanda de água se faz apenas pelos volumes retirados

para o consumo dos setores próprios da bacia, mas esta se soma aos volumes revertidos

para outras bacias. Como exemplo, citamos o caso do Sistema Cantareira que faz a reversão

do Médio Tietê para o Alto Tietê, para o abastecimento da cidade de São Paulo com uma

vazão de 31 m3/s.

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3.6 – Sistema Cantareira

Na década de 60, em função da necessidade de maior quantidade de água para a

região da cidade de São Paulo, foi criado o Sistema Cantareira. O Sistema é composto por

quatro grandes reservatórios na Bacia do rio Piracicaba, são eles: Jaguari, Cachoeira,

Atibainha e Juqueri. Esses reservatórios, interligados por túneis, permitem a transferência

para São Paulo, de 31 metros cúbicos de água por segundo.

Figura 3.1 – Esquema do Sistema Cantareira (Departamento de Água e Energia Elétrica)

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Figura 3.2 – Perfil do Sistema Cantareira ( Departamento de Água e Energia Elétrica)

As vazões dos rios Jaguari, Atibaia e Piracicaba, são afetadas pela operação desse

sistema que compreende 4 reservatórios localizados nas cabeceiras dos formadores do rio

Piracicaba (Jaguari, Jacareí, Atibainha e Cachoeira), e um reservatório situado na cabeceira

do rio Juqueri, fora da bacia do Piracicaba. Os reservatórios encontram-se interligados por

túneis e canais até a Estação de tratamento de Água do Guaraú, na cidade de São Paulo.

A vazão mínima do rio Piracicaba depende do sistema Cantareira, que foi projetado

para assegurar, em épocas de estiagem, a vazão mínima de 15m3/s em Paulínia no rio

Atibaia e 40 m3/s em Piracicaba no rio Piracicaba, de conformidade com os requisitos que

integram a concessão do Sistema Cantareira. Isso implica em uma contribuição mínima da

ordem de 25m3/s, por parte da sub-bacia do rio Jaguari.

A construção desse sistema teve início em 1965 e foi implantado em duas etapas. A

primeira compreendeu o aproveitamento dos rios Juqueri, Atibainha e Cachoeira, com

início de operações em 1975, fornecendo a vazão nominal de 11 m3/s para São Paulo. Em

1976 teve início às obras relativas à segunda etapa, compreendendo as barragens dos rios,

Jaguari e Jacareí, e que propiciaram a adução de 31 m3/s. A população atendida pelo

sistema integrado saltou da cifra de 60% da população presente em 1975 para 95% em

1984 (SABESP, 1989).

O sistema Cantareira é, sem dúvida, um dos maiores sistemas produtores de água do

mundo. Os seus reservatórios estão situados em diferentes níveis e são interligados de tal

maneira que desde do Jaguari e o Jacareí, as águas passam por gravidade pelos

reservatórios do Cachoeira, Atibainha e Juquerí, e chegam a estação elevatória de Santa

Inês, onde todo o volume produzido é bombeado para o reservatório de águas Claras,

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construído no alto da Serra da Cantareira. Desse reservatório, as águas passam, por

gravidade, à Estação de tratamento do Guaraú, que abastece São Paulo.

A partir de 1968, começaram a haver alterações no regime fluvial da bacia, devido

às obras do sistema de barragens, enquanto que outras obras mais antigas parecem não ter

causado alterações sensíveis (DAEE, 1987).

3.7 – Vazão de Estiagem

A vazão de estiagem é utilizada para o planejamento da bacia hidrográfica, para a

avaliação do cumprimento aos padrões ambientais do corpo receptor e para a alocação de

cargas poluidoras. Assim a determinação das eficiências requeridas para os tratamentos dos

diversos lançamentos deve ser determinada nas condições críticas. Estas condições críticas

no corpo receptor ocorrem exatamente no período de vazão de estiagem, em que a

capacidade de diluição é menor (Von Sperling, 1996).

A vazão de estiagem deve ser calculada a partir de dados fluviométricos históricos

do curso d’água. Usualmente adota-se uma vazão de mínima com um tempo de recorrência

de 10 anos e período de mínima de 7 dias (Q7,10). Tal pode ser entendido como o valor que

pode se repetir, probabilisticamente, a cada 10 anos, compreendendo a menor média obtida

em 7 dias consecutivos. Assim, em cada ano de série histórica, procede-se à análise das 365

médias diárias de vazão. Seleciona-se, em cada ano, o período de 7 dias consecutivos que

resultou na menor média de vazão (média de 7 valores). Com os valores da menor média de

7 dias de cada ano procede-se a uma análise estatística, que permite interpolar ou extrapolar

o valor para o tempo de recorrência de 10 anos.

Saber a amplitude de variação das vazões e principalmente a freqüência com que

cada valor de vazão ocorre numa determinada seção do rio é bastante importante. A

obtenção da curva de permanência de vazões em uma seção é a resposta para essa questão,

uma vez que para cada vazão possível de ocorrer naquele local, está associada à freqüência,

ou número de vezes, que ela é excedida (DAEE, 1994).

A avaliação da disponibilidade hídrica de uma bacia hidrográfica é realizada com

base nas formas de ocorrência e distribuição dos recursos hídricos. A avaliação de variáveis

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hidrológicas como vazões mínimas ou de estiagens, na forma de Q7,10 e Q95% são bastantes

utilizadas em planejamento e gestão de recursos hídricos, para análise e previsão das

disponibilidades hídricas e da qualidade dos recursos hídricos. Utilizam-se normalmente

valores de vazões mínimas características, como indicadores das condições de estiagens de

um rio (Pompermayer, 2003).

Segundo Tucci 2001, conhecer a disponibilidade hídrica atual de uma bacia

hidrográfica e ter uma previsão da disponibilidade futura é um dos primeiros passos para o

planejamento e a gestão do uso de seus recursos hídricos. A disponibilidade hídrica

superficial de uma região é caracterizada a partir de vazões mínimas ou de estiagens.

As vazões traduzidas por Q7,10 e por Q95% são indicadores que representam a

contribuição unitária mínima da bacia. A vazão Q7,10 caracteriza uma situação de estado

mínimo e a vazão específica Q95% caracteriza uma situação de permanência. Esses

indicadores são utilizados para avaliar a disponibilidade hídrica mínima por unidade de

área, indicando áreas críticas quanto à utilização dos recursos hídricos (Pompermayer,

2003).

A relação entre a demanda total de água de uma bacia e sua disponibilidade hídrica,

nas formas de Q7,10 e/ou Q95% é o indicador utilizado para classificar áreas críticas quanto à

utilização dos recursos hídricos. Conforme estabelecido pelo Comitê Coordenador do Plano

Estadual de Recursos Hídricos (CORHI), regiões onde a demanda de água supera 50% da

disponibilidade hídrica mínima são consideradas áreas críticas quanto à utilização dos

recursos hídricos.

A relação entre a demanda total de água e a disponibilidade hídrica mínima é o

indicador utilizado para avaliar a criticidade de uma bacia quanto à utilização dos recursos

hídricos(Pompermayer, 2003).

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3.8 - Vazão de Enchente

O estudo de enchente é muito importante, pois nos possibilita o dimensionamento

de diversas obras de natureza hidráulica, como de canais, bueiros, galerias de drenagem,

seção de vazão de pontes, alturas de diques de proteção contra inundação e extravasores de

barramento. O projeto dessas obras necessita de uma característica muito importante, que é

a descarga máxima. A variação dessa descarga, antes e depois do valor máximo, faz-se

necessário no estudo, por exemplo, de barragens de controle de enchentes e as de

considerável acúmulo útil para o amortecimento de cheias, partindo-se daí a necessidade de

definição do fluviograma das enchentes e conseqüentemente seu volume (Tucci, 1993).

Os valores que influenciam nas descargas máximas ou na formação de enchentes

são os fatores climáticos e as características da bacia hidrográfica. Os fatores climáticos são

a precipitação, insolação, vento, tempo, temperatura e umidade do ar que interfere direta ou

indiretamente no balanço hídrico de uma bacia. A precipitação representa a entrada de água

na bacia sendo seus parâmetros mais importantes à altura, duração, intensidade e sua

distribuição no tempo e espaço, bem como as condições antecedentes à ocorrência da

precipitação. Os demais fatores climáticos agem, sobremaneira, nos processos de

evaporação no solo e transpiração vegetal, afetando o estado de umidade do solo nos

períodos de entre chuva.

As características da bacia hidrográfica, que influenciam sobre o escoamento

superficial direto são determinadas pela área da bacia, natureza do solo, cobertura vegetal,

declividade e conformação do leito dos cursos d’água, forma da bacia e disposição da rede

de drenagem. Além desses fatores naturais citados, as enchentes são ainda influenciadas por

alterações do uso e ocupação do solo, introduzidas pelo homem, tais como, barragens

artificiais, procedimento agrícola do solo, alteração da cobertura vegetal e outros (Villela,

1975).

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3.9-Regionalização Hidrológica

Regionalização hidrológica é o processo de transferência de informações das

estações pluviométricas e/ou fluviométricas para outros locais. Essas transferências podem

abranger diretamente as séries de vazões e/ou precipitações ou determinadas características

gerais relevantes destas como média, variância, máximos e mínimos ou ainda equações e

parâmetros relacionados a essas características (Barth e Pompeu, 1987).

A regionalização hidrológica significa apenas as duas últimas formas de

transferência e ainda com o mecanismo de transferência suficientemente geral para obter

resultados em qualquer ponto de toda uma região. A transferência de série de vazões ou

precipitações é denominada simplesmente “transferência de informação”(Barth, 1987).

3.10–Indicadores de Sustentabilidade do Uso dos Recursos Hídricos

Magalhães & Cordeiro Netto, elaboraram uma metodologia de indicadores

destinados a auxiliar a gestão de recursos hídricos no Brasil. Tiveram como referência o

modelo Pressão-Estado-Resposta (PER), que é um modelo que se fundamenta na noção de

causalidade das pressões que as atividades humanas exercem sobre o meio ambiente,

modificando a qualidade e a quantidade dos recursos naturais, o estado do meio ambiente e

a sociedade, responde a essas mudanças, adotando políticas ou ações de proteção e

recuperação do meio ambiente, a resposta da sociedade.

Segundo Pompermayer 2003, a estrutura PER é universalmente reconhecida e

utilizada para formulação, organização e seleção de indicadores de meio ambiente. Este

modelo fornece subsídios aos agentes decisórios para avaliação e fiscalização do estado do

meio ambiente. Desta forma, poderão avaliar que medidas são necessárias e, com base

nelas, colocar em prática suas políticas de meio ambiente.

O desenvolvimento, a avaliação e a seleção de indicadores de sustentabilidade do

uso de recursos hídricos feito por Magalhães & Cordeiro Netto, é feito com base num

Painel Delphi, aplicado em todo país. Os participantes do painel deveriam avaliar e

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selecionar indicadores considerados prioritários para a gestão de recursos hídricos, em

níveis local e agregado.

A técnica Delphi é um método para o planejamento em situações de carência de

dados históricos ou nas quais pretende-se estimular a criação de novas idéias. O Delphi

poderá ser muito útil quando quiser realizar, uma análise qualitativa do mercado permitindo

que se projetem tendências futuras em face de descontinuidades tecnológicas e mudanças

sócio-econômicas. Este método consulta um grupo de especialistas a respeito de eventos

futuros por meio de um questionário, que é repassado continuadas vezes até que seja obtida

uma convergência das respostas, um consenso, que represente uma consolidação do

julgamento intuitivo do grupo. Pressupõe-se que o julgamento coletivo, ao ser bem

organizado, é melhor do que a opinião de um só indivíduo.

No Brasil, estudos recentes para a avaliação e seleção de indicadores, visando à

gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos, foram baseados na aplicação do

Painel Delphi, onde tende a incorporar aspectos relacionados com a variabilidade e a

subjetividade em qualquer processo de avaliação.

Então Magalhães & Cordeiro Netto utilizaram um Painel Delphi para a avaliação e

sugestão de indicadores de uso de recursos hídricos. Foi elaborada uma listagem de

indicadores, que eles denominaram “indicadores de pressão antrópica sobre os recursos

hídricos”. Com base nos resultados do Painel Delphi aplicado no país, selecionaram vinte

indicadores de sustentabilidade do uso dos recursos hídricos. Definiu-se uma proposta de

indicadores flexível o bastante, para refletir as especificidades locais.

3.11 - Bacia do Jaguari

O rio Jaguari nasce na Serra das Três Orelhas em Minas Gerais. Possui

aproximadamente 200 Km de extensão e faz quase todo seu percurso sobre rochas

cristalinas, restando pequena porção na foz onde faz seu trajeto em faixa sedimentar. Corre

em direção a N.O e atravessa a fronteira do Estado de São Paulo, onde passa a integrar com

a Bacia do Rio Piracicaba. Aproximadamente no centro dessa Bacia, o rio Jaguari

juntamente com o rio Atibaia, formam o rio Piracicaba. O rio Jaguari apesar de nascer no

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sul do estado de Minas Gerais, percorre sua maior distância no Estado de São Paulo e na

sua porção final recebe seu principal afluente, o Camanducaia.

Figura 3.3-Delimitação da Bacia do Jaguari e seus Municípios ( Consórcio Intermunicipal das Bacias do Rios

Piracicaba, Capivari e Jundiaí)

As nascentes do rio Jaguari estão localizadas no Estado de Minas Gerais nos

municípios Camanducaia, Extrema , Itapeva e Toledo. Em Extrema o rio Jaguari recebe um

afluente importante, o Camanducaia Mineiro. Alguns quilômetros abaixo da referida

confluência , já em território paulista, o rio Jaguari é represado fazendo parte de um sistema

chamado Cantareira, construído para permitir a reversão de água para a bacia do Alto Tietê.

Pela junção dos rios Jaguari e Atibaia nasce o rio Piracicaba no município de Americana-

SP, que segue até o município de Barra Bonita–SP onde se encontra sua foz, desembocando

no Rio Tietê. Pelo envolvimento com dois Estados, a bacia do Jaguari é considerada

Federal, sua abrangência atinge 4 municípios mineiros e quinze paulistas. Os municípios

paulistas são: Artur Nogueira, Cosmópolis, Holambra, Santo Antônio de Posse, Pedra Bela,

Bragança Paulista, Tuiuti, Morungaba, Pedreira, Jaguariúna, Joanópolis, Vargem,

Pinhalzinho, Monte Alegre do Sul e Amparo (Consórcio Intermunicipal da Bacia do

Piracicaba,1992).

Os recursos hídricos da bacia do Rio Jaguari, apresentam um aumento expressivo de

degradação das condições naturais. Esta bacia esta localizada em uma das regiões de maior

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crescimento econômico do país, que teve seu início na década de 70, e deu origem a uma

série de problemas. A partir desta década, alguns municípios da bacia do Rio Jaguari

passaram a constituir pólos de atração de diversas atividades altamente consumidoras e

degradadoras de recursos hídricos.

A bacia do rio Jaguari está caracterizada pela sua escassez qualitativa e quantitativa,

ambas associadas à degradação ambiental, crescimento econômico e desperdícios

generalizados. A escassez qualitativa nesta bacia é caracterizada pelo excesso de

lançamentos de efluentes domésticos, industriais e agrícolas (in natura), e, pela ausência de

estações de tratamentos de esgotos. A escassez quantitativa é determinada pelo grande

crescimento econômico regional e pelo aumento da população causado, principalmente,

pela migração de moradores advindos da conurbação paulista. Além disso, temos que

considerar, a reversão do Sistema Cantareira de 31 m3/s para a bacia do Alto Tietê, região

metropolitana de São Paulo (Hidroplan, 1997).

No período de estiagem, compreendida entre os meses de maio a outubro, as

limitações de vazão nas comportas da barragem do Cantareira e as diversas captações em

seu curso, fazem o rio Jaguari passar pelo município de Jaguariúna–SP, bastante debilitado,

só ganhando corpo com a afluência do rio Camanducaia Paulista, fato importante para

captações situadas abaixo deste ponto, como é o caso do município de Limeira–SP. Em

Bragança Paulista–SP, o rio Jaguari, perde grande volume em seu represamento, perda essa

que tende a se agravar em função do crescimento continuado desta região.

O acentuado aumento populacional e a intensificação das atividades agro-industriais

na calha do Rio Jaguari, vêm acarretando o aumento do consumo de água urbano, industrial

e agrícola e, também, causando sensível deterioração da qualidade deste recurso natural

(Consórcio Intermunicipal da Bacia do Piracicaba, 1992)

A par do desenvolvimento industrial, surgiu o crescimento urbano que vem se

firmando como um dos principais fatores responsáveis pela degradação da qualidade da

água, como tem demonstrado, o monitoramento dessa qualidade em alguns pontos da bacia,

próximos aos grandes centros urbanos. Atualmente, menos de 10% das cargas orgânicas de

esgotos urbanos são removidos por estação de tratamento de esgoto.

A maior causa de deterioração da qualidade das águas superficiais na bacia do rio

Jaguari são os lançamentos de esgotos “in natura” que são gerados pelas populações

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urbanas e os efluentes industriais que apresentam uma carga poluidora altamente agravante

ao meio ambiente, conduzindo a uma situação extremamente grave de poluição, colocando

em risco o abastecimento de água da população e a saúde pública.

Praticamente todas as cidades possuem sistema de abastecimento de água, com

índice de atendimento de 95% da população urbana e como as condições hidrogeológicas

desfavorecem a exploração de águas subterrâneas, o abastecimento da região é feito quase

que totalmente, por águas superficiais. E em relação ao esgoto, cerca de 75% da população

urbana também é atendida por redes de esgotos, mas os sistemas, quase sempre lançam os

efluentes nos cursos de água, sem tratamento (Consórcio Intermunicipal da Bacia do

Piracicaba, 1992).

Isto significa que se não forem tomadas medidas preventivas com a urgência que o

caso requer, o ritmo atual de crescimento urbano, industrial e agrícola, poderá conduzir o

rio Jaguari, a uma situação extremamente problemática sob o ponto de vista de poluição e

abastecimento de água.

3.11.1 – Ocupação da Bacia do Jaguari

O processo de ocupação da bacia do Jaguari é marcado pela sua localização

estratégica, e também por características ambientais que favorecem o desenvolvimento da

agricultura e da indústria. Esse processo ocorreu, marcantemente, a partir da década de

1970. Atualmente já pode ser considerada uma região de grande densidade populacional e

de grande concentração de atividades econômicas.

Os empreendimentos industriais intensivos causam impactos negativos na utilização

dos recursos hídricos. A bacia vive intensamente o conflito entre o desenvolvimento

econômico e a preservação ambiental, ou mais especificamente, entre a expansão industrial

e a preservação dos recursos hídricos (Rebouças, Braga, Tundisi,1999).

Essa região tem, no momento, grandes sobreposições de regionalizações e grande

parte dos problemas que afligem os municípios dizem respeito à água, fundamental para o

desenvolvimento da região. No momento já se faz necessário à conjugação de esforços para

enfrentamento de questões relacionadas com saúde pública.

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Essa região é fronteiriça à Região Metropolitana de São Paulo e, por esse motivo é

cortada por algumas das principais vias de transporte do país, o que facilita a integração em

termos econômicos, ao mesmo tempo em que explica a constituição de um eixo de

expansão da indústria.

A industrialização na região serviu como elemento de atração populacional. A

opção pelo interior se explica pela tendência de se homogeneizarem as vantagens de

localização a Região Metropolitana de São Paulo e a parte do interior. A localização das

atividades produtivas tem obedecido estritamente a princípios de mercado, tirando maior

proveito das potencialidades de cada região, com o objetivo de reduzir os custos de

produção e maximizar os resultados (Rodrigues, 1996).

Essa característica industrial da região, a partir da década de 1970, foi determinado

pela instalação de indústrias no período de desconcentração da atividade industrial da

Região Metropolitana de São Paulo (FSEADE/FECAMP, 1998).

O desenvolvimento econômico dessa região, impulsionado pela industrialização, fez

com que a região se configurasse como uma área de atração migratória importante,

ocorrendo um grande processo de crescimento populacional (Davanzo, 1992). A Tabela 3.1

mostra o crescimento da população em cada município da bacia do Jaguari.

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Tabela 3.1: População residente nos municípios da bacia do Jaguari MUNICÍPIOS POPULAÇÃO RESIDENTE

SUB-BACIA 1 1970 1980 1991 1996 2000 2003 Camanducaia –MG 10.849 12.518 16.927 17.223 20.537 21.649

Extrema - MG 8.910 10.777 14.314 18.906 19.219 20.730

Itapeva –MG 4.480 4.732 5.529 6.520 7.361 7.925

Toledo – MG 4.395 4.002 4.664 5.074 5.222 5.394

Amparo 31.908 41.598 50.797 55.239 60.404 63.364

Artur Nogueira 10.171 15.941 28.053 25.911 33.124 37.384

Bragança paulista 63.676 84.048 108.980 109.863 125.031 132.779

Cosmópolis 12.110 23.232 36.684 39.817 44.355 46.927

Holambra - - 5.641 - 7.211 7.762

Jaguariúna 10.391 15.210 24.999 25.410 29.597 31.757

Joanópolis 7.362 7.752 8.186 9.252 10.409 11.094

Monte Alegre do Sul 4.762 4.860 5.439 6.233 6.321 6.593

Morungaba 5.032 6.525 8.210 9.617 9.911 10.435

Pedra Bela 5.230 4.690 5.142 5.145 5.609 5.753

Pedreira 15.053 21.383 27.972 31.892 35.219 37.452

Pinhalzinho 4.912 6.396 8.433 10.036 10.986 11.772

Santo Antônio de Posse 7.799 10.872 14.327 14.924 18.124 19.318

Tuiuti - - 4.080 - 5.083 5.222

Vargem - - 4.943 - 6.975 7.581

TOTAL GERAL 257.040 274.536 368.656 391.062 460.698 490.891

Fonte: Censos IBGE 1970, 1980, 1991, 2000 e Fundação SEADE

(-) Dado não disponível

A perspectiva para o futuro próximo ainda é de crescimento populacional, em

função do desenvolvimento dessa região. Nesse processo de expansão urbana rápida, não

houve tempo, recursos financeiros, nem interesse para solucionar problemas que passaram

a ser comuns na região, como a contaminação dos cursos d’água por esgotos domésticos e

industriais.

A demanda por recursos hídricos reflete essa realidade sócio-econômica. A maior

demanda é para abastecimento público, com o impacto urbano ocorrendo de duas maneiras:

pela captação de água para o consumo e uso dos cursos d’água para o carreamento dos

esgotos, causando um impacto de duplo comprometimento com a qualidade das águas.

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Devido a este fato, os municípios a jusante ficam com custos de tratamento bastante

onerados, para poder contar água em condições de consumo. A qualidade da água tem

impactos cada vez mais importantes sobre o volume de água disponível para consumo

(Alves, 1993).

Na indústria o uso dos recursos hídricos é duplo tanto como no uso residencial, pois

além do consumo há o carreamento dos despejos. O controle dos lançamentos de resíduos

industriais tem tido grandes avanços, apesar de ainda não existir situações preocupantes.

A demanda de água para irrigação, por sua vez, de grande importância para o

desenvolvimento da atividade agrícola na região, apresenta tendência de expansão

continuada.

3.12 - Uso da Água

3.12.1 - Abastecimento Público

Segundo o Comitê das Bacias Hidrográficas PCJ (2000), o sistema de

abastecimento de água das comunidades da bacia do Jaguari, atendem a cerca de 3,58 m3/s,

correspondendo a 97% das populações urbanas da bacia.

Na região à montante do limite do Sistema Cantareira, os corpos d´água já estão

enquadrados na Classe Especial, em conformidade com a Resolução CONAMA n° 020/80-

Art. 19, onde não serão tolerados lançamentos de águas residuárias, domésticos e

industriais, lixo e outros resíduos sólidos tóxicos, defensivos agrícolas, fertilizantes

químico e outros poluentes, mesmo tratados. Caso sejam utilizados para o abastecimento

domésticos, deverão ser submetidos a uma inspeção sanitária preliminar (Barp, 1995).

Os corpos à jusante do Sistema Cantareira, na sua grande maioria pertencem a

Classe 2 (DBO até 5 mg/l e OD não inferior a 5 mg/l), as quais são destinadas ao

abastecimento doméstico (após tratamento convencional), a recreação, a aqüicultura, a

irrigação e a proteção das comunidades aquáticas (Consórcio Intermunicipal da Bacia do

Piracicaba, 1992).

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A medida que os municípios da bacia do Jaguari crescem, o consumo de água

aumenta potencializado pelo aumento da população que é significativo. Com isso pode-se

deduzir que há possibilidade de diminuição da vazão e da qualidade da água captada nos

municípios, o que pode se constituir, futuramente, em um entrave para o efetivo

desenvolvimento urbano e industrial desses municípios, bem como, comprometer o

abastecimento dos municípios localizados à jusante.

A pressão sobre os recursos hídricos resulta do crescimento populacional e

econômico e reflete-se nas expressivas taxas de urbanização observadas nos últimos anos.

Como conseqüência, ocorre a degradação do meio ambiente hídrico, que atinge maiores

contingentes populacionais.

As Tabelas 3.2 e 3.3 a seguir mostram as taxas de crescimento e de urbanização dos

municípios da bacia do rio Jaguari.

Tabela 3.2: Taxa de crescimento anual da população (em %)

MUNICÍPIOS TAXA DE CRESCIMENTO BACIA DO JAGUARI 1970/1980 1980/1991 1991/2000 2000/2004

Camanducaia – MG 1,4 2,8 2,19 - Extrema – MG 1,9 2,6 3,36 - Itapeva – MG 0,5 1,4 3,26 - Toledo – MG -0,9 1,4 1,28 - Amparo 2,7 1,8 1,95 1,67 Artur Nogueira 4,6 5,3 4,88 3,66 Bragança Paulista 2,8 2,4 2,51 2,29 Cosmópolis 6,7 4,2 2,14 2,62 Holambra - - 3,25 2,56 Jaguariúna 3,9 4,6 1,84 2,23 Joanópolis 0,5 0,5 2,68 2,39 Monte Alegre do Sul 0,2 1 1,69 1,34 Morungaba 2,6 2,1 2,12 1,81 Pedra Bela -1,1 0,8 0,96 1,12 Pedreira 3,6 2,5 2,6 2,22 Pinhalzinho 2,7 2,5 2,97 2,59 Santo Antônio de Posse 3,4 2,5 2,66 2,63 Tuiuti - - 2,17 1,92 Vargem - - 3,79 3,46 Fonte: Censos IBGE 1980 e 1991 e SEADE- Perfil Municipal

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Tabela 3.3 : Taxa de Urbanização (em %)

MUNICÍPIOS TAXA DE URBANIZAÇÃO EM %

BACIA DO JAGUARI 1980 1991 2004 Camanducaia – MG 48,30 61,70 - Extrema – MG 54,00 63,50 - Itapeva – MG 38,10 54,50 - Toledo – MG 25,00 30,70 - Amparo 69,00 72,00 75,67 Artur Nogueira 43,80 48,40 93,59 Bragança Paulista 74,60 84,80 90,62 Cosmópolis 81,30 89,40 96,61 Holambra - - 62,19 Jaguariúna 61,00 76,30 89,21 Joanópolis 42,40 87,40 99,00 Monte Alegre do Sul 41,70 50,60 57,99 Morungaba 70,20 76,10 81,62 Pedra Bela 14,40 17,20 30,82 Pedreira 92,00 95,80 97,40 Pinhalzinho 33,50 45,00 56,90 Santo Antônio de Posse 65,50 78,40 84,19 Tuiuti - - 53,75 Vargem - - 49,68 Fonte: Censos IBGE 1980 e 1991 e SEADE- Perfil Municipal

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O índice de atendimento de abastecimento de água, por sua vez, acompanha a taxa

de urbanização que é alta para todos os municípios da bacia do rio Jaguari.Vide Tabela 3.4,

a seguir:

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Tabela 3.4 : Índice de Atendimento de Abastecimento de Água

MUNICÍPIOS BACIA DO JAGUARI

POPULAÇÃO URBANA 2000 IBGE

ÁGUA POPULAÇÃO

ATENDIDA

IA %

Camanducaia – MG 14.267 14.267 100 Extrema – MG 12.852 12.852 100 Itapeva – MG 3.787 3.787 100 Toledo – MG 1.947 1.947 100 Amparo 43.351 43.351 100 Artur Nogueira 30.437 30.437 100 Bragança Paulista 110.982 110.982 100 Cosmópolis 42.511 42.511 100 Holambra 3.958 3.958 100 Jaguariúna 25.669 25.412 99 Joanópolis 10.388 10.388 100 Monte Alegre do Sul 3.280 3.116 95 Morungaba 7.795 7.639 98 Pedra Bela 1.206 1.206 100 Pedreira 34.155 33.813 99 Pinhalzinho 5.279 5.279 100 Santo Antônio de Posse 14.673 14.673 100 Tuiuti 2.262 2.262 100 Vargem 2.611 2.611 100 Fonte : Consórcio da Bacia do PCJ 2003

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3.12.2 - Abastecimento Industrial

A partir dos anos 70, ocorreu um intenso desenvolvimento industrial na bacia do

Jaguari, com uma grande diversificação, como indústrias de bebidas, papel e sucro-

alcooleiro, químico, eletrônico, mecânica e de material elétrico. Essa intensa atividade

industrial na bacia do Jaguari, eleva a participação do consumo industrial da água na

demanda hídrica dessa bacia e a maior parcela desse abastecimento é proveniente de

captações superficiais.

Tabela 3.5 : Números de industrias na bacia do Jaguari

MUNICÍPIOS

NÚMEROS DE INDUSTRIAS

BACIA DO JAGUARI - Camanducaia – MG - Extrema – MG - Itapeva – MG - Toledo – MG - Amparo 218 Artur Nogueira 66 Bragança Paulista 424 Cosmópolis 85 Holambra 20 Jaguariúna 102 Joanópolis 39 Monte Alegre do Sul 18 Morungaba 25 Pedra Bela 21 Pedreira 304 Pinhalzinho 30 Santo Antônio de Posse 45 Tuiuti 4 Vargem 44 Fonte: Perfil Municipal 2004

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Segundo o Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios PCJ (2000), a origem das

captações de água para fins industriais estão concentradas na sua maioria em mananciais

superficiais e algumas indústrias são supridas por rede pública de abastecimento de água.

Das indústrias grandes consumidoras de água nos municípios da bacia do Jaguari,

destacam-se duas que juntas perfazem uma vazão de captação de 2.930,32 m3/h, como

pode-se observar na Tabela 3.6, abaixo:

Tabela 3.6 – Maiores consumidores industriais de água na bacia do Jaguari

NÚMERO

INDÚSTRIA

MUNICIPAL

VAZÕES MÉDIA DE

CAPTAÇÃO Qc (m3/h)

1 Usina de Açúcar Éster S.A Cosmópolis 1.718,75

2 CIA Antarctica Paulista - Ind. Brasileira

Bebidas e Conexos - AMBEV

Jaguariúna 1.211,57

Fonte: IRRIGART-Enga e Consultoria em Recursos Hídricos e Meio Ambiente 2003

A Tabela 3.7 mostra a demanda de água para uso industrial na bacia do rio Jaguari,

conforme Plano de Bacia Hidrográfica 2000-2003, Comitê das Bacias Hidrográficas dos

Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Tabela 3.7 - Demandas para o abastecimento industrial (m3/s)

BACIA Demandas para o abastecimento Industrial (m3/s) 2000 2005 2010 2015 2020

Jaguari 3,1 3,2 3,5 3,7 3,9 Fonte: Populações - Relatório de Situação 1999 - Demandas com base no PQA

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3.12.3 - Irrigação

A irrigação além de grandes volumes de água é um uso do tipo consuntivo. Cerca de

98% do volume retirado pelas plantas é transferido diretamente para a atmosfera através da

evapotranspiração das culturas. Os demais 2% são transformados em matéria orgânica,

portanto nada retorna logo a jusante.

Os efluentes provenientes de áreas agricultadas podem conter substâncias poluentes

oriundos da má aplicação ou do uso em excessivo de insumos agrícolas. Os adubos e os

pesticidas utilizados intensamente na agricultura são prejudiciais à qualidade da água,

mesmo quando não se pratica a rega. Com efeito, aqueles produtos são transportados pelo

escoamento resultante da precipitação, para os aqüíferos ou para os rios e lagos naturais ou

artificiais. Os pesticidas em geral são nocivos e os adubos originam um excesso de

substâncias nutrientes como o nitrogênio, o fósforo e o potássio (NPK), necessários ao

aumento de produção de alimentos em conseqüência do crescimento demográfico por um

lado e por outro, ao empobrecimento progressivo dos solos por lixiviação e erosão e uma

fonte ponderável desses elementos para as massas de água. E por este fato, ocorre a

eutrofização, que é a proliferação de algas e plantas aquáticas. Associado a este fenômeno

verifica-se freqüentemente a decomposição da matéria e a conseqüente carência de

oxigênio (Rebouças, Braga e Tundisi, 1999).

O principal uso da água na agricultura é a irrigação das plantações. Embora as

condições climáticas sejam bastante variadas no Brasil, em virtude de sua dimensão

continental, a irrigação vem cada vez mais sendo utilizada. Na região Sudeste as

quantidades de água precipitada são suficientes para abastecer as plantas em suas

exigências, entretanto, a irregular distribuição dessa chuva, cria períodos de estresse

hídrico, que afeta sensivelmente a produtividade agrícola. A irrigação é obrigatória, quando

as condições climáticas o determinam, isto é, quando há regiões onde há falta de chuva e

quando há regiões onde a distribuição da água precipitada é irregular (Rebouças, Braga e

Tundisi 1999).

Na atividade agrícola, a falta de monitoramento específico para as cargas difusas

prejudica a avaliação dos impactos que essa atividade vem provocando nos corpos d’água,

principalmente nas áreas de mananciais ou de proteção ambiental (DAEE,1990).

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A Tabela 3.8 mostra o número de irrigantes e a área irrigada nos municípios da

bacia do Jaguari:

Tabela 3.8 : Número de irrigantes na bacia do rio Jaguari

IBGE 1995 CADASTROS PARCIAIS

1990

MUNICÍPIOS

SUB

BACIA

Número de

Irrigantes

Área Irrigada

(ha)

Área Média

Irrigada por

Irrigantes (ha)

Número de

Irrigantes

Área Irrigada

(ha)

Área Média

Irrigada por

Irrigantes (ha)

Amparo Jaguari 149 1932 12,97 83 149 1,80

Bragança Paulista Jaguari 87 604 6,94 110 449 4,08

Monte Alegre do Sul Jaguari 52 136 2,62 37 87 2,35

Morungaba Jaguari 19 77 4,05 16 117 7,31

Pedra Bela Jaguari 68 291 4,28 36 191 5,31

Pedreira Jaguari 11 46 4,18 0 0 0

Pinhalzinho Jaguari 71 454 6,38 13 107 8,23

Piracaia Jaguari 47 299 6,36 67 184 2,75

Tuiuti Jaguari 47 122 2,6 0 0 0 Fonte : HIPLAN 2003 – Cadastro dos irrigantes

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3.13 - Municípios de Jaguariúna, Cosmópolis e Morungaba

3.13.1- Município de Jaguariúna

Jaguariúna localiza-se a 120 Km de São Paulo e a 25 Km de Campinas. Possui área

de 96 Km2 e suas coordenadas são 22º42’18’’ de latitude Sul e 46º59’22’’ longitude Oeste.

Seu principal acesso é pela rodovia Dr. Ademar de Barros (SP –340), que se interliga com a

D. Pedro I, integra a Região Metropolitana de Campinas (RMC), limita-se ao Norte com

Santo Antônio de Posse, ao Sul com Campinas, a Nordeste com Holambra, a Sudeste com

Paulínia e a Leste com Pedreira.

A cidade está a 580 metros acima do nível do mar. Seu clima é o tropical de

altitude, com inverno seco e temperatura média de 20 ºC. É cortado por três rios: o Jaguari,

o Camanducaia e o Atibaia. As colinas suaves predominam o relevo, verificando-se

também a presença de alguns morros.

Foi fundada em 1894, onde recebeu o nome de Vila Bueno e foi transformada em

Distrito de Paz em 1896, quando passou a se chamar Jaguary (Lei Municipal 433), ficando

vinculada ao município de Mogi-Mirim. Somente em 1944 é que o distrito recebeu o nome

de Jaguariúna, que em tupi guarani significa “rio das onças pretas”. E no final de 1953

ocorreu o plebiscito, que decidiu em favor da emancipação. Em 1991 ocorreu a

emancipação de Holambra, a qual fazia parte do município de Jaguariúna.

Jaguariúna vem apresentando grande crescimento populacional nos últimos anos,

sua população praticamente dobrou em 20 anos, passando de 15.093 habitantes em 1980

para 29.553 em 2000. A população urbana cresceu 2,1% entre 1991 e 1996 e 4,9% entre

1996 e 2000 e a rural decresceu 6,6% no período de 1991 e 1996 e 2,6% no período de

1996 e 2000.

No período 1980 á 1991 se verificou que o saldo migratório foi o principal

responsável pelo crescimento populacional. Entre 1991 á 1996 o saldo migratório foi bem

menor, passando o crescimento vegetativo a ser principal responsável pelo incremento da

população.

Até a década de 80 a agropecuária possuía uma grande representatividade na

economia municipal, mas começou a perder posição relativa com a aceleração da

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industrialização a partir de 1980. Em 1980 a agropecuária era responsável por 28,5% do

valor adicionado do município, passando para 6,5% em 1990 e 0,3% em 1998.

Na utilização das terras, observou-se que 33,4% das terras estavam ocupadas com

lavouras temporárias, 21,7% de pastagens plantadas e 12,6% de lavouras permanentes. Das

lavouras temporárias destacava-se a produção de cana-de-açucar, milho e tomate. Das

lavouras permanentes destacava-se a produção de laranja, manga, limão, goiaba e café. E

da produção de origem animal, especializou-se na avicultura, criação de gado e criação de

suínos.

A partir da década de 80 assistiu-se a aceleração do processo de expansão industrial,

com a implantação de importantes empresas como a Johnson em 1981, a Engraplast em

1986, a Pena Branca em 1987 e a Antarctica em 1989. Na década de 90 o processo teve

continuidade com as empresas : Metalcabo em 1990 , a Metalsix em 1992, a Delphi

Packard Eletric Systems em 1994, a Compaq em 1994, a IBR-Indústria Brasileira de Rodas

em 1995 , a Motorola em 1996 e a BYK Farma em 2002. Atualmente estão instaladas 152

indústrias.

Em 1990 o comércio representava aproximadamente 15% do valor adicionado do

local, caindo para aproximadamente 3% em 1996. Em 1998 a sua posição sobe para 10%.

Os serviços aumentam a sua participação no valor adicionado municipal, entre 1990 e

1993, passando de 4% para pouco mais de 10% e depois disto, perde participação para

4,5% e 6% do valor adicionado. Nos setores de serviços destacam-se os serviços de

administração pública, os serviços de transporte e os serviços de alojamento e alimentação.

O serviço de abastecimento de água é operado pela Secretaria de Saneamento

Básico, atendendo cerca de 100% da população urbana. É composto por uma ETA que

realiza a captação no rio Jaguari e tem capacidade para a produção de 15 mil m3 por dia. O

tratamento de água é o convencional, com mistura rápida, floculação, decantação e

filtração. Para a floculação é, utilizado o cloreto férrico e cal.

A cidade trata 50% do seu esgoto, através do sistema de lagoas aeradas seguida de

decantação. De um total de 180 litros/pessoa/dia, 50% são lançados no rio Jaguari e 50% no

rio Camamducaia. A previsão é tratar aproximadamente 100% até o final de 2005.

A produção média diária de lixo é de 25 t/dia. O lixo domiciliar e o lixo industrial

são depositados num aterro particular em Paulínia e o lixo hospitalar também é levado e

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incinerado. Há na cidade um antigo lixão, que vem sofrendo um processo de recuperação

com a compactação da massa de lixo. Posteriormente, a área desse lixão será gramada e o

lençol freático monitorado. A não disposição do lixo no município é devido à falta de

espaço físico para a construção de um aterro. Não há coleta seletiva e também não há

disposição especial para pneus, pilhas ou baterias, lâmpadas, etc.

3.13.2 – Município de Cosmópolis

Cosmópolis foi criado em 1944, por desmembramento de Campinas. Com área de

166 Km2, não sofreu alterações territoriais relevantes, perdendo apenas 7% do território

original, em 1993, com o desmembramento da área que passou a compor parte do

município de Holambra. Localizado na bacia dos rios Jaguari e Pirapitingui. Integrante da

Região Administrativa de Campinas (RAC) e da Região de Governo de Campinas (RGC),

faz divisa ao Norte com Artur Nogueira, a Noroeste com Limeira, a Sudoeste com

Americana, a Sudeste com Paulínia e a Leste com Holambra.

Nos anos de 70, quando a população da cidade praticamente dobrou (de 11.971

habitantes em 1970 para 23.067 em 1980), a imigração deu-se basicamente em função da

implantação da Replan em Paulínia, em 1971. Já nos anos 80, o fator determinante foi o

deslocamento de população dos municípios maiores da região em busca de moradia de

menor custo.

As bases da economia de Cosmópolis são a indústria e o comércio. No setor

primário tem na atividade canavieira o maior destaque, embora pouco relevante em termos

de geração de riquezas para o município, é de grande importância para a geração de

emprego e renda local. O setor industrial é o principal gerador da economia municipal, o

maior destaque é a indústria química, sobressaindo-se dentre elas a SKM, produtora de

essências para produtos alimentícios, e a Eli-Lilly, a indústria de produtos químicos, outro

ramo de destaque é a indústria de bebidas, com a planta de envase de refrigerantes

(Pananco/Spal); e na agroindústria destaca, a Usina Ester , produtora de álcool. No setor

terciário é composto por estabelecimentos comerciais de pequeno porte, dirigidos ao

público local e serviços predominantemente ligados às atividades tradicionais, porém não

se constitui como setor moderno.

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O saneamento ambiental é gerenciado por três setores: a Secretaria de Saúde, a

Secretaria de Obras e o Departamento de Água e Esgoto. O Departamento de Água e

Esgoto foi criado junto com a cidade, como serviço municipal, atendendo todo o perímetro

urbano e parte da área rural na região de chácaras. Este serviço de água e esgoto é

autônomo e composto por captação, tratamento e distribuição. A rede de distribuição de

água abrange atualmente 100% da área urbana e a rede esgoto 93%. Já na área rural, não é

possível oferecer o serviço de abastecimento e coleta de esgoto interligado, mas o

departamento oferece serviço gratuito de análise dos poços artesianos e assistência técnica

no caso de contaminação.

A captação de água superficial e o manancial do município é a represa do rio

Pirapitingui. Existe o manancial de reserva que é o rio Jaguari, localizado na divisa de

Cosmópolis com Paulínia, pois o rio Jaguari encontra-se menos poluído. No rio

Pirapitingui, não há contaminação industrial, mas a contaminação por defensivos agrícolas

é grande. Não existe captação de água subterrânea no município, pois o lençol freático não

é apropriado para a captação em larga escala e os poços artesianos existentes possuem

vazões baixas.

A cidade de Cosmópolis possui, sistema de tratamento de esgotos projetado para

33% do esgoto captado, mas trata apenas 12% do total. A estação é do tipo compactada

modular, construída pelo Consórcio da Bacia do Piracicaba em caráter experimental, e foi

projetada para comportar três blocos de tratamento, onde apenas um foi construído. O

tratamento é anaeróbio e produz um pouco de odor. A vantagem da estação compacta

modular é a possibilidade de construção de módulos em função do crescimento da

população. A formação de lodo na estação de tratamento de esgoto é muito pequena e a

previsão para a disposição, é o simples depósito em aterro sanitário.

Em relação aos resíduos sólidos, a coleta abrangia em 2001, 100% da área urbana e

50% da área rural do município. São coletadas 150 toneladas de lixo doméstico/comercial

por mês. Os resíduos coletados não são tratados, há o depósito em lixão localizado dentro

do próprio município. No município não há programas de coleta seletiva ou de redução e

reutilização de resíduos. Não há coleta de lixo industrial, e cada empresa responsabiliza-se

pelo depósito de seus próprios resíduos.

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Com relação ao lixo hospitalar é feita coleta diferenciada em: hospital, farmácias,

laboratórios e postos de saúde. Entretanto, não existe tratamento especial. É coletada 1t/mês

de lixo hospitalar, onde é destinado para área especial no lixão da cidade e é enterrado em

valas separadas do lixo comum misturado com cal e coberto com terra. Essas valas para o

lixo hospitalar estão mais distantes da entrada do lixão. Esta coleta hospitalar é feita pela

Secretaria de Saúde. E a coleta de pneus e similares, recolhidos no controle da dengue são

levados para um triturador em Paulínia.

3.13.3 - Município de Morungaba

Morungaba localiza-se a 103 Km de São Paulo e a 42 Km de Campinas. Possui área

de 143 Km2, topografia levemente acidentada, um clima tropical de altitude com

temperatura média de 18 a 26 graus e suas coordenadas são 22º52’48’’ de latitude Sul e

46º47’29’’ longitude Oeste. É cortada pela Rodovia das Estâncias (SP-360) e dista 13 Km

da Rodovia D.Pedro. Integrando com a Região Administrativa de Campinas (RAC), limita-

se ao Norte com Amparo, ao Sul com Itatiba, a Leste com Bragança Paulista e a Oeste com

Campinas.

Esta cidade está a 715 metros acima do nível do mar, assentada nas colinas suaves

de um vale ao pé da Serra de Cabras. Foi fundada em meados da século XIX em 29 de

Junho de 1888 com o nome de Conceição de Barra Mansa, mudado em 1919 para a

denominação atual, Morungaba emancipou-se em 28 de Fevereiro de 1964 e foi elevada à

condição de Estância climática em 25 de Julho de 1994. Em gleba de terreno ligeiramente

acidentado e fertilíssimo onde corre o Ribeirão dos Mansos, surgiram as primeiras casas do

bairro dos Mansos, formando um núcleo ao redor de uma capela, dedicada a Nossa Senhora

da Conceição. Era no tempo em que a lavoura cafeeira expandia-se pelo Estado. Com os

cafezais chegaram-se os imigrantes italianos que aqui se fixaram, primeiro na lavoura e, em

seguida no comércio.

Em meados do século XX, as primeiras indústrias se instalaram, o distrito

transformou-se em município apresentando sinais de indiscutível progresso, evoluindo até

tornar-se a cidade que é hoje. A lei nº 25 de Junho de 1994, transformou o município de

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Morungaba em estância climática. A cidade começa a estruturar-se para se transformar num

ponto de atração turística. Suas principais atividades econômicas são: a agropecuária e a

indústria variada, com predominância têxtil.

Morungaba apresentou um crescimento populacional nos últimos anos, sua

população praticamente dobrou nos últimos trinta anos, passando de 5.007 em 1970 para

9.893 em 2000. Sua taxa de urbanização foi de 56,4 em 1970 , alcançando 78,6 em 2000.

A grau de urbanização cresceu 13,84% entre 1970 a 1980 , de 5,89% em 1980 a

1990 e de 2,45% entre 1990 a 2000 . Destacando o seu maior crescimento na década de 70,

quando teve início o grande desenvolvimento industrial.

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4– METODOLOGIA

4.1 - Caracterização da Bacia Hidrográfica

4.1.1 - Isolamento da Bacia Hidrográfica

Com o auxílio da planta do levantamento plani-altimétrico em escala de 1:50.000,

foram isoladas as bacias hidrográficas do rio Jaguari, estabelecendo para cada uma das

seções estudadas, o seu divisor de águas e a rede de drenagem. Mediante a utilização do

planímetro foram determinadas às áreas de drenagem (A) das bacias, para as três seções

localizadas no município de Jaguariúna (Latitude : 22°42’30” e Longitude : 46°59’47”).

As vazões medidas pelo método do molinete, mensalmente, ao longo de 22 meses

entre os anos 2003 e 2004, foram comparadas com as vazões calculadas a partir dos dados

obtidos do DAEE em duas seções, sendo uma à montante, no município de Morungaba

(Latitude: 22°51’02” e Longitude: 46°46’47”), posto 3D-009, e outra à jusante, no

município de Cosmópolis (Latitude: 22°39’26 e Longitude: 47°12’53”), posto 4D-001.

4.2 – Características Morfológicas

4.2.1 – Forma da Bacia

A forma superficial de uma bacia hidrográfica é importante devido ao tempo de

concentração (Tc), definido como o tempo, a partir do início da precipitação, necessário

para que toda a bacia contribua na seção em estudo ou, em outras palavras, tempo que leva

a água dos limites da bacia para chegar à saída da mesma (Villela, 1977).

A caracterização da forma da bacia será feita determinando-se o coeficiente de

Compacidade (Kc) e com o fator de Forma (Kf).

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44

4.2.1.1 – Coeficiente de Compacidade

O coeficiente de compacidade é um número adimensional que varia com a forma da

bacia, independente de seu tamanho. Quanto mais irregular for a bacia, tanto maior será o

coeficiente de compacidade. Um coeficiente mínimo igual à unidade corresponderia a uma

bacia circular. Se os outros fatores forem iguais, a tendência para maiores enchentes é tanto

mais acentuada quanto mais próximo da unidade for o valor desse coeficiente. O

coeficiente de compacidade, é a relação entre o perímetro de uma bacia em Km e a raiz da

área de bacia em Km2 (Villela, 1975).

ApKc 28,0=

Onde : =Kc coeficiente de compacidade ;

=P perímetro da bacia, em Km, obtido com o auxílio do curvímetro

=A área da bacia em Km2

4.2.1.2 – Fator de Forma

O fator de forma constitui outro índice da maior ou menor tendência para enchentes

de uma bacia. Uma bacia com um fator de forma baixo, é menos sujeito a enchentes que

outra de mesmo tamanho, porém com maior fator de forma. Isso porque uma bacia estreita

e longa, com fator de forma baixo, há menos possibilidade de ocorrência de chuvas intensas

cobrindo simultaneamente toda a sua extensão; e também a contribuição dos tributários

atinge o curso d’água principal em vários pontos ao longo do mesmo, afastando-se,

portanto, da condição ideal da bacia circular, na qual a concentração de todo o deflúvio da

bacia se dá num só ponto (Villela, 1975).

O fator de forma é a relação entre a área da bacia em Km2 e o comprimento da bacia

em Km. O comprimento L da bacia é medido quando se segue o curso d’água mais longo

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desde a desembocadura até a cabeceira mais distante na bacia. Este fator será obtido com a

fórmula:

2LAKf =

Onde : =L comprimento da bacia em Km, e

=A área da bacia em Km2

4.2.3 – Sistema de Drenagem

O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus

tributários. O estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois

ele indica a maior ou a menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica

(Villela, 1975).

Na carta plani-altimétrica foram assinalados os cursos d’água que compõem a rede

de drenagem da bacia, determinando-se os respectivos comprimentos com o auxílio do

curvímetro. Para a caracterização da rede de drenagem da bacia, foi adotado o seguinte

procedimento:

4.2.3.1– Densidade de Drenagem

A densidade de drenagem indica o grau de desenvolvimento de um sistema de

drenagem. Este índice é expresso pela relação entre o comprimento total dos cursos d’água

efêmeros, intermitentes ou perenes de uma bacia e a área total desta bacia, que é dada pela

equação:

ALDd =

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Onde : L = comprimento total dos cursos d’água na bacia

A = área de drenagem

A densidade de drenagem varia inversamente com a extensão do escoamento

superficial e, portanto, fornece uma indicação da eficiência da drenagem da bacia. Este

índice varia de 0,5 Km/Km2 para bacias com drenagem pobre, a 3,5 ou mais para bacias

excepcionalmente bem drenadas (Villela, 1975).

4.2.3.2 – Extensão Média do Escoamento Superficial

Extensão média do escoamento superficial é a distância média em que a água da

chuva teria que escoar sobre os terrenos de uma bacia, caso o escoamento se desse em linha

reta desde onde a chuva caiu até o ponto mais próximo no leito de um curso d’água

qualquer da bacia (Villela,1975).

A extensão será calculada pela expressão:

LAL

4=

Onde: A = área da bacia

L= extensão de um curso d’água passando pelo seu centro

Este índice constitui uma indicação da distância média do escoamento superficial.

4.2.3.3– Sinuosidade do Curso d’água

Sinuosidade é a relação entre o comprimento do rio principal L em Km e o

comprimento de um talvegue Lt em Km, é um fator controlador da velocidade do

escoamento (Villela,1975).

A sinuosidade será dada pela expressão:

LtLSin =

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Onde: L=comprimento do rio principal em Km

Lt = comprimento de um talvegue em Km

4.3 – Estudo Qualitativo da Água

Os estudos da qualidade da água fornecem subsídios para avaliar as alterações

ambientais decorrentes das atividades humanas. Pois, o intenso uso da água e a poluição

gerada, contribuem para agravar sua escassez. Disso resulta a necessidade crescente de

acompanhamento das alterações da qualidade da água.

Foram feitas avaliações qualitativas dos estágios de poluição e contaminação do

curso de água no município de Jaguariúna, na seção de medição das vazões com o

molinete, de coordenadas: latitude 22°42’30” e longitude 46°59’47”. As análises

qualitativas foram feitas duas vezes ao mês, ao longo de 24 meses, entre os anos de 2003 e

2004, sendo uma das coletas efetuada no dia da medição da vazão. Os parâmetros

analisados foram: pH, condutividade, temperatura, demanda química de oxigênio (DQO),

demanda bioquímica de oxigênio (DBO), oxigênio dissolvido (OD), coliformes totais e

coliformes fecais. As análises seguiram as Metodologias contidas em APNA (1995).

O principal objetivo desse estudo é avaliar as condições sanitárias do corpo d’água

para a situação de vazão de estiagem. Na figura 4.1, a localização do ponto de coleta de

água no município de Jaguariúna.

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48

Figura 4.1 – Ponto de coleta para análise da qualidade da água (Ponte Maria Fumaça)

4.4 – Vazão

Foi adotado um procedimento de medição de vazão no campo e os resultados dessa

medição foram comparados com os valores calculados a partir dos dados fornecidos pelo

Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) . Dessa forma, foi avaliada a aderência

dos resultados de campo com os resultados obtidos através de cálculo, bem como a sua

correlação com outros parâmetros físicos da bacia. O posto de medição foi localizado no

município de Jaguariúna - Latitude 22°42’30” e Longitude 46°59’47”. A vazão medida

pelo processo do molinete, mensalmente, foi comparada com a vazão calculada a partir dos

dados obtidos do DAEE em duas seções, sendo uma à montante, posto 3D-009 no

município de Morungaba (Latitude 22°51’02” e Longitude 46°46’47”) e uma à jusante,

posto 4D-001 no município de Cosmópolis (Latitude 22º39’26” e Longitude 47º12’53”) .

A vazão é utilizada com freqüência, como indicador da disponibilidade hídrica

natural em um curso de água e essa disponibilidade hídrica é a base para o desenvolvimento

da região. Abaixo, a localização do ponto de medida da vazão no município de Jaguariúna.

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Figura 4.2 – Vista aérea do ponto de medição de vazão (Ponte Maria Fumaça)

Figura 4.3 – Ponto de medição de vazão (Ponte Maria Fumaça)

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4.4.1 Medição da Vazão Pelo Método do Molinete

Para a medição de vazão foi empregado o método de velocidade, medido com o

molinete A.OTT n°16.785 TYPE 10.152 e hélice 17.888, curvímetro DERBY e planímetro

HAFF NO.315 n° de série 28.377. As medições foram feitas em verticais estabelecidas em

função da largura dos cursos d’água e do formato do álveo. Em cada vertical foi feita uma

medição a 60% da profundidade. Com o auxílio da equação do molinete, os valores lidos de

rotação por segundo (rps), foram transformados em velocidade.

A descarga líquida numa determinada seção de um rio, que é o volume de água que

atravessa esta seção durante a unidade de tempo, foi obtida com a fórmula da continuidade:

ViSiQi ×=

Onde : hibiSi ×=

=Qi vazão na vertical “i” , em m3/s;

=Si área de influência da vertical “i”, em m2;

=Vi velocidade média na vertical “i” , em m/s;

=Bi largura da área de influência da vertical , “i” , em m , onde é obtido entre a

distância média entre a vertical em estudo e a anterior, até a distância média entre a vertical

em estudo e a posterior.

=hi profundidade do curso d’água na vertical “i” , em m

A vazão no curso d’água na seção será : ∑= qiQ

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4.4.2 – Método de Transferência Espacial de Informação

O método de transferência espacial de informação, permite calcular as possíveis

vazões em uma determinada região, desde que tenham dados de vazões à montante e à

jusante desta região. A forma para essa transferência de informação, consiste em interpolar

linearmente entre duas estações, uma à montante e outra à jusante, proporcionalmente as

respectivas áreas de drenagem.

Para o município de Jaguariúna, foram calculadas as respectivas vazões pelo

método de transferência espacial de informação a partir de vazões determinadas pelos

postos do DAEE: 3D-009 no município de Morungaba e 4D-001 no município de

Cosmópolis. As vazões calculadas, foram comparadas com as vazões medidas no campo.

Qu = vazão (m3/s) onde se deseja, Jaguariúna

Qm = vazão (m3/s) na estação montante, Morungaba

Qj = vazão (m3/s) jusante, Cosmópolis

A= área contribuinte em u (Jaguariúna); m (Morungaba); e j (Cosmópolis).

4.4.3- Vazão Mínima

A) Q7,10 e Q95%

Com a ampla série de dados dos postos do DAEE, 3D-009 no município de

Morungaba e 4D-001 no município de Cosmópolis, foram calculadas as vazões Q7,10 e Q 95%.

Vazões mínimas anuais de sete dias consecutivos (Q7,10), refere-se à vazão mínima

média de sete dias de duração, cuja vantagem é sofrer menos influência de erros

operacionais e intervenções humanas no curso de água, do que a vazão mínima diária e é

suficientemente mais detalhada que a vazão mínima mensal. Assim, esta vazão é utilizada

com freqüência como indicador da disponibilidade hídrica natural em um curso de água.

( )mJmj

mumu QQ

AAAAQQ −÷⎟

⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

−−

+=

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Em estudo anterior verificou-se que a função distribuição de probabilidade da

variável padronizada Xn, definida por:

diasnQnQnXn 180,...60,30,7=×=

Onde :

=Qn vazão mínima anual de N dias consecutivos;

=Qn é a média das mínimas de N dias, independente do valor de N, ou seja, é

possível considerar as amostras ( )Xn como provenientes de um mesmo universo, e

portanto, determinar uma única distribuição de probabilidade para a variável padronizada.

Admitiu-se que a distribuição de probabilidade das séries de vazões mínimas

padronizadas de 1,2,...12 meses consecutivos é a mesma das séries de vazões mínimas

padronizadas de 30,60,90,...180 dias consecutivos. Portanto supõe-se que os valores

de ( )Xt da equação valem para as vazões mínimas anuais padronizadas de sete dias

consecutivos, descrita por:

( ) QBAXtmCnQ ×+××= ,7,7

Onde :

C7,m é obtido a partir da figura 4.6 do “ Manual de Cálculo das Vazões Máximas,

Médias e Mínimas nas Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo ” do DAEE, 1994. Os

valores de Xt , A, B e Q encontram-se na Tabela 4.1 do referido Manual.

A regionalização das curvas de permanência foi realizada a partir da análise das

freqüências acumuladas, calculadas para as séries de vazões mensais observadas, em cada

um dos 219 postos fluviométricos estudados. Para que os resultados pudessem ser

comparados, as séries originais foram padronizadas dividindo-se as vazões mensais pela

média de longo período da série. Assim, a variável padronizada é definida por q:

QQq /=

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Ordenando-se os valores de q em ordem decrescente, pode-se estimar a freqüência

acumulada, também denominada permanência (P), por:

( ) NIqiqFP q /−>==

Onde i representa o número seqüencial do valor qi da variável q na série ordenada,

no número total de elementos na série é : ( )qiqFq >= a freqüência com que a valor qi é

excedido ao longo do traço histórico.

A partir das séries ordenadas qi e Ni / de cada posto foram calculados, por

interpolação linear, os valores ( )pq da variável padronizada ( )q , para diferentes valores de

permanência ( )P . Comparando-se os valores de pq nas diferentes estações fluviométricas

estudadas, identificou-se quinze regiões com comportamento semelhante, com está na

tabela do “ Manual de Cálculo das vazões Máximas, Médias e Mínimas nas Bacias

Hidrográficas do Estado de São Paulo”.

Então com os valores de pq e pela equação QQq /= pode-se calcular a vazão

média mensal para uma dada permanência P por :

QqQ pp =

B) Vazão Específica Mínima

A vazão mínima é o grande objetivo do trabalho, pois é da sua quantidade e

qualidade que depende o abastecimento hídrico de um município.

As vazões específicas calculadas pelas vazões naturais mínimas Q7,10 e Q95%, são

indicadores que representam a contribuição unitária mínima da bacia, ou seja, são utilizados

para avaliar a disponibilidade hídrica mínima por unidade de área, indicando assim áreas

críticas quanto à utilização dos recursos hídricos.

Calculadas as vazões específicas mínimas dos postos à montante de Jaguariúna (3D-

009 em Morungaba) e à jusante do município (4D-001 em Cosmópolis), foram calculadas

as vazões específicas mínimas para o município de Jaguariúna, através do método de

transferência espacial.

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4.4.4 – Vazão de Enchente

Com a ampla série de dados de vazão do Departamento de Águas e Energia

Elétrica-DAEE , na seção à montante (seção no município de Morungaba) e na seção à

jusante (seção no município de Cosmópolis) do município de Jaguariúna, foi calculado a

vazão de enchente baseado no método de Gumbel e Log de Pearson Tipo III.

1-Método de Gumbel:

Este método se baseia na lei dos extremos. Calcula-se :

beep

−−−= 1

onde : e = base dos logarítimos neperianos = 2,71828

e b é dado por

( )σσ

45,07797,0

1+−= QQb

Onde :

P = probalilidade máxima vazão média diária de um ano qualquer ser maior ou igual a Q,

ou seja probabilidade de ocorrência de um valor igual ou maior que Q;

Q = vazão de cheia

Q = média das N vazões máximas

N = Número de dados (anos)

σ = desvio padrão das N vazões máximas.

N

QiQ

N

∑= 1

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( )2

1

1−

−=∑

N

QQiN

σ

e Tr = tempo de recorrência

beePTr −−−

==1

11

a cada enchente corresponde um período de retorno

2-Método de Log de Pearson Tipo III

( )

( ) ( ) ( )3log

3

21

loglog

XNN

XXNg

σ×−×−

−= ∑

Os valores de X para vários períodos de retorno são calculados por :

XKXLogX loglog σ+=

O valor de Qmáx. para o município de Jaguariúna, após tratamento dos dados, será

obtido aplicando o método de transferência espacial, descrito anteriormente.

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4.5-Aplicação da Metodologia dos Indicadores de Sustentabilidade dos Recursos Hídricos

A proposta de indicadores de sustentabilidade do uso de recursos hídricos foi

aplicada para a bacia 1, bacia 2 e bacia 3, para fornecer um diagnóstico das características

dessas bacias em estudo, refletindo as especificidades locais, considerando os indicadores

avaliados em nível local e conseqüentemente auxiliando a gestão de recursos hídricos.

Esta etapa corresponde às caracterizações das bacias isoladas através da mensuração

dos indicadores de sustentabilidade dos usos dos recursos hídricos. Para cada indicador

analisado, descrevem-se as suas funções, os parâmetros e os índices.

O resultado dessa aplicação é uma classificação das bacia 1, bacia 2 e bacia 3

analisadas, segundo a necessidade de cada uma dessas bacias em relação a determinada

ação de intervenção previamente estabelecida.

Dentre os indicadores de sustentabilidade do uso de recursos hídricos, foram

utilizados na caracterização das bacias 1, 2 e 3 objetos desse estudo, os seguintes

indicadores: densidade demográfica; índice de urbanização; índice de cobertura vegetal

natural; índice de reflorestamento; índice de consumo efetivo de água per capita; vazão

específica mínima; índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas

naturais Q7,10 e Q95%; índice de atendimento por coleta de esgotos; índice de atendimento

por tratamento de esgotos.

4.5.1 – Densidade Demográfica

A densidade demográfica (Dd) é a relação entre população e a área da unidade

territorial em Km2 , que avalia a intensidade da ocupação antrópica e sua conseqüência

sobre os recursos hídricos. Esse indicador avalia as necessidades das bacias em relação às

intervenções que proporcionam a conservação e proteção dos mananciais e melhoria da

qualidade da vida.

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4.5.2 - Índice de Urbanização

O índice de urbanização é a relação entre a população urbana e a população total da

bacia hidrográfica e, portanto, indicativo da relação entre o sistema natural composto pelo

meio físico e pelo sistema antrópico constituído pelo homem e suas atividades.

4.5.3 – Indice de Cobertura Vegetal Natural

O índice da cobertura vegetal natural é determinado pela relação entre a área com

cobertura vegetal natural e a área total da unidade hidrográfica. O índice de cobertura

vegetal natural é um indicador da qualidade ambiental da bacia hidrográfica.

4.5.4 – Índice de Reflorestamento

O índice de reflorestamento refere-se à área coberta por unidades de conservação

em relação à área com cobertura vegetal natural. É um indicador dos trabalhos realizados

para conter as alterações provocadas no balanço hídrico.

4.5.5 – Índice de Consumo Efetivo de Água Per Capita

Este índice indica o volume de água efetivamente consumido na bacia, incluindo as

perdas comerciais e administrativas de água. O índice de consumo efetivo de água per

capita é a relação entre o consumo efetivo anual e a população atendida pelos sistemas

públicos de abastecimento de água.

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4.5.6 – Índice de Captação Urbana de Água em Relação às Vazões Mínimas Naturais Q7,10 E Q95%

Este índice indica o quanto à demanda do setor compromete as disponibilidades

hídricas. O índice de captação urbana de água é a relação da captação urbana (m3/s) e as

disponibilidades hídricas Q7,10 e Q95% (m3/s).

4.5.7 – Índice de Atendimento por Coleta de Esgotos

A degradação da qualidade das águas, se dá pela falta de sistemas de coleta e

afastamento de esgotos. Entretanto, na região em estudo, as condições de coleta e

afastamento de esgotos são satisfatórias. O índice de atendimento por coleta de esgoto é a

relação da população atendida por coleta e afastamento de esgoto e a população urbana do

município.

4.5.8 – Índice de Atendimento por Tratamento de Esgotos

A maior degradação da qualidade das águas dos mananciais superficiais se deve,

principalmente, à falta de tratamento de esgoto, ou quando existente, à deficiência de

capacidade do tratamento. O índice de tratamento de esgotos é um indicador das condições

sanitárias dos rios e, conseqüentemente, das condições ambientais. Este índice resulta da

relação entre a população atendida por tratamento de esgoto e a população urbana do

município.

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5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 – Bacia do Jaguari e suas características

A bacia do Jaguari apresenta um aumento expressivo de degradação das condições

naturais. Esta bacia está localizada em uma das regiões de maior crescimento econômico do

país, dando origem a diversos problemas, como a destruição dos recursos naturais. Alguns

municípios da bacia passaram a constituir pólos de atração para implantação de diversas

atividades industriais e, em decorrência, grandes concentrações populacionais. A Figura 5.1

mostra a área urbanizada da bacia do Jaguari

Legenda

____ Área Urbanizada ou em Urbanização

Figura 5.1 – Imagem do satélite TM Landsat, destacando as áreas urbanizadas ou em processo de urbanização

na Bacia do Jaguari – Banco de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

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A figura 5.2 mostra a bacia do rio Jaguari com uma grande área de tributários na

parte superior da Bacia, ou seja, na região do Sistema Cantareira, onde estão localizados os

quatro reservatórios que alimentam a elevatória de Santa Inês: Jaguari, Cachoeira,

Atibainha e Juqueri.

Na sua porção final, entre os municípios de Jaguariúna e de Holambra, localiza-se o

principal afluente do rio Jaguari, o rio Camanducaia.

Figura 5.2 – Bacia do Jaguari com seus principais corpos d’água e respectivos tributário

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A figura 5.3 mostra como está sendo usado e ocupado o solo da Bacia do Jaguari.

Além das áreas urbanas, observa-se também a predominância das áreas de cultivo da cana-

de-açucar e de citros, especialmente, laranjas. Destacam-se ainda grandes áreas de culturas

perene e anual, entrecortadas por grandes áreas de pastos sujo e limpo, especialmente, à

jusante do Sistema Cantareira.

Figura 5.3 – Representação do uso e ocupação do solo da bacia Bacia do Jaguari

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A figura 5.4 mostra a grande extensão das Áreas de Uso Especial, que corresponde

às áreas urbanas ou em processo de urbanização, cuja tendência é de crescimento contínuo.

Grandes Áreas Subutilizadas constituídas por pastos, que pela vocação do solo, poderiam

estar sendo melhores utilizadas. Ambas, cercadas por grandes Áreas de Uso Adequado,

utilizadas nas culturas da cana-de-açucar, de citros com predominância dos laranjais e

outras culturas de natureza perene ou anual. Além disso, observa-se pequenas Áreas de

Preservação compostas por matas, matas ciliares, matas mistas e vegetação de várzeas, o

que já constitui motivo de grande preocupação.

Figura 5.4 – Representação da utilização das áreas, na Bacia do Jaguari

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Na figura 5.5, a bacia não apresenta grandes variações de cotas altimétricas, sendo

as cotas de 550 a 650m as de maior representatividade. As cotas de 700 a 750m, de menor

representatividade, localizam-se na parte superior da Bacia.

Figura 5.5 – Classificação das cotas altimétricas

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5.2 - Caracterização da Bacia Hidrográfica

5.2.1 - Isolamento da Bacia Hidrográfica

Abaixo, o quadro contendo a rede de drenagem das bacias isoladas no trabalho:

Bacia 1, da nascente ao município de Morungaba; Bacia 2, da nascente ao município de

Jaguariúna e Bacia 3, da nascente ao município de Cosmópolis.

Tabela 5.1 : Área de drenagem da bacia 1, bacia 2 e bacia 3

SUB-BACIAS JAGUARI

ÁREA DE DRENAGEM

( Km2 )

MUNICÍPIOS

Bacia 1 Seção Morungaba

Da nascente ao posto do DAEE - 3D-009 no município de Morungaba com coordenadas : Latitude:22°51’02” Longitude:46°46’47”

1.999,27

Quatro Municípios Mineiros : Toledo, Itapeva, Camanducaia, Extrema Seis Municípios Paulistas : Pedra Bela, Vargem, Bragança Paulista, Tuiuti, Joanópolis e Morungaba

Bacia 2 Seção Jaguariúna

Da nascente ao Município de Jaguariúna no ponto de medição de vazão e qualidade do rio Jaguari com coordenadas : Latitude:22°42’30” Longitude:46°59’47”

2.232,75

Quatro Municípios Mineiros : Toledo, Itapeva, Camanducaia, Extrema Oito Municípios Paulistas : Pedra Bela, Vargem, Bragança Paulista, Tuiuti, Joanópolis, Morungaba, Pedreira e Jaguariúna.

Bacia 3 Seção Cosmópolis

Da nascente ao ponto do DAEE - 4D-001 no município de Cosmópolis com coordenadas: Latitude:22°39’26” Longitude:47°12’53”

3.379,77

Quatro Municípios Mineiros : Toledo, Itapeva, Camanducaia, Extrema Quinze Municípios Paulistas : Pedra Bela, Vargem, Bragança Paulista, Tuiuti, Joanópolis, Morungaba, Pedreira, Jaguariúna, Amparo, Monte Alegre do Sul,Santo Antônio de Posse, Artur Nogueira, Holambra, Pinhalzinho e Cosmópolis.

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5.3 – Características Morfológicas

As características físicas de uma bacia hidrográfica são elementos de grande

importância em seu comportamento hidrológico. Existe uma estreita correspondência entre

o regime hidrológico e estes elementos, sendo portanto de grande utilidade prática o

conhecimento desses elementos, pois ao se estabelecer relações e comparações entre eles e

dados hidrológicos conhecidos, pode-se determinar indiretamente, valores hidrológicos em

seções ou locais de interesse, para os quais faltam dados.

Com base no exposto acima, foram determinadas para cada uma das bacias em

estudo, as seguintes características físicas: área de drenagem, coeficiente de compacidade,

forma da bacia, densidade de drenagem, extensão média do escoamento superficial e

sinuosidade do rio.

As Tabelas 5.2, 5.3 e 5.4 abaixo, mostram os resultados obtidos:

Tabela 5.2 : Características morfológicas da Bacia 1

Área: 1.990,275 Km2

Coeficiente de Compacidade :

1,95

Fator de Forma :

0,073 Densidade de Drenagem : 1,830 Km/Km2 Extensão Média do Escoamento Superficial : 0,46 Km

Sinuosidade do rio Jaguari

1,68

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Tabela 5.3 : Características morfológicas da Bacia 2

Área: 2.223,75 Km2

Coeficiente de Compacidade :

2,419 Fator de Forma :

0,037

Densidade de Drenagem : 1,889 Km/Km2 Extensão Média do Escoamento Superficial : 0,47 Km

Sinuosidade do rio Jaguari :

1,96

Tabela 5.4 : Características morfológicas da Bacia 3

Área: 3.379,775 Km2

Coeficiente de Compacidade :

3,396

Fator de Forma :

0,047 Densidade de Drenagem : 1,988 Km/Km2 Extensão Média do Escoamento Superficial: 0,50 Km

Sinuosidade do rio Jaguari :

1,81

Os resultados acima, permitem afirmar que as áreas estudadas – Bacias 1, 2 e 3 –

são bacias irregulares, com boa sinuosidade, não muito sujeita a enchentes e, portanto, bem

drenadas.

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5.4 – Estudo Qualitativo da Água

De um modo geral, os conflitos relacionados ao uso dos recursos hídricos têm

origem na degradação das águas causada pelo lançamento de cargas poluidoras de natureza

doméstica e ou industrial, sem tratamento prévio, diretamente no leito dos rios.

Com base nessa premissa, foram realizadas análises qualitativas da água do rio

Jaguari e determinadas às vazões no mesmo ponto de coleta das amostras, seção de

Jaguariúna, para estudo comparativo. Os resultados obtidos constam das Tabelas 5.5 e 5.6,

abaixo: Tabela 5.5 - Parâmetros qualitativos do rio Jaguari no município de Jaguariúna, no ano de 2003

DATA PH

TEMPERATURA (°C)

CONDUTIVIDADE(Us/cm)

OD (mg/l)

DQO (mg/l)

DBO (mg/l)

COLIF. TOTAL (NMP/100 ml)

COLI FECAL (NMP/100 ml)

6/1/2003 6,92 25,7 78 5,02 1 1 7,5 X 10³ 2,6 X 10³ 17/1/2003 6,92 26,4 104 6,16 1 2 6,5 X 10³ 3,2 X 10³ 28/1/2003 7,38 23,2 64,6 7,27 4 2 6 X 10³ 3 X 10³ 3/2/2003 7,45 26,7 89 7,76 1 2 8,5 X 10³ 5 X 10³

17/2/2003 7,37 26,7 97,8 6,07 19 9 5 X 10³ 3 X 10³ 28/2/2003 6,81 24 126 5,8 5 2 6 X 10³ 2 X 10³ 7/3/2003 7,18 26,8 82 7 4 3 6 X 10³ 2 X 10³

14/3/2003 7,01 25,7 78,6 6,71 3 2 6 X 10³ 2 X 10³ 28/3/2003 7,17 25,2 98,8 6,6 5 2 6,1 X 10³ 3 X 10³ 10/4/2003 7,04 23,2 104,4 6,47 1 1 4,8 X 10³ 7,0 X 10³ 23/4/2003 7,06 24,4 97,9 7,04 4 1 5,8 x 10³ 2,1 X 10³ 30/4/2003 6,94 24,4 108,6 6,27 4 1 4,8 X 10³ 9,2 X 10³ 7/5/2003 7,04 20,2 101,2 7,28 2 2 6,5 X 10³ 7 X 10³

20/5/2003 7 20,9 108,7 6,97 2 2 5,2 X 10³ 0,8 X 10³ 29/5/2003 6,95 19,4 124,1 7,17 10 4 5,9 X 10³ 2,3 X 10³ 9/6/2003 6,87 20,9 116,9 6,82 8 3 5,2 X 10³ 1,3 X 10³

12/6/2003 6,93 20,1 127,7 6,83 12 4 4,9 X 10³ 0,9 X 10³ 27/6/2003 7,13 18,7 132,5 6,93 7 2 5,3 X 10³ 0,9 X 10³ 10/7/2003 6,77 17,2 132 6,78 26 6,5 7,0 X 10³ 1,2 X 10³ 19/7/2003 6,89 18,2 127 6,93 3 2 5,9 X 10³ 1,2 X 10³ 28/7/2003 7,11 19,1 140 6,71 3 2 5,1 X 10³ 1,4 X 10³ 8/8/2003 7 19,7 134,7 5,48 9 3 5,1 X 10³ 1,1 X 10³

13/8/2003 7,14 19,2 144,4 5,6 31 8 6,1 X 10³ 1,2 X 10³ 27/8/2003 6,9 19,1 146,1 5,39 9 3 6 X 10³ 1,1 X 10³ 2/9/2003 6,92 20,3 136,4 5,44 19 6,5 5,9 X 10³ 0,8 X 10³

16/9/2003 6,98 22,1 127,9 6,04 36 12 5,9 X 10³ 2,1 X 10³ 25/9/2003 6,67 26,5 135,6 4,35 20 6 5,3 x 10³ 1,7 x 10³ 16/10/2003 6,76 22,8 150,1 5,96 10 5 6,7 x 10³ 1,5 x 10³ 22/10/2003 6,75 24,1 149,6 3,99 16 8 5,2 X 10³ 2,4 x 10³

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27/10/2003 6,7 25 136 4,73 22 7 5,8 X 10³ 1,9 X 10³ 6/11/2003 6,86 23 140,5 5,41 11 4 5,5 X 10³ 1,4 X 103 13/11/2003 7,23 24,2 116,7 6,95 15 5 5,2 X 10³ 1,4 X 10³ 27/11/2003 6,86 25,9 118,7 5,09 1 2 7 X 10³ 3,2 X 10³ 4/12/2003 7,11 25,2 93,1 6,89 12 4 6,2 X 10³ 2,9 X 10³ 11/12/2003 7,2 25,8 84,1 6,39 16 5 6,8 X 10³ 2,7 X 10³ 18/12/2003 7,05 25,8 99,4 6,12 10 4 6,3 x 10³ 2,2 x 10³

MÉDIA 7 22,9 115,5 6,2 10,1 3,8 5,9X103 2,5X103

Tabela 5.6 - Parâmetros qualitativos do rio Jaguari no município de Jaguariúna, no ano de 2004

DATA PH TEMPERATURA

(ºC) CONDUTIVIDADE

(Us/cm) OD

(mg/l)DQO (mg/l)

DBO (mg/l)

COLI TOTAL (NMP/100ml)

COLI FECAL (NMP/100ml)

6/1/2004 7,42 26,1 69,8 6,04 41 11 7 X 10³ 2,2 x 10³ 15/1/2004 7,21 24,4 81,3 4,88 32 11 6,8 X 10³ 3 X 10³ 29/1/2004 7,26 26,9 75,4 5,57 25 0,9 5,8 x 10³ 2,5 X 10³ 5/2/2004 6,85 26,6 90,8 6,34 28 5 7,2 x 10³ 3,1 x 10³

19/2/2004 7 28,9 111,2 5,95 23 6,5 7,1 x 10³ 2,9 x 10³ 27/2/2004 7,22 23,3 61 6,59 25 5 5,7 x 10³ 1,2 X 10³ 4/3/2004 7,03 25,6 86 6,4 2 2 6,4 X 10³ 1,2 X 10³

10/3/2004 7,08 26,8 96,9 5,56 33 7 7,2 x 10³ 2,7 X 10³ 30/3/2004 7,05 26,8 97 5,38 105 17 2,7 X 10³ 1,7 x 10³ 6/4/2004 7,12 25,4 96,4 5,11 8 2 2,8 x 10³ 1,2 X 10³

23/4/2004 7,35 24,8 65,7 6,24 2 1 1,4 X 10³ 0,7 X 10³ 29/4/2004 7,23 22 83,5 5,74 14 4 6,3 x 10³ 1,9 X 10³ 6/5/2004 7,23 22,8 85,2 5,94 38 9 5,7 X 10³ 1,7 x 10³

20/5/2004 7,19 19,9 83,1 7,02 4 1 6 X 10³ 1,7 x 10³ 27/5/2004 7,34 17,2 77,4 5,97 4 1 6 X 10³ 2,3 X 10³ 2/6/2004 7,34 17,2 67,1 6,11 5 1 7 X 10³ 3,3 X 10³

17/6/2004 7,29 17 81,6 6,3 36 8 7 X 10³ 4 X 10³ 24/6/2004 7,22 17,1 82,1 6,21 10 2 6 X 10³ 4 X 10³ 06/7/2004 7,19 18,6 81,7 6 11 4 7 x 10³ 4 x 10³ 22/7/2004 7,09 19,8 93,4 5,65 4 1 6,3 x 10³ 4 X 10³ 10/8/2004 7,11 19 89,2 5,83 13 4 7 X 10³ 4 X 10³ 26/8/2004 7,03 19,2 100,2 5,64 18 4 8 X 10³ 4 X 10³ 16/9/2004 6,94 19,4 101,2 5,54 6 1 9 X 10³ 6 x 10³ 29/9/2004 6,94 24,7 112,3 4,91 2 1 9 X 10³ 6 x 10³ 7/10/2004 6,91 22 112,4 5,57 1 1 8 X 10³ 4 X 10³ 21/10/2001 6,92 22 88 5,11 16 4 8 X 10³ 6 x 10³ 05/11/2004 7,01 23,9 107,2 5,26 15 4,6 9 X 10³ 6 x 10³ 25/11/2004 7,11 24,4 89,2 5,87 61 15 8 X 10³ 6 X 10³ 1/12/2004 7,16 25 84,3 6,09 46 9 8 X 10³ 6 x 10³ 16/12/2004 7,03 27,1 91,8 5,98 17 4 9 X 10³ 7 X 10³

MÉDIA 7,13 22,8 88,1 5,83 21,5 4,9 6,7X103 3,5X103

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Os resultados mostram, claramente, uma queda significativa dos padrões de

qualidade da água do rio Jaguari em Jaguariúna, em curto espaço de tempo. O rio Jaguari,

antes considerado de “Classe II” até 2000, hoje é considerado de “Classe III”, para fins de

abastecimento público. Embora atenda os parâmetros de Oxigênio Dissolvido e Demanda

Bioquímica de Oxigênio estabelecidos para a Classe II, o rio Jaguari no ponto da coleta de

amostras, apresenta contagens de Coliformes Totais e Fecais elevadas, características da

Classe III.

Isso demonstra que a alteração do regime de vazões, a urbanização crescente, o

aumento da população, o lançamento crescente de esgoto doméstico e despejo industrial

diretamente no rio, sem tratamento prévio, vêm comprometendo a qualidade da água de

abastecimento em Jaguariúna e tornando cada vez mais crítica a situação desse recurso

natural.

Dentre as causas de degradação biológica da água do rio Jaguari acima

mencionadas, destaca-se como a mais crítica, o lançamento do esgoto doméstico e do

despejo industrial, diretamente no rio, sem tratamento prévio. A falta de investimento, por

parte do setor público, em saneamento básico, tem contribuído para agravar ainda mais essa

situação.

Com a ampliação do nível de exigência de tratamento prévio do esgoto gerado por

cada município, essa situação tende a melhorar sensivelmente. Jaguariúna, fazendo jus ao

seu pioneirismo, trata hoje 50% do volume de esgoto doméstico gerado, com previsão de

tratar 100% desse volume, até o final do ano de 2005.

Não obstante, é imprescindível que os municípios localizados à montante de

Jaguariúna, elevem em igual extensão seus índices de tratamento de esgoto, para assegurar

água de melhor qualidade em Jaguariúna e, conseqüentemente, a proteção do recurso

hídrico objeto desse estudo.

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5.5 – Vazões

A demanda hídrica é o elemento de maior pressão sobre os recursos hídricos.

Quando há áreas onde esse recurso está escasso, tanto qualitativa como quantitativamente,

o uso desse recurso natural começa a ser conflitante. Portanto, a situação requer uma

distribuição eqüitativa dos recursos hídricos e o controle das cargas poluentes, mantendo-as

em níveis aceitáveis e compatíveis com a capacidade da assimilação dos corpos d’água.

O uso racional do recurso hídrico exige que a demanda hídrica não exceda a

disponibilidade hídrica por um longo período. Por esse motivo, há necessidade de se

conhecer a intensidade do uso desse recurso por região, para possibilitar o seu

gerenciamento.

Faz-se necessário mensurar as variações dos estoques hídricos durante diferentes

períodos do ano e em diferentes anos, levando-se em conta a duração e a extensão de uma

situação de deficiência de água para abastecimento, uma vez que essas variações podem

afetar a qualidade hídrica e o equilíbrio ecológico.

Tabela 5.7 : Vazões medidas e vazões calculadas no município de Jaguariúna

DATA

VAZÃO DAEE MORUNGABA

(m3/s)

VAZÃO MEDIDA EM JAGUARIÚNA

Método do molinete (m3/s)

VAZÃO CALCULADA Método-Transferência espacial de informação

(m3/s)

VAZÃO DAEE COSMÓPOLIS

(m3/s) 28/1/2003 35,19 35,44 35,20 62,91 17/2/2003 13,36 14,46 13,37 35,80 14/3/2003 15,18 17,49 15,18 46,56 23/4/2003 7,95 8,42 7,97 18,02 7/5/2003 9,71 9,65 9,73 19,88 12/6/2003 5,86 6,96 5,89 10,91 19/7/2003 4,94 5,37 4,99 8,45 13/8/2003 4,51 5,21 4,54 10,03 16/9/2003 4,04 4,67 4,07 9,29

16/10/2003 6,55 7,29 6,58 11,31 10/3/2004 12,57 15,86 12,58 27,4 23/4/2004 22,28 26,32 22,28 43,9 20/5/2004 10,97 13,20 10,99 21 17/6/2004 12,83 14,86 12,84 28,6 6/7/2004 8,66 9,57 8,69 14,9 22/7/2004 20,96 24,45 20,97 49,6 10/8/2004 7 9,35 7,02 13,8

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26/8/2004 6,2 9,64 6,23 11,1 16/9/2004 4,88 6,77 * * 7/10/2004 6,2 8,90 6,23 12,4 5/11/2004 7,27 10,71 7,29 15,98

16/12/2004 6,16 9,84 6,17 17,6 MÉDIA 10,60 12,47 10,90 23,31

(*) Dado não obtido

Tabela 5.8: Comparativo das vazões específicas dos municípios de Morungaba, Jaguariúna e

Cosmópolis

DATA

VAZÃO DAEE MORUNGABA (m3/s.área(Km2)

VAZÃO MEDIDA EM JAGUARIÚNA

Método do molinete (m3/s área(Km2)

VAZÃO CALCULADA Método-Transferência espacial de informação

(m3/s área(Km2)

VAZÃO DAEE COSMÓPOLIS(m3/s área(Km2)

28/1/2003 0,01768 0,01594 0,01583 0,01861 17/2/2003 0,00671 0,00650 0,00601 0,01059 14/2/2003 0,00762 0,00879 0,00683 0,01378 23/4/2003 0,00399 0,00379 0,00358 0,00533 7/5/2003 0,00488 0,00434 0,00438 0,00588

12/6/2003 0,00294 0,00350 0,00265 0,00323 19/7/2003 0,00248 0,00241 0,00224 0,00250 13/8/2003 0,00227 0,00234 0,00204 0,00297 16/9/2003 0,00203 0,00210 0,00183 0,00275 16/10/2003 0,00329 0,00328 0,00296 0,00335 10/3/2004 0,00631 0,00713 0,00566 0,00811 23/4/2004 0,01119 0,01184 0,01002 0,01299 20/5/2004 0,00551 0,00594 0,00494 0,00621 17/6/2004 0,00645 0,00668 0,00577 0,00846 6/7/2004 0,00435 0,00430 0,00391 0,00441

22/7/2004 0,01053 0,01099 0,00943 0,01467 10/8/2004 0,00352 0,00420 0,00316 0,00408 26/8/2004 0,00311 0,00433 0,00280 0,00328 16/9/2004 0,00245 0,00304 * * 7/10/2004 0,00311 0,00400 0,00280 0,00367 5/11/2004 0,00365 0,00482 0,00328 0,00473 16/12/2004 0,00308 0,00442 0,00276 0,00521

(*) Dado não obtido

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As vazões medidas pelo método do molinete em Jaguariúna, foram comparadas com

as vazões calculadas pelo método de transferência espacial de informação, utilizando os

dados de medições dos postos 3D-009 de Morungaba e 4D-001 de Cosmópolis, localizados

à montante e à jusante de Jaguariúna, respectivamente.

O resultado da análise comparativa revela que as vazões calculadas e medidas pelos

diferentes processos, estão muito próximas, com dispersão inferior a 5%.

Aplicando o programa de ajuste na série de dados tem-se:

Número de pares (N) = 20

Regressão Linear: Qcalc = -1,09754+0,9486.Qmed

Coeficiente de Regressão (r) = 0,9870

“t” – Distribuição de t Student

Nr

rt .1 2−

=

Valor obtido t = 27,46

Os dados obtidos são muito semelhantes, ou seja os calculados com os medidos em

campo. Dessa forma, a metodologia de transferência de dados utilizada, mostrou-se

adequada, ou seja, os dados obtidos com regressão de cerca de 98%,comprovam que o

método se adequa, para estudos que avaliam a vazão em pontos que não se dispõe de

estações fluviométricas.

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73

5.6- Vazão Mínima

É importante manter sob controle as vazões extremas correspondentes aos períodos

de seca e enchente, uma vez que possíveis afastamentos desse intervalo, podem acarretar

sérios riscos ambientais.

As vazões mínimas Q7,10 e Q95% são importantes e muito utilizadas em planejamento

e gestão de recursos hídricos, para se fazer análise e previsão das disponibilidades hídricas

e da qualidade dos recursos hídricos.

As vazões específicas traduzidas por Q7,10 e por Q95%, representam a contribuição

unitária mínima da bacia. São utilizados para avaliar a disponibilidade hídrica mínima por

unidade de área, indicando áreas críticas quanto à utilização dos recursos hídricos.

As Tabelas 5.9 e 5.10 abaixo contêm as vazões mínimas e específicas mínimas das

bacias em estudo:

Tabela 5.9 : Vazão mínima dos municípios de Morungaba, Jaguariúna e Cosmópolis

MUNICÍPIOS VAZÃO Q7,10

(m3/s)

VAZÃO Q95%

(m3/s)

MORUNGABA 3,74 5,63

JAGUARIÚNA 4,20 6,29

COSMÓPOLIS 6,35 9,56

Tabela 5.10 – Vazão específica em relação a Q 7,10 e Q95%

MUNICÍPIOS

VAZÃO Q7,10

(L/s)

VAZÃO Q95%

(L/s)

ÁREA (Km2)

ESPECÍFICA

Q7,10

(L/s.Km2)

ESPECÍFICA

Q95%

(L/s.Km2)

MORUNGABA 3.740,00 5.630,00 1.990,28 1,88 2,83

JAGUARIÚNA 4.180,00 6.290,00 2.223,75 1,88 2,83

COSMÓPOLIS 6.350,00 9.560,00 3.379,78 1,88 2,83

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74

As vazões mínimas - Q7,10 e Q95% - no município de Jaguariúna, mostram

resultados preocupantes. Os resultados obtidos, seja pelo método das vazões medidas em

campo com molinete, seja pelo método das vazões calculadas pela fórmula de transferência

de informação, apresentam valores bem próximos das vazões mínimas das disponibilidades

dos recursos hídricos. Isto significa que, o forte crescimento da atividade industrial e o

aumento populacional decorrente, poderão comprometer o abastecimento público de

Jaguariúna, em um futuro muito breve.

5.7 – Vazão de Enchente

A enchente é o fenômeno da ocorrência de vazões relativamente grandes, que fazem

com que as águas extravasem o canal natural do rio, causando as chamadas inundações.

O cálculo da vazão de enchente significa dar a máxima vazão de projeto. A vazão de

enchentes aplica-se ao cálculo de uma enchente de projeto por extrapolação dos dados

históricos para as condições críticas. A maior vazão medida em um período de anos, tem a

probabilidade de acontecer ou ser superada uma vez, neste período em anos.

No município de Jaguariúna os valores foram calculados pela regionalização

hidrológica, através dos postos à montante (3D-009 em Morungaba) e à jusante de

Jaguariúna (4D-001 em Cosmópolis). Os métodos utilizados foram: Log de Pearson Tipo

III e Gumbel.

As Tabelas 5.11 e 5.12 mostram as vazões de enchente calculadas para as regiões

estudadas.

Tabela 5.11 : Vazão máxima pelo método de Log de Pearson Tipo III

VAZÃO MÁXIMA

Tr MORUNGABA JAGUARIÚNA COSMÓPOLIS

Qm3/s Qm3/s Qm3/s 2 47,163 47,167 88,235 10 80,564 80,567 138,92 25 95,6 95,77 174,582 50 106,145 106,147 204,644

100 116,017 116,018 237,684 Tr = tempo de recorrência

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75

Tabela 5.12 : Vazão máxima pelo método de Gumbel

VAZÃO MÁXIMA

Tr MORUNGABA JAGUARIÚNA COSMÓPOLIS

Qm3/s Qm3/s Qm3/s 2 46,619 46,623 84,625 10 85,745 85,748 142,87 20 100,711 100,714 165,141 50 120,079 120,081 193,97

100 134,585 134,587 215,56 1000 182,526 182,528 286,92

Tr = tempo de recorrência

Considerando as altas vazões de enchente obtidas para os diferentes intervalos de

tempo, conclui-se que a probabilidade de ocorrência de enchentes em Jaguariúna, nas atuais

condições, é remota.

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76

5.8 – Vazões e parâmetros

5.8.1 - pH

05

10152025303540

28/1/2003

17/2/2003

14/3/2003

23/4/2003

7/5/2003

12/6/2003

19/7/2003

13/8/2003

16/9/2003

16/10/2003

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

6,46,56,66,76,86,977,17,27,37,47,5

pH

VAZÃO (m³/s) pH

0

5

10

15

20

25

30

10/3/2004

23/4/2004

20/5/2004

17/6/2004

6/7/2004

22/7/2004

10/8/2004

26/8/2004

16/9/2004

7/10/2004

5/11/2004

16/12/2004

DATA

VAZÃ

O (m3 /s)

6,66,76,86,977,17,27,37,4

pH

VAZÃO (m³/s) pH

Figura 5.6–Comparativo dos parâmetros de vazão e de pH medidos em Jaguariúna, nos anos 2003 e 2004

O pH medido variou de 6,67 a 7,45. Com raras exceções, a bacia apresenta

tendência de pH mais elevado para vazões mais altas. A média de pH registrada no período

desses dois anos foi de 7,06 e, portanto, muito próxima do pH de neutralidade, ou seja,

pH=7,00, o que demonstra que o pH, nesse caso, não afeta a vida aquática com grande

significância.

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77

5.8.2 – Temperatura (ºC)

05

10152025303540

28/1/2003

17/2/2003

14/3/2003

23/4/2003

7/5/2003

12/6/2003

19/7/2003

13/8/2003

16/9/2003

16/10/2003

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

05

1015

2025

30

TEMP

ERAT

URA

(°C)

VAZÃO (m³/s) TEMPERATURA (ºC)

0

5

10

15

20

25

30

10/3/2004

23/4/2004

20/5/2004

17/6/2004

6/7/2004

22/7/2004

10/8/2004

26/8/2004

16/9/2004

7/10/2004

5/11/2004

16/12/2004

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

0

5

10

15

20

25

30

TEMP

ERAT

URA

ºCVAZÃO (m³/s) TEMPERATURA ºC

Figura 5.7–Comparativo dos parâmetros de vazão e de temperatura medidos em Jaguariúna, nos anos 2003 e

2004

Observa-se que a temperatura não é grandemente afetada por diferentes vazões. A

temperatura medida variou de 17,0ºC a 28,9ºC, com média de 22,9ºC no período estudado.

Esse comportamento da temperatura tem grande significado, à medida que não

altera, substancialmente, a solubilidade dos gases, ou seja, o oxigênio dissolvido tão

essencial à manutenção da vida aquática, se mantém dentro dos limites de aceitabilidade.

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78

5.8.3 – Condutividade (Us/cm)

05

10152025303540

28/1/20

03

17/2/

2003

14/3/

2003

23/4/20

03

7/5/200

3

12/6/20

03

19/7/

2003

13/8/20

03

16/9/

2003

16/10

/2003

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

020406080100120140160

COND

UTIV

IDAD

E (U

s/cm

)

VAZÃO (m³/s) CONDUTIVIDADE (Us/cm)

0

5

10

15

20

25

30

10/3/2004

23/4/2004

20/5/2004

17/6/2004

6/7/2004

22/7/2004

10/8/2004

26/8/2004

16/9/2004

7/10/2004

5/11/2004

16/12/2004

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

0

20

40

60

80

100

120

COND

UTIVI

DADE

(Us/c

m)VAZÃO (m³/s) CONDUTIVIDADE (Us/cm)

Figura 5.8–Comparativo dos parâmetros de vazão e de condutividade medidos em Jaguariúna, nos anos de

2003 e 2004

A representação gráfica mostra que ocorre um aumento da condutividade com a

diminuição da vazão. Observa-se claramente que quanto menor a vazão, maior a

condutividade. Isso significa que na condição de baixa vazão, a água apresenta maior grau

de mineralização, em termos das substâncias dissolvidas e ionizadas nela presentes.

Embora a condutividade possa variar com a temperatura da água, nesse caso

específico, o fator temperatura não é significativo, haja vista que, nesse caso, a temperatura

não é afetada por diferentes vazões.

A condutividade medida variou entre 61,0 us/cm e 150,1 us/cm, com média de

103,0 us/cm.

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79

5.8.4 – Oxigênio dissolvido (mg/L)

05

10152025303540

28/1/2003

17/2/2003

14/3/2003

23/4/2003

7/5/2003

12/6/2003

19/7/2003

13/8/2003

16/9/2003

16/10/2003

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

012345678

OXIG

ÊNIO

DIS

SOLV

IDO

(mg/

L)

VAZÃO (m³/s) OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg/L)

05

1015202530

10/3/2004

23/4/2004

20/5/2004

17/6/2004

6/7/2004

22/7/2004

10/8/2004

26/8/2004

16/9/2004

7/10/2004

5/11/2004

16/12/2004

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

012345678

OXIG

ÊNIO

DIS

SOLV

IDO

(mg/

L)

VAZÃO (m³/s) OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg/L)

Figura 5.9–Comparativo dos parâmetros de vazão e de oxigênio dissolvido medidos em Jaguariúna, nos anos

2003 e 2004

A água em contato com o ar, fica geralmente saturada de oxigênio à temperatura

ambiente. Por outro lado, a água que foi isolada do contato com o ar (água de poços

profundos ou de lagos estratificados) contém pouco ou nenhum oxigênio dissolvido (OD).

O conteúdo de OD pode ser acrescido pelo oxigênio produzido por plantas aquáticas

durante a fotossíntese. Um decréscimo de OD na água da superfície pode ocorrer quando a

temperatura da água se eleva ou quando a quantidade de poluição do corpo d’água

aumenta.

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80

Observa-se que o Oxigênio Dissolvido medido variou entre o valor mínimo de

3,39mg/L e o valor máximo de 7,76mg/L no período. A média dos valores obtidos no

intervalo de tempo estudado foi de 6,05 mg/L, não afetada significativamente pela baixa

vazão. Essa leitura é de grande importância para assegurar a vida dos peixes e de outros

organismos aquáticos.

5.8.5 – Demanda Química de Oxigênio (mg/L)

05

10152025303540

28/1/2003

17/2/2003

14/3/2003

23/4/2003

7/5/2003

12/6/2003

19/7/2003

13/8/2003

16/9/2003

16/10/2003

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

0510152025303540

DEMA

NDA

QUÍM

ICA

DEOX

IGÊN

IO (m

g/L)

VAZÃO (m³/s) DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)

0

510

15

2025

30

10/3/2004

23/4/2004

20/5/2004

17/6/2004

6/7/2004

22/7/2004

10/8/2004

26/8/2004

16/9/2004

7/10/2004

5/11/2004

16/12/2004

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

0510152025303540

DEMA

NDA

QUÍM

ICA

DEOX

IGÊN

IO (m

g/L)

VAZÃO (m³/s) DEMANDA QUÍMICA DE OXGÊNIO (mg/L)

Figura 5.10–Comparativo dos parâmetros de vazão e de demanda química de oxigênio medidos em

Jaguariúna, nos anos 2003 e 2004

A Demanda Química de Oxigênio (DQO) indica a quantidade de compostos

oxidáveis quimicamente, presentes na água. O valor da DQO pode variar com a

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81

composição da água, com a concentração do reagente, com a temperatura, com o tempo de

contato e com outros fatores. Em alguns casos, costuma-se estabelecer uma relação tosca

entre a DBO e a DQO, mas como a oxidação química e a oxidação biológica são processos

diferentes, os resultados podem diferir em grande extensão.

À primeira vista, os gráficos sugerem uma relação inversa entre Demanda Química

de Oxigênio e Vazão. Quanta mais alta a vazão menor a DQO e vice-versa. Isso poderia ser

esperado, se a DQO dependesse apenas da quantidade de materiais oxidáveis lançados no

rio, até o ponto de coleta da amostra de água objeto da análise. Porém, o que se observa é

que o valor da DQO depende também da natureza do material passível de oxidação química

lançado no curso d’água.

Em junho de 2003 e outubro de 2004, apesar da condição de baixa vazão, os valores

de DQO se mostraram relativamente baixos. Portanto, apesar das altas vazões contribuírem

para a redução da DQO, isso pode não ocorrer efetivamente, em razão da natureza dos

materiais lançados.

A medida da DQO variou entre o valor mínimo de 1 mg/L e o valor máximo de 105

mg/l. O valor médio obtido para esse parâmetro de 15mg/L , demonstra a não criticidade da

Demanda Química de Oxigênio. As leituras mais altas devem corresponder a descargas

eventuais, passíveis de controle, seja através de otimização do monitoramento ou de maior

grau de conscientização.

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82

5.8.6 – Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg/L)

05

10152025303540

28/1/2003

17/2/2003

14/3/2003

23/4/2003

7/5/2003

12/6/2003

19/7/2003

13/8/2003

16/9/2003

16/10/2003

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

02468101214

DEMA

NDA

BIOQ

UÍMI

CADE

OXI

GÊNI

O (m

g/L)

VAZÃO (m³/s) DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)

05

1015202530

10/3/2004

23/4/2004

20/5/2004

17/6/2004

6/7/2004

22/7/2004

10/8/2004

26/8/2004

16/9/2004

7/10/2004

5/11/2004

16/12/2004

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

0123456789

DEMA

NDA

BIOQ

ÍMIC

ADE

OXI

GÊNI

O (m

g/L)

VAZÃO (m³/s) DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)

Figura 5.11–Comparativo dos parâmetros de vazão e de demanda bioquímica de oxigênio medidos em

Jaguariúna, nos anos 2003 e 2004

A importância das medidas de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), do ponto

de vista ecológico, é muito grande, pois através delas podemos saber quanto de oxigênio

vai ser subtraído do curso d’água, por determinada quantidade de um certo tipo de esgoto

ou resíduo industrial. Por conseguinte, conhecendo-se o volume de água do corpo receptor

e, portanto, a quantidade de oxigênio nele contida, pode-se saber também quanto de

oxigênio restará para a respiração dos peixes e outros organismos aquáticos. Tem valor

exclusivamente do ponto de vista ecológico e não propriamente sanitário.

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Uma das principais razões pelas quais as águas residuais devem ser tratadas antes de

seu retorno à fonte de abastecimento é a de reduzir a drenagem do suprimento de oxigênio

da coleção hídrica receptora. A grandeza da DBO se relaciona com a quantidade de matéria

orgânica presente no esgoto, isto é, quanto maior a quantidade de material orgânico

passível de oxidação biológica, maior a DBO. A “força” das águas residuais é expressa em

termos de nível da demanda bioquímica de oxigênio.

Como era de se esperar, os gráficos mostram que os valores da DBO são fortemente

afetados pelas baixas vazões. Quanto mais baixa a vazão, mais elevada a DBO.

Evidentemente, quanto menor a vazão, menor a quantidade de água e menor a quantidade

de oxigênio disponível. Por outro lado, para uma mesma carga orgânica, quanto menor a

vazão, maior a concentração de material assimilável e, conseqüentemente, maior a

Demanda Bioquímica de Oxigênio.

A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) medida variou entre o valor mínimo de

0,7 mg/L e 17,0 mg/L. O valor médio obtido no período foi de 4,3mg/L e, portanto,

relativamente alto para o valor médio de Oxigênio Dissolvido obtido no mesmo período.

Essa leitura demonstra que a continuidade do lançamento de águas residuárias no rio

Jaguari, sem tratamento prévio, poderá em curto espaço de tempo, comprometer o

abastecimento público em Jaguariúna e a vida dos organismos aquáticos nesse trecho da

bacia.

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84

5.8.7 – Coliformes totais (NMP/100mL)

05

10152025303540

28/1/2003

17/2/2003

14/3/2003

23/4/2003

7/5/2003

12/6/2003

19/7/2003

13/8/2003

16/9/2003

16/10/2003

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

012345678

COLI

FORM

E TO

TAL

(NMP

/100 m

L)

VAZÃO (m³/s) COLIFORME TOTAL (NMP/100 mL)

05

1015

2025

30

10/3/2004

23/4/2004

20/5/2004

17/6/2004

6/7/2004

22/7/2004

10/8/2004

26/8/2004

16/9/2004

7/10/2004

5/11/2004

16/12/2004

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

012345678910

COLIF

ORME

TOTA

L X 103

(NMP

/100m

L)VAZÃO (m³/s) COLIFORME TOTAL (NMP/100 mL)

Figura 5.12–Comparativo dos parâmetros de vazão e de coliformes totais medidos em Jaguariúna, nos anos

2003 e 2004

Para avaliação da qualidade sanitária de águas do ponto de vista microbiológico, são

usualmente empregadas às bactérias do grupo coliforme. O grupo coliforme inclui todos os

bacilos aeróbios ou anaeróbios facultativos gram-negativos, não esporulados, que

fermentam a lactose com produção de ácido e gás, em 24-48 horas, à temperatura de 35ºC.

Formam colônias de coloração rosa a vermelha escura, com brilho metálico verde-dourado,

em meio de cultura tipo Endo-Agar, em 18-24 horas, à temperatura de 35ºC. Geralmente, a

utilização desse meio de cultura, seletivo e diferencial, é feita para atender os padrões de

potabilidade definidos pela legislação.

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As clássicas espécies deste grupo são a Eschecichia Coli, Enterobacter aerogenes,

Enterobacter cloacae, Citrobacter freudii e Klebsiella pneumoniae.

Embora se observe uma redução na contagem de coliformes totais com o aumento

das vazões, a relação sugere a presença de outros fatores que poderão estar afetando o nível

dessa contagem na bacia do Jaguari. No período de estiagem relativo ao ano de 2004,

apesar de registradas vazões maiores que em 2003, as contagens de coliformes totais

correspondentes, são ligeiramente maiores do que as registradas em 2003. O aumento da

taxa populacional e o incremento da taxa de urbanização registrados nessa Bacia, no ano

de 2004 podem, neste momento, explicar a divergência observada – vide Tabelas 3.2 e 3.3.

A contagem máxima encontrada no período foi de 9.000UFC/mL e a mínima de

1.400UFC/mL. A contagem média de coliformes totais no período foi de 6.263UFC/mL.

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86

5.8.8 – Coliformes fecais (NMP/100mL)

05

10152025303540

28/1/2003

17/2/2003

14/3/2003

23/4/2003

7/5/2003

12/6/2003

19/7/2003

13/8/2003

16/9/2003

16/10/2003

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

00,511,522,533,5

COLIF

ORME

FECA

L(N

MP/10

0 mL)

VAZÃO (m³/s) COLIFORME FECAL (NMP/100 mL)

0

5

10

15

20

25

30

10/3/2004

23/4/2004

20/5/2004

17/6/2004

6/7/2004

22/7/2004

10/8/2004

26/8/2004

16/9/2004

7/10/2004

5/11/2004

16/12/2004

DATA

VAZÃ

O (m

3 /s)

012345678910

COLIF

ORME

FECA

L X 103

(NMP

/100 m

L)VAZÃO (m³/s) COLIFORME FECAL (NMP/100 mL)

Figura 5.13–Comparativo dos parâmetros de vazão e de coliformes fecais medidos em Jaguariúna, nos anos

2003 e 2004

A avaliação da qualidade sanitária de águas do ponto de vista microbiológico,

empregando as bactérias do grupo coliforme, não é suficiente para detectar um pequeno

grupo de bactérias, comprovadamente de origem fecal e, com sobrevivência similar às

bactérias patogênicas intestinais – Escherichia coli. Estas bactérias são diferenciadas dos

demais coliformes pela capacidade de produzir ácido e gás a partir da lactose, quando

incubadas à temperatura de 44,5ºC. Devido à sua origem, estas bactérias são denominadas

coliformes fecais: grupo de bacilos gram-negativos, não esporulados, aeróbios ou

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anaeróbios facultativos, que fermentam a lactose, com produção de ácido e gás em 24 a 48

horas, à temperatura de 44,5ºC. Estas bactérias formam colônias de coloração azul escura

brilhante, em meio de cultura do tipo mFC-Agar, em 18 a 24 horas, à temperatura de

44,5ºC.

A exemplo do que ocorre nas contagens de coliformes totais, as contagens de

coliformes fecais se comportam de maneira idêntica, ou seja, aumentam mesmo quando era

de se esperar uma redução dessa contagem para vazões maiores ocorridas no período de

estiagem do ano de 2004. Da mesma forma, essa divergência deve-se ao aumento da taxa

populacional e da taxa de urbanização ocorridas ao longo do referido ano – vide Tabelas

3.2 e 3.3.

É de se esperar a partir de 2005, uma redução nas contagens de coliformes totais e

fecais nessa seção da Bacia, em decorrência da operacionalização das Estações de

Tratamento de Esgoto em implantação, à montante de Jaguariúna. Jaguariúna, que por sua

vez já trata, desde de outubro de 2004, 50% do volume de efluente gerado, terá esse

volume ampliado para 100%, até o final de 2005.

A contagem máxima encontrada no período foi de 9.200UFC/mL e a mínima de

700UFC/mL. A contagem média para coliformes fecais no período foi de 2.924UFC/mL,

ou seja, o suficiente para caracterizar o curso d’água como de Classe III.

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5.9-Aplicação da Metodologia dos Indicadores de Sustentabilidade dos Recursos Hídricos

Neste item realiza-se uma aplicação, para o caso em estudo, da metodologia dos

indicadores de sustentabilidade dos recursos hídricos, tais como, densidade demográfica,

índice de urbanização, índice de cobertura vegetal natural, índice de reflorestamento, índice

de irrigação, índice de consumo efetivo de água per capita, vazão específica mínima, índice

de captação urbana de água em relação às vazões mínimas naturais Q7,10 e Q95%, índice de

atendimento por coleta de esgoto e índice de atendimento por tratamento de esgotos.

O resultado dessa aplicação é uma classificação das três bacias analisadas, através

da mensuração dos indicadores de sustentabilidade. Portanto, esta etapa corresponde à

quantificação dos indicadores definidos, para que tenham validade na comparação das

bacias hidrográficas, segundo a necessidade de cada uma delas em relação à determinada

ação de intervenção. Para cada indicador descrevem-se os parâmetros que o constituem e

seus respectivos índices ou valores determinados.

5.9.1 – Densidade Demográfica

A densidade demográfica avalia a intensidade da ocupação antrópica e sua

conseqüência sobre os recursos hídricos. Esse indicador avalia as necessidades das bacias

em relação às intervenções que proporcionam a conservação e proteção dos mananciais e

melhoria de vida.

Tabela 5.13 :Densidade demográfica

BACIAS

ÁREA DA UNIDADE

TERRITORIAL (Km2)

POPULAÇÃO

DENSIDADE

DEMOGRÁFICA (HAB/Km2)

Bacia 1 2.515 228.562 91 Bacia 2 2.727 297.771 109 Bacia 3 4.032 490.891 122

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Os resultados indicam a Bacia 3, como a de maior densidade demográfica com 122

hab/Km2.e portanto, a mais sujeita a sofrer impactos decorrentes da pressão populacional.

Na seqüência, a Bacia 2 com 109 hab/Km2 e a Bacia 1 com 91 hab/Km2 - Vide figura 5.36.

020406080

100120140

Dens

idad

e De

mog

ráfic

a (h

ab/K

m2 )

Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.14: Densidade demográfica

5.9.2 - Índice de Urbanização

A urbanização é um dos processos antrópicos mais agressivos ao meio ambiente.

Geralmente, a urbanização, se processa de forma descontrolada, forçando as cidades a

abrigarem um número de pessoas superior à sua capacidade ambiental.

O elevado crescimento urbano e industrial e as diversas formas de uso da terra na

Bacia do Jaguari, vêm provocando grandes alterações no meio físico e intensificando os

conflitos pela utilização dos recursos naturais, em especial, os recursos hídricos.

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Tabela 5.14 : Índice de urbanização

BACIAS

POPULAÇÃO URBANA

(a)

POPULAÇÃO TOTAL

(b)

INDICE

(a/b) Bacia 1 168.097 215.046 0,78 Bacia 2 227.921 279.738 0,81 Bacia 3 371.410 460.279 0,81

O menor índice de urbanização é observado na Bacia 1, com 0,78. As Bacias 2 e 3

encontram-se no mesmo patamar, com índice 0,81 e, portanto, com o mesmo índice de

alterações no meio físico, em especial nos recursos hídricos, como mostra a Figura 5.37.

0,76

0,77

0,78

0,79

0,8

0,81

Índi

ce d

e U

rnba

niza

ção

Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.15 : Índice de urbanização

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5.9.3 – Índice de Cobertura Vegetal Natural

Atualmente ocorrem intensos desmatamentos, em escala cada vez mais acentuada,

em virtude das expansões da atividade industrial, da urbanização e da atividade agrícola .

A extinção de florestas inteiras, altera todo o equilíbrio natural das regiões. As

plantas, os animais, as nascentes e os rios, o solo, o regime hídrico, tudo se altera para

atender ao grande desenvolvimento do local.

A cobertura vegetal natural constituída de remanescentes de mata atlântica, de

cerrado e de matas ciliares, se apresenta distribuída na região de forma localizada e restrita.

A situação atual das condições ambientais, são provenientes da intensa ocupação antrópica,

com a substituição da cobertura florestal natural por extensas áreas urbanizadas, industriais

e agrícolas.

A proteção das áreas, ainda com cobertura vegetal natural, é de grande importância

para proteção do solo e conservação dos recursos hídricos. O índice de cobertura vegetal

natural é um indicador importante de qualidade ambiental de uma bacia hidrográfica.

Tabela 5.15 :Índice de cobertura vegetal natural

BACIAS

Área da Cobertura Vegetal natural

(Km2) (a) Área de Drenagem

Total (Km2) (b) Índice (a/b) Bacia 1 323,27 1.999,28 0,16 Bacia 2 347,49 2.232,75 0,16 Bacia 3 652,53 3.388,78 0,19

O maior índice de cobertura vegetal natural encontra-se na Bacia 3, da ordem de

0,19. Na seqüência, com 0,16 de cobertura vegetal natural, as Bacias 1 e 2. – Vide Figura

5.38, abaixo:

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92

0,14

0,15

0,16

0,17

0,18

0,19

Indi

ce d

e Co

bertu

ra V

eget

al

Natu

ral

Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.16 : Índice de cobertura vegetal natural

5.9.4 – Índice de Reflorestamento

As áreas de reflorestamento são constituídas por formações florestais artificiais,

disciplinadas e homogêneas, representadas, principalmente, por eucaliptus e pinus. O

reflorestamento constitui um mecanismo de recuperação de áreas degradadas pelo

desmatamento, devido às mudanças provocadas por essa ação no balanço hídrico de uma

bacia.

Tabela 5.16 : Índice de Reflorestamento

BACIAS Reflorestamento

(Km2) (a) Cobertura Vegetal

(Km2) (b) Índice (a/b) Bacia 1 113 323,27 0,35 Bacia 2 119,5 347,49 0,34 Bacia 3 153,62 652,53 0,23

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Os resultados apontam a Bacia 3 como a de menor índice de reflorestamento, com

0,23, em coerência com o índice maior de cobertura vegetal natural demonstrado

anteriormente. Em ordem crescente de índices de reflorestamento, destacam-se as Bacias 2

e 1, com valores de 0,34 e 0,35, respectivamente – Vide Figura 5.39, abaixo:

00,05

0,10,15

0,20,25

0,30,35

Indi

ce d

e Re

flore

stam

ento

Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.17: Índice de reflorestamento

5.9.5 – Índice de Consumo Efetivo de Água Per Capita

Este índice indica o volume de água efetivamente consumido na bacia, computadas

as perdas. O consumo efetivo de água per capita nas bacias em estudo, é mais intenso na

Bacia 3, da ordem de 92 m3/hab.ano. Porém, não muito superior aos consumos efetivos

apresentados pelas Bacias 2 e 1, com 88 m3/hab.ano e 87 m3/hab.ano, respectivamente.

Vide Figura 5.41, abaixo:

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Tabela 5.17 :índice de consumo efetivo de água per capita

BACIAS População atendida Consumo efetivo

(m3/ano) Consumo per capita

(m3/hab.ano) Bacia 1 228.562 19.932.812 87 Bacia 2 297.771 26.157.015 88 Bacia 3 490.891 45.194.470 92

848586878889909192

Indi

ce d

e Co

nsum

o ef

etiv

o de

ág

ua p

er c

apita

(m3 /h

ab.a

no)

Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.18 – Índice de consumo efetivo de água per capita

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5.9.6 – Índice de Captação Urbana de Água em Relação às Vazões Mínimas Naturais

Q7,10 E Q95%

Tabela 5.18: Captação urbana (m3/s), disponibilidade hídricas Q7,10 e Q95% (m3/s) e respectivos índices

BACIAS Captação Urbana (m3/s)

(a)

Vazão Q7,10 (m3/s)

(b)

Vazão Q95% (m3/s)

(c)

Índice (a/b)

indice (a/c)

BACIA 1 0,63 3,74 5,63 0,17 0,11

BACIA 2 0,83 4,20 6,29 0,20 0,13

BACIA 3 1,43 6,35 9,56 0,22 0,15

Esses índices de captação urbana de água em relação as disponibilidade hídricas

mínimas Q7,10 e Q95%, indicam o quanto à demanda do setor contribui para o

comprometimento dessas disponibilidades hídricas. Portanto, na Bacia 3, esses índices

indicam que a demanda hídrica do setor compromete cerca 22% e 15% das disponibilidades

hídricas Q7,10 e Q95%, respectivamente. Para o caso das Bacias 1 e 2, as contribuições para

esse comprometimento são menores e da ordem de 17% e 11% , e, 20% e 13% ,

respectivamente.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

Indi

ce d

e ca

ptaç

ão u

rban

a de

águ

a em

rel

ação

à Q

7,10

e Q

95%

BACIA 1 BACIA 2 BACIA 3

Indice Q7,10 Indice Q95%

Figura 5.19 – Índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas

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5.9.7 – Índice de Atendimento por Coleta de Esgotos

Na região em estudo, os índices de atendimento global por coleta de esgotos são

considerados bons com uma média de 0,83. Este índice de atendimento é um indicador

utilizado para avaliar a preferência ou a necessidade de ações sobre as bacias em estudo.

Tabela 5.19: Índice de atendimento por coleta de esgotos

BACIAS

População Atendida (a)

População Urbana (b)

Índice (a/b)

Bacia 1 135.164 168.097 0,80 Bacia 2 193.792 227.921 0,85 Bacia 3 316.487 371.410 0,85

0,770,780,79

0,80,810,820,830,840,85

Indi

ce d

e at

endi

men

to p

or

cole

ta d

e es

goto

s

Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.20 : Índice de atendimento por coleta de esgotos

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4.9.8 – Índice de Atendimento por Tratamento de Esgotos

O grande responsável pela degradação da qualidade das águas dos mananciais de

superfície é a falta de tratamento ou o tratamento parcial de esgotos. Os índices de

tratamento de esgotos são realmente muito baixos. Essa constatação evidencia a

necessidade de intervenções voltadas para se alcançar metas de no mínimo 90% de

tratamento de esgotos nas bacias em estudo.

Tabela 5.20 : Índice de atendimento por tratamento de esgotos

BACIAS

População Atendida (a)

População Urbana (b)

Índice (a/b)

Bacia 1 14.989 168.097 0,09 Bacia 2 28.506 227.921 0,12 Bacia 3 52.285 371.410 0,14

No que se refere a tratamento de esgotos, a situação das Bacias acima é realmente

crítica e, ainda, muito distante da ideal de 0,95. A melhoria desses índices exige

investimentos maciços na área de saneamento e forte mobilização da sociedade.

00,020,040,060,080,1

0,120,14

Indi

ce d

e at

endi

men

to p

or

trata

men

to d

e es

goto

s

Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.21: Índice de atendimento por tratamento de esgotos

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6- CONCLUSÃO

O tratamento dos dados obtidos no desenvolvimento desse trabalho, proporcionou as

seguintes conclusões:

- A utilização dos recursos hídricos da Bacia do Jaguari mostrou-se crítica por apresentar:

baixo índice de qualidade das águas, baixo índice de tratamento de esgoto, deficiências de

uso e ocupação de solo, baixo índice de cobertura vegetal natural, alto comprometimento da

disponibilidade hídrica, fatores esses, que podem comprometer seriamente o abastecimento

público, em curto espaço de tempo;

-A aplicação de alguns indicadores de gestão de recursos hídricos, além de possibilitar a

classificação satisfatória das Bacias 1, 2 e 3, auxiliou na priorização e identificação dos

tipos de intervenção. A caracterização de áreas críticas é importante para o

desenvolvimento de ações de gerenciamento de recursos hídricos na região e, assim,

minimizar impactos ambientais;

- O regime hídrico foi grandemente afetado pelo alto índice de urbanização e o baixo índice

de cobertura vegetal natural;

- A degradação da qualidade da água dos mananciais de superfície deve-se ao alto índice de

atendimento de coleta de esgoto, aliado a um baixo índice de tratamento de esgoto;

- A utilização da técnica de regionalização hidrológica e o diagnóstico da área, para se

avaliar potencial hidrológico em seções de uma bacia hidrográfica, mostrou-se eficaz em

razão dos resultados satisfatórios obtidos;

- As medições de vazões realizadas no campo pelo método do molinete, mostraram-se

compatíveis quando comparadas com o método de regionalização hidrológica, por não

apresentarem grandes dispersões dos dados medidos em relação aos calculados;

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- Os resultados das análises físicas, químicas e biológicas realizadas, revelam a baixa

qualidade dos mananciais de superfície, sugerindo a necessidade de um sistema de

planejamento e gestão para a qualidade dos recursos hídricos, na seção estudada, em

Jaguariúna.

- Jaguariúna poderá ter seu abastecimento comprometido em curto espaço de tempo, em

razão das vazões de estiagem medidas apresentarem-se críticas, quando comparadas com as

vazões mínimas de disponibilidade hídrica da seção, cujos valores estão muito próximos.

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100

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110

ANEXO I

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111

PERFIS DA MEDIÇÃO DE VAZÃO PELO MÉTODO

DO MOLINETE

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112

1) Data: 28/01/2003 Vazão medida : 35,44 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Ve

l (m

/s)

Figura 5.6 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 1ª medição, realizada em Jaguariúna

2) Data: 17/02/2003 Vazão medida : 14,46 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO (m)

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.7 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 2ª medição, realizada em Jaguariúna

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113

3) Data: 14/03/2003 Vazão medida : 17,49 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,050,100,150,200,250,30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.8 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 3ª medição, realizada em Jaguariúna

4) Data: 23/04/2003 Vazão medida : 8,42 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.9 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 4ª medição, realizada em Jaguariúna

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114

5) Data: 07/05/2003 Vazão medida : 9,65 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,050,100,150,200,25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.10 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 5ª medição, realizada em Jaguariúna

6) Data : 12/06/2003 Vazão : 6,96 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

11,5

22,5

33,5

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.11 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 6ª medição, realizada em Jaguariúna

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115

7) Data : 19/07/2003 Vazão : 5,37 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

11,5

22,5

33,5

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,020,040,060,080,10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.12 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 7ª medição, realizada em Jaguariúna

8) Data : 13/08/2003 Vazão : 5,21 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

11,5

22,5

33,5

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,020,040,060,080,10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.13 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 8ª medição, realizada em Jaguariúna

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116

9) Data : 16/09/2003 Vazão : 4,67 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

11,5

22,5

33,5

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,020,040,060,080,10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.14 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 9ª medição, realizada em Jaguariúna

10) Data : 16/10/2003 Vazão : 7,29 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

11,5

22,5

33,5

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.15 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 10ª medição, realizada em Jaguariúna

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117

11) Data : 10/03/2004 Vazão : 15,86 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

11,5

22,5

33,5

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.16 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 11ª medição, realizada em Jaguariúna

12) Data : 23/04/2004 Vazão : 26,32 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.17 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 12ª medição, realizada em Jaguariúna

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118

13) Data : 20/05/2004 Vazão : 13,20 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

11,5

22,5

33,5

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.18 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 13ª medição, realizada em Jaguariúna

14) Data : 17/06/2004 Vazão : 14,86 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,050,100,150,200,25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.19 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 14ª medição, realizada em Jaguariúna

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119

15) Data : 06/07/2004 Vazão : 9,57 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.20 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 15ªmedição, realizada em Jaguariúna

16) Data : 22/07/2004 Vazão : 24,45 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.21 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 16ª medição, realizada em Jaguariúna

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120

17) Data : 10/08/2004 Vazão : 9,35 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.22 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 17ª medição, realizada em Jaguariúna

18) Data : 26/08/2004 Vazão : 9,64 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,050,100,150,200,25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.23 – Perfil do álveo e perfil da velocidade da 18ª medição, realizada em Jaguariúna

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121

19) Data : 16/09/2004 Vazão : 6,77 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.24 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 19ªmedição, realizada em Jaguariúna

20) Data : 07/10/2004 Vazão : 8,90 m3/s

PERFIL DAS SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.25 – Perfil da seção perfil da velocidade da 20ª medição, realizada em Jaguariúna

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122

21) Data : 05/11/2004 Vazão : 10,71 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,050,100,150,200,25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.26 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 21ª medição, realizada em Jaguariúna

22) Data : 16/12/2004 Vazão : 9,84 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO

1

2

3

4

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Distância da seção (m)

Pro

fun

did

ade

(m)

Perfil da velocidade

0,000,050,100,150,200,25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Verticais

Vel

(m

/s)

Figura 5.27 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 22ª medição, realizada em Jaguariúna

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123

ANEXO II

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124

GRÁFICOS DOS PARÂMETROS DE QUALIDADE

NO ANO DE 2003 E 2004 NO MUNICÍPIO DE

JAGUARIÚNA

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125

pH

012345678

6/1/2003

20/1/2003

3/2/2003

17/2/2003

3/3/2003

17/3/2003

31/3/2003

14/4/2003

28/4/2003

12/5/2003

26/5/2003

9/6/2003

23/6/2003

DATA

pH

pH

012345678

10/7/2003

24/7/20037/8/2003

21/8/20034/9/2003

18/9/2003

2/10/2003

16/10/2003

30/10/2003

13/11/2003

27/11/2003

11/12/2003

DATA

pH

TEMPERATURA (ºC)

05

1015202530

6/1/2003

20/1/20033/2/2003

17/2/20033/3/2003

17/3/2003

31/3/2003

14/4/2003

28/4/2003

12/5/2003

26/5/20039/6/2003

23/6/2003

DATA

TEMP

ERAT

URA (

ºC)

TEMPERATURA (ºC)

05

1015202530

10/7/2003

24/7/2003

7/8/2003

21/8/2003

4/9/2003

18/9/2003

2/10/2003

16/10/2003

30/10/2003

13/11/2003

27/11/2003

11/12/2003

DATA

TEMP

ERAT

URA (

ºC)

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126

CONDUTIVIDADE (Us/cm)

020406080

100120140

6/1/20

03

20/1/2

003

3/2/20

03

17/2/2

003

3/3/20

03

17/3/2

003

31/3/2

003

14/4/2

003

28/4/2

003

12/5/2

003

26/5/2

003

9/6/20

03

23/6/2

003

DATA

COND

UTIVID

ADE (

Us/cm

)

CONDUTIVIDADE (Us/cm)

020406080

100120140160

10/7/2

003

24/7/2

003

7/8/20

03

21/8/2

003

4/9/20

03

18/9/2

003

2/10/2

003

16/10/

2003

30/10/

2003

13/11/

2003

27/11/

2003

11/12/

2003

DATA

COND

UTIVID

ADE (

Us/cm

)

OXIGÊNIO DISSOLVIDO-OD (mg/L)

0123456789

6/1/0320/1/03

3/2/0317/2/03

3/3/0317/3/03

31/3/0314/4/03

28/4/0312/5/03

26/5/039/6/03

23/6/03

DATA

OXIGÊ

NIO DIS

SOLVI

DO-OD

(mg/L

OXIGÊNIO DISSOLVIDO-OD (mg/L)

0

2

4

6

8

10/7/0324/7/03

7/8/0321/8/03

4/9/0318/9/03

2/10/03

16/10/03

30/10/03

13/11/03

27/11/03

11/12/03

DATA

OXIGÊ

NIO DI

SSOL

VIDO-O

(mg/L

)

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127

DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO-DQO (mg/L)

0

5

10

15

20

6/1/03

20/1/0

3

3/2/03

17/2/0

3

3/3/03

17/3/0

3

31/3/0

3

14/4/0

3

28/4/0

3

12/5/0

3

26/5/0

3

9/6/03

23/6/0

3

DATA

DEMAN

DA QU

ÍMICA

DEOX

IGÊNIO

-DQO (

mg/L

DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO-DQO (mg/L)

0

10

20

30

40

10/7/0324/7/03

7/8/0321/8/03

4/9/0318/9/03

2/10/0316/10/03

30/10/03

13/11/03

27/11/03

11/12/03

DATA

DEMA

NDA Q

UÍMICA

DEOX

IGÊNIO

-DQO (

mg/L

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO-DBO (mg/L)

02468

10

6/1/03

20/1/0

3

3/2/03

17/2/0

3

3/3/03

17/3/0

3

31/3/0

3

14/4/0

3

28/4/0

3

12/5/0

3

26/5/0

3

9/6/03

23/6/0

3

DATA

DEMA

NDA B

IOQUÍM

ICA DE

OXIGÊ

NIO-DB

O (mg

/L)

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO-DBO (mg/L)

02468

101214

10/7/0

3

24/7/0

3

7/8/03

21/8/0

3

4/9/03

18/9/0

3

2/10/0

3

16/10/

03

30/10/

03

13/11/

03

27/11/

03

11/12/

03

DATA

DEMA

NDA B

IOQUÍM

IVA DE

OXIGÊ

NIO (m

g/L)

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128

COLIFORME TOTAL (NMP/100 mL)

0

2

4

6

8

10

6/1/20

03

20/1/2

003

3/2/20

03

17/2/2

003

3/3/20

03

17/3/2

003

31/3/2

003

14/4/2

003

28/4/2

003

12/5/2

003

26/5/2

003

9/6/20

03

23/6/2

003

DATA

COLIF

ORME

TOTA

L X 103

(NMP/1

00 mL

)

COLIFORME TOTAL (NMP/100 mL)

012345678

10/7/

2003

24/7/

2003

7/8/20

03

21/8/

2003

4/9/20

03

18/9/

2003

2/10/2

003

16/10

/2003

30/10

/2003

13/11

/2003

27/11

/2003

11/12

/2003

DATA

COLIF

ORME

TOTA

L X 103

(NMP/1

00 mL

)

COLIFORME FECAL (NMP/100 mL)

02468

10

6/1/20

03

20/1/2

003

3/2/20

03

17/2/2

003

3/3/20

03

17/3/2

003

31/3/2

003

14/4/2

003

28/4/2

003

12/5/2

003

26/5/2

003

9/6/20

03

23/6/2

003

DATA

COLIF

ORME

FECA

L X 103

(NMP/1

00 mL

)

COLIFORME FECAL (NMP/100 mL)

00,5

11,5

22,5

33,5

10/7/2

003

24/7/2

003

7/8/20

03

21/8/2

003

4/9/20

03

18/9/2

003

2/10/2

003

16/10/

2003

30/10/

2003

13/11/

2003

27/11/

2003

11/12/

2003

DATA

CALIF

ORME

FECA

L X 103

(NMP/1

00 mL

)

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129

COLIFORME TOTAL (NMP/100 ml)

0

2

4

6

8

10

6/1/20

03

20/1/2

003

3/2/20

03

17/2/2

003

3/3/20

03

17/3/2

003

31/3/2

003

14/4/2

003

28/4/2

003

12/5/2

003

26/5/2

003

9/6/20

03

23/6/2

003

DATA

COLIF

ORME

TOTA

L X 103

(NMP/1

00 ml)

COLIFORME TOTAL (NMP/100 ml)

012345678

10/7/2

003

24/7/2

003

7/8/20

03

21/8/2

003

4/9/20

03

18/9/2

003

2/10/2

003

16/10/

2003

30/10/

2003

13/11/

2003

27/11/

2003

11/12/

2003

DATA

COLIF

ORME

TOTA

L X 103

(NMP/1

00 ml)

COLIFORME FECAL (NMP/100 ml)

02468

10

6/1/20

03

20/1/2

003

3/2/20

03

17/2/2

003

3/3/20

03

17/3/2

003

31/3/2

003

14/4/2

003

28/4/2

003

12/5/2

003

26/5/2

003

9/6/20

03

23/6/2

003

DATA

COLIF

ORME

FECA

L X 103

(NMP/1

00 ml)

COLIFORME FECAL (NMP/100 ml)

00,5

11,5

22,5

33,5

10/7/

2003

24/7/

2003

7/8/20

03

21/8/

2003

4/9/20

03

18/9/

2003

2/10/2

003

16/10

/2003

30/10

/2003

13/11

/2003

27/11

/2003

11/12

/2003

DATA

CALIF

ORME

FECA

L X 103

(NMP/1

00 ml

)

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130

pH

6,46,66,8

77,27,47,6

6/1/04

20/1/

04

3/2/04

17/2/

04

2/3/04

16/3/

04

30/3/

04

13/4/

04

27/4/

04

11/5/

04

25/5/

04

8/6/04

22/6/

04

6/7/04

DATA

pH

pH

6,756,8

6,856,9

6,957

7,057,1

7,157,2

22/7/0

4

5/8/04

19/8/0

4

2/9/04

16/9/0

4

30/9/0

4

14/10/

04

28/10/

04

11/11/

04

25/11/

04

9/12/0

4

DATA

pH

TEMPERATURA (°C)

05

101520253035

6/1/04

20/1/0

4

3/2/04

17/2/0

4

2/3/04

16/3/0

4

30/3/0

4

13/4/0

4

27/4/0

4

11/5/0

4

25/5/0

4

8/6/04

22/6/0

4

6/7/04

DATA

TEMP

ERAT

URA (

°C)

TEMPERATURA (°C)

05

1015202530

22/7/

04

5/8/04

19/8/

04

2/9/04

16/9/

04

30/9/

04

14/10

/04

28/10

/04

11/11

/04

25/11

/04

9/12/0

4

DATA

TEMP

ERAT

URA

(°C)

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131

CONDUTIVIDADE (Us/cm)

020406080

100120

6/1/04

20/1/

04

3/2/04

17/2/

04

2/3/04

16/3/

04

30/3/

04

13/4/

04

27/4/

04

11/5/

04

25/5/

04

8/6/04

22/6/

04

6/7/04

DATA

COND

UTIVI

DADE

(Us/c

m)

CONDUTIVIDADE (Us/cm)

020406080

100120

22/7/

04

5/8/04

19/8/

04

2/9/04

16/9/

04

30/9/

04

14/10

/04

28/10

/04

11/11

/04

25/11

/04

9/12/0

4

DATA

COND

UTIVI

DADE

(Us/c

m)

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg/L)

0

2

4

6

8

6/1/04

20/1/0

4

3/2/04

17/2/0

4

2/3/04

16/3/0

4

30/3/0

4

13/4/0

4

27/4/0

4

11/5/0

4

25/5/0

4

8/6/04

22/6/0

4

6/7/04

DATA

OXIGÊ

NIO DI

SSOL

VIDO

(mg/L

)

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg/L)

01234567

22/7/

04

5/8/04

19/8/

04

2/9/04

16/9/

04

30/9/

04

14/10

/04

28/10

/04

11/11

/04

25/11

/04

9/12/0

4

DATA

OXIG

ÊNIO

DISS

OLVID

O(m

g/L)

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132

DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)

020406080

100120

6/1/04

20/1/

04

3/2/04

17/2/

04

2/3/04

16/3/

04

30/3/

04

13/4/

04

27/4/

04

11/5/

04

25/5/

04

8/6/04

22/6/

04

6/7/04

DATA

DEMA

NDA Q

UÍMICA

DEOX

IGÊNIO

(mg/L

)

DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)

010203040506070

22/7

/04

5/8/

04

19/8

/04

2/9/

04

16/9

/04

30/9

/04

14/1

0/04

28/1

0/04

11/1

1/04

25/1

1/04

9/12

/04

DATA

DEMA

NDA

QUÍM

ICA

DEOX

IGÊN

IO (m

g/L)

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)

05

101520

6/1/04

20/1/

04

3/2/04

17/2/

04

2/3/04

16/3/

04

30/3/

04

13/4/

04

27/4/

04

11/5/

04

25/5/

04

8/6/04

22/6/

04

6/7/04

DATA

DEMA

NDA

BIOQ

UÍMI

CA D

E OX

IGÊN

IO (m

g/L)

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)

05

101520

22/7/

04

5/8/04

19/8/

04

2/9/04

16/9/

04

30/9/

04

14/10

/04

28/10

/04

11/11

/04

25/11

/04

9/12/0

4

DATA

DEMA

NDA

BIOQ

UÍMI

CA D

E OX

IGÊN

IO (m

g/L)

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133

COLIFORME TOTAL (NMP/100 mL)

02468

6/1/20

04

20/1/

2004

3/2/20

04

17/2/

2004

2/3/20

04

16/3/

2004

30/3/

2004

13/4/

2004

27/4/

2004

11/5/

2004

25/5/

2004

8/6/20

04

22/6/

2004

6/7/20

04

DATA

COLIF

ORME

TOTA

L(N

MP/10

0 ml)

COLIFORME TOTAL (NMP/ 100 mL)

02468

10

22/7/

04

5/8/04

19/8/

04

2/9/04

16/9/

04

30/9/

04

14/10

/04

28/10

/04

11/11

/04

25/11

/04

9/12/0

4

DATA

COLIF

ORME

TOTA

L(N

MP/ 1

00 m

L)

COLIFORME FECAL (NMP/100 mL)

012345

6/1/20

04

20/1/

2004

3/2/20

04

17/2/

2004

2/3/20

04

16/3/

2004

30/3/

2004

13/4/

2004

27/4/

2004

11/5/

2004

25/5/

2004

8/6/20

04

22/6/

2004

6/7/20

04

DATA

COLIF

ORME

FECA

L(N

MP/10

0 ml)

COLIFORME FECAL (NMP/ 100mL)

0

2

4

6

8

22/7/

04

5/8/04

19/8/

04

2/9/04

16/9/

04

30/9/

04

14/10

/04

28/10

/04

11/11

/04

25/11

/04

9/12/0

4

DATA

COLIF

ORME

FECA

L(N

MP/ 1

00 m

L)

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134

ANEXO III

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135

VAZÕES DOS POSTOS DE MORUNGABA 3D-009 E COSMÓPOLIS 4D-001

DAEE

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136

3D - 009 VAZÕES MÍNIMAS MENSAIS (m³/s)

ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL 1946 58,07 51,47 40,83 30,96 23,85 21,68 20,28 15,15 11,25 10,99 13,7 14,86 26,091

1947 41,31 43,75 54,72 37,09 28,89 24,6 21,68 17,63 18,6 20,97 18,6 20,97 29,068

1948 37,09 42,77 45,75 37,09 30,96 22,75 19,6 16,68 13,41 11,77 13,41 12,58 25,322

1949 14,27 34,4 27,69 22,75 18,6 16,37 13,13 10,99 8,8 8,8 9,27 11,51 16,382

1950 36,18 83,47 55,27 44,25 30,54 26,51 20,28 16,37 14,27 14,27 14,27 25,74 31,785

1951 30,54 53,08 45,25 35,73 26,51 22,03 18,28 16,37 12,31 11,77 10,49 19,94 25,192

1952 31,38 39,88 50,94 30,12 22,75 21,68 19,6 14,27 13,98 12,58 15,45 15,45 24,007

1953 11,77 13,13 13,13 18,28 13,98 12,04 10,99 9,04 8,58 7,26 10,24 15,15 11,966

1954 14,27 19,27 24,46 17,47 17,79 17,47 14,11 10,84 8,43 11,36 6,92 7,34 14,144

1955 16,83 12,7 21,88 18,12 14,99 12,7 10,34 9,6 8,21 7,34 12,42 14,99 13,343

1956 21,53 14,7 23,71 18,78 18,78 21,88 17,79 17,15 15,29 13,25 13,25 11,62 17,311

1957 15,29 42,78 43,77 34,33 25,99 22,61 19,79 16,83 19,79 16,52 25,22 24,46 25,615

1958 18,12 38,91 40,82 37,51 35,22 32,57 28,38 20,82 20,13 19,45 18,78 20,13 27,570

1959 22,24 25,22 30,02 33,44 24,46 18,12 14,99 13,82 11,1 9,6 12,42 17,47 19,408

1960 26,97 36,59 41,8 26,11 23,44 20,22 16,27 13,29 10,09 11,11 14,44 14,01 21,195

1961 65,45 51,73 55,57 39,54 22,71 24,95 18,85 15,34 11,11 10,34 13,57 14,44 28,633

1962 20,22 33,59 40,74 28,1 22,71 17,54 15,65 13,57 11,64 16,74 20,22 23,44 22,013

1963 52,81 51,19 35,37 22,71 18,52 15,65 12,18 10,59 4,96 6,06 13,57 9,24 21,071

1964 7,43 25,72 17,54 15,04 14,15 13,29 11,91 9,12 5,42 11,11 11,37 13,29 12,949

1965 51,73 48,54 43,93 27,7 26,5 23,44 17,86 14,15 11,37 18,19 23,44 32,06 28,243

1966 42,44 36,28 46,46 31,42 24,19 18,52 15,96 14,15 11,64 11,91 15,34 14,3 23,551

1967 50,65 58,97 53,36 31,85 22,16 22,34 16,9 12,18 11,91 10,22 14,52 24,69 27,479

1968 29,17 25,48 25,09 20,91 18,78 16,1 13,3 11,16 9,69 7,73 7,27 13,01 16,474

1969 13,3 17,42 15,14 16,1 10,48 13,01 9,95 8,2 4,97 10,21 16,42 20,19 12,949

1970 23,53 40,34 43,31 29,6 23,92 20,91 18,78 14,52 19,13 16,75 18,78 20,37 24,162

1971 16,59 15,28 17,6 19,68 14,65 14,65 15,28 12,51 11,08 16,92 17,94 23 16,265

1972 24,54 45,18 31,56 23,38 20,77 16,92 16,26 16,26 13,41 17,26 24,94 19,33 22,484

1973 27,34 33,32 26,53 29,84 25,33 20,4 18,63 14,33 12,81 12,22 16,92 18,98 21,388

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137

ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL 1974 53,56 32,43 28,58 28,17 21,5 21,13 17,26 12,51 9,71 10,25 9,98 20,04 23,195

1975 27,75 30,27 28,17 22,62 17,94 15,28 13,72 9,71 7,45 10,25 12,22 26,53 19,063

1976 29,84 45,18 51,94 39,78 35,11 34,21 33,76 32,43 29,84 36,03 34,66 42,69 37,346

1977 41,22 36,03 32,43 37,88 28,58 24,94 18,63 14,65 13,72 11,64 13,11 30,7 26,402

1978 30,27 23 23,38 17,26 14,33 15,28 13,41 10,8 8,18 5,87 17,60 17,6 16,307

1979 20,04 24,94 24,94 20,04 18,63 17,94 16,92 14,33 16,59 16,92 21,13 25,33 19,693

1980 32 32,43 29,42 28,58 26,13 20,77 16,59 15,28 11,93 8,18 9,19 26,13 22,495

1981 --- --- 21,13 20,04 16,92 14,65 13,11 10,52 7,69 7,45 11,08 16,92 14,270

1982 16,92 12,22 14,33 11,36 8,68 14,33 12,81 11,93 19,33 18,98 27,34 24,94 15,075

1983 25,33 73,9 79,57 45,69 45,69 73,28 40,74 38,35 50,88 80,21 35,57 --- 55,364

1984 --- --- --- --- --- 12,51 13,11 13,11 13,11 10,8 7,69 13,41 12,675

1985 17,94 26,93 21,5 13,41 11,64 11,64 11,64 17,09 11,64 24,54 11,36 9,71 16,153

1986 7,93 10,8 11,64 9,71 9,32 6,3 5,98 4,26 1,98 4,64 4,74 16,59 8,105

1987 14,81 17,94 14,96 13,41 13,41 19,68 11,93 16,26 12,22 13,72 11,64 7,69 14,185

1988 7,93 14,96 18,63 16,59 13,41 17,26 9,19 8,18 6,75 7,69 16,26 7,21 11,618

1989 32 18,63 14,65 8,68 9,19 6,98 5,04 5,55 9,71 9,19 4,84 5,45 11,370

1990 11,93 8,73 10,52 9,91 7,92 6,04 6,21 6,04 7,14 5,71 6,54 4,28 7,675

1991 6,04 13,26 12,96 30,7 20,4 13,72 12,81 10,1 9,73 17,26 10,52 9,55 14,230

1992 7,92 6,54 9,36 7,4 7,84 6,04 5,96 4,13 6,38 5,07 8,73 8,1 6,795

1993 8,1 11,93 11,08 8,82 7,05 8,1 6,38 3,83 3,83 5,88 3,68 4,28 7,207

1994 7,4 9,73 8,64 9 7,57 5,88 5,55 3,53 3,38 2,4 4,13 3,1 6,016

1995 8,28 11,36 17,94 19,33 12,22 10,1 9,18 5,88 5,55 13,41 8,10 5,88 10,830

1996 13,72 16,26 20,4 13,11 10,52 8,64 8,28 6,71 6,88 14,96 15,28 19,68 12,651

1997 24,54 21,5 10,8 8,64 8,1 9 8,28 6,88 5,71 5,88 6,04 11,36 10,972

1998 9,36 13,11 13,11 10,1 9,36 9 7,57 5,88 5,39 7,57 5,55 5,39 8,713

1999 12,81 39,3 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 26,055

2000 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -

2001 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -

2002 11,80 14,34 8,26 8,2 7,72 6,48 4,58 3,69 4,15 2,74 3,80 5,39 6,763

2003 5,07 6,91 6,20 5,86 5,72 5,13 4,57 3,95 2,96 2,51 4,13 7,35 5,030

2004 7,27 8,5 9,03 8,11 8,36 9,1 8,42 6,13 4,51 4,69 6,62 6,1 7,237

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138

3D - 009 VAZÕES MÁXIMAS MENSAIS (m³/s)

ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL 1946 126,8 95,99 92,43 80,14 32,23 39,88 48,31 20,28 16,99 31,8 31,38 58,07 56,192

1947 142,85 144,59 224,66 56,39 39,88 38,01 38,01 36,18 56,39 45,25 39,41 115,55 81,431

1948 98,89 91,73 146,35 64,45 40,83 31,8 29,3 26,9 19,94 20,63 29,3 59,21 54,944

1949 76,87 88,24 56,94 46,26 28,09 24,6 16,68 13,13 12,31 16,06 41,31 77,52 41,501

1950 134,29 177,68 123,53 89,63 52,54 34,84 31,8 21,68 17,95 32,23 87,55 95,28 74,917

1951 120,31 91,73 117,92 75,58 39,88 28,09 30,12 24,22 16,68 24,97 71,15 58,07 58,227

1952 74,3 152,56 113,21 52,54 30,12 62,68 26,12 19,27 28,09 27,29 45,25 22,39 54,485

1953 34,84 39,41 48,31 38,01 21,32 18,6 13,98 13,13 13,41 18,6 25,74 35,73 26,757

1954 80,8 151,9 62,35 39,39 62,35 37,05 17,47 14,7 13,54 26,38 15,9 64,14 48,831

1955 95,37 44,78 62,35 37,05 19,45 19,45 14,4 30,86 20,82 37,05 39,39 77,36 41,528

1956 126,61 64,75 86,14 38,91 60 51,58 35,22 63,55 30,44 27,97 22,97 33,01 53,429

1957 197,59 107,35 128,28 61,17 40,82 42,29 31,71 42,29 72,82 49,44 48,39 65,96 74,009

1958 298,67 213,38 108,9 69,66 69,66 83,39 61,17 30,02 47,34 36,59 32,14 56 92,243

1959 77,36 58,85 80,01 91,06 33,44 24,46 19,11 30,02 16,83 24,46 54,32 82,71 49,386

1960 103,54 108,51 101,28 41,95 39,78 33,15 26,9 19,53 14,01 19,87 36,28 538,88 90,307

1961 152,94 85,43 104,86 79,37 74,81 32,93 24,57 20,04 16,27 17,22 25,53 58,4 57,698

1962 63,65 122,5 200,68 44,93 45,95 25,53 20,22 29,32 20,22 87,5 45,69 91,7 66,491

1963 188,54 99,65 53,09 35,15 22,34 18,52 15,34 13,57 10,34 42,44 50,12 20,04 47,428

1964 74,48 172,92 51,19 28,1 26,11 17,22 23,82 13,57 25,92 26,5 38,36 108,67 50,572

1965 126,18 144,04 85,09 41,95 50,65 27,3 36,28 19,87 32,5 55,85 63,06 110,6 66,114

1966 101,87 95,99 144,48 50,39 37,2 23,82 19,19 24,19 17,22 55,57 49,06 473,93 91,076

1967 142,29 162,09 69,74 50,39 34,25 56,98 22,34 16,9 25,34 40,5 46,39 64,94 61,013

1968 97,9 35,35 64,64 44,84 28,34 18,78 15,78 25,29 16,1 31,32 23,53 49,82 37,641

1969 47,69 38,4 37,69 39,12 20,55 23,92 12,43 18,09 9,95 33,53 64,64 53,09 33,258

1970 159,92 452,02 117,98 48,75 40,34 39,12 25,09 46,13 46,65 33,09 60,19 41,81 92,591

1971 48,77 31,13 46,71 33,32 25,73 64,26 24,94 18,98 20,4 70,22 35,11 82,8 41,864

1972 90,75 87,4 70,83 50,88 28,17 21,5 41,22 41,71 25,73 89,4 69,01 44,68 55,107

1973 61,37 62,52 57,41 55,74 35,57 25,73 34,66 20,77 21,87 52,48 59,66 79,57 47,279

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139

ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL 1974 101,83 85,41 73,28 57,96 28,17 51,94 33,32 17,6 19,33 48,77 45,69 106,12 55,785

1975 82,15 88,73 80,21 35,11 27,34 18,28 21,13 14,65 11,08 29 69,62 89,4 47,225

1976 64,26 127,9 130,25 96,92 92,11 97,61 111,22 58,53 93,47 92,11 86,07 75,77 93,852

1977 89,4 96,22 64,85 80,85 39,3 51,41 23,38 18,98 39,3 42,69 41,71 76,4 55,374

1978 51,41 59,66 64,26 25,33 27,34 44,18 33,32 17,6 15,28 20,04 57,41 70,83 40,555

1979 65,44 55,74 57,96 49,82 59,66 30,27 24,94 30,7 34,66 60,79 55,74 66,03 49,313

1980 111,96 77,03 60,22 88,07 36,49 62,52 27,75 21,5 24,94 22,62 32,87 75,15 53,427

1981 --- --- 48,25 36,95 24,94 26,13 16,26 15,28 12,22 59,09 44,18 62,52 34,582

1982 62,52 43,68 90,08 25,33 18,28 37,88 24,15 76,4 71,44 67,81 50,35 66,92 52,903

1983 91,43 228,49 150,51 99,71 201,4 260,23 93,47 56,29 109,02 109,02 92,79 --- 135,669

1984 --- --- --- --- --- 16,92 15,28 32 33,76 16,59 18,8 64,26 28,230

1985 95,88 103,97 79,57 26,93 26,93 18,98 20,4 21,13 26,93 38,35 26,93 22,25 42,354

1986 37,41 28,17 41,22 20,4 25,33 25,33 11,93 27,34 11,64 21,87 31,56 65,44 28,970

1987 90,08 38,35 100,42 36,03 83,45 75,15 20,04 21,13 24,15 44,68 33,76 37,41 50,388

1988 66,03 87,4 127,12 49,82 37,41 46,2 16,59 13,72 10,8 36,95 37,41 39,3 47,396

1989 112,7 91,43 71,44 23,38 15,93 20,77 66,03 31,56 24,15 20,58 23,77 36,95 44,891

1990 124,02 19,68 48,77 16,26 17,94 9,18 23 11,79 14,18 15,61 11,22 20,04 27,641

1991 75,15 75,77 114,93 111,22 87,4 22,62 18,8 14,02 26,73 48,25 31,56 25,73 54,348

1992 14,96 17,09 24,54 22,25 33,76 8,1 12,07 7,23 19,68 39,78 36,95 43,18 23,299

1993 28,17 64,26 46,71 18,98 23,57 22,81 9 10,1 30,7 18,28 9,91 30,27 26,063

1994 31,56 34,66 44,18 17,26 14,65 9,91 17,94 7,4 7,57 30,27 26,13 77,66 26,599

1995 36,03 102,54 85,41 105,4 29,84 14,33 29,42 17,26 24,15 64,85 47,22 22,62 48,256

1996 88,73 57,41 124,02 66,62 23 13,11 11,08 19,68 57,96 44,68 44,68 45,69 49,722

1997 98,31 99,01 41,22 17,6 23,77 42,69 10,52 9,55 12,51 16,92 36,49 41,22 37,484

1998 29 44,68 32,43 16,92 22,62 16,26 8,64 8,28 11,08 41,71 11,64 49,3 24,380

1999 176,43 94,84 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 135,635

2000 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -

2001 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -

2002 66,71 51,98 33,50 22,88 16,93 8,27 7,70 18,49 12,55 9,73 16,64 19,09 23,706

2003 59,73 30,07 20,40 9,58 9,95 9,14 7,21 5,20 4,82 41,50 35,12 42,14 22,905

2004 36,29 86,74 23 46,76 31,85 30,95 46,45 9,35 6,98 25,95 34,21 35,43 28,70

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140

4D - 001 VAZÕES MÁXIMAS MENSAIS (m³/s)

ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL 1946 250,17 193,64 141,81 113,79 47,5 58,32 81,53 32,23 25,34 48,69 40,81 69,24 91,923

1947 140,65 363,79 430,3 94,02 62,61 53,74 49,48 11,97 68,57 57,9 60,88 121,97 126,323

1948 116,77 124,73 143,26 104,52 64,14 45,36 39,88 41,36 29,2 35,01 36,07 88,07 72,364

1949 115,41 147,08 87,82 83,21 50,48 37,69 29,2 28,38 27,73 27,73 40,81 124,46 66,667

1950 179,83 337,97 250,17 146,2 81,77 55,18 46,13 37,14 31,72 45,75 117,85 174,78 125,374

1951 230,06 145,26 242,04 117,58 61,77 37,2 36,49 35,1 30,09 30,9 142,13 108,27 101,408

1952 117,3 317,75 238,02 90,87 42,28 95,56 36,14 33,39 30,74 34,41 99,81 42,47 98,228

1953 50,63 69,86 64,42 63,09 29,77 26,77 24,6 23,15 26,54 26,77 28,49 53,69 40,648

1954 142,13 195,55 62,21 57,88 71,25 43,98 25,62 24,04 21,41 26,31 21,84 37,2 60,785

1955 123,98 71,25 97,94 53,27 29,77 29,12 26,08 27,7 26,54 40,62 50,43 102,5 56,600

1956 137,8 113,59 117,3 48,63 102,5 63,31 50,43 58,31 41,54 31,39 26,54 42,47 69,484

1957 337,97 150,32 158,7 82,78 50,43 50,02 46,09 65,09 105,51 67,12 68,48 74,07 104,715

1958 472,74 348,23 149,68 128,72 118,74 158,05 115,3 49,62 75,97 74,54 55,77 88,82 153,015

1959 147,78 117,01 135,05 161,98 54,51 42,66 35,45 44,17 26,54 44,93 71,72 175,36 88,097

1960 182,91 180,15 162,64 75,97 82,78 62,21 50,83 35,1 24,94 34,76 68,94 608,43 130,805

1961 240,43 123,98 152,42 102,46 134,69 48,14 39,5 34,13 29,07 26,66 43,12 75,33 87,494

1962 91,77 195,57 270,82 72,3 70,31 41,1 34,13 43,94 35,63 123,98 73,81 139,85 99,434

1963 320,75 183,84 111,83 54,71 36,78 28,72 23,04 25,65 20,24 63,5 91,77 38,33 83,263

1964 93,98 286,2 76,87 40,3 39,9 25,98 33,76 21,15 37,94 64,94 59,27 250,17 85,872

1965 238,02 337,97 208,34 75,84 80,5 43,53 50,29 33,02 47,29 95,66 101,89 210,63 126,915

1966 166,79 170,29 231,65 82,6 60,2 37,94 33,02 36,39 27,68 67,85 69,32 333,9 109,803

1967 265,12 256,74 125,22 83,13 50,73 95,66 37,16 30,12 46,86 63,5 80,5 1058,94 182,807

1968 168,89 56,52 90,12 49 40,3 29,42 26,66 27,34 23,04 43,94 34,5 59,74 54,123

1969 59,06 54,83 58,21 45,24 29,2 36,83 22,92 26,13 21,81 50,74 105,94 117,84 52,396

1970 475,01 624,43 214,46 93,07 55,66 63,44 48,35 65,68 70,26 75,93 92,02 80,32 163,219

1971 97,73 41,34 79,19 54,23 44,8 110 39,11 32,42 33,78 94,51 52,11 129,09 67,359

1972 159,84 159,15 107,71 92,39 42,86 33,1 80,17 80,66 36,58 129,71 112,88 81,16 93,018

1973 127,86 130,34 109,42 86,69 54,65 42,48 52,11 34,47 26,93 71,12 95,58 143,74 81,283(---) Dado não disponível

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141

ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL 1974 242,53 157,78 153,03 93,45 42,86 83,37 53,5 30,84 27,48 76,04 60,6 165,36 98,903

1975 212,53 244,9 145,98 56,37 44,55 32,74 32,42 27,18 21,31 36,38 121,11 144,69 93,347

1976 127,13 287,85 226,23 133,9 161,26 201,42 251,55 95,75 146,63 132,03 161,26 157,88 173,574

1977 182,97 222,26 122,3 122,9 58,89 72,26 44,93 32,42 48,35 52,69 62,33 124,55 95,571

1978 87,7 64,76 93,61 41,82 36,26 64,3 51,07 26,78 24,39 31,26 84,77 107,12 59,487

1979 105,1 104,59 67,57 81,38 91,63 43,56 37,96 45,31 51,07 113,22 66,63 105,1 76,093

1980 173,71 --- --- --- --- --- 44 34,16 36,26 35,42 57,85 121,44 71,834

1981 303,19 71,33 60,6 51,51 35 46,19 27,99 23,21 18,58 99,07 111,69 157,88 83,853

1982 161,26 159,9 149,24 59,68 75,61 138,69 64,3 89,36 113,33 150,46 82,46 144,88 115,764

1983 198,04 596,47 259,98 164,14 426,29 444,69 143,56 82,95 196,17 151,26 133,81 173,71 247,589

1984 194,31 89,86 67,93 71,77 64,6 31,47 28,49 65,79 49,68 31,47 42,89 118,72 71,415

1985 171,96 74,66 182,61 67,45 59,65 39,55 30,61 31,04 47,86 44,24 49,68 65,78 72,091

1986 7056 75,39 89,11 70,32 50,6 42,67 18,59 56,14 18 44,69 59,65 150,46 644,302

1987 210,95 132,24 107,45 71,77 141,18 94,84 46,5 37,56 55,21 75,63 73,69 80,01 93,919

1988 104,41 130,14 336,91 86,08 65,37 67,11 34,98 25,31 22,6 64,5 64,93 65,37 88,976

1989 153,86 188,05 91,71 71,96 34,98 41,84 83,76 72,86 34,61 29,16 64,5 100,8 80,674

1990 287,4 40,29 87,02 41,06 31,67 18,68 47,37 29,16 28,27 34,98 35,17 45,18 60,521

1991 133,27 132,65 252,39 247,38 122,6 45,58 36,86 26 42,62 88,65 38,95 67,55 102,875

1992 45,18 50,61 46,57 50,61 54,31 16,49 28,98 14,06 36,67 103,72 92,19 106,16 53,796

1993 87,72 116,83 98,87 58,5 55,15 56,19 21,94 27,74 71,52 45,77 18,52 63,85 60,217

1994 76 98,87 77,36 43,99 31,67 26 30,77 14,81 11,88 82,38 251,55 67,753

1995 101,77 289,64 119,85 215,21 68,64 32,04 52,45 27,92 34,61 91 62,77 68,21 97,009

1996 189,88 85,15 347,54 90,77 43,6 30,05 27,74 51,43 101,05 92,19 92,66 114,58 105,553

1997 --- --- 62,24 34,7 51,95 109,23 25,04 18,09 29,04 37,36 66,57 67,03 50,125

1998 66,57 119,56 88,46 42,26 51,31 35,83 23,03 16,57 20,27 79,57 29,93 104,44 56,483

1999 458,45 161,26 225,04 74,76 38,91 52,8 23,03 17,93 27,28 16,57 29,57 71,21 99,734

2000 155,58 255,33 91,03 66,32 18,11 16,28 27,58 25,48 37,65 20,15 88,19 162,62 80,360

2001 76,40 154,66 63,30 79,11 32,67 21,45 14,81 15,24 36,48 148,25 48,24 148,85 69,954

2002 177,96 145,53 98,65 61,23 38,04 18,73 15,24 35,71 31,93 26,00 33,42 47,82 60,854

2003 176,2 196,5 46,56 32,61 21,16 14,18 9,41 10,03 9,29 43,08 59,07 95,51 59,468

2004 89,1 141,5 41,7 49,2 49,7 65 67,8 16,7 11,18 34,5 62,8 97,6 60,565

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142

4D - 001 VAZÕES MÍNIMAS MENSAIS (m³/s)

ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL 1946 113,26 87,58 64,14 45,36 38,96 31,55 29,2 21,98 19,51 19,51 25,66 29,04 43,813

1947 47,9 86,84 97,56 73,33 50,89 36,78 36,78 29,54 38,23 41,36 40,06 44,59 51,988

1948 98,07 105,83 100,63 64,14 38,96 36,78 32,57 29,54 26,93 20,36 26,29 26,61 50,559

1949 26,29 53,74 44,2 40,06 29,54 27,25 24,25 19,32 16,54 15,28 18,57 21,68 28,060

1950 52,92 158,44 81,29 78,45 50,89 40,43 36,07 29,54 25,5 28,55 32,92 41,36 54,697

1951 45,7 64,42 72,65 55,35 39,34 31,39 29,77 27,86 22,28 22,06 20,35 29,44 38,384

1952 45,31 51,23 64,42 40,07 31,39 35,79 31,39 23,7 24,48 22,93 24,48 24,82 35,001

1953 22,82 24,26 26,77 29,12 25,62 20,99 20,46 19,72 19,1 19,31 24,2 22,49 22,905

1954 22,93 57,45 39,34 14,48 27,23 24,48 21,2 19,72 18,09 18,29 17,49 19,1 24,983

1955 25,16 29,44 51,64 14,48 24,48 23,37 19,1 17,49 16,7 16,7 25,16 23,81 23,961

1956 35,45 19,72 42,28 29,77 30,09 26,77 24,48 24,71 23,37 24,26 23,15 25,85 27,492

1957 28,65 97,67 70,32 52,45 31,89 32,39 30,25 25,16 29,44 22,06 30,09 36,14 40,543

1958 28,17 60,03 62,21 60,46 53,27 53,69 47,25 38,98 32,72 32,22 31,39 32,72 44,426

1959 36,49 44,93 44,93 52,86 36,49 30,74 26,31 24,71 22,49 22,06 23,37 32,39 33,148

1960 50,43 59,59 63,97 43,03 39,71 33,39 27,55 24,48 20,35 19,31 24,04 26,77 36,052

1961 90,12 82,07 76,36 53,37 46,44 37,16 28,37 26,66 22,72 17,79 24,66 25,98 44,308

1962 34,88 46,02 62,55 44,36 34,88 28,72 24,66 22,72 21,15 23,68 28,37 41,1 34,424

1963 103,04 83,66 59,27 37,55 27,34 22,72 19,93 18,19 14,93 15,48 23,36 18,19 36,972

1964 16,24 40,3 27,34 24,33 22,09 18,8 19,21 16,62 13,85 17,2 19,93 23,36 21,606

1965 91,77 84,72 83,13 52,04 44,36 31,92 31,92 25,66 20,85 31,92 36,78 60,2 49,606

1966 60,67 52,93 72,8 45,19 41,1 30,12 24,99 21,46 17,4 17,99 23,04 23,04 35,894

1967 79,97 99,04 82,07 46,02 32,28 32,28 30,84 24,33 21,15 19,21 24,66 47,29 44,928

1968 41,5 43,94 37,16 33,76 28,37 24 17,99 18,4 15,86 15,3 13,5 17,99 25,648

1969 23,49 27,34 25,24 23,21 20,22 21,81 18,33 18,33 16,5 18,89 29,83 36,14 23,278

1970 38,59 68,87 71,66 48,74 10,03 37,18 36,48 32,75 39,31 35,79 38,59 36,83 41,235

1971 31,42 30,43 30,43 33,44 28,81 27,24 28,49 24,22 21,64 27,55 27,55 35,52 28,895

1972 37,65 76,28 48,8 38,01 31,42 26,62 25,41 26,93 22,77 27,55 35,87 31,08 35,699

1973 43,25 45,98 41,34 45,59 39,11 31,08 28,18 17,9 16,64 19,46 28,18 30,43 32,262

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ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL 1974 90,82 49,21 42,48 43,25 32,08 32,08 30,52 24,87 21,05 20,27 24,3 31,47 36,867

1975 51,49 54,72 47,19 39,13 31,47 27,48 27,18 20,01 17,53 19,5 23,47 37,4 33,048

1976 48,35 64,53 79,91 58,47 51,89 53,91 53,5 51,49 44,18 55,54 53,09 60,6 56,288

1977 63,65 55,13 49,13 59,32 44,55 43,44 31,15 26,01 27,18 23,2 24,87 45,31 41,078

1978 47,95 32,5 32,91 23,21 21,65 23,21 22,03 17,45 14,14 11,31 20,1 25,98 24,370

1979 26,78 37,11 35,84 26,78 30,02 27,18 25,18 22,81 22,81 22,81 26,78 30,43 27,878

1980 42,69 --- --- --- --- --- 25,98 25,58 20,1 16,34 14,51 37,96 26,166

1981 48,84 40,53 35 32,5 24,39 25,98 22,03 16,34 11,66 13,43 24,39 25,58 26,723

1982 37,11 32,91 35,42 31,67 29,61 52,86 27,22 27,64 31,47 32,33 29,76 58,48 35,540

1983 58,01 128,06 106,94 82,95 79,52 122,6 78,06 70,32 75,14 110,51 81,23 86,39 89,978

1984 63,18 52,44 40,66 34,93 31,9 25,96 23,47 23,47 27,22 14,66 13,13 23,88 31,242

1985 50,6 53,82 57,07 29,33 28,7 24,71 24,71 25,54 24,71 28,06 13,13 11,62 31,000

1986 16,02 20,61 31,9 19,8 16,22 13,89 13,13 10,5 8,68 8,32 10,13 47,18 18,032

1987 41,55 40,66 40,66 34,06 31,04 47,4 24,29 26,38 24,29 28,91 21,01 18,59 31,570

1988 23,88 44,69 45,38 39,9 34,24 34,61 24,97 20,62 15,57 15,87 30,23 18,37 29,028

1989 57,66 49,39 44,58 26 25,31 20,62 15,57 18,05 19,32 15,57 10,9 14,06 26,419

1990 32,4 23,1 20,29 22,27 17,73 15,57 15,57 15,11 15,57 14,96 12,02 10,34 17,911

1991 14,06 29,87 30,59 55,35 39,52 32,04 24,97 18,68 16,49 30,59 16,95 19,32 27,369

1992 22,27 14,06 23,1 18,37 19 11,18 11,74 11,18 11,74 13,91 28,1 22,6 17,271

1993 17,73 28,1 33,13 25,14 18,84 20,95 15,41 13,03 13,77 14,81 12,74 13,91 18,963

1994 18,37 28,63 19,32 21,11 13,77 14,81 14,21 11,74 8,86 6,07 --- 13,18 15,461

1995 26,69 53,28 49,19 46,77 29,34 27,22 24,97 14,06 12,46 24,29 19,48 13,62 28,448

1996 52,66 37,05 44,78 31,49 23,95 20,46 17,11 14,96 15,72 24,12 25,14 36,86 28,692

1997 24,7 21,07 17,48 20,91 17,93 13,12 11,62 11,75 11,89 31,92 18,239

1998 23,2 25,38 33,39 23,53 18,24 18,7 13,39 10,3 10,43 15,25 10,95 11,35 17,843

1999 35,27 100,24 39,88 30,29 23,53 24,36 17,02 12,84 12,56 10,18 10,18 10,82 27,264

2000 19,35 30,09 25,99 16,88 14,37 12,95 11,72 12,13 11,19 9,13 8,88 16,40 15,757

2001 24,62 35,89 27,75 16,73 15,24 11,99 10,27 8,14 7,66 10,66 8,88 17,03 16,238

2002 29,36 42,83 32,48 20,15 17,49 12,95 9,13 8,07 8,50 5,83 7,24 12,13 17,180

2003 8,57 19,9 15,33 11,57 10,91 7,98 6,87 5,63 3,79 3,79 5,83 18,02 9,848

2004 14,5 16,1 18 15,8 15 17,4 14,9 10,41 7,65 8,57 11,71 16,4 13,870

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