tese de licenciatura

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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO AGRÁRIA Tema: Avaliação do Desempenho Produtivo da Tilápia Nilótica (Oreochromis nilóticus) em Três Densidades de Povoamento Cultivada em Tanques-Rede Licenciatura em Produção Animal Autor: Adelino Jacinto Chambo Vilankulo Maio de 2014

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Avalicao do Desempenho Produtivo da Tilapia do Nilo

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Page 1: Tese de Licenciatura

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO AGRÁRIA

Tema:

Avaliação do Desempenho Produtivo da Tilápia Nilótica

(Oreochromis nilóticus) em Três Densidades de Povoamento

Cultivada em Tanques-Rede

Licenciatura em Produção Animal

Autor:

Adelino Jacinto Chambo

Vilankulo

Maio de 2014

Page 2: Tese de Licenciatura

Adelino Jacinto Chambo

Tema:

Avaliação do Desempenho Produtivo da Tilápia Nilótica

(Oreochromis nilóticus) em Três Densidades de Povoamento

Cultivada em Tanques-Rede

Relatório apresentado ao Departamento de

Produção Agrária, como requisito para obtenção

do grau de Licenciatura em Produção Animal

________________________________ ____________________________

drª. Rosa Dulce Zimba drª. Rabia António Canda

(Suprevisora) (Co-Suprevisora)

________________________________ _____________________________

Prof. Dr. Alcides Peres Bello dr. Bernardo Portazio

(Oponente) (Presidente de Mesa)

UEM - ESUDER

Vilankulo

2014

Page 3: Tese de Licenciatura

ÍNDICE

Conteúdo Pagina

Declaração de honra……………………………………………………………………i

Dedicatoria………………………………………………………………………………ii

Agradecimento………………………………………………………………………….iii

Lista de abreviaturas, siglas e símbolos………………………………………………..iv

Lista de tabelas, figuras, gráficos, anexos e apêndices……...……………………v

Glossário…………………………………………………………………………vi

Resumo………………………………………………………………………….vii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

1.1. Problema de estudo ....................................................................................................... 2

1.2. Justificativa ................................................................................................................... 3

1.3. Objectivos ..................................................................................................................... 3

1.3.1.Objectivo Geral........................................................................................................... 3

1.3.2.Objectivos Específicos ............................................................................................... 3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 4

2.1. Historial do surgimento da espécie ............................................................................... 4

2.2. Características da espécie ............................................................................................. 4

2.3. Habito alimentar da Tilápia nilótica ............................................................................. 5

2.4. Nutrição e alimentação da Tilápia nilótica................................................................... 6

2.5. Criação em tanques-rede .............................................................................................. 7

2.5.1. Conceito de tanque-rede ............................................................................................ 7

2.5.2. Características a considerar na construção do tanque-rede ....................................... 7

2.6. Principais vantagens e desvantagens da criação de peixes em tanques-rede ............... 9

2.7. Maneio produtivo ....................................................................................................... 10

2.7.1. Maneio alimentar dos peixes em tanques-rede ........................................................ 10

2.8. Parâmetros de qualidade água requeridos na produção de Tilápia nilótica em

tanques-rede ....................................................................................................................... 11

2.8.1. Temperatura ............................................................................................................. 11

2.8.2. Oxigênio dissolvido (OD) ....................................................................................... 12

Page 4: Tese de Licenciatura

iv

2.8.3. Potencial hidrogenio (pH) ....................................................................................... 13

2.8.4. Transparência da água ............................................................................................. 13

2.9. Capacidade de suporte na produção de peixes em tanques-rede ................................ 14

2.9.1. Densidade e estresse nos cultivos em tanques-rede................................................. 15

3. METODOLOGIA .......................................................................................................... 17

3.1. Local e período ........................................................................................................... 17

3.2. Discrição da área de estudo ........................................................................................ 17

3.2.1. Clima predominante ................................................................................................ 17

3.3. Materiais ..................................................................................................................... 17

3.4. Tamanho da população ............................................................................................... 17

3.5. Delineamento experimental ........................................................................................ 18

3.6. Descrição do processo de cultivo da Tilápia nilótica em tanques-rede ..................... 18

3.7. Determinação dos indicadores de desempenho do cardume ...................................... 20

3.8. Análise estatística dos dados ...................................................................................... 21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 22

4.1. Resultados ................................................................................................................... 22

4.1.1. Taxa de sobrevivência ............................................................................................. 22

4.1.2. Peso final ................................................................................................................. 22

4.1.3. Ganho médio de peso diário .................................................................................... 23

4.1.4. Taxa de crescimento em comprimento .................................................................... 23

4.1.5. Biomassa final ......................................................................................................... 24

4.1.6. Conversão alimentar ................................................................................................ 24

4.2. Discussão .................................................................................................................... 25

4.2.1. Taxa de sobrevivência ............................................................................................. 25

4.2.2. Peso final ................................................................................................................. 25

4.2.3. Ganho médio de peso diário .................................................................................... 26

4.2.4. Taxa de crescimento em comprimento .................................................................... 26

4.2.5. Biomassa final ......................................................................................................... 27

4.2.6. Conversão alimentar ................................................................................................ 27

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ....................................................................... 29

5.1. Conclusão ................................................................................................................... 29

5.2. Recomendações .......................................................................................................... 30

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 31

Page 5: Tese de Licenciatura

v

DECLARAÇAO DE HONRA

Eu, Adelino Jacinto Chambo, declaro sob palavra de honra que o presente trabalho aqui

exposto é, integralmente, da minha autoria, e foi realizado com base nos recursos dos

quais fez -se referência ao longo do trabalho.

Vilankulo, Maio de 2014

_______________________________________________________

(Adelino Jacinto Chambo)

Page 6: Tese de Licenciatura

vi

DEDICATÓRIA

A minha saudosa mãe Maria José Guirrugo e irmão Chandinho Chambo; que Deus vos

dê o prestigiado e merecido descanso.

Dedico

Ao meu pai Jacinto Chambo e irmãos: Julinha, Zé, Tony e Jhon pelo amor

incondicional, pela confiança que me concederam e por me ensinarem os princípios de

respeito e honestidade.

Aos meus sobrinhos Mauro, Dário, Liedson, Lisley, Helena e Melvyn que este trabalho

sirva de fonte inspiração nas suas vidas e que consigam realizar todos os seus sonhos.

Ofereço

Page 7: Tese de Licenciatura

vii

AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro plano por me proporcionar força, coragem e determinação para

realização deste trabalho.

A minha família por toda atenção e amor prestado ao longo de todo o meu percurso

estudantil.

A minha supervisora, drª. Rosa Dulce Zimba, pelo apoio incansável e sugestões

prestadas durante a realização do presente trabalho.

Ao Prof. Dr. Alcides Peres, pelas sugestões dadas para melhoria do trabalho e na análise

dos dados

Aos meus colegas: Eufrásio Macajo, Edy Dos Santos, Cornélio Machungo, Alberto

Machamacha, JF Simango, Rufino Rafael, Compadre Vinte e Chaneta pelo

companheirismos mostrado no decorrer do curso quer dentro assim como fora da

faculdade.

Aos meus familiares e amigos de sempre: Helena Pequinino Cumbane (avó), Fátima

Mulaze (cunhada), Ernesto Cumbana e Simplício Chambo (tios), Valdemar Madeira,

Gerónimo Chiquelequete, Ilton Chume e Pedro Felex.

Aos técnicos da empresa XIBAHA, pelo apoio prestados em todas actividades de

campo, em especial ao técnico Manuel Macucule.

Os agradecimentos são extensivos a todo corpo docente e trabalhadores da Escola

Superior de Desenvolvimento Rural de Vilanculos.

Agradeço a todos aqueles que directa ou indirectamente, tornaram possível a realização

deste trabalho.

O Meu Muito Obrigado!

Page 8: Tese de Licenciatura

viii

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ºC- Graus Celcius

cm - Centímetro

CO2- Dióxido de Carbono

CP – Comprimento Corporal

CV – Coeficiente de variação

DCC- Delineamento Completamente Casualizado

DP- Densidade de Povoamento

FV – Fonte de Variação

g- Grama

GL – Grau de liberdade

hat/km2- Habitantes por quilometro quadrado

kg- Quilograma

kg/m3- Quilograma por metro Cúbico

mg/L – Mil gramas por litro

m3- Metro cúbico

nº - Número

OD- Oxigénio Dissolvido

%- Percentagem

pH- Potencial Hidrogénio

PV- Peso Vivo

PVC- Tubo Polietileno

QM – Quadrado médio

Qtd- Quantidade Diária

SQ – Soma de quadrado

T- Tratamento

TR- Tanque Rede

Page 9: Tese de Licenciatura

ix

LISTA DE TABELAS, FIGURAS, GRAFICOS, ANEXOS E APÊNDICES

Lista de Tabelas Página

Tabela I: Plano de Alimentação para Tilápia nilótica …………………...……...………7

Tabela II: Parâmetros Físico-químicos de Qualidade da Água para Tilápia………...…14

Tabela III: Tamanho das Amostras Usadas nas Biometrias……………………………20

Tabela IV: Parâmetros Zootécnicos da Tilápia nilótica (Oreochromis nilóticus)

Cultivada em Tanque-rede em três Densidades de Povoamento na Lagoa Gombeni….24

Tabela A1. Análise de Variância para Variável Peso Final……………………………37

Tabela A2. Análise de Variância para Variável Biomassa Final………………………37

Tabela A3. Análise de Variância para Variável Crescimento em comprimento……….38

Lista de Gráficos

Gráfico I: Taxa de Sobrevivência da Tilápia nilótica Cultivada, em três Densidades de

Povoamento em Tanques rede…………………………...……………………………..22

Gráfico II. Taxa de Crescimento em Comprimento da Tilápia nilótica Cultivada, em

três Densidades de Povoamento em Tanques-rede……………………………………..23

Lista de Anexos

Anexo II: Formulas das Variáveis de Desempenho Analisadas………………………..39

Lista de Apêndices

Apêndice I: Layout do Posicionamento dos Tanques no Experimento. ……………....37

Apêndice II: Apêndice II. Análise de variância das variáveis………………………….37

Page 10: Tese de Licenciatura

x

GLOSSÁRIO

Bentônicos - São animais maiores que vivem no fundo do tanque (insectos, larvas).

Comedouro - lugar onde os peixes comem a ração.

Ciclídeos - Família de peixes teleósteos, de água doce, da América do Sul, América

Central e África.

Detritos - São organismos mortos que se encontram no fundo do tanque decompostos

pelas bactérias.

Despesca - ato de retirada do peixe do tanque.

Disco de Secchi - instrumento usado para medir a transparência da água e ter-se a ideia

da quantidade de algas existentes no tanque.

Eutrofização da água - aumento excessivo de nutrientes na água, especialmente

fosfato e nitrato.

Fitoplancton - são pequenas algas (microscopicas) que vivem na água dando-a a cor

verde.

Oxigénio Dissolvido (OD) - quantidade de oxigénio presente na água e disponível para

a respiração dos animais aquáticos.

Peixe - derivados do latim, pices são vertebrados com corpo coberto ou não de escamas,

e apresentam temperatura corporal variável com o ambiente.

Ração - quantidade do alimento calculado para a refeição do animal que deve cobrir as

necessidades de manutenção e assegurar a sua eficiência em crescimento.

Zooplâncton - são pequenos animais (microscópicos) que vivem na água, e alimentam-

se de fitoplancton.

Page 11: Tese de Licenciatura

xi

RESUMO

O presente estudo foi desenvolvido com o intuíto base, de avaliar o desempenho

produtivo da Tilápia nilótica em três densidades de povoamento, nomeadamente 90,

120 e 150 peixes/m3 cultivada em tanques-rede. O aumento da densidade de

povoamento geralmente reduz a conversão alimentar, acelerando a degradação da

qualidade da água devido aos maiores níveis de arraçoamento exigidos. Utilizaram-se

720 peixes com peso médio inicial de 50 g e 9 cm de comprimento revertidos

sexualmente para machos, alimentados com ração comercial peletizada. As seguintes

variáveis de desempenho foram analisadas: peso final por peixe, biomassa final, ganho

médio de peso diário, taxa de crescimento em comprimento, conversão alimentar e a

taxa de sobrevivência. O delineamento experimental utilizado foi completamente

casualizado, com três tratamentos e duas repetições para cada. Foram usados peixes da

Espécie Tilápia nilótica povoados em 6 tanques-redes, com um volume total de 2,0 m3 e

volume útil de 1,0 m3para cada. Os resultados encontrados foram submetidos á análise

de variância e em caso de diferença estatística utilizou-se o teste de comparação de

médias de Tukey (5%), houve diferença estatística na maioria das variáveis de

desempenho. As biometrias ou medições foram feitas quinzenalmente sendo captadas

10% dos exemplares nos diferentes tratamentos. Após a análise estatística, constatou-se

que o peixe mantido na densidade de 90 peixes/m3 obteve melhores resultados

significativos de 147 g de peso final, 9,5 % de taxa de crescimento e 1,02 g de ganho

médio de peso diário. A maior produção de biomassa final foi produzida na densidade

de 150 peixes/m3 que foi de 33,66 kg/m

3. A taxa de sobrevivência não apresentou

variações ou diferenças estatísticas significativas entre as densidades de povoamento

mantendo-se ente 98,8%; 97,9 e 96%. Esses resultados indicam, que em termos

zootécnicos, a densidade de povoamento de 90 peixes/m3 foi a mais eficiente.

Page 12: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 1

1. INTRODUÇÃO

Aquacultura é a arte de criar, multiplicar animais e plantas aquáticas como, peixe

(piscicultura), algas (algicultura), camarão (carcinocultura), muluscos (malacocultura).

A piscicultura é a criação de peixe pelo homem em ambiente controlado. A criação de

peixes em tanques-rede tem se revelado como uma alternativa da piscicultura,

amplamente difundida no Mundo, tanto em águas continentais como em águas costeiras

(SOFIA, 2006).

Piscicultura, é entendida como uma actividade zootécnica, vem sendo praticada há

muitos séculos, contemplando diversas modalidades, tais como a ornamentação, a

alimentação de subsistência, a comercialização, a experiencia científica e o bioensaio

(TEXEIRA, 2005).

O cultivo de peixe constitui uma fonte de obtenção de nutrientes de origem

animal, cultiva-se espécies de peixes como a tilápia nilótica (Oreochromis niloticus),

carpas (Cyprinus carpio) entre outras. As tilápias têm sido intensamente utilizadas da na

piscicultura mundial e está hoje entre as espécies mais indicadas para o cultivo intensivo

em regiões tropicais, possuindo qualidades óptimas para produção piscícola

(LEONHARDT & URBINATI, 1999).

As tilápias são pertencentes a família dos ciclídeos nativos do continente Áfricana

e da Palestina, com cerca de 71 espécies utilizadas na piscicultura. Apesar de ter

inúmeras variedades de espécies, a nilótica é a mais procurada pelos piscicultores a

nível mundial, devido as características que ela possui como: resistência a doenças e

baixa qualidade de água, precocidade, facilidade de reprodução e maneio, consumo de

alimento natural e de ração comercial, além de excelente qualidade da carne e não

apresenta espinhos intramusculares (ANDRADE, 2008).

A produtividade da Tilápia nilótica está associada, entre outros aspectos, ao

maneio e gerenciamento, não bastando ter apenas bons tanques a baixo custo, sendo

preciso observar-se também qualidade da água, o maneio da densidade de povoamento e

o tipo de ração (MARTIN et al., 2000).

Page 13: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 2

Dessa forma, a densidade de povoamento destaca-se como uma importante

variável que tem reflexos nas práticas de maneio e na rentabilidade comercial da

piscicultura. A densidade de povoamento ideal quebra a heterogeneidade, em termos de

tamanho e peso dos lotes de peixes em engorda, influenciando a homogeneidade do

pescado final (CAVERO et al., 2003).

O desenvolvimento do tema avaliação do desempenho produtivo da Tilápia

nilótica (Oreochromis niloticus) em três densidades de povoamento cultivada em

tanques-rede, reveste-se de grande importância no que tange a produção desta espécie.

Esta avaliação ira possibilitar uma melhor forma de criação da tilápia para que esta

obtenha crescimento satisfatório quer em tamanho assim como ganho de peso.

1.1. Problema de estudo

O maneio produtivo na piscicultura é um dos elementos de extrema importância, a

adopção de metodologia incorrecta poderá inviabilizar o empreendimento piscícola

(LIMA, 2008).

Dentre as técnicas de maneio usadas na piscicultura para produção da Tilápia

nilótica, a densidade de povoamento é um factor que pode influenciar negativamente na

produtividade do cardume dentro do tanque de cultivo, densidades altas propiciam, a

redução no crescimento do animal, altos níveis de estresse, mudança no comportamento,

aumento da susceptibilidade a doenças, alteração dos parâmetros de qualidade da água

(oxigénio dissolvido e pH) potenciando a morte dos peixes nos tanques.

Page 14: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 3

1.2. Justificativa

O sucesso na piscicultura requer atenção meticulosa à detalhes, escolha do local

para fixação do empreendimento, tipo de espécie a cultivar, observância rigorosa dos

maneios e a identificação da densidade de povoamento ideal. Se alevinos de elevado

padrão genético, sejam colocados em densidades de povoamento extremamente altas

não produziram resultados satisfatórios ao fim do processo de cultivo (CASTANGOLI,

2000).

A densidade de povoamento óptima é representada pela maior quantidade de

peixes produzida eficientemente por unidade de área ou volume de água do tanque

(KUBITZA, 2009).

Porém a identificação de uma densidade de povoamento óptima permitirá, um

melhor uso da capacidade instalada, sem que se produza deterioração dos indicadores

produtivos dos animais. Busca-se aproveitar o espaço de cria disponível com a maior

eficiência possível, reduzindo perda dos alimentos, redução de mortes dos peixes nos

tanques, consequentemente melhorando o desempenho produtivo do cardume. Pois irá

reduzir os custos de produção e por via disso promover mais a produção de peixes no

seio dos piscicultores.

1.3. Objectivos

1.3.1.Objectivo Geral

Avaliar o desempenho produtivo da Tilápia nilótica (Oreochromis nilóticus) em

três densidades de povoamento.

1.3.2.Objectivos Específicos

Descrever o processo de cultivo da Tilápia nilótica (Oreochromis nilóticus) em

tanques rede;

Determinar os indicadores de desempenho do cardume;

Analisar o desempenho produtivo da Tilápia nilótica (Oreochromis nilóticus)

cultivada em diferentes densidades de povoamento em tanques-rede.

Page 15: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De acordo com LIMA (2008), a piscicultura é considerada pela FAO como uma

das actividades que mais poderá contribuir para o aumento de alimentos no mundo,

principalmente nos países pobres que passam fome.

2.1. Historial do surgimento da espécie

Actualmente, tilápia é usado como um nome comum para um grande número de

espécies de ciclídeos, particularmente para as espécies dos três géneros: Tilápia,

Sarotherodon e Oreochromis. Entretanto, existem cerca de 70 espécies de tilápias,

distribuídas em quatro principais géneros: Oreochromis, Sarotherodon, Tilápia e

Danakilia, todas de origem africana. Como os peixes do género Tilápia foram os

primeiros a serem cultivados e difundidos, esse nome englobou todos os peixes desses

géneros. Em Moçambique, a espécie mais difundida é O. niloticus (Tilápia nilótica),

que como as demais tilápias, tem a sua origem em rios e lagos do continente Áfricano

(MCANDREW, 2000).

2.2. Características da espécie

De acordo com SOUZA (2002), a tilápia é um dos peixes com maior potencial

para aquacultura por apresentar diversas características como a rusticidade, o rápido

crescimento, a excelente adaptação ao confinamento e a aceitação da ração com

facilidade desde o período de pós-larva até a fase de terminação, o bom desempenho em

diferentes sistemas de criação, facilidade na reprodução e na obtenção de alevinos.

Além disso, apresenta os requisitos dos peixes preferidos pelo mercado consumidor, tais

como: carne branca de textura firme, sabor delicado, fácil filetagem, ausência de

espinha intramuscular em “Y” e de odor desagradável.

Segundo NOGUEIRA (2003), a Tilápia nilótica é uma espécie que apresenta

algumas características que a colocam como um dos peixes com maior potencial para a

piscicultura a nível mundial. Além disso, os peixes exóticos tornaram-se os de maior

êxito na piscicultura mundial, por causa do significativo avanço de técnicas de cultivo

intensivo, conjugadas com a obtenção de uma enorme variedade de híbridos e linhagens

comerciais de grande aceitação.

Page 16: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 5

Entre as espécies de água doce e de hábito alimentar omnívoro, a tilápia destaca-

se pela elevada capacidade de digestão e utilização da energia e proteína dos alimentos

de origens vegetal e animal, superando a carpa comum (Cyprinus carpio) e o bagre

(Clarias gariepinus) (GONÇALVES, 2007).

É tolerante a condições ambientais adversas, como baixo oxigénio dissolvido (1

mg/L), altos níveis de amónia tóxica (até 3,4 mg/L), pH entre 5 e 11 e faixa de

temperatura ideal entre 27 e 32ºC (MAEDA et al., 2006).

2.3. Habito alimentar da Tilápia nilótica

O hábito ou regime alimentar refere-se à natureza do alimento preferido ou mais

utilizado por juvenis e adultos de uma determinada espécie. Um determinado grupo de

tilápia foi considerado omnívoro, desde que se verificou na alimentação destes peixes

algas bentônicas, fitoplâncton, macrófitas, zooplâncton, ovos de peixes, larvas de peixes

e detritos (GODDARD, 2001).

Os peixes jovens demonstram preferência pelo zooplâncton, que é capturado

através da identificação visual. Estudos laboratoriais indicam que ocorre uma mudança

de captura visual pela filtração, quando o peixe alcança 6-7 cm de comprimento. Este

padrão também é observado em estudos de campo para uma grande quantidade de

tilápias (YOWELL & VINYARD, 2000).

Com relação à alimentação, as tilápia são altamente oportunistas. O local, o tempo

e o sexo influênciam no comportamento alimentar, por exemplo, as fêmeas que incubam

os ovos na boca cessam sua alimentação durante o período de incubação. Adultos de T.

rendalli oriundas dos lagos e reservatórios, demonstram ingerir uma grande quantidade

de alimentos: macrófitas, fitoplâncton, zooplâncton, larvas de insectos, ovos e embriões

de peixes e detritos (LAZZARO, 2002).

De acordo com BEVERIDGE & BAIRD (2000), as tilápias demonstram

preferência pelo fitoplâncton. Caso esse não seja muito abundante, ocorre uma

preferência pelo zooplâncton e em último caso, pelo detrito. Variações sazonais também

influênciam o tipo de dieta. Nas estações chuvosas, predomina o consumo de detrito, e

nas estações secas, o consumo de fitoplâncton.

Page 17: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 6

2.4. Nutrição e alimentação da Tilápia nilótica

Os peixes são convencionalmente agrupados como: carnívoros, omnívoros ou

herbívoros, de acordo com seu hábito alimentar e sua capacidade filtradora, detritívora

ou predadora. As adaptações no sistema digestivo geralmente ocorrem de acordo com o

hábito alimentar do peixe, as tilápias geralmente são omnívoros e que utilizam um largo

espectro de alimentos (SKLAN et al., 2004).

A ração para sistemas intensivos é usada principalmente em cultivos de espécies

carnívoras e algumas de omnívoras, como é o caso das tilápias. Alimentos para cultivos

intensivos são diferentes daqueles usados em sistemas semi-intensivos, pois estes

devem suprir os requerimentos nutricionais de cada espécie, incluindo as quantidades

correctas e a qualidade das proteínas, lipídios, carboidratos, minerais e vitaminas

(BEVERIDGE, 2004).

Deve-se conhecer quais são os nutrientes requeridos por uma determinada espécie,

tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo, e como estes variam em função de

uma série de factores tais, como: idade, fase do ciclo biológico, a actividade fisiológica

e determinados parâmetros de qualidade de água (GALLEGO, 2002).

Os peixes, em geral apresentam melhores índices de conversão alimentar quando

comparados aos animais homeotérmicos, pois não utilizam a energia dos alimentos para

manutenção da temperatura corporal, grande parte desta energia é alocada para

promover o crescimento e ganho de peso (LAZZARO, 2002).

Quanto mais próxima das exigências nutricionais dos peixes for a composição em

nutrientes, melhor será a conversão alimentar. A granulometria, a palatabilidade, a

estabilidade, o valor biológico, a espécie de peixe, idade, tamanho, sexo e reprodução,

disponibilidade e capacidade de aproveitamento do alimento natural, qualidade da água,

densidade de povoamento, temperatura da água, nível de arraçoamento e maneio

alimentar são factores que contribuem para uma melhoria dos índices de conversão

alimentar (KUBITZA & ONO, 2003).

Page 18: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 7

Segundo TACON (1987), à medida que aumenta a densidade de povoamento cai a

disponibilidade de alimento natural e cresce a necessidade de se acrescentar alimentação

complementar ou rações balanceadas. Desta forma, em um cultivo intensivo com alta

taxa de povoamento, têm-se uma contribuição mínima de alimento natural e o uso

absoluto de rações balanceadas.

Tabela nº 1: Plano de Alimentação para Tilápia nilótica

Designação Classificação Tipo de

Alimentação

Qtd/dia Exigências em

PB

Fase I- 0,3 a

20g (40-80

dias)

Alevinos Natural ------------ 27%

Fase II - 20 a

120g (80-120

dias)

Juvenil em

crescimento

Natural e Ração 3 a 4% PV 32%

Fase III – 120 a

800g (120-150

dias)

Engorda Natural e Ração 4 a 6% PV 40%

Fonte: KUBITZA, 2009

2.5. Criação em tanques-rede

2.5.1. Conceito de tanque-rede

Os tanques-rede são estruturas para a criação de organismos aquáticos cujas

paredes são formadas por redes ou telas que permitem trocas de água com o meio

externo, guardando certa distância em relação ao fundo do reservatório, onde são

instalados por meio de flutuadores ou estacas (KUBITZA & ONO, 2003).

2.5.2. Características a considerar na construção do tanque-rede

De acordo com (SCHMITTOU, 2000), as seguintes características devem ser

consideradas na construção do tanque-rede: material vazado, que permita a maior troca

de água possível com o ambiente, resistência para suportar o peso dos peixes e impedir

a passagem dos mesmos através da malha, resistente à corrosão, permitir a remoção dos

Page 19: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 8

dejectos produzidos pelos peixes evitando o acúmulo dos mesmos, possibilitar a

retenção do alimento dentro do tanque-rede até que este seja consumido por completo

pelos peixes, não causar lesões ou estresse aos peixes.

De maneira geral, os tanques-rede são compostos por uma estrutura rígida com

tela, cobertura, comedouro e flutuadores. Podem ser utilizados diversos tipos de

materiais, sendo mais frequentemente encontradas as redes multifilamento sem nó em

nylon ou polipropileno recoberto por PVC, telas plásticas rígidas ou metálicas com

revestimento em PVC (KUBITZA & ONO, 2003).

Os tanques-rede devem ser instalados em lugares previamente seleccionados, e

usar como critério, a boa qualidade da água, a protecção de ventos e ondas e a natureza

moderada das correntes e profundidade. Os tanques-rede devem ser posicionados no

ambiente de forma que a água passe rapidamente, fazendo com que haja uma

renovação, mantendo a água de boa qualidade, isto significa colocar as linhas de

tanques-rede transversalmente ao fluxo da corrente (BEVERIDGE, 2004).

Segundo KUBITZA (2009), os outros factores que também influênciam a

produtividade são nomeadamente:

a) A qualidade da água do ambiente onde estão instalados os tanques-rede;

b) A taxa de renovação de água no interior dos tanques-rede, que depende de factores

como:

Dimensão do tanque-rede que quanto maior for, menor é a taxa de renovação da

água e menor a produtividade por volume (kg/ m3), os tanques de pequeno

volume de 1 a 6 m3 com alta densidade tem alta taxa de renovação pela

movimentação dos peixes e pelo fluxo corrente;

Resistência da passagem da água depende da área vazada das malhas nas laterais

e no fundo dos tanques-rede e da quantidade de materiais orgânicos e do

crescimento de algas que pode causar a obstrução parcial das malhas

dificultando a renovação da água;

O formato do tanque-rede também tem influência na passagem da água, os

cúbicos e os rectangulares permitem a renovação mais rápida do que os

cilíndricos, que há uma tendência da água em circundar os tanques-rede.

Page 20: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 9

c) A qualidade do alimento utilizado;

d) A qualidade do alevino e

e) As características da espécie de peixe cultivada.

2.6. Principais vantagens e desvantagens da criação de peixes em tanques-rede

Dentre as numerosas vantagens oriundas dessa modalidade de piscícola

comparativamente aos tanques escavados (tanque terra), KUBITZA & ONO (2003),

CYRINO et al. (2000) e EL-SAYED (2006), enumeram as seguintes:

a) Menor variação dos parâmetros físicos e químicos da água;

b) Maior facilidade de retirada dos peixes para venda (despesca);

c) Facilidade de observação dos peixes;

d) Redução do manuseio dos peixes e diminuição dos custos devido à menor

incidência de doenças;

e) Possibilidade de controlo de desovas indesejáveis;

f) Uso de mão-de-obra reduzida;

g) Alta produtividade (até 300 kg/m3 de tanque-rede);

h) Produção de proteína de boa qualidade e incremento de emprego e renda, tanto a

nível comercial quanto artesanal.

Como desvantagens KUBITZA & ONO (2003), CYRINO et al. (2000) e EL-

SAYED (2006) citam as seguintes:

a) Acesso limitado dos peixes ao alimento natural, levando ao uso de rações

nutricionalmente completas e de custos mais elevado, elevando os custos de

produção;

b) Actividade potencialmente impactante ao meio ambiente, podendo alterar a

qualidade da água, devido ao aporte de substâncias orgânicas e inorgânicas em

quantidades superiores às assimiláveis pelo ecossistema;

c) Facilidade para roubos, vandalismo e risco de fuga dos peixes por rompimento

das redes ou telas.

Page 21: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 10

2.7. Maneio produtivo

A produção de peixe deve ser conduzida de forma planeada, gerênciada com

critérios técnicos e científicos e, balizada por directrizes legais, para garantir o

desenvolvimento sustentável da actividade. Nesse sentido, a partir da escolha do local

adequado e da planificação técnica da produção, a produtividade do cardume vai

depender principalmente do maneio da criação (AYROZA et al., 2006)

A qualidade da água é determinante para a selecção do local e da espécie,

influenciando a viabilidade económica, taxa de produção e nos índices de mortalidade.

Ressalta-se que a qualidade da água em aquacultura compreende as variáveis físicas,

químicas e biológicas que afectam a sua produção (BOYD, 2000).

Segundo CYRINO et al. (2000), os locais adequados para a instalação dos

tanques-rede devem apresentar o mínimo possível de eutrofização da água, que pode ser

avaliada de maneira simples utilizando-se o disco de Secchi. O maneio correcto da

qualidade da água é fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento na

piscicultura.

2.7.1. Maneio alimentar dos peixes em tanques-rede

O maneio alimentar é um dos factores mais importantes para o sucesso do cultivo

de peixes em tanques-rede, quer do ponto de vista financeiro quanto do ponto de vista

ambiental. A importância financeira se deve ao fato do mesmo representar uma parcela

significativa do custo de produção, devendo-se buscar meios para redução destes custos.

No que tange a parte ambiental, este factor é também importante pelo fato de poder ser

um veículo de poluição, se a actividade for mal conduzida (SILVA & SIQUEIRA

2000).

Segundo CYRINO et al. (2000), na piscicultura intensiva os gastos com

alimentação normalmente são estimados de 50 a 70% dos custos produção. A

dependência total dessa modalidade de piscicultura das rações artificiais completas e de

qualidade superior, encarece os custos operacionais, consequentemente elevando o

custo de produção.

Page 22: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 11

As Tilápias nilóticas podem se alimentadas de ração quando mantidas em

confinamento e do alimento natural disponível no ambiente. A ração recomendada para

alimentação nos tanques é do tipo extrusada porque esta facilmente flutua na água, e as

rações peletizadas não são economicamente viáveis, pois possuem baixa estabilidade na

água ocasionado perdas, bem como dificultam a observação do piscicultor durante o

consumo da ração (BARBOSA, 2009).

De acordo com EL-SAYED (2006), a ração utilizada para peixes cultivados em

tanques-rede deve ser nutricionalmente completa e estável na água, devendo o alimento

atender as exigências nutricionais quanto à proteínas, energia, lipídios, vitaminas e

minerais para promover o bom desempenho dos animais.

Portanto, devem ser completas e devidamente balanceadas com teores de proteína

variando entre 56% a 30%, nesta feita proporcionando índices de conversão alimentar

em torno de 1.4 a 1.7:1, ou seja para cada quilo grama de peixe produzido deve-se

gastar no máximo de 1,7 kg de ração dependendo da fase em que se encontram os

peixes em cultivo (ASSIS, 2008).

Quanto a forma física da ração esta deve se apresentar em pó na fase de

alevinagem e peletizada na engorda por possuir maior digestibilidade e melhor adaptar-

se ao sistema de comedouros actualmente utilizados na piscicultura (OSTRENSKY,

1998).

2.8. Parâmetros de qualidade água requeridos na produção de Tilápia nilótica em

tanques-rede

2.8.1. Temperatura

Segundo SANTOS (2003), as influências dos factores externos são sempre

medidas por factores endógenos, como por exemplo, o endócrino. A secreção ou a

libertação desses transmissores pode ser alterada por meios de variações fotoperiódicas

e térmicas. A pineal, o hipotálamo e a hipófise estão entre as glândulas mais sensíveis às

influências da luz e da temperatura. Manipulando-se a temperatura, pode-se controlar a

taxa e tempo de eclosão das larvas, controlar o crescimento dos animais e a época de

sua reprodução.

Page 23: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 12

A alimentação das tilápias reduz a 20ºC e pára completamente por volta dos 16ºC.

Com relação a temperaturas elevadas, as tilápias toleram até aproximadamente 42ºC,

sendo a temperatura ideal de 29 a 31ºC. As tilápias são peixes tropicais que tem a faixa

de conforto térmico entre 27 a 32ºC, temperaturas superiores a 32ºC e abaixo de 27ºC

reduzem o apetite e a velocidade de crescimento e temperaturas na faixa de 8 a 14ºC

geralmente são letais (KUBITZA, 2000).

2.8.2. Oxigênio dissolvido (OD)

O oxigénio é fundamental para todos os animais, para realizar o acto vital da

respiração, através da qual é possível a assimilação da energia contida nos alimentos. As

principais fontes de oxigénio para a água são a atmosfera e a fotossíntese (CARBALLO

et al., 2008).

Por outro lado, as perdas são o consumo pela decomposição da matéria orgânica,

perdas para atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos

como, por exemplo, o ferro e o manganês (CASTAGNOLLI, 2000).

A solubilidade do oxigénio na água, como de todos os gases, depende de dois

factores principais: temperatura e pressão. Assim, com a elevação da temperatura e

diminuição da pressão, ocorre redução e solubilidade do oxigénio na água (HEIN &

BRIANESE, 2004).

Baseando nestas propriedades fica notório que os organismos aquáticos tropicais

têm, em princípio, menos oxigénio disponível do que os de lagos temperados. Esta

constatação assume importância, quando se considera que lagos próximos ao Equador, a

temperatura podem atingir até 38º C (ESTEVES, 2000).

A menção do nível do oxigénio dissolvido na água pode ser feita através de um

metido analítico ou utilizando-se medidores electrónicos. Os medidores actuais

(também chamados oxímetros) são portáteis e bastante precisos (MARENGONI, 2009).

Page 24: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 13

2.8.3. Potencial hidrogenio (pH)

A grande maioria dos reservatórios de água continentais tem pH variando entre 6

e 8, podendo-se encontrar ambientes mais ácidos ou mais alcalinos. Em ambos os casos,

estes ecossistemas apresentam comunidades vegetais e animais também características

(ESTEVES, 2000).

O pH atua diretamente nos processos de permeabilidade celular, interferindo no

transporte iônico intra e extracelular e entre os organismos e o meio. Valores extremos

podem danificar a superfície das brânquias dos organismos aquáticos, levando-os à

morte (HEIN & BRIANESE, 2004).

A evolução diária do pH é regulada pela concentração de dióxido de carbono

(CO2) e a atividade fotossintética. Para a maioria das espécies aquáticas o valor ideal

está entre 6 e 8,5. O pH da água para o cultivo de tilápias deve ser mantido entre 6 a 8,5.

Abaixo de 4,5 e acima de 10,5 a mortalidade é significativa. A faixa tolerável seria entre

5,0 e 11,0 (KUBITZA, 2000).

2.8.4. Transparência da água

A transparência é a capacidade de penetração de luz na água e pode ser usada

como um indicativo da densidade planctônica e da possibilidade de níveis críticos de

oxigênio dissolvido no período noturno (KUBITZA, 2000).

A transparência da água pode ser medida com auxilio de um disco de Secchi com

aproximadamente 25 cm de diâmetro preso a uma corada graduada (BARBOSA, 2009).

Naturalmente, águas mais limpas e claras apresentam maiores valores de

profundidade para o desaparecimento do disco de Secchi. Existem outros equipamentos

capazes de medir a radiação subaquática, tal como os hidrofotômetros que são capazes

de medir a quantidade e a qualidade da luz em diferentes profundidades

(CASTAGNOLLI, 2000).

Page 25: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 14

Tabela nº 2: Parâmetros Físico-químicos de Qualidade da Água para Tilápia

nilótica

Indicador Ideal Frequência

Temperatura da água 20 a 30°C Diária

Oxigénio da água 3 - 6 mg/l Quinzenal

Transparência da água 25 35 cm Diária/ semanal

Alcalinidade da água 30 - 40 mEq/l Mensal

pH 6.7 a 8.6 Semanal

Fonte: HEIN & BRIANESE, 2004

2.9. Capacidade de suporte na produção de peixes em tanques-rede

Na planificação da produção em tanques-rede é importante entender o conceito de

capacidade de suporte, que é a máxima biomassa sustentável dentro de uma unidade de

cultivo (KUBITZA & ONO 2003).

Segundo CYRINO et al. (2000) e KUBITZA (2000), a capacidade de suporte

seria a máxima biomassa sustentada por volume útil ou submerso do tanque-rede

(kg/m3). Uma unidade atinge a capacidade de suporte quando o incremento de biomassa

for nulo, ou seja o crescimento dos peixes for zero, no momento em que a capacidade de

sustentação for atingida.

Qualquer tentativa de superar este limite de biomassa sem incrementar a estratégia

de cultivo pode trazer sérios riscos de perda parcial ou total da produção. Produzir a

máxima quantidade de peixes em um tanque-rede não significa o máximo lucro. O

ponto de máximo lucro ou biomassa económica está bem antes da capacidade de

suporte ser atingida. Isso ocorre porque quando um tanque-rede vai se aproximando da

capacidade de suporte, os índices de desempenho pioram acentuadamente, sobretudo a

conversão alimentar (KUBITZA & ONO, 2003).

Page 26: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 15

Segundo KUBITZA (2000), existem vários factores que influenciam a capacidade

de suporte e a sobrevivência dos peixes num cultivo em tanques-rede, dentre os quais

pode-se citar, a escolha do espaço, a qualidade da água, as dimensões do tanque-rede, a

alimentação e a densidade de povoamento.

2.9.1. Densidade e estresse nos cultivos em tanques-rede

Embora a aquacultura em tanques-rede com diferentes densidades seja uma

prática rotineira, pouco se conhece sobre os efeitos da densidade sobre a tilápia e,

consequentemente, no seu crescimento quando são cultivadas em tanques-rede de

pequeno volume. As densidades nas quais as espécies podem ser povoadas são um

importante factor na determinação do custo de produção em relação ao capital investido.

Se a taxa de crescimento e sobrevivência não sofrerem alterações, quanto maior a taxa

de povoamento maior será o custo unitário de produção. Este factor aliado à idade,

tamanho, maneio, condições ambientais e alimentação é crucial para obtenção de um

crescimento e produtividade nos padrões considerados óptimos (COCHE, 2006).

O aumento da densidade de povoamento pode fazer com que o espaço individual

ou colectivo se torne factor limitante da produtividade. Uma superpopulação em

qualquer cultivo ocorre quando a densidade de povoamento atinge valores tais que

afectam negativamente a produtividade devido ao estresse dos peixes, a deterioração da

qualidade da água ou a ausência da alimentação causada pela dificuldade de acesso ao

alimento (BOZANO, 2002).

Segundo SCHIMITTOU (2000), a densidade populacional num tanques-rede é um

factor de estresse biológico mais comum em baixas densidades que em altas densidades.

Em ecossistemas de cultivo, especialmente de baixa densidade, alguns peixes procuram

estabelecer hierarquias de dominância, mantendo assim os indivíduos dominados sob

estresse crónico. A libertação de ferormônios, provavelmente, está relacionada ao

estabelecimento das hierarquias de dominância.

Espécies de peixes de hábito territorialista apresentam interacções agressivas que

são caracterizadas por ataques directos de um indivíduo ao outro (comportamento

agonístico). No caso da tilápia, espécie territorialista, ocorre uma hierarquia de

dominância e submissão, estabelecida através de confrontos entre indivíduos, onde os

Page 27: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 16

animais maiores geralmente são dominantes e os menores submissos (SARAIVA,

2004).

Segundo CUENCA & GALLEGO (2000), os peixes dominantes excluem os

subordinados da área de alimentação por interacção agressiva, no que implica em uma

maior taxa de ingestão de alimento pelos dominantes, mas quando a densidade da

população é alta os peixes dominantes não são capazes de defender a concentração de

alimento e neste caso a agressão e a taxa de crescimento desses peixes diminui.

Embora os estressores sejam, na maioria, inevitáveis em condições de cultivo,

estratégias para reduzir ao máximo os factores nocivos aos peixes, devem ser adoptadas

como rotina na criação para optimizar a produção em cultivo. A atenção com o

significado do estresse na piscicultura tem aumentado consideravelmente nos últimos

anos, em consequência dos efeitos negativos registados na produção (URBINATI,

2003).

Page 28: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 17

3. METODOLOGIA

3.1. Local e período

O estudo foi conduzido no distrito de Vilankulos na empresa Xibaha Lda. No

período de Agosto a Outubro de 2013. Cujas instalações piscícolas estão localizadas na

lagoa de Gombeni, que dista a cerca de 45 km da vila sede do distrito.

3.2. Discrição da área de estudo

O distrito de Vilankulos fica situado a norte da província de Inhambane tendo

como limites a norte o distrito de Inhassouro, a sul o distrito da Massinga, a oeste com

os distritos de Mabote e Funhalouro e a este com o Oceano Índico (MAE, 2005).

Conta com uma superfície de 5.867 km2 e uma população de 113.710 habitantes

de segundo o censo populacional 2007, o distrito de Vilankulos tem uma densidade

populacional de 23,1 hat/km2 (INE, 2010).

3.2.1. Clima predominante

O clima é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior, e húmido, à

medida que se vai em direcção a costa, com duas estações: a quente e a chuvosa que vai

de Outubro a Março e a fresca de Abril a Setembro. O distrito apresenta temperaturas

médias de 18 a 38ºC, com precipitação média anual (entre Outubro a Março) de 1500

mm com maior incidência nos meses de Fevereiro e Março (MAE, 2005).

3.3. Materiais

Para implementar o estudo, foram usados tanques-rede, entre outros matérias tais

como: balança electrónica, fita métrica, máquina calculadora e rede de despesca e

baldes plásticos.

3.4. Tamanho da população

Foram utilizados 720 peixes com inicial médio de 50 g e um comprimento de 9

cm.

Page 29: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 18

3.5. Delineamento experimental

O delineamento experimental adoptado foi completamente casualizado (DCC),

com três tratamentos (1. Densidade de Povoamento 90 peixes/m3; 2. Densidade de

povoamento 120 peixes/m3; e 3. Densidade de Povoamento 150 peixes/m

3) e duas

repetições para cada.

T1: 90 peixes/m3

T2: 120 peixes/m3

T3: 150 peixes/m3

3.6. Descrição do processo de cultivo da Tilápia nilótica em tanques-rede

O cultivo da tilápia nilótica em tanques-rede é realizado em pelo menos três

etapas (cria, recria e engorda).

a) Transporte dos peixes e povoamento

Os peixes foram transportados em bolsas plásticas. O transporte e povoamento

dos peixes foi realizados no início da manhã. Antes do transporte e povoamento dos

peixes houve necessidade de se observar os seguintes aspectos:

Uniformidade no peso e tamanho dos peixes;

Aparência geral dos peixes;

Alevinos devem se apresentar activos dentro da sacola ou caixa de transporte;

Verificar se não existiam peixes de outras espécies misturadas;

Para o caso do experimento realizado foram usados 6 tanques-rede (TR), com 2

m3 de volume total e, 1 m

3 volume útil, em todos os tratamentos foram efectuadas

mesmas praticas de cultivo necessárias a um óptimo crescimento dos peixes controlando

aspectos ligados aos maneios alimentar e sanitário.

Page 30: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 19

b) Maneio alimentar

Tratando a Tilápia nilótica como um peixe com hábito alimentar omnívoro,

alimentando-se de fitopláncton e detritos, ela aceita uma diversificada gama de plantas,

diferentes tipos de algas, de alimentos e resto de organismos.

Para o caso do experimento feito no estágio, os peixes foram alimentados com

ração comercial peletizada fabricada na empresa Xibaha-Lda, com a composição

descrita na tabela a baixo.

Inicialmente a quantidade de ração fornecida aos peixes foi de 360 g, 480 g, e 600

g nas densidades de 90,120 e 150 m3 respectivamente, divididas em três refeições

diárias distribuídas nos seguintes horários: (6:30, 12:30 e 16:30 horas). O fornecimento

de ração aos peixes era consoante os pesos observados a cada pesagem e medição

(biometria) realizada quinzenalmente.

O ajuste das quantidades de ração foi feito quinzenalmente, pois são muitos os

factores que podem interferir no consumo de ração como as condições climáticas (dias

nublados, chuva, calor excessivo), qualidade da água (temperatura, nível de oxigénio

dissolvido) e patologias (doenças e parasitas).

O ajuste de ração foi realizado recorrendo-se ao uso da fórmula abaixo ilustrada:

QA =Nº Total × 4%PV

100

Onde:

QA= Quantidade de alimento fornecida

PV= Peso Vivo dos peixes

4%= Percentagem da biomassa

Nº Total = Numero total dos peixes povoados

A prática de maneio alimentar, foi baseada no arraçoamento manual, consistindo

no fornecimento da ração a lanço sobre a superfície dos tanques-rede.

Page 31: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 20

c) Maneio sanitário

Durante a execução do experimento, o maneio sanitário baseou-se na limpeza e

desinfecção dos tanques, realizada mensalmente. Para limpeza dos tanques foram

deixados de molho na água, de seguida com auxílio de escovas cabo comprido foram

lavados e expostos ao sol secar e eliminar potenciais microrganismos.

A higienização do tanque era feita mensalmente, com objectivo de retirar os

tanques sujos ou com elevada concentração de restos de ração, para manter a circulação

da água constante. Todos peixes mortos e agentes estranhos encontrados eram retirados

de imediato da água de cultivo com auxílio de uma puçá para captura de peixe.

3.7. Determinação dos indicadores de desempenho do cardume

A biometria foi realizada quinzenalmente. Para colecta das amostras para a

biometria, foi usada uma puçá para a captura dos peixes, a partir era retirada

aleatoriamente 10% do universo dos peixes povoados em cada unidade experimental

(conforme ilustra a tabela abaixo). A pesagem foi realizada com auxílio de uma balança

electrónica.

Tabela nº 3: Tamanho das Amostras Usadas nas Biometrias

Tratamento Amostra 10%

T1= 180 Peixes 18 Peixes

T2= 240 Peixes 24 Peixes

T3= 300 Peixes 30 Peixes

A actividade foi sempre realizada nas primeiras horas da manhã antes do

fornecimento de ração, com vista a evitar a influência desta na medição. A medição do

comprimento foi feita para cada peixe com auxílio de uma régua graduada de 30 cm

Page 32: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 21

3.8. Análise estatística dos dados

As variáveis avaliadas no experimento foram taxa de crescimento em

comprimento, ganho médio de peso diário, taxa de sobrevivência, biomassa final; peso

final por peixe e a conversão alimentar.

Os dados das variáveis acima mencionadas, foram recolhidos de acordo com o

período correspondente ao experimento e posteriormente submetidos a análise de

variância e, em caso de diferença estatística (p˂0,05) submetidos ao teste de Tukey

(5%).

Page 33: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 22

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Resultados

4.1.1. Taxa de sobrevivência

O Gráfico 1 apresenta as percentagens da taxa de sobrevivência da Tilápia

nilótica nas diferentes densidades de povoamento. Observa-se que houve uma redução

na taxa de sobrevivência com o aumento da densidade, não diferindo estatisticamente

(p˃0,05) na menor densidade (90 peixes/m3) a taxa foi maior estabelecendo-se em

98,8% se comparando com as densidades 120 e 150 peixes/m3

cujos valores registados

foram 97,9 e 96% respectivamente.

Gráfico nº 1: Taxa de Sobrevivência da Tilápia nilótica Cultivada, em três

Diferentes Densidades de Povoamento em Tanques rede.

4.1.2. Peso final

As unidades experimentais com densidades de 120 e 150 peixes/m

3 não

apresentaram diferenças significativas (p˃0,05) entre si para esta variável, registando-se

valores entre131 a 117 g como mostra a Tabela 4. No entanto observou-se o aumento de

peso médio final para os peixes povoados na densidade de 90 peixes/m3 estabelecendo-

se em 147 g diferindo significativamente (p˂0,05) das demais.

98.8

97.9

96

94.5

95

95.5

96

96.5

97

97.5

98

98.5

99

99.5

Dp 90 Dp 120 Dp 150

Tax

a de

Sobre

viv

enci

a (%

)

Page 34: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 23

4.1.3. Ganho médio de peso diário

Os valores mais expressivos referentes a variável ganho médio de peso diário,

foram encontrados para os peixes povoados em menor densidade (90 peixes/m3) tendo

se obtido o valor de 1,02 g/dia, diferindo significativamente (p˂0,05) das demais. As

unidades experimentais com densidades de (120 e 150 peixes/m3) não apresentaram

diferenças significativas (p˃0,05) entre si para esta variável registaram valores de 0,85 e

0,70 g/dia respectivamente.

4.1.4. Taxa de crescimento em comprimento

Em relação à taxa de crescimento em comprimento, feita análise observou-se que

esta variável teve o seu maior valor de 9,50% para os peixes mantidos na menor

densidade (90 peixes/m3), diferindo significativamente (p˂0,05) das demais densidades.

Os tratamentos com densidades de 120 e 150 peixes/m3 apresentaram os valores

relativamente baixos para taxa de crescimento decrescendo com o elevar da densidade

não diferindo significativamente (p˃0,05) como ilustra o Gráfico 2.

Gráfico nº 2. Taxa de Crescimento em Comprimento da Tilápia nilótica Cultivada,

em três Diferentes Densidades de Povoamento em Tanques-rede.

9.50%

6.31%

4.21%

0.00%

1.00%

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

7.00%

8.00%

9.00%

10.00%

Dp 90 Dp 120 Dp 150

Tax

a de

Cre

scim

ento

em

Com

pri

men

to (

%)

Page 35: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 24

4.1.5. Biomassa final

A biomassa final não variou significativamente (p˃0,05) entre todos os

tratamentos no experimento, tendo sido verificada a maior média 33,66 kg/m3 para os

peixes adensados em maior número (150 peixes/m3), reduzindo conforme a diminuição

de animais povoados por unidade como ilustra a Tabela 4.

4.1.6. Conversão alimentar

Os valores de conversão alimentar neste trabalho, feita a analise mostraram o

valor de 2,17 para os peixes mantidos na densidade 150 peixem3, diferindo

significativamente (p˂0,05) das demais. As unidades experimentais com densidades de

(90 e 120 peixes/m3) não apresentaram diferenças significativas (p˃0,05) entre si para

esta variável registaram valores de 1,58 e 1,83 respectivamente.

Tabela nº 4: Valores Médios dos Parâmetros Zootécnicos Avaliados, para Tilápia

nilótica (Oreochromis nilóticus) Cultivada em Tanque-rede por 95 dias, sob Três

Diferentes Densidades de Povoamento na Lagoa Gombeni

Variável Densidade de Povoamento (Peixes/m3) Erro

Padrão

90 120 150

Peso inicial g 50 50 50

Peso final, (g) 147b

131a

117a

8,68

Biomassa inicial, (kg) 4,5 6,0 7,5

Biomassa final, (kg) 26,09a

30,89a

33,66a

2,21

Taxa de Crescimento

Comprimento, (%)

9,50b

6,31a

4,21a

1,54

Ganho Médio de Peso Diário,

(g/dia)

1,02b

0,85a

0,70a

0,09

Taxa de Sobrevivência, (%) 98,8a

97,9a

96,0a

0,83

Conversão Alimentar 1,58a

1,83a

2,17b

Page 36: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 25

4.2. Discussão

4.2.1. Taxa de sobrevivência

Durante o experimento, a taxa de sobrevivência dos peixes nos tratamentos

adoptados variou entre 98,8, 97,9 e 96%, nas densidades de 90, 120 e 150 peixes/m3

respectivamente, índices esses considerados normais para este sistema de cultivo.

Resultados semelhantes foram obtidos por SAMPAIO & BRAGA (2005), na sua

pesquisa usando densidades de povoamento de 150, 200 e 250 peixes/m3 e, por PAIA et

al. (2008), com densidade de 200, 250 e 300 peixes/m3.

RAHMAN et al. (2006), descreveram indiferenças na mortalidade dos animais e

inferiram que, provavelmente, os indivíduos povoados em maior número receberam

quantidade de alimento ideal geralmente consumindo mais durante o período de criação.

Em contrapartida COULIBALY et al. (2007), afirmaram que em peixes omnívoros a

hierarquia dominante e territorialista pode ser decisiva na sobrevivência dos animais

quando confinados em quantidades elevadas.

As taxas de sobrevivência para a Tilápia nilótica estão directamente relacionadas

com, à qualidade da água de cultivo, a alimentação dos peixes, a prevenção de parasitas

e doenças e a eliminação de predadores nas águas, porém, tal situação não foi observada

no presente estudo devido a inexistência de discrepâncias na sobrevivência dos peixes.

4.2.2. Peso final

Os valores de peso final observados no presente trabalho foram menores para os

peixes povoados em maior densidade (120 e 150 peixes/m3) tendo se registado valores

de 131 e 117 g. Os indivíduos cultivados em tanque-rede na menor densidade (90

peixes/m3) apresentaram valores correspondentes a 147 g.

Relacionando os resultados obtidos para esta variável neste experimento, com os

observados por CRUZ & RIDHA (1991) estudando as densidades de 200, 250 e 300

peixes/m3 no cultivo da Tilápia nilótica em tanques-rede, após 193 dias de cultivo,

verificaram que o maior peso final foi registado nos peixes mantidos na menor

densidade (200 peixes/m3) facto semelhante ao observado neste experimento,

Page 37: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 26

sugerindo-se a utilização de baixas densidades para optimizar a produção desta espécie

em cultivos empregando tanques-rede.

4.2.3. Ganho médio de peso diário

Em relação aos valores do ganho de peso médio diário encontrados nesse estudo,

estes variaram de 0,70, 0,85 e 1,02 g/dia para as densidades de 150, 120 e 90 peixes/m3,

estando de acordo com os valores relatados por MAINARDES PINTO et al. (2003)

para a Tilápia nilótica, porém cultivada em tanque rede de baixo volume em barragem,

utilizando a linhagem Chitralada em tanques rede de 4 m3, BARBOSA et al. (2004)

também obtiveram ganho de peso médio diário de 2,05 g e peso médio final de 185,15 g

como o melhor desempenho.

De acordo com KHAN (1994), o ganho médio de peso diminui em função do

aumento da biomassa quando a densidade excede a capacidade de criação o que pode ter

ocorrido no presente experimento. Tal fato pode estar relacionado a um efeito

secundário causado pelo estresse que age directamente no metabolismo, influenciando o

consumo de alimento, ou a um efeito directo que altera os níveis hormonais,

enzimáticos e dos factores de crescimento.

4.2.4. Taxa de crescimento em comprimento

Os resultados obtidos para taxa de crescimento neste experimento, variam de 4,21

a 9,5%, entre os tratamentos e são superiores aos obtidos por WATANABE et al.

(1990) que encontraram a taxa de crescimento entre 3,5 e 3,63%. Esse maior aporte no

crescimento pode ter sido influenciado pela classe de tamanho de peixe seleccionada e

pelas condições ambientais de cultivo.

Para CARMO et al., (2008), o crescimento em comprimento eleva-se

proporcionalmente em função do aumento do peso o que pode ter ocorrido no presente

experimento. Quanto maior for o peso do peixe maior será a velocidade de crescimento

em função da proporcionalidade corpórea e do alimento que é transformado em massa

muscular, e ainda pode ser usado como indicador da condição nutricional, reprodutiva

ou de bem-estar.

Page 38: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 27

4.2.5. Biomassa final

A biomassa final dos peixes foi de 26,09, 30,89 e 33,66 kg/m

3, para os

tratamentos de 90, 120 e 150 peixes/m3, respectivamente, estes resultados são

semelhantes aos obtidos por MARENGONI (2006), ao registar em 135 dias de cultivo,

a biomassa final de 43,8 kg/m3, em sua maior densidade de povoamento com 200

peixes/m3 e por PIAIA & BALDISSEROTO (2000), ao estudar a densidade de

povoamento de 114, 227 e 454 peixes/m3, e observaram que a maior densidade

proporcionou a maior biomassa final por volume. Ao elevar-se o número de peixes

povoados por unidade, observou-se um aumento significativo na biomassa.

Os valores de biomassa final obtidos neste estudo estão abaixo daqueles

alcançados por CLARK et al. (1990), MAINARDES PINTO et al. (2003), BARBOSA

et al. (2004) e ARCANJO et al. (2005), porém com densidades máximas de 100, 300,

235 e 165 peixes/m3, respectivamente. BOZANO (2002), preconiza a produção de até

300 kg/m3 em sistemas de tanques-rede de alta densidade e pequeno volume. Os valores

máximos e óptimos de biomassa relatados por vários autores variam muito devido a

inúmeros factores incluindo o estágio de desenvolvimento do cultivo, qualidade e

quantidade de alimento, características biológicas, físicas e químicas do ambiente

aquático.

Desta feita, os resultados obtidos referentes a biomassa final deste trabalho

mostraram que houve homogeneidade nos pesos dos peixes à medida que se elevou a

densidade de povoamento.

4.2.6. Conversão alimentar

Feita a análise constatou-se que há um aumento linear para na biomassa final,

consumo de ração e conversão alimentar a medida que se eleva a densidade de

povoamento de cultivo. Os resultados de conversão alimentar neste trabalho foram de

1,58, 1,83 e 2,17, para os tratamentos com 90, 120 e 150 peixes/m3 respectivamente

estando compactáveis com os observados por KUBITZA (2000) e superiores aos

relatados por MAINARDES PINTO et al. (2003). E são superiores aos obtidos por YI

& LIN (2001), o que pode ser aliado ao teor de oxigénio, temperatura e teor de proteína

da ração fornecida. Nos cultivos de tilápias em tanques-rede, em densidades de 50

Page 39: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 28

peixes/m3 YI & LIM (2001) obtiveram conversão alimentar de 1,46, com valores

inferiores aos obtidos neste experimento.

Page 40: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 29

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusão

Em conformidade com os objectivos propostos, ao final do experimento conclui-

se que:

O peso médio final, taxa de crescimento específico em comprimento e o ganho

médio de peso diário, apresentaram melhores resultados na menor densidade de 90

peixes/m3

em relação às densidades de 120 e 150 peixes/m3

.

Na distribuição da produção da biomassa final por tanque, a densidade de 150

peixes/m3

obteve melhores resultados comparando com as densidades de 90 e 120

peixes/m3.

Page 41: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 30

5.2. Recomendações

Recomenda-se:

A empresa Xibaha Lda. a cultivar da tilápia nilótica em tanques na densidade 90

peixes/m3

na fase de engorda, face ao bom desempenho por esta apresentado. Monitoria

da criação de peixes, e a continuação de pesquisas deste género em diferentes lagos e

lagoas envolvendo o estudo de outras variáveis como, consumo de ração, consumo de

proteína bruta, e análise da variação dos parâmetros físico-químicos da água no interior

dos tanques nas diferentes densidades de povoamento;

Uso de mais de um comedouro, por tanque para evitar as dispostas por alimento

entre os peixes;

Nas unidades de produção piscícolas, que sejam montados ensaios periodicamente

para a realização de estudos similares.

Page 42: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 31

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 48: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 37

APÊNDICE

Apêndice I. Layout do posicionamento dos tanques no experimento

T2= 120 peixes/m3

T3= 150 peixes/m3

T1= 90 peixes/m3

T2= 120 peixes/m3

T1= 90 peixes/m3

T3= 150 peixes/m3

Apêndice II. Análise de variância das variáveis

Tabela nº A1. Análise de Variância para Variável Peso Final

FV GL SQ QM Teste F.

Calculado

Teste F.

Tabelado

Tratamento 2 26648,5 1332,25 1310,582 9,55

Erro 3 30,5 10,16667

Total 5 26679

CV= 2,41

Tabela nº A2. Análise de Variância para Variável Biomassa Final

FV GL SQ QM Teste F.

Calculado

Teste F.

Tabelado

Tratamento 2 69,53585 34,76793 6,577754 9,55

Erro 3 15,85705 5,285683

Total 5 85,3929

CV= 7,77

Page 49: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 38

Tabela nº A3. Análise de Variância para variável Crescimento em Comprimento

FV GL SQ QM Teste F.

Calculado

Teste F.

Tabelado

Tratamento 2 0,0091 0,00455 5,46 9,55

Erro 3 0,0025 0,000833

Total 5 0.0116

CV= 4,06

Page 50: Tese de Licenciatura

Por: Adelino Jacinto Chambo 39

ANEXOS

Anexo I. Formulas das variáveis de desempenho analisadas

a) Peso final

Peso final/peixe =Biomassa Final Produzida

Nº de Peixes Povoados

b) 𝐁𝐢𝐨𝐦𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐤𝐠 =

obtida atraves da pesagem de todos peixes no final do estudo

c) 𝐓𝐚𝐱𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨

TCc =Comprimento final − Comprimento inicial

Duração em dias da pesquisa× 100

d) Ganho médio de peso diário

GMPD = Peso final − Peso inicial

Duração em dias da pesquisa

e) 𝐓𝐚𝐱𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞𝐯𝐢𝐯ê𝐧𝐜𝐢𝐚

TS = Numero de peixes final

Numero de peixes inicial× 100

f) Conversão alimentar

CA = Consumo de raçao (kg)

Biomassa do tanque (kg)