terminologia para a montagem de … · ministro luiz carlos bresser-pereira (mare ... 2011,...

27
TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE ESCRITÓRIOS DE PROJETOS NO SETOR PÚBLICO: UMA PROPOSTA A PARTIR DA PESQUISA-AÇÃO TIAGO VIEIRA C APRONI DANIEL C APALDO AMARAL M ARLY M ONTEIRO CARVALHO

Upload: phungbao

Post on 09-Oct-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE

ESCRITÓRIOS DE PROJETOS NO SETOR PÚBLICO:

UMA PROPOSTA A PARTIR DA PESQUISA-AÇÃO

TIAGO VIEIRA CAPRONI DANIEL CAPALDO AMARAL

MARLY MONTEIRO CARVALHO

Page 2: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

2

Painel 20/061 Escritórios de projetos e gestão de portfólio: a disseminação da política de gestão pública

TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE ESCRITÓRIOS DE

PROJETOS NO SETOR PÚBLICO: UMA PROPOSTA A PARTIR DA PESQUISA-AÇÃO

Tiago Vieira Caproni

Daniel Capaldo Amaral

Marly Monteiro Carvalho

RESUMO

O objetivo desse trabalho é investigar a adoção de um escritório de gerenciamento de projetos no setor público por meio de um modelo multivariável. A abordagem de

pesquisa selecionada foi por meio da combinação de revisão da literatura com abordagem de pesquisa-ação, sendo este modelo desenvolvido em uma empresa

pública de administração direita executiva, de uma cidade do interior de São Paulo com aproximadamente 90 mil habitantes. O modelo proposto é composto por 14 variáveis principais e acessórias, fundamentado em elementos presentes na “Nova

Gestão Pública”, bem como premissas presentes no Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado de 1995 e por benchmarks de práticas adotadas na iniciativa

privada. Os resultados indicam ganhos qualitativos na qualidade das atividades desenvolvidas pelo órgão público que adotou o escritório de projeto em sua estrutura.

Palavras-chaves: Escritório de Gerenciamento de Projetos. Governo. Estudo de

caso.

ABSTRACT

The aim of this study is to investigate the adoption of a project management office in the public sector through a multivariate model. The selected research approach was

through literature review combined with action research approach, and this model developed into a public company executive administration, of a town in the interior of

São Paulo State with approximately 90,000 inhabitants. The proposed model consists of 14 main and supplementary variables, based on the elements present in the "New Public Management" as well as assumptions present in the Master Plan for

Reform of the State Apparatus of 1995 and benchmark practices from the private sector. The results indicate qualitative improvements in the quality of the activities

developed by the public agency that adopted the project office in its structure. Keywords: Project Management Office, Government, Case Study.

Page 3: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

3

1 INTRODUÇÃO

A governança de projetos e programas públicos traz inúmeros desafios

(Winch e Sanderson, 2015, Brown et al., 2013) e embora várias ferramentas,

técnicas e métodos tenham surgido no setor público, como PERT pela marinha

americana, pouca atenção tem sido dada ao tema no âmbito de pesquisa.

No contexto Brasileiro a inclusão da emenda 19 de 1998 do artigo 37 da

Constituição Federal Brasileira trouxe maior foco para resultados e eficiência. O

princípio da eficiência foi precedido pelo que em 1995 ficou conhecido como

Reforma da Gestão Pública ou reforma gerencial do Estado, conduzida pelo então

Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE – Ministério da Administração Federal e

Reforma do Estado, extinto e convertido em Ministério do Planejamento e Gestão),

cujo principal objetivo era estruturar o Estado com um aparelhamento forte e

eficiente (BRESSER-PEREIRA, 1997).

O projeto se consolida com a conversão dos preceitos do plano em

emenda constitucional e passa a integrar o acrônimo LIMPE (legalidade,

impessoalidade, moralidade, pessoalidade e EFICIÊNCIA), o binômio eficiência e

transparência passa a ter cada vez mais destaque na pauta política brasileira, ainda

mais com a intensificação da insatisfação popular em face dos escândalos de

corrupção envolvendo partidos políticos e líderes de todas as esferas nacionais,

culminando com os movimentos populares de junho de 2013 ocorridos em todo

o Brasil.

Há esforços de governos em propor metodologias de Gestão de Projetos

como é o caso da primeira versão do PRINCE que surgiu no escritório de comércio

da Inglaterra como referência para compras públicas (INGLATERRA – CABINET

OFFICE, 2011, CARVALHO, M. M.; RABECHINI, 2011). Além disso, alguns

mecanismos de gestão de resultados oriundos da iniciativa privada estão sendo

replicados para incrementar o ganho na administração pública em relação aos

serviços entregues a sociedade e principalmente no combate a fraudes e perdas

com gastos não programados, no entanto as características do setor público

demandam customização da gestão de projetos.

Page 4: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

4

No Brasil, vem-se adaptando padrões de gestão utilizados na indústria

como PMBoK. Falta, porém, uma nomenclatura que torne compatível a linguagem

dos fluxos de processos públicos com as exigências da legislação brasileira.

O objetivo desse trabalho e investigar a possibilidade de proposição de

uma terminologia padrão para auxi liar na definição de processos de negócio de um

escritório de projetos do setor público. Dada a natureza ainda exploratória do tema,

foi desenvolvida uma pesquisa ação em uma prefeitura no interior do Estado de

São Paulo.

O trabalho está dividido em cinco seções. A Seção 2 apresenta a síntese

do referencial teórico, por meio da revisão literária do conceito de escritório de

projetos expondo suas taxonomias dos escritórios de projetos públicos. Seguido aos

elementos que caracterizam as fraudes em projetos e como a sistematização dos

fluxos de trabalho pode mitigar anomalias e propensões a fraude. A Seção 3

apresenta a abordagem metodológica usada no campo da pesquisa. Na Seção 4

são expostos os resultados, e na seção cinco são apresentadas as conclusões e

limitações do estudo.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Gestão de projetos no setor público

Organização pública é aquela que providenciam bens e serviços de um

governo em um nível local ou nacional (Fryer et al. 2007) e não está voltada ao lucro

(Dewburst et al. 1999). O uso de modelos de referência tem sido adotado por alguns

órgãos públicos internacionalmente, em geral para suportar departamentos de

compra. O emblemático caso da Agência Espacial Americana – NASA, com o

lançamento da Apollo 11 pioneira na adoção de ferramentas de gerenciamento de

projetos (KWAK, 2003). O Departamento de Defesa americano, por exemplo, no

setor de aquisições utiliza um sistema de gerenciamento de valor agregado – EVMS

(Department of Defense – DoD, 2015), e o Departamento de Energia também deste

país possui um dashboard com as respectivas indicações de programas, contratos,

Page 5: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

5

informações de projetos e principalmente orçamento original de projetos, custo atual

do projeto e os indicadores: “desempenho de custo” e “desempenho de

cronograma”, (US Energy Department, 2015).

No caso inglês, o seu escritório de comércio (Office of Government

Commerce-OGC), estabeleceu em 1989 a metodologia PRINCEt, tornando -a de

domínio público (INGLATERRA – CABINET OFFICE, 2011, CARVALHO;

RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho foi

o Escritório Nacional de Auditoria – (NAO), órgão similar ao Tribunal de Contas da

União, que mede a eficiência e eficácia do gasto público.

Embora o governo inglês busque estar à frente com mecanismo de

controle, este sofre um duro revés quando em 2008 estabelece um programa para

criar uma plataforma de TI de controle dos infratores de gastos públicos, o programa

deveria ser introduzido em janeiro de 2008 com um custo estimado de £

234.000.000 até 2020, em julho de 2007, £ 155.000.000 já haviam sido gasto no

projeto, este apresentava dois anos de atraso, e os custos estimados para o projeto

haviam subido para £ 690.000.000, o exponencial gasto, fez com que o Ministério da

Justiça, por meio de seu ministro pedisse a suspensão do projeto enquanto as

opções de reequilíbrio orçamentário fosse elaboradas. Muitas das causas dos

atrasos e custos poderiam ter sido evitados com uma melhor gestão e instrumentos

de controle mais claros, segundo relatório do próprio NAO. (CRAWFORD; HELM,

2009) Claramente há indícios de uma gestão inadequada e a complexidade técnica

do projeto foi significativamente subestimada. Observa-se que os contratos de

fornecimento foram concebidos de tal forma que não haviam mecanismo para

pressionar os fornecedores por meio de sanções pecuniárias ou restrições de

participação em certames públicos em razão da não entrega de resultados no tempo

e custo pactuados.

Por outro lado, os jogos olímpicos de Londres se tornaram uma referência

de programa público de governo bem realizado (Hone et al., 2011).

Crawford e Helm (2009) apresentam o caso australiano no qual o

Ministério da Defesa deste país em 2003 passou por questionamento públicos em

relação a sua eficiência na alocação de recursos para a política nacional de

segurança. Como resposta a esta avaliação e na busca de suavizar a publicidade

Page 6: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

6

negativa causada e demonstrar capacidade de entrega o então primeiro ministro cria

o Cabinet Implementation Unit (CIU) dentro do Departamento do Primeiro-Ministro,

com o intuito de garantir a entrega comprometida e eficaz das políticas-chave do

governo, por meio de cinco pilares:

Relatórios – Atualizações de progressos. Trabalho integrado com as agências reguladoras para monitorar e informar sobre o andamento das

principais iniciativas políticas do Governo;

Envolvimento Proativo – Engajamento com agências reguladoras no processo de produção de políticas públicas;

Política de Perícia – Fazer ligações. Promover às melhores práticas de outras jurisdições na Austrália e do exterior, bem como a academia e a indústria e fornecer conselhos sobre como aplicá -las no contexto

australiano. [Ou seja, operar como um conselho de benchmark de melhores práticas.]

Recomendações para o gabinete – Os planos de aplicação. Os planos de

aplicação são necessários para submissões com riscos significativos de implementação ou desafios, incluindo aqueles com uma Ferramenta de Avaliação de Potencial de Risco (RPAT), avaliam-se os planos de execução

em propostas de políticas para que seja assegurado aos tomadores de decisão todas as informações relevantes incluindo a forma como a política será implementada.

Construindo capacidades – Criação de competências em toda a administração. A Rede de Implementação da Política baseia -se na experiência dos membros, em compartilhar conhecimentos e desenvolver

uma cultura de colaboração na implementação e concretização de projetos.

Outro procedimento criado pelo Governo Federal australiano foi a adoção

do processo de avaliação de Gateway. Adicionalmente governos estaduais tem

adotado metodologias como PRINCE2 e MSP para a gestão de risco de forma mais

eficaz a exemplo do governo estadual da Tasmânia (CRAWFORD; HELM, 2009).

No Brasil esforços tem sido feitos para a melhoria dos resultados da

máquina pública, ações como a implantação do "Novo de Modelo de Contabilidade

Aplicada ao Setor Público" cujo objetivo é integrar as práticas de contabilidade

vigentes aos padrões estabelecidos nas Normas Internacionais de Contabilidade

Aplicadas ao Setor Público.

Esta normatização visa: estabelecer normas e procedimentos contábeis

para a Federação; aprimorar o já existente Plano de Contas Aplicado ao Setor

Público; padronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos

de gestão fiscal; disseminar os padrões técnicos estabelecidos no MCASP e no

MDF para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e por fim elaborar

as demonstrações contábeis consolidadas da União. (TESOURO NACIONAL, 2014).

Page 7: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

7

Internacionalmente a OCDE – Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico (1995), expressa que as mudanças dependem de:

Maior eficiência e relação custo-eficácia no controle e redução das

despesas públicas;

Redução das diferenças nacionais em setores públicos;

Aumento das expectativas de qualidade dos serviços de pessoas

físicas e jurídicas para responder de forma flexível às mudanças;

Oferecer novas tecnologias da informação.

Crawford e Helm (2009), destacando os trabalhos de Peters e Savoie,

(1998), relatam a necessidade da administração pública caminhar para novos

direcionadores, enfatizando na gestão estratégica e planejamento; transparência

gerencial; adição de medidas de desempenho associadas a responsabilização por

resultados; busca pela "desburocratização". Aumento da eficiência e do custo efetivo

para a redução e controle do gasto público, isonomia salarial no setor público de

acordo com a atribuição [cabe aqui uma crítica a linha de pensamento destes

autores para a estruturação de uma isonomia não temerária as contas públicas,

atribuição da isonomia com racionalidade, a equiparação de acordo com o tamanho

do município ou por meio de números índices].

Consolidado na iniciativa privada e institucionalizado por órgãos

internacionais como o PMI (Project Management Institute) e IPMA (International

Project Management Association), o gerenciamento de projetos esta baseados em

áreas de conhecimento e parâmetros técnicos que formulam um referencial

conceitual e metódico para o planejamento e controle de projetos. Embora

pesquisadores e práticos argumentem que a contribuição da metodologia de

gerenciamento de projetos aumente rendimento a matéria ainda gera controvérsias

demandando estudos mais aprofundados (AUBRY e HOBBS, 2010).

Estruturar uma sistemática que garanta a manutenção das atividades do

escritório de projetos é não só uma forma de garantir que os projetos previamente

constituídos tenham uma continuidade independentemente da postura adotada pelo

político eleito. Adicionalmente tais mecanismos se mostram como valorosos

instrumentos de transparência e monitoramento de resultados aos órgãos de

fiscalização e controle como: Tribunais de Contas, Procuradorias e Ministério

Page 8: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

8

Público. De acordo com o índice de percepção de corrupção de 2013, no qual se

mede o nível de percepção de corrupção no setor público de 177 países e territórios,

o Brasil obteve a 72a posição. (TRANSPARENCY INTERNATIONAL, 2014).

2.2 Escritórios de gestão de projetos

Kerzner (2002) ilustra o que conceito de escritório de projeto toma corpo a

partir da década de 50. Segundo o departamento de energia americano, o projeto

Distrito Manhattan construiu um legado para gerações estruturando conhecimento

para o grande salto científico americano por meio da interação dos atores, controle

dos escopos de resultados, orçamentos e prazos, componentes do “triângulo de

ferro” do gerenciamento de projetos. Autores como Rad e Levin (2002) afirmam que

a função primária do PMO é gerenciar e subsidiar projetos, de forma robus ta no

intuito de constituição de práticas, adoção de princípios, metodologias, ferramentas

e técnicas de gerenciamento de projetos (DAI, 2001; LITKE, 2002).

Revisando artigos de múltiplos autores pelo período de nove anos Seweryn

Spalek (2013), captura algumas variáveis críticas que condicionam ao sucesso dos

escritórios de projetos. Segundo Spalek (2009) citando Desouza e Evaristo (2006),

seis são os fatores críticos de sucesso e três tipos de papéis do PMO.

Um rol de variáveis é elencado para ilustrar o que impulsiona e retraem as

ações do escritório de projetos de acordo com o estudo de Spalek (2009), em mais

de 444 questionários de empresas dos mais diversos setores, sendo encontrado

como propulsores dos escritórios de projetos: suporte do gerenciamento de topo,

definição dos critérios de sucesso do PMO, definição do escopo das atividades,

grupo de precursores do escritório. Em contrapartida, são elencados como

detratores: inabilidade dos gerentes de projetos em demonstrarem valor adicionado

ao projeto, relutância da alta administração em aceitar as diretivas do escritório,

resistência da equipe, falta de escopo definido e custo operacional não aceito.

O suporte da alta gerência tem sido determinante para o sucesso da

iniciativa dos escritórios de projetos no intuito de reduzir os riscos de

implementação, DOS SANTOS VALE et al. (2014).

Page 9: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

9

O processo de implantação do escritório de projetos sofre de riscos

endógenos e exógenos. Os riscos endógenos estão associados a conflitos internos

entre os membros das equipes que serão realocados para as funções. Em parte, por

chefias não estarem dispostas a cederem seus profissionais para fazerem parte da

equipe, ou por uma imposição da chefia em direcionar pessoas com perfil não

adequado para a composição do quadro funcional. Hobbs, Aubry e Thuillier (2008),

referenciam os riscos do escritório de projetos a tensões classificando-os em 5

(cinco) níveis: Em primeiro econômico, vinculado a relação do custo de manutenção

do escritório de projetos ao seu desempenho de atividades. Segundo, político,

relacionado estritamente a gestão prática dos projetos e situação dos prazos e

custos, entendido aqui como risco endógeno. Em terceiro lugar a flexibilização e

normatização interna dos procedimentos do PMO. Em quarto lugar o controle sobre

os projetos e por fim o risco com os clientes, que neste caso pode ser interpretado

como um risco endógeno se estiver associado a outras áreas da organização ou

exógeno se vinculado a clientes externos.

Os escritórios de projetos públicos sofrem particularmente de riscos

exógenos relacionados não só a clientes externos, ou seja, toda a comunidade

setorialmente ou globalmente impactada por uma política pública e ainda em função

de fatores políticos. Dentre estes podem ser destacados visões partidárias contrárias

as políticas públicas adotadas pelo executivo, no intuito meramente de dificultar a

condução de projetos e avanços da administração.

2.3 Escritórios de projetos na iniciativa pública

Revisando levantamento sobre a disponibilidade de artigos que elencam a

taxonomia de escritório de projetos na iniciativa pública pouco material é encontrado

nas bases de dados, por apresentarem taxonomia suigeneris. A própria experiência

sistematizada e formalmente implantada na iniciativa privada é recente, segundo

estudos de Dos Santos Vale (2009) os modelos privados brasileiros se deram a

partir de 2003 em experiências corporativas isoladas.

Page 10: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

10

Chen et al. 2013, acrescentam que PMO em projetos públicos

contribuiriam para a formulação de programas de gerenciamento de alta eficiência

nas organizações e um programa de acumulação de conhecimento gerencial.

Crawford e Helm (2009) encontram importante elementos fundamentados

na “Nova Gestão Pública” para a entrega de valor a comunidade. Os escritórios de

projetos da administração pública podem assim colaborar diretamente para que a

comunidade observe o valor entregue pela administração com os projetos

executados, especialmente no que diz respeito: [1] Modo de operação, realizando

um melhor gerenciamento dos contratos; [2] foco teórico e governança, com uma

filosofia de governança corporativa e gerenciamento econômico por meio da

interface com o departamento contábil da organização e controladoria; [3] Gestão

da política de desempenho, pois até então o gerenciamento público está

estruturado na gestão das entradas sem o comprometimento com o que é realizado,

apenas focado em entregas formais, o escritório de projetos pode colaborar para

melhor controlar não só as entradas como as saídas (obras, dispositivos e

programas instituídos), trazendo confiança e legitimidade as propostas; [4]

Gerenciamento por metas , por meio da criação de mecanismos de “réguas” e

“parâmetros” é possível estabelecer prazos para os objetivos a serem entregues,

garantindo que atrasos e potenciais perdas de convênios sejam mitigados; [5]

Melhora das prestações de contas, ou “accountability” seja para os órgãos fiscais

(câmaras: municipais, estaduais e federal, Tribunais de Contas Estaduais e da

União), seja para a comunidade. [6] Participação da comunidade, por meio de

audiências públicas dos resultados dos projetos sistematizados e apresentados nas

câmaras municipais e reuniões de associações e sociedades organizadas. Deste

modo, o Escritório de Projeto opera como suporte ao tomador de decisões não só na

apresentação de resultados, mas na consolidação da democracia, por meio da

mediação do tecnicismo dos projetos com a abstração das políticas públicas,

trazendo estas para o plano concreto.

Seria truísmo dizer que os escritórios de projetos em entes públicos

propiciam ganhos para os cidadãos. Entretanto, o desafio de sua adoção esta

intrinsicamente ligado as pessoas que comporão a estrutura deste órgão, com a

Page 11: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

11

clara deliberação de seus papéis e o real engajamento destes nas atividades

desenvolvidas pelo escritório e sistemáticas adotadas. Outro desafio é superar as

disputas políticas internas e externas que este órgão possa vir a sofrer, desde

manobras de opositores do governo em comando a agentes internos reati vos as

medidas de mudanças que o escritório possa vir a capitanear.

3 MÉTODOS DE PESQUISA

A definição do método aqui empregado combina revisão da literatura com

abordagem de pesquisa-ação.

Dada a característica exploratória da pesquisa e a atuação dos

pesquisadores na proposição de um modelo multivariavel, optou-se pela abordagem

metodológica da pesquisa-ação.

Esse método de pesquisa é adequado quando pesquisadores estão de

modo envolvidos participativamente (Thiollent, 2004), envolvendo-se diretamente

com a organização estudada (Bryman 1989).

São objetivos da pesquisa-ação contribuir para o melhor equacionamento

possível do problema central na pesquisa que é a implementação de escritório de

projetos no setor público.

Este trabalho foi iniciado em 2014, seguindo os ciclos de vida da

pesquisa-ação (Coughlan e Coghlan 2002). Esse artigo apresenta o primeiro ciclo de

pesquisa-ação de elaboração do modelo proposto e teve início com a observação e

concatenação de variáveis que permeiam a realidade da administração pública e

que impactam diretamente nos processos da marcha de um projeto executivo

especialmente de obras de arte civis.

As primeiras questões colocadas foram aquelas propostas por Crawford e

Helm (2009): modo de operação; foco teórico e governança; gestão da política de

desempenho, gerenciamento por metas, melhora das prestações de contas, e

participação da comunidade.

Page 12: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

12

3.1 Caracterização da empresa

A pesquisa foi conduzida em um escritório de projetos público com

poucos meses de constituição (setembro de 2014) e em processo de consolidação,

em uma cidade com 90.000 habitantes do interior paulista, fundada em 1937, a

administração pública deste município é responsável pela gestão direta de 2.055

servidores distribuídos em 300 prédios públicos, dos quais a força de trabalho desta

organização representa 3,8% dos postos laborais do município, contando com um

orçamento de R$ 246.962.694,00 para o exercício de 2014. Suas atividades

impactam direta e indiretamente 90.000 habitantes e 180.000 habitantes das

cercanias em um raio de 50 km. A equipe deste escritório é composta por 17

integrantes entre engenheiros, arquitetos, administradores e escriturários, todos em

regime de dedicação exclusiva.

O escritório em tela foi o único encontrado em cidades com menos de 500

mil habitantes (CONFERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS, 2015).

4 RESULTADOS

Os resultados alcançados com a pesquisa de campo realizada O

escritório de projetos foi projetado para apoiar as atividades de planejamento

arquitetônico, com a estruturação de utilização e viabilidade dos dispositivos, assim

como a execução efetiva dos projetos estruturais e complementares de obras,

convertendo conceitos em projetos executivos e estruturados para a realização de

certames licitatórios. Paralelamente o escritório de projetos reúne ações de

monitoramento da evolução dos processos para o acompanhamento da concepção

arquitetônica como do processo de execução das rotinas. O monitoramento do

processo permite o real controle da evolução das obras e projetos públicos. O

escritório de projetos no caso em tela é composto por três núcleos: [1] unidade de

planejamento: arquitetônico e institucional, [2] unidade de execução: orçamentação

e projetos complementares e por fim [3] unidade de monitoramento e controle.

Page 13: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

13

Figura 01 – Estrutura Executiva do Escritório de Projetos do Modelo

Fonte: Elaborado pelos autores.

O papel do escritório de projetos em tela é se consolidar como uma

estrutura perene no organograma da prefeitura, sendo este atemporal e não apenas

para se operacionalizar por uma gestão administrativa, ou servir de estratégia de

marketing de um plano de governo. As pesquisas de Spalek indicam que 88% dos

escritórios de projetos encerram suas atividades antes do quinto aniversário.

4.1 Modelo proposto

A definição de um escopo claro de projetos e um conhecimento pregresso

de inserção de contexto nos quais estes se inserem por parte dos líderes e gestores

de projetos, tendem a conduzir os projetos para resultados não alinhados com o

plano original ou ainda resultando em projetos infrutíferos ou danosos ao erário

público.

Desenvolver e manter governança por meio de projetos e programas

requer investimentos, e os responsáveis por políticas de implementação de projetos

em organismos públicos são regularmente inquiridos pelos órgãos fiscais em

apresentarem justificativas técnicas para a alocações destes recursos.

UNIDADE DE

PLANEJAMENTO

UNIDADE DE

EXECUÇÃO

UNIDADE DE

CONTROLE

O ESCRITÓRIO

DE PROJETOS

Page 14: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

14

Segundo Thomas e Mullaly (2008), a capacidade de agregar valor no

gerenciamento de projetos depende da natureza da implementação da gestão de

projeto e de seu contexto. Estes destacam ainda que o contexto governamental é

caracterizado por “incertezas”, “ambiguidades”, “questões envolvendo partes

interessadas, complexas e multifacetadas”. Crawford e Helm (2009) sustentam

também que a pressão política, o escrutínio público e a contabilidade exposta são

elementos que acentuam a complexidade dos projetos no setor público. Disto

conclui-se que a adoção de ferramentas de gestão de projetos conduz a gestão de

resultados em cenários complexo suavizando inconformidades e facilitando o

processo de governança.

Analisando os procedimentos operacionais padrões do escritório de

projetos em estudo observa-se que algumas ferramentas de controle têm sido

testadas, desde a simples organização em plani lhas online por meio de plataformas

de compartilhamento virtual (Google Drive) aos softwares de maior aplicação do

mercado, respectivamente o Microsoft Project e o software Primavera. Contudo, a

abrangência dos sistemas padrões disponíveis no mercado e a não garantia de

segurança dos dados condicionaram a não manutenção dos softwares

apresentados.

A equipe de projetos indicou que os esforços deveriam caminhar para o

desenvolvendo de um modelo de gestão de projetos que apresentasse forte

correlação com os marcos regulatórios nacionais aderentes principalmente a duas

legislações específicas: a Lei federal no 8.666/1993 (que regulamenta licitações e

contratos públicos), além da Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar no

101/2000 e pelos elementos propostos no modelo da “Nova Gestão Pública”,

elencados por Crawford e Helm, (2009): Modo de operação – mais eficiente na

observação não só dos contratos, mas na forma com que os membros da equipe de

projeto coordenam as atividades e interações na gestão executiva dos “pacotes” de

atividade para atendimento dos cronogramas, foco teórico e governança – melhor

integração da alta administração com as áreas meios, por meio da homogeneização

do conhecimento, não só do cronograma físico, mas da disponibilidade financeira

para que um determinado “pacote” de atividade seja exequível, sem comprometer o

caixa da organização, Gestão da política de desempenho – pavimentar um

Page 15: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

15

caminho para a discussão de remuneração variável de engenheiros e demais

membros do departamento, por meio do acompanhamento do desempenho de cada

profissional, em face da rotina do projeto, Gerenciamento por metas – vinculação

da execução das rotinas a parâmetros mensuráveis de resultados, Melhora das

prestações de contas – sistematização do que cada um faz e tracking das

atividades proporciona melhor busca de informação para o desenvolvimento das

respectivas prestações de contas dos projetos, [6] Participação da comunidade –

vinculação dos resultados dos projetos a portais de transparência, seguindo a Lei

federal no 12.527, de 18 de novembro de 2011.

Para o caso em tela a solução a ser desenhada para a aplicação dos

elementos propostos no modelo da “Nova Gestão Pública” indicaria que os projetos

do escritório (núcleo de situações críticas) fossem emoldurados em uma ferramenta

de acompanhamento web que viabilizasse a integração não só dos procedimentos,

mas também que se integre a sistemas de contabilidade e outras áreas da prefeitura

(Secretaria de Obras, Secretaria de Finanças [controladoria, coordenação de

convênios, contabilidade e prestação de contas], Secretaria de Planejamento

Urbano e Gabinete do Prefeito). De forma a dirimir os problemas constatados em

tentativas pregressas de implantação do escritório de projetos, bem como prover

melhores informações ao órgão gestor para o processo de tomada de decisão.

Para uma maior aplicação transversal do modelo na estrutura da

organização assegurando um maior dinamismo nos procedimentos de atualização

de variáveis e a entrega de relatórios on demand sugere-se a adoção das

tecnologias em conjunto:

1. Plataforma ASP.NET 4.0;

2. Linguagem C#;

3. ASP.NET MVC4;

4. Sql Server 2008 R2 (ou sistema de banco de dados aberto);

5. HTML 5 (Responsive + Mobile);

6. jQuery 2.0 e

7. CSS3.

Ou ainda tecnologias que se sobreponham as citadas.

Page 16: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

16

Adicionalmente os resultados da pesquisa de campo revelaram que a

adoção de uma sistemática de controle da evolução dos projetos na administração

pública, tem um efeito positivo para o resultado geral da administração e que o

emprego sistemático e coletivo de um mecanismo de controle de projetos

horizontalmente pelos departamentos da organização pode não só garantir a

perenidade do escritório de projetos, mas também uma melhor condução das

políticas públicas inseridas em um plano de governo, respondendo de forma mais

alinhada com a expectativa da população que elegera tais governantes.

4.2 Variáveis propostas para o modelo

O sistema de controle do modelo proposto buscará agrupar o maior

número de variáveis que aperfeiçoem a gestão das informações de projetos

(institucionais e de obras) sob responsabilidade da administração municipal direta,

respeitando os marcos regulatórios vigentes até 2015, em relação a processos

licitatórios e de acompanhamento de convênios. Iniciando com a inserção do

cadastro de um novo projeto, no qual será alimentado o modelo com todas as

informações pertinentes a projeto divido em agrupamentos de informações, estas

variáveis serão estruturadas por subconjunto de dados.

O objetivo das variáveis definidas é a estruturação de um mecanismo de

controle que contemple as lacunas da gestão de projetos, bem como reduzir os

riscos observados nas legislações existentes aplicadas a estes e que forneça

subsídio aos órgãos públicos fiscais. O modelo engloba as variáveis:

Informações – envolve os dados básicos de parametrização do

projeto/obra como: Tipo (Obra/Projeto), Classificação, Status, Nome,

Valor Previsto, Endereço, PPA (Plano Plurianual, previsto na

Constituição Federal de 1988, no artigo 167, regulamentado pelo

Decreto 2.829, de 29 de outubro de 1998), no qual são disciplinadas as

diretrizes, objetivos e metas do poder executivo em comando, por 4

anos (sobrepostos: 1 ano de seu antecessor e 3 anos de sua

administração) e LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei federal no

4320 de 17 de março de 1964), que opera como um balizador do gasto

Page 17: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

17

público no exercício fiscal. Acrescenta-se ao modelo ainda os campos:

Profissionais Envolvidos (engenheiros/técnicos responsáveis pela

validação dos projetos) e Descrição; Andamento – Pertinentes a

obra/projeto, como Situação do Contrato, Responsabilidade técnica,

ensaio de solo, placa de identificação e foto (imagem), decreto,

processo, Execução do levantamento, informações sobre solicitante da

obra, gestor da obra, data do levantamento topográfico, orçamento e a

data de envio para a licitação;

Convênio – esta variável agrupa as informações sobre o convênio

obra/projeto, com os dados: fonte, órgão repassador [F1, fonte de

recurso próprio; F2, fonte de recurso estadual e F5, fonte de recurso

federal], programa do convênio [atrelado a fonte do órgão repassador

de recurso], número do convênio, ano, valor de repasse, valor da

contrapartida/percentual do valor, data da solicitação do pedido, data

da assinatura, data do vencimento, não poderá ser editado

posteriormente com vinculação entre as datas para que as mesmas

não sejam preenchidas de forma equivocada ou errônea;

Licitação – reúne as informações sobre a licitação/obra/projeto, desde

a publicação até o final da execução com acompanhamento do

contrato e prazos, especifica: modalidade, número da modalidade,

número do empenho, número do processo, ano do edital, empresa

vencedora, valor do contrato, campo este último que deverá estar

vinculado e parametrizado com a modalidade licitatória (Lei federal no

8.666/1993) evitando erros de valores inexatos, valor do empenho

também atrelado ao valor do contrato, data da homologação, data da

adjudicação, data da assinatura do contrato, prazo do contrato em dias,

data final da vigência do contrato, data da ordem de serviço, prazo de

execução em dias, data da vigência da execução, todas as datas não

poderão ser editadas posteriormente para que não sejam incluídos

dados errôneos.

Page 18: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

18

Aditivos – Neste item: constam aditivos e controles que possibilitam a

criação de novos aditivos com as seguintes informações: aditivo, tipo,

escolhido o tipo deve ter a opção para o prazo ou valor, ou ambos, e

amarrações deste com os prazos e valores já preenchidos em outras

abas, justificativa e opção para anexar documentos. Uma vez

cadastrado um aditivo ele permanecerá na lista de aditivos para

consulta, aguardando as opções de remoção de aditivo ou publicação

deste, uma vez publicado, este não mais poderá ser removido;

Prorrogação de convênio – Permite a prorrogação de convênio, a

opção de adicionar prorrogações vinculadas a variável convênio,

permite disponibilizar que se todos itens do convênio [nos campos das

variáveis] estiverem corretamente preenchidos dentro dos parâmetros

legais estabelecidos e limites técnicos determinados pelos gestores,

com alerta de não prorrogação caso existam erros, com abertura de

campos para controle de solicitações de prorrogações indicando: a

data do vencimento (variável crítica, pois caso ultrapasse o respectivo

prazo, o órgão gestor estará obrigado a fazer a devolução do montante

do convênio), a quantidade de dias a se prorrogar (métrica ad hoc

estabelecida no modelo, por meio dos dias o algoritmo a ser

desenvolvido deverá apontar as informações com justificativa do

pedido de prorrogação). Seguidamente este poderá ser salvo ou poder-

se-á deletá-lo (a prorrogação) caso haja alguma inconformidade;

Caderneta – A execução de projetos de órgãos públicos está

intimamente associada a projetos de obras, mais do que projetos

institucionais. O modelo proposto aciona a variável “caderneta” como

instrumento de acompanhamento diário da rotina do projeto,

envolvendo: data, ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de

execução, Profissional Responsável e o texto em si, com os

apontamentos da obra/projeto, que poderá ser digitado diariamente ou

conforme necessidade, ficando os registros ordenados

cronologicamente para impressão física (seguindo marco regulatório

vigente) e eletrônico para acompanhamento gerencial. No subgrupo da

Page 19: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

19

variável “caderneta”, deverá também ser possível a criação de novos

usuários. O Conselho profissional que disciplina a categoria não tem

sistemática de controle eletrônico do acervo de projetos de seus

associados;

Arquivos – Os escritórios de projetos reúnem uma quantidade sem

igual de documentos técnicos e burocráticos, sistematizar o

arquivamento destes visa não só promover uma melhoria na busca de

informações para o futuro, como o compartilhamento de informações

entre as áreas correlatas, sendo pertinente a possibilidade e inclusão

dos seguintes elementos: documentos, fotos, plani lhas, arquivos

referentes a(s) obra/projeto com legenda para cada um deles, e a

opção de envio de múltiplos arquivos de uma vez só para um

determinado gestor ou área específica;

Localização – Esta variável determina o ponto geodésico de uma

obra/projeto em plataforma de acesso público, indicando exatamente

as coordenadas e orientações do projeto, com a inserção destas

coordenadas em um “Mapa de Projetos” – equivalente a um painel de

controle no qual um mapa geo-referenciando é plotado com todas as

obras e projetos cadastrados com suas respectivas coordenadas e

informações, permitindo consultas rápidas e eficientes;

Fechamento da obra/projeto – Condicionar a execução de um projeto

a um determinado marco temporal finito não é garantia de execução

real, mas estabelece a administração do(s) projeto(s) atenção a um

plano de metas mínimas, contemplando: datas de conclusão, data do

recebimento provisório e data do recebimento definitivo, sendo estas

datas associadas para a mitigação de erros e uma vez preenchidas

travadas para não edição (evitando assim potenciais fraudes no

processo executivo);

Área construída [restrito a projetos construtivos] – A administração

depara-se com apresentação de resultados quantitativos macros,

embora haja questionamentos da aplicação desta métrica como critério

técnico adequado de entrega de resultado, adota-se aqui por estar no

Page 20: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

20

mainstream da construção civil e administração pública brasileira. Esta

variável determina a área de um determinado projeto que resulte em

uma edificação ou interferência ambiental, com os campos: área

construída, área dos terrenos e cada um com sua determinada unidade

de medida, com possibilidade de incluir outras unidades de medidas;

Visualização de informações – No modelo proposto é importante que

seja possível não só o detalhamento da situação projeto a projeto, mas

também uma visualização de todas as obras/projetos cadastrados e a

possibilidade de surveys pontuais quando o número de projetos atingir

um montante considerável que inviabilize a consulta analítica;

Visualização de Detalhes – No modelo apresentado o detalhamento

em mapas do projeto com as respectivas imagens e demais arquivos

cadastrados e as informações do projeto, assegurará celeridade no

processo de tomada de decisões, em conjunto com o subitem

Descrição do Andamento – que indica os lançamentos cronológicos

para a descrição dos andamentos e trâmites documentais, com a

possibilidade de formatação textual e anexação de documentação;

Financeiro e Medição – Por meio desta variável é possível a tomada

de decisão Inter setorial pelo controle de execução de obras/projetos e

fluxos de pagamentos. Bem como a adição de medições ou liberação

de recursos;

Parte significativa dos recursos públicos são oriundos de recursos

estaduais e federais. Estas vinculações condicionam os projetos e

obras a obrigatoriedades legais de medições, desta forma, propõem-se

no modelo teórico a inserção do campo Medições – com as opções de

adição de itens que compõe o orçamento de um projeto e a inclusão de

medições cronologicamente estruturadas, com os seguintes campos:

“medição contratual” ou de “aditivo”, com a respectiva descrição do

item em planilha a ser medida, controle de valores item-à-item, controle

de saldos de cada item e total geral financeiro alocado, este controle

propicia a análise quantitativa que o PMI define como Estimate at

Completion (EAC);

Page 21: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

21

CONCLUSÕES

O trabalho permitiu definir um conjunto de variáveis exógenas e

endógenas, que influenciam o processo de elaboração de projetos de obra. Essa

nomenclatura foi aplicada em um sistema informatizado específico, voltado para as

necessidades da instituição pública em que a pesquisa-ação foi realizada. Apesar do

sistema e do escritório implantados serem específicos para a realidade da

instituição, o modelo de terminologia apresentada, gerada na pesquisa-ação, é uma

contribuição para a teoria, pois pode ser adaptado para as demais instituições

públicas do país.

Trata-se de um modelo que seguiu elementos da “Nova Gestão Pública”

propostos por Crawford e Helm, (2009), e ainda o que Bresser-Pereira (1995) no

Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado. Esta proposta definiu boas

práticas a serem adotados pela administração pública e “benchmarks” de modelos

de controle de eficiência utilizados na iniciativa privada (exemplo: gerenciamento por

diretrizes) foram levados em conta na definição e classificação das variáveis. São

elencadas 14 (quatorze) variáveis e suas respectivas subcategorias no modelo,

detalhadas e enquadradas para o cumprimento dos preceitos dos marcos

regulatórios, bem como atender ao que no gerenciamento de projetos tradicional é

conhecido por “triângulo de ferro” CARVALHO, M. M. (2010) compreendendo o

custo, prazo e o escopo.

Observou-se no estudo a importância do envolvimento da alta

administração no processo de constituição, suporte e cobrança de resultados do

escritório. As variáveis definidas estão dimensionadas para a realidade de um

escritório de projetos público de médio porte, contudo é possível sua aplicação em

organização de porte diferente desde que adequada a quantidade de fato res e

perspectivas de projetos a serem medidos/controlados e o que espera -se gerir com

estes dados para um processo de tomada de decisão mais acurado, sejam estes

advindos de prefeituras, autarquias e agências reguladoras dentre outros órgãos da

administração direta e indireta.

Page 22: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

22

Estudos futuros poderão ser conduzidos para identificar meios de

otimização do processo de comunicação entre os “stakeholder” de forma a dinamizar

a aplicação das ferramentas gerenciais e softwares. O modelo sugerido no estudo

poderia ser expandido com a sua aplicação em um cenário com a participação de

parceiros privados, bem como trazer a luz novas abordagens sobre como persuadir

gestores públicos a adotarem métodos gerenciais integrados que aumentem a

eficiência e os resultados de seus órgãos administrados.

O estudo apresenta as seguintes limitações: as análises envolveram

apenas o estudo de caso de um escritório de projeto, ocasionando assim grande

viés nos argumentos elaborados, embora a teoria de estrutura de gerenciamento de

projetos sustente tal afirmação, bem como em relação ao grau de maturidade do

escritório. O estudo foi conduzido em uma prefeitura do interior de São Paulo –

Brasil, o que não necessariamente reflete o comportamento em prefeituras de outras

regiões ou mesmo países. Adicionalmente a cultura e modus operandi do quadro de

servidores do caso em estudo pode resultar em distorções e desvios interpretativos.

As variáveis endógenas e exógenas aqui adotadas impactam diretamente nas

atividades deste escritório, não sendo necessariamente idênticas no contexto de

outras prefeituras de outras regiões ou mesmo países com marcos regulatórios

distintos. O modelo não foi concebido para ser estanque, podendo ser adaptável ao

cenário a que melhor se insere expandindo ou retraindo de acordo com as

exigências estabelecidas.

Outra limitação do estudo está associada a política estabelecida pelo

gestor em relação aos resultados entregues pelo escritório de projetos. Este pode

não entender como prioritário o controle da evolução dos projetos por meio das

métricas aqui apontadas, embora este pensamento seja contrário aos padrões de

eficiência propostos pela emenda 19, e pouco plausível, ainda sim inspira

preocupações, pois uma mudança de política por meio de uma normativa ou decreto

lei pode encerrar as atividades de um escritório já constituído. Uma das formas de

se evitar a extinção deste é constituí-lo por meio de um ato do legislativo, que se

convertido em lei, somente pode ser extinto por meio de outra norma legal. Desta

forma, tira-se do executivo o poder de cercear as atividades do órgão, garantindo

assim que suas atividades sigam um continuo ao menos do ponto de vista técnico.

Page 23: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

23

AGRADECIMENTOS

Este estudo contou com a valorosa colaboração do departamento de

tecnologia da informação da Universidade de São Paulo, bem como de Antonio

Carlos Souza na propositura das tecnologias, bem como da valorosa colaboração de

Tania Regina Amadeu e toda a equipe da Secretaria de Obras e do escritório de

projetos no mapeamento das variáveis do modelo proposto.

CONFLITO DE INTERESSE

Não há conflito de interesse neste artigo.

REFERÊNCIAS

AUBRY, M., HOBBS, B., A fresh look at the contribution of project management to organizational performance. Proj. Manag. J. 42, 3–16, 2010.

AUBRY, M., RICHER, MC., LAVOIE-TREMBLAY, M., CYR, G. Pluralism in PMO Performance: The Case of a PMO Dedicated to a Major Organizational

Transformation. Project Management Journal, Vol. 42, Ed. 6, Páginas: 60-77. 2011. BRESSER-PEREIRA, L.C. A Reforma do estado dos anos 90: lógica e mecanismos

de controle. Brasília: Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, 1997.

Brown, T.L., Potoski, M., Van Slyke, D.M., 2013. Complex Contracting: Government Purchasing in the Wake of the US Coastguards' Deepwater Programme. Cambridge

University Press, Cambridge.

BRYMAN, A. Research methods and organization studies. London: Unwin Hyman, 1989.

CARVALHO, M. M.; RABECHINI Jr, R. Fundamentos em Gestão de Projetos: Construindo Competências para Gerenciar Projetos. São Paulo: Editora Atlas, 3a

edição, 2011. CHEN, X., WANG, Z., HE S., F. LI. Programme management of World Bank financed

small hydropower development in Zhejiang Province in China. Disponível em:

Page 24: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

24

http://ac.els-cdn°com/S1364032113002049/1-s2.0-S1364032113002049-

main°pdf?_tid=e39ff19c-74a7-11e4-bdc8-00000aacb361&acdnat=1416922695_574b895d7e8eb815a831b65f790cd333.Acess

o em: 25 de novembro de 2014. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS – CNM. Consulta técnica ao

órgão setorial. 2015.

COUGHLAN, P.; COGHLAN, D. Action research for operations management. International Journal of Operations & Production Management, v. 22, n. 2, p. 230 -240, 2002.

CRAWFORD, L. H., HELM, J. Government and Governance: The Value of Project

Management in the Public Sector. Project Management Journal. 2009. DAI, X. C. The role of the project management office in achieving project success.

Tese (Doutorado) – The George Washington University, Washington DC. 2001.

DEWBURST, F.; MARTÍNEZ-LORENTE, A. R.; DALE, B. G. TQM in Public Organisations : An Examination of the Issues. Managing Service Quality, v. 9, n. 4, p. 265–273, 1999.

DoD – Department of Defense, Enabling Effective Project Management. Office of the

Assistant Secretary of Defense for Acquisition, Disponível em: < http://www.acq.osd.mil/asda/initiatives/factsheets/enabling_effective_project_mgmt/index.shtml >, Acesso em: 06 de janeiro de 2015.

DOS SANTOS VALLE, J.A., FERREIRA, V.C.P., JOIA, L.A. The social

representation of project management offices according to project managers' perceptions. Disponível em: http://www.scopus.com/record/display.url?view=basic&eid=2-s2.0

84899479330&origin=resultslist, Acesso em: 06 de dezembro de 2014.

DPMC – Disponível em: http://www.dpmc.gov.au/implementation/docs/ciu-flipchart.pdf , Acesso em: 30 de novembro de 2014.

ENERGY DEPARTMENT OF USA, Office of Management, Office of Acquisition and Project Management. Disponível em: <

http://energy.gov/management/downloads/december-2014-project-dashboard>, Acesso em: 06 de janeiro de 2015.

EUA – Departamento de energia. Disponível em: http://energy.gov/management/office-management/operational-management/project-

management, Acesso em: 24 de novembro de 2014.

Page 25: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

25

FRYER, K. J.; ANTONY, J.; DOUGLAS, A. Critical success factors of continuous

improvement in the public sector: A literature review and some key findings. The TQM Magazine, v. 19, n. 5, p. 497–517, 2007.

GEDDES, B.; NETO, A. R. Institutional sources of corruption in Brazil. Third World Quarterly, 13:4, 641-661, 1992.

HOBBS, B.; AUBRY, M.; THUILLIER, D. The project management office as an

organisational innovation. International Journal of Project Management, v. 26, n° 5, p. 547-555, 2008.

INGLATERRA, Cabinet Office, Guidance Best Management Practice Portfolio. 2011.

KERZNER, H. Strategic Planning for a project office. Project Management Journal, 34(2), 13-25, 2003.

KWAK, Y. H. Chapter 2 in The Story of Managing Projects by Carayannis. Brief History of Project Management, Quorum Books, 2003.

LITKE, H. D. Projekt-management. München: Gräfe und Unzer, 2002.

NAO – National Audit Office. Disponível em: <http://www.nao.org.uk/>, Acesso em: 30 de novembro de 2014.

NASA Concept to Apollo. Disponível em: <http://www.hq.nasa.gov/office/pao/History/SP-4009/v1p1.htm.>, Acesso em: 06 de

janeiro de 2014.

OECD – Organisation for Economic Cooperation and Development. Governance in transition: Public management reforms in OECD countries. Paris, França, 1995.

PATAH, L.A., CARVALHO, M. M. Alinhamento entre estrutura organizacional de projetos e estratégia de manufatura: uma análise comparativa de múltiplos casos.

Gest. Prod., São Carlos, v. 16, n° 2, p. 301-312, 2009. RAD, P. F., LEVIN, G. The advanced Project Management Office. a Comprehensive

Look at Function and Implementation. CRC Press LLC, Boca Raton, USA, 22, 2002.

SHAW, R, Another Size Fits all? Public Value Management and Challenges for Institutional Design. PUBLIC MANAGEMENT REVIEW, Volume: 15, Edição: 4, Páginas: 477-500, 2013.

SPALEK, S. Improving Industrial Engineering Performance through a Successful

Project Management Office. Inzinerine Ekonomika-Engineering Economics, 24(2), 88-98, 2013.

Page 26: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

26

TESOURO NACIONAL, Publicações e Orientações. Disponível em:

<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/publicacoes-e-orientacoes>. Acesso em: 30 de novembro de 2014.

THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-Ação, 13a Ed. – São Paulo: Cortez, (Coleção: temas básicos da pesquisa-ação), 2004.

THOMAS, J., MULLALY, M. Researching the Value of Project Management. PMI,

USA. 2008. TRANSPARENCY INTERNATIONAL Disponível em: <

https://www.transparency.org/cpi2014>, Acesso em: 15 janeiro de 2015.

VALLE, A. B. et al. Fundamentos de Gerenciamento de Projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

WINCH, G.M.; SANDERSON, J. (2015) Call for Papers – Public policy and projects. International Journal of Project Management 33. 249 – 250.

Page 27: TERMINOLOGIA PARA A MONTAGEM DE … · Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira (MARE ... 2011, CARVALHO; RABECHINI, 2011). Outro órgão inglês que adotou ferramentas de desempenho

27

___________________________________________________________________

AUTORIA

Tiago Vieira Caproni, M.Sc. – Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo – USP

Endereço eletrônico: [email protected]

Daniel Capaldo Amaral, Dr. – Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo – USP.

Endereço eletrônico: [email protected]

Marly Monteiro Carvalho, Dra. – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP.

Endereço eletrônico: [email protected]