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TERCEIRO SECTOR | PROPOSTA DE LEI DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2018
TRANSFERÊNCIAS PARA FUNDAÇÕES
A Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 (“Proposta do OE”) contempla um conjunto de limitações às
transferências para as fundações, à semelhança do que se tem verificado nos Orçamentos do Estado de anos
anteriores. Cumpre destacar:
• Por um lado, as limitações em causa referem-se às transferências a conceder às fundações participantes e avaliadas
no censo realizado às fundações (Lei n.º 1/2012, de 3 de Janeiro), não podendo as mesmas exceder os montantes
concedidos em 2017;
• Porém, nas situações em que o serviço ou organismo da administração direta e indireta do Estado, ou instituição do
ensino superior pública, responsável pela transferência, não apresente transferências no triénio 2008 a 2010 para
uma fundação participante e avaliada no censo realizado às fundações em 2012, o montante global anual a
transferir, no ano de 2018, não poderá exceder o valor médio do montante global anual de transferências do triénio
2015 a 2017 para a fundação destinatária;
• O montante global de transferências a realizar em 2018 para todas as fundações, por parte de cada entidade pública
anteriormente referida, não poderá exceder a soma da totalidade das transferências realizadas em 2017.
Em paralelo, é alargado o elenco de casos aos quais não se aplicam limitações, às transferências de verbas realizadas:
• Ao abrigo de protocolos celebrados com fundações que não tenham recebido transferências suscetíveis de atingir
os limites previstos, desde que exista um interesse público relevante, reconhecido em ato legislativo ou despacho
fundamentado do membro do Governo responsável pela área e decorra de um procedimento aberto e competitivo;
• A fundações identificadas na Resolução do Conselho de Ministros nº 13-A/2013, de 8 de março, que tenham sido
objeto de decisão de manutenção de apoios financeiros públicos associados a contratos plurianuais de parcerias em
execução, podendo beneficiar de transferências associadas a novos contratos e a contratos em execução, no
mesmo montante ou no âmbito de projetos e programas cofinanciados por fundos europeus;
6 de novembro de 2017 Margarida Couto | [email protected] Conceição Gamito| [email protected]
Maria Folque | [email protected]
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• A fundações abrangidas pelo Estatuto de IPSS, no âmbito de protocolos, projetos e respostas na área da cidadania e
da igualdade, designadamente violência doméstica e de género, tráfico de seres humanos, igualdade de género,
migrações e minorias étnicas;
• Às seguintes fundações: Fundação Arpad-Szenes-Vieira da Silva, Fundação de Arte Moderna e Contemporânea –
Coleção Berardo, Fundação Casa da Música, Fundação Centro Cultural de Belém, Fundação Museu do Douro,
Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, Fundação de Serralves e Côa Parque – Fundação para a Salvaguarda e
Valorização do Vale do Côa.
TÍTULOS DE IMPACTO SOCIAL
• A Proposta do OE consagra uma nova modalidade de benefício fiscal de natureza social, relativo a parcerias que
envolvam Títulos de Impacto Social (TIS), contratualizados ao abrigo do Portugal Inovação Social;
• Os TIS são mecanismos de financiamento que pressupõem a celebração de um contrato (parceria) entre
investidores sociais, entidades do sector público e entidades implementadoras (tipicamente, organizações da
Economia Social), para concretizar resultados sociais específicos, que evidenciem impacto social e potencial retorno
financeiro;
• A Proposta do OE define Investidores Sociais como as entidades privadas, as entidades públicas e as entidades da
economia social com objetivos filantrópicos ou comerciais, em qualquer caso desde que contribuam com recursos
financeiros para o desenvolvimento de uma Iniciativa de Inovação e Empreendedorismo Social (IIES) com o objetivo
de obtenção de impacto social;
• Esta modalidade de benefício fiscal consiste assim numa dedução fiscal, em benefício de investidores sociais,
respeitante aos fluxos financeiros realizados por estes, no âmbito de TIS contratualizados ao abrigo do Portugal
Inovação Social e independentemente de os referidos fluxos financeiros serem ou não objeto de reembolso (por
não atingimento das metas contratualizadas, por parte das entidades implementadoras);
• De acordo com a Proposta do OE, na esfera dos investidores sociais, os referidos fluxos financeiros passam a ser
considerados gastos e perdas do período de tributação, em valor correspondente a 130 % do respetivo total e até
ao limite de 8/1000 do volume de vendas ou de serviços prestados, independentemente de serem ou não objeto de
reembolso.
EXCEÇÃO ÀS CATIVAÇÕES: FUNDAÇÕES DAS ÁREAS DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
• As cativações previstas na Proposta do OE não serão aplicadas às Fundações das áreas da Educação e Ciência, desde
que as despesas em causa sejam financiadas com receitas próprias ou por transferências da Fundação para a Ciência
e Tecnologia.
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ELIMINAÇÃO PROGRESSIVA DAS REDUÇÕES REMUNERATÓRIAS
• De acordo com a Proposta de OE, as reduções remuneratórias aplicáveis aos trabalhadores e dirigentes das
fundações públicas, tanto de direito público como de direito privado, serão progressivamente eliminadas.
• O pagamento dos acréscimos remuneratórios em causa será efetuado da seguinte forma:
• Em 2018, 25% a 1 de janeiro e 50% a 1 de setembro;
• Em 2019, 75% a 1 de maio e 100% a 1 de dezembro.
SUBSÍDIO DE REFEIÇÃO E PAGAMENTO DE TRABALHO SUPLEMENTAR OU EXTRAORDINÁRIO
• O subsídio de refeição pago aos trabalhadores e dirigentes das fundações públicas, mantém o valor estabelecido
para 2017, assim como o respetivo valor referência para efeitos de tributação.
• Por outro lado, é reposto o regime de trabalho suplementar previsto na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
(aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho), aplicável aos trabalhadores e dirigentes das fundações
públicas, no que respeita aos acréscimos ao valor da retribuição horária. Esta alteração produz efeitos a partir de 1
de janeiro de 2018, não dando lugar ao pagamento de quaisquer retroativos.
CONTRATOS DE AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS
• Relativamente às fundações públicas, os valores pagos por contratos de aquisição de serviços e os compromissos
assumidos que, em 2018, venham a renovar-se ou a celebrar-se com idêntico objeto ou contraparte de contrato
vigente em 2017 não podem ultrapassar, respetivamente:
• Os valores pagos e os compromissos assumidos, respetivamente, em 2017, considerando o valor total agregado
dos contratos, sempre que a mesma contraparte preste mais do que um serviço ao mesmo adquirente; ou
• O preço unitário, caso o mesmo seja aritmeticamente determinável ou tenha servido de base ao cálculo dos
valores pagos em 2017.
• Esta limitação não se aplica aos os contratos cofinanciados por fundos europeus ou internacionais e pelo
Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu.
DECLARAÇÃO MODELO 22 – FUNDAÇÕES QUE AUFIRAM RENDIMENTOS NÃO SUJEITOS A IRC
• De acordo com a Proposta do OE, as fundações que apenas aufiram rendimentos não sujeitos a IRC (por exemplo,
subsídios destinados a financiar a realização dos fins estatutários) passam a estar obrigadas a entregar a respetiva
Declaração Modelo 22, sempre que estejam sujeitas a qualquer tributação autónoma.
MECENATO CIENTÍFICO
• A Proposta do OE prevê a prorrogação, pelo prazo de 5 anos, dos benefícios fiscais previstos no artigo 62.º-A do EBF
atribuídos ao mecenato científico. Esta proposta não constitui uma alteração substantiva dos benefícios fiscais
associados à modalidade do mecenato científico, destinando-se apenas a assegurar a necessária renovação do
quadro dos benefícios fiscais vigentes.
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ALTERAÇÃO DO REGIME DA RESTITUIÇÃO DE IVA A IPSS
• Aproveitamos ainda para salientar que, anteriormente à entrega da Proposta do OE, o Decreto-Lei n.º 84/2017, de
21 de julho, veio rever o regime da restituição parcial do montante equivalente ao IVA suportado em determinadas
aquisições de bens e serviços, de entre outras entidades, por parte das IPSS.
• Deste modo, passa a estar consagrado neste diploma de julho de 2017 o regime da restituição de IVA aplicável às
entidades com o estatuto de IPSS.
• As principais alterações ao regime traduzem-se, por um lado, na implementação de um sistema mais célere de
restituição, através de um sistema eletrónico e, por outro, na atualização dos limites legalmente definidos à
restituição do IVA.
• Assim, é de salientar que o pedido de restituição deve reportar-se a períodos mensais, englobando a totalidade dos
documentos de suporte, e deverá ser apresentado pelo beneficiário, por transmissão electrónica de dados, a partir
do segundo mês seguinte à emissão dos documentos de suporte, até ao termo do prazo de um ano da data de
emissão daqueles.
• Por outro lado, apenas poderá ser objeto de restituição o montante equivalente ao IVA suportado nas aquisições
internas, nas importações e nas aquisições intracomunitárias por parte de entidades com estatuto de IPSS, cujo
valor por fatura seja igual ou superior aos seguintes montantes:
• 1.000,00€ com exclusão do IVA, para construção, manutenção e conservação dos imóveis utilizados, total ou
principalmente, na prossecução dos fins estatutários;
• 100,00€ com exclusão do IVA, para elementos do ativo fixo tangível sujeitos a deperecimento (exceto veículos e
respetivas reparações) utilizados única e exclusivamente na prossecução dos respetivos fins estatutários e cujo
valor global durante o exercício não seja superior a 10.000,00€ com exclusão do IVA; e
• Sem qualquer limite, para aquisições de bens ou serviços de alimentação e bebidas no âmbito das atividades
sociais desenvolvidas.
• O montante a restituir às entidades com estatuto de IPSS corresponderá a 50% do valor equivalente ao IVA
suportado nas aquisições internas, nas importações e nas aquisições intracomunitárias, relativamente aos casos
acima indicados.