teoria semiótica profª silvia maria de sousa linguística iii 2014
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TEORIA SEMIóTICAProfª SILVIA MARIA DE SOUSA
LINGUíSTICA III2014
SEMIOLOGIA, SEMIÓTICA E SEMÂNTICA
SEMÂNTICA:“ A semântica é muitas vezes um simples estudo das mudanças de sentido.Bréal, o pai de nossa disciplina, a definiu entretanto como a ciência das significações (ou seja, dos sentidos), e dividiu-a em três partes: as leis intelectuais da linguagem; o modo pelo qual se fixou o sentido das palavras; como se formou a sintaxe.”(GUIRAUD, Pierre. A semântica. RJ: Difel, 1975, p. 120)
SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA“Encaram os fenômenos
significantes em sua globalidade discursiva” ;
“consideram a significação como um objeto próprio, transversal às diferentes linguagens” ;SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA:
ULTRAPASSAM A SEMÂNTICA
SEMIOLOGIARestringe-se ao projeto saussuriano, pois
aplica aos signos em geral o modelo do signo linguístico: “ Ciência que estuda a vida dos signos no seio da vida social” (SAUSSURE);
Mediação das línguas naturais na análise das semióticas não linguísticas.
Ex. Na análise de Barthes sobre o sistema da moda, ele se serve da mediação da “moda escrita”;
Semiologia da pintura: análise do discurso sobre a pintura.
SEMIÓTICA AMERICANAPIERCETeoria geral dos signos;Pensamento triádico;Filosofia da linguagem;Estabelecimento de categorias
universais para a compreensão de fenômenos , baseada em patamares de percepção.
Primeiridade: percepção do objeto = ícone Signo é imagem de seu objeto: fotografia
Secundidade: dados são vistos como corporificações materiais das sensações observáveis no mundo;◦ Índice: relação existencial: “Um violento relâmpago
indica que algo considerável ocorreu, embora não saibamos exatamente qual foi o evento. Espera-se, no entanto, que ele se ligue com alguma outra experiência”. (PIERCE, Semiótica, p. 67)
Terceiridade: domínio do signo ; interpretação do mundo ◦ Símbolo: dependem de leis convencionais – línguas
naturais
SEMIÓTICA RUSSA (1960)Influências: Bakhtin e Formalistas russos;Escola de Moscou: Lotman “O conjunto das investigações empreendidas
pelos russos, no campo das artes e das ciências, para compreender a linguagem como problema semiótico firmou uma matriz de pensamento fundador de um campo de investigação radicalmente promissor: a semiótica da cultura.
(...) Entender a interação entre natureza e cultura é, de fato, o grande problema para a abordagem semiótica da cultura de extração russa”. (MACHADO, Irene. Escola de semiótica, p. 25)
SEMIÓTICA FRANCESAGreimas : filiação Saussure e
HjelmslevSignificação;Relações estruturais, subjacentes
e reconstruíveis ;Teoria da relação;Regularidades= modelos;
FontesLinguística:
◦ Saussure: noção de valor (relação);◦ Hjelmslev: forma◦ Linguística da enunciação : Benveniste
Discurso Relação entre enunciador/ encunciatário
Antropologia cultural ◦ Usos culturais do discurso;◦ Social como sistema (Lévi-Strauss)
Fenomenologia◦ Percepção ◦ Relação : sensível e o inteligível
OBJETOTEXTO : todo de significação
produz em si mesmo as condições contextuais de leitura;
MÉTODO Quatro dimensões:
◦Dimensão narrativa: Organizações predicativas; Estruturas actanciais : composição modal (querer,
dever, saber, poder, ser ou fazer; Relação entre sujeitos e objetos de valor:
aquisição – combate/troca Privação – despossessão/ renúncia
Transformação dos “estados de coisas” Ação do sujeito: modula seus “estados de alma”:
lamento, nostalgia, ambição. Dimensão passional
◦Profusão de simulacros : projetados discursivamente pelo sujeito passional.
Dimensão figurativa:◦Inscrição do sensível na linguagem e no
discurso;◦Tecida no texto por isotopias semânticas;◦Variedade de imagens : oferece o mundo a
ver, a sentir a experimentarDimensão enunciativa:
◦Sujeito pressuposto pela manifestação do discurso;
◦ Instâncias de delegação que simulam sua presença no interior do texto: narrador, interlocutores;
SignificaçãoProduto organizado pela análise;Diz respeito a uma unidade. Para
a semiótica a unidade ideal é o discurso;
Relação entre expressão e conteúdo;
É sempre articulada;Articulação não se dá apenas
como diferença (oposição) entre unidades descontínuas, mas por: oposições, hierarquias, graus, limiares e polarizações.
SignificânciaGlobalidade de efeitos de sentido
em um conjunto estruturado, efeitos que não podem ser reduzidos aos das unidades que compõem o conjunto;
Significação global do discurso engloba a significação das unidades;
Significação engloba o termo significância.
Semiótica e Semântica Para Benveniste:
◦ Dimensão da língua: sistema◦ Dimensão do discurso: realizações linguísticas concretas◦ Dimensão semiótica – ligada à língua;◦ Dimensão semântica- significação das enunciações
concretas Para grande parte dos linguistas:
◦ Semântica: estudo dos conteúdos em si (domínio linguístico)◦ Semiótico: estudo dos processos significantes
Pierce distingue:◦ SEMÂNTICA: significação das unidades;◦ SINTAXE: regras de combinação das unidades;◦ PRAGMÁTICA: manipulação das unidades e de suas
combinações por sujeitos e para sujeitos individuas e coletivos em situação de comunicação.
DiscursoSentido do discurso: pode ser uma
das acepções possíveis do sentido da língua ou novas acepções construídas pelo próprio discurso (esforço de interpretação);
Linguagem verbal: formas codificadas
Linguagens não-verbais: papel da invenção é bem maior, pois essas linguagens não são homogêneas.
Os dois planos de uma linguagem: expressão e conteúdo
Linguagem articula duas dimensões: expressão e conteúdo;
Mudanças de cor de uma fruta relacionadas ao grau de amadurecimento:◦ Mudança de cor: pl. da expressão◦ Grau de amadurecimento; pl do conteúdo
Grau de amadurecimento relacionado com tempo/ duração◦ Grau de amadurecimento: pl de expressão◦ Tempo: pl do conteúdo
Diferença entre expressão e conteúdo: instável/ fixada pela análise;
Fronteira: depende da posição que o sujeito da percepção atribui-se no mundo quando se propõe a depreender seu sentido.
Isomorfias dos dois planosPara Hjelmslev: os dois planos devem ser
heterogêneos, mas isomorfos;O isomorfismo não é conferido, mas
construído pela reunião de dois planos da linguagem;
Ex. A cor: pode ser relacionada com o amadurecimento, emoção, circulação rodoviária;
A cada nova aproximação um novo isomorfismo é definido;
Função semiótica: reunião dos dois planos da linguagem
Relação entre os dois planos é necessária: eles não podem significar um sem o outro;
“necessidade” provisória.
Forma e substânciaSubstância: é sensível –
percebida, sentida, pressentida◦Lugar das tensões, dos afetos e das variações da extensão e da quantidade;
A forma: é inteligível – compreendida, significante◦Lugar do sistema de valores e das posições interdefinidas;
Função Semiótica
PE Forma Substância
PC Forma Substância
REFERÊNCIASBERTRAND, Denis. Caminhos da
semiótica literária. Bauru, SP: EdUSC, 2003.
FONTANILLE, Jacques. Semiótica do discurso. São Paulo: Contexto, 2007.
GREIMAS, COURTÉS. Dicionário de semiótica. São Paulo: Cultrix, s.d.