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Teoria Microeconômica II: Introdução à Teoria dos Jogos Agosto, 2006 Prof. João Manoel Pinho de Mello [email protected]

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Teoria Microeconômica II: Introdução à Teoria dos Jogos

Agosto, 2006

Prof. João Manoel Pinho de [email protected]

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Revisão

Principais conceitos e definições

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Revisão Jogo estático

“Common knowledge” Eliminação de estratégias estritamente dominadas Equilíbrio de Nash Estratégias mistas

Jogo Dinâmico Estratégia Subjogo Equilíbrio de Nash Perfeito em Subjogos

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HOJE: Jogos RepetidosHorizonte finito e infinitoReputação e credibilidade

Punições

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Dilema dos Prisioneiros Considere a seguinte versão do dilema dos

prisioneiros.

Pergunta: há meios de implementar cooperação em relações duradouras?

2

1

C NC

C 1,1 5,0

NC 0,5 4,4

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Horizonte Finito

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Dilema dos prisioneiros em 2 períodos Taxa de desconto: = 1

Expansão da árvore é exponencial: 1o período: 4 resultados possíveis 2o período: 16 resultados possíveis

Estratégia: deve estabelecer o que será feito por cada jogador, em cada história possível do jogo.

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Indução retroativa

Menor subjogo: é o próprio jogo constituinte; independente da história pregressa.

EN do menor subjogo: (C,C).

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1o período Considerando que no segundo período será jogado

(C,C), o primeiro período é representado por:

2

1

C NC

C 2,2 6,1

NC 1,6 5,5

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Equilíbrio de Nash Perfeito em Subjogos Jogador i =1,2: (C; C,C,C,C)

O ENPS é único.

Não há como implementar cooperação.

Caso houvesse N períodos, o resultado seria análogo.

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Proposição

Caso o jogo constituinte tenha um único equilíbrio de Nash, o jogo repetido N vezes também terá um único equilíbrio de Nash perfeito em subjogos.

Esse ENPS corresponde à repetição dos equilíbrios do jogo constituinte.

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Cooperação em jogos com horizonte finito Suponha que, por alguma razão, haja uma nova

possibilidade no jogo constituinte, representada por X.

2

1

C NC X

C 1,1 5,0 0,0

NC 0,5 4,4 0,0

X 0,0 0,0 3,3

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Sustentando cooperação Considere o seguinte par de estratégias (s1, s2) :

Primeiro período: NC Segundo período: X caso tenha ocorrido (NC,NC); C caso

contrário.

Objetivo: ao invés de caracterizar o conjunto de todos os equilíbrios, iremos mostrar que as estratégias acima constituem um ENPS.

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Dá para implementar NC no 1º período? Considere a decisão do jogador 2 dado o que

o jogador 1 joga s1:

5

1o estágio

+ 1

2o estágio

Se ele joga C no primeiro período, dado o que o jogador 1 joga s1, seu payoff é:

4

1o estágio

+ 3

2o estágio

Se ele joga NC no primeiro período, dado o que o jogador 1 joga s1, seu payoff é:

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Características Só é possível implementar cooperação em jogos repetidos

com horizonte finito se o jogo constituinte apresentar equilíbrios múltiplos.

apenas as ameaças críveis de punições futuras podem afetar o comportamento corrente.

Caso haja um único EN no jogo constituinte, será jogado em cada repetição.

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Horizonte Infinito

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Estrutura Jogo constituinte é o mesmo que antes

Infinitas repetições – se aplica para relações duradouras que não possuem prazo de validade.

Taxa de desconto: 0 < < 1. Impaciência. Probabilidade do jogo se repetir por mais 1 período.

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Dilema dos prisioneiros

Estratégia do gatilho: Joga NC no 1o período; Joga NC se observou (NC,NC) em todos os períodos

anteriores e C caso contrário.

2

1

C NC

C 1,1 5,0

NC 0,5 4,4

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Teste A estratégia do gatilho constitui um equilíbrio de

Nash perfeito em subjogos?

2 tipos relevantes de subjogos: subjogos de “cooperação”; subjogos de “não-cooperação”.

Naqueles subjogos de não-cooperação, a estratégia prevê um equilíbrio de Nash do jogo constituinte.

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Subjogos de cooperação Nos subjogos de cooperação, as estratégias

constituem equilíbrio se:

4+4+42+... ≥ 5++2...

4/(1-) ≥ 5+/(1-)

≥ 1/4.

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Implementando o que é possível O que acontece se <1/4 ?

C não é implementável Considere uma versão modificada do dilema dos

prisioneiros, em que:

2

1

C NC

C 1,1 5,0

NC 0,5 M,M

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Continuação Estratégia do gatilho:

Joga NC no 1o período; Joga NC se observou (NC,NC) em todos os períodos anteriores e C

caso contrário. Nos subjogos de cooperação, as estratégias constituem

equilíbrio se:M+M+M2+... ≥ 5++2...

M/(1-) ≥ 5+/(1-)

M ≥ 5-4.

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Lição

Como os jogadores descontam muito o futuro, torna-se necessária uma compensação maior para que a cooperação ocorra.

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Implementando cooperação com punições mais brandas A estratégia do gatilho envolve punições muito

agressivas que, diante de um desvio, penaliza os jogadores indefinidamente.

Considere o seguinte par de estratégias (“stick and carrot”): Joga NC no 1o período; Joga NC se observou (NC,NC) ou (C,C) no período anterior; Joga C caso contrário.

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Estratégia

Diante de um desvio em k+1, a punição tem duração de apenas 1 período.

t ação de 1 ação de 2

k NC NC

k+1 NC C

k+2 C C

k+3 NC NC

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Equilíbrio de Nash Perfeito em Subjogos Nos subjogos de punição, a análise é a mesma da estratégia

do gatilho.

Nos subjogos de cooperação, as estratégias constituem equilíbrio se:

4+4+42+... ≥ 5++42...

4+4 ≥ 5+

≥ 1/3.

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Lição

Punições mais brandas requerem uma taxa de desconto mínima maior para a implementação da cooperação.

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DefiniçõesGanhos factíveis:

(0,5)(4,4)

(1,1) (5,0)

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Teorema Folk Friedman, 1971

Seja G um jogo estratégico com informação completa e (e1,...,eN) os ganhos de um equilíbrio de Nash de G. Seja (x1,...,xN) um vetor de ganhos factíveis de G.

Se xi > ei para todo i e for suficientemente próximo de 1, existe um ENPS do jogo repetido com horizonte infinito que atinge (x1,...,xN) como ganho médio.

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Teorema Folk

(0,5)

(4,4)

(1,1) (5,0)

Ganhos atingíveis em ENPS