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Teoria da Democracia e Representação política 1

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Teoria da Democracia e Representação política

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Estado Contemporâneo

Toma decisões para o conjunto da sociedade e dispõe de

meios para torná-las imperativas a todos. Por essa razão,

sua estrutura de comando é foco de intensa disputa de

diversos interesses que possam ser afetados pelas decisões

políticas:

Monopoliza o uso legítimo da força;

Toma decisões que requerem obediência de todos os

habitantes do território;

Constituído de postos de comando e por um estrutura

administrativa ocupada por membros da sociedade.

Elitismo

Sociedade é composta de uma elite e uma “não-

elite” (Pareto);

Elite são aqueles que possuem um atributo

altamente valorizado e de muita influência na

sociedade em que vivem (Mosca):

Superioridade intelectual/moral ou herdeiros de quem

tem;

Classe homogênea e de fácil organização, daí a sua

capacidade de domnínio das massas;

Elitismo

Robert Michels: democracia como utopia. Nem os

partidos políticos que advogam a plena democracia na

sociedade se organizam internamente desta forma. Os

líderes sacrificam-se (tempo e recursos) mas são

compensados por mais capacidade de influência;

Wright Mills: A elite do poder é composta pelos

ocupantes da hierarquia militar/administrativa e empresarial

do Estado.

Pluralismo

Crítica ao Elitismo: procura demonstrar a existência

de mais de um único dirigente e que suas decisões são

voltadas para interesses compartilhados;

Visão mais complexa de grupos que indivíduos

participam simultâneamente;

Grupos mutáveis nas suas composições e poder

político. Interações como um jogo;

Críticas ao Pluralismo

Não refutabilidade empírica como deficiência que

deriva seus pressupostos normativos;

Passam ao largo da face “oculta” do poder;

O comportamento político varia de acordo com os tipos

de políticas – regulatórias/distributivas/redistributivas;

Sistema político consociacional refutam os argumentos

de que a estabilidade de regimes democráticos dependem

de base cultural homogênea e estrutura autônoma de

papeis sociais.

Marxismo

Estado não é a expressão harmônica e abstrata da

sociedade, mas sim um produto de contradições políticas.

Duas Interpretações principais:

Instrumento essencial de dominação de classes;

Ideia de autonomia relativa do Estado;

Democracia é igualmente distribuída, o capital não é:

contradição chave do estado é manter a acumulação

lucrativa ao mesmo tempo tentar satisfazer a crescente

expectativa popular por democracia.

O que é Democracia?

Princípio Elementar: todos os membros deverão

ser tratados (sob a Constituição) como se estivessem

igualmente qualificados para participar do processo

de tomada de decisões sobre as políticas que a

associação seguirá.

Ideia da contínua responsividade do governo às

preferências dos cidadãos, considerados

politicamente iguais.

Critérios Fundamentais

Participação Efetiva: oportunidades iguais e efetivas para

que os outros membros conheçam sua opinião e posições;

Igualdade de Voto: votos contados iguais;

Entendimento Esclarecido: cada membro deve ter

oportunidades iguais e efetivas de aprender sobre as políticas

alternativas importantes e suas prováveis conseqüências;

Controle do Programa de Planejamento: as políticas estão

sempre abertas para a mudança pelos membros, se assim estes

escolherem;

Inclusão de Adultos: a maioria dos adultos residentes

permanentes devem ter o pleno direito de cidadãos implícitos

no primeiro critério.

Poliarquia

Governo Democrático: formular preferências, expressar

estas preferências a seus concidadãos e ter suas preferências

igualmente consideradas na conduta do governo.

Duas dimensões: inclusividade (pessoas incorporadas ao

processo) e liberalização (direito de contestação).

Instituições essenciais:

Funcionários eleitos;

Eleições livres, justas e frequentes;

Liberdade de Expressão;

Fontes de Informação Diversificadas;

Autonomia para as associações;

Cidadania Inclusiva.

Método Democrático

Schumpeter: centrado na questão do método

democrático que, segundo ele, é um sistema institucional

para tomada de decisões políticas, no qual o indivíduo

adquire o poder de decidir mediante luta competitiva

pelos votos;

O método democrático é a luta pela liderança política

em um sistema competitivo;

Não existe nenhuma democracia baseada na ‘vontade

geral’ ou que funcione por estes preceitos, que são vagos.

Papel das Eleições

Três condições nas eleições: um cidadão um voto;

voto com peso igual; maior número de votos vence.

Visão minimalista: “sistema no qual os cidadãos se

livram do governo pacificamente” (Popper, 1992).

Eleições não são suficientes, mas pré-requisito

necessário para a democracia;

Democracias mais prováveis de sobreviver em países

ricos;

Quando não há força política dominante;

Quando eleitores escolhem governantes pelas eleições.

Crise na Representação

Igualdade formal de acesso às decisões não resolve

os problemas colocados pelas desigualdades reais

na sociedade;

Problemas como a separação entre governantes e

governados; rupturas do vínculo entre a vontade dos

representados e dos representantes;

Mandato Imperativo (vontade da maioria da base) X

Mandato Livre (interesse da totalidade, livre);

Razões da Crise: tarefas de legitimação e valorização do

capital tendem-se a tornar-se contraditórias.

Democracia Deliberativa

Crítica à democracia pluralista: incorporam o ideal

participacionista, mas apresenta uma nova ênfase no

mecanismos discursivos da prática política;

Deliberativos buscam superar os limites da tradição

liberal em pelo menos três campos:

O controle público mais autêntico;

A ampliação da igualdade formal;

A autonomia política.

Democracia Deliberativa

Democracia não como o simples método de agregação

de preferências individuais já dadas;

Igualdade de participação como elemento constitutivo;

Autonomia (produção pelos próprios integrantes) como

valor fundamental;

Habermas: produção de decisões coletivas legítima se

preenche os critérios de inclusão e ausência de

desigualdade formal e coação:

Ação Comunicativa: direcionada para o

entendimento mútuo.

Democracia Participativa

Fundamento: indivíduo e instituições não podem ser

consideradas isoladas um do outro;

Instituições representativas não são suficientes para

democracia;

Não vislumbram o retorno da democracia direta,

propõe o aprimoramento da representação por meio da

qualificação dos cidadãos comuns (processo educativo);

Influência Rouseauniana: sensibilidade com as

desigualdades da sociedade. Impossível manter a

igualdade política em condições de extrema desigualdade

material.

Democracia Participativa

Vertente não contesta a visão de que a maioria das pessoas

são desinteressadas, mas ressalta que em potencial todos

temos condições para entender e ter papel ativo na gestão dos

negócios públicos;

Pateman: instrumentos de gestão democrática na vida

cotidiana, sobretudo nos locais de trabalho (formas de

autogestão). Com o treinamento da participação, o precário

accountability da democracia eleitoral se aprimoraria;

Macpherson: ampliação da oportunidade de participação

como salto de qualidade da representação.

Círculo Vicioso: desigualdade gera apatia e a apatia que

impede a participação de reduzir a desigualdade.