teores foliares de macronutrientes primários da macaúba sob diferentes doses pós plantio de...
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Artigo publicado nos anais do Congresso Brasileiro de Macaúba, em 2013.TRANSCRIPT
TEORES FOLIARES DE MACRONUTRIENTES PRIMÁRIOS DA MACAÚBA (Acrocomia 1 aculeata ( Jacq. ) Lodd . Ex Mart.) SOB DIFERENTES DOSES PÓS-PLANTIO DE 2
NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO. 3 4
CÍCERO MONTI TEIXEIRA1; ALEX TEIXEIRA ANDRADE2; JOSÉ MAURO VALENTE 5 PAES1; JOÃO PAULO DOS REIS ANDRADE3; SÉRGIO YOSHIMITSU MOTOIKE4; 6
LEONARDO DUARTE PIMENTEL5 7 8
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INTRODUÇÃO 10
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Dentre diversas oleaginosas com potencial no programas de produção e uso do biodiesel, a 12
macaúba (Acrocomia aculeata) destaca-se por apresentar diversas várias características positivas, 13
como alta produtividade de óleo; rusticidade; ampla adaptabilidade; possibilidade de cultivo em 14
pequenas propriedades; por ser cultura perene, com possibilidade de cultivo em Sistema 15
Agrossilvopastoril e créditos de carbono; produtos de óleo e coprodutos (tortas) sem toxina, dentre 16
outros. Como desvantagem o fato de a cultura não estar-se totalmente domesticada (PIMENTEL et 17
al ., 2011). 18
Diante disto, uma 1a Aproximação para Minas Gerais foi desenvolvida adaptando-se a 19
recomendação de adubação da Elaeis guineenses Jacq. (PIMENTEL et al ., 2011). Porém, ainda são 20
necessários estudos complementares para maiores esclarecimentos sobre as exigências nutricionais 21
da cultura. 22
Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência nos teores foliares de N, P e 23
K, em Acrocomia aculeata, no primeiro ano de crescimento, com diferentes doses de nitrogênio, 24
fósforo e potássio, após o plantio, divididos em três aplicações durante a estação chuvosa, em Minas 25
Gerais. 26
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MATERIAL E MÉTODOS 28
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O trabalho foi conduzido em 2011/2012 em três áreas experimentais no estado de Minas 30
Gerais, com plantio em março de 2011: a) Fazenda Experimental Sertãozinho da Unidade Regional 31
Epamig Triângulo e Alto Paranaíba, no município de Patos de Minas, localizada a 18º31'23,53"S e 32
46º26'33,64"O. O clima da região, segundo classificação de Koppen, é tropical com estação seca 33
(classificação climática Aw). O solo onde foi implantado o experimento apresenta classe textural 34
1Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, Fazenda Experimental Getúlio Vargas, Uberaba, MG. Bolsista BIPDT da Fapemig. [email protected] 2Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, Fazenda Experimental Sertãozinho, Patos de Minas, MG. Bolsista BIPDT da Fapemig. 3Bolsista de Iniciação Científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. Graduando em Agronomia do Instituto Federal do Triângulo Mineiro. 4Professor do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa. 5Pós-doutorando do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa.
“Franca”. O uso anterior da área era de pastagem degradada com Urochloa decumbens; b) Fazenda 35
Experimental do Gorutuba, Unidade Regional Epamig Norte de Minas, no município de Nova 36
Porteirinha, localizada a 15º48'33.32"S e 43º17'44.41"O. O clima da região, segundo classificação 37
de Koppen, é quente de caatinga (classificação climática BSwh). O solo onde foi implantado o 38
experimento apresenta classe textural “Areia”. A área apresentava-se com vegetação espontânea; c) 39
Fazenda Experimental Felixlândia, Unidade Regional Epamig Centro Oeste, no município de 40
Felixlândia, localizada a 18º46'49,84"S e 44º55'39,82"O. O clima da região, segundo classificação 41
de Koppen, é mesotérmico (classificação climática Cwa). O solo onde foi implantado o 42
experimento apresenta classe textural “Muito Argilosa”. O uso anterior da área era de pastagem 43
com Urochloa brizantha. Maiores detalhes sobre os atributos químicos do solo das três áreas 44
experimentais são apresentadas na Tabela 1. 45
46 TABELA 1. Características químicas do solo das camadas de 0 a 20 e 20 a 40 cm, das áreas 47
experimentais em Felixlândia, Patos de Minas e Nova Porteirinha. Epamig, Minas 48 Gerais, 2012. 49
Áreas Experimentais
Felixlândia Patos de Minas Nova Porteirinha 0-20 cm 20-40 cm 0-20 cm 20-40 cm 0-20 cm 20-40 cm
pH H2O (1:2,5) 5,9 5,9 6,0 5,9 6,5 6,5 P (mg dm-3) 1,8 0,7 46,4 40,2 36,5 27,1 K (mg dm-3) 155,0 66,0 98,0 54,0 72,0 44,0 Ca (cmolc dm-3) 3,4 2,8 2,4 2,0 1,7 1,8 Mg (cmolc dm-3) 1,1 0,6 1,3 1,4 0,7 0,7 Al (cmolc dm-3) 0,1 0,2 0,2 0,2 0,0 0,0 t (cmolc dm-3) 5,0 3,8 4,2 3,7 2,7 2,8 T (cmolc dm-3) 7,8 6,8 8,5 8,0 4,5 4,4 V (%) 62,8 52,7 46,7 44,0 59,0 62,0 MO (dag kg-1) 3,1 2,4 4,0 - 0,4 0,1
50 No plantio das mudas foi realizada uma adubação básica, apenas com fósforo na cova, na 51
forma de superfosfato simples. Utilizou-se 500 g cova-1 (90 g cova-1 de P2O5) em Felixlândia e 52
Nova Porteirinha; e 300 g cova-1 (54 g cova-1 de P2O5) em Patos de Minas. O delineamento foi em 53
DBC, com três repetições. Os tratamentos consistiram de um fatorial triplo (3 x 3 x 3), 54
correspondendo ao nitrogênio (N), fósforo (P2O5) e potássio (K2O), em três doses de aplicação (0, 55
50 e 100 g planta-1), entre novembro de 2011 e março de 2012. As parcelas foram constituídas de 56
quatro plantas, espaçadas em 6 m, formando triângulos equiláteros na área com densidade de 278 57
plantas ha-1. 58
As plantas foram obtidas através de mudas pré-germinadas em laboratório da UFV, as 59
quais foram plantadas em tubetes (fase de pré-viveiro) e depois transplantadas para sacolas plásticas 60
(terra, areia, esterco) até a emissão do primeiro par de folhas. As mudas, com 10 meses de idade, 61
foram plantadas no campo em março de 2011. As covas foram abertas com implemento tratorizado, 62
resultando em aproximadamente 46 cm de diâmetro por 50 cm de profundidade. 63
As folhas foram coletadas em outubro de 2012, (época de florescimento em plantas 64
adultas). Foram coletadas, nas quatro plantas das parcelas, o terço médio das folhas mais novas 65
completamente expandidas. O material foi colocado em estufa de circulação forçada de ar, a 65 ºC, 66
até atingirem massa constante. Posteriormente foram moídos em moinho do tipo Wiley, e 67
encaminhados para o laboratório para determinação dos teores de N, P e K, pelos métodos de 68
digestão e posteriores determinações, citadas por Tedesco et al. (1995). 69
As análises estatísticas foram processadas no aplicativo Sisvar, com intuito de se verificar 70
diferença significativa entre os tratamentos pelo teste F, a 5% de probabilidade, para nortear as 71
análises de regressão, procedendo-se os desdobramentos nas análises de regressão. 72
73 RESULTADOS E DISCUSSÃO 74
75 O teor foliar de N variou apenas em Felixlândia, com a aplicação de N em cobertura 76
(Figura 1a). Apesar da significância, a variação foi muito baixa, o que pode estar relacionado ao 77
crescimento da planta, mantendo o mesmo teor de N, mesmo aumentando a absorção do nutriente. 78
O mesmo pode ser citado para o teor foliar de P, o qual apresentou pequena redução com 79
aumento das doses de N, de forma geral (Figura 1b). Apesar de significância, o teor foliar de P 80
partiu de 0,23 dag kg-1 no máximo, com 0 g planta-1 de N, para o ponto de mínima com a aplicação 81
de aproximadamente 64 g planta-1 de N, de acordo com a equação, com teor de 0,216 dag kg-1 de P. 82
O teor foliar de K foi diretamente influenciado pelas doses do nutriente aplicadas em 83
cobertura, com exceção de Patos de Minas, onde não houve elevação nos teores com a aplicação de 84
K2O (Figura 1c). Já Felixlândia e Nova Porteirinha apresentaram respostas muito próximas, com 85
doses máximas do teor foliar de K ser estimadas com doses próximas a 82 e 78 g planta-1 de K2O, 86
respectivamente. 87
Na Figura 1d observa-se a redução do teor foliar de foliar de K com a aplicação de N, fato 88
ocorrido somente sem aplicação de K em cobertura. Com aplicação das doses de 50 e 100 g planta-1 89
de K em cobertura não ocorreu significância, ficando com teores superiores em todos os pontos da 90
curva de 0 g planta-1 de K2O. De acordo com a equação, o menor teor foliar de K, sem aplicação do 91
nutriente em cobertura, ocorreria com a dose de aproximadamente 66 g planta-1 de N. 92
93
CONCLUSÕES 94
95
O teor foliar de nitrogênio na macaúba não se eleva com a aplicação em cobertura deste 96
nutriente. A aplicação de nitrogênio reduz o teor foliar de fósforo. O teor foliar de K responde à 97
aplicação em cobertura. O teor foliar de K, sem aplicação conjunta, e reduzido pela aplicação de 98
nitrogênio. 99
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AGRADECIMENTOS 102
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À Petrobrás pelo apoio financeiro. À Fapemig pelas Bolsas de Incentivo à Pesquisa e 104
ao Desenvolvimento Tecnológico, concedidas aos autores da Epamig. 105
106 REFERÊNCIAS 107
108 109 PIMENTEL, L.D.; BRUCKNER, C.H.; MARTINEZ, H.E.P.; TEIXEIRA, C.M.; MOTOIKE, S.Y.; 110 PEDROSO NETO, J.C. Recomendação de adubação e calagem para o cultivo da macaúba: 1ª 111 aproximação. In: EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS. Informe 112 agropecuário. Macaúba: potencial e sustentabilidade para o biodiesel. Belo Horizonte, 2011. 113 (Informe Agropecuário). 114 115 TEDESCO, M.J. et al. Análises de solo, plantas e outros materiais. Porto Alegre: UFRGS, 1995. 116 174 p. 117 118
(a) (b)
(c) (d)
Figura 1. Teores foliares de nitrogênio (a), fósforo (b), e potássio (c) e (d), de macaúba, sob 119 diferentes doses de nitrogênio, fósforo e potássio, aplicados em cobertura, em Felixlândia, Nova 120 Porteirinha e Patos de Minas. Epamig, Minas Gerais, 2012. 121 122