teologia moral deus criou o homem à sua imagem, à imagem de deus ele o criou, homem e mulher ele...

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TEOLOGIA MORAL Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”. Gn 1,27-28

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  • TEOLOGIA MORAL Deus criou o homem sua imagem, imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. Deus os abenoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Gn 1,27-28
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  • Teologia Moral o que ? um assunto que toca diretamente a nossa vida. Moral tem a ver com os costumes, os comportamentos, as regras que organizam a nossa vida. Assim, a Moral busca dar uma direo clara vida, traa ideais inspiradores, apresenta os caminhos necessrios e/ou possveis para a felicidade do ser humano. A Moral essencialmente prtica.
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  • Teologia o que ? Quando falamos em Teologia, estamos tratando de Deus (=Thos, em grego) atravs da nossa fala, de nosso discurso (= logia) organizado. Estamos falando de um encontro do ser humano com Deus, ser humano este que interpreta a sua vida e a realidade toda luz de Deus. Este encontro s possvel na f. Sem a experincia da f, nossa fala vira tagarelice vazia e intil.
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  • A Teologia Moral a parte da Teologia que, luz da f em Deus e da f vivida e celebrada nas nossas comunidades (Igreja), busca apontar o caminho prtico de amor e felicidade para o ser humano. Com isto, quer abrir o caminho para a realizao plena das pessoas e da sociedade. O nosso jeito de realizar isso o de Jesus Cristo que veio pregar a Boa-Nova do Reino de Deus.
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  • JESUS O BOM PASTOR Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundncia. Jo 10,10
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  • O agir moral vem a ser a conjugao, s vezes tensa, outras vezes serena, do divino e do humano, a exemplo de Jesus Cristo. O sentido profundo do humano, ns o encontramos na medida em que o ser humano se coloca na esfera do Divino.
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  • RESGATE DOS GRANDES REFERENCIAIS Ethos tica Moral Alteridade
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  • ETHOS A palavra ethos vem do grego e conforme escrita significa costume, carter. Pode tanto significar residncia, lugar onde se vive quanto apontar para o nosso mode de ser no mundo ou carter
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  • MORAL A palavra moral vem do latim mos- mores e designa os costumes, o comportamento ou as regras que regem nossa vida. Quando nos esquecemos de nosso ethos, perdemos nossas razes, e facilmente engolimos enlatados de fora, esquecendo-nos da riqueza que temos como povo, a riqueza que vem de nossas razes.
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  • TICA uma palavra que vem do ethos. Designa os costumes, o comportamento, as regras. Historicamente no Ocidente cristo, a palavra moral ganhou conotao religiosa e a tica por causa dos filsofos, foi tomando conotao de moral no-religiosa.
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  • ALTERIDADE Alter = outro. Supomos um dilogo em o eu e o tu, entre o si-mesmo e o diverso de si (o outro). Este encontro sensvel com o outro nos leva a criar o espao para que o tu tambm seja e exista no diferente/diverso/distinto que ele .
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  • MORAL ... O conjunto das normas que tm como objetivo a perseverana dos homens na justia. a forma pela qual os homens se tornam crescentemente santos e justos pelas obras; ou seja, o progresso espiritual sob a graa - a cooperao do homem com a vontade e com a obra divina.
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  • OS MANDAMENTOS Ex 20,1-17 ANTIGA ALIANA MOISS
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  • 1 mandamento amar a Deus sobre todas as coisas - Proibio de servir a outros deuses. 2 mandamento No falar o nome de Deus em vo - Proibio de usar o nome do Deus libertador para acobertar injustia e opresso.
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  • 3 mandamento guardar e santificar o sbado - Proibio de explorar o trabalho do irmo, tornando-o escravo. 4 mandamento Honrar pai e me - Mostra que a honra devida em primeiro lugar aos pais e no aos poderes do Estado ou de qualquer outra autoridade.
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  • 5 mandamento No matar - o mandamento central. No probe apenas atentar contra a vida do outro; condena tambm qualquer sistema social que, pela opresso e explorao, reduz o povo a uma condio sub-humana, levando-o morte prematura.
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  • 6 mandamento No cometer adultrio O mandamento no se refere propriamente castidade e vida sexual, mas ao respeito pela relao matrimonial: no s preciso respeitar a prpria famlia, mas respeitar tambm a famlia do outro; o adultrio destri a relao familiar.
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  • 7 mandamento No roubar No se trata apenas de atos isolados de roubos entre pessoas; o mandamento condena qualquer sistema social que se estrutura a partir do roubo (= lucro), seja o roubo da fora de trabalho (salrio mal pago), seja do produto do trabalho (impossibilidade de usufruir do fruto do prprio trabalho), seja ainda do direito ao descanso (lazer).
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  • 8 mandamento No apresentar falso testemunho No se trata apenas de falar mal dos outros. O mandamento condena a corrupo na administrao da justia, pois este o nico recurso para os pobres e fracos reivindicarem e defenderem seus direitos contra os ricos e poderosos.
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  • 9 e 10 - mandamento No cobiar as coisas alheias Probem a cobia em todos os nveis e formas. Condenam qualquer sistema social que tenha como nica meta o ter mais, incentivando espertezas e tramas para se apoderar do que pertence a outros.
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  • NOVA ALIANA JESUS CRISTO Um novo mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ti mesmo. (Mt 22, 34-40)
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  • A IGREJA E A DOUTRINA SOCIAL A Igreja com a autoridade e o poder a ela confiados por Cristo, aprofunda essa doutrina moral em diversos aspectos. Como, por exemplo, na questo da pobreza que atinge milhes de pessoas, nos problemas especficos da mulher, dos idosos, dos doentes, dos indgenas, dos jovens e assim sucessivamente.
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  • Os catlicos portanto, devem rejeitar o relativismo moral e tambm a chamada ' moral da situao '; porque efetivamente a sua doutrina possui verdades morais absolutas, dogmticas, que no esto ao sabor dos modismos que dominam as sociedades, em cada contexto histrico.
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  • A IGREJA REJEITA O aborto, a eutansia, o uso de mtodos contraceptivos, a clonagem humana, o genocdio, a guerra justa, a pena de morte, a unio civil homossexual. So temas bastante atuais que ocupam posio central nas anlises da teologia moral.
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  • A Igreja afirma o seu direito perante o poder civil e o seu dever inalienvel, de levar a Boa Nova a todos os homens, e o dever dos homens de perseguir a verdade e de abra-la quando a encontrarem.
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  • DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA A encclica "Rerum Novarum" de Leo XIII, serve de parmentro para todas as demais encclicas chamadas "sociais".
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  • DEPOIS DO VATICANO II A Igreja se empenha em um compromisso mais criativo de transformao das estruturas da sociedade. Dois so os desafios que enfrenta a Igreja nesse perodo ps-conciliar: a secularizao e a pobreza.
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  • CARACTERSTICA DA DSI 1. So documentos histricos, que respondem a situaes bem concretas. 2. Contedo tico, sem querer propor tcnicas. um apelo converso. 3. Usa disciplinas diferentes da Teologia. O Magistrio no faz afirmaes dogmticas, mas fala com autoridade. 4. Deve ser colocada em prtica com a sensibilidade em relao aos pobres.
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  • OS GRANDES PRINCPIOS 1- A dignidade inalienvel da pessoa humana, 2 A primazia do bem comum. 3- A primazia da destinao universal dos bens sobre a apropriao individual 4 A primazia do trabalho sobre o capital. 5- O princpio da subsidiariedade. 6 O princpio da solidariedade.
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  • Bento XVI recolhe a acusao marxista contra as atividades caritativas da Igreja: Os pobres no tm necessidade de obras de caridade, mas de justia. Igreja cabe formar a conscincia das pessoas e praticar a caridade. Mesmo na sociedade mais justa, sempre haver sofrimento que necessita de consolao e ajuda (Deus caritas est, n. 28). BENTO XVI - DOUTRINA SOCIAL
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  • MISSO DA IGREJA E DOUTRINA SOCIAL Evangelizao e Doutrina Social A Igreja, participando das alegrias e esperanas, das angstias e das tristezas dos homens, solidria com todo homem e com toda mulher, de todo lugar e de todo tempo, e leva- lhes a Boa Nova do Reino de Deus, que com Jesus Cristo veio e vem em meio a eles (GS).
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  • A Igreja , o sacramento do amor de Deus e, por isso mesmo, da esperana maior, que ativa e sustm todo autntico projeto e empenho de libertao e promoo humana (Ap 21,3).
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  • A QUEM DESTINA A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA Ao homem e a mulher a Igreja se dirige com a sua doutrina social. Perita em humanidade, a igreja apta a compreend-lo na sua vocao e nas suas aspiraes, nos seus limites e nos seus apuros, nos seus direitos e nas suas tarefas, e a ter para ele uma palavra de vida que ressoe nas mudanas histricas e sociais da existncia humana.
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  • A Igreja com sua doutrina social assume a tarefa de anncio que o Senhor lhe confiou. Ela atualiza no curso da histria a mensagem de libertao e de redeno de Cristo, o Evangelho do Reino.
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  • DOUTRINA SOCIAL PARTE INTEGRANTE DA EVANGELIZAO A doutrina social parte integrante do ministrio de evangelizao da Igreja. Entre evangelizao e promoo humana h laos profundos:
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  • Laos de ordem antropolgica, dado que o homem que h de ser evangelizado no um ser abstrato, mas sim um ser condicionado pelo conjunto de problemas sociais e econmicos;
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  • laos de ordem teolgica, porque no se pode nunca dissociar o plano da criao do plano da Redeno, um e outro a abrangerem as situaes bem concretas da injustia que h de ser combatida e da justia a ser restaurada;
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  • laos de ordem evanglica, a ordem da caridade: como se poderia proclamar o mandamento novo, sem promover na justia e na paz o verdadeiro e autntico progresso do homem?
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  • IGREJA MESTRA DAS VERDADES DE F A Igreja tem o direito de ser para o homem mestra de verdades da f: da verdade no s do dogma, mas tambm da moral que brota da prpria natureza humana e do Evangelho. A palavra do Evangelho, no deve somente ser ouvida, mas tambm posta em prtica (Mt 7,24; Lc 6,46-47; Jo 14,21.23-24; Tg 1,22).
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  • TRS NVEIS DE REFLEXO o nvel fundante das motivaes; o diretivo das normas do viver social; o deliberativo das conscincias, chamadas a mediar as normas subjetivas e gerais nas situaes sociais concretas e particulares.
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  • IGREJA SUJEITO DA DOUTRINA A doutrina social da Igreja porque a Igreja o sujeito que a elabora, difunde e ensina. Toda a comunidade eclesial sacerdotes, religiosos e leigos concorre para constituir a doutrina social, segundo a diversidade, no seu interior, de tarefas, carismas e ministrios.
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  • MAGISTRIO DO PAPA O Magistrio universal do Papa, integrado pelo Magistrio episcopal, que especifica, traduz e atualiza o seu ensino na concretude e peculiaridade das mltiplas e diferentes situaes locais. Essa integrao exprime de fato a colegialidade dos Pastores unidos ao Papa no ensinamento social da Igreja.
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  • A doutrina social, com efeito, no oferece somente significados, valores e critrios de juzo, mas tambm as normas e as diretrizes de ao que da decorrem. Com a doutrina social, a Igreja no persegue fins de estruturao e organizao da sociedade, mas de cobrana, orientao e formao das conscincias.
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  • COMUNIDADE PRIMEIRA DESTINATRIA DA DOUTRINA A primeira destinatria da doutrina social a comunidade eclesial em todos os seus membros, porque todos tm responsabilidades sociais a assumir.
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  • A DOUTRINA SE DESTINA A TODO CRISTO Nas tarefas de evangelizao, a saber, de ensinamento, de catequese e de formao, que a doutrina social da Igreja suscita, essa destinada a todo cristo, segundo as competncias, os carismas, os ofcios e a misso de anncio prprios de cada um.
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  • DESTINAO UNIVERSAL DA DOUTRINA A doutrina social tem tambm uma destinao universal. A luz do Evangelho, que a doutrina social reflete sobre a sociedade, ilumina todos os homens, e cada conscincia e inteligncia se torna apta a colher a profundidade humana dos significados e dos valores por ela expressos, bem como a carga de humanidade e de humanizao das suas normas de ao.
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  • DOUTRINA SOCIAL NO NOSSO TEMPO ACENOS HISTRICOS LEO XIII Suas razes: nas Sagradas Escrituras; na doutrina dos Padres da Igreja e dos grandes Doutores da Idade Mdia. A primeira manifestao por escrito do Magistrio a partir de Leo XIII (1891) com a Encclica Rerum novarum (Das coisas novas A questo operria.
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  • Os eventos de natureza econmica que se deram no sc. XIX tiveram conseqncias sociais, polticas e culturais angustiantes. A questo operria explorada em todas as suas articulaes sociais e polticas, para ser adequadamente avaliada luz dos princpios doutrinais baseados na Revelao, na lei e na moral natural.
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  • A Rerum novarum enumera os erros que provocam o mal social, exclui o socialismo como remdio e expe, precisando-a e atualizando-a, a doutrina catlica acerca do trabalho, do direito de propriedade, do princpio de colaborao contraposto luta de classe como meio fundamental para a mudana social, sobre o direito dos fracos, sobre a dignidade dos pobres e sobre as obrigaes dos ricos, sobre o aperfeioamento da justia mediante a caridade, sobre o direito a ter associaes profissionais.
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  • O tema central instaurao de uma ordem social justa, em vista do qual necessrio especificar critrios de juzo que ajudem a avaliar os ordenamentos sociopolticos existentes e formular linhas de ao para uma sua oportuna transformao.
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  • PIO XI Aps a grave crise econmica de 1929 (queda da bolsa de N.Y), o Papa Pio XI, publica a Encclica Quadragsimo anno (1931), 40 anos da RN. Adverte: falta de respeito liberdade de associao e reafirma os princpios de solidariedade e de colaborao para superar os paradoxos sociais. As relaes entre capital e trabalho devem dar-se sob a forma da colaborao.
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  • Reafirma o princpio de que o salrio deve ser proporcionado no s s necessidades do trabalhador, mas tambm s de sua famlia. O Estado, nas relaes com o setor privado, deve aplicar o princpio de subsidiariedade. Pio XI sentiu o dever e a responsabilidade de promover um maior conhecimento, uma mais exata interpretao e uma urgente aplicao da lei moral reguladora das relaes humanas..., para superar o conflito de classes e estabelecer uma nova ordem social baseada na justia e na caridade.
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  • Pio XI foi contra os regimes totalitrios (Nazismo e fascismo) que durante o seu pontificado se afirmaram na Europa. Em 1938, perante a difuso do anti- semitismo, Pio XI afirmou: Somos espiritualmente semitas. Com a Carta encclica Divini Redemptoris, sobre o comunismo ateu e sobre a doutrina social crist (19 de maro de 1937), Pio XI criticou de modo sistemtico o comunismo, definido como intrinsecamente perverso.
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  • PIO XII As Radiomensagens natalinas de Pio XII, juntamente com outros importantes pronunciamentos em matria social, aprofundam a reflexo do magistrio sobre uma nova ordem social, governada pela moral e pelo direito e fundada na justia e na paz. Durante o seu pontificado (1939-1958), Pio XII atravessou os anos terrveis da Segunda Guerra Mundial e os tempos difceis da reconstruo.
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  • Caractersticas fundamentais de seus pronunciamentos: conexo entre moral e direito. O Papa insiste sobre a noo de direito natural, como alma de um ordenamento social concretamente operante quer no plano nacional quer no plano internacional. Aspecto importante de seus ensinamentos foi a ateno dada s categorias profissionais e empresariais, chamadas a concorrer em plena conscincia para a realizao do bem comum: Pela sua sensibilidade e inteligncia em detectar os sinais dos tempos, Pio XII pode considerar-se o precursor do Conclio Vaticano II e do ensinamento social dos Papas que lhe sucederam.
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  • JOO XXIII Os anos Sessenta abrem horizontes promissores: o reincio aps as devastaes da guerra, a descolonizao da frica, os primeiros tmidos sinais de um desgelo nas relaes entre os dois blocos, americano e sovitico. O beato Joo XXIII l em profundidade estes sinais dos tempos. As desigualdades, antes advertidas no interior das naes, aparecem no mbito internacional e fazem emergir cada vez mais a situao dramtica em que se encontra o Terceiro Mundo.
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  • Na sua Encclica Mater et Magistra (Me e Mestra) 1961, pretende atualizar os documentos j conhecidos e avanar no sentido de comprometer toda a comunidade crist. As palavras-chave da encclica so comunidade e socializao. Com a Encclica Pacem in terris (A paz entre os povos) 1963, Joo XXIII numa poca marcada pela proliferao nuclear ele pe em realce o tema da paz.
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  • A Pacem in terris se detm sobre os poderes pblicos da comunidade mundial, chamados a enfrentar e resolver os problemas de contedo econmico, social, poltico ou cultural...da alada do bem comum universal. A constituio pastoral Gaudium et spes 1965, do C.Vat. II, constitui uma significativa resposta da Igreja s experincias do mundo contemporneo. Em sintonia com a renovao eclesiolgica, se reflete numa nova concepo de ser comunidade dos crentes e povo de Deus.
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  • A GS traa o rosto de uma Igreja verdadeiramente solidria com o gnero humano e com a sua histria, A GS aborda organicamente os temas da cultura, da vida econmico-social, do matrimnio e da famlia, da comunidade poltica, da paz e da comunidade dos povos, luz da viso antropolgica crist e da misso da Igreja. Pela primeira vez o Magistrio solene da Igreja, se exprime to amplamente acerca dos diversos aspectos temporais da vida crist.
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  • A declarao Dignitatis humanae do Vat. II (1965), proclama o direito liberdade religiosa. Ele afirma que o direito liberdade religiosa tem o seu fundamento na dignidade da pessoa humana, e que ele deve ser reconhecido e sancionado como direito civil no ordenamento jurdico da sociedade.
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  • PAULO VI Em 1967, Paulo VI na Encclica Populorum progressio proclama O desenvolvimento o novo nome da paz, Em 1967, instituiu a Pontifcia Comisso Iustitia et Pax. No incio dos anos setenta, num clima turbulento de contestao fortemente ideolgica, Paulo VI retoma a mensagem social de Leo XIII e a atualiza, com a Carta Apostlica Octogsima adveniens (1971).
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  • JOO PAULO II Em 1981, Noventa anos depois da RN Joo Paulo II dedica a Encclica Laborem exercens ao trabalho. A Laborem exercens delineia uma espiritualidade e uma tica do trabalho, no contexto de uma profunda reflexo teolgica e filosfica.
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  • Com a Encclica Sollicitudo rei socialis (1987), Joo Paulo II comemora o vigsimo aniversrio da Populorum progressio e aborda novamente o tema do desenvolvimento, para sublinhar dois dados fundamentais: Por um lado, a situao dramtica do mundo contemporneo, sob o aspecto do desenvolvimento que falta no Terceiro Mundo, e por outro lado, o sentido, as condies e as exigncias dum desenvolvimento no pode limitar-se multiplicao dos bens e dos servios, isto , quilo que se possui, mas deve contribuir para a plenitude do ser do homem.
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  • No centsimo aniversrio da RN (1991), Joo Paulo II promulgou a sua 3 encclica social, Centesimus annus. Retomando um dos princpios basilares da concepo crist da organizao social e poltica, que fora o tema central da RN. Leo XIII caridade social Paulo VI civilizao do amor
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  • PARA MOTIVAR A REFLEXO Qual o alcance da doutrina social em nossas comunidades? Temos conscincia e aceitamos todos os ensinamentos de nossa Igreja?
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  • SEXUALIDADE
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  • A SEXUALIDADE HUMANA Nas ltimas dcadas, tornou-se comum dizer que passamos por uma revoluo na compreenso e nos comportamentos prprios sexualidade. As cincias humanas contriburam muito para as transformaes havidas; a psicanlise de maneira especial.
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  • MUDANAS DE CONTRIBURAM urbanizao Industrializao Os meios de comunicao social, como o rdio, as revistas, os jornais e, em especial, a televiso, tm hoje uma incidncia direta nos comportamentos humanos e por vezes ditam a sua compreenso.
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  • A sexualidade constitui-se, por um lado, numa base indispensvel para a realizao do ser humano; por outro lado, carrega traos que nos lembram bloqueios, represses, medo do corpo, dificuldade em expressar a afetividade, receio de tratar a sexualidade. Ao lado de um anseio grande de liberdade e plenitude, ela pode se perder na alienao e no individualismo egosta.
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  • A sexualidade entendida em camadas: consciente, sobre a qual facilmente falamos. um pouco mais submersa, ns temos conscincia dela mas no costumamos falar. e a mais profunda est no inconsciente; mesmo no tendo conscincia dela est muito presente em ns e age sobre nosso modo de ser e, portanto, nos nossos comportamentos. Tudo o que vivemos na esfera emocional e afetiva atinge todas as camadas
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  • A problemtica no contexto atual A revoluo sexual As incrveis mudanas de hoje no que diz respeito sexualidade nos atingem nos nveis tanto pessoal quanto social. fatores ideolgicos, sobretudo ligados compreenso do indivduo na modernidade;
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  • 2- descobertas, cientficas e tecnolgicas, que esto trazendo luzes novas para a compreenso dos aspectos fsicos e biolgicos da sexualidade; 3- mudanas do tecido social, vindas da revoluo industrial e da urbanizao.
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  • Em busca de fundamentos slidos Hoje, mais do que nunca, indispensvel resgatar o dinamismo da sexualidade numa viso abrangente, descobrir o seu potencial no desenvolvimento harmnico da personalidade humana e considerar os dados da pesquisa cientfica contempornea.
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  • A moral sexual crist devedora, inicialmente, do confronto entre as culturas semita (lugar da experincia bblica) e helnica (dos gregos). O ser humano, para a cultura semita, uma totalidade unitria. Para falar do ser humano, a Bblia usa palavras como basar (carne, corpo), nefesh (vida) e ruah (esprito).
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  • Na compreenso helnica (grega), mais precisamente neoplatnica, o ser humano se compe de matria e esprito (base de uma viso dualista). Um a sede do mal e o outro do bem. O corpo faz parte da matria; por isso, aparece como o lugar das paixes e dos vcios; nele se encontra tudo o que h de negativo, de tal forma que acaba aprisionando a prpria alma (de natureza espiritual).
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  • Com isso, o dualismo neoplatnico acabou se infiltrando no cristianismo. Prevaleceu uma viso predominantemente negativa com relao ao mundo, ao humano e, conseqentemente, ao corpo e sexualidade. A viso da moral crist assumiu uma perspectiva pessimista ante a sexualidade, chegando represso das relaes at dentro do casamento. A moral passou a assumir uma funo mais fiscalizadora, tendo a funo de estabelecer a punio e a expiao (manuais e sumas de confessores).
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  • Por uma compreenso integral O dualismo tende hoje a ser superado progressivamente. O doc. Sexualidade Humana, do Conselho Pontifcio para a famlia, enfatiza com clareza: O ser humano chamado ao amor e ao dom de si na sua unidade corprea-espiritual. Feminilidade e masculinidade so dons complementares, pelo que a sexualidade humana parte integrante da capacidade concreta de amor que Deus inscreveu no homem e na mulher (n 10).
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  • A sexualidade humana , portanto, um Bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser muito bom quando criou a pessoa humana sua imagem e semelhana e homem e mulher os criou (Gn 1,27) (n11).
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  • Valores a serem promovidos Uma tarefa permanente: O desenvolvimento harmonioso das qualidades humanas (fsicas, morais, intelectuais etc.) um processo gradual e permanente. O dilogo com o(a) outro(a): Enquanto seres sexuados, ns somos chamados a viver a reciprocidade, num dilogo profundo com o(a) outro(a), superando toda forma de fechamento em si mesmo, ou mesmo de explorao e dominao do(a) outro(a).
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  • Relacionamento autntico Fidelidade Sem esconde-esconde Promoo da vida Prazer, alegria e compromisso Uma educao que leve em conta a totalidade da pessoa O amor que se faz doao
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  • Consideraes sobre algumas realidades especficas O corpo Uma concepo crist da sexualidade reconhece o corpo um lugar com funes especiais. As relaes pr-matrimoniais As relaes ntimas encontram no matrimnio o seu devido lugar, pois nele que se verifica o nexo entre o unitivo e o procriativo.
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  • A masturbao Mesmo sendo uma prtica antiga, sabemos que o clima erotizante de nossos dias contribui para aumentar a sua incidncia.
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  • O homossexualismo Este mais um desses problemas antigos, que recebe um enfoque novo. Estudos recentes mostram que no existe um s tipo de homossexualidade; h os que indicam ser todo o ser humano portador de alguma pulso homossexual, sem que isto represente logo atos, tendncia ou comportamentos. O catecismo pede que sejam acolhidos com respeito, compaixo e delicadeza (2358 -2359)
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  • AS DOZE LEIS DA VIDA Escolhe pois a Vida (Dt 30,19) A Campanha da Fraternidade nos leva a refletir sobre a lei da vida, ou seja, a lei do amor que se desdobra em 12 aspectos: A lei do pensamento. Somos o que pensamos. Pela inteligncia protegemos e desenvolvemos a vida. Deus nos fez seus co-criadores, Deus cria criadores. A reta razo lei da vida porque somos a imagem e semelhana de Deus.
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  • A lei da mudana. Tudo cresce, se transforma, evolui e caminha para uma meta. Aceitar o novo, superar o tradicional e o fanatismo, vencer o medo do fracasso, ter criatividade lei da vida. A lei da conscincia. a lei do dever, da responsabilidade, do respeito pelo outro. A conscincia nos d metas, expectativas, propsitos, viso. A conscincia nos livra da corrupo e da mentira.
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  • A lei da afirmao. ser positivo, ter confiana, buscar soluo, enfrentar situaes difceis, olhar para frente. Precisamos ser proativos, entusiasmados, esperanosos. A lei da atrao. a fora da positividade, da esperana, do futuro. O que est na meta e no corao se torna realidade. Abandonemos os medos, pessimismos e preocupaes. Faamos o bem e atrairemos bnos.
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  • A lei da disciplina. o auto-controle, a renncia, o auto-domnio. A disciplina nos leva superar os sabotadores da vida que so as indecises, a rotina, a dvida, o isolamento, a apatia, a arrogncia. A lei da ao. Buscar solues, abandonar murmuraes cumprir as promessas, realizar sonhos, aceitar mudar, perseguir metas. Dar testemunho de vida, ter coerncia, praticar o que ensinamos.
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  • A lei do valor. Os valores geram motivaes, conferem sentido vida, criam ideais. A sade, a famlia, as amizades, o trabalho e a f em Deus so valores inegociveis. A lei da comunicao. Nossos relacionamentos bsicos so: com Deus, com os outros, com a natureza e conosco mesmos. Filhos de Deus, irmos dos outros, cuidadosos da natureza e amigos de ns mesmos so atitudes que trazem a vida.
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  • A lei da oportunidade. O tempo, as chances, as ocasies, as surpresas nos do oportunidades, abrem portas, oferecem possibilidades. Deus no est s nas leis. Ele est tambm nas situaes. Eu sou eu e minhas circunstncias. Deus nos d oportunidades. A lei da persistncia. a coragem, a pacincia, a perseverana, a fortaleza. No desistir, no olhar para traz, nada impossvel para quem cr. A lei da persistncia ensina a recomear. No perder a utopia, a meta.
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  • A lei da Verdade. A verdade o amor e o bem. A verdade nos faz fortes, confiantes e livres. A busca da verdade nos torna peregrinos na busca do bem e da vida. Sem a verdade a vida impossvel. Dom Orlando Brandes Arcebispo de Londrina
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  • O BEM APARENTE A Bblia nos aconselha a sermos zelosos no bem (1Pd 3,13) a no cansar de fazer o bem. Lembra o apstolo Joo que quem pratica o bem ressuscita para a vida eterna (Jo 5,29)
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  • PECADO
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  • Leva a desumanizao Pecado pessoal situado no contexto do mal Pecado de raiz denominado pecado original Pecado pessoal tambm no contexto do pecado socioestrutural Nos ltimos 50 anos foram conseguidas conquistas significativas na compreenso do pecado. Pecado como expresso da alienao humana Pecado como processo, e no como simples ato Pecado como des-graa desumanizante
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  • Dificuldade da teologia: definir e compreender pecado Mal e pecado de origem se colocam na linha do mistrio Pecado mistrio da iniqidade: anjos ou demnios
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  • CERCADOS DE MALES POR TODOS OS LADOS Males de carter csmico terremotos, maremotos, furaces, etc. Males de carter fsico revelam a precariedade e as limitaes da condio humana Males de carter psquico revelam limitaes e dores escondidas (mas reais) Males de carter moral revelam a capacidade dos seres humanos no s de praticarem a maldade, mas de serem tomados pelo mal, de tal forma que perdem a verdadeira conscincia.
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  • Perguntas que nos inquietam: De onde vem a maldade humana? Por que se fazem guerras, maquiavelicamente denominadas de preventivas, que matam e mutilam milhares de pessoas? Por que, no dizer de Jesus, os que oprimem se autodenominam de benfeitores? Por que se investe tanto para suprir necessidades artificialmente criadas, e se fica insensvel diante da misria de bilhes de seres humanos? Por que as calnias, os adultrios, os roubos?
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  • Os pecados so inmeros, e, ao que tudo indica, os piores nem sequer so reconhecidos como tais, e muito menos confessados. Muitas vezes os maiores pecados so praticados em nome de Deus e do bem. Disse Jesus: tempos viro em que os que vos perseguirem e caluniarem julgaro estar praticando o bem Tivemos ao longo da histria vrias teorias sobre o mal, mas todas elas de cunho dualista (corpo x alma).
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  • Em nossos tempos surgem teorias de cunho mais dialtico, uma liderada por Teilhard de Chardin, considera todas as formas de mal como decorrncia lgica de um mundo em evoluo. E a negatividade faz parte dessa evoluo. Jean Kamps coloca o mal como decorrncia da criao (as criaturas apresentam uma bondade e uma perfeio prprias).
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  • Deus fez bem todas as coisas, entretanto, no momento presente, o bem encontra-se como que velado. O Catecismo reconhece a experincia do mal e do sofrimento, das injustias e da morte, parecem contradizer a Boa-Nova, podem abalar a f e tornar-se para ela uma tentao (n.309). O mal seria uma realidade intra-histrica, que no existia antes, nem existir depois da humanidade.
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  • A maior parte dos males provocado pelos seres humanos, de maneira direta. Isto porque os seres humanos ou no conhecem ou no querem conhecer as regras do jogo e jogar de acordo com elas. As regras do jogo so claras: encontram-se nas DEZ PALAVRAS, e condensadas no amor a Deus e ao prximo. Fica uma pergunta fundamental: por que Deus confiou tamanho poder aos seres humanos?
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  • Ningum consegue ficar indiferente ao pecado. O pecado nos remete maneira como construmos nossa escala de valores, nossas regras de vida, com as suas proibies e a prpria escala de prazer. Remete para o exame de nossa maturidade psicolgica. Toca duas realidades de nossa vida, a saber, a sexualidade e a agressividade. O pecado tem igualmente a ver com a morte.
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  • A problemtica no contexto atual H no ar, em nossos dias, a sensao de uma perda de sentido do pecado. O Papa Pio XII, numa radiomensagem, em 26/10/1946, j alertava que o grande pecado de hoje consiste nos homens terem perdido o sentido do pecado.
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  • Deslocamento de sentido No passado A relao com o confessor fazia-se em meio a um ar de medo. Predominava uma concepo coisificada do pecado. O peso estava nos atos praticados. A concepo de pecado era individualizada. Tudo se passava no ntimo dos coraes (provinham da sexualidade)Tnhamos uma viso de pecado mais legalista. Pecar era sobretudo desobedecer a uma lei (de Deus, da Igreja, da sociedade...)
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  • Hoje Acentua-se mais uma relao de ajuda entre o penitente e o confessor. Hoje, mesmo que os atos continuam tendo a sua importncia, no falamos mais em termos de sujeira e acentuamos a dimenso relacional (relao de amor). Esta viso excessivamente individual recebeu o acrscimo dos aspectos pessoais, comunitrios e sociais. Prefere-se falar de pecado como recusa de seguir os apelos (chamado) de Cristo ou recusa de fazer parte da proposta da Aliana de Deus, fechando-se graa de Deus.
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  • Algumas causas O acento na dimenso social do ser humano. O progresso da psicologia e o impacto da psicanlise. Era da globalizao.
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  • Caminhos abertos pela Moral Renovada e Libertadora Verificamos que novas imagens de Deus foram introduzidas nas ltimas dcadas Passou-se de um Deus Pai e legislador para a compreenso de um Deus da Aliana e de Jesus Cristo como algum que nos faz uma proposta de vida. O lugar da cruz compreendido como fidelidade e coerncia de toda a vida de Jesus A cruz abre as portas da redeno e libertao.
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  • O tema da escatologia no se calca na ruptura entre este mundo e Deus, como se nos levasse a uma fuga do mundo para enfim chegar ao cu Antes, engaja os cristos no empenho de construir desde o momento presente o Reino de Deus, mesmo que sua plenitude s chegue na ressurreio, na qual ser transfigurada esta nossa realidade. O face a face com o pobre, a escuta de sua lamentao e de seu grito por justia, a sua organizao em comunidades eclesiais de base e em movimento populares levaram tambm a re-situar a problemtica do pecado, numa perspectiva mais social, apontando para as estruturas de pecado e enfatizando a conscientizao e a libertao.
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  • Viso bblica do pecado Na perspectiva histrico-salvfica, ns somos chamados graa. Porm, nos descobrimos vtimas e agentes do pecado, de uma recusa Aliana de Deus ou proposta do Reino em Jesus Cristo.
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  • O pecado: entre o pessoal e o social A moral renovada fez toda uma reviso da apreciao teolgica do pecado. Procurou aquelas colocaes que fossem mais aptas para anunciar em nossos dias a realidade do pecado.
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  • O pecado e a pessoa A moral renovada no se contenta com a viso de pecado como realidade isolada (o peso a pessoa). Contribuiu para isso, a revalorizao das fontes bblicas e os contributos da antropologia moderna. Dizer que houve renovao no significa desligar-se de tudo o que existia antes. A sntese renovada tem portanto, uma ligao com a grande Tradio da Igreja. A renovao mexeu justamente l onde estavam as grandes lacunas e os defeitos na compreenso do pecado (exageros do juridismo, o objetivismo, o individualismo e o atomismo)
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  • Uma adequada apresentao teolgico-pastoral do pecado coloca o acento nos seguintes aspectos: Perspectiva personalista Dimenso eclesial Dimenso comunitrio-social Valorizao do dilogo
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  • Colocando o peso na pessoa, a renovao enfatizou uma moral de atitudes, e, referindo-se s atitudes, chegou a delinear aquilo que chamou de Opo fundamental. A preocupao tem sido a busca de categorias mais globalizantes para entender o pecado, pois o ser humano no poderia ser entendido como dividido em compartimentos estanques. H uma unidade pessoal do agente moral que deve ser preservada.
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  • Ao falar em opo fundamental, a moral renovada quis apontar para aquela atitude bsica que funda os centros de interesse e a escala prpria de valores que norteiam a vida toda de uma pessoa. A opo fundamental o ncleo central do ser humano que indica a sua orientao de vida. como que a espinha dorsal, a linha condutora que se revela no conjunto da vida.
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  • Na encclica Veritatis Splendor, Joo Paulo II nos lembra que, pela opo fundamental, o homem capaz de orientar a sua vida e tender, com a ajuda da graa, para o seu fim, seguindo o apelo divino. Mas esta capacidade exercita-se, de fato, nas escolhas particulares de atos determinados... (VS 67). A opo fundamental fez-nos repensar o pecado e a maneira de abord-lo.
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  • Na Verdade, a opo fundamental coloca- nos na perspectiva de nossa orientao para ou contra Deus. A plenitude da vida moral vai se realizando na medida em que o ser humano opta explicitamente para Deus, com todo o seu ser e em toda a sua vida. O Catecismo define o pecado em geral como uma falta contra a razo, a verdade, a conscincia reta; uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o prximo, por causa de um apego perverso a certos bens (1849 a 1864 e Reconciliatio et Paeniotentia 14 a 18).
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  • O pecado social Joo Paulo II afirma, pecado como que uma dupla ferida que o pecador abre em si mesmo e na sua relao com o prximo, para concluir: Por isso, pode falar-se de pecado pessoal e social: todo pecado sob um aspecto pessoal, e todo o pecado sob outro aspecto social, enquanto e porque tem tambm conseqncias sociais (RP 15). Pecado social tem dois termos: situao de pecado (Medelln 2,1; Puebla, 28,328,1032,1269) e estruturas de pecado (SRS 36s)
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  • As situaes de pecado podem ser as mais diversas: as guerras, o terrorismo, a droga, a misria, as opresses e injustias, a mentira institucionalizada, a marginalizao de grupos tnicos, a corrupo, os ataques famlia, o abandono de crianas e idosos, as campanhas contra a vida, o aborto, a instrumentalizao da mulher, a depredao do meio ambiente, enfim, tudo o que caracteriza uma cultura de morte (S.Domingo, 9 Puebla 329).
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  • estruturas de pecado aponta-se tanto para aquelas formas de egosmo, de vistas curtas, de clculos polticos errados, de decises econmicas imprudentes quanto para a avidez exclusiva do lucro, por um lado, e a sede de poder, com o objetivo de impor aos outros a prpria vontade, por outro lado (SRS 36,37).
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  • O qualitativo social, acoplado ao pecado, assume tanto as situaes quanto as estruturas. O pecado social pode, assim, desdobrar-se em trs nveis: Comunho no pecado Em vez de elevar a si e o mundo consigo, o pecado, mesmo o mais ntimo e secreto, acaba rebaixando a si e arrastando consigo a Igreja e o mundo inteiro.
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  • Agresso direta ao prximo igualmente social todo pecado cometido contra a justia, quer nas relaes de pessoa a pessoa, quer na da pessoa com a comunidade, quer, ainda, nas da comunidade com a pessoa. social todo pecado contra os direitos da pessoa humana, a comear pelo direito vida, incluindo a do nascituro, ou contra a integridade fsica de algum. O mal social nas relaes entre as vrias comunidades humanas a luta programada e sistemtica de classes sociais, a contraposio obstinada dos blocos de naes, duma nao contra a outra e de grupos contra outros grupos no seio da mesma nao.
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  • Uma questo que se levanta com relao ao pecado social sobre quem o responsvel. Se reconhecemos o peso das estruturas, no podemos esvaziar a responsabilidade de pessoas e grupos. O pecado social apresentado como fruto, acumulao e concentrao de muitos pecados pessoais. Portanto, cuide-se para no subestimar a responsabilidade individual das pessoas.
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  • Como que eu, como pessoa, participo do pecado social? Quando gero, favoreo ou desfruto da iniqidade ou da injustia; Quando nada fao para evitar, eliminar ou limitar os males sociais; Quando introjeto e me identifico com os desvalores reinantes, assimilando a realidade que me envolve sem nenhum esforo crtico, de discernimento ou de juzo prudencial; Quando reproduzo, mesmo em escala menor, as formas de violncia ou injustia que acontecem em escala maior;
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  • Quando prefiro me omitir, apresentando a escusa que nada tenho com isso ou que impossvel mudar o mundo; Quando no quero assumir a cruz do cansao ou mesmo do sacrifcio, tentando escapar pela tangente, s vezes at apresentando razes de ordem superior; Quando por preguia, por temerosa conivncia, por cumplicidade disfarada ou por indiferena vou me deixando aliciar, enveredando, qual presa fcil, no pecado.
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  • OS SETE PECADOS CAPITAIS O ORGULHO A AVAREZA A GULA A LUXRIA A IRA A INVEJA A PREGUIA
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  • QUESTES PARA PROVOCAR DEBATES 1 Neste texto existem vrias definies de pecado: quais so e qual delas seria a mais acertada? 2 Procurar alguns exemplos no mundo atual que mostram o pecado como negar- se a participar dos projetos histricos de Deus. 3 Pecado e converso so duas faces de uma mesma moeda: tentar contrapor as duas faces.
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  • MATRIMNIO
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  • PASTORAL FAMILIAR O estado de sade da famlia um bom termmetro para se avaliar o estado de sade de uma sociedade. No podemos atribuir famlia todas as virtudes e sociedade todos os vcios. Articular as problemticas como: biotecnologia, a sexualidade, a transmisso da vida.
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  • No se pode deixar de lado o papel dos movimentos familiares, tanto na sua positividade, quanto na sua eventual ambiguidade. Tentao da Pastoral Familiar: se isolar. Necessrio articulao com todas as outras pastorais.
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  • FAMLIA: PARA ALM DO NVEL PESSOAL E INTERPESSOAL O matrimnio: se caracteriza por uma relao de amor entre um homem e uma mulher, e destina-se a criar uma igreja domstica, onde reinem paz e amor. Os conflitos e desiluses do mundo invadem com fora as quatro paredes das casas, dos apartamentos e dos barracos.
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  • A famlia sofre influncia do contexto religioso atual, devido a multiplicidade de Igrejas e religies.
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  • ALGUNS TRAOS DAS FAMLIAS BRASILEIRAS A brasilidade um elemento bsico para a compreenso e a atuao evangelizadora no nosso quatro familiar. Falamos de famlias no plural, pois so formadas a partir dos vnculos: afetivos, civis, religiosos, monoparentais, etc.
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  • O lendrio ditado que regeu os comportamentos sexuais e familiares: para alm dos trpicos no existe pecado. Com a industrializao e a urbanizao deu-se tambm a dessacralizao.
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  • PLANEJAMENTO FAMILIAR Dcada de 60, anos de grande agitao teolgica e pastoral. Uma das polmicas dizia respeito ao planejamento familiar e aos mtodos contraceptivos. Encclica Humanae Vitae, do Papa Paulo VI (1968), s mtodos denominados naturais poderiam ser assumidos.
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  • A Populorum Progresso Sustenta que a Igreja no era a favor de uma corrida demogrfica, mas simplesmente pelo equilbrio populacional obtido mediante o verdadeiro progresso e no por medidas restritivas. Depois desse perodo: silncio sepulcral.
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  • SILNCIO REMETE A UM CONTEXTO SOCIAL O mundo industrializado e ocidental, se tornou adulto, e nesta condio no mais aceita respostas prontas para seus problemas, muito menos respostas vindas de autoridade religiosas.
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  • SILNCIO REMETE A UM CONTEXTO RELIGIOSO E ECLESIAL Enquanto o clero e as lideranas catlicas silenciam, as outras igrejas vo fazendo lobbies, no s para ganhar eleies em todos os nveis, mas tambm para assumir progressivamente o controle ideolgico.
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  • A QUESTO DA LINGUAGEM Todos que faziam o primeiro catecismo sabiam o que podia e o que no podia; o que era pecado e o que no era. No se l os documentos da Igreja. O mundo procura respostas prontas, como procura produtos embalados no supermercado.
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  • CONCEPO ANTROPOLGICA No passado como no presente, pluralidade de concepes ticas. Vai se impondo a ideia de que basta alterar genes para curar as mais diversas doenas. Para se realizar na sua humanidade, quanto para humanizar as coisas criadas, o ser humano dever buscar o sentido profundo de si prprio e de tudo o que o rodeia.
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  • ASSIM, Cada gerao e cada nascimento apresentam-se como algo de maravilhoso que no apenas fala de Deus e de sua sabedoria, mas fala tambm da grandiosa misso que confiada ao ser humano: ser co- criador naquilo que existe de mais sublime, que a vida em sua mltiplas formas.
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  • CONCEPO TEOLGICA S podemos compreender a concepo antropolgica luz do mistrio da Encarnao. No importa se este ser humano est ainda no desabrochar das primeiras divises celulares, ou no declnio de seus dias; No importa a raa, belo ou feio, normal ou anormal.
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  • Na sua raiz ltima, todo ser humano carrega consigo as marcas do Criador, simplesmente por que tem nele a sua origem. No questo de pode ou no pode uma questo de sintonia com a vocao humana, profundamente vinculada ao envio de Deus.
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  • ENSINAMENTO DA IGREJA Encclica Humanae Vitae, de Paulo VI (1960) Encclica do no: no ao aborto, no esterilizao, no poltica demogrfica, no ao planejamento familiar. O no da Igreja um sim vida.
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  • IMPORTA PROCLAMAR E VIVER O EVANGELHO DA VIDA A Encclica O evangelho da vida, de Joo Paulo II, foi publicada vinte anos depois da Humanae Vitae. Ela lana luzes sobre as teses centrais do pensamento do Papa Paulo VI: vivemos numa cultura da morte; preciso criar uma cultura da vida.
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  • Esta cultura da morte se manifesta nas guerras, nas vrias formas de violncia, no subsenvolvimento, na fome, na misria...
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  • Para falar de cultura da vida, temos que ter como ponto de partida no apenas a vida humana como tambm todas as formas de vida. Se a cultura de morte ignora o Deus da vida e seus planos, a cultura da vida os desvenda em toda a obra de criao.
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  • A Igreja. A exemplo de Jesus, est para iluminar o caminho da realizao humana, e para anunciar o Evangelho da misericrdia.
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  • SIM AO PLANEJAMENTO FAMILIAR Ao mesmo tempo que a Igreja diz no a certos mtodos abortivos e esterilizantes. Ela diz sim aos mtodos que aproximam o casal, e que levam os dois esposos a tomarem juntos sua deciso, aps refletirem maduramente. A Igreja no tem mtodo de planejamento familiar.
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  • Os mtodos so cientficos. E exatamente fundada na cincia que a Igreja insiste sobre os mtodos naturais, to ou mais eficientes do que muitos outros, mas seguramente mais favorveis comunho profunda.
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  • Por mais estranho que esse posicionamento possa parecer, o que mais surpreende que grande parte da sociedade no percebe a contradio na qual ela mesma se envolve: adere onda ecolgica, probitica, alimentao naturalista, medicina alternativa, e ao mesmo tempo se nega admitir sequer hiptese semelhante quando se trata da transmisso da vida.
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  • Uma coisa planejar, atravs de um mais profundo conhecimento dos mecanismos da vida, outra guiar-se por uma mentalidade contraceptiva, onde o surgir de uma nova vida aparece como uma ameaa.
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  • Questes para debate O silncio que cerca as questes relacionadas com o planejamento familiar traduz somente uma omisso por comodismo, ou remete para outros fatores? As concepes ticas e antropolgicas pressupostas pela Igreja Catlica so realmente convincentes?