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Tendências de Mercado para TIC’s - O Fenômeno Chamado Big Data Outubro/2013 Relatório preparado pela Cysneiros Consultores Associados para a Secretaria

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Page 1: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

Tendências de Mercado para TIC’s - O Fenômeno Chamado Big Data

Outubro/2013

Relatório preparado pela Cysneiros Consultores Associados para a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco.

Pesquisadores ResponsáveisTecnologias da Informação e Comunicação: José Carlos Cavalcanti

Page 2: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

Sumário

1 Introdução........................................................................................................................5

2 Análise das Tendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)6

2.1 Macrotendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).....9

2.2 Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)......................132.2.1 Panorama Mundial...........................................................................................................................13

2.2.1.1 O Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede- IPR)................................142.2.1.2 Elementos do IPR......................................................................................................................162.2.1.3 A Atual Paisagem do IPR..........................................................................................................18

2.2.2 Panorama do Brasil..........................................................................................................................212.2.3 Panorama de Pernambuco...............................................................................................................24

2.3 Recomendações às Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)......25

3 Conclusão.......................................................................................................................26

4 Referências.....................................................................................................................27

5 Glossário e Acrônimos...................................................................................................28

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Índice de Tabelas

Tabela 1. O Índice de Preparo em Rede – IPR 2013.............................................................................................18

Tabela 2. Sub-índice do Ambiente e Pilares..........................................................................................................19

Tabela 3. Sub-índice de Preparo e Pilares............................................................................................................19

Tabela 4. Sub-índice de Uso e Pilares...................................................................................................................20

Tabela 5.Sub-índice de Impacto e Pilares.............................................................................................................20

Tabela 6. Proporção das empresas que utilizam computador e Internet, por atividades incluídas no âmbito da

pesquisa, segundo as faixas de pessoal coupado – Brasil - 2010..........................................................................23

Tabela 7. Proporção de empresas que utilizaram celular corporativo e/ou da própria pessoa, segundo faixas de

pessoal ocupado – Brasil - 2010............................................................................................................................23

Tabela 8. Proporção de pessoas que utilizaram computador, Internet e de especialistas em TI/TIC, por faixas de

pessoal ocupado, segundo as atividades incluídas no âmbito da pesquisa – Brasil -2010...................................24

Page 4: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

Índice de Figuras

Figura 1. Dilúvio de Dados/ Informações → BIG DATA......................................................................................10

Figura 2. O Paradoxo Digital: Custos decrescentes e investimentos crescentes em TICs...................................11

Figura 3. Matriz de questões que as empresas estão atualmente enfrentando......................................................11

Figura 4. Etapas de maturidade de otimização de informação para melhoria no desempenho dos negócios.....12

Figura 5.O arcabouço do IPR...............................................................................................................................15

Figura 6. A Estrutura do IPR.................................................................................................................................17

Page 5: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

1 Introdução

Este relatório foi produzido no âmbito no projeto CICTEC - Centro de Inteligência

Competitiva para Parques Tecnológicos e apresenta um panorama para o setor de Tecnologia

da Informação e Comunicação - TIC com informações acerca do seu tamanho de mercado,

ritmo e vetores de crescimento, características competitivas e da estrutura das respectivas

indústrias, perfil dos trabalhadores e características de mercado, emprego e renda. Os

principais segmentos com tendência de crescimento são analisados em maior detalhe, de

modo a produzir indicações de oportunidades competitivas para as empresas.

Especificamente o relatório observa o volume crescente de dados e informações que

caracteriza o fenômeno chamado de Big Data, e são analisadas as oportunidades e ameaças às

empresas de TIC no Porto Digital decorrentes das novas técnicas e ferramentas de Analítica,

isto é, a produção de conhecimento a partir desta abundância de dados.

Page 6: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

2 Análise das Tendências de Mercado em Tecnologia da Informação e

Comunicação (TIC)

As tecnologias de informação e comunicação - TICs têm sido mundialmente

reconhecidas como a aplicação de computadores e equipamentos de telecomunicações para

armazenar, recuperar, transmitir e manipular dados, frequentemente no contexto de um

negócio ou empresa. O termo é comumente usado como sinônimo para computadores e redes

de computadores, mas também compreende outras tecnologias de distribuição de informação,

tais como televisão e telefones. Várias indústrias são também associadas com tecnologias de

informação e comunicação, tais como hardware de computadores, software, eletrônica,

semicondutores, internet, equipamentos de telecomunicações, comércio eletrônico e serviços

computacionais1.

O desenvolvimento recente das TICs no mundo tem proporcionado o surgimento de

várias mudanças na forma como as pessoas vivem, trabalham, estudam e se divertem.

Acompanhando este processo, é possível também se perceber o desenvolvimento de novas

ferramentas e padrões tecnológicos, novos modelos de negócios e novas indústrias. Um

fenômeno que tem contribuído para este processo é o da convergência tecnológica; ou seja,

a tendência para diferentes sistemas tecnológicos evoluírem em direção ao desempenho de

tarefas similares. A convergência se refere às tecnologias previamente separadas, tais como

voz (e características da telefonia), dados (e aplicações de produtividade), e vídeo, que agora

compartilham recursos e interagem umas com as outras sinergicamente.

A convergência é definida como o inter-relacionamento da computação e de outras

tecnologias de informação, conteúdo de mídia, e redes de comunicação que têm surgido com

o resultado da evolução e popularização da Internet, bem como de atividades, produtos e

serviços que têm emergido no espaço da mídia digital. Dois dos artefatos mais marcantes

desta nova era de convergência tecnológica são: a) os chamados smartphones (telefones

inteligentes), que proporcionam a conjunção de pelo menos três indústrias anteriormente

isoladas: as telecomunicações, a computação e os serviços na Internet; e, b) os denominados

tablets, também conhecidos como tablet PC, um dispositivo pessoal em formato de

1 http://en.wikipedia.org/wiki/information_technologies

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prancheta que pode ser usado para acesso à Internet, organização pessoal, visualização de

fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos. Apresenta

uma tela sensível ao toque (touchscreen) que é o dispositivo de entrada principal. A ponta dos

dedos ou uma caneta aciona suas funcionalidades. É um novo conceito: não deve ser igualado

a um computador completo ou um smartphone, embora possua funcionalidades de ambos.

Mas uma das mais fundamentais mudanças recentes proporcionadas pelas TICs é ao

mesmo tempo simples e profunda: as pessoas não precisam mais ir a algum lugar para

trabalhar (o que aqui chamamos de “deslocalização do trabalho”). Ou seja, elas podem

trabalhar a partir de qualquer lugar (Rasmus, 2012). Até recentemente os departamentos de

TI (ou TICs) das organizações reiteravam que “o trabalho da TI é levar a informação certa,

para a pessoa certa, na hora certa”. Agora nós temos que adicionar o seguinte: “para o

artefato de sua escolha”. Quando isto acontece tudo muda. Quando as pessoas decidem qual

artefato usar, a TI desiste de controlar a solução fim-a-fim. No entanto, a TI deve assegurar

que os dados entregues aos artefatos cheguem seguros, idealmente através do uso de

protocolos e serviços.

De acordo com Rasmus (2012), na próxima década o consumidor/usuário vai

direcionar a configuração da tecnologia pessoal no seio da organização, tal como muitos já o

fazem, ao levar o seu próprio artefato para o ambiente de trabalho. Esta nova realidade,

denominada em inglês de “bring your own device- BYOD” (em português, “traga seu próprio

artefato- TSPA”), já está integrando milhares de smartphones e tablets nas infraestruturas de

computação dos negócios no mundo.

Este fenômeno, que Rasmus (2012) intitulou “Working in a Post-PC World”

(“Trabalhando numa Era Pós-PC”, onde PC significa personal computer), levanta um

importante aspecto sobre quão ubíqua esta tecnologia será no futuro. Ela provavelmente

proporcionará um grande número de capacidades que irão transformar ainda mais como as

pessoas vivem e trabalham, e como elas definirão as fronteiras de sua experiência de vida e

de trabalho.

A Era Pós-PC é também convergente com o florescimento do fenômeno oriundo do

crescimento das TICs, como é o das redes sociais digitais. Um serviço social em rede digital

é uma plataforma para produção de redes sociais, ou interações sociais entre pessoas que, por

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exemplo, compartilham interesses, atividades, históricos de vidas, ou conexões na vida real.

Um serviço de rede social consiste de uma representação de cada usuário (frequentemente um

perfil), seus laços sociais, e uma variedade de interações sobre a Internet, tais como e-mail e

mensagens instantâneas.

Os principais tipos de serviços de redes sociais são aqueles que contêm categorias de

lugares (tais como ex-colegas), meios para conectar amigos (usualmente com páginas para

autodescrição), e um sistema de recomendação em que se confie. Métodos populares

combinam muitos destes, com serviços tais como aqueles baseados nos EUA como

Facebook, Google+, Tumblr, e Twitter usados amplamente no mundo; Nexopia no Canadá;

Badoo, Bebo, VKontakte, Draugiem.lv (maioria em Latvia); Hi5, Hyves (maioria na

Holanda); iWiW (maioria na Hungria); Nasza-Klasa (maioria na Polônia); Skyrock, The

Sphere, StudiVZ (maioria na Alemanha); Tagged, Tuenti (maioria na Espanha), e XING em

partes da Europa;  Hi5 e Orkut nas Américas do Sul e Central; LAGbook, Mxit na

África; e Cyworld, Mixi, Orkut, Renren, Weibo e Wretch na Ásia e nas Ilhas do Pacífico

(http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_social_networking).

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2.1 Macrotendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)

Tendo em vista os fenômenos relacionados com o desenvolvimento recente da

indústria da TICs aqui mencionados (convergência tecnológica, deslocalização do trabalho,

byod e redes sociais digitais), como o Brasil, de forma geral, e Pernambuco, de forma

particular, posicionam-se em relação aos mesmos? Especificamente, como estão

posicionadas as empresas brasileiras e pernambucanas diante de tais fenômenos? Finalmente,

que outras tendências tecnológicas proporcionadas pelas TICs podem contribuir para melhor

posicionar as empresas brasileiras e pernambucanas no cenário destes novos fenômenos

mundiais aqui apontados?

O principal objetivo deste trabalho é mostrar, inicialmente, qual é a posição do Brasil

(de modo geral, e de Pernambuco em particular) no contexto das transformações recentes da

indústria mundial de TICs, e isto é feito através da apresentação de “The Network Readiness

Index – NRI (ou IPR – Índice de Preparo em Rede, em português), índice publicado há 12

anos por “The Global Information Technology Report - GITR”, relatório que é

desenvolvido pelo World Economic Forum - WEF (www.wef.org) em parceria com a

INSEAD.

Todavia, a intenção maior deste objetivo principal é proporcionar ao leitor uma

perspectiva introdutória para remetê-lo a um objetivo derivado, que é o de apontar para três

importantes tendências mundiais de mercado na indústria das TICs que estão tanto moldando

quanto estão sendo moldadas pelos fenômenos aqui citados. As três tendências são

denominadas BIG DATA (Grandes Dados)(objeto deste documento), Analytics (Analítica) e

Cloud Computing (Computação em Nuvem).

A justificativa para a escolha destas três tendências tecnológicas se baseia no seguinte

argumento. Em primeiro lugar, nos últimos tempos a humanidade tem sido protagonista (e é

também impactada) de uma crescente, e sem precedentes, produção de dados/informações em

termos de volume, velocidade e variedade (veracidade é outro conceito que vem sendo

adicionado aos três anteriores, como será visto à frente), fenômeno que vem sendo

denominado de “Big Data” (ver a Figura 1 à frente), o qual vem ocorrendo ao tempo em que

os custos de aquisição, armazenamento e gestão de informação têm caído,

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concomitantemente ao aumento nos investimentos das empresas em TICs (fato que tem sido

denominado de “Paradoxo do Universo Digital”, Figura 2 à frente).

Em segundo lugar, percebe-se em todo o mundo que as empresas como um todo não

estão enfrentando dificuldades em ter acesso às informações, mas sim estão encontrando

sérios desafios em analisá-las de forma consoante com a complexidade do contexto em que

estão hoje imersas (ver Figura 3 à frente), no qual encontram dificuldades em estabelecer

estratégias vencedoras de distinção entre o que é informação e o que é discernimento.

O que (de fato) as empresas no mundo (e as do Brasil e de Pernambuco em particular)

estão necessitando (em termos de competências e capacidades) são ferramentas e

metodologias de Business Analytics (Analítica de Negócios), de forma que percebam em que

grau maturidade, em termos de otimização da informação para melhoria no desempenho dos

negócios (ver Figura 14 à frente), elas se encontram, e o que é necessário para evoluir.

Figura 1. Dilúvio de Dados/ Informações → BIG DATA

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Figura 2. O Paradoxo Digital: Custos decrescentes e investimentos crescentes em TICs

Fonte: Source: IDC's Digital Universe Study, sponsored by EMC, December 2012

Figura 3. Matriz de questões que as empresas estão atualmente enfrentando

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Figura 4. Etapas de maturidade de otimização de informação para melhoria no desempenho dos negócios

Finalmente, Big Data e Analítica estão definindo um novo conjunto de tecnologias e

inovações de infraestruturas, plataformas e aplicações que estão sendo conformadas em um

novo ambiente de transações mediadas por computadores- TMCs e negócios, que vem

sendo denominado de Cloud Computing (Computação em Nuvem). Ou seja, a computação

em nuvem é o que está proporcionando um maior avanço do dilúvio de dados/informações

que hoje presenciamos, bem como o que está possibilitando que se possa extrair valor deste

dilúvio de dados/informações.

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2.2 Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)

A indústria de Tecnologias de Informação e Comunicação – doravante TICs –

representa a aplicação de computadores e equipamentos de telecomunicações para armazenar,

transmitir e manipular dados, frequentemente no contexto de um negócio ou outra empresa.

O termo é comumente usado como um sinônimo para computadores e redes de

computadores, mas também abraça outras tecnologias de distribuição de informação, tais

como televisão e telefones. Muitas indústrias estão associadas com TICs, tais como hardware

de computadores, software, eletrônica, semicondutores, Internet, equipamentos de

telecomunicações, comércio eletrônico, e serviços relacionados aos computadores

(https://en.wikipedia.org/wiki/Information_technology).

A interpretação dada neste relatório, no entanto, é mais a de transmitir um panorama

geral do posicionamento desta indústria iniciando pela dimensão mundial, passando pelo

Brasil, e chegando ao Estado de Pernambuco.

2.2.1 Panorama Mundial

Nos dias atuais, onde a indústria mundial de TICs tem se tornado cada vez mais

complexa de se analisar, um sistemático, abrangente e profundo levantamento radiográfico

desta indústria vem sendo conduzido há 12 (doze) anos. Trata-se da pesquisa intitulada “The

Global Information Technology Report - GITR”, que é conduzido pelo World Economic

Forum - WEF (www.wef.org) em parceria com a INSEAD.

O WEF é uma fundação sem fins lucrativos, baseada em Cologny, Genebra, na Suíça,

comprometida com a melhoria do estado do mundo ao engajar líderes dos negócios, políticos,

acadêmicos e outros líderes da sociedade para conformar agendas globais, regionais e

industriais. A INSEAD (que anteriormente respondia como acrônimo do francês

Institut Européen d'Administration des Affaires) é uma das maiores e mais prestigiosas

escolas de pós-graduação em negócios do mundo, com campi na Europa, Ásia e Oriente

Médio, bem como em Israel.

Page 14: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

Quando o GITR e o Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede)

foram criados, há 12 (doze) anos, a atenção dos tomadores de decisão e investidores era sobre

a adoção de negócios e estratégias financeiras que os permitissem desenvolver no contexto de

uma rápida, porém nascente economia da Internet. Passada mais de uma década, o ITR tem

proporcionado aos líderes de decisões um arcabouço útil para avaliar o impacto das TICs ao

nível global, e para fazer um benchmark do preparo e uso das TICs em suas economias.

Como o ITR tem sido considerado um verdadeiro termômetro do preparo das nações

com relação ao seu estágio de adequação e uso das TICs em suas economias, este documento

passa a apresentar o que constitui este índice mundial.

2.2.1.1 O Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede- IPR)

Dado o potencial de altos retornos que as TICs podem oferecer em transformar uma

economia de uma nação e o bem-estar de seus cidadãos, avaliar os desenvolvimentos das

TICs tem sido o objeto de muita atenção da academia da política pública na última década.

Várias organizações têm feito significativos esforços para medir e fazer benchmark do

emprego de TICs, mas poucas têm almejado avaliar os retornos que as TICs podem de fato

prover tanto para economia quanto para a sociedade. Apesar da disponibilidade dos dados

ainda ser escassa em termos dos impactos das TICs, o interesse de políticas em medir as TICs

tem mudado da mensuração do acesso às TICs para o impacto das TICs.

O desenho do arcabouço do cálculo do IPR (Figura 5 à frente) tem sido guiado por

cinco princípios:

1- Medir os impactos econômico e social das TICs é crucial. O IPR deve incluir

aspectos da forma como as TICs estão transformando tanto a economia quanto a sociedade.

Na economia de diversos países, a indústria de TICs tem se tornado crescentemente

importante e agora representa uma fatia significativa do valor adicionado e do emprego. Em

adição, as TICs interagem fortemente com muitos outros setores, possibilitando inovações

que rendem e afetam a produtividade. Além do mais, os impactos das TICs são também

evidentes no desenvolvimento de novas habilidades que são importantes em sociedades ricas

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em informação e baseadas em conhecimento, e são cruciais para o emprego. Na sociedade,

as TICs permitem aos cidadãos participarem mais ativa e permanentemente em debates

sociais e políticos e fazem o governo ser mais prestador de contas. Elas melhoram o acesso a

serviços melhores e mais rápidos, os quais, por seu turno, rendem importantes benefícios;

2- Um ambiente proporcionador determina a capacidade de uma economia e

sociedade beneficiar do uso de TICs. O sucesso de um país em alavancar as TICs, bem

como em atingir os desejados benefícios econômicos e sociais, dependerá de todo seu

ambiente – incluindo condições de mercado, uma estrutura regulatória, as condições voltadas

para inovações – para impulsionar inovação e empreendedorismo;

Figura 5.O arcabouço do IPR

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

3- O preparo e o uso das TICs permanecem como impulsionadores chaves e pré-

condições para obtenção de qualquer impacto. Apesar da crescente disponibilidade de

TICs, a questão do acesso e uso permanece importante especialmente para países em

desenvolvimento, dadas suas necessidades de encurtar o abismo digital. Mesmo no interior

das nações desenvolvidas, a necessidade de prover banda larga de alta velocidade para rodos

os segmentos da população tem adquirido importância em anos recentes. Algumas

características do IPR são relacionadas ao acesso e uso; isto cobre não somente infraestrutura

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acessível, mas também recursos digitais, incluindo software e habilidades. Além do mais,

impactos de TICs podem surgir somente se as TICs são amplamente usadas por todos os

atores chaves – indivíduos, negócios, e governos. É um esforço de toda a sociedade.

Aqueles atores demonstrando melhor preparo e grande interesse são provavelmente os que

usam mais TICs e mais efetivamente, contribuindo para um maior impacto na

competitividade e desenvolvimento;

4- Todos os fatores interagem e co-evolvem no interior de uma ecossistema.

Aquelas sociedades que podem contar com atores mais preparados e um ambiente

capacitador, estão mais inclinadas a se beneficiar com maiores taxas de uso de TICs, e os

impactos irão, por seu turno, se beneficiar mais de um empurrão de parte de diferentes

stakeholders para serem mais preparados e manter melhorias nas condições estruturais que

irão permitir mais e melhores benefícios a render. Como resultado, um círculo virtuoso

começa, onde melhorias em uma área afetam e guiam melhorias em outras áreas. De forma

alternativa, hiatos em um fator em particular também afetam a evolução dos outros fatores;

5- O arcabouço deveria prover orientações claras de políticas e identificar

oportunidades de colaboração público-privada. O IPR facilita a identificação de áreas

onde a intervenção de política – através de investimento incluindo parcerias público-privada,

regulação inteligente, ou oferta de incentivos- possam reforçar os impactos das TICs. Isto é

importante porque o desenvolvimento e uso geral das TICs dependem da capacidade de um

país prover um arcabouço institucional com regras e regulações confiáveis e eficientes;

condições de negócios favoráveis para a fundação e crescimento de novas (sociais e

comerciais) empresas; um ambiente voltado para inovação, capaz de desenvolver e absorver

novos conhecimentos; e uma política governamental de TICs amigável.

2.2.1.2 Elementos do IPR

O arcabouço do preparo em rede se translada no IPR, compreendendo quatro sub-

índices que medem o ambiente das TICs; o preparo de uma sociedade para o uso da TICs; o

real uso de todos os stakeholders; e, finalmente, os impactos que as TICs geram na economia

e na sociedade. Os três primeiros sub-índices podem ser considerados como os

Page 17: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

impulsionadores que estabelecem as condições para os resultados do quarto sub-índice, os

impactos das TICs. Este quatro sub-índices são divididos em 10 (dez) pilares compostos de

54 (cinquenta e quatro) indicadores no total, de acordo com a seguinte estrutura (Figura 6):

A- Sub-índice do Ambiente1- Ambiente político e regulatório2- Ambiente dos negócios e da inovaçãoB- Sub-índice de Preparo3- Infraestrutura e conteúdo digital4- Capacidade de pagar5- HabilidadesC- Sub-índice de Uso 6- Uso individual7- Uso nos negócios8- Uso no governoD- Sub-índice de Impacto9- Impactos econômicos10 – Impactos sociais

Figura 6. A Estrutura do IPR

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

Page 18: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

O score final do IPR é uma média simples dos scores dos quatro sub-índices,

enquanto cada score de sub-índice é uma média simples daqueles dos pilares componentes.

Ao fazer isso, assume-se que todos os sub-índices do IPR têm uma contribuição similar para

o preparo em rede.

2.2.1.3 A Atual Paisagem do IPR

As Tabelas de 1 a 5 apresentam uma fração (apenas os 10 primeiros lugares + a

posição do Brasil) dos rankings de 2013 para o IPR, seus quatro sub-índices, e seus dez

pilares (as tabelas apresentam também os scores do ano de 2012). Como era de se esperar,

nas tabelas à frente, é possível perceber que dois grupos dominam o topo dos rankings do

IPR: as economias da Europa Nordeste e os chamados Tigres Asiáticos. Entre os países do

nordeste europeu, quatro das cinco economias nórdicas representadas no IPR- Finlândia,

Suécia, Noruega, e Dinamarca (em ordem do ranking) continuam a dominar o topo dos 10

(dez) mais. A leitura das tabelas é autoexplicativa.

Tabela 1. O Índice de Preparo em Rede – IPR 2013

Rank País/Economia Score Rank de 2012 (dentre 142 países)

1 Finlândia 5.98 32 Cingapura 5.96 23 Suécia 5.91 14 Holanda 5.81 65 Noruega 5.66 76 Suíça 5.66 57 Reino Unido 5.64 108 Dinamarca 5.58 49 Estados Unidos 5.57 8

10 Taiwan, China 5.57 860 Brasil 3.97 64

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

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Tabela 2. Sub-índice do Ambiente e Pilares

Sub-índice do Ambiente Ambiente Político e Regulatório

Ambiente de Negócios e Inovação

Rank País/Economia Score Rank Score Rank Score1 Cingapura 5.89 1 5.97 1 5.802 Nova Zelândia 5.65 2 5.92 6 5.383 Finlândia 5.59 3 5.84 7 5.344 Holanda 5.53 6 5.67 5 5.405 Suécia 5.48 5 5.67 11 5.306 Reino Unido 5.48 7 5.62 8 5.337 Suíça 5.46 8 5.60 9 5.328 Hong Kong SAR 5.44 15 5.27 2 5.619 Noruega 5.42 9 5.52 10 5.31

10 Canadá 5.42 12 5.36 3 5.47107 Brasil 3.53 78 3.63 126 3.42

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

Tabela 3. Sub-índice de Preparo e Pilares

Sub-índice de Preparo Infraestrutura e Conteúdo Digital

Capacidade de Pagamento

Habilidades

Rank País/Economia Score Rank Score Rank Score Rank Score1 Finlândia 6.51 2 6.87 19 6.22 1 6.452 Islândia 6.43 1 6.87 5 6.55 9 5.873 Suécia 6.38 4 6.83 7 6.48 10 5.844 Estados Unidos 6.25 7 6.80 15 6.31 20 5.625 Canadá 6.17 5 6.81 43 5.69 6 6.026 Noruega 6.15 3 6.84 23 6.09 27 5.527 Dinamarca 6.04 14 6.40 22 6.09 18 5.638 Suíça 6.02 8 6.71 68 5.25 4 6.109 Áustria 6.01 9 6.60 37 5.89 24 5.55

10 Reino Unido 5.99 13 6.42 35 5.90 15 5.6674 Brasil 4.53 62 4.16 76 5.01 91 4.42

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

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Tabela 4. Sub-índice de Uso e Pilares

Sub-índice de Uso Uso Governo Uso Individual Uso nos negócios

Rank País/Economia Score Rank Score Rank Score Rank Score1 Suécia 6.00 3 6.53 4 5.89 8 5.562 Finlândia 5.97 6 6.40 3 5.97 10 5.553 Cingapura 5.86 11 6.13 14 5.18 1 6.294 Coreia do Sul 5.86 7 6.39 11 5.31 3 5.895 Holanda 5.78 5 6.42 8 5.53 15 5.396 Dinamarca 5.75 1 6.65 7 5.56 24 5.057 Noruega 5.75 2 6.62 12 5.23 14 5.398 Suíça 5.70 10 6.15 1 6.11 31 4.869 Japão 5.62 13 5.88 2 6.01 27 4.98

10 Luxemburgo 5.62 4 6.47 16 4.97 13 5.4144 Brasil 4.08 58 3.97 34 3.90 48 4.38

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

Tabela 5.Sub-índice de Impacto e Pilares

Sub-Índice de Impacto Impactos Econômicos Impactos SociaisRank País/Economia Score Rank Score Rank Score

1 Cingapura 6.13 2 5.98 1 6.282 Holanda 6.00 4 5.93 3 6.083 Finlândia 5.86 1 5.99 9 5.744 Suécia 5.77 3 5.93 10 5.625 Coreia do Sul 5.71 12 5.24 2 6.196 Taiwan, China 5.65 7 5.49 6 5.827 Israel 5.54 6 5.63 14 5.458 Reino Unido 5.48 14 5.09 4 5.869 Suíça 5.44 5 5.80 24 5.08

10 Estados Unidos

5.43 11 5.32 11 5.55

50 Brasil 3.74 50 3.40 48 4.08

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

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2.2.2 Panorama do Brasil

E como se posiciona o Brasil no ranking global do IPR 2013? O que a Tabela 1 do

NRI indica é que o Brasil se encontra na 60ª (sexagésima) posição, tendo evoluído da 65ª

(sexagésima quinta) posição no ano de 2012. Para um ranking que inclui 144 países em

2013, é possível afirmar que o país se encontra numa situação de network readiness (preparo

em rede) bem abaixo de sua condição de renda, já que é a 7ª (sétima) economia do mundo, de

acordo com as estimativas recentes do Fundo Monetário Internacional- FMI

(http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_GDP_(nominal)).

Neste sentido, pode-se afirmar que a “saúde da indústria das TICs” no Brasil é

preocupante, uma vez que se encontra numa posição intermediária no NRI, não condizendo

com seu atual status de “potência econômica” (quando se observa o seu Produto Interno

Bruto-PIB). Quando se tenta avaliar no NRI qual dos seus sub-índices contribuiu para a atual

posição do país, percebe-se que o Sub-índice Ambiental foi aquele que registrou o pior índice

do Brasil (107ª – centésima sétima posição).

Como já antecipado este sub-índice retrata tanto o ambiente político e regulatório

quanto o ambiente dos negócios e da inovação. Neste espírito, o NRI captou muito bem o

que há muito se comenta no país sobre as difíceis condições de se fazer negócios no Brasil,

bem como repercute bem as opiniões de vários especialistas de que fazer inovação no país

não é uma atividade simples, em função de uma série de restrições e dificuldades

institucionais e burocráticas.

Estes indicadores constantes no NRI são, de alguma forma, também capturados nas

poucas avaliações sobre as condições das TICs existentes no Brasil. No ano de 2012 o

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística publicou um trabalho de alto valor que

tem recebido muito pouca atenção dos analistas de plantão. Trata-se do relatório final da

“Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Empresas-

2010”. A pesquisa, realizada em 2010, é o que se pode chamar de o “estado da arte” da

questão no Brasil, e traz importantes elementos para reflexão.

A pesquisa investigou aspectos do uso dessas tecnologias pelo segmento empresarial

brasileiro, contemplando, entre seus temas, a utilização de computadores e da Internet no

Page 22: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

exercício das atividades dessas organizações, e os motivos apontados para explicar sua não

utilização, além de informações sobre as políticas e medidas de segurança em TIC adotadas e

as habilidades do pessoal ocupado em relação a essas tecnologias.

Segundo o IBGE, a publicação apresenta os resultados de uma criteriosa investigação,

cujos indicadores foram pautados em recomendações metodológicas e conceituais

internacionais, o que assegurou a qualidade das informações e a comparabilidade das

estatísticas. Divulgados para o conjunto do País, os indicadores abarcam empresas dos setores

secundário e terciário, por grupamentos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas

- CNAE 2.0, e estão acompanhados de análises que realçam as principais características

observadas em cada um dos temas tratados. Revelam, pela primeira vez em uma pesquisa da

instituição, o alcance, as barreiras e os distintos usos que o setor empresarial brasileiro tem

feito de tais tecnologias. A publicação inclui notas técnicas com considerações

metodológicas sobre a pesquisa, em que se destacam as conceituações das variáveis

investigadas e os aspectos da amostragem.

Algumas das principais conclusões da pesquisa são aqui brevemente apresentadas.

Em primeiro lugar, em 2010 o universo das empresas com 1 (uma) ou mais pessoas ocupadas

nas atividades selecionadas para a pesquisa abrangeu cerca de 2,8 milhões de empresas.

Deste universo, o uso das novas TICs ainda não alcançou a sua totalidade. Entre aquelas

pesquisadas, 2,2 milhões (80,8%) utilizaram computador, 2,1 milhões (76,9%) fizeram uso da

Internet, e 2,3 milhões (83,3%), de telefone celular para finalidades de trabalho.

De acordo com o IBGE, observou-se que as proporções de empresas que usaram

computadores e Internet são elevadas e crescentes, à medida que aumenta o porte das

empresas. As diferenças entre os níveis de uso de computadores segundo o porte das

empresas podem ser observadas na Tabela 6, e as que usaram celular corporativo podem ser

vistas na Tabela 7 deste. Em termos das pessoas ocupadas que usaram computadores e

Internet foram, respectivamente, 42,7% e 36,6%, como demonstra a Tabela 8.

Um dado saliente, e que não deixa de ser preocupante, é aquele que indica que dentre

as microempresas pesquisadas, foram as do segmento de Indústrias as que menos utilizaram

computador e Internet; 73,4% e 71,1%, respectivamente. No momento em que o Brasil está

vivenciando um processo de desindustrialização (mais revelado pela perda de importância

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relativa da indústria no produto bruto nacional, tanto em valor adicionado quanto em termos

de oferta de empregos), é preocupante constatar que as microempresas de nossa indústria

estão utilizando menos tecnologias (como as TICs) do que os demais setores da economia.

Tabela 6. Proporção das empresas que utilizam computador e Internet, por atividades incluídas no âmbito da pesquisa, segundo as faixas de pessoal coupado – Brasil - 2010

Tabela 7. Proporção de empresas que utilizaram celular corporativo e/ou da própria pessoa, segundo faixas de pessoal ocupado – Brasil - 2010

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Tabela 8. Proporção de pessoas que utilizaram computador, Internet e de especialistas em TI/TIC, por faixas de pessoal ocupado, segundo as atividades incluídas no âmbito da pesquisa –

Brasil -2010

2.2.3 Panorama de Pernambuco

O Estado de Pernambuco não foge à regra das condições apontadas pelo IGBE em

relação à indústria das TICs no Brasil. Um aspecto a destacar é o da existência do seu parque

tecnológico de TICs, ou seja, o seu Porto Digital. Instituído pelo Governo do Estado a partir

da organização social denominada Núcleo de Gestão do Porto Digital no ano de 2000, e

contando hoje com mais de 170 empresas, este parque retrata bem o estágio de evolução da

indústria de TICs em Pernambuco.

A trajetória histórica recente da indústria de TICs em Pernambuco e sua importância

na economia do estado são notáveis2. Pernambuco conta com uma diversidade de empresas

que expressa também a sua diversidade de competências, bem como limitações.

2 Cf. José Carlos Cavalcanti & Teresa Maciel (Agosto, 2009) Relatório Técnico Final do PDQM- Programa de Certificação de Empresas no Padrão Porto Digital de Qualidade e Marca, CNPq/UFPE.

Page 25: Tendências de mercado para tic’s   o fenômeno chamado big data

2.3 Recomendações às Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação

(TIC)

Considerados os desenvolvimentos da indústria global de TICs mencionados

(convergência tecnológica, deslocalização do trabalho, byod e redes sociais digitais),

apresentamos as recomendações às empresas brasileiras e pernambucanas que possam

contribuir para melhor posicionar as empresas brasileiras e pernambucanas no cenário destes

novos fenômenos mundiais. Como visto, a posição do Brasil (e de Pernambuco em particular)

no contexto recente da indústria mundial de TICs é delicada: a despeito de seu peso e

densidade econômicos, apresenta um ambiente político, regulatório, de negócios e de

inovação complicado, podendo ameaçar o futuro do segmento. Pernambuco, não obstante

tenha criado um dinâmico parque de TICs no Nordeste do país, não foge a esta condição.

Para que as empresas locais possam se beneficias das profundas transformações por

que passa a indústria global de TICs, em particular decorrente do crescente empoderamento

computacional de usuários finais que têm às mãos artefatos móveis (tais como os

smartphones e tablets), que estão contribuindo para a produção e disseminação de um dilúvio

de dados e informações sem precedentes na história da humanidade, devem estar atentas a

três tecnologias que se apresentam como importantes tendências no setor: Big Data, Analítica

e Computação em Nuvem. O domínio destas tecnologias permitirá às empresas locais

desfrutarem de novas e amplas oportunidades de negócio no atual contexto de mudança.

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3 Conclusão

A indústria de semicondutores – base dos setores eletroeletrônico e de TICs – nascido

há pouco mais de 50 anos, época em que só havia grandes computadores (mainframes) para

grandes empresas, hoje vive profundas transformações, dentre as quais o massivo

empoderamento computacional dos seus usuários finais que têm às mãos artefatos móveis

(tais como os smartphones e tablets), e que estão contribuindo para a produção e

disseminação de um dilúvio de dados e informações sem precedentes na história da

humanidade.

Entendendo que este desenvolvimento tem proporcionado o surgimento de várias

mudanças na forma como as pessoas vivem, trabalham, estudam e se divertem, procuramos,

neste estudo, observar o desenvolvimento de novas ferramentas e padrões tecnológicos,

novos modelos de negócios e novas indústrias que gerem oportunidades de mercado para

empresas brasileiras e pernambucanas contribuindo para um melhor posicionamento destas

frente a estes novos fenômenos mundiais.

Assim abordamos, neste estudo, o fenômeno chamado Big Data, que trata da enorme

geração de volume de dados e é propiciada justamente pela evolução nos dispositivos de

hardware, em particular Tablets e Smartphones, como também, Analítica e Computação em

Nuvem que aparecem como pontos chaves para o desenvolvimento e fortalecimento

competitivo das empresas do setor de TIC em um cenário atual.

Em termos mundiais, os países de alta renda (e aqueles emergentes da Ásia) têm se

mostrado como aqueles que mais extraem benefícios do acesso e do uso das tecnologias

digitais, como mostra o World Economic Forum através do seu Network Readiness Index –

NRI (ou Índice de Preparo em Rede – IPR). O Brasil, neste índice global, encontra-se numa

posição delicada (em função do seu ambiente político, regulatório, de negócios e de

inovação) para o seu peso e densidade econômicos. Pernambuco se encontra em similar

condição.

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4 Referências

IDC (2012). “Worldwide Business Analytics Software 2012-2016 Forecast and 2011

Vendor Shares”. By Dan Vesset, Mary Wardley, Brian McDonough e David Schubmehl.

International Data Corporation. June.

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5 Glossário e Acrônimos

Analytics – ferramentas, técnicas e modelos para analisar Big Data

Big Data – informação que não pode ser processada ou analisada por processos ou

ferramentas tradicionais

BYOD - bring your own device (traga seu próprio artefato)

Convergência tecnológica – tendência para diferentes sistemas tecnológicos evoluírem em

direção ao desempenho de tarefas similares

NRI- networked readiness index (índice de preparo em rede)

Redes Sociais Digitais – redes de interações sociais materializadas no ambiente online para

compartilhar interesses, atividades, e conexões

Smartphones – telefones inteligentes que agregam várias funcionalidades de

telecomunicações, computação e serviços da Internet

Tablet - dispositivo pessoal em formato de prancheta para acessar a Internet, para

organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para

jogos

TI- tecnologias de informação

TICs - tecnologias de informação e comunicação