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IMA DE FRESCOR, JANELA ABERTA, RA FILARMôNICA RAIS Já ESTá NO LHORES DO PAíS.” abril 2012

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“Com esse Clima de fresCor, de janela aberta,

a orquestra filarmôniCa de minas Gerais já está no

pódio das melhores do país.”

abril 2012

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A Filarmônica é toda sua.

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A Filarmônica é toda sua.

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“Com esse Clima de fresCor, de janela aberta,

a orquestra filarmôniCa de minas Gerais já está no

pódio das melhores do país.”Estão falando sobre você.Sobre você que é o motivo da Orquestra Filarmônica existir.Sobre você que é exigente com o que ouve.Sobre você que às terças e quintas espera se surpreender.Estão falando sobre você.Você que colabora para que a Filarmônica seja uma das melhores orquestras do país.Você que faz diferença a cada concerto.Você é a razão disso tudo. Pode se orgulhar.Quando falam sobre a Orquestra Filarmônica estão falando de você.Receba cada aplauso. Você é a orquestra.A Filarmônica é toda sua.

A família das cordas é a maior de uma orquestra e se compõe dos violinos, violas, violoncelos e contrabaixos. Os violoncelos se situam entre as violas e os contrabaixos, tanto em relação ao tamanho, à extensão e à lar-gura das cordas, bem como na altura do som que produz, localizando-se, geralmente, à direita do maestro, na frente da orquestra. O violoncelo surgiu na Itália no início do século XVI, como uma evolução de antigos instrumentos de corda, como a viola de gamba. No século seguinte ganhou destaque no acompanhamento nas composições do período barroco (1600 a 1750), mas suas reais possibilidades como instrumento solista só se dão no século XVIII, quando são criadas as primeiras obras e concertos específicos para o cello. No início do século XX, o instrumento ganha ainda mais destaque, sobretudo a partir do trabalho de virtuoses como o espa-nhol Pablo Casals que, além de revigorarem obras antigas (como as Seis Suítes de Bach), estrearam diversas obras novas que continu-aram a expandir a técnica do instrumento. Nove instrumentistas compõem o naipe de violoncelos da Filarmônica, liderados pela chefe em exercício deste naipe, Elise Pittenger.

Cristina RamalhoBrasil Econômico_SET 2011

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Francesco La Vecchia

Fabio Martino

Gioacchino ROSSINI

Nicolas MEDTNER

Goffedro PETRASSI

Fabio Martino

INTERVALO

PROGRAMA

Alfredo CASELLA

Uma italiana na Algéria: Abertura [9 min]

Concerto para Piano e Orquestra nº2 em dó menor, op. 50 [37 min]Toccata (Allegro risoluto)Romance (Andante con moto)Divertimento (Allegro risoluto e molto vivace)

Partita para Orquestra [20 min]GagliardaCiacconaGiga

SOliSTA

ReGenTe COnviDADO

PiAnO

elegia Heroica, op. 29 [17 min]

20h30

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Grande Teatro do Palácio das Artes

Ministério da Cultura e Governo de Minas apresentam

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Fabio Mechetti

Conrad Tao

Nicolai RIMSKY-KORSAKOV

Sergei RACHMANINOFF

P. I . TCHAIKOVSKY

Conrad Tao

INTERVALO

A Grande Páscoa Russa, op. 36 [14 min]

Rapsódia sobre um tema de Paganini para piano e orquestra, op. 43 [22min]

Sinfonia nº 2 em dó menor, op. 17, “Pequena Russa” [32 min]Andante sostenuto – Allegro vivoAndantino marziale, quasi moderatoScherzo, allegro molto vivaceModerato assai

SOliSTA

ReGenTe

PiAnO

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Grande Teatro do Palácio das Artes

PROGRAMA

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Marcos Arakaki

Antonio Lauro Del Claro

Aaron COPLAND

Claudio SANTORO

Johannes BRAHMS

Antonio Lauro Del Claro

INTERVALO

el Salón México [11 min]

Concerto para violoncelo e Orquestra [20 min]

Sinfonia nº 1 em dó menor, op. 68 [45 min] Un poco sostenuto – AllegroAndante sostenutoUn poco allegretto e graziosoAdagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio

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ReGenTe

viOlOnCelO

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Grande Teatro do Palácio das Artes

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PROGRAMA

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Caros amigos e amigas,

O ano de 2012 foi designado como o Momento itália-Brasil, e a Filarmônica inicia a programação deste mês recebendo o regente titular da Orquestra Sinfônica de Roma, Francesco la vecchia. ele vai dirigir um repertório que mostra vários estilos da música sinfônica italiana, desde Rossini até os mais contemporâneos Casella e Petrassi.

Abril pode também ser definido como o mês de apresentação da mais nova geração de excepcionais talentos pianísticos, como o brasileiro Fabio Martino, que executará o dificílimo Concerto nº 2 de Medtner, e o norte-americano Conrad Tao interpretando a Rapsódia sobre um tema de Paganini de Rachmaninoff. Tenho certeza absoluta de que o talento e a competência desses dois jovens contagiarão nosso público de maneira total, transformando essas duas participações em momentos marcantes da Temporada 2012.

Além do desafiador programa que abre o mês, nossa Filarmônica mostrará sua diversidade ao se enveredar pelo repertório russo, com obras de Korsakov e Tchaikovsky, assim como em uma nova leitura da celebrada Sinfonia nº 1 de Brahms, dirigida pelo nosso regente assistente Marcos Arakaki.

vale uma menção especial à participação do violoncelista brasileiro Antonio lauro Del Claro, que celebra em 2012 seus 50 anos de carreira profissional. Tal marco não poderia deixar de ser celebrado pela Filarmônica, já que sua missão inclui a valorização e o reconhecimento de grandes artistas nacionais que, com seu talento e exemplo, colaboram no contínuo processo de engrandecimento da sociedade pela música de qualidade. Parabéns, Antonio lauro!

Tenham todos um bom concerto,

FA B i O M e C H e T TiDiretor Artístico e Regente Titular

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natural de São Paulo, Fabio Mechetti é também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente emérito. Desde 2008 é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, trabalho que lhe deu o Xii Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente brasileiro em 2008.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em nova York.

Realizou diversos concertos no México, espanha e venezuela. no Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da escócia, a Filarmônica de Auckland, nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

vencedor do Concurso internacional de Regência nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere.

no Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Trabalhou com artistas como Alicia de larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, nelson Freire, emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. no seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor.

Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de nova York.

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FABiO

MechettI

DiReTOR ARTíSTiCO e ReGenTe TiTUlARORQUeSTRA FilARMôniCA De MinAS GeRAiS

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Goffredo Petrassi assim descreveu o maestro: “eu conheci Francesco la vecchia quando ele era o aluno favorito de Franco Ferrara. ele é um regente talentoso, com sensibilidade musical rara e com uma das mais avançadas técnicas de regência da atualidade. Suas apresentações são animadas por um fervor interior que ilumina a música, um fervor que é compatível com a plateia igualmente estusiástica. Um grande artista”.

natural de Roma, Francesco la vecchia começou seus estudos musicais sob os cuidados do avô materno. Aos nove anos, realizou seu primeiro concerto. Aos dezoito liderou e fundou o Quinteto Boccherini e, aos 23, concebeu a ideia da Fondazione Arts Academy em Roma. Aos 27 foi declarado Regente Permanente da Orchestra della istituzione Sinfonica di Roma.

la vechia regeu mais de cem entre as mais ilustres orquestras do mundo e fez gravações no Japão, México, Canadá, Brasil e itália. A sua série de gravações Maestro, nomeada depois La Vecchia por ele mesmo na publicação semanal Avvenimenti, alcançou o topo das paradas em 1999. Fundou a Orchestra Sinfonica del lazio, a new World Young Orchestra, dois festivais de música na itália e um no Brasil. Também foi

Aos nove anos, Stephanie Jeong era uma das mais jovens estudantes admitidas no famoso Curtis Institute, na Filadélfia, para estudar com o renomado violinista Aaron Rosand.

FrANCesCO LA

VecchIA

Daqueles casos raros em que se tem pele de concertista... Monteiro tem o poder de sensibilizar o público através da epiderme, fazendo com que o espectador viva a música com ele, em uma espécie de comunhão. É um dom muito especial...Albert MAllofré, lA VAnguArdiA, espAnhA

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diretor artístico, principal regente visitante e diretor musical em orquestras, teatros e festivais na Hungria, Brasil, México e Portugal.

em 2002 foi contratado como diretor artístico e regente permanente da Orchestra Sinfonica di Roma. Sob sua liderança a orquestra se tornou, em poucos anos, uma das mais aclamadas e prestigiosas da europa. Com ela realizou turnês triunfantes em São Petersburgo, Madri, Belgrado, Bruxelas, Rio de Janeiro, Brasília, londres, Atenas, Berlim, Pequim, Xangai, viena e estados Unidos. em oito temporadas desde a fundação da orquestra, Francesco la vecchia regeu cerca de 300 apresentações com mais de cem programas sinfônicos diferentes, 18 missas e oratórios e 21 óperas.

no ano europeu da música, recebeu um prêmio em reconhecimento à sua carreira. Recebeu, ainda, honras diversas de presidentes e ministros da cultura em repúblicas como Brasil, Hungria, Moldávia, França, México e África do Sul, além da cidadania honorária concedida em muitas cidades ao redor do mundo.

Francesco la vecchia grava para os selos Brilliant e naxos e é diretor artístico da série de gravações italian Classics.

ReGenTe COnviDADO

Sob a batuta do maestro Francesco La Vecchia, a Orquestra Sinfônica de Roma alcançou maturidade plena, comparada às maiores orquestras da Europa. Giuseppe pennisi, La scena MusicaL, itáLia

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FABiO

MARtINO

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Fabio Martino é premiado em diver-sos concursos nacionais e internacio-nais no Brasil, Portugal e Alemanha.

O 1° Prêmio no ii Concurso inter-nacional de Piano BnDeS Guiomar novaes, além do prêmio de melhor interpretação de música brasileira executando os Estudos Intervalares de edino Krieger, lhe trouxeram con-vites para vários concertos no Brasil, estados Unidos e europa, incluindo apresentações com a Orquestra Sinfônica de Des Moines e recitais em Fresno, Miami, Berlim, Munique e Hamburgo, entre outras.

em maio de 2011 Fabio Martino venceu por unanimidade o Concur-so internacional promovido em Munique pelo Bundesverband der Deutsche industrie (BDi). na final e no concerto de premiação execu-tou o Concerto nº 5 para Piano e Orquestra de ludwig van Beethoven com a Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera sob a direção de Ulf Schirmer.

Fabio Martino nasceu em 1988 em São Paulo e iniciou seus estudos de piano aos cinco anos. Como bolsista da Fundação Magda Tagliaferro foi aluno de Armando Fava Filho. em 2008 ingressou na Universidade de Música de Karlsruhe, Alemanha, onde estuda sob orientação de Sontraud

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Speidel com uma bolsa particular cedida pelo senhor Paulo Bilyk.

Participou de masterclasses com grandes nomes da música erudita como lilya Zilberstein, Antonio Mene-ses, Joaquín Achúcarro, Jerome Rose, Joaquín Soriano e Rudolf Kehrer.

Desde 2009 Fabio Martino integra o quadro de jovens solistas do Keyboard Charitable Trust, organiza-ção europeia que realiza concertos na europa e América do norte, e teve como debut um recital na Steinway Hall de londres em março de 2010.

Fabio Martino foi solista da Orques-tra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica do estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo, Orquestra Sinfônica de Santo André, Orquestra da Tv Cultura e Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, com os maestros Ulf Schirmer, Yeruham Scharowsky, Johannes Schlaefli, Carlos Moreno e Mateus Araujo, entre outros.

[...] após um momento de concentração, foi como se Martino tivesse se inserido em uma outra esfera e entrado inteiramente na obra-prima de Beethoven, com toque sensível e interpretação soberana [...]Neue MusikzeituNg e MüNchNer Merkur, AleMANhA

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O catálogo de Rossini impressiona: 38 óperas, vinte oratórios, cantatas, coros e peças vocais que fizeram dele o compositor mais conhecido e idolatrado de seu tempo.

Filho do trompista municipal de Pesaro e de uma cantora pouco talentosa, Rossini estudou com os conceituados irmãos Malerbi, em cuja biblioteca teve acesso a parti-turas de Haydn e Mozart. O contato com os grandes mestres vienenses tanto marcou o estilo peculiar de Rossini que o jovem compositor, em começo de carreira, recebeu de seus contemporâneos a alcunha de Il tedeschino (o alemãozinho). Podem-se assinalar em suas obras indícios da elegância, ornamenta-ção e graça mozartianas, porém de forma a torná-los acessíveis a um público de gosto musical menos cultivado e curta memória. efetivamente, na itália dos últimos anos do século Xviii, a ópera torna-ra-se verdadeira paixão nacional e os italianos exigiam títulos novos a cada temporada. Acompanhando esse ritmo alucinante, o catálogo de Rossini impressiona: 38 óperas, vinte oratórios, cantatas, coros e peças vo-cais com acompanhamento instru-mental, que fizeram dele o composi-tor mais conhecido e idolatrado de seu tempo. Toda essa produção (em que se encontram preciosos tesou-ros musicais ao lado de inevitáveis páginas apressadas e superficiais) concentrou-se em vinte anos de trabalho. Depois de Guillaume Tell (1829), Rossini viveu os seguintes 39 anos em silêncio, pragmaticamente

repousando sobre os louros que colhera na primeira metade da vida. O segredo do criador de O barbeiro de Sevilha reside na incomparável vivacidade de sua música, concreti-zada em recursos sem antecedentes à época, como os crescendi de efeito irresistível – um tema, a princípio apenas esboçado, caminha em repetições de intensidade crescente até um fulgurante estrondo orques-tral. Por outro lado, as onomato-peias cômicas atestam a capacida-de rossiniana de tirar partido de situações absurdas dos libretos. Assim, em determinado trecho, a música acompanha o cuidado excessivo de um sexteto, cantando, sílaba por sílaba, os versos: “isto é um nó complicado, uma meada muito intrincada”. em outro, um baixo imita, com trinados e gorjeios, os floreados próprios das vozes agudas. Rossini se diverte e encanta seu público. entretanto, mais admirável é sua capacidade de escrever delicadas e cativantes melodias, expressivas de afetos como a melancolia, a tristeza e outros sentimentos do gosto pré-romântico e que o impõem como o compositor mais original do primeiro Romantismo italiano, fugindo do convencionalismo de seus ilustres predecessores, Cimarosa e Paisiello.

Uma italiana na Algéria: Abertura

Rossini despede-se definitivamente da antiga ópera italiana com L’italiana in Algeri, ópera bufa com ambientação oriental, composta em 1813 (como O rapto do serralho, composta por Mozart em 1781). A Abertura mostra uma cintilante orquestração, de brilho e habilidade ímpares, na qual os instrumentos de madeira extravasam seus recursos para dar cor e variedade às irresistíveis melodias. inicia-se com um breve Andante – as cordas em pizzicato e terna melodia no oboé, ao qual se juntam os clarinetes. O ritmo se precipita e os impetuosos primeiros violinos apresentam o Allegro seguinte. Uma nova melodia estabelece um diálogo do oboé com a flauta, antes que um vigoroso crescendo termine a primeira seção. na segunda parte, o tema principal (confiado à flauta, ao oboé e ao clarinete) torna-se mais dramático com suas modulações. O segundo tema apresenta uma pergunta da flauta e do fagote à qual o oboé responde. e a música se precipita, novamente, em mais um crescendo tipicamente rossiniano.

Paulo Sérgio Malheiros dos SantosPianista, Doutor em letras pela PUC Minas, professor na Universidade do estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.

PARA OUVIRCD Rossini: Aberturas de óperas cômicas – Royal Philharmonic Orchestra – evelino Pidò, regente – Mediasat Group S.A. espanha/Brasil – 2006

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Em suas aparições públicas, Medtner tocava como se estivesse em transe; com os olhos semicerrados e o mínimo de gestos, em comunhão quase religiosa com a música.

nicolas Medtner é o membro menos conhecido da trindade de pianistas- compositores russos da era de Ouro, constituída também por seus contemporâneos Alexander Scriabin e Sergei Rachmaninoff. Ao contrário de Rachmaninoff, Medtner raramen-te deixou a emoção guiar sua obra, talhada nos moldes germânicos de Beethoven e Brahms, sendo apelida-do de “Brahms russo”. Pessoalmente, era avesso à fama e desapegado aos bens materiais, o que por vezes deixou-o em situação difícil. entre sua produção, cada vez mais conhe-cida, estão as 38 peças para piano denominadas Contos de Fadas, que se referem à capacidade de contar histórias que possui a música sem palavras, como tentativa de se tornar uma linguagem narrativa. Dar significado ao signo musical pode ser complexo, visto que implica transcender seu próprio conceito, limitado ao som pré-organizado. Mas, a mágica dos sons abstratos do dificílimo piano de Medtner está fora do alcance de quem ouve, vê ou tenta imaginar histórias: ela reside em sua gênese, o teclado do piano, e é percebida somente pelo pianista que, trilhando os caminhos do parnasso, pôde descobrir uma escrita milagrosamente desenhada para a mão humana. em suas aparições públicas, Medtner tocava como se estivesse em transe; com os

olhos semicerrados e o mínimo de gestos, em comunhão quase religio-sa com a música. “eu não quero comunicar meus pensamentos em música e sim minha fé na música. Um tema musical é, acima de tudo, intuição. ele é adquirido, não inven-tado”, escreveu Medtner em seu livro A Musa e a Moda, publicado em 1935 com a ajuda de Rachmaninoff.

nicolas Medtner nasceu na noite de natal e por isso recebeu o nome do padroeiro São nicolau. Durante a Revolução Russa, apaixonou-se e foi correspondido por Anna, esposa de seu irmão emil que, por viver distan-te, acabou por consentir com a união entre os afins. A saída de Medtner da Rússia e seu estabelecimento em londres nos últimos 16 anos de vida, somados às muitas viagens, só foram possíveis através da generosidade de Rachmaninoff, que muito o admirava e que lhe dedicou seu Quarto Concerto para Piano.

em retribuição, Medtner dedicou-lhe a Sonata O Vento da Noite e o Segundo Concerto para Piano, composto e estreado em 1927, tendo o autor como solista, sob a regência do irmão, Alexander, na Grande Sala da Filarmônica de São Petersburgo. Como num conto de fadas, nicolas Medtner foi descoberto e apoiado financeiramente pelo Marajá de

Concerto para Piano e Orquestra nº 2 em dó menor, op. 50

Mysore, entusiasta da música ocidental e pianista amador. Hoje podemos ouvir as gravações de Medtner executando seus três concertos para piano graças à Medtner Society e à Philharmonia Orchestra, fundadas e patrocinadas pelo devotado marajá indiano.

Marcelo CorrêaPianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor na Universidade do estado de Minas Gerais.

RúSSiA 1880 – inGlATeRRA 1951

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PARA OUVIRCD Medtner: Piano Concertos nr.2 & 3 (1947) – Philharmonia Orchestra – issay Dobrowen, regente – Melodya/Série Testament – 1993

PARA leRRalph Hill – O Concerto – Ulisseia (Portugal) – 1960

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A Partita per orchestra projetou o nome do compositor fora das fronteiras italianas. Iniciava-se, para o jovem Petrassi, uma carreira nacional e internacional.

Goffredo Petrassi faz parte, com luigi Dallapiccola, luigi Cortese, Giorgio Ghedini e Giacinto Scelsi, da geração de compositores italianos nascidos no início do século XX que se firmaram no cenário musical logo após a Segunda Guerra Mundial (Scelsi é geralmente incluído nessa geração por ter nascido na mesma época, mas seu reconhecimento se deu apenas postumamente). esses compositores situam-se entre a generazione dell’ottanta (Casella, Respighi, Alfano, Malipiero e Pizzetti) e a geração dos compositores van-guardistas da segunda metade do século: Bruno Maderna, luigi nono e luciano Berio.

Goffredo Petrassi nasceu em uma família humilde em Zagarolo, pequena cidade próxima a Roma. Aos quinze anos, para ajudar a família, conseguiu emprego em uma loja de instrumentos musicais. Começava, nesse momento, sua paixão pela música. ingressou no Conservatório de Santa Cecília, em Roma, aos vinte e quatro anos, onde estudou órgão com Fernando Germani e composição com Ales-sandro Bustini. Quatro anos mais tarde conhecia Alfredo Casella, que o incentivou a tentar a carreira de compositor e o introduziu no meio musical romano. em 1932 o sindicato dos músicos promoveu um concurso

de composição em que só poderiam concorrer partitas e sinfonias. Ottorino Respighi e Alfredo Casella estavam entre os jurados. Petrassi recebeu o 1º prêmio concorrendo com a sua recém-composta Partita per orchestra. Foi estreada em 1º de abril de 1933, no Teatro Augusteo, em Roma, pela Orchestra dell’Accademia nazionale di Santa Cecilia, sob a direção de Bernardino Molinari. nesse mesmo ano a Partita venceu um concurso internacional em Paris e foi regida por Alfredo Casella em concertos em Amsterdam e lenin-grado. A Partita per orchestra projetou o nome do compositor fora das fronteiras italianas. iniciava-se, para o jovem Petrassi de apenas 29 anos, uma carreira ao mesmo tempo nacional e internacional, antes do término de seus estudos no Conser-vatório.

embora nos séculos Xvi e Xvii o termo partita se relacionasse a uma peça instrumental única ou a um conjunto de variações, passou a referir-se, a partir do início do século Xviii, a um conjunto de danças, à moda da suite. A Partita per orchestra, de Petrassi, possui três movimentos/danças: Gagliarda, Ciaccona e Giga. A Gagliarda foi uma dança de corte do século Xvi e início do Xvii, rápida e em métrica terná-ria. A Ciaccona, provavelmente

Partita para Orquestra

originária da América espanhola, tornou-se muito popular na itália do século Xvii. Muitas vezes associada à Passacaglia, a Ciaccona é geralmente concebida como um conjunto de variações sobre tema apresentado nos baixos. A Giga, dança popular rápida de origem inglesa, do século Xv, espalhou-se pela europa, tornan-do-se muito conhecida na França e itália no século Xvii. na Partita per orchestra podemos perceber o estilo composicional de Petrassi dos anos 1930, o qual se caracteriza pelo neoclassicismo da corrente de Casella com preocupação formal rigorosa e escolha de temáticas do século Xviii. São perceptíveis tam-bém a força rítmica de Paul Hinde-mith, com seus gestos rápidos e imprevisíveis, e a modernidade vibrante de Stravinsky, com a inserção de acentos assimétricos e o uso essencialmente rítmico e percussivo da orquestra.

Guilherme NascimentoCompositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do estado de Minas Gerais e Fundação de educação Artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.

PARA OUVIRCD Goffredo Petrassi: Partita, Arnold Schoenberg: erwartung – Orchestra Sinfonica di Roma – Francesco la vecchia, regente – Orchestra Sinfonica di Roma/Fondazione Roma – Temporada 2007-2008

PARA leRenzo Restagno (ed.) – Petrassi – e.D.T. edizioni di Torino – 1986

iTÁliA, 1904 – 2003

GOFFedrO

PetRASSI

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Além de grande compositor, Casella foi um pianista brilhante e regente apaixonado, dedicado professor, editor musical impecável e um incansável organizador cultural.

Alfredo Casella faz parte da hoje chamada “Geração dos anos 80”, juntamente com Ottorino Respighi, Franco Alfano, Gian Francesco Malipiero e ildebrando Pizzetti. A generazione dell’ottanta é o termo utilizado para designar o grupo de compositores, nascidos por volta dos anos 1880, que dominaram a vida musical italiana entre as duas guerras mundiais, ou seja, o período imediatamente posterior à geração de Puccini (Puccini, Mascagni, leoncavallo e Busoni) e anterior à geração de Dallapiccola (Dallapiccola, Petrassi, Cortese, Ghedini e Scelsi). embora Casella tenha sido um dos mais inovadores compositores italianos do início do século XX, vem ocupando, entre seus contemporâ-neos, um lugar modesto na história da música contemporânea.

Casella entrou no Conservatório de Paris em 1896, aos 13 anos de idade. Foi aluno de Gabriel Fauré, colega de classe de George enescu e amigo íntimo de Ravel e Alfred Cortot. nos quase vinte anos em que viveu na capital francesa, foi amigo de Stra-vinsky e Manuel de Falla e conheceu Debussy, Busoni e outros grandes nomes da música. De volta à itália, em 1915, lecionou piano no liceo di Santa Cecilia (mais tarde renomeado Conservatorio di Santa Cecilia), em Roma. Fundou, em 1923, juntamente

com Malipiero e Gabriele d’Annunzio, a Corporazione delle nuove musiche, associação destinada à difusão da música moderna italiana. nos anos 1930 foi professor da classe de aper-feiçoamento de piano na Accademia nazionale di Santa Cecilia e coorde-nador do Festival internazionale di Musica Contemporanea di venezia. nos últimos anos de vida, como um dos responsáveis pela redescoberta de vivaldi, participou ativamente da edição e difusão das obras do com-positor barroco, bem como das obras de Bach, Mozart, Beethoven e Cho-pin. Deixou inúmeros escritos, den-tre eles duas obras didáticas adota-das em todos os conservatórios de música do século XX: o célebre guia introdutório ao piano Il pianoforte e o manual de orquestração La tecnica dell’orchestra contemporanea, escrito em colaboração com virgilio Mortari. Além de grande compositor, Alfredo Casella foi um pianista brilhante e regente apaixonado, dedicado professor, editor musical impecável e um incansável organizador cultural.

Composta em 1916, a Elegia eroica, alla memoria di um soldato morto in guerra faz parte da segunda fase composicional de Casella (1913-20), uma época em que ele já estava sufi-cientemente maduro para conseguir mesclar as influências de Debussy, Stravinsky, Schoenberg e Bartók em

Elegia Heroica um estilo extremamente pessoal. A Elegia Heroica contém, ao final, uma citação da canção popular Fratelli d’Italia, que mais tarde se tornaria o hino nacional italiano. estreada em Roma em janeiro de 1917, em plena guerra, foi mal recebida pelo público que, curiosamente, acusou o com-positor de anti-italiano. A obra tenta contar, através da música, os horro-res da Primeira Guerra Mundial. O fracasso da estreia deixou Casella com um profundo sentimento de solidão: “o maior que eu jamais senti, antes ou depois”. nas palavras do compositor, a Elegia Heroica consiste de “uma marcha fúnebre heroica; um episódio central profundamen-te triste e intimista; e, finalmente, uma saraivada de tiros que rasga a orquestra e se decompõe em uma canção de ninar que evoca a ima-gem de nosso país como uma mãe carinhosamente embalando seu filho morto”.

Guilherme NascimentoCompositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do estado de Minas Gerais e Fundação de educação Artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.

PARA OUVIRCD Alfredo Casella: Symphony no 3, elegia eroica – Orchestra Sinfonica di Roma – Francesco la vecchia, regente – naxos – 2011

PARA leRAlfredo Casella – Music in my time: the memoirs of Alfredo Casella – University of Oklahoma Press – 1955

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A julgar por sua estreia com a Orquestra Sinfônica de Detroit, Tao já é dono de um lugar entre os virtuoses do mundo da música. Prodigioso ele é de fato. Tao explodiu as portas do Concerto para piano nº 2 em Sol menor de Saint-Saëns com uma performance não menos sedutora em sua beleza lírica do que em seu brilhantismo técnico de arrepiar os cabelos.Detroit NewS, eStaDoS UNiDoS

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Aclamado pelo renomado crítico musical Harris Goldsmith (Musical America) como “o mais empolgante prodígio que já cruzou o meu cami-nho”, o pianista de 17 anos sino- americano Conrad Tao foi desco-berto tocando músicas infantis no piano aos 18 meses de idade. nas-cido em Urbana, illinois, ele deu o primeiro recital de piano aos quatro anos e, aos oito, estreou em concerto tocando o Concerto para Piano em Lá maior, K. 414 de Mozart.

Conrad tem se apresentado como solista com a Orquestra da Fildélfia, a Orquestra nacional da Rússia, a Sinfônica de São Francisco e as sinfô-nicas de Dallas e Baltimore, entre ou-tras. Seus recitais solo incluem o Mu-seu do louvre em Paris, os festivais Ravinia e verbier, a UC Berkeley’s Cal Performance Series e Gilmore Series. em turnês, esteve na itália, México, Chile, Rússia, China e Cingapura.

Sua agenda para 2011-12 inclui um retorno a Utah, estreia na Sinfônica de Detroit, onze concertos na Flórida, três turnês na europa, incluindo recitais em Paris, Berlim e verbier, e concertos com orquestras no México, Brasil, Alemanha e Polônia.

Como compositor, Conrad venceu oito vezes o prêmio Ascap Morton Gould Young Composer. Seu primei-ro concerto para piano, Os Quatro

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Elementos para Piano e Orquestra, foi patrocinado pela Orquestra de Câmara Pró-Música de Columbus e estreado em outubro de 2007. na temporada 2009-2010, Conrad foi compositor residente na série Chicago’s Music in the loft. O Quar-teto de Cordas nº 2, patrocinado pela Brooklyn Friends of Chamber Music, para o grupo Jasper Quartet, foi exe-cutado ao redor dos estados Unidos durante a temporada 2010-11.

Aos oito anos, como vencedor da Competição nacional de Concer-to de Walgreens de 2003, Conrad interpretou o Concerto para Violino em mi menor de Mendelssohn com a Orquestra de Concerto de Artistas Jovens do Meio Oeste.

nomeado Aluno Presidencial para as Artes na Música de 2011, recebeu me-dalha do presidente Barack Obama, na Casa Branca.

Conrad estuda piano com Yoheved Kaplinsky na Juilliard Pre-College Division e composição com Christopher Theofanidis da Univer-sidade de Yale. estudou violino com Catherine Cho na Juilliard School. Graduou-se recentemente no ensino Médio e prepara-se para entrar na Universidade de Colúmbia /Juilliard, em nova York. ele reside em nova York com os pais e uma irmã.

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A música representa, nas palavras do compositor, uma “transição entre o sombrio e misterioso ambiente do Sábado da Paixão ao júbilo do Domingo da Ressurreição”.

em São Petersburgo, na segunda metade do século XiX, quatro jovens aspirantes a compositores se reu-niam na casa de Mily Balakirev para estudar música. eram eles Alexander Borodin, César Cui, Modest Mussorgsky e nikolai Rimsky- Korsakov. Conhe-cidos como o Grupo dos Cinco, seus membros dedicavam-se a produzir obras nacionalistas, baseadas na tradição folclórica russa, e rejeita-vam qualquer música produzida no Conservatório, por considerar o estu-do acadêmico nocivo à formação de jovens compositores. O Grupo dos Cinco se dissolveu nos anos 1870 e, na década seguinte, um novo grupo se formava em São Petersburgo, desta vez em torno do rico comerciante, mecenas e editor musical Mitrofan Belyayev. O Círculo Belyayev, como ficou conhecido, era formado pelos compositores Rimsky- Korsakov, Alexander Glazunov, Anatoly lyadov, nikolai Tcherepnin e Félix Blumenfeld; o musicólogo Alexander Ossovsky; o crítico vladimir Stasov; e tantos outros que eram aceitos no Círculo tão logo concluí-am seus estudos no Conservatório. Rimsky-Korsakov era o líder musical do Círculo. Assim como o Grupo dos Cinco, os membros do Círculo Belyayev pregavam uma música nacionalista, mas acreditavam que a grande música russa somente poderia ser criada através de uma

sólida formação musical dos compo-sitores. Belyayev, além de publicar e divulgar as obras dos autores russos com seus próprios recursos, sem se preocupar com o retorno financei-ro imediato, criou, em 1886, a série Concertos Sinfônicos Russos, para a qual Rimsky-Korsakov compôs suas obras mais conhecidas: o Capricho Espanhol (1887), Shéhérazade (1888) e A Grande Páscoa Russa (1888).

A Grande Páscoa Russa: abertura sobre temas da igreja russa para grande orquestra, composta entre agosto de 1887 e abril de 1888, foi dedicada à memória de Mussorgsky e Borodin. Sua estreia se deu no dia 3 de dezembro de 1888, sob a direção do compositor. Os temas dessa Aber-tura são, em grande parte, retirados do Obikhod, uma coleção popular de velhos cânticos da igreja ortodoxa, incluindo cânticos russos, gregos, búlgaros e ucranianos, adotados como cânticos litúrgicos oficiais pela Corte imperial dos Romanov. em apenas um movimento, a música representa, nas palavras do compo-sitor, uma “transição entre o sombrio e misterioso ambiente do Sábado da Paixão ao júbilo sem limites do Domingo da Ressurreição”.

A peça se divide em introdução, seção central e coda. A introdução (Lento mistico) inicia-se com o tema

A Grande Páscoa Russa

do Obikhod “Deus levantando-se” nas madeiras, seguido do tema “um anjo lamentando”, no violoncelo solo. Ambos os temas são trabalha-dos até que se atinja a seção central, dividida em três partes: na primeira, (Allegro agitato) os primeiros violi-nos e o primeiro oboé apresentam o tema “fugirão de diante Dele os que O odeiam” (Salmo 68), entrecortado com fragmentos do primeiro tema (“Deus levantando-se”). Ao atingir o primeiro clímax da peça somos levados a um momento tranquilo (Poco più sostenuto e tranquillo), quando então ouvimos o tema “Cristo ressuscitou” nos primeiros violinos. Após toques de sino e uma fanfarra nos trompetes, somos conduzidos à segunda parte dessa seção central: um recitativo lento e misterioso do segundo trombo-ne. Tem início, imediatamente, a terceira parte da seção central, que se constitui de uma reexposição da primeira parte, com ligeiras modifi-cações. O tema “Cristo ressuscitou” reaparece na coda, desta vez nos trombones e tuba, enquanto toda a orquestra imita o repique dos sinos. Um tutti nos conduz a um majesto-so desfecho.

Guilherme NascimentoCompositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do estado de Minas Gerais e Fundação de educação Artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.

RúSSiA, 1844 – 1908

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PARA OUVIRCD Rimsky-Korsakov: Shéhérazade, Russian easter overture, Capriccio espagnol – Philadelphia Orchestra – eugene Ormandy, regente – Sony Classical – 1991

PARA leRnikolai Rimsky-Korsakov – Ma vie musicale – Pierre lafitte – 1914Richard Taruskin – On Russian music – University of California Press – 2009Stuart Campbell (ed.) – Russians on Russian music: 1880-1917, an anthology –Cambridge University Press – 2003

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A linguagem de Rachmaninoff permanece ligada às formas tradicionais e às técnicas de composição herdadas do Romantismo. Mas ele foi, antes de tudo, um pianista.

em “conversas” com Robert Craft, depois transformadas em livro, o compositor igor Stravinsky dá um depoimento um tanto anedótico e no mínimo curioso sobre Rachmaninoff: “lembro-me das primeiras composições de Rachmaninoff. eram ‘aquarelas’, canções e peças para piano influen-ciadas por Tchaikovsky. Depois, aos 24 anos, voltou-se para a ‘pintura a óleo’, e tornou-se, na verdade, um compositor velho. não se pensa, porém, que eu vá desprezá-lo por isso. ele era, como já disse, um ho-mem apavorante e, além do mais, há muitos outros para serem despreza-dos antes dele. [...] e ele era o único pianista que jamais encontrei que não fazia caretas. isto já é muito”.

este depoimento, dado por um com-positor engajado com as mudanças revolucionárias por que passa a música no século XX, traduz bem a figura de Rachmaninoff no con-texto musical contemporâneo: aos artistas criadores e aos musicólogos, em sua grande maioria, sua obra não causa entusiasmo ou desprezo. Por outro lado, aos intérpretes e ao público em geral, ela habitualmen-te soa atraente e desafiadora... Por vezes, mesmo comovente. É certo que a linguagem de Rachmaninoff parece ignorar os caminhos abertos por Debussy desde o final do século

XiX e permanece ligada às formas tradicionais e às técnicas de compo-sição herdadas do Romantismo. no entanto, ele foi, antes de tudo, um pianista. A parcela mais importante de sua obra, dedicada ao piano, o atesta. essa ligação visceral com o seu instrumento o faz adotar uma estética “ultrarromântica”, que leva a graus exponenciais o tratamento pianístico, transcendendo (e às vezes superando, à sua maneira), inclusive, as grandes investidas de liszt. À par-te as pequenas obras para piano (a exemplo dos Prelúdios e dos Études--Tableaux), nota-se esse “pianismo ultrarromântico” sobretudo em seus concertos para piano (em especial no Segundo e Terceiro Concertos) e na celebrada Rapsódia Sobre um Tema de Paganini, op. 43.

Composta em 1934, esta obra foi es-treada no mesmo ano em Baltimore (eUA), pela Orquestra da Filadélfia, sob a regência de leopold Stokowski, tendo como solista o próprio compo-sitor. Trata-se de uma obra concer-tante, para piano e orquestra, cons-tituída de vinte e quatro variações sobre o tema do vigésimo quarto Capricho de Paganini (composto para violino solo). A figura mítica de Paganini, que ajudou a moldar a mentalidade romântica, transparece em suas obras, de grande dificulda-de, cujo exemplo mais célebre são

Rapsódia sobre um tema de Paganini para piano e orquestra, op. 43

justamente os vinte e quatro Caprichos. De alguns deles, Schumann e liszt fizeram transcrições para piano, e Brahms elaborou, com o tema principal do último, duas séries de variações para piano. É nessa mesma tradição romântica que Rachmaninoff compõe sua Rapsódia, op. 43.

na obra, notam-se três seções dis-tintas: a primeira, fundamentada no tema original; a segunda, que começa a partir da sétima variação, é marcada pela exposição de um tema extraído de cantochão, que evoca um trecho do Dies Irae, da missa para os defuntos; a terceira, que começa com a décima terceira variação, se fundamenta na inversão do tema original. A obra termina, depois de um crescendo contínuo, com o retorno do tema original e do Dies Irae, antes expostos. Sem querer reabrir a polêmica sobre a importân-cia estética ou histórica de Rachmaninoff, é fato que a sua Rapsódia, op. 43 constitui amostra-gem clara de seu pianismo e de sua linguagem, merecendo, por isso mesmo, a atenção e entusiasmo, se não de todos, pelo menos de seus intérpretes e de seu público.

Moacyr Laterza FilhoPianista e cravista, Doutor em literaturas de língua Portuguesa pela PUC Minas, professor na Universidade do estado de Minas Gerais e na Fundação de educação Artística.

PARA OUVIRCD Sergei Rachmaninoff: Rapsódia sobre um Tema de Paganini – Cleveland Orchestra – George Szell, regente – leon Fleisher, piano – Phillips – 1998

PARA leRigor Stravinsky e Robert Craft – Conversas com igor Stravinsky – Tradução Stella Rodrigo Octavio Moutinho – Perspectiva – 1984

RúSSiA, 1873 – eSTADOS UniDOS, 1943

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Ela difere das outras sinfonias do compositor, substituindo-lhes o caráter confessional pelas alegres impressões de um músico que passeia por pequenas aldeias e participa de festas populares.

Para Tchaikovsky a sinfonia era, antes de tudo, uma obra confes-sional, à qual confiava todo o seu mundo interior. nesse sentido, o universo de suas sinfonias apre-senta enorme riqueza e variedade de sentimentos. Por outro lado, o compositor sempre encontrou difi-culdade em se moldar à tradicional e característica forma-sonata, que ele, entretanto, insistiu em cultivar por considerá-la um poderoso fator de unidade e coerência musicais. em suas sinfonias, Tchaikovsky brilha, principalmente pela intuição do poder expressivo da instrumen-tação e pela ciência magistral do equilíbrio sonoro de sua orquestra. Suas peculiaridades nesse domínio manifestam-se em detalhes, como o emprego do registro grave das madeiras (responsável pelo obses-sivo clima sombrio que ressoa até em suas peças de inspiração mais alegre); ou a especial predileção pela trompa solista.

Durante o verão de 1872, na residên-cia de sua irmã Alexandra, em Ka-menka (Ucrânia, ou Pequena Rússia), Tchaikovsky começou a composição de sua segunda sinfonia. inspirou-se em melodias da região, o que explica o subtítulo da obra. ela difere consi-deravelmente das outras sinfonias do compositor, substituindo-lhes o caráter confessional característico —

o chamado “ciclo do fatum” — pelas alegres impressões de um músico que passeia por pequenas aldeias e participa de festas e danças popu-lares. A estreia em Moscou, sob a direção de nikolai Rubinstein, cons-tituiu um triunfo memorável. Por seus elementos folclóricos, a sinfonia recebeu o apoio imediato dos com-positores ligados ao famoso Grupo dos Cinco, de tendência nacionalista.

na lenta introdução ao primeiro movimento, Andante sostenuto – Allegro vivo, a bucólica trompa cita uma variante da conhecida melodia ucraniana Descendo o Volga, antes que a música culmine no brilho efe-tivo do Allegro. O desenvolvimento inclui elementos da introdução em combinações contrapontísticas de grande habilidade técnica.

O segundo movimento, Andantino marziale, quasi moderato, introduz, sobre os pizzicati das cordas, uma marcha, de orquestração bem dosa-da, típica dos pequenos conjuntos instrumentais da Pequena Rússia. na parte central, uma melodia relembra a lenta introdução da Sin-fonia, antes que a banda reapareça, agora transfigurada por coloridas variações orquestrais. O movimento termina com o cortejo marcial se afastando progressivamente.

Sinfonia nº 2 em dó menor, op. 17, “Pequena Russa”

O terceiro movimento, Scherzo – Allegro molto vivace, possui a con-vencional forma “A-B-A”. Trata-se de uma página de enorme brilho. A pri-meira parte “A” trabalha fragmentos de temas populares, sobrepondo-os uns aos outros, sugerindo uma dan-ça de aldeia ao som de balalaicas. O trio “B”, simples e rústico, contrasta perfeitamente com o clima dessa festa.

O Finale – Moderato assai baseia-se na canção campestre O grou (curio-samente, o mesmo tema, variado ritmicamente, foi usado por Beethoven no scherzo de sua nona sinfonia. Provavelmente, o compositor alemão o conheceu pelas mãos do conde Razoumovski). Tchaikovsky repete o tema oito vezes, em uma série de variações puramente instrumentais, com exuberante virtuosismo orques-tral. Outro tema, de beleza melódica cativante, coloca-se em oposição ao anterior, até que os dois, combina-dos, conduzam a uma agitada dança aldeã, de alegria comunicativa e brilhante conclusão.

Paulo Sérgio Malheiros dos SantosPianista, Doutor em letras pela PUC Minas, professor na Universidade do estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.

PARA OUVIRCD Tchaikovsky – Sinfonia nº 2 op. 17, A tempestade op. 18 – Chicago Symphony Orchestra – Claudio Abbado, regente – Sony Classical – 1992

RúSSiA, 1840 – 1893

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Como regente titular, o maestro promoveu a reestruturação da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem entre os anos 2008 e 2010, obtendo grande reconhecimento da crítica especializada e do público na cidade do Rio de Janeiro.

Marcos Arakaki já esteve à frente de importantes orquestras no Brasil e no exterior, dentre elas as sinfônicas dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do norte e Paraíba, a Petrobras Sinfônica, as sinfônicas de Campinas, Recife, da USP e da Unicamp, a Orquestra de Câmara da Osesp e a experimental de Repertório.

Conduziu ainda as filarmônicas de Boshulav Martinu na República Tcheca, Kharkov na Ucrânia, de Buenos Aires, da Universidade nacio-nal do México e também a orquestra da Academia Americana de Regên-cia, em Aspen.

em 2001, Marcos Arakaki venceu o i Concurso nacional eleazar de Carvalho para Jovens Regentes, promovido pela Orquestra Petrobras Sinfônica e, oito anos depois, o i Prêmio Camargo Guarnieri promo-vido pelo Festival internacional de Campos do Jordão.

entre 2000 e 2002, Marcos Arakaki foi o principal regente convidado da Camerata Fukuda e regente assis-tente da Orquestra Sinfônica de Santo André. em 2005, foi o principal regente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. entre 2007 e 2010, trabalhou como regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e

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regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira.

Como regente titular, o maestro promoveu a reestruturação da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem entre os anos 2008 e 2010, obtendo grande reconhecimento da crítica especializada e do público na cidade do Rio de Janeiro.

Formado pela Unesp em 1998, concluiu mestrado em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts em 2004, com apoio da Fundação vitae. À frente da Orquestra Sinfônica Brasileira, gravou em 2010 a trilha sonora para o filme Nosso Lar, composta por Philip Glass.

Marcos Arakaki atua como regente assistente da Filarmônica de Minas Gerais desde o começo da Tempora-da 2011, tendo conduzido a Orques-tra em concertos nas cidades de Betim, Brumadinho, Tiradentes, Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Juiz de Fora, Governador valadares, ipatinga, Teófilo Otoni, Montes Claros, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e varginha, além das séries vivace, Concertos Didáticos, Concer-tos para a Juventude e Clássicos no Parque.

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Del Claro é um dos instrumentistas mais completos do Brasil, um virtuoso e um músico que se destaca tanto no terreno da música de câmara como em concerto com orquestra.W. Roldán, El Pais, URUGUai

Sobre Antonio lauro Del Claro o consagrado violoncelista Pierre Fournier dizia ser ele um dos ins-trumentistas mais brilhantes de sua geração e um dos mais sinceros intérpretes da literatura musical do violoncelo. natural de São Paulo, Del Claro começou a estudar música aos sete anos com o pai, violoncelis-ta, e, mais tarde, com Jean Jacques Pagnot. na itália foi aluno de Radu Aldulescu (violoncelo) e de enrico Mainardi (música de câmara). Classificou-se em 1º lugar no Concurso de verão Musical de Taormina.

Com bolsa concedida pelo Governo do estado de São Paulo, estudou em Paris com Roberto Salles, aperfeiço-ando-se em Genebra como discípulo de Pierre Fournier. Foi o mais jovem integrante da Orquestra de Câma-ra Pró-Música de São Paulo e da Orquestra Filarmônica de São Paulo, além de primeiro violoncelista da Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo e da Orquestra da USP.

Com os grupos Trio de Genebra, Artistrio e Trio Americas realizou gravações e turnês pela França, Suíça, itália, Alemanha, eUA e Brasil. Atua como solista com as maiores orquestras brasileiras e também na França, Suíça, itália, América lati-na e eUA. Foi solista convidado da Orquestra de Câmara de Moscou, quando em turnê pelo Brasil.

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Antonio Del Claro foi professor da Unicamp e professor convidado da Fundação Carlos Gomes de Belém. Realiza seminários e masterclasses no Brasil e eUA e participa dos mais importantes festivais de música.

Del Claro foi premiado pela Asso-ciação Paulista de Críticos de Artes três vezes – Melhor Solista Jovem de 1967 e 1972, Melhor Solista de 1992 – e recebeu o Prêmio Carlos Gomes de 1999 como Melhor Solista instru-mentista.

Grande divulgador da música bra-sileira, gravou discos de Camargo Guarnieri, Henrique Oswald, villa-lobos, Radamés Gnattali e Guerra- Peixe. Apresentou em primeira audição mundial obras para violon-celo que lhe foram dedicadas por Camargo Guarnieri, Osvaldo lacer-da, Claudio Santoro, Almeida Prado e Sérgio vasconcelos Corrêa. Suas gravações mais recentes são o CD Tributo a Guerra-Peixe, com José Sta-neck (gaita) e Flavio Augusto (piano), e o DvD Contraponto 2, com obras de Aloísio Didier, com a pianista Maria Tereza Madeira.

Durante este ano, além das ativi-dades como solista, será regente convidado das orquestras Sinfônica de Americana, Camerata Fukuda e Orquestra Jovem do FMl.

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A Grande Depressão aproximou Copland das ideias socialistas. Em 1932, visitou pela primeira vez o México, encontrando inspiração nas pessoas e no governo revolucionário.

Copland atravessou o século XX e viveu constantes mudanças políticas e estilísticas que o influenciaram profundamente. Criou um estilo norte-americano próprio, sintetizan-do influências das músicas judaicas, negro-americanas, anglo- americanas e latino-americanas. Criticava tanto a intelectualidade excessiva quanto a afetação român-tica na música. identificava-se com a imagem, atribuída a Schubert, de Beethoven como um compositor que alcançou “soberba frieza sob o fogo da fantasia criativa”.

Foi profundamente influenciado por nadia Boulanger, com quem estudou em Paris entre 1921 e 1924. Admirava-lhe a ampla compreen-são da literatura musical, o senso de clareza, elegância e continuida-de formal: “la grande ligne”. Pôde discutir filosofia, literatura e estética em seus “chás das quartas-feiras”, tomando contato com músicos e escritores, como André Gide, que lhe causou forte impressão.

O intenso intercâmbio com compo-sitores de diferentes países, e com o que se fazia de mais avançado em termos musicais na europa, fertili-zou o trabalho que viria a desenvol-ver mais tarde nos eUA. Referência para seus colegas americanos,

Copland abriu mão de uma posição segura de professor universitário acreditando na possibilidade de viver de suas composições. Tornou-se integrante ativo da liga de Com-positores de nova York, escrevendo intensamente para o Modern Music e para outras revistas especializadas. Fomentou espaços diversos para a difusão da música de seu tempo e fez da abrangência e da diversidade não apenas determinantes estéticas, mas imperativos éticos. Organi-zou festivais e séries de concertos (Copland-Sessions Concerts, Yaddo Festival), foi supervisor de publi-cação de música contemporânea americana (Cos Cob Press), tornou-se líder da American Composer Alliance e cofundador do American Music Center.

De especial importância em sua vida foram os anos 1930, quando viajou e viveu com o fotógrafo victor Kraft, de quem não se separaria até meados dos anos 1940. A Grande Depressão aproximou-o das ideias socialis-tas. e quando em 1932 visitou pela primeira vez o México, encontrou inspiração nas pessoas e no governo revolucionário. Seu estilo americano próprio combinava com sua incli-nação para os estilos nacionais em geral. Declarava que o ouvinte tinha “profunda necessidade psicológica” de encontrar “a nota” que faz a mú-

El Salón Méxicosica “caracteristicamente sua”. Balés, trabalhos patrióticos e obras ligeiras como El salón México trouxeram-lhe a aclamação da crítica e do público na passagem da década. Trabalhou na composição sinfônica de El salón México, “cartão-postal sonoro”, menos essência nacional do que “impressões turísticas”, de 1932 a 1936. Ao invés de canções que ouviu, utilizou ideias extraídas das partitu-ras de El palo verde, La jesusita, El mosco e El malacate. O refrão de El palo verde aparece três vezes na passagem de uma ideia a outra neste conjunto de temas mexicanos. O pensamento composicional desta fantasia para orquestra revela-se na frase de Copland: “eu não componho, eu reúno materiais”. leonard Bernstein arranjou a obra para piano solo, para piano a quatro mãos e para dois pianos. Carlos Chávez estreou-a com a Orquestra Sinfónica de México em 1937. A obra, de sugestões por vezes dançantes, leva o nome da tradicional casa mexica-na, El salón México: uma típica e popular casa de dança na Cidade do México.

Igor ReyerPianista, Mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais.

PARA OUVIRCD Aaron Copland – el Salón México – new York Philharmonic Orchestra – leonard Bernstein, regente – Deutsche Grammophon – Gravação de 1969

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“A revolução espiritual que o mundo atual-mente atravessa não deixará de influenciar a produção contemporânea.” Claudio Santoro, década de 1940.

O talento musical de Claudio Santoro foi descoberto através do violino que ganhara do tio aos dez anos. em três anos obteve tão impressionante progresso que, com bolsa de estudos do governo amazonense, foi enviado para se aperfeiçoar no Conservató-rio de Música Rio de Janeiro. lá, aos 18 anos, foi designado professor ao concluir o curso. em 1940, dedicou- se à composição e aproximou-se de seu primeiro mestre, Hans-Joachim Koellreutter, com o qual estudou até meados de 1941. não foi Koellreutter o iniciador da inquietude estética de Santoro, mas, certamente, o mestre ajudou-o a fortalecer sua crença no método dodecafônico e no mote “não há arte sem ideologia”. na década de 1950, Santoro iniciou uma nova fase composicional como fruto dos estudos com nadia Boulan-ger em Paris. Suas ideias musicais subitamente tornaram-se líricas, subjetivas e leves, no sentido da assimilação popular. Tal transforma-ção foi também a resposta musical de um ativista comunista à censura dos governos Dutra e vargas. Para ele, os termos popular e nacionalista transcendiam o Brasil e iam direto à Rússia. Dedicou-se a compor sob os preceitos do Realismo Soviético e a transpô-los para seu país: “a forma e o conteúdo da música devem ex-pressar o entusiasmo do nosso povo,

suas lutas, suas esperanças”. em 1952 conquistou em viena o Prêmio in-ternacional da Paz pela obra orques-tral Canto de Amor e Paz. em 1953, compôs a Sinfonia da Paz, da qual foi retirada a palavra “paz” pelos órgãos de censura, que permitiam somente o título Sinfonia nº 4. na década de 1960, Santoro retornou ao dodecafo-nismo e ousou ao criar experimen-tos eletroacústico visuais. Faleceu em Brasília em 1989, em pleno palco, regendo um ensaio da Orquestra do Teatro nacional de Brasília, da qual foi fundador e maestro titular. em sua homenagem, a partir daquele ano a casa passou a se chamar Tea-tro nacional Claudio Santoro.

escreveu 28 obras para orquestra e instrumento solista, e provavelmen-te teve a intenção de compor mais de um concerto para violoncelo. Seu único Concerto para Violoncelo e Orquestra foi composto em Berlim, Alemanha, em outubro de 1961, após um período de intensa atividade na europa, como regente. As relações de Santoro com a Alemanha foram tão profícuas que ele posteriormente residiu por quase uma década naquele país. não é possível fazer referências ao Concerto para Violoncelo sem citar a figura do violoncelista brasileiro Aldo Parisot, que estreou a obra em 1965, regendo a Orquestra Sinfônica de Buffalo no

Concerto para Violoncelo e Orquestra

3º Festival internacional de Música de Washington, nos estados Unidos. Reverenciado instrumentista e professor, Parisot vive hoje seu nonagésimo ano, quase como uma lenda, e faz parte do corpo docente da prestigiosa Yale School of Music. entre os compositores que conheceu e lhe dedicaram obras estão tam-bém Camargo Guarnieri, José Siqueira e villa-lobos. Parisot e Santoro, além de músicos, dedica-ram-se à pintura, e vale a pena lembrar que seus nomes encabeça-ram a lista dos Manifestos do Grupo Música viva, movidos por Koellreutter na década de 1940: “A revolução espiritual que o mundo atualmente atravessa não deixará de influenciar a produção contemporânea. essa transformação radical que se faz notar também nos meios sonoros é a causa da incompreensão momen-tânea frente à música nova. As ideias, porém, são mais fortes do que preconceitos!”. De fato, tal declaração, escrita há quase setenta anos, continua audaciosamente viva.

Marcelo CorrêaPianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor na Universidade do estado de Minas Gerais.

PARA OUVIRCD Claudio Santoro: Um Concerto, três Sonatas, uma Sonatina, um Canto, um vocalise e uma Música para Orquestra de Cordas – Orquestra Sinfônica nacional da Rádio MeC – Claudio Santoro, regente – Soarmec – 1998

PARA leRvasco Mariz – História da Música no Brasil – nova Fronteira – 2000

BRASil, 1919 – 1989

CLAudiO

SANtORO

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A Primeira Sinfonia é uma obra absolutamente pessoal e profundamente unitária na sólida arquitetura de seus quatro movimentos.

Quando apresentou ao público sua primeira sinfonia, Brahms tinha já 43 anos – fato surpreen-dente para um compositor que sempre se dedicara exclusiva-mente à música. Ainda criança, abandonou os estudos escolares para trabalhar com o pai, músi-co humilde que tocava trompa e contrabaixo em tabernas, concer-tos ao ar livre e pequenos saraus, muitas vezes em ambientes absolutamente impróprios para a sua idade. Orgulhoso do talento do filho, Jakob Brahms convenceu o notável professor de piano Otto Cossel a aceitá-lo como aluno, sem qualquer remuneração. Como não pudesse dispor de um instru-mento em casa, conseguiu que o fabricante Baumgartner o autori-zasse a praticar nos pianos de seu estabelecimento. Assim, a partir dos sete anos, Brahms já se dedi-cava ao aprendizado musical com seriedade e constância. Aos dez anos, seu primeiro concerto pú-blico atraiu a atenção de eduard Marxsen, homem de grande pres-tígio artístico, excelente professor de piano e teoria. Marxsen incen-tivou o novo aluno com o estudo metódico dos antigos mestres do contraponto (lassus, Palestrina, Bach) e a prática dos modelos formais do classicismo vienense (Haydn, Mozart, Beethoven).

Por volta de seus vinte anos, Brahms passou a realizar turnês com mú-sicos de renome, entre outros os violinistas Reményi e Joachim, que o levaram até liszt e Schumann. O generoso liszt o recebeu com cor-dialidade, mas Brahms mostrou-se intimidado pelo sofisticado cerimo-nial em torno do poderoso artista na corte de Weimar e, simplesmente, desconsiderou seu convite para integrar a “nova escola alemã”. Ao contrário, uma amizade inquebran-tável se estabeleceu por toda vida entre Brahms e o casal Clara e Robert Schumann. este o recomendou a seus editores e dedicou-lhe um apai-xonado artigo na influente revista que dirigia. na sequência, outros im-portantes músicos contemporâneos, como o crítico Hanslick, preocupados com a tradição musical alemã, elege-ram Brahms como a figura emble-mática do movimento de reação à “música do futuro”, preconizada pelos poemas sinfônicos de liszt e pelo drama musical wagneriano.

Quando, em 1862, Brahms – um ho-mem solitário, com fama de áspero e insociável – fixou-se definitivamente em viena, o público já o respeita-va como o herdeiro de Beethoven e é provável que o receio de uma comparação direta com o legado do grande clássico determinasse a de-mora da estreia de sua primeira sin-

Sinfonia nº 1 em dó menor, op. 68

fonia. Antes de terminá-la, Brahms acumulara obras de peso, como o Concerto em ré menor para piano op.15, as Variações sobre um tema de Haydn op.56 e as duas Serenatas op.11 e op.16. A partitura da Sinfonia passou por um longo processo de elaboração que se arrastou por mais de vinte anos: foi iniciada em 1854, logo após o encontro de Brahms com Schumann, só sendo retomada e concluída em 1876. e a ansiedade do compositor manteve-se até o final, concretizada nas alterações que fez, de última hora, nos dois movimen-tos centrais. A espera mostrou-se frutífera – a primeira sinfonia de Brahms (como as três seguintes) marca um ponto culminante desse gênero no Romantismo.

logo após a estreia da Primeira, o maestro von Bülow a denominou a Décima, aludindo à continuidade que ela representava em relação às nove sinfonias de Beethoven. entretanto, Brahms retorquiu com rude desprezo quando um crítico vienense observou que o tema final de sua sinfonia se parecia com o do Coral da nona: – É verdade; e os estú-pidos o percebem mais rapidamente – respondeu. De qualquer modo, a Primeira é uma obra absolutamente pessoal e profundamente unitária na sólida arquitetura de seus quatro movimentos. evitando a monotonia

PARA OUVIRCD Brahms – Symphonies nos 1-4 – CD1 – Berliner Philharmoniker – Herbert von Karajan, regente – Deutsche Grammophon – 2011

AleMAnHA, 1833 – ÁUSTRiA, 1897

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com absoluta coerência de ideias, Brahms constrói a unidade da obra dosando com inteligência a varie-dade de recursos e os elementos de contraste, como o uso de tonalidades e compassos diferentes para cada andamento. Quanto à forma cíclica, ela nunca é ostensiva, extraindo de apenas uma célula básica os temas dos diversos movimentos. Seguindo tal princípio, a complexa introdu-ção e o primeiro movimento (Un poco sostenuto – Allegro) já contêm os elementos fundamentais para o desenvolvimento de toda a sin-fonia. Os dois andamentos extre-mos adotam a forma sonata (com introdução e coda) e se apresentam complementares – as tensões e o clima de inquietação criados no primeiro movimento só se resolvem no brilhantismo do último (Adagio – Più andante – Allegro non trop-po, ma con brio). Brahms reduz as proporções dos dois movimentos intermediários, conformando-os a uma envergadura menor que a das grandes construções beethovenia-nas e dando-lhes um caráter mais intimista. O meditativo segundo movimento (Andante sostenuto) traz a estrutura de Lied (A-B-A). na seção central aparece uma bucólica melodia, confiada sucessivamente ao oboé e ao clarinete. O terceiro movimento (Um poco allegretto e grazioso) tem a forma de um scherzo com trio, mas renuncia ao caráter de scherzo humorístico e agitado, tão importante em Beethoven. O encan-tador tema principal soa como uma melodia entoada por um despreocu-pado caminhante que passeia pelo campo.

Brahms limitou-se à orquestra usa-da por Beethoven na nona sinfonia e conseguiu cores e planos sono-ros absolutamente originais que

contribuem para realçar os aspectos inovadores dessa monumental obra – suas sutilezas rítmicas, mudanças de acentuação, ruptura da regu-laridade dos compassos e a genial habilidade em variar os temas com fragmentações e inversões.

Paulo Sérgio Malheiros dos SantosPianista, Doutor em letras pela PUC Minas, professor na Universidade do estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.

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ConCertos para a JuventudeRealizados em manhãs de domingo, são concertos dedicados aos jovens e às famílias, buscando ampliar e formar pú-blico para a música clássica. As apresen-tações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.local: Teatro Sesc Palladium Horário: 11 horas da manhã Datas:27 de maio 12 de agosto30 de setembro 21 de outubro11 de novembro

ClássiCos no parqueRealizados em parques e praças da RMBH, proporcionam momentos de des-contração e entretenimento, buscando democratizar o acesso da população em geral à música clássica. em 2012 serão realizados os seguintes concertos:

6 de maio Praça do Papa, Mangabeiras, 19 horas

20 de maio Praça Floriano Peixoto, Santa efigênia, 11 horas

19 de agosto Praça Duque de Caxias, Santa Tereza, 11 horas

2 de setembro Praça da liberdade, Funcionários, 11 horas

16 de setembro inhotim, Brumadinho, 15h30

ConCertos didátiCosDe caráter educativo, não são concer-tos abertos ao público, mas destinados

exclusivamente a grupos de crianças e jovens da rede escolar pública e particu-lar e instituições sociais. Serão realizados três grandes concertos no auditório do Sesc Palladium.

FestivaisO Festival Tinta Fresca procura identificar e promover novos compositores brasi-leiros. O concerto de encerramento será realizado no Sesc Palladium no dia 20 de setembro. O laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional. Concerto no Sesc Palladium, dia 8 de dezembro.

turnês estaduaisAs turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes cidades e regiões de Minas Gerais, possibilitando que o público do interior do estado tenha o contato direto com música sinfônica de excelência. nove municípios serão contemplados em 2012.

turnês naCionais e internaCionaisCom essas turnês, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais busca colo-car o estado de Minas dentro do circuito nacional e internacional da música clás-sica. em 2012, a Orquestra se apresentará no Festival de Campos do Jordão e fará sua primeira turnê internacional para o Cone Sul, com concertos na Argentina (Buenos Aires, Rosário e Córdoba), no Chi-le (Santiago) e no Uruguai (Montevideo).

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ACOMPANhe A FiLArMÔNiCA eM OutrAs

SÉRIeS De cONceRtOS

A Globo Minas se orgulha de incentivar a popularização da música clássica, por meio da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

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*chefe de naipe **assistente de chefe de naipe ***chefe/assistente substituto ****músico convidado

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

ABriL 2012

diretor artístiCo e reGente titular

Fabio MechettireGente assistente

Marcos Arakakiprimeiros violinos

Anthony Flint spallaRommel Fernandes assistente de spallaAna ZivkovicArthur vieira TertoBojana Pantoviceliseu Martins de BarrosJovana Trifunovic Marcio CecconelloMartha de Moura PacíficoMateus FreireRodolfo Marques ToffoloRodrigo de OliveiraTiago el lwangerelias Martins de Barros ****seGundos violinos

Frank Haemmer *eri lou Miyake nogueiraGláucia de Andrade BorgesJosé Augusto de Almeidaleonardo Ottoniluka MilanovicMarija Mihajlovic Radmila BocevRodrigo Bustamante valentina Gosti lovitchSimone Martins ****Anderson Farinell i ****Tiago Paganini ****violas

João Carlos Ferreira *Cleusa de Sana nébiasGerry varonaGilberto Paganini Glaúcia Martins de BarrosMarcelo nébiasnathan MedinaKatarzyna Druzd Will iam Martins Daniel Prazeres ****violonCelos

elise Pittenger ***Ana Zorro Camila PacíficoCamilla Ribeirolina Radovanovic Matthew Ryan-KelzenbergPedro BielschowskyRobson Fonseca Contrabaixos

Colin Chatfield *nilson Bellotto **Brian FountainHector Manuel espinosaMarcelo Cunhavaldir ClaudinoFlautas

Cássia lima*Renata Xavier **Alexandre BragaMechthild Bier ****oboés

Alexandre Barros *Ravi Shankar **israel Si las MunizMoisés PenaClarinetes

Dominic Desautels *Marcus Julius lander **ney Campos FrancoAlexandre Si lva FaGotes

Catherine Carignan * Ariana PedrosaAndrew HuntrissRomeu Rabelo Fábio Cury ****saxoFones

Robson Saquett soprano ****César Baracho alto ****trompas

evgueni Gerassimov *Gustavo Garcia Trindade **José Francisco dos Santoslucas Fi lho Fabio OgataDouglas Costa ****Tiago Martins ****trompetes

Marlon Humphreys *erico Oliveira Fonseca **Daniel lealtrombones

Mark John Mulley *Wagner Mayer **Renato lisboatuba

eleilton Cruz *tímpanos

Patricio Hernández *perCussão

Rafael Costa Alberto *Daniel lemos **Werner Si lveiraSérgio AluottoHarpas

Marcelo Penido ****Jennifer Campbell ****teClados

Ayumi Shigeta *Gerente

Jussan Fernandesinspetora

Karolina limaassistente administrativo

Débora vieiraarquivista

Sergio Almeidaassistentes

Klênio CarvalhoMaíra Cimbleris

Yan vasconcellossupervisor de montaGem

Rodrigo Castromontadores

Carlos natanaelFelix de SennaMatheus luiz Ferreira

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

diretoria exeCutiva

Diretor Presidente Diomar Si lveira Diretor Administrativo-financeiroTiago Cacique Moraes Diretora de ComunicaçãoJacqueline Guimarães FerreiraDiretor de Marketing e RelacionamentoThiago nagib Hinkelmann Diretor de Produção MusicalMarcos Souza equipe téCniCa

Gerente de Comunicação Merrina Godinho DelgadoGerente de Produção MusicalClaudia Guimarães ProdutoraCarolina Debrot Produtorluis Otávio Amorim Produtornarren Felipe Analista de Comunicação Andréa MendesAnalista de Comunicação Marcela DantésAnalista de Marketing de RelacionamentoMônica MoreiraAnalista de Marketing e ProjetosMariana TheodoricaAssistente de Comunicação Mariana Garcia Auxiliar de Produçãolucas Paivaequipe administrativa

Analista Administrativo el iana Salazar Analista de Recursos HumanosQuézia Macedo SilvaAnalista FinanceiroThais BoaventuraSecretária executiva Flaviana Mendes Auxiliares AdministrativosCristiane Reis, João Paulo de Oliveira e vivian FigueiredoRecepcionistalizonete Prates SiqueiraAuxiliar de Serviços GeraisAilda ConceiçãoMensageiroJeferson Silva Menor AprendizPietro Tayrone Consultora de proGrama

Berenice Menegale

ABRIL

série alleGro

12 de abrilquinta-feira, 20h30Palácio das ArtesFabio Mechetti ReGenTeConrad Tao PiAnO

KORSAKOv / RACHMAninOFF TCHAiKOvSKY

série vivaCe

24 de abrilterça-feira, 20h30Palácio das ArtesMarcos Arakaki ReGenTeAntonio lauro Del Claro viOlOnCelO

COPlAnD / SAnTORO BRAHMS

MAIO

série alleGro

3 de maio quinta-feira, 20h30Palácio das Artes Fabio Mechetti ReGenTeYolanda Kondonassis HARPA

DeBUSSY / GinASTeRA BARTÓK / DUKAS

ClássiCos no parque

6 de maio domingo, 11 h Praça do PapaMarcos Arakaki ReGenTe

veRDi / villA-lOBOS DUKAS / PiAZZOllA J. WilliAMS / TCHAiKOvSKY série vivaCe15 de maioterça-feira, 20h30 Palácio das ArtesKazuyoshi Akiyama ReGenTe COnviDADOBarry Douglas PiAnO

TOYAMA / BeeTHOven SiBeliUS

ClássiCos no parque

20 de maio11h, Praça Floriano Peixoto Marcos Arakaki ReGenTe

veRDi / villA-lOBOS / DUKAS / PiAZZOllA J. WilliAMS / TCHAiKOvSKY

série alleGro

24 de maioquinta-feira, 20h30Palácio das ArtesCarl St. Clair ReGenTe COnviDADOnicola Benedetti viOlinOleonardo elschenbroisch viOlOnCelO

TiCHeli / BRAHMS PROKOFieFF

ConCertos para a Juventude

27 de maio 11h, Sesc PalladiumMarcos Arakaki ReGenTeRafael Costa Alberto PeRCUSSãO

TOYAMA / ROSAURO AnDeRSOn / KORSAKOv

ConCertos didátiCos28 de maio 10 h, Sesc PalladiumMarcos Arakaki ReGenTeDiomar Silveira nARRADOR

BRiTTen / TCHAiKOvSKY GOUnOD / COPlAnD BeRnSTein

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PróxiMOs

cONceRtOS

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aparelHos Celulares

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

tosse

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. aplausos

Aplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. veja no programa o número de movimentos e fique de olho na atitude e gestos do regente.pontualidade

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.Crianças

Caso esteja acompanhado por crianças, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

Fotos e Gravações em áudio e vídeo

não são permitidos na sala de concertos.

Comidas e bebidas

Seu consumo não é permitido no interior da sala de concerto.

CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOS O programa mensal impresso é elaborado com a participação de diversos especialistas e objetiva oferecer uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e intérpretes. Desfrute da leitura e estudo.Solicitamos a todos que evitem o desperdício, pegando apenas um programa por mês.Se você vier a mais de um concerto no mês, traga o seu programa ou, se o esqueceu em casa, use o programa entregue pelas recepcionistas e devolva-o, depositando-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande Teatro.O programa se encontra também disponível em nosso site: www.filarmonica.art.br.

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Page 28: Temporada 2012 | Abril

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