tempo de colher!

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1 www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 278 | 15 de Setembro de 2016 | Preço 4,00 Euros Guarda realiza II Feira Farta www.gazetarural.com Paradigma da baga do sabugueiro mudou Wine in Azores espera 20 mil visitantes Tempo de colher!

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1www.gazetarural.com

Director : José Luís Araújo | N.º 278 | 15 de Setembro de 2016 | Preço 4,00 Euros

Guarda realiza II Feira Farta

www.gazetarural .com

Paradigma da bagado sabugueiro mudou

Wine in Azores espera20 mil visitantes

Tempo de colher!

3www.gazetarural.com2 www.gazetarural.com

Sumário

04 Castro Daire prepara Festa das Colheitas 2016

05 Guarda realiza II Feira Farta para incentivar produção no

mundo rural

06 INIAV recebe V Colóquio Nacional da Produção de

Pequenos Frutos

08 APH organiza I Colóquio Nacional de Horticultura Social

e Terapêutica

09 Unidade de Tarouca mudou paradigma da baga do

sabugueiro

10 Junça de Beselga cada vez mais viva e com selo de

certificação à vista

12 Chá branco dos Açores desperta interesse de

apreciadores de todo o mundo

13 Festa das Vindimas de Viseu com 27 eventos e 100 horas

de programação

15 Lusovini vai mostra relação entre vinhos nacionais e

cozinha do mundo

16 Pedro Soares reeleito como presidente da Comissão

Vitivinícola da Bairrada

Areal - Apartado 2 - 3520-061 NelasTel.: 232 944 243 | Fax: 232 954 719

E-mail: [email protected]

17 Wine in Azores aguarda mais de 20.000 visitantes

18 Feira do Vinho do Dão 2016 superou recorde de visitantes

20 Valpaços Jornadas Ibéricas sobre Lagares Rupestres

24 ADP Fertilizantes lança APP destinada ao sector agrícola

25 Plataformas robóticas desenvolvidas no INESC TEC

apresentadas na Agroglobal

26 Agroglobal recebeu 35 mil visitantes em três dias de

inovação e negócios

29 Feira de São Mateus de Viseu atingiu número recorde de um

milhão de visitantes

30 AMCB participou numa das maiores feiras de Agropecuária

da Península Ibérica

31 Belmonte quer afirmar-se como capital do produtos ‘kosher’

33 Sertã aposta na investigação e certificação do património

florestal

34 Governo vai intensificar fiscalização aos condutores de

veículos agrícolas

35 Tejo Gourmet 2016 regressa em Novembro

36 Escola de Hotelaria de Colares garante elevada

empregabilidade

38 Crédito Agrícola lança terceira edição do Concurso de

Vinhos

5www.gazetarural.com4 www.gazetarural.com

A Câmara da Guarda promove a se-gunda edição da Feira Farta, nos dias 24 e 25 de Setembro, com o objectivo de valorizar o mundo rural e de divulgar os produtos locais, anunciou o seu presi-dente.

Segundo o autarca Álvaro Amaro, o certame, que irá decorrer no largo do Mercado Municipal, naquela cida-de, contará com a participação das 43 Juntas de Freguesia do concelho, que, durante dois dias, divulgam e comercia-lizam os seus produtos endógenos.

“O que acho absolutamente fantásti-co nesta segunda edição é que, das 43 freguesias, vamos ter 412 produtos, mais 188 do que em 2015 e 233 produtores, mais 23 do que no ano anterior”, disse o autarca na apresentação da edição des-te ano do certame.

Nos dias 24 e 25 de Setembro, no largo do Mercado Municipal

Guarda realiza II Feira Farta para incentivar produção no mundo rural

A feira irá divulgar a riqueza dos pro-dutos agroalimentares do concelho e, segundo Álvaro Amaro, com esta aposta, o município que lidera contribui para a valorização do mundo rural. “Valorizan-do o mundo rural, estamos a valorizar as pessoas que teimam em viver lá. Isso ajuda as economias rurais e estimula as pessoas a produzir na terra”, observou, admitindo que o objectivo será a criação de uma cooperativa que junte os produ-tores locais.

Com a valorização dos produtos pro-duzidos nas freguesias rurais, as terras e os espaços florestais são ocupados e “diminui-se o risco de incêndios flo-restais”, apontou. “Vale a pena visitar sempre a Guarda mas, neste caso em particular, por esta causa: ver e apreciar os produtos do mundo rural”, assumiu o

autarca.A edição deste ano da feira que inclui

animação, gastronomia, produtos da terra e tradições, será realizada numa tenda com 100x25 metros, que acolherá os produtores, uma zona de gastrono-mia e um palco para animação.

A Câmara Municipal da Guarda investe mais de 150 mil euros no evento anual e atribui um subsídio aos produtores que vendem os seus produtos na Feira Farta. “É um estímulo à pequena produção e à economia mais desfavorecida, que é a do mundo rural”, justificou Álvaro Amaro.

No cartaz da animação, destaque para um concerto com Marco Paulo, no dia 25, e para o espectáculo de revista e comédia musical “E porque não emi-gras?”, dia 24.

A Festa das Colheitas do Concelho de Castro Daire decorrerá entre os dias 16 e 18 de Setembro e terá lugar no novo Parque Urbano de Castro Daire. Esta é VI edição do evento, que conta com um cartaz de actividades e de espectáculos muito apela-tivo e diversificado, que promete trazer muitos visitantes a este evento.

Esta Festa das Colheitas terá a habitual gastronomia regio-nal, valorizando os produtos e as tradições da Região, nomea-damente nesta época das Colheitas.

O gado também estará em destaque neste evento, tendo como pontos altos o Concurso Nacional de Bovinos de Raça Arouquesa e a desfile de carros de vacas pelas ruas da Vila de Castro Daire, ambos a realizar no domingo dia 18 de Setembro.

A Festa e parte cultural terão lugar em todos os dias des-te evento, trazendo muita animação às noites do certame. Os DAMA são cabeça de cartaz e prometem encher o recinto de festas e dar um espectáculo inesquecível a quem visita esta Festa das Colheitas.

Estão ainda prometidas muitas surpresas aos visitantes, com actividades onde a interacção e participação do público terá um papel importante neste evento. Aguarda-se, pois, com ex-pectativa o arranque desta Festa das Colheitas do Concelho de Castro Daire, numa iniciativa que vai ganhando cada vez mais adeptos na região.

De 16 e 18 de Setembro no novo Parque Urbano da Vila

Castro Daire promove VI Festa das Colheitas 2016

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O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), em Oeiras, vai ser o palco da realização do V Coló-quio Nacional da Produção de Pequenos Frutos, que decorrerá nos dias 14 e 15 de Outubro, um evento em que a AGIM é uma das entidades parceiras.

O programa encontra-se encerrado, tendo a solicitação para a apresenta-ção de comunicações ultrapassado as edições anteriores. Serão realizadas 25 comunicações orais contando-se entre elas sete por convite. A sessão de painéis conta com 36 comunicações repartidas pelos cinco temas do colóquio.

As apresentações convidadas são da responsabilidade de investigadores/professores de renome, nacionais e es-trangeiros, que irão desenvolver temas tão diversos como a produção de mo-rango no sistema “tray” e a fertirrega na produção de framboesas ”long-cane” em substrato. Na sessão Sanidade Ve-getal serão apresentadas perspectivas de controlo da praga Drosophila suzukii e

Nos dias 14 e 15 de Outubro, em Oeiras

INIAV recebe V Colóquio Nacional da Produção de Pequenos Frutos

da doença Phytophthora em framboesas. No tema qualidade e benefícios para

a saúde teremos duas comunicações em que serão apresentadas recomen-dações para a qualidade na cadeia de abastecimento e a caracterização da actividade biológica da framboesa ten-do como objectivo o desenvolvimento de uma alegação de saúde.

No dia 15 de Outubro decorrerá a ses-são sobre a organização da produção e comercialização que conta com uma comunicação por convite sobre estra-tégias de internacionalização, instru-mentos bilaterais e política comercial e a plataforma GlobalAgrimar. O colóquio termina com uma mesa redonda com sete empresas relevantes no panora-ma nacional e europeu, em que haverá oportunidade de discutir temas como a melhoria da produção nacional e uma melhor integração nos mercados.

Em simultâneo com os trabalhos do V Colóquio Nacional da Produção de Pe-quenos Frutos irá decorrer uma exposi-

ção e venda de produtos derivados do fruto transformado. Estarão presentes uma dezena de expositores, entre em-presas de transformação e produtores de pequenos frutos, que irão mostrar as inúmeras potencialidades que o fruto transformado oferece. Compotas, ge-leias, marmeladas, licores, infusões, fru-to desidratado, sabões, sumos, gelados, lacticínios, pastelaria e néctares, prove-nientes da produção de fruto em modo convencional e biológico, são algumas propostas que podem representar uma mais-valia através da transformação dos pequenos frutos e que poderá des-cobrir durante o colóquio nas instala-ções do INIAV em Oeiras.

O colóquio termina com uma visita técnica a duas explorações de pequenos frutos na região das Caldas da Rainha e de Almeirim em que os participantes no colóquio terão oportunidade de trocar experiências e verificar as melhores téc-nicas de produção de morango, fram-boesa e mirtilo.

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A Associação Portuguesa de Horti-cultura (APH) está a organizar o ‘I Co-lóquio Nacional de Horticultura Social e Terapêutica’, que decorrerá nos dias 20 e 21 de Outubro, no Auditório da Esco-la de Hotelaria e Turismo do Estoril, em parceria com a CERCICA e a Câmara de Cascais. A este evento foi concedido o Alto Patrocínio de S. Ex.ª o Presidente da República, que representa um contri-buto para a concretização de ideias que tenham por base o futuro de Portugal.

A Horticultura Social e Terapêutica (HST) enquadra-se no âmbito da Agri-cultura Social e inclui programas de hor-ticultura urbana, de educação ambiental e de apoio a pessoas idosas, com defi-ciência ou dependência, em instituições de saúde, de reabilitação psicossocial e de inclusão social. Estes programas são promovidos por instituições particulares de solidariedade social, câmaras munici-pais, associações, estabelecimentos pri-sionais, instituições de ensino superior e outras, e têm por objectivo contribuir para o bem-estar e melhoria da qualida-de de vida das pessoas, nomeadamente da sua saúde física, mental e emocional. Oferece, ainda, oportunidades para a socialização, participação activa e exer-cício físico, estímulo dos sentidos, da concentração e da criatividade.

Tradicionalmente exportada seca, a baga do sabugueiro da região do Varosa passou nos últimos anos por uma mu-dança de paradigma, devido à abertura de uma unidade situada no concelho de Tarouca que permite refrigerá-la e con-gelá-la.

A cor violeta e o elevado grau de açú-car da baga de sabugueiro da região do Varosa levam a que seja exportada há décadas para um grupo do sector agroalimentar da Alemanha, percorren-do quase três mil quilómetros, apesar de bem mais próximos estarem grandes produtores como Polónia, Hungria, Bul-gária e Kosovo.

Usada sobretudo como corante, a baga produzida nos concelhos de Ta-rouca, Armamar, Tabuaço, Lamego e Moimenta da Beira, todos no distrito de Viseu, era exportada seca, mas tudo mu-dou com a abertura da nova unidade da Régiefrutas, no Verão de 2009.

“A baga seca já não tem mercado em lugar nenhum. Como os agricultores são sócios da infra-estrutura, ficamos com alguma baga seca que eles entregam, mas não conseguimos vendê-la”, conta Valdemar Pereira, presidente da Câmara de Tarouca e do conselho de administra-ção da Régiefrutas.

O autarca explica que actualmente “qualquer tipo de baga usada em produ-

Nos dias 20 e 21 de Outubro, na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril

APH organiza I Colóquio Nacional de Horticultura Social e Terapêutica

Este Colóquio envolve técnicos, in-vestigadores, movimentos sociais, em-presas, pessoas e comunidades, e per-mitirá uma partilha de experiências e de processos inovadores, que procuram responder aos atuais desafios sociais, ambientais e económicos em Portugal.

Os temas do colóquio incluem: a ava-liação dos benefícios sociais e terapêu-ticos; os factores de sucesso e de insu-cesso das instituições/projectos de HST; a economia e empreendedorismo social

e o seu financiamento. Estará ainda em foco o trabalho que se tem vindo a de-senvolver na Europa, nomeadamente, através de oradores de referência do Reino Unido, Itália, Holanda e Espanha.

O colóquio será também uma opor-tunidade de formação através de visitas participativas à CERCICA ou às dife-rentes tipologias das Hortas de Cascais ou, ainda, através da participação em workshops nas áreas de marketing e de empreendedorismo social.

Produção actual ronda 1,3 milhões de quilogramas

Unidade de Tarouca mudou paradigma da baga do sabugueiro

tos alimentares tem exigências técnicas muito grandes” e que se a infra-estrutu-ra, que custou 3,9 milhões de euros, não tivesse sido construída atempadamente “hoje a baga teria os dias contados”.

“Para a região foi muito bom. Somos uma zona essencialmente agrícola e os agricultores precisam de ver os seus produtos escoados”, frisa, acrescentan-do que há mais de 600 produtores de baga do sabugueiro na região.

Durante mais de três décadas, a baga do sabugueiro da região do Varosa foi apenas exportada para o cliente da Ale-manha, que ainda hoje se mantém. No entanto, nos últimos anos também tem sido vendida em Portugal e para a Ho-landa e a Áustria. “Exportamos cerca de 90 por cento da produção. Só ainda não exportamos também para França e Di-namarca porque não temos produto su-ficiente para satisfazer as encomendas”, justifica Valdemar Pereira.

O “aumento da área plantada e tam-bém da confiança depositada na infra--estrutura” levou a que, de 2014 para 2015, se tivesse registado um aumento de produção de 600 toneladas para 1,3 milhões de quilogramas. “Precisávamos, pelo menos, de três milhões”, frisa o res-ponsável da Régiefrutas, mostrando-se convicto de que futuramente esse nú-mero será alcançado e poderão exportar

para mais países.O produtor Paulo Gouveia, de 63 anos,

admite que, com a unidade que possibili-ta a refrigeração da baga do sabugueiro, “os agricultores não têm tanto trabalho como quando tinham de a secar, mas o preço também não é tão compensa-tório”. “Quando pensaram em criar a Régiefrutas, as expectativas eram mais altas do que os preços que estão hoje. Chegaram a pôr a fasquia em um euro, por quilograma, mas nos últimos anos têm-nos pago 40 cêntimos”, lamenta. O agricultor, que já produz baga há mais de 30 anos, diz que “sempre houve este problema de altos e baixos no preço, mas não se alongava assim por tantos anos como agora”.

Valdemar Pereira considera que a unidade foi “uma excelente aposta, em-bora reconheça que o investimento foi bastante avultado e que é difícil, em ter-mos de tesouraria, manter-se só com a baga”. Para rentabilizar a unidade, além da refrigeração da baga de sabugueiro, que entra durante o mês de Agosto, foi criada “uma linha de fruta fatiada”, no-meadamente maçã e kiwi. “Atendendo ao volume de gastos, tem de se renta-bilizar. Só com a baga não tem pernas para andar”, frisa, acrescentando que “outros produtos provavelmente virão a seguir”.

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Um homem e cinco mulheres juntam--se regularmente ao serão na aldeia de Beselga, no concelho de Penedono, para transformarem molhos de junça em pe-ças de artesanato, que em breve serão vendidas com o selo de certificação.

Entre conversas e cantorias, o grupo entrelaça a junça, uma planta que nasce espontaneamente nas serras, dando-lhe a forma de ceiras, tapetes, cestos, cha-péus e outras peças que actualmente são usadas sobretudo para decoração.

O homem entre as mulheres é Ilídio Serôdio, de 79 anos, considerado o mes-tre da junça de Beselga. Em 2013, viu a sua “ceira filtro de azeite” ser premiada na Feira Internacional de Artesanato de Lisboa, o que motivou a autarquia a começar a tratar do processo de certi-ficação.

Ilídio Serôdio contou que começou a fazer peças em junça aos oito anos, acompanhando os pais ao serão, à se-

Câmara de Penedono está a trabalhar para que haja inovação nas peças

Junça de Beselga cada vez mais viva e com selo de certificação à vista

melhança do que acontecia em muitas outras famílias da aldeia. Seriam 700 pessoas a fazê-las. “Quando chegou o tempo da tropa, fui embora para a Mari-nha. Andei lá 30 e poucos anos e quando vim, já reformado, esta profissão que eu tinha e de que gostava estava em deca-dência, já estava quase morta”, recor-dou.

Segundo Ilídio Serôdio, houve uma al-tura em que apenas três pessoas traba-lhavam a junça, “culpa” quer da emigra-ção, quer dos avanços tecnológicos que fizeram com que peças como a “ceira fil-tro de azeite” deixassem de ter utilidade.

“Hoje, já é tudo moderno. Das aze-nhas que trabalhavam naquele tempo com isto (ceira filtro de azeite) muitas fecharam e outras foram modernizadas”, referiu, contando que ainda faz algumas destas peças - que custam cerca de 200 euros - mas para fins decorativos, no-meadamente para colocar numa mesa,

com um tampo de vidro por cima.Há cerca de 20 anos, o Instituto de

Emprego e Formação Profissional e a Câmara de Penedono decidiram promo-ver um curso e convidaram-no para ser o formador, dando um novo ânimo que permitiu manter viva esta tradição. “Dei o curso a algumas destas mulheres que estão aqui a trabalhar comigo”, afirmou, apontando para as mulheres que, de se-gunda a quinta-feira, durante três horas, ao serão, se juntam consigo no Centro de Artesanato de Beselga.

Uma delas é Silvandira Gregório, de 70 anos, que em quase 20 anos raramente faltou a estes serões. “Falamos, conver-samos, cantamos, vemos televisão, nun-ca nos chateamos umas com as outras, estamos sempre bem-dispostas”, afir-mou.

A prática é tanta que a conversa e as cantorias não a fazem trocar as mãos, mas muitas vezes abranda o ritmo de

trabalho, que rapidamente tem de reto-mar para que a peça seja acabada nessa noite de forma que a junça (que foi pre-viamente molhada durante três/quatro horas) não seque.

A vice-presidente da Câmara de Pe-nedono, Cristina Ferreira, disse acreditar que, após o parecer positivo ao pedido de registo da junça de Beselga no Re-gisto Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas (publicado em Diário da República a 24 de agosto) o resto do processo será célere.

O processo estará durante 20 dias em consulta pública e, “após este passo, estamos em condições de proceder à implementação do processo de certifi-cação, que nos vai permitir criar a mar-ca Junça de Beselga - Penedono, depois uma etiqueta que configure a própria junça e que se torne apelativa para o mercado”, explicou.

Cristina Ferreira contou que, incenti-vada por Ilídio Serôdio, a autarquia está

a trabalhar para que haja inovação nas peças, de forma a atrair novos merca-dos.

Porque o artesão “sempre mostrou à Câmara todo o empenho em contribuir com os seus conhecimentos para que esta arte não fique no esquecimento e para que se possa desenvolver, contri-buir para a fixação de jovens, criação de emprego e dinamização da econo-mia local”, a autarquia decidiu fazer um protocolo com a associação 30 Moios de Sal.

A associação é constituída por estilis-tas e designers de áreas como o têxtil e o calçado que, “com os seus desenhos, as suas capacidades e o engenho de tra-balhar do senhor Ilídio e destas artesãs” poderão dar-lhe um ar de modernidade, sublinhou.

Em parceria com o CEARTE, serão também desenvolvidos novos cursos para que os jovens possam aprender técnicas para trabalhar a junça.

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O chá branco dos Açores, na variante Índia, projecto-piloto que está a ser de-senvolvido na ilha de São Miguel e que visa contribuir para diversificar a agricul-tura da região, tem despertado o inte-resse de apreciadores de todo o mundo.

O director regional da Agricultura, Fernando Moniz Sousa, explicou que desde o final do século passado foi in-troduzida a variante Índia da planta em campos de experimentação do Serviço de Desenvolvimento Agrário da ilha de São Miguel, nas Sete Cidades e na Ribei-ra Grande, ocupando actualmente uma área total de 2.200 metros quadrados.

As folhas desta variante, colhidas en-tre Abril e Outubro, têm servido para a produção de chá branco, nomeadamen-te o “agulha de prata”, tido como “o topo de gama dos chás, por ser o menos pro-cessado”.

A engenheira agronómica Clara Es-trela Rego adiantou, por seu turno, que só desde 2009 se começou a explorar o potencial desta variante, através do processamento laboratorial, e “os resul-tados obtidos têm sido muito satisfató-rios”.

Além da variante Índia, existe a varian-te China (esta introduzida nos Açores no século XIX) e das duas é possível fazer vários tipos de chá. No caso da cultu-ra da primeira, “a folha e os gomos são grandes” e tolera mais o calor, enquanto a segunda tem uma folha muito mais pe-quena e “dá-se melhor em altitude mais altas e tolera mais o frio”.

“Seja que chá for, o que se tem de co-lher é o gomo, a primeira folha e even-tualmente a segunda, porque isto é uma cultura industrial e a qualidade é feita no campo, não é feita em nenhuma fábrica”, referiu Clara Estrela Rego, acrescentan-do que “as plantas crescem sem recurso

A Festa das Vindimas, que vai decorrer em Viseu de 21 a25 de Setembro, surge este ano renovada e com novos atrac-tivos, propondo 27 eventos e 100 horas de programação ao longo de cinco dias.

“Este evento tem vindo a consolidar--se e a transformar-se, não só num evento local, mas num evento nacional e até com participação internacional. Para este ano temos uma proposta renovada, com mais e novos atractivos para quem nos visita e não nos esquecemos de quem cá vive”, garantiu o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques.

A terceira edição da Festa das Vindi-mas de Viseu propõe a turistas, visitan-tes e residentes a descoberta de quintas e paisagens vinhateiras da região, numa intensa experiência enoturística e cultu-ral no Dão.

Na apresentação da Festa das Vindi-mas, que decorreu no Solar do Vinho do Dão, Almeida Henriques recordou que

Projecto-piloto está a ser desenvolvido na ilha de São Miguel

Chá branco dos Açores desperta interesse de apreciadores de todo o mundo

a químicos e as folhas são secas sem uti-lização de energia eléctrica”.

Para melhorar a produção experi-mental da variante Índia foram enviadas amostras para Paris e foi estabelecido um protocolo com a Companhia Por-tugueza do Chá, em Lisboa, que a co-mercializa. “Desde que se estabeleceu o protocolo e o chá branco começou a ser comercializado pela Companhia Portu-gueza do Chá, houve uma explosão do chá branco dos Açores”, afirmou Clara Estrela Rego, acrescentando que tam-bém já recebeu visitas de várias pessoas, conhecedoras de chá, no campo expe-rimental nas Sete Cidades, concelho de Ponta Delgada.

Segundo o director regional da Agri-cultura, o objectivo do projecto-piloto visa estudar a rentabilidade da produção para que depois os agricultores açoria-nos a possam aproveitar, diversificar as suas culturas e aumentar os seus rendi-mentos.

A cultura do chá nos Açores remonta ao século XIX, quando foi importada a planta, na variante China, tendo surgido a indústria de transformação a partir de 1878. Mantêm-se hoje duas fábricas em laboração, Gorreana e Porto Formoso, ambas na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, que produzem chá verde e preto da variante China.

Fernando Moniz Sousa acrescentou que está em conclusão a candidatura do chá a Denominação de Origem Protegi-da (DOP). “É uma candidatura que está a ser conduzida pela Associação Agrícola de São Miguel”, declarou o director re-gional.

A classificação DOP é atribuída a pro-dutos cujas produção, transformação e elaboração ocorrem numa área geográ-fica delimitada, com um saber fazer re-conhecido e verificado.

Nos Açores estão já classificados como DOP produtos como o ananás, o mel ou o queijo de São Jorge.

Decorre em 14 quintas de cinco concelhos do distrito

Festa das Vindimas de Viseu com 27 eventos e 100 horas de programação

a primeira edição deste evento contou com a participação de apenas cinco quintas, contando este ano com 14 ade-rentes. “É muito gratificante que este ano surjam 14 quintas de cinco conce-lhos do distrito de Viseu. Esta Festa do Dão virada para o país terá operadores de Viseu, mas também de Nelas, Carre-gal do Sal, Tondela e Mangualde. É um evento muito importante para Viseu e para o Dão”, acrescentou.

Sobre o programa para os cinco dias do evento, o gestor da Viseu Marca, Jor-ge Sobrado, revelou que no Mercado 2 de Maio será instalado o “Mercado de Vinhos & Sabores”, onde cerca de 25 marcas apresentam as suas referências vínicas. Aqui encontrarão também a Praça da Alimentação, uma das novida-des desta edição.

Ao longo dos cinco dias, os visitantes poderão assistir a `show-cookings̀ de `chefs̀ da região e a `workshops̀ ví-

nicos. As vindimas nas 14 quintas ade-rentes terão lugar no dia 24, sendo esta “uma experiência real de vindima”. Do programa conta também a Meia Mara-tona do Dão, no dia 25, e duas reapre-sentações das visitas “Viseu Misteriosa”, a 21 e 22 de Setembro.

A música vai ter um papel especial na Festa das Vindimas, com Darko, ex--vocalista dos Fingertips, a apresentar o seu novo projecto na noite de 22, no Mercado 2 de Maio. Pelo palco passarão ainda o tondelense Samuel Úria, no dia 23, enquanto a abertura do programa de concertos das Vindimas, no feriado mu-nicipal (21 de Setembro), cabe a Carolina Deslandes.

Para prolongar estes concertos há duas `Dão parties̀ na Festa das Vindi-mas: a primeira com o viseense Jonny Abbey, a 23, e a segunda a 24, com o espectáculo “Viver Viriato” e a DJ Rita Mendes.

15www.gazetarural.com14 www.gazetarural.com

A aposta da distribuidora Lusovini no mercado asiático está a ser bem-suce-dida, apesar das barreiras da língua e da cultura, disse o administrador executivo Pedro Dourado. “A aposta que estamos a fazer no mercado asiático é a longo pra-zo e já estamos a colher frutos. Já houve abertura de clientes estratégicos e, em termos de construção de marcas, já co-meçámos a ter outro reconhecimento de outras que não tínhamos anteriormen-te”, explicou.

O administrador executivo da Lusovini, com o pelouro do Oriente, Pedro Doura-do, explicou que a distribuidora vinha es-tudando o mercado asiático desde 2013 e que tinha projectado abrir este ano um escritório em Taiwan, por ser um polo central para operar em toda a Ásia, mas também porque tem “um mercado mais evoluído e em termos de restauração é muito mais fácil para a construção de marcas”.

“A certa altura, o nosso projecto aca-bou por levar uma reviravolta, devido à forte parceria que mantínhamos com a Adega Royale Limited, uma empresa chinesa sediada em Macau e que é nossa importadora e distribuidora para Macau e Hong Kong. Acabámos por reequacio-nar o projecto e, em vez de abrir uma base em Taiwan, instalámos o escritório de representações no edifício de Macau da Adega Royale”, informou.

Pedro Dourado destacou a extrema importância deste posto avançado, a

A distribuidora Lusovini vai levar duas dezenas de importadores estrangeiros numa viagem pelas principais regiões vitícolas portuguesas com o intuito de mostrar que os vinhos portugueses ‘ca-sam bem’ com as gastronomias de dife-rentes continentes.

“O que pretendemos este ano é mos-trar aos importadores estrangeiros que os vinhos portugueses se adaptam como poucos à gastronomia de outros países. Queremos demonstrar que os vinhos portugueses ‘casam bem’ com as gastronomias de diferentes continen-tes”, explicou o presidente da Lusovini, Casimiro Gomes.

O grupo Lusovini - que produz e dis-tribuiu quase 90 marcas de vinhos por-tugueses em todo o mundo - realiza, de 19 a dia 25 de Setembro, uma “wine tour” para alguns dos mais relevantes impor-tadores de vinhos portugueses nos Es-tados Unidos da América, Brasil, Angola, Moçambique, China e noutros mercados orientais.

Ao longo da semana serão confeccio-nados alguns pratos com apontamentos dedicados às gastronomias dos convi-dados, importadores, mas também al-guns jornalistas e críticos do sector, que evidenciem a ligação dos vinhos portu-

Revela o administrador executivo Pedro Dourado

Distribuidora Lusovini satisfeita com aposta

na Ásiapartir do qual estão “a desbravar cami-nhos e a abrir parcerias com importa-dores e distribuidores locais em diversos países asiáticos”. “Em termos de pers-pectivas, está a correr bem, porque es-tamos a ter a mesma atitude que outros países já tiveram no passado. Fala-se muito da implantação dos vinhos fran-ceses, italianos e mesmo até espanhóis, mas nós portugueses esquecemos que esses países cresceram forte no merca-do com presença”, sublinhou.

No seu entender, não basta colocar as marcas no mercado, sendo “preci-so trabalhar na activação das próprias marcas”. “Estamos empenhados num trabalho muito importante que é de construção de marcas, pois apesar da grande afinidade entre Portugal e Ma-cau, há um grande desconhecimento. E a tendência é irem para os vinhos que têm mais força, ou de marketing ou em ter-mos culturais, e que foram os primeiros a fazer a construção de marca no merca-do, nomeadamente os vinhos chineses e a seguir os australianos, com muita força de marketing”, referiu.

A construção da marca é feita dando acompanhamento aos clientes, e passa, por exemplo, por dar formação a colabo-radores dos restaurantes e de hotéis onde os vinhos nacionais chegam, de forma que saibam distinguir as regiões, denomi-nações e multiplicidade de castas.

“Cada mercado é um mercado e acima de tudo o que nós fazemos é estudá-

-lo e adaptarmo-nos. Tendo em conta o ‘know-how’, quer do nosso presidente Casimiro Gomes, quer de outras pessoas que estão no projecto, acabámos por conseguir adaptarmo-nos à realidade deles”, sustentou.

As barreiras encontradas neste mer-cado “têm sido tremendas”, nomeada-mente em termos culturais, mas Pedro Dourado defende que é preciso “enten-der e respeitar e não tentar mudar nin-guém”. “Além disso, temos também a barreira da linguagem. Muitas das mar-cas, que para nós são facilmente pro-nunciadas, para eles são um verdadeiro desafio. Por isso, por termos noção que a linguagem é fundamental, desenvol-vemos a formação com um colaborador que já residia em Macau, ou seja, que em termos culturais já estava habituado à cultura asiática”, frisou.

De acordo com o ‘embaixador das marcas’ da Lusovini, todo o conheci-mento deste colaborador te, servido para “quebrar muito gelo que existe nas negociações”.

“Nota-se perfeitamente que, em al-guns casos, basta chegar a um cliente e saber fazer um discurso em mandarim, para o cliente ganhar outra proximidade. O Oriente tem o maior mercado mundial e é extremamente importante continuar a colher frutos”, concluiu.

O grupo Lusovini produz e distribuiu quase 90 marcas de vinhos portugueses em todo o mundo.

Distribuidora promove uma “wine tour” pelo país de 19 a dia 25 de Setembro

Lusovini vai mostra relação entre vinhos nacionais e cozinha do mundo

gueses com as gastronomias africanas, brasileira, asiática e norte-americana. Entre os ‘chefs’ estarão Vítor Sobral, Luís Almeida, Rui Paula e José Júlio Vintém.

O tema desta viagem de uma semana será a ligação entre o vinho, a arte e o património - estando incluídas no ro-teiro visitas aos centros históricos de Lisboa e Évora, ao Museu da Tapeçaria em Portalegre, à Biblioteca Joanina e ao Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra, ao centro histórico do Porto e ao Museu Grão Vasco em Viseu.

“Pretendemos mostrar onde se pro-duzem algumas das 90 referências que a Lusovini comercializa mundialmente, mas também a gastronomia, cultura, paisagem e património histórico e artís-tico das regiões vitícolas portuguesas. O nosso grande objectivo é valorizar o vi-nho e dar-lhe mais força, apresentando o todo”, evidenciou.

Casimiro Gomes destacou que estes périplos servem para dar a conhecer a realidade nacional e estreitar relações, que depois acabam por reflectir-se nas visitas que fazem, ao longo do ano, aos importadores. “Somos recebidos de uma forma completamente diferente, pois já viram que há uma retaguarda do nosso projecto. Vêem que o que apresentamos

nos catálogos tem sustentabilidade e credibilidade e isso é muito importante para diferenciar os nossos vinhos de ou-tros”, acrescentou.

As viagens pelas principais regiões vi-tícolas portuguesas permitem um novo olhar sobre os vinhos nacionais, levan-do os importadores estrangeiros a per-ceber as diferenças entre os vinhos e o que lhes está associado. “Estas viagens servem para isso, para credibilizar o país como um todo e, mais do que os 15 cên-timos de desconto, é sentirem que por detrás dos vinhos portugueses está um potencial enorme por descobrir”, apon-tou.

De Portugal acabam mesmo por “sair agradavelmente surpreendidos”, uma vez que “a imagem do país lá fora não é assim tão boa como se apregoa”.

“O que é normal é saírem notícias nossas menos boas lá fora, até na ques-tão dos incêndios, por exemplo, que faz com que nos questionem mais sobre fogos do que vinhos. Em Los Angeles vemos várias vivendas a arder, compa-rativamente com o que se assiste em Portugal, mas penso que ainda temos uma narrativa deficiente na comunica-ção, sobressaindo o que é menos bom e isso tem de ser contrariado”, concluiu.

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Pedro Soares vai continuar a liderar os destinos da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) para o próximo triénio, nas eleições que decorreram no iní-cio deste mês de Setembro. Há quatro anos e meio a liderar esta entidade, Pe-dro Soares foi reeleito por unanimida-de como presidente da direcção. Com ele mantiveram-se os dois elementos da Comissão Executiva, os vogais Vic-tor Damião e Alexandrino Amorim, em representação da produção e do co-mércio, respectivamente. Renovada foi também a posição de Fernando Castro, como presidente do Conselho Geral.

Pedro Soares mostrou-se bastante satisfeito com este voto de confian-ça, dado não apenas a si mas a toda a equipa e à própria Bairrada, região que declaradamente iniciou um novo ciclo em 2012, quando foram eleitos. Uma nova fase que tem dado os seus frutos, pequenos ainda, mas que vão ganhando forma.

Para o presidente “a Bairrada é hoje uma região renascida e credibilizada, mas consciente do muito trabalho que

A oitava edição do “Wine in Azores”, um dos maiores festivais vínicos a ní-vel nacional, decorre entre 21 e 23 de Outubro, numa oportunidade para os visitantes poderem provar os melhores vinhos do país, assistir a showcookings e deliciarem-se com degustações dos melhores produtos e sabores autócto-nes açorianos. O Parque de Exposições da Associação de Agricultores de São Miguel, na Ribeira Grande, será o palco daquele que é o maior evento empresa-rial dos Açores.

O Wine in Azores é essencialmen-te uma feira de promoção de vinhos onde os melhores produtores vêm dar os seus vinhos à prova. Ano após ano, este festival tem sido um sucesso, sen-do que só o ano passado recebeu mais de 13 mil visitantes e mais de cem expo-sitores participaram no evento. Para a presente edição, contabilizam-se cerca de 170 empresas em 220 stands e uma expectativa de visitantes superiores a 20.000.

Com os espaços expositivos qua-se preenchidos por várias empresas

Novo mandato em vigor até 2019

Pedro Soares foi reeleito presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada

existe pela frente na valorização de uma actividade não deslocalizável como é caso de uma ‘Denominação de Origem Protegida’ (DOP) do sector vitivinícola. Existem projectos para o futuro da re-gião que passam não só pela sua pro-moção, quer a nível nacional quer no mercado internacional, mas também pela aposta firme na aquisição de maior conhecimento em torno das caracterís-ticas que a tornam única e diferenciada, nomeadamente para a produção de es-pumantes onde lidera o país”.

Fernando Castro recicla e mantém viva a mensagem de 2012, afirmando que é preciso transformar dificuldades em oportunidades com o contributo de todos, pois “continuamos a ter um árduo trabalho pela frente, que terá de ser de união na acção”.

A Comissão Vitivinícola da Bairrada é uma associação interprofissional que representa a produção e o comércio do sector vitivinícola da região. É a entida-de responsável por controlar o cumpri-mento das regras e a certificação dos vinhos produzidos na região, protegen-

do a Denominação de Origem Bairrada e Indicação Geográfica Protegida Beira Atlântico. Tem a seu cargo a promoção dos vinhos Bairrada e o desenvolvimen-to e apoio de acções de índole técnica e científica. A sua actividade é financiada através das vendas dos selos de garan-tia que integram os contra-rótulos dos vinhos Bairrada.

Com mais de 100 associados, entre adegas cooperativas, produtores e en-garrafadores, empresas vinificadoras e engarrafadores da região e de fora da região, a CVB integra ainda uma Câmara de Provadores e uma segunda Câmara responsável apenas pela prova dos em-blemáticos espumantes da região.

Entretanto, a CVB vai promover um es-tudo sobre os elementos diferenciadores da Bairrada ao nível de castas, métodos de produção e mercado. “Será um tra-balho de aquisição de conhecimentos sobre a própria região, sobre as carac-terísticas que a tornam diferente, única, sobretudo ao nível de espumantes, em que somos cada vez mais líderes”, adian-tou Pedro Soares.

Maior feira empresarial dos Açores decorre de 21 e 23 de Outubro

Wine in Azores aguarda mais de 20.000 visitantes

e produtores a nível nacional, ainda é possível reservar lugar através do sítio http://www.wineinazores.com/

Apesar de este ser um festival sobre vinho, o evento tem também uma forte componente gastronómica. No espaço de showcooking, para a edição de 2016, já estão confirmadas as presenças de chefes de renome, como Henrique Sá Pessoa, Hélio Loureiro, António Loureiro entre outros. Outro espaço imprescindí-vel inclui as já habituais “Tascas Gour-met”, onde se podem saborear a carne e o peixe dos Açores, conhecidos pela sua qualidade e frescura de excelência.

O Wine in Azores é baseado no con-ceito de “Business & Pleasure”, mos-trando que a organização se preocupa tanto com a parte promocional e co-mercial dos produtos, como também com o bem-estar dos visitantes.

No primeiro caso, a área coberta de 4.000 metros quadrados é completada por uma zona exterior com empresas de diversos sectores, interessadas em co-mercializar e fazer negócio em paralelo com a gastronomia. O Wine in Azores é

considerado como a grande porta para o mundo dos negócios para os Açores.

O evento arranca no dia 20 de Ou-tubro com um jantar de inauguração no Pavilhão de Expositores de São Mi-guel para a recepção dos expositores e jornalistas. No dia de inauguração do evento ao público, na sexta-feira, dia 21, o pavilhão abre às 15,30 horas e as provas de vinho começam às 16 e ter-minam às 22 horas. Nos dias 22 e 23, as provas de vinho começam uma hora mais cedo e terminam às 21 horas.

No espaço da feira vão ter lugar ain-da espectáculos de cozinha e shows nas Tascas Gourmet, onde chefes irão confeccionar deliciosos pratos, sobre-mesas e cocktails, que poderão ser sa-boreados pelos visitantes. Decorrerão ainda provas de destilados, cocktails, gin tastings e provas de azeites.

Estes espaços da feira estarão aber-tos mesmo após terminarem as provas de vinhos, sendo que o evento recebe os visitantes até às 24 horas, não exis-tindo hora definida de encerramento do evento.

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A edição comemorativa dos 25 anos da Feira do Vinho do Dão, que decorreu, ultrapassou as expectativas. No rescal-do da feira deste ano, o balanço é ex-traordinariamente positivo e fica para a história com o registo da maior adesão de público de sempre, prova viva de que o evento tem elevado a fasquia e au-mentado a sua qualidade.

As velas dos 25 anos da Feira foram sopradas no último dia, com o primeiro bolo vínico gigante com 250 kg que as-sinalou simultaneamente os 25 anos da Cabriz. O bolo foi confeccionado pela Pastelaria Salinas e pintado ao vivo por artistas locais, sob orientação do pin-tor Aires dos Santos, de Canas de Se-nhorim. Centenas de visitantes da feira estiveram nesta cerimónia para degus-tar o bolo, bem como para contribuir voluntariamente com o donativo que reverteu, integralmente, para os Bom-beiros Voluntários de Nelas e Canas de Senhorim.

As comemorações dos 25 anos da Feira do Vinho do Dão foram assina-ladas com um programa atractivo que reuniu os mais de 50 produtores de vi-nho do Dão e que contou com o Musical ”As Músicas que os Vinhos Dão- Grande Gala dos 25 anos”, gastronomia, arte-

Nas comemorações das Bodas de Prata

Feira do Vinho do Dão 2016 superou recorde de visitantes

sanato, animação nocturna e desporto, atraindo ao Concelho de Nelas milhares de visitantes.

A edição 2016 apresentou um pro-grama intenso com iniciativas que co-locaram os vinhos do Dão em destaque, como a prova vínica exclusiva “25 anos, 25 vinhos” conduzida por Luís Lopes e Anselmo Mendes, uma prova com lota-ção esgotada marcada pela raridade e qualidade dos 25 vinhos escolhidos e que retratam as últimas duas décadas do vinho do Dão.

A gastronomia continua a ser uma forte aposta da Câmara Municipal com o espaço da Praça da Alimentação, que assegurou refeições num espaço pró-prio e agradável. O vinho e a gastrono-mia fundiram-se com a inédita iniciati-va “Mesa 25” pelas mãos do Chef Diogo Rocha, que confeccionou um delicioso e irreverente menu inspirado em 25 Vi-nhos do Dão para 25 participantes, que evidenciaram rasgados elogios ao re-sultado final.

O Encontro de Confrarias marcou esta edição da Feira do Vinho, numa parce-ria da Câmara Municipal e da Confraria dos Enófilos do Dão que reuniu dezenas de Confrades de vários pontos do país, reunião apadrinhada por Mário Louro e

pelo Chef Hélio Loureiro.A cultura é uma presença habitual no

certame. Um dos momentos altos foi o lançamento do livro comemorativo dos 25 anos da Feira do Vinho do Dão: “O Tempo Certo do Vinho”. Mário Augusto, jornalista da RTP conhecido pela sua paixão pelo cinema, apresentou este romance da autoria de Sandra Leal que retrata o concelho de Nelas de uma for-ma apaixonante e encantadora.

As noites da Feira do Vinho do Dão foram abrilhantadas pelo espectacular e memorável musical “As Músicas que os Vinhos Dão- Grande Gala dos 25 Anos”, produção da Contracanto As-sociação Cultural, sedeada na Lapa do Lobo, concelho de Nelas, com encena-ção de António Leal e Sandra Leal, ao qual assistiram milhares pessoas du-rante os três dias de espectáculo, que aplaudiram esta história apaixonante que reflecte a cultura e a alma das gen-tes da região e que encheu de luz e cor o recinto do evento.

Do programa fizeram ainda parte a eleição do melhor stand dos produtores presentes neste certame, prémio atri-buído por votação online à Palwines--Quinta dos Três Maninhos, ilustração ao vivo na parede da Antiga Federação

de Viticultores do Dão pelo artista de street art The Caver, tar-de de animação com o Grupo Infanto-Juvenil da Associação do Bairro da igreja, Serões da Beira Alta e Grupo de Cordas da Fundação Lapa do Lobo, e os eventos desportivos IX Ma-ratona de BTT do Dão e III Torneio de Futebol dos Veteranos.

A Câmara de Nelas “agradece a todos os parceiros, aos produtores, aos participantes das mais diversas áreas e ao

público que nos visitou durante o evento por todo o sucesso alcançado, resultado da clara aposta do Município de Nelas num sector que é uma mais-valia, gerador de investimento e emprego, e que reflecte também o reconhecimento dos pro-dutores acerca da importância da Feira, como local de pro-moção, divulgação e degustação de vinhos, mas também de negócios”, refere a autarquia.

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A Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM) e a Associa-ção dos Viticultores de Trás-os-Montes (AVITRA) com o apoio da Câmara de Valpaços vão levar a cabo, de 5 a 7 de Maio de 2017 as Jornadas Ibéricas sobre Lagares Rupestres.

Esta iniciativa será apresentada, for-malmente, em Valpaços, na Casa do Vi-nho, a 23 de Setembro em Conferencia de Imprensa, pelas 11 horas. Da parte de tarde ocorrerá num dos inúmeros laga-res rupestres situados na Freguesia de Santa Valha a pisa da uva cujo mosto será transportado para a adega onde ocorrerá a fermentação e armazena-mento em talhas de barro. Este vinho será distribuído aos participantes nas Jornadas sobre lagares rupestres.

A realizar de 5 a 7 de Maio de 2017

Valpaços prepara Jornadas Ibéricas sobre Lagares Rupestres

Valpaços é o concelho onde existe a maior concentração de lagares ca-vados na rocha (mais duma centena) existentes em Portugal, distantes dos actuais povoados mas, possivelmente, nos locais onde existiam vinhas e cuja datação poderá apontar para a ocupa-ção romana e mesmo para a alta Idade Média.

Sobre este tipo de lagares que exis-tem em vários locais da Península sabe--se muito pouco, pelo que se entendeu oportuno levar a cabo este encontro de arqueólogos, enólogos e interessados nesta matéria, promovendo-se troca e divulgação de conhecimentos não só sobre estes lagares como, igualmente, sobre o tipo de vinho que consumiam os nossos antepassados.

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Vinhos da região foram protagonistas numa das mais bem-sucedidas edições de sempre da Vindouro – Festa Pom-balina. A décima quarta edição deste evento vínico revelou-se uma das mais bem-sucedidas de sempre, levando mais de 20.000 pessoas a São João da Pes-queira.

O Museu do Vinho foi paragem obriga-tória, com mais de duas dezenas de pro-dutores de vinhos DOC Douro e do Porto a apresentar, em prova livre, as novida-des e os rótulos já clássicos.

As mais diversas acções inseridas na programação do evento foram alvo de forte curiosidade, particularmente as que se realizaram no Museu do Vinho. Destaque para a grande novidade deste ano: o show cooking protagonizado pelo chefe Joel Paiva, restaurante DOC. Forte adesão igualmente registada nas con-versas sobre o vinho, conduzidas pelo sommelier e crítico de vinhos Manuel Moreira; nas lagaradas tradicionais, com a participação especial dos produtores presentes; e no leilão de vinhos genero-sos.

Também o centro histórico da vila es-teve repleto de visitantes, com o mer-cado pombalino a funcionar em perma-nência durante os três dias de evento. Foi igualmente pelas ruas do centro his-tórico que o habitual desfile pombalino resgatou a atmosfera do século XVIII, em torno de uma das mais marcantes figu-ras do Douro, Marquês de Pombal. O jan-tar pombalino, assinado por um dos mais conceituados restaurantes da região - o DOC, do chefe Rui Paula – foi outro dos momentos altos da Vindouro 2016.

A nível mediático, o certame registou um interesse sem precedentes, com mais de três centenas de jornalistas interna-cionais a passarem pelo Museu do Vinho de São João da Pesqueira no último dia de evento, na sequência de um itinerário que realizavam pela região.

O grande sucesso do certame es-tendeu-se ao capítulo musical. O palco instalado no Anfiteatro Municipal rece-beu os concertos de Paulo de Carvalho,

XIV edição revelou-se uma das mais bem-sucedidas de sempre

Vindouro atraiu mais de 20.000 pessoas a São João da Pesqueira

Patrícia Teixeira, Banda Índice e US7, que contaram com lotação esgotada. Não faltou também animação “after hours”, com actuações de dj’s ao vivo.

A XIV Vindouro – Festa Pombalina foi uma organização da Câmara de João da Pesqueira, com produção da EV – Es-sência do Vinho, Beira Douro e Cryseia.

Símbolo de qualidadeQuinta das Marias

Oliveira do Conde - 3430-364 Carregal do Sal - T 93 580 70 31

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Combater pragas e doenças em ter-renos agrícolas, de uma forma mais efi-ciente e eficaz em termos económicos e ecológicos, através de plataformas robóticas, vai, entre outras aplicações, ser possível num futuro próximo. Ac-tualmente a recolha de informação nos terrenos agrícolas não é feita de forma contínua e abrangente, actuando o agri-cultor com base na experiência que tem e fazendo-o de uma forma homogénea e pouco precisa.

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) está a trabalhar em duas plataformas robóticas capazes de medir a variabilidade (aquisição de dados/sen-sorização/monitorização) e de actuar com tecnologias de taxa variável cobrin-do dessa forma duas fases cruciais do ci-clo de actuação da Agricultura de Preci-são. As plataformas foram apresentadas na AgroGlobal, que decorreu de 7 a 9 de Setembro, e que é considerada a maior feira agrícola nacional.

As plataformas robóticas vão permitir uma recolha contínua de dados, de for-ma mais precisa, através de sistemas de apoio à decisão, fazer planos rigorosos, nomeadamente para aplicação de pro-dutos fitofarmacêuticos, permitindo a redução do desperdício destes. No final, no caso das pragas e doenças, é pres-crita uma carta onde é possível verificar quando em que medida e onde é que o terreno precisa de ser tratado, actuando os robôs em conformidade.

“A utilização de robôs permitirá redu-zir os tempos das operações, melhorar a eficiência da aplicação de fitofármacos, reduzir a exposição dos recursos huma-nos a condições adversas e potencializar zonas de declive acentuado para produ-ção agrícola. Os sistemas inteligentes, e em especial os robôs, conseguem apli-car os fitofármacos de uma forma mais precisa, no local exacto, no momento certo e na quantidade exacta, no senti-do de eliminar desperdícios e eventuais contaminações de solos com químicos”, explica Filipe Neves dos Santos, investi-gador do Centro de Industrial e Sistemas Inteligentes do INESC TEC.

Plataformas robóticas desenvolvidas no INESC TEC apresentadas na Agroglobal

Combate a pragas e doenças nos terrenos agrícolas através de robôs

O INESC TEC apresentou as duas pla-taformas robóticas na Agroglobal 2016, no Pavilhão da Tecnologia “AgroInov”. A plataforma AGROB V14 destina-se à medição da variabilidade (aquisição de dados/sensorização/monitorização), nomeadamente em vinhas de encosta. Entre outros aspectos inovadores, esta plataforma robótica foi concebida com um centro de gravidade baixo, para de adaptar a terrenos inclinados e irregula-res, e está equipada com um sistema de navegação avançado, que lhe permite estimar a sua localização mesmo quan-do o GPS não está totalmente disponível.

A segunda plataforma robótica, a AGROB V16, exibida pelo INESC TEC, está a ser desenvolvida de forma modular e, num futuro próximo, para além, de tare-fas de medição da variabilidade, poderá ser utilizada para actuar com tecnolo-gias de taxa variável (ex: pulverização de precisão) e/ou manipuladores robóticos para operações de poda/colheita.

Ao nível da Agricultura de Precisão, para além da Robótica e Sistemas Inte-

ligentes, as competências, experiência e recursos, do INESC TEC, em Telecomuni-cações e Multimédia (ex: comunicações e processamento e análise de imagem), Engenharia de Sistemas Empresariais (ex: planeamento e controlo de ope-rações) e Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (ex: sistemas de informação geográfica), desempenham também um papel muito relevante, per-mitindo cobrir todo o ciclo de actuação.

No último dia do evento, o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimen-to Rural, Luís Capoulas Santos, esteve presente na AgroGlobal e testemunhou, no stand do INESC TEC, a assinatura do protocolo de colaboração entre este instituto e o Instituto Nacional de In-vestigação Agrária e Veterinária (INIAV), que tem como objectivo promover con-juntamente acções que incidem nas di-versas actividades, como realização de projectos de investigação e inovação, consultoria avançada e colaboração na investigação e orientação conducente a teses de mestrado/doutoramento.

A ADP Fertilizantes lançou uma nova APP destinada a agricultores, técnicos e distribuidores, com vista a proporcio-nar um acesso rápido e fácil à gama de produtos comercializados, bem como a toda a informação técnica sobre tecno-logias, culturas e solos, permitindo si-multaneamente um contacto célere com os serviços de apoio técnico.

Entre algumas das principais funcio-nalidades, a aplicação permite infor-mação detalhada sobre toda a gama de produtos Exceed, incluindo tecnologias, fórmulas e fichas de especificação. Esta permite ainda, de forma simples, identi-ficar o promotor técnico escolhendo a região do país ou utilizando a funciona-lidade de GPS que permite identificar a “localização actual”.

No campo de informações sobre cul-turas, estão disponíveis conselhos de adubação de acordo com a localização da parcela e a produção esperada. Ou-

Disponível para aplicações IOS, Android e Windows

ADP Fertilizantes lançou APP destinada ao sector agrícola

tros elementos inerentes à cultura em questão, tais como nutrientes mais im-portantes, carências e toxicidades nutri-cionais, extracção de nutrientes e fertili-dade dos solos por região do País, estão também acessíveis.

Outra das funcionalidades permite identificar a carência de um determi-nado nutriente através da avaliação do estado da planta. O utilizador pode tam-bém ter acesso aos serviços que a ADP Fertilizantes disponibiliza como análises de água de rega, análises de plantas, análises de terras, bem como a todas as normas e métodos mais correctos para a colheita de amostras.

No que concerne a Ensaios e Demons-trações o utilizador tem a possibilidade de acompanhar o processo de investi-gação realizado pela ADP Fertilizantes, nomeadamente nos campos de ensaio que realiza anualmente por região, por linha de produto e por cultura.

Para Santana Fernandes, director comercial da ADP Fertilizantes, “esta aplicação privilegia a partilha de co-nhecimento e informação. O objectivo é que todo o trabalho que desenvolvemos nomeadamente ao nível da investigação possa chegar de forma simples e rápida ao agricultor, servindo como facilitador de todo o trabalho agrícola por ele de-senvolvido”.

A APP, gratuita, pode ser utilizada em offline e está disponível para IOS, An-droid e Windows.

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A quinta edição da Agroglobal- Feira das Grandes Culturas encerra com um balanço geral muito positivo, reconhe-cido por expositores e visitantes. Pelo recinto da feira passaram milhares de pessoas, entre os quais o Ministro da Agricultura e os líderes do PSD e CDS--PP.

Muito do sucesso da Agroglobal 2016 deve-se à forma dinâmica, entusiasta e empenhada com que as 286 empresas expositoras participaram, ajudando ac-tivamente a consolidar esta feira como um evento de referência a nível nacional e internacional.

Entre os maiores atractivos da Agro-global destaque para os campos de demonstração, onde as principais em-presas de sementes, agroquímicos, fertilizantes, rega, alfaias e máquinas agrícolas apresentaram resultados con-cretos sobre o efeito destes factores de produção nas culturas. A introdução de

Com um balanço geral muito positivo

Agroglobal recebeu 35 mil visitantes em três dias de inovação e negócios

novas culturas, como o amendoal, a flo-resta e os pequenos frutos, além das já habituais como milho, tomate indústria, batata, girassol, forragens, olival e vinha, representaram mais um passo na evolu-ção do projecto Agroglobal.

Os campos dedicados ao trabalho de tractores e máquinas agrícolas atraíram um grande número de visitantes, que puderam ver e experimentar os últimos modelos das marcas líderes de mercado.

A inovação foi transversal a todos os expositores do certame, porém o Pavi-lhão AgroInov constituiu o palco privi-legiado para a mostra das tecnologias mais futuristas, entre as quais um drone equipado para pulverização de parcelas agrícolas; robots para diagnóstico do estado da vinha e realização de opera-ções culturais; sistemas de Rega de Taxa Variável e controlo de pivots à distância, entre outros.

O AgroInov resultou de uma parceria

entre a Agroglobal e o Instituto Nacio-nal de Investigação Agrária e Veteri-nária (INIAV). Foi neste Pavilhão que se realizou, na presença do Ministro da Agricultura, a assinatura de um proto-colo de cooperação entre o INIAV e o INESC TEC- Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, para realização de projectos de investigação e inovação e consultoria avançada.

Os dois auditórios da feira – Armando Sevinate Pinto e Companhia das Lezí-rias – tiveram lotação esgotada para ouvir 84 especialistas e analistas sobre técnicas e políticas agrícolas, numa re-flexão acerca do presente e do futuro da Agricultura. No debate sobre o acordo de Parceria Transatlântica de Comér-cio e Investimento (TTIP), o Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, disse que “para a UE e EUA, dois blocos económi-cos que representam 46% do PIB mun-

dial, o entendimento é indispensável. Genericamente este acordo é benéfico para Portugal, no sector hortofrutícola, para o azeite, vinho e produtos trans-formados. A abertura daquele mercado será vantajosa, embora implique um im-pacto negativo noutros sectores como a carne de bovino”.

Numa vertente mais técnica, João Coimbra, produtor de milho de referência e membro da direcção da ANPROMIS, reconheceu que “face às alterações cli-

máticas, a agricultura sustentável é uma necessidade e não um capricho e a res-posta passa, sem dúvida, pela agricul-tura de precisão (…) nos próximos anos, é aqui na Agroglobal onde se vão dar a conhecer as mais recentes tecnologias da agricultura de precisão”.

Por parte da organização da Agroglo-bal, Joaquim Pedro Torres, faz o balanço da feira. “Nesta edição da Agroglobal partilhámos com país o melhor que se faz na nossa agricultura, porque a evo-

lução dos factores de produção, equipa-mentos e conhecimento é decisiva para não perdermos a batalha da competi-tividade” e considera que os objectivos foram atingidos, pois, afirmou, “ajudá-mos a projectar a imagem de dinamismo e pujança da nossa agricultura e reuni-mos num mesmo espaço os principais players do mercado agrícola para dis-cutir os desafios e pensar as soluções da agricultura de amanhã. Julgamos que a missão foi cumprida!».

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Foi “um êxito” o primeiro Dia da Enguia na Feira de S. Mateus, que decorreu no Domingo Franco, numa iniciativa da Viseu Marca e da Confraria Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco, que contou com elevada adesão de público.

O Dia da Enguia teve a participação de Belmira Franco, do restaurante “O Canti-nho da Belmira”, de Vildemoinhos, que no workshop da manhã mostrou como se fa-zem, em Viseu, enguias fritas em molho de escabeche, enquanto da parte da tarde a Confraria Gastronómica “O Moliceiro”, da Murtosa, confeccionou uma caldeirada de enguias, bem como uma sopa feita com o caldo que restou da caldeirada.

Pelo meio houve conversas em torno da tradição das enguias na Feira de S. Mateus e ao fim da tarde o concurso da “Melhor Enguia da Feira de S. Mateus” agitou o evento, que contou com a par-ticipação de sete restaurante ou tasqui-nhas presentes na Feira de S. Mateus. O júri, composto por António Lamego, da Confraria Gastronómica “O Moliceiro”, Odete Madeira, da Confraria Saberes e

A edição 2016 da Feira de S. Mateus, que decorreu em Viseu, superou um mi-lhão de visitantes, um número recorde desde que o certame dispõe de conta-gens mecânicas e electrónicas.

Para a autarquia e para a Viseu Marca, a 624.ª edição da Feira de S. Mateus foi “um êxito notável”. “Com este registo, a feira alcança um marco na sua história”, referiu o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, acrescentando que “esta poderá tornar-se uma edição len-dária”.

Na opinião do autarca, o milhão de visitas é “um prémio da aposta estraté-gica” assumida ao nível da “revitaliza-ção e modernização da mais antiga feira franca viva e traduz o estatuto de cer-tame popular histórico de excelência” em termos nacionais. A secular feira en-contra-se também numa fase de “plena

Promovida pela Viseu Marca e Confraria Saberes e Sabores da Beira

Dia da Enguia na Feira de S. Mateus é para repetir em 2017

Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, e Jorge Sobrado, da Viseu Marca, entregou o galardão da “Melhor Enguia” da Feira ao restaurante “O Churrasco”, que ostentará a distinção durante o próximo ano. A Tuna Sabores da Música animou o evento, com músicas tradicionais da região.

No encerramento da iniciativa, José Ernesto Silva, da Confraria Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, e Jorge Sobrado, da Viseu Marca, convergiram no “balanço positivo” da iniciativa, que ambos concordaram em “repetir” no pró-ximo ano.

Entretanto, a Confraria Saberes e Sa-bores da Beira ‘Grão Vasco’ foi uma das instituições que recebeu o galardão co-memorativo dos 25 anos da Feira do Vinho do Dão, promovido pela Câmara de Nelas, entregue durante a cerimónia de abertura do certame pela Ministra da Presidência e da Modernização Adminis-trativa, Maria Manuel Leitão Marques, ao Almoxarife, José Ernesto Silva. A Confraria esteve também representada no Encon-tro de Confrarias Báquicas e Gastronó-

micas que decorreu no âmbito do mesmo certame.

Organização diz que foi “um êxito notável”

Feira de São Mateus de Viseu atingiu número recorde de um milhão de visitantes

autossustentabilidade”, pagando-se a si própria e gerando “riqueza e emprego no concelho e na região”, acrescentou.

O “salto qualitativo e a criatividade” na organização e na programação são também apontados a esta edição do certame, que foi organizado pela Viseu Marca. “O segredo deste sucesso reside numa revitalização e num cuidado de ‘A a Z’”, explicou o gestor da feira e da Viseu Marca, Jorge Sobrado.

No entender do presidente da Viseu Marca, João Cotta, “a feira reencon-trou plenamente a sua ‘idade de ouro’ e projectou-se no futuro”, tendo hoje “melhores condições para a internacio-nalização”.

No que respeita aos dias de entrada gratuita, aquele que teve maior afluência de público foi o 12 de agosto, Dia Inter-nacional da Juventude - com 55 mil en-

tradas -, quando subiu ao palco o cantor Agir. O Dia de Viriato, a 28 de Agosto, alcançou quase 40 mil visitantes, e o Dia da Enguia e do Concurso dos Vestidos de Chita, a 04 de Setembro, 34 mil.

Já David Carreira e Diogo Piçarra ti-veram as maiores afluências dos dias de entrada paga, com 27 mil visitantes em cada um, enquanto na noite de Mariza se deslocaram à feira 24 mil pessoas.

“A organização partilha um sentimen-to de missão cumprida e de renovação histórica, ao mesmo tempo que leva da experiência dezenas de lições para a próxima edição do evento”, referiu Jorge Sobrado, considerando que foi cumpri-da a promessa do slogan “é de feirar por mais”.

A 625.ª edição da Feira de S. Mateus tem já as datas marcadas e vai ter lugar de 11 de Agosto a 17 de Setembro.

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A Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) foi uma das entidades pre-sentes na SALAMAQ - Feria Agropecuária de Salamanca, um dos maiores eventos do sector da Península Ibérica. Com um espaço novo e mais impactante, a AMCB fez parte dos 481 expositores presentes neste certame que decorreu no recinto de feiras em Salamanca.

De salientar que a AMCB foi uma das duas instituições Nacionais presentes, de paredes meias com o Ministério da Agri-cultura. ‘’A presença em feiras sectoriais é muito importante, pois desta forma con-seguimos ter maior destaque e atenção por parte dos visitantes, conseguindo

Vinhos, queijos, doces, mel e azeites feitos de acordo com as normas judaicas estiveram à venda num Mercado ‘Kosher’, em Belmonte, vila que quer afirmar-se como a capital deste tipo de produtos em Portugal.

“Vemos cada vez mais empresas inte-ressadas em apostar em produtos ‘ko-sher’, esperamos que Belmonte possa ser a grande capital deste tipo de produtos em Portugal e este mercado foi uma ini-ciativa que também pretendeu contribuir nesse sentido”, afirmou o presidente da Câmara de Belmonte, António Dias Ro-cha.

Lembrando que há cada vez mais gen-te que procura esses produtos, o autarca considerou que a iniciativa foi “um mer-cado interessante para produzir e co-mercializar” e, consequentemente, uma oportunidade empresarial para o conce-lho.

“Tendo em conta a nossa comunidade judaica e o facto de já termos na região algumas empresas com produtos ‘ko-sher’, parece-nos que faz todo o sentido que esses produtos possam ser produ-zidos e escoados, a partir de Belmonte, para todo o país”, disse.

No que concerne ao evento, que foi uma organização da autarquia, António Dias Rocha especificou que a iniciativa contou com cerca de 20 expositores de artesanato, música e a apresentação de pratos gastronómicos feitos de acordo com as normas ‘kosher’.

Foi um evento de cariz cultural que pretendeu contribuir para dar a conhecer melhor os costumes judaicos, também deverá ajudar a demonstrar o “orgulho, consideração e respeito” pela comunida-de judaica local.

“Ao contrário do que aconteceu outro-ra, quando os nossos judeus tiveram de viver um pouco escondidos, queremos contribuir para que possam mostrar cada vez mais a realidade da sua existência, do seu passado e que, claro, sintam que têm futuro em Belmonte”, afirmou, referindo que vê “com muita alegria” o facto de

desta forma uma aproximação directa com os potenciais visitantes/investidores com interesse na nossa região, afirmou o presidente da AMCB.

José Manuel Biscaia afirmou ainda que, “desta forma, pretendemos fortalecer os laços transfronteiriços, que se têm manti-do desde alguns anos a esta data, com os inúmeros projectos que temos executa-do, e da mesma forma promover o nosso território enquanto um espaço único no panorama do turismo, da economia e da sustentabilidade.

Por sua vez o presidente da instituição provincial de Salamanca, Javier Iglesias, recordou os projectos “importantes”

desenvolvidos há muitos anos e em con-junto, como um exemplo, citando aqueles que concorrem ao Programa Operacional Cooperação Transfronteiriça Espanha/Portugal (POCTEP). “Com eles criou-se valor com os recursos transfronteiriços”, reforçando que, no futuro, na sequência da sua aprovação iminente, permitirá que novas infra-estruturas sejam construídas e desenvolver iniciativas no ambiente, tu-rismo e assuntos de emprego”.

Javier Iglesias referiu-se também à Ecoraya, feira que será realizada em De-zembro, nos dias 10 e 11, em Salamanca e que prevê a participação de mais de 100 expositores de Salamanca e Portugal.

SALAMAQ decorreu em Salamanca

AMCB participou numa das maiores feiras de Agropecuária da Península Ibérica

Autarquia local promoveu um Mercado ‘Kosher’

Belmonte quer afirmar-se como capital do produtos ‘kosher’

hoje em dia os membros daquela comu-nidade não demonstrarem receio em pra-ticar livre e publicamente a sua religião.

A comunidade judaica de Belmonte é uma das mais antigas do mundo e in-tegra mais de 100 pessoas. Os seus an-tepassados sobreviveram à Inquisição celebrando o cristianismo em público e preservando o culto judaico em casa. Além da Sinagoga e do cemitério judaico, Belmonte tem ainda o Museu Judaico, que atrai milhares de visitantes por ano, e um hotel ‘kosher’.

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A riqueza do município da Sertã as-senta na natureza, principalmente, na floresta e na madeira, sector que é o maior polo empregador e mais impor-tante fonte de receitas de uma economia que apostou, também, na ciência para se desenvolver.

Com uma área de cerca de 450 quiló-metros quadrados e uma mancha flores-tal a cobrir mais de 70 por cento do seu território, a Sertã assistiu à inauguração, no verão de 2015, do Centro de Inova-ção e Competências da Floresta (SerQ) da Sertã, um investimento de mais de dois milhões de euros, que “veio permitir trabalhar a certificação das madeiras e o desenvolvimento de produtos e solu-ções para o sector”, segundo o presi-dente daquela autarquia do distrito de Castelo Branco.

Farinha Nunes, presidente da Câmara da Sertã desde 2009, realça a impor-tância da instalação de um equipamento que “vem promover o desenvolvimento económico e a criação de riqueza”, des-tacando a parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e a Universidade de Coimbra (UC) na atribui-ção das competências, nomeadamente, em áreas como as ciências da terra e da

vida, engenharia civil, florestal e mecâ-nica e que se traduzem na optimização de produtos, qualificação e controlo da sua qualidade e criação e divulgação de produtos e soluções.

“Para que os produtos da floresta te-nham um valor acrescentado é neces-sário alavancar a investigação científica e investir no conhecimento da área da floresta”, defende o autarca, notan-do que a aposta neste investimento vai “contribuir para a gestão sustentável das florestas e para a fixação de população altamente qualificada”.

Na Sertã, onde habitam cerca de 16 mil pessoas, “mais de metade da econo-mia regional depende desse sector, que envolve transacções anuais de largos milhões de euros e é responsável por centenas de postos de trabalho directos. É possível evoluir e crescer tecnologi-camente para gerar mais riqueza neste sector que nos diferencia”, defende.

“Sendo a floresta um produto endóge-no por excelência, procurámos investir em fatores distintivos e que nos permi-tam alcançar ainda mais valor no futuro. Não tanto na floresta do eucalipto, que essa tem a sua própria velocidade, mas, essencialmente, no pinho e na indústria

da madeira. O SerQ é uma aposta natu-ral. Vai no sentido da nossa visão para o sector da madeira, pinho e eucalipto, que é o nosso principal polo empregador e a mais importante fonte de receitas da nossa economia”, vinca Farinha Nunes. Na Sertã, segundo o autarca, “muito mudou” nos últimos 30 anos.

“Se, há 30 anos, a aposta pura e dura era nas infra-estruturas, como estradas, edifícios, saneamento e electricidade, hoje, as incumbências de uma Câmara Municipal são mais alargadas e as ques-tões económicas e sociais são, além de uma competência, um imperativo. E é aqui que temos de actuar”, aponta, destacando a aposta no Turismo e na re-novação da capacidade hoteleira, onde “mais fácil e rapidamente” se conse-guem resultados.

A Sertã é um concelho com cerca de 450 quilómetros quadrados, “tem paisagens lindíssimas e muita água, sendo banhada por três albufeiras e muitas ribeiras e riachos. Tem montes e vales, três vilas e muitos lugares in-teressantes. E é em todo este territó-rio que coabita o nosso ouro verde, a floresta”, não se cansa de afirmar Fa-rinha Nunes.

Floresta preenche 70% dos cerca de 450 quilómetros quadrados do concelho

Sertã aposta na investigação e certificação do património florestal

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, incentivou os industriais a apos-tarem em unidades de transformação de porco preto em Portugal, cuja maioria da produção tem como destino Espanha, considerando que os incentivos “são bas-tante generosos”.

“Cabe à iniciativa privada” a criação de unidades de transformação de porco preto e “ao Governo compete criar os es-tímulos e incentivos e esses estão criados e são bastante generosos, bem mais do que em Espanha”, afirmou.

O governante disse que o seu ministé-rio “está disponível para financiar a ins-talação de agro-indústria à volta desta fileira”, realçando que ajudas vão “até cerca de 45 por cento a fundo perdido em investimentos que podem atingir indivi-dualmente quatro milhões de euros”.

“Este é o grande desafio que se coloca à indústria, à produção e à fileira”, insistiu, destacando que “boa produção existe, as boas condições de produção foram repostas nos últimos anos e existem mer-cados”.

O titular da pasta da agricultura falava à margem da conferência comemorativa dos 25 anos da Associação Nacional dos

Capoulas Santos esteve nos 25 anos da ANCPA

Ministro incentiva aposta em unidades de transformação de porco preto

Criadores de Porco Alentejano (ANCPA), integrada na Feira da Luz/Expomor, em Montemor-o-Novo, distrito de Évora.

Capoulas Santos assinalou que a fileira teve de “começar do zero” em Portugal, após a peste suína africana ter afectado o país nos anos 60, em que era proibida a criação de animais, tendo a doença sido declarada erradicada em 1996. “O porco, ao longo deste período, voltou a crescer e a produção atingiu valores elevadíssi-mos”, observou o ministro da Agricultura, estimando que o efectivo actual “possa rondar os 50 mil animais”.

O governante considerou que o sector estabeleceu um mercado de exportação para Espanha por aquele país ter “uma poderosa indústria de transformação e uma enorme tradição de consumo de presunto”. “Neste período, apenas duas unidades para produzir presunto ibéri-co foram instaladas em Portugal e, pela inexistência de indústria em Portugal, a produção passou a ser orientada para exportação”, destacou.

O presidente da ANCPA, Luís Bulhão Martins, revelou que “a esmagadora maioria dos animais, cerca de 90 por cen-to, é vendida para Espanha”, indicando

que, muitas vezes, “o porco é de origem portuguesa e leva designação espanho-la”. “Em termos económicos, a fileira ao nível da produção valerá 25 milhões de euros, mas se a transformássemos mul-tiplicaríamos [o valor] por quatro”, previu.

O responsável justificou a situação por “não haver capacidade instalada em Por-tugal para transformar o número de por-cos já produzidos”, considerando que os matadouros especializados e indústrias de transformação que existem são “muito poucas”.

A venda dos animais para Espanha “não é absolutamente dramático”, ressal-vou Bulhão Martins, mas alertou que, com a exportação, “o valor fica em Espanha”, o que “é pior para a economia portuguesa”. “É evidente que é um problema da inicia-tiva privada”, disse, defendendo que “há mecanismos de política, apoios ao inves-timento e outro tipo de ajudas que pode-rão melhorar o desempenho do sector em Portugal”.

O presidente da ANCPA indicou que o sector está novamente a crescer, depois da crise de 2008 ter afectado negativa-mente o número de produtores e de efec-tivo.

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Os condutores sem licença para con-duzir veículos agrícolas vão ser obriga-dos a frequentar acções de formação sobre segurança, passando também a ser alvo de uma maior fiscalização, no-meadamente aos cintos de segurança e transporte de passageiros.

Estas são duas das medidas que o Go-verno vai adoptar para reduzir os níveis de sinistralidade com veículos agrícolas, que resultaram de um grupo de trabalho criado em Junho, e que identificou tam-bém os principais factores de risco.

Os ministérios da Administração In-terna e da Agricultura e Desenvolvimen-to Rural vão também criar, no início de 2017, uma plataforma comum de registo de informação relativa a acidentes com tractores e máquinas agrícolas, com o objectivo de identificar os factores e consequências ao nível da mortalidade e incapacidades.

Outras das medidas que o Governo vai adoptar passa pela realização, no pri-meiro semestre de 2017, de um contro-lo efectivo de máquinas e tractores no mercado de segunda mão, em especial aos veículos importados e não homolo-gados em Portugal, através de regula-

Nomeadamente aos cintos de segurança e transporte de passageiros

Governo vai intensificar fiscalização aos condutores de veículos agrícolas

mentação do processo de atribuição de matrícula.

No âmbito destas alterações vai ser intensificada a fiscalização sobre os condutores dos veículos agrícolas de uma forma progressiva, no que respei-ta ao arco de protecção, ao cinto de segurança, ao avisador luminoso e ao transporte de passageiros nos tractores agrícolas, além de ser criado um regime sancionatório associado à não utiliza-ção de sistemas de retenção e à imposi-ção de montagem de avisador luminoso especial de cor amarela.

O Governo vai igualmente estudar a viabilidade de realização de inspecções obrigatórias aos tractores agrícolas, com recurso a Centros de Inspecção Au-tomóvel. Para combater a sinistralidade, o Governo vai ainda lançar uma estra-tégia de comunicação e dinamização de campanhas de educação e sensibi-lização sobre segurança em tractores agrícolas.

Os ministérios da Administração In-terna e da Agricultura e Desenvolvimen-to Rural decidiram avançar com estas medidas, tendo em conta os problemas identificados, designadamente a inexis-

tência do uso do arco de protecção ou cabina de protecção, incorrecta utiliza-ção do aro de protecção e do cinto se-gurança.

Excesso de velocidade e perda de controlo do veículo, mau manuseamen-to, por falta de formação adequada dos operadores dos veículos agrícolas, e parque automóvel envelhecido, sem os necessários equipamentos de seguran-ça, são outros factores de risco identi-ficados.

No final de 2015, existiam em Portu-gal cerca de 280 mil veículos agrícolas matriculados e, destes, em 2014, apenas 167.131 estavam registados para efeitos de subsídio de gasóleo na Direcção-Ge-ral de Agricultura de Desenvolvimento Rural (DGADR).

A identificação dos principais factores de riscos e definição das novas estra-tégias de combate à sinistralidade com veículos agrícolas envolveu a Autori-dade Nacional de Segurança Rodoviá-ria, Autoridade para as Condições do Trabalho, Instituto da Mobilidade e dos Transportes, Guarda Nacional Republi-cana e Direcção-Geral de Agricultura de Desenvolvimento Rural.

O Tejo Gourmet – VII Concurso de Iguarias e Vinhos do Tejo regressa em No-vembro de 2016. As inscrições estão abertas até 30 de Setembro para qual-quer restaurante do país que esteja interessado em participar e, pela primeira vez, é completamente gratuito. O concurso decorre de 5 a 27 de Novembro.

Criado em 2010 pela CVR Tejo, o Tejo Gourmet cresceu e saltou as fronteiras do Ribatejo, posicionando-se actualmente como um concurso nacional que promove a harmonização da gastronomia dos restaurantes participantes com os Vinhos do Tejo presentes nas suas Cartas, aumentando assim a oferta e divulgação dos vinhos desta Região. O objectivo do Tejo Gourmet consiste na preparação e divulgação das melhores harmonizações entre os pratos con-feccionados pelos restaurantes inscritos e os Vinhos do Tejo nas suas Cartas.

Este ano, na sua sétima edição, a organização fica de novo a cargo da Con-fraria Enófila Nossa Senhora do Tejo, entidade parceira da Comissão Vitiviní-cola Regional do Tejo na promoção dos Vinhos do Tejo.

Na edição 2015 do Tejo Gourmet foram premiados restaurantes de norte a sul do país e ainda da Ilha da Madeira na Gala Vinhos do Tejo que se realizou em Março deste ano.

Com inscrições abertas até 30 de Setembro

Tejo Gourmet 2016 regressa de 5 a 27 de Novembro

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Breves

F I C H A T É C N I C A

Ano XII | N.º 278 | Periodicidade: QuinzenalDirector: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | [email protected] | 968044320Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel GalanteDepartamento Comercial: Filipe Figueiredo e Fernando FerreiraRedacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: [email protected] | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

A Escola de Hotelaria de Colares (EPAV) regista anualmente elevados níveis de empregabilidade dos seus for-mandos, tendo alcançado no final deste ano lectivo a colocação de cerca de 90 por cento dos mesmos.

Além garantir o nível de qualificação

Certame Gastronómico do Mísca-ro de Aguiar da Beira

Aguiar da Beira prepara IV Certame Gastronómico do Míscaro, uma iniciativa do município local, que vai decorrer de 28 a 30 de Outubro. Este evento é já uma referência naquele concelho do distrito da Guarda, que atrai muitos visitantes para degustar pratos que têm por base o míscaro colhido nas zonas florestais de Aguiar da Beira.

X Festival Gastronómico do Achi-gã chega às mesas de Vila de Rei em Outubro

Vila de Rei recebe de 1 a 9 de Outubro o X Festival Gastronómico do Achigã, que decorre em sete restaurante que, nesta edição de 2016, irão oferecer aos visi-tantes a possibilidade de se deliciarem com pratos tradicionais onde o achigã é o ingrediente dominante.

O II Ultra Trail do Colcurinho, promovi-do pelo Município de Oliveira do Hospi-tal e Aldeias do Xisto, começa este ano, dia 30 de Outubro, novamente no mítico Santuário de Nossa Senhora das Preces, no âmbito da realização da XV Festa da Castanha de Aldeia das Dez.

Integrada na Taça Distrital de Trail Running ADAC 2016, a prova, que decor-re entre as 9 e as 17 horas, vai ser apadri-nhada pelos atletas Luís Mota, vencedor da mítica prova “Oh Meu Deus” e repre-sentante de Portugal nos Campeonatos do Mundo de 2015 e, ainda, a atleta oliveirense Carla Cabral, vencedora de algumas provas de referência na moda-lidade.

Este evento desportivo, que na primei-ra edição, em 2015, atraiu cerca de 100 participantes nacionais e estrangeiros, desenrola-se em três vertentes: a cami-nhada, composta por um percurso de 10 km, o trail curto, com uma distância de 20 km, e o trail longo, com 40 km.

Com vista para a Serra da Estrela, os

Com cerca de 90 por cento dos formandos colocados

Escola de Hotelaria de Colares garante elevada empregabilidade

equivalente ao 12º ano e ser a única escola em Sintra com o curso vocacio-nal secundário de cozinha, possui uma importante componente prática, ofere-cendo aos alunos uma formação com-pleta com uma forte empregabilidade após terminarem o secundário.

A EPAV não vive só dos cursos de res-tauração, possuindo cursos ligados à hotelaria e à Protecção Civil e Apoio à Infância. Uma formação pensada para as necessidades do mercado de traba-lho que faz com que sejam os próprios empresários a procurar a EPAV para re-crutar para as suas organizações.

Há poucas instituições de ensino se-melhantes em Portugal, os formandos para além das aulas têm oportunidade de ter contacto com o trabalho da quin-ta, quer a nível hortícola quer a nível da pecuária.

Os formandos de restauração têm a possibilidade de fazer formação num restaurante real e num alojamento lo-cal. Nas aulas de Restaurante e Bar, os formandos, todas as semanas têm con-tacto com mundo do trabalho, servindo os almoços pedagógicos, ao público no Restaurante Sarrazola, parte integrante do Hotel Sarrazola House.

As aulas de cozinha e pastelaria tam-bém proporcionam aos alunos um co-nhecimento versátil, pois estes realizam aprendizagens em diversos ambientes que passam pelo serviço de refeitório à alta cozinha, estando preparados para fazer face a qualquer oferta de emprego.

A Escola de Hotelaria de Colares caracteriza-se como sendo uma alter-nativa de educação ao nível da oferta do ensino secundário regular na região, estando inserida numa quinta de 12 hec-tares.

A décima edição do evento, organiza-do pela Câmara de Vila de Rei, fará com que o concelho se volte a encher de sa-bores e aromas que voltarão a fazer as delícias dos visitantes.

presidente da Câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, afirma que “a décima edi-ção do Festival Gastronómico do Achigã vai colocar, uma vez mais, a gastronomia do concelho em grande destaque. Espe-ramos que os nossos restaurantes vol-tem a receber milhares de visitantes ao longo do Festival, podendo demostrar a sua grande qualidade e divulgar a cozi-nha tradicional da zona centro do país.”

Cursos de prova com vinhos ver-des a partir de 29 de Setembro

A partir de 29 de Setembro e até 20 de Outubro, a Academia do Vinho Verde promove um ciclo de sessões dedicado ao tema “Os sentidos e a prova técni-ca com Vinhos Verdes”, orientado pelo

enólogo Luís Cerdeira.Às quinta-feiras, entre as 18 e as 20

horas, o Vinho Verde serve de mote a harmonizações com queijos portugue-ses, sushi, sashimi e tempuras, choco-lates improváveis e gastronomias do Mundo em sessões divididas em quatro níveis. Os cursos podem ser adquiridos por módulo ou na totalidade, contando com a oferta de jantar temático na se-gunda opção.

Os Cursos de Prova decorrem nas instalações da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) e terminam com um jantar no hotel--escola The Artist Porto Hotel & Bistrô a 27 de Outubro, que reúne sabores e sensações abordados ao longo das várias sessões. As inscrições podem ser feitas através do endereço www.vinhoverde.pt/academia/formulario, estão limitadas a um número máximo de 20 participantes e garantem diplo-ma final.

BrevesBrevesBrevesBrevesBreves Breves

Evento realiza-se no âmbito da XV Festa da Castanha de Aldeia das Dez

II Ultra Trail do Colcurinho leva participantes à Serra do Açor

participantes deste ultra trail de mon-tanha percorrem sítios únicos com a autenticidade do mundo rural e são de-safiados pela organização a subirem ao Monte do Colcurinho, a 1242 m de alti-tude, na Serra do Açor, de onde se avista uma das mais belas paisagens do interior de Portugal.

A boa organização e as belas paisa-gens foram, aliás, alguns dos aspectos mais elogiados pelos participantes na edição do ano passado. Em 2016, todos os atletas vão ter a oportunidade de su-bir ao Monte do Colcurinho, a 1242 m de altitude.

O Ultra Trail do Colcurinho é uma ini-ciativa do Município de Oliveira do Hos-pital com vista a incentivar a política de desporto para todos e, simultaneamen-te, promover o turismo de natureza atra-vés do valiosíssimo património natural e paisagístico dos territórios de monta-nha. As inscrições podem ser efetuadas online até ao próximo dia 26 de Outubro em www.acorrer.pt/.

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O Grupo Crédito Agrícola lança o “III Concurso de Vinhos” des-tinado a Produtores e Cooperativas de todas as regiões vitiviní-colas do país, em parceria com a Associação dos Escanções de Portugal.

A edição deste ano contempla não só a inscrição de vinhos brancos e tintos e, mas também de espumantes, produzidos em Portugal. Para cada região vitivinícola e para as categorias “Vi-nho Branco”, “Vinho Tinto” e “Vinho Espumante”, será atribuída a distinção Tambuladeira dos Escanções de Portugal de Ouro, Prata e Bronze. A 28 e 29 de Outubro terá lugar a realização das Provas Cegas pelo Júri do Concurso no decorrer da Feira Portugal Agro, na FIL, Parque das Nações, em Lisboa.

De sublinhar que no total das duas edições anteriores o Con-curso de Vinhos registou a inscrição de cerca de 450 vinhos e pre-miou com Ouro, Prata e Bronze um total de 125 vinhos brancos e tintos, oriundos das regiões vitivinícolas dos Vinhos Verdes, Trás--os-Montes, Douro, Beiras, Dão, Bairrada, Tejo, Lisboa, Península de Setúbal e Alentejo.

Esta é mais uma iniciativa do Grupo Crédito Agrícola para apoiar o sector e o desenvolvimento das economias locais, espe-cialmente as Cooperativas e os Produtores, promovendo e colo-cando à prova a qualidade dos vinhos nacionais.

Brancos, Tintos e Espumantes à Prova

Crédito Agrícola lança terceira edição do Concurso de Vinhos

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Saiba muito mais em www.vindimasviseu.pt e www.facebook.com/municipioviseu

21 a 2 5 SetembroViseu

Mercado de Vinhos e Sabores

Vindimas nas Quintas

Concertos

Meia Maratona do Dão

Workshops

Dão Parties