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1 Filiado à Divinópolis/MG, 18 de dezembro de 2017 Foi publicado na edição desta segunda- feira (18), no Diário Oficial da União, o veto total do presidente Michel Temer ao Projeto de Lei (PL) 3.831/2015, que estabelecia re- gras para a negociação coletiva no serviço público. O PL 3.831/2015 foi aprovado pela Câ- mara dos Deputados em caráter terminativo no início de setembro. O texto foi enviado ao presidente Michel Temer para sanção, po- rém, ao contrário do que esperava a maioria das centrais sindicais, a proposta foi vetada integralmente pelo governo. No comunicado de veto que enviou ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, Mi- chel Temer argumenta que o Ministério da Justiça e a Advocacia Geral da União (AGU) manifestaram- se pelo veto, pois o projeto é inconstitucional. De acordo com Michel Temer, “a proposição legislativa incorre em inconstitucionalidade formal, por invadir competência legislativa de estados, Dis- trito Federal e municípios, não cabendo à União editar pretensa norma geral sobre negociação co- letiva, aplicável aos demais entes federativos, em violação aos artigos 25 e 30 da Constituição , bem como por apresentar vício de iniciativa, ao versar sobre regime jurídico de servidor público, matéria de iniciativa do Presidente da República, conforme regulam o artigo 61 e seu parágrafo 1º, inciso II, alínea ‘e’ da Constituição Federal”. SINTRAM A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oes- te (Sintram), Luciana Santos, afirma que é mais um golpe contra o servidor público municipal. “A regulamentação da negociação coletiva seria um avanço para o servidor público e mais uma vez o governo acaba com uma medida que seria benéfica para o funcionalismo”, analisou. O presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), entidade à qual o Sin- tram é filiado, João Domingos Gomes dos San- tos, criticou duramente a decisão do presidente publicada nesta segunda-feira pelo Diário Oficial. Para João Domingos, é equivocado o argumento da inconstitucionalidade. “Esse argumento não se sustenta, porque hoje o Brasil homologou, assinou, ratificou, internacionalizou a convenção 151, portan- to isso dá o suporte necessário”, afirmou. João Domingos informou que ainda nesta se- gunda-feira a CSPB já tomará as providências ne- cessárias para a derrubada do veto. “Acho abso- lutamente possível conseguirmos derrubar o veto, enfim, não vamos esmorecer, não vamos desistir de 39 anos de luta e que, na hora de colher os frutos desejados, vem essa figura nefasta e demo- níaca de Michel Temer e veta integralmente um projeto que é o sonho de milhões de pessoas”, finalizou. CONVENÇÃO 151 Em abril de 2010, o Congresso Nacional pro- mulgou, por meio do Decreto Legislativo nº 206, os textos da Convenção nº 151 e da Recomendação nº 159, ambas da Organização Internacional do Tra- balho (OIT), cuja ratificação e incorporação ao or- denamento jurídico do País foram solicitadas em 14 de fevereiro de 2008, em mensagem do Executivo. De acordo com a solicitação do Executivo, os tex- tos “estabelecem princípios que asseguram a pro- teção dos trabalhadores da Administração Pública Temer veta totalmente projeto que regulava a negociação coletiva no serviço público

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Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

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Filiado à

Divinópolis/MG, 18 de dezembro de 2017

Foi publicado na edição desta segunda-feira (18), no Diário Oficial da União, o veto total do presidente Michel Temer ao Projeto de Lei (PL) 3.831/2015, que estabelecia re-gras para a negociação coletiva no serviço público. O PL 3.831/2015 foi aprovado pela Câ-mara dos Deputados em caráter terminativo no início de setembro. O texto foi enviado ao presidente Michel Temer para sanção, po-rém, ao contrário do que esperava a maioria das centrais sindicais, a proposta foi vetada integralmente pelo governo. No comunicado de veto que enviou ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, Mi-chel Temer argumenta que o Ministério da Justiça e a Advocacia Geral da União (AGU) manifestaram-se pelo veto, pois o projeto é inconstitucional. De acordo com Michel Temer, “a proposição legislativa incorre em inconstitucionalidade formal, por invadir competência legislativa de estados, Dis-trito Federal e municípios, não cabendo à União editar pretensa norma geral sobre negociação co-letiva, aplicável aos demais entes federativos, em violação aos artigos 25 e 30 da Constituição , bem como por apresentar vício de iniciativa, ao versar sobre regime jurídico de servidor público, matéria de iniciativa do Presidente da República, conforme regulam o artigo 61 e seu parágrafo 1º, inciso II, alínea ‘e’ da Constituição Federal”. SINTRAM A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oes-te (Sintram), Luciana Santos, afirma que é mais um golpe contra o servidor público municipal. “A regulamentação da negociação coletiva seria um avanço para o servidor público e mais uma vez o governo acaba com uma medida que seria benéfica para o funcionalismo”, analisou. O presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), entidade à qual o Sin-tram é filiado, João Domingos Gomes dos San-

tos, criticou duramente a decisão do presidente publicada nesta segunda-feira pelo Diário Oficial. Para João Domingos, é equivocado o argumento da inconstitucionalidade. “Esse argumento não se sustenta, porque hoje o Brasil homologou, assinou, ratificou, internacionalizou a convenção 151, portan-to isso dá o suporte necessário”, afirmou. João Domingos informou que ainda nesta se-gunda-feira a CSPB já tomará as providências ne-cessárias para a derrubada do veto. “Acho abso-lutamente possível conseguirmos derrubar o veto, enfim, não vamos esmorecer, não vamos desistir de 39 anos de luta e que, na hora de colher os frutos desejados, vem essa figura nefasta e demo-níaca de Michel Temer e veta integralmente um projeto que é o sonho de milhões de pessoas”, finalizou. CONVENÇÃO 151 Em abril de 2010, o Congresso Nacional pro-mulgou, por meio do Decreto Legislativo nº 206, os textos da Convenção nº 151 e da Recomendação nº 159, ambas da Organização Internacional do Tra-balho (OIT), cuja ratificação e incorporação ao or-denamento jurídico do País foram solicitadas em 14 de fevereiro de 2008, em mensagem do Executivo. De acordo com a solicitação do Executivo, os tex-tos “estabelecem princípios que asseguram a pro-teção dos trabalhadores da Administração Pública

Temer veta totalmente projeto que regulava a negociação coletiva no serviço público

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

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no exercício de seus direitos sindicais, seja como filiados ou representantes de sindicatos, garantindo sua autonomia de atuação”. A Convenção nº 151 e a Recomendação nº 159 foram assinadas em 1978 por vários países, entre eles o Brasil. Conforme determina a Constituição Federal, para serem aplicadas, dependiam da ra-tificação do Congresso Nacional, a quem compe-te resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.Ao promulgá-las, o Congresso fez duas ressal-vas. A primeira estende a expressão “pessoas em-

pregadas pelas autoridades públicas, constante na Convenção 151, aos diversos níveis de governo e às várias relações de trabalho”. Isto é, vale tanto para servidores públicos federais regidos pela Lei 8.112/90 ou pela CLT, quanto para os servidores dos âmbitos estadual e municipal, regidos pela le-gislação específica de cada um. Na outra ressalva, estabelece que as organizações de trabalhadores abrangidas pela Convenção são apenas aquelas organizações “constituídas nos termos do artigo 8º da Constituição Federal”, ou seja, os sindicatos. | Matéria Sintram |

O Diário Oficial dos Municípios acaba de publicar a Portaria CM-025/2017, assinada pelo presidente da Câmara Municipal, Adair Otaviano de Oliveira (PMDB) que instituiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação da UPA 24h, que esse ano entrou em colapso total. Des-de que entrou em operação, a UPA foi entregue à Fundação Santa Casa de Formiga, inicialmente através de uma gestão compartilhada, modelo que durou de março de 2102 até dezembro do mesmo ano. A partir daí a UPA passou a ser gerida so-mente pela Fundação Santa, que venceu uma lici-tação com somente dois concorrentes e uma dife-rença de apenas R$ 1 mil entre as duas propostas apresentadas. A CPI vai apurar denúncias de má gestão, já que desde que entrou em operação, a UPA está cheia de problemas, especialmente no pagamento dos servidores. “A terceirização da UPA teve como consequência aquilo que nós sempre alertamos. A unidade está sucateada, toda quebrada, servidores e médicos sem saber quando recebem salários, o atendimento é totalmente inadequado e temos es-peranças que essa CPI venha consertar esses er-ros grotescos que foram cometidos, já que a UPA, se fosse bem administrada, seria parte importante na solução dos nossos problemas de saúde da ci-dade. Esse é o exemplo mais concreto que temos hoje em Divinópolis, de que a terceirização só traz prejuízos para o povo e os cofres públicos. Quem leva vantagem com isso?”, questiona a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divi-nópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Luciana Santos. Na portaria publicada pelo Diário oficial foram

nomeados os vereadores Janete Aparecida (PSD) – autora do requerimento que pediu a investiga-ção – e os demais vereadores, todos ligados ao prefeito Galileu Machado (PMDB), Rodrigo Kaboja (PSD), Nêgo do Buriti (PEN) e Zé Luís da Farmácia (PMN). Agora a Comissão deverá reunir-se sob a con-vocação e a presidência do mais idoso de seus membros (Zé Luís da Farmácia) para eleger o pre-sidente que vai comandar os trabalhos e escolher o relator da matéria que for objeto de sua constitui-ção, nos termos regimentais. A CPI terá o prazo de até 120 para conclusão de seus trabalhos.| Matéria Sintram |

Divinópolis: Presidente da Câmara nomeia vereadores ligados ao prefeito para CPI da UPA

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Em entrevista à Folha de S. Paulo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que a reforma da Previ-dência não for votada até 20 de fevereiro do próximo ano ficará impossível aprová-la. “Se a gente não conseguir condições para votar ali, 19, 20 de fevereiro, é impossível. Aí é melhor ir para outro tema”, disse Maia na entrevista publi-cada neste domingo (17). Sem votos, o governo foi obrigado a retirar a proposta da pauta, tendo que mudar os planos de aprovar a reforma ainda em 2017. A articulação do governo é para tentar ga-ratir os 308 votos necessários para aprovar a emenda cons-titucional depois do Carnaval. Por se tratar de uma Proposta Emenda à Cons-tituição (PEC), a reforma precisa de 308 votos fa-voráveis dos 513 deputados, em dois turnos de votação. “Não tem plano B. O que você tem de olhar é o que, do ponto de vista do equilíbrio fiscal, pode ser feito. Mas não quero tratar desses pontos porque vou estar jogando a toalha. Então, só depois do dia 19 de fevereiro”, disse Maia. Segundo ele, as duas denúncias contra o Te-mer apresentadas pela Procuradoria-Geral da Re-pública tiveram um papel de limitar o número de deputados que apoiam a reforma. Mas além disso, o governo enfrenta uma forte rejeição popular que aumenta o desgate do governo. E apoiar uma re-forma que retira direitos vai representar também a

retirada de de votos nas urnas em 2018. Diante da possibilidade de ver a reforma voltar para a gaveta, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, admitiu que o governo negocia mudanças na última versão do texto, a chamada “reforma en-xuta”. A primeira versão da reforma, apresentada ainda em 2016, previa uma economia de 800 bilhões de reais em 10 anos. Essa economia caiu para 480 bilhões de reais com a última versão do texto, de três semanas atrás. Do Portal Vemelho, com informações de agên-cias

Maia: Se não votar Previdência em fevereiro será impossível aprová-la

Sintram convoca servidores para assembleia em Itapecerica Nesta próxima quarta-feira (20) na Câmara Mu-nicipal de Itapecerica será realizada assembleia com os servidores da Educação. Na pauta de dis-cussão está o Plano de Cargos, Carreira e Salá-rios da área. A assembleia está agendada para às 13h30 e será coordenada pelo dirigente sindical, Eduardo Parreira. A presidente do Sintram, Luciana Santos, des-

taca a importância de participação dos educadores. “É uma discussão que merece atenção especial de todos servidores da educação. Estaremos discutin-do a carreira do servidor, ou seja, é a oportunidade de opinar e construirmos junto a proposta a ser levada ao Executivo. Aguardamos todos na assem-bleia”, disse Luciana. | Matéria Sintram |

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, declarou que o PSDB punirá deputados tucanos que votarem contra a reforma da Previdência, que foi desidratada e teve votação adiada para 19 de fevereiro, o que ligou o sinal amarelo no Palácio do Planalto e foi encarado como uma derrota do go-verno no fim do ano. Aclamado presidente nacional do PSDB há uma semana, Alckmin encabeça posi-ção majoritária do partido em favor da proposição, prioridade máxima no último ano da gestão Michel Temer (PMDB), e havia feito a ressalva de que o fechamento de questão não implicaria, necessaria-mente, punição a correligionários – instrumento po-lêmico das democracias modernas, a determinação partidária admite sanções como suspensão e até expulsão a quem desobedecê-la. Alckmin foi indagado por um repórter a respeito das possibilidades de punição em fevereiro, caso a matéria vá a mesmo a voto na data marcada. “Olha, terá punição, mas nós vamos estabelecer… Nosso momento não é de discutir punição, é con-vencimento. É convencimento”, ponderou o tucano, durante cerimônia de entrega de um terminal de ônibus em Americana, interior paulista. “Era pra votar em dezembro, ficou pra fevereiro. Nós continuamos favoráveis. Se ficar pra março continuaremos favoráveis. Entendemos que é uma questão de justiça, no sentido de ter um tratamento mais justo entre setor privado e público e pra evitar o deficit [previdenciário], porque isso pode com-prometer o equilíbrio das finanças públicas”, acres-centou o governador, segundo registro feito pelo site do jornal Folha de S.Paulo.

Em meio a uma crise de identidade e um ra-cha interno grave, o PSDB decidiu, a exemplo de partidos como PMDB e PTB, pelo fechamento de questão a favor da reforma na última quarta-feira (13), já com Alckmin no comando da legenda. Na ocasião, bem ao estilo tucano, a obrigação de voto a favor foi imposta, mas descartando-se punição para dissidentes. Com 46 deputados, o partido é considerado cru-cial para aprovar a reforma – que, por tramitar por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC 287/2016), precisa de ao menos 308 votos na Câmara, em dois turnos de votação. Metade do partido defende o fim da aliança com Temer, gru-po encabeçado por tucanos como o senador Tas-so Jereissati (CE) e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra da legenda. Deputados alinhados a essa tendência não têm se manifestado com frequência contra a proposição, mas votaram pela continuidade das in-vestigações contra Temer e demonstram incômodo com a pauta governista. Por outro lado, tucanos liderados pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), antecessor de Alckmin no comando do partido, e pelo governador de Goi-ás, Marconi Perillo, querem não só a manutenção da aliança, mas o apoio irrestrita à pauta reformista de Temer – que, além da reforma da Previdência, falou sobre os anseios de aprovar um projeto de “simplificação tributária”, ontem (sexta, 15), em dis-curso na posse do novo ministro-chefe da Secre-taria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), res-ponsável pela articulação política com o Congresso.

Mas tanto Aécio quando Marconi, investigados pela Operação Lava Jato, têm perdido força no partido diante das propaladas intenções de renovação com vistas à corrida presidencial de 2018. Presidenci-ável do PSDB, Alckmin também é alvo da Lava Jato, embora sua situação judicial seja considerada menos desfavorável. Dos quatro ministros tucanos originais do governo Temer, ape-nas um continua no Executivo em nome do PSDB: Aloysio Nunes, senador de São Paulo que chefia o Ministério das Relações Exte-

Alckmin diz que PSDB punirá quem votar contra reforma da Previdência, mas fala em “convencimento”

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Recursos relativos ao chamado “quadri-lhão do PMDB” na Câmara dominarão as atenções na última semana de julgamento do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017. Relator da Operação Lava Jato no STF, o ministro Edson Fachin já havia deci-dido submeter ao pleno da corte os pedidos de políticos peemedebistas para suspender as investigações em que figuram como acu-sados junto com o presidente Michel Temer (PMDB) – que, denunciado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça, só pode ser investigado com au-torização da Câmara, no exercício do man-dato, ou depois que deixar a Presidência. Dada a importância do caso, o julgamento poder ter início na terça ou na quarta-feira (20) e terminar no dia seguinte. Em meados de novembro, Fachin decidiu se-parar o inquérito de Temer dos que envolvem os demais peemedebistas, mas garantiu que a última palavra seria do conjunto do Supremo, com seus 11 magistrados. Na mesmo decisão, Fachin sugeriu ao Ministério Público Federal que se posicionasse a respeito do desmembramento, caso quisesse. E o MPF quis: no final do mês, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o inquérito não seja paralisado. Denunciado pelos três crimes pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Temer foi blindado por deputados da base governista, que barraram o in-quérito nas votações de plenário em 2 de agosto e 25 de outubro, depois de muita liberação de verbas e negociação de cargos com aliados. Com o pedi-do ao STF, os políticos peemedebistas, alguns já presos, usam a situação do presidente para tentar atrasar o andamento das investigações – em um exercício de imaginação à luz da lei pertinente, se Temer disputasse e vencesse a sucessão pre-sidencial em 2018 e, quatro anos depois, fosse reeleito, só poderia vir a ser efetivamente investi-gado em 2027, uma vez que a Câmara já barrou a

continuidade do processo. De olho na possibilidade legal no STF, recur-sos pela suspensão do processo foram apresenta-dos pelas defesas do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado a mais de 15 anos de reclusão, e do ex-deputado e ex-mi-nistro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que chefiou a Secretaria de Governo de Temer e também está preso. Os dvogados dos peemedebistas alegam que, como ambos são acusados de integrar or-ganização criminosa e por isso foram denunciados junto com Temer, têm direito a permanecer atre-lados ao processo paralisado do presidente. Sem foro privilegiado, tanto Cunha como Geddel não têm mais direito a serem julgados exclusivamente no STF.

DEFESA A defesa de Temer se manifestou sobre o fa-tiamento. O presidente pediu que Fachin reconsi-derasse a decisão que permitiu a continuidade das investigações sobre peemedebistas sem foro privi-legiado envolvidos em sua denúncia. Em ofício en-viado ao Supremo em 8 de novembro, o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, alegou que o pros-seguimento das apurações sobre os demais acu-

“Quadrilhão do PMDB” na Câmara terá recursos julgados pelo STF na reta final do Judiciário em 2017

riores. Luislinda Valois, que continua na pasta dos Direitos Humanos, desfiliou-se do partido na última quinta-feira (14). Diferentemente dos últimos rema-nescentes, os deputados Bruno Araújo (Cidades) e, mais recentemente, Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) deixaram a equipe ministerial como

reflexo do racha tucano – indefinição que tem ir-ritado governistas como o próprio Marun, que em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco disse que os tucanos têm sido maus parceiros e dirigiu críticas específicas a Alckmin.Fonte: Congresso em Foco

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sados produzirá “consistente e perigosíssimo risco de ocorrer colheita de prova sem a participação daqueles que, no futuro, poderão vir a ser atingidos por ela”. Embora não tenha pedido a reversão do desmembramento, Carnelós atentou para o fato de que, no transcurso do inquérito, podem surgir ele-mentos probatórios que incriminem Temer sem que ele, com seu caso paralisado, possa se defender. “A mesma decisão [de fatiamento] foi alvo de inúmeros agravos regimentais interpostos por outros investigados diretamente afetados em suas situa-ções jurídicas pela determinação de desmembrame nto e de remessa aos juízos federais de Curitiba e Brasília, motivo pelo qual as considerações tecidas pela defesa de Michel Miguel Elias Temer Lulia serão objeto de análise por ocasião do julgamento desses recursos, na ambiência própria, qual seja, o Pleno deste egrégio Tribunal”, anotou Fachin, no despacho sobre o encaminhamento do caso ao plenário do STF. No despacho que determinou o fatiamento, Fa-chin enviou para a Justiça Federal em Brasília acusações por obstrução de Justiça ao empresá-rio Joesley Batista, um dos donos da JBS (Gru-po J&F); Ricardo Saud, executivo do Grupo J&F; Lúcio Bolonha Funaro, apontado de ser operador de propinas em esquema de corrupção do PMDB; e Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro, além do próprio Eduardo Cunha e do ex-suplente de depu-tado e auxiliar de Temer na Presidência da Repú-blica, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Também investigado por envolvimento no quadrilhão, Loures virou réu depois de ser filmado fugindo com R$ 500 mil em dinheiro vivo atribuído a Temer e, de-nunciado com o presidente por corrupção passiva, passou a ser chamado de “deputado da mala” (de dinheiro de corrupção). Ele cumpre restrição de li-berdade com tornozeleira eletrônica, em Brasília, e deve se recolher à sua residência todas as noites.

FANTASMA DA PRIMEIRA INSTÂNCIA A estratégia é manter todos os peemedebistas no mesmo processo, evitando-se seu desmembra-mento e, consequentemente, o encaminhamento dos autos, individualmente, para juízes de primei-ra instância como Sérgio Moro (Curitiba), Vallisney Oliveira (Distrito Federal) e Marcelos Bretas (Rio de Janeiro), os três considerados implacáveis e excessivamente rigorosos em suas condenações. Bretas, no entanto, não vai herdar processo do quadrilhão peemedebista, embora haja a possibi-lidade de que informações venham a se interligar durantes as apurações. Foi Moro, por exemplo, que condenou Cunha e o ex-presidente Lula (mais de nove anos de cadeia) em processos referentes à Lava Lato. Vallisney, por seu turno, mandou prender Geddel duas ve-zes e tornou o petista réu. Para citar apenas uma condenação, relativa à Operação Calicute (desdo-bramento da Lava Jato no Rio), Bretas sentenciou o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral a 45 anos de prisão. Ao decidir pelo fatiamento do inquérito, Fachin sugere aos dez pares no Supremo o encaminha-mento dos casos à Justiça Federal. Caso o Supre-mo acompanhe a recomendação do relator da Lava Jato, o inquérito iria para as mãos de Sérgio Moro e Vallisney Oliveira, responsáveis pelas investiga-ções do petrolão em primeira instância. Em setem-bro, em decisão sobre caso sem a restrição pre-sidencial e referente a outro quadrilhão do PMDB, o do Senado, o ministro determinou o desmem-bramento do inquérito em que foram denunciados os senadores peemedebistas Edison Lobão (MA), Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (PE), Valdir Raupp (SC) e Jader Barbalho (PA). A acusação é a mesma: condutas enquadradas no tipo penal de associação criminosa.Fonte: Congresso em Foco

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia à ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório par-cial sobre a investigação aberta a pedido dela para apurar citações feitas a ministros da Corte em áu-dios entregues pela empresa JBS à Procuradoria-Geral da República. Segóvia permaneceu pouco menos de meia hora no gabinete da presidente do STF na tarde desta sexta-feira. Ao ser abordado por jornalistas na sa-ída do encontro, ele não respondeu a perguntas,

Diretor da PF entrega a Cármen Lúcia relatório de investigação sobre ministros do Supremo

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Temer tem agenda oficial no domingo para receber tropa de choque e ministro Gilmar Mendes O presidente Michel Temer teve agenda oficial nesse domingo (17) e se reuniu, no final da manhã deste domingo (17) com representantes de sua tro-pa de choque no Congresso, além de receber um empresário. Ele se reuniu com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Um dos temas da reunião, foi a reforma da Previdência, que o governo pretende colocar em votação em fevereiro do próximo ano, já que não conseguiu votos suficientes para apro-var a proposta antes do final de 2017. No encontro, Temer e Maia conversaram sobre estratégias para colocar a medida em votação logo no início dos trabalhos em 2018 e uma das estra-tégicas é a que vem sendo usada por Temer para convencimento de deputados. Liberar mais dinheiro público, para fins de atender aos currais eleitorais, principalmente dos deputados indecisos. Oficialmente a assessoria do Planalto informou que o encontro foi realizado no Palácio da Alvorada e também contou com a presença do presidente das

lojas Riachuelo, Flávio Rocha.

MINISTRO Mais cedo, Temer recebeu individualmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. A informação oficial é de que Mendes, que até o início do mês ocupava a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi agradecer pela mudança no horário de verão no próximo ano, que só vai começar após as eleições. “Esse encontro com Gilmar Mendes é mais um daqueles que a gente nunca saberá qual foi o real objetivo”, disse o senador Lindbergh Farias em uma rede social. Na sexta-feira (15),Temer assinou um decreto re-duzindo em duas semanas o horário de verão em 2018. No ano que vem, a medida começará a va-ler no primeiro domingo de novembro. Este ano, o horário de verão começou no terceiro domingo de outubro. O TSE havia pedido a alteração a fim de evitar atrasos na apuração dos votos e na divul-gação dos resultados da eleição do ano que vem.Com informações da Agência Brasil

mas disse que as conclusões da investigação par-cial “estão nas mãos da ministra Cármen Lúcia” e que “tão logo haja uma análise, ela deverá expor ao público quais são essas conclusões”. No início de setembro, Cármen Lúcia pediu ao então diretor-geral da PF, Leandro Daiello, que abrisse uma investigação célere para apurar cita-ções a ministros do Supremo em áudios entregues pela JBS para embasar as delações premiadas de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos da em-presa. Nos áudios, que tiveram o sigilo retirado pelo ministro Edson Fachin, Batista e Saud conversam descontraidamente sobre o temor de uma integran-te da equipe de advogados da JBS, que estaria

preocupada com a possibilidade de a delação dos dois atingir ministros do Supremo. Logo após a liberação dos áudios, a ministra divulgou nota e, de forma inédita, gravou um vídeo dirigindo-se à sociedade brasileira, no qual afirmou que investigação seria necessária para não haver dúvidas sobre a dignidade dos integrantes do Su-premo. “Agride-se, de maneira inédita na história do país, a dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honrabilidade de seus integrantes”, disse na ocasião. Procurada, a Secretaria de Comunicação do Su-premo ainda não respondeu aos pedidos de escla-recimento sobre o conteúdo do relatório da PF ou sobre quando ele será revelado. Fonte: Estadão