tem monociclo elÉtrico no carnaval de sÃo paulo

8
20 MONOCICLISTAS DA ROSAS DE OURO DESFILARÃO NO SAMBÓDROMO DO ANHEMBI CONHEÇA AS VANTAGENS DESSE VEÍCULO CADA VEZ MAIS PRESENTE NAS RUAS DA CIDADE Os monociclos elétricos estão se tornando uma nova forma de mobilidade urbana Acesse pelo QR Code PRODUZIDO POR Para mais conteúdos, acesse: mobilidade.estadao.com.br São Paulo, 19 de fevereiro de 2020 TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO LEIA TAMBÉM: É hora de transformar lixo e esgoto em ativo energético 7 apps que todo motociclista deve baixar

Upload: others

Post on 27-Jun-2022

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

20 MONOCICLISTAS DA ROSAS DE OURO DESFILARÃO NO SAMBÓDROMO DO ANHEMBI

CONHEÇA AS VANTAGENS DESSE VEÍCULO CADA VEZ MAIS PRESENTE NAS RUAS DA CIDADE

Os monociclos elétricos estão se tornando uma nova forma de mobilidade urbana

Acesse peloQR Code

PRODUZIDO POR

Para mais conteúdos, acesse: mobilidade.estadao.com.br

São Paulo, 19 de fevereiro de 2020

TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

LEIATAMBÉM:É hora de

transformar lixo e esgoto

em ativo energético

7 apps que todo

motociclista deve baixar

Page 2: TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.

2

MOTO

7 APPS QUE TODO MOTOCICLISTADEVE BAIXARConheça sugestões que podem ajudaro motociclista a se localizar, a economizar ou até para chamar um guincho

Por Ícaro Bedani, do Portal MotoMotor*

A tecnologia é uma verdadeira aliada de quem faz opção pela moto como alternativa para se deslo-car pela cidade. Selecionamos sete aplicativos para motociclistas que facilitam o deslocamento diário.

Para saber mais,acesse o QR

Code do canal MotoMotor

WAZE Velho conhecido para usuários de automóveis, o Waze também pode servir como aliado para aqueles que querem saber como anda o trânsito, antes de subir na mo-tocicleta. Uma boa opção para entender como estará os corredores da sua cidade. Aplicativo colaborativo que funciona com a ajuda de mi-lhares de usuários, ele mostra desde aciden-tes até blitz, além de calcular rotas com atuali-zações em tempo real.

MOTOCONNECT Serve para acompa-nhar o desempenho da sua moto. É possível fa-zer o cadastro da sua moto e os seus caminhos preferidos. Com isso, ele calcula velocidade média, tempos de percurso etc. É, também, um bom aliado para controlar as necessidades de revisões e manutenções preventivas.

GOOGLE MAPS Lançada em 2019, a extensão do GPS do Google é um dos melho-res aplicativos para motociclistas que desejam otimizar seu trajeto. Ele possui funções seme-lhantes às que são encontradas na versão para quatro rodas, como defi nição de rotas, tempo

de trajeto e melhores opções de tráfego. Contu-do, a novidade conta com os alertas “Viajar com segurança” e “Desvio de trajeto”. Caso o moto-ciclista desvie mais de 500 metros da rota, o aplicativo envia uma notifi cação ao usuário (ou para alguém da família ou amigo, dependendo da confi guração escolhida anteriormente).

REBOQUE.ME Manter um seguro de moto nem sempre é tarefa fácil. Por isso, cada um se vira com o recurso que pode. Desde usar três correntes para mantê-la presa ao esta-cionar até baixar um aplicativo de resgate em caso de quebra. É o caso do Reboque.me. Esse sistema conecta usuários que precisam de aju-da – guincho, troca de pneu, chave perdida ou recarga de bateria – a prestadores de serviço.

REVER É como uma rede social para mo-tociclistas, com compartilhamento de con-teúdo, fotos e rotas. Ele permite criar, tam-bém, rotas personalizadas que podem ser gravadas (incluindo para passeios fora de es-trada). O app também oferece as funções de métricas por telemetria e incentiva os usuá-

rios a rodarem mais com suas motocicletas por meio de desafi os que viram créditos para uso no próprio aplicativo.

MOTOP Parece besteira, mas um aplicativo que mostra onde você pode parar sua moto é um aliado e tanto para quem vive nas grandes cidades. O Motop faz isso de forma simples e prática. Basta escrever para onde você vai e ele logo mostrará as opções de bolsões mais próximos para estacionar. Os bolsões de esta-cionamento podem ser avaliados pelos usuá-rios por meio de comentários.

COMBUSTÍVEL & CUSTOS O Com-bustível & Custos é para controle de custos relacionados ao veículo, seja carro, seja moto, seja caminhão. O aplicativo auxilia no cálculo do consumo de combustível, mas também dá uma forcinha para manutenções básicas como troca de óleo, fi ltros e pastilhas. Tudo funciona com um primeiro cadastro em que é preciso colocar o tipo de veículo e quilometragem no odômetro. Daí em diante é só esperar os aler-tas e manter a manutenção (e o bolso) em dia.

Foto

: Get

ty Im

ages

Diretor de Conteúdo do Mercado Anunciante: Luis Fernando Bovo MTB 26.090-SP; Gerente Branded on Demand:Tatiana Babadobulos; Gerente de Eventos: Daniela Pierini; Gerente de Publicações: Fernanda Sampaio; Gerente de Estratégias de Conteúdo: Regina Fogo; Gerente de Planejamento: Carolina Botelho; Especialistas de Conteúdo: Fernanda Colavittie Paula Ungar; Coordenador de Planejamento: Fernando Prandi; Arte: Isac Barrios; Analista de Marketing: Isabella Paiva; Analistas de Marketing Sênior: Luciana Giamellaro e Marcelo Molina; Produção: Rafaela Maitino; Colaboradores: Edição:Dante Grecco; Revisão: Marta Magnani; Designer: Cristiane Pino

Av. Eng. Caetano Álvares, 555o andarSão Paulo-SP CEP [email protected]

Publicação da S/A O Estado de S.PauloConteúdo produzido pelo Media Lab com seleção de reportagens publicadas pelo Estadão

Foto da capa: Marco Ankosqui

FALE CONOSCO

Se você quer comentar,

sugerir reportagens ou anunciar produtos ou

serviços na área de mobilidade,

envie uma mensagem para [email protected]

Page 3: TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

%HermesFileInfo:D-3:20200219:

mobilidade.estadao.com.br

Oferecimento

Carros, motos e bikes elétricas?

Acompanhe as inovações do transporte no PORTAL MOBILIDADE

Acesse pelo QR Code.

Page 4: TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.

OLHA O MONOCICLO ELÉTRICO AÍ, GENTE!Com o enredo “Tempos Modernos”, a escola de samba Rosas de Ouro coloca no Sambódromo uma das mais novas formas econômicas e sustentáveis de mobilidade urbana

Se você gosta de novidade, não pode perder o desfi le da escola de samba Ro-sas de Ouro, última a desfi lar no Carna-

val de São Paulo, provavelmente já na manhã do domingo, dia 23 de fevereiro.

Neste ano, uma das escolas mais tradicio-nais de São Paulo, que reúne a comunidade da Freguesia do Ó, na Zona Norte da cidade, levará ao Sambódromo do Anhembi o enredo “Tem-pos Modernos”, que pretende unir arte, cultura e tecnologia em um desfi le ousado e inovador.

Uma das alas, chamada “Future-se!”, será composta por 20 pessoas, que irão desenvol-ver diversas coreografias sobre seus monoci-clos elétricos, retratando no Sambódromo uma nova proposta de mobilidade urbana que vem conquistando cada vez mais adeptos na cidade (confi ra nos depoimentos na página ao lado).

Na madrugada de sábado para o domingo, 20 monociclistas estarão no Sambódromo do Anhembi participando do des� le da Rosas de Ouro

SEGURANÇA ACIMA DE TUDOAntes de comprar um monociclo e sair por aí, recomenda-se fazer primeiro um treinamento.A Electricz, por exemplo, localizada na Vila Nova Conceição, oferece uma pequena pista de trei-namento para quem compra veículos elétricos, como monociclos e patinetes. Além disso, é im-portante adquirir os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários, como capacete, joelheiras, protetores de punho e cotoveleiras, como o monociclista da foto à esquerda.

.

VANTAGENSDO MONOCICLO

ELÉTRICO

• Veículo individual não poluente

• Funcional: é fácil de guardar em

casa, no trabalho, na faculdade, no cinema, na

academia

• Econômico: os modelos de entrada

custam cerca deR$ 3 mil. Embora haja opções que

chegam a R$ 27 mil

Outro bom exemplo do uso do monoci-clo como meio de transporte vem de André Machado, carnavalesco da própria Rosas de Ouro. “Quase todos os dias vou da minha casa na Vila Mariana, na Zona Sul, até a quadra da escola, na Zona Norte, mesclando ao trajeto o uso do metrô e de ciclofaixas”, diz Machado.

Fotos: Marco Ankosqui

Em São Paulo existem entre 800 e 1.000 monociclistas FEBRUARY 9TH � 10PM

INFOS: WWW.SITE.COMDJ SAMBA & MORE

CAPA

Page 5: TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

5

Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.

O FUTURO JÁ É PRESENTERafaela Ferraz, 38 anos, locutora e apresentadora

C onfesso que fiquei enlouquecida quan-do me convidaram para participar desse desfile da Rosas de Ouro, pois uni duas

paixões: o samba e o monociclo. Sou carioca e adoro Carnaval. Será uma oportunidade incrível para as pessoas conhecerem melhor o mono-ciclo elétrico. Isso não é o futuro. É o presente.

Tenho o monociclo há pouco mais de seis meses e o uso praticamente todos os dias da semana. Não sou de medir muito, mas creio que ando cerca de 15 km por dia. Só não o tiro de casa quando está chovendo muito.

Eu morava na Santa Cecília até julho do ano passado e trabalhava na Berrini. Pegava metrô, trem, gastava um bom dinheiro com Uber... Eu queria mudar tudo aquilo por um veículo elétrico. Pensei em bike ou patinete. Mas, quando comecei a investigar melhor, descobri o monociclo.

Depois, fiquei sabendo de um casal que tro-cou o carro pelo equipamento. Aquilo me animou muito. Fui fazer o treinamento e adorei.

Ele é prático, leve, funcional e econômico. Des-de então, minha relação com São Paulo mudou. Hoje, conheço melhor os bairros da cidade e sei qual é mais perto de qual.

QUALIDADE DE VIDA E ECONOMIAIgor Guedes Pereira, 38 anos, arquiteto e designer

A chei fantástico ser convidado para des-filar na Rosas de Ouro, sempre tive von-tade de sambar no Sambódromo. E ter

essa oportunidade agora foi incrível.Eu vi um monociclo pela primeira vez em 2013,

quando notei alguns orientais andando pela re-gião da Rua 25 de Março. Naquela época come-cei a pesquisar sobre o equipamento na internet. Comprei o meu monociclo em dezembro de 2015 – até então costumava usar ônibus e metrô.

Com o monociclo melhorou e muito minha qualidade de vida. Além disso, o aparelho é muito econômico — ando em média de 900 km por mês e gasto apenas cerca de R$ 15 de energia. O MELHOR

TRANSPORTE JÁ INVENTADORoberto Tarik, 31 anos, empresário

N unca me imaginei desfilando no Anhem-bi, muito menos de monociclo elétrico. Tenho a convicção de que o monociclo

elétrico é o melhor transporte já inventado, e as pessoas só precisam conhecê-lo mais a fundo para entender que aprender é a parte mais ba-cana dessa jornada.

Eu utilizo meu monociclo, que comprei em 2016, sete vezes por semana – em média ando cerca 8 km por dia. A partir de 2014 já havia ven-dido meu carro e comecei a utilizar apenas trans-porte público (metrô ou ônibus) e esporadica-mente pegava Uber ou táxi.

O monociclo transformou um problema na mi-nha vida, que era ter que me deslocar pela cidade, em um prazer. Sair do ponto A ao B hoje é uma diversão para mim, consigo cruzar a cidade das maneiras mais diversas, contemplando o cenário.

A maior dificuldade hoje é enfrentar ruas e avenidas que não possuem estrutura cicloviária. A utilização dos monociclos em calçadas (em baixas velocidades) também gera uma dificuldade inicial, pois cada calçada possui um obstáculo diferente (desalinhada, com grama, com degrau).

Page 6: TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.

ROLÊ POR SP

SAMBA E MOBILIDADE

Por Matthew Shirts*

Se eu sugerisse para você que montás-semos juntos uma peça de teatro, um musical, digamos, com trilha sonora de

samba, cantada e acompanhada por cava-quinhos e centenas de percussionistas, e que tanto a trilha como a letra dela e também o próprio enredo da peça fossem escolhidos em eleições promovidas entre o próprio elenco, de milhares de pessoas, amadores, na maioria, e que, veja que genial, todos ou quase paga-rão pelo próprio fi gurino, bem, talvez você até questionasse a viabilidade da nossa apresen-tação ou mesmo a sanidade do meu processo mental. “Não vai dar certo isso aí” seria uma resposta razoável para tal proposta.

Quando eu contasse que, na minha con-cepção, não apresentaríamos a nossa peça no teatro, mas numa avenida, com o elenco todo dançando (é um musical, afinal), ao ar livre, faça chuva ou faça sol, ao longo de 1 quilôme-tro, com tempo de duração pré-determinado (e rígido) e que vamos convencer outros gru-pos a fazerem o mesmo e a se apresentarem na mesma noite, durante a madrugada, até o dia raiar, num formato de competição, com juízes até, daí você poderia me tachar ou de visionário ou mesmo de louco.

ARTE QUE SUPÕE MOVIMENTOMas o desfi le das escolas de samba, seja aqui em São Paulo, seja no Rio de Janeiro, é isso aí. Não inventei nada na descrição acima. Co-meça já na década de 1930 e vem forte até os dias de hoje, graças a Deus. E desde sempre gira em torno da mobilidade. Ninguém fica

parado no Carnaval. É uma arte que supõe o movimento, em geral, de milhares de pessoas.

O Sambódromo nada mais é que um teatro gigantesco feito para acomodar o movimento de elencos numerosos. A pista tem, diga-se de passagem, o melhor acabamento da cidade, quiçá do País. E a mobilidade é um dos te-mas perenes dos desfi les. Dão-se notas para “evolução” e “harmonia” e trata-se de um dos poucos momentos no ano em que a falta de pontualidade é punida com rigor.

Levar tanta gente ao Sambódromo não é brincadeira. Parece uma operação de guerra, com centenas de ônibus enfi leirados, prestes a sair em formação das quadras das escolas espalhadas pela cidade. Só que, no lugar de soldados uniformizados, os busões levam fo-liões fantasiados. (O Carnaval é a antiguerra, no fundo.) O momento de entrar no ônibus é mágico, diga-se para quem nunca desfi lou. Os sambistas enchem as lotações, alegres e muitas vezes ligeiramente embriagados. Buscam aco-modar os chapéus, as asas e as alegorias, que nem sempre cabem ali com facilidade. Há ve-teranos como eu e jovens lindas a mostrar seus belos corpos. Todos vão para o mesmo lugar, com o mesmo objetivo, que é sambar e cantar e se divertir até ganhar o Carnaval. Somos todos atores em uma espetacular peça de teatro com uma única apresentação. É preciso caprichar.

Não conheço nada igual no mundo todo. O desfi le das escolas é uma forma de arte da qual o Brasil pode e deve se orgulhar. É um forma-to próprio, mais rico que uma parada qualquer, que organiza os moradores de algumas das nossas maiores cidades em estrelas de um tea-tro em movimento. Vida longa ao Carnaval.

* Matthew Shirts nasceu na cidade de Del Mar, na Califórnia, EUA. Desde

1984, mora em São Paulo

Foto: Cris Veit

6

Page 7: TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.

DUAS RODAS

MOTOS DIMINUEM TRÂNSITOE EMISSÃO DE POLUENTESAlém de contribuir para a melhora da mobilidade nas grandes cidades, elas reduzem as emissões de CO2 na atmosfera

Por Canal MotoMotor

Enfrentar filas de trânsito todos os dias para ir ao trabalho é rotina para o bra-sileiro que vive nas grandes cidades. A

capital paulista, maior vítima dessa mazela urbana, registra média de 66 e 86 quilômetros de congestionamento nos horários de pico de manhã e à tarde, respectivamente, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Não é difícil concluir que o veículo que mais contribui para essa situação atualmente é o carro. De acordo com o Instituto de Ener-gia e Meio Ambiente (Iema), os automóveis ocupam 88% do espaço das vias de uma ci-dade como São Paulo.

Se cruzarmos esse dado com a taxa de ocupação de 1,4 passageiro por carro (segun-do pesquisa da CET sobre o tema), identifi -camos um potencial imenso nas motocicletas como alternativa para melhorar a mobilidade urbana das cidades.

As motos de baixa cilindrada (incluindo scooters) correspondem a 90% do mercado de motocicletas do Brasil, conforme dados de vendas acumuladas de 2018 da Fenabra-ve (associação das concessionárias) e são justamente elas que podem servir como vál-vulas de escape para o trânsito.

Um carro hatch ocupa até três vezes mais espaço nas ruas que uma moto do tipo “City”, levando um ou dois passageiros com bem mais efi ciência que um automóvel de 1 tonelada.

Além da vantagem de ocupar menos es-paço, as motos contribuem para melhorar um índice que vem caindo em São Paulo: o da velocidade média no trânsito. As medições da CET do ano passado apontaram que esse

Foto

: Mar

io V

illae

scus

a/In

fom

oto

As motos representam uma ótima solução para o trânsito das metrópoles

quesito caiu 5%, chegando a 8,2 km/h em al-gumas vias do município.

Como as motos são permitidas por lei para circularem entre os carros dentro das cidades, a velocidade em duas rodas é maior. Logo, o tempo de deslocamento entre casa e traba-lho pode ser reduzido pela metade em alguns casos. Considerando que o paulistano demo-ra, em média, 1h57 nesse trajeto, economizar uma hora todos os dias não parece má ideia.

Outro dado importante, que colabora com a mobilidade nas cidades, é que as motos ocupam menos de um quinto da área que um carro usa para estacionar.

MENOS POLUIÇÃO NAS RUASOutro dado importante do Iema revela que os carros são responsáveis por emitir 72,6% dos gases do efeito estufa, ainda que transportem apenas 30% dos passageiros na capital paulis-ta. Em comparação com as motos, na faixa de horário de pico das 17h às 18h, os automóveis chegam a despejar na atmosfera 96,2% de todo

o material particulado gerado no trânsito (ou 187 quilos), enquanto as motos emitem 3,8% (ou 7,4 quilos), segundo o Inventário de Emis-sões Atmosféricas do Transporte Rodoviário de Passageiros no Município de São Paulo.

Os índices fazem sentido, levando-se em conta que um carro hatch popular pode rodar cerca de 9 km/l abastecido com etanol na ci-dade, enquanto uma moto City de 125 cc rende mais de 30 km/l com o mesmo combustível.

Ou seja, se não bastasse aproveitar me-lhor a área urbana, ocupando menor espaço para levar até dois passageiros em um tempo inferior, as motos ainda prejudicam menos o meio ambiente nas metrópoles, benefício valioso para as pessoas que já sofrem diaria-mente com a poluição.

Os carros ocupam

88%do espaço das

vias de uma cidade como

São PauloFonte: Iema

As motos de baixa cilindrada

(incluindo scooters)

correspondem a

90%do mercado

de motocicletas do Brasil

Os carros são responsáveis

por emitir

72,6%dos gases do efeito estufa

Para saber mais,acesse o QR

Code do canal MotoMotor

7

Page 8: TEM MONOCICLO ELÉTRICO NO CARNAVAL DE SÃO PAULO

Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.

8

EMBAIXADOR DA MOBILIDADE

Amudança do atual modelo de trans-portes para um padrão com menos emissão de CO2 deve envolver um

conceito mais amplo – o da economia circu-lar – ainda pouco difundido no Brasil e que inclui a sustentabilidade social – com gera-ção de renda e empregos – e fi nanceira para funcionar como um negócio.

A indústria automotiva já investe alto para disponibilizar, inclusive no Brasil, várias tecno-logias para fazer essa transição nos transpor-tes, substituindo a fonte fóssil por alternativas renováveis e limpas que vão dos biocombus-tíveis à eletrifi cação. Como parte do problema – o setor de transportes é responsável por 14% das emissões de gases do efeito estufa –, es-tamos em busca de soluções.

Este momento de transformação oferece grande oportunidade às fabricantes de ca-minhões, ônibus e veículos em geral. O maior desafi o é trazer a transformação mais perto do nosso dia a dia, seguindo a vocação brasileira, rica em biocombustíveis. Além de gás natural veicular (GNV), etanol, biodiesel e HVO (óleo ve-getal hidrogenado), temos uma riqueza que não está sendo explorada: o lixo e o esgoto gerados nas cidades e os resíduos do agronegócio, todos eles fontes do biometano, renovável e limpo. Essa é a “cereja do bolo” das novas tecnologias.

CUSTO ELEVADO AO SUS E AO INSSTransformar um passivo ambiental em ativo energético é um bonde que o Brasil não pode perder. Temos bons exemplos de utilização dessa tecnologia, como em Estocolmo (Sué-cia), onde lixo e esgoto viram biometano para abastecer veículos e prover gás de cozinha. O excedente é vendido para movimentar a fro-

ta de ônibus da cidade, com a vantagem de o preço não ser infl uenciado por variações ex-ternas, como a cotação do petróleo.

Trata-se de um negócio que pode ser ex-plorado já. Somente na Grande São Paulo, te-mos 22 milhões de habitantes produzindo lixo e esgoto, destinados a aterros. Estudo enco-mendado pela indústria automotiva apontou que a poluição causada pela frota envelheci-da custa mais de R$ 60 bilhões/ano ao SUS, INSS, entre outros gastos.

Seria mais inteligente o Estado incentivar uma fonte energética renovável e limpa, com potencial para resolver todos esses proble-mas, e empregar esses recursos para motivar as empresas mistas ou privadas a explorar um combustível novo.

PAPEL DO ESTADO E DAS EMPRESAS PRIVADASA aposta no biometano é também um caminho para impulsionar o desenvolvimento econô-mico dentro do conceito da economia circular, que engloba a sustentabilidade ambiental, so-cial e econômica. Mas, para dar esse salto qua-litativo, temos obstáculos a vencer. Eles envol-vem, sobretudo, o papel do Estado brasileiro na regulamentação desse setor e das empresas privadas nas transformações em curso.

Não é atribuição dos governos escolher a “melhor” tecnologia na transição entre os dois modelos. Ao setor público cabe fi xar metas de

ECONOMIA CIRCULAR NOS TRANSPORTES

Gustavo Bonini é diretor de relações institucionais e governamentais da Scania e vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)

Está na hora de o Brasil explorar o combustível que vem do lixo e do

esgoto, transformando um passivo ambiental em ativo energético

redução de emissões e deixar o setor privado disputar quem vai entregar a melhor tecnolo-gia com o menor custo.

Deve-se dispensar ainda o antigo concei-to “do tanque à roda”, que mede as emissões apenas a partir do escapamento do veículo (ou da sua ausência, no caso da eletrifi cação) e passar a utilizar o conceito mais moderno de “poço ao caixão”, isto é, considerar a susten-tabilidade para extração e produção do com-bustível até o seu devido descarte.

MARCO REGULATÓRIO E INFRAESTRUTURARetirando os entraves da regulação e criando estímulo para esse investimento – isenção tri-butária ou fi nanciamento de longo prazo –, o Estado brasileiro induzirá as empresas a aderir à cultura da energia derivada do lixo, sem de-monizar os demais combustíveis, mas promo-vendo a competição.

Sem apoio público, fica difícil para o setor automotivo liderar a mudança rumo ao trans-porte sustentável, disseminando o conceito da riqueza procedente do lixo, e permitindo ao biometano ganhar escala. Ao Estado cabe criar um ambiente propício para o setor privado, ga-rantindo marco regulatório e infraestrutura ade-quados para que as empresas percebam essa alternativa como um negócio e invistam. Isso faria clientes e consumidores aceitarem essa inovação. Sem demanda não há negócio.

TRANSFORMARUM PASSIVO AMBIENTALEM ATIVO ENERGÉTICO É UM BONDE QUEO BRASIL NÃOPODE PERDER.