tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do tio...

530
1

Upload: trinhdien

Post on 03-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

1

Page 2: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

2

Page 3: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

3

Tem gente que escreve por ego ou só para fazer

firula.

Meu texto é simples, sincero. É tinta que sai da

medula.

Eu chuto as palavras para fora, e são elas é que

vem me buscar.

(Gabriel O Pensador)

Eu não tenho a pretensão de mudar o mundo

com aquilo que eu escrevo.

Eu apenas quero despertar a consciência das

pessoas que mudarão o mundo.

(Alexandre Saldanha)

Page 4: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

4

Sumário COMO EU PENSO ......................................................................................................................8

DEDICATÓRIA ..........................................................................................................................9

AGRADEDIMENTOS............................................................................................................... 10

O MOTIVO DA OBRA ............................................................................................................. 11

O BULLYING EM MINHA VIDA ............................................................................................. 14

ARTIGOS .................................................................................................................................. 21

BULLYING: CONCEITO, HISTÓRICO E ANTECEDENTE................................................. 22

O CONFLITO ENTRE TERMO BULLYING USADO NO BRASIL E O TERMO ORIGINAL

CRIADO POR DAN OLWEUS E APERFEIÇOADO PELA ORGANIZAÇÃO STOP

BULLYING. .............................................................................................................................. 27

BULLYING UMA FORMA TIRÂNICA DE PODER .............................................................. 32

DANO MORAL UM ATO ILÍCIO EM QUE A INDENIZAÇÃO APENAS SERVE PARA

COMPENSAR ........................................................................................................................... 34

BULLYING, UM TIPO DE ASSÉDIO MORAL INDENIZÁVEL ........................................... 37

O DIREITO À INDENIZAÇÃO DAS VÍTIMAS DO BULLYING .......................................... 42

CONFUSÃO NO USO DAS NOMENCLATURAS: BULLYING E MOBBING .................... 47

A CONFUSÃO ENTRE AS NOMENCLATURAS BULLYING, ASSÉDIO MORAL E

ASSÉDIO SEXUAL .................................................................................................................. 52

A INFLÊNCIA DA FAMÍLIA NOS CASOS DE BULLYING. ................................................ 54

A INFLÊNCIA DA FAMÍLIA NOS CASOS DE BULLYING. ................................................ 58

A RESPONSABILIDADE CIVIL DA ESCOLA E DOS PAIS EM RELAÇÃO AOS ATOS DE

BULLYING. .............................................................................................................................. 62

A RESPONSABILIDADE DOS PAIS EM RELAÇÃO AOS ATOS DE BULLYING

PRATICADOS POR SEUS FILHOS MERORES DENTRO DO AMBIENTE CYBERNETICO

................................................................................................................................................... 68

A SOLIDARIZAÇÃO DA RESPONSABILIZAÇÃO OBJETIVA ENTRE INSTITUIÇÃO DE

ENSINO E A FAMÍLIA PARA OS CASOS DE BULLYING ESCOLAR ............................... 72

ENSAIO SOBRE BULLYING ASCENDENTE E BULLYING VERTICAL, HIPÓTESES

NAS QUAIS O PROFESSOR É PRATICANTE OU VÍTIMA DE BULLYING. ..................... 78

A JUSTIÇA RESTAURATIVA E SUA UTILIDADE AOS CASOS DE BULLYING ............ 94

OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA RESTAURATIVA PARA O AMBIENTE ESCOLAR. ........ 97

O BULLYING E A LEGISLAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO E NO MUNDO ............... 100

COMO USAR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL NOS CASOS DE BULLYING

................................................................................................................................................. 102

COMO USAR O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO DE 2002 NOS CASOS DE BULLYING . 105

COMO UTISAR O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (Lei nº 8069/90)

NOS CASOS DE BULLYING ................................................................................................ 110

Page 5: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

5

COMO USAR O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Lei nº 8.078/90 NOS CASOS

DE BULLYING ....................................................................................................................... 115

COMO USAR OS ACORDOS E DECLARAÇÕES INTERNACIONAIS NOS CASOS DE

BULLYING ............................................................................................................................. 119

A VISÃO DOS TRIBUNAIS SOBRE BULLYING ................................................................ 122

JUSRISPRUDÊNCIAS DOS TRIBUNAIS DO RIO GRANDE DO SUL .............................. 123

JURISPRUDENCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ ............................................. 127

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ....................................... 128

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO .............................. 131

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL ........................ 134

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA ........................... 138

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS ................................. 140

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL .................................................................................................. 142

LEI Nº 4878, DE 8 DE OUTUBRO DE 2009. ......................................................................... 147

LEI Nº 3464 DE 14 DE OUTUBRO DE 2009 ......................................................................... 152

LEI Nº 3070, DE 06 DE ABRIL DE 2010. .............................................................................. 155

LEI Nº 10.213, de 29 de junho de 2011.................................................................................... 158

LEI Nº 5115, de 17 de março de 2011 ...................................................................................... 166

LEI Nº 7650, DE 21 DE JULHO DE 2011. ............................................................................. 169

LEI Nº 1187, DE 08 DE JUNHO DE 2010 .............................................................................. 177

LEI Nº 6500 de 24 de maio de 2011......................................................................................... 184

LEI Nº 3.887 DE 6 DE MAIO DE DE 2010. ........................................................................... 187

LEI Nº 5448, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2009. ...................................................................... 191

LEI Nº 5808, DE 14 DE MAIO DE 2010. ............................................................................... 198

LEI Nº 1639 DE 06 DE MAIO DE 2011. ................................................................................ 202

LEI Nº 13.632/2010 ................................................................................................................. 204

LEI Nº 2958, DE 16 DE MARÇO DE 2010 ............................................................................ 210

LEI Nº 7285/2011 .................................................................................................................... 216

LEI Nº 2369, DE 14 DE JANEIRO DE 2011. ......................................................................... 221

LEI Nº 5109, de 01 de julho de 2010. ...................................................................................... 224

LEI Nº 8473, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2010. .................................................................... 231

LEI Nº 4469/2010 .................................................................................................................... 235

LEI Nº 3743/2009 .................................................................................................................... 238

LEI Nº 2830/2010 .................................................................................................................... 245

LEI Nº 4143, de 05 de julho de 2010 ....................................................................................... 252

LEI Nº 5518, DE 20 DE MAIO DE 2.010. .............................................................................. 256

Page 6: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

6

LEI Nº 2815, de 10 de DEZEMBRO de 2009 .......................................................................... 262

LEI Nº 12.238, de 10 de março de 2011 ................................................................................... 265

LEI Nº 3664, de 18 de junho de 2010. ..................................................................................... 272

LEI Nº 8435, de 15 de setembro de 2010. ................................................................................ 276

EI Nº 3641 DE 16 DE MARÇO DE 2011. ............................................................................... 282

DECRETO Nº 3806, de 17 de junho de 2011 .......................................................................... 289

LEI Nº. 6.283 , DE 12 DE SETEMBRO DE 2011. .................................................................. 293

LEI Nº 2105/2010 .................................................................................................................... 297

DECRETO Nº 10.576, de 20 de julho de 2011. ....................................................................... 303

LEI Nº 3079, DE 13 DE MAIO DE 2010. ............................................................................... 307

LEI Nº 4732, de 30 de Novembro de 2010 ............................................................................... 314

LEI Nº 3209, DE 20 DE MAIO DE 2011 ................................................................................ 321

LEI Nº 6577, DE 29 DE OUTUBRO DE 2009. ....................................................................... 329

LEI Nº 10.534, de 02/05/2011 .................................................................................................. 331

LEI Nº 10.866, de 26 de março de 2010 ................................................................................... 333

LEI Nº 1471 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009 ...................................................................... 340

LEI Nº 17.621/2010 ................................................................................................................. 344

LEI Nº 17.638/2010 ................................................................................................................. 347

LEI Nº 17.682/2011 ................................................................................................................. 348

LEI Nº 5089 DE 6 DE outubro 2009 ........................................................................................ 351

LEI Nº 5062, de 21 de outubro de 2010. .................................................................................. 355

LEI Nº 2229 - DE 27 DE JULHO DE 2010. ............................................................................ 358

LEI Nº 2079/2010 .................................................................................................................... 367

LEI Nº 2156, de 25 de maio de 2011........................................................................................ 374

LEI Nº 1898, DE 24 DE SETEMBRO DE 2010 ...................................................................... 381

LEI Nº 9483, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2011. .................................................................... 388

LEI Nº 9515, DE 23 DE MARÇO DE 2011. ........................................................................... 393

LEI Nº 8105, DE 23/04/2010 ................................................................................................... 397

LEI Nº 7215, DE 08 DE JULHO DE 2010. ............................................................................. 404

LEI Nº 14.957, DE 16 DE JULHO DE 2009 ........................................................................... 411

LEI 2288/2010 ......................................................................................................................... 414

LEI Nº 3464, DE 27 DE ABRIL DE 2010. .............................................................................. 421

LEI Nº 4913, 05 DE ABRIL DE 2010 ..................................................................................... 428

ENSAIOS ................................................................................................................................. 433

ÉTICA, MORAL E O DESVIO DE PERSONALIDADE ....................................................... 434

O VERDADEIRO SENTIDO DA EDUCAÇÃO ..................................................................... 439

Page 7: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

7

A VIOLÊNCIA INFANTIL E OS VALORES EDUCACIONAIS FAMILIARES E

ESCOLARES. .......................................................................................................................... 441

ENSAIO SOBRE A DITADURA DA BELEZA LÍQUIDA .................................................... 444

RACISMO E PRECONCEITO, OS SUTIS DISFARCES DA BRUTALIDADE DA

INGORÂNCIA. ....................................................................................................................... 449

DISCURSOS............................................................................................................................ 451

ATIVISMO ANTIBULLYING, UM IDEAL PELO QUAL VIVER, UMA CAUSA PELA

QUAL LUTAR. ....................................................................................................................... 452

O QUE EU APRENDI COM O ATIVISMO ANTI BULLYING ............................................ 454

DISCURSO SOBRE A BELEZA HUMANA .......................................................................... 457

DISCURSO PELA UNIFICAÇÃO DE ESFORÇOS PARA CONTER O BULLYING .......... 459

UM MUNDO SEM BULLYING ............................................................................................. 462

DISCURSO SOBRE AS MUDANÇAS SOCIAIS EM BUSCA DA PAZ .............................. 464

DISCURSO SOBRE A TOLERÂNCIA .................................................................................. 467

ENTREVISTAS ....................................................................................................................... 470

BULLYING: O MAL MENOSPREZADO .............................................................................. 471

A LEI PODE AJUDAR............................................................................................................ 475

DEBATES INCENTIVAM LEIS ANTIBULLYING .............................................................. 478

ESCOLAS DEVERÃO TER AÇÕES PARA COIBIR O BULLYING ................................... 483

A LEI PRECISA SE APRIMORADA ..................................................................................... 487

BULLYING: PARA COMBATER É PRECISO CONHECER E IDENTIFICAR ................. 489

O ABSURDO DO "RODEIO DAS GORDAS" ....................................................................... 496

RESPONSÁVEIS POR "RODEIO DAS GORDAS" LEVAM 5 DIAS DE SUSPENSÃO ..... 500

BULLYING? BAILARINO É IMPEDIDO DE USAR BANHEIRO MASCULINO NO

COLÉGIO ................................................................................................................................ 503

ESCOLAS SÃO RESPONSÁVEIS PELO BULLYING ......................................................... 508

CRIANÇA TAMBÉM FICA ESTRESSADA ......................................................................... 514

O BULLYING NA A SÉTIMA ARTE .................................................................................... 518

EPÍLOGO ................................................................................................................................ 526

BIBLIOGRAFIA GERAL ....................................................................................................... 527

Page 8: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

8

COMO EU PENSO

O amor que ainda tenho é o amor da palavra

É falar e (...), despertar consciências.

Dediquei a vida a isso e maior recompensa

É servir de referência pra quem pensa parecido

Pra quem tenta se expressar e nunca é ouvido

É olhar pra minha frente e enxergar um mar de gente

E mergulhar no fundo dos seus corações e mentes

É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas

É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas

Eu escrevo em linhas tortas, inspirado por alguém

Que me deu uma missão que eu tento cumprir bem

(Gabriel o Pensador- Linhas Tortas)

Page 9: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

9

DEDICATÓRIA

Só no amor encontramos paz em

tempos de cólera. Nele nos sentimos mais fortes,

ainda que naturalmente frágeis. No amor ainda

que nos encontremos presos na pequeneza

humana, nos descobrimos grandiosos pelos

aprimoramentos na alma por ele trazidos. Só na

pureza magnífica do amor encontramos a

oportunidade de nos tornarmos repletos de vida e

felicidade. Só aí evoluímos espírito

independentemente das condições da matéria.

O amor é a única coisa que sobra de

nossas existências terrenas. Amem muito todos os

dias e incondicionalmente. Garanto que apenas

no amor é que achamos o caminho para a

eternidade.

Dedico este estudo para as duas

mulheres que inspiram minha existência: minha

mãe, Rosemari Saldanha e para homenagear a

memória de minha querida e sábia avó Gilda

Saldanha.

Alexandre Saldanha

Page 10: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

10

AGRADEDIMENTOS

Com todo carinho do mundo

agradeço a minha família: Tio Ivo, Tia Leda, Tia

Fátima, pessoas maravilhosas que acompanharam

minha jornada desde sempre, e torceram e

contribuíram incondicionalmente para o sucesso

na minha jornada de ciência e ativismo.

Agradeço a professora Bárbara Abib

Neves Matos e ao professor Waldir Gomes Matos,

mestres carinhosos que foram mecenas dos meus

primeiros escritos sobre o bullying.

Agradeço a presença dessas pessoas

que sempre iluminou a minha vida.

Alexandre Saldanha

Page 11: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

11

O MOTIVO DA OBRA

Passei os oito anos mais pujantes e criativos da minha vida

lutando contra o bullying e pesquisando formas de tratar de forma científica

esse mal social.

Nestes anos todos fiz o meu melhor, dediquei minha juventude

e toda a paixão que dela é natural na busca da pacificação social e na

disseminação da tolerância e do respeito incondicional pela diversidade.

Fiz o meu melhor e hoje me orgulho em viver numa sociedade

que busca o respeito e o auxílio para as pessoas vítimas desta violência

cruel e silenciosa.

Para escrever esses e-books me exilei em Castro, e lá pude,

com calma, compor a obra científica que resume meus sonhos e meus

ideais.

Vejo uma sociedade próspera e feliz, que se levanta em prol da

felicidade e do bem estar social.

Isso me orgulha, pois, percebo que o sonho deixou de ser

apenas meu, tornando-se de todos.

Um ideal é mais, muito mais do uma pessoa e é muito mais do

que uma sociedade, um ideal é um sonho que agora é real porque tomou

muitos corações.

Page 12: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

12

Um ideal de luz e paz vale uma vida.

Encerro minhas atividades como ativista, deixando todos os

meus estudos e manuscritos para que sirvam para auxiliar a construção de

uma sociedade pacífica e livre das violências de nossa sociedade que pela

na eterna busca de respostas acerca de sua natureza e de sua continuidade.

Descobrir meios de salvar a sociedade de si mesma é a

obrigação de cada pessoa neste mundo.

Por mais difícil que seja o alcance deste ideal, eu creio na

humanidade e tenho esperança na evolução dos povos em busca da paz.

A resposta para a missão de cada pessoa no mundo é buscar

alegria no sorriso e na serenidade de seus iguais.

Esse é o ideal que moveu minha vida até aqui.

Saber a hora de encerrar os ciclos é uma forma de respeitar

todas as pessoas que acreditam neste sonho.

E o velho se vai para que o novo venha e dê novas esperanças

e novos e grandiosos ideais para a busca da pacificação social.

Eu creio em todos vocês e sei que darão para as vítimas do

bullying, forças para se recuperarem, se levantarem e continuarem vivendo.

Page 13: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

13

Todo mundo merece a oportunidade de ser diferente do que a

sociedade espera como padrão, pois, a felicidade está no dom das muitas

individualidades convivendo harmonicamente.

Eu sozinho sou um passo, juntos seremos a caminhada.

A minha caminhada se resumia em trazer ao debate o tema

bullying, e isso já aconteceu, logo minha etapa nesta jornada acabou, e

mesmo fraquejando e caindo muitas vezes, tenho para mim, que alcancei

meu objetivo, cumpri minha missão.

Alexandre Saldanha

Page 14: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

14

O BULLYING EM MINHA VIDA

O bullying é uma das formas mais traiçoeiras e letais de

violência, que só depois de inúmeras demonstrações de sua brutalidade

começou a ser estudada e evitada.

O bullying retira a auto-estima, nos afasta dos sonhos, traz

sofrimento, solidão e vergonha.

Esta definição de bullying não foi retirada dos manuais de

psicologia ou psiquiatria. Esta definição é a mais próxima que a minha

consciência permitiu chegar.

Fui vítima do bullying por quase toda minha vida escolar (dez

anos de perseguições ao todo). Fui uma criança “gordinha” e com

problemas motores que não conseguia jogar bola e nem era tão ágil para

brincadeiras em grupo.

Na adolescência minhas limitações motoras, sequela da

hemiparesia direita[1], adquirida por conta da prematuridade do meu

nascimento, rederam-me o isolamento e várias gozações perversas por

parte dos meus colegas.

Devo salientar que também sofri bullying em outras

instituições de ensino por ser uma criança obesa e por causa de minha

condição motora. Entretanto, de todos os locais em que estudei, o que mais

fui cruelmente assediado foi enquanto aluno da mencionada escola. E foi

Page 15: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

15

nesta ocasião que conheci ao pior face do bullying, o que mudaria a minha

vida para sempre.

Eu fui aluno de um grande grupo educacional no ano de 1998.

Para mim, esse fato era a realização um sonho de infância: “Estudar

naquele colégio”.

É a primeira e será a única vez que contarei sobre minha

passagem pelo referido colégio, pois, além de desagradável, é antiético. E

só estou fazendo isso agora porque acredito que posso ajudar as vítimas de

bullying a superar os traumas, demonstrando que há a possibilidade de

superação e de transformação do ódio em amor ao próximo.

O bullying que sofri concernia em apelidos como “gardenau”,

“paralisado”, “coisa”, “aberração” com o comportamento hostil da turma,

ridicularização pública e diária, e o isolamento.

No início tudo acontecia dentro da sala de aula, no pátio

durante recreio e nas aulas de educação física.

Este problema foi levado para a coordenação pedagógica que

sugeriu uma mudança de sala.

Pois bem, mudei de turma, para a sala ao lado para tentar me

recompor e me livrar dos problemas com a antiga turma. Ledo engano!

Como as turmas interagiam entre si, logo todos souberam dos

apelidos e também começaram a ofender de forma igual à turma anterior.

Page 16: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

16

Novamente esse problema foi levado à orientação, que tomou

duas mediadas no mínio errôneas: a primeira foi chamar alguns dos meus

agressores para tomarem broncas e me pedirem desculpas dentro do

gabinete da orientação. A segunda foi entrar em sala de aula e fazer os

demais agressores pedirem desculpas à mm.

Essas “medidas pedagógicas” pioraram a minha situação

porque além de fomentar o ódio dos demais alunos, meus apelidos se

espalharam pelo bloco inteiro e eu tive que, diariamente me isolar dos

alunos na hora do recreio para não ser ridicularizado.

Os problemas permaneceram, as agressões, verbais e o

isolamento social pioraram, e os profissionais do colégio não tinham

conhecimento necessário para tratar do problema, pois, além de afirmar que

era uma fase da idade, também afirmava que o problema era eu.

Até que, tive que ser transferido de instituição, porque se

tornou insuportável a permanência lá.

Eu conheci o ápice de um problema social que hoje se chama

bullying dentro de um reduto em que estudavam os rebentos das mais altas

estirpes socais do meu Estado.

Desde então decidi que estudaria a fundo uma forma de

proteger quem sofre este tipo de agressão.

Agora quem ler esta carta me perguntará: Como você fez para

superar o bullying?

Page 17: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

17

Eu respondo-lhe que é simples! Transformei esse problema em

uma oportunidade de melhorar como pessoa, como profissional, e

principalmente, uma forma de auxiliar as pessoas.

Há sete anos me dedico às pesquisas científicas sobre o

bullying, criei a ciência jurídica focada exclusivamente para tratar dos

casos de indenização pelos danos do bullying.

Vejamos um pouco da minha trajetória relacionada com o

tema bullying:

Em 2006, orientado pelo Professor Doutor Clayton Reis,

iniciou sua pesquisa para adaptar o bullying a responsabilidade civil, de

forma a analisar os danos causados por esta agressão igualando-a ao

assédio moral para poder responsabilizar a escola pelos casos de bullying

ocorridos dentro de suas instalações.

Em 2007 iniciei meus trabalhos de composição científica do

trabalho de conclusão de curso de Direito, sendo também orientado pelas

Professoras de Metodologia da Pesquisa: Barbara Abib Neves Matos e

Ângela Zatti. Em dezembro do mesmo ano o trabalho é submetido à banca

formada pelos seguintes professores: Dr. Clayton Reis, Dra. Julieta Saboia

Cordeiro e Dr. Geraldo Doni Jr. O referido trabalho foi avaliado e aprovado

com louvor com a nota máxima.

Em 2008, iniciei o processo de aprimoramento da monografia

para transformá-la em livro. Durante este período contou com a orientação

Page 18: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

18

técnica jurídica do Professor Dr. Clayton Reis e metodológica da

Professora Ângela Zatti. É no mesmo ano que seu trabalho começa a ser

reconhecido e a ser entrevistado por vários jornais e sua pesquisa citada em

várias páginas do mundo.

No mesmo ano me pós graduei em Direito Civil e Direito

Processual Civil.

Em 2010 estive presente na votação da lei anti bullying

Curitibana, Proposta pelos Vereadores Pedro Paulo e Mario Celso. No

mesmo ano inicia uma temporada de palestras em diversas faculdades para

debater sobre o tema bullying sob a ótica do direito.

Em 2011 Fundei a LIGA ANTI-BULLYING (Grupo formado,

exclusivamente por de ativistas anti-bullying e profissionais de educação),

em parceria com o Projeto Faça Amizades Bullying Não. Esse projeto

juntou ativistas sociais do Brasil, da América Latina e da Europa. Hoje

conta com mais de 300 membros.

Desde 2011 mantenho o blog Bullying e Direito, espaço em

que escrevo textos científicos jurídicos, filódicos e educacionais sobre o

bullying; posto vídeos, notícias, reportagens sobre o tema; e indico livros,

blogs, sites, filmes e músicas que tem como tema central o bullying.

Em 2012, aos 28 anos de idade, recebi o prêmio Moção de

Aplausos, concedida pela Comissão de Direitos Humanos da OAB da 4ª

subseção Rio Claro, SP, em reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos

Page 19: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

19

para prevenção do Bullying, em prol da Cidadania, dos Sujeitos Titulares

de Direitos Humanos, da Sociedade Doméstica e da Comunidade

Internacional.

O segredo para superar é trocar a perspectiva da visão que este

problema traz para sua vida:

Aprendi que devemos ser a mudança que esperamos nas

nossas vidas.

E por isso dediquei minha juventude para pesquisar formas de

prevenir e frear o bullying, e também adequá-lo ao mundo da

responsabilidade civil (ramo do direito que trata de indenizações por danos

morais e materiais).

Transformar do fogo do ódio em uma chama de esperança e fé

para um caminho de evolução humana e espiritual fez toda a diferença.

O bullying mudou minha vida. Trouxe sofrimento é claro, mas,

me ensinou a não ser uma vítima da circunstância, e superar o medo, a

respeitar e amar o próximo, a fazer novos amigos, me inclinou para as

artes, as ciências e para a literatura.

O bullying trouxe um ideal, um sonho, uma filosofia de vida

que busca a justiça e o respeito por meio da troca de informação e do

diálogo entre culturas e conhecimentos.

Não somos melhores nem mais capazes do que ninguém,

apenas temos conhecimentos e capacidades diferentes. E essas capacidades

Page 20: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

20

quando unidas transformam a realidade, melhoram o mundo e levam luz

aonde há escuridão.

Em resumo, minha vida científica é um tributo às vítimas que

não sobreviveram a essa terrível agressão e partiram deste mundo sem

presenciar o inicio de uma era em que o mundo desperta a consciência para

o combate ao bullying.

Page 21: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

21

ARTIGOS

Page 22: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

22

BULLYING: CONCEITO, HISTÓRICO E ANTECEDENTE

O Bullying1 é uma espécie de conduta opressiva, intencional e

violenta, onde um indivíduo é assediado por outro ou por um grupo de

pessoas que buscam, através de atitudes e palavras, ferir a auto-estima e a

imagem da vítima, pelo simples motivo do mesmo ter opinião própria, só

que diferente da maioria, e geralmente, não apresentam justificativa.

Entretanto, o criador deste conceito, dá outra conotação ao

bullying, descrevendo-o da seguinte forma: "Um estudante está sendo

intimidado ou vitimado quando ele ou ela está exposto, repetidamente e ao

longo do tempo, a ações negativas por parte de um ou mais estudantes2".

A ABRAPIA3 detectou que essas relações de intimidação

podem se concretizar de várias formas, que vão desde agressões verbais e

apelidos desdenhosos à discriminação, à exclusão, ao isolamento e até

mesmo em situações mais graves como é o caso da agressão física.

Encontra-se esse quadro em escolas privadas e públicas de

nível fundamental e médio. Todavia, o acontecimento do bullying é

ignorado e/ ou não admitido por muitas instituições de ensino, ou muitas 1 Silva, Ana Beatriz Barbosa, Bullying, mentes perigosas nas escolas, 1ª Ed., Rio de Janeiro,

Objetiva, 2010, p. 21. 2 Olweus, Dan, Bullying At School, Editora Editora Blackwell Publishing, 2006, p. 9. “ I define

bullying or victimization in the following general way: A student is being bullied or victimized

when he or she is exposed, repedly and over time, to negative actions on the part of one or more

other students.” 3 ABRAPIA. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes, disponível

em:http:// www.bullyng.com.br, acesso em 20/jun/2007.

Page 23: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

23

vezes, ainda o desconhecem ou negam-se a enfrentá-lo. Além desses locais

o bullying tem ocorrido dentro das casas, mais precisamente no ambiente

virtual (cyberbullying), aonde os pais possui pouca ou nenhuma vigilância.

Da mesma forma que as escolas, muitos pais ignoram ou desconhecem a

prática dessa violência por seus filhos.

Os estudos sobre o bullying iniciaram-se na Universidade de

Bergen, na Noruega, e duraram desde 1978 até 1993, com o professor Dan

Olweus juntamente com a campanha nacional anti bullying que ocorreu em

1993.

Na década de 70 Olweus iniciou suas observações sobre

agressores e suas vítimas mesmo sem aval ou interesse das escolas sobre o

assunto nas instituições de ensino norueguesas.

Para que fossem aguçados os interesses das escolas da

Noruega sobre o bullying foi necessário que três rapazes entre 10 e 14 anos

cometessem suicídio que segundo indícios foram resultados dessa prática.

Olweus pesquisou inicialmente cerca de 84.000 estudantes,

300 a 400 professores e 1.000 pais entre os vários períodos de ensino. Um

fator fundamental para a pesquisa sobre a prevenção do bullying foi avaliar

a sua natureza e ocorrência. Como os estudos de observação direta ou

indireta são demorados, o procedimento adotado foi o uso de questionários,

Page 24: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

24

o que serviu para fazer a verificação das características e extensão do

bullying, bem como avaliar o impacto das intervenções que já vinham

sendo adotadas.

O questionário proposto por Olweus consistia de um total de

25 questões com respostas de múltipla escolha, no qual se verificava a

freqüência, tipos de agressões, locais de maior risco, tipos de agressores e

percepções individuais quanto ao número de agressores. Este instrumento

destinava-se a apurar as situações de vitimização e agressão segundo o

ponto de vista da própria criança ou adolescente. Ele foi adaptado e

utilizado em diversos estudos, em vários países, inclusive no Brasil, pela

ABRAPIA, possibilitando assim, o estabelecimento de comparações

interculturais.

Os primeiros resultados, frutos das pesquisas realizadas por

Olweus e por Roland, em 1989, constatou-se que dentre os 07 alunos, 01

encontrava-se envolvido na prática do bullying. Em 1993, Olweus lançou

sua pesquisa no livro “BULLYING at the school”. Nessa obra encontravam-

se, não apenas os resultados da pesquisa, mas também, um arcabouço de

medidas intervencionistas a fim de combater o bullying, na medida em que

identifica vítimas e agressores. A obra gerou uma reação em cadeia que

resultou na queda de 50% da incidência dos casos de bullying no país de

origem, a Noruega, bem como na adoção das medidas propostas no livro na

Page 25: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

25

Inglaterra, em Portugal e Canadá. Isso incentivou outros países na igual

adoção destas mesmas medidas.

O programa de intervenção de Owleus tinha a intenção de criar

regras combatentes ao bullying nas escolas, o qual necessitava do

envolvimento de pais e professores, para aumentar a conscientização sobre

o bullying, bem como a proteção e apoio para as vítimas.

Diversos pesquisadores em todo o mundo têm direcionado

seus estudos para esse fenômeno que toma aspectos preocupantes, tanto

pelo seu crescimento, quanto por atingir faixas etárias, cada vez mais

baixas, relativas aos primeiros anos de escolaridade. Dados recentes

apontam no sentido da sua disseminação por todas as classes sociais e uma

tendência para um aumento rápido desse comportamento com o avanço da

idade, da infância à adolescência.

No estudo realizado pela ABRAPIA4, 40,5% dos 5785 alunos

de 5a a 8ª séries participantes admitiram estar diretamente envolvidos em

atos agressivos na escola.

O bullying é um crescente e antigo fenômeno social registrado

em diversos países e culturas que preocupa o mundo inteiro, uma vez que

pode desencadear distúrbios graves nas vítimas deste tipo de assédio. As

4 ABRAPIA. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes, disponível

em:http:// www.bullyng.com.br, acesso em 20/jun/2007.

Page 26: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

26

principais conseqüências estão o isolamento da vítima, a piora no seu nível

de aprendizado, a formação de pessoas violentas e em casos mais graves o

suicídio.

Page 27: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

27

O CONFLITO ENTRE TERMO BULLYING USADO NO

BRASIL E O TERMO ORIGINAL CRIADO POR DAN OLWEUS E

APERFEIÇOADO PELA ORGANIZAÇÃO STOP BULLYING.

Conforme a literatura científica brasileira, o conceito de

bullying é em suma, diferente dos conceitos originais propostos por

Olweus, o cientista precursor dos estudos desta violência no mundo.

Vejamos cada um destes conceitos brasileiros:

Cleo Fante define bullying5 como “o desejo consciente e

deliberado de maltratar uma outra pessoa e colocá-la sob tensão (...)”.

Para Ana Beatriz Barbosa Silva6, o bullying “pode ser adotado

para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, proposital e

sistemático inerente às relações interpessoais”.

Para Lélio Braga Calhau, o bullying “é um assédio moral, são

atos de desprezar, denegrir, violentar, agredir, destruir a estrutura psíquica

da outra pessoa sem motivação alguma e de forma repetida”.7

Já para Gabriel Chalita, bullying é o termo designado para

descrever o “habito de usar a superioridade física para intimidar, tiranizar,

amedrontar, humilhar outra pessoa”.8

5 Fante, Cleo, Fenômeno Bullying: como prevenir violência escolar e educar para a paz,

Campinas, 2. Ed. rev e ampl., Editora Versus, 2005, p. 27 6 Silva, Ana Beatriz Barbosa, Bullying, Mentes Perigosas na Escola, Rio de Janeiro, Objetiva,

2010, p.22. 7 Calhau, Lélio Braga, Bullying, o que você precisa saber: identificação, prevenção, e repressão,

2ª ed. Niterói, RJ, Impetus, 2010, p. 6.

Page 28: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

28

Todos os conceitos acima descritos resumem o que Marie-

France Hirigoyen9 compreende como assédio moral Vejamos:

“qualquer conduta abusiva, manifestando-se sobretudo por

comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à

personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma

pessoa (...)”

Em verdade, o bullying é um gênero da espécie assédio moral.

O assédio moral pode ser praticado por qualquer grupo de pessoas,

enquanto o bullying é de exclusividade de crianças em idade escolar.

O conceito técnico que mais se aproxima do original, criado

por Dan Olweus e aprimorado pela organização norte americana STOP

BULLYING encontra-se na obra Manual Antibullying, do autor Gustavo

Teixeira. Neste livro o bullying é conceituado como “comportamento

agressivo entre estudantes. São atos de agressão física, verbal ou moral ou

psicológica que ocorrem de modo repetitivo, sem motivação evidente, por

um ou vários estudantes contra outro indivíduo, em uma relação desigual

de poder, normalmente dentro da escola.

8 Chalita Gabriel, Pedagogia da Amizade, Bullying, o sofrimento das vítimas e dos agressores,

São Paulo, 4ª ed., Editora Gente, 2008, p. 81. 9 Hirigoyen, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano/ Marie-

France Hirigoyen; tradução de Maria Helena Kühner. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,

2002, p. 65.

Page 29: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

29

Ao trazer a baila todos os principais conceitos de bullying das

mais respeitadas obras brasileiras, observamos um evidente conflito de

conceituação, que abre precedentes para classificar como bullying diversos

comportamentos agressivos ocorrido nas relações intersubjetivas.

No entanto, o conceito adotado por Olweus em seu estudo

vestibular do tema é muito específico, bem como o conceito adotado pela

organização norte americana STOP BULLYING.

Dan Olweus definiu o bullying ou vitimização da seguinte

forma geral: Um estudante está sendo intimidado ou vitimado quando ele

ou ela está exposto, repetidamente e ao longo do tempo, a ações negativas

por parte de um ou mais estudantes10

.

Já o site da organização STOP BULLYING11

, o conceito de

bullying é compreendido como um comportamento, indesejado agressivo

entre crianças em idade escolar, que envolve um desequilíbrio de poder real

ou percebida. O comportamento é repetido, ou tem o potencial de ser

repetida, ao longo do tempo. Bullying inclui ações como fazer ameaças,

10

Olweus, Dan, Bullying At School, Editora Editora Blackwell Publishing, 2006, p. 9. “ I define

bullying or victimization in the following general way: A student is being bullied or victimized

when he or she is exposed, repedly and over time, to negative actions on the part of one or more

other students.” 11

Stop Bullying Org.: http://www.stopbullying.gov/what-is-bullying/definition/index.html,

acessado em 9 de novembro de 2012, às 20h:10. “Bullying is unwanted, aggressive behavior

among school aged children that involves a real or perceived power imbalance. The behavior is

repeated, or has the potential to be repeated, over time. Bullying includes actions such as

making threats, spreading rumors, attacking someone physically or verbally, and excluding

someone from a group on purpose.”

Page 30: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

30

espalhar rumores, atacar alguém fisicamente ou verbalmente, e excluindo

alguém de um grupo de propósito.

No mesmo site observa-se o que não pode ser considerado

como bullying:

Apesar de relatos da mídia, muitas vezes chamamos de

comportamento, indesejado agressivo entre os jovens adultos "bullying",

isso não é exatamente preciso. Muitas leis estaduais e federais abordam o

bullying comportamentos semelhantes neste grupo etário sob condições

muito graves, como trotes, assédio e perseguição. Além disso, a maioria

dos jovens se sente desconfortáveis com o termo bullying ao associá-lo

com crianças em idade escolar12

.

Primeira infância geralmente marca a primeira oportunidade

para as crianças a interagirem umas com as outras. Entre as idades de 3 e 5,

as crianças estão aprendendo a conviver umas com as outras, colaborar,

compartilhar e entender seus sentimentos. As crianças pequenas podem ser

agressivas e agirem quando raivosas ou quando não conseguem o que

12

Stop Bullying Org.: http://www.stopbullying.gov/what-is-bullying/definition/index.html,

acessado em 9 de novembro de 2012, às 21h:20. “Although media reports often call unwanted,

aggressive behavior among young adults “bullying,” this is not exactly accurate. Many state and

federal laws address bullying-like behaviors in this age group under very serious terms, such as

hazing, harassment, and stalking. Additionally, most young adults are uncomfortable with the

term bullying—they associate it with school-aged children.”

Page 31: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

31

querem, mas isso não é bullying. Ainda assim, há maneiras de ajudar as

crianças13

.

A partir da inteligência dos conceitos originais e aperfeiçoados

do bullying, percebemos que a doutrina brasileira abre precedentes para

que muitas agressões sejam classificadas como bullying.

Contudo e considerarmos somente os conceitos observados na

literatura original bem como os aperfeiçoamentos realizados por seu

criador, pode-se, somente, considerar bullying as ações caracterizadas com

a exposição continuada ao longo do tempo a um comportamento

repetitivamente agressivo entre crianças em idade escolar, que envolve um

desequilíbrio de poder.

13

Stop Bullying Org.: http://www.stopbullying.gov/what-is-bullying/definition/index.html,

acessado em 9 de novembro de 2012, às 21h:20. “Early childhood often marks the first

opportunity for young children to interact with each other. Between the ages of 3 and 5, kids are

learning how to get along with each other, cooperate, share, and understand their feelings.

Young children may be aggressive and act out when they are angry or don’t get what they want,

but this is not bullying. Still, there are ways to help children.”

Page 32: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

32

BULLYING UMA FORMA TIRÂNICA DE PODER

Desde que se iniciaram as relações interpessoais, a busca pela

satisfação dos interesses individuais tornou-se uma constante condicional

destas relações.

A vontade individual não exerce capacidade obrigacional

quando isolada. No entanto, quando esta mesma vontade é imposta a uma

pessoa ou grupo de pessoas através de comando ou obrigação, temos a

figura abstrata do poder.

Poder pode ser considerado como uma força absoluta que

emana de um ser sem oposição de outro. Em outras palavras, poder

também pode ser compreendido como vontade predominante que leva

indivíduo ou grupo a um determinado fim14

.

A principal modalidade de exercício do poder em sociedade é

o poder social, pois se relaciona com o caráter gregário do homem inserido

em uma estrutura social organizada15

.

O poder é formado por duas premissas: a primeira é a vontade

individual unilateral ou desejo egoístico; a outra é a força impositiva da

vontade individual16

.

14

Castelo Branco, Eclir, Teoria Geral do Estado, Editora Saraiva, 1988, p. 137 15

Berloffa, Ricardo Ribas da Costa, Introdução ao Curso de Teoria Geral do Estado e Ciência

Política, Campinas, Bookseller, 2004, p.288 16

Salvetti Neto, Pedro, Curso de Teoria Geral do Estado, Editora Saraiva, 1984, p. 134

Page 33: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

33

Esta sobreposição da vontade individual à coletiva através do

poder é oriunda da consciência humana formada pela affectio societatis, ou

seja, a necessidade de viver em grupo17

.

O exercício do poder pode ocorrer de várias formas que podem

ir desde a forma pacífica a meios mais violentos e opressivos como os

tirânicos como a coação moral ou física.

O bullying deve ser classificado como um poder social

exercido de forma tirânica, que lança mão da coação física e moral para a

sua imposição perante um grupo de crianças, jovens e adolescentes em

idade escolar.

Equipara-se o bullying como uma forma tirânica de poder, por

ser uma espécie de conduta opressiva considerada assédio moral. A

ocorrência é fruto de desvios de conduta nas relações humanas, onde um

indivíduo é assediado por um ou mais grupo de pessoas que buscam,

através de atitudes e palavras, ferir a auto-estima e a imagem da vítima.

Essa conduta opressiva ocorre geralmente pelo desequilíbrio de poder e

ausência de respeito nas relações humanas.

17

Berloffa, Ricardo Ribas da Costa, Introdução ao Curso de Teoria Geral do Estado e Ciência

Política, Campinas, Bookseller, 2004, p.290

Page 34: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

34

DANO MORAL UM ATO ILÍCIO EM QUE A

INDENIZAÇÃO APENAS SERVE PARA COMPENSAR

Para a compreensão desse título que, para muitos soará sem

clareza, é necessário trazer a baila os conceitos básicos da responsabilidade

civil como ato ilícito, dano, dano moral, matéria. Vamos a eles:

Ato ilícito é toda ação ou omissão praticada com negligência

ou imprudência que violando um direito gera um dano18

. Sobre este aspecto

o artigo 186 do Código Civil prevê que “Aquele que, por ação ou omissão

voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a

outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Para Sergio

Cavalieri Filho, o ato ilícito “é sempre um comportamento voluntário que

infringe um dever jurídico” 19

.

Dano vem do latim “damnum” que significa ofensa, mal. De

forma genérica, dano pode ser conceituado como um mal que uma ação

causa a alguém.

Etimologicamente dano tem o seguinte sentido de “mal que se

faz a alguém; prejuízo ou deterioração de coisa alheia; perda.” 20

18

Soares, Alexandre Saldanha Tobias, A responsabilidade Civil das Instituições de Ensino em

Relação ao Efeito Bullying, Monografia, UTP, 2007, p.15 19

Cavalieri Filho, Sergio, Programa de Responsabilidade Civil, 8ª Ed- 3. reimpr.- São Paulo:

Atlas, 2009, p. 12. 20

Soares, Alexandre Saldanha Tobias, Op. Cit. p.20

Page 35: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

35

Para Clayton Reis21

, dano pode ser compreendido como

prejuízo ao patrimônio de alguém por conta da ação lesiva de outrem, ou de

forma geral e conclusiva, “Dano consiste no prejuízo sofrido pelo

agente22

.”

O que gera o dever indenizatório nas relações humanas é o que

o direito conceitua como Nexo causal, que é a ligação entre o ato e o dano

que dele acarretou. Esta ligação entre o binômio ação e dano é de vital

importância para que exista na responsabilidade civil o dever de indenizar,

sem ela não há dever de indenizar23

.

Para a responsabilidade civil, a compreensão de dano pode se

bipartir em duas espécies: dano moral e dano material, mas, para o atual

estudo, interessa-nos apenas o primeiro. Vamos ao conceito técnico dele:

Dano moral consiste na lesão ao patrimônio psíquico ou ideal

da pessoa, a sua dignidade em fim que se traduz nos modernos direitos da

personalidade24

.

Ao citar Wilson de Mello da Silva, Clayton Reis25

define dano

moral como uma lesão sofrida pelo sujeito físico ou pessoa natural de

direito em seu patrimônio ideal, entendendo-se patrimônio ideal, em

21

Reis, Clayton (a). Dano Moral. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p.01 22

Venosa, Sílvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005. -

Coleção de Direito Civil; v.4, p. 40 23

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed. São Paulo: Saraiva; 2002 p.108 24

Venosa, Sílvio de Salvo, Op. Cit. p. 227 25

Reis, Clayton, Dano Moral, 5ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 2010, p.8.

Page 36: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

36

contraposição a patrimônio material, o conjunto de tudo aquilo que não seja

suscetível de valor econômico.

Ainda conforme as palavras de Clayton Reis26

, esse tipo de

dano afeta a moral do indivíduo, causando-lhe um desconforto anormal em

seu íntimo, uma aflição que abala o psíquico.

O dano moral por ser um bem não material pode apenas ser

compensado e nunca restituído na sua integralidade. Nesse particular

Cavalieri Filho apud Silvio de Salvo Venosa27

nos diz: “A condenação em

dinheiro é mero lenitivo para a dor, sendo mais uma satisfação do que uma

reparação.”

Com isso concluí-se que o dano moral é uma lesão ao

psicológico produzida por um ato ilícito, e por isso, apenas pode ser

compensada por meio da indenização.

26

Reis, Clayton, Dano Moral. Op. Cit.p.15 27

Venosa, Sílvio de Salvo, Op. Cit. p. 48

Page 37: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

37

BULLYING, UM TIPO DE ASSÉDIO MORAL

INDENIZÁVEL

Ao compreender como bullying um gênero de agressão

intencional praticada repetidamente e adotada sem motivo real por uma ou

mais pessoas contra outro lhe causando uma extrema angústia.

A exposição contínua aos ataques do bullying torna suas

vítimas inseguras e pouco sociáveis, ato que dificulta o pedido de auxílio.

Outras seqüelas observadas nas vítimas do bullying, conforme o estudo da

ABRAPIA 28

é: a passividade quanto às agressões sofridas, um círculo

restrito de amizades, e muitos passam a ter baixo rendimento escolar,

resistindo e simulando doenças com o interesse de não comparecer mais as

aulas, ou até mesmo abandonando os estudos.

Há jovens que em conseqüência do bullying, apresentam um

quadro de depressão profunda, que os levam, muitas vezes, ao suicídio.

O bullying também causa um abalo emocional nos familiares

da vítima, haja vista que sentem-se angustiados ao vivenciar o sofrimento

de seu ente.

28

Abrapia. Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a Infância e a Adolescência

Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes, disponível em:http://

www.bullyng.com.br, acesso em 20/jun/2007.

Page 38: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

38

Neste mesmo raciocínio Maria Helena Diniz29

(2002, p.87),

fala sobre a lesão indireta:

O lesado indireto é aquele que, não sendo a vítima direta do

fato lesivo, vem a sofrer com esse evento por experimentar um menoscabo

ou uma lesão a um bem jurídico patrimonial ou moral em razão de sua

relação ou vinculação com o lesado direto.

Como se pode observar o bullying causa sérios danos à

dignidade da pessoa e, bem sabemos que a dignidade é um bem

fundamental (artigo 1º,III da Constituição Federal de 1988) para a evolução

do ser humano. Sobre este aspecto proclama Maria Helena Diniz30

:

[...] é o primeiro bem da pessoa, que lhe pertence, como

primeira utilidade, para que ela possa ser o que é, para sobreviver e se

adaptar às condições do ambiente em que se encontra, servindo-lhe de

critério para aferir, adquirir e ordenar outros bens.

Ao conceituar o bullying e observar seus efeitos calha

equipara-lo ao assédio moral, que para o direito é todo ataque contínuo à

29

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed. São Paulo: Saraiva; 2002 p.87. 30

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed. São Paulo: Saraiva; 2002 p.75.

Page 39: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

39

integridade psicológica de alguém com o fim de causar na vítima um

sentimento de desprezo e humilhação.

O assédio moral pode se caracterizar de muitas formas que vão

desde um isolamento da vítima até atitudes hostis perante seus colegas.

Como o bullying é uma forma de agressão repetitiva ao

conjunto de bens imateriais que afeta o psicológico da vítima e diminui sua

auto-estima, pode-se então equipará-lo ao assédio moral.

O entendimento do bullying como uma forma de assédio

moral, advém da sua equiparação ao mobbing. Ainda que tenham

nomenclaturas diferentes ambos, “bullying” e “mobbing, significam a

mesma coisa, ou seja, são sinônimos de referência ao assédio moral. O que

os diferencia é que o primeiro é usado na Inglaterra e, o segundo tem seu

uso mais freqüente na Alemanha e na França. No Brasil, ambas as

nomenclaturas são usadas para referenciar o dano moral, mas diferenciam-

se por seus modos de uso, pois o “mobbing” é o assédio moral no ambiente

de trabalho e o “bullying” é no ambiente escolar.

O bullying causa também dano no patrimônio material da

vítima, pois além de perder a capacidade de aprender as matérias

lecionadas em sala de aula, resulta também na necessidade de auxílio

Page 40: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

40

médico para superar o trauma psicológico. As despesas decorrentes do

tratamento profissional configuram dano patrimonial indenizável.

Ao compreender o bullying como uma forma de agressão

injusta ao direito fundamental que tira a paz de espírito da vítima,

compreende-se também que há o dever de indenizá-lo.

Neste aspecto Clayton Reis31

nos ensina que:

[...] Toda e qualquer lesão que transforma e desassossega a

própria ordem social ou individual, quebrando a harmonia e a tranqüilidade

que deve reinar entre os homens, acarreta o dever de indenizar.

A Carta Magna de nosso País em seu artigo 5º X prevê a

indenização nos casos de violação a qualquer direito fundamental do ser

humano.

São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a

imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano

material ou moral decorrentes da sua violação.

Quando se observa o efeito que o bullying afeta a dignidade de

uma pessoa, um dano que acarreta num desconforto, numa angústia, num

31

Reis, Clayton, Dano Moral, 5ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 2010, p. 85.

Page 41: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

41

medo que impossibilita o lesado de evoluir nas relações intersubjetivas

torna-se legítima a pretensão indenizatória.

Page 42: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

42

O DIREITO À INDENIZAÇÃO DAS VÍTIMAS DO

BULLYING

A indenização é o ato de reparar o dano, tornar incólume o

prejuízo. É como afirma Silvio de Salvo Venosa32

: “Reparar o dano

qualquer que seja a sua natureza, significa indenizar, tornar indene o

prejuízo”.

Aquele que por ato ilícito causar dano a alguém fica obrigado

a repará-lo.

O código Civil Brasileiro prevê em seu artigo 927 o dever de

indenizar um ato ilícito: Art. 927-“Aquele que, por ato ilícito, causar dano a

outrem fica obrigado a repará-lo”.

Sendo assim, toda lesão que atinja o direito de um terceiro terá

como resultado a obrigação de indenizar. No mesmo sentido compreende

Clayton Reis33

: “A lesão do direito que atinja o patrimônio da vítima

resulta sempre em uma imediata obrigação indenizatória”

E ao compreender o bullying como uma forma de agressão

injusta ao direito fundamental que tira a paz de espírito da vítima,

compreende-se também que há o dever de indenizá-lo.

32

Venosa, Sílvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005. -

Coleção de Direito Civil; v.4, p. 270 33

Reis, Clayton Reis, Clayton, Dano Moral, 5ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 2010, p. 4

Page 43: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

43

Neste aspecto Clayton Reis34

nos ensina que:

[...] Toda e qualquer lesão que transforma e desassossega a

própria ordem social ou individual, quebrando a harmonia e a tranqüilidade

que deve reinar entre os homens, acarreta o dever de indenizar.

A Carta Magna de nosso País em seu artigo 5º X prevê a

indenização nos casos de violação a qualquer direito fundamental do ser

humano.

São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a

imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano

material ou moral decorrentes de sua violação.

Quando qualquer ato atinge de maneira maléfica a intimidade

há a existência de dano. Assim compreende o Egrégio Tribunal de Justiça

de Minas Gerais:

EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANO MORAL -

EMPREGADOR - COMENTÁRIOS PÚBLICOS DESAIROSOS -

VIOLAÇÃO DA ESFERA PRIVADA - ALEGAÇÕES DA INTIMIDADE

DO EMPREGADO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

34

Reis, Clayton, Op. Cit. 85

Page 44: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

44

- O empregador que, munido de um microfone, propaga

comentários desairosos à conduta pessoal de empregado, por ter

freqüentado boate de má-fama, deve indenizar os danos morais deles

resultantes.

- "O intrometimento arbitrário na vida de alguém, o ataque à

intimidade, caracteriza dano MORAL pelo só fato da intromissão não

consentida na vida privada e na intimidade. A realização do ato

considerado antijurídico que origine ofensa NO âmbito interno ou externo

da pessoa e que perturbe o sentimento da vítima, faz surgir o

dano".(MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça. Apelação Cível Nº 449.864-

0, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Relator:

TARCISIO MARTINS COSTA, julgado em 14/12/2004. Publicado no

Diário de Justiça do dia 19/02/2005).

Observa-se que todo dano moral sofrido pelo aluno dentro da

instituição de ensino deve ser indenizado. Assim entende o Egrégio

Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO -

RESPONSABILIDADE CIVIL — ESTUDANTE QUE SOFRE

Page 45: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

45

CONSTRANGIMENTO E HUMILHAÇÃO NO INTERIOR DE

ESTABELECIMENTO DE ENSINO PÚBLICO — CULPA OBJETIVA

DO ESTADO — DEVER DE INDENIZAR - DANOS MATERIAIS E

MORAIS - FIXAÇÃO DO "QUANTUM" - DENUNCIAÇÃO DA LIDE

AO AGENTE - ADMISSIBILIDADE.( MINAS GERAIS. Tribunal de

Justiça. Apelação Cível Nº 1.0024.00.147114-3/001, Sétima Câmara Cível,

Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Relator: Wander Motta, Julgado em

21/12/2005. Publicado no Diário de Justiça do dia 16/02/2005).

A moral é parte da personalidade enquanto patrimônio, assim

concorda Maria Helena Diniz35

apud Goffedro Telles Jr.:

[...] é objeto do direito, é o primeiro bem da pessoa, que lhe

pertence, como primeira utilidade, para que ela possa ser o que é, para

sobreviver e se adaptar às condições do ambiente em que se encontra,

servindo-lhe de critério para aferir, adquirir e ordenar outros bens.

Sem possuir a moral incólume o indivíduo deixa de obter amor

próprio, não acrescenta valores ao seu íntimo, não contribui com a

sociedade e não evolui como pessoa.

35

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed. São Paulo: Saraiva; 2002. p. 75

Page 46: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

46

Quando se observa o efeito que o bullying afeta a dignidade de

uma pessoa, um dano que acarreta num desconforto, numa angústia, num

medo que impossibilita o lesado de evoluir nas relações intersubjetivas

torna-se legítima a pretensão indenizatória.

Page 47: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

47

CONFUSÃO NO USO DAS NOMENCLATURAS:

BULLYING E MOBBING

Bullying e mobbing são gêneros de uma espécie de agressão

denominada assédio moral.

Segundo o conceito ensinado pela vitimóloga francesa Marie-

France Hirigoyen36

, o assédio moral é um conjunto de atitudes perniciosas

e imperceptíveis, praticadas no dia-a-dia do trabalho, com a finalidade de

humilhar o outro de forma perversa.

Para José Affonso Dellagrave Neto ao citar Márcia Novaes

Guedes37

·, assédio moral são todos aqueles atos e comportamentos

advindos do patrão, gerente ou dos colegas, que caracterizam uma atitude

contínua e ostensiva de perseguição que resulta em grandes danos às

condições físicas, psíquicas da vítima.

Quando esta submissão a situações vexatórias tornam-se

direcionadas, repetitivas e prolongadas, configura-se então o mobbing.

36

Fante, Cleo, Bullying escolar: perguntas & respostas/ Cleo Fante José Augusto Pedra.-Porto

Alegre: Artmed 2008, p.76 37

Dallegrave Neto, José Affonso, Responsabilidade civil no direito do trabalho/José Affonso

Dallegrave Neto, -4ª ed. São Paulo LTr, 2010.p.265

Page 48: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

48

Segundo Cleo Fante38

, o termo mobbing remete à idéia de

constituição de grupos que exercem pressões e ameaças sobre os outros

trabalhadores. No Brasil, o mobbing é definido como assédio moral.

Na compreensão de mobbing como uma forma de assédio

moral é a jurisprudência da segunda turma do TST. Vejamos:

Segundo a melhor doutrina, constitui assédio moral vertical a

exposição do empregado a situação humilhante e embaraçosa, em que se

vale o agressor da condição de superioridade hierárquica em relação à

vítima. Também conhecido por mobbing, ele é caracterizado por conduta

abusiva, de forma usualmente repetitiva e prolongada, capaz de causar

ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psicológica do

empregado, tendo por efeito diminuí-lo em seu ambiente de trabalho.

(Processo: A-AIRR - 73940-86.2008.5.10.0010 Data de Julgamento:

02/06/2010, Relator Ministro: Flavio Portinho Sirangelo, 2ª Turma, Data

de Divulgação: DEJT 18/06/2010.)

Sobre os atos que compõe a caracterização do mobbing é a

jurisprudência da terceira turma do TST:

38

Fante, Cleo, op. Cit. p.35

Page 49: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

49

(...) De início, os doutrinadores o definiam como "a situação

em que uma pessoa ou um grupo de pessoas exercem uma violência

psicológica extrema, de forma sistemática e frequente (em média uma vez

por semana) e durante um tempo prolongado (em torno de uns 6 meses)

sobre outra pessoa, a respeito da qual mantém uma relação assimétrica de

poder no local de trabalho, com o objetivo de destruir as redes de

comunicação da vítima, destruir sua reputação, perturbar o exercício de

seus trabalhos e conseguir, finalmente, que essa pessoa acabe deixando o

emprego" (cf. Heinz Leymann, médico alemão e pesquisador na área de

psicologia do trabalho, na Suécia, falecido em 1999, mas cujos textos

foram compilados na obra de Noa Davenport e outras, intitulad Mobbing:

Emotional "Abuse in The American Work Place"). O conceito é criticado

por ser muito rigoroso.

Hoje é sabido que esse comportamento ocorre não só entre

chefes e subordinados, mas vice-versa e entre colegas de trabalho com

vários objetivos, entre eles o de forçar a demissão da vítima, o seu pedido

de aposentadoria precoce, uma licença para tratamento de saúde, uma

remoção ou transferência.

Não se confunde com outros conflitos que são esporádicos ou

mesmo com más condições de trabalho, pois o assédio moral pressupõe o

comportamento (ação ou omissão) por um período prolongado,

Page 50: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

50

premeditado, que desestabiliza psicologicamente a vítima.(Processo: AIRR

- 145440-36.2008.5.03.0067 Data de Julgamento: 12/05/2010, Relator

Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de

Divulgação: DEJT 28/05/2010.)

Mesmo apresentando nomenclaturas diferentes, “bullying” e

“mobbing”, no mundo do direito são utilizados como sinônimos para

referência ao assédio moral.

É o que se observa na compreensão da jurisprudência da

quinta turma do TST:

O assédio moral, embora não se constitua em fato novo, uma vez que é tão

antigo quanto o próprio trabalho, somente recentemente vem sendo

estudado. É também conhecido como hostilização no trabalho, ou assédio

psicológico no trabalho ou também, ainda, como `psicoterror, mobbing ou

bullying -.

Considera-se assédio moral no trabalho a exposição de empregados a

situações humilhantes e constrangedoras ao longo da jornada laboral.

Humilha-se o empregado fazendo-o sentir-se ofendido, menosprezado,

rebaixado, magoado, envergonhado, etc. O empregado passa a sentir-se um

Page 51: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

51

ninguém, um inútil, sem qualquer valor-- (fls. 491v/492v). (Processo: RR -

114000-30.2007.5.04.0002 Data de Julgamento: 09/12/2009, Relator

Ministro: João Batista Brito Pereira, 5ª Turma, Data de Divulgação:

DEJT 18/12/2009.)

Entretanto, ainda que ambas as nomenclaturas sirvam para a

referência ao assédio moral, não se pode confundir o uso correto para cada

uma. O mobbing é o assédio moral no ambiente de trabalho e o bullying é

no ambiente escolar.

As semelhanças guardadas entre os dois conceitos é a

utilização do desequilíbrio de poder para ridicularizar as vítimas e

amedrontar os espectadores, e os resultados nefastos para as vítimas como

apatia social e sérios transtornos emocionais.

Finalmente obtempera-se que a expressão mobbing é utilizada

pelo ramo do direito trabalhista para denominar a exposição contínua do

empregado a uma situação vexatória que viola a dignidade da vítima,

também conhecida como assédio moral.

Page 52: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

52

A CONFUSÃO ENTRE AS NOMENCLATURAS

BULLYING, ASSÉDIO MORAL E ASSÉDIO SEXUAL

ASSÉDIO MORAL

Concerne em qualquer atitude abusiva na forma de palavras,

gestos, escritos que resultam em dano à personalidade, à dignidade, à

integridade física ou psíquica de uma pessoa39

.

BULLYING

É toda e qualquer forma de agressão intencional, ocorrida

dentro do ambiente escolar, praticada repetidamente e adotada sem motivo

real por uma ou mais crianças, jovens ou adolescentes em idade escolar,

contra outro causando-lhes uma extrema angústia40

.

ASSÉDIO SEXUAL

Assédio sexual41

é toda tentativa, por parte do superior

hierárquico (chefe), ou de quem detenha poder hierárquico sobre o

subordinado, de obter dele favores sexuais por meio de condutas

39

Carvalho, Nelson Gonçalves de, Assédio Moral na Relação de Trabalho, 1ªEd. São Paulo,

Rideel 2009, p.59 40

Soares, Alexandre Saldanha Tobias, A Responsabilidade Civil das Instituições de Ensino em

Relação aos Efeitos do Bullying, 1 ed., 1ª impr. Editora JM, 2012, p.53 41

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Subsecretaria de Assuntos Administrativos

Assédio: violência e sofrimento no ambiente de trabalho: assédio sexual / Ministério da Saúde,

SecretariaExecutiva, Subsecretaria de Assuntos Administrativos. – Brasília : Editora do

Ministério da Saúde, 200 36 p.– (Série F. Comunicação e Educação em Saúde), p. 9

Page 53: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

53

reprováveis, indesejáveis e rejeitáveis, com o uso do poder que detém,

como forma de ameaça e condição de continuidade no emprego.

Sob este particular é a similitude pontificada no Código Penal

Brasileiro no artigo 216 A, que classifica o assédio sexual como sendo o

ato de constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou

favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de

superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego,

cargo ou função.

CONCLUSÃO GERAL.

Bullying é espécie reiterada prática do assédio moral por parte

de um sujeito ou grupo contra outrem.

Da mesma forma o assédio sexual é uma espécie de assédio

moral que não guarda relação nenhuma com o bullying.

Page 54: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

54

A INFLÊNCIA DA FAMÍLIA NOS CASOS DE

BULLYING.

Em tempos caóticos, em que todas as instituições sociais não

estão mais seguras, a família tem o condão de estabelecer formas de

preparar seus rebentos para uma vida social cada vez mais competitiva e

individualista, sem perder o respeito pelos valores da natureza humana.

A família é o primeiro núcleo social organizado que uma

criança está inserida. É neste núcleo que a criança recebe parâmetros de

comportamento social que a alertam quanto à importância do respeito pela

liberdade física e psíquica individual.

A família deve atentar-se para a formação afetiva, psicológica,

humanista, cultural e social de suas crianças para que sua inserção na

sociedade seja completa, sem conflitos permeados por preconceitos ou por

egocentrismos que resultem em violências físicas ou morais a terceiros.

É neste contexto que se observa a importância das

intervenções familiares nas experiências infanto juvenil, pois, é na idade

entre 2 a 8 anos que a criança desenvolve a sua capacidade de absorver os

estímulos sociais advindos da família. Depois desta idade a criança

reproduz esses comportamentos nos ambientes sociais exteriores como, por

exemplo, na escola.

Page 55: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

55

Então, se uma criança não recebe intervenções corretivas em

um eventual comportamento preconceituoso ou violento, certamente o

reproduzirá em sua idade juvenil e adulta.

Da mesa forma, se uma criança não recebe um elogio por uma

atitude socialmente louvável como o respeito para com as demais pessoas,

certamente não terá vontade de adotar essa postura socialmente pacífica em

sua vida futura.

Ainda neste contexto, se uma criança não percebe carinho e

atenção em seu núcleo familiar, é óbvio que terá uma postura de frieza ou

apática nas relações intersubjetivas, que pode resultar em isolamento social.

Finalmente, pode-se observar que se uma criança não tem um

dialogo educacional frequente em casa, terá grandes chances de apresentar

um comportamento individual afetado quando inserida num grupo.

Uma criança que cresce num modelo familiar em que os pais

são ausentes ainda que por conta do trabalho, certamente, não terá limites

sociais nem saberá lidar com situações de frustração, pois, nunca ou pouco

recebeu orientações para encarar essas situações.

Outro modelo de educação familiar que compromete a

formação psicológica de uma criança é o em que os pais que embora

presentes, não impõem limite ou regra para seus filhos, deixando-os por

Page 56: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

56

conta e própria. Isso imprime na psique de uma criança que tudo ela pode

e que não há limitações entre o direito dela e de outra pessoa. Ou seja,

resultará em uma criança egoísta e sem valores morais.

Esse modelo familiar também não oferece o apoio adequado

para a criança que sofre agressões de seus colegas de classe. Daí restará

impregnado no inconsciente desta criança a errada autoimagem de “sujeito

sem importância para aquele núcleo familiar”.

Da mesma forma prejudicial serão os pais que muito limitam

seus filhos ou que impõe de forma agressiva o ponto de vista que reputam

como resolução para um problema, porque, a criança crescerá com a

informação de que a agressividade e a intolerância são formas adequadas

de resolução de um problema podem se tornar praticantes de bullying como

forma de autoafirmação.

É do modelo de educação familiar que emanam regras de

convívio social e modelos de conduta nas relações intersubjetivas.

Exageros na educação de uma criança podem prejudicá-la em sua vida

social e torná-la excessivamente agressiva ou apática, o que pode resultar

em potenciais praticantes do ou vítimas bullying.

Com isso é correto afirmar que o pisquê de uma criança sofre,

de forma direta, influência de um histórico de experiências familiares.

Page 57: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

57

Essas experiências determinam seu caráter, seus valores morais e sua

conduta ética.

Se uma família possui em seu meio um modelo de educação

ausente de balizamentos morais e retidão ética, seus filhos serão o fruto

negativo deste modelo, seja com inclinações para atitudes violentas ou para

apatia social.

Page 58: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

58

A INFLÊNCIA DA FAMÍLIA NOS CASOS DE

BULLYING.

Em tempos caóticos, em que todas as instituições sociais não

estão mais seguras, a família tem o condão de estabelecer formas de

preparar seus rebentos para uma vida social cada vez mais competitiva e

individualista, sem perder o respeito pelos valores da natureza humana.

A família é o primeiro núcleo social organizado que uma

criança está inserida. É neste núcleo que a criança recebe parâmetros de

comportamento social que a alertam quanto à importância do respeito pela

liberdade física e psíquica individual.

A família deve atentar-se para a formação afetiva, psicológica,

humanista, cultural e social de suas crianças para que sua inserção na

sociedade seja completa, sem conflitos permeados por preconceitos ou por

egocentrismos que resultem em violências físicas ou morais a terceiros.

É neste contexto que se observa a importância das

intervenções familiares nas experiências infanto juvenil, pois, é na idade

entre 2 a 8 anos que a criança desenvolve a sua capacidade de absorver os

estímulos sociais advindos da família. Depois desta idade a criança

reproduz esses comportamentos nos ambientes sociais exteriores como, por

exemplo, na escola.

Page 59: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

59

Então, se uma criança não recebe intervenções corretivas em

um eventual comportamento preconceituoso ou violento, certamente o

reproduzirá em sua idade juvenil e adulta.

Da mesa forma, se uma criança não recebe um elogio por uma

atitude socialmente louvável como o respeito para com as demais pessoas,

certamente não terá vontade de adotar essa postura socialmente pacífica em

sua vida futura.

Ainda neste contexto, se uma criança não percebe carinho e

atenção em seu núcleo familiar, é óbvio que terá uma postura de frieza ou

apática nas relações intersubjetivas, que pode resultar em isolamento social.

Finalmente, pode-se observar que se uma criança não tem um

dialogo educacional frequente em casa, terá grandes chances de apresentar

um comportamento individual afetado quando inserida num grupo.

Uma criança que cresce num modelo familiar em que os pais

são ausentes ainda que por conta do trabalho, certamente, não terá limites

sociais nem saberá lidar com situações de frustração, pois, nunca ou pouco

recebeu orientações para encarar essas situações.

Outro modelo de educação familiar que compromete a

formação psicológica de uma criança é o em que os pais que embora

presentes, não impõem limite ou regra para seus filhos, deixando-os por

Page 60: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

60

conta e própria. Isso imprime na psique de uma criança que tudo ela pode

e que não há limitações entre o direito dela e de outra pessoa. Ou seja,

resultará em uma criança egoísta e sem valores morais.

Esse modelo familiar também não oferece o apoio adequado

para a criança que sofre agressões de seus colegas de classe. Daí restará

impregnado no inconsciente desta criança a errada autoimagem de “sujeito

sem importância para aquele núcleo familiar”.

Da mesma forma prejudicial serão os pais que muito limitam

seus filhos ou que impõe de forma agressiva o ponto de vista que reputam

como resolução para um problema, porque, a criança crescerá com a

informação de que a agressividade e a intolerância são formas adequadas

de resolução de um problema podem se tornar praticantes de bullying como

forma de autoafirmação.

É do modelo de educação familiar que emanam regras de

convívio social e modelos de conduta nas relações intersubjetivas.

Exageros na educação de uma criança podem prejudicá-la em sua vida

social e torná-la excessivamente agressiva ou apática, o que pode resultar

em potenciais praticantes do ou vítimas bullying.

Com isso é correto afirmar que o pisquê de uma criança sofre,

de forma direta, influência de um histórico de experiências familiares.

Page 61: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

61

Essas experiências determinam seu caráter, seus valores morais e sua

conduta ética.

Se uma família possui em seu meio um modelo de educação

ausente de balizamentos morais e retidão ética, seus filhos serão o fruto

negativo deste modelo, seja com inclinações para atitudes violentas ou para

apatia social.

Page 62: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

62

A RESPONSABILIDADE CIVIL DA ESCOLA E DOS

PAIS EM RELAÇÃO AOS ATOS DE BULLYING.

O bullying pode ser compreendido como um conjunto de ações

caracterizadas com a exposição continuada ao longo do tempo a um

comportamento repetitivamente agressivo entre crianças, adolescentes e

jovens em idade escolar, que envolve um desequilíbrio de poder.

Originalmente o bullying é uma expressão para sinalizar o

assédio moral praticado entre crianças e adolescentes, no entanto, nos anos

de 2007 até 2011, ganhou enumeras variantes como o moblie bullying

(bullying por mensagens de celular); bullying at the work place (é o

bullying no ambiente de trabalho, conhecido tecnicamente como mobbing)

e cyberbullying.

Qualquer variante do bullying é considerada ato ilícito por

assediar o bem estar psíquico e físico da vítima.

A dúvida reside na determinação do sujeito passivo do dever

indenizatório para os casos de bullying escolar.

Primeiramente trataremos da responsabilidade civil das

instituições de ensino.

Page 63: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

63

Os fundamentos jurídicos que tratam da responsabilidade civil

das escolas em relação ao efeito bullying, acham-se no âmbito da

responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas42

.

É a partir dessa afirmação, que Maria Helena Diniz43

pontifica

que o art.932, IV, 2ª alínea do Código Civil trata da responsabilidade dos

donos de instituições de ensino, ou seja, daqueles que mediante uma

remuneração mantém sob sua guarda e orientação pessoas para serem

educadas. Deverão responder objetivamente e solidariamente (CC, arts. 933

e 942, parágrafo único) pelos danos causados a um colega ou a terceiros

por atos ilícitos durante o tempo que exercem sobre eles vigilância e

autoridade.

Quanto à responsabilidade dos pais, deve-se ter em mente que

eles têm o dever de garantir o conforto, a educação e transmitir valores

morais para seus filhos com o intuito de prepará-los para o convívio social.

Também é parte deste poder a previsão feita pelo Código Civil brasileiro de

que os pais são sempre responsáveis pelos atos dos filhos menores,

independentemente de culpa. Essa modalidade de responsabilidade também

é chamada pelo direito de “objetiva”, porque independe da prova da culpa

para que os pais arquem com o dever indenizatório oriundos dos danos

causados pelos filhos menores.

42

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed. São Paulo: Saraiva; 2002 p.59 43

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed.,p.59

Page 64: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

64

Vejamos os fundamentos jurídicos trazidos pelos artigos.

1.634, 932, inciso I e 933, todos do Código Civil Brasileiro:

Art. 1634 - Compete aos pais, quanto às pessoas dos filhos

menores:

I - dirigir-lhes a criação e educação;

II - tê-los em sua companhia e guarda;

III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casar-

lhes;

IV - nomear-lhes tutor, por testamento ou documento

autêntico, se o outro dos pais não sobreviver, ou o sobrevivo não puder

exercitar o poder familiar;

V - representá-los, até os 16(dezesseis) anos, nos atos da vida

civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes,

suprimindo-lhes o consentimento;

VI - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços

próprios de sua idade e condição.

Art. 932 do CCB. São também responsáveis pela reparação

civil:

Page 65: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

65

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua

companhia;

Art. 933 do CCB. As pessoas indicadas nos incisos I a V do

artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão

pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

Deve-se ressaltar que é do modelo de educação familiar que

emanam regras de convívio social e modelos de conduta nas relações

intersubjetivas que, até os oito anos de idade são recebidos, processados e

reproduzidos como corretos em ambientes externos como escolas, colégios

e ambientes cibernéticos.

Quanto à responsabilidade civil das escolas em relação ao

bullying, tem seu fundamento na responsabilidade civil objetiva não há a

necessidade de se comprovar a culpa porque o risco do dano decorre da

natureza da atividade praticada em face das pessoas jurídicas.

Conforme Maria Helena Diniz44

compreende a

responsabilidade civil objetiva embasa-se, no risco, que explica essa

responsabilidade no fato de haver o agente causado prejuízo à vitima ou a

seus bens. Para a responsabilidade civil objetiva a conduta culposa ou

dolosa do causador do dano é irrelevante, uma vez que basta a existência

44

Diniz, Maria Helena, Op. Cit. p.59

Page 66: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

66

do nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido pela vítima e a ação do

agente para que exista o dever indenizatório.

É a partir dessa teoria, que se observar o posicionamento de

Maria Helena Diniz45

(2002, p.59) em relação à responsabilidade objetiva

dos estabelecimentos de ensino:

O art.932, IV, 2ª alínea do Código Civil refere-se à

responsabilidade dos donos de estabelecimento de ensino, isto é, daqueles

que mediante uma remuneração têm sob sua direção pessoas para serem

educadas e receberem instrução. Deverão responder objetivamente e

solidariamente (CC, arts. 933 e 942, parágrafo único) pelos danos causados

a um colega ou a terceiros por atos ilícitos durante o tempo que exercem

sobre eles vigilância e autoridade.

O dispositivo do Código Civil supracitado por Maria Helena

Diniz, na íntegra prevê:

Art.932.C.C São também responsáveis pela reparação civil:

IV- Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou

estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo que para fins de

educação, pelos seus hospedes, moradores e educandos.

45

Diniz, Maria Helena, Op. Cit. p.59

Page 67: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

67

Como o bullying acontece dentro das dependências do

estabelecimento de ensino no período de estadia dos educandos vê-se a

figura da responsabilidade das escolas pelos danos causados pelos seus

alunos entre eles ou a terceiros como bem observa Miguel Maria de Serpa

Lopes, na obra Curso de Direito Civil, Fontes Acontratuais das

Obrigações46

quando sustenta que em razão da atividade oriunda de sua

atribuição, o professor exerce sobre os seus pupilos um dever de vigilância

que é sancionado pela culpa presumida, valendo ressaltar que o prejuízo

causado pelo educando o seja no momento em que esteja sob a vigilância

do educador é um pressuposto dessa responsabilidade.

Com todos estes fundamentos legais é mais do que correto

afirmar que há um dever dos pais, das instituições de ensino tanto públicas

como privadas (decorrente da responsabilidade civil objetiva) de cuidado

para com a integridade física e psicológica de seus respectivos filhos e

alunos enquanto estes estiverem sob suas tutelas.

46

Lopes, Miguel Maria de Serpa. Curso de Direito Civil / Miguel Maria de Serpa Lopes; Fontes

Acontratuais das Obrigações-Responsabilidade Civil. 4 ed. rev. e atual. por José Serpa Santa

Maria. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1995, p. 250

Page 68: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

68

A RESPONSABILIDADE DOS PAIS EM RELAÇÃO

AOS ATOS DE BULLYING PRATICADOS POR SEUS FILHOS

MERORES DENTRO DO AMBIENTE CYBERNETICO

O bullying é uma das questões mais comuns e atuais em nossa

sociedade. Muito se debateu sobre suas variantes, seus danos ás suas

vitimas, aos agressores, os locais de sua ocorrência.

Sabe-se que, por previsão legal do Código Civil, do Código de

Defesa do Consumidor e pela teoria do risco, independe de culpa a

responsabilidade das instituições de ensino nas hipóteses em que o bullying

ocorre em suas instalações.

Mas, o que resta debater é a parcela de responsabilidade dos

pais em face aos atos de bullying praticados por seus filhos no ambiente

cibernético enquanto estavam sob sua guarda e companhia.

Primeiramente deve-se ter em mente que os pais têm o dever

de garantir o conforto, a educação e transmitir valores morais para seus

filhos com o intuito de prepará-los para o convívio social. Também é parte

deste poder a previsão feita pelo Código Civil brasileiro de que os pais são

sempre responsáveis pelos atos dos filhos menores, independentemente de

culpa. Essa modalidade de responsabilidade é chamada pelo direito de

“objetiva”, porque independe da prova da culpa para que os pais arquem

Page 69: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

69

com o dever indenizatório oriundos dos danos causados pelos filhos

menores.

Agora o leitor me pergunta o porquê desta alta carga de

responsabilidade imputada aos pais? Pois bem, vejamos:

A família é o primeiro modelo de grupo organizado que a

criança reconhece. Uma criança que cresce num modelo familiar em que os

pais são ausentes ainda que por conta do trabalho, certamente, não terá

limites sociais nem saberá lidar com situações de frustração, pois, nunca ou

pouco recebeu orientações para encarar essas situações.

Outro modelo de educação familiar que compromete a

formação psicológica de uma criança é o em que os pais que embora

presentes, não impõem limite ou regra para seus filhos, deixando-os por

conta e própria. Isso imprime na psique de uma criança que tudo ela pode e

que não há limitações entre o direito dela e de outra pessoa. Ou seja,

resultará em uma criança egoísta e sem valores morais.

Da mesma forma prejudicial serão os pais que muito limitam

seus filhos ou que impõe de forma agressiva o ponto de vista que reputam

como resolução para um problema, porque, a criança crescerá com a

informação de que a agressividade e a intolerância são formas adequadas

de resolução de um problema.

Page 70: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

70

É do modelo de educação familiar que emanam regras de

convívio social e modelos de conduta nas relações intersubjetivas que, até

os oito anos de idade são recebidos, processados e reproduzidos como

corretos em ambientes externos como escolas, colégios e ambientes

cibernéticos. Exageros na educação de uma criança podem prejudicá-la em

sua vida social e torná-la excessivamente agressiva, o que pode resultar em

potenciais praticantes do bullying.

O bullying é caracterizado com a exposição continuada ao

longo do tempo a um comportamento repetitivamente agressivo entre

crianças, adolescentes e jovens em idade escolar, que envolve um

desequilíbrio de poder

Essa forma de agressão ganhou enumeras variantes como o

moblie bullying (bullying por mensagens de celular); bullying at the work

place (é o bullying no ambiente de trabalho, conhecido tecnicamente como

mobbing) e cyberbullying. Esta última variante é a que nos interessa no

momento. Vamos a ela:

O cyberbullying é a modalidade de bullying praticada dentro

dos ambientes cibernéticos como Orkut e Face book com o objetivo de

realizar ataques sistemáticos a honra e ao psicológico de trceiro. Ocorre na

maioria das vezes no momento em que os menores estão utilizando seus

computadores caseiros ou os de uma lan house.

Page 71: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

71

Como essa modalidade de bullying acontece no momento em

que os menores estão em suas casas sob a guarda e companhia dos pais, se

neste momento os pais são permissivos, omissivos ou agem sem a

diligencia natural da atividade paterna, permitindo que seus filhos

pratiquem atos lesivos a terceiros, será deles o dever de indenizar o dano

causado.

No Brasil já são vários os casos em que os pais são

responsabilizados pelos atos lesivos causados por seus filhos, um exemplo

é a sentença proferida pela 6ª câmara cível do Tribunal de Justiça de São

Paulo, que manteve a decisão de primeiro grau que condenou a mãe de um

adolescente a pagar a indenização de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a outro

adolescente vítima de cyberbullying.

Pelo exposto conclui-se que uma educação diligente e

consciente da importância dos limites da liberdade, das condutas de ética e

respeito nas relações intersubjetivas e da inviolabilidade da integridade

psicológica e física de uma pessoa, pode criar cidadãos pacíficos e evitar

processos longos e desgastantes para as vítimas, para os agressores e suas

famílias.

Page 72: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

72

A SOLIDARIZAÇÃO DA RESPONSABILIZAÇÃO

OBJETIVA ENTRE INSTITUIÇÃO DE ENSINO E A FAMÍLIA

PARA OS CASOS DE BULLYING ESCOLAR

A personalidade agressiva na infância é, sem dúvida, o

resultado da somatória da educação basilar vinda do seio familiar com a

educação formal e social adquirida nos bancos escolares.

A família demonstra à criança parâmetros de comportamentos

éticos para a vida social, a escola dá às crianças ensinamentos técnicos e a

noção de regras e limites para convívio em uma sociedade organizada.

O resultado desta equação educacional (família+escola) deve

desenvolver e potencializar as capacidades psíquicas, afetivas, intelectuais

e sociais da criança.

Isso leva a conclusão de que a formação do caráter e da

personalidade da criança é de responsabilidade conjunta da família e da

escola.

Quando algum destes dois grupos basilares falha, a criança

desenvolve problemas em seu caráter. Vejamos dois exemplos:

Quando a família é desorganizada ou permissiva a criança

desenvolve-se sem limites para o convívio em grupo, uma vez que, não está

habituada a obedecer a regras de conduta social. Já quando a escola não

Page 73: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

73

promove de forma adequada o domínio do conhecimento e o

desenvolvimento social do aluno47

, é provável que o comportamento

agressivo adquirido em casa se repita no ambiente escolar.

Com isso observamos que as instituições de ensino e família

têm sua parcela de responsabilidade civil objetiva na formação social e

educacional da criança.

Sendo assim, as falhas de conduta que geram danos a outro

dentro do ambiente escolar deve ser compartilhado igualmente entre

instituição de ensino e familiares do agressor.

Conforme Caitlin Sampaio Mulholland a investigação do nexo

causal pode comprovar que o dano é oriundo de diversas condutas que,

conjuntamente, concomitantemente ou sucessivamente deram causa ao

dano48

, “seja porque cada conduta por si só seria suficiente para causar o

resultado (...); seja porque cada uma das condutas precisaria da outra para

complementar-se e gerar o dano da forma como se deu.49

47

Segundo Libâneo, a educação escolar adequada é aquela que “mediante a qual a escola

promove para todo o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades

cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos

alunos”. (LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA J. F.; TOSCHI M. S.; Educação escolar: políticas

estrutura e organização. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2005, Coleção Docência em Formação, p.117) 48

Mulholland, Caitlin Sampaio, A responsabilidade civil por presunção de causalidade, Rio de

Janeiro, GZ Editora, 2010, p.213 49

Mulholland, Caitlin Sampaio, A responsabilidade civil por presunção de causalidade, op. cit,

p.213

Page 74: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

74

Em outras palavras, um ambiente familiar sem estrutura

educacional somada a uma instituição de ensino despreparada contribui

para a ocorrência da violência escolar conhecida como bullying.

Considerando que cada ente educacional tem sua parcela de

culpa, pode-se pensar em responsabilizá-los coletivamente.

A responsabilidade coletiva tem por base dois princípios:

culpa na atividade coletiva e guarda coletiva da coisa geradora do dano50

.

O primeiro princípio se aplica ao caso concreto ao passo que

não se pode delimitar exatamente de quem é a culpa pela conduta agressiva

do aluno, mas, sabe-se que instituição de ensino e a família são

responsáveis pelo comportamento.

Já o segundo advém da ficção da guarda comum do objeto ou

pessoa capaz de causar dano51

. Para o caso em tela pode-se aplicar a guarda

coletiva quando se reconhece que tanto a família quanto a instituição deve

dedicar-se para evitar que a criança cause ou sofra um dano.

A responsabilidade do grupo ou coletiva adviria da violação da

obrigação de guarda.

50

Mulholland, Caitlin Sampaio, op. cit. p.226 51

Mulholland, Caitlin Sampaio, idem p. 226

Page 75: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

75

Neste diapasão é o obtemperado por Geneviève Viney52

:

“(...) lorsqu’il est prouvé que le dammage est dû au fait d’une

ou plusieurs choses dont lês “gardiens”sont tu connus, sans que l’ on puisse

détérmier lesquelles, parmi ces, ont été lês instruments matériales du

préjudice, la jurisprudence a tendance aujourd’hui à admettre la

condamnation in solidum de tous le gardiens, sur le fondement de la notion

de “garde collective” ou de “garde em commun”(...)” .53

Tanto a família como a instituição de ensino têm a intenção de

contribuir para o desenvolvimento da psique, desejando o adequado e

seguro aperfeiçoamento intelectual, moral e social da criança, de modo a

atuarem de maneira justaposta no desenvolvimento educacional da criança,

de modo que, a falha da primeira influenciará definitivamente na falha da

segunda e vise e versa. Por isso que é válida a responsabilização conjunta

nos casos de bullying ocorridos dentro da instituição de ensino.

Embora seja pacífico o entendimento doutrinário e

jurisprudencial sobre a responsabilidade civil objetiva dos pais e da

52

Viney Geneviève e Jourdan, Pratice Traité de Doirot Civil: les conditions de la responsabilitè

Civile. Paris: LGDJ, 1998, p. 648 53

Tradução: enquanto é provado que o dano é devido ao fato de uma ou mais coisas onde os

“guardiões” são todos conhecidos, sem que se possa determinar quais, dentre estas coisas, foram

os instrumentos materiais do prejuízo, a jurisprudência tem uma tendência atualmente a admitir

a condenação solidária de todos os “guardiões”, sobre o fundamento da noção de “guarda

coletiva” ou de “guarda em comum” (...)”

Page 76: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

76

instituição de ensino quando a criança encontra-se sob suas respectivas

guardas. Ocorre que em muitas situações a criança reproduz na escola o

comportamento opressor e violento absorvido no ambiente familiar, e a

escola não está preparada tecnicamente para evitar ou frear tal

comportamento. Por isso faz-se justo que se pense em dividir a

responsabilidade entre pais e instituição de ensino nos casos de bullying

escolar.

Vejamos a seguir os fundamentos que asseguram a hipótese de

uma responsabilização conjunta entre escola e os pais para os casos de

bullying no ambiente escolar.

Já observamos que a escola é responsável objetivamente pelos

danos oriundos o bullying causados pelos seus alunos.

Resta saber, os fundamentos legais que tornam os pais

responsáveis solidários da escola. Vejamos:

Conforme a leitura combinada dos artigos 1.634, V; 932, I e

933 do Código Civil concluí-se que os pais representam e assistem seus

filhos perante a sociedade até que eles completem maior idade, ficando eles

responsáveis pela reparação dos danos causados por seus filhos.

Quanto à solidariedade, pode ser fundamentada no artigo 932,

I do mesmo diploma legal que assevera que ainda os pais também são

Page 77: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

77

responsáveis pela reparação civil pelos danos causados pelos filhos que

estão sob sua responsabilidade.

Logo, os filhos que, estiverem sob-responsabilidade dos pais, e

praticarem o ato ilícito denominado bullying dentro da instituição de

ensino, obrigam objetivamente seus genitores a arcarem de forma solidária

a reparação dos danos oriundos do bullying.

Page 78: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

78

ENSAIO SOBRE BULLYING ASCENDENTE E

BULLYING VERTICAL, HIPÓTESES NAS QUAIS O PROFESSOR

É PRATICANTE OU VÍTIMA DE BULLYING.

Introdução

O bullying é um mal social que assola o convívio organizado

humano há mais de duas décadas. A partir de 2005 começou a receber a

atenção devida no Brasil.

Essa violência ganhou praticantes, formas e vítimas

diversificadas, o que gerou uma crescente discussão em diversos meios

acadêmicos e sociais acerca do que realmente seria ou não uma forma de

violência classificada como bullying.

Entre os anos de 2006 até 2012, estabeleceram-se diversos

parâmetros sobre o bullying escolar54

, o cyber-bullying55

e o mobille

bullying56

.

O problema está na corrente confusão de terminações, e

sujeitos envolvidos na prática do bullying e suas variações.

54

Bullying ocorrido entre crianças e adolescentes dentro do ambiente escolar. 55

Bullying ocorrido em ambiente cibernético por meio de redes sociais e emails. 56

Bullying praticado utilizado aparelhos celulares.

Page 79: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

79

Neste estudo, serão observados os casos de bullying praticados

e sofridos por professores.

Para isso, serão colacionados os conceitos técnicos sobre

bullying, mobbing e assédio moral.

Dentro desta premissa, serão criadas duas novas formas de

bullying: Ascendente e Vertical, com a finalidade de adequar a figura o

professor na qualidade de praticante ou vítima, observando os danos

decorrentes deles para os professores, bem como a obrigação indenizatória

da escola para estes casos de violência.

Conceitos de Bullying, Assédio Moral e Mobbing.

A educação brasileira se encontra num período em que é

acometida por uma onda de agressividade envolvendo alunos entre si e

alunos e professores.

Esse mal social tem acarretado em cenas de barbárie e

intolerância que resultam em mortes e traumas psicológicos de grandes

proporções.

Neste ensaio, será estudada a razoabilidade do professor ser

praticante ou vítima do assédio moral do tipo bullying, comparando este

Page 80: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

80

conceito ao mobbing ascendente e mobbing vertical, tipos de assédio moral

em ambiente corporativo.

Para tanto, precisamos compreender que, para a psicologia,

assédio moral é um conjunto de atitudes perniciosas e imperceptíveis,

praticadas no dia-a-dia do trabalho, com a finalidade de humilhar o outro

de forma perversa57

.

Já para o direito, o assédio moral é um atentado contra a

dignidade e a integridade psíquica da vítima, Rodrigo dias da Fonseca58

apud Marie-France Hirigoyen, proclama: "[...] qualquer conduta abusiva

que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou

integridade psíquica ou física de uma pessoa [...].”

O assédio moral pode se caracterizar de muitas formas, que vai

desde um isolamento da vítima até atitudes hostis perante seus colegas.

Sobre as várias maneiras de acontecimento do assédio moral Luiz

Salvador59

também explica: “A vítima escolhida é isolada do grupo sem

explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada,

culpabilizada e desacreditada diante dos pares”.

57

Fante, Cleo, Bullying escolar: perguntas & respostas/ Cleo Fante José Augusto Pedra.-Porto

Alegre: Artmed 2008, p.76 58

Fonseca, Rodrigo Dias da Assédio Moral: Breves notas, jusnavegandi.com.Br, disponível em:

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9512&p=2, acesso em 28/07/2007. 59

Salvador, Luiz, Assédio moral. TRT da 17ª Região reconhece que violação à dignidade

humana dá direito a indenização, jusnavegandi.com.br, disponível em

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9512&p=2, acesso em 28/07/2007

Page 81: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

81

Já o bullying, poder ser conceituado como toda e qualquer

forma de agressão intencional praticada repetidamente e adotada sem

motivo real por um ou mais alunos contra outro, causando-lhe uma extrema

angústia60

.

Considerando os conceitos acima, conclui-se que o bullying é

um tipo de assédio moral que ocorre em ambiente escolar entre alunos.

Quanto ao mobbing significa todos aqueles atos e

comportamentos provindos do patrão, gerente ou superior hierárquico e até

mesmo de colegas, que traduzem uma atitude de contínua e extensiva

perseguição que pode acarretar danos relevantes às condições físicas,

psíquicas e morais da vítima61

.

Na modalidade vertical, o mobbing, também conhecido como

bossing ou “mobbing estratégico”, configura-se quando é praticado pela

direção de uma empresa contra seus prepostos62

.

Já o Mobbing ascendente, é quando o assédio moral é

praticado pelos prepostos contra seus superiores63

.

60

Soares, Alexandre Saldanha Tobias, A Responsabilidade Civil das Instituições de Ensino em

Relação aos Efeitos do Bullying, 1 ed., 1ª impr. Editora JM, 2012, p.53 61

Guedes, Márcia Novaes. Terror Psicológico no Trabalho. São Paulo: LTr, 2003, p.33 62

Cavalcanti, Lais Mansur, Mobbing no ambiente de trabalho: Estratégia ou agressão?, 2010,

85 fls., Trabalho de conclusão de curso apresentado para obtenção do grau de Bacharel em

Direito na Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2010, p.42 63

Cavalcanti, Lais Mansur, Mobbing no ambiente de trabalho: Estratégia ou agressão? , p.43

Page 82: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

82

Com isso pode-se concluir que o mobbing é tipo de assédio

moral que acontece em ambientes de trabalho.

Conforme o Lélio Braga Calhau64

, o bullying pode ocorrer

tanto na direção horizontal, entre pessoas do mesmo nível, como também

na direção vertical, entre pessoas de níveis diferentes, como professores e

alunos.

Amparando-se da combinação entre a premissa acima e aos

conceitos do mobbing, chega-se a fundamentação técnica sobre a hipótese

do professor na qualidade de praticante ou vítima de bullying e a criação de

duas novas modalidades de bullying: Bullying ascendente e Bullying

Vertical. Vejamos:

De modo geral, o bullying e o mobbing são tipos de assédio

moral em que o primeiro acontece entre estudantes e segundo entre

trabalhadores.

Quando o professor é agredido verbalmente ou

psicologicamente de forma constante por um aluno, isso configura assédio

moral.

Entretanto, há quem defenda que para esses casos o professor

não sofra nem pratique bullying, pois, não há equivalência hierárquica entre

64

Calhau, Lélio Braga, Bullying, o que você precisa saber: identificação, prevenção, e

repressão, 2ª ed. Niterói, RJ, Impetus, 2010, p. 08.

Page 83: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

83

agressor e vítima, configurando por isso, calúnia, injúria, difamação ou

agressão física.

No entanto, pode-se considerar uma exceção acerca do

conceito de bullying para as hipóteses acima, utilizando a analogia entre

conceitos de bullying e mobbing.

Pontuaremos agora, algumas premissas que nos auxiliarão na

adequação do professor à figura do bullying.

O assédio moral é constante e infundado, podendo ser

praticado ou sofrido ou pelo professor;

Ocorre no ambiente em que o professor trabalha;

É praticado por um sujeito ou mais com a finalidade de ferir o

psicológico;

Este assédio pode acontece entre um superior hierárquico

(Professor) e um subordinado (aluno), logo em uma relação de desnível de

poder.

Ao observar que o assédio moral sofrido ou praticado pelo

professor é contínuo, desmotivado, ocorre dentro do ambiente de trabalho

em um contexto de desnível hierárquico, pode-se equipará-lo ao mobbing

nas modalidades vertical e Ascendente.

Page 84: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

84

No entanto, neste caso o assédio moral é praticado entre aluno

e professor em ambiente escolar e não em um espaço corporativo comum

de ambos.

Por isso, para contextualizar corretamente o professor e pupilo

em uma relação de bullying, é necessário criar duas novas modalidades

dessa agressão:

Bullying Ascendente: Quando os professores são humilhados,

ameaçados, perseguidos e ridicularizados pelos alunos65

.

Bullying Vertical: Quando o professor, ao invés de ensinar o

aluno de forma pedagogicamente correta, abusa da autoridade de seu cargo

persegue, coage, ridiculariza, hostiliza, ataca a moral e a psique do pupilo

diariamente66

.

Os danos do Bullying Ascendente.

Muito tem se falado acerca dos danos causados pelo bullying

contra os alunos. Todavia, não há ainda uma farta bibliografia sobre os

danos causados aos professores vítimas do bullying.

65

Silva, Ana Beatriz Barbosa, Bullying, Mentes Perigosas na Escola, Rio de Janeiro, Objetiva,

2010, p. 147. 66

Silva, Ana Beatriz Barbosa, Bullying, Mentes Perigosas na Escola, p. 148.

Page 85: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

85

Segundo a médica e psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva67

, é

comum, professores adoecidos com sintomas psico somáticos (dores de

cabeça, vômito, diarreia etc.) depois de longos períodos expostos ao

assédio moral em sala de aula.

Em casos mais impactantes os professores são acometidos por

doenças incapacitantes como síndromes do pânico, depressão, ou até

mesmo para doenças autoimunes como Tireoide, Doença de Crohn e

Vitiligo.

Há casos em que os professores abandonam as salas de aula e

procuram atividades que não envolvam contato com os alunos.

Conclui-se que assim como os alunos, os professores também

sofrem lesões psicológicas que refletem em seus físicos e comprometem

suas capacidades laborais.

Os danos do Bullying Vertical

A exposição contínua aos ataques do Bullying Vertical torna

suas vítimas inseguras e pouco sociáveis, ato que dificulta o pedido de

auxílio. As demais sequelas e igualam as observadas nas vítimas do

Bullying Escolar, conforme o estudo da ABRAPIA68

são: a passividade

quanto as agressões sofridas, um círculo restrito de amizades, e muitos 67

Silva, Ana Beatriz Barbosa, idem, p.148. 68

ABRAPIA. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes, disponível

em:http:// www.bullyng.com.br, acesso em 20/jun/2007.

Page 86: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

86

passam a ter baixo rendimento escolar, resistindo e simulando doenças com

a intenção de não comparecer mais as aulas, ou até mesmo abandonando os

estudos.

A responsabilidade civil da escola nos casos do Bullying

Ascendente conforme a Teoria do Risco da Atividade.

O Bullying Ascendente é um tipo de assédio moral sofrido

dentro do Ambiente de trabalho, equiparado por tanto, como acidente do

trabalho, sendo aquele que decorre pelo exercício do trabalho, provocando

lesão corporal ou perturbação funcional que cause redução da capacidade

permanente ou temporária para o trabalho69

.

Por isso, é certo que, se observe o dever indenizatório objetivo

das Instituições de ensino face aos danos sofridos pelos professores,

conforme a teoria do risco profissional.

Neste sentido salienta Sérgio Cavalieri Filho70

:

A teoria do risco profissional sustenta que o dever de indenizar

tem lugar sempre que o fato prejudicial é uma decorrência da atividade ou

profissão do lesado e que foi ela desenvolvida especificamente voltada à

justificativa da responsabilidade pelo acidente do trabalho, ou dele

decorrente, independentemente da verificação de culpa do empregador. 69

Lima, Alvino. Culpa e Risco. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998, p.10. 70

Stoco, Rui Tratado de Responsabilidade Civil, 6ª Ed, revista, atual. e ampl., São Paulo:

Revista dos Tribunais, 2004., p. 60

Page 87: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

87

Para que se compreenda a responsabilidade civil da escola para

o caso de Bullying Ascendente, é preciso trazer a baila os fundamentos

básicos da Responsabilidade Civil.

Esses fundamentos jurídicos acham-se no âmbito da

Responsabilidade Civil Objetiva das pessoas jurídicas.

O parágrafo único do artigo 927 do Código Civil Brasileiro

descreve a teoria objetiva da Responsabilidade Civil, dispondo que "haverá

a obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa nos casos

especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida

pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de

outrem.”

Conforme a doutrina, na responsabilidade civil objetiva não há

a necessidade de se comprovar a culpa porque o risco do dano decorre da

natureza da atividade praticada em face das pessoas jurídicas.

Conforme Maria Helena Diniz71

compreende a

responsabilidade civil objetiva embasa-se, no risco, que explica essa

responsabilidade no fato de haver o agente causado prejuízo a vitima ou a

seus bens.

71

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed. São Paulo: Saraiva; 2002, p.59

Page 88: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

88

Para a responsabilidade civil objetiva a conduta culposa ou

dolosa do causador do dano é irrelevante, uma vez que basta a existência

do nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido pela vítima e a ação do

agente para que exista o dever indenizatório.

É a partir dessa teoria, que se observar o posicionamento de

Maria Helena Diniz72

em relação à responsabilidade objetiva dos

estabelecimentos de ensino:

O art.932, IV, 2ª alínea do Código Civil refere-se à

responsabilidade dos donos de estabelecimento de ensino, isto é, daqueles

que mediante uma remuneração têm sob sua direção pessoas para serem

educadas e receberem instrução. Deverão responder objetivamente e

solidariamente (CC, arts. 933 e 942, parágrafo único) pelos danos causados

a um colega ou a terceiros por atos ilícitos durante o tempo que exercem

sobre eles vigilância e autoridade.

Com isso concluí-se que como o Bullying Ascendente

acontece dentro das dependências do estabelecimento de ensino no período

de aula vê-se a figura da responsabilidade objetiva das escolas pelos danos

causados pelos seus alunos entre eles ou a terceiros como bem observa

Miguel Maria de Serpa Lopes, na obra Curso de Direito Civil, Fontes

72

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. p.59

Page 89: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

89

Acontratuais das Obrigações73

quando sustenta que em razão da atividade

oriunda de sua atribuição, a instituição exerce um dever de vigilância para

com funcionários e alunos que é sancionado pela culpa presumida, pois,

decorre do exercício natural da atividade escolar, o risco de arcar com

possíveis danos pelos funcionários e alunos.

Com isso concluí-se que a responsabilidade civil das escolas

nos casos de Bullying Ascendente decorre da teoria do risco da atividade,

desde que, haja correlação entre o ato humano e a lesão.

Em outras palavras, o ato praticado pelo aluno tem que

configurar uma modalidade de assédio moral que, e amolde ao bullying e

cause danos psicológicos ao professor.

A Responsabilidade Civil Solidária dos Pais nos casos de

Bullying Vertical.

Os pais também respondem solidariamente à instituição de

ensino pelos danos causados por seus filhos nas relações de Bullying

Vertical.

O Código Civil assevera que os pais representam e assistem

seus filhos perante a sociedade até que eles completem maior idade. Neste

73

Lopes, Miguel Maria de Serpa. Curso de Direito Civil / Miguel Maria de Serpa Lopes; Fontes

Acontratuais das Obrigações-Responsabilidade Civil. 4 ed. rev. e atual. por José Serpa Santa

Maria. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1995, p. 250.

Page 90: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

90

diapasão, os pais responderão objetivamente pelos danos causados por seus

filhos.

Tais premissas estão previstas nos artigos 1.634, 932, inciso I e

933, todos do Código Civil Brasileiro. Vejamos:

Art. 1634 - Compete aos pais, quanto às pessoas dos filhos

menores:

I - dirigir-lhes a criação e educação;

II - tê-los em sua companhia e guarda;

III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casar-

lhes;

IV - nomear-lhes tutor, por testamento ou documento

autêntico, se o outro dos pais não sobreviver, ou o sobrevivo não puder

exercitar o poder familiar;

V - representá-los, até os 16(dezesseis) anos, nos atos da vida

civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes,

suprimindo-lhes o consentimento;

VI - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços

próprios de sua idade e condição.

Page 91: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

91

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua

companhia;

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo

antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos

praticados pelos terceiros ali referidos.

A lei oportuniza a conclusão de que os pais respondem de

forma objetiva pelos danos causados por seus filhos à terceiro.

Para os casos de Bullying Vertical não será diferente, uma vez

que os filhos assediam os professores causando-lhes sofrimento e danos

psicológicos.

O diferencial está na possibilidade de acionar de forma

solidária a família do aluno agressor para que responda solidariamente à

instituição de ensino.

A responsabilidade civil do Professor e da Escola nos casos do

Bullying Vertical à luz do Código Civil.

Nos casos de Bullying Vertical a responsabilidade

indenizatória é imputada diretamente ao professor e solidariamente à

instituição de ensino que o contratou, visto que, o inciso III do artigo 932,

Page 92: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

92

inciso III e 933 do Código Civil Brasileiro, ordenam que o empregador seja

responsável pela reparação civil dos atos praticados por seus empregados,

ainda que não haja culpa:

Art. 932 . São também responsáveis pela reparação civil:

III - o empregador ou comitente, por seus empregados,

serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em

razão dele;

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo

antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos

praticados pelos terceiros ali referidos.

Conclusão

Com esse ensaio, foi possível adequar o professor como

sujeito envolvido como praticante e alvo do Bullying.

Para realizar esta adequação, foi necessário lançar mãos dos

conceitos de Mobbing Ascendente e Mobbing Vertical, porque são

similares as novas modalidades de Bullying criadas neste estudo.

Page 93: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

93

As novas modalidades de Bullying criadas foram a

Ascendente, quando praticada pelo aluno contra o professor e Vertical

quando o aluno é alvo deste tipo de assédio moral por parte do professor.

Observou-se também que essas duas novas modalidades de

Bullying trazem danos psicológicos e físicos para as vítimas, o que gera o

dever indenizatório por parte de seus autores.

Também foi estabelecida a responsabilidade objetiva das

escolas e a responsabilidade civil solidária dos pais dos alunos nos casos de

Bullying Vertical.

Finalmente, foi delimitada a responsabilidade pessoal do

professor quando este pratica Bullying Ascendente, como também, a

responsabilidade objetiva e solidária da Instituição de ensino por razão da

natureza de sua atividade e advento de lei.

Page 94: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

94

A JUSTIÇA RESTAURATIVA E SUA UTILIDADE AOS

CASOS DE BULLYING

A desenfreada competitividade sugerida pelo materialismo e

culto à estética tornam as relações interpessoais mais sucessíveis a

sentimentos ligados a violência e a intolerância em diversos ramos de

nossas relações humanas.

Essa crescente onda de violência ganhou novos contornos,

caracterizados por comportamentos opressivos fruto de desvios de conduta

nas relações humanas, onde um individuo menos favorecido pelas

relações sociais é assediado por um ou mais grupo de pessoas que buscam

através de atitudes e palavras ferir a auto-estima, e a imagem da vítima,

pelo simples motivo do mesmo ter opinião própria, só que diferente da

maioria.

Essa modalidade de violência iniciou-se em ambientes

corporativos, e recebeu o nome de mobbing.

Essa modalidade de violência antes praticada em ambiente de

trabalho alastrou-se para ambientes escolares, ganhado o nome de bullying.

Compreende-se como bullying toda e qualquer forma de

agressão intencional praticada repetidamente entre alunos e adotada sem

Page 95: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

95

motivo real por uma ou mais pessoas contra outro causando-lhe uma

extrema angústia.

O reiterado acontecimento do bullying escolar e

do bullying cibernéticos tem mobilizado pais, professores e diversos

membros e entidades sociais e governamentais para buscas formas de

pacificação destes ambientes.

Uma das formas mais efetivas de pacificação do ambiente

escolar existente no Brasil e no mundo chama-se justiça restaurativa.

Vejamos alguns e seus conceitos:

A Justiça Restaurativa iniciou-se na seara da mediação penal

americana e Canadense, sendo caracterizada como processo pelo qual todas

as partes relacionadas a uma ofensa em particular, se reúnem para resolver

coletivamente como lidar com as conseqüências da ofensa e suas

implicações para o futuro.

A Justiça Restaurativa é uma forma de resolução alternativa de

conflitos que vai além da mediação vítima e ofensor, pois, necessita da

participação direta das partes; da responsabilização coletiva, foca a

reparação do dano causado, atendendo a necessidade das partes envolvidas,

envolvendo-as em todas as fases da resolução do problema.

Page 96: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

96

A Justiça Restaurativa possibilita a criação de uma consciência

favorável à pacificação social. Vejamos o motivo:

O agressor assume a responsabilidade pelo seu ato lesivo

analisando os efeitos maléficos causados para a vítima;

O agressor, dentro de suas capacidades, compensa os danos

causados;

As partes assumem um pacto mútuo de não agressão,

restaurando assim as relações de respeito entre as partes;

Por fim, a Justiça Restaurativa tem como fundamento a

educação social para a paz, focando a resolução pacifica dos conflitos

através do dialogo, bem como conscientizando a comunidade sobre a

importância do convívio respeitoso.

Page 97: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

97

OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA RESTAURATIVA PARA

O AMBIENTE ESCOLAR.

Para evitar problemas como agressões físicas, verbais e

psicológicas dentro do ambiente escolar, a criação da consciência sobre os

danos destes comportamentos para a vida não apenas da vítima, mas, dos

agressores e todos os alunos que compartilham do espaço acadêmico é uma

solução.

A justiça Restaurativa promove o dialogo entre as partes

envolvidas em agressões, sem prévios julgamentos de quem está certo ou

errado. Todos são ouvidos igualmente, e da mesma forma, são envolvidos

em torno do comprometimento de solucionar pacificamente o conflito.

Por meio dos procedimentos restaurativos, quem praticou o ato

de desrespeito ou violência assumirá a responsabilidade pelo acontecido

comprometendo-se a realizar determinado ato que, aos olhos de quem foi

ofendido, compense o dano sofrido.

Este processo de composição pacifica dos conflitos respeita as

necessidades e capacidades de cada aluno envolvido.

Vejamos alguns dos benefícios dos métodos restaurativos para

o ambiente escolar:

Page 98: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

98

1. Em escolas seguras, onde há respeito mútuo e diálogo, todos

podem aprender mais e melhor.

2. Formação de cidadãos responsáveis por suas escolhas.

3. Crianças e adolescentes com direito a serem considerados

sujeitos de direitos - ECA.

4. Evitar estigmatizações e exclusões, através do respeito às

diferenças.

5. Construção de uma comunidade capaz de identificar suas

necessidades e empoderada para atendê-las.

6. Uma comunidade escolar com recursos para cuidar da

convivência entre seus membros e entre a Escola e demais instituições.

7. Uma Escola integrante e integrada a rede de atendimento às

crianças e adolescentes.

8. Uma Escola mais autônoma, isto é menos dependente da

rede de apoio.

9. Uma Escola que resolve pacificamente seus conflitos e

dissemina a Cultura da Paz.

Com isso concluí-se que a Justiça Restaurativa pode frear o

comportamento agressivo dentro da escola, criando a consciência acerca do

Page 99: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

99

comportamento pacífico e respeitoso dentro das relações humanas,

destacando que para qualquer tipo de conflito, o dialogo é sempre uma vida

de resolução efetiva, evitando que questões relacionadas à violência escolar

cheguem ao judiciário.

Page 100: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

100

O BULLYING E A LEGISLAÇÃO NO DIREITO

BRASILEIRO E NO MUNDO

O direito brasileiro demorou quase dez anos para tratar do

bullying, desde que este tema surgiu no mundo.

Entretanto, o sistema legislativo pátrio tem criado diversas

vertentes de discussão para regulamentar as punições e indenizações para

os casos de bullying no País.

Existe uma infinidade de leis estaduais sobre o tema, no

entanto, a resolução para os casos desta violência ainda utilizam-se da

Constituição Federal, do Código Civil Brasileiro como base principal para

assegurar a punição dos responsáveis e indenização das vítimas.

Como norma complementar, o judiciário brasileiro tem

utilizado leis especiais como o Estatuto da Criança e do Adolescente para

assegurar a proteção do bem estar psicológico e físico dos seus tutelados, o

Código de Defesa do Consumidor para responsabilizar os donos de

instituições de ensino privadas pelos casos deste tipo de assédio moral em

suas instalações, e em casos especiais, utiliza-se de leis e acordos

internacionais.

A partir destas legislações, foram criados parâmetros legais

para resolver questões processuais desta natureza, o que resultou em

Page 101: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

101

julgados e jurisprudências que são o esqueleto de nosso judiciário decidir

juridicamente as situações de bullying no Brasil.

Este capítulo terá o condão de trazer a baila o uso específico

de cada artigo de lei para os casos de bullying.

Page 102: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

102

COMO USAR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO

BRASIL NOS CASOS DE BULLYING

A Proteção à dignidade da Criança e do Adolescente

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união

indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se

em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

A Proteção à dignidade, à Incolumidade Psicológica e Física

da Criança e do Adolescente.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros

residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma

coisa senão em virtude de lei;

Page 103: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

103

III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento

desumano ou degradante;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a

imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material

ou moral decorrente de sua violação;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de

paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer

ou dele sair com seus bens;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a

permanecer associado;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos

direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e

imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

Direito à Prestação Educacional Segura.

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,

o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção

Page 104: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

104

à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta

Constituição.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,

visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício

da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Dever Social e Político de Assegurar o bem estar geral e a

Educação de Qualidade

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado

assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o

direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à

convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda

forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e

opressão.

Page 105: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

105

COMO USAR O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO DE 2002

NOS CASOS DE BULLYING

Da Responsabilidade Civil Indenizatória (dever de indenizar)

A doutrina jurídica tem como sua base, que o assédio moral é

um ato ilícito que consiste em um conjunto de atitudes perniciosas que

abala o psicológico individual e atrapalha o desenvolvimento social da

vítima.

O bullying é um ato ilícito equiparado ao assédio moral, e por

isso, deve ser indenizado.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda

que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem,

fica obrigado a repará-lo.

Da Capacidade Para Responder Por Seus Atos

A criança e o adolescente estão em fase de desenvolvimento

pessoal, e absorvem as informações sociais por meio de exemplos, pois,

Page 106: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

106

ainda não detém parâmetros de determinação de certo e errado, motivo pelo

qual, são considerados inaptos para os atos da vida civil.

Até o momento da maturidade psicológica para assumir seus

atos civis, os responsáveis por eles serão seus pais ou curadores.

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer

pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos;

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem

o necessário discernimento para a prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem

exprimir sua vontade.

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se

as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não

dispuserem de meios suficientes.

Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que

deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as

pessoas que dele dependem.

Page 107: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

107

Da Responsabilidade Civil dos Pais

A família também é um modelo formador do caráter e do

comportamento individual e em grupo que a criança desenvolve.

Os pais são a primeira forma de sociedade organizada que uma

criança percebe em sua vida.

Todos os parâmetros de comportamento adotados pela família,

serão reproduzidos em sociedade por seus rebentos, por isso, a ciência do

direito determina que a responsabilidade dos pais vai muito além da

simples manutenção do bem estar físico e biológico da criança, mas,

também passar pelo desenvolvimento moral, intelectual e ético dela.

Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto

menores.

Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos

menores:

I - dirigir-lhes a criação e educação;

II - tê-los em sua companhia e guarda;

Page 108: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

108

VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços

próprios de sua idade e condição.

Da Responsabilidade Civil Objetiva dos Pais e Instituições de

Ensino.

Quando o bullying acontece dentro das dependências do

estabelecimento de ensino no período de estadia dos educandos vê-se a

figura da responsabilidade das escolas pelos danos causados pelos seus

alunos entre eles ou a terceiros como bem observa Miguel Maria de Serpa

Lopes, na obra Curso de Direito Civil, Fontes Acontratuais das

Obrigações74

quando sustenta que em razão da atividade oriunda de sua

atribuição, o professor exerce sobre os seus pupilos um dever de vigilância

que é sancionado pela culpa presumida, valendo ressaltar que o prejuízo

causado pelo educando o seja no momento em que esteja sob a vigilância

do educador é um pressuposto dessa responsabilidade.

Com todos estes fundamentos legais é mais do que correto

afirmar que há um dever dos pais, das instituições de ensino tanto públicas

como privadas (decorrente da responsabilidade civil objetiva) de cuidado

74

Lopes, Miguel Maria de Serpa. Curso de Direito Civil / Miguel Maria de Serpa Lopes; Fontes

Acontratuais das Obrigações-Responsabilidade Civil. 4 ed. rev. e atual. por José Serpa Santa

Maria. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1995, p. 250

Page 109: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

109

para com a integridade física e psicológica de seus respectivos filhos e

alunos enquanto estes estiverem sob suas tutelas.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua

autoridade e em sua companhia;

IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou

estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de

educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo

antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos

praticados pelos terceiros ali referidos.

Page 110: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

110

COMO UTISAR O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE (Lei nº 8069/90) NOS CASOS DE BULLYING

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao

adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a

pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze

e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se

excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos

de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral

de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios,

todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o

desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de

liberdade e de dignidade.

Page 111: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

111

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em

geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação

dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao

esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à

liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer

circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de

relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas

sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas

relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de

qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,

crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação

ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Page 112: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

112

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos

contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao

Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras

providências legais.

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao

respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de

desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais

garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da

integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente,

abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos

valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do

adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento,

aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Page 113: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

113

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,

visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o

exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-

lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na

escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer

às instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades

estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua

residência.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter

ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das

propostas educacionais.

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por

estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou

Page 114: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

114

creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha

conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra

criança ou adolescente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se

o dobro em caso de reincidência.

Page 115: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

115

COMO USAR O CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR Lei nº 8.078/90 NOS CASOS DE BULLYING

Estudante consumidor final da Prestação de Serviço

Educacional

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que

adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo

único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que

indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

Instituição de Ensino Como Prestadora de Serviço

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou

privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados,

que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de

consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,

Page 116: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

116

financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de

caráter trabalhista.

Da Obrigação da Prestação de Serviço Educacional Segura

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de

consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores,

exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua

natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a

dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.

Da Responsabilidade Civil Objetiva Pela Prestação de Serviço

Educacional Defeituosa.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,

independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos

causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,

bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição

e riscos.

Page 117: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

117

§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança

que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as

circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de

novas técnicas.

§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado

quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será

apurada mediante a verificação de culpa.

Da Invalidade De Cláusulas Contratuais que Exonerem a

Intuição do Dever Indenizatório em Casos de Bullying.

Page 118: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

118

Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que

impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e

nas seções anteriores.

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas

contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade

do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou

impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo

entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser

limitada, em situações justificáveis;

Da prescrição da Obrigação Indenizatória nos Casos de

Bullying

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação

pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II

deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento

do dano e de sua autoria.

Page 119: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

119

COMO USAR OS ACORDOS E DECLARAÇÕES

INTERNACIONAIS NOS CASOS DE BULLYING

Declaração de Genebra (1924):

Art. 1º - A criança deve receber os meios necessários para o

seu desenvolvimento normal, tanto material quanto espiritual.

Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948):

Art. 25º, II - A maternidade e a infância têm direito a

cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora

do matrimônio gozarão da mesma proteção social.

Declaração dos Direitos da Criança da ONU (1959):

Princípios,

Page 120: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

120

I - Universalização dos direitos a todas as crianças, sem

qualquer discriminação;

II - As leis devem considerar a necessidade de atendimento do

interesse superior da criança; [...]

VII - Direito à educação escolar;

VIII - Criança deve figurar entre os primeiros a receber

proteção e auxílio.

Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966):

Art. 24, I - Toda criança terá direito, sem discriminação

alguma por motivo de cor, sexo, língua, religião, origem nacional ou social,

situação econômica ou nascimento, às medidas de proteção que a sua

condição de menor requer por parte de sua família, da sociedade e do

Estado.

Convenção sobre os Direitos da Criança (1989):

Page 121: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

121

Art. 3º, I - Todas as ações relativas às crianças, levadas a

efeito por autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem

considerar, primordialmente, o interesse maior da criança.

Page 122: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

122

A VISÃO DOS TRIBUNAIS SOBRE BULLYING

Page 123: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

123

JUSRISPRUDÊNCIAS DOS TRIBUNAIS DO RIO

GRANDE DO SUL

Ementa: Conflito de Competência. Responsabilidade civil. Indenização

decorrente de bullying. Escola Municipal de Osório. Menor representado

por sua genitora. Hipótese que não se enquadra em nenhuma daquelas

previstas nos artigos 98 e 148 da Lei n. 8.069/90. À unanimidade,

acolheram o conflito de competência. (Conflito de Competência Nº

70049964174, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:

Luís Augusto Coelho Braga, Julgado em 13/09/2012)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE

INDENIZAÇÃO POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS. APELIDO

DADO EM RAZÃO DE PROBLEMA CONGÊNITO DA AUTORA POR

PROFESSORA DE ESCOLA MUNICIPAL. RESPONSABILIDADE

CIVIL DO ESTADO CONFIGURADA. ART. 37, §6º, CCF/88. ATO

ILÍCITO EBULLYING. DANOS EXTRAPATRIMONIAIS

VERIFICADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO MAJORADO.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS MANTIDOS. CORREÇÃO

MONETÁRIA E JUROS DE MORA. LEI Nº 11.960/09. -

RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO - A

Administração Pública responde objetivamente pelos danos advindos dos

atos comissivos realizados pelos agentes públicos, nesta condição, contra

terceiros, nos termos do artigo 37, § 6° da Constituição da República.

Configurada hipótese de responsabilidade extracontratual do Estado pelo

evento danoso, porquanto devidamente comprovado nos autos, bem como o

nexo de causalidade com a atuação comissiva do ente público demandado.

- ATO ILÍCITO E A PRÁTICA DE BULLYING - O princípio da

dignidade humana constitui-se em fundamento do Estado Democrático de

Direito, nos termos do art. 1º, III, CF. Em relação às crianças e

adolescentes a materialização deste princípio ocorre por meio da proteção

integral, consagrada no art. 227 da CF e no próprio texto da Lei nº

8.069/90. O direito ao respeito engloba a inviolabilidade da integridade

física, psíquica e moral das crianças e adolescentes. O bullying configura-

se como ato ilícito que causa lesão à dignidade da pessoa humana. O

Estado, por meio dos seus agentes públicos, especialmente membros do

magistério público, devem adotar práticas funcionais direcionadas para

resguardar a integridade das crianças e adolescentes. Caso em que

configurada a ilicitude no agir do agente público, pois, na condição de

professora de escola pública municipal, deu apelido à autora com base em

Page 124: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

124

problema congênito (inclinação lateral irreversível do pescoço), sendo que

seus colegas de turma também passaram a chamá-la da mesma forma. Tal

situação gerou abalo psicológico ao ponto da autora não querer mais

freqüentar as aulas. Configurado, pois, o ato ilícito, em razão de conduta

comissiva do ente público estadual. - DANOS EXTRAPATRIMONIAIS E

QUANTIFICAÇÃO DA INDENIZAÇÃO - A configuração do dano

extrapatrimonial, na hipótese, é evidente e inerente à própria ofensa; ou

seja, trata-se de dano in re ipsa, que dispensa prova acerca da sua efetiva

ocorrência. A indenização por danos extrapatrimoniais deve ser suficiente

para atenuar as conseqüências das ofensas aos bens jurídicos tutelados, não

significando, por outro lado, um enriquecimento sem causa, bem como

deve ter o efeito de punir o responsável de forma a dissuadi-lo da prática de

nova conduta. Majoração do quantum indenizatório, considerando as

peculiaridades do caso concreto. - CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS

DE MORA - APLICAÇÃO DO ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97 -

REDAÇÃO DADA PEL LEI Nº 11.960/09 - A Lei nº 11.960/09, de

30.06.2009, alterou o texto do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, que passou a

dispor que nas condenações impostas à Fazenda Pública,

independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária,

remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma

única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração

básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Logo, a contar da

vigência da nova lei, a atualização monetária e a compensação da mora

sofrerão atualização na forma do artigo citado, ou seja, de "uma única vez "

e pelos "índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à

caderneta de poupança ". - TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA -

Os juros de mora devem incidir desde a data da decisão que concedeu,

majorou ou reduziu a indenização por danos extrapatrimoniais. -

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - Deve ser mantido o valor fixado na

sentença a título de honorários advocatícios em favor do procurador do

autor, pois remunera adequadamente o trabalho desenvolvido pelo

profissional, na esteira do entendimento manifestado por este Colegiado.

APELO DO RÉU DESPROVIDO. APELO DA AUTORA PROVIDO.

(Apelação Cível Nº 70049350127, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça

do RS, Relator: Leonel Pires Ohlweiler, Julgado em 29/08/2012)

Ementa: AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ART. 557,

CAPUT, DO CPC. AÇÃO ORDINÁRIA. ACESSO À EDUCAÇÃO

INFANTIL. TRANSFERÊNCIA DE ESCOLA.BULLYING. INFANTE

QUE APRESENTOU PROBLEMAS PSICOLÓGICOS. MUDANÇA DE

COLÉGIO NECESSÁRIA AO DESENVOLVIMENTO FÍSICO E

PSÍQUICO DO MENOR. RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO

Page 125: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

125

PREVISTA CONSTITUCIONALMENTE. SENTENÇA MANTIDA.

Agravo interno desprovido. (Agravo Nº 70041878885, Sétima Câmara

Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado

em 13/04/2011)

Ementa: APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INTERNET. USO

DE IMAGEM PARA FIM DEPRECIATIVO. CRIAÇÃO DE FLOG -

PÁGINA PESSOAL PARA FOTOS NA REDE MUNDIAL DE

COMPUTADORES. RESPONSABILIDADE DOS GENITORES.

PÁTRIO PODER. BULLYING. ATO ILÍCITO. DANO MORAL IN RE

IPSA. OFENSAS AOS CHAMADOS DIREITOS DE

PERSONALIDADE. MANUTENÇÃO DA INDENIZAÇÃO.

PROVEDOR DE INTERNET. SERVIÇO DISPONIBILIZADO.

COMPROVAÇÃO DE ZELO. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE

PELO CONTEÚDO. AÇÃO. RETIRADA DA PÁGINA EM TEMPO

HÁBIL. PRELIMINAR AFASTADA. DENUNCIAÇÃO DA LIDE.

AUSENCIA DE ELEMENTOS. Apelo do autor Da denunciação da lide I.

Para restar configurada a denunciação da lide, nos moldes do art. 70 do

CPC, necessário elementos demonstrando vínculo de admissibilidade.

Ausentes provas embasando o pedido realizado, não há falar em

denunciação da lide. Da responsabilidade do provedor de internet II.

Provedores de internet disponibilizam espaço para criação de páginas

pessoais na rede mundial de computadores, as quais são utilizadas

livremente pelos usuários. Contudo, havendo denúncia de conteúdo

impróprio e/ou ofensivo à dignidade da pessoa humana, incumbe ao

prestador de serviços averiguar e retirar com brevidade a página se presente

elementos de caráter ofensivo. III. Hipótese em que o provedor excluiu a

página denunciada do ar depois de transcorrida semana, uma vez ser

analisado assunto exposto, bem como necessário certo tempo para o

rastreamento da origem das ofensas pessoais - PC do ofensor. Ausentes

provas de desrespeito aos direitos previstos pelo CDC, não há falar em

responsabilidade civil do provedor. Apelo da ré Do dano moral IV. A

Doutrina moderna evoluiu para firmar entendimento acerca da

responsabilidade civil do ofensor em relação ao ofendido, haja vista

desgaste do instituto proveniente da massificação das demandas judiciais.

O dano deve representar ofensa aos chamados direitos de personalidade,

como à imagem e à honra, de modo a desestabilizar psicologicamente o

ofendido. V. A prática de Bullying é ato ilícito, haja vista compreender a

intenção de desestabilizar psicologicamente o ofendido, o qual resulta em

abalo acima do razoável, respondendo o ofensor pela prática ilegal. VI. Aos

pais incumbe o dever de guarda, orientação e zelo pelos filhos menores de

idade, respondendo civilmente pelos ilícitos praticados, uma vez ser

inerente ao pátrio poder, conforme inteligência do art. 932, do Código

Page 126: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

126

Civil. Hipótese em que o filho menor criou página na internet com a

finalidade de ofender colega de classe, atrelando fatos e imagens de caráter

exclusivamente pejorativo. VII. Incontroversa ofensa aos chamados direitos

de personalidade do autor, como à imagem e à honra, restando, ao

responsável, o dever de indenizar o ofendido pelo dano moral causado, o

qual, no caso, tem natureza in re ipsa. VIII. Quantum reparatório serve de

meio coercitivo/educativo ao ofensor, de modo a desestimular práticas

reiteradas de ilícitos civis. Manutenção do valor reparatório é medida que

se impõe, porquanto harmônico com caráter punitivo/pedagógico

comumente adotado pela Câmara em situações análogas. APELOS

DESPROVIDOS (Apelação Cível Nº 70031750094, Sexta Câmara Cível,

Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em

30/06/2010)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. ACESSO À

EDUCAÇÃO INFANTIL. TRANSFERÊNCIA DE

ESCOLA. BULLYING. INFANTE QUE APRESENTOU PROBLEMAS

PSICOLÓGICOS. MUDANÇA DE COLÉGIO NECESSÁRIA AO

DESENVOLVIMENTO FÍSICO E PSÍQUICO DO MENOR.

RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO PREVISTA

CONSTITUCIONALMENTE. SENTENÇA MANTIDA. CONDENAÇÃO

DO MUNICÍPIO AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS. FADEP. DESCABIMENTO. Descabe a

condenação do Município a arcar com os honorários advocatícios

em favor da Defensoria Pública, pois implicaria determinar que o

ente estadual custeie serviço público que compete ao Estado.

Agravo retido desprovido e apelação parcialmente provida, de

plano. (Apelação Cível Nº 70038776571, Sétima Câmara Cível,

Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado

em 14/03/2011)

Page 127: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

127

JURISPRUDENCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

PARANÁ

: RECURSO INOMINADO ­ AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO

MORAL ­ SITE DE RELACIONAMENTO ­ ORKUT ­ DIVULGAÇÃO

DE MENSAGENS OFENSIVAS E DEPRECIATIVAS SOBRE A

FISIONOMIA DA AUTORA ­ FATOS COMPROVADOS ­ DANO

MORAL ­ CARACTERIZADO ­­ SENTENÇA MANTIDA. 1. DECISÃO

: Ante o exposto, a 1ª Turma Recursal do estado do Paraná resolve, por

unanimidade de votos, CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao

recurso, nos termos do voto da juíza relatora. (TJPR - 1ª Turma Recursal -

20110006509-9 - Goioerê - Rel.: CRISTIANE SANTOS LEITE - - J.

04.08.2011)

Page 128: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

128

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO

PAULO

Ementa: Ação Direta de Inconstitucionalidade - Lei Municipal n°. 2.488,

de 16/03/11 - Autorização ao Município para que adote medidas de

conscientização, prevenção e combate ao BULLYING nas escolas públicas

municipais - Lei "autorizativa" que, em verdade, contém determinação -

Iniciativa privativa do Chefe do Executivo - Criação de despesa pública

sem a indicação da fonte de custeio - Infringência dos arts. 25, 47, II, XIV e

XVIII, e 144, da Constituição Estadual, e do art. 52, da Lei Orgânica do

Município - Ação julgada procedente. (Relator(a): Zélia Maria Antunes

Alves, Comarca: São Paulo, Órgão julgador: Órgão Especial, Data do

julgamento: 07/11/2012, Data de registro: 19/11/2012, Outros

números: 01726731920118260000)

Ementa: Competência recursal. Ação de reparação por danos morais.

Autor que supostamente teria sido visto nas dependências da escola

fazendo uso de substância tóxica, fato que gerou perseguição e humilhação

pelos colegas (BULLYING). Responsabilidade civil extracontratual. Seção

de Direito Privado I. É da primeira subseção da Seção de Direito Privado

desta Corte (1ª a 10ª Câmaras) a competência preferencial para conhecer de

recurso interposto em demanda que versa sobre responsabilidade civil

extracontratual. Recurso não conhecido. Remessa determinada

(Relator(a): Cesar Lacerda, Comarca: São José dos Campos, Órgão

julgador: 28ª Câmara de Direito Privado, Data do

julgamento: 09/10/2012, Data de registro: 25/10/2012, Outros

números: 354114220118260577).

Ementa: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS. 1. Ação

monitória. Inadimplemento sob as alegações de que não houve a

contraprestação do serviço. Ausência de comprovação. Prova que poderia

ser feita sem dilação probatória, não havendo que se falar em cerceamento

de defesa. 2. Confissão de dívida. Inexistência de qualquer indício de que o

Page 129: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

129

instrumento tenha sido firmado sob coação. Valor não desmerecido por

elemento algum em contrário. Recurso não provido, com observação. Só se

pode reconhecer verdadeira coação quando há risco de um dano

considerável, de um mal grave, iminente, irremediável e que efetivamente

infunda sério medo à parte. Não basta a existência de qualquer receio ou

preocupação, porque "raros os atos humanos que se praticam com

espontaneidade, desvinculados de qualquer causa extrínseca. Todos

vivemos sob o império de circunstâncias mais ou menos opressivas.

Entretanto, só quando a pressão se reveste de anomalia, se pode falar em

coação, no sentido jurídico"(Relator(a): Gilberto dos Santos, Comarca: São

Paulo, Órgão julgador: 11ª Câmara de Direito Privado, Data do

julgamento: 27/09/2012, Data de registro: 28/09/2012, Outros

números: 270262120108260002)

Ementa: APELAÇÃO Indenização por danos morais e materiais Alegação

de prática de bullying no interior de estabelecimento de ensino municipal

Ausência de comprovação das agressões reiteradas bem como da omissão

da administração escolar Sentença de improcedência mantida Recurso não

provido. Insuficiente o conjunto probatório para demonstrar situação de

prática de bullying em ambiente escolar, com negligente omissão do

estabelecimento de ensino municipal, forçosa a improcedência da pretensão

indenizatória. (Relator(a): Vicente de Abreu Amadei, Comarca: São José

dos Campos, Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Público, Data do

julgamento: 12/06/2012, Data de registro: 13/06/2012, Outros

números: 185562220108260577)

Ementa: Prestação de serviços escolares. Indenizatória. Dano material e

moral. Relação de consumo. Aluno vítima de agressões físicas e psíquicas.

BULLYING. Demonstração. Submissão a tratamento psicológico.

Despesas a cargo da instituição de ensino ré. Necessidade. Despesas com a

transferência do aluno para a rede de ensino particular. Possibilidade de

utilização da rede pública de ensino. Dano material indevido nesse aspecto.

Danos morais suportados pelo discente e pela genitora. Ocorrência.

Indenização devida. Arbitramento da indenização segundo os critérios da

razoabilidade e da proporcionalidade. Necessidade. Sentença parcialmente

reformada. Recurso do réu improvido e parcialmente provido o dos autores.

(Relator(a): Rocha de Souza, Comarca: Bragança Paulista, Órgão

julgador: 32ª Câmara de Direito Privado, Data do

Page 130: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

130

julgamento: 24/11/2011, Data de registro: 28/11/2011, Outros

números: 1227240400)

Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL DANOS MORAIS

HUMILHAÇÃO POR PARTE DE PROFESSOR E COLEGAS

BULLYING. I Menor que veio a ser jogado em lixeira por professor que

objetivava impor ordem na sala de aula. Ação desproporcional que deu

ensejo a zombarias e piadas por parte dos demais colegas Configuração do

chamado bulying Reparação por danos morais cabíveis. II Adequação do

valor arbitrado na condenação Redução à quantia de R$ 7.500,00 (sete mil

e quinhentos reais). Sentença reformada em parte. Recurso parcialmente

provido. (Relator(a): Nogueira Diefenthaler, Comarca: Ribeirão Preto,

Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Público, Data do

julgamento: 16/05/2011, Data de registro: 17/05/2011, Outros

números: 6320785700)

Page 131: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

131

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO

DE JANEIRO

AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ART. 557, CAPUT,

DO CPC. AÇÃO ORDINÁRIA. ACESSO À EDUCAÇÃO INFANTIL.

TRANSFERÊNCIA DE ESCOLA. BULLYING. INFANTE QUE

APRESENTOU PROBLEMAS PSICOLÓGICOS. MUDANÇA DE

COLÉGIO NECESSÁRIA AO DESENVOLVIMENTO FÍSICO E

PSÍQUICO DO MENOR. RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO

PREVISTA CONSTITUCIONALMENTE. SENTENÇA MANTIDA.

Agravo interno desprovido. (Agravo Nº 70041878885, Sétima Câmara

Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado

em 13/04/2011)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. ACESSO À EDUCAÇÃO

INFANTIL. TRANSFERÊNCIA DE ESCOLA. BULLYING. INFANTE

QUE APRESENTOU PROBLEMAS PSICOLÓGICOS. MUDANÇA DE

COLÉGIO NECESSÁRIA AO DESENVOLVIMENTO FÍSICO E

PSÍQUICO DO MENOR. RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO

PREVISTA CONSTITUCIONALMENTE. SENTENÇA MANTIDA.

CONDENAÇÃO DO MUNICÍPIO AO PAGAMENTO DE

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FADEP. DESCABIMENTO. Descabe

a condenação do Município a arcar com os honorários advocatícios em

favor da Defensoria Pública, pois implicaria determinar que o ente estadual

custeie serviço público que compete ao Estado. Agravo retido desprovido e

apelação parcialmente provida, de plano. (Apelação Cível Nº

70038776571, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:

Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 14/03/2011).

APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INTERNET. USO DE

IMAGEM PARA FIM DEPRECIATIVO. CRIAÇÃO DE FLOG -

PÁGINA PESSOAL PARA FOTOS NA REDE MUNDIAL DE

COMPUTADORES. RESPONSABILIDADE DOS GENITORES.

PÁTRIO PODER. BULLYING. ATO ILÍCITO. DANO MORAL IN RE

IPSA. OFENSAS AOS CHAMADOS DIREITOS DE

PERSONALIDADE. MANUTENÇÃO DA INDENIZAÇÃO.

Page 132: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

132

PROVEDOR DE INTERNET. SERVIÇO DISPONIBILIZADO.

COMPROVAÇÃO DE ZELO. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE

PELO CONTEÚDO. AÇÃO. RETIRADA DA PÁGINA EM TEMPO

HÁBIL. PRELIMINAR AFASTADA. DENUNCIAÇÃO DA LIDE.

AUSENCIA DE DE ELEMENTOS. Apelo do autor Da denunciação da

lide I. Para restar configurada a denunciação da lide, nos moldes do art. 70

do CPC, necessário elementos demonstrando vínculo de admissibilidade.

Ausentes provas embasando o pedido realizado, não há falar em

denunciação da lide. Da responsabilidade do provedor de internet II.

Provedores de internet disponibilizam espaço para criação de páginas

pessoais na rede mundial de computadores, as quais são utilizadas

livremente pelos usuários. Contudo, havendo denúncia de conteúdo

impróprio e/ou ofensivo à dignidade da pessoa humana, incumbe ao

prestador de serviços averiguar e retirar com brevidade a página se presente

elementos de caráter ofensivo. III. Hipótese em que o provedor excluiu a

página denunciada do ar depois de transcorrida semana, uma vez ser

analisado assunto exposto, bem como necessário certo tempo para o

rastreamento da origem das ofensas pessoais - PC do ofensor. Ausentes

provas de desrespeito aos direitos previstos pelo CDC, não há falar em

responsabilidade civil do provedor. Apelo da ré Do dano moral IV. A

Doutrina moderna evoluiu para firmar entendimento acerca da

responsabilidade civil do ofensor em relação ao ofendido, haja vista

desgaste do instituto proveniente da massificação das demandas judiciais.

O dano deve representar ofensa aos chamados direitos de personalidade,

como à imagem e à honra, de modo a desestabilizar psicologicamente o

ofendido. V. A prática de Bullying é ato ilícito, haja vista compreender a

intenção de desestabilizar psicologicamente o ofendido, o qual resulta em

abalo acima do razoável, respondendo o ofensor pela prática ilegal. VI. Aos

pais incumbe o dever de guarda, orientação e zelo pelos filhos menores de

idade, respondendo civilmente pelos ilícitos praticados, uma vez ser

inerente ao pátrio poder, conforme inteligência do art. 932, do Código

Civil. Hipótese em que o filho menor criou página na internet com a

finalidade de ofender colega de classe, atrelando fatos e imagens de caráter

exclusivamente pejorativo. VII. Incontroversa ofensa aos chamados direitos

de personalidade do autor, como à imagem e à honra, restando, ao

responsável, o dever de indenizar o ofendido pelo dano moral causado, o

qual, no caso, tem natureza in re ipsa. VIII. Quantum reparatório serve de

Page 133: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

133

meio coercitivo/educativo ao ofensor, de modo a desestimular práticas

reiteradas de ilícitos civis. Manutenção do valor reparatório é medida que

se impõe, porquanto harmônico com caráter punitivo/pedagógico

comumente adotado pela Câmara em situações análogas. APELOS

DESPROVIDOS (Apelação Cível Nº 70031750094, Sexta Câmara Cível,

Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em

30/06/2010)

Page 134: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

134

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

DISTRITO FEDERAL

ABALOS PSICOLÓGICOS DECORRENTES DE VIOLÊNCIA

ESCOLAR - BULLYING - OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE

DA PESSOA. (...) Na espécie, restou demonstrado nos autos que o

recorrente sofreu agressões físicas e verbais de alguns colegas de turma que

iam muito além de pequenos atritos entre crianças daquela idade, no

interior do estabelecimento do réu, durante todo o ano letivo de 2005. É

certo que tais agressões, por si só, configuram dano moral cuja

responsabilidade de indenização seria do Colégio em razão de sua

responsabilidade objetiva. Com efeito, o Colégio réu tomou algumas

medidas na tentativa de contornar a situação, contudo, tais providências

foram inócuas para solucionar o problema, tendo em vista que as agressões

se perpetuaram pelo ano letivo. Talvez porque o estabelecimento de ensino

apelado não atentou para o papel da escola como instrumento de inclusão

social, sobretudo no caso de crianças tidas como “diferentes”. Nesse ponto,

vale registrar que o ingresso no mundo adulto requer a apropriação de

conhecimentos socialmente produzidos. A interiorização de tais

conhecimentos e experiências vividas se processa, primeiro, no interior da

família e do grupo em que este indivíduo se insere, e, depois, em

instituições como a escola. No dizer de Helder Baruffi, “Neste processo de

socialização ou de inserção do indivíduo na sociedade, a educação tem

papel estratégico, principalmente na construção da cidadania.” (TJ-DFT -

Ap. Civ. 2006.03.1.008331-2 - Rel. Des. Waldir Leôncio Júnior - Julg. em

7-8-2008)

PENAL E PROCESSUAL PENAL. TENTATIVA DE ROUBO E

POSTERIOR EXTORSÃO CONTINUADA. CREDIBILIDADE DA

PALAVRA DA VÍTIMA. AFASTADA A CONTINUIDADE DELITIVA.

SENTENÇA MANTIDA

1. A VÍTIMA, UM GAROTO COM APENAS QUATORZE ANOS DE

IDADE, FOI SUBMETIDA AO QUE A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

MULTIPROFISSIONAL DE PROTEÇÃO À INFÂNCIA E À

Page 135: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

135

ADOLESCÊNCIA DENOMINA DE BULLYING. SEU SOFRIMENTO

COMEÇOU A PARTIR DE UMA TENTATIVA FRUSTRADA DE

ROUBO, QUANDO GRITOU POR SOCORRO E O RÉU SE AFASTOU,

TEMENDO A REAÇÃO DOS TRANSEUNTES. DESDE ENTÃO,

PASSOU A IMPORTUNÁ-LA NO CAMINHO DA ESCOLA,

EXIGINDO-LHE DINHEIRO. AS AMEAÇAS DE MORTE A SI E AOS

FAMILIARES LEVAVAM-NA A ENTREGAR AO

EXTORSIONATÁRIO TODO O DINHEIRO QUE GANHAVA DOS

PAIS, PASSANDO TAMBÉM A VENDER SEUS PERTENCES A FIM

DE ATENDER A ESSAS EXIGÊNCIAS. DIANTE DO CLIMA DE

TERROR QUE LHE INFUNDIA O ALGOZ, DESENVOLVEU GRAVE

DISTÚRBIO PSICOLÓGICO QUE PREJUDICARAM SEU

DESEMPENHO ESCOLAR E A OBRIGARAM A TRATAMENTO

ESPECIALIZADO, PASSANDO A SER MEDICADA COM

PSICOTRÓPICOS. DESCOBERTA A RAZÃO DO DISTÚRBIO

COMPORTAMENTAL, O FATO FOI COMUNICADO PELOS PAIS À

POLÍCIA, ENSEJANDO A PERSECUÇÃO PENAL. MAS AO DEPOR

EM JUÍZO, A INSEGURANÇA NATURALMENTE DEMONSTRADA

PELA VÍTIMA E A MENÇÃO AOS REMÉDIOS CONTROLADOS

QUE TOMAVA ENSEJOU O APELO DA DEFESA DIANTE DA

CONDENAÇÃO DO PRIMEIRO, ALEGANDO A INSUFICIÊNCIA

DESSA PROVA. CONTUDO, TAL SITUAÇÃO NÃO AFASTA A

CREDIBILIDADE DA PALAVRA VÍTIMA EM JUÍZO, QUE SE

HARMONIZA COM A PROVA INQUISITORIAL. 2 A

CONTINUIDADE DELITIVA ENTRE OS CRIMES DE ROUBO E DE

EXTORSÃO É REPUDIADA NA DOUTRINA E NA

JURISPRUDÊNCIA, HAJA VISTA TRATAREM-SE DE CRIMES DE

ESPÉCIE DIFERENTE, EMBORA PROTEJAM OS MESMOS BENS

JURÍDICOS: PATRIMÔNIO E INCOLUMIDADE FÍSICA E PSÍQUICA

DA VÍTIMA. 3 RECURSO IMPROVIDO.(APR- Apelação Criminal,

Relator Desembargador George Lopes Leite, Processo:

20040910115454APR)

DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. ABALOS

PSICOLÓGICOS DECORRENTES DE VIOLÊNCIA ESCOLAR.

BULLYING. OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA.

Page 136: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

136

SENTENÇA REFORMADA. CONDENAÇÃO DO COLÉGIO. VALOR

MÓDICO ATENDENDO-SE ÀS PECULIARIDADES DO CASO.

1. CUIDA-SE DE RECURSO DE APELAÇÃO INTERPOSTO DE

SENTENÇA QUE JULGOU IMPROCEDENTE PEDIDO DE

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS POR ENTENDER QUE NÃO

RESTOU CONFIGURADO O NEXO CAUSAL ENTRE A CONDUTA

DO COLÉGIO E EVENTUAL DANO MORAL ALEGADO PELO

AUTOR. ESTE PRETENDE RECEBER INDENIZAÇÃO SOB O

ARGUMENTO DE HAVER ESTUDADO NO ESTABELECIMENTO

DE ENSINO EM 2005 E ALI TERIA SIDO ALVO DE VÁRIAS

AGRESSÕES FÍSICAS QUE O DEIXARAM COM TRAUMAS QUE

REFLETEM EM SUA CONDUTA E NA DIFICULDADE DE

APRENDIZADO.

2. NA ESPÉCIE, RESTOU DEMONSTRADO NOS AUTOS QUE O

RECORRENTE SOFREU AGRESSÕES FÍSICAS E VERBAIS DE

ALGUNS COLEGAS DE TURMA QUE IAM MUITO ALÉM DE

PEQUENOS ATRITOS ENTRE CRIANÇAS DAQUELA IDADE, NO

INTERIOR DO ESTABELECIMENTO RÉU, DURANTE TODO O ANO

LETIVO DE 2005. É CERTO QUE TAIS AGRESSÕES, POR SI SÓ,

CONFIGURAM DANO MORAL CUJA RESPONSABILIDADE DE

INDENIZAÇÃO SERIA DO COLÉGIO EM RAZÃO DE SUA

RESPONSABILIDADE OBJETIVA. COM EFEITO, O COLÉGIO RÉU

TOMOU ALGUMAS MEDIDAS NA TENTATIVA DE CONTORNAR A

SITUAÇÃO, CONTUDO, TAIS PROVIDÊNCIAS FORAM INÓCUAS

PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA, TENDO EM VISTA QUE AS

AGRESSÕES SE PERPETUARAM PELO ANO LETIVO. TALVEZ

PORQUE O ESTABELECIMENTO DE ENSINO APELADO NÃO

ATENTOU PARA O PAPEL DA ESCOLA COMO INSTRUMENTO DE

INCLUSÃO SOCIAL, SOBRETUDO NO CASO DE CRIANÇAS TIDAS

COMO DIFERENTES. NESSE PONTO, VALE REGISTRAR QUE O

INGRESSO NO MUNDO ADULTO REQUER A APROPRIAÇÃO DE

CONHECIMENTOS SOCIALMENTE PRODUZIDOS. A

INTERIORIZAÇÃO DE TAIS CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIAS

VIVIDAS SE PROCESSA, PRIMEIRO, NO INTERIOR DA FAMÍLIA E

DO GRUPO EM QUE ESTE INDIVÍDUO SE INSERE, E, DEPOIS, EM

INSTITUIÇÕES COMO A ESCOLA. NO DIZER DE HELDER

Page 137: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

137

BARUFFI, NESTE PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO OU DE

INSERÇÃO DO INDIVÍDUO NA SOCIEDADE, A EDUCAÇÃO TEM

PAPEL ESTRATÉGICO, PRINCIPALMENTE NA CONSTRUÇÃO DA

CIDADANIA. (APC-Apelação Cível, Relator Waldir Leoncio Lopes

Junior, Processo: 20060310083312APC)

Page 138: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

138

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE

SANTA CATARINA

APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO INDENIZATÓRIA JULGADA

PROCEDENTE - FALSA ACUSAÇÃO DA PRÁTICA DO CRIME DE

FURTO - BULLYING - APELANTE QUE ENGENDROU UMA

SITUAÇÃO EM QUE SE APRESENTOU COMO SENDO VÍTIMA DE

TAL DELITO - INTENTO EXCLUSIVO DE DENEGRIR A IMAGEM

DO AUTOR PERANTE OS COLEGAS DE CLASSE - ALEGADO

SUMIÇO DE UMA NOTA DE R$ 10,00 (DEZ REAIS), TENDO SIDO,

PORÉM, REGISTADO BOLETIM DE OCORRÊNCIA DO

DESAPARECIMENTO DE R$ 50,00 (CINQUENTA REAIS) -

DISPARIDADE DE VALORES NÃO ESCLARECIDA PELO

DENUNCIANTE - LITIGANTES QUE, À ÉPOCA DOS FATOS,

ESTUDAVAM EM COLÉGIO AGRÍCOLA, RESIDINDO NO MESMO

QUARTO EM CONJUNTO COM MAIS 6 (SEIS) ADOLESCENTES -

REVISTA PROCEDIDA PELO INSPETOR NOS PERTENCES

PESSOAIS DE TODOS OS ADOLESCENTES - CÉDULA

ENCONTRADA NA CARTEIRA DO APELADO, QUE, DESDE

ENTÃO, SUSTENTOU SER INOCENTE - INSTAURAÇÃO DE

INQUÉRITO ADMINISTRATIVO INTERNO E PROCESSO CRIMINAL

- COLEGAS DE QUARTO QUE AFIRMARAM TEREM

PRESENCIADO O RÉU ANOTAR O NÚMERO DE SÉRIE DE UMA

NOTA DE R$ 10,00 (DEZ REAIS) QUE JÁ PERTENCIA AO AUTOR -

FATO POSTERIORMENTE CONFESSADO PELO RECORRENTE,

QUE, TODAVIA, ALEGA TER SOFRIDO PRESSÃO PSICOLÓGICA

PELOS MEMBROS DA COMISSÃO INSTAURADA NO COLÉGIO

AGRÍCOLA - INFLUÊNCIA COERCITIVA NÃO DEMONSTRADA

NOS AUTOS - RESPONSABILIDADE CIVIL ANALISADA SOB A

ÓTICA DO CÓDIGO CIVIL DE 1916, VIGENTE À ÉPOCA DO

EVENTO DANOSO - INSURGENTE QUE OBJETIVA ESQUIVAR-SE

DA OBRIGAÇÃO REPARATÓRIA, SUSTENTANDO QUE, NA

OCASIÃO, CONTAVA 17 (DEZESSETE) ANOS DE IDADE, NÃO

TENDO DISCERNIMENTO ACERCA DOS ATOS PRATICADOS -

ART. 156 DO ALUDIDO CÓDICE QUE DISCIPLINAVA QUE O

Page 139: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

139

MENOR, ENTRE 16 (DEZESSEIS) E 21 (VINTE E UM) ANOS,

EQUIPARAVA-SE AO MAIOR QUANTO ÀS OBRIGAÇÕES

RESULTANTES DE ATO ILÍCITO, DE QUE FOR CULPADO -

EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE NÃO EVIDENCIADA -

FALSA IMPUTAÇÃO DE CRIME QUE, POR TER SUBMETIDO O

AUTOR A TRATAMENTO DISCRIMINATÓRIO POR PARTE DOS

DEMAIS COLEGAS, CONFIGURA, SIM, ABALO ANÍMICO

INDENIZÁVEL - REPARAÇÃO FIXADA PELO JUÍZO A QUO EM R$

8.000,00 (OITO MIL REAIS) - QUANTUM EXCESSIVO - LIMITAÇÃO

DA VERBA EM R$ 4.000,00 (QUATRO MIL REAIS), COM OS

ENCARGOS DA SENTENÇA - QUANTIA QUE SE MOSTRA

SUFICIENTE PARA AMENIZAR O SOFRIMENTO DA VÍTIMA -

OBJETIVADA COMINAÇÃO DE MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-

FÉ - ALEGADA FRAGILIDADE DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA -

EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO DE AÇÃO - IMPROPRIEDADE

DA PENA PECUNIÁRIA - RECURSO CONHECIDO E

PARCIALMENTE PROVIDO. "A vida, por larga que seja, tem os dias

contados; a fama, por mais que conte anos e séculos, nunca lhe há de achar

conto, nem fim, porque são eternos: a vida conserva-se em um só corpo,

que é o próprio, o qual, por mais forte e robusto que seja, por fim se há de

resolver em poucas cinzas: a fama vive nas almas, nos olhos e na boca de

todos, lembrada nas memórias, falada nas línguas, escrita nos anais,

esculpida nos mármores e repetida sonoramente sempre nos ecos e

trombetas da mesma fama. Em suma, a morte mata, ou apressa o fim do

que necessariamente há de morrer; a infâmia afronta, afeia, escurece e faz

abominável a um ser imortal, menos cruel e piedosa se o puder matar"

(CHAVES, Antônio in Prefácio à Responsabilidade Civil por Dano à

Honra, 5. ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2001). (TJSC,

Apelação Cível n. 2008.045649-0, de Jaraguá do Sul, rel. Des. Luiz

Fernando Boller , j. 30-08-2012)

Page 140: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

140

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE

MINAS GERAIS

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - PRÁTICA DE

BULLYING - AMBIENTE ESCOLAR - PRELIMINAR DE

INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO E CERCEAMENTO DE DEFESA -

REJEITADAS - ART. 933 DO CPC - RESPONSABILIDADE DOS

GENITORES DO MENOR - COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA DO

BULLYING - INDENIZAÇÃO DEVIDA - RECURSO NÃO PROVIDO.

Não assiste razão aos apelantes ao atestar a incompetência absoluta do

Juízo a quo, uma vez que a presente ação indenizatória, foi promovida pela

autora (que, por ser menor, foi devidamente representada por seu genitor),

em face do Colégio Santa Dorotéia e dos pais do menor, tendo em vista que

o mesmo, à época da distribuição da ação, era inimputável, não havendo

que se falar em competência da Justiça da Infância e da Juventude. Se o

Juiz, ante as peculiaridades da espécie, se convence da possibilidade do

julgamento da lide e, no estado em que o processo se encontra, profere

sentença, desprezando a dilação probatória, não há que se falar em

cerceamento de defesa ante a manifesta inutilidade ou o claro intuito

protelatório da coleta de prova. A prática do bullying não é um fenômeno

do mundo contemporâneo, mas sim algo existente há algumas décadas,

sendo indubitável, no entanto, o crescimento das ocorrências relativas a tal

prática nos últimos anos, e, consequentemente, de demandas judiciais

requerendo indenização pelos danos sofridos pelas vítimas. Tenho que,

especialmente pela imaturidade de crianças e adolescentes, é costumeiro o

comportamento repressivo contra colegas em razão de sua classe social, de

suas características físicas, da sua raça, e até mesmo, pelo seu rendimento

escolar. Tratando-se de conduta praticada por menores, como é o caso dos

presentes autos, os pais respondem pelo ato ilícito de seus filhos, conforme

dispõem o art. 932, I e art. 933 do Código Civil. Na hipótese de

indenização a título de danos morais, deve-se obedecer aos princípios da

razoabilidade e proporcionalidade. Não havendo configuração de valor

demasiadamente alto a ponto de se falar em enriquecimento ilícito, não

deve haver redução deste sob o risco de tornar-se irrisório. V.v.: A fixação

da quantia estipulada na r. sentença de R$8.000,00 (oito mil reais), não

traduz as diretrizes acima expostas, devendo, assim, ser reduzida para o

Page 141: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

141

montante de R$ 6.000,00 (seis mil reais), valor este que encontra-se em

consonância com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

(Apelação Cível 1.0024.08.199172-1/001, Rel. Des.(a) Hilda Teixeira da

Costa, 14ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 15/03/2012, publicação da

súmula em 17/08/2012)

EMENTA: < APELAÇÃO CÍVEL - RESPONSABILIDADE CIVIL -

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - ALUNO QUE

ALEGA TER SIDO VITIMA DE "BULLYING" POR PARTE DOS

PROFESSORES DE ESCOLA ESTADUAL - AUSÊNCIA DE PROVAS -

DANO MORAL NÃO CONFIGURADO.

- O dano moral indenizável deve ser grave e duradouro, ensejando lesão ao

patrimônio imaterial da pessoa, que inclui a honra, a imagem, o nome, a

intimidade, a integridade física e a liberdade.

- A mera alegação de prática de "bullying", sem que fossem produzidas

provas nesse sentido, é insuficiente para acarretar prejuízos morais ao

autor. Não se pode considerar ato lesivo o fato de um professor chamar a

atenção do aluno em sala de aula, ou até mesmo reprová-lo se suas notas

foram insuficientes para alcançar o mínimo exigido.

- Pedido julgado improcedente em estrita observância às peculiaridades do

caso concreto.

- Recurso não provido. > (Apelação Cível 1.0439.10.005274-5/001, Rel.

Des.(a) Heloisa Combat, 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 19/04/2012,

publicação da súmula em 23/04/2012)

EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

PERSEGUIÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO.

RESPONSABILIDADE CIVIL CARACTERIZADA. REPARAÇÃO

DEVIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.

- Faz jus à indenização por danos morais a parte que comprova ter sofrido

perseguição no ambiente de trabalho, consubstanciada em tratamento hostil

e limitações de seus direitos, tais como, suspensão do pagamento e

impedimento de exercer suas funções.

- A quantificação do dano moral obedece ao critério do arbitramento

judicial, que, norteado pelos princípios da proporcionalidade e da

razoabilidade, fixará o valor, levando-se em conta o caráter compensatório

para a vítima e o punitivo para o ofensor."(Apelação Cível

1.0452.04.016265-6/001, Rel. Des.(a) Marcos Lincoln, 11ª CÂMARA

CÍVEL, julgamento em 05/08/2009, publicação da súmula em 24/08/2009)

Page 142: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

142

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

As legislações municipais se tornaram importantes

instrumentos de institucionalização do combate ao bullying em diversas

cidades brasileiras.

Da mesma forma que se tornaram importantes indicativos das

posturas governamentais no que tange a importância da criação de formas

de prevenção e contenção desta violência.

É possível observar que há uma similitude entre as

legislações, isso porque há uma unicidade de opiniões sobre a definição do

bullying e suas formas de ocorrência e prevenção educacional.

Entretanto, nota-se que grande parte dessas leis, embora

vigentes, sofrem de um vício social da desobediência da lei sem que haja

qualquer punição, o que vulgarmente é chamado de "a lei que não pegou".

É necessário que todos os governos municipais iniciem uma

ostensiva fiscalização em instituições públicas e privadas quanto a

concretização destas ordens normativas.

Acima da necessidade da lei, é preciso educar as pessoas que

assistirão o cumprimento da lei, pois, a lei freia, mas, a educação e

conscientização transforma os comportamentos.

Page 143: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

143

Anexo I: LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

O MOTIVO DA OBRA ............................................................................................................. 11

ARTIGOS .................................................................................................................................. 21

BULLYING: CONCEITO, HISTÓRICO E ANTECEDENTE................................................. 22

O CONFLITO ENTRE TERMO BULLYING USADO NO BRASIL E O TERMO ORIGINAL

CRIADO POR DAN OLWEUS E APERFEIÇOADO PELA ORGANIZAÇÃO STOP

BULLYING. .............................................................................................................................. 27

BULLYING UMA FORMA TIRÂNICA DE PODER .............................................................. 32

DANO MORAL UM ATO ILÍCIO EM QUE A INDENIZAÇÃO APENAS SERVE PARA

COMPENSAR ........................................................................................................................... 34

BULLYING, UM TIPO DE ASSÉDIO MORAL INDENIZÁVEL ........................................... 37

O DIREITO À INDENIZAÇÃO DAS VÍTIMAS DO BULLYING .......................................... 42

CONFUSÃO NO USO DAS NOMENCLATURAS: BULLYING E MOBBING .................... 47

A CONFUSÃO ENTRE AS NOMENCLATURAS BULLYING, ASSÉDIO MORAL E

ASSÉDIO SEXUAL .................................................................................................................. 52

A INFLÊNCIA DA FAMÍLIA NOS CASOS DE BULLYING. ................................................ 54

A INFLÊNCIA DA FAMÍLIA NOS CASOS DE BULLYING. ................................................ 58

A RESPONSABILIDADE CIVIL DA ESCOLA E DOS PAIS EM RELAÇÃO AOS ATOS DE

BULLYING. .............................................................................................................................. 62

A RESPONSABILIDADE DOS PAIS EM RELAÇÃO AOS ATOS DE BULLYING

PRATICADOS POR SEUS FILHOS MERORES DENTRO DO AMBIENTE CYBERNETICO

................................................................................................................................................... 68

A SOLIDARIZAÇÃO DA RESPONSABILIZAÇÃO OBJETIVA ENTRE INSTITUIÇÃO DE

ENSINO E A FAMÍLIA PARA OS CASOS DE BULLYING ESCOLAR ............................... 72

ENSAIO SOBRE BULLYING ASCENDENTE E BULLYING VERTICAL, HIPÓTESES

NAS QUAIS O PROFESSOR É PRATICANTE OU VÍTIMA DE BULLYING. ..................... 78

A JUSTIÇA RESTAURATIVA E SUA UTILIDADE AOS CASOS DE BULLYING ............ 94

OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA RESTAURATIVA PARA O AMBIENTE ESCOLAR. ........ 97

O BULLYING E A LEGISLAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO E NO MUNDO ............... 100

COMO USAR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL NOS CASOS DE BULLYING

................................................................................................................................................. 102

COMO USAR O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO DE 2002 NOS CASOS DE BULLYING . 105

COMO UTISAR O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (Lei nº 8069/90)

NOS CASOS DE BULLYING ................................................................................................ 110

Page 144: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

144

COMO USAR O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Lei nº 8.078/90 NOS CASOS

DE BULLYING ....................................................................................................................... 115

COMO USAR OS ACORDOS E DECLARAÇÕES INTERNACIONAIS NOS CASOS DE

BULLYING ............................................................................................................................. 119

A VISÃO DOS TRIBUNAIS SOBRE BULLYING ................................................................ 122

JUSRISPRUDÊNCIAS DOS TRIBUNAIS DO RIO GRANDE DO SUL .............................. 123

JURISPRUDENCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ ............................................. 127

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ....................................... 128

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO .............................. 131

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL ........................ 134

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA ........................... 138

JURISPRUDÊNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS ................................. 140

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL .................................................................................................. 142

LEI Nº 4878, DE 8 DE OUTUBRO DE 2009. ......................................................................... 147

LEI Nº 3464 DE 14 DE OUTUBRO DE 2009 ......................................................................... 152

LEI Nº 3070, DE 06 DE ABRIL DE 2010. .............................................................................. 155

LEI Nº 10.213, de 29 de junho de 2011.................................................................................... 158

LEI Nº 5115, de 17 de março de 2011 ...................................................................................... 166

LEI Nº 7650, DE 21 DE JULHO DE 2011. ............................................................................. 169

LEI Nº 1187, DE 08 DE JUNHO DE 2010 .............................................................................. 177

LEI Nº 6500 de 24 de maio de 2011......................................................................................... 184

LEI Nº 3.887 DE 6 DE MAIO DE DE 2010. ........................................................................... 187

LEI Nº 5448, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2009. ...................................................................... 191

LEI Nº 5808, DE 14 DE MAIO DE 2010. ............................................................................... 198

LEI Nº 1639 DE 06 DE MAIO DE 2011. ................................................................................ 202

LEI Nº 13.632/2010 ................................................................................................................. 204

LEI Nº 2958, DE 16 DE MARÇO DE 2010 ............................................................................ 210

LEI Nº 7285/2011 .................................................................................................................... 216

LEI Nº 2369, DE 14 DE JANEIRO DE 2011. ......................................................................... 221

LEI Nº 5109, de 01 de julho de 2010. ...................................................................................... 224

LEI Nº 8473, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2010. .................................................................... 231

LEI Nº 4469/2010 .................................................................................................................... 235

LEI Nº 3743/2009 .................................................................................................................... 238

LEI Nº 2830/2010 .................................................................................................................... 245

(Regulamentada pelo Decreto nº 2885/2011) ........................................................................... 245

LEI Nº 4143, de 05 de julho de 2010 ....................................................................................... 252

Page 145: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

145

LEI Nº 5518, DE 20 DE MAIO DE 2.010. .............................................................................. 256

LEI Nº 2815, de 10 de DEZEMBRO de 2009 .......................................................................... 262

LEI Nº 12.238, de 10 de março de 2011 ................................................................................... 265

LEI Nº 3664, de 18 de junho de 2010. ..................................................................................... 272

LEI Nº 8435, de 15 de setembro de 2010. ................................................................................ 276

EI Nº 3641 DE 16 DE MARÇO DE 2011. ............................................................................... 282

DECRETO Nº 3806, de 17 de junho de 2011 .......................................................................... 289

LEI Nº. 6.283 , DE 12 DE SETEMBRO DE 2011. .................................................................. 293

LEI Nº 2105/2010 .................................................................................................................... 297

DECRETO Nº 10.576, de 20 de julho de 2011. ....................................................................... 303

LEI Nº 3079, DE 13 DE MAIO DE 2010. ............................................................................... 307

LEI Nº 4732, de 30 de Novembro de 2010 ............................................................................... 314

LEI Nº 3209, DE 20 DE MAIO DE 2011 ................................................................................ 321

LEI Nº 6577, DE 29 DE OUTUBRO DE 2009. ....................................................................... 329

LEI Nº 10.534, de 02/05/2011 .................................................................................................. 331

LEI Nº 10.866, de 26 de março de 2010 ................................................................................... 333

LEI Nº 1471 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009 ...................................................................... 340

LEI Nº 17.621/2010 ................................................................................................................. 344

LEI Nº 17.638/2010 ................................................................................................................. 347

LEI Nº 17.682/2011 ................................................................................................................. 348

LEI Nº 5089 DE 6 DE outubro 2009 ........................................................................................ 351

LEI Nº 5062, de 21 de outubro de 2010. .................................................................................. 355

LEI Nº 2229 - DE 27 DE JULHO DE 2010. ............................................................................ 358

LEI Nº 2079/2010 .................................................................................................................... 367

LEI Nº 2156, de 25 de maio de 2011........................................................................................ 374

LEI Nº 1898, DE 24 DE SETEMBRO DE 2010 ...................................................................... 381

LEI Nº 9483, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2011. .................................................................... 388

LEI Nº 9515, DE 23 DE MARÇO DE 2011. ........................................................................... 393

LEI Nº 8105, DE 23/04/2010 ................................................................................................... 397

LEI Nº 7215, DE 08 DE JULHO DE 2010. ............................................................................. 404

LEI Nº 14.957, DE 16 DE JULHO DE 2009 ........................................................................... 411

LEI 2288/2010 ......................................................................................................................... 414

LEI Nº 3464, DE 27 DE ABRIL DE 2010. .............................................................................. 421

LEI Nº 4913, 05 DE ABRIL DE 2010 ..................................................................................... 428

ENSAIOS ................................................................................................................................. 433

ÉTICA, MORAL E O DESVIO DE PERSONALIDADE ....................................................... 434

Page 146: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

146

O VERDADEIRO SENTIDO DA EDUCAÇÃO ..................................................................... 439

A VIOLÊNCIA INFANTIL E OS VALORES EDUCACIONAIS FAMILIARES E

ESCOLARES. .......................................................................................................................... 441

ENSAIO SOBRE A DITADURA DA BELEZA LÍQUIDA .................................................... 444

RACISMO E PRECONCEITO, OS SUTIS DISFARCES DA BRUTALIDADE DA

INGORÂNCIA. ....................................................................................................................... 449

DISCURSOS............................................................................................................................ 451

ATIVISMO ANTIBULLYING, UM IDEAL PELO QUAL VIVER, UMA CAUSA PELA

QUAL LUTAR. ....................................................................................................................... 452

O QUE EU APRENDI COM O ATIVISMO ANTI BULLYING ............................................ 454

DISCURSO SOBRE A BELEZA HUMANA .......................................................................... 457

DISCURSO PELA UNIFICAÇÃO DE ESFORÇOS PARA CONTER O BULLYING .......... 459

UM MUNDO SEM BULLYING ............................................................................................. 462

DISCURSO SOBRE AS MUDANÇAS SOCIAIS EM BUSCA DA PAZ .............................. 464

DISCURSO SOBRE A TOLERÂNCIA .................................................................................. 467

ENTREVISTAS ....................................................................................................................... 470

BULLYING: O MAL MENOSPREZADO .............................................................................. 471

A LEI PODE AJUDAR............................................................................................................ 475

DEBATES INCENTIVAM LEIS ANTIBULLYING .............................................................. 478

ESCOLAS DEVERÃO TER AÇÕES PARA COIBIR O BULLYING ................................... 483

A LEI PRECISA SE APRIMORADA ..................................................................................... 487

BULLYING: PARA COMBATER É PRECISO CONHECER E IDENTIFICAR ................. 489

O ABSURDO DO "RODEIO DAS GORDAS" ....................................................................... 496

RESPONSÁVEIS POR "RODEIO DAS GORDAS" LEVAM 5 DIAS DE SUSPENSÃO ..... 500

BULLYING? BAILARINO É IMPEDIDO DE USAR BANHEIRO MASCULINO NO

COLÉGIO ................................................................................................................................ 503

ESCOLAS SÃO RESPONSÁVEIS PELO BULLYING ......................................................... 508

CRIANÇA TAMBÉM FICA ESTRESSADA ......................................................................... 514

O BULLYING NA A SÉTIMA ARTE .................................................................................... 518

BIBLIOGRAFIA GERAL ....................................................................................................... 526

Page 147: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

147

LEI Nº 4878, DE 8 DE OUTUBRO DE 2009.

"DISPÕE SOBRE O PROGRAMA DE COMBATE AO

BULLYING NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE

AMERICANA."

Autor do Projeto de Lei C. M. nº 86/2009 - Poder Legislativo -

Vereadora Divina Bertalia.

Diego De Nadai, Prefeito Municipal de Americana, no uso das

atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara

Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:

Art. 1º Fica autorizado o Poder Executivo a instituir o

"Programa de Combate ao Bullying" no âmbito das instituições públicas de

ensino do Município de Americana.

§ 1º Para os fins desta Lei, entende-se por bullying as condutas

agressivas, intencionais e repetitivas, adotadas por um indivíduo (bully) ou

grupo de indivíduos contra outro(s), sem motivação evidente, provocando

dor, angústia e sofrimento, executadas em uma relação desigual de poder,

causando a vitimização do(s) ofendido(s), podendo ser evidenciado por

atitudes de intimidação, humilhação e discriminação, entre as quais:

I - insultos pessoais;

II - apelidos pejorativos;

Page 148: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

148

III - ataques físicos;

IV - grafitagens depreciativas;

V - expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - isolamento social;

VII - ameaças; e

VIII - pilhérias.

§ 2º O bullying, conforme sejam as ações praticadas,

classifica-se em:

I - verbal: apelidar, xingar, insultar;

II - moral: difamar, disseminar rumores, caluniar;

III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

IV - psicológico: ignorar, excluir, perseguir, amedrontar,

aterrorizar, intimidar, dominar, tiranizar, chantagear e manipular;

V - material: destroçar, estragar, furtar, roubar bens pessoais

ou que estejam na posse do(s) ofendido(s);

VI - físico: empurrar, socar, chutar, beliscar, bater; e

VII - virtual: divulgar imagens, criar comunidades, enviar

mensagens, invadir a privacidade, ou materializar quaisquer das práticas ou

condutas neste e no parágrafo anterior, por meio da rede mundial de

computadores (Internet) ou de qualquer meio de comunicação presencial ou

à distância.

Page 149: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

149

Art. 2º O programa de que trata esta Lei preverá a criação, em

cada unidade da rede pública municipal de ensino, de equipe

multidisciplinar com a participação de docentes, discentes, pais e

voluntários, para a promoção de atividades didáticas, informativas, de

orientação e prevenção ao bullying.

§ 1º São objetivos do "Programa de Combate ao Bullying":

I - prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no

Conselho de Escola, regras normativas contra o bullying;

IV - esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem

o bullying;

V - observar, analisar e identificar eventuais praticantes e

vítimas de bullying nas escolas;

VI - discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e

o que é bullying;

VII - desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização, com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e

áudio-visual;

Page 150: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

150

VIII - valorizar as individualidades, canalizando as diferenças

para a melhoria da auto-estima dos estudantes;

IX - integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os

meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao

bullying;

X - coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e

qualquer outro comportamento de intimidação, constrangimento ou

violência;

XI - realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com

ensinamentos que visem à convivência harmônica na escola;

XII - promover um ambiente escolar seguro e sadio,

incentivando a tolerância e o respeito mútuo;

XIII - propor dinâmicas de integração entre alunos e

professores;

XIV - estimular a amizade, a tolerância, a solidariedade, a

cooperação, o respeito às diferenças individuais, e o companheirismo no

ambiente escolar;

XV - orientar pais e familiares sobre como proceder diante da

prática de bullying; e

XVI - auxiliar vítimas e agressores.

§ 2º Constitui, também, objetivo do "Programa de Combate ao

Bullying" elaborar e aprovar um plano de ações para a implantação das

Page 151: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

151

medidas previstas nesta Lei, integrando-o ao Projeto Didático-Pedagógico

das respectivas escolas da rede municipal de ensino.

Art. 3º Para o cumprimento desta Lei, fica o Poder Executivo

autorizado a regulamentá-la e a celebrar convênios e parcerias com

instituições e órgãos públicos e/ou da iniciativa privada.

Art. 4º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de Americana, aos 8 de outubro de 2009.

Diego De Nadai

Prefeito Municipal

Publicada na mesma data na Secretaria de Administração.

Fabrizio Bordon

Secretário Municipal de Administração

Page 152: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

152

LEI Nº 3464 DE 14 DE OUTUBRO DE 2009

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO "BULLYING"

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO

MUNICÍPIO DE AMPARO, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

(Autor: José Tadeu de Campos Nóbrega - Vereador)

O Presidente da Câmara Municipal de Amparo faz saber que a

Câmara Municipal aprovou e ele, nos termos do artigo 45, § 6º da Lei

Orgânica Municipal, promulga a seguinte Lei:

Art. 1º As escolas públicas da educação básica, do Município

de Amparo, deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de

conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar.

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Page 153: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

153

Parágrafo Único - São exemplos de bullying acarretar a

exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar;

amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir regras contra o bullying no regimento interno da

escola;

IV - orientar as vítimas de bullying visando à recuperação de

sua auto-estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento

escolar;

V - orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores

desencadeantes de seu comportamento, sobre as consequências de seus

atos, visando torná-los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo

respeito, igualdade, liberdade, justiça e solidariedade;

VI - envolver a família no processo de percepção,

acompanhamento e crescimento da solução conjunta.

Page 154: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

154

Art. 4º A Secretaria Municipal de Educação estabelecerá as

ações a serem desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de

cartilhas de orientação aos pais, alunos e professores, entre outras

iniciativas.

Art. 5º As escolas deverão manter o histórico das ocorrências

de bullying em suas dependências devidamente atualizado.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

MÁRIO ACÁCIO ANCONA

Presidente

Publicado na Secretaria da Câmara Municipal em 14 de

Outubro de 2009.

SILVANA PAIVA BARADEL LARI

Assessora Legislativa

Page 155: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

155

LEI Nº 3070, DE 06 DE ABRIL DE 2010.

"DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTI-BULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE

EDUCAÇÃO INFANTIL, PÚBLICAS OU PRIVADAS, COM OU SEM

FINS LUCRATIVOS".

Prefeito Municipal de Balneário Camboriú, Estado de Santa

Catarina, Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a

seguinte Lei.

Art. 1º - As escolas públicas da Educação Infantil e Ensino Fundamental do

Município de Balneário Camboriú poderão incluir em seu projeto

pedagógico medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying

escolar.

Parágrafo Único - A Educação é composta pela Educação

Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Art. 2º - Entende-se por bullying a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

Page 156: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

156

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - É exemplo de bullying acarretar a exclusão

social: subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar;

amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º - Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir regras contra o bullying no regimento interno da

escola;

IV - orientar as vítimas de bullying visando à recuperação de

sua auto-estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento

escolar;

V - orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores

desencadeantes de seu comportamento, sobre as consequências de seus

atos, visando torna-los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo

respeito, igualdade, liberdade, justiça e solidariedade;

Page 157: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

157

IV - envolver a família no processo de percepção,

acompanhamento e crescimento da solução conjunta.

Art. 4º - O Poder Executivo poderá regulamentar a presente

Lei e estabelecerá as ações a serem desenvolvidas, como seminários,

palestras, debates, distribuição de cartilhas de orientação aos pais, alunos e

professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º - As escolas deverão manter o histórico das ocorrências

de bullying em suas dependências, devidamente atualizado, e enviar

relatório, via sistema de monitoramento de ocorrências, a Secretária

Municipal de Educação.

Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Balneário Camboriú (SC), 06 de abril de 2010.

EDSON RENATO DIAS

Prefeito Municipal

Page 158: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

158

LEI Nº 10.213, de 29 de junho de 2011

CRIA O PROGRAMA BH TROTE SOLIDÁRIO E CIDADÃO E DE

PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING E PROÍBE A PRÁTICA

DE TROTE VIOLENTO

O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e

eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica criado o Programa BH Trote Solidário e Cidadão

e de Prevenção e Combate ao Bullying, de ação multidisciplinar e

participação comunitária, nas escolas da rede municipal de educação.

Parágrafo Único - Entende-se por bullying as atitudes de violência física ou

psicológica intencionais e repetitivas, presenciais ou virtuais, manifestadas

por um indivíduo, ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas,

com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia à vítima,

em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, o bullying classifica-se em:

Page 159: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

159

I - agressão física;

II - exclusão social;

III - agressão psicológica;

IV - agressão sexual.

Art. 3º - O bullying evidencia-se nos seguintes atos de intimidação,

humilhação e discriminação, entre outros:

I - insultos pessoais;

II - comentários pejorativos;

III - ataques físicos;

IV - grafitagens depreciativas;

V - expressões ameaçadoras, preconceituosas, homofóbicas e intolerantes;

Page 160: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

160

VI - isolamento social;

VII - ameaças;

VIII - submissão, pela força, a condição humilhante;

IX - destruição proposital de bens alheios;

X - utilização de recursos tecnológicos que provoque sofrimento

psicológico a outrem, dando origem ao cyberbullying.

Art. 4º - São objetivos do Programa de que trata esta Lei:

I - organizar atividades, eventos ou gestos de solidariedade para com

pessoas físicas e entidades assistenciais ou filantrópicas;

II - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores, privilegiando

mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos restaurativos", a

fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança de

comportamento;

Page 161: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

161

III - prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

IV - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das

ações de discussão, prevenção, orientação, conciliação e solução dos casos

de bullying;

V - incluir, no projeto político-pedagógico da escola, após ampla discussão,

medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying;

VI - observar, analisar e identificar eventuais praticantes e vítimas de

bullying nas escolas;

VII - desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização, inclusive esclarecendo sobre os aspectos éticos e legais

que envolvem o bullying;

VIII - valorizar as individualidades, canalizando as diferenças para a

melhora da autoestima dos estudantes;

IX - integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os meios de

comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying;

Page 162: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

162

X - realizar palestras, debates e reflexões a respeito do bullying, com

ensinamentos que visem à convivência harmônica na escola;

XI - promover um ambiente escolar seguro e sadio, incentivando a

tolerância e o respeito mútuo;

XII - propor dinâmicas de integração entre alunos e professores;

XIII - estimular a amizade, a solidariedade, a cooperação e o

companheirismo no ambiente escolar;

XIV - orientar pais e familiares sobre como proceder diante da prática de

bullying;

XV - auxiliar vítimas, agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, sobre os valores, as condições e as experiências

prévias correlacionadas à prática do bullying, de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir um convívio respeitoso

e solidário com seus pares;

Page 163: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

163

XVI - envolver as famílias no processo de percepção, acompanhamento e

formulação de soluções concretas;

XVII - disponibilizar informações na rede mundial de computadores para

prevenir e combater o bullying, buscando orientar e conscientizar sobre os

malefícios da agressão do cyberbullying.

Art. 5º - Fica autorizada a celebração de convênios e parcerias para a

garantia do cumprimento dos objetivos do Programa de que se trata esta

Lei.

Art. 6º - Fica autorizada a criação de grupo de estudos, a ser formado por

professores e pesquisadores, para produção de conhecimento e reflexão

sobre o fenômeno do bullying na escola, com o apoio e a coordenação dos

órgãos de direção da educação do Município.

Art. 7º - A Secretaria Municipal de Educação deverá disponibilizar serviço

de atendimento telefônico para receber denúncias de bullying.

Art. 8º - Para a implementação do Programa de que trata esta Lei, cada

escola criará uma equipe multidisciplinar, com a participação da

Page 164: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

164

comunidade escolar, podendo contar com apoio da Guarda Municipal de

Belo Horizonte, para promover atividades didáticas, informativas, de

orientação e prevenção, observando- se os princípios da justiça restaurativa.

Parágrafo Único - As instituições a que se refere esta Lei deverão fazer o

preenchimento da ficha de notificação, suspeita ou confirmação de prática

de bullying e adotar os procedimentos necessários especificados pela

Secretaria Municipal de Educação.

Art. 9º - É vedada a aplicação de trote em calouros de escolas da rede

municipal de educação, quando promovido sob coação, agressão física ou

moral ou qualquer outra forma de constrangimento que possa acarretar

risco à saúde ou à integridade física dos alunos.

Parágrafo Único - Deverão ser estimuladas e incentivadas ações de

solidariedade e cooperação entre os alunos, calouros e veteranos, e a

comunidade, objetivando a criação da cultura do trote solidário.

Art. 10 - O Regimento Escolar definirá as ações preventivas, as medidas

disciplinares e as responsabilidades da direção da escola em relação à

ocorrência do bullying.

Page 165: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

165

Art. 11 - As despesas decorrentes desta Lei serão executadas no exercício

seguinte ao de sua inclusão na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 12 - O Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias

a contar da data da sua publicação.

Art. 13 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 29 de junho de 2011.

MARCIO ARAUJO DE LACERDA

Prefeito de Belo Horizonte

(Originária do Projeto de Lei nº 596/09, de autoria do Vereador Adriano

Ventura)

Page 166: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

166

LEI Nº 5115, de 17 de março de 2011

DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO "PROGRAMA BETIM TROTE

SOLIDÁRIO E CIDADÃO" E PROÍBE PRÁTICAS DE TROTES

VIOLENTOS E BULLYING PRESENCIAL OU VIRTUAL NAS

ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE BETIM

O Povo do Município de Betim, por seus Representantes aprovou e eu,

Prefeita Municipal, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica instituído no Município de Betim o "Programa Betim Trote

Solidário e Cidadão", que consiste em:

I - Organização de atividades, eventos ou gestos de solidariedade para com

pessoas físicas e entidades assistenciais ou filantrópicas;

II - Manifestação de apreço, carinho e gentileza urbana para com o

Município.

Art. 2º - É vedada a realização de trote aos calouros de escolas do ensino

fundamental, do ensino médio e das instituições de educação superior,

Page 167: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

167

quando promovido sob coação, agressão física, moral ou qualquer outra

forma de constrangimento que possa acarretar risco à saúde ou à

integridade física dos alunos.

Art. 3º - Compete à direção das instituições de ensino públicas e privadas

sediadas no Município:

I - Adotar iniciativas preventivas para impedir a prática de trote aos novos

alunos, segundo o disposto no caput do artigo 2º e respondendo a mesma

por sua omissão ou condescendência;

II - Aplicar penalidades administrativas aos estudantes que infringirem a

presente Lei, podendo no limite afastá-los das escolas, sem prejuízo das

sanções penais e cíveis cabíveis.

Art. 4º - Fica proibida a prática de bullying, que deve ser inibido pela

direção e pelo Colegiado das escolas sediadas no Município.

Parágrafo Único - Para efeitos desta Lei entende-se por bullying qualquer

forma de violência física ou psicológica, presencial ou virtual, entre os

estudantes.

Page 168: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

168

Art. 5º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei a partir da data de sua

publicação.

Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º - Revogam-se as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de Betim, 17 de março de 2011.

MARIA DO CARMO LARA PERPÉTUO

Prefeita Municipal

Page 169: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

169

LEI Nº 7650, DE 21 DE JULHO DE 2011.

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICAS

PEDAGÓGICAS "ANTIBULLYING" NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE

BLUMENAU.

JOÃO PAULO KLEINÜBING, Prefeito Municipal de Blumenau, no uso

da atribuição que lhe confere o art. 59, V, da Lei Orgânica do Município de

Blumenau, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e

promulga a seguinte Lei:

Art. 1º O desenvolvimento de políticas pedagógicas "antibullying" no

âmbito do município de Blumenau será realizado conforme os termos desta

Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei considera-se "bullying" qualquer prática de

violência física, social ou psicológica, intencional e repetitiva, entre pares,

que ocorra sem motivação evidente, praticada por um indivíduo ou grupo

de indivíduos, contra uma ou mais pessoas com o objetivo de intimidar,

Page 170: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

170

agredir fisicamente, isolar, humilhar, causando dor e angústia à vítima, em

uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar, agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto às diferenças

econômico-sociais, físicas, sexuais, culturais, políticas, morais e religiosas;

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela intriga e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas;

Page 171: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

171

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de computador,

celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs" ou "sites",

cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico.

§ 2º O descrito no inciso VIII do § 1º deste artigo é conhecido como

"cyberbullying".

Art. 3º No âmbito das escolas públicas municipais, as políticas

pedagógicas "antibullying" terão como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições e melhorar o

desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito aos demais;

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying" nos meios de

comunicações e nas instituições de que trata esta lei, entre os responsáveis

legais pelas crianças e adolescentes nelas matriculadas;

IV - identificar concretamente, em cada instituição, a incidência e a

natureza das práticas de "bullying";

Page 172: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

172

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às práticas de

"bullying" nas instituições de ensino;

VI - capacitar todos os trabalhadores diretos e indiretos da instituição de

ensino e os pais e/ou responsáveis para o diagnóstico do "bullying" e para o

desenvolvimento de abordagens específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares, oferecendo-lhes

apoio técnico e psicológico, de modo a garantir a recuperação da auto-

estima das vítimas e a minimização dos eventuais prejuízos em seu

desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de levantamentos

específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as experiências

prévias - dentro e fora das instituições - correlacionadas à prática do

"bullying", de modo a conscientizá-los a respeito das conseqüências de

seus atos e a garantir o compromisso dos agressores com um convívio

respeitoso e solidário com seus colegas;

IX - privilegiar mecanismos alternativos pedagógicos como, por exemplo,

Page 173: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

173

os "círculos restaurativos", a fim de promover sua efetivação e mudança de

comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção, acompanhamento e

formulação de soluções concretas;

XI - incluir no regimento a política pedagógica "antibullying" adequada ao

âmbito de cada instituição de ensino.

Parágrafo Único - Para efeitos desta Lei, entende-se por círculo restaurativo

o processo através do qual todas as partes envolvidas reúnem-se para

decidir coletivamente como lidar com as circunstâncias decorrentes de

conflitos e suas implicações para o futuro.

Art. 4º Os compromissos na execução desta Lei estão repartidos na forma

dos parágrafos deste artigo.

§ 1º Compete à instituição de ensino:

I - instaurar o círculo restaurativo;

Page 174: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

174

II - encaminhar para programa sócio-familiar quando necessário, à luz do

Estatuto da Criança e do Adolescente;

III - encaminhar relatório da ocorrência ao Conselho Tutelar solicitando

aplicação de medidas protetivas de orientação/apoio sócio-familiar, em

razão do não comparecimento das partes envolvidas no círculo restaurativo

estudantes, pais e/ou responsáveis.

§ 2º A família deve comparecer ao círculo restaurativo na instituição de

ensino.

§ 3º Ao estudante serão aplicadas as medidas propostas no Projeto Político

Pedagógico e no Regime Interno de cada escola, tendo por base a

pedagogia de proteção prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente.

§ 4º Equipe Multidisciplinar de Apoio, constituída por quatro servidores

públicos (Assistente Social, Psicólogo, Pedadogo e Psico-Pedagogo), com a

função de fornecer suporte às escolas, nos casos mais complexos e de

difícil solução.

Art. 5º As instituições de ensino de que trata esta lei manterão históricos

Page 175: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

175

próprios das ocorrências de "bullying" em suas dependências, devidamente

atualizados.

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser descritas em

relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em cada caso e os

resultados alcançados, que deverão ser enviados periodicamente à

Secretaria Municipal de Educação.

Art. 6º Para fins de incentivo à política pedagógica "antibullying", o

Município poderá contar com o apoio da sociedade civil, especialistas no

tema, Ministério Público, Juizado da Infância, Políticas Públicas e outras

entidades, realizando:

I - oficinas temáticas especializadas;

II - seminários, usando evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros

municípios e/ou países;

III - orientação, através de cartilhas, aos pais e/ou responsáveis, alunos e

professores;

Page 176: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

176

IV - uso de evidências científicas disponíveis na literatura especializada e

nas experiências exitosas em outros municípios e/ou países.

Art. 7º As despesas com a execução desta lei correrão por conta de

dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BLUMENAU, em 21 de julho de 2011.

JOÃO PAULO KLEINÜBING

Prefeito Municipal

Page 177: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

177

LEI Nº 1187, DE 08 DE JUNHO DE 2010

"AUTORIZA A INSTITUIR O PROGRAMA DE COMBATE AO

BULLYING, DE AÇÃO INTERDISCIPLINAR E DE PARTICIPAÇÃO

COMUNITÁRIA NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE

ENSINO".

MANOEL MARCILIO DOS SANTOS, Prefeito Municipal de Bombinhas,

Estado de Santa Catarina, no uso das atribuições conferidas nos termos do

inciso III do art. 64 da Lei Orgânica do Município, faço saber a todos que a

Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei, de autoria do

Vereador Marcos Chagas Perrone;

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a instituir o Programa de

Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação

comunitária, na Rede Municipal de Ensino de Bombinhas.

Parágrafo Único - Entende-se por bullying atitudes agressivas, intencionais

e repetitivas, adotadas por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos

contra outro(s), sem motivação evidente, causando dor, angústia e

Page 178: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

178

sofrimento e, executadas em uma relação desigual de poder, o que

possibilita a vitimização.

Art. 2º O bullying pode ser evidenciado através de atitudes de intimidação,

humilhação e discriminação, entre as quais:

I - insultos pessoais;

II - apelidos pejorativos;

III - ataques físicos;

IV - grafitagens depreciativas;

V - expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - isolamento social;

VII - ameaças; e

VIII - pilherias.

Page 179: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

179

Art. 3º O bullying pode ser classificado de acordo com as ações praticadas:

I - verbal: apelidar, xingar, insultar;

II - moral: difamar, disseminar rumores, caluniar;

III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

IV - psicológico: ignorar, excluir, perseguir, amedrontar, aterrorizar,

intimidar, dominar, tiranizar,chantagear e manipular;

V - material: destroçar, estragar, furtar, roubar os pertences;

VI - físico: empurrar, socar, chutar, beliscar, bater; e

VII - virtual: divulgar imagens, criar comunidades, enviar mensagens,

invadir a privacidade.

Art. 4º Para a implementação deste Programa, a unidade escolar criará uma

equipe multidisciplinar, com a participação de docentes, alunos, pais e

Page 180: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

180

voluntários, para a promoção de atividades didáticas, informativas, de

orientação e prevenção.

Art. 5º São objetivos do Programa:

I - prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações

de discussão,prevenção, orientação e solução do problema;

III - incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no Conselho de

Escola, regras normativas contra o bullying;

IV - esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem o bullying;

V - observar, analisar e identificar eventuais praticantes e vítimas de

bullying nas escolas;

VI - discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e o que é

bullying;

Page 181: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

181

VII - desenvolver campanhas educativas, informativas e de conscientização

com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e áudio-visual;

VIII - valorizar as individualidades, canalizando as diferenças para a

melhoria da auto-estimados estudantes;

IX - integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os meios de

comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying;

X - coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e qualquer outro

comportamento de intimidação, constrangimento ou violência;

XI - realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com ensinamentos

que visem a convivência harmônica na escola;

XII - promover um ambiente escolar seguro e sadio, incentivando a

tolerância e o respeito mútuo;

XIII - propor dinâmicas de integração entre alunos e professores;

XIV - estimular a amizade, a tolerância, o respeito às diferenças

Page 182: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

182

individuais, a solidariedade, a cooperação e o companheirismo no ambiente

escolar;

XV - orientar pais e familiares sobre como proceder diante da prática de

bullying; e

XVI - auxiliar vítimas e agressores.

Art. 6º Compete à unidade escolar aprovar um plano de ações para a

implantação das medidas previstas no Programa e integrá-lo ao Projeto

Político Pedagógico.

Art. 7º Fica autorizada a realização de convênios e parcerias para a

garantia do cumprimento dos objetivos do Programa.

Art. 8º A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos serviços de

assistência médica, social, psicológica e jurídica, que poderão ser

oferecidos por meio de parcerias e convênios.

Art. 9º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias

a contar da data de sua publicação.

Page 183: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

183

Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Bombinhas (SC), 08 de junho de 2010.

MANOEL MARCILIO DOS SANTOS

Prefeito Municipal

Page 184: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

184

LEI Nº 6500 de 24 de maio de 2011

INSTITUI NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM, O DIA

MUNICIPAL DE PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR, A SER CELEBRADO ANUALMENTE NO DIA 07 DE

ABRIL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

A Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo

APROVA e o Prefeito Municipal SANCIONA a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído no Município de Cachoeiro de Itapemirim, o Dia

Municipal de Prevenção e Combate ao Bullying Escolar.

Parágrafo Único - Entende-se como bullying escolar todo ato de violência

física ou psicológica, intencional e recorrente, praticado por indivíduo ou

grupo contra uma ou mais pessoas no ambiente escolar, com o intuito de

intimidá-la, agredi-la ou discriminá-la, caracterizando um processo de

vitimização em uma relação assimétrica de poder entre as partes.

Art. 2º O Dia Municipal de Prevenção e Combate ao Bullying Escolar será

Page 185: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

185

celebrado anualmente no dia 07 (sete) de abril, com intuito de se prestar

homenagens às crianças vitimadas no trágico incidente numa escola de

Realengo, no Rio de Janeiro.

Parágrafo Único - A data ora instituída visa promover, no âmbito escolar e

na sociedade em geral, o debate sobre o problema do bullying nas escolas,

contribuindo para um processo de informação, reflexão e desenvolvimento

de ações envolvendo a comunidade, os pais, professores e outros

profissionais que atuam nas áreas da educação e da proteção à criança e ao

adolescente, visando o diagnóstico e a prevenção desse problema no meio

escolar.

Art. 3º Cabe ao Poder Público Municipal, através de seus órgãos, e se

conveniente e oportuno, em conjunto com instituições públicas ou privadas

atuantes nas áreas da educação, psicologia e saúde escolar em Cachoeiro de

Itapemirim, definir o tipo de atividades e a programação para celebrar a

data ora instituída.

Art. 4º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Cachoeiro de Itapemirim, 24 de maio de 2011.

Page 186: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

186

CARLOS ROBERTO CASTEGLIONE DIAS

Prefeito Municipal

Page 187: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

187

LEI Nº 3.887 DE 6 DE MAIO DE DE 2010.

Dispõe sobre o Programa de inclusão de medidas de

conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar no projeto

pedagógico elaborado pelas Instituições de Ensino e dá outras

providência.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE

MATO GROSSO DO SUL

Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado de Mato

Grosso do Sul decreta e eu promulgo, nos termos do § 7º do artigo 70 da

Constituição Estadual a seguinte Lei:

Art. 1º As escolas públicas e privadas do Estado de Mato

Grosso do Sul, deverão incluir em seu projeto pedagógico, Programa

contendo medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying

escolar.

Art. 2º Para os fins o disposto nesta Lei, entende-se por

bullying a prática de atos de violência física ou psicológica, de modo

intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou grupos de indivíduos,

contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar, agredir, causar

dor, angústia ou humilhação à vítima.

Page 188: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

188

Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput deste artigo,

considera-se ainda bullying contra os alunos ou professores: acarretar a

exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar;

amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos pelo Programa

a que se refere o Art. 1º desta Lei:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir regras contra o bullying no Regimento Interno da

escola;

IV - orientar as vítimas de bullying visando à recuperação de

sua auto-estima paraque não sofram prejuízos em seu desenvolvimento

escolar;

V - orientar e advertir os agressores sobre as conseqüências e

punições pela prática de bullying, que pode ser enquadrada nos crimes de

ameaça, lesão corporal, injúria, dentre outros e que são passíveis de penas,

que vão desde a advertência, até a aplicação de medidas sócio educativas ,

liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade, á semi liberdade e

até mesmo a prisão.

Page 189: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

189

VI - envolver a família no processo de percepção,

acompanhamento e processo de solução do problema.

VII - encaminhar as vítimas e agressores aos serviços de

assistência médica,social, psicológica e jurídica, quando necessário.

Art. 4º Cada escola terá autonomia para aprovar um plano de

ações para a implantação do Programa instituído por esta Lei.

Art. 5º As escolas deverão manter o histórico das ocorrências e

das medidas implantadas, visando a conscientização, prevenção e combate

ao bullying em suas dependências, devidamente atualizado.

Parágrafo único. Para fins de acompanhamento do disposto no

caput deste artigo e adoção das medidas e/ou penalidades cabíveis, deverão

ser enviados relatórios bimestrais , via sistema de monitoramento de

ocorrências, à Secretaria de Estado de Educação e á Promotoria da Infância

e da Adolescência.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Campo Grande, 6 de maio de 2010.

Deputado JERSON DOMINGOS

Page 190: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

190

Presidente

Page 191: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

191

LEI Nº 5448, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2009.

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE

EDUCAÇÃO INFANTIL, PÚBLICAS OU PRIVADAS, COM OU SEM

FINS LUCRATIVOS.

O Prefeito Municipal de Canoas. Faço saber que a Câmara Municipal

aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte, LEI:

Art. 1º As instituições de ensino e de educação infantil, públicas ou

privadas, com ou sem fins lucrativos, desenvolverão política "antibullying",

nos termos desta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying" qualquer prática

de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, entre pares, que

ocorra sem motivação evidente, praticada por um indivíduo ou grupo de

indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar,

agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos, causando dor e angústia à

Page 192: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

192

vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes

envolvidas.

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar, agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto às diferenças

econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais, religiosas, entre

outras;

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas; e

Page 193: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

193

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de computador,

celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs" ou "sites",

cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é conhecido como

"cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei, a política

"antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições de que trata

esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito aos demais;

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying" nos meio de

comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os responsáveis

legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata esta Lei, a

incidência e a natureza das práticas de "bullying";

Page 194: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

194

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às práticas de

"bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o diagnóstico do

"bullying" e para o desenvolvimento de abordagens específicas de caráter

preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares, oferecendo-lhes os

necessários apoios técnico e psicológico, de modo a garantir a recuperação

da auto-estima das vítimas e a minimização dos eventuais prejuízos em seu

desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de levantamentos

específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as experiências

prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores, privilegiando

mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos restaurativos", a

Page 195: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

195

fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança de

comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção, acompanhamento e

formulação de soluções concretas; e

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao âmbito de

cada instituição.

Art. 4º As instituições a que se refere esta Lei manterão histórico próprio

das ocorrências de "bullying" em suas dependências, devidamente

atualizado.

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser descritas em

relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em cada caso e os

resultados alcançados, que deverão ser enviados periodicamente à

Secretaria Municipal de Educação.

Art. 5º Para fins de incentivo à política "antibullying", o Município poderá

contar com o apoio da sociedade civil e especialistas no tema ou entidades,

realizando o seguinte:

Page 196: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

196

I - seminários, palestras, debates;

II - a orientação aos pais, alunos e professores com cartilhas;

III - usar evidências científicas disponíveis na literatura especializada e nas

experiências exitosas desenvolvidas em outros países.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta

de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 7º Na regulamentação desta Lei, serão estabelecidas as ações a serem

desenvolvidas e os prazos a serem observados para a execução da política

"antibullying".

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS, quatro de dezembro de dois

mil e nove (4.12.2009).

JAIRO JORGE DA SILVA

Prefeito Municipal

Page 197: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

197

LUCIA ELISABETH COLOMBO SILVEIRA

Vice-Prefeita e Secretária Municipal da Saúde

RAMAIS DE CASTRO SILVEIRA

Procurador Geral do Município

MARIO LUIS CARDOSO

Secretário Municipal das Relações Institucionais

ROBSON ATHAYDES MEDEIROS

Secretário Municipal de Planejamento e Gestão

PAULO ROBERTO RITTER

Secretário Municipal de Educação

Page 198: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

198

LEI Nº 5808, DE 14 DE MAIO DE 2010.

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO `BULLYING`

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE

CHAPECÓ.

O Prefeito Municipal de Chapecó, Estado de Santa Catarina, no uso de suas

atribuições legais, faz saber que a Câmara de Vereadores aprovou e fica

sancionada a seguinte Lei:

Art. 1º As escolas públicas da educação básica, do Município de Chapecó,

deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de conscientização,

prevenção e combate ao bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela Educação Infantil,

Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência física ou

Page 199: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

199

psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou

grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de

intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying acarretar a exclusão social;

subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar; amedrontar;

destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios

tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações

de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - incluir regras contra o bullying no regimento interno da escola;

IV - orientar as vítimas de bullying visando à recuperação de sua auto-

estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

V - orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores desencadeantes

Page 200: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

200

de seu comportamento, sobre as conseqüências de seus atos, visando torná-

los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo respeito, igualdade,

liberdade, justiça e solidariedade;

VI - envolver a família no processo de percepção, acompanhamento e

crescimento da solução conjunta.

Art. 4º Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º As escolas deverão manter o histórico das ocorrências de bullying

em suas dependências, devidamente atualizado, e enviar relatório, via

sistema de monitoramento de ocorrências, à Secretaria Municipal de

Educação.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta

das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Page 201: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

201

Gabinete do Prefeito Municipal de Chapecó, Estado de Santa Catarina, em

14 de maio de 2010.

JOSÉ CLAUDIO CARAMORI

Prefeito Municipal

Page 202: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

202

LEI Nº 1639 DE 06 DE MAIO DE 2011.

INSTITUI E INCLUI NO CALENDÁRIO OFICIAL DE EVENTOS E DE

PROGRAMAÇÕES DO MUNICÍPIO, O DIA DE CONSCIENTIZAÇÃO,

PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING NAS ESCOLAS.

Autor: Gilberto Marcelino - GIBA - PT e Rogério Cardoso Franco - PMDB

ANTONIO CARLOS DE CAMARGO, Prefeito do Município de Cotia, no

uso de suas atribuições legais, FAÇO SABER que a Câmara Municipal

decreta e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído e incluído no calendário oficial de eventos e de

programações do Município, o dia de conscientização, prevenção e

combate ao bullying nas escolas, que ocorrerá no dia 07 de abril de cada

ano.

Parágrafo Único - Entende-se como bullying, o assédio escolar, é um termo

utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais

e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo com o objetivo de

intimidar ou agredir outro indivíduo ou grupo incapaz de se defender.

Page 203: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

203

Art. 2º A Prefeitura através das suas Secretarias, e os demais

órgãos públicos, poderão desenvolver neste dia, ações como: palestras,

debates, distribuição de cartilhas de orientação a sociedade, entre outras

iniciativas.

Art. 3º O Poder Executivo poderá manter banco de dados com o histórico

das ocorrências de bullying, devidamente atualizado, para

acompanhamento das vítimas.

Art. 4º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Prefeitura do Município de Cotia, em 06 de maio de 2011.

ANTONIO CARLOS DE CAMARGO - CARLÃO

Prefeito Municipal

Publicada e Registrada no Gabinete do Prefeito do Município de Cotia, aos

06 dias do mês de maio de 2.011

FÁBIO CÉSAR CARDOSO DE MELLO

Secretário Geral do Gabinete

Page 204: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

204

LEI Nº 13.632/2010

"DISPÕE SOBRE A POLÍTICA "ANTIBULLYING" NAS

INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE CURITIBA".

A CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA, CAPITAL DO

ESTADO DO PARANÁ, APROVOU E EU, PRESIDENTE, nos termos

dos parágrafos 3º e 7º do artigo 57, da Lei Orgânica do Município de

Curitiba, PROMULGO A SEGUINTE LEI:

Art. 1º As instituições de ensino públicas ou privadas, com ou

sem fins lucrativos, no município de Curitiba, ficam condicionadas à

política "antibullying", nos termos desta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

causando dano emocional e/ou físico à vítima, em uma relação de

desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

Page 205: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

205

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões verbais e/ou físicas como bater, socar,

chutar, agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante e/ou

constrangedora na presença de outros;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos constrangedores e/ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

Page 206: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

206

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela intriga e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas; e

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em exposição física e/ou psicológica a

outrem.

§ 2º O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei,

a política "antibullying" tem como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

Page 207: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

207

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meio de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

Page 208: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

208

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas; e

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada instituição.

Art. 4º As ocorrências de "bullying" devem ser registradas

pela escola, em livro ata próprio para esse fim, com data, hora, tipo de

agressividade, indicação do nome do agressor e agredido e as providências

tomadas.

Page 209: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

209

Art. 5º Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Município pode contar com o apoio da sociedade civil e especialistas,

realizando:

I - seminários, palestras, debates;

II - orientação aos pais, alunos e professores utilizando-se de

cartilhas e material informativo em geral;

III - usar evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros locais,

nacional ou internacionalmente.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei

correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação

PALÁCIO RIO BRANCO, em 18 de novembro de 2010

Vereador JOSÉ MARIA ALVES PEREIRA (ZÉ MARIA)

Presidente em Exercício

Page 210: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

210

LEI Nº 2958, DE 16 DE MARÇO DE 2010

INSTITUI O PROGRAMA DE COMBATE AO BULLYING,

DE AÇÃO INTERDISCIPLINAR E DE PARTICIPAÇÃO

COMUNITÁRIA, NAS ESCOLAS MUNICIPAIS.

(PROJETO DE LEI Nº 094/2009)

Autores: Ver. Manoel Eduardo Marinho e Outros

Data de publicação: 28 de março de 2010

MÁRIO WILSON PEDREIRA REALI, Prefeito do Município

de Diadema, Estado de são Paulo, no uso e gozo de suas atribuições legais;

Faz saber que a Câmara Municipal aprova e ele sanciona e promulga a

seguinte LEI:

Art. 1º - Fica instituído o Programa de Combate ao Bullying,

de ação interdisciplinar e de participação comunitária, nas escolas

municipais.

Art. 2º - O Programa pretende combater a violência física e/ou

psicológica, as quais podem ser evidenciadas em atos de intimidação,

humilhação e discriminação, dentre os quais:

Page 211: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

211

I - Insultos pessoais;

II - Comentários pejorativos;

III - Ataques físicos;

IV - Grafites depreciativos;

V - Expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - Isolamento social;

VII - Ameaças;

VIII - Pilhérias.

Art. 3º - Para os fins do disposto na presente Lei, caracteriza-

se o bullying quando praticada alguma das seguintes ações:

I - Ações sexuais: consistem em assediar, induzir e/ou abusar;

Page 212: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

212

II - Ações de exclusão social: consistem em ignorar, isolar e

excluir;

III - Ações psicológicas: consistem em perseguir, amedrontar,

aterrorizar, intimidar, dominar, infernizar, tiranizar, chantagear e

manipular.

Art. 4º - Para a implementação do Programa de Combate ao

Bullying, a unidade escolar, os centros culturais e as escolinhas de esportes,

em parceria com as Secretarias de Saúde e da Assistência Social e

Cidadania desenvolverão atividades didáticas, informativas, de orientação e

de prevenção tendo a participação dos conselhos de escola e da saúde.

Art. 5º - São objetivos do Programa:

I - Prevenir e combater a prática de bullying nas escolas

municipais;

II - Capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - Incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no

Conselho da Escola, regras normativas contra o bullying;

Page 213: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

213

IV - Esclarecer os aspectos éticos e legais que envolvem o

bullying;

V - Observar, analisar e identificar eventuais praticantes e

vítimas de bullying nas escolas;

VI - Discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e

o que é bullying.

VII - Desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização, a partir da utilização de cartazes e de recursos de áudio e

audiovisual;

VIII - Valorizar as individualidades, canalizando as diferenças

para a melhoria da autoestima dos estudantes;

IX - Integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os

meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao

bullying;

Page 214: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

214

X - Coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e

qualquer outro comportamento de intimidação, constrangimento ou

violência;

XI - Realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com

ensinamentos que visem à convivência harmônica na escola;

XII - Promover um ambiente escolar seguro e sadio,

incentivando a tolerância e o respeito mútuo;

XIII - Promover dinâmicas de integração entre alunos e

professores;

XIV - Estimular a amizade, a solidariedade, a cooperação e o

companheirismo no ambiente escolar;

XV - Orientar pais e familiares sobre como proceder diante da

prática do bullying;

XVI - Auxiliar vítimas e agressores.

Art. 6º - Compete às unidades escolares, os centros culturais, e

as escolinhas de esportes aprovarem um plano de ações para a

implementação das medidas previstas no Programa.

Page 215: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

215

Art. 7º - Para consecução do disposto na presente Lei, a

Prefeitura do Município de Diadema poderá celebrar convênios e parcerias,

visando o encaminhamento de vítimas e agressores a serviços de

assistência médica, social, psicológica e jurídica.

Art. 8º - O Poder Executivo regulamentará a presente Lei, no

prazo máximo de 90 (noventa) dias, contados da data de sua publicação.

Art. 9º - As despesas com a execução desta Lei correrão por

conta de dotações orçamentárias próprias, consignadas no orçamento

vigente, suplementadas, se necessário

Art. 10 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Diadema, 16 de março de 2010

(aa.) MÁRIO WILSON PEDREIRA REALI

Prefeito Municipal.

Page 216: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

216

LEI Nº 7285/2011

INSTITUI A ORIENTAÇÃO E O COMBATE AO

"BULLYING" ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS

O povo de Divinópolis, por seus representantes legais, aprova

e eu, na qualidade de Prefeito Municipal, em seu nome, sanciono a seguinte

Lei:

Art. 1º Fica instituído o Combate ao "bullying" no Município

de Divinópolis.

Parágrafo Único - No contexto da presente Lei, "bullying" é

considerado todo ato de violência física ou psicológica, intencional e

repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou

grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou

agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de

desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

Art. 2º Caracteriza-se o "bullying" quando há violência física

ou psicológica em atos de intimidação, humilhação e/ou discriminação, e

ainda:

Page 217: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

217

a) ataques físicos;

b) insultos pessoais;

c) comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;

d) ameaças por quaisquer meios;

e) grafitagem depreciativas;

f) expressões preconceituosas;

g) isolamento social consciente e premeditado;

h) pilhérias.

Parágrafo Único - O "Cyberbullying", que é o uso de

instrumentos da WEB para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e

dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento

psicossocial, caracteriza-se também como "bullying".

Art. 3º O "bullying" pode ser classificado, conforme as ações

praticadas:

a) verbal: insultos, xingamentos e apelidos pejorativos;

b) moral: difamação, calúnia, disseminação de rumores;

c) sexual: assédio, indução e/ou abuso;

d) social: ignorar, isolar e excluir;

e) psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar,

dominar, manipular, chantagear e infernizar;

f) físico: socar, chutar, bater;

g) material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;

Page 218: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

218

h) virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da

intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em

sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico

e social.

Art. 4º Constituem objetivos do presente:

a) prevenir e combater a prática de "bullying" em toda a sociedade;

b) capacitar docentes e equipes pedagógicas para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

c) implementação e disseminação de campanhas de educação,

conscientização e informação;

d) instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares

e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores;

e) assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e

agressores;

f) integrar os meios de comunicação de massas com as escolas

e a sociedade, como forma de identificação e conscientização do problema

e a forma de preveni-lo e combatê-lo;

g) promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a

terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua;

Page 219: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

219

h) evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores

privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a

efetiva responsabilização e mudança de comportamento hostil.

Art. 5º Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 6º As escolas deverão manter o histórico das ocorrências de bullying

em suas dependências, devidamente atualizado e enviar relatórios

semestrais à Secretaria Municipal de Educação.

Art. 7º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta

das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação.

Divinópolis, 09 de fevereiro de 2011.

Vladimir de Faria Azevedo

Prefeito Municipal

João Luiz de Oliveira

Page 220: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

220

Secretário Municipal de Governo(Interino)

Antônio Luiz Arquetti Faraco Júnior

Secretário Municipal de Planejamento e Gestão

Eliana Cançado Ferreira

Secretária Municipal de Educação

Rogério Eustáquio Farnese

Procurador Geral

Page 221: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

221

LEI Nº 2369, DE 14 DE JANEIRO DE 2011.

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

A CÂMARA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As Escolas Públicas da Educação básica do Município de Duque de

Caxias deverão incluir em seu Projeto Pedagógico medidas de

conscientização, prevenção e combate ao Bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação básica é composta pela educação infantil,

ensino fundamental e ensino médio.

Art. 2º Entende-se por Bullying a prática de atos de violência física ou

psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou

Page 222: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

222

grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas com objetivo de

intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de Bullying: acarretar a exclusão social,

subtrair coisa alheia para humilhar, perseguir, discriminar, amedrontar,

destroçar pertences, instigar atos violentos inclusive utilizando-se de meios

tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do Bullying nas Escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações

de discussão, prevenção, orientação e solução do problema, incluir regras

contra Bullying no Regimento Interno da Escola;

III - orientar as vítimas de Bullying visando a recuperação de sua auto-

estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

IV - orientar os agressores por meio da pesquisa dos fatores desencadeantes

de seu comportamento sobre as conseqüências de seus atos, visando torná-

Page 223: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

223

los aptos ao convívio em uma sociedade pelo respeito, igualdade, liberdade,

justiça e solidariedade;

V - envolver a família no processo de percepção, acompanhamento e

crescimento da solução conjunta.

Art. 4º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei e estabelecerá as

ações a serem desenvolvidas como palestras, debates, distribuição de

cartilhas de orientação aos pais, alunos e professores entre outras

iniciativas.

Art. 5º As Escolas deverão manter o histórico das ocorrências de Bullying,

em suas dependências, devidamente atualizado e enviar relatório à

Secretaria Municipal de Educação.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS, em 14 de janeiro

de 2011.

JOSÉ CAMILO ZITO DOS SANTOS FILHO

Prefeito Municipal

Page 224: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

224

LEI Nº 5109, de 01 de julho de 2010.

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO E EDUCAÇÃO

INFANTIL, PÚBLICAS OU PRIVADAS, COM OU SEM FINS

UCRATIVOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

GILMAR ANTÔNIO RINALDI, Prefeito Municipal de Esteio, Faço saber

que a Câmara Municipal aprovou e eu, com fundamento no art. 70, inc. V,

da Lei Orgânica Municipal, sanciono e promulgo a seguinte LEI:

Art. 1º - As instituições de ensino e educação infantil, públicas ou privadas,

com ou sem fins lucrativos, desenvolverão política "antibullying",

incluindo em seu projeto pedagógico medidas de conscientização,

prevenção e combate ao "bullying" no âmbito escolar, nos termos desta

Lei.

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying" qualquer prática

de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, entre pares, que

ocorra sem motivação evidente, praticada por um indivíduo ou grupo de

Page 225: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

225

indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar,

agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos, causando dor e angústia à

vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes

envolvidas.

§ 1º - Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar, agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto às diferenças

econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais, religiosas, entre

outras;

VII - exclusivo ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

Page 226: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

226

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra

boa imagem das pessoas;

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de computador,

celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs" ou "sites",

cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º - O descrito no inciso VIII do § 1º deste artigo também é conhecido

como "ciberbullying".

Art. 3º - No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei, a política

"antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições de que trata

esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito aos demais;

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying" nos meios de

comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os responsáveis

legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

Page 227: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

227

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata esta Lei, a

incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a preservação e o combate às práticas de

"bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o diagnóstico do

"bullying" e para o desenvolvimento de abordagens específicas de caráter

preventivo;

VII - orientar as vítimas "bullying" e seus familiares, oferecendo-lhes os

necessários apoios técnicos e psicológicos, de modo a garantir a

recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos eventuais

prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de levantamentos

específicos, de caso a caso, sobre os valores, as condições e as experiências

prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

Page 228: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

228

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores, privilegiando

mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos restaurativos", a

fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança de

comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção, acompanhamento e

formulação de soluções concretas;

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada a cada

instituição;

Art. 4º - As instituições a que se refere esta Lei manterão histórico próprio

das ocorrências de "bullying" em suas dependências, devidamente

atualizado.

§ 1º - As ocorrências registradas deverão ser descritas em relatórios

detalhados, contendo as providências tomadas em cada caso e os resultados

alcançados, que deverão ser enviados periodicamente à Secretaria

Municipal de Educação e Esporte.

§ 2º - Ao final de cada período letivo, as questões relativas ao "bullying"

Page 229: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

229

serão retomadas e incluídas na avaliação da unidade escolar propondo, se

necessário, a adequação das normas já estabelecidas sobre o assunto.

Art. 5º - Para fins de incentivo à política "antibullying", o Executivo

Municipal:

I - promoverá seminários, palestras, debates;

II - distribuirá cartilhas de orientação aos pais, alunos e professores;

III - recorrerá à contribuição de especialistas no tema;

IV - apoiar-se-á nas evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros países.

Art. 6º - As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta

das dotações orçamentárias próprias, ou suplementares.

Art. 7º - O Poder Executivo Municipal regulamentará a presente Lei,

mediante Decreto nos casos omissos.

Art. 8º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Page 230: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

230

Prefeitura Municipal de Esteio, 01 de julho de 2010.

GILMAR ANTÔNIO RINALDI

Prefeito Municipal

Page 231: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

231

LEI Nº 8473, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2010.

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS

Faço saber a todos os habitantes do Município de Florianópolis que a

Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As escolas públicas de educação básica do Município de

Florianópolis deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de

conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar.

Parágrafo Único - A educação básica é composta pela educação infantil,

ensino fundamental e ensino médio.

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência física ou

psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou

Page 232: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

232

grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de

intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying acarretar a exclusão social,

subtrair coisa alheia para humilhar, perseguir, discriminar, amedrontar,

destroçar pertences, instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios

tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações

de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - incluir regras contra o bullying no Regimento Interno da escola;

IV - orientar as vítimas de bullying visando a recuperação de sua auto-

estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

V - orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores desencadeantes

de seu comportamento, sobre as consequências de seus atos, visando torná-

Page 233: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

233

los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo respeito, igualdade,

liberdade, justiça e solidariedade; e

VI - envolver a família no processo de percepção, acompanhamento e

crescimento da solução conjunta.

Art. 4º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei e estabelecerá as

ações a serem desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de

cartilhas de orientação aos pais, alunos e professores, entre outras

iniciativas.

Art. 5º As escolas deverão manter o histórico das ocorrências de bullying

em suas dependências, devidamente atualizado, e enviar relatório, via

sistema de monitoramento de ocorrências, à Secretaria Municipal de

Educação.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta

das dotações orçamentárias próprias.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Florianópolis, aos 16 de dezembro de 2010.

Page 234: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

234

DÁRIO ELIAS BERGER

PREFEITO MUNICIPAL

Page 235: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

235

LEI Nº 4469/2010

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO "BULLYING"

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE

GARÇA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

(De autoria do Ver. Júlio Cezar Kemp Marcondes de Moura)

CORNÉLIO CEZAR KEMP MARCONDES, Prefeito do Município de

Garça, Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições, faz saber que a

Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:

Art. 1º As escolas públicas da educação básica, do Município de Garça,

deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de conscientização,

prevenção e combate ao bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela Educação Infantil,

Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Page 236: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

236

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência física ou

psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou

grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de

intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying: acarretar a exclusão social,

subtrair coisa alheia para humilhar, perseguir, discriminar, amedrontar,

destroçar pertences, instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios

tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações

de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - orientar os envolvidos em situação de bullying, visando à recuperação

da autoestima, o pleno desenvolvimento e a convivência harmônica no

ambiente escolar;

Page 237: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

237

IV - envolver a família no processo de construção da cultura de paz nas

unidades escolares.

Art. 4º Esta Lei será regulamentada pelo Executivo Municipal, no que

couber.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Garça, 14 de maio de 2010

CORNÉLIO CEZAR KEMP MARCONDES

PREFEITO MUNICIPAL

LUIZ CARLOS GOMES DE SÁ

PROCURADOR JURÍDICO

Registrada e publicada neste

Departamento de Atos Oficiais e Documentos, na data supra.-

ZILDA MARQUES C. MIRANDA

DIRETORA DO DEPARTAMENTO

DE ATOS OFICIAIS E DOCUMENTOS

Page 238: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

238

LEI Nº 3743/2009

"FICA O PODER EXECUTIVO AUTORIZADO A INSTITUIR O

PROGRAMA DE COMBATE AO BULLYING, DE AÇÃO

INTERDISCIPLINAR E DE PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA, NAS

ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DO MUNICÍPIO DE GUARUJÁ".

(Projeto de Lei nº 237/2008)

(Vereador Luis Carlos Romazzini)

José Carlos Rodriguez, Presidente da Câmara Municipal de Guarujá, faço

saber que o Legislativo, em Sessão Ordinária realizada em 3 de março de

2009, REJEITOU o Veto Total aposto ao Autógrafo de Lei nº 201/2008,

que se transformou na Lei nº 3.743/2009, de 9 de março de 2009, e eu

promulgo, nos termos do § 5º do Artigo 56 da Lei Orgânica do Município

de Guarujá, a seguinte:

Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a instituir o Programa de

Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação

comunitária, nas escolas públicas e privadas, no Guarujá.

Page 239: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

239

Parágrafo Único - Entende-se por Bullying atitudes de violência física ou

psicológica, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação

evidente, praticadas por um individuo (bully) ou por grupo de indivíduos,

contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-las ou agredí-la,

causando dor e angústia à vitima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

Art. 2º - A violência física ou psicológica pode ser evidenciada em atos de

intimidação, humilhação e discriminação, entre os quais:

I - Insultos pessoais;

II - Comentários pejorativos;

III - Ataques físicos;

IV - Grafitagens depreciativas;

V - Expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - Isolamento social;

Page 240: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

240

VII - Ameaças;

VIII - Pilhérias.

Art. 3º - O bullying pode ser classificado em três tipos, conforme as ações

praticadas:

I - Sexual: assediar, induzir e/ ou abusar;

II - Exclusão social: ignorar, isolar e excluir;

III - Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar,

infernizar, tiranizar, chantagear e manipular.

Art. 4º - Para a implementação deste programa, a unidade escolar criará

uma equipe multidisciplinar, com a participação de docentes, alunos, pais e

voluntários, para a promoção de atividades didáticas, informativas, e de

orientação e prevenção.

Art. 5º - São objetivos do programa:

Page 241: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

241

I - Prevenir e combater a pratica de bullying nas escolas;

II - Capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das

ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - Incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no Conselho de

Escola, e no Conselho Municipal de Educação regras normativas contra o

bullying;

IV - Esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem o bullying;

V - Observar, analisar e identificar eventuais praticantes e vitimas de

bullying nas escolas;

VI - Discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e o que é

bullying;

VII - Desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e

áudio-visual;

Page 242: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

242

VIII - Valorizar as individualidades, canalizando as diferenças para a

melhoria da auto-estima dos estudantes;

IX - Integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os meios de

comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying;

X - Coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e qualquer outro

comportamento de intimidação, constrangimento ou violência;

XI - Realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com ensinamentos

que visem a convivência harmônica na escola;

XII - Promover um ambiente escolar seguro e sadio, incentivando a

tolerância e o respeito mútuo;

XIII - Propor dinâmicas de integração entre alunos e professores;

XIV - Estimular a amizade, a solidariedade, a cooperação e o

companheirismo no ambiente escolar;

Page 243: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

243

XV - Orientar pais e familiares sobre como proceder diante da prática de

bullying;

XVI - Auxiliar vítimas e agressores.

Art. 6º - Compete à unidade escolar aprovar um plano de ações, no

Calendário da Escola, para a implantação das mediadas previstas no

programa.

Art. 7º - Fica autorizada a realização de convênios e parcerias para a

garantia do cumprimento dos objetivos do programa.

Art. 8º - A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos serviços de

assistências médica, social, psicológica e jurídica, que poderão ser

oferecidos por meio de parcerias e convênios.

Art. 9º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90

(noventa) dias a contar da data de sua publicação.

Art. 10 - As despesas decorrentes da execução orçamentária da presente

Page 244: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

244

Lei, correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas

se necessário.

Art. 11 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Câmara Municipal de Guarujá, em 9 de março de 2009.

José Carlos Rodriguez

Presidente

Carlos Antonio de Sousa

Secretário Geral

Page 245: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

245

LEI Nº 2830/2010

(Regulamentada pelo Decreto nº 2885/2011)

"FICA O PODER EXECUTIVO

MUNICIPAL AUTORIZADO A INSTITUIR O PROGRAMA DE

COMBATE AO BULLYING, DE AÇÃO INTERDISCIPLINAR E DE

PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA, NAS ESCOLAS PÚBLICAS E

PRIVADAS DO MUNICÍPIO DE HERVAL D`OESTE - ESTADO DE

SANTA CATARINA"

NELSON GUINDANI, Prefeito Municipal, Faço saber a todos os

habitantes do município de Herval d`Oeste, Estado de Santa Catarina, que a

Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte LEI:

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a instituir o Programa de

Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação

comunitária, nas escolas públicas e privadas, no município de Herval

d`Oeste - Estado de Santa Catarina.

Parágrafo Único - Entende-se por bullying atitudes agressivas, intencionais

Page 246: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

246

e repetitivas, adotadas por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos

contra outro(s), sem motivação evidente, causando dor, angústia e

sofrimento e, executadas em uma relação desigual de poder, o que

possibilita a vitimização.

Art. 2º O bullying pode ser evidenciado através de atitudes de intimidação,

humilhação e discriminação, entre as quais:

I - Insultos pessoais;

II - Apelidos pejorativos;

III - Ataques físicos;

IV - Grafitagens depreciativas;

V - Expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - Isolamento social;

VII - Ameaças;

Page 247: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

247

VIII - Pilhérias.

Art. 3º O bullying pode ser classificado de acordo com as ações praticadas:

I - Verbal: apelidar, xingar, insultar,

II - Moral: difamar, disseminar rumores, caluniar;

III - Sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

IV - Psicológico: ignorar, excluir, perseguir, amedrontar, aterrorizar,

intimidar, dominar, tiranizar, chantagear e manipular.

V - Material: destroçar, estragar, furtar, roubar os pertences.

VI - Físico: empurrar, socar, chutar, beliscar, bater;

VII - Virtual: divulgar imagens, criar comunidades, enviar mensagens,

invadir a privacidade.

Art. 4º Para a implementação deste programa, a unidade escolar criará uma

Page 248: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

248

equipe multidisciplinar, com a participação de docentes, alunos, pais e

voluntários, para a promoção de atividades didáticas, informativas, de

orientação e prevenção.

Art. 5º São objetivos do programa:

I - Prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - Capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das

ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - Incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no Conselho de

Escola, regras normativas contra o bullying;

IV - Esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem o bullying;

V - Observar, analisar e identificar eventuais praticantes e vítimas de

bullying nas escolas;

VI - Discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e o que é

bullying;

Page 249: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

249

VII - Desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e

áudio-visual;

VIII - Valorizar as individualidades, canalizando as diferenças para a

melhoria da auto-estima dos estudantes;

IX - Integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os meios de

comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying;

X - Coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e qualquer outro

comportamento de intimidação, constrangimento ou violência;

XI - Realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com ensinamentos

que visem a convivência harmônica na escola;

XII - Promover um ambiente escolar seguro e sadio, incentivando a

tolerância e o respeito mútuo;

XIII - Propor dinâmicas de integração entre alunos e professores;

Page 250: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

250

XIV - Estimular a amizade, a tolerância, o respeito às diferenças

individuais, a solidariedade, a cooperação e o companheirismo no ambiente

escolar;

XV - Orientar pais e familiares sobre como proceder diante da prática de

bullying;

XVI - Auxiliar vítimas e agressores;

XVII - Criar um banco de dados que deverá armazenar as ocorrências e

situações de bullying;

XVIII - Monitorar o acesso aos laboratórios de informática existentes nas

escolas para controlar a prática de cyberbullying.

Art. 6º Compete à unidade escolar aprovar um plano de ações para a

implantação das medidas previstas no programa e integrá-lo ao Projeto

Político Pedagógico.

Art. 7º Fica autorizada a realização de convênios e parcerias para a garantia

do cumprimento dos objetivos do programa.

Page 251: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

251

Art. 8º A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos serviços de

assistência médica, social, psicológica e jurídica, que poderão ser

oferecidos por meio de parcerias e convênios.

Art. 9º O Poder Executivo Municipal regulamentará esta lei no prazo de 90

(noventa) dias a contar da data da sua publicação.

Art. 10 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Herval d`Oeste - (SC), em 10 de dezembro de 2010.

NELSON GUINDANI

Prefeito Municipal

Page 252: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

252

LEI Nº 4143, de 05 de julho de 2010

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE

INDAIAL, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

(AUTORIA: VEREADOR ANDERSON LUZ DOS SANTOS)

SÉRGIO ALMIR DOS SANTOS, Prefeito do Município de Indaial. Faço

saber a todos os habitantes deste município que a Câmara de Vereadores

aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - As escolas públicas da educação básica, do Município de Indaial,

deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de conscientização,

prevenção e combate ao bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela Educação Infantil,

Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Page 253: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

253

Art. 2º - Entende-se por bullying a prática de atos de violência física ou

psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou

grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de

intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying: acarretar a exclusão social;

subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar; amedrontar;

destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios

tecnológicos.

Art. 3º - Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações

de discussão, 1. prevenção, orientação e solução do problema;

III - incluir regras contra o bullying no regimento interno da escola;

IV - orientar as vítimas de bullying visando à recuperação de sua auto-

estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

Page 254: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

254

V - orientar os agressores, por meio da

pesquisa dos fatores desencadeantes de seu comportamento, sobre as

conseqüências de seus atos, visando torná-los aptos ao convívio em uma

sociedade pautada pelo respeito, igualdade, liberdade, justiça e

solidariedade;

VI - envolver a família no processo de percepção, acompanhamento e

crescimento da solução conjunta.

Art. 4º - Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º - As escolas deverão manter o histórico das ocorrências de bullying

em suas dependências, devidamente atualizado, e enviar relatório, via

sistema de monitoramento de ocorrências, à Secretaria Municipal de

Educação.

Art. 6º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta

das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Page 255: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

255

Art. 7º - Esta lei entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Prefeitura do Município de Indaial, em 05 de julho de 2010.

SÉRGIO ALMIR DOS SANTOS

Prefeito

(Publicado na Forma da Lei em 05 de

julho de 2010)

ALDEMIRO DE OLIVEIRA

Chefe de Gabinete

Page 256: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

256

LEI Nº 5518, DE 20 DE MAIO DE 2.010.

"INSTITUI A CRIAÇÃO DO PROGRAMA DE COMBATE AO

BULLYING, DE AÇÃO INTERDISCIPLINAR E DE PARTICIPAÇÃO

COMUNITÁRIA, EM TODAS AS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS

DO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".

O PREFEITO DE ITAJAÍ Faço saber que a Câmara Municipal votou e

aprovou, e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a instituir o Programa de

Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação

comunitária, em todas as escolas públicas e privadas do Município de

Itajaí.

Parágrafo Único - Entende-se por bullying atitudes de violência física ou

psicológica, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação

evidente, praticadas por um indivíduo (bully) ou grupos de indivíduos,

contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la,

Page 257: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

257

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

Art. 2º - A violência física ou psicológica pode ser evidenciada em atos de

intimidação, humilhação e discriminação, entre os quais:

I - Insultos pessoais;

II - Comentários pejorativos;

III - Ataques físicos;

IV - Grafitagens depreciativas;

V - Expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - Isolamento social;

VII - Ameaças;

Art. 3º - O bullying pode ser classificado em três tipos, conforme as ações

praticadas:

Page 258: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

258

I - Sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

II - Exclusão social: ignorar, isolar e excluir;

III - Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar,

infernizar, tiranizar, chantagear e manipular.

Art. 4º - Para a implementação deste programa, a unidade escolar criará

uma equipe multidisciplinar, com a participação de docentes, alunos, pais e

voluntários, para a promoção de atividades didáticas, informativas, de

orientação e prevenção.

Art. 5º - São objetivos do programa:

I - Prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - Capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das

ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - Incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no Conselho de

Escola, regras normativas contra o bullying;

Page 259: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

259

IV - Esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem o bullying;

V - Observar, analisar e identificar eventuais praticantes e vítimas de

bullying nas escolas;

VI - Discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e o que é

bullying;

VII - Desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e

áudio-visual;

VIII - Valorizar as individualidades, canalizando as diferenças para a

melhoria da auto-estima dos estudantes;

IX - Integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os meios de

comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying;

X - Coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e qualquer outro

comportamento de intimidação, constrangimento ou violência;

Page 260: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

260

XI - Realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com ensinamentos

que visem à convivência harmônica na escola;

XII - Promover um ambiente escolar seguro e sadio, incentivando a

tolerância e o respeito mútuo;

XIII - Propor dinâmicas de integração entre alunos e professores;

XIV - Estimular a amizade, a solidariedade, a cooperação e o

companheirismo no ambiente escolar;

XV - Orientar pais e familiares sobre como proceder diante da prática de

bullying;

XVI - Auxiliar vítimas e agressores.

Art. 6º - Compete à unidade escolar aprovar um plano de ações, no

Calendário da Escola, para a implantação das medidas previstas no

programa.

Page 261: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

261

Art. 7º - Fica autorizada a realização de convênios e parcerias para a

garantia do cumprimento dos objetivos do programa.

Art. 8º - A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos serviços de

assistência médica, social, psicológica e jurídica, que poderão ser

oferecidos por meio de parcerias e convênios.

Art. 9º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Itajaí, 20 de maio de 2010.

JANDIR BELLINI

Prefeito Municipal

JAIME MARCIO ESPINDOLA

Procurador Geral Adjunto do Município

Page 262: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

262

LEI Nº 2815, de 10 de DEZEMBRO de 2009

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO "BULLYING"

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE

ITAPEMA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O Prefeito Municipal de Itapema, Estado de Santa Catarina, no

uso das atribuições que lhe são conferidas por Lei, Faz saber que a Câmara

de Vereadores de Itapema aprovou e eu sanciono, promulgo e publico a

presente; LEI:

Art. 1º As escolas públicas da educação básica do Município

de Itapema deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de

conscientização, prevenção e combate ao "bullying" escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela

Educação Infantil e Ensino Fundamental.

Page 263: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

263

Art. 2º Entende-se por "bullying" a prática de atos de

violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida

por indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de "bullying" acarretar a

exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar;

amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do "bullying" nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - orientar os envolvidos em situação de "bullying", visando

à recuperação da auto-estima, o pleno desenvolvimento e a convivência

harmônica no ambiente escolar;

IV - envolver a família no processo de construção da cultura

de paz nas unidades escolares.

Page 264: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

264

Art. 4º Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º A Secretaria Municipal de Educação observará a

necessidade de realizar diagnóstico das situações de "bullying" nas

unidades escolares, bem como o seu constante acompanhamento,

respeitando as medidas protetivas estabelecidas no Estatuto da Criança e do

Adolescente.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

Município de Itapema, 10 de dezembro de 2009.

SABINO BUSSANELLO

Prefeito Municipal

Page 265: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

265

LEI Nº 12.238, de 10 de março de 2011

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DO ENSINO

FUNDAMENTAL, MÉDIO E DE EDUCAÇÃO INFANTIL MANTIDAS

PELO PODER PÚBLICO MUNICIPAL, EXTENSIVO ÀS

INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL CRIADAS E MANTIDAS

PELA INICIATIVA PRIVADA, COM OU SEM FINS LUCRATIVOS.

Projeto de Lei nº 148/2010, de autoria do Vereador Figueirôa.

O Presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora, no uso de

suas atribuições legais, tendo em vista o disposto nos §§ 5º e 7º do art. 39,

da Lei Orgânica do Município e nos §§ 5º e 7º do art. 189, do Regimento

Interno, promulga a seguinte Lei, objeto de Veto Integral aposto pelo Chefe

do Executivo:

Art. 1º As instituições de ensino fundamental, médio e de

educação infantil mantidas pelo Poder Público Municipal, assim como as

instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada,

com ou sem fins lucrativos, sob orientação do Conselho Municipal de

Educação, desenvolverão política "antibullying" nos termos desta Lei.

Page 266: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

266

Art. 2º Para os efeitos desta Lei considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

Page 267: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

267

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas;

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º O descrito no inciso VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei,

a política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

Page 268: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

268

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meios de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - Desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-Ihes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da auto-estima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

Page 269: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

269

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias dentro e fora das instituições de que trata esta Lei,

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas;

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada instituição.

Art. 4º As instituições a que se refere esta Lei manterão

histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado.

Page 270: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

270

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser

descritas em relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em

cada caso e os resultados alcançados, que deverão ser enviados

periodicamente à Secretaria Municipal de Educação.

Art. 5º Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Executivo Municipal poderá:

I - promover seminários, palestras e debates;

II - distribuir cartilhas de orientação aos pais, alunos e

professores;

III - recorrer à contribuição de especialistas no tema;

IV - apoiar-se nas evidências científicas disponíveis na

literatura especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros

países.

Art. 6º O Poder Executivo regulamentará, no que couber, esta

Lei.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Page 271: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

271

Palácio Barbosa Lima, 10 de março de 2011.

a) CARLOS BONIFÁCIO - Presidente da Câmara Municipal

Page 272: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

272

LEI Nº 3664, de 18 de junho de 2010.

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO SISTEMA

MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Faço saber a todos os habitantes do Município de Lages, que a

Câmara de Vereadores decretou e eu sanciono a seguinte, LEI:

Art. 1º As escolas públicas da educação básica do Sistema

Municipal de Educação, deverão incluir em seu projeto pedagógico

medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar.

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying:

I - atos de exclusão social;

Page 273: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

273

II - a subtração ou a destruição de coisa alheia para fins de

humilhação;

III - a perseguição;

IV - a discriminação;

V - o amedrontamento;

VI - a instigação de atos violentos, inclusive com utilização de

meios tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir regras contra o bullying no regimento interno da

escola;

Page 274: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

274

IV - orientar as vítimas de bullying visando à recuperação de

sua auto-estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento

escolar;

V - orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores

desencadeantes de seu comportamento, sobre as conseqüências de seus

atos, visando torná-los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo

respeito, igualdade, liberdade, justiça e solidariedade;

VI - envolver a família no processo de percepção,

acompanhamento e crescimento da solução conjunta.

Art. 4º Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º As escolas deverão manter o histórico das ocorrências

de bullying em suas dependências, devidamente atualizado, e enviar

relatório, via sistema de monitoramento de ocorrências, à Secretaria

Municipal da Educação.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Page 275: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

275

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

Lages, 18 de junho de 2010.

Renato Nunes de Oliveira

Prefeito

Page 276: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

276

LEI Nº 8435, de 15 de setembro de 2010.

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING", PELAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL

DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL.

CARMEN REGINA PEREIRA CARDOSO, Prefeita

Municipal de Lajeado, Estado do Rio Grande do Sul, FAÇO SABER que a

Câmara Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono e promulgo a

seguinte Lei:

Art. 1º As Escolas Públicas Municipais, do ensino

fundamental, desenvolverão política "antibullying" nesta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

Page 277: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

277

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas;

Page 278: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

278

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º O descrito no inc.VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada unidade escolar a que se refere esta

Lei, a política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de ensino de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nas instituições de que trata esta Lei, entre os responsáveis legais pelas

crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada escola de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

Page 279: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

279

V - desenvolver planos para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares, de

modo a garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização

dos eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

Page 280: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

280

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas;

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada unidade escolar.

Art. 4º As instituições a que se refere esta Lei manterão

histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado.

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser

descritas em relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em

cada caso e os resultados alcançados, que deverão ser enviados

periodicamente à Secretaria Municipal de Educação.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Gabinete da Prefeita, 15 de setembro de 2010.

Page 281: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

281

Carmen Regina Pereira Cardoso,

Prefeita.

REGISTRE-SE E PUBLIQUE-SE

Eliana Ahlert Heberle,

Secretária de Administração.

Page 282: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

282

EI Nº 3641 DE 16 DE MARÇO DE 2011.

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

ANTIBULLYING POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO MÉDIO,

FUNDAMENTAL E DE EDUCAÇÃO INFANTIL, PÚBLICAS OU

PRIVADAS, COM OU SEM FINS LUCRATIVOS.

O Prefeito do Município de Mafra, João Alfredo Herbst, faz

saber a todos os habitantes do Município que a Câmara Municipal aprovou

e ele sanciona a seguinte Lei:

Art. 1º As Instituições de Ensino Médio, Fundamental e de

Educação Infantil, Públicas ou Privadas, com ou sem fins lucrativos,

desenvolverão política "antibullying", nos termos desta Lei.

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

Page 283: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

283

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

§ 1º - Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras

Page 284: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

284

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas; e

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º - O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º - No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei,

a política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

Page 285: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

285

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meios de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

Page 286: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

286

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das conseqüências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas; e

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada Instituição

Art. 4º - As instituições a que se refere esta Lei manterão

histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado.

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser

descritas em relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em

Page 287: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

287

cada caso e os resultados alcançados, que deverão ser enviados

periodicamente à Secretaria Municipal de Educação e ao Conselho Tutelar.

Art. 5º - Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Município poderá contar com o apoio da sociedade civil e especialistas no

tema ou entidades, realizando o seguinte:

I - seminários, palestras, debates;

II - a orientação aos pais, alunos e professores com cartilhas;

III - usar evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros países.

Art. 6º - As despesas decorrentes da execução desta Lei

correrão por conta de dotações orçamentárias próprias.

Art. 7º - Na regulamentação desta Lei, serão estabelecidas as

ações a serem desenvolvidas e os prazos a serem observados para a

execução da política "antibullying".

Page 288: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

288

Art. 8º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Mafra, 16 de Março de 2011.

JOÃO ALFREDO HERBST

Prefeito Municipal

RODNEY LUIZ MEDEIROS

Secretário Municipal de Administração

Page 289: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

289

DECRETO Nº 3806, de 17 de junho de 2011

REGULAMENTA A LEI Nº 2711, DE 22 DE DEZEMBRO

DE 2010, QUE INSTITUI O PROGRAMA DA PRÁTICA DO

BULLYING NAS UNIDADES EDUCACIONAIS DA REDE

MUNICIPAL DE ENSINO, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

A PREFEITA MUNICIPAL DE MOSSORÓ, no uso das

atribuições que lhe confere o artigo 78, inciso IX, da Lei Orgânica do

Município, CONSIDERANDO o disposto no artigo 5º da lei nº 2711, de 22

de dezembro de 2010, DECRETA:

Art. 1º - Fica estabelecido o prazo de cento e oitenta dias para

que as unidades educacionais da Rede Municipal de Ensino modifiquem os

seus Regimentos, acrescentando capítulo que estabeleça as ações de

prevenção, monitoramento, controle, combate e registro dos casos de

Bullying.

Art. 2º - Fica estabelecido o prazo de cento e oitenta dias para

que as unidades educacionais revisem o Projeto Pedagógico, incluindo

ações educativas de prevenção, monitoramento e combate à prática do

Bullying.

Page 290: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

290

Art. 3º - Ficam as unidades educacionais da Rede Municipal

de Ensino responsável por identificar e notificar os casos à Gerência

Executiva da Educação - GEED, assim como promover atividades que

esclareçam as famílias e a sociedade sobre os sintomas que identificam as

vítimas e os agressores da prática de Bullying.

Art. 4º - Fica sob a responsabilidade dos professores,

supervisores e gestores identificar comportamentos nos alunos que possam

caracterizar a prática do Bullying, mantendo contato com as famílias e com

a equipe de Psicopedagogas que darão suporte ao estudo do caso,

acompanhando e fazendo os encaminhamentos necessários.

Art. 5º - Fica a Gerência Executiva da Educação - GEED

responsável pela sistematização do registro de casos notificados pelas

unidades educacionais, bem como encaminhá-los aos Conselhos Tutelares

e Promotorias Públicas da Educação, da Infância e Juventude e da Família.

Art. 6º - Fica a Gerência Executiva do Desenvolvimento

Social - GEDS responsável por acompanhar as famílias, dar assistência e

encaminhamento para o tratamento às vítimas e agressores.

Page 291: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

291

Art. 7º - Fica a Gerência Executiva da Saúde - GES

responsável pelo tratamento das vítimas e agressores da prática do

Bullying, cujos laudos médicos devem ser encaminhados à GEED para

monitoramento junto às unidades educacionais e famílias.

Art. 8º - Devem colaborar no Programa de combate à prática

do Bullying as Gerências Executivas da Cultura e da Juventude Esporte e

Lazer no sentido de incluir os jovens que foram vítimas e os agressores nas

atividades culturais e esportivas desenvolvidas por estas gerências.

Art. 9º - As Gerências da Educação, do Desenvolvimento

Social e da Saúde devem produzir boletins/relatórios bimestrais dos casos

registrados, tratados e em acompanhamento, cuja responsabilidade pela

socialização dos dados é da GEED, resguardado o sigilo dos nomes das

vítimas e dos agressores.

Art. 10 - Este Decreto entra em vigor na data de sua

publicação.

Page 292: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

292

PALÁCIO DA RESISTÊNCIA, em Mossoró-RN, 17 de junho

de 2011.

MARIA DE FÁTIMA ROSADO NOGUEIRA

Prefeita

Page 293: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

293

LEI Nº. 6.283 , DE 12 DE SETEMBRO DE 2011.

Dispõe sobre o Programa de Combate ao Bullying

nas Escolas do Município de Natal e dá outras

providências.

A PREFEITA DO MUNICÍPIO DE NATAL,

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1° - Fica o Poder Executivo autorizado a criar o Programa

de Enfrentamento

ao Bullying nas Escolas do Município de Natal.

Parágrafo Único - Entende-se por Bullying ações de violência

física e/ou

psicológicas, com o intuito de intimidação e/ou agressão, sem

motivação evidente praticada

por um indivíduo ou grupo, dirigidas a uma ou mais pessoas.

Art. 2° - A violência física ou psicológica pode ser

evidenciada por atos relativos a:

I - Agressões físicas;

II - Comentários pejorativos;

III - Expressões ameaçadoras e ou preconceituosos;

IV - Isolamento social;

V - Ameaças físicas e ou sociais;

Page 294: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

294

VI - Insultos pessoais.

Art. 3° - O bullying pode ser classificado, de acordo com as

ações praticadas em:

I - Sexual – assediar ou induzir;

II - Exclusão social – ignorar, isolar e excluir;

III - Psicológica – assustar, amedrontar, intimidar, manipular,

chatear e atividades

similares;

IV - Física – agressões físicas diretas ou indiretas.

Art. 4º - São objetivos deste programa:

I - Prevenir e combater o bullying nas escolas;

II - Capacitar a equipe pedagógica para implementação de

ações de discussão,

prevenção e orientação, incluindo aspectos éticos e legais, para

lidar com o problema em

questão;

III - Incluir no Regimento Escolar regras contra o bullying;

IV - Observar, identificar e analisar praticantes e vítimas de

bullying na escola;

V - Desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização;

Page 295: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

295

VI - Integrar a comunidade, organizações sociais e meios de

comunicação nas ações

de enfrentamento ao bullying.

VII - Promover debates e palestras acerca do assunto;

VIII - Orientar pais e familiares para lidar com o assunto;

IX - Proporcionar apoio as vítimas e agressores;

Art. 5º - Para a implantação desta Lei a unidade escolar criará

uma equipe

multidisciplinar, com a participação de docentes, pais e

voluntários para o desenvolvimento

de atividades didáticas, informativas de orientação, prevenção

e combate.

Art. 6° - A unidade escolar organizará e aprovará um plano,

que será incluso no

calendário escolar, para a implantação das medidas previstas

no Programa.

Art. 7° - Fica autorizada a constituição de parcerias e

convênios para o cumprimento

dos objetivos desse programa.

Art. 8° - A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos

serviços de

Page 296: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

296

assistência médica, social, psicológica e jurídica, que poderão

ser oferecidos por meio de

parcerias e convênios.

Art. 9° - O Poder Executivo regulamentará essa Lei no prazo

de noventa dias a

contar da data de sua publicação.

Art. 10 - Esta lei entra em vigor a partir da data de sua

publicação.

Palácio Felipe Camarão, em Natal/RN, 12 de setembro de

2011.

Micarla de Sousa

Prefeita

Page 297: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

297

LEI Nº 2105/2010

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO "BULLYING"

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS E PARTICULARES NO

MUNICÍPIO DE NOVO HAMBURGO, E DÁ OUTRAS

PROVIDÊNCIAS.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE NOVO

HAMBURGO, Faço saber que o Poder Legislativo Municipal aprovou e eu

promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Às instituições de ensino públicas e particulares do

Município de Novo Hamburgo, é recomendado incluir em seu projeto

pedagógico medidas de conscientização, prevenção e combate ao

"bullying" escolar.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

Page 298: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

298

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, humilhar, ou ambos, causando

dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as

partes envolvidas.

Parágrafo Único - Constituem práticas de "bullying", sempre

que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorção e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

Page 299: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

299

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela "fofoca"

e disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra

e a boa imagem das pessoas;

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites" cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico de outrem

(método conhecido como "cyberbullying").

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se, refere esta Lei,

as medidas "antibullying" terão como objetivo:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

Page 300: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

300

III - disseminar o conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meios de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nelas matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevençao e o combate às

práticas de "bullying "nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, à partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e a

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

Page 301: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

301

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores, com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto o quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas;

XI - incluir no regimento as medidas "antibullying" mais

adequada ao âmbito de cada instituição.

Art. 4º Às intituições a que se refere esta Lei, é recomendado

que mantenham histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas

dependências devidamente atualizado.

Parágrafo Único - É recomendado que as ocorrências

registradas sejam descritas em relatórios detalhados, contendo as

providências tomadas em cada caso e os resultados alcançados.

Page 302: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

302

Art. 5º Ao Executivo Municipal caberá a regulamentação desta

Lei, onde serão estabelecidas as ações a serem desenvolvidas e os prazos a

serem observados para a execução das medidas "antibullying", respeitando

as medidas protetivas estabelecidas no Estatuto da Criança e do

Adolescente.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

GABINETE DA PRESIDÊNCIA "VICTOR HUGO KUNZ",

aos 11 (onze) dias do mês de fevereiro do ano de 2010 (dois mil e dez).

JESUS MACIEL MARTINS

Presidente

Registre-se e Publique-se.

Bel. CLÉA DÓRIS CABERLON

Diretora Geral

Page 303: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

303

DECRETO Nº 10.576, de 20 de julho de 2011.

REGULAMENTA A LEI Nº 4.372, DE 19 DE NOVEMBRO

DE 2009, QUE DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

EM TODAS AS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE OSASCO,

E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

ALUÍSIO DA SILVA PINHEIRO, Prefeito em exercício do

Município de Osasco, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei,

DECRETA:

Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 4.372, de 19 de

novembro de 2009, que dispõe sobre a inclusão de medidas de

conscientização, prevenção e combate ao bullying em todas as escolas

públicas do Município de Osasco.

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência

física ou psicológica, praticados de modo intencional e repetitivo, por

indivíduos ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Page 304: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

304

§ 1º Devem ser consideradas bullying as condutas que

impliquem exclusão social, tais como:

I - atribuir apelidos compostos por expressões pejorativas;

II - perseguir, discriminar ou intimidar;

III - destroçar ou subtrair coisa alheia com a finalidade de

causar humilhação;

IV - instigar atos violentos

§ 2º As condutas a que se refere o parágrafo primeiro deste

artigo poderão ser realizadas pessoalmente ou por meio de recursos

tecnológicos, dentre os quais a internet.

Art. 3º As escolas públicas do Município deverão prever em

seu planejamento pedagógico anual ações educativas de conscientização,

prevenção e combate ao bullying junto à comunidade escolar.

Page 305: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

305

Parágrafo Único - Caberá ao Conselho de Gestão

Compartilhada acompanhar o planejamento e a execução das ações a que se

refere o caput deste artigo.

Art. 4º A Secretaria de Educação subsidiará os professores da

rede municipal para o desenvolvimento de práticas educativas de estímulo

à cultura da paz e da não violência, inclusive por meio de orientações

constantes do Corpo Técnico Pedagógico nas escolas públicas do

Município.

Parágrafo Único - Os programas de capacitação docente da

rede municipal de ensino deverão incluir em seus objetivos específicos de

formação a reflexão teórico-prática sobre o bullying, na perspectiva da

cultura da paz e da não violência.

Art. 5º Cabe à Secretaria Municipal de Educação de Osasco, a

partir de 2012, por meio de portaria, estabelecer no calendário letivo da

rede de ensino a Semana pela Cultura da Paz, com o objetivo de levar as

unidades educacionais a desenvolverem reflexões e ações sobre o bullying

escolar.

Page 306: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

306

Parágrafo Único - O planejamento e realização da Semana pela

Cultura da Paz deverão ser feitos pelas comunidades escolares da Rede,

com o apoio da Secretaria de Educação.

Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Osasco, 20 de julho de 2011.

ALUÍSIO DA SILVA PINHEIRO

Prefeito em exercício

Page 307: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

307

LEI Nº 3079, DE 13 DE MAIO DE 2010.

INSTITUI A CAMPANHA PERMANENTE SOBRE

INCLUSÃO DE MEDIDAS DE PREVENÇÃO, CONSCIENTIZAÇÃO E

COMBATE AO BULLYING ESCOLAR NAS ESCOLAS PÚBLICAS E

PARTICULARES DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE

PARANAGUÁ E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

A CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAGUÁ, Estado do

Paraná, aprovou e eu, PREFEITO MUNICIPAL, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituída, na forma desta lei, a campanha

permanente sobre inclusão de medidas de prevenção, conscientização e

combate ao bullying escolar nas escolas públicas e particulares de educação

básica do Município de Paranaguá.

Art. 2º Entende-se por bullying, atitudes de violência física ou

psicológica, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação

evidente, praticadas por um indivíduo (bully) ou grupos de indivíduos,

contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la,

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

Page 308: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

308

Art. 3º A violência física ou psicológica pode ser evidenciada

em atos de intimidação, humilhação e discriminação, entre os quais:

I - insultos pessoais;

II - comentários pejorativos;

III - ataques físicos;

IV - grafitagens depreciativas;

V - expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - isolamento social;

VII - ameaças; e

VIII - pilhérias.

Art. 4º O bullying pode ser classificado em três tipos,

conforme as ações praticadas:

I - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

Page 309: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

309

II - exclusão social: ignorar, isolar e excluir; e

III - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar,

dominar, infernizar, tiranizar, chantagear e manipular.

Art. 5º Para a implementação desta campanha, cada unidade

escolar criará uma equipe multidisciplinar, com a participação de docentes,

alunos, pais e voluntários, para a promoção de atividades didáticas,

informativas, de orientação e prevenção.

Art. 6º São objetivos da Campanha:

I - prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no

Conselho de Escola, regras normativas contra o bullying;

Page 310: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

310

IV - esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem

o bullying;

V - observar, analisar e identificar eventuais praticantes e

vítimas de bullying nas escolas;

VI - discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e

o que é bullying;

VII - desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e

audiovisual;

VIII - valorizar as individualidades, canalizando as diferenças

para a melhoria da auto-estima dos estudantes;

IX - integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os

meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao

bullying;

Page 311: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

311

X - coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e

qualquer outro comportamento de intimidação, constrangimento ou

violência;

XI - realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com

ensinamentos que visem a convivência harmônica na escola;

XII - promover um ambiente escolar seguro e sadio,

incentivando a tolerância e o respeito mútuo;

XIII - propor dinâmicas de integração entre alunos e

professores;

XIV - estimular a amizade, a solidariedade, a cooperação e o

companheirismo no ambiente escolar;

XV - orientar pais e familiares sobre como proceder diante da

prática de bullying; e

XVI - auxiliar vítimas e agressores.

Page 312: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

312

Art. 7º Compete à unidade escolar aprovar um plano de ações,

no Calendário da Escola, para a implantação das medidas previstas na

Campanha.

Art. 8º Fica autorizada a realização de convênios e parcerias

para a garantia do cumprimento dos objetivos da Campanha.

Art. 9º A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos

serviços públicos de assistência médica, social, psicológica e jurídica, que

poderão ser oferecidos também por meio de parcerias e convênios.

Art. 10. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de

90 (noventa) dias a contar da data da sua publicação.

Art. 11. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Page 313: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

313

PARANAGUÁ, Palácio "São José", em 13 de maio de 2010.

JOSÉ BAKA FILHO

Prefeito Municipal

CARLOS EDUARDO XAVIER ZACARIAS

Secretário do Governo Municipal

ELVIRA DO ROCIO BEZERRA GERALDO

Secretaria Municipal de Educação e Ensino Integral

Page 314: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

314

LEI Nº 4732, de 30 de Novembro de 2010

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE

EDUCAÇÃO INFANTIL, PÚBLICAS OU PRIVADAS, COM OU SEM

FINS LUCRATIVO, NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE PASSO

FUNDO.

(Do Vereador José Eurides de Moraes)

O VEREADOR JULIANO ROSO, Vice-Presidente da Câmara

Municipal de Vereadores de Passo Fundo no exercício da Presidência, no

uso de suas atribuições e de conformidade com o disposto no artigo 88, §§

3º e 7º da Lei Orgânica Municipal, faz saber que esta Câmara Municipal

aprovou e ele promulga a Lei supracitada, que passa a vigorar com a

seguinte redação:

Art. 1º As instituições de ensino e de educação infantil,

públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, desenvolverão política

"antibullying", nos termos desta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

Page 315: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

315

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, gênero, entre outras;

Page 316: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

316

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas; e,

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei, a

política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

Page 317: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

317

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meio de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da auto-estima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

Page 318: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

318

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das conseqüências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas; e,

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada instituição.

Art. 4º As instituições a que se refere esta Lei manterão

histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado.

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser

descritas em relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em

Page 319: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

319

cada caso e os resultados alcançados, que deverão ser enviados

periodicamente à Secretaria Municipal de Educação.

Art. 5º Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Executivo Municipal:

I - promoverá seminários, palestras, debates;

II - distribuirá cartilhas de orientação aos pais, alunos e

professores;

III - recorrerá à contribuição de especialistas no tema;

IV - apoiar-se-á nas evidências científicas disponíveis na

literatura especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros

países.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Page 320: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

320

Art. 7º Na regulamentação desta Lei, serão estabelecidas as

ações a serem desenvolvidas e os prazos a serem observados para a

execução da política "antibullying".

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

SALA ALBERTO PASQUALINI, Gabinete da Presidência,

aos trinta dias do mês de novembro do ano de dois mil e dez.

Vereador JULIANO ROSO,

Vice-Presidente em Exercício.

Page 321: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

321

LEI Nº 3209, DE 20 DE MAIO DE 2011

"DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE PAULÍNIA, EXTENSIVAS

ÀS ESCOLAS PRIVADAS COM OU SEM FINS LUCRATIVOS, E

DETERMINA OUTRAS PROVIDÊNCIAS".

(Projeto de Lei nº 28/11, de autoria do Vereador Marquinho da

Bola)

A Câmara Municipal APROVOU e eu, Prefeito do Município

de Paulínia, SANCIONO e PROMULGO a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica instituído o programa de conscientização,

prevenção e combate ao bullying escolar no projeto pedagógico elaborado

pelas escolas públicas do Município de Paulínia, extensivas às escolas

privadas com ou sem fins lucrativos.

Art. 2º - Entende-se por "bullying" a prática de atos de

violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida

por indivíduo ou por grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas,

Page 322: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

322

com o objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à

vítima.

Parágrafo Único - Caracteriza-se o bullying quando há:

I - promoção de atos que acarretam a exclusão social;

II - subtração de coisa alheia com o intuito único de causar

humilhação;

III - perseguição e discriminação imotivada;

IV - promoção de danos a pertences alheios;

V - instigação de atos violentos, inclusive com a utilização de

meios tecnológicos (ciberbullying);

VI - ameaças e agressões verbais e/ou físicas de qualquer

natureza;

VII - submissão do outro, pela força, à condição humilhante

e/ou constrangedora na presença de outros;

Page 323: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

323

VIII - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais; insultos

ou atribuição de pseudônimos constrangedores e/ou humilhantes;

IX - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras.

Art. 3º - Como atitude, o bullying é manifestado como

violência:

I - sexual: assédio, visando induzir ou/e abusar;

II - verbal: apelidos pejorativos, xingamentos e piadas

depreciativas;

III - físico: bater, chutar, empurrar e ferir;

IV - exclusão social: ignorar, isolar e excluir;

V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar,

dominar, infernizar, tiranizar, chantagear e manipular;

VI - moral: difamar, disseminar rumores, caluniar;

Page 324: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

324

VII - virtual: divulgar imagens, criar comunidades, enviar

mensagens, invadir a privacidade;

VIII - material: destroçar, estragar, furtar, roubar pertences.

Art. 4º - Constituem objetivos do presente programa:

I - prevenir e combater a prática do "bullying" nas escolas

públicas e privadas do município de Paulínia;

II - a capacitação dos docentes e da equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução dos

problemas identificados;

III - disseminar o conhecimento sobre o fenômeno do bullying

nos meios de comunicação municipais e nas instituições de que trata este

Projeto de Lei, bem como entre os responsáveis legais pelas crianças e

adolescentes nelas matriculados;

Page 325: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

325

IV - identificação e orientação aos envolvidos em situação de

bullying visando à recuperação da autoestima, o pleno desenvolvimento e a

convivência harmônica no ambiente escolar;

V - orientação dos agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre valores, as condições e as

experiências prévias dentro e fora das instituições de ensino de que trata

esta Lei, correlacionadas à prática do bullying de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

VI - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

VII - criar mecanismos com o intuito de envolver a família nos

processos de construção da cultura de paz nas unidades escolares;

VIII - promover a cidadania, a capacidade empática e o

respeito aos demais;

Page 326: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

326

IX - inclusão no regimento das instituições de ensino

particulares da política antibullying adequada ao âmbito de cada instituição

respectivamente.

Art. 5º - Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Parágrafo Único - Fica autorizada a realização de convênios e parcerias

para garantir o cumprimenrto dos objetivos do programa.

Art. 6º - A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos

serviços de assistência médica, social, psicológica e jurídica, que poderão

ser oferecidos por meio de parcerias e convênios.

Art. 7º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo

de noventa dias a contar da data de sua publicação.Art. 8º - Esta Lei entrará

em vigor na data de sua publicação.

Paço Municipal, 20 de maio de 2011

Page 327: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

327

JOSÉ PAVAN JUNIOR

Prefeito Municipal

Lavrada e publicada no Gabinete do Prefeito, na data supra.

LEONARDO ESPARTACO CEZAR BALLONE

Secretário dos Negócios Jurídicos

Page 328: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

328

Page 329: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

329

LEI Nº 6577, DE 29 DE OUTUBRO DE 2009.

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE PIRACICABA E DÁ OUTRAS

PROVIDÊNCIAS.

Autor do Projeto: Vereador João Manoel dos Santos

BARJAS NEGRI, Prefeito do Município de Piracicaba, Estado de São

Paulo, no uso de suas atribuições, Faz saber que a Câmara de Vereadores

de Piracicaba aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte, LEI:

Art. 1º As escolas públicas da educação básica do Município de Piracicaba,

deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de conscientização,

prevenção e combate ao bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela Educação Infantil,

Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência física ou

psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou

grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de

intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying: acarretar a exclusão social,

subtrair coisa alheia para humilhar, perseguir, discriminar, amedrontar,

destroçar pertences, instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios

tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações

de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - orientar os envolvidos em situação de bullying, visando à recuperação

da autoestima, o pleno desenvolvimento e a convivência harmônica no

ambiente escolar;

Page 330: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

330

IV - envolver a família no processo de construção da cultura de paz nas

unidades escolares.

Art. 4º Esta Lei será regulamentada pelo Executivo Municipal, no que

couber.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Prefeitura do Município de Piracicaba, em 29 de outubro de 2009.

BARJAS NEGRI

Prefeito Municipal

GABRIEL FERRATO DOS SANTOS

Secretário Municipal de Educação

MILTON SÉRGIO BISSOLI

Procurador Geral do Município

Publicada no Diário Oficial do Município de Piracicaba.

MARCELO MAGRO MAROUN

Chefe da Procuradoria Jurídico-administrativa

Page 331: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

331

LEI Nº 10.534, de 02/05/2011

INSTITUI A CAMPANHA PERMANENTE DE

CONSCIENTIZAÇÃO CONTRA O "CYBERBULLYING", NO

ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA.

A CÂMARA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA, Estado do

Paraná, decretou, na Sessão Ordinária realizada no dia 06 de abril de 2011

a partir do Projeto de Lei nº 036/2011, de autoria do Vereador Julio Kuller,

e eu, PREFEITO MUNICIPAL, sanciono a seguinte, LEI:

Art. 1º - Fica instituída no âmbito do Município de Ponta

Grossa, a campanha permanente de conscientização contra o

"Cyberbullying".

Art. 2º - Entende-se por "Cyberbullying" a prática que envolve

o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a

comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um

indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar, intimidar, agredir, causar

dor, angústia ou humilhação à vítima.

Art. 3º - As despesas decorrentes da execução desta lei

correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Page 332: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

332

Art. 4º - O Poder Executivo regulamentará a presente lei no

prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data da sua vigência.

Art. 5º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO E

NEGÓCIOS JURÍDICOS, em 02 de maio de 2011.

PEDRO WOSGRAU FILHO

Prefeito Municipal

ADELÂNGELA DE ARRUDA MOURA STEUDEL

Secretária Municipal de Administração e Negócios Jurídicos

Page 333: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

333

LEI Nº 10.866, de 26 de março de 2010

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE

EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICAS MUNICIPAIS OU PRIVADAS,

COM OU SEM FINS LUCRATIVOS.

O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, Faço

saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, no uso das atribuições que me

confere o inciso II do artigo 94 da Lei Orgânica do Município, sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1º As instituições de ensino e de educação infantil

públicas municipais ou privadas, com ou sem fins lucrativos,

desenvolverão política "antibullying", nos termos desta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

Page 334: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

334

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

Page 335: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

335

VII - exclusão ou isolamento proposital de pessoas, pela

fofoca e disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a

honra e a boa imagem dessas; e

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei, a

política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

às pessoas;

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meios de comunicação, nas instituições de que trata esta Lei e entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nestas matriculados;

Page 336: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

336

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata esta Lei, a

incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei, por meio de

trabalho interdisciplinar;

VI - estimular o protagonismo de crianças, adolescentes e

jovens no debate, na conscientização e na construção de estratégias para a

diminuição e a superação das práticas de "bullying";

VII - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VIII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

Page 337: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

337

IX - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

X - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

XI - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas; e

XII - incluir no regimento a política "antibullying" adequada

ao âmbito de cada instituição.

Art. 4º As instituições a que se refere esta Lei manterão

histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado.

Page 338: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

338

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser

descritas em relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em

cada caso e os resultados alcançados, que deverão ser enviados

periodicamente à Secretaria Municipal de Educação.

Art. 5º Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Município de Porto Alegre poderá contar com o apoio da sociedade civil e

especialistas no tema ou entidades, realizando o seguinte:

I - seminários, palestras e debates;

II - orientação aos pais, alunos e professores com cartilhas; e

III - uso de evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros países.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 7º Na regulamentação desta Lei, serão estabelecidas as

ações a serem desenvolvidas e os prazos a serem observados para a

execução da política "antibullying".

Page 339: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

339

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 26 de

março de 2010.

JOSÉ FOGAÇA

Prefeito

CLECI JURACH

Secretária Municipal de Educação

Registre-se e publique-se.

CLÓVIS MAGALHÃES

Secretário Municipal de Gestão e Acompanhamento

Estratégico

Page 340: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

340

LEI Nº 1471 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009

"DISPÕE SOBRE O PROGRAMA DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO "BULLYING"

NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE E

DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS"

O Prefeito da Estância Balneária de Praia Grande, no uso das

atribuições que lhe são conferidas por Lei, Faz saber que a Câmara

Municipal, em sua Segunda Sessão Extraordinária, realizada em 18 de

dezembro de 2.009 aprovou e ele promulga a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído o programa de conscientização,

prevenção e combate ao "bullying" nas escolas públicas do município de

Praia Grande.

Parágrafo Único - O programa de que trata a presente lei poderá ser

incluído no projeto pedagógico curricular das escolas municipais, a critério

da secretaria municipal de educação.

Art. 2º Entende-se por "bullying", a prática de atos de

violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida

Page 341: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

341

por indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de "bullying" acarretar a

exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar;

amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do "bullying" nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - orientar os envolvidos em situação de "bullying", visando

à recuperação da auto-estima, o pleno desenvolvimento e a convivência

harmônica no ambiente escolar;

IV - envolver a família no processo de construção da cultura

de paz nas unidades escolares.

Page 342: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

342

Art. 4º Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º A Secretaria Municipal de Educação observará a

necessidade de realizar diagnóstico das situações de "bullying" nas

unidades escolares, bem como o seu constante acompanhamento,

respeitando as medidas protetivas estabelecidas no estatuto da criança e do

adolescente.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Palácio São Francisco de Assis, Prefeitura da Estância

Balneária de Praia Grande, aos 21 de dezembro de 2009, ano quadragésimo

terceiro da emancipação.

Page 343: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

343

ROBERTO FRANCISCO DOS SANTOS

PREFEITO

Sidiney Silva Pires

Secretário Chefe do Gabinete

Registrado e publicado na Secretaria de Administração, aos 21

de dezembro de 2009.

Ecedite da Silva Cruz Filho

Secretário de Administração

Page 344: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

344

LEI Nº 17.621/2010

DISPÕE SOBRE A OBRIGATORIEDADE DE AFIXAÇÃO

DE PLACAS INFORMATIVOS ALERTANDO SOBRE OS PERIGOS

DA PRÁTICA DO BULLYING EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA

MUNICIPAL DE ENSINO.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO RECIFE

faz saber que o PODER LEGISLATIVO DO MUNICÍPIO aprovou o

Projeto de Lei nº 145/2009 de autoria do vereador Estéfano Menudo e, na

conformidade do que dispõe o Parágrafo Único do artigo 33 da Lei

Orgânica do Recife, promulga o seguinte:

Art. 1º Ficam obrigadas, todas as escolas da Rede Pública

Municipal de Ensino, a afixarem em local visível, placa(s) informativo(s)

sobre o que é o Bullying e o que pode provocar no processo de ensino e

aprendizagem.

Art. 2º A(s) placa(s) informativo(s) deverá(ao) ficar em local

visível, em local de acesso público, devendo obedecer aos seguintes

critérios

I - dimensões de 29 x 31cm;

Page 345: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

345

II - fonte Arial;

III - cor preta.

Art. 3º As placas deverão ter a seguinte informação

BULLYING É O ATO DE ZOMBAR EM DEMASIA DE

OUTROS, DE PRATICAR CHACOTA COM OS ALUNOS, COLEGAS

DE AULA E ATÉ COLEGAS DE TRABALHO.

MUITAS VÍTIMAS DE BOLLYING DESENVOLVEM

PROBLEMAS EMOCIONAIS COMO DEPRESSÃO, DIFICULDADE

DE APRENDIZAGEM E DIMINUIÇÃO DA AUTO-ESTIMA.

Art. 4º Fica a critério do estabelecimento escolar o quantitativo

de placas a serem afixadas e o tipo de abordagem que deverá ser feita em

relação à conscientização do corpo discente.

Art. 5º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação

Recife, em 05 de maio de 2010.

MÚCIO MAGALHÃES

Presidente

Page 346: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

346

Projeto de Lei nº 145/2009 Autoria do Vereador Estefano

Menudo.

Page 347: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

347

LEI Nº 17.638/2010

INSTITUI O DIA MUNICIPAL DE COMBATE AO

BULLYING.

O Povo da Cidade do Recife, por seus representantes,

decretou, e eu, em seu nome, sanciono parcialmente a seguinte lei:

Art. 1º Fica instituído o DIA MUNICIPAL DE COMBATE

AO BULLYNG, a ser comemorado no dia 14 de fevereiro.

Art. 2º VETADO.

Art. 3º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Recife, 20 de julho de 2010.

JOÃO DA COSTA BEZERRA FILHOPrefeito do Recife

Projeto de Lei nº 160/2009 Autoria do Vereador Estéfano

Menudo.

Page 348: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

348

LEI Nº 17.682/2011

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO NO REGIMENTO

INTERNO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS ESPECIFICAMENTE NO

PROJETO PEDAGÓGICO DAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS

DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE/PE, MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO, DIAGNOSE E COMBATE À

PRÁTICA DE AÇÕES CONHECIDAS COMO BULLYING ESCOLAR.

O Povo da Cidade do recife, por seus representantes, decretou,

e eu, em seu nome, sanciono parcialmente a seguinte Lei:

Art. 1º As escolas públicas e privadas de educação básica do

Município do Recife/PE deverão incluir em seu projeto pedagógico,

alterando se necessário seu Regimento Interno, medidas de

conscientização, prevenção, diagnose e combate à prática das ações

conhecidas como bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio.

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

Page 349: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

349

indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de constranger, intimidar, agredir, causar dor, angústia ou

humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying: promover e

acarretar a exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir;

discriminar; amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos,

inclusive utilizando-se de meios tecnológicos e ambientes virtuais

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - Conscientizar a comunidade escolar sobre o conceito de

bullying, sua abrangência e a necessidade de medidas de prevenção,

diagnose e combate;

II - prevenir, diagnosticar e combater a prática do bullying nas

escolas;

III - capacitar docentes, equipe pedagógica e servidores da

escola para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação

e solução do problema;

Page 350: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

350

IV - orientar os envolvidos em situação de bullying, visando a

recuperação da autoestima do desenvolvimento psicossocial e da

convivência harmônica no ambiente escolar e social;

V - envolver a família no processo de construção da cultura de

paz nas unidades escolares e perante a sociedade.

Art. 4º VETADO.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Recife, 11 de janeiro de 2011

MILTON COELHO DA SILVA NETO

Prefeito do Recife, em exercício

Projeto de Lei nº 03/2010 Autoria da Vereadora Dra. Vera

Lopes

Page 351: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

351

LEI Nº 5089 DE 6 DE outubro 2009

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Autor: Vereador Cristiano Girão

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, faço

saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As escolas públicas da educação básica do Município

do Rio de Janeiro deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de

conscientização, prevenção e combate ao Bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Art. 2º Entende-se por Bullying a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

Page 352: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

352

individuo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vitima.

Parágrafo Único - São exemplos de Bullying acarretar a

exclusão social: subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar;

amedontrar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do Bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir regras contra o Bullying no regimento interno da

escola;

IV - orientar as vítimas de Bullying visando a recuperação de

sua auto-estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento

escolar;

Page 353: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

353

V - orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores

desencadeantes de seu comportamento, sobre as conseqüências de seus

atos, visando torná-los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo

respeito, igualdade, liberdade, justiça e solidariedade;

VI - envolver a família no processo de percepção,

acompanhamento e crescimento da solução conjunta.

Art. 4º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei e

estabelecerá as ações a serem desenvolvidas, como palestras, debates,

distribuição de cartilhas de orientação aos pais, alunos e professores, entre

outras iniciativas.

Art. 5º As escolas deverão manter o histórico das ocorrências

de Bullying em suas dependências, devidamente atualizado, e enviar

relatório, via sistema de monitoramento de ocorrências, à Secretaria

Municipal de Educação.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Page 354: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

354

EDUARDO PAES

Prefeito Municipal

Page 355: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

355

LEI Nº 5062, de 21 de outubro de 2010.

"DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE

RIO DO SUL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS."

O PREFEITO MUNICIPAL DE RIO DO SUL, Faço saber a

todos os habitantes deste município, que a Câmara de Vereadores decretou

e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - As Escolas Públicas da Educação Básica do

Município de Rio do Sul, deverão incluir em seu projeto pedagógico

medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Art. 2º - Entende-se por bullying, a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

Page 356: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

356

indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying, acarretar a

exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar;

amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º - Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - orientar os envolvidos em situação de bullying, visando à

recuperação da auto-estima, o pleno desenvolvimento e a convivência

harmônica no ambiente escolar;

IV - envolver a família no processo de construção da cultura

de paz nas unidades escolares.

Page 357: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

357

Art. 4º - Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º - A Secretaria Municipal de Educação observará a

necessidade de realizar diagnóstico das situações de bullying nas unidades

escolares, bem como o seu constante acompanhamento, respeitando as

medidas protetivas estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Art. 6º - As despesas decorrentes da execução da presente Lei

correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Art. 7º - Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL, 21 de outubro de

2.010

MILTON HOBUS

Prefeito Municipal

Page 358: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

358

LEI Nº 2229 - DE 27 DE JULHO DE 2010.

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE

EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICAS MUNICIPAIS OU PRIVADAS,

COM OU SEM FINS LUCRATIVOS.

O Prefeito Municipal de Rio Negrinho, Estado de Santa

Catarina; Faz saber a todos os habitantes que a Câmara de Municipal de

Vereadores aprova e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As instituições de ensino e de educação infantil

públicas municipais ou privadas, com ou sem fins lucrativos, estão

autorizadas a desenvolver a política "antibullying", nos termos desta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

Page 359: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

359

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

Page 360: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

360

VII - exclusão ou isolamento proposital de pessoas, pela

fofoca e disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a

honra e a boa imagem dessas; e

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei, a

política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

às pessoas;

Page 361: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

361

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meios de comunicação, nas instituições de que trata esta Lei e entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nestas matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei, por meio de

trabalho interdisciplinar;

VI - estimular o protagonismo de crianças, adolescentes e

jovens no debate, na conscientização e na construção de estratégias para a

diminuição e a superação das práticas de "bullying";

VII - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VIII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

Page 362: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

362

garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

IX - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

X - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

XI - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas; e

XII - incluir no regimento a política "antibullying" adequada

ao âmbito de cada instituição.

Page 363: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

363

Art. 4º As instituições a que se refere esta Lei poderão manter

histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado.

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser

descritas em relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em

cada caso e os resultados alcançados, que deverão ser enviados

periodicamente à Secretaria Municipal de Educação.

Art. 5º Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Município de Rio Negrinho poderá contar com o apoio da sociedade civil e

especialistas no tema ou entidades, realizando o seguinte:

I - seminários, palestras e debates;

II - orientação aos pais, alunos e professores com cartilhas; e

III - uso de evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros países.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Page 364: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

364

Art. 7º Na regulamentação desta Lei, serão estabelecidas as

ações a serem desenvolvidas e os prazos a serem observados para a

execução da política "antibullying".

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE Rio Negrinho,

27 de julho de 2010.

OSNI JOSÉ SCHROEDER

Prefeito Municipal

MARISTELA BRINIAK

Secretária Interina de Administração e Recursos Humanos

ILSON JOSÉ SCHROEDER

Secretário de Ações Governamentais e Serviços Públicos

BERNARDO FRANCISCO PSCHEIDT

Secretário de Agricultura

Page 365: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

365

DOUGLAS GUIMARÃES DAMIANI

Secretário de Desenvolvimento Econômico

FATIMA AP. ALEXANDRONI MASUTTI

Secretária de Educação

EDSON LUÍS MARTINS

Secretário da Família e Desenvolvimento Comunitário

JORGE MARCELO DETROZ

Secretário de Finanças

WILSON LUIZ VEISS

Secretário de Infraestrutura

EDMILSON FERNANDES

Secretário de Planejamento e Meio Ambiente

GELASIO ONOFRE DE CASTILHO

Secretário de Saúde

Page 366: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

366

Registrada e publicada a presente Lei no átrio desta Prefeitura

Municipal, em 27 de julho 2010.

Maristela Briniak

Diretora do Departamento Administrativo, da Secretaria de

Administração e Recursos Humanos.

Page 367: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

367

LEI Nº 2079/2010

"DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO MÉDIO,

FUNDAMENTAL E DE EDUCAÇÃO INFANTIL, PÚBLICAS OU

PRIVADAS, COM OU SEM FINS LUCRATIVOS."

A Câmara Municipal de Rio Negro, Estado do Paraná, aprovou

e eu, Nilson Antonio Paizani, Prefeito Municipal em exercício, sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1º - As instituições de ensino médio, fundamental e de

educação infantil, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos,

desenvolverão política "antibullying", nos termos desta Lei.

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

Page 368: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

368

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

§ 1º - Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

Page 369: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

369

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas; e

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º - O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º - No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei,

a política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

Page 370: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

370

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meio de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da auto-estima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

Page 371: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

371

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das conseqüências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas; e

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada instituição.

Art. 4º - As instituições a que se refere esta Lei manterão

histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado.

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser

descritas em relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em

Page 372: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

372

cada caso e os resultados alcançados, que deverão ser enviados

periodicamente à Secretaria Municipal de Educação e ao Conselho Tutelar.

Art. 5º - Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Município poderá contar com o apoio da sociedade civil e especialistas no

tema ou entidades, realizando o seguinte:

I - seminários, palestras, debates;

II - a orientação aos pais, alunos e professores com cartilhas;

III - usar evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros países.

Art. 6º - As despesas decorrentes da execução desta Lei

correrão por conta de dotações orçamentárias próprias.

Art. 7º - Na regulamentação desta Lei, serão estabelecidas as

ações a serem desenvolvidas e os prazos a serem observados para a

execução da política "antibullying".

Page 373: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

373

Art. 8º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Rio Negro, 23 de dezembro de 2010

NILSON ANTONIO PAIZANI

PREFEITO MUNICIPAL EM EXERCÍCIO

JOANI ASSIS PETERS

Secretário Municipal de Administração e Finanças

Page 374: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

374

LEI Nº 2156, de 25 de maio de 2011

DISPÕE SOBRE A POLÍTICA "ANTIBULLYING" NAS

INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO DA

IMPERATRIZ.

O Prefeito do Município de Santo Amaro da Imperatriz,

Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições legais, faz saber a

todos os habitantes deste município, que a Câmara Município aprovou e eu

sanciono a seguinte lei:

Art. 1º As instituições de ensino públicas ou privadas, com ou

sem fins lucrativos, no município de Santo Amaro da Imperatriz, ficam

condicionadas à política "antibullying", nos termos desta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

Page 375: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

375

causando dano emocional e/ou físico à vítima, em uma relação de

desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões verbais e/ou físicas como bater, socar,

chutar, agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante e/ou

constrangedora na presença de outros;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos constrangedores e/ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

Page 376: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

376

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela intriga e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas; e

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em exposição física e/ou psicológica a

outrem.

§ 2º O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei, a

política "antibullying" tem como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

Page 377: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

377

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meio de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

Page 378: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

378

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas; e

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada instituição.

Art. 4º As ocorrências de "bullying" devem ser registradas pela

escola, em livro ata próprio para esse fim, com data, hora, tipo de

agressividade, indicação do nome do agressor e agredido e as providências

tomadas.

Page 379: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

379

Art. 5º Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Município pode contar com o apoio da sociedade civil e especialistas,

realizando:

I - seminários, palestras, debates;

II - orientação aos pais, alunos e professores utilizando-se de

cartilhas e material informativo em geral;

III - usar evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros locais,

nacional ou internacionalmente.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação

Santo Amaro da Imperatriz, em 25 de maio de 2011

EDÉSIO JUSTEN

Prefeito Municipal

Page 380: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

380

Registrada e publicada na data supra

GERRY ADRIANO BEIRÃO

Secretário Adm, Fin e Planejamento

Page 381: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

381

LEI Nº 1898, DE 24 DE SETEMBRO DE 2010

INSTITUI O PROGRAMA DE COMBATE AO BULLYING,

DE AÇÃO INTERDISCIPLINAR E DE PARTICIPAÇÃO

COMUNITÁRIA, NAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS, NO

MUNICÍPIO DE SIDERÓPOLIS

ELVI DONADEL, Prefeito Municipal em Exercício, faço

saber a todos os habitantes deste Município que a Câmara Municipal

aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a instituir o

Programa de Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de

participação comunitária, nas escolas públicas e privadas, no Município de

Siderópolis.

Parágrafo Único - Entende-se por bullying atitudes agressivas,

intencionais e repetitivas, adotadas por um indivíduo (bully) ou grupo de

indivíduos contra outro(s), sem motivação evidente, causando dor, angústia

Page 382: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

382

e sofrimento e, executadas em uma relação desigual de poder, o que

possibilita a vitimização.

Art. 2º O bullying pode ser evidenciado através de atitudes de

intimidação, humilhação e discriminação, entre as quais:

I - insultos pessoais;

II - apelidos pejorativos;

III - ataques físicos;

IV - grafitagens depreciativas;

V - expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - isolamento social;

VII - ameaças; e

VIII - pilhérias.

Page 383: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

383

Art. 3º O bullying pode ser classificado de acordo com as

ações praticadas:

I - verbal: apelidar, xingar, insultar;

II - moral: difamar, disseminar rumores, caluniar;

III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

IV - psicológico: ignorar, excluir, perseguir, amedrontar,

aterrorizar, intimidar, dominar, tiranizar, chantagear e manipular;

V - material: destroçar, estragar, furtar, roubar os pertences;

VI - físico: empurrar, socar, chutar, beliscar, bater; e

VII - virtual: divulgar imagens, criar comunidades, enviar

mensagens, invadir a privacidade.

Art. 4º Para a implementação deste Programa, a unidade

escolar criará uma equipe multidisciplinar, com a participação de docentes,

Page 384: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

384

alunos, pais e voluntários, para a promoção de atividades didáticas,

informativas, de orientação e prevenção.

Art. 5º São objetivos do Programa:

I - prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no

Conselho de Escola, regras normativas contra o bullying;

IV - esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem

o bullying;

V - observar, analisar e identificar eventuais praticantes e

vítimas de bullying nas escolas;

VI - discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e

o que é bullying;

Page 385: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

385

VII - desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e

áudio-visual;

VIII - valorizar as individualidades, canalizando as diferenças

para a melhoria da auto-estima dos estudantes;

IX - integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os

meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao

bullying;

X - coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e

qualquer outro comportamento de intimidação, constrangimento ou

violência;

XI - realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com

ensinamentos que visem a convivência harmônica na escola;

XII - promover um ambiente escolar seguro e sadio,

incentivando a tolerância e o respeito mútuo;

Page 386: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

386

XIII - propor dinâmicas de integração entre alunos e

professores;

XIV - estimular a amizade, a tolerância, o respeito às

diferenças individuais, a solidariedade, a cooperação e o companheirismo

no ambiente escolar;

XV - orientar pais e familiares sobre como proceder diante da

prática de bullying; e

XVI - auxiliar vítimas e agressores.

Art. 6º Compete à unidade escolar aprovar um plano de ações

para a implantação das medidas previstas no Programa e integrá-lo ao

Projeto Político Pedagógico.

Art. 7º Fica autorizada a realização de convênios e parcerias

para a garantia do cumprimento dos objetivos do Programa.

Art. 8º A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos

serviços de assistência médica, social, psicológica e jurídica, que poderão

ser oferecidos por meio de parcerias e convênios.

Page 387: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

387

Art. 9º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de

noventa dias a contar da data de sua publicação.

Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Paço Municipal ANTÔNIO FELTRIN, Em,24 de Setembro de

2010

ELVI DONADEL

Prefeito Municipal em Exercício

Publicado e registrado no Mural Público do Paço Municipal

"Antônio Feltrin".

BARBARA MARIA BONASSA RONSONI

Agente Administrativo

Page 388: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

388

LEI Nº 9483, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2011.

DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE

CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYING

ESCOLAR NO PROJETO PEDAGÓGICO ELABORADO PELAS

ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO BÁSICA.

Projeto de Lei nº 238/2009 - autoria do Vereador CARLOS

CEZAR DA SILVA.

A Câmara Municipal de Sorocaba decreta e eu promulgo a

seguinte Lei:

Art. 1º As escolas municipais de educação básica, no

Município de Sorocaba, deverão incluir em seu projeto pedagógico

medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Page 389: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

389

Art. 2º Entende-se por bullying a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo Único - São exemplos de bullying acarretar a

exclusão social, subtrair coisa alheia para humilhar, perseguir, discriminar,

amedrontar, destroçar pertences, instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - incluir regras contra o bullying no regimento interno da

escola;

Page 390: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

390

IV - orientar as vítimas de bullying visando à recuperação de

sua auto-estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento

escolar;

V - orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores

desencadeantes de seu comportamento, sobre as conseqüências de seus

atos, visando torná-los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo

respeito, igualdade, liberdade, justiça e solidariedade;

VI - envolver a família no processo de percepção,

acompanhamento e crescimento da solução conjunta.

Art. 4º Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Page 391: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

391

Palácio dos Tropeiros, em 23 de Fevereiro de 2011, 356º da

Fundação de Sorocaba.

VITOR LIPPI

Prefeito Municipal

LUIZ ANGELO VERRONE QUILICI

Secretário de Negócios Jurídicos

PAULO FRANCISCO MENDES

Secretário de Governo e Planejamento

RODRIGO MORENO

Secretário de Planejamento e Gestão

MARIA TERESINHA DEL CISTIA

Secretária da Educação

Publicada na Divisão de Controle de Documentos e Atos

Oficiais, na data supra.

SOLANGE APARECIDA GEREVINI LLAMAS

Page 392: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

392

Chefe da Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais

Page 393: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

393

LEI Nº 9515, DE 23 DE MARÇO DE 2011.

DISPÕE SOBRE A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE

CASOS DE "BULLYING" PELAS ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS

E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Projeto de Lei nº 488/2010 - autoria do Vereador JOSÉ

FRANCISCO MARTINEZ.

A Câmara Municipal de Sorocaba decreta e eu promulgo a

seguinte Lei:

Art. 1º Cria a obrigação de notificação compulsória ao

Conselho Tutelar, aos pais ou responsáveis da vítima e dos envolvidos no

ato, por parte das direções das unidades públicas municipais de educação

básica, os casos de "Bullying" ocorridos nas dependências das escolas.

Parágrafo Único - A Educação Básica é composta pela

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Page 394: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

394

Art. 2º Entende-se por "Bullying" a prática de atos de

violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida

por individuo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação a vitima.

Parágrafo Único - São exemplos de "Bullying" acarretar a

exclusão social: subtrair coisa alheia para humilhar, perseguir, discriminar,

amedrontar, intimidar, destruir pertences, instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei e

estabelecerá as ações a serem desenvolvidas, como palestras, debates,

distribuição de cartilhas de orientação aos pais, alunos e professores, entre

outras iniciativas.

Parágrafo Único - Para cumprimento do disposto neste artigo,

fica criada a Comissão de Monitoramento integrada por representantes das

Secretarias de Educação, Saúde e Juventude e um representante da Câmara

Municipal.

Art. 4º As escolas deverão manter o histórico das ocorrências

de "Bullying" em suas dependências, devidamente atualizado.

Page 395: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

395

Art. 5º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Tropeiros, em 23 de Março de 2011, 356º da

Fundação de Sorocaba.

VITOR LIPPI

Prefeito Municipal

LUIZ ANGELO VERRONE QUILICI

Secretário de Negócios Jurídicos

PAULO FRANCISCO MENDES

Secretário de Governo e Relações Institucionais

RODRIGO MORENO

Secretário de Planejamento e Gestão

MARIA TERESINHA DEL CISTIA

Page 396: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

396

Secretária da Educação

EDITH MARIA GARBOGGINI DI GIORGI

Secretária da Juventude

MILTON RIBEIRO PALMA

Secretário da Saúde

Publicada na Divisão de Controle de Documentos e Atos

Oficiais, na data supra.

MARIA APARECIDA MARINS DAEMON

Chefe da Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais

em substituição

Page 397: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

397

LEI Nº 8105, DE 23/04/2010

"DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE

EDUCAÇÃO INFANTIL, PÚBLICAS OU PRIVADAS, COM OU SEM

FINS LUCRATIVOS, NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS."

O Prefeito Municipal de São José dos Campos, faz saber que a

Câmara Municipal aprova e ele sanciona e promulga a seguinte Lei:

Art. 1º Dispõe sobre o desenvolvimento de política

"antibullying" por instituições de ensino e de educação infantil, públicas ou

privadas, com ou sem fins lucrativos, no Município de São José dos

Campos.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

Page 398: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

398

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

Page 399: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

399

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas; e

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites" cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º O descrito no inciso VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei, a

política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

Page 400: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

400

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meios de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnicos e psicológicos, de modo a

garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

Page 401: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

401

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a conscientizá-los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

agressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando mecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua efetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas; e

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada instituição.

Art. 4º Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Município poderá contar com o apoio da sociedade civil e especialistas no

tema ou entidades, realizando o seguinte:

I - seminários, palestras, debates;

II - a orientação aos pais, alunos e professores com cartilhas; e

Page 402: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

402

III - usar evidências científicas disponíveis na literatura

especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros países.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Prefeitura Municipal de São José dos Campos, 23 de abril de

2010.

Eduardo Cury

Prefeito Municipal

William de Souza Freitas

Consultor Legislativo

Alberto Alves Marques Filho

Secretário de Educação

Aldo Zonzini Filho

Secretário de Assuntos Jurídicos

Page 403: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

403

Registrada na Divisão de Formalização e Atos da Secretaria de

Assuntos Jurídicos, aos vinte e três dias do mês de abril do ano de dois mil

e dez.

Roberta Marcondes Fourniol Rebello

Chefe da Divisão de Formalização e Atos

(Projeto de Lei nº 763/09 de autoria do Vereador Cristóvão

Gonçalves)

Page 404: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

404

LEI Nº 7215, DE 08 DE JULHO DE 2010.

DISPÕE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICA

"ANTIBULLYING" POR INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE

EDUCAÇÃO INFANTIL, PÚBLICAS OU PRIVADAS, COM OU SEM

FINS LUCRATIVOS.

ARY JOSÉ VANAZZI, Prefeito Municipal de São Leopoldo,

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono e promulgo a

seguinte LEI:

Art. 1º As instituições de ensino e de educação infantil,

públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, desenvolverão política

"antibullying", nos termos desta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se "bullying"

qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva,

entre pares, que ocorra sem motivação evidente, praticada por um

indivíduo ou grupo de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir fisicamente, isolar, humilhar, ou ambos,

Page 405: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

405

causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

§ 1º Constituem práticas de "bullying", sempre que repetidas:

I - ameaças e agressões físicas como bater, socar, chutar,

agarrar, empurrar;

II - submissão do outro, pela força, à condição humilhante;

III - furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens

alheios;

IV - extorsão e obtenção forçada de favores sexuais;

V - insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou

humilhantes;

VI - comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto

às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

Page 406: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

406

VII - exclusão ou isolamento proposital do outro, pela fofoca e

disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e

a boa imagem das pessoas;

VIII - envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de

computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em "blogs"

ou "sites", cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem.

§ 2º O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é

conhecido como "cyberbullying".

Art. 3º No âmbito de cada instituição a que se refere esta Lei, a

política "antibullying" terá como objetivos:

I - reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições

de que trata esta Lei e melhorar o desempenho escolar;

II - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito

aos demais;

Page 407: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

407

III - disseminar conhecimento sobre o fenômeno "bullying"

nos meio de comunicação e nas instituições de que trata esta Lei, entre os

responsáveis legais pelas crianças e adolescentes nela matriculados;

IV - identificar concretamente, em cada instituição de que trata

esta Lei, a incidência e a natureza das práticas de "bullying";

V - desenvolver planos locais para a prevenção e o combate às

práticas de "bullying" nas instituições de que trata esta Lei;

VI - capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para o

diagnóstico do "bullying" e para o desenvolvimento de abordagens

específicas de caráter preventivo;

VII - orientar as vítimas de "bullying" e seus familiares,

oferecendo-lhes os necessários apoios técnico e psicológico, de modo a

garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a minimização dos

eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar;

VIII - orientar os agressores e seus familiares, a partir de

levantamentos específicos, caso a caso, sobre os valores, as condições e as

experiências prévias - dentro e fora das instituições de que trata esta Lei -

Page 408: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

408

correlacionadas à prática do "bullying", de modo a onscientizá- - los a

respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos

gressores com um convívio respeitoso e solidário com seus pares;

IX - evitar tanto quanto possível a punição dos agressores,

privilegiando ecanismos alternativos como, por exemplo, os "círculos

restaurativos", a fim de promover sua fetiva responsabilização e mudança

de comportamento;

X - envolver as famílias no processo de percepção,

acompanhamento e formulação de soluções concretas;

XI - incluir no regimento a política "antibullying" adequada ao

âmbito de cada instituição.

Art. 4º As instituições a que se refere esta Lei manterão

histórico próprio das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado.

Parágrafo Único - As ocorrências registradas deverão ser

descritas em relatórios detalhados, contendo as providências tomadas em

Page 409: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

409

cada caso e os resultados alcançados, que deverão ser enviados

periodicamente à Secretaria Municipal de Educação.

Art. 5º Para fins de incentivo à política "antibullying", o

Executivo Municipal:

I - promoverá seminários, palestras, debates;

II - distribuirá cartilhas de orientação aos pais, alunos e

professores;

III - recorrerá à contribuição de especialistas no tema;

IV - apoiar-se-á nas evidências científicas disponíveis na

literatura especializada e nas experiências exitosas desenvolvidas em outros

países.

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão

por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Page 410: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

410

Art. 7º Na regulamentação desta Lei, serão estabelecidas as

ações a serem desenvolvidas e os prazos a serem observados para a

execução da política "antibullying".

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9º Ficam revogadas as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de São Leopoldo, 08 de julho de 2010.

ARY JOSÉ VANAZZI

PREFEITO

Page 411: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

411

LEI Nº 14.957, DE 16 DE JULHO DE 2009

(Projeto de Lei nº 69/09, do Vereador Gabriel Chalita - PSDB)

Dispõe sobre a inclusão de medidas de conscientização,

prevenção e combate ao "bullying" escolar no projeto pedagógico

elaborado pelas escolas públicas de educação básica do Município de São

Paulo, e dá outras providências.

GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo,

no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a

Câmara Municipal, em sessão de 24 de junho de 2009, decretou e eu

promulgo a seguinte lei:

Art. 1º As escolas públicas da educação básica do Município

de São Paulo deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de

conscientização, prevenção e combate ao "bullying" escolar.

Parágrafo único. A Educação Básica é composta pela

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Art. 2º Entende-se por "bullying" a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

Parágrafo único. São exemplos de "bullying" acarretar a

exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar;

Page 412: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

412

amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive

utilizando-se de meios tecnológicos.

Art. 3º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do "bullying" nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - orientar os envolvidos em situação de "bullying", visando

à recuperação da auto-estima, o pleno desenvolvimento e a convivência

harmônica no ambiente escolar;

IV - envolver a família no processo de construção da cultura

de paz nas unidades escolares.

Art. 4º Decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem

desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de

orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.

Art. 5º A Secretaria Municipal de Educação observará a

necessidade de realizar diagnóstico das situações de "bullying" nas

unidades escolares, bem como o seu constante acompanhamento,

respeitando as medidas protetivas estabelecidas no Estatuto da Criança e do

Adolescente.

Page 413: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

413

Art. 6º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão

por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 16 de

julho de 2009, 456º da fundação de São Paulo.

GILBERTO KASSAB, PREFEITO

Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 16 de julho

de 2009.

CLOVIS DE BARROS CARVALHO, Secretário do Governo

Municipal

Page 414: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

414

LEI 2288/2010

"DISPÕE SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMA

PARA COIBIR A PRÁTICA DE BULLYING NA REDE MUNICIPAL

DE ENSINO".

ELMIS MANNRICH, Prefeito Municipal de Tijucas, faz saber

a todos os habitantes deste município, que a Câmara Municipal de Tijucas

aprovou e ele sanciona a seguinte Lei:

Art. 1º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a

implementar sistema para coibir a prática do bullying na rede municipal de

educação.

Parágrafo Único - Entende-se por bullying atitudes de

violência física ou psicológica, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem

motivação evidente, praticadas por um indivíduo (bully) ou grupos de

indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou

agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de

desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

Page 415: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

415

Art. 2º A violência física ou psicológica pode ser evidenciada

em atos de intimidação, humilhação e discriminação, entre os quais:

I - Insultos pessoais;

II - Comentários pejorativos;

III - Ataques físicos;

IV - Grafitagens depreciativas;

V - Expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - Isolamento social;

VII - Ameaças;

VIII - Pilhérias.

Art. 3º O bullying pode ser classificado em três tipos,

conforme as ações praticadas:

Page 416: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

416

I - Sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

II - Exclusão social: ignorar, isolar e excluir;

III - Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar,

dominar, infernizar.

Art. 4º Para a implementação deste programa, o Poder

Executivo Municipal, fica autorizado a criar uma equipe multidisciplinar,

com a participação de docentes, alunos, pais e voluntários, para a promoção

de atividades didáticas, informativas, de orientação e prevenção.

Art. 5º São objetivos do programa:

I - Prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - Capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

Page 417: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

417

III - Incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no

Conselho de Escola, regras normativas contra o bullying;

IV - Esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem

o bullying;

V - Observar, analisar e identificar eventuais praticantes e

vítimas de bullying nas escolas;

VI - Discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e

o que é bullying;

VII - Desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e

áudio-visual;

VIII - Valorizar as individualidades, canalizando as diferenças

para a melhoria da auto-estima dos estudantes;

IX - Integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os

meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao

bullying;

Page 418: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

418

X - Coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e

qualquer outro comportamento de intimidação, constrangimento ou

violência;

XI - Realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com

ensinamentos que visem a convivência harmônica na escola;

XII - Promover um ambiente escolar seguro e sadio,

incentivando a tolerância e o respeito mútuo;

XIII - Propor dinâmicas de integração entre alunos e

professores;

XIV - Estimular a amizade, a solidariedade, a cooperação e o

companheirismo no ambiente escolar;

XV - Orientar pais e familiares sobre como proceder diante da

prática de bullying;

XVI - Auxiliar vítimas e agressores.

Page 419: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

419

Art. 6º Compete à Secretaria de Educação do Município de

Tijucas, aprovar um plano de ações, no Calendário da rede Municipal de

ensino, para a implantação das medidas previstas no programa.

Art. 7º Fica autorizada a realização de convênios e parcerias,

com entidades públicas e privadas, para garantir o cumprimento dos

objetivos do programa.

Art. 8º A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos

serviços de assistência médica, social, psicológica e jurídica, que poderão

ser oferecidos por meio de parcerias e convênios.

Art. 9º O Poder Executivo Municipal, regulamentará esta lei

no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data da sua publicação.

Art. 10 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Gabinete do Prefeito Municipal de Tijucas, SC, 07 de julho de

2010.

ELMIS MANNRICH

Prefeito Municipal

Page 420: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

420

Page 421: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

421

LEI Nº 3464, DE 27 DE ABRIL DE 2010.

DISPÕE SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMA

PARA COIBIR A PRÁTICA DE BULLYING NA REDE MUNICIPAL

DE ENSINO.

O PREFEITO MUNICIPAL DE TUBARÃO, SC, FAÇO

saber que a Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a

implementar sistema para coibir a prática do bullying na rede municipal de

educação.

Parágrafo Único - Entende-se por bullying atitudes de

violência física ou psicológica, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem

motivação evidente, praticadas por um indivíduo (bully) ou grupos de

indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou

agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de

desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

Page 422: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

422

Art. 2º A violência física ou psicológica pode ser evidenciada

em atos de intimidação, humilhação e discriminação, entre os quais:

I - Insultos pessoais;

II - Comentários pejorativos;

III - Ataques físicos;

IV - Grafitagens depreciativas;

V - Expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - Isolamento social;

VII - Ameaças;

VIII - Pilhérias.

Art. 3º O bullying pode ser classificado em três tipos,

conforme as ações praticadas:

Page 423: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

423

I - Sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

II - Exclusão social: ignorar, isolar e excluir;

III - Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar,

dominar, infernizar.

Art. 4º Para a implementação deste programa, o Poder

Executivo Municipal, fica autorizado a criar uma equipe multidisciplinar,

com a participação de docentes, alunos, pais e voluntários, para a promoção

de atividades didáticas, informativas, de orientação e prevenção.

Art. 5º São objetivos do programa:

I - Prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - Capacitar docentes e equipe pedagógica para a

implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do

problema;

III - Incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no

Conselho de Escola, regras normativas contra o bullying;

Page 424: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

424

IV - Esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem

o bullying;

V - Observar, analisar e identificar eventuais praticantes e

vítimas de bullying nas escolas;

VI - Discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e

o que é bullying;

VII - Desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e

áudio-visual;

VIII - Valorizar as individualidades, canalizando as diferenças

para a melhoria da auto-estima dos estudantes;

IX - Integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os

meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao

bullying;

Page 425: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

425

X - Coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e

qualquer outro comportamento de intimidação, constrangimento ou

violência;

XI - Realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com

ensinamentos que visem a convivência harmônica na escola;

XII - Promover um ambiente escolar seguro e sadio,

incentivando a tolerância e o respeito mútuo;

XIII - Propor dinâmicas de integração entre alunos e

professores;

XIV - Estimular a amizade, a solidariedade, a cooperação e o

companheirismo no ambiente escolar;

XV - Orientar pais e familiares sobre como proceder diante da

prática de bullying;

XVI - Auxiliar vítimas e agressores.

Page 426: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

426

Art. 6º Compete à Secretaria de Educação do município de

Tubarão, aprovar um plano de ações, no Calendário da rede Municipal de

ensino, para a implantação das medidas previstas no programa.

Art. 7º Fica autorizada a realização de convênios e parcerias,

com entidades públicas e privadas, para garantir o cumprimento dos

objetivos do programa.

Art. 8º A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos

serviços de assistência médica, social, psicológica e jurídica, que poderão

ser oferecidos por meio de parcerias e convênios.

Art. 9º O Poder Executivo Municipal, regulamentará esta lei

no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data da sua publicação.

Art. 10 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Registre-se e publique-se.

Tubarão, SC, 27 de abril de 2010.

MANOEL ANTONIO BERTONCINI SILVA

Page 427: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

427

Prefeito Municipal

Publicado no Mural Oficial da Recepção do Gabinete do

Prefeito na mesma data.

CARLOS EDUARDO PEREIRA DE BONA PORTÃO

Secretário de Administração

Page 428: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

428

LEI Nº 4913, 05 DE ABRIL DE 2010

AUTORIZA O PODER EXECUTIVO A IMPLANTAR O

"PROGRAMA DE COMBATE AO BULLYING ESCOLAR" NO

MUNICÍPIO DE VILA VELHA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VILA

VELHA, Estado do Espírito Santo, usando das atribuições que lhe são

conferidas pelo § 7º do artigo 40 da Lei Orgânica do Município de Vila

Velha "Faz saber que o Prefeito sancionou nos termos do § 3º do artigo 40

da Lei Orgânica Municipal, e eu, IVAN CARLINI, promulgo o Autógrafo

de Lei nº 2.650/10, que se transformou na LEI Nº 4913, de 05 de abril de

2010".

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a implantar o

"Programa de Combate ao Bullyng Escolar" no município de Vila Velha.

Art. 2º O Programa de que trata esta Lei visa a elaboração de

um projeto pedagógico pela Secretaria Municipal de Educação e a adoção

Page 429: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

429

de medidas de conscientização, prevenção e combate à prática do

"bullying" nas escolas da rede municipal de ensino.

§ 1º Entende-se por "bullying" a prática de atos de violência

física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por

indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o

objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima,

dentre as quais:

I - acarretar a exclusão social;

II - subtrair coisa alheia para humilhar;

III - perseguir;

IV - discriminar;

V - amedrontar;

VI - destroçar pertences;

Page 430: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

430

VII - instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios

tecnológicos.

§ 2º Constituem objetivos a serem atingidos:

I - prevenir e combater a prática do "bullying" nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para

implementação de ações de discussão, prevenção, orientação e solução de

problemas;

III - incluir regras contra o "bullying" no regimento interno das

escolas;

IV - orientar as vítimas de "bullying" visando à recuperação de

sua autoestima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento

escolar;

V - orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores

desencadeantes de seu comportamento, sobre as conseqüências de seus

atos, visando torná-los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo

respeito, igualdade, liberdade, justiça e solidariedade;

Page 431: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

431

VI - envolver a família no processo de percepção,

acompanhamento e crescimento da solução conjunta.

Art. 2º O Poder Executivo, através da Secretaria Municipal de

Educação estabelecerá as ações a serem desenvolvidas, como palestras,

debates, distribuição de cartilhas de orientação aos pais e professores, entre

outras iniciativas.

Parágrafo Único - As escolas, na instituição do programa,

manterão o histórico das ocorrências de "bullying" em suas dependências,

devidamente atualizado, e enviarão relatórios à Secretaria Municipal de

Educação.

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Vila Velha, 05 de abril de 2010.

IVAN CARLINI

Presidente

Page 432: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

432

Este texto não substitui o original publicado e arquivado na

Câmara Municipal de Vila Velha

Page 433: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

433

ENSAIOS

Page 434: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

434

ÉTICA, MORAL E O DESVIO DE PERSONALIDADE

Uma das questões mais controvertidas da ciência humana são

incursões das expressões: “ética” e “moral”, como sinônimos para estudar a

formação da “personalidade” dos seres humanos e os danos que nela

ocorrem, que para o direito é denominado como “dano moral”.

Pois bem, comecemos um apressado ensaio sobre estas

expressões filosóficas.

A palavra moral tem sua origem etimológica da expressão

romana “mores”, que significa hábitos, que remete a palavra costume ou

conjunto de normas adquiridas pelo habito reiterado de sua prática.

A moral em termos gerais é uma característica do

comportamento humano75

. Em outras palavras, moral é tudo aquilo que o

ser humano incorpora em si76

, dando-lhe sentido e valor sentimental.

Não é raro atrelar o conceito de moral como uma forma de

qualidade, um adjetivo, uma potencialidade inerente à psique humana77

.

Talvez, por este motivo que, modernamente, tem se falado em moral

75

Ferry, Luc, Aprender a viver- Filosofia para os novos tempos, p.31 76

Pereira, Otaviano, O que é moral, São Paulo, Brasiliense, 2004, coleção Primeiros Passos,

p.11 77

Pereira, Otaviano, O que é moral, op. cit., p.12

Page 435: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

435

positiva para referenciar o conjunto de regras de comportamento e formas

de vida através das quais tende o homem à realização do bem78

.

Para que se possa estudar a moral, lança-se mão da “ética”,

que nada mais é, do que a ciência que se dedica a estudar o comportamento

do homem em sociedade79

, ou seja, a moral é o objeto da ciência chamada

ética.

A palavra “ética” tem origem da palavra grega ethos que

significa morada; lugar de onde se habita, ou também, modo de ser ou

caráter.

Vale dizer que esse “modo de ser” é o resultado de uma

coleção de características que adquirimos conforme o estilo de vida. Ou

seja, a ética é o caráter impresso na alma por meio da reiteração de uma

conduta.

Isso leva a idéia de que a pratica reiterada de certos hábitos

fazem o ser humano virtuoso ou viciado80

.

A ética é a transcrição dos valores morais do ser humano que

formam o caráter e a personalidade81

.

78

Maynez, Eduardo Garcia, Ética, Ética empírica, Ética de bens, Ética formal, Ética valorativa,

p.12 79

Vásquez, Adolfo Sánchez, Ética, p.12 80

Nalini, José Renato, Filosofia e Ética Jurídica, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais,

2008, p.113 81

Cortina, Adela, Ética aplicada y democracia radical, p.162

Page 436: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

436

A personalidade é uma espécie de vetor que baliza diversos

atos para que o sujeito se mantenha em harmonia e equilíbrio com sigo e

com o mundo que o cerca. Em outro prisma, a personalidade pode ser

compreendida como uma unidade estável e individualizada de conjuntos de

condutas82

.

Quando os valores contritos na moral subjetiva conflitam com

os da moral positiva, tem-se o que a psicanálise conceitua como conflito de

personalidade83

.

Para a o ramo da psicologia a personalidade, conhecida por

psique, um conjunto de todas as funções mentais individuais do ser

humano, englobando os processos conscientes e inconscientes de

processamento do conhecimento adquirido durante a vida.84

Todos os

problemas que afetam a saúde mental humana advém da perturbação que

danifica este conjunto de funções.

Para o direito, a agressão psicológica que perturba a formação

da personalidade é considerada um ato ilícito chamado dano moral.

O artigo 198 do Código Civil prevê o ato ilícito como toda

ação ou omissão voluntária (dolo), negligência ou imprudência (culpa),

82

Huteau, M, Les conceptions cognitives de la personnalité, Paris, PUF, 1985, p.25 83

Freud Sigmund, Na out line of psyconalysis. New York: W.W Norton & Co,.Inc, 1949 84

Novaes, Adenáuer. Mito Pessoal e Destino Humano. Salvador: Fundação Lar Harmonia,

2005, p. 254. Disponível em: http://www.clinicapsique.com/pdf/txt_psique.pdf, acessado em

22/03/2011, às 21h: 15min.

Page 437: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

437

viola direito ou causa dano, ainda que exclusivamente moral, a outrem,

motivo pelo qual será responsabilizado pela reparação dos prejuízos. Por

isso, a lei impõe a quem praticou o dever de reparar o prejuízo resultante85

.

Silvio de Salvo Venosa86

conceitua dano moral como a lesão

ao patrimônio psíquico ou ideal da pessoa, a sua dignidade em fim que se

traduz nos modernos direitos da personalidade.

Clayton Reis87

completa ensinando que dano moral causa no

indivíduo um desconforto anormal em seu íntimo, uma aflição que abala o

psíquico.

Concluí-se finalmente que, o dano moral pode influenciar

maleficamente na vida particular e social do indivíduo.

A proteção da moral serve para garantir a evolução do

indivíduo nas esferas sociais econômicas.

Quando violada a moral, o indivíduo sofre lesões psicológicas

que o impedem este desenvolvimento sócio econômico. É nesta esteira o

escrito por Clayton Reis88

: “As perturbações que ocorrem na esfera do

psiquismo humano constituem, sem dúvida alguma, causa capaz de gerar

85

Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed. São Paulo: Saraiva; 2002.,p.42 86

Venosa, Sílvio de Salvo, Op. Cit. p. 227 87

Reis, Clayton, Dano Moral. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p.15 88

Reis, Clayton Reis, Clayton, Avaliação do Dano Moral, Rio de Janeiro: 4ª Ed., Forense, 2002,

p.101

Page 438: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

438

transtornos de grande magnitude no campo social e profissional das

pessoas.”

As características psíquicas do ser humano devem ser

protegidas porque fazem parte de sua personalidade individual, que o

auxiliam na evolução nos círculos pessoais e profissionais.

Uma vez maculada a psique, esta deve ser prontamente

indenizada.

Page 439: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

439

O VERDADEIRO SENTIDO DA EDUCAÇÃO

Educar tem sua raiz oriunda do latim, que significa criar,

nutrir, ensinar. Da mesma forma, o verbo educar remete ao sentido de

conduzir89

.

Desde tempos remotos a educação tem como sentido conduzir

o aprendiz para fora90

do seu mundo subjetivo. Para isso a educação deve

atentar-se para o desenvolvimento de capacidades, e potenciais para a vida

em sociedade91

.

Para que haja o correto desenvolvimento de qualquer

capacidade do aluno para a vida em grupo, o educador deve ater-se na

observação das experiências pregressas advindas do convívio familiar, ou

de outros meios de relação interpessoal de cada aluno92

. Isso oportuniza

que o professor conheça as limitações do aluno e auxilie na superação.

Não é possível despertar conhecimentos, nem introduzir uma

pessoa em uma organização social sem antes considerá-la como sujeito

individual.

89

Paim, Beatriz Junqueira Pereira apud KUPPFER,Vinculo Pais, bebês, em UTI neo natal, a

educação de pais e a posição mãe canguru, Canoas, Editora ULBRAS, 2005, p.46 90

Cunha, Jonatas, Igreja UTIs, São Paulo Naós, 2009, p.44. Segundo o autor, a palavra educar

tem sua raiz no latim educere que significa tirar das entranhas. 91

Chalita Gabriel, Pedagogia da amizade, Bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores,

São Paulo Editora Gente, 2008, p. 48 92

Chalita Gabriel, op. cit, 49

Page 440: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

440

Modelos educacionais massificados que desconsideram a

personalidade individual do aluno, tornando-o parte de uma personalidade

coletiva não oportunizam qualquer desenvolvimento de potencialidades

porque desconhece a limitação pessoal de cada aluno.

Para o bom educar é importante que os alunos sintam afeto por

parte do professor para que possam sentir segurança para admitir suas

limitações, superá-las e, a partir daí, desenvolver seus potenciais93

.

Conhecer cada aluno em sua individualidade faz com que

sintam-se respeitados em sua essência. E esse sentido de respeito contagia

as relações intersubjetivas entre os pares quando há a necessidade de

interação social.

93

Roca, Joaquim Garcia, A Educação cristã no terceiro milênio o que é como se faz, Edições

Loyola, São Paulo, Brasil, 1999, p. 41 e 42

Page 441: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

441

A VIOLÊNCIA INFANTIL E OS VALORES

EDUCACIONAIS FAMILIARES E ESCOLARES.

A violência escolar relaciona-se intimamente com a postura de

competição social como forma de acumulo de bens materiais e prestígio

nas relações intersubjetivas.

Esta postura competitiva contaminou os conceitos sociais e

sobremaneira as técnicas educacionais da sociedade, gerando uma

ideologia de conquista pela derrota.

Como conseqüência disso as famílias ao invés de educar seus

rebentos para conviver de forma fraternal e colaborativa na sociedade;

doutrina-os para a instrução com a finalidade de tornarem-se melhores do

que seus próximos, e por isso, alçarem postos de maior prestígio social com

remunerações financeiras cada vez maiores.

As escolas por sua vez, amoldam-se de forma a suprir as

expectativas competitivas desses modernos modelos de núcleo familiar.

As escolas priorizam a competição de forma a treinarem seus

alunos para competir entre si, apreciando a sobreposição dos melhores sob

os que apresentaram menor rendimento.

Da mesma forma treinam professores para que levem a cabo

um modelo de ensino massificado em que alunos são clientes e as escolas

Page 442: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

442

são grandes centros de treinamento aos moldes quase militares pregando a

conquista pessoal através da derrota do desafiante.

A educação tem se resumido a aquisição de formas e técnicas

para vencer sozinho e não conviver, respeitar, esclarecer e cooperar. As

escolas precisam aprender que uma educação afetuosa tem mais eficiência

social do que a educação competitiva.

Neste modelo de educação seguida por muitas famílias e

reafirmada por muitas escolas, valores como solidariedade, caridade,

cooperativismo dão lugar a valores menos essenciais como resultados

profissionalmente admiráveis a todo custo e a superação dos interesses

egoísticos sobre os interesses do bem coletivo.

Essa postura competitiva impede que as crianças admirem os

valores éticos, culturais que formam o caráter e as capacidades dos seus

colegas porque admirá-los significará admitir sua superioridade, e por sua

vez, também admitir que não seja bom o suficiente.

Quanto mais acirrada é a competição por qualquer tipo de

poder, mais dispostas à crueldade as pessoas se condicionam94

.

Se houvesse uma postura de cooperação e interação,

certamente as crianças pensariam desde cedo na possibilidade juntar suas

94

Segundo Michel Foucault, no seu livro Microfísica do poder, a crueldade é inerente às

relações de disputa por uma ficção social chamada de poder.

Page 443: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

443

capacidades com as de seus pares para alcançar determinado propósito sem

precisar competir uma com as outras. Também veríamos pessoas mais

atentas aos valores impressos no caráter ao invés dos valores aparentados

pelos bens materiais.

Sem a menor dúvida, afirmo que adoção de posturas

colaborativas impedirá que atos de violência ganhem força e

expressividade, pois, só na competição desmedida existe frustração e o

sentido de derrota ou vitória embotado de egoísmo.

A violência escolar não amenizará apenas com o advento de

leis, embora Leis sempre tenham o caráter de regrar a vida humana para

garantir a pacificação social.

A mudança no espírito das idéias competitivas da educação

para idéias mais cooperativas, solidárias e amorosas é a verdadeira forma

de vencer a violência, porque nem todos obedecem às leis, mas, todos

seguem um modelo de educação.

Leis inibem o comportamento, a educação transforma.

Não sou educador, não sou professor, mas, na qualidade de

aluno e ex-vítima da violência escolar, vi o suficiente para compreender o

caminho não é educar para competir, mas, educar para conviver.

Page 444: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

444

ENSAIO SOBRE A DITADURA DA BELEZA LÍQUIDA

“E se nós fôssemos todos cegos?”,

ao que ele mesmo responde: “Mas nós estamos

realmente todos cegos! Cegos da razão, cegos

da sensibilidade…”. (José Saramago)

Nunca a sociedade viveu tanto na caverna de Platão quanto

nos tempos atuais. Nunca as pessoas se contentaram tanto com a sobra da

mentira disfarçada de simulacro da realidade.

A sociedade moderna encontra-se num momento em que o

sentimento dá lugar ao senso das experiências sintéticas, das belezas

fabricadas, dos valores líquidos e da coisificação da vida humana.

A beleza perdeu sua essência, seu encanto e ganhou preço,

tamanho, forma e marca.

Ter é mais belo do que ser. Ter um corpo talhado é mais belo

do que conquistar uma alma pura e uma mente sã e culta.

Ter coisas de incalculável valor monetário é mais belo do que

ser detentor do senso para observar as sutilezas dos momentos mais simples

da vida.

Page 445: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

445

A cada período se passa, a humanidade procura a beleza de

suas carcaças, a simetria perfeita das formas que vestem suas almas, e

esquecem por completo, da pureza de suas naturezas.

A beleza não é mais a conquistada com o burilar do caráter e

com generosidade dos atos cotidianos, mas sim, com a forma exterior

fabricada por meio da reconstrução estética que, pode ser comprada e

vendida com a finalidade de satisfazer o narcisismo, a lasciva e vaidade

mesquinha da alma.

Jovens desejam satisfazer sentimentos sexuais cada vez mais

primitivos, desejam relações intersubjetivas cada vez mais fugazes e

imediatistas. Em nenhuma outra época foi tão fácil ter sexo e, ao mesmo

tempo, tão difícil se conquistar amor.

Com isso concluí-se que essa moderna beleza sintética esvazia

a mente, prostitui a dignidade, apodrece o coração e degenera os valores da

verdadeira beleza da natureza humana.

Mas, o pior deste conceito é a sua incontestável contribuição

para as brutalidades do ser humano. Esse conceito fechado e genérico de

beleza plástica acarreta sobremaneira para propagação da intolerância, do

preconceito e da violência, pois, as pessoas costumam rechaçar as próprias

Page 446: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

446

incapacidades e frustrações quando tripudiam as características físicas do

outro.

A capacidade de aceitar a si próprio como um ser perfeito

dentro de suas condições naturais, e por isso, detentor de beleza única em

sua singularidade, consiste no caminho para a pacificação das relações

sociais.

Acredito que a beleza, enquanto característica de notável

admiração social deve nascer do binômio caráter e atitude.

Esse binômio é capaz de cativar as emoções mais puras nas

relações sociais, porque imprime na alma a afeição inabalável da beleza

interior de quem cativa.

Sendo assim, não poderá qualquer noção massificada fugaz,

nem ação deletéria do tempo na plasticidade no corpo físico, abalar a

essência da beleza cativada na alma.

Ao passo que, a mera beleza física não passa de um momento

de parnasianismo passageiro, uma vez que não passa de uma visão

distorcida da realidade.

A realidade é que, apenas o sentimento de bem querer

essencial é capaz de tornar qualquer pessoa bela, como de fato é.

Page 447: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

447

A construção plástica de uma simetria física da estrutura

humana, nunca fará do corpo algo verdadeiramente belo e perfeito, livre

dos defeitos, manchas, e imperfeições que, vez por outra são maquiados.

Neste sentido, temos o ensinamento de José Saramago95

numa

metáfora alusiva a Romeu e Julieta em que fica demonstrado que apenas a

beleza plástica do corpo não é capaz de arraigar simpatia duradoura na

alma.

Se o Romeu da história tivesse os olhos do falcão, certamente,

não se apaixonaria pela Julieta, porque os olhos dele não veriam uma pele

agradável de ver.

Porque com a acuidade visual do falcão, não mostraria a pele

tal qual a vemos.

Ao fim, concluí-se que noção moderna de beleza física cultua

uma estética passageira e extremamente deteriorável, que serve apenas,

para satisfazer fins egoístas de uma ditadura social.

Ao passo que a beleza interna é construída com experiências

de vida, sentimentos que aperfeiçoam a psique e oportunizam o encanto

pela essência do caráter. E está beleza é inesgotável, atemporal e imune aos

modismos da ditadura socioeconômica.

95

Saramago, José. Depoimento retirado do Documentário: “A Janela da Alma” de João Jardim e Walter

Carvalho, 2001, Brasil.

Page 448: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

448

Por que a felicidade da vida em ver a beleza em todas as coisas

e criaturas do mundo está num pequeno segredo de Antoine de Saint-

Exupéry96

:

“(...) só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos

olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Apenas no dia em que a humanidade se tornar sensível às

sutilezas da beleza interior, apenas do dia em que homens, mulheres e

crianças puderem ver através da janela da alma é que teremos o verdadeiro

sentido da beleza.

E então, será neste dia que construiremos o verdadeiro

respeito, o sincero amor e conquistaremos a tão almejada pequena medida

de paz chamada felicidade.

96

Saint-Exupéry, Antonie de, O Pequeno Príncipe, Tradução de Dom Marcos Barbosa, 48 ed.,

Rio de Janeiro Agir, 2009, p. 70.

Page 449: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

449

RACISMO E PRECONCEITO, OS SUTIS DISFARCES

DA BRUTALIDADE DA INGORÂNCIA.

Não há burrice maior do que julgar-se mais e melhor do que

outro ser humano por conta de cor, do credo ou da nacionalidade.

Não há inteligência sem amor nem fé sem união ou liberdade

sem respeito.

Subjugar em nome da inteligência é arrogância, separar em

nome de Deus é nazismo, matar por liberdade é escravizar a felicidade.

Somos todos iguais e muito especiais em nossa coletiva

singularidade.

Todos nós sangramos quando a pele rasga, sorrimos, choramos

quando a saudade não cabe no peito ou ficamos sem ar de tanto rir.

Todos nós às vezes sofremos de tanto amar, vivemos de tanto

sonhar e vencemos de tanto lutar.

O que nos torna iguais é justamente, o que também nos difere:

Somos iguais em nossas pequenezas físicas das condições

humanas, somos iguais em nossas grandiosas capacidades de nos reinventar

e reinventar a vida.

Page 450: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

450

O que nos torna melhores ou piores é o que conseguimos

cultivar nos corações dos nossos semelhantes.

As diferentes formas de fé são instrumentos de embelezamento

da alma é a disciplina do pensamento num constante burilar do caráter. A

fé jamais deve separar ou cegar a humanidade.

Somos todos iguais em baixo do sol, todos nós somos parte de

uma só raça: A Raça Humana.

Uma raça que deseja de formas diferentes, com intensidades

diferentes alcançar a felicidade, mas, que de tempos em tempos precisa ser

salva de si própria.

Page 451: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

451

DISCURSOS

Page 452: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

452

ATIVISMO ANTIBULLYING, UM IDEAL PELO QUAL

VIVER, UMA CAUSA PELA QUAL LUTAR.

O bullying é uma das formas mais traiçoeiras e letais de

violência, que só agora, depois de muitas demonstrações de sua

brutalidade, começou a ser estudada e evitada.

O bullying retira a auto-estima, nos afasta dos sonhos, traz

sofrimento, solidão e vergonha.

Mas, eu não falo apenas por mim; falo por uma legião de

crianças, adolescentes, jovens e de suas famílias que sofreram e sofrem

com os efeitos do bullying.

Devemos lutar para quebrar a lei do silêncio imposta pela falta

de informação, pela política corporativa de muitas instituições de ensino, e

pela impunidade das redes sociais cibernéticas.

A informação trará a consciência de que para frear o bullying

devemos debatê-lo abertamente em todos os lugares e meios de

comunicação.

A mobilização pela paz, em prol da conscientização e combate

a este tipo de agressão pode evitar jovens deprimidos, acometidos de

síndromes e sentimentos negativos que podem resultar em massacres e

suicídios.

Devemos lutar por um tempo, sem intolerância, sem

segregações sem omissões e sem sofrimento silencioso.

Page 453: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

453

Devemos lutar contra os conceitos materialistas, contra

competitividade desenfreada, contra o culto cego à forma física. Devemos

lutar para que valores humanistas que favoreçam o caráter e o convívio

solidário e respeitoso entre todas as pessoas.

Devemos nos empenhar para um novo tempo, com dias

galgados no respeito, fraternidade e no humanismo. E certamente, os

esforços por estes objetivos já nos tornará melhores.

Juntos nós tornaremos possível um sonho que em sua essência

é de Martin Luther king Jr, mas, que, ouso proferir em outras palavras:

Eu tenho um sonho: O dia em que crianças, jovens e

adolescentes não serão apontadas por suas diferenças étnicas, por suas

diferenças sociais, ou por suas dificuldades físicas. Mas sim pelo

brilhantismo de seu caráter.

Page 454: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

454

O QUE EU APRENDI COM O ATIVISMO ANTI

BULLYING

Há oito anos eu luto por um sonho de igualdade e justiça: um

mundo em que não há preleções sociais embasadas nas limitações

humanas, mas, uma sociedade sustentada pelo mútuo auxílio entre

diferentes capacidades, diferentes saberes.

Sonhei com um mundo sem preconceitos, sem crueldade,

apostei minha juventude nisso, empregando os melhores e mais produtivos

dias da minha existência por uma causa: a prevenção e o combate ao

bullying.

A jornada foi difícil até aqui, mas, compensou cada segundo,

cada dia vivido em prol deste sonho.

Eu me fortaleci e me curei quando resolvi fazer da minha vida

uma forma de ajudar as pessoas que sofriam bullying.

Ao passo que eu ajudava as pessoas, elas me ajudavam, e a

cada dia de auxílio mútuo, eu substituía o rancor de vítima, por uma

espécie de amor, que me impulsionava numa melhora íntima constante.

Com a ajuda de todas as pessoas que eu ajudei, aprendi a

vencer meus medos, minhas frustrações e transformei aquela velha

escuridão numa luz tênue que decidiu existir para tentar iluminar a vida dos

demais.

Page 455: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

455

Ganhei coragem quando decidi trocar o revanchismo por amor.

Neste dia, aprendi que posso vencer sem brigar, me fazer notar sem gritar,

que posso ser uma voz que argumenta sem se impor.

Aprendi que o bem permanece quando o carinho pelas pessoas

se torna fé na evolução humana, e quando temos fé nada nos para.

Nesta longa e linda jornada, eu conheci lugares e culturas

diferentes, fiz muitos amigos e outros tantos companheiros maravilhosos,

que se mostraram fantásticas ao superar seus limites e transformar suas

existências em instrumentos de combate ao bullying.

Quando eu comecei a caminhada, pouco falava-se sobre o

tema. Na verdade o Brasil sequer sabia do que se tratava a expressão

bullying, muito se subestimavam o tema. Isso tornava a tratativa do

bullying muito difícil.

Aos poucos eu percebia uma modesta movimentação científica

sobre o tema, o que me empolgou e me fez desejar pesquisar e criar para

colaborar.

Confesso que eu estudei muito e me aperfeiçoei mais ainda

para, só depois, criar um ramo da ciência do direito para tratar da

responsabilidade civil das instituições de ensino, dos pais e dos agressores

nos casos de bullying.

Page 456: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

456

Com isso, realizei o sonho de escrever livros e manter contato

com autores que, antes, eu conhecia apenas por meio dos livros que me

serviam de referencia.

E quando eu achava que já não tinha mais nada para

acrescentar para causa, encontrei mais pessoas, mais amigos, parceiros que

juntos criaram grupos e mais grupos de combate e prevenção à esse tipo de

violência psicológica.

Esses muitos grupos organizados são provas de que os seres

humanos caminham para um tempo de convivência pacífica, e que se

mostram propensos à proteger os valores da dignidade humana. Tudo é

uma questão de paciência e persistência.

Depois de muito caminhar percebi que as pessoas aderem,

naturalmente, para bem quando um sonho se torna ideal.

Passei a olhar cada pessoa por meio de uma visão buscadora

de belezas, capacidades diferentes e talentos brilhantes.

Aprendi a contemplar a verdadeira beleza humana contida na

diversidade dos indivíduos. Cada alma humana é absolutamente linda e

repleta de encantos e dons, capazes de aprimorarem a sociedade.

Aprendi que não há raças, credos, classes que nos separem.

Somos todos pertencentes à raça humana, uma grupo que vive uma

incansável busca pela felicidade, pelo amor, pela justiça e pela paz.

Page 457: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

457

DISCURSO SOBRE A BELEZA HUMANA

Assim como eu, muitas pessoas dedicam suas vida, dia pós

dia, em defender a humanidade de si mesma.

Nosso cotidiano é um viver criativo em que sempre estamos

pensando em formas de prevenir e combater o preconceito entre crianças e

jovens.

Acreditamos que todos podem colaborar entre si na busca da

felicidade e da evolução social e do convívio pacífico e por crer piamente

nisto, doamos nossas vidas em prol da defesa da igualdade e da dignidade

humana.

Não fazemos isso por nós, mas, por amor à todas as pessoas. E

é deste amor que nasce uma força inabalável que nos mantém firmes no

propósito de prevenir e combater qualquer forma de segregação.

Essa nossa trajetória traduz uma profunda e inesgotável fé na

importância da vida de todas as pessoas independentemente de qualquer

característica física, étnica, religiosa ou financeira, pois, acreditamos na

evidencia de que todos as pessoas são igualmente especiais e dotadas de

uma beleza personalíssima.

A beleza está traduzida na pureza da alma de quem a enxerga,

e apenas os cegos da beleza essencial ignoram a maravilha da diversidade e

a imprescindibilidade da vida colaborativa entre as singulares

especialidades do físico, do intelecto, da fé e da cultura.

Page 458: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

458

Acima de quaisquer diferença somos igualmente especiais. e é

isso que move o sonho de paz, respeito e igualdade que unem as pessoas

num indissolúvel laço de esperança.

Temos fé na beleza do caráter e na pureza das almas que é

natural da espécie humana.

E é esta certeza que nos impulsionará na superação de

qualquer dificuldade, pois, a fé tudo esclarece.

E é esse amor que nos fará vencer toda a adversidade da vida,

pois, o amor a tudo vence.

Page 459: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

459

DISCURSO PELA UNIFICAÇÃO DE ESFORÇOS PARA

CONTER O BULLYING

Todo mundo deve descobrir pelo que viver, e eu descobri que

viver em prol de uma causa salvou minha vida e deu sentido para minha

existência, me situando como um cidadão útil para a sociedade.

Dediquei os melhores e mais produtivos anos da minha

juventude para estudar, combater e criar formas de frear, evitar e dirimir os

efeitos do bullying.

Foram logos bons anos em que ganhei amigos, críticos,

angariei pessoas que apoiavam o movimento e conheci culturas de todos os

lugares do mundo.

Foi uma época de muito estudo e dedicação científica, foram

dias de leitura e produção intensas.

Foram tempos em que criar era o caminho para superar as

dificuldades e vencer o problema chamado bullying.

E para uma satisfação imensa, os tempos mudaram e os ventos

trouxeram uma era de busca de soluções. Era o tempo do progresso da

informação!

Ver os avanços no estudo do tema, saber que de uma forma

singela, eu contribui para isso, me traz paz e a sensação de missão

cumprida. Meu intuito sempre foi levar a informação aonde ela deveria

Page 460: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

460

chegar. E se fui mais longe do que minhas pretensões, foi porque a

necessidade me impulsionou. Sinto que fiz o meu melhor!

Jamais medi esforços ou tempo para colaborar para com as

pessoas que precisavam de auxílio e informação ou na jornada de unir

pessoas em um

Me sinto feliz ao ver que a sociedade tem se interessado pelo

tema e respeitado.

Hoje, vemos uma população informada que se levanta de um

abismo de violência e silêncio, vemos vítimas se recuperando e trilhando

uma vida próspera e feliz.

Hoje, vemos uma sociedade corajosa, que procura a defesa de

seus direitos de personalidade e sua dignidade humana.

Sinto-me orgulhoso em saber de histórias de superação e de

pessoas que se dedicam por esta causa.

E tenho certeza que já não estou mais sozinho nessa

caminhada, e tenho muitas pessoas que dão apoio para esta causa.

Entretanto, há muito para fazer e muito o que se dizer em favor

da prevenção ao bullying.

Essa causa ganhará uma voz forte quando todos os corações

caminharem na mesma direção, quando todas as intenções de afeto, auxílio

e justiça estiverem de fato juntos. Por isso, um projeto de unificação de

Page 461: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

461

todos os grupos do Facebook de combate ao bullying brasileiros é

essencial.

Juntos nossas vozes ecoarão mais longe, os sonhos ganharão

mais corações, e nossos planos e idéias ganharão unidade e força

inigualáveis.

Apóie a unificação dos grupos de combate e prevenção ao

bullying.

Page 462: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

462

UM MUNDO SEM BULLYING

Algumas vezes é preciso unir forças, falar junto até todas as

vozes se tornarem um grito em uníssono, até todos os esforços se tornarem

uma força irresistível.

Para isso precisamos de todas as vozes, todos os esforços,

todas as mentes e todos os corações.

Todos nós vivemos uma só causa: prevenir e acabar com o

bulllying. Todos nós andamos ate aqui por isso.

Toda a razão de formarmos grupos, escrevermos artigos livros,

peças de teatro é a paz e respeito entre as pessoas.

Nossos corações batem em prol da vida humana e de sua digna

manutenção.

Então peço que cada um de vocês: de cada canto do mundo,

não importa aonde você esteja, nem qual língua você fala. Mas, se você

apoia e luta por um mundo sem violência ou sem intolerância, por um

mundo sem bullying, caminhe conosco.

Cada um de vocês nos fará melhores, sua participação

elucidará o problema e trará a solução de cada canto do mundo.

Vamos compartilhar problemas e soluções, vamos

compartilhar criações, ideias, literaturas e ciências que sirvam para

melhorar o mundo.

Page 463: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

463

Todos os corações e todas as pessoas são importantes e úteis.

A vida vivida pela paz é uma vida sem fim.

Um ideal não precisa de bandeiras, símbolos ou línguas. Um

ideal precisa de corações que os represente.

Um ideal independe de crença, classe social ou etnia. Um ideal

precisa de fé na humanidade. Então, peço que você presente este ideal

Todos juntos por um mundo sem bullying.

Page 464: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

464

DISCURSO SOBRE AS MUDANÇAS SOCIAIS EM

BUSCA DA PAZ

Estamos em uma era similar a Revolução Francesa e a

Revolução Industrial, em que tudo está em franca mutação e nenhuma

instituição social está segura.

Mudaram os conceitos de felicidade e de relação

intersubjetiva, mas, não mudaram as necessidades de respeitar a vida

humana em todos os seus aspectos.

Cada dia tornam-se notáveis as reivindicações sociais por

tolerância das peculiaridades da psique individual, dos fatores

socioeconômicos e religiosos.

A busca por soluções pacíficas para o convívio em

comunidade tem sido o grande foco deste novo século, de modo que a

conscientização tem gerado uma franca melhora em todas as áreas de

convívio social.

Essa movimentação de reformulação cultural é uma

engrenagem de um novo sistema social, que é fruto de uma gama enorme

de esforços de vários setores da sociedade que se agrupam em busca do

bem comum.

A comoção social em prol dos valores da vida protegerão as

gerações por vir da exploração lucrativa das misérias humanas e da

submissão da liberdade aos interesses políticos de um grupo fragmentado

Page 465: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

465

da sociedade, bem como extinguirá mentalidades segregacionistas e

preconceituosas.

Isso fez nascer uma geração de pessoas que põe em xeque as

instituições sociais, os proselitismos religiosos as amarras econômicas e

quedam as parcas certezas políticas e classistas de uma nação.

O país está em evolução, e as manifestações de toda sorte

ganham uma cara moderna e em grande parte pacífica.

Alguns órgãos midiáticos e empresariais tentam de todas as

maneiras, deformarem as diversas intenções que se juntaram em inúmeras

manifestações Brasil afora.

Alguns grupos elitistas tentam, sem sucesso, mediocrizar a

grandeza inegável deste levante da sociedade brasileira contra os

desmandos políticos e os descasos administrativos contra o povo brasileiro.

Essas manifestações são retratos da esperança nacional e da

ressureição de valores humanitários de várias ordens.

Todos os que acreditam na maravilha da paz e respeito entre

todas as pessoas, merecem ser respeitados e auxiliados.

Todos os que acreditam na justiça, na dignidade humana, no

respeito pelas diversidades e no amor incondicional por todas as criaturas e

suas particularidades, merecem incentivo e força.

Page 466: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

466

Em tempos de grandes avanços sociais, eu vejo um povo que

se liberta vagarosamente das antigas correntes preconceituosas de um

tempo escuro.

Eu vejo um povo que decide libertar-se dos tempos de

discórdia, de vícios sociais e da intolerância.

Eu vejo um povo que luta pela felicidade cotidiana de cada um

de seus integrantes, seja quem e como forem.

Eu acredito em todas as lutas e manifestações que foquem na

proteção da felicidade de uma vida justa e pacífica.

Acredito na intenção que deseja resguardar a igualdade de

oportunidades entre as pessoas.

Isso é evolução, isso é liberdade plena e respeito

incondicional.

Page 467: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

467

DISCURSO SOBRE A TOLERÂNCIA

Nascemos para manifestar a glória do universo

que está dentro de nós. Não está apenas em um de

nós, mas, está em todos nós.

E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,

inconscientemente damos às outras pessoas a

permissão para fazer o mesmo.

E conforme libertamos do nosso medo,

automaticamente libertamos os outros.

(Nelson Mandela)

A intolerância de todo tipo sempre foi um dos grandes

vícios sociais que atrapalharam o avanço social do mundo, e avalizou

conflitos violentíssimos em todos os continentes do Planeta.

A sociedade moderna é vítima de um fenômeno de

segregação denominado bullying.

O bullying toma diversas formas, como: racismo, a

intolerância religiosa, o preconceito social, a homofobia e outras inúmeras

máscaras sociais.

Esse fenômeno é modalidade de assédio moral e físico

toma o mundo de forma silenciosa, cruel e violenta, abreviando a vida de

muitas pessoas ou deixando cicatrizes psicológicas para a vida toda.

Page 468: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

468

A única forma de enfrentá-lo é quebrando o silêncio

sobre este tema de forma aberta e franca nas escolas, nas famílias e em

todos os ramos de nossa sociedade.

É preciso perder o medo de falar do bullying, pois, ao

passo que se fala sobre esse problema, é possível encontrar soluções para

dirimir as causas dessa violência e criar uma cultura de paz e tolerância.

O bullying é agravado pelas culturas do materialismo,

do culto a forma física e da padronização social.

O mundo ainda se prende em padrões socioeconômicos,

físicos e raciais, e inclina-se para a disseminação de uma cultura

antropofágica, que deturpa os valores da vida e cega a humanidade acerca

da dignidade e do respeito mútuo.

Essa cultura do ter, do poder e do aparentar, adoece

nossos jovens de modo a fazê-los esquecer da possibilidade de

potencializar o que são internamente, para focarem em seus valores

estéticos e físicos.

A educação familiar e acadêmica visa cada vez mais à

desmedida competição, a sobreposição de poderes ao invés do mutuo

auxílio entre as diversas capacidades e saberes. Isso torna nossas crianças e

jovens em seres competitivos e não seres sociais. Fazê-los observar a

beleza da diversidade, respeitar a peculiaridade física, a origem social, o

credo, e as condições econômicas dos seus pares no mundo, torna-os

Page 469: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

469

cidadãos conscientes da necessidade da defesa irrestrita da dignidade da

vida humana. Estou certo que este dia chegará e que nossos

sucessores construirão uma sociedade de valores igualitários, em que a luz

do caráter será mais importante do que as coisas e os conceitos sociais

impostos pela cultura do consumo.

Neste dia a vida será plenamente linda porque

viveremos sob o signo do amor incontestável e incondicional ao próximo.

É preciso ensinar para nossas crianças que há beleza na

unicidade de cada um delas, e que não é preciso ter medo de levar a vida da

forma que nasce; não é preciso mudar seus padrões para ser aceito em um

circulo social. É preciso apenas, ter luz própria e iluminar a vida dos

demais com compreensão e amor, para que elas brilhem também.

Porque quando vencemos os medos, auxiliamos as

pessoas em nossa volta a fazer o mesmo.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas

crianças vão um dia viver em uma nação onde

elas não serão julgadas pela cor da pele, mas

pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho

hoje!

(Martin Luther King Jr.)

Page 470: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

470

ENTREVISTAS

Page 471: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

471

BULLYING: O MAL MENOSPREZADO

Domingo, 20/09/2009 Por ADRIANA CZELUSNIAK

O bullying escolar é uma violência que

compromete o bem-estar físico e psicológico de

crianças e adolescentes, podendo deixar marcas

para a vida toda. Veja o que aconselham os

estudiosos do assunto para mantermos seguros

os nossos filhos.

“Você vai adorar, vai aprender coisas novas e fazer muitos

amigos.” Pelo menos é o que esperamos quando dizemos isso aos filhos no

caminho da escolinha. Estar em um ambiente escolar deveria ser sinônimo

de constante crescimento e integração social. Mas sabemos que a verdade

nem sempre é essa. Cleide (nome fictício) achava que tudo estava bem com

o filho até o dia em que o viu no chão da cozinha tendo uma crise

convulsiva. No hospital ela descobriu que o garoto de 15 anos estava

transtornado por causa da perseguição e agressão que estava sofrendo

dentro na escola. (Leia o relato da mãe na íntegra no site do Viver Bem).

Ter um transtorno psicológico, como ocorreu com o filho de Cleide, faz

parte das possíveis consequências do bullying. A vítima também está

sujeita a ir mal nos estudos, no convívio com os colegas e até a deixar a

escola. O assunto têm recebido atenção dentro e fora dos muros escolares,

mas é comum o problema ser considerado apenas uma “brincadeira de

criança”. Tão importante quanto minimizar os danos e favorecer a

Page 472: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

472

recuperação de quem é alvo do bullying, é analisar o contexto em que ele

ocorreu e a situação psicológica e familiar de quem o comete.

Bully

Tidos como valentões, os chamados bullies (quem pratica o

bullying) são, antes de tudo, vítimas. Em vez rotulá-los como “garotos-

problema”, deve-se tentar compreender os motivos daquela criança ou

adolescente estar mandando sinais agressivos, conforme conta o psicólogo

Josafá Cunha, mestre em Educação e pesquisador da Universidade Federal

do Paraná (UFPR). “Vale descobrir como é a família dessas crianças, se há

muita briga em casa, se elas apanham. Se esse comportamento é repetido

na escola, isso deve ser encarado como um sinal de alerta e não de mau-

comportamento.”

A vítima de hoje tem grandes chances de se tornar o bully de

amanhã. Se não houver intervenção, os apelidos, chacotas e brincadeiras

violentas podem se fortalecer e comprometer a aprendizagem de valores

humanos, como a tolerância e solidariedade. Estudos concluíram que esses

jovens crescem com grandes chances de praticar a violência doméstica e o

assédio moral no trabalho, além do risco maior de se envolverem com

drogas e crimes.

Combate

O bullying se dá por ações repetitivas que podem ser tão sutis,

que ocorrem sem que os adultos percebam. Por isso, mais do que conferir

Page 473: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

473

notas e presenças no boletim, os pais precisam estar envolvidos com a

rotina e acompanhar a socialização da criança, saber se tem amigos, quem

são eles, quem é a família e como se comportam.

“Colocar câmeras no pátio e pintar pombas brancas nos muros

não resolve o problema. Os pais devem reforçar laços com os filhos, se

informar sobre como a escola lida com a resolução de conflitos e não

esperar acontecer o problema para só então pensar nele”, diz Cunha.

Depoimento

Cleide*

*Nome trocado para preservar a identidade da entrevistada.

Meu filho, de 15 anos, sempre foi um menino querido,

educado e alegre. Mas, no ano passado, começou a agir de maneira

estranha. Na volta da escola, chegava ofegante em casa. Nos primeiros

dias, minha mãe percebeu alguma coisa diferente nele e me disse que algo

deveria estar acontecendo. Mas achei que não havia nada de estranho pois

ele sempre gostou de correr e fazer exercícios. No final daquela semana,

estávamos lanchando na cozinha, quando ele começou a levantar as mãos e

logo caiu no chão, se contorcendo, tendo o que depois descobri que era

uma crise convulsiva. Desesperada, liguei para o médico, relatando o que

havia acontecido. Fomos imediatamente para o hospital e no caminho ele

foi vomitando. Depois de atendido, ficou em observação, e o médico pediu

Page 474: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

474

para que eu tivesse uma conversa franca com o meu filho, pois achava que

algo tinha provocado essa crise convulsiva. Conversamos e ele me contou

que há duas semanas estava sendo ameaçado. Ele estava passando o recreio

trancado dentro da sala de aula, com medo de uns meninos. O mesmo

acontecia na saída e era por isso que ele voltava correndo. Ouvir aquilo foi

o fim para mim, ainda mais porque ele disse que não havia nos contado

porque estávamos passando por outros problemas em casa e ele não queria

nos preocupar.

Naquela semana, os meninos o descobriram na sala de aula

durante o recreio, e o agrediram, fazendo o conhecido “chazão” - quando

levantam alguém pela cueca até rasgá-la.

O médico diagnosticou meu filho com síndrome do pânico, e

ele passou a tomar medicação. Outro médico afirmou que era o bullying o

que tinha desencadeado o problema psicológico e disse que teríamos que

continuar observando, pois poderia ter algum mais algum efeito. Não

demorou muito para percebermos a mudança. Ele, que sempre foi um aluno

bom em notas, está sempre à beira da reprovação, precisando de aulas

particulares. Na época, fomos até a escola e contamos tudo pra diretora e

coordenadora, mas elas não ajudaram. Ele acabou mudando de escola, teve

outra crise convulsiva e se diz constantemente com medo de gangs. Já faz

um ano que o problema aconteceu, mas ainda não sabemos bem como agir

e ele não consegue se sentir seguro.

Page 475: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

475

A LEI PODE AJUDAR

ENTREVISTA: Alexandre Saldanha,

Advogado especialista em bullying.

O bullying pode ser considerado assédio moral?

O assédio moral pode se caracterizar de muitas formas que vão

desde o isolamento da vítima até atitudes hostis perante seus colegas.

Como o bullying é um ataque contínuo à integridade psicológica de alguém

com o fim de causar na vítima um sentimento de humilhação e uma forma

de agressão repetitiva que afeta o psicológico da vítima diminuindo sua

autoestima, pode-se equipará-lo ao assédio moral. Ele também causa um

abalo emocional nos familiares da vítima, haja vista que sentem-se

angustiados ao vivenciar o sofrimento de seu ente.

Qual a diferença entre bullying e mobbing?

Ainda que tenham nomenclaturas diferentes, ambos são

sinônimos de referência ao assédio moral. O que os diferencia é que o

primeiro é usado na Inglaterra e o segundo na Alemanha e na França. No

Brasil, diferenciam-se por seus modos de uso, pois o “mobbing” é o

assédio moral no ambiente de trabalho e o “bullying” é no ambiente

escolar.

Bullying pode ser motivo de indenização?

Page 476: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

476

Ao compreender o bullying como uma forma de agressão

injusta ao direito fundamental que tira a paz de espírito da vítima,

compreende-se que há o dever de indenizá-lo. Toda lesão que atinja o

direito de um terceiro terá como resultado a obrigação de indenizar.

Quando se observa o efeito do bullying à dignidade de uma pessoa, um

dano que acarreta num desconforto, numa angústia, num medo que

impossibilita o lesado de evoluir nas relações intersubjetivas torna-se

legítima o pedido de indenização. O bullying causa também dano no

patrimônio material da vítima, pois além de perder a capacidade de

aprender as matérias em sala de aula, resulta na necessidade de auxílio

médico para superar o trauma psicológico. As despesas decorrentes do

tratamento profissional configuram dano patrimonial indenizável.

O dever de indenizar é da escola?

Por causa da própria natureza do serviço prestado pela escola,

é ela quem deve ser processada no caso do bullying escolar. Isso significa

afirmar que há um dever das instituições de ensino, tanto públicas como

privadas, de cuidado da integridade física e psicológica de seus alunos

enquanto estes estiverem sob suas tutelas. Neste caso, responsabilidade

ultrapassa o simples passar conhecimento, mas abrange a atenção por toda

e qualquer conduta praticada por seus funcionários ou alunos durante o

período de aula.

Como se prova o bullying?

Page 477: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

477

Um dos resultados do bullying geralmente perceptível é a

baixa no rendimento escolar das vítimas. Nesses casos a apresentação dos

boletins de forma comparativa pode ser um meio de prova. Quando a

criança ou adolescente é levado a atendimento psicológico por causa do

bullying, o laudo do psicólogo ou do psiquiatra sobre o tratamento, bem

como as receitas dos remédios, podem ser apresentadas. Ainda há a prova

testemunhal que, embora seja importante, costuma ser mais difícil de se

conseguir.

Jornal Gazeta do Povo, Caderno Viver Bem.

Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/viverbem/conteudo.p

html?tl=1&id=925928&tit=A-lei-pode-ajudar

Page 478: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

478

DEBATES INCENTIVAM LEIS ANTIBULLYING

Sexta, 19 de Novembro de 2010

O bullying está em discussão no país há pelo menos dois anos.

O aumento do número de casos registrados, a repercussão do tema na

mídia, o uso das redes sociais na prática do cyberbullying e a falência das

instituições formadoras de cidadania têm mobilizado políticos e psicólogos

no estudo de estratégias para evitar a agressão. O estado do Rio Grande do

Sul e a cidade de Curitiba-PR deram os primeiros passos rumo ao combate

ao bullying, aprovando leis que sensibilizam a população para a temática.

Na Câmara dos Deputados, projetos de lei estão em análise pela Comissão

de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

O objetivo da lei no RS é conceituar e prevenir o bullying,

com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Tanto o termo

quanto a prática do bullying são ainda desconhecidos pela população”,

aponta deputado estadual Marcos Zacher (PDT-RS), autor da lei, que

obriga escolas e clubes de recreação a adotar medidas de conscientização,

prevenção, diagnóstico e combate a esse tipo de violência.

Para colocar a legislação em prática, as Secretarias Municipais

de Educação (SME) do RS farão palestras nas escolas, instruindo alunos,

diretores, professores, pais e a comunidade. Além disso, agressor e vítima

Page 479: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

479

serão chamados à diretoria escolar para acompanhamento psicológico. O

nome dos alunos envolvidos será registrado junto a uma descrição da

ocorrência que integrará um banco de dados utilizado, mais tarde, como

estatística para fundamentar futuras ações antibullying.

Zacher aprofundou-se no tema depois de estudar a pesquisa de

mestrado do sociólogo Marcos Rolim, que aborda a temática, e deu início a

debates públicos envolvendo a prefeitura de Porto Alegre, a UNESCO,

entre outras instituições. Essas discussões foram depois levadas à Câmara,

convergindo na criação do PL em março de 2009. A partir dessa

movimentação, um PL de mesma natureza foi criado no Paraná e aprovado

neste ano na Câmara dos Vereadores. A lei aguarda agora a sanção do

prefeito Luciano Ducci.

Apesar de já estar em vigor no RS, Zacher lembra que o

cumprimento da lei depende do Poder Executivo, que deve criar condições,

por exemplo, para a capacitação de profissionais atuantes no enfrentamento

do problema. O deputado espera que o texto do projeto seja suficiente

também para as escolas tomarem providências. “O maior desafio é que boa

parte acredita que as humilhações são brincadeiras típicas da idade”, aponta

o deputado Adroaldo Loureiro (PDT-RS), co-autor do projeto no estado.

Page 480: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

480

O advogado especialista em bullying, Alexandre Saldanha

aprova as iniciativas. “A Lei é o único caminho”, afirmou. Segundo ele,

mesmo que todo este movimento atual contrário à prática esteja “na moda”,

a iniciativa é válida. Saldanha sofreu esse tipo de violência enquanto

estudante e tornou-se pesquisador do tema.

Ele culpa, principalmente, a influência dos seriados

americanos e jogos de computador com conteúdo violento. “Parece que o

episódio de Columbine não nos ensinou nada”, afirma, em referência ao

massacre numa escola norte americana, quando dois jovens abriram fogo

contra colegas de classe. Saldanha irá reunir-se com deputados no Paraná

para estudar a criação de um complemento ao ECA e à Constituição

Federal para a criminalização do bullying como assédio moral passível de

processo na justiça.

Diálogo

Muito mais do que repressão, o professor Joanir Fernando Ribeiro, que

leciona na rede pública e privada de São Paulo, acredita no diálogo com os

jovens como forma de prevenção – uma orientação da Secretaria de

Educação do Estado. Para ele, que encara o bullying como um problema

histórico, na prática da sala de aula os alunos não respondem às medidas

punitivas, proibitivas ou cerceativas porque a escola atual ainda é balizada

por paradigmas antigos.

Page 481: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

481

O psicólogo Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da ONG

Safernet, faz outro alerta a respeito do bullying. “É preciso identificar a

situação de bullying. Hoje existe um pavor, um desespero a respeito do

tema. Está banalizado, tudo é bullying”, alertou.

Para Nejm, a violência só existe quando a prática é repetitiva e

insistente. “Se a criança pede para que os agressores parem com a

brincadeira, mas eles insistem por dias, semanas e até meses, aí sim

caracterizamos como bullying”. Para ele, a melhor solução ainda é a

conscientização e a prevenção por meio de trabalhos permanentes na escola

e na sociedade.

No entanto, há casos extremos que, na opinião do psicólogo,

precisam passar pela Justiça. “Levar um jovem agressor à Justiça pode ser

traumatizante, mas às vezes é a única solução”, afirmou. Segundo o

psicólogo, já houve casos de jovens que sofreram processo na Justiça; os

pais foram obrigados a pagar uma multa, que chegou ao valor de 70 mil

reais.

Cyberbullying

O psicólogo Rodrigo Nejm alerta, também, para o cyberbullying, que

ocorre quando a violência chega à esfera virtual. “Há casos de agressões

que são filmadas ou fotografadas e chegam à internet, o que causa um dano

Page 482: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

482

irreversível e com efeito muito mais prolongado”, disse. Ele reconhece que

as leis em trâmite são, sem dúvida, um caminho, mas acredita que o melhor

seja educar os jovens a respeito da ética e da cidadania, tanto no cotidiano

quanto na internet. Um dos problemas é que a facilidade de acesso às redes

sociais e a falta de legislação e ética a respeito de seu funcionamento

permite o uso indiscriminado e por vezes agressivo da rede.

Ciranda - Central de Notícias dos Direitos da Infância e

Adolescência

FONTE:http://ciranda.org.br:9080/site/publico/view_noticia.js

p?id=4012&categoria_codigo=2

Page 483: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

483

ESCOLAS DEVERÃO TER AÇÕES PARA COIBIR O

BULLYING

Segunda Feira 19/10/2010 por PAOLA CARRIEL

Projeto aprovado na Câmara de Curitiba prevê

que ocorrências de violência contra alunos

sejam registradas. Objetivo é fazer um

mapeamento

A Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem em segundo

turno uma lei antibullying. O projeto vai agora para a sanção do prefeito e

começa a vigorar já a partir de novembro. A medida vale para as escolas

particulares e públicas da capital, que deverão realizar ações que previnam

essa prática. Para especialistas, a legislação é bem-vinda, mas precisará de

suporte para ser implementada.

O projeto de lei que combate o bullying é de autoria dos vereadores Mário

Celso Cunha (PSB) e Pedro Paulo (PT). Mário Celso explica que a

legislação será colocada em prática pela Secretaria de Educação. As

ocorrências serão registradas para que possa ser feito um mapeamento.

“Percebemos que outros estados tinham propostas semelhantes que deram

resultado”, diz o vereador. No Rio de Janeiro, por exemplo, desde o mês

passado a notificação de situações de agressões nas escolas às autoridades

Page 484: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

484

é obrigatória e caso a norma não seja cumprida há multa de 3 a 20 salários

mínimos.

O que diz a lei O projeto prevê que as instituições de ensino

devem identificar concretamente as práticas de

bullying, desenvolver planos locais de prevenção,

capacitar docentes, orientar vítimas e agressores

e trabalhar com círculos restaurativos. Veja o que

a lei considera bullying:

- Ameaças e agressões verbais e/ou físicas como

bater, socar, chutar, agarrar, empurrar;

- Submissão do outro, pela força, à condição

humilhante e/ou constrangedora na presença de

outros;

- Furto, roubo, vandalismo e destruição proposital

de bens alheios;

- Extorsão ou obtenção forçada de favores

sexuais;

- Insultos ou atribuição de apelidos

constrangedores e/ou humilhantes;

- Comentários racistas, homofóbicos ou

intolerantes quanto às diferenças econômico-

sociais, físicas, culturais, políticas, morais,

religiosas, entre outras;

- Exclusão ou isolamento proposital do outro, pela

intriga e disseminação de boatos ou de

informações que deponham contra a honra e a boa

imagem das pessoas;

- Envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio

de computador, celular ou assemelhado, bem

como sua postagem em blogs ou sites, cujo

conteúdo resulte em exposição física e/ou

psicológica a outrem.

O bullying é caracterizado como uma violência intencional

prolongada e ocorre em todas as classes sociais. Diversas pesquisas

Page 485: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

485

diagnosticam a ocorrência da prática no Brasil. Dados divulgados pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que

Curitiba é a terceira capital no país com maior frequência de bullying:

35% dos estudantes relataram já terem sido vítimas. Psicólogo e professor

da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Cloves Amorim acredita

que a legislação será positiva por informar a população. “Uma das

características do bullying é o anonimato. Quem é vítima não tem o que

fazer. Tem medo e não sabe que é vitima, apenas sofre. Como geralmente

isso ocorre na ausência de um adulto, o debate é sempre interessante.”

Para a coordenadora técnica do Projeto Não Violência,

Adriana Araújo Bini, a dificuldade da legislação será as escolas se

organizarem sozinhas. Há 12 anos o projeto de Adriana auxilia instituições

de ensino a construir uma cultura de paz. “Palestras pontuais servem

apenas para apagar incêndios. Mudar a realidade das escolas é um trabalho

sistemático, que envolve uma mudança de cultura”, explica.

Adriana argumenta que o bullying é somente a ponta dos

problemas dentro da escola. Ela acredita que os casos desse tipo de

violência não necessariamente tenham aumentado e sim ganharam mais

visibilidade nos últimos anos. “Nós precisamos, enquanto adultos,

repensar nossa postura e nosso papel enquanto formador. Se há violência

entre os jovens, nós estamos falhando.”

Page 486: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

486

Exemplo

No Colégio Estadual Senhorinha de Moraes Sarmento, há três

anos, os professores têm auxílio do Projeto Não Violência e já

conseguiram sentir mudanças no comportamento dos alunos. A professora

Sílvia Bueno de Oliveira, integrante da equipe pedagógica, afirma que

antes os educadores agiam de forma isolada e hoje a escola tem um

discurso único. Hoje os estudantes sabem que os docentes têm uma

postura firme contra o bullying e as vítimas se sentem mais seguras para

procurar ajuda. “Percebemos uma melhora significativa principalmente

durante o intervalo, que é o espaço de maior socialização. Não há mais

agressões e há mais liberdade para o diálogo com a equipe pedagógica”,

diz Sílvia.

Nas escolas municipais da capital, os professores trabalham

esta temática durante as ações de formação continuada. Nara Salamunes,

diretora de ensino fundamental, afirma que é preciso educar as crianças

para uma mudança de comportamento. “As ações preventivas estão em

todas as escolas, mas cada uma identifica e toma as providências de

acordo com a realidade de cada instituição.”

A reportagem procurou a Secretaria de Estado da Educação,

mas a assessoria de imprensa informou que não comentaria esse assunto.

Page 487: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

487

A LEI PRECISA SE APRIMORADA

A aprovação de leis como essa significa um importante passo

no combate ao bullying, tipo traiçoeiro de violência, já que condiciona

escolas públicas e particulares a adotarem políticas de combate e

contenção.

Um ponto forte da lei aprovada na Câmara de Curitiba é a

divisão didática entre conceito e atitudes que caracterizam o bullying, pois

cada um desses aspectos ganhou um artigo de lei exclusivo. Outro ponto

positivo é o seu artigo III, que está repleto de meios de contenção e

prevenção a essa violência.

Um ponto curioso e muito efetivo desta lei é a anotação em

livro e ata própria das ocorrências de bullying e seus protagonistas,

indicando as providências tomadas para a resolução do problema. Esse

detalhe auxiliará as instituições de ensino a mapear o perfil das vítimas e

agressores para adotar melhores formas de prevenção e resolução dos casos

de bullying em suas instalações.

Ainda que sejam promulgadas estas leis, é preciso aprimorá-

las e levá-las para o âmbito federal, equiparando o bullying ao assédio

moral, pois, a partir dessa equiparação, as vítimas poderão buscar no

Judiciário a indenização por danos materiais e a compensação por danos

morais de forma efetiva.

Page 488: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

488

Ao aprimorá-las, protegendo o direito à indenização das

vítimas de bullying, também se estará aprimorando as políticas de combate

e contenção, uma vez que a indenização não terá apenas condão de aplacar

as dores da lesão injusta e punir os agressores e as escolas omissas, mas o

de evitar novas ocorrências de bullying. Vendo-se processados e

condenados, escolas e agressores policiarão sua postura ao saber de

antemão as consequências jurídicas de seus atos nefastos.

Para milhares de vítimas de bullying, iniciativas normativas

como essa são um passo importante no combate à lei do silêncio imposta

pela política corporativa de muitas instituições de ensino e pela impunidade

das redes sociais cibernéticas

Jornal Gazeta do Povo, Caderno Vida e Cidadania

Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conte

udo.phtml?tl=1&id=1058727&tit=Escolas-deverao-ter-acoes-para-coibir-o-

bullying

Page 489: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

489

BULLYING: PARA COMBATER É PRECISO

CONHECER E IDENTIFICAR

Data: 21/10/2010 - 16:17:33

O debate apenas começou. A lei antibullying nas escolas, de

autoria dos vereadores Mario Celso Cunha (PSB) e Pedro Paulo (PT), foi

aprovada em segundo turno na Câmara Municipal de Curitiba nesta

semana, mas é agora que o assunto deve entrar em discussão na sociedade

para que a lei se torne efetiva. Pensando nisso, os vereadores vão convidar

para um debate o advogado especialista no tema, Alexandre Saldanha, que

atende estes tipos de casos e já foi vítima da agressão. Ele ocupará o espaço

de uma das Tribunas Livres de novembro e comentará sobre os avanços

que a lei traz e a necessidade que a escola hoje tem de olhar profundamente

para este problema, que sempre rondou e minou a educação infantil.

Para o advogado, a lei traz à tona a discussão de um assunto

que até então era ignorado, mas que sempre esteve presente nas escolas. “O

segundo contato social da criança é a escola e o bullying, na maioria das

vezes, começa ali dentro. Mas o primeiro contato é com a família e é neste

período que ela forma o caráter e reproduz isto no meio externo. Fora da

escola a responsabilidade é exclusiva dos pais, mas dentro dela são os

educadores que devem tratar o assunto e fazer os pais participarem”, disse.

Para ele, o fato de a lei propor o debate nas escolas é muito importante para

que se conheça melhor o que é a prática e assim combatê-la. “Um artigo

Page 490: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

490

muito proveitoso da lei é o que determina que as escolas registrem em ata

os casos, os protagonistas e como foi tratado o assunto. Isto possibilita

mapear e observar as medidas que tiveram sucesso e as que não”,

argumentou. O advogado acredita que a lei dá aos curitibanos a

possibilidade de formar grupos de prevenção, evitando tratar o assunto de

forma punitiva, o que, acredita, não traria um resultado efetivo. “É

necessária a criação de comissões para que se auxilie as escolas a tratar o

assunto. Também explorar todos os meios tecnológicos para trabalhar este

tema. A escola tem que visualizar este combate de forma prática, com

palestras, jogos educativos, matérias de cidadania”, complementou.

Mario Celso defende a necessidade de as famílias se

interessarem e tomarem conhecimento dos problemas ocorridos com os

filhos nas escolas. Pedro Paulo, que também é professor e pôde observar o

problema na prática, acredita que o fato da lei existir vai possibilitar que os

pais cobrem uma postura mais incisiva da escola nestes casos. Segundo ele,

o papel do Legislativo agora será o de promover mais debates sobre o

assunto e também checar a aplicação da lei. “Toda a lei tem que ser

aplicada, independente de ser obrigatória ou não. Espero que isto seja

praticado e vamos fiscalizar e cobrar sua execução”, garantiu.

A nova lei deixa evidente que o bullying desconstrói a

educação escolar dada ao indivíduo e as instituições de ensino precisam

tomar um posicionamento para combater o problema. A partir de agora, um

Page 491: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

491

novo comportamento, livre de preconceitos e menos agressivo deverá fazer

parte da evolução natural das próximas gerações.

Identifique o problema

O assunto está sendo incrementado no país inteiro com o

lançamento, nesta quarta-feira (20), da Cartilha Bullying – 2010 – Projeto

Justiça nas Escolas, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A publicação

ensina como identificar para prevenir o fenômeno social.

A cartilha mostra o perfil de vítimas e agressores. O

conhecimento destas características é necessário para que os pais possam

ficar alertas sobre o problema, que pode ocorrer em qualquer classe social.

As vítimas da prática têm um temperamento mais tímido, com

características físicas diferentes da maioria, como usar óculos, ser mais

gordinho ou muito magro. Já o agressor tem um perfil mais popular, mais

extrovertido, aparenta domínio pela força ou por influência verbal. Mas isto

não é fator determinante para a prática. O que contribui é o fato destes

indivíduos virem de famílias omissas na educação ou desestruturadas e

muitas vezes serem influenciados por programas de tv e videogames.

Segundo o advogado, os pais não veem provas evidentes de que seus filhos

praticam bullying, por muitas vezes não apresentarem este tipo de

comportamento em casa. “Geralmente, quem pratica tem dupla

personalidade. Dentro de casa é um e na escola se comporta de outra

forma”, alertou Saldanha.

Page 492: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

492

Segundo a cartilha do CNJ, para descobrir se a criança ou

adolescente está sendo vítima, é necessário abrir um canal para o diálogo e

observar seu comportamento no lar. Pode haver queda no rendimento

escolar ou intensidade nos estudos, depressão, comportamento antissocial,

agressividade, perda de apetite ou apetite em excesso. “Pode também

passar mal antes de ir para a escola ou antes do intervalo, porque é neste

horário que acontece o assédio”, acrescentou Saldanha.

As práticas contra estas vítimas são inúmeras. A cartilha

descreve algumas destas atitudes. Entre elas, insultar, ofender, falar mal,

colocar apelidos pejorativos, “zoar”, bater, empurrar, beliscar, furtar,

roubar, entre outras. A publicação revela também que a ação dos meninos é

mais visível, por serem mais agressivos, mas as meninas costumam

provocar intrigas, fofocas e o isolamento das colegas.

Alexandre lembrou de um caso extremo, do menino Yuri

Henrique Mendes Chaves, de Telêmaco Borba, que faleceu quatro dias

após ter sido agredido por colegas mais velhos na saída do colégio, no

início deste ano. Inicialmente, o garoto já estava sofrendo ameaças e

provocações e não queria mais ir à escola.

Supere o problema

A Cartilha Bullying revela atitudes que podem ajudar vítimas a

superar o sofrimento. Segundo a publicação, a identificação precoce pelos

pais e professores é essencial. “Os pais não devem hesitar em buscar ajuda

Page 493: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

493

de profissionais da área de saúde mental, para que seus filhos possam

superar traumas e transtornos psíquicos”, diz.

Outra atitude que os pais podem tomar é perceber talentos

destes jovens e estimulá-los a desenvolver estas habilidades, para que assim

possam resgatar a autoestima e construir uma identidade social.

Multimídia

Alexandre Saldanha elogiou a nova lei municipal, por ser uma das

primeiras no Brasil que cita o ciberbullying. “Por isto, ela é muito

avançada, tem uma visão futurista, é prática”. Segundo ele, as redes sociais

da internet têm sido muito usadas para assediar colegas. “É preciso educar

o uso destes recursos, não retirar o instrumento”, ponderou.

A cartilha do CNJ considera o bullying virtual uma das formas

mais agressivas da prática. “Além de a propagação das difamações ser

praticamente instantânea o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é

imensurável. O ciberbullying extrapola, em muito, os muros das escolas e

expõe a vítima ao escárnio público”, diz a cartilha, afirmando que os

traumas e consequências são dramáticos.

Outros recursos tecnológicos podem incentivar o assédio nas

escolas. Saldanha alertou que há até um jogo de videogame cujo objetivo é

a prática do bullying. Quem fizer mais, vence. “A própria empresa que

criou o jogo cria também uma política de violência desde os pequenos”.

Page 494: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

494

Saldanha lembrou ainda dos seriados americanos para a geração teen,

recheados de preconceitos contra os colegas, estereótipos e estigmas.

Evento

O bullying também está sendo alvo de discussão na 40ª

Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, que iniciou nesta

quarta-feira em Curitiba, na ExpoUnimed. O encontro deve terminar no

sábado e está reunindo cerca de dois mil profissionais. Em debate também

estarão as formas de detecção e tratamento de desvios de conduta, como a

psicopatia.

Serviço

A Cartilha Bullying – 2010 – Projeto Justiça nas Escolas pode ser baixada

pela internet, no link “documentos” do endereço

http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=a

rticle&id=12311&Itemid=1249

Câmara Municipal de Curitiba, Nota do Legislativo.

Fonte: http://www.cmc.pr.gov.br/ass_det.php?not=15974

Page 495: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

495

Page 496: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

496

O ABSURDO DO "RODEIO DAS GORDAS"

Sábado 29/10/2010, por Paola Carriel

Estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp)

causaram polêmica ao agredir colegas obesas no chamado “rodeio das

gordas”, que consistia em agarrar e montar em alunas, durante os jogos

universitários da instituição, ocorridos entre 10 e 13 de outubro. O

Ministério Público de São Paulo anunciou que vai investigar as agressões.

O colegiado do câmpus de Assis, a 460 km da capital paulista – onde

estudariam os agressores – decidiu criar uma comissão disciplinar, que terá

60 dias para apurar o envolvimento dos alunos. A Ordem dos Advogados

do Brasil também emitiu nota de repúdio. Ontem 200 manifestantes

protestaram pedindo punição aos envolvidos.

Os jogos InterUnesp reuniram 15 mil estudantes em

Araraquara, interior de São Paulo. Cerca de 50 jovens participaram da

agressão. Uma comunidade em um site de relacionamento explicava as re-

gras do “jogo”: os rapazes deveriam encontrar meninas acima do peso e

ficar “montados” nelas durante 8 segundos. Ganhava mais “pontos” quem

agredisse a garota mais gorda. A comunidade foi extinta após as denúncias,

mas existia desde 2006 e tinha 23 integrantes. Na comunidade “Inter-

Unesp” acadêmicos relatam que alunos dos cursos de Engenharia

Biotecnológica, Psicologia e Ciências Biológicas do câmpus Assis eram os

responsáveis pela violência.

Page 497: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

497

A promotora de Justiça Noemi Corrêa, do MP de Araraquara,

instaurou inquérito civil ontem para apurar os fatos. “A conduta se amolda

a inúmeras figuras penais, tais como constrangimento ilegal, cárcere

privado [as vítimas eram impedidas de sair do meio da roda], lesão

corporal, vias de fato, injúria e perturbação da tranquilidade alheia por

acinte ou motivo reprovável”, diz a promotora.

As alunas não quiseram dar entrevistas, mas forneceram à

advogada da ONG Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Sexualidades

(Neps), Fernanda Nigro, detalhes dos abusos. “Elas foram agarradas pelas

costas e os estudantes que assistiam aos ataques gritavam: ‘Pula, gorda!’”

Uma aluna caiu durante a abordagem e foi “montada” pelo agressor. As

jovens estão assustadas e traumatizadas, diz a advogada.

Apesar do “rodeio” ter sido um ato isolado e não se

caracterizar como bullying – que é uma violência repetitiva –, diversos

acadêmicos da Unesp relatam em um site de relacionamento que as

agressões contra alunas obesas ocorrem de forma reiterada. Uma mãe conta

que a filha, que nem chegou a ir ao InterUnesp, estava desmotivada em ir

para a faculdade devido aos abusos.

Integrantes da Associação Atlética Mané Garrincha, principal

organizadora do InterUnesp 2010, informaram que só se pronunciariam

oficialmente após conversarem com um advogado e afirmaram não ter

conhecimento das agressões. Um dos organizadores, o estudante de

Page 498: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

498

Engenharia Biotecnológica Roberto Negrini, do câmpus de Assis, disse que

era só “uma brincadeira”. Ele negou participação no assédio às alunas, mas

admitiu estar arrependido de ter divulgado.

Além das agressões no “rodeio”, vídeos colocados na internet

mostram os jovens cometendo atos obscenos e baixando as calças. Há

também uma competição chamada “revezamento 4x100 roupa”. Na

“prova”, os acadêmicos correm nus. Há vídeos de anos anteriores. O

delegado seccional de Araraquara, Fernando Luiz Giaretta, vai investigar as

imagens.

Indenização

O advogado Alexandre Saldanha Soares, especialista em

bullying, afirma que as vítimas poderão pedir indenização por danos morais

e materiais. “É uma situação vexatória extrema. É preciso apurar as

responsabilidades de todas as partes”, diz. Ele argumenta ser necessária

uma punição a todos os envolvidos, inclusive a quem se omitiu. Com a

instauração de um processo disciplinar, os acadêmicos podem ser afastados

definitivamente da instituição. Soares acredita que a universidade vai optar

por este caminho.

Clóvis Amorim, psicólogo e professor da Pontifícia Universi-

dade Católica do Paraná e Faculdade Evangélica do Paraná, explica que

uma das hipóteses para este tipo de comportamento é a falta de um sentido

Page 499: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

499

para a vida, como ocorreu em casos semelhantes quando jovens agrediram

em 2007 uma empregada doméstica no Rio de Janeiro, por exemplo.

Para evitar essas agressões, é preciso que as práticas parentais

mostrem respeito ao próximo e que a cultura universitária mostre tolerância

zero com qualquer tipo de violência. “Antes acreditava-se que os alunos

chegavam adultos à universidade. Outro ponto importante é que não há

correlação entre nível intelectual, desempenho acadêmico e desempenho

moral ou ético.”

Amorim argumenta que as vítimas ficarão com sequelas.

Aquelas que já tinham baixa autoestima terão uma ferida ainda maior,

poderão apresentar sintomas de estresse pós-traumático, quadro depressivo,

ansiedade, esquiva social, entre outros.

Jornal Gazeta do Povo Caderno Vida e Cidadania

Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conte

udo.phtml?id=1062358&tit=O-absurdo-rodeio-das-gordas

Page 500: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

500

RESPONSÁVEIS POR "RODEIO DAS GORDAS"

LEVAM 5 DIAS DE SUSPENSÃO

Segunda Feira 17/12/2010

Dois alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) foram

condenados ontem a cumprir cinco dias de suspensão no início do próximo

ano letivo por publicar na internet “conteúdo discriminatório e ofensivo à

integridade de alunas participantes dos Jogos Interunesp”. Em nota

divulgada, a instituição diz, porém, que os depoimentos prestados pelos

alunos envolvidos “não permitiram configurar as circunstâncias que

diversos veículos de imprensa e websites caracterizaram como sendo o

chamado ‘Rodeio das Gordas’”.

Em outubro deste ano, estudantes da instituição teriam sido

flagrados agredindo colegas obesas em um jogo que consistia em agarrar e

montar nas garotas. A investigação da universidade é feita de forma

independente à realizada no inquérito instaurado a pedido do Ministério

Público (MP), em Araraquara, ainda em andamento.

A direção do câmpus de Assis – a 460 quilômetros da capital

paulista –, onde estudam os supostos agressores, instaurou uma comissão

no dia 28 de outubro para investigar a situação, que decidiu pela suspensão

dos dois estudantes. O relatório da Unesp será encaminhado ao MP.

Page 501: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

501

A assessoria da universidade diz que a instituição não tem

poder legal para aplicar penalidades referentes a atos praticados fora de

suas dependências. A Unesp aprovou, além da suspensão, apenas medidas

de conscientização e de caráter pedagógico voltadas ao fortalecimento dos

direitos humanos. A reitoria da universidade vai propor, ainda, em 2011,

medidas para disciplinar o uso do nome da instituição.

As agressões ocorreram durante os jogos InterUnesp, que

reuniram 15 mil estudantes em Araraquara. Cerca de 50 estudantes foram

acusados de praticar a violência contra as colegas. Em uma rede social, os

acadêmicos da Unesp relataram, na época, que alunos dos cursos de

Engenharia Biotecnológica, Psicologia e Ciências Biológicas do câmpus

Assis seriam os responsáveis pelas agressões.

Entre os suspensos pela universidade, um deles é apontado

como um dos organizadores do “Rodeio das Gordas” e o responsável por

criar uma comunidade no Orkut sobre o tema. Na ocasião, o aluno disse

que a prática era “só uma brincadeira”.

Avaliação

Para o advogado Alexandre Saldanha Soares, especialista em

bullying, a decisão da Unesp não repercute de forma positiva, apesar de a

instituição não ter os mesmos mecanismos de punição que a Justiça. “Cinco

dias de suspensão para esses alunos serão dias de descanso.” Ele lembra

Page 502: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

502

que as universitárias sofreram danos morais, injúria e lesão corporal. De

acordo com o especialista, porém, “o documento da universidade pode

auxiliar nos processos que tramitam no Judiciário.” Segundo Soares, a

universidade deve investir em campanhas anti-bullying com caráter

educativo. (PC, com Folhapress)

Jornal GAZETA DO POVO

Page 503: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

503

BULLYING? BAILARINO É IMPEDIDO DE USAR

BANHEIRO MASCULINO NO COLÉGIO

Adolescente de 14 anos, bailarino desde

pequeno, sofria constantes agressões devido a

sua paixão pela dança

04/06/2012 - 14h31, São Paulo

Por: Alessandra Gardezani

Para as crianças, a escola se torna, na maioria dos casos, uma

segunda casa. Afinal, é lá que passam grande parte dos dias, durante boa

parte da vida. Porém, o que pode parecer conto de fadas para muitos, acaba

se tornando pesadelo para outros. Imagine sofrer agressões verbais e

físicas diariamente e ser impedido de usar o banheiro masculino pelo

simples fato de ser menino e fazer aulas de balé. Isso aconteceu com o

jovem Enzo Frizzo, de 14 anos.

Segundo Alba Mara Paulino, mãe de Enzo, tudo começou

quando, na escola, descobriram que ele era bailarino. A partir de então as

coisas mudaram e o menino passou a demonstrar um comportamento

anormal. “O Enzo começou a apanhar. Então chegava em casa, mostrava

as marcas nas costas, dizia que ficavam jogando o material dele no chão.

Ele passou a não querer mais ir para a escola”, conta a mãe.

Page 504: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

504

No decorrer do tempo, o adolescente passou a apresentar um

quadro de anorexia. Quando viu que a situação estava se agravando, Alba

decidiu procurar a direção do colégio Nossa Senhora de Lourdes, no bairro

da Água Rasa, zona Leste da capital paulista. Era também neste

estabelecimento que lecionava há 18 anos. Segundo ela, os maus tratos ao

filho foram relatados, porém nenhuma atitude foi tomada. “O chamavam de

gay, veado e outros nomes. As professoras pediam para que ele relevasse,

que se ele não era gay, não tinha problema. Porém como eram todos os dias

e ele não estava se sentindo bem, busquei a coordenadora. Quando relatei o

que acontecia, ela disse que ele deveria se acostumar a ser chamado de gay

por conta da profissão que escolheu”, relata com indignação.

Em seguida, por não obter sucesso na reunião, optou por tirar o

filho do colégio. E foi então, que três dias depois de pedir a transferência

de Enzo, recebeu a notícia de que estava sendo demitida. “Nunca foi uma

regra, mas sempre houve rumores de que se um professor tirasse seu filho

da escola, seria demitido. E eu disse para as psicólogas do meu filho, que ia

tirá-lo da escola e seria demitida. Três dias depois de tirá-lo, a irmã Jacinta,

vice-diretora, me chamou para conversar e disse que não tinha reclamações

da minha pessoa, mas que precisava me mandar embora”, lembra Alba, que

entrou com processos contra a instituição devido ao bullying sofrido pelo

filho e também por sua demissão.

Page 505: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

505

Por indicação, a mãe recorreu a outro colégio, que segundo

ela, que costuma receber, em média, seis alunos por ano com o mesmo

problema. “Antes de colocá-lo lá, tive cinco reuniões com a coordenadora.

Quando o Enzo mudou de escola, percebi uma mudança nele e uma

preocupação com o bem estar do meu filho”, completa Alba.

A reportagem entrou em contato com o colégio Nossa Senhora

de Lourdes, e segundo a vice-diretora Ir. Maria Jacinta Candida Cabral e a

Coordenadora Maria de Lourdes Panini Soares, todas as acusações são

falsas.

Justiça

Em busca de uma solução para seu caso, Alba decidiu procurar

auxilio na Justiça, porém, não obteve êxito em um dos processos. O outro

ainda corre. Para o advogado Alexandre Saldanha, especializado em

bullying, a mãe tomou a atitude correta. Responsável pelo blog “Bullying

e Direito”, o advogado é um dos ativistas da Liga Anti-bullying e auxilia

os leitores com informações sobre o assunto. “Sempre sofri bullying

porque fui uma criança gordinha e por conta de um problema em meu

nascimento, tenho a coordenação motora afetada. Quando fui para a

faculdade, decidi que ia estudar esse fenômeno que aconteceu comigo.

Minha monografia, fiz uma analogia. Independente de se provar culpa, ou

não, a responsabilidade é da escola pelo danos psicológicos e psíquicos que

Page 506: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

506

aconteçam com os alunos dentro do seu estabelecimento durante o período

de aula”, explica.

O especialista relata que um de seus maiores objetivos, é

colocar o tema em discussão. Para isso, confere palestras e diversas

instituições de ensino, para crianças, jovens e docentes. “Sempre trago aos

debates vídeos, para ficar mais explicativo”.

Uma das dicas que o advogado dá, é como produzir provas, de

que a criança está sofrendo bullying. “Por exemplo, no cyberbullying, dá

para se fazer a ata notarial, que transforma essas páginas em documentos

públicos. E desse forma, você se resguarda, tem uma prova, e evita que o

seu agressor retire as páginas do ar. As vezes, essa prova é suficiente”,

conta Alexandre, que diz que na maioria das vezes, é procurado pelos

próprios jovens, vítimas do bullying.

Quando as agressões acontecem no colégio, há outras maneiras

de se buscar provas. “No caso de bullying escolar, não é uma regra geral,

mas em alguns casos os alunos apresentam uma queda no rendimento

escolar. Em uma análise de cunho técnico, com o psicólogo e psiquiatra, a

criança tem algumas fobias sociais, tem dificuldade na interação. No

momento que ela vai para a escola, passa a ter dor de estômago, dor de

cabeça. Esse são os sintomas mais comuns de crianças afetadas pelo

bullying e que podem servir na hora de um processo”, afirma o advogado.

Page 507: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

507

“Acho que bullying devia ser uma matéria escolar, como se

tinha antigamente moral e cívica. Gostaria que se tratasse o tema como uma

matéria em estudos sociais, para que a criança e o adolescente possam

desenvolver um conhecimento sobre o tema e entender que agride o espaço

do outro. A lei freia, mas a educação e a informação é que mudam as

pessoas”, finaliza Alexandre.

PANORAMA BRASIL

Fonte: http://www.panoramabrasil.com.br/bullying-bailarino-

e-impedido-de-usar-banheiro-masculino-no-colegio-id88266.html

Page 508: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

508

ESCOLAS SÃO RESPONSÁVEIS PELO BULLYING

Uma escola do Rio de Janeiro foi condenada

judicialmente a pagar R$ 35 mil, no ano

passado, por danos morais à família de uma ex-

aluna vítima de bullying, por agressões que

ocorreram em 2003.

Uma escola do Rio de Janeiro foi condenada judicialmente a

pagar R$ 35 mil, no ano passado, por danos morais à família de uma ex-

aluna vítima de bullying, por agressões que ocorreram em 2003. O episódio

não é um caso isolado no Brasil. Já existe uma jurisprudência crescente no

sentido de responsabilizar tanto a instituição de ensino quanto a família do

agressor, menor de idade, por não ter tomado medidas suficientes para

evitar ou lidar com o problema. Diante desse cenário, as escolas não têm

mais como ignorar o bullying. Para prevenir as agressões e construir uma

cultura de paz, na opinião dos especialistas, não basta apenas instituir

regras ou punições, é preciso compreender melhor esse fenômeno social,

suas causas e a importância do processo educacional no aprendizado da

convivência.

Antes de mais nada, é necessário saber identificar o bullying.

Segundo a pedagoga Telma Vinha, doutora em Educação e professora do

Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da

Page 509: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

509

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisadora na área de

Relações Interpessoais e Desenvolvimento Moral, o termo é utilizado para

designar atos agressivos entre os estudantes, e sua prática apresenta mais de

uma característica típica. Os aspectos principais relacionados

ao bullying são quatro: há intenção do(s) autor(es) em ferir; são atos

repetidos contra um ou mais alvos constantes; há uma espécie de

concordância do alvo sobre o que pensam dele (por isso há crianças obesas

que são alvos e outras não) e há um público que prestigia as agressões – os

ataques são escondidos dos adultos mas nunca dos pares. “Vale a pena

destacar que esses espectadores alimentam o problema, dando poder,

prestígio [ao autor], por compactuarem com o que ocorre. Muitas vezes,

este público participa com risos e olhares, mantendo a imagem de que isto

é divertido e que pertence ao grupo dos mais poderosos ou, pelo menos,

não faz parte do grupo dos mais ‘fracos’. Há também o medo de se tornar a

‘próxima vítima’. É preciso ficar do ‘lado do mais forte’”, ressalta Telma.

Mesmo quando às vezes tomam conhecimento do problema,

algumas escolas não agem para tentar solucioná-lo; preferem fazer de conta

que nada está acontecendo. Foi o caso das instituições de ensino públicas e

privadas pelas quais passou Alexandre Saldanha, vítima de

bullying durante toda a infância e adolescência, que acabou se tornando

advogado e dedicando sua vida profissional e acadêmica ao combate desse

tipo de violência. Saldanha conta que por ter sido uma criança “gordinha” e

Page 510: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

510

com limitações motoras devido a sequelas de uma hemiparesia direita,

decorrente de seu nascimento prematuro, sofria com gozações perversas

por parte dos colegas, que o levaram ao isolamento. Quando criou coragem

para quebrar o silêncio, não obteve apoio. “As direções das escolas

assumiram uma política corporativa, encobrindo o fato e afirmando que

aquela situação se tratava de uma brincadeira de criança e, por isso, nada

podiam fazer”, relata.

Do ponto de vista legal, o bullying – com essa denominação –

não é crime, porém já existe uma proposta, que faz parte do projeto de

reforma do Código Penal, para criminalizar a prática e instituir pena de um

a quatro anos de prisão. Entretanto, atualmente, tanto as escolas quanto os

professores e as famílias dos agressores podem ser responsabilizados pelas

consequências do ato e condenados a pagar indenizações às vítimas por

danos morais, como vem ocorrendo e sendo noticiado pela mídia cada vez

com mais frequência, com base em dispositivos do Código Civil, da

Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente. “Como

o bullying acontece dentro das dependências do estabelecimento de ensino

no período de estadia dos educandos, vê-se a figura da responsabilidade das

escolas pelos danos causados pelos seus alunos entre eles ou a terceiros”,

afirma Alexandre Saldanha, que atualmente mantém um blog

sobre bullying e Direito.

Page 511: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

511

No caso do cyberbullying, em que as agressões ou ofensas

acontecem no meio virtual, a responsabilidade só pode ser atribuída

também à escola se o aluno usar o computador da instituição de ensino para

o seu ataque aos colegas. Caso o problema ocorra fora da escola, são os

pais ou responsáveis que terão que arcar com as consequências dos atos do

filho menor de idade.

Conscientização

Ainda é difícil precisar a gravidade do bullying no Brasil. O

estudoBullying no Ambiente Escolar, realizado pela organização não

governamental Plan Brasil, voltada para a defesa dos direitos da infância,

revelou que o ato foi praticado e sofrido por 10% dos alunos pesquisados.

Nesse estudo, denominou-se bullying a agressão a uma mesma pessoa

superior a três vezes durante o ano letivo. Participaram da pesquisa,

concluída em 2010, 5.168 estudantes, além de pais, responsáveis,

professores e gestores de instituições nas cinco regiões do País. Já em um

estudo feito em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), quase um terço dos alunos respondeu já ter

sofrido bullying alguma vez na vida.

Com a exploração crescente do tema pela mídia, muitas vezes

sem as informações adequadas, não é incomum que exista uma confusão

entre o que faz parte dos conflitos naturais do processo de convivência na

infância e adolescência e o que pode ser configurado como bullying. Por

Page 512: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

512

causa dessas distorções, problemas que deveriam ser tratados no âmbito

escolar estão indo parar nos fóruns e nas delegacias. É com o intuito de

diminuir essas ocorrências que o Centro de Apoio Operacional (CAO) da

Infância e Juventude do Ministério da Justiça de Santa Catarina desenvolve

desde 2010 a campanha Bullying, isso não é brincadeira. O programa

integra as ações de uma lei antibullying, aprovada no Estado de Santa

Catarina em 2009. “Percebemos que havia um grande número de crianças e

adolescentes que eram apontados como autores de ato infracional quando,

na verdade, haviam praticado uma infração disciplinar. Assuntos que

deveriam ser resolvidos dentro da escola estavam sendo judicializados”,

explica a promotora de Justiça e coordenadora do CAO da Infância e

Juventude, Priscilla Linhares Albino. Segundo a promotora, muitas vezes

coisas simples como um empurrão ou o uso de um apelido, em episódios

esporádicos, estavam sendo confundidos com atos infracionais. Priscilla

ressalta que todos os comportamentos inapropriados devem ser observados

pelos responsáveis nas escolas; entretanto, isso não significa que essas

ações possam ser classificadas como bullying.

Para esclarecer a comunidade escolar, foram desenvolvidos e

enviados materiais sobre o tema para todas as instituições de ensino

catarinenses. O Ministério da Justiça também promoveu palestras para

professores, psicólogos e assistentes sociais. Depois da campanha, segundo

Priscilla Albino, houve uma mudança no comprometimento das escolas e

Page 513: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

513

dos educadores, além da redução do número de casos encaminhados para a

Justiça.

Fonte: Revista Gestão Educacional

Page 514: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

514

CRIANÇA TAMBÉM FICA ESTRESSADA

ESPAÇO THÁ ON LINE

Saiba o que é e como tratar o estresse infantil

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um estudo

recente afirmando que o estresse é o mal do século XXI, atingindo mais de

90% da população mundial, o que torna o estresse uma epidemia global.

Essa informação assustadora é reflexo do estilo de vida atual, com muita

correria, desgaste, falta de tempo – e às vezes de dinheiro – para cuidar da

saúde.

O termo estresse foi emprestado da física, onde designa a

tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais, e foi utilizado pela

primeira vez em 1936 pela renomada revista científica Nature. E se engana

quem pensa que o estresse afeta somente os adultos. É cada vez maior o

número de crianças que sofrem com essa condição.

A psicóloga Aline Stadler Penteado explica que

o estresse pode ter duas interpretações: ser uma doença ou uma condição

momentânea. “O estresse é uma forma extrema de emoção, um

conjunto de reações físicas e psicológicas naturais que temos frente a

uma situação intensa, seja boa ou ruim. Sendo assim, o estresse é

momentâneo quando a pessoa se depara com situações intensas no dia

a dia que modifiquem o seu equilíbrio interno. Já o estresse como

Page 515: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

515

doença é aquele que se torna constante, causa dificuldades na vida do

indivíduo e traz sofrimento a longo prazo”, avalia.Para a psicóloga as

causas do estresse infantil são muitas, e vão desde o grande número de

atividades diárias, até a ansiedade com um passeio especial ou festa de

aniversário.

As causas

“Mudanças constantes, físicas ou emocionais, influem

diretamente nas crianças. Excesso de responsabilidades, críticas

excessivas dos pais, rejeição dos colegas, o nascimento de um irmão,

brigas ou separação dos pais, a perda de uma pessoa da família,

mudança de escola, entre outros, são causadores externos do

estresse”, enumera.

Em alguns casos o estresse é fruto de uma característica da

criança, que a levam a se sentir “diferente”, como ansiedade, timidez,

depressão, medo de fracassar, desejo de agradar, etc. Essas características

podem tornar as crianças vítimas de bullying, outro fator importante dentre

as causas do estresse. A psicóloga conta que as crianças costumam não

verbalizar as dificuldades que enfrentam, mas que as suas ações dão os

indícios do que está acontecendo.

“O bullying é uma espécie de agressão ocorrida dentro do

ambiente escolar, denominada assédio moral. O assédio desequilibra

emocionalmente a vítima, e o resultado pode ocasionar apatia social e

Page 516: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

516

até transtornos emocionais”, detalha Alexandre Saldanha, advogado

especialista em bullying e líder fundador da Liga Anti-bullying. Para ele

o bullying gera um clima de medo que torna as vítimas incapazes de tomar

atitudes para cessar os ataques ou pedir ajuda. “A exposição contínua aos

ataques do bullying torna suas vítimas inseguras e pouco sociáveis, ato que

dificulta o pedido de auxílio. Outras sequelas observadas nas vítimas são a

passividade quanto às agressões sofridas, um círculo restrito de amizades, e

alguns passam a ter baixo rendimento escolar, resistindo e simulando

doenças com o interesse de não comparecer mais as aulas, ou até mesmo

abandonando os estudos”.

O diagnóstico

É importante que os pais fiquem atentos ao comportamento

dos pequenos e saibam os sintomas que ocasionam o estresse. O

diagnóstico é feito através da análise dos sintomas descritos pelos pais,

educadores e pela própria criança. “O mais importante é dar afeto, apoio,

ouvir os anseios da criança, ser compreensivo e buscar ajuda quando o

estresse se torna disfuncional, ou seja, começa a atrapalhar a vida

física e mental. Ao se tornar disfuncional o estresse pode levar a

problemas sérios como asma, alergias, problemas dermatológicos,

obesidade, entre tantas outras complicações”, diz a psicóloga.

A psicoterapia pode ser utilizada como medida preventiva,

antes de se instalarem os sintomas mais fortes na criança. Aos primeiros

Page 517: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

517

sinais do estresse procure um profissional que possa identificar os agentes

estressores que desequilibram a criança. O tratamento pode incluir, além da

psicoterapia, a utilização de medicamentos alopáticos ou homeopáticos,

quando necessário.

Sintomas - A mudanças repentinas de comportamento;

- Súbita introversão ou extroversão;

- Medo excessivo com um motivo aparentemente

irracional;

- Agressividade;

- Choro constante;

- Impaciência;

- Insegurança;

- Sinais de baixa autoestima;

- Alguns sintomas físicos como dores de barriga e

de cabeça, enurese (xixi na cama), tiques

nervosos.

FONTE:http://www.tha.com.br/espacotha/criancas-crianca-tambem-fica-

estressada/

Page 518: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

518

O BULLYING NA A SÉTIMA ARTE

A prática do bullying, ou abuso e assédio físico e moral de

estudantes por outros estudantes, já chegou a ser tolerada, como rito de

passagem até pelos próprios educadores no passado. Hoje, felizmente, é

compreendida como negativa e considerada inaceitável numa sociedade

civilizada.

Quem nunca sentiu-se fragilizado ou ameaçado fisicamente no

ambiente escolar?

Sempre existe aquele grupo mais forte física ou socialmente,

que se acha no direito de impor uma suposta superioridade.

Esta lista traz 10 filmes com diferentes abordagens sobre o

tema. Das mais trágicas, às ternas e engraçadas.

1. Elefante (ganhador da Palma de Ouro em Cannes, o filme

Gus Van Sant choca pela sua secura. o filme narra o ataque que dois

estudantes fizeram a uma escola secundária do Oregon, matando dezenas

Page 519: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

519

de alunos, com um arsenal de armas automáticas. a questão do bullying é

tratada como um detalhe pequeno, mas está lá. concentra-se no ato final, de

vingança fria e desapaixonada. o título refere-se à facilidade de ignorar um

‘elefante’ simbólico na sala, apesar do seu tamanho, mas que está sempre

prestes a se mover. obra-prima).

2. Klass (numa escola da Estônia, um garoto nerd de 16 anos é

perseguido por um grupo de valentões, sob a complacência da classe. um

segundo outro aluno acaba se envolvendo, vendo-se obrigado a defendê-lo.

talvez por ser uma sociedade tão diferente da nossa, onde a violência é

invisível, as reações dos adolescentes parecem excessivas, que vão num

crescendo até o final trágico)

Page 520: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

520

3. Cuidado com o Meu Guarda-Costas (clássico do bullying

de 1980, numa visão bem americana. garoto pacífico se vê em dificuldades

para adaptar-se à nova escola, onde um valentão — Matt Dillon – costuma

extorquir os colegas por dinheiro. para defender-se, ele contrata um

grandalhão desajustado, de quem até os professores tem medo, mas logo a

relação dos dois se desenvolve em amizade)

4. Evil, Raízes do Mal (um rapaz atormentado de 16 anos,

tratado com violência pelo padastro, também trata seus colegas de escola

Page 521: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

521

com violência e acaba expulso da escola pública. é mandado a uma

prestigiada escola privada, onde sabe que terá uma última oportunidade de

regeneração. lá chegando tem que se confrontar com os códigos e

humilhações dos estudantes veteranos, arriscando sua expulsão ou

submetendo-se. um olhar diferente, neste filme sueco, que chegou a ser

indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2004)

5. Bully (Nick Stahl – excelente – é o riquinho valentão, que

vive abusando fisicamente dos colegas. até que seu melhor amigo – o já

falecido Brad Renfro – decide vingar-se dele junto com a namorada,

atraindo-o para o pântano e espancando-o até a morte. alguns dos garotos

tentam tomar o lugar dele, enquanto a comunidade se divide entre condenar

e reconhecer que ele teve o que merecia. o diretor Larry Clark especializou-

se em retratar o ócio e a banalidade da violência na juventude americana.

um filme chocante)

Page 522: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

522

6. Kes (um menino inglês vive num bairro pobre e é

constantemente violentado em casa e ridicularizado na escola. ele acha uma

forma de abstrair sua dura realidade, treinando um falcão, o Kes. aos

poucos ele encontra sentido para sua existência. um dos primeiros filmes

do ótimo Ken Loach, numa visão nostálgica e tocante)

7. Carrie, a Estranha (Sissy Spacek é uma menina estranha,

vive isolada com a mãe e não consegue socializar-se na escola, onde é

constantemente ridicularizada pelos colegas, até a humilhação máxima no

Page 523: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

523

baile de formatura. o que eles não sabem é que ela tem poderes

paranormais e vai canalizar todo seu ódio vingando-se. primeira adaptação

de um livro de Stephen King no cinema, dirigido por Brian DePalma e com

astros como John Travolta e Amy Irving novinhos na tela)

8. Te Pego lá Fora (outro clássico dos anos 80, com o pior

pesadelo dos estudantes. um colegial simpático e tranquilo vai entrevistar

um novo aluno para o jornal do colégio. acontece que o cara é um

brutamontes psicopata, que não suporta ser tocado e é exatamente o que ele

faz. desafiado para uma luta logo após a aula, no estacionamento, a vítima

tentará de tudo para evitar sua ‘execução’ com hora marcada. bobo e

divertido).

Page 524: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

524

9. Deixe Ela Entrar (num subúrbio de Estocolmo, um garoto

frágil de 12 anos é constantemente abusado pelos colegas e sonha com uma

vingança. quando ele conhece sua vizinha, uma vampira que aparenta ter a

sua idade, com quem irá envolver-se e que vai defendê-la dos ataques.

ótimo terror sueco, com uma visão original)

10. Meu Nome é Drillbit Taylor (três garotos, começando no

colegial, são perseguidos, logo no primeiro dia, pelo valentão da escola.

juntos eles decidem contratar um guarda-costas profissional – Owen

Page 525: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

525

Wilson. mas ele é um trapalhão que os coloca em maiores confusões e

ainda e tenta enganá-los com os treinamentos mais esdrúxulos. um

bobagem boa para passar o tempo)97

.

97 Fonte: listasde10.blogspot.com.br

Page 526: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

526

EPÍLOGO

Oh, pedaço de mim

Oh, metade afastada de mim

Leva o teu olhar

Que a saudade é o pior tormento

É pior do que o esquecimento

É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim

Oh, metade exilada de mim

Leva os teus sinais

Que a saudade dói como um barco

Que aos poucos descreve um arco

E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim

Oh, metade arrancada de mim

Leva o vulto teu

(...)

Oh, pedaço de mim

Oh, metade amputada de mim

Leva o que há de ti

Que a saudade dói latejada

É assim como uma fisgada

No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim

Oh, metade adorada de mim

Lava os olhos meus

Que a saudade é o pior castigo

E eu não quero levar comigo

A mortalha do amor

Adeus

(Chico Buarque- Pedaço de Mim)

Em memória de minha avó, Gilda Saldanha, que

será sempre um pedaço de mim.

Page 527: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

527

BIBLIOGRAFIA GERAL

ABRAPIA. Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a

Infância e a Adolescência Programa de redução do comportamento

agressivo entre estudantes, disponível em: http://

www.bullyng.com.br, acesso em 20/jun/2007.

Ballone GJ, Moura EC - Estresse - Fisiologia - in. PsiqWeb,

Internet, disponível emwww.psiqweb.med.br, revisto em 2008.

Berloffa, Ricardo Ribas da Costa, Introdução ao Curso de Teoria

Geral do Estado e Ciência Política, Campinas, Bookseller, 2004.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Subsecretaria de

Assuntos Administrativos Assédio: violência e sofrimento no

ambiente de trabalho: assédio sexual / Ministério da Saúde,

SecretariaExecutiva, Subsecretaria de Assuntos Administrativos. –

Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 200 36 p.– (Série F.

Comunicação e Educação em Saúde).

Câmara Municipal de Curitiba, Nota do Legislativo.

Fonte:http://www.cmc.pr.gov.br/ass_det.php?not=15974

Jornal Gazeta do Povo Caderno Vida e Cidadania

Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.pht

ml?id=1062358&tit=O-absurdo-rodeio-das-gorda

Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência

Fonte:http://ciranda.org.br:9080/site/publico/view_noticia.jsp?id=40

12&categoria_codigo=2

Jornal Gazeta do Povo, Caderno Vida e Cidadania

Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.pht

ml?tl=1&id=1058727&tit=Escolas-deverao-ter-acoes-para-coibir-o-

bullying

Castelo Branco, Eclir, Teoria Geral do Estado, Editora Saraiva,

1988.

Calhau, Lélio Braga, Bullying, o que você precisa saber:

identificação, prevenção, e repressão, 2ª ed. Niterói, RJ, Impetus,

2010.

Cavalcanti, Lais Mansur, Mobbing no ambiente de trabalho:

Estratégia ou agressão?, 2010, 85 fls., Trabalho de conclusão de

curso apresentado para obtenção do grau de Bacharel em Direito na

Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2010.

Cavalieri Filho, Sergio, Programa de Responsabilidade Civil, 8ª Ed-

3. reimpr.- São Paulo: Atlas.

Carvalho, Nelson Gonçalves de, Assédio Moral na Relação de

Trabalho, 1ªEd. São Paulo, Rideel 2009.

Page 528: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

528

Chalita Gabriel, Pedagogia da amizade, Bullying: o sofrimento das

vítimas e dos agressores, São Paulo Editora Gente, 2008.

Cortina, Adela, Ética aplicada y democracia radical.

Cunha, Jonatas, Igreja UTIs, São Paulo, Naós, 2009.

Dallegrave Neto, José Affonso, Responsabilidade civil no direito do

trabalho/José Affonso Dallegrave Neto, -4ª ed. São Paulo LTr, 2010.

Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro. 19 ed. São

Paulo: Saraiva; 2002.

Espaço Thá

Fonte:http://www.tha.com.br/espacotha/criancas-crianca-tambem-

fica-estressada/

Fante, Cleo, Fenômeno Bullying: como prevenir violência escolar e

educar para a paz, Campinas, 2. Ed. rev e ampl., Editora Versus,

2005.

Fante, Cleo, Bullying escolar: perguntas & respostas/ Cleo Fante

José Augusto Pedra.-Porto Alegre: Artmed 2008.

Ferry, Luc, Aprender a viver- Filosofia para os novos tempos.

Fonseca, Rodrigo Dias da Assédio Moral: Breves notas,

jusnavegandi.com.Br, disponível em:

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9512&p=2, acesso em

28/07/2007.

Freud Sigmund, Na out line of psyconalysis. New York: W.W

Norton & Co,.Inc.

Guedes, Márcia Novaes. Terror Psicológico no Trabalho. São Paulo:

LTr, 2003.

Hirigoyen, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa no

cotidiano/ Marie-France Hirigoyen; tradução de Maria Helena

Kühner. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

Huteau, M, Les conceptions cognitives de la personnalité, Paris,

PUF, 1985.

Jornal Gazeta do Povo, Caderno Viver Bem.

Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/viverbem/conteudo.phtml?tl

=1&id=925928&tit=A-lei-pode-ajudar

Novaes, Adenáuer. Mito Pessoal e Destino Humano. Salvador:

Fundação Lar Harmonia, 2005, p. 254. Disponível em:

http://www.clinicapsique.com/pdf/txt_psique.pdf, acessado em

22/03/2011, às 21h: 15min.

Libâneo, J. C.; Oliveira J. F.; Toschi, M. S.; Educação escolar:

políticas estrutura e organização. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2005,

Coleção Docência em Formação.

Lima, Alvino. Culpa e Risco. 2ª ed. São Paulo: Revista dos

Tribunais, 1998.

Page 529: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

529

Lista dos 10 filmes, listasde10.blogspot.com.br

Lopes, Miguel Maria de Serpa. Curso de Direito Civil / Miguel

Maria de Serpa Lopes; Fontes Acontratuais das Obrigações-

Responsabilidade Civil. 4 ed. rev. e atual. por José Serpa Santa

Maria. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1995.

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2002).

DSM-IV-TR. 4ª ed., Texto Revisado. São Paulo: Artmed.

Maynez, Eduardo Garcia, Ética, Ética empírica, Ética de bens, Ética

formal, Ética valorativa.

Mulholland, Caitlin Sampaio, A responsabilidade civil por presunção

de causalidade, Rio de Janeiro, GZ Editora, 2010.

Olweus, Dan, Bullying At School, Editora Editora Blackwell

Publishing, 2006.

Paula, Margareth Pereira de Pinto, Kátia Osternack e Lucia, Mara

Cristina Souza de. Relação entre depressão e disfunção cognitiva em

pacientes após acidente vascular cerebral: um estudo teórico. Psicol.

hosp. (São Paulo) [online]. 2008, vol.6, n.1, pp. 21-38. ISSN 1677-

7409.

Panorama Brasil. Fonte:http://www.panoramabrasil.com.br/bullying-

bailarino-e-impedido-de-usar-banheiro-masculino-no-colegio-

id88266.html

Pereira, Otaviano, O que é moral?, São Paulo, Brasiliense, 2004,

coleção Primeiros Passos.

Paim, Beatriz Junqueira Pereira apud KUPPFER,Vinculo Pais,

bebês, em UTI neo natal, a educação de pais e a posição mãe

canguru, Canoas, Editora ULBRAS, 2005.

Reis, Clayton Reis, Avaliação do Dano Moral, Rio de Janeiro: 4ª

Ed., Forense, 2002.

Reis, Clayton, Dano Moral. Rio de Janeiro: Forense, 2001.

Roca, Joaquim Garcia, A Educação cristã no terceiro milênio o que é

como se faz, Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1999.

Saint-Exupéry, Antonie de, O Pequeno Príncipe, Tradução de Dom

Marcos Barbosa, 48 ed., Rio de Janeiro Agir, 2009.

Saramago, José. Depoimento retirado do Documentário: “A Janela

da Alma” de João Jardim e Walter Carvalho, 2001, Brasil.

Salvador, Luiz, Assédio moral. TRT da 17ª Região reconhece que

violação à dignidade humana dá direito a indenização,

jusnavegandi.com.br, disponível em

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9512&p=2, acesso em

28/07/2007.

Salvetti Neto, Pedro, Curso de Teoria Geral do Estado, Editora

Saraiva, 1984.

Page 530: Tem gente que escreve por ego ou só para fazer · É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas Eu escrevo em linhas tortas,

530

Seleye Hans, Stress a tensão da vida, Editora Ibrsa, 1965.

Silva, Ana Beatriz Barbosa, Bullying, Mentes Perigosas na Escola,

Rio de Janeiro, Objetiva, 2010.

Soares, Alexandre Saldanha Tobias, A responsabilidade Civil das

Instituições de Ensino em Relação ao Efeito Bullying, Monografia,

UTP, 2007.

Soares, Alexandre Saldanha Tobias, A Responsabilidade Civil das

Instituições de Ensino em Relação aos Efeitos do Bullying, 1 ed., 1ª

impr. Editora JM, 2012.

Solomon Andrew, O demônio da meia noite: uma anatomia da

depressão, Rio de Janeiro, Objetiva, São Paulo.

Stop Bullying Org.: http://www.stopbullying.gov/what-is-

bullying/definition/index.html, acessado em 9 de novembro de 2012,

às 20h:10.

Teixeira Gustavo, Manual Antibullying para alunos, pais, e

professores, Rio de Janeiro, Best-seller, 2011.

Venosa, Sílvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 5 ed.

São Paulo: Atlas, 2005. -Coleção de Direito Civil; v.4.

Viney Geneviève e Jourdan, Pratice Traité de Doirot Civil: les

condition de la responsabilitè Civile. Paris: LGDJ, 1998.