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TELHADOS VERDES:DA PRE-HISTORIA AO VELHO OESTE AMERICANO curiosidades e muita coisa em comum

com os dias atuais Sérgio Rocha

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AUTOR

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SERGIO ROCHAAgricultor urbano, cultiva hortaliças no telhado pra família, tem um galinheiro no fundo do quintal e cria peixes na piscina. É agrônomo pela Unesp de Botucatu e fez mestrado sobre etnobotânica em uma parceria entre a Ufsc, INPA, Instituto Mamirauá, e WWF. Fundador do Instituto Cidade Jardim, foi indicado como 'Proeminent Conservacionist' pela Universidade de Columbia/CERC em NY, tendo também colaborado como analista de projetos na Fundação AVINA e como professor/ativista do movimento de Permacultura no Brasil.

ORGANIZACAO

FABIANA SCARDAFundadora e Diretora do Instituto Cidade Jardim. Possui graduação em Ecologia pela UNESP/CCB Rio Claro, com mestrado em Agroecossistemas pela UFSC/CCA em Florianópolis. Foi indicada como 'Proeminente Conservacionist' pela Universidade de Columbia/CERC em NY, tendo colaborado como pesquisadora associada ao Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável e Diretora Executiva no Instituto Permacultura da Amazônia.

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PORQUE ESTUDAR A HISTÓRIA ANTIGA DOS TELHADOS VERDES?

A ideia de se cultivar plantas na cobertura de construções tem suas raízes na pré-história humana, e o arquétipo dos telhados verdes parece ser tão antigo quanto a própria arquitetura.

Muitas das funções dos jardins de cobertura utilizados ao longo a jornada humana são análogos aos ‘drivers de consumo’ que verificamos nos projetos contemporâneos, e por isso seu estudo é relevante no cenário atual.

As linhas evolutivas das técnicas de cultivo e os benefícios destas tecnologias explicam as raízes do atual papel dos telhados verdes assumem na sociedade moderna.

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TELHADOS VERDES: RAÍZES NA PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE HUMANAA História da humanidade sempre foi algo que me fascinou.

Quando comecei a me envolver com o movimento de telhados verdes, inevitavelmente me conectei com as histórias que ouvi ao longo de toda a vida sobre os maravilhosos e fascinantes jardins suspensos da Babilônia, exaustivamente mencionados em textos bíblicos, pagãos, acadêmicos, quadrinhos, filmes, teatros, mesas de jantar, etc. Quando é que isso começou? Será que foi algo isolado? Como chegamos aos telhados verdes modernos? Como sempre (ou na maioria das vezes), a conclusão é que tudo faz parte de um processo evolutivo, de aprimoramento de uma técnica. Para montar este e-Book, resolvemos selecionar algumas referências histórias importantes que nos dão algumas pistas sobre as origens e evolução desta ideia, que para algumas pode até parecer absurda, mas já fez (e faz) a cabeça de muita gente por aí.

De modo geral, se a gente for lá para os primórdios dos telhados verdes, vai ver que esta classificação segue 2 linhas evolutivas bem diferentes. Os sistemas EXTENSIVOS tem origem nos antigos SOD ROOFS que nos acompanham desde a idade das pedras e vem sendo aprimorados de geração em geração, visando melhorar o desempenho térmico das construções. Já os sistema INTENSIVOS estão mais próximos aos tipos de cultivo mais pesados que vemos desde a 4000 a.C. na Mesopotâmia e que evoluíram até os dias de hoje em projetos como o Millenium Park em Chicago ou o High Line Park em NY.

.Extensivos - Um telhado verde EXTENSIVO é aquele que não é feito pra ter acesso ou uso frequente, prevendo apenas dispositivos para manutenção periódica. Seu PROPÓSITO é geralmente FUNCIONAL (mais técnico) e evolve o cultivo de plantas que devem simular a formação de uma paisagem natural. É importante lembrar que a construção dos antigos SOD ROOFS era bastante trabalhosa e demandava carregamentos superiores a 300kg/m2 (os sistemas extensivos modernos chegam a pesar menos de 100kg/m2). Entretanto, ao mesmo tempo eram bastante POPULARES, pois materiais como pedra, madeira, terra e pasto estavam lá, a disposição. Então, com a informação certa e um mutirão de gente era possível realizar o sonho do telhado verde próprio.

Intensivos - Com um design que demanda uma sobrecarga muito maior de materiais, os telhados verdes INTENSIVOS sempre foram feitos para impressionar!! São projetados para o cultivo de árvores, arbustos e eventualmente para receber grande fluxo de trabalho e visitação. Acumulam todos os benefícios dos sistemas extensivos (p.ex. conforto térmico, isolamento acústico, qualidade do ar, etc.), mas devido a sua escala, causam impacto ambiental positivo em nível regional. Em geral estamos falando em sobrecargas estáticas que variam entre 300kg/m2 a mais de 1000kgm2. Geralmente é utilizada uma mistura de substratos leves especiais e materiais mais pesados, com solo natural e pedras.

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A SÉRIE DE RELATOS E REGISTROS HISTÓRICOS RELACIONADOS AO CULTIVO DE PLANTAS SOBRE A COBERTURA DE CONSTRUÇÕES APONTA PARA UMASUBDIVISÃO CLARA DE PROPÓSITOS E SISTEMAS

Este é um arquétipo de sistema construtivo extremamente barato e acessível. É uma tradição documentada por toda Europa e América do Norte deste a pré-história Neolítica. Tornou-se quase universal na escandinávia no início do século XVIII d.C., sendo gradualmente abandonado ao longo do século XIX. O sod roof (algo como ‘coberturas de turfa’), são os precursores dos telhados verdes ‘extensivos’, com camadas mais leves de substrato e cultivados com plantas com menor demanda por irrigação e manutenção.

SOD HOUSES

Estes imponentes telhados verdes, conhecidos pela grande profundidade de substrato e variedade de plantas, são análogos aos modernos sistemas ‘intensivos' e têm a aparência de jardins convencionais cultivados ao nível do solo. Os jardins descritos nestes textos antigos se assemelham muito aos jardins executados hoje em dia sobre as coberturas de hotéis, centros corporativos e residências privadas de alto padrão.

JARDINS SUSPENSOS

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PRIMEIROS REGISTROS DE SOD HOUSESO INÍCIO DE TUDO: 10.000 a 5.000 a.C.

A origem das sod houses é desconhecida, mas foram provavelmente desenvolvidas a partir de modelos utilizados por povos do mesolítico(10.000 - 5.000 a.C.). As placas de turfa (sod) só se tornaram disponíveis depois que o povo neolítico abriu suas florestas para o estabelecimento de pastos.

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4.000 a.C.JARDINS SUSPENSOS NA MESOPOTÂMIA

Os mais antigos relatos de jardins de cobertura intensivos em grandes construções urbanos aparecem nos Zigurates da antiga Mesopotâmia, construídos entre os anos 4.000 e 600 a.C.Zigurate é uma forma de templo, criada pelos sumérios e comum para os babilônios e assírios, povos do antigo vale da Mesopotâmia e construído na forma de pirâmides terraplanadas. Nos platôs destas torres escalonadas, árvores e arbustos eram cultivados em terraços que aliviavam a elevação sobre o terreno e amenizavam o calor.

อารยธรรมเมโสโปเตเมีย

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3.700 a.C.SOD HOUSES EM STONEHENGE - INGLATERRA

Este sítio arqueológico datado de 3700 a.C em Honington (Suffolk) ilustra bem a disseminação das SodHouses ao longo da pré-história européia. O conjunto de construções formam um círculo definido por paredes baixas de pedra (cerca de 1m de altura), madeira, e turfa (sod). A estrutura do telhado era coberta com peles de animais embebidas de gordura e placas de turfa (algo similar aos sistemas de impermeabilizaçãomodernos).

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605 a 562 a.C.JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA

Os mais famoso jardins suspensos jáconstruídos teriam sido obra do rei babilônicoNabucodonosor II, que governou entre 605 e 562 a.C.. Não há textos históricos que mencionem os jardins e tampouco foram encontradas evidências arqueológicas que comprovassem sua existência.Devido a esta falta de evidências, tem sido sugerido que são puramente míticos, e que as descrições encontradas nos escritos gregos e romanos antigos (incluindo Estrabão, DiodoroSículo e Cleitarco) representam apenas um ideal romântico de um jardim oriental. Se ele de fato existiu, foi destruído em algum momento após o primeiro século d.C..Alternativamente, o jardim original pode ter sido, na verdade, um bem documentado que o rei assírio Senaqueribe (704-681 a.C.) construiu em sua capital, Nínive, sobre o rio Tigre, próximo da cidade de Mossul.

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"as paredes (…) tinham 22 pés de espessura, enquanto a passagem entre cada parede tinha dez pés de largura. O telhado acima dessas passagens tinha uma camada de juncos fixados com grandes quantidades de betume, sobre duas faixas de tijolos cozidos ligados por cimento, e com uma terceira camada de revestimento de chumbo, a fim de que a umidade do solo não pudesse penetrar. Acima de tudo isso a terra tinha sido empilhada até uma profundidade suficiente para as raízes das árvores mais grandes; e o chão, quando estabilizado, foi densamente coberto com árvores de toda espécie que, por seu grande tamanho ou por outro encanto, poderiam dar prazer a quem as visse. E as galerias, projetavam-se para além de outras, de forma que todas recebiam a luz; (...) havia uma galeria que continha aberturas que conduziam à superfície superior as máquinas para o abastecimento dos jardins com água, máquinas que levavam a água em grande abundância do rio, embora ninguém de fora pudesse ver isto sendo feito (...)."

Diodoro Sículo II.10-1-10 (Diodoro Sículo ou Diodoro da Sicília, foi um historiador grego, que viveu no século I a.C.)

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Cleitarco (século 4 a.C.) História de Alexandre, o Grande V.1.35-5

"As fundações de suas torres estão afundadas a 30 pés do chão e as fortificações sobem 80 pés acima dele no ponto mais alto. Na sua cimeira estão os jardins suspensos, (…) elevados como o topo das paredes e devem seu charme para a sombra de muitas árvores altas. As colunas que sustentam todo o edifício são construídas de rocha, e em cima delas há uma superfície plana de pedras cortadas fortes o suficiente para suportar a camada profunda de terra colocada sobre elas, e a água utilizada para a irrigação. A estrutura suporta árvores robustas que possuem troncos com oito côvados de largura e altura de quase 50 pés; elas dão frutos tão abundantemente como se estivessem crescendo em seu ambiente natural. (…) este edifício sobrevive intacto, apesar de ser submetido à pressão de tantas árvores e de ter que suportar o peso de uma enorme floresta. Ele tem uma infra-estrutura de paredes com 20 pés de espessura em intervalos de onze pés, de modo que com a distância têm-se a impressão de árvores que pendem sobre as montanhas nas florestas reais. Diz a tradição que é o trabalho de um rei sírio que governou a Babilônia. Ele construiu isso por amor a sua esposa, que perdeu os bosques e florestas no país plano e convenceu o marido a imitar a beleza da natureza com uma estrutura deste tipo.”

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371 a.C.SOD ROOFS NA ROMA ANTIGA

Entre os anos 371 e 287 a.C., o botânico grego-romano Teofrasto (filósofo grego que educou Alexandre, o Grande) descreveu a presença da espécie Sempervivum tectorum cultivada sobre paredes e telhados (daí o nome latim ‘tectorum = do telhado’) ao longo da costa mediterrânea.

Era uma superstição comum as pessoas desta época acreditarem que a presença desta espécie (chamada ‘barba de Júpiter’) no telhado as protegeria de relâmpagos - consequentemente também protegendo a casa contra incêndios.

Esta prática ilustra o quanto o uso dos sod roofs era disseminado entre os camponeses desde os primórdios da grande Roma antiga.

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200 a.C.POMPÉIA – VILA DOS MISTÉRIOS

A Vila dos Mistérios foi construída no século II a.C e totalmente coberta pelas cinzas da erupção do Vesúvio em 79 d.C. Faz parte de um conjunto de 100

residências descobertas na área do Vesúvio. Nas últimas décadas do século II. C. tornou-se moda entre a aristocracia romana construir moradias de luxo nesta área.

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CULTURA ESQUIMÓ - OKVIK

Monique Roberts

150 a.C.

Ao mesmo tempo em que Pompéia era soterrada pelas cinzas do Vesúvio, do lado de cá do Atlântico, os esquimós do grupo Okvik (150 - 50 a.C.) construíam suas casas de forma semi-subterrânea, com paredes de troncos de madeira ou ossos de baleia, cobertos com turfa e terra.

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28 a.C.JARDINS SUSPENSOS NA ROMA ANTIGA

Era senso comum que os romanos plantavam árvores na cobertura de prédios institucionais. O historiador Plínio (23 - 79 d.C.) escreveu sobre árvores sendo importadas para cultivo destes edifícios.Mausoléu de Augusto: situado no Campo de Marte, foi construído no ano 28 a.C. pelo imperador Augusto, para servir de túmulo para si mesmo.Caesarea - Israel: sala de audiências. (Caesarea Maritima), também chamada Cesareia Palestina, é uma antiga cidade e porto marítimo, construída por Herodes, o Grande cerca de 25 - 13 a.C.. Situa-se na costa mediterrânica de Israel, entre Tel Avive Haifa, num local anteriormente chamado Pyrgos Stratonos ("Strato" ou "Torre de Straton", em latim Turris Stratonis). Tinha uma população estimada em 125.000 habitantes, que viviam em uma área urbana de 370 hectares.

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135 d.C.JARDINS SUSPENSOS NA ROMA ANTIGA

Mausoléu de Adriano - também conhecido como Castelo de Santo Ângelo.Sua estrutura foi iniciada no ano 135 pelo imperador Adriano como um mausoléu pessoal e familiar (Tumbas de Adriano), sendo concluído por Antonino Pio em 139 d.C.

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795 d.C.SOD HOUSES NA ROMA ANTIGA

Quase 1000 anos depois de descrita por Teofrasto, a prática de cultivar Sempervivumtectorum nos telhados chamou novamente a atenção dos historiadores quando Carlos Magno (795 d.C), imperador romano e unificador de grande parte do norte europeu, ordenou que todos os súditos do império plantassem a barba de Júpiter em seus telhados, presumivelmente como medida de segurança (contra incêndios ocasionados pela queda de raios).

Ele decretou: Et ille hortulanus habeat superdomum suam Iovis barbam. (E o jardineiro deve ter sua própria casa, sobre as barbas de Júpiter. Capitulare de villis, cerca 795, LXX.).

Ao que tudo indica, esta tradição foi incorporada pelos povos nórdicos, que durante sua convivência com os romanos rebatizaram esta espécies (ou grupo de espécies similares) como ‘barba de Thor’ e incorporaram a ‘tecnologia-superstição‘ sobre seus sod roofs como proteção.

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700 a 1.000 d.C.SOD ROOFS VIKINGS

Cabana de recreação nórdica em L'Anse aux Meadows (Canadá) - cerca de 1.000 d.C.

Jarlshof

A arqueologia moderna está ajudandoa revelar a história esquecida dos telhados verdes na idade média.

Nas áreas rurais do Norte da Europa deste período, floresceram e evoluíram as antigas sod houses, cobertas com muita turfa de pasto local (sod) e casca de bétula para impermeabilização (esta árvore é rica em resinas naturais que eram popularmente usadas para calafetar vazamentos em telhados).

Mais tarde na Islândia, nos subúrbios ocupados por colônias de pescadores, as casas cobertas com turfa (sod) imperaram até o final do século XIX, tornando-se gradualmente obsoletaspelo advento da industrialização, sendo substituídas por telhas metálicas e shingles de piche.

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700 a 1.000 d.C.SOD ROOFS VIKINGS

Os Vikings deixaram um rastro de telhados verdes por onde passaram. Suécia, Finlândia, Islândia, Dinamarca, Noruega, Groenlândia, Ilhas Faroé e Vinlândia (no Canadá!!) estãoentre as regiões que desenvolveram maior tradição neste tipo de construção.

As construções encontradas na Vinlândia(Vinland no Canadá), foram produzidas ao longo das incursões viking ao novo mundo em períodos pré-colombianos. Feitas com placas de turfa (sods) apoiados sobre uma estrutura de madeira, podiam receber mais de 90 pessoas ao mesmo tempo. Escavações arqueológicas realizadas entre 1962 e 1965 revelaram um cemitério com 150 indivíduos datados do período entre os anos 1000-1100/1200 d.C..

Esta é provavelmente a primeira (re)-introdução da técnica no continente americano – que já contava com uma tradiçãodos nativos que também desenvolveramtécnicas para construção de coberturas vivas.

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1015 d.C.Os chamados earth lodges ('cabanas de terra') são construções semi-subterrâneas cobertas parcialmente ou completamente com terra, bem conhecidas na cultura dos nativos americanos das grandes planícies e das florestas do leste norte-americano.Ocmulgee (pronounced "oak-mull-ghee") é uma região no sudeste da América do Norte (Geórgia e Alabama) ocupada desde 17.000 a.C. por caçadores-coletores da idade do gelo até os remanescentes das tribos Muscogees (povo Creek) da história moderna.A maior ocupação ocorreu ao longo dos anos 950-1150 d.C. desenvolvendo um povo de cultura sofisticada e estratificada, que construiu complexos arquitetônicos com terra que expressavam seu sistema religioso e político.

EARTHLODGES NA AMÉRICA DO NORTE

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1004 a 1088 d.C.Não encontramos referência do uso de

jardins suspensos ou sod roofs na antiguidade egípcia.

Este elemento parece ter sido introduzido apenas após o domínio imposto pela invasão árabe (639 d.C.), que trouxe influências da Mesopotâmia refletidas em grandes edifícios e templos com jardins de cobertura (como os Zigurates).

Fustat (Cairo antigo Ano 641 - 1168 d.C.) foi a primeira capital do Egito sob o domínio muçulmano. Atingiu o seu auge no século XII d.C., com uma população de aproximadamente 200.000 habitantes.

O poeta persa Nasir Khusraw descreveu no início do século 11 arranha-céus de 14 andares, com coberturas verdes no topo e rodas d'água movidas a boi como sistema de irrigação.

FUSTAT - EGITO

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1400 d.C.Durante a Idade Média e Renascimento, jardins

de cobertura se tornaram populares entre os mais ricos. Monges beneditinos na França e Itália cultivavam terraços jardim em seus monastérios com hortaliças, frutas e legumes.

O telhado verde mais velho do mundo ainda em funcionamento está na Itália: é a Torre Guinigi, na cidade de Lucca.

Durante a Idade Média, Lucca com suas 250 torres era apresentada como um “bosque” aos olhos dos viajantes que a viam à frente dos seus muros. “Andando noi vedemmo in piccolocerchio torreggiare Lucca a guisa d’unboschetto” (Andando nós vimos um pequeno grupo de torres protegendo Lucca sob o disfarce de um bosque) escreve o poeta florentino Fazio degli Uberti (1305-1367 d.C.) em seu “Dittamondo”.

Não se sabe exatamente quando o jardim foi criado, mas numa imagem das crônicas de Giovanni Sercambi (século XV d.C.), você pode ver que, entre as muitas torres de Lucca, havia uma coroada de árvores.

IDADE MÉDIA E RENASCIMENTO

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1862 d.C.COLONIZAÇÃO DO OESTE AMERICANO

Para atrair imigrantes e ocupar o oeste do país, o então presidente Norte Americano Abraham Lincoln decretou em 1862 que daria a escritura da terra para famílias que ‘cavassem um poço e construíssem uma casa’. As casas que estes colonos construíam (e os colonos em sí) eram chamados de ‘Soddies’ pois importavam uma técnica barata de construção com cobertura de terra e vegetação.

Estas sod houses abriram as planícies durante as décadas de 1870 e 1880. Conforme a colonização se arrastava para o oeste e a madeira se tornava mais escassa, os colonos passaram a depender cada vez mais da terra e pasto para casas. Ao passo que faltava madeira, pedra e pasto das pradarias era abundantes. Este pasto tinha uma estrutura de raízes espessa, resultante era uma habitação bem isolada e muito barata.

A casa típica da pradaria era feita de sod (turfa) ou cavada na encosta de uma colina, e era vistas como uma casa temporária, até que algo permanente pudesse ser construído.

"Mais de nove décimos dos cidadãos do condado de Butler, Nebraska em 1876 vivia em uma casa sod”.

(Dick, The Sod House, p. 111).

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TABELALinhas Evolutivas Drivers / Justificativas Tipo de estrutura Tipo de cultivo Contexto

JARDINSSUSPENSOS

( I N T E N S I V O S )

• Status,presentes demonstração de poder

• Estética• Climatização• Superstições• Cultivo de alimentos (monges beneditinos)

Construções em pedra, grandes coberturas planas, impermeabilizadas com betume, fibras vegetais, cascalho e terra

Árvores, arbustos, pendentes, forrações ornamentais, ervas medicinais, temperos, legumes

Urbano Elitizado Público Religioso

SOD ROOFS( E X T E N S I V O S )

• Climatização• Sistema construtivo acessível aos pobres

• Superstições• Decretos de utilidade pública (incêndios)

Construções em madeira, com resinas vegetais, pele de animais embebidas com gordura e placas de turfa

Vegetação nativa que coloniza as placas de turfa. 'Sob as barbas de Júpiter (Thor)'

Rural Camponês Popular

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REFERÊNCIASGuy E. Gibbon, Kenneth M. Ames, ”Archaeology of Prehistoric Native America: An Encyclopedia.

Magill, John D.; Midden, Karen; Groninger, John; and Therrell, Matthew, "A History and Definition of Green RoofTechnology with Recommendations for Future Research" (2011). Research Papers. Paper 91.http://opensiuc.lib.siu.edu/gs_rp/91

Capilulare de villis translation: University of Leicester http://www.le.ac.uk/hi/polytyques/capitulare/trans.html

Dick, E. (1954). The Sod-house frontier, 1854-1890: a social history of the Northern Plains from the creation ofKansas and Nebraska to the administration of the Dakotas.

http://khkeeler.blogspot.com.br/2013/06/plant-story-common-houseleek.html

Castleden, Rodney (1987) The Stonehenge People: na exploration of life in Neolithic (4700–2000BC).

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http://professorasandralucia.blogspot.com.br/2010/06/zigurates-e-piramides.html

imagens

http://www.shetlandamenity.org/viking-longhouse

Judith Dobie

Algumas imagens não estão listadasabaixo pois não conseguimos encontrar a fonte

http://www.edwardgoldsmith.org/45/traditional-irrigation-in-mesopotamia/

http://schafergabriel.blogspot.com.br/2015/03/63-os-povos-da-mesopotamia.html

https://heritageaction.wordpress.com/category/outings/

http://cymdeithastwmbarlwm.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html

http://cymdeithastwmbarlwm.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html

http://knightscsa.blogspot.com.br/2008_06_01_archive.html

Nebuchadnezzar II in the Hanging Gardens- Ernest Wellcousins

http://feather802.deviantart.com/art/The-Hanging-Gardens-of-Babylon-14894275

Artist: Stuart Boyle - 1960

https://es.slideshare.net/algargos/la-villa-de-los-misterios-restaurada

Pittura di giardinoDa Pompei, Casa delBracciale d’Oro 30-35 d.C.Affresco, Pompei, Soprintendenza Specialeper Pompei, Ercolano e Stabia.

Monique Roberts

https://cutterlight.com/2011/10/15/sod-and-whalebone-home-tikigaq/

Reconstruction of theMausoleum Augusti by G. Gatti. Reproduced after G. Gatti, ‘Nuove osservazioni sul Mausoleo di Augusto’, L’Urbe, 3 (1938), Fig. 13.

Aquarela de Jean-Claude Golvin

Pietro Santi Bartoli

http://www.venalmundoclasico.com/cultura_clasica/roma/mausoleo_de_adriano_2_1.html

The illustrated history ofgardening - Anthony Huxley

Sempervivum tectorum, FERDINAND GRAF, Die Alpenpflanzen. 1880-84.

Chris Downer

http://www.medievalists.net/2013/01/blood-brothers-a-ritual-of-friendship-and-the-construction-of-the-imagined-barbarian-in-the-middle-ages/

D. Gordon E. Robertson

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Everyday life in Viking AgeStamps FO 5115-5117 ofPostverk Foroya, Faroe IslindsMartin Morck

Norman soldiers crossing theEnglish channel, from 'La Viede Saint Aubin d'Angers' (vellum) – French School

See america projectJon Cain

https://www.tripadvisor.com/Tourism-g60920-Macon_Georgia-Vacations.html

http://www.wikiwand.com/en/Ocmulgee_National_Monument

https://en.wikipedia.org/wiki/Fustat

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Bird's-eye view of a villa, restored by Ch. Chipiez

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http://prepperswill.com/living-in-an-1800s-sod-house/

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http://www.bertholdsteinhilber.com/wikinger.html

Ben Gileshttp://originsdigitalcurio.deviantart.com/art/Collage-Cactus-and-Succulent-Clipart-546648257

Eileen Sandá

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bO INSTITUTO CIDADE JARDIM

O Instituto Cidade Jardim é um negócio de impacto sócio-ambiental que tem como causa a instalação de telhados verdes e jardins suspensos para aumento de áreas verdes em grandes metrópoles.

Fundado pela ecóloga Fabiana Scarda e pelo engenheiro agrônomo Sérgio Rocha, desde 2008 nos dedicamos ao desenvolvimento de produtos e sistemas de cultivo que ajudam a transformar projetos de arquitetura e engenharia em projetos de sustentabilidade, permitindo expandir as possibilidades de jardinagem, horticultura, agricultura urbana e engenharia civil. Queremos transformar nossas cidades através dos seus telhados.

Além de desenvolver cursos, produtos e tecnologias de cultivo, através da marca Studio Cidade Jardim também atua na implementação de telhados verdes em espaços públicos, corporativos e residenciais.

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