tele cur so 2000 fund portugues

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Volume 1 Sumário Apresentação 01. Situações de comunicação 02. O senhor sabe com quem está falando? 03. O senhor sabe com quem está falando? 04. O senhor sabe com quem está falando? 05. Mas eu não disse nada disso! 06. Mas eu não disse nada disso! 07. Mas eu não disse nada disso! 08. Em outras palavras... 09. Em outras palavras... 10. Em outras palavras... 11. Quem tem mado do dicionário? 12. Será que foi isso que ele disse? 13. Será que foi isso que ele disse? 14. Será que foi isso que ele disse? 15. O que foi que eu disse? 16. O que foi que eu disse? 17. O que foi que eu disse? 18. Mas o que o escritor quer dizer? 19. Mas o que o escritor quer dizer? 20. Mas o que o escritor quer dizer? Gabaritos das perguntas Volume 2 Sumário 21. Gente das palavras . Fala, jornalista! 22. Eu sei do que estou falando . E você? 23. Eu sei do que estou falando . E você? 24. Eu sei do que estou falando . E você? 25. Mas é conversando que a gente se entende 26. Mas é conversando que a gente se entende 27. Mas é conversando que a gente se entende 28. Conte uma história 29. Conte uma história 30. Conte uma história 31. Gente das palavras diz isso cantando! 32. Você tá errado! 33. Você tá errado! 34. Sorte ou azar? 35. Você tá certo! 36. Você tá certo! 37. Você tá certo! 38. Fala, cidadão! 39. Fala, cidadão! 40. Fala, cidadão! Gabaritos das perguntas As aulas 01 a 40 mais gabaritos das perguntas – Infelizmente não está disponível

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Page 1: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

Volume 1 ­ Sumário Apresentação 

01. Situações de comunicação 

02. O senhor sabe com quem está falando? 

03. O senhor sabe com quem está falando? 

04. O senhor sabe com quem está falando? 

05. Mas eu não disse nada disso! 

06. Mas eu não disse nada disso! 

07. Mas eu não disse nada disso! 

08. Em outras palavras... 

09. Em outras palavras... 

10. Em outras palavras... 

11. Quem tem mado do dicionário? 

12. Será que foi isso que ele disse? 

13. Será que foi isso que ele disse? 

14. Será que foi isso que ele disse? 

15. O que foi que eu disse? 

16. O que foi que eu disse? 

17. O que foi que eu disse? 

18. Mas o que o escritor quer dizer? 

19. Mas o que o escritor quer dizer? 

20. Mas o que o escritor quer dizer? 

Gabaritos das perguntas 

Volume 2 ­ Sumário 21. Gente das palavras . Fala, jornalista! 

22. Eu sei do que estou falando . E você? 

23. Eu sei do que estou falando . E você? 

24. Eu sei do que estou falando . E você? 

25. Mas é conversando que a gente se entende 

26. Mas é conversando que a gente se entende 

27. Mas é conversando que a gente se entende 

28. Conte uma história 

29. Conte uma história 

30. Conte uma história 

31. Gente das palavras diz isso cantando! 

32. Você tá errado! 

33. Você tá errado! 

34. Sorte ou azar? 

35. Você tá certo! 

36. Você tá certo! 

37. Você tá certo! 

38. Fala, cidadão! 

39. Fala, cidadão! 

40. Fala, cidadão! 

Gabaritos das perguntas 

As aulas 01 a 40 mais gabaritos das perguntas – Infelizmente não está disponível

Page 2: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

41A U L A

Cenatexto Hilda voltava do trabalho, como sempre muitocansada. Como sempre, descera do ônibus na avenida e tinha de subir cincoquarteirões até chegar a sua casa. Ela gostava de andar. De andar e de falar sozinha:

- Preciso comprar alguma coisa pra janta. Não sei se compro aqui no Seu Zémesmo ou se vou até o sacolão da Rosa. Engraçado, não sei por que, tem alguma coisana Rosa que não me agrada. Ela é tão simpática, trata a gente tão bem e mesmo assimnão gosto de ir lá. A Rosa tem muita variedade e sabe convencer a gente a comprarsempre mais. Acho que é isso. Como meu dinheiro é contado, talvez o sacolão da Rosanão seja lugar pra mim. Seu Zé é diferente: ele não tem muita conversa e não ficainsistindo pra gente levar mais coisa. Se bem que eu podia aproveitar e ir de uma vezao supermercado; compro mais coisas, pro mês todo, não preciso carregar peso, poistem o carrinho, e posso voltar de táxi. Assim, tão cedo não tenho que me preocuparcom isso.

41A U L A

M Ó D U L O 13 Cada coisano seu lugar

Page 3: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

41A U L AHilda, dona de casa, mãe e trabalhadora, precisa resolver um problema de seu dia-

a-dia. Tem de fazer compras para abastecer sua casa e precisa tomar uma decisão. Porenquanto ela está indecisa, não sabe ainda qual é a melhor alternativa: fazer ascompras na mercearia do Seu Zé, no sacolão da Rosa ou no supermercado. Por fim,decide.

- Quer saber? O melhor é comprar qualquer coisa no Seu Zé mesmo, que ficano meu caminho. Chego em casa mais cedo e dou janta pros meninos. Deixo osupermercado pra sábado, e daí um dos meninos pode me ajudar.

Subiu a rua em direção à mercearia do seu Zé: Mercearia Itabira.- Boa tarde, Seu Zé!- Boa tarde. A senhora vai bem?- Levando a vida, e o senhor?- Como Deus quer.- O senhor veja para mim o seguinte: um pacote de macarrão, meia dúzia de

tomate, duas cebolas e dez pãezinhos.- É pra já. A senhora prefere alguma marca especial de macarrão ou esta aqui

mesmo está boa?- Esta vai bem.- Pois então aqui está: o macarrão, os tomates, o alho e... Só um minuto, vou pôr

os pães no pacote. Prontinho!- Mas eu não pedi alho...- É mesmo! Que cabeça a minha!- Tire o alho e ponha as cebolas.- A senhora tem uma boa receita de macarronada?- Receita, mesmo, por escrito, eu não tenho, não, mas tô tão acostumada a fazer

que não preciso de receita. Ela tá na minha cabeça. Macarronada é bom de fazer. Ésimples, rápido, e todo mundo gosta.

Seu Zé faz as contas:- São quatro reais.- Será que o senhor pode anotar aí na minha caderneta?- Peraí, que eu vou pegar a caderneta. É, dona Hilda, a coisa aqui tá complicada.

Falta acertar o mês passado...- Eu sei disso, seu Zé. É que eu esperava receber o dinheiro do João semana

passada, mas ele ainda não mandou, não sei o que que houve. Mas, de qualquermaneira, semana que vem meu pagamento sai, aí eu acerto tudo com o senhor.

- Tá bem. Fica combinado assim. Eu aceito o prazo porque a senhora é freguesaantiga e nunca deixou de cumprir com seus compromissos aqui na mercearia.

Vida dura essa! Mas o pior está por vir. Em casa, uma confusão danadaespera por Hilda. Aguarde a próxima aula.

&

Page 4: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

41A U L A Hilda comprou alguns produtos na mercearia com intenção de fazer uma

macarronada. A receitareceitareceitareceitareceita da macarronada, como ela mesma disse, está na suamemória. Observe quantos sentidos a palavra receita receita receita receita receita tem:

receitareceitareceitareceitareceita..... S. f. 1. 1. 1. 1. 1. Quantia recebida, ou apurada, ou arrecadada;produto, rendimento, renda. 2.2.2.2.2. O conjunto dos rendimentos de umEstado. 3.3.3.3.3. Indicação minuciosa sobre a quantidade dos ingredien-tes e a maneira de preparar um prato salgado ou doce. 4.4.4.4.4. Indicaçãoescrita de uma prescrição médica.

1.1.1.1.1. Indique em qual sentido a palavra receita receita receita receita receita é usada na Cenatexto.

2.2.2.2.2. Faça uma frase para cada sentido apresentado para a palavra receitareceitareceitareceitareceita. Vejaos exemplos:A receita receita receita receita receita do jogo de futebol ultrapassou as expectativas.A receita receita receita receita receita do Estado de Pernambuco é maior hoje do que há vinte anos.Hilda traz a receitareceitareceitareceitareceita da macarronada na memória.A receitareceitareceitareceitareceita que o médico passou para a paciente prescrevia seis remédios.

a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................d)d)d)d)d) .............................................................................................................................

3.3.3.3.3. Hilda é uma mãe de família que trabalha fora. Quando chega ao lar, tem deresolver uma porção de problemas domésticos. Uma de suas tarefas éabastecer a casa. Você sabe o que é abastecerabastecerabastecerabastecerabastecer? Há alguma diferença nosentido da palavra abastecerabastecerabastecerabastecerabastecer nas frases seguintes?a)a)a)a)a) Seu Zé abasteceabasteceabasteceabasteceabastece seus fregueses com mercadorias variadas.b)b)b)b)b) Dona Hilda abastece abastece abastece abastece abastece sua casa uma vez por mês.c)c)c)c)c) Dona Rosinha abasteceuabasteceuabasteceuabasteceuabasteceu seu carro ontem.

&

1.1.1.1.1. As expressões levando a vidalevando a vidalevando a vidalevando a vidalevando a vida e como Deus quercomo Deus quercomo Deus quercomo Deus quercomo Deus quer são muito comuns. Elasrevelam um certo conformismo, uma atitude de resignação em relação àvida. Reveja a seguinte passagem da Cenatexto:

“ - Boa tarde, Seu Zé!- Boa tarde. A senhora vai bem?- Levando a vida, e o senhor?- Como Deus quer.”

a)a)a)a)a) O que Hilda quis dizer com a expressão levando a vidalevando a vidalevando a vidalevando a vidalevando a vida?.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) E o que Seu Zé quis dizer com como Deus quercomo Deus quercomo Deus quercomo Deus quercomo Deus quer?.............................................................................................................................

Dicionário

Reescritura

Page 5: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

41A U L A2.2.2.2.2. Há uma diferença interessante entre essas duas expressões. Como Deus Como Deus Como Deus Como Deus Como Deus

querquerquerquerquer revela um estado de conformismo baseado na fé, na crença em umdestino que não pode ser mudado. Levando a vida Levando a vida Levando a vida Levando a vida Levando a vida baseia-se num confor-mismo ligado ao sistema social, político e econômico, é uma espécie deresignação em face de todos os problemas. Tendo essa diferença em mente,tente reescrever o trecho citado, substituindo as expressões destacadas.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3.3.3.3.3. Releia o segundo parágrafo da Cenatexto, no qual Hilda fala sozinhaenquanto volta para casa.Reescreva o trecho como se você fosse o narrador. Para isso, você passarátodo o texto, que está em 1ª pessoa, para a 33333ª pesso pesso pesso pesso pessoaaaaa. Veja como ficaria aprimeira frase:

l Hilda precisa comprar alguma coisa para a janta.

Você reparou que, no lugar de eu, entrou o nomenomenomenomenome (Hilda) da pessoa quefalava. Também foi usado para para para para para em lugar de pra.A segunda frase ficaria assim:

l Ela não sabe se compra na mercearia do Seu Zé mesmo ou se vai até o sacolão da Rosa.

Neste caso, tivemos de substiuir a expressão aqui no Seu Zé pela indicação dolocal local local local local (na mercearia do Seu Zé). Também continuamos a modificação dapessoapessoapessoapessoapessoa e do verbo verbo verbo verbo verbo (passamos da 1ª para a 3ª pessoa).Vamos ver como ficaria a terceira frase:

l Embora Hilda não saiba o motivo, existe algo na Rosa que não a agrada.

Aqui as mudanças foram maiores. Poderiam ser diferentes. Por exemplo:

l Hilda admira-se de que, mesmo sem um motivo claro, tenha algo na Rosa que nãoa agrada.

Isso já é suficiente para entender como se reescreve o texto. Continue a tarefajá iniciada:Hilda precisa comprar alguma coisa para a janta. Ela não sabe se compra namercearia do Seu Zé mesmo ou se vai até o sacolão da Rosa. Embora Hilda nãosaiba o motivo, existe algo na Rosa que não a agrada. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Page 6: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

41A U L A 1.1.1.1.1. Você viu, na Cenatexto, uma situação muito comum em nossas vidas: uma

pessoa que vai à mercearia comprar gêneros de primeira necessidade.Observe a seguinte lista de produtos:

SABONETE, XAMPU, PALHINHA DE AÇO, AÇÚCAR, MARGARINA, BATATA, CAFÉ, CEBOLA,SABÃO EM PEDRA, ÓLEO, CERA, DETERGENTE, TOMATE, ARROZ, PIMENTÃO, ÁGUA

SANITÁRIA, FEIJÃO, CONDICIONADOR DE CABELOS, BISCOITO, SAL.

Aqui estão listados vinte produtos diversos. Escolha dez deles com base nocritério de necessidadenecessidadenecessidadenecessidadenecessidade. Quais são os produtos mais necessários ao abaste-cimento de uma família? Em que ordem você os colocaria? Por quê?a)a)a)a)a) ......................................................... f)f)f)f)f) .........................................................b)b)b)b)b) ......................................................... g)g)g)g)g) .........................................................c)c)c)c)c) ......................................................... h)h)h)h)h) .........................................................d)d)d)d)d) ......................................................... i)i)i)i)i) .........................................................e)e)e)e)e) ......................................................... j )j )j )j )j ) .........................................................

2.2.2.2.2. Suponha que você vá a uma mercearia “muito especial”, onde estejam àvenda os seguintes “produtos”:

ESPERANÇA, BATATA, SAÚDE, TÁBUA DE PASSAR ROUPA, CAFÉ, SABEDORIA,CEBOLA, TEMPO, SABÃO EM PÓ, FÉ, ÓLEO, CERA, CADEIRAS, DETERGENTE, FORÇA,

PALHINHA DE AÇO, ENGRADADOS, TOMATE, MARGARINA, AMOR, AÇÚCAR, ARROZ,FELICIDADE, PIMENTÃO, SAUDADE, ÁGUA SANITÁRIA, LIBERDADE, FEIJÃO,

AMIZADE, GELÉIA, PEIXE FRESCO.

Pois é, como você percebe, trata-se de uma mercearia pouco comum.Estamos criando, para você, uma “mercearia imaginária”. Agora, execute asseguintes tarefas:

a)a)a)a)a) Faça uma lista com os produtos que podem ser comprados e outra listacom os que não podem ser comprados:

Lista dos produtos compráveisLista dos produtos compráveisLista dos produtos compráveisLista dos produtos compráveisLista dos produtos compráveis Lista dos produtos não compráveisLista dos produtos não compráveisLista dos produtos não compráveisLista dos produtos não compráveisLista dos produtos não compráveis........................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ..............................................................

b)b)b)b)b) Faça uma lista com os produtos que cabem em sacolas e outra lista comos que não cabem em sacolas:

Lista dos produtos queLista dos produtos queLista dos produtos queLista dos produtos queLista dos produtos que Lista dos produtos que nãoLista dos produtos que nãoLista dos produtos que nãoLista dos produtos que nãoLista dos produtos que nãocabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolas cabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolas........................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ..............................................................

Reflexão

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41A U L Ac)c)c)c)c) Finalmente, agrupe os produtos conforme o tipo, ou seja, conforme a

categoriacategoriacategoriacategoriacategoria à qual pertencem. Por exemplo, não misture comida comproduto de limpeza. Elabore seus critérios de distribuição. Diga o quesobra e por quê......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3.3.3.3.3. “A Rosa sabe convencer a gente a comprar sempre mais.” Você considera essaatitude do vendedor boa ou ruim para quem vai fazer compras? Você fariasuas compras no sacolão da Rosa ou na mercearia do Seu Zé?........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

4.4.4.4.4. Você deve ter observado que Hilda depende do salário para sustentar seusfilhos. Para conseguir chegar ao fim do mês sem furos no orçamento familiar,ela tem de organizar os gastos e economizar. Seu padrão de vida permite queela ande de ônibus, mantenha uma conta na mercearia, vá uma vez por mêsao supermercado e, eventualmente, ande de táxi.Você concorda que é necessário se organizar para manter o orçamento sobcontrole? Como você faz com seu próprio orçamento? Descreva nas linhasabaixo como você organiza suas compras e planeja seus gastos para abaste-cer a casa por um mês:......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Page 8: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

42A U L A

Cenatexto Hilda chega, finalmente, a sua casa. Os meni-nos estão todos encarapitados no velho sofá, com os olhos vidrados na televisão. Malcumprimentam a mãe, de tão atentos ao programa de TV.

Hilda percorre os olhos pela sala e fica desanimada: tênis, chinelos, meias sujas,brinquedos quebrados, copos caídos, tudo espalhado. Vai até a cozinha e encontra umacena parecida: muitos copos sujos na pia, manteiga destampada em cima da mesa, farelode pão pra todo lado.

- Olha, meninada, eu não queria chegar brigando, mas assim também já édemais!

42A U L A

M Ó D U L O 13 Cada coisano seu lugar

Page 9: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

42A U L ADesliga a televisão e manda a turma arrumar a bagunça.

- Rita, traga a vassoura, um rodo e um pano pra limpar esse chão. Ricardo, leveestes copos pra cozinha.

Os meninos protestam mas obedecem. Ronaldo, no entanto, não quer cooperar.Discute com a mãe:

- Eu tô cansado desse negócio. Todo dia é a mesma coisa, que saco!- Você não pode falar assim, meu filho. Não vê que eu preciso da ajuda de vocês

todos?- Eu não tô a fim! A gente fica aqui, desse jeito, e meu pai? Ele não dá notícia,

some. Ele tinha que estar aqui, te ajudando!- Ronaldo, olha o mau exemplo que você está dando pros seus irmãos!- Mau exemplo quem tá dando é o pai! Acho que eu devia fazer que nem ele!- Pára com isso, menino! Você sabe que seu pai está tentando conseguir o

melhor pra nós todos!Ronaldo sai batendo a porta. Hilda suspira, ao mesmo tempo preocupada e

espantada com a rebeldia do filho. Hilda recobra forças e começa a arrumar as coisas.Ricardo, Rita e Rosana ajudam. Feita a arrumação, aproximam-se da mãe, que jácomeça a preparar a janta.

- O que você vai fazer hoje, mãe? - pergunta Rita, a mais velha.- Macarronada, filha. Rita, ponha água pra ferver na panela grande.- Encho a panela, mãe?- Sim. Ricardo, vá picando as cebolas e os tomates. Escolha os mais maduros.- Rita, vá lavando os copos enquanto eu dou uma varrida na cozinha.- Ah, mãe, eu quero é ajudar na comida.- Quando a água começar a ferver, você vai botar o macarrão na panela.- E demora pra ferver?- Não, quando você terminar de lavar os copos, a água já estará fervendo.- Eu também quero ajudar! - diz a pequena Rosana.- Vai tomando conta do Ricardo. Veja se ele está picando direito os tomates.A menina olha em direção ao irmão e diz:- Ele tá, mãe. Que mais?Hilda procura uma resposta.- Pegue uma colher de pau pra mim e continue vigiando o Ricardo.Enquanto a água esquenta, Hilda prepara o molho. Refoga a cebola picada junto

com o alho amassado, acrescenta uma folha de louro.- Mãe, você pôs folha seca aí? - pergunta Rosana.- Esta folhinha se chama louro. Olha como ela é cheirosa!A menina sente o cheiro e faz uma careta:- Eu não gosto de louro não, mãe!Hilda acrescenta os tomates ao refogado. Deixa que se desmanchem bem e

adiciona um pouco de massa de tomate. Por último, junta um pouco de água e umacolherinha de açúcar.

A água ferve, Rita despeja o macarrão na panela. Hilda mexe o macarrão com umgarfo, adiciona sal e um fio de óleo para que a massa fique soltinha. Mais dez minutose o jantar está pronto.

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Page 10: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

42A U L A Quando Hilda chega a sua casa, encontra os filhos encarapitadosencarapitadosencarapitadosencarapitadosencarapitados no sofá,

vendo televisão. Essa é uma cena que você já viu muitas vezes. Mas você sabecomo é que os meninos estavam mesmo? Confira no dicionário:

encarapitado. encarapitado. encarapitado. encarapitado. encarapitado. Adj. Que está em cima; que está comodamente instalado,empoleirado.

Quer dizer que os meninos estavam jogados, atirados sobre o sofá na maiorfolga do mundo, vendo televisão.

Hillda chega do trabalho cansada e fica chateada porque está tudo desarru-mado em casa. Por isso, ela pede a ajuda dos filhos:

“ - Rita, traga a vassoura, um rodo e um pano pra limpar esse chão. Ricardo,leve estes copos pra cozinha.”

Observe que ela usou os verbos trazertrazertrazertrazertrazer (na forma do imperativo traga) e levarlevarlevarlevarlevar(na forma do imperativo leve). O verbo trazertrazertrazertrazertrazer indica um movimento em direçãoa nós e o verbo levarlevarlevarlevarlevar indica um movimento na direção oposta, contrária a nós.Assim como esses, há muitos outros verbos que indicam ações opostasações opostasações opostasações opostasações opostas. Vejaalguns exemplos:

abrir/fecharabrir/fecharabrir/fecharabrir/fecharabrir/fechar acender/apagaracender/apagaracender/apagaracender/apagaracender/apagar chegar/sairchegar/sairchegar/sairchegar/sairchegar/sair dar/receberdar/receberdar/receberdar/receberdar/receber

bater/apanharbater/apanharbater/apanharbater/apanharbater/apanhar comprar/vendercomprar/vendercomprar/vendercomprar/vendercomprar/vender ir/virir/virir/virir/virir/vir

Nesses casos, duas palavras diferentes indicam a oposição. Mas, a partirde um verbo, também podemos formar o verbo que indica a ação oposta a ele coma simples adição de um prefixo prefixo prefixo prefixo prefixo (palavrinha inicial) que expresse ação contrária.Veja esses exemplos:

ligar/desligarligar/desligarligar/desligarligar/desligarligar/desligar atar/desataratar/desataratar/desataratar/desataratar/desatar dizer/desdizer dizer/desdizer dizer/desdizer dizer/desdizer dizer/desdizer fazer/desfazerfazer/desfazerfazer/desfazerfazer/desfazerfazer/desfazer

armar/desarmar abotoar/desabotoar armar/desarmar abotoar/desabotoar armar/desarmar abotoar/desabotoar armar/desarmar abotoar/desabotoar armar/desarmar abotoar/desabotoar organizar/desorganizar organizar/desorganizar organizar/desorganizar organizar/desorganizar organizar/desorganizar

Em todos esses casos, ocorre o prefixo des-des-des-des-des-, que expressa a idéia de desfazer,fazer o contrário.

1.1.1.1.1. Tente lembrar-se de outras duplas de verbos que indiquem ações contrárias.Dê exemplos dos dois casos que você aprendeu: formada por palavrasdiferentes (como abrir / fechar) ou com um dos verbos derivado do outro porprefixação (como ligar / desligar).....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Dicionário

Page 11: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

42A U L A1.1.1.1.1. Pela situação que Hilda encontra ao chegar em casa, você acha que as

crianças ficam sob responsabilidade de quem enquanto ela está trabalhando?

2.2.2.2.2. Ronaldo causa problemas em casa. Que idade você supõe que ele tenha? Oque o leva a essa suposição?

3.3.3.3.3. O que Ronaldo quer dizer com “Eu tô cansado desse negócio”?

4.4.4.4.4. Hilda trabalha fora, sustenta a casa e cuida dos filhos como pode. Suaresponsabilidade é grande, e as coisas não são fáceis para ela, principalmentesua relação com Ronaldo. Explique o que o deixa tão revoltado?

Esta conversa de Hilda e Rita aparece no início da Cenatexto:

- “O que você vai fazer hoje, mãe? - pergunta Rita, a mais velha.- Macarronada, filha.”

Aí estão as falas de cada uma. Mas podemos dizer isso de outro modo, talcomo já foi visto em outras aulas. Por exemplo:

Rita perguntou à mãe o que ela ia fazer para a janta daquele dia. Hilda respondeuque ia fazer macarronada.

Ou seja, um diálogo (pergunta e resposta) pode ser reportado, relatado, porum narrador. Quando fazemos isso, estamos passando da formaformaformaformaforma diretadiretadiretadiretadireta para aforma indiretaforma indiretaforma indiretaforma indiretaforma indireta. Para uma pergunta, usamos os verbos:

perguntar, indagar, inquirir, procurar saber etc.perguntar, indagar, inquirir, procurar saber etc.perguntar, indagar, inquirir, procurar saber etc.perguntar, indagar, inquirir, procurar saber etc.perguntar, indagar, inquirir, procurar saber etc.

Para a resposta, temos:

responder, retrucar, informar, fazer saber etc.responder, retrucar, informar, fazer saber etc.responder, retrucar, informar, fazer saber etc.responder, retrucar, informar, fazer saber etc.responder, retrucar, informar, fazer saber etc.

Existem dois verbos que servem para reportar quase todo tipo de fala, sejauma pergunta ou uma resposta, um pedido ou uma ordem. São os verbos:

dizerdizerdizerdizerdizer e falarfalarfalarfalarfalar

Mas isso nem sempre dá certo. Veja como ficariam as falas do nosso exemplocom esses verbos:

Rita disse à mãe o que ela ia fazer para a janta daquele dia. Hilda disse queia fazer macarronada.

Repare que não é possível usar o verbo dizerdizerdizerdizerdizer para a primeira fala. Nesse caso,devemos usar mesmo o verbo perguntarperguntarperguntarperguntarperguntar.

Entendimento

&

Reescritura

Page 12: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

42A U L A 1.1.1.1.1. Reescreva o trecho abaixo na forma indiretaforma indiretaforma indiretaforma indiretaforma indireta. Cuidado! Primeiro você

precisa saber a que personagem corresponde aquela fala. Depois, precisaidentificar se a fala expressa uma pergunta, uma resposta, um pedido, umaordem, uma reclamação, um xingamento etc. Finalmente, tem de escolher overbo adequado à ação.

- Eu tô cansado desse negócio. Todo dia é a mesma coisa, que saco!- Você não pode falar assim, meu filho. Não vê que eu preciso da ajuda devocês todos?- Eu não tô a fim! A gente fica aqui, desse jeito, e meu pai? Ele não dá notícia,some. Ele tinha que estar aqui, te ajudando!- Ronaldo, olha o mau exemplo que você está dando pros seus irmãos!- Mau exemplo quem tá dando é o pai! Acho que eu devia fazer que nem ele!- Pára com isso, menino! Você sabe que seu pai está tentando conseguir omelhor pra nós todos!............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Na Cenatexto, Ronaldo sai de casa revoltado. Hilda não vai atrás dele e nãoimpede que ele saia. Ela decide dar atenção aos outros filhos. Escreva o finaldesse episódio imaginando o que vai acontecer quando Ronaldo voltar paracasa. Você pode começar assim:Já eram quase dez horas da noite quando Ronaldo resolveu voltar para casa.Ele não tinha outra opção. Subiu as escadas devagar, tentou abrir a porta,mas a porta estava trancada.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Pense no comportamento de Hilda. A discussão com Ronaldo deixou-anuma situação difícil. Ela sabia que Ronaldo precisava de sua atenção, masos outros filhos também precisavam. Ela falou com Ronaldo em tom duro.Reescreva o trecho da discussão transformando-a em uma conversa branda,na qual a mãe explique tudo com calma ao filho.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Redaçãono ar

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43A U L A

A Mercearia Itabira é a preferida de Hilda.Mas o que haverá nela de tão especial além da simpatia do Seu Zé? Será que uma“visita” ao local explicaria? Vale a pena tentar. Acompanhe!

Seu Zé acordou bem-disposto hoje. Ao entrar na mercearia, ouviu, como decostume, a cantoria dos seus passarinhos. Pegou as gaiolas, uma a uma, e pendurou-as na entrada para que a bicharada pudesse tomar sol. Apesar de gostar muito de todosos passarinhos, o xodó do Seu Zé é por um bichinho especial: o louro. Ele é seucompanheiro há muitos anos e fica a maior parte do tempo empoleirado num pau aolado do caixa, tagarelando.

A mercearia abre sempre no mesmo horário: às seis e quinze. É quando chega aKombi com os pães. O leite vem logo depois. E hoje deve chegar o caminhão com asmercadorias que Seu Zé encomendou de São Paulo.

O caminhão chega pontualmente. Carlão, o motorista, estaciona-o ali perto,entra na mercearia e se encaminha com tranqüilidade até o balcão para cumprimentarSeu Zé. Neste momento, o louro dá uma bicada na mão de Carlão, que pula de susto.

- Que que é isso, gente?

Cenatexto

43A U L A

M Ó D U L O 13Cada coisano seu lugar

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43A U L A Seu Zé intervém:

- Sai pra lá, louro. Você me desculpe, Carlão, mas este louro às vezes apronta.- Que bicho bravo, sô!- É bravo nada, só parece.- Ah, bichinho danado! Quase me machuca!- Deixa eu ver, Carlão.- Não foi nada, não. Deixa pra lá. Agora vamos conferir as mercadorias.Carlão pega a nota fiscal e sugere:- Eu vou falando os produtos e o senhor vai conferindo: dez pacotes de cinco

quilos de arroz; uma caixa com vinte latas de goiabada; vinte pacotes de um quilo dearroz...

Seu Zé interrompe:- Peraí! Que bagunça! Essa lista tá mal organizada! Assim fica difícil conferir!- Calma, Seu Zé! Vamos continuar. Uma caixa com quarenta latas de massa de

tomate; duas caixas de sabão em pó com vinte unidades cada; uma caixa com dozegarrafas de vinho tinto; uma caixa com vinte embalagens de sabão em barra;cinqüenta pacotes de um quilo de feijão-preto; uma caixa com vinte e cinco garrafasde suco de caju; uma caixa com dez latas de azeite; uma caixa com vinte litros de águasanitária; uma caixa com vinte latas de leite em pó; duas caixas com oito latas de óleode soja.

- Olha, Carlão, eu mandei meu pedido todo organizado. É muito mais fácil. Euarrumo as coisas aqui na mercearia por seções. Fica mais fácil, pra mim e prosfregueses. Na hora de conferir os produtos na nota, fica mais prático se já vier tudoorganizado. Não dá pra arrumar melhor esse troço?

- Hoje não dá. Eu tô com pouco tempo, Seu Zé. Da próxima vez, eu aviso opessoal da firma pra fazer a nota do jeito que o senhor gosta.

- Tá bem, desta vez eu perdôo.- Tudo certo? Falta alguma coisa?- Parece que tá tudo certo.- Olha o louro, ele já tá querendo atacar os rapazes do carregamento.Seu Zé corre, leva o louro para os fundos e volta dizendo:- Me dê a nota fiscal que eu já vou preencher o cheque.Seu Zé tira o talão de cheques de dentro do caixa e começa a preenchê-lo. Ele é dos

antigos. Compra tudo à vista. Uma questão de princípio e de tradição.Carlão confere o cheque e não perde a oportunidade:- Muito bem, Seu Zé. Mas escute lá meu conselho: o senhor devia botar uma

placa aqui dizendo: “Cuidado com o louro”.A carga fica espalhada pelo chão e Seu Zé aproveita a ausência de fregueses para

pôr tudo no lugar. Enquanto guarda os produtos, dá pela falta dos pacotes de um quilode arroz. Continua ajeitando os troços, na esperança de encontrar os pacotes de arrozno meio da bagunça. Termina a arrumação e constata que, de fato, o arroz não estálá. É bronca na certa. Mas Seu Zé é de boa índole e reclama com paciência. Pode atéser que o produto esteja no caminhão.

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43A U L ANa Cenatexto de hoje, encontramos várias palavras que têm um significado

amplo, não específico. Ou seja, palavras que não se referem a algo determinadoe que, por isso mesmo, podem ser facilmente substituídas. Por exemplo:

bicho, bicharada, bichinho, xodó, troço, bagunçabicho, bicharada, bichinho, xodó, troço, bagunçabicho, bicharada, bichinho, xodó, troço, bagunçabicho, bicharada, bichinho, xodó, troço, bagunçabicho, bicharada, bichinho, xodó, troço, bagunça

BichoBichoBichoBichoBicho pode se referir tanto a um animal feroz quanto a um inocentepapagaio, como o louro louro louro louro louro que vive na mercearia do Seu Zé. Neste caso, podería-mos usar também animalzinho, pássaroanimalzinho, pássaroanimalzinho, pássaroanimalzinho, pássaroanimalzinho, pássaro ou ave ave ave ave ave...

Você viu que o louro é o xodóxodóxodóxodóxodó do Seu Zé. Claro que cada um tem o seu xodó,mas o que significa a palavra xodóxodóxodóxodóxodó? É uma pessoa ou animal ao qual dedicamosestima especial, amor ou paixão. Em geral, xodóxodóxodóxodóxodó não se aplica a coisas, mas vocêpode dizer que o seu xodó é aquela bicicleta velha, que está lá no canto esperandoo sábado de sol...

Agora veja a palavra troçotroçotroçotroçotroço. Ela merece atenção porque pode significar tudoo que se quiser. Qualquer coisa que, por algum motivo, não podemos ou nãoqueremos nomear chamamos de troçotroçotroçotroçotroço:

l Esse troço não presta!l Me dá esse troço!l Esse troço é bom!l Que troço é esse?

Observe que troçotroçotroçotroçotroço pode ter sentido positivo, negativo ou neutro. Pode sertambém substituída por palavras como coisa, negóciocoisa, negóciocoisa, negóciocoisa, negóciocoisa, negócio ou trem trem trem trem trem ou, então, pornomes definidos. Assim, ao notar a falta dos pacotes de arroz, Seu Zé poderia dizer:

l Falta um troço aqui oul Falta uma coisa aqui oul Falta arroz nesta carga.

1.1.1.1.1. Reescreva os trechos seguintes substituindo as palavras destacadas. Senecessário, use o dicionário.

“Pegou as gaiolas, uma a uma, e pendurou-as na entrada para que a bicharadabicharadabicharadabicharadabicharadapudesse tomar sol. Apesar de gostar muito de todos os passarinhos, o xodóxodóxodóxodóxodó do SeuZé é por um bichinhobichinhobichinhobichinhobichinho muito especial: o louro. Ele é seu companheiro há muitosanos e fica a maior parte do tempo empoleiradoempoleiradoempoleiradoempoleiradoempoleirado num pau ao lado do caixa,tagarelandotagarelandotagarelandotagarelandotagarelando.”........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

“Continua ajeitando os troçostroçostroçostroçostroços, na esperança de encontrar os pacotes de arrozno meio da bagunçabagunçabagunçabagunçabagunça. Termina a arrumação e constata que, de fato, o arroz nãoestava lá. É broncabroncabroncabroncabronca na certa. Mas Seu Zé é de boa índole e reclama compaciência.”........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Dicionário

Page 16: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

43A U L A 1.1.1.1.1. Você observou que Seu Zé não gostou da forma como os produtos foram

listados na nota fiscal. Releia a lista e organize-a, separando os produtosnas seguintes categorias:a)a)a)a)a) cereaiscereaiscereaiscereaiscereais: ...............................................................................................................b)b)b)b)b) enlatadosenlatadosenlatadosenlatadosenlatados: ..........................................................................................................c)c)c)c)c) produtos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpeza: .......................................................................................d)d)d)d)d) líquidoslíquidoslíquidoslíquidoslíquidos: .............................................................................................................

2.2.2.2.2. Por que Carlão aconselhou Seu Zé a colocar uma placa com o aviso “Cuidadocom o louro”?

3.3.3.3.3. No final da Cenatexto, é dito que Seu Zé é um sujeito de “boa índole”. Citepelo menos três fatos que levariam você a admitir isso.

4.4.4.4.4. Que pedido que Seu Zé fez a Carlão para a próxima entrega de produtos?

1.1.1.1.1. O que você acha do fato de Seu Zé ter uma porção de bichinhos engaiolados?Você acha que isso está certo ou que ele deveria soltar toda a passarada e ficarsó com o louro, para divertir o pessoal?

2.2.2.2.2. Quando foi conferir os produtos que havia recebido, Seu Zé descobriu queestava faltando uma parte. Na sua opinião, isso foi um descuido doscarregadores? Você resolveria o problema do mesmo modo que Seu Zé outomaria outra atitude?

3.3.3.3.3. Seu Zé compra tudo à vista. Ele é dos tradicionais: só compra se tem com quepagar. Você concorda com isso ou acha que, para tentar melhorar umnegócio, devemos nos arriscar e comprar a prazo?

1.1.1.1.1. Seu Zé é um sujeito muito organizado. Gosta de cada coisa no seu lugar esepara os produtos de acordo com certos critérios. Por exemplo: de um ladoficam os enlatados, do outro os produtos de limpeza, noutro lugar os pacotese assim por diante. Se você prestar atenção, vai notar que a língua tambémtem suas separações, suas classificações. Os estudiosos da língua separam aspalavras em dez classes gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticais ou categoriascategoriascategoriascategoriascategorias:

Entendimento

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Reflexão

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Reescritura

l substantivosl adjetivosl advérbiosl verbosl artigos

l pronomesl numeraisl preposiçõesl conjunçõesl interjeições

Page 17: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

43A U L AReleia as aulas em que foram definidas e apresentadas as classes gramaticais

dos substantivos, adjetivossubstantivos, adjetivossubstantivos, adjetivossubstantivos, adjetivossubstantivos, adjetivos e advérbiosadvérbiosadvérbiosadvérbiosadvérbios. Depois, classifique em uma dessascategorias cada palavra destacada nas frases seguintes.

a)a)a)a)a) Seu Zé acordou bem-dispostobem-dispostobem-dispostobem-dispostobem-disposto hoje.b)b)b)b)b) NãoNãoNãoNãoNão foi nada.c)c)c)c)c) Apesar de gostar muito de todos os passarinhospassarinhospassarinhospassarinhospassarinhos, o xodóxodóxodóxodóxodó do Seu Zé é por

um bichinho especialespecialespecialespecialespecial: o lourolourolourolourolouro.d)d)d)d)d) O leiteleiteleiteleiteleite vem logo depoisdepoisdepoisdepoisdepois.e)e)e)e)e) Neste momento, o louro dá uma bicadabicadabicadabicadabicada na mãomãomãomãomão de CarlãoCarlãoCarlãoCarlãoCarlão.f)f)f)f)f) Que bicho bravobravobravobravobravo, sô!g)g)g)g)g) AgoraAgoraAgoraAgoraAgora vamos conferir as mercadoriasmercadoriasmercadoriasmercadoriasmercadorias.h)h)h)h)h) Essa listalistalistalistalista tá malmalmalmalmal organizada!i)i)i)i)i) Não dá pra arrumar melhor esse troçotroçotroçotroçotroço?j )j )j )j )j ) Seu Zé tira o tttttalãoalãoalãoalãoalão de chequeschequeschequeschequescheques de dentro do caixacaixacaixacaixacaixa e começa a preenchê-lo.

2.2.2.2.2. Complete as frases seguintes com um advérbio, de acordo com o modelo:

Seu Zé abriu a mercearia calmamentecalmamentecalmamentecalmamentecalmamente. (com calma)

a)a)a)a)a) Carlão estaciona o caminhão ................................................. (com cuidado)b)b)b)b)b) O caminhão de São Paulo chegou .............................. (com pontualidade)c)c)c)c)c) Carlão dirige o caminhão ............................................. (com tranqüilidade)d)d)d)d)d) Seu Zé trata os clientes ........................................................... (com respeito)e)e)e)e)e) Seu Zé ouve o cantar dos pássaros ......................................... (com alegria)f)f)f)f)f) Seu Zé trata dos passarinhos .............................................. (com paciência)

Suponha que você vá fazer compras na mercearia. Para não perder tempo enão esquecer nada, faça uma lista dos produtos necessários. Para isso, sigaalguns critérios. Por exemplo:

l listar os produtos que sua família consome normalmente;l destacar os produtos que são mais necessários;l separar aqueles que podem ser estocados sem perigo de estragar e

considerar as condições de estocagem.

O próximo passo será decidir onde comprar. Para isso, você deve levarem conta:

l os preços;l a distância de sua casa até o lugar escolhido;l a facilidade de transporte.

Feita a lista, descreva as etapas que você deve seguir, dentro de suas condiçõesfinanceiras, para fazer um estoque mensal de mantimentos para sua casa.

Redaçãono ar

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43A U L A Você observou o nome da mercearia do Seu Zé? Ela se chama Mercearia

Itabira. Ele deve ter tido algum motivo para a escolha desse nome. Muitas vezesdamos nomes aos nossos filhos para homenagear algum amigo ou parente dequem gostamos.

Saiba que Seu Zé escolheu o nome de sua mercearia em homenagem a umgrande poeta brasileiro nascido na cidade de Itabira, em Minas Gerais. Você jádeve ter ouvido falar dele: Carlos Drummond de Andrade.

Seu Zé até pendurou, numa das paredes de sua mercearia, um quadrinhocom alguns versos do poeta. Veja:

Cidadezinha qualquerCidadezinha qualquerCidadezinha qualquerCidadezinha qualquerCidadezinha qualquer

Casas entre bananeirasmulheres entre laranjeiraspomar amor cantar.

Um homem vai devagar.Um cachorro vai devagar.Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.Eta vida besta, meu Deus.

Fonte: Reunião Reunião Reunião Reunião Reunião ----- 10 livros de poesia 10 livros de poesia 10 livros de poesia 10 livros de poesia 10 livros de poesia. Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro, JoséOlympio Editora, 1977.

Saideira

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44A U L A

Aconteceu algum problema com o ôni-bus no final da linha. O que será?

Só são permitidos seis em pé; como é que já haviam entrado sete naquele ônibusde fim de linha em West Hampstead? É que o trocador não tinha visto.

O chofer viu, no momento de dar a partida:- Tem um sobrando aí atrás.E não deu partida. O trocador contou os passageiros em pé; é verdade, estava

sobrando um. Qual? Naturalmente o que havia entrado por último.- Quem é que entrou por último?O diabo é que haviam entrado todos praticamente ao mesmo tempo.- Um dos senhores tem que descer.Cada um olhou para os demais, esperando que alguém se voluntariasse. Nin-

guém se mexeu.- Como é? Alguém tem que sair.O chofer veio de lá em auxílio do colega. Fez uma preleção sobre o cumprimento

da lei, ninguém se comoveu.- Vamos chamar o guarda. - Sugeriu o trocador.Saíram do ônibus, cada um para o seu lado, à procura de um guarda.Um velhinho, alheio ao impasse, entrou muito lépido no ônibus, aumentando

para oito o número de passageiros em pé. Em pouco voltava o chofer, acompanhadode um guarda. O guarda foi logo impondo respeito:

- Salte o último a entrar.O bom velhinho não vacilou: com a autoridade não se brinca. Sem querer saber

por que, do jeito que entrou tornou a sair. O chofer, secundando com um olharvitorioso a decisiva atuação do guarda, foi se aboletar de novo ao volante. Não semuma última olhada pelo espelhinho sobre os passageiros em pé, um, dois, três, quatro,cinco, seis, ué, que história é essa!

Continuavam sendo sete!- Ainda tem um sobrando - e veio de lá, disposto a conferir. Não tinha dúvidas:

Voltaram a ser sete!- Um vai ter que sair.Os passageiros continuaram firmes, cada um plenamente de acordo, desde que

fosse o outro destinado a sair. Um deles, já irritado e por estar mais perto da porta,cometeu a imprudência de deixar o ônibus para buscar de novo o guarda que já ialonge. Os outros sugeriram ao chofer:

Cenatexto

44A U L A

M Ó D U L O 14Algumaocorrência?

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44A U L A - Aproveite agora. Só tem seis, toca o ônibus.

Faltava o trocador, que ainda não havia voltado. O chofer convocou às pressasoutro trocador nas imediações, que a companhia costumava deixar de plantão no fimda linha:

- Entra aí e vamos embora, que já estou atrasado.O novo trocador assumiu o posto, e quando o ônibus já ia arrancando deu com

o velhinho ali firme junto ao poste:- E o senhor?- Esperando o ônibus!- Então entre.O velhinho entrou, o ônibus partiu.

Fonte: A inglesa deslumbrada.A inglesa deslumbrada.A inglesa deslumbrada.A inglesa deslumbrada.A inglesa deslumbrada. Fernando Sabino.

A Cenatexto desta aula traz um trecho de uma história contada por FernandoSabino. Com certeza, algumas de suas palavras merecem ser consultadas nodicionário. Para facilitar sua tarefa, veja a seguir o significado de algumas delas:

aboletaraboletaraboletaraboletaraboletar..... V. t. d. 1.1.1.1.1. Dar boleto a; aquartelar (soldados) em casas particu-lares. V. p. 2.2.2.2.2. Alojar-se, instalar-se.impasse. impasse. impasse. impasse. impasse. S. m. 1.1.1.1.1. Situação difícil de que parece impossível uma saídafavorável. 2. 2. 2. 2. 2. Embaraço, estorvo, empecilho, problema.imediações.imediações.imediações.imediações.imediações. [Pl. de imediação.] S. f. pl. 1.1.1.1.1. Vizinhança, circunvizinhança,cercanias, arredores.imprudência.imprudência.imprudência.imprudência.imprudência. S. f. 1.1.1.1.1. Qualidade de imprudente; inconveniência. 2.2.2.2.2. Atoou dito contrário à prudência.lépido.lépido.lépido.lépido.lépido. Adj. 1.1.1.1.1. Risonho, jovial, alegre. 2.2.2.2.2. Gracejador, motejador. 3.3.3.3.3. Ligeiro, ágil.preleção.preleção.preleção.preleção.preleção. S. f. 1.1.1.1.1. Ato de prelecionar; lição. 2.2.2.2.2. Discurso ou conferênciadidática.vacilar. vacilar. vacilar. vacilar. vacilar. V. int. 1.1.1.1.1. Oscilar, balançar (-se) por não estar firme ou seguro.2.2.2.2.2. Caminhar sem firmeza; cambalear. 3.3.3.3.3. Perder o vigor; enfraquecer,afrouxar. 4.4.4.4.4. Tremer. 5.5.5.5.5. Estar ou ficar duvidoso, incerto, irresoluto;hesitar.voluntariar-se.voluntariar-se.voluntariar-se.voluntariar-se.voluntariar-se. (Esta palavra não consta no dicionário, mas é derivada devoluntáriovoluntáriovoluntáriovoluntáriovoluntário. Portanto, voluntariar-sevoluntariar-sevoluntariar-sevoluntariar-sevoluntariar-se é o mesmo que ser voluntárioser voluntárioser voluntárioser voluntárioser voluntário.)voluntário.voluntário.voluntário.voluntário.voluntário. Adj. 1.1.1.1.1. Que age espontaneamente. 2.2.2.2.2. Derivado da vontadeprópria; em que não há coação; espontâneo. S. m. 4.4.4.4.4. Aquele que se alistaespontaneamente nas Forças Armadas. 5.5.5.5.5. Estudante que freqüenta umaaula em condição diferente da dos alunos regulares.

Dicionário

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44A U L A1.1.1.1.1. Seguindo o modelo, escreva nas frases abaixo o significado que melhor se

adapte à Cenatexto:

“Um velhinho, alheio ao impasseimpasseimpasseimpasseimpasse, entrou muito lépidolépidolépidolépidolépido no ônibus.”Um velhinho, alheio ao problemaproblemaproblemaproblemaproblema, entrou muito ligeiroligeiroligeiroligeiroligeiro no ônibus.

a)a)a)a)a) “Cada um olhou para os demais, esperando que alguém se voluntariassese voluntariassese voluntariassese voluntariassese voluntariasse.”.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) “O guarda fez uma preleçãopreleçãopreleçãopreleçãopreleção sobre o cumprimento da lei.”.............................................................................................................................

c)c)c)c)c) “O bom velhinho não vacilouvacilouvacilouvacilouvacilou.”””””.............................................................................................................................

d)d)d)d)d) “O chofer foi se aboletarse aboletarse aboletarse aboletarse aboletar de novo ao volante.”.............................................................................................................................

e)e)e)e)e) “O chofer convocou às pressas outro trocador nas imediaçõesimediaçõesimediaçõesimediaçõesimediações.”.............................................................................................................................

f)f)f)f)f) “Cometeu a imprudênciaimprudênciaimprudênciaimprudênciaimprudência de deixar o ônibus para buscar de novo o guarda..”.............................................................................................................................

2.2.2.2.2. Como você viu, o velhinho foi o últimoúltimoúltimoúltimoúltimo a entrar no ônibus. A palavra últimoúltimoúltimoúltimoúltimoindica a posição que um determinado objeto, fato ou pessoa ocupa em umasérie ou numa certa ordem. Assim, tem-se o primeiroprimeiroprimeiroprimeiroprimeiro, o segundosegundosegundosegundosegundo, o terceiro terceiro terceiro terceiro terceiroetc. O que vem no final da lista ou da fila é o últimoúltimoúltimoúltimoúltimo, aquele que vem antesdo último é o penúltimopenúltimopenúltimopenúltimopenúltimo. Observe atentamente a lista a seguir e complete oquadro com o que falta, seguindo a sugestão dos três primeiros casos:

primeiroprimeiroprimeiroprimeiroprimeiro É o passageiro número umumumumum da fila.segundosegundosegundosegundosegundo É o passageiro número doisdoisdoisdoisdois da fila.terceiroterceiroterceiroterceiroterceiro É o passageiro número trêstrêstrêstrêstrês da fila.décimodécimodécimodécimodécimo número ...................décimo primeirodécimo primeirodécimo primeirodécimo primeirodécimo primeiro número ...................décimo nonodécimo nonodécimo nonodécimo nonodécimo nono número ...................vigésimovigésimovigésimovigésimovigésimo número ...................vigésimo nonovigésimo nonovigésimo nonovigésimo nonovigésimo nono número ...................trigésimotrigésimotrigésimotrigésimotrigésimo número ...................quadragésimoquadragésimoquadragésimoquadragésimoquadragésimo número ...................qüinquagésimoqüinquagésimoqüinquagésimoqüinquagésimoqüinquagésimo número ...................sexagésimosexagésimosexagésimosexagésimosexagésimo número ...................septuagésimoseptuagésimoseptuagésimoseptuagésimoseptuagésimo número ...................octogésimooctogésimooctogésimooctogésimooctogésimo número ...................nonagésimononagésimononagésimononagésimononagésimo número ...................centésimocentésimocentésimocentésimocentésimo número ...................

3.3.3.3.3. A série acima pode continuar infinitamente. Supondo que uma fila tenhacem passageiroscem passageiroscem passageiroscem passageiroscem passageiros, para falar do passageiro que está no centésimo centésimo centésimo centésimo centésimo lugar dafila, eu digo: O centésimo passageiro é o último último último último último da fila.Continue completando de acordo com o modelo acima:a)a)a)a)a) O.....................passageiro é o penúltimopenúltimopenúltimopenúltimopenúltimo da fila.b)b)b)b)b) O.....................passageiro é o antepenúltimoantepenúltimoantepenúltimoantepenúltimoantepenúltimo da fila.c)c)c)c)c) O.....................passageiro é o imediatamente anteriorimediatamente anteriorimediatamente anteriorimediatamente anteriorimediatamente anterior ao sexagésimo.d)d)d)d)d) O.....................passageiro é o imediatamente posteriorimediatamente posteriorimediatamente posteriorimediatamente posteriorimediatamente posterior ao décimo nono.

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44A U L A Releia com calma a Cenatexto e responda às questões:

1.1.1.1.1. Por que o motorista do ônibus não pôde dar a partida?

2.2.2.2.2. Quando o guarda ordenou que alguém descesse do ônibus, ninguém semexeu. Por quê?

3.3.3.3.3. Quando tudo parecia resolvido, o motorista percebeu que o número depassageiros continuava o mesmo. Por que a situação não se resolveu apesarda saída do velhinho do ônibus?

4.4.4.4.4. Na Cenatexto apareceu esta observação sobre a atitude do passageiro quedesceu depois do velhinho: “Um deles, já irritado e por estar mais perto daporta, cometeu a imprudência de deixar o ônibus para buscar de novo o guardaque já ia longe”. Por que o autor disse que o passageiro foi imprudente?

5.5.5.5.5. Com quantos passageiros em pé o ônibus acabou partindo?

6.6.6.6.6. Para resumir a Cenatexto, numere os fatos pela ordem em que acontecemna narrativa:

( ) O ônibus, finalmente, deu a partida.( ) O motorista trouxe o guarda, e o velhinho desceu do ônibus.( ) O trocador contou os passageiros e viu que sobrava um.( ) Um passageiro foi buscar novamente o guarda e perdeu o ônibus.( ) O motorista recontou os passageiros e viu que continuava sobrando um.( ) A convite do segundo trocador, o velhinho subiu outra vez no ônibus.

A história escrita por Fernando Sabino, que serviu de Cenatexto para estaaula, apresenta personagenspersonagenspersonagenspersonagenspersonagens que vivem uma açãoaçãoaçãoaçãoação (história) num determinadotempotempotempotempotempo e num determinado espaçoespaçoespaçoespaçoespaço (o lugar onde a ação se passa).

Portanto, personagenspersonagenspersonagenspersonagenspersonagens, espaço,espaço,espaço,espaço,espaço, tempotempotempotempotempo e açãoaçãoaçãoaçãoação são os elementos que compõemuma narrativa. Mas nenhum ingrediente é mais importante em uma narração doque a açãoaçãoaçãoaçãoação dos personagens. É bom lembrar que os personagens são seresfictícios, criados pela imaginação dos escritores. Isso talvez o leve a imaginar quetodo relato é uma criação fantasiosa, coisa de escritor, de artista. Isso não éverdade. No dia-a-dia, as pessoas relatam situações reais, “casos” que realmenteaconteceram e dos quais elas participaram ou nos quais estiveram envolvidascomo expectadoras.

Em muitas profissões, as pessoas escrevem, ao final do expediente, um relatodas ocorrências mais significativas daquela jornada que estão encerrando. Esseprocedimento chega a ser corriqueiro no caso de profissionais que fazem trocade turno (vigilantes, por exemplo). É claro que um relato de ocorrências notrabalho não tem como objetivo distrair o leitor. Por isso, o trabalhador registrade forma resumida, sem muitos detalhes, os fatos que, por um motivo ou outro,interferiram na sua rotina.

Para treinar esse procedimento, você vai reescrever o texto de FernandoSabino de modo a alterar os personagens, o espaço, o tempo e manter apenas aação, ou seja, o que acontece, o enredoenredoenredoenredoenredo propriamente dito. Vai modificar tambémo ponto de vistaponto de vistaponto de vistaponto de vistaponto de vista, isto é, a pessoa que narrapessoa que narrapessoa que narrapessoa que narrapessoa que narra: quem vai relatar a cena será umascensorista, e você vai se colocar no lugar dele.

Entendimento

Reescritura

Page 23: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

44A U L AVeja as partes que devem aparecer no seu relato:

Seqüência 1Seqüência 1Seqüência 1Seqüência 1Seqüência 1l A porta do elevador está fechada.

l O porteiro está sentado na portaria do prédio.

l Há uma fila de espera para o elevador.

l A porta do elevador é aberta pelo ascensorista que diz: - Sobe.

l Entram todos embolados, praticamente ao mesmo tempo, e se acomodamespremidos.

Seqüência 2Seqüência 2Seqüência 2Seqüência 2Seqüência 2l O ascensorista começa a fechar a porta do elevador.

l O porteiro o interrompe e avisa: - Tá sobrando um aí.

l O ascensorista pergunta: - Quem é que entrou por último?

l O porteiro diz: - Um dos senhores tem que sair.

l Todos fingem que não têm nada a ver com o fato.

Seqüência 3Seqüência 3Seqüência 3Seqüência 3Seqüência 3l O porteiro mostra o cartaz à porta do elevador indicando a carga máxima.

l O ascensorista diz: - Temos que respeitar as normas de segurança.

l Ninguém dá atenção.

l Ascensorista e porteiro vão chamar um guarda.

Seqüência 4Seqüência 4Seqüência 4Seqüência 4Seqüência 4l Um velhinho vem andando com dificuldade e entra no elevador.

l O velhinho pergunta: - Será que o elevador vai demorar para subir?

l O porteiro, o ascensorista e o guarda voltam.

l Quando o guarda manda alguém sair, um senhor responde: - Apesar denão ter sido o último a entrar, vou sair, porque pisaram no meu calo.

l O ascensorista já vai fechar a porta quando conta: - Um, dois, três, quatro... treze, catorze, quinze... Como? Não entendo mais nada. Continua sobrando um.

l O velhinho diz para o ascensorista: - Moço, vá tomar um café. E empurrao ascensorista para o corredor do prédio.

l O velhinho fecha a porta do elevador, comentando: - Esse moço não gosta é de trabalhar. No meu tempo de rapaz...

Page 24: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

44A U L A Para facilitar o seu trabalho, já começamos a escrever a Seqüência 1Seqüência 1Seqüência 1Seqüência 1Seqüência 1. Depois

dela, continue com as cenas 2, 3 e 4. Mas, atenção! Você tem de fazer um só texto.As separações das cenas servem apenas para explicar para você o que escrever.

Assim que abri a porta do elevador no andar térreo, vi uma fila imensa quechegava até a mesa do porteiro. Como sempre, depois que o elevador esvaziou, falei:

- Sobe...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

&

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45A U L A

Na aula passada você viu uma cena bastantecomum. Hoje vai haver mais confusão. De novo tem ônibus no meio da história.

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preço do chuchu:- Isto é um assalto!Houve um rebuliço.Os que estavam perto fugiram. Alguém, correndo, foi

chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira, atravancada, mas provida deadmirável serviço de comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando umassalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua? Evidente que sim, poisdo contrário como poderia ser assaltado?

- Um assalto! Um assalto! - a senhora continuava a exclamar, e quem nãotinha escutado escutou, multiplicando a notícia. Aquela voz subindo do mar debarracas e legumes como a própria sirena policial, documentando por seu uivo aocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali na claridade do dia, semque ninguém pudesse evitá-la.

Moleques de carrinho corriam em todas as direções atropelando-se uns aosoutros. Queriam salvar as mercadorias que transportavam. Não era o instinto depropriedade que os impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropeloda fuga, pacotes rasgavam- se, melancias rodavam, tomates esborrachavam-se noasfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de ninguém; é de qualquer um, inclusive dotransportador. Em ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca debananas meio amassadas?

- Olha o assalto! Tem assalto ali adiante!O ônibus na rua transversal parou para assuntar. Passageiros ergueram-se,

puseram o nariz para fora. Não se via nada. O motorista desceu, desceu o trocador,um passageiro advertiu:

- No que você vai a fim de ver o assalto, eles assaltam a sua caixa.Ele nem escutou. Então os passageiros acharam de bom alvitre abandonar o

veículo, na ânsia de saber, que vem movendo o homem desde a idade da pedra até aidade do módulo lunar.

Outros ônibus pararam, a rua entupiu.- Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não podem dar no pé.- É uma mulher que chefia o bando!- Já sei. A tal dondoca loura.- A loura assaltava em São Paulo. Aqui é a morena.- Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.

Cenatexto

45A U L A

M Ó D U L O 14Algumaocorrência?

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45A U L A - Minha nossa senhora! O mundo está virado!

- Vai ver que está caçando é marido.- Não se brinca numa hora dessas. Olha aí sangue escorrendo.- Sangue nada, tomate!Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a uma joalheria, as

vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E havia jóias pelo chão, braceletes, relógios.O que os bandidos não levaram na pressa era, agora, objeto de saque popular.Morreram, no mínimo, duas pessoas e três estavam gravemente feridas.

Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão coletiva. Era precisoabrir caminho a todo custo. No rumo do assalto, para ver, no rumo contrário, paraescapar. Os grupos divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção: quemfugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela massa oposta. Osedifícios de apartamentos tinham fechado suas portas, logo que o primeiro foiinvadido por pessoas que pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pêlo e contemplar láde cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:

- Pega! Pega! Correu para lá!- Olha ela ali!- Eles entraram na Kombi ali adiante!- É um mascarado! Não, são dois mascarados!Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a pequena distância. Foi

um deitar no chão geral e, como não havia espaço, uns caiam por cima dosoutros.

Cessou o ruído.Voltou.Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido,confuso?

- Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a gente com dor debarriga, pensando que era metralhadora!

Caíram em cima do garoto que soverteu na multidão. A senhora gorda apareceu,muito vermelha, protestando sempre:

- É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro assalto!

Fonte: “O assalto”, do livro O poder ultrajovemO poder ultrajovemO poder ultrajovemO poder ultrajovemO poder ultrajovem. Carlos Drummond de Andrade.Poesia Completa & Prosa, Editora Aguilar, págs. 1246-1247.

Page 27: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

45A U L AA Cenatexto desta aula traz um texto de Carlos Drummond de Andrade.

Vamos procurar no dicionário o significado de algumas de suas palavras:

alvitre. alvitre. alvitre. alvitre. alvitre. S. m. 11111. Lembrança, sugestão, opinião, arbítrio, proposta, pare-cer, alvitramento. 22222. Ant. Notícia, novidade, nova.apinhadoapinhadoapinhadoapinhadoapinhado. Adj.11111. Completamente cheio; superlotado. 22222. Amontoado,aglomerado.atravancado.atravancado.atravancado.atravancado.atravancado. Adj. derivado de atravancar.atravancar.atravancar.atravancar.atravancar.atravancar. V. t. d. 11111. Impedir com travanca, estorvar, embaraçar,dificultando ou impossibilitando a passagem ou o acesso. 22222. Acumularmuitas coisas em um lugar.atropelo.atropelo.atropelo.atropelo.atropelo. S. m. 11111. Ato ou efeito de atropelar; atropelação, atropelamento.22222. Confusão, baralhada.bradobradobradobradobrado. S. m.11111. V. clamor. 22222. Grito.consumarconsumarconsumarconsumarconsumar. V. t. d. 11111. Terminar, completar, acabar. 22222. Realizar, praticar.33333. Levar ao auge; aperfeiçoar, requintar.dilatadodilatadodilatadodilatadodilatado. Adj. 11111. Amplo, largo, extenso. 22222. Desenvolvido, aumentado.impelirimpelirimpelirimpelirimpelir. V. t. d. 1 1 1 1 1. Impulsionar para algum lugar; empurrar, arremessar.22222. Incitar, estimular, açular, instigar. V. t. d. e i. 33333. Obrigar, constranger,coagir. 44444. Incitar, instigar.perpetrarperpetrarperpetrarperpetrarperpetrar. V. t. d. 11111. Cometer, praticar (ato condenável). 22222. Perfazer, realizar.providoprovidoprovidoprovidoprovido. Adj. 11111. Que tem abundância do que é necessário; cheio. 22222. Quefoi nomeado ou designado para cargo ou função pública. 33333. Jur. Diz-sedo recurso a que se deu provimento.rebuliçorebuliçorebuliçorebuliçorebuliço. S. m. 11111. Grande barulho ou bulício; bulha. 22222. Agitação, motim,desordem, confusão. 33333. Gente em alvoroço.sovertersovertersovertersovertersoverter. V. t. d. 11111. Ant. Subverter. 22222. Bras. Fazer desaparecer; fazersumir-se; sumir. 33333. Bras. Desaparecer, sumir(-se); levar fim.

1.1.1.1.1. Substitua as palavras destacadas por outras que não alterem o sentido dasfrases usadas no texto:a) a) a) a) a) “Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados brados brados brados brados contra o preço

do chuchu.”.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) “Houve um rebuliçorebuliçorebuliçorebuliçorebuliço.”.............................................................................................................................

c)c)c)c)c) (...) “sabia que se estava perpetrandoperpetrandoperpetrandoperpetrandoperpetrando um assalto ao banco.”.............................................................................................................................

d)d)d)d)d) (...) “a ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumandoconsumandoconsumandoconsumandoconsumando” (...).............................................................................................................................

e)e)e)e)e) “E no atropeloatropeloatropeloatropeloatropelo da fuga, pacotes rasgavam-se” (...).............................................................................................................................

f)f)f)f)f) “Então os passageiros acharam de bom alvitre alvitre alvitre alvitre alvitre abandonar o veículo” (...).............................................................................................................................

g)g)g)g)g) “Caíram em cima do garoto que soverteusoverteusoverteusoverteusoverteu na multidão.”.............................................................................................................................

2.2.2.2.2. Procure outras frases na Cenatexto que contenham palavras apresentadasno quadro. Explique o sentido delas.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Dicionário

Page 28: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

45A U L A 1.1.1.1.1. Que motivo justifica a descida do motorista, do trocador e dos passageiros

do ônibus?

2.2.2.2.2. Qual foi a razão de tanta confusão?

3.3.3.3.3. Por que a multidão caiu em cima do garoto escurinho que estava no meio daconfusão?

A cena narrada por Carlos Drummond de Andrade apresenta uma situaçãomuito engraçada mas não incomum. As pessoas ouvem um pequeno boato,aumentam, inventam e logo temos uma história enorme, detalhada e cheia dedramas. Já que você sabe como essas coisas acontecem, utilize sua experiênciapara reescrever o conto de hoje.

Conte tudo o que aconteceu e explique os fatos como se estivesse relatandouma ocorrência qualquer. Imagine que você esteve no local e viu o surgimentode toda aquela confusão. Inicie dizendo que uma senhora gorda foi à feiracomprar frutas e verduras. Depois narre os boatos e os fatos que foram aconte-cendo. Você pode escolher apenas partes da história. Sua reescritura poderiacomeçar da seguinte forma:

Uma senhora gorda e muito vermelha, que gostava de viver protestando, foi fazercompras na feira. Quando viu o preço do chuchu, ficou furiosa e disse aos berros aovendedor:

- Isto é um assalto!As pessoas que não sabiam do que se tratava ficaram apavoradas, pensando que

era mesmo um assalto, e começou uma grande confusão. Quem estava perto da gordasenhora fugiu de medo.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Entendimento

Reescritura

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45A U L APela Cenatexto se percebe como as pessoas têm facilidade para exagerar as

situações. Inventam acontecimentos e passam a falar das situações imagináriascom riqueza de detalhes. Reflita e discuta com seus amigos as seguintes questões:

1.1.1.1.1. Por que as pessoas alteram tanto os fatos ao narrá-los?

2.2.2.2.2. Quais as razões que levariam as pessoas a se ocuparem tanto com as cenasde rua? Seria curiosidade? Necessidade de viver aventuras? Falta do quefazer? Tentativa de tirar algum proveito da situação?

3.3.3.3.3. Você acha que “quem conta um conto, sempre aumenta um ponto”? Argumente.

4.4.4.4.4. E no trabalho, como as pessoas devem se comportar em relação àsfofocas? Você concorda ou discorda do ditado popular que diz “onde háfumaça, há fogo”?

&

Reflexão

Page 30: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

46A U L A

Já era final de expediente e o supervisor da viaçãoconsultava o relógio insistentemente, pois recebera um telefonema da Central deReclamações acusando o atraso de dois ônibus, o da linha do bairro West Hampsteade o da linha do estádio. O que havia acontecido? Nem bem virou as costas, ouviu umaconversa entre o lavador dos ônibus e Elias, motorista responsável por um dos carrosatrasados. O supervisor chegou o corpo para fora da porta e chamou:

- Elias, alguma ocorrência? Por que você se atrasou? Algum defeito com o ônibus?- Olha, eu acho que, se fosse um problema mecânico, eu não teria me cansado tanto...- Por favor, sente-se e me relate o ocorrido.- Como eu ia lhe dizendo, o dia hoje foi surpreendente: quando eu estava com

o carro no final da linha, no meio da tarde,...

- Puxa! É preciso ter paciência para lidar com essa gente.- É! No meu tipo de trabalho, não posso perder a cabeça, procuro ficar frio e

tento resolver tudo o mais rápido possível, mas dessa vez a coisa foi bastantecomplicada. E foi essa a razão do atraso de quarenta e cinco minutos. Eu sintomuito, porque o senhor já me conhece e sabe da minha responsabilidade, masnem sempre a gente consegue resolver as coisas sem provocar atraso no trajeto.Eu bem que tentei...

Cenatexto

46A U L A

M Ó D U L O 14 Algumaocorrência?

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46A U L A- Tá bom, se amanhã eu precisar de mais detalhes volto a chamar. Agora eu

preciso que você peça ao Fernando, aquele que faz a linha do estádio, que tambémvenha falar comigo assim que chegar com o carro na garagem. Vou ficar aqui noescritório esperando por ele.

- Então, se o senhor me dá licença, até logo e mais uma vez me desculpe.Não demorou muito tempo e o Fernando apareceu para esclarecer o atraso de mais

de uma hora no trajeto do seu veículo. Foi logo dizendo que quando passou pelaesquina da rua em que os feirantes armam suas barracas ele viu...

- Que exagero! Tudo só por causa de um chuchu?! Não dá pra acreditar...- Mas é verdade.Assim que terminou de ouvir o relato de Fernando, o supervisor foi até a

prateleira e pegou um livro preto. Na capa, em letras bem grandes, lia-se “registrode ocorrências”. Começou a escrever...

Você também vai entrar nessa história. Para isso, você será o supervisor e,como tal, fará o registro das ocorrências de atraso que envolvem os dois ônibus.A ocorrência nocorrência nocorrência nocorrência nocorrência nº 11111 refere-se aos fatos narrados na Aula 44; a ocorrência nocorrência nocorrência nocorrência nocorrência nº 22222, aosfatos da Aula 45.

Como supervisor, você conhece os fatos a partir do que ouviu, isto é, vocêconhece apenas a versão dos motoristas. Essas versões estão representadas nosquadrinhos. Observe-os novamente.

Atenção, você vai registrar apenas o que você ouviu. Nada de dar informaçõesque não apareceram nos quadrinhos.

Os dois relatos devem ser bem resumidos, mas os pontos fundamentais nãopodem ser omitidos. Siga a sugestão que damos a seguir.

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Redaçãono ar

Page 32: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

46A U L A

OCORRÊNCIAOCORRÊNCIAOCORRÊNCIAOCORRÊNCIAOCORRÊNCIA NNNNNº 1 1 1 1 1

LOCAL: ................................................................... DATA: ........ / ....... / ........

No final da tarde, Elias chegou à garagem para a troca do turno com umatraso de quarenta e cinco minutos. O motorista alegou que o atraso deveu-sea um problema com o número de passageiros. ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Ao terminar de escrever, releia seu texto e refaça o que não estiver bom.Depois, inicie a redação da segunda ocorrência.

OCORRÊNCIAOCORRÊNCIAOCORRÊNCIAOCORRÊNCIAOCORRÊNCIA NNNNNº 2 2 2 2 2

LOCAL: ................................................................... DATA: ........ / ....... / ........

O motorista Fernando atrasou o trajeto em uma hora. O motivo alegado porele é meio confuso, visto que falou de um assalto e depois acabou explicandoque não houve assalto nenhum.. .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Os dois motoristas abandonaram seu posto de trabalho por motivos diferentes.Coloque-se na posição do supervisor e analise a atitude de cada um deles.

1.1.1.1.1. Qual é a sua opinião a respeito das ocorrências?

2.2.2.2.2. Quem tinha um motivo realmente justo para parar o ônibus?

3.3.3.3.3. O supervisor deverá advertir alguém? Quem?

Troque idéias a respeito dessas questões com seus amigos. Pondere,argumente, defenda sua opinião.

Reflexão

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Page 33: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

47A U L A

Fazendo consultas

Neste módulo, você irá acompanhar um dianão muito feliz na vida de Josué, um escriturário que está exercendo, momenta-neamente, uma outra função na empresa onde trabalha.

Josué sabe que o sr. Alfeu admira a sua responsabilidade, a sua educação. Sempreque dona Bárbara, a secretária, falta, Josué é convocado a fazer o serviço dela. Eleatende com atenção ao telefone, anota todos os recados, tem letra boa. Enfim, é umescriturário que dá conta do recado como secretário. Embora sinta orgulho por ser oescolhido, ele prefere realizar o seu trabalho como escriturário. Josué, além denervoso, é muito exigente consigo mesmo. Sofre quando comete um engano. Na salade dona Bárbara, ele se sente meio perdido: não conhece as pessoas que vão lá, não sabeonde ficam as coisas, não atua com segurança. Mas o que mais o incomoda é nãoconseguir atender às ordens do chefe. Muitas vezes, ele não consegue nem entendero que o sr. Alfeu diz com aquele jeito apressado de falar.

Assim que entra, o sr. Alfeu vai logo debulhando falação, falando, falando,pedindo coisas, dando ordens:

- Fale com o Marcos para digitar todo o material em que já foi feita a revisão.Você viu a minha agenda por aí? Ligue para a oficina. Fale com o Valdir que precisodo carro pra hoje antes das dez horas. Eu não tenho o número do telefone aqui.Consulte a lista telefônica.. O nome é Oficina Nacional.

Mal acaba de falar, vai saindo. Sem demora, Josué começa a cumprir o que foipedido, até que esbarra num impasse:

- Que confusão! Encontrei a Lista Telefônica, mas não encontro nela o nomedessa droga de Oficina Nacional. J, l, m, n, o... Odilon Braga, Odilon Dias, Oeste,Oiapoque... Eu devo estar doido! Depois da palavra Oeste tinha que vir palavra comOf, aí eu achava Oficina.

Cenatexto

47A U L A

M Ó D U L O 15

Page 34: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

47A U L A Josué não está doido, está apenas consultando a lista errada. Ele procura o nome

de um assinante na Lista de Endereços. Quanta distração!O suor começa a molhar a mão do escriturário. Os minutos vão passando e ele

não consegue encontrar o nome Oficina Nacional. O pânico faz a cabeça de Josuéestourar de dor. Decide tomar, sem ao menos consultar a bula, uns comprimidos quea secretária esqueceu na gaveta.

Essa leviandade de Josué ainda vai dar o que falar... Aguarde o desfecho!

PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAAgora, uma pausa para entender o motivo da confusão vivida por Josué.

Quanto desespero por tão pouco! Todos vivemos situações que nos fazem sofrere que têm, muitas vezes, soluções simples. Esse pânico todo poderia ter sidoevitado se o escriturário tivesse lido as informações que constam do início dasListas Telefônicas, como a que reproduzimos abaixo.

Há três tipos de Lista Telefônica: a Lista deLista deLista deLista deLista de AssinantesAssinantesAssinantesAssinantesAssinantes, a Lista de Endere-Lista de Endere-Lista de Endere-Lista de Endere-Lista de Endere-çosçosçosçosços e a Lista Classificada (Páginas Amarelas)Lista Classificada (Páginas Amarelas)Lista Classificada (Páginas Amarelas)Lista Classificada (Páginas Amarelas)Lista Classificada (Páginas Amarelas). Como sabia o nome doassinante (um estabelecimento comercial: Oficina Nacional), Josué deveria terconsultado a Lista de Assinantes ou a Lista Classificada.

&

LISTA DE ASSINANTESSão as páginas brancas do catálogo. Nela, sua configuraçãoaparece na ordem alfabética do sobrenome.

FORMAS DE CONSULTA

PESSOA FÍSICA :a) Na maioria dos casos, procure o nome desejado pelo últimosobrenome.Exemp lo : Dan ie la More i ra B ragaProcure: Braga, Daniela M.b) No caso de sobrenome com título genealógico (filho, júnior,sobrinho, neto), procure pelo penúltimo sobrenome;Exemplo: Rodrigo Ribeiro FilhoProcure: Ribeiro Filho, Rodrigo

PESSOA JURÍDICA:Procurar pela razão social completa do estabelecimento, siglaou nome fantasia.Exemplo: Telecomunicações de Minas Gerais S/A — TelemingouTeleming — Telecomunicações de Minas Gerais S/AAlmeida & Cia. Ltda.Padaria São José (nome fantasia)

GOVERNO/ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS :Nos casos de órgãos governamentais procure, na ordem alfa-bética, sob os seguintes títulos:Governo do Estado.....Prefeitura Municipal...... e, abaixo desses títulos pelos nomesdas secretarias, departamentos, divisões etc.Exemplo: Governo do Estado de Minas GeraisProcuradoria Geral de JustiçaPrefeitura Municipal de Belo HorizonteChefe Gabinete

LISTA DE ENDEREÇOS

Aqui você procura o endereço do assinantepela ordem alfabética do logradouro.Veja como é fácil procurar a informação desejada na ListaTelefônica de Endereços:Exemplo: ALBUQUERQUEMARANHÃO, r. — CEP 31730-230CPO ALEGRE — 57/103-07036 Gonçalves, Zilda ........... 494-121966 Carmo, Claudomiro ........ 494-161876 Brito, Fátima A .............. 494-171477 Oliveira, Benedito ............ 494-1220167 Amaral, Handerson NC 494-1668

As Ruas, Avenidas, Travessas, Praças e Alamedas identificadaspor numeral figuram no início da lista

Exemplo: 1, pç. — CEP 32342-320PRQ S JOÃO — 24/984-97059 Oliveira, Vilma C .............. 351-09881, r. — CEP 31610-120ANA LÚCIA — 56/096-080128 Costa, Zelia A. A. .......... 451-17412, av. — CEP 31610-000MINAS CAIXA — 55/089-10011 Batista, Osni ..................... 447-6725

LISTA CLASSIFICADA (AMARELA)Esta parte da Lista é de grande importância para quem procuraserviços, empresas e profissionais.No final da Lista Classificada você encontra o índice em ordemalfabética e com assuntos divididos em títulos, o que torna asua consulta ainda mais fácil.

Use sempre a LISTA CLASSIFICADA para fazer pesquisas depreços, produtos e serviços, e descubra o quanto ela podeajudar você.Exemplo:BerçáriosBetoneirasBicicletas — Conserto e Aluguel Bicicletas — Peças e Acessó-riosBijuteriasO produto ou serviço que você procura pode ser encontrado emmais de um título.Exemplo: DínamosVeja geradores Elétricos e DínamosVeja Motores ElétricosVeja Motores Elétricos — ConsertoVeja Motores Elétricos — Peças

LISTA CLASSIFICADA (COR AMARELA)a) Procure os títulos referentes a cada produto ou serviço pelaordem alfabética.B) Após encontrar o título genérico, observe as subdivisões quemelhor especificam os produtos ou serviços que você deseja.Exemplos: Automóveis — AgênciasAutomóveis — ConsertoAutomóveis — Peças

COMO CONSULTAR A LISTA TELEFÔNICA

Page 35: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

47A U L AAtençãoAtençãoAtençãoAtençãoAtenção: Quando se procura o nome de uma pessoa na Lista de Assinantes,

deve-se iniciar a consulta pelo último sobrenomeúltimo sobrenomeúltimo sobrenomeúltimo sobrenomeúltimo sobrenome, conforme informação fornecidapela própria lista. Quando se procura o nome de um logradouro na Lista deEndereços, deve-se iniciar a consulta pelo primeiroprimeiroprimeiroprimeiroprimeiro nomenomenomenomenome, mesmo que esselogradouro tenha o nome de uma pessoa.

1.1.1.1.1. Na Cenatexto, há uma palavra que aparece duas vezes, mas com significadosdiferentes. Veja as duas frases em que essa palavra se encontra:“(Josué) anota todos os recadosrecadosrecadosrecadosrecados.”“ É um escriturário que dá conta do recadorecadorecadorecadorecado como secretário.”

Consultando o dicionário, você descobre o seguinte:

recado.recado.recado.recado.recado. S. m. 1.1.1.1.1. Mensagem oral. 2.2.2.2.2. Comunicação escrita ou oral.

a)a)a)a)a) Em qual das duas frases a palavra recadorecadorecadorecadorecado é usada no sentido apontadopelo dicionário?.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) Como você explica o sentido da mesma palavra na outra frase?.............................................................................................................................

2.2.2.2.2. Em outra passagem da Cenatexto, Josué “esbarra num impasse”. O queacontece com Josué? Veja o sentido dessas palavras no dicionário:

esbarrar.esbarrar.esbarrar.esbarrar.esbarrar. V. t. i. 1.1.1.1.1. Ir de encontro; topar. 2.2.2.2.2. Dar com o pé; tropeçar.3.3.3.3.3. Encontrar por acaso. 4.4.4.4.4. Deter-se (ante dificuldade).impasse.impasse.impasse.impasse.impasse. S. m. 1.1.1.1.1. Situação difícil de que parece impossível uma saídafavorável. 2. 2. 2. 2. 2. Embaraço, estorvo, empecilho.

Agora escreva com suas palavras o sentido da expressão esbarrar numesbarrar numesbarrar numesbarrar numesbarrar numimpasseimpasseimpasseimpasseimpasse.....................................................................................................................................................................................................................................................................

3.3.3.3.3. A palavra logradourologradourologradourologradourologradouro apareceu na seção Pausa. Veja o que ela significa:

logradouro.logradouro.logradouro.logradouro.logradouro. S.m. Lugar (rua, largo, praça, jardim etc.) para uso público.

Anote aqui o nome de um logradouro importante que você conhece:..................................................................................................................................

4.4.4.4.4. A cabeça de Josué estouravaestouravaestouravaestouravaestourava de dor. Consultando o dicionário, você vaiencontrar o seguinte:

estourarestourarestourarestourarestourar. V. int. 1.1.1.1.1. Rebentar com estrondo. 2.2.2.2.2. Fazer-se em pedaços.3.3.3.3.3. Latejar de dor. 4.4.4.4.4. Gritar.

Pelo contexto, sabemos que a cabeça de Josué latejava de dorlatejava de dorlatejava de dorlatejava de dorlatejava de dor. Agora,descubra o sentido do verbo estourarestourarestourarestourarestourar nas frases abaixo. Em seguida,escreva-as substituindo o verbo estourarestourarestourarestourarestourar pelo sentido escolhido.

a)a)a)a)a) As bombas estouravamestouravamestouravamestouravamestouravam, espantando a multidão..............................................................................................................................

b)b)b)b)b) Provocado, estourouestourouestourouestourouestourou, sem ligar para as pessoas que estavam próximas..............................................................................................................................

c)c)c)c)c) A caldeira estourouestourouestourouestourouestourou por excesso de pressão..............................................................................................................................

Dicionário

Page 36: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

47A U L A 1.1.1.1.1. Qual foi o principal problema enfrentado por Josué na atividade de secretário?

O que ele fez de errado?

2.2.2.2.2. Por que Josué sentia-se pouco à vontade na sala (e na função) da secretária?

3.3.3.3.3. Na Aula 11 você já aprendeu que é preciso seguir a ordem alfabética paraencontrar palavras no dicionário. Aplique o que aprendeu naquela aulacolocando os nomes dos logradouroslogradouroslogradouroslogradouroslogradouros seguintes na ordem em que aparece-riam na Lista de EndereçosLista de EndereçosLista de EndereçosLista de EndereçosLista de Endereços. (Observe que o nome dos logradouros vêmseguidos das abreviaturas que os especificam: r r r r r = rua; pçapçapçapçapça = praça; avavavavav =avenida):a)a)a)a)a) ( ) Aimorés, rb)b)b)b)b) ( ) José Cavalini, pçac)c)c)c)c) ( ) Estêvão Lunard, avd)d)d)d)d) ( ) Abatiá Cj Celso Machado, re)e)e)e)e) ( ) Presidente Antônio Carlos, av

44444. Imagine que Josué tenha recebido as seguintes ordens. Indique o tipo deLista Telefônica que ele consultaria.Lista de AssinantesLista de AssinantesLista de AssinantesLista de AssinantesLista de Assinantes, Lista de EndereçosLista de EndereçosLista de EndereçosLista de EndereçosLista de Endereços, Lista Classificada Lista Classificada Lista Classificada Lista Classificada Lista Classificada (AmarelaAmarelaAmarelaAmarelaAmarela).a)a)a)a)a) Ligue para a sra. Ermengarda Sarmento.

.............................................................................................................................b)b)b)b)b) Descubra o telefone do apartamento 610 do Edifício Conselheiro Acácio,

que fica à Rua Joana Bezerra, 835..............................................................................................................................

c)c)c)c)c) Veja se o Pedro da Lojas União S.A. está no escritório..............................................................................................................................

d)d)d)d)d) Reserve um táxi para amanhã.............................................................................................................................

5.5.5.5.5. Você recebeu ordens para fazer algumas ligações telefônicas. Numere asações de acordo com a seqüência que deve ser seguida para a tarefa serrealizada com sucesso. Observe o modelo:

Ligue para a Oficina Nacional Oficina Nacional Oficina Nacional Oficina Nacional Oficina Nacional.( 1 ) Localizar a Lista de AssinantesLista de AssinantesLista de AssinantesLista de AssinantesLista de Assinantes.( 2 ) Localizar, seguindo a ordem alfabética, o nome Oficina NacionalOficina NacionalOficina NacionalOficina NacionalOficina Nacional.

a)a)a)a)a) Ligue para o sr. Marcos R. Borges. Marcos R. Borges. Marcos R. Borges. Marcos R. Borges. Marcos R. Borges.( ) Seguindo a ordem alfabética, localizar o último sobrenome: BorgesBorgesBorgesBorgesBorges.....( ) Localizar a Lista de AssinantesLista de AssinantesLista de AssinantesLista de AssinantesLista de Assinantes.( ) Localizar, seguindo a ordem alfabética, o nome MarcosMarcosMarcosMarcosMarcos após o

sobrenome já localizado.

b)b)b)b)b) Ligue para o escritório da Bebel, que fica à Rua Dante Grossi, 373 -Rua Dante Grossi, 373 -Rua Dante Grossi, 373 -Rua Dante Grossi, 373 -Rua Dante Grossi, 373 -Sala 202Sala 202Sala 202Sala 202Sala 202.( ) Localizar o número 373373373373373 diante do nome Dante GrossiDante GrossiDante GrossiDante GrossiDante Grossi.( ) Localizar a Lista de EndereçosLista de EndereçosLista de EndereçosLista de EndereçosLista de Endereços.( ) Localizar, seguindo a ordem alfabética, a palavra GrossiGrossiGrossiGrossiGrossi, ao lado da

palavra DanteDanteDanteDanteDante.( ) Localizar o número 202202202202202 ao lado do número 373373373373373.( ) Localizar, seguindo a ordem alfabética, a palavra DanteDanteDanteDanteDante.

Entendimento

Page 37: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

47A U L Ac)c)c)c)c) Ligue para um estabelecimento onde se vendam caixas de papelão.

( ) Localizar o índice dos títulosíndice dos títulosíndice dos títulosíndice dos títulosíndice dos títulos da Lista Classificada.( ) Localizar a Lista ClassificadaLista ClassificadaLista ClassificadaLista ClassificadaLista Classificada (Páginas Amarelas).( ) Na página indicada, localizar o item Caixa de papelãoCaixa de papelãoCaixa de papelãoCaixa de papelãoCaixa de papelão.( ) Escolher um dos estabelecimentosestabelecimentosestabelecimentosestabelecimentosestabelecimentos indicados.( ) Localizar a páginapáginapáginapáginapágina indicada pelo título.( ) Localizar o título CaixasCaixasCaixasCaixasCaixas.

1.1.1.1.1. Josué não pôde atender ao pedido do sr. Alfeu porque procurou o númerodo telefone na lista errada. Sabemos que ele ficou muito envergonhado porter falhado. Não é preciso sofrer tanto por coisas tão insignificantes. Quemnão sabe, pergunta. Mas Josué não pergunta e entra em pânico.Se ele se sentiu tão mal por esse insucesso, imagine como ele ficará quandoo sr. Alfeu cobrar: “Josué, já é meio-dia e o carro não chegou. Você faloudiretamente com o Valdir? Que povo enrolado!” Josué terá de explicar por quenão fez o que foi pedido. Coloque-se na posição dele e explique tudo ao sr.Alfeu. Sua fala poderia começar assim:

- Sr. Alfeu, assim que o senhor me pediu, eu dei o recado para o Marcos. Só quetem um problema: eu não consegui ligar para a oficina porque ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Observe e compare as frasesfrasesfrasesfrasesfrases abaixo:

Isto aqui está está está está está uma confusão! Puxa! Que confusão!AdmiroAdmiroAdmiroAdmiroAdmiro a responsabilidade de Josué. Que funcionário responsável!(frases oracionaisfrases oracionaisfrases oracionaisfrases oracionaisfrases oracionais) (frases não-oracionaisfrases não-oracionaisfrases não-oracionaisfrases não-oracionaisfrases não-oracionais)

Algumas frases apresentam verboverboverboverboverbo e outras não. A frase que apresenta verboé classificada como frase oracionalfrase oracionalfrase oracionalfrase oracionalfrase oracional e a que não apresenta verbo comofrase nãofrase nãofrase nãofrase nãofrase não-----oracionaloracionaloracionaloracionaloracional. Substitua as seguintes frases oracionais por equi-valentes não-oracionais:

a) a) a) a) a) Alfredo fala de um jeito tão apressado!.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) Isso aqui está na maior desordem!.............................................................................................................................

c) c) c) c) c) Não grite comigo!.............................................................................................................................

3.3.3.3.3. As frases também podem ser classificadas a partir de seu sentidosentidosentidosentidosentido global,quer dizer, da ação praticada ou do significado que é expresso. Observe estasfrases ditas ao telefone:l Você deseja falar com quem?l Ela saiu e não voltará antes do meio-dia.l Ligue para ela amanhã.l Que garoto insistente!

Reescritura

Page 38: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

47A U L A Na primeira fala, a pessoa pede uma informaçãopede uma informaçãopede uma informaçãopede uma informaçãopede uma informação; na segunda, apresentaapresentaapresentaapresentaapresenta

umaumaumaumauma informaçãoinformaçãoinformaçãoinformaçãoinformação; na terceira, expressa uma ordemexpressa uma ordemexpressa uma ordemexpressa uma ordemexpressa uma ordem; e na última, expressa umexpressa umexpressa umexpressa umexpressa umsentimentosentimentosentimentosentimentosentimento. Assim, pelo seu sentido, recebem esta classificação:

l Você deseja falar com quem? ........................................ frase interrogativafrase interrogativafrase interrogativafrase interrogativafrase interrogatival Ela saiu e não voltará antes do meio-dia .......................... frase declarativafrase declarativafrase declarativafrase declarativafrase declaratival Ligue para ela amanhã ....................................................... frase imperativafrase imperativafrase imperativafrase imperativafrase imperatival Que garoto insistente! ...................................................... frase exclamativafrase exclamativafrase exclamativafrase exclamativafrase exclamativa

É sua vez! Dê exemplos de:a)a)a)a)a) Frases imperativasFrases imperativasFrases imperativasFrases imperativasFrases imperativas (que expressem ordens) de uma conversa ao telefone.

.............................................................................................................................b)b)b)b)b) Frases interrogativasFrases interrogativasFrases interrogativasFrases interrogativasFrases interrogativas (que expressem indagações) de uma pessoa

perdida em uma cidade..............................................................................................................................

c)c)c)c)c) Frases exclamativasFrases exclamativasFrases exclamativasFrases exclamativasFrases exclamativas (que expressem reclamações) de funcionáriosconversando num escritório..............................................................................................................................

d)d)d)d)d) Frases declarativasFrases declarativasFrases declarativasFrases declarativasFrases declarativas (que expressem informações) de uma vendedora aum cliente..............................................................................................................................

Devido ao alto preço de uma linha telefônica no Brasil, o sistema Telebrástem instalado telefones públicos por todo o país. Assim, há os Telefones PúblicosLocais - através dos quais o usuário pode fazer chamadas - e os TelefonesPúblicos Comunitários - através dos quais o usuário pode tanto fazer quantoreceber chamadas. Mesmo sabendo de sua grande utilidade, muitas pessoasdestróem esses aparelhos. A propósito, leia o trecho a seguir, escrito pelojornalista Gilberto Dimenstein:

“Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios“Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios“Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios“Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios“Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágiosde cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papelde cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papelde cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papelde cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papelde cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papelna rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento,na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento,na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento,na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento,na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento,está o respeito à coisa pública.”está o respeito à coisa pública.”está o respeito à coisa pública.”está o respeito à coisa pública.”está o respeito à coisa pública.”

Destruir um telefone público é destruir uma possibilidade de comunicação.Por meio de uma simples ligação telefônica economizamos tempo e dinheiro,pedimos socorro, transmitimos recados urgentes, salvamos vidas. Destruir umtelefone público é destruir um direito conquistado. Ajude a evitar que issoaconteça.

Em uma publicação da revista VejaVejaVejaVejaVeja de abril de 1994, encontramos algumasinformações muito interessantes sobre o uso de telefone no Brasil. Segundoaquela matéria, nosso país é um dos raros do mundo onde telefone é artigo deluxo. Existem mais televisores, geladeiras e máquinas de lavar nas casas brasi-leiras do que telefones. Isso não chega a surpreender. Realmente espantoso é quede 100 casas brasileiras apenas 19 têm telefone, enquanto 23 têm pelo menos umautomóvel e 24 têm um videocassete.

Silêncio

Saideira

&

Page 39: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

48A U L A

Fazendo consultas

Na última Cenatexto, você viu o início de umcomplicado dia de trabalho do escriturário Josué. A secretária adoeceu e ele foiconvocado para substituí-la. Na função de secretário, Josué teve alguns proble-mas e isso o deixou com uma forte dor de cabeça. Seu nervosismo associado à dorlevou-o a tomar o primeiro remédio que encontrou numa gaveta. Você já deveestar imaginando as conseqüências disso. O que acontecerá?

Josué, ainda na sala da secretária, percebe que algo estranho está acontecendo.Sente-se tonto. Bebe um pouco de água, sente-se pior. Vai ao banheiro e vomita. Nãose agüenta em pé. Começa a sentir coceiras pelo corpo. Desabotoa a camisa e percebeque sua pele está muito vermelha. Com dificuldade, tenta abrir a porta, na esperançade avistar alguém no corredor a quem possa pedir socorro. Sente-se ainda maisnauseado, desmaia e cai sobre uma cadeira.

Por sorte, é grande o entra-e-sai naquele escritório. Quem acaba de entrar é umgaroto, um office-boy cheio de dúvidas:

- Ué! Onde está dona Bárbara? Quem é este aí? Caramba, o cara tá mal!Ô, companheiro, reage. Levanta e me explica alguma coisa, pô! Onde será que semeteu dona Bárbara? E o Seu Alfeu? Puxa! Que complicação! Amigo, não me levea mal, eu vou te arrastar daqui. Vou te levar pra enfermaria. Você não tá legal. Vamoslá, rapaz.

Cenatexto

48A U L A

M Ó D U L O 15

Page 40: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

48A U L A Após ter sido medicado, Josué ouve envergonhado a repreensão feita pelo médico

que o atendeu:- O que você julgou ser um analgésico era um antibiótico, que lhe provocou

forte reação alérgica. Isso poderia ter trazido sérias complicações para você, Josué.Poderia levá-lo à morte. Aprenda uma coisa: nunca tome remédio sem saber qual ésua indicação. O ideal é você consultar um médico antes de fazer uso de qualquermedicamento, certo?

Depois disso, Josué comunica o fato a uma simpática funcionária do Departa-mento de Pessoal da empresa. Percebendo a aflição do colega, a funcionária resolveconversar com ele a fim de aliviá-lo um pouco.

- Se você fica tão nervoso quando é convocado para substituir a secretária,converse com seu chefe sobre isso. Uma conversa franca poderia ter evitado esseacidente. Conversando a gente se entende e resolve muita coisa.

- Acidente? Que acidente?- Qualquer acontecimento não programado que interfere negativamente na

atividade produtiva é um acidente.- Essa é boa! Como é que meu chefe ia imaginar que eu ia tomar um remédio

errado?- Olha, eu não entendo muito, mas dizem que está comprovado que a falta de

preparo profissional é uma das principais causas de acidentes.- Mas eu sou preparado.- Eu sei, Josué. Você deve exercer muito bem a função de escriturário. Você

acabou de me contar que o que o levou a tomar o medicamento errado foi o seunervosismo diante de uma dificuldade em atender a ordem do seu chefe. Você não foicontratado nem treinado para exercer as funções de secretário. Concorda?

- Nisso você está certa... Mas eu acho que, no trabalho, a gente deve sempreajudar, quebrando um galho aqui, outro ali... Eu sou pau para toda obra.

- Será que é mesmo? Nesse caso eu prefiro o provérbio “cada macaco no seugalho”. Cada um tem a sua posição. Eu só estou lhe pedindo para colocar sua saúdeem primeiro lugar.

“Fácil, não é?”, pensa o esgotado escriturário. Quem sabe ele se enche de corageme resolve explicar para o chefe a situação...

Na Aula 36 você trabalhou com algumas frases feitafrases feitafrases feitafrases feitafrases feitasssss, como “tintim portintim” e “modéstia à parte”. Você já sabe que essas expressões idiomáticasexpressões idiomáticasexpressões idiomáticasexpressões idiomáticasexpressões idiomáticassignificam algo especial no contexto em que são usadas. Sabe também que, seprocurar no dicionário, uma a uma, as palavras que compõem esse tipo de frase,não entenderá o sentido da expressão. Alguns dicionários, porém, apresentamo sentido da expressão toda, basta saber como procurá-la.

Quebrar um galhoQuebrar um galhoQuebrar um galhoQuebrar um galhoQuebrar um galho é uma expressão idiomática da Língua Portuguesa, ouseja, uma expressão típica do nosso idioma, mais propriamente do Portuguêsfalado no Brasil. No dicionário ela se encontra junto à palavra galhogalhogalhogalhogalho. Depois devários sentidos apresentados, está escrito assim:

(...) Quebrar um galho.Quebrar um galho.Quebrar um galho.Quebrar um galho.Quebrar um galho. Bras. Gír. Resolver ou ajudar a resolver umadificuldade.

&Dicionário

Page 41: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

48A U L A“Cada macaco no seu galho” é um provérbio que aparece na Cenatexto. O

interessante é que, no dicionário, ele não aparece junto ao verbete galhogalhogalhogalhogalho e simjunto a macacomacacomacacomacacomacaco. Veja:

(...) Macaco velho.Macaco velho.Macaco velho.Macaco velho.Macaco velho. Bras. 1.1.1.1.1. Indivíduo astuto, ladino. 2. 2. 2. 2. 2. Indivíduo expe-riente. Macaco velho não mete a mão em cumbuca.Macaco velho não mete a mão em cumbuca.Macaco velho não mete a mão em cumbuca.Macaco velho não mete a mão em cumbuca.Macaco velho não mete a mão em cumbuca. Prov. bras. 1.1.1.1.1.Indivíduo sagaz, experiente, não cai em esparrela. Cada macaco no seuCada macaco no seuCada macaco no seuCada macaco no seuCada macaco no seugalho.galho.galho.galho.galho. Prov. 1. 1. 1. 1. 1. Cada um deve ater-se à sua condição ou função. Dar noDar noDar noDar noDar nomacaco.macaco.macaco.macaco.macaco. Bras., BA. Chulo. 1.1.1.1.1. Masturbar-se (o homem). Ir pentearIr pentearIr pentearIr pentearIr pentearmacacos.macacos.macacos.macacos.macacos. Bras. 1.1.1.1.1. Ir às favas, deixar de importunar.

Não há uma regra de como encontrar expressões idiomáticas e provérbios nodicionário. Devemos usar o bom senso para estabelecer a palavra mais significa-tiva da expressão e poder procurá-la no verbete correspondente.

1.1.1.1.1. Na Cenatexto de hoje há duas expressões idiomáticas. Encontre-as nodicionário com base na palavra mais significativa e copie a explicação.

a)a)a)a)a) Levar a mal: .......................................................................................................b)b)b)b)b) Ser pau pra toda obra: ......................................................................................

2.2.2.2.2. Veja como o verbete entra-e-sai entra-e-sai entra-e-sai entra-e-sai entra-e-sai aparece no dicionário:

entra-e-saientra-e-saientra-e-saientra-e-saientra-e-sai [de entrar + e + sair] S.m. Movimento ininterrupto deentrada e saída de pessoas.

Observe que entra-e-saientra-e-saientra-e-saientra-e-saientra-e-sai é um substantivo formado por dois verbos e umaconjunção. Há vários substantivos formados por verbos: llllleva-e-traz, ganha-eva-e-traz, ganha-eva-e-traz, ganha-eva-e-traz, ganha-eva-e-traz, ganha-perdeperdeperdeperdeperde. Indique o sentido dessas duas palavras:

a)a)a)a)a) leva-e-traz: ..............................................................................................................b)b)b)b)b) ganha-perde: ..........................................................................................................

1.1.1.1.1. O que provocou o mal-estar de Josué? Aponte a principal causa.

2.2.2.2.2. O segundo parágrafo da Cenatexto foi iniciado assim: “Por sorte, é grande o entra-e-sai naquele escritório”. Indique quem foi o favorecido por essa sorte e por quê.

3.3.3.3.3. Mesmo sem conhecer Josué, o office-boy, dirigiu-se a ele chamando-o deamigo, de companheiro. Aponte a atitude desse garoto que indica que aspalavras amigo e companheiro foram usadas em seu sentido exato.

4.4.4.4.4. A funcionária do Departamento de Pessoal disse “Nesse caso eu prefiro oprovérbio: cada macaco no seu galho”. Considerando o contexto da conversaem que essa frase foi dita, explique qual era a posição dessa funcionária.

Entendimento

Page 42: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

48A U L A Josué é um funcionário preocupado em fazer tudo da forma mais correta

possível. Você observou que ele se preocupa muito com seu serviço e pouco comsua saúde. Você acha que ele foi irresponsável ao tomar aquele remédio? Você acreditaque, se tivesse lido e compreendido o texto da bula, Josué teria tido mais cuidado?

Compreender textos é saudávelCompreender textos é saudávelCompreender textos é saudávelCompreender textos é saudávelCompreender textos é saudável. Reflita sobre essa idéia e discuta-a comseus amigos.

Se você concorda que compreender textos é saudável, concordará que maissaudável ainda é ler os textos adequadosler os textos adequadosler os textos adequadosler os textos adequadosler os textos adequados. Veja o caso do nosso personagem. Elesofreu uma reação alérgica por ter tomado um remédio sem cuidado. O idealseria que procurasse um médico antes de fazer uso de qualquer medicamento.Mas, na impossibilidade de consultar um médico, ele deveria ter consultado(lido) a bula que acompanha o remédio. Como as bulas apresentam termostécnicos que, muitas vezes, não conseguimos entender, é fundamental saber osignificado de seus itens principais, como por exemplo:

IndicaçãoIndicaçãoIndicaçãoIndicaçãoIndicação: Descreve os sintomas ou indica a doença contra a qual oremédio age.PosologiaPosologiaPosologiaPosologiaPosologia: Indica a dose do remédio que o paciente deve tomar.Contra-indicaçãoContra-indicaçãoContra-indicaçãoContra-indicaçãoContra-indicação: Estabelece as situações em que não se deve usaro remédio.PropriedadePropriedadePropriedadePropriedadePropriedade: indica o efeito provocado pelo uso do remédio.

1.1.1.1.1. Analise a bula a seguir e classifique as afirmativas em V (quando verdadeirasem relação ao que diz a bula) ou F (quando falsas em relação ao que diz a bula).

Reflexão

Page 43: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

48A U L A

&

( ) Novalgina deve ser usado apenas em caso de febre.( ) Novalgina é um analgésico, isto é, age contra a dor.( ) Em caso de febre ou dor, um adulto deve tomar de 1 a 2 comprimidos

3 a 4 vezes ao dia.( ) Novalgina é um antipirético, isto é, acaba com a febre.( ) A posologia é a mesma tanto para adultos quanto para crianças.( ) O uso de Novalgina não é indicado para pessoas com discrasias

sanguíneas, isto é, par pessoas cujo sangue tem composição anormal.

1.1.1.1.1. Escreva como se você fosse o office-boy. Faça um texto contando ao médicoo que presenciou na sala da secretária e por que decidiu levar Josué até aenfermaria. Lembre-se de que você não sabe o nome do escriturário, não sabequem é ele, não sabe o que aconteceu com ele.

A linguagem do office-boy apresenta algumas gírias. Portanto, imaginecom que palavras ele contaria ao médico a situação. Continue o texto:

- Olha, doutor, eu não sei o que aconteceu com ele. Nem sei o nome dele. Só seique ele tava lá na sala da dona Bárbara na pior. Todo branco e caído na cadeira.Quando eu vi que .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Suponha que, em vez do office-boy, a secretária do Departamento de Pessoaltivesse encontrado Josué. Reescreva seu texto como se fosse ela, de modomais formal. Veja o início:

- Doutor, não sei o que aconteceu com este senhor. Para dizer a verdade, nemsei como é o nome dele. Eu o encontrei na sala da secretária, caído, desmaiado e muitoabatido. Ao perceber que não havia outro jeito, ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Reescritura

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49A U L A

Cenatexto

Fazendo consultas

Aqui você tem um resumo resumo resumo resumo resumo da história doescriturário, que foi narrada nas duas últimas Cenatextos. Leia-o com atenção.

Não agradava muito ao escriturário Josué a idéia de substituir a secretária do chefe.Ser convocado para desempenhar funções sobre as quais não tem pleno domínio traz-lhemais aborrecimento que orgulho.

Como secretário, viu-se em grandes apuros por não conseguir atender a um dospedidos de seu chefe: consultar a lista telefônica e fazer uma ligação. O insucessodeveu-se ao fato de Josué, inadequadamente, consultar a Lista Telefônica de Endere-ços a fim de encontrar o nome de um assinante.

Diante da impossibilidade de executar a tarefa, Josué, cuja cabeça estourava dedor, decidiu tomar um remédio qualquer encontrado na gaveta da secretária. O quefoi ele ingeriu pensando ser um analgésico era um antibiótico ao qual, por azar, eraalérgico. Remédio inadequado, reações adversas: vômito, enjôo, erupções por todo ocorpo.

Uma simples consulta à bula do remédio teria evitado que fosse levado, àspressas, à enfermaria da empresa.

Depois de medicado, Josué saiu da sala do médico e foi ao Departamento dePessoal registrar o ocorrido. Algumas considerações sobre acidentes de trabalhoforam feitas a Josué por uma funcionária daquele departamento.Ela queria que eleentendesse que a força de trabalho é o bem maior do trabalhador, e a saúde é a suagarantia.

49A U L A

M Ó D U L O 15

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49A U L AA história de Josué, além de ser o relato de um engano, é uma história sobre

apreensões e dificuldades enfrentadas na vida diária. A história de Josué é umapartezinha da vida de um trabalhador. O nosso dia-a-dia é composto de momen-tos como esse, que podem ser observados e contados de formas diversas.

Nos exercícios de Reescritura das duas aulas anteriores, você escreveu partesda história de Josué de várias formas: usando palavras e argumentos do office-boy, da secretária, criando falas para Josué. A Cenatexto desta aula é tambémuma forma de reescritura. Observe que as informações mais significativas dahistória foram mantidas. Vamos analisar parte por parte desse resumo. Veja, aseguir, uma parte da Cenatexto da Aula 47 e a parte do resumo que a elacorresponde.

ResumoResumoResumoResumoResumo: “Não agradava muito ao escriturário Josué a idéia de substituira secretária do chefe. Ser convocado para desempenhar funções sobre as quaisnão tem pleno domínio traz-lhe mais aborrecimento que orgulho.”

Aula 47Aula 47Aula 47Aula 47Aula 47: “ Josué sabe que o sr. Alfeu admira a sua responsabilidade, a suaeducação. Sempre que dona Bárbara, a secretária, falta, Josué é convocado a fazero serviço dela. Ele atende com atenção ao telefone, anota todos os recados, temletra boa. Enfim, é um escriturário que dá conta do recado como secretário.Embora sinta orgulho por ser o escolhido, ele prefere realizar o seu trabalho comoescriturário. Josué, além de ser nervoso, é muito exigente consigo mesmo. Sofrequando comete um engano. Na sala de dona Bárbara, ele se sente meio perdido:não conhece as pessoas que vão lá, não sabe onde ficam as coisas, não atua comsegurança. Mas o que mais o incomoda é não conseguir atender às ordens dochefe. Muitas vezes, ele não consegue nem entender o que o sr. Alfeu diz comaquele jeito apressado de falar.”

Idéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitida: Josué sempre substitui a secretária do chefe.Ser escolhido para isso o deixa mais aborrecido que orgulhoso, porque elenão gosta de fazer aquilo que não domina.

1.1.1.1.1. Escreva as partes da Cenatexto da Aula 47 que correspondem ao resumo e,em seguida, indique a idéia básica transmitida por elas. Siga o que foiapresentado no quadro.

ResumoResumoResumoResumoResumo: “Como secretário, viu-se em grandes apuros por não conseguir atendera um dos pedidos de seu chefe: consultar a lista telefônica e fazer uma ligação. Oinsucesso deveu-se ao fato de Josué, inadequadamente, consultar a Lista Telefô-nica de Endereços a fim de encontrar o nome de um assinante.”

Partes correspondentes ao resumoPartes correspondentes ao resumoPartes correspondentes ao resumoPartes correspondentes ao resumoPartes correspondentes ao resumo: .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Idéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitida: ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Reescritura

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49A U L A 2. 2. 2. 2. 2. Agora, leia o resumo abaixo e procure sua correspondência na Cenatexto da Aula 48.

ResumoResumoResumoResumoResumo: “Depois de medicado, Josué saiu da sala do médico e foi ao Departa-mento de Pessoal registrar o ocorrido. Algumas considerações sobre acidentes detrabalho foram feitas a Josué por uma funcionária daquele departamento.Elaqueria que ele entendesse que a força de trabalho é o bem maior do trabalhador,e a saúde é a sua garantia.”

Partes correspondentes ao resumoPartes correspondentes ao resumoPartes correspondentes ao resumoPartes correspondentes ao resumoPartes correspondentes ao resumo:.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Idéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitidaIdéia básica transmitida: ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3.3.3.3.3. Chegou a sua vez de fazer o resumo de um texto. Você resumirá um textoextraído de um Manual de Instruções para uso de televisores. Para isso, sigaos seguintes passos:

l Leia o texto com atenção. (Se nele houver alguma palavra que você nãoconhece, procure-a no dicionário.)

l Despreze os detalhes e sublinhe apenas o essencial, as idéias básicas do texto.(Se algum detalhe for necessário à compreensão do texto, mantenha-o. Emalguns textos, as indicações de tempo e lugar são fundamentais, noutros não.Fique atento.)

l Reescreva o texto evitando copiar trechos. Faça o seu próprio texto.

RECOMENDAÇÕESRECOMENDAÇÕESRECOMENDAÇÕESRECOMENDAÇÕESRECOMENDAÇÕES IMPORTANTESIMPORTANTESIMPORTANTESIMPORTANTESIMPORTANTES

Este televisor foi projetado e produzido dentro das mais rigorosasnormas internacionais de segurança.

Para usufruir melhor essa segurança e obter o melhor funcionamentodo aparelho, siga atentamente estas recomendações:l Seu televisor necessita de ventilação. Ao colocá-lo numa estante ou

próximo à parede, deixe uma distância de 5 cm à sua volta. Não coloqueobjetos decorativos ou toalhinhas em cima dele. As ranhuras são paraventilação e devem ficar sempre livres.

l Quando se ausentar por tempo prolongado, desligue o televisor com atecla liga/desliga do aparelho. Em caso de viagem, desligue também aantena e o plugue da tomada da parede.

l Durante temporais, também é aconselhável desligar a antena e o plugueda tomada da parede. Isso protege o aparelho contra eventuais descargaselétricas.

l Não deixe cair nenhum objeto ou substância líquida dentro do aparelho.Isso pode causar danos irreparáveis.

l Nunca abra a tampa traseira de seu aparelho. Isso deve ser feito somentepor técnicos ou oficinas autorizadas.

l Toda vez que for necessária a troca de peças do seu televisor, principalmen-te os fusíveis, só utilize peças de mesma especificação e qualidade, iguais àsoriginais. Para se assegurar disso, use a Rede de Assistência Técnica.

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49A U L AContinue o resumo abaixo:

Siga estas recomendações e seu aparelho obterá a garantia das normas desegurança: garanta a ventilação necessária ao televisor deixando uma distânciade 5 cm ao seu redor e deixando suas ranhuras livres.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Agora é o momento de criar. Neste trabalho de redação, você fará o contráriodo que fez na Reescritura. Um pequeno texto será apresentado e você deveráenriquecê-lo com detalhes. Mantenha a idéia básica e acrescente ao textodiálogos e descrições. Leia atentamente o texto, discuta com os amigos e entãoescreva.

O ambiente de trabalho é muito quente e extenuante em conseqüência devapores. Muitas mulheres se sentiram mal, e isso acontece tanto no verão comono inverno, por causa da umidade excessiva. No setor de tinturaria, as máquinasdesprendem nuvens de vapor cada vez que são abertas. A direção não adotoumedidas adequadas, melhor, não quer instalar um dispositivo de arejamentopara não estragar - assim afirma - a produção.

Fonte: A saúde nas fábricasA saúde nas fábricasA saúde nas fábricasA saúde nas fábricasA saúde nas fábricas. Giovani Berlinguer. São Paulo, CEBES-HUCITEC,1983, pág. 93.

Continue seu texto após a sugestão inicial. Se quiser começar de outro modo,pode tentar.

Era inverno. A primeira providência que todos os trabalhadores tomavam, aochegar à fábrica, era tirar o agasalho. Algumas mulheres sentiam necessidade de tiraraté as meias, tamanho era o calor que sentiam.

- Isso aqui deve ser mais quente que o inferno - reclamou Joana, a que se sentiamais incomodada com o excesso de vapores no ambiente de trabalho.

Ali no setor de tinturaria, havia mulheres que, embora nunca reclamassem,viviam desmaiando em decorrência da umidade excessiva e sendo levadas ao pronto-socorro.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Redaçãono ar

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49A U L A Fazendo consultasFazendo consultasFazendo consultasFazendo consultasFazendo consultas chega ao fim. Nas duas últimas aulas, por meio de um

flagrante, você acompanhou um drama na vida de um trabalhador. Aquela sériede episódios complicados poderia ter sido evitada se o escriturário não entrasseem pânico diante de uma dificuldade.

Consultar fontes de informação é um dos primeiros passos diante de umadúvida. As listas telefônicas, os arquivos de uma empresa, os dicionários, asenciclopédias, os manuais de instrução, os mapas, os guias turísticos, as bulas,estão sempre à nossa disposição. Consultar é um hábito que nos leva a evitarenganos e a ganhar tempo.

Há fontes que, pelo volume de informação que trazem, são de consulta maiscomplicada. Nesses casos, quando surge uma dificuldade devemos observar aforma correta de utilizar essa fonte. Parece complicado, mas não é.

Josué poderia ter obtido respostas para suas dúvidas na própria listatelefônica que tinha em mãos. Você comprovou isso pelas informações apresen-tadas na Aula 47. Por isso, fique sempre atento às respostas que estão prontas,que estão à sua volta.

Silêncio

&

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50A U L A

Voz forte e microfone na mão, Jorge, o líder dogrupo, dá os últimos comunicados aos colegas reunidos no pátio da empresa:

- Companheiros! Depois de trinta dias de paralisação, de muita angústia einsegurança, podemos considerar resolvida nossa situação. O sindicato conseguiuum acordo com os patrões. É um acordo diferente de tudo que já vimos, mas vai trazergrandes vantagens. O dr. Hugo, nosso patrão, que está aqui ao meu lado, vai explicartudinho pra vocês.

Assim que o dr. Hugo pega o microfone, os trabalhadores entoam uma vaia, o queo deixa assustado e constrangido. Em vão, Jorge gesticula pedindo mais calma aoscompanheiros. Resolve então explicar:

- Companheiros, por favor, mantenham a calma. Vocês sabem que a Compa-nhia Têxtil Santa Gertrudes entrou em concordata e que a situação é delicada. Nossossalários e nossos empregos estão em jogo, portanto é preciso calma! A proposta dopatrão, apoiada pelo sindicato, é de assinarmos um contrato coletivo de trabalho.

Um burburinho toma conta da multidão. Jorge sua sem parar e tenta controlara situação:

- Dr. Hugo está aqui para esclarecer o que é esse contrato coletivo de trabalho.Tenham paciência e ouçam o que ele vai dizer.

Dr. Hugo pega o microfone e, após uma breve apresentação, explica a seusempregados o que é um “contrato coletivo de trabalho”: os trabalhadores serãocontratados como um grupo, com correção salarial, piso e benefícios pré- determina-dos. Terão direito de eleger representantes junto ao Conselho Diretor da empresa, queserão eleitos pelas comissões de fábrica.

Quando dr. Hugo termina sua fala, os aplausos e as vaias se misturam e Jorgeentra em cena outra vez. O ponto mais delicado de todos era esse: como seria feito ocontrato?

- Companheiros! A idéia é a seguinte: para termos direito à participação nacompanhia, nós, os trabalhadores, vamos comprar uma parte das ações. Para realizara compra das ações, vamos usar o Fundo de Pensão do sindicato.

Protestos generalizados. Jorge retoma a palavra:- Calma, companheiros. A decisão vai ser tomada democraticamente! Mas esta

é a melhor solução para todos. Não nos interessa que a fábrica feche e nos deixe semtrabalho. Além disso, comprando parte das ações, teremos direito à participação nagestão da companhia.

Uma grande agitação toma conta da assembléia, os ânimos estão exaltados. Aspessoas discutem, se posicionam. Alguns ainda nem entenderam direito a

Cenatexto

50A U L A

M Ó D U L O 16Assino ounão assino?

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50A U L A proposta, querem mais informações para saber se concordam ou não. Nesse

momento, Reinaldo, o vice-presidente do sindicato dos trabalhadores, toma apalavra:

- Companheiros! Atenção pro que vou dizer. Cuidado com a enrolação. Não sedeixem levar pelas palavras do companheiro Jorge e do patrão. Desconfiem! O patrãoprocura defender seus próprios interesses e já conseguiu convencer boa parte do nossosindicato. É preciso pensar muitas vezes, antes de concordar em lançar mão dodinheiro do nosso fundo.

Tumulto. Palavras de ordem e gritaria geral. Reinaldo se exalta:- Esse fundo, companheiros, tem sido nosso apoio e a nossa segurança desde que

foi criado, há cinqüenta anos. Eu não teria coragem de acabar com isso de um dia parao outro, mesmo para salvar a empresa onde a gente trabalha.

Os trabalhadores se inquietam.Uns aplaudem, outros vaiam. Jorge intervém:- Nosso companheiro Reinaldo está certo! É preciso muita coragem para tomar

uma decisão dessas. Pois só com coragem seremos capazes de enfrentar o novo, e aproposta que fazemos representa o novo. Não tenham medo, companheiros.

Grande parte dos operários começa a aplaudir. Jorge, emocionado, enxuga o suordo rosto. Reinaldo, nervoso, empurra Jorge e pega o microfone:

- Companheiros! Pensem, reflitam! A situação do patrão é muito confortável.Quando a fábrica ia bem, só dando lucros, ninguém pensou nos trabalhadores,ninguém solicitou nossa participação. Agora que a situação está periclitante, oscapitalistas vêm atrás da nossa ajuda. Se a fábrica está nessa situação, não é nossaculpa. Eles que achem outra solução.

Depois dessa fala, o tumulto ficou ainda maior. As opiniões variavam de cabeçapara cabeça. O que parecia claro ficou confuso. É aí que Jorge levanta e propõe:

- Vamos encaminhar a votação.

Aí a coisa começa a pegar fogo. Mas uma decisão deve ser tomada. Você jáformou sua opinião? Como argumentaria?

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50A U L ADicionárioNa Cenatexto de hoje encontramos muitas expressões conhecidas e bastante

usadas em situações como as que acabamos de ver. Vamos ver algumas delas.

1.1.1.1.1. Aqueles que já participaram de uma assembléiaassembléiaassembléiaassembléiaassembléia, conhecem essa palavra.Mesmo assim, vale a pena verificar seu sentido no dicionário:

assembléia.assembléia.assembléia.assembléia.assembléia. [do fr. assemblée] S. f. 1.1.1.1.1. Reunião de numerosas pessoaspara determinado fim. 2.2.2.2.2. Sociedade, corporação. 3.3.3.3.3. Congresso.

Crie uma frase utilizando a palavra assembléiaassembléiaassembléiaassembléiaassembléia em cada um desses signifi-cados e indique o sentido em que ela aparece na Cenatexto:a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................

2.2.2.2.2. Quando o dr. Hugo começou a falar, os trabalhadores “entoaram uma“entoaram uma“entoaram uma“entoaram uma“entoaram umavaia”vaia”vaia”vaia”vaia”. Provavelmente você já conhece o sentido da palavra vaiavaiavaiavaiavaia. Veja agorao sentido do verbo entoarentoarentoarentoarentoar:

entoar.entoar.entoar.entoar.entoar. V. t. d. 1.1.1.1.1. Fazer soar; fazer ouvir, cantando. 2.2.2.2.2. Começar, princi-piar, iniciar (um canto). 3.3.3.3.3. Dar o tom para se cantar ou tocar instrumento.4.4.4.4.4. Pôr no tom. 5.5.5.5.5. Proferir, enunciar. 6.6.6.6.6. Dar direção a; dirigir, encaminhar.

a) a) a) a) a) Na Cenatexto entoarentoarentoarentoarentoar foi usado no sentido 22222. Tente descrever com suaspróprias palavras o que ocorreu..............................................................................................................................

3.3.3.3.3. A certa altura da Cenatexto, ficamos sabendo que “““““ um burburinho tomaum burburinho tomaum burburinho tomaum burburinho tomaum burburinho tomaconta da multidão”conta da multidão”conta da multidão”conta da multidão”conta da multidão”. É fácil perceber o que significa burburinhoburburinhoburburinhoburburinhoburburinho, mas, paraevitar dúvidas, consultamos o dicionário:

burburinho.burburinho.burburinho.burburinho.burburinho. [Voc. onom.] S. m. 1.1.1.1.1. Som confuso e prolongado de muitasvozes; rumorejo, bulício.

A abreviação [Voc. onom.] [Voc. onom.] [Voc. onom.] [Voc. onom.] [Voc. onom.] quer dizer vocábulo onomatopéico.OnomatopéiaOnomatopéiaOnomatopéiaOnomatopéiaOnomatopéia ou vocábulo onomatopéicovocábulo onomatopéicovocábulo onomatopéicovocábulo onomatopéicovocábulo onomatopéico é uma palavra cuja pronún-cia imita o som natural da coisa significada, como sussurro, cicio e muitasoutras. Assim, explique como deve ter sido o “burburinho que tomavaconta da multidão”.

4.4.4.4.4. A Cia.Têxtil Sta. Gertrudes está em dificuldades financeiras. Segundo ainformação de Jorge, a empresa “entrou em concordata”“entrou em concordata”“entrou em concordata”“entrou em concordata”“entrou em concordata”. A palavraconcordataconcordataconcordataconcordataconcordata possui três sentidos, veja:

concordata.concordata.concordata.concordata.concordata. [do it. concordato] S. f. 1.1.1.1.1. Convenção entre o Estado e a Igrejaacerca de assuntos religiosos de uma nação. 2.2.2.2.2. Benefício concedido porlei ao negociante insolvente e de boa-fé para evitar ou suspender adeclaração de sua falência, ficando ele obrigado a liquidar suas dívidassegundo for estipulado pela sentença que concede o benefício. 3.3.3.3.3. Nal-guns países, acordo entre o comerciante insolvente e os seus credores,para os mesmos fins.

Qual dos três sentidos apontados pelo dicionário é o mais adequado àsituação da Cia.Têxtil Sta. Gertrudes?..................................................................................................................................

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50A U L A 5.5.5.5.5. Em seu discurso, Reinaldo usa a palavra capitalistacapitalistacapitalistacapitalistacapitalista. Nesse caso, ela foi

empregada como substantivo, referindo-se aos donos do capital, ou seja, aosdonos da fábrica. Procure-a no dicionário e explique o sentido em que foiusada na Cenatexto...................................................................................................................................

6.6.6.6.6. Reinaldo disse que a situação estava periclitantepericlitantepericlitantepericlitantepericlitante. Indique o que essa pa-lavra significa e construa frases que exemplifiquem uma situação periclitante...................................................................................................................................

7.7.7.7.7. Observe que os verbetes apresentados pelo dicionário sempre trazem algu-ma informação gramatical. Por exemplo, informando se é um substantivo,um verbo, um adjetivo ou um pronome. Preste atenção às abreviaturas que,no dicionário, acompanham estes verbos da Cenatexto:

suar.suar.suar.suar.suar. V. int. 1.1.1.1.1. Deitar suor pelos poros; transpirar. 2.2.2.2.2. Verter umidade; ressumar.assinar.assinar.assinar.assinar.assinar. V. t. d. 1.1.1.1.1. Firmar com seu nome ou sinal (carta, documento, obraetc.); firmar. 2.2.2.2.2. Firmar em carta,documento etc. (o nome); assinar-se. 3.3.3.3.3. Marcar com sinal; pôr sinal em; assinalar.discordar.discordar.discordar.discordar.discordar. V. int. 1.1.1.1.1. Não concordar; estar em desarmonia; ser incompa-tível; divergir. V. t. i. 2.2.2.2.2. Não concordar; divergir, discrepar.dar.dar.dar.dar.dar. V. t. d. e i. 1.1.1.1.1. Fazer doação de; presentear, ceder, doar. 2.2.2.2.2. Oferecer, conceder.

O verbo suarsuarsuarsuarsuar é apresentado como um verbo intransitivo verbo intransitivo verbo intransitivo verbo intransitivo verbo intransitivo (V(V(V(V(V. int.). int.). int.). int.). int.), ou seja,um verbo que não tem objetonão tem objetonão tem objetonão tem objetonão tem objeto. Ele é completo. Observe esta frase da Cenatexto:

“Jorge sua sem parar e tenta controlar a situação.”Há muitos verbos intransitivos, como: rir, brincar, cair, correr, andarrir, brincar, cair, correr, andarrir, brincar, cair, correr, andarrir, brincar, cair, correr, andarrir, brincar, cair, correr, andar.

a) a) a) a) a) Procure na Cenatexto outros verbos intransitivos: ..................................................................................................................................................................

O verbo assinar assinar assinar assinar assinar é apresentado como verbo transitivo diretoverbo transitivo diretoverbo transitivo diretoverbo transitivo diretoverbo transitivo direto (V. t. d.)(V. t. d.)(V. t. d.)(V. t. d.)(V. t. d.). Isso querdizer que ele tem um objeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto direto. Na Cenatexto os trabalhadores estãodiscutindo se:

“assinam o contrato coletivo de trabalho.”

Neste caso, o objeto vem logo depois do verbo, sem preposição.

b)b)b)b)b) Procure na Cenatexto alguns exemplos de verbos transitivos diretos:.............................................................................................................................

No caso de discordardiscordardiscordardiscordardiscordar, temos um verbo transitivo indireto verbo transitivo indireto verbo transitivo indireto verbo transitivo indireto verbo transitivo indireto (((((V. t. i.)V. t. i.)V. t. i.)V. t. i.)V. t. i.). Querdizer que ele vem ligado ao seu objeto por meio de uma preposição (indireta-mente), como nesse exemplo da Cenatexto:

“Reinaldo discorda da opinião de Jorge.”

c)c)c)c)c) Procure na Cenatexto outros verbos transitivos indiretos:.............................................................................................................................

Finalmente, temos o verbo dar, dar, dar, dar, dar, um verbo transitivo direto e indireto verbo transitivo direto e indireto verbo transitivo direto e indireto verbo transitivo direto e indireto verbo transitivo direto e indireto (V. t.(V. t.(V. t.(V. t.(V. t.d. e i.)d. e i.)d. e i.)d. e i.)d. e i.), ou seja, um verbo com dois objetos (um direto e outro indireto). Veja oprimeiro parágrafo da Cenatexto:

(...) “Jorge, o líder do grupo, dá os últimos comunicados aos colegas reunidos (...)”

d)d)d)d)d) Procure na Cenatexto mais alguns verbos transitivos diretos e indiretos:.............................................................................................................................

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50A U L A1.1.1.1.1. Dr. Hugo, um dos patrões, deu algumas explicações sobre o contrato coletivo

de trabalho. Quais eram os pontos centrais desse acordo?

2.2.2.2.2. Reinaldo, o vice-presidente do sindicato, não pareceu favorável ao acordo.Como ele justifica sua posição?

3.3.3.3.3. Qual foi o argumento de Jorge para acalmar os trabalhadores durante aassembléia?

4.4.4.4.4. Jorge fez uso de uma palavra do discurso de Reinaldo e inverteu o argumen-to. Que palavra foi essa? Que inversão aconteceu?

Na Cenatexto de hoje acompanhamos uma assembléia de trabalhadores.Soubemos o que foi proposto por meio dos discursos inflamados de doispersonagens: Jorge e Reinaldo. Os dois argumentavamargumentavamargumentavamargumentavamargumentavam para defender suasidéias e, assim, convencer os trabalhadores. Baseando-se em argumentos prati-camente opostos, eles construíram o que chamamos de argumentaçãoargumentaçãoargumentaçãoargumentaçãoargumentação. Argu-mentar é apresentar informações, dados, elementos e idéias para convencer osoutros de nossa posição. É levar os outros a concordarem conosco. O objetivo daargumentação é convencerconvencerconvencerconvencerconvencer.

Agora que que você sabe o que é argumentar, reescreva somente os argu-argu-argu-argu-argu-mentosmentosmentosmentosmentos apresentados pelos diferentes personagens da Cenatexto. Inicialmente,você apresenta os argumentos de Jorge e, depois, os argumentos de Reinaldo.Para isso, separe as falas de cada um e organize-as num pequeno texto. Vocêpode utilizar a forma de diálogo, colocando a opinião de Jorge e a de Reinaldoem contraposição. Veja o início e prossiga:

JorgeJorgeJorgeJorgeJorge: Companheiros, o sindicato fez um acordo com os patrões.ReinaldoReinaldoReinaldoReinaldoReinaldo: Isso não é verdade. O sindicato está dividido. Nem todos concordam.JorgeJorgeJorgeJorgeJorge: A maioria aprova, por isso o acordo existe e é válido. E ele traz uma porção

de vantagens.ReinaldoReinaldoReinaldoReinaldoReinaldo: Atenção, pessoal! Esse acordo não traz nenhuma vantagem.JorgeJorgeJorgeJorgeJorge: Traz muitas vantagens. O acordo prevê ...................................................

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Um dos melhores livros de nossa literatura é o conhecido Macunaíma - o heróiMacunaíma - o heróiMacunaíma - o heróiMacunaíma - o heróiMacunaíma - o heróisem nehum carátersem nehum carátersem nehum carátersem nehum carátersem nehum caráter, escrito por Mário de Andrade, destacado autor do Modernismobrasileiro. O livro foi publicado pela primeira vez em 1928 numa tiragem pequena,mas a procura foi tão grande que não parou mais de ser editado. Já virou até filme.MMMMMacunaímaacunaímaacunaímaacunaímaacunaíma é uma história, uma lenda, um conto popular, um retrato da vidanacional, uma caricatura, um protesto... É uma obra de difícil definição quanto aogênero. Com essa obra, o paulista Mário de Andrade deu um grande impulso aoModernismo como movimento literário, enquanto a Literatura Brasileira assumianovos rumos. Hoje você vai conhecer um pouco desse livro e de sua linguagem.Preste atenção à maneira de Mário de Andrade narrar e à linguagem usada. Há umaconstante tentativa de introduzir as formas coloquiais da fala na linguagem literária.Fique agora com as primeiras páginas dessa grande obra.

Entendimento

Saideira

Reescritura

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50A U L A I.I.I.I.I. MacunaímaMacunaímaMacunaímaMacunaímaMacunaíma

No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era pretoretinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grandeescutando o murmurejo do Uricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia.Essa criança é que chamaram de Macunaíma.

Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos nãofalando. Si o incitavam a falar exclamava:

- Ai! que preguiça!...e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba,

espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanapejá velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça desaúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava paraganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar banho no rio, todosjuntos e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavamgritos gozados por causa dos guaiamuns diz-que habitando a água-doce por lá. Nomucambo si alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha, Macunaímapunha as mãos nas graças dela, cunhatã se afastava. Nos machos guspia na cara.Porém respeitava os velhos e freqüentava com aplicação a murua e a poracê o torê obacorocô a cucuicogue, todas esas danças religiosas da tribo.

Quando era pra dormir trepava no macuru pequeninho sempre se esquecendo demijar. Como a rede da mãe estava por debaixo do berço, o herói mijava quente navelha, espantando os mosquitos bem. Então adormecia sonhando palavras feias,imoralidades estrambólicas e dava patadas no ar.

Nas conversas das mulheres no pino do dia o assunto eram sempre as peraltagensdo herói. As mulheres se riam muito simpatizadas, falando em “espinho que pinica,de pequeno já traz ponta”, e numa pajelança Rei Nagô fez um discurso e avisou queo herói era inteligente.

Nem bem teve seis anos deram água num chocalho pra ele e Macunaímaprincipiou falando com todos. E pediu pra mãe que largasse da mandioca ralando nacevadeira e levasse ele passear no mato. A mãe não quis porque não podia largar damandioca não. Macunaíma choramingou dia inteiro. De-noite continuou chorando.No outro dia esperou com o olho esquerdo dormindo que a mãe principiasse otrabalho. Então pediu para ela que largasse de tecer o paneiro de guaraná-membecae levasse ele no mato passear. A mãe não quis porque não podia largar o paneiro não.E pediu pra nora, companheira de jiguê que levasse o menino. A companheira de Jiguêera bem moça e se chamava Sofará. Foi se aproximando ressabiada porém desta vezMacunaíma ficou bem quieto sem botar a mão na graça de ninguém. A moça carregouo piá nas costas e foi até o pé de aninga na beira do rio. A água parara pra inventarum ponteio de gozo nas folhas do javari. O longe estava bonito com muitos biguás ebiguatingas voando na entrada do furo. A moça botou o menino na praia porém eleprincipiou choramingando, que tinha muita formiga!... e pediu pra Sofará que olevasse até o derrame do morro lá dentro do mato, a moça fez. Mas assim que deitouo curumim nas tiriricas, trajás e trapoerabas da serrapilheira, ele botou corpo numátimo e ficou um príncipe lindo. Andaram por lá muito.

Fonte: Macunaíma - o herói sem nenhum caráter.Macunaíma - o herói sem nenhum caráter.Macunaíma - o herói sem nenhum caráter.Macunaíma - o herói sem nenhum caráter.Macunaíma - o herói sem nenhum caráter. Mário de Andrade. Edição crítica deTelê Porto Ancona Lopez. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos / São Paulo,Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, 1978, págs. 7-8.

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Na aula anterior, os trabalhadores da SantaGertrudes estavam reunidos para tomar algumas decisões. A questão principalera a compra das ações da empresa usando o Fundo de Pensão dos trabalhadoresque viessem a assinar o contrato coletivo de trabalho. Acompanhe, agora, maisum capítulo dessa história.

No dia da assembléia, a decisão estava difícil, mas acabou saindo. Foi aprovadoo contrato coletivo e formada uma comissão para decidir os detalhes finais. Ficouresolvido que cada seção da fábrica seria representada por um funcionário. E um delesseria escolhido como representante dos trabalhadores no momento de assinar ocontrato coletivo.

Chico fora escolhido para representar a Seção de Estoques. Logo ele que sempredizia não gostar de se meter em política. No fundo, tinha medo de se envolver comessas reivindicações e acabar sendo demitido. Trabalhava na Santa Gertrudes há trêsanos e nunca tivera motivos para reclamar do emprego.

O coordenador da sessão dos trabalhos, José Bonifácio, abriu a reunião:- Boa tarde a todos. Como é do conhecimento de vocês, nós hoje estamos aqui

para escolher um representante, que irá defender nossos interesses nas questõespolíticas e administrativas da Santa Gertrudes.

Chico pediu a palavra:- Não sei a situação dos companheiros, mas eu estou cheio de dúvidas sobre o

contrato coletivo. Acho que a questão ainda não é escolher o representante, e simentender direitinho esse contrato. Eu mesmo não sei se assinaria. Alguém podiaexplicar melhor isso pra gente?

- Não tem mistério, Chico. É aquilo mesmo que o Jorge falou na assembléia. Nósseremos contratados como um grupo, com piso, benefícios, tudo garantido. Não temenrolação nem letrinha pequena no contrato. Mesmo porque nesse caso quem támetido no meio é a Justiça do Trabalho.

- E como é que vai ficar minha Carteira de Trabalho? E a Previdência?- Calma, Chico, eu vou explicar tudinho pra vocês, tintim por tintim. Mas

primeiro vamos resolver a questão do representante. Quem se candidata? - pergun-tou José Bonifácio.

- Olha, Zé, eu não acho certo a gente votar ou escolher representante sem teras informações que eu acabei de te pedir. Alguém pode se candidatar, ou votar, semsaber direito no que está se metendo? E esse negócio da cessão de parte do Fundo dePensão? - retrucou Chico.

Cenatexto

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M Ó D U L O 16Assino ounão assino?

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51A U L A - Peraí, homem. Nada de voltar pra trás. O que tinha de ser decidido já foi

decidido na Assembléia de ontem, Chico. O contrato coletivo será assinado e nósvamos comprar parte das ações da companhia. Agora é a hora de escolher o represen-tante - disse Gilberto. - Além disso, não se trata de uma cessão do Fundo, e sim deuma compra de ações da empresa.

- Eu acho que o Chico tem razão. Por que você não esclarece pra gente essascoisas de uma vez? - perguntou Ramiro.

- Isso não vai mudar nada - falou Juarez.- Claro que vai! - interferiu Marisa - Pelo menos dentro da cabeça da gente as

coisas vão mudar. Além disso, a assembléia de ontem decidiu que haveria contrato,mas não se sabe a forma desse contrato. Eu já estou até ficando grilada com essemistério todo!

- Mas a assembléia delegou todo o poder de decisão para essa comissão.O que foi decidido? Escolhe-se ou não o representante dos trabalhadores?- Eu tenho uma sugestão - disse Chico. - Alguém se encarrega de trazer a

versão do contrato para a gente analisar. Certo?E assim, com essa nova decisão, foi marcada outra reunião para o dia seguinte,

quando seria analisada a minuta do contrato.

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51A U L ADicionárioVocê viu que cada seçãoseçãoseçãoseçãoseção da fábrica seria representada por um trabalhador.

Também observou que havia uma sessão sessão sessão sessão sessão de trabalho. Por fim, viu que Chicofalou em cessãocessãocessãocessãocessão do Fundo de Pensão. E agora? Como distinguir essas trêspalavras? Vamos ao dicionário:

seçãoseçãoseçãoseçãoseção..... [Var. de secção < lat. sectione.] S. f. 1.1.1.1.1. Ato ou efeito de secionar(-se).2.2.2.2.2. Parte de um todo; segmento. 3.3.3.3.3. Linha ou superfície divisória. 4.4.4.4.4. Divisãoou subdivisão de obra, tratado, estudo. 5.5.5.5.5. Cada uma das divisões ousubdivisões de uma repartição pública ou de um estabelecimento qualquer,correspondente a serviço ou assunto determinado; setor. 6.6.6.6.6. O conjunto dosbalcões duma loja comercial que vendem um mesmo tipo de mercadoria.sessãosessãosessãosessãosessão..... [do lat. sessione, ‘ato de assentar-se’] S. f. 1.1.1.1.1. Espaço de tempo quedura a reunião de um corpo deliberativo, consultivo etc. 2.2.2.2.2. Espaço detempo durante o qual funciona um congresso, uma junta etc. 3.3.3.3.3. Espaçode tempo durante o qual se realiza um trabalho ou parte dele. 4.4.4.4.4. Bras.Nos teatros e cinemas em que se leva o programa diversas vezes ao dia,cada um desses espetáculos.cessãocessãocessãocessãocessão..... [do lat. cessione] S. f. 1.1.1.1.1. Ato de ceder.cedercedercedercederceder..... [do lat. cedere] V. t. d. e i. 1.1.1.1.1. Transferir (a outrem) direitos, posseou propriedade de alguma coisa.

Verifique o sentido com que essas palavras foram usadas na Cenatexto:

l (...) “cada seçãoseçãoseçãoseçãoseção da fábrica seria representada por um funcionário.”SeçãoSeçãoSeçãoSeçãoSeção quer dizer repartição, setor. São os sentidos 55555 e 66666 do verbete. Assim,teríamos a Seção de Pessoal, a Seção de Produção, a Seção de Vendas etc.

l “O coordenador da sessãosessãosessãosessãosessão dos trabalhos, José Bonifácio, abriu a reunião.”Aqui, estamos falando em sessão de trabalho. São os sentidos 11111 e 33333 do verbete.

l (...) “não se trata de uma cessão do Fundo, e sim de uma compra de ações da empresa.”Como podemos verificar no verbete cedercedercedercederceder, Gilberto tinha razão, pois setratava de uma compra de ações, e não de um ato de renúncia ou de simplesentrega da verba do Fundo de Pensão.

1.1.1.1.1. Com o auxílio do dicionário, dê o sentido das palavras destacadas:a) a) a) a) a) “No fundo, tinha medo de se envolver com essas reivindicaçõesreivindicaçõesreivindicaçõesreivindicaçõesreivindicações e aca-

bar sendo demitido.”.............................................................................................................................

b) b) b) b) b) “Não tem enrolaçãoenrolaçãoenrolaçãoenrolaçãoenrolação nem letrinha pequena no contrato.”.............................................................................................................................

c) c) c) c) c) “Eu já estou até ficando griladagriladagriladagriladagrilada com esse mistério todo!”.............................................................................................................................

d) d) d) d) d) “ - Mas a assembléia delegoudelegoudelegoudelegoudelegou todo o poder de decisão para essa comissão.”.............................................................................................................................

e) e) e) e) e) (...) “quando seria analisada a minutaminutaminutaminutaminuta do contrato.”.............................................................................................................................

Na aula anterior, aprendemos que há verbos intransitivosverbos intransitivosverbos intransitivosverbos intransitivosverbos intransitivos ----- aqueles quenão exigem complemento, como é o caso do verbo suar - e os verbos transitivosverbos transitivosverbos transitivosverbos transitivosverbos transitivos- aqueles que exigem um complemento. Os verbos transitivos podem ser diretosdiretosdiretosdiretosdiretosou indiretosindiretosindiretosindiretosindiretos. No primeiro caso, pedem como complemento um objeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto direto,como o verbo assinar. No segundo caso, um objeto indiretoobjeto indiretoobjeto indiretoobjeto indiretoobjeto indireto, ou seja, umcomplemento que exige uma preposição diante de si, como o verbo gostar. Oscomplementos verbaiscomplementos verbaiscomplementos verbaiscomplementos verbaiscomplementos verbais, como o nome diz, completam o sentido dos verbostransitivos. Veja o seguinte parágrafo da Cenatexto.

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51A U L A “Chico fora escolhido para representar a Seção de Estoques. Logo ele que sempre

dizia não gostar de se metergostar de se metergostar de se metergostar de se metergostar de se meter em políticaem políticaem políticaem políticaem política. No fundo, , , , , tinha medo de se envolver com envolver com envolver com envolver com envolver comessas reivindicaçõesessas reivindicaçõesessas reivindicaçõesessas reivindicaçõesessas reivindicações e acabar sendo demitido. Trabalhava na Santa Gertrudes Trabalhava na Santa Gertrudes Trabalhava na Santa Gertrudes Trabalhava na Santa Gertrudes Trabalhava na Santa Gertrudeshá três anos e nunca tivera motivos para reclamar do emprego reclamar do emprego reclamar do emprego reclamar do emprego reclamar do emprego.”

As partes destacadas são verbos acompanhados de seus complementos.Observe que todos são verbos transitivos indiretosverbos transitivos indiretosverbos transitivos indiretosverbos transitivos indiretosverbos transitivos indiretos, pois seus complementossão antecedidos de preposição:

l gostar dedededede...l se meter ememememem...l se envolver comcomcomcomcom...l trabalhar em em em em em...l reclamar de de de de de...

2.2.2.2.2. Agora é sua vez de procurar na Cenatexto mais verbos transitivos indiretosverbos transitivos indiretosverbos transitivos indiretosverbos transitivos indiretosverbos transitivos indiretoscom suas respectivas preposiçõespreposiçõespreposiçõespreposiçõespreposições. Lembre-se de que o dicionário sempreinforma sobre o tipo de complemento exigido pelo verbo.....................................................................................................................................................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Explique por que Chico não gostava de se meter em política. Em seguida,diga se você concorda ou não com ele e por quê.

2.2.2.2.2. Qual era o objetivo da reunião realizada pelos trabalhadores?

3.3.3.3.3. Aponte a pergunta de Chico que demonstra seu receio de perder direitosconquistados.

4.4.4.4.4. Que atitude do coordenador José Bonifácio fez Chico discordar da formacomo a reunião estava sendo conduzida?

5.5.5.5.5. Por que Marisa ficou grilada com a falta de explicações a respeito docontrato?

6.6.6.6.6. O que José Bonifácio quis dizer ao lembrar que a Justiça do Trabalho estariaenvolvida no contrato?

7.7.7.7.7. O que José Bonifácio quis dizer ao ressaltar que a assembléia delegou todoo poder de decisão àquela comissão?

Chico não gosta de se envolver em política e, no entanto, foi escolhido peloscompanheiros para representar sua seção. Pense, discuta e responda:

1.1.1.1.1. Uma pessoa que “não gosta de política” faria tanta questão de estar beminformado sobre os acontecimentos que envolvem seu trabalho, suas conquistas?

2.2.2.2.2. Você acha bom ou ruim as pessoas se envolverem com a questão da políticade condução dos negócios de sua empresa? Até onde as pessoas devemenvolver-se? Ou devem ficar alheias a tudo o que diz respeito à política?

3.3.3.3.3. Você acha que o trabalhador deve participar de assembléias, reuniões,comissões e outros tipos de debate para decisão de tarefas, sugestões deprogramas etc.? Como deve ser essa participação?

Reflexão

&

Entendimento

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52A U L A

CenatextoNa aula passada, vimos que o grupo de re-presentantes das diversas seções da Companhia Têxtil Santa Gertrudes decidiuque, inicialmente, analisaria a minuta do contrato coletivo de trabalho e, depois,tomaria as decisões. Com esse objetivo foi convocada uma nova reunião dacomissão. Veja o final da história.

Chico é o primeiro a se manifestar. Ele quer saber como ficam os direitos dosempregados na nova situação da empresa. Tudo é tão novo no caso desse contrato.Bonifácio, o representante da empresa, tenta convencer os presentes de que a minutado contrato contempla todos os interesses e tenta explicar as dúvidas que aindarestam:

- A vantagem maior é política, Chico. Veja bem: todos os direitos e deveresprevistos por nosso vínculo empregatício com a Santa Gertrudes continuam vigoran-do. Jornada semanal de trabalho, função, qualificação, fundo de garantia, PrevidênciaSocial, férias, décimo terceiro, tudo isso continua como está. A diferença é que, como contrato coletivo, seremos tratados como um grupo, o patrão não poderá mais, emtermos trabalhistas, agir individualmente. Todas as questões serão tratadas com ogrupo.

- E a estabilidade, como fica?- Teremos mais estabilidade, mas o contrato prevê um controle para que não

ocorram abusos. O novo contrato vai reger a estabilidade, os adicionais, a produti-vidade.

- E a compra das ações? - pergunta Chico.- Bem, isso é outra coisa. Com a empresa em concordata, a solução que o

sindicato encontrou para evitar a falência e garantir nossos empregos foi a comprade parte das suas ações. Os patrões concordaram, e agora nós seremos também donosda empresa, teremos direito à participação nos seus lucros e na sua gestão. É aí quea gente vai poder atuar, Chico. Você, como um dos representantes dos trabalhadores,vai falar em nome deles no Conselho Diretor.

- E você acha que isso pode dar certo? - pergunta Chico.- Claro! Isso é uma conquista muito importante, Chico. Ao mesmo tempo que

nos dá mais poder, exige mais responsabilidade.- É, mas isso é uma novidade e a gente vai ter que adquirir experiência

- lembrou Ramiro. - Aliás, alguém aqui sabe me dizer se isso já tá valendo?- Pelo jeito, eu não sou o único que ainda tem dúvidas. Mas agora eu quero

mesmo é saber quem vai ser o representante da gente - indaga Chico.

52A U L A

M Ó D U L O 16Assino ounão assino?

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52A U L A A escolha foi rápida, pois vinha sendo definida há dias. O escolhido foi o próprio

Ramiro, que era um antigo membro da Diretoria do Sindicato e sujeito muitorespeitado por todos.

- Então eu vou assinar por todos nós? - pergunta Ramiro.Bonifácio explica que aquele seria o papel dele dali por diante. Não só assinar mas

representá-los em todos os casos previstos no contrato.

Uma das preocupações de Chico era a estabilidadeestabilidadeestabilidadeestabilidadeestabilidade no emprego. . . . . Veja comoo dicionário define esta palavra:

estabilidade.estabilidade.estabilidade.estabilidade.estabilidade. [do lat. stabilitate] S. f. 1.1.1.1.1. Qualidade de estável; firmeza,solidez, segurança. 2.2.2.2.2. Jur. Garantia, que o empregado adquire após dezanos de serviço na mesma empresa, de não ser despedido, exceto por faltagrave apurada mediante inquérito, no juízo trabalhista. 3.3.3.3.3. Regime válido,no Brasil, até o estabelecimento da lei que institui o Fundo de Garantia porTempo de Serviço e vigente para os que não optaram por essa lei.

1.1.1.1.1. Em qual dos sentidos acima a palavra estabilidadeestabilidadeestabilidadeestabilidadeestabilidade foi empregada naCenatexto?..................................................................................................................................

Chico tenta explicar que “a minuta do contrato contemplacontemplacontemplacontemplacontempla todos os interesses”.Sabendo que minutaminutaminutaminutaminuta é a primeira redação ou o rascunho de um documento,vejamos o que siginfica o verbo contemplarcontemplarcontemplarcontemplarcontemplar nesse contexto:

contemplar.contemplar.contemplar.contemplar.contemplar. [do lat. contemplare] V. t. d. 1.1.1.1.1. Olhar, observar, atentamen-te; considerar com admiração ou com amor. 2.2.2.2.2. Meditar, refletir, em.3.3.3.3.3. Considerar; levar em consideração. 4.4.4.4.4. Admirar, apreciar. V. t. d. e i.5. 5. 5. 5. 5. Dar ou conferir alguma coisa como prêmio ou prova de consideração.V. t. i. 6.6.6.6.6. Refletir, meditar.

Na Cenatexto, contemplarcontemplarcontemplarcontemplarcontemplar pode se encaixar no sentido 33333. A frase poderiaficar assim: “a minuta do contrato consideraconsideraconsideraconsideraconsidera todos os interesses”.

2.2.2.2.2. De acordo com os significados apresentados pelo dicionário, crie frases como verbo contemplarcontemplarcontemplarcontemplarcontemplar:....................................................................................................................................................................................................................................................................Observe a seguinte frase retirada da Cenatexto: “O novo contrato vai regerregerregerregerreger aestabilidade, os adicionais, a produtividade”.Veja a definição do verbo regerregerregerregerreger:

regerregerregerregerreger..... V.t. 1.1.1.1.1. Guiar; dirigir; governar; administrar. 2.2.2.2.2. Governar como rei;reinar. 3.3.3.3.3. Gram. Determinar a flexão de.

&

Dicionário

Page 61: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

52A U L APelo sentido 11111, a frase da Cenatexto ficaria assim:

“O novo contrato vai administrar a estabilidade, os adicionais, a produtividade.”

Pelo sentido 22222, poderíamos fazer uma frase assim:“D. Pedro II regia o Brasil com generosidade.”

O sentido 33333 é de natureza gramaticagramaticagramaticagramaticagramatical (Gram.) e merece uma explicação maisdetida. Na língua, as palavras se relacionam umas com as outras. Quando existedependência entre dois termos de uma frase, a relação entre eles é chamada deregênciaregênciaregênciaregênciaregência.

Por exemplo, quando um termo pede uma preposição, dizemos que ele regeregeregeregeregepreposiçãopreposiçãopreposiçãopreposiçãopreposição. O termo que rege outros termos é o termo regentetermo regentetermo regentetermo regentetermo regente. Quando o termoregente é um verbo, temos um caso de regência verbalregência verbalregência verbalregência verbalregência verbal. Mas, quando é osubstantivo que exige uma preposição, temos um caso de regência nominalregência nominalregência nominalregência nominalregência nominal.Veja estes casos: l “situação dadadadada empresa”

l “direitos dos dos dos dos dos empregados”l “participação nosnosnosnosnos lucros”

Nas duas últimas aulas, você viu que havia verbos intransitivosintransitivosintransitivosintransitivosintransitivos (que nãotêm complemento) e transitivostransitivostransitivostransitivostransitivos (que têm complemento). Você verá agora comoisso tem a ver com regência verbal.

Quando falamos ou escrevemos, utilizamos a regência verbal já consagrada pelouso, sem pensar muito na preposição que estamos empregando. Dizemos, por exemplo:

Preciso de de de de de um carro,

pois sabemos que o verbo precisarprecisarprecisarprecisarprecisar pede a preposição dedededede. Também falamos:

Quero um prato de de de de de comida.

e não: Quero de de de de de um prato de comida, pois sabemos que o verbo querer querer querer querer querer não exigepreposição.

No entanto, alguns verbos nos deixam em dúvida. Um exemplo é o verboobedecerobedecerobedecerobedecerobedecer, com o qual é muito comum encontrar frases como: Governo não obedeceacordo. Pela norma culta, no entanto, deveria ser:

Governo não obedece a a a a a acordo,

já que o verbo obedecer é transitivo indiretotransitivo indiretotransitivo indiretotransitivo indiretotransitivo indireto, isto é, exige a preposição aaaaa.

O mesmo se dá com o verbo assistirassistirassistirassistirassistir:assistir aassistir aassistir aassistir aassistir a significa ver, presenciar;assistirassistirassistirassistirassistir (sem a preposição aaaaa) significa ajudar, socorrer.

No entanto, ele tem sido usado, tanto na fala quanto na escrita, comotransitivo direto, independentemente do significado. Raramente ouvimos frasescom a regência correta:

Assisti aaaaa um bom filme ontem.

Embora na fala, às vezes, não façamos a regência correta, devemos ter apreocupação de respeitar a norma cultanorma cultanorma cultanorma cultanorma culta quando escrevemos. Por isso, quandovocê tiver alguma dúvida sobre a regência de um verbo, consulte uma boagramática ou o dicionário. No caso da fala, não é preciso ser tão rigoroso, pois oimportante é conseguir se comunicar.

De qualquer modo, é sempre útil conhecer a norma culta norma culta norma culta norma culta norma culta e saber como teracesso a ela, pois isso amplia nossa compreensão de mundo e garante a nossaparticipação.

Page 62: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

52A U L A As Cenatextos deste módulo trouxeram um tema bastante polêmico para

reflexão. Como ainda não temos bem definido como será o contrato coletivo decontrato coletivo decontrato coletivo decontrato coletivo decontrato coletivo detrabalhotrabalhotrabalhotrabalhotrabalho, você pode discutir e dar sua opinião sobre o assunto.

1.1.1.1.1. José Bonifácio diz que a vantagem maior do contrato coletivo de trabalho épolítica. Você concorda? Por quê? Não há nenhuma outra vantagem?

2.2.2.2.2. Pense em tudo o que ocorreu na Cia. Sta. Gertrudes. Se você fosse umempregado dessa companhia, concordaria com as propostas do sindicato?Escreva expondo sua posição.

3.3.3.3.3. O título deste módulo é Assino ou não assino?Assino ou não assino?Assino ou não assino?Assino ou não assino?Assino ou não assino?. Se tivesse de decidir eassinar um contrato coletivo de trabalho representando seus colegas, vocêassinaria ou não? O que você levaria em conta? Escreva sua posição e discutacom seus amigos.

Releia as Cenatextos deste módulo e tente refazer a história. Mas, atenção,muita coisa deve mudar. Veja a nova proposta para sua redação:

l O título vai mudar para: Isso eu não assino!Isso eu não assino!Isso eu não assino!Isso eu não assino!Isso eu não assino!l O sindicato deverá estar dividido em relação ao contrato coletivo de trabalho.l A assembléia, depois de muita confusão e de opiniões desencontradas,

deverá optar pelo contrato coletivo.l Os patrões da Cia. Sta. Gertrudes só aceitarão o contrato se houver uma

compra de ações da empresa com o Fundo de Pensão dos trabalhadores.l O representante dos empregados não aceitará dizendo: “isso eu não assino!”.

Para tornar essa história emocionante, você pode introduzir novos perso-nagens, colocando opiniões contrárias e argumentando de todo jeito paraformar uma briga. Mas, também pode fazer o contrário, pois agora você é oautor da história.

Aqui vai uma sugestão para o início dessa nova versão da história. Vocêcontinua escrevendo ou, se preferir, começa tudo outra vez.

Isso eu não assino!Isso eu não assino!Isso eu não assino!Isso eu não assino!Isso eu não assino!

O sindicato dos trabalhadores da Companhia Têxtil Santa Gertrudes estádividido: metade é contra o contrato coletivo de trabalho e metade é a favor dele. Porisso, convocou uma assembléia dos trabalhadores para discutir e votar suas propos-tas. A assembléia também está dividida: há os contra e os a favor. Os ânimosesquentam. O líder da turma toma a palavra e começa sua fala:

- O negócio não é na porrada não, companheiros. Vamos com calma. Aqui o quevale é a defesa dos direitos. É a democracia... Tudo vai sair na votação.

Reflexão

Redaçãono ar

&

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52A U L APara concluir este módulo, nada melhor que Noel Rosa. Você se lembra

desta canção?

Três apitosTrês apitosTrês apitosTrês apitosTrês apitos

Quando o apitoda fábrica de tecidosvem ferir os meus ouvidoseu me lembro de você.Mas você andasem dúvida bem zangadaou está interessadaem fingir que não me vê.

Você que atende ao apitode uma chaminé de barropor que não atende ao gritotão aflitoda buzina do meu carro?

Você no invernosem meias vai pro trabalhonão faz fé com agasalhonem no frio você crê.

Fonte: História da música popular brasileiraHistória da música popular brasileiraHistória da música popular brasileiraHistória da música popular brasileiraHistória da música popular brasileira. Fascículo 1, Abril S/A Cultural eIndustrial, São Paulo,1970.

Noel Rosa, um dos nossos maiores compositores populares, nasceu em 1910no Rio de Janeiro, em Vila Isabel, e morreu em 1937.

Em sua curta vida, compôs um grande número de canções que marcaram amúsica popular brasileira, como essa, feita em 1933 e inspirada em Josefina, umaex-namorada que se tornara operária.

Talvez o maior talento de Noel tenha sido o de transformar com brilhantismoos acontecimentos do cotidiano em poesia. Muitas são as canções que provamisso: Último desejo, Conversa de botequim, Palpite infeliz, O orvalho vemÚltimo desejo, Conversa de botequim, Palpite infeliz, O orvalho vemÚltimo desejo, Conversa de botequim, Palpite infeliz, O orvalho vemÚltimo desejo, Conversa de botequim, Palpite infeliz, O orvalho vemÚltimo desejo, Conversa de botequim, Palpite infeliz, O orvalho vemcaindo, Quem ri melhor, Com que roupa?caindo, Quem ri melhor, Com que roupa?caindo, Quem ri melhor, Com que roupa?caindo, Quem ri melhor, Com que roupa?caindo, Quem ri melhor, Com que roupa?...

Saideira

Mas você é mesmoartigo que não se imitaquando a fábrica apitafaz reclame de você.

Nos meus olhos você lêcomo sofro cruelmentecom ciúme do gerenteimpertinenteque dá ordens a você.

Sou do serenopoeta muito soturnovou virar guarda-noturnoe você sabe por quemas você não sabeque enquanto você faz panofaço junto do pianoesses versos pra você.

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53A U L A

Cenatexto

53A U L A

M Ó D U L O 17

Mais movimento na fábrica Santa Gertrudes.Mas, o entra-e-sai de hoje não envolve apenas os funcionários, há também umimportante cliente metido na confusão. Acompanhe.

- Isso não vai ficar assim! - repetia enfaticamente o engenheiro da MatrexConstrutora.

- Vai ficar assim, sim. Aqui na Santa Gertrudes não é ir chegando e entrandonão. Aqui tem porteiro que segue ordens. Ou o senhor se identifica ou não deixoentrar - dizia com autoridade o porteiro.

- Não é possível que não haja uma solução para esse caso. Eu também, como você,estou tentando seguir as instruções que recebi: participar de uma reunião que começadaqui a pouco.

O bate-boca já começava a engrossar, atraindo a atenção de alguns curiosos.Dionísio, o porteiro, orgulhava-se da sua fama de durão. Era inflexível no cumpri-mento das determinações da empresa. Não gostava de contra-ordens. Vivia repetin-do: “São ordens”. Ninguém entrava sem identificação. Em vão, o outro explicava:

- Essa reunião já está agendada há mais de quinze dias. Pelo que me disseram,a urgência é de vocês. Ou será que não querem mais consertar o vazamento noAnexo II?

Siga asinstruções

Page 65: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

53A U L A- Não sei, meu senhor. Ninguém me falou dessa reunião nem me disseram para

permitir a entrada de estranhos.- Estranho? Eu sou o engenheiro da Matrex. Já estive aqui duas vezes e entrei

sem essa burocracia. O que aconteceu aqui?- Acontece que quem deixava qualquer um entrar já foi despedido justamente por

isso.- “Qualquer um?!” Por favor, deixemos de nhenhenhém. Use o telefone e diga

ao senhor Dilermando que eu, dr. Gaspar, estou aqui impedido de entrar.- Isso eu já fiz. Na sala dele, chama, chama e ninguém atende. Já liguei para todo

lado e ninguém sabe de nada.Desprovido de argumento, o engenheiro intimidou Dionísio:- Se o seu colega foi demitido por permitir que “qualquer um” entrasse aqui,

saiba que você será demitido por não deixar eueueueueu entrar. Isso não vai ficar assim!- Paciência! - disse o porteiro, num levantar de ombros.- Eu devia saber! Lidar com esse povo sem instrução é o fim da picada - disse dr.

Gaspar, saindo rapidamente.Dionísio, o porteiro durão, não se alterou. Não se dobrava diante de ninguém.

Cumpria ordens e não abria mão. Com certeza, esse caso ainda iria render. Aguarde!

&PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSA

Observe que dr. Gaspar e Dionísio têm opiniões divergentes diante domesmo fato. Com quem estará a razão?

Como será resolvida essa situação? Será que Dionísio não poderia dar umcrédito ao visitante que se identificava verbalmente mas não queria apresentar osdocumentos? Ou será que o visitante devia, sem nenhuma dúvida, apresentar osdocumentos? Afinal, essas eram as normas da empresa, que Dionísio estavaseguindo cegamente. Você acha que se pode fazer alguma exceção numa horadessas ou isso poderia pôr em risco até mesmo o emprego do porteiro?

Observe o comentário que acompanha a primeira fala do engenheiro daMatrex Construtora:

(...) “repetia enfaticamente enfaticamente enfaticamente enfaticamente enfaticamente o engenheiro da Matrex Construtora.”

O que é falar enfaticamenteenfaticamenteenfaticamenteenfaticamenteenfaticamente? Será que as frases abaixo dizem a mesma coisa?

l Com ênfaseênfaseênfaseênfaseênfase, o engenheiro da Matrex Construtora repetia a frase.l EnfatizandoEnfatizandoEnfatizandoEnfatizandoEnfatizando, o engenheiro da Matrex Construtora repetia a frase.l De modo enfáticoenfáticoenfáticoenfáticoenfático, o engenheiro da Matrex Construtora repetia a frase.

1.1.1.1.1. Consulte o dicionário e indique a que classe pertence cada uma das palavras(lembre-se de que essa informação vem logo após o verbete, de formaabreviada). Em seguida, escreva seu significado:

a)a)a)a)a) enfaticamente: ...................................................................................................b)b)b)b)b) ênfase: ................................................................................................................c)c)c)c)c) enfatizar: ............................................................................................................d)d)d)d)d) enfático: ..............................................................................................................

Dicionário

Page 66: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

53A U L A Observe a frase de Dionísio, respondendo ao engenheiro:

“ - Aqui tem porteiro que segue ordens.”

Agora, observe a resposta do engenheiro:“ - Eu também, como você, estou tentando seguir as instruçõesinstruçõesinstruçõesinstruçõesinstruções que recebi...”

Finalmente, veja a última fala do engenheiro:“ - Lidar com esse povo sem instrução instrução instrução instrução instrução é o fim da picada!”

Conforme o dicionário, veja quantos sentidos a palavra instruçãoinstruçãoinstruçãoinstruçãoinstrução pode ter:

instrução.instrução.instrução.instrução.instrução. [do lat. instructione] S. f. 1. 1. 1. 1. 1. Ato ou efeito de instruir (-se).2.2.2.2.2. Ensino. 3.3.3.3.3. Conhecimentos adquiridos, cultura, saber, erudição. 4. 4. 4. 4. 4. Expli-cação dada para um determinado fim. 5. 5. 5. 5. 5. Esclarecimento ou ordem dadaa pessoa encarregada de alguma negociação ou algum empreendimento.

2.2.2.2.2. Releia as frases acima e responda:

a)a)a)a)a) Na fala de Dionísio, há uma palavra que tem o mesmo significado deinstruçãoinstruçãoinstruçãoinstruçãoinstrução (da fala do engenheiro). Que palavra é essa?.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) De acordo com o dicionário, em que sentido essas duas palavras foramusadas?.............................................................................................................................

c)c)c)c)c) A palavra instruçãoinstruçãoinstruçãoinstruçãoinstrução foi usada com o mesmo sentido nas duas falasdo engenheiro? Se você acha que não, indique a diferença com base nodicionário..............................................................................................................................

3.3.3.3.3. Em um determinado momento, dr. Gaspar propõe “ deixemos denhenhenhémnhenhenhémnhenhenhémnhenhenhémnhenhenhém”.A palavra destacada veio da língua Tupi e é registrada no dicionário.Procure-a e, em seguida, substitua-a por outras com o mesmo significado:....................................................................................................................................................................................................................................................................

Vimos em várias aulas que podemos formar novas palavras, em Português,usando prefixos e sufixos. Essa maneira de formar palavras é chamada deprocesso deprocesso deprocesso deprocesso deprocesso de derivaçãoderivaçãoderivaçãoderivaçãoderivação porque derivamos (produzimos, construímos) umapalavra a partir de outra: da palavra fazer podemos chegar a desfazer; da palavratelefone chegamos à palavra telefonar e assim por diante.

Além do processo de derivação, há uma outra maneira de formar as palavras,pelo chamado processo deprocesso deprocesso deprocesso deprocesso de composiçãocomposiçãocomposiçãocomposiçãocomposição ----- em que formamos novas palavras naLíngua Portuguesa, a partir de duas ou mais palavras que se juntam para formaruma terceira. Na Cenatexto de hoje, temos vários desses casos. A palavra bate-bate-bate-bate-bate-bocabocabocabocaboca, por exemplo, foi formada pela união das palavras batebatebatebatebate e bocabocabocabocaboca e significadiscussão, debate, gritaria. Há outras expressões desse tipo, como bate-papobate-papobate-papobate-papobate-papo ebate-estacabate-estacabate-estacabate-estacabate-estaca.

Page 67: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

53A U L ANo processo de composição, podemos unir palavras de diferentes classes

gramaticais. Veja:

l substantivo + substantivo: porco-espinhoporco-espinhoporco-espinhoporco-espinhoporco-espinhol substantivo + preposição + substantivo: chapéu-de-solchapéu-de-solchapéu-de-solchapéu-de-solchapéu-de-soll substantivo + adjetivo: amor-perfeitoamor-perfeitoamor-perfeitoamor-perfeitoamor-perfeitol adjetivo + adjetivo: azul-marinhoazul-marinhoazul-marinhoazul-marinhoazul-marinhol numeral + substantivo: segunda-feira, terça-feirasegunda-feira, terça-feirasegunda-feira, terça-feirasegunda-feira, terça-feirasegunda-feira, terça-feiral verbo + substantivo: beija-flor, guarda-roupa, passatempobeija-flor, guarda-roupa, passatempobeija-flor, guarda-roupa, passatempobeija-flor, guarda-roupa, passatempobeija-flor, guarda-roupa, passatempol verbo + verbo: corre-corre, perde-ganha, vaivémcorre-corre, perde-ganha, vaivémcorre-corre, perde-ganha, vaivémcorre-corre, perde-ganha, vaivémcorre-corre, perde-ganha, vaivém

Assim, vimos que a composição é um dos métodos mais usados para aformação de novas palavras na Língua Portuguesa.

4.4.4.4.4. Procure, na Cenatexto, outra palavra formada pelo processo de composiçãoe dê sua significação..................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Dr. Gaspar disse que “não é possível que não haja uma solução para esse caso”.Qual seria a solução esperada pelo engenheiro?

2.2.2.2.2. Embora houvesse uma evidente divergência de posições entre o porteiro e oengenheiro, existia um ponto comum entre eles. Qual era esse ponto?

3.3.3.3.3. O engenheiro qualificou a discussão como nhenhenhémnhenhenhémnhenhenhémnhenhenhémnhenhenhém. O que ele estavaquerendo dizer com isso?

4.4.4.4.4. Retire da Cenatexto três argumentos usados pelo engenheiro, para conven-cer o porteiro a deixá-lo entrar.

5.5.5.5.5. Explique o que o engenheiro estava querendo dizer com a oposição entrequalquer umqualquer umqualquer umqualquer umqualquer um e eueueueueu na frase: “- Se o seu colega foi demitido por permitir que‘ qualquer umqualquer umqualquer umqualquer umqualquer um’ entrasse aqui, saiba que você vai ser demitido por não deixar eueueueueuentrar”.

Na Reescritura de hoje, acrescentaremos mais uma parte à história iniciadana Cenatexto. Observe:

Após a tentativa frustrada de participar da reunião, dr. Gaspar, nervoso eindignado, voltou ao seu escritório disposto a tomar uma providência em relação aoocorrido. Para isso, pediu que sua secretária escrevesse uma carta dirigida ao sr.Dilermando, comunicando os motivos da sua ausência na reunião, contando a suaversão dos fatos...

Agora, reescreva o que aconteceu na Cenatexto fazendo a carta proposta peloengenheiro. Lembre-se de que você deverá considerar a versão e, sobretudo, aintenção do remetente.

Para escrever a carta, justifique o motivo da sua ausência na reunião, critiquea atitude do porteiro que não o deixou entrar e manifeste a sua insatisfação peloocorrido.

Entendimento

Reescritura

Page 68: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

53A U L A Continue a carta depois do início sugerido:

MATREXMATREXMATREXMATREXMATREX CONSTRUTORACONSTRUTORACONSTRUTORACONSTRUTORACONSTRUTORA

Ilmo. sr.Dilermando TardieriChefe do Setor de ManutençãoCompanhia Têxtil Santa GertrudesNesta

Belo Horizonte, 11 de abril de 1995.

Senhor Dilermando,

Infelizmente, não pude comparecer à reunião prevista para o dia de hoje,11/4/95, por um motivo alheio à minha vontade.

Vivi, na portaria da sede de sua empresa, uma situação incomum que passoa expor, para que V.Sa. tome conhecimento.

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

Atenciosamente,Dr. Gaspar Araújo de Freitas

Assim como na Cenatexto, freqüentemente nos deparamos com pessoasimpossibilitadas de cumprir seu dever em razão de dificuldades impostas porterceiros.

Na Cenatexto de hoje, quem você julga estar com a razão? Por quê?Você veria uma possibilidade de o engenheiro e o porteiro chegarem a um

acordo? Qual?O fato de estarem cumprindo ordens justifica o tratamento que um deu ao

outro? Cumprir ordens é seguir “cegamente” as normas ou há alguma possibi-lidade de a pessoa pensar por si? Quais são os limites dessa liberdade?

Se os dois estivessem corretos, onde estaria a causa do problema?Reflita e discuta com seus amigos, porque essa situação também pode

acontecer com você.

Reflexão

&

Page 69: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

54A U L A

CenatextoNo dia seguinte, o sr. Dilermando recebeu acarta de dr. Gaspar reclamando da atitude do porteiro. E agora? Que conse-qüências ela poderá trazer ao funcionário que seguiu as instruções? Acompanhea história.

Furioso com o fato ocorrido na portaria da Santa Gertrudes, o engenheiromandou uma carta à fábrica. Os termos da carta foram tão duros que o sr. Dilermandoresolveu levar o caso adiante. Assim, determinou que fosse solicitada ao porteiroDionísio uma explicação junto ao Departamento de Pessoal. Então, Dionísio recebeuo seguinte memorando:

COMPANHIACOMPANHIACOMPANHIACOMPANHIACOMPANHIA TÊXTILTÊXTILTÊXTILTÊXTILTÊXTIL SANTASANTASANTASANTASANTA GERTRUDESGERTRUDESGERTRUDESGERTRUDESGERTRUDES

MEMORANDOMEMORANDOMEMORANDOMEMORANDOMEMORANDO INTERNOINTERNOINTERNOINTERNOINTERNO

Em 13/4/95

DE: Departamento de PessoalPARA: Sr. Dionísio Alencar

Sr. Dionísio Alencar:Solicitamos seu comparecimento, às 10 horas, à sala 202 do Departamento

de Pessoal.Fernando assumirá a portaria durante sua ausência.

Atenciosamente,Moacir Ribeiro de Sá

Chefe do Depto. de Pessoal

Esse memorando tirou a tranqüilidade de Dionísio naquele dia. Aflito, olhavamil vezes o relógio. Não via a hora de ir à sala 202.

- O que será que aconteceu? Por que fui chamado pela chefia? - indagava-se,inquieto, o porteiro.

Dez horas. Na sala 202, o sr. Moacir relatou a Dionísio o conteúdo da carta enviadapelo engenheiro e, a seguir, pediu-lhe mais explicações. Não foi difícil para Dionísiolembrar-se do ocorrido. Num átimo, ele identificou o caso e pensou consigo mesmo:“Não é possível! Depois de me fazer perder tempo com aquele zunzum e de me chamarde ignorante, aquele cara ainda me faz passar esse aperto? Era só o que me faltava!”

54A U L A

M Ó D U L O 17Siga asinstruções

Page 70: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

54A U L A - Sr. Moacir, acho que eu não fiz nada errado. Quando fui contratado, recebi,

com mil recomendações, um Manual de InstruçõesManual de InstruçõesManual de InstruçõesManual de InstruçõesManual de Instruções. Posso até esquecer algumasrecomendações menos importantes. Mas essa, sr. Moacir, de não deixar entrarninguém sem autorização, eu não posso esquecer.

- Dionísio, não dá para deixar que alguém convidado por nós a entrar nessa casafique do lado de fora. Considere que o engenheiro saiu de seu escritório só para nosatender.

- Quer dizer que nem tudo o que está escrito no Manual vale? Como vou sabero que vale ou não vale?

- Sim! Não! Claro! Vale o que está no Manual. Mas, cabe a você usar o bomsenso.

- Bom, eu decorei que a regra é “impedir, sob qualquer hipótese, a entradadesautorizada de pessoas estranhas”.

- Tudo bem, Dionísio. Você tem razão. Vamos resolver isso de outro modo.Agora, volte lá pra portaria.

Dionísio voltou a seu posto. Naquele momento, sentia-se inseguro. A dúvida queo assaltava era se a sua atitude fora condizente com sua função. Que conseqüênciasisso poderia trazer? Afinal, o que era “bom senso” naquele caso?

&Observe as duas frases:

A empresa tem milmilmilmilmil empregados na área de produção.A empresa tem mil mil mil mil mil problemas com os empregados.

Repare que a palavra milmilmilmilmil não significa a mesma coisa nas duas frases. Naprimeira, foi usada para significar o número exatonúmero exatonúmero exatonúmero exatonúmero exato de empregados. Nesse caso,o vocábulo foi empregado no sentido denotativosentido denotativosentido denotativosentido denotativosentido denotativo, ou seja, em seu sentidopróprio, como quantidade. Na segunda, o numeral foi usado para significarinúmeros, grande quantidadeinúmeros, grande quantidadeinúmeros, grande quantidadeinúmeros, grande quantidadeinúmeros, grande quantidade. Trata-se, nesse caso, do uso da palavra nosentido conotativosentido conotativosentido conotativosentido conotativosentido conotativo, , , , , isto é, num sentido figurado. Veja outros exemplos de usoconotativo desse numeral:

Ter milmilmilmilmil utilidades. (muitas utilidades, servir para muitas coisas)Falar mil mil mil mil mil vezes. (dizer muitas vezes, repetir muitas vezes)Pedir mil mil mil mil mil coisas. (fazer um número exagerado de pedidos, pedir muita coisa)

Concluímos, então, que:

DenotaçãoDenotaçãoDenotaçãoDenotaçãoDenotação é a utilização da palavra em seu sentido próprio, que nãopermite mais de uma interpretação.ConotaçãoConotaçãoConotaçãoConotaçãoConotação consiste em atribuir novos significados ao valor denotativo dapalavra.

1.1.1.1.1. Considerando essas informações, identifique o sentido em que é usada apalavra milmilmilmilmil nos seguintes contextos:a)a)a)a)a) MilMilMilMilMil cópias do Manual foram distribuídas.

............................................................................................................................b)b)b)b)b) Dionísio recebeu o Manual com milmilmilmilmil recomendações.

............................................................................................................................

Dicionário

Page 71: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

54A U L AObserve o uso das palavras destacadas nessas frases:

Num átimoátimoátimoátimoátimo, Dionísio identificou o caso.ZásZásZásZásZás! Dionísio identificou o caso.

As palavras grifadas pertencem a diferentes classes gramaticais. A primeira(átimoátimoátimoátimoátimo) é um substantivosubstantivosubstantivosubstantivosubstantivo e a segunda (zászászászászás) é uma interjeiçãointerjeiçãointerjeiçãointerjeiçãointerjeição.

Contudo, nos contextos apresentados, o sentido de ambas é bastantepróximo:

átimo.átimo.átimo.átimo.átimo. [de átomo, por dissimilação] S. m. Bras. Instante; momento.zás. zás. zás. zás. zás. [Voc. onom.] Interj. Imita pancada rápida e decidida.

Observe que, logo após o verbete zás zás zás zás zás, aparece a abreviatura Voc. onom.Voc. onom.Voc. onom.Voc. onom.Voc. onom. quequer dizer vocábulo onomatopéicovocábulo onomatopéicovocábulo onomatopéicovocábulo onomatopéicovocábulo onomatopéico. A onomatopéiaonomatopéiaonomatopéiaonomatopéiaonomatopéia consiste na imitação desons: vozes dos animais, ruídos da natureza ou mesmo o som produzido porobjetos e pelo próprio homem.

Na aula passada, vimos como podemos formar palavras pelo processo decomposição. Hoje veremos que, na nossa Língua, há um razoável número devocábulos formados por onomatopéiaonomatopéiaonomatopéiaonomatopéiaonomatopéia. Veja alguns casos bastante conhecidos:

l miaumiaumiaumiaumiau: imitação da voz do gato, daí também o verbo miarl tique-taquetique-taquetique-taquetique-taquetique-taque: imitação do barulho da máquina do relógiol toc-toctoc-toctoc-toctoc-toctoc-toc: imitação do som de uma batida na porta

2.2.2.2.2. Indique o significado das palavras abaixo:a)a)a)a)a) tititi: ...................................................................................................................b)b)b)b)b) pingue-pongue: ...............................................................................................c)c)c)c)c) blablablá: ...........................................................................................................d)d)d)d)d) cocoricó: ............................................................................................................

3.3.3.3.3. Identifique, no trecho abaixo, uma palavra formada por onomatopéiaonomatopéiaonomatopéiaonomatopéiaonomatopéia. Emseguida, consulte o dicionário e dê o seu significado.“Não é possível! Depois de me fazer perder tempo com aquele zunzum e mechamar de ignorante, aquele cara ainda me faz passar esse aperto? Era só o queme faltava!”.................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Antes do encontro com o sr. Moacir, Dionísio ficou bastante perturbado.Aponte os indícios do estado de perturbação em que se encontrava o porteironaquela ocasião.

2.2.2.2.2. Pode-se afirmar que o caso relatado na carta foi considerado significativo porDionísio? Justifique sua resposta.

3.3.3.3.3. Dionísio considerava uma norma relevante a instrução de impedir a entradade estranhos? Justifique a sua resposta.

4.4.4.4.4. Veja se você concorda com a seguinte afirmação: Os questionamentos deDionísio sobre o Manual de Instruções não abalaram a convicção do sr. Moacir.Justifique sua resposta.

5.5.5.5.5. Moacir concorda que vale o que está no Manual, mas sugere o seguinte: “Cabea você usar o bom senso”. O que o porteiro deveria concluir com essa sugestão?Indique a melhor solução para resolver o problema de segurança da fábrica.

Entendimento

Page 72: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

54A U L A Suponha que, ao final da reunião, Dionísio e o sr. Moacir tenham ficado

inquietos: o porteiro, inseguro; e o chefe do Departamento de Pessoal, certo deque o porteiro havia apontado falhas no Manual elaborado por sua própriaequipe. Então, o sr. Moacir decide organizar suas idéias antes de procurar o dr.Gaspar para esclarecer que o porteiro não estava, de todo, sem razão. Ao elaboraressas idéias por escrito, ele não perde de vista os itens da carta enviada ao sr.Dilermando.

Sua tarefa será escrever as idéias do sr. Moacir que justificam as atitudes doporteiro. Para esse trabalho, leia a carta completa de dr. Gaspar:

MATREXMATREXMATREXMATREXMATREX CONSTRUTORACONSTRUTORACONSTRUTORACONSTRUTORACONSTRUTORA

Ilmo. Sr.Dilermando TardieriChefe do Setor de ManutençãoCompanhia Têxtil Santa GertrudesNesta

Belo Horizonte, 11 de abril de 1995.

Sr. Dilermando,Infelizmente não pude comparecer à reunião prevista para o dia de hoje,

11/4/95, por um motivo alheio à minha vontade.Vivi, na portaria da sede de sua empresa, uma situação incomum, que passo

a expor para que V. Sa. tome conhecimento.Alegando que cumpria instruções, o porteiro não permitiu que eu participas-

se da reunião. E, assim, justificou sua decisão com o argumento de que não haviasido previamente autorizada a minha entrada naquele recinto, pois ele não foraavisado de minha visita.

Além de justificar a minha ausência, esta carta tem como objetivo externar aminha insatisfação com a postura intransigente e grosseira do empregado emquestão.

No aguardo de providências, subscrevo-me.

Atenciosamente,Dr. Gaspar Araújo de Freitas

Prepare argumentos por escrito para contestar, ou seja, para negar e argu-mentar, todos os pontos da carta de dr. Gaspar. Observe o modelo e continue demodo semelhante:

l Item da cartaItem da cartaItem da cartaItem da cartaItem da carta: “Alegando que cumpria instruções, o porteiro não permitiuque eu participasse da reunião.”

l ContestaçãoContestaçãoContestaçãoContestaçãoContestação: O porteiro não permitiu a sua entrada na empresa, e não nareunião, pois cumpria ordens de segurança. O equívoco não foi dele e sim dequem não o avisou que aguardávamos sua chegada. Assim, tanto V.Sa. temrazão, como nosso porteiro também estava certo.

Reescritura

Page 73: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

54A U L A1.1.1.1.1. Item da cartaItem da cartaItem da cartaItem da cartaItem da carta: “Justificou sua decisão com o argumento de que não havia

sido previamente autorizada a minha entrada naquele recinto, pois ele nãofora avisado de minha visita.”

ContestaçãoContestaçãoContestaçãoContestaçãoContestação: ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Item da cartaItem da cartaItem da cartaItem da cartaItem da carta: “Além de justificar a minha ausência, esta carta tem comoobjetivo externar a minha insatisfação com a postura intransigente e grossei-ra do empregado em questão.”

ContestaçãoContestaçãoContestaçãoContestaçãoContestação: ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Ao analisar a Cenatexto de hoje, podemos levantar algumas questões. Pense,reflita e escreva um texto com a sua opinião.

Devemos obedecer sempre, em qualquer situação, ao manual de instruções?Até que ponto a nossa opinião pessoal sobre o falsofalsofalsofalsofalso ou o verdadeiroverdadeiroverdadeiroverdadeiroverdadeiro podeinfluenciar nossas ações no trabalho? Há, no nosso cotidiano, normas claras ejustas para seguirmos? Há clareza nos manuais, nas regras e nas leis em geral?

Você acha que as regras, as leis, as normas, as instruções e até mesmo as bulasde remédio são compreensíveis da forma como estão escritas?

O que significa “usar o bom senso”? Será que é uma coisa igual para todos?Você acha que o seu bom senso é o mesmo que o do seu vizinho? Escreva suaposição e discuta com seus amigos.

Hoje, teremos uma saideira diferente: uma saideira gramaticalsaideira gramaticalsaideira gramaticalsaideira gramaticalsaideira gramatical. Observe oque Dionísio pensou tentando justificar sua atitude:

Alguém Alguém Alguém Alguém Alguém poderia ter ditocomo era para seguiraqueleaqueleaqueleaqueleaquele manual.

Aprendemos, em aulas anteriores, o que e quais são os pronomespronomespronomespronomespronomes. Na fraseacima, temos as palavras alguém e aquele, que pertencem a essa classe gramatical.

A palavra alguém é classificada como pronome indefinidopronome indefinidopronome indefinidopronome indefinidopronome indefinido, pois indica umapessoa que Dionísio não identificounão identificounão identificounão identificounão identificou.

A palavra aquele é classificada como um pronome demonstrativopronome demonstrativopronome demonstrativopronome demonstrativopronome demonstrativo,,,,, poismostra o lugar ou o tempo em que se situa a pessoa, a coisa ou o objeto a que serefere.

Reflexão

Saideira

Page 74: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

54A U L A Veja abaixo, uma tabela com todos os pronomes demonstrativos e suas

funções, nos diversos casos em que podem ocorrer:

PRONOMESPRONOMESPRONOMESPRONOMESPRONOMES DEMONSTRATIVOSDEMONSTRATIVOSDEMONSTRATIVOSDEMONSTRATIVOSDEMONSTRATIVOS

&

FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO - - - - -

LOCALIZAÇÃOLOCALIZAÇÃOLOCALIZAÇÃOLOCALIZAÇÃOLOCALIZAÇÃO

DOSDOSDOSDOSDOS SERESSERESSERESSERESSERES NONONONONO:::::

ESPAÇOESPAÇOESPAÇOESPAÇOESPAÇO

TEMPOTEMPOTEMPOTEMPOTEMPO

CONTEXTOCONTEXTOCONTEXTOCONTEXTOCONTEXTO

LINGÜÍSTICOLINGÜÍSTICOLINGÜÍSTICOLINGÜÍSTICOLINGÜÍSTICO

1ª 1ª 1ª 1ª 1ª PESSOAPESSOAPESSOAPESSOAPESSOA

ESTE / ESTA

ESTES / ESTAS

ISTO

PROXIMIDADE

EM RELAÇÃO AO

FALANTE

PROXIMIDADE

EM RELAÇÃO AO

MOMENTO DA

FALA

(PRESENTE)

REFERÊNCIA AO

QUE SE VAI

DIZER OU

AO ÚLTIMO

DENTRE DOIS

MENCIONADOS

2ª 2ª 2ª 2ª 2ª PESSOAPESSOAPESSOAPESSOAPESSOA

ESSE / ESSA

ESSES / ESSAS

ISSO

PROXIMIDADE

EM RELAÇÃO AO

OUVINTE OU

ÀQUELE A QUEM

SE FALA

RELATIVO

AFASTAMENTO

EM RELAÇÃO AO

MOMENTO DA

FALA

(PASSADO OU

FUTURO)

REFERÊNCIA AO

QUE JÁ FOI

CITADO NA

FRASE

3ª 3ª 3ª 3ª 3ª PESSOAPESSOAPESSOAPESSOAPESSOA

AQUELE / AQUELA

AQUELES / AQUELAS

AQUILO

AFASTAMENTO

EM RELAÇÃO AO

FALANTE EAO OUVINTE,REFERE-SE A UM

TERCEIRO

AFASTAMENTO

EM RELAÇÃO

AO MOMENTO DA

FALA

REFERÊNCIA AO

PRIMEIRO

ELEMENTO DENTRE

DOIS MENCIONADOS

Page 75: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

55A U L A

CenatextoDepois de refletir sobre o conflito surgido emrazão do cumprimento estrito ao Manual de Instruções, o sr. Moacir decidiuapresentar suas conclusões à direção da empresa. Acompanhe o desfecho dessahistória.

Ao contar como tinha sido a conversa entre ele e o porteiro, o sr. Moacirconseguiu convencer o sr. Dilermando de que havia coerência na atitude do funcio-nário. Mas, ainda ficavam dúvidas:

- Ainda não estou convencido. O nosso Manual de Instruções está vigorando hátanto tempo e, praticamente, não apareceram furos. Fico questionando se um únicoproblema justificaria uma alteração.

- Ficando assim o Manual, esse problema se repetirá.- Continuo achando que o que faltou foi polidez por parte do Dionísio. É muito

mais uma questão de trato, de educação.- Discordo que seja uma questão de educação. O Manual, da forma como está

redigido, não facilita posturas alternativas. O funcionário obedece ou não ao que estáescrito. Estou certo de que, além de mudar alguns itens do Manual, deveríamosrealizar um treinamento para os nossos porteiros. Não vejo outra saída.

Esses e alguns outros argumentos do sr. Moacir levaram o sr. Dilermando amudar de opinião. Após essa concordância, o sr. Moacir passou, juntamente com seupessoal, a definir novas estratégias de ação.

Conforme tinha sido sugerido, o Manual de Instruções sofreu mudanças queforam apresentadas, justificadas e avaliadas. Veja a seguir dois itens que foramacrescentados:

Tenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situações novas.Tenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situações novas.Tenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situações novas.Tenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situações novas.Tenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situações novas.É muito difícil conseguir todas as condições para executar uma tarefa, masÉ muito difícil conseguir todas as condições para executar uma tarefa, masÉ muito difícil conseguir todas as condições para executar uma tarefa, masÉ muito difícil conseguir todas as condições para executar uma tarefa, masÉ muito difícil conseguir todas as condições para executar uma tarefa, mastenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% de recursos disponíveis.tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% de recursos disponíveis.tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% de recursos disponíveis.tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% de recursos disponíveis.tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% de recursos disponíveis.Acredite que as coisas vão dar certo, crie as condições. Tente resolver osAcredite que as coisas vão dar certo, crie as condições. Tente resolver osAcredite que as coisas vão dar certo, crie as condições. Tente resolver osAcredite que as coisas vão dar certo, crie as condições. Tente resolver osAcredite que as coisas vão dar certo, crie as condições. Tente resolver osproblemas da melhor maneira possível.problemas da melhor maneira possível.problemas da melhor maneira possível.problemas da melhor maneira possível.problemas da melhor maneira possível.

Saiba como dizer “não”. Você não pode (nem deve) fazer tudo que lheSaiba como dizer “não”. Você não pode (nem deve) fazer tudo que lheSaiba como dizer “não”. Você não pode (nem deve) fazer tudo que lheSaiba como dizer “não”. Você não pode (nem deve) fazer tudo que lheSaiba como dizer “não”. Você não pode (nem deve) fazer tudo que lhepedem, mas justifique a sua recusa, de maneira que a pessoa possa compre-pedem, mas justifique a sua recusa, de maneira que a pessoa possa compre-pedem, mas justifique a sua recusa, de maneira que a pessoa possa compre-pedem, mas justifique a sua recusa, de maneira que a pessoa possa compre-pedem, mas justifique a sua recusa, de maneira que a pessoa possa compre-ender as razões da impossibilidade de atendê-la. Evite criar ressentimentos.ender as razões da impossibilidade de atendê-la. Evite criar ressentimentos.ender as razões da impossibilidade de atendê-la. Evite criar ressentimentos.ender as razões da impossibilidade de atendê-la. Evite criar ressentimentos.ender as razões da impossibilidade de atendê-la. Evite criar ressentimentos.Dizer “não” é difícil, mas com delicadeza sempre fica melhor.Dizer “não” é difícil, mas com delicadeza sempre fica melhor.Dizer “não” é difícil, mas com delicadeza sempre fica melhor.Dizer “não” é difícil, mas com delicadeza sempre fica melhor.Dizer “não” é difícil, mas com delicadeza sempre fica melhor.

55A U L A

M Ó D U L O 17Siga asinstruções

Page 76: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

55A U L A Com o treinamento, Dionísio deixou a insegurança de lado, porque pôde consta-

tar que não havia agido mal e que o problema envolvia outras pessoas.Estava justamente pensando nisso quando atendeu a um representante que

insistia em entrar, dizendo estar com hora marcada com o diretor. Mais um quequeria entrar na empresa sem autorização. Dionísio coçou a cabeça, lembrou-se dosnovos itens do Manual e disse, com toda a calma desse mundo:

- Meu senhor, por favor entenda: não há autorização para permitir a sua entrada.Gostaria que o senhor não ficasse ressentido. Peço-lhe desculpas, mas ordens sãoordens: não posso deixar alguém sem autorização entrar aqui. O senhor entende?

O representante saiu indignado e o porteiro ficou certo de que havia cumpridoseu trabalho de acordo com as novas instruções acrescidas ao Manual.

&1.1.1.1.1. Dê o sentido das palavras destacadas e, em seguida, reescreva a frase

substituindo-as por seus sinônimos: O Manual está vigorandovigorandovigorandovigorandovigorando há tantotempo e, praticamente, não apareceram furos furos furos furos furos na sua utilização.a)a)a)a)a) vigorar: ..............................................................................................................

............................................................................................................................b)b)b)b)b) furos:..................................................................................................................

............................................................................................................................c)c)c)c)c) Frase: .................................................................................................................

............................................................................................................................

2.2.2.2.2. Uma das questões centrais da Cenatexto é como tratar visitantes e clientescom educação e boas maneiras. Explique as expressões abaixo, situadasnesse contexto:a)a)a)a)a) questão de trato: ..............................................................................................b)b)b)b)b) postura alternativa: .........................................................................................c)c)c)c)c) polidez: .............................................................................................................d)d)d)d)d) jogo de cintura: ................................................................................................e)e)e)e)e) evitar ressentimentos: .....................................................................................

Observe como o dicionário apresenta outra palavra da Cenatexto:

maleabilidademaleabilidademaleabilidademaleabilidademaleabilidade. . . . . [do lat. malleabilitate < malleabile< malleare] S.f. 1. 1. 1. 1. 1. Quali-dade ou propriedade de maleável. 2.2.2.2.2. Fig. Docilidade, flexibilidade.maleável.maleável.maleável.maleável.maleável. [do fr. malléable] Adj 2g. 1. 1. 1. 1. 1. Que pode ser maleado ou malhado.2. 2. 2. 2. 2. Flexível, dobrável. 3. 3. 3. 3. 3. Fig. Flexível, dócil.

3.3.3.3.3. Com base nas informações do dicionário, explique o que é “ter maleabilidadepara se adaptar às situações novas”. .....................................................................................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Indique três itens em que se fundamentava o argumento do sr. Dilermandoao discordar com a mudança do Manual:a)a)a)a)a) ............................................................................................................................b)b)b)b)b) ............................................................................................................................c)c)c)c)c) ............................................................................................................................

Entendimento

Dicionário

Page 77: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

55A U L A

QUESTIONÁRIOQUESTIONÁRIOQUESTIONÁRIOQUESTIONÁRIOQUESTIONÁRIO PARAPARAPARAPARAPARA AVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃO DEDEDEDEDE TREINAMENTOTREINAMENTOTREINAMENTOTREINAMENTOTREINAMENTO

PREZADO(A) TREINANDO(A):A AVALIAÇÃO DE NOSSOS TREINAMENTOS É IMPORTANTE PARA SABERMOS SE NOSSOS

OBJETIVOS ESTÃO SENDO ATINGIDOS EM RELAÇÃO ÀS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS. COLABORE

CONOSCO RESPONDENDO ÀS QUESTÕES ABAIXO. DEVOLVA À ÁREA DE TREINAMENTO EM DOIS

DIAS ÚTEIS.GRATOS.

TREINAMENTO: ........................................ DATA: ...../...../..........

1.1.1.1.1. SUAS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO A ESSA ATIVIDADE DE TREINAMENTO:(00) FORAM PLENAMENTE ATENDIDAS (00) FORAM PARCIALMENTE ATENDIDAS

(00) NÃO FORAM ATENDIDAS (00) NÃO TINHA EXPECTATIVAS

2.2.2.2.2. DÊ UMA NOTA DE (11111) A (55555) PARA OS ITENS ABAIXO RELACIONADOS, CONSIDERANDO: (11111) RUIM (22222) REGULAR (33333) SATISFATÓRIO (44444) BOM (55555) ÓTIMO

(00) ORGANIZAÇÃO DO TREINAMENTO.(00) POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS NO SEU TRABALHO.(00) QUALIDADE DOS ASSUNTOS ABORDADOS.(00) NÍVEL DE APROVEITAMENTO.

3.3.3.3.3. CITE ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO CURSO.POSITIVOS: ......................................................................................................................NEGATIVOS: ....................................................................................................................

4.4.4.4.4. SE VOCÊ DESEJAR, FAÇA COMENTÁRIOS E/OU SUGESTÕES COMPLEMENTARES...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Todos os conflitos das últimas três aulas foram provocados pela proibiçãodo porteiro à entrada do engenheiro na empresa. Explique por que, mesmoproibindo a entrada de mais uma pessoa na empresa, Dionísio sentiu queestava agindo corretamente.

3.3.3.3.3. Que atitude de Dionísio indica que ele seguiu apenas um dos dois itensacrescentados ao Manual? Indique qual item foi seguido e qual não foi.Justifique sua resposta.a)a)a)a)a) Atitude de Dionísio: .......................................................................................b)b)b)b)b) Item seguido: ...................................................................................................c)c)c)c)c) Item ignorado: .................................................................................................d)d)d)d)d) Justificativa: ......................................................................................................

4.4.4.4.4. Após o primeiro incidente, novas medidas foram adotadas na Santa Gertrudespara evitar que alguém com hora marcada fosse impedido de entrar. Noentanto, a situação se repetiu e o funcionário agiu quase da mesma forma.Qual foi a falha desta vez?

Sabemos qual foi a impressão de Dionísio sobre as mudanças acrescentadasao Manual e sobre o treinamento recebido. Considerando essas informações,responda, como se você fosse Dionísio, a um questionário de avaliação. Se quiser,pense em algum treinamento pelo qual você tenha passado em seu trabalho.

Reescritura

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55A U L A Como percebemos, o engenheiro Gaspar julgou intolerante e inflexível a

atitude do porteiro Dionísio. O porteiro, por sua vez, justificou sua atitude emrazão da existência de um manual que continha regras claras e rígidas sobre aquestão.

1.1.1.1.1. Elabore um parágrafo que apresente a sua visão sobre o ocorrido entre eles.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

O antigo Manual continha a seguinte regra:

Impedir, sob qualquer hipótese, a entrada desautorizada deImpedir, sob qualquer hipótese, a entrada desautorizada deImpedir, sob qualquer hipótese, a entrada desautorizada deImpedir, sob qualquer hipótese, a entrada desautorizada deImpedir, sob qualquer hipótese, a entrada desautorizada depessoas estranhas.pessoas estranhas.pessoas estranhas.pessoas estranhas.pessoas estranhas.

Com as alterações, decididas após longas discussões, o Manual passou a tera seguinte instrução:

Tenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situaçõesTenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situaçõesTenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situaçõesTenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situaçõesTenha maleabilidade e criatividade para se adaptar às situaçõesnovas. É muito difícil conseguir todas as condições para executarnovas. É muito difícil conseguir todas as condições para executarnovas. É muito difícil conseguir todas as condições para executarnovas. É muito difícil conseguir todas as condições para executarnovas. É muito difícil conseguir todas as condições para executaruma tarefa, mas tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% deuma tarefa, mas tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% deuma tarefa, mas tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% deuma tarefa, mas tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% deuma tarefa, mas tenha jogo de cintura para realizá-la com os 80% derecursos disponíveis. Acredite que as coisas vão dar certo, crie asrecursos disponíveis. Acredite que as coisas vão dar certo, crie asrecursos disponíveis. Acredite que as coisas vão dar certo, crie asrecursos disponíveis. Acredite que as coisas vão dar certo, crie asrecursos disponíveis. Acredite que as coisas vão dar certo, crie ascondições. Tente resolver os problemas da melhor maneira possível.condições. Tente resolver os problemas da melhor maneira possível.condições. Tente resolver os problemas da melhor maneira possível.condições. Tente resolver os problemas da melhor maneira possível.condições. Tente resolver os problemas da melhor maneira possível.

2.2.2.2.2. Redija um parágrafo comentando a alteração ocorridaalteração ocorridaalteração ocorridaalteração ocorridaalteração ocorrida de uma versão paraoutra e suas possíveis conseqüências na vida profissional de um porteiro.Considere, em seu comentário, qual das instruções causará mais problemasno seu cumprimento.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

“Siga as instruções!“Siga as instruções!“Siga as instruções!“Siga as instruções!“Siga as instruções!” é uma das regrinhas mais constantes e mais ouvidas nonosso dia-a-dia. É bula de remédio, instrução para montar brinquedo, montarmáquina, ligar aparelho, abrir crediário, fazer isso e fazer aquilo.

Acompanhe, no texto abaixo, algumas instruções dadas a uma pessoa quequeria curar um mal: o mal de amor. A “receita” foi escrita pelo grande cronistaRubem Braga, que nasceu em 1913 no estado do Espírito Santo. Foi jornalista ecorrespondente de guerra e morou em várias capitais brasileiras. O melhor desua obra são as crônicas que retratam o cotidiano da vida brasileira.

De uma coisa você pode estar certo: é mais fácil seguir as instruções de ummanual de segurança do que as receitas literárias. Mas também pode estar certode outra: as receitas literárias são bem mais divertidas!

Redação no ar

Saideira

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55A U L AReceita para mal de amorReceita para mal de amorReceita para mal de amorReceita para mal de amorReceita para mal de amor

Minha querida amiga:Sim, é para você mesma que eu estou escrevendo - você que aquela noite disse que

estava com vontade de me pedir conselhos, mas tinha vergonha e achava que não valiaa pena, e acabou me formulando um pergunta ingênua:

- Como é que a gente faz para esquecer uma pessoa?(...)

Isso eu gostaria de lhe dizer, minha amiga, com a autoridade triste do mais vividoe mais sofrido: amar é um ato de paciência e humildade; é uma longa devoção. Vocême responderá que não é nada disso; que você já chegou ao seu destinatário e foidevolvida como se fosse uma carta com o endereço errado. Que teve alguns dias,algumas horas de felicidade, e por isso agora sofre de uma maneira insuportável.Então lhe aconselho a comprar um canivete bem amolado e amolar dezoito pedacinhosde pau até ficarem bem pontudos, bem lisos, perfeitamente torneados - e depois a umcanto. Apanhar uma folha de papel tamanho ofício e enchê-la toda, todinha, de altoa baixo, com o nome de seu amado, escrevendo uma letra bem bonita, de preferênciade tinta azul. Em seguida faça com essa folha um aviãozinho e o jogue pela janela.Observe o vôo e a aterrissagem. Depois desça lá fora, apanhe o avião de papel,desdobre a folha novamente (pode passá-la a ferro, para o serviço ficar mais perfeitoe não haver mais nenhum indício da construção aeronáutica) e volte a dobrá-la, destavez ao meio. Dobre outras vezes, até obter o menor retângulo possível. Então, com ocanivete, vá cortando as partes dobradas até transformar a folha em pequenospapeizinhos, tão pequenos que o nome do seu amado não deve caber inteiro emnenhum deles. Aí apanhe todos aqueles pauzinhos que tinha deixado a um canto e,com os pedacinhos de papel, faça uma fogueira com máximo cuidado até que restemsomente cinzas. A seguir poderá repetir a operação...

- Adianta alguma coisa?Por favor, querida amiga, não me faça essa pergunta. Nada adianta coisa alguma,

a não ser o tempo; e fazer fogueirinhas é um meio tão bom quanto qualquer outro depassar o tempo.

Fonte: “Receita para mal de amor”, do livro A traição das elegantesA traição das elegantesA traição das elegantesA traição das elegantesA traição das elegantes. Rubem Braga. Riode Janeiro, Editora Record, 1985, 2ª edição, págs. 95-97.

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56A U L A

Cenatexto

5J A N E L A

Nem só de muito trabalho vive a CompanhiaTêxtil Santa Gertrudes. Ela também promove festas de confraternização entre osfuncionários. Acompanhe uma delas.

Pelo menos uma vez por ano, os colegas se encontram de forma descontraída,contam piadas, apresentam os familiares e aparecem sem o uniforme. É uma festa nogalpão da fábrica. Além da descontração, o que tem atraído cada vez mais participan-tes a esse encontro é a apresentação dos LD’s, o conjunto musical mais respeitadoentre os funcionários da Santa Gertrudes.

Leozinho, Dani e Digo - três rapazes que pegam pesado na companhia - aindaencontram energia para produzir, ensaiar e apresentar as letras que criam. O que noinício foi chamado de “doideira dos meninos”, hoje recebe o respeitoso nome de LD’s- Banda de Rap. Eles fazem o maior sucesso. Quando se anuncia pelo microfone queé o momento do show, todas as conversas são interrompidas. Num misto de vaidadee receio, os colegas esperam que os meninos falem algo sobre eles.

Eles são impossíveis! Lembram cada coisa! Ficam muito diferentes quandoaparecem uniformizados com boné de jogador de basquete americano, camisetacolorida e tênis. Tão distantes daquele cinza triste da fábrica de todos os dias...

Ninguém sabe se aquilo que dizem é música ou poesia. Mas, é uma coisa quedesperta o interesse de todos. Quem poderia supor que Digo, o mais caladinho, teriacoragem de dançar diante de tanta gente? Psiu... Lá vêm eles , dançando break break break break break.

Diz aí, galera!

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56A U L A

Diz aí, galera! Diz aí! O LD’s veio aqui, veio aqui pra dar o seu recado.Não estamos nem aí se o Haiti é aqui ou é aí. Sem amores, sem malemolênciaou remelexo, queremos é zoar, queremos é mostrar. Mostrar o quê? Ah! Seilá! Vamos fofocar!

Dizem que o Jorge deixou de ser peão. Com a força do discurso, vai virarlocutor de televisão. Doutor Hugo, além de engasgado, ficou admirado.Como é que pode um mauricinho ser vaiado? Ele decide sobre o aumento, masnão tem o argumento. De que é que vale? Vale não, meu irmão.

Entre nós tem que haver comunicação. Se o mano tem alguma dúvida,é só seguir a instrução. Diz aí, Dionísio! O doutor queria entrar, mas foibarrado no baile. Sem autorização, por favor, nem me fale. Houve rebuliço,ou aquilo é apenas reboliço? Muda manual, revê documento, acrescentamais palavras, faz um belo treinamento. Mas? Diz aí, Dionísio? Semautorização, não dou permissão. É a mesma instrução. A chefia precisaaprender, instrução que é instrução tem que ter precisão.

Extintor que é extintor tem que ter manutenção. Do apê saiu fumaça eo vizinho constatou que o seu extintor era só decoração. Chama os home.Trim ... Trim...Trim... O bombeiro não estava apavorado, tinha calma,muita calma, mas acabou com o babado. Sobrou para Marlene: conto o casocomo foi. Foi? Eu não esqueço nada, mas fazer uma ata? É ruim! De tantoblablablá, a gente já sabe que ela tem um cabeçalho e que depois de lida eaprovada, ela é assinada.

Pera aí, véio, isso não é rap, isso é um piriri. Pode crê. Pode crê. Não devemosesquecer:a gente é porta-voz de um povo oprimido. Onde fica a nossa atitude?Todos sabem: sem bagunça, sem tapa ou tiroteio, o que um B. Boy detona, praexplodir o cabeção, é essa nossa confusão. Mas hoje é festa, dia de confraterni-zação, tem muito nego de olho. Malandro, assim, fica de molho. Diz aí, galera!Diz aí, galera!

E a galera gritou: bis! bis! bis!Porém o LD’s não bisou.

&Parte desta aula será uma revisão de algumas anteriores. Mas, antes de

começar, é necessário ter algumas informações sobre o Hip-hopHip-hopHip-hopHip-hopHip-hop, um movimentoque já é forte no Brasil inteiro desde 1994.

O Hip-hopHip-hopHip-hopHip-hopHip-hop é um movimento cultural popular que inclui três manifestações:rapraprapraprap, breakbreakbreakbreakbreak e grafitegrafitegrafitegrafitegrafite. A história desse movimento, que é de origem norte-americana, começou com o breakbreakbreakbreakbreak, uma disputa entre os componentes de ganguesrivais. Nessa disputa, vencia o grupo que ficasse mais tempo apresentandopassos diferentes. Quanto mais acrobático e rápido, melhor. Durante essa apre-sentação, começaram a surgir relatos de histórias ou protestos rimados, entoadospelo chefe do grupo. Essas histórias e protestos receberam o nome de rapraprapraprap. Aosdançarinos do break e aos vocalistas do rap, juntaram-se os grafiteirosgrafiteirosgrafiteirosgrafiteirosgrafiteiros - pessoasque expõem seus protestos em muros, monumentos, prédios ou paredes públi-cas.

Os rapazes da Santa Gertrudes fizeram uma apresentação baseando-se nessetipo de manifestação: o Hip-hopHip-hopHip-hopHip-hopHip-hop.

&

Page 82: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

56A U L A Os rappers, assim como outros grupos, têm sua gíriagíriagíriagíriagíria, uma linguagem

própria que muitas vezes só eles entendem.

gíria.gíria.gíria.gíria.gíria. [de uma f. regressiva *giriga < geringonça (q.v.)] S.f. 1.1.1.1.1. Linguagemdos malfeitores, malandros etc., com a qual procuram não ser entendidospelas outras pessoas; calão. 2. 2. 2. 2. 2. Linguagem peculiar àqueles que exercem amesma profissão; jargão. 3.3.3.3.3. Linguagem que, nascida de um determinadogrupo social, termina estendendo-se, por sua expressividade, à linguagemfamiliar de todas as camadas sociais. 4.4.4.4.4. Palavra ou expressão de gíria.

1.1.1.1.1. Das diversas significações que o verbete apresenta, qual a melhor definiçãopara o tipo de gíriagíriagíriagíriagíria que os rappers usam?.................................................................................................................................

Para você entender melhor a Cenatexto, apresentaremos um pequeno glos-sário com o significado de algumas gírias usadas pelos rappers:

manomanomanomanomano: É como os rappers se cumprimentam em São Paulo, Porto Alegree Belo Horizonte.véiovéiovéiovéiovéio: Cumprimento dos rappers em Brasília.peixepeixepeixepeixepeixe: Na Bahia, os rappers chamam uns aos outros de peixe.pode crêpode crêpode crêpode crêpode crê: Expressão de concordância.atitudeatitudeatitudeatitudeatitude: Palavra indispensável no vocabulário rap. Para fazer parte domovimento é preciso ter “atitude”, ou seja, ter consciência social, raciale postura de integridade diante da vida.boxboxboxboxbox: Radiogravador portátil.fatfatfatfatfat: Um cara que é bom em rap, em Belo Horizonte.picudopicudopicudopicudopicudo: Cara que não entende de rap, na Bahia.piriripiriripiriripiriripiriri: Rap comercial, ruim, em Porto Alegre.na socialna socialna socialna socialna social: Se comportar durante o baile, no Rio de Janeiro.

Essas palavras não poderiam ser encontradas num dicionário, no sentidousado pelos rappers. Algumas gírias são usadas por grupos tão pequenos e, àsvezes, por tempo tão limitado, que o dicionário nem as registra. Há, no entanto,algumas gírias que, pelo seu tempo duradouro de uso, já são registradas nodicionário.

2.2.2.2.2. Confira essa informação consultando as palavras quadradoquadradoquadradoquadradoquadrado, fossa e fundirfossa e fundirfossa e fundirfossa e fundirfossa e fundirno dicionário. Transcreva, apenas o que significam como gíria. Essa sig-nificação virá indicada pela abreviatura Bras. GírBras. GírBras. GírBras. GírBras. Gír., que aparece logo depoisdo verbete.a)a)a)a)a) quadrado: ........................................................................................................b)b)b)b)b) fossa: .................................................................................................................c)c)c)c)c) fundir: ..............................................................................................................

3.3.3.3.3. Cite algumas gírias que você use ou conheça e diga o que significam...................................................................................................................................................................................................................................................................

4.4.4.4.4. As gírias são mais usadas em situações formais ou informais? Justifique suaresposta...................................................................................................................................................................................................................................................................

Dicionário

Page 83: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

56A U L AObserve esta parte da música do LD’s, quase no final da Cenatexto: “Onde fica

nossa atitude?” Vimos que atitudeatitudeatitudeatitudeatitude é uma gíria indispensável no vocabulário rap.Agora, veja como o dicionário registra essa palavra:

atitude.atitude.atitude.atitude.atitude. S.f. 1.1.1.1.1. Posição do corpo; porte, jeito, postura. 2. 2. 2. 2. 2. Modo de procederou agir; comportamento, procedimento. 3. 3. 3. 3. 3. P. ext. Afetação de comporta-mento ou procedimento 4.4.4.4.4. Propósito ou maneira de manifestar essepropósito. 5.5.5.5.5. Reação ou maneira de ser, em relação a determinada(s)pessoa(s) , objeto(s), situações etc.

Assim, sabemos que uma palavra pode ser usada no sentido normal do dia-a-dia ou ter um uso no sentido de vocábulo de gíria. Assim como atitudeatitudeatitudeatitudeatitude,conhecemos muitas outras palavras, usadas tanto num sentido quanto noutro,como massa, chocantemassa, chocantemassa, chocantemassa, chocantemassa, chocante e bicho bicho bicho bicho bicho.

5.5.5.5.5. Indique qual dos sentidos apresentados pelo dicionário se aproximado sentido que a palavra atitude atitude atitude atitude atitude adquire como gíria..................................................................................................................................

6.6.6.6.6. Elabore uma frase que apresente a palavra atitudeatitudeatitudeatitudeatitude com um sentido diferenteda gíria..................................................................................................................................

Na gíria dos rappers há palavras que são emprestadas da língua inglesa comobreakbreakbreakbreakbreak, que significa quebrarquebrarquebrarquebrarquebrar. Embora seja muito utilizada, essa palavra nãoapresenta uma forma aportuguesada (com escrita e pronúncia na língua portu-guesa). É break break break break break mesmo, o nome da dança que tem movimentos “quebrados”.Há, no entanto, muitas palavras da língua inglesa que, à medida que foram seincorporando ao Português, começaram a ser escritas de forma aportuguesada -como goalgoalgoalgoalgoal, que tem a forma aportuguesada golgolgolgolgol.

7.7.7.7.7. No vocabulário do futebol, há várias palavras que têm a forma aportuguesada.Escreva a forma aportuguesada das seguintes palavras da língua inglesa:

a)a)a)a)a) penalty: ..............................................................................................................b)b)b)b)b) team: ...................................................................................................................c)c)c)c)c) shoot: ..................................................................................................................d)d)d)d)d) back: ...................................................................................................................e)e)e)e)e) crack: ..................................................................................................................

Nas últimas aulas, observamos que algumas palavras são formadas a partirdo som que tentam imitar. São os vocábulos onomatopéicosvocábulos onomatopéicosvocábulos onomatopéicosvocábulos onomatopéicosvocábulos onomatopéicos.

8.8.8.8.8. A palavra zoarzoarzoarzoarzoar, um vocábulo onomatopéico, apareceu na Cenatexto: “que-remos é zoar”. Consulte o dicionário e explique o que os garotos queriam dizercom isso..................................................................................................................................

9.9.9.9.9. A palavra blablabláblablabláblablabláblablabláblablablá, além de ser uma gíria é também um vocábuloonomatopéico. Consulte o dicionário e indique o seu significado..................................................................................................................................

Page 84: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

56A U L A 10.10.10.10.10. Baseando-se no contexto, explique o que significam as gírias abaixo

destacadas:a)a)a)a)a) um mauricinhomauricinhomauricinhomauricinhomauricinho ser vaiado ............................................................................b)b)b)b)b) mas acabou com o babadobabadobabadobabadobabado.............................................................................

11.11.11.11.11. A palavra bisbisbisbisbis é uma interjeição que significa outra vezoutra vezoutra vezoutra vezoutra vez. E o verbo bisarbisarbisarbisarbisar, vocêjá o conhecia? Consulte o dicionário e explique a frase final da Cenatexto:“Porém, o LD’s não bisou”.....................................................................................................................................................................................................................................................................

Agora que conhecemos os vocábulos que aparecem na Cenatexto, podemostrabalhar algumas questões de compreensão do texto. Saiba, ainda, que rap derap derap derap derap degaleragaleragaleragaleragalera é o rap feito com letras divertidas. E gangstagangstagangstagangstagangsta é o rap de letras agressivas eprotestos.

1.1.1.1.1. Você classificaria o rap apresentado na Cenatexto como rap de galerarap de galerarap de galerarap de galerarap de galera oucomo gangstagangstagangstagangstagangsta? Justifique sua resposta...................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Vimos a reação dos funcionários à música do LD’s.a)a)a)a)a) Aponte os indícios de que eles gostaram da apresentação feita pelo

conjunto.........................................................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) Explique por que eles gostavam da apresentação.........................................................................................................................................................................................................................................................

3.3.3.3.3. Há, na letra do rap, há uma referência ao dr. Hugo, patrão dos funcionáriosda Santa Gertrudes, que falou no final daquela greve que apareceu na Aula50. Explique o que o fez ficar engasgado e admirado...................................................................................................................................................................................................................................................................

4.4.4.4.4. Que crítica foi apresentada pelos LD’s à atitude que os chefes tiveram emrelação ao caso de Dionísio?..................................................................................................................................................................................................................................................................

5.5.5.5.5. Que justificativa foi dada para a apresentação de um rap sem atitudeatitudeatitudeatitudeatitude?Transcreva a parte que apresenta essa justificativa e explique-a...................................................................................................................................................................................................................................................................

Entendimento

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56A U L APara os rappers, ter atitudeatitudeatitudeatitudeatitude é ter consciência social, racial e postura de

integridade diante da vida. Discuta com seus amigos essa questão e elaboreparágrafos indicando o que para você significa:

a)a)a)a)a) Ter consciência social:....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

b) b) b) b) b) Ter consciência racial:....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

c) c) c) c) c) Ter postura de integridade diante da vida:....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

A letra que os rapazes compuseram é, de certa forma, uma reescritura dealgumas aulas anteriores. Além disso, faz referência a outros funcionáriosda fábrica.Os pontos básicos das Cenatextos foram tratados de maneira resumi-da, irônica e brincalhona. Foi feita um reescritura dentro do estilo deles, comgírias e construções de frases típicas de um rap.

Agora, reescreva o resumo que eles apresentaram sem usar gírias nem tantasexpressões de sentido figurado. Procure manter o sentido do que eles disserame o ponto de vista que apresentaram sobre os fatos. O início pode ser este:

Nós, os componentes da banda LD’s viemos aqui apresentar o nosso show. Commuito barulho, só queremos falar um pouco de alguns dos últimos acontecimentos daSanta Gertrudes.

O Jorge, com seu discurso forte, conseguiu controlar a nossa Assembléia..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Reescritura

Reflexão

&

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57A U L A

Cenatexto Na lanchonete da esposa de Jeremias, estánascendo um novo jornal. São três colegas de fábrica que, num sábado à tarde,decidem o futuro de um jornal para os operários da Matrex Construtora.Acompanhe, a partir de agora, os debates e as decisões.

Jeremias estava bastante animado. Fora, realmente, uma feliz idéia essa deproduzirem um jornalzinho da empresa. Como não haviam pensado nisso antes?Seria interessante, e de muita utilidade, pôr à disposição dos companheiros um jornalque pudesse, além de dar notícias, comentar e analisar alguns acontecimentos do dia-a-dia na empresa. Ele já estava há dois anos na Matrex Construtora e nunca haviapensado em repetir a boa experiência que tivera na Santa Gertrudes. Não haviadúvidas: se o pessoal topasse, eles haveriam de ter um jornalzinho bem maneiro!

- Oi, Gustavo! Eu estava aqui distraído, nem vi você chegar. O Miranda nãoficou de vir junto com você?

- Ah, ele já deve estar chegando. É que ele ficou de passar no trabalho do irmãopra pegar uns exemplares do jornalzinho deles.

A conversa entre Jeremias e Gustavo foi interrompida com a chegada deMiranda.

Mal chegou, Miranda sentou-se e espalhou alguns exemplares do jornal em cimada mesa. Jeremias apanhou um deles, começou a observá-lo e comentou:

- Nosso jornal poderia ser assim. Olhem como está boa essa diagramação.

57A U L A

M Ó D U L O 18

Leia e informe-se

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57A U L A- Diagramação? O que é isso? – perguntou Miranda.

- É a distribuição das matérias e das ilustrações na página do jornal. Antigamen-te, lá na Santa Gertrudes, além de repórter, eu era também diagramador – respondeuJeremias.

Os três colegas ficaram algum tempo examinando as ilustrações, analisando suadistribuição na página e lendo alguns textos.

- Gente, lendo esta matéria reclamando dos salários, me ocorreu uma dúvida. Nonosso jornal, vamos falar, abertamente, sobre nossos problemas, nossas broncas,nossas reivindicações? Olha só isto aqui. O cara tá metendo bronca – comentouMiranda.

- Acho que devemos falar, mas com moderação. Devemos comentar por alto, dara entender... Eu sou contra ficar usando jornal pra bronquear com patrão. Nossojornalzinho deve ser mais leve, mais pra lazer, uma diversão, uma forma de unir aturma – disse Gustavo.

- Negativo. Não concordo de jeito nenhum com essa idéia. Jornalzinho delazer!... Só faltava essa! Nosso jornal deve ser um veículo para divulgar nossasaspirações, nossos direitos. Deve ser um jornal sério. Lazer a gente tem é na praia,no bar, no clube – contestou Jeremias.

Percebendo que os amigos o escutavam atentamente, ele continuou com sua argu-mentação, desta vez mostrando um dos jornais.

- Veja esta matéria aqui:

Segurança no trabalho será tema de Congresso

Do dia 26 ao 28 deste mês, no SENAC, na Rua do Ouro, número 156, aAssociação de Engenharia e Segurança e a Cipa estarão patrocinando umCongresso Nacional de Segurança Integral. Os organizadores do evento plane-jaram cursos, palestras e painéis sobre segurança, higiene industrial e doençasocupacionais.

O Congresso será bem-vindo, sobretudo, por causa do número alarmante deacidentes de trabalho no Brasil. Nos últimos vinte anos, aconteceram 86.000mortes e houve 1 milhão de acidentados com incapacidade permanente.

- Isso! – continuou Jeremias. – Nosso jornal deve divulgar eventos assim edenunciar os problemas da classe trabalhadora.

- Tudo bem, gente. Não vamos brigar já na primeira reunião de planejamento.Temmuita coisa pra decidir: tiragem, periodicidade, financiamento etc. etc. - observouMiranda.

Gustavo, então, sugeriu:- Eu acho que nós podemos fazer as duas coisas: discutir problemas de salário,

falar sobre nossos direitos e também brincar um pouco. Alegria não faz mal aninguém. Até porque na brincadeira, no humor, na gozação, também pode haverseriedade.

- É, eu também acho. Podemos ter várias seções: cultura, esportes, economia,humor... Tudo pode ser explorado, desde que os assuntos sejam do interesse dotrabalhador da Matrex Construtora – sugeriu Miranda.

Jeremias, olhando para o relógio, comentou:- Sinto muito, pessoal, mas eu preciso ir agora. Sugiro que cada um leve alguns

exemplares para casa e os analise com calma. No próximo sábado, nos encontramosaqui e continuamos nosso papo. Pra mim tem de ser em fim de semana. Em dia útil,nem pensar.

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57A U L A Agora você vai trabalhar com alguns termos da área do jornalismo. Na

Cenatexto, você viu que “ Os três colegas ficaram algum tempo examinando asilustrações, analisando sua distribuição na página e lendo alguns textos”. A palavrailustraçãoilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustração aparece assim no dicionário:

ilustração.ilustração.ilustração.ilustração.ilustração. [do lat. illustratione] S. f. 1.1.1.1.1. Ato ou efeito de ilustrar (-se).2.2.2.2.2. Conjunto de conhecimentos; saber. 3.3.3.3.3. Imagem ou figura de qualquernatureza com que se orna ou elucida o texto de livros, folhetos eperiódicos. 4.4.4.4.4. Filos. V. filosofia das luzes.

1.1.1.1.1. Indique em qual sentido a palavra ilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustração foi usada na Cenatexto..................................................................................................................................

No dicionário, você encontrará outras palavras ligadas a ilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustração:

ilustrar.ilustrar.ilustrar.ilustrar.ilustrar. [do lat. illustrare] V. t. d. 1.1.1.1.1. Tornar ilustre; glorificar. 2.2.2.2.2. Esclare-cer, elucidar, comentar, explicar. 3.3.3.3.3. Transmitir conhecimentos a; instruir.4.4.4.4.4. Servir como exemplo para; exemplificar. 5.5.5.5.5. Ornar (um trabalho im-presso ou destinado à imprensa) com gravura ou ilustração (3). V. p. 6.6.6.6.6.Adquirir lustre, glória, celebridade. 7.7.7.7.7. Adquirir conhecimentos; instruir-se.ilustrado.ilustrado.ilustrado.ilustrado.ilustrado. [do lat. illustratu] Adj. 1.1.1.1.1. Que tem muita ilustração; instruído.2.2.2.2.2. Que tem gravuras ou ilustrações.ilustrador.ilustrador.ilustrador.ilustrador.ilustrador. [do lat. illustratore] Adj. 1.1.1.1.1. Que ilustra. S. m. 2.2.2.2.2. Aquele queilustra; desenhista de ilustrações.

Vimos, assim, um substantivo (ilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustração), um verbo (ilustrarilustrarilustrarilustrarilustrar), um adjetivo(ilustradoilustradoilustradoilustradoilustrado) e uma palavra que pode ser adjetivo ou substantivo (ilustradorilustradorilustradorilustradorilustrador);todos com significados semelhantes. Por isso, dizemos que essas palavrasformam uma famíliafamíliafamíliafamíliafamília.

2.2.2.2.2. Indique o sentido da palavra destacada nas frases seguintes:

a)a)a)a)a) Os três amigos ficaram examinando as ilustrações ilustrações ilustrações ilustrações ilustrações.............................................................................................................................

b) b) b) b) b) O jornal será ilustradoilustradoilustradoilustradoilustrado com gravuras e fotos.............................................................................................................................

c)c)c)c)c) Eles vão convidar Renato para ilustrador ilustrador ilustrador ilustrador ilustrador do jornal.............................................................................................................................

3.3.3.3.3. Você provavelmente conhece a palavra ilustreilustreilustreilustreilustre. Talvez até conheça algumaspessoas ilustres. Com auxílio de um dicionário, explique o sentido destafrase:

Rui Barbosa foi um brasileiro ilustre.ilustre.ilustre.ilustre.ilustre..................................................................................................................................

Jeremias, que já trabalhara no jornalzinho da Santa Gertrudes, comentou aboa diagramaçãodiagramaçãodiagramaçãodiagramaçãodiagramação do jornal que estava analisando. Miranda desconhecia apalavra e quis saber seu significado. Note que esse termo também está incluídoem uma família de palavras.

Dicionário

Page 89: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

57A U L Adiagramação.diagramação.diagramação.diagramação.diagramação. [de diagramar + -ção] S. f. 1.1.1.1.1. Ato ou efeito de diagramar.

diagramar.diagramar.diagramar.diagramar.diagramar. V. t. d. Edit. 1.1.1.1.1. Determinar a disposição de (os espaços aserem ocupados pelos elementos - textos, ilustrações, legendas etc. - delivro, jornal, cartaz, anúncio etc.), precisando o formato do impresso, ostipos a serem utilizados, as medidas das colunas etc. 2.2.2.2.2. Dispor, de acordocom estrutura pré-determinada, os elementos que devem ser impressos.diagramador.diagramador.diagramador.diagramador.diagramador. S. m. 1.1.1.1.1. Programador visual ou técnico que se ocupa dediagramação de impressos.

4.4.4.4.4. No jornalzinho da Santa Gertrudes, Jeremias “além de repórter, eradiagramadordiagramadordiagramadordiagramadordiagramador” . Explique o que ele fazia nessa última função...................................................................................................................................................................................................................................................................

A certa altura da reunião, Miranda sugere: “Podemos ter várias seçõesseçõesseçõesseçõesseções:cultura, esporte, economia, humor...” Observe como a palavra seçãoseçãoseçãoseçãoseção aparece nodicionário:

seção.seção.seção.seção.seção. [var. de secção < lat. sectione] S. f. 1.1.1.1.1. Ato ou efeito de secionar (-se).2.2.2.2.2. Parte de um todo; segmento. 3.3.3.3.3. Divisão ou subdivisão de obra, tratado,estudo. 4.4.4.4.4. Numa publicação, local reservado a determinada matéria ouassunto. 5.5.5.5.5. Divisão que abrange certo número de matérias, em um curso.6.6.6.6.6. Cada uma das divisões ou subdivisões de uma repartição pública oude um estabelecimento qualquer, correspondente a serviço ou assuntodeterminado; setor.

5.5.5.5.5. Explique em que sentido a palavra seçãoseçãoseçãoseçãoseção foi usada na Cenatexto.................................................................................................................................

6.6.6.6.6. Há outras expressões na Cenatexto que merecem uma consulta ao dicionário.Escreva o que se entende por:a)a)a)a)a) matéria jornalística: .........................................................................................b)b)b)b)b) tiragem de um jornal: .....................................................................................c)c)c)c)c) formato do jornal: ............................................................................................

Em um texto em que as margens são definidas, como no caso de livros oujornais, nem sempre uma palavra cabe inteira na mesma linha. Nesse caso, apalavra é cortada por hífen (-----) e uma parte dela passa para a próxima linha. Parafazer a separação corretamente, é preciso saber dividir a palavra em sílabassílabassílabassílabassílabas, quesão partes da palavra pronunciadas como se formassem um som só. Na LínguaPortuguesa, existem sílabas sem consoante, mas não existe nenhuma sílaba quenão tenha vogal. A formação das sílabas varia, podemos ter:

consoante + vogal: vo-cêvo-cêvo-cêvo-cêvo-cê; co-le-gaco-le-gaco-le-gaco-le-gaco-le-gaconsoante + vogal + consoante: man-terman-terman-terman-terman-tervárias consoantes + vogal: trans-for-mar; ne-nhumtrans-for-mar; ne-nhumtrans-for-mar; ne-nhumtrans-for-mar; ne-nhumtrans-for-mar; ne-nhum.

Page 90: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

57A U L A Conforme o número de sílabas que têm, as palavras são classificadas em:

monossílabos monossílabos monossílabos monossílabos monossílabos (que têm uma sílaba só): tu nós eu mas tu nós eu mas tu nós eu mas tu nós eu mas tu nós eu mas e ou se já bome ou se já bome ou se já bome ou se já bome ou se já bomdissílabos dissílabos dissílabos dissílabos dissílabos (que têm duas sílabas): vo-cê car-ro ho-je sa-bervo-cê car-ro ho-je sa-bervo-cê car-ro ho-je sa-bervo-cê car-ro ho-je sa-bervo-cê car-ro ho-je sa-bertrissílabos trissílabos trissílabos trissílabos trissílabos (que têm três sílabas): re-pe-tir dis-cu-tir pu-des-sere-pe-tir dis-cu-tir pu-des-sere-pe-tir dis-cu-tir pu-des-sere-pe-tir dis-cu-tir pu-des-sere-pe-tir dis-cu-tir pu-des-sepolissílabos polissílabos polissílabos polissílabos polissílabos (que têm quatro ou mais sílabas): lan-cho-ne-te in-ter-rom-pi-dalan-cho-ne-te in-ter-rom-pi-dalan-cho-ne-te in-ter-rom-pi-dalan-cho-ne-te in-ter-rom-pi-dalan-cho-ne-te in-ter-rom-pi-da

A separação das sílabas não é complicada. Para começar, veja alguns gruposde letras que nãonãonãonãonão podem ser separados:

l Não podemos separar as letras dos ditongosNão podemos separar as letras dos ditongosNão podemos separar as letras dos ditongosNão podemos separar as letras dos ditongosNão podemos separar as letras dos ditongos.Ditongo é a união, numa sílaba, de uma vogal fracavogal fracavogal fracavogal fracavogal fraca (semivogal) com umavogal fortevogal fortevogal fortevogal fortevogal forte, por exemplo: sentiuiuiuiuiu, noioioioioite, quauauauauase, direieieieieito, paciênciaiaiaiaia, aceieieieieitar.A palavra indagaçõesindagaçõesindagaçõesindagaçõesindagações, por exemplo, é terminada em ditongo (õeõeõeõeõe). Deve serseparada assim:

in-da-ga-çõesin-da-ga-çõesin-da-ga-çõesin-da-ga-çõesin-da-ga-ções

7.7.7.7.7. Procure na Cenatexto algumas palavras que tenham ditongo:..................................................................................................................................................................................................................................................................

l Nem todos os dígrafos podem ser separados.Nem todos os dígrafos podem ser separados.Nem todos os dígrafos podem ser separados.Nem todos os dígrafos podem ser separados.Nem todos os dígrafos podem ser separados.Dígrafo é um grupo de letras que representa um só som, por exemplo: chchchchchegar,olhlhlhlhlhar, nenhnhnhnhnhum, seguguguguguinte, quququququerer, nascscscscscer, excxcxcxcxceção. Esses dígrafos não podem serseparados, veja:

lan-cho-ne-telan-cho-ne-telan-cho-ne-telan-cho-ne-telan-cho-ne-te

Há, porém, alguns dígrafos que podem ser separados. São eles: rr,rr,rr,rr,rr, ss, sc, sç,ss, sc, sç,ss, sc, sç,ss, sc, sç,ss, sc, sç,xcxcxcxcxc. Veja:

as-sun-to in-ter-rom-per des-cer des-ça ex-ce-çãoas-sun-to in-ter-rom-per des-cer des-ça ex-ce-çãoas-sun-to in-ter-rom-per des-cer des-ça ex-ce-çãoas-sun-to in-ter-rom-per des-cer des-ça ex-ce-çãoas-sun-to in-ter-rom-per des-cer des-ça ex-ce-ção

8.8.8.8.8. Procure na Cenatexto algumas palavras que apresentem dígrafos que nãopodem ser separados:...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

9. 9. 9. 9. 9. Separe as palavras em sílabas, observando os dígrafos:a)a)a)a)a) trabalho: ............................................................................................................

b) b) b) b) b) assuntos: ............................................................................................................

c)c)c)c)c) manchete: ..........................................................................................................

d)d)d)d)d) acho: ..................................................................................................................

e)e)e)e)e) olhem: ................................................................................................................

f)f)f)f)f) congresso: .........................................................................................................

Page 91: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

57A U L A1.1.1.1.1. Gustavo e Jeremias têm opiniões contrárias a respeito de como deveria ser o

jornal. Quais são as diferenças entre ambas?

2.2.2.2.2. Ao ler uma notícia em um dos jornaizinhos, Miranda teve uma dúvida. Qualfoi essa dúvida e quais as opiniões de Jeremias e Gustavo a respeito daquestão?

3.3.3.3.3. O personagem Gustavo, na sua última fala, propõe uma solução conciliado-ra. Qual foi essa solução?

4.4.4.4.4. Segundo os personagens da Cenatexto desta aula, quais seriam as funções deum jornal de fábrica?

Você percebeu que Jeremias, Gustavo e Miranda têm opiniões diferentes arespeito do jornal que irão fazer.

Suponha que você também trabalhe na Matrex Construtora e um conhecidoseu, dono de uma pequena fábrica, está interessado em anunciar seu produto nojornalzinho da Matrex. Para isso, ele quer informações sobre o pensamento daequipe que irá publicar o jornal e também sobre a linha a ser adotada pelosjornalistas, quer dizer, que tipo de posição política o jornal defenderá.

Sua tarefa será coletar informações para repassá-las ao pequeno empresário.A partir de trechos da Cenatexto, é possível organizar algumas informações. Vejao modelo:

Trecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da Cenatexto

Jeremias estava bastante animado. Fora, realmente, uma feliz idéia essa deproduzirem um jornalzinho da empresa. Como não haviam pensado nisso antes?Seria interessante, e de muita utilidade, pôr à disposição dos companheiros um jornalque pudesse, além de dar notícias, comentar e analisar alguns acontecimentos do dia-a-dia na empresa. Ele já estava há dois anos na Matrex Construtora e nunca haviapensado em repetir a boa experiência que tivera na Santa Gertrudes. Não haviadúvidas: se o pessoal topasse, eles haveriam de ter um jornalzinho bem maneiro!

l Informações sobre JeremiasInformações sobre JeremiasInformações sobre JeremiasInformações sobre JeremiasInformações sobre JeremiasJeremias trabalhou, anteriormente, em outra empresa, onde teve uma boaexperiência com jornal. Ele acredita que, com a colaboração dos colegas, osempregados da Matrex Construtora também terão um bom jornal, que possacomentar e analisar alguns fatos ocorridos na empresa.

Agora, é com você. Reescreva as informações contidas nos fragmentostranscritos da Cenatexto. Siga o modelo acima. Lembre-se de que irá passar essasinformações ao empresário; por isso, seja objetivo.

1.1.1.1.1. Trecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da Cenatexto

- Acho que devemos falar, mas com moderação. Devemos comentar por alto, dara entender... Eu sou contra ficar usando jornal pra bronquear com patrão. Nossojornalzinho deve ser mais leve, mais pra lazer, uma diversão, uma forma de unir aturma – disse Gustavo.

Entendimento

Reescritura

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57A U L A

&

l Informações sobre a opinião de GustavoInformações sobre a opinião de GustavoInformações sobre a opinião de GustavoInformações sobre a opinião de GustavoInformações sobre a opinião de Gustavo......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Trecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da Cenatexto

- Negativo. Não concordo de jeito nenhum com essa idéia. Jornalzinho delazer!... Só faltava essa! Nosso jornal deve ser um veículo para divulgar nossasaspirações, nossos direitos. Deve ser um jornal sério. Lazer a gente tem é na praia,no bar, no clube – contestou Jeremias.

l Informações sobre a opinião de JeremiasInformações sobre a opinião de JeremiasInformações sobre a opinião de JeremiasInformações sobre a opinião de JeremiasInformações sobre a opinião de Jeremias......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3.3.3.3.3. Trecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da CenatextoTrecho da Cenatexto

- É, eu também acho. Podemos ter várias seções: cultura, esportes, economia,humor... Tudo pode ser explorado, desde que os assuntos sejam do interesse dotrabalhador da Matrex Construtora – sugeriu Miranda.

l Informações sobre a opinião de MirandaInformações sobre a opinião de MirandaInformações sobre a opinião de MirandaInformações sobre a opinião de MirandaInformações sobre a opinião de Miranda......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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58A U L A

Leia e informe-se

CenatextoNa aula anterior, Gustavo, Miranda e Jeremiasse encontraram em uma lanchonete para discutir a respeito de um projeto: apublicação de um jornal na Matrex Construtora, empresa em que trabalham.Hoje, voltam a se encontrar na mesma lanchonete, mas contam com apresença de José, colega que freqüentou durante dois anos a faculdade deComunicação.

- Que bom que você deu as caras, José! Miranda falou que tava duro te convencer– diz Jeremias.

- Ora, Jeremias, só não aceitei de cara porque estou muito apertado no serviço.Gustavo falou que, no primeiro encontro, vocês comentaram sobre o tipo de jornal,a linha que pretendem seguir...

- Gente, por falar nisso, minha mulher está encrencando com esse negócio dagente falar dos nossos direitos, de reclamar das injustiças, de criticar o que precisa– comenta Miranda.

- Que é isso, Miranda? E a liberdade de expressão? E a liberdade de imprensagarantida pela Constituição Federal? – questiona José.

- Além do mais, ninguém vai usar o jornal para ofender. Eu nem tenho cara praisso – comenta Jeremias.

Gustavo levanta-se inquieto. Dá a impressão de estar descontente com algo e denão querer manifestar sua opinião.

- O que está havendo, Gustavo? Que cara amarrada é essa? - pergunta José.- Acho que, na Matrex, tem muito sujeitinho cara-de-pau, que vai querer que a

gente fique denunciando tudo e criticando todos. Se vocês querem saber, eu não soua favor da total liberdade de imprensa, não. Muitos jornalistas abusam: caluniam,mentem, enrolam a gente. Pra tudo tem que ter limite nessa vida.

- O que é isso, Gustavo? Você já parou pra pensar que o governo é que abusa aocriar leis para censurar, impedindo que determinados assuntos saiam nos jornais? –pergunta José.

Jeremias resolve interferir:- Você é muito novo e não provou o gostinho da censura. Não sabe o que é ver

os jornais limitados a publicarem só o que é do gosto do governo e os órgãos de censuravendo terrorismo em tudo. Eles não deixavam sair nos jornais nenhuma crítica aosgovernantes.

58A U L A

M Ó D U L O 18

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58A U L A

- É verdade – completa José. – Na época da ditadura, sem liberdade de imprensa,muito jornalista sério, muito jornal que queria denunciar os abusos, comeu o pão que odiabo amassou.

- E vocês acham que, com toda essa liberdade que há por aí, para os jornais publicaremà vontade o que quiserem, as notícias são sempre verdadeiras? Sabem o que acho de tudoisso? Que a gente tem que ficar é bem esperto e olhar tudo com espírito crítico. Essa históriade jornal que conta as coisas como elas são, é conversa pra boi dormir - afirma Gustavo.

A conversa entrou pela tarde, predominando o tom de divergência e polêmica entreos amigos.

José afasta-se um pouco do grupo e põe-se a pensar “Sempre foi assim. Jeremias eGustavo são muito diferentes: um vê uma coisa, e o outro vê outra. Diante dos mesmosfatos, cada um adota um ponto de vista, cada um tem a sua opinião...”

Mas, naquele momento, José queria mesmo era mostrar aos colegas as duas reporta-gens que ele havia escrito.

Na Aula 21, vimos a opinião de um jornalista brasileiro, Villas-Bôas Correia,sobre a maioria dos temas que hoje retomamos na Cenatexto. Revendo as idéiasexpostas naquela aula, podemos compreender algumas posições defendidas naCenatexto. Veja este trecho:

“ - Que é isso, Miranda? E a liberdade de expressão? E a liberdade de imprensagarantida pela Constituição Federal?”

Pensando um pouco nas palavras usadas nessa fala, compreendemos que:

l ConstituiçãoConstituiçãoConstituiçãoConstituiçãoConstituição, ou Carta Magna Carta Magna Carta Magna Carta Magna Carta Magna, é um conjunto de leis ou de normas quedeverão ser cumpridas pelo cidadão como lei maior e mais importante de umpaís.

l Liberdade de imprensa Liberdade de imprensa Liberdade de imprensa Liberdade de imprensa Liberdade de imprensa é a liberdade de informação jornalística garantida eassegurada pela Constituição Federal, com relação a qualquer meio decomunicação: rádio, cinema, televisão etc. Assim, o jornalista tem o direito deexpressar livremente sua opinião, por qualquer um desses meios.

Dicionário

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58A U L Al Liberdade de expressãoLiberdade de expressãoLiberdade de expressãoLiberdade de expressãoLiberdade de expressão é a livre manifestação do pensamento, pela palavra

escrita ou falada. Contudo, a pessoa que caluniar uma outra, por palavrafalada ou escrita, pode ser processada e condenada pela Justiça. A lei garanteo uso da liberdade de expressão, mas condena o abuso dessa liberdade.

1.1.1.1.1. José faz este comentário:

“Muito jornalista comeu o pão que o diabo amassoucomeu o pão que o diabo amassoucomeu o pão que o diabo amassoucomeu o pão que o diabo amassoucomeu o pão que o diabo amassou.”

Essa é uma expressão bastante popular no Brasil, e aparece registrada nodicionário no verbete comercomercomercomercomer.

Explique o que José quis dizer com isso...................................................................................................................................................................................................................................................................

Agora, veja outras expressões com o verbo come come come come comer, em sentido figurado, eseus respectivos significados:

l Comer com os olhosComer com os olhosComer com os olhosComer com os olhosComer com os olhos: cobiçar, desejar.l Comer as letrasComer as letrasComer as letrasComer as letrasComer as letras: pronunciar de modo confuso as palavras.l Comer os olhos de alguémComer os olhos de alguémComer os olhos de alguémComer os olhos de alguémComer os olhos de alguém: extorquir dinheiro, cobrar preço abusivo por

algo.

Mesmo sem fazer parte de uma expressão, o verbo comer comer comer comer comer é bastante usadoem sentido figurado. Observe:

l ConsumiConsumiConsumiConsumiConsumir: A inflação comeucomeucomeucomeucomeu meu dinheiro.l RoubarRoubarRoubarRoubarRoubar: O tesoureiro comeucomeucomeucomeucomeu muito dinheiro.l Gastar / DestruirGastar / DestruirGastar / DestruirGastar / DestruirGastar / Destruir: A ferrugem comecomecomecomecome o ferro.l Omitir / SuprimirOmitir / SuprimirOmitir / SuprimirOmitir / SuprimirOmitir / Suprimir: O escrevente comeucomeucomeucomeucomeu duas palavras.

Apesar da enorme variedade de sentidos e de empregos do verbo comercomercomercomercomer,dependendo da situação e do objetivo de nossa fala, fica melhor a utilização depalavras sinônimas.

2.2.2.2.2. Nas frases abaixo, substitua o verbo comer comer comer comer comer por uma palavra apropriada.Veja o exemplo:

- Algumas empreiteiras comeramcomeramcomeramcomeramcomeram muito dinheiro público, disse o jornalista.- Algumas empreiteiras roubaramroubaramroubaramroubaramroubaram muito dinheiro público, disse o jornalista.

a) a) a) a) a) A inflação comeucomeucomeucomeucomeu as economias de muitos brasileiros.........................................................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) Ao escrever a matéria, o repórter comeucomeucomeucomeucomeu duas palavras.........................................................................................................................................................................................................................................................

c)c)c)c)c) Alguns comerciantes estão comendo os olhoscomendo os olhoscomendo os olhoscomendo os olhoscomendo os olhos dos consumidores.........................................................................................................................................................................................................................................................

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58A U L A Sendo muito comum na linguagem do dia-a-dia, a palavra cara cara cara cara cara também

aparece várias vezes na Cenatexto. Veja as expressões registradas no dicionário,encontradas nesse verbete:

caracaracaracaracara..... S. f. 1.1.1.1.1. A parte anterior da cabeça; rosto. 2.2.2.2.2. Semblante, fisionomia.3.3.3.3.3. A parte oposta à coroa, geralmente com uma efígie, em certas moedas.4.4.4.4.4. Fig. Aspecto, aparência, ar. 55555. Ousadia, coragem. 6.6.6.6.6. S. m. Bras. Gír.Pessoa que não se conhece. 7.7.7.7.7. Indivíduo, sujeito.Expressões: Cara a caraCara a caraCara a caraCara a caraCara a cara. Face a face, frente a frente. Cara amarradaCara amarradaCara amarradaCara amarradaCara amarrada. Diz-se da fisionomia de má vontade. Cara de quem comeu e não gostouCara de quem comeu e não gostouCara de quem comeu e não gostouCara de quem comeu e não gostouCara de quem comeu e não gostou.Aquela que indica má vontade, irritação. Cara de tachoCara de tachoCara de tachoCara de tachoCara de tacho..... Bras. Fam.Fisionomia própria de quem está desapontado, de quem fica sem sabero que fazer. Com a cara no chãoCom a cara no chãoCom a cara no chãoCom a cara no chãoCom a cara no chão. Em situação penosa, ou vexatória, comoa de quem prometeu e não pôde cumprir. Dar as carasDar as carasDar as carasDar as carasDar as caras. Aparecer(pessoa). Dar de cara comDar de cara comDar de cara comDar de cara comDar de cara com. Encontrar-se subitamente em presença dealguém ou de alguma coisa; dar de rosto com. De cara cheiaDe cara cheiaDe cara cheiaDe cara cheiaDe cara cheia. . . . . Bras. Pop.Bêbado, embriagado. Fechar a caraFechar a caraFechar a caraFechar a caraFechar a cara. . . . . Amarrar a cara. Cara-de-pau.Cara-de-pau.Cara-de-pau.Cara-de-pau.Cara-de-pau. Diz-se do indivíduo cínico, caradura. Livrar a cara de.Livrar a cara de.Livrar a cara de.Livrar a cara de.Livrar a cara de. Bras. Pop. Tirar(alguém) de situação embaraçosa; defender. Meter a cara.Meter a cara.Meter a cara.Meter a cara.Meter a cara. Entrar emalgum lugar sem hesitação, sem cerimônia. Quebrar aQuebrar aQuebrar aQuebrar aQuebrar a caracaracaracaracara..... Bras. Fam.Não alcançar o que esperava, ou, contra a vontade, perder o que tinha;sofrer decepção ou malogro; malograr-se, frustrar-se, falhar, fracassar.Passar por vergonha ou vexame. Ser a cara deSer a cara deSer a cara deSer a cara deSer a cara de..... Parecer-se muito com (opai, a mãe, o tio etc., ou com qualquer outra pessoa).

3.3.3.3.3. De acordo com a Cenatexto, indique o significado das seguintes frases:

a)a)a)a)a) Que bom que você deu as carascarascarascarascaras.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

b) b) b) b) b) (...) eu nem tenho caracaracaracaracara pra isso.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

c) c) c) c) c) (...) tem muito sujeitinho cara-de-paucara-de-paucara-de-paucara-de-paucara-de-pau.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

d) d) d) d) d) Que cara cara cara cara cara amarrada é essa?....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

e) e) e) e) e) Não aceitei de carade carade carade carade cara porque estou apertado no serviço.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Na aula passada, trabalhamos com separação de sílabas. Na aula de hoje,vamos classificar as palavras de acordo com a sílaba cuja pronúncia é mais forte.

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58A U L AObserve como pronunciamos a palavra cara cara cara cara cara: a sílaba mais forte é -ca -ca -ca -ca -ca. Por

essa razão, ela é chamada de sílaba tônicasílaba tônicasílaba tônicasílaba tônicasílaba tônica. Em toda palavra há uma única sílabatônica; as sílabas restantes são chamadas de sílabas átonassílabas átonassílabas átonassílabas átonassílabas átonas..... Compare estaspalavras:

cacacacacara carárárárárá

a sílaba tônica a sílaba tônicaé a primeira é a última

4.4.4.4.4. Separe as sílabas das palavras abaixo e, a seguir, sublinhe a sílaba tônica:

a)a)a)a)a) liberdade ................................. b)b)b)b)b) ninguém .............................................c) c) c) c) c) censura ..................................... d)d)d)d)d) vocês ...................................................e)e)e)e)e) ofender .................................... f)f)f)f)f) limite ...................................................g)g)g)g)g) vida .......................................... h)h)h)h)h) censurar ..............................................

De acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras podem ser classificadasem oxítonasoxítonasoxítonasoxítonasoxítonas, paroxítonasparoxítonasparoxítonasparoxítonasparoxítonas e proparoxítonasproparoxítonasproparoxítonasproparoxítonasproparoxítonas. Observe que a contagem é semprefeita da direita para a esquerda.

l Quando a sílaba tônica é a últimaúltimaúltimaúltimaúltima, a palavra é oxítonaoxítonaoxítonaoxítonaoxítonaPor exemplo: caféféféféfé, alguémguémguémguémguém.

l Quando a sílaba tônica é a penúltimapenúltimapenúltimapenúltimapenúltima, a palavra é paroxítonaparoxítonaparoxítonaparoxítonaparoxítona.Por exemplo: cacacacacara, apertatatatatado.

l Quando a sílaba tônica é a antepenúltimaantepenúltimaantepenúltimaantepenúltimaantepenúltima, a palavra é proparoxítonaproparoxítonaproparoxítonaproparoxítonaproparoxítona.Por exemplo: fáfáfáfáfábrica, ééééépoca.

5.5.5.5.5. De acordo com a posição da sílaba tônica, classifique as palavras abaixo:a)a)a)a)a) símbolo ..............................................................................................................

b)b)b)b)b) imprensa ...........................................................................................................

c)c)c)c)c) indaga................................................................................................................

d)d)d)d)d) impressão..........................................................................................................

e)e)e)e)e) nesta ..................................................................................................................

f)f)f)f)f) jornalista ...........................................................................................................

1.1.1.1.1. Quais os argumentos apresentados por Jeremias para defender a liberdadede imprensa?

2.2.2.2.2. José também defende a liberdade de imprensa. Indique os argumentosapresentados por ele.

3.3.3.3.3. Por que a mulher de Miranda “encrencou” com ele ao saber qual seria a linhado jornal?

4.4.4.4.4. Por que Gustavo estava de cara amarrada? Qual era a posição dele?

Entendimento

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58A U L A No final da Cenatexto, José deseja mostrar aos colegas algumas reportagens

que ele havia escrito para o jornalzinho.Como fez dois anos do curso de Comunicação, quis escrevê-las de acordo

com a técnica jornalística.As reportagens dos jornais precisam fornecer sempre alguns dados básicos

aos seus leitores, informando claramente: quem, onde, quando, o que, por quequem, onde, quando, o que, por quequem, onde, quando, o que, por quequem, onde, quando, o que, por quequem, onde, quando, o que, por que ecomocomocomocomocomo. Além disso, a linguagem deve ser simples e objetiva.

A seguir, temos uma das reportagens de José. Veja se ele realizou bem a tarefaa que se propôs:

Previdência enfrenta ações judiciais

Mais de 974 mil aposentados e trabalhadores (quemquemquemquemquem) ajuizaram ação naJustiça contra a Previdência Social (o quêo quêo quêo quêo quê). Os números foram divulgados ontem,dia 25 de abril. A maioria das ações pede para que a Justiça faça novo cálculo dovalor que os aposentados recebem, mas há também ações trabalhistas e sobreacidentes de trabalho (por quêpor quêpor quêpor quêpor quê). O estado de São Paulo registra o maior númerode ações (29,22%), no entanto, há participações de todos os estados brasileiros(ondeondeondeondeonde). Os empregados e aposentados contratam, quase sempre, advogadosespecialistas para representá-los nesses casos (comocomocomocomocomo).

O texto seguinte é uma reescritura da notícia que você acabou de ler. Nela, foienfatizado o fato de o estado de São Paulo ser campeão de ações contra aPrevidência Social. Observe que até mesmo o título foi alterado.

São Paulo tem mais ações contra a Previdência

São Paulo é o estado brasileiro que mais ajuíza ações contra a PrevidênciaSocial: mais de 974 mil aposentados e trabalhadores, em todo o país, ajuizaramtais ações. No entanto, 29,22% desse total são de paulistas. A maioria pede paraque a Justiça faça novos cálculos do dinheiro pago aos aposentados, mas hátambém há algumas ações trabalhistas e de acidentes de trabalho. A maior partedas pessoas costuma contratar advogados especialistas para propor essas ações.

1.1.1.1.1. Agora, você vai se colocar no lugar do jornalista continuando a reportagem.Destaque o fato de a maioria das ações serem propostas por aposentados.Acrescente informações que você considera interessantes aos seus leitores,mesmo inventando alguns dados. Para facilitar, aqui vai o início da suareportagem.

Maioria das ações contra a Previdência são de aposentados

Embora haja algumas ações trabalhistas e de acidentes do trabalho, a grandemaioria das ações contra a Previdência Social são .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Reescritura

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58A U L A2.2.2.2.2. Agora você vai reescrever a reportagem destacando o fato de que, apesar de

as ações serem defendidas por advogados especialistas, tudo é muito demo-rado na Justiça brasileira. Se quiser, conte um caso que você conheça comoexemplo para essa situação. Não se esqueça de dizer quem, o quê, quando,quem, o quê, quando,quem, o quê, quando,quem, o quê, quando,quem, o quê, quando,onde, comoonde, comoonde, comoonde, comoonde, como e por quêpor quêpor quêpor quêpor quê tudo isso acontece.

As ações contra a Previdência são demoradas e desanimadoras

Feliciano dos Anjos, 68 anos, ex-funcionário da Matrex Construtora, aposen-tou-se há dois anos. Como aposentado, recebe um terço do salário que tinha naempresa. ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Na Cenatexto de hoje, os personagens discutiram sobre liberdade de im-liberdade de im-liberdade de im-liberdade de im-liberdade de im-prensaprensaprensaprensaprensa e liberdade de expressãoliberdade de expressãoliberdade de expressãoliberdade de expressãoliberdade de expressão. Você já imaginou como é importante terliberdade de pensamento, podendo expressar suas idéias sem que ninguém ocensure? Já pensou o que significa poder dizer o que você pensa?

No entanto, já pensou também nos limites dessa liberdade? Até onde vocêpode ir com sua liberdade de pensamento? Será que se pode defender qualqueropinião, ou existem opiniões que vão contra os princípios mais nobres? Vocêpoderia defender publicamente o racismo, por exemplo?

Você acha que a liberdade de imprensa está relacionada com a democracia?Por quê? É importante, na sua opinião, que a imprensa seja livre para denunciaros escândalos, os corruptos e os corruptores? Isso faz bem para a democracia? Issoajuda o país?

A lei brasileira protege aquele que foi ofendido, injustamente, pelos jornais.A pessoa que foi caluniada, por exemplo, pode até receber dinheiro comoindenização pelos prejuízos morais que sofreu.

Na sua opinião, essa lei dificulta a liberdade de expressão? Por quê?Pensando sobre esses temas, discuta com os amigos e escreva suas opiniões.

Seja um cidadão consciente, tendo posições claras sobre esses assuntos.

&

Reflexão

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59A U L A

Cenatexto No sábado à tarde, os quatro colegas –Jeremias, José, Miranda e Gustavo – voltaram a se encontrar. As últimas semanashaviam sido bastante produtivas: o jornal ganhou um nome, as tarefas foramdistribuídas, a gráfica contratada. O Jornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do Trabalhador já era, praticamente,uma realidade.

- Ontem, Gustavo, depois daquela conversa na cantina, fiquei pensando nassuas discussões com Jeremias. Até hoje nada, mas nada mesmo, foi decidido sobre ojornal sem que vocês não tivessem tido uma boa discussão– disse José.

- É bom que seja assim! Entre jornalistas, opiniões divergentes são sempre bem-vindas. O Jornal doJornal doJornal doJornal doJornal do TrabalhadorTrabalhadorTrabalhadorTrabalhadorTrabalhador precisa mostrar visões diferentes – comentouMiranda.

- Vocês podem até dizer que sou implicante e criador de caso, mas acho que nossojornal não deve ter opiniões divergentes. O Jornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do Trabalhador tem mais é quepuxar farinha pro nosso saco – contestou Jeremias.

José, conciliador, interrompeu a discussão:- Calma aí, rapazes! Não quero botar mais lenha na fogueira, não. Eu só queria

comentar que andei lendo umas notícias que me fizeram lembrar dessas eternasbrigas entre Gustavo e Jeremias.

José tirou uns jornais amassados de dentro da pasta e explicou que traziam anotícia de uma moça que foi demitida porque beijou o namorado em horário detrabalho.

- O quê?! – estranhou Jeremias. – E o que é que tem isso a ver com minhas brigascom o Gustavo? Essa eu não entendi. Você ficou maluco?

- Maluco nada. É que sempre fico admirado de ver como, diante de um mesmofato, as versões podem ser tão diferentes!... No caso que estou falando, acontece isso:cada jornalista conta a mesma história, mas do seu jeito, do seu ponto de vista –respondeu José.

- Agora começo a entender – comentou Miranda. – Gustavo e Jeremias estãosempre vendo as coisas do seu modo e, como eles são muito diferentes, tudo acaba embriga.

- Deve ser isso aí, mesmo. Mas vamos parar com essa embromação que eu querover as tais notícias – disse Gustavo.

- Acho bom mesmo. Assim, podemos aproveitar e prestar atenção à linguagemusada pelos jornalistas.

59A U L A

M Ó D U L O 18

Leia e informe-se

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59A U L AEscolhido como redator chefe, José se sente à vontade para comentar que quase

sempre o espaço é pouco no jornal e que, por essa razão, os textos têm de ser resumidos.Lembrou também que a linguagem deve ser clara, simples e objetiva.

- Em jornal, não é bom falar complicado, não – resumiu.- Tudo bem, José, mas agora, você pode ler pra gente as tais notícias?Então, José fez pose e começou a leitura da notícia.

Beijo inoportunoA bancária Regina Beatriz de Souza, ex-funcionária do Banco Agrotec, em

Salinas do Sul (PR), foi demitida do emprego porque, apesar de advertida ealertada pelo gerente, insistiu em beijar o namorado na presença da clientela.Segundo o gerente, um funcionário não pode constranger os clientes, obrigando-os a ficar na fila até que termine a sessão de beijos. Um outro funcionário do bancodisse que ela tinha sido avisada, mas não acatou a orientção da chefia.

Tribuna do Vale, 14/2/95Tribuna do Vale, 14/2/95Tribuna do Vale, 14/2/95Tribuna do Vale, 14/2/95Tribuna do Vale, 14/2/95

- Nossa, mas que moça mais cara-de-pau, gente! Tá ganhando pra trabalhar efica aí dando show em vez de pegar no batente! – comentou Gustavo.

- Deixe de ser precipitado - protestou Jeremias. – Vamos ver a outra notícia.

Puritanismo no SulEm Salinas do Sul, no Paraná, uma bancária perdeu seu emprego por ter dado

um beijo no namorado em horário de trabalho e na presença de clientes. A moçase diz surpresa com a atitude do banco, e o presidente do Sindicato dos Bancáriosacredita que houve excesso de puritanismo e de moralismo por parte da empresa.Assim, ele comentou indignado: “Namorar no trabalho, que eu saiba, nunca foifalta grave”.

Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95

- Dá até pra entender o que você tá dizendo. A primeira reportagem parececoncordar com a demissão, e a segunda não. A gente vê isso até pelos títulos, gente!...Tem mais notícia aí, ou só tem essa? – perguntou Gustavo, curioso.

- É a mesma, mas o que interessa é a variação. Aí é que tá o bom da coisa. Temuma última. Fiquem bem atentos!

Beijo causa transtornoA bancária Regina Beatriz de Souza foi demitida pelo banco Agrotec por

causa de um beijo. Ela trabalhava como escriturária em Salinas do Sul (PR) eestava em serviço quando beijou o namorado. “Acho que eles foram severosdemais”, afirmou a moça. “Foi só um beijinho de nada.” O beijo foi trocado namanhã do dia 13 de fevereiro. No dia seguinte, Regina recebeu uma comunicaçãoverbal de que seria demitida por ter cometido falta grave no trabalho. Para opresidente do Sindicato dos Bancários, houve excesso de moralismo por parte dobanco e, segundo ele, namorar nunca foi justa causa para demitir ninguém. Ogerente, contudo, diz sentir-se seguro quanto à decisão: ela já havia sido avisadaanteriormente. Para ele, a atitude da moça foi imperdoável. “É um absurdo deixaros clientes constrangidos, esperando o casalzinho acabar de namorar.”

Jornal de Salinas, 14/2/95Jornal de Salinas, 14/2/95Jornal de Salinas, 14/2/95Jornal de Salinas, 14/2/95Jornal de Salinas, 14/2/95

- Viu Jeremias? Esse repórter aqui procurou mostrar que viu os dois lados damoeda - disse José ao terminar a leitura. E, num tom de brincadeira, ainda comentou- Quando a gente fizer alguma reportagem, você escreve uma, e Gustavo outra.Depois, a gente dá um jeito de misturar as duas.

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59A U L A As notícias de jornais, muitas vezes, contam uma história. Nesse caso,

formam textos que apresentam características de narrativas. Entre esses elemen-tos, estão aqueles já lembrados na aula passada:

o quêo quêo quêo quêo quê (fato)quemquemquemquemquem (personagens)quandoquandoquandoquandoquando (localização no tempo)ondeondeondeondeonde (localização no espaço)por quêpor quêpor quêpor quêpor quê (razão)comocomocomocomocomo (modo)

Na Cenatexto de hoje, tivemos oportunidade de ler três notícias. Por elas,percebemos que:

l Houve a demissão de uma funcionária.(o quêo quêo quêo quêo quê)

l Os personagens envolvidos são a bancária, o namorado e o gerente.(quemquemquemquemquem)

l A demissão se deu por causa de um beijo.(por quêpor quêpor quêpor quêpor quê)

l O fato ocorreu num banco em Salinas, no Paraná.(ondeondeondeondeonde)

l O fato aconteceu em fevereiro de 1995.(quandoquandoquandoquandoquando)

l O fato ocorreu no local do trabalho, diante de clientes.(comocomocomocomocomo)

Ao escrever uma notícia, seja de forma narrativa ou não, é importantefornecer aos leitores as informações básicas. Mas, além disso, podemos selecionaroutras informações. Na primeira reportagem, por exemplo, o jornalista optou portranscrever a opinião do gerente e de um colega, ressaltando a razão pela qual afuncionária foi demitida e deixando de informar quando o fato ocorreu.

Mas, será fácil dar uma notícia sem expressar uma opinião pessoal, mesmode maneira bastante disfarçada?

Releia a primeira notícia da Cenatexto, observando os trechos que colocamosem destaque:

Beijo inoportunoA bancária Regina Beatriz de Souza, ex-funcionária do Banco Agrotec, em

Salinas do Sul (PR), foi demitida do emprego porque, apesar de advertida eadvertida eadvertida eadvertida eadvertida ealertada pelo gerentealertada pelo gerentealertada pelo gerentealertada pelo gerentealertada pelo gerente, insistiu em beijar o namorado na presença da clientela.Segundo o gerente, um funcionário não pode constranger os clientes, obrigan-não pode constranger os clientes, obrigan-não pode constranger os clientes, obrigan-não pode constranger os clientes, obrigan-não pode constranger os clientes, obrigan-do-os a ficar na fila até que termine a sessão de beijosdo-os a ficar na fila até que termine a sessão de beijosdo-os a ficar na fila até que termine a sessão de beijosdo-os a ficar na fila até que termine a sessão de beijosdo-os a ficar na fila até que termine a sessão de beijos. Um outro funcionáriodo banco disse que ela tinha sido avisada, mas não acatou a orientção daela tinha sido avisada, mas não acatou a orientção daela tinha sido avisada, mas não acatou a orientção daela tinha sido avisada, mas não acatou a orientção daela tinha sido avisada, mas não acatou a orientção dachefiachefiachefiachefiachefia.

Tribuna do Vale, 14/2/95Tribuna do Vale, 14/2/95Tribuna do Vale, 14/2/95Tribuna do Vale, 14/2/95Tribuna do Vale, 14/2/95

Observe essa versão do fato. Mesmo o título, “Beijo inoportuno”, é umamaneira de avaliar a atitude da moça. Depois, o jornalista parece se colocar a favorda demissão, pois só reproduz opiniões de quem era contra a atitude da moça.Mais de uma vez, ressaltou o fato de a ex-funcionária ter sido advertida anteri-ormente, procurando destacar as causas que motivaram a demissão.

Releia, agora, a segunda versão da notícia lida por José.

Redação no ar

Page 103: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

59A U L APuritanismo no Sul

Em Salinas do Sul, no Paraná, uma bancária perdeu seu empregouma bancária perdeu seu empregouma bancária perdeu seu empregouma bancária perdeu seu empregouma bancária perdeu seu emprego por terdado um beijo no namorado em horário de trabalho e na presença de clientes. Amoça se diz surpresa com a atitude do bancosurpresa com a atitude do bancosurpresa com a atitude do bancosurpresa com a atitude do bancosurpresa com a atitude do banco, e o presidente do Sindicato dosBancários acredita que houve excesso de puritanismo e de moralismohouve excesso de puritanismo e de moralismohouve excesso de puritanismo e de moralismohouve excesso de puritanismo e de moralismohouve excesso de puritanismo e de moralismo por parteda empresa. Assim, ele comentou indignado: “ Namorar no trabalho, que euNamorar no trabalho, que euNamorar no trabalho, que euNamorar no trabalho, que euNamorar no trabalho, que eusaiba, nunca foi falta gravesaiba, nunca foi falta gravesaiba, nunca foi falta gravesaiba, nunca foi falta gravesaiba, nunca foi falta grave”.

Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95

Repare que, nessa versão, o jornal parece não concordar com a demissão. Otítulo da notícia, “Puritanismo no Sul”, já é uma avaliação do fato. Ao contrárioda outra notícia, aqui foram ouvidos apenas os que eram contra a demissão.Nesse caso, o jornalista destacou os sentimentos da moça e a opinião do sindica-lista, favorável a ela.

Veja, por fim, o terceiro texto jornalístico que aparece na Cenatexto:

Beijo causa transtornoA bancária Regina Beatriz de Souza foi demitida pelo banco Agrotec pordemitida pelo banco Agrotec pordemitida pelo banco Agrotec pordemitida pelo banco Agrotec pordemitida pelo banco Agrotec por

causa de um beijocausa de um beijocausa de um beijocausa de um beijocausa de um beijo. Ela trabalhava como escriturária em Salinas do Sul (PR) eestava em serviço quando beijou o namorado. “Acho que eles foram severosAcho que eles foram severosAcho que eles foram severosAcho que eles foram severosAcho que eles foram severosdemaisdemaisdemaisdemaisdemais”, afirmou a moça. “Foi só um beijinho de nadaFoi só um beijinho de nadaFoi só um beijinho de nadaFoi só um beijinho de nadaFoi só um beijinho de nada.” O beijo foi trocado namanhã do dia 13 de fevereiro. No dia seguinte, Regina recebeu uma comunicaçãoverbal de que seria demitida por ter cometido falta grave no trabalhocometido falta grave no trabalhocometido falta grave no trabalhocometido falta grave no trabalhocometido falta grave no trabalho. Para opresidente do Sindicato dos Bancários, houve excesso de moralismo por parte doexcesso de moralismo por parte doexcesso de moralismo por parte doexcesso de moralismo por parte doexcesso de moralismo por parte dobanco e, segundo ele, namorar nunca foi justa causa para demitir ninguémbanco e, segundo ele, namorar nunca foi justa causa para demitir ninguémbanco e, segundo ele, namorar nunca foi justa causa para demitir ninguémbanco e, segundo ele, namorar nunca foi justa causa para demitir ninguémbanco e, segundo ele, namorar nunca foi justa causa para demitir ninguém. Ogerente, contudo, diz sentir-se seguro quanto à decisão: ela já havia sido avisadaela já havia sido avisadaela já havia sido avisadaela já havia sido avisadaela já havia sido avisadaanteriormenteanteriormenteanteriormenteanteriormenteanteriormente. Para ele, a atitude da moça foi imperdoávelfoi imperdoávelfoi imperdoávelfoi imperdoávelfoi imperdoável. “É um absurdo deixarÉ um absurdo deixarÉ um absurdo deixarÉ um absurdo deixarÉ um absurdo deixaros clientes constrangidos, esperando o casalzinho acabar de namoraros clientes constrangidos, esperando o casalzinho acabar de namoraros clientes constrangidos, esperando o casalzinho acabar de namoraros clientes constrangidos, esperando o casalzinho acabar de namoraros clientes constrangidos, esperando o casalzinho acabar de namorar.”

Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95Jornal Sulino, 14/2/95

Desta vez, já no título, “Beijo causa transtorno”, o jornalista foi bastanteneutro. Procurando levar em conta os dois lados da questão, ele apresentou osvários pontos-de-vista: da moça demitida, do gerente e do sindicalista. Dessaforma, o texto dá ao leitor a impressão de imparcialidade e neutralidade.

A vantagem dessa última forma de construção da notícia é a verificação detodas as posições e de todos os implicados. Pois, assim temos a grande diferençaentre uma história de ficção (como a literatura traz) e uma história real contadapelo jornal. Nesse último caso, não podemos ignorar os direitos das pessoasenvolvidas.

Agora, leia com atenção duas versões de uma mesma notícia. A que leva portítulo “Trabalhador alcoolizado””””” foi escrita por Gustavo e a outra, com o título“Questão de saúde”, foi escrita por Jeremias. As duas notícias foram para o JornalJornalJornalJornalJornaldo Trabalhadordo Trabalhadordo Trabalhadordo Trabalhadordo Trabalhador, da Matrex Construtora.

Trabalhador alcoolizadoC. T. R., 17 anos, foi demitido, na semana passada, da Matrex Construtora. A

demissão se deu porque, apesar de alertado, o empregado insistiu em compare-cer ao trabalho embriagado. O chefe do Departamento de Obras ressaltou que elehavia sido avisado, mas, mesmo assim o fato voltou a acontecer. Comentoutambém que ele já havia, inclusive, sido suspenso pelo mesmo motivo. “A nossaempresa tem 834 empregados, já pensou se todos resolvem tomar um pilequeantes de vir trabalhar?”, indaga o chefe.

(versão de Gustavo)

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59A U L A Questão de saúde

Na semana passada, mais um brasileiro ficou desempregado. Trata-se de C.T. R., de 17 anos, que foi demitido da Matrex Construtora por apresentarproblemas de alcoolismo. O menor contratou advogado para pleitear, na Justiça,a sua reintegração à firma. Para casos como o de C. T. R., seria correto tratar o usode álcool no trabalho como um problema de saúde. Segundo o advogadocontratado, “a empresa deveria prestar assistência aos dependentes, não demiti-los”. Ele até ressaltou que “a política de encaminhar o funcionário para tratamen-to médico é a atualmente adotada pelos países de Primeiro Mundo”.

(versão de Jeremias)

Observe que, nessas duas versões da notícia, cada jornalista puxou para umlado da questão (assim como ocorreu em “Beijo inoportuno””””” e “Puritanismo noSul”). Agora, fazendo de conta que você acaba de ser contratado como repórterdo Jornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do TrabalhadorJornal do Trabalhador, escreva um texto neutro e imparcial para a notícia quevocê acabou de ler. Considere todos os dados disponíveis, não esquecendo deacrescentar um novo título à sua notícia. Siga as instruções:

l O fatofatofatofatofatol QuandoQuandoQuandoQuandoQuando ocorreul Por quePor quePor quePor quePor que razão aconteceul ComoComoComoComoComo ocorreul A quemquemquemquemquem está ligadol OndeOndeOndeOndeOnde aconteceu

Antes de escrever seu texto, releia as notícias “Beijo inoportuno”, “Puritanis-mo no Sul” e “Beijo causa transtorno”. Dessa forma, ficará mais fácil. Bomtrabalho!........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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59A U L AMoacyr Scliar é um escritor brasileiro que costuma utilizar notícias de jornal

para produzir textos literários. Leia, a seguir, um de seus textos. É interessanteobservar, entre outras coisas, como a linguagem jornalística é diferente dalinguagem literária.

BOLETIM DE OCORRÊNCIA

TODO O PODER AO BEIJO

Saideira

chamado “Amor Frustrado”, foi lançadocom grande sucesso; aspirando seu melan-cólico odor as pessoas chegavam às lágri-mas.Façam o amor, não o comércio, era o slogande um novo movimento de jovens, que

invadiam lojas para sebeijar diante de espan-tados gerentes.Um filósofo francêsescreveu, às pressas,um volume de maisde quinhentas pági-nas, provando que háuma continuidadeentre o ato de vendere o de beijar, ambosfazendo parte dagrande área formadapelas trocas amo-rosas.Em muitos países, me-didas de proteção aapaixonados foramadotadas. Por exem-plo, a criação do Diado Beijo.Empresas avançadaspassaram a incluir acapacidade de beijarnos planos de contro-le de qualidade. Re-produções do famosotrabalho de Rodin,

“O Beijo”, circulavam aos milhões pelomundo.É claro que muitos não gostavam disto.Imoralidade, bradavam alguns. É o fim dacivilização, gritavam outros.Aos poucos, o assunto foi sendo esquecido.O comércio voltou a vender como sempre.Mas nem por isso os namorados deixaramde se beijar. Nas lojas ou fora delas.

Fonte: Fonte: Fonte: Fonte: Fonte: Moacyr Scliar, Moacyr Scliar, Moacyr Scliar, Moacyr Scliar, Moacyr Scliar, jornal Folha de São Folha de São Folha de São Folha de São Folha de SãoPaulo,Paulo,Paulo,Paulo,Paulo, 27/4/95.

A notícia de que uma comerciária tinhasido demitida por beijar o namorado naloja, enquanto trabalhava, logo se espalhoupelo país – e provocou comoção generali-zada.Muitas pessoas ficaram consternadas, en-tre elas uma senhoraque estava no esta-belecimento no exatomomento do inciden-te, ou seja, da súbitamanifestação depaixão.“Foi uma coisa tãobonita”, disse ela àsamigas, “mas tão bo-nita que eu tinha de-cidido fazer minhascompras só lá. Afi-nal, uma funcionáriatão carinhosa só podeser boa pessoa. Ago-ra não boto mais ospés naquele lugar.”Mas as reações nãose limitaram à cons-ternação. Imediata-mente formou-se umgrupo – trabalhado-res, profissionais li-berais, intelectuais –decididos a lutar pelacausa da jovem. Ummanifesto foi divul-gado pela imprensa, abaixo-assinados co-meçaram a circular.E o protesto se estendeu imediatamente aoutros países. Ondas de paixão magoadapercorreram o globo. Por toda parte, ena-morados protestavam; e, por a parte, oprotesto ganhou as ruas, as associações, asmanchetes de jornal. Julieta não pode maisbeijar Romeu, dizia uma delas, e outra:Serão os namorados uma espécie emextinção? O caso inspirou poemas, can-ções, peças de teatro. Um novo perfume,

Beijo no trabalho provoca demissãoBeijo no trabalho provoca demissãoBeijo no trabalho provoca demissãoBeijo no trabalho provoca demissãoBeijo no trabalho provoca demissão

A comerciária Neuma SimoneAndrade Leal, 26, foi demitida pelaempresa Lojas Brasileiras por

causa de um beijo. Ela trabalha-va como caixa da empresa emPetrolina (a 760 km de Recife – PE) eestava em serviço quando beijou onamorado Amílton dos Santos. “Foisó uma bitoquinha, de leve”, afirmouela. O beijo aconteceu quando Santosa visitou na loja, na tarde de 5 de abrilpassado. No dia seguinte, ao retornarao trabalho, Neuma Leal recebeu umcomunicado da empresa avisandoque estava suspensa por um dia. Ajustificativa era a de que ela haviacometido “erros gravíssimos” ao bei-jar “boca a boca com alguém do sexooposto”. A comerciária decidiu en-tão procurar o Sindicato dosComerciários e a Subdelegacia doTrabalho.

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Cenatexto

Alô, ouvintes!

Dona Araci, funcionária já aposentada, aindatrabalha na empresa e até hoje gerencia a cantina em que atende os empregados,sempre fazendo um comentário sobre política, economia, futebol, educação, vidade gente famosa... Mais parece uma fonte ambulante de notícias nacionais einternacionais.

- Um pão de queijo e uma média bem quentinha, dona Araci.- Que folga é essa, Luís? Você não deveria estar trabalhando agora?- Peraí, que esse corpo também merece atenção. Horinha de folga é pra essas

coisas, e pra dois dedos de prosa com a senhora. Que tal?- Isso é bom! Gostei.- Bom é esse pão de queijo! Que delícia! Ainda mais assim, ouvindo essa

musiquinha suave. Esse seu rádio não descansa, hem, dona Araci? Cá pra nós, asenhora não acha que uma televisão, daquelas pequenas, daria mais ibope aqui?

- E quem ia fazer meu serviço? O rádio não me empata.- A televisão também não atrapalha o serviço de ninguém. O rádio, dona

Araci, já está fora de moda. As pessoas hoje gostam de coisas mais modernas. Asenhora devia trocar.

- Rapaz, veja lá minha experiência! Nunca ouvi nenhum cliente reclamando domeu rádio. Ele é meu companheiro, vai comigo aonde vou e cabe na minha bolsa. Eleme acorda e me faz companhia o dia inteiro com música, notícia, discussões,entrevistas, acontecimentos esportivos, anúncios. E o melhor é que ele não interessaa nenhum ladrão.

- E quem vai querer roubar uma porcaria dessas? Ninguém gosta mais de rádio,nem os mais antigos. Já era. Só gente atrasada é que gosta.

- Você não sabe de nada. Em outros tempos, essas suas palavras iriam meaborrecer; mas a idade já me ensinou a ter paciência com quem não sabe o que fala.Fique sabendo que o rádio ainda é o preferido da população. Ele cobre todo esse Brasil,levando informação até pros analfabetos. Quer saber de uma coisa? O rádio é a notíciana bucha. Tudo na hora.

- Atual é programa de televisão que também chega a qualquer lugar. Toda casinha,em qualquer lugar do Brasil, tem uma antena no telhado.

- Minha casa também tem uma antena no telhado, eu é que não tenho ânimo deassistir a esses programas de televisão. Quanto às rádios, gosto de todas e de todosos programas. Aliás, isso já é um vício meu desde criança. Ainda menina, eu ia todosos dias pra Rádio Tupy, onde meu pai trabalhava.

Percebendo que o rapaz estava interessado na história, dona Araci pôs-se a falar

60A U L A

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60A U L Ado seu assunto predileto. O rádio e seu passado. Com brilho nos olhos, ela contou que

vivera num reino encantado de sonho e informação. A primeira rainha que ela conheceupessoalmente foi Linda Batista, desbancada, mais tarde, no concurso de 1948, por suairmã Dircinha. Venceu cantando Se eu morresse amanhãSe eu morresse amanhãSe eu morresse amanhãSe eu morresse amanhãSe eu morresse amanhã, de Antônio Maria. Depoisveio Marlene, Dalva de Oliveira, Mary Gonçalves, Emilinha Borba, Ângela Maria, VeraLúcia, Dóris Monteiro e tantas outras.

O rapaz pediu mais um café e dona Araci lhe serviu cantando, como se temesseque o assunto fosse interrompido: “Nós somos as cantoras do rádio. Levamos a vidaa cantar. De noite embalamos teu sono; de manhã, nós vamos te acordar ...”

- E Carmen Miranda, a senhora conheceu também?- Só pela fama. Quando eu estava começando a viver a magia do rádio, a

Pequena Notável já tinha ido para os Estados Unidos, fazer sucesso por lá.- A senhora já trabalhou em rádio?- Quando a minha família morava em São Paulo, minha mãe trabalhava na

manutenção do auditório e meu pai era especialista em efeitos sonoros: criava, paraas novelas de rádio, os sons de trovão, passos, portas rangendo e cavalos galopando.Eu ficava com eles, assistindo encantada. No rádio, só ganhei uns trocados quandodesmaiava de emoção ao ver Cauby Peixoto chegando ao auditório para gravar.

- Desmaiava? - É verdade. Segundo alguns, o sucesso dessa celebridade se deveu não apenas

a sua voz incomparável mas também ao tipo de publicidade que o cercava. Seuempresário contratava moças para que desmaiassem de emoção quando o cantorpassasse. Eles pagavam trezentos cruzeiros pra desmaio com gritinho histérico eduzentos pra desmaio sem gritinho.

- Isso é mesmo coisa do passado. Quem é que ia se ocupar com isso hoje? O quecabe no mundo atual é a imagem, demonstração da verdade. Nada de sonhos egritinhos, a imagem não mente. Você viu, tá visto, ninguém te engana. No rádio,se o locutor quiser, ele imita a voz de uma autoridade e fala o que bem entender.Veja só: desde os tempos da senhora, já havia engabelação no rádio. Imagina,agora, como deve ser.

- Engabelação, como diz você, pode haver em qualquer meio de comunicação,em qualquer época. As notícias, menino, são o resultado de um juízo que alguém fazde um fato conhecido. Nós - ouvinte, leitor, telespectador - temos que escolher a fontede informação em que confiamos mais. Se o noticiário do rádio, da televisão ou dojornal estiver a serviço de um partido, de uma ideologia ou de qualquer interesse, vaiapresentar o fato dentro dos valores que ele quiser.

- Calma, dona Araci! Já vi que a senhora tá ficando nervosa comigo porque eunão gosto de rádio. É a mudança dos tempos. Não vamos brigar por causa disso. Outrahora eu volto aqui pra ouvir mais casos daquela época de reis e rainhas. Agora tenhoque ir. Tchau!

- Tchau, menino! Da próxima vez vou te contar coisas que você não sabe.

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60A U L A AlôAlôAlôAlôAlô, aquela famosa saudação do rádio, é uma forma aportuguesada da

palavra inglesa hallohallohallohallohallo. Veja como aparece no dicionário:

alô.alô.alô.alô.alô. [Do ingl. hallo.] Interj. 1.1.1.1.1. Usado para chamar a atenção. 2.2.2.2.2. Usadocomo forma de saudação, especialmente ao telefone. 3.3.3.3.3. Exprime surpresa.S. m. 4.4.4.4.4. Cumprimento.

Alô, alô, Alô, alô, Alô, alô, Alô, alô, Alô, alô, ouvintes!ouvintes!ouvintes!ouvintes!ouvintes! é uma expressão de saudação radiofônica, corres-ponde, portanto, ao sentido 22222 do dicionário. O dicionário também fornecemuitos sentidos para a palavra rádiorádiorádiorádiorádio. Observe:

rádiorádiorádiorádiorádio11111..... [Do lat. radiu.] S. m. 1.1.1.1.1. Anat. Osso longo situado lateralmente noantebraço, formando com o cúbito o esqueleto desse segmento. 2.2.2.2.2. Ant.Raio ou semidiâmetro do círculo.rádiorádiorádiorádiorádio22222..... [Do lat. cient. radium < lat. radiare, ‘irradiar’.] S. m. Quím.1.1.1.1.1. Elemento de número atômico 88, radioativo, metálico, branco-prate-ado, quimicamente aparentado aos alcalinos-terrosos.rádiorádiorádiorádiorádio33333..... [F. red. de radiofonia.] S. m. 1.1.1.1.1. Radiofonia (1). 2.2.2.2.2. Aparelho ouconjunto de aparelhos para emitir e receber sinais radiofônicos. 3.3.3.3.3. V.radiodifusão. 4.4.4.4.4. Aparelho receptor de programas de radiodifusão. S. f.5.5.5.5.5. Estação emissora desses programas.

Veja com quais sentidos essa palavra apareceu na Cenatexto:l Ao dizer “ seu rádio não descansa”, Luís se referia ao aparelho; nesse caso,

rádiorádiorádiorádiorádio é um substantivo masculino (ooooo rádio).l Quando disse “Quanto às rádios, gosto de todas”, dona Araci se referia às

estações emissoras de programa de rádio; nesse caso, rádiorádiorádiorádiorádio é um subs-tantivo feminino (aaaaa rádio).

l Na frase “o rádio ainda é o preferido da população”, rádiorádiorádiorádiorádio aparece comoradiodifusão, que é a emissão e transmissão de programas rediofônicos.

l Com a frase “ ia todos os dias para a Rádio Tupy”, dona Araci se referia aoestúdio, o local de onde se originavam e partiam as emissões radiofônicasdaquela estação.

1.1.1.1.1. Dona Araci disse a Luís que devemos escolher a fontefontefontefontefonte de informação emque confiamos mais. Pelo contexto, entendemos que fonte fonte fonte fonte fonte foi usada emseu sentido figurado (FigFigFigFigFig.....), veja:

fontefontefontefontefonte..... [do lat. fonte] S. f. 1.1.1.1.1. Nascente de água. 2.2.2.2.2. Bica de onde corre águapotável para uso doméstico. 3.3.3.3.3. O depósito para onde corre. 4.4.4.4.4. Fig. Aquiloque origina ou produz; origem, causa. 5.5.5.5.5. Fig. Procedência, proveniência,origem. 6.6.6.6.6. Fig. O texto original de uma obra.

Os significados apresentados são muito parecidos. Indique qual é o maisadequado para a frase de dona Araci.....................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Crie frases com as seguintes expressões que aparecem na Cenatexto:a)a)a)a)a) dois dedos de prosa: ........................................................................................b)b)b)b)b) cá pra nós: ..........................................................................................................c)c)c)c)c) de mais a mais: .................................................................................................d)d)d)d)d) a serviço de: .......................................................................................................

Dicionário

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60A U L A3.3.3.3.3. Substitua as palavras destacadas de modo a não alterar o sentido das frases:

a)a)a)a)a) O rádio não me empataempataempataempataempata. .................................................................................b)b)b)b)b) Dona Araci pôs-se a falar do seu assunto prediletoprediletoprediletoprediletopredileto..... .................................c)c)c)c)c) Desde então já havia engabelaçãoengabelaçãoengabelaçãoengabelaçãoengabelação no rádio. ...............................................

Observe estas duas frases, ditas por dona Araci:a)a)a)a)a) Não me animoanimoanimoanimoanimo a tomar essa decisão.b) b) b) b) b) Eu não tenho ânimoânimoânimoânimoânimo de assistir a esses programas.

Na frase (a), a palavra destacada é um verbo (animaranimaranimaranimaranimar) que significa resolver-se, decidir-se.Na frase (b), a palavra ânimoânimoânimoânimoânimo é um substantivo e, nesse caso, significa vontade.Além de terem significação diferente, as palavras destacadas são pronunci-adas de forma diferente. Ao falarmos animoanimoanimoanimoanimo, a sílaba que ganha mais forçaé -ni--ni--ni--ni--ni- e, ao falarmos ânimoânimoânimoânimoânimo, a sílaba forte é a antepenúltima a-a-a-a-a-.Na Língua Portuguesa, quase todas as palavras têm uma sílaba tônicasílaba tônicasílaba tônicasílaba tônicasílaba tônica: asílaba pronunciada com mais força. Quando a antepenúltima antepenúltima antepenúltima antepenúltima antepenúltima sílaba dapalavra é a tônica, essa palavra é chamada de proparoxítonaproparoxítonaproparoxítonaproparoxítonaproparoxítona. Nesse caso, aregrinha é: todas as palavras proparoxítonas são acentuadastodas as palavras proparoxítonas são acentuadastodas as palavras proparoxítonas são acentuadastodas as palavras proparoxítonas são acentuadastodas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

4.4.4.4.4. Leia o texto abaixo em voz alta e acentue as palavras que apresentam comotônica a antepenúltima sílaba.Na decada de 30, os programas basicos das emissoras radiofonicas apresentavammusica classica e opera. Foi quando surgiram os primeiros idolos desse veiculo,como a cantora lirica, Christina Maristany.Em 1931, o Governo, preocupado em encontrar maneiras de esse veiculoproporcionar-lhe bases economicas mais solidas, provocou polemica entre osartistas ao autorizar, por decreto, a veiculação de propaganda no intervalo dosprogramas.

1.1.1.1.1. Você acompanhou um diálogo entre duas pessoas que têm opiniões diferen-tes sobre um meio de comunicação - o rádio. Indique qual é a diferençaprincipal entre a opinião de dona Araci e a de Luís

.2.2.2.2.2. Escreva as justificativas que Luís apresentou para afirmar que ninguém

gosta de rádio.

3.3.3.3.3. Ao tentar convencer Luís de que o rádio ainda é um eficiente meio decomunicação, dona Araci argumentava fundamentando-se tanto em suaopinião pessoalopinião pessoalopinião pessoalopinião pessoalopinião pessoal quanto em fatosfatosfatosfatosfatos. Escreva, no quadro abaixo, alguns dessesargumentos, de acordo com as duas categorias:

FATOFATOFATOFATOFATO OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO

.............................................................. ............................................................

.............................................................. ............................................................

.............................................................. ............................................................

.............................................................. ............................................................

.............................................................. ............................................................

.............................................................. ............................................................

Entendimento

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60A U L A Esta notícia foi criada como se tivesse ido ao ar em um programa radiofô-

nico esportivo. Leia o texto com atenção.

Alô, ouvinte! No ar, o destaque esportivo da semana!Os brasileiros se alegraramalegraramalegraramalegraramalegraram com a nova façanha do nosso craque

Romário, ontem em Lisboa, durante a noite de gala promovida pelo jornalportuguês O bolaO bolaO bolaO bolaO bola.

Disputando com o búlgaro Stoichkov e com o italiano Roberto Baggio,o troféu da Fifa de melhor jogador do mundo em 1994, Romário brilhoubrilhoubrilhoubrilhoubrilhou.

Mesmo antes do resultado, o jogador brasileiro já confiavaconfiavaconfiavaconfiavaconfiava na suavitória e mostravamostravamostravamostravamostrava isso distribuindodistribuindodistribuindodistribuindodistribuindo cumprimentos efusivos entre osparticipantes da festa.

Ao saber do resultado, Romário declaroudeclaroudeclaroudeclaroudeclarou:- Esse resultado representa representa representa representa representa o meu esforço durante esses anos. Concorri

com dois grandes craques e vencivencivencivencivenci. Isso me envaidece envaidece envaidece envaidece envaidece muito!O secretário-geral elogiouelogiouelogiouelogiouelogiou bastante o nosso jogador: “Ele é o único que

enfrentaenfrentaenfrentaenfrentaenfrenta a defesa, não atrasaatrasaatrasaatrasaatrasa a bola, dribladribladribladribladribla de forma única”.

Observe a diferença entre o primeiro parágrafo do texto que acabou de ler eeste a seguir:

Os brasileiros entristeceramentristeceramentristeceramentristeceramentristeceram com a nova façanha do nosso craqueRomário, ontem em Lisboa durante a noite de gala promovida pelo jornalportuguês O bolaO bolaO bolaO bolaO bola.

Com esse início, sabemos que a notícia será desfavorável ao jogador Romário.Essa mudança foi provocada pela substituição do verbo alegraralegraralegraralegraralegrar pelo verboentristecerentristecerentristecerentristecerentristecer. Você percebe como a troca de apenas um verbo pode modificarcompletamente uma notícia.

Sua tarefa é fazer com que a notícia seja coerente a esse novo início, ou seja,reescrever o primeiro texto de modo que se adapte à alteração. Para isso,substitua no texto original apenas os verbos destacadosapenas os verbos destacadosapenas os verbos destacadosapenas os verbos destacadosapenas os verbos destacados. Não modifique nadamais. Vá escrevendo e lendo, para que, ao final, sua notícia tenha sentido. O textopode até dizer uma inverdade (uma mentira), mas não deve ser absurdo!..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Reescritura

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Alô, ouvintes!

Na Cenatexto anterior, dona Araci e Luísdiscutiram sobre meios de comunicação, em especial, sobre o rádio. Hoje elesvoltam a se encontrar, mas dessa vez... Confira!

Dona Araci estava tão absorta em louças e notícias que foi preciso o rapaz chamartrês vezes para que ela o atendesse:

- Bom dia, Luís! Uma média com pão de queijo?- Não, não! Infelizmente, agora não tenho tempo. Passei aqui só para deixar

este livro com a senhora. Ontem, comentei com minha irmã aquele nosso papo sobrerádio e ela, que vive de livro na mão, leu pra mim uma crônica. Acho que a senhorapode gostar. Foi escrita por um conterrâneo nosso, o Fernando Sabino. A página támarcada aí. Pode ler. Agora deixa eu pegar no batente antes que me peguem por aqui.

- Obrigada, rapaz! Apareça pros comentários.Como o movimento àquela hora era fraco e o serviço acabara, dona Araci abriu

o livro na página marcada pelo Luis e passou à leitura:

O rádio, esse mistérioO rádio, esse mistérioO rádio, esse mistérioO rádio, esse mistérioO rádio, esse mistério

Modéstia à parte, também tenho lá minha experiência de rádio.Quando era menino em Belo Horizonte, fui locutor do programa“Gurilândia” da Rádio Guarani. Não me pagavam nada, a Rádio Guaraninão passando de pretexto para namorar uma menina que morava nasimediações (...)

Rádio é mesmo uma coisa misteriosa. Começou fazendo sucesso nasala de visitas, acabou na cozinha. Cedeu lugar à televisão, que já vaipelo mesmo caminho. Ninguém que se preze, além das cozinheiras e dosmotoristas de caminhão, tem coragem de se dizer ouvinte de rádio - anão ser de pilha, colado ao ouvido, quando apanhado na rua em dia defutebol. Mas a verdade é que tem quem ouça. Ainda me lembro queFrancisco Alves morreu num fim de semana, sem que a notícia de suamorte apanhasse nenhum jornal antes do enterro: bastou ser divulgadopelo rádio, e foi aquela apoteose que se viu.

Todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no vizinho,embora reconhecendo que deve ter uma grande penetração, “principal-mente no interior”. Os ouvintes, é claro, são sempre os outros.

Cenatexto

61A U L A

M Ó D U L O 19

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61A U L A

Mas estou pensando no mistério que é o rádio, porque de repente meocorreu ter vivido uma experiência para cujas conseqüências nãoencontro a menor explicação, e que foram as de não ter conseqüêncianenhuma.

Todo mundo sabe que a BBC de Londres é uma das mais poderosase bem organizadas estações radiofônicas do mundo. Seus programaspara o estrangeiro, pelo menos desde a última guerra, se notabilizaramcomo o que há de mais completo e eficiente. Entre eles, o que é dedicadoao Brasil até parece merecer da famosa transmissora uma atençãoespecial: são excelentes seus locutores, redatores e funcionários (...) E aeles devo a especial deferência de ter sido convidado para integrar aequipe brasileira da BBC durante minha permanência em Londres. Aolongo de dois anos e meio, chovesse ou nevasse, fizesse frio ou gelasse,compareci semanalmente aos estúdios do austero edifício da BushHouse em Aldwich, para gravar uma crônica, transmitida toda terça-feira exatamente às oito e quinze da noite, hora de Brasília, ou zero horae quinze de quarta-feira, conforme o Big Ben. Eram em torno de dezminutos do texto que eu recitava como Deus é servido, seguro de estarsendo ouvido por todo o Brasil, “principalmente no interior”. E imagi-nava minha voz chegando a cada cidade, a cada fazenda, a cada lugarejoperdido na vastidão da pátria amada. Nas próprias capitais, não eradifícil escutar na minha imaginação, alguns milhares de ouvintes dizen-do “está na hora da crônica do Sabino”, e passando da onda-longa àonda-curta, depois de ter ouvido com unção a “Hora do Brasil”.

Pois bem - e aí está o mistério que me intriga: sei de fonte limpa queos programas da BBC têm no Brasil esses milhares de ouvintes. Noentanto, nunca encontrei alguém que me tivesse escutado: nem umcomentário, uma palavra, uma carta, ainda que desfavorável - nada. Aimpressão é de que passei todo esse tempo falando literalmente para oéter, sem que nenhum ouvido humano me escutasse.

Não cheguei a acreditar que os ouvintes, caso eu morresse, acorre-riam de todos os lados, como para o enterro de Francisco Alves, nemque, compadecidos, me mandassem um dinheirinho, como para acampanha da Boa Vontade do Zarur. Mas contava ao menos com aquele- ou aquela - ouvinte, para quem uma palavra basta, que dirá dezminutos de falação. E nada. Desiludido, dei por encerrada a minhacarreira radiofônica.

Concluída a leitura, dona Araci fechou o livro, falando consigo mesma:- Pois saiba, senhor Sabino, que eu ouvia os seus casos pelo rádio.

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61A U L ADicionárioA crônica inicia-se com a expressão modéstia à partemodéstia à partemodéstia à partemodéstia à partemodéstia à parte. No dicionário, o

verbete modéstia modéstia modéstia modéstia modéstia aparece assim:

modéstiamodéstiamodéstiamodéstiamodéstia. [do lat. modestia] S.f. 1.1.1.1.1. Ausência de vaidade; despretensão,desambição; simplicidade. 2. 2. 2. 2. 2. Reserva, pudor, decência, gravidade, com-postura. 3.3.3.3.3. Moderação, sobriedade.

Sabendo o que significa modéstiamodéstiamodéstiamodéstiamodéstia e considerando que à parteà parteà parteà parteà parte pode signi-ficar fora, isolado, concluímos que, com modéstia à partemodéstia à partemodéstia à partemodéstia à partemodéstia à parte, o autor quis dizer queia falar sobre si e sua experiência confessando sua vaidade sem nenhuma reservaou moderação. É como se ele avisasse: “sou vaidoso mesmo”. No entanto, o uso daexpressão modéstia à partemodéstia à partemodéstia à partemodéstia à partemodéstia à parte ameniza a vaidade de quem fala, tornando atésimpática sua confissão.

1.1.1.1.1. Pense em coisas que você realiza tão bem que nem se importa de se elogiar ede ser chamado de imodesto. Crie, então, frases com a expressão modéstia àmodéstia àmodéstia àmodéstia àmodéstia àparteparteparteparteparte. Tome como exemplo a frase de Fernando Sabino que acabamos de ver.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. A crônica de Fernando Sabino tem outras palavras que merecem umaconsulta ao dicionário: pretexto,pretexto,pretexto,pretexto,pretexto, deferência,deferência,deferência,deferência,deferência, apoteose,apoteose,apoteose,apoteose,apoteose, austero,austero,austero,austero,austero, notabilizarnotabilizarnotabilizarnotabilizarnotabilizar,,,,,unçãounçãounçãounçãounção. Consultando o dicionário, identifique o sentido que elas têm naCenatexto. Depois, crie uma frase empregando a palavra destacada e man-tendo o mesmo sentido. Siga o modelo:

“a Rádio Guarani não passando de um pretextopretextopretextopretextopretexto para namorar uma menina”Sentido da palavra: Sentido da palavra: Sentido da palavra: Sentido da palavra: Sentido da palavra: desculpaNova frase: Nova frase: Nova frase: Nova frase: Nova frase: Ele sempre arranja um pretextopretextopretextopretextopretexto para faltar às reuniões noturnas.

a)a)a)a)a) “E a eles devo a especial deferênciadeferênciadeferênciadeferênciadeferência” (...)..........................................................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) (...) “foi aquela apoteoseapoteoseapoteoseapoteoseapoteose que se viu.”..........................................................................................................................................................................................................................................................

c)c)c)c)c) (...) “compareci semanalmente aos estúdios do austeroausteroausteroausteroaustero edifício” (...)..........................................................................................................................................................................................................................................................

d)d)d)d)d) “Seus programas (...) se notabilizaram notabilizaram notabilizaram notabilizaram notabilizaram como o que há de mais completoe eficiente.”..........................................................................................................................................................................................................................................................

e)e)e)e)e) (...) “depois de ter ouvido com unçãounçãounçãounçãounção a Hora do Brasil.”..........................................................................................................................................................................................................................................................

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61A U L A 1.1.1.1.1. Identifique no texto as rádios em que Fernando Sabino teve experiência

como locutor. Em seguida, indique em qual delas a experiência foi comoprofissionalprofissionalprofissionalprofissionalprofissional e em qual foi como amadoramadoramadoramadoramador.

2.2.2.2.2. Explique por que Fernando Sabino é conterrâneo conterrâneo conterrâneo conterrâneo conterrâneo de Luís e de dona Araci.

3.3.3.3.3. Explique por que o autor considerou, mais de uma vez, o rádio como ummistériomistériomistériomistériomistério.

4.4.4.4.4. Na crônica, Fernando Sabino expõe sua opinião sobre o rádio. Você acha quea opinião dele é mais parecida com a de Luís ou com a de dona Araci?Justifique sua resposta com base na crônica.

5.5.5.5.5. Indique que passagem da Cenatexto mostra que Fernando Sabino fez umaavaliação errada em relação ao seu programa de rádio.

Discuta com seus amigos estas questões e compare as respostas. Tente nãoficar no “achismo”: “eu acho isso, você acha aquilo...”; justifiquejustifiquejustifiquejustifiquejustifique sua opinião.

1.1.1.1.1. Você acha que Luís foi indelicado ao mencionar novamente a dona Araci umassunto que eles já haviam discutido? Você acha que as discussões devem seresquecidas ou retomadas até que o assunto se esgote?

2.2.2.2.2. Você concorda com a afirmação de Fernando Sabino de que todo mundogarante jamais ouvir rádio? Será que ouvir rádio é motivo de vergonha? Porque as pessoas colocariam a culpa em outras por ouvir rádio? Será que orádio, de fato, saiu da sala e foi para a cozinha?

3.3.3.3.3. Fernando Sabino disse que a desilusão o levou a dar fim a sua carreiraradiofônica. Você concorda que a ausência de cartas e comentários indicavaque o programa dele não tinha ouvintes?

Entendimento

Reflexão

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61A U L ALuís disse a dona Araci que a irmã dele gostava muito de ler:

“ela [minha irmã], que vive de livro na mãoque vive de livro na mãoque vive de livro na mãoque vive de livro na mãoque vive de livro na mão, leu pra mim uma crônica.”

Construindo a frase dessa forma, além de dizer que sua irmã tinha lido umacrônica, Luís apresentou uma característica da irmã que explicaexplicaexplicaexplicaexplica por que elatomou a iniciativa de ler algo para ele. Observe que a característica da irmã vemno meio da frase, entre vírgulas. O trecho poderia ter sido escrito assim: Minhairmã leu uma crônica para mim. Ela vive com um livro na mão. Porém, essa formade dizer as coisas seria bem menos expressiva do que a construção que fez Luís.

1.1.1.1.1. Crie frases desse tipo usando os elementos que vamos apresentar. Veja o modelo:

Ari Barroso / entendia muito de música / contratava calouros.Ari Barroso, que entendia muito de música, contratava calouros.

a)a)a)a)a) Rádio Record / foi a pioneira em São Paulo / pertencia a um governador...........................................................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) Getúlio Vargas / era um presidente muito popular / usava sistematica-mente o rádio...........................................................................................................................................................................................................................................................

c)c)c)c)c) A Rádio Nove de Julho / defendia a justiça / teve seus transmissoreslacrados mediante decreto do presidente Médici..........................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Na aula anterior, trabalhamos com verbosverbosverbosverbosverbos na Reescritura. Nesta aula,trabalharemos com os complementos verbaiscomplementos verbaiscomplementos verbaiscomplementos verbaiscomplementos verbais, isto é, com as palavras ouexpressões que completam o sentido do verbo. Você vai treinar isso comple-tando o resumo que se segue da história de hoje. Mas, cuidado! Lembre-sede que alguns verbos aceitam complemento sem preposiçãosem preposiçãosem preposiçãosem preposiçãosem preposição e outrosapenas com preposiçãocom preposiçãocom preposiçãocom preposiçãocom preposição!

O rapaz chamou...................... e emprestou ............................um livro.Ela abriu o livro e iniciou ................................................................................A crônica escrita por Fernando Sabino, falava .....................................................Segundo o autor, quando ele trabalhou na BBC, em Londres, nenhum ouvinteacompanhou........................................... Isso era um mistério para ele.Dona Araci acabou a.......................................... , fechou o ..................................e disse ......................................que ela havia acompanhado.................................

Reescritura

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Cenatexto

Alô, ouvintes!

É meio-dia. O barulho de conversas e de talheresinvade a cantina, deixando dona Araci meio confusa. Todos os dias, nesse horário, suapreocupação é saber se todos estão bem servidos. O movimento está tranqüilo, apesardo barulho habitual e do grande número de pessoas. Até a pequena mesa do fundo estáocupada, por dois funcionários que chegaram mais tarde. Um deles é Orlando, umauxiliar de escritório que não gosta de ficar calado. Em qualquer situação, comqualquer pessoa, ele consegue iniciar um assunto. Durante esse almoço não estásendo diferente. Depois de um suspiro, ele começa:

- Numa hora dessas é que eu gostaria de ser rico. Poder fazer o que dá na telha,não depender de emprego.

- Você não está satisfeito aqui? - pergunta o companheiro de mesa, assustadocom aquela conversa inesperada.

- Estou, sim. Mas o que eu queria, cara, é ter entrado num ônibus ontem e terassistido àquele show. Um megashow acontecendo, e eu aqui trabalhando. É mole?

- Aquele de rock, no Rio de Janeiro?- É, esse aí. Foi um arraso!- Você gosta mesmo desse conjunto, é?- Antes eu nem ligava. Mas também eu não sabia que eles eram tão famosos e

fantásticos! Pensa bem: o conjunto de rock mais importante do mundo, aqui, noBrasil. Até algumas palavras de Português o líder da banda teve o trabalho deaprender.

- Pelo que sei, não foi esse sucesso todo, não.Dizem que a droga rolou solta.- Invenção isso aí. O show,cara, agradou geral. Os fãs adoraram, os cantores

e músicos elogiaram a energia da platéia, não teve problema técnico, não aconteceunada que precisasse de polícia..

- Você está enganado. Eu sei o que eu estou falando. Acompanho o noticiáriotoda manhã quando estou vindo pra cá. Hoje mesmo falaram que a baderna foi grandepor lá. Todo mundo sabe que onde tem rock, tem droga e violência. Teve até filme desacanagem.

- Você tá por fora, cara. Eu também acompanhei tudo pelo rádio, desde achegada deles ao Brasil até agora. E isso que tô falando, não tirei da minha cabeça, não.É informação certa. Ou você acha que uma FM de respeito ia mentir?

- Não acho nada. Só sei que discordo completamente de você.- Mas não é de mim que você tá discordando, eu estou falando o que de fato

aconteceu.- Você estava lá?

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M Ó D U L O 19

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62A U L A- Claro que não.

- Então? Cada um que se deixe levar pelo que quiser. O pior cego é aquele quenão quer ver. Me dá licença que eu preciso conversar com um amigo ali na outra mesa.

Assim, bruscamente, o colega de mesa de Orlando interrompe a conversa,levanta e sai levando consigo seu prato e seu copo.

Já que a conversa entre os dois acabou antes de virar briga, voltemos umpouco no tempo. Você vai acompanhar os fatos que levaram os dois personagensa terem opiniões tão diversas sobre o mesmo show.

AAAAA VOZVOZVOZVOZVOZ DODODODODO LOCUTORLOCUTORLOCUTORLOCUTORLOCUTOR DEDEDEDEDE RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO

O tranqüilo sono de Orlando é interrompido por frases disparadas de seurádio-relógio:“Atenção, turma do balanço! Atenção, rapaziada do pedaço, gente alegre e feliz,muita atenção! Este som sai daqui de cima e vai cair na sua cabeça. A MineiríssimaFM tem, hoje, uma programação especialíssima! O show de ontem, hoje comvocês. A voz de Mick Jagger vai enlouquecer você! Arrasante, galera! OuçaAngie Angie Angie Angie Angie - música que, no show, fez os cariocas e as cariocas se entregarem aos beijose abraços. E dá-lhe, Jagger!”Ainda sonolento, ouvindo aquela música lenta, Orlando sentiu vontade dedormir mais um pouco. Isso só não aconteceu porque a voz do locutor voltouainda mais animada:“Curtiu essa, gatinha? Gostou, garotão? Então tem mais. Antes, fique sabendo,você que perdeu o megashow, o Mick parece que descobriu o elixir da juventude!Dançou feito louco e cantou sem parar. A simpatia do líder dos Stones ganhouos brasileiros. Uma professora ensinou a ele umas palavras em Português e eleapresentou a banda falando a nossa língua, meu irmão! Apresentou o supereleganteCharlie Watts; os guitarristas Ronnie Wood e Keitch Richards. Sem contar apresença da gatíssima Lisa Fischer. Aumente o volume do seu rádio porque vemaí, na seqüência:You got roching, Rock in a hard placeYou got roching, Rock in a hard placeYou got roching, Rock in a hard placeYou got roching, Rock in a hard placeYou got roching, Rock in a hard place e ... (I can get no)(I can get no)(I can get no)(I can get no)(I can get no)SatisfactionSatisfactionSatisfactionSatisfactionSatisfaction.”De tanto ter ouvido essas músicas pelo rádio, Orlando já consegue cantaralgumas palavras em inglês. E vai cantando enquanto toma seu café.Antes de desligar o rádio, ele se detém um pouco para ouvir um poucomais sobre o show.“A platéia vibrou com o show, os músicos elogiaram a energia brasileira,nenhum problema técnico interferiu, e os policiais, felizmente, não tiveramtrabalho com ninguém. Valeu, Mick! Valeram os trinta anos de espera.”

É hora de acompanhar um momento na vida do colega de Orlando, aqueleque discutiu com ele na cantina.

AAAAA VOZVOZVOZVOZVOZ DODODODODO LOCUTORLOCUTORLOCUTORLOCUTORLOCUTOR DADADADADA RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO RELIGIOSARELIGIOSARELIGIOSARELIGIOSARELIGIOSA

Parado, esperando o ônibus chegar, ele escuta seu radinho, colado aoouvido. Naquele horário, o que tem de melhor, de mais tranqüilo, é a rádioreligiosa com o locutor Aparecido Ladeia. É ele quem, com voz suave, vaidizendo:“Faltando dez minutinhos pras seis. Horário brasileiro de verão. E vamos aí, com

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62A U L A nossa programação especial, nesta maravilhosa manhã. Meu caro ouvinte,

acorde e sinta Deus manifestando seu poder. Nós somos seguidores de Cristo.Por quê? Porque nós herdamos o mundo e precisamos pregar a libertação. Se eunão a pregasse, poderia estar aí, ó, vítima de drogas, de cigarro, de cocaína.Estaria roubando ou, quem sabe, atrás das grades. Eu fico tão triste quando vejoo povo vítima de vícios. Precisamos orar por quem ainda não se libertou. Ontemmesmo, houve um acontecimento na cidade do Rio de Janeiro que, Deus meperdoe, mas era obra do demônio. Como é que um pai de família cristão deixa seusfilhos participarem de shows onde o cantor apresenta uma música para odemônio, dançando de forma escandalosa, enquanto nos telões são exibidosfilmes pornográficos? Alguém me responda: isso leva a algum caminho delibertação? E a maconha que foi fumada à vontade lá? Na hora das músicaslentas, os jovens cometiam atos indecorosos. Que ninguém se engane: onde hárock, há droga e violência. Eu quero ver o povo liberto, por isso prego a palavrade Cristo. Oremos pelos pecadores. Oremos. Ouça uma belíssima faixa musicalda gravadora Voz Liberdade, dedicada a todos os nossos ouvintes.”

Agora sabemos por que, durante a discussão, os dois rapazes tinhamopiniões tão contrárias sobre o mesmo show. Tendo recebido informações defontes diferentes, os dois rapazes sabiam apenas o que ouviram nos programasde rádio. E neles se basearam ao discutir, sem tentar formar uma opinião pessoal.Na realidade, nenhum dos dois chegava a mentir, já que apenas reproduziamaquilo que ouviram.

Mas onde estava o problema da divergência? Será que os locutores mentiram?Sabe-se que, em várias programações radiofônicas, há o se chama de gillete-

press, isto é, uma cópia grosseira do noticiário da mídia impressa. Os locutoressimplesmente adaptam as notícias publicadas em jornais a seus interesses. Lêeme transmitem essas notícias como se tivessem presenciado o fato. Vamos imagi-nar que tanto o locutor da estação ouvida por Orlando quanto o outro tivessemlido o mesmo comentáriomesmo comentáriomesmo comentáriomesmo comentáriomesmo comentário sobre o show, no mesmo jornalno mesmo jornalno mesmo jornalno mesmo jornalno mesmo jornal. Vamos imaginar quea notícia impressa era a seguinte:

AAAAA FONTEFONTEFONTEFONTEFONTE COMUMCOMUMCOMUMCOMUMCOMUM

“A primeira noite dos Stones, no Rio de Janeiro, foi magnífica. Os “inventoresdo rock” fizeram um megashow. A platéia dançou, fumou e vibrou. Jaggeriniciou com Not fade awayNot fade awayNot fade awayNot fade awayNot fade away. Fez uma pausa e falou em Português: “Boa noite,Rio de Janeiro! Tudo bem?” (Uma professora de Inglês e Português foi aresponsável por essas poucas palavras que compuseram a versão brasileira doVoodo loungueVoodo loungueVoodo loungueVoodo loungueVoodo loungue). Outras músicas muito apreciadas pelo público foram: You gotYou gotYou gotYou gotYou gotme rocking, Rock in a hard place, Rocks off, (I can get no) satisfaction,me rocking, Rock in a hard place, Rocks off, (I can get no) satisfaction,me rocking, Rock in a hard place, Rocks off, (I can get no) satisfaction,me rocking, Rock in a hard place, Rocks off, (I can get no) satisfaction,me rocking, Rock in a hard place, Rocks off, (I can get no) satisfaction,Angie, Midnight rumblerAngie, Midnight rumblerAngie, Midnight rumblerAngie, Midnight rumblerAngie, Midnight rumbler. O ápice se deu com Honky tonk womenHonky tonk womenHonky tonk womenHonky tonk womenHonky tonk women e suacolagem de vídeos pornôs e imagens oficiais, e Sympathy for the devilSympathy for the devilSympathy for the devilSympathy for the devilSympathy for the devil. AliJagger se superou no balé de trejeitos. O sucesso do show se deveu também aotrabalho dos guitarristas Ron Wood e Keith Richards, do baterista CharlieWatts, além da encantadora presença da vocalista Lisa Fischer. Um showrealizado com profissionalismo técnico e artístico para uma platéia que não deutrabalho.”

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62A U L ATudo isso foi criado para chamar sua atenção sobre a maneira como as

opiniões são formadas. Orlando e seu colega faziam afirmações baseando-se emfalas de locutores que, por sua vez, haviam se baseado no texto de um jornalista.Na realidade, era a mesma fonte. O curioso é perceber que uma mesma fontepôde ser interpretada de modo tão diverso a ponto de produzir opiniõescontrárias.

Isso aconteceu porque os intermediários da notícia, os locutores, imprimi-ram a ela sua opinião particular, transmitindo apenas os aspectos que lhesinteressavam. O locutor da FM deu grande destaque às canções; o locutor darádio religiosa ressaltou o comportamento do líder da banda e o da platéia.

Agora é o seu momento de escrever. A partir de uma notícia de jornal, vocêcriará dois textos para locutores de programas diferentes: um programa demúsica destinado a jovens e um programa religioso.

Antes de começar a escrever, pense bem que tom você deve dar à noticia, istoé, que aspectos dela você deve ressaltar. Cuide também da linguagem de cadalocutor para que os textos sejam convincentes.

OOOOO TEXTOTEXTOTEXTOTEXTOTEXTO-----FONTEFONTEFONTEFONTEFONTE

“O pintor de paredes Ernesto Mulina da Silva, 49, prestou queixa de assédiosexual na Delegacia da Mulher de São José do Rio Preto (SP), contra a empregadaMaria Natalina dos Anjos Quartieri, 34. Segundo ele, ela o estaria assediandosexualmente há quatro meses. “Ela vem me mandando bilhetes diariamente”,disse ele. Os dois são vizinhos há oito anos. O caso foi registrado no dia 31 dejaneiro. (...) Maria Natalina nega as acusações do pintor. Segundo ela, elesmantinham um caso amoroso que durou quatro meses. O código penal brasileironão possui referência à pratica de assédio sexual. Para o advogado José Cury, ocaso poderia ser encarado como perturbação do sossego.”

1.1.1.1.1. A voz do locutor do programa para jovens:A voz do locutor do programa para jovens:A voz do locutor do programa para jovens:A voz do locutor do programa para jovens:A voz do locutor do programa para jovens:.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.2.2.2.2. A voz doA voz doA voz doA voz doA voz do locutor do programa religiosolocutor do programa religiosolocutor do programa religiosolocutor do programa religiosolocutor do programa religioso:::::.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

&

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63A U L A

Cenatexto Ferreira, pai de família classe média, esforça-separa ser um homem bem informado. No entanto, não consegue tempo para ler jornais,revistas e livros. Menos ainda para ir a cinema, a teatro, ou viajar e fazer novoscontatos. A sua vida, numa cidade grande, tem um ritmo frenético. Como represen-tante de vendas, precisa visitar muitos clientes e depende de informações novas quebusca, sobretudo, vendo televisão.

Não tem paz nem mesmo quando afrouxa o nó da gravata e desamarra os cordõesdo sapato, pois, assim que entra em casa, fica pensando nos próximos clientes. De suapoltrona, fazendo uso de um controle remoto, ele muda rapidamente os canais detelevisão, passando por todas as programações. Ao acionar o controle, ele pode decidiro que assistir, em que volume, com que brilho e com que contraste.

Ferreira anda ávido por informações e imagina que essa é a forma mais econômicae prática de se manter informado. Segundo ele, enquanto a leitura cansa, exige tempoe dá sono, a televisão nos permite ver e ouvir ao mesmo tempo

E lá vem a voz do menino, à procura do auxílio do pai:- Pai, me ajuda aqui. Olha só que coisa complicada...- Psiu! Peraí, peraí menino; só um minutinho.Depois de vários minutinhos:- Pai, não consigo fazer sozinho. Me ajuda!- Filhote, acabou de começar o jornal da noite. Espera aí.- E agora, pai? Tá passando propaganda. Me ajuda!- Dá um tempinho aí. Propaganda também interessa. Teu pai precisa saber o que

andam vendendo. Já vai chegar a hora do esporte e preciso de assunto atualizado paracomentar com os clientes.

63A U L A

M Ó D U L O 20

Assista agora...

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63A U L ADepois disso, vem mais propaganda, mais um capítulo de novela e... mais

trabalho: aquela visita ao cliente, que foi marcada para depois do expediente, quandohaveria mais tempo para discutir. E o filho ali, esperando e perguntando:

- Vai sair de novo, pai? E o meu dever de casa?- Filho, tenho que fechar um contrato com um cliente que só pode me atender à

noite. Na volta, se você ainda não tiver feito o trabalho, eu ajudo. Tchau!- Mas... você prometeu me ajudar. Esperei até agora.- Olha, mais tarde eu te ajudo.- Preciso pra amanhã, pai.- Peça a sua mãe - diz o pai saindo.Indo em direção ao outro aparelho de TV, o menino encontra a mãe, atenta,

assistindo a seu programa.- Mãe, será que...- Espera aí, filho. Só mais um pouquinho.Ele espera um pouquinho e tenta outra vez:- Estou precisando de que me ajude nesta pesquisa que...- Logo hoje que vai passar o último capítulo desse seriado, filho...- Mas quem vai me ajudar?- Você não está entendendo: é o último capítulo e eu estou louca pra saber como

vai acabar.- Você sabe como vai acabar. Já leu o livro...- É, mas na TV é diferente. Às vezes, eles mudam o final.E assim passam os dias... Mas, nem toda rotina dura para sempre.

&Observe como o dicionário apresenta a palavra televisãotelevisãotelevisãotelevisãotelevisão, que é o centro do

conflito da Cenatexto de hoje:

televisão.televisão.televisão.televisão.televisão. [de tele-1+ visão] S. f. 11111..... Eletrôn. Transmissão e recepção deimagens visuais, mediante sinais eletromagnéticos das ondas hertzianas.2.2.2.2.2. Televisor. 3.3.3.3.3. Meio de comunicação que utiliza a televisão (1) para difundirinformações, espetáculos etc. 4.4.4.4.4. Televisora. [Siglas: TV e tevê.]

No verbete apresentado, há uma informação que leva a mais uma consultaao dicionário. Observe:

tel(e)tel(e)tel(e)tel(e)tel(e)-1-1-1-1-1 [do gr. têle] El. comp = “longe”, “ao longe”.

Por essa informação, sabemos que teleteleteleteletele é um radical (uma parte da palavra),que vem da língua grega (gr.gr.gr.gr.gr.). É muito comum, no vocabulário português, o usode radicais gregos para formar palavras. Você aprendeu alguns deles ao estudara formação de palavras por composição.

11111. Sabendo que o sentido desse radical é longelongelongelongelonge, , , , , ao longeao longeao longeao longeao longe, indique o quesignificam as seguintes palavras (caso não saiba, vá ao dicionário):

a)a)a)a)a) telefotografia: ...................................................................................................b)b)b)b)b) telegrafia: ..........................................................................................................c)c)c)c)c) teleguiar: ...........................................................................................................ddddd))))) telescópio: .........................................................................................................

Dicionário

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63A U L A No dicionário, todas essas palavras vêm com a indicação teleteleteleteletele-1-1-1-1-1. No entanto,

há outras iniciadas por teleteleteleteletele que virão com a indicação teleteleteleteletele-2-2-2-2-2 . Vamos voltar aodicionário:

tel(e)tel(e)tel(e)tel(e)tel(e)-2-2-2-2-2 [de televisão] El. comp = “televisão”.

Nessas palavras, teleteleteleteletele não tem o sentido de longelongelongelongelonge, , , , , ao longeao longeao longeao longeao longe, mas tem,especificamente, o sentido de televisãotelevisãotelevisãotelevisãotelevisão Portanto, a denominação de tel(e)tel(e)tel(e)tel(e)tel(e)-2-2-2-2-2,,,,,

indica tratar-se de um segundo sentido. Por exemplo: telejornaltelejornaltelejornaltelejornaltelejornal é o noticiárioapresentado pela televisão; telenovelatelenovelatelenovelatelenovelatelenovela é a novela apresentada pela televisão.

22222. Escreva o que significa:a)a)a)a)a) telespectador: ...................................................................................................b)b)b)b)b) telecurso: ...........................................................................................................c)c)c)c)c) televizinho: .......................................................................................................

Voltando à Cenatexto de hoje, observamos que Ferreira tem uma vida muitoagitada, e com “ um ritmo frenético”. Veja o significado dessa expressão, lendoo verbete no dicionário:

frenéticofrenéticofrenéticofrenéticofrenético. . . . . [do lat. phreneticu] Adj. 1.1.1.1.1. Que tem frenesi; delirante, desvaira-do, furioso. 2.2.2.2.2. Arrebatado, veemente, exaltado. 3.3.3.3.3. Impaciente, inquieto;rabugento. 4. 4. 4. 4. 4. Convulso, agitado.

3.3.3.3.3. Em que sentido foi empregada, na Cenatexto, a palavra frenéticofrenéticofrenéticofrenéticofrenético?.................................................................................................................................

Veja outra palavra da Cenatexto, que encontramos no dicionário:

ávido.ávido.ávido.ávido.ávido. [do lat. avidu] 1. 1. 1. 1. 1. Que deseja ardentemente. 2.2.2.2.2. Ansioso, sôfrego.3. 3. 3. 3. 3. Avaro, ambicioso, cobiçoso. 4. 4. 4. 4. 4. Voraz, esfaimado, famélico. 5. 5. 5. 5. 5. Sedento,sequioso.

4.4.4.4.4. Explique em que sentido a palavra ávidoávidoávidoávidoávido foi usada na frase “Ferreira andaávido por informações”...................................................................................................................................................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Por que Ferreira insiste em afirmar que depende de informações para exercersua profissão? Que tipo de informação ele busca?

2.2.2.2.2. Qual a maior vantagem que Ferreira vê na televisão em relação aos jornais,livros e outros meios de informação?

3.3.3.3.3. De acordo com a história da Cenatexto, quais eram os interesses de cada umdos três membros da família, naquela noite?

4.4.4.4.4. Com que argumentos o filho procurou convencer a mãe a ajudá-lo no deverde casa para a escola? Quais os argumentos da mãe do garoto para não ajudá-lo naquela noite?

Entendimento

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63A U L ASabemos que é muito discutida a influência da televisão na vida das pessoas.

Pensando sobre isso, converse com seus amigos e familiares. Em seguida, escrevaas conclusões a que vocês chegaram.

Tome como base a Cenatexto, considerando as seguintes perguntas comoponto de partida para a discussão: A televisão afasta ou aproxima os membros deuma família? Será que podemos generalizar ou precisamos distinguir melhor osfatos? Que contribuições os programas de TV dão a sua vida profissional e social?Você acha que a televisão compete com os livros? As pessoas lêem menos porcausa da televisão? Que sugestões você teria nesse caso?

Alguns estudiosos dizem que as telenovelas prendem a atenção das pessoasporque preenchem o cotidiano de forma mais viva e emocionante que a vida real.Você acha que eles têm razão? Justifique sua resposta.

Quais são os aspectos positivos e negativos da televisão?Este telecurso tem como um de seus instrumentos um programa de televisão.

Ele ajuda você a compreender melhor a sua aula?

O menino, personagem da Cenatexto, não conseguiu que seus pais o atendes-sem. Ele falou pouco porque, mais de uma vez, foi pedido que fizesse silêncio ouesperasse. O que será que ele sentiu? Será que aquela situação tão rotineira nãoo incomodava mais?

Partindo dessas perguntas, reescreva a história como se fosse contada pelogaroto.

O objetivo deste exercício é trabalhar com um mesmo fato, contado sob oponto de vista de um dos personagens envolvidos na história. As poucas falas dogaroto poderão dar uma idéia de como ele percebia aquela situação. Vimos quepediu ajuda aos pais para realizar uma tarefa escolar, mas, como não obtevesucesso, terá de explicar à professora o que aconteceu. Ao reescrever as impres-sões do menino, parte da história estará na 1ª pessoa e parte na 3ª. Veja o exemplo:

- Não pude fazer o dever porque tive algumas dúvidas e meus pais não puderamme ajudar - disse André, ao chegar à escola sem o dever de casa pronto.

Também é possível iniciar de outro modo, continuando apenas na 1ª pessoa,como se o garoto estivesse escrevendo num diário sobre a situação de sua casa.Veja:

- Ontem à noite se repetiu a mesma situação do dia anterior. Mais uma vez,fiquei sem completar meu dever de casa. Assim que meu pai...

De acordo com esses exemplos, continue a história abaixo:

Não pude fazer o dever porque eu tive algumas dúvidas e meus pais não puderamme ajudar. Assim que meu pai entrou em casa, .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

&

Reflexão

Reescritura

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Cenatexto Na aula anterior, vimos uma família de classemédia em que o pai, com a desculpa de se informar e de trabalhar, não podia daratenção ao filho. A mãe, por sua vez, estava tão interessada no último capítulo deum seriado que também não lhe dava atenção. Veja agora mais uma parte dessahistória.

Engarrafamento de trânsito era um problema constante e inevitável na vida deFerreira. Ele, que vivia sempre tão apressado, sentia-se impotente diante daquelaperda de tempo. Nesse dia, dera carona a Orlando, um colega de trabalho que sempresabia de um caso curioso e falava sobre tudo com muito entusiasmo. Assim, lá foi ele,desfiando mais uma história.

- Foi demais, Ferreira. O cara lá reclamando, esbravejando. Queria chamar apolícia e jurava que não voltaria pra casa com aquele relógio que vivia atrasando. Ovendedor, o gerente, até o dono da loja já tinham explicado que a garantia estavavencida e pronto. O negócio era pagar pelo conserto. Mas, o infeliz não desistia erepetia a mesma história: desde o dia em que comprou aquele relógio caro, nunca maisteve hora certa; vivia na autorizada e nada de o defeito desaparecer. Resumindo: o caraameaçou de todas as formas e o gerente continuou firme. Sabe o que fez o dono dorelógio ganhar um novo? A televisão. É, meu, o cara disse que ia chamar a televisão,fazer escândalo. Daí, deram um jeito e o rapaz ganhou um relógio novo.

- Isso agora virou moda. É uma boa saída.- É, mas não concordo com isso, não. Hoje em dia, tudo gira em torno da força

da televisão. O que não passa por ela, parece que não existe.- Sem exagero, Orlando. As informações são dadas por diversos meios de

comunicação. Você mesmo vive dando notícias que ouve no seu radinho. Há quemprefira jornal, revista. Eu prefiro a televisão porque ela é mais completa: informa ediverte. Aliás, isso já tá dando problema lá em casa.

- Aí é que está o problema, Ferreira. Quando queremos ir a um show, a gentedecide pela programação: se informa, escolhe, sai de casa, vai até lá e paga. Pagando,a gente exige qualidade. Sem qualidade, não tem público. E sem público, não acontecenada. Com a TV, não. Você fica em casa de bobeira e gruda naquela telinha. O quevier está ótimo.

- Agora você falou bobagem. Qualquer um sabe que o telespectador é tudo parauma emissora. E ele está cada dia mais exigente com a qualidade do que vê, com averdade das informações.

64A U L A

M Ó D U L O 20

Assista agora...

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64A U L A- Verdade das informações? Você acha que é justo poucas pessoas terem o poder

de formar opiniões, manipulando a informação a seu favor?- Orlando, Orlando. Isso aí é papo de vinte anos atrás. Isso é aquele discurso

antigo, contra tudo o que vem da tal classe dominante. A TV pode transmitir umafantástica campanha de vacinação, debate político, filme, programa de humor,esporte...

- Agora você confundiu tudo, Ferreira.- Deixa eu terminar. Olha, é tão grande o volume de informações a que a gente

pode ter acesso sem sair de casa...- Vendo só o que eles querem que vejamos.- Corta essa, Orlando! Hoje em dia, você tem um leque de opções. Até TV a cabo

já temos. Você não precisa ficar preso a uma emissora e pode, se quiser, assistir a seusprogramas em inglês, espanhol, alemão.

- Bonito! Pra eu ter esse luxo todo, de uma TV por assinatura, preciso pagar.Muito chique, mas isso é pago, cara. Quero saber o que pode chegar em minha casa,sem mais custos pra mim. Eu tô falido, companheiro!

- É grande o número de canais de televisão que não precisam de assinatura: alémdas várias emissoras privadas, há as que são do governo. Se você implica com apublicidade, que é necessária às tevês privadas, pode assistir aos programas das tevêseducativas. É programa educativo do início ao fim, sem interrupção para a publici-dade.

- Tenha dó, Ferreira. O que a gente tá fazendo nesse trânsito infernal?- Quer saber de uma coisa? Veja o que gosta, selecione o que lhe convém, que o

resto é papo furado. Mas, não esqueça o seguinte...- Não, Ferreira! Tenha dó! Vai começar tudo de novo?

Enquanto Ferreira dirigia seu carro, naquele engarrafamento infernal, Orlandodesfiavadesfiavadesfiavadesfiavadesfiava uma história. O que é desfiar uma históriadesfiar uma históriadesfiar uma históriadesfiar uma históriadesfiar uma história? Veja como essa palavraaparece no dicionário:

desfiar.desfiar.desfiar.desfiar.desfiar. [de des- + fiar1] V.t.d. 1. 1. 1. 1. 1. Desfazer em fios; reduzir a fios. 2. 2. 2. 2. 2. Soltarem fios ou vapores tênues. 3. 3. 3. 3. 3. Referir-se ou narrar uma história minuci-osamente, com muitos detalhes. 4. 4. 4. 4. 4. Referir ou expor em seqüência.5. 5. 5. 5. 5. Passar (rosário) de conta em conta.

1.1.1.1.1. Em que sentido a palavra desfiardesfiardesfiardesfiardesfiar foi usada na Cenatexto?.................................................................................................................................

Dicionário

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64A U L A A história de Orlando começa assim: “O cara lá reclamando, esbravejandoesbravejandoesbravejandoesbravejandoesbravejando”.

Procurando no dicionário, veja o significado que encontramos para essa palavra:

esbravejar.esbravejar.esbravejar.esbravejar.esbravejar. [de es + bravo + ejar] V.int. 1. 1. 1. 1. 1. Esbravear. 2. 2. 2. 2. 2. Esbravecer,enfurecer-se, ficar bravo. V.t.i. 3.3.3.3.3. Bradar, gritar com raiva.

2.2.2.2.2. Indique o sentido em que a palavra esbravejaresbravejaresbravejaresbravejaresbravejar foi usada na Cenatexto e, emseguida, reescreva a frase com um sinônimo dessa palavra...................................................................................................................................................................................................................................................................

Orlando afirmou que poucas pessoas formavam as opiniões “manipulandomanipulandomanipulandomanipulandomanipulandoas informações”. Observe em quantos sentidos a palavra manipularmanipularmanipularmanipularmanipular pode aparecer:

manipular.manipular.manipular.manipular.manipular. [do fr. manipuler] V.t.d. 1. 1. 1. 1. 1. Preparar com a mão; imprimirforma a (alguma coisa) com a mão. 2. 2. 2. 2. 2. Preparar (medicamentos) comcorpos simples. 3. 3. 3. 3. 3. Engendrar, forjar, maquinar. 4. 4. 4. 4. 4. Fazer funcionar, pôrem movimento; acionar.

3.3.3.3.3. Ao afirmar que poucas pessoas manipulavam informações, Orlando usou osentido figurado para se expressar. Explique o que ele estava querendo dizercom isso...................................................................................................................................................................................................................................................................

Quando Orlando disse que os capitalistas manipulavam as informações a seufavor, Ferreira rebateu dizendo que aquela opinião era um discurso antigo contraa classe dominante. A palavra classeclasseclasseclasseclasse pode ser usada em vários sentidos. Veja:

classeclasseclasseclasseclasse..... S.f. 1 1 1 1 1. Um conjunto, grupo ou divisão de objetos, fatos ou indiví-duos que apresentam características semelhantes. 22222. Categoria de cida-dãos baseada nas distinções de ordem social ou jurídica. 33333. Grupo depessoas que se diferenciam das outras por suas ocupações, costumes,opiniões, tendências: a classe dos marítimos; a classe dos artistas; a classe dospessimistas. 44444. Categoria de coisas baseadas na qualidade, no valor ou nopreço. 55555. Grupo ou camada social que se organiza em sociedadesestratificadas, caracterizando-se pelas divisão do trabalho e pela distri-buição de riquezas. 6.6.6.6.6. Aula em que é ensinada certa matéria.

4.4.4.4.4. De acordo com o uso da palavra classeclasseclasseclasseclasse na Cenatexto, temos a divisão dasociedade em classe baixa, classe médiaclasse baixa, classe médiaclasse baixa, classe médiaclasse baixa, classe médiaclasse baixa, classe média e classe altaclasse altaclasse altaclasse altaclasse alta — termos tambémconhecidos por operariado, burguesia operariado, burguesia operariado, burguesia operariado, burguesia operariado, burguesia e eliteeliteeliteeliteelite. Indique em que sentido essaexpressão foi usada por Ferreira e diga se o termo foi aplicado num sentidonegativo ou positivo na Cenatexto...................................................................................................................................................................................................................................................................

55555. Ferreira lembra que hoje temos um leque de opções, no caso da televisão.Esclareça o significado da expressão leque de opçõesleque de opçõesleque de opçõesleque de opçõesleque de opções...................................................................................................................................................................................................................................................................

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64A U L A1.1.1.1.1. Que fato provocou toda a discussão sobre televisão entre Ferreira e Orlando?

2.2.2.2.2. Aponte a opinião dos dois personagens em relação ao fato contado porOrlando.

33333. Por que, na opinião de Orlando, as pessoas são mais exigentes e críticas comos espetáculos ao vivo do que com aqueles apresentados pela televisão?

44444. Apresente algumas vantagens da tevê apontadas por Ferreira.

55555. A grande novidade em tevê hoje é a televisão a cabotelevisão a cabotelevisão a cabotelevisão a cabotelevisão a cabo: aquela tevê paga porassinatura e que precisa de uma antena especial para ser sintonizada.Também é chamada de tevê fechadatevê fechadatevê fechadatevê fechadatevê fechada, em oposição às tevês abertastevês abertastevês abertastevês abertastevês abertas, quepodem ser sintonizadas por qualquer aparelho de tevê e não precisam serpagas. Orlando afirma que a tevê a cabo é muito cara. Você acha que essecomentário de Orlando contesta a posição de Ferreira, que tentava apresen-tar a TV a cabo como uma ótima opção para quem quer variedades naprogramação? Por quê?

Ao contar um fato, Orlando não diz quais foram as falas das pessoasenvolvidas na história. Ele apenas mencionou, resumidamente, o conteúdo.

Reconte a história da Cenatexto imaginando as falas dos personagensenvolvidos. Nessa história temos o indivíduo que comprou um relógio, ovendedor, o gerente, o dono da loja e um entrevistador de televisão. Todos devemter sua fala adequada à situação.

Para facilitar seu trabalho, a história será transcrita, a seguir, dividida empartes destacadas. Continue, de acordo com o modelo:

.......o cara lá reclamando, esbravejando...o cara lá reclamando, esbravejando...o cara lá reclamando, esbravejando...o cara lá reclamando, esbravejando...o cara lá reclamando, esbravejando.- Eu já disse; isso não pode continuar assim! Eu quero meu dinheiro de volta ou

outro relógio.

Queria chamar a polícia e jurava que não voltaria pra casa com aqueleQueria chamar a polícia e jurava que não voltaria pra casa com aqueleQueria chamar a polícia e jurava que não voltaria pra casa com aqueleQueria chamar a polícia e jurava que não voltaria pra casa com aqueleQueria chamar a polícia e jurava que não voltaria pra casa com aquelerelógio que vivia atrasandorelógio que vivia atrasandorelógio que vivia atrasandorelógio que vivia atrasandorelógio que vivia atrasando.

- Isso é roubo! Acho que o jeito é chamar a polícia. Juro que não volto pra casacom essa droga de relógio que vive atrasado.

O vendedor, o gerente, até o dono da loja já tinham explicado que a garantiaO vendedor, o gerente, até o dono da loja já tinham explicado que a garantiaO vendedor, o gerente, até o dono da loja já tinham explicado que a garantiaO vendedor, o gerente, até o dono da loja já tinham explicado que a garantiaO vendedor, o gerente, até o dono da loja já tinham explicado que a garantiaestava vencida e pronto. O negócio era pagar pelo conserto.estava vencida e pronto. O negócio era pagar pelo conserto.estava vencida e pronto. O negócio era pagar pelo conserto.estava vencida e pronto. O negócio era pagar pelo conserto.estava vencida e pronto. O negócio era pagar pelo conserto.................................................................................................................................................................................................................................................................................

O infeliz não desistia e repetia a mesma história: desde o dia em que comprouO infeliz não desistia e repetia a mesma história: desde o dia em que comprouO infeliz não desistia e repetia a mesma história: desde o dia em que comprouO infeliz não desistia e repetia a mesma história: desde o dia em que comprouO infeliz não desistia e repetia a mesma história: desde o dia em que comprouaquele relógio caro, nunca mais teve hora certa; vivia na autorizada e nada de oaquele relógio caro, nunca mais teve hora certa; vivia na autorizada e nada de oaquele relógio caro, nunca mais teve hora certa; vivia na autorizada e nada de oaquele relógio caro, nunca mais teve hora certa; vivia na autorizada e nada de oaquele relógio caro, nunca mais teve hora certa; vivia na autorizada e nada de odefeito desaparecer.defeito desaparecer.defeito desaparecer.defeito desaparecer.defeito desaparecer.................................................................................................................................................................................................................................................................................

Resumindo: o cara ameaçou de todas as formas e o gerente continuou firme.Resumindo: o cara ameaçou de todas as formas e o gerente continuou firme.Resumindo: o cara ameaçou de todas as formas e o gerente continuou firme.Resumindo: o cara ameaçou de todas as formas e o gerente continuou firme.Resumindo: o cara ameaçou de todas as formas e o gerente continuou firme.................................................................................................................................................................................................................................................................................

Entendimento

Reescritura

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64A U L A Sabe o que fez o dono do relógio ganhar um novo? A televisão. É, meu, oSabe o que fez o dono do relógio ganhar um novo? A televisão. É, meu, oSabe o que fez o dono do relógio ganhar um novo? A televisão. É, meu, oSabe o que fez o dono do relógio ganhar um novo? A televisão. É, meu, oSabe o que fez o dono do relógio ganhar um novo? A televisão. É, meu, o

cara disse que ia chamar a televisão, fazer escândalo.cara disse que ia chamar a televisão, fazer escândalo.cara disse que ia chamar a televisão, fazer escândalo.cara disse que ia chamar a televisão, fazer escândalo.cara disse que ia chamar a televisão, fazer escândalo.................................................................................................................................................................................................................................................................................

Daí, deram um jeito lá, e o rapaz ganhou um relógio novo.Daí, deram um jeito lá, e o rapaz ganhou um relógio novo.Daí, deram um jeito lá, e o rapaz ganhou um relógio novo.Daí, deram um jeito lá, e o rapaz ganhou um relógio novo.Daí, deram um jeito lá, e o rapaz ganhou um relógio novo.................................................................................................................................................................................................................................................................................

Organize todas as opiniões levantadas pelos dois personagens. O ponto departida para a sua reflexão será a Cenatexto.

Discutindo uma por uma, faça um esquema apresentando todos os pontoscom os quais você concorda e os pontos dos quais você discorda. Não se esqueçade apresentar uma justificativa, bem como um argumento para suas opiniões.

Reflexão

&

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65A U L A

Neste módulo, acompanhamos a repercus-são da televisão na rotina da família Ferreira bem como a divergência de opiniõessobre sua influência na vida das pessoas. Hoje, veremos como será o dia dafamília Ferreira sem televisão. No ar, Cenas da Vida Familiar dos Ferreira.

Depois de oito horas de trabalho, Patrícia sentiu-se aliviada ao chegar em seuapartamento. Todos os dias, ela é a primeira a chegar e a ligar o televisor em buscade divertimento, descanso e informação. Hoje, indo em direção à sala, encontrou oseguinte bilhete:

Patrícia,Não sei o que aconteceu. Parece que houve um curto-circuito na casa e os doisaparelhos de TV pifaram. Já chamei os técnicos, mas eles só poderão vir amanhãde manhã. Ainda bem que não pifou mais nada. Um beijo, Ferreira.

Ao contrário do que era de se esperar, a ausência da TV não a incomodou. Foi atébom. A rotina de todos os dias estava rompida. Patrícia até tinha a sensação de estarem outro lugar, pois aquele silêncio não combinava com sua casa.

No horário do telejornal, ela nem notou a ausência da voz do apresentador,informando-a do que acontecia na cidade. Ficou imaginando qual seria a seqüênciada história da novela. Lembrou-se de que, logo depois, haveria a exibição de um filmemuito violento. Sugestionada pelos comentários de uma colega, havia decidido queproibiria seu filho de assistir àquele filme. Nem seria preciso.

Muitas vezes tentava proibir, mas cedia sempre, e o filho acabava dormindoassustado. “Por que não deixam esses filmes violentos pra mais tarde?” Pensandonisso, decidiu que colocaria em prática um plano antigo: escrever uma carta àemissora de TV que sempre exibia filmes violentos em horário impróprio.

Ia começar a escrever a carta quando Ferreira e o filho chegaram.Durante o lanche, todos estavam mais falantes do que o habitual. Sem poder

assistir à TV, Ferreira resolveu manter a informação em dia, lendo o jornal de caboa rabo.

Assista agora...

Cenatexto

65A U L A

M Ó D U L O 20

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65A U L A O filho queria acompanhar a final do campeonato. Seu time estava jogando e não

era fácil passar sem ouvir nada. Assim, decidiu acompanhar a partida pelo rádio,lendo um gibi, estirado na cama.

Com o marido e o filho ocupados, Patrícia ficou zanzando pela casa, ao som damúsica vinda do aparelho de som da sala. Folheou partes do jornal do marido,bisbilhotou o rádio do filho, rabiscou algumas frases no papel em que iniciara a carta...

Sem querer, prestou atenção à notícia transmitida pelo rádio. O que despertousua curiosidade foi a coincidência: o rádio noticiava o mesmo fato que ela tinhaacabado de ler no jornal. Mas isso era previsível, pois se tratava de uma notíciadaquele dia, pensou ela.

Assim que o locutor mudou de assunto, ela voltou à notícia impressa paraanalisar se era de fato a mesma. Já não sentia falta dos programas da televisão naquelanoite. Estava envolvida em palavras e idéias. Como a carta para a emissora de TV nãosaía, deixou o assunto de lado e começou a indagar por que o rádio transmitiu a notíciade uma forma e o jornal de outra.

Instigada por essa idéia, Patrícia leu mais uma vez a notícia:

EDUCAÇÃOEDUCAÇÃOEDUCAÇÃOEDUCAÇÃOEDUCAÇÃO

Favela do Rio ganha escola de informática

Os moradores da favela Dona Marta (zona sul do Rio) ganharam ontem umaescola de informática que tem por objetivo dar formação técnica aos moradores.

A idéia partiu do comitê da Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida,coordenado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, 59.

A iniciativa faz parte da segunda fase da campanha, que visa gerar empregospara a população.

Dez moradores estão sendo treinados para serem instrutores. O curso vaidurar dois meses e custará R$10,00 por mês. Metade do valor será repassado paraos instrutores.

O projeto é patrocinado pela Igreja Católica, pelo Instituto C&A, pela rede dedados Jovem Link/BBS e pela Eco (organização não governamental).

O coordenador da escola, Rodrigo Baggio, 26, disse que o projeto deverá serestendido a mais oito favelas.

(Sílvia Noronha) Folha de S. Paulo, 19/4/1995 Folha de S. Paulo, 19/4/1995 Folha de S. Paulo, 19/4/1995 Folha de S. Paulo, 19/4/1995 Folha de S. Paulo, 19/4/1995

Uma coisa chamou a atenção de Patrícia: a notícia estava na seção de Educação,trazendo uma informação bastante detalhada. Tinha até a idade das pessoas de quefalava. Essa precisão era importante, pensava ela. Também notou que não haviacomentários, tratava-se apenas da transmissão de um fato.

Sentiu curiosidade em compará-la com a notícia ouvida no rádio. Reconstruindoo que tinha ouvido, Patrícia resolveu passar para o papel o texto do rádio, para fazermelhor a comparação. O texto de Patrícia ficou mais ou menos assim:

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65A U L AAlô, ouvintes!

Novidade no Rio de Janeiro.A favela Dona Marta tem, a partir de hoje, uma escola de informática. Essaescola tem por objetivo oferecer formação técnica a seus alunos. O curso teráduração de dois meses, com mensalidade de dez reais.Dez moradores já estão sendo treinados para serem instrutores. Metade dovalor das mensalidades será repassada para eles. Que beleza de projeto!Ouça agora, direto do Rio de Janeiro, o que tem a dizer o coordenador daescola, Rodrigo Baggio: “A idéia de criar essa escola foi do Comitê da Açãoda Cidadania contra a Miséria e pela Vida, coordenado pelo Betinho.A segunda parte da campanha vai gerar empregos para a população.A proposta desse projeto está sendo tão bem aceita pelos moradores quedeverá ser estendida para mais oito favelas”.

É disso mesmo que o Brasil precisa!

Patrícia percebeu que, na notícia de rádio, havia menos detalhes, mas muitaemoção. A notícia tinha até um depoimento do próprio coordenador da escola.

Depois dessas duas formas de transmitir a mesma informação, Patrícia se pôs apensar: como seria noticiado esse fato na televisão?

- Genial! Agora é comigo! - disse ela em voz alta, falando sozinha.- O que foi isso agora? É a falta da TV? - indagou, espantado, Ferreira.Havia pelo menos três possibilidades. Na primeira, a notícia seria breve, lida

normalmente, sem imagens. Na segunda, haveria imagens da escola e dosorganizadores, enquanto o locutor ia dando a informação. Na terceira, um repórterseria deslocado para a própria favela e faria uma série de tomadas locais, comopiniões dos moradores e entrevistas.

A primeira sugestão deveria ser simples. Na TV, uma notícia menos importanteé lida sem imagem de acompanhamento e tem pouca duração. Ficaria assim:

Aberta, hoje, na favela carioca Dona Marta, uma escola de informática poriniciativa do Comitê da Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida,coordenado pelo sociólogo Betinho. Com duração de dois meses, os cursosformarão técnicos em computação. A iniciativa deve ser ampliada para maisoito favelas nos próximos meses.

Essa notícia, quando lida no ritmo da TV, não chega a 20 segundos. Mas, já seriamuito tempo. A segunda sugestão previa algumas imagens e um texto um pouco maisinformativo, tendo de 30 a 45 segundos de duração. As informações que estão entreparênteses são para orientar os técnicos e os jornalistas.

(Entrada da notícia com uma manchete lida pelo locutor.)LocutorLocutorLocutorLocutorLocutor: Aberta, hoje, a primeira escola de informática numa favela carioca.Imagens da favelaImagens da favelaImagens da favelaImagens da favelaImagens da favela: Tomadas gerais do local em que funcionará a escola deinformática.

(Enquanto isso, ouve-se a voz do locutor.)LocutorLocutorLocutorLocutorLocutor: Inaugurada, hoje, na favela Dona Marta, no Rio, uma escola deinformática. Mais uma iniciativa do Comitê da Ação da Cidadania contra aMiséria e pela Vida, coordenado pelo sociólogo Herbert de Souza. Os cursos,com duração de dois meses, terão mensalidades a baixo preço, destinadastambém ao pagamento dos professores. A iniciativa deverá ser estendida amais oito favelas nos próximos meses.

Page 132: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

65A U L A Oferecendo mais detalhes e algumas imagens, essa sugestão tornou a notícia

mais atraente.No entanto, a terceira alternativa daria ainda mais importância à notícia. Isso

exigia mais detalhes e mais imagens. Patrícia, então, imaginou esta nova versão:

(Entrada da notícia com uma manchete lida pelo locutor.)LocutorLocutorLocutorLocutorLocutor: A informática entra na favela.

(Cenas do jornalista falando e andando pela favela com tomadas rápidas dolocal em que foi aberta a escola. Voz do locutor.)LocutorLocutorLocutorLocutorLocutor: Inaugurada, hoje, na favela Dona Marta, aqui no Rio, uma escola deinformática. Mais uma iniciativa do Comitê da Ação da Cidadania contra aMiséria e pela Vida, coordenado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.O projeto é patrocinado por várias entidades particulares e faz parte dasegunda etapa da campanha, a de geração de empregos para a populaçãocarente.

(Imagens de alunos da escola diante de um computador, enquanto o locutorcontinua falando.)LocutorLocutorLocutorLocutorLocutor: Os cursos, com duração de dois meses, terão mensalidades a baixopreço, destinadas também ao pagamento dos professores. A iniciativadeverá ser estendida a mais oito favelas nos próximos meses.

(Entra o diretor da escola falando. A pergunta não aparece, mas a respostaé dada para a câmera que focaliza o entrevistado. No vídeo, aparece escrito:Rodrigo Baggio - coordenador da escolaRodrigo Baggio - coordenador da escolaRodrigo Baggio - coordenador da escolaRodrigo Baggio - coordenador da escolaRodrigo Baggio - coordenador da escola.)BaggioBaggioBaggioBaggioBaggio: A idéia dessa escola é gerar empregos dentro da própria favela, prafacilitar a vida dos moradores.(Corte da imagem e saída.)

Tomando mais de um minuto, essa versão era muito extensa para o conteúdo.Envolvendo-se com as diferentes formas de dar uma notícia, pelos diferentes

meios de comunicação, Patrícia nem sentiu o tempo passar. O mais importante foi adescoberta de que, sem a televisão, todos fizeram algo novo, quebraram a rotina etiveram experiências muito interessantes. Com mais um pouco, Patrícia já estariainstituindo o Dia da TV Pifada, como medida de renovação de idéias na família.

&1.1.1.1.1. Quais foram as principais mudanças na rotina da família Ferreira com a

televisão quebrada? Como você avalia o fato?

2.2.2.2.2. Patrícia pensou em escrever uma carta a uma emissora de TV. Qual era oconteúdo dessa carta?

3.3.3.3.3. De acordo com os comentários feitos por Patrícia, quais são as principaisdiferenças entre a mesma notícia dada pelo jornal e pelo rádio?

4.4.4.4.4. Por que Patrícia imaginou três possibilidades diferentes para a apresentaçãode uma mesma notícia na televisão?

5.5.5.5.5. Relacione a idéia da criação do Dia da TV Pifada com a história da Cenatexto.

Entendimento

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65A U L ANos últimos módulos, tivemos contato com alguns aspectos dos três grandes

meios de comunicação de massa contemporâneos: o jornaljornaljornaljornaljornal (Aulas 57, 58, 59), orádio rádio rádio rádio rádio (Aulas 60, 61, 62) e a televisãotelevisãotelevisãotelevisãotelevisão (Aulas 63, 64, 65). Assim, vimos que cada umdeles tem vantagens e desvantagens. São diferentes, mas muito úteis como fontesde informação, lazer e instrução na vida diária.

Todos os meios de comunicação usam a língua como principal instrumentoTodos os meios de comunicação usam a língua como principal instrumentoTodos os meios de comunicação usam a língua como principal instrumentoTodos os meios de comunicação usam a língua como principal instrumentoTodos os meios de comunicação usam a língua como principal instrumentode trabalho.de trabalho.de trabalho.de trabalho.de trabalho. Porém, nem todos a utilizam do mesmo modo. Na aula de hoje,tivemos uma idéia aproximada das diferenças entre os três meios de comunica-ção no uso da língua.

Para aplicar os conhecimentos adquiridos nessas aulas, você vai redigir umamesma notícia para três meios de comunicação, considerando:

l no jornal impresso jornal impresso jornal impresso jornal impresso jornal impresso, há possibilidade de dar mais detalhes e informações maisprecisas, indicando fontes, fornecendo dados, números, nomes etc.;

l no rádio rádio rádio rádio rádio, a notícia tem que ser dinâmica, para atingir o ouvinte com clarezae simplicidade, pois ela é transmitida de viva voz, sem que se veja o locutor;

l na televisãotelevisãotelevisãotelevisãotelevisão, tudo é mais rápido e depende da importância que se quer darà notícia. Assim, muita coisa pode ser passada ao telespectador por meio deimagens.

Portanto, não é só a informação que pode ser considerada ao se redigir umanotícia. Deve-se prestar atenção ao meio de comunicação, aos destinatários, aosobjetivos, ao tipo de notícia etc. É o principal fator de influência para a escolha dotipo de linguagem.

Trabalhando em conjunto com seus colegas, redija três pequenos textos.Lembre-se das notícias que você recebe dos meios de comunicação, levando emconta as considerações acima.

Dê um título para cada texto e crie nome de pessoas, lugares etc. Vocêtambém pode selecionar apenas o essencial para dar sua informação, sem seaprofundar nos detalhes do fato ocorrido. Para facilitar seu trabalho, dividiremosem tópicos o conteúdo da notícia:

l Etelvino, 28 anos, é vendedor de uma loja num shopping (grande centrocomercial) de São Paulo.

l Um dia, não agüentando mais sua situação, tem uma crise de loucura naprópria loja.

l Sai correndo, rouba várias armas da loja vizinha e atira em tudo o queencontra pela frente.

l Correria geral no shopping. Alguns mortos e muitos feridos.

l Etelvino sobe ao último andar do shopping, joga-se pela janela e morre coma queda.

l Os funcionários da loja reclamam das difíceis condições de trabalho quelevaram o colega à loucura.

Redação no ar

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65A U L A Notícia para o jornal:Notícia para o jornal:Notícia para o jornal:Notícia para o jornal:Notícia para o jornal:

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Notícia para o rádio:Notícia para o rádio:Notícia para o rádio:Notícia para o rádio:Notícia para o rádio:...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Notícia para a TV:Notícia para a TV:Notícia para a TV:Notícia para a TV:Notícia para a TV:...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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65A U L AComo a televisão foi motivo de alguns debates nas últimas aulas, escolhemos

para sua leitura trechos de uma crônica na qual a TV é assunto central. Seu autorfoi um dos maiores cronistas do Brasil: o capixaba Rubem Braga.

Ela tem alma de pombaEla tem alma de pombaEla tem alma de pombaEla tem alma de pombaEla tem alma de pomba

Que a televisão prejudica o movimento da pracinha Jerônimo Monteiro, em todosos Cachoeiros de Itapemirim, não há dúvida. Sete horas da noite era hora de umapessoa acabar de jantar, dar uma volta pela praça para depois pegar uma sessão das8 no cinema. Agora todo mundo fica em casa vendo uma novela, depois outra novela.

O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela doNorte F.C., se pode ficar tomando uma cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, oua um Inter x Cruzeiro, ou qualquer outra coisa assim?

Que a televisão prejudica a leitura de livros, também não há dúvida. Eu mesmoconfesso que lia mais quando não tinha televisão. Rádio, a gente pode ouvir baixinho,enquanto está lendo um livro. Televisão é incompatível com livro - e com tudo maisnessa vida, inclusive a boa conversa, até o making love.

Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais que odesejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutaruma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.

Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é ocontrário: é máquina de amansar doido, distrair doido, acalmar, fazer doido dormir.

(...)

Quando você cita um inconveniente da televisão, uma boa observação que se podefazer é que não existe nenhum aparelho de TV, a cores ou em preto e branco, sem umbotão para desligar. Mas quando um pai de uma família o utiliza, isso pode produziro ódio e rancor no peito das crianças e até de outros adultos.

Quando o apartamento é pequeno, a família é grande, e a TV é só uma - entãosua tendência é para ser um fator de rixas intestinas.

- Agora você se agarra nessa porcaria de futebol ...- Mas, francamente, você não tem vergonha de acompanhar essa besteira de

novela?- Não sou eu, não, são as crianças!- Crianças, para a cama!

(...)

Mas muito lhe será perdoado, à TV, pela sua ajuda aos doentes, aos velhos, aossolitários. Na grande cidade - num apartamentinho de quarto e sala, num casebre desubúrbio, numa orgulhosa mansão - a criatura solitária tem nela a grande distração,o grande consolo, a grande companhia. Ela instala dentro de sua toca humilde otumulto e o frêmito de mil vidas, a emoção, o suspense, a fascinação dos dramas domundo.

A corujinha da madrugada não é apenas a companheira de gente importante, éa grande amiga da pessoa desimportante e só, da mulher velha, do homem doente...É a amiga dos entrevados, dos abandonados, dos que a vida esqueceu para um canto...ou dos que estão parados, paralisados, no estupor de alguma desgraça... ou que nomeio da noite sofrem o assalto de dúvidas e melancolia... mãe que espera filho, mulherque espera marido... homem arrasado que espera que a noite passe, que a noite passe,que a noite passe...

Fonte: 200 Crônicas Escolhidas200 Crônicas Escolhidas200 Crônicas Escolhidas200 Crônicas Escolhidas200 Crônicas Escolhidas. Rubem Braga. Rio de Janeiro, Editora Record, 1979,págs. 318-319.

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Saideira

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Gabarito das aulas41 a 65

AULA 41

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1.1.1.1.1. Na Cenatexto, a palavra receitareceitareceitareceitareceita é usada no sentido 33333.2. 2. 2. 2. 2. (Sugestões) a) a) a) a) a) A receitareceitareceitareceitareceita daquela família era menor que a despesa. b)b)b)b)b) A receitareceitareceitareceitareceitado Estado tende a crescer com as mudanças tributárias. c)c)c)c)c) O preparo de um bomprato depende de uma boa receitareceitareceitareceitareceita. d)d)d)d)d) O farmacêutico não quis vender omedicamento sem a receitareceitareceitareceitareceita.3.3.3.3.3. Não há grandes diferenças. O sentido do verbo abastecerabastecerabastecerabastecerabastecer é providenciar onecessário; prover; fornecer. Abastecer os fregueses, abastecer a casa ou abastecero carro é sempre uma forma de suprir algo.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

1. a) 1. a) 1. a) 1. a) 1. a) Hilda quis dizer que vai fazendo aquilo que a sua situação permite. b)b)b)b)b) SeuZé quis dizer que segue as ordens do destino, que faz aquilo que é a vontade deDeus.2.2.2.2.2. (Sugestão) - Boa tarde, Seu Zé.

- Boa tarde. A senhora vai bem?- Sobrevivendo, e o senhor?- Vou bem, graças a Deus.

3. 3. 3. 3. 3. (Continuando) A Rosa é muito simpática, trata as pessoas muito bem, masmesmo assim Hilda não gosta de ir lá. Ela tem muita variedade e sabe convenceras pessoas a comprar sempre mais. Como o dinheiro de Hilda é contado, talvezo sacolão da Rosa não seja um lugar ideal para ela fazer compras. Seu Zé édiferente: ele não tem muita conversa e não fica insistindo para as pessoaslevarem mais coisas. Contudo, Hilda poderia aproveitar para ir ao supermerca-do; compraria mais coisas, para o mês todo, não precisaria carregar peso, já que

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usaria o carrinho, e poderia voltar de táxi. Assim, tão cedo não teria de sepreocupar com isso.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

1. 1. 1. 1. 1. (Esta sugestão considera a situação do cidadão que não pode desperdiçardinheiro com nenhum produto que não seja alimentar ou de higiene pessoal.):a)a)a)a)a) arroz; b)b)b)b)b) feijão; c)c)c)c)c) óleo; d)d)d)d)d) sal; e)e)e)e)e) açúcar; f)f)f)f)f) cebola; g)g)g)g)g) café; h)h)h)h)h) sabão empedra; i)i)i)i)i) água sanitária; j)j)j)j)j) sabonete.2.2.2.2.2. a) a) a) a) a) Lista dos produtos compráveisLista dos produtos compráveisLista dos produtos compráveisLista dos produtos compráveisLista dos produtos compráveis: batata, tábua de passar roupa, café, cebola,sabão em pó, óleo, cera, cadeiras, detergente, palhinha de aço, engradados,tomate, margarina, açúcar, arroz, pimentão, água sanitária, feijão, geléia, peixefresco. Lista dos produtos não compráveisLista dos produtos não compráveisLista dos produtos não compráveisLista dos produtos não compráveisLista dos produtos não compráveis: esperança, saúde, sabedoria,tempo, fé, força, amor, felicidade, saudade, liberdade, amizade.(Estes últimos“produtos” têm em comum o fato de serem abstratos, não palpáveis nemvisíveis.)b) b) b) b) b) Lista dos produtos que cabem em sacolasLista dos produtos que cabem em sacolasLista dos produtos que cabem em sacolasLista dos produtos que cabem em sacolasLista dos produtos que cabem em sacolas: batata, café, cebola, sabão em pó,óleo, cera, detergente, palhinha de aço, tomate, margarina, açúcar, arroz, pimen-tão, água sanitária, feijão, geléia, peixe fresco. Lista dos produtos que nãoLista dos produtos que nãoLista dos produtos que nãoLista dos produtos que nãoLista dos produtos que nãocabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolascabem em sacolas (aqui vamos dividir os produtos em dois grupos: (1) aquelesque não cabem porque são muito grandes e (2) aqueles que não cabem porquenão são coisas compráveis): grupo 1grupo 1grupo 1grupo 1grupo 1: tábua de passar roupa, cadeiras, engradados;grupo 2grupo 2grupo 2grupo 2grupo 2: esperança, saúde, sabedoria, tempo, liberdade, fé, força, amizade,amor, felicidade, saudade.c)c)c)c)c) Para resolver essa tarefa, é preciso considerar vários critérios. Vamos porpartes: (1) Em primeiro lugar, vamos separar os alimentosalimentosalimentosalimentosalimentos, pois eles podem estarem sacolas iguais: batata, café, cebola, óleo, tomate, margarina, açúcar, arroz,pimentão, feijão, geléia, peixe fresco. (2) Uma segunda sacola poderia terprodutos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpeza: sabão em pó, cera, detergente, palhinha de aço, águasanitária. (3) Agora os outros produtos que não cabem em sacolas porque sãomuito grandesgrandesgrandesgrandesgrandes: tábua de passar roupa, cadeiras, engradados. (4) Finalmente, há“produtos” abstratosabstratosabstratosabstratosabstratos, que não são compráveis e, portanto, não cabem emsacolas: esperança, saúde, sabedoria, tempo, liberdade, fé, força, amizade, amor,felicidade, saudade.3. 3. 3. 3. 3. Aqui as respostas são pessoais. Em parte, dependem do poder aquisitivo daspessoas. Mas também dos hábitos ou do tempo disponível. O importante é quecada um saiba porque se decide por uma ou outra alternativa.4. 4. 4. 4. 4. Resposta pessoal. Você deve lembrar como se organiza, como monta suas listasde compras. É possível que às vezes deixe um dinheirinho guardado dois ou trêsmeses para daí comprar uma coisa um pouco mais cara; é possível que costumecomprar a prazo...

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AULA 42

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. 1. 1. 1. 1. (Sugestões de duplas de verbos com palavras diferentes): subir/descer;lembrar/esquecer; perguntar/responder; andar/parar; pedir/oferecer.(Sugestões de duplas em que aparece o prefixo des-des-des-des-des-): abonar/desabonar;carregar/descarregar; obrigar/desobrigar; acatar/desacatar; aconselhar/desaconselhar; acelerar/desacelerar; calçar/descalçar; agradar/desagradar.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1. 1. 1. 1. 1. Ao que tudo indica, os meninos ficam sós.2. 2. 2. 2. 2. (Sugestão): Ronaldo deve ter mais ou menos 13 anos, pois age como umadolescente típico dessa idade.3. 3. 3. 3. 3. Quis dizer que não suporta mais aquela situação.4. 4. 4. 4. 4. Ronaldo se revolta com o fato de o pai estar ausente de casa.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

1.1.1.1.1. (Sugestão): Ronaldo disse que estava cansado daquela vida e que todo dia eraa mesma coisa. Hilda, sua mãe, respondeu que ele não podia falar assim elembrou que ela precisava da ajuda de todos. Ronaldo retrucou que nãoconcordava com aquela situação e perguntou pelo pai. Observou que o pai nãodava notícia, quando era obrigação dele ajudar a esposa. Hilda adverte o filhoobservando que ele estava dando mau exemplo para os irmãos. Ronaldo replicouque quem estava dando mau exemplo era o pai e completou dizendo que deviaagir como o pai. A mãe mandou o menino parar como aquilo e lembrou que opai estava tentando conseguir o melhor para a família.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

1. 1. 1. 1. 1. (Continuando): Constrangido, ele bate à porta. Espera um pouco e ninguémaparece. Bate novamente. Nada. Na terceira vez, Hilda abre a porta. Ronaldobaixa a cabeça e vai entrando. Hilda joga duro:- Você não entra em casa sem olhar nos meus olhos e pedir desculpas. Dapróxima vez, não vou agüentar essa malcriação. Agora vai pra cama.

2.2.2.2.2. (Sugestão para as falas da mãe):

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- Eu tô cansado desse negócio. Todo dia é a mesma coisa, que saco!- Não fale assim, meu filho. Se agirmos com solidariedade tudo fica mais fácil.- Eu não tô afim! A gente fica aqui, desse jeito, e meu pai? Ele não dá notícia, some.Ele tinha que estar aqui, te ajudando.- Ronaldo, pense em seus irmãos menores. Você deve ser um bom exemplo paraeles.- O pai é que tá dando mau exemplo. Acho que eu devia fazer que nem ele.- Não diga isso, meu filho. Tente compreender seu pai, a situação é difícil paraele também. Ele deve estar procurando um emprego e então vai nos mandardinheiro. Vamos ter paciência e aguardar um pouco mais.

AULA 43

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. 1. 1. 1. 1. (Sugestão para o 1º trecho) Pegou as gaiolas, uma a uma, e pendurou-as naentrada para que os pássarosos pássarosos pássarosos pássarosos pássaros pudessem tomar sol. Apesar de gostar muito detodos os passarinhos, a preferênciapreferênciapreferênciapreferênciapreferência de Seu Zé é por um animalzinhoanimalzinhoanimalzinhoanimalzinhoanimalzinho muitoespecial: o louro. Ele é seu companheiro há muitos anos e fica a maior parte dotempo no poleirono poleirono poleirono poleirono poleiro ao lado do caixa falando sem parar falando sem parar falando sem parar falando sem parar falando sem parar.(Sugestão para o 2º trecho) Continua ajeitando as compras compras compras compras compras na esperança deencontrar o arroz no meio da desordemdesordemdesordemdesordemdesordem. Termina a arrumação e constata que defato o arroz não estava lá. É reclamaçãoreclamaçãoreclamaçãoreclamaçãoreclamação na certa. Mas Seu Zé é de boa índole ereclama com paciência.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1. a) 1. a) 1. a) 1. a) 1. a) cereaiscereaiscereaiscereaiscereais: 10 pacotes de 5 kg de arroz; 20 pacotes de 1 kg de arroz; 50 pacotesde 1 kg de feijão-preto; b)b)b)b)b) enlatadosenlatadosenlatadosenlatadosenlatados: 1 caixa com 20 latas de goiabada; 1 caixa com40 latas de massa de tomates; 1 caixa com 10 latas de azeite; 1 caixa com 20 latasde leite em pó; 2 caixas com 10 latas de óleo de soja; c)c)c)c)c) produtos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpezaprodutos de limpeza: 2caixas de sabão em pó com 20 unidades cada; 1 caixa com 20 embalagens de sabãoem barra; 1 caixa com 20 litros de água sanitária; d)d)d)d)d) líquidoslíquidoslíquidoslíquidoslíquidos: 1 caixa com 12garrafas de vinho tinto; 1 caixa com 25 garrafas de suco de caju.2.2.2.2.2. Em tom de brincadeira, Carlão aconselhou Seu Zé a alertar seus freguesessobre a agressividade do louro.3.3.3.3.3. (Sugestão): Sua boa disposição com os animais. Sua preocupação com Carlão.Sua concordância em continuar conferindo a lista mesmo vendo que ela estádesorganizada.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

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11111. Resposta pessoal. (Mas considere que a legislação proíbe a venda deanimais mantidos em cativeiro.)2. 2. 2. 2. 2. Resposta pessoal. (Mas nunca se esqueça de fazer valer seus direitos.Contudo, leve em consideração que vivemos numa sociedade civilizada eque partir logo para o “quebra-pau” não vai adiantar muito.)3. 3. 3. 3. 3. Resposta pessoal. (Numa economia altamente inflacionária como a nossa,todo cuidado é pouco. As dívidas podem crescer muito. Pense na suaresposta.)

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

1.1.1.1.1. a)a)a)a)a) bem-disposto bem-disposto bem-disposto bem-disposto bem-disposto = adjetivo; b)b)b)b)b) não não não não não = advérbio de negação; c)c)c)c)c) passarinhospassarinhospassarinhospassarinhospassarinhos =substantivo; xodó xodó xodó xodó xodó = substantivo; especial especial especial especial especial = adjetivo; bichinhobichinhobichinhobichinhobichinho = substantivo;lourolourolourolourolouro = substantivo; d)d)d)d)d) leite leite leite leite leite = substantivo; depois depois depois depois depois = advérbio de tempo; e)e)e)e)e)bicadabicadabicadabicadabicada = substantivo; mãomãomãomãomão = substantivo; Carlão Carlão Carlão Carlão Carlão = substantivo; f)f)f)f)f) bravo bravo bravo bravo bravo =a d j e t i v o ;g)g)g)g)g) agoraagoraagoraagoraagora = advérbio de tempo; mercadoriamercadoriamercadoriamercadoriamercadoria = substantivo; h)h)h)h)h) listalistalistalistalista = substantivo;mal mal mal mal mal = advérbio de modo; i)i)i)i)i) troçotroçotroçotroçotroço = substantivo; j) j) j) j) j) talãotalãotalãotalãotalão = substantivo; chequeschequeschequeschequescheques= substantivo; caixacaixacaixacaixacaixa = substantivo.2.2.2.2.2. a)a)a)a)a) cuidadosamente; b)b)b)b)b) pontualmente; c)c)c)c)c) tranqüilamente; d)d)d)d)d) respeitosamente;e)e)e)e)e) alegremente; f)f)f)f)f) pacientemente.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

Resposta pessoal.

AULA 44

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) Cada um olhou para os demais, esperando que alguém agisseagisseagisseagisseagisse(saísse) espontaneamente(saísse) espontaneamente(saísse) espontaneamente(saísse) espontaneamente(saísse) espontaneamente. b)b)b)b)b) O guarda fez um discursoum discursoum discursoum discursoum discurso sobre o cumprimentoda lei. c)c)c)c)c) O bom velhinho não teve dúvidateve dúvidateve dúvidateve dúvidateve dúvida. d) d) d) d) d) O chofer foi se instalarse instalarse instalarse instalarse instalar denovo ao volante. e) e) e) e) e) O chofer convocou às pressas outro trocador nosnosnosnosnos arredoresarredoresarredoresarredoresarredores.f)f)f)f)f) Incorreu na incoveniênciaIncorreu na incoveniênciaIncorreu na incoveniênciaIncorreu na incoveniênciaIncorreu na incoveniência de deixar o ônibus para buscar de novo o guarda.2. 2. 2. 2. 2. décimo ... número dez; décimo primeiro ... número onze; décimo nono ...número dezenove; vigésimo ... número vinte; vigésimo nono ... número vinte enove; trigésimo ... número trinta; quadragésimo ... número quarenta; qüin-

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quagésimo ... número cinqüenta; sexagésimo ... número sessenta; septuagésimo... número setenta; octogésimo ... número oitenta; nonagésimo ... númeronoventa; centésimo ... número cem.3a) 3a) 3a) 3a) 3a) nonagésimo nono; b) b) b) b) b) nonagésimo oitavo; c)c)c)c)c) qüinquagésimo nono;d)d)d)d)d) vigésimo.EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. O motorista não pôde dar a partida porque havia um passageiro em pé alémdo número permitido.2.2.2.2.2. Ninguém se mexeu porque todos esperavam que outra pessoa se oferecessepara descer, visto que ninguém sabia quem era o último a entrar já que entraramtodos praticamente ao mesmo tempo.3.3.3.3.3. A situação não se resolveu porque o velhinho havia subido no ônibus depoisda contagem do motorista. Ele era o segundo além do número permitido.4.4.4.4.4. Ele foi imprudente porque, assim que desceu, os passageiros restantesmandaram o motorista tocar o ônibus. O autor quis dizer que o passageiro nãoavaliou a conseqüência de sua atitude.5.5.5.5.5. Finalmente, o ônibus acabou partindo com sete passageiros em pé.6.6.6.6.6. (6), (2), (1), (4), (3), (5).

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestão): Assim que abri a porta do elevador no andar térreo, vi uma filaimensa que chegava até a mesa do porteiro. Como sempre, depois que o elevadoresvaziou, falei:- Sobe.Na maior confusão, todos entraram e eu já ia fechando a porta quando o porteirodo prédio me avisou:— Tá sobrando um aí.Não tive dúvida e perguntei:— Quem é que entrou por último?Como ninguém se mexeu, o porteirto veio me ajudar e ordenou:- Um dos senhores tem que sair.Todos fingiram que não tinham nada a ver com o fato.O porteiro mostrou o cartaz que falava sobre a lotação máxima permitida.Ninguém deu confiança. Eu ainda tentei explicar:- Temos que respeitar as normas de segurança.Mas não adiantou; ninguém se mexeu.Eu e o porteiro não tivemos outra alternativa a não ser ir chamar o guarda.Quando o guarda apareceu, um homem resolveu descer porque alguém haviapisado no seu calo. Achei que já estava tudo resolvido, mas, por via das dúvidas,contei outra vez os passageiros. Eu achei que estava doido, porque continuavasobrando um.Eu nem sei explicar direito o que aconteceu. Eu só sei que um velhinho, que eunem tinha visto antes, me empurrou para fora do elevador dizendo:

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- Moço, vá tomar um café.Ainda deu para ouvir que ele dizia que eu não gostava de trabalhar.Só mais tarde eu vim a saber que, na hora que fomos buscar o guarda, umvelhinho entrou no elevador. Agora eu já sei por que continuava sobrando um...

AULA 45

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) Na feira, a gorda senhora protestou aos gritosaos gritosaos gritosaos gritosaos gritos contra o preço do chuchu.b)b)b)b)b) Houve uma confusãoconfusãoconfusãoconfusãoconfusão. c) c) c) c) c) (...) sabia que se estava praticandopraticandopraticandopraticandopraticando um assalto aobanco. d) d) d) d) d) (...) a ocorrência grave, que fatalmente se estaria realizandorealizandorealizandorealizandorealizando. e)e)e)e)e) E naconfusãoconfusãoconfusãoconfusãoconfusão da fuga, pacotes rasgavam-se (...) f)f)f)f)f) Então os passageiros acharam boaa sugestão sugestão sugestão sugestão sugestão para abandonar o veículo (...) g)g)g)g)g) Caíram em cima do garoto quedesapareceudesapareceudesapareceudesapareceudesapareceu na multidão.2. 2. 2. 2. 2. (Sugestões) apinhadoapinhadoapinhadoapinhadoapinhado: “Janelas e balcões apinhados de moradores, quegritavam”(...) = completamente cheios; atravancadoatravancadoatravancadoatravancadoatravancado: “Um minuto depois, arua inteira, atravancada”(...) = dificultando ou impossibilitando a passagem ouo acesso; dilatadodilatadodilatadodilatadodilatado: “Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confu-so?”= aumentado, demorado; impelirimpelirimpelirimpelirimpelir: “Não era o instinto de propriedade queos impelia.” = estimulava, empurrava; providoprovidoprovidoprovidoprovido: (...) “provida de admirávelserviço de comunicação” (...) = com abundância de.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. Na verdade, não havia nenhum motivo para a descida do motorista, dotrocador e dos passageiros. Desceram mesmo para assuntar, ou seja, porabsoluta curiosidade. 2.2.2.2.2. O motivo da grande confusão foi o fato de ninguém se preocupar em saber oque estava realmente acontecendo. Cada um ia passando a notícia pra frente,acrescentando um pouco de sua imaginação. 3 3 3 3 3.Atacaram o “escurinho” porque perceberam que o barulho que imaginavamser de uma metralhadora era, na verdade, da matraca que o garoto estavatocando.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestão para a continuação): Quando me vi no meio da confusão, tratei logo desaber o que estava acontecendo. Parece que o pessoal estava confundindo aqueladona com uma mulher que estava roubando banco em São Paulo. Teve gente quefalou que o assalto era em uma joalheria. Dava pena ver tanta fruta e tantaverdura amassada pelo chão. Não adiantava nada pedir calma para o pessoal. Aconfusão só acabou quando um moleque que estava tocando matraca quase

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levou uma surra do povo todo que estava lá. Eles tinham confundido o barulhoda matraca com o barulho de uma metralhadora. Até o pessoal entender o querealmente estava acontecendo demorou muito. Foi o maior prejuízo. O povoinventa muita coisa.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

Resposta pessoal para essas questões.

AULA 46

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

Ocorrência nOcorrência nOcorrência nOcorrência nOcorrência nº 1 1 1 1 1 (Sugestão): O trocador contou os passageiros e notou quesobrava um. Como ninguém quis descer, ele e o trocador foram buscar o guarda.O motorista trouxe o guarda que ordenou que o último que havia entradodescesse do ônibus. Tudo parecia resolvido quando o motorista recontou ospassageiros e, para sua surpresa, continuava sobrando um. Foi necessárioconvocar um trocador de plantão no fim da linha para ajudá-lo, porque o trocadorque trabalhava com ele não voltou. Com a colaboração dos passageiros, eleconseguiu, finalmente, retomar aviagem. O problema foi contornado, masprovocou um atraso que foi reclamado pelos usuários da linha.Ocorrência nOcorrência nOcorrência nOcorrência nOcorrência nº 2 2 2 2 2 (Sugestão): Tudo indica que houve uma grande confusão, numafeira, no trajeto do ônibus. A confusão foi provocada por uma senhora que,protestando contra o preço do chuchu, gritou que aquilo era um assalto. A partirdisso, passageiros, transeuntes, o motorista e o trocador pararam para acompa-nhar a confusão. Essa parada foi a causa do atraso do motorista Fernando.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

Resposta pessoal para essas questões. Sugere-se a discussão em grupo.

AULA 47

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. 1. 1. 1. 1. O sentido do dicionário está na frase (a). Já na frase (b), “dar conta do recado”significa conseguir realizar tarefas propostas.2. 2. 2. 2. 2. (Sugestão): Josué topa com uma situação difícil, para a qual não encontrasolução.

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3.3.3.3.3. (Sugestão): Praça da Liberdade (em São Paulo); Av. Rio Branco (no Rio deJaneiro).4.4.4.4.4. a)a)a)a)a) As bombas rebentaram com estrondo rebentaram com estrondo rebentaram com estrondo rebentaram com estrondo rebentaram com estrondo (...) b)b)b)b)b) Provocado, gritougritougritougritougritou, sem ligarpara as pessoas (...) c)c)c)c)c) A caldeira fez-se em pedaçosfez-se em pedaçosfez-se em pedaçosfez-se em pedaçosfez-se em pedaços, explodiuexplodiuexplodiuexplodiuexplodiu (...)

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1. 1. 1. 1. 1. Josué não conseguiu atender às ordens dadas pelo sr. Alfeu. Ele consultou aLista Telefônica de Endereços quando deveria consultar a Lista de Assinantes.2.2.2.2.2. Não conhece bem as pessoas que vão lá, não sabe onde ficam as coisas, não atuacom segurança.3a)3a)3a)3a)3a) 2; b)b)b)b)b) 4; c)c)c)c)c) 3; d)d)d)d)d) 1; e)e)e)e)e) 5.4a)4a)4a)4a)4a) Lista de Assinantes; b)b)b)b)b) Lista de Endereços; c)c)c)c)c) Lista de Assinantes; d)d)d)d)d) ListaClassificada.5a)5a)5a)5a)5a) 2 / 1 / 3; b)b)b)b)b) 4 / 1 / 3 / 5 / 2; c)c)c)c)c) 2 / 1 / 5 / 6 / 4 / 3.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

1. 1. 1. 1. 1. (Sugestão para a continuação): (...) eu não consegui encontrar o nome dela naLista. Sr. Alfeu, o senhor me desculpe. Sei que isso é muito chato. Eu não tenhomesmo jeito para secretário. O Sr. me desculpe.2.2.2.2.2. (Sugestão): a)a)a)a)a) Que fala apressada! b)b)b)b)b) Quanta desordem! c)c)c)c)c) Sem gritos!3.3.3.3.3. (Sugestão): a)a)a)a)a) Chame sua mãe para mim. b)b)b)b)b) Onde fica a Rua Ismael Faria?c)c)c)c)c) Quanto trabalho! d)d)d)d)d) Você não encontrará melhores preços.

AULA 48

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1.1.1.1.1. a)a)a)a)a) Levar para o mau sentido. b)b)b)b)b) Servir para tudo, prestar-se a tudo.2.2.2.2.2. a)a)a)a)a) Pessoa intrigante, mexeriqueira. b) b) b) b) b) Jogo em que ganha aquele que primeiroperde.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1. 1. 1. 1. 1. O mal-estar foi provocado pelo remédio inadequado que ele tomou. Aprincipal causa foi seu nervosismo por não poder atender às ordens do chefe.2.2.2.2.2. O favorecido foi Josué. Se não houvesse um constante entra-e-sai, ele não seriasocorrido.3. 3. 3. 3. 3. Ele agiu como um amigo, como um companheiro por ter prestado socorro aJosué mesmo sem conhecê-lo. Ele percebeu que o rapaz estava com problemas.4.4.4.4.4. Ela achava que cada funcionário deveria exercer apenas a função de suaespecialidade.

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ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

(F); (V); (V); (V); (F); (V).

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

1.1.1.1.1. (Sugestão de continuação): (...) o amigo estava mal mesmo, resolvi dar umamão. Fiquei cismado, doutor. Chamei, chamei e ele não respondia. Achei que onegócio era sério. O cara tava morrendo. Tive que trazer ele quase na marra. Eleagora tá aí. E eu preciso voltar pra o batente.2. 2. 2. 2. 2. (Sugestão de continuação): (...) achei por bem trazê-lo ao senhor. Fiqueipreocupada com a falta de reações. Julguei que precisava de ajuda rapidamente.Eu o trouxe quase desmaiado. Foi uma sorte encontrar esse carrinho por perto.Espero que não seja nada grave. O senhor, por favor, me avise do resultado.

AULA 49

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

1.1.1.1.1. Partes correspondentes ao resumo: Partes correspondentes ao resumo: Partes correspondentes ao resumo: Partes correspondentes ao resumo: Partes correspondentes ao resumo: “Sem demora, Josué começa a cumpriro que foi pedido até que esbarra num impasse: // - Que confusão! Encontrei aLista Telefônica, mas não encontro nela o nome dessa droga de Oficina Nacional.J, l, m, n, o... Odilon Braga, Odilon Dias, Oeste, Oiapoque... Eu devo estar doido!Depois da palavra Oeste tinha que vir palavra com of, aí eu achava Oficina. //Josué não está doido, está apenas consultando a lista errada. Ele procura o nomede um assinante na Lista de Endereços. Quanta distração!” Idéia básicaIdéia básicaIdéia básicaIdéia básicaIdéia básicatransmitida: transmitida: transmitida: transmitida: transmitida: Josué não conseguiu atender à ordem do chefe porque consultoua Lista Telefônica inadequada.2. Partes correspondentes ao resumo:2. Partes correspondentes ao resumo:2. Partes correspondentes ao resumo:2. Partes correspondentes ao resumo:2. Partes correspondentes ao resumo:“Depois disso, Josué comunica o fato auma simpática funcionária do Departamento de Pessoal da empresa. Essafuncionária, percebendo a aflição do Josué, resolve conversar com ele a fim dealiviá-lo um pouco. // - Se você fica tão nervoso quando é convocado parasubstituir a secretária, converse com seu chefe sobre isso. Uma conversa francapoderia ter evitado esse acidente. Conversando a gente se entende e resolvemuita coisa.// - Acidente? Que acidente? // - Qualquer acontecimento não programadoque interfere negativamente na atividade produtiva é um acidente. // - Essa éboa! Como é que meu chefe ia imaginar que eu ia tomar um remédio errado? // - Olha, eu não entendo muito, mas dizem que está comprovado que a falta depreparo profissional é um ponto relevante como causa de acidentes. // - Maseu sou preparado. // - Eu sei, Josué. Você deve exercer muito bem a função de

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escriturário. Você acabou de me contar que o que o levou a tomar o medicamentoerrado foi o seu nervosismo diante de uma dificuldade em atender a ordem doseu chefe. Você não foi contratado nem treinado para exercer as funções desecretário. Concorda? // - Nisso você está certa ... Mas eu acho que, no trabalho,a gente deve sempre ajudar, quebrando um galho aqui, outro ali ... Eu sou paupara toda obra. // - Será que é mesmo? Nesse caso eu prefiro o provérbio: cadamacaco no seu galho. Cada um tem a sua posição. Eu só lhe peço que você ponhaa sua saúde em primeiro lugar.” Idéia básica transmitida: Idéia básica transmitida: Idéia básica transmitida: Idéia básica transmitida: Idéia básica transmitida: A secretária conversacom Josué argumentando o quanto é necessário cuidar da nossa saúde.3. 3. 3. 3. 3. (Sugestão para a continuação): Durante ausências prolongadas, desligue oaparelho; durante viagens e temporais desligue o aparelho, a antena e o plugueda tomada; evite danos irreparáveis, impedindo que líquidos caiam dentro doaparelho; em caso de defeitos, use apenas os serviços da Rede de AssistênciaTécnica.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

Esta redação deve ser realizada de acordo com as idéias e o sentimento pessoalde cada um.

AULA 50

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. 1. 1. 1. 1. (Sugestões) a) a) a) a) a) Os moradores do condomínio se reuniram ontem em assembléiaassembléiaassembléiaassembléiaassembléiaextraordinária para eleger um novo síndico. (Este é o sentido que aparece naCenatexto.)b)b)b)b)b) Ela pertencia à Assembléia Assembléia Assembléia Assembléia Assembléia Religiosa.c)c)c)c)c) A AssembléiaAssembléiaAssembléiaAssembléiaAssembléia está votando hoje o novo salário-mínimo.2.2.2.2.2. Os trabalhadores começaram a vaiar e dr. Hugo só conseguiu falar porqueJorge interveio.3.3.3.3.3. As pessoas falavam e faziam comentários, todas ao mesmo tempo, sem quese conseguisse distinguir o que estavam falando.4.4.4.4.4. O sentido mais adequado é o de número 22222.5.5.5.5.5. A palavra capitalista capitalista capitalista capitalista capitalista foi usada no sentido de patrão, empresário, aquele queacumula o capital.6.6.6.6.6. Periclitante Periclitante Periclitante Periclitante Periclitante significa que está em perigo, em risco.(Sugestão): As pessoas só cuidam da saúde quando ela está periclitante.7. a)7. a)7. a)7. a)7. a) gesticular, fechar, discutir, aplaudir, levantar; b)b)b)b)b) conseguir, ver, trazer,entoar, manter, saber, controlar, ter, pegar, ouvir, eleger, terminar, comprar,realizar, usar, retomar, querer, defender, convencer, salvar, representar, encami-nhar, enfrentar, enxugar, solicitar; c)c)c)c)c) concordar, acabar, pensar; d)d)d)d)d) explicar,pedir.

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EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. Os trabalhadores são contratados como um grupo. O piso, a correção salariale os benefícios são pré-determinados. Os trabalhadores elegem seus represen-tantes junto ao Conselho Diretor da Empresa.

2.2.2.2.2. Na compra das ações, os trabalhadores terão de lançar mão do dinheiro doFundo, que é, segundo Reinaldo, apoio e garantia de todos eles. É precisocoragem para lançar mão da própria segurança.3.3.3.3.3. Comprando as ações, os empregados garantem o emprego e o direito àparticipação na gestão da companhia. Além disso, a decisão será tomadademocraticamente.4. 4. 4. 4. 4. Jorge utilizou a palavra coragemcoragemcoragemcoragemcoragem. Para ele, é preciso coragem para aceitar o queé novo. Para Reinaldo, é preciso coragem para usar o Fundo de Pensão.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestão para a continuação) JorgeJorgeJorgeJorgeJorge: O acordo prevê a nossa participação nacompanhia: nós, os trabalhadores, vamos comprar uma parte das ações. Assim,teremos direito à participação na gestão da companhia. // ReinaldoReinaldoReinaldoReinaldoReinaldo: Agora,Jorge, explique, sem enrolar, como vamos comprar essas ações. Vamos, diga!// JorgeJorgeJorgeJorgeJorge: Nós vamos usar o Fundo de Pensão do Sindicato. Qual o problema?// ReinaldoReinaldoReinaldoReinaldoReinaldo: Ele não vê problema em usar o que tem sido o nosso apoio e a nossasegurança há cinqüenta anos! // Jorge Jorge Jorge Jorge Jorge: Para você, é melhor que a fábrica fechee que a gente fique sem trabalho? // ReinaldoReinaldoReinaldoReinaldoReinaldo: Não! Eu acho que isso nãoé problema nosso. Eles que encontrem uma solução que não nos prejudiquetanto.

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DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) reivindicação: solicitação daquilo que se considera um direito, do que sepode pretender legitimamente.b)b)b)b)b) enrolação: trapaça, logro.c)c)c)c)c) grilada: preocupada.d)d)d)d)d) delegar: dar poderes para alguém agir em seu nome; incumbir.e)e)e)e)e) minuta: redação preliminar de um ato oficial; rascunho.2.2.2.2.2. encarregar-se (de); reclamar (de).

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

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1.1.1.1.1. Ele tinha medo de se envolver com reivindicações e perder o emprego. Alémdisso, nada tinha a reclamar.2.2.2.2.2. Decidir os detalhes finais do acordo coletivo.3.3.3.3.3. “E como é que vai ficar minha Carteira de Trabalho? E a Previdência?”4.4.4.4.4. José Bonifácio insistia em escolher os representantes antes de haver um maioresclarecimento sobre as condições do contrato coletivo.5.5.5.5.5. Porque as decisões da assembléia eram muito vagas e eles precisavam deinformações precisas sobre as conseqüências do contrato para repassá-las a todosos colegas.6.6.6.6.6. José Bonifácio quis dizer que o contrato seguiria a legislação que já existe arespeito e que, portanto, não haveria o risco de se criar um contrato que sóbeneficiasse o patrão.7.7.7.7.7. Quis lembrar que a comissão seria soberana, ou seja, o que ela decidisse seriaacatado por todos os empregados da empresa.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

As respostas são pessoais, mas você pode orientar-se pelos seguintes aspectos:A participação do indivíduo na vida social e no trabalho está sempre associadaà política. Assim como o termo políticapolíticapolíticapolíticapolítica tem vários sentidos, a participaçãopolítica pode dar-se de várias formas. Fazemos política, ou dela participamos,quando disputamos cargos na Câmara ou no Senado, quando defendemos osdireitos de um grupo social, quando votamos ou quando tomamos conhecimentode tudo o que se passa no país. Até mesmo desconhecer ou ignorar o que estáacontecendo é uma forma de participação política, porque trará benefícios ouprejuízos a alguém.

AULA 52

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1.1.1.1.1. A palavra estabilidadeestabilidadeestabilidadeestabilidadeestabilidade foi empregada no sentido de número 2 2 2 2 2.2.2.2.2.2. (Sugestões): a)a)a)a)a) Pensativo, ele contemplavacontemplavacontemplavacontemplavacontemplava sua Carteira de Trabalho. (acepção11111) b)b)b)b)b) Ele contemplacontemplacontemplacontemplacontempla, cheio de apreensão, o futuro da empresa. (acepção 33333) c)c)c)c)c) Elecontemplavacontemplavacontemplavacontemplavacontemplava nas conseqüências do contrato. (acepção 77777)

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

1.1.1.1.1. Resposta pessoal. [Para responder, leve em conta, pelo menos, a questãopolítica (participação nas decisões) e a questão econômica (participação noslucros)]2.2.2.2.2. Resposta pessoal. (Reflita sobre os possíveis riscos da situação da empresa.)

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3.3.3.3.3. Resposta pessoal. (Se for possível, discuta em grupo.Um dos elementos dogrupo pode ser o representante ou relator.)

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

Resposta pessoal.

AULA 53

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1.1.1.1.1. a) a) a) a) a) classe: advérbio; significado: de maneira ou modo enfático.b) b) b) b) b) classe: substantivo; significado: modo empolado, afetado, de se exprimir;realce; relevo; destaque; entonação especial.c)c)c)c)c) classe: verbo; significado: dar destaque, relevo especial, salientar; acentuar.d)d)d)d)d) classe: adjetivo; significado:que tem, ou em que há ênfase; afetado.2.2.2.2.2. a)a)a)a)a) A palavra ordensordensordensordensordens (fala de Dionísio) corresponde ao significado de instruçãoinstruçãoinstruçãoinstruçãoinstrução(fala do engenheiro).b)b)b)b)b) Esclarecimento ou ordem dada a pessoa encarregada de alguma negociaçãoou de algum empreendimento.c)c)c)c)c) Não. Na primeira fala, instruçãoinstruçãoinstruçãoinstruçãoinstrução quer dizer ordem; na segunda, significaconhecimentos adquiridos, cultura, saber, erudição.3.3.3.3.3. nhenhenhém: resmungo; falatório interminável.4. 4. 4. 4. 4. (Sugestão) Bate-boca Bate-boca Bate-boca Bate-boca Bate-boca: discussão, contenda.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. O engenheiro esperava que o porteiro permitisse a sua entrada, já que eleestava informando qual era o objetivo da visita.2.2.2.2.2. O ponto em comum era o fato de os dois estarem seguindo ordens.3.3.3.3.3. Queria dizer que aquilo era conversa-mole e que, com aquele falatório todo,eles nunca chegariam a nada. Dava a entender que o porteiro tinha condições dedeixá-lo entrar.4.4.4.4.4. a)a)a)a)a) A reunião já estava agendada (marcada) há muito tempo; b)b)b)b)b) Havia urgênciada empresa em razão do vazamento; c)c)c)c)c) O porteiro poderia ser demitido por isso.5.5.5.5.5. A expressão qualquer umqualquer umqualquer umqualquer umqualquer um, usada pelo porteiro, irritou o engenheiro porqueele não se considerava como tal. Ao repetir as palavras do porteiro, ele deu aentender que era alguém especial, usando o pronome eueueueueu de maneira bastanteenfática. Desse modo, essa oposição acentuava a importância de seu cargo e desua pessoa.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestão para a continuação) O motivo da minha ausência se deveu à

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intransigência de um porteiro que, alegando não ter sido autorizado a permitirminha entrada, foi bastante grosseiro comigo. No aguardo de providências,subscrevo-me.

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DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. a) 1. a) 1. a) 1. a) 1. a) Sentido denotativo; b)b)b)b)b) sentido conotativo.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) Imita o som de murmúrio, cochicho para indicar fofoca, falatório, boataria.b) b) b) b) b) Imita o som da bola quando bate em cada um dos lados da mesa onde ocorreo jogo.c) c) c) c) c) Imita a fala das pessoas para indicar conversa oca, conversa fiada.d) d) d) d) d) Imita o canto do galo.3.3.3.3.3. Zunzum: zumbido; conversa interminável, boato.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1. 1. 1. 1. 1. Trechos em que há indícios da perturbação de Dionísio: “esse memorandotirou a tranqüilidade de Dionísio”, “olhava mil vezes o relógio”, “O que será queaconteceu? Por que fui chamado pela chefia?- indagava-se, inquieto”.2. 2. 2. 2. 2. Não, pois quando o sr. Moacir pediu explicações, Dionísio precisou de umtempo para se recordar do ocorrido.3. 3. 3. 3. 3. Sim. Esta foi uma das informações que ele havia decorado; podia até teresquecido algumas menos importantes, mas não aquela.4. 4. 4. 4. 4. Não. Pois, por sua fala, pode-se perceber que o sr. Moacir não estava segurodo que dizia, prometendo até mesmo pensar melhor no caso.5.5.5.5.5. (Sugestão) Deveria concluir que poderia ser mais flexível em certos casos.Talvez pudesse chamar alguém para acompanhar o visitante até o local ou tentaroutras formas de solucionar o caso.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestões) 1. 1. 1. 1. 1. O funcionário estava correto pois, infelizmente, não o comunica-mos sobre sua chegada. Desculpe-nos por esse ocorrido, mas o funcionárioestava cumprindo ordens e não podia abrir exceções. Caso contrário, perderia ocontrole da situação e poria em risco a segurança da empresa.2. 2. 2. 2. 2. Surpreende-nos que o sr. Dionísio tenha agido com grosseria, pois nuncarecebemos nenhuma reclamação nesse sentido. Desculpe-nos mais uma vez.

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Tudo faremos para que isso não se repita. Marcaremos uma nova data para areunião e, desta vez, avisaremos o porteiro com antecedência.

AULA 55

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1.1.1.1.1. a) a) a) a) a) estar em vigor; b) b) b) b) b) falhas na utilização ou na execução; c)c)c)c)c) O Manual está emvigor há tanto tempo e, praticamente, não apareceram falhas na sua utilização.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) questão de gentileza, educação, delicadeza; b)b)b)b)b) uma saída ou soluçãodiferente da prevista; c)c)c)c)c) cortesia, civilidade, educação; d)d)d)d)d) habilidade no trato ouresolução de situações complicadas; e)e)e)e)e) evitar mágoas ou melindres.3. 3. 3. 3. 3. Admitir uma postura menos rígida, assumir uma atitude de flexibilidadediante de fatos novos.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1. a) 1. a) 1. a) 1. a) 1. a) O Manual vigora há muito tempo sem problemas. b)b)b)b)b) Um único problemanão é motivo para mudanças. c)c)c)c)c) A situação fora provocada por falta de educaçãodo porteiro.2. 2. 2. 2. 2. Desta vez ele estava certo de que proibira a entrada com educação, chegandoaté a formar frases com citações do Manual de Instruções.3. a)3. a)3. a)3. a)3. a) Proibir a entrada de um cliente. b)b)b)b)b) “Saiba como dizer não (...) sempre ficamelhor.” c)c)c)c)c) “Tenha maleabilidade (...) da melhor maneira possível.” d)d)d)d)d) Elesoube dizer “não” de uma forma mais polida; ele não teve maleabilidade, poisnão tentou resolver a situação de forma que não impedisse a entrada do represen-tante.4.4.4.4.4. A falha maior estava na falta de organização da empresa, que deveriacomunicar ao porteiro todas as visitas previstas. O Manual deveria ser maispreciso e apresentar uma alternativa objetiva para aquele tipo de situação.Poderia haver, ainda, alguma pessoa a quem o porteiro pudesse recorrer quandoestivesse diante de uma situação não prevista no Manual.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

Resposta pessoal.

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Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

1. 1. 1. 1. 1. (Sugestão) Dionísio e Gaspar, cada um na sua posição, estavam corretos, masum não conseguia entender a posição do outro. Dionísio sentia-se na obrigaçãode barrar a entrada do engenheiro, e este tinha o dever de comparecer à reunião.2. 2. 2. 2. 2. (Sugestão) A primeira instrução é clara e objetiva. Orientando-se por ela,qualquer um saberia como agir. Por outro lado, ela não prevê nenhuma exceção.A segunda instrução mostra que é preciso saber se adaptar a novas situações,mas, infelizmente, não ensina a distingüir essas novas situações das comuns.

AULA 56

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. 1. 1. 1. 1. A melhor definição é a de número 11111.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) quadrado: que é muito preso a padrões tradicionais.b)b)b)b)b) fossa: forte depressão moral. Estar na fossaEstar na fossaEstar na fossaEstar na fossaEstar na fossa é o mesmo que estar numa pior.c)c)c)c)c) fundir: deixar muito perturbado ou confuso (fundir a cucafundir a cucafundir a cucafundir a cucafundir a cuca).3.3.3.3.3. Resposta pessoal.4. 4. 4. 4. 4. Gírias são usadas em situações informais. O uso da gíria indica familiaridadee descontração que não devem prevalecer em situações formais.5. 5. 5. 5. 5. Usada como gíria, a palavra atitudeatitudeatitudeatitudeatitude adquire sentido mais próximo à acepção22222.6. 6. 6. 6. 6. (Sugestão) Leozinho sempre tem atitudesatitudesatitudesatitudesatitudes elegantes com seus amigos.7.7.7.7.7. a)a)a)a)a) penalty = pênalti; b)b)b)b)b) team = time; c)c)c)c)c) shoot = chute; d)d)d)d)d) back = beque; e)e)e)e)e) crack= craque.8. 8. 8. 8. 8. Os garotos queriam apresentar um som forte e confuso.9. 9. 9. 9. 9. blablablá: conversa oca, sem conteúdo, conversa fiada, papo furado.10. 10. 10. 10. 10. (Sugestão) a)a)a)a)a) mauricinho: uma pessoa fina; b)b)b)b)b) babado: problema, fuxico,fofoca.11. 11. 11. 11. 11. O LD’s não repetiu, não atendeu ao pedido de bis. Não cantou mais nada.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. Rap de galeraRap de galeraRap de galeraRap de galeraRap de galera, pois o objetivo dos rapazes era brincar com os colegas, fazendocríticas leves, de forma divertida.2. a) 2. a) 2. a) 2. a) 2. a) (...) “o que tem atraído cada vez mais participantes a esse encontro é aapresentação do LD’s”; “Quando se anuncia pelo microfone que é o momentodo show, todas as conversas são interrompidas.” b) b) b) b) b) Eles sempre esperavam queos rapazes incluíssem seus nomes nas letras dos raps.3. 3. 3. 3. 3. O fato de ter sido vaiado pelos funcionários.4. 4. 4. 4. 4. Os chefes mudaram pontos no Manual, fizeram treinamento, mas mantiverama ordem de não deixar que ninguém entrasse sem autorização, ou seja, a situaçãonão foi mudada.

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5. 5. 5. 5. 5. “Mas hoje é festa de confraternização, tem muito nego de olho. Malandroassim fica de molho.” Segundo esses versos, nenhum protesto mais forte poderiaser apresentado, pois havia na platéia pessoas que poderiam não gostar do queseria dito. Sendo assim, preferiram fazer apenas críticas leves.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

Resposta pessoal.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestão) (...) Dr. Hugo ficou todo enrolado, não se comunicou bem e isso émuito importante. Falta de comunicação aconteceu no caso de Dionísio, queimpediu a entrada de um engenheiro na Companhia. Ele seguiu as instruções doseu Manual e foi criticado. Os chefes perceberam que havia falha, decidirammudar, fizeram treinamento, mas não mudaram o principal: a forma de elaboraras instruções. Dionísio impediu outra pessoa de entrar. Manual precisa deinstruções claras, precisas. (...) Só estamos tratando de assuntos leves, pois umacrítica mais pesada ou protesto poderiam não ser aceitos por pessoas da platéia.Sendo assim, preferimos tratar de letras divertidas.

AULA 57

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1.1.1.1.1. A palavra ilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustraçãoilustração foi usada no sentido de número 33333.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) Imagem ou figura de qualquer natureza com que se orna ou elucida o textode livros, folhetos e periódicos. b)b)b)b)b) Ornado com gravura ou ilustração. c)c)c)c)c)Desenhista de ilustrações.3.3.3.3.3. Rui Barbosa foi um brasileiro cujas qualidades o distinguiram dos demais.4.4.4.4.4. Era ele quem fazia a diagramação, ou seja, decidia o formato do jornalzinho,o tamanho das colunas de texto, a disposição das ilustrações etc.5.5.5.5.5. Lugares reservados no jornal a assuntos específicos, como cultura, esporte eeconomia.6. a)6. a)6. a)6. a)6. a) Matéria jornalística: notícia, reportagem, artigo ou outro tipo de texto dejornal ou revista. b)b)b)b)b) Tiragem de um jornal: número de exemplares impressos decada vez. c)c)c)c)c) Formato do jornal: tamanho do jornal, que leva em conta o númerode páginas e a dobragem da folha de impressão.7.7.7.7.7. Muiuiuiuiuita, companheieieieieiros, disposiçãoãoãoãoão, notíciaiaiaiaias, maneieieieieiro, irmãoãoãoãoão, sentououououou, espalhououououou,matériaiaiaiaia, sérioioioioio, contestououououou.8.8.8.8.8. Jornalzinhnhnhnhnho, trabalhlhlhlhlho, chchchchchegada, espalhlhlhlhlhou, olhlhlhlhlhem, ququququque, aquququququi, bronquququququear,nenhnhnhnhnhum.

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9. a)9. a)9. a)9. a)9. a) tra-ba-lho; b)b)b)b)b) as-sun-tos; c) c) c) c) c) man-che-te; d)d)d)d)d) a-cho; e)e)e)e)e) o-lhem; f)f)f)f)f) con-gres-so.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. Gustavo vê o jornalzinho como um meio de integrar as pessoas por meio dadiversão comum. Jeremias quer um jornal sério, que sirva para divulgarreivindicações, para lutar por direitos.2.2.2.2.2. Miranda desejava saber se o jornalzinho iria abordar as reivindicações, osproblemas de trabalho. Gustavo achava que deveriam apenas falar por altodessas questões, Jeremias achava que elas deveriam ser tratadas de modo direto,objetivo.3.3.3.3.3. Fazer um jornal que combinasse as duas coisas: lazer e discussão de assuntossérios.

4.4.4.4.4. Jeremias queria um jornal sério, que divulgasse os problemas dos trabalhado-res. Gustavo achava que o jornal deveria ter um caráter de lazer. Mirandaacreditava que o jornal poderia conter tudo o que interessasse a seu público.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

1.1.1.1.1. Gustavo acha que o jornal deve ser moderado. Ele não é a favor de fazer dojornal um motivo de desavença com a chefia. Para ele, o jornal deve ser umaforma de lazer.2.2.2.2.2. Para Jeremias o jornal deve ser sério e divulgar os desejos da classe trabalha-dora.3.3.3.3.3. Miranda gostaria que o jornal tivesse muitas seções, e que elas abordassemassuntos diversos, sobretudo aqueles de interesse dos empregados da MatrexConstrutora.

AULA 58

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1.1.1.1.1. José quis dizer que muito jornalista passou por sérias dificuldadespassou por sérias dificuldadespassou por sérias dificuldadespassou por sérias dificuldadespassou por sérias dificuldades.2. a) 2. a) 2. a) 2. a) 2. a) A inflação consumiuconsumiuconsumiuconsumiuconsumiu as economias de muitos brasileiros.b)b)b)b)b) Ao escrever a matéria, o repórter omitiuomitiuomitiuomitiuomitiu duas palavras.c) c) c) c) c) Alguns comerciantes estão cobrando preços abusivoscobrando preços abusivoscobrando preços abusivoscobrando preços abusivoscobrando preços abusivos dos consumidores.3. a) 3. a) 3. a) 3. a) 3. a) Que bom que você apareceuapareceuapareceuapareceuapareceu.b) b) b) b) b) (...) eu nem tenho coragemcoragemcoragemcoragemcoragem pra isso.c) c) c) c) c) (...) tem muito sujeitinho cínicocínicocínicocínicocínico.d) d) d) d) d) Que mau humormau humormau humormau humormau humor é esse?e) e) e) e) e) Não aceitei logologologologologo porque estou apertado no serviço.44444. a) a) a) a) a) li-ber-dadadadada-de; b) b) b) b) b) nin-guémguémguémguémguém; c) c) c) c) c) cen-sususususu-ra; d) d) d) d) d) vo-cêscêscêscêscês; e) e) e) e) e) o-fen-derderderderder; f) f) f) f) f) li-mimimimimi-

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te; g)g)g)g)g) vivivivivi-da; h) h) h) h) h) cen-su-rarrarrarrarrar.5. 5. 5. 5. 5. a) a) a) a) a) proparoxítona; b) b) b) b) b) paroxítona, c) c) c) c) c) paroxítona; d) d) d) d) d) oxítona; e) e) e) e) e) paroxítona;f)f)f)f)f) paroxítona.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1. 1. 1. 1. 1. Jeremias argumenta que deve haver liberdade de imprensa porque o governoabusa quando pode impedir a publicação de determinados assuntos, como, porexemplo, críticas aos governantes.2. 2. 2. 2. 2. José argumenta que, na época da ditadura, quando não havia liberdade deimprensa, muitos jornais e jornalistas passaram por sérias dificuldades.3.3.3.3.3. Porque ela acha que o jornal não deveria reclamar das injustiças, nem ficarfazendo denúncias ou defender os direitos dos operários.4. 4. 4. 4. 4. Porque ele temia que algumas pessoas iriam querer denunciar mais do que eranecessário, transformando o jornal numa enorme esculhambação. Por isso, eleera contra a total liberdade de imprensa e achava que tudo deveria ter limites.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestões) 1.1.1.1.1. Embora existam algumas ações trabalhistas e de acidentes detrabalho, a grande maioria das ações contra a Previdência são de aposentadosque pretendem revisão de cálculos no valor que recebem. No total, são mais de974 mil ações, sendo que a maioria é do estado de São Paulo. Advogadosespecialistas têm sido os mais contratados para esses casos.2.2.2.2.2. Feliciano dos Anjos, 68 anos, ex-funcionário da Matrex Construtora, aposen-tou-se há dois anos. Como aposentado, recebe um terço do salário que tinha naempresa. Tão logo se aposentou, Feliciano contratou os serviços de um advogadoque, em março de 1993, ajuizou uma ação contra a Previdência. Até esta data,julho de 1995, o aposentado não teve seu salário reajustado.

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DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1.1.1.1.1. O sentido mais adequado é o de número 55555.2. 2. 2. 2. 2. (Sugestões) a) a) a) a) a) Será que você tem tempo para dois dedos de prosadois dedos de prosadois dedos de prosadois dedos de prosadois dedos de prosa? b)b)b)b)b) Cá paraCá paraCá paraCá paraCá paranósnósnósnósnós, há muito palpite inútil, não? c)c)c)c)c) De mais a maisDe mais a maisDe mais a maisDe mais a maisDe mais a mais, ele ainda ousou mentir. d)d)d)d)d)Todos sabem que ele vive a serviço daa serviço daa serviço daa serviço daa serviço da oposição.3. a)3. a)3. a)3. a)3. a) O rádio não me atrapalhaatrapalhaatrapalhaatrapalhaatrapalha.b)b)b)b)b) Dona Araci pôs-se a falar do seu assunto preferidopreferidopreferidopreferidopreferido.c) c) c) c) c) Desde então já havia engodoengodoengodoengodoengodo no rádio.4.4.4.4.4. década, básicos, radiofônicas, música, clássica, ópera, ídolos, veículo, lírica,econômicas, polêmica.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

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1.1.1.1.1. Luís considera o rádio ultrapassado enquanto dona Araci acha que ele levavantagens sobre os outros meios de informação e de entretenimento.2.2.2.2.2. As pessoas gostam de coisas mais modernas. O que impressiona, no mundoatual, é a imagem, expressão da verdade.3.3.3.3.3. FATOFATOFATOFATOFATO OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO

l OOOOO RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO COBRECOBRECOBRECOBRECOBRE l OOOOO RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO ÉÉÉÉÉ OOOOO PREFERIDOPREFERIDOPREFERIDOPREFERIDOPREFERIDO DADADADADA

TODOTODOTODOTODOTODO OOOOO BRASILBRASILBRASILBRASILBRASIL..... POPULAÇÃOPOPULAÇÃOPOPULAÇÃOPOPULAÇÃOPOPULAÇÃO.....l OOOOO RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO LEVALEVALEVALEVALEVA INFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃO l OOOOO RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO NÃONÃONÃONÃONÃO MEMEMEMEME EMPATAEMPATAEMPATAEMPATAEMPATA.....

ATÉATÉATÉATÉATÉ PARAPARAPARAPARAPARA OSOSOSOSOS ANALFABETOSANALFABETOSANALFABETOSANALFABETOSANALFABETOS.....

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestão de verbos que podem substituir os destacados) entristeceram /decepcionou / desacreditava a / escondia / evitando / confessou / nega / perdi/ entristece / criticou / teme / agarra / reclama.

AULA 61

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1.1.1.1.1. (Sugestões) Você dança bem, mas eu, modéstia à partemodéstia à partemodéstia à partemodéstia à partemodéstia à parte, danço melhor./ Modéstia à parteModéstia à parteModéstia à parteModéstia à parteModéstia à parte, não conheço quem faça melhores tortas do que eu.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) Consideração, atenção. (Sugestão) As pessoas famosas são tratadas comdeferênciadeferênciadeferênciadeferênciadeferência especial.b)b)b)b)b) Conjunto de honras ou homenagens prestadas a alguém. (Sugestão) Arecepção à seleção tetra campeã foi uma verdadeira apoteoseapoteoseapoteoseapoteoseapoteose.c)c)c)c)c) Escuro, sombrio. (Sugestão) Aquele ambiente austeroausteroausteroausteroaustero lhe causara uma certadepressão.d)d)d)d)d) Celebrizaram, tornaram-se famosas. (Sugestão) Fernando Sabino celebrizou-celebrizou-celebrizou-celebrizou-celebrizou-sesesesese por suas belíssimas crônicas.e)e)e)e)e) Respeito religioso. (Sugestão) O hino foi entoado com unçãounçãounçãounçãounção por todos ospresentes.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. Profissional: BBC de Londres; amador: Rádio Guarani.2.2.2.2.2. Porque todos são mineiros.3.3.3.3.3. Porque nem sempre se identifica a sua audiência ou se tem registro darepercussão de seus programas.4.4.4.4.4. Ele acha, como dona Araci, que “tem quem ouça” o rádio, embora muitoouvinte de programas radiofônicos não goste de se identificar. Ele cita, inclusive,a repercussão das grandes notícias, como faz dona Araci.

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5.5.5.5.5. A fala de dona Araci, no final, demonstra que Fernando Sabino teve umpúblico que ainda se recorda dele.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

As três questões pedem respostas pessoais, mas você pode partir das seguintesorientações:A pergunta número 1 envolve um problema que nem sempre sabemos enfrentar:pessoas diferentes vêem as coisas de diferentes maneiras. O que fazer quando háuma divergência muito grande? Devemos dar o assunto por encerrado?A pergunta número 2 pode ser bem desenvolvida se você fizer uma pequenapesquisa entre amigos. Peça informações e opiniões sobre o rádio e sua progra-mação a pessoas de várias faixas de idade, de várias profissões etc.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) A Rádio Record, que foi a pioneira em São Paulo, pertencia a um governador.b)b)b)b)b) Getúlio Vargas, que era um presidente muito popular, usava sistematicamenteo rádio.c)c)c)c)c) A Rádio Nove de Julho, que defendia a justiça, teve seus transmissoreslacrados mediante decreto do presidente Médici.2.2.2.2.2. O rapaz chamou dona Aracidona Aracidona Aracidona Aracidona Araci e emprestou-lhelhelhelhelhe um livro. Ela abriu o livro einiciou a leituraa leituraa leituraa leituraa leitura.A crônica escrita por Fernando Sabino, falava da sua experiência no rádioda sua experiência no rádioda sua experiência no rádioda sua experiência no rádioda sua experiência no rádio.Segundo o autor, quando ele trabalhou na BBC, em Londres, nenhum ouvinteacompanhou o seu programao seu programao seu programao seu programao seu programa. Isso era um mistério para ele.Dona Araci acabou a leituraleituraleituraleituraleitura, fechou o livro livro livro livro livro e disse para si mesmapara si mesmapara si mesmapara si mesmapara si mesma que ela haviaacompanhado as crônicas de Fernando Sabinoas crônicas de Fernando Sabinoas crônicas de Fernando Sabinoas crônicas de Fernando Sabinoas crônicas de Fernando Sabino.

AULA 62

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

Ambos os textos são criações pessoais. Entretanto, será bom que você atente paraos seguintes detalhes: 1) A voz do primeiro locutor cria, em um público alegre edescompromissado, uma visão mais humorística do fato narrado. Utiliza a gíriae muitas frases exclamativas. 2) A voz do segundo locutor examina o fato narradodo ponto de vista moral, com muitas frases interrogativas, levando as pessoas arefletirem sobre suas causas e conseqüências.

AULA 63

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DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1. a)a)a)a)a) telefotografia: arte de fotografar a grandes distâncias; b)b)b)b)b) telegrafia: processode transmissão de mensagens a distância, por meio do telégrafo; c)c)c)c)c) teleguiar:guiar à distância, por meio de ondas; d)d)d)d)d) telescópio: instrumento óptico feito comlentes poderosas, destinado à observação de objetos longínquos.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) telespectador: espectador de televisão; b)b)b)b)b) telecurso: curso ministrado pelatelevisão; c)c)c)c)c) televizinho: telespectador que assiste a programas transmitidos peloaparelho do vizinho.3.3.3.3.3. No sentido 44444.4.4.4.4.4. No sentido 22222.EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. Ferreira acredita que um representante de vendas depende de informaçõespara conversar com seus clientes e realizar boas vendas. Ele busca, principalmen-te, informações que o deixem atualizado (notícias, esporte) e preparado paracompetir (propaganda).2.2.2.2.2. Ferreira acredita que é a maneira mais econômica e prática de ficar informado,porque permite ver e ouvir ao mesmo tempo.3.3.3.3.3. Pai: interesse na informação; mãe: interesse no lazer; filho: interesse nos

estudos.4.4.4.4.4. Filho: Ele necessitava de ajuda para realizar a pesquisa escolar; o seriado quea TV exibia era sobre uma história que a mãe já conhecia. Mãe: Emboraconhecesse o final da história pelo livro, a mãe dizia que na TV poderia serdiferente.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

Resposta pessoal.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestão) Não pude fazer o dever porque tive algumas dúvidas e meus pais nãopuderam me ajudar. Assim que meu pai entrou em casa, foi logo ligando atelevisão. Ele é muito ocupado e não tem tempo para ler jornal. Como gosta deestar por dentro de tudo, precisa assistir à televisão. Assim, ele fica mudando decanal várias vezes para ver se consegue encontrar a propaganda dos produtosque ele vende. Quando conseguiu assistir a essas coisas (que eram muitoimportantes para ele), teve que sair para atender a um cliente, que só pode recebê-lo à noite.Como meu pai não pôde me ajudar, fui pedir ajuda a minha mãe. Mas ela tambémestava ocupada. Adivinhe com o quê? Televisão. Ia passar o último capítulo deum seriado que ela não queria perder. Ela já havia lido o livro, com a mesmahistória do seriado, mas achava que, na televisão, talvez o final fosse modificado.Meus pais são muito ocupados com a televisão. Desse modo, não puderam me

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ajudar e eu não consegui fazer a pesquisa sozinho.

AULA 64

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

1. 1. 1. 1. 1. Desfiar uma história é fazer uma narração minuciosa, com muitos detalhes.2. 2. 2. 2. 2. A palavra esbravejaresbravejaresbravejaresbravejaresbravejar foi usada no sentido de bradar, gritar com raiva. “O caralá reclamando e gritando com raiva.”3. 3. 3. 3. 3. Ele quis dizer que algumas pessoas tentavam orientar as opiniões tendencio-samente, ou seja, manobrando e forçando uma interpretação de acordo cominteresses próprios.4. 4. 4. 4. 4. A palavra classeclasseclasseclasseclasse foi usada no sentido de camadas sociais organizadas emsociedades estratificadas, caracterizando-se pela divisão do trabalho e distribuiçãode riquezas. Na Cenatexto, essa palavra foi usada com conotação negativa.5.5.5.5.5. É um conjunto de possibilidades de escolha; uma variedade de escolhaspossíveis.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. A história de um homem que, após reclamar sem êxito sobre um produto comdefeito, ameaçou chamar a tevê e, por meio dela, denunciar o ocorrido.2. 2. 2. 2. 2. Ferreira considerou boa a decisão do homem, mas Orlando se mostrouindignado com o fato de tudo na sociedade girar em torno da televisão.3. 3. 3. 3. 3. Na opinião de Orlando, as pessoas são mais exigentes e críticas com osespetáculos ao vivo porque, além de escolher a programação, pagam para assistira elas.4.4.4.4.4. l A tevê informa e diverte. l Pela tevê, é possível adquirir um grande volumede informações sem que seja necessário sair de casa. l É um meio de comunicaçãoque permite a veiculação de campanhas de vacinação e debates políticos, alémde filmes, programas de humor e programas de esporte.5.5.5.5.5. O comentário de Orlando contesta a posição de Ferreira, pois lembra que a TVa cabo ainda é seletiva, ou seja, é para os poucos que podem pagar uma assinaturamensal. Por isso, as opções são apenas as dos canais abertos, que, em geral, nãotêm preocupação muito especial com os telespectadores.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura

(Sugestão) - Meu senhor, tente entender: o seu relógio está fora do prazo devalidade da garantia e não poderá receber mais nenhum conserto que não sejapago.- Eu nunca quis, nem nunca pude, ter um relógio caro como esse. Melhor seriase não tivesse comprado. Paguei em quatro prestações, já acabei de pagar e atéhoje o relógio nunca funcionou direito. Cada vez que trago aqui, eles me falam

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pra ir na oficina autorizada que tudo será resolvido. Levo lá, busco. Passa um dia,o relógio começa a atrasar de novo.- Será que vou ter que arranjar um advogado pra resolver essa confusão? Vocênão têm vergonha de enganar os outros assim, não? Vocês não conhecem oCódigo de Defesa do Consumidor?- Meu senhor, não podemos fazer mais nada. Se quiser, pague o conserto - dissecom firmeza o gerente.- Tive uma idéia melhor: vou chamar a televisão. Quero ver o que vocês vão fazer,quando todo mundo ficar sabendo que os donos desta loja vendem produtoestragado. Vou telefonar pra televisão. Quero ver se terão coragem de falar prascâmeras o que vocês estão me falando.- Não faça isso. Podemos resolver este caso de outro jeito. Não temos um relógioigual, mas temos outro que pode substituir o seu. Além disso, com nova garantia.AULA 65

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento

1.1.1.1.1. Principais mudanças: No horário do lanche, houve mais diálogo. Ferreirapassou a ler o jornal todo. O rádio e o aparelho de som passaram a funcionar mais.(A avaliação é pessoal.)2.2.2.2.2. O conteúdo era uma reclamação dirigida à emissora de TV que apresentavafilmes violentos em horário impróprio.3.3.3.3.3. No jornal a notícia é dada com mais precisão, mas sem comentários. Elaaparece numa seção determinada, o que facilita sua compreensão. No rádio, hámenos detalhes e mais emoção, sendo usado o depoimento de alguém envolvidono fato relatado.4.4.4.4.4. Porque ela levou em conta a maior ou menor quantidade de informação, apresença ou a ausência de imagens de acompanhamento.5.5.5.5.5. Quando se tem um hábito muito arraigado, fica difícil pensar em coisas novas.A TV pifada permitiu a quebra da rotina e o (re)descobrimento de alternativas delazer e de ocupação intelectual dentro do próprio lar.

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66A U L A

Cenatexto

Já passei por essa

Estêvão, cinqüentão forte pra burro, está nasala de espera do Departamento de Pessoal da Marcenaria Madeira de Lei,folheando umas velhas revistas. Nesse momento, entra um garoto de roupasurrada, mas muito limpa e sapatos engraxadíssimos, disfarçando o desgastepelo uso. Estêvão, que observa aquela figura ali em pé sem saber onde pôr asmãos, arreda-se na poltrona e lhe oferece um lugarzinho para se acomodar.Antes, o rapaz lê uma plaqueta colocada sobre a porta de entrada da sala epergunta:

- É aqui o Departamento de Pessoal?- Não. - responde Estêvão - Aqui é a catedral e estou esperando o arcebispo

pra uma confissãozinha esperta.O garoto arregala os olhos e abre a boca. Percebendo a gozação, fica vermelho

e sem saber onde enfiar a cara. E ri, todo desajeitado:- O meu nome é Mário.- Vendo sua cara vermelha assim, fico lembrando de minha mulher -

continua Estêvão. - Ela me pediu pra comprar maçã verde, mas, como a vermelhaestava bem mais em conta, levei-a. A danada quase me matou. Só que acabei mesaindo bem.

Mário, vendo que estava diante de um brincalhão de carteirinha, pergunta:- O que o senhor fez?- Uai, disse que aquelas maçãs eram verdes, sim. Estavam vermelhas é de

vergonha do preço que tinham colocado nelas.Mário ri. Foi quebrado o gelo. Estêvão continua puxando conversa:- Você é o rapaz que vai entrar aqui na firma em meu lugar. Sei de tudo, só

estou aguardando a minha aposentadoria.- Ah, agora estou sabendo. O seu Adriano falou qualquer coisa a esse

respeito. É, eu também sou marceneiro, me formei numa escola técnica.- Muito bem. Mas, eu sou autodidata. Aprendi por conta e aqui mesmo. O

antigo dono me chamou pra trabalhar com ele no início da firma. Eu era umgarotão como você, morava aqui por perto. Ele estava levantando o galpãoquando vim pedir um emprego, há mais de trinta anos. Éramos eu e o dono.Depois a coisa foi crescendo e virou isso que você está vendo.

- Que diferença! Estou entrando para o meu primeiro emprego. Por isso, tônervoso pra chuchu.

- Quem não fica? Isso ocorreu comigo, mas depois fui me ambientando. Façao que você sabe e procure aprender o que a escola não lhe ensinou. Não tem erro.

66A U L A

M Ó D U L O 21

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- Eu preciso muito desse emprego. Não tenho pai e minha mãe ganha pouco.Somos muitos irmãos e a mamãe morre de medo de algum sair por aí, como menorabandonado.

- Pois é, o problema do menor é dos maiores.Estevão ri, satisfeito com o inteligente jogo de palavras que fizera e que

Mário nem percebeu.- Você vai se dar bem. Mas é bom tomar cuidado: nem tudo é cor-de-rosa.

Aos poucos você vai se enturmando, pegando as manhas e entra no esquema.Não demora muito e logo aparece, todo apressado, o chefe do Departamento de

Pessoal. Adriano, um sujeito todo suado, esbaforido e cheio de papéis:- Bom dia. Já foram apresentados? Vamos entrando, quero falar com os dois.O que teria ele a comentar com esses dois? Aguarde.

Nesta aula, você conheceu dois novos personagens: Estêvão (um sujeitomuito bem-humorado) e Mário (um novato, ainda nervoso). Ao responder auma pegunta de Mário, Estêvão fala sobre catedral. Vejamos o que significaessa expresão:

catedral.catedral.catedral.catedral.catedral. [De cátedra + -al] s. f. 1. Principal igreja dum bispado ouarcebispado. 2. Igreja episcopal de uma diocese.

1.1.1.1.1. Releia a Cenatexto e explique em que sentido Estevão usou a palavra catedral...................................................................................................................................

Observe nesta frase a palavra destacada: “ Estou aguardando a minhaaposentadoriaaposentadoriaaposentadoriaaposentadoriaaposentadoria. ” Ela foi desenvolvida a partir da palavra pouso. Veja:

pouso (repouso) > aposento > aposentadoria.

O dicionário registra esse vocábulo:

aposentadoriaaposentadoriaaposentadoriaaposentadoriaaposentadoria. s. f. 1. 1. 1. 1. 1. Ato ou efeito de aposentar. 2. 2. 2. 2. 2. Hospedagem,albergaria, alojamento. 3. 3. 3. 3. 3. bras. Estado de inatividade de funcionáriopúblico ou de empresa particular, ao fim de certo tempo de serviço,com determinado vencimento. 4. 4. 4. 4. 4. bras. Quantia recebida mensalmentepelo beneficiário, como resultado de suas contribuições durante otempo que legalmente trabalhou.

Dicionário

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66A U L A 2.2.2.2.2. Em qual dos sentidos a palavra aposentadoria foi usada na Cenatexto?

Justifique sua resposta:..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3.3.3.3.3. A palavra autodidata é composta de auto + didata e se refere a uma pessoaque se instruiu sozinha, sem o auxílio de professores. Faça uma fraseusando essa palavra...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Você notou que na Cenatexto foram usadas muitas expressões populares,numa linguagem coloquial e informal que indicava descontração. Por exemplo:

l confissãozinha espertaespertaespertaespertaesperta: inteligente, legal, “manera”, bacana.

4.4.4.4.4. Indique o sentido destas outras expressões populares:

a)a)a)a)a) nervoso pra chuchupra chuchupra chuchupra chuchupra chuchu: ......................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) forte pra burropra burropra burropra burropra burro: ..............................................................................................................................................................................................................................

1.1.1.1.1. De acordo com as atitudes de Estêvão e Mário no início da Cenatexto, vimosque um se revela muito à vontade, enquanto o outro estava inseguro.Justifique o comportamento de ambos.

2.2.2.2.2. Retire do texto algumas passagens que comprovem a personalidade tímidade Mário.

3.3.3.3.3. Há pessoas que confundem pobreza com descuido, falta de higiene. Issoocorre com Mário? Justifique sua resposta com dados da Cenatexto.

4.4.4.4.4. A primeira pergunta de Mário recebeu uma resposta irônica de Estêvão. Oque deveria estar escrito em cima da porta de entrada da sala, para quehouvesse tal resposta do antigo funcionário?

5.5.5.5.5. “Estevão ri, satisfeito com o inteligente jogo de palavras que fizera e queMário nem percebeu.” Explique qual foi esse jogo de palavras e o queEstêvão queria dizer.

6.6.6.6.6. Quais são as características de Adriano, chefe do Departamento de Pessoal?

Entendimento

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66A U L AAssim como na Cenatexto, o parágrafo a seguir aparece com algumas

expressões populares. Reescreva-o de outra maneira, com outras expressões deacordo com a linguagem da norma culta.

Mário estava numa sem-gracice enorme. Aquele cinqüentão forte pra burroestaria gozando de sua cara? Na verdade, tratava-se apenas de um brincalhão decarteirinha. Aquele ex-biscateiro era um tremendo boa-praça. E ele, que estavanervoso pra chuchu, acabou percebendo que, apesar de nem tudo ser cor-de-rosano novo emprego, acabaria se enturmando, pegando as manhas e entrando noesquema do serviço.

Mário estava muito sem graça .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSA

Vamos fazer uma pausa gramatical.Você já sabe o que é sujeito, objeto direto e indireto, predicativo e comple-

mento nominal. Agora, estudará o adjunto adnominal.

AdjuntoAdjuntoAdjuntoAdjuntoAdjunto adnominaladnominaladnominaladnominaladnominal é um termo acessório da oração (quer dizer, não éobrigatório), que se refere a um substantivo. Repare:

“O pedido de aposentadoria de Estêvão já foi feito.”

Sujeito da oração: O pedido de aposentadoria de Estêvão.O pedido de aposentadoria de Estêvão.O pedido de aposentadoria de Estêvão.O pedido de aposentadoria de Estêvão.O pedido de aposentadoria de Estêvão.Núcleo (palavra principal desse sujeito): pedido.pedido.pedido.pedido.pedido.

Todas as outras palavras do sujeito que se referem ao substantivo pedidoservem para determiná-lo. Desse modo, o, de aposentadoria, de Estêvão sãoadjuntos adnominais que se encontram no sujeito.

Reescritura

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66A U L A Nas frases seguintes, destacamos algumas funções sintáticas (especificadas

nos parênteses). De acordo com o modelo, aponte o núcleo dos termos quedesempenham as funções especificadas e, a seguir, os adjuntos adnominais quedeterminam os núcleos:

l Um garoto tímido senta-se ao lado de Estêvão. (sujeito)Núcleo: garoto. Adjuntos adnominais: um, tímido

a)a)a)a)a) O garoto abriu a maior boca do mundoa maior boca do mundoa maior boca do mundoa maior boca do mundoa maior boca do mundo.(objeto direto)Núcleo:.................. Adjuntos adnominais:........................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) Estêvão era um tremendo gozador de carteirinhaum tremendo gozador de carteirinhaum tremendo gozador de carteirinhaum tremendo gozador de carteirinhaum tremendo gozador de carteirinha.(predicativo do sujeito)Núcleo:................... Adjuntos adnominais:........................................................................................................................................................

c)c)c)c)c) Mário sente necessidade de uma ambientação urgentede uma ambientação urgentede uma ambientação urgentede uma ambientação urgentede uma ambientação urgente.(complemento nominal)Núcleo:.................... Adjuntos adnominais:........................................................................................................................................................

d)d)d)d)d) Mário vai trabalhar numa enorme e famosa marcenarianuma enorme e famosa marcenarianuma enorme e famosa marcenarianuma enorme e famosa marcenarianuma enorme e famosa marcenaria.(adjunto adverbial de lugar)Núcleo:..................... Adjuntos adnominais.........................................................................................................................................................

Vimos na Cenatexto que Estêvão aguarda sua aposentadoria. Para efetuar opedido, ele precisou:

1.1.1.1.1. Encaminhar ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) a documentaçãoque comprova ter ele contribuído, há pelo menos trinta anos, com umpercentual de seu salário para a Previdência Social.

2.2.2.2.2. Apresentar sua CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social). Caso elenão a tivesse, haveria outros modos de provar o seu tempo de serviço,definidos pelo CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social).

3.3.3.3.3. Dar entrada da documentação completa no INSS. Assim, esse órgão éobrigado a enviar ao beneficiário, dentro de 45 dias, o aviso de concessão debenefícios com os devidos valores a serem recebidos.

Após seguir esses procedimentos, Estêvão aguarda a resposta do INSS. Aaposentadoria é um direito de todo cidadão!

Silêncio

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66A U L AVocê observou que Mário, dentro de sua simplicidade, caprichou no visual

para causar uma boa impressão. De fato, procuramos sempre vestir o trajeadequado ao ambiente em que estamos.

O grande escritor Monteiro Lobato diz em um de seus contos que o ma-tuto age de forma inversa de Mário. Quando vai comprar uma fazenda,apresenta-se ao vendedor com seu mais surrado chapeuzinho de palha, suapior roupa e a botina mais estragada.

Num de seus maravilhosos contos, chamado O pito do reverendo, ele contaque um vigário do interior já tinha se adaptado ao povo do campo, adotando aforma de expressão e os hábitos simples daquela gente. Aprendera a pitar umlongo cigarrão de palha e por nada do mundo deixaria isso de lado. Entretanto,fica sabendo que vem da cidade o doutor Emerêncio, um diplomata. Foi um Deusnos acuda. Teria que rever todos os seus hábitos de homem da roça para receberaquele “graudão” que ficaria hospedado em sua casa.

Maria, sua empregada, ficou por conta de lembrar tudo, evitando que elecometesse gafes. Chega a figura esperada. O vigário sofria com a mudançaforçada de seus hábitos, principalmente o abandono do querido pito. Mas umacoisa esquisita estava acontecendo, pois o visitante comportava-se com umagrossura imensa. No final da estória, descobre-se que tudo não passou de umenorme mal-entendido: aquele não era ainda o tal doutor. Veja a seguir a partefinal do conto:

O pito do vigárioO pito do vigárioO pito do vigárioO pito do vigárioO pito do vigário

O reverendo, decifrando o mistério, deteve a xícara no ar.- Mas... mas então o senhor...- Sou farmacêutico e vim estudar a localidade, a ver se é possível montar aqui

uma botica. Portei em sua casa porque...O padre mudou de cara.- Então não é o doutor Emerêncio, o diplomata?- Não tenho diploma não senhor. Sou farmacêutico prático...O padre sorveu dum trago o café e refloriu a cara de todos os sorrisos de beatitude.

Desabotoou a batina, atirou com os pés para cima da mesa, expeliu um suculentoarroto de bem-aventurança e berrou para a cozinha:

- Maria, dá cá o pito!

Fonte: Monteiro Lobato, Cidades mortasCidades mortasCidades mortasCidades mortasCidades mortas. São Paulo, Brasiliense, 9ª edição, 1959,pág. 49.

Se puder, procure o livro Cidades mortasCidades mortasCidades mortasCidades mortasCidades mortas numa biblioteca. Certamente,você vai curtir muito os contos de Monteiro Lobato.

Saideira

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67A U L A

Já passei por essa

Na última aula, você ficou conhecendo Este-vão, um cinqüentão que espera a aposentadoria; Mário, um jovem que esperatrabalhar na Marcenaria Madeira de Lei; e Adriano, o esbaforido chefe queespera se refrescar um pouco na sua sala refrigerada. Como se vê, esperança é oque não falta na história.

Pelo visto, vocês já se conheceram. Não é, Estevão? - pergunta Adriano.- Já bati um papo aqui com o garotão. Até contei pra ele que, quando nos

conhecemos, você já tinha essa caneta bonitona que está aí no seu bolso.- Que é isso, Estevão? Nós nos conhecemos lá na casa do patrão, e eu não estava

com esta caneta.- É, mas eu estava...- O homem não é mole, adora um trocadinlho.- Mário, parece que você já entendeu quem é essa peça aí, não é?- Já, seu Adriano. Na hora até tomei um susto. Mas já sei que é um grande

brincalhão.- Todo mundo vai sentir falta dessa grande figura. Ele é a alma da casa.

67A U L A

M Ó D U L O 21

Cenatexto

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67A U L AEstevão disfarça, mas gosta do comentário. Ele sabe que a aposentadoria vai ter

alguns aspectos desagradáveis, pois aquela convivência se tornou muito importante.- Então, Adriano, estou aposentado? - pergunta Estêvão, ansioso.- Sim, o aviso de concessão de benefícios já chegou. O ofício está aqui. Você, a

partir de hoje, é um boa-vida. No bom sentido, é claro!- Só fala mal deste boa-vida quem tem inveja.- Esse Estêvão... Mas, antes de cair na vadiagem, temos duas tarefas pra você:

a primeira é apresentar o Mário pra sua nova patota, mostrar-lhe o campo de batalha;a segunda é preparar o fígado, porque, depois do apito final, vamos tomar umas eoutras pra bebemorar nosso primeiro desocupado. Até o chefão vai aparecer por lá. Equanto a você, Mário, está tudo certo. Um sai, o outro entra. Você, Estêvão, é umexemplo pra turma.

- Pois olha, deixando a modéstia de lado, sou mesmo. Não me canso de falar queentrei aqui há mais de trinta anos com uma mão na frente e outra atrás, sem ter nada.Agora, estou saindo com o dobro do que tinha.

- Deixa de ser palhaço, Estêvão. Vai mostrar o serviço pro rapaz.Como sempre, Estêvão vai deixando atrás de si aquele rastro de alegria.

Assim, caminha com Mário até a oficina de marcenaria, um imenso galpão comquase cem trabalhadores. Estêvão vai mostrando as máquinas e apresentando onovo companheiro:

- Olha aqui, Pedrão, o garoto que vai entrar no meu lugar.- Ah, esse é o tal. Prazer, rapaz. Você vai gostar. Fique à vontade que aqui todos

são irmãos.Estêvão continua mostrando o local de trabalho a Mário:- Vou te mostrar aquele torno moderníssimo. Ali está também o Geninho, gente

muito boa. Veio de longe para operar a máquina.A um aceno de mão, Geninho chega.- Geninho, mostra como funciona essa geringonça. Este é o Mário, que vai entrar

aqui pra trabalhar nessa máquina com você.- Prazer, Mário. Você vai adorar este torno. A gente programa a máquina, põe

a madeira, liga um botão e a peça sai toda trabalhada lá na frente. Você, recém-saídoda escola, vai vibrar. Quando Estêvão quer fazer uma plástica, eu enfio a cara deleaqui e ela sai do lado de lá bonitinha.

- Cara de pau é a mãe, seu cretino. Você é que usa óleo de peroba pro seu focinhonão dar cupim!

O riso é geral. Estêvão deixa os dois conversando e vai receber o abraço de outroscompanheiros.

- Pois é, seu Estêvão, como vai conseguir ficar longe do serviço depois detanto tempo?

- E agora, sem ter nada pra fazer, como vai justificar a falta aos compromissos?- O trabalho dignifica, Estêvão! Vais perder a dignidade!- Conversa. O que dignifica é o lazer; o trabalho danifica. Vou evitar até ver

gente trabalhando. Agora eu quero moleza. Como disse aquele poeta: “Pernas pro ar,que ninguém é de ferro!”

- E o gole hoje, tá com o figueiredo preparado?Estêvão não deixa passar:- Aí tá o fraco da coisa. O problema é o fígado. Fígado faz um mal danado pra

bebida.A turma cai na gargalhada. Agora ele baixou na praia deles. Vai fazer muita

falta esse coroa. Ah, se vai!

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67A U L A Mário logo percebeu que Estêvão era um sujeito brincalhão. Sua especiali-

dade era brincar com as palavras. Gostava muito de fazer trocadilhos. Consultenosso dicionário e veja o que isso significa:

trocadilho.trocadilho.trocadilho.trocadilho.trocadilho. s. m. 1.1.1.1.1. Jogo de palavras parecidas no som e diferentes nosignificado, e que dão margem a equívocos. 2.2.2.2.2. Emprego de expressãoambígua.

1.1.1.1.1. Na aula anterior, um dos trocadilhos de Estêvão foi a frase: “O problema domenor é dos maiores”. Releia a Cenatexto e identifique outro trocadilho deEstêvão. Em seguida, explique-o.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Observe a palavra em destaque nesta frase: “Como sempre, Estêvão vaideixando atrás de si aquele rastro rastro rastro rastro rastro de alegria.” Também registrada como rasto,veja como seus significados estão expressos no dicionário:

rastrorastrorastrorastrorastro (ou rasto). s. m. 1. 1. 1. 1. 1. Vestígio que deixa o animal no lugar por ondepassa. 2. 2. 2. 2. 2. Sinal; pista; pegada; indício. 3. 3. 3. 3. 3. Tipo de ancinho de ferro.

2.2.2.2.2. Em que sentido a palavra rastro foi usada na Cenatexto?....................................................................................................................................................................................................................................................................

Adriano disse para Estêvão que iriam “bebemorar”o primeiro aposentadoda empresa. Você conhece essa palavra? Será que ela existe? De fato, ela nãoconsta nos dicionários, mas é formada pela união de algumas outras. Veja:

Bememorar é uma palavra formada pela união de duas outras (beber +comemorar) e significa comemorar bebendo.

Entretanto, não pense que comemorar vem de comer. Comemorar não é amesma coisa que comemorar comendo. Comemorar é o mesmo que festejar,celebrar uma festa. Guimarães Rosa, o grande escritor mineiro, criou umapalavra que tem um significado parecido com esse. Ele disse que as pessoasamigas costumam “combeber” , ou seja, beber juntas, beber umas com as outras(com + beber = combeber), da mesma maneira que é formada a palavraconviver.

Dicionário

Page 170: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

67A U L A3.3.3.3.3. Na Cenatexto da aula 66, Mário não sabia onde enfiar a cara de vergonha.

Nesta aula, Geninho diz que enfia a cara de Estêvão no torno pra fazer umaplástica. Explique a diferença do uso do verbo enfiarenfiarenfiarenfiarenfiar nesses dois casos.

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

4.4.4.4.4. Na brincadeira entre os amigos de Estêvão, alguém disse: “E o gole hoje, tácom o figueiredo figueiredo figueiredo figueiredo figueiredo preparado?” Você conhece a palavra destacada? Procureno dicionário o seu significado e explique-o.

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Ao falar da caneta, no início da Cenatexto, Estêvão fez um jogo de palavras quepodia ter vários significados. Explique como você entendeu a brincadeira.

2.2.2.2.2. Num determinado trecho, ironicamente, Estêvão diz que era um exemplopara os colegas. Escontre essa passagem e diga que ironia ele estava fazendocom o patrão.

3.3.3.3.3. O que Geninho queria dizer ao afirmar que o torno servia até para fazerplástica em Estêvão? Qual foi a reação de Estêvão ao ouvir isso?

4.4.4.4.4. Ao falar sobre o estado de seu fígado, Estêvão diz uma frase com algunstermos trocados. Indique que frase é essa e como deveria ser dita de modosério.

5.5.5.5.5. Num determinado momento, houve uma brincadeira interessante entreEstêvão e seus amigos.Veja:“- O trabalho dignifica, Estêvão! Vais perder a dignidade!”“- Conversa. O que dignifica é o lazer; o trabalho danifica.”De acordo com a situação dada na Cenatexto, explique o que cada um estavaquerendo dizer.

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&

Entendimento

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67A U L A Pelo fato de ser um tremendo brincalhão, as pessoas tratam Estêvão com

muita familiaridade. Veja como o chefe do Departamento de Pessoal se dirigea ele:

“Mas, antes de cair na vadiagem, temos duas tarefas pra você: a primeira éapresentar Mário pra sua nova patota, mostrar-lhe o campo de batalha; a segunda épreparar o fígado, pois, após o apito final, vamos tomar umas e outras pra bebemorarnosso primeiro desocupado. Até o chefão vai aparecer por lá.”

Caso o relacionamento entre Estêvão e Adriano não fosse tão amigável, e elesse tratassem apenas como chefe e empregado, certamente Adriano falaria de ummodo bem diferente. Continue reescrevendo o trecho anterior, de modo que nãohaja qualquer relação amigável entre eles:

Mas, antes de aposentar-se, temos dois assuntos a tratar: ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAAgora, pense um pouco na situação de Mário. Precisando do emprego, ele

chega ao trabalho preparando-se para enfrentar um novo ambiente. Entretan-to, para ser admitido na empresa, ele ainda deve apresentar uma série dedocumentos. Veja:

a)a)a)a)a) Carteira profissional (CTPS);b)b)b)b)b) Exame médico;c)c)c)c)c) Certidão de casamento e de nascimento dos filhos (menores até 14 anos);d)d)d)d)d) CPF, também conhecido como CIC;e)e)e)e)e) Carteira de identidade (RG);f)f)f)f)f) Título de eleitor, se maior de 18 anos;g)g)g)g)g) Foto 3 x 4;h)h)h)h)h) Carteira de reservista ou certificado de dispensa do serviço militar;i)i)i)i)i) Caderneta de vacinação, se tiver filhos menores de 5 anos;j )j )j )j )j ) Cartão do PIS, se for cadastrado.

Após a entrega desses documentos, a empresa deverá:

a)a)a)a)a) Registar seu nome no Livro de Registro de Empregados;b)b)b)b)b) Registrar seu nome no Cadastro de Admissão ou Demissão de Empregados;c)c)c)c)c) Pedir que ele assine a Declaração de Opção e tome conhecimento do ban-

co onde mensalmente será depositado o seu FGTS (Fundo de Garantia porTempo de Serviço).

Reescritura

Page 172: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

67A U L ANa Cenatexto Geninho diz ao Mário que vai ensiná-lo a operar o torno por

meio de programação. Futuramente, Mário também passará o que aprendeupara outros funcionários. No entanto, passará apenas informações a seremaproveitadas em meios mais avançados de trabalho.

Desde o início das civilizações, o homem tem trocado experiências comoutros homens. Aprendendo e ensinando um ao outro, falando, escrevendo,desenhando e, enfim, desenvolvendo cada vez mais os meios para transmissãode seu progresso.

Uma teoria, chamada Teoria do Evolucionismo, diz que anteriormente ohomem foi como o macaco, chegando até a subir em árvores. Segundo essa teoria,o homem desceu das árvores e começou a andar todo encurvado até chegar naposição em que hoje se encontra.

Acompanhar a evolução e incorporar mudanças não é um processo fácil.Muitas vezes, torna-se difícil perceber que as coisas podem ser feitas de um modomais simples.

O conto escrito por Monteiro Lobato retrata muito bem esse caso.Veja:

A enxada e o parafusoA enxada e o parafusoA enxada e o parafusoA enxada e o parafusoA enxada e o parafuso

Cada terra com seu uso. O nosso teatrinho sempre usou campainha para aschamadas. Campainha é eufemismo. Havia lá dentro uma enxada velha, penduradade um arame, com um parafuso de cama, cabeçudo, ao lado. Os sinais para indicar oinício de uma peça teatral eram batidos ali.

Veio um mambembe pernóstico e calou a enxada, substituindo os seu sonidos portrês pancadas no assoalho.

No primeiro dia o povo da platéia entreolhou-se ao ouvir aquilo, e lá do poleirohouve risadas e assobios. O delegado resolveu intervir.

- Este mambembe parece que está mangando conosco!Explicações. O empresário provou que aquele sistema era a última moda de Paris.

Os espectadores remexeram-se, desconfiados.Estavam nessa indecisão quando o Major dirimiu a pendenga com o peso de sua

autoridade.- Mas isto aqui não é Paris!...- Bravos! Bravos!E a velha enxada sonorosa voltou a ser tangida com o parafuso de cabeça.

Fonte: Monteiro Lobato, Cidades Cidades Cidades Cidades Cidades mmmmmortasortasortasortasortas. São Paulo, Brasiliense, 9a. edição, 1959,págs. 22-23.

Monteiro Lobato Monteiro Lobato Monteiro Lobato Monteiro Lobato Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, no estado de São Paulo.Considerado um de nossos maiores autores da literatura infantil, é ocriador do famoso Sítio do Pica-pau AmareloSítio do Pica-pau AmareloSítio do Pica-pau AmareloSítio do Pica-pau AmareloSítio do Pica-pau Amarelo. Também escreveu paraadultos, sendo muito importantes suas campanhas patrióticas em favordo nosso minério e do nosso petróleo. Um de seus personagens maisconhecidos é Jeca Tatu, símbolo de nosso homem do campo.

Saideira

&&&

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68A U L A

Cenatexto

Já passei por essa68

A U L A

M Ó D U L O 21

A cerveja corre solta. Da improvisada churras-queira sai quele cheirinho gostoso. Algumas bancas foram arredadas e o churrasco,enfim, começa. O Poderoso Chefão, como é chamado o senhor Emílio, proprietário jáafastado da direção da marcenaria, devido a sua idade, falou algumas palavras quecomoveram Estêvão. Depois disso, ele seguiu curtindo sua festa.

- Estou de saída, Estêvão. O sereno que vai cair daqui a pouco não me faz bem.Só queria dizer que esta casa continua sendo sua - diz seu Emílio. - Nos bons temposeu ficaria até mais tarde.

- Bons tempos não é, Chefão? Já não se faz passado como antigamente.Seu Emílio, rindo, pergunta:- Onde você aprende tanta besteira?- Lendo livros. Não sou estudado, mas leio de tudo.As rodinhas somam-se. Futebol, falta de grana, novela, piadas, insegurança,

tudo vale. As moças do escritório desceram para a cerveja. Denise passa cheia de graçae Estêvão, que gosta de poesia, comenta:

- Deus faz, a natureza “creia” e nós “preceia”.Em outra roda, Mário, o novo empregado, pergunta para Geninho:- Todo mundo fala que aposentado ganha uma miséria. Como fica a situação de

seu Estêvão?

Page 174: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

68A U L A- Apesar da corrupção na Previdência, ele contou pra nós que está sem medo, pois

se preparou pra isso. Vamos ouvir dele mesmo. Seu Estêvão, faz favor.Estêvão se aproxima.- Conta pra gente a mágica de se aposentar sem passar fome depois.- Mágica nada! Há anos pago um fundo de pensão. Agora, é a minha vez. E,

com o dinheiro que tinha a receber, comprei algumas das máquinas que foramsubstituídas aqui na firma. Os filhos de seu Emílio vão terceirizar alguns serviços,e o velho pediu pra me darem toda a preferência. Vou continuar trabalhando poralgum tempo, enquanto meus dois meninos se aprimoram. Só depois é que voudescansar.

- Bom seria se a coisa fosse melhor administrada e o aposentado não precisassese virar depois. Devia haver leis mais rigorosas, não é, seu Estêvão?

- Negócio complicado. Para quem presta, certas leis são necessárias. Porém, praquem não presta, elas são inúteis.

- Quer dizer que o senhor vai virar um pequeno empresário?- E até dar uns empreguinhos. Mas vamos mudar o papo. Já que hoje a cerveja

é de graça, não devemos falar em trabalho.E manda mais uma frase genial:- A gente só trabalha porque não quer nada com a dureza.Alguns riram, enquanto ele sai procurando outra roda, fazendo reclame da

lourinha.- Ah, Adriano, quero te agradecer. Foi muito legal você ter me ajudado a fazer

o requerimento pra contagem de tempo de serviço.A turma vai se desfazendo. Seguramente, a comemoração vai continuar em

algum bar por ali. Mário dá o abraço final em Estêvão:- Adeus, seu Estêvão. Vou pegar o próximo ônibus.- Vai com Deus. Segura bem. Com umas cervejas na cabeça, qualquer freada

brusca e você acaba chegando na frente dos outros. Mas não tem problema: pra quemanda de ônibus, os sustos são passageiros.

Mário já ia saindo, mas ainda ouviu mais essa brincadeira.

1.1.1.1.1. De acordo com a Cenatexto, sabemos que Estêvão “seguiu curtindo curtindo curtindo curtindo curtindo a suafesta”. Consultando o dicionário, vemos que o verbo curtir não tem osentido com o qual foi usado no texto. Assim, explique o sentido do verbocurtir na Cenatexto...................................................................................................................................

2.2.2.2.2. A palavra corrupção tem aparecido com freqüência em nossos textos. NaCenatexto, ela aparece na frase: “Apesar da corrupção corrupção corrupção corrupção corrupção na Previdência, ele estásem medo.” Veja o significado desse verbete no dicionário:

corrupçãocorrupçãocorrupçãocorrupçãocorrupção..... [Do lat. corruptione.] s. f. 1.1.1.1.1. Ato ou efeito de corromper;decomposição, putrefação. 2.2.2.2.2. Devassidão, depravação, perversão. 3.3.3.3.3.Suborno, peita.

Na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Corrupção, falou-se em pu-nição para os corruptos e para os corruptores. Com base no verbete, dê o signi-ficado dessas duas palavras.....................................................................................................................................................................................................................................................................

Dicionário

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68A U L A 3.3.3.3.3. Fundo de Pensão ou Fundo de Aposentadoria é um recurso de que o

trabalhador pode lançar mão para programar melhor sua aposentadoria.Verifique no dicionário os vários significados da palavra pensão e expliqueo que você entende por fundo de pensão.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

4.4.4.4.4. Na Cenatexto vimos que Estêvão “sai procurando outra roda, fazendo reclame reclame reclame reclame reclameda lourinha.” Há uma música do notável compositor Noel Rosa, chamadaTrês apitos, em que ele diz:

“Quando a fábrica apita Faz reclame reclame reclame reclame reclame de você.”

De acordo com os exemplos mencionados, explique os dois sentidos para ouso da palavra em destaque.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

5.5.5.5.5. Estêvão disse que abrirá uma pequena fábrica, pois “os filhos de seu Emíliovão terceirizar terceirizar terceirizar terceirizar terceirizar alguns serviços.”O verbo em destaque constitui o que chamamos de neologismoneologismoneologismoneologismoneologismo, ou seja, umapalavra nova que ainda não consta nos dicionários. Atualmente, essapalavra está sendo muito usada.

Numa relação hierárquica de trabalho, o primeiro é o empregador e osegundo é o empregado, aquele que produz. O terceiro seria alguém queproduzisse fora dessa relação, ou seja, de fora para dentro da empresa.Assim, explique o que é terceirizar e dê um exemplo...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Explique alguns trocadilhos de Estêvão, de acordo com o sentido dasexpressões em destaque:a)a)a)a)a) “ - Bons tempos, não é, Chefão? Já não se faz passado como antigamente faz passado como antigamente faz passado como antigamente faz passado como antigamente faz passado como antigamente.”

.............................................................................................................................

.............................................................................................................................b)b)b)b)b) “A gente só trabalha porque não quer nada com a dureza dureza dureza dureza dureza.”

.............................................................................................................................

.............................................................................................................................c)c)c)c)c) “Pra quem anda de ônibus, os sustos são passageiros passageiros passageiros passageiros passageiros.”

.............................................................................................................................

.............................................................................................................................

Entendimento

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68A U L A2.2.2.2.2. Quando as moças do escritório apareceram na festa, Estêvão fez um comen-

tário dizendo: “Deus faz, a natureza ‘creia’ e nós ‘preceia’. O que ele queriadizer com isso? Como você escreveria essa frase?........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3.3.3.3.3. Qual foi a saída que Estêvão encontrou para aumentar o valor de suaaposentadoria?......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAMais uma pausa para você pensar um pouco nas atitudes de Estêvão, um

homem experiente e prevenido. A certa altura da festa, ele agradece a ajuda deAdriano na elaboração de um requerimento. Você sabe o que é isso? Requerimen-to é um pedido oficial, um documento que redigimos quando precisamos fazeralguma solicitação formal. Veja o modelo:

Ilmo. Sr. Chefe do Departamento de Pessoal,

Estêvão Marques, brasileiro, casado, CTPS n° 080808, torneiro-mecânico,solicita à V. Sa. a contagem de tempo de serviço, para fins de aposentadoria.

Nesses termos, pede deferimento.

São Bento, 25 de abril de l995.

(a) Estêvão Marques

Assim, observamos que um requerimento contém:

a)a)a)a)a) o vocativo (expressão inicial através da qual você se dirige à pessoa a quemendereça o requerimento);

b)b)b)b)b) o texto, isto é, o pedido que você faz. Deixe sempre um bom espaço entreo vocativo e o texto;

c)c)c)c)c) o fecho (sempre igual em todos os requerimentos);

d)d)d)d)d) a data;

e)e)e)e)e) a assinatura do requerente, isto é, daquele que faz o requerimento.

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68A U L A

Redaçãono ar

Vocativo é o termo que usamos para chamar ou invocar alguém. Veja comoseu Emílio se dirige ao Estêvão:

“ - Estou de saída, Estêvão Estêvão Estêvão Estêvão Estêvão.”

Observe que até poderíamos usar um ó ou ô antes da palavra Estêvão (óEstêvão), caracterizando assim o chamamento. No caso acima, Estêvão é umvocativo. Veja:

“Seu Emílio, proprietário já um pouco afastado da direção da marcenaria proprietário já um pouco afastado da direção da marcenaria proprietário já um pouco afastado da direção da marcenaria proprietário já um pouco afastado da direção da marcenaria proprietário já um pouco afastado da direção da marcenaria,devido a sua idade.”

A expressão em destaque é usada para explicar o termo que a antecede, ouseja, explica quem é o seu Emílio. Nesse caso, a expressão toda é chamada deaposto. Tanto o vocativo quanto o aposto vêm separados por vírgula na oração.

Encontre vocativos e apostos nas frases a seguir, separando-os por vírgula.Veja o exemplo:

l “Mário o novo empregado, pergunta pro Geninho”l “Mário, o novo empregado, pergunta pro Geninho” (aposto)

a)a)a)a)a) “Estêvão o novo aposentado está curtindo a sua festa.”........................................................................................ (..................................)

b)b)b)b)b) “Seu Estêvão faz favor.”........................................................................................ (..................................)

c)c)c)c)c) “Os filhos de seu Emílio novos diretores da marcenaria vão terceirizar serviços.”........................................................................................ (..................................)

d)d)d)d)d) “Leis mais rigorosas não é seu Estêvão?”........................................................................................ (..................................)

e)e)e)e)e) “Ah Adriano quero te agradecer.”........................................................................................ (..................................)

Imagine como Geninho pediria ao Departamento de Pessoal a segunda viade seu contracheque, referente ao mês de julho. Observe que o conteúdo desserequerimento deve ser distribuído de acordo com o padrão que já apresentamos.Utilize o espaço abaixo:

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

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.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

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69A U L A

Isso é da sua conta

Um carro desobedece ao sinal vermelho ebate de frente com a Kombi de Eustáquio, rapaz que trabalha fazendo entregaspara comerciantes. Após o susto, com sua perua bastante avariada, ele conseguedescer e, claudicante, falar com o motorista infrator:

- Deus do céu, companheiro, o que você foi me arranjar?O outro desceu com as mãos para o alto, já reconhecendo o erro:- Desculpe, foi uma falha mecânica. Não deu pra parar.- E como fica a minha Kombi? O carro é o meu ganha-pão e, pelo visto, será uma

semana de oficina. Temos que chamar a perícia.Seu Michel, dono de uma loja de artigos diversos, saiu para ver o acidente. Ainda

era muito cedo, a rua estava vazia e ele foi o único a chegar perto dos dois. Murilotentava acalmar Eustáquio:

- Tem erro não, cara. Eu assumo. Nada de perícia, senão vamos ficar aqui o diainteiro. Aqui está o meu telefone, meu endereço de trabalho e de residência. Aquelesenhor até pode servir de testemunha.

- E como fica o estrago do meu carro?- Mande o carro pra oficina que quiser e peça ao mecânico pra me telefonar, que

eu autorizo o serviço. E o senhor, qual o seu nome? - perguntou Murilo à testemunhado acidente.

69A U L A

M Ó D U L O 22

Cenatexto

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69A U L A O comerciante Michel Ab-Rachid falou com forte sotaque:

- Eu chamar Michel. A senhor está muito errada mesmo. Eu ver tudinha.- Tudo bem. Pode até anotar a placa do carro e o número de minha carteira de

indentidade.Eustáquio, desolado, observou o estrago. Tanto cuidado, tanto carinho, para um

maluco, todo errado, dar esse prejuízo. Como ganha por quilômetro rodado, carro naoficina é prejuízo certo.

- Fique tranqüilo, moço. Mando consertar a sua Kombi e ainda te dou um troco.Por sorte, só amassei um pouco o meu pára-choque.

Fazer o quê? Não havia outro jeito.- Seu Michel, o senhor é a única testemunha que tenho. O mais certo não seria

fazer uma ocorrência policial? Não seria mais seguro?- Eu também pensar assim. Mas nom ter nada com essas problemas.- Você não confia, rapaz?- retrucou Murilo. - Já falei que tempo perdido é dinheiro

no lixo. Todos os meus dados estão aí. Mande consertar o carro e confie em mim.- Por mim, tudo bem. Pode ficar assim.Desse modo, Murilo saiu, despedindo-se educadamente de todos, enquanto

Eustáquio amarrava a placa de sua Kombi.- Toda dia é assim. Rapaziada sem juíza. Anda feito maluca.- Pois é, seu Michel. O meu nome é Eustáquio. Agradeço muito ao senhor por

ter aparecido.A esposa de seu Michel apareceu na porta:- Jesus! Machucou, meu filho? Não quer tomar pelo menos um pouco de água?- Estou bem, minha senhora. Agora, vou até a oficina. Quanto mais cedo eles

começarem o conserto, menor será o rombo. Muito obrigado .Eustáquio entrou no carro, virou a chave, e a Kombi saiu tossindo. Farol

quebrado, pára-brisa trincado de alto a baixo, frente toda amassada .- Você viu tudo, Michel?- Vi, sim. O menina estava andando devagar, a outro desrespeitar a sinal feito

doida. Taí a prejuíza. Mas vamos abrir o porta de loja, que tá na hora de trabalhar.

Observe a passagem inicial da Cenatexto:

“Após o susto, com a perua bastante avariada avariada avariada avariada avariada, ele consegue descer e, clau-clau-clau-clau-clau-dicantedicantedicantedicantedicante, falar com o motorista infrator.”

A palavra avariado vem de avariaavariaavariaavariaavaria, que o dicionário registra da seguintemaneira:

avaria.avaria.avaria.avaria.avaria. s. f. 1. 1. 1. 1. 1. Dano ou prejuízo causado a uma embarcação ou àsmercadorias que transporta. 2.2.2.2.2. Qualquer despesa extraordinária, nãoprevista, que se faça em benefício duma embarcação mercante e/ou dasua carga, durante a exposição marítima. 3.3.3.3.3. Estrago de qualquer nature-za; dano, deterioração. 4.4.4.4.4. Estrago causado aos campos e propriedadespor temporal, inundação etc. 6. 6. 6. 6. 6. fig. Dano físico.

&

Dicionário

Page 180: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

69A U L A11111. Em qual dos sentidos de avaria está asssociada a palavra avariado no texto?

..................................................................................................................................

A outra expressão destacada dizia que Eustáquio estava claudicante. Observe:

claudicante.claudicante.claudicante.claudicante.claudicante. adj. 1.1.1.1.1. Que claudica. 2.2.2.2.2. fig. Incerto, vacilante, duvidoso.claudicar.claudicar.claudicar.claudicar.claudicar. v. int. 1.1.1.1.1. Não ter firmeza nos pés; coxear; manquejar;capengar. 2.2.2.2.2. fig. Cometer falta; falhar; errar. 3. 3. 3. 3. 3. Ter imperfeição, falhaou deficiência; falhar.

2.2.2.2.2. O que quer dizer a palavra claudicante na Cenatexto?..................................................................................................................................

3.3.3.3.3. “Seu Michel, dono de uma loja de artigos diversos, saiu para ver o acidenteacidenteacidenteacidenteacidente.”Preste atenção na palavra destacada. Ela é parecida com uma outra:incidente. Essas duas palavras são chamadas de parônimasparônimasparônimasparônimasparônimas porque sãoescritas de forma parecida. Ambas informam que o acontecimento foi poracaso, fortuito, imprevisto. Contudo, elas não significam a mesma coisa.Um acidente é um acaso infeliz; um incidente é um fato inesperado, masnão necessariamente infeliz.

Complete as frases:a)a)a)a)a) Murilo, por causa de sua imprudência, provocou um fato desagradável.

Ele provocou um ..............................................................................................b)b)b)b)b) Se o encontro dos dois fosse apenas casual, sem qualquer acontecimento

desgostoso, seria um ........................................................................................

44444. A palavra infração significa falta, ato de violar, infringir e dá origem ainfrator. Na Cenatexto, Murilo aparece como motorista infrator, isto é, quecomete uma infração. Existe uma outra palavra muito parecida cominfração, é nossa tão conhecida inflaçãoinflaçãoinflaçãoinflaçãoinflação. Essas palavras também sãoparônimas. Procure no seu dicionário o sentido dessas duas palavras.....................................................................................................................................................................................................................................................................

55555. Assim como existem as palavras parônimasparônimasparônimasparônimasparônimas (que se escrevem de formaparecida), existem outras que se escrevem de maneira diferente, mas têma mesma pronúncia. São as chamadas palavras homônimashomônimashomônimashomônimashomônimas. Veja que apalavra conserto é homônima de concerto. Observe no dicionário o sentidodas duas palavras e construa com elas algumas frases.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

&

Page 181: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

69A U L A 1.1.1.1.1. Num acidente de carro, quando se é prejudicado pela imprudência de

alguém, deve-se chamar a perícia. Eustáquio, a princípio, tem certeza doque deveria fazer, depois passa por um momento de dúvida e, finalmente,aceita arriscar. Indique os três momentos em que ele demonstra essecomportamento.a)a)a)a)a) 1º momento/a certeza do seu direito: .............................................................b)b)b)b)b) 2º momento/as dúvidas: ..................................................................................c)c)c)c)c) 3º momento/aceitação do risco: ......................................................................

2.2.2.2.2. Qual foi o grande argumento que Murilo usou para convencer Eustáquio anão chamar os peritos da polícia?

3.3.3.3.3. A curiosidade é uma característica do ser humano. Quando ocorre umacidente há pessoas que perdem até o horário para ficar ali, na rodinha doscuriosos. Por que isso não ocorre na Cenatexto?

4.4.4.4.4. Eustáquio, realmente, leva a pior no acidente. Justifique essa afirmativa, deacordo com o ocorrido com os carros de Eustáquio e de Murilo.

Sabendo que seu Michel fala com forte sotaque, reescreva suas falas deacordo com o padrão de nossa língua. Continue depois deste início:

- Eu me chamo Michel.- .............................................................................................................................- .............................................................................................................................- .............................................................................................................................- .............................................................................................................................

PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSANesta pausa você vai rever alguns conceitos gramaticais já aprendidos em

outros momentos. É sempre bom rever a matéria para fixá-la melhor. Você jáaprendeu que uma oração possui dois termos essenciais: o sujeitosujeitosujeitosujeitosujeito e o predicadopredicadopredicadopredicadopredicado.O sujeito é a parte da oração a respeito da qual declaramos alguma coisa, e opredicado é tudo aquilo que declaramos do sujeito. Observe esta oração:

“O carro é o meu ganha-pão.”

Aqui, fazemos uma declaração sobre o carro (o sujeito). A declaraçãoafirma: “é o meu ganha pão” (o predicado). É interessante observar que essepredicado não apresenta qualquer ação que o sujeito tenha praticado, masindica uma característica do sujeito. O verbo é serve para ligar ao sujeito carrouma característica dele, ou seja, ser “o meu ganha-pão”. Assim, temos que:

O carro é o meu ganha-pão(sujeito) (verbo de ligação) (predicativo)

O verbo que liga o predicativo ao sujeito é o verbo de ligaçãoverbo de ligaçãoverbo de ligaçãoverbo de ligaçãoverbo de ligação. E o predicapredicapredicapredicapredica-----tivotivotivotivotivo é o termo que caracteriza o sujeito, dando-lhe uma idéia de qualidade,defeito, estado, profissão ou ocupação.

Entendimento

&Reescritura

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69A U L AEsse tipo de predicado, formado por um verbo de ligação e um predicativo,

é chamado de predicadopredicadopredicadopredicadopredicado nominalnominalnominalnominalnominal.Os verbos mais usados para fazer essa ligação entre o sujeito e o predicativo

são: ser, estar, permanecer, ficar, parecer, andar, continuar, tornar-se, viver,andar, acabar. Mas tome muito cuidado! Esses verbos só serão verbos deligação quando estiverem ligando um termo predicativo ao seu sujeito. Vejaesta oração:

Seu Michel estava em casa.

O predicado estava em casa indica o local onde seu Michel (o sujeito) seencontrava. Portanto, o verbo estava, nessa oração, não é um verbo de ligação.

Sua tarefa será identificar o predicado nominal nas frases que seguem, deacordo com os modelos:

l A rapaziada é muito sem juízo.

a)a)a)a)a) sujeito: A rapaziada

b)b)b)b)b) predicado: é muito sem juízo

c)c)c)c)c) predicativo: sem juízo

d)d)d)d)d) verbo e ligação: é

e)e)e)e)e) conclusão: o predicado é nominal

l A esposa de seu Michel surge na porta.

a)a)a)a)a) sujeito: A esposa de seu Michel

b)b)b)b)b) predicado: surge na porta

c)c)c)c)c) predicativo: não existe

d)d)d)d)d) verbo de ligação: não existe

e)e)e)e)e) conclusão: o predicado não é nominal

1.1.1.1.1. Era muito cedo ainda.a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................d)d)d)d)d) .............................................................................................................................e)e)e)e)e) .............................................................................................................................

2.2.2.2.2. A rua estava vazia.a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................d)d)d)d)d) .............................................................................................................................e)e)e)e)e) .............................................................................................................................

Page 183: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

69A U L A 3.3.3.3.3. O senhor está muito errado.

a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................d)d)d)d)d) .............................................................................................................................e)e)e)e)e) .............................................................................................................................

4.4.4.4.4. Você está machucado, meu filho?a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................d)d)d)d)d) .............................................................................................................................e)e)e)e)e) .............................................................................................................................

5.5.5.5.5. O senhor pode até anotar a placa do carro e o número de minha identidade.a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................d)d)d)d)d) .............................................................................................................................e)e)e)e)e) .............................................................................................................................

6.6.6.6.6. Eustáquio amarra a placa de sua Kombi.a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................d)d)d)d)d) .............................................................................................................................e)e)e)e)e) .............................................................................................................................

7.7.7.7.7. A frente do carro ficou toda amassada.a)a)a)a)a) .............................................................................................................................b)b)b)b)b) .............................................................................................................................c)c)c)c)c) .............................................................................................................................d)d)d)d)d) .............................................................................................................................e)e)e)e)e) .............................................................................................................................

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70A U L A

Isso é da sua conta70

A U L A

M Ó D U L O 22

CenatextoNa aula passada você assistiu ao acidenteem que Murilo desrespeitou o sinal e bateu na Kombi de Eustáquio. A perícianão foi chamada, pois o infrator prometera assumir o conserto. Seu Michel,dono de uma loja, foi a única testemunha do ocorrido. Mas algo estranho estáacontecendo.

- Bom dia, o senhor é o pai do Murilo?- Sim, meu nome é Lúcio. Pedi a você que viesse aqui para explicar melhor a

história fantástica que me contou pelo telefone.Eustáquio, já meio desconfiado, falou clara e pausadamente:- História fantástica!? Seu filho, ontem bem cedinho, atravessou o sinal e bateu

na minha Kombi, destruindo toda a frente dela. Depois me deu o seu telefone emandou que eu fizesse o orçamento. Disse que pagaria o conserto...

- Um momento. Meu filho foi viajar ontem à noite com alguns amigos. Qual foio carro que bateu em você?

- Um Gol GTi que ficou com o pára-choque todo torto, tamanha a violência dabatida.

- O carro seria aquele ali na garagem?- É esse mesmo.- Então vamos lá - decidiu seu Lúcio.

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70A U L A Encaminharam-se até a garagem.

- Se é este o carro, onde está o pára-choque torto?- Ué, sei lá. A placa é a mesma. Veja, eu anotei e não inventei.- Rapaz, nada aconteceu a esse carro. Depois que você ligou pra mim, falei com

o meu filho na praia. Ele disse que saiu com o carro cedo, voltou para o almoço e nadalhe ocorreu. Parece que você está enganado.

- Meu Deus, enganado como!? Tenho até uma testemunha, o seu Michel, donoda loja. Ele ouviu o seu filho pedindo para não chamar a perícia. Por falar em seu filho,será que eu poderia entrar em contato com ele?

Enquanto Eustáquio telefonava para Murilo na praia, seu Lúcio foi dar mais umaolhada no carro, verificando cada detalhe.

- Este pára-choque ... sei não. Bem, meu filho conhece a força de meus tapas enão iria mentir pra mim. Eu mataria esse menino.

Assim que voltou, encontrou Eustáquio jogado na poltrona com a cabeça entreas mãos, desolado.

- Desculpe, seu Lúcio, mas seu filho é um cínico, um canalha, um caloteiro.- Lave essa boca, menino! Não sou de levar desaforo pra casa. O que vocês

falaram?- Ele negou tudo, não assumiu nada. Ele quer falar com o senhor.- Alô, como é isso, meu filho? Se você fez alguma besteira e escondeu de mim,

eu te arrebento todo! Do outro lado da linha, Murilo, intimidado e aparentemente espantado, relatou.- Pai, não sei do que se trata. Esse cara bateu em algum carro, mas não no meu.

Vai ver que foi num outro Gol que fugiu e alguém, de sacanagem, deu a placa donosso. Estou até com pena dele, coitado, mas juro que não sei de nada. Agora vê seme deixa descansar um pouco da escola sem essa história maluca. Tem dó, pai.

Murilo desligou e o pai comentou com Eustáquio.- Moço, você está é mal da cabeça. Conheço o meu filho e ele me conhece

também. Se você continuar com essa história, logo também verá quem sou. Peguea sua trouxa, sua testemunha, o diabo e vá à polícia antes que eu lhe plante a mãonas fuças, seu espertalhão de uma figa!

Eustáquio, beliscando-se para acordar daquele pesadelo, foi procurar seu Michel.- Boa tarde, seu Michel. O senhor está bem?Lembra-se de mim, do acidente

de ontem de manhã? O negócio virou um filme de terror. O conserto me custaráquatro meses de trabalho e o bandido do motorista do outro carro, um filhinho depapai muito cretino, nega tudo. Deu uma ajeitada no carro dele, mentiu propapaizinho e viajou para a praia. O pai, um sujeito muito truculento, mandou queeu procurasse o senhor e fôssemos à polícia.

- Peraí, meu filha. Nom conta comigo. Nom querro saber de amolaçom compolícia. Nom sei de nada.

- Como não sabe? O senhor vai me abandonar?- Eu nom ver nada, nom falar nada.- Mas ele deixou até o número da carteira de identidade com o senhor!...- Nom deixou nada. Polícia, nom. Tô fora.- Sua mulher até...- Nom mete meu mulher no meia que sai briga. Vá emborra. Tô trabalhando. E deu as costas para Eustáquio, que saiu desanimado e encolhido, sentindo na

pele o peso da maldade humana. Será que ainda haveria solução?

&

Page 186: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

70A U L A1.1.1.1.1. Assim que falou com Murilo, o jovem irresponsável que provocara o

acidente, Eustáquio ficou desolado. Veja o significado dessa palavra nodicionário...................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Depois de tanta falta de respeito, Eustáquio não se segura e diz ao pai deMurilo:

“ - Desculpe, seu Lúcio, mas seu filho é um cínicocínicocínicocínicocínico, um canalhacanalhacanalhacanalhacanalha, um caloteiro caloteiro caloteiro caloteiro caloteiro.”

As três palavras destacadas têm sentidos aproximados e servem para insultaruma pessoa. No contexto dessa história, elas têm os seguintes significados:cínicocínicocínicocínicocínico::::: sem escrúpulos, hipócrita, oportunista;canalhacanalhacanalhacanalhacanalha::::: vil, ordinário, safado, infame, reles;caloteirocaloteirocaloteirocaloteirocaloteiro::::: trapaceiro, cangancheiro, trampolineiro, trapalhão, velhaco.

Com qual dessas palavras você ficaria mais ofendido? Por quê?..................................................................................................................................

33333. Veja como o dicionário registra a expressão destacada na frase: “ O pai, umsujeito muito truculentotruculentotruculentotruculentotruculento, mandou que eu procurasse o senhor.”

truculento.truculento.truculento.truculento.truculento. adj. 1. 1. 1. 1. 1. Atroz, terrível, cruel, bárbaro, feroz. 2.2.2.2.2. bras. Que semete a valentão; brigão.

Em qual desses dois sentidos o termo foi usado na Cenatexto? Explique-o...................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Logo no início da Cenatexto, Eustáquio percebe que o pai de Murilo não estádisposto a acreditar na sua história. O que ele falou, dando a entender quea história de Eustáquio não passava de algo fantasioso?

2.2.2.2.2. Quais foram os argumentos apresentados por seu Lúcio, o pai de Murilo,para provar que o filho não poderia ter batido no carro de Eustáquio?

33333. Quando Eustáquio foi procurar seu Michel para lhe contar o problema,disse que o filhinho de papai “ deu uma ajeitada no carro dele” e se mandoupara a praia. O que ele estava querendo dizer com isso?

44444. Quando fala com seu Michel, Eustáquio disse que o pai de Murilo é um ho-mem truculento. Indique as falas de seu Lúcio que comprovam essa afirmação.

55555. “Do outro lado da linha, Murilo, intimidado e aparentemente espantadointimidado e aparentemente espantadointimidado e aparentemente espantadointimidado e aparentemente espantadointimidado e aparentemente espantado,relatou. ” O trecho destacado na frase acima mostra como era a personali-dade de Murilo em seu relacionamento com o pai. Por que ele estáintimidado e finge espanto?

6.6.6.6.6. Depois da canalhice de Murilo, a única esperança de Eustáquio era podercontar com seu Michel, que vira o acidente. Como se comportou seu Michel?Qual seria a razão para ele se comportar dessa maneira?

Dicionário

Entendimento

Page 187: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

70A U L A Agora, sua tarefa será reescrever o seguinte trecho do diálogo entre Eustáquio

e seu Michel, no final da Cenatexto:

“ - Peraí, meu filha. Nom conta comigo. Nom querro saber de amolaçom compolícia. Nom sei de nada.

- Como não sabe? O senhor vai me abandonar?- Eu nom ver nada, nom falar nada.- Mas ele deixou até o número da carteira de identidade com o senhor!...- Nom deixou nada. Polícia, nom. Tô fora.- Sua mulher até...- Nom mete meu mulher no meia que sai briga. Vá emborra. Tô trabalhando.”

Reescreva esse diálogo, transformando-o numa narrativa. Para isso, sigaestas sugestões:

a)a)a)a)a) Retire os travessões, pois eles servem para indicar que os personagens es-tão falando. Assim, você será o narrador e contará com suas palavras oque os personagens disseram.

b)b)b)b)b) Colocar as palavras de seu Michel na ortografia correta do português.

Assim que foi procurado por Eustáquio e ouviu a palavra “polícia”, seuMichel começou a dizer, para espanto do rapaz, que não sabia de nada,deixando claro que não queria saber de amolação com a polícia e queEustáquio não podia contar com ele .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

O relacionamento entre pais e filhos nem sempre é fácil. Hoje em dia, asrelações familiares estão passando por muitas mudanças. A idéia mais comumé que os pais devem ser respeitados, e não temidos. Mas algumas pessoasacreditam que isso poderia levar ao excesso de liberalismo, o que tornaria osfilhos muito mimados e, por isso mesmo, rebeldes.

Na Cenatexto que você acaba de ler, temos uma situação muito comum navida familiar de hoje em dia: o filhinho de papai, mimado com todo dinheiro eprotegido por todos os lados, sempre tentando levar a melhor. Você acha que aposição de Murilo, o filho mimado, poderia ser diferente?

Discuta com seus amigos e amigas esse problema levantado na Cenatexto eimagine que sugestões você daria para não prejudicar pessoas inocentes dessamaneira. Escreva sua opinião. Seja um cidadão consciente e livre!

Reflexão

&

Reescritura

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70A U L AAo lado desse problema, temos também a falta de solidariedade das pessoas.

Veja o caso de seu Michel: ele viu o acidente e sabe perfeitamente que Eustáquio,o trabalhador esforçado, tem toda razão. No entanto, ele se nega a dar uma ajudaporque tem medo de se envolver com a polícia. Esse é um fato muito comum, poismuitas pessoas têm medo de se envolver em coisas desse tipo. O que você pensada atitude de seu Michel? Há ou não alguma maneira de se resolver esseproblema e tornar as pessoas mais solidárias? Você tomaria outra atitude? Qual?

PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSANa aula anterior, fizemos uma “pausa gramatical” em que você aprendeu

que o predicado nominal possui basicamente um predicativo e um verbo deligação. Agora, vamos aprofundar um pouco mais o assunto, observando umadistinção muito importante.

Algumas vezes é possível confundir o predicativo (que tem o valor deadjetivo, já que determina um substantivo) com um adjunto adverbial de modo(que determina um verbo). Veja:

- Meu nome é Eustáquio. O senhor está bom bom bom bom bom?“ - Boa tarde, seu Michel. O senhor está bembembembembem?”

Como saber se bom e bem são predicativos ou adjuntos adverbiais de mo-do, já que quanto ao sentido eles dizem quase a mesma coisa?

Em primeiro lugar, você não pode esquecer que o predicativo tem valor deadjetivo, pois determina um substantivo. Como todo adjetivo, ele concordacom o substantivo que determina, isto é, varia com ele em gênero (masculinoe feminino) e número (singular e plural).

Em segundo lugar, o advérbio (que é classificado como adjunto adverbial)é sempre invariável, ou seja, não sofre variações de gênero e número. Portan-to, quando você ficar em dúvida se um determinado termo é um predicativo ouum adjunto adverbial de modo, modifique o substantivo a que ele se refere.Tente passar para o feminino ou para o plural. Se o termo também se modi-ficar, ele será um predicativo, pois terá valor de adjetivo. Se não se modificar,será um adjunto adverbial de modo. Observe:

- O senhor está bombombombombom?

Será que bom é predicativo ou adjunto adverbial de modo? Vamos modificaro sujeito para Os senhores e ver como fica a oração:

- Os senhores estão bonsbonsbonsbonsbons?

Como bom foi para o plural, está provado que ele determina o substantivosenhor. Logo, é um predicativo.

Agora, vamos proceder da mesma forma com a outra oração:

- Os senhores estão bembembembembem?

Como bem não variou, está claro que não determina o substantivo, e sim overbo. Nesse caso, temos um adjunto adverbial de modo.

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70A U L A Leia as frases seguintes e diga se os termos destacados devem ser classifica-

dos como predicativos ou adjuntos adverbiais de modo. Para decidir com maissegurança, você pode usar o teste da mudança do substantivo.

a)a)a)a)a) A placa é a mesmaa mesmaa mesmaa mesmaa mesma.....................................................................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) Você está muito enganadoenganadoenganadoenganadoenganado.....................................................................................................................................................................................................................................................................

c)c)c)c)c) Você está é mal da cabeçamal da cabeçamal da cabeçamal da cabeçamal da cabeça.....................................................................................................................................................................................................................................................................

d)d)d)d)d) Meu filho me conhece bembembembembem.....................................................................................................................................................................................................................................................................

e)e)e)e)e) Eustáquio fala claraclaraclaraclaraclara e pausadamente.....................................................................................................................................................................................................................................................................

&

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71A U L A

Isso é da sua conta

Seu Michel e sua esposa, dona Adélia, tomamo café da manhã. O marido ainda fala para a mulher sobre a insistência deEustáquio em querer que ele o acompanhasse até a polícia. Mas ele acha queaquilo não é da sua conta. A esposa, indignada com o egoísmo do marido, falacom cuidado porque não quer aborrecê-lo. Em determinado momento, seuMichel não consegue esconder sua irritação e dá um soco na mesa.

- Nom vi. Nom querro me meter, nom sei de nada! Nom ser de nosso conta!!!- Mas coitado do Eustáquio, está sem o seu ganha-pão! Se não provar que foi

vítima, vai ter que pagar o conserto com o que não tem, Michel. Não seja ruim.- Eu nom ter nada com isso. Nom querro confusom com polícia.- Mas o infeliz é um pobre traba...- É mesmo um tremendo trabalhom, isso mesmo, um trabalhom bobo, ingênua.- Mas, Michel, o Eustáquio me pareceu um moço tão corre...- Isso! Uma tremenda corredor maluca, doida varrida. Bateu, tem que pagar.

Chega, eu nom querer ouvir esse ladainha.Nisso, Pedro, um vizinho, gritou como um louco da sua janela:- Seu Michel, fogo! Está pegando fogo aí nos fundos de sua loja!Seu Michel, com o susto, caiu da cadeira puxando a toalha da mesa e tudo o que

estava em cima dela. Cesta de pão enfiada na cabeça, servindo de chapéu, e caralambuzada de manteiga, berrou aos quatro ventos:

- A corpa de bombeirra! A corpa de bombeirra!O vizinho, com toda a sua família já dentro da casa, falou esbaforido:- Já chamei, seu Michel, estão vindo. Vamos retirar o que a gente puder.E já saiu carregando peças de tecidos, móveis, calçados, eletrodomésticos. Num

instante, em meio à fumaça que já era intensa, um mutirão repentino de vizinhosfazia fila passando de mão em mão tudo o que conseguiam salvar.

- Coloquem no quintal de minha casa! - gritava Pedro. - Não vamos deixarninguém saquear as coisas do seu Michel.

Quando os bombeiros chegaram, muito já estava salvo. Em poucos minutos, ofogo foi debelado. Não havia atingido a loja, limitando-se apenas ao depósito em queseu Michel estocava fardos de tecido. Um soldado chegou a se ferir, mas foi atendidono mesmo instante pela esposa do Pedro, enfermeira aposentada, que ficou ali deplantão com a velha maleta de medicamentos, amiga de muitos anos. Logo o soldadovoltou ao trabalho.

Seu Michel tinha quinhentos olhos, cada um mais arregalado que o outro. E iaagradecendo a todos.

71A U L A

M Ó D U L O 22

Cenatexto

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71A U L A - Muita obrigada, muita obrigada!

- Seu Michel, vá lá pra casa. Está tudo sob controle. Vá descansar um pouco,cuidar de sua saúde.

- Muita obrigada, seu Pedro. Se não fosse a senhor e as vizinhas eu perdia tudo.Deus ajuda a senhor. Deus ajuda toda mundo.

- Que é isso, seu Michel. Vizinho é pra essas horas. Fosse comigo ou comqualquer outra pessoa, o senhor faria a mesma coisa.

De noite, seu Michel, com fala branda, pediu para a esposa:- Adélia, acha moço da carro que bateu. A gente vai à polícia.Dona Adélia olhou o marido com ternura e disse:- Mas, meu bem, não quer deixar isso pra depois? Vamos cuidar dessas coisas

que são de nossa conta primeiro.E sorriu de sua própria ironia, enquanto seu Michel dizia com voz embargada:- Busca o rapaz. Hoje eu aprender que isso ser de nossa conta.

Observe a frase do início da Cenatexto: ”A esposa, indignada como o egoísmo egoísmo egoísmo egoísmo egoísmodo marido, fala com cuidado...”

Agora veja como o dicionário registra a palavra que destacamos:

egoísmo.egoísmo.egoísmo.egoísmo.egoísmo. s.m. 1.1.1.1.1. Amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aosinteresses alheios. 2.2.2.2.2. Exclusivismo que faz o indivíduo referir tudo a sipróprio; egocentrismo. 3. 3. 3. 3. 3. Orgulho, presunção. 4.4.4.4.4. Amor exclusivo eexcessivo de si, implicado na subordinação do interesse de outrem aoseu próprio.

Na Cenatexto, a palavra egoísmo está empregada de acordo com o primeirosentido registrado pelo dicionário. Mas é bom saber que existe uma outra palavraem português que significa exatamente o contrário de egoísmo. É a palavraaltruísmo, veja:

altruísmo.altruísmo.altruísmo.altruísmo.altruísmo. s.m. 1.1.1.1.1. Amor ao próximo; filantropia. 2. 2. 2. 2. 2. Desprendimento,abnegação. 3.3.3.3.3. Doutrina que considera como fim da conduta humana ointeresse do próximo, e que se resume nos imperativos: “Viva paraoutrem”; “Ama o próximo mais do que a ti mesmo”.

Dicionário

Page 192: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

71A U L A1.1.1.1.1. Observando essas duas palavras, complete as frases a seguir:

a)a)a)a)a) Seu Michel, antes da experiência do incêndio, pensava apenas em si mesmo,ele era um ..........................................................................................................

b)b)b)b)b) Depois, com a manifestação de fraternidade por parte de seus vizinhos, pareceque vai se transformar num ..............................................................................

2.2.2.2.2. Talvez você já tenha participado de algum mutirão, mas saberia explicar oque é um mutirão? Observe:

mutirão.mutirão.mutirão.mutirão.mutirão. s.m. bras. 1.1.1.1.1. Auxílio gratuito que prestam uns aos outros oslavradores, reunindo-se todos os da redondeza e realizando o trabalhoem proveito de um só, que é o beneficiado. Esse trabalho pode ser acolheita, a queima, o roçado, o plantio, o taipamento ou construção deuma casa. [Var. e sin., em lugares diversos do Brasil: mutirom, mutirum,muxirão, muxirã, muxirom, muquirão, putirão, putirom, putirum,pixurum, ponxirão, punxirão, puxirum; ademão, adjunto, adjutório,batalhão, boi-de-cova, junta.]

Escreva uma frase indicando o sentido da palavra mutirão na Cenatexto...................................................................................................................................

3.3.3.3.3. Pedro, o vizinho que viu o incêndio na loja, disse: “não vamos deixar ninguémsaquearsaquearsaquearsaquearsaquear as coisas de seu Michel.” Antes disso, o mesmo Pedro havia dito:“Vamos retirar retirar retirar retirar retirar o que a gente puder.” Como você sabe, as duas palavrasdestacadas têm uma relação de significados, mas há uma diferença funda-mental entre elas. Consulte o dicionário e explique essa diferença.a)a)a)a)a) Saquear: ..............................................................................................................b)b)b)b)b) Retirar: ...............................................................................................................

4.4.4.4.4. Com a chegada do corpo de bombeiros, em pouco tempo o “fogo foidebelado”debelado”debelado”debelado”debelado”. Explique o que significa debelar o fogo.....................................................................................................................................................................................................................................................................

5.5.5.5.5. De acordo com a nossa história, o incêndio se limitou ao local “em que seuMichel estocavaestocavaestocavaestocavaestocava fardos de tecido”. Quer dizer que o incêndio ocorreu nolocal em que eram guardadas ou armazenadas as peças de tecido. Mascuidado: assim como as palavras podem ter sentidos parecidos, chegandoa ser sinônimas, às vezes uma palavra que escrevemos do mesmo jeitopode ter significados completamente diferentes. Essas palavras são cha-madas de homônimashomônimashomônimashomônimashomônimas. . . . . No caso da palavra estocar, ela possui dois signifi-cados importantes. Procure-os no dicionário, registre-os aqui e diga emque sentido essa palavra foi usada na Cenatexto.....................................................................................................................................................................................................................................................................

6.6.6.6.6. Depois de pensar muito, seu Michel, “com voz embargadaembargadaembargadaembargadaembargada” , resolveu ajudaro rapaz que tanto precisava de seu testemunho. Você sabe o que é ter a vozembargada? Explique.....................................................................................................................................................................................................................................................................

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71A U L A 1.1.1.1.1. Algumas vezes as pessoas só ouvem o que querem ouvir, de acordo com o

seu interesse. Assim foi com seu Michel: dona Adélia tentava falar com omarido, que a interrompia, completando o pensamento de acordo com oque lhe interessava. Mostre as falas da esposa que foram interrompidas porMichel e complete o que ela pretendia dizer.

2.2.2.2.2. O que levou seu Michel a repensar sua atitude com Eustáquio, de modo atomar a decisão de ajudá-lo?

3.3.3.3.3. Pela descrição dos objetos que foram salvos do incêndio, você poderia dizercom que tipo de negócio trabalhava seu Michel?

4.4.4.4.4. Depois de ouvir o marido pedindo para achar o rapaz da Kombi, donaAdélia diz:“ - Mas, meu bem, não quer deixar isso pra depois? Vamos cuidar dessas coisasque são de nossa conta primeiro.E sorriu de sua própria ironia.”Como você sabe, a ironia é uma maneira de dizer a coisas falando o contrário doque, de fato, queremos dizer. Se dona Adélia sorriu ironicamente é por quequeria dizer outra coisa. Como ela deveria se expressar, caso não usasse a ironia?

5.5.5.5.5. Ao acompanhar as três partes deste módulo, você viu os três momentos dahistória: primeiro um acidente; depois a falta de solidariedade e a mentira; e,finalmente, a colaboração. Somente um personagem esteve presente nos trêsmomentos: seu Michel, o comerciante. Agora que você o conhece bem, qualsua opinião sobre ele? Você acha que ele é um sujeito sem caráter, semprincípios ou, ao contrário, é um homem de bem? Justifique sua resposta deacordo com as Cenatextos deste módulo.

No primeiro parágrafo da Cenatexto, quando o narrador resume os fatos,temos o discurso indireto. Isso significa que os personagens não falam; apenas onarrador conta tudo. Não aparecem os travessões que indicam as falas dospersonagens.

Seu trabalho será transformar o discurso indireto em direto; ou seja, você vaideixar que os personagens falem. Assim, reescreva o primeiro parágrafo, epasse as falas de seu Michel para o padrão da língua portuguesa.

“Seu Michel e sua esposa, dona Adélia, tomam o café da manhã. O marido aindafala para a mulher sobre a insistência de Eustáquio em querer que ele o acompanhasseaté a polícia. Mas ele acha que aquilo não é da sua conta. A esposa, indignada com oegoísmo do marido, fala com cuidado porque não quer aborrecê-lo. Em determinadomomento, seu Michel não consegue esconder sua irritação e dá um soco na mesa.”

Observe o modelo e continue:

- Adélia, o Eustáquio veio me procurar pedindo para ir com ele à polícia deporsobre o acidente.

- E o que você disse?..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Entendimento

Reescritura

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71A U L ASuponha que nossa história tivesse mais uma parte. Entre as coisas que você

pode imaginar e acrescentar, poderiam estar as seguintes:

a)a)a)a)a) Dona Adélia informa a Eustáquio que o marido está disposto a ajudá-lodepondo na polícia a seu favor.

b)b)b)b)b) Eustáquio fica surpreso com a mudança de atitude, mas Michel diz quenão tem tempo para explicar. Comenta apenas que mudou de idéia e pronto.

c)c)c)c)c) O delegado manda buscar o carro na casa de Murilo para averiguação edescobre que o pára-choque havia sido trocado há poucos dias.

d)d)d)d)d) O pai de Murilo fica furioso e tenta contradizer a polícia. Tenta até mesmosuborná-la, mas nada consegue.

e)e)e)e)e) Eustáquio ganha a causa, tem sua Kombi consertada e ainda recebe umaindenização pelos dias parados.

Esses seriam os fatos principais, mas você pode pôr a imaginação emfuncionamento e acrescentar outros, com elementos mais interessantes. Vocêpode escrever sua história com diálogos e até introduzir a figura de um delegadomuito bravo, que não admite depoimento falso.

A história poderia começar assim:

Nada como um dia depois do outro. Muita coisa estava para mudar na históriade Eustáquio quando seu Michel resolveu colaborar. Chegou a vez de mostrar aoMurilo que diante da lei nem mesmo filhinho de papai leva a melhor.

- O senhor nem sabe como eu lhe agradeço por ter decidido me ajudar, seuMichel - repetia satisfeito Eustáquio.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Redaçãono ar

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72A U L A

Adeus à informalidade

Enquanto Hilda aguardava no balcão do bancoa sua vez de ser atendida, aproveitava para observar o comportamento das pessoas.Estava intrigada com a divisão das filas em “Pessoa Física” e “Pessoa Jurídica”.E agora? Se a moça falasse para ela entrar na fila, em qual deveria entrar? Comose conversasse consigo mesma, pensou: “Calma, cada coisa a seu tempo”. Era aprimeira vez que saía de casa desde o enterro de seu marido, que morrera há 25 diasnum acidente provocado por um desmoronamento no garimpo onde trabalhava. Elaqueria conferir o depósito feito em sua conta pela seguradora. Na verdade, aassistente social da Prefeitura já lhe havia explicado tudo, mas sempre era bom irtomando contato com aquele mundo tão novo. Sabia que tinha uma conta emconjunto com o marido, porque se lembrava do dia em que teve de assinar os papéis.Foi uma sorte, pois no meio daquela confusão dos últimos dias teria sido mais umproblema para resolver e o dinheiro, com certeza, demoraria muito mais para serrecebido. A recepcionista, muito gentil, deu-lhe todas as explicações e disse que ovalor já estava creditado à sua disposição. Ela respirou aliviada e continuou umpouco mais ali, parada, tempo suficiente para observar que a saia da funcionária dobanco era godê.

Cenatexto

72A U L A

M Ó D U L O 23

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72A U L ADepois abriu a bolsa, conferiu um endereço e saiu com os passos mais firmes que

já tinha dado em toda sua vida. Nada fora decidido agora. A morte do marido,coincidentemente, havia apenas precipitado uma atitude que já vinha se tornandoinevitável há algum tempo: deixaria a economia informal e abriria uma microempresa.Foi com esse pensamento que ela andou pelas ruas do centro até encontrar o localprocurado. Rapidamente foi atendida por um funcionário de nome Cássio.

- A senhora já definiu o seu ramo de atividade? Já pesquisou o mercado para verse existe demanda pelo produto que pretende fabricar? Entende ou conhece alguémque entenda do ramo no qual pretende ingressar?

- Ah! Sim. Eu já trabalhei em uma fábrica de uniformes industriais; saí porquearrumei alguns fregueses que me permitiam trabalhar em casa mesmo. Mas, se eutivesse nota fiscal, poderia aumentar bastante a minha freguesia.

- Então vou lhe explicar passo a passo o que deve ser feito para legalizar suaempresa. Primeiro, vai precisar de um contador legalmente habilitado. Depois, devedecidir sobre a forma jurídica da empresa. Pode ser Firma Individual ou umaSociedade por Cotas de Responsabilidade, que é a mais comum quando se começa umapequena empresa. A senhora já tem um local onde pensa instalar a sua fábrica?

- Sim. Num barracão atrás da minha casa, onde já estou trabalhando há algumtempo, como lhe disse.

- Mas é preciso fazer uma consulta à Prefeitura para ver se, de acordo com a leide uso e ocupação do solo, é permitido instalar indústria na sua rua.

- Acho que isso não será empecilho, porque no meu bairro existem váriasempresas instaladas. De qualquer forma, vou verificar.

- A senhora já pensou em um nome para a confecção que pretende abrir?- Sim. Eu pensei em “Uniformes Trabalhar” .- É preciso definir logo o nome porque, depois de aprovado o local, será preciso

tomar duas providências ao mesmo tempo: enviar um requerimento à Secretaria deEstado da Fazenda, solicitando Certidão Negativa de Débito para cada um dos sócios;e consultar a Junta Comercial do Estado para saber se já existe outra empresa com essenome. Depois disso ...

- Confesso que estou ficando um pouco desanimada com tanta burocracia só paraabrir um empresa deste tamanhozinho. Eu pensei que fosse mais simples.

- Calma. Todos os formulários necessários são comprados em qualquer papela-ria. A senhora pode iniciar o processo e voltar daqui a dois ou três dias para eu daras outras informações.

Hilda nem ouviu direito o que o rapaz lhe falava, já estava de pé, pronta para sair.Afinal de contas, precisava trabalhar antes de se submeter à burocracia.

Como boa costureira, Hilda conhece bem o seu trabalho e pôde, comfacilidade, identificar a modelagem da saia da recepcionista do banco. Ela“ observou que a saia da funcionária do banco era godê godê godê godê godê. ” Repare no dicionárioesse verbete:

godê.godê.godê.godê.godê. [Do fr. godet] s.m. 1. 1. 1. 1. 1. Pequena tigela que se adapta à paleta em queos pintores diluem as tintas; godé. 2.2.2.2.2. cost. Corte de tecido em viés, emforma de leque, e que se aplica em saia, manga etc., a fim de se obter ummovimento ondulado.

&Dicionário

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72A U L A Provavelmente, pelo sentido da frase da Cenatexto, você já tinha percebido

que se tratava de um feitio da saia. Mas, ao consultar o dicionário, teve aoportunidade de conhecer a origem da palavra godê. Como vem do francês, éum galicismo ou francesismo. O dicionário, além de nos fornecer o significadodas palavras, nos traz também informações sobre a sua origem, ou seja, suaetimologiaetimologiaetimologiaetimologiaetimologia. Há, inclusive, dicionários especializados nesse assunto: são osdicionários etimológicosdicionários etimológicosdicionários etimológicosdicionários etimológicosdicionários etimológicos.

Verifique no dicionário a palavra destacada na frase da Cenatexto: “(...) amorte do marido havia apenas precipitadoprecipitadoprecipitadoprecipitadoprecipitado uma atitude (...)”:

precipitarprecipitarprecipitarprecipitarprecipitar..... [Do lat. praecipitare] v. t. d. e i. 1. 1. 1. 1. 1. Lançar ou arrojar (de lugarelevado); despenhar. 2. . 2. . 2. . 2. . 2. Atirar, lançar, arremessar (em situação desfa-vorável). 3.3.3.3.3. Tornar mais rápido; apressar; acelerar. 4.4.4.4.4. Fazer chegarantes do tempo; antecipar.

1.1.1.1.1. Observe que a etimologia da palavra precipitar é de origem latina. Agoraexplique em que sentido ela foi usada na Cenatexto...................................................................................................................................

Hilda foi ao banco e lá ficou “intrigada com a divisão das filas em ‘Pessoa Física’Pessoa Física’Pessoa Física’Pessoa Física’Pessoa Física’e ‘Pessoa Jurídica’ Pessoa Jurídica’ Pessoa Jurídica’ Pessoa Jurídica’ Pessoa Jurídica’ “ , pois não sabia o que isso queria dizer. Confira no dicionário:

pessoapessoapessoapessoapessoa..... [Do lat. persona.] s. f. 11111. Homem ou mulher. 22222. gram. Flexão pelaqual o verbo indica as relações dos sujeitos falantes entre si. 3.3.3.3.3. jur. Ser ao qualse atribuem direitos e obrigações. Pessoa Física. Pessoa natural, ser humanoconsiderado como sujeito, como indivíduo. Pessoa Jurídica. Unidadejurídica resultante de um agrupamento humano organizado, estável e quevisa a fins de utilidade pública ou privada e é completamente distinta dosindivíduos que o compõem; sociedades civis, mercantis, fundações.

2.2.2.2.2. Responda:a)a)a)a)a) Em que tipo de fila Hilda deveria entrar? Para Pessoa Física ou Jurídica?..................................................................................................................................b)b)b)b)b) Você, enquanto trabalhador, é Pessoa Física ou Pessoa Jurídica?..................................................................................................................................

Hilda vai deixar a economia informal,,,,, ou seja, aquela economia que nãocumpre as formalidades da lei, não está registrada, não paga impostos, nemregistra seus funcionários. Você sabia que mais de 50%, isto é, mais da metadeda economia brasileira é movimentada pela economia informal? Quase todas aspessoas que fazem serviços para fora, como cozinhar, lavar roupa, venderobjetos nas ruas, produzir pequenas coisas e até mesmo produtos agrícolas empequenas quantidades, estão situadas na economia informal. Elas não sãoregistradas nem pagam impostos.

Se você está nesse caso, fique atento, pois os impostos precisam ser pagosdepois que a renda atinge uma certa quantia mensal. No caso de Hilda, elapretende entrar na economia formal,,,,, ou seja, com firma registrada em cartórioe na Receita Fazendária. Assim, ela vai legalizar a empresa e poderá tirar notafiscal, transportar as mercadorias e até vender para empresas de qualquer tipo.Como ela trabalha com uniformes, que é o seu ramo de atividade,,,,, é muitoimportante abrir uma microempresa.

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72A U L A1.1.1.1.1. Mesmo tendo sido orientada pela assistente social, Hilda fez questão de

comparecer à agência bancária onde estava depositado o dinheiro do segurode vida do seu marido. Por quê ?

2.2.2.2.2. Analisando a informação da Cenatexto de que Hilda “sabia que tinha umaconta em conjunto com o marido, porque se lembrava do dia em que teve deassinar os papéis”, o que podemos dizer sobre a familiaridade de Hilda comas operações bancárias ?

3.3.3.3.3. Sabendo que “a morte do marido, coincidentemente, havia apenas precipitadouma atitude que já vinha se tornando inevitável há algum tempo”, em que amorte do marido poderia ter influenciado na decisão de Hilda para iniciaros preparativos da abertura de seu próprio negócio?

4.4.4.4.4. As reticências são usadas para indicar que uma frase ou pensamento foiinterrompido. Observe que, numa determinada passagem da Cenatexto,Cássio é interrompido por Hilda enquanto fala sobre os documentos:“Depois disso...” Por que Hilda interrompeu a fala do funcionário?

5.5.5.5.5. Depois que o funcionário Cássio descobriu o motivo do desânimo de Hilda,que saída ele encontrou para evitar que ela desistisse de abrir a sua empresa?Examine esta passagem da Cenatexto:

“- A senhora já definiu o seu ramo de atividade? Já pesquisou o mercado para verse existe demanda pelo produto que pretende fabricar? Entende ou conhece alguémque entenda do ramo no qual pretende ingressar?

- Ah! Sim. EuEuEuEuEu já trabalhei em uma fábrica de uniformes industriais, mas saíporque arrumei alguns fregueses que me permitiam trabalhar em casa mesmo. Mas,se eu tivesse nota fiscal, poderia aumentar bastante a minha freguesia.”

É possível afirmar que Hilda estava pretendendo abrir a sua empresasozinha. Sabe por que concluímos isso com tanta facilidade? Pelo que vocêaprendeu na Aula 13 sobre os pronomes pessoais, dá para saber que a pessoacom quem o funcionário fala é apenas uma: vocêvocêvocêvocêvocê. Dá para notar também que,quando Hilda responde, ela o faz na 1ª pessoa do singular: eueueueueu.

Se o funcionário estivesse conversando com duas ou mais pessoas (plural),ele diria:

“- Já definiram o seu ramo de atividade? Já pesquisaram o mercado para ver seexiste demanda pelo produto que pretendem fabricar? Entendem ou conhecemalguém que entenda do ramo no qual pretendem ingressar?”

E as pessoas responderiam:

“- Ah! Sim. NósNósNósNósNós já trabalhamos em uma fábrica de uniformes industriais, massaímos porque arrumamos alguns fregueses que nos permitiam trabalhar em casamesmo. Mas se nós tivéssemos nota fiscal, poderíamos aumentar bastante a nossafreguesia.”

Entendimento

Reescritura

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72A U L A Agora é a sua vez. Reescreva uma parte da Cenatexto a partir desse ponto,

colocando uma provável sócia junto com Hilda e observando as mudanças queserão necessárias. As falas de Cássio irão para a 33333ª pessoa do plural pessoa do plural pessoa do plural pessoa do plural pessoa do plural, e as falasde Hilda para a 11111ª pessoa do plural pessoa do plural pessoa do plural pessoa do plural pessoa do plural.

Mãos à obra. Continue após o modelo:

- Então, vou lhes lhes lhes lhes lhes explicar passo a passo o que deve ser feito para legalizar aempresa de vocês. Primeiro, vão precisar de um contador legalmente habilitado.Depois, devem decidir sobre a forma jurídica da empresa. Pode ser Firma Indivi-dual ou uma Sociedade por Cotas de Responsabilidade Ltda., que é a mais comumquando se começa uma pequena empresa. As senhoras.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Hilda vai abrir uma empresa com o dinheiro que recebeu do seguro de vidade seu marido. Ela é uma mulher viúva que está recomeçando a vida sem o seucompanheiro. Em seu caso, ela já havia tido experiência no mundo do trabalho.Você deve se lembrar da confusão que houve naquele dia em que todo mundoandava vendo TV quando ela chegou em casa.

Há muitas mulheres que jamais sonharam em ter, um dia, que acumular oseu trabalho doméstico com um outro fora de casa. Há pessoas que pensam quea mulher trabalhar fora é desnecessário, outras consideram vital que todas asmulheres trabalhem também fora de casa. E você? Já pensou nesse assunto?Sabia que as mulheres só passaram a trabalhar fora por ocasião da SegundaGuerra Mundial? Isso porque, na Europa, com a guerra, os homens deixaram otrabalho nas fábricas e era preciso substituí-los.

O que você pensa sobre a possibilidade de vir a trabalhar numa empresadirigida por uma mulher? É justo a mulher acumular uma jornada dupla, vistoque, ao retornar do trabalho, ela ainda precisa fazer as tarefas domésticas? Pensee defenda sua opinião perante seus colegas.

&Reflexão

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72A U L ATalvez nenhuma mulher simbolize melhor no Brasil do que Cora Coralina,

a poeta de Goiás, a idéia de que nunca é tarde para começar. Na abertura de seulivro de poemas ela escreveu:

“Este livro foi escritopor uma mulherque no tarde da Vidarecria e poetiza sua própriaVida.”

É de sua autoria o seguinte poema, em que ela sintetiza a força de todas asmulheres:

Todas as vidasTodas as vidasTodas as vidasTodas as vidasTodas as vidas

Vive dentro de mim Vive dentro de mimuma cabocla velha A mulher do povo.de mau-olhado, Bem proletária.acocorada ao pé do borralho, Bem linguaruda,olhando pra o fogo. desabusada, sem preconceitos,Benze quebranto. de casca-grossa,Bota feitiço... de chinelinha,Ogum. Orixá. e filharada.Macumba, terreiroOgã, pai-de-santo... Vive dentro de mim

a mulher roceira.Vive dentro de mim - Enxerto da terra,a lavadeira do Rio Vermelho. meio casmurra.Seu cheiro gostoso Trabalhadeira.d’água e sabão. Madrugadeira.Rodilha de pano. Analfabeta.Trouxa de roupa, De pé no chão.pedra de anil. Bem parideira.Sua coroa verde de são-caetano. Bem criadeira.

Seus doze filhos,Vive dentro de mim Seus vinte netosa mulher cozinheira. Vive dentro de mimPimenta e cebola. a mulher da vida,Quitute bem-feito. Minha irmãzinha...Panela de barro. tão desprezada,Taipa de lenha. tão murmurada...Cozinha antiga Fingindo alegre seu triste fado.toda pretinha.Bem cacheada de picumã. Todas as vidas dentro de mim:Pedra pontuda. Na minha vida-Cumbuco de coco. a vida mera das obscuras.Pisando alho-sal.

Fonte: Cora Coralina. Poemas dos becos de Goiás e estórias maisPoemas dos becos de Goiás e estórias maisPoemas dos becos de Goiás e estórias maisPoemas dos becos de Goiás e estórias maisPoemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo, GlobalEditora, 9ª edição, 1995, págs. 41-46.

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Saideira

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73A U L A

Adeus à informalidade

Há dois dias que Hilda tinha entrado numritmo alucinante. Era como se ela quisesse abraçar o mundo com as pernas. Tomouvárias providências em direção do seu sonho, pois precisa realizá-lo. Foi à Prefeitura,à Secretaria Estadual da Fazenda e à Junta Comercial. Mas antes convenceu sua irmãa entrar como sócia na confecção. Não seria uma sociedade paritária, mas, pelo queficou sabendo, seria mais interessante que constituir uma firma individual. Assim,achou que já era hora de voltar ao balcão e receber a segunda parte das instruções,como tinha combinado com o funcionário Cássio.

Quando entrou no prédio, observou o uniforme de uma secretária que saía,achando interessante o lenço de jérsei que ela trazia sobre os ombros. Então, parou emum cantinho e fez uns desenhos em uma caderneta. Esperou a sua vez.

- Bom dia. A senhora voltou. Isso não é muito comum.- Estou com as minhas tarefas cumpridas. Já comprei os formulários.- Agora é preciso redigir o contrato social.- Será que eu dou conta de mais isso?- É só seguir um roteiro. Mas vamos ver em que pé estão as coisas.Hilda ouvia, anotava e fazia perguntas quando não entendia as informações.

73A U L A

M Ó D U L O 24

Cenatexto

Page 202: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

73A U L A- Em que repartição eu entrego esse tal de contrato social?

- A senhora terá que levá-lo à Junta Comercial. Depois de registrá-lo devida-mente e arquivá-lo na Junta, deverá requerer à Prefeitura o Alvará de Funciona-mento e a Inscrição Municipal. Normalmente, a Prefeitura envia esses documentospelo correio.

- Demora muito?- Costuma demorar de 30 a 40 dias. Mas, enquanto se desenrola essa parte

burocrática, a senhora deve aproveitar para fazer umas pesquisas de mercado e irentrando em contato com os futuros clientes. Quando estiver de posse do Alvará eda Inscrição Municipal, a senhora deverá requerer a sua Inscrição Estadual naAgência Fazendária.

- Continuo com receio de não conseguir fazer isso tudo sozinha.- Até esse ponto a senhora, tenho certeza, irá sem grandes dificuldades. Mas,

daqui para a frente, já será necessário entrar em contato com um contador para queele providencie a compra dos livros fiscais e também requeira a autorização paramandar imprimir as notas fiscais. Ele tornará as coisas mais rápidas.

Hilda sentia a sua cabeça rodar: vontade não faltava, mas estava com medo.- Está sentindo alguma coisa? Está com uma cara assustada. Também não é pra

menos, mas no final dessa maratona a senhora será uma microempresária.- E se eu me esquecer de alguma coisa?- Apesar de ter anotado tudo, a senhora pode comprar o Manual de Registro de

Empresas. Nele está descrito passo a passo o roteiro que deverá seguir.Hilda deu um suspiro de alívio: depois da tempestade vem a calmaria. Ela não

queria retroceder. Tomara que pelo seu caminho encontrasse outras pessoas tãoamáveis quanto aquele rapaz.

No início da Cenatexto, lemos que Hilda “ entrou num ritmo alucinantealucinantealucinantealucinantealucinante” . Defato, ela andava às voltas com mil coisas, tendo que fazer tudo ao mesmo tempo.Observe:

alucinantealucinantealucinantealucinantealucinante. . . . . [Do lat. alucinante.] adj. 1.1.1.1.1. Que alucina, que faz perder otino, a razão, o entendimento; alucinatório. 2.2.2.2.2. Apaixonante, tentador,estonteante.alucinaralucinaralucinaralucinaralucinar..... [Do lat. alucinare, por alucinari] v.t.d. 1.1.1.1.1. Privar da razão, doentendimento; desvairar, enlouquecer. 2. 2. 2. 2. 2. Fazer cair em alucinação. 3.3.3.3.3.Fazer ficar perdidamente enamorado, apaixonado. v. int. 4.4.4.4.4. Causardelírio ou desvario. 5.5.5.5.5. Ter alucinação ou alucinações. 6.6.6.6.6. Perder a razão,o entendimento; desvairar-se. 7.7.7.7.7. Apaixonar-se a ponto de perder o usodo entendimento.

Na verdade, ela entrou num ritmo alucinante e enlouquecedor porqueestava querendo abrir o seu negócio. Precisava vencer na vida. Chegou, inclusi-ve, a “ convencer sua irmã a entrar como sóciasóciasóciasóciasócia na confecção”. Repare como odicionário registra a palavra sócio:

sóciosóciosóciosóciosócio..... [Do lat. sociu, ‘companheiro’] s. m. 1.1.1.1.1. Membro de uma socieda-de. 2. 2. 2. 2. 2. Aquele que se associa com outro numa empresa da qual esperaobter lucros. 3. 3. 3. 3. 3. Membro de uma associação ou clube. 44444. Companheiro,parceiro. adj. 5.5.5.5.5. Associado.

Dicionário

Page 203: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

73A U L A No caso de Hilda e sua irmã, elas seriam membros da mesma empresa como

proprietárias. É interessante observar que a palavra sócio aparece na formaçãode outras palavras dessa Cenatexto. Observe estas expressões:

l Sociedade paritáriaSociedade paritáriaSociedade paritáriaSociedade paritáriaSociedade paritária: sociedade estabelecida por duas ou mais pessoascom os mesmos direitos, as mesmas obrigações e mesma participação.

l Contrato socialContrato socialContrato socialContrato socialContrato social: contrato de constituição de uma empresa ou firma,registrado em cartório.

A palavra soci- é uma raizraizraizraizraiz, , , , , uma base lingüística que aparece em palavras damesma família, formando uma base comum de significação. Chama-se famíliafamíliafamíliafamíliafamíliade palavrasde palavrasde palavrasde palavrasde palavras o conjunto de todas as palavras que se agrupam em torno de umaraiz comum. Grande parte das palavras da Língua Portuguesa têm sua raiz empalavras latinas. Veja, por exemplo, o caso de mãe: em latim é matermatermatermatermater, por issotemos a raiz latina matmatmatmatmat----- em palavras como: matriarca, matriarcado, matrona,matronal, matricial, matriz, matricida, etc.

Nessas palavras temos uma raiz e mais os elementos que você já conhececomo sufixossufixossufixossufixossufixos e prefixosprefixosprefixosprefixosprefixos (aqueles que são acrescentados a uma raiz para criarnovas palavras). No caso do exemplo com mat-, temos os sufixos: -ado, -ona, -cial,-iz e outros. Quando os elementos são acrescentados na frente da raiz, eles setornam prefixos — como ocorreu no caso da palavra associar (as-as-as-as-as-). Portanto, épreciso não confundir as raízes com os prefixos ou com com os sufixos.

1.1.1.1.1. Indique nas palavras abaixo as partes que são prefixos, sufixos ou raiz. Sigao modelo:

l sociedadesociedadesociedadesociedadesociedade: (raiz; soci-; sufixo, -dade).

a)a)a)a)a) associar: ............................................................................................................b)b)b)b)b) associação: .........................................................................................................c)c)c)c)c) social: ................................................................................................................d)d)d)d)d) socialismo: ........................................................................................................e)e)e)e)e) dissociar: ...........................................................................................................f)f)f)f)f) socializar: ..........................................................................................................

Existe ainda um último elemento importante a ser considerado na forma-ção das palavras: o radicaradicaradicaradicaradicalllll,,,,, ou seja, aquela parte “fixa” de uma palavra, e queserve para formar várias outras palavras. Na Língua Portuguesa existemmuitos radicais de origem latina e de origem grega. Veja aqui alguns radicais:

l latinos: latinos: latinos: latinos: latinos: ambi-; bis-; eqüi-; morti-; quadri-; tri-; igni-; etc.

l gregos: gregos: gregos: gregos: gregos: biblio-; deca-; farmaco-; hemo-; meso; necro-; neuro-; orto-;psico-; etc.

Não se preocupe muito em decorar esses radicais, pois eles devem servirapenas como fonte de pesquisa. Conhecendo os radicais que formam umapalavra, fica mais fácil compreeder e criar novas palavras.

Page 204: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

73A U L A2.2.2.2.2. Pesquise no dicionário o significado dos prefixos abaixo. Em seguida, forme

dois exemplos, conforme está indicado no modelo.

1.1.1.1.1. Num dado momento, Hilda”parou em um cantinho e fez uns desenhos em umacaderneta.” Analisando os interesses de Hilda, qual seria o desenho que elafez na caderneta? Para que teria feito esse desenho?

22222. Observe a passagem da Cenatexto: “ - Bom dia. A senhora voltou. Isso não éIsso não éIsso não éIsso não éIsso não émuito comum.muito comum.muito comum.muito comum.muito comum.” O que podemos concluir desse comentário feito por Cássio?

33333. O que o funcionário aconselhou que Hilda fizesse, enquanto estivesseesperando os documentos da Prefeitura para poder iniciar o funcionamentoda fábrica?

4.4.4.4.4. No final da Cenatexto vimos que Hilda se lembrou de um ditado popular:“Depois da tempestade vem a calmaria.” O que você acha que se passava pelacabeça de Hilda naquele momento?

5.5.5.5.5. Releia a Cenatexto e faça uma relação dos documentos que Hilda precisapara abrir sua microempresa. Indique também o local em que ela os deveráconseguir.

Na aula passada, você reescreveu parte da Cenatexto colocando os verbosna 1ª pessoa do plural. Agora imagine que Hilda estivesse escrevendo uma cartaa uma amiga, explicando tudo o que passou para conseguir abrir sua tão sonhadafábrica de uniformes. Como eram amigas de infância, costumavam semprecontar uma para o outra, em detalhes, tudo o que lhes acontecia.

Sua tarefa será escrever a carta de Hilda. Colocando os verbos na 1ª pessoado singular, faça as modificações seguindo a própria Cenatexto. Continue a partirda carta que já iniciamos.

Minha cara amiga

Você nem imagina tudo o que tem acontecido. Minha vida mudou muito depoisda morte de meu marido. Agora inventei de ser uma microempresária. Vouproduzir uniformes, já que a única coisa que sei fazer bem é costurar! Deixa eu tecontar o que ando fazendo.

Entendimento

agri-agri-agri-agri-agri-RRRRRADICAISADICAISADICAISADICAISADICAIS SSSSSIGNIFICADOIGNIFICADOIGNIFICADOIGNIFICADOIGNIFICADO EEEEEXEMPLOXEMPLOXEMPLOXEMPLOXEMPLO

campo agricultura, agrícola

sono-sono-sono-sono-sono-primi-primi-primi-primi-primi-

popul(o)-popul(o)-popul(o)-popul(o)-popul(o)-pluvio-pluvio-pluvio-pluvio-pluvio-

orto-orto-orto-orto-orto-frig(i)-frig(i)-frig(i)-frig(i)-frig(i)-

digit(i)-digit(i)-digit(i)-digit(i)-digit(i)-

Reescritura

Page 205: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

73A U L A Há dois dias que eu entrei eu entrei eu entrei eu entrei eu entrei numa roda-viva. Era como se eu quisesse eu quisesse eu quisesse eu quisesse eu quisesse abraçar

o mundo com as pernas. Tomei Tomei Tomei Tomei Tomei várias providências em direção do meu meu meu meu meu sonho, poispreciso realizá-lo. Fui Fui Fui Fui Fui à Prefeitura, à Secretaria Estadual da Fazenda e à Juntacomercial. Antes, ainda convenci minha ainda convenci minha ainda convenci minha ainda convenci minha ainda convenci minha irmã ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Agora, conheça um poema de Cecília Meireles em que essa autora nos falado fazer poético. Observe que, para o eu lírico, cantar, fazer poesia é umempreendimento absolutamente natural e necessário.

MotivoMotivoMotivoMotivoMotivo

Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,Não sinto goso nem tormento.Atravesso noites e diasno vento.

Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,-não sei, não sei. Não sei se ficoou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno e asa ritmada.E um dia sei que estarei mudo:- mais nada.

Fonte: Cecília Meireles. Flor de poemasFlor de poemasFlor de poemasFlor de poemasFlor de poemas. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 6ªedição, 1984, pág. 63.

&

Saideira

Page 206: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

74A U L A

Adeus à informalidade

E agora? Hilda nunca tinha imaginado queera preciso tanto papel, tanta espera, tantas idas e vindas para abrir uma pequenaempresa. De uma coisa, no entanto, tinha certeza: não ia nadar, nadar e morrerna praia. Pensando dessa maneira, tinha resolvido coisas que nunca imaginouque pudesse fazer. Telefonou para alguns escritórios de contabilidade e achouque seria melhor tentar tomar as providências iniciais sozinha.

“Dinheiro não nasce em árvore”, pensou Hilda mais uma vez com aquelecostume de repetir mentalmente os ditados que ouvia. Sabia que tinha de providen-ciar o contrato social e, para isso, fez mais uma visita à sua irmã:

- Só estou precisando de alguns de seus documentos pessoais e também temosque resolver a questão do capital. Afinal, você quer ou não quer virar capitalista?

- Nem vem, já disse que acho Brasília linda, mas não sabia que teríamos de mudarpra lá. Só entro nesse negócio pra dar uma força, não quero nem saber dessa papeladae muito menos de me mudar daqui.

- Não é nada disso. Você disse que tinha uma pequena quantia disponível e, comono princípio todo dinheiro ainda é pouco, pode ir soltando a grana.

- Está bem. Quer um cafezinho?- Como eu já expliquei, vou usar todo o dinheiro do seguro do meu marido e

mais o daquela poupança que nós vínhamos fazendo há anos. Mais tarde, se notarque é bom para os negócios, penso em pedir um pequeno empréstimo. Mas pracomeçar eu vou tentar evitar...

- Evitar o quê?- O empréstimo.- Ah! sei, concordo. Ainda mais agora que eu posso colocar algum dinheiro.- Tem também a questão da retirada pró-labore.- O que é isso?- Eu estou procurando entender, mas pelo que ouvi acho que é uma espécie de

salário que os sócios podem retirar.- Tem graça pagarmos salários para nós mesmas!- Mas eu não tenho outra fonte de renda, só a minha costura.- Então, Hilda, eu não retiro nada por enquanto.- Será por pouco tempo, pois logo virão os lucros. E, por falar em lucros, quem

está querendo ganhar dinheiro como eu não pode ficar aqui parada.Ao chegar em casa, Hilda consultou o livrinho que indicava os passos que deveria

seguir e logo viu o que não podia adiar: tudo dependia do contrato. Então, respiroufundo e já com ares de empresária redigiu o documento.

74A U L A

M Ó D U L O 23

Cenatexto

Page 207: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

74A U L A Passaram-se alguns dias de muito trabalho até que foi inevitável contratar um

contador, pois a lei exige o original da Carteira de Registro do Contador para acompra dos livros fiscais . Enquanto o contador retocava o contrato que ela haviapreenchido e tomava as últimas providências, Hilda organizava o barracão, separan-do os tecidos e os aviamentos. Também visitou alguns clientes e fez propaganda desua fábrica. Dois dias antes da inauguração, varou a noite costurando porque Cássiolhe fez um convite para expor numa feira de iniciantes e ela não podia perder aoportunidade. Não recebeu nenhuma encomenda no primeiro dia, mas no segundodia fechou com uma rede de restaurantes a confecção de quinze uniformes paracozinheiros. Será que ela vai saber fazer aquele chapéu?

De acordo com a Cenatexto, vimos que Hilda precisava tomar apenas maisalgumas providências para que a empresa pudesse entrar em funcionamento.Observe este verbete no dicionário:

providênciaprovidênciaprovidênciaprovidênciaprovidência. [Do lat. providentia.] s. f. 11111. A suprema sabedoria com queDeus conduz todas as coisas. 22222. p. ext. O próprio Deus. 33333. Prudência eprevisão do futuro. 44444. Pessoa que protege ou ajuda outrem. 55555. Aconteci-mento feliz. 66666. Disposições ou medidas prévias para alcançar um fim,remediar qualquer necessidade ou regularizar certos serviços; prevenção.

1.1.1.1.1. Em que sentido a palavra providência foi usada na Cenatexto?..................................................................................................................................

Observe a primeira fala de Hilda: “- Só estou precisando de alguns de seusdocumentos pessoais e também temos que resolver a questão do capitalcapitalcapitalcapitalcapital.” Note quea palavra capital aparece com vários sentidos no dicionário:

capitalcapitalcapitalcapitalcapital. [Do lat. capitale.] adj. 11111. Que se refere à pena de morte; mortal.22222. Principal, essencial fundamental, primário. s. f. 3.3.3.3.3. Cidade que aloja aalta administração de um país ou de um estado; província; departamen-to. 44444. Riqueza ou valores disponíveis. 55555. Qualquer bem econômico quepode ser aplicado na produção. 66666. Fundo de dinheiro ou patrimônio deuma empresa.

Dicionário

Page 208: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

74A U L AA expressão pena capital quer dizer pena máxima, pena de morte.

Possivelmente você também deve ter ouvido falar em assunto de capitalimportância quando alguém queria se referir a um assunto de muita impor-tância. Há muitos casos em que podemos usar esse verbete: ao dizermos queBrasília é a capital do Brasil, por exemplo, nos referimos à cidade que alojaa administração de nosso país. Quando se refere às pessoas, a palavracapitalista tem um sentido bastante negativo porque lembra o proprietárioexplorador do trabalho alheio. Ou seja, aquele que tem muito dinheiro epossui os meios de produção, as máquinas e a terra para explorar otrabalhador que nada possui. No caso de Hilda, ela estava se referindo aodinheiro necessário para começar o seu negócio.Usando uma palavra dessamesma família, ela também falou: “Afinal, você quer ou não quer virarcapitalistacapitalistacapitalistacapitalistacapitalista? ”

Observe:

capitalistacapitalistacapitalistacapitalistacapitalista. adj. 11111. Referente a capital ou ao capitalismo. 22222. Diz-se dosócio que fornece capital a uma empresa. s. 3.3.3.3.3. Pessoa que vive de umrendimento de um capital. 44444. p. ex. Pessoa que tem muito dinheiro. 55555.Pessoa que fornece capital a empresas.

2.2.2.2.2. Que sentido Hilda deu à palavra capitalista? Será que ela falava sério?......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Durante a conversa de Hilda com sua irmã, ambas sentiram dificuldadeem relação à expressão latina pró- labore. Mas, de acordo com a explicaçãodada por Hilda ( “Pelo que eu ouvi, acho que é uma espécie de salário que ossócios podem retirar.”), elas conseguiram entender o significado dessa pala-vra. O pró-lobore é uma espécie de retirada mensal de dinheiro que o dono daempresa faz para seus gastos.

33333..... Observe que a própria irmã de Hilda percebeu a diferença entre pró-laboree salário quando disse: “- Tem graça pagarmos salários para nós mesmas.”Explique qual a diferença entre essas duas expressões................................................................................................................................ .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ...

&

Page 209: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

74A U L A “Ao chegar em casa, Hilda consultou o livrinho que indicava os passos que

deveria seguir e logo viu o que não podia adiar: tudo dependia do contrato. Então,respirou fundo e já com ares de empresária começou a redigir o documento.”

A firmeza de Hilda ao encarar pela primeira vez o mundo dos negócios (atéchegando a redigir um contrato) chama muito nossa atenção. Como seria essedocumento? Será que ela fez tudo corretamente?

Assim como Hilda, agora você deverá cumprir as seguintes orientações pararedigir um Contrato Social:

Sociedade por Cotas de Responsabilidade Ltda.Sociedade por Cotas de Responsabilidade Ltda.Sociedade por Cotas de Responsabilidade Ltda.Sociedade por Cotas de Responsabilidade Ltda.Sociedade por Cotas de Responsabilidade Ltda.

a)a)a)a)a) IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoNome por extenso de todos os sócios, nacionalidade, profissão, estadocivil, número de inscrição no C. P. F., data de nascimento, endereçoresidencial, número da Carteira de Identidade, data de expedição eórgão expedidor.b)b)b)b)b) Razão social e denominação comercialRazão social e denominação comercialRazão social e denominação comercialRazão social e denominação comercialRazão social e denominação comercialDo Contrato devem constar a razão social e a denominação pela qual aempresa será conhecida comercialmente.Exemplo:Razão social: Hilda Confecções Ltda.Denominação comercial ou nome fantasia: Uniformes Trabalharc)c)c)c)c) Sede socialSede socialSede socialSede socialSede socialIndicar o endereço completo (rua, número, bairro, cidade e estado) dasede e das filiais, se houver.d)d)d)d)d) ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosEstabelecer e tornar claro os objetivos da empresa.e)e)e)e)e) CapitalCapitalCapitalCapitalCapitalDeve ser indicado o montante de dinheiro e a parte de cada sócio.f)f)f)f)f) Gerência e uso da firmaGerência e uso da firmaGerência e uso da firmaGerência e uso da firmaGerência e uso da firmaO contrato deve deixar claro quais são os sócios que assinarão pelaempresa, os responsáveis pela administração, bem como a determinaçãoquanto ao uso da firma e outras definições.g)g)g)g)g) Duração da sociedadeDuração da sociedadeDuração da sociedadeDuração da sociedadeDuração da sociedadeDeclarar expressamente se o prazo de duração for indeterminado ou adata limite no caso de o prazo ser determinado previamente.h)h)h)h)h) Retirada pró-laboreRetirada pró-laboreRetirada pró-laboreRetirada pró-laboreRetirada pró-laboreDeixar claro quais sócios terão direito à retirada e qual a participação decada um em relação aos lucros, custos e/ou prejuízos, respeitada alegislação do imposto de renda vigente.i)i)i)i)i) Exercício social e balançoExercício social e balançoExercício social e balançoExercício social e balançoExercício social e balançoDeterminar o mês em que será realizado o balanço.j )j )j )j )j ) Procedimento em caso de morte, desistência e transferência dasProcedimento em caso de morte, desistência e transferência dasProcedimento em caso de morte, desistência e transferência dasProcedimento em caso de morte, desistência e transferência dasProcedimento em caso de morte, desistência e transferência dascotascotascotascotascotasExplicitar no contrato como serão resolvidos os casos excepcionais.k)k)k)k)k) FechoFechoFechoFechoFechoDeverão ainda constar do contrato o local, a data, o nome legível e aassinatura de todos os sócios, além do nome legível e a assinatura deduas testemunhas.

Redaçãono ar

Page 210: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

74A U L ACertamente você inventará alguma coisa, mas também poderá retirar as

principais informações dessas três últimas aulas. Seja direto e continue depoisdeste início:

Contrato SocialContrato SocialContrato SocialContrato SocialContrato SocialSociedade Por Cotas de Responsabilidade LimitadaSociedade Por Cotas de Responsabilidade LimitadaSociedade Por Cotas de Responsabilidade LimitadaSociedade Por Cotas de Responsabilidade LimitadaSociedade Por Cotas de Responsabilidade Limitada

Os abaixo assinados, Hilda Maria Sampaio Torres, viúva, comerciante,residente nesta capital, na Rua ........................................................................................................................................................................................................nº.........,portadora da Carteira de Identidade nº. ....................................................... e doCPF .........................................., e Beatriz Sampaio Torres, brasileira, solteira,comerciante, residente na Rua ...............................................................................................................................................nº......., na cidade de ..................................,portadora da Carteira de Identidade nº....................................................... , e doCPF ........................................, por este instrumento particular e na melhorforma do direito, constituem entre si uma sociedade por cotas de Responsabi-lidade Ltda., que se regerá pelas seguintes cláusulas:

I I I I I - A firma terá a denominação social (preencha com os itens b e c)....................................................................................................................................................................................................................................................................................II II II II II - O objetivo (item d)....................................................................................................................................................................................................................................................................................III III III III III - O capital (item e)....................................................................................................................................................................................................................................................................................IV IV IV IV IV - Os negócios serão administrados por (item f)....................................................................................................................................................................................................................................................................................V V V V V - As operações terão o prazo de (item g)....................................................................................................................................................................................................................................................................................VI VI VI VI VI - Somente a sócia (item h)..........................................................................................................................................VII VII VII VII VII - O balanço (item i)..........................................................................................................................................VIII VIII VIII VIII VIII - A sociedade não se dissolverá (item j)....................................................................................................................................................................................................................................................................................

E , por estarem assim justas e contratadas, lavram este instrumento em trêsvias que serão assinadas com duas testemunhas.

Local: ............................., ......... de ................................. de 19........

__________________________ ______________________Hilda Maria Sampaio Torres Beatriz Sampaio Torres

Testemunhas: __________________________ ______________________

Page 211: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

75A U L A

Conte o caso como foi

Como é bom voltar pra casa depois de umdia inteiro de trabalho! Chegar, descansar o corpo e a cabeça. Mas há dias emque isso não acontece e, muito ao contrário, após o trabalho vem mais trabalho.Acompanhe o que aconteceu com Guilherme, um funcionário dos Correios.

Ao fim de uma sexta-feira, Guilherme, que andou o dia inteiro, chega em casasonhando com uma poltrona em que possa esticar as pernas e descansá-las. Ao abrira porta do seu apartamento, sente um cheiro estranho de queimado. Então, entracorrendo e vai até a cozinha verificar se é de lá que vem o cheiro. Mas acaba percebendoque o problema não é no seu apartamento, e sim no do vizinho.

Guilherme, apavorado, toca insistentemente a campainha do 301, mas não achaninguém em casa. Desespera-se porque percebe que um volume de fumaça cada vezmaior começa a sair pela fresta da porta. Vendo também a fumaça sair pela janela,não lhe resta dúvida: onde há fumaça há fogo. Corre em direção ao apartamento dosíndico, o seu Leandro, e, apressadamente, narra o problema. Ficando perplexo coma notícia, seu Leandro pede a Guilherme para ligar para o Corpo de Bombeirosenquanto ele pega os extintores.

75A U L A

M Ó D U L O 24

Cenatexto

Page 212: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

75A U L AVoltando ao seu apartamento, Guilherme liga para os bombeiros. Mais uma vez

não consegue fazer nada. Então, só lhe resta reclamar:- Que droga de telefone de urgência é esse que não atende quando a gente

precisa?Mas ele não desiste e insiste até ser atendido.- Corpo de Bombeiros, boa noite. Cabo Henrique.- Por favor, acho que está acontecendo um incêndio aqui no Edifício

Jequitinhonha...- Acha ou está acontecendo? Há indícios de fumaça?- Eu digo que acho porque não estou lá dentro, mas há fumaça saindo do

apartamento do meu vizinho.- Há alguém no apartamento?- Também não sei. Não entrei. Acho que não.- Acho não resolve, meu senhor. Precisamos ter certeza se há alguém lá dentro.

Examine!Guilherme fica ainda mais alterado por ter que manter a conversa ao telefone e

atender o síndico, que chega nervoso, dizendo que os extintores do prédio nãofuncionam.

À medida que ouve, vai transmitindo ao cabo a notícia que acabara de receber.- Que irresponsabilidade! Vocês não sabem que é obrigatório revisar os extin-

tores a cada seis meses? Quando a viatura chegar aí, o sargento conversará sobre isso.Agora preciso saber se há alguém dentro do apartamento.

- Acabo de ser informado que os moradores estão viajando, mas a faxineira doapartamento esteve aqui hoje.

- Meu senhor, por favor, peça a alguém para ver se há alguma janela aberta paraque os bombeiros possam entrar. Diga o endereço do local e o modo mais fácil dechegar aí. Não se esqueçam de desligar a chave geral.

- Cabo Henrique, o senhor me desculpe, mas será que nós não estamos perdendotempo demais no telefone? Não era melhor o senhor vir logo pro local e verpessoalmente o que está acontecendo?

- Desculpe senhor, temos que seguir os procedimentos adequados. Não seapavore, logo estaremos aí.

- Se o prédio não explodir antes.- Só mais uma coisinha, seu Guilherme. Por favor, tente manter a calma dos

moradores. Quanto menos pânico, mais fácil será o trabalho dos bombeiros.Guilherme já estava prestes a perder a paciência com o sargento quando ele se

despediu, dizendo que a viatura estaria no local em dois minutos.Logo depois, os moradores apavorados deixaram seus apartamentos e ficaram à

espera dos bombeiros.

No início da Cenatexto ficamos sabendo que Guilherme estava ansioso parachegar em casacasacasacasacasa. . . . . Em seguida, vimos que ele abriu a porta do apartamentoapartamentoapartamentoapartamentoapartamento.Afinal, ele mora em uma casa ou em um apartamento? Vamos consultar odicionário e conhecer os significados do verbete.

casacasacasacasacasa. . . . . [Do lat. casa] s.f. 1.1.1.1.1. Edifício de um ou poucos andares. 2.2.2.2.2. Cada umadas divisões de uma habitação. 3.3.3.3.3. Lar, família. 4.4.4.4.4. Residência, moradia.

1.1.1.1.1. Agora que você já conhece os significados que a palavra casacasacasacasacasa pode ter, digaem que sentido ela foi usada na Cenatexto................................................................................................................................ ...

Dicionário

Page 213: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

75A U L A O verbo acharacharacharacharachar também tem vários significados e aparece na seguinte

frase da Cenatexto: “Por favor, achoachoachoachoacho que está acontecendo um incêndio aqui noEdificio Jequitinhonha.” Você conhece os vários sentidos que esse verbo podeadquirir? Veja:

acharacharacharacharachar..... [Do lat. vulg. aflare, por afflare] v.t.d. 1.1.1.1.1. Encontrar por acaso ouprocurando. 2.2.2.2.2. Encontrar, descobrir.3.3.3.3.3. Julgar, considerar, supor, ima-ginar. 4.4.4.4.4. Obter, conseguir. 5.5.5.5.5. Sentir, experimentar.

2.2.2.2.2. a)a)a)a)a) De acordo com a frase que mencionamos, diga em que sentido esse verbofoi usado no texto........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) Em que sentido o verbo acharacharacharacharachar foi usado na seguinte frase: “(...) toca in-sistentemente a campainha do 301, mas não achaachaachaachaacha ninguém em casa.”?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

O síndico do prédio, seu Leandro, fica perplexoperplexoperplexoperplexoperplexo ao receber a notícia doincêndio no apartamento 301. Observe:

perplexoperplexoperplexoperplexoperplexo..... (cs) [Do lat. perplexu] adj. 1.1.1.1.1. Indeciso, duvidoso, interessante.2.2.2.2.2. Espantado, admirado, atônito.

3.3.3.3.3. Indique o sentido da palavra perplexoperplexoperplexoperplexoperplexo na Cenatexto.....................................................................................................................................................................................................................................................................................

Você reparou que logo depois do verbete perplexo aparece, entre parênteses,um cscscscscs? Essas duas letras mostram como deve ser a pronúncia do xxxxx na palavraperplexo, pois nem todas as vezes que essa letra aparece numa palavra ela épronunciada da mesma maneira.

A letra xxxxx na Língua Portuguesa representa vários sons. Como você viu, napalavra perplexo o xxxxx tem som de cscscscscs. . . . . Mas ele ainda pode ter estes sons: chchchchch, , , , , sssss, , , , , ssssssssss, , , , , zzzzz.

4.4.4.4.4. Leia as palavras abaixo, e indique qual o som da letra xxxxx:

a)a)a)a)a) faxineira: ............................................................................................................

b)b)b)b)b) explodir: ..............................................................................................................

c)c)c)c)c) deixar: ................................................................................................................

d)d)d)d)d) extintor: ...............................................................................................................

e)e)e)e)e) examinar: .............................................................................................................

Page 214: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

75A U L A1.1.1.1.1. O que fez Guilherme suspeitar de que havia algo errado no apartamento

vizinho ao seu?

2.2.2.2.2. Que atitude Guilherme tomou ao verificar que havia sinal de incêndio noapartamento 301?

3.3.3.3.3. Por que o cabo Henrique, do Corpo de Bombeiros, chamou os moradores doprédio de irresponsáveis?

4.4.4.4.4. Guilherme já estava prestes a perder a paciência com o cabo do Corpo deBombeiros. Qual a afirmação que comprova esse fato?

5.5.5.5.5. Relendo o início da Cenatexto, você diria que Guilherme mora sozinho noapartamento ou com mais alguém? Justifique sua resposta.

Na Cenatexto você presenciou a confusão vivida por Guilherme em seuprédio, com o incêndio no apartamento do seu vizinho.

Imagine que, no dia seguinte, ele vai contar aos seus colegas de trabalho aconversa que teve com o cabo Henrique ao telefone. Faça a narração dessaconversa. Lembre-se de que agora você deve usar os verbos no passado, pois vainarrar fatos acontecidos no dia anterior. Ao escrever, pense nas reações deGuilherme nos momentos em que ele estava apavorado, nervoso e impaciente.

Pense bem: o cabo do Corpo de Bombeiros estava enrolando a conversa comGuilherme e o fogo comendo lá dentro. Imagine como Guilherme vai contar isso.Mas não exagere e seja fiel aos fatos.

Agora, mãos à obra. Continue a narração.

Gente, vocês nem imaginam o que aconteceu ontem lá no meu prédio.Quando cheguei em casa, podre de cansado e querendo botar as pernas pro ar,

senti um cheiro de queimado. Me apavorei. Pensei que o meu apatamento estivessequeimando. Fui ver o que tava acontecendo.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

&

Entendimento

Reescritura

Page 215: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

75A U L A Neste episódio, você presenciou a primeira parte da confusão causada por

um começo de incêndio em um prédio.Alguma vez você já passou por uma situação parecida com essa que você viu

na Cenatexto?Se acontece um acidente qualquer com você ou com alguém próximo, e você

tem de avisar o Corpo de Bombeiros, o Hospital, a Polícia ou seja lá quem for, quetipo de informação você precisa dar? Você sabia que há pessoas que não sabemsequer informar o endereço de onde moram? Claro que neste país há muita genteque nem tem endereço, pois vive na rua, debaixo de pontes e viadutos. Mas nãoé dessas pessoas que estamos falando. Estamos falando daqueles que moramefetivamente em algum lugar.

Agora, responda rapidamente às seguintes questões:

a)a)a)a)a) Qual o seu endereço?b)b)b)b)b) Você sabe como entrar em contato com os serviços mais urgentes se precisar?c)c)c)c)c) No local onde você mora (ou trabalha) existem normas de segurança claras?d)d)d)d)d) Os extintores de incêndio estão colocados em local de fácil acesso? São

periodicamente revisados?e)e)e)e)e) Na sua opinião, a segurança do prédio é de responsabilidade do síndico ou

de todos os moradores?f)f)f)f)f) Dentro da sua casa ou apartamento você se preocupa com sua segurança? De

que forma?

Vamos aproveitar esta seção para demonstrar algumas normas de segurançacontra incêndios, divulgadas pelo Corpo de Bombeiros.

l Mantenha sempre à vista o código de emergência do Corpo de Bombeiros.

l Os extintores devem estar fixados em locais de fácil acesso, devidamentecarregados e revisados.

l Revisar periodicamente as instalações elétricas do prédio.

l Evitar vazamento de líquidos inflamáveis.

l Não colocar trancas nas portas do hall, elevadores e em outras saídaspara áreas livres.

l Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como elevadores) esobre o cuidado de atirar fósforo e pontas de cigarros acesos emqualquer lugar.

l Aconselhar os moradores no sentido de verificarem, antes de sair de casa,se nenhum aparelho ficou ligado.

l Não utilizar elevador no momento do incêndio.

l Evitar aglomerações para não dificultar a ação do socorro e manter livrea área junto aos hidrantes, para facilitar as manobras e o estacionamentodas viaturas.

Reflexão

Saideira

Page 216: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

76A U L A

Conte o caso como foi

Você se lembra do rap apresentado pelosgarotos da Santa Gertudes? Nele havia refêrencia a um incêndio. Hoje vocêsaberá de que fato eles falavam. Acompanhe.

A excitação em frente ao edifício Jequitinhonha é enorme. Moradores daquele ede prédios vizinhos conversam levantando hipóteses sobre a causa do incêndio,avaliando perdas, dando informações aos que chegam. Até a chegada do Corpo deBombeiros, muitas verdades e mentiras continuam sendo ditas.

Guilherme e o síndico se impressionam ao ver o número de pessoas reunidas àfrente do edifício. “Notícia ruim se espalha tão rápido quanto fogo.”- pensa seuLeandro, o síndico. E lá vem fumaça do apartamento 301.

Antes de o síndico começar a responder à enxurrada de perguntas que os curiososlhe dirigem, a atenção de todos vai em direção ao local de onde vem o barulho da sirene.Guilherme tenta fazer com que as pessoas se afastem do local para facilitar asmanobras dos bombeiros. Tentativa inútil, porque as pessoas se recusam a sair deperto do espetáculo. Com a experiência que Guilherme não tem, um dos bombeirosfaz um isolamento para que o trabalho seja realizado de modo rápido e eficiente.

Feito o cordão de isolamento, os bombeiros sobem as escadas do prédio com seusequipamentos. Pedem a presença de duas testemunhas e arrombam a porta doapartamento 301. Em seguida, o fogo é apagado e a situação é controlada semmaiores problemas.

76A U L A

M Ó D U L O 24

Cenatexto

Page 217: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

76A U L A Terminado o serviço, os bombeiros fazem uma inspeção no apartamento a fim de

descobrir a causa do incêndio. O ferro elétrico ligado é um dos culpados daquelahistória. O outro, na opinião do sargento Marcos, é a precária condição da parteelétrica do prédio. O síndico é chamado até a viatura, onde recebe uma bronca.

- Felizmente tudo correu bem, mas poderia ter sido diferente. Uma tragédiapodia ter acontecido, porque os moradores desse prédio não têm extintores de incêndioem condições adequadas. O senhor como síndico deveria saber que os extintores nãosão enfeites, são equipamentos de segurança e devem sempre estar em boas condições.

- A culpa não é só minha. Várias vezes, durante a minha gestão, eu levantei aquestão da recarga dos extintores, mas a maioria dos condôminos sempre acha ummotivo para não gastar dinheiro com esse tipo de coisa - defende-se seu Leandro.

- Vou dar uma semana para que vocês regularizem toda a segurança do edifícioe mandarei um fiscal vistoriar o prédio - ameaça o sargento.

- O sargento pode ficar descansado que amanhã mesmo marcarei uma reuniãoextraordinária para resolver essa questão. Dentro de uma semana tudo estarádevidamente regularizado.

- O senhor sabia que é muito mais fácil evitar incêndios do que apagá-los?- Não tenho dúvida quanto a isso, sargento. E é mais barato.- Não se preocupe. O Corpo de Bombeiros não cobra para apagar incêndio.- Mas não é isso que eu quero dizer...- Tudo bem! Veja lá o que o senhor vai dizer aos moradores.Fim do movimento. Os moradores se dispersam aos poucos, sem muito o que

contar. Tudo tinha corrido tão bem, sem vítimas, sem brigas. Apenas seu Leandrocontinua envolvido até um pouco mais tarde com aquela história. Ele vai até ocomputador e começa a redigir uma convocação que será distribuída a todos osmoradores:

Condomínio do Edifício JequitinhonhaCondomínio do Edifício JequitinhonhaCondomínio do Edifício JequitinhonhaCondomínio do Edifício JequitinhonhaCondomínio do Edifício JequitinhonhaComunicação 09/1995

Prezados condôminos:Diante do acontecido hoje com o princípio de incêndio no apartamento 301,convoco, em regime de urgência, todos os moradores para uma reuniãoextraordinária do condomínio, a realizar-se dia 28/04/95, às 20:30, na salade reunião do prédio.Na pauta da reunião estará em discussão a segurança do prédio e asprovidências a serem tomadas em atenção às exigências legais do Corpo deBombeiros.Contando com a presença de todos , agradeço antecipadamente.Leandro Ribeiro NetoSíndico do Edifício Jequitinhonha

Após escrever, reler e imprimir a convocação, o síndico consegue relaxar umpouco para dormir. Agora restava aguardar a reunião do dia seguinte.

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76A U L ANa abertura da Cenatexto é lembrado que moradores e vizinhos do

edifício Jequitinhonha levantavam hipóteseshipóteseshipóteseshipóteseshipóteses sobre as causas do incêndio.Você sabe o que é levantar uma hipótese? Observe o verbete hipótesehipótesehipótesehipótesehipótese nodicionário:

hipótesehipótesehipótesehipótesehipótese. [Do gr. hypóthesis, pelo lat. hypothese.] s.f. 1.1.1.1.1. Suposição, conje-tura. 2.2.2.2.2. Acontecimento incerto; eventualidade; caso. 3.3.3.3.3. filos. Proposiçãoque se admite de modo provisório como princípio do qual se podededuzir um conjunto dado de proposições.

1.1.1.1.1. Sabendo que hipótese pode ser uma suposição, uma conjetura, explique aatitude dos moradores do edifício Jequitinhonha...................................................................................................................................

2.2.2.2.2. A palavra segurançasegurançasegurançasegurançasegurança é essencial à Cenatexto. Escreva quais os significadosde segurança nas frases abaixo:a)a)a)a)a) O extintor de incêndio é uma segurança segurança segurança segurança segurança contra os incêndios...................................................................................................................................b)b)b)b)b) O síndico respondeu às perguntas do cabo com segurança.segurança.segurança.segurança.segurança...................................................................................................................................c)c)c)c)c) O prédio não tinha um segurançasegurançasegurançasegurançasegurança para controle da entrada...................................................................................................................................

33333. O síndico foi bombardeado com uma enxurrada enxurrada enxurrada enxurrada enxurrada de perguntas. . . . . Veja nodicionário o sentido da palavra enxurrada:

enxurradaenxurradaenxurradaenxurradaenxurrada..... [Fem. substantivado do part. de enxurrar.] s.f. 1.1.1.1.1. Volumede água que corre com grande força, resultante de grandes chuvas;águas selvagens, aguaça, enxurro. 2. 2. 2. 2. 2. Jorro de imundícies. 3.3.3.3.3. fig. Grandequantidade; série.

Com base nessas informações, explique a expressão “enxurrada de perguntas”,que foi usada na Cenatexto.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

44444. Dê o significado das seguintes expressões que aparecem na Cenatexto:a)a)a)a)a) manobra: ........................................................................................................b)b)b)b)b) cordão de isolamento: ...................................................................................c)c)c)c)c) inspeção: .......................................................................................................

5.5.5.5.5. O síndico, diante da exigência do Corpo de Bombeiros, convocou oscondôminoscondôminoscondôminoscondôminoscondôminos para uma reunião extraordinária do condomínio. Para quemmora em apartamento, esse assunto é simples de entender; mas, para quemmora no campo ou sempre morou em casa, não é tão simples assim.Consultando o dicionário, dê o significado das seguintes expressões:a)a)a)a)a) condomínio: ..................................................................................................c)c)c)c)c) condômino: ...................................................................................................d)d)d)d)d) reunião extraordinária: ................................................................................

Dicionário

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76A U L A 1.1.1.1.1. Indique o que fez o síndico constatar que “notícia ruim se espalha tão rápido

quanto fogo”?

2.2.2.2.2. O que faltava a Guilherme para que ele conseguisse afastar os curiosos queimpediam a passagem da viatura?

3.3.3.3.3. Quais foram as prováveis causas do incêndio?

4.4.4.4.4. O sargento Marcos deu uma semana de prazo para que os equipamentoscontra incêndio estivessem em condições adequadas de funcionamento.Indique que atitude do síndico demonstrou que ele considerou que eranecessário tomar providências com urgência.

1.1.1.1.1. Elabore para os moradores do Edifício Jequitinhonha uma convocação parauma palestra sobre segurança. Essa palestra vai contar com a presença dosargento Marcos do Corpo de Bombeiros. Não se esqueça de que na convo-cação devem constar o dia, a hora, o local e o tema da palestra.

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Entendimento

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Reescritura

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76A U L A2.2.2.2.2. Quando saiu do Edifício Jequitinhonha, o sargento Marcos foi para o quartel,

onde tinha de relatar a ocorrência por escrito para o comandante. Colocan-do-se no lugar do sargento Marcos, escreva os fatos acontecidos no local.Lembre-se de que só deverão ser narrados os fatos mais importantes.

BOLETIM DE OCORRÊNCIABOLETIM DE OCORRÊNCIABOLETIM DE OCORRÊNCIABOLETIM DE OCORRÊNCIABOLETIM DE OCORRÊNCIABelo Horizonte, 29/04/95

Ao comandante do 25º Batalhão do Corpo de Bombeiros:

Ontem, por volta das dezenove horas, a viatura 33, sob minha responsabili-dade, respondeu a um chamado de emergência à Rua São Domingos, 23. Achamada foi feita pelo senhor Guilherme Fonseca, morador do apartamento302 no Edifício Jequitinhonha. O morador alegou, pelo telefone, que oapartamento 301 estava com indícios de incêndio. O telefonista que recebeua chamada, cabo Henrique, tomou todas as informações necessárias.A viatura 33 deixou o quartel exatamente às dezenove horas e quando chegueiao local constatei que ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Você deve conhecer muitas fábulas e histórias que envolvem animais. Nestaseção irá conhecer uma fábula política sobre animais revolucionários, escrita porum autor inglês, e que provocou muita discussão. O nome do escritor é GeorgeOrwell. Ele nasceu na Índia, em 1903 e morreu em Londres, em 1950, detuberculose. Sempre defendeu teorias e idéias revolucionárias na linha marxistae socialista. O texto que você vai ler agora é do livro que se chama A revoluçãoA revoluçãoA revoluçãoA revoluçãoA revoluçãodos bichosdos bichosdos bichosdos bichosdos bichos, que só pôde ser publicado depois da Segunda Guerra Mundial, pormotivos políticos.

O livro é um retrato das idéias políticas do autor, desiludido com osocialismo soviético totalitário. A história começa na granja do senhor Jones,que tinha muitos animais. Entre esses animais havia um velho porco revolucio-nário chamado Major, já com 12 anos, que sabia falar muito bem e que atraía aatenção de todos. Uma noite ele fez o seguinte discurso inflamado para os outrosanimais da granja, pregando a revolução:

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Saideira

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76A U L A A revolução dos bichosA revolução dos bichosA revolução dos bichosA revolução dos bichosA revolução dos bichos

- Camaradas, já ouvistes, por certo, algo a respeito do estranho sonho quetive a noite passada. Entretanto, falarei do sonho mais tarde. Antes, tenho outrascoisas a dizer. Sei, camaradas, que não estarei convosco por muito tempo e antesde morrer considero uma obrigação transmitir-vos o que tenho aprendido sobreo mundo. Já vivi bastante e muito tenho refletido na solidão da minha pocilga.Creio poder afirmar que compreendo a natureza da vida sobre a terra, tão bemquanto qualquer outro animal vivente. É sobre isso que desejo falar-vos.

Então, camaradas, qual é a natureza da nossa vida? Enfrentemos a realida-de: nossa vida é miserável, trabalhosa e curta. Nascemos, recebemos o mínimode alimento necessário para continuar respirando e os que podem trabalhar sãoforçados a fazê-lo até a última parcela de suas forças; no instante em que nossautilidade acaba, trucidam-nos com hedionda crueldade. Nenhum animal, naInglaterra, sabe o que é a felicidade ou lazer, após completar um ano de vida.NNNNNenhum animal, na Inglaterra, é livre. A vida de um animal é feita de misériae escravidão: essa é a verdade nua e crua.

Será isso, apenas, a ordem natural das coisas? Será esta nossa terra tão pobreque não ofereça condições de vida decente aos seus habitantes? Não, camaradas,mil vezes não! O solo da Inglaterra é fértil, o clima é bom, ela pode ofereceralimentos em abundância a um número de animais muitíssimo maior do que oexistente. Só esta nossa fazenda comportaria uma dúzia de cavalos, umas vintevacas, centenas de ovelhas - vivendo todos num conforto e com uma dignidadeque, agora, estão além de nossa imaginação. Por que, então, permanecemos nestamiséria? Porque quase todo o produto do nosso esforço nos é roubado pelos sereshumanos. Eis aí, camaradas, a resposta a todos os nossos problemas. Resume-seem uma só palavra - Homem. O Homem é o nosso verdadeiro e único inimigo.retire-se da cena o Homem e a causa principal da fome e da sobrecarga de trabalhodesaparecerá para sempre.

O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, nãopõe ovos, é fraco demais para puxar o arado, não corre o suficiente para alcançaruma lebre. Mesmo assim, é o senhor de todos os animais. Põe-nos a trabalhar, dá-nos de volta o mínimo para evitar a inanição e fica com o restante. (...)

Não está, pois, claro como água, camaradas, que todos os males de nossaexistência têm origem na tirania dos seres humanos? Basta que nos livremos doHomem para que o produto de nosso trabalho seja somente nosso. Praticamente,da noite para o dia, poderíamos nos tornar ricos e livres. Que fazer, então?Trabalhar dia e noite, de corpo e alma, para a derrubada do gênero humano. Estaé a mensagem que eu vos trago, camaradas: Revolução! Não sei quando sairáesta Revolução, pode ser daqui a uma semana, ou daqui a um século, mas umacoisa eu sei, tão certo quanto o ter eu palha sob meus pés: mais cedo ou maistarde, justiça será feita.

Fonte: : : : : George Orwell, A revolução dos bichosA revolução dos bichosA revolução dos bichosA revolução dos bichosA revolução dos bichos. Porto Alegre, Editora Globo, 5ª edição,1977, págs. 4-7.

Depois desse discurso inflamado, o porco Major contou que tinha sonhadocom uma linda canção revolucionária que ele ouvira na infância e havia esque-cido completamente. Se você quer saber mais sobre essa revolução dos animais,leia o livro e veja como acabou a república dos animais revolucionários.

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77A U L A

Conte o caso como foi

O síndico, no dia seguinte ao do incêndio,afixou a convocação para a reunião extraordinária na sala de reuniões doEdifício Jequitinhonha. No dia e horário previstos, dois terços dos moradoresaguardavam a chegada de seu Leandro para o início da reunião. Acompanhecomo tudo aconteceu.

Seu Leandro chega, desculpa-se pelo pequeno atraso e pede a dona Marlene queleia a ata da última reunião, como é de praxe. Ela lê o seguinte:

“Ata da vigésima sexta reunião dos Condôminos do Edifício Jequitinhonha,aos vinte e dois dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e cinco,às vinte horas e quarenta minutos, reuniram-se na sala de reuniões, sob apresidência de Leandro Ribeiro Neto, síndico do condomínio Edifício Jequitinhonha,os seguintes moradores do edifício: Vilma Alves Neto, Paulo de Almeida, MariaCarmem Miranda Celestino, Joel de Paula Odilon Braga, Maria Clara de Sá Braga,Marcelo Quintiliano, Franciso Ceccato, Rosa Ferreira, Guilherme Rosa. A sessãofoi secretariada pela moradora Isabel Ribeiro Alves. Inicialmente, foi feita a leiturada ata da sessão anterior, para que fosse aprovada e devidamente assinada. Emseguida, foi realizada uma votação para definir a troca de interfones. A medidacontou com a aprovação unânime dos condôminos presentes. O síndico aproveitoua oportunidade para informar que os extintores do prédio estavam precisando derecarga. Vários moradores foram contra, alegando que a taxa de condomínio jáestava muito alta e que a recarga dos extintores poderia esperar. Não havendoconsenso, ficou decidido que esse assunto seria resolvido na próxima reunião. Nãohavendo mais nada a tratar, o síndico encerrou a reunião.”

Terminada a leitura, os presentes assinam a ata, constrangidos, reconhecendoque o que negaram os colocou em risco de vida.

Então, seu Leandro faz um pequeno discurso chamando atenção para operigo que correram e comunica que o sargento Marcos lhes deu o prazo máximode uma semana para que os extintores fossem recarregados. Sem hesitar, propõeuma aumento na taxa do condomínio para que outras reformas, que visavam amaior segurança dos moradores, fossem realizadas. Dona Rosinha interrompe osíndico e diz que sua situação financeira não permite que ela concorde com todasessas reformas de uma só vez. A fala de Rosinha provoca um rebuliço na sala.Alguns moradores concordavam com ela e outros discordavam. Foi aquele bate-boca.

77A U L A

M Ó D U L O 24

Cenatexto

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77A U L A Até que o síndico aumenta o tom de voz e pede silêncio. Guilherme aproveita aquele

momento para dizer aos moradores que nenhuma atitude será tomada se não for coma aprovação de todos. O síndico sugere que seja feita uma votação e aproveita paradizer que gostaria que fossem vedadas as brincadeiras na garagem. Novo rebuliço.As mães das crianças se sentem ofendidas e cada uma, ao mesmo tempo, defendeseus filhos. Novamente o síndico precisa usar de sua autoridade para colocar ordemna reunião. Feita a votação da recarga dos extintores e não havendo mais nada atratar, a reunião é encerrada.

No final da reunião dos moradores, “o síndico aproveita para dizer quegostaria que fossem vedadas vedadas vedadas vedadas vedadas as brincadeiras na garagem”. O que ele queria dizercom isso? Veja o verbo vedarvedarvedarvedarvedar no dicionário:

vedarvedarvedarvedarvedar..... [Do lat. vetare.] v.t.d. 1.1.1.1.1. Impedir, proibir, interditar. 2.2.2.2.2. Estancar.3.3.3.3.3. Fechar, tapar.

1.1.1.1.1. Agora que você conhece os significados que a palavra vedarvedarvedarvedarvedar pode ter,indique em que sentido ela foi usada na Cenatexto................................................................................................................................ .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. ...

Na ata da reunião anterior constatamos que os condôminos negaram oaumento do condomínio alegandoalegandoalegandoalegandoalegando que a taxa estava muito alta. Observe comoo dicionário registra esse verbete:

alegaralegaralegaralegaralegar. . . . . [Do lat. allegare.] v.t.d. 1.1.1.1.1. Citar, mencionar. 2.2.2.2.2. Apresentar comoexplicação, desculpa.

Dicionário

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77A U L A2.2.2.2.2. Leia com atenção as frases abaixo e indique qual o sentido do verbo alegar

em cada uma delas.a)a)a)a)a) Rosa alegou alegou alegou alegou alegou não ter condições de pagar o condomínio.

.............................................................................................................................b)b)b)b)b) O síndico alegou alegou alegou alegou alegou a exigência do sargento.

.............................................................................................................................

3.3.3.3.3. Indique qual é o significado das palavras destacadas, de acordo com ocontexto em que foram usadas na Cenatexto:

a)a)a)a)a) “Seu Leandro chega, desculpa-se pelo pequeno atraso e pede a dona Marleneque leia a ata da última reunião, como é de praxede praxede praxede praxede praxe.....”.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) “A medida contou com a aprovação unânimeunânimeunânimeunânimeunânime dos presentes.”.............................................................................................................................

c)c)c)c)c) “Terminada a leitura, os presentes assinam a ata, constrangidos,constrangidos,constrangidos,constrangidos,constrangidos, reconhe-cendo que o que negaram os colocou em risco de vida.”.............................................................................................................................

4.4.4.4.4. Verifique no dicionário se há alguma diferença de significado há entre aspalavras rebuliçorebuliçorebuliçorebuliçorebuliço e reboliçoreboliçoreboliçoreboliçoreboliço.....................................................................................................................................................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Identifique qual foi a informação trazida na leitura da ata da reuniãoanterior, que indica que o síndico estava preocupado com a questãodo incêndio.

2.2.2.2.2. Na Cenatexto aconteceram dois rebuliços. Por quê?

3.3.3.3.3. Você tomou conhecimento da ata da vigésima sexta reunião do EdifícioJequitinhonha. Explique por que a ata “livrou a pele” do síndico na questãoda recarga dos extintores de incêndio.

A primeira parte da Cenatexto apresenta a leitura de uma ataataataataata. . . . . Ata é umdocumento em que se registram os fatos ocorridos em reuniões. Toda reunião decondomínio, de negócios ou mesmo de assuntos oficiais, costuma ter uma ata.Até reunião de clube de futebol tem ata!

Você reparou que os assuntos da reunião de condomínio foram registradoscom três características: a)a)a)a)a) resumidamente; b)b)b)b)b) objetivamente; c)c)c)c)c) na ordem emque os fatos aconteceram

Depois de redigida, a ata é um documento que vai ser assinado por todos osque estiveram presentes e a aprovaram. Por isso, uma ata não pode ser alteradaou ter seu texto modificado depois de escrita. É também por esse motivo que nelanão há parágrafos, nem qualquer espaço em branco.

Entendimento

Redaçãono ar

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77A U L A Vamos aproveitar a ata da reunião do Edifício Jequitinhonha para conhecer

os elementos que compõem uma ata.

a)a)a)a)a) CabeçalhoCabeçalhoCabeçalhoCabeçalhoCabeçalho: em que se esclarece a que reunião, de que órgão ou entidade, elase refere. “Ata da vigésima sexta reunião ordinária do Condomínio do EdifícioJequitinhonha.”

b)b)b)b)b) DataDataDataDataData: com especificação do dia, mês, ano e hora da reunião (escritos porextenso). “Aos vinte e dois do mês de março do ano de mil novecentos noventae cinco, às vinte horas e trinta minutos. “

c)c)c)c)c) Local da reuniãoLocal da reuniãoLocal da reuniãoLocal da reuniãoLocal da reunião: “Reuniram-se na sala de reuniões doEdifício Jequitinhonha.”

d)d)d)d)d) Nome do presidente da reuniãoNome do presidente da reuniãoNome do presidente da reuniãoNome do presidente da reuniãoNome do presidente da reunião: “Sob a presidência de seu Leandro RibeiroNeto, síndico do edifício Jequitinhonha.”

e)e)e)e)e) Relação das pessoas presentesRelação das pessoas presentesRelação das pessoas presentesRelação das pessoas presentesRelação das pessoas presentes: “Reuniram-se os seguintes moradores: VilmaAlves Neto, Paulo de Almeida, Maria Carmem Miranda, Joel de Paula OdilonBraga, Maria Clara de Sá Braga, Marcelo Quintiliano, Franciso Ceccato, RosaFerreira, Guilherme Rosa.”

f)f)f)f)f) Indicação do secretário da reuniãoIndicação do secretário da reuniãoIndicação do secretário da reuniãoIndicação do secretário da reuniãoIndicação do secretário da reunião: “A sessão foi secretariada pela moradoraIsabel Ribeiro Alves.”

g)g)g)g)g) Histórico dos fatos ocorridosHistórico dos fatos ocorridosHistórico dos fatos ocorridosHistórico dos fatos ocorridosHistórico dos fatos ocorridos: Inicialmente, foi feita a leitura da ata da sessãoanterior, para que fosse aprovada e devidamente assinada. Em seguida, foirealizada uma votação para definir a troca de interfones. A votação foi unânime.O síndico aproveitou a oportunidade para informar que os extintores do prédioestavam precisando de recarga. Vários moradores foram contra, alegando que ataxa de condomínio já estava muito alta e que a recarga dos extintores poderiaesperar. Não havendo consenso, ficou decidido que esse assunto seria resolvidona próxima reunião

h)h)h)h)h) FechoFechoFechoFechoFecho: Indica se ficou algum assunto sem esclarecimento ou se tudo foitratado devidamente. “Não havendo mais nada a tratar, o síndico encerrou areunião.”

Para fazer uma ata, basta seguir as informações apresentadas e não haveráerro. Treine fazendo uma ata da reunião extraordinária do condomínio,acontecida no Edifício Jequitinhonha. Releia o texto e faça aqui o documento.Os dados que faltarem você pode inventar, mas, quando for for redigir uma ataverdadeira, nada poderá ser inventado. Afinal, uma ata é um documento muitoimportante.

Ata da oitava reunião extrordinária dos condôminos do EdifícioJequitinhonha. Aos vinte e oito de abril de mil novecentos e noventa e cincose reuniram às vinte horas e trinta minutos na sala de reuniões do EdifícioJequitinhonha ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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78A U L A

Alerta, companheiro!78

A U L A

M Ó D U L O 25

CenatextoHilda desligou o telefone com uma das mãos,mas continuou com o fone ao ouvido. A sua cabeça rodava. Tinha quase certezade que só podia ser engano. Uma das costureiras lhe ofereceu um copo d’água queela bebeu com o olhar perdido, sem emitir uma só palavra.

- Acho melhor chamar a dona Beatriz , parece que dona Hilda está tendoum troço.

- O que será que a deixou desse jeito?Não demorou muito e toda a confecção foi contaminada pela mesma perple-

xidade de dona Hilda.- Hilda, minha irmã, vamos acabar com isso enquanto é tempo. Eu bem que

sabia que esse troço de microempresa era coisa pra gigante.- Mas eu não tenho culpa se os uniformes encolheram. Agora estou perce-

bendo que aquele desconto imenso que me deram no preço do tecido era o maiorconto- do- vigário. Deve haver um modo de provar que não tenho nada com isso.

- Duvido. Você sabe que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Elesdisseram que não vão pagar e não pagam mesmo. É melhor você se conformar.

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78A U L A - Como? Onde é que nós vamos arrumar dinheiro para cobrir os cheques dos

fornecedores? E a segunda parte da encomenda que eles também suspenderam?Nós já estamos costurando. Se você me dá licença, não vou desistir, mesmo quetenha de carregar uma mala como você!

Assim Hilda foi pegando a bolsa e tomando a direção da porta. Já arrepen-dida da grosseria que fizera com Beatriz, não pôde conter uma certa admiraçãopelo fato de a irmã não ter retrucado. Mas agora era tarde, pois tinha umaquestão urgente para resolver.

Quando se viu no ponto do lotação, em fração de segundo, teve de decidir oque fazer, pois o ônibus já vinha chegando.

Ao descer naquele bairro distante Hilda sentiu-se um pouco melhor. Sabiaque o doutor Ricardo não era homem de desfazer dos amigos pobres.

- Em que posso servi-la? - perguntou- lhe uma moça vestida com umuniforme todo engomado.

- Gostaria de falar com o doutor Ricardo. Diga que é a Hilda, filha da Rosa.Em alguns minutos apareceu um senhor muito alegre que foi logo deixando

Hilda mais corajosa. Muito rapidamente ela foi explicando tudo o que estava sepassando. Ele se disse bastante surpreso diante de sua capacidade de abrir umaempresa praticamente sozinha. Ele mesmo, que era advogado, achava a legisla-ção bastante complicada.

- Pois é doutor Ricardo. Eu nunca viria incomodar um homem importantecomo o senhor, se a situação não estivesse tão difícil .

- Vamos deixar de bobagem, Hilda. A sua situação é prevista no Código deDefesa do Consumidor. Você não conhece seus direitos ? Aguarde um pouquinhoque eu vou buscá-lo.

Hilda ficou aguardando. Um minuto depois voltava o advogado, com umlivrão aberto nas mãos. Aproximou-se de Hilda e lhe mostrou a solução doproblema.

- Veja: “Inversão do ônus da prova ”.- E o que é isso?- Na justiça comum, a obrigação de provar é sempre da pessoa que reclama,

ou seja, daquele que processa alguém. Pelo Código de Defesa do Consumidor,essa obrigação poderá ser invertida, quer dizer, a obrigação de provar será dofabricante do produto ou do prestador de serviço e não daquele que reclama.

- Continuo não entendendo onde o senhor que chegar. Eu sou prestadora doserviço. A fábrica está reclamando que o serviço que eu fiz não prestou...

- Aí é que nos vamos achar a solução : você fabricou uniformes com tecidoque encolheu, tem direito de exigir que o fabricante do tecido a indenize pelosprejuízos que vier a ter. Ou seja: quem comprou os uniformes reclama de quemfabricou e quem fabricou reclama de quem produziu o tecido. Não tem erro.

- Será?!

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78A U L AObserve esta fala da dona Hilda: “Agora estou percebendo que aquele desconto

imenso que me deram no preço do tecido era o maior conto-do-vigárioconto-do-vigárioconto-do-vigárioconto-do-vigárioconto-do-vigário” . Vocêconhece a expresão conto-do-vigário? Veja:

conto-do-vigário.conto-do-vigário.conto-do-vigário.conto-do-vigário.conto-do-vigário. s.m.bras. 1. 1. 1. 1. 1. Embuste para apanhar dinheiro, emque o embusteiro, o vigarista, procura aproveitar-se da boa fé davítima, contando uma história meio complicada mas com certa veros-similhança. 22222..... p.ext. Qualquer embuste para tirar bem material oualheio: “Ninguém já engana ninguém - o que é tristíssimo - na terra nataldo conto-do-vigário.” (Fernando Pessoa) [Esse exemplo, de autor por-tuguês, leva a crer que esse verbete não é um brasileirismo.]

Lendo esse verbete, percebemos que dona Hilda quis dizer que tinha sidoenganada por quem lhe havia vendido o tecido. O dicionário chama a atençãopara a dúvida que existe quanto ao fato dessa expresssão ser um brasileirismo ounão. Veja o que é brasileirismobrasileirismobrasileirismobrasileirismobrasileirismo:

brasileirismo. brasileirismo. brasileirismo. brasileirismo. brasileirismo. s. m. 1.1.1.1.1. Palavra ou locução própria de brasileiro. 2.2.2.2.2.Modismo próprio da linguagem dos brasileiros. 3.3.3.3.3. bras. Caráter distin-tivo do brasileiro e/ou do Brasil. 4.4.4.4.4. bras. Sentimento de amor ao Brasil;brasilidade.

Assim podemos dizer que a expressão conto-do-vigário não é um brasileiris-mo, pois foi importada de Portugal. No caso da palavra troçotroçotroçotroçotroço, por exemplo,temos um brasileirismo.

Veja o significado dessa palavra que aparece duas vezes na Cenatexto:

troço.troço.troço.troço.troço. s.m.bras.gír. 11111. Coisa imprestável; traste velho; tralha. 2.2.2.2.2. Qual-quer objeto,trem, negócio. 3.3.3.3.3. Pessoa importante, influente; figurão: Ohomem é um troço na política. 4.4.4.4.4. Mal-estar indeterminado: Teve um troçoe morreu.

Consultando esse verbete responda qual o sentido da palavra troçotroçotroçotroçotroço nasfrases da Cenatexto:

a)a)a)a)a) “Parece que dona Hilda está tendo um troço.”..................................................................................................................................

b)b)b)b)b) “Eu bem que sabia que esse troço troço troço troço troço de microempresa era coisa pra gigante.”..................................................................................................................................

Além de ser um brasileirismo, a palavra troço é classificada como sendouma gíria. É comum na linguagem popular , principalmente em grupos deestreita convivência (como é o caso de Hilda, Beatriz e as funcionárias daconfecção), o uso de gírias. Como você já viu na Aula 56 com a música dosrappers, gíria é uma linguagem especial usada por certos grupos com oobjetivo de dificultar a compreensão da mensagem por aqueles que nãofaçam parte daquele grupo. Palavras como “ bárbaro”, “legal ”, “um barato",“bicho ” são exemplos de gírias. Noel Rosa , um brilhante compositor damúsica popular brasileira, numa composição de 1936, oferece uma reflexãosobre os mecanismos de criação, adaptação e assimilação lingüísticas.

Dicionário

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78A U L A Nessa composição ele comenta o papel da gíria no grupo em que ela surge e sua

influênia sobre os outros grupos:

Não tem tradução Não tem tradução Não tem tradução Não tem tradução Não tem tradução ( ou Cinema falado )Cinema falado )Cinema falado )Cinema falado )Cinema falado )

O cinema faladoÉ o grande culpadoDa transformaçãoDessa gente que sente que um barracãoPrende mais que um xadrez.Lá no morro, se eu fizer uma falsetaA RisoletaDesiste logo do francês e do inglês.

A gíria que nosso morro criouBem cedo a cidade aceitou e usou.Mais tarde o malandro deixou de sambar,Dando pinoteE só querendo dançar o foxtrote.

Essa gente, hoje em dia,Que tem a maniaDa exibiçãoNão se lembra que o samba não tem traduçãoNo idioma francês.Tudo aquilo que o malandro pronunciaCom voz maciaÉ brasileiro: já passou de português.

Amor lá no morro é amor pra chuchu,As rimas do samba não são : “Ai lôve iú”.E esse negócio de “Alô, Alô, bói” e “Alô jône”Só pode ser conversa de telefone.

Fonte: Noel Rosa. Noel RosaNoel RosaNoel RosaNoel RosaNoel Rosa, São Paulo, Abril Educação, Literatura Comentada, 1982.pág. 48-49.

&

Page 230: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

78A U L A1.1.1.1.1. Quando desligou o telefone dona Hilda ficou perplexa. Mas, “não demorou

muito e toda a confecção foi contaminada pela mesma perplexidadeperplexidadeperplexidadeperplexidadeperplexidade de donaHilda”. Observando o comportamento dela no princípio da Cenatexto,explique o que estava acontecendo.

2.2.2.2.2. Há um trocadilho presente na frase “esse troço de microempresa era coisa pragigante”. Explique o jogo feito com as palavras microempresa microempresa microempresa microempresa microempresa e gigante. gigante. gigante. gigante. gigante.

33333. Beatriz, irmã e sócia de Hilda, observou que “a corda sempre arrebenta do ladomais fraco”. O que ela estava querendo dizer com isso?

4.4.4.4.4. Quando Hilda saiu da confecção para resolver o seu problema, ela ainda nãosabia o que fazer. Indique uma passagem da Cenatexto que comproveesta afirmação.

5.5.5.5.5. Diante do problema contado por dona Hilda, qual foi a solução sugerida peloadvogado por ela consultado? Em que ele se baseava para propor essasolução?

A Cenatexto começa logo depois que Hilda desliga o telefone. No entanto,seu diálogo com o interlocutor não foi reproduzido. Baseando-se nas informa-ções da Cenatexto, imagine a conversa criando um texto que dona Hilda poderiareproduzir naquele momento ao telefone. Como você sabe, após receber otelefonema foi ela quem começou a falar. O problema eram os uniformes queencolheram. Para criar o diálogo, considere tudo o que ocorreu na Cenatexto. Alivocê tem muitas informações importantes para esta tarefa.

Veja aqui uma sugestão para o início desse diálogo. Depois é você quemcontinua.

(Dona Hilda atende ao telefone)- Alô.- Boa tarde, é da fábrica de uniformes Trabalhar?- Sim . Em que posso servi-lo?- Eu gostaria de falar com a dona da fábrica.- Pois não. Sou eu, Hilda.- Dona Hilda, quem está falando aqui é o gerente daquela empresa que comprou

os uniformes que foram entregues na semana passada.- Sei. O que o senhor deseja?- Estou comunicando que vamos suspender o pagamento dos uniformes.- Mas por quê? Ficaram tão bem feitos. O senhor mesmo disse, quando eu fui

entregar..- É, eu disse. Mas depois que eles foram lavados,...................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

Entendimento

Reescritura

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78A U L A Observe o comentário feito por Beatriz, a irmã de Hilda: “a corda sempre

arrebenta do lado mais fraco. Eles disseram que não vão pagar e não pagam mesmo.É melhor você se conformar.”

Você concorda ou discorda dessa idéia? O que faz uma pessoa ser conside-rada mais fraca do que a outra?

Quando alguém diz que não vai pagar, há alguma solução que não seja partirpara a ignorância? Qual? Se a pessoa tem razão, o que deve fazer para se defenderde uma acusação ? Argumente, discuta com os seus colegas sobres essasquestões, pois isso pode acontecer com você também.

O Código de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do Consumidor, Lei 8078, de 11 de setembro de 1990,entrou em vigor em 11 de março de 1991. É uma lei de ordem pública queestabelece direitos e obrigações de consumidores e fornecedores, com o fim deevitar que ambas as partes sofram qualquer prejuízo.

Uma lei de ordem pública não pode ser contrariada nem por acordo entreas partes.

Os consumidores podem ser uma pessoa, várias pessoas ou ainda empre-sas que compram ou utilizam produtos e serviços, para uso próprio. O produtopode ser qualquer bem móvel (carro, eletrodomésticos, sofá etc.) e o serviço équalquer trabalho prestado a ser pago (inclusive serviços públicos, bancários,financeiros, de créditos e de seguros).

O Código de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do Consumidor enumera os direitos básicos doconsumidor. No entanto, outras situações que venham a causar prejuízostambém estão previstas pelo Código.

São direitos do consumidor:

AAAAA))))) PROTEÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE.

BBBBB))))) EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO.

CCCCC))))) ESCOLHA DE PRODUTOS E SERVIÇOS.

DDDDD))))) INFORMAÇÃO.

EEEEE))))) PROTEÇÃO CONTRA PUBLICIDADE ENGANOSA E ABUSIVA.

FFFFF))))) PROTEÇÃO CONTRATUAL.

Reflexão

Saideira

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78A U L AGGGGG))))) INDENIZAÇÃO.

HHHHH))))) ACESSO À JUSTIÇA.

IIIII))))) FACILITAÇÃO DE DEFESA DOS SEUS DIREITOS.

JJJJJ))))) QUALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS.

O Código de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do Consumidor facilita e amplia as maneiras para oconsumidor defender e fazer valer os seus direitos na justiça. Uma delas é ainversão do ônus da prova. Isto significa que quem vendeu o produto ou oserviço é que tem que provar que tudo estava em perfeitas condições de uso oude acordo com o que foi contratado. Não é quem reclama que tem de provar quefoi prejudicado; quem foi acusado é que tem de provar que é inocente (ofabricante, por exemplo, é que tem de provar que o eletrodoméstico funciona enão quem diz que ele está com defeito.)

Fonte: “““““ Guia PráticoGuia PráticoGuia PráticoGuia PráticoGuia Prático”, folheto publicado pela Secretaria de Defesa do Consumidor doEstado de São Paulo, 1990.

&

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79A U L A

Alerta, companheiro!79

A U L A

M Ó D U L O 25

Cenatexto Enquanto Hilda procurava na caderneta o nú-mero do telefone da Cia. Têxtil Sta. Gertrudes, empresa que lhe vendera o tecido,doutor Ricardo lhe explicava que a reclamação verbal era uma primeira tentativa deacordo, mas se não desse certo, existiam outros meios para reclamar.

Lá da fábrica de tecido disseram que não havia ninguém que pudesse responderpela empresa naquele momento. O diretor com quem ela deveria fazer a reclamaçãoestava ausente por motivo de viagem.

Decepcionada, Hilda comentou :- Por que esse homem tinha que viajar logo agora?- Estou me lembrando de ter lido no jornal que essa empresa está praticamente

falida. Acho melhor você ir até lá. - observou Beatriz.- Eu não sei o endereço. Fiz o pedido através do telefone. E agora?- É só conferir no catálogo telefônico.Hilda teve que ir ao outro lado da cidade. Chegando lá ela teve mais uma

preocupação: parecia que realmente havia algum problema, pois quase não viumovimento durante o horário comercial. Depois de muita insistência e muita demora,foi atendida por um funcionário do departamento de vendas:

- Nós entregamos o tecido em perfeitas condições. O problema foi na lavagem e,além do mais, a senhora fez o pedido pelo telefone; não conferiu a mercadoria no atoda compra. Está escrito aqui: “Confira a mercadoria no ato da compra. Não aceitamosreclamações posteriores”.

Muito abatida , Hilda entrou na confecção no momento em que o expediente eraencerrado.

- E então , dona Hilda, tudo resolvido?- Nada. Não estou vendo como dar um jeito nessa situação.- Olha, o motorista de um tal de doutor Ricardo deixou este folheto com um

bilhete para a senhora.Angustiada, ela foi logo lendo o bilhete: “Cara Hilda, só depois que você saiu me

lembrei de que tenho que me ausentar da cidade por uma semana. Deixo com você esteGuia Prático Dos Direitos do Consumidor. Como percebi que você é muito inteligen-te, acho que poderá ir encontrando uma solução. Quando voltar estarei liberado paralhe dar uma maior atenção. Ricardo.”

Então, Hilda pôs-se a folhear o guia sem qualquer entusiasmo. Estava muitodesanimada. Parecia que Beatriz tinha razão. Pouco a pouco , no entanto , foi sendopresa por aquelas informações tão preciosas. Viu-se diante de um texto claro e muitosimples. Estava tudo lá. Quase pulou de alegria quando leu um determinado artigo.Chamou a costureira que lhe entregara o bilhete para ouvir:

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79A U L A

- “Quando você comprar um produto ou contratar um serviço através dereembolso postal, compra por telefone ou vendedores na porta de casa, tem direito dese arrepender da compra ou contratação no prazo de sete dias, contados a partir dorecebimento do produto ou assinatura do contrato. No caso de arrependimento, oconsumidor deverá devolver o produto ou suspender o serviço e terá direito àdevolução do valor pago, com correção monetária.”

- Mas a senhora já perdeu o prazo dos sete dias.Hilda levou as mãos à cabeça. Parecia que tinha perdido aquela parada. Olhou-

se no espelho que servia para provar os uniformes e não se reconheceu.

No início da Cenatexto, lemos que doutor Ricardo explicava (para Hilda)que a reclamação verbal era uma primeira tentativa de acordo. O que é umareclamação verbalreclamação verbalreclamação verbalreclamação verbalreclamação verbal? Examine o verbete antes de fazer o que será proposto.

verbalverbalverbalverbalverbal..... [Do lat. verbale.] adj 2 g. 1.1.1.1.1. Relativo ao verbo. 2.2.2.2.2. Expresso de vivavoz; oral.

1.1.1.1.1. Explique o que dona Hilda deveria fazer nessa primeira tentativa...................................................................................................................................

Na aula anterior você aprendeu o significado de brasileirismo. Repare que ouso da palavra jeitojeitojeitojeitojeito,,,,, como aparece na Cenatexto: “Não estou vendo como dar umjeito jeito jeito jeito jeito nessa situação” é também um brasileirismo. Observe o verbete:

jeitojeitojeitojeitojeito..... [Do lat. jactu.] s.m. 1.1.1.1.1. Modo, maneira. 2.2.2.2.2. Feição, feitio, aspecto: Temo jeito de uma pêra. 3.3.3.3.3. Disposição de espírito; índole, caráter, feição, feitio:“Tinha Tavares Bastos o jeito grave dos que amadurecem cedo demais.” 4.4.4.4.4.Propensão, pendor: Não tem jeito para a música. 5. 5. 5. 5. 5. Habilidade, capacida-de, arte. 6.6.6.6.6. Torcedura: Dei um jeito no pé. 7.7.7.7.7. Arrumação, arranjo : Dê umjeito nesta sala. 8.8.8.8.8. bras.fam. Jeito ou modo de proceder próprio de pessoasbem educadas: Tenha jeito, menino. A jeitoA jeitoA jeitoA jeitoA jeito. A calhar; convenientemente.Com jeitoCom jeitoCom jeitoCom jeitoCom jeito. Com habilidade. Sem jeitoSem jeitoSem jeitoSem jeitoSem jeito. Acanhado, embaraçado.

2.2.2.2.2. Explique o sentido em que a palavra jeito foi usada nestas frases:a)a)a)a)a) Aquilo tinha um jeito estranho...................................................................................................................................b)b)b)b)b) Hilda sempre teve jeito para costura...................................................................................................................................c)c)c)c)c) Não estou vendo como dar um jeito nessa situação...................................................................................................................................

Dicionário

Page 235: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

79A U L A Você notou que jeito jeito jeito jeito jeito se escreve com a letra j, j, j, j, j, mas a palavra gentegentegentegentegente é escrita

com ggggg. É muito comum as pessoas apresentarem dúvidas quanto ao emprego dasletras g g g g g e jjjjj na grafia de algumas palavras. Veja alguns destaques da Cenatexto:

l Hilda procurava na caderneta o número do telefone da Cia. Têxtil Sta.GGGGGertrudes.

l O diretor estava ausente por motivo de viaGem.l Por que esse homem tinha que viaJar logo agora?l Estou me lembrando de ter lido no Jornal que essa empresa está pratica-

mente falida.l O problema foi na lavaGem.l Percebi que você é muito inteliGente.

Não há uma regra para o emprego dessas duas letras (que nesses casos têmaté a mesma pronúncia). A única saída é você gravar na memória o jeito deescrever. Para isso, o dicionário é fundamental.

3.3.3.3.3. Dê a grafia correta das palavras seguintes. Consulte um dicionário em casode dúvida.

__elo __emer __enerosidade __en__ibre __ênio__ente __entileza can__ica __iló __íria__esto sar__eta selva__em ferru__em ti__elaberin__ela passa__em __elatina laran__eira gor__eta

1.1.1.1.1. Por que Hilda desconfiou de que havia um problema com a fábrica de tecidoonde ela comprra o material para fazer os uniformes?

2.2.2.2.2. Observe a seguinte passagem da Cenatexto: “Então, Hilda pôs-se a folhear oguia sem qualquer entusiasmo. Estava muito desanimada. Parecia que Beatriztinha razão.” Explique o motivo do desânimo de Hilda.

3.3.3.3.3. Hilda “quase pulou de alegria quando leu um determinado artigo”. O que adeixou tão esperançosa?

4.4.4.4.4. Explique a passagem final da Cenatexto : “Olhou-se no espelho que servia paraprovar os uniformes e não se reconheceu”.

O problema de Hilda teve um desdobramento. De início vimos que elaentregouentregouentregouentregouentregou uniformes que apresentaram um defeito de fabricação; por outrolado, recebeurecebeurecebeurecebeurecebeu um tecido que apresentou problema de qualidade na hora dalavagem. Como você percebe, essa situação pode ser enfocada de váriosângulos, ou seja:

l Fabricante de uniformes com defeitol Comprador de um tecido com defeito.

Na construção de nossas frases, ocorre algo parecido com isso. Podemosconstruir as frases do ponto de vista de quem pratica a açãopratica a açãopratica a açãopratica a açãopratica a ação, ou do ponto devista de quem sofre a açãosofre a açãosofre a açãosofre a açãosofre a ação. Veja algumas frases da Cenatexto:

Entendimento

Reescritura

Page 236: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

79A U L Aa)a)a)a)a) Hilda procurava na caderneta o número do telefone.

O sujeito dessa oração está praticando a ação expressa pelo verbo(procurar). Nesse caso, diz-se que Hilda é um sujeito agenteagenteagenteagenteagente e essaoração está na voz ativavoz ativavoz ativavoz ativavoz ativa.

b)b)b)b)b) Hilda foi atendida por um funcionário do departamento de vendas.Você é capaz de reconhecer que o sujeito dessa oração é representadopor Hilda. No entanto , não é o sujeito (Hilda) que pratica a ação expressapelo verbo. Na verdade, é um funcionário do departamento de vendasque atende Hilda. Se numa oração a ação não é praticada, mas sofridapelo sujeito, diz-se que esta oração está na voz passivavoz passivavoz passivavoz passivavoz passiva. O sujeito épacientepacientepacientepacientepaciente da ação verbal. Por outro lado, o termo que mesmo sem ser osujeito da oração é o que pratica a ação expressa pelo verbo, se chamaagente da passiva.agente da passiva.agente da passiva.agente da passiva.agente da passiva.

c)c)c)c)c) Hilda olhou-se no espelho.Nessa oração ocorre um processo bastante interessante: o sujeito (Hilda)é, ao mesmo tempo, agenteagenteagenteagenteagente e paciente paciente paciente paciente paciente da ação verbal. Isso significa queHilda olhou Hilda no espelho.Ou seja, ela pratica a ação de olhar e, aomesmo tempo, sofre a ação de ser olhada (nesse caso, por ela mesma).Assim, essa oração está na voz reflexivavoz reflexivavoz reflexivavoz reflexivavoz reflexiva.

Reescreva algumas passagens da Cenatexto, alterando a voz verbal da vozativa para a voz passiva. Siga o exemplo:

“Hilda procurava o número do telefone da Cia. Têxtil Sta. Gertrudes.”O número do telefone da Cia. Têxtil Sta. Gertrudes era procurado por Hilda.

a)a)a)a)a) “““““Fiz o pedido através do telefone.”..................................................................................................................................b)b)b)b)b) “Nós entregamos o tecido em perfeitas condições.”..................................................................................................................................c)c)c)c)c) “A senhora fez o pedido pelo telefone.”..................................................................................................................................d)d)d)d)d) “A senhora não conferiu a mercadoria no ato da compra.”..................................................................................................................................e)e)e)e)e) ”Confira a mercadoria no ato da compra. Não aceitamos reclamações posteriores.”..................................................................................................................................f)f)f)f)f) “O motorista de um tal de doutor Ricardo deixou este folheto com um bilhete

para a senhora.”..................................................................................................................................g)g)g)g)g) “Hilda folheava o guia.”..................................................................................................................................h)h)h)h)h) “Hilda chamou a costureira.”..................................................................................................................................i)i)i)i)i) “Quando você comprar um produto...”..................................................................................................................................j )j )j )j )j ) “No caso de arrependimento, o consumidor deverá devolver o produto.”..................................................................................................................................k)k)k)k)k) “Mas a senhora já perdeu o prazo dos sete dias.”..................................................................................................................................

Page 237: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

79A U L A Hilda acabou se interessando pelo código de defesa do direito do consumidor,

porque se viu metida em um grande problema. Por que será que as pessoas nãodefendem seus direitos? Será que é por ignorância? Será por comodismo? Será pormedo? Medo de quê? As pessoas sabem que podem desistir de uma compra? Comoelas se sentem quando resolvem fazer uma devolução de algum produto quecompraram? Como reagem os estabelecimentos comerciais a uma tentativa de trocaou de devolução de algum produto por parte do consumidor? Troque idéias comseus colegas, examinando os diversos ângulos da situação e fomando sua opinião.

Os estatutos do homemOs estatutos do homemOs estatutos do homemOs estatutos do homemOs estatutos do homem(Ato institucional permanente)

A Carlos Heitor Cony

Artigo I. Fica decretado que agora vale a verdade,que agora vale a vida,e que de mõs dadas,trabalharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II. Fica decretado que todos os dias da semana,inclusive as terças-feiras mais cinzentas,têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III. Fica decretado que, a partir deste instante,haverá girassóis em todas as janelas,que os girassóis terão direitoa abrir-se dentro da sombra;e que as janelas devem permanecer, o dia inteiroabertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV. Fica decretado que o homemnão precisará nunca maisduvidar do homemQue o homem confiará no homemcomo a palmeira confia no vento,como o vento confia no ar,como o ar confia no campo azul do céu

Parágrafo Único. O homem confiará no homemcomo um menino confia em outro menino.

Artigo V. Fica decretado que os homensestão livres do jugo da mentira.Nunca mais será preciso usara couraça do silêncionem a armadura das palavras.O homem se sentará à mesacom seu olhar limpoporque a verdade passará a ser servidaantes da sobremesa.

Artigo VI. Fica estabelecida, durante dez séculos,a prática sonhada pelo profeta Isaías,e o lobo e o cordeiro pastarão juntose a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Reflexão

Saideira

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79A U L AArtigo VII. Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da

justiça e da claridade,e a alegria será uma bandeira generosapara sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII. Fica decretado que a maior dorsempre foi e será semprenão poder dar-se amor a quem se amae saber que é a águaque dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX. Fica permitido que o pão de cada diatenha no homem o sinal de seu suor.Mas que sobretudo tenha sempreo quente sabor da ternura.

Artigo X. Fica permitido a qualquer pessoa,a qualquer hora da vida,o uso do traje branco.

Artigo XI. Fica decretado, por definição,que o homem é um animal que amae que por isso é belo,muito mais belo do que a estrela da manhã.

Artigo XII. Decreta-se que nada será obrigado nem proibido.Tudo será permitido,inclusive brincar com os rinocerontese caminhar pelas tardescom uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único. Só uma coisa fica proibida:amar sem amor.

Artigo XIII. Fica decretado que o dinheironão poderá nunca mais compraro sol das manhãs vindouras.Expulso do grande baú do medo,o dinheiro se transformará em uma espada fraternalpara defender o direito de cantara festa do dia que chegou.

Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade,a qual será suprimida dos dicionáriose do pântano enganoso das bocas.A partir deste instantea liberdade será algo vivo e transparentecomo um fogo ou um rio,e a sua morada será sempreo coração do homem.

Fonte: Thiago de Mello, Faz escuro, mas eu canto Faz escuro, mas eu canto Faz escuro, mas eu canto Faz escuro, mas eu canto Faz escuro, mas eu canto. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,4ª edição, 1978, págs. 19-22.

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Page 239: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

80A U L A

Alerta, companheiro!80

A U L A

M Ó D U L O 25

Cenatexto Na fábrica de uniformes o clima era de muitaapreensão. Todos evitavam tocar no assunto, mas o semblante de Hilda não davamargem a muita esperança. A primeira duplicata da venda fatídica vencianaquele dia e , como o credor já havia avisado, não seria paga.

- Dona Hilda, telefone.- Alô. Quem é?- Hilda, desculpe-me, continuo fora da cidade. Estou querendo saber o que você

conseguiu resolver daquele caso do tecido?- Ah! Doutor Ricardo, está muito complicado. Eu não posso gastar dinheiro,

senão contratava um advogado e tudo se resolvia, mas do jeito que as coisas estão...já não sei não.

- Em primeiro lugar, é bom saber que para fazer valer os seus direitos você nãoprecisa necessariamente contratar um advogado. Havendo dificuldades, procure aCoordenadoria de Atendimento Direto ao Consumidor.

- Mas, e o dinheiro? Eu não tenho...- O atendimento no PROCON é gratuito. O órgão público analisará o seu caso

e convocará as partes para um possível acordo.- O senhor acha então que eu devo ir ao serviço de defesa do consumidor?- Claro. Não se esqueça de levar as notas fiscais. Anote aí o nome da rua. O

númenro eu não sei.Depois de conversar com o seu amigo, Hilda folheou freneticamente o catálogo

de telefones procurando o nome da rua onde ficava o PROCON de sua cidade.

Page 240: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

80A U L A- Engraçado, não estou encontrando. Acho até que o homem que dá nome a essa

avenida foi presidente do Brasil. Deve estar faltando folha nesse catálogo.Um pouco a contragosto, Hilda pagou a corrida do táxi, ainda sem entender bem

por que não tinha conseguido saber a numeração do prédio. Agora que já seencontrava ali, percebia que podia muito bem ter economizado e vindo de ônibus.

Nunca podia imaginar que encontraria tanta gente buscando soluções paraproblemas como os dela. Viu alguns casos serem resolvidos ali mesmo. Parecia quefuncionava de verdade. Depois de algum tempo de espera, ouviu o seu nome sendochamado e dirigiu-se a uma sala onde explicou a sua situação.

- Vamos examinar primeiro o caso do tecido. Quando há defeito de fabricação doproduto, o fornecedor tem trinta dias para corrigir o defeito. Depois desse prazo,quem escolhe é o consumidor, que poderá exigir a troca do produto ou o abatimentono preço ou ainda o dinheiro de volta, corrigido.

- Se eu for esperar um mês, como é que fica o cliente a quem vendi os uniformes?- Esta é a segunda parte da questão. Havendo defeito na prestação do serviço, o

consumidor poderá exigir que o serviço seja feito novamente, sem qualquer custo, ouabatimento no preço, ou devolução do valor pago, em dinheiro e com correção.

- Estou achando complicado.- Vou sugerir que seja tentado um acordo entre as três partes: a senhora, seu

cliente e seu fornecedor. Vamos convocá-los para explicações e um eventual acordo.No dia marcado para a reunião, Hilda foi a primeira a chegar. Os representantes

das empresas estavam irredutíveis, cada um se dizia com mais razão do que o outro.Então, Hilda criou coragem e pediu para conversar com o seu cliente em separado.Depois conversou com o seu fornecedor. Assim, acabou conseguindo que elesaceitassem um acordo: o fornecedor iria devolver o dinheiro e ela se encarregaria de,no prazo máximo de dez dias, após receber o dinheiro de volta, entregar ao cliente osnovos uniformes prontos para o uso.

O cliente parecia mais aliviado do que ela no final da conversa:- A senhora acabou me convencendo. Sabe, vamos mesmo entrar de férias

coletivas por quinze dias...

A Cenatexto desta aula se inicia com esta observação “Na fábrica deuniformes, o clima era de muita apreensãoapreensãoapreensãoapreensãoapreensão”. Observe como aparece no dicionárioo verbete em destaque:

apreensãoapreensãoapreensãoapreensãoapreensão..... [Do lat. apprehensione.] s.f. 1.1.1.1.1. Ato ou efeito de apreender.2.2.2.2.2. Receio, preocupação, cisma.

Você deve ter notado que todos estavam preocupados, receosos mesmo, nafábrica de Hilda.

Observe esta outra passagem: “O semblante semblante semblante semblante semblante de Hilda não dava margem margem margem margem margem amuita esperança”. Acompanhe a descrição desses verbetes:

semblantesemblantesemblantesemblantesemblante..... s.m. 1.1.1.1.1. Rosto, face, cara. 2.2.2.2.2. fig. Aparência, fisionomia, aspecto.

Dicionário

&

Page 241: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

80A U L A Observe agora a palavra margemmargemmargemmargemmargem:

margemmargemmargemmargemmargem..... [Do lat. margine.] s.f. 1.1.1.1.1. Parte em branco ao redor de uma folhamanuscrita ou impressa . 2.2.2.2.2. Linha ou faixa que limita ou circundaalguma coisa. 3.3.3.3.3. O terreno que ladeia um curso de água ou circunda umlago. 4.4.4.4.4. O litoral. 5.5.5.5.5. Leira de terra lavrada compreendida entre doissulcos. 6.6.6.6.6. fig. Espaço livre, de tempo ou de lugar. 7.7.7.7.7. fig. Ensejo, ocasião,oportunidade, Margem direita .Margem direita .Margem direita .Margem direita .Margem direita . Margem de um curso de água que ficaà direita de quem olha para jusante. Margem esquerda.Margem esquerda.Margem esquerda.Margem esquerda.Margem esquerda. Margem de umcurso de água que fica à esquerda de quem olha para jusante. ÀÀÀÀÀmargem.margem.margem.margem.margem. De parte; de lado. Dar margem aDar margem aDar margem aDar margem aDar margem a Dar ocasião, proporcionarensejo a. Deitar à margem.Deitar à margem.Deitar à margem.Deitar à margem.Deitar à margem. Abandonar, desprezar; lançar à margem.

1.1.1.1.1. Explique o que você entende com a seguinte frase da Cenatexto: “Osemblante de Hilda não dava margemdava margemdava margemdava margemdava margem a muita esperança”.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Observe esta outra situação em que aparece uma expressão da área daeconomia: “A primeira duplicataduplicataduplicataduplicataduplicata vencia naquele dia”.Vejamos como o dicionárioregistra o verbete destacado:

duplicataduplicataduplicataduplicataduplicata. . . . . [Do lat. duplicata] s.f. 1. Duplicado. 2. Título de créditoformal, nominativo, representativo e comprobatório de créditopreexistente (venda de mercadoria a prazo), destinado a aceite e paga-mento por parte do comprador, circulando por meio de endosso eestando sujeito à disciplina do direito cambiário.

Veja agora a expressão em destaque: “Folheou freneticamentefreneticamentefreneticamentefreneticamentefreneticamente o catálogode telefones.” Como o dicionário não traz os advérbios terminados em -mente,precisamos procurar o adjetivo de que é composto o advérbio.

frenéticofrenéticofrenéticofrenéticofrenético..... [Do lat. phreneticu.] adj. 1. 1. 1. 1. 1. Que tem frenesi; delirante,desvairado, furioso. 2.2.2.2.2. Arrebatado, veemente, exaltado. 3.3.3.3.3. Impaciente,inquieto; rabugento. 4.4.4.4.4. Convulso, agitado.

Se Hilda tivesse conseguido encontrar no catálogo o número do prédio ondefunciona o PROCON de sua cidade, provavelmente teria feito economia , poispoderia ter ido de ônibus.

Você sabe por que ela não achou o o endereço que procurava? Porque onome da rua era Wenceslau Brás, e ao ouvir o nome pronunciado peloadvogado ao telefone, provavelmente ela estava procurando a rua na letra V docatálogo.

Page 242: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

80A U L AHá algumas observações interessantes com relação ao uso da letra WWWWW em

nossa língua:

a)a)a)a)a) O WWWWW pode ser substituído em palavras portuguesas ou aportuguesadaspor UUUUU ou VVVVV, conforme o seu valor fonético.

b)b)b)b)b) Além da letra WWWWW há também outras letras que são modificadas em nossalíngua. Como é o caso da letras K K K K K e YYYYY.

c)c)c)c)c) O KKKKK é empregado em abreviaturas e símbolos, bem como em palavrasestrangeiras de uso internacional. Veja os exemplos: k = potássio;kg = quilograma; km = quilômetro etc.

d)d)d)d)d) O YYYYY tem o mesmo som de iiiii em nossa língua.

2.2.2.2.2. Consultando um dicionário, responda:

a)a)a)a)a) Entre quais letras se localiza a letra KKKKK ?..................................................................................................................................

b)b)b)b)b) Entre quais letras se localiza a letra WWWWW ?..................................................................................................................................c)c)c)c)c) Entre quais letras se localiza a letra YYYYY ?..................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Na Cenatexto há a informação de que na fábrica de uniformes o clima era demuita apreensão. Qual o motivo desse clima na confecção de Hilda?

2.2.2.2.2. O que você entende da passagem da Cenatexto que diz “Um pouco acontragosto, Hilda pagou a corrida do táxi”?

3.3.3.3.3. No início da Cenatexto vimos que o semblante de Hilda não dava margema muita esperança. Ao chegar ao PROCON,percebe-se que Hilda estava umpouco mais tranqüila. Qual foi o motivo de sua mudança?

4.4.4.4.4. Quais deveriam ser os argumentos de Hilda para convencer os representan-tes das empresas a entrarem em um acordo?

5.5.5.5.5. Qual foi a tática usada por Hilda para facilitar o acordo entre eles?

a)a)a)a)a) Na Cenatexto há uma passagem que diz o seguinte:

(Hilda) Nunca podia imaginar que encontraria tanta gente buscando soluçõespara problemas como os dela. Viu alguns casos serem resolvidos ali mesmo.Parecia que funcionava de verdade.

Foi surpreendente para Hilda descobrir que os cidadãos estão aprendendoa fazer uso dos seus direitos. Ela encontrou muitas pessoas que se dirigiram aoPROCON como último recurso para conseguir a proteção dos seus direitos deconsumidor. Mas nem sempre é preciso ir até lá. Muitas pessoas conseguementrar em um acordo antes de levar o caso para a Procuradoria de Defesa doConsumidor.

Entendimento

Redaçãono ar

Page 243: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

80A U L A Invente uma história em que alguém se sinta prejudicado em algo que sabe

que tem direito de reclamar. Assim, a pessoa deverá argumentar, exigir areparação do prejuízo ou até o cumprimento de algum contrato. Consultando asCenatextos deste módulo, você poderá ter boas idéias para a elaboração de suahistória. Embora a sua redação seja absolutamente pessoal, veja uma sugestãoque pode ser aproveitada para iniciar o seu texto:

No meio daquela tempestade, meu vizinho não queria acreditar no que via: oseu belo par de tênis que tinha custado “os olhos da cara”estava simplesmentedesmanchando. O seu colega de trabalho ainda piorou a situação quando fez umcomentário desagradável:

- Viu no que dá querer exibir tênis novo em dia de chuva?- Isso não vai ficar assim, amanhã mesmo eu vou até aquela loja e saio de lá com

outro par novinho em folha.- Duvido...No dia seguinte...

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) No final da Cenatexto lemos o seguinte:

“No dia marcado para a reunião, Hilda foi a primeira a chegar. Os representantesdas empresas estavam irredutíveis, cada um se dizia com mais razão do que ooutro. Então, Hilda criou coragem e pediu para conversar com o seu cliente emseparado. Depois conversou com o seu fornecedor. Assim, acabou conseguindoque eles aceitassem um acordo: o fornecedor iria devolver o dinheiro e ela seencarregaria de, no prazo máximo de dez dias após receber o dinheiro de volta,entregar ao cliente os novos uniformes prontos para o uso.”

Neste caso, você deverá escrever dois parágrafos para a conversa de donaHilda com o seu cliente e com o seu fornecedor. Imagine qual teria sido oargumento que ela usou para convencê-los a mudarem de idéia.

a)a)a)a)a) Conversa com o cliente.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

b)b)b)b)b) Conversa com o fornecedor...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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81A U L A

Faça isso por mim81

A U L A

M Ó D U L O 26

Cenatexto- Doutor, qual é o verdadeiro estado de Quincas?- O nosso paciente, seu Rubião, está perdido, completamente perdido. Mas para

que tornar-lhe a morte mais aflitiva pela certeza?Depois desse dia, Rubião tornou-se ainda mais cuidadoso com o amigo: paciente,

risonho, múltiplo. Surpreendentemente, o paciente acordou um dia com a resoluçãode viajar:

- Esse médico é um charlatão. Vou resolver alguns negócios pessoais, mas antesquero registrar o meu testamento.

Feito o registro, aconteceu o fato mais inusitado: Rubião teve que assinar umdocumento, confirmando que havia recebido o cachorro - que curiosamente tinha omesmo nome de seu dono: Quincas - para que cuidasse enquanto durasse a viagem.

- Pobre Quincas, está com o cérebro em ruínas, - comentou Rubião com o agentedo correio que lhe trouxe uma carta do amigo doente, viajante.

Não demorou muito e numa tarde o farmacêutico chegou com um jornal abertono necrológio.

- Acabou de sofrer!- É, espichou a canela.

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81A U L A Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás, pois era nomeado

herdeiro universal do testador. No entanto havia uma condição para que o herdeirorecebesse a herança: ele deveria cuidar para sempre do pobre cachorro Quincas. Talera a cláusula. Mas Rubião achou-a natural, afinal esperava apenas receber umaparte e não a massa de todos os bens do testamento.

Rubião considerou que não tinha mais motivos para permanecer em Barbacenae imediatamente comprou passagem para o Rio de Janeiro no primeiro ônibus quepartia, não sem antes despachar o cachorro para a casa da comadre Angélica.

- Vou lhe deixar um cheque para as despesas com a ração. Não tenho a menorcondição de levá-lo comigo. Sabe, comadre, a vida é como se fosse uma luta entre duastribos famintas: Ao vencedor, as batatas!Ao vencedor, as batatas!Ao vencedor, as batatas!Ao vencedor, as batatas!Ao vencedor, as batatas!

No ônibus travou conversa com um passageiro de nome Cristiano Palha, queviajava em companhia de sua esposa Sofia. Rubião foi logo dizendo a causa que otrazia ao Rio:

- Um grande amigo se lembrou de me fazer seu herdeiro universal.Assim, Palha desdobrou-se em lhe dar atenção:- Posso ajudá-lo na administração de seus bens. Tenho muita experiência e, o que

é melhor, bastante disponibilidade de tempo.Chegando à estação rodoviária, despediram-se quase familiarmente. Rubião já

considerava Palha seu melhor amigo e acabou por prometer que iria procurá-lo nodia seguinte.

Quando ficou sabendo do verdadeiro estado de Quincas , ”Rubião tornou-seainda mais cuidadoso com o amigo: paciente, risonho, múltiplomúltiplomúltiplomúltiplomúltiplo””””” . Veja como odicionário registra a palavra em destaque:

múltiplomúltiplomúltiplomúltiplomúltiplo..... adj. 1. 1. 1. 1. 1. Que abrange muitas coisas. 2. 2. 2. 2. 2. Que não é simples nemúnico. s.m. 3. 3. 3. 3. 3. Produto de um número por um inteiro; múltiplo inteiro.múltiplo comummúltiplo comummúltiplo comummúltiplo comummúltiplo comum..... mat. Número que é simultaneamente múltiplo dedois outros.

O personagem Quincas da Cenatexto era mesmo um homem que exigiamuitos cuidados do seu enfermeiro e amigo Rubião. Mesmo recebendo todos oscuidados, ele falou sobre seu médico: “Esse médico é um charlatãocharlatãocharlatãocharlatãocharlatão.”

Confira o significado desse vocábulo:

charlatãocharlatãocharlatãocharlatãocharlatão..... s.m 1.1.1.1.1. Vendedor público de drogas, cujas virtudes apregoacom exagero. 2.2.2.2.2. Explorador da boa fé do público. 3.3.3.3.3. Impostor, embustei-ro, trapaceiro [fem.: charlatona; plural: charlatães e charlatões].

Veja outra frase da Cenatexto e, em seguida, algumas expressões queesclarecem seu significado no dicionário: “Feito o registro, aconteceu o fato maisinusitadoinusitadoinusitadoinusitadoinusitado”.

inusitadoinusitadoinusitadoinusitadoinusitado..... [Do lat. inusitatu.] adj. Não usado; não usual; incomum,estranho.

Dicionário

Page 246: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

81A U L AExaminando o verbete, percebe-se que Quincas não só era rebelde em

relação às ordens médicas, como também era dado a um comportamento fora docomum - como o de exigir um recibo para deixar um cachorro. Como era umhomem sozinho e doente, fez do seu enfermeiro o seu herdeiro universauniversauniversauniversauniversalllll :::::

universal.universal.universal.universal.universal. adj. 2g. 1.1.1.1.1. Relativo ou pertencente ao universo, ao cosmo. 2.2.2.2.2.Que abarca toda a Terra, que se estende a tudo e por toda parte;mundial.3.3.3.3.3. Comum a todos os homens ou a um grupo dado. 4.4.4.4.4. Que éaplicável a tudo. 5.5.5.5.5. Diz-se de alguém a quem se atribuíram totalmentedireitos ou deveres: herdeiro universal; representante universal.

O enfermeiro Rubião tomou conhecimento da morte de seu paciente quandoo farmacêutico chegou com um jornal aberto no necrológionecrológionecrológionecrológionecrológio.....

necrológionecrológionecrológionecrológionecrológio. . . . . s.m. 1. 1. 1. 1. 1. Notícia transmitida em jornal, relativa a pessoasfalecidas; necrologia. Elogio escrito ou falado de pessoas falecidas.

Observe que nem Rubião, nem o farmacêutico pronunciaram a palavramorte ao falarem sobre o falecimento de Rubião:

“- Acabou de sofrer!- É, espichou a canela.”

Este tipo de construção lingüística em que se cria uma expressão parasuavizar o sentido do que se vai dizer chama-se eufemismoeufemismoeufemismoeufemismoeufemismo. . . . . Veja no dicionário:

eufemismoeufemismoeufemismoeufemismoeufemismo. . . . . [Do gr. euphemismós.] s.m. 11111. Ato de suavizar a expressãoduma idéia substituindo a palavra ou expressão própria por outramais agradável, mais polida. 2.. 2.. 2.. 2.. 2. Palavra ou expressão usada por eufe-mismo: Dianho é um eufemismo de Diabo; Empregou o eufemismo “des-cuidado” para não chamá-lo “grosseiro.

Faça uma pesquisa entre as pessoas que você conhece e anote outroseufemismos empregados para a morte.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

&

Page 247: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

81A U L A 1.1.1.1.1. Aponte um fato que mostra como Rubião já sabia que seria herdeiro de

Quincas, mesmo antes dele morrer.

2.2.2.2.2. “Quando o testamento foi aberto Rubião quase caiu para trás.” A que se deveua surpresa de Rubião ao tomar conhecimento do teor do testamento?

3.3.3.3.3. Ao invés de dizer que Quincas estava doido,Rubião emprega um eufemismo :“Pobre Quincas, está com o cérebro em ruínas”. Substitua o eufemismo emdestaque por outros mais usados na linguagem popular.

4.4.4.4.4. Ao deixar o cachorro com sua comadre, Rubião quebrou uma promessa quefez ao amigo.

a)a)a)a)a) Crie um argumento favorável à atitude de Rubião.

b)b)b)b)b) Crie um argumento desfavorável à atitude de Rubião.

5.5.5.5.5. Ao falar com sua comadre, Rubião emprega uma frase consagrada, criadapelo grande escritor Machado de Assis : “A vida é como se fosse uma luta entreduas tribos famintas: Ao vencedor, as batatas!Ao vencedor, as batatas!Ao vencedor, as batatas!Ao vencedor, as batatas!Ao vencedor, as batatas!” Explique por que Rubiãofalou essa frase justamente no momento em que deixava o cachorro.

Feito o registro, aconteceu o fato mais inusitado: Rubião teve que assinar umdocumento, confirmando que havia recebido o cachorro - que curiosamente tinha omesmo nome Quincas, seu dono - para que dele cuidasse enquanto durasse a viagem.

O documento que Quincas exigiu que Rubião assinasse chama-se reciboreciboreciboreciborecibo. Orecibo tem por finalidade declarar, por escrito, que efetivamente se recebeualgum pagamento ou mercadoria. Quando se trata de dinheiro, a importânciadeve ser citada em números e por extenso . Devem ser indicados claramente orecebedor, recebedor, recebedor, recebedor, recebedor, o motivo do pagamento, motivo do pagamento, motivo do pagamento, motivo do pagamento, motivo do pagamento, o local e local e local e local e local e a data. data. data. data. data. No caso de mercadoria oude qualquer objeto (no caso de Quincas, até mesmo um animal) é preciso deixarclaro em que estado o artigo chegou às mãos do recebedor.

Fonte: Celso Pedro Luft, Novo manual de portuguêsNovo manual de portuguêsNovo manual de portuguêsNovo manual de portuguêsNovo manual de português..... São Paulo, Globo,1990. pág. 526.

1.1.1.1.1. Agora que você já sabe o que esse documento deve conter, escreva o reciboque Quincas assinou. Busque os dados na cenatexto. O que faltar você podeinventar.

RECIBO RECIBO RECIBO RECIBO RECIBO........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Entendimento

Reescritura

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81A U L AHá também uma passagem da Cenatexto em que Rubião se dirige à comadre

Angélica: “Vou lhe deixar um cheque cheque cheque cheque cheque para as despesas com a ração.”

Um chequechequechequechequecheque é uma ordem de pagamento de certa quantia à pessoa em favorda qual se emite esse documento, ou a qualquer portador que o represente (noprimeiro caso, trata-se de um cheque nominalcheque nominalcheque nominalcheque nominalcheque nominal; no segundo, de um cheque aocheque aocheque aocheque aocheque aoportadorportadorportadorportadorportador).

2.2.2.2.2. Preencha o cheque que Rubião entregou para a comadre Angélica:

A Cenatexto começa com o personagem Rubião diante de uma questãomuito séria:

“- Doutor, qual é o verdadeiro estado de Quincas?

- O nosso paciente, seu Rubião, está perdido, completamente perdido. Mas paraque tornar-lhe a morte mais aflitiva pela certeza?”

Num caso como esse, devemos ou não contar a uma pessoa que ela vaimorrer? Saber a verdade aumenta o sofrimento ou é uma oportunidade para apessoa se preparar e deixar suas coisas organizadas? Quem deveria dar umnotícia como essa: o médico ou algum membro da família? Reflita, consultevárias pessoas e forme sua opinião.

4 JLSB 0000007033 237 0777 0 026925-5R$cheque nºsérieC2contaClag.bancocomp.

pague por este

cheque a quantia de _________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

a ___________________________________________________________________________________________________

_________________ , ____ de ___________________ de 19 ___

_________________________________Pedro Rubião de Alvarenga

CPF 324564777-49

TELECURSOTELECURSOTELECURSOTELECURSOTELECURSOBanco 2000Banco 2000Banco 2000Banco 2000Banco 2000

Comércio BarbacenaComércio BarbacenaComércio BarbacenaComércio BarbacenaComércio BarbacenaR. Machado de Assis 328R. Machado de Assis 328R. Machado de Assis 328R. Machado de Assis 328R. Machado de Assis 328

Reflexão

&

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82A U L A

Faça isso por mim82

A U L A

M Ó D U L O 26

Cenatexto Rubião não podia compreender os algarismos dePalha, mas a linguagem falada supria a escrita. Estava um pouco distraído devido àpresença de um político, o doutor Camacho, amigo de Palha que estava ali a pretextode um empréstimo para a próxima campanha.

- Eu imagino que não está valendo muito a pena ser político hoje em dia. Pelomenos pelo que as pessoas falam...

- São os espinhos naturais da carreira. O povo não está educado, não reconhece,não apóia os que trabalham por ele, os que vão à tribuna todos os dias em defesa dasliberdades constitucionais.

- Eu não queria que o senhor me levasse a mal, prefiro empregar o meu dinheiroem atividades produtivas. Lá em Barbacena , eu era um professor, depois tornei-meenfermeiro, mas o meu maior sonho era ser motorista de táxi. Agora posso realizá-lo,não é Palha?

- Pelas contas que estou terminando, dá pra você comprar três carros , duas lojaspara alugar e ainda sobra algum dinheiro pra guardar na poupança.

Em meio a essa conversa, Palha e Camacho convenceram Rubião de que suamelhor alternativa era passar uma procuração em nome de Palha.

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82A U L A- Pode deixar, eu providencio tudo. Você só irá ao cartório para assinar os papéis.

Bem que Rubião estava gostando da idéia de ter alguém para ajudá-lo. Quandochegou o momento de escolher as lojas no Mercado Municipal, Rubião até brincoucom o seu procurador:

- Agora você é que é Rubião.Faça isso por mim.Rubião ficou com um táxi e os outros dois foram alugados para uma empresa. Os

dias se passavam sem novidade. Depois de alguns meses, Palha chegou com umaconversa reticente:

- Estou com um plano de liquidar este negócio de ser seu administrador.- Pois sim; liquidar já?- Não, lá para o fim do ano que vem.- E é preciso liquidar?- Segure este boné. Vou amarrar meu tênis.Rubião obedeceu impaciente. Bem pode ser que o procurador esticando a espera,

quisesse justamente fazer-lhe crer que se tratava de um terremoto; a realidade viriaa ser um benefício.

- Trata-se de uma coisa muito séria.Rubião tentava se acalmar: não havia razão para desconfiar do Palha, já que dias

antes recebera alguns rendimentos da poupança e até gastara uma parte dos aluguéisnuma reforma do telhado de sua casa.

- Convidaram-me para gerenciar um negócio. Coisa de diretor. Creio queaceitarei.

- Então, no fim do ano que vem soltaremos os laços que nos prendem..Palha tossiu, engasgou, gaguejou.- Não, antes, no fim deste ano.Rubião não entendeu, mas Palha lhe explicou que era necessário que não se

encontrassem tanto, pois ficaria muito ocupado.- Não precisa ficar nessa“semgraceza” toda. Você já me ajudou bastante, é

natural que se ocupe de seus negócios.

“Estava um pouco distraído devido à presença de um político, o doutorCamacho, amigo de Palha que estava ali a pretextopretextopretextopretextopretexto de um empréstimo para apróxima campanha.”

Veja como o dicionário registra a palavra que está em destaque nessa frase:

pretextopretextopretextopretextopretexto..... (ês). s.f. Razão aparente ou imaginária que se alega paradissimular o motivo real de uma ação ou omissão; desculpa.

Percebe-se que há uma insinuação de que Palha e doutor Camacho estavamcombinados em alguma “armação” para envolver Rubião. Em meio à conversa,Camacho observa que “o povo não está educado, não reconhece, não apóia os quetrabalham por ele, os que vão à tribuna todos os dias em defesa das liberdadesconstitucionaisconstitucionaisconstitucionaisconstitucionaisconstitucionais”.

Confira no dicionário o significado da palavra constitucionalconstitucionalconstitucionalconstitucionalconstitucional:::::

constitucional.constitucional.constitucional.constitucional.constitucional. adj. 2g. 1. 1. 1. 1. 1. Relativo ou pertencente à Constituição.2. 2. 2. 2. 2. Conforme a Constituição.

Dicionário

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82A U L A De acordo com a explicação dada pelo dicionário, é necessário verificar

também o significado de ConstituiçãoConstituiçãoConstituiçãoConstituiçãoConstituição:

constituiçãoconstituiçãoconstituiçãoconstituiçãoconstituição. . . . . s.f. 1.1.1.1.1. Ato de constituir, de estabelecer, de firmar. 2.2.2.2.2. Leifundamental e suprema dum Estado, que contém normas respeitantesà formação dos poderes públicos, forma de governo, distribuição decompetências, direitos e deveres dos cidadãos.

Veja uma outra passagem da Cenatexto: “Palha e Camacho convenceram Rubiãode que sua melhor alternativa era passar uma procuraçãoprocuraçãoprocuraçãoprocuraçãoprocuração em nome de Palha”.

procuraçãoprocuraçãoprocuraçãoprocuraçãoprocuração. . . . . s.f. 1.1.1.1.1. Incumbência dada a outrem por alguém para tratar denegócios em seu nome. 2. 2. 2. 2. 2. Documento em que se consigna legalmenteessa incumbência. 3.3.3.3.3. jur. Instrumento do mandato. Procuração porProcuração porProcuração porProcuração porProcuração porinstrumento particularinstrumento particularinstrumento particularinstrumento particularinstrumento particular..... jur. Procuração redigida de próprio punho oudatilografada, sendo obrigatório o reconhecimento da firma do man-dante e, no primeiro caso, também a letra. Procuração por instrumentoProcuração por instrumentoProcuração por instrumentoProcuração por instrumentoProcuração por instrumentopúblico.público.público.público.público. jur. Procuração lavrada por tabelião público em seu livro denotas e da qual se fornece traslado.

Embora o sentido que a palavra assume nessa passagem seja o de número 2,é preciso que você perceba que ele é uma decorrência do primeiro sentido, istoé, a pessoa só escreve ou manda lavrar uma procuração se já incumbiu alguémde tratar de seus interesses.

1.1.1.1.1. Baseando-se no verbete registrado pelo dicionário e na seguinte passagemda Cenatexto, explique o que é um procurador. “Quando chegou o momentode escolher as lojas no Mercado Municipal, Rubião até brincou com o seuprocurador:procurador:procurador:procurador:procurador: Agora você é que é Rubião. Faça isso por mim.”..................................................................................................................................

2.2.2.2.2. No verbete são explicados dois tipos diferentes de procuração. Qual o tipode procuração Palha convenceu Rubião a lhe passar?..................................................................................................................................

Note a seguinte passagem da Cenatexto: - Não precisa ficar nessa “semgraceza”“semgraceza”“semgraceza”“semgraceza”“semgraceza”toda. Você já me ajudou bastante, é natural que se ocupe de seus negócios.

Como você percebe, esta palavra foi inventada por Rubião; portanto trata-se de um neologismoneologismoneologismoneologismoneologismo:::::

neologismoneologismoneologismoneologismoneologismo..... s.m. 1.1.1.1.1. Palavra, frase ou expressão nova; palavra antiga comsentido novo.

Agora que você já sabe o que é neologismo, veja o seguinte poema de ManuelBandeira:

NeologismoNeologismoNeologismoNeologismoNeologismo

Beijo pouco, falo menos ainda.Mas invento palavrasQue traduzem a ternura mais fundaE mais cotidiana.Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.Intransitivo:Teadoro,Teodora.

Fonte: Manuel Bandeira, Antologia Poética.Antologia Poética.Antologia Poética.Antologia Poética.Antologia Poética. Rio de Janeiro, José Olympio, 1974. pág. 150.

Page 252: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

82A U L A1.1.1.1.1. Rubião emprestou ou não o dinheiro para a campanha do doutor Camacho?

Justifique sua resposta com uma passagem da Cenatexto.

22222..... Explique a expressão em destaque: “(...) a linguagem falada supria a escrita.”

3.3.3.3.3. O que Rubião queria dizer com a expressão: “Agora você é que é Rubião.Faça isso por mim”?

4.4.4.4.4. Qual o recurso usado por Palha para evitar que Rubião recusasse a suadecisão de deixar de ser seu procurador?

5.5.5.5.5. Qual foi a reação de Rubião ao ouvir de Palha que ele não seria mais seuprocurador?

Na Língua Portuguesa a frase que apresenta verbo é chamada de oraçãooraçãooraçãooraçãooração.Observe a construção desta oração da Cenatexto:

“Rubião obedeceuobedeceuobedeceuobedeceuobedeceu impaciente”

Como está estruturada em torno de um único verbo (obedeceu), dizemos queesta oração é formada por um úncio período, chamado período simples.período simples.período simples.período simples.período simples.

Agora observe esta com outra construção:

“Rubião não entendeuentendeuentendeuentendeuentendeu, mas Palha lhe explicouexplicouexplicouexplicouexplicou que era necessário que não seencontrassem tanto, pois ficariaficariaficariaficariaficaria muito ocupado”.

Nesse caso, temos um perído compostoperído compostoperído compostoperído compostoperído composto por cinco orações. Uma maneiraprática de saber quantas orações existem num período é contar o número deverbos. As orações podem ser separadas por vírgulas ou ligadas entre si pormeio de palavras que fazem o papel de verdadeiras “pontes”. Nesse períodocomposto, as palavras mas, que e pois são as que fazem a conexão, isto é, aligação entre as orações. Assim, por estabelecerem conexões, essas palavrasrecebem o nome de conectivosconectivosconectivosconectivosconectivos.

Reescreva as orações de cada grupo, reorganizando-as em períodos compos-tos. Para fazer a ligação entre elas utilize os conectivos do quadro que segue, deacordo com o sentido de cada oração.

e - mas - contudo - porque - pois - já que - enquanto

Veja, no exemplo a seguir, como você poderia reescrever as orações:

a)a)a)a)a) “Não havia razão para desconfiar do Palha.”b)b)b)b)b) “Dias antes recebera alguns rendimentos da poupança.”

Não havia razão para desconfiar de Palha, porqueporqueporqueporqueporque dias antes recebera algunsrendimentos da poupança.Ou:Não havia razão para desconfiar de Palha, poispoispoispoispois dias antes recebera algunsrendimentos da poupança.Ou:Não havia razão para desconfiar de Palha, já quejá quejá quejá quejá que dias antes recebera algunsrendimentos da poupança.

Entendimento

Reescritura

Page 253: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

82A U L A Continue de acordo com o exemplo:

11111..... a)a)a)a)a) “Não precisa ficar nessa semgraceza toda.”

b)b)b)b)b) “““““Você já me ajudou bastante.”

c)c)c)c)c) “““““É natural que se ocupe de seus negócios.”

2.2.2.2.2. a)a)a)a)a) “““““Trata-se de uma coisa muito séria.”

b)b)b)b)b) “Convidaram-me para gerenciar um negócio.”

3.3.3.3.3. a)a)a)a)a) “““““Segure este boné.”

b)b)b)b)b) “Vou amarrar meu tênis.”

4.4.4.4.4. a)a)a)a)a) “““““Pode deixar, eu providencio tudo.”

b)b)b)b)b) “““““ Você só irá ao cartório para assinar os papéis.”

5.5.5.5.5. a)a)a)a)a) “““““ Eu não queria que o senhor me levasse a mal (...)”

b)b)b)b)b) “Prefiro empregar o meu dinheiro em atividades produtivas.”

Retome a passagem da Cenatexto em que Rubião conversa com um político,amigo do Palha:

“- Eu imagino que não está valendo muito a pena ser político hoje em dia. Pelomenos pelo que as pessoas falam...

- São os espinhos naturais da carreira. O povo não está educado, não reconhece,não apóia os que trabalham por ele, os que vão à tribuna todos os dias em defesa dasliberdades constitucionais.”

Rubião considera que os políticos estão desvalorizados. Por outro lado,doutor Camacho considera tudo uma injustiça e diz que o povo não sabe julgaros políticos.

E você? O que pensa a respeito dos políticos? Qual é a opinião de seuscolegas? E a sociedade em geral, o que pensa sobre eles ? O que é um bom e ummau político? Qual o papel do povo na seleção dos bons políticos? O que é precisofazer para separar um grupo do outro?

Discuta essas questões com os seus colegas.

&

Reflexão

Page 254: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

83A U L A

Faça isso por mim83

A U L A

M Ó D U L O 26

CenatextoAquela carta com um logotipo do banco enchiade vaidades a cabeça de Rubião. Por mais que tentasse disfarçar , ainda era um novo-rico. Rodou muito tempo com ela exposta no carro. Quando notava que algumpassageiro passava os olhos por ela, sempre perguntava se a pessoa também era clientedaquele banco. Quando não tinha a sorte de encontrar um companheiro, enveredavaa conversa para a atenção em especial que recebia daquele banco, falava de sua herançae chegava a afirmar que estava até pensando em aumentar seus investimentos.

Só no meio da tarde resolveu parar o carro e, finalmente, ler a carta que estavadebaixo da porta quando saiu pela manhã. Foi então tomado de um sobressalto.

Na agência bancária compreendeu por que a carta dizia que o banco esperava queem outra oportunidade ele não deixasse de procurá-lo novamente. Lembrou-se logodo Palha com a procuração e com aquela conversa estranha de deixar de ser seuprocurador de uma hora para outra. Tomou a direção do Mercado Municipal.Quando finalmente conseguiu localizar a loja de sua propriedade - e que jamaisvisitara -, surpreendeu-se ao ver a placa: vende-se.

- Como? - pensou - Ainda hoje eu falava...Percebendo que não tinha tempo a perder, teve uma idéia.

Page 255: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

83A U L A - Alô, é o senhor que está vendendo uma loja no mercado? Estou interessado

- disse Rubião, disfarçando a voz.- Se o senhor tivesse ligado há dois dias teria conseguido comprá-la. Agora já até

passei a escritura. Mas tenho outra loja um pouco menor que fica ao lado e quetambém estou pensando ...

- Pensando o quê?!!Quase que Rubião se traía. Desligou o telefone e teve a brilhante idéia de se

dirigir imediatamente ao cartório onde estivera apenas uma vez para passar aprocuração.

- Na procuração predomina a confiança mútua. Se o senhor não tinha totalconfiança no mandatário, não deveria tê-la assinado.

- E quando termina a validade de uma procuração?- Quando o mandante assim o desejar, pela renúncia do mandatário, pelo

término do prazo ou pela conclusão da tarefa.- Moço, o que devo fazer para que Palha deixe os meus negócios?- O senhor tem que revogar a procuração ou outorgar outra com data posterior

e de mesma finalidade a outro mandatário.- O senhor tá doido? Agora eu sou eu.Depois de cassar a procuração, Rubião saiu em direção ao prejuízo. Porém, mal

sabia que voltaria à condição de pedestre, pois havia assinado em branco os recibospara a transferência dos carros que possuía.

Observe a primeira frase da Cenatexto. Nela aparece a palavra logotipologotipologotipologotipologotipo:“Aquela carta com um logotipo logotipo logotipo logotipo logotipo do banco enchia de vaidades a cabeça de Rubião.”

Confira o verbete no dicionário:

logotipologotipologotipologotipologotipo. . . . . s. m. 11111. Grupo de letras fundidas em um só tipo, formando siglaou palavra, usualmente representativas de marca comercial ou defabricação. 22222. P. ext. Marca constituída por grupo de letras, sigla oupalavra especialmente desenhada para uma instituição, empresa etc.

Você deve ter percebido que quase toda empresa além do seu nome temtambém uma marca visual pela qual ela é reconhecida.

O que justificava a necessidade de mostrar que havia recebido uma cartado banco era o fato de que “Rubião, por mais que tentasse disfarçar, ainda eraum novo-riconovo-riconovo-riconovo-riconovo-rico.”

novo-rico.novo-rico.novo-rico.novo-rico.novo-rico. s.m. Indivíduo cuja riqueza é recente. [Designa especialmen-te aquele que, sendo de baixo nível social, enriqueceu rápido emnegócios de ocasião e procura ombrear-se com pessoas de alta posiçãosocial, entre as quais destoa por falta de educação, de bom gosto e/ou deinstrução. Pl.: novos-ricos.]

“Só no meio da tarde resolveu parar o carro e, finalmente, ler a carta que estavadebaixo da porta quando saiu pela manhã. Foi então tomado de um sobressaltosobressaltosobressaltosobressaltosobressalto.”

sobressaltosobressaltosobressaltosobressaltosobressalto..... [Dev. de sobressaltar.] s.m. 1.1.1.1.1. Ato ou efeito de sobressaltar.2.2.2.2.2. Movimento brusco, provocado por emoção repentina e violenta:Embora tão sereno habitualmente, teve um sobressalto com a notícia. 3.3.3.3.3.Tremor ou estremecimento súbito e involuntário. 4.4.4.4.4. Inquietação, medo,temor. 5.5.5.5.5. Acontecimento inesperado. 6.6.6.6.6. Desordem, confusão. 7.7.7.7.7. fig.Perturbação intensa; reação: Um sobressalto de indignação.

Dicionário

Page 256: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

83A U L ANem sempre é preciso ir ao dicionário para saber o significado de uma

palavra. Muitas vezes basta prestar atenção ao contexto em que ela aparece.Baseando-se nessa explicação, responda às seguintes questões de acordo

com os fatos da Cenatexto:

1.1.1.1.1. Em relação a uma procuração, o que é um mandante?..................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Quem é o mandante na Cenatexto?..................................................................................................................................

3.3.3.3.3. O que é um mandatário?..................................................................................................................................

4.4.4.4.4. Quem é o mandatário na Cenatexto?..................................................................................................................................

Além das palavras mandante e mandatário que você acabou de aprender,dois outros termos desconhecidos aparecem nesta aula:

“O senhor tem que revogarrevogarrevogarrevogarrevogar a procuração ou outorgar outorgar outorgar outorgar outorgar outra com data posteriore de mesma finalidade a outro mandatário.”

Veja o significado dos termos em destaque:

revogarrevogarrevogarrevogarrevogar. . . . . [Do lat. revocare.] v.t.d. Tornar nulo, sem efeito; fazer que deixede vigorar; anular, invalidar, revocar.

outorgaroutorgaroutorgaroutorgaroutorgar. . . . . [Do lat. auctoricare.] v.t.d. 1.1.1.1.1. Consentir em; aprovar; outorgarum pedido. 2.2.2.2.2. Dar, conceder. 3.3.3.3.3. Dar, conferir (mandato). 4.4.4.4.4. Dar pordireito; conceder. 5.5.5.5.5. jur. Declarar em escritura pública. t.d. e i. 6.6.6.6.6.Conceder; facultar, permitir. 7.7.7.7.7. Dar, conceder por escrito. 8.8.8.8.8. Atribuir;imputar; referir, aplicar.

5.5.5.5.5. De acordo com os verbetes apresentados pelo dicionário, responda: você achaque é possível revogar uma procuração antes de tê-la outorgado? Por quê?....................................................................................................................................................................................................................................................................

1.1.1.1.1. “Por mais que tentasse disfarçar, ainda era um novo-rico.” Quais os compor-tamentos de Rubião justificam a classificação desse personagem como umnovo-rico?

2.2.2.2.2. “Lembrou-se logo do Palha com a procuração e com aquela conversa estranha dedeixar de ser seu procurador de uma hora para outra.” Explique o que deve teracontecido no banco para que Rubião se lembrasse imediatamente de Palha?

3.3.3.3.3. Quando chegou ao mercado, Rubião “(...) surpreendeu-se ao ver a placa:vende-se.- Como?- pensou - Ainda hoje eu falava...”Explique esse pensamento do personagem, fundamentando-se em outrapassagem da Cenatexto.

4.4.4.4.4. “Tenho outra loja um pouco menor que fica ao lado e que também estoupensando...”Rubião teve a idéia de telefonar ao Palha sem se identificar. Como poderiaser completada a frase que ele não permitiu que Palha terminasse?

5.5.5.5.5. Explique a expressão de Rubião: “O senhor tá doido? Agora eu sou eu.”

Entendimento

Page 257: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

83A U L A Rubião teria evitado sua ruína se soubesse da existência de dois tipos de

procuração. Uma delas, mais geral, transfere ao procurador plenos poderespara substituir o mandante em todas as ocasiões. E a outra, mais específica,concede ao procurador exclusivamente um ou alguns poderes para desincumbir-se de tarefas bem definidas. Rubião teria que ter observado a formulação dospoderes concedidos a Palha para evitar os problemas de abuso de mandato.Mas, agora, para ele não adianta mais nada, pois já perdeu parte considerávelde seu patrimônio.

De acordo com os passos indicados a seguir, redija a procuração adequadaque Rubião deveria ter passado em nome de Palha.

1.1.1.1.1. Na primeira linha do papel, à mão ou à máquina, deve-se escrever emdestaque: ProcuraçãoProcuraçãoProcuraçãoProcuraçãoProcuração;

2.2.2.2.2. De sete a dez linhas abaixo, o nome do mandante e sua qualificação:residência, profissão, estado civil, RG e outras informações como título deeleitor, CIC, carteira de trabalho etc;

3.3.3.3.3. O nome do mandatário e sua qualificação (tal qual no item 2);

4.4.4.4.4. O objetivo da outorga, bem como a natureza, a designação e a extensão dospoderes conferidos.

5.5.5.5.5. O estado e a cidade em que for passada, a data e a assinatura do mandante.

Fontes: Jorge Miguel, Curso de RedaçãoCurso de RedaçãoCurso de RedaçãoCurso de RedaçãoCurso de Redação. São Paulo, Editora Harbra, 1987, pág.146.Celso Pedro Luft, Novo manual de português, gramática...Novo manual de português, gramática...Novo manual de português, gramática...Novo manual de português, gramática...Novo manual de português, gramática... São Paulo, EditoraGlobo, 1990, pág. 525.

Agora, continue escrevendo a procuração proposta.

ProcuraçãoProcuraçãoProcuraçãoProcuraçãoProcuração

Por este instrumento, eu, Pedro Rubião de Alvarenga, portador da Carteirade Identidade n.°.............................., CIC n.°................................, residente na rua................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Redaçãono ar

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83A U L AEste módulo apresentou um conjunto de três Cenatextos, que constituem

uma paráfrase do romance Quincas Borba, publicado em 1891, de autoria de umdos maiores escritores brasileiros: Machado de Assis. Para tornar a história atual,manteve-se o perfil dos personagens, embora algumas partes do enredotenham sido modificadas. Uma grande diferença entre a adaptação feita e a obramachadiana reside no fato de que Rubião não abandonou - como mostra aCenatexto - o cão Quincas. Conforme diz o crítico Antonio Candido: "No fim,pobre e louco, ele morre abandonado; mas em compensação Palha e Sofia ( suamulher) estão ricos e considerados. Explorado até a miséria, Rubião, com seudestino, exemplifica a tese machadiana de que a vida é um campo de batalhaonde só os mais fortes sobrevivem."

Veja agora o trecho original do romance de Machado de Assis em que apareaquela famosa expressão: “Ao vencedor, as batatas”.

Ao vencedor, as batatasAo vencedor, as batatasAo vencedor, as batatasAo vencedor, as batatasAo vencedor, as batatas

“(...) Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo debatatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma dastribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, ondehá batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas docampo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nessecaso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra erecolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensaspúblicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Ao vencido, ódio ou compaixão;ao vencedor, as batatas.”

Fonte: Joaquim Maria Machado de Assis. Quincas BorbaQuincas BorbaQuincas BorbaQuincas BorbaQuincas Borba,,,,, São Paulo, Ática, 1977,págs. 18-19.

Saideira

&

&&

Page 259: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

84A U L A

A palavra é sua84

A U L A

M Ó D U L O 27

Cenatexto Alfredo e Jaime se encontraram após o expedi-ente e acabaram conversando por um longo tempo.

- Rapaz, você viu o que aconteceu com a Léia? - perguntou Jaime. - O João semandou com uma marafona e deixou ela na pior, ao deus-dará.

- E foi boa a barganha?- Ah, a figura é uma peça. É pior que arroz-de-festa, todo mundo já deu uma

beliscada.- Então como é que o João foi entrar numa?- O cara tá vidradão, seu. Parece até que ela solta uma grana pra ele também.- E a Léia, como é que tá?- Tá lá, com o menino e a menina, pequenininhos. Sem eira nem beira. Arame

nem pro P.F. O João aí foi merduncho. Tô com medo da Léia pirar.- Mas a Léia é ponta-firme, é pedra-noventa, agüenta o tranco. Além do mais,

tem sempre as vizinhas pra consolo e um pessoal amigo que sempre arranja algum.Eu acho que ela se apruma.

- Sei não. Ela rogou uma praga dos infernos no João, ameaçou até desgraçar osmeninos pra meter pavor nele. Não duvido que ela faça besteira.

- Ouve que eu te dou de graça: é puro fricote de rejeitada, manja? Eu acho queela não vai dar bandeira, vai ficar na dela. A bichinha tem picardia.

- O João já andou dizendo que se ela não largar do pé dele, vai radicalizar pracima dela. E você sabe que aquele bicho quando tá baseado fica muito louco. É bemcapaz disso.

Page 260: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

84A U L A- Isso é bazófia. Eu acho que ele não vai ser quizilento de querer horrorizar. E a

Léia, quando passar esse astral ruim, ela vai juntar os cacos e recomeçar, é certeza.- Deus te ouça e permita, Alfredo.

É, parece que Léia não está bem. Será que ela vai dar a volta por cima? Fazerdo limão uma limonada? Dizem que após a tempestade vem a bonança. Comoserá a bonança da tempestade que Léia atravessa nesse momento?

O diálogo entre Alfredo e Jaime está cheio de gírias e de expressõespopulares. Todas elas têm um correspondente na língua padrão, ou seja,existem várias maneiras de se dizer a mesma coisa. Ao dizer, por exemplo, que“João se mandou com uma marafona e deixou ela na pior, ao deus-dará” equivalea dizer que João foi embora na companhia de uma prostituta e deixou a Léia numasituação muito ruim, desamparada.

1.1.1.1.1. Traduza para uma linguagem mais formal as gírias e expressões populares queapareceram na Cenatexto. As quatro primeiras servem como exemplos:

l se mandou: foi emboral marafona: prostitutal deixou ela na pior: deixou-a numa situação ruiml ao deus-dará: desamparada

l barganha:l uma peça:l arroz-de-festa:l deu uma beliscada:l entrar numa:l vidradão:l grana:l sem eira nem beira:l arame:l P. F.:l merduncho:l pirar:l ponta-firme:l pedra-noventa:l tranco:l algum:l apruma:l desgraçar:l fricote:l manja?:l dar bandeira:l ficar na dela:l picardia:l largar do pé:l baseado:l bazófia:l quizilento:l horrorizar:l astral ruim:

Dicionário

Page 261: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

84A U L A

&&&

No exercício anterior aparecem as palavras grana, arame e algum, que sãotermos traduzidos como dinheiro. O dinheiro é uma coisa tão necessária à vidadas pessoas, que o povo dá a ele vários nomes ou designações, como esses quevocê viu há pouco.

O texto a seguir, do escritor João Antônio, fala sobre os nomes que osjogadores de sinuca davam ao dinheiro na época do cruzeiro. Veja:

SinucaSinucaSinucaSinucaSinuca

(...) Mas o fato é que o sabido da sinuca sempre teve, por exemplo, uma línguaparticular para tratar do dinheiro, uma de suas grandes aspirações.

Cinco cruzeiros antigos chamavam-se cachorro ou cão. Dez eram um coelho. Anota de vinte era chamada peru. A de cinqüenta, um galo. A cédula de cem era umaperna, uma gambeta ou uma gâmbia. A de duzentos, um duque ou duas gâmbias ouduas pernas. A de quinhentos, uma quina ou cinco pernas ou um dom joão.

Hoje, a quina continua quina. A nota de um cruzeiro se chama cabral, jirau, notade conto, pedro, pedrinho, pedroca. A cédula de cinco cruzeiros atende pelo chama-mento de barbudo, enforcado, corda no pescoço. A de dez cruzeiros, que já se chamouaviador ou chapeludo, agora voltou a se chamar coelho.

Na sinuca, o dinheiro tem muitos nomes e, às vezes, é até chamado de dinheiro.Quando não, tem aproximadamente esses apelidos: carvão, mocó, gordura, maldito,tutu, pororó, mango, vento, granuncha, seda, gaita, grana, gaitolina, capim, concre-to, abre-caminho, cobre, nota, manteiga, agrião, pinhão, positivo, algum, dinheiroso,aquele um, luz, massa, milho, arame, bronze, ouro, ferro, pataca, prata, bufunfa,belesquério e surucutaco.

Fonte: João Antônio.“Sinuca”, em Malhação do judas cariocaMalhação do judas cariocaMalhação do judas cariocaMalhação do judas cariocaMalhação do judas carioca,,,,, Record, pág. 99.

Veja a seguir quem é o escritor João Antônio:

João Antônio Ferreira FilhoJoão Antônio Ferreira FilhoJoão Antônio Ferreira FilhoJoão Antônio Ferreira FilhoJoão Antônio Ferreira Filho, cronista da vida carioca e escritorpremiado. Em sua obra podemos destacar: Malagueta, perus eMalagueta, perus eMalagueta, perus eMalagueta, perus eMalagueta, perus ebacanaçobacanaçobacanaçobacanaçobacanaço (1963); Leão de chácaraLeão de chácaraLeão de chácaraLeão de chácaraLeão de chácara (1975); Casa de loucosCasa de loucosCasa de loucosCasa de loucosCasa de loucos (1976);Calvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima BarretoCalvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima BarretoCalvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima BarretoCalvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima BarretoCalvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima Barreto(1977); Lambões de caçarolaLambões de caçarolaLambões de caçarolaLambões de caçarolaLambões de caçarola (1978); Ó Copacabana!Ó Copacabana!Ó Copacabana!Ó Copacabana!Ó Copacabana! (1978)

2. Procure se lembrar dos nomes que você e seus amigos dão ao dinheiro eescreva-os aqui:..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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84A U L AA Cenatexto desta aula não apresenta nenhuma situação muito complicada,

pois pretende apenas mostrar - numa linguagem bastante popular - o dramavivido por Léia e as expectativas dos dois personagens quanto ao desfecho dessecaso. Mesmo assim, responda:

1.1.1.1.1. Qual é o assunto principal da Cenatexto?

2.2.2.2.2. Qual é a opinião de Jaime sobre o assunto?

3.3.3.3.3. Qual é a opinião de Alfredo sobre o assunto?

Você percebeu que Jaime e Alfredo utilizam uma linguagem bastantepopular, com muita gíria e muitos termos próprios do meio em que eles vivem.Seu desafio será traduzir as falas dos dois personagens para uma linguagem maisformal. Veja como poderá ser o início:

- Rapaz, você viu o que aconteceu com a Léia? - perguntou Jaime. - O João foiembora com uma prostituta e deixou-a numa situação ruim, desamparada.

- E a troca foi boa para ele?- Ah, aquela moça é muito estranha. Ela é muito vulgar, já se envolveu

amorosamente com várias pessoas.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Tente se imaginar na situação de Léia: abandonada pelo marido, com doisfilhos pequenos, sem emprego, sem dinheiro. Essa é realmente uma situaçãocomplicada. O que você faria no lugar dela? Teria forças para lutar ou seentregaria? Redija um pequeno texto registrando o que você faria nessa situação.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Entendimento

Reescritura

Reflexão

&

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85A U L A

A palavra é sua85

A U L A

M Ó D U L O 27

Cenatexto Na aula passada tivemos notícia da vida de Léiaatravés de dois amigos, Alfredo e Jaime. Passaram-se seis meses e muita coisa mudou.Neste momento Léia, muito bem vestida, despediu-se de seus companheiros deescritório; pois é secretária de uma companhia de seguros. Quando ela saiu, Miranda,o gerente de vendas, e Júlio, o chefe do escritório, comentaram:

- Mulher competente, a Léia - disse Miranda.- Realmente - respondeu Júlio. - Você viu como ela saiu daquela situação

adversa de alguns meses atrás?- Que situação? - perguntou Miranda.- Há seis meses Léia era uma mulher arrasada. Abandonada pelo marido, com

duas crianças pequenas, sem dinheiro, não adiantava nem pedir pensão judicial,porque o ex-marido nunca teve emprego fixo. Ela estava tão mal que pensou atéem desistir.

- É... quando o amor acaba, fica difícil...- O pior é que ele abandonou uma mulher do porte da Léia para ficar com

uma prostituta.- Mas, e ela? Como é que conseguiu se reerguer?

Page 264: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

85A U L A- É mesmo inacreditável. Felizmente, ela tinha terminado o primeiro grau

antes de casar. Além do mais, é uma pessoa que lê muito, tem uma conversa boa eé simpática. Quando se casou, o marido a proibiu de estudar e de trabalhar. Mulherpra ele tem que ser doméstica. Quando houve a separação, após oito anos decasamento, Léia entrou em total desespero, mas não se entregou e teve muito apoio.Ela deixava os filhos com as vizinhas enquanto fazia um curso de datilografia.Logose tornou uma excelente datilógrafa e procurou emprego incansavelmente. Elatrabalha aqui há cinco meses.

- É uma história admirável - interrompeu Miranda.- Mas não parou aí. Ela está estudando para prestar os exames do supletivo de

segundo grau no final do ano e até um curso de inglês está fazendo. Ela teve que sairagora porque hoje é dia de aula de inglês.

- Isso é que eu chamo de reconstrução após o terremoto - comentou Miranda.- Bem, o resto você já sabe. Até príncipe encantado apareceu pra ela. Aquele

nosso cliente do Mundo dos Parafusos esteve aqui há três meses e ficou encantadocom a Léia. Então começaram a namorar e o casamento já está marcado pradezembro - finalizou Júlio.

- Às vezes eu fico pensando como é que certas coisas acontecem. Ela é umamulher de fibra, de garra, teve apoio das pessoas queridas, foi à luta e hoje deve estarbendizendo o dia em que o ex-marido foi embora. Mulher de sorte.

Bem, aí está o desfecho da tempestade vivida por Léia. A bonança veio, masé claro que a coisa não termina com um "viveram felizes para sempre". A vidacontinua e certamente Léia terá outros terremotos para superar e muitas vitóriaspara comemorar, porque nossa vida é assim, só com muita determinação a gentepode vencer as dificuldades.

Você deve ter percebido que na Cenatexto Miranda e Júlio usam umalinguagem menos popular do que a utilizada por Jaime e Alfredo na aula anterior:não há gírias nem expressões muito populares, portanto a fala é mais formal.

Num determinado momento, Miranda faz o seguinte comentário sobre anova situação da Léia: “- Isso é que eu chamo de reconstrução após o terremototerremototerremototerremototerremoto.”

A palavra em destaque aparece novamente ao final da Cenatexto: “A vidacontinua e certamente Léia terá outros terremotosterremotosterremotosterremotosterremotos para superar e muitas vitóriaspara comemorar, porque nossa vida é assim, só com muita determinação a gentepode vencer as dificuldades.”

Confira no dicionário o significado do verbete que foi destaque nessas duasfrases:

terremototerremototerremototerremototerremoto. [Do lat. terrae motu, ‘movimento da terra’] s.m. geofís. v.sismo [var.: terramoto.]

De acordo com a explicação dada pelo dicionário, sabemos que a palavravem do latim, tendo como significado movimento da terra. Em Geofísica é omesmo que sismo, havendo ainda a variação terramoto.

Como o dicionário nos remete à palavra sismo, vejamos:

sismosismosismosismosismo..... [Do gr. seismós, ‘abalo’] s.m. geofís. Movimento do interior daTerra; terremoto, tremor de terra, abalo sísmico.

Dicionário

Page 265: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

85A U L A 1.1.1.1.1. Baseando-se nas definições apresentadas para a palavra terremoto, responda:

a)a)a)a)a) O significado de terremoto na Cenatexto é o mesmo do dicionário?

b)b)b)b)b) De modo geral, as conseqüências dos tremores de terra são boas ou ruins?Cite algumas delas.

c)c)c)c)c) Em que o terremoto da Cenatexto difere da definição apresentada pelodicionário?

d)d)d)d)d) Existe alguma semelhança entre o terremoto da Cenatexto e a definiçãoapresentada pelo dicionário?

É possível tirar algumas conclusões do que vimos sobre os dois tipos deterremoto:

No dicionário a palavra terremoto foi definida em sua acepção geofísica.Como esse é o sentido exato, racional da palavra, costumamos chamá-lo desentido denotativosentido denotativosentido denotativosentido denotativosentido denotativo.

Como os abalos de terra costumam trazer conseqüências terríveis para aspessoas atingidas por ele - desgraça, morte, destruição - associamos àpalavra terremoto pensamentos ruins, negativos, relacionados de algumaforma a algo desesperador. Essa associação é que levou Miranda a chamar deterremoto a tragédia pessoal de Léia. Embora a terra não tenha realmente semovido aos pés de Léia, ela viveu momentos difíceis em sua vida, umverdadeiro desastre. Pela imagem que fazemos da palavra terremoto e suaassociação a coisas maléficas, criamos um sentido figurado para essa palavra,que é chamado sentido conotativosentido conotativosentido conotativosentido conotativosentido conotativo.....

Na Cenatexto, há várias palavras que aparecem no sentido conotativo. Vejaa seguir a que correspondem no sentido denotativo dado pelo dicionário:

arrasada: devastada, destruída, assolada.

porte: aspecto físico, aparência.

reerguer: levantar após uma queda.

reconstrução: ato ou efeito de reconstruir, edificar novamente.

fibra: qualquer filamento ou fio.

garra: unha aguçada e curva de feras e aves de rapina.

tempestade: agitação violenta da atmosfera, às vezes acompanhada dechuvas, ventos, granizos e trovões.

bonança: bom tempo no mar; tempo favorável à navegação; calmaria.

Embora guardem uma certa semelhança, os sentidos denotativos apre-sentados pelo dicionário não se aplicam exatamente ao sentido das palavras naCenatexto. Isso acontece porque na Cenatexto essas palavras aparecem emsentido conotativoconotativoconotativoconotativoconotativo ou figuradofiguradofiguradofiguradofigurado.

Page 266: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

85A U L A2.2.2.2.2. Reescreva as frases seguintes, substituindo as palavras destacadas, mas

mantendo o mesmo sentido.

a)a)a)a)a) “- Há seis meses, Léia era uma mulher arrasadaarrasadaarrasadaarrasadaarrasada.”.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) “- O pior é que ele abandonou uma mulher do porteporteporteporteporte da Léia para ficar comuma prostituta.”.............................................................................................................................

c)c)c)c)c) “- Mas, e ela? Como é que conseguiu se reerguerreerguerreerguerreerguerreerguer?”.............................................................................................................................

d)d)d)d)d) “- Isso é que eu chamo de reconstruçãoreconstruçãoreconstruçãoreconstruçãoreconstrução após o terremototerremototerremototerremototerremoto.”.............................................................................................................................

e)e)e)e)e) “Ela é uma mulher de fibrafibrafibrafibrafibra, de garragarragarragarragarra, teve apoio das pessoas queridas (...)”.............................................................................................................................

f)f)f)f)f) “Bem, aí está o desfecho da tempestadetempestadetempestadetempestadetempestade vivida por Léia.”.............................................................................................................................

g)g)g)g)g) “A bonançabonançabonançabonançabonança veio, mas é claro que a coisa não termina com um viveram felizespara sempre.”.............................................................................................................................

1.1.1.1.1. Qual é a idéia central da Cenatexto?

2.2.2.2.2. Quais foram os dois grandes momentos do reerguimento de Léia?

3.3.3.3.3. Ao ser abandonada pelo marido, Léia sofreu dois tipos de carência: umamaterial e outra afetiva. Que acontecimentos preencheram essas carências?

4.4.4.4.4. Pelas palavras do texto podemos deduzir que Léia tem motivos para viverfeliz para o resto da vida? Por quê?

Quando escrevemos ou falamos vamos relacionando idéias e informaçõesque nos permitem formar períodos ou frases.

Veja:“Na aula passada tivemos notícia da vida de Léia através de dois amigos,

Alfredo e Jaime.”

Esse período possui umaumaumaumauma informação principal que giram em torno daforma verbal tivemos. Algumas informações secundárias, sobre quando acoisa aconteceu (na aula passada), o que nós tivemos, ou recebemos (anotícia), quem teve a notícia (nós), através de quem ela chegou até nós (Alfredoe Jaime) completam a informação principal, dando-nos uma idéia bastanteprecisa sobre o que aconteceu.

A frase que estamos analisando, por conter uma informação que gira emtorno de apenas umumumumum verbo, denomina-se período simplesperíodo simplesperíodo simplesperíodo simplesperíodo simples.

Entendimento

Reescritura

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85A U L A Vejamos um outro período:

“Passaram-se seis meses e muita coisa mudou.”

Embora essa frase seja até menor do que o período que foi analisadoanteriormente, ela possui doisdoisdoisdoisdois verbos (passaram e mudou) e, conseqüentemen-te, duas informações em torno deles. Nesse caso, chamaremos essa frase deperíodo compostoperíodo compostoperíodo compostoperíodo compostoperíodo composto.

Se escrevêssemos ou falássemos apenas com períodos simples, as informa-ções se relacionariam de uma maneira bastante primária, pois os textos, além deincompletos, ficariam muito desinteressantes. Veja o exemplo a seguir:

- Realmente, é inacreditável. Felizmente, ela tinha terminado o primeiro grauantes do casamento. E era uma pessoa que lia muito. Ela tem uma conversa boa. Elatem simpatia. Aí ela se casou. O marido a proibiu de estudar. O marido a proibiu detrabalhar. Mulher para ele tem que ser doméstica. Houve a separação, após oito anosde casamento. Léia entrou em total desespero. Léia não se entregou. Léia teve muitoapoio. Ela deixava os filhos com as vizinhas. Ela fazia um curso de datilografia. Elatornou-se uma excelente datilógrafa. Ela procurou emprego incansavelmente. Elatrabalha aqui há cinco meses.

Puxa, que texto aborrecido! Você já pensou em ler duas páginas de um textocomo esse, totalmente estruturado em períodos simples? E um livro inteirinho,você já pensou? Seria insuportável. Agora, volte à Cenatexto e releia o parágrafoque contém essas informações estruturadas em períodos simples e compostos.Compare-os.

Quando usamos períodos simples mesclados com períodos compostos, ficamais fácil estabelecermos relações lógicas entre as idéias, o que torna o textomuito mais claro e interessante para quem lê. Veja, por exemplo, a relação entreas duas informações contidas em “(...) Léia entrou em total desespero, masmasmasmasmas não seentregou (...)”. A ligação entre as duas informações através da palavra masmasmasmasmasexpressa claramente uma relação de oposição entre as duas idéias.

1.1.1.1.1. De acordo com o exemplo apresentado na primeira frase, estabeleça relaçõeslógicas entre os períodos compostos que apareceram na Cenatexto. Essasrelações vêm numeradas após as frases, assim preencha os parênteses como número da relação lógica correspondente. Cada relação pode aparecermais de uma vez.

a)a)a)a)a) Ela estava tão mal que pensou até em desistir. ( 3 )( 3 )( 3 )( 3 )( 3 )b)b)b)b)b) Quando ela saiu, Miranda e Júlio comentaram. ( )c)c)c)c)c) Não adiantava nem pedir pensão judicial, porque o marido nunca teve

emprego fixo. ( )d)d)d)d)d) Quando o amor acaba, fica difícil. ( )e)e)e)e)e) Ele abandonou uma mulher do porte da Léia para ficar com uma prostituta. ( )f)f)f)f)f) Ela está estudando para prestar o supletivo de segundo grau no final do ano. ( )g)g)g)g)g) Ela teve que sair agora porque hoje é dia de aula de inglês. ( )h)h)h)h)h) Segundo disse Júlio, Léia é excelente datilógrafa. ( )i)i)i)i)i) O terremoto foi grande, porém Léia sobreviveu a ele. ( )j )j )j )j )j ) Mesmo que ele a procurasse, Léia não aceitaria o marido de volta. ( )

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85A U L ARelações lógicas:

(1)(1)(1)(1)(1)conformidade(2)(2)(2)(2)(2) finalidade(3)(3)(3)(3)(3)conseqüência(4)(4)(4)(4)(4)concessão(5)(5)(5)(5)(5)explicação(6)(6)(6)(6)(6) tempo(7)(7)(7)(7)(7)oposição

2.2.2.2.2. Redija períodos compostos estabelecendo entre os itens as relações indicadasentre parênteses. Faça as adaptações necessárias e coloque as informações naordem que você achar melhor. Veja o exemplo:

a)a)a)a)a) Léia tinha muito trabalho. (concessão em relação à idéia principal)Léia foi embora. (idéia principal)Léia tinha aula de inglês naquele dia. (causa em relação à idéia principal)(Período:) Apesar de ter muito trabalho, Léia foi embora porque tinha aula deinglês naquele dia.

b)b)b)b)b) O momento pior passou. (tempo em relação à idéia principal)Léia colocou a cabeça no lugar. (idéia principal)Léia tentou reconstruir sua vida. (finalidade em relação à idéia principal)

c)c)c)c)c) A situação não era favorável. (primeira idéia)Ela precisava se controlar. (oposição em relação à primeira idéia)As crianças necessitavam de seu apoio. (explicação em relação à idéia b)

d)d)d)d)d) Léia recebeu a notícia. (tempo em relação à idéia principal)Léia sentiu-se desamparada. (idéia principal)As vizinhas tiveram de fazer companhia a ela. (conseqüência em relaçãoà idéia principal)

e)e)e)e)e) Léia foi abandonada. (tempo em relação à idéia principal)Léia agiu. (idéia principal)Seu advogado a orientou. (conformidade em relação à idéia principal)

Em um determinado momento da Cenatexto Júlio diz: “- O pior é que eleabandonou uma mulher do porte da Léia para ficar com uma prostituta.”

Você acha que Júlio tem algum preconceito contra as prostitutas? Elasdevem realmente ser condenadas por sua profissão? O que você acha que levauma pessoa a se prostituir?

Discuta com seus colegas e redija um parágrafo expondo sua opinião. Afinal,a palavra é sua!

&

Reflexão

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86A U L A

A palavra é sua86

A U L A

M Ó D U L O 27

Cenatexto Ao chegar em casa, Léia beijou as crianças,que fizeram a maior algazarra, apontando-lhe uma jarra com flores em cima damesa. Junto às flores havia um envelope. Ao abri-lo, Léia deparou-se com umcartão de seu noivo: “Léia, por sua fibra, sua determinação e pela grande pessoaque você é, dedico-lhe essas flores como lembrança de nossos três meses denoivado. Junto envio-lhe um texto do poeta Affonso Romano de Sant’Anna queparece ter sido inspirado em você. Leia-o com carinho e reflita. Um beijo doMurilo”.

Desdobrando avidamente o papel que continha o texto do poeta, Léiacomeçou a lê-lo:

(...) A ruína nos dá lições de vida. Pois desabam o casamento, os negócios, a saúdee os regimes, mas não se sabe de onde, nem por que milagre surgem forças,propiciando o resgate e nos livrando do total aniquilamento.

Todos já estivemos e estaremos em algum terremoto. Um terremoto é quando apaisagem nos trai. Um terremoto é quando se quebrou a solidariedade entre seu pontode vista e as coisas. Um terremoto não é só quando o caos demoniacamente toma contado cosmos. Um terremoto eu lhe digo o que é: é a hora da traição da natureza. Ou datraição dos homens, se quiserem. Um terremoto, minha amiga, é quando, como agora,você está se separando. (...) Você está embaixo da pele, com a voz meio sepultadalançando um grito de socorro, e aqui com a equipe de salvamento lhe posso apenaslançar a frase: a ruína nos dá lições de vida.

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86A U L A(...) Daí o primeiro conselho em caso de tal tragédia: não entre em pânico acima

do tolerável. Lembre que todo terremoto é passageiro. (...) Mesmo os mais profundose autênticos cataclismos não duram mais que pouquíssimos, embora diabólicos,minutos. Vai ser terrível, mas vai passar.(...)

Sobretudo, depois do terremoto há que aprender com as ruínas. Porque, osengenheiros que me perdoem, mas a ruína é fundamental. É a hora do retorno. (...)Pois a tarefa do homem é refazer-se a partir de suas ruínas. Temos mais é que cataros cacos do caos, catar os cacos da casa, catar os cacos do país. Depois da demoliçãoe das fraudes, desmontando a aparência do ontem, podemos nos erguer na luminosidadedo ser. Ruína, nesse sentido, não é decadência.

As ruínas do presente nos ensinam que um terremoto é quando não há mais ocentro das coisas. (...) Mas aprendendo com a ruína, ah, já nos prometem com o verde.Já tracejam planos de jardim onde as crianças e as flores povoarão o amanhã.

Amigo, amiga: terremotos ocorrem sempre e muitos aí perecem. Mas a função dosobrevivente é sobreviver reconstruindo.

A ruína, além da morte, nos dá lições de vida.

Fonte: Affonso Romano de Sant’Anna, Conselhos durante um terremotoConselhos durante um terremotoConselhos durante um terremotoConselhos durante um terremotoConselhos durante um terremoto.

Léia dobrou cuidadosamente o texto e sentou-se no sofá. Enquanto ascrianças jantavam, ficou refletindo sobre os últimos meses de sua vida. Sim, elahavia sobrevivido a um autêntico terremoto. Mas como tinha sido boa a recons-trução! Como disse o poeta, a ruína nos dá lições de vida. E que lições! Como tinhavalido a pena! A função do sobrevivente é sobreviver reconstruindo.

Assim, Léia ficou relembrando uma frase aqui, uma expressão ali, umapalavrinha acolá, saboreando o gosto bom de ter recuperado sua vida: não se sabede onde, surgem forças... resgate...traição dos homens... todo terremoto é passagei-ro... vai passar... é a hora do retorno... aprender com as ruínas... podemos nos erguerna luminosidade do ser... Lições de vida!

Como Miranda comentou na aula passada, Léia passou por um processo dereconstrução após o terremoto. É claro que ele usou essas duas palavras em seusentido figuradofiguradofiguradofiguradofigurado ou conotativoconotativoconotativoconotativoconotativo, como vimos na aula anterior. No texto queLéia recebeu, o escritor Affonso Romano de Sant’Anna utiliza várias palavrase expressões que se referem a terremoto (momento difícil da vida) e outras quese referem a reconstrução (recuperação moral de um momento difícil): ruína,lições, desabam, surgem forças, resgate, aniquilamento, a paisagem nos trai,quebrou a solidariedade, caos, traição dos homens, tragédia, vai ser terrível,cataclismos, aprender, retorno, refazer-se, catar os cacos, demolição, fraudes,erguer, luminosidade do ser, o verde, planos de jardim, crianças, flores, sobreviverreconstruindo.

Separe as palavras e expressões dessa lista, colocando as que se referem aterremoto e a reconstrução nas colunas correspondentes. Se você não souber osignificado de alguma dessas palavras recorra ao dicionário.

TERREMOTO RECONSTRUÇÃO

Dicionário

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86A U L A 1.1.1.1.1. Qual é a idéia principal do texto do poeta Affonso Romano de Sant’Anna?

2.2.2.2.2. Existe um provérbio que diz: Depois da tempestade vem a bonança. Retire dotexto quatro frases que possam traduzir a idéia contida no provérbio.

3.3.3.3.3. Qual a relação entre o texto do poeta e a vida de Léia?

4.4.4.4.4. Você concorda com a declaração de que “Todos já estivemos e estaremos emalgum terremoto”? Por quê?

Neste curso de Língua Portuguesa você lidou com vários tipos de textos:descritivos, narrativos, poéticos etc. Nesta aula falaremos sobre a estrutura deum tipo bem especial de texto: a dissertaçãodissertaçãodissertaçãodissertaçãodissertação. É através do texto dissertativoque as pessoas expõem suas opiniões sobre as coisas.

Para você entender melhor, vamos tomar como exemplo o texto que aparecena Cenatexto. O escritor coloca sua opinião sobre algo que diz respeito às pessoasem geral: os seus momentos difíceis e a necessidade de superá-los. A partir daí,ele vai colocando argumentos e relacionando as idéias de maneira lógica econsistente. Um bom texto dissertativo deve ter unidadeunidadeunidadeunidadeunidade e coerênciacoerênciacoerênciacoerênciacoerência.

Ter unidade significa ter uma idéia central (principal) e não várias idéiasdesconexas sobre um determinado assunto. Ao responder na seção Entendi-Entendi-Entendi-Entendi-Entendi-mentomentomentomentomento qual a idéia principal do texto, você deve ter reparado que o autor iniciacom essa idéia, defende-a durante todo o texto e finaliza com ela.

A coerência de um texto está relacionada com o encadeamento lógico dasidéias. Se você tem uma idéia central clara, fica mais fácil encadear logicamenteas informações que você deseja transmitir.

Mas como conseguir unidade e coerência?Em primeiro lugar, você deve delimitar o assunto. No texto mencionado, o

autor escolheu o assunto terremoto e delimitou-o ao relacioná-lo com nossosmomentos difíceis. A partir daí ele passou a ter uma idéia central. Para delimitarum assunto basta fazer a seguinte pergunta: Com que vou relacionar o assunto?

Veja outro exemplo: imagine que você queira escrever um texto sobre oassunto dinheiro. Como o assunto é muito amplo, você deverá delimitá-lofazendo aquela pergunta. Dentre as respostas possíveis, poderá dizer: Vourelacionar dinheiro com felicidade. Pronto! Agora é só ir encadeando, relacionan-do sua idéia com questões como: Dinheiro traz felicidade?

1.1.1.1.1. Agora é você. Para cada assunto apresentado (juventude, futebol, etc.),estabeleça uma delimitação. Lembre-se de que, para facilitar o trabalho, vocêdeverá fazer a pergunta: "Com o que vou relacionar o assunto?" Veja omodelo:Assunto: DinheiroDelimitação: Dinheiro é felicidade

a)a)a)a)a) JuventudeDelimitação: .....................................................................................................

b)b)b)b)b) FutebolDelimitação: .....................................................................................................

c)c)c)c)c) NatalDelimitação: .....................................................................................................

d)d)d)d)d) PropagandaDelimitação: .....................................................................................................

Entendimento

Redaçãono ar

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86A U L APara conseguir unidade e coerência é fundamental que você estabeleça um

objetivo para seu texto. Para isso faça a pergunta: De que pretendo convencer oleitor? O que pretendo mostrar ou provar a ele? Uma vez definido o objetivo, vocêvai certamente escrever seu texto com mais facilidade.

No texto de Affonso Romano de Sant’Anna, por exemplo, o objetivo do autoré mostrar que as pessoas podem se reerguer após os momentos difíceis. Aoresponder o exercício anterior, você delimitoudelimitoudelimitoudelimitoudelimitou a relação entre dinheiro e felici-dade. Para dar um objetivoobjetivoobjetivoobjetivoobjetivo a esse texto, imagine que você pretenda convencero leitor de que o dinheiro em excesso traz muito mais preocupações do quefelicidade.

2.2.2.2.2. Estabeleça objetivos para os quatro assuntos que você delimitou no exercícioanterior, respondendo às perguntas: De que pretendo convencer o leitor? Oque pretendo mostrar ou provar a ele?

a)a)a)a)a) JuventudeObjetivo: Mostrar que ...................................................................................

b)b)b)b)b) FutebolObjetivo: Mostrar que ...................................................................................

c)c)c)c)c) NatalObjetivo: Mostrar que ...................................................................................

d)d)d)d)d) PropagandaObjetivo: Mostrar que ...................................................................................

Uma vez delimitado o assunto e definido o objetivo, você está pronto paraescrever sua dissertação.

O tópico frasal é a primeira frase do seu texto, portanto você não devecomeçar a redação com idéias gerais e imprecisas sobre o assunto. O tópicofrasal deve conter apenas a delimitação do assunto (a idéia central) e seuobjetivo.

Veja o tópico frasal do texto que Léia recebeu: A ruína nos dá lições de vida.Aí está a idéia central e o objetivo do autor .

Com relação ao assunto dinheiro/felicidade, você poderia formular o se-guinte tópico frasal: As pessoas que acreditam que dinheiro traz felicidade seesquecem que às vezes ele traz mais preocupações do que alegrias.

3.3.3.3.3. Agora que você já delimitou os assuntos e definiu seu objetivo em relaçãoa eles, escreva o tópico frasal correspondente à idéia central e o objetivo deseu texto:

a)a)a)a)a) JuventudeTópico frasal: .................................................................................................

b)b)b)b)b) FutebolTópico frasal: ..................................................................................................

c)c)c)c)c) NatalTópico frasal: ..................................................................................................

d)d)d)d)d) PropagandaTópico frasal: ..................................................................................................

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86A U L A Os trabalhos propostos até agora fugiram um pouco da Cenatexto para

mostrar que é possível dissertar sobre qualquer assunto. E, agora que você já sabecomo planejar um texto dissertativo, que tal voltar ao caso de Léia?4.4.4.4.4. Escreva um texto dissertativo dissertativo dissertativo dissertativo dissertativo imaginando que nada deu certo para ela após

ser abandonada pelo marido, não tendo nunca conseguido se recuperarmoral e financeiramente. Em seu texto defenda a idéia de que às vezes osterremotos são tão destruidores que as pessoas jamais conseguem se re-cuperar. Lembre-se de defender sua opinião, encadeando logicamente todasas idéias.

Ao elaborar sua redação siga as orientações:

l Assunto:Assunto:Assunto:Assunto:Assunto: a impossibilidade de se recuperar após um momento muito difícil.

l Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo:Objetivo: mostrar que há pessoas que passam por experiências tãotraumatizantes que não conseguem se recuperar, ficando para sempremarcadas pela tragédia.

l Plano de organização:Plano de organização:Plano de organização:Plano de organização:Plano de organização:

a)a)a)a)a) Introdução: Introdução: Introdução: Introdução: Introdução: o tópico frasal deverá conter o assunto e o objetivo. Desenvol-va a idéia central enumerando alguns casos de tragédias pessoais em quea reconstrução não é possível.

b)b)b)b)b) Desenvolvimento: Desenvolvimento: Desenvolvimento: Desenvolvimento: Desenvolvimento: elabore um segundo parágrafo citando algum caso depessoa ou pessoas que você conhece ou de quem já ouviu falar, através deconhecidos ou da imprensa, com quem tenha acontecido algo tão graveque não houve a reconstrução.

c)c)c)c)c) Conclusão: Conclusão: Conclusão: Conclusão: Conclusão: retome a idéia central desmentindo a frase que diz que osofrimento enobrece o homem. Assim, afirme que a vida moderna fragili-zou o homem a ponto dele não suportar determinadas privações morais.

d)d)d)d)d) Título: Título: Título: Título: Título: ao final, dê um título para sua dissertação.

Aqui chegamos aqui ao fim da história de Léia com todas suas implicações.Observe que a letra da música dos compositores Marina Lima e Antônio Cícerotambém fala em recomeço, reconstrução, retorno. Acompanhe.

Pra começarPra começarPra começarPra começarPra começar

Pra começar, quem vai colarOs tais caquinhos do velho mundo?Pátrias, famílias, religiões e preconceitos,Quebrou, não tem mais jeito.Agora descubra, de verdade,Que você ama,Que tudo pode ser seu.Se tudo caiu, que tudo caia,Pois tudo raia.O mundo pode ser seu.

Fonte: Marina Lima e Antônio Cícero, do disco TodasTodasTodasTodasTodas..... PolyGram Discos, 1986.

Saideira

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87A U L A

E agora?

Sem saber bem o motivo, ele constatou que ultima-mente tinha estado de tal maneira irritado que tudo que lhe dizia respeito o desagradava.Reprovava a sua imagem refletida no espelho, envergonhava-se do seu trabalho, incomo-dava-o seu apelido. Onde já se viu tamanho homem ser chamado de “Guedim”? –inquietava-se. Já tinha pedido aos fregueses que o tratassem por “Miguel”, seu nome, oupor “Guedes”, sobrenome paterno. Mas o que recebeu em troca foi zombaria: “Que luxossão esses, Guedim?”, “Miguel não é nome de engraxate...”, “Guedes é sério demais!”,“Que tal Dr. Miguel?”, “Isso só pode ser pedido de namorada...”

Qual namorada! Até esse assunto agora o encabulava. Apesar dos quatorze anos e dobigode ralo, ainda não pensava em amores. Pensava sim em sua vida, em seu ofício. Atéquando continuaria assim a engraxar sapatos durante o dia e a estudar à noite? O pontoque conquistara no aeroporto garantia-lhe muitos fregueses, muitas gorjetas altas, masaté quando? Sonhava com outra profissão. Imaginava-se num escritório, com as mãos semmancha de graxa, podendo usar diariamente camisa social, cinto e sapatos engraxados.

Mergulhado num devaneio que já envolvia pasta de couro, telefone celular e carroimportado, o rapaz só se deu conta da chegada de Marcos, um assíduo e esbaforido freguês,porque este, já sentado, bateu o pé na caixa de madeira.

87A U L A

M Ó D U L O 28

Cenatexto

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87A U L A

&

- Ei, Guedim! Dá uma caprichada aí. O serviço hoje tem que ser vapt-vupt...Observador incansável, Guedim percebeu que a voz do freguês, mais do que pressa,

transmitia uma euforia contagiante. Então, quis saber o motivo:- A viagem hoje parece que vai ser das boas, hem chefe?- Estou livre de viagens. Vim aqui só fazer a manutenção dos micros...- O senhor está diferente. Parece que tá feliz... – insistiu Guedim, já lustrando os

sapatos.Abrindo um largo sorriso, Marcos confirmou.- E estou mesmo. Hoje à tarde darei minhas primeiras aulas de microinformática –

anunciou, vaidoso.- E eu que nunca soube que você era professor... – interrompeu Guedim.Diante do comentário, Marcos explicou que há dois anos se formara em Tecnologia

e Processamento de Dados e, desde então, acalentava o sonho que agora estava prestes aconcretizar: dar aulas num curso organizado por sua própria firma.

Os detalhes de todo o processo não prenderam a atenção de Guedim, pelo contrário,levaram-no de volta ao devaneio. Imaginou-se num escritório, muitos computadores, eledigitando com muita rapidez. E pensou alto:

- Quem me dera saber trabalhar num computador...O tom da exclamação sensibilizou Marcos:— Olha, Guedim, se você quiser pode fazer o curso comigo. Pra você será de graça.

Tome o meu cartão e apareça lá, às segundas, às quartas e às sextas das cinco às seis datarde.

Já saindo completou:- Não perca essa chance, pois não sei se em outra época poderei fazer isto por você.O rapaz atônito, ficou parado, perguntando-se: E agora, Miguel Guedes? Vai

aproveitar ou deixar passar essa oportunidade?”Enquanto organizava as idéias, decidiu engraxar seus próprios sapatos, que estavam

muito surrados. Assim, seguiu assobiando, muito alegre, pelo resto do dia.

Na Cenatexto, temos o personagem Guedim, um adolescente insatisfeitocom a sua vida. Dentre outras mudanças, ele sonhava em ter uma outra profissão.profissão.profissão.profissão.profissão.

Veja como aparece no dicionário o verbete profissãoprofissãoprofissãoprofissãoprofissão:

ppppprofissãorofissãorofissãorofissãorofissão. [Do lat. profissione] S.f. 1.1.1.1.1. Ato ou efeito de professar (8) 2.2.2.2.2.Declaração pública de uma crença, sentimento, opinião ou modo de serhabitual. 3.3.3.3.3. Condição social; estado. 4.4.4.4.4. Atividade ou ocupação especi-alizada, da qual se podem tirar os meios de subsistência; ofício. 5.5.5.5.5. P. ext.Meio de vida; emprego, ocupação, mister. 6.6.6.6.6. Rel. Confissão (2).

1.1.1.1.1. Considerando o contexto em que a palavra profissão aparece na Cenatexto,indique qual dos significados apresentados pelo dicionário seria mais ade-quado para substituí-la....................................................................................................................................

Em outra passagem da Cenatexto temos a seguinte afirmação: “(...) acalentavao sonho que agora estava prestesprestesprestesprestesprestes a concretizar (...)”

Dicionário

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87A U L AConsultando o dicionário, veja como você encontra a palavra que destaca-

mos nesta frase:

prestes.prestes.prestes.prestes.prestes. adj. 2g. e 2n. 1.1.1.1.1. Disposto; pronto, preparado. 2.2.2.2.2. Que está a pontode acontecer; próximo. 3.3.3.3.3. Rápido, ligeiro.

2.2.2.2.2. Em qual dos sentidos mencionados pelo dicionário o adjetivo prestes foiusado na Cenatexto?...................................................................................................................................

3.3.3.3.3. Guedim estava tão insatisfeito com sua vida que, não raro, fantasiava-sefantasiava-sefantasiava-sefantasiava-sefantasiava-se emsituações totalmente diferentes do real. Em sua fantasiafantasiafantasiafantasiafantasia era um homem de negócios.Identifique na Cenatexto algumas palavras que sejam correspondentes aosentido mencionado em destaque nessa frase.

4.4.4.4.4. Dê o significado das seguintes palavras:a)a)a)a)a) esbaforido:b)b)b)b)b) euforia:c)c)c)c)c) atônito:d)d)d)d)d) surrados:

Observe: Ele tinha sonhossonhossonhossonhossonhos.Ele sonhavasonhavasonhavasonhavasonhava.Ele era sonhadorsonhadorsonhadorsonhadorsonhador.

Repare que as três frases expressam, basicamente, a mesma idéia. Noentanto, apresentam palavras que pertencem a classes gramaticais distintas.SonhosSonhosSonhosSonhosSonhos é um substantivo, sonharsonharsonharsonharsonhar é um verbo, sonhadorsonhadorsonhadorsonhadorsonhador é um adjetivo.

Durante o nosso curso de Língua Portuguesa, você observou as palavras,analisando suas características e suas finalidades específicas na mensagemproduzida. Resumindo: você analisou as palavras quanto às classes gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticais.....

A seguir daremos os nomes das classes gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticaisclasses gramaticais, uma definiçãodefiniçãodefiniçãodefiniçãodefinição bemresumida e um exemploexemploexemploexemploexemplo para cada uma delas.

Pausa

CLASSECLASSECLASSECLASSECLASSE DEFINIÇÃODEFINIÇÃODEFINIÇÃODEFINIÇÃODEFINIÇÃO EXEMPLOSEXEMPLOSEXEMPLOSEXEMPLOSEXEMPLOS

1) SUBSTANTIVO Palavra que dá nome aos seres. sonho, Miguel, caixa

2) VERBO Palavra que indica ação, estado ou fenômeno. engraxar, sonhar, mudar

3) ADJETIVO Palavra que qualifica ou caracteriza o substantivo. sonhador, infeliz, bom

4) PRONOME Palavra que acompanha ou substitui o nome. nós, nosso, aquele

5) ADVÉRBIO Palavra que indica circunstância. ali, hoje, bem

6) ARTIGO Palavra que define ou indefine o substantivo. o, a, um, umas

7) NUMERAL Palavra que qualifica o substantivo ou dois, septuagésimo,designa a ordem numérica. um quinto

8) PREPOSIÇÃO Palavra que relaciona outras palavras. de, em, com

9) CONJUNÇÃO Palavra que liga dois termos ou orações. mas, e, que

10) INTERJEIÇÃO Palavra que expressa sentimentos ou emoção. oh! ai! puxa!

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87A U L A Ao propor aos seus clientes que o chamassem por outro nome, Guedim só

ouviu zombaria. Veja os comentários feitos pelos clientes:

“Que luxos são esses, Guedim?”, “Miguel não é nome de engraxate...”, “Guedes ésério demais!”, “Que tal Dr. Miguel?”, “Isso só pode ser pedido de namorada...”

A Cenatexto não demonstra como foi que o engraxate propôs aos freguesesque não mais o chamassem pelo apelido. Assim, você deverá criar essas falas paraGuedim. Lembre-se de como se sentia o personagem e crie uma fala que poderiater sido dita por ele antes de receber os comentários retirados da Cenatexto. Vejacomo poderá ser o início:

Guedim: Dr. Geraldo, eu tomei antipatia pelo meu apelido. Guedim não é nome dehomem, é de menino. Não gosto mais que me chamem assim.

Freguês: Que luxos são esses, Guedim?

a)a)a)a)a) Guedim: ................................................................................................................Freguês: Miguel não é nome de engraxate...

b)b)b)b)b) Guedim: ................................................................................................................Freguês: Guedes é sério demais!

c)c)c)c)c) Guedim: ................................................................................................................Freguês: Que tal Dr. Miguel?

d)d)d)d)d) Guedim: ................................................................................................................Freguês: Isso só pode ser pedido de namorada.

Você viu que o personagem Guedim mostrava-se insatisfeito com suasituação, mas ao perceber uma possibilidade de mudança demonstrou muitaalegria. Responda:

1.1.1.1.1. A felicidade consiste em termos o que sonhamos ou em estarmos contentecom o que somos?

2.2.2.2.2. É válido lutarmos para conquistar uma vida melhor ou devemos procurarvalor na vida como ela nos apresenta?

3.3.3.3.3. Você acha que a vida torna-se mais difícil para os inconformados? Ocomodismo tem aspectos positivos ou deve ser sempre combatido? Queconseqüências o comodismo pode trazer na vida das pessoas? E oinconformismo?

4.4.4.4.4. Aparentemente, Marcos procurou ajudar Guedim sem nenhum interessepessoal. É comum encontrarmos hoje em dia ajuda desinteressada?

&

Reflexão

Reescritura

Page 278: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

87A U L AVocê pôde perceber pela Cenatexto que Guedim gostaria de mudar seu modo

de vida. Ele queria se transformar em uma pessoa bem sucedida, realizadaprofissionalmente e que tivesse uma vida mais confortável e digna.

Há pessoas, contudo, que se atiram à caça do dinheiro e do sucesso sem mediras conseqüências dos atos, desde que estes sirvam para que eles atinjam os finsa que se propõem.

Veja como Érico Veríssimo colocou essa questão em seu texto literário:

Olhai os lírios do campoOlhai os lírios do campoOlhai os lírios do campoOlhai os lírios do campoOlhai os lírios do campo

Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça dodinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão danossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhesoferece de melhor: as relações de criatura pra criatura. De que serve construirarranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?

É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria tambémtriste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossasconstruções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos,saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.

Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, paracorações corajosos. Não podemos cruzar os braços.

É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e daviolência, e sim com as do amor e da persuasão.

Quando falo em conquista, quero dizer a conquista duma situação decente paratodas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito decooperação.

Fonte: Érico Veríssimo, Olhai os lírios do campo.Olhai os lírios do campo.Olhai os lírios do campo.Olhai os lírios do campo.Olhai os lírios do campo. Editora Globo, 37ª edição, Porto Alegre,1977, págs. 154 e 155.

&

Saideira

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88A U L A

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M Ó D U L O 28

Cenatexto Após receber o convite de seu cliente, Guedim,entre surpreso e feliz, pôs-se a engraxar seus próprios sapatos. E agora? Quedecisão ele tomará?

A euforia de Marcos foi mesmo contagiante. Desde o momento que ele passou peloaeroporto, a irritação e o mau humor do engraxate deram lugar a uma alegria expansiva.Seus pensamentos iam a mil por hora, neles não havia mais carro zero, nem telefonecelular. Havia apenas o nome de uma rua, um horário e um número de telefone. Por essenúmero Guedim esperava obter uma série de respostas para suas perguntas, como:Precisaria comprar material? Haveria diploma? Quanto tempo de duração? Em quebairro se localizaria aquela rua? Que ônibus passaria próximo? Teria um computador sópra ele? Quanto tempo ainda teria de trabalhar como engraxate?Essa última pergunta erapraticamente um grito de alívio. Encontrara a luz no fim do túnel! Com obsessão eleconferia o cartão em seu bolso, apesar de já ter decorado o que nele estava escrito. Umpedacinho de papel era a conexão concreta entre seu sonho e a realidade.

Parada para o almoço. Guedim entrou na lanchonete e comprou muitas fichastelefônicas. A secretária parecia não querer ajudá-lo: “Infelizmente, telefone da residêncianão estou autorizada. Mesmo se você conseguir falar com ele não sei se vai adiantar, asturmas já estão completas.”

E agora?

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88A U L AE agora? Onde enfiaria aquele monte de fichas e de planos? Se pelo menos tivesse a

chance de falar com seu freguês, mas aquela secretária era como um osso duro de roer. Novaonda de alegria: o sobrenome escrito no cartão poderia levá-lo ao número do telefonenegado.

Apenas duas fichas foram necessárias para que Marcos sugerisse que Guedim oencontrasse no endereço indicado no cartão. Lá conversariam e o garoto seria apresentadoà secretária para que a matrícula e a mensalidade não fossem cobradas. A ficha teria queser preenchida, a taxa de material paga. Guedim até poderia começar a freqüentar as aulasnaquela tarde mesmo.

As primeiras aulas são fundamentais. – esclareceu o seu freguês.Logo Guedim desligou o telefone.E agora? Não passou pela sua cabeça que tudo seria assim, tão imediato. O dinheiro

que tinha era curto, o curso ficava longe. Não queria gastar dinheiro com dois ônibus.E agora?— Pernas pra que te quero! – gritou Guedim, iniciando uma corrida até o ponto de

ônibus que o levaria até o endereço do cartão.

Releia o seguinte trecho da Cenatexto: “Com obsessãoobsessãoobsessãoobsessãoobsessão ele conferia o cartãocartãocartãocartãocartão emseu bolso (...)”

Veja como as palavras em destaque aparecem no dicionário:

obsessãoobsessãoobsessãoobsessãoobsessão..... [Do lat. obsessione.] s. f. 1.1.1.1.1. Impertinência, perseguição, vexação.2.2.2.2.2. fig. Preocupação com determinada idéia que domina doentiamente oespírito; idéia fixa; mania.

1.1.1.1.1. Reescreva a frase destacada da Cenatexto, substituindo a palavra obsessão poroutra que tenha um sentido apropriado....................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Indique o sentido em que a palavra obsessão foi usada na seguinte frase: Elequeria mudar de profissão e esse desejo já se tornara uma obsessãoobsessãoobsessãoobsessãoobsessão....................................................................................................................................

A palavra cartão é muito significativa nesta Cenatexto, pois representa o elode ligação entre o sonho de Guedim e sua realidade. É também o cartão que fazsurgir todos os conflitos e emoções do personagem.

cartão.cartão.cartão.cartão.cartão. [Do it. cartone.] s. m. 1.1.1.1.1. ind. pap. Folha composta de camadas depapel coladas entre si e que segundo a grossura se classifica comocartolina ou papelão (neste último caso, usualmente quando superameio milímetro). 2. 2. 2. 2. 2. Retângulo de cartão que utilizamos para escrever.3.3.3.3.3. Bilhete, ingresso, senha.

&

Dicionário

Page 281: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

88A U L A Veja outras expressões em que essa palavra aparece, bem como seus respec-

tivos significados:

* * * * * cartão de créditocartão de créditocartão de créditocartão de créditocartão de crédito: Documento dado pelas casas bancárias ou quaisquer outrasinstituições financeiras e que autoriza o usuário a ser debitado em comprasou outros serviços prestados.

* * * * * cartão-postalcartão-postalcartão-postalcartão-postalcartão-postal: Retângulo de papel que tem numa das faces uma fotografia ouuma ilustração e na outra um espaço reservado para correspondência.

* * * * * cartão-folhacartão-folhacartão-folhacartão-folhacartão-folha: Papelão amarelado, feito com pasta de palha e usada no fabricode caixas.

* * * * * cartão de visitacartão de visitacartão de visitacartão de visitacartão de visita: Pequeno retângulo de cartolina onde está impresso o nome doseu dono (por vezes trazendo endereço, profissão e telefone) que o entregaa alguém em sinal de anúncio de visita ou mesmo para indicar a suaresidência.

3.3.3.3.3. Leia as frases seguintes e indique a que tipo de cartão elas se referem:a)a)a)a)a) Fazia tempo que Guedim não via o freguês que lhe deixara o cartãocartãocartãocartãocartão....................................................................................................................................b)b)b)b)b) O Marcos foi às compras, levando o cartãocartãocartãocartãocartão....................................................................................................................................c)c)c)c)c) Ao viajar, Marcos prometeu-lhe mandar algum cartãocartãocartãocartãocartão....................................................................................................................................

4.4.4.4.4. Consulte no dicionário o significado da palavra conexãoconexãoconexãoconexãoconexão....................................................................................................................................

A Cenatexto começa com a seguinte frase: “A euforia de Marcos foi mesmocontagiante.”

1.1.1.1.1. Relacionando essa frase com a Cenatexto da aula 87, indique:a)a)a)a)a) A causa da euforia de Marcos.b)b)b)b)b) Quem foi contagiado pela euforia de Marcos.c)c)c)c)c) A causa da euforia de quem foi contagiado.

2.2.2.2.2. Identifique no primeiro parágrafo da Cenatexto a passagem que comprovaque o convite de Marcos fez com que os devaneios de Guedim fossemsubstituídos pela realidade.

3.3.3.3.3. Explique por que Guedim conferia obsessivamente o cartão que Marcos lhedera.

4.4.4.4.4. É muito comum surgirem empecilhos quando planejamos realizar algo.Vencê-los, buscar soluções para eles é a marca de quem quer realmentealcançar seus objetivos.Releia a Cenatexto e aponte:a)a)a)a)a) os empecilhos que surgiram para o personagem;b)b)b)b)b) a solução encontrada para cada um deles.

Entendimento

&

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88A U L AHá na Cenatexto a seguinte frase: “Seus pensamentos iam a mil por hora (...)”

Além da indicação dessa frase, podemos perceber o ritmo dos pensamentosde Guedim pela forma como certas partes da história foram narradas. Repare quequase não há explicações ou considerações, a passagem de uma cena para outraé feita de uma forma meio abrupta. Como se faltassem partes da história.

Veja, por exemplo, o seguinte parágrafo:

“Parada para o almoço. Guedim entrou na lanchonete e comprou muitas fichastelefônicas. A secretária parecia não querer ajudá-lo: “Infelizmente, telefone da residêncianão estou autorizada. Mesmo se você conseguir falar com ele não sei se vai adiantar, asturmas já estão completas.”

Que tal reescrevê-lo de modo que a sensação do ritmo rápido desapareça?Para isso, basta que você crie explicações que liguem as frases e idéias,esclarecendo melhor os fatos.

Continue após o início:No horário do almoço, Guedim resolveu telefonar para a firma do Marcos a fim de

confirmar o convite e esclarecer algumas dúvidas. Foi à lanchonete mais próxima ecomprou algumas fichas telefônicas, com as quais fez a ligação na tentativa de falar comseu freguês..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Na aula anterior apresentamos uma relação de nomes que indicam as dezclasses às quais as palavras da Língua Portuguesa podem pertencer. Essa é umaclassificação do ponto de vista da morfologiamorfologiamorfologiamorfologiamorfologia. Por uma comparação bemsimples, podemos dizer que as classes são as famílias a que as palavras perten-cem. Analisando, considerando suas finalidades específicas é possível classificaras palavras.

Todas as palavras pertencem a uma classe gramatical, mas é preciso lembrarque para transmitir idéias não basta simplesmente jogar essas palavras num textoou mesmo numa conversa. É preciso organizá-las, relacionando-as de acordocom algumas regras.

Ao imaginarmos que as palavras também têm profissões podemos dizer queelas se relacionam e se combinam desempenhando determinadas funções.

Reescritura

Pausa

&

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88A U L A A sintaxesintaxesintaxesintaxesintaxe é a parte da gramática que se ocupa das relações e das combinações

das palavras na frase. Assim, se ocupa também com a função que as palavrasexercem na frase: a função sintáticafunção sintáticafunção sintáticafunção sintáticafunção sintática. Pela análise sintáticaanálise sintáticaanálise sintáticaanálise sintáticaanálise sintática podemos descobrir afunção dos termos em uma frase. Esses termos são agrupados em três grupos:

Termos essenciais:Termos essenciais:Termos essenciais:Termos essenciais:Termos essenciais: aqueles que são indispensáveis.Termos integrantes:Termos integrantes:Termos integrantes:Termos integrantes:Termos integrantes: aqueles que completam o sentido de outros.Termos acessórios:Termos acessórios:Termos acessórios:Termos acessórios:Termos acessórios: aqueles que são dispensáveis.

Veja a seguir um resumo dos termos da oração:

Guedim quer mudar de vida. Quer deixar de engraxar sapatos de dia eestudar à noite. Ele aspirava a uma vida com mais conforto, mais prazer.

Você acha que no mundo de hoje é possível “subir na vida” vivendohonestamente e sem causar prejuízo aos outros?

Por que há tantas desigualdades sociais no mundo?Basta um curso ou um diploma para que a vida fique mais fácil e as

desigualdades diminuam? Para termos o que sonhamos basta querermos commuita vontade?

Reflexão

TERMOS ESSENCIAIS DEFINIÇÃO CLASSIFICAÇÃO

SUJEITO É o termo do qual se · Sujeito simplesdeclara alguma coisa. · Sujeito composto

· Sujeito indeterminado· Sujeito inexistente(ou oração sem sujeito)

PREDICADO É aquilo que se declara · Predicado verbala respeito do sujeito. · Predicado nominal

· Predicado verbo-nominal

TERMOS ESSENCIAIS DEFINIÇÃO CLASSIFICAÇÃO

ADJUNTO É o termo que caracteriza ouADNOMINAL determina os substantivos.

ADJUNTO É a função exercida pelosADVERBIAL advérbios e locuções adverbiais.

APOSTO É o termo que se refere a umsubstantivo ou pronome,dando-lhe uma explicação.

VOCATIVO É o termo que expressachamamento dirigidoao interlocutor.

TERMOS ESSENCIAIS DEFINIÇÃO CLASSIFICAÇÃO

COMPLEMENTOS São os termos que completam ·Objeto diretoVERBAIS o sentido dos verbos transitivos. ·Objeto indireto

COMPLEMENTO É o termo que completaNOMINAL o sentido de um nome.

AGENTE É o termo que passa a ser oDA PASSIVA novo agente quando a oração é

reformulada de modo que oobjeto se converta em sujeitoque sofre a ação.

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88A U L A

Saideira

Você acha que pobres são os que nasceram sem sorte e ricos os que nasceramcom sorte?

Querer ter o suficiente para satisfazer as necessidades e realizar algunssonhos é ser ambicioso?

Vimos na Cenatexto que a secretária representou um obstáculo para arealização dos sonhos de Guedim. Ele, porém, não desanimou. Como você achaque as pessoas deveriam proceder diante das dificuldades que aparecem paraatrapalhar seus sonhos?

Você viu que o personagem Guedim imaginava-se num escritório com “asmãos sem mancha de graxa”. Ele pretendia usá-las para um outro ofício, uma outraatividade que pudesse lhe proporcionar uma nova e melhor condição social.Assim ele ficava sonhando que poderia trabalhar com digitação em computado-res.

Veja no texto a seguir como o escritor e jornalista Carlos Heitor Cony destacaas mãos de um homem para falar de seu ofício, suas habilidades, seu lazer e suacapacidade. Neste texto as mãos são usadas para representar um homem e suatrajetória de vida.

As mãos do homemAs mãos do homemAs mãos do homemAs mãos do homemAs mãos do homem

Luta cruel, desigual: o homem teimava em viver, julgava que tinha o direito deviver para sempre, por isso nunca pensara em enriquecer, em fazer nada que não fossepura e belamente “viver”. Fazia tudo o que tinha vontade e no dia em que completou90 anos foi comer o angu do Gomes, na Praça Quinze, com bastante pimenta eabrideiras que nunca fechavam seu apetite. Depois entrou numa agência de viagense assuntou complicada viagem pela Amazônia. Foi parar na Terra do Fogo, três mesesmais tarde.

Essa fome de viver acabara no último Natal: ele quis descer para a sala, fazer aceia com muito vinho e castanhas – adorava castanhas e rabanadas, que ele molhavano vinho do Porto. A fraqueza o impediu: ficou lá em cima e mastigou sem alegriaalgumas passas, olhando as paredes – sobram sempre as paredes para aqueles que vãomorrer. Depois, a etapa derradeira: o corpo pifara, somente as mãos se mexiam,querendo abraçar as pessoas que o cercavam. Agora, tudo acabara.

As mãos estão quietas, pousadas sobre o peito, no formato final e imóvel. Mãosque se gastaram em 50 anos de jornalismo antigo: apareceram as máquinas deescrever nas velhas redações, ele tivera dificuldade, tentara se adaptar, mas só sabiapensar “a lápis”. Mãos espertas em muitos ofícios do viver, faziam presépiosencantados, a cada final de ano. Em junho, seus balões eram famosos, vinha gente defora, de São Paulo e Minas, ver as lanternas imensas e iluminadas que ele soltava paraa noite. Mãos que ensinaram o filho a escrever: até hoje – e depois de tantos trancose barrancos – o filho ainda tem a mesma letra inclinada e confusa do pai.

Sim, ali estão aquelas mãos, quietas, para nunca mais. Mãos que nem pareciamcansadas: apenas repousavam sobre o peito, finda a maravilhosa aventura.

Mãos que começaram a ficar mais brancas e mais quietas. Dentro delas, o nada.O nada cheio de tudo o que ele fora, o que ele quisera ser, o que ele soubera viver. Mãosque, antes que se apagassem definitivamente, pareciam as mesmas: mãos de umhomem. Mãos de meu pai.

Fonte: Carlos Heitor Cony, “As mãos do homem” , Jornal Folha de S. Paulo, julho de 1993.

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M Ó D U L O 28

Cenatexto

E agora?

Depois daquela corrida de Guedim ao finalda Cenatexto anterior, algumas coisas mudaram em sua vida. A sua rotina diáriapassou a ser mais do que engraxar sapatos durante o dia e ir à escola à noite. Mascomo será que ele encarou essa nova rotina? Será que a realidade correspondeuao sonho? Acompanhe a história e saiba o que aconteceu.

Durante os dois meses em que freqüentou as aulas do curso de microinformática, maisde uma vez Guedim teve ímpetos de abandonar aquilo que um dia ele julgou ser a luz nofim do túnel.

Mesmo isento da mensalidade, o curso lhe fora dispendioso: material, transporte,menos horas de trabalho. Uma pequena economia, gorda quantia para um engraxate, nãopôde esperar para ser usada na compra de uma bicicleta. Seu fim foi mesmo em petrechosreferentes ao curso de informática.

Além dos gastos, o mais doloroso era o desânimo, pois nas horas difíceis o pessimismoera implacável. Guedim passava a crer que o que lhe haviam dito era mesmo uma verdade:“Para que tanto esforço? De que adiantaria aquele curso? Jamais poderia comprar umcomputador, logo esqueceria o pouco que aprendeu. Em que um computador pode ser útila um engraxate?”

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89A U L AMas nem só de pessimismo Guedim era tomado. Quando viu pela primeira vez

impresso um texto com gráfico, tabela e desenhos, tudo digitado por ele, o orgulho foigrande! Um trabalho tão bem-feito por quem nunca havia sequer usado máquina deescrever! Começou catando teclas, errando muito, perdendo trabalhos mas, ao cabo depoucos meses, ouviu envaidecido o comentário do professor Marcos:

— Eu não atiro no escuro. Miguel Guedes aprendeu as lições com uma rapidezinvejável! Valeu ou não valeu o esforço, rapaz?

Aquele comentário não saía de sua cabeça. Ele saboreava o elogio. À pergunta feita,respondia para si próprio com convicção: “Valeu, é claro que valeu!”

Agora ele volta pra sua casa trazendo um certificado e uma constatação:— Já tenho o passaporte, a realização da viagem dependerá apenas de meu esforço.

Releia a seguinte frase da Cenatexto e veja como o dicionário apresenta aspalavras destacadas:

“Mesmo isentoisentoisentoisentoisento da mensalidade, o curso lhe fora dispendiosodispendiosodispendiosodispendiosodispendioso: material, transporte,menos horas de trabalho.”

isento. isento. isento. isento. isento. [Do lat. exemptu.] adj. 1.1.1.1.1. Desobrigado, dispensado, eximido.2. 2. 2. 2. 2. Desembaraçado, livre, limpo. 3.3.3.3.3. Imparcial, desapaixonado, neutro.

dispendioso.dispendioso.dispendioso.dispendioso.dispendioso. adj. Que obriga a grandes dispêndios; custoso, caro

1.1.1.1.1. Reescreva a frase apresentada substituindo as palavras em destaque pelosinônimo mais adequado. Faça as adptações necessárias....................................................................................................................................

2.2.2.2.2. Aponte uma frase da Cenatexto que tenha sentido figurado e equivalente aoda seguinte afirmativa: Já concluí o curso; o sucesso agora dependerá do que eu fizer....................................................................................................................................

3.3.3.3.3. Releia a frase que você demonstrou como resposta ao exercício anterior eindique que palavras foram usadas em sentido figurado....................................................................................................................................

4.4.4.4.4. Consultando o dicionário, aponte o sentido denotativo (sentido real) daspalavras que você indicou no exercício anterior....................................................................................................................................

Observe:“(...) ao cabo de poucos mesescabo de poucos mesescabo de poucos mesescabo de poucos mesescabo de poucos meses, ouviu envaidecido o comentário do professor Marcos.”

5.5.5.5.5. Explique o que significa a expressão destacada na frase. Mesmo que você nãoesteja muito certo do significado, tente deduzi-lo pelo contexto....................................................................................................................................

6.6.6.6.6. Você conhece alguma expressão interessante que envolva a palavra cabo? Seconhecer, indique-a juntamente com o seu significado....................................................................................................................................

7.7.7.7.7. Volte à Cenatexto e verifique se há alguma palavra que você não conhece.Consulte o dicionário e escreva a seguir o seu significado. Sugestões: ímpe-tos, petrechos, implacável....................................................................................................................................

&Dicionário

Page 289: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

89A U L AEntendimento 1.1.1.1.1. Indique a frase da Cenatexto que apresenta a razão pela qual Guedim teve

ímpetos de abandonar o curso.

2.2.2.2.2. Explique por que Guedim ficou tão orgulhoso quando viu, pela primeira vez,um texto digitado por ele.

3.3.3.3.3. Explique o que Marcos quis dizer ao afirmar: “Eu não atiro no escuro.”

4.4.4.4.4. Releia a última frase da Cenatexto e explique como as palavras passaporte eviagem estão relacionadas ao texto.

Observe algumas passagens das últimas Cenatextos:

“Onde já se viu tamanho homem ser chamado de Guedim?”“E agora, Miguel Guedes? Vai aproveitar ou deixar passar essa oportunidade?”“Precisarei comprar material? Haverá diploma? Quanto tempo de duração? Emque bairro se localiza aquela rua? Que ônibus passa próximo? Haverá umcomputador só pra mim? Quanto tempo terei que trabalhar como engraxate?”“Pernas para que te quero!”“Já tenho o passaporte, a realização da viagem dependerá apenas de meu esforço.”

Repare que todas essas passagens indicam considerações feitas por Guedimdirigindo-se a ele mesmo. Não se pode dizer que houve diálogo, pois diálogoseria se ele conversasse com alguém que pudesse responder às suas perguntas.Como não estava com ninguém, Guedim falava sozinho, “com seus própriosbotões”. Nesse caso, devemos dizer que ele estava monologando, ou seja,fazendo um monólogomonólogomonólogomonólogomonólogo.

Veja como o dicionário apresenta a palavra monólogomonólogomonólogomonólogomonólogo:

monólogo. monólogo. monólogo. monólogo. monólogo. [ Do gr. monológos, “que fala só”.] s.m. 1. 1. 1. 1. 1. teat. Cena em que um sóator representa um personagem que fala ao público ou consigo mesmo. (...)

Agora que você já sabe o que é um monólogo, pense em uma situaçãosemelhante à vivida pelo personagem, ou seja, você diante de um desafio.

(Sugestão) Fale aos organizadores do Telecurso 2000 sobre sua experiênciacom este curso. Quais eram suas expectativas antes de iniciá-lo, o que o levou afazê-lo, quais as dificuldades que você enfrentou, o que ele lhe acrescentou, quepartes você considerou significativas.

O monólogomonólogomonólogomonólogomonólogo é o tipo de redação mais difícil de ser esquematizado, porque éum texto que vai surgir dos seus sentimentos em relação a algum ser ou algumacoisa. Mesmo assim, você pode seguir o esquema proposto.

Senhores organizadores doTelecurso 2000,Antes de começar a fazer esse curso eu, em relação às escolas, acreditava que....................................................................................................................................Decidi fazer o Telecurso 2000 quando....................................................................................................................................Naquela época, eu tive as seguites dúvidas....................................................................................................................................Durante o curso senti que....................................................................................................................................O que eu achava ruim era....................................................................................................................................As melhores partes foram....................................................................................................................................

Redaçãono ar

Page 290: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

89A U L AEnfim, posso dizer que o Telecurso 2000

....................................................................................................................................

Ao acabar este curso pretendo ............................................................................

Embora você tenha lido e apreciado alguns textos de Carlos Drummond deAndrade durante este curso, mais um poema será apresentado a você. Um poemacujo título é uma pergunta, a mesma que o personagem Guedim se fazia nosmomentos em que se via diante de um desafio.

Leia o poema, analise e responda: quando Guedim se perguntava “E agora?”ele estava vivendo situações semelhantes às de José?

E agora, José?E agora, José?E agora, José?E agora, José?E agora, José?A festa acabou,a luz apagou,o povo sumiu,a noite esfriou,e agora, José?e agora, você?Você que é sem nome,que zomba dos outros,você que faz versos,que ama, protesta?e agora, José?

Está sem mulher,está sem discurso,está sem carinho,já não pode beber,já não pode fumar,cuspir já não pode,a noite esfriouo dia não veio,o riso não veionão veio a utopiae tudo acaboue tudo fugiue tudo mofou,e agora, José?

E agora, José?Sua doce palavra,seu instante de febre,sua gula e jejum,sua biblioteca,sua lavra de ouro,seu terno de vidro,sua incoerência,seu ódio e agora

Fonte: Carlos Drummond de Andrade, Antologia poéticaAntologia poéticaAntologia poéticaAntologia poéticaAntologia poética. Rio de Janeiro, Livraria JoséOlympyo Editora, 1978, págs.10-12.

Saideira

Com a chave na mãoquer abrir a porta,não existe porta;quer morrer no mar,mas o mar secou;quer ir para Minas,Minas não há mais.José, e agora?

Se você gritasse,se você gemesse,se você tocassea valsa vienense,se você dormisse,se você cansasse,se você morresse.Mas você não morre,você é duro, José!

Sozinho no escuroqual bicho do mato,sem teogonia,sem parede nuapara se encostar,sem cavalo pretoque fuja a galope.

Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andradenasceu em 1902, em Itabira, Minas Gerais.Aos 18 anos passou a residir em BeloHorizonte e aos 32 anos mudou-se para oRio de Janeiro, onde viveu até sua morte,em 1987. Carlos Drummond de Andradefoi poeta, cronista e contista.

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90A U L A

E agora?

Você acompanhou a caminhada do persona-gem Guedim, o engraxate. Ele fez um curso de microinformática, mas continuaengraxando os sapatos dos usuários do aeroporto e sonhando com a possibilida-de de pôr em prática o que andou aprendendo nos computadores.

- Vai uma graxa, doutor?O cliente olha bem para Guedim e pensa consigo:- Deve ser esse.Guedim inicia a operação limpeza com a velocidade de quem sabe o ofício. Mas

interrompe bruscamente o trabalho ao ouvir a pergunta do cliente.- Você é o Miguel Guedes?- Deus do céu, chamaram-me pelo nome! - pensa Guedim consigo mesmo, um

tanto surpreso.- Já me falaram de você. Eu sou muito amigo do Marcos, seu cliente. Meu nome

é Anselmo, professor de Língua Portuguesa, e também um dos diretores de umcolégio. Estamos informatizando nosso serviço e recrutando pessoal. Marcos mecontou algumas coisas a seu respeito. Disse que você fez com ele um curso e se saiumuito bem.

Guedim, sentindo-se Miguel, seguiu engraxando, mais lentamente, desconfia-do, bebendo as palavras do professor.

- Não estou lhe oferecendo o emprego. Quero apenas dizer que foi um dosindicados. Faremos um teste para escolher três digitadores que irão trabalharconosco. E você foi muito bem recomendado por Marcos. Você se interessa?

Mineirinho que nunca negara a raça, continua com o pezinho atrás, um olho namissa e outro no padre.

- O teste vai ser sobre o quê?- Vamos verificar a habilidade

do candidato no uso do microcom-putador. E nisso eu já sei que você écraque. Mas vamos testar tambémconhecimentos de Língua Portu-guesa. Coisa bem prática, interpre-tação de texto e redação.

- Aí o troço começa a ficarmais complicado. Eu não dou praisso. Estudo feito um maluco, de-coro tudinho mas daqui a pouco jáesqueci.

Cenatexto

90A U L A

M Ó D U L O 28

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90A U L A- Olha, já não se pensa assim. Sem decoreba, mocinho! Já disse que também sou

professor de Língua Portuguesa e por isso sei que a coisa não vai por aí. O importanteé você saber se expressar e entender o que lê e ouve.

Miguel termina o serviço sem descolar seus olhos do professor Anselmo. Aopagar o engraxata, o professor vai logo dizendo:

- Precisamos de jovens como você na nossa escola.Meio na dúvida com relação a suas capacidades e possibilidades, o engraxate observa:- Mas a concorrência não é grande? Será que eu tenho chances?- Tudo vai depender de você. Não são só os conhecimentos que decidem numa

hora dessas. Mas quem conhecer mais terá maiores chances. Vá se preparando.- Quando será o teste?E lá ficou o engraxate a sonhar com esse dia...

1.1.1.1.1. “Faremos um teste para escolher três digitadoresdigitadoresdigitadoresdigitadoresdigitadores que irão trabalhar conosco.”A palavra em destaque é muito usada hoje em dia, sobretudo na informática,isto é, na ciência que trata do processamento de dados pelos computadores.DigitadorDigitadorDigitadorDigitadorDigitador vem de uma palavra latina (digitu) que significa dedo. A escolado professor Anselmo precisa de digitadores. O que faz um digitador?..................................................................................................................................

Repare que há uma diferença entre digitadordigitadordigitadordigitadordigitador e datilógrafodatilógrafodatilógrafodatilógrafodatilógrafo. O digita-dor trabalha com computadores, mas o datilógrafo escreve à máquina. Porisso se fala em curso de datilografia (para aprender a escrever à máquina) ecurso de digitação (para aprender a lidar com o computador).

2.2.2.2.2. DígitoDígitoDígitoDígitoDígito também é usado para designar um número arábico inteiro, de 0 a 9.Em tempos de inflação alta ouve-se muito falar em: “inflação de dois dígitosdígitosdígitosdígitosdígitos.”O que você entende por esta expressão?..................................................................................................................................

3.3.3.3.3. “Guedim, sentindo-se Miguel, seguiu engraxando, mais lentamente, desconfi-ado, bebendobebendobebendobebendobebendo as palavras do professor”. Observe que nesse período a palavrabeber tem um sentido que não é o mais comum. Consulte o dicionário eindique qual é o sentido dessa palavra...................................................................................................................................

1.1.1.1.1. Guedim ficava injuriado com o seu apelido, pois queria ser chamado pelonome. Em seu diálogo com o professor Anselmo, um detalhe contribui muitopara que o engraxate voltasse a confiar em si mesmo: ele começa a deixar deser Guedim. Que detalhe foi esse?

2.2.2.2.2. Os mineiros têm fama de desconfiados. Na Cenatexto há um trecho em quese afirma que Guedim era um mineiro desconfiado. O narrador até usaexpressões muito comuns em Minas Gerais para tornar mais evidente essadesconfiança. Identifique e explique essa passagem.

3.3.3.3.3. Indique dois motivos que levaram o professor Anselmo a convidar Miguela participar do teste que haveria na escola em que ele era um dos diretores.

4.4.4.4.4. Explique por que o engraxate ficou preocupado quando o professor disseque a seleção observaria também conhecimentos de Língua Portuguesa?

Dicionário

Entendimento

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90A U L A PAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSAPAUSA

Como você viu, Anselmo convidou o jovem engraxate para fazer um teste dedigitador numa escola. Entre as habilidades exigidas consta alguns conhecimen-tos de Língua Portuguesa. Já que esta é a última aula de Português deste curso,faremos uma revisão final do que você aprendeu sobre as questões de gramática.Assim você poderá se preparar para futuros testes.

Que tal partir de uma conversa entre o engraxate e o professor de Português?Suponha que o professor Anselmo resolveu conversar com Guedim apenas

para testá-lo, como em um treinamento. É uma situação pouco provável, mas,enquanto o avião não chegava e ainda sobrava tempo, tudo era possível. A cenapoderia ser esta.

Terminado o serviço, o engraxate...Terminado o serviço, o engraxate...Terminado o serviço, o engraxate...Terminado o serviço, o engraxate...Terminado o serviço, o engraxate...

Terminado o serviço, o engraxate não descolava os olhos do professor Anselmo.Ao pagar o engraxate, resolve convidá-lo:

- Venha comigo. Vamos até aquela livraria ali na frente. Vou lhe mostrar umacoisa.

O professor e o Miguel saem em direção da livraria. Anselmo estava pensandoem mostrar na prática a importância da gramática.

- Veja aqui, Miguel, a manchete deste jornal: “Prefeitos abrem luta contraestabilidade de funcionários”. Qual é o sujeito dessa oração? Sobre quem seestá falando?

- Sobre os prefeitos, uai!- E se estivesse apenas escrito "prefeitos abrem", haveria comunicação completa?- Claro que não. Eles abriram alguma coisa...- Então, a palavra "luta" aparece completando o sentido do verbo abrir. A isso

nós damos o nome de objeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto direto.- Mas acontece que se estivesse escrito apenas "prefeitos abrem luta" - observa

Miguel Guedes - a gente podia entender que era luta de briga mesmo, de pancadaria.- Está vendo como você já entendeu o espírito da coisa? Isso mesmo. A própria

palavra "luta" precisa de um complemento. Observe que nessa frase, lutalutalutalutaluta não é umverbo. É um nome, um substantivo. O que aparece na oração para completar osentido dessa palavra?

- Aparecem as palavras "contra a estabilidade".- Está vendo? Nesse caso, por completar o nome luta luta luta luta luta, a expressão "contra a

estabilidade" receberá o nome de complemento nominal complemento nominal complemento nominal complemento nominal complemento nominal. Viu? Não basta a pessoadecorar uma porção de nomes.

- Mas ainda estou confuso. Na mesma hora em que lutalutalutalutaluta é objeto direto, o senhorjá diz que é um substantivo ...

- É simples. Quando eu digo que luta luta luta luta luta é um substantivo, estou dizendo que apalavra pertence àquele grupo que dá nome aos seres, no caso à ação dos seres. Quandoeu digo que é um objeto direto, estou falando de sua função sintática, de como apalavra se relaciona com as outras na frase. São dois tipos de classificação. Veja bem:da mesma maneira que eu posso dizer que você é brasileiro e trabalhador, as palavrastambém podem ser classificadas sob mais de um aspecto. Por exemplo:morfologicamentemorfologicamentemorfologicamentemorfologicamentemorfologicamente (de acordo com a forma) e sintaticamentesintaticamentesintaticamentesintaticamentesintaticamente (de acordo com suafunção na oração).

- Está melhorando, professor. Assim eu acho mais fácil de encarar. Faz anos queespero uma oportunidade como essa. Acho que já tá no papo!

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90A U L AAgora vamos entrar um pouco mais nos detalhes apontados pelo professor

Anselmo. Quando as palavras se relacionam entre si na frase, exercem umafunção sintática que é diferente da classe de palavras a que elas pertencem. Umapalavra pode ser um substantivosubstantivosubstantivosubstantivosubstantivo do ponto de vista de sua classe, mas podeexercer a função de sujeito da oraçãosujeito da oraçãosujeito da oraçãosujeito da oraçãosujeito da oração sob o ponto de vista sintático.

A seguir serão apresentadas algumas informações mais detalhadas, queservirão como uma revisão do que você aprendeu durante o curso sobre a sintaxe.

Vejamos inicialmente a noção de sujeitosujeitosujeitosujeitosujeito. O sujeito é um dos termosessenciais da oração, representando o termo sobre o qual se declara algumacoisa. Ele pode ser classificado em simples, composto, indeterminado e inexistente.

l sujeito simplessujeito simplessujeito simplessujeito simplessujeito simples: apresenta um só núcleo, uma só palavra fundamental.“Vai uma graxa, doutor?”Sujeito: uma graxa.//Núcleo do sujeito: graxa.

l sujeito compostosujeito compostosujeito compostosujeito compostosujeito composto: apresenta mais de um núcleo.“Eu e você vamos almoçar juntos.”Sujeito: Eu e você.//Núcleos do sujeito: eu, você.

l sujeito indeterminadosujeito indeterminadosujeito indeterminadosujeito indeterminadosujeito indeterminado: o verbo aparece na terceira pessoa do singularseguido da partícula indeterminante sesesesese ou o verbo na aparece terceirapessoa do plural, mas o autor da frase não se refere a nenhum ser, deixandoo sujeito vago, indeterminado.“Já me falaram de você.”Nesse caso, não se sabe ao certo quem falou.

l sujeito inexistentesujeito inexistentesujeito inexistentesujeito inexistentesujeito inexistente ou oração sem sujeitooração sem sujeitooração sem sujeitooração sem sujeitooração sem sujeito: ocorre com a presença dosseguintes verbos:a)a)a)a)a) Haver no sentido de existir;

“Há interesse?” (Existe interesse?)b)b)b)b)b) Fazer, ser, estar, dando idéia de tempo ou temperatura;

“Faz anos...” (Expressa idéia de tempo)c)c)c)c)c) Verbos que expressam fenômenos naturais.

"Chove pouco em minha cidade."

1.1.1.1.1. Nas orações que seguem, identifique e classifique os sujeitos de acordo coma classificação dada anteriormente:a)a)a)a)a) “Chamaram-me pelo nome.”

.............................................................................................................................b)b)b)b)b) “O professor e Miguel saem em direção do restaurante.”

.............................................................................................................................c)c)c)c)c) “Guedim, sentindo-se Miguel, seguiu engraxando (...)”

.............................................................................................................................d)d)d)d)d) “Vamos verificar a habilidade do candidato (...)”

.............................................................................................................................

Outro termo da oração é o objetoobjetoobjetoobjetoobjeto. Você aprendeu que há dois tipos deobjeto, isto é, dois tipos de complemento verbal.

l objeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto direto: termo que se relaciona com o verbo diretamente, sem a ajudade preposições.

l objeto indiretoobjeto indiretoobjeto indiretoobjeto indiretoobjeto indireto: termo que se liga ao verbo por preposição. As preposiçõesmais usadas nas relações entre verbos e objetos são: a, de, em, para, com, por.

l complemento nominalcomplemento nominalcomplemento nominalcomplemento nominalcomplemento nominal: é o termo que complementa o sentido de um nomee não de um verbo.

Page 295: Tele Cur So 2000 Fund Portugues

90A U L A Vejamos outros casos:

a)a)a)a)a) “Você acompanhou a caminhada do personagem Guedim a caminhada do personagem Guedim a caminhada do personagem Guedim a caminhada do personagem Guedim a caminhada do personagem Guedim (...)”

Nessa oração, a caminhada de Guedim tem a função de objeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto diretoobjeto direto porquese liga diretamente ao verbo sem a necessidade de uma preposição.

Neste outro exemplo:

b) b) b) b) b) “Sonhar comcomcomcomcom a possibilidade (...)”,observe a presença da preposição comcomcomcomcom.

O verbo exige um objeto, o qual, estando precedido de uma preposição, será umobjeto indiretoobjeto indiretoobjeto indiretoobjeto indiretoobjeto indireto.

c) c) c) c) c) “... habilidade no uso do microcomputadorno uso do microcomputadorno uso do microcomputadorno uso do microcomputadorno uso do microcomputador.”

Veja: quem tem habilidade, tem habilidade em em em em em algo. No caso, a expressão "no uso do microcomputador" completa o sentido da palavra habilidade, que nãoé um verbo, mas um nome. Portanto o termo "no uso do microcomputador" seráum complemento nominalcomplemento nominalcomplemento nominalcomplemento nominalcomplemento nominal.

2.2.2.2.2. Identifique nas orações seguintes seus respectivos complementos, ou seja,diga se eles são objeto direto, indireto ou complemento nominal.

a)a)a)a)a) “Mas vamos testar também os conhecimentosos conhecimentosos conhecimentosos conhecimentosos conhecimentos (...)”.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) “É necessário ter conhecimentos de Língua Portuguesade Língua Portuguesade Língua Portuguesade Língua Portuguesade Língua Portuguesa.”.............................................................................................................................

c)c)c)c)c) “Converse comigocomigocomigocomigocomigo, Seu Miguel Guedes.”.............................................................................................................................

d)d)d)d)d) “ Marcos mememememe contou algumas coisas (...)”.............................................................................................................................

e)e)e)e)e) “Marcos me contou algumas coisasalgumas coisasalgumas coisasalgumas coisasalgumas coisas.”.............................................................................................................................

f)f)f)f)f) ”É necessário saber trabalhar com interpretação de texto de texto de texto de texto de texto.”.............................................................................................................................

Os termos que você indicou no exercício anterior são chamados termostermostermostermostermosintegrantes da oraçãointegrantes da oraçãointegrantes da oraçãointegrantes da oraçãointegrantes da oração. Existe ainda um outro termo integrante, que leva o nomede agente da passivaagente da passivaagente da passivaagente da passivaagente da passiva. Veja:

“E você foi muito bem recomendado por Marcos.”

Observe que o sujeito da oração (você) recebeu a ação de ser recomendado poralguém. Dizemos então que a ação de recomendar foi praticada por Marcos, quese tornou o agenteagenteagenteagenteagente da ação verbal. Assim concluímos duas coisas:

l O verbo está na voz passiva voz passiva voz passiva voz passiva voz passiva, pois o sujeito da oração não pratica a ação, nãoé ativo e sim passivo.

l O ser que pratica a ação passiva do verbo é Marcos. Como é ele que age, seráentão chamado de agente da passivaagente da passivaagente da passivaagente da passivaagente da passiva.

3.3.3.3.3. Sublinhe os agentes da passiva nestas orações:

a)a)a)a)a) A manchete de jornal é lida por Miguel.b)b)b)b)b) As mensagens lhe são endereçadas pelas pessoas.

Há ainda outros termos numa oração. São os chamados termos acessóriostermos acessóriostermos acessóriostermos acessóriostermos acessórios,que são os adjuntos adnominais, adjuntos adverbiais e aposto.

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90A U L Al Os adjuntos adnominaisadjuntos adnominaisadjuntos adnominaisadjuntos adnominaisadjuntos adnominais acompanham o núcleo de um termo essencial

(núcleo do sujeito, por exemplo), de um termo integrante (objetos, complemen-tos nominais, agentes da passiva) ou mesmo de outros termos acessórios, comoos adjuntos adverbiais e os apostos. O importante é saber que o adjuntoadnominal acompanha o núcleo acrescentando-lhe idéias enriquecedoras.

O professor mostrou ao atento engraxate, na banca de revistas, a manchetedo jornal.

Sujeito: O professorNúcleo: professorAdjunto adnominal: oObjeto direto: a manchete do jornalNúcleo: mancheteAdjuntos adnominais: a, do jornalObjeto indireto: ao atento engraxateNúcleo: engraxateAdjuntos adnominais: ao, atentoAdjunto adverbial (de lugar): na banca de revistaNúcleo: bancaAdjuntos adnominais: a, de revistas.

4.4.4.4.4. De acordo com os modelos apresentados, identifique os adjuntosadnominais nestes casos:

a)a)a)a)a) ”(...) bebendo as palavras do professor.”Objeto direto: as palavras do professorAdjuntos adnominais: ...................................................................................

b)b)b)b)b) ”(...) a pessoa decora uma porção de nomes.”Sujeito: a pessoaAdjuntos adnominais: ...................................................................................Objeto direto: uma porção de nomesAdjuntos adnominais: ...................................................................................

l Os adjuntos adverbiaisadjuntos adverbiaisadjuntos adverbiaisadjuntos adverbiaisadjuntos adverbiais também são termos acessórios da oração eindicam idéias de tempo, modo, lugar, causa, negação, intensidade, assunto eoutras. Referem-se principalmente aos verbos. No caso de dar idéia de intensi-dade (força, relevo) poderá se referir a um adjetivo ou mesmo outro advérbio.Observe.

“Mas interrompe bruscamentebruscamentebruscamentebruscamentebruscamente o trabalho (...)”

Bruscamente indica o modo como Guedim interrompe o trabalho. Comoesse termo também está modificando o verbo, recebe o nome de adjuntoadjuntoadjuntoadjuntoadjuntoadverbial de modoadverbial de modoadverbial de modoadverbial de modoadverbial de modo.

“Eu sou muitomuitomuitomuitomuito amigo de Marcos.”

Muito refere-se ao adjetivo amigo, portanto é um adjunto adverbial deadjunto adverbial deadjunto adverbial deadjunto adverbial deadjunto adverbial deintensidadeintensidadeintensidadeintensidadeintensidade.

5.5.5.5.5. Classifique os adjuntos adverbiais que estão em destaque:

a)a)a)a)a) “(...) o que andou aprendendo nos computadoresnos computadoresnos computadoresnos computadoresnos computadores.”.............................................................................................................................

b)b)b)b)b) “(...) se saiu muito muito muito muito muito bem.”.............................................................................................................................

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90A U L A l O último termo acessório da oração é o apostoapostoapostoapostoaposto. Esse termo explica um

substantivo e dever ser isolado por vírgula. Veja:

“Meu nome é Anselmo, professor de Língua Portuguesaprofessor de Língua Portuguesaprofessor de Língua Portuguesaprofessor de Língua Portuguesaprofessor de Língua Portuguesa.”””””

No caso dessa frase, o termo sublinhado é um aposto,aposto,aposto,aposto,aposto, pois está explicando,ampliando o significado da palavra Anselmo.

6.6.6.6.6. Sublinhe os apostos das seguintes frases:

a)a)a)a)a) ”Eu sou muito amigo de Marcos, seu cliente.”b)b)b)b)b) “Você tem acompanhado a caminhada do personagem Guedim, o engraxate.”c)c)c)c)c) “(...) uso bem dosado e prático da gramática, tormento de tanta gente.”

Um termo que se classifica à parte, por não estar integrado à oração, é ovocativovocativovocativovocativovocativo. Esse termo é usado para nos dirigirmos a um ser, chamando-o,invocando-o.

Converse comigo, Miguel GuedesMiguel GuedesMiguel GuedesMiguel GuedesMiguel Guedes.

Miguel Guedes é o vocativovocativovocativovocativovocativo, pois é o ser a quem alguém está se dirigindo.Repare que você poderá sempre colocar antes do vocativo as interjeições ô ô ô ô ô ou óóóóó,tornando mais característico o chamamento: Ô, Miguel Guedes.

7.7.7.7.7. Sublinhe os vocativos que encontrar nas frases seguintes:

a)a)a)a)a) “Veja aqui, Miguel, a manchete deste jornal.”b)b)b)b)b) “Está melhorando, professor.”c)c)c)c)c) “Sem decoreba, mocinho!”

&

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Gabaritos das aulas66 a 90

Aula 66

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1. Estêvão se referia à principal igreja de um arcebispado.2. 2. 2. 2. 2. Sentido 3: ele aguardava o momento em que pararia de trabalhar, passando a recebermensalmente o salário a que tinha direito por haver trabalhado e contribuído durante osanos estipulados pela lei.3. 3. 3. 3. 3. (Sugestão) Mesmo sendo um autodidata, Estevão era um profissional seguro.4a) 4a) 4a) 4a) 4a) extremamente nervoso, agitado; b) b) b) b) b) cheio de energia, em pleno vigor, muito forte.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1. 1. 1. 1. 1. Estêvão estava tranqüilo porque era trabalhador antigo da casa. Por outro lado, Márioestava nervoso porque era novato e não conhecia nada por ali.2. 2. 2. 2. 2. “Não sabe onde pôr as mãos”; “fica vermelho”; “todo desajeitado”.3. 3. 3. 3. 3. Não. Suas roupas são muito usadas, mas limpas. Seus sapatos são velhos, mas bemengraxados. Ele tem cuidado com sua aparência, embora diga que é pobre e que precisado emprego para ajudar sua mãe a sustentar a família.4.4.4.4.4. Departamento de Pessoal.5. 5. 5. 5. 5. O jogo de palavras ocorreu com a frase: “O problema do menor é dos maiores”. Com isso,Estêvão queria dizer que: a) a) a) a) a) trata-se de um problema muito grande; b) b) b) b) b) que o problemado menor abandonado deve ser tratado pelos adultos; c) c) c) c) c) quem deve dar mais atenção aesse problema são os que têm o poder maior nas mãos. 6. 6. 6. 6. 6. Tudo indica que se trata de umapessoa sempre apressada e cheia de tarefas. Pois aparece com pressa, suado, sem tempoe querendo falar com os dois ao mesmo tempo, mesmo que tenham assuntos diferentes.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão) Mário estava muito sem graça. Aquele senhor, com mais de cinqüenta anos,muito forte, estaria debochando dele? Porém, logo viu que se tratava apenas de umgrande brincalhão. O ex-biscateiro era uma excelente pessoa. E Mário, que estava muitonervoso, acabou percebendo que, apesar de não encontrar apenas coisas formidáveis ali,acabaria se integrando ao grupo, aprendendo tudo e se ambientando ao primeiroemprego.

PausaPausaPausaPausaPausaa)a)a)a)a) núcleo: boca; adjuntos adnominais: a, maior, do mundo; b) b) b) b) b) núcleo: gozador; adjuntosadnominais: um, tremendo, de carteirinha; c)c)c)c)c) núcleo: ambientação; adjuntos adnominais:de, uma, urgente; d) d) d) d) d) núcleo: marcenaria; adjuntos adnominais: uma, enorme, famosa.

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Aula 67DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. “ O que dignifica é o lazer; o trabalho danifica.” Com esse trocadilho, Estêvão fez umabrincadeira com duas palavras, com formas bem parecidas: dignifica e danifica.2. 2. 2. 2. 2. Foi usada no sentido de sinal, pista, pegada.3. 3. 3. 3. 3. No caso da Cenatexto da Aula 66, enfiar a cara é o mesmo que esconder a cara. NestaCenatexto, enfiar a cara quer dizer pôr a cabeça, introduzir a cabeça na máquina.4.4.4.4.4.A palavra figueiredo foi usada na Cenatexto como uma forma popular para designar ofígado.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1. 1. 1. 1. 1. Uma possibilidade é entender que Adriano teria roubado a caneta do Estêvão. Outrapossibilidade é entender como trocadilho, ou seja, que Estêvão estava na casa do patrão,mas Adriano não.2. 2. 2. 2. 2. Ele diz que entrou sem nada e, após trinta anos, sai com o dobro. Ele deveria estarsaindo rico para que pudesse ser de fato um exemplo.3. 3. 3. 3. 3. Ele quis dizer que Estêvão era um cara de pau. Mas este refutou com outra brincadeira,dizendo que Geninho sim era cara de pau.44444. . . . . “Já falei que o fígado faz muito mal para a bebida.” Dita de modo mais sério, deveria ser:“Já falei que a bebida faz muito mal para o fígado.”5. 5. 5. 5. 5. Usando a famosa expressão “O trabalho dignifica o homem”, o amigo de Estêvãobrincou dizendo que, ao parar de trabalhar, ele perderia a dignidade. Ainda assim,Estêvão fez um trocadilho dizendo que o trabalho não dignifica e sim danifica, ao passoque o lazer é que dignifica o homem. Com isso, ele quis dizer que estava contente comsua aposentadoria.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraMas, antes de você se aposentar, temos dois assuntos a tratar: o primeiro é apresentarMário para seus novos colegas de serviço; o segundo é preparar-se para tomar umasbebidas em comemoração ao nosso primeiro aposentado. Inclusive o dono da empresavai comparecer.

Aula 68

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. Gozar, deleitar-se, apreciar, ter prazer.2. 2. 2. 2. 2. Corrupto é aquele que foi corrompido, subornado. Corruptor é aquele que corrompe,que causa corrupção.3. 3. 3. 3. 3. É uma contribuição paga mensalmente, como seguro para complementação daaposentadoria.4. 4. 4. 4. 4. Na Cenatexto a palavra reclame foi usada com o sentido de “fazer propaganda”. Namúsica, ela significava “fazer uma reclamação, uma queixa”.5. 5. 5. 5. 5. Passar a responsabilidade de produção a outro, a um terceiro. Encomendar serviçosou produção a uma empresa que só tem a finalidade de prestar os serviços. Por exemplo,muitas empresas terceirizam os serviços de limpeza, ou seja, entregam os serviçosintegralmente a uma firma. Assim, as pessoas que trabalham na limpeza são funcioná-rios da empresa prestadora de serviços.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1 a) 1 a) 1 a) 1 a) 1 a) Faz uma brincadeira com as palavras passado e antigamente, dentro do modelo deuma outra frase muito conhecida: “Já não se fazem homens como antigamente.” A frasequer dizer que hoje não é mais como era nos velhos tempos. b) b) b) b) b) Dureza tem o sentido deestar duro, estar liso, estar sem dinheiro; mas significa também trabalho pesado. Daí, se criaum duplo sentido. c) c) c) c) c) Estêvão faz um jogo com a palavra passageiro, que tanto pode sereferir às pessoas que andam de ônibus ou ao que passa, que é transitório. Novamente, cria-se um duplo sentido.

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2. 2. 2. 2. 2. Usando a conhecidada frase Deus põe e o homem dispõe, Estêvão faz um jogo depalavras para dizer que, enquanto Deus faz e o homem cria, ele, Estêvão, aprecia. Essafrase poderia ser escrita da seguinte maneira: Deus faz, o homem cria e a gente aprecia.3. 3. 3. 3. 3. Ele pagou um fundo de pensão, ao final do mês, para aumentar seus rendimentos. Evai trabalhar com a terceirização de serviços para a Marcenaria Madeira de Lei.

PausaPausaPausaPausaPausa1. a) 1. a) 1. a) 1. a) 1. a) “Estêvão, o novo aposentado, está curtindo a sua festa.” (aposto); b) b) b) b) b) “Seu Estêvão, fazfavor.” (vocativo); c) c) c) c) c) “Os filhos de seu Emílio, novos donos da marcenaria, vão terceirizaralguns serviços.” (aposto); d) d) d) d) d) “Leis mais rigorosas, não é, seu Estêvão?” (vocativo); e) e) e) e) e)“Ah, Adriano, quero te agradecer.” (vocativo).

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no arResposta pessoal.

Aula 69

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1. Está associada a um estrago de qualquer natureza, dano, deterioração.2. 2. 2. 2. 2. Queria dizer que Eustáquio desceu do carro vacilante, sem firmeza nos pés, capengando.3. a)3. a)3. a)3. a)3. a) acidente; b)b)b)b)b) incidente.4.4.4.4.4. Infração significa a violação de uma lei, enquanto que inflação é a emissão de dinheiroem excesso pelo governo, resultando numa situação em que os preços aumentam maisdo que os salários e, portanto, que o poder aquisitivo.5.5.5.5.5. (Sugestão) O conserto do carro de Eustáquio deve custar mais de R$ 1.000,00./ Oconcerto da Orquestra Municipal foi muito aplaudido pelo público.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) “Vou chamar a perícia”; b) b) b) b) b) “E como fica o estrago do meu carro”? “O mais certo nãoseria fazer a ocorrência policial? Não seria mais seguro?” c) c) c) c) c) “Ok. Por mim, tudo bem. Podeficar assim.”2. 2. 2. 2. 2. A perda de tempo e a amolação.3.3.3.3.3. Como era muito cedo, a rua estava vazia. Apenas seu Michel estava por perto naquelemomento.4.4.4.4.4. O carro de Murilo amassou apenas o pára-choque, mas o carro de Eustáquio saiu como motor “tossindo”, farol quebrado, pára-brisa trincado de alto a baixo, frente todaamassada.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura- Eu me chamo Michel. O senhor está muito errado mesmo. Eu vi tudo.- Eu também penso assim. Mas não tenho nada com esse problema.- Todo dia é assim. Rapaziada sem juízo. Anda feito maluca.- Vi, sim. O menino estava andando devagar, o outro desrespeitou o sinal feito um doido. Estáaí o prejuízo. Mas vamos abrir a loja que está na hora.

PausaPausaPausaPausaPausa1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) inexistente; b)b)b)b)b) era muito cedo ainda; c)c)c)c)c) não existe; d)d)d)d)d) não existe; e)e)e)e)e) o predicado nãoé nominal.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) A rua; b)b)b)b)b) estava vazia; c)c)c)c)c) vazia; d)d)d)d)d) estava; e)e)e)e)e) o predicado é nominal.3. a)3. a)3. a)3. a)3. a) O senhor; b)b)b)b)b) está muito errado; c)c)c)c)c) errado; d)d)d)d)d) está; e)e)e)e)e) o predicado é nominal.4.4.4.4.4. a)a)a)a)a) Você; b)b)b)b)b) está machucado, meu filho?; c)c)c)c)c) machucado; d)d)d)d)d) está; e)e)e)e)e) o predicado énominal.5. a)5. a)5. a)5. a)5. a) O senhor; b)b)b)b)b) pode até anotar a placa do carro e o número de minha identidade; c)c)c)c)c)não existe; d)d)d)d)d) não existe; e)e)e)e)e) O predicado não é nominal.6. a)6. a)6. a)6. a)6. a) Eustáquio; b) b) b) b) b) amarra a placa de sua Kombi; c)c)c)c)c) não existe; d) d) d) d) d) não existe;e)e)e)e)e) o predicado não é nominal.7. a) 7. a) 7. a) 7. a) 7. a) a frente do carro; b) b) b) b) b) ficou toda amassada; c) c) c) c) c) amassada; d) d) d) d) d) ficou; e) e) e) e) e) o predicado énominal.

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Aula 70

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário11111. Muito triste, inconsolável.2.2.2.2.2. (Sugestão) Parece que canalha é a mais forte de todas como insulto, mas caloteiro épior em certas condições (por exemplo, no meio comercial).3. 3. 3. 3. 3. Podemos constatar que foi usado na Cenatexto referindo-se a um homem terrível, cruele bárbaro, porque ele diz que “mataria o filho” e até “quebraria a fuça de Eustáquio”.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1. 1. 1. 1. 1. Chamou-a de “história fantástica”2.2.2.2.2. Depois de perguntar onde estava o pára-choque torto, ele disse que o filho o conheciamuito bem e, por isso, não mentiria. Disse também que o filho viajara tranqüilo para apraia.3.3.3.3.3. Que Murilo devia ter consertado ou trocado o pára-choque logo depois do acidente,para não levantar qualquer suspeita.4.4.4.4.4. “Bem, meu filho conhece a força dos meus tapas e não iria mentir para mim. Eu o mataria.”// “Se você fez alguma besteira e escondeu de mim, eu te arrebento todo.” // “Lave essa boca,menino! Não sou de levar desaforo para casa.” // “Se você continuar com essa história logotambém verá quem sou.”// “Pegue a sua trouxa, a sua testemunha, o diabo e vá à polícia antesque eu lhe plante as mão nas fuças, seu espertalhão de uma figa.”5. 5. 5. 5. 5. Murilo está intimidado por causa da truculência do pai. Ele finge espanto porque ofingimento é a grande característica do cínico, do canalha, do caloteiro.6. 6. 6. 6. 6. Seu Michel se comportou como um covarde e fez de conta que não era com ele. Aatitude mostra que ele tem medo de se meter com a polícia.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão) Assim que foi procurado por Eustáquio e ouviu a palavra “polícia”, seu Michelcomeçou a dizer, para espanto do rapaz, que não sabia de nada, deixando claro que não queriasaber de amolação com autoridades e que Eustáquio não deveria contar com ele. Ao ouviraquilo, Eustáquio, como que pedindo socorro, perguntou se ele iria abandoná-lo. Seu Michelainda teve a coragem de afirmar que não vira nada, não falara nada. O pobre rapaz insistia,fazendo com que o senhor se lembrasse de que ele, inclusive, recebera do infrator o número dacarteira de identidade. Mas seu Michel continuou a negar tudo o que ouvia, tudo que haviaacontecido. E afirmava que ele estava fora, se a coisa era com polícia. Em busca de argumentos,Eustáquio tentou falar sobre a mulher do comerciante, que também estava lá. Porém, foi logointerrompido por seu Michel, que lhe avisou que, se pusesse a mulher no meio dessa história,sairia briga. Em seguida, pediu que o rapaz fosse embora porque ele estava trabalhando.

PausaPausaPausaPausaPausaa)a)a)a)a) predicativo; b)b)b)b)b) predicativo; c)c)c)c)c) adjunto adverbial de modo; d)d)d)d)d) adjunto adverbial demodo; e)e)e)e)e) adjunto adverbial de modo.

Aula 71

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) egoísta; b)b)b)b)b) altruísta.2. 2. 2. 2. 2. O mutirão é uma prática de trabalho comunitário, em que as pessoas se reúnem parase ajudarem em determinada tarefa, tal como fizeram os amigos de Michel quando viramo incêndio na loja.3. a) 3. a) 3. a) 3. a) 3. a) Saquear é o mesmo que roubar; b)b)b)b)b) Retirar é levar de um lugar para outro, mas sema noção de estar furtando, roubando.4. 4. 4. 4. 4. Apagar, reprimir o fogo.5. a) 5. a) 5. a) 5. a) 5. a) Golpear com um estoque, que é um tipo de espada; estocar; b)b)b)b)b) Guardar, armazenarou depositar mercadorias ou alimentos. É com esse sentido que a palavra estocar aparecena Cenatexto.6. 6. 6. 6. 6. Com a voz trancada, que parece ficar presa na garganta sem poder sair.

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EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1. 1. 1. 1. 1. “Mas o infeliz é um pobre traba...” (ela queria dizer trabalhador)// “Mas, Michel, oEustáquio me pareceu um moço tão corre...” (ela queria dizer correto).2.2.2.2.2. Ele viu como todo mundo o ajudou sem esperar qualquer vantagem disso e pensou quetambém deveria ajudar os outros, quando precisassem. O que mais o comoveu foi a falade Pedro: “Fosse comigo ou com qualquer outra pessoa, o senhor faria a mesma coisa.”3. 3. 3. 3. 3. Trata-se de uma loja de artigos diversos, ou seja, que vende tecidos, calçados e atéeletrodomésticos, entre outras coisas.4.4.4.4.4. Muito bem, aproveite e se apresse para ajudar o rapaz, que está precisando muito.5.5.5.5.5. (Sugestão) Tudo indica que se trata de um homem de bem, mas que tinha medo de seenvolver com a polícia. Mas, assim que ele viu como era importante ser ajudado e ajudar,também decidiu colaborar.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão)- Adélia, o Eustáquio veio me procurar pedindo para ir com ele à polícia depor sobre o acidente.- E o que você disse?- Ora, que não iria coisa nenhuma. Aquilo não era de minha conta.- Mas, meu bem, você viu tudo. O Murilo foi o culpado.- Eu sei, mas não quero confusão.- Michel, você não pode abandonar o garoto assim...- Chega, mulher, assunto encerrado.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no arReposta pessoal.

Aula 72

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. No sentido 4, fazer chegar antes do tempo; antecipar.2. a) 2. a) 2. a) 2. a) 2. a) Na fila de Pessoas Físicas; b) b) b) b) b) Pessoa Física.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. Como ela já estava decidida a abrir uma empresa, julgava importante ir tomandocontato com o mundo dos negócios. Ela queria ter certeza de que o dinheiro existia.2.2.2.2.2. É possível concluir que Hilda não tinha nenhum costume de utilizar os serviços dobanco. Caso contrário, teria mais conhecimento de seu funcionamento.3.3.3.3.3. A idéia já era antiga, mas faltava dinheiro. Agora, com o dinheiro que ela recebeu doseguro de vida do marido, teria o capital necessário.4.4.4.4.4. Hilda ficou muito impressionada com a quantidade de providências que precisariatomar e acabou por interromper o funcionário para expressar a sua angústia.5.5.5.5.5. Ele sugeriu que Hilda fosse adiantando algumas providências e depois voltasse parareceber outras informações sobre o que deveria fazer para abrir a empresa.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura... senhoras... já têm... pensam...... da minha casa,... estamos trabalhando há algum... lhe disse.... pois no nosso bairro... forma vamos anotar...... As senhoras já pensaram ... pretendem...... Nós pensamos...... para cada uma das sócias...- Confesso que estamos... desanimadas... nos informando...... Nós pensamos... se damos conta...As senhoras podem...Elas nem ouviram direito o que o rapaz lhes falava, já estavam de pé, prontas para sair. Afinalde contas, também precisavam trabalhar, antes de se submeterem à burocracia.

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Aula 73

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.a)1.a)1.a)1.a)1.a) associar: raiz, soci; prefixo, as-; sufixo, -ar.b)b)b)b)b) associação: raiz, soci; prefixo, as-; sufixo, -ação.c)c)c)c)c) social: raiz, soci; sufixo, -al.d)d)d)d)d) socialismo: raiz, soci-; sufixos, -al e -ismo.e) e) e) e) e) dissociar: raiz, soci; prefixo, dis-; sufixo, -ar.f)f)f)f)f) socializar: raiz, soci; sufixos, -al e -izar.

2.2.2.2.2.

agriagriagriagriagri (campo) agricultura, agrícola

digit(i)digit(i)digit(i)digit(i)digit(i) (dedo) digital, digitador, digitação

frig(i)frig(i)frig(i)frig(i)frig(i) (frio) frigorífico, frigidez, frígido

orto-orto-orto-orto-orto- (correta) ortografia

pluviopluviopluviopluviopluvio (chuva) pluvial, pluviométrico

popul(o)popul(o)popul(o)popul(o)popul(o) (povo) popular, população, populoso

primiprimiprimiprimiprimi (primeiro) primogênito, primitivo

sonosonosonosonosono (som, ruído) supersônico, sonoro

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1. 1. 1. 1. 1. Provavelmente Hilda desenhou o uniforme que ela acabou de ver. O objetivo eraaproveitar a idéia mais tarde, quando já estivesse fabricando os uniformes.2. O2. O2. O2. O2. O funcinário quis dizer que a maioria das pessoas desiste de abrir a sua microempresaquando começa a tomar contato com a papelada e a burocracia que precisa enfrentar.3. 3. 3. 3. 3. Disse que ela poderia ir fazendo pesquisa de mercado, contatos com futuros clientese também que providenciasse os documentos que não dependiam dos que ela estavaaguardando.4. 4. 4. 4. 4. Apesar de ter muita vontade de abrir sua microempresa, Hilda considerava muitodifícil cumprir todos os passos exigidos e tinha medo de não dar conta do que sepropunha a fazer. Portanto, esperava que isso tudo se acalmasse depois.55555. Solicitação do Alvará de Funcionamento junto à Prefeitura, inscrição na SecretariaEstadual da Fazenda, inscrição na Junta Comercial e redação do Contrato Social.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão) Quando entrei entrei entrei entrei entrei no prédio, observeiobserveiobserveiobserveiobservei... Achei Achei Achei Achei Achei interessante o lenço... Parei Parei Parei Parei Parei em umcantinho e fiz fiz fiz fiz fiz uns desenhos... Esperei Esperei Esperei Esperei Esperei a minha minha minha minha minha vez... Eu ouviaEu ouviaEu ouviaEu ouviaEu ouvia, anotava, faziaanotava, faziaanotava, faziaanotava, faziaanotava, fazia... Eu sentiaEu sentiaEu sentiaEu sentiaEu sentiaa minha minha minha minha minha cabeça rodar... Eu deiEu deiEu deiEu deiEu dei um suspiro de alívio... Eu Eu Eu Eu Eu não queria queria queria queria queria retroceder. Tomara quepelo meu meu meu meu meu caminho encontrasse...

Aula 74

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário11111. A palavra providência foi usada no sentido de medidas prévias para regularizar certosserviços, ou seja, no sentido 6 apresentado pelo dicionário.22222. Hilda falava a respeito do sócio que fornece capital a uma empresa. Mas estava sendoirônica, pois a sua microempresa ainda era um projeto muito modesto.33333. O pró-labore é uma espécie de retirada mensal do sócio, podendo corresponder a umaremuneração pelo trabalho (caso de Hilda) ou a uma remuneração pelo capital (caso dairmã). Por outro lado, salário é a remuneração do empregado.

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Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

Contrato SocialContrato SocialContrato SocialContrato SocialContrato Social

Sociedade Por Cotas de Responsabilidade LimitadaSociedade Por Cotas de Responsabilidade LimitadaSociedade Por Cotas de Responsabilidade LimitadaSociedade Por Cotas de Responsabilidade LimitadaSociedade Por Cotas de Responsabilidade Limitada

Os abaixo assinados, Hilda Maria Sampaio Torres, viúva, comerciante, residente nestacapital, na Rua.............., nº....., portadora da Carteira de Identidade nº. .......... e doCPF ................................... e Beatriz Sampaio Torres, brasileira, solteira , comerciante,residente na Rua .........................., nº. ..... , na cidade de .........................................., portado-ra da Carteira de Identidade nº. ..................................., e do CPF ..................................., poreste instrumento particular e na melhor forma do direito, constituem entre si umasociedade por cotas de Responsabilidade Ltda. , que se regerá pelas seguintes cláusulas:

I - I - I - I - I - A firma terá a denominação social de Hilda Confecções Ltda. e usará a denominaçãocomercial de Uniformes Trabalhar. Terá sede nesta cidade na Rua..................................................................... , nº ......... , ficando eleito o foro desta comarca para qualquer açãofundada no presente contrato.

II - II - II - II - II - O objetivo da sociedade será a fabricação de uniformes em geral.

III - III - III - III - III - O capital social será de R$ ......................... , dividido em quotas de R$.......................cada uma, neste ato intregalizadas em dinheiro , subscrevendo a sócia Hilda SampaioTorres 90 quotas e a sócia Beatriz Sampaio Torres 10 quotas .

IV - IV - IV - IV - IV - Os negócios serão geridos por Hilda Sampaio Torres, sendo -lhe, entretanto , vedadoo uso da firma em negócios alheios aos fins sociais.

V - V - V - V - V - O início das operações será na data de assinatura deste contrato e o prazo de duraçãoda sociedade será indeterminado.

VI - VI - VI - VI - VI - Somente a sócia Hilda Sampaio Torres terá direito a uma retirada mensal, a títulode pró-labore, a ser fixada anualmente pelo consenso unâmine das sócias, dentro doslimites estabelecidos pela legislação do Imposto de Renda.

VII - VII - VII - VII - VII - O balanço será levantado anualmente em 31 de dezembro, cabendo às sócias partesproporcionais ao capital nos lucros ou nos prejuízos.

VIII - VIII - VIII - VIII - VIII - A sociedade não se dissolverá com o falecimento de qualquer uma das sócias , masprosseguirá com os herdeiros remanescentes.

E, por estarem assim justas e contratadas, lavram este instrumento em três vias, que serãoassinadas com duas testemunhas.

Local: ...................., ..... de ............................. de 19........

_________________________ ____________________Hilda Maria Sampaio Torres Beatriz Sampaio Torres

Testemunhas:

___________________________ __________________________

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Aula 75

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. Residência, moradia.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) Julgar, considerar, supor, imaginar. b)b)b)b)b) Encontrar por acaso ou procurando.3.3.3.3.3. Espantado, admirado, atônito.4. a) 4. a) 4. a) 4. a) 4. a) ch; b) b) b) b) b) s; c)c)c)c)c) ch; d)d)d)d)d) s; e) e) e) e) e) z.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. O cheiro de queimado que ele sentiu quando chegou em casa.2. 2. 2. 2. 2. Guilherme foi correndo ao apartamento do síndico para avisá-lo.3. 3. 3. 3. 3. O cabo Henrique chamou os moradores do Edifício Jequitinhonha de irresponsáveisporque eles não providenciaram a recarga dos extintores de incêndio na data marcada.4. 4. 4. 4. 4. “Cabo Henrique, o senhor me desculpe, mas será que não estamos perdendo tempo demaisno telefone? Não era melhor o senhor vir logo pro local e ver pessoalmente o que estáacontecendo?”5. 5. 5. 5. 5. Tudo indica que ele mora sozinho, pois não encontra ninguém em casa, não esperaninguém e tudo o que ele faz ou lembra também não envolve outra pessoa.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão) Quarto, sala, banheiro... nada. Então percebi que o cheiro vinha do 301. Rapaz,fui lá e toquei a campainha sem parar, mas não tinha ninguém. Foi me dando um desesperocom aquela fumaça, que estava cada vez mais forte, saindo pelos cantos da porta. Não tinhamais dúvida nenhuma: era fogo mesmo, no apartamento do vizinho. Fiquei desesperado!Resolvi ligar para o Corpo de Bombeiro e fui atendido por um senhor calmo demais para o meugosto. E ainda levei bronca porque os extintores do prédio estavam descarregados. Que noite!

Aula 76

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. Faziam conjecturas, suposições, tentavam adivinhar os acontecimentos.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) uma garantia; b)b)b)b)b) com firmeza; c)c)c)c)c) um guarda.33333. Grande quantidade de perguntas.4. a)4. a)4. a)4. a)4. a) movimentação, ações; b)b)b)b)b) corda ou algo parecido, que serve para delimitar o local deacesso; c)c)c)c)c) vistoria, análise, exame.5. a)5. a)5. a)5. a)5. a) É o direito de propriedade exercido em comum pelos proprietários de um prédio,vila etc. A palavra condomínio pode indicar a propriedade (o prédio, a vila etc.); b)b)b)b)b) Sãoos moradores ou proprietários dos apartamentos de um prédio; c)c)c)c)c) É uma reunião queocorre fora da data prevista, a fim de que possam ser tomadas providências comurgência.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. O elevado número de pessoas que estava na frente do prédio.2.2.2.2.2. Experiência.3.3.3.3.3. O ferro elétrico ligado, mas a falta de recarga dos extintores também contribuiu paraque o fogo não fosse dominado logo de início.4.4.4.4.4. O síndico marcou uma reunião de condomínio para o dia seguinte.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura1. 1. 1. 1. 1. (Sugestão) Prezados condôminos do Edifício Jequitinhonha:Como síndico deste edifício, e considerando a importância do assunto, convido todos os moradorespara a palestra sobre segurança a ser realizada no dia 3/05/95, às 19 horas no hall de nosso prédio.A palestra será orientada pelo sargento Marcos do Corpo de Bombeiros.Contando com a presença de todos, agradeço.(a) Leandro Ferreira

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2. 2. 2. 2. 2. (Sugestão)... que o apartamento 301 estava com as portas trancadas e que era necessário um arromba-mento. Feito isso, o fogo foi rapidamente controlado.A provável causa do incêndio foi um ferro elétrico ligado. Feita a inspeção, procurei pelosíndico do prédio e o adverti da necessidade da recarga dos extintores de incêndio. Dei umprazo máximo de uma semana para as providências e marquei uma vistoria no prédio paradaqui a uma semana. O síndico prometeu arrumar os extintores e a parte elétrica do prédioque também está em condições precárias.

(a) Sargento Marcos

Aula 77

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. Que fossem proibidas as brincadeiras.2. a) 2. a) 2. a) 2. a) 2. a) Apresentar como explicação, desculpa; b) b) b) b) b) Citar, mencionar.3. a)3. a)3. a)3. a)3. a) De costume, rotina, aquilo que se pratica habitualmente; b)b)b)b)b) Proveniente de acordocomum; geral; c)c)c)c)c) Envergonhados.4.4.4.4.4. Rebuliço: grande barulho; Reboliço: que tem forma de rebolo, que rebola.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento11111..... De acordo com a frase “Após a votação, seu Leandro informou que todos os extintores deincêndio existentes naquele edifício necessitavam de ser recarregados”, ficava claro que elejá havia previsto o problema meses antes.2.2.2.2.2. Um rebuliço aconteceu porque dona Rosinha e alguns moradores não aceitaram aspropostas de aumento sugeridas pelo síndico. E o outro foi por causa da proibição dasbrincadeiras das crianças na garagem.3.3.3.3.3. A ata livrou a pele do síndico porque nela consta que ele alertou os moradores sobrea necessidade de recarregar os extintores de incêndio.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar(Sugestão) Sob a presidência do síndico Leandro Ribeiro Neto, os seguintes moradores: MariaCarmem Miranda Celestino, Joel de Paula, Odilon Braga, Maria Clara de Sá Braga, Robertoda Silva Leal, Vilma Alves Neto, Salomão Barbosa, Paulo de Almeida, Guilherme Rosa, IsabelRibeiro Alves, Otávio Quintiliano, Maria Carolina Ceccato, Rosa Ferreira, Vera de SouzaRibeiro, Daniel Ferandes. A moradora Olívia de Campos secretariou a sessão. Inicialmentefoi lida, aprovada e assinada a ata da sessão anterior. O síndico, então, expôs o motivo dareunião extraordinária: a necessidade de recarga dos extintores do prédio, consideradaurgente a partir da lamentável ocorrência no apartamento 301. O síndico sugeriu que a taxado condomínio fosse aumentada para arcar com as despesas de reformas que visam àsegurança dos moradores. Pediu também que se vedasse às crianças brincar na garagem.Realizada a votação, foi aceita por unanimidade a despesa com a recarga de extintores. Emrelação aos dois outros itens, não houve consenso, razão pela qual ficou decidido que seriamobjeto da próxima reunião. Nada mais havendo a tratar, o síndico deu por encerrada a reunião.

Aula 78

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. Troço tem aqui o sentido de um mal-estar indeterminado.2. 2. 2. 2. 2. Nesse caso, o sentido da palavra é negócio.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. Pelo comportamento de dona Hilda, dá para deduzir que ela estava assim porquerecebeu uma reclamação a respeito da qualidade dos uniformes que fabricou.

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2.2.2.2.2. Há uma idéia de oposição entre essas duas palavras. O prefixo micro (na palavramicroempresa) significa muito pequeno, enquanto a palavra gigante dá idéia de algomuito grande. Esse jogo de palavras serviu apenas para formar uma frase de efeito.3. 3. 3. 3. 3. Que provavelmente eles é que sairiam perdendo, pois representavam a empresa maisfraca.4.4.4.4.4. “Quando se viu no ponto do lotação, em fração de segundos teve de decidir o que fazer, poiso ônibus já vinha chegando.”5.5.5.5.5. Sugeriu a tática da “inversão do ônus da prova”, ou seja, pedir para que o fabricantedo tecido (que foi adquirido por Hilda para a confecção dos uniformes) fosse processado,já que ele era o responsável último pela má qualidade do produto.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão) ...ficaram péssimos, encolheu tudo. A qualidade do tecido que a senhora usou nãoestá de acordo com as exigências de nossa empresa.- Deve haver algum engano, comprei o tecido que vocês indicaram.- Sinto muito. Vamos suspender também a segunda parte da remessa. Não faremos maisnegócios com sua confecção.- Como? Eu não estou entendendo. O senhor não pode fazer isso comigo.- Muito obrigado. Boa tarde.

Aula 79

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. A sua primeira tentativa de acordo deveria ser por meio de uma reclamação oral;expressa de viva voz.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) Feição, feitio, aspecto. b)b)b)b)b) Propensão, pendor. c)c)c)c)c) Arranjo.3.3.3.3.3. gelo/gente/gesto/beringela

gemer/gentileza/ sarjeta/ passagemgenerosidade/ canjica/ selvagem/ gelatinagengibre/ jiló/ ferrugem/ laranjeiragênio/ gíria/ tijela/ gorjeta.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. Porque, apesar de ser horário de trabalho, não havia sinais de pessoas trabalhando.2.2.2.2.2. Até aquele momento , Hilda não tinha encontrado nenhuma possibilidade de resolvera situação. Parecia que ia ter de fechar a sua fábrica de uniforme.3.3.3.3.3. Hilda percebeu que mesmo tendo feito o pedido do tecido pelo telefone, tinha direitode reclamar.4.4.4.4.4. Hilda estava abatida, desanimada. Era bem diferente daquela pessoa determinada quesempre resolvia os problemas.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraa)a)a)a)a) “O pedido foi feito por mim através do telefone.”b)b)b)b)b) “O tecido foi entregue por nós em perfeitas condições.”c)c)c)c)c) “O pedido foi feito pela senhora pelo telefone.”d)d)d)d)d) “A mercadoria não foi conferida pela senhora no ato da compra.”e)e)e)e)e) “A mercadoria deve ser conferida no ato da compra. Não são aceitas reclamações posteriores”.f)f)f)f)f) “Este folheto com um bilhete foi deixado para a senhora por um motorista de um tal de doutor Ricardo.”g)g)g)g)g) “O guia era folheado por Hilda.”h)h)h)h)h) “A costureira foi chamada por Hilda.”i)i)i)i)i) “Quando um produto for comprado por você...”j)j)j)j)j) “No caso de arrependimento, o produto deverá ser devolvido pelo consumidor.”k)k)k)k)k) “Mas o prazo dos sete dias já foi perdido pela senhora.”

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Aula 80

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. O aspecto, a fisionomia de Hilda não permitia ter muita esperança.2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) A letra K K K K K está entre o j j j j j e o l. l. l. l. l.b)b)b)b)b) A letra W W W W W entre v v v v v e x. x. x. x. x.c)c)c)c)c) A letra Y Y Y Y Y entre x x x x x e z. z. z. z. z.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento11111.....Naquele dia vencia a duplicata do cliente e ele havia avisado que não ia pagar. Semdinheiro ficava difícil continuar com a fábrica e enfrentar os pagamentos.2.2.2.2.2. Essa passagem sugere que Hilda percebeu que não precisaria ter vindo de táxi. Poderiater economizado se tivesse encontrado o número do prédio e soubesse que ele ficavaperto do ponto do seu ônibus.3.3.3.3.3. Ao ver muitas pessoas com problemas como os dela serem atendidas, ela ficou maisesperançosa de encontrar uma solução.4.4.4.4.4. É provável que ela tenha explicado ao fabricante de tecidos que precisava repor osuniformes para seu cliente, e deve ter dito para o seu cliente que a culpa não era sua e,portanto, merecia uma segunda chance.5.5.5.5.5. O fato que facilitou o acordo foram as férias coletivas da empresa, porque permitiu quea demora na reposição dos uniformes não fosse tão sentida.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no arResposta pessoal.

Aula 81

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário“Foi desta para melhor”; “Foi comer capim pela raiz”; “Abotoou o paletó”, “Bateu as botas”;“Vestiu pijama de madeira”; “Foi pra cidade dos pés juntos”.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1. 1. 1. 1. 1. O fato pode ser deduzido pela seguinte fala de Quincas: “Mas Rubião achou-a natural,afinal esperava apenas receber uma partereceber uma partereceber uma partereceber uma partereceber uma parte e não a massa de todos os bens do testamento”.2.2.2.2.2. A surpresa de Rubião deveu-se ao fato de ter-se tornado herdeiro universal, recebendoa massa de todos os bens do testamento. Ele não esperava tanto.3.3.3.3.3. Está tantã; lelé da cuca; com um parafuso a menos.44444..... a)a)a)a)a) Rubião não tinha outra saída, afinal ia viajar e levar um cachorro seria muito difícil.b)b)b)b)b) Rubião não podia romper um compromisso documentado pelo recibo que assinou eque estava fortalecido pelos dizeres do testamento.5.5.5.5.5. Rubião estava dizendo que prevalece o mais forte, o mais valente. Se ele agora erapoderoso, rico, ele era um vencedor e tinha direito de colher os frutos da sua vitória. Ocachorro não seria um empecilho na sua trajetória. Ele estava se justificando por nãoolhar a outra parte, no caso, a vontade do falecido Quincas.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão)

RECIBORECIBORECIBORECIBORECIBO

Recebi do senhor Quincas Borba um cachorro de estimação, em perfeitascondições de saúde, para efeito de cuidados durante sua ausência.

Barbacena, 7/9/1996(a) Pedro Rubião de Alvarenga

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2.2.2.2.2.comp. banco ag. C1 conta C2 série cheque n° R$

033 237 0777 0 026925-5 4 JLSB 0000007 200,00

pague por este cheque a quantia de Duzentos reais___________________________________________________________________________________________a Angélica Santiago___________________________________________________

Barbacena , 7 de setembro de 1996

Banco 2000 Pedro Rubião de AlvarengaComércio Barbacena Pedro Rubião de AlvarengaR. Machado de Assis, 328 CPF 324564777-49

Aula 82

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1. Procurador é aquele que, através de uma procuração, recebeu poderes para tratar dosnegócios de uma pessoa no lugar dela.2.2.2.2.2. Como na Cenatexto Palha diz que Rubião só irá ao cartório para assinar o documento,depreende-se que ele fará uma procuração por instrumento público.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. Rubião não emprestou o dinheiro. Essa atitude pode ser confirmada pela fala: “Eu nãoqueria que o senhor me levasse a mal, prefiro empregar o meu dinheiro em atividadesprodutivas.”22222..... Com essa expressão fica claro que Palha tinha uma boa fluência verbal e acabavafazendo com que Rubião acreditasse que suas contas estavam certas.3.3.3.3.3. Rubião estava se referindo aos poderes que a procuração assegurava a Palha. O queo procurador assinasse ou decidisse teria valor como se tivesse sido feito pelo próprioRubião.4.4.4.4.4. Palha esticou bastante a conversa com Rubião de forma a fazê-lo acreditar que ia dizeralguma coisa muito grave. Quando finalmente decidiu falar, Rubião já estava tãopreocupado que até ficou aliviado.5.5.5.5.5. Ao mesmo tempo que Rubião achava estranha a decisão de Palha e, portanto, ficavadesconfiado de algum problema; ele se acalmava ao lembrar que Palha tinha agidocorretamente até aquele momento.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura1. a) 1. a) 1. a) 1. a) 1. a) Não precisa ficar nessa“semgraceza” toda, porqueporqueporqueporqueporque você já me ajudou bastante eeeee énatural que se ocupe de seus negócios./ Não precisa ficar nessa“semgraceza” toda,visto quevisto quevisto quevisto quevisto que você já me ajudou bastante eeeee é natural que se ocupe de seus negócios.2.2.2.2.2. Trata-se de uma coisa muito séria, poispoispoispoispois me convidaram para gerenciar um negócio./Trata-se de uma coisa muito séria, porqueporqueporqueporqueporque me convidaram para gerenciar um negócio.3.3.3.3.3. Segure este boné enquantoenquantoenquantoenquantoenquanto vou amarrar meu tênis./Segure este boné, poispoispoispoispois vouamarrar meu tênis./Segure este boné, porqueporqueporqueporqueporque vou amarrar meu tênis.4.4.4.4.4. Pode deixar, eu providencio tudo eeeee você só irá ao cartório para assinar.5.5.5.5.5. Eu não queria que o senhor me levasse a mal, masmasmasmasmas prefiro empregar o meu dinheiroem atividades produtivas.

Aula 83

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1. Mandante é quem transfere poderes para outro.2.2.2.2.2. Nesse caso, o mandante é o Rubião.3.3.3.3.3. Mandatário é aquele que recebe os poderes para, em nome do mandante, praticar atosou agir em seu interesse.

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4.4.4.4.4. Nesse caso, o mandatário é o Palha.5.5.5.5.5. Não. Para se revogar uma procuração é preciso que antes ela tenha sido outorgada,porque a revogação desfaz o que se fez pela outorga.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. Rubião não tomou conta da sua própria fortuna, não soube limitar os poderes de quemrecebeu a sua procuração e também ficava exibindo a carta que havia recebido do bancocomo se fosse um troféu, ao invés de lê-la.2.2.2.2.2. Provavelmente o saldo estava zerado.3.3.3.3.3. Aquilo era uma contradição com os seus planos, pois chegava a afirmar que estava atépensando em aumentar seus investimentos.4.4.4.4.4. ...em vender.5.5.5.5.5. Rubião está se referindo ao fato de que uma procuração coloca juridicamente umapessoa no lugar de outra. E isso ele não iria autorizar outra vez.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar

PROCURAÇÃOPROCURAÇÃOPROCURAÇÃOPROCURAÇÃOPROCURAÇÃO

Por este instrumento, eu, Pedro Rubião de Alvarenga, portador da Carteira deIdentidade n.° M. 005.980, CIC n.° 324564777-49, residente na Rua da Alfânde-ga, n.° 322, na cidade do Rio de Janeiro, nomeio e constituo meu bastanteprocurador o Sr. Cristiano de Almeida e Palha, portador da Carteira de Identida-de n.° M. 070.779 , CIC n.° 120619855-49, residente na Rua Santa Teresa, n.° 417,na cidade do Rio de Janeiro, para o fim específico de abrir uma conta bancáriaem meu nome, comprar dois carros e duas lojas no Mercado Municipal, estandopara tal fim autorizado a assinar recibos e documentos e a praticar os atosnecessários ao fiel desempenho deste mandato.

Rio de Janeiro, Pedro Rubião de Alvarenga

Aula 84

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1.* barganha: troca* uma peça: pessoa diferente* arroz-de-festa: pessoa vulgar* deu uma beliscada: teve envolvimento amoroso* entrar numa: deixar-se envolver* vidradão: apaixonado* grana: dinheiro* sem eira nem beira: no total desamparo* arame: dinheiro* P. F.: abreviatura de prato-feito, prato de comida* merduncho: mau, desonesto* pirar: enlouquecer* ponta-firme: pessoa digna* pedra-noventa: pessoa de coragem, de fibra

2.2.2.2.2. (Sugestões) Bagalhoça, bagarote, bago, borós, caraminguá, caroço, changa, chapa,chelpa, cominho, erva, ferro, gabiru, guita, jabaculê, jibungo, jimbo, jimbongo, jimbra,legume, luz, maquia, metal, níquel, numerário, ouro, pacote, pecúnia, pilcha, tacho, teca,tostão, tusta, tuncum, unto, zinco, bufunfa, grana, cobre.

* tranco: revés* algum: dinheiro* apruma: reergue, reconstrói sua vida* desgraçar: fazer algum mal terrível* fricote: manha* manja?: entende?* dar bandeira: expor-se ao ridículo* ficar na dela: conformar-se* picardia: esperteza* largar do pé: deixar em paz* baseado: alcoolizado* bazófia: vanglória, ostentação* quizilento: aborrecido, antipático* horrorizar: fazer algo muito ruim* astral ruim: situação adversa

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EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. O assunto principal da Cenatexto é o abandono de Léia por João.2.2.2.2.2. Jaime acha que a Léia pode enlouquecer e ir atrás do João que, provavelmente, sevingaria dela.3.3.3.3.3. Alfredo é mais otimista. Em sua opinião, Léia vai se refazer e reconstruir sua vida longedo João.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão)- Ah, aquela moça é muito estranha. Ela é muito vulgar, já se envolveu amorosamente comvárias pessoas.- Eu me pergunto: como é que João foi se envolver desse jeito?- Ele está muito apaixonado. Parece até que ela dá dinheiro a ele também.- E como é que a Léia está reagindo?- Ela está em casa com os dois filhos pequenos, o menino e a menina. O João foi tão mau-caráterque a deixou desamparada, sem ter nem o que comer. Meu receio é que ela fique desorientada.- Mas Léia é uma pessoa de fibra, corajosa, ela vai suportar a situação. Além do mais, temsempre as vizinhas para consolá-la e muitos amigos que podem contribuir com algumdinheiro. Em minha opinião, ela vai reconstruir sua vida.- Tenho dúvida. Ela falou coisas terríveis pro João, ameaçou inclusive prejudicar os meninospara causar-lhe medo. Não duvido de que ela faça algo ruim.- Escute o que eu digo: essa é uma reação natural de quem ainda não se recompôs. Ela não vaise expor ao ridículo, é uma mulher inteligente.- O João já disse que, se ela não o deixar em paz, ele vai tirar satisfações, e você sabe que quandoestá alcoolizado ele pode ser perigoso.- Parece apenas que está alardeando coragem; ele não vai ser ruim a ponto de cometer algumdesatino. Quanto a Léia, passado o momento de desespero inicial, tenho certeza de que ela vaireconstruir sua vida.- Espero que você esteja certo, Alfredo.

Aula 85

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. a) 1. a) 1. a) 1. a) 1. a) Não.b)b)b)b)b) Normalmente os terremotos trazem conseqüências muito ruins: destruição, morte,desespero nas pessoas.c)c)c)c)c) Na Cenatexto Léia viveu uma tragédia pessoal, mas a terra não tremeu realmente sobseus pés, como diz o dicionário.d)d)d)d)d) Considerando que o tremor de terra normalmente é uma desgraça para as pessoas queo vivem, podemos dizer que esse aspecto do terremoto foi vivido por Léia.2. a) 2. a) 2. a) 2. a) 2. a) - Há seis meses, Léia era uma mulher fragilizada material e moralmente.b) b) b) b) b) - O pior é que ele abandonou uma mulher com a nobreza de caráter da Léia para ficar comuma prostituta.c) c) c) c) c) - Mas, e ela? Como é que ela conseguiu refazer a sua vida?d) d) d) d) d) - Isso é que eu chamo de reorganização de toda uma vida após um momento terrível.e) e) e) e) e) - Ela é uma mulher que tem força de ânimo, valor moral, energia, vibração, teve apoio daspessoas queridas (...).f)f)f)f)f) Bem, aí está o desfecho do momento de forte abalo moral vivido por Léia.g)g)g)g)g) O momento de serenidade e tranqüilidade veio, mas é claro que a coisa não termina com um"viveram felizes para sempre".

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. A idéia central é a perseverante reconstrução da vida da Léia, que é um exemplo deque sempre podemos nos reerguer quando vivemos um momento difícil.2.2.2.2.2. O primeiro grande momento foi ter conseguido um emprego com a pouca experiênciaque tinha. O segundo foi ter arranjado um noivo.3.3.3.3.3. A conquista do emprego preencheu sua carência material e o noivado resolveu seuproblema afetivo.

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4.4.4.4.4. O texto não dá a entender que a história terá um final feliz para sempre, porque a vidadas pessoas é cheia de momentos bons e momentos ruins.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura1. b)1. b)1. b)1. b)1. b) ( 6 ); c)c)c)c)c)( 5 ); d) d) d) d) d) (6); e) e) e) e) e) ( 2 ); f)f)f)f)f) ( 2 ); g)g)g)g)g) ( 5 ); h)h)h)h)h) ( 1 ); i) i) i) i) i) ( 7 ); j)j)j)j)j) ( 4 ).2. a)2. a)2. a)2. a)2. a) Quando o momento pior passou, Léia colocou a cabeça no lugar para tentarreconstruir sua vida.c)c)c)c)c) A situação não era favorável, mas ela precisava se controlar, pois as criançasnecessitavam de seu apoio.d)d)d)d)d) Quando recebeu a notícia, Léia sentiu-se tão desamparada que as vizinhas tiveram defazer companhia a ela.e) e) e) e) e) Quando foi abandonada, Léia agiu conforme seu advogado a orientou.

Aula 86

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. A partir dos momentos difíceis, o homem pode reedificar sua vida.2.2.2.2.2. As frases são: “Vai ser terrível, mas vai passar; Mas aprendendo com a ruína, ah, já nosprometem com o verde; Já tracejam planos de jardim onde as crianças e as flores povoarão oamanhã; Pois a tarefa do homem é refazer-se a partir de suas ruínas.”3.3.3.3.3. O texto fala o tempo todo em reconstrução após os momentos difíceis. Isso foiexatamente o que ocorreu com Léia, que conseguiu se reerguer após o fracasso de seucasamento.4.4.4.4.4. Como em sentido figurado a palavra terremoto significa momento difícil, é provávelque todos já passamos e ainda passaremos por alguns desses momentos.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar1.1.1.1.1. (Sugestões)a)a)a)a)a) Juventude e futuro. As expectativas dos jovens quanto ao futuro.b)b)b)b)b) Futebol e sociedade. A função social do futebol.c)c)c)c)c) Natal e confraternização. A influência positiva do Natal no espírito das pessoas.d)d)d)d)d) Propaganda e consumo. Os efeitos da propaganda no consumo de bens supérfluos.

TerremotoTerremotoTerremotoTerremotoTerremoto ReconstruçãoReconstruçãoReconstruçãoReconstruçãoReconstruçãoruína lições

desabam surgem forçasaniquilamento resgate

a paisagem nos trai aprenderquebrou a solidariedade retorno

caos refazer-setraição dos homens catar os cacos

tragédia erguervai ser terrível luminosidade do ser

cataclismo o verdedemolição planos de jardim

fraudes floressobreviver reconstruindo

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2.2.2.2.2. (Sugestões)a)a)a)a)a) Juventude: Mostrar que os jovens estão buscando segurança financeira e afetiva nofuturo.b)b)b)b)b) Futebol: Mostrar a importância do futebol como alívio das tensões do brasileiro.c)c)c)c)c) Natal: Mostrar que o aspecto comercial do Natal não prejudicou o espírito natalino daspessoas.d)d)d)d)d) Propaganda: Mostrar como a propaganda influencia no consumo de bens supérfluos.33333..... (Sugestões)a)a)a)a)a) Juventude: Apesar de serem rebeldes e contestadores, os jovens de hoje buscamsegurança afetiva e financeira no futuro.b)b)b)b)b) Futebol: Para o povo brasileiro o futebol funciona como uma importante válvula deescape para as tensões do dia-a-dia.c)c)c)c)c) Natal: Apesar de seu apelo comercial, não se pode deixar de reconhecer que o Natalainda exerce um forte poder sobre as pessoas, contribuindo para revelar seu espírito desolidariedade.d)d)d)d)d) Propaganda: É inegável o poder que a propaganda tem de convencer as pessoas aadquirirem bens supérfluos.

Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no ar4.4.4.4.4. (Sugestão)Terremotos sem retornoTerremotos sem retornoTerremotos sem retornoTerremotos sem retornoTerremotos sem retornoAs pessoas às vezes passam por experiências tão traumatizantes que não conseguem superá-las, ficando para sempre com as marcas da tragédia. A perda de um ente querido, um assalto,um acidente grave podem mudar completamente as suas vidas, deixando-as sem forças parase recuperar e reconstruir seu próprio mundo, por mais que tenham apoio. (Introdução.Introdução.Introdução.Introdução.Introdução.)Recentemente uma revista publicou uma reportagem sobre as vítimas de assaltos. Invariavel-mente, elas carregam para o resto de suas vidas a lembrança desses fatos terríveis. Nãoconseguem dormir direito, têm mania de perseguição, vivem sempre sobressaltadas à luz dodia ou à noite.Já se falou que o sofrimento enobrece o homem. Hoje, entretanto, os exemplos que as grandescidades nos dão indicam justamente o contrário. (Desenvolvimento.Desenvolvimento.Desenvolvimento.Desenvolvimento.Desenvolvimento.)O homem moderno se sente inseguro, impotente e frágil, tornando-se presa fácil dos desastresmorais. Nesses casos, as privações morais e pessoais marcam tão profundamente a vida daspessoas que a reconstrução se torna praticamente impossível. (Conclusão.Conclusão.Conclusão.Conclusão.Conclusão.)

Aula 87

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1. Meio de vida, emprego, ocupação.2.2.2.2.2. Que está a ponto de acontecer, próximo.3.3.3.3.3. Imaginava-se//devaneio.4.4.4.4.4. a)a)a)a)a) Apressado, afobado. b)b)b)b)b) Alegria intensa, boa disposição de ânimo. c)c)c)c)c) Confuso, tonto.d)d)d)d)d) Gastos pelo uso.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão)a)a)a)a)a) Toda pessoa gosta de ser chamada pelo nome. E meu nome é Miguel.b)b)b)b)b) O senhor, por exemplo, é Seu Pereira.Por que não me chamam de Guedes? É meu sobrenome.c)c)c)c)c) Por favor, Seu Pereira, me chame pelo meu nome: Miguel.d)d)d)d)d) Sabe como é, doutor, esse negócio de apelido não fica bem. Afinal de contas, eu já souum homem.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoResposta pessoal.

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Aula 88

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1. Com insistência, ele conferia o cartão em seu bolso.2.2.2.2.2. Idéia fixa.3. a)3. a)3. a)3. a)3. a) cartão de visita; b)b)b)b)b) cartão de crédito; c)c)c)c)c) cartão-postal.4. 4. 4. 4. 4. Ligação, vínculo

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) Finalmente, Marcos estava conseguindo realizar seu sonho: trabalhar em sua própriafirma ensinando microinformática.b)b)b)b)b) Guedim.c)c)c)c)c) Ele vislumbrava a chance de fazer um curso de computação, pois essa seria sua grandechance de abrir novos caminhos.2.2.2.2.2. “Seus pensamentos iam a mil por hora, neles não havia mais carro zero, nem telefone celular.Havia apenas o nome de uma rua, um horário e um número de telefone.”3.3.3.3.3. Ele estava ansioso por ligar o obter todas as informações que desejava.4. Empecilhos:4. Empecilhos:4. Empecilhos:4. Empecilhos:4. Empecilhos: Guedim não encontrou Marcos na firma; a secretária não lhe forneceu otelefone; Guedim não tinha dinheiro suficiente para duas conduções. Soluções: Soluções: Soluções: Soluções: Soluções: Pediu àsecretária o telefone da residência; ele procurou o telefone de Marcos na lista. Guedimresolveu fazer parte do percurso a pé.

ReescrituraReescrituraReescrituraReescrituraReescritura(Sugestão)Atendeu a secretária, informando-lhe que Marcos não se encontrava na firma. Guedim,então, pediu-lhe: “Você podia me dar o número da casa dele? Eu sou o Guedim, ele faloucomigo hoje.” Mas a secretária tinha ordem expressa de não dar aquele tipo de informação.Ela respondeu, de forma muito educada, porém intransigente: “Infelizmente telefone daresidência não estou autorizada a fornecer.” Guedim não se conformava e explicava aurgência do seu caso. “É que eu não posso perder essa chance. Eu preciso falar com ele.” Asecretária, que parecia não querer ajudá-lo, ainda acrescentou um dado desanimador:“Mesmo se você conseguir falar com ele não sei se vai adiantar, as turmas já estão completas.”

AULA 89

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1. 1. 1. 1. 1. Mesmo dispensado do pagamento da mensalidade, o curso lhe saíra caro: material,transporte, menos horas de trabalho.2.2.2.2.2. “Já tenho o passaporte, a realização da viagem dependerá apenas de meu esforço.”3.3.3.3.3. Passaporte e viagem.4.4.4.4.4. Passaporte: documento oficial que autoriza alguém a sair do país, e que serve comoidentificação e garantia aos que viajam.Viagem: ida de um lugar a outro relativamente distante.5.5.5.5.5. Poucos meses depois, ao término de alguns meses.6.6.6.6.6. Dar cabo: matar, destruir; dobrar o Cabo da Boa Esperança: ultrapassar uma idademadura (em geral os 50 anos); de cabo a rabo: do princípio ao fim.7.7.7.7.7. Ímpetos: arrebatamentos, impulsos; petrechos: quaisquer objetos necessários à execuçãode algo; implacável: que não perdoa.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. “Além dos gastos, o mais doloroso era o desânimo, pois nas horas difíceis o pessimismo eraimplacável.”2.2.2.2.2. Como ele não sabia datilografia, suas dificuldades foram bem maiores. Isso valorizoumais ainda os resultados atingidos.3.3.3.3.3. Ele não havia se empenhado em auxiliar Guedim em vão, pois o rapaz souberacorresponder às suas expectativas.4.4.4.4.4. Passaporte: o curso de informática; viagem: o crescimento pessoal e profissional; osucesso.

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Redação no arRedação no arRedação no arRedação no arRedação no arResposta pessoal.

Aula 90

DicionárioDicionárioDicionárioDicionárioDicionário1.1.1.1.1. O digitador opera com o computador escrevendo textos, números, dados ou simples-mente procurando dados que estão na memória do equipamento. 2. 2. 2. 2. 2. Inflação de doisdígitos significa de l0% ou mais. 3. 3. 3. 3. 3. Ouvir com atenção e com cuidado.

EntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimentoEntendimento1.1.1.1.1. Foi quando o professor perguntou: “Você é o Miguel Guedes?”2.2.2.2.2. “Mineirinho que nunca negara a raça, continua com um pezinho atrás, um olho na missae outro no padre.” Nesse caso, o texto manifesta toda a desconfiança do engraxatemineiro.3.3.3.3.3. O serviço da escola estava sendo informatizado; Marcos havia dito que Miguel se saírabem no curso de Informática.4.4.4.4.4. Porque ele não se julgava bom nesse assunto. Costumava decorar tudo para as provas,mas esquecia com rapidez.

PausaPausaPausaPausaPausa1. a)1. a)1. a)1. a)1. a) Sujeito indeterminado //b)b)b)b)b) Sujeito composto: o professor e Miguel//c)c)c)c)c) Sujeitosimples: Guedim.//d)d)d)d)d) Sujeito simples: nós.2.2.2.2.2. a)a)a)a)a) Objeto direto//b)b)b)b)b) complemento nominal//c)c)c)c)c) objeto indireto//d)d)d)d)d) objeto indireto//e)e)e)e)e) objeto direto//f)f)f)f)f) complemento nominal. 3. 3. 3. 3. 3. a) a) a) a) a) por Miguel//b)b)b)b)b) pelas pessoas. 4. a)4. a)4. a)4. a)4. a) as; doprofessor//b)b)b)b)b) a; uma; de nomes. 5. a)5. a)5. a)5. a)5. a) adjunto adverbial de lugar//b)b)b)b)b) adjunto adverbialde intensidade; adjunto adverbial de modo. 6. 6. 6. 6. 6. a)a)a)a)a) seu cliente.//b)b)b)b)b) engraxate do aeropor-to//c)c)c)c)c) tormento de tanta gente. 7. a)7. a)7. a)7. a)7. a) Miguel//b)b)b)b)b) professor//c)c)c)c)c) mocinho.