tecnologias educacionais: aspectos …educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/7646_6015.pdf ·...
TRANSCRIPT
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: ASPECTOS POSITIVOS E
NEGATIVOS EM SALA DE AULA
JARDIM, Lucas Augusto1 - PUCPR
CECÍLIO, Waléria. A. G.2 – PUCPR
Grupo de Trabalho – Comunicação e Tecnologia
Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Diante das novas metodologias educacionais a educação vem sofrendo grandes mudanças, tanto no perfil do aluno que adentra o espaço educacional atual como nas novas ferramentas que permeiam a educação. Dentre essas ferramentas auxiliadoras, as Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs vêm como um meio de transformação do trabalho pedagógico do professor em sala de aula, auxiliando e ampliando novas competências e metodologias de ensino, sempre indicando que novos tempos exigem novas atitudes do meio docente frente às tecnologias aplicadas ao ensino. Com todo o advento das TICs na educação, a tecnologia, usada com sabedoria é ferramenta indispensável para o sucesso do ensino-aprendizagem. Contudo, quando usada de forma displicente não agrega valor aos conteúdos trabalhados. O presente artigo foi elaborado através de pesquisa bibliográfica de análise quantitativa, com o objetivo levantar os aspectos positivos e negativos das tecnologias educacionais inseridas no âmbito educacional a partir do viés do professor, evidenciando a absorção do conhecimento pelo aluno. A pesquisa demonstrou que as TICs em sala de aula trazem vários benefícios na aprendizagem do aluno, porém o professor que utiliza tal ferramenta deve se adequar, e se capacitar para utilização das tecnologias em sala de aula, pois uma aula com o auxílio das tecnologias sem um plano e um roteiro pode se tornar uma aula sem propósito tanto para o aluno como para o professor. Além disso, acreditamos que a pesquisa pode contribuir para que acadêmicos e docentes possam relacionar os efeitos das TICs e melhor utilizar tais métodos no processo de ensino-aprendizagem. Palavras-chave: Tecnologias educacionais. TIC, Educação. Tecnologia.
Introdução
1 Graduando do Curso de Licenciatura em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Bolsita CAPES pelo Programa Institucional de bolsa de iniciação à docência (PIBID). E-Mail: [email protected] 2 Mestre em Métodos Numéricos em Engenharia pela Universidade Federal do Paraná (2001) e Bacharel e Licenciada em Matemática pela Universidade Tuiuti do Paraná (1999). Professora assistente da Pontifícia Universidade Católica do Paraná desde 2001. E-mail: [email protected]
5140
A globalização é um fenômeno que possibilitou ao homem o desenvolvimento em
inúmeros aspectos, dentre estes, a evolução da tecnologia, que vem auxiliando-o, por
exemplo, na formação educacional. Os avanços tecnológicos que permeiam a educação vêm
transformar as formas de trabalho pedagógico, ampliando o surgimento de novas
competências e metodologias de ensino.
Neste contexto, é importante ressaltar que as tecnologias educacionais não substituem
o professor, mas o auxiliam em suas aulas, como o caso de materiais on-line, vídeos, jogos,
softwares, entre outros que promovem o compartilhamento de conhecimento e a autonomia
dos alunos.
Novos tempos exigem novas atitudes e reflexões frente às tecnologias aplicadas ao
ensino. Desta forma, destacam-se a necessidade de envolver o aluno na aprendizagem,
estabelecendo um sentido ao conteúdo estudado, oferecendo situações práticas de ensino-
aprendizagem que maximizam as oportunidades de reflexão. A incorporação de tecnologias
no ensino passa pela compreensão de suas potencialidades e limitações em relação às formas
de interação e construção de significados.
Partindo das concepções expostas, o presente artigo tem como objetivo apresentar
alguns aspectos positivos e negativos causados pelo uso das tecnologias em sala de aula, a fim
de contribuir para que acadêmicos e docentes possam relacionar os efeitos das TICs e melhor
utilizar tais métodos no processo de ensino-aprendizagem.
Tecnologia e Educação: Avanços na aprendizagem em sala de aula
O avanço tecnológico nas últimas décadas possibilitou o processo de criação e
inovação do conhecimento onde as TICs contribuíram de forma significativa para a ampliação
do saber da sociedade contemporânea, onde o processo do conhecimento possibilitado pelas
tecnologias contribuiu para a ampliação do saber humano - em todas as áreas científicas
(SILVA, 2010).
Diante desta realidade, cabe à escola e aos professores, buscarem novas práticas
pedagógicas, para tornar o ensino mais eficaz em sala de aula, como se refere Coutinho
(2011), onde “a escola e os seus agentes têm de mudar os métodos e técnicas de ensino e
pensar em formas eficientes e eficazes para preparar os estudantes para a sociedade do
conhecimento”.
5141
Atualmente, o paradigma do ensino está pautado na reprodução do conhecimento, na
cópia e na imitação, fazendo com que o processo pedagógico resulte em uma memorização do
conteúdo, aplicando-se tarefas que não trazem para o alunado sentido ou contextualização de
tal conteúdo.
A visão fragmentada levou os professores e os alunos a processos que se restringem à reprodução do conhecimento. As metodologias utilizadas pelos docentes têm estado assentadas na reprodução, na cópia e na imitação. A ênfase do processo pedagógico recai no produto, no resultado, na memorização do conteúdo, restringindo-se em cumprir tarefas repetitivas que, muitas vezes, não apresentam sentido ou significado para quem as realiza (BEHRENS, 2010, p.23).
Cabe aos educadores e a escola encontrar meios para auxiliar os docentes, no sentido
de construir referenciais que estruturem uma nova metodologia que venha a atender os
parâmetros exigidos pelo novo paradigma da sociedade do conhecimento (BEHRENS, 2010;
MORAN, 2009; VANDRESEN, 2011).
Segundo Moran (2009), um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tomar a
informação significativa, a escolher os dados verdadeiramente importantes entre tantas
possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e as torná-las
parte do referencial. A utilização das tecnologias abre novas possibilidades para que
professores e alunos possam superar barreiras físicas, colocando o mundo mais acessível à
ponta dos dedos (SEABRA, 1995). Assim:
As tecnologias de comunicação não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar, a informação mais relevante. Num segundo momento, coordena o processo de apresentação dos resultados dos alunos. Depois, questiona alguns dos dados apresentados, contextualiza os resultados, os adapta à realidade dos alunos, questiona os dados apresentados. Transforma informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria o conhecimento com ética. (MORAN, 2009, p.25).
A escola é o ponto principal para o uso das tecnologias em sala de aula, “a qual deve
estar preparada e disposta para modificar seu âmbito de aprendizagem” (PINTO, 2004, p.14),
percebendo que o alunado que está adentrando atualmente no ensino básico tem uma
“concepção de mundo mais abrangente e holística” (PINTO, 2004, p.14), assim a escola deve
se adequar para receber esses alunos de uma geração (geração essa intitulada F3) que possui
3Geração de crianças e jovens que crescem se relacionando através das redes sociais online.
5142
um grande volume de informação, pois se a sociedade sofre uma modificação intelectual, a
escola e os educadores devem estar direcionados estrategicamente para esta nova concepção,
de forma que alcance este público, fazendo com que as informações trazidas pelos alunos
transformem-se em conhecimento.
O que se tem hoje são alunos com mais acesso a tecnologia, e por isso, as escolas
devem estar preparadas para recebê-los com TICs que possam ampliar o ensejo dos mesmos
para o conhecimento. Neste âmbito, Vandresen (2011, p. 12658) esclarece que:
Crianças, adolescentes e jovens frequentam os bancos de nossas escolas e universidades. Fazem parte do sistema educacional e constituem a denominada geração multitarefa, ou seja, veem TV, ouvem música, usam notebook, teclam o celular, tudo ao mesmo tempo.
Contribuindo com esta visão, Pinto (2004, p. 14) esclarece que:
A escola deve estar predisposta a aceitar, sem dramas, os desafios de modernidade que continuamente se lhe deparam predisposição essa mais do que nunca necessária porquanto ‘é hoje universalmente aceite a ideia de que uma sociedade em mutação permanente só pode aceitar uma escola em mutação também permanente’.
Após o momento em que a escola está preparada para receber tais tecnologias e
trabalhar com ela, cabe aperfeiçoar a formação dos professores para tais mudanças em sala de
aula, pois os docentes começam a aceitar essas mudanças quando percebem o impacto delas
no âmbito escolar como sugere Querte (2004), em que a formação dos professores num
contexto geral vem se modificando ao longo dos anos. Neste cenário, as mudanças surgem no
momento em que as tecnologias em geral começam a fazer parte da sociedade e
principalmente da comunidade educacional.
Em termos tecnológicos, o computador trouxe mudanças para o cotidiano da
população, deixando-os conectados e com informações de vários assuntos chegando a todo
instante. De forma rápida e fácil, tais novidades, trazem grande comodidade e praticidade
facilitando a obtenção de informações para os alunos e os professores adeptos as tecnologias.
Porém, um grande número de educadores não utilizam as tecnologias como um recurso
didático para melhorar seus métodos de ensino, por exemplo, as tecnologias são utilizadas
como um fim, tendo em vista o foco na fala e leitura de texto. Porém as tecnologias não
devem ser utilizadas como um fim, mas sim como um meio de mudar a metodologia em sala
de aula e tornar a aula mais significativa para o aluno, pode-se também afirmar que o fato da
não utilização das tecnologias em sala de aula é devido à falta de preparo e motivação dos
professores.
5143
Por isso, o autor Vandresen (2011), enfatiza que “o professor [...] se aproprie de suas
funções e se disponha a usá-las, como aliadas de suas práxis”. É importante que o professor
tenha interesse em atualizar-se com a tecnologia para que ele perceba a mesma como um
auxílio metodológico para melhor o alcance dos resultados em sala de aula.
A realidade do âmbito educacional tem mostrado que a dificuldade da inserção das
“tecnologias na escola, além de infraestrutura, é por parte do corpo docente” (SANTOS,
2010, p.8), onde os mesmos não conseguem quebrar o modelo de que a tecnologia ajudará em
sala, e em outros casos, a barreira é a “dificuldade que o docente tem em manusear
equipamentos tecnológicos, fazendo com que continuem com tecnologias antigas, como o
quadro negro e retroprojetor” (SANTOS, 2010, p.8).
Em relação às dificuldades que o docente possui em lidar com ferramentas
tecnológicas no âmbito educacional, Santos (2010, p. 8) acredita que:
Efetivamente, a realidade tem mostrado que as dificuldades que as escolas enfrentam relativamente à introdução plena das novas tecnologias, aliadas às dificuldades dos docentes em lidar com estas, são inúmeras e, algumas, difíceis de ultrapassar. Todavia, e ainda que se possa contrapor que não há provas claras e inequívocas de que o uso sistemático das TIC tenha algum impacto no desempenho acadêmico dos alunos.
O ensino com recurso ao computador e às TIC, parece possuir benefícios tanto para
alunos quanto para professores, representando um aumento da motivação e da
responsabilização, a consistência na planificação e um feedback mais personalizado.
Nesse contexto, em que a comunicação e interação professor-aluno fluem mais
facilmente, o professor “deixa de ser o detentor do saber e transmissor de conteúdos, passando
a ser o facilitador, aquele que estimula nos alunos a cultura de produzir e debater ideias”.
(RIBEIRO, 2008, p.7)
As tecnologias educacionais tornam o colégio mais atrativo para os alunos, fazendo
com que as aulas não se tornem monótonas e cansativas, cria-se um ambiente de educação
facilitadora e inspiradora, onde o aluno está interligado com o professor através de uma aula
onde as informações, conhecimentos, saberes andam interligados e assim facilitando o ensino-
aprendizagem do alunado e por esses motivos devia se fazer forte a utilização dessas
tecnologias auxiliadoras na metodologia educacional do professor.
As TIC possibilitam a diversificação de atividades propostas, mudanças metodológicas e nos recursos selecionados, criam novos cenários que facilitam a
5144
aprendizagem, e ‘tornam a escola atrativa, atual e enquadrada nesta nova era da informação e da comunicação, a era da geração multimédia’ (SANTOS, 2008).
As TICs funcionam como interfaces, consolidando as inter-relações pessoais, as
interações, a interatividade e a construção de sentidos e significados, além dos recursos de
produção e comunicação (OKADA, 2009, p.10).
É de fato que as escolas não são o único local onde os alunos estão aprendendo, se
preparando para o mercado de trabalho e para a sociedade do conhecimento, mas é dela a
obrigação de motivar o aluno a muito desses objetivos, a escola deve inserir o aluno no
âmbito digital, facilitando a utilização das tecnologias por estes alunos, para que a partir do
momento que eles se desliguem do âmbito escolar consigam adquirir competências para
utilizar essas tecnologias no seu dia-a-dia. Corroborando, Flores & Escola (2008) esclarecem
que:
A inclusão digital não significa somente o acesso às novas tecnologias. É necessário que cada criança/cidadão seja capaz de pensar, de relacionar, de inovar e de criar novas formas de conhecimento. Há que ter capacidade educativa no uso da internet e capacidade de aprender a aprender, para aprender a ser.
Contribuindo com essa ideia, Moran (2009, p.35) afirma que:
Com ou sem tecnologias avançadas podemos vivenciar processos participativos de compartilhamento de ensinar e aprender (poder distribuído) através da comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as possibilidades da aula-pesquisa/aula-comunicação, num processo dinâmico e amplo de informação inovadora, reelaborada pessoalmente e em grupo, de integração do objeto de estudo em todas as dimensões pessoais: cognitivas, emotivas, sociais, éticas e utilizando todas as habilidades disponíveis do professor e do aluno.
As tecnologias educacionais podem trazer uma nova “cara” para a educação, pois
ajudam no ensino-aprendizagem do alunado e na motivação da construção do conhecimento
por parte desse aluno, além de dar sentido para tal conteúdo que está sendo abordado em
conjunto com as tecnologias.
Tecnologias em sala de aula
Segundo Querte (2004), a formação dos professores ao longo dos anos vem se
modificando e essas mudanças estão cada vez mais constantes na sociedade a partir do
momento em que as tecnologias começam a fazer parte do dia a dia da população e
principalmente na área educacional.
5145
Nesses aspectos de mudança, Querte (2004, p.179), colabora afirmando que:
Uma das tecnologias que ainda permanece no meio educacional é o giz, o na sequência, apresentam-se outras tecnologias como: o mimeógrafo, rádio, o toca-disco, a televisão, o microfone, o gravador, retroprojetor e o computador.
A partir dessas mudanças o homem vem desenvolvendo cada vez mais novas
tecnologias para auxilio do seu cotidiano. No quesito educacional é possível destacar vários
meios em que a tecnologia pode ser trabalhada em sala de aula pelo professor com o aluno.
Dentre estes destacam-se alguns como: Web com plataforma; Redes sociais; Blogs; Podcast;
Webquest; Ferramentas online; TV Pendrive; E-mail; Comunicadores; Produção audiovisual;
Fotolog; Processador de textos e Jogos.
Estas são algumas das ferramentas que podem ser utilizadas pelo professor com seus
alunos, para melhorar o processo metodológico em sala de aula com os alunos, fazendo com
que ocorra inclusive uma melhor interação dos mesmos, fazendo com que aumente o interesse
do aluno com as informações transmitidas em sala (SEABRA, 1995; MORAN, 2009).
A tecnologia na sala de aula é um dos aspectos que podem mudar a situação da
educação, fazendo com que o aluno se torne mais participativo, colaborador, construa
opiniões críticas e questione. Porém, a tecnologia não é a redentora da educação, ela necessita
do empenho do professor de querer mudar seus métodos de aula, necessita que o educador
saiba ensinar seus discentes a manipular a internet, verificar o que é confiável, indicar sites,
jogos, redes sociais que façam com que o aluno veja que o conteúdo que ele está aprendendo
em aula, se aplica na prática.
Neste sentido, Coscarelli afirma que:
É importante deixar claro que os bons resultados da nova tecnologia dependem do uso que se faz dela, de como e com que finalidade ela está sendo usada. Não se pode esperar que o computador faça tudo sozinho. Ele traz informações e recursos, cabe ao professor planejar a aplicação deles em sala de aula (1998, p.40).
De acordo com Brunner (1999) a tecnologia aliada em sala de aula “consiste na
condução de um aluno através de uma sequência de afirmações e reafirmações de um
problema ou corpo de conhecimentos que aumenta a sua capacidade de perceber, transformar
e transferir o que está a aprender”.
O trabalho se torna colaborativo com o uso das tecnologias, tanto por parte do aluno e
do professor, pois o aluno está interessado em pesquisar no âmbito online e o professor está
ao seu lado para sanar dúvidas e esclarecer erros do aluno. A partir dessa forma de ensino, o
5146
aluno não sairá do seu ensino básico apenas com teorias sem nexo, mas sim com teorias
contextualizadas no seu dia-a-dia com a ajuda das TICs e sem dispensar a ajuda do educador,
confirmando o que diz Jonassen (1996), “como as tecnologias podem ser usadas para aliciar e
apoiar o pensamento reflexivo, conversacional, contextual, complexo, intencional,
colaborativo, construtivo e ativo dos estudantes”.
Aspectos Positivos e Negativos das TICs
Para identificar os aspectos positivos e negativos das TICs no âmbito de utilização
pelo professor em sala de aula, teve-se como método o estudo descritivo, com base
bibliográfica e documental, de análise qualitativa.
Na Tabela 1, exemplificam-se os pontos positivos e negativos, do uso das tecnologias
de informação e comunicação, inseridas no âmbito educacional.
5147
Tabela 1 – Aspectos positivos e negativos das TICs no âmbito educacional
ASPECTOS POSIVOS ASPECTOS NEGATIVOS Permite que o professor mostre várias formas de captar e mostrar o mesmo objeto, representando-o sob ângulos e meios diferentes: pelos movimentos, cenários, sons, integrando o racional e o afetivo, o dedutivo e indutivo.
Há facilidade de dispersão. Muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades de navegação. Não procuram o que está combinado deixando-se arrastar para áreas de interesse pessoal.
Facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa.
Necessita-se de uma forte dose de atenção do professor, pois diante de tantas possibilidades de busca, a própria navegação se torna mais sedutora do que o necessário trabalho de interpretação.
O professor consegue com que o aluno desenvolva a aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo, a troca de resultados. A interação bem sucedida aumenta a aprendizagem.
Em alguns casos há uma competição excessiva, monopólio de determinados alunos sobre o grupo, fazendo se necessário uma maior atenção pelo professor para esses casos.
Emerge uma necessidade de formação continuada para os professores. Como forma de apoio aos professores, para que possam não apenas receber um novo recurso na escola, mas poder também conhecer suas potencialidades e utilizá-las para que o processo de ensino e aprendizagem.
O computador não é por si mesmo portado de inovação nem fonte de uma nova dinâmica do sistema educativo. Poderá servir e perpetuar com eficácia sistemas de ensino obsoletos. Poderá ser um instrumento vazio em termos pedagógicos que valoriza a forma obscurece o conteúdo e ignora processos.
Oferece meios de atualizar rapidamente o conhecimento, estender os espaços educacionais, ampliar oportunidades onde os recursos são escassos.
Alguns docentes apontam as tecnologias educacionais, como gerador de algum mal-estar, como o medo de sua substituição pela máquina.
Na desigual intimidade que os alunos e professores demonstram pelas TICs, pode se haver um efeito benéfico, pois a cada professor entusiasmado em aprender e fazer diferente podem associar-se alunos mais colaborativos e solidários.
Os docentes acham que têm pouco tempo para capacitação e atualização, para a utilização das tecnologias educacionais dentro de sala de aula.
A oportunidade de estar em contato, ainda que virtual, com comunidades de outros estados ou até mesmo país, pode facilitar os jovens a entender e aceitar realidades, culturas e modo de viver diferentes dos seus.
Alguns docentes acreditam que, utilizando as tecnologias nas suas aulas, eles podem perder o controle da situação, já que os estudantes podem ter acesso prévio ao material a ser estudado.
Mudar a ênfase de um currículo formal e impessoal para exploração viva e empolgada por parte dos estudantes.
A grande dificuldade do docente é a reconstrução da sua prática pedagógica, principalmente quando os pressupostos educacionais que orientam o uso do computador são diferentes da concepção de ensino e de aprendizagem do partilhado na escola.
Fonte: (Barreto, 2004; Moran 2007; Moran, 2009; Papert, 1994; Querte, 2004; Santos, 2004).
Com relação ao quadro 1, percebe-se que as tecnologias educacionais, facilitam o
ensino-aprendizagem do aluno, fazendo com que ele se motive mais facilmente a aprender,
pois o aluno já está inserido em um mundo tecnológico, fazendo com que uma aula com uma
metodologia educacional tecnológica seja um diferencial para a compreensão de certos
conteúdos por esse público jovem conectado.
Além da motivação o docente tem em mãos inúmeras possibilidades de apresentar seu
conteúdo programático, em outros ângulos e perspectivas, fazendo com que um conteúdo
abstrato se torne um conteúdo palpável e de fácil entendimento, além de poder inserir os
5148
alunos em realidades diferentes vividas por eles, facilitando a compreensão de outras culturas
ou modos de viver diferentes do seu cotidiano.
Percebe-se um meio de amplo conhecimento, onde o docente consegue ampliar o seu
espaço educacional, onde muitas vezes poderia ser de difícil obtenção do professor, pelo
motivo de suas oportunidades e recursos serem escassos.
O educador além de estar ensinando pode criar um efeito benéfico de troca com seus
discentes, pois muitas vezes o professor estará em constante aprendizado com seus alunos,
percebendo que as tecnologias além de facilitadoras do ensino, podem trazer um efeito de
aproximação dos alunos para com ele dentro de sala de aula, criando-se assim alunos mais
colaborativos em sala, fazendo com que um currículo formal e impessoal passe a ser um
currículo de exploração viva e de grande empolgação por parte dos alunos.
Porém os professores devem se capacitar para utilização dessas metodologias, pois
muitas vezes somente a tecnologia em sala de aula, não fará com que o aluno tenha o interesse
pelo aprender, então cabe ao professor querer adentrar a esse mundo tecnológico,
reconhecendo todos os pontos positivos dessas tecnologias, sabendo como utilizar essas
ferramentas dentro de sala de aula, pois ele está ali para intermediar a informação para o
conhecimento.
De acordo com Figueiredo (1998), num mundo inundado de informação, aquilo a que
prestamos atenção não são conteúdos, mas sim os contextos. Por esse motivo, os professores
que aceitam trabalhar com esse desafiador mundo tecnológico devem estar preparados para
não apenas repassar seus conteúdos, vídeos e pesquisas de internet, mas sim contextualizar
todo seu conteúdo no mundo, pois o aluno a partir do momento que adentrar no ciberespaço
irá querer cada vez mais pesquisar e saber o porquê de várias questões, consequentemente
fazendo com que o professor se qualifique no âmbito tecnológico e na sua área de
conhecimento.
Em análise dos pontos negativos, percebe-se que a maioria desses aspectos gira em
torno da não familiarização do docente com as tecnologias educacionais, percebendo-se assim
o quão é importante à capacitação desses professores para a utilização dessas tecnologias em
suas aulas.
Deve-se ter atenção que apenas as tecnologias em sala de aula, não irão trazer o
ensino-aprendizagem para o aluno, o professor deve estar sempre junto com seus alunos,
verificando o que está acontecendo, que informações eles estão coletando, se realmente eles
5149
estão fazendo pesquisas satisfatórias e depois disso traduzir todas essas informações coletadas
pelo seu alunado em conhecimento.
De acordo com a tabela 1, analisou-se a dificuldade de muitos docentes por parte de
mudar suas metodologias, de saírem de sua área de conforto e reconstruir sua prática
metodológica, pelo simples fato de muitas vezes terem medo de não conseguirem criar uma
metodologia satisfatória para ele e para seu alunado com uso de tais ferramentas, para isso
novamente se torna importante a capacitação desse profissional.
Segundo Gaspar (2003), “atualmente vivencia-se um novo paradigma que é ensinar e
aprender com a mediação de um computador” com esse apontamento um dos maiores
problemas é como o professor em sala de aula conseguirá efetivamente utilizar esse novo
paradigma, pois muitas vezes o docente faz a escolha de apenas ensinar com suas
metodologias antigas, porque não se sente seguro para trabalhar com tantas informações ao
mesmo tempo.
Em suma percebe-se que as tecnologias educacionais trazem um efeito benéfico para
sala de aula e para os alunos, se o docente estiver familiarizado com as tecnologias e estiver
capacitado para trabalhar com elas, fazendo com que seu alunado se torne cada vez mais
questionador, participativo e que tenha a vontade de aprender. Pois, o grande propósito de um
educador não é apenas usar novas metodologias em sala de aula, e sim um propósito muito
maior, que é aliar essas metodologias para seus alunos, para que essas metodologias se tornem
realmente significantes, fazendo com que todos os conteúdos trabalhados tenham uma
assimilação por parte dos alunos e que o alunado tenha assimilado esses conteúdos de forma
fácil e prazerosa.
Considerações Finais
A pesquisa demonstrou que as tecnologias inseridas no âmbito escolar são de grande
valia, pois proporcionam aproveitamento por parte dos alunos, tanto dentro e fora de sala de
aula.
Porém, ressalta-se que computador ou tecnologia nenhuma consegue substituir um
professor em sala de aula, pois os alunos necessitam de um orientador, ou se preferir de um
facilitador de ideias, que facilite, organize, esclareça, contextualize, todas essas informações
que o aluno está recebendo.
5150
Neste contexto, vale ressaltar que o professor deve estar capacitado para utilizar essas
metodologias em suas aulas, para que tenha o resultado esperado e que esse docente esteja
preparado para mudar suas práticas pedagógicas, pois ele deve seguir a geração que entra hoje
em sala de aula, que é uma geração conectada com o mundo.
A partir desses dados percebe-se a importância da mudança das metodologias
utilizadas nas escolas, pois uma metodologia auxiliada com tecnologia facilita muito mais a
transmissão de conhecimento do professor para seu aluno, sem deixar que sua aula fique
monótona e descontextualizada.
As tecnologias educacionais trazem uma nova visão para educação e com isso várias
possibilidades de criar um espaço social que possibilite grandes processos de aprendizagem
por parte dos alunos, facilitando sua compreensão no conteúdo da sala de aula.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Raquel Goulart. Tecnologia e Educação: Trabalho e Formação Docente. Educação e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 89, p.1181-1201, dez. 2004.
BEHRENS, M. A.. “O paradigma emergente e a prática pedagógica”. Editora Vozes, 4 edição, p. 22-26. Petrópolis - Rio de Janeiro, 2010. BRUNER, J. S. Para uma Teoria da Educação. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 1999. COSCARELLI, C. V. “O uso da informática como instrumento de ensino aprendizagem”. In Presença Pedagógica, mar./abr., 1998, p. 36-45. Belo Horizonte: Editora Dimensão. COUTINHO, clara; Lisboa, Eliana. “sociedade da informação, do conhecimento e da Aprendizagem: desafios para educação no século XXI”. Revista de Educação, Vol. XVIII, n.1, p 5-22, 2011. FIGUEIREDO, A. D. “Mitos e Desafios da Internet na Educação”. Apresentação na Internet World Portugal 1998. Lisboa. Consultado a 20 de Dezembro de 2012 em http://www.slideshare.net:80/adfigueiredoPT/mitos-e-desafios-da-internet-na -educao-presentation FLORES, P. A. Q. & Escola, J. J. “As novas tecnologias de informação e comunicação no desenvolvimento da língua materna”. In Actas do 7. Encontro Nacional (5.º Internacional) de Investigação em Leitura, Literatura Infantil e Ilustração. Braga: Universidade do Minho, 2008. GASPAR, M. I. “Duas Metodologias de Ensino em Educação a Distância Online”. In Discursos, Série Perspectivas em Educação, n.º 1, pp. 65-75, 2003.
5151
JONASSEN, David. O uso das novas tecnologias na educação a distância e a aprendizagem construtivista. Em Aberto, Brasília, v. 16, n. 70, p.70-88, jun. 1996.
MORAN, José Manuel. Desafios na Comunicação Pessoal. 3. ed. São Paulo: Paulinas, p.162-167, 2007.
MORAN, Manuel José; MASETTO, Marcos; BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 16. ed. Campinas: Papirus, 2009, p. 12-17.
OKADA, S. “A intermediação pedagógica múltipla no universo das TIC e Moodle”. In L. Alves, D. Barros & A. Okada (org.). Moodle: estratégias pedagógicas e estudos de caso. Salvador: EDUNEB, 2009.
PAPERT, Seymour. A máquina das Crianças: Repensando a escola na era da informática. Artes Médicas, Porto Alegre, p.4-11, 1994.
PINTO, M. L. S. Práticas educativas numa sociedade global. Porto: Edições ASA, 2004.
QUERTE, T. Conzi Mehlecke et al. Os Professores e a Integração das TIC nas Escolas: Um Panorama Brasileiro. Discursos, Porto Alegre, p.177-189, dez. 2004.
RIBEIRO, V. L. A Web 2.0 na educação. In: Informática na Educação. 2008. Disponível em: <http://verainfedu.wordpress.com/about/>. Acesso em: 20 mar. 2013.
SANTOS, A. “Programa de Língua Portuguesa: um diálogo necessário com as TIC”. In Jornal Via ESEN, 2008. Consultado em 20 de Dezembro de 2012 em http://www.esenviseu.net/Principal/Jornal/ Edicoes%5C1%5C1-4.pdf)
SANTOS, Andreia; Okada, Alexandra . The role of mentoring in facilitating the process of repurposing OER. Ed 2010: The Seventh Annual Open Education Conference, 24 Nov. 2004, Barcelona, Spain.
SANTOS, M., Pedro, N., Soares F. & Matos, J. F. Guia de Utilização de Plataformas de Aprendizagem em ambientes escolares - Orientações para a dinamização de áreas de trabalho entre professores. Centro de Competência RTE da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2010.
SEABRA, Carlos. Usos da Telemática em Educação. Educação e Informática, São Paulo, v. 5, n. 10, p.4-11, jul. 1995.
SILVA, Alzira Karla Araújo da; CORREIA, Anna Elizabeth Galvão Coutinho; LIMA, Izabel França de. O conhecimento e as tecnologias na sociedade da informação. Revista Interamericana de Bibliotecología. Ene.-Jun. 2010, vol. 33, no. 1, p. 213-239.
TECNOLOGIA EDUCACIONAL: Novas Tecnologias e o re-encantamento do mundo. Rio de Janeiro: Abt, v. 23, n. 126, set. 1995, p 24-26.