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REVISTA DE MANGUINHOS | DEZEMBRO DE 2015 38 Jogos virtuais em saúde TECNOLOGIA

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Jogos virtuais emsaúde

TECNOLOGIA

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Grupo de pesquisado Icict/Fiocruz lançanewsgame sobreacesso aberto

Graça Portela

linhado à Política deAcesso Aberto da Fio-cruz, o Instituto de Co-municação e InformaçãoCientífica e Tecnológica

(Icict/Fiocruz) inovou e criou um pro-duto para atingir o público em geral eincentivar o debate sobre acesso aber-to: o newsgame Jogo do Acesso Aber-to. O jogo virtual foi apresentado du-rante a 6° Conferência Luso-Brasileirasobre Acesso Aberto (Confoa), queocorreu em Salvador em outubro, etambém durante as Semana Nacionalda Ciência e Tecnologia (SNCT 2015)e a Semana Internacional de AcessoAberto, ambas no mesmo mês.

Newsgame, segundo definição doestudioso de games e pesquisador doCentro de Pesquisas de Jogos de Com-putador da Universidade de Copenha-gen (Dinamarca), Miguel Sicart, “sãojogos sérios baseados em eventos atu-ais, produzidos com a intenção de es-timular o debate público”. E é exata-mente esse o objetivo do newsgameidealizado pelos designers Marcelo deVasconcellos, Flávia de Carvalho e JuanPuppin Monteiro, todos do Icict/Fiocruz.

Simples e direto, o Jogo do AcessoAberto já tem versões em espanhol einglês. “O game foi criado de forma adespertar interesse também do públi-co leigo, a fim de que possam conhe-cer mais sobre esta questão tão impor-tante, mas que para grande parte dapopulação não é muito palpável”, ex-plicou Vasconcellos.

A ideia de um jogo virtual que en-focasse a temática do Acesso Abertosurgiu a partir de um artigo intituladoO caso do Ebola na Libéria (Don’t ThinkOpen Access Is Important? It MightHave Prevented Much of The EbolaOutbreak), publicado no site TechDirtem abril. “O acesso aberto é impor-

tante, principalmente no setor da Saú-de, onde literalmente contribui parasalvar vidas. O artigo ilustra a questão”,esclareceu o designer.

Convidada para conversar com aequipe de criação do jogo virtual sobreacesso aberto, a chefe da Seção deInformação do Centro de Tecnologiada Informação e Comunicação emSaúde (CTIC/Icict) e coordenadora doRepositório Institucional da Fiocruz(Arca), Ana Maranhão, contribuiu bas-tante com informações. “Como esta-mos desenvolvendo um jogo mais ela-borado, sentimos que precisávamos dealgo mais imediato: assim propusemosa fazer esse newsgame. A ajuda daAna foi muito importante. Graças àsconversas com ela, pudemos compre-ender melhor o tema Acesso Abertopara desenvolver o jogo”, ressaltou.

O pré-lançamento na 6° Confoanão poderia ter sido mais bem-sucedi-do. Segundo Ana Maranhão, que apre-sentou o novo produto na Conferên-cia, a reação foi a melhor possível. “Opúblico e os pesquisadores ficarammuito empolgados e a Ana falou quejá foi procurada por instituições brasi-leiras e portuguesas que querem divul-gar o newsgame como estratégia deconscientização da causa do acessoaberto”, afirmou Vasconcellos. “Nos-sa expectativa é que aqueles que nãoconhecem muito sobre o assunto pos-sam jogar e ficar curiosos sobre o queé o acesso aberto e o que o tema tema ver com a saúde”.

Gamese saúde

“A princípio, não existem institui-ções de saúde investindo formalmentena pesquisa e produção de jogos digi-tais para a saúde. Temos iniciativas iso-ladas aqui e ali, algumas muito inte-ressantes, mas nada que represente umenvolvimento institucional”, explicouVasconcellos. “No caso do Icict e daFiocruz, este envolvimento já se iniciouno âmbito da pesquisa com a certifica-ção do nosso grupo de pesquisa Jogose Saúde junto ao CNPq, no ano passa-

do (2014). O Jogo do Acesso Aberto,apesar de ser simples, representa umprimeiro passo da unidade da Funda-ção enquanto centro de produção dejogos como ferramentas de comuni-cação em saúde”.

Como bons jogadores, o grupo depesquisa Jogos e Saúde não brinca emserviço. Segundo Vasconcellos, o gru-po representa a Fiocruz junto à comu-nidade brasileira de pesquisa emGame Studies e segue realizando es-tudos na área para desenvolver gamesexclusivos para a saúde. De acordocom o designer, as novidades não pa-ram por aí. O Grupo de Pesquisa Jo-gos e Saúde está desenvolvendo nojogo virtual “algo muito mais ambici-oso”. Vasconcellos aponta que “nele,o jogador poderá encarnar um pesqui-sador e ver efeitos de suas ações nasociedade. Como esse elemento ébem mais complexo, estimamos pelomenos mais um ano de trabalho”.

A equipe também está produzin-do outro jogo, desta vez, sobre intoxi-cação doméstica, feito em parceriacom o Sistema Nacional de Informa-ção Tóxico Farmacológicas (Sinitox), eque terá como público alvo, em espe-cial, crianças e jovens. Um outro jogovirtual em pré-produção tem como te-mática DST e Aids. “Este estamos de-senvolvendo aos poucos”, afirmou Vas-concellos.

Ele também explica que o grupode pesquisa e produção de games nãoé limitado aos profissionais do Icict.Atualmente, há uma parceria com aEscola Politécnica de Saúde JoaquimVenâncio (EPSJV/Fiocruz), por meio daprofessora Cynthia Dias. Ela está apri-morando um jogo de tabuleiro quedesenvolveu com os alunos da EPSJVpara discutir políticas públicas de saú-de, produto também apresentado du-rante a SNCT 2015 na Fiocruz.

Confira oJogo do Acesso Aberto:

www.icict.fiocruz.br/node/2376

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