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FACULDADE DE TECNOLOGIA ”JOSÉ CRESPO GONZALES” Tecnologia em Sistemas Biomédicos LUCAS FERNANDES RÊGO DA SILVA POTENCIAIS EFEITOS GENOTÓXICOS DE EXTRATOS DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS EM FITOTERAPIA Sorocaba FEVEREIRO/2018

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FACULDADE DE TECNOLOGIA ”JOSÉ CRESPO GONZALES”

Tecnologia em Sistemas Biomédicos

LUCAS FERNANDES RÊGO DA SILVA

POTENCIAIS EFEITOS GENOTÓXICOS DE EXTRATOS DE PLANTAS

MEDICINAIS UTILIZADAS EM FITOTERAPIA

Sorocaba

FEVEREIRO/2018

LUCAS FERNANDES RÊGO DA SILVA

POTENCIAIS EFEITOS GENOTÓXICOS DE EXTRATOS DE PLANTAS

MEDICINAIS UTILIZADAS EM FITOTERAPIA

RELATÓRIO FINAL DOPROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTIFICA DA

FACULDADE DE TECNOLOGIA (FATEC)

Orientadora: Profª. Drª. Silvia Pierre Irazusta

Faculdade de Tecnologia de Sorocaba – FATEC-SO

Sorocaba

FEVEREIRO/2018

RESUMO

Uma das práticas médicas mais antigas é a utilização de plantas, estas são muito importantes

na cura e tratamento de pacientes, sendo que muitas vezes estas plantas são utilizadas como

único recurso terapêutico e de cuidados básicos de saúde, em países em desenvolvimento.

O interesse pelas plantas medicinais vem aumentando tanto pela população quanto pelos

profissionais da área médica para adquirir conhecimento sobre os efeitos que essas plantas

possuem, tanto benéficos como maléficos. O ensaio do cometa realizado no presente

trabalho permite avaliar os potenciais efeitos genotóxicos sofridos por células de melanoma

murino (B16F10) e carcinoma de pulmão (3LL), após a aplicação de extratos aquosos de

janaúba e avelóz em diferentes concentrações de 25%, 50% e 100% em diferentes intervalos

de tempo sendo 22 e 48 horas para as células B16F10 e 48 e 72 horas para as células 3LL,

com a finalidade de fornecer subsídios para a utilização segura de extratos vegetais com

aplicações medicinais. Os resultados obtidos mostraram que os extratos foram genotóxicos

para as células B16F10, apresentando consistente redução de células quando comparadas

ao controle, enquanto as células 3LL apresentaram resultados pouco conclusivos.

Palavras-chave: genotoxicidade, janaúba, avelóz, cometa.

ABSTRACT

One of the oldest medical practices is the use of plants, these are very important in curing

and treating patients, and these plants are often used as the only therapeutic and basic health

care resource in developing countries. The interest in medicinal plants has been increasing

both by the population and by medical professionals, for example, knowledge about the

effects of these plants, both beneficial and harmful. The comet assay performed in the

present study allows to evaluate the potential genotoxic effects of murine melanoma

(B16F10) and breast carcinoma (3LL) cells after application of aqueous extracts of janaúba

and hazelnuts at different concentrations of 25%, 50% and 100% at different time intervals,

being 24, 48 and 72 hours, in order to provide subsidies for the safe use of plant extracts

with medicinal applications.The results showed that the extracts were genotoxic for the

B16F10 cells, presenting a consistent reduction of cells when compared to the control,

whereas 3LL cells presented little conclusive results.

Keywords: genotoxicity, Janaúba, avelóz, rehearsal comet.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Faculdade de Tecnologia de Sorocaba. .............................. Error! Bookmark not defined.

Figura 2: Campus da Fatec Sorocaba ................................................. Error! Bookmark not defined.

Figura 3: Laboratório de Ecotoxicologia ........................................... Error! Bookmark not defined.

Figura 4: Foto dos galhos da Euphorbia tirucalli ............................................................................ 12

Figura 5: Imagem da planta da janaúba .......................................................................................... 14

Figura 6: Células de melanoma crescendo dispostas em uma monocamada .................................. 23

Figura 7: Esquema de contagem celular na câmara de Neubawer .................................................. 25

Figura 8:Disposição dos extratos aquosos de 24 e 48 horas. .......................................................... 27

Figura 9:Disposição dos extratos para 48 e 72 horas ...................................................................... 28

Figura 10: Lâminas em solução de lise. .......................................................................................... 31

Figura 11: Cuba de eletroforese preparada. .................................................................................... 32

Figura 12: Gabarito do ensaio do cometa ....................................................................................... 35

Figura 13: Células B16F10 expostas aos extratos aquosos de janaúba por 24 horas. As numerações

representam os respectivos níveis de dano celular .......................................................................... 36

Figura 14: Cometas das células expostas B16F10 a extrato de janaúba por 48 horas. A esquerda

mostra os cometas no aumento de 40x, a direita cometas evidenciados com aumento de 100x.(A)

Nas células expostas a 100% pode-se perceber a presença de cometas de grau 4 destacado com os

círculo, já na concentração de 50%(B) é possível visualizar um cometa de grau 3 dentro do circulo,

na concentração de 25%(C) destacado alguns cometas de grau 2. (D) controle. ............................ 38

Figura 15:Cometa das células B16F10 expostas a extratos de janaúba por 24 horas. A esquerda

mostra os cometas no aumento de 40x, já a direita mostra os cometas evidenciados com aumento de

100x. Na concentração de 100% (A) presença de cometas de nível 3. Na concentração de 50% (B)

observa-se a presença também de cometas de grau 3 com alguns de nível 4 evidenciado pelo círculo.

Na concentração de 25% presença modesta de cometas de nível 3. A letra D demonstra o controle.

......................................................................................................................................................... 39

Figura 16: Gráficos da contagem dos cometas das lâminas de janaúba cada concentração está

dividida de 0 a 4. ............................................................................................................................. 40

Figura 17: Células 3LL expostas a Janaúba por 72 horas(cometas). A esquerda aumento de 40x e a

direita aumento de 100x. Na concentração de 100% (A) pode-se visualizar alguns dos cometas de

nível 3. Na concentração de 50 % (B) cometas de nível 3 em azul e vermelho nível 2. As

concentrações de 25% (C) apresentam predominância de cometas de nível2. Na letra D observa-se

o controle. ....................................................................................................................................... 42

Figura 18: Células 3LL expostas ao extrato de janaúba por 48 horas(cometas). A esquerda campo

com aumento de 40x e a direita aumento de 100x. Na concentração de 100(A) a direita pode-se notar

uma região com predominância de cometas nível 3. Na concentração de 50%(B) cometas de nível

3 em azul e nível 2 vermelho. No aumento de 100x da concentração de 25% é possível notar um

campo com cometas de nível 4. A letra D evidencia os controles. ................................................. 43

Figura 19: Gráfico contendo os dados das contagens dos níveis de dano das células 3LL expostas a

janaúba ............................................................................................................................................ 44

Figura 20: Células B16f10 expostas a extratos de avelóz por 48 horas (cometas). A esquerda mostra

os cometas no aumento de de 40x, já a direita mostra os cometas evidenciados no aumento de 100x.

Na lâmina de 100%(A) nota-se a presença discreta de cometa de grau 2 destacado pelo círculo. Na

concentração de 50%(B) nota-se dentro do círculo também presença de cometas de nível 2, na

imagem da direita pode notar alguns cometas de nível 3 presentes em outra parte da lâmina, por fim

na lâmina que recebeu os extratos a 25% grande presença de cometas de nível 1 também

evidenciados pelos círculos. D controle do experimento. ............................................................... 46

Figura 21: Cometas das Células B16F10 expostas a extratos de avelóz por 24 horas. A esquerda

mostra os cometas no aumento de 40x já a direita mostra os cometas evidenciados no aumento de

100x. Na lâmina de 100%(A) ocorre quase prevalência de cometas de nível 4. Na lâmina de 50%(B)

pode-se notar cometas de nível 3. Na lâmina contendo as células expostas as concentrações de

25%(C) pode-se também notar a presença de alguns cometas de nível 4 destacados pelos círculos.

(D) Controle. ................................................................................................................................... 47

Figura 22: Gráficos das contagens das células B16F10 expostas aos extratos de avelóz. ............. 48

Figura 23 Cometas das células 3LL expostas aos extratos aquosos de avelóz por 72 horas, em suas

respectivas concentrações. A esquerda aumento de 40x e a direita aumento de 100x. Os círculos

vermelhos representam cometas de nível 2, azul 3 e verde 4. D representa o controle. ................. 51

Figura 24: Cometas das células 3LL expostas a extratos aquosos de avelóz por 48 horas. A esquerda

aumento de 40x e a direita aumento de 100x. Pode-se notar na concentração de 100% predomínio

de cometas de nível 0 e cometa de nível 1 destacado pelo círculo branco. Na concentração de 50%

predomínio de cometas de nível 0 e na concentração de 25% cometas de nível 4. ........................ 52

Figura 25: Gráficos com as contagens das células 3LL expostas aos extratos de avelóz. .............. 53

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Estudo envolvendo avelóz...............................................................................58.

Tabelça 2 – Resultados do presente trabalho ................................................................65.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ONA- Organização das Nações Unidas.

DNA(ADN) – Ácido desoxirribonucleico.

PBS- Phosphate Buffered Saline(Tampão Fosfato Salina).

APFN –Ágar Ponto de Fusão Normal.

ABPF - Ágar Baixo Ponto de Fusão.

MTT - (3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil brometo de tetrazolina)

SUMÁRIO

1.1. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 10

1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 10

1.2.1. GERAL .................................................................................................................. 10

1.2.2. ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 10

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 11

2.1. PLANTAS MEDICINAIS ............................................................................................ 11

2.1.1. AVELÓZ ................................................................................................................ 12

2.1.2. JANAÚBA .............................................................................................................. 13

2.2. GENOTOXICIDADE ................................................................................................... 15

2.3. CULTURA CELULAR ................................................................................................ 16

2.4. ENSAIO DO COMETA ............................................................................................... 20

3. METODOLOGIA ................................................................................................................... 22

3.1. MATERIAIS CULTURA CELULAR ........................................................................ 22

3.1.1. Células B16F10 e 3LL Cultura celular ................................................................ 22

3.1.2. SOLUÇÕES ........................................................................................................... 22

3.2. METODOLOGIA CULTURA CELULAR ................................................................ 22

3.2.1. PROPAGAÇÃO CELULAR/ PASSAGEM ....................................................... 23

3.2.2. PLAQUEAMETO ................................................................................................. 24

3.2.3. APLICAÇÃO DOS EXTRATOS AQUOSOS .................................................... 26

3.3. MATERIAIS ENSAIO DO COMETA ....................................................................... 29

3.3.1. SOLUÇÕES ........................................................................................................... 29

3.4. METODOLOGIA ENSAIO DO COMETA ............................................................... 29

3.4.1. PREPARAÇÃO DA LÂMINA NO PRIMEIRO DIA ........................................... 29

3.4.2. PREPARAÇÃO DAS LÂMINAS NO SEGUNDO DIA ........................................ 30

3.4.3. LISE............................................................................................................................ 30

3.4.4. ELETROFORESE .................................................................................................... 31

3.4.5. COLORAÇÃO .......................................................................................................... 33

3.4.6. ANÁLISE DAS LÂMINAS ...................................................................................... 33

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 34

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 57

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 58

OUTRAS ATIVIDADES ............................................................................................................... 72

10

1.1.JUSTIFICATIVA

As culturas celulares fornecem modelos biológicos simplificados que podem ser

utilizados para avaliar efeitos maléficos ou benéficos a partir da exposição à algum

agente. No presente trabalho será avaliado o potencial efeito genotóxico de extratos

aquosos de avelóz e janaúba, considerados importantes aliados no tratamento de

diversas doenças. A metodologia de cultura celular vem sendo amplamente aplicada nas

linhas de pesquisa da faculdade de Tecnologia de Sorocaba. O ensaio do cometa é

realizado no laboratório de Ecotoxicologia e este, permite a avaliação da genotoxicidade

de agentes diversos às células, pela observação dos padrões de corrida, frente à

aplicação de um campo elétrico. Deste modo, espera-se contribuir para o entendimento

das ações e a segurança na utilização destes extratos.

1.2.OBJETIVOS

1.2.1. GERAL

O presente trabalho tem por objetivo avaliar os possíveis efeitos genotóxicos dos

extratos aquosos de Avelóz e Janaúba em células tumorais em cultura.

1.2.2. ESPECÍFICOS

A partir de ensaios padronizados, pretendeu-se fornecer subsídios para a utilização

segura de extratos vegetais com aplicações medicinais.

Utilizar o ensaio do Cometa como ferramenta para avaliação de genotoxicidade de

extratos vegetais aplicados em cultura de células tumorais B16F10 E 3LL, sendo estas

culturas de células respectivamente de melanoma murino e carcinoma de pulmão.

11

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1.PLANTAS MEDICINAIS

Uma das práticas médicas mais antigas presentes na humanidade é a utilização de

plantas, como recursos importantes na cura e tratamento de doenças (VEIGA et al., 2004).

Muitas vezes as plantas são utilizadas como única alternativa terapêutica e de cuidados

básicos de saúde em países em desenvolvimento e, segundo a ONU, representa um

contingente que é de 70-95% da população desses países (MACIEL et al., 2002; VEIGA

et al.,2004).

Atualmente as plantas medicinais são comercializadas nas farmácias e nas lojas de

produtos naturais e a sua utilização caracteriza a fitoterapia. Sua produção pode também

ser artesanal sendo preparado de maneira empírica com base em conhecimentos

populares (VEIGA et al., 2004). A fitoterapia é uma forma de tratamento medicinal, que

se utiliza de vegetais sendo aplicados de maneira externa ou interna, na forma in natura

ou como medicamentos. (TEIXEIRA et. al 2008).

As plantas medicinais segundo Lopes et al. (2005), são todas as plantas que quando

administrada ao homem, por qualquer via ou forma, exercem alguma ação terapêutica.

Para que a planta exerça tal ação, é necessário que está possua princípios ativos que são

oriundos do seu metabolismo. Estes princípios estão mais concentrados nas flores, folhas

e raízes e em geral em menor quantidade na sementes, frutos e cascas. Os princípios

podem ser isolados para obter diferentes ações dos quais apresentam as plantas quando

usadas de maneira natural, junto com os demais compostos químicos e biológicos

(CARVALHO, 2011).

As pesquisas cientificas com emprego de plantas se iniciaram com intuito de

classificar a identidade botânica, composição química, e ação farmacológica das drogas

e vegetais, separando-as conforme suas semelhanças em relação aos efeitos. A utilização

de princípios científicos na medicina natural possibilitou a descoberta de produtos

terapêuticos, proporcionando um aumento na sobrevida das pessoas. Essas pesquisas

permitiram a descoberta de estruturas químicas envolvidas, além das modificações

12

estruturais e reprodução de estruturas quimicamente ativas (FERREIRA, 2010).O

emprego das plantas medicinais como via alternativa para cura de canceres já vem sendo

estudadas, e foram comprovadas por alguns trabalhos experimentais comprovando sua

ação antineoplasica (OLIVEIRA et al., 2014), por outro lado algumas plantas podem

possuir efeito reversos a este, produzindo resultados genotoxicos e consequentemente um

câncer (NEODINI, 2015). O interesse pelo uso das plantas medicinais vem aumentado

tanto pela população, quanto por profissionais da área médica devido a diversos fatores,

entre eles o alto grau de efeitos adversos gerados pelo uso das drogas sintéticas.

(BEZERRA, et al.,2013).

2.1.1. AVELÓZ

O avelóz (Euphorbia tirucalli Linneau) (Figura 4) é uma planta muito bem

climatizada na região nordeste do Brasil, de origem africana, que também está presente

em diversos países tropicais. Pertence à família Euphobiceae que possuí

aproximadamente 300 gêneros e cerca de 7500 espécies. Tem cerca de 2 a 6 metros de

altura, possui um arbusto com poucas folhas e é amplamente conhecida pelo seu látex

tóxico que pode ser perigoso (MACHADO, 2007; GONSALVES et al,2011;). O látex é

cáustico, e pode causar lesões à pele e em contato com os olhos, pode levar a cegueira

devido a destruição da córnea. Pode ainda causar inúmeras lesões tais como edema,

queimação e coceira em determinadas regiões do corpo. Pelo fato de ser muito cáustico

deve ser diluído, pois o uso ou aplicação do mesmo puro pode vir a causar hemorragias

(BRASIL, 2003).

Figura 1: Foto dos galhos da Euphorbia tirucalli

Fonte: mundohusqvarna.com.br

13

Apesar deste fato, esta planta vem sendo usada no tratamento de diversas doenças

proliferativas, que vão desde o câncer até doenças como a AIDS, sífilis, asma entre outras.

Segundo relatos, a espécie pode apresentar propriedades curativas para carcinomas e

epiteliomas benignos, além de possuir inúmeras outras utilidades como atuar como

antimicrobiano e ceratolítico em verrugas, quando aplicado topicamente (GALVÃO et

al., 2002; GONSALVES, 2011; ALVES et al., 2012).

2.1.2. JANAÚBA

As espécies de Himatanthus são árvores pertencentes a família Apocynaceae

(FRANÇA et al.,2011) que estão distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais do planeta

dividida em cinco subfamílias com cerca de 3700 espécies (LIMA, 2005). Muitas dessas

espécies apresentam como características químicas glicosídeos cardioativos e cianogênicos,

saponinas, taninos, cumarinas, ácidos fenólicos, ciclitóis e triterpenóides (JOLY, 2002).

A família Apocynaceae possui oito espécies presentes na América do Sul e uma no

Panamá. No Brasil o gênero Himatanthus se ditribui em todo território nacional, exceto na

região Sul.

As Himatanthus são árvores que tem como características ramos lenhosos e de

crescimento semipoidal, possuindo um único ou mais ramos laterais que crescem

distalmente, os quais são reorientados para vertical para se tornar uma nova unidade de

tronco (LINHARES, 2011). A Himatanthus drasticus (Figura 5) possui folhas pecioladas,

glabras, carnosas normalmente muito grandes com grandes flores brancas e frutos que

possuem sementes que se disseminam através do vento (PLUMEL, 1991). É uma árvore

que está distribuída em regiões neotropicais sendo nativa das regiões da Guianas até a

Bahia, sendo mais incidente na floresta dos Araripe na região do Ceará com ocorrência

também no estado de Minas Gerais (PLUMEL , 1991; LINHARES, 2011).

Segundo Gonçalves (2005), seu látex é tóxico, podendo muitas vezes apresentar

reações nocivas no organismo quando ingerido em grandes doses. No Nordeste do Brasil

a utilização do látex diluído é muito comum sendo este utilizado como medicamento

14

principalmente no que se remete a doenças relacionadas com o fígado. Sua diluição é

conhecida como “Leite de Janaúba" sendo comercializado para dar suporte a renda

familiar para algumas comunidades rurais (LINHARES, 2010).

Figura 2: Imagem da planta da janaúba

Fonte:meucantinhoverde.com

Existem diversos usos registrados para essas plantas nos quais o emprego do seu

látex e casca variam desde o tratamento do câncer até o tratamento por via oral contra

vermes intestinais, febre, infertilidade feminina, úlcera gástrica e câncer e, por meio de

compressas locais, nos casos de luxação de qualquer articulação, machucados e herpes

(MATOS, 2008).

15

2.2. GENOTOXICIDADE

A genotoxicidade faz uma interface entre a toxicologia e a genética, sendo também

conhecida como toxicologia genética (SILVA et al. 2003, SILVA et al., 2007; SAMPAIO

2012). O termo genotóxico é uma expressão generalizada para expressar diferentes efeitos

letais e hereditários no material genético a nível nuclear ou externo ao núcleo celular

(WEISBURGER & WILLIAMS, 2000).

A genotoxicidade é um efeito que pode ocorrer tanto em células somáticas como

germinativas e pode ser expressa por vários tipos de danos ao DNA (aductos ao DNA, sítios

lábeis a alcális, quebras de fitas) e mutações variando de alterações cromossômicas

estruturais ou numéricas (aneoploidia e poliploidia). Esses danos podem ser causados por

agentes genotóxicos, isto é, agentes que possuem a capacidade de alterar a replicação do

DNA e a transmissão genética (SILVA et al., 2007). A permanência do dano celular

dependerá do balanço entre a eficiência dos sistemas de proteção e reparo celular (defesas

antioxidantes, reparo de base/nucleotídeo, reparo de quebra de fita dupla) e os processos

que levam à morte celular (apoptose e necrose). (KIRSCH-VOLDERS et. al, 2002;

MATEUCA et al, 2006).

Estudos de genotoxicidade são utilizados para auxiliar na detecção de compostos

que podem causar danos genéticos e potencialmente o câncer. Uma proporção

significativa de agentes químicos cancerígenos foi detectada como causadores de danos

no DNA. Diversas técnicas permitem avaliar atividades genotóxicas, dentre elas pode- se

citar o ensaio do cometa, cuja aplicação em diferentes matrizes biológicas comprovam

que este ensaio é sensível a substâncias que possuem potencial para provocar câncer e

outros tipos de danos ao DNA, não envolvidos necessariamente com o aparecimento de

uma neoplasia (ANDERSON et al., 1998; OLIVE & BANATH, 2006; JOCA 2009).

Existem, no entanto, outras substâncias cancerígenas, tais como hormônios,

alguns metais, agentes físicos inertes e produtos químicos, que podem causar câncer

através de outros mecanismos que não interação com o DNA (GUY, 2005). Essas

substâncias cancerígenas não são normalmente detectadas por meio dos testes de

genotoxicidade. Para tanto, o mais recomendado é a combinação de testes dependendo

das características do agente tóxico, bem como a utilização de vários sistemas biológicos,

16

assim como variados tipos de danos ao DNA (mutações gênicas, aberrações

cromossômicas, etc.) para melhor avaliar a genotoxidade (SILVA et al, 2004).

2.3.CULTURA CELULAR

Durante o século XIX, foram desenvolvidas por Sydney Ringer (SILVA, 2013),

soluções salinas que permitiam a sobrevivência e o atendimento das necessidades vitais

de órgãos, de modo que, estas soluções permitiam que estes órgãos sobrevivessem

isolados do organismo, lançando assim, as bases do que seria a cultura celular. Todavia,

somente em 1885 Wihelm Roux conseguiu manter algumas células de uma porção de

medula de embrião de galinha em uma solução salina aquecida por vários dias (LINDEE,

2007; MIGITA, 2012; SILVA, 2013). Já no século XX, Ross Harrison que é considerado

o pioneiro do uso de culturas celulares, começou a utilizar as primeiras culturas de tecidos

com o intuito de estudar o comportamento de células animais em um ambiente

homeostático e em situações de estresse (ALVES, 2010; SILVA, 2013). Com isto,

Harrinson em 1907 conseguiu o desenvolvimento de tecido nervoso mais especificamente

fibras de nervosas de rã cultivadas em um coágulo de sangue. Nessa época ainda havia

dúvidas sobre a dinâmica do desenvolvimento do tecido nervoso, pois apenas

visualizações microscópicas não davam informações suficientes sobre o processo e

Harrison conseguiu provar que as fibras nervosas são formadas a partir de células

nervosas, o que despertou o interesse de muitos cientistas pelo método de cultura celular,

incorporando-o em suas linhas de pesquisa (ALVES, 2010; AMARAL, 2011; MIGITA,

2013).

No ano de 1912, Alexis Carrel utilizando informações obtidas por Harrison,

desenvolveu um modelo para cultivo de cardiomiócitos de um embrião de galinha.

Descobriu com estes experimentos que era necessário realizar trocas dos nutrientes que

estavam dispostos no frasco. Feito isto, as células sobreviviam por mais tempo, logo

podiam ser cultivadas por um maior período de tempo (AMARAL, 2011).

Em 1951 foram cultivadas células de tecido tumoral humano por George Gey no

hospital John Hopkins em Baltimore nos EUA. Estas células ficaram então conhecidas

17

como linhagem Hela. As células Hela são originadas de um câncer adenocarcinoma

cervical de uma paciente chamada de Henrietta Lacks, cujo nome forma o acrônimo da

linhagem Hela. As células tumorais Hela são uma linhagem de células humanas que

podiam ser cultivadas indefinidamente o que aumentou o interesse pelo seu cultivo

(LUCEY; 2009; ALVES, 2010).

Até metade do século XX acreditava-se que todas as células cultivadas poderiam

se multiplicar indefinidamente, desde que fossem propiciados seus devidos nutrientes,

porém os pesquisadores Leonard Hayflick e Paul Moorhead, no ano de 1961, descobriram

que existia certo limite de divisão celular. Então se denominou cultura primária as células

que eram cultivadas diretamente do animal ou humano, e linhagens continuas as células

que sofreram processo de “imortalização”. As células de linhagens continuas permitiam

a obtenção de resultados mais precisos pois permitem maior reprodutibilidade que as

culturas primárias (HAYFLICK, 1965; MIGITA, 2012).

As culturas celulares primárias são obtidas através da retirada ou desagregação

mecânica ou enzimática de parte de algum tecido, e são utilizadas para estudo in vitro por

apresentarem de maneira mais fiel características genotípicas e fenotípicas do tecido de

origem. Todavia as células das culturas primárias sobrevivem pouco tempo e logo entram

em processo de apoptose. As células que conseguem proliferar a uma taxa maior e se

adaptar de maneira eficiente vão formar as linhagens continuas que ainda possuem

características originais do seu tecido, mas com a diferença de possuírem uma alta taxa

de proliferação. Algumas células podem manter características por até oitenta passagens.

Sabe-se, ainda, que as células que perdem algumas características e sofrem processos de

mutações são chamadas de células transformadas. As células podem sofrer mutações

através da utilização de vírus ou agentes químicos e físicos, como aplicação de algumas

formas de radiação. Estas células podem perder o controle do seu ciclo celular por

mutações em genes como os proto oncogêneses e os genes supressores de tumor (ALVES,

2010). Outra forma de conseguir as células transformadas é através da extração de tecidos

tumorais de indivíduos com algum tipo de neoplasia como é nos casos da célula Hela e

da célula da linhagem de câncer de melanoma murino B16F10 (ALVES, 2010, SILVA,

2013).

18

Hayflick e Moorhead (1960-1961) foram os pioneiros na utilização antibióticos nos

meios de cultura para prevenir contaminações e tal prática permitiu que a técnica fosse

mais ampla e continuamente utilizada. O cultivo celular apresentou então grandes saltos

como o cultivo de células tronco entre outros grandes avanços. Hoje, é possível ter

diversas linhagens celulares com características especificas que são obtidas a partir do

subcultivo sequencial de uma cultura primária que podem ser armazenadas em condições

estabelecidas desde que fornecidos seus substratos e feito alto controle de contaminação,

para que estas sejam utilizadas em pesquisa (HAYFLICK, 1965, MIGITA, 2012;

BARBOSA, 2015).

As culturas celulares formam um modelo biológico simplificado em relação aos

animais usualmente usados nas pesquisas, logo, o cultivo celular se tornou um recurso

valioso tanto na área biomédica com suas aplicações utilizadas em pesquisas cientificas,

como na área da biotecnologia industrial, além do cultivo celular ser uma poderosa

ferramenta usada na bioengenharia de tecidos, permitindo estudos para o

desenvolvimento e manipulação de implantes artificiais de tecidos e células que são

capazes de estimular e substituir a funcionalidade fisiológica de algumas regiões lesadas

(OLIVEIRA et al., 2010; BOROJEVIC, 2008; BARBOSA, 2015). Deste modo, uma das

grandes vantagens do uso desses modelos celulares é a formação de respostas

simplificadas para problemas com alto grau de complexidade de pesquisa biomédica

(MIGITA, 2012; FRESHNEY, 2006)

Segundo ALVES (2010) entre as áreas mais beneficiadas com emprego de culturas

celulares estão a Imunologia, Virologia, Neurobiologia e Farmacologia. Dentro do estudo

dos fármacos a cultura celular permite compreender os mecanismos de toxidade e

neurotoxidade, por meio das características das células alvo e como as mesmas reagem a

determinadas substâncias químicas. As culturas de células de linhagens neoplásicas e não

neoplásicas podem ser utilizadas em estudos pré clínicos para novas formas diagnósticas

de doenças como o câncer. Com isso, pode-se dizer que o cultivo de células in vitro

produz resultados suficientemente informativos, para estudos funcionais, bioquímicos,

farmacológicos e moleculares, os quais permitem o desenvolvimento de produtos

biológicos como anticorpos e vacinas (ALVES, 2010; FRESHNEY, 2005).

19

Uma das culturas celulares mais utilizadas para reproduzir o melanoma murino é a

linhagem celular B16 (MEZZACA, et al, 2001), sendo que algumas sub-linhagens

apresentam um alto poder metástico, além de apresentar a capacidade de serem destruídas

pelo sistema imune do hospedeiro. Esta linhagem celular (B16) foi inicialmente estudada

por Isaias J. Fidler (1973), que conseguiu diversas variantes das células B16, entre elas a

B16F10, obtida no ano de 1973, selecionando células com maior capacidade de

colonização pulmonar a partir de uma outra variante menos metastática (NICOLSON et

al., 1978). Para obtenção da célula da linhagem B16 foi necessária sua extração do

melanoma murino de um camundongo C57BL/6 que apresentava um tumor subcutâneo

primário. Essas células colhidas do então tumor, foram cultivadas em um meio de cultura

formando a primeira linhagem B16F0. Posteriormente as células obtidas da primeira

linhagem foram inoculadas por injeção intravenosa em um camundongo C57BL/6. Este

camundongo apresentou nódulos no pulmão que foram retirados e cultivado em meio de

cultura. Esta linhagem que foi desenvolvida após a primeira inoculação in vivo foi

chamada de B16F1. Novamente, as células foram inoculadas in vivo em um grupo de

animais que apresentou novos nódulos que foram retirados e cultivados formando a

linhagem B16F2. Assim procedeu-se até chegar a linhagem B16F10, que é caracterizada

pela alta agressividade e grande capacidade de gerar metástases pulmonares quando feita

uma inoculação intravenosa. Este modelo celular é muito utilizado para responder

questões básicas sobre o melanoma, sendo e também muito usadas em estudos de

imunoterápicos (SILVA et al, 2013).

Um dos tipos de linhagem celular que reproduz o câncer de pulmão in vitro é o

carcinoma de Lewis (também conhecido como células 3LL ou LLC), este tipo celular

assim como a linhagem B16F10 é oriunda dos camundongos C57BL/6 a partir de um

tumor resultante de uma implantação do carcinoma pulmonar primário de Lewis. O

carcinoma de Lewis foi descoberto em 1951 pela Dra. Margaret R. Lewis do instituto

winstar, sendo que estas linhagem receberam seu nome. Essas células são caracterizadas

por possuirem uma vantagem proliferativa que é conseguida pela expressão gênica que

evita que as células tumorais escapem de condições microambientais hostis.Estas células

podem ser úteis para pesquisa médica, no que se refere a tratamentos para certos tipos de

câncer de pulmão e também muito aplicada em outros estudos de biologia celular

(MAYO, 1972; BERTRAM & JANIK, 1980; SHARMA, et al., 1999)

20

2.4.ENSAIO DO COMETA

O Ensaio do Cometa, é um método de estudo de genotoxicidade sensível, que

avalia danos ao DNA de células individuais eucarióticas (LIAO et al., 2009) e que

possibilita quantificar quebras da fita (BELPAEME et al. 1998). A avaliação dos danos é

possível através da avaliação da quantidade de fragmentos que se afastaram do nucleióde

durante a eletroforese sendo este método também conhecido como eletroforese em gel de

célula única (LIMAN, 2013).

Para o isolamento do nucleiode as células devem ser embebidas em agarose e

depositadas sobre uma lâmina de microscópio para serem lisadas com detergente e alta

concentração de sal formando nucleiodes contendo laços de DNA superenrolados ligados à

matriz nuclear. A eletroforese em alto pH resulta em estruturas semelhantes a cometas, que

podem ser observados por microscopia de fluorescência, quando o corante for brometo de

etídio (LIMAN, 2013) ou em microscópio óptico comum, quando se utiliza a impregnação

pela prata (CERDA et al., 1997). No cometa a cabeça é a região nuclear, e a cauda os

fragmentos de DNA que realizaram migração (HARTMANN et al. 2003, HARTMANN et

al. 2004). A intensidade da cauda do cometa em relação à cabeça reflete o número de

quebras no DNA. A base provável para isso é que, os anéis contendo uma pausa perdem

seu superenrolamento (“supercoilling”) e tornam-se livres para correr em direção ao ânodo.

No método tradicional, a coloração do material é feita com brometo de etídio e

analisada por microscopia de fluorescência, tendo intensidade proporcional à quantidade de

DNA presente. Porém, essa coloração apresenta alguns fatores negativos, como ação

mutagênica do corante, curta durabilidade da coloração e necessidade de equipamentos

específicos para análise das lâminas. Por esses motivos, a coloração por prata vem sendo

utilizada como uma alternativa eficaz para o ensaio, demonstrando alta sensibilidade

quando comparada à coloração por brometo de etídio (REINHARDT- POULIN et al.,

2000), e apresentando algumas vantagens como: a análise é feita em microscópio óptico

comum, o método apresenta baixo custo, a coloração do material mantém-se estável por

período prolongado (KIZILIAN et al., 1999; NADIN et al., 2001) e há confiabilidade para

21

análise da morfologia de cometas associada aos parâmetros de análise visual (GARCÍA et

al., 2004, ANDRADE et al., 2016), possibilitando rápida obtenção de resultados.

O ensaio tem aplicações em testes de novos produtos químicos, para a

genotoxicidade, monitoramento de contaminação ambiental com genotoxinas,

biomonitorização humana e epidemiologia molecular e investigação, ensaios

fundamentais no estudo de danos e reparo do DNA (COLLINS, 2004). Qualquer tipo

celular eucariótica pode ser avaliado, animal ou vegetal, e uma característica importante

do ensaio é a de precisar de apenas pequena quantidade de células.

As pesquisas para quantificar danos de DNA em células individualizadas começaram

em 1978 com Rydberg e Johanson. Estes realizavam suas análises através de um fotômetro

e utilizavam lâminas de agarorose juntamente com as soluções de lise e neutralização, e

realizavam a coloração laranja de acridinina. Mais tarde a técnica do ensaio cometa foi

desenvolvidas principalmente por Östling e Johanson (1984), pela metodologia de

eletroforese do DNA em micro-gel, sob condições neutras; e de Singh e colaboradores

(1988), que lhe atribuíram maior sensibilidade através do uso de soluções alcalinas no

método com pH acima de 13.

Medidas como o comprimento total da “cauda” e a densidade de DNA fornecem dados

indiretos sobre o estado do DNA da amostra (BRIANEZI et al., 2009). Dois princípios têm

sido considerados, os quais determinam o padrão de formação do cometa. O primeiro é a

habilidade de migração dos fragmentos de DNA, que é uma função tanto do tamanho do

DNA quanto do número de fragmentos quebrados que se unirão a fragmentos maiores do

DNA, que podem migrar uma curta distância desde o núcleo. O outro é a extensão de

migração dos fragmentos de DNA, que inicialmente aumenta com o dano, porém, atinge

um máximo, que é definido pelas condições da eletroforese, mas não pelo tamanho dos

fragmentos (FAIRBAIRN et al., 1995).

Comparada com outras técnicas, a do cometa apresenta algumas vantagens, dentre

elas, sensibilidade em apontar baixo nível de danos no DNA, requerimento de baixo

número de células por amostras, flexibilidade, baixo custo, fácil aplicação, habilidade de

conduzir estudos utilizando pequenas porções de substâncias e tempo relativamente curto

para a realização de experimentos (TICE et al., 2000).

22

3. METODOLOGIA

Este projeto foi desenvolvido no Laboratório de Ecotoxicologia em parceria com

o laboratório ImunoCell da Fatec – Sorocaba. Neste trabalho duas metodologias distintas

foram empregadas, uma delas com foco no cultivo celular para obtenção das amostras e

outra, focada na realização do ensaio do Cometa para avaliar as quebras de DNA e

consequentemente, a genotoxicidade que os extratos aquosos causaram nas células

tumorais.

3.1.MATERIAIS CULTURA CELULAR

3.1.1. Células B16F10 e 3LL Cultura celular

3.1.2. SOLUÇÕES

As soluções estão dispostas na tabela de APÊNDICE (A)

3.2.METODOLOGIA CULTURA CELULAR

Para obtenção das células para realização dos ensaios do cometa, foi necessário,

primeiramente, realizar culturas celulares. Logo neste experimento utilizou-se a

metodologia já adotada no laboratório ImunoCell.

Inicialmente, escolheram-se os frascos específicos para desenvolver as culturas de

células que deveriam ser expandidas Neste caso, usaram-se as garrafas de 75 cm². Dentro

destas garrafas foi então, colocado meio de cultura completo com RPMI (Sigma Aldrish-

USA) para que ocorresse o crescimento celular.

23

3.2.1. PROPAGAÇÃO CELULAR/ PASSAGEM

O procedimento de cultura começa com a propagação, fase importante para a

manutenção celular, pois as células devem estar em número ideal para que se perpetuem.

Como as células tumorais crescem por monocamadas (figura 6), quando o número de

células está muito elevado podem ocorrer inibições por contato, acarretando na morte das

mesmas, devido a impossibilidade do seu crescimento, sendo necessário então, realizar o

processo de passagem. Segundo ALVES (2017), o número de passagens se refere a

quantidade de vezes que a cultura foi subcultivada.

Figura 3: Células de melanoma crescendo dispostas em uma monocamada

Fonte:Autor

Antes de começar a replicação deve ser realizada lavagem sistemática das mãos

utilizando sabonete antibacteriano, seguido da aplicação de álcool e a paramentação com

luvas e máscaras descartáveis. Em seguida, deve-se desinfetar todas as garrafas e reagentes

a serem utilizados com álcool 70% e então, levá-los para a capela de fluxo laminar,

previamente ligada.

Com as células dentro do fluxo laminar, retirou-se o meio completo com auxílio de

uma pipetador automático com pipeta estéril e colocou-se este meio em um tubo de fundo

cônico. Após a retirada do meio completo as garrafas foram lavadas com 10 mL de PBS

(tampão fosfato salina) estéril. Após a lavagem com PBS colocou-se 2 mL de tripsina com

24

pipeta manual com ponteira estéril.

Segundo Alves 2010, a tripsina é necessária para que as células que antes estavam

aderidas na garrafa se desprendam. A tripsina é uma enzima que hidrolisa cadeias

polipeptídicas nos radicais lisil-arginil, formando terminações de clivagem éster e amida.

Essa reação impedirá que os receptores da superfície extracelular, ligados ao citoesqueleto,

fiquem aderidos à matriz, obrigando as células a rearranjarem seu citoesqueleto, com

consequente desprendimento de células isoladas dispersas no fundo da garrafa. Entretanto,

não se deve deixar a tripsina em contato por períodos longos, a fim de impedir o excesso de

lise. Deve-se, assim, rapidamente bater na garrafa para que as células se desprendam.

Nesta etapa, verificou-se se as células estão de fato, soltas com auxílio de um

microscópio óptico invertido e logo em seguida, colocou-se novamente o meio de cultura

completo, que estava no tubo com fundo cônico, a fim de neutralizar a ação da tripsina.

Quando as células estavam finamente soltas, recolheu-se as mesmas, com auxílio de uma

pipeta e foram novamente colocadas no tubo com fundo cônico. A seguir, pipetou-se 10 mL

de PBS e adicionou-se a garrafa para suspender qualquer sobra celular existente. Este

tampão foi, na sequência, também adicionado ao tubo de fundo cônico. Este tubo foi levado

à centrifuga refrigerada por 10 minutos a 1200 rpm para que ocorresse a formação de um

pelet. Após está etapa as células podem ser utilizadas para fazer o plaqueamento ou serem

novamente colocadas para crescer em garrafas.

3.2.2. PLAQUEAMETO

O plaqueamento consiste em colocar as células para crescerem em uma nova matriz,

neste caso, uma placa com 24 poços.

Após a centrifugação do meio, o mesmo foi levado à câmara de fluxo laminar,

retirando-se do tubo de fundo cônico 20 mL de meio pelo lado oposto do pelet, para evitar

seu desprendimento junto com o líquido. Então adicionou-se novamente logo acima do pelet

25

mais 1 mL de meio completo e bateu-se levemente no tubo de fundo cônico para que as

células se desagregassem.Na sequência, iniciou-se o processo de coloração das células, para

realização da contagem do número de células que seria adicionado a cada poço da placa.

Pipetou-se 10µL de meio com células e 90µL de meio completo RPMI. Misturou-se essa

diluição de células com 20 µL de azul de Tripan dentro de um microtubo de 1,5mL

(Eppendorf). A contagem das células foi realizada em câmara de Neubauer, colocando-se

uma lamínula sobre seu retículo. Na câmara de Neubawer é feita a contagem sempre na

diagonal conforme demonstrado na figura 7.

Figura 4: Esquema de contagem celular na câmara de Neubawer

Fonte:Elaborado pelo autor.

A contagem pode ser feita usando, por exemplo, os quadrantes 1 e 4 ou pode ser

feita utilizando os quadrantes 2 e 3. Para realização do cálculo somam-se os valores

contados em cada quadrante, conforme mostrado na equação que exemplifica o processo

abaixo:

𝑁 = 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 1 + 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 4

Onde N representa o número total de células somadas nos quadrantes. Quando 𝑁 é

elevado a 105sabe-se o número de células por mL, ou seja 𝑁 ∗ 105 células/mL (cálculo já

1

4

2

3

26

adaptado ao desvio causado pela diluição).

A soma destes dois quadrantes deve ser multiplicado por 10 (fator de diluição).

Sabe-se ainda que cada poço da placa deve conter 1mL ou seja 1000 µL. Logo realiza-se o

cálculo descrito abaixo:

𝑄 =1000

𝑁 ∗ 10

A letra Q se refere ao volume em µL, que corresponde ao número de células

necessárias para serem colocadas em cada um dos poços da placa. Uma vez calculado o Q,

pode-se calcular a quantidade de meio completo necessário para cada poço conforme

demonstrado a seguir:

𝑀𝑒𝑖𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑡𝑜 = 1000µ𝐿 − 𝑄

Após a enumeração e colocação das células nos poços da placa, esta última é levada

para estufa a 37ºC e ajustada a 5% de CO2 por 24 horas para que as células se aderirem e

proliferarem.

3.2.3. APLICAÇÃO DOS EXTRATOS AQUOSOS

Após 24 horas as células já cresceram o suficiente formando uma monocamada no

fundo de cada poço, similar ao apresentado anteriormente na figura 6. Retirou-se as placas

com os meios de cultura da estufa e observou-as no microscópio óptico invertido com a

finalidade de observar se não haviam contaminações e se as células estavam bem aderidas,

bem como analisar se seu crescimento foi suficiente para aplicar os extratos. Caso ocorresse

27

uma contaminação as células deveriam ser descartadas. Se não houver quantidade suficiente

de células nos poços, estas devem voltar para estufa e aguardar por mais 24 horas para ter

seu crescimento totalizado.

Estando em número e condições adequadas, desinfetou-se as placas e estas foram

colocadas dentro da câmara de fluxo laminar, retirou-se 100 µ𝐿 de meio completo de cada

poço da placa e imediatamente colocou-se os extratos aquosos das plantas nas

concentrações de 100%, 50% e 25%, no volume de 100 µ𝐿. As concentrações estavam

conforme o descrito por SERAFIM (2017), utilizando 8 gotas de látex em 500mL de água

mineral na solução de 100% de avelóz e 16 gotas na solução de 100% de janaúba também

em 500 mL de água mineral. As demais concentrações eram obtidas a partir da diluição

seriada da solução de 100% de ambas as plantas. A figura 8 ilustra a forma de aplicação dos

extratos nas placas pelo período de 24 e 48 horas usada nas células B16F10. Similarmente

a figura 9 mostra como estavam distribuídos os extratos quando ocorreu aplicação de 48 e

72 horas nas células 3LL. Os controles foram preparados em outra placa na quantidade de

3 ou 4 poços. Pode ocorrer ainda variações na forma de aplicação destes extratos nas placas,

preparando-se por exemplo uma quantidade menor de poços ou incluindo o controle na

própria placa.

Figura 5:Disposição dos extratos aquosos de 24 e 48 horas na placa contendo células B16F10.

Fonte: Autor.

28

Figura 6:Disposição dos extratos para 48 e 72 horas na placa contendo as células 3LL.

Fonte: Autor.

29

3.3.MATERIAIS ENSAIO DO COMETA

3.3.1. SOLUÇÕES

Os reagentes e soluções utilizadas estão descritas no ANEXO A

3.4. METODOLOGIA ENSAIO DO COMETA

O Ensaio do Cometa foi realizado segundo a técnica de Singh, 1988, com

adaptações. Este ensaio de maneira simplificada pode ser divido em 6 etapas, sendo elas

a preparação das lâminas no primeiro dia,preparação das lâminas no segundo dia, lise,

eletroforese, coloração e análise das lâminas.

3.4.1. PREPARAÇÃO DA LÂMINA NO PRIMEIRO DIA

No primeiro dia do experimento foram selecionadas algumas lâminas, que foram

limpas com álcool absoluto, até que estivessem devidamente desengorduradas. Logo após

a limpeza das lâminas, dilui-se 100 mg de agarose ponto de fusão normal (APFN) em 20

mL de PBS com pH 7,4 (agarose 1%), deixando-se ferver no micro ondas, em potência

máxima, obedecendo intervalos de 10 segundos, por três vezes seguidas. Para impedir a

sua rápida polimerização, a solução após a fusão da agarose foi colocada em banho maria,

com temperatura aproximada de 60ºC. Enquanto o gel de agarose ainda estava líquido,

pegou-se o mesmo com auxílio de uma pipeta de Pasteur e cobriu as com uma camada de

APFN. As lâminas secaram em posição vertical por cerca de 24 horas para que a agarose

se solidificasse completamente.

30

3.4.2. PREPARAÇÃO DAS LÂMINAS NO SEGUNDO DIA

No segundo dia do experimento preparou-se a solução de lise para uso com pelo

menos uma hora de antecedência. Neste intervalo de tempo as amostras de células tumorais

B16F10 que foram expostas aos extratos aquosos foram coletadas, realizando-se os

procedimentos do tópico de passagem já descritos anteriormente, para obtenção do pelet,

o qual foi diluído em 500µL de meio completo.

Após este procedimento a solução de agarose de baixo ponto de fusão (ABPF) foi

diluída a 0,8% em PBS Para cada amostra, pipetou-se 30 µL da suspensão das culturas das

células tumorais tratadas com os extratos, mais 70 µL de ABPF homogeinizando com

auxílio da pipeta. Esta mistura foi colocada sobre as lâminas cobertas com a APFN e

rapidamente cobriu-se com lamínula. As lâminas assim montadas, foram levadas a

geladeira por um período de 15 a 20 minutos. Após esse período retirou-se as lamínulas

cuidadosamente a fim de evitar o descolamento das amostras.

3.4.3. LISE

Após a retirada das lamínulas, as lâminas foram submetidas à solução de lise gelada

por um período de uma hora (Figura 10). O intuito desta etapa segundo Oliveira (2015), é

expor o material genético em meio alcalino que romperá as membranas celulares.

Tendo passado uma hora retirou-se as lâminas da cuba e lavou-as com solução de

neutralização por 5 minutos. Esta fase busca limitar o processo de lise alcalina pois a

solução de neutralização possui pH 7,4 neutralizando assim a ação da solução de lise que

possuí pH 10.

31

Figura 7: Lâminas em solução de lise.

Fonte: Autor.

3.4.4. ELETROFORESE

A solução de eletroforese foi preparada previamente e colocada na geladeira até

que a mesma atingisse um temperatura próxima de 4ºC. Colocou-se a solução dentro da

cuba de eletroforese que foi então, envolvida por gelo para manter a solução gelada (Figura

11), pois se não estiver devidamente gelada pode ocorrer a desnaturação do material

genético, em decorrência da energia calorífica gerada pela corrente elétrica. Colocou-se as

lâminas dentro da cuba e deixou-as descansando por 20 minutos. Logo após a cuba foi

ligada a uma fonte de tensão e corrente elétrica, obedecendo as seguintes especificações:

• 26 V (1V/cm).

• 20 minutos.

• 300 mA.

32

Figura 8: Cuba de eletroforese preparada.

Fonte: Autor.

Após realizar todos os ajustes ligou-se a fonte e procedeu-se a corrida por 20

minutos. Como a solução de eletroforese é rica em íons ocorre a hidrólise da água

permitindo a troca de elétrons, fazendo com que o material genético percorra pela ABPF,

com velocidade e distância proporcionais aos fragmentos de material genético.

Decorrido o tempo de corrida, retirou-se a lâminas da cuba de eletroforese e lavou-

as 3 vezes de 5 minutos com solução de neutralização e duas vezes com H20 destilada

respectivamente. Esperou-se o período de 24 horas para que as lâminas estivessem

devidamente secas. As laminas foram colocadas em solução fixadora por 10 minutos e

lavadas 3 vezes com H20 destilada e levadas para estufa a 37ºC a por 1,5 h. Após estarem

totalmente secas foram novamente hidratas com H20 destilada por mais 5 minutos.

33

3.4.5. COLORAÇÃO

No momento da coloração foram usadas duas soluções previamente preparadas,

sendo elas a solução de coloração “A” e a solução de coloração “B”, as quais foram

misturadas na proporção de 53 mL e 27mL, respectivamente, dentro da cuba de coloração.

cobrindo-a com papel alumínio, para evitar exposição a luz e esperou-se por 35 minutos.

No momento da coloração é importante que as luzes do laboratório permaneçam apagadas

para evitar a oxidação da prata presente na solução de coloração “B” e para evitar quebras

adicionais de DNA, pela exposição a luz.

Após a coloração, as lâminas foram lavadas 3 vezes com H20 destilada e colocadas

por 5 minutos em solução de parada e lavadas por mais três vezes com H20 destilada As

lâminas foram deixadas secando a temperatura ambiente e depois analisadas em um

microscópio óptico

3.4.6. ANÁLISE DAS LÂMINAS

As lâminas foram analisadas com microscópio óptico, que permite a visualização

dos nucleóides com contorno circular (sem dano no DNA) ou estruturas em forma de

“cometa” (com danos no DNA). As células são classificadas em 5 categorias

correspondentes às seguintes características de danos no DNA.

0- Sem danos (<5%).

1- Baixo nível de dano (5-20%).

2- Médio nível de dano (20-40%).

3- Alto nível de dano (40-95%).

4- Dano total (>95%).

Para cada lâmina, 50 núcleos escolhidos aleatoriamente foram analisados utilizando um

microscópio óptico comum.

34

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A utilização de plantas medicinais para cura e tratamento de doenças é algo comum

nos países em desenvolvimento. Segundo dados da OMS as plantas terapêuticas são usadas

por 70 a 95% das pessoas nestes países (WHO, 2011), destas 40%, fazem tratamentos

regulares usando plantas. No Brasil não é diferente e grande parte da população faz uso de

fitoterápicos (PERON, 2008), devido à grande riqueza de plantas medicinais no país. Além

disso, no Brasil, como em países em desenvolvimento, o emprego de fitoterapia também é

atribuído à dificuldade de acesso à assistência medica e farmacêutica. Este último fato pode

levar ao uso indiscriminado de extratos sem o conhecimento necessário sobre as

propriedades e toxicidade destas plantas. (SILVA, et al. 2006; ALEXANDRE et al. 2008).

As plantas utilizadas com propósitos medicinais podem possuir compostos químicos

com potencial mutagênico ou até mesmo carcinogênico, quando ingeridas de maneira

indiscriminada. Estudos de toxicidade e genotoxicidade de plantas medicinais ou seus

compostos isolados em modelos experimentais de culturas celulares são escassos (PERON,

2008).

As culturas celulares vêm se destacando em diversos estudos, onde se avaliam suas

respostas quando expostas a alguma substância potencialmente tóxica. Nestes estudos com

as células em cultura, já se avaliou, por exemplo, sua resposta à exposição à polímeros de

albumina (SALDANHA, 2007) ou a drogas antivirais (FRÖHNER, 2003), ou ainda

avaliação de ativos isolados de plantas (BACANI, 2010). Os empregos das culturas

celulares apresentam algumas vantagens em relação aos tradicionais modelos in vivo

(DAVILA, et al, 1998), os quais apresentam dificuldades, como os critérios de segurança

que devem ser envolvidos em sua utilização, bem como a experimentação com grande

quantidade de animais, pode ir contra questões éticas (MATUO, 2011).

Os ensaios de genotoxicidade são muito úteis na investigação dos processos que causam

macro alterações no material genético, isto é, no ácido desoxirribonucleico (DNA). Estes

ensaios podem também detectar alterações no determinismo gênico a níveis celulares e

orgânicos, que são respectivamente a carcinogênese e teratogênese (SILVA et al. 2003,

SILVA et al. 2007). Dentre os diversos ensaios que permitem a avaliação de substâncias

35

genotóxicas, o ensaio do cometa vem se destacando nas últimas décadas, por permitir a

utilização de amostras de qualquer célula eucariótica, desde que possam ser devidamente

isoladas (COLLINS, 2008), permite também, a avaliação de danos ao DNA, tanto os

permanentes, como aqueles que podem ser reparados (TICE, 1995), além de ser uma técnica

economicamente acessível (SAWANT, 2014)

No presente trabalho, o ensaio do cometa foi realizado para o estudo da resposta de

células tumorais de melanoma (B16F10) e de carcinoma de mama (3LL), em cultura,

visando avaliar o potencial genotóxico de extratos aquosos das plantas janaúba e avelóz.

Observa-se da literatura, outros trabalhos que avaliaram os efeitos tóxicos de extratos de

planta,in vivo (MACHADO, 2007; BANI, 2007), bem como estudos semelhantes a este,

empregando extrato de avelóz em culturas celulares de leucócitos humanos (Lima et

al.,2009) e de ratos (WACZUKI, 2014). Em nosso grupo, culturas de células B16F10 foram

empregadas para o estudo da sua viabilidade, quando expostas à extratos aquosos de janaúba

e avelóz, por meio do teste 3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil brometo de tetrazolina

(MTT) (SERAFIM, 2017). Contudo, não há registro de estudos com os extratos de janaúba

e/ou avelóz com as culturas aqui empregadas para avaliação de genotoxicidade.

Para orientar a leitura e interpretação dos resultados, construiu-se um gabarito, como

apresentado na figura 12, com os diferentes níveis de dano ao material genético,

classificados de 0 até 4.

Figura 9:Gabarito do ensaio do cometa. 0: sem dano (<5%); 1:Baixo Nível de dano (5 -10%); 2: Médio nível

de dano (20-40%); 3: Alto nível de dano (40-95%); 4: Dano total (>95%).

Fonte: Autor.

36

O experimento realizado pela exposição das células de melanoma B16F10 aos extratos

aquosos de janaúba, nas concentrações de 25, 50 e 100%, por um período de 24 horas,

resultou em uma consistente redução do número de células, quando comparado com as

mesmas células sem previa exposição (controle) (Figura 13).

Figura 10: Células B16F10 expostas aos extratos aquosos de janaúba por 24 horas. As numerações

representam os respectivos níveis de dano celular

Fonte: Autor.

Extratos de janaúba foram novamente aplicados por 24 e 48 horas sobre as células

B16F10. As figuras 14 e 15 demonstram os resultados usando os extratos de janaúba.

Observa-se nas imagens, que a frequência e intensidade dos danos foi proporcional

à concentração dos extratos na maioria dos casos. As concentrações mais elevadas de

janaúba (50 e 100%), resultaram em maiores índices de dano, evidenciados pela maior

presença de cometas de nível 3 e 4. No gráfico da Figura 16, pode-se notar que os maiores

37

danos ocorreram após 48 horas. É possível também notar, que houve alto número de

cometas de nível 3 na concentração de 100% após 24 horas, de modo que o dano se torna

maior discorrido período de 24 para 48 horas nesta concentração.

Outra observação feita a partir dos gráficos da figura 16, foi que na exposição de

50% por 24 horas, houve maior número de cometas de grau 4 do que a exposição a 100%

no mesmo período, porém, após as 48 horas, houve um predomínio do grau 4 em 100%,

indicando novamente maior efeito genotóxico com o prolongamento da exposição em maior

concentração.

Semelhante aos nossos dados, no trabalho desenvolvido por Paz, et al. (2013) foi

estudada uma planta do gênero Himathantus sobre células ex vivo de linfócitos humanos,

usando as concentrações de 1g/100ml, 2g/100mL e 3g/100mL. Seus resultados mostraram

efeitos genotóxicos, principalmente nas concentrações mais elevadas.

O trabalho desenvolvido por Paz et al (2013) também demostrou inibição da divisão

celular, quando usou células de Allium cepa como indicador de toxicidade de extratos de

Himanthantus, observada pela redução no crescimento das raízes, que neste caso, também

foi proporcional às concentrações utilizadas. Na Figura 14 e 15 torna-se nítido a redução na

quantidade de cometas ao se comparar com controle, o que pode indicar a inibição da

divisão celular durante a exposição aos extratos.

38

Fonte: Autor.

Figura 11:Cometas das células expostas B16F10 a extrato de janaúba por 48 horas. A esquerda mostra os cometas no

aumento de 40x, a direita cometas evidenciados com aumento de 100x. (A) Nas células expostas a 100% pode-se

perceber a presença de cometas de grau 4 destacado com os círculos. Na concentração de 50% (B) é possível

visualizar um cometa de grau 3 dentro do circulo. Na concentração de 25% (C) destacado alguns cometas de grau 2.

(D) controle.

39

Fonte: Autor

Figura 12:Cometa das células B16F10 expostas a extratos de janaúba por 24 horas. A esquerda mostra os cometas

no aumento de 40x, já a direita mostra os cometas evidenciados com aumento de 100x. Na concentração de 100%

(A) presença de cometas de nível 3. Na concentração de 50% (B) observa-se a presença também de cometas de grau

3 com alguns de nível 4 evidenciado pelo círculo. Na concentração de 25% presença modesta de cometas de nível

3. A letra D demonstra o controle.

40

Figura 13: Gráficos da contagem dos cometas das lâminas de janaúba cada concentração está dividida de 0 a

4 com células B16F10.

Fonte: Autor

41

Os mesmos experimentos realizados usando a linhagem celular 3LL de carcinoma

de pulmão. Os resultados obtidos empregando estas células foram diferentes dos

anteriormente apresentados. As figuras 17 e 18 apresentam os resultados da exposição a

janaúba, nas concentrações de 25, 50 e 100%, por 48 e 72 horas. Nestas figuras pode-se

notar um maior número de células, as quais apresentaram menores níveis de cometa, quando

comparados com as células B16F10. Diferentemente de outros resultados analisados, a

exposição do extrato a 25%, por 48 horas apresentou maiores níveis de dano (Figura 19),

do que nas demais concentrações, esta resposta talvez se deva à maior capacidade de

adaptação destas células, que quando expostas as maiores concentrações, podem reparar-se

para sobreviver neste ambiente de maneira mais rápida que em baixas concentrações. Já na

exposição de 72 horas, as concentrações mais elevadas (50 e 100%) apresentaram mais

danos no nível 3, com resultados mais próximos aos das células B16F10.

42

Fonte: Autor.

Figura 14:Células 3LL expostas a Janaúba por 72 horas(cometas). A esquerda aumento de 40x e a direita aumento de

100x. Na concentração de 100% (A) pode-se visualizar alguns dos cometas de nível 3. Na concentração de 50 % (B)

cometas de nível 3 em azul e vermelho nível 2. As concentrações de 25% (C) apresentam predominância de cometas de

nível2. Na letra D observa-se o controle.

43

Fonte: Autor.

Figura 15:Células 3LL expostas ao extrato de janaúba por 48 horas(cometas). A esquerda campo com aumento

de 40x e a direita aumento de 100x. Na concentração de 100(A) a direita pode-se notar uma região com

predominância de cometas nível 3. Na concentração de 50%(B) cometas de nível 3 em azul e nível 2 vermelho.

No aumento de 100x da concentração de 25% é possível notar um campo com cometas de nível 4. A letra D

evidencia os controles.

44

Fonte: Autor

Figura 16: Gráfico contendo os dados das contagens dos níveis de dano das células 3LL expostas a janaúba

45

Os resultados usando as células B16F10, expostas aos extratos aquosos de avelóz

são apresentados nas figuras 20 e 21. Neste caso, observa-se maior incidência de cometas

de nível 4 nas concentrações de 50 e 100% por 24 horas (Figura 22), diferentemente das

concentrações de janaúba que os apresentaram em 48 horas, indicando assim que o avelóz

pode ser potencialmente mais genotóxico em períodos de 24 do que 48 horas.

Em suma, quando foi empregado o extrato do avelóz notou-se que as células

apresentaram cometas com quebras, de modo similar aos apresentados com o emprego dos

extratos de janaúba no que tange à frequência de cometas com índices de dano 3 e 4 nas

concentrações de 50 e 100%.

46

Figura 17:Células B16f10 expostas a extratos de avelóz por 48 horas (cometas). A esquerda mostra os cometas

no aumento de 40x, já a direita mostra os cometas evidenciados no aumento de 100x. Na lâmina de 100%(A)

nota-se a presença discreta de cometa de grau 2 destacado pelo círculo. Na concentração de 50%(B) nota-se

dentro do círculo também presença de cometas de nível 2, na imagem da direita pode notar alguns cometas de

nível 3 presentes em outra parte da lâmina, por fim na lâmina que recebeu os extratos a 25% grande presença

de cometas de nível 1 também evidenciados pelos círculos. D controle do experimento.

Fonte: Autor.

47

Figura 18: Cometas das Células B16F10 expostas a extratos de avelóz por 24 horas. A esquerda mostra os

cometas no aumento de 40x já a direita mostra os cometas evidenciados no aumento de 100x. Na lâmina de

100%(A) ocorre quase prevalência de cometas de nível 4. Na lâmina de 50%(B) pode-se notar cometas de

nível 3. Na lâmina contendo as células expostas as concentrações de 25%(C) pode-se também notar a presença

de alguns cometas de nível 4 destacados pelos círculos. (D) Controle.

Fonte: Autor.

48

Figura 19: Gráficos das contagens das células B16F10 expostas aos extratos de avelóz.

Fonte: Autor.

49

Estudos anteriores com a planta avelóz demonstraram redução da proliferação de

células tumorais em cultura de carcinoma epidermóide de laringe sem alterar sua morfologia

(FRANCO, 2014) . No mesmo estudo, demonstrou-se alterações nas cascatas de sinalização

de processos tumorigênicos e inflamatórios. No presente trabalho observou-se também a

diminuição do número de células presentes nas lâminas (principalmente em A da figura 20

e A e C da figura 21) quando comparadas com o controle (D) na mesma figura.Outros

trabalhos também apontam a atividade antitumoral do avelóz (REZENDE et al, 2004), bem

como sua interferência no microambiente celular (Richter et al , 2014).

Waczuk (2014), assim como no presente trabalho, também utilizou o ensaio do

cometa para verificar a ação genotóxica de extratos aquosos de avelóz, porém nas

concentrações de 10µg/mL a 150 µg/mL do látex. Este autor apontou riscos na utilização

destes extratos, baseado nos resultados de seus testes de viabilidade celular em leucócitos

humanos. Neste trabalho, pelo ensaio do cometa foi possível verificar a ação genotóxica do

avéloz, sobretudo nas mais altas concentrações, fato similar foi encontrado nas pesquisas

desenvolvidas nas células B16F10 no presente estudo.

Ainda com o ensaio do cometa, foi realizado um estudo com o ativo julocrotina,

isolado do extrato do gênero Euphorbiaceae, o qual apresentou efeitos genotóxicos que

foram proporcionais as concentrações empregadas. (CORREA, 2011).

Diferentemente dos achados descritos, Lima et al. (2009), não mostrou qualquer

efeito do extrato aquoso do avelóz em células eucariontes, atribuindo seu resultado à grande

capacidade de reparação destas células.

No modelo de Drosophila melanogaster não foi possível demonstrar atividade

genotóxica do extrato de avelóz (OLIVEIRA e NEPOMUCENO, 2004). Neste trabalho

também foi apontada a capacidade de reparo do DNA por estes organismos.

Ao expor a célula 3LL ao extrato de avelóz pode-se constar que estas células

apresentaram maiores danos quando expostas por 48 e 72 horas na concentração de 25%,

conforme mostrado no gráfico da figura 25. Porém, quando as células foram expostas por

48 horas nas demais concentrações, apresentaram poucas quebras de DNA, se

assemelhando ao controle. Estes resultados permitem dizer que o avelóz é pouco genotóxico

para estas células. A figura 23 e 24 mostram os cometas das células 3LL por 48 e 72 horas

respectivamente.

50

A este experimento não se sabe exatamente a explicação do porquê as concentrações

de 25% causaram maiores danos. Parece que os efeitos, neste caso, não se correlacionam

com as concentrações. Há necessidade de mais experimentos para poder confirmar estes

dados.

51

Fonte: Autor.

Figura 20Cometas das células 3LL expostas aos extratos aquosos de avelóz por 72 horas, em suas respectivas

concentrações. A esquerda aumento de 40x e a direita aumento de 100x. Os círculos vermelhos representam cometas

de nível 2, azul 3 e verde 4.D representa o controle.

52

Fonte: Autor.

Figura 21: Cometas das células 3LL expostas a extratos aquosos de avelóz por 48 horas. A esquerda aumento de

40x e a direita aumento de 100x. Pode-se notar na concentração de 100% predomínio de cometas de nível 0 e

cometa de nível 1 destacado pelo círculo branco. Na concentração de 50% predomínio de cometas de nível 0 e

na concentração de 25%cometas de nível 4.

53

Fonte: Autor.

Figura 22: Gráficos com as contagens das células 3LL expostas aos extratos de avelóz.

54

Quando se consideram as duas plantas em estudo (janaúba e avelóz), observou-se

maior número de publicações envolvendo o avelóz, cujas ações mais conhecidas são suas

propriedades antitumorais. Um levantamento de dados feito por Neodini (2015) compilou

alguns estudos de diversos autores sobre a Euphorbia tirucalli, juntamente com um resumo

de seus resultados, conforme demonstrado na tabela 1.

Tabela 1: Estudos envolvendo avelóz.

AUTOR Concentração Organismo e teste Resultado

Lima et al. (2009) Látex homeopático e

látex fitoterápico (2

gotas em 250ml de

água e 2 gotas em

25ml de água)

In vitro

Induteste, Teste de

Ames e Cromoteste

Apresentou

genotoxicidade em

células procariontes

Oliveira e

Nepomuceno

(2004)

Látex diluído em

água (0,33µL/mL,

0,5µl/mL e 1µL/mL)

In vitro

SMART (Teste de

Detecção de

Mutação e

Recombinação

Somática)

Não apresentou

genotoxicidade

Waczuk (2014) Extrato aquoso dos

ramos (10 a

150µg/mL

In vitro

Genotoxicidade e

viabilidade celular

(leucócitos

humanos)

Apresentou

genotoxicidade e

citotoxicidade

Machado (2007 Látex diluído em

água (1, 5 e 10%)

In vitro

Cultura de células de

leucócitos de rato

Alterações em

diversas células

Bani (2007) Fração do extrato

etanólico

In vivo

Camundongos com

artrite

Provocou alteração

da resposta

imunológica

55

Silva et al. (2007) Látex diluído em

água (de acordo com

informações

etnobotânicas para

obter ação anti-

inflamatória)

In vivo

Tratamento, por

gavagem, das ratas

durante duas fases da

gestação

Não apresentou

toxicidade

Brasileiro et al.

(2006)

Extrato bruto Teste de Artemia

salina

Altamente tóxico

Tiwari e Singh

(2006)

40 e 80% da DL50

In vivo

Peixes expostos

acima de 24 ou 96

horas

Apresentou

alterações

bioquímicas

Machado (2007) Extrato bruto (2.000 a

5.000mg/Kg)

In vivo

Toxicidade oral

aguda em

camundongos

(gavagem)

Não apresentou

toxicidade

Sousa et al. (2012) Látex diluído em

água (0,05%)

In vivo

Toxicidade oral

subcrônica em ratos

(gavagem)

Não apresentou

toxicidade

subcrônica

Fonte: Adaptado pelo autor.

Em relação aos resultados obtidos neste trabalho foi resumido de maneira

simplificada conforme o demonstrado na tabela 2

56

Tabela 2: Resultados do presente trabalho.

Planta Célula Concentração Tempo Resultado

Janaúba B16F10 25, 50 e 100% 24

Horas

Redução no número de células

e danos ao DNA conforme

aumento da concentração.

Janaúba B16F10 25, 50 e 100% 48

horas

Redução no número de células

e maior frequência de cometas

de nível 3 e 4 nas

concentrações de 50 e 100%.

Janaúba 3LL 25, 50 e 100% 48

horas

Apresentou maiores danos na

concentração de 25% a 48

horas.

Janaúba 3LL 25, 50 e 100% 72

Horas

Os maiores danos foram nas

concentrações de 50 e 100%

Avelóz B16F10 25, 50 e 100% 24

horas

Redução no numero de celulas

em relação ao controle, e

maiores danos na

concentração de 50 e 100%

Avelóz B16F10 25, 50 e 100% 48

Horas

Redução no número de células

quando comparadas ao

controle, menores níveis de

danos do que nas mesmas

concentrações expostas a 48

horas

Avelóz 3LL 25, 50 e 100% 48

horas

Maior dano na concentração

de 25%, nas demais

concentrações baixo dano

Avelóz 3LL 25,50 E 100% 72

horas

Maior dano na concentração

de 25%

Fonte: Autor.

57

5. CONCLUSÃO

O estudo da genotoxicidade pode fornecer informações bastante úteis no que diz

respeito a avaliação de substâncias e a capacidade destas de lesarem algum tecido ou célula,

podendo levar ao aparecimento de um tumor.

A partir dos resultados obtidos nestes experimentos foi possível observar ainda de

maneira preliminar, que os extratos de janaúba e avelóz se apresentaram mais genotóxicos

nas culturas de células de melanoma murino (B16F10) do que em células de carcinoma de

mama (3LL). Nas células B16F10 constatou-se redução na quantidade de nucleóides em

comparação aos controles e, na maior parte dos resultados, a exposição mais prolongada

causou maiores danos no DNA. Porém, o avelóz se mostrou mais genotoxico nos períodos

de 24 horas enquanto a janaúba em 48 horas para a células B16F10. Os resultados

encontrados com as células 3LL não foram conclusivos e necessitam de mais experimentos.

A continuação das pesquisas com utilização do cometa podem fornecer maiores

informações sobre a capacidade dos extratos de janaúba e avelóz de causarem danos sobre

o DNA, confirmando assim sua genotoxicidade, e saber se esta pode vir a aumentar a

agressividade do tumor. Este efeito necessita maiores estudos para correlacioná-lo com o

potencial antineoplásico atribuído a estas plantas.

58

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72

OUTRAS ATIVIDADES

73

74

ANEXO A

SOLUÇÕES

MEIO COMPLETO COM RPMI

Tabela 1- Meio completo RPMI

REAGENTE/SOLUÇÃO QUANTIDADE PREPARO

de RPMI líquido 87 mL As soluções devem ser

misturadas nas devidas

proporções dentro do fluxo

laminar evitando possíveis

contaminações

de soro fetal bovino 10mL

antibiótico 1 mL

glutamina 1 mL

MEM. 1 mL

SOLUÇÃO DE JANAÚBA 100%

Tabela 2- Solução de Janaúba 100%

REAGENTE/SOLUÇÃO QUANTIDADE PREPARO

Água mineral 500 mL Mistura das soluções seguida

da esterilização da solução. Látex janaúba 16 gotas

SOLUÇÃO DE JANAÚBA 50%

Tabela 2- Solução de Janaúba 50%

REAGENTE/SOLUÇÃO QUANTIDADE PREPARO

Água mineral 5 mL Realiza as soluções a partir de

diluições seriadas a partir da

solução de janaúba 100% Janaúba 100% 5 mL

75

SOLUÇÃO DE JANAÚBA 25%

Tabela 2- Solução de Janaúba 25%

REAGENTE/SOLUÇÃO QUANTIDADE PREPARO

Água mineral 5 mL Realiza as soluções a partir de

diluições seriadas a partir da

solução de janaúba 50% Janaúba 50% 5 mL

SOLUÇÃO DE AVELÓS 100%

Tabela 2- Solução de Avelós 100%

REAGENTE/SOLUÇÃO QUANTIDADE PREPARO

Água mineral 500 mL Mistura das soluções seguida da

esterilização da solução. Látex Avelóz 8 gotas

SOLUÇÃO DE JANAÚBA 50%

Tabela 2- Solução de Janaúba 50%

REAGENTE/SOLUÇÃO QUANTIDADE PREPARO

Água mineral 5 mL Realiza as soluções a partir de

diluições seriadas a partir da

solução de janaúba 100% Avelóz 100% 5 mL

SOLUÇÃO DE JANAÚBA 25%

Tabela 2- Solução de Janaúba 25%

REAGENTE/SOLUÇÃO QUANTIDADE PREPARO

Água mineral 5 mL Realiza as soluções a partir de

diluições seriadas a partir da

solução de janaúba 50% Avelóz 50% 5 mL

76

ANEXO B

Solução de Lise (Estoque) - (Protocolo de SINGH et al., 1988)

Solução de Lise (Uso) – (Protocolo de SINGH et al., 1988)

77

Solução de Lise – (Protocolo de LIMAN, 2013)

Solução de EDTA (A)

Solução de NaOH (B)

78

Solução de Eletroforese – (Protocolo de SINGH et al., 1988)

✓ Deve-se fazer separadas as soluções: A (EDTA) e B(NaOH).

✓ Em balão volumétrico, reagir 10 mL de solução A com 60 mL de

solução B, completando para 2L com H2Odestilada.

O pH deve ser ajustado para >13 com NaOH.

Solução de Eletroforese – (Protocolo de LIMAN, 2013)

Solução de Neutralização

79

Agarose – Ponto de Fusão Normal – 1,0%

Ponto de Fusão Normal – 1,5%

Agarose – Low Melting Point (Baixo Ponto de fusão) – 0,5%

80

Agarose – Low Melting Point (Baixo Ponto de fusão) – 0,8%

Tampão PBS (livre de Ca++ e Mg++) – (Protocolo de SINGH et al.,

1988)

81

Tampão Tris- MgCl2 – (Protocolo de LIMAN, 2013)

Solução Fixadora

82

Soluções de Coloração

83

Para o preparo da Solução de Coloração adicionar:

✓ 53 mL da “A”com

✓ 27 mL da “B” em cada cuba (que deve ser coberta com papel

alumínio).

✓ Misturar as duas soluções direto na cuba de coloração.

Solução de Parada