tecnologia em processos gerenciais -...

37
São Carlos 09/12/2016 TERCEIRIZAÇAO COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO: uma revisão bibliográfica ilustrada na agroindústria citrícola Tecnologia em Processos Gerenciais Ane Thamires de Oliveira Silva

Upload: vudang

Post on 11-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

São Carlos

09/12/2016

TERCEIRIZAÇAO COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO: uma revisão bibliográfica ilustrada na agroindústria citrícola

Tecnologia em Processos Gerenciais

Ane Thamires de Oliveira Silva

Ane Thamires de Oliveira Silva

TERCEIRIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO: uma revisão

bibliográfica ilustrada na agroindústria citrícola brasileira.

Monografia apresentada ao Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Orientador: Prof. Dr. Marcelo José Carrer.

São Carlos – São Paulo 2016

Ane Thamires de Oliveira Silva

TERCEIRIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO: uma revisão

bibliográfica aplicada na agroindústria citrícola brasileira.

Monografia apresentada ao Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

Data de aprovação: ____________________________

__________________________________

Prof.Dr.Marcelo José Carrer

IFSP/São Carlos

__________________________________

Prof.Dr.Antônio Cano

IFSP/São Carlos

__________________________________

Prof.Me.Francisco José Martins

IFSP/São Carlos

Agradecimentos

A realização deste trabalho somente foi possível graças ao apoio, estimulo e

paciência do meu orientador Dr.Prof. Marcelo José Carrer, que desde o princípio

colaborou fortemente para o êxito deste trabalho.

Agradeço “in memorian” aos meus avós maternos (Joaquim e Geni) e paternos

(Severino e Maria), pois tenho certeza que estão felizes seja onde estiver, mas de

maneira sincera agradeço aos meus avós por eles terem me dado pais tão

maravilhosos.

Meu agradecimento em especial é para Maria de Lourdes, minha mãe que

sempre esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis dando sempre carinho,

amor e estimulo para eu não desistir diante das dificuldades, também agradeço

ao pai Lindomar que não mede esforços para me ajudar, no entanto é difícil

agradecer a todas as pessoas, mas desde já agradeço a todos que contribuíram

para minha formação seja de forma direta ou indireta

Agradeço ao corpo de docentes do Instituto Federal do Campus de São Carlos do

curso de Tecnologia em Processos Gerencias que foram tão importantes na

minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia. Aos amigos e

colegas, pelo incentivo e pelo apoio constantes.

E finalizo meus agradecimentos, agradecendo a Deus que iluminou meu caminho

durante esta jornada, pois sem a fé que tenho nele não seria possível!

Resumo: O presente trabalho teve o intuito de conceituar terceirização a fim de compreender como este processo se desenvolveu nas empresas, bem como apresentar as suas principais vantagens e desvantagens. Para tal, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre o tema em livros, artigos científicos, dissertações e teses. Foi possível identificar os efeitos da terceirização, em relação aos objetivos que as empresas almejam atingir para permanecer no mercado que são qualidade, flexibilidade, custo, confiabilidade e rapidez. Explicou-se a decisão terceirização por meio da Teoria dos Custos de Transação, bem como foram discutidas vantagens e desvantagens dessa estratégia. As principais vantagens discutidas é que a terceirização libera a empresa para focar seus esforços na atividade principal, sendo assim melhora sua qualidade, produtividade e reduz custos. Já as desvantagens são em relação a problemas trabalhistas, dificuldade em encontrar um parceiro ideal que atendam especificações para atingir os objetivos. Por fim, buscou-se um exemplo de terceirização na produção de laranja. Nesse caso, apesar de parecer uma estratégia interessante, houve problemas de oportunismo que inviabilizaram a continuidade do processo. Conclui-se que, apesar da revisão bibliográfica ocasionar uma gama de conhecimento sobre os efeitos da terceirização como estratégia, seria relevante futuramente realizar um estudo de caso a fim de estimular novas descobertas sobre tema.

Palavras chaves: “terceirização”, “estratégia de terceirização”, “determinantes da terceirização”, “fatores de produção” e “citricultura”.

Abstract: The Present study had intended to conceptualize outsourcing in order to understand how this process has developed in enterprises, as well as present as their main advantages and disadvantages. To this end, it carried out a literature review on the topic in books, scientific articles, dissertations and theses. It was possible to identify the effects of outsourcing in relation to the objectives that the company aims to achieve to remain on the market that are quality, flexibility, cost, reliability and speed. Decision was explained by outsourcing the Theory of transaction costs as well as advantages and disadvantages were discussed that strategy. The main advantages discussed are that outsourcing frees the company to focus its efforts on core business, thus improving their quality, productivity and reduces costs. The disadvantages are in relation to labor problems, difficulty in finding an ideal partner that meet specifications to achieve the goals. Finally, we looked for an example of outsourcing in orange production. In this case, although it seems an interesting strategy, there were opportunism problems that made it impossible to continue the process. However, it is concluded that despite the literature review result in a range of knowledge about the effects of outsourcing as a strategy, it would be relevant in the future conduct a case study to stimulate new discoveries on topic.

Key-words: “outsourcing", "outsourcing strategy", "determinants of outsourcing," "factors of production" and "citrus"

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1- Vantagens e desvantagens decorrentes da terceirização em

empresas ............................................................................................................. 18

QUADRO 2- Relação entre terceirização (ou verticalização) e os objetivos de

desempenho das firmas ........................................................................................ 22

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ECT Economia dos Custos de Transação

EUA Estados Unidos da América

INSS Instituto Nacional da Seguridade Social

FAESP Federação da Agricultura do Estado de São Paulo

PJs Personalidade Jurídicas

PT Partido dos Trabalhadores

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

1.1 Objetivos da pesquisa ......................................................................................... 11

1.2 Justificativas da pesquisa.................................................................................... 11

2 METODOLOGIA ................................................................................................... 13

3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14

3.1 Conceitos de terceirização e aplicação ao caso brasileiro .................................. 14

3.2.Estratégia de terceirização versus integração vertical: determinantes da

escolha ...................................................................................................................... 17

3.3 Estratégia de terceirização versus integração vertical: vantagens e

desvantagens ............................................................................................................ 19

3.4 Um exemplo de terceirização versus integração vertical: vantagens e

desvantagens ............................................................................................................ 24

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 30

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 32

9

1 INTRODUÇÃO

A prática da terceirização pode ser útil para as empresas concentrarem

seus esforços em tarefas essenciais ao negócio de forma a atingir melhores

resultados nessas tarefas. A terceirização surgiu nos EUA, durante a II Guerra

Mundial. As indústrias bélicas tinham como desafio focar na produção de

armamentos para serem utilizados contra as forças do Eixo, então passaram a

incumbir algumas atividades de suporte para empresas portadoras de serviços

mediante a contratação desses serviços (GIOSA,1997). Do ponto de vista teórico,

o primeiro grande questionamento sobre as formas de organização econômica

das empresas foi feito por (COASE,1937). Esse autor trouxe à tona a análise das

decisões entre produzir internamente ou terceirizar a produção, mostrando que as

empresas devem analisar os custos de produzir internamente vis-à-vis os custos

de transacionar o produto. Assim, a definição entre terceirizar ou não deveria

considerar custos e benefícios marginais associados à decisão.

Existem diferentes exemplos de empresas e até mesmo setores industriais

onde a terceirização de processos se tornou uma estratégia para ganhos de

eficiência operacional. No caso do Brasil, um dos exemplos de decisões de

terceirização e internalização da produção está no complexo agroindustrial

citrícola. Nesse complexo, a terceirização surgiu em decorrência da necessidade

de redução de custos pelas agroindústrias e propriedades rurais. Segundo Paulillo

(2000), a ausência de incentivos de políticas agrícolas, a extinção do contrato

padrão e a maior concentração industrial no setor de processamento de suco

estão entre os fatores que determinam a necessidade de redução de custo nas

fazendas de laranja. A terceirização pode ser uma estratégia interessante para os

agricultores, uma vez que há um grande conjunto de propriedades rurais de

pequeno porte que acabam subutilizando seus funcionários e máquinas. Essas

propriedades poderiam ter ganhos de eficiência produtiva caso a prática da

terceirização dos fatores de produção fosse mais comum no complexo citrícola

(CARRER, 2015).

Em outros países produtores de laranja, como por exemplo, Itália e

Espanha, a prática de terceirização da mão-de-obra e das máquinas (capital) é

comum e tem sido estudada por alguns autores Reig-Martínez e PicazoTadeo,

(2005); Madau,(2009). Reig-Martínez e PicazoTadeo (2005) verificaram que as

10

fazendas produtoras de laranja da Espanha que adotavam a terceirização dos

fatores de produção (outsourcing) eram, em média, mais eficientes do que

aquelas que não adotavam essas práticas. Isso se dá em decorrência da redução

na subutilização dos recursos produtivos e dos investimentos imobilizados que se

tornam possíveis após a terceirização. Os autores concluíram que a prática de

terceirização é fundamental para tornar a atividade citrícola economicamente

viável em pequenas propriedades rurais.

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo geral fazer uma

revisão bibliográfica a fim de responder a seguinte questão: quais são as

possíveis vantagens e desvantagens da prática de terceirização em empresas?

O principal objetivo do trabalho é apresentar uma revisão de literatura

sobre a terceirização enquanto estratégia de gestão, apontando seus fatores

determinantes e as principais vantagens e desvantagens. O objetivo específico do

trabalho é ilustrar a prática da terceirização no sistema agroindustrial citrícola

brasileiro, com enfoque na decisão de terceirização pelos produtores rurais.

1.1 Objetivos da pesquisa

O principal objetivo do trabalho é apresentar uma revisão teórica sobre a

terceirização enquanto estratégia de gestão, apontando seus fatores

determinantes e as principais vantagens e desvantagens. O objetivo específico do

trabalho é ilustrar a prática da terceirização no sistema agroindustrial citrícola

brasileiro, com enfoque na decisão de terceirização pelos produtores rurais.

1.2 Justificativas da pesquisa

Segundo Pagnoncelli (1993) apud Oliveira (2009) a terceirização não deve

ser um conceito generalizado a todos os segmentos e indústrias. As empresas

devem estudar onde, por que e quando terceirizar, pois aquelas que optam pela

terceirização são efetivamente as que precisam responder às exigências do

ambiente quanto à agilidade, flexibilidade, competitividade, etc. No entanto, o que

se aplica a uma empresa pode ser inviável para outra, deixando evidente que não

há uma regra única para implantação de terceirização. A única regra fundamental

é que a terceirização deve ser uma ação tática inserida num processo de

planejamento estratégico. Neste contexto, é relevante fazer se um estudo de

revisão de literatura sobre a terceirização enquanto estratégia de gestão, a fim de

apontar seus efeitos. Tem-se ainda a intenção de ilustrar de forma específica os

efeitos da terceirização por meio da utilização de cooperativas de mão-de-obra

11

rural no complexo agroindustrial citrícola brasileiro, pois de acordo com Legnaro

(2008) a terceirização possibilita a redução de gastos relativos à contratação de

mão-de-obra e otimiza os investimentos nos fatores de produção que atendem ao

núcleo de competência do produtor rural.

12

2 METODOLOGIA

Segundo Trujillo,(1974) método é a forma de proceder ao longo de um

caminho, sendo que na ciência os métodos constituem os instrumentos básicos

que ordenam o início dos pensamentos em sistemas e traçam de modo ordenado

a forma de proceder do cientista ao longo de um percurso para alcançar um

objetivo.

O procedimento escolhido para realização desta pesquisa foi a técnica de

Pesquisa Bibliográfica e documental, desenvolvida a partir de material já

elaborado, constituído especificamente por livros, teses ,monografias e artigos

científicos (GIL,2008).

Em relação a abordagem, esta pesquisa se classificada como pesquisa

qualitativa que de acordo com Flick (2009) é uma pesquisa não quantitativa ou

não padronizada. Sendo assim, a pesquisa qualitativa usa texto como material

empírico em vez de números, parte da noção da construção social das realidades

em estudo, está interessada nas perspectivas dos participantes, em suas práticas

do dia a dia e em seu conhecimento cotidiano relativo á questão de estudo.

Os dados foram coletados em livros, teses, monografias e periódicos

científicos Para proceder às buscas, utilizaram-se as palavras-chave

“terceirização”, “estratégia de terceirização”,“determinantes da terceirização”,

“fatores de produção” e “citricultura

13

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Conceito de terceirização e aplicações ao caso brasileiro

Segundo Motta (2001), as organizações são sistemas abertos que estão

inseridas em um contexto social, econômico e político. As organizações sofrem

influências internas e externas, pois muitas decisões são tomadas de acordo com

o que o ambiente ou mercado determina, fazendo com que, muitas vezes, as

organizações não parem para analisar a viabilidade de terceirizar uma tarefa

O surgimento da terceirização proporcionou mudanças no sistema

produtivo das empresas. O processo de terceirização tem crescido mundialmente,

independente do setor de atuação, tanto em países desenvolvidos como em

países em desenvolvimento (ALMEIDA, 2005). Segundo Castro et al. (1994), a

terceirização iniciou-se nos EUA durante a segunda guerra mundial. As indústrias

bélicas se viram obrigadas a se concentrarem no desenvolvimento da produção

de armamentos, sendo assim transferiram algumas atividades de suporte para

empresas prestadoras de serviços. Posteriormente a esse período, a tendência

gerencial de terceirização mudou para verticalização. As empresas voltaram a ter,

sob sua coordenação, grande parte das atividades técnicas e administrativas.

Após a intensificação dos processos de globalização da economia mundial, as

empresas focaram ainda mais a atenção em seus clientes. Isso levou à

necessidade do desenvolvimento de novas estratégias competitivas. O primeiro

passo foi o downsizing, que reduziu os níveis hierárquicos, enxugou o

organograma e agilizou a tomada de decisão. Foi neste momento que as

empresas se questionaram novamente sobre a possibilidade de transferir para

terceiros a implementação de atividades executada internamente (CASTRO et

al.,1994).

Nesse sentido, surgiu o termo inglês “outsourcing”, cujo significado é

“fazer fora”, ou seja, transferir para terceiros/parceiros externos qualquer atividade

de produção de bens ou serviços que não seja estratégica para empresa,

permitindo assim que a mesma concentre sua capacidade de gestão nas

atividades principais (CASTRO et al,1994; ELLRAM; BILLINGTON, 2001). Nesse

sentido, Pagnoncelli (1993) apud Oliveira, (2006) define terceirização como um

processo planejado de transferência de atividades para serem realizadas por

terceiros. É importante destacar também que a terceirização implica em uma

14

relação bilateral com a finalidade de que o parceiro externo produza bens e/ou

serviços que atendam às demandas (de qualidade, volume, padronização, etc.)

da empresa (GOSSMAN e HELPMAN, 2002).

No Brasil, a terceirização surgiu efetivamente com a indústria

automobilística, visto que, até os anos 1980, tinha pouca relevância em termos de

estratégia e estava mais relacionado à subcontratação de empresas prestadoras

de serviços em áreas como limpeza, segurança e refeitório; ou seja, significava a

contratação de outras pessoas ou empresas para a realização de atividades

bastante restritas e que não eram atividades principais nas organizações (CALLE,

RADOS; SOUZA, 2009). Segundo Queiroz, (1998) apud Imhoff, Mortari, (2005) as

fábricas automobilísticas adquiriam as peças de outras empresas, restando para

si apenas a atividade fundamental de montagens de veículos, algo bastante

próximo da ideia acima exposta de outsourcing.

Nos últimos anos, as organizações têm utilizado a terceirização como uma

estratégia que, segundo Brasil (1993) é a transferências de atividades que a

empresa origem não tem domínio para uma empresa destino que presta o serviço

com maior eficiência. Essas atividades podem ser atividades de apoio ou até

mesmo estar relacionada com o processo de produção da empresa origem.

No Brasil, a palavra terceirização não é exatamente o “outsourcing” (busca

de suprimentos) que aconteceu nos países industrializados. De acordo com

Martins e Ramalho (1994, p.47):

No Brasil, há duas modalidades de terceirização. Uma vem dos países industrializados e integra uma estratégia relacional. Objetiva alcançar tanto elementos de produtividade quanto condições novas de competividade. É a imposição da tecnologia. “É o outsourcing” total. A palavra de ordem “partnership”(parceira) em todo fluxo produtivo, nas relações pra frente, com o mercado, para trás com os fornecedores e também com os empregados. O posicionamento comportamental adotado é ganho-ganha, pensa-se no longo prazo. Objetiva essencialmente a plena satisfação de cliente através da revolução da qualidade.

Uma outra modalidade mais geral e bem mais ao gosto do atraso empresarial brasileiro embutida uma estratégia de confronto, de enfretamento e que consiste em apenas reduzir custo. É o “outsourcing tupiniquim” no estilo e conceito do empresário fazendeiro. Esta modalidade de terceirização mantém o antagonismo com os empregados e com o movimento sindical. Impera a desconfiança generalizada-desconfia- se dos empregados, dos fornecedores e do mercado. É posicionamento do ganha-perde. Objetiva-se obter lucro no curto prazo- redução de custos faz –se com a redução da mão-de-obra.

Neste contexto, proferir sobre terceirização leva-se a discutir e esclarecer o

contexto em que o termo é empregado. De uma forma geral, ela decorre da

15

tendência da economia mundial, com o propósito de responder às exigências de

maior produtividade, custos mais baixos e maior qualidade no produto/serviço.

Com a terceirização, a empresa foca naquilo que ela tem capacidade de fazer

melhor, visando maior eficiência e eficácia. As atividades secundárias passam a

ser realizadas por empresas especializadas de forma mais racional e, em

diversas situações, com custo mais baixo (ALMEIDA, 2005).

Segundo Leocádio, (2005) apud Calle; Rados; Souza, (2009), qualquer

organização pode terceirizar algum tipo de atividade ou processo do negócio.

Trata-se de um processo onipresente nas decisões empresariais. , Segundo

Giosa,(1993) existem quatro tipos de terceirização:

Tipo 1: terceirização de processos ligados à atividade fim da empresa,

como por exemplo, produção, distribuição e operação.

Tipo 2: terceirização de processos não ligados à atividade fim da empresa,

como por exemplo, limpeza, manutenção e contabilidade.

Tipo 3: terceirização de atividades de suporte à empresa, como, por

exemplo, treinamento, seleção e pesquisas.

Tipo 4: substituição de mão-de-obra direta, por mão-de-obra indireta ou

temporária.

Segundo Marcelino (2007), no Brasil as principais formas de terceirização

hoje, são:

a) Cooperativas de trabalhadores que prestam serviço para uma

empresa contratante. Normalmente são ex-funcionários, que foram demitidos e

incentivados a constituir uma cooperativa. A cooperativa é contratada pela

empresa principal e os seus trabalhadores passam a receber por produção.

b) Empresas externas que pertencem a uma rede de fornecedores para

uma empresa principal. Por exemplo, fornecedores de autopeças para as

montadoras.

c) Empresas externas à contratante, subcontratadas para tarefas

específicas, tais como as centrais de atendimento.

d) Empresas de prestação de serviços internos à contratante: limpeza

,manutenção, montagem, jardinagem, segurança, logística, recursos humanos,

etc. Esse tipo de terceirização acontece no setor produtivo e no de serviços e

pode estar presente tanto nas atividades consideradas secundárias quanto nas

principais. Também é bem comum na iniciativa privada e nos serviços públicos.

16

e) As chamadas Personalidades Jurídicas (PJs): são empreendimentos

que possui apenas um funcionário. Como por exemplo, um engenheiro civil que

abre uma empresa para prestar serviços para varias empreiteiras em diferentes

obras Embora seja formada por um trabalhador apenas, existe uma empresa

interposta a dele, o que faz diminuir sensivelmente os custos com a força de

trabalho e a carga tributária que recai sobre as contratantes.

3.2 Estratégia de terceirização versus integração vertical: determinantes da

escolha

Segundo Moraes et al (2006), existem diferentes teorias econômicas e

gerenciais que explicam as razões pelas quais as empresas implementam a

terceirização. Uma das mais consolidadas e disseminadas é a Economia dos

Custos de Transação (ECT).

A Economia dos Custos de Transação (ECT), fundamentada no trabalho

seminal de Coase (1937) e desenvolvida por Williamson (1975; 1985; 1991),

altera o foco principal das análises econômicas para as transações entre os

agentes. Segundo a teoria mencionada, as empresas podem ser analisadas como

um complexo de contratos que coordenam as transações externas e internas,

objetivando não mais somente reduzir os custos de produção, como também os

custos de transação. Estes últimos são todos aqueles custos inerentes ao

processo de troca entre os agentes econômicos, como por exemplo, custos

burocráticos, custos de obtenção de informações, custos de elaboração e análise

de contratos, custos de adaptação e monitoramento de tarefas, custos de fazer

cumprir (enforcement) os contratos, custos de criar incentivos para funcionários e

fornecedores, custos de oportunidade para fazer as negociações, entre outros.

Diante dos pressupostos comportamentais de oportunismo1 e racionalidade

limitada2 e, consequentemente, da possibilidade de existir informação assimétrica,

os custos de transação surgem e passam a ser fundamentais para determinar o

funcionamento do sistema econômico.

1 O comportamento oportunista na ECT ocorre quando as informações são distorcidas da

realidade e, ainda, que pelo menos um dos agentes envolvidos tende a estabelecer compromissos que ele sabe que poderá não cumprir (FIANI, 2000). 2 A racionalidade limitada segundo Simon (1959) afirma que o indivíduo é limitado em apurar e

interpretar informações ao tomar decisões.

17

Para reduzir os custos relacionados às transações, os agentes devem

alinhar os atributos de cada transação (frequência, incerteza e especificidade de

ativos) às estruturas de governança disponíveis. Williamson (1985) propõe três

formas básicas de coordenação das transações, também chamadas de estruturas

de governança: i) mercado clássico (spot) – representa a transação sem qualquer

tipo de arranjo contratual, na qual a identidade das partes não é relevante, não há

compromisso de continuidade da transação no futuro, sendo esta encerrada

quando do pagamento no momento da entrega do produto e/ou serviço; ii) formas

híbridas – as transações são executadas mediante contratos formais ou informais

(de curto ou de longo prazo), existindo algum compromisso futuro entre as partes,

sendo as cláusulas (com relação a preço, quantidade, qualidade, forma de

entrega do produto, entre outras) negociadas entre os agentes que processam a

transação; iii) integração vertical ou hierarquia – nesse caso, as transações entre

agentes são absorvidas na hierarquia da firma. Ou seja, há uma internalização da

transação pela própria firma.

Segundo Cavalcanti; Azevedo; Pinheiro (2002) aponta que as organizações

irão escolher, entre as estruturas de governança disponíveis, aquela capaz de

promover economias nos custos de transação. Segundo os mesmos autores,

esse fato leva a empresa optar por priorizar e desenvolver processos

fundamentais e críticos e terceirizar aqueles que não agregam valor à estratégia

da organização. As empresas devem considerar, em suas decisões sobre

produzir internamente ou terceirizar, que o grau de especificidade dos ativos pode

variar. Assim, quanto maior o grau de especificidade do ativo, maior a tendência

de a empresa internalizar a produção. Coase (1937) destaca que a empresa deve

sempre comparar o custo unitário de produzir internamente com o custo de

transacionar o ativo no mercado (aqui deve ser incluído o risco associado à

especificidade do ativo) antes de tomar a decisão. De uma forma geral, quanto

maior a especificidade do ativo negociado, maiores serão os custos de negociá-lo

no mercado, portanto, a integração vertical passa a ser mais eficiente para

coordenar a transação (FIANI, 2002). Portanto, a Teoria dos Custos de

Transação avalia que quando o ativo não for altamente específico, é melhor

terceirizar a produzir internamente na firma, o que garantiria maior flexibilidade

operacional e reduziria custos de organização interna.

Silva (1997) afirma que a vantagem de utilizar a terceirização é que essa

18

libera a empresa para centralizar seus esforços na atividade principal, sendo

assim melhora sua qualidade, produtividade e reduz custos fixos. De acordo com

Estender, Macedeo e Azedo (2015), a terceirização gera ainda outra vantagem,

pois transforma os custos fixos em variáveis. Um exemplo seria o de uma

empresa que fornece a alimentação de seus funcionários em suas dependências.

Ao terceirizar esse serviço, ela pode se desfazer do refeitório, de equipamentos e

funcionários desta área, reduzindo assim o seu custo fixo, o qual passa a ser

custo variável. A empresa pode também eliminar alguns investimentos em

atividades de apoio, treinamento, espaços físicos, sendo assim tem a

oportunidade para fazer outros investimentos cujo retorno seja superior.

19

3.3 Estratégias de terceirização versus integração vertical: vantagens e

desvantagens

As vantagens e desvantagens da terceirização podem ser observadas no

Quadro 1.

Quadro 1. Vantagens e desvantagens decorrentes da terceirização em empresas.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Focalização dos negócios das empresas na sua área de atuação

Risco de desemprego e não absorção da mão de- obra na mesma proporção

Maior poder de negociação Resistências e conservadorismo

Redução das atividades-meio Risco de coordenação dos contratos

Aumento da qualidade Falta de parâmetros de custos internos

Ganhos de flexibilidade Demissões na fase inicial

Redução do quadro direto de empregados Custo de demissões

Aprimoramento do sistema de custeio Dificuldade de encontrar a parceria ideal

Ampliação do mercado para as pequenas e médias empresas

Falta de cuidado na escolha dos Fornecedores

Maior agilidade nas decisões Aumento do risco de ser administrado

Menor custo Conflito com os Sindicatos

Maior lucratividade e crescimento Mudanças na estrutura do poder

Favorecimento da economia de mercado Aumento da dependência de terceiros

Otimização dos serviços Perda do vínculo com o empregado

Redução dos níveis hierárquicos. Desconhecimento da legislação trabalhista

Aumento da produtividade e competitividade. Dificuldade de aproveitamento dos empregados já treinados

Possibilidade de crescimento sem grandes Investimentos

Perda de identidade cultural da empresa, em longo prazo, por parte dos funcionários.

Fonte: Moretto (2000), apud Oliveira (2006); Brasil (1993); Rezende (1997); Martins e Ramalho

(1994), Estender; Macedeo; Azevedo (2015); Silva (2006); Oliveira (2009); Giosa (1997); Queiroz,

R; Queiroz, A (2006); Silva (1997); Souza, (2005).

Apesar de a terceirização proporcionar vantagens, segundo Alvarez (1996),

apud Queiroz, R. e Queiroz, A (2006) deve-se tomar alguns cuidados ao decidir

utilizar processo de terceirização a fim de se evitar riscos de insucesso. Dentre os

cuidados, têm-se:

Identificação das atividades-fim da empresa;

Avaliação dos ganhos de qualidade e eficiência;

Análise de aspectos contratuais: questão social;

20

Qualificação do terceiro: conceito no mercado, situação econômico-

financeira; mentalidade empresarial adequada ao estabelecimento de

parcerias, experiência, idoneidade, etc.;

Treinamento ou apoio ao treinamento do pessoal da contratada;

Auditoria da qualidade, com o estabelecimento de indicadores de

performance do fornecedor.

Caso a terceirização não seja implementada com sucesso, há a

possibilidade de a empresa recorrer novamente à integração vertical, contudo,

esse processo pode ser custoso. Segundo Porter (1986), a integração vertical é a

combinação de processos de produção, distribuição, vendas e/ou outros

processos econômicos tecnologicamente distintos dentro das fronteiras de uma

mesma empresa. Ou seja, todos os processos estão sob sua responsabilidade e

controle, não dependendo de outras empresas para produzir ou comercializar

seus produtos como caso de terceirizados.

A Integração Vertical pode ocorrer em dois sentidos: para frente, que é a

integração vertical à jusante ocorre em direção ao aumento do controle sobre o

seu mercado (clientes), voltada para demanda; para trás, conhecida como

integração vertical à montante, ocorre em direção ao aumento do controle sobre

os fornecedores, procurando obter vantagens de custo e controle sobre a

produção da matéria prima (WOLFF, 2001)

De acordo com Rezende,(1997) integração vertical consiste em aumentar

as etapas de seu processo produtivo ou até mesmo de suas operações, como

exemplo, o caso da Coca-Cola que recomprou suas engarrafadoras pelo fato de

proporcionar rapidez no lançamento de novos produtos. A Coca-Cola escolheu a

integração nesse caso para não ficar dependente de outra empresa, mas, por

outro lado, teve que imobilizar recursos em um processo que poderia ser

terceirizado. A Coca-Cola também construiu uma fábrica de embalagens de PET,

pelo fato da segurança que tem caso seus fornecedores não consigam entregar

as embalagens em tempo (REZENDE, 1997).

Segundo Slack e Lewis (2009) existem quatro grandes justificativas e

vantagens para a integração vertical:

1. Garantia da entrega de produtos ou serviços

2. Pode reduzir os custos, ou seja, quando a empresa opta por fazer

internamente, com a justificativa que conseguira fazer mais barato que seu

21

fornecedor, essa justificativa, portanto só é valida quando a empresa compara

seu custo marginal de produção interna com o preço do produto ou serviço do

fornecedor adicionado aos custos de transação.

3. Melhora a qualidade do produto pelo fato da empresa investir em

tecnologia especializada, assim evita que seu concorrente tenha domínio da

qualidade.

4. Ajuda na compreensão de outras atividades.

Entretanto, segundo Rezende (1997), a integração vertical traz consigo

algumas desvantagens como:

A. Perda de flexibilidade: Pelo fato da empresa se dedicar a todas as

etapas adotando a verticalização, ou seja, fazendo internamente, ela pode se

prejudicar caso tenha uma crise e ela precise eliminar alguns processos ela não

conseguira, portanto perde a flexibilidade.

B. Aumento do custo fixo: Quando a empresa não utiliza a capacidade

instalada, a integração leva ao aumento de custo para toda a cadeia produtiva,

fazendo com que o negócio, como um todo, perca competitividade, fato que leva

muitas das vezes a empresa a não conseguir reduzir seus preços diante do

cliente sendo que esses optam por outros produtos.

C. Investimentos maiores. A integração exige altos investimentos que

poderiam estar sendo aplicados em outras atividades provendo uma maior

especialização, fazendo com que tenha flexibilidade.

D. Dificuldade de saída. Por atuar de forma especifica em uma etapa

ou processo que exige um investimento em certos ativos que são especifico e

caso ocorra o desenvolvimento de um produto que substitua o seu e que envolva

outro processo, a integração traz dificuldades à saída de determinado setor,

implicando perdas significativas de capital.

O Quadro 2, extraído de Slack e Lewis (2009), concilia a terceirização e a

integração vertical com os cinco objetivos de desempenho das empresas:

qualidade, rapidez, flexibilidade, confiabilidade e custo. Para cada estratégia

(terceirização ou integração), mostram-se como os objetivos de desempenho são

afetados.

22

Quadro 2. Relação entre terceirização (ou verticalização) e os objetivos de

desempenho das firmas.

Objetivo Verticalização Terceirização

Qualidade O surgimento de qualquer problema

de qualidade é mais fácil de

identificar e a otimização pode ser

imediatamente, mas pode haver um

risco de complacência.

O fornecedor pode ter conhecimento e

mais experiência, também pode ser

motivado pelas exigências de mercado,

mas a comunicação dos problemas de

qualidade é mais difícil.

Rapidez Sincronização de programações que

aceleram a saída de matérias e

informações, mas se a operação

também tem clientes externos, os

clientes internos tem menos

prioridade.

Rapidez de reposta pode estar junto

com o contrato de suprimento onde as

exigências comerciais propícias um bom

resultado, mas pode haver atraso

significativo, na entrega e transporte.

Confiabilidade Comunicações internamente mais

fáceis ajuda na entrega confiável, o

que pode ajudar os clientes internos

a serem informados dos atrasos

potenciais; mas assim como a

rapidez, se a operação também tem

clientes externos, os internos pode

tem menos prioridade.

Penalidade para entregas atrasadas no

contrato de suprimento podem pode

motivar um bom relacionamento de

entregas, mas a distancias de barreiras

organizacionais podem inibir a

comunicação.

Flexibilidade Proximidade com as necessidades

reais de um negócio pode alertar a

operação de algum tipo de mudança

de mudança que pode ser

necessário nas operações, mas a

habilidade de responder pode estar

limitada pela escala e o escopo das

operações internas.

Fornecedores terceirizados têm

capacidades maiores do que

fornecedores internos. Isso resulta maior

habilidade de responder as mudanças,

mas eles podem responder somente

quando solicitado do cliente e podem ter

de equilibrar a necessidade do

conflitante dos diferentes clientes.

Custo Operações próprias ajudam a dividir

os custos, como logística, Mais

relevante essa operações permite

que o lucro seja capturado pois de

outro modo seriam transferidos para

os fornecedores, mas os volumes

baixos podem resultar em economia

de escala baixa

Razão pela qual a terceirização é tão

conhecida. Em empresas terceirizadas

podem obter economia de escalas e são

motivadas a reduzir os custos próprios,

porque esses impactam diretamente no

lucro. Mas os custos extras de

comunicação e de coordenação com o

fornecedor precisam ser levados em

conta

Fonte:Slack e Lewis(2009)

23

3.4 Um exemplo de terceirização na produção de laranja: novas

formas de organização da colheita

Os segmentos básicos que formam um complexo agroindustrial são: o

setor produtor de bens de capital, a atividade agrícola, a agroindústria

processadora de produtos agrícolas, o atacado agroalimentar, o setor varejista e

as empresas de apoio (bancos, transportadoras, etc.) (BATALHA, 2001).

No complexo agroindustrial citrícola, a intensificação de relações de

terceirização aconteceu pós- rompimento do contato padrão3. Com o rompimento

desse contrato, houve repasse dos custos da colheita e do transporte da laranja

aos produtores de laranja. Esses custos eram anteriormente responsabilidade das

agroindústrias processadoras de suco de laranja. Sendo assim, ficou mais

oneroso para produtores arcar com esses custos (PAULILLO,2000).

Segundo Almeida (2002), na década de 90 foi aprovado um projeto de lei4

que afirmava a não existência de vínculo trabalhista entre trabalhadores e as

cooperativas e entre os trabalhadores e aquelas empresas para as quais a

cooperativas prestam serviços. Esse projeto fez com que inúmeras cooperativas

de trabalhadores rurais surgissem. No entanto, não foi somente este fato que

contribuiu para que as cooperativas se desenvolvessem. Houve também incentivo

por parte agroindústria, pois algumas cooperativas de mão de obra rural foram

formadas por ex-funcionários da agroindústria e houve incentivo também da

FAESP (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo).

De acordo com Santos (2003), para os produtores o surgimento das

cooperativas de mão de obra rural foi vantajoso ao isentá-los de um conjunto de

passivos trabalhistas. Entretanto, para os trabalhadores, o ingresso nas

cooperativas tornou-se condição para conseguirem emprego na citricultura, fato

que releva que a adesão desses trabalhadores nas cooperativas não foi

espontânea e sim imposta, quebrando assim os princípios do cooperativismo. Em

muitos casos, os trabalhadores não tinham real conhecimento de como era o

3 Esse contrato tinha como objetivo conciliar o preço da caixa de laranja no mercado interno com

as cotações do preço do suco de laranja na Bolsa de Nova Iorque, visto que Brasil exportava grande quantidade de suco de laranja para os Estados Unidos (PAULILLO, 2006). 4 A Lei n.º 8.949 de 1994, que acrescentou o parágrafo único ao art. 442 da Consolidação das Leis

do Trabalho (CLT), na qual afirmava que independente do ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existiria vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela, fomentando a constituição das cooperativas de serviços e mão-de-obra(MAUD ,2000)

24

funcionamento de uma cooperativa e muito menos sabiam quais eram os seus

direitos, e por mais que as cooperativas garantissem o trabalho, acabou

eliminando alguns direitos trabalhistas que tinham antes, quando eram

contratados pela agroindústria. Dentre os direitos que perderam estão:

Para os trabalhadores, o surgimento das cooperativas de trabalho significou três tipos de perdas: i) perda de direitos trabalhistas conquistados através das lutas empreendidas na década de 80 (férias, 13

o. salário, fundo de garantia, fim de semana remunerado, INSS, perda

de dias parados etc); ii) volta dos "gatos" que passaram a ser os administradores das cooperativas, que de cooperativas tinham apenas o nome, passando a serem chamadas de "gatoperativas"; iii) menor poder de barganha dos sindicatos de trabalhadores, dado que os trabalhadores, ao tornarem-se cooperados deixam de ser sindicalizados, pois passam, teoricamente, a ser trabalhadores autônomos e sócios (donos) das cooperativas, pois detêm a cota parte do capital que as constituiu (ALVES ; ALMEIDA, 2000 apud PAULILLO et al(2006 p170).

O surgimento das cooperativas trouxe ainda benefício para o movimento

sindical devido à possibilidade de fácil acesso aos custos da produção e colheita

que antes esses não possuíam. A partir da utilização das cooperativas de mão de

obra rural, tanto o produtor como o trabalhador rural passaram a ter conhecimento

dos custos de colheita e produção de laranjas devido às informações dadas pelas

cooperativas (ALMEIDA, 2005). De acordo com Alves et al (1996) apud Almeida

(2002), havia cinco motivos básicos para os produtores e agroindústria

contratarem as cooperativas de mão de obra rural que serão listados abaixo:

I. Não existência de problemas trabalhistas na época de safra

II. Supressão de vínculo empregatício com o tomador de mão de obra

III. Inexistência de fiscalização trabalhista

IV. Desobrigação das responsabilidades trabalhistas e sociais

V. Maior tranquilidade na realização de serviço agrícola

Segundo Paulillo et al (2006),em 1997 o Ministério Público do Trabalho

passou a pesquisar a natureza das cooperativas de trabalho e sua possível

legalidade. Suas investigações revelaram que todas as cooperativas eram uma

fraude, estabelecendo assim apelido de “fraudoperativas”5 ou “gatoperativas”, na

medida em que eram geridas por gatos, empreiteiros de mão-de-obra. Através de

entrevistas feitas pelo Ministério Publico do Trabalho com cada trabalhador das

cooperativas, constatou-se que 87,2%dos trabalhadores entrevistados preferem o

5 As "gatoperativas" ou fraudoperativas são as falsas cooperativas de trabalho, que funcionam

como cooperativas de um só dono. Este administra e paga salários aos demais, que geralmente desconhecem os princípios do sistema e seu funcionamento correto (ALMEIDA, 2005).

25

vínculo empregatício, justificando que é mais vantajoso e seguro. Além do mais

descobriu-se que a participação nas reuniões e assembleias dos trabalhadores

cooperados é praticamente nula. Pois as principais decisões (escolha do

presidente e membros da diretoria, investimentos em imóveis e veículos,

aplicação dos fundos de reservas a fins específicos, valor da colheita cobrado ao

tomador de serviço, remuneração dos cooperados, escolha dos líderes de turma

etc.) ficam por conta dos conselhos administrativos e representantes de turmas.

Portanto, de acordo com Paulillo et al (2006)., essas são as razões que o

Ministério Público do Trabalho e as juntas de conciliação e julgamento têm uma

série de ações contra as cooperativas. Estabelecendo que caso as cooperativas

seja consideradas fraudulentas, os produtores e as indústrias de laranja que

utilizavam as cooperativas são considerados corresponsáveis e têm, por conta,

que arcar com os custos das ações e com o pagamento dos passivos trabalhistas

envolvidos.

Segundo VIEIRA (2003), os produtores de laranja, que se encontram

fragilizados financeiramente devido aos baixos preços da laranja, pago pelas

indústrias e que estiverem com problemas de endividamento financeiro advindos

do padrão de consumo adquirido na década de 80, esses passivos trabalhistas

pode significar perda de propriedade. Ou seja, para cobrir essas dívidas de

passivos trabalhistas a justiça determina que os bens devam ser apreendidos e

submetidos a leilão público para o pagamento. Dentre os bens apreendidos é

comum serem encontrados bens móveis e imóveis, como tratores, caminhões e

terras, que simboliza a exclusão de produtores e maior concentração de

propriedades nas mãos de grandes produtores, porque apenas os grandes

produtores, dentre eles as indústrias e seus acionistas, têm condições efetivas de

compra destes bens.

O questionamento jurídico sobre cooperativas de mão-de-obra é acerca

da legalidade de atuar na agricultura. Na legislação brasileira na década de 90,

constava que a terceirização da mão de obra somente pode ser realizada em

atividade meio, sendo assim não é possível aplicar a terceirização de uma

atividade fim. No caso de qualquer produto agrícola há três fases: plantio, tratos

culturais e colheita. Todas estas etapas tem um único fim, que é a produção rural.

Além disto, a realização destas etapas é sob a ordem de um capitalista que

disponibilizou recursos para sua realização. Portanto, é evidente que as

26

cooperativas de trabalho burlam a legislação em duas questões básicas: a

questão da terceirização de atividade fim e a subordinação do trabalho, que vai

contra a legislação sobre cooperativas de trabalho (ALVES; ALMEIDA, 1999).

Segundo Vieira (2003), os reflexos do desaparecimento das cooperativas

na maioria das empresas brasileira, tanto na agroindústria quanto com os

pequenos produtores é devido ao receio dos processos e ações trabalhista. Fato

que impulsionou os produtores buscarem novas alternativas de contratação de

mão de obra que os isentassem dos riscos de passivos trabalhistas, ou seja,

formas que não reduzissem os direitos trabalhistas e ao mesmo tempo

viabilizasse a colheita. Estas formas são os contratos de safra, a contratação

através de sindicatos avulsos e contração através de consorcio de produtores

(BARBOSA, 2007).

No entanto dentre essas novas alternativas mencionadas acima o presente

trabalho tratara somente da contratação de mão-de-obra através dos consórcios

de produtores, visto que este modelo atende tanto os anseios dos produtores

como aos dos trabalhadores.

Segundo Almeida (2005) o consórcio de empregadores ajuda os pequenos

produtores que demandam por trabalhadores para a execução de pequenos

serviços ou atividades em que o período se limita a um pequeno espaço de tempo

que pode ser um dia ou até mesmo uma manhã. Neste caso seria inviável o

registro em carteira, devido ao fato de existir dificuldades administrativas e

burocráticas.

O consórcio de empregadores rurais representa um novo arranjo de

contratação de contratação de mão obra para citricultura brasileira, na qual os

produtores rurais pessoas físicas fazem um pacto, denominado pacto de

solidariedade que deverá ser registrado em Cartório de Título e Documento, que

significa a união de produtores, com a finalidade de contratar empregados rurais.

Portanto os produtores elegem um produtor de confiança para gerir a mão de

obra será utilizada em suas propriedades de acordo com demanda de cada

produtor e também para cuidar dos assuntos administrativos. Tal prática

possibilita a racionalização dos custos com encargos sociais à medida que estes

custos são rateados conforme o tempo em que cada trabalhador ficou a

disposição de cada produtor rural, fato que garante o cumprimento dos preceitos

27

constantes da legislação trabalhista e previdenciária (CAMPAGNOLI;

MADALOZZO, 2012).

Campagnoli e Madalozzo (2012) afirmam que embora os consórcios

tenham surgido nas atividades agrícolas também poderia ser uma nova maneira

de contratação em outros segmentos, abarcando trabalhadores que se encontram

na informalidade, em ocupações precárias, ou até mesmo em situação de

desemprego. Por exemplo, no caso de diaristas podem ser utilizados na seara

doméstica, facilitando a rotina dos empregadores, citando-se como exemplo a

possibilidade de dois empregadores dividirem as horas trabalhadas em um dia,

nos dois locais de trabalho, mantendo-os limpo. Outro possível exemplo seria a

de secretárias de profissional liberal. Dois ou mais profissionais liberais que

dividem o mesmo espaço físico, como por exemplo, dentistas, médicos,

advogados, podem se valer de uma única secretária, utilizando a mão de obra em

proveito de todo, ou seja, ao mesmo tempo.

As vantagens dos consórcios de empregadores rurais de acordo com

Almeida (2005) são:

Regularizar as relações de trabalho no meio rural, com benefício

para os empregados e para os empregadores que garante a segurança jurídica à

medida que assume as responsabilidades sem intermediários.

Aumentar o tempo de duração do contrato de trabalho por prazo

indeterminado princípio da continuidade do vínculo laboral.

Garantir os direitos trabalhistas para o trabalhador rural, como piso

salarial, férias, 13º Salário, repouso semanal remunerado, FGTS, respeito à

convenção e/ou acordo coletivo de Trabalho.

Ratear os custos fixos da mão de obra entre os consorciados.

Garantir os direitos previdenciários para o trabalhador

rural.Possibilitar a formação de grupo técnico, objetivando a maximização da

produtividade agrícola.

Conforme exposto, as cooperativas de mão-de-obra como forma de

terceirização do trabalho, tanto no setor primário representado pelos pequenos e

médios produtores no como setor secundário que são as agroindústrias, não

obtiveram êxito devido às questões institucionais (ministério público e leis

trabalhistas). Sendo assim os empresários buscaram desenvolver novos arranjos

28

de terceirização que se encaixassem nos anseios institucionais e ao mesmo

tempo atendesse a especificações dos pequenos e médios produtores. Portanto,

surgiu a ideia de consórcio de mão-de-obra que visa atender tanto as

especificidades dos produtores como aos trabalhadores. Fato que mostra a

relevância da terceirização como ferramenta estratégia de gestão e redução de

custos na produção rural, principalmente para os produtores de pequeno e médio

porte que muitas das vezes são excluídos devido aos elevados custos que tem

com mão de obra que muitas das vezes tornam inviáveis as atividades, pois estas

geralmente demandam de um pequeno espaço de tempo para serem executadas

pelos trabalhadores o que torna inviável a contratação do trabalho por contrato de

trabalho.

29

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como visto no presente trabalho através de uma abordagem teórica, a

prática da terceirização não é recente nas empresas, pois se iniciou logo após a

segunda guerra mundial. Sendo assim, este processo é visto como estratégia de

gestão à medida que se consolidou em inúmeras empresas de diversos

segmentos tanto em países desenvolvidos como países em desenvolvimento pelo

fato de proporcionar melhoras no desempenho das organizações, visto que estas

ao terceirizarem algumas atividades que não são essências aos seus negócios

poderão liberar esforços para focarem em atividades principais. Portanto,

permitirá que as organizações busquem vantagens competitivas, desde que

tenham um parceiro externo que tenha a capacidade atender aos objetivos de

desempenho que são qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custos,

visto que o ambiente interno e externo fez com que os clientes ficassem cada vez

mais exigentes.

Portanto o presente trabalho teve como objetivo geral responder através de

uma revisão bibliográfica quais são os efeitos da pratica de terceirização em

empresas? Teve também o proposito ilustrar e exemplificar quais foram os efeitos

da prática da terceirização no sistema agroindustrial citrícola brasileiro, com

enfoque na decisão de terceirização pelos produtores rurais.

Através de uma abordagem teórica constatou-se que no principio o

processo de terceirização somente era implantado em atividade cuja atividade

não era estratégica para as empresas, ou seja, apenas em atividades de apoio.

No Brasil, as primeiras empresas que executaram este processo foram as

fabricas automobilística. A partir de então, a terceirização se desenvolveu nas

organizações como estratégia à medida que possibilitou maior flexibilidade para a

tomada de decisões sobre quais processos coordenar internamente e quais

processos delegar a parceiros externos.

O presente trabalho apontou que existem teorias econômicas e gerenciais

que explicam o porquê que as empresas executam a terceirização em suas

atividades, mas dentre essas teorias a mais relevante para presente estudo foi a

Teoria dos Custos de Transações à medida que esta se mostra útil para tomada

de decisão entre terceirizar ou internalizar. Essa teoria mostrou que os custos de

transação são importantes para a decisão entre terceirizar ou produzir

30

internamente. Quando há elevada incerteza e grande dependência bilateral

(especificidade de ativo) os custos de negociação/transação serão bastante altos,

o que tende a levar a empresa a integrar/internalizar o processo. Por outro lado,

quando a incerteza por

é baixa e a empresa tiver facilidade de encontrar fornecedores que consigam

produzir o produto/serviço nas condições demandadas, a terceirização se torna a

melhor opção. Ao terceirizar, a empresa pode focar maior atenção nas atividades

internas e estratégicas ao negócio.

O presente trabalho também tratou de expor as vantagens e desvantagens

do processo de terceirização nas empresas que foram sintetizadas no Quadro 1.

Apontou também os cuidados que as empresas devem ter ao decidirem

implantarem a terceirização que neste caso deve definir bem a atividade principal,

verificar a eficiência do processo e a qualidade através de indicadores e

idoneidade da empresa contratada para fazer tal atividade além de verificar se

todos os direitos dos trabalhadores terceirizados estão sendo cumpridos.

Foram ilustrados os efeitos da terceirização com um exemplo no sistema

agroindustrial citrícola brasileiro, com enfoque na decisão de terceirização pelos

produtores rurais por meio de uma abordagem teórica à medida que esta atende

ao objetivo especifico e ao mesmo tempo o objetivo geral. Verificou-se que a

partir da extinção do contrato padrão, as agroindústrias produtoras de suco, que

até então eram responsáveis pela colheita de laranja, transferiram essa

responsabilidade aos produtores rurais. Esses verificaram que internalizar a

responsabilidade e os custos de colheita para dentro das propriedades poderia

tornar a atividade citrícola economicamente inviável. Portanto, decidiram por

terceirizar a mão de obra da colheita, a qual passou a ser ofertada pelas

cooperativas de mão-de-obra rural. Apesar do potencial benefício que essas

cooperativas poderiam oferecer tanto para os produtores, como para os

trabalhadores rurais, houveram inúmeras fraudes que inviabilizaram

institucionalmente o processo. Atualmente, a colheita não pode mais ser feita por

meio das cooperativas. Fato que justifica o desenvolvimento de novos arranjos de

contratação que no presente estudo são consórcios de produtores rurais cuja

finalidade é atender tanto as necessidades dos produtores rurais como a dos

trabalhadores rurais além de ser uma alternativa para outros segmentos.

31

No entanto, apesar da amplitude de conhecimento que este trabalho

proporciona por se tratar de uma revisão bibliográfica sobre vantagem e

desvantagens da terceirização como estratégia nas empresas, seria relevante

futuramente fazer um estudo de caso a fim de verificar se os objetivos como

custo, qualidade, confiabilidade, flexibilidade e rapidez são atingidos ao se

implantar a terceirização conforme apontam as teorias, visto que poderia reforçar

tais teorias e assim gerar mais conhecimento sobre o assunto de forma prática à

medida que utilizaria não apenas fonte secundaria, mas também a fonte primaria

que complementaria a pesquisa.

32

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, L.M.M.C. Novas formas de contratação de mão de obra no complexo agroindustrial citrícola paulista. São Carlos, Dissertação (de mestrado)-. Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Departamento de Engenharia de Produção Universidade Federal de São Carlos, 2005.

BARBOSA, G. R. Os consórcios de produtores rurais no complexo agroindustrial citrícola paulista: das gatoperativas aos gatosórcios–a velha forma de contratação de mão de obra rural. Dissertação (de mestrado, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Departamento de Engenharia de Produção)-Universidade de São Carlos, 2007.

BRASIL, H.G. et al. A empresa e a estratégia da terceirização. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 2, n. 33, p.6-11, abr. 1993. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo. php?pid=S0034-75901993000200002 &script =sci_arttext>. Acesso em: 25 abr. 2016.

CAMPAGNOLI,A.F.P.F; MANDALOZZO,S.S.N. Consórcio de empregadores urbanos: uma alternativa de novo arranjo contratual empregatício. In: Wanise Cabral Silva; Mirta Gladys Lerena Manzo de Misailidis; Maria Rosaria Barbato. (Org.). DIREITO DO TRABALHO. 1ed. Florianópolis: FUNJAB, 2012, v., p. 373-391.

CARRER, M.J. Determinantes da eficiência técnica e econômica da citricultura em propriedades rurais do Estado de São Paulo. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2015.

CASTRO,J.A.et al. Terceirização: Uma abordagem para o setor elétrico. Rio de Janeiro: Comitê de Gestão Empresarial, 1994. 104 p.

CAVALCANTI,A.C.L; AZEVEDO,L.C.S;PINHEIRO,M.M.A. O impacto dos custos de transação sobre as terceirizações governamentais - enfoque teórico. in: os custos e a tomada de decisões, 9., 2002, São Paulo. Congresso Brasileiro de Custos. Rio de Janeiro-tijuca: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2002. p. 1 - 16. Disponível em: <file:///C:/Users/Usuario/Downloads/2723-2723-1-PB (1).pdf>. Acesso em: 05 maio 2016.

COASE, R.H. (1937) The nature of the firm In: WILLIAMSON, O. & WINTER, S. (eds.) (1991) The nature of the firm: origin, evolution and development. Oxford: Oxford University Press.

ESTENDER. A.C; MACEDO, D.L; AZEVEDO, E.R. Vantagens e desvantagens em terceirizar atividades. 2015. Disponível em:<file:///C:/Users/Usuário/ Desktop /Artigo _3. pdf>. Acesso em: 27 abr. 2016.

33

ELLRAM, L.; BILLINGTON, C. Purchasing leverage considerations in the outsourcing decision. European Journal of Purchasing & Supply Management, v. 7, n. 1, p. 15-27, 2001.

FIANI, Teoria dos custos de transação. In:Kupfer,D.;Hasenclever,L. Economia Industrial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.

FIANI, R. Teoria de custos de transação: uma nota didática. UFRJ – Instituto de Economia, nº 65, março de 2000.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2009. 405 p.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

GIOSA, L.A. Terceirização: uma abordagem estratégica, 5. ed. rev. empl. São Paulo: Pioneira, 1997(Biblioteca Pioneira de administração).

IMHOFF, M.M; MORTARI, A.P. Terceirização, vantagens e desvantagens para as empresas. 2005. Disponível em:<http://tupi.Física. ufmg .br/~michel/docs/ Artigos_e_textos/Gestao/terceirizacao_vantagens_desvantagens.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2016.

MARCELINO, P.et al. Afinal, O que é terceirização? em busca de ferramentas de análise e de ação política. Pegada, São Paulo, v. 2, n. 8, p.55-70, dez. 2007. Disponível em: < http ://revista. fct. unesp.b r/index.php/pegada/ article / view Article /1640> . Acesso em: 28 abr. 2016.

MARTINS, H.H. S, org RAMALHO, J.R. Terceirização: diversidade e negociação no mundo do trabalho, São Paulo: Hucitec: CEDI/NETS, 1994.236p.

MAUD, M. J.L. As cooperativas de trabalho e sua relação com o direito do trabalho. Revista da Faculdade de Direito de São Bernado do Campo, São Bernardo do Campo, p.209-222, 2000. Disponível em: <http://www .ojs. fdsbc. servicos.ws/ojs/ index.php/fdsbc/article/viewFile/586/448>. Acesso em: 06 dez.

2016.

MOTTA, P.R. Transformação Organizacional: A Teoria e a Prática de Inovar. Rio de Janeiro, Qualitymark Ed., 2001.

LEGNARO, Á. Terceirização é necessário discutir novas formas de organização e gestão da mão-de-obra rural disponível em < http://cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/edicoes/71/mat_capa.pdf> Acesso em: 21 nov.2015.

OLIVEIRA, A.L. A; ARAUJO, Prof. L.C.G. Terceirização e satisfação com o trabalho. 2009. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Administração Pública, Fundação Getulio Vargas Ebape – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em:<http://bibliotecadigital. fgv

34

.br/dspace/bitstream/handle/10438/4230/Ana_Lucia_Amaral.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 28 abr. 2016.

PAGNONCELLI, D. Terceirização e Parceirização: Estratégias para o Sucesso Empresarial. Rio de Janeiro, Gráfica JB, 1993.

PAULILLO, L. F. O. E. Agroindústria e Citricultura no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: E papers, 2006. v. 1000. 442.p.

PAULILLO, L.F.O.E. Redes de poder & territórios produtivos: indústria, citricultura e politicas públicas no Brasil do século XX, São Carlos, Ed. UFSCar, 2000.200p.

PAULILLO, L.F; ALVES, F.J.C. Crise agrícola e redução dos direitos trabalhistas: a citricultura sai na frente. Informações Econômicas, São Paulo, v. 27, n. 1, p.27-35, jan. 1999. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/ie/1997/tec2-0197.pdf>. Acesso em: 20 set. 2016.

PORTER, M.E. Estratégia competitiva: Técnicas para analise de indústrias e da concorrência. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986.

QUEIROZ, R.V; QUEIROZ, A.E.F.S. Integração Vertical versus Terceirização: análise da viabilidade em um estudo de caso na indústria moveleira. 2006. Disponível em <http://www. abepro.org. br/ biblioteca /enegep 2006 _TR530357 _8439. pdf>.Acesso em: 27 abr. 2016.

REIG-MARTÍNEZ, E.; PICAZO-TADEO, A.J. Analysing farming systems with Data Envelopment Analysis: citrus farming in Spain. Agricultural Systems, v. 82, n. 1, p.17-30, 2004.

REZENDE, W.et al. TERCEIRIZAÇÃO: A INTEGRAÇÃO ACABOU? Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 37, n. 4, p.6-15, out. 1997. Disponívelem:<http://www.scielo.br/scielo. php?pid= S003475901997000400002 &script=sci_arttext>. Acesso em: 29 abr.2016.

SLACK, Nigel; LEWIS, M. Estratégia de operações. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. SILVA,W.R. Terceirização versus integração vertical: Teoria e prática. São Paulo:Easp,1997.Disponívelem:<http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/ bitstream/ handle/10438/3083/P00174 _1.pdf?sequence=1> .Acessoem:15set.2016.

SIMON, H.A. Theories of decision-making in economics and behavioral science. The American Economic Review, volume 49, number 3, 1959, p. 253-283.

SOUZA, L.L. C;CALLE,A.D;RADOS,G.J.V. A gestão do processo e do conhecimento na terceirização .2009 .Disponível em:<http://www.simpoi.fgvsp .br /arquivo/2009/artigos/E2009_T00457_PCN59934.pdf>.Acessoem:16.abr.2016. SOUZA, L.L.C. Decisões de Terceirização e as Práticas em Gestão do Fator

35

Humano Análise nas Grandes Indústrias Cearenses de Confecção. 2005. 217 dissertação (Mestrado)-Curso de Administração, Universidade Federal do Ceara,Fortaleza,2005.Disponívelemhttp://www.ppac.ufc.br/images/Corpo_Discente_Mestrado Profissional/Leonardo_leocadio_coelho_de_souza_ 2005.pdf .Acesso em: 13 set. 2016. TRUJILLO, Afonso Ferrari. Metodologia da ciência. 2ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. Capítulo 1. VIEIRA, A.C. Integração vertical, concentração e exclusão na citricultura paulista, São Carlos, 2003: UFSCar, 2003 171p. Tese (Doutorado)-Universidade Federal de São Carlos. WOLFF, G. Integração vertical e terceirização: Uma abordagem crítica focada nas questões estratégicas para a competividade da manufatura. 2001. 226 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. Disponível em: <https ://repositorio .ufsc. br/bitstream/handle/123456789/79832/182587.pdf?sequence WILLIAMSON, O. Comparative Economic Organization: the analysis of discrete structural alternatives. Administrative Science Quartely, n. 36, p. 269-96, June, 1991. WILLIAMSON, O. The contractual man. In: The Economic Institutions of Capitalism. Free Press, London, 1985. 450p. cap.2.

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP

ANEXO E

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE PUBLICAÇÃO E REPRODUÇÃO

Eu, __________________________________________________________________________________________,

nacionalidade _________________________, residente e domiciliado na cidade de

____________________________, no estado de __________________________, na qualidade de

titular dos direitos morais e patrimoniais de autor da OBRA

(título):______________________________________________________________________________________,

trabalho de conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais,

no ano de ___________________________, da turma _________________, na modalidade de

(monografia ou relatório técnico) ________________________________________________________,

apresentada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo,

campus São Carlos, em (data) ______/_______/______________, autorizo o Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus São Carlos, a

disponibilizar a OBRA física na biblioteca do campus, assim como a reproduzir e a

disponibilizar na rede mundial de computadores (Internet) e por meio eletrônico a

versão digital da OBRA, a partir da data da sua homologação.

São Carlos, ____________ de __________________________________de_________________

______________________________________________________

Assinatura do Aluno

______________________________________________________

Assinatura do Orientador