tecnologiaciÊncia da vida a saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição...

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CIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para crescer de forma sustentável, com pesquisa de ponta e exportação em alta Foto da Fita Lume desenvolvida pela CSEM Brasil MAIS QUE NECESSÁRIO Apoio institucional favorece o ambiente que levará governos e empresas a adotarem a inovação como lema e insumo para competir nos mercados local e global HÉLICE TRÍPLICE Debate discute o papel do governo, iniciativa privada e instituições de ensino e pesquisa na promoção do desenvolvimento da indústria O VALOR DA INOVAÇÃO MINEIRA Publicação do Belo Horizonte - MG / Setembro / 2012 TECNOLOGIA INDÚSTRIA EXCLUSIVO

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Page 1: TECNOLOGIACIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para

CIÊNCIA DA VIDAA saúde do setor de

biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para crescer de forma sustentável,

com pesquisa de ponta e exportação em alta

Foto da Fita Lume desenvolvida pela CSEM Brasil

MAIS QUE NECESSÁRIOApoio institucional favorece o

ambiente que levará governos e empresas a adotarem a inovação

como lema e insumo para competir nos mercados local e global

HÉLICE TRÍPLICEDebate discute o papel do

governo, iniciativa privada e instituições de ensino e pesquisana promoção do desenvolvimento

da indústria

O VALOR DA INOVAÇÃOMINEIRA

Publicação do Belo Horizonte - MG / Setembro / 2012 TECNOLOGIA

I N D Ú S T R I A

EXCLUSIVO

Page 2: TECNOLOGIACIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para

Um investimento da indústria

O Sistema FIEMG acredita que uma indústria sustentável

se constrói através da competitividade, da inovação

e da responsabilidade. Ser sustentável é ser competitivo.

É produzir mais e melhor. É conquistar o mercado global e se preparar

para um mundo cada vez mais exigente. Ser sustentável é ser inovador.

É investir em novas tecnologias. É incentivar estudos e pesquisas

para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços.

Ser sustentável é ser responsável. É fazer da economia verde e da

preservação da natureza uma realidade. É buscar processos de produção

cada vez mais limpos. É promover a educação em todos os níveis

e lugares. É investir em cultura, esporte, saúde e lazer. A sustentabilidade

é assim: está na maneira como pensamos o mundo. No caminho que

escolhemos para a nossa indústria.

Indústria sustentável.Este é o nosso compromisso.

ad_industriasustentavel_41x275.indd 1 8/14/12 7:44 PM

Page 3: TECNOLOGIACIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para

SUMÁRIO

Diversidade como solução

É preciso mudar o modelo de

concentração de riqueza na Região Central e investir

em diferentes polos de desenvolvimento

Trilha traçada O apoio

institucional à inovação cresceu

nos últimos anos, mas o país

carece de uma nova postura da

iniciativa privada

Caminho aberto A biociências é um

setor no qual o Brasil e Minas Gerais

mostram disposição para crescer,

investindo em projetos que modernizam a

indústria

Ponto NobreDiversificar com

alto grau de tecnologia é o que

governo e empresas sonham para

consolidar o Vetor Norte, na Região

Metropolitana de BH

Voo altoO céu é o limite

para as empresas e instituições de

ensino e pesquisa, que se juntam ao

governo na formação de um complexo

aeronáutico

Inovar para renovarInovação e

modernidade são as palavras de ordem para

o desenvolvimento. O assunto é tema de discurssão de

representantes do setor

À mineira A Fiat, em Betim,

deu o impulso, e muitas outras

empresas aproveitaram

a chance para fortalecer a indústria

automotiva

A todo vapor Há 50 anos

a GE fabrica locomotivas no Estado, e agora o setor busca a nacionalização

da produção para ganhar autonomia

06 12 17 24 32 36 42 88

PANORAMA

SEÇÃO

05 EDITORIAL

04 CARTAS DO LEITOR

91 GUIA DO SETOR

AMPARO BIOTECNOLOGIA TECNOLOGIA AERONÁUTICA DEBATE AUTOMOTIVO FERROVIÁRIO

Mundo nanoUFMG é considerada centro

de excelência na área de nanotecnologia, a ciência com

aplicações diversas que estuda os elementos em sua escala molecular

Proteção à indústria O número de depósitos de patentes brasileiras é pequeno, um problema

enorme para a competitividade da indústria nacional

Mudança de ritmo Passar da inovação

incremental para a de ruptura é um dos principais

desafios que a produção nacional tem que enfrentar

29 - NANOTECNOLOGIADrible tecnológico Termômetro dos bons

tempos ou das crises, as indústrias elétrica, mecânica e de instrumentos de precisão

investem em tecnologia

Alquimia mineral Emblemática no Estado, a mineração se fortalece com recursos tecnológicos que

possibilitam a extração do minério antes considerado rejeito

Ambiente da inovaçãoModelo de sucesso em

vários lugares do mundo, os parques tecnológicas aliam produção ao conhecimento

e ganham espaço

58 - ELETROMECÂNICO 65 - MINERAÇÃO 74 - PARQUE TECNOLÓGICO 78 - PATENTES 82 - CONJUNTURA

30 Mauro Borges Lemos

56 Marco Antônio

Raupp

72 Clélio Campolina

ARTICULISTAS

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aos leitores do Diário do Comércio, de forma aprofundada, elementos para orientar seus negócios e identificar oportunidades.

Eis por que nosso foco é tecnologia e modernidade, a nova face da indústria mineira. E certamente também o caminho capaz de garantir-lhe inserção num ambiente globalizado. Nas páginas seguintes, mostramos como esse caminho vem sendo percorrido, os avanços e os diferenciais que já podem ser assinalados. Alguns deles são notáveis, mesmo que ainda pouco conhecidos, como a empreitada da constituição de um complexo aeronáutico que não se restringe a uma única região, mas congrega competências existentes e aponta para a expansão do setor.

São conquistas que ao mesmo tempo balizam caminhos e indicam a distância que ainda está por ser percorrida. O que foi feito também nos aponta o que falta realizar, nos ensina que é possível fazer mais e melhor. E, nesse sentido, sedimentar a cultura da inovação, valorizando o aparato institucional de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento, tanto no setor público quanto na iniciativa privada.

Assim, entendemos que DC Análise está cumprindo seu objetivo pelo conteúdo e também por alcançar, fora dos limites territoriais do Estado, um público altamente qualificado, que forma opinião e decide investimentos. Exatamente quem precisa saber que Minas faz benfeito.

Minas Gerais começou a definir sua base industrial a partir do setor têxtil e a ampliou com a implantação e consolidação do complexo mínero-metalúrgico, a partir do qual construiu sua feição mais moderna. Uma evolução que tem como um de seus marcos relevantes o polo automotivo erguido em Betim e seu entorno, pontuando o início de um processo de significativas transformações.

Transformações essas que, como nunca, se aceleram diante da necessidade de o país e o Estado se tornarem mais competitivos no mercado global. Minas tem respondido a essa demanda diversificando sua base econômica, uma preocupação revelada não apenas no âmbito da administração pública, mas especialmente no setor empresarial. Levantamento da Fundação João Pinheiro demonstra que temos conquistado posição significativa em setores intensivos em informação e conhecimento, entre eles biotecnologia e tecnologia da informação.

Analisar esses movimentos para melhor compreendê-los é o objetivo desta edição da DC Análise. Perceber o que foi feito para situar o presente e tentar antecipar o futuro, num ambiente que será certamente mais complexo, levando

O editorial da revista DC Análise (nº1), de junho 2012, reafirma o compromisso com Minas Gerais e confiança no futuro do Brasil empreendedor e ético. Congratulo toda a equipe pela excelência temática, redacional e gráfica. Já tem status de ícone! Reli as páginas 18 a 24, “Preço nas alturas”, com destaque nos didáticos gráficos que dão visibilidade aos “11 penduricalhos” que encarecem a conta de energia em 36,8%.Ao jornalista Rafael Tomaz e entrevistados parabenizo pelo correto diagnóstico dos reflexos tributários adversos que reduzem a margem de contribuição e a capacidade de reinvestimentos e seus efeitos multiplicadores.Um fraternal abraço! Atenciosamente,Márcio Trindade SantosMárcio Trindade e Advogados Associados

Dediquei meu fim de semana à leitura da DC Análise (junho/2012). Fiquei encantado com a excelência da matéria divulgada e sua magnífica apresentação gráfica. Receba meus parabéns, extensivo aos seus colaboradores.Cordial abraço,Aristoteles AthenienseAristoteles Atheniense Advogados

A primeira edição da DC Análise que me chega às mãos é um primor de revista. Uma excelente ferramenta de formação e informação. Temas extremamente atuais, de conteúdo aprofundado e abrangente, dão ao leitor a agradável sensação de estar lendo uma coletânea de artigos ricamente elaborados. Parabéns ao Diário do Comércio pela feliz ideia. Parabéns, em particular, às equipes de produção editorial, às diretorias executiva, de editoria e de reportagem. José Roberto SilvaDiretor TécnicoCon Energia

FAZER BENFEITO

Luiz Carlos Motta CostaDiretor - presidente

EDITORIAL

Daniel de Cerqueira / Nitro

ExpedienteCartas do leitor

Conta de energia

Parabéns

Primor

DC Análise é uma publicação do Diário do Comércio Empresa Jornalística Ltda

Av. Américo Vespúcio, 1.660 – CEP.: 31.230-250 – Belo Horizonte/MG – (31) 3469-2000

Fundador: José Costa

Diretor-presidente: Luiz Carlos Motta Costa

Diretor-executivo: Yvan Muls

Diretor de Mercado: Luiz J. Bruno de Oliveira

Conselho Editorial: Luiz Carlos Motta Costa, Yvan

Muls, Amaury Pimenta, Eric Gonçalves, Luciana

Montes, Roselena Nicolau, Maria Carmen Lopes,

Fernanda Agostinho

Produção editorial e gráficaOutono Editora Ltda

Redação: Av. do Contorno, 6.240 - 3º. andar – Savassi – CEP.: 30.110-042 – Belo Horizonte/MG (31)3309-2420 – www.outoncomunicacao.com.br

Diretora Executiva: Maria Carmen Lopes

Editoras: Fernanda Agostinho e Roselena Nicolau

Reportagem: Angela Drumond, Carlos Plácido Teixeira, Lucas Alvarenga, Ione Maria Nascimento,

Marco Antônio Corteleti, Camila Freitas, Tatiana Lagôa, Viviane Lopes

Design e diagramação: Esdras Diniz

Produção fotográfica: Nitro Imagens

Capa: Foto da fita Lume desenvolvida pelo CSEM Brasil

Fotógrafos: Bruno Magalhães, Daniel de Cerqueira, João Marcos Rosa, Leo Drumond,

Marcus Desimoni, Rafael Motta, Rodrigo Lima

Infográficos: Érika Tonetti

Tiragem: 20.000 exemplaresTiragem física auditada

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DIVERSIDADECOMO SOLUÇÃO

Rico em minério e tradicional exportador de commodities, o Estado vem diversificando há duas décadas sua produção industrial, ainda muito concentrada na Região Central. O caminho é incentivar os Arranjos Produtivos Locais (APLs), espalhados pelos quatro cantos de Minas Gerais e responsáveis por alavancar a economia de dezenas de municípios

PANORAMA

> Angela Drumond

Um Estado que tem as minas, seja de ferro, ouro, zinco, nió-bio, calcário, entre outras, no próprio nome não poderia dei-xar de considerar a mineração como o ponto forte de sua eco-nomia e sua história. Assim é Minas Gerais, que abriga a maior concentração e varie-dade de riqueza mineral do mundo, seguido a distância pelo Pará, no Norte do país, no que diz respeito ao minério de ferro, e por algumas áreas da Austrália e da China. Talvez por isso a diversificação da produção industrial mineira ocorra a partir de um esforço enorme e permanente.

A análise de períodos mais longos torna mais fácil o en-tendimento do que acontece com a produção industrial em Minas Gerais. Nas dez regiões onde a formação do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado foi pesquisada pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), os percentuais oscilam, mas não

variam muito, proporcional-mente. Para se ter uma ideia, se comparados os dados de 1999 e 2009, a parcela que diz respeito à Região Central, que inclui Belo Horizonte, subiu de 49,33% para 53,58%.

Pela ordem de participação na formação da riqueza esta-dual, vêm o Triângulo Minei-ro (11,77% em 1999 e 12,1% em 2009) e o Sul (12,56% e 10,44%), praticamente em-patados; em seguida, o Vale do Rio Doce (7,56% e 6,64%); Zona da Mata (6,99% e 5,72%); Região Centro-Oeste (3,53% e 3,65%); Alto Parana-íba (3,05% e 2,83%); Região Norte (3,41% e 3,20%); e vales do Jequitinhonha e Mucuri (1,0% e 1,03%). No patamar mais modesto da industriali-zação regional está o Noroeste (0,81% e 0,98%).

Técnicos do IBGE e da Fun-dação João Pinheiro explicam que os percentuais da distri-buição se mantêm relativa-

mente estáveis no mapa do Valor Adicionado (valor que a empresa agrega na produção de um bem) da indústria em Minas Gerais, com a propor-ção que historicamente sem-pre tiveram. Quanto ao valor total agregado, este subiu de R$ 22 bilhões, em 1999, para R$ 75,8 bilhões, dez anos depois.

CONCENTRAÇÃO

Mas a grande concentração de riqueza na Região Central, abrangendo capital e sua re-gião metropolitana (RMBH), como também ocorre em São Paulo e no Rio de Janei-ro, preocupa porque o perfil atrai a população do interior. Doutor em geografia humana e economia regional e pes-quisador do Centro de De-senvolvimento e Planejamen-to Regional, da Universidade Federal de Minas Gerais (Ce-deplar/UFMG), o economista Bernardo Campolina defende que é preciso “repensar

Daniel de Cerqueira / Nitro

Região Metropolitana de Belo Horizonte concentra 35% da população do Estado e 53% da geração de riquezas; construção da Linha Verde e criação do Vetor Norte contribuem para esta situação

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Localizando todos os APLsa trajetória de crescimen-to econômico para buscar a diversificação da economia mineira, concentrada na in-dústria extrativa mineral e em segmentos como automo-tores, metal-mecânico, side-rurgia, metalurgia e agrope-cuária”.

Em 2000, a Região Central concentrava 34% da popula-ção total do Estado; em 2010, 35%. O que se observa, se-gundo o economista, é que uma série de obras públicas e investimentos está também concentrada nessa região, onde ocorreram historica-mente grandes investimentos industriais, desde meados da década de 1970. Mais re-centemente há o exemplo da construção da Linha Verde (via de acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Ne-ves, em Confins e da Cidade Administrativa (sede de toda a estrutura administrativa do governo), e as obras de infra-estrutura que estão em an-damento ou projetadas para a Copa do Mundo de 2014, além do projeto de desenvolvi-mento do Vetor Norte, onde se encaixam as empresas de alta

tecnologia. A mesma opção foi feita pelo setor privado com os novos projetos na área de mineração, que se estendem pela região do Alto Paraope-ba – Congonhas e Conselheiro Lafaiete –, cidades vizinhas à RMBH, o que explica a maior demanda por serviços.

PARQUE INDUSTRIAL

Campolina lembra que o pri-meiro e o segundo Diagnóstico da Economia Mineira, de 1968 e 1974, respectivamente, aju-daram a formular as linhas de ação de fomento à indústria no Estado, até então caracte-rizado por uma economia de base primária e uma indús-tria incipiente. Foi quando o

parque industrial metal-me-cânico ganhou força e Minas Gerais inaugurou a guerra fis-cal – algo inédito na época –, conquistando a instalação da fábrica da Fiat em Betim, na RMBH, que entrou em opera-ção em 1976.

Em 1979 ocorreu a primeira crise mundial do petróleo, e em 1983 uma crise econômica também de proporções globais interrompeu a trajetória de crescimento do Brasil. Nessa mesma época, o país viveu a maxidesvalorização cambial, seguida da crise da dívida externa e da escalada da in-flação, que só seria debelada com a implantação do Plano Real, em 1994. Mas, apesar do

cenário desfavorável, grandes empresas já estavam instala-das em Minas Gerais, como a Usiminas, Krupp, CBC, Ceni-bra, Arafértil, Isomonte e Fos-fértil, em parceria e associa-ção com capitais estrangeiros (japonês, belga, alemão, italia-no) e com políticas de atração de investimentos, por meio da redução de impostos e conces-são de incentivos.

A economia mineira iniciou a retomada da trajetória de crescimento no início dos anos 2000, década em que a Fiat assume a liderança no mercado automotivo nacio-nal e o aumento dos preços das commodities de agrope-cuários e do minério de ferro, aliado às compras feitas pela

China, ajudou a fortalecer o PIB do Estado. Para se ter uma ideia, a tonelada do mi-nério de ferro saltou de US$ 27 em 2000 para US$ 97 em 2010, com pico de US$ 144 em 2008. Em 2010, o miné-rio de ferro, o aço e a escória representavam 57% da pauta de exportações mineiras, que mudaram de patamar – de US$ 7 bilhões em 2000 para US$ 27,9 bilhões em 2010.

DEPENDÊNCIA

Boa parte dessas atividades está concentrada na Região Central, a mais diversificada do Estado, abrangendo seg-mentos de automóveis e de autopeças até o de biotecno-logia. “Se a Região Central

ganhou, outras perderam”, constata Campolina, embo-ra exista “uma especializa-ção por região”. Segundo ele, tal especialização precisa ser reforçada, para se vencerem alguns desafios: a redução dos riscos que a economia estadual apresenta, pois hoje ainda é muito dependente da exportação de minério de fer-ro; a busca por maior igual-dade entre as regiões produti-vas, com melhor distribuição de crescimento e renda, para, inclusive, diversificar a pauta de exportações. É bom lem-brar que, com a indústria extrativa mineral fortemen-te atrelada ao cenário inter-nacional, o Estado fica mais sujeito às crises por causa de seu perfil industrial.

Mas se retomarmos a questão da riqueza do solo e do subsolo, o mapa industrial regional tor-na-se ainda mais coerente com a realidade histórica que tem determinado o desenvolvimen-to estadual, mas para o qual se busca a diversificação como alternativa. Na Região Central está o Quadrilátero Ferrífero, o que explica a indústria extrativa mineral; no Oeste, os não fer-

Marcus Desimoni / Nitro

Marcus Desimoni / Nitro

Marco Antônio da Cunha: “Não temos que nos preocupar com o que a China faz, mas com o que não sabemos que faz”

Campolina salienta a necessidade de repensar o crescimento econômico para diversificar a economia

Peças fundidas de ferro, aço e materiais não ferrosos: Divinópolis, Itaúna e Cláudio

Eletroeletrônicos: Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e Itajubá

Calçados: Nova Serrana, Bom Despacho, Pitangui, Araújos, Perdigão, Pará de Minas, Conceição do Pará, Leandro Ferreira, São Gonçalo do Pará, Igaratinga e Divinópolis

Mel

Móveis e mel: Leme do Prado, Chapada do Norte, Turmalina, Minas Novas, Carbonita, Veredinha, Capelinha e Itamarandiba

Móveis: Ubá, São Geraldo, Visconde do Rio Branco, Guidoval, Rodeiro, Tocantins, Rio Pomba e Piraúba

Construção civil – segmentos diversos: Campo Florido e Uberaba

Móveis: Carmo do Cajuru

Bebidas artesanais/cachaça:Araçuaí, Almenara, Pedra Azul, Medina, Comercinho, José Gonçalves de Minas, Jenipapo de Minas, Caraí e Capelinha

Fruticultura – banana, limão e manga:Vale do Jaíba/Norte do Estado – Matias Cardoso, Januária, Nova Porteirinha e Montes Claros

Alimentos: Zona da Mata

Biotecnologia, saúde humana: Vespasiano, São José da Lapa, Ribeirão das Neves, Esmeraldas, Contagem, Sabará, Santa Luzia, Lagoa Santa e Belo Horizonte

Softwares e desenvolvimento de programas de computadorsob encomenda: Contagem e Belo Horizonte

Artigos para viagens, bolsas e semelhantes, calçados de couro:Contagem e Belo Horizonte

RMBH

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Em toda Minas Gerais, a história da in-dustrialização patina em planos e pro-gramas regionais de desenvolvimento, que ora caminham com surpreendente velocidade, ora com imensas dificul-dades. Foi assim com os conceitos das cidades-polo, nas décadas de 1970 e 1980; dos clusters, nas décadas de 1990 e 2000; e, atualmente, com os arranjos produtivos locais (APLs), todos eles mo-vimentos que uniram ou unem gestores públicos, lideranças empresariais e so-ciedade. O Estado tem 37 APLs, defi-nidos pela Secretaria de Estado de De-senvolvimento Econômico, e vários deles já conquistaram destaque na economia estadual e também nacional.

Para o segundo semestre deste ano, se-gundo o subscretário de Indústria, Co-mércio e Serviços, Marco Antônio Rodri-gues da Cunha, serão desembolsados US$ 1 milhão, de um total de US$ 10 milhões de recursos do Banco Interame-ricano de Desenvolvimento (BID), para os APLs, com maior preponderância dos va-lores em 2013 e finalização dos repasses em 2014. “Os APLs não são criados, são reconhecidos e lapidados. É preciso que sejam adotadas estratégias de sobrevivên-cia como em países escandinavos (Suécia, Noruega e Dinamarca), onde a governança funciona: indústrias que têm sinergia para os momentos difíceis, mesmo quando são concorrentes”, pontua o subsecretário.

O maior APL de Minas Gerais, em termos de geração de empregos, é o moveleiro de Ubá (Zona da Mata), que inclui Rodeiro, Visconde do Rio Branco, São Geraldo, Tocantins, Guidoval e Rio Pomba. Em 2010, segundo dados do Ministério do

UNIÃO DE INTERESSES

Trabalho e Emprego, esses municípios apresentavam no setor 11.032 postos de trabalho formais, representando 5,6% dos empregos nesse segmento no país. Nesse quesito, destaca-se também o APL calçadista de Nova Serrana, com 8.218 empregos formais. Em relação à renda, o APL de tecnologia da informação (TI) de Belo Horizonte se sobressai, com massa salarial de R$ 13,1 milhões por ano. O setor de software, também na capital, com 5.174 postos de trabalho, apresen-tou a média salarial mais alta, de R$ 2.538,67 mensais.

O APL de malhas de Jacutinga, na Região Sul do Estado, incluindo Monte Sião, Inconfidentes, Borda da Mata e Ouro Fino, constitui um exemplo do processo de concentra-ção espacial de uma determinada atividade produtiva e, por isso, al-cançou visibilidade comercial e no-toriedade pela excelência. Embora esses cinco municípios apresentem população inferior a 100 mil habi-tantes, a região concentra 85% do emprego do setor no Estado, o que significa 16,7% no Brasil. (AD)

rosos, entre Três Marias e Para-catu, com ocorrências de alumí-nio, zinco e ouro; em direção ao Sul, as chamadas terras-raras, como o tório e o bário, funda-mentais para telas de computa-dores e celulares, e os radioati-vos, em grande quantidade. O pegmatito do Leste, no Vale do Mucuri, passando por Teófilo Otoni até Diamantina, com as pedras preciosas e diamantes.

E, permeando tudo isso, a Bacia do Rio São Francisco, com o cal-cário, de onde saem fertilizan-tes e cal, base para a produção de cimento.

VOCAÇÃO

Para a secretária de Desenvol-vimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, “o Brasil mudou muito nos últimos

anos, e Minas Gerais mudou mais ainda.” A maior prioridade do governo estadual, aponta ela, é estimular a expansão das em-presas aqui instaladas e atrair as que têm interesse em vir para o Estado. “Porém, temos que re-forçar o nosso interesse em atrair empreendimentos que tragam inovação tecnológica, agreguem valor aos produtos fabricados no Estado e gerem empregos qua-

Rodrigo Lima / Nitro

O setor calçadista de Nova Serrana é um dos mais importantes do Estado e gera 8,2 mil empregos

lificados, para que não sejamos um mero fornecedor de commo-dities”, salienta a secretária. A ideia é focar em investimentos em sintonia com a vocação eco-nômica de cada região.

Esse esforço tem se tradu-zido em números: em 2011, foram firmados 162 protoco-los de intenção entre empre-sas privadas e governo, com a assistência do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi) em vários setores. Foram anunciados investimentos de R$ 28,4 bilhões, com a geração de 44,1 mil empregos diretos e 96,1 mil empregos indiretos, nos mais diversos setores, es-palhados por todas as regiões. Neste ano, apenas até o mês de maio, foram assinados 71 protocolos, com investimentos previstos da ordem de R$ 5,7 bilhões, geração de 13,1 mil empregos diretos e 18 mil indi-retos, em todas as regiões.

PLANEJAMENTO

Mas é preciso fazer mais em relação ao planejamento, prin-cipalmente no que diz respei-to ao governo federal, avalia o subsecretário de Indústria, Co-mércio e Serviços, Marco Antô-nio Rodrigues da Cunha. “Não temos que nos preocupar com o que a China faz, mas com o que não sabemos que faz”, as-sinala. Isso porque, enquanto o Brasil mal planeja os próximos dez anos, os chineses já defi-niram suas estratégias para os próximos cem anos. Marco Antônio lembra que na década de 70, Minas Gerais era pro-dutor de bens primários e que, mediante políticas públicas, foram eleitas prioridades nos pilares da indústria. “E, desde então, por mais que os serviços cresçam, o balizador do desen-volvimento econômico ainda é a industrialização, que terá predominância no jogo políti-

co, na concepção do produto, na criação e na ideia nova”.

Tornar-se indústria de replica-ção para a montagem de pro-dutos ou kits prontos é um modelo que não interessa, sa-lienta o subsecretário. Por isso, é importante que se tenha dife-rencial para micro, pequenas e médias empresas, uma vez que elas não têm recursos para a estratégia das mudanças. “Es-sas precisam de condições para crescer no habitat em que atu-am”, destaca Cunha. Pensando nisso é que o Plano Plurianu-al de Ação Governamental de 2004/2007 foi mantido para 2008/2011, com acréscimos no programa de consolidação das cadeias produtivas e de le-gislações específicas, com a in-tenção de se adotar o princípio de governança único dentro do Estado, ou seja, o conhecimen-to das condições que garantem um Estado eficiente.

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Page 8: TECNOLOGIACIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para

TRILHATRAÇADA

No campo institucional, Minas Gerais e o país formataram estrutura de apoio à inovação que, mesmo carecendo de importantes ajustes, muito contribui para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias. A Fapemig é referência nacional

> Marco Antônio Corteleti

Da criação à linha de produ-ção, a ideia percorre um longo caminho. E, muitas vezes, um grande projeto de inovação mor-re no meio do percurso por não encontrar estímulo ou ambiente favorável para se desenvolver,

AMPARO

Resultado de um esforço conjunto entre o governo estadual, Fapemig, BNDES, FIR Capital (grupo de gestores em in-vestimento com foco em empresas de base tecnológica) e o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia (CSEM), o CSEM Brasil funciona em Belo Ho-rizonte desde 2007 e já recebeu inves-timentos de R$ 30 milhões. “O CSEM Brasil é um modelo maduro de trans-ferência tecnológica, que funciona com aportes da iniciativa privada e do gover-no”, esclarece o presidente da compa-nhia, Tiago Alves.

A empresa trabalha no desenvolvimen-to de tecnologias inovadoras e transfor-mação de pesquisas em produtos com alto valor agregado para a indústria e o mercado brasileiro. Microssistemas cerâmicos e eletrônica orgânica impres-sa são as duas linhas de pesquisa nas quais o CSEM investe no momento. O

objetivo, segundo Alves, é utilizar es-sas plataformas em negócios que ala-vanquem o potencial natural do Brasil, como a energia solar e a agricultura, e ainda em setores com grande potencial econômico, como os de óleo e gás, auto-motivo, mineração e aeronáutica.

Um dos produtos criados pelo CSEM Brasil são os microssistemas cerâmi-cos, que podem ser empregados em na-vegação, aeronáutica e sondas de petró-leo. Esse tipo de sensor deve começar a ser produzido neste semestre. Uma empresa mineira do setor de óleo e gás já encomendou o microssistema para integrá-lo ao seu produto final, que de-verá ser comercializado já em 2012.

A outra plataforma de pesquisa de-senvolvida pela CSEM Brasil resultou em uma linha de produtos denomina-da Lume – dispositivos luminescentes

flexíveis preparados em lâminas de plástico, que emitem luz quando liga-das a corrente elétrica. Com diversas aplicações, a Lume será fabricado em série ainda neste ano, no campus do Cetec, parceiro da empresa juntamen-te com o Senai.

“Esse tipo de processo é pioneiro no Brasil e realizado em poucos lugares no mundo”, revela Alves. “Trata-se de uma luz de efeito, que pode ser utilizada em automóveis, arquitetura, aviões e até na moda. Além disso, pode funcionar como geradora de energia elétrica para pai-néis solares”, coplementa. O lançamen-to oficial da linha Lume ocorreu duran-te o desfile do estilista Ronaldo Fraga na 33ª edição da São Paulo Fashion Week, em junho. Fraga utilizou lâmpa-das produzidas com Lume em peças da sua coleção que homenageou o estado do Pará. (MAC)

o que inclui fontes de recursos específicas, processo ágil e des-burocratizado para aprovação e captação de financiamento junto aos órgãos públicos e privados. No Brasil, o ambiente para o se-tor empresarial inovar em produ-

tos e processos já foi bem mais desfavorável. Até 2004, quando aprovada a Lei de Inovação (Lei nº 10.073), o Estado brasilei-ro não podia transferir recursos diretamente para as empresas, apenas para a pesquisa desen-

volvida nas universidades e cen-tros específicos. “A subvenção econômica direta do governo para as empresas é um direito regula-mentado pela Organização Mun-dial do Comércio que o Brasil não seguia até oito anos atrás e que foi o grande motivo pelo qual países como Coreia do Sul e Chi-na deram grandes saltos em seu desenvolvimento industrial nas últimas décadas”, afirma Naldo Dantas, secretário-executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empre-sas Inovadoras (Anpei).

LEI DO BEM

A subvenção econômica tam-bém é muito importante porque reforça as chamadas empre-sas startups, de pequeno porte, recém-criadas ou ainda em fase de constituição, com atividades ligadas à pesquisa e desenvolvi-mento de ideias inovadoras. As

startups representam o transbor-do dos professores e mestrandos que, ao desenvolverem suas pes-quisas, vislumbram a aplicação mercadológica dos seus projetos e criam suas empresas nas in-cubadoras. “Grande parte dos recursos que essas microempre-sas usufruem hoje é oriunda dos fundos de subvenção econômica previstos na Lei de Inovação. É desta forma que o Brasil poderá vir a criar um ambiente propício ao fortalecimento das incubadas e conseguir um consequente di-namismo no desenvolvimento da tecnologia de fronteira”, destaca o dirigente da Anpei.

Outro instrumento legal impor-tante aprovado na década pas-sada foi a Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), que permite às empresas deduzirem do Imposto de Renda os investimentos feitos em pesquisa, desenvolvimento & inovação (PD&I). O Relatório

Anual da Utilização dos Incenti-vos Fiscais, ano-base 2010, di-vulgado pelo Ministério da Ciên-cia, Tecnologia e Inovação (MCTI) no final do ano passado, mostra que o número de empresas que usufruíram dos incentivos fiscais previstos na Lei do Bem aumen-tou em 2010 em relação a 2009 – foram 639 empresas regulares, contra 542 no ano anterior. O au-mento de 29,6% foi maior do que nos anos passados, mas continua inexpressiva a quantidade de em-presas que fazem PD&I recorren-do aos incentivos da Lei do Bem.

RESTRIÇÃO

“É importante destacar que em 2010 houve um aumento no número de empresas que uti-lizaram os benefícios da lei, um crescimento ainda tímido frente ao potencial nacional nos dis-pêndios de inovação tecnológica em relação a 2009, segundo

IDEIA LUMINOSA

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Tiago Alves e a Lume: luz de efeito com diversas aplicações, inclusive para geração de energia elétrica

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Page 9: TECNOLOGIACIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para

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o relatório do ministério”, destaca Manuela Soares, sócia-diretora da Inventta, consultoria especia-lizada em inovação, que atua na América Latina e integra a hol-ding Instituto Inovação, de Minas Gerais, associada da Anpei.

De acordo com o informe do MCTI, o número de empresas que usa os benefícios da lei re-presenta 14% do total das em-presas que realizam atividades de PD&I no Brasil. “Trata-se de um benefício restrito a em-presas que seguem o regime de lucro real, o que exclui basica-mente todas as pequenas e mé-dias empresas. É o contrário do que ocorre nas economias mais desenvolvidas, que incentivam mais as companhias de menor porte”, ressalta a consultora.

FOCO NOS PEQUENOS

Mas as empresas menores também foram estimuladas a investir em PD&I, com a cria-ção de linhas de crédito espe-cíficas, como as lançadas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Criado em 2006, o Programa de Subvenção Econômica à Inovação, da Finep, contratou 500 empresas até outubro de 2010. Desse total, 60% são de pequeno porte, com fatu-ramento entre R$ 240 mil e R$ 16 milhões, segundo da-dos do relatório Perfil das em-presas apoiadas pelo Progra-ma de Subvenção Econômica 2006 a 2009.

Para a analista da Finep Vitto-ria Cerbino, coordenadora do relatório, esse resultado está de acordo com o esperado e demonstra simplesmente uma questão de proporcionalidade: “Há mais pequenas empresas no país do que grandes. En-tão, é normal que as envol-vidas nessa área sejam em maior número”.

MAIS RECURSOS

O BNDES também tem linha de financiamento para as empresas que desejam investir em inova-ção. Para conseguir o recurso, a empresa deve apresentar sua es-tratégia de negócios, abrangen-do tanto sua capacitação para inovar quanto os projetos poten-cialmente promissores ou incre-mentais de produto, processo e marketing. Nos últimos anos, os desembolsos do BNDES para inovação têm crescido de forma significativa. Em 2010, a insti-tuição emprestou R$ 1,37 bilhão para 271 empresas; em 2011, a soma foi de R$ 1,63 bilhão, contemplando 452 empresas. A expectativa do banco para 2012 é de fechar o ano com R$ 2,27 bilhões em financiamentos para essa área, com um aumento de 60% em relação a 2010.

A criação de leis de incentivo à inovação e o aumento das linhas de crédito específicas para a área fizeram com que os gastos do Brasil em PD&I au-mentassem quase 18% entre 2003 e 2010. Mas ainda falta um longo caminho para que o país alcance patamares de in-vestimento similares aos das nações desenvolvidas. Para se ter uma ideia, o Brasil investiu em 2010, nessa área, 1,16% de seu Produto Interno Bruto, contra 3,74% da Coreia do Sul, 2,90% dos Estados Unidos e 2,82% da Alemanha.

LENTIDÃO

Para o secretário adjunto de Ciên-cia e Tecnologia de Minas Gerais, Evaldo Vilela, as leis do Bem e de Inovação e as linhas de crédito es-pecíficas para a área de PD&I são ótimas iniciativas, mas elas sozi-nhas não resolvem o problema do país nessa área. “É preciso criar in-centivos para o empreendedor, que enfrenta dois problemas essenciais: a falta de recursos, principalmente para as empresas startups, e a bu-rocracia excessiva”, sentencia.

Engana-se, contudo, quem pensa que os obstáculos para criar um ambiente propício à inovação sejam prerrogativa exclusiva do poder público e seu emaranhado burocrático. Estudo conduzido pela Fun-dação Dom Cabral neste ano, com 149 médias empresas, revelou que metade delas sim-plesmente ignora os mecanis-mos disponíveis de incentivo à inovação no país.

Mesmo assim os mecanismos de estímulo à inovação no Brasil ainda são pioneiros na América Latina e Caribe. O problema, na opinião do coordenador da pes-quisa, Fabian Salum, é a falta de cultura da inovação entre as mé-dias empresas brasileiras. “Os

editais da Finep e do BNDES são vencidos apenas por institutos tecnológicos e incubadoras, que vivem desses recursos, e pelas grandes empresas. As médias nem passam perto”, afirma.

EMBRAPII

A criação da Empresa Brasi-leira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) é passo importante rumo à inovação e competitividade das grandes empresas. A nova empresa pú-blica terá como meta auxiliar companhias nacionais a desen-volver produtos e tecnologias que aumentem sua competitivi-dade no mercado mundial. Por enquanto, a execução do projeto piloto, já em andamen-

to, está sob a responsabilidade de três instituições: o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo; o Instituto Nacio-nal de Tecnologia (INT), do Rio de Janeiro; e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Ci-matec), da Bahia – que recebe-rão verbas da Embrapii para fa-zer pesquisas direcionadas aos interesses da indústria.

NOVOS INSTITUTOS

Com ampla capilaridade na área de treinamento e educação, o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senai) ampliará a sua capacidade de oferta de serviços de geração de inovação com a criação de 23 institutos de pesquisa e desenvolvimento

em todo o país até 2014. “É uma iniciativa que muda completa-mente a função do Senai e que irá aumentar em mais dez vezes a sua capacidade em gerar ser-viços aplicados para a indústria. Queremos criar zonas de inova-ção, locais de convergência onde os institutos trabalhem em si-nergia com empresas, universi-dades, fornecedores e parceiros”, destaca o gerente de Inovação e Tecnologia do Senai, Jefferson de Oliveira Gomes.

São oito áreas estratégicas – produção, materiais e com-ponentes, engenharia de su-perfícies, microeletrônica, tecnologia da comunicação e da informação, tecnologia da construção, energia e defe-

Rafael Motta / Nitro

Fabian Salum, da FDC: As médias empresas no Brasil não têm cultura de inovação

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O despertar para a importância da inovação para a competitividade da indústria brasileira no cenário inter-nacional parece uma tendência irre-versível em todo o país e é evidente em Minas Gerais. “O Brasil e Minas estão passando por um momento de tomada de consciência por parte dos políticos, da sociedade e das empresas de que o país só vai crescer de forma sustentá-vel se investir em educação, ciência, tecnologia e inovação, pilares funda-mentais do desenvolvimento”, afirma o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), Mário Neto Borges.

A Fapemig se tornou uma das princi-pais agências de fomento do Brasil há pouco tempo, realidade bem distinta da de nove anos atrás, quando dispunha de apenas R$ 24 milhões para serem aplicados em diversos projetos de pes-quisa em todo o Estado. Mas, desde 2006 – quando o então governador Aé-cio Neves decidiu cumprir o dispositivo constitucional que determina que 1% da receita líquida do Estado deve ser aplicado em ciência e tecnologia –, o ce-nário mudou radicalmente.

REESTRUTURAÇÃO

Hoje, a Fapemig é referência nacional. Não só por causa do aumento subs-tancial do seu orçamento – em 2011, o

POLÍTICA MINEIRA É REFERÊNCIA NACIONAL

órgão recebeu R$ 311 milhões –, mas também porque a agência fez seu de-ver de casa. “Reestruturamos a Fape-mig com a criação de novas gerências para o setor de inovação e proprieda-de intelectual e simplificamos os pro-cessos de concessão de recursos para tecnologia, pesquisa e inovação”, en-fatiza Mário Neto.

Outra iniciativa que favoreceu a política de inovação do governo do Estado e, por consequência, a atuação da Fapemig foi a aprovação da Lei Mineira de Inovação (Lei nº 17.348), em 2008, que permite a liberação de recursos diretamente para as empresas investirem em inovação, e não apenas para instituições públicas, como era antes.

CENTRO TECNOLÓGICO

No Estado, uma outra frente de apoio à inovação é o Centro Tecnológico de Mi-nas Gerais (Cetec), o mais antigo cen-tro de pesquisa do governo, que este ano, completou quatro décadas. Um convênio de cooperação firmado com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em 2011 pre-tende transformá-lo em um dos mais avançados do país.

No entanto, desde o ano passado, o acordo vem sendo objeto de audiên-cias públicas na Assembleia Legisla-

tiva de Minas Gerais. A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia questiona a situação dos servidores do Cetec.

O presidente do Sistema Fiemg, Olavo Machado Júnior, enfatiza a necessida-de de se aprovar lei que regulamente o convênio, para que um financiamento de R$ 180 milhões seja liberado pelo BNDES. Esses recursos fazem par-te de um total de R$ 1,5 bilhão que a instituição de fomento reservou para financiar o Programa Senai de Apoio à Competitividade da Indústria Brasi-leira. O financiamento do BNDES será empregado, até 2015, na construção de nove unidades de inovação e de-senvolvimento tecnológico do Senai no Estado, sendo seis institutos de tecno-logia e três de inovação, dois deles no espaço físico do Cetec.

“O convênio irá modernizar o Cetec. Além de tecnologia de ponta, o centro de pesquisa terá também toda sua estru-tura de operação e de recursos humanos reformulada”, informa Olavo Machado. Para a reestruturação do CETEC, foram contratadas consultorias do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Os re-cursos para a consultoria, da ordem de R$ 2 milhões, virão de um empréstimo feito também pelo BNDES para o Siste-ma Fiemg. (MAC)

sa – e os institutos terão como meta atender a demanda de inovação não só de grandes, como também de médias e pe-quenas empresas. Em Minas Gerais, serão três unidades, sendo uma para materiais me-tálicos, uma de alta tensão e outra para desenvolvimento de superfícies, que será um dos oito institutos a serem implan-tados ainda neste ano. Nessa empreitada, o Senai contará com o conhecimento e a expe-riência do Massachusetts Ins-titute of Technology (MIT) e da

Sociedade Fraunhofer. O pri-meiro dará suporte na elabora-ção dos projetos de implanta-ção e também na capacitação de professores e técnicos. Já o segundo, considerado a maior organização de pesquisa apli-cada da Europa, apoiará o Se-nai na elaboração dos planos de negócios para a gestão na-cional dos institutos.

A iniciativa faz parte do Programa Senai de Apoio à Competitividade da Indús-tria Brasileira, que conta

com o financiamento de R$ 1,5 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social) e de mais R$ 400 milhões do Se-nai. O total de recursos será usado não só na criação dos Institutos de Inovação, mas também de 38 Institu-tos Senai de Tecnologia, 53 centros de formação profis-sional e aquisição de 81 uni-dades móveis para atender a qualificação profissional onde ainda não há escolas do Senai.

BIOTECNOLOGIA

O setor de biociências é um dos mais promissores no Brasil e em Minas Gerais. Com uma consistente rede de apoio à inovação, ocorrem avanços significativos na aplicação de pesquisas que abrangem do setor de saúde, com produtos sintéticos para enxerto ósseo, à agricultura, com as plantas geneticamente modificadas, que servem à alimentação e à produção de biocombustíveis

CAMINHOABERTO

Loran Nicolas / Istockphoto

Setor em alta: pesquisa feita pela Biominas mostra que a maioria das empresas da área de biotecnologia investe em inovação

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Um dos mercados mais jovens do sistema produtivo em todo o mundo, as biociências no Bra-sil se preparam para entrar na fase adulta no Brasil, depois de, nos últimos cinco anos, ter se estruturado para crescer. “Hoje, o país tem produção científica, mecanismos de transferência de conhecimento e novos pesquisa-dores com espírito empreende-dor”, diz o presidente da Funda-ção Biominas, Eduardo Emrich. O cenário mais favorável se com-plementa com a disposição do governo de financiar a inovação e criar formas de interação entre os artífices do mercado.

O estudo A indústria de biociên-cias nacional – Caminhos para o crescimento (2011), produzi-do pela Fundação Biominas, em parceria com a consultoria PwC, constata realmente que o país crealmente construiu uma base institucional madura, com a adoção de políticas industriais que alavancaram o setor – com programas governamentais de fomento e mecanismos de apro-ximação entre as universidades e as empresas –, voltadas especial-mente para as áreas de agricul-tura e de saúde humana. “Além disso, há o interesse de grandes empresas em entrar no merca-do”, afirma Emrich.

Feito a cada dois anos, o estudo da Fundação Biominas mostra que 62,9% dos empresários têm como parâmetro de empresa de sucesso o lema “desenvolver e comercializar produtos inova-dores”. E, o que é melhor, 66% deles comercializam produtos desenvolvidos internamente, contra 18% que trabalham com produtos desenvolvidos por ter-ceiros e 8% com out-licensing de tecnologia. Também 66% cita-ram a necessidade de inovação incremental, que reflete peque-nas melhorias em produtos ou linhas de produtos, como prio-ridade estratégica, e 45% têm

>Carlos Plácido Teixeira

Empresas de Biociências no Brasil

Minas Gerais (83 empresas)

Sudeste 74.9%

Sul 14.4%

Rio de Janeiro (16 empresas)

São Paulo (103 empresas)

Paraná (14 empresas)

Rio Grande do Sul (19 empresas)

38%

30.6%

5.9%

7%

5.2%

mente, 26% e 20% das empresas nacionais biotecnológicas. E é exa-tamente nessas fatias de mercado que Minas Gerais caminha com grandes feitos, começando por ter o segundo maior número de em-presas de biotecnologia do país – hoje são mais de 80, enquanto em 1990 não passavam de sete. São Paulo lidera o ranking, com 103; o Rio Grande do Sul ocupa a ter-ceira posição, com 19 empresas; e o Rio de Janeiro tem a quarta colocação, com seis.

O sistema de produção no setor se articula em torno de três gran-des polos: o da Região Metropoli-tana de Belo Horizonte (com em-preendimentos em 14 cidades), o de Viçosa e o do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Eles estão vin-culados ao Projeto Estruturador Arranjo Produtivo Local de Biotec-nologia, o Minas Biotec, que con-grega uma ampla estrutura em rede de apoio a empreendimentos privados – instituições de ensi-no e pesquisa (o Estado tem 11 instituições de ensino superior, o maior número do país, e con-ta com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, a Fa-pemig, uma referência nacional) – e um significativo aparato de estí-mulo e de financiamento público.

Entretanto, o secretário ad-junto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Evaldo Ferreira Vilela, reconhece que, mesmo com o fortalecimento institucional de apoio à biotecnologia, há ain-da muitos desafios para que os produtos inovadores cheguem ao mercado. “Há um caminho longo”, diz ele, admitindo que entre os problemas estão as linhas de financiamento, que não são suficientes.

FINANCIAMENTO

As iniciativas governamentais ainda não se refletiram na estru-tura econômica das empresas e, consequentemente, em seus re-sultados, deixando claro que

Principais fontes de recurso para as atividades de P&D nas empresas de biociências

Recursos não reembolsáveis

Capital próprio

Recursos reembolsáveis

Investidor

Parceiro corporativo 58%

69%

19%

31%

11%

como prioridade alta ou altíssi-ma a inovação disruptiva, aque-la que cria novos mercados para novos consumidores. Os núme-ros comprovam a vocação das empresas, que na maioria (80%) são, segundo a Associação Bra-sileira de Biotecnologia (BRBio-tec), micro e pequenas; 20% se-quer geram receitas, pois estão em fase de criação de produtos.

VANTAGEM MINEIRA

No cenário global de biotecnologia, no qual despontam como líderes os Estados Unidos, França, Ho-landa, Noruega e Suíça, o Brasil também ocupa posição de desta-que, com a produção tecnológica na agricultura (incluindo biocom-bustíveis) e na área de saúde humana, onde estão, respectiva-

Bruno Magalhães / Nitro

Eduardo Emrich, presidente da Biominas: “Hoje o país tem produção científica e pesquisadores com espírito empreendedor”

Fonte: Biominas

Fonte: Biominas

Page 12: TECNOLOGIACIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para

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os desafios a serem vencidos são muitos. A grande maioria das em-presas nacionais de biociências (sendo que mais de 50% desse grupo são de biotecnologia) fatu-ra anualmente R$ 1 milhão em média, o que não tira delas a van-tagem de terem forte componente de tecnologia e potencial de inova-ção.

O estudo da Fundação Biominas e da PwC apontou o capital pró-prio das empresas e os mecanis-mos públicos de investimentos em inovação como fundamentais para o setor nacional de biociên-cias. Para a metade das empre-sas, os recursos públicos não re-embolsáveis representam 50% do montante aplicado em P&D; para 13% delas, esse índice sobe para 100%. As taxas de financiamen-to de instituições governamentais são atrativas, mas as empresas têm dificuldade de acesso por causa das exigências de garan-tias. Os índices apurados escan-caram a falta de parcerias corpo-rativas e de investidores no setor.

EXPORTAÇÕES DIFERENCIADAS

O perfil das empresas justifica a necessidade de maior atenção dos governos, em todos os níveis. Segundo dados da Minas Biotec, que refletem o perfil nacional, 39% das empresas de biotecno-logia em Minas têm faturamento anual de até R$ 1 milhão, e ape-nas 13% superam R$ 5 milhões. Ainda assim, seus produtos con-quistam não apenas o mercado interno, mas também o externo. Mesmo com uma participação pe-quena nas exportações, o Estado está na liderança quando se trata, por exemplo, de lentes intraocula-res e válvulas cardíacas, venden-do também embriões e sementes para outros países.

Coordenadora do Centro de Es-tatísticas e Informações da Fun-dação João Pinheiro (FJP), Elisa Maria Pinto da Rocha ressalta que “é necessário dar visibilidade a indicadores que são estratégi-

cos por sinalizarem novas opor-tunidades de mercado”. Esses indicadores estão presentes na pesquisa Análise do Desempenho das Exportações de Produtos In-tensivos em Informação e Conhe-cimento (PII&C), feita pela FJP. Ela aponta, por exemplo, que o Estado é o maior exportador bra-sileiro de aparelhos de raio X para diagnósticos médicos (79,3%) e detém 97% da exportação nacio-nal de lentes intraoculares, ven-didas para a República Tcheca, Estados Unidos, Colômbia e Irã, contabilizando 0,02% de partici-pação no comércio exterior e fa-turamento de US$ 618 mil.

E mais: as empresas de biotec-nologia mineiras ou instaladas no Estado respondem por 62,8% das vendas brasileiras de próte-ses arteriais mamárias e de subs-tituição de membros. Utilizadas em transplantes, as válvulas cardíacas mecânicas e biológicas produzidas pela St. Jude Medi-cal Brasil, multinacional norte--americana instalada em Belo Horizonte, são exportadas para 130 países. A empresa exporta 90% de tudo o que fabrica em Minas, além de ser líder de forne-cimento no Brasil, e investiu R$ 25 milhões na expansão de suas atividades. Em março, a St. Jude comemorou o tratamento de 2 milhões de pacientes em todo o mundo com sua tecnologia.

SAFRA INOVADORA

A presidente da Associação Mineira de Biotecnologia (Ambiotec), Giana Marcellini, diz estar otimista quanto às perspectivas do setor, devido à articulação de iniciativas com apoio governamental para ampliação dos inves-timentos em novos centros de produção. Segundo ela, uma nova safra de inovações está em gestação. As áreas que geram maior interesse de pesquisadores e empre-endedores são a reconstitui-ção óssea e de tecidos, o de-

senvolvimento de anticorpos com uso de nanotecnologia e a prestação de serviços de genética humana, animal e diagnósticos moleculares.

Outra face de sucesso da bio-tecnologia no país e em Minas Gerais está no agronegócio. O Brasil é o segundo maior país em área de cultivo de sementes geneticamente modificadas e detém a expertise no melhora-mento de cultivares por méto-dos moleculares. As principais pesquisas estão concentradas no desenvolvimento de varia-ções das sementes de soja, mi-lho e algodão, que têm maior peso na balança comercial, e de cana-de-açúcar, a estrela do biocombustível. São projetos que envolvem multinacionais, como a Monsanto e a Syngenta, em Uberlândia, mas também muito especialmente a Empre-sa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa) e a Empre-sa de Pesquisa Agropecuária de

Com o maior rebanho do país, não é coincidência o avanço em Minas Gerais das pesquisas que beneficiam o setor e reduzem os custos da produção. A tendência de maior adoção da inseminação artificial foi detectada no Estu-do de Atratividade do Polo de Excelência em Genética Bovina de Uberaba, encomendado pelo Sebrae MG e órgãos do gover-no estadual à empresa de con-sultoria Markestrat. “O Brasil é referência em termos de técnicas de reprodução, especialmente a fertilização in vitro. O domínio do conhecimento já permitiu ao país tornar-se o maior produtor de embriões in vitro, além de re-gistrar resultados positivos na adoção de técnicas de aprimo-ramento da transferência de em-briões, da FIV e da clonagem”, diz o estudo. (CPT)

FERTILIZAÇÃO IN VITRO

38%

16%

17%

29%

Saúde animal: saúde, reprodução, alimentação

Agronegócios: plantas, clones, produtos genéticos

Meio ambiente

Saúde humana

Distribuição das empresaspor segmento de negócios

39%

10%13%

17%

15%

mais de R$ 5 milhões

sem faturamento

não informado

menos de R$ 5 milhões

menos de R$ 1 milhão

menos de R$ 2 milhões

6%

Distribuição das empresas por faturamento

32,7%

explorar novos mercados

captar recursos financeiros

ampliar a infraestrutura da empresa

34,7%

52%

Principais desafiosdas empresas

Minas Gerais (Epamig). “A pesquisa pública tem pa-pel determinante na defini-ção dos rumos do processo de inovação na área”, ates-ta o engenheiro agrônomo e doutor em genética e biolo-gia molecular Geraldo Mage-la Cançado, pesquisador da Epamig. Com apoio da Fun-dação Triângulo (instituição privada), Embrapa e Epamig lançaram, no primeiro se-mestre deste ano, a soja de Minas Nutry Soy, fruto de melhoramento genético. A nova variedade é resultan-te de 11 anos de pesquisas, por meio do Programa de Me-lhoramento Genético da Soja para Alimentação Humana. “É um produto parecido com amendoim caramelado, su-gerido como petisco”, conta Ana Cristina Juhász, pesqui-sadora da Epamig. A Good Soy, empresa que trabalha com produtos do segmento, é a primeira a comercializar

Marcus Desimoni / Nitro

Elisa Rocha, da FJP: “É preciso dar visibilidade a indicadores que são estratégicos para ganhar novos mercados”

Fonte: Biominas

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DA ACADEMIA PARA O MERCADO

Não duvide da vontade da em-presária e doutora em Quí-mica Sheyla Maria de Castro Máximo Bicalho. Ela preten-de fazer da JHS Biomateriais, fabricante de enxerto ósseo para uso médico e odontológi-co, a maior empresa do ramo no Brasil. Para tanto, Sheyla conta com a produção inova-dora gerada nos laboratórios

da empresa sediada em Saba-rá, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na qual ela é sócia e pesquisadora.

A JHS Biomateriais é fruto de uma pesquisa acadêmica de-senvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais, onde Sheyla e seus sócios, a douto-ra em física Jane Maria Netto

de Magalhães Alves e o mestre em química Hermeto Barboza Machado, trabalhavam como professores do Departamento de Química. A linha de produ-ção da JHS tem como carro--chefe um elemento sintético com características do osso medular e um tipo específico de colágeno. “Ao contrário dos produtos de concorrentes, os

enxertos da JHS são integral-mente absorvidos pelo corpo humano e em dois anos dei-xam de ser identificáveis”, as-segura Sheyla.

Os produtos da JHS foram registrados no Ministério da Saúde para comercialização em 1999 e 2000, respectiva-mente. “No início, produzí-amos em torno de 300 gra-mas a cada dois meses. Hoje, já contamos com produção de 3,5 quilos da HAP-91 por mês”, diz Sheyla sobre um dos itens fabricados pela em-presa, lembrando que a con-quista do mercado foi lenta. “Agora, atendemos todo o Brasil”. Segundo ela, uma das vantagens do produto sintéti-co é o paciente não ter que se submeter a outra cirurgia, para retirada da crista ilíaca ou de uma costela flutuante, ou ainda usar osso de animal ou de cadáver.

A JHS Biomateriais é uma em-presa de biotecnologia de pe-queno porte, com 24 funcioná-rios, instalada em sede própria, de 1.500 metros quadrados. Nas metas da administração está a expansão, com uma nova sede. A área atual será transformada em um centro de pesquisa de novos materiais e desenvolvimento de produtos inovadores. “Uma das inova-ções é uma pasta com proprie-dades de regeneração de nervos lesionados durante um proce-dimento cirúrgico ou acidental-mente”, anuncia Sheyla.

A empresa possui outros 14 projetos de biomateriais em fase de desenvolvimento, in-cluindo produtos para pacien-tes que tenham sofrido trau-mas na cabeça e na mandíbula e que necessitam de substitui-ção de partes ósseas. (CPT)

a nova leguminosa. Em Viçosa (Zona da Mata), as áreas de alimentos, agri-cultura e sustentabilidade são as geradoras das prin-cipais oportunidades para o sistema produtivo da região. Diretor da Cluster Consul-ting, Carlos Tarrasón conta que, em diagnóstico realiza-do pela empresa, foi consta-tado que o mercado deman-da melhoramento genético de frutas, legumes e verduras, flores, plantas ornamentais e eucalipto e desenvolvimento de plantas como biorreato-res para nutrição, cosméti-cos e terapêuticos. Mas é no setor de ingredientes para indústrias de alimentos que ele identifica um dos cam-pos mais promissores, o que inclui produtos como subs-tituidores de sabores e aro-mas, açúcares de baixa calo-ria e moderadores de apetite.

Coordenador do APL de Viçosa e diretor da Agrogenética – la-boratório que presta serviços para indústrias de alimentos e é um dos sete credenciados no país pelo Ministério da Agri-cultura –, Wilton Marota de Souza confirma a tendência apontada para a região: “Esta-mos na etapa da identificação do potencial da cadeia de ali-mentação, um dos potenciais da região, graças ao suporte e à tradição de pesquisa e de-senvolvimento da Universida-de Federal de Viçosa (UFV)”.

ETANOL

Com caminho já consolidado na área de etanol, o Brasil li-dera a produção mundial a partir da cana-de-açúcar e de-tém a expertise e a tecnologia. Parte significativa do potencial nacional se deve ao melho-ramento genético da planta. Segundo Estado maior produ-tor de cana do país e terceiro em álcool combustível, Minas Gerais conta com a UFV para

criar raízes no setor. A insti-tuição é uma das 11 federais de ensino integrantes da Rede Interuniversitária para Desen-volvimento do Setor Sucroal-cooleiro (Ridesa), formada em parceria com usinas de álcool e açúcar.

A Ridesa desenvolveu 43 das variedades de cana-de-açúcar cultivadas no Brasil, 60% do total. Estima-se que o traba-lho realizado tenha proporcio-nado um aumento da produ-tividade da planta superior a 30%. A rede tem convênio com mais de 30 indústrias sucroal-cooleiras no Estado, onde pro-duziu a espécie RB 867515, usada em mais de 20% da área cultivada no país. “Utili-zamos o conhecimento teórico e a formação de recursos hu-manos para fabricar uma ino-vação tecnológica que aten-derá o mercado produtor de cana e seus beneficiados. Está aí o diferencial do grupo”, as-sinala um dos coordenadores da Ridesa, o professor Márcio Barbosa, do Departamento de Fitotecnia da UFV.

Enquanto isso, instituições como a Universidade Federal de Lavras (Ufla) – que há dez anos desenvolve pesquisas na cadeia produtiva do biodie-sel – e a unidade de Montes Claros da Epamig trabalham no aproveitamento de maté-rias-primas agrícolas, como o girassol e a macaúba, para fabricação de combustível. “Estamos conseguindo apro-veitar matérias-primas que não tinham valor e que ge-ravam passivos ambientais, como óleos e gorduras residu-ais, na produção de biodiesel. Num futuro próximo, incorpo-raremos ao biodiesel resíduos de baixa qualidade, incluindo até esgotos”, salienta o profes-sor titular do Departamento de Engenharia da Ufla Pedro Castro Neto, doutor em ener-gia da agricultura.

Agência Nitro

Sócia da JHS Biomateriais, Sheila Bicalho aposta na pesquisa para conquistar mercado; a empresa possui outros 14 projetos em desenvolvimento

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PONTONOBRE

Um dos setores mais avançados no Estado, a tecnologia da informação sinaliza com expansão em direção ao Vetor Norte da capital mineira, seguindo os passos da Região Sul. Empresas importantes ajudam a consolidar um mercado pujante em inovação e podem alterar o perfil industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte

> Marco Antônio Corteleti

Desde a década passada, o go-verno mineiro tenta diminuir a dependência do Estado em re-lação às commodities, atraindo empresas de base tecnológica e centros de pesquisas, com o objetivo de transformar a eco-nomia ainda baseada em bens primários em uma calcada na produção de conhecimento e de inovação. Uma das princi-pais iniciativas nesse sentido é o programa de desenvolvi-mento do Vetor Norte da Re-gião Metropolitana de Belo Ho-rizonte, que pretende fazer da localidade, onde está o Aero-porto Internacional Tancredo Neves, um corredor multimo-dal de alta tecnologia.

“O objetivo do governo é dotar essa região de infraestrutura ca-paz de abrigar indústrias-foco, fomentar a pesquisa, ligar cen-tros de produção a centros de demanda e aproveitar as vanta-gens oferecidas pelo aeroporto”, explica o subsecretário de Inves-timentos Estratégicos da Secre-taria de Estado de Desenvolvi-

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

mento Econômico, Luiz Antônio Athayde. O projeto possui como pilares industriais os setores de componentes eletrônicos, tec-nologia da informação, turismo médico, turismo de lazer e defe-sa & aeroespacial.

TABLETS E SEMICONDUTORES

As áreas com maior projeção no momento são as de tecno-logia da informação e comu-nicações, que poderão formar um polo de microeletrônica nesse corredor multimodal. Uma das grandes vedetes des-se polo deverá ser uma uni-dade da gigante taiwanesa Foxconn, empresa responsá-vel pela produção do tablet iPad, da Apple. Aqui ela de-verá fabricar componentes para o aparelho. E esse “aqui” pode significar a pequena Fu-nilândia, com apenas 5 mil habitantes. Situado a 74 qui-lômetros de Belo Horizonte, o município é um dos mais co-tados para abrigar a Foxconn. A confirmação da vinda da

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A região do Aeroporto Internacional Tancredo Neves será transformada em um corredor multimodal de alta tecnologia

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empresa deverá ser anunciada ainda neste semestre e con-ta com o empenho pessoal do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para que o empreendimento, estimado em U$ 2,5 bilhões, fique mes-mo em Minas Gerais. Segundo informou o ministério, faltam detalhes no que diz respeito à composição acionária da em-presa para que o projeto possa ser oficialmente divulgado.

Já definido, outro importante empreendimento do polo de mi-croeletrônica é uma fábrica de semicondutores. A SIX Automa-ção terá como sócios majoritá-rios o empresário Eike Batista e o Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BNDES). Ela será construída em uma área de 160 mil me-tros quadrados, no município de Ribeirão das Neves. O proje-to receberá aportes de US$ 580 milhões. As obras foram inicia-das em julho, com previsão de término em dois anos.

ESTRATÉGICOS

A SIX Automação irá gerar de 250 a 300 empregos diretos e produzirá waffers – pastilhas de silício (material semicondutor) para serem utilizadas em bens de capital e de consumo. Além de Eike Batista e do BNDES, os demais sócios da unidade da SIX em Minas serão a multina-cional IBM, o governo de Minas – por meio do BDMGPar, braço recém-criado do Banco de De-senvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para participação dire-ta em projetos estratégicos –, a empresa de engenharia Matec, de São Paulo, e o empresário alemão Wolfgang Sauer, ideali-zador do projeto.

Para o presidente da Associa-ção Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro--MG), Ian Campos Martins,

embora a criação do corredor multimodal de alta tecnolo-gia ainda seja incipiente, as perspectivas são bem posi-tivas. “A possível vinda da Foxconn e o investimento da SIX no Estado contribuiriam para criar uma forte cadeia produtiva para o setor, já que a produção de tablets e semicondutores exige muitos softwares embarcados, isso é, que vão dentro dos equi-pamentos”, avalia.

REFERÊNCIA

Na expectativa de consolida-ção do polo de microeletrôni-ca, determinados empreendi-mentos privados já mostram que é possível inovar em Mi-nas Gerais. É o caso de duas empresas, que se tornaram referência nacional e interna-cional: a MXT Industrial e a Ativas. A primeira é pioneira na fabricação do tablet in-dustrial no Brasil, enquanto

a segunda oferece aos seus clientes o mais moderno data center da América Latina.

Com apenas seis anos de mer-cado, a MXT Industrial – perten-cente ao grupo Maxtrack, líder no segmento de rastreamento de veículos – criou em 2010 um tablet denominado i-MXT, termi-nal utilizado no setor industrial ou de serviços em cujas opera-ções se exige um equipamento robusto. O presidente da MXT,

Etienne Guerra, conta que o i-MXT tem vários diferenciais em relação ao tablet doméstico, como o iPad e o Samsung Gala-xy Tab: proteção contra pico de tensão, vibração e queda, além de conectividades como ether-net, HDMI, porta serial, modem 3G, bluetooth, wi-fi e zigbee. Por ser multifuncional, é possível co-nectar grande variedade de dis-positivos nas portas USB, como impressora, leitor de código de barras e bafômetro, entre outros.

Outro equipamento produ-zido pela MXT que promete sucesso é um servidor para gerenciamento de imagens – o G100 –, dispositivo para automação residencial, con-trolando imagens de domicí-lios ou de veículos, em uma série de conectividades sem fio. Com o G100, a empresa aposta que será possível re-duzir o custo da automação residencial em até 80%, tor-nando esse tipo de serviço acessível à classe média.

DATA CENTER

Outra empresa de tecnologia da informação com destaque no mercado mineiro e nacio-nal é a Ativas, criada em 2008 pelo grupo mineiro Asamar, que atua em diversas áreas, como distribuição de combus-tíveis, incorporação e cons-trução imobiliária e serviços financeiros, entre outros. Para se diferenciar dos data centers oferecidos no mercado, a Ati-vas teve que buscar a princi-pal certificação no mundo, a Tier 3, tornando-se a primeira empresa da América do Sul a conseguí-la, no ano passado.

“Possuir a Tier 3 significa que dispomos de um data center com altíssima confiabilidade, de 99,98%”, esclarece o pre-sidente da empresa, Alexan-dre Siffert, acrescentando: “Entre os diferenciais que o data center da Ativas tem estão dois ramais de energia próprios de duas subesta-ções diferentes, coisa rarís-sima para este tipo de ope-ração”. Com apenas um ano e meio de operação, a Ativas conquistou clientes como a Localiza, MRV Engenharia, Light Energia e América La-tina Logística. O projeto da Ativas chamou a atenção da Cemig, que aceitou o convite da Asamar para integrar seu capital, com a aquisição de 49% de participação.

Joao Marcos Rosa / Nitro Joao Marcos Rosa / Nitro

Alexandre Siffert, presidente da Ativas: “Com tecnologia de ponta, que inclui certificação rara, empresa conquistou o mercado com grandes clientes”

Luiz Antônio Athayde: “O governo planeja o Vetor Norte para abrigar empresas com foco em inovação, atraindo empresas nacionais e multinacionais”

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Se o polo de eletrônica no Vetor Norte de Belo Horizonte começa a sair do papel, o de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Mi-nas, já é uma realidade há várias déca-das. Com 143 empresas, o polo emprega 11.300 pessoas e fabrica cerca de 12 mil produtos, muitos deles exportados para os cinco continentes. O faturamento anual foi de R$ 1,7 bilhão em 2011.

Apesar do êxito, o presidente do Sindica-to das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Ele-trônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto, considera que há muitos desafios para o setor, principalmente no que diz res-peito à concorrência dos produtos chi-neses. “O desafio é continuar investindo diariamente em inovação tecnológica, lançando novos produtos no mercado e atendendo diretamente a demanda. Temos os melhores desenvolvedores de sofwares do país, e isso praticamente impossibilita que nossos produtos pos-sam ser copiados”, esclarece.

Entre os milhares de itens do Vale da Eletrônica, os aparelhos de transmissão de TV digital são considerados os me-lhores do mundo. “O próximo desafio do polo será desenvolver tecnologia para o rádio digital, cujas discussões sobre le-gislação e padrão serão iniciadas pelo Ministério das Telecomunicações ainda este ano”, informa Souza Pinto. Empre-sários de Santa Rita do Sapucaí já fazem parte do comitê de discussão do tema montado pelo governo federal.

ESCOLA TÉCNICA

Considerado referência nacional, o polo começou a ser gestado na década de 1950, quando Luzia Rennó Moreira, so-brinha do ex-ministro Delfim Moreira, lançou o projeto de uma escola técnica de eletrônica, a primeira do gênero na América Latina. A escola, inaugurada em 1959, atraiu jovens interessados em se preparar tecnicamente para as opor-tunidades do mercado daquela época. “Ela foi muito bem montada, com ótima infraestrutura e corpo docente de quali-dade. Isso projetou a cidade como centro de formação técnica para área de ele-

TRADIÇÃO COMO ALIADA DA ELETRÔNICA

trônica”, lembra o professor Ely Kallas, decano do Instituto Nacional de Teleco-municações, o Inatel.

A instituição de ensino superior foi criada em 1965, em decorrência do sucesso da escola técnica, iniciando as atividades com os cursos de engenha-ria operacional e de telecomunicações. “Os profissionais formados no Inatel no final dos anos 1960 foram responsáveis pela modernização de boa parte do sis-tema de telefonia brasileiro da época”, conta o professor.

Com a crise do petróleo desencadeada a partir de 1973 e a recessão da economia brasileira, profissionais e professores formados em Santa Rita começaram a montar as primeiras empresas. O de-

semprego latente motivou o apoio do poder público municipal, com interme-diação de financiamentos do BDMG e isenção de impostos para instalação de empresas de base tecnológica.

A década seguinte foi marcada pelo sur-gimento das primeiras incubadoras de empresas na região de Santa Rita, e nos anos 1990 o Vale da Eletrônica estava consolidado. Em todo esse tempo, a parceria e o apoio do Inatel foram fun-damentais, sobretudo nos projetos de pesquisa e inovação e formação de mão de obra. “Hoje nós temos uma estrutu-ra acadêmica muito forte, com quatro ramos de engenharia (controle e auto-mação, biomédica, telecomunicações e computação) e a escola técnica”, informa Ely Kallas. (MAC)

Sanzio Mello / Arquivo Sindvel

O polo de Santa Rita do Sapucaí tem 143 empresas e fabrica 12 mil produtos. Os aparelhos de transmissão de TV digital são considerados os melhores do mundo

MUNDONANO

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é reconhecida nacionalmente pelos projetos e pesquisas em nanotecnologia, área que tem diversas aplicações. Professor da instituição recebeu prêmio internacional pelos estudos sobre as possibilidades de uso dos nanotubos de carbono

> Lucas Alvarenga

Controlar a matéria na es-cala bilionésima do metro. É esse o objetivo da nano-tecnologia, área de pesquisa com atuação em processos moleculares, ópticos, mag-néticos e elétricos. Desde a década passada, a Universi-dade Federal de Minas Ge-rais (UFMG) é centro de ex-celência reconhecido em todo o país por projetos nesse âm-bito, dois deles com patentes depositadas: a vacina contra a leishmaniose e o cimento nanoestruturado, um con-creto mecanicamente mais resistente e mais estável aos ataques químicos e microbio-lógicos. Os produtos estão em fase de desenvolvimento com empresas parceiras.

Com pós-doutorado em física no Massachusets Institute of Technology (MIT), nos Esta-dos Unidos, o diretor da Co-ordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), Ado Jório de Vasconcelos, foi premiado em abril pelo Centro Internacional Abdus Salam de Física Teórica, em Trieste, na Itália. O prêmio é dado a cien-tistas com menos de 40 anos por contribuições originais em

física e matemática. O minei-ro dedicou os últimos 12 anos a pesquisas sobre a aplica-ção da espectroscopia Raman (técnica conhecida há 90 anos que analisa as frequências da luz que incide em uma subs-tância e a luz reemitida por ela) na identificação de pro-priedades dos nanotubos de carbono, um dos focos das pesquisas na UFMG.

Com seu trabalho, Ado Jório ampliou as possibilidades de uso dos nanotubos de carba-no, que são estruturas cilín-dricas formadas por átomos de carbono, cujo diâmetro é de um a três nanômetros (nm) e o comprimento é de 1.000 nm (100 mil vezes mais fino do que um fio de cabelo). Os na-notubos de carbono têm enor-me importância para a nano-ciência e interessam às mais diversas áreas, da biologia à engenharia, passando pela medicina e ciências dos ma-teriais. Eles têm propriedades físicas e químicas especiais, como resistência mecânica 20 vezes maior do que a do aço, garantindo também flexibili-dade, elasticidade e transpor-te de calor e eletricidade.

Atualmente, a Universidade de São Paulo (USP) domina as pesquisas em nanociência e nanotecnologia, muito em-bora haja diversos trabalhos por todo o país. Esses estudos abrangem desde as nanoestru-turas modificadas para a área de cosméticos, passando pela tribologia, focada na melhoria de propriedades térmicas e lu-brificantes de óleos, até o de-senvolvimento de LEDs orgâni-cos, mais baratos e eficientes.

A fim de incentivar essas e outras iniciativas, o governo federal implantou o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), projeto que otimizará a in-fraestrutura de 16 institutos nacionais de ciência e tecno-logia (INCTs) especializados no setor, além de mobilizar empresas instaladas no Brasil e apoiar suas atividades. As primeiras propostas de insti-tuições interessadas em com-por o SisNano serão analisa-das ainda neste ano. A ideia está vinculada a outro projeto federal, o Plano Brasil Maior, cujo intuito é elevar o peso da atividade industrial no Produ-to Interno Bruto.

NANOTECNOLOGIA

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A inovação e o desenvolvimento tecnológico são fatores que in-fluenciam decisivamente a per-formance empresarial e a posição relativa das economias nacio-nais, definindo suas condições de inserção em mercados cada vez mais competitivos e globalizados. Isso torna a cultura da inovação eixo de construção de vantagens concorrenciais e de sustentação do desenvolvimento.

A experiência internacional tem demonstrado a importância da ação do Estado na promoção da inovação tecnológica. No Brasil, a exploração de petróleo em águas profundas, avanços em tecnolo-gias agropecuárias e a fabricação de aeronaves modernas e compe-titivas são exemplos exitosos de intervenções públicas na geração de tecnologias inovadoras. Pa-ralelamente, o Estado brasileiro tem atuado em favor da criação de um ambiente regulatório e ins-titucional que potencializa a in-teração entre empresas, univer-sidades e órgãos públicos, além de prover condições de suporte financeiro a iniciativas científicas e tecnológicas de relevo.

Do ponto de vista regulatório, a definição de incentivos ao setor de informática (Lei de (ou da?) In-formática), o estabelecimento de condições favoráveis à pesquisa & desenvolvimento – P&D pro-dutivo (isso mesmo?) (Lei da Ino-vação), a concessão de incentivos à ampliação dos gastos privados em inovação (Lei do Bem) e a de-finição de receitas vinculadas da União para fomentar esse tipo de atividade (fundos setoriais) são marcos particularmente impor-tantes. No período mais recente, agregam-se também esforços de promoção da inovação por meio do poder de compra do Estado,

DISSEMINANDO A CULTURA DA INOVAÇÃO

Mauro Borges LemosPresidente da ABDI / Professor UFMG

Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e professor titular da Universidade

Federal de Minas Gerais

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a regulamentação da permissão de cláusulas de risco para enco-mendas tecnológicas, a moderni-zação e ampliação do escopo de atuação do Inmetro em tecnolo-gia industrial e o aperfeiçoamen-to de regimes especiais, como o Programa de Apoio ao Desenvol-vimento Tecnológico da Indús-tria de Semicondutores (Padis) e o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de Re-des de Telecomunicações (REPN-BL-Redes).

Em termos institucionais, a criação de fóruns setoriais com o propósito de ampliar as con-dições competitivas de cadeias produtivas selecionadas cons-titui um modelo de formulação e implementação de política in-dustrial que aproxima empresas e órgão públicos. Na estrutura do Plano Brasil Maior, por exem-plo, incluem-se 19 Conselhos de Competitividade, que traba-lham ativamente na proposição e implementação de agendas de trabalho. No plano financeiro, destaca-se o aumento dos de-sembolsos do BNDES para ino-vação de R$ 563 milhões, em 2009, para R$ 2,6 bilhões, em 2011, incluindo repasse de R$ 1 bilhão para ampliar a carteira Fi-nep, de modo a fortalecer a atua-ção de uma instituição destinada a apoiar todas as dimensões do ciclo de desenvolvimento científi-co e tecnológico.

No âmbito desse conjunto de ações, merecem destaque os es-forços para envolver o setor pri-vado. A relevância da participa-ção de empresas em pesquisas e investimentos voltados para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores coloca as políticas públicas de indução da

inovação empresarial em posição de destaque. O grande desafio é promover maiores avanços nos níveis de investimento empresa-rial em inovação, de modo a ob-ter ganhos de produtividade que sustentem uma mudança da po-sição relativa do Brasil na divisão internacional do trabalho.

Embora os dispêndios empre-sariais em P&D no país ain-da sejam baixos, limitando-se a 0,55% do PIB, constata-se, em termos absolutos, um au-mento expressivo desses gas-tos, que cresceram, em termos nominais, 3,4 vezes durante a década de 2000. Em 2010, os gastos empresariais em P&D al-cançaram R$ 20,7 bilhões, que, somados aos gastos públicos, totalizaram R$ 43,7 bilhões. O Plano Brasil Maior, em sinto-nia com a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, estabelece uma meta de 0,9% do PIB para o dispêndio empre-sarial em P&D em 2014.

Apesar dessa trajetória e do con-junto de esforços recentes, ainda não foi possível alcançar o pata-mar de investimentos desejado. Entretanto, não se podem ignorar os momentos de crise e instabili-dade que marcaram a economia brasileira nas últimas décadas do século XX. Essa situação, natu-ralmente, não apenas restringiu investimentos governamentais e esforços de políticas de indução da inovação como também inibiu os esforços tecnológicos do setor produtivo. É preciso considerar, portanto, que apenas no curso da última década, diante de um ambiente mais favorável ao in-vestimento e à inovação, foi pos-sível estruturar um aparato de apoio à P&D adequado à realida-de brasileira.

No curso desse processo, obser-va-se crescente percepção do setor privado em relação ao ca-ráter estratégico das atividades inovadoras e sua importância para aproveitar oportunidades de inserção competitiva de lon-go prazo no mercado mundial. Há diversos movimentos nessa direção, a exemplo da Mobiliza-ção Empresarial pela Inovação (MEI), que visa organizar o apoio privado aos esforços nacionais de inovação. Observam-se, tam-bém, crescentes esforços públi-cos dirigidos para a educação e a qualificação profissional, além de sucessivas medidas voltadas para a melhoria do marco legal da inovação.

O governo federal continua apos-tando na inovação como meca-nismo de suporte ao desenvolvi-mento. No âmbito do Plano Brasil Maior, construiu uma estratégia de apoio ao setor produtivo que privilegia esforços tecnológicos e inclui mecanismos de indução do gasto empresarial em P&D. Por meio da Sondagem de Inova-ção da Agência Brasileira de De-senvolvimento Industrial (ABDI), tem acompanhado de perto a trajetória dos esforços de um núcleo de empresas que inova e apresenta capacidade de gerar conhecimento e difundir capa-citações tecnológicas por todo o setor industrial. Essas empresas, em sua maioria de grande porte, possuem alta eficiência produti-va e diferenciam seus produtos, posicionando-se como âncoras de diversas cadeias produtivas e disseminando comportamentos inovadores. Nesse sentido, aliam--se ao conjunto de políticas públi-cas de apoio ao desenvolvimento de competências tecnológicas para fortalecer e consolidar a cul-tura de inovação no Brasil.

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Está no céu uma das vias de desenvolvimento mais promissoras para Minas Gerais: governo e indústria aeronáutica se unem para transformar o Estado em referência no setor, o que não é um desafio pequeno, mas possível diante do que já se vislumbra

VOO ALTOUm complexo aeronáutico está se formando em Minas Gerais a partir de investimentos públicos (federal e estadual) e privados rumo à consolidação de uma determinação do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado 2007-2023. O projeto está asso-ciado à criação de polos aeronáu-ticos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no Sul do Estado, no Triângulo Mineiro e na Zona da Mata, cujos investimentos até o momento somam, segundo o governo, mais de R$ 1,5 bilhão.

A concepção do complexo aero-náutico no Estado contou com o intercâmbio entre servidores mi-neiros e especialistas de Cinga-pura (Sudeste asiático), exemplo bem-sucedido de aerotrópole, as-sim como Dubai, Frankfurt e Mia-mi. Além dos investimentos pesa-dos, o projeto se apoia numa rede de qualificação profissional, am-parada pelas instituições de ensi-no que possuem cursos na área e pelas que promovem a pesquisa.

FORA DE SÃO PAULO

A determinação de criar um complexo aeronáutico no Esta-do foi fundamental para que o vice-presidente de Engenharia e Tecnologia da Embraer, Mau-ro Kern Júnior, firmasse com o

AERONÁUTICA

>Lucas Alvarenga

governo mineiro o compromis-so de instalar um escritório de engenharia e desenvolvimento aeronáutico em Minas Gerais, o primeiro da empresa fora de São Paulo. O escritório privilegiará a contratação de mão de obra lo-cal, cerca de 100 profissionais, que se dedicarão ao desenvol-vimento de projetos, produtos e serviços para os setores aero-náutico, de defesa e segurança, atuando como braço da Embra-er de São José dos Campos (SP).

“Um dos aspectos que nos influen-ciaram foi o fato de o Plano Minei-ro de Investimentos prever um novo polo aeroespacial na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a construção do Centro de Capacitação e Tecnologia Aeroes-pacial”, esclarece o executivo da Embraer. Já instalado provisoria-mente no Parque Tecnológico BH--Tec, na capital mineira, o escritó-rio da Embraer deverá se mudar para o CCTA, uma das principais estruturas que compõem o com-plexo aeronáutico no Estado. O CCTA ganhará, em 2013, sede em Lagoa Santa, onde haverá completa infraestrutura para ati-vidades do setor, dispondo de di-versos laboratórios, destinados a empresas e instituições de ensi-no, assim como espaços próprios para cursos profissionalizantes e de capacitação.

A afinidade da Embraer com o Estado vem de muito tempo. Cer-ca de 40% do quadro de funcio-nários da empresa é formado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde os estudos aeronáuticos eram uma especia-lidade do curso de engenharia mecânica, até ganharem vida própria com o curso de gradua-ção em engenharia aeroespacial. A instituição conta com um labo-ratório de protótipos de aerona-ves e outro de aerodinâmica, que apoia pesquisas em ensaios de voo, especialmente de calibração de sensores.

A Universidade Federal de Ita-jubá (Unifei), no Sul de Minas, trabalhará junto à Embraer. Em março passado a instituição fir-mou convênio com a Embraer e outras empresas do setor aero-náutico para promover um curso de especialização, com duração de dois anos, em manutenção de aeronaves na região de São José dos Campos, com o objetivo de aprimorar a qualificação de enge-nheiros, tecnólogos e bacharéis.

HELICÓPTERO BRASILEIRO

É também em Itajubá que a He-libras prepara o primeiro heli-cóptero 100% brasileiro, resul-

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Arquivo Eurocopter

Após a transferência de tecnologia da Eurocopter para a Helibras, EC-725 será o primeiro helicóptero 100% brasileiro, atendendo as Forças Armadas do país e potenciais clientes latino-americanos

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Negócios "em alta"

Reflexo dos investimentos no complexo aeronáutico mineiro: aviação estadual ganha espaço na comercialização de produtos intensivos em informação e conhecimento (PII&C) para o exterior

Exportação de PII&C em Minas

Resultado dos investimentos de MG no complexo aeronáutico Sinal da retração econômica mundial

Exportação de PII&C no Brasil

↑ Alta de 120,5% (de jan/dez. 2010 em relação ao mesmo período em 2011)

↓ Queda de 0,6% (de jan/dez. 2010 em relação ao mesmo período em 2011)

Total exportado: US$ 247 mi FOB em 2011Total exportado: US$ 4.340 bilhões FOB em 2011

Participação no grupo PII&C: 0,01% Participação no grupo PII&C: 7,5%

tado de um acordo de R$ 1,8 bilhão firmado em 2008 com o Ministério da Defesa para que a empresa negociasse 50 heli-cópteros para as Forças Arma-das com ao menos 50% de con-teúdo nacional até 2020. “Em atendimento à Política Nacional de Defesa, a Helibras e a Euro-copter (fabricante europeia de helicópteros civis) identificaram que a fabricação dessas aerona-ves, por meio de um ambicioso programa de transferência tec-nológica, permitiria alcançar objetivos internos, além de pro-ver o país com equipamento de ponta e customizado”, detalha o presidente da Helibras, Eduar-do Marson Ferreira.

A fabricação da caixa de trans-missão do modelo militar EC-725 representa um passo fundamen-tal para a indústria mineira e na-cional, na avaliação de Marson Ferreira. Afinal, o domínio da tec-nologia abre possibilidade para a certificação da oficina de com-ponentes dinâmicos da Helibras, instalada em Itajubá. Antes, os processos eram feitos apenas na França. Uma vez transferida para o Brasil, essa e demais tecnolo-gias poderão ser utilizadas em outros projetos por engenheiros e mecânicos aeronáuticos – mui-tos deles recém-contratados – e pelos 14 fornecedores nacionais dos novos helicópteros, com des-taque para companhias mineiras da área da metalurgia e logística.

AMPLIAÇÃO

A expectativa é fornecer os modelos militares para a América Latina e a versão ci-vil do helicóptero (EC-225) para clientes nacionais e in-ternacionais do segmento de gás e óleo. “A Helibras está investindo R$ 420 milhões na ampliação das instalações, em treinamentos, transferên-cia de tecnologia, compra de ferramentais, simulador de voo e contratação de pesso-

Daniel Marins Carneiro. Ele aposta no Polo Aeroes-pacial de Tupaciguara para colocar em prática um pro-jeto com o qual sonha há 20 anos, a fabricação do AX-2 Tupã, aeronave executiva de seis lugares, cujas caracterís-ticas sugerem reduzido custo de produção e ganhos tecno-lógicos em relação aos con-correntes, como baixo nível de ruído e de emissão de po-luente. O projeto recebe dife-rentes financiamentos, inclu-sive da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), que reservou R$ 7,2 milhões para a confecção da maquete em tamanho real da aeronave, cujo protótipo é aguardado para o final de 2013 e o início de produção para 2014.

O presidente da Axis assegu-ra a viabilidade comercial do AX-2 Tupã e projeta a ven-da de 81 mil unidades em 20 anos. A unidade da empresa aérea é um item do que deverá

se tornar o Centro Aeroespa-cial Axis, que prevê uma série de outras atividades voltadas para pesquisa e formação de mão de obra. Na área, projeta--se a construção de um túnel hipersônico, usado, por exem-plo, para experimentos em alta velocidade. A fábrica e o centro de inovação se instalarão em Tupaciguara com investimen-tos em torno de R$ 28,5 mi-lhões. Os recursos virão do Mi-nistério da Educação, que, ao todo, aplicará R$ 50,5 milhões nos projetos que envolvem o complexo aeronáutico mineiro.

A obra comunga com a ideia de valorizar estudos sobre propulsão a laser e hipersôni-ca. Dentro desse projeto estão incluídos R$ 11 milhões que serão repassados pela União à UFU para construção de la-boratórios aeronáuticos. “Tal-vez possamos implantar al-guns cursos em Tupaciguara nos próximos anos”, reforça o pró-reitor da UFU, Walder Steffens Júnior. Tupacigua-

ra receberá também recursos federais do Programa Brasil Profissionalizado, que somam R$ 7,5 milhões.

AEROTRÓPOLE

O Aeroporto Internacional Tan-credo Neves, em Confins, pró-ximo de Lagoa Santa (RMBH), é fundamental na consolidação do complexo aeronáutico planejado pela administração pública. Nele já estão instalados os centros de manutenção da Gol e da Trip Li-nhas Aéreas, e o governo negocia a chegada da TAM. Na concep-ção do projeto, Confins deve se transformar numa cidade-aero-porto (aerotrópole). Também o Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco, em Goianá, na Zona da Mata, será integra-do ao complexo. Subu tilizado atualmente, ele se incorporaria como área para operações aero-náuticas, de apoio logístico e de serviços de manutenção, aten-dendo, inclusive, projetos liga-dos à exploração do pré-sal, no litoral fluminense.

al”, esmiúça Marson Ferreira. Instalada desde 1980 em Ita-jubá, a empresa se tornou parceira da Unifei e do gover-no estadual na construção do Polo Tecnológico de Asas Rotativas, que incentivará o desenvolvimento de partes, peças, serviços e softwares, além de estudos voltados à aeronáutica. Orçado em R$ 200 milhões, o polo será fi-nanciado com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Cerca de R$ 6 milhões serão investidos no projeto, que ainda será desenvolvido com

recursos da Fapemig.FÁBRICA DE AVIÃO

A empresa de tecnologia Axis Aeroespacial, fundada em 2009, é no momento o carro--chefe do Polo Aeroespacial de Tupaciguara, situado a 70 quilômetros de Uberlân-dia, no Triângulo Mineiro. A proximidade com a mão de obra formada no curso de engenharia aeronáutica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o apoio da prefeitura pesaram na decisão da empresa de se instalar na região, afirma o engenheiro aeronáutico, fun-dador e presidente da Axis,

Roosevelt Cassio / Arquivo Embraer

Mauro Kern, da Embraer: escritório da empresa instalado no Estado vai privilegiar a contratação de mão de obra local

Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

* FOB: exportação ou venda de mercadoria, que inclui o preço de transporte inicial até o embarque no navio ou transportadora.

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DEBATE

Dados recentes da Organização para a Coope-ração e Desenvolvimento Econômico (OCDE) confirmam o potencial inovador brasileiro. O Brasil figura na 19ª posição entre os países mais inovadores. A diferença entre o total de investimentos e subsídios destinados à pes-quisa e desenvolvimento no Brasil (0,5% do PIB) e o do primeiro colocado no ranking, o Canadá (2% do PIB), evidencia, porém, o lon-go caminho que o país tem a percorrer, visan-do, inclusive, à expansão e diversificação da indústria nacional.

Os desafios dessa jornada, em especial aque-les relacionados ao fomento da tecnologia e da competitividade na indústria, foram deba-tidos no encontro promovido pela DC Análise, na sede do Diário do Comércio. Estiveram pre-sentes o secretário de Estado da Ciência, Tec-nologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues; o presidente da Federação das Indústrias do Es-tado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado; o presidente da Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Má-rio Neto Borges; o pró-reitor de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, Renato de Lima Santos; o vice-presidente da Associa-ção Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e diretor de Relações Institucionais em P&D da Embraco e Whirlpool, Guilherme Marco de Lima; e o pre-sidente do Sindicato das Indústrias de Apare-lhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto. Mediaram o debate o coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, e o chefe de reportagem do Diário do Comércio, Eric Gonçalves.

PARA RENOVARINOVAR

> Camila Freitas e Lucas Alvarenga

Entre os convidados, ficou claro o consenso de que Minas Gerais vem conquistando papel de destaque no cenário nacional, sobretudo desde 2007, quando 1% da receita líquida do Estado passou a ser destinado à área em de-bate. A necessidade de o governo, iniciativa privada e academia – a chamada hélice trípli-ce – trabalharem juntos na promoção de um ambiente favorável à inovação foi outro ponto convergente. A discussão permeou ainda os fatores críticos ao avanço da inovação, como a insuficiência na formação qualificada de recursos humanos, a burocracia excessiva e aspectos regulatórios que dificultam ações efetivas de empresas que precisam sobrevi-ver no mercado global. Quais seriam, então, os caminhos possíveis para enfrentar esses e outros desafios do setor? As respostas à per-gunta você acompanha a seguir.

Fotos: Marcus Desimoni e Rodrigo Lima / Nitro

Em boas mãos: Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, e Eric Gonçalves, do Diário do Comércio foram primorosos na condução do debate

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INCENTIVOS

NARCIO RODRIGUES: Sou otimista com relação ao futuro, principalmente pelo que aconteceu no Brasil nos últimos anos. Há ainda dificuldades de natureza estratégica, mas percebemos que os governos têm se orientado pela lógica de que o país não vai estabelecer uma plataforma de desenvolvimento sem resolver os investimentos efetivos em educação, ciência, tecnologia e inovação. Estamos vendo um comprometimento dos orçamentos públicos nessas áreas, ainda que com contingenciamentos. Em Minas, tivemos em 2007 a decisão política do governo de investir 1% da receita líquida do Estado em favor da ciência e tecnologia. Não é tudo do que se precisa, mas é um diferencial com relação ao que se fazia no passado. A partir daí começamos a ter uma plataforma de desenvolvimento e já começamos a colher os resultados.

MÁRIO NETO: O exemplo de Minas é um sucesso. Com a aprovação da Lei Mineira de Inovação (2008), abriu-se a possibilidade de a Fapemig atuar com as empresas, inclusive em parceria com bancos de desenvolvimento em Minas Gerais, fazendo aporte diretamente às empresas com juros subsidiados e carências para pagamento. Garantias flexíveis como essas permitem que a empresa tenha recursos para galgar outros degraus e ser mais competitiva, não só no Brasil mas também internacionalmente, com produtos de qualidade. A Lei de Inovação (2004) é a primeira legislação específica para inovação no Brasil. O problema dela é que demorou demais para ser gerada e deu incentivo através do Imposto de Renda. Quantas empresas no Brasil pagam Imposto de Renda? Só

Roberto Souza, do Sindvel, e Mário Neto , da Fapemig: empresas precisam de apoio para promover a inovação tecnológica

aquelas que não precisam de incentivo. Essa é uma questão que já está corrigida na própria lei, que foi toda reescrita.

ROBERTO SOUZA: A empresa não precisa de isenção de impostos para crescer e investir. Ela precisa de apoio para promover a inovação tecnológica, levá-la ao mercado, tentar conquistá-lo e alavancar as vendas. Os juros baixos, tão anunciados pelo governo federal, não resolveram os problemas dos novos empresários, pois não há novas oportunidades de acesso a esse dinheiro. A burocracia para conseguir juros de 0,7% ao mês na Caixa é enorme. Além disso, ninguém avaliza ninguém.

Narcio Rodrigues, Secretário de Ciência e Tecnologia: o Estado já começa a colher os resultados dos investimentos em pesquisa de da rede de apoio à inovação aqui implementada

RENATO SANTOS: O Brasil tem lá suas deficiências, mas ainda tem um patamar de investimento público comparado ao de países avançados, em relação ao PIB. O que nos falta é investimento privado, hoje equivalente a 0,55% do PIB. E por que ele é importante? O investimento público em ciência e tecnologia, correspondente a 0,60% do PIB, financia o por quê, enquanto o investimento privado financia o para quê. Só iremos ter pesquisa com grande potencial de inovação quando tivermos investimento privado em patamares bem mais elevados no Brasil.

OLAVO MACHADO: Não precisamos de proteção.

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PROTEÇÃO

GUILHERME DE LIMA: A Anpei começou a trabalhar em Minas com uma base quase empresarial: burocracia próxima de zero e parceria de longo prazo. É um modelo que tem que ser seguido. Agora, o que a Fapemig pode e deve explorar é entrar com capital em algumas empresas para que elas não sejam vendidas para multinacionais do exterior. Será que se a Fapemig e o governo do Estado entrassem com aporte minoritário, mas significativo, não seria uma resposta para diminuir a venda dessas empresas para multinacionais lá fora? É uma reflexão que precisamos fazer.

ROBERTO SOUZA: A partir do momento em que a empresa chega a um determinado porte sem ajuda suficiente, o empresário fica com medo e aceita vendê-la. Se há alguém para comprá-la, é porque ela é boa. Em Santa Rita do Sapucaí, foi vendida uma empresa com cinco funcionários. A tecnologia de um aparelho que se coloca no dedo para fazer o eletrocardiograma foi transferida para uma empresa de Campinas. O resultado do exame aparece em um smartphone. Eu mesmo os instruí a vendê-la. Com o talento que os cinco jovens têm, mais tarde eles montam outra empresa com R$ 1,5 milhão que ganharam. Afinal, o conhecimento está com eles.

OLAVO MACHADO: A inovação e o desenvolvimento tecnológico devem ser uma conquista da empresa nacional. Não sou contra as empresas estrangeiras que estão aqui, e eu as considero nacionais uma vez que estão instaladas no país, mas não tenha dúvida de que qualquer inovação de interesse maior que possa ser feita aqui vai ser mandada para a matriz

Olavo Machado, da Fiemg: “Aquele que precisa de capital e for recorrer ao banco, vai perder tanto tempo que, às vezes, o produto fica obsoleto. Precisamos de mudanças drásticas”

MÁRIO NETO: A empresa quer agilidade. Não dá para trabalhar com os padrões que a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) exige de documentação e parceria. Ela demora um ano e meio para lhe dar uma resposta, mais um ano para assinar o contrato, além de toda aquela burocracia. Nós a reduzimos, na Fapemig, ao mínimo para não ferir a lei e estamos mudando a legislação para que a agilidade seja ainda maior.

NARCIO RODRIGUES: A velocidade de recursos da Fapemig nem se compara àquela conseguida via emenda. No Congresso, é preciso colocá-la no orçamento, empenhá-la, para depois ter a ordem bancária e iniciar o processo de licitação. Lá se foi o mandato do deputado.

BUROCRACIAPrecisamos de ambiente, competência, valorização do mercado e isonomia para que a empresa nacional possa concorrer. Afinal, o que resolve o problema de empresário é mercado. Agora, é preciso criar oportunidades. O ex-presidente Lula enxergou isso com algumas dificuldades. A indústria naval brasileira tinha sido aniquilada. Hoje, já estão fazendo navio, inclusive em Minas Gerais. O problema é que estão trazendo tecnologia da Coreia do Sul que não se transfere na íntegra. Aí não dá tempo de a universidade desenvolvê-la, o que nos leva a buscar tecnologia no Japão. Isso faz parte do jogo, gera custos, e a empresa nacional não suporta. Nos Estados Unidos, os empresários quebram duas ou três vezes, aprendem, voltam, e o mercado valoriza. No Brasil, se você quebrar, são 20 anos para voltar para o mercado, se você voltar.

Nós estamos vivendo o empacamento do país na questão da execução orçamentária. O setor de ciência, tecnologia e inovação no Brasil padece de um mal: ele não sabe se vender politicamente. O país só vai avançar no dia em que os políticos forem mais técnicos e os técnicos forem mais políticos. A parceria com a iniciativa privada nos permite avançar em muitos aspectos. O projeto do avião apresentado pela Axis Aeroespacial (empresa que produzirá, em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, o jato executivo AX-2 Tupã) era para ser viabilizado junto com o governo federal, que deveria ter entrado com R$ 5 milhões. O projeto só saiu porque a Fapemig bancou os R$ 7,2 milhões. Nós acreditamos na possibilidade de se construir uma indústria aeronáutica, e ela pode ser real.

OLAVO MACHADO: A nossa indústria tem problemas que outros países não têm, como a questão da contabilidade: o empresário industrial brasileiro tem que fazer tanto malabarismo para ficar vivo que, muitas vezes, não se preocupa com a inovação na contabilização. Mas isso não quer dizer que ele não está inovando. Afinal, hoje no mercado quem não inova morre. A nossa indústria não tem incentivo, e não precisamos de incentivo fiscal, mas sim de deferimento de imposto, alargar o prazo, deixar que o capital que se paga de imposto fique dentro da própria empresa, que o pequeno empresário cresça com ele. Aquele que precisa de capital e for recorrer ao banco vai perder um prazo tão grande que, às vezes, o produto fica obsoleto. Precisamos de mudanças drásticas.

Antes do debate o diretor de Mercado e o presidente do Diário do Comércio, Luiz Bruno de Oliveira e Luiz Carlos Costa (esq. p/ dir.) conversam com os convidados

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GUILHERME DE LIMA: Hoje, países que não têm tradição em inovação, assim como o Brasil também não tinha, perceberam que a inovação é um pilar fundamental da competitividade das empresas, e a velocidade de resposta desses países tem sido maior que a nossa capacidade de enfrentar essa ação de maneira conjunta. Universidade, empresa, governo e sociedade fazem parte de um mesmo problema, ou da mesma solução, que é ser mais competitivo, agregar mais valor. Existe uma base mínima instalada pelo governo, que deve ser melhorada e potencializada. Mas, principalmente, deve ser acessível.

NARCIO RODRIGUES: Eu digo que, se nós pudéssemos aplicar uma receita, o governo precisaria induzir o processo, provendo financiamentos, se desburocratizando e se tornando mais ágil. Já a academia teria que sair de dentro de própria clausura e aceitar a lógica de que conhecimento é meio, e não fim, usando o que se aprende como elemento de transformação. Aí entra a iniciativa privada, que deve correr riscos e adotar a inovação como algo fundamental a sua sobrevivência.

ROBERTO SOUZA: A hélice tríplice tem que sair do discurso para a prática. Essa interação entre governo, fábrica e academia tem que acontecer de fato, como ocorreu em Santa Rita do Sapucaí. O problema é se desvencilhar da morosidade existente. Hoje, sem alguém para lidar com a burocracia dentro de uma entidade, não há como implantar uma parceria e prestar contas dela. Mesmo assim, com a base já existente, é possível avançar na área de ciência e tecnologia, simplificando o processo para que se possa colocar a mão na massa.

NARCIO RODRIGUES: Conseguimos sequenciar o genoma da raça zebuína leiteira em Uberaba. Isso é uma revolução científica e mercadológica, que abre perspectivas mil na área da biotecnologia. Concluímos um processo experimental para tornar a soja um alimento mais agradável, que será introduzido na merenda escolar. Estive em Santa Rita do Sapucaí e vi uma cadeira de rodas mineira movida pelo piscar dos olhos. Cito esses exemplos para dizer o que nós já colhemos em cinco anos de perenidade e ação efetiva. É preciso ter perseverança e apostar a médio e longo prazos. Daí a necessidade de alianças estratégicas para que o Estado seja indutor, e não dono, do processo. Hoje Minas está pautando áreas estratégicas, como a indústria aeronáutica, a biotecnologia, a nanotecnologia, a área de TI.

MÁRIO NETO: A ciência, a tecnologia e a inovação também são importantes para a mineração. Uma pesquisa do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), apoiada pela Fapemig, separa do rejeito do minério de ferro o que ainda é ferro, por meio da energia nuclear. Isso eleva a possibilidade de exploração e resolve o problema ambiental ao diminuir o descarte. Além disso, parte das reservas, quando submetida à energia nuclear, gera sílica, própria para fazer lajotas.

RENATO SANTOS: Não basta apenas fazer; a questão da velocidade é essencial. Precisamos competir na velocidade dos grandes países. Temos riquezas, mas precisamos de conhecimento agregado, que gerem também desenvolvimento social e econômico

HÉLICE TRÍPLICE

PESQUISA

primeiro. E vai ser contabilizada lá. O nosso registro de patentes é muito baixo. Um país que não valoriza o que produz não valoriza a indústria. Por isso, não podemos desenvolver tecnologia no Brasil e vendê-la para estrangeiros. Se olharmos a quantidade de empresas de desenvolvimento de equipamentos médicos com nome internacional em Belo Horizonte, perceberemos que não damos o devido valor ao produto nacional. Se tomarmos o primeiro carro do metrô na Inglaterra, veremos nas placas que as empresas inglesas fizeram aquele equipamento. Eles desenvolvem a tecnologia, a aplicam e têm o direito de errar.

RENATO SANTOS: Minas Gerais tem uma visão extremamente otimista. Falamos de empresas que estão sendo vendidas, mas é muito difícil controlar o mercado global. Nós temos o exemplo da Akwan (empresa de tecnologia da informação), que foi comprada pela Google, cuja filial está aqui no Estado. Por que ela se instalou em Minas? Há um cenário atraente para elas.

MÁRIO NETO: Três fatores são essenciais para que o país se desenvolva em inovação: o primeiro é a formação qualificada de recursos humanos

RENATO SANTOS: A universidade brasileira está pronta para o cenário de inovação que se apresenta. O Brasil é um dos países que têm uma das maiores taxas de crescimento de produção científica. Observando o G20, o Brasil é o primeiro colocado, com taxa acumulada nos últimos anos de média de 18% de crescimento. A pós-graduação brasileira chega a um grau de maturidade hoje bastante significativo. Contudo, se você olhar a área de tecnologia e inovação, a ciência brasileira ainda tem um longo caminho a percorrer. Uma das ações necessária para haver inovação de fato no âmbito acadêmico é a interação com as empresas. E hoje o diálogo com as empresas e a interação têm acontecido de forma muito mais rápida e avançada.

Guilherme de Lima, da Anpei, e Renato Santos, da UFMG: interação entre universidade e empresas é pilar fundamental

– embora o Brasil forme 35 mil mestres e 12 mil doutores por ano, o número ainda é insuficiente; o segundo são os investimentos na área; e o terceiro é o aperfeiçoamento da legislação vigente. Na questão da legislação, precisamos aprovar o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Já chegamos a uma versão consensual com as entidades que representam as empresas inovadoras no Brasil para que o Executivo possa levar ao Congresso Nacional como substitutivo aos projetos de lei que já estão lá.

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QUALIFICAÇÃO

MÁRIO NETO: Minas Gerais tem recursos humanos em abundância. Nós temos 14 universidades públicas, sendo 12 federais. Se você fizer um ranking de 20, as 12 aparecem. Uma prova disso são os estudos dos maiores depositantes de patentes a cada três anos, realizado pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade

Industrial). No anterior ao de 2011, a UFMG aparecia em 10º lugar, e a Fapemig estava fora. No ano passado, nós tomamos o 10º lugar, enquanto a UFMG foi para o 5º lugar. Porém, temos que valorizar também a formação técnica no Brasil, além de formar mestres e doutores. No passado, fazia-se um curso técnico em eletricidade e, como se era mal remunerado, investia-se no curso de engenharia elétrica para ver

se era contratado pela Cemig ou abria uma fábrica. Mas agora isso mudou. Prova disso são as escolas do Brasil Profissionalizante (programa do governo federal) inauguradas recentemente. Além disso, é preciso qualificar a educação básica. Em Cingapura, eles mandam os meninos para fazer um curso

de inovação, independentemente da profissão que eles vão seguir. A inovação tem que estar na cultura das pessoas, porque aí você se torna criativo.

RENATO SANTOS: Para se ter uma ideia da sensibilidade da UFMG com essa questão, criou-se este ano o curso de iniciação ao empreendedorismo, com a parceria do Sebrae. Está funcionando muito bem. Um estudante da UFMG vai para dentro de uma

empresa viver o ambiente empreendedor, só que orientado por um professor. A universidade está pronta. Com uma possível parceria com a Fiemg, poderemos expandir esse serviço.

ROBERTO SOUZA: Na academia está a base de tudo, mas quem sustenta uma

fabricação num Estado ou uma região é o processo produtivo. É muito simples desenvolver um produto e mandar via e-mail para a China e vir uma placa pronta de lá, porque não tínhamos mão de obra para fazer isso aqui. Em Santa Rita somos eternamente agradecidos por terem instalado uma unidade do Senai, porque hoje nós temos uma das melhores mãos de obra no processo produtivo, que garante a produção.

Entre as questões debatidas, a necessidade de se aprimorar o marco legal e reduzir a burocracia para sedimentar a cultura da inovação no país

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No segundo polo automotivo do país, fábricas em torno da Fiat investem em tecnologia para abastecer carros da montadora com até 70% de componentes produzidos em Minas Gerais. A Iveco se prepara para produzir o veículo blindado Anfíbio Guarani para o Exército brasileiro, com 60% de nacionalização

À MINEIRA

Um cinturão de empresas de autopeças e componen-tes foi formado em função da Fiat, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Ho-rizonte (RMBH), a partir da década de 1990. Na época, com a intenção de criar a logística que reduziria tem-po e custo na fabricação dos carros, Cledorvino Beli-ni, então diretor de com-pras e atual presidente da Fiat/Chrysler para a Amé-rica Latina e da Associa-ção das Montadoras de Veículos (Anfavea), incenti-vava o que se tornaria o se-gundo polo automotivo do país. Assim, a “mineiriza-ção” garantiu competitivida-de à empresa, ao longo dos

AUTOMOTIVO

>Lucas Alvarenga

anos, e a estratégia fez com que veículos, tratores e ci-clos liderassem as exporta-ções de produtos intensivos em informação e conheci-mento (PII&C) em 2011.

Antes da consolidação do cinturão, formado por mais de uma centena de empre-sas, apenas 30% do fatura-mento de compras da Fiat advinha de empresas locali-zadas a até 150 quilômetros de distância da montadora. Hoje, 70% das compras en-volvem empresas desse cír-culo fabril, que só fica atrás do ABC Paulista, respon-sável por 46% da produção nacional de veículos, contra 24% de fabricação mineira.

Com essas mudanças, a ca-pacidade produtiva, que em 1987 alcançava 500 carros por dia, saltou para 3.200 veículos diários.

Os primeiros capítulos da indústria automobilística em Minas Gerais começaram em 1973, com o início das obras da planta da Fiat em Betim. Concluída em 1976, a fábrica foi, aos poucos, agregando à sua volta em-presas fornecedoras – fos-sem estrangeiras, como a Magnetti Marelli, a Comau e a Aethra, ou mineiras, como a Usiminas. Esta mantém, em sua planta de Ipatinga, um Centro de Tecnologia e a Unigal Usiminas, que Arquivo Fiat

Hoje, o Polo de Desenvolvimento Giovanni Agnelli fabrica todas as etapas do carro, além de contribuir para a criação de tecnologias junto com centro de pesquisas italiano

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Invasão hispano-américa

Exportação de veículos, tratores e ciclos em MG:

Apesar de o setor automotivo ser o principal segmento tecnológico na pauta de exportação de MG, a importação de veículos argentinos e mexicanos preocupa

↑ Alta de 4,4% (de jan/dez 2010 em relação ao mesmo período em 2011)

Participação no grupo PII&C: 36,9%

US$ 1.329 bilhão

Total exportado: US$ 1.522 bilhão em 2011

US$ 204 milhões

Importação de veículos, tratores e ciclos em MG:

Total importado da Argentina e do

México: US$ 1.533 bilhão

em 2011

salta que o uso de tecnologias de automação, controles, monitoramento de proces-sos, parâmetros de produ-ção e robôs está em expan-são, sobretudo para clientes do mercado de autopeças e montadoras como Ford, GM, Renault e Fiat. “Teremos um índice acentuado de auto-mação nas operações mais insalubres, como pintura, prensas e manipulação de peças e equipamentos pe-sados. Gradualmente, ati-vidades repetitivas também deixaram de ser realizadas por operários e passaram a receber maior grau de robo-tização”, assinala Madeira, explicando que o tempo para retorno financeiro desse tipo de tecnologia é de um a três anos, seja o cliente do setor automotivo ou não.

Madeira assegura que a Co-mau pretende aproveitar o momento de expansão do se-tor automobilístico para tam-bém aumentar seus negócios no Brasil e na América Latina. Prova disso é uma parceria entre o Centro de Informáti-ca da Universidade Federal de Pernambuco (CIN/UFPE) e a Comissão da Comunidade Eu-ropeia para a criação de um software que permita a redu-ção da energia nas linhas de produção. A princípio, a tec-nologia será transferida para a fábrica da Comau em Betim e aplicada à planta da Fiat Automóveis. De acordo com a empresa de componentes au-tomobilísticos e sistemas de produção, os processos de au-tomação podem reduzir 75% do consumo energético em ocasiões não produtivas.

pesquisam e produzem ten-dências de aços revestidos, laminados a frio e a quente, destinados ao setor de au-tomóveis. Aliás, o segmento automobilístico é o principal cliente das fundições mi-neiras, que respondem por 33% da produção brasilei-ra. Em 2011, elas destina-ram 56% da sua produção à indústria automotiva.

Hoje, além do polo, em Be-tim, o Estado conta com ou-tras duas montadoras. Em 2000, o segmento de cami-nhões foi inaugurado em Sete Lagoas, com a planta da Iveco, empresa do gru-po Fiat. Na primeira fase, concluída em 2011, 14 fá-bricas de autopeças foram instaladas em volta dela. O investimento atingiu R$ 60 milhões. A Mercedes-Benz fecha a lista das montado-ras. Construída em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a fábrica também produz ca-minhões. As primeiras uni-dades foram entregues aos clientes em março de 2012. Segundo a Associação Na-cional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfa-vea), 3,6 milhões de unida-des de veículos leves, ônibus e caminhões foram produ-zidas em Minas Gerais no ano passado.

ROBÔS

Pertencente à holding Fiat SpA, a italiana Comau é uma das empresas que integram o cinturão mineiro. De seus centros de manufatura em Betim e Ribeirão das Neves saem componentes automo-bilísticos e sistemas de pro-dução, como máquinas de usinagem, linhas de solda e projetos de robôs industriais de quatro e seis eixos.

Representante de vendas da Comau, Felipe Madeira res-

Agência Nitro

Felipe Madeira, da Comau: “empresa incrementa investimentos em automação, monitoramento de processos, parâmetro de produção e robôs“

Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

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Também focada em inovação, a italiana Magneti Marelli é outra a compor o “cinturão mineiro”. Em 2010, a fabri-cante de sistemas e compo-nentes automotivos lançou a linha de pedaleiras híbridas, na planta de comandos me-cânicos, componentes e mó-dulos plásticos, em Itaúna, na Região Centro-Oeste. A peça, incluída nos novos mo-delos de Palio e Uno, contém lâminas de metal na parte interna e plástico moldado na externa. Além disso, é re-aproveitável e 50% mais leve que a anterior, contribuindo para a economia de combus-tível, ao diminuir o esfor-ço do motor. Foram neces-sários seis meses na Itália para que os engenheiros mi-neiros transferissem a tec-nologia para o Estado. Além de Itaúna, a Magneti conta com fábricas em Contagem,

na RMBH (iluminação au-tomotiva e sistemas de sus-pensão) e Lavras, no Sul de Minas (amortecedores).

CENTRO DE PESQUISA

Principal empresa do seg-mento em Minas, a Fiat não ficou para trás. Em 2003, a montadora construiu o Polo de Desenvolvimento Giovan-ni Agnelli, na sua sede em Betim. Com mil engenheiros e técnicos dedicados à pes-quisa e desenvolvimento, o centro reúne condições de produzir o ciclo completo de um automóvel em laborató-rios, como o Centro Estilo, onde é concebido o design do carro, passando pela enge-nharia até chegar à pista de testes. Atualmente, projetos como o do Palio, Uno e ou-tros modelos são preparados em Betim ou de forma inte-

grada entre o polo brasileiro e o italiano. A empresa não revela o investimento anual no centro de desenvolvimen-to, construído com aporte de R$ 400 milhões.

Para lançar tendências, aten-dendo os anseios dos clien-tes e propondo veículos mais “amigáveis” ao meio ambien-te, a Fiat começou a investir em 2011 uma parcela dos R$ 7 bilhões destinados à mo-dernização da planta minei-ra, prevista para ser conclu-ída até 2014. Ao final desse período, com a incorporação de novas tecnologias, a em-presa pretende elevar a pro-dução de veículos de 800 mil carros para 950 mil. Hoje, o leque de automóveis da mon-tadora inclui 17 modelos e mais de 270 versões voltadas ao mercado interno, externo ou a ambos.

Relançar a indústria nacional de defesa é um dos objetivos do Exército Brasileiro, que terá com o Veículo Blindado Anfíbio Gua-rani (também conhecido como VBTP) um produto com até 60% de tecnologia nacional – o que in-clui motor, transmissão e chassi. A unidade entregue em junho na Eurosatory – maior feira de equi-pamentos de defesa da Europa – é a primeira da pré-série lançada pela Iveco, empresa do grupo Fiat.

Conforme o CEO da Iveco, Alfre-do Altavilla, R$ 55 milhões estão sendo investidos na construção de uma unidade produtiva do blinda-do no complexo industrial de Sete Lagoas. Essa fábrica produzirá, a

PRONTO PARA O COMBATEpartir de 2013, 2.044 unidades do Guarani, orçadas em dois bilhões de euros. Desse modelo sairá uma versão desenvolvida em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército. As 38 uni-dades do “VBTP derivado” servi-rão à Infantaria. Além das Forças Armadas Brasileiras, o Exército argentino é outro cliente interes-sado no novo veículo.

Com a intenção de projetar o Gua-rani mundialmente, a Iveco instau-rou, no final de 2011, a divisão de Veículos de Defesa, dirigida pelo engenheiro eletrônico italiano Pao-lo del Noce. “Meu objetivo é fazer dela uma divisão operacional, seja em relação ao projeto do Guarani

ou à exploração de novos negócios com a indústria de defesa do Brasil e da América Latina”, afirma Noce.

A expectativa é de que 110 forne-cedores diretos e até 600 indire-tos estejam envolvidos na produ-ção do blindado, caso a unidade de Sete Lagoas opere em capaci-dade máxima. O Guarani pesa 18 toneladas, é equipado com motor diesel industrial de 383 cavalos e tem tração 6x6, transmissão au-tomatizada e capacidade de trans-portar 11 militares. Uma torre ar-mada com operação por controle remoto pode ser integrada aos 6,91 metros de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,34 metros de altura do veículo. (LA)

Arquivo Iveco

Paolo Del Noce, da Divisão de Veículos de Defesa da Iveco: Planos de expansão junto a indústria de defesa do Brasil e América Latina

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Indústrias naval e ferroviária aproveitam a recuperação desses setores para investir em inovação e tecnologia e atender ao mercado nacional. Empresas da região metropolitana produzem locomotivas mais econômicas e eficientes. No Vale do Aço, o esforço é para atender a demanda de estaleiros fluminenses, segmento aquecido com a descoberta do Pré-Sal

A TODOVAPOR

Há meio século no país e quatro décadas em Conta-gem, a General Electric (GE) Transportation sobreviveu ao processo de privatização das linhas férreas brasileiras, ocorrido nos anos 1990. An-tes reparadora de locomoti-vas e produtora de máquinas de pequeno porte, a fábrica de Contagem, na Região Me-tropolitana de Belo Horizonte, deu um salto em 2008, ano em que entregou a primeira locomotiva de grande porte nacional: o modelo C44EMi. Naquele momento, a empresa começava a nacionalizar sua produção, criando na plan-ta mineira um centro de ex-celência de engenharia, com sete profissionais especiali-zados para dar suporte à in-dústria ferroviária brasileira. Hoje, o número de envolvidos nos processos de pesquisa saltou para 70 funcionários, que atuam de forma integra-da com a GE mundo afora.

FERROVIÁRIO

>Lucas Alvarenga

Como resultado dessa inte-gração, o centro de excelên-cia desenvolveu a primeira locomotiva de corrente al-ternada brasileira, que garante economia de até 25% de energia. Além de melhor eficiência e rendimento, e l i m i n a m --se escovas e comuta-dores dos motores de tração, dis-p o s i t i v o s que mudam o sentido da corrente elé-trica mas diminuem a conf iab i l ida-de da máquina. Desde 2011, a GE Transportation trabalha na criação de um motor bicom-bustível, que permitirá o uso de uma mistura de 25% de

pensa a geração de energia pelo motor diesel, obtendo-a direta-mente da linha de transmissão.

Para atender um merca-do reaquecido, sobretu-do a demanda da Cosan e da MRS (Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal), a GE Transportation investiu R$ 24 milhões dos R$ 35 mi-lhões previstos até 2013 para a planta mineira. O aporte serviu à ampliação, à construção de duas linhas de montagem e à melhoria de processos produ-tivos. Assim, sua capacidade anual foi duplicada, passan-do de 60 locomotivas em 2009 para 120 unidades em 2010. Entretanto, no ano passado a empresa fabricou 110 máqui-nas e, este ano, a expectativa é de 60 unidades, retomando a média da GE. Esta média é considerada pelos fabricantes um bom número, em se tratan-do da demanda nacional, ainda

pequena, e da difícil década de 1990, quando o país não encomendava nem 40 locomotivas por ano.

Apesar da queda na produção, espera-se que o mercado bra-sileiro absorva 100 locomotivas por

ano nos pró-ximos cinco anos. A fim

de incenti-var a aquisição

de modelos com elevada porcen-tagem de pro-duto nacional, o Banco Nacional

de Desenvolvimen-to Econômico e So-cial (BNDES) abriu em 2007 uma linha especial de financia-

mento de locomoti-

biodiesel e 75% de diesel co-mum. Uma frota experimen-tal roda desde o ano passado pelo Brasil. Os testes devem ir até maio de 2013. Hoje, um terço das despesas das em-presas de transporte férreo se relaciona a custos opera-cionais e de combustíveis.

Recentemente, a GE Trans-portation superou a marca de 1.300 locomotivas de carga pro-duzidas no Brasil. Em Conta-gem, a empresa fabrica, desde 2006, modelos com potência de 2.000 a 6.000 cavalos de força (HP), utilizando componentes como sistemas de diagnóstico de falhas, controle de velocida-

de, comando remoto e pantó-grafo – tecnologia

que dis-

Locomotiva produzida pela GE em contagem: melhor rendimento e economia de até 25% de energia

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GE

Page 29: TECNOLOGIACIÊNCIA DA VIDA A saúde do setor de biotecnologia vai muito bem e demonstra disposição para

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vas. Ela já beneficia empre-sas como a MRS – controlada pela Vale – e a América La-tina Logística (ALL). A meta acordada pelo banco com a GE era atingir 60% de con-teúdo brasileiro em alguns modelos até 2013 – o que já aconteceu. Hoje, essas loco-motivas são negociadas por até R$ 3 milhões a unidade.

CEO da GE Transportation, Guilherme Mello avalia que desde a década de 1970 o setor ferroviário brasileiro não vivia um momento tão promissor, estimulado es-pecialmente pela realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo, em 2014, que exigem melhoria da in-fraestrutura nacional. “O país requer uma malha fer-roviária compatível com os novos e irreversíveis níveis de exigência”, assinala.

Forte concorrência

Demanda por equipamentos navais para a camada de Pré-Sal e chegada de novos fabricantes de locomotivas não melhoram comércio exterior mineiro nesses segmentos

Retomada do setor ferroviário

e naval brasileiro

Aumento da concorrência

entre estados

Exportação do setor naval e ferroviário no Brasil:

↑ Alta de 91,9% (de jan/dez. 2010 em relação ao mesmo período em 2011)

Total exportado: US$ 1.474 bilhão FOB em 2011

Participação no grupo PII&C: 2,55%

Exportação do setor naval e ferroviário em Minas:

Resultados evidenciam...

↓ Queda de 85,2% (de jan/dez. 2010 em relação ao mesmo período em 2011)

Total exportado: US$ 11.896 milhões FOB em 2011

Participação no grupo PII&C: 0,30%

Mello lembra ainda que, além dos investimentos federais previstos pela segunda eta-pa do Programa de Acelera-ção do Crescimento – o PAC 2 –, como a construção de mais 10 mil quilômetros de linhas pelo país, com investimentos previs-tos no valor de R$ 91 bilhões de reais, o governo estadual tornou isentas de Imposto sobre Circu-lação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as vendas de locomotivas com potência superior a 3.000 HP produzidas em Minas e des-tinadas à prestação de serviços de transporte de cargas.

O setor incorporará novos atores em breve. A Usiminas Mecânica inaugurará, junto a sua parcei-ra RCC Holding – sociedade com sede na capital mineira e que atua em setores como minera-ção e siderurgia –, uma fábrica de vagões na histórica Congo-nhas do Campo, no Campo das

Vertentes. A planta ocupará 11 mil m² de área construída e exi-giu investimentos de R$ 32 mi-lhões. A fábrica deverá produzir 3.000 unidades por ano, com quatro modelos de vagões.

De acordo com o diretor-exe-cutivo da Usiminas, Guilher-me Muylaert, a construção da fábrica da Usiminas Mecânica em Congonhas ampliará a ca-pacidade da empresa de aten-der a sua demanda, hoje su-perior a 700 vagões, número próximo do limite produtivo da fábrica de Santana do Pa-raíso, no Vale do Aço, de 800 unidades. Além de empregar 180 funcionários, inicialmen-te o novo empreendimento trará inovações em relação aos vagões produzidos atu-almente. Eles contarão com sistema de jateamento e pin-tura, oficina de montagem e teste de freio.

NAVIOS MINEIROS

A 298 quilômetros da planta da Usiminas em Ipatinga, indústrias metal-mecânicas do Vale do Aço mostram que mineiro entende de mar. Desde 2008, a região se articula para atender a demanda de estaleiros do Rio de Janeiro, segmento aquecido em virtude da descoberta do Pré-Sal.

O gerente da Regional Rio Doce do Sebrae-Minas, Fabrício Cé-sar Fernandes, ressalta que a característica produtiva do Vale do Aço – povoada por empre-sas que atendem a demanda da Usiminas – estimulou o desen-volvimento de peças para navios na região. “Os empresários da-qui enxergaram uma perspecti-va e toparam o desafio. Hoje te-mos um círculo virtuoso graças à ousadia deles em ampliar o mercado e minimizar os efeitos da crise de 2008”. Para algumas empresas de Ipatinga, o setor naval já

representa 20% do fatura-mento. Por isso, empresários locais desenvolveram por conta própria estudos, proje-tos e até protótipos de peças e componentes navais para atender as necessidades dos estaleiros. Processo que teve início em uma visita de re-presentantes do Sindicato Intermunicipal das Indús-trias Metalúrgicas, Mecâni-cas e de Material Elétrico do Vale do Aço (Sindimiva) ao Rio de Janeiro.

“Depois de visitarmos al-guns estaleiros, chegamos à conclusão de que aquilo que era produzido lá poderia ser desenvolvido na região, com as devidas adaptações”, recorda o vice-presidente da Regional Vale do Aço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Flaviano Mirco Gaggiato, também presidente da Viga, uma das empresas que in-vestem nesse mercado.

No início limitada a portas de navios, escotilhas e torres de guindaste, a produção sofisti-cou-se a ponto de desenvolver um navio por inteiro. A empresa Construções e Montagens Ipa-tinga (CMI) já domina esse pro-cesso. Blocos fabricados por ela são transportados em carretas até o porto fluminense e lá dão forma a navios de 27 metros de altura, o equivalente a um pré-dio de nove andares.

Tanto Fernandes quanto Gag-giato alertam para o desafio que se coloca nesse cenário para as empresas: a formação de mão de obra capacitada. “O Senai já atua conosco treinando solda-dores. O que almejamos agora é contar com cursos específicos para qualificar a mão de obra e gerar conhecimento na área da engenharia naval. Estamos ne-gociando com as universidades, queremos que elas participem e nos ajudem a nos adequarmos às exigências curriculares do MEC”, arremata.

A Viga Caldeiraria, em Santana do Paraíso, no Vale do Aço, produz portas de navios, blocos, escotilhas, torres de guindaste para estaleiros do Rio de Janeiro; a empresa atende o setor naval desde 2008

Arquivo Viga Caldeiraria

Fontes: Fundação João Pinheiro (FJP) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

* FOB: exportação ou venda de mercadoria, que inclui o preço de transporte inicial até o embarque no navio ou transportadora.

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Este artigo foi motivado por uma indagação da DC Aná-lise: se as ações do governo brasileiro são adequadas e suficientes para fomentar a inovação na indústria nacio-nal. A resposta é sim, e va-mos aos porquês.

Em primeiro lugar, porque o governo federal, desde a pri-meira gestão do presidente Lula, passou a adotar po-líticas públicas destinadas à criação de um ambiente francamente favorável à ino-vação no Brasil. A primeira delas foi a instituição da Lei de Inovação (Lei 10.973, de dezembro de 2004), seguida de parte de sua regulamen-tação, por meio do capítu-lo terceiro da Lei do Bem (11.196, de novembro de 2005). Em paralelo, as duas versões da política industrial do governo Lula contempla-ram, em tom crescente da primeira para a segunda, a inovação como elemento es-tratégico para o desenvolvi-mento econômico do país: a Política Industrial, Tecnoló-gica e de Comércio Exterior (PITCE, de março de 2004) e a Política de Desenvolvimen-to Produtivo (PDP, de outu-bro de 2009).

Já no governo da presidente Dilma Rousseff, as cores da inovação aparecem com tona-lidades ainda mais fortes. Sua política industrial, batizada de Plano Brasil Maior, tem o slogan “Inovar para competir. Compe-tir para crescer”, que não deixa dúvidas quanto ao lugar que a inovação ocupa neste governo.

Em razão desse amplo e bem armado pano de fundo,

SUFICIÊNCIAcrescente

Marco Antonio RauppMinistro da Ciência,

Tecnologia e Inovação

o governo federal tem posto em prática várias ações de apoio à inovação na indús-tria brasileira.

Uma dessas ações decorre mesmo da Lei do Bem, que estabelece incentivos fiscais às atividades inventivas de-senvolvidas pelas empresas industriais que declaram Im-posto de Renda pelo regime de lucro real. Esses incenti-vos podem chegar a 200% do valor gasto, contemplando, por exemplo, deduções do IR e da CSLL sobre dispêndios efetuados em atividades de P&D, redução do IPI na com-pra de máquinas e equipa-mentos para P&D, deprecia-ção acelerada desses bens e amortização acelerada de bens intangíveis.

Em 2010, último exercício contabilizado, 875 empresas utilizaram os incentivos da Lei do Bem. Essas empresas informaram que fizeram in-vestimentos totais de R$ 10,7 bilhões em Pesquisa, Desen-volvimento e Inovação (PD&I) em 2010, o que representou o usufruto de incentivos fis-cais – vale dizer, de renún-cia fiscal por parte do gover-no federal – no montante de R$ 2,1 bilhões.

Para o ano de 2011, cujos números serão analisados a partir de agora pelo MCTI, a expectativa é de que cerca de mil empresas tenham re-corrido aos incentivos da Lei do Bem. Cabe ressaltar que esses incentivos são usados de forma direta pelas em-presas, sem necessidade de autorização prévia do gover-no. Obviamente, os números

apresentados são auditados pela Receita Federal.

Outra ação relevante do go-verno federal se refere à subvenção econômica à ino-vação, operada por meio de editais da Finep. Nessa mo-dalidade, de 2006 a 2011 foi aportado nas empresas R$ 1,8 bilhão. Para os pró-ximos três anos, será mais R$ 1,2 bilhão. O próximo edital do programa de sub-venção será publicado em setembro, no valor aproxi-mado de R$ 400 milhões. Se-rão contemplados projetos de P&D nos setores de petróleo e gás, energia, saúde, defe-sa, nuclear, espacial, nano-tecnologia, biotecnologia, desenvolvimento social, TIC e biocombustíveis.

Mais uma ação coordenada pela Finep, incluindo recur-sos do BNDES: os programas de crédito para empresas inovadoras, com juros sub-sidiados. Em 2011, a Finep contratou R$ 2,9 bilhões, valor 75% maior do que em 2010, e desembolsou R$ 1,8 bilhão, 40% a mais do que em 2010. Para este ano, nossa expectativa é de que os contratos de crédito da Finep somem R$ 4 bilhões.

A criação da Empresa Bra-sileira de Tecnologia e Ino-vação Industrial (Embrapii) é mais uma ação de peso do governo federal, que esta-mos executando em conjun-to com a Federação Nacional da Indústria (CNI). O propó-sito é criar um modelo para a realização de atividades de P&D em instituições de pes-quisa, a partir de demandas

apresentadas pelas empre-sas industriais.

O projeto-piloto da Embra-pii está em curso, com a participação de três insti-tuições de pesquisa: o Ins-tituto de Pesquisa Tecnoló-gica (IPT), de São Paulo; o Instituto Nacional de Tec-nologia (INT), do Rio de Ja-neiro; e o Senai-Cimatec, da Bahia. Neste momento esta-mos discutindo a governan-ça da Embrapii, que deverá condizer com os modelos da iniciativa privada.

Por último, cito aqui o pro-grama Ciência sem Frontei-ras, que vai proporcionar a ida ao exterior de 100 mil estudantes de graduação e jovens pesquisadores brasi-leiros das áreas mais identi-ficadas com as atividades de inovação, como engenharia, computação, TI, biotecnolo-gia e nanotecnologia, entre outras mais.

Todas essas ações do gover-no federal são exemplares de sua disposição em partilhar os riscos da inovação com as empresas. Os incentivos da Lei do Bem implicam re-núncia fiscal; a subvenção econômica é aporte direto de recursos não reembolsáveis no caixa das empresas; as operações de crédito da Fi-nep têm juros abaixo da in-flação, subsidiados pelo go-verno; e o programa Ciência sem Fronteiras é financiado com recursos do orçamen-to da União, da ordem de R$ 3,2 bilhões até 2015.

O governo federal está fazen-do a sua parte.

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Termômetros da indústria, os setores mecânico e elétrico recebem os impactos negativos da falta de crescimento dos demais segmentos. Apesar do contexto pouco favorável, empresas apostam no desenvolvimento tecnológico como saída para otimizar produção, aumentar competitividade e incrementar faturamento

DRIBLETECNOLÓGICO

A saúde de vários setores produtivos pode ser medida por dois grandes indicadores: o investimento em mecani-zação, com aquisição de no-vos equipamentos, e o uso de energia elétrica no processo. Nesse sentido, quando a eco-nomia do país vai bem, as in-dústrias mecânicas, elétricas e de aparelhos de precisão vão a reboque, uma vez que estão na base do crescimento eco-nômico. Com o encolhimen-to das atividades industriais vivido neste ano no país, os resultados alcançados por esses três grupos estruturan-tes também estão aquém do esperado. Em Minas Gerais,

ELETROMECÂNICO

>Tatiana Lagôa

onde a situação não é dife-rente, empresários buscam aumentar a eficiência com investimentos milionários em inovação e tecnologia. Uma necessidade premente, uma vez que essas indústrias têm forte peso na balança comer-cial do Estado.

Dentre os produtos intensi-vos em informação e conhe-cimento (PII&C), por exemplo, representam 28,61% do total exportado em 2011, gerando receita de cerca de US$ 1,1 bilhão para Minas. Máquinas e equipamentos mecânicos se destacam com US$ 803,5 mi-

Arqu

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Mec

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Entre os investimentos feitos pela Mecan nos últimos dois anos está o sistema automatizado, denominado linha Transfer, com seis robôs responsáveis pela produção de andaimes e elevadores

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lhões; já os elétricos registra-ram US$ 257,6 milhões. “O mundo vive um crescimento muito rápido em termos de exigência de qualidade e pre-ço. Levando em conta a en-trada acelerada de produtos chineses no Brasil, só temos como opção investir no de-senvolvimento tecnológico. Caso contrário, nossa indús-tria aos poucos vai encolher”, analisa Alexandre Magno

D’Assunção Freitas, vice--presidente do Sindicato da Indústria Eletroeletrônica de Minas Gerais (Sinaees). E é assim que muitas das indús-trias do setor estão se movi-mentando, numa preparação para o que vem pela frente.

MEDIDORES INTELIGENTES

De olho no mercado, a Ser-ta Transformadores, que

projeta conjuntos e siste-mas de medição de energia, com sede no Distrito Indus-trial de Santa Luzia, investiu R$ 1 milhão em 2011 para a modernização de máquinas e equipamentos. Segundo o empresário Carlos Alberto Parillo Calixto, a Serta deve atingir neste ano um fatura-mento maior do que os R$ 23 milhões registrados em 2011. Entretanto, ele não prevê no-

vos investimentos em 2012, porque o mercado começou a se estagnar: “Com a indústria nacional retraindo, não estão ocorrendo grandes investi-mentos para aumento da pro-dução. E, com isso, a demanda por nossos produtos também acaba caindo. A empresa com-pensará o mau momento do mercado com produtos mais baratos e de qualidade, o que permite a compra de equipa-

mentos mais modernos”.Para acompanhar as mudan-ças no setor de distribuição de energia brasileiro, que implantará medidores inte-ligentes, capazes de receber conexões de internet e regis-trar o consumo de energia, a Nansen, maior empresa mi-neira do setor de instrumen-tos de precisão, investe tem-po e dinheiro, prevendo a demanda que se formará nos

próximos dez anos. Os no-vos medidores, que deverão estar à venda no primeiro semestre de 2013, seguem a tendência de eficiência tec-nológica, com a ideia de que, futuramente o consumidor acompanhará os seus gas-tos com detalhes, como a média diária de consumo.

Atenta ao futuro, a empre-sa, especializada na fabrica-ção de medidores de energia elétrica, tem como clientes as operadoras de energia do Brasil e do exterior, leia-se México e Polônia. Para a cria-ção da nova linha, a empre-sa tem investido anualmente cerca de 5% do faturamen-to, que no ano passado ficou em R$ 110 milhões, contra R$ 102 milhões de 2010. A expectativa de aumento da receita é de 30% até 2014. “É uma visão um pouco conser-vadora se levarmos em conta o tamanho do mercado que temos para atingir. Em um período de 15 anos, deverão ser trocados 65 milhões de medidores no Brasil”, explica o diretor de Tecnologia, Ri-cardo Vinner. O objetivo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é substituir toda a rede existente para dar espaço a equipamentos mais modernos. Atualmen-te, a Nansen detém cerca de 20% do mercado nacional, mas espera um aumento de participação após o lança-mento dos medidores inteli-gentes. Para Vinner, ainda é cedo para estimar em quan-to aumentará a participação da empresa.

PRODUÇÃO ROBOTIZADA

Especializado na fabricação, venda e locação de equipa-mentos para a construção ci-vil e mineração, o grupo Or-guel abriga a Mecan, braço fabril desses equipamentos, entre os quais elevadores

Rafael Motta / Nitro

Carlos Calixto, da Serta: faturamento este ano será maior que os R$ 23 milhões registrados em 2011

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Setor eletroeletrônico no Brasil

Geração, distribuição e

transmissão de energia

Principais produtos exportados 2011

Materiais elétricos de instalação

exportados

R$ 13 bilhões

R$ 9,6 bilhões

geradores e motores

US$ 723,6 milhõesSetor

Investimento em inovaçãoInvestimento 2011/2010

Faturamento em 2011

↑33%↑30%

Setor Eletroeletrônico Minas Gerais (2011)

5.875 14 mil R$ 13 bilhões

50% US$ 257,6 milhões

empresas empregos gerados

de faturamento

resultantes da área de geração,

transmissão e distribuição de

energiaexportados

Apesar da alta representativida-de nas exportações mineiras, as três áreas têm sofrido impactos negativos com a situação da in-dústria nacional. Para se ter uma ideia, segundo dados da Pesqui-sa Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no primei-ro quadrimestre deste ano houve uma redução de 2,2% na produ-ção nacional, frente ao mesmo período do ano anterior. Em Mi-nas Gerais, a queda foi de 1,4% na mesma base de comparação. A retração do setor industrial mi-neiro se explica pela diminuição na produção em cinco dos 13 ra-mos pesquisados pelo instituto, com ênfase em metalurgia bá-sica, veículos automotores e in-dústrias extrativas.

O diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Máqui-nas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso, lembra que os setores mecânico, elétrico e de instrumentos de precisão são fortemente influenciados pelo desempenho dos demais, mas questões como os altos custos de produção no Brasil e a dificuldade

AMPLIAR HORIZONTESde a indústria nacional concorrer com produtos estrangeiros têm tornado os dias mais penosos. “Nesse contexto de redução na demanda por novos equipamen-tos, o desenvolvimento tecnológi-co é condição para os industriais desses três segmentos se man-terem no mercado. Nosso maior desafio é concorrer no mercado internacional. Estamos lidando com multinacionais extremamen-te equipadas e preparadas tecno-logicamente”, afirma Veneroso.

A estimativa do Sindicato da In-dústria Mecânica do Estado de Minas Gerais (Sindimec-MG) é de que o faturamento das em-presas do setor de mecânica res-ponda por cerca de 8% a 10% do Produto Interno Bruto do Estado. Para o segmento, os resultados obtidos na mineração, siderurgia e petroquímica são os que cau-sam maior impacto na produção final. O presidente da entidade, Petrônio Machado Zica, estima que neste ano a produção fique em média 15% abaixo da alcan-çada em 2011. “Na verdade, não nos recuperamos plenamente desde 2009, no pós-crise econô-

mica. Neste ano, o maior peso sobre nosso resultado negativo está na siderurgia, que diminuiu a produção”, afirma.

Minas Gerais tem cerca de 870 in-dústrias do setor mecânico, com polos localizados principalmente na Região Central e no Vale do Aço, que geram, em média 40 mil empregos. O parque produtivo local trabalha atualmente com uma capacidade ociosa de cerca de 30%. Aproximadamente 70% do faturamento é proveniente de contratos com mineração e side-rurgia. Uma das estratégias para enfrentar os problemas é a diver-sificação das áreas de atuação do setor, com o intuito de reduzir a dependência. As duas opções que chamam atenção são as indús-trias naval e química. O investi-mento em novas tecnologias é ou-tra importante medida adotada. “Estamos tentando reduzir nossa dependência externa. O Brasil tem condições de criar suas pró-prias peças e máquinas, sem ter que importar grande parte delas, como já foi no passado. A depen-dência tem ficado menor”, asse-vera Machado Zica. (TL)

e andaimes. Visando melho-rar sua eficiência produtiva, a Mecan investiu R$ 15 mi-lhões em 2010, na expansão e modernização da platafor-ma industrial, com amplia-ção da fábrica e aquisição de novos equipamentos. Foi nessa época também que a empresa instalou um siste-ma automatizado, denomi-nado linha Transfer, com seis robôs. No ano passado, o gasto foi de US$ 20 milhões na compra de QuikDeck, pla-taforma de trabalho suspen-sa que auxilia nos processos de manutenção em locais de difícil acesso, como platafor-mas de petróleo.

MÃO DE OBRA

O diretor-executivo da em-presa, Carlos Alberto Vil-lefort, explica que as mu-danças possibilitaram um ganho de 80% em eficiência na produção. Com a aquisi-ção dos robôs, elimina-se a necessidade de 26 funcio-nários, que podem ser alo-cados para outras funções. Segundo ele, esse é um ga-nho importante, levando-se

em conta a dificuldade de conseguir mão de obra es-pecializada, em uma época em que o nível de desempre-go no Estado está cada vez menor. “Nossa capacidade de produção hoje passou a ser de um andaime a cada 30 segundos, e ainda garan-tindo a qualidade do produ-to”, salienta.

SOFTWARE

Também tem sido com inves-timentos em tecnologia que a Polikini, com sede no Dis-trito Industrial de Itabira, na Região Central, tem es-capado da perda de compe-titividade. Formada por um grupo de ex-funcionários da mineradora Vale, a empresa gastou R$ 500 mil para atu-alizar recentemente o servi-dor utilizado na organização de sua área administrati-va. Embora o novo software implantado para ajudar no processo de gestão da com-panhia, como contagem do estoque e cálculo da quan-tidade de produtos neces-sários em uma produção, gere custos anuais de cerca

de R$ 70 mil, o aumento na produtividade não só com-pensa como também justi-fica as despesas. “Sem essa mudança, hoje teríamos que desembolsar valores muito superiores para dar suporte ao trabalho na fábrica”, ex-plica a analista contábil Eli-sia Rodrigues Chaves.

AGILIDADE

Antes da implantação do sof-tware, a empresa havia ad-quirido novas máquinas para otimização da produção, pois os equipamentos oferecem condições bem mais favorá-veis para a elaboração das peças. Basta fazer a progra-mação, na qual constem de-talhes como tamanho, por exemplo, e uma chapa metáli-ca sai totalmente pronta, sem esforço ou gasto com muitos funcionários. Isso gera uma agilidade cerca de 90% maior no processo produtivo. Com os investimentos, a empre-sa espera quase dobrar o faturamento, que em 2011 foi de R$ 14 milhões. Para este ano, a expectativa é de R$ 24 milhões.

Fonte: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) Fonte: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)

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Base tradicional da economia mineira e carro-chefe das exportações, a exploração e o beneficiamento do minério de ferro atingem novos patamares com o uso de tecnologia de ponta. Mineradoras e siderúrgicas investem em equipamentos de alta performance para extrair o insumo com baixo teor de ferro, terras-raras e ainda adequar-se à demanda do cliente

ALQUIMIAMINERAL

Com o elevado índice de crescimento mundial regis-trado a partir do ano 2000, a demanda por minerais aumentou e impulsionou o setor no país. Na última década, o valor da produ-ção cresceu cerca de 550%, saltando de US$ 7,7 bi-lhões para US$ 50 bilhões, segundo o Instituto Brasi-leiro de Mineração (Ibram). Tal melhora, unida à pro-gressiva urbanização e ao crescimento das economias emergentes, deve fazer com que a produção mineral na-cional permaneça em alta, com crescimento de 10% a 15% nos próximos três anos, ainda que pese a re-tração em 2009, devido à crise europeia.

Para dar conta de produzir minério de qualidade que,

MINÉRIO

>Ione Maria Nascimento

na ponta do processo, vai gerar o aço e com ele os bens duráveis, a tecnologia é a grande aliada. Quando se trata de siderurgia e mi-neração, é preciso sempre inventar, ou reinventar. A tecnologia de tratamento do minério com baixo teor de ferro, por exemplo, aumen-ta a longevidade das minas, dribla a escassez do produ-to de qualidade encontrado nas camadas superficiais dos terrenos e atende as exigências do mercado, que trabalha com o percentu-al de 65% a 68% de ferro no minério.

VIDA ÚTIL

No final do ano passado, a MMX, mineradora do Gru-po EBX, adquiriu equipa-mentos para a expansão da

Unidade Serra Azul, situ-ada na região do Quadri-látero Ferrífero, em Minas Gerais. Com investimentos de R$ 4,8 bilhões, o projeto em andamento trará gran-de inovação no processo de transformação do minério de médio teor de ferro em um de alto teor, e a produ-ção alcançará 29 mihões de toneladas.

De acordo com o diretor de Operações, Implanta-ção e Desenvolvimento de Projetos da MMX, Anto-nio Schettino, a expansão de Serra Azul permitirá à MMX beneficiar, além do minério de ferro do tipo ita-birito friável (rico e de fácil processamento), o itabirito compacto (material rochoso abundante na região), an-

Joao Marcos Rosa / Nitro

Investimento em tecnologia permite às mineradoras beneficiarem o itabirito compacto, com baixo de teor de ferro, o que aumenta a vida útil da mina e reduz danos ambientais

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Exportação minério de ferro (MG)

Exportação US$23 bi = 47% do total exportado pelo país = saldo de US$21,5 bi na balança comercial do Estado.

29 usinas (11 grupos

empresariais)

US$ 3,9 bilhões 13,0% do saldo

comercial do país

Construção civil, automotivo, bens de capital, máquinas e equipamentos (incluindo agrícolas),

utilidades domésticas e comerciais.

25,0 milhões de t

2,9 milhões de t

35,2 milhões de t

7,1 milhões de t

47,8 milhões de t/ano de aço bruto

12º exportador de aço

137.134

145 quilos de aço bruto/habitante

33,3 milhões de t

mais de 100 países

Parque produtor de aço

Saldo comercial

Principais setores consumidores de aço

Consumo aparente

Exportações indiretas (aço

contido em bens)

Produção aço bruto

5º maior exportador

líquido de aço

Capacidade instalada

Ranking mundial

Número de colaboradores

Consumo per capita de aço

no Brasil:

Produtos siderúrgicos

Exporta para

tes tratado como estéril por apresentar cerca de 36% de teor de ferro. Será uma das maiores plantas do mundo a operar, em grande esca-la, com itabirito compacto, aumentando a vida útil da mina em 20 anos, evitando a abertura de novas plan-tas em áreas virgens. Ou-tros ganhos ambientais são a reutilização de cerca de 85% da água empregada no processo e a construção de um mineroduto subter-râneo, que ligará a usina até um terminal ferroviário próprio, evitando o tráfego de caminhões na área.

Os equipamentos adquiri-dos pela MMX, que chega-rão em 2013, incluem dois moinhos semiautógenos (SAG) para moagem primá-ria do itabirito compacto. “O próprio material rocho-so, que é duro e resisten-te a quebra, age como cor-po moedor junto às bolas de aço que ficam na parte interna dos SAGs”, expli-ca Schettino, ressaltando que, ao empregar alta tec-nologia de processamento de itabirito compacto, em processos ainda não utili-zados no Brasil, a empre-sa estará agregando valor a sua produção. A minera-dora terá também em sua planta 14 moinhos verti-cais, com potência de 3.000 cavalos cada. “É a primei-ra vez que uma mineradora brasileira utiliza moinhos verticais com essa potên-cia. Os equipamentos irão reduzir 27% da energia que seria consumida na remo-agem em moinho de bolas convencionais”, assinala.

A nova planta da Unidade Ser-ra Azul contará com simulador virtual do processo produtivo em 3D, o que permitirá que tanto os empregados que tra-

Poucos são os Estados que pos-suem o blend de minério existente em Minas Gerais. E, como afiança o subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e Política Ener-gética de Minas Gerais, Paulo Sér-gio Machado Ribeiro, é essa base mineral e siderúrgica que ajuda na diversificação de nossa economia. “Minas Gerais não é só minério de ferro. Produzimos mais de 40 subs-tâncias minerais. Temos uma posi-ção privilegiada da commodity, por sermos um Estado mediterrâneo”.

Essa variedade mineral inclui in-sumos considerados estratégicos para a indústria de alta tecnologia no mundo: os chamados metais de terras-raras. O grupo é formado por 17 elementos químicos usados na fabricação de vários produtos, como tablets, carro elétrico, celulares, te-las para computadores e televisores. Levantamento de 2012 feito pelo geó-logo Romualdo Homobono, do Depar-tamento Nacional da Produção Mine-ral (DNPM), indica que Minas Gerais possui 39 mil das 40 mil toneladas de reservas medidas dos minerais de terras-raras no Brasil. As mil tonela-das restantes pertecem à empresa In-dústrias Nucleares do Brasil, em São Francisco do Itabapoana (RJ).

Atualmente, a China responde por cerca de 97% da produção mundial, detendo 23% das reservas, de acordo com dados do governo daquele país, do primeiro trimestre de 2012. Esses números, porém, são contestados. “A situação da China é complicada pela falta de dados independentes, o que di-ficulta definir aquele que é correto”, ex-plica Homobono. As reservas medidas brasileiras totalizam menos de 1% das reservas mundiais, mas ainda assim vale a pena explorá-las. “O interesse despertado pelas ameaças chinesas de cortarem as exportações de terras-raras fez com que diversos países voltassem a pesquisas e mesmo à reabertura de an-tigas minas. O Brasil não poderia ficar de fora”, diz o geólogo.

RARAS E COBIÇADAS ARAXÁ

A Vale divulgou, no ano passado, seu projeto de exploração de terras-raras nas cidades mineiras de Araxá e Patro-cínio, no Alto Paranaíba. A meta da em-presa é entrar nesse mercado em três anos. A multinacional canadense Mbac Fertilizantes também já anunciou a criação da subsidiária Araxá Mineração e Metalurgia, que será responsável pelo desenvolvimento do projeto de explora-ção desses elementos na região.

Já a Companhia Brasileira de Me-talurgia e Mineração (CBMM), fa-bricante de produtos à base de ni-

óbio na mesma cidade, anunciou o desenvolvimento da tecnologia para o processamento de quatro dos 17 elementos. Em maio deste ano, a empresa iniciou a produ-ção de concentrados refinados de terras-raras. Do rejeito do nióbio, a CBMM fabrica sulfato duplo e hi-dróxido de terras-raras, o que ne-nhuma outra empresa no mundo faz. Na fábrica piloto, a produção é de mil toneladas de concentra-dos por ano, capacidade que deve-rá aumentar para 3 mil toneladas. Para tanto, a empresa investe R$ 50 milhões nesta primeira fase de pesquisas e produção. (IMN)

Daniel de Cerqueira / Nitro

Paulo Sérgio Ribeiro: “Minas Gerais não é só minério de ferro. Produzimos mais de 40 substâncias minerais”

Fontes: Ibram e Instituto Aço Brasil

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Para garantir e conquistar mercado, grandes empresas investem também em tecnologia aliada diretamente à demanda dos clientes. A Vale, por exemplo, mantém o Centro de Tec-nologia de Ferrosos (CTF) em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde realiza simula-ções de processos que utilizam seus produtos, com o objetivo de avaliar o desempenho destes na produção de seus clientes. A simulação é capaz de mostrar o comportamento do mi-nério de ferro nos reatores das side-rúrgicas, explica o gerente-geral do CTF, Rogério Carneiro. Dessa forma, o centro contribui para o desenvol-vimento de matrizes de minério que atendam os diferentes consumidores. “ É possível falar em ´descomoditiza-ção ,̀ pois para cada cliente existe um blend específico”, ressalta Carneiro.

Na corrida tecnológica por novos produtos, a Usiminas aposta, em sua usina em Ipatinga (Vale do Aço), no Continous on Line Control (CLC), processo que permite a produção de chapas grossas com alta resistência mecânica, elevada tenacidade e de-sempenho superior da capacidade do material de ser soldado. As ca-racterísticas técnicas melhoraram a performance do aço para uso em grande profundidade marítima. Para agregar valor à indústria de óleo, gás e naval, a Usiminas investiu aproxi-madamente R$ 540 milhões.

A tecnologia atende os requisitos técnicos ditados pela Petrobras, cliente da Usiminas, visando à ex-ploração principalmente do Pré-Sal, cujas obras requerem alto percentu-al de nacionalização. Para a adoção do CLC, a empresa fez um upgrade em seu processo industrial, da acia-ria à laminação final. Segundo o ge-rente-geral de Produto e Assistência Técnica ao Cliente, Eduardo Cortes Sarmento, todas as etapas de pro-dução passaram por investimentos. “Com a linha, a Usiminas se equi-para às melhores siderúrgicas do mundo”, assegura.

FOCO NO CLIENTE balham diretamente na produ-ção quanto aqueles que estão no centro de controle da opera-ção sejam treinados por meio da ferramenta. Além disso, o software possibilitará verificar previamente as taxas de rendi-mento da planta, contribuindo ainda para a identificação de possíveis gargalos e do índice de falhas na produção.

PIONEIRA

Foi também graças à apli-cação de tecnologia que a Samarco Mineração supe-rou o desafio que parecia

impossível para a época em que foi instalada no Esta-do. Desde o início de sua operação, em 1977, a em-presa atuou com matéria--prima com baixo teor de ferro (de 58%), antes con-siderada rejeito pelas con-correntes. Tratado, enri-quecido e transformado em pelotas de minério de ferro, o produto atendeu as exigências do mercado mundial. Hoje a empresa lavra o minério itabirítico com teor de ferro em torno de 45%, e a tendência é de queda desse índice.

Em agosto do ano passado, a moagem do minério na uni-dade de Germano, em Maria-na (MG), passou a ser feita por moinhos verticais (Ver-timill), que têm capacidade de operar, nos mesmos pa-drões e quantidades dos tra-dicionais moinhos de bola, usando 50% menos de ener-gia. “Se você não desenvolve novas tecnologias, a exem-plo do Vertimill, o proces-samento fica mais caro. Por isso a necessidade dessas e de outras tecnologias ao lon-go de toda a cadeia produti-va”, defende o gerente-geral

de Tecnologia e Ecoeficência da Samarco, Denilson Rodri-gues de Araújo.

A extração do minério com baixos teores de ferro tem in-fluenciado cada vez mais no-vos investimentos tecnológi-cos. O diretor de Assuntos Minerários do Ibram, Mar-celo Ribeiro Tunes, ressalta que considerável parcela de investimentos nos projetos de minério de ferro em Mi-nas Gerais já é direcionada à extração e ao aproveita-mento desse tipo de insumo. “Como resultado, a produ-

ção no Estado tem se manti-do como a mais significativa do Brasil”, afirma Marcelo.

Segundo o Ibram, em 2011 a produção minerária brasileira alcançou US$ 50 bilhões, um recorde no qual Minas Gerais participou com US$ 23 bilhões, 47% do valor. Por outro lado, o ivestimento em pesquisas ain-da é baixo. Relatório do insti-tuto publicado em 2012 indica que em 2009 e em 2010 o Bra-sil recebeu apenas 3% de todo o investimento privado mundial em pesquisa, menos do que o Chile e o Peru.

Arquivo MMX

Equipamentos adquiridos pela MMX incluem dois moinhos semiautógenos para moagem do itabirito compacto e 14 moinhos verticais que vão reduzir gasto energético

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O papel da inovação no desen-volvimento econômico voltou a atrair a atenção de pesquisado-res e formuladores de políticas públicas nas últimas quatro décadas, e, desde então, um intenso e frutífero debate foi reavivado, tendo como pano de fundo transformações subs-tanciais no contexto econômico mundial. A crescente integra-ção financeira, produtiva e co-mercial dos países em escala global foi impulsionada e, ao mesmo tempo, acompanhada pelo avanço tecnológico, par-ticularmente pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC), reconfigurando o padrão competitivo dos mercados mun-diais. As vantagens compara-tivas estáticas, baseadas em recursos naturais, perderam importância e cederam espaço para as vantagens comparati-vas dinâmicas, assentadas em elementos construídos, como os derivados da capacidade de gerar e aplicar conhecimento tecnocientífico na exploração de novos produtos, novos mer-cados e novos métodos produ-tivos e organizacionais.

Mas, diante do aprofunda-mento da internacionalização econômica e, sobretudo, da difusão ascendente das TIC, tornou-se muito mais difícil para as empresas a possibili-dade de reter exclusivamente suas vantagens comparativas dinâmicas. Isso porque, com a globalização e o acelerado pro-gresso tecnológico, o conheci-mento ficou mais fluido, aces-sível e disperso, podendo ser mais facilmente apropriado e absorvido pelos concorrentes, de modo que o domínio de di-ferenciais competitivos passou a ser menos rígido e tenden-

A NECESSÁRIA INTERAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E EMPRESAS

Clélio Campolina DinizReitor da UFMG

Reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, é professor titular do

Departamento de Ciências Econômicas

cialmente transitório. Assim, a capacidade de competição das empresas está agora sob permanente risco, devendo ser obrigatoriamente renovada, por meio de um esforço inova-dor contínuo. A inovação, por-tanto, foi efetivamente revalo-rizada no contexto econômico contemporâneo em grau inau-dito, reatualizando o princípio da “destruição criativa” formu-lado pelo economista Joseph Schumpeter há 70 anos.

O esforço inovador, contudo, não depende apenas de ini-ciativas isoladas e individuais das empresas, amparadas em atributos internos próprios, mas se circunscreve em um ambiente institucional muito mais amplo e complexo, estan-do correlacionado a diversos outros fatores exógenos, como os de natureza social, econô-mica, política, cultural etc., como bem formulou Mark Gra-novetter, em 1985, através do conceito de imersão social. Isso ocorre em razão de o conheci-mento não consistir somente de informações codificadas, passíveis de serem transmiti-das pela simples especificação técnica enunciada, mas tam-bém pelas inter-relações so-ciais não codificadas decorren-tes da imersão social na qual as empresas ou agentes estão inseridos. Assim, a despeito de ter se tornado relativamente acessível, o conhecimento tem elevado componente tácito, que implica árduo processo de absorção, requerendo procedi-mentos e rotinas para a efetiva transferência do saber e do fa-zer. Consequentemente, a di-fusão do conhecimento cobra a proximidade de empresas e ou-tros atores e agentes, entre os

quais se destacam as universi-dades e institutos de pesquisa, tanto em termos geográficos quanto institucionais, a fim de permitir o estabelecimento de estreita interação, mediante canais de fluxos intermitentes e íntimos de informações e tro-cas de experiências recíprocas face a face, conformando uma prática compartilhada virtu-osa e cotidiana de aprendiza-gem mútua.

Sob tal perspectiva, o proces-so inovativo evidencia caracte-rísticas fortemente territoriali-zadas, vindo a se materializar em sistemas produtivos espa-cializados de âmbito regional ou local, com elevado grau de conectividade entre empresas, universidades, institutos de pesquisa, laboratórios públicos e privados, agências de fomen-to, entidades privadas e gover-namentais, além de outras or-ganizações da comunidade em geral, envolvidas sinergicamen-te. Merecem destaque as ativi-dades de pesquisa e desenvol-vimento na geração, introdução e utilização de novas técnicas e processos inovativos nos mais diversos campos produtivos, gerenciais e comerciais.

Entre as diferentes alterna-tivas de organização de sis-temas regionais de inovação, destaca-se a estruturação de parques tecnológicos, que ar-ticulam cooperativamente em-presas de base tecnológica, universidades, institutos de pesquisa, organizações em-presariais e governo para o estabelecimento de processos de “fertilização cruzada” de atividades inovativas. No caso da capital mineira, a criação do Parque Tecnológico de Belo

Horizonte (BH-Tec), consti-tuído em parceria da UFMG, governo estadual, prefeitura e entidades empresariais (Fie-mg, Sebrae), com o apoio de agências de fomento estadual e federal (Fapemig e Finep), é uma iniciativa amplamente promissora com vistas a pro-mover a interseção entre a ci-ência gerada na academia e sua aplicação pelo setor pro-dutivo, de forma a fixar ba-ses fundamentais para o de-senvolvimento sustentado de longo prazo, baseado em ati-vidades inovadoras e na diver-sificação produtiva da região, do Estado e do país.

Instalado em área de 535 mil metros quadrados, em terre-no da universidade no cam-pus da Pampulha, o BH-Tec já recebeu investimento de R$ 65 milhões, abrigando, ini-cialmente, 16 empresas de seg-mentos em que a UFMG man-tém pesquisas sistemáticas em profundidade: aeronáuti-ca, informática, automação, biotecnologia, gestão, meio ambiente, eletrônica, energia, mineração e siderurgia. O BH--Tec se soma a outros esforços que a UFMG tem feito ao longo de sua história para estreitar os canais de interação com as empresas em diferentes seto-res. Cabe sublinhar a geração e transferência de patentes e know-how ao setor empresa-rial. De 2000 ao ano passado, foram depositadas 418 paten-tes, sendo 61 e 75 respectiva-mente em 2010 e 2011, o que coloca a UFMG como líder na-cional entre as universidades brasileiras e reafirma nosso compromisso com a geração e a difusão de conhecimento em prol da sociedade.

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Fruto de parcerias entre instituições de ensino e pesquisa, poder público e iniciativa privada, os parques tecnológicos são peça fundamental para impulsionar a inovação tecnológica e aproximar universidades e empresas. No Estado, três unidades já estão em pleno funcionamento, e outras três, em fase de implantação

AMBIENTEDA INOVAÇÃO

Mais de seis décadas depois do surgimento do primeiro parque tecnológico nos Estados Unidos, o modelo que reúne, em um mesmo ambiente, empresas de inovação e pesquisa começa a se consolidar no Brasil. O país abriga 90 inicia-tivas, de diferentes portes, com cerca de 520 empresas. Estas somam receita anual de R$ 1,68 bilhão, exportam R$ 116 milhões e geram cerca de R$ 119 milhões em impostos. Minas Gerais segue a rota: três parques tecnológicos – em Belo Horizonte, Itajubá e Viço-sa – estão em operação, e outros três – em Juiz de Fora, Lavras e Uberaba – estão em fase de con-tratação de empresas para desen-volvimento dos projetos urbanísti-co e arquitetônico.

Lançado em maio, o Parque Tec-nológico BH-Tec é uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), governos municipal e estadual, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (Sebrae-MG) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O investimento, até o momen-to, foi R$ 65 milhões, mas será preciso muito mais. O projeto é

CONJUNTURA

> Viviane Lopes

ambicioso, mas esbarra na falta de estrutura física. Na região da Pampulha, o único edifício cons-truído no terreno de 535 mil me-tros quadrados (quase 70% da área é de preservação ambiental) está ocupado por apenas 16 em-presas, que atuam nas áreas de ciências da vida (biotecnologia, saúde humana e animal), tec-nologia da informação e comu-nicação, materiais e processos, ambiental, energias alternativas e entretenimento e cultura. A es-colha das empresas é feita por meio de um conselho da institui-ção que avalia se estas possuem o perfil adequado ao parque tec-nológico. A expectativa é de ex-pansão. “Vamos construir ainda muitos prédios e teremos capa-cidade, quando estivermos em plena carga, para mais de 200 empresas”, garante o professor Ronaldo Tadeu Pena, presidente do BH-Tec e ex-reitor da UFMG.

GOOGLE Realidade depois de quase uma década passada entre o projeto e sua efetiva implantação, ao que tudo indica o BH-Tec não terá problemas para sua ocupação,

ainda que, diante dos núme-ros nacionais, a pretensão seja extraordinária. Ronaldo Pena conta que já foi sondado por 72 empresas, entre elas a gigante mundial das buscas na inter-net. “Desde 2001, tivemos vá-rias visitas de representantes do Google”, revela o professor, res-salvando que “não há ainda ne-nhuma decisão oficial”. O Google mantém há sete anos na capital mineira um escritório, aponta-do por Fábio Coelho, presidente da empresa no Brasil, como um dos mais importantes centros de desenvolvimento de projetos em toda a América Latina.

Um dos caminhos para a am-pliação do BH-Tec é justamen-te a parceria com o setor pri-vado. A intenção é estabelecer um modelo de negócio alterna-tivo com as construtoras. Elas poderão investir na construção de prédios no parque e, em tro-ca, receberão o aluguel das em-presas ali instaladas. Isso até 2041, quando a UFMG passará a ser a proprietária dos prédios. “Esperamos realizar a licitação para ampliação em outubro”, anuncia Ronaldo Pena.

O espaço e o acesso rápido aos recursos públicos, já que algumas instituições possuem linhas de financiamento espe-cíficas para empresas residen-tes em parques tecnológicos, foram fatores que atraíram a criativa Samba Tech para o BH-Tec. Formada por jovens profissionais, a empresa se apresenta como líder em so-luções para vídeos on line na América Latina e cresce 200%

ao ano, em média. CEO da em-presa, Gustavo Caetano pro-jeta uma expansão maior ain-da: “Um ambiente novo sugere mudança, e isso se refletiu no nosso negócio. Aumentamos a base de funcionários, o núme-ro de clientes, e estamos sem-pre atentos às tendências de mercado. Caminhamos para nos tornar um grupo de inter-net com tecnologia de ponta e parcerias internacionais”.

Além da facilidade de acesso aos financiamentos públicos, o dire-tor administrativo-financeiro da Take.net, Pedro Henrique Fer-reira, destaca outra vantagem de fazer parte de um parque tecno-lógico: a facilidade de acesso à mão de obra qualificada, antes mesmo da sua formatura, gra-ças à proximidade com a UFMG. Desenvolvedora de soluções para distribuição e gerenciamento de downloads, notícias, interati-

Rafael Motta / Nitro

Inaugurado este ano, o BH-Tec já recebeu R$ 65milhões em investimentos; 16 empresas estão instaladas ali e a expectativa é abrigar mais de 200

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Parques tecnológicos em fase de implantação

1

Belo Horizonte2

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Garcia, também ressalta a im-portância dos parques tecno-lógicos para o crescimento re-gional. Ele lembra que quando um parque é construído em pe-quenas e médias cidades, ocor-re um movimento de retenção e de atração de mão de obra qualificada, algo essencial para a promoção social e econômica local, criando, inclusive, uma rede de prestação de serviços nas mais diferentes áreas. “Os parques dinamizam a cadeia produtiva, pois demandam, por exemplo, hotéis, restaurantes e até espaços culturais melho-res”, salienta.

Além disso, diz Garcia, essas ins-tituições exercem papel pedagó-gico de ensinar ao empresariado, lembrando-os que é preciso in-vestir em tecnologia, ainda que o caminho entre a pesquisa e o desenvolvimento industrial seja, muitas vezes, longo. É preciso, então, assegurar condições para a existência de novos parques tecnológicos, como meio de ele-var o número de empresas capa-zes de competir no mercado glo-balizado. Garcia ressalta ainda a capacidade dos parques tecno-lógicos de otimizar recursos. “A pesquisa demanda investimento muito alto. No parque é possível compartilhar laboratórios, desen-volvimento tecnológico, sugerir temas, reduzir em muito o custo do processo”, observa.

EXCELÊNCIA

A força de um parque tecnológico no interior pode ser medida pelo Parque Científico-Tecnológico de Itajubá, o mais antigo do Estado. Ele foi fundado em 2000 e abrigacentros de estudo com foco em eficiência energética, materiais biofuncionais, qualidade de ener-gia e redes inteligentes. Atual-mente, 25 empresas estão em operação ali, sendo 17 em pro-cesso de incubação e oito conso-lidadas. Juntas, essas empresas geram 230 empregos. No primeiro trimestre deste ano, o faturamen-

to bruto das empresas incubadas foi de R$ 1,3 milhão. As empresas consolidadas faturaram cerca de R$ 1,2 milhão. Nesse mesmo pe-ríodo, a arrecadação de impostos foi de R$ 168 mil. Um dos desta-ques do Parque Científico de Ita-jubá é a empresa Ventrix Indús-tria e Comércio, que desenvolveu um sistema chamado Cardiofit, destinado à realização de eletro-cardiogramas e teste ergométrico digital com transmissão automá-tica de exames e laudos via inter-net, garantindo a preservação dos dados do paciente.

Em Viçosa, na Zona da Mata, o TecnoParq foi inaugurado em abril do ano passado. Assim

como grande parte das iniciati-vas aqui e no mundo, ele man-tém um vínculo estreito com uma instituição de ensino de expressão. Gerido pelo Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (CenTev), ór-gão da Reitoria da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e com apoio dos governos municipal e estadual, o parque ocupa área de 214 hectares, mas em seu prédio principal estão apenas duas em-presas; uma terceira se instalará em edifício anexo. A vocação do TecnoParq está relacionada às áreas de excelência da UFV, em especial biotecnologia, tecnologia de alimentos, florestal e ambien-tal e ciência veterinária.

Fonte: Rede Mineira de Inovação

1. Juiz de Fora Investimentos: R$ 3,65 milhões do Estado em 2012 Áreas: biotecnologia, tecnologia da informação, saúde animal e humana, eletroeletrônica, leite e derivados Receita: R$ 1,6 milhão no primeiro ano de funcionamento Inaugração: não há previsão

2. Uberaba Investimentos: R$ 1,52 milhão do Estado, em 2012, para os projetos urbanístico da área e arquitetônico do prédio Áreas: biotecnologia, tecnologia da informação, energia, meio ambiente, design e fármacos Receita: R$ 700 mil no primeiro ano de funcionamento Inauguração: não há previsão

3. Lavras Investimentos: R$ 1,06 milhão do Estado, em 2011, para execução dos projetos urbanístico e arquitetônico e estudo de viabilidade técnica e econômica Áreas: saúde animal, tecnologia de alimentos, biotecnologia, tecnologia da informação e engenharias Receita: não há previsão Inauguração: não há previsão

vidade e voz, integrando usuários de telefonia móvel às operadoras, empresas, anunciantes e patroci-nadores, a Take.net instalou-se no BH-Tec em junho deste ano e tem metas ousadas de cres-cimento. Atualmente com seis profissionais, espera aumentar a equipe para 15 profissionais até o fim do ano. “A parceria com as agências de fomento ao desenvol-vimento tecnológico tem permiti-do à empresa financiar a inova-ção, gerar empregos qualificados e atingir metas de crescimento superiores a 35% ao ano”, come-mora o diretor.

REFORÇO LOCAL Espalhados pelo mundo, defen-sores dos parques tecnológicos ressaltam que estes são um ca-minho para manter o capital in-

telectual nas regiões onde eles existem, o que é de suma impor-tância para o equilíbrio do desen-volvimento de um país. “Minas Gerais não está mais exportan-do cérebros”, diz o presidente do BH-Tec. Para ele, o interesse de grandes empresas de tecnologia em se fixar no parque está na aproximação com uma institui-ção de ensino como a UFMG. “Te-mos o melhor grupo de ciência da computação do Brasil. Temos co-nhecimento, e as empresas que-rem ir para onde existe conheci-mento”, assinala.

A proximidade com as universi-dades e, consequentemente, com recursos humanos qualificados é um conceito inerente à criação de parques tecnológicos, já que eles se apresentam como plataforma de apoio à inovação no país. Um dos principais desafios é também garantir a qualidade das univer-sidades brasileiras. Doutora em engenharia elétrica e informática, a presidente da Associação Na-

cional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Francilene Garcia, afirma que os parques tecnológi-cos contribuem de forma relevan-te para consolidar a formação de uma forte e competitiva indústria baseada no conhecimento. Os parques criam condições favo-ráveis à agregação de tecnologia e inovação ao setor industrial, agrícola e de serviços já estabele-cidos no país. “A aposta recente na emergente indústria inova-dora no país posiciona bem os parques tecnológicos como pla-taformas físicas de referência no processo de desenvolvimento de novos espaços ou polos tecnológi-cos no Brasil, sempre com o obje-tivo de consolidar a formação de uma forte e competitiva indústria baseada no conhecimento”, afir-ma Francilene.

NAS REGIÕES

O presidente da Rede Minei-ra de Inovação, Paulo Augusto

Rafael Motta / Nitro

Ronaldo Pena, presidente do BH-Tec: “Minas Gerais não está mais exportando cérebros”

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Nos últimos cinco anos, cresceu o número de patentes depositadas pelo Brasil no exterior. As instituições públicas lideram o ranking. Porém, ainda estamos bem abaixo de países como a China e Índia. Dois obstáculos dificultam o processo de modernização industrial por aqui: a lentidão na transferência tecnológica e a falta da cultura de inovação

PROTEÇÃOA INDÚSTRIA

Um dos termômetros do nível de inovação de um país, o re-gistro de patentes está em alta no Brasil, mas isso não signi-fica que estamos bem numa concorrida lista mundial. Ao contrário. Ainda que seja ex-pressivo o número de 2011, quando foram depositados 572 pedidos de patentes brasileiras no exterior por meio do Trata-do de Cooperação de Patentes (PCT), contra 270 solicitadas em 2005, o país ocupa o últi-mo lugar no ranking da pro-teção de produtos e processos registrado pelas nações que formam o Bric. “Estamos atrás da China, Índia e Rússia, mas este cenário pode começar a se reverter dentro de quatro anos.”, pondera o diretor de Patentes do Instituto Nacio-nal da Propriedade Industrial (Inpi), Júlio César Moreira.

Na análise do maior banco de dados de patentes do mundo, o Índice Mundial Derwent de Patentes (DWPI), os depósitos brasileiros cresceram 64% en-

PATENTES

> Lucas Alvarenga

tre 2001 e 2010, enquanto na Europa e no Japão caíram 30% e 25%, respectivamente. Só em 2011, foram depositados 31.924 pedidos de patentes no Brasil, contra 28.052 solicita-dos em 2010. Na última década, o país atingiu um total de 130 mil registros nacionais, 4,3% do total de pedidos chineses de patentes – que totalizaram 3 milhões – na mesma época.

Se o Brasil ainda está longe de se aproximar dos índices da potência oriental, muito se deve ao fato de empresas estatais, universidades pú-blicas e entidades de pesqui-sa dominarem o ranking dos cinco maiores solicitantes de proteção intelectual do país – Petrobras, Universidade Estadual de Campinas (Uni-camp), Universidade de São Paulo (USP), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nessa ordem. De acordo com estudo DWPI,

27% das patentes brasileiras são de universidades. O fato de a Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes) pon-tuar programas de pós-gradu-ação com patentes só endossa a intenção do governo de ele-var essa participação – algo declarado pela presidente Dil-ma Rousseff à imprensa.

Em Minas Gerais também, são duas instituições públicas que lideram a busca pelas paten-tes. A UFMG e a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) são as princi-pais responsáveis pelo quarto lugar ocupado pelo Estado nas solicitações do país ao Inpi, com 615 pedidos, atrás do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Só em 2011, 71 depósitos foram efetuados pela federal mineira, que li-derou, nesse ano, o ranking das universidades brasileiras que mais solicitam patentes, à frente da Unicamp e da USP.Criada há 15 anos, a Coorde-nadoria de Transferência de

Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG é o órgão responsável pela gestão do conhecimento científico e tecnológico gerado na instituição. É a CTIT que atua na comercialização das inovações criadas, na dissemi-nação da cultura de proprie-dade intelectual e na proteção do conhecimento. Desde a sua concepção, o órgão já contabi-lizou 440 pedidos de patentes ativos, 64 marcas registradas, 20 registros de softwares, 11 desenhos industriais e 10 cer-tificados de adição. “Patente não é artigo científico. Ela va-loriza o trabalho do pesquisa-dor ao assegurar propriedade e

gerar receita”, ressalta o coor-denador da CTIT, Rodrigo Dias de Lacerda.

A Fapemig também deu um grande salto nesse sentido. Em 12 anos, foram registra-dos 456 pedidos de patentes e 17 transferências de tec-nologia. A instituição, que recebe regularmente a verba de 1% do orçamento do Esta-do, aprovada em lei e previs-ta na Constituição mineira, tem diferentes linhas de fi-nanciamento que atendem os pesquisadores, como aquelas voltadas ao apoio, à criação

Mário Neto, da Fapemig: em 12 anos a instituição registrou 456 pedidos de patentes e realizou 17 transferências de tecnologia

Marcus Desimoni / Nitro

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e/ou manutenção de núcle-os de inovação tecnológica, aberto em janeiro deste ano. Em 2011, a Fapemig criou o Departamento de Relações Empresariais no âmbito da Gerência de Inovação, como forma de apoiar a indústria.

O presidente da Fapemig, Má-rio Neto Borges, lembra que as universidades geram ino-vação por meio da pesquisa, mas são as empresas as res-ponsáveis por transformar co-nhecimento em riqueza. “Sem inovação a indústria tende a morrer. Com ela, porém, o setor se torna competitivo e capaz de gerar emprego e im-postos. É um ciclo positivo e sustentável de desenvolvimen-to de riqueza, com lastro no conhecimento”, avalia.

A Fapemig e Federação das In-dústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) assinaram em maio um acordo de cooperação na área de inovação. Com in-vestimentos previstos em R$ 5 milhões e ações para os próxi-mos cinco anos, o acordo prevê a contratação de mestres e dou-tores pelas empresas mineiras por meio de concessão de bol-sas, com recursos que virão das duas instituições. A proposta é fomentar a cultura da inovação na indústria. “A nossa ideia é que a invenção realizada em uma in-dústria mineira possa induzir seu crescimento e atingir outros mer-cados dentro e fora do país, geran-

Caminhos de uma patente

Saiba como conseguir um registro

1) Pesquisa: Verificar se o produto já foi patenteado nacionalmente e internacionalmente (pesquisa.inpi.gov.br )

2) Depósito do pedido: Fazer um relatório técnico do produto e entregá-lo no Inpi.

Custo: R$ 200

3) Sigilo: O projeto fica guardado no Inpi até 18 meses para que possa ser publicado na Revista da Propriedade Intelectual (revista.inpi.gov.br) e se torne público.

Custo: R$ 200

4) Anuidade: O inventor terá que arcar com uma anuidade dois anos depois do pedido. Essa taxa perdura até o último ano de vigência da patente: o 20º.

Custo: R$ 250 (1ª anuidade) a R$ 1.690 (cinco últimos anos de vigência da patente)

5) Pedido do exame: Pode ser requerido em até três anos após o depósito. A análise leva, em média, cinco anos.

Custo: R$ 320 (modelo de utilidade) e R$ 500 (invenção)

6) Carta-patente: Fase em que a patente pode ser concedida ou negada. Se concedida, é preciso pagar uma taxa para obter a carta-patente.

Custo: R$ 200

7) Recurso: Se negada, o inventor tem 60 dias para entrar com recurso no Inpi.

Custo: R$ 540

do royalties”, explica Borges.Por isso, também o Inpi traba-lha de forma articulada com a Confederação Nacional da In-dústria (CNI) e o Sebrae (Servi-ço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), incenti-vando projetos não só de gran-des instituições, mas também de micro e pequenas empresas a adotarem a ideia da inovação por meio de ações de mobiliza-ção, capacitação, consultoria e assessoria. “Os donos de micro e pequenas empresas pensam que a invenção precisa ser algo mirabolante, quando, na ver-

dade, ela geralmente agrega a outra já existente”, diz Moreira. O diretor de Patentes do Inpi defende a parceria entre os 300 núcleos de inovação tecnológi-ca espalhados pelas universi-dades do país e as empresas, como uma forma de incentivar a transferência de tecnologia e o crescimento industrial.

ENTRAVES

Se, por um lado, entidades es-taduais e federais se organizam

para aproximar universida-des, governo e indústria, por outro, há ainda muitos empe-cilhos para que a propriedade intelectual, sobretudo voltada à indústria, seja disseminada. “O processo que vai do depó-sito da patente à transferência tecnológica é lento. Se não bas-tasse isso, temos que conviver com um problema cultural: o empresário brasileiro, de modo geral, não enxerga a inovação como produto”, analisa o presi-dente da Fapemig.

De acordo com o diretor de Patentes do Inpi, o órgão ca-rece de profissionais para

examinar os processos. Hoje, eles somam 220, número que deve chegar a 290 até o final do ano e 700 até 2015. “Com essa quantidade de exami-nadores e a completa infor-matização do instituto, que inclui o depósito eletrônico de patentes desde julho, es-peramos chegar a 2015 com todos os pedidos de 2011 analisados”, prevê Morei-ra. Ele lembra que em 2007 eram necessários 11 anos para finalizar o processo de concessão de uma patente. Hoje, essa análise leva cinco anos e quatro meses.

O mesmo cenário se repete na CTIT. Para dar conta da deman-da por proteção intelectual, o ór-gão da UFMG precisará de mais analistas. Mas se não bastasse a dificuldade de pessoal que em-perra todo o processo, os inven-tores, instituições e empresas ainda sofrem com os elevados custos para se garantir a pro-priedade de uma inovação. Para depositar uma patente no Brasil é preciso que o responsável pelo registro arque com R$ 3 mil, en-quanto um registro internacio-nal não sai por menos de US$ 25 mil para cada país em que for pedida a proteção. No caso de pequenos inventores, há uma redução de 60% nas taxas de de-pósito nacional, medida que visa promover um ambiente saudá-vel e propício à inovação no país.

Na opinião de especialistas do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), instituição do Sistema Fiemg, é preciso rever esse sistema de taxação do registro, bem como o processo de manutenção de patentes, cujo depósito cresce desde 2004 no Brasil. Hoje, uma patente de invenção dura 20 anos após a concessão. Já aque-la referente ao modelo de utilida-de – uma nova função para um objeto já existente – tem validade de 15 anos. Por isso, industriais mineiros defendem a concessão de incentivos, ainda que tempo-rários, para a comercialização de produtos inovadores. A propos-ta foi encaminhada à presidente Dilma Rousseff, que avalia essa e outras medidas para promover a economia do conhecimento.

Com 71 depósitos em 2011, UFMG liderou nesse ano o ranking das universidades brasileiras que mais solicitaram patentes, à frente da Unicamp e da USP

Arquivo UFMG/Foca Lisboa

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MUDANÇADE RITMO

Apesar de incipiente, se comparado ao de outros países, aumenta o número de empresas no Brasil que investem na modernização tecnológica e na criação de processos e produtos. É certo, porém, que teremos que correr muito para ganharmos mais competitividade e não perdermos o bonde do desenvolvimento econômico sustentável

> Angela Drumond

O processo de inovação, capaz de promover desenvolvimento aliado a sustentabilidade, fazer frente às crises e aumentar a competitivida-de numa sociedade globalizada, é um desafio para todas as nações. O que difere é a forma de enfreta-mento, as condições estabelecidas ou planejadas nessa briga de titãs da economia mundial, ainda forte-mente abatidos pela crise financei-ra de 2008. No Brasil, a inovação tecnológica é mais presente na compra de máquinas e processos, ou seja, na chamada inovação in-cremental. A criação de produtos e processos que representam novi-dade, a inovação de ruptura, ainda é muito incipiente.

Essa situação foi exposta, em julho, no mais recente levantamento da Organização Mundial de Proprieda-de Intelectual (ligada à Organização das Nações Unidas) e do Insead (escola de negócio europeia), que indica o grau de inovação dos paí-ses. Suíça, Suécia, Cingapura, Fin-lândia e Reino Unido são os cinco primeiros da lista; Estados Unidos, o 10º. Já o Brasil ocupa o 58º lugar. Além disso, registrou uma queda de nove posições no ranking em relação a 2011 (ano em que havia subido 21 posições).

Entre os Brics (Brasil, Rús-sia, Índia e China), o Brasil foi o que mais baixou no pódio mundial. Na América Latina, fi-cou bem atrás do Chile (39º). O levantamento identificou como grandes problemas nacionais o ambiente para negócios (127ª posição entre 141 países ana-lisados), a educação superior (115ª), as condições de crédito

e comércio (108ª). Os índices assinalam também a peque-na contribuição das empresas para o registro de patentes (a maior parte é feita por univer-sidades) e o fato de apenas 14% das exportações terem valor agregado de alta tecnologia, dei-xando o Brasil na 49ª posição entre os países com uma pauta de exportação mais avançada.

Investimentos inovação indústria (2005 – 2008)

Produtos e processos

Organizacionais Projetos abandonados

38%41,4%

23,6%21%

34,9%

38,3%

2,9%

29%

2,6% 2%

34,5%

77,6%Tipo de inovação

Empresas pesquisadas/indústria tranformação Brasil (98.420 unidades)

Empresas pesquisadas/indústria extrativa Brasil (2.076 unidades)

Empresas pesquisadas/indústria tranformação MG( 12.578 unidades)

Empresas pesquisadas/indústria extrativa MG (465 unidades)

CONJUNTURA

Leo Drumond / Nitro

A produção de caminhões e automóveis do país está em primeiro lugar no ranking das atividades industriais que mais investiram em inovação

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Fonte: Pintec/IBGE

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MODERNIZAÇÃO

Os números do levantamento Or-ganização Mundial de Propriedade Intelectual colocam o Brasil numa posição muito delicada, mas dados nacionais atestam que a moderni-zação da indústria está em curso no país. É o que constata Antônio Braz de Oliveira e Silva, doutor em ciência da informação pela Univer-sidade Federal de Minas Gerais e analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele lança mão da Pesquisa de Ino-vação Tecnológica (Pintec), base 2006/2008, ao fazer tal constata-ção, mas lembra que a moderniza-ção ainda é mais presente na com-pra de máquinas e processos, uma vez que a criação de produtos que representem novidade para todo o mundo ainda é baixa. “É preci-so correr muito para não ficarmos para trás”, afirma.

Os números atestam: o índice de inovação nas empresas brasilei-ras aumentou de 34,4%, entre 2003 e 2005, para 38,6%, entre 2006 e 2008. Se for verificada a série da Pintec, de 2000 (ano de sua primeira edição) para 2008, o índice de empresas inovado-ras cresceu 21% no país, mas a maioria dos investimentos se deu na implantação de novos proces-sos e na compra de equipamen-tos, deixando para pouquíssimas a vantagem de inovar de forma radical, ou seja, com novos pro-dutos e serviços.

Ainda assim, houve avanço no Brasil. Segundo dados do Minis-tério da Ciência, Tecnologia e Ino-vação, o montante aplicado em pesquisa e desenvolvimento (P&D) foi de 1,62% do Produto Interno Bruto em 2010, contra 1,3% em 2000. Em recursos, foram R$ 60,9 bilhões em 2010 (43% advindos de empresas), uma alta vigorosa se comparada ao volume do início da década, de R$ 15,3 bilhões.

Em primeiro lugar na lista das atividades industriais que apre-

sentaram maior taxa de inovação no período da pesquisa estão as relacionadas a automóveis, ca-minhões e ônibus (83,2%). En-tretanto, a Pintec identificou os serviços de telecomunicações, edição e gravação de música e in-formática, todos com alto grau de conhecimento, como os maiores aplicadores em inovação. Quan-do se trata de atividades de de-senvolvimento e licenciamento de programas de computador, o ín-dice de inovação chega a 58,2%; em telecomunicações, 46,6%; em outros serviços de tecnolo-gia da informação (TI), 46,1%; em edição e gravação de música, 40,3%. Essa última taxa é identi-ficada também em tratamento de dados, hospedagem na internet e outras atividades relacionadas.

NO ESTADO

Seguindo a linha dos números nacionais destacados, em Minas Gerais, das 12.578 indústrias de transformação ouvidas, 5.208 investiram em inovação com pro-dutos e/ou processos; 4.823 em inovações organizacionais e/ou de marketing; e 250 se lança-ram em projetos incompletos ou abandonados. O investimento em P&D totalizou R$ 1,1 bilhão.

Os números mineiros nas 465 indústrias extrativas pesquisa-das foram 98, 134 e 36, na mes-ma sequência dos dados acima da indústria de transformação. Em P&D, o total investido pelas empresas foi de aproximadamen-te R$ 17 milhões.

O exemplo da indústria de trans-formação ilustra o que o país pre-cisa para o futuro. O quadro geral da pesquisa ressalta que 42% das indústrias de Minas Gerais inves-tiram em produtos e processos, mas a inovação não ocorre na pro-porção necessária, nem nos seto-res mais dinâmicos da economia, como bens de capital, software ou biotecnologia, para fazer frente à disputa no mundo globalizado.

CONHECIMENTO

Pesquisador em ciência e tecno-logia do Centro de Estatística e Informação da Fundação João Pinheiro, Raimundo de Souza Leal Filho ressalta que a indús-tria brasileira ainda vive os refle-xos da crise mundial de 2008. “O volume da produção no Brasil, e em Minas Gerais, não retomou o que era em 2008, em função da crise internacional. A recupera-ção da produção industrial não

O QUE É A PINTECA Pintec/IBGE revela o grau de inovação do país ao investigar as atividades industriais (ex-trativas e de transformação), de energia (eletricidade e gás) e dos serviços de telecomuni-cações, informática, pesqui-sa e desenvolvimento, edição, gravação e edição de música, arquitetura, engenharia, tes-tes e análises técnicas.

acompanha o que acontece em outros setores, e isso quase qua-tro anos depois”, observa. Ele lembra que, tradicionalmen-te, a difusão de novas tecnologias e a renovação do parque produ-tivo ocorrem de forma contínua na indústria, com a aquisição de processos e novos equipamen-tos, por causa da depreciação ou porque estão obsoletos. Leal Filho acredita que a falta de in-teração entre universidade e ini-ciativa privada é um dos empeci-lhos para o processo de inovação no país. “O transbordamento do conhecimento das universida-des brasileiras para as empresas é baixo”, avalia, lembrando que existem dois grandes grupos – as pequenas indústrias com suas startups (empresas nascentes de base tecnológica) e as grandes empresas que atuam em escala global – que requerem estratégias governamentais para a interna-cionalização do conhecimento do país. “E, no Brasil, essa ação ain-da é incipiente”, analisa. “É importante que os governos exijam contrapartida”, defende o

pesquisador. Assim como faz a China. A tendência é que essas corporações se utilizem dos cha-mados países de periferia para montagem de equipamentos, mantendo as iniciativas científi-cas em seus países de origem. “A exigência da contrapartida deveria ser parte integrante das políticas governamentais”, diz Leal Filho.

EXPORTAÇÃO A dependência dos produtos bá-sicos para a pauta de exporta-ção brasileira é muito grande. A balança comercial referente aos produtos não industriais repre-senta mais que duas vezes (US$ 25,4 bilhões FOB) os valores da balança comercial total (US$ 60,7 bilhões FOB). Isso acontece, segundo destacam economistas da Fiemg/IEL, porque o déficit do comércio de produtos de média--alta e alta tecnologia, de US$ 68,3 bilhões, amorteceu o supe-rávit dos produtos básicos.

Na verdade, os únicos produtos superavitários em 2011 foram os básicos e os industriais de

baixa tecnologia. Tal comporta-mento expõe uma característi-ca nacional: não há competiti-vidade no Brasil para produtos intensivos em conhecimento. O alto valor do câmbio, desvalo-rizado no segundo trimestre de 2012, favoreceu, mas não de-terminou sozinho esse padrão. É necessário que o desenvolvi-mento de capacidades tecnoló-gicas seja realizado no Brasil, com o aumento de estímulos eficazes à inovação, transferên-cia de tecnologia e capacitação efetiva da mão de obra.

53,8%

51%

83,2%

63,5%

58,1%

54,6%

Atividades industriais com maiores taxas de inovação (2005 –2008)

Automóveis, caminhões e ônibus

Produtos eletrônicos e ópticos

Produtos químicos

Equipamentos de comunicação

Equipamentos de informática e periféricos

Máquinas e equipamentos

Rafael Motta / Nitro

Raimundo Leal Filho, da FJP, critica a incipiente transferência tecnológica das multinacionais: “A exigência da contrapartida deveria ser parte integrante das políticas governamentais”

Fonte: Pintec/IBGE

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Apesar da dureza dos números, o Brasil é surpreendente e responde ra-pidamente aos estímulos e ações em curso. No Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG), programas como o Sebraetec e o Se-brae Incubadoras confirmam o inte-resse crescente dessa fatia de empre-endedores pela inovação tecnológica. Em 2010 foram atendidas 2.200 em-presas; em 2011, o número mais que dobrou: 4.630. E, para este ano, a projeção é de serem atendidas 6 mil. “Se querem competir, é preciso ter a inovação no DNA da empresa”, diz Anízio Dutra Viana, gerente de Inova-ção e Sustentabilidade da instituição.

Parceria do Sebrae-MG com 12 uni-versidades e com a Secretaria de Ci-ência e Tecnologia, o Programa de Incentivo à Inovação (PII) permitiu de-sengavetar em cinco anos, desde que foi iniciado, 240 projetos, que geraram 30 empresas de base tecnológica, com mais de 20 patentes e licenciamentos de tecnologia, nas áreas de tecnologia da informação, eletroeletrônica, bio-tecnologia e biomedicina. Entre os projetos está o do pes-quisador, engenheiro agrônomo e doutor em microbiologia Marcos Rogério Tótola, da Universidade Federal de Viçosa. Ele encontrou uma solução para limpar tanques de armazenamento de óleo com-bustível e ainda reaproveitar o óleo retirado da borra: criou um com-posto biodegradável e não tóxico, originado de bactérias, fungos e le-veduras, chamado de surfactante biológico ou biossurfactante.

LIMPEZA SUSTENTÁVEL

O processo de limpeza é feito em quatro dias, em temperatura am-biente, sem riscos para o traba-lhador, que não precisa entrar no tanque para limpá-lo. Um pequeno volume de água e o biossurfactante são colocados no tanque, e o volu-me é movimentado por bombea-mento e agitação. Após quatro dias, o óleo contido na borra mistura-se à água, facilitando o bombeamen-to para fora do recipiente. Assim, o óleo retirado pode ser reaproveita-do para refino ou queima, e a água

utilizada na limpeza pode ser des-cartada sem resíduos tóxicos.

“Hoje, o passivo ambiental da Pe-trobras é de 300 mil toneladas de borra, e o custo com transporte e armazenagem dos rejeitos é de US$ 40 milhões por ano”, diz Tótola, con-tando que a patente da tecnologia já foi requerida. Agora o objetivo do pesquisador é criar uma empresa produtora de biossurfactante em Vi-çosa e uma empresa prestadora de serviço de limpeza. (AD)

Agência Petrobrás

Pesquisa do engenheiro agrônomo Marcos Tótola, da Universidade Federal de Viçosa, encontrou uma solução para limpar tanques de óleo combústível e reaproveitar o óleo retirado da borra

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AXSYS SOLUÇÕES EM T.I.R. Guajajaras. 910 Conj. 617/618 / CentroCep: 30.180-100Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3324-3273

AXXIOMR. Dos Inconfidentes, 1051-4º AndarFuncionáriosCep.: 30.140-120Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3280-4900

B2CARD INFORMATICAAv. Augusto de Lima, 479-Sl 701/CentroCep.: 30.190-000Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3346-5100

B2ML SISTEMASR. Cel. Rennó, 7 – Sl 7 / CentroCep: 37.500-015Itajubá / MGTel.: (35) 3622-7650

BASE2 TECNOLOGIAR. Guajajaras, 870 – 7º Andar / CentroCep: 30.180-100Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3653-3680

BAT INFORMÁTICAAv. N. Sra. Do Carmo. 689 Lj 2 / SionCep: 30.310-000Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3225-4987

BEMATECH SISTEMASR. Ceará, 1431-Sl 1204/FuncionáriosCep.: 30.150-310Belo Horizonte/MGTel.: (31) 2121-4500

BERTHOLDO CONSULTORIA E INFORMÁTICAAv. Prof. Mario Werneck, 881 – Cj. 302BuritisCep.: 30.455-610Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3243-7397

BESSA COMPUTADORESR. José Amancio dos Santos, 600/CentroCep: 32.900-000Igarapé/MGTel.: (31) 3522-1909

BH SOLUÇÕESR. Icaraí, 499 – Sl A / CaiçaraCep.: 30.770-160Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3411-3928

BHSAv. Raja Gabaglia, 4343–4º AndarSanta LúciaCep.: 30.360-670Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3071-9060

BIT BYTESR. Alves de Andrade, 29 / Vila OsananCep.: 36.020-350Juiz de Fora / MGTel.: (32) 3235-2510

BITS BUREAU DE INFORMÁTICAR. Aquiles Lobo, 175 / FlorestaCep.: 30.150-160Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3226-2727

BRASIL INFORMÁTICAAv. Padre Pedro Pinto, 2631 / Venda NovaCep.: 31.570-000Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3458-7031

BRASIL NA WEBR. Vital Brasil, 409/JaraguáCep.: 31.270-190Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3417-4906

BRIM SISTESMASR. Carijós, 141-Sl 1001/CentroCep.: 30.120-060Belo Horizonte/MGTel.: (31) 2526-6393

BRPRICE TECNOLOGIA DA INFORMÁTICAR. Al. do Ingua, 840–Sl 704/Vale do SerenoCep.: 34.000-000 Nova Lima / MGTel.: (31) 2535-5200

BYTE SOFTWARE E CONSULTORIAR. Descalvado, 334 – Sl 4 / RenascençaCep.: 31.130-610Belo Horizonte / MGTel.: (31) 2555-5985

CABTECR. Alentejo, 1265 / São FranciscoCep.: 31.255-110Belo Horizonte / MGTel.: (31) 2125-9000

CADIX SOLUTIONSR. Caetano Azeredo, 315 / BarreiroCep.: 30.640-095Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3384-5946

CADSOFTR. Alvarenga Peixoto, 830 / LourdesCep.: 30.180-120Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3025-6717

CAMANHO CONSULTORESR. Raul Pompéia, 77 – Cj 501São PedroCep: 30.330-080Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3281-9020

CAMPELLO INOVAÇÃO E TECNOLOGIAAlameda da Serra, 288-2º AndarVila da SerraCep: 34.000-000Nova Lima/MGTel.: (31) 3519-0700

CARTUCHO EXPRESSAv. Jk. 131 / CentroCep: 32.510-000Betim / MGTel.: (31) 3531-7526

CASA DA CPUR. Da França. 336 / EldoradoCep: 32.340-020Contagem / MGTel.: (31) 3351-2223

CASE COMÉRCIO E SERVIÇOS DE INFORMÁTICAR. Upinduara, 151/EldoradoCep: 32.340-630Contagem/MGTel.: (31) 3391-2575

CATALDE BESSAR. Maranhão, 342 – 8º Andar - Sl 801 Santa EfigêniaCep: 30.150-330Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3241-2887

CEM INTER. SYSTEMS - SISTEMAS AGRÍCOLASR. José de Santana, 294/CentroCep.: 38.700-052Patos De Minas / MGTel.: (34) 3823-1331

CENTERTECH INFORMÁTICAR. Indianápolis, 445/MartinsCep: 38.400-474Uberlândia/MGTel.: (34) 3234-5557

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CEO SOFTWARE SISTEMASAv. Santa Luzia, 282/Santa LuziaCep: 36.030-450Juiz de Fora/MGTel.: (32) 3217-1199

CHALLENGE INNOVATIVE TECHNOLOGIESR. Gonçalves Dias, 1181 – Cj 1101/SavassiCep: 30.140-091Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3267-8220

CHECK-UP NET INFORMÁTICAR. Xenofonte Mercadante, 26/CentroCep: 36.800-000Carangola/MGTel.: (32) 3741-4088

CIENTECAv. P.H. Holfs, 305-Sl 20/CentroCep: 36.570-000/Viçosa/MGTel.: (31) 3892-5008

CIGAM MINASR. Coruripe. 380 – 9º Andar/Nova GranadaCep: 30460-510Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3214-3099

CITR. Paraíba, 330-Sl 1402/FuncionáriosCep: 30.130-917/Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3029-2600

CITISAv. Olinto Meireles, 2745-Sl 9 E 11Flávio Marques LisboaCep: 30.620-330Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3011-2500

CNI ESCOLA DE INFORMÁTICAAv. Pres. Juscelino Kubitscheck, 288/CentroCep.: 32.510-000Betim / MGTel.: (31) 3594-4766

COFFEY INFORMATIONAv. Afonso Pena, 3924-Cj 206/CruzeiroCep: 30.130-009Belo Horizonte/MGTel.: (31) 2104-2100

CONCADAv. Afonso Pena, 578-16º Andar/CentroCep: 30.130-001Belo Horizonte/MGTel.: 0800-283-184

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COURART INFORMATICA LTDAR. São Leonardo. 252 - Sl 16 / CentroCep: 36.200-020Barbacena / MGTel.: (32) 3332-2189

CPD TECNOLOGIAR. Guajajaras. 977 – 10º Andar / CentroCep: 30.180-100Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3237-3000

CS9 R. Carlos Turner, 422 / SilveiraCep: 31.140-520Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3481-1051

CSIAv. Contorno, 2905 – Sl 902 Santa EfigêniaCep.: 30.110-013Belo Horizonte / MGTel.: (31) 3079-4444

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INFOLINEAv. Barão Do Rio Branco. 2337 - Sl 402/CentroCep: 36.010-011Juiz De Fora / MG Tel.: (32) 2102-1000

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INFORCENTERR. Dr. Hermelindo. 111 – 2º Andar / CentroCep: 39.680-000Capelinha / MGTel.: (33) 3516-1180

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OS MINEIROS JÁ SABIAM, O BRASIL JÁ CONHECIA E, AGORA, O MUNDO TAMBÉM RECONHECE.

EM 2003, O GOVERNO DE MINAS FEZ O CHOQUE DE GESTÃO:

· Cortou despesas

· Economizou recursos

· Alcançou o Défi cit Zero

· Realizou os maiores investimentos sociais da história do Estado

DEPOIS, VIERAM O ESTADO PARA RESULTADOS E A GESTÃO PARA A CIDADANIA. HOJE, O BRASIL RECONHECE O RESULTADO DE TODO ESSE TRABALHO.

Segundo dados do Governo Federal, apesar de Minas ser o estado brasileiro com o maior número de cidades e a

segunda maior população do país, o que faz com que nossos desafi os sejam muito maiores, temos os melhores

resultados em áreas fundamentais para todos os mineiros:

Agora, a agência de rating Standard & Poor’s, que avalia o ambiente e os indicadores econômicos e sociais de

países e empresas para indicar aqueles que têm as melhores condições para atraírem investimentos e receberem

créditos, conferiu a Minas Gerais as notas AAA para a escala nacional e BBB- para a escala mundial (as melhores

notas já atribuídas a estados brasileiros). Isso signifi ca perspectivas de novos investimentos para Minas e novas

oportunidades para os mineiros. Com seriedade, sensibilidade e profi ssionalismo, Minas avança.

AGÊNCIA STANDARD & POOR’S DÁ A MINAS GERAIS A NOTAAAA, A MAIOR NO BRASIL.

ISSO CONFERE A MINAS O GRAU DEINVESTIMENTO, OU SEJA, MAIS INVESTIMENTOSE OPORTUNIDADES PARA TODOS OS MINEIROS.

Fonte: Ministério da Saúde.

Percentual de domicílios com acesso à redecoletora de esgoto ou fossa séptica – 2010*

Resultados do Ideb - anos iniciais do ensino fundamental (rede estadual), por UF - 2009*

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Taxa de homicídios (por 100 mil hab.)

Resultados do idsus por UF – 2010*

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Minas tem o melhorsistema de saúde do Sudeste.

*Últimos dados disponíveis.

Fonte: INEP/MEC.*Últimos dados disponíveis.

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Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010*

Os alunos de Minas têm os melhores resultados da redepública nacional.

*Últimos dados disponíveis.Fonte: Datasus/Ministério da Saúde.

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Resultados do idsus por UF – 2010*

Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010*

Minas tem o quarto menoríndice de homicídios do país.

*Últimos dados disponíveis.Fonte: Censo Demográfi co/IBGE.

Percentual de domicílios com acesso à redecoletora de esgoto ou fossa séptica – 2010*

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Taxas de homicídios (por 100 mil hab.) - 2010*

Minas tem energia abundantee um dos melhores índicesde saneamento básico do país.

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