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Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Aléssio Trindade de Barros Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves
Governador do Estado de Pernambuco João Soares Lyra Neto
Secretário de Educação e Esportes de
Pernambuco José Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira
Secretário Executivo de Educação Profissional
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Gerente Geral de Educação Profissional Josefa Rita de Cassia Lima Serafim
Coordenador de Educação a Distância
George Bento Catunda
Coordenação do Curso Carlo Pacheco
Coordenação de Design Instrucional
Diogo Galvão
Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo
Diagramação
Klébia Carvalho
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
1. COMPETÊNCIA 01 | COMPREENDER A INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO NO AMBIENTE
ORGANIZACIONAL .................................................................................................................... 4
1.1 Dados, Informação e Conhecimento ...................................................................... 6
1.2 Tipos de Conhecimento .......................................................................................... 8
1.3 Aprendizagem Organizacional e Gestão do Conhecimento ................................... 9
1.4 O Conhecimento e os Ambientes de Mercado .................................................... 10
2. COMPETÊNCIA 02 |GERENCIAMENTO TECNOLÓGICO DO CAPITAL HUMANO ................. 13
2.1 As Comunicações Internas e a Necessidade de Informações para a Gestão de
Pessoas ....................................................................................................................... 14
2.2 Bancos de Dados e Gestão de Pessoas ................................................................ 18
2.3 Sistemas de Informação de RH ............................................................................ 19
2.4 – Sistemas de Informação Gerencial de RH ......................................................... 23
2.5 Avaliação Crítica da TI em Recursos Humanos..................................................... 25
3. COMPETÊNCIA 03 | COMPREENDENDO A TOMADA DE DECISÕES .................................. 27
3.1 Conceitos Centrais sobre Tomada de Decisões ................................................... 28
3.2 Tipos de Decisão e Condições de Tomada das Decisões. ..................................... 30
3.3 Modelo Racional de Tomada de Decisão ............................................................. 31
4. COMPETÊNCIA 04 | COMPREENDER OS COMPONENTES E RECURSOS DOS SISTEMAS DE
INFORMAÇÕES ....................................................................................................................... 38
4.1 Sistemas de Informação: Conceitos Centrais ....................................................... 39
4.2 – Papéis Fundamentais e Tipos de Sistemas de Informação ............................... 43
4.3 – Processo de Desenvolvimento de Sistema ........................................................ 47
4.4 - O Que é um ERP? ............................................................................................... 51
4.5 Principais Vantagens e Desvantagens de um ERP ................................................ 53
4.6 Módulos de um ERP ............................................................................................. 55
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 59
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 60
Sumário
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Sistema de Informações Gerenciais
INTRODUÇÃO
Caro aluno,
Iniciamos neste momento a disciplina de Sistemas de Informação Gerenciais.
Veremos os conceitos centrais e as aplicações de “compreender a informação
e conhecimento no ambiente organizacional”, o “gerenciamento tecnológico
do capital humano”, “compreendendo a tomada de decisões” e
“compreender os componentes e recursos dos Sistemas de Informação”.
No cenário cada vez mais competitivo e seletivo, analisar os ambientes
interno e externo é um dever das organizações. Identificar seus pontos fortes
e fracos, além de oportunidades e ameaças aos negócios influencia os
resultados, a sobrevivência e o crescimento das organizações. Dominar o
processo de coletar e analisar dados, transformá-los em informações e apoiar
as decisões e outras atividades realizadas nas empresas, torna-se
imprescindível para reduzir as incertezas e aumentar a probabilidade de êxito
nos negócios. Criar ferramentas e tecnologias que ajudem os gestores e
colaboradores a realizarem suas funções nas organizações, analisando desde
transações rotineiras à decisões complexas: esta é uma das principais
atribuições dos Sistemas de Informação.
Espero que aproveite ao máximo os conteúdos e tire todas as dúvidas com
nossa equipe.
Sucesso!
Mário dos Anjos
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 01
1. COMPETÊNCIA 01 | COMPREENDER A INFORMAÇÃO E
CONHECIMENTO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
Caro aluno,
Este capítulo tem como objetivo desenvolver a competência “Compreender a
informação e conhecimento no ambiente organizacional”.
Você se lembra de Maria e João, empresários que transformaram a pequena
mercearia num supermercado de bairro na cidade de Caruaru (nós os
conhecemos na disciplina de Recrutamento e Seleção)?
Antes de realizar qualquer mudança no negócio o empresário deverá mapear
(observar e analisar) o ambiente da organização. Esse ambiente divide-se em
interno e externo.
O primeiro contempla os pontos fortes e fraquezas da empresa. O segundo, as
oportunidades e ameaças que se encontram fora da organização. Desse
modo, supondo que o supermercado Dois Irmãos ofereça um serviço
exclusivo de entrega em domicílio, uma agressiva campanha de comunicação
(panfletos, carros de som, entre outros), além de um atendimento
personalizado, ele terá pontos fortes nas áreas de distribuição, marketing e
atendimento, respectivamente.
Por outro lado, como ele compra pequena quantidade de produtos,
movimenta menos recursos financeiros em sua conta bancária e remunera
seus colaboradores com um valor muito mais baixo que a média de seus
concorrentes, apresentará pontos fracos, respectivamente, nas áreas de
compras (menor poder de barganha junto aos seus fornecedores por comprar
em menor quantidade), finanças (conseguirá empréstimos com juros mais
altos porque movimenta valores baixos no banco) e recursos humanos (como
a remuneração é inferior à média praticada pelo mercado, o supermercado
não consegue reter seus colaboradores).
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Sistema de Informações Gerenciais
Competência 01
O ambiente externo, por sua vez, abrange oportunidades (que poderão
proporcionar crescimento da organização) e as ameaças (que poderão reduzir
a empresa e, até mesmo, leva-la à extinção). Maria e João podem aproveitar
as mudanças nas famílias brasileiras com o ingresso das mulheres no mercado
de trabalho, fazendo um pedido maior de comidas congeladas prontas para o
supermercado. A recente redução de juros para investimento, ação iniciada
por bancos controlados pelo Governo Federal (tais como Banco do Brasil e
Caixa Econômica Federal, por exemplo), pode facilitar um empréstimo com
taxas de juros mais favoráveis para os nossos empreendedores. A redução de
impostos para os itens da cesta básica, por exemplo, também pode favorecer
as vendas do Dois Irmãos.
A inauguração de uma loja do Todo Dia (formato de supermercado de baixo
preço pertencente à gigantesca rede de varejo WalMart) próximo ao negócio
de Maria e João, por outro lado, pode causar a perda de clientes e a redução
nas vendas. A estiagem e a consequente ausência de chuvas podem causar
escassez de alimentos e o aumento no preço de frutas, verduras e hortaliças
para o consumidor.
Esse processo de analisar os ambientes interno e externo é chamado de
análise SWOT (S – strenghs, W – weakness, O – opportunities, T – threats,
respectivamente, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). Percebemos a
importância de analisar permanentemente a organização e o ambiente em
que ela atua. Isso é essencial para manter a competitividade da empresa e a
inovação em produtos e serviços.
Os exemplos anteriores são eventos que ocorrem na organização e fora dela.
Constituem informação que pode ajudar na tomada de decisão de Maria e
João.
Vamos ajudá-los a entender melhor dados, informação, conhecimento e o
ambiente organizacional!
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 01
1.1 Dados, Informação e Conhecimento
Vamos conhecer melhor esses elementos que são tão importantes para os
administradores!
Turban, McLean e Wetherbe (2004), estudiosos das organizações, considera
que dados são coleções de fatos, medidas e estatísticas. Portanto, podem ser
mensurados. Oliveira (2010, p. 24), por sua vez, afirma que “dado é qualquer
elemento identificado em sua forma bruta que, por si só, não conduz à
compreensão de determinado fato ou situação”.
Oliveira (2010) considera que informação é o dado que foi submetido a algum
tipo de tratamento e permite tomar algum tipo de decisão. Drucker (2011)
define informação como dados dotados de relevância e propósito. O
conhecimento, por sua vez, contempla dados e informações acumulados que
permitem interpretações e ações que são relevantes em determinadas
situações (ou seja, são informações que chegam a pessoas que sabem o que
fazer).
João e Maria ainda ficaram com dúvidas. Vamos dar um exemplo que poderá
ajudá-los.
O quadro 1.1 seguinte apresenta a produtividade de cada operadora de caixa
no Supermercado Dois Irmãos.
Operadora Quantidade de clientes atendidos
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
Joana 80 72 88 104
Ana 70 84 91 98
Quadro 1.1 – Produtividade das Operadoras de Caixa Fonte: elaborado pelo Autor (2014).
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Sistema de Informações Gerenciais
Competência 01
Vamos identificar os dados, as informações e o conhecimento no quadro
acima. Joana e Ana são duas operadoras de caixa no supermercado de João e
Maria. A quantidade de clientes atendidos e as respectivas semanas são
informadas em cada célula. Assim, Joana atendeu 80 clientes na semana 01,
72 pessoas na semana 02, .... Ana por sua vez, atendeu 70 clientes na semana
01, 84 na semana 02 e assim por diante. Isoladamente, a quantidade de
clientes atendidos em cada semana constitui dados. Quando os dados são
submetidos a um tratamento, uma comparação, por exemplo, temos uma
informação.
Desse modo, Joana atendeu 10% a mais de clientes se comparadas as
semanas 1 e 3. Ana, a seu turno, atendeu 30% mais pessoas no mesmo
período. Essas situações ilustram informações. E o conhecimento? –
perguntou João.
O conhecimento ocorre a partir dos dados e informações e subsidiam as
decisões. Se as operadoras de caixa atendem uma quantidade excessiva de
clientes e desenvolvem lesões por esforço repetitivo (as LER´s), tal como a
tendinite, caberá à João e Maria, com base nos dados e informações que
possuem, decidir pelo aumento no quadro de funcionários e/ou um maior
apoio da tecnologia para facilitar a operação no caixa. Aí está o
conhecimento.
Existe uma área importante na Administração chamada de Gestão do
Conhecimento. Bukowitz e Williams (2002, p. 17) a definem como “o
processo pelo qual a organização gera riqueza, a partir do seu conhecimento
ou capital intelectual”. O conceito de Capital Intelectual foi trabalhado na
disciplina de Recrutamento e Seleção. Assim, uma empresa que se distingue
na estratégia de comercialização de seus produtos e serviços, a partir da
aplicação e consolidação de suas competências (individuais e de grupo), e a
partir daí, gera riquezas e tanto os colaboradores e a organização aprendem
com esse processo, consideramos que houve Gestão do Conhecimento.
Você é capaz de criar seus próprios
conceitos de dados,
informação e conhecimento?
Acesse o link abaixo e assista
ao vídeo. http://www.youtube.com/watch?v=4MwxXtOMEF
Y
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 01
Agora que os irmãos já sabem a diferença entre dados, informação e
conhecimento, vamos apresentar os tipos de conhecimento.
1.2 Tipos de Conhecimento
A classificação do conhecimento é realizada a partir de duas dimensões:
tácito/explícito e individual/coletivo. Assim, o conhecimento explícito é
aquele que pode ser expresso por palavras e números. O tácito, por sua vez, é
aquele expresso através do know how do indivíduo (hábitos,
comportamentos, padrões, emoções, habilidades, entre outros). Vocês
lembram-se do conceito de competências? Pode ser um tipo de
conhecimento tácito (liderar e trabalhar em equipe, por exemplo).
O conhecimento individual é representado pela educação, habilidades,
atitudes (competências) de cada indivíduo que trabalha na organização. O
coletivo, por sua vez, corresponde aos diversos conhecimentos individuais (ou
parcelas dele) que são integradas. Quanto mais o conhecimento é transmitido
e construído coletivamente, menos a organização depende de talentos
individuais.
Vamos supor que João, nosso empreendedor, possui uma forte habilidade de
negociação junto aos fornecedores do supermercado. Esse é um
conhecimento tácito individual. Com o passar o tempo, ele resolve capacitar
dois compradores e treina-os em técnicas de negociação. Esse conhecimento
ao ser socializado torna-se coletivo.
Após saber as diferenças entre dados, informações e conhecimento, João e
Maria se perguntaram como as organizações obtêm conhecimento. Vamos
ajudá-los.
A próxima seção apresenta a aprendizagem organizacional e a gestão do
conhecimento.
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Sistema de Informações Gerenciais
Competência 01
1.3 Aprendizagem Organizacional e Gestão do Conhecimento.
Da mesma forma que as pessoas, as empresas criam, organizam e reúnem
conhecimento através da utilização de vários mecanismos de aprendizagem
organizacional. Quer seja utilizando métodos científicos de gestão ou
empíricos (através de tentativa e erro), as organizações aprendem através de
suas interações com todos os grupos (fornecedores, concorrentes, governo,
sindicatos, clientes, bancos, entre outros).
Assim as empresas devem criar instrumentos que permitam avaliar os
resultados (desempenhos) de seus processos. A avaliação desses processos
(tais como vendas de produtos, custos de fabricação, quantidade de pedidos
entregue, satisfação do consumidor, entre outros), o retorno obtido de
clientes e do ambiente em geral em forma de dados que são trabalhados e
transformados em informação (como vimos na seção anterior) proporcionam
aprendizagem organizacional.
A Gestão do Conhecimento fortalece a competência da organização em
aprender com o seu ambiente e incorporar esse conhecimento a seus
processos de negócios (compra de matérias-primas, fabricação,
comercialização e distribuição de produtos, cobrança de clientes, seleção de
colaboradores, entre outros).
João e Maria conheceram os conceitos de conhecimento e de ambiente.
Vamos detalhar melhor essas ideias.
A próxima seção apresenta o conhecimento e os ambientes que podem
fornecer dados e informações que se foram adequadamente tratados podem
melhorar o desempenho das organizações.
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 01
1.4 O Conhecimento e os Ambientes de Mercado
As organizações atuam no ambiente de mercado. Elas influenciam e são
influenciadas por eles. O quadro 1.2 seguinte apresenta alguns exemplos de
influências dos ambientes.
A redução de impostos sobre os itens da cesta básica poderá levar ao
aumento de consumo desses produtos. No ambiente tecnológico, por sua vez,
a utilização de novas tecnologias poderá aumentar o número de compras pela
Internet. Um reajuste no salário mínimo, por sua vez, poderá possibilitar o
aumento na compra de produtos. Quando as pessoas resolvem casar mais
tarde ou ter menos filhos, diversos aspectos importantes relacionados às
compras são modificados (quantidade, marca adquirida, frequência de
compras, entre outros). Finalmente, a escassez de água pode
comprometer a produção de frutas e verduras, além de influenciar a operação
de fábricas e indústrias que dependem dessa matéria-prima.
É importante destacar que esses fatores que estão presentes nos ambientes
também exercem influência recíproca. A escassez de água (fator presente no
ambiente natural) além de comprometer a produtividade dos pecuaristas,
agricultores e empresas em geral, pode influenciar o ambiente econômico,
pressionando a inflação devido ao aumento de preços desses produtos.
Vamos entender a área de abrangência de cada ambiente!
Ambiente Exemplo de Influência
Político-legal Redução dos impostos nos itens da cesta básica.
Tecnológico Tecnologia de suporte ao comércio eletrônico.
Demográfico Aumento no poder aquisitivo dos consumidores.
Social Pessoas que se casam com mais idade.
Econômico Aumento da inflação.
Natural Escassez de água.
Quadro 1.2 – Influência dos Ambientes
Fonte: elaborado pelo Autor (2014).
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Sistema de Informações Gerenciais
Figura 1.1 – Ambientes de Mercado Fonte: Google (2013).
Competência 01
O ambiente político-legal abrange todas as leis e normas que influenciam as
organizações em todos os níveis (municipal, estadual e federal). O tecnológico
contempla as ferramentas utilizadas para realizar as atividades, a inovação e a
tecnologia em todos os setores e as respectivas consequências para as
empresas. O demográfico, por sua vez, abrange fatores como taxa de
natalidade, escolaridade, expectativa de vida, renda familiar, religião, entre
outros fatores que caracterizam as pessoas. No ambiente social encontram-
se os valores da sociedade e do indivíduo (forma de compreender a vida,
responsabilidade, comprometimento, liberdade, sucesso empresarial, entre
outros). Na esfera econômica encontram-se a taxa de juros, inflação, nível de
distribuição de renda e de riqueza, endividamento, entre outros fatores.
Finalmente, no ambiente natural estão a poluição gerada pela atividade das
organizações, os recursos naturais renováveis ou não, entre outros.
João e Maria perceberam que o mapeamento desses ambientes e de seus
fatores é essencial para assegurar a sobrevivência e o crescimento do
Supermercado Dois Irmãos. Dessa forma, eles entenderam o que caracteriza
cada ambiente e quais são seus elementos e fatores.
No momento, os irmãos enfrentam alguns desafios em selecionar
adequadamente novos colaboradores para o supermercado. Eles refletem
sobre tudo o que acabaram de aprender e decidiram utilizar esse
conhecimento para tentar ajuda-los nessa situação. Vamos ajudá-los.
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 01
Vimos que as empresas influenciam e são influenciadas pelo ambiente. Nele
encontram-se as oportunidades de crescimento e as ameaças ao negócio. A
organização, por sua vez, possui pontos fortes e fracos. Saber monitorar o
ambiente e entender o que acontece ao seu redor é um importante
diferencial competitivo. Nesse contexto, vimos ainda que todos os fenômenos
e eventos que ocorrem geram dados, informação e conhecimento para as
empresas. A Gestão do Conhecimento desempenha um papel decisivo em
relação aos objetivos organizacionais. Agora estamos prontos para entrar na
próxima competência de nossa disciplina: o Gerenciamento Tecnológico do
Capital Humano.
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Sistema de Informações Gerenciais
Competência 02
2. COMPETÊNCIA 02 |GERENCIAMENTO TECNOLÓGICO DO
CAPITAL HUMANO
Caro aluno,
Este capítulo tem como objetivo desenvolver a competência Gerenciamento
Tecnológico do Capital Humano. Aproveite o tempo para estudar, construir e
fortalecer seus conhecimentos, habilidades e aptidões. Leia e releia o caderno
da disciplina, interaja em nossos chats e fóruns. Capriche nas atividades
Leia a situação abaixo para entendermos o contexto em que se aplica o
Gerenciamento Tecnológico do Capital Humano.
João e Maria, proprietários do Supermercado Dois Irmãos, receberam
inúmeros currículos para os cargos de operador de caixa e de auxiliar
administrativo. Eles também desejam criar uma forma de manter e atualizar
permanentemente os registros da avaliação de resultados dos seus
colaboradores. Além disso, os irmãos chegaram à conclusão de que era
importante monitorar a satisfação no trabalho de seus colaboradores.
Identificar e mensurar os fatores que influenciam a satisfação é essencial para
obter bons resultados no negócio. Agindo dessa maneira, eles conseguiriam
fortalecer a retenção de seus funcionários que trabalhando mais satisfeitos,
produziriam mais e as metas da empresa seriam atingidas. Concluíram que
também era importante registrar os motivos que levaram ao desligamento de
funcionários. Um arquivo atualizado permitiria que João e Maria
aperfeiçoassem políticas na área de Gestão de Pessoas. Além disso, os custos
de recrutamento, seleção e treinamento seriam reduzidos. Enfim,
“colaboradores felizes resultam em clientes satisfeitos e maiores lucros para o
supermercado – disse Maria para seu irmão.”.
A Tecnologia da Informação pode colaborar para aperfeiçoar vários processos
na área de Gestão de Pessoas, tais como Recrutamento e Seleção,
Treinamento, Avaliação de desempenho, entre outros.
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 02
Esse capítulo apresenta a Tecnologia e as suas influências para a Gestão de
Pessoas.
Bons estudos!
Prof. Mário dos Anjos
2.1 As Comunicações Internas e a Necessidade de Informações para a Gestão
de Pessoas.
As organizações devem basear todas as suas operações e atividades em
informações e comunicações entre todos os setores. A hierarquia de
autoridade, saber quem manda em quem sem a comunicação recíproca entre
todos os envolvidos nos processos administrativos (compra, fabricação,
venda, entrega, entre outros) não tem mais espaço no cenário globalizado e
competitivo em que as empresas atuam. Dessa forma, todos os colaboradores
devem realizar suas funções com acesso a todas as informações necessárias.
Peter Drucker (2011), um dos mais famosos estudiosos da Administração de
todos os tempos, sugere que todo colaborador deve fazer duas perguntas
fundamentais:
a) Qual a informação que necessito para o meu trabalho: de quem,
quando e como?
b) Qual a informação que eu proporciono aos outros a respeito do que
eles fazem, de que forma e quando?
As duas perguntas acima reforçam a visão de analisar processos realizados
pelas empresas de forma integrada e sistêmica, ou seja, é necessário que
sejam identificados todos os clientes internos e externos, se for o caso,
permitindo que sejam estabelecidos todos os requisitos e atendidas todas as
demandas daquela atividade.
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Sistema de Informações Gerenciais
Competência 02
Vamos dar um exemplo para ilustrar o que foi comentado acima.
Maria e João compraram produtos para abastecer seu supermercado. Eles
interagiram com o fornecedor, fizeram o pedido das mercadorias e realizaram
a cotação de preço. A mercadoria foi entregue no supermercado no prazo
acordado. Em seguida, realizou-se a conferência da nota e dos produtos. Os
produtos foram arrumados no depósito da loja e a nota foi encaminhada para
o setor administrativo para providenciar o pagamento.
O exemplo anterior indica que os nossos empresários são clientes (externos)
do fornecedor. João e Maria tiveram que avisar ao Manuel, responsável pelo
Depósito sobre o pedido que iria chegar. Manoel, após a conferência,
encaminhou a nota para Ana, encarregada do setor financeiro que
providenciará o pagamento. Percebe-se a comunicação ocorrida entre esses
setores e indivíduos. Há clientes internos (outros setores da organização, tais
como compras, depósito e financeiro) e externos (o fornecedor, por exemplo).
A Gestão de Pessoas requer o processamento de muitas informações (como
vimos na introdução desse capítulo) sobre todos os colaboradores da
organização. Somente assim, os gerentes poderão tomar decisões eficazes e
adequadas. Quanto mais informações, menor é a incerteza.
Chiavenato (2010) relaciona uma série de informações necessárias sobre o
pessoal:
a) Quais os tipos de decisão sobre pessoas que o indivíduo toma
frequentemente?
b) Quais tipos de informações são necessárias para tomar essas decisões?
c) Qual é a periodicidade dessas informações (diária, mensal, anual,..)?
d) Quais tipos de informações são recebidas com regularidade?
e) Quais tipos de estudos especiais são realizados com regularidade?
f) Quais tipos de informações o colaborador ou gestor gostariam de
receber e não vem recebendo?
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 02
g) Quais tópicos o indivíduo gostaria de manter-se informado?
h) Quais as melhorias mais úteis no atual sistema de pessoal?
Na competência anterior (informação e conhecimento no ambiente
organizacional) vimos os conceitos de dado, informação e conhecimento. Os
resultados das avaliações de desempenho dos colaboradores, as pesquisas
sobre satisfação no trabalho, entre outros registros, devem ser arquivados na
organização. Maria e João gostariam de saber como proceder para manter
esses dados. Vamos ajudá-los.
Nossos empresários desejam criar um banco de dados com destaque especial
para a área de Gestão de Pessoas. Vamos explicar o que é um banco de
dados!
A forma como as empresas coletam, organizam, acessam e tratam os dados e
informações é requisito essencial para o sucesso do negócio. Nesse contexto,
os bancos de dados permitem acumular tudo o que será necessário para
facilitar a gestão das empresas. Eles funcionam como um sistema de
armazenamento e acumulação de dados codificados que são disponibilizados
para o processamento e obtenção de informações.
A figura 2.1 apresenta um banco de dados.
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Sistema de Informações Gerenciais
Competência 02
Figura 2.1 – Banco de Dados Fonte: Google (2013).
Vamos explicar a figura utilizando as pesquisas que João e Maria realizam
regularmente com seus colaboradores sobre Satisfação no Trabalho.
Os resultados da pesquisa são armazenados no banco de dados. Quando é
necessário realizar uma consulta (para verificar os registros sobre satisfação
com o salário recebido, por exemplo), o usuário acessa o banco através de
uma query (consulta). Existe um programa que gerencia a consulta e relata os
resultados chamado Sistema Gerenciador do Banco de Dados (SGBD). Assim,
os gestores baseados nas informações geradas, tomarão decisões com maior
grau de certeza.
A próxima seção apresenta os principais bancos de dados na área de Gestão
de Pessoas.
Acesse o link
abaixo e assista ao vídeo. Em
seguida, crie o seu próprio conceito de
banco de dados. http://www.you tube.com/watch?v=qgnuH_qSI9o
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 02
2.2 Bancos de Dados e Gestão de Pessoas
João e Maria, proprietários do Supermercado Dois Irmãos, estão muito
interessados nas inúmeras aplicações de banco de dados na área de Gestão
de Pessoas. Vamos apresentar os principais bancos de dados.
Segundo Chiavenato (2010), os principais bancos de dados na área de Gestão
de Pessoas são:
a) Cadastro de Pessoal: dados pessoais de todos os funcionários (idade,
escolaridade, filiação, entre outros);
b) Cadastro de Cargos: dados sobre os ocupantes de cada cargo;
c) Cadastro de Seções: dados sobre os funcionários de cada seção,
departamento ou divisão;
d) Cadastro de Remuneração: dados sobre salários e incentivos salariais;
e) Cadastro de Benefícios: dados sobre os benefícios e serviços sociais
concedidos aos colaboradores;
f) Cadastro de Treinamento: dados sobre os programas de capacitação e
de desenvolvimento de competências a serem realizados ou realizados,
colaboradores participantes, resultados obtidos, entre outros;
g) Cadastro de Candidatos; dados sobre candidatos a emprego. Útil nos
processos de Recrutamento e de Seleção;
h) Cadastro Médico: contém dados sobre consultas, exames admissionais,
periódicos e demissionais;
i) Outros Cadastros: em função da necessidade dos gerentes e
colaboradores.
A figura 2.2 seguinte apresenta um exemplo de banco de dados aplicado na
área de Gestão de Pessoas.
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Sistema de Informações Gerenciais
ENTR
AD
A D
E DA
DO
S
SAÍD
A D
E DA
DO
S CADASTRO DE PESSOAL
CADASTRO DE CARGOS
CADASTRO DE SEÇÕES
CADASTRO DE REMUNERAÇÃO
CADASTRO DE BENEFÍCIOS
CADASTRO DE MÉDICOS
Bancos de Dados
Competência 02
Figura 2.2 – Bancos de Dados em Gestão de Pessoas Fonte: adaptado de Chiavenato (2010).
João e Maria conheceram os principais tipos e características de banco de
dados em Gestão de Pessoas. Como o supermercado Dois Irmãos tinha
necessidade de identificar e estruturar os bancos de dados, eles contrataram
Luiz, consultor na área de Tecnologia de Informação, responsável pela
implantação e gestão da TI na organização.
Como os irmãos tinham uma demanda urgente na área de RH, Luiz recebeu a
atribuição de desenvolver Sistemas de Informações para os principais
processos de Gestão de Pessoas.
A próxima seção apresenta os Sistemas de Informações na área de RH.
2.3 Sistemas de Informação de RH
Vejamos alguns conceitos de Sistemas de Informação.
Laudon e Laudon (2004), dois dos mais importantes estudiosos na área de TI,
definem Sistema de Informação como um conjunto de componentes inter-
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 02
relacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui
informações destinadas a apoiar decisões, a coordenação e o controle de uma
organização. O SI também colabora na análise de problemas, visualização de
assuntos complexos e na criação de novos produtos e serviços.
O’Brien (2001) define Sistema de Informação como um conjunto organizado
de pessoas, hardware, redes de comunicação e recursos de dados que coleta,
transforma e dissemina informações numa organização.
Trazendo o assunto para a área de Gestão de Pessoas, Chiavenato (2010)
considera que o Sistema de Informação de RH é um sistema planejado para
colher, processar, armazenar e disseminar informações a respeito dos
processos e atividades realizadas pela área, de modo a permitir a tomada de
decisões pelos indivíduos envolvidos.
Luiz, o consultor em TI contratado para desenvolver o trabalho no
supermercado Dois Irmãos, começou a explicar alguns aspectos importantes
sobre os Sistemas de Informação.
Laudon e Laudon (2004) destacam que as principais atividades de um sistema
são a entrada, o processamento e a saída. A entrada captura e coleta dados
brutos numa organização ou em seu ambiente externo. Quantidade de
produtos vendidos e nível de satisfação dos colaboradores são exemplos de
entradas. O processamento transforma esses dados em informação, ou seja,
torna-os mais significativos (a comparação entre as vendas durante
determinado período, por exemplo). A saída corresponde à transferência
dessas informações aos usuários. Finalmente, há o feedback que possibilita
ajustes e correções na entrada. A figura 2.3 seguinte ilustra esses conceitos.
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Sistema de Informações Gerenciais
ENTRADA
Processar
Classificar
Organizar
Calcular
SAÍDA
Feedback
Organização
AMBIENTE
Fornecedores Clientes Governo
Acionistas Concorrentes Distribuidores
Competência 02
Figura 2.3 – Funções de um Sistema de Informação Fonte: adaptado de Laudon e Laudon (2004).
O’Brien (2001) afirma que os sistemas de informação caminham para a
distribuição de redes locais de micros que preservem a independência de
cada setor, filial ou unidade da organização com uma ligação com a rede
corporativa.
Chiavenato (2010) estabelece os elementos e características de sistemas de
informação em Recursos Humanos:
a) Alinhamento com o planejamento estratégico de RH, como base
informacional para que ele possa ser devidamente implantado;
b) Formulação de objetivos e programas de ação em RH;
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Técnico em Recursos Humanos
Competência 02
c) Registros e controles de pessoal para efeito operacional de folha de
pagamento, administração de férias, 13º salário, faltas e atrasos,
disciplina, entre outros;
d) Relatórios sobre remuneração, incentivos salariais, benefícios, dados de
recrutamento e seleção, plano de carreiras, treinamento e
desenvolvimento, higiene e segurança do trabalho, área médica, como
base para o processo decisório gerencial;
e) Relatórios sobre cargos e seções;
f) Outras informações gerenciais importantes para a empresa e para as
pessoas.
A figura 2.4 seguinte apresenta esses elementos.
Figura 2.4 – Elementos dos Bancos de dados em Gestão de Pessoas Fonte: adaptado de Chiavenato (2010).
“Como podemos utilizar essa Tecnologia em nosso Supermercado?” –
perguntou João ao consultor.
ENTR
AD
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CADASTRO DE PESSOAL
CADASTRO DE CARGOS
CADASTRO DE SEÇÕES
CADASTRO DE REMUNERAÇÃO
CADASTRO DE BENEFÍCIOS
CADASTRO DE TREINAMENTO
Bancos de Dados
23
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 02
Luiz, o consultor em TI, explicou que o mais importante é definir quais
processos da área de Gestão de Pessoas serão automatizados. Assim, haverá
sistemas que serão utilizados pelos colaboradores que executam atividades
de linha e pelos gestores que utilizarão os sistemas no apoio à tomada de
decisões.
“Você pode explicar melhor?” – perguntou Maria ao consultor.
“Perfeitamente.” – disse Luiz.
“Considerem Ana, colaboradora que trabalha no Setor Financeiro recebendo,
classificando e arquivando as notas e duplicatas em fichários e arquivos. Todo
o processo é manual. Imaginem o trabalho que ela tem para procurar e
recuperar alguma informação.”- ponderou Luiz.
Vamos colocar em prática algumas ideias e conceitos já trabalhados.
A próxima seção apresenta aplicações da TI para colaboradores e gestores na
área de RH.
2.4 – Sistemas de Informação Gerencial de RH
As organizações podem disponibilizar o uso da TI em processos tais como o
registro de informações sobre os colaboradores (tais como nome completo,
endereço, filiação, escolaridade, entre outros) e a avaliação da satisfação no
trabalho dos colaboradores (que além de registrar os resultados coletados,
permitirá que o gestor faça cruzamentos para identificar que aspectos ou
fatores devem ser mais priorizados para aumentar a satisfação dos
funcionários). O primeiro caso trata-se de um sistema de processamento de
transações; o segundo, de um sistema de informação gerencial (serão
abordados com mais detalhes na quarta competência da disciplina).
24
Técnico em Recursos Humanos
Qual o meu salário mensal?
Quanto deverei ganhar este mês?
Quantas horas de trabalho já fiz? Qual o horário de entrada e saída do colaborador x?
Qual o horário de entrada e saída do intervalo do colaborador x?
Quais eventuais atrasos tiveram justificativa (atestado médico, por
exemplo)?
Quais são as minhas metas e objetivos a alcançar?
Como está o meu desempenho em relação a essas metas e
objetivos (já realizado)?
Quanto falta para completar essas metas e objetivos? Quais os programas de treinamento a fazer?
Quais são as minhas avaliações de desempenho?
Quais são os cargos que ocupei na empresa?
Competência 02
A figura 2.5 seguinte apresenta um sistema de informação destinado ao uso
dos colaboradores.
Figura 2.5 - Sistema de Informação aos Funcionários Fonte: adaptado de Chiavenato (2010)
Um funcionário do Supermercado poderá consultar o sistema para saber seu
controle de frequência (ponto) e verificar o valor previsto do seu salário após
os eventuais descontos. Outro colaborador, por sua vez, poderá verificar os
cursos já realizados e com isso, programar-se para as próximas capacitações.
Finalmente, a equipe de vendas poderá consultar o faturamento diário e
comparar com as metas estabelecidas, obtendo um retorno importante sobre
o desempenho do grupo. Além disso, se necessário poderá implantar ações
corretivas para atingir as metas.
A figura 2.6 seguinte apresenta uma aplicação de tecnologia para os gerentes.
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25
Sistema de Informações Gerenciais
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Quais as tarefas já executadas pelos funcionários?
Quais as metas que eles podem receber no futuro?
Quanto falta para atingir as metas? Quais as características pessoais do funcionário?
Pode receber novas responsabilidades?
Deve receber supervisão mais estreita? Como está o nível de satisfação dos nossos
colaboradores?
Quais fatores mais influenciam a satisfação no trabalho?
Até que ponto podemos comprometer a receita da
empresa com a folha de pessoal?
Saída d
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Competência 02
Figura 2.6 - Sistema de Informação Gerencial de RH Fonte: adaptado de Chiavenato (2010 Um gerente pode acompanhar o desempenho de sua equipe e rapidamente
intervir, se for necessário. Esse acompanhamento pode ser em tempo real, ou
seja, a tecnologia já permite que importantes resultados das organizações
sejam conhecidos assim que são processados. O gestor também pode
monitorar o nível de satisfação no trabalho. Assim ele saberá como está o
resultado geral e poderá identificar em quais fatores a empresa encontra-se
acima ou abaixo da média. Assim, caso a remuneração seja bem avaliada
pelos colaboradores e, o reconhecimento pelo trabalho indique um resultado
negativo, o gestor seria capaz de estabelecer as prioridades de ação.
A próxima seção apresenta uma avaliação crítica do uso de TI na área de
Recursos Humanos.
2.5 Avaliação Crítica da TI em Recursos Humanos
A quantidade de informações disponível para os gerentes e colaboradores de
uma organização aumentou consideravelmente nos últimos anos. Previsão de
vendas, satisfação com o trabalho, dados pessoais, clima organizacional, ciclo
pedido-entrega são muitas entre as inúmeras possibilidades de dados,
26
Técnico em Recursos Humanos
Competência 02
informações e eventos que podem fazer parte de um sistema. Um grande
desafio para os usuários e desenvolvedores de sistemas é definir quais dados
e informações devem ser incluídos no projeto. Se a quantidade for reduzida,
pode resultar em informações muito superficiais que poderão comprometer a
qualidade da decisão a ser tomada ou o controle adequado do processo. Por
outro lado, se a quantidade de dados e informações for muito extensa, o
usuário pode se perder em muitos detalhes e tomar uma decisão muito
tardia.
Os sistemas de RH são avaliados em função dos comentários informais de
seus usuários (gerentes e analistas). Outra forma de avaliação é monitorar a
frequência de utilização. Assim, se um sistema é pouco utilizado,
possivelmente necessitará de um maior alinhamento com as necessidades dos
usuários.
As duas medidas para avaliação do Sistema de Informação em RH são a
economia de custos e o acompanhamento dos efeitos provocados pela
utilização dessas ferramentas. A primeira contempla a redução do tempo de
espera pelos gerentes para tomar decisões e de custos com malote e pessoal.
A segunda, pode ser exemplificada através do aumento da satisfação no
trabalho proporcionada pela análise das informações geradas pelo sistema.
Vimos nesta competência os principais processos na área de Gestão de
Pessoas que são apoiados pela Tecnologia de Informação. Trabalhamos as
ideias centrais de bancos de dados aplicados na área. Em seguida, vimos
como esses sistemas ajudam nas atividades dos gerentes e dos colaboradores
que atuam em Recursos Humanos.
O próximo capítulo apresenta a competência Compreendendo a Tomada de
Decisões.
27
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 03
3. COMPETÊNCIA 03 | COMPREENDENDO A TOMADA DE
DECISÕES
Caro aluno,
Este capítulo tem como objetivo desenvolver a competência Compreendendo
a tomada de decisões. Aproveite o tempo para estudar, construir e fortalecer
seus conhecimentos, habilidades e aptidões. Participe dos fóruns e chats. Leia
e releia o Caderno da disciplina.
Leia o texto abaixo para entender o contexto em que se aplicam as decisões
nas organizações.
Os negócios vão bem para o Supermercado Dois Irmãos. Os clientes estão
satisfeitos e compram cada vez mais produtos. O faturamento cresce
exponencialmente. João e Maria pensam em abrir uma filial em Recife e para
isso precisam tomar uma série de decisões, tais como:
Utilizarão na expansão de suas operações capital próprio ou de bancos
(financiamentos)?
Em qual bairro abrirão a nova loja?
Quantos funcionários serão contratados?
Como será a remuneração de seus colaboradores?
Quais as capacitações a serem realizadas?
Quais serão os critérios para avaliação de desempenho?
Como os produtos serão distribuídos?
28
Técnico em Recursos Humanos
Competência 03
As decisões são do cotidiano do administrador. Saber o caminho a ser seguido
pode muitas vezes definir o futuro da organização. Escolhas mal feitas podem
gerar consequências desastrosas tais como a redução dos negócios e até
mesmo o fechamento da empresa. Nesse capítulo veremos como ocorre o
processo de decisões de forma que nossos empresários minimizem as
incertezas. Para começar veremos alguns conceitos centrais sobre a Tomada
de Decisões nas organizações.
3.1 Conceitos Centrais sobre Tomada de Decisões
As pessoas tomam decisões de diferentes graus de complexidade e de
consequências. O trajeto para o trabalho, a profissão a ser seguida na carreira,
os cursos de qualificação profissional, o momento para casar ou ter filhos,
entre outras, são algumas decisões que tomamos ao longo da vida.
Mas o que é uma tomada de decisão?
Stoner (2010) define tomada de decisão como o processo de identificar um
problema específico e selecionar uma linha de ação para resolvê-lo.
Para a decisão ocorrer é necessário que um problema seja identificado na
organização. Um problema é caracterizado por alguma disfunção, ou seja,
quando o estado atual das coisas é diferente do estado desejado.
Vamos aplicar esses conceitos na área de Gestão de Pessoas!
Maria e João ao avaliarem o desempenho dos repositores no supermercado
Dois Irmãos identificaram que o tempo para repor os produtos na seção de
Mercearia estava muito elevado. O tempo adequado era de 10 minutos. No
entanto, o repositor que teve melhor resultado realizou a tarefa em 15
minutos. Isso provocava falta de produtos e a consequente redução nas
vendas, embora o produto estivesse disponível do depósito.
Acesse o link abaixo e assista
ao vídeo. http://www.you tube.com/watch?v=ANLmPE3AiC
0 Construa o seu
próprio conceito de Tomada de
Decisão.
29
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 03
Na situação exposta, o problema caracteriza-se pela diferença entre o tempo
adequado e o realizado, e suas consequências para o negócio. A tomada de
decisões envolve a identificação desse problema e a definição de linha de
ação para solucioná-lo. Assim, João e Maria podem tomar várias decisões para
solucionar o problema, tais como a contratação de mão de obra extra, a
oferta de novas capacitações, o uso de equipamentos automatizados, a
realocação do estoque, entre outras soluções.
Como as pessoas nunca poderão lidar com todos os problemas que aparecem
no dia-a-dia, é preciso estabelecer prioridades. Algumas reflexões podem
ajudar nesse processo. Stoner (2010) relaciona essas perguntas:
a) “É um problema fácil de ser enfrentado?”: a maioria dos problemas
exige um pouco da atenção do indivíduo. Atribuir o mesmo grau de
importância a todos os problemas dificulta a resolução, além de desviar
o foco do que realmente é importante. Assim, as técnicas mais
elaboradas de decisão podem ficar reservadas para os problemas mais
complexos;
b) “O problema poderia se resolver sozinho?”: muitos assuntos que
demandam a atenção das pessoas podem ser resolvidos por si mesmos
ou por alguém que ocupe uma posição hierárquica inferior. Os gestores
devem listar os problemas por ordem de importância;
c) “Esta decisão deve ser tomada por mim?”: quando surge um problema
de maior relevância, cabe ao indivíduo determinar se é de fato
responsável pela decisão, ou se atribuição de um subordinado ou de um
superior. É preciso destacar que quanto mais próxima estiver a decisão
em relação à origem do problema, maior é a probabilidade de êxito.
Além disso, é preciso destacar que o indivíduo não deve em nenhuma
circunstância se eximir da responsabilidade.
A próxima seção apresenta os tipos de decisão e as condições em que essas
decisões são tomadas.
30
Técnico em Recursos Humanos
Competência 03
3.2 Tipos de Decisão e Condições de Tomada das Decisões.
Vimos que João e Maria identificaram problemas em várias áreas do
supermercado. Vamos explicar os tipos de decisão e as condições em que
essas decisões são tomadas.
Oliveira (2010) classifica as decisões em duas categorias:
a) Decisões programadas (ou planejadas): são caracterizadas pela rotina e
repetitividade. É necessário estabelecer um procedimento padrão que
resolverá o problema. O cronograma de programas de capacitação
(treinamentos) do supermercado ou a quantidade de farinha de trigo a
ser comprada para fabricar os pães na seção de padaria são exemplos
de decisões programadas.
b) Decisões não-programadas (ou não-planejadas): são aquelas não
rotineiras em que não há parâmetros ou referenciais anteriores que
possam ajudar na solução do problema. São caracterizadas por
situações complexas e ambíguas. A abertura de uma nova filial do
Supermercado Dois Irmãos, por mais dados e informações coletados e
gerados, é uma decisão de grande complexidade e não-rotineira.
Os gestores e colaboradores de uma organização tomam decisões em diversas
condições. Oliveira (2010) relaciona essas condições de tomada de decisões:
a) Certeza: cada curso de ação (ou solução) possível conduz,
invariavelmente, a um resultado específico e conhecido;
b) Risco: são decisões em que cada alternativa possível conduz a um
número de resultados específicos com as respectivas probabilidades de
ocorrência. Em geral, é a condição que predomina nas organizações;
c) Incerteza: quando as consequências das linhas de ação (soluções) são
desconhecidas. As situações enfrentadas são imprevisíveis ou não têm
as informações necessárias para estabelecer a probabilidade de
determinados eventos.
31
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 03
Vamos ajudar João e Maria a entenderem essas categorias.
Um aumento no preço de produtos comercializados pelos fornecedores do
supermercado, caso não ocorra um repasse para o consumidor final e não
existam outras opções de fornecimento, certamente reduzirá as margens de
lucro de João e Maria.
Uma capacitação realizada com os funcionários da seção de carne poderá
reduzir as perdas (desperdícios) neste setor. Note que outros fatores como
equipamentos utilizados e motivação poderão anular os resultados desse
treinamento.
Finalmente, o supermercado resolve não tomar nenhuma atitude em relação
ao baixo nível de satisfação de seus colaboradores. Ninguém saberá ao certo
as consequências dessa omissão.
“Como tomar decisões?” – perguntou João ao consultor.
Luiz começou a explicar o Modelo Racional de Tomada de Decisão.
A próxima seção apresenta o Modelo Racional de Tomada de Decisão.
3.3 Modelo Racional de Tomada de Decisão
Vamos apresentar esse modelo aos nossos empresários.
O Modelo Racional de Tomada de Decisão é um processo de quatro etapas
que ajudam os decisores a pesar alternativas (as linhas de ação) e escolher a
que tiver melhor chance de sucesso (STONER, 2010). A figura 3.1 seguinte
apresenta o modelo.
32
Técnico em Recursos Humanos
Competência 03
Figura 3.1 – Modelo Racional de Tomada de Decisão Fonte: adaptado de Stoner (2010).
a) Examinar a Situação:
A primeira etapa abrange a análise da situação e é composta por três fases: a
definição do problema, a identificação dos objetivos de decisão e o
diagnóstico das causas.
A definição do problema deve ser feita de forma objetiva. É muito comum a
confusão entre causas e consequências. Redução nas vendas e do lucro,
insatisfação dos clientes e redução da participação de mercado são sintomas.
Provavelmente, entre as causas encontram-se problemas com o produto ou
preço excessivo. Em outra situação, um gerente pode estar preocupado com
um aumento repentino no número de colaboradores que pedem demissão.
Esse fato pode não ser um problema, a menos que interfira no alcance das
metas organizacionais. Os pedidos de demissão podem representar uma
oportunidade para contratar mão-de-obra ainda mais qualificada. A definição
de um problema sempre deve ser realizada levando-se em conta se há
interferência no cumprimento dos objetivos da organização ou dos setores.
Caso essa interferência não seja constatada, é possível que o fator não seja
uma causa e, sim um sintoma.
1. Examinar a situação
Definir o problema
Identificar os objetivos da decisão
Diagnosticar as causas
2. Criar alternativas
Buscar alternativas criativas
Não avaliar ainda
3. Avaliar as alternativas e selecionar a melhor
Avaliar as alternativas
Escolher a melhor
4. Implementar e monitorar a decisão
Planejar a implementação
Implementar o plano
Monitorar a implementação e fazer os ajustes necessários
33
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 03
Uma vez que o problema tenha sido definido, a próxima fase é decidir o que
poderia ser considerado uma solução efetiva. É muito útil determinar que
partes do problema eles têm que resolver (must) e quais deveriam resolver
(should). A maioria dos problemas é composta por várias partes menores e o
gestor dificilmente encontrará solução para todas elas. Saber diferenciar
entre “ter de” e “dever” contribui para propor e avaliar as soluções
alternativas.
Dessa forma, um gestor tem de contratar um colaborador para a sua equipe
que possa fazer um bom trabalho num cargo complexo por certa
remuneração. Esse novo colaborador deve se ajustar ao trabalho em equipe
desempenhado na organização. Utilizando essa regra, o gestor de imediato
poderá eliminar os candidatos que não atendem ao requisito “tem de” e
restringir a avaliação aos candidatos que atendam ao requisito “dever”. O
importante é que a solução considerada permita atingir objetivos da
organização ou do setor, se for o caso.
A terceira fase corresponde ao diagnóstico das causas. Depois de chegar a
uma solução satisfatória, o gestor deverá determinar as ações necessárias
para realiza-la. Antes, porém, é necessário compreender em profundidade
todas as causas e origens do problema através da formulação de hipóteses
sobre as causas. O gerente deve fazer algumas reflexões tais como: “Que
fatores dos ambientes interno e externo contribuíram para o problema?”,
“Quais setores e colaboradores estão mais diretamente envolvidos com o
problema e a eventual solução?”, “Será que as atividades e processos desses
setores podem agravar o problema?”. Vale lembrar que as causas não são tão
aparentes como os sintomas. É indispensável juntar todas as peças e formar o
diagnóstico mais claro possível.
b) Criar Alternativas:
João relembrou que existem decisões programadas (rotineiras, mais
previsíveis e de menor complexidade) e as não-programadas (não rotineiras,
34
Técnico em Recursos Humanos
Nenhuma decisão importante deve ser tomada sem que sejam analisadas
outras alternativas.
Competência 03
complexas e imprevisíveis). A criação de alternativas para as decisões
programadas é um processo mais fácil devido ao reduzido grau de incertezas.
Por outro lado, gerar soluções para situações mais complexas e menos
rotineiras requer maior envolvimento dos envolvidos.
Desse modo, é prudente convidar outras pessoas para participar de um
brainstorming, ou seja, gerar soluções, espontaneamente, independente de
viabilidade ou de juízo de valor. Deve-se também evitar a tentação de avaliar
alternativas à medida que vão sendo propostas. Esse procedimento pode
restringir soluções, impedindo que se adote a mais adequada.
Maria lembrou que recentemente fez no supermercado um brainstorming de
forma intuitiva. As vendas de pães apresentaram uma forte redução no
começo do ano. Maria chamou seu irmão, João, o gestor da padaria e alguns
clientes para participarem de uma reunião para tratar do assunto. Como
possíveis causas da queda nas vendas, sugeriram o preço mais elevado que o
valor cobrado pelos concorrentes, a consistência inadequada da massa, o
tempo de preparo (assar) no forno e falta de divulgação dos produtos da
seção de padaria. No momento, eles analisam o problema e avaliam as
possíveis soluções: corrigir distorções de preço, reavaliar a receita da massa,
controlar o tempo de preparo no forno e intensificar a divulgação dos
produtos no salão de vendas.
c) Avaliar as Alternativas e Selecionar a Melhor:
Vimos no estágio anterior que diversas soluções devem ser geradas para
resolver um problema independente de viabilidade ou de pré-julgamentos.
35
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 03
Quando o conjunto de soluções tiver sido criado, os envolvidos devem fazer
as seguintes reflexões para cada uma das soluções geradas:
“A alternativa é exequível?”: a organização deve verificar se dispõe de
todos os recursos (dinheiro, informação, colaboradores capacitados,
tempo, máquinas, entre outros) para implantar a solução. Uma recente
pesquisa de satisfação dos consumidores indicou que os clientes estão
insatisfeitos com o excessivo tempo de espera nos caixas do
supermercado. Considerando que o supermercado possui cinco caixas,
se a solução contemplasse aumentar o número para cinquenta caixas,
possivelmente o Supermercado Dois Irmãos não teria dinheiro para
custear esse investimento ou a quantidade excessiva de caixas (muito
maior do que a necessária) poderia gerar uma subutilização dessa mão-
de-obra;
“A alternativa é uma solução satisfatória?”: a alternativa em análise
deve atender às metas de decisão (tanto aos “tem de” como aos “deve
que” – consultar a etapa 1) e a probabilidade de sucesso deve ser
aceitável. É preciso destacar que calcular (mesmo que de forma
subjetiva) a probabilidade de sucesso de uma alternativa pode ser
muito difícil ou até mesmo, impossível. O termo “aceitável” pode variar
de pessoa para pessoa e de organização para organização;
“Quais são as consequências possíveis para o resto da organização?”:
uma organização é formada por vários setores que interagem entre si e
com o ambiente externo. Não há um sistema totalmente fechado.
Dessa forma, é preciso que os decisores avaliem as consequências de
cada solução não apenas para o setor diretamente envolvido, mas
também para a organização como um todo. Os donos de um
restaurante, por exemplo, que decidam reduzir os preços das refeições,
devem avaliar o impacto para a área financeira (impactos sobre receita,
margens de lucro, custos e fluxo de caixa), operações (um aumento na
demanda possivelmente vai resultar na compra de equipamentos e
contratação de mão-de-obra), compras (aumento na quantidade dos
insumos como verduras, carnes e bebidas), entre outras.
36
Técnico em Recursos Humanos
Competência 03
É preciso também avaliar como será uma eventual reação dos concorrentes e
de outros stakeholders. Assim, se o concorrente responder com uma redução
de preços ou aumento na qualidade, é necessário avaliar as consequências
dessas ações para a organização.
d) Implantar e Monitorar a Decisão:
Assim que a melhor alternativa tiver sido selecionada, os decisores terão que
resolver os problemas e dificuldades de sua implantação. Além de excelente
habilidade relacional (interação entre todos os envolvidos na solução), será
preciso que o administrador coordene a integração de todos os recursos
necessários à implantação da solução. Para controlar a implantação da
solução, será necessário estabelecer adequadamente orçamentos e
cronogramas para que os custos e o tempo de execução sejam
adequadamente controlados. Os riscos potenciais e as incertezas nunca
devem ser esquecidos.
Vamos ajudar João e Maria a entender melhor essa fase.
Os irmãos enfrentam um problema na seção de Padaria do supermercado
Dois Irmãos. O pão, produto principal do setor, apresenta um giro baixo, ou
seja, as vendas estão muito abaixo do esperado. Vamos supor que após
analisar todas as linhas de ação possíveis, os irmãos em conjunto com o
consultor, concluíram que a melhor linha de ação possível (solução) é a
compra de um novo forno para o setor. Desse modo, além do valor necessário
para adquirir o equipamento será necessário prever eventuais despesas com
instalações elétricas e pequenas reformas, o que poderá elevar o orçamento
previsto. O prazo de instalação e o necessário treinamento dos usuários
possivelmente influenciarão o prazo de plena operação do forno. Finalmente,
os resultados de uma boa campanha de divulgação (marketing) poderão levar
algum tempo até que as vendas atinjam um nível adequado. João e Maria
perceberam a complexidade do problema e do processo de gerar, selecionar e
implantar a solução.
37
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 03
Vimos nessa competência o processo de Tomada de Decisões. As
organizações atuam num cenário caracterizado por incertezas e quanto mais
aperfeiçoado for o processo de coletar e tratar dados, transformando-os em
informação valiosa, as decisões podem melhorar e trazer ganhos significativos
para as empresas. O próximo capítulo apresenta a competência
“Compreender os componentes e recursos dos Sistemas de Informação”.
38
Técnico em Recursos Humanos
Competência 04
4. COMPETÊNCIA 04 | COMPREENDER OS COMPONENTES E
RECURSOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
Caro aluno,
Este capítulo tem como objetivo desenvolver a competência “Compreender
os componentes e recursos dos Sistemas de Informação”. Aproveite o tempo
para estudar, construir e fortalecer seus conhecimentos, habilidades e
aptidões. Leiam e releiam o caderno da disciplina. Interajam com a nossa
equipe nos fóruns e chats. Caprichem nas aulas-atividades e nas atividades
semanais.
Leia o texto abaixo para compreender o contexto em que se aplicam os
Sistemas de Informação e seus componentes.
João e Maria, proprietários do Supermercado Dois Irmãos, concluíram que
precisam tomar decisões cada vez mais complexas e rápidas. Durante o último
congresso da ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados, eles fizeram
contatos importantes, conheceram novos equipamentos e soluções de
informática para diversos setores dos supermercados e assistiram a
importantes palestras sobre a gestão desses empreendimentos.
João e Maria desejam monitorar de perto e com acesso rápido os resultados
de importantes atividades e processos realizados pelos diversos setores da
organização, tais como custos com a folha de pagamento, compras de
produtos, contas a receber e a pagar, projeção de vendas, análise detalhada
de produtos, entre outros. Pretendem ainda, dispor de uma ferramenta que
permita realizar simulações de preço e quantidade de produto, prospecção de
novos clientes, campanhas de marketing, entre outras possibilidades.
Vimos nos capítulos anteriores que João e Maria contrataram Luiz, renomado
consultor na área de Tecnologia de Informação, que os ajudará nessa missão.
Tudo isso que eles pretendem realizar demanda que a organização realize a
39
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
coleta, arquivo, consulta e manipulação de dados e informações sob a forma
de relatórios que ajudarão a tomada de decisões, de forma que a incerteza
seja minimizada. E nesse contexto os Sistemas de Informação desempenham
papel fundamental.
Nesse capítulo vamos apresentar os Sistemas de Informação e seus
componentes.
4.1 Sistemas de Informação: Conceitos Centrais
Vamos relembrar os conceitos de dados, informação, conhecimento e
Sistemas de Informações vistos nos capítulos 1 e 2 (competências 1
“Compreender a informação e conhecimento no ambiente organizacional” e 2
“Gerenciamento tecnológico do capital humano”).
O supermercado gera dados, tais como as vendas em determinado período, a
quantidade de contratações e desligamentos, o nível de satisfação de seus
colaboradores, entre outros. Os dados são registros isolados e pontuais.
Devem receber tratamento para serem transformados em informação.
Quando os gestores analisam os resultados das vendas ou os níveis de
satisfação de seus colaboradores, e os comparam com outros períodos,
submeteram esses dados a um tratamento. Eles “ganham” um propósito, uma
finalidade. E essas informações ajudam a tomada de decisões (como vimos no
capítulo anterior)
O quadro 4.1 abaixo apresenta um exemplo.
40
Técnico em Recursos Humanos
Competência 04
Analisando o quadro acima, os índices de satisfação no trabalho obtidos em
maio e junho são registros isolados e pontuais (dados). Quando são
comparados, João e Maria perceberam que no geral, o índice de Satisfação no
Trabalho aumentou 10% de um período para o outro. Na seção de Frente de
Loja, entretanto, este índice caiu. Essas são informações importantes. Desse
modo, os irmãos precisarão definir corretamente o problema, identificar as
possíveis causas (tomando o devido cuidado para não confundir causa com
sintoma) e gerar soluções (conforme visto na competência 03). Uma das
possíveis causas poderia ser a inadequação entre o número de funcionários
do setor e a quantidade de clientes nas filas.
A compreensão correta do problema, a definição de todas (ou da maioria) as
causas e a geração de soluções são algumas das contribuições geradas pelos
Sistemas de Informações.
Vamos relembrar o conceito de Sistemas de Informações (SI).Oliveira (2010, p.
25) define SI como
o processo de transformação de dados em informações. E quando esse processo está voltado para a geração de informações que são necessárias e utilizadas no processo decisório da empresa, diz-se que esse é um sistema de informações gerenciais.
Nível de satisfação no
trabalho
(setores)
maio junho Variação
Geral 80 88 10 %
Frente de Loja 70 63 (10%)
Quadro 4.1 – Nível de Satisfação no Trabalho Fonte: elaborado pelo autor (2013).
41
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
Relembrando o conceito proposto por O’Brien (2001, p. 6), SI é um “conjunto
organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicação e recursos
de dados que coleta, transforma e dissemina informações em uma
organização”.
A figura 4.1 seguinte apresenta um modelo de Sistema de Informações
Gerenciais.
Figura 4.1 – Modelo de Sistema de Informação Gerencial Fonte: adaptado de Oliveira (2010).
“E quais são as atividades básicas dos sistemas de informação?” – perguntou
João.
Um SI desempenha as seguintes atividades básicas:
a) Entrada: corresponde ao registro de dados que devem ser capturados e
preparados para o processamento. No supermercado, a leitura ótica do
código de barras da mercadoria é um exemplo;
b) Processamento: corresponde à transformação dos dados em
informação. São operações como calcular, comparar, separar,
classificar, resumir, entre outras. No supermercado a comparação do
Acesse o link abaixo e assista
ao vídeo. http://www.youtube.com/watch?v=daAJUqWIQZ8&list=PL1F24017
114170D0B Construa seu
conceito de SIG.
42
Técnico em Recursos Humanos
Competência 04
faturamento diário durante determinado mês é um exemplo de
processamento;
c) Saída: corresponde à disponibilização e transmissão da informação aos
usuários. A qualidade da informação fornecida aos usuários deve levar
em consideração o tempo (rapidez de fornecimento e atualização), o
conteúdo (ser precisa e relevante) e a forma (facilidade de
compreensão). Assim as informações disponibilizadas aos usuários do
Supermercado Dois Irmãos devem ser significativas, ou seja, realmente
importantes; no tempo correto (se houver demora em disponibilizar a
informação ela poderá perder sua utilidade); e de fácil compreensão;
d) Armazenamento: é a atividade que consiste na forma em que os dados
e informações são armazenados para uso posterior;
e) Controle: forma de avaliar o desempenho do sistema que verifica cada
uma das atividades anteriores e se o sistema realmente atende aos
usuários.
João perguntou ao consultor quais os principais benefícios na utilização de SI.
Luiz enumerou as principais vantagens:
a) Aumento na produtividade;
b) Redução de custos;
c) Melhoria da qualidade de produtos e serviços;
d) Melhoria no processo de tomada de decisões.
“Você poderia explicar melhor, Luiz?” –perguntou João.
“Perfeitamente.” – disse Luiz.
Vamos ajudá-los!
Um bom SI permite que as decisões no supermercado sejam tomadas com
maior previsibilidade e redução de incertezas uma vez que as informações
43
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
relevantes são disponibilizadas aos decisores. Uma vez que mais detalhes e
nuances de cada situação dos processos centrais são mais conhecidos, a
tendência é a redução de custos, pois a possibilidade de retrabalho diminui
consideravelmente. A qualidade de produtos e serviços, pelas mesmas razões,
também aumenta.
“E quais são as áreas de aplicação e os tipos de Sistemas de Informação?” –
perguntou João ao consultor de informática.
A seção seguinte apresenta uma classificação geral sobre os Sistemas de
Informação.
4.2 – Papéis Fundamentais e Tipos de Sistemas de Informação
O’Brien (2001) relaciona os papéis dos SI nas organizações: apoio as
operações, apoio à tomada de decisão e apoio à vantagem estratégica. No
supermercado Dois Irmãos o controle de estoque, o registro das vendas e a
frequência dos funcionários são exemplos de apoio às operações.
Por outro lado, decisões mais complexas, tais como linhas de produtos a
serem descontinuadas ou adicionadas e os possíveis locais para abertura de
novas filiais são exemplos de apoio às decisões gerenciais.
O comércio de produtos pela Internet combinado com o formato tradicional
de lojas, pode assegurar maior conveniência espacial para os clientes. Um
avançado sistema de análise de comportamento de compras do consumidor.
Esses podem ser o apoio à vantagem estratégica.
Os sistemas de informação podem ser classificados em dois grandes grupos:
Sistemas de Apoio às Operações e Sistemas de Apoio Gerencial. O primeiro
colabora nas operações e processos realizados pela organização. O segundo,
no apoio ao processo de decisão dos gerentes.
44
Técnico em Recursos Humanos
Competência 04
O quadro 4.2 seguinte apresenta essa classificação.
Os Sistemas de Informação são necessários para processar dados gerados e
utilizados por vários setores na organização. São os chamados Sistemas de
Apoio às Operações. Eles produzem uma grade quantidade de produtos de
informação para uso interno e externo.
Entretanto, tais sistemas não atendem a algumas demandas específicas dos
executivos. Quando os sistemas se concentram em fornecer informação e
apoio para a tomada de decisão eficaz pelos gerentes, eles são chamados de
Sistemas de Apoio Gerencial.
O controle de estoques, a folha de pagamento dos funcionários do
Supermercado Dois Irmãos e o controle de vendas são exemplos de Sistemas
de Processamento de Transações.
Uma refinaria de petróleo utiliza sensores eletrônicos que mapeiam o
processo de refino e, se necessário, promovem ajustes. Uma fábrica de tintas
utiliza sensores para assegurar a qualidade dos seus produtos. São exemplos
de Sistemas de Controle de Processos.
Sistemas de Apoio às Operações
Sistemas de Processamento de
Transações
Processamento de transações.
Sistemas de Controle de Processos
Controle de processos industriais.
Sistemas Colaborativos Colaboração entre equipes e grupos de
trabalho
Sistemas de Apoio Gerencial
Sistemas de Informação Gerencial Relatórios padronizados para os
gerentes.
Sistemas de Apoio à Decisão
Apoio interativo à decisão.
Sistemas de Informação Executiva Informação elaborada especificamente
para os executivos.
Quadro 4.2 – Classificação dos Sistemas de Informação
Fonte: adaptado de O’Brien (2001).
45
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
Correios eletrônicos, chats, intranets e redes sociais são ferramentas de
comunicação capazes de aumentar a interação e a produtividade de equipes
de trabalho. São os Sistemas Colaborativos.
João e Maria ao acompanharem as vendas e os resultados das análises e
projeções utilizam Sistemas de Informação Gerencial. Notem que o simples
registro de transações (vendas) é um sistema de processamento de
transações.
Quando os irmãos buscam informações no sistema com o objetivo de
determinar a melhor combinação de ferramentas de comunicação (rádio,
televisão, jornais, outdoors, redes sociais, entre outros) para maximizar
vendas, utilizam um Sistema de Apoio à Decisão.
A previsão de vendas ou a previsão anual do orçamento são exemplos de
utilização de Sistemas de Apoio Executivo.
O quadro 4.3 abaixo apresenta um resumo das categorias de sistemas de
informação.
Sistema Descrição
Sistema de Processamento de Informações Processam dados resultantes das transações
empresariais, atualizam banco de dados
operacionais e produzem documentos
empresariais.
Sistemas de Controle de Processos Monitoram e controlam processos industriais.
Sistemas Colaborativos Favorecem a comunicação e a integração entre
indivíduos, equipes e empresas de forma a
aumentar a produtividade.
Sistemas de Informação Gerencial Fornecem informações na forma de relatórios e
demonstrativos pré-estipulados para os gerentes.
Sistemas de Apoio à Decisão Apoiam a decisão dos gerentes.
Sistemas de Informação Executiva Fornecem informações críticas elaboradas para as
necessidades de informação dos executivos.
Quadro 4.3 – Principais Categorias de SI
Fonte: adaptado de O’Brien (2001).
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Técnico em Recursos Humanos
TIPOS DE SI GRUPOS
ATENDIDOS
NÍVEL
ESTRATÉGICO
NÍVEL
GERENCIAL
NÍVEL DE
CONHECIMENTO
NÍVEL
OPERACIONAL
GERENTES
SENIORES
GERENTES
MÉDIOS
TRABALHADORES DO
CONHECIMENTO
GERENTES
OPERACIONAIS
RECURSOS
HUMANOS
FINANÇAS MARKETING PRODUÇÃO ÁREAS
FUNCIONAIS
Competência 04
Laudon e Laudon (2004) sugerem outra classificação dos tipos de SI com base
nos níveis organizacionais e públicos atendidos por essas ferramentas. Dessa
forma há sistemas do nível operacional, do nível de conhecimento, do nível
gerencial e do nível estratégico. A figura 4.2 seguinte apresenta essas
aplicações.
Figura 4.2 – Tipos de SI. Fonte: adaptado de Laudon e Laudon (2004).
De acordo com Laudon e Laudon (2004) os sistemas podem ser dos seguintes
níveis:
a) Operacional: dão suporte aos gerentes operacionais e contemplam o
acompanhamento de atividades e transações elementares da
organização, como vendas, contas a pagar, folha de pagamento, entre
outras. O principal objetivo desses sistemas é o de responder perguntas
de rotina sobre as transações rotineiras na organização. Exemplo:
47
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
Quantos funcionários há no setor de Produção?. A informação deve ser
rápida, precisa, de fácil acesso e atualizada;
b) Conhecimento: dão suporte aos trabalhadores do conhecimento e de
dados da organização. Corresponde ao trabalho executado por analistas
de mercado que lidam com tendências e indicam linhas de ação para os
decisores;
c) Gerencial: atendem às necessidades de monitoração, controle e
tomada de decisão da média gerência. A principal consulta endereçada
a esses sistemas é: “Como vão as atividades na empresa?”. Os sistemas
gerenciais têm a característica de produzir relatórios periódicos sobre
as operações, em vez de informações instantâneas. Alguns sistemas
gerencias apoiam e respondem pergunta do tipo “and if” (e se). São
decisões menos estruturadas (como já visto nas competências
anteriores) e não rotineiras. Exemplo: Qual o impacto sobre o quadro
de pessoal se reduzíssemos 30% no preço de venda dos sanduíches em
nossa rede de fast food?
d) Estratégico: ajudam a gerência sênior a enfrentar questões estratégicas
e tendências de longo prazo na empresa e no ambiente externo. Uma
das principais atribuições desses sistemas é ajudar na compatibilização
entre o ambiente externo e a capacidade da organização. As tendências
de longo prazo dos custos do setor ou os produtos a serem produzidos
nos próximos cinco anos são exemplos dessas aplicações.
Os irmãos perguntaram ao consultor sobre as etapas de construção de um
sistema. Vamos ajudar João e Maria.
A próxima seção apresenta o processo de desenvolvimento de um sistema.
4.3 – Processo de Desenvolvimento de Sistema
As atividades necessárias para a produção de uma solução de SI compõem o
desenvolvimento de sistemas. A figura 4.3 seguinte apresenta o processo de
desenvolvimento de sistemas.
48
Técnico em Recursos Humanos
LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
ELABORAÇÃO E TESTES
TREINAMENTO
IMPLANTAÇÃO
MANUTENÇÃO
Competência 04
Figura 4.3 – Processo de Desenvolvimento de Sistema Fonte: adaptado de Mattos (2005).
De acordo com Mattos (2005) o processo de desenvolvimento de sistemas é
composto pelas seguintes fases:
a) Levantamento das necessidades:
Corresponde à análise de um problema que poderá ser resolvido com um
sistema de informação. Nessa fase é preciso definir o problema, identificar
suas causas (ou fatores que exercem influência), especificar as soluções e
identificar os requisitos de informação que serão atendidos pelo SI.
O analista vai analisar a organização (os processos e atividades realizadas
objetos da automação), documentos, procedimentos, entre outros. Vai
coletar dados com todos os envolvidos do processo com o objetivo de
identificar áreas problemáticas e os objetivos que uma solução atingiria.
49
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
Em seguida, é realizado o estudo de viabilidade (ou seja, se a solução é viável
do ponto de vista financeiro, técnico e organizacional). Muitas vezes, a
direção pretende apoiar o desenvolvimento e a implantação de um sistema,
mas quando se depara com restrições técnicas ou financeiras, o projeto é
abortado.
Nessa fase também ocorre a determinação de requisitos de informações.
Cabe ao analista identificar quem precisa da informação, quais informações
serão necessárias, quando as informações são necessárias, onde e como.
Assim, um analista ao desenvolver um SI para controlar as vendas no
Supermercado Dois Irmãos, deve levar em consideração como os dados são
gerados, como são armazenados, quem precisará dos dados, a periodicidade
dessa demanda, entre outros fatores.
b) Elaboração e testes:
Se o sistema for aprovado, deve ser selecionado o equipamento mais
adequado e os softwares necessários. Deve-se levar em consideração a vida
útil da solução a ser implantada. Também são realizados os testes pilotos para
verificar a funcionalidade do SI. Devem ser elaborados e validados os manuais
de operação e do usuário.
O analista de TI, em conjunto com João e Maria, vai definir os equipamentos e
softwares mais adequados. Os irmãos desejam utilizar esse SI de forma
permanente porque controla o faturamento, processo relevante na
organização. O desenvolvedor também vai elaborar os manuais do usuário.
c) Treinamento:
Ensinar como o usuário deverá utilizar o novo sistema. É preciso muito
comprometimento dos desenvolvedores e dos usuários para assegurar que
todas as características e funcionalidades do SI sejam plenamente utilizadas.
50
Técnico em Recursos Humanos
Competência 04
João e Maria deverão treinar bastante para dominar todas as características e
funcionalidades do sistema.
d) Implantação:
Nesse momento as rotinas e procedimentos antigos são substituídos pelos
novos.
As vendas no supermercado Dois Irmãos eram controladas em formulários de
papel. No final do expediente, o gerente prestava contas aos proprietários.
Com a nova solução, toda essa papelada será reduzida. O controle do
faturamento será todo realizado no sistema. Se necessário, relatórios poderão
ser impressos.
e) Manutenção:
Aqui ocorre a atualização da solução com as novas versões e a prestação de
assistência técnica ao usuário.
Novas adequações à legislação determinaram mudanças no SI.
João e Maria compreenderam a explicação de Luiz, consultor em TI, sobre os
componentes e aplicações dos SI, além do processo de desenvolvimento de
sistemas.
- Maria, compreendi tudo o que Luiz explicou. Agora eu vejo que todos
setores de nosso supermercado devem ser apoiados pela Tecnologia de
Informação. Mas como fazer para que a área de Recursos Humanos se
comunique com Vendas? Ou o gestor do depósito registre o desempenho de
seus colaboradores no sistema e envie para o Setor de Pessoal? Como esses
sistemas vão trocar dados e informações? – Disse João.
51
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
- É verdade. Como assegurar isso.
Luiz explicou que os ERP (enterprise resource planning) podem ajudar. Vamos
conhecer um pouco mais sobre os ERP.
4.4 - O Que é um ERP?
Turban, McLean e Wetherbe (2004) definem ERP (enterprise resource
planning) como uma solução integrada que envolve planejamento e gestão
geral dos recursos de uma empresa. Assim o principal objetivo dos ERP é
integrar todos os departamentos e funções da empresa em um sistema
unificado de informática, capaz de atender a todas as necessidades da
organização.
Em outras palavras, ERP é um sistema de gestão empresarial. Imagine que
você tenha uma empresa que conta com vários sistemas, um para lidar com
as contas a pagar, um para gerar folhas de pagamento, um para controlar
vendas, um para gerenciar impostos, um para analisar metas e desempenho,
entre outros. Em vez de existir um ou mais softwares isolados para cada
departamento da companhia, não seria melhor contar com uma integração
entre eles, de forma que todos fizessem parte de um sistema unificado? É
justamente isso que uma solução de ERP oferece.
Com um único sistema integrando todos os departamentos - ou pelo menos
os setores mais importantes - a comunicação interna torna-se mais fácil e
menos custosa. O departamento financeiro, por exemplo, pode saber
rapidamente quanto dinheiro destinar à quitação de impostos e quanto
direcionar ao pagamento de funcionários, de acordo com as informações que
o setor de gestão de recursos humanos disponibilizar no sistema. O chefe de
um determinado departamento pode avaliar o desempenho de um
funcionário e discutir junto ao gerente de RH quanto a empresa pode lhe
oferecer de aumento. O departamento de marketing pode consultar o
controle de vendas, perceber que um determinado produto não está tendo a
52
Técnico em Recursos Humanos
Competência 04
saída desejada e desenvolver uma nova estratégia para inverter o quadro, ao
mesmo tempo em que verifica se a verba disponibilizada é suficiente para o
trabalho ou se é necessário marcar uma reunião para solicitar mais recursos.
O quadro 4.4 seguinte apresenta os principais processos de negócios apoiados
por sistemas integrados.
Processos
Fabricação Gerenciamento de estoques, compra, expedição, planejamento de
produção, de materiais e de equipamentos.
Financeiros e contábeis Contas a pagar e a receber, gerenciamento e previsão de caixa,
contabilidade de custo de produto, relatórios financeiros.
Vendas e marketing Processamento de pedidos, determinação de preços, expedição,
faturamento, gerenciamento e planejamento de vendas.
Recursos humanos Administração de pessoal, folha de pagamento, acompanhamento de
seleção de candidatos, planejamento e desenvolvimento de pessoal.
Quadro 4.4 – Processos de Negócios Apoiados por Sistemas Integrados.
Fonte: adaptado de Laudon e Laudon (2006).
Perceba, com estes exemplos, que há várias situações onde a integração de
sistemas se mostra vantajosa. Note que, com sistemas distintos, cada setor
teria mais dificuldade para se comunicar com o outro, resultando em maior
consumo de tempo, mais gastos e até em excessivos procedimentos
burocráticos. Além disso, com um sistema de ERP, a empresa passa a ter
menos fornecedores de software, o que diminui custos com licenças, suporte
técnico, servidores, treinamento, entre outros.
A figura 4.4 seguinte apresenta um sistema ERP.
Figura 4.4 – Um sistema ERP Fonte: Info Wester (2010 )
Acesse o link https://www. youtube.com/
watch?v=-6d8GLJXp0Q e assista ao
vídeo. Você já é capaz de definir
ERP?
53
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
Você já deve ter percebido quão importante os sistemas de gestão podem ser
para as empresas: diminuem custos, tornam a comunicação mais eficiente,
ajudam na tomada de decisões, permitem uma apuração mais precisa do que
está acontecendo na companhia, enfim. Não é por menos que muitas
empresas consideram este tipo de software imprescindível às suas atividades.
Veremos as principais vantagens e desvantagens na utilização de ERP.
4.5 Principais Vantagens e Desvantagens de um ERP
Você já sabe que sistemas de ERP podem representar um diferencial
significativo no cotidiano das empresas. No entanto, é importante ter em
mente que esse tipo de software não resolverá todos os problemas da
companhia e, muitas vezes, pode não oferecer os resultados esperados para
determinadas atividades. Além disso, podem trazer benefícios por um lado,
mas situações indesejáveis por outro. Por isso, é importante conhecer as
vantagens e desvantagens dos sistemas de ERP, não só para escolher a
solução mais adequada, mas também para conhecer os riscos atrelados à sua
implantação.
Note que essa é uma análise que depende dos objetivos da companhia,
portanto, muda de empresa para empresa, mas geralmente nós podemos
apontar como vantagens dos sistemas de ERP:
Ajudar na comunicação interna;
Agilizar a execução de processos internos;
Diminuir a quantidade de processos internos;
Evitar erros humanos - em cálculos de tributos e pagamentos, por
exemplo;
Ajudar na tomada de decisões;
Auxiliar na elaboração de estratégias operacionais;
Acelerar a obtenção de dados referentes a determinados cenários;
54
Técnico em Recursos Humanos
Competência 04
Diminuir o tempo de entrega do produto ou serviço ao cliente;
Ajudar a lidar com grandes volumes de informação;
Evitar trabalho duplicado;
Fazer com que a empresa se adapte melhor a mudanças no mercado
e na legislação.
Como possíveis desvantagens, podemos citar:
Alto custo com customização e implantação;
Implantação demorada - uma solução de ERP não fica pronta da noite
para o dia, como você já sabe;
Risco de prejuízo financeiro ou de desempenho com erros inesperados
do sistema;
Possíveis problemas com suporte e manutenção, caso o fornecedor do
software seja vendido ou encerre suas atividades;
Dependência, que pode dificultar as atividades da empresa quando o
sistema fica, por algum motivo, indisponível;
Adaptação e treinamento por parte de funcionários podem demorar
mais tempo que o esperado;
Resistência ao novo, em caso de implantações ou atualizações;
O sistema pode exigir mudanças em determinados aspectos da cultura
interna da empresa;
Pode-se perceber tardiamente que aquela solução não oferece a
relação custo-benefício esperada;
Ao longo do tempo, atualizações e acréscimos de módulos podem
tornar o sistema excessivamente complexo.
É claro que é possível aplicar esforços para garantir que as vantagens tomem
forma e que as desvantagens sejam amenizadas. Para isso, é necessário
dedicação da equipe de TI, comprometimento por parte de toda a estrutura
gerencial, acompanhamento constante das etapas de desenvolvimento e
implantação, as já citadas escolhas de uma solução e de um fornecedor
adequados às necessidades da companhia, análise de possíveis fatores
55
Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
internos e externos que podem influenciar no projeto, elaboração de uma boa
política de segurança e assim por diante. Em relação à análise para identificar
possíveis problemas, podemos tomar como exemplo o aspecto do
treinamento: muitas vezes, é necessário treinar funcionários não apenas para
que eles saibam manusear o programa, mas também para que consigam
identificar o propósito daquilo, procedimento que ajuda a evitar erros e
omissões.
Veremos os módulos de um ERP.
4.6 Módulos de um ERP
Conforme informado no início do texto, sistemas de ERP lidam com os vários
departamentos de uma empresa. No entanto, não precisam,
necessariamente, cobrir cada uma delas, pelo menos não ao mesmo tempo.
Dependendo das expectativas da companhia em relação ao ERP, é possível
atender determinadas áreas em um primeiro momento e as demais de
maneira progressiva. Para isso, os provedores fazem o fornecimento do
sistema em módulos, que são divididos de acordo com suas funcionalidades.
Como você já sabe, não há um sistema de ERP que, por si só, possa atender
tudo o que é empresa. É necessário customizar a solução de acordo com as
atividades da companhia. Por outro lado, há determinados processos que são
bastante comuns em todas ou na maior parte das empresas, até mesmo por
uma questão de legislação. Eis algumas categorias de módulos que se
encaixam nesse contexto:
Financeiro;
Contabilidade;
Recursos Humanos;
Ativo fixo;
Processos;
56
Técnico em Recursos Humanos
Competência 04
Projetos;
Jurídico.
A partir daí, pode-se encontrar módulos mais específicos, adotados em menor
escala e apenas se estiverem em conformidade com as atividades da
empresa, por exemplo:
Estoque;
Distribuição de produtos;
Frota;
Comércio exterior;
Gestão de conhecimento;
Controle de materiais;
Automação comercial;
Análise de riscos.
A figura 4.5 seguinte apresenta os principais módulos de um ERP.
Figura 4.5 – Módulos ERP Fonte: Integra (2014).
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Sistema de Informações Gerenciais
Competência 04
Perceba que nem toda empresa precisa gerenciar frota ou lidar com
automação comercial, por exemplo. A vantagem do esquema de módulos está
justamente aí. A companhia implanta somente aqueles que lhe são úteis e
pode adicionar mais itens com o tempo, motivada pela expansão dos
negócios, pela atuação em um novo segmento do mercado, entre outros.
Vimos os conceitos e aplicações dos SI. Em seguida, a classificação e como os
SI podem colaborar com os diversos processos, áreas e atividades da
empresa. Em continuidade, vimos o desenvolvimento dos SI. Finalmente, os
conceitos e aplicações dos ERP.
58
Técnico em Recursos Humanos
Caro aluno,
Chegamos ao final de nossa disciplina. É importante que você tenha
construído e desenvolvido as seguintes competências e objetivos:
Compreender a informação e conhecimento no ambiente
organizacional;
Gerenciamento tecnológico do capital humano;
Compreendendo a tomada de decisões;
Compreender os componentes e recursos dos sistemas de informação.
Releia o caderno. Qualquer dúvida estamos à disposição.
Forte abraço,
Mário dos Anjos
59
Sistema de Informações Gerenciais
REFERÊNCIAS
BUKOWITZ, Wendi; WILLIAMS, Ruth. Manual de gestão de conhecimento.
Porto Alegre: Bookman, 2002.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. São Paulo: Campus, 2010.
DRUCKER, Peter. Gestão. São Paulo: Agir, 2011.
INFO WESTER. Disponível em: http://www.infowester.com. Acesso em: 18 de
agosto de 2014.
INTEGRA. Disponível em: http://www.erpintegra.com.br,. Acesso em: 18 de
agosto de 2014.
LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de informação gerenciais. São
Paulo: Pearson, 2004.
MATTOS, Antônio Carlos. Sistemas de informação: uma visão executiva. São
Paulo: Saraiva, 2005
O’BRIEN, James A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da
internet. São Paulo: Saraiva, 2001.
OLIVEIRA, Djalma Rebouças. Sistemas, organização e métodos. São Paulo:
Atlas, 2010.
STONER, James. Administração. São Paulo: Pearson, 2010.
TURBAN, EFRAIM; MCLEAN, EPHRAIM; WETHERBE, JAMES. Tecnologia da
informação para gestão. Porto Alegre: Bookman, 2004.
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Técnico em Recursos Humanos
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR
Professor Universitário atuando nas áreas de Marketing, Administração Geral,
Gestão de Pessoas e Logística, com ênfase em Marketing de Relacionamento,
Satisfação do Consumidor e Estratégia Empresarial.
Como administrador, atuou em grandes empresas na área de Marketing,
sendo responsável pelo planejamento e implantação das estratégias
mercadológicas dessas organizações.
Atuou como Gestor Acadêmico de Instituições de Ensino Superior
coordenando atividades como planejamento, implementação e gestão de
cursos de graduação e de pós-graduação, elaboração e alterações de PDI
(Plano de Desenvolvimento Institucional), PPC (Projeto Pedagógico de
Cursos), entre outros documentos. Além de ter experiência em receber
comissões avaliadoras do MEC e de responsabilizar-se pelo atendimento às
demandas do referido ministério e de seus órgãos (INEP, CAPES, entre
outros).