tecnicas de entrevistas para auditoriaa

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Auditoria e Inspeções TÉCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS SAUDI/SEGECEX 1998

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  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIOSecretaria-Geral de Controle ExternoSecretaria de Auditoria e Inspees

    TCNICAS DE ENTREVISTAPARA AUDITORIAS

    SAUDI/SEGECEX

    1998

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    Presidente:Ministro Homero Santos

    Vice-Presidente:Ministro Iram de Almeida Saraiva

    Ministros:Fernando GonalvesAdhemar Paladini GhisiCarlos tila lvares da SilvaMarcos Vinicios Rodrigues VilaaHumberto Guimares SoutoBento Jos BugarinAntonio Valmir Campelo Bezerra

    Auditores:Jos Antonio Barreto de MacedoLincoln Magalhes da RochaBenjamin Zymler

    Procurador-Geral em exerccio:Jatir Batista da Cunha

    Subprocuradores-Gerais:Walton Alencar RodriguesLucas Rocha FurtadoPaulo Soares Bugarin

    Procuradores:Maria Alzira FerreiraMarinus Eduardo Vries MarsicoUbaldo Alves CaldasCristina Machado da Costa e Silva

    Comisso Permanente de Regimento:Ministro Fernando Gonalves (Presidente)Ministro Humberto Guimares Souto (Membro)Ministro Bento Jos Bugarin (Membro)Auditor Jos Antonio Barreto de Macedo (Suplente)

    Comisso Permanente de Jurisprudncia:Ministro Adhemar Paladini Ghisi (Presidente)Ministro Carlos tila lvares da Silva (Membro)Ministro Iram de Almeida Saraiva (Membro)

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIOSecretaria-Geral de Controle ExternoSecretaria de Auditoria e Inspees

    TCNICAS DE ENTREVISTAPARA AUDITORIAS

    Braslia, maro de 1998.

  • Tribunal de Contas da Unio

    Internet: http://www.tcu.gov.br

    SAFS Lt. 01

    CEP: 70.042-900 - Braslia (DF)

    Secretrio-Geral de Controle Externo:

    Jos Nagel

    Secretrio de Auditoria e Inspees:

    Cludio Souza Castello Branco

    Diretor de Normas e Procedimentos de Auditoria e Programas de Governo:

    Paulo Roberto Pinheiro Dias Pereira

    Chefe do Servio de Programas de Governo:

    Glria Maria Merola da Costa Bastos

    Analistas de Finanas e Controle Externo - rea de Controle Externo:

    Carlos Alexandre Amorim RochaCarmen Pereira Rgo Meireles

    657.6 Brasil. Tribunal de Contas da Unio.B823t Tcnicas de entrevista para

    auditorias / Tribunal de Contas daUnio. -- Braslia : TCU, Secretaria deAuditoria e Inspees, 1998.

    42 p.

    1. Auditoria - Entrevista I. Ttulo.Ficha Catalogrfica elaborada pela Diviso de Documentao do TCU.

  • APRESENTAO

    Nesta oportunidade, dando prosseguimento sistemtica adotada por estaSecretaria-Geral, em consonncia com as prioridades estabelecidas pela Presidncia doMinistro Homero Santos, aprovo o documento Tcnicas de Entrevistas paraAuditorias.

    Este documento inaugura, no mbito do Tribunal de Contas da Unio - TCU,um novo tipo de instrumento de trabalho: as Tcnicas de Auditoria - TAs, as quais visamesclarecer mtodos e conceitos citados nos Manuais, Procedimentos e Roteiros deAuditoria desta Corte.

    O amplo alcance da tcnica tratada pelo presente documento deve serevidente para todos aqueles, servidores pblicos ou no, que atuam na rea de controle.Afinal, uma grande parte do tempo destinado s auditorias, independentemente da suamodalidade, dedicado a contatos com gestores, tcnicos e beneficirios do objeto daauditoria, bem como com especialistas versados nos assuntos examinados.

    As tcnicas ora tratadas proporcionam uma orientao geral sobre como asentrevistas devem ser conduzidas pelas equipes de auditoria - como fazer asapresentaes; como expor os objetivos e, posteriormente, as observaes erecomendaes da auditoria; como formular as perguntas; e como registrar as respostas.Com esse intuito, este documento tambm define os modelos bsicos de Registro deEntrevista e de Contato com Participantes que devero ser utilizados pelas equipes destaCorte.

    Naturalmente, de suma importncia a apresentao de crticas e sugestespor todos que utilizarem este documento, porquanto somente isso permitir o seuaperfeioamento.

    Finalmente, na qualidade de Secretrio-Geral de Controle Externo, no possodeixar de expressar o meu reconhecimento aos que contriburam para o sucesso desteempreendimento, especialmente aos servidores do Servio de Programas de Governo,que atuaram sob a competente orientao e superviso dos titulares da Diviso deNormas e Procedimentos de Auditoria e Programas de Governo e da Secretaria deAuditoria e Inspees.

    Jos NagelSecretrio-Geral de Controle Externo

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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  • SUMRIO

    Pgina

    INTRODUO....................................................................................................................7

    1. DEFINIES E CONCEITOS.........................................................................................9

    2. ENTREVISTA DE APRESENTAO............................................................................11

    3. ENTREVISTA DE COLETA DE DADOS.......................................................................13

    3.1. Etapas Bsicas da Entrevista de Coleta de Dados...................................133.1.1. Preparao....................................................................................133.1.2. Incio..............................................................................................143.1.3. Desenvolvimento...........................................................................143.1.4. Concluso......................................................................................163.1.5. Registro.........................................................................................163.1.6. Sntese das Etapas Bsicas da Entrevista de Coleta de Dados...17

    3.2. Entrevista de Coleta de Dados No-Estruturada......................................183.2.1. Desenvolvimento das Questes....................................................18

    3.2.1.1. Questes Abertas...............................................................183.2.1.2. Questes Fechadas...........................................................18

    3.2.2. Avaliao das Respostas..............................................................193.3. Entrevista de Coleta de Dados Estruturada..............................................19

    3.3.1. Desenvolvimento das Questes....................................................203.3.1.1. Questes Fechadas...........................................................203.3.1.2. Questes Aparentemente Abertas.....................................213.3.1.3. Questes de Preenchimento de Lacunas..........................213.3.1.4. Questes de Mltipla Escolha Simples..............................213.3.1.5. Questes de Mltipla Escolha com Estimao ou Escala.. 22

    3.3.2. Realizao de Pr-teste................................................................233.3.3. Preparo do Entrevistador...............................................................233.3.4. Seleo e Contato com os Entrevistados......................................243.3.5. Ajuste da No-Resposta................................................................243.3.6. Anlise dos Resultados................................................................. 243.3.7. Sntese das Etapas da Entrevista de Coleta de Dados

    Estruturada....................................................................................25

    4. ENTREVISTA DE ENCERRAMENTO...........................................................................27

    ANEXO..............................................................................................................................29

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................................35

    FOLHA DE SUGESTES ................................................................................................. 37

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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  • INTRODUO

    De um modo geral, as equipes de auditoria passam uma grande parte do seutempo de trabalho falando com pessoas: apresentando a si mesmas e os objetivos daauditoria, fazendo perguntas sobre procedimentos, rotinas e sistemas, discutindoachados, informando sobre o progresso e o encerramento de auditorias e resumindoobservaes e recomendaes. Para tanto, essencial que os seus membrosdesenvolvam a habilidade de entrevistar pessoas, aprendendo, para isso, as tcnicasapropriadas.

    A prtica de entrevistar pessoas no tema trivial, como pode parecer primeira vista, pois uma boa entrevista exige planejamento, conduo apropriada eregistro adequado. Nesse sentido, este texto explora, basicamente, a prtica dasentrevistas voltadas para a realizao de trabalhos de auditoria, sendo, portanto, deutilizao especfica.

    Este texto composto por quatro captulos. O primeiro captulo define asmodalidades de entrevista existentes no campo da auditoria e as formas de contato quepodem ser mantidas com os entrevistados.

    O segundo captulo trata da entrevista de apresentao, definida como oprimeiro encontro com o responsvel pelo objeto da auditoria1, no qual so apresentadosos objetivos do trabalho e seu planejamento global, bem como os procedimentos tcnicose administrativos que sero adotados pela equipe no cumprimento de suas atribuies.Esse captulo enfatiza o criao de um ambiente de cooperao e confiana para odesenvolvimento dos trabalhos.

    O terceiro captulo discorre sobre a entrevista de coleta de dados, na qual aequipe de auditoria recolhe informaes sobre o objeto auditado. A seo 3.2 trata,especificamente, das caractersticas prprias entrevista de coleta de dados no-estruturada. A seo 3.3, por sua vez, discorre sobre os pontos-chave da entrevista decoleta de dados estruturada, a qual, no intuito de facilitar a coleta e anlise sistemticade informaes, utiliza formulrios de coleta de dados.

    Por fim, o quarto captulo trata da entrevista de encerramento, na qual aequipe de auditoria, quando possvel, apresenta e discute com o responsvel pelo objetoauditado os achados e recomendaes da auditoria.

    Complementarmente, so apresentados, em anexo, modelos bsicos deRegistro de Entrevista e de Contato com Participantes.

    1 A expresso objeto da auditoria refere-se qualquer programa, projeto, atividade, rgo, entidade ou

    unidade administrativa ou operacional de governo.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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  • 1. DEFINIES E CONCEITOS

    Nos trabalhos de auditoria, aplicam-se trs modalidades de entrevista, quaissejam:

    de apresentao: na qual a equipe de auditoria se encontra pela primeiravez com o responsvel pelo objeto auditado, apresentando os objetivos dotrabalho e seu planejamento global, bem como os procedimentos tcnicose administrativos que sero adotados pela equipe no cumprimento dassuas atribuies;

    de coleta de dados: na qual a equipe de auditoria busca evidncias quedem origem a achados de auditoria mediante a coleta de informaesespecficas do entrevistado2;

    de encerramento: na qual a equipe de auditoria encerra oficialmente aauditoria e, quando possvel, apresenta ao auditado os achados,concluses e recomendaes que constaro do relatrio de auditoria, paraobter crticas e sugestes.

    As entrevistas de coleta de dados, por sua vez, classificam-se em dois tipos:

    no-estruturada: aquela que no utiliza formulrios na coleta de dados; estruturada: aquela que utiliza formulrios na coleta de dados.

    As modalidades e tipos de entrevista descritas acima podem ser conduzidasde trs formas:

    contato direto; contato telefnico; contato pelo correio.

    Enquanto que nas entrevistas de apresentao e de encerramento h umpredomnio do contato direto, na entrevista de coleta de dados ocorrem as trs formas decontato.

    O contato telefnico permite que uma grande quantidade de pessoas sejaentrevistada no tempo de trabalho disponvel, bem como reduz os custos globais daauditoria ao eliminar os custos de deslocamentos da equipe, a qual, em muitos casos,pode at mesmo no participar diretamente da coleta de dados.

    Entretanto, essa forma de contato menos confivel do que o contato direto,pois o entrevistador no pode observar as reaes no-verbais do entrevistado, alm deimpossibilitar a participao de pessoas que no so acessveis por telefone.

    Outro aspecto que deve ser considerado o tempo de durao do contatotelefnico, que no deve exceder trinta minutos, sendo recomendvel que tenha uma

    2 O substantivo entrevistado refere-se qualquer pessoa fsica que tenha sido entrevistada.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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    durao inferior a quinze minutos, enquanto que a durao do contato direto deve serdefinida pelo nmero e tipo de questes que devem ser respondidas, devendo-se,contudo, evitar que tenham mais de uma hora.

    O contato pelo correio, a seu tempo, no implica uma entrevista propriamentedita, pois a interao entre o entrevistador e o entrevistado no imediata. Contudo,quando a presena desse ltimo no imprescindvel e quando o rol de pessoasentrevistadas extenso ou disperso geograficamente, recomenda-se, como mtodo decoleta de dados, a aplicao de questionrios enviados pelo correio.

    Os questionrios enviados pelo correio so bastante utilizados em algumasestratgias metodolgicas, como a pesquisa. Eles tm como vantagem a reduo docusto global da auditoria, mas tm a desvantagem do alto ndice de no-resposta, o quedificulta a anlise dos resultados obtidos.

    Juntamente com os questionrios, deve-se enviar uma carta explicativa,incentivando a participao das pessoas selecionadas. Tambm com esse intuito, oquestionrio no deve demandar mais do que 45 minutos para ser preenchido. Oformulrio empregado dever ser preparado conforme o padro estabelecido pelaSecretaria de Planejamento, Organizao e Mtodos - SEPLOM (vide Anexo).

  • 2. ENTREVISTA DE APRESENTAO

    O propsito da entrevista de apresentao estabelecer um relacionamentoamistoso com o auditado3, de modo a criar um ambiente de confiana e cooperao, queir se refletir nas atividades desenvolvidas pela equipe e, por conseqncia, nas chancesde sucesso da auditoria.

    O estabelecimento desse ambiente ainda mais importante quando a auditoria complexa, envolve denncias contra o auditado ou est relacionada temas de ampladivulgao pela imprensa.

    Portanto, a entrevista de apresentao muito importante para o xito daauditoria, pois previne que o auditado construa uma viso distorcida do propsito dotrabalho, evitando, assim, que ele assuma uma postura hostil em relao aos membrosda equipe.

    importante que o auditado perceba que ser tratado com iseno e respeitopela equipe de auditoria e que os assuntos examinados sero abordados comobjetividade. Por conseguinte, a equipe de auditoria deve estar preparada para dirimirquaisquer dvidas do auditado acerca das competncias do Tribunal de Contas da Unio(TCU), bem como sobre as normas legais e regimentais que regulamentam as aes defiscalizao do Tribunal. Caso no seja possvel dirimir a dvida do auditado de imediato,a equipe deve procurar se informar sobre a questo suscitada, respondendo ao auditadono menor tempo possvel.

    Dessa forma, importante que, durante a entrevista de apresentao, aequipe de auditoria procure atenuar a ansiedade natural do auditado, mantendo-seatenta a quaisquer manifestaes de hostilidade.

    Nesse primeiro encontro, devero ser discutidos com o auditado o tempo dedurao dos trabalhos, a utilizao de recursos do auditado, como espao fsico,transporte e apoio especializado, e a obteno de documentos preliminares, devendo aequipe ponderar sobre a efetiva necessidade de determinadas solicitaes peranteeventuais argumentos contrrios apresentados pelo auditado.

    recomendvel que a equipe de auditoria obtenha junto ao auditado asgarantias necessrias ao acesso e guarda das informaes sigilosos ou estratgicas doobjeto da auditoria.

    Em relao ao planejamento global da auditoria, deve-se dar ao auditado aoportunidade de sugerir reas que requeiram uma maior ateno da equipe de auditoria,assim como de apontar problemas especficos.

    Por ltimo, a equipe de auditoria deve recordar que a entrevista deapresentao no encerra os contatos com o auditado, pois esses contatos devero ser

    3 O substantivo auditado refere-se pessoa ou pessoas responsveis pelo objeto da auditoria.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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    realizados sempre que necessrio, como no caso da ocorrncia de comportamentoshostis por parte dos servidores ou empregados das funes, programas, atividades,projetos, rgos ou entidades sob exame que no possam ser contornados pela equipe.

  • 3. ENTREVISTA DE COLETA DE DADOS

    Uma vez realizada a entrevista de apresentao, a equipe de auditoria devedar prosseguimento aos seus trabalhos, os quais podero incluir entrevistas de coleta dedados. Nessa modalidade de entrevista, a exemplo do que pode ocorrer na entrevista deapresentao, o entrevistado pode dificultar os trabalhos da equipe de auditoria. Porexemplo, comum que os entrevistados suprimam informaes importantes para o xitoda auditoria ao se sentirem constrangidos por estarem dando informaes arepresentantes do TCU.

    Assim, as equipes de auditoria devem procurar conduzir a entrevista de coletade dados de modo a maximizar a quantidade de informaes relevantes recebidas notempo disponvel, procurando criar um clima de confiana e cooperao, o qual, todavia,no deve comprometer a independncia das atividades profissionais dos membros daequipe, nem tampouco os objetivos da auditoria.

    3.1. Etapas Bsicas da Entrevista de Coleta de Dados

    Em geral, as entrevistas de coleta de dados dividem-se em cinco etapas:preparao, incio, desenvolvimento, concluso e registro.

    3.1.1. Preparao

    A etapa de preparao da entrevista de coleta de dados tem impacto direto naqualidade e na quantidade de informaes obtidas. Antes de qualquer contato com oentrevistado, os membros da equipe de auditoria devem acordar sobre:

    os objetivos da entrevista; as informaes a serem obtidas; os documentos a serem solicitados; as atribuies de cada membro da equipe no decorrer da entrevista.

    A equipe de auditoria deve preparar previamente um plano para a entrevista,discriminando os seus objetivos e durao, bem como delineando as principais perguntasa serem respondidas pelo entrevistado. recomendvel a obteno prvia deinformaes a respeito do entrevistado, especialmente sobre a sua experinciaprofissional, bem como sobre o seu comportamento em entrevistas concedidas a outrasequipes do TCU.

    Preferencialmente, o entrevistado deve ser informado previamente sobre osobjetivos da entrevista e sobre o tipo de informao que ser solicitada. Para tanto, necessrio programar o horrio e o local da entrevista com antecedncia, de forma apermitir s duas partes tempo suficiente para a elaborao do material a ser utilizado noencontro.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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    3.1.2. Incio

    No incio de uma entrevista de coleta de dados, a equipe de auditoria deveprocurar estabelecer uma relao de cooperao e confiana com o entrevistado, demodo a evitar manifestaes de ansiedade ou hostilidade ou outros comportamentosadversos durante a entrevista. Para isso, recomendvel que a equipe reitere osobjetivos da entrevista e saliente a necessidade de colaborao por parte doentrevistado.

    importante que algumas formalidades sejam observadas, de modo que osmembros da equipe de auditoria devem apresentar alguma forma de identificao, estarvestidos apropriadamente e tratar o entrevistado de maneira respeitosa, utilizando opronome de tratamento adequado, a no ser que haja manifestao em contrrio porparte do entrevistado. O coordenador da equipe deve apresentar os demais membros,informando os nomes e cargos correspondentes. de bom tom aguardar o convite parasentar-se, mas, caso isso no ocorra, deve-se tomar a iniciativa de pedir.

    recomendvel manter-se uma conversa informal antes que sejam iniciadasas questes formais, cabendo ao entrevistado a oportunidade de iniciar a conversa.Porm, o coordenador da equipe deve estar preparado para tomar a iniciativa.

    3.1.3. Desenvolvimento

    O plano para a entrevista um guia a ser utilizado pela equipe de auditoria demodo flexvel. As perguntas e a linha de questionamento devem ser elaboradas de formaa extrair o mximo de informao relevante no tempo disponvel, devendo ser ajustadas,ao longo da entrevista, em funo das respostas e das reaes no-verbais doentrevistado. De qualquer maneira, o clima de cordialidade e cooperao deve sermantido, e a entrevista deve ser conduzida como uma conversao, no como uminterrogatrio.

    Durante a conversao, os membros da equipe de auditoria devem evitar omonoplio da palavra, ouvindo o entrevistado com ateno e evitando interromp-lo, amenos que isso seja necessrio e possa ser feito de maneira educada. A equipe develembrar que ouvir com ateno requer esforo e concentrao.

    Da mesma forma, a equipe de auditoria deve manter-se atenta aos objetivosda entrevista, evitando distrair-se ou concentrar-se em outras perguntas, bem comocoibindo qualquer desvio do assunto em discusso por parte do entrevistado. Contudo,caso esse desvio ocorra, a equipe dever avaliar a relevncia das novas informaes,decidindo se convm prosseguir ou retornar ao assunto original. Seja como for,conversar sobre assuntos irrelevantes toma tempo e deve ser desestimulado.

    Os membros da equipe no devem se apressar em tecer comentrios com oobjetivo de evitar o silncio. Algumas vezes, o perodo de silncio pode ser usado paraencorajar o auditado a complementar a sua idia inicial. De qualquer forma, a equipedeve procurar controlar esses perodos, preservando a efetividade da entrevista.

  • ENTREVISTA DE COLETA DE DADOS

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    Para que a entrevista seja bem sucedida, os membros da equipe de auditoriadevem demonstrar tranqilidade e domnio mnimo do assunto tratado, devendo-se evitarperguntas complexas, demonstraes de excesso de conhecimento ou atitudes desuperioridade, de maneira a no inibir o entrevistado.

    extremamente importante que a equipe de auditoria permanea atenta compreenso que o entrevistado teve de cada pergunta feita, inquirindo-o, quandonecessrio, sobre qualquer dvida que tenha surgido, com o objetivo de esclarecer osignificado e a importncia da questo a ser respondida.

    Os membros da equipe de auditoria devem mostrar interesse pela opinio doentrevistado, sem demonstrar, entretanto, qualquer rejeio ou apoio s suasmanifestaes, permanecendo, assim, neutros em relao s respostas do entrevistado.

    A equipe de auditoria deve observar com ateno se as respostas refletem aexperincia, o conhecimento e as idias do entrevistado, devendo ser capaz dedistinguir fatos de opinies. Para obter a confirmao de determinada resposta, osmembros da equipe podem valer-se de perguntas do tipo: Ento, o que o(a) Sr.() estdizendo ....Tambm convm atentar para as generalizaes sem garantias e para osjarges tcnicos usados para confundir os membros da equipe.

    Algumas declaraes podem ser inconsistentes com os dados j obtidos notrabalho de auditoria ou mesmo com os conhecimentos dos membros da equipe sobre oassunto tratado, assim como outros fatos alegados podem ser apenas suposies. Muitasvezes, a linguagem corporal e a entonao de voz podem revelar insegurana eambigidade no comportamento do entrevistado, indicando respostas evasivas ou no-fidedignas. Logo, as declaraes e opinies do entrevistado devem ser conferidas. Casouma resposta no tenha sido expressa de maneira clara e compreensvel, deve-sesolicitar ao entrevistado que explique a resposta dada e que oferea exemplos, se for ocaso.

    importante que o entrevistado seja previamente informado que suasrespostas sero anotadas para consulta posterior, assegurando-lhe que os registrosfeitos sero precisos. aconselhvel que um membro da equipe de auditoria sejaencarregado da tarefa de anotar as respostas do entrevistado, o que permitir que osdemais membros da equipe se concentrem no desenvolvimento da entrevista.

    A tarefa de anotar as respostas do entrevistado bastante subjetiva, masalguns pontos devem ser observados:

    no escrever tudo que dito; no escrever ininterruptamente; algumas vezes, deve-se evitar fazer anotaes, especialmente quando o

    entrevistado foi encorajado a falar livremente; anotar pontos-chave e palavras soltas; usar notao grfica; certificar-se que as anotaes so legveis; usar idias-chave.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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    3.1.4. Concluso

    Ao trmino da entrevista, os membros da equipe de auditoria devemrecapitular as informaes recebidas, verificando se todas as perguntas foramrespondidas e resumindo os principais pontos abordados, para que o entrevistado possacorroborar, complementar ou modificar as declaraes feitas.

    A entrevista no deve ser encerrada de forma abrupta, mas sim positivamente,de tal modo que o entrevistado perceba que as informaes concedidas foram de valiapara a auditoria, devendo-se agradecer a ajuda recebida. Ademais, deve-se atentar paraas informaes recebidas durante as despedidas, pois comum que o entrevistado,nesse momento, acrescente, na forma de comentrio informal, dados teis.

    Ademais, esse momento bastante propcio para se obter do entrevistado aindicao de outras pessoas com quem a equipe de auditoria possa conversar, demodo a aprofundar os conhecimentos adquiridos na entrevista, abrangendo, inclusive,pessoas que possam contrapor argumentos queles apresentados pelo entrevistado.

    importante que a equipe considere o tempo que ser gasto nessa tarefa naelaborao do plano para a entrevista.

    3.1.5. Registro

    Uma entrevista envolve fazer perguntas, escutar e entender as respostas e,finalmente, registrar essas respostas para uso posterior na auditoria. As informaesobtidas na entrevista podem ser fundamentais para o sucesso da auditoria, de forma quea equipe no deve confiar totalmente na sua memria, sendo recomendvel a utilizaode um formulrio para o registro de entrevista (vide Anexo). Contudo, mesmo esseregistro deve ser revisto o quanto antes aps o encerramento do encontro,acrescentando-se informaes complementares que no tenham sido registradas nomomento da entrevista.

    importante que as seguintes questes possam ser respondidas nessa etapa:

    Os objetivos da entrevista foram alcanados? necessria a coleta de outras informaes sobre o assunto estudado? necessria a investigao de outros assuntos?

    Na eventualidade de os objetivos da entrevista no terem sido atingidos, aequipe de auditoria pode decidir por uma das seguintes abordagens:

    realizar uma nova entrevista, baseada em uma nova linha dequestionamento, de modo a coletar informaes adicionais sobre oassunto examinado;

    partir para uma nova investigao, readequando o plano de trabalho e orol de entrevistados, com novas perguntas a serem respondidas.

  • 3.1.6. Sntese das Etapas Bsicas da Entrevista de Coleta de Dados

    ETAPAS PRINCIPAIS CARACTERSTICAS

    PREPARAO

    Os membros da equipe de auditoria devero acordar sobre: o objetivo da entrevista; a informao a ser obtida; os documentos a seremsolicitados; e as atribuies de cada membro da equipe no decorrer da entrevista.

    Informar o entrevistado com antecedncia sobre o propsito da auditoria e sobre o tipo de informao que ser solicitada pela equipe deauditoria.

    Preparar um plano de trabalho, discriminando o escopo e a durao da entrevista, bem como a minuta das principais perguntas a seremrespondidas pelo entrevistado.

    INCIO Estabelecer uma relao de cooperao e confiana com o entrevistado. Esclarecer os objetivos da entrevista.

    DESENVOLVI-MENTO

    As perguntas e a linha de questionamento devem ser elaboradas de forma a extrair o mximo de informao no tempo disponvel,devendo ser ajustadas ao longo da entrevista em funo das respostas e das reaes no-verbais do entrevistado.

    A entrevista deve ser conduzida como uma conversao e no como um interrogatrio. A equipe de auditoria deve evitar o monoplio da palavra, ouvindo o entrevistado com ateno e evitando interromp-lo. Os membros da equipe de auditoria devem mostrar interesse pela opinio do entrevistado, sem demonstrar, entretanto, qualquer

    rejeio ou apoio s suas manifestaes. Deve-se evitar perguntas complexas, demonstraes de excesso de conhecimento ou atitudes de superioridade. A equipe de auditoria deve permanecer atenta compreenso que o entrevistado teve de cada pergunta feita, inquirindo-o, quando

    necessrio, sobre qualquer dvida que tenha surgido. As declaraes e opinies do entrevistado devem ser conferidas. O entrevistado deve ser previamente informado que suas respostas sero anotadas para consulta posterior. Ao anotar as respostas do entrevistado os seguintes pontos devem ser observados: no escrever tudo que dito; no escrever

    ininterruptamente; algumas vezes, deve-se evitar fazer anotaes, especialmente quando o entrevistado encorajado a falarlivremente; anotar pontos-chave e palavras soltas; usar smbolos/grficos; certificar-se que as anotaes so legveis; e identificar asidias-chave.

    CONCLUSO

    Os membros da equipe de auditoria devem recapitular as informaes recebidas durante a entrevista, verificando se todas as perguntasforam respondidas e resumindo para o entrevistado os pontos principais abordados no encontro.

    A entrevista no deve ser encerrada de forma abrupta, mas sim positivamente, de tal modo que o entrevistado perceba que asinformaes dadas foram de grande valia para a auditoria.

    O momento da concluso da entrevista bastante propcio para se obter do entrevistado a indicao de outras pessoas com quem aequipe de auditoria possa conversar.

    REGISTRO

    importante que nessa etapa as seguintes questes possam ser respondidas: Os objetivos da entrevista foram alcanados? necessria a coleta de outras informaes sobre o assunto estudado? necessria a investigao de outros assuntos?

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

    18

    3.2. Entrevista de Coleta de Dados No-Estruturada

    Na entrevista de coleta de dados no-estruturada a equipe de auditoria, almde observar, no que couber, as etapas discriminadas nos itens anteriores, deve, emrelao s tarefas de preparao e conduo da entrevista, tomar os cuidados descritosnesta seo.

    3.2.1. Desenvolvimento das Questes

    As questes devem ser previamente ordenadas de acordo com os temasselecionados para a auditoria, o que no significa que o processo da entrevista seja umaexperincia mecnica e formal. Essas questes podem ser classificadas em questesabertas e fechadas, conforme se segue.

    3.2.1.1. Questes Abertas

    As questes abertas so aquelas cujas respostas podem ser dadas de formalivre, encorajando o auditado a falar. Elas so eficientes quando se deseja explorar maisa fundo um determinado assunto. H trs tipos de questes abertas:

    gerais: para obter informaes genricas do entrevistado, a equipe deauditoria deve se valer de questes iniciadas com explique oudescreva;

    de procura de opinio: para conhecer atitudes e pensamentos doentrevistado, a equipe de auditoria deve se valer de perguntas como:Qual a sua opinio sobre ... ?;

    indiretas: tambm para conhecer atitudes e pensamentos, mas semrecorrer a perguntas explcitas; dependendo do que no foi dito, ummembro da equipe emite uma opinio geral sobre um assunto e esperacomentrios do entrevistado.

    3.2.1.2. Questes Fechadas

    As questes fechadas so perguntas que normalmente requerem respostas dotipo sim/no ou falso/verdadeiro. Por serem mais objetivas, auxiliam o entrevistador aconseguir evidncias sobre fatos determinados. Contudo, no devem ser utilizadasquando se deseja obter respostas amplas sobre um determinado assunto. H dois tiposde questes fechadas:

    dicotmicas: requerem respostas do tipo sim/no; de identificao: servem para conhecer ou identificar rotinas e/ou

    pessoas.

    As questes devem ser planejadas de forma que a equipe controle aentrevista, porm estimulando o auditado a falar. No caso de respostas evasivas, aequipe pode recorrer a pausas para indicar que espera respostas mais completas.

    As questes fechadas costumam produzir respostas curtas e seu uso repetitivopode sugerir um interrogatrio. Para que isso no ocorra, os membros da equipe deauditoria devem permitir que o entrevistado amplie as sua respostas, fazendo perguntas

  • ENTREVISTA DE COLETA DE DADOS

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    complementares do tipo: O qu?, Quem?, Como?, Quando? e, especialmente, Porqu?. Essas perguntas permitem dirimir dvidas e conhecer detalhes do assunto tratado.Contudo, essa ttica tambm apresenta riscos, pois as pessoas, em geral, no gostam deser constantemente solicitadas a dar explicaes adicionais.

    3.2.2. Avaliao das Respostas

    Ao longo da entrevista, a equipe pode seguir a regra 75/25, a qual estipulaque no mais do que 25% do tempo da entrevista deve ser despendido na confirmaodas declaraes do entrevistado, de tal forma que o tempo restante deve ser reservado escuta e s anotaes. (The International Institute for Training and Education, 1996, p.67)

    Outra regra que pode ser seguida a tcnica do funil, composta de cincoetapas (The International Institute for Training and Education, 1996, p. 67):

    a) o entrevistado responde a uma questo aberta;b) um membro da equipe de auditoria interpreta a resposta para o

    entrevistado;c) o entrevistado esclarece e complementa as informaes;d) um outro membro da equipe de auditoria faz um resumo da declarao do

    entrevistado;e) o entrevistado confirma ou no, retornando etapa c caso no haja

    confirmao.

    Estudos sugerem que o processo de repetio e confirmao das perguntas ougrupo de perguntas aumenta a eficincia da entrevista em 90%.

    3.3. Entrevista de Coleta de Dados Estruturada

    Na entrevista de coleta de dados a equipe de auditoria, alm de observar, noque couber, todas as tcnicas discriminadas nos itens 3.1.1 a 3.1.6, deve tomar oscuidados descritos nesta seo em relao s tarefas de seleo da metodologia decoleta de dados, de desenvolvimento de questes, de realizao de pr-testes, depreparao do entrevistador, de escolha e contato com os entrevistados, de ajuste porno-resposta e de anlise dos dados.

    A entrevista de coleta de dados estruturada deve ser utilizada em trabalhosque requeiram, de um ou mais entrevistados, respostas padronizadas para um conjuntodefinido de informaes acerca de um tema especfico. A sua principal caracterstica que o entrevistador no tem liberdade de ajustar, alterar ou adicionar novas perguntasdurante o processo de aplicao, tendo, porm, controle sobre a seqncia de perguntasda entrevista.

    Ademais, nesse tipo de entrevista, as perguntas devem ser sistemticas,claras e consistentes, de modo a minimizar o vis introduzido pelos entrevistadores ouentrevistados e facilitar a obteno de informaes uniformes, que possam sercomparadas e sujeitas anlise estatstica, quando possvel.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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    3.3.1. Desenvolvimento das Questes

    A elaborao de um formulrio de coleta de dados estruturada deve obedecera um roteiro bsico. Inicialmente, elaboram-se questes genricas. Depois, essasquestes so transformadas em elementos mensurveis, na forma de hipteses a sertestadas. Em seguida, definida a populao da qual as informaes sero coletadas.Finalmente, as questes da entrevista so elaboradas de modo a medir as hiptesesformuladas, escolhendo-se aquelas mais apropriadas ao trabalho. As questesescolhidas devem ser:

    relevantes ao estudo; dirigidas s pessoas pertinentes; facilmente compreensveis.

    Para assegurar a qualidade dos resultados da coleta de dados estruturada, osseguintes elementos devem ser observados:

    a definio clara do pblico que ser entrevistado e dos conceitos quesero utilizados;

    a ordenao lgica das questes; o agrupamento de assuntos similares em blocos; o controle da confiabilidade e da validade das respostas; a no-utilizao de questes com vis; a no-incluso de questes embaraosas ou capciosas; a no-utilizao de questes que produzam respostas limitadas; a no-provocao de respostas que suscitem interpretaes equivocadas; a omisso de questes que possam esclarecer respostas dadas a outras

    questes; a no-incluso de termos ou palavras ambguas, cujos significados variem

    de acordo com o grupo entrevistado.

    Os tipos mais empregados so:

    questes fechadas; questes aparentemente abertas; questes de preenchimento de lacunas; questes de mltipla escolha simples; questes de mltipla escolha com estimao ou escala.

    3.3.1.1. Questes Fechadas

    Em entrevistas de coleta de dados estruturada, as questes fechadas, jtratadas no subitem 3.2.1.2, so utilizadas para forar o entrevistado a escolher entreduas opes, facilitando, dessa forma, a tabulao e anlise das respostas.

    Exemplo:

    Os temas abordados neste documento devem ser matria de treinamento especfico?

    ( ) Sim. ( ) No.

  • ENTREVISTA DE COLETA DE DADOS

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    3.3.1.2. Questes Aparentemente Abertas

    As questes fechadas podem parecer abertas para o entrevistado quandoadmitem respostas diferentes daquelas definidas previamente. Esse tipo de questopermite, especialmente no caso de pr-testes, que a equipe de auditoria verifique quoadequadas so as respostas que supe provveis. Caso essa adequao sejademonstrada, a equipe poder tabular os resultados, facilitando a anlise estatstica eevitando o uso da anlise de contedo (vide item 3.3.6). Para que essa abordagem tenhasucesso, fundamental que os membros da equipe conheam razoavelmente o tema emestudo. Cabe ressaltar que as respostas definidas previamente no devem ser lidas parao entrevistado, deixando-o livre para emitir a sua opinio.

    Exemplo:

    Na sua opinio, algum assunto deveria ter sido abordado com maior profundidade nestedocumento? [A resposta no deve ser lida] (Escolher todas as alternativas cabveis)

    ( ) realizao de pr-teste;( ) anlise dos dados;( ) seleo e contato com os entrevistados;( ) desenvolvimento das questes;( ) outros (especificar): ____________________________________________________.

    3.3.1.3. Questes de Preenchimento de Lacunas

    As questes de preenchimento de lacunas produzem respostas simples econcretas, geralmente na forma de nomes, valores ou freqncias. Devem ser redigidascom cautela, de maneira a no despertar desconfiana e a no constranger oentrevistado, o que poderia interferir na sinceridade da resposta.

    Exemplo:

    Nome do Servidor : ________________________________________________________.

    Unidade de Lotao: ___________________.

    Data de ingresso no TCU? (mm/aa) ___ / ___.

    3.3.1.4. Questes de Mltipla Escolha Simples

    As questes de mltipla escolha simples possuem um conjunto pr-definido derespostas. Caso sejam apresentadas na forma de mostrurio, tm a desvantagem desugerir a resposta. Ademais, h o problema da dificuldade de memorizao, peloentrevistado, das vrias respostas.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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    Exemplo:

    Qual das afirmativas abaixo voc considera verdadeira? (Escolher apenas uma alternativa)

    ( ) a equipe de auditoria deve ter sempre a iniciativa da conversa;

    ( ) a equipe de auditoria no deve preocupar-se em confirmar as respostas doentrevistado;

    ( ) em uma entrevista a equipe de auditoria deve deixar bem claro seus conhecimentossobre o tema;

    ( ) a entrevista de apresentao fundamental em qualquer trabalho de auditoria.

    3.3.1.5. Questes de Mltipla Escolha com Estimao ou Escala

    As questes de mltipla escolha com estimao ou escala contm listas dealternativas que definem alguma forma de gradao ou escala. Elas podem serclassificadas em equilibradas, progressivas e de ordenao simples ou composta,contendo as seguintes caractersticas:

    a) Equilibradas: A escala definida por palavras ou expresses antagnicas.

    Exemplo:

    Com que freqncia voc utiliza as Tcnicas de Entrevista para Auditorias? (Escolherapenas uma alternativa)

    ( ) Sempre. ( ) Freqentemente.( ) Algumas Vezes.( ) Raramente.( ) Nunca.

    b) Progressivas: A escala define intensidades crescentes ou decrescentes,no admitindo respostas negativas.

    Exemplo:

    Como voc avalia a organizao dos temas desse documento? (Escolher apenas umaalternativa)

    ( ) tima. ( ) Muito Boa. ( ) Boa. ( ) Ruim. ( ) Pssima.

    c) De ordenao simples ou composta: A escala classifica pessoas,lugares ou coisas de acordo com um critrio especfico; os seus pontospodem indicar quantidades ou qualidades.

    Exemplo de ordenao simples:

    Numa escala de 0 a 10, qual o grau de qualidade deste documento? (Escolher apenas umaalternativa)

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

  • ENTREVISTA DE COLETA DE DADOS

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    Exemplo de ordenao composta:

    Leia com ateno cada indicador e escolha o ponto da escala que melhor descreve a suaopinio sobre as Tcnicas de Entrevista para Auditorias. Marque com um X a opo quemelhor representa o seu julgamento.

    Como vocconsidera:

    Muitoadequado

    Adequado Indiferente Inadequado MuitoInadequado

    A abrangnciados assuntosabordadosO nvel dalinguagemO tratamentodado aos temasA apresentao

    3.3.2. Realizao de Pr-teste

    Na entrevista de coleta de dados estruturada, o pr-teste fundamental paraque se possa determinar se:

    as questes so pertinentes; as questes foram redigidas corretamente; a entrevista pode ser conduzida da maneira proposta; o entrevistado tem o conhecimento necessrio para responder as

    questes; as respostas so vlidas.

    Os entrevistados escolhidos para o pr-teste devem pertencer populaoque est sendo estudada. Convm notar que essas pessoas no devem ser informadasde que as questes feitas fazem parte de um pr-teste.

    Normalmente, o pr-teste feito pessoalmente, permitindo, por meio daobservao direta, o ajuste ou mesmo a reformulao do rol de questes. Um segundopr-teste s deve ocorrer quando ocorrem modificaes significativas no contedooriginal da entrevista.

    Cabe destacar que as informaes colhidas no pr-teste no devero serusadas no trabalho final, independentemente da qualidade do resultado obtido, pois opr-teste visa testar o instrumento de coleta da dados e no recolher informaes. Damesma forma, os entrevistados escolhidos para o pr-teste no devero ser novamenteentrevistados.

    3.3.3. Preparo do Entrevistador

    O entrevistador deve estar treinado para aplicar as questes da entrevistaconforme originalmente determinado, disciplinando-se para no alterar o significado dapergunta mediante maneirismos verbais ou observaes tendenciosas.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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    Quando os entrevistadores no tiverem participado da elaborao doformulrio de coleta de dados estruturada, eles devem praticar a sua aplicao entre si,para se familiarizarem com o seu contedo.

    3.3.4. Seleo e Contato com os Entrevistados

    Caso a entrevista de coleta de dados estruturada seja aplicada a vriaspessoas (p. ex.: uma amostra do conjunto de beneficirios ou clientes de funes,programas, atividades, projetos, rgos ou entidades governamentais), recomenda-seque elas sejam selecionadas com o auxlio de mtodos estatsticos. Em seguida, osindivduos selecionados devem ser consultados acerca da sua disposio de colaborarcom o TCU. Essa consulta deve ser feita de modo uniforme, para que nenhumainformao importante seja omitida. Assim, os objetivos da entrevista e a importncia dacolaborao esperada devem ser expostas da mesma forma. Convm frisar que o ideal que a entrevista seja conduzida no horrio e no local da preferncia dos indivduosselecionados.

    importante que seja feito um controle dos contatos mantidos, do qualdevero constar o nome da pessoa contatada, o seu endereo e telefone, a data e horado contato e outras observaes relevantes, como as razes eventualmenteapresentadas para a no-colaborao (vide Anexo). Ademais, tambm devem serregistradas as tentativas frustradas de contato. O registro dessas informaes propiciar,no perodo de anlise, um melhor conhecimento do perfil dos entrevistados, bem comopermitir estimar os efeitos da no-participao sobre os resultados.

    3.3.5. Ajuste da No-Resposta

    De posse dos dados coletados e com base nos registros constantes docontrole de contatos, deve-se identificar os no-respondentes e analisar o motivo daomisso de resposta a algumas questes ou da no-participao na entrevista,ajustando-se os dados por meio de mtodos estatsticos.

    3.3.6. Anlise dos Resultados

    As informaes obtidas em entrevistas de coleta de dados estruturada podemser analisadas de duas formas: o tratamento estatstico e a abordagem no-estatstica. Oprimeiro composto por trs fases:

    tabulao de freqncias; anlise dos resultados de cada questo; anlise dos resultados do conjunto de questes, procurando identificar

    subgrupos entre os entrevistados.

    No intuito de facilitar o cumprimento das fases acima relacionadas, recomendvel a utilizao de uma planilha eletrnica ou de um software estatstico.

    Na abordagem no-estatstica, tem-se que, quando as respostas no souniformes ou comparveis, deve-se utilizar a anlise de contedo. Esse mtodo consiste,basicamente, na elaborao de uma lista de categorias de respostas e de regras paraassociar as respostas obtidas a essas categorias.

  • ENTREVISTA DE COLETA DE DADOS

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    3.3.7. Sntese das Etapas da Entrevista de Coleta de Dados Estruturada

    A entrevista de coleta de dados estruturada composta pelas seguintesetapas:

    formular a questo de auditoria; determinar a informao requerida; identificar a populao-alvo; formular as questes, prevendo as possveis respostas; selecionar as questes que iro compor a entrevista; escolher o mtodo de coleta de dados; planejar a anlise dos dados; preparar o formulrio da entrevista; realizar o pr-teste; treinar os entrevistadores; selecionar os entrevistados; contatar os entrevistados; aplicar a entrevista; preparar os dados; fazer o ajuste em face da no-resposta; analisar os dados; interpretar os dados.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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  • 4. ENTREVISTA DE ENCERRAMENTO

    Na entrevista de encerramento, a equipe de auditoria comunica aoresponsvel pelo objeto auditado a concluso de seus trabalhos, agradecendo, no quecouber, o apoio prestado e os dados fornecidos. Ademais, quando possvel, os achados,concluses e recomendaes constantes do relatrio de auditoria tambm devem serapresentados. Nesse caso, os membros da equipe devem discorrer sobre as causas decada achado e sobre as aes corretivas recomendadas, bem como sobre os elementosbalizadores das concluses e recomendaes, de modo que no haja dvidas quanto qualidade tcnica, objetividade e iseno do trabalho realizado. Em seguida, deve-sepermitir que o auditado contraponha os seus prprios argumentos, o que permitirverificar se as evidncias coletadas so suficientemente robustas para sustentar asconcluses e recomendaes formuladas. Convm notar que a equipe de auditoria devefixar um prazo para que o auditado apresente os seus argumentos que seja compatvelcom aquele definido para o fim da auditoria.

    Essas entrevistas devem ser sucintas e construtivas. A sua pertinnciadepender da qualidade do trabalho executado e dos problemas detectados no decorrerda auditoria.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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  • ANEXO

    MODELOS DE REGISTRODE ENTREVISTAS

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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  • Tribunal de Contas da Unio REGISTRO DE CONTATO COM PARTICIPANTES

    OBJETO DA AUDITORIA CDIGO SPA UNIVERSO AMOSTRA

    P A R T I C I P A N T E S C O N T A T O

    N DEORDEM

    NOME/ENDEREO TELEFONE NALEATRIO

    DATA/HORA RESULTADO DATA/HORA RESULTADO

    1 ________________________________ ____________ ____________

    2 ________________________________ ____________ ____________

    3 ________________________________ ____________ ____________

    4 ________________________________ ____________ ____________

    5 ________________________________ ____________ ____________

    6 ________________________________ ____________ ____________

  • 33

    Tribunal de Contas da Unio REGISTRO DE ENTREVISTA

    OBJETO DA ENTREVISTA CDIGO DO SPA

    LOCAL DA ENTREVISTA DATA/HORRIO

    PARTICIPANTES

    SNTESE DA ENTREVISTA

    RESPONSVEL PELA MEMRIALOCAL/DATA ASSINATURA

  • 34

    Tribunal de Contas da Unio FORMULRIO DE COLETA DE DADOS

    FINALIDADE

    [Campo destinado incluso de solicitaes diversas. Ex.: Assinale a alternativa quecorresponda situao descrita em cada item.]

    [Campo destinado incluso do rol de questes]

    Especificaes:

    Papel: A-4.Margens [esquerda x direita x superior x inferior]: 2,5 x 1,5 x 2,5 x 1,5 cm.Campo : comprimento: 1,8 cm.Campo : comprimento: 6,5 cm;

    letra: Times New Roman, tamanho 12;formatao do pargrafo: espaamento de 12 pontos antes.

    Campo : comprimento: 0,2 cm.Campo : comprimento: 8,5 cm;

    letra: Times New Roman, 12, caixa alta;formatao do pargrafo: espaamento de 12 pontos antes.

    Campo : comprimento: 17 cm;letra: Times New Roman, 8, caixa alta, negrito e sombreado;formatao do pargrafo: espaamento de 3 pontos antes,

    Campo : comprimento: 17 cm;letra: Times New Roman, 12 e sombreado.

    Campo : comprimento: 17 cm;letra: Times New Roman, 12.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    THE CHARTERED INSTITUTE OF PUBLIC FINANCE AND ACCOUNTANCY (1987).Interviewing Techniques for Auditors Training Package. Londres.

    UNITED STATES GENERAL ACCOUNTING OFFICE (1991). Using StructuredInterviewing Techniques. Washington.

    THE INTERNATIONAL INSTITUTE FOR TRAINING AND EDUCATION (1996). Programade Auditoria. Washington.

    MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria (1990). Tcnicas de Pesquisa. 2.ed. So Paulo : Atlas.

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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  • FOLHA DE SUGESTES

    O TCU preocupa-se com o constante aperfeioamento da qualidade de seusmanuais e orientaes, buscando, para isso, ouvir a valiosa opinio do pblico-alvo dosreferidos trabalhos.

    O questionrio a seguir refere-se especificamente s Tcnicas de Entrevistapara Auditorias, distribudas a partir de maro de 1998. Ser muito til para o TCU se oleitor deste documento puder dispor de alguns minutos para responder s perguntasconstantes no referido questionrio e envi-lo pelos Correios (no preciso selar, pois oporte ser pago pelo TCU).

    Sugestes sobre este documento tambm podem ser enviadas das seguintesformas:

    E-mail: [email protected]: (061) 316-7538Fone: (061) 316-7379Endereo: Tribunal de Contas da Unio - TCU

    SAUDI/DINOPSetor de Administrao Federal Sul - Lote 01CEP: 70042-900 - Braslia-DF

  • TCNICAS DE ENTREVISTA PARA AUDITORIAS

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  • Tribunal de Contas da UnioSecretaria de Auditorias e Inspees QUESTIONRIO DE AVALIAO

    FINALIDADEEste questionrio de avaliao tem por objetivo obter a opinio dos leitores sobre as Tcnicas de Entrevista para Auditorias, comvistas ao seu aperfeioamento.

    Por favor, responda s questes abaixo assinalando com um X a alternativa mais adequada. Desde j agradecemos a suacolaborao.

    1. Em que esfera do governo voc trabalha?

    Federal Estadual ou DF Municipal

    2. Em que rgo voc trabalha?

    Poder Legislativo Poder Executivo

    Poder Judicirio Controle Interno

    Outro [especificar] ________________

    3. Que partes do Manual de Auditoria de Desempenho voc leu?

    Todo Captulo I [todo ouparte]

    Captulo II [todo ouparte]

    Captulo III [todo ouparte]

    Captulo IV [todo ouparte]

    4. Leia com ateno cada indicador e escolha o ponto da escala que melhor descreve a sua opinio sobre as Tcnicas de Entrevista paraAuditorias. Marque com um X a opo que melhor representa o seu julgamento.

    Concorda integralmente Concorda Indiferente Discorda Discorda integralmente5 4 3 2 1

    O manual : 5 4 3 2 1Fcil de ser lido Fcil de ser entendido Lgico Sucinto Completo til

    5. Como voc tomou conhecimento das Tcnicas de Entrevista para Auditorias?

    Quando recebeu Divulgao interna do TCU Por mensagem do SIAFI

    Pela Internet Pela imprensa Outros [especificar] _______________________

    6. Como voc obteve das Tcnicas de Entrevista para Auditorias?

    Solicitou diretamente ao TCU Download pela Internet Outros [especificar] ________________

    7. Apresente, a seguir, comentrios e sugestes para o aprimoramento da qualidade das Tcnicas de Entrevista para Auditorias. No casode sugestes para alterao/supresso/aditamento de itens de verificao, favor preencher o quadro anexo.

  • Tribunal de Contas da UnioSecretaria de Auditorias e Inspees QUADRO DE SUGESTES

    FINALIDADEEste quadro de sugestes tem por objetivo obter a opinio dos leitores sobre das Tcnicas de Entrevista para Auditorias, com vistas aoseu aperfeioamento.

    N do item Proposta de alterao, supresso ou aditamento Fundamentao

  • PTR/BSB

    880/92

    UP-AC/TCU

    DR/BSB

    CARTA - RESPOSTANO NECESSRIO SELAR

    O SELO SER PAGO PORTRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    70099-999 BRASLIA-DF

  • UNIDADES DA SECRETARIA-GERAL DE CONTROLE EXTERNODO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    Secretaria-Geral de Controle Externo Jos NagelSecretaria de Auditoria e Inspees Cludio Souza Castello Branco

    Div. de Nor. e Proc. de Aud. e Prog. de GovernoPaulo Roberto Pinheiro Dias PereiraServio de Programas de Governo Glria Maria Merola da Costa Bastos

    Sec. de Contas do Gov. e Transf. Constitucionais Carlos Nivan MaiaSecretaria de Informtica Antonio Quintino RosaSecretaria de Planej., Organizao e Mtodos Mauro Moreira Barbosa1 Secretaria de Controle Externo Jos Moacir Cardoso da Costa2 Secretaria de Controle Externo Evaldo Rui Rocha3 Secretaria de Controle Externo Snia Lcia Imbuzeiro4 Secretaria de Controle Externo Marlia Zinn Salvucci5 Secretaria de Controle Externo Francisco Carlos Ribeiro de Almeida6 Secretaria de Controle Externo Antonio Newton Soares de Matos7 Secretaria de Controle Externo Cludio Sarian Altounian8 Secretaria de Controle Externo Eduardo Duailibe Murici9 Secretaria de Controle Externo Jorge Pereira de Macedo10 Secretaria de Controle Externo Rosngela Paniago Curado FleurySecretaria de Controle Externo/AC Dion Carvalho Gomes de SSecretaria de Controle Externo/AL Edimilson Monteiro BatistaSecretaria de Controle Externo/AP Carlos Martins dos SantosSecretaria de Controle Externo/AM Helena Montenegro ValenteSecretaria de Controle Externo/BA Paulo Pereira TelesSecretaria de Controle Externo/CE Paulo Nogueira de MedeirosSecretaria de Controle Externo/ES Hamilton Caputo Delfino SilvaSecretaria de Controle Externo/GO Neusa Casado Martins ArajoSecretaria de Controle Externo/MA Osmir da Silva FreireSecretaria de Controle Externo/MT Luiz Guilherme da Boamorte SilveiraSecretaria de Controle Externo/MS Jos Gabriel de CastroSecretaria de Controle Externo/MG lsio Geov dos SantosSecretaria de Controle Externo/PA Jos Mrcio Paulino MurtaSecretaria de Controle Externo/PB Raimundo Nonato Soares ArajoSecretaria de Controle Externo/PR Maria Jos MenezesSecretaria de Controle Externo/PE Joo Batista MacrioSecretaria de Controle Externo/PI Jos Maria Arajo LimaSecretaria de Controle Externo/RJ Jos Augusto Prto NetoSecretaria de Controle Externo/RN Marcos Valrio de ArajoSecretaria de Controle Externo/RS Maria Izolina Schaurich AlsterSecretaria de Controle Externo/RO Raimundo Nonato CoutinhoSecretaria de Controle Externo/RR Rainrio Rodrigues LeiteSecretaria de Controle Externo/SC Rafael Blanco MunizSecretaria de Controle Externo/SP Eloi CarnovaliSecretaria de Controle Externo/SE Clmaco Romualdo de CarvalhoSecretaria de Controle Externo/TO Jacques Silva de Sousa