técnicas compensatórias no controle de cheias urbanas

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Técnicas Compensatórias No Controle de Cheias Urbanas

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  • TCNICAS COMPENSATRIAS NO

    CONTROLE DE CHEIAS URBANAS

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIS

    CAMPUS CATALO

    ENGENHARIA CIVIL

    Prof. Heber Martins de Paula

  • INTRODUO Crescimento das cidades

    Avenida Tocantins (1937)

    Praa Cvica (1942)

    Goinia (1936)

  • INTRODUO

    Praa Cvica (1942)

    Praa Cvica (2011)

  • 0,00%

    20,00%

    40,00%

    60,00%

    80,00%

    100,00%

    120,00%

    140,00%

    160,00%

    180,00%

    200,00%

    0

    200.000

    400.000

    600.000

    800.000

    1.000.000

    1.200.000

    1.400.000

    1940 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2007 2010

    Cre

    scim

    en

    to (

    %)

    Po

    pu

    la

    o (

    ha

    b)

    Crescimento Urbano de Goinia

    Populao Crescimento

    CRESCIMENTO URBANO

  • CATALO-GO

    Catalo (2009)

  • CATALO-GO

    0,00%

    2,00%

    4,00%

    6,00%

    8,00%

    10,00%

    12,00%

    14,00%

    16,00%

    18,00%

    20,00%

    0

    10000

    20000

    30000

    40000

    50000

    60000

    70000

    80000

    90000

    100000

    1991 1996 2000 2007 2010

    Cre

    cim

    en

    to (

    %)

    Po

    pu

    la

    o (

    ha

    b)

    Crescimento Urbano de Catalo-GO

    Populao Crescimento

  • Proliferao de loteamentos sem planejamento adequado;

    Aumento da ocupao de reas de risco imprprias para construes (beira de crregos, vrzeas e reas com declividade acentuada);

    Dificulta a construo de redes de drenagem adequada

    CONSEQUNCIAS DO CRESCIMENTO

    Rio de Janeiro

  • LOTEAMENTOS EM CATALO

  • IMPACTO DA URBANIZAO

    Necessidade de ampliar a capacidade dos condutos pr-

    existentes e construir outros mais.

    Recursos para obras de infra-estrutura escassos.

    Sobrecarga nos condutos de at 7 vezes os picos de cheia,

    ocorrendo transbordamento e inundaes.

  • EFEITO DA URBANIZAO SOBRE O COMPORTAMENTO HIDROLGICO

  • EFEITO DA URBANIZAO SOBRE O COMPORTAMENTO HIDROLGICO

  • O PROBLEMA DOS MANANCIAIS

    a bacia hidrogrfica ocupada de forma desordenada, processo favorecido por legislao omissa/equivocada ou por falta de planejamento urbano ou controle de ocupao;

    nos mananciais superficiais, o impacto se agrava pela falta de tratamento de esgotos e pela poluio difusa rural, etc;

    nos mananciais subterrneos, ocorre contaminao e perda de reas de recarga;

    reservatrios urbanos: eutrofizao e contaminao;

    reduo da disponibilidade de gua devido qualidade.

  • Abastecimento

    Carga domstica

    e industrial

    Drenagem Urbana Mananciais

    Ciclo de inundao e contaminao

  • INUNDAES

    Drenagem urbana: escoamento em reas urbanizadas, geralmente pequenas bacias (a

    urbanizao amplia as vazes devido canalizao e

    impermeabilizao);

    Inundao ribeirinha: processos naturais resultado do aumento da vazo dos rios durante os perodos

    secos e chuvosos (as inundaes podem ser ampliadas

    ou terem maiores efeitos em funo da ao do

    homem).

  • uso do sistema de drenagem para esgotamento sanitrio domstico e industrial;

    ocupao das reas de inundao pela populao depois de anos de cheias menores;

    aumento da produo de sedimentos;

    geralmente, as reas mais atingidas so de populaes pobres;

    no existe tradio em medidas preventivas nas reas de inundao;

    concepo antiquada nos projetos de drenagem.

    DRENAGEM E INUNDAES: QUESTES ASSOCIADAS

  • bacias de pequeno porte, onde se concentra a rea impermeabilizada;

    aumento do pico e antecipao da ocorrncia;

    aumento do volume do escoamento superficial;

    diminuio da evaporao e da recarga; subterrnea;

    aumento da poluio de origem pluvial;

    aumento da produo de sedimentos.

    IMPACTOS

  • Aumento da vazo mdia de cheia ( 6 a 7 vezes) DEVIDO IMPERMEABILIZAO

    Reduo do tempo de concentrao e aumento das reas impermeveis DEVIDO CANALIZAO

    VAZO E VOLUMES

  • Fase 1 : crescimento da urbanizao: grande produo de sedimentos (construes, superfcies desprotegidas);

    Fase 2 : transio com sedimentos e resduos slidos;

    Fase 3: quando a rea urbana est estabelecida, a veiculao de resduos slidos na drenagem alta.

    FATOR AGRAVANTE: RESDUOS SLIDOS

  • FATORES AGRAVANTES DAS INUNDAES

    Canalizao de crregos sem a devida anlise de

    impactos a jusante (transferncia de inundaes de um

    ponto a outros);

    (SEMADS, 2001)

  • POLUIO DAS GUAS PLUVIAIS

    Carga equivalente ao esgotamento sanitrio

    composio orgnica: DBO, N, P

    composio com metais: Chumbo, Ferro etc.;

    grande carga no incio da precipitao

  • A ATUAL POLTICA DE CONTROLE DA DRENAGEM

    a melhor drenagem a que escoa o mais rapidamente possvel a

    precipitao

    conseqncia direta = inundaes

    A poltica se baseia na canalizao do escoamento, apenas

    transferindo para jusante as inundaes. A populao perde duas

    vezes: custo mais alto e maiores inundaes.

    Canais e condutos podem produzir custos 10 vezes maiores

    que o controle na fonte;

    a canalizao aumenta os picos para jusante

  • Tpica Evoluo

    na Drenagem

  • EFEITOS (SOBRE OU DE) NOVAS URBANIZAES

    Se a nova urbanizao est a jusante em bacias

    urbanizadas ela pode sofrer inundaes

    Se a nova urbanizao est a montante ela pode

    causar inundaes a jusante

    Se na nova urbanizao h pequenas bacias a

    implantao da nova urbanizao pode acarretar

    problemas na prpria rea

  • PRINCPIOS MODERNOS DO CONTROLE DA DRENAGEM

    novos desenvolvimentos no podem aumentar ou acelerar a vazo de pico das condies naturais (ou prvias aos novos loteamentos);

    considerar o conjunto da bacia hidrogrfica para controle da drenagem urbana;

    buscar evitar a transferncia dos impactos para jusante;

    valorizar as medidas no-estruturais (educao tem papel fundamental);

    implementar medidas de regulamentao;

    Implementar instrumentos econmicos.

  • CONTROLE DA DRENAGEM URBANA

    Controle na fonte: = OSD (on site detention); planos de infiltrao e trincheiras, pavimentos permeveis e deteno.

    na micro e macrodrenagem: deteno ou reteno no sistema de drenagem;

    aumento da capacidade de drenagem, minimizando os impactos de jusante.

  • CONTROLE NA FONTE

    Bacias de infiltrao

    Bacias de deteno

    Bacias de reteno

    reas livres

    Arborizao urbana

    Micro-reservatrio domiciliar (Captao dos telhados)

    Pisos permeveis

    Trincheiras

  • BACIA DE INFILTRAO

    Trata-se de uma depresso no terreno com as finalidades de: reduzir o

    volume das enxurradas, remover alguns poluentes e promover a recarga da

    gua subterrnea. Pode ser construda s margens das rodovias e estradas

    vicinais.

    Valos de drenagem gramados

    Bacia de infiltrao Integrar paisagem eficientes na reteno e infiltrao das enxurradas

  • BACIA DE RETENO Trata-se de um tanque com espelho dgua permanente, construdo com os

    objetivos de: reduzir o volume das enxurradas, sedimentar cerca de 80% dos

    slidos em suspenso e o controle biolgico dos nutrientes.

    H a necessidade de remoo peridica do lodo e de proteo contra a

    eventual queda de animais e pessoas.

    Existe tambm a bacia de reteno seca,

    projetada para armazenar temporariamente o

    volume das enxurradas e liber-lo lentamente,

    a fim de reduzir a descarga de pico jusante.

    Como a outra bacia (permanente), dispe de

    estruturas hidrulicas de esgotamento.

  • BACIA DE DETENO

    Tem os mesmos objetivos da bacia de deteno, com a diferena que libera o

    volume das enxurradas mais lentamente, ou seja, secam aps s chuvas.

  • REAS LIVRES E ARBORIZAO URBANA Retm parte das chuvas (interceptao), diminui o escoamento superficial,

    alimenta o lenol fretico, d sombra, reduz a temperatura do pavimento e das

    guas das enxurradas, atenua o rudo, filtra o ar, d frutos (s vezes

    comestveis) e embeleza a rua onde est localizada

  • MICRO-RESERVATRIO DOMICILIAR

    So pequenos tanques construdos dentro dos lotes (controle na fonte),

    concebidos com a funo de amortecimento dos picos de cheia a jusante,

    podendo estar conectados ou no a um sistema de drenagem.

    Permitem o aproveitamento de guas pluviais para usos domsticos no potveis.

  • Estimativa do volume do reservatrio

    Mtodo de Rippl

    Mtodo de Costa et al (2007)

    MICRO-RESERVATRIO DOMICILIAR

    A.i.CQmax

    Considera:

    b

    T1

    ct

    T.B

    i

    Mtodo Racional

    Eq. Chuva

    1 ano < T < 8anos

  • MICRO-RESERVATRIO DOMICILIAR

    Construir o hidrograma de entrada

    Observao: como se trata de um lote, pode-se simplificaras estimativas

    de tempo de pico tp e de tempo de base tb . Ambos sero dados em

    funo de tc, conforme Tucci (1998).

    cb

    cp

    t2t

    tt

    tc

    2tc

    Q (

    m/s

    )3

    t (min)

    VolumeArmazenado

    cmax

    cmax t.Qe2

    t2.QeVol

    Onde:

    Vol Volume de armazenamento (m3)

    Qemax vazo mxima de entrada

    (m3/s)

    tc tempo de concentrao = tempo de

    durao da chuva (s)

  • EXEMPLO DE MICRO-RESERVATRIO

    Dimensionar um micro-reservatrio de guas pluviais, para cidade de Catalo,

    para um terreno com uma rea total de 950 m2, sendo 465 m2, de rea

    impermevel, e nele consta a presena de uma residncia e uma rea verde.

    Considerar C = 0,95 para reas impermeveis. Para efeito de clculo uma durao

    de chuva de projeto de 5 minutos e perodos de retorno T de 2 a 5 anos.

    Cidades Intensidade Pluviomtrica (mm/h)

    T = 2 anos T = 5 anos Goinia 145,32 175,18 Catalo 136,64 164,71

    Considerando a rea impermevel

    Cidades Vazo mxima de entrada (L/s) T = 2 anos T = 5 anos

    Goinia 17,83 21,50 Catalo 16,77 20,21

  • EXEMPLO

    2tc= 10min

    Q (

    m/s

    )3

    t (min)

    Vol=6,45m3

    21,50

    Goinia

    2tc= 10min

    Q (

    m/s

    )3

    t (min)

    Vol=5,35m3

    17,83

    Catalo

    2tc= 10min

    Q (

    m/s

    )3

    t (min)

    Vol=6,06m3

    20,21

    2tc= 10min

    Q (

    m/s

    )3

    t (min)

    Vol=5,03m3

    16,77

  • PAVIMENTOS PERMEVEIS Rodovias e estacionamentos perfazem at 70% das reas impermeveis nas

    cidades. Uma soluo vivel para esse problema, so os pisos em terra (areia grossa

    lavada), cascalho, grama, perfil com materiais drenantes (com geotxteis, inclusive,

    para evitar a colmatao) ou com blocos permeveis de cermica ou concreto, com

    furos para a penetrao da gua, como visto nesta foto.

  • PAVIMENTOS PERMEVEIS

  • TRINCHEIRA DE PERCOLAO As trincheiras de infiltrao so estruturas de controle da drenagem urbana

    e que tm a finalidade de captar as guas pluviais provenientes do

    escoamento superficial, armazenando-a por tempo suficiente para sua

    infiltrao no solo.

  • preciso:

    Organizar o espao urbano para integrar e harmonizar os

    diferentes sistemas de infra-estrutura.

    Isso requer um esforo coletivo em nveis tcnico, poltico,

    legislativo, de participao da comunidade, entre outros.

  • DIFICULDADES.....

    Desgaste poltico do administrador pblico, resultante do controle no-estrutural (a populao espera sempre por obras hidrulicas).

    Falta de conhecimento da populao sobre controle de cheias.

    Falta de conhecimento sobre controle de cheias por parte dos planejadores urbanos.

    Desorganizao, em nveis Estadual e Municipal, sobre o controle de inundaes.

    Pouca informao tcnica sobre o assunto em nvel de graduao em arquitetura e engenharia.

  • ALM DISSO NO SE PODE ESQUECER DE

    QUE:

    No existe soluo puramente tecnolgica ou econmica.

    No existe soluo simplista.

    No existe soluo instantnea.

    No existe soluo que seja de responsabilidade de um nico ator social.

    No existe soluo possvel de ser copiada.

  • REGRAS BSICAS PARA NOVAS URBANIZAES

    Escolha de um stio pouco suscetvel a impactos de eventuais urbanizaes a montante

    Proteo das reas de cabeceiras

    Desenvolvimento de projeto integrado com objetivo de no alterar a drenagem natural nos trechos a jusante da rede de drenagem

    Integrar solues de esgotamento sanitrio, de coleta e disposio de resduos slidos e de drenagem urbana

    Promover a gesto da drenagem urbana sempre sob a perspectiva da bacia hidrogrfica

    Promover aes de educao e informao do usurio para a gesto integrada em saneamento ambiental