teatro e histórias de natal

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A ESTRELA CINTILANTE NARRADOR: Era uma vez uma estrela. Ela era muito pequenina e a sua luz muito fraquinha. As outras estrelas desprezavam-na. AS ESTRELAS EM CONJUNTO: A tua luz é tão fraquinha que os homens da Terra nem te vêem. Tu até nem tens nome! NARRADOR : A estrelinha suspirava: ela gostaria que os homens a conhecessem e apontassem para ela no céu. Ela bem se esforçava para dar uma luz mais forte mas não tinha força para brilhar mais. Mas ... um dia o seu sonho realizou-se: veio um anjo ter com ela. O ANJO : Sou o mensageiro de Deus. Ele escolheu-te para guiares os três reis magos. Tu vais mostrar-lhes onde vai nascer o filho de Deus. ESTRELA : Seja feita a vontade de Deus! Farei o melhor que puder. NARRADOR : Então o anjo colocou a estrela pequenina no Oriente e exclamou: O ANJO : Brilha, linda estrela, brilha com a luz de Deus! NARRADOR : E a estrela iluminou-se. Era a mais brilhante do céu. Na Terra, os três reis magos, ao verem a estrela tâo brilhante, disseram: OS TRÊS REIS MAGOS : Mas que quer isto dizer? - Esta estrela é nova e tem uma luz tão brilhante! - É a estrela do Redentor! Vamos segui-la. Devemos adorar este Redentor e oferecer-lhe prendas. Os três reis magos prepararam-se, escolheram lindas

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Page 1: Teatro e histórias de Natal

A  ESTRELA   CINTILANTE

NARRADOR:   Era uma vez uma estrela. Ela era muito pequenina e a sua luz muito fraquinha. As outras estrelas desprezavam-na.

AS ESTRELAS EM CONJUNTO:  A tua luz é tão fraquinha que os homens da Terra nem te vêem. Tu até nem tens nome!

NARRADOR:   A estrelinha suspirava: ela gostaria que os homens a conhecessem e apontassem para ela no céu. Ela bem se esforçava para dar uma luz mais forte mas não tinha força para brilhar mais.

Mas ... um dia o seu sonho realizou-se: veio um anjo ter com ela.

O ANJO:   Sou o mensageiro de Deus. Ele escolheu-te para guiares os três reis magos. Tu vais mostrar-lhes onde vai nascer o filho de Deus.

ESTRELA:   Seja feita a vontade de Deus! Farei o melhor que puder.

NARRADOR:  Então o anjo colocou a estrela pequenina no Oriente e exclamou:

O ANJO:   Brilha, linda estrela, brilha com a luz de Deus!

NARRADOR : E a estrela iluminou-se. Era a mais brilhante do céu.

Na Terra, os três reis magos, ao verem a estrela tâo brilhante, disseram:

OS TRÊS REIS MAGOS: Mas que quer isto dizer?

- Esta estrela é nova e tem uma luz tão brilhante!

- É a estrela do Redentor! Vamos segui-la. Devemos adorar este Redentor e oferecer-lhe prendas.

Os três reis magos prepararam-se, escolheram lindas prendas e partiram. Seguiram a estrela e ... que alegria: lá brilhava a estrela do Redentor, iluminando uma gruta. Entraram e adoraram o Menino.

- Louvado seja Deus porque vimos o rei dos Judeus.

Para a nossa amiga estrela foi uma noite maravilhosa: ela brilhou em honra de Jesus!

NARRADOR: Quando amanheceu, ela apagou-se mas a alegria daquela noite ficou-lhe para sempre no coração. As estrelas

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tratavam-na com muito respeito, dizendo umas às outras:

ESTRELAS: Esta é a estrela de Belém! Na noite de Natal foi a estrela mais brilhante de todos os tempos. Em todos os presépios vemo-la a iluminar a gruta de Belém e a dar a sua luz a Jesus.

NOTA: Caso copie o teatro para o Microsoft WORD, deverá passar o texto para preto.

Personagens:Padeiro, Lenhador, Pastor, Pescador

Menino com livros, meninos com brinquedos meninos com roupa. 

 

Padeiro  

 

- Sou padeiro , trago o pãoporque o pobre  se consome;

recebe-o na tua mãopara que ninguém mais sinta fome.

Lenhador   - Sou  lenhador, trago-te  lenhae  com  ela o bom calor;para que o Mundo se aqueça e tenha sempre luz do teu amor.

Pastor   - Sou pastore porque tu és um MeninoO meu presente seráum dócil cordeirinho.

Pescador - Sou pescador , trago as redes;Que mais poderia dar, do  que fios para que enredes, as almas que vão pecar?

Menino com livros - Jesus, todo o meu trabalho são estes livros de estudo.  Toma lá o meu presentee ensina-me a aprender tudo.

Menino com brinquedos

-  Eu trago-te os meus brinquedos,sei que gostas de brincar.Ó meu Menino Jesus, 

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contigo eu quero  jogar.

Menino  com roupa -  Tenho aqui a minha roupa, para te poder abrigar.Não quero que tenhas frio, quando lá fora nevar.

Todos   - Menino Jesus querido,nesta festa de Natal,trago-te muitos  beijinhosdas gentes de Portugal.

O Sonho do Pai Natal

O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo que não queria acordar. E não queria acordar porque neste ano os Humanos encheram-se de boa vontade e fizeram um acordo de Paz, que silenciou todas as armas. Em todos os cantos do planeta, mesmo nos lugares mais recônditos da Terra, as armas calaram-se para sempre e os carros de combate e outras máquinas de guerra foram entregues às crianças para neles pintarem flores brancas de paz.

O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo que não queria acordar. E não queria acordar porque nesse sonho não havia fome: em todas as casas havia comida, havia até algumas guloseimas para dar aos mais pequenos. Mesmo as crianças de países outrora pobres tinham agora os olhos brilhantes, brilhantes de felicidade. Todas as crianças tinham acabado de tomar um esplêndido pequeno-almoço e preparavam-se para ir para a escola, onde todos aprendiam a difícil tarefa de crescer e ser Homem ou Mulher.

O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo que não queria acordar. E no seu sonho não havia barracas, com água a escorrer pelas paredes e ratos pelo chão,  nem gente sem tecto, a dormir ao relento. No sonho do Pai Natal, todos tinham uma casa, um aconchego, para se protegerem do frio e da noite.

O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo que não queria acordar. E no seu sonho não havia instituições para acolher crianças maltratadas e abandonadas pelos pais nem pequeninos e pequeninas à espera de um carinho, de um beijo... de AMOR. Todas as crianças tinham uma família: uma mãe ou um pai ou ambos os pais, todas as crianças tinham um colo à sua espera.

O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo que não queria

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acordar. E no seu sonho não havia palavrões e outras palavras feias, não havia empurrões, má educação e desentendimentos. Toda a gente se cumprimentava com um sorriso nos lábios. Nas estradas, os automobilistas não circulavam com excesso de velocidade, cumpriam as regras de trânsito e não barafustavam uns com os outros.

O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo que não queria acordar. E no seu sonho não havia animais abandonados pelos seus donos, deixados ao frio, à fome e à chuva,  nem animais espetados e mortos nas arenas, com pessoas a aplaudir.

Mas, afinal, quando despertou verdadeiramente, o Pai Natal viu que tudo não tinha passado de um sonho; que pouco do que sonhara acontecia de verdade. Ficou triste, muito triste, e pensou:

« - Afinal, ainda é preciso que, pelo menos uma vez por ano, se celebre o Natal!».

E, nessa noite, o Pai Natal começou os preparativos para dar,  mais uma vez, um pouco de alegria a todas as crianças do Mundo.                  

 Retirado de "Diário de Aveiro", de 2000/12/07

Adaptado por Vaz Nunes - OvarNOTA: Texto muito bom para ser dito por várias crianças, numa festa de Natal, com música de fundo.

Historia de natal: um presente inesperado

 Chovera toda a noite. As ruas eram autênticas ribeiras, arrastando na enxurrada toda a espécie de detritos. Os carros passando a alta velocidade espalhavam, indiferentes, água suja sobre os transeuntes, molhando-os, sujando-os. 

    O Tonito seguia também naquela onda humana, sem destino. Tinha-se escapulido da barraca, onde vivia. Os pais tinham saído cedo para o trabalho, ainda ele dormia, os irmãos ficaram por lá brincando, chapinhando na lama que rodeava a barraca. Ele desceu à cidade, onde tudo o deslumbrava. Todo aquele movimento irregular, caótico, frenético. Os automóveis em correrias loucas, as gentes apressadas nos seus afazeres. E lá seguia pequenino, entre a multidão, numa cidade impávida, indiferente, cruel mesmo. Passava em frente às pastelarias,

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olhava para as montras recheadas de doçuras, ele comera de manhã um bocado de pão duro e bebera um copo de água. Vinha-lhe o aroma agradável dos bolos, o seu pequeno estômago doía-lhe com fome! Chovia agora mansamente, uma chuva gelada, levando uma cidade onde se cruzavam o fausto, a vaidade, o ter tudo, os embrulhos enfeitados das prendas, com a dor a melancolia, o sofrimento, o ter nada e no meio uma criança triste e com fome! 

    Mas o Tonito gostava era de ver as lojas dos brinquedos. Lá estavam os carros de corrida, o comboio, os bonecos, enfim todo um mundo maravilhoso que ele vivia, esborrachando o nariz sujo contra a montra. Lá dentro ia grande azáfama nas compras de Natal. E os carros de corrida, o comboio, os bonecos eram embrulhados em papeis bonitos para irem fazer a alegria de outros meninos. Uma lágrima descia, marcando-lhe um sulco na sujidade da carita. Eis que os seus olhos reparam num menino, que de lá dentro o olhava. Desviou-se envergonhado. Não gostava que o vissem chorar. E afastou-se devagar, pensando nos meninos que tinham Natal, guloseimas e carros de corrida para brincar. Ele nada tinha, além da fome e a ânsia de ser feliz e viver como os outros. Pensou no Natal, no Menino Jesus, que diziam que era amigo das crianças a quem dá tudo. Por que é que a ele o Jesus Pequenino do presépio nada dava?

De repente, uma mãozinha tocou-lhe no ombro.    Voltou-se assustado. Era o menino da loja que lhe metia na

mão um embrulho bonito. À frente a mãe, carregada de embrulhos, fazia de conta que nada via. Abriu-o e deslumbrado viu um carro de corridas, encarnado, brilhante, como os olhos do menino que lá ao longe lhe acenava. Ficou um momento sem saber o que fazer, mas depois largou a correr, mostrando bem alto a sua prenda de Natal.

    Parara de chover. O sol tentava romper as nuvens escuras, lançando um raio de luz brilhante e quente sobre o Tonito, que ria feliz, numa carita sulcada pelas lágrimas. 

Fernando Sequeira

A promessa de Natal

Vi um camião cheio de árvores de Natal e cada uma tinha uma história para contar. O motorista, colocou-as em fila e ficou à espera que as pessoas as viessem comprar. Pendurou umas luzinhas brilhantes e uma placa em que se podia ler em encarnado: ÁRVORES DE NATAL PARA VENDER. |Quando o homem se servia de chocolate quente duma garrafa térmica fumegante, uma mãe, um pai e um menino pararam o carro apressados e começaram a procurar a árvore mais bonita de todas.

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    O rapazinho ia à frente e com um olhar reluzente, exclamou:

- Elas têm cheiro de Natal, mãe! Sinto o cheiro de Natal em todo lado. Vamos comprar uma árvore de quilómetros de altura. A maior que pudermos encontrar. Uma árvore que chegue ao tecto e nem dê para carregar. Uma árvore tão grande que até mesmo o Pai Natal, quando olhar, se admire e diga: "Esta é a árvore mais bela que já vi neste Natal!”

    Para achar o pinheirinho perfeito procuraram com muito cuidado. Aqui e ali, e até mais de uma vez, o pai examinou e balançou mais de seis.

- Mãe, mãe, encontrei, encontrei, o pinheirinho do que mais gostei! Tem um raminho partido, mas pode ficar disfarçado. Do anjinho da avó tiraremos o pó e lá no alto ficará a guardar-nos.

- Podemos comprá-la? Por favor, por favor! - pediu com fervor.

- Que.tal um chocolate quente? - perguntou o vendedor indulgente, enquanto abria o termo para aquela gente.

- Isto sim vai aquecer o ambiente! E em três pequenos copos de papel serviu o chocolate quente. Brindavam, esperançosos, a mais um feliz Natal.

- Escolheste muito bem. Esto é realmente o melhor pinheirinho. Feliz Natal - disse o homem, amarrando o pinheiro com um cordão! Mas o rapazinho estava triste porque o preço era alto demais para o que o pai podia pagar.

    Foi então que o vendedor lhe fez uma proposta:

- A árvore é tua com uma condição: tens de manter uma promessa. Na noite de Natal, quando te fores deitar e rezar promete guardar no teu coraçãozinho o encanto do Dia de Natal! E agora corre para casa, senão este vento gelado as tuas bochechas vai queimar.

    E assim foi, com o vento zunindo, durante toda a noite gelada. O bom homem ofereceu árvore, após árvore, após árvore. Com cada pessoa que apareceu brindou com o chocolate quente.E quem jurou manter a promessa de guardar no coração o encanto do Natal, saiu na noite contente, cantando canções alegremente.

    Quando tudo acabou só uma árvore restou. Mas ninguém estava lá para esta árvore adoptar. Então, o homem vestiu o seu grosso casacão e partiu para a floresta com a última árvore da festa. Deixou o pinheirinho perto de um pequeno riachinho, para que as criaturas sem casa pudessem fazer dela a sua morada. E sorria enquanto tirava os flocos de neve que na sua barba encontrava. Foi então que por detrás de um arbusto uma rena quase lhe pregou um susto. Olhou para ela e sorriu. Fazendo uma festinha na grande criatura, pensou com brandura: "Parece que o Natal chegou novamente! Ainda temos muito chão e muitas coisas para fazer! Vamos para casa, amiga, trabalhar neste Natal que vai começar". Olhou para o céu, ouviu os sinos a tocar e, num pestanejar, já lá não estava o vendedor.

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Howard D. Fencl

Uma Visita inesperada

Foi na noite de Natal. Um anjo apareceu a uma família muito rica e falou para a dona da casa.        - Trago-te uma boa notícia: esta noite o Senhor Jesus virá visitar a tua casa! 

Aquela senhora ficou entusiasmada. Jamais acreditara ser possível que esse milagre acontecesse em sua casa. Tratou de preparar um excelente jantar para receber Jesus. Encomendou frangos, assados, conservas, saladas e vinhos importados.

De repente, tocaram a campainha. Era uma mulher com roupas miseráveis, com aspecto de quem já sofrera muito.

- Senhora, - disse a pobre mulher, - Será que não teria algum serviço para mim? Tenho fome e tenho necessidade de trabalhar.

- Ora bolas! - retorquiu a dona da casa. - Isso são horas de me vir incomodar? Volte outro dia. Agora estou muito atarefada com um jantar para uma visita muito importante.

A pobre mulher retirou-se.  Um pouco mais tarde, um homem, sujo de óleo, veio bater-lhe à porta.        - Senhora, - disse ele,  - O meu camião avariou aqui mesmo em frente à sua casa. Não teria a senhora, por acaso, um telefone para que eu pudesse comunicar com um mecânico?

 A senhora, como estava ocupadíssima em limpar as pratas, lavar os cristais e os pratos de porcelana, ficou muito irritada.

- Você pensa que minha casa é o quê? Vá procurar um telefone público... Onde já se viu incomodar as pessoas dessa maneira? Por favor, cuide para não sujar a entrada da minha casa com esses pés imundos!

E a anfitriã continuou a preparar o jantar: abriu latas de caviar, colocou o champanhe no frigorífico, escolheu, na adega, os melhores vinhos e preparou os coquetéis.

Nesse momento, alguém lá fora bate palmas. “Será que agora é que é Jesus?” -pensou ela, emocionada. E com o coração a bater acelerado, foi abrir a porta. Mas decepcionou-se: era um menino de rua, todo sujo e mal vestido... 

- Senhora, estou com fome. Dê-me um pouco de comida! 

- Como é que eu te vou dar comida, se nós ainda não jantámos?! Volta amanhã, porque esta noite estou muito atarefada... não te posso dar atenção.

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Finalmente o jantar ficou pronto. Toda a família esperava, emocionada, o ilustre visitante. Entretanto, as horas iam passando e Jesus não aparecia. Cansados de tanto esperar, começaram a tomar aqueles coquetéis especiais que, pouco a pouco, já começavam a fazer efeito naqueles estômagos vazios, até que o sono fez com que se esquecessem dos frangos, assados e de todos os pratos saborosos.

De madrugada, a senhora acordou sobressaltada e, com grande espanto, viu que estava junto dela  um anjo. 

- Será que um anjo é capaz de mentir? - gritou ela. - Eu preparei tudo esmeradamente, aguardei a noite inteira e Jesus não apareceu. Por que é que você fez  essa brincadeira comigo?

- Não fui eu que menti... Foi você que não teve olhos para enxergar. -  explicou o anjo. - Jesus esteve aqui em sua casa  três vezes: na pessoa da mulher pobre, na pessoa do motorista e na pessoa do menino faminto, mas a senhora não foi capaz de reconhecê-lo e acolhê-lo em sua casa”.

 

Uma Visita inesperada

Narrador- Foi na noite de Natal. Um anjo apareceu a uma família muito rica e falou para a dona da casa. 

Anjo- Trago-te uma boa notícia: esta noite o Senhor Jesus virá visitar a tua casa!

Senhora- Jamais acreditei ser possível que esse milagre acontecesse na minha casa. Vou preparar tudo do bom e do melhor para o receber como um rei. 

Narrador- A senhora tratou de preparar um excelente jantar para receber Jesus. Encomendou frangos, assados, conservas, saladas e vinhos importados. De repente, tocaram a campainha. Era uma mulher com roupas miseráveis, com aspecto de quem já sofrera muito.

Senhora- abriu a porta.

Mulher pobre- Senhora, Será que não teria algum serviço para mim? Tenho fome e tenho necessidade de trabalhar. E tenho dois filhos que não comem uma refeição completa à mais de 2 meses desde que me despediram do meu antigo serviço.

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Senhora- Ora bolas! Isso são horas de me vir incomodar? Volte outro dia. Agora estou muito atarefada com um jantar para uma visita muito importante.

Narrador- A pobre mulher retirou-se.  Um pouco mais tarde, um homem, sujo de óleo, veio bater-lhe à porta.   

Senhora- abriu a porta

Homem- Senhora, O meu camião avariou aqui mesmo em frente à sua casa. Não teria a senhora, por acaso, um telefone para que eu pudesse comunicar com um mecânico?

Narrador- A senhora, como estava ocupadíssima em limpar as pratas, lavar os cristais e os pratos de porcelana, ficou muito irritada.

Senhora- Você pensa que minha casa é o quê? Vá procurar um telefone público... Onde já se viu incomodar as pessoas dessa maneira? Por favor, cuidado para não sujar a entrada da minha casa com esses pés imundos!

Narrador- E a anfitriã continuou a preparar o jantar: abriu latas de caviar, colocou o champanhe no frigorífico, escolheu, na adega, os melhores vinhos e preparou os coquetéis. Nesse momento, alguém lá fora bate palmas.

Senhora- “Será que agora é que é Jesus?”

Narrador- com o coração a bater acelerado, foi abrir a porta. Mas decepcionou-se: era um menino de rua, todo sujo e mal vestido... 

Menino- Senhora, estou com fome. Dê-me um pouco de comida! 

Senhora- Como é que eu te vou dar comida, se nós ainda não jantámos?! Volta amanhã, porque esta noite estou muito atarefada... não te posso dar atenção.

Narrador- Finalmente o jantar ficou pronto. Toda a família esperava, emocionada, o ilustre visitante. Entretanto, as horas iam passando e

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Jesus não aparecia. Cansados de tanto esperar, começaram a tomar aqueles coquetéis especiais que, pouco a pouco, já começavam a fazer efeito naqueles estômagos vazios, até que o sono fez com que se esquecessem dos frangos, assados e de todos os pratos saborosos. De madrugada, a senhora acordou sobressaltada e, com grande espanto, viu que estava junto dela  um anjo. 

Senhora - Será que um anjo é capaz de mentir? - gritou ela. - Eu preparei tudo esmeradamente, aguardei a noite inteira e Jesus não apareceu. Por que é que você fez  essa brincadeira comigo?

Anjo- Não fui eu que menti... Foi você que não teve olhos para vislumbrar.  Jesus esteve aqui em sua casa  três vezes: na pessoa da mulher pobre, na pessoa do motorista e na pessoa do menino faminto, mas a senhora não foi capaz de reconhecê-lo e acolhê-lo em sua casa”.